DeRose - Yôga Sútra de Pátañjali

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YÔGA SÚTRA DE PÁTAÑJALI

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DeROSE

YÔGA SÚTRA

DE

PÁTAÑJALI

O LIVRO DE YÔGA MAIS CONHECIDO, RESPEITADO, LIDO E

TRADUZIDO EM TODO O MUNDO.

UNIVERSIDADE DE YÔGA registrada nos termos dos artigos 45 e 46 do Código Civil Brasileiro sob o no. 37959 no 6o. Ofício

Al. Jaú, 2000 −−−− Tel.(00 55 11) 3081-9821 −−−− São Paulo Nossos endereços nas demais cidades e países encontram-se no website:

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YÔGA SÚTRA DE PÁTAÑJALI

A Editora Nobel tem como objetivo publicar obras com qualidade editorial e gráfica, consistência de informações, confiabilidade de tradução, clareza de texto, e impres-são, acabamento e papel adequados. Para que você, nosso leitor, possa expressar su-as sugestões, dúvidas, críticas e eventuais reclamações, a Nobel mantém aberto um canal de comunicação.

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Nenhuma parte desta obra poderá ser reproduzida, copiada, transcrita ou mesmo transmitida por meios eletrô-nicos ou gravações, sem a permissão, por escrito, do editor. Os infratores serão punidos pela Lei nº 9.610/98.

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Resguardados os direitos do Editor, o autor concede autorização de uso e transcrição de trechos desta obra, desde que seja solicitada autorização por escrito e que se cite a fonte.

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DeROSE Doutor Honoris Causa, Comendador e Notório Saber por diversas entidades culturais e acadêmicas, Conselheiro da Ordem dos Parla-mentares do Brasil, DeRose é o fundador da Universidade de Yôga. Com quase 50 anos de magistério, mais de 20 livros escritos e 24 anos de viagens à Índia, recebeu o reconhecimento do título de Mestre em Yôga (não-acadêmico) e Notório Saber pela FATEA – Faculdades Inte-gradas Teresa d’Ávila (SP), pela Universidade do Porto (Portugal), pela Universidade Lusófona, de Lisboa (Portugal), pela Universidade Es-tácio de Sá (MG), pela UniCruz (RS) e pelas Faculdades Integradas Coração de Jesus (SP). Possui título de Comendador e Notório Saber em Yôga pela Sociedade Brasileira de Educação e Integração; e de Comendador pela Academia Brasileira de Arte, Cultura e História. Foi fundador do Sindicato Nacional dos Profissionais de Yôga e da primeira Confederação Nacional de Yôga do Brasil. Introdutor do Curso de Formação de Instrutores de Yôga nas Universidades Federais do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais, Mato Grosso, Bahia, Ceará, Maranhão, Pará, Piauí, Pernambuco, Rio Grande do Norte etc.; Universidades Estaduais do Rio de Janeiro, San-ta Catarina, Bahia etc.; PUCs – Pontifícias Universidades Católicas do Rio Grande do Sul, Paraná, Minas Gerais, Bahia, São Paulo e outras. Em Portugal, foi introdutor do Curso de Formação de Instrutores de Yôga na Universidade Lusófona, de Lisboa, e na Universidade do Porto. Na Argentina foi introdutor do Curso de Formação de Instrutores de Yôga na Universidade Tecnológica Nacional. É aclamado como o pai da Regulamentação dos Profissionais de Yôga cujo primeiro projeto de lei elaborou em 1978. Por lei estadual a data do aniversário do Mestre DeRose, 18 de fevereiro, foi instituída como o Dia do Yôga em DEZ ESTADOS: São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina, Minas Gerais, Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Goiás. E mais o Distrito Federal.

