Deriva Semântica Ou Mudança Conceitual

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    GT 4 Gesto de Unidades de Informao

    GESTO DO CONHECIMENTO NO CONTEXTO ORGANIZACIONAL

    BRASILEIRO: DERIVA SEMNTICA OU MUDANA CONCEITUAL?

    Rivadvia Correa Drummond de Alvarenga NetoDoutor em Cincia da Informao, Professor Titulardo Programa de Mestrado Profissional emAdministrao FEAD [email protected]

    Ricardo Rodrigues BarbosaPhD, Professor Titular, Escola de Cincia da

    Informao, Universidade Federal de Minas Gerais,[email protected]

    Resumo: Investiga e analisa as concepes, motivaes, prticas e resultados de gesto do conhecimento(GC) efetivamente implementados em trs grandes organizaes brasileiras. A estratgia de pesquisa qualitativabaseou-se em estudos de casos mltiplos com unidades de anlise incorporadas e trs critrios foram observadospara o julgamento da qualidade da pesquisa: a validade do construto, a validade externa e a confiabilidade.Fontes mltiplas de evidncias foram utilizadas e a anlise de dados coletados em campos consistiu de trsfluxos concomitantes de atividades, a saber: reduo de dados, display ou exibio de dados everificao/concluses com base em inferncias a partir de evidncias ou premissas. Os resultados confirmaramos pressupostos e conclui-se que os principais desafios impostos s organizaes comprometidas com a GC

    concentram-se na gesto de mudanas culturais e comportamentais e na criao de um contexto organizacionalfavorvel criao, uso e compartilhamento de informaes e conhecimentos.

    Abstract:The main objective is to investigate and analyze the conceptions, motivations, practices and resultsof knowledge management(KM) effectively implemented in three large Brazilian organizations. Thequalitative research strategy used was the study of multiple cases with incorporated units of analysis and threecriteria were observed for the judgment of the quality of the research project: validity of the construct, externalvalidity and reliability. Multiple sources of evidence were used and data analysis consisted of three flows ofactivities: data reduction, data displays and conclusion drawing/verification. The results confirmed thepresuppositions and the fact that KM means a rethinking of management practices in the information era. It wasalso identified that the main challenges facing organizations committed to KM have its focus on change

    management, cultural and behavioral issues and the creation of an enabling context that favors the creation, useand sharing of information and knowledge.

    Palavras-Chave: gesto do conhecimento; contexto capacitante; metfora do guarda-chuva conceitual dagesto do conhecimento; gesto da informao e do conhecimento; gesto estratgica do conhecimento.

    Keywords: knowledge management; enabling conditions; knowledge management conceptual umbrellametaphor; knowledge and information management; strategic knowledge management.

    mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]
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    INTRODUOA emergncia de um paradigma tecno-econmico baseado em inovao, informao e

    conhecimento, bem como a crescente consolidao de tecnologias como a microeletrnica, atecnologia de informao e as redes de computadores, trazem tona questes complexas e

    multifacetadas para as organizaes contemporneas. Uma breve anlise do cenrio atualpermite algumas constataes de vulto, a saber: (i) a percepo de que a informao e oconhecimento consolidam-se como os principais fatores de diferenciao para acompetitividade organizacional e o surgimento de um sem fim de novas abordagens e/ouferramentas gerenciais atinentes s questes da informao e do conhecimento nasorganizaes, sob a gide da rea denominada gesto do conhecimento organizacional:gesto integrada de recursos informacionais e gesto estratgica da informao, gesto docapital intelectual, aprendizagem organizacional e e-learning, inteligncia competitiva emonitorao ambiental, sistemas de informao gerenciais e balanced scorecard, memriaorganizacional e gesto de contedo, dentre outros; (ii) a existncia de uma certa indefinioconceitual e toda a controvrsia acerca da discusso sobre a epistemologia da rea que vem

    sendo denominada de Gesto do Conhecimento ou Knowledge Management. Trata-se deuma deriva semntica pop-management ou de uma mudana conceitual? Um caso develhos vinhos em novas garrafas ou um repensar das estratgias e prticas de gesto para asorganizaes da era do conhecimento?

