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Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos LATAM MACRO REPORT August 01 st , 2016 América Latina em Foco América Latina em 2017: Um ano de recuperação cíclica, mas os desafios permanecem Depois de um 2016 cheio de desafios para a economia da América Latina, esperamos um cenário mais favorável em 2017 com recuperação cíclica do crescimento na maioria dos países da região, sustentado pelo melhor desempenho da economia global, preços de commodities mais elevados e alguma melhora na demanda doméstica. Com o arrefecimento das pressões inflacionárias, especialmente dos preços de alimentos, os bancos centrais da região devem adotar politicas monetárias mais flexíveis. Uma exceção é o México, no qual os juros deverão ser elevados em reposta à depreciação cambial resultante das eleições americanas. O cenário político ganhará destaque em 2017 com eleições na Argentina e Chile. Além disso, as discussões em torno das eleições presidenciais de 2018 na Colômbia e no México terão importância crescente ao longo do ano. Argentina : O cenário econômico deve ser mais favorável depois da forte contração do PIB neste ano. A desaceleração da inflação, apesar de ainda deixa-la acima da meta, permitirá ao Banco Central cortar juros. Um ajuste das contas públicas é necessário, mas provavelmente será adiado devido ao calendário eleitoral. (pág. 5) Chile : O crescimento deve ganhar alguma tração em 2017, mas permanecerá abaixo do desempenho dos últimos anos. Esperamos que o declínio da inflação e a fraca atividade econômica permitam que o Banco Central reduza as taxas de juros. As eleições presidenciais serão um importante ponto de discussão. (pág. 7) Colômbia : Esperamos cenário mais positivo para o país em 2017, com inflação e taxa básica de juros mais baixas e crescimento mais forte do PIB. O governo mostrou habilidade política ao aprovar o novo acordo de paz somente dois meses após a vitória do “Não” no referendo e ao obter a aprovação da reforma fiscal sem muita desidratação, o que afasta a possibilidade de um rebaixamento da classificação de risco soberano do país. (pág. 9) México : A eleição de Donald Trump nos EUA trouxe novos riscos potenciais para economia do país nos próximos anos. Medidas protecionistas vindas dos EUA podem influenciar negativamente o crescimento do PIB. O balanço de pagamentos pode ser afetado com a queda das exportações, das remessas de não residentes e do fluxo de IED. Esperamos ligeira desaceleração do crescimento do país em 2017, reflexo do cenário externo mais adverso, apesar dos fundamentos macroeconômicos domésticos continuarem sólidos. (pág. 11) Peru : Esperamos aceleração do crescimento do PIB em 2017 impulsionada pelo aumento dos preços do cobre. A inflação deve permanecer próxima ao teto da meta, levando o Banco Central a manter as taxas de juros no nível atual. O cenário político, no entanto, será desafiador. (pág. 13) dezembro de 2016 2015 2016 2017 2018 2015 2016 2017 2018 2015 2016 2017 2018 2015 2016 2017 2018 Argentina 2,5 -2,2 2,3 3,0 26,9 39,0 20,0 14,0 33,00 24,75 18,00 11,00 12,9 16,1 18,6 20,7 Brasil -3,8 -3,6 0,3 2,5 10,7 6,3 4,5 4,5 14,25 13,75 10,25 9,25 3,90 3,35 3,45 3,55 Chile 2,3 1,6 2,1 2,5 4,4 2,8 3,0 3,0 3,50 3,50 3,00 3,00 709 665 680 685 Colômbia 3,1 2,1 3,1 3,5 6,8 5,7 3,9 3,5 5,75 7,50 5,75 5,50 3174 3020 3220 3320 México 2,5 2,3 1,8 2,5 2,3 3,2 3,1 3,2 3,25 5,50 5,75 6,25 17,2 20,0 21,5 21,6 Peru 3,3 3,8 4,0 4,3 4,4 3,0 2,8 2,5 3,75 4,25 4,25 4,25 3,41 3,45 3,55 3,65 Taxa de câmbio (final do ano) Taxa básica de juros (%) Inflação ao consumidor (%) Crescimento do PIB (%) Projeções: Bradesco

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Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

LATAM MACRO REPORTAugust 01st, 2016

América Latina em Foco

América Latina em 2017: Um ano de recuperação cíclica, mas os desafios

permanecem

Depois de um 2016 cheio de desafios para a economia da América Latina, esperamos um cenário

mais favorável em 2017 com recuperação cíclica do crescimento na maioria dos países da região,

sustentado pelo melhor desempenho da economia global, preços de commodities mais elevados

e alguma melhora na demanda doméstica. Com o arrefecimento das pressões inflacionárias,

especialmente dos preços de alimentos, os bancos centrais da região devem adotar politicas

monetárias mais flexíveis. Uma exceção é o México, no qual os juros deverão ser elevados em

reposta à depreciação cambial resultante das eleições americanas. O cenário político ganhará

destaque em 2017 com eleições na Argentina e Chile. Além disso, as discussões em torno das

eleições presidenciais de 2018 na Colômbia e no México terão importância crescente ao longo do

ano.

• Argentina: O cenário econômico deve ser mais favorável depois da forte contração do PIB

neste ano. A desaceleração da inflação, apesar de ainda deixa-la acima da meta, permitirá ao

Banco Central cortar juros. Um ajuste das contas públicas é necessário, mas provavelmente

será adiado devido ao calendário eleitoral. (pág. 5)

• Chile: O crescimento deve ganhar alguma tração em 2017, mas permanecerá abaixo do

desempenho dos últimos anos. Esperamos que o declínio da inflação e a fraca atividade

econômica permitam que o Banco Central reduza as taxas de juros. As eleições presidenciais

serão um importante ponto de discussão. (pág. 7)

• Colômbia: Esperamos cenário mais positivo para o país em 2017, com inflação e taxa básica

de juros mais baixas e crescimento mais forte do PIB. O governo mostrou habilidade política ao

aprovar o novo acordo de paz somente dois meses após a vitória do “Não” no referendo e ao

obter a aprovação da reforma fiscal sem muita desidratação, o que afasta a possibilidade de

um rebaixamento da classificação de risco soberano do país. (pág. 9)

• México: A eleição de Donald Trump nos EUA trouxe novos riscos potenciais para economia do

país nos próximos anos. Medidas protecionistas vindas dos EUA podem influenciar

negativamente o crescimento do PIB. O balanço de pagamentos pode ser afetado com a

queda das exportações, das remessas de não residentes e do fluxo de IED. Esperamos ligeira

desaceleração do crescimento do país em 2017, reflexo do cenário externo mais adverso,

apesar dos fundamentos macroeconômicos domésticos continuarem sólidos. (pág. 11)