YÔGA SÚTRA

DE

PÁTAÑJALI

UNIVERSIDADE DE YÔGA registrada nos termos dos artigos 45 e 46 do Código Civil Brasileiro sob o no. 37959 no 6o. Ofício

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© 1982 DeRose

Esta é uma co-edição Uni-Yôga*/Nobel (Nobel é um selo editorial da AMPUB Comercial Ltda.) Direitos desta edição reservados à União Nacional de Yôga.

Rua Pedroso Alvarenga, 1046 – 9o andar – 04531–004 – São Paulo – SP Fone: (11) 3706-1466 – Fax: (11) 3706-1462

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Projeto editorial, digitação, diagramação, ilustração e paginação em Word: DeRose Capa: Takeshita

Revisão: Diana Raschelli de Ferraris, Melina Flores Revisão desta edição: Fernanda Neis Produção gráfica: Editora Uni-Yôga*

Impressão diretamente de arquivo em Word: Cromosete Gráfica e Editora Ltda. 8ª. edição - Edição especial para colecionadores: 2006

DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP) ELABORADO PELO AUTOR

De Rose, L.S.A., 1944 - Yôga Sútra de Pátañjali / De Rose. - São Paulo : Nobel 1. Yôga 2. DeRose 3. Yôga na literatura 4. Mestres de Yôga. I. Título

CDD- 181.45

Senhor Livreiro,

Este livro não é sobre auto-ajuda, nem terapias e, muito menos, esoterismo. Não tem nada a ver com Educação Física nem com esportes. O tema Yôga merece, por si só, uma classificação à parte.

Assim, agradeço se esta obra puder ser catalogada como Yôga e exposta numa estante de Yôga. Estou certo de que os leitores agradecem também.

O Autor

* A EDITORA UNI-YÔGA, é um órgão de divulgação cultural da

PRIMEIRA UNIVERSIDADE DE YÔGA DO BRASIL,

Registrada nos termos dos artigos 45 e 46 do Código Civil Brasileiro sob o nº 37959 no 6º Ofício, divisão da

UNIÃO INTERNACIONAL DE YÔGA www.uni-yoga.org

Al. Jaú, 2.000 – São Paulo – Brasil – Tel: (11) 3064-3949 e 3082-4514

Impresso no Brasil/Printed in Brazil

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Devo render aqui uma homenagem de gratidão a Srí Yôgêndra e ao Dr. Jayadêva, dos quais tive o

privilégio de receber, pessoalmente, instruções sobre o Yôga Clássico de Pátañjali, no Yôga

Institute, em Bombaim (hoje, Mumbai).

E a Srí Krishnánandají, que me concedeu a graça do seu ensinamento, de 1975 a 1994, no

Shivanánda Ashram, em Rishikesh, Himalaya.

Para o sânscrito, recorri ao Sanskrit-English . Dictionary, de Monier- Williams, publicado pela

Oxford University; ao Manuel de Grammaire Elémentaire de Ia Langue Sanskrite, de J. Gonda;

e ao Introdução ao Sânscrito Clássico, de Carlos Alberto da Fonseca e Mario Ferreira, do Departamento de Lingüística

e Línguas Orientais da USP – Universidade de São Paulo.

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SUMÁRIO

Introdução A História do Yôga no Brasil.............................................11 Do porquê desta interpretação .........................................17 O Yôga e Pátañjali............................................................19 A verdade sobre o Yôga Clássico ....................................25 Frases diferentes, significado igual? ................................29 A razão de tantas divergências ........................................35 Exemplos de discrepâncias ..............................................37 A transliteração do sânscrito ............................................39

Yôga Sútra – texto original de mais de dois mil anos Samádhi Páda ............................................................ ... 53 Sádhana Páda................................................................ 67 Vibhuti Páda ................................................................... 81 Kaivalya Páda................................................................. 97

Apêndice Recomendações finais .................................................... Código de Ética do Yôga.................................................125 Juramento do yôgin .........................................................123 O que é ÔM ....... , ............................................................119

Complemento pedagógico

Anexo Material didático (livros, CDs, vídeos, etc.)......................149 Endereços de escolas e instrutores de Yôga ..................,

Pronuncie "o Yôga", com ô fechado.