    O presente trabalho fruto de uma tese de doutorado que procurou discutir o conceitoda Gesto do Conhecimento (GC), seus motivadores e elementos constituintes, reasfronteirias e interfaces, origens, cenrios e perspectivas, prticas, abordagens gerenciais eferramentas, dinmica e demais aspectos, pari passu ao distanciamento da discusso

    puramente terminolgica, de vis ingnuo, ensimesmado e incuo. A discusso terminolgicaacerca da GC alimenta-se da indefinio, da discusso e de toda a controvrsia sobre osconceitos e linhas divisrias entre dado, informao, conhecimento e sabedoria - j de longediscutidas, sem consenso, por reas de conhecimento consolidadas, como a sociologia e afilosofia e por outras reas como a cincia da informao, a administrao e a cincia dacomputao. Tal discusso epistemolgica no objetivo deste trabalho, embora reconhea-seque seu cunho filosfico seja interessante, relevante e intelectualmente estimulante. Fato que a GC vem se constituindo como inovao organizacional, requerendo assim uma novaforma de se olhar e de se pensar a organizao. Reconhece-se tambm que a GC fenmenocomplexo e multifacetado, seu conceito polmico e controverso e acredita-se que a expresso,embora largamente utilizada, apresenta nfases e interfaces diferenciadas, merecedoras deanlises mais meticulosas e articuladas. Infere-se que tais anlises possam ser possivelmentemapeadas e integradas em um modelo conceitual, arqutipo ou mapa, sem a pretenso ao

    hermetismo e congruente aos propsitos metodolgicos de definio e redefinio exausto.Os pressupostos bsicos do referido trabalho foram dois, respectivamente: (i) grandeparte do que se convenciona chamar ou se atribui o nome de GC na verdade gesto dainformao e a gesto da informao apenas um dos componentes da GC. Destarte, acredita-se que a GC v alm da pura gesto da informao por incluir e incorporar outros aspectos,temas, abordagens e preocupaes como as questes de criao, uso e compartilhamento deinformaes e conhecimentos, criao do contexto adequado ou contexto capacitante, dentreoutros; (ii) um modelo conceitual pode ser formulado a partir de trs concepes bsicas queso formadoras das estruturas ou pilares nas quais esse mesmo modelo ou mapa sefundamenta e se sustenta, a saber: (a) uma concepo estratgica da informao e doconhecimento, fatores de competitividade para organizaes e naes, (b) a introduo de tal

    estratgia nos nveis ttico e operacional atravs das vrias abordagens gerenciais eferramentas orientadas para as questes da informao e do conhecimento nas organizaes,

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    que se chamam continuamente ao dilogo, sendo imbricadas e passveis de orquestrao e (c)a criao de um espao organizacional para o conhecimento, o Ba ou o contexto capacitante- que so as condies favorveis que devem ser propiciadas pelas organizaes para que asmesmas possam sempre se utilizar da melhor informao e do melhor conhecimento

    disponveis.A problemtica que se desenha no campo se revela e se desdobra na forma deperguntas de pesquisa: Dado que a informao e o conhecimento se consolidam como osprincipais fatores de diferenciao para a competitividade organizacional dos tempos atuais,como as organizaes brasileiras entendem, definem, implementam, praticam e avaliam aGC? Quais as motivaes que as levaram a essas iniciativas e o que elas esperavamalcanar?

    Com base nas premissas supracitadas, este artigo objetiva investigar as motivaes,concepes, conjunto de prticas gerenciais, nfases e resultados de GC efetivamenteimplementados em trs organizaes atuantes no Brasil e adotantes de programas, reas ou

    projetos de GC, com vistas proposio e validao de um modelo ou mapa conceitual

    integrativo. Para a escolha das organizaes atuantes no Brasil, optou-se pela formao deamostra no probabilstica e intencional constituda de um representante de cada um dos trssetores da economia brasileira - a primeira organizao pertence ao setor primrio, a segundaao setor secundrio e a terceira ao setor tercirio. Os resultados deste estudo seroapresentados neste artigo.

    DA GNESE REVELAO: DA GERNCIA DE RECURSOS INFORMACIONAIS GESTO DO CONHECIMENTO

    ALVARENGA NETO (2002) concluiu que as organizaes que afirmavam terprogramas de GC praticavam, na verdade, a gesto estratgica da informao que, por suavez, tambm conceito rico em significado. Contudo, esse autor afirma que, apesar de toda a

    polmica e controvrsia a respeito do termo gesto do conhecimento, motivo de discusses,debates, artigos e teses acaloradas, os resultados de sua pesquisa demonstram que a reaconhecida como GC tem surpreendido aqueles que apostaram em um modismo e tem seestabelecido como um consistente paradigma gerencial do sculo que se inicia. Esse ponto de

    partida a gesto estratgica da informao - norteia e valida amplamente outras atividades eoutros temas de grande importncia vinculados GC, como a gesto do capital intelectual, aaprendizagem organizacional, a criao e transferncia do conhecimento, a gesto dainovao e a gesto tecnolgica, as comunidades de prtica e a inteligncia competitiva,dentre outros.