• Peru: Esperamos aceleração do crescimento do PIB em 2017 impulsionada pelo aumento dos

preços do cobre. A inflação deve permanecer próxima ao teto da meta, levando o Banco

Central a manter as taxas de juros no nível atual. O cenário político, no entanto, será

desafiador. (pág. 13)

dezembro de 2016

2015 2016 2017 2018 2015 2016 2017 2018 2015 2016 2017 2018 2015 2016 2017 2018

Argentina 2,5 -2,2 2,3 3,0 26,9 39,0 20,0 14,0 33,00 24,75 18,00 11,00 12,9 16,1 18,6 20,7

Brasil -3,8 -3,6 0,3 2,5 10,7 6,3 4,5 4,5 14,25 13,75 10,25 9,25 3,90 3,35 3,45 3,55

Chile 2,3 1,6 2,1 2,5 4,4 2,8 3,0 3,0 3,50 3,50 3,00 3,00 709 665 680 685

Colômbia 3,1 2,1 3,1 3,5 6,8 5,7 3,9 3,5 5,75 7,50 5,75 5,50 3174 3020 3220 3320

México 2,5 2,3 1,8 2,5 2,3 3,2 3,1 3,2 3,25 5,50 5,75 6,25 17,2 20,0 21,5 21,6

Peru 3,3 3,8 4,0 4,3 4,4 3,0 2,8 2,5 3,75 4,25 4,25 4,25 3,41 3,45 3,55 3,65

Taxa de câmbio

(final do ano)

Taxa básica de juros

(%)

Inflação ao consumidor

(%)

Crescimento do PIB

(%)

Projeções: Bradesco

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LATAM MACRO REPORT

América Latina em 2017: Um ano de recuperação

cíclica, mas os desafios permanecem

A economia da América Latina passou por

diversos desafios ao longo deste ano, tanto por

fatores domésticos como em função de um cenário

externo adverso. Para 2017, em contrapartida, o

cenário esperado é mais favorável, com melhor

desempenho do PIB no caso da Argentina, Chile,

Colômbia, e Peru. Projetamos crescimento do PIB da

região de 1,5% em 2017, após retração de 0,8%

esperada para este ano, refletindo alguma melhora da

atividade no Brasil e na Argentina. O ambiente externo

mais positivo¹, por sua vez, reforça nossa expectativa.

No entanto, a taxa crescimento deve permanecer

abaixo da média dos últimos dez anos em todos esses

países.

Essa suave melhora da economia mundial sustenta

preços mais elevados das commodities,

especialmente das metálicas e do petróleo, o que

deve contribuir para o crescimento da região. Chile

e Peru devem se beneficiar da recuperação dos

preços de metais, em especial do cobre, que é muito

importante na pauta de exportação desses países.

México e Colômbia devem ser favorecidos pelos

maiores preços do petróleo. Além disso, as indicações

são de que as condições climáticas serão mais

favoráveis no próximo ano, permitindo elevadas safras

de grãos, o que favorece a economia argentina e, em

menor intensidade, a brasileira.

Ao mesmo tempo, a oferta mais elevada permitirá

que os preços de alimentos sigam estáveis. Isso

afasta outro problema enfrentado pelos países da

região nos últimos dois anos, uma vez que a alta

dos preços de alimentos foi um dos fatores de

pressão da inflação de grande parte dessas

economias. Assim, o arrefecimento das pressões

inflacionárias deve permitir que os bancos centrais

adotem políticas monetárias menos restritivas, com

exceção do México.

• A economia da América Latina passou por diversos desafios ao longo de 2016, tanto por

fatores domésticos como em função do cenário externo adverso. Para 2017, o cenário

esperado é mais favorável, com melhor desempenho do PIB da região.

• A melhora da economia mundial deve sustentar os preços das commodities, o que contribuirá

para o crescimento da região.

• Tendo em vista o alívio esperado para a inflação, há espaço para redução da taxa de juros na

maioria dos países. Contudo, devemos monitorar os riscos vindos da valorização do dólar em

escala global, e do ambiente político específico de cada país.

O crescimento do PIB deve se acelerar com

uma retomada cíclica. A atividade no

México será afetada pelas incertezas em

relação a política econômica dos EUA

A inflação continuará a caindo na

maioria dos países com menor

pressão dos preços de alimentos

América Latina

_______________________

¹ Esperamos que o crescimento da economia mundial tenha uma

pequena aceleração em 2017 de 3,0% para 3,1%, com destaque para

o melhor desempenho dos países emergentes, cujo crescimento deve

se acelerar de 3,8% para 4,2%.

2.5

-3.8

2.3

3.12.5

3.3

-2.2

-3.6

1.62.1 2.3

3.8

2.3

0.3

2.1

3.1

1.8

4.0

-6

-4

-2

0

2

4

6

Argentina Brasil Chile Colômbia México Peru

Crescimento do PIB (%)

2015 2016 (E) 2017 (E)

Fontes: FMI, Bradesco

26.9

10.7

4.46.8

2.34.4

39.0

6.6

2.85.7

3.2 3.0

20.0

4.73.0 3.9 3.1 2.8

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

Argentina Brasil Chile Colômbia México Peru

Inflação ao Consumidor (%)

20152016 (E)2017 (E)

Fonte: Bradesco

América Latina em Foco

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As eleições na Argentina e Chile

ganharão destaque em 2017

A inflação dos países da região já registrou

significativo declínio ao longo de 2016, com exceção

do México, cuja inflação subiu e permanece próxima

ao centro da meta, e da Argentina, em função da

depreciação cambial e da redução dos subsídios à

energia elétrica. Ainda assim, para a Argentina

esperamos uma desaceleração significativa da

inflação em 2017, que deve chegar a uma alta de

20,0%, cerca de metade da elevação estimada para

2016. No entanto, esse indicador permanecerá acima

da meta estabelecida pelo Banco Central argentino (de

12% a 17%).

O resultado da eleição norte-americana, com a

vitória de Donald Trump, também será relevante

para a região. Os maiores impactos serão percebidos

no México, dada a significativa integração entre as

duas economias. A depreciação cambial em resposta

à eleição dos Estados Unidos deve levar o Banco

Central mexicano a adotar taxas de juros mais

elevadas. Para os demais países, o principal efeito

deve se dar através do fortalecimento do dólar.