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SUMÁRIO DO LEITOR Este sumário é para ser utilizado pelo leitor, anotando as passagens que precisa-rão ser localizadas rapidamente para referências posteriores. O cérebro esquece 90% do que lê, 80% do que ouve, 70% do que vê. Portanto, vale a pena utilizar este sumário e reler o livro de tempos em tempos.

ASSUNTOS QUE MAIS INTERESSARAM PÁGINAS

Ao ler, sublinhe os trechos mais importantes para recordar ou que suscitem dúvi-das, a fim de localizá-los com facilidade numa releitura.

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DEFINIÇÕES

Yôga1 é qualquer metodologia estritamente prática que conduza ao samádhi.

Samádhi é o estado de hiperconsciência e autoconhecimento que só o Yôga proporciona.

SwáSthya Yôga é o nome da sistematização do Yôga Antigo, Pré-Clássico, o Yôga mais completo do mundo.

As características principais do SwáSthya Yôga (ashtánga guna) são:

1. sua prática extremamente completa, integrada por oito modali-dades de técnicas;

2. a codificação das regras gerais; 3. resgate do conceito arcaico de seqüências encadeadas sem re-

petição; 4. direcionamento a pessoas especiais, que nasceram para o

SwáSthya Yôga; 5. valorização do sentimento gregário; 6. seriedade superlativa; 7. alegria sincera; 8. lealdade inquebrantável.

1 O acento indica apenas onde está a sílaba longa, mas ocorre que, muitas vezes, a tônica está noutro lugar. Por exemplo: Pátañjali pronuncia-se “Patânjali”; e kundaliní pronuncia-se “kúndaliní”. O efeito fonético aproxima-se mais de “kún-daliníí” (jamais pronuncie “kundalíni”). Para sinalizar is-so aos nossos leitores, vamos sublinhar a sílaba tônica de cada palavra. Se o leitor desejar esclare-cimentos sobre os termos sânscritos, recomendamos que consulte o Glossário, do livro Faça Yôga antes que você precise. Sobre a pronúncia, ouça o CD Sânscrito - Treinamento de Pronúncia, gravado na Índia. Para mais conhecimentos, o ideal é estudar os vídeos do Curso Básico de Yôga.

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DEMONSTRAÇÃO

DE QUE A PALAVRA YÔGA TEM ACENTO NO SEU ORIGINAL EM ALFABETO DÊVANÁGARÍ:

Extraído do livro Faça Yôga antes que você precise, deste autor.

y = YA (curta).

ya = YAA ∴∴∴∴ YÁ (longa).

yae = YOO* ∴∴∴∴ YÔ (longa).

yaeg = YÔGA C.Q.D.

* Embora grafemos didaticamente acima YOO, este artifício é utilizado apenas pa-ra o melhor entendimento do leitor leigo em sânscrito. Devemos esclarecer que o fonema ô é resultante da fusão do a com o u e, por isso, é sempre longo, pois contém duas letras. Nesta convenção, o acento agudo é aplicado sobre as letras longas quando ocorre crase ou fusão de letras iguais (á, í, ú). O acento circunflexo é aplicado quando ocorre crase ou fusão de letras diferentes (a + i = ê; a + u = ô), por exemplo, em sa+íshwara=sêshwara e AUM, que se pronuncia ÔM. Daí gra-farmos Vêdánta. O acento circunflexo não é usado para fechar a pronúncia do ô ou do ê, já que esses fonemas são sempre fechados. Não existe, portanto, a pro-núncia “véda” nem “yóga”.

BIBLIOGRAFIA PARA O IDIOMA ESPANHOL: Léxico de Filosofía Hindú, de Kastberger, Editorial Kier, Buenos Aires.

BIBLIOGRAFIA PARA O IDIOMA INGLÊS: Aphorisms of Yôga, de Srí Purôhit Swámi, Faber and Faber, Londres.