    De acordo com MARCHAND & DAVENPORT (2004), grande parte do que se faz

    passar por GC na verdade gesto da informao, mas a GC vai alm da gesto dainformao, visto que incorpora outras preocupaes como, por exemplo, a criao e o uso doconhecimento nas organizaes. A gesto da informao apenas um dos elementos da GC e

    ponto de partida para quaisquer outras iniciativas e abordagens associadas GC.Para iluminar o debate ora proposto, partir-se- do princpio que a gesto do

    conhecimento (GC) tem suas origens na gesto de recursos informacionais (GRI). De acordocom BARBOSA & PAIM (2003) e tambm BERGERON (1996), a GRI, j no incio dadcada de 1970, procurava projetar e implementar modelos de gesto com base na integraoentre a cincia da informao, a cincia da computao e a administrao. Sob a perspectivada cincia da computao, so especialmente relevantes para a GC os aspectos relacionados asoftware, hardware, redes e telecomunicaes. Do campo das cincias administrativas

    emanam temas como aprendizagem organizacional, cultura organizacional, desenvolvimentoorganizacional e gesto de pessoas, dentre outros. mister afirmar que a preocupao com

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    aspectos relativos informao e ao conhecimento no constitui novidade no campo daadministrao. Fato que essa preocupao se deu, na maior parte das vezes, com as questesdo uso da informao pouca ateno foi conferida s questes da coleta, tratamento,organizao e disseminao. Por fim, da mirade de contribuies da Cincia da Informao

    destacam-se estudos de (i) usos e usurios da informao, (ii) fontes de informao e bases dedados, (iii) servios e produtos de informao e (iv) organizao e tratamento da informao,que incluem temticas que versam sobre indexao, recuperao, taxonomias, vocabulrioscontrolados, ontologias, tesauros e esquemas classificatrios, representao do conhecimento,dentre muitos outros.

    DAVENPORT & CRONIN (2000) sugerem que, embora muita ateno acadmica eprofissional tenha sido devotada GC na ltima dcada, o conceito ainda no seja estvel: otermo aparenta ser usado de maneiras diferentes em vrios domnios e cada domnio clama

    para si que a compreenso parcial da temtica represente a articulao definitiva do conceito.Trata-se de uma deriva semntica ou de uma mudana conceitual? (DAVENPORT &CRONIN, 2000). Esses autores propuseram-se a explorar o conceito de GC no contexto de

    trs domnios interessados na rea, respectivamente, (1) biblioteconomia e cincia dainformao, (2) engenharia de processos e (3) teoria organizacional. O objetivo da propostaintitulada trade da gesto conhecimento configura-se na proposio de uma ferramenta ouinstrumento de anlise que sirva para explorar as tenses que possam surgir em quaisquerorganizaes comprometidas com a GC, onde diferentes domnios possuam diferentescompreenses. O modelo aqui denominado trade da GC pode ser utilizado para identificarconflitos ou embates territoriais e contribuir para um entendimento coletivo entre os atores doespao da GC nas organizaes.

    No primeiro domnio biblioteconomia e cincia da informao (denominado GC-1) -a GC predominantemente vista como gesto da informao - gesto de publicaes internase externas. A tendncia percebida complacncia com os conceitos da GC pode ser atribudaa um grande nmero de fatores, a saber: (1) a fuso de gesto do conhecimento com aorganizao do conhecimento rtulo tradicional para a codificao e classificao dematerial registrado (contedo) embutido em artefatos, estruturas, sistemas e repositrios, algoreificado j acumulado e utilizado; (2) a percepo de que os trabalhadores do conhecimentonecessitam de intermedirios para dar suporte ao seu trabalho atravs da gesto ouorganizao do contedo apropriado. Tal posio , de acordo com esses autores, articuladaem uma gama de publicaes que combinam miopia com defesa de territrio e a conclusofinal a de que a gesto da informao parte do ambiente da GC somente uma parte e somente e verdadeiramente efetiva quando aplicada com uma compreenso holstica da GC.