O cenário político local também será importante

para a região em 2017. Teremos eleições

presidenciais e legislativas no Chile e a renovação de

parte do Congresso Argentino. Na Colômbia e no

México, as discussões para as eleições presidenciais

de 2018 ganharão força ao longo do ano. Já na

Argentina, as eleições para renovar um terço das

cadeiras do Senado e metade das fda Câmara devem

ser acompanhadas com atenção. O atual presidente

Mauricio Macri teria a possibilidade de ampliar a base

de apoio no Congresso, em que atualmente tem

minoria. Os chilenos, por sua vez, escolherão em

outubro um substituto para a presidente Michele

Bachelet, que não pode disputar a reeleição. Os

baixos índices de popularidade de seu governo devem

dar alguma vantagem para o candidato da oposição.

Além disso, nas eleições para o Congresso, as novas

regras eleitorais podem levar a uma mudança na

composição das forças políticas no país.

Além da dinâmica da inflação e do ambiente

político, acreditamos que a política fiscal dos

países deva ser um tema relevante da discussão

na região ao longo do próximo ano. O cenário

externo, influenciado pela expectativa de normalização

mais rápida dos juros norte-americanos, deve reduzir a

demanda por ativos dos países emergentes.

O México seria o país

mais afetado por um aumento do

protecionismo nos EUA

Calendário Eleitoral

Presidente Legislativo

Argentina Mauricio Macri outubro 2019 outubro 2017

Chile Michelle Bachelet novembro 2017 novembro 2017

Colômbia Juan Manuel Santos Calderon maio 2018 março 2018

México Enrique Peña Nieto julho 2018 julho 2018

Peru Pedro Pablo Kuczynski abril 2021 abril 2021

Fonte: CIA World Factbook

Presidente em exercícioPróximas Eleições

0 5 10 15 20 25 30

Argentina

Peru

Chile

Colômbia

México

Exportações para os Estados Unidos (% do PIB)

Manufaturas

Total

Fonte: UNCTAD

América Latina em Foco

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Destacamos o caso da Argentina, onde devem ser

discutidas medidas que permitam um ajuste fiscal nos

próximos anos. O país tem significativo déficit primário

(5,4% do PIB em 2015). Além disso, parcela relevante

de sua dívida pública é indexada ao dólar, o que

aumenta sua vulnerabilidade a choques externos.

Na Colômbia e no México, o desafio é adequar o

orçamento ao cenário de preços do petróleo mais

baixos. Apesar de projetarmos que o preço dessa

commodity suba para US$ 55/barril na média de

2017, tal patamar é inferior ao registrado há alguns

anos. O México apresenta uma situação mais

confortável, pois em 2015 realizou uma reforma fiscal

que mitigou os efeitos da queda da arrecadação

oriunda da produção e exportação de petróleo. A

dívida bruta cresceu, de 42,0% para 54,0% do PIB nos

últimos cinco anos e o déficit nominal, que em 2015

chegou a 4,1% do PIB, vem recuando e deve ficar em

torno de 3,0% do PIB em 2017. A situação fiscal na

Colômbia, no entanto, é um pouco mais complicada: o

déficit nominal supera 3,0% do PIB e a dívida bruta do

governo como proporção do PIB saltou de 36,4% para

50,6% nos últimos cinco anos. Com o objetivo de

enfrentar esse problema, o governo aprovou uma

reforma fiscal² no final de dezembro que será válida já

em 2017. Por fim, no Peru, o governo pretende ampliar

as despesas públicas, com um ambicioso plano de

investimentos em infraestrutura. A situação fiscal do

país ainda é relativamente confortável devido ao baixo

nível da dívida pública, que está em torno de 25,0% do

PIB.

Dessa forma, a retomada da atividade global e a

recuperação dos preços de importantes

commodities deverão propiciar a aceleração da

economia dos países da América Latina. Por um

lado, há espaço para redução da taxa de juros na

maioria dos países, tendo em vista o alívio esperado

para a inflação. Por outro, devemos monitorar os

riscos vindos de uma depreciação mais acentuada das

moedas, em resposta à valorização do dólar em

escala global, e do ambiente político específico de

cada país.

A política fiscal será outro tema

importante. A dívida pública vem

crescendo

_______________________

2 Em linhas gerais, a reforma fiscal: (i) elevou a alíquota do imposto

sobre valor agregado (IVA na sigla em inglês) de 16% para 19%, (ii) vai

reduzir o imposto de renda sobre pessoa jurídica de forma gradual.

38

11

36

43

23

52

20

48

56

26

0

20

40

60

Argentina Chile Colômbia México Peru

Dívida Pública Bruta (2011-2016, % do PIB)

Fonte: FMI, Bradesco

América Latina em Foco

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Os desafios permanecem, apesar da perspectiva

econômica mais favorável. Neste ano, a Argentina

avançou rumo à normalização da política

macroeconômica. No entanto, vários obstáculos

persistem para 2017, dentre os quais o combate à

inflação, a necessidade de um plano de ajuste fiscal e

a retomada do crescimento econômico. O PIB deve

voltar para o campo positivo no primeiro trimestre de

2017, após desempenho abaixo do esperado em

2016. Os efeitos negativos do fim do subsídio à

energia elétrica e da depreciação cambial de 2015

estão se dissipando. Além disso, as políticas

econômicas adotadas pelo governo Macri devem

começar a trazer frutos, levando à retomada dos

investimentos, que caíram cerca de 4,0% neste ano. O

consumo privado, por sua vez, deve crescer, depois

de ser afetado pela redução da renda disponível em

2016. O cenário externo também deve ser mais

favorável em função do crescimento global mais

elevado. Em particular para o Brasil, que é o maior

parceiro comercial argentino, esperamos pequeno

crescimento após a contração de mais de 7% ao longo

dos últimos dois anos. Com isso, nossa projeção é que

o PIB argentino cresça 2,3% em 2017, depois de

apresentar contração de 2,2% neste ano.

Inflação diminuirá significativamente. Esperamos

que a inflação desacelere para 20,0% no final de 2017,

metade da deste ano. Em 2016, a inflação foi

influenciada pela redução dos subsídios de energia

elétrica e pelos efeitos da depreciação cambial do final

de 2015. Além da redução desses efeitos, esperamos

melhor safra de grãos em 2017, o que deve minimizar

a pressão dos preços de alimentos sobre a inflação.

Por outro lado, os reajustes salariais devem contribuir

para a inercia inflacionária, contendo a velocidade do

processo de desinflação.

O Banco Central continuará reduzindo juros. A

autoridade monetária adotará um regime de metas de

inflação a partir do próximo ano, com metas

decrescentes até atingir 5,0% em 2019. Apesar de

esperamos queda significativa da inflação,

acreditamos que a meta de inflação entre 12,0% e

17,0% no final de 2017 é demasiadamente ambiciosa.

