DEPECON Departamento de Pesquisas e Estudos...

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DEPECON Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos Material para os Sindicatos SINDILOUÇA Abril de 2014

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DEPECON

Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

Material para os Sindicatos

SINDILOUÇA

Abril de 2014

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Sumário

1. Perspectivas do Cenário Econômico em 2014 ............................................................................................ 3

2. Balança Comercial ....................................................................................................................................... 6

3. Produtividade Física do Trabalho na Indústria de Transformação em Fevereiro de 2014 ....................... 11

BRASIL ............................................................................................................................................................ 11

ESTADO DE SÃO PAULO ................................................................................................................................. 14

4. Empregos e Salários nos Setores CNAE do Sindicato ................................................................................ 16

SINDILOUÇA ................................................................................................................................................... 16

4.1. Setores CNAE no Sindicato ............................................................................................................ 16

4.2. Evolução da Ocupação ................................................................................................................... 16

4.3. Evolução Real dos Salários............................................................................................................. 17

4.4. Nível de Emprego .......................................................................................................................... 18

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1. Perspectivas do Cenário Econômico em 2014

O cenário econômico em 2014 não deverá mostrar bom desempenho da atividade doméstica. Nós do

Depecon-Fiesp projetamos expansão de apenas 1,4% do PIB brasileiro este ano, após crescimento de 2,3% em

2013. Entre os principais motivos que respaldam essa baixa expectativa, destacamos o menor vigor do

comportamento do consumo das famílias e disposição dos empresários em investir, além das fontes externas

de risco à economia doméstica (política de juros dos EUA e crise argentina, por exemplo) e a permanência

fatores que retiram competitividade dos setores produtivos (alta carga tributária, elevações dos custos com

mão-de-obra, etc).

Esperamos que o PIB da Indústria Total cresça somente 1,0% em 2014, o que representaria pequena

diminuição frente à expansão de 1,3% no ano passado. Em relação ao PIB da Indústria de Transformação,

projetamos recuo de 0,8% em 2014, após o modesto crescimento de 1,9% em 2013 e a contração de 2,4% em

2012. A elevação da taxa doméstica de juros – a Selic variou de 7,25% em abril de 2013 para 11% em abril de

2014 -, a menor confiança do empresariado industrial, a perspectiva de baixo crescimento do PIB e o ambiente

cercado de incertezas formam um cenário de fraqueza dos investimentos ao longo deste ano.

De acordo com uma pesquisa conduzida pela Confederação Nacional da Indústria – CNI junto a 684 empresas

da Indústria de Transformação brasileira, as intenções de investimento em 2014 atingiram o menor nível da

série histórica iniciada em 2010.

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Acreditamos em expansão de 5,1% das Exportações de Bens e Serviços em 2014, após a modesta alta de 2,5%

em 2013. A desvalorização do Real e a retomada, ainda que gradual, do comércio mundial, em especial por

parte das economias desenvolvidas, sustentam a nossa visão de elevação das exportações. Por outro lado,

esperamos que as Importações de Bens e Serviços cresçam em menor ritmo, apenas 0,3% em 2014, bem

abaixo do crescimento do ano passado, o qual chegou a 8,4%. O baixo crescimento das importações é devido

especialmente ao menor crescimento do PIB brasileiro e a desvalorização da taxa de câmbio.

No entanto, a crise econômica na Argentina é importante fator de risco para a economia brasileira em 2014,

principalmente para a Indústria de Transformação. O país vizinho comprou 8,1% das exportações brasileiras

em 2013, de acordo com dados da FUNCEX. Em relação aos produtos manufaturados, 19,4% do total

exportado pelo Brasil no ano passado tiveram como destino a Argentina, o que demonstra claramente a

interdependência comercial entre tais países.

Em resumo, a atividade doméstica deverá mostrar baixo crescimento em 2014, com destaque ao

enfraquecimento dos investimentos e à manutenção do quadro de baixo dinamismo da indústria. Já o setor

externo pode contribuir positivamente este ano, apesar dos riscos relacionados às exportações para a

Argentina.