    No segundo domnio engenharia de processos (denominado GC-2) - a GC vista

    como a gesto do know-how e freqentemente igualada tecnologia da informao,detentora de papel fundamental. Tal perspectiva enfatiza processos e atividades, com fortenfase nas representaes (ontologias) de atividades e capacidades. Os autores argumentamque a aderncia engenharia de processos, com forte orientao sistemas, seja elaengenharia de processos de negcios ou engenharia de processos de conhecimento, mope.Embora capaz de gerar inovaes, a abordagem no faz jus aplicao das habilidades,talentos, competncias, pensamentos, idias, intuies, comprometimentos, motivaes eimaginaes das pessoas, ou seja, o domnio do conhecimento tcito. Em um nvel conceitual,a modelagem de processos objetiva identificar e criar elos atravs das divisesorganizacionais a representao e o mapeamento so componentes-chave. A premissa

    bsica a de que insightsteis podem ser acumulados e a inovao promovida atravs do uso

    de uma variedade de tcnicas sofisticadas, como a garimpagem de dados (data mining) e osmanuais de processos (process handbooks), dentre outros. O foco principal concentra-se na

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    avaliao de ativos, tornando visveis valores latentes ou escondidos. Em sua forma maisreducionista, a GC-2 contra-producente porque restringe o escopo da inovao em umaorganizao ao que formalmente codificado como processo. Uma tentativa de re-endereartal problemtica est embutida na abordagem da engenharia de processos de conhecimento,

    que procura equilibrar recursos codificados e no codificados. Tal abordagem reconhece quevaliosos insightse elos atravs de processos e recursos so feitos por humanos, capazes decontextualizar e eficazmente avaliar o potencial de novas relaes.

    No terceiro domnio teoria organizacional (denominado GC-3) - a GC denota umamudana conceitual maior, do conhecimento como recurso para o conhecimento como umacapacidade: uma prontido para responder que permite que a organizao co-evoluaeficazmente em um dado ambiente. A questo colocada que GC-1 e GC-2 preocupam-secom o conhecimento codificado parte do capital estrutural de uma organizao: ambas soincompletas, visto que o conhecimento no codificado ou tcito foi alijado da concepo. Hum crescente reconhecimento que a chave para a GC a interao entre o conhecimento tcitoe o conhecimento explcito. Na perspectiva GC-3, o que gerenciado no um recurso, mas o

    contexto que tal prontido manifestada e tal contexto visto como um espao de interaoentre os conhecimentos tcitos e explcitos de todos os membros de uma organizao.DAVENPORT & CRONIN (2000) sugerem que a GC-3 um conceito-chave para os gestoresdo conhecimento e um conceito que os profissionais da biblioteconomia e cincia dainformao devem encarar com seriedade. A compreenso de conceitos relativos ao espaodo conhecimento ou contexto capacitante (VON KROGH, ICHIJO & NONAKA, 2001)

    possibilita a captura de vrias caractersticas importantes da GC-3: a natureza dinmica docontexto, a co-evoluo organizaes-ambientes e o desenvolvimento conjunto doconhecimento tcito e explcito em comunidades de prtica.

    A novidade da proposta de DAVENPORT & CRONIN (2000) a contribuio para acompreenso da natureza mutvel do complexo ambiente baseado no conhecimento no qualse vive e se trabalha. Outras contribuies fundamentais para os objetivos deste trabalhoconstituem-se em alguns aspectos, respectivamente: (1) no reconhecimento da necessidade deum marco terico conceitual para a GC, (2) na compreenso de que a gesto da informao ea tecnologia da informao so elementos constituintes de um conceito maior denominadogesto do conhecimento e (3) em termos evolucionrios, a mudana parte da gesto dainformao (GC-1), passa pela informatizao (GC-2) e aporta nas etologias informacionais(GC-3).

    GESTO DO CONHECIMENTO: UMA PROPOSTA DE MAPEAMENTOCONCEITUAL INTEGRATIVO

    Uma vez estabelecidos alguns fundamentos essenciais e eixos temticos, apresenta-sea proposta de um mapeamento conceitual integrativo de gesto do conhecimento que pode serexpresso atravs da convergncia de trs pilares: a) o modelo proposto por CHOO (1998), b)a idia do contexto capacitante como sugerida por VON KROGH, ICHIJO & NONAKA(2001) e c) a metfora do guarda-chuva conceitual da GC.

    Para CHOO (1998), organizaes do conhecimento so aquelas que fazem usoestratgico da informao para atuao em trs arenas distintas e imbricadas, a saber: a)sensemaking ou a construo de sentido, b) criao de conhecimento, por intermdio daaprendizagem organizacional e c) tomada de deciso, com base no princpio da racionalidadelimitada.