• O cenário econômico deve ser mais favorável depois da forte contração do PIB neste ano.

• A desaceleração da inflação, apesar de ainda deixa-la acima da meta, permitirá ao Banco

Central cortar juros.

• O ajuste das contas públicas é necessário, mas provavelmente será adiado devido ao

calendário eleitoral.

Esperamos uma retomada do crescimento

após a forte contração em 2016

A inflação deve ceder, mas deve

ficar acima da meta

Argentina

8.98.0

9.0

4.1

-5.9

10.1

6.0

-1.0

2.4

-2.5

2.5

-2.2

2.6

-8

-4

0

4

8

12

2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

Crescimento do PIB (%)

Fontes: CEIC, Bradesco

12

8

3.5

17

12

6.5

0

10

20

30

40

50

Jun

-13

Sep

-13

Dec

-13

Mar

-14

Jun

-14

Sep

-14

Dec

-14

Mar

-15

Jun

-15

Sep

-15

Dec

-15

Mar

-16

Jun

-16

Sep

-16

Dec

-16

Mar

-17

Jun

-17

Sep

-17

Dec

-17

Mar

-18

Jun

-18

Sep

-18

Dec

-18

Mar

-19

Jun

-19

Sep

-19

Dec

-19

Inflação e metas (%)

Inflação (Buenos Aires)Meta de Inflação

Fontes: CEIC, Banco Central da Argentina

América Latina em Foco

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Um ajuste das contas públicas é

necessário, mas deve ser adiado

Apesar disso, a magnitude da desinflação permitirá a

queda da taxa básica de juros sem que isso implique

em declínio dos juros reais. Esperamos que o Banco

Central retome os cortes de juros após as pausas na

últimas reuniões, de forma a manter a taxa real

estável. Com isso, estimamos que a taxa de juros caia

dos atuais 24.75% para 18,0% ao final de 2017.

O déficit em conta corrente se ampliará. Nossa

expectativa é de que a balança comercial registre

pequeno déficit em 2017, após o superávit observado

em 2016 devido ao aumento das importações

impulsionadas pela recuperação da demanda

doméstica. Consequentemente, esperamos que o

déficit em conta corrente cresça para cerca de 3,0%

do PIB em 2017.

O ajuste fiscal é necessário para garantir a

sustentabilidade da dívida. O governo deve registrar

déficit primário de mais de 5,0% do PIB em 2016,

próximo ao registrado no ano anterior. A autoridade

anunciou que pretende reduzir gradualmente os

déficits fiscais, mas nenhum plano concreto foi

divulgado. Em contraste, a proposta de orçamento

revisou a meta fiscal de 2017 para um déficit de 4,2%

do PIB, representando um ajuste apenas marginal em

relação a este ano. O ajuste das contas públicas é

fundamental para garantir a sustentabilidade da dívida

para que o país continue a atrair investidores para

financiá-la. O governo emitiu cerca de US$ 20 bilhões

neste ano, após o acordo com os credores que não

tinham participado da reestruturação da dívida nos

anos 2000. A evolução das contas públicas deve ser

acompanhada, uma vez que acreditamos que esse

seja o principal risco para nosso cenário mais

favorável em relação à Argentina.

No entanto, tais ajustes devem ser adiados devido

ao calendário eleitoral. Não esperamos que o

governo anuncie medidas fiscais impopulares antes da

eleições para o Congresso, em outubro. Um terço das

cadeiras do Senado e metade da Câmara estarão em

disputa e será uma oportunidade para o presidente

Macri ampliar seu apoio no Congresso.

Após a pausa nas últimas

reuniões, o Banco Central deve

voltar a cortar os juros em linha

com o declínio da inflação

4.03.3

1.7 1.8

-1.1-0.4

-1.4 -1.5-2.4

-3.2

-5.4 -5.6

66.9

43.9

53.8

38.143.6

51.8

0

10

20

30

40

50

60

70

-8

-6

-4

-2

0

2

4

6

8

10

2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016e

Resultado Primário e Dívida Pública (% do PIB)

Resultado Primário

Dívida Pública (eixo da direita)

Fontes: FMI, Bradesco

24.7524

26

28

30

32

34

36

38

40

Dec

-15

Jan-

16

Jan-

16

Fe

b-16

Mar

-16

Mar

-16

Apr

-16

May

-16

May

-16

Jun-

16

Jul-1

6

Aug

-16

Aug

-16

Sep

-16

Oct

-16

Oct

-16

Nov

-16

Dec

-16

Taxa de Política Monetária (%)

Fonte: Banco Central da Argentina

América Latina em Foco

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LATAM MACRO REPORT

Esperamos melhora da atividade econômica. O

crescimento se acelerará diante da dinâmica mais

favorável dos investimentos, que devem ter

crescimento moderado após a queda deste ano, e da

contribuição do setor externo. O consumo, no entanto,

não deve ser fator propulsor relevante do crescimento

no próximo ano pois a confiança do consumidor

permanece em nível muito baixo, apesar da melhora

dos últimos meses. Projetamos crescimento do PIB de

2,1% em 2017, melhor que nossa estimativa para

2016 (1,6%), mas ainda abaixo da média dos últimos 5

anos (3,9%).

O preço do cobre mais elevado deve ajudar. O

cobre é o principal produto de exportação do país,

representando cerca de metade das exportações

chilenas e 10,0% do PIB. Os investimentos no setor

foram afetados pela quedas dos preços desde de

2011, com um significativo impacto no PIB durante

esse período. Nos últimos dois meses, no entanto, os

preços do metal dispararam, crescendo mais de 20%.

Mesmo com alguma reversão desse movimento, o

preço médio no próximo ano deverá ficar

significativamente acima do de 2016.

O déficit na conta corrente deve permanecer em

níveis confortáveis. O aumento nos preços do cobre

deve ajudar as contas externas. Esperamos que o

resultado da balança comercial fique praticamente

estável, com crescimento tanto de importações como

de exportações. Ao mesmo tempo em que o maior

preço do cobre contribuirá para o aumento das

exportações, as importações serão impulsionadas pelo

crescimento da demanda doméstica. O déficit em

conta corrente deve permanecer em torno de 2,0% do

PIB.

A inflação ficará próxima à meta. As expectativas

de inflação permanecem ancoradas à meta, com os

dados da última pesquisa do Banco Central apontando

projeções na meta de 3,0% nos próximos dois anos.