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Projeções

5,2 -0,3 7,5 2,7 1,0 2,3 1,4PIB Indústria (%) 4,1 -5,6 10,4 1,6 -0,8 1,3 1,0 Extrativa Mineral (%) 3,5 -3,2 13,6 3,2 -1,1 -2,8 4,6

Transformação (%) 3,0 -8,7 10,1 0,1 -2,4 1,9 -0,8

Construção Civil (%) 7,9 -0,7 11,6 3,6 1,4 1,9 1,7 Serviços Industriais de Utilidade Pública (SIUP) (%)

4,5 0,9 8,1 3,8 3,5 2,9 2,8

PIB Agropecuária (%) 6,3 -3,1 6,3 3,9 -2,1 7,0 0,6

PIB Serviços (%) 4,9 2,1 5,5 2,7 1,9 2,0 1,4

Consumo das Famílias (%) 5,7 4,4 6,9 4,1 3,2 2,3 1,9Consumo do Governo (%) 3,2 3,1 4,2 1,9 3,3 1,9 2,5Formação Bruta de Capital Fixo (%) 13,6 -6,7 21,3 4,7 -4 ,0 6,3 -1,1Exportações de Bens e Serviços (%) 0,5 -9,1 11,5 4,5 0,5 2,5 5,1Importações de Bens e Serviços (%) 15,4 -7,6 35,8 9,7 0, 2 8,4 0,3

Exportações (US$ bilhões) 197,9 153,0 201,9 256,0 242,6 2 42,2 248,2Importações (US$ bilhões) 173,0 127,6 181,6 226,2 223,1 2 39,6 244,7

Saldo da Balança Comercial (US$ bilhões) 24,9 25,4 20, 3 29,8 19,5 2,6 3,5

Exportações (%) 23,2 -22,7 32,0 26,8 -5,3 -0,2 2,5Importações (%) 43,4 -26,2 42,3 24,6 -1,4 7,4 2,1Saldo da Balança Comercial (%) -37,7 2,0 -20,1 47,0 -34, 8 -86,9 38,8

PIM - IBGE/Produção Física Brasil (%) 3,1 -7,4 10,5 0,4 -2,5 1,2 -0,7INA - FIESP (%) 4,5 -9,3 10,4 0,7 -4,1 2,1 -1,6Emprego Industrial São Paulo - FIESP (%) -0,3 -4,6 4,7 -0,1 -2,0 -1,4 0,1Emprego Industrial Brasil - IBGE (%) -1,2 -2,4 -0,4 -0, 4 -1,4 -1,7 0,0

Fonte: IBGE, Fiesp, e Secex/MDIC

Efetivo

Crescimento do PIB (%)

Ótic

a da

Ofe

rtaÓ

tica

da

Dem

anda

Set

or E

xter

no

INDICADORES2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

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2. Balança Comercial

O saldo da balança comercial brasileira sofreu significativa deterioração em 2013. As exportações em 2013

totalizaram US$ 242,2 bilhões, leve queda de 0,2% em relação ao ano passado. Já as importações cresceram

em um ritmo forte, de 7,4%, chegando a US$ 239, 6 bilhões, o que resultou no saldo comercial de apenas US$

2,5 bilhões em 2013, refletindo uma queda de 86,8% do superávit obtido no ano anterior. A queda no saldo

é reflexo em boa medida do déficit da conta petróleo, que no ano passado atingiu US$ 23,2 bilhões, bem como

do crescimento das importações frente à relativa estabilidade das exportações.

Os produtos primários corresponderam a quase metade das exportações brasileiras (47,8%), seguidos dos

bens manufaturados (39,3%) e semimanufaturados (12,9%). Já em relação às importações, a composição da

pauta muda de forma radical: grande parte é proveniente dos produtos manufaturados (82,7%), seguidos por

básicos (13,9%) e semimanufaturados (3,4%).

7

Com relação às exportações, a maior queda relativa ocorreu nos produtos semimanufaturados (-7,6%),

seguida pelo leve recuo das vendas dos bens básicos (-0,4%). As exportações de manufaturados avançaram

(2,6%). No entanto, na análise desagregada das importações constata-se que a elevação teve perfil

generalizado: combustíveis e lubrificantes (14,7%), matérias-primas e intermediários (6,7%), bens de consumo

(4,0%) e bens de capital (6,2%). Importante mencionar que tal elevação ocorreu apesar da desvalorização do

real no ano passado, de aproximadamente 15%, elevando os preços dos produtos importados quando

convertidos na moeda nacional.