    Sob o aspecto de construo de sentido, CHOO (1998) afirma que o objetivo imediato

    do sensemaking permitir aos membros da organizao a construo de um entendimentocompartilhado do que a organizao e o que ela faz. O objetivo de longo prazo do

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    sensemaking a garantia de que as organizaes se adaptem e continuem a prosperar em umambiente dinmico atravs da prospeco do ambiente organizacional em busca deinformaes relevantes que as permitam compreender mudanas, tendncias e cenrios acercade clientes, fornecedores, concorrentes e demais atores ambientais. As organizaes

    enfrentam questes como a reduo da incerteza e o gerenciamento da ambigidade. Ainteligncia competitiva e do concorrente, a monitorao ambiental, a prospeco tecnolgicae atividades correlatas so iniciativas empresariais que tm como um de seus objetivos aconstruo de sentido a respeito de questes para as quais no existem respostas claras.

    A criao do conhecimento o processo pelo qual as organizaes criam ou adquirem,organizam e processam a informao, com o propsito de gerar novo conhecimento atravs daaprendizagem organizacional. O novo conhecimento gerado, por sua vez, permite que aorganizao desenvolva novas habilidades e capacidades, crie novos produtos e servios,aperfeioe os antigos e melhore seus processos organizacionais.

    O terceiro componente do modelo de CHOO (1998) o que se refere ao processodecisrio. Aqui, a empresa deve escolher a melhor opo dentre todas as que se configuram e

    persegu-la com base na estratgia empresarial. O processo decisrio nas organizaes,conforme a viso de MARCH & SIMON (1975), constrangido pelo princpio daracionalidade limitada. Vrias decorrncias podem ser enumeradas da teoria das decises,CHOO (1998) e MARCH & SIMON (1975) enumeram algumas delas: (i) o processodecisrio dirigido pela busca de alternativas que sejam boas o bastante, em detrimento da

    busca pela melhor alternativa existente; (ii) a escolha de uma alternativa implica a rennciadas demais alternativas e a criao de uma seqncia de novas alternativas ao longo do tempo- entende-se a relatividade como um custo de oportunidade, que aponta tambm para aavaliao das alternativas preteridas; (iii) uma deciso completamente racional iria requererinformaes alm da capacidade de coleta da empresa e tambm um processamento deinformaes alm da capacidade de execuo de seres humanos.

    A criao do conhecimento organizacional a ampliao do conhecimento criadopelos indivduos, se satisfeitas as condies contextuais que devem ser propiciadas pelaorganizao. Isso o que VON KROGH, ICHIJO & NONAKA (2001) denominam contextocapacitante, Ba ou condies facilitadoras. Sob essa tica, a compreenso da palavragesto, quando da sua associao com a palavra conhecimento, no deve ser entendida comosinnimo de controle. Gesto, no contexto capacitante, significa promoo de atividadescriadoras de conhecimento em nvel organizacional e a GC assume uma nova perspectivahermenutica de gesto do conhecimento para o significado de gesto para oconhecimento. NONAKA & TAKEUCHI (1997) e VON KROGH, ICHIJO & NONAKA(2001) enumeram os vrios elementos constituintes do contexto capacitante, a saber:

    inteno ou viso do conhecimento organizacional, cultura e comportamento organizacionais,caos criativo, redundncia, variedade de requisitos, mobilizao dos ativistas doconhecimento, autonomia e delegao de poderes, alm de questionamentos acerca daestrutura organizacional, layout e hierarquia, dentre outros.

    Finalmente, a metfora do guarda-chuva conceitual da GC pressupe que debaixodo mesmo so abarcados vrios temas, idias, abordagens e ferramentas gerenciais,concomitantemente distintos e imbricados. Dentre esses, podem ser destacados a gestoestratgica da informao, gesto do capital intelectual, aprendizagem organizacional,inteligncia competitiva e comunidades de prtica. justamente a inter-relao e a

    permeabilidade entre esses vrios temas que possibilitam e delimitam a formao um possvelreferencial terico de sustentao, ao qual se intitula gesto do conhecimento. Ou seja,

    defende-se que a GC seja vista como uma rea guarda-chuva. O feedback do modelo se dpela classificao dos temas inseridos no guarda-chuva dentro do modelo de CHOO (1998). A

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    inteligncia competitiva uma iniciativa de sensemakingou construo de sentido, a gestoestratgica da informao e as comunidades de prtica se encaixam na temtica de criao deconhecimento e assim por diante. Por fim, o contexto capacitante preenche o hiato entreestratgia e ao. A FIGURA 1 apresenta a proposta integrativa supracitada:

    FIGURA 1Proposta de Mapeamento Conceitual Integrativa da GC

    FONTE: ALVARENGA NETO, 2005.