BIBLIOGRAFIA PARA O IDIOMA PORTUGUÊS: Poema do Senhor, de Vyasa, Editora Relógio d’Água, Lisboa.

Se alguém declarar que a palavra Yôga não tem acento, peça-lhe para mostrar como se escreve o ô-ki-matra (o-ki-matra é um termo hindi utilizado atualmente na Índia para sinalizar a sílaba forte). Depois, peça-lhe para indicar onde o ô-ki-matra aparece na palavra Yôga (ele aparece logo depois da letra y). Em seguida, pergunte-lhe o que significa cada uma das três partes do termo ô-ki-matra. Ele deverá responder que ô é a letra o; ki significa de; e matra tra-duz-se como acento, pausa ou intervalo. Logo, ô-ki-matra traduz-se como “acento do o”. Então, mais uma vez, provado está que a palavra Yôga tem acento.

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COMO LER ESTE LIVRO

Jamais pegue um livro didático para ler se não tiver papel e caneta com que possa fazer anotações. Caso contrário, você pensa que aprendeu e esquece tudo mais tarde.

Sublinhe e faça anotações também no próprio livro. Organize um sumário dos assuntos que mais lhe interessaram, com as respecti-vas páginas, e anote isso na página de abertura do livro estudado para ter tais dados sempre à mão.

No final de cada capítulo pare e releia-o, observando as anotações feitas.

Releia sempre os bons livros antigos, já anotados.

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INTRODUÇÃO

Este livro pertence à coleção Curso Básico da Uni-Yôga.

Alguns livros do Mestre DeRose são obras de fôlego, com 400 a 700 pá-ginas. Por esse motivo, em atenção ao leitor interessado num tema espe-cífico, decidimos lançar uma coleção de livros menores, em que cada vo-lume aborde um tema em particular, pertinente ao Curso de Formação de Instrutores, que o Mestre ministra desde a década de 70 nas Universida-des Federais, Estaduais e Católicas de vários estados do Brasil, bem co-mo em Universidades da Europa. Isso nos permitirá editar livros mais acessíveis, que possibilitarão ao público travar contato com o Yôga Anti-go mais facilmente.

Este opúsculo tratará de mais um tema que desperta muito interesse e que as pessoas, geralmente, interpretam de uma forma um tanto limitada, deixando que suas crenças ou sua cultura regional interfiram na visão mais clara do assunto. Como sempre, o Mestre DeRose abordará a maté-ria sob um prisma diferente, novo e mais abrangente.

Comissão Editorial

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A PROPOSTA DOS LIVROS DA UNIVERSIDADE DE YÔGA

A proposta desta coleção é proporcionar aos estudiosos o resultado de uma pesquisa desenvolvida durante mais de 40 anos, sendo 24 anos de vi-agens à Índia. É o resgate da imagem de um Yôga Ancestral que, fora da nossa linhagem, já não se encontra em parte alguma.

Muito se escreveu e escreve-se sobre o Yôga Moderno, mas quase nada há escrito sobre o Yôga Antigo, que é muito mais fascinante. O Yôga Pré-Clássico é uma peça viva de arqueologia cultural, considerada extinta na própria Índia, seu país de origem há mais de 5.000 anos. O que é raro é mais valioso, no entanto, independentemente desse valor como raridade, o Yôga Pré-Clássico é extremamente completo e diferente de tudo o que você possa estereotipar com o cliché “Yôga”. Além disso, ao estudar essa modalidade, temos ainda a satisfação incontida de estar dedicando-nos ao Yôga original, logo, o mais autêntico de todos. Não obstante, como estu-dar o Yôga mais antigo se não há quase nenhuma bibliografia disponível?