Os preços dos alimentos, que foram importante fonte

de pressão nos anos recentes, serão contidos pela

expectativa de uma boa safra de grãos. O principal

risco para a inflação é um cenário externo mais

desafiador, que leve a uma demanda mais

enfraquecida por ativos dos países emergentes e a

uma depreciação cambial mais significativa.

• O crescimento deve ganhar alguma tração em 2017, mas permanecerá abaixo do desempenho

dos últimos anos

• O declínio da inflação e a fraca atividade econômica permitirão que o Banco Central reduza as

taxas de juros.

• As eleições presidenciais serão um importante ponto de discussão

O crescimento continuará em

ritmo moderado

A confiança continua em níveis

muito baixos

Chile

30

35

40

45

50

55

60

Oct

-02

Oct

-03

Oct

-04

Oct

-05

Oct

-06

Oct

-07

Oct

-08

Oct

-09

Oct

-10

Oct

-11

Oct

-12

Oct

-13

Oct

-14

Oct

-15

Oct

-16

Índice de Percepção Econômica - IPEC (50=neutro)

Source: CEIC

A Inflação permanecerá

em torno da meta

9.9

-2.3

4.4

1.0

6.1

4.8

2.8

-4

-2

0

2

4

6

8

10

Ap

r-06

Oct

-06

Ap

r-07

Oct

-07

Ap

r-08

Oct

-08

Ap

r-09

Oct

-09

Ap

r-10

Oct

-10

Ap

r-11

Oct

-11

Ap

r-12

Oct

-12

Ap

r-13

Oct

-13

Ap

r-14

Oct

-14

Ap

r-15

Oct

-15

Ap

r-16

Oct

-16

Inflação ao consumidor (% YoY)

Fonte: Bloomberg

meta de inflação

1.72.2

-3.1

-6

-4

-2

0

2

4

6

8

10

Ap

r-1

0

Oc

t-1

0

Ap

r-1

1

Oc

t-1

1

Ap

r-1

2

Oc

t-1

2

Ap

r-1

3

Oc

t-1

3

Ap

r-1

4

Oc

t-1

4

Ap

r-1

5

Oc

t-1

5

Ap

r-1

6

Oc

t-1

6

Indíce de Atividade Econômica - IMACEC (12 meses, %)

Total Ex-mineração Mineração

Fonte: Banco Central de Chile

América Latina em Foco

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LATAM MACRO REPORT

8

A relação divida-PIB permanece

baixa a despeito da deterioração

recente das contas públicas

O Banco Central deve reduzir os juros. Esperamos

que a queda da inflação, em meio ao crescimento

moderado da economia deva permitir que o Banco

Central reduza as taxas de juros. Os documentos

recentes indicam que as autoridades estão discutindo

uma flexibilização adicional da política monetária.

Como as taxas de juros reais já estão em nível

bastante baixo, esperamos dois cortes de 0,25pp para

3,0%.

As contas fiscais apresentarão ligeira melhora. O

déficit nominal do governo central aumentou nos

últimos anos, refletindo crescimento maior das

despesas em relação ao das receitas. Esperamos que

em 2017 o déficit seja ligeiramente menor, com

aceleração do crescimento das receitas, refletindo o

maior crescimento econômico, e pequeno crescimento

das despesas (de 2,7% segundo a proposta

orçamentária).

As eleições serão um ponto de atenção. Apesar de

os candidatos para eleição de novembro ainda não

estarem definidos, acreditamos que o baixo nível de

aprovação da presidente Michele Bachelet (da Nueva

Mayoría) favorecerá os candidatos da coalisão

oposicionista Chile Vamos. A avaliação da presidente

continua próxima às mínimas históricas, em função

das reformas impopulares e das denúncias de que seu

filho beneficiou a esposa no uso de uma função

pública. As eleições para o Congresso também serão

importantes, pois serão as primeiras após a mudança

da legislação eleitoral que deve levar a uma

representação mais diversificada. Isso pode mudar a

dinâmica politica do país, que atualmente tende ao

bipartidarismo.

Candidatos defendendo política econômicas

ortodoxas podem levar a uma valorização dos

ativos chilenos. O ex-presidente Sebastian Piñera é

forte nome para ser o candidato da coalisão Chile

Vamos. Um pesquisa da Adimark o coloca à frente,

seguido por Alejandro Guillier e Ricardo Lagos, outro

ex-presidente. Os candidatos da oposição defendem

politicas econômicas ortodoxas e acreditamos que a

os mercados devem ficar mais otimistas com o país

caso seu favoritismo permaneça. Esse cenário

representa um possibilidade de valorização para os

ativos chilenos em 2017.

2.0

4.5

7.57.9

3.9

-4.3

-0.4

1.4 0.7

-0.5 -1.5-2.1

-3.2 -2.9

10.3

3.9

17.5

23.3

0

20

40

-5

0

5

10

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

2015

2016

e

2017

e

Resultado Nominal e Dívida Pública (% do PIB)

Resultado Nominal

Dívida Pública

Fontes: FMI, Bradesco

0

2

4

6

8

10

Dec

-06

Jun

-07

Dec

-07

Jun

-08

Dec

-08

Jun

-09

Dec

-09

Jun

-10

Dec

-10

Jun

-11

Dec

-11

Jun

-12

Dec

-12

Jun

-13

Dec

-13

Jun

-14

Dec

-14

Jun

-15

Dec

-15

Jun

-16

Dec

-16

Jun

-17

Dec

-17

Taxa de política monetária (%)

projeção

Fontes: Bloomberg, Bradesco

O Banco Central deve cortar os

juros no primeiro trimestre

América Latina em Foco

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LATAM MACRO REPORT

Mais rápido do que se esperava, o governo mostrou

grande habilidade em minimizar os debates no

Congresso e aprovou o novo acordo de paz apenas

dois meses após a vitória do “Não” no plebiscito. Os

congressistas ratificaram o acordo por votação no Senado

(75 votos favoráveis de 102 senadores) e na Câmara dos

Deputados (130 votos de 166 deputados). A oposição,

liderada pelo ex-presidente Álvaro Uribe (Centro

Democrático e Partido Conservador), considerou o trâmite

do processo ilegal e se absteve de votar, organizando

uma debandada do Congresso em forma de protesto.