Em relação aos produtos manufaturados, nota-se que no período recente as exportações brasileiras perderam

competitividade. Entre os principais motivos para o crescente déficit comercial de manufaturas, podemos citar

o período de valorização do Real (ao tornar mais atrativas as importações e desestimular as exportações), a

elevação do custo de mão-de-obra (tornando mais caro o produto nacional frente ao importado), bem como

as deficiências logísticas e a perda de mercado para concorrentes asiáticos, em especial pelas manufaturas

chinesas.

Em 2013, a balança comercial de manufaturados apresentou o maior déficit comercial da história, de

aproximadamente US$ 105 bilhões. De maneira mais ampla, envolvendo também semimanufaturados, dentre

os 22 setores da Indústria de Transformação, apenas 7 exibiram superávit comercial em 2013, segundo dados

da Funcex: alimentos, metalurgia, outros equipamentos de transporte, papel e celulose, fumo, calçados e

couros, e madeira.

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10

Em relação ao coeficiente de importação1, entre os anos de 2007 e 2013 houve crescimento generalizado

entre os diversos segmentos da indústria: dos 35 segmentos acompanhados pelo Derex-Fiesp, apenas em

apenas 4 houve diminuição do coeficiente, a saber: produtos de madeira (de 3,2% para 1,7%),

eletrodomésticos (de 13,9% para 12,7%), instrumentos médico-hospitalares (de 63,5% para 60,3%) e

aeronaves (de 120% a 38,1%).

Ademais, em 10 segmentos a elevação foi superior a 10 pontos percentuais ao longo do período supracitado:

outros equipamentos de transporte (27,5 pp), máquinas e materiais elétricos (18,5 pp), couros (17,5 pp),

máquinas e equipamentos para fins industriais e comerciais (13,8 pp), máquinas para escritório e

equipamentos de informática (12 pp), máquinas e equipamentos para extração mineral e construção (11,9

pp), vestuário (11,6 pp), produtos diversos (10,7pp), têxteis (10,4 pp) e fundição de tubos de ferro e aço (10,2

pp), o que fornece significativos indícios da grande penetração de importados.

1 O coeficiente de importação é definido como a participação das importações no consumo doméstico de bens industriais.

O consumo doméstico, por sua vez, corresponde à soma da produção e as importações subtraídas das exportações.

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3. Produtividade Física do Trabalho na Indústria de Transformação em

Fevereiro de 20142

BRASIL

2 O indicador de produtividade é elaborado pelo Depecon/Fiesp a partir dos dados das pesquisas PIM-PF e PIMES do IBGE.

Aumento da

Produtividade =

“Mais produto com

menos horas”

Queda da

Produtividade =

“Menos produto

com mais horas”

Produtividade

Física do

Trabalho

= Produção Física

Total de Horas Pagas

O quanto é produzido com

cada hora de trabalho paga =

Produtividade

crescendo desde

janeiro de 2013.

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AUMENTO DA

PRODUTIVIDADE

Mais produto com mesma

quantidade de horas

Mais produto com

menos horas

Mesma quantidade de

produto com menos horas

Menos produto com

muito menos horas

Muito mais produto

com mais horas

DIVERSAS FORMAS DE AUMENTAR A PRODUTIVDADE

Não é muito

positivo Junho/13 a Fevereiro/14: mais produto com

menos horas

Aumento da

produtividade

desde janeiro/2013

Janeiro/13 a Maio/13: menos produto com

muito menos horas

Setores com queda de

produtividade

Setores com aumento de

produtividade

13

Quando

positivo =

Ganhos de

produtividade maiores

que ganhos reais de

salários

Quando

negativo =

Ganhos reais de

salários maiores que

ganhos de

produtividade

Diferencial = Variação da

Produtividade

Variação da Folha Real por

Trabalhador -

- +

Desde março de

2011, ganhos

reais de salários

maiores que

ganhos de

produtividade.

A partir de

dezembro 2013,

os dois ganhos se

igualam.

Setores com ganhos reais de

salários maiores que ganhos

de produtividade

Setores com ganhos de

produtividade maiores que

ganhos reais de salários

14

ESTADO DE SÃO PAULO

Setores com queda de

produtividade

Setores com aumento de

produtividade

Produtividade

crescendo desde

fevereiro de 2013.