    PROCEDIMENTOS METODOLGICOSA estratgia de pesquisa qualitativa baseou-se em estudos de casos mltiplos com

    unidades de anlise incorporadas, aplicados a estudos organizacionais e gerenciais (YIN,2001; EISENHARDT, 1989). Os componentes do projeto de pesquisa foram desenhados eestruturados a partir das questes de estudo, pressupostos, unidades de anlise, lgica que uneos dados s proposies e critrios de interpretao das descobertas. Trs critrios foram

    observados para o julgamento da qualidade da pesquisa: validade do construto (fontesmltiplas de evidncias e seus encadeamentos), validade externa (lgica de replicao:replicaes tericas e literais) e confiabilidade (operaes do estudo podem ser repetidasapresentando os mesmo resultados). Fontes mltiplas de evidncias foram utilizadas -

    pesquisa documental (documentos em papel e arquivos eletrnicos), entrevistas semi-estruturadas e observao direta - e a anlise de dados (FIGURA 2) coletados em campoconsistiu de trs fluxos concomitantes de atividades, a saber: reduo de dados, display ouexibio de dados e verificao/concluses com base em inferncias a partir de evidncias ou

    premissas (MILES & HUBERMAN, 1984). Como forma de se estudar as vises e iniciativasconcretas das empresas no campo da GC, foram realizados estudos de casos em trs grandesorganizaes atuantes no Brasil que implementaram programas e iniciativas de GC. So elas o

    Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), a Siemens do Brasil e a PricewaterhouseCoopers(PwC).

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    FIGURA 2Componentes da anlise de dados Modelo Interativo

    Coleta de

    dados Displaydedados

    Reduo dedados

    Verificao/concluses com

    base em inferncia a partir

    de evidncias ou premissas

    FONTE: MILES & HUBERMAN, 1984, p. 23.

    A pesquisa de campo foi realizada nas cidades de (i) Piracicaba, SP, (ii) So Paulo, SPe (iii) Belo Horizonte, MG, no perodo compreendido entre 19 de maro de 2005 a 12 de abrilde 2005. Um total de 17 entrevistas semi-estruturadas foram realizadas, as quais resultaramem 35 horas de gravaes e 533 pginas de transcries. A pesquisa documental coletou eselecionou aproximadamente 1600 pginas com um descarte de 12%. Quatro ciclos dereduo de dados foram necessrios at que os dados pudessem ser includos no corpo dotrabalho e oito matrizes de reduo foram produzidas com base nas categorias de anlisecriadas (QUADRO 1).

    QUADRO 1

    Processos de reduo Anlise de dados da pesquisa de campoProcessos de reduo De (pginas) Para (pginas)1o. Processo de reduo 2150 1802o. Processo de reduo 180 1003o. Processo de reduo 100 524o. Processo de reduo 52 corpo da tese

    FONTE: ALVARENGA NETO, 2005.

    Os resultados sero apresentados nas linhas abaixo.

    APRESENTAO E ANLISE DOS RESULTADOSObservou-se, com base na investigao, que os principais motivadores para a GC nas

    organizaes estudadas giram em torno de constataes acerca dos seguintes aspectos: (i)inexistncia de prticas de compartilhamento e proteo de informaes e conhecimentos,levando re-inveno da roda e duplicao de esforos, (ii) problemas com a coleta,tratamento, organizao e disseminao de informaes, denotando ausncia de uma gestoestratgica da informao, (iii) reconhecimento de que a informao e o conhecimento so os

    principais fatores de competitividades dos tempos atuais e (iv) premncia da criao de umcontexto capacitante na organizao vis--vis necessidade de se enderear questes culturaise comportamentais. Abaixo se encontram depoimentos dos entrevistados nas empresasestudadas, os quais confirmam tais constataes:

    [...] cada rea da empresa tinha mtodos idiossincrticos dearmazenamento, gesto e explicitao de conhecimentos. [...] a empresaest hoje preocupada com o conhecimento porque ele hoje o principal

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    fator de competitividade. [...] havia problemas na recuperao dainformao.(Coordenador de transferncia de tecnologia do CTC)

    [...] eu acho que um pouco de ameaa: a entrada de concorrentes no

    mercado, principalmente mercado externo. [...] e a necessidade de sefazer pesquisas mais rpidas e enfrentar os novos entrantes: Austrlia,ndia e frica do Sul principais concorrentes. [...] O CTC diminuiumuito e isso gerou perda de conhecimento, pessoas saindo sem registro,sem explicitao do conhecimento - downsizing e aposentadorias.(Gestor do Conhecimento do CTC)

    [...] conhecimentos e informaes importantes se perdiam e no eramcompartilhados.(Gerente de auditoria da PwC)