O novo acordo de paz contempla 50 modificações em

relação ao texto original que atenderam algumas das

demandas da oposição. As principais alterações

explicitam que (i) os rebeldes acusados de crimes e

tráfico de drogas serão julgados por uma corte especial,

que, entretanto, não punirá com prisão os rebeldes que

confessarem ter cometido crime de guerra, (ii) os

guerrilheiros serão obrigados a revelar o patrimônio do

grupo rebelde, (iii) os ex-combatentes terão direito de se

candidatar à uma vaga no Congresso, mas não poderão

pleitear posições nos novos distritos que serão formados

nas antigas áreas de conflito. Os opositores argumentam

que o acordo de paz precisa ser endossado por um

referendo. Já a Corte Nacional Constitucional Colombiana

julgou que não é necessário o voto popular para legitimar

uma decisão do Congresso. Desse modo, permitiu que o

Congresso agilize a aprovação das leis necessárias para

a implementação do acordo de paz. Uma vez aprovado o

acordo de paz o governo pode intensificar seus esforços

para prosseguir com a agenda fiscal.

Agora, o governo foca no ajuste fiscal para

compensar a perda de receita com a queda do preço

do petróleo. Esse elemento afetou as receitas do

governo, elevando o déficit fiscal para 3,2% do PIB e a

divida pública para 42,0% do PIB em junho de 2016. As

receitas do governo provenientes do petróleo (oriundas da

produção, exportação e comercialização) correspondiam

a 3,3% do PIB em 2013 e agora estão próximas a zero.

Mais da metade dessa contração se deve à queda da

receita proveniente da empresa estatal Ecopetrol.

• Acreditamos em um cenário mais positivo para o país em 2017, com inflação e taxa básica de

juros mais baixas e maior crescimento econômico.

• O governo se mostrou bastante hábil em aprovar o novo acordo de paz apenas dois meses

após a vitória do “Não” no referendo, abrindo caminho para prosseguir com a agenda de

reforma fiscal.

• Após a aprovação do acordo de paz no Congresso, o governo colombiano concentrará seus

esforços na implementação do ajuste fiscal.

• A reforma fiscal aprovada reduz a possibilidade de rebaixamento da classificação de risco

soberano.

A forte contração nos preços do

petróleo afetaram a situação

fiscal da Colômbia.

Coalisão do governo no Congresso

deu suporte para aprovação do

acordo de paz e da reforma

tributária.

Colombia

38%

32%

35%

34%33%

32%

35%

43%42%

-1.9%

-2.8%

-1.7%

-4.0%

-1.4%

-1.0%

-1.4%

-3.6%

-2.5%

-3.9%

30%

32%

34%

36%

38%

40%

42%

44%

-4.5%

-4.0%

-3.5%

-3.0%

-2.5%

-2.0%

-1.5%

-1.0%

-0.5%

0.0%

Sep

-06

Mar

-07

Sep

-07

Mar

-08

Sep

-08

Mar

-09

Sep

-09

Mar

-10

Sep

-10

Mar

-11

Sep

-11

Mar

-12

Sep

-12

Mar

-13

Sep

-13

Mar

-14

Sep

-14

Mar

-15

Sep

-15

Mar

-16

Sep

-16

Saldo nominal x Dívida pública bruta (em % do PIB)

Dívida pública (eixo da direita)

Nominal (em % do PIB)

Fonte: CEIC

Partido Social de

Unidad Nacional; 21

Partido Liberal

Colombiano; 17

Partido Cambio

Radical; 9Partido

Conservador Colombiano; 18

Alianza Verde; 5

Other; 7

Centro

Democrárico; 20

Partido

Democrátioco Alternativo; 5

Governo*IndependentesOposição

Senado

(*) Unidad Nacional coalisão

Partido Liberal

Colombiano; 39

Partido Social de

Unidad Nacional; 37

Partido Cambio

Radical; 16

Partido

Conservador Colombiano; 27

Alianza Verde; 6

Other; 19

Centro

Democrárico; 19

Partido

Democrátioco Alternativo; 3

Câmara do Deputados

América Latina em Foco

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LATAM MACRO REPORT

A queda da receita oriunda da estatal

Ecopetrol corroe as receitas do

governo.

O texto da reforma fiscal passou na Câmara e no

Senado sem grandes alterações e deve ser

sancionado pelo presidente ainda em 2016. Os

principais detalhes dessa reforma incluem (i) aumento de

3 pontos percentuais no IVA (de 16,0% para 19,0%) e (ii)

redução gradual do imposto de renda para empresas para

33,0% (dos atuais 42,0% para 40,0% em 2017, 37,0% em

2018 e finalmente 33,0% em 2019). O Congresso retirou

do texto a proposta impopular de reduzir o piso de

contribuição para o imposto de renda de pessoa física.

Nossa expectativa é que a aprovação da reforma fiscal

reduza a possibilidade de rebaixamento da classificação

de risco soberano. Algumas agências de risco

anunciaram que poderiam rebaixar a classificação de

risco do país caso a aprovação da reforma fiscal fosse

postergada para 2017, o que forçaria os ajustes no

orçamento a começarem somente em 2018.

Desde o final de novembro, o cenário para os preços

do petróleo mudaram significantemente, refletindo o

acordo firmado pela Organização dos Países

Exportadores de Petróleo (OPEP). O acordo prevê a

redução de 1,2 milhão de barris por dia para os próximos

seis meses. Após o acordo, o preço do barril de petróleo

saltou de US$ 50/barril para US$ 55/barril e o peso

colombiano se valorizou em 5,0% em relação ao dólar.

Para 2017, acreditamos que o cenário externo será

mais favorável para o país, com melhora nos termos

de troca, em linha com a perspectiva mais positiva

para os preços do petróleo. Tal movimento ajudará a

reverter a deterioração das contas fiscais e a reduzir o

déficit em conta corrente (próximo de 6,0% do PIB em

junho de 2016). Nesse sentido, acreditamos que haverá

melhora na percepção de risco do país, o que deve tornar

a Colômbia mais atrativa para os investimentos externos.

Sendo assim, nosso cenário prevê crescimento

econômico, reflexo do aumento do preço do petróleo, e

dos primeiros benefícios da aprovação do acordo de paz.

Em relação à política monetária, esperamos que a

inflação continue desacelerando em 2017, encerrando o

ano em 3,9%, abaixo do limite superior da meta (entre

2,0% e 4,0%), refletindo a expectativa mais favorável para

os preços de alimentos. Diante dessa forte desaceleração

da inflação, o Banco Central dará continuidade ao

processo de redução da taxa básica de juros iniciado em

dez/16, conduzindo a taxa para 5,75% no final de 2017.