15

Desde maio de

2011, ganhos

reais de salários

maiores que

ganhos de

produtividade

Setores com ganhos reais de

salários maiores que ganhos

de produtividade

Setores com ganhos de

produtividade maiores que

ganhos reais de salários

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4. Empregos e Salários nos Setores CNAE do Sindicato

Os dados a seguir visam a apresentar um panorama geral sobre os setores incluídos no sindicato patronal

quanto ao emprego e a remuneração média no Estado de São Paulo. Os setores CNAE do sindicato foram

levantados pela Central de Serviços (CSER) da Fiesp e do Ciesp. A partir desta informação, levantamos dados

do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) contidos na Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) e no

Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) para os setores contidos no sindicato dentro do

Estado de São Paulo.

Os dados de número de empregados formais e remuneração mensal média são encontrados na RAIS. No

entanto, os dados mais recentes disponíveis são de 2012. Para atualizar o número de empregados formais

para 2013, foi utilizado o saldo de empregos gerado no ano divulgados no CAGED. Para a remuneração mensal

média, foi utilizado o aumento salarial da convenção coletiva do sindicato do ano de 2013.

SINDILOUÇA - SINDICATO DA INDÚSTRIA DA CERÂMICA DE LOUÇA DE PÓ DE PEDRA, DA PORCELANA E DA

LOUÇA DE BARRO NO ESTADO DE SÃO PAULO

4.1. Setores CNAE no Sindicato

O SINDILOUÇA inclui os seguintes setores CNAE 2.0:

• 23.41-9: Fabricação de produtos cerâmicos refratários

• 23.42-7: Fabricação de produtos cerâmicos não-refratários para uso estrutural na construção

• 23.49-4: Fabricação de produtos cerâmicos não-refratários não especificados anteriormente

• 23.30-3: Fabricação de artefatos de concreto, cimento, fibrocimento, gesso e materiais semelhantes

4.2. Evolução da Ocupação

Segundo dados da RAIS e do CAGED do Ministério do Trabalho para o Estado de São Paulo, entre 2006 e 2013,

o emprego formal nos setores do sindicato3 cresceu 21,3%, superior ao crescimento apresentado pela

Indústria de Transformação no período, que variou 18,5%. Assim, os setores do sindicato, que eram

3 Os dados levam em conta os setores CNAE 2.0 do sindicato no Estado de São Paulo, não representando necessariamente

as empresas associadas ao sindicato.

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responsáveis, em 2006, por 2,6% do total de pessoal ocupado na Indústria de Transformação Paulista,

aumentaram sua participação para 2,7% em 2013.

4.3. Evolução Real dos Salários

Entre 2006 e 2013, a remuneração mensal média dos setores do sindicato no estado acumulou um aumento

real de 25,6%.

2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013*

Var

absoluta

2006-13

Var. %

2006-13

INDÚSTRIA DE

TRANSFORMAÇÃO

PAULISTA

2.213.257 2.373.648 2.450.966 2.409.684 2.588.295 2.629.924 2.614.328 2.621.761 408.504 18,5%

Setores

SINDILOUÇA57.738 61.003 64.066 65.006 69.241 72.152 72.249 70.046 12.308 21,3%

Fonte: RAIS e CAGED / MTE

*Valores estimados a partir dos dados CAGED (série ajustada - incorpora as informações entregues fora do prazo)

Pessoal Ocupado

2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013*Var. %

2006-13

Setores

SINDILOUÇA1.489 1.484 1.541 1.604 1.682 1.770 1.823 1.871 25,6%

Fonte: RAIS/MTE e BACEN

Remuneração Mensal Média em R$ de 2013

*Valor de 2013 estimado a partir do acordo coletivo. Pelo acordo coletivo, o aumento salarial em 2013 foi de 8,3%.

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4.4. Nível de Emprego

De janeiro a fevereiro de 2014, os setores do sindicato no estado acumularam um saldo positivo de 475 vagas,

o que equivale a um aumento de 0,7% no nível de emprego. O saldo acumulado este ano é inferior ao

acumulado no mesmo período de 2010 e 2011 e superior a 2012 e 2013.

2010 2011 2012 2013 2014

Setores

SINDILOUÇA891 1.057 340 24 475

Saldo de Empregos Acumulado no Ano (Janeiro a Fevereiro)

Fonte: CAGED/MTE (série a justada - incorpora as informações entregues fora prazo)