No início não existia a escrita e o conhecimento era passado por transmis-são oral. Depois, na fase do Yôga Clássico, por volta do século III a.C., não existia a imprensa, os livros tinham de ser escritos a mão e reproduzi-dos um a um pelos copistas, o que tornava o produto literário muito caro e as edições bem restritas. Por essa época havia uma quantidade irrisória de obras e uma tiragem de sucesso teria algo como uma centena de exempla-res. Dessa forma, foi relativamente fácil perderem-se obras inteiras, por

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incêndios, terremotos, enchentes, guerras ou, simplesmente, por persegui-ções ideológicas. Não nos restou quase nada.

Por outro lado, do Yôga Moderno praticamente tudo foi preservado. Pri-meiro, devido ao menor decurso de tempo que transcorreu entre a época da publicação e o momento presente. Depois, com o barateamento dos li-vros, graças ao advento da tipografia, muito mais obras foram escritas e suas tiragens alcançaram a cifra dos milhares de cópias. Assim, sempre haveria uns quantos exemplares em outro local quando ocorressem os in-cêndios, os terremotos, as enchentes, as guerras ou as perseguições.

O resultado disso é que hoje quase todos os livros, escolas e instrutores de Yôga são de linha Medieval2 ou fortemente influenciados por ela. O Yôga Contemporâneo ainda não teve tempo suficiente para uma produção edito-rial relevante. Pior: a maior parte está contaminada pelos paradigmas da fase anterior e confunde-se com o Medieval, até pelos próprios jargões u-tilizados e pela distorção do significado dos termos técnicos aplicados.

Assim sendo, sem dispor de vias já trilhadas de acesso ao Yôga mais anti-go, para chegar aonde cheguei foi necessário ir revolvendo, polegada por polegada, o entulho dos séculos. Primeiramente analisei o Yôga Contem-porâneo. Depois, voltando para o passado mais próximo, esquadrinhei a vertente do período anterior, o Yôga Medieval. Passados uns bons 15 a-nos de estudos, tendo esgotado a literatura disponível, estava na hora de viajar à Índia para pesquisar in loco. Em Bombaim enfurnei-me no Yôga Clássico e nos Himalayas em tradições, talvez, mais antigas. Um belo dia, descortinei uma modalidade que ficara perdida durante séculos, o Yôga Pré-Clássico. Mais 20 anos se passaram, durante os quais, indo e vindo da Índia, tratei de aprofundar minha pesquisa nos Shástras, na meditação e nos debates com swámis e saddhus de várias Escolas. O resultado foi im-pactante e pode mudar a História do Yôga.

É esse resultado que vou expor no texto desta coleção de trinta títulos pu-blicados sob a chancela da Universidade de Yôga. Dentre eles, mais de

2 Numa história de 5.000 anos, Medieval é considerado Moderno. Estude o quadro da Cronologia Histórica, que é explicado em detalhe no livro Origens do Yôga.

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dez livros de minha autoria encontram-se disponíveis para download gra-tuito no website www.uni-yoga.org. Eles podem ser acessados sem custo porque o meu trabalho é cultural e não comercial.

Desejo uma boa leitura para você.