0.4 0.4 0.4 0.4 0.50.8 0.9

1.6

0.60.9 1.1

1.91.4

0.5

0.5 0.40.7 0.7

0.90.7 0.6

1.2

0.3

0.7

1.5

1.4

1.2

0.6

0.9 0.81.1 1.1

1.4 1.5

2.8

1.6

2.6

3.3

2.6

1.1

0.0

0.5

1.0

1.5

2.0

2.5

3.0

3.5

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

2015

Total ex-Ecopetrol

Ecopetrol

Total

Receitas do governo em % do PIB

Fonte: Ministerio de Hacienda y Crédito Público

América Latina em Foco

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LATAM MACRO REPORT

Mesmo diante de um cenário externo adverso, com

baixos preços do petróleo e fraco crescimento dos

EUA, a economia mexicana tem apresentado um bom

desempenho nos últimos dois anos. O país cresceu

em ritmo moderado, sustentado pelas condições

favoráveis da demanda doméstica (melhora consistente

do emprego e da renda real). Para os próximos anos, o

México pode se defrontar novamente com um cenário

externo adverso em função da eleição de Donald Trump

como presidente dos EUA. O resultado dessas eleições

elevou a incerteza quanto à política norte-americana

durante o próximo governo. A proposta de Trump de

renegociar os termos do NAFTA (e possivelmente até

extingui-lo) e sua posição com relação à imigração,

apresentadas durante a campanha, elevaram o risco dos

EUA imporem algumas barreiras comerciais, além de

elevar o controle imigratório.

O impacto direto do eventual maior protecionismo

dos EUA sobre as exportações mexicanas pode ser

substancial, uma vez que esse país é o principal destino

das exportações mexicanas (83,0% das exportações ex-

petróleo e 49,0% das exportações de petróleo).

Adicionalmente, mais de 20,0% de todos os produtos

manufaturados no México são exportados para os EUA

(e, em grande parte, são insumos para a indústria

americana). Sendo assim, a possível restrição no

comércio deveria afetar a produção e o emprego do setor

industrial mexicano, o que teria impactos sobre o

consumo doméstico do país.

Adicionalmente, o maior protecionismo dos EUA

implicaria redução de investimentos no México. Isso

poderia ocorrer pela queda do influxo de investimentos

estrangeiros diretos (os EUA são responsáveis por mais

de 60,0% desse componente), uma vez que o aumento do

imposto de importação norte-americano reduziria a

vantagem competitiva dos produtos mexicanos. Por outro

lado, o canal de contágio poderia ser por meio da queda

da confiança industrial, como reflexo do aumento da

aversão ao risco e da incerteza política. Diante desse

cenário, a depreciação cambial mais intensa poderia

mitigar o impacto final sobre a economia do país.

• A eleição de Donald Trump se constitui em potencial fator de risco para os próximos anos.

• O impacto de um possível comportamento mais protecionista dos EUA afeta negativamente o

crescimento econômico mexicano.

• As remessas de não residentes podem ser impactadas caso sejam aprovadas maiores

restrições sobre a política de imigração para os EUA.

• Apesar dos fundamentos macroeconômicos do país continuarem sólidos, esperamos alguma

desaceleração do crescimento em 2017, refletindo a maior complexidade do cenário externo.

Crescimento do consumo

doméstico tem garantido o

crescimento sólido do país nos

últimos anos

Mexico

Exportações mexicanas são muito

dependentes da economia dos EUA.

2%

-12.0%

-10.0%

-8.0%

-6.0%

-4.0%

-2.0%

0.0%

2.0%

4.0%

6.0%

8.0%

Sep

-03

Mar

-04

Sep

-04

Mar

-05

Sep

-05

Mar

-06

Sep

-06

Mar

-07

Sep

-07

Mar

-08

Sep

-08

Mar

-09

Sep

-09

Mar

-10

Sep

-10

Mar

-11

Sep

-11

Mar

-12

Sep

-12

Mar

-13

Sep

-13

Mar

-14

Sep

-14

Mar

-15

Sep

-15

Mar

-16

Sep

-16

México GDP: Contribuição para o crescimento do PIB

Consumo das famíliasGastos do GovernoInvestimentoExportações líquidasCres. do PIB (a/a)

Fonte: Bloomberg

EUA

80.2%

América

Latina8.4%

Outros

6.4%

União

Europeia5.0%

Principais destinos das exportações mexicanas

Fonte: Bloomberg

América Latina em Foco

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LATAM MACRO REPORT

12

Os efeitos de uma política imigratória mais

restritiva nos EUA sobre a economia mexicana

também seriam significativos. De fato, tal política (i)

reduziria a renda disponível e o consumo doméstico

no México, reflexo da diminuição das remessas dos

imigrantes que vivem nos EUA (as remessas

correspondem a um fluxo de 2,0% do PIB por ano); e

(ii) essa queda do fluxo de dólares para o país

deterioraria o saldo das transferências unilaterais³. A

combinação da queda nas exportações, com menores

remessas e um menor influxo de investimento

estrangeiro direto (IED) resultará na deterioração da

balança de pagamentos do país. Diante desse cenário,

o déficit em conta corrente se tornará bem maior que

os atuais 2,9%, e mais difícil de financiar, por conta do

menor fluxo de IED, adicionando pressão sobre a

moeda em 2017.

Para 2017, esperamos que esse cenário mais

adverso resulte em uma desaceleração do

crescimento do PIB, de 2,3% em 2016 para 1,8% em

2017, refletindo os investimentos, as exportações e

a produção industrial mais fracos. Entretanto,

apesar do cenário externo negativo, os fundamentos

macroeconômicos domésticos continuam sólidos. A

aprovação do ajuste fiscal pelo governo irá manter o

déficit fiscal sob controle e a política monetária tem se

mostrado preventiva, mantendo a estabilidade

financeira. O maior risco para o nosso cenário pode vir

de uma desaceleração mais intensa do crescimento do

país, deprimindo as receitas do governo, o que

tornaria as metas do ajuste fiscal impossíveis de

cumprir. Isso, em última instância, resultaria no

rebaixamento da classificação de risco soberano do

país por alguma agência de risco.

A importância histórica das remessas

de não residentes para mitigar o déficit

em conta corrente.

_______________________

3 Renda secundária segundo a metodologia BPM6.

-1.54%

2.46%

-2.90%

-6.0%

-3.0%

0.0%

3.0%

ma

r/00

dez

/00

set/

01

jun

/02

ma

r/03

dez

/03

set/

04

jun

/05

ma

r/06

dez

/06

set/

07

jun

/08

ma

r/09

dez

/09

set/

10

jun

/11

ma

r/12

dez

/12

set/

13

jun

/14

ma

r/15

dez

/15

set/

16

Conta corrente em % do PIB

Balança Comercial Balança de ServiçosRendas Trans. UnilateraisConta Corrente

Fonte: Bloomberg

América Latina em Foco

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LATAM MACRO REPORT

Esperamos ligeira aceleração do crescimento

econômico peruano. A variação do PIB deve

acelerar para 4,0% em 2017, ante 3,8% projetado para

este ano, impulsionada pela retomada dos

investimentos, que mostrarão crescimento moderado

após a contração verificada em 2016. O crescimento

do consumo deve acelerar, em linha com o PIB. Em

contrapartida, a contribuição do setor de extração

mineral para o aumento do PIB deve ser menor após a

forte expansão deste ano, com a conclusão dos

projetos de ampliação da capacidade produtiva, em

especial no caso do cobre.