    [...] uma transformao no modelo de gesto: de um modelo muito mais

    hierrquico, carimba aqui, carimba ali, que um modelo lento, para ummodelo muito mais orgnico em rede. [...] a idia de GC essa, quebrartodos os tipos de barreiras: geogrficas, temporais, hierrquicas,lingsticas, pessoais, dentre outras.(Gerente de gesto do

    conhecimento e da informao da Siemens)

    [...] acesso rpido aos conhecimentos da organizao um diferencialcompetitivo.(Gerente de vendas da Siemens)

    [...] algum em algum lugar do mundo j resolveu esse problema.(Gerentede recursos humanos da Siemens)

    [...] se a Siemens soubesse o que ela sabe... [...] colocar todo oconhecimento da Siemens em rede, a empresa tem mais valor quando utiliza oseu prprio conhecimento. [...] GC um dos processos que suportam aestratgia atravs da inovao, satisfao do cliente e competitividadeglobal. (Diretor Regional da Siemens)

    Constatou-se a ausncia de consenso acerca de uma definio para a GC nasorganizaes estudadas. Contudo, alguns termos eram comuns nas respostas dosentrevistados: processo, informao, conhecimento, inovao, explicitao, registro,

    compartilhamento, cultura organizacional, acesso e utilizao, dentre outros. Eis algunstrechos de depoimentos que confirmam tal assertiva:

    [...] no h consenso sobre o que ou deva ser GC na organizao um desafio. [...] h uma delimitao das reas de atuao: tratar ainformao, o conhecimento tcito, facilitar o compartilhamento. [...] GC um processo, tem fases, mas no tem fim. [...] processo que visa facilitarcompartilhamento, proteo de ativos intangveis, dentre os quais oconhecimento.(Gestor do conhecimento do CTC)

    [...] no muito claro, mas tudo aquilo que se gerencia para a obteno

    do conhecimento, inovao. (Diretor superintendente do CTC)

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    [...] processo que contribui para colocar os conhecimentos doscolaboradores em rede.(Diretor Regional da Siemens)

    [...] no milagre, no um knowledge unlocker plus. muito mais

    uma mudana da filosofia da gesto estratgica da organizao. [...]ferramentas para colaborao e criar canais.... (Gerente de gesto doconhecimento e da informao da Siemens)

    [] GC como sustentar um ambiente onde h criao,desenvolvimento, troca e disseminao de conhecimentos estratgicos

    para a organizao criar o contexto, um processo que deveriapermear todos os processos de negcios da organizao. (Coordenadorde GC para Amrica do Sul e Central da PwC)

    [...] GC no um projeto, mas um processo que envolve toda a

    organizao: disponibilizar o conhecimento certo para as pessoas certasno momento certo, ser o fator chave para manter uma cultura de valores,estilos e comportamentos compartilhados.(Pesquisa Documental, PwC,

    2005)

    Em seguida, com o objetivo de verificar a proposta intitulada guarda-chuvaconceitual de GC, solicitou-se aos entrevistados que respondessem quais eram osaspectos, abordagens gerenciais e ferramentas consideradas sob a gide da rea,

    programa ou projeto de GC em suas respectivas organizaes. Eis a sntese das respostas:(a) monitorao ambiental, inteligncia competitiva, pesquisa de mercado; (b) gestoestratgica da informao, gesto eletrnica de documentos, mapeamento de processos;

    (c) gesto do capital intelectual, competncias, pessoas e ativos intangveis; (d)comunidades de prtica reais e virtuais; (e) aprendizagem organizacional, inclusive e-learning; (f) apoio ao processo decisrio e (f) criao do contexto capacitante:

    [...] sim, informaes do exterior, produtos da concorrncia,tendncias de mercado, clippings [...] h tambm uma coletainformal feita por colaboradores que pinam algo no mercado ecolocam na intranet at mesmo boatos!.(Gerente de Vendas daSiemens)

    [...] implementar uma rigorosa taxonomia para todo o contedoorganizacional.(Pesquisa documental, PwC, 2005)

    [...] gesto estratgica da informao, criao do contexto adequadopara troca e compartilhamento, como por exemplo, o Banco de Idiase o Momento Cultural.(Analista de informaes do CTC)

    Complementarmente, os entrevistados foram inquiridos acerca da nfase ou aspectosprioritrios da GC em suas organizaes. Observou-se que a fase inicial e ponto de partidapara quaisquer iniciativas de GC a gesto estratgica da informao estava em estgios dequase maturidade, com a conscincia de que um processo permanente. As organizaes

    procuravam avanar para aspectos relativos ao compartilhamento, cultura organizacional e criao do contexto organizacional favorvel ou contexto capacitante, Ressalta-se a