Uma perspectiva mais favorável para os preços

dos metais vai impulsionar o investimento e a

melhoria da conta corrente. Os preços dos metais

dispararam nos últimos meses, o que deve atrair

investimentos em mineração. Outro efeito será

observado nas contas externas, com o crescimento

das exportações. Enquanto o déficit na balança

comercial caiu neste ano, beneficiado pelo aumento da

quantidade exportada de cobre que refletiu o aumento

da capacidade de produção, esperamos que no

próximo ano a melhora seja explicada pelos preços

mais elevados dos metais. Com isso, projetamos que

o déficit em conta corrente caia de 3,8% para 3,0% do

PIB em 2017.

Além disso, o governo planeja realizar

investimentos em infraestrutura. O programa de

governo do presidente Kuczynski prevê um

crescimento nos investimentos em infraestrutura e

ampliação dos gastos com saúde e educação. O

governo também está tentando atrair investidores

estrangeiros para os projetos de infraestrutura.

O déficit fiscal deve crescer. O aumento das

despesas públicas, a redução nos impostos sobre o

consumo e mudanças no regime tributário das

empresas devem contribuir para uma ampliação do

déficit fiscal. Por outro lado, o aumento dos preços dos

metais deve impulsionar as receitas tributárias. Vale

mencionar que a situação das contas públicas já

piorou ao longo dos últimos anos com o déficit primário

atingindo 1,3% do PIB. No entanto, o nível

relativamente baixo da dívida pública (cerca de 26,0%

do PIB) permite algum estímulo fiscal adicional.

• Esperamos ligeira aceleração do crescimento do PIB em 2017 impulsionada pelo aumento dos

preços do cobre.

• A inflação deve permanecer próxima ao teto da meta, levando o Banco Central a manter as

taxas de juros no nível atual.

• O cenário político, no entanto, será desafiador.

Peru

0.4 0.10.8 0.6

1.11.6

3.9

5.2

4.1

-0.3

1.2

3.0 3.0

1.7

0.7

-1.3 -1.3

0

20

40

60

-4

-2

0

2

4

6

2000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

2015

2016

e

Resultado Primário e Dívida Pública (% do PIB)

Resultado Primário

Dívida Pública (direita)

Fonte: FMI

O déficit fiscal deve crescer, mas não

é preocupação de curto prazo devido

a baixa dívida em relação ao PIB

O crescimento deve acelerar

gradualmente com a ampliação

dos investimentos

6.3

7.5

8.59.1

1.0

8.5

6.56.0 5.8

2.4

3.33.8 4.0

4.3

0

2

4

6

8

10

2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016* 2017* 2018*

Crescimento do PIB (%)

Fonte: CEIC (*) projeções Bradesco

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LATAM MACRO REPORT

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A inflação deve cair em 2017, mas

o Banco Central deve manter as

taxas de juros inalteradas

A inflação deve ceder ao longo de 2017. A inflação

deve continuar em uma trajetória de desaceleração e

esperamos que atinja 2,8% no final do ano, ante 3,0%

em 2016, com a ajuda do crescimento abaixo do

potencial. Esperamos que o câmbio tenha uma ligeira

depreciação para PEN/US$ 3,55 no final de 2017.

O Banco Central deve manter os juros no nível

atual. Além da queda da inflação corrente, as

expectativas também estão cedendo e, de acordo com

a última pesquisa do Banco Central, a mediana da

projeção dos analistas é de 2,7% em 2017 e 2,5% em

2018. Apesar do cenário mais favorável, a inflação

deverá permanecer em torno do teto da meta (3,0%).

Com isso, acreditamos que o Banco Central manterá

as taxas de juros no nível atual ao longo de 2017. Um

risco para esse cenário é a possível elevação mais

rápida dos juros americanos que leve a uma

depreciação cambial mais intensa e,

consequentemente, a maiores pressões inflacionárias,

o que poderia levar o Banco Central a apertar a

política monetária.

O cenário político será desafiador. O governo tem

pequena minoria no Congresso, enquanto o partido de

oposição tem maioria absoluta. Em 2016, no entanto,

o Congresso deu ao presidente o poder de legislar por

decreto em alguns temas para implantar suas

propostas de campanha. Já em 2017, o governo terá

que negociar com a oposição para conseguir legislar.

-0.1%

6.7%

0.2%

4.7%

2.3%

4.6%

3.3%

-1%

0%

1%

2%

3%

4%

5%

6%

7%

8%

May

-06

No

v-06

May

-07

No

v-07

May

-08

No

v-08

May

-09

No

v-09

May

-10

No

v-10

May

-11

No

v-11

May

-12

No

v-12

May

-13

No

v-13

May

-14

No

v-14

May

-15

No

v-15

May

-16

No

v-16

Inflação (% yoy)

Fonte: CEIC

meta de inflação

Fuerza Popular56.2%

Frente Amplio15.4%

Peruanos Por el Kambio13.8%

Alianza Para el Progreso6.9%

Acción Popular3.8%

APRA (Partido Aprista Peruano)3.8%

Congress Composition

O Presidente Kuczynski tem

minoria no Congresso

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Equipe Técnica

Fernando Honorato Barbosa – Economista Chefe

Economistas: Ana Maria Bonomi Barufi / Andréa Bastos Damico / Ariana Stephanie Zerbinatti / Constantin Jancso / Daniela Cunha de

Lima / Ellen Regina Steter / Estevão Augusto Oller Scripilliti / Fabiana D’Atri / Igor Velecico / Leandro Câmara Negrão /

Marcio Aldred Gregory / Myriã Tatiany Neves Bast / Priscila Pacheco Trigo / Regina Helena Couto Silva /

Thomas Henrique Schreurs Pires

Estagiários: Alexandre Stiubiener Himmestein / Bruno Sanchez Honório / Christian Frederico M. Moraes / Fabio Rafael Otheguy

Fernandes / Felipe Alves Fêo Emery de Carvalho / Mariana Silva de Freitas / Rafael Martins Murrer

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