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    existncia de vrias iniciativas genuinamente brasileiras adotadas por tais organizaes nestessentidos, como o Momento Cultural no CTC e o Happy Hourdo Saber na Siemens. Estaltima iniciativa

    [...] uma prtica informal de palestras, aonde so compartilhadosconhecimentos essenciais da organizao de forma mais "tcita" eespontnea. Trata-se de uma iniciativa local especfica, que se enquadrana poltica geral. As palestras tm durao de uma hora e soministradas por colaboradores da empresa. (todos podem ser

    palestrantes: colaboradores, estagirios e terceiros). (PesquisaDocumental, Siemens do Brasil, 2005)

    Por fim, os principais resultados alcanados com a GC pelas organizaes deste estudoforam: (a) reduo do ciclo de inovaes e a acelerao do tempo de entrega de solues aomercado; (b) ampliao da fatia de mercado, aumento do portflio de negcios e aumento dacarteira de clientes; (c) melhoria na colaborao entre as pessoas e equipes, facilidade de se

    localizar expertise; (d) diminuio do re-trabalho e reduo de custos; (e) preservao damemria organizacional; (f) aumento da potncia de aprendizagem organizacional e (g)antecipao de movimentos estratgicos da concorrncia, dentre outros.

    CONCLUSESEste artigo objetivou investigar as motivaes, concepes, conjunto de prticas

    gerenciais, nfases e resultados de GC efetivamente implementados em trs organizaesatuantes no Brasil, com vistas proposio e validao de um modelo ou mapa conceitualintegrativo. Longe de almejar uma soluo definitiva ou um modelo acabado, esperou-secontribuir para a formulao de um melhor entendimento da rea, suas fronteiras e conexes.Elaborou-se um mapa ou modelo integrativo de GC adaptado daquele originalmente proposto

    por CHOO (1998), associado idia de contexto capacitante como sugerido por VONKROGH, ICHIJO & NONAKA (2001) e s vrias abordagens metaforicamente denominadasde guarda chuva conceitual da GC que, interligadas, contribuem para a construo de ummodelo conceitual abrangente. Outro corolrio do presente trabalho encarregou-se de traarum fio condutor anexo construo do referido modelo, atravs de uma anlise de resultadosde pesquisa de campo em trs organizaes brasileiras. fundamental o avano na pesquisa econhecimento sobre GCpari passuao afastamento da estril dissenso derivada da discussoterminolgica.

    Os pressupostos e o modelo conceitual integrativo foram validados em campo. Asconcluses sugerem que no se gerencia conhecimento, apenas se promove ou se estimula oconhecimento atravs da criao de contextos organizacionais favorveis. O termo GC temsignificado similar ao termo gesto para as organizaes da era industrial ou, em outras

    palavras, a GC revela-se como um repensar da gesto para as organizaes da era doconhecimento. Tal nfase deriva-se do entendimento de que a informao e o conhecimentoconstituem-se como os principais fatores de competitividade dos tempos atuais paraorganizaes e naes.Acrescenta-se ainda que a palavra gesto, quando associada palavraconhecimento, deva ser apreendida como promoo do conhecimento ou estmulo aoconhecimento e a GC assume o significado de uma gesto de e para o conhecimento.Concluiu-se tambm que grande parte do que se intitula ou convenciona chamar de GC naverdade gesto da informao, contudo a gesto da informao apenas um dos elementos daGC e ponto de partida para a mesma.

    O conceito de GC no pode ser igualado tecnologia de informao, contudo GCpode ser vista como um conjunto de prticas sustentadas por tecnologia da informao. Talassertiva no alija as micro e pequenas empresas de adotar prticas de GC. Fato que nem

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    todas as iniciativas de GC envolvem tecnologias, como comprovados por iniciativasgenuinamente brasileiras como o Momento Cultural do CTC e o Happy Hourdo Saber naSiemens. A idia por trs de se divulgar casos de sucesso e at mesmo de contar casosrefora os ideais e as prticas de GC.

    Dentre os principais desafios colocados para a GC nas organizaes, destacam-se asquestes relativas cultura organizacional, comportamento humano e criao do contextocapacitante, alm da criao de um conjunto de indicadores para se medir os retornos e

    benefcios de GC. Afirma-se que no se pode avaliar a GC somente com indicadoresquantitativos, uma vez que se est gerenciando mudanas culturais, comportamentais eatitudinais. A adoo de indicadores quali-quantitativos condio sine qua non. Recomenda-se a ampliao deste estudo e a validao do modelo ora proposto no contexto de pequenas emdias empresas brasileiras.

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