COLEÇÃO UNI-YÔGA

1. DeRose, Faça Yôga antes que você precise, Nobel (Brasil), Afrontamento (Portugal) e Longseller (Argentina). 2. DeRose, Yôga, Mitos e Verdades, Nobel (Brasil) e Afrontamento (Portugal). 3. DeRose, Tudo o que você nunca quis saber sobre Yôga, L&PM. 4. DeRose, Programa do Curso Básico de Yôga, Uni-Yôga. 5. DeRose, Boas Maneiras no Yôga, Nobel. 6. DeRose, Eu me lembro..., Nobel. 7. DeRose, Encontro com o Mestre, Matrix (Brasil), Kier (Argentina). 8. DeRose, Sútras – máximas de lucidez e êxtase, Nobel. 9. DeRose, Alimentação vegetariana: chega de abobrinha!, Nobel. 10. DeRose, Origens do Yôga Antigo, Nobel. 11. DeRose, Alternativas de relacionamento afetivo, Nobel (Brasil) e Afrontamento (Portugal). 12. DeRose, Tantra, a sexualidade sacralizada, Uni-Yôga e Longseller (Argentina). 13. DeRose, Yôga Sútra de Pátañjali, Uni-Yôga. 14. DeRose, Mensagens do Yôga, Uni-Yôga. 15. DeRose, Karma e dharma – transforme a sua vida, Nobel. 16. DeRose, Chakras e kundaliní, Nobel. 17. DeRose, Meditação, Uni-Yôga. 18. DeRose, Corpos do Homem e Planos do Universo, Uni-Yôga. 19. DeRose, Guia do Instrutor de Yôga, Uni-Yôga (esgotado). 20. DeRose, Prontuário de Yôga Antigo, (edição histórica só para colecionadores). 21. DeRose, A regulamentação dos profissionais de Yôga, Uni-Yôga. 22. De Bona, Rodrigo, A parábola do croissant, Uni-Yôga. 23. Santos, Sérgio, Yôga, Sámkhya e Tantra, Uni-Yôga. 24. Santos, Sérgio, Escala Evolutiva, Uni-Yôga. 25. Flores, Anahí, Coreografias, Uni-Yôga. 26. Flores, Melina, 108 Famílias de ásanas, edição da autora. 27. Marengo, Joris, 50 Aulas práticas de SwáSthya Yôga, Nobel. 28. Castro, Rosângela, Gourmet vegetariano, Nobel. 29. Caramella, Edgardo, La dieta del Yôga, Kier, Buenos Aires. 30. Barcesat, Yael, Complementación pedagogica, Uni-Yôga, Buenos Aires.

SE DESEJAR UMA BIBLIOGRAFIA COM MUITOS OUTROS AUTORES E SOBRE DIVERSOS OUTROS RAMOS DE YÔGA, CONSULTE O CAPÍTULO BIBLIOGRAFIA DO LIVRO YÔGA, MITOS E VERDADES.

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DeROSE O autor com as insígnias de Comendador da Sociedade Brasileira de Educação e Inte-gração; Comendador da Academia Brasileira de Arte, Cultura e História; Grau de Cava-leiro, pela Ordem dos Nobres Cavaleiros de São Paulo, reconhecida pelo Comando do Regimento de Cavalaria Nove de Julho, da Polícia Militar do Estado de S. Paulo.

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A HISTÓRIA DO YÔGA NO BRASIL Texto escrito na década de 1970 pela Comissão Editorial do Prontuário de Yôga Antigo,

atualizado com os eventos que ocorreram posteriormente.

Há muita estória mal contada, muita afirmação reticente sobre este tema polêmico. Os verdadeiros introdutores do Yôga no nosso país estão mortos e há muito pouca gente disposta a defendê-los publicamente.

Afinal, quem foi o primeiro a ensinar Yôga no Brasil? De quem foi o primeiro livro de Yôga de autor brasileiro? Quem lançou a campanha para a regulamentação da pro-fissão? Quem introduziu o Curso de Extensão Universitária para a Formação de Ins-trutores de Yôga nas Universidades Federais, Estaduais e Católicas? Quem fundou a Primeira Universidade de Yôga do Brasil? Já está na hora de divulgarmos esses fatos.

QUEM INTRODUZIU O YÔGA NO BRASIL

Quem inaugurou oficialmente a existência do Yôga no Brasil foi Sêvánanda Swámi, um francês cujo nome verdadeiro era Léo Costet de Mascheville. Ele colocava o termo swámi no final do nome, o que era uma declaração de que não se tratava de um swámi (monge hindu), mas que usava essa palavra como sobrenome, e isso confundia os leigos. Muitos desses leigos se referiam a ele como “Swámi” Sêvá-nanda, pois um dos mais relevantes Mestres de Yôga da Índia, que viveu na época, chamava-se Swámi Sivánanda.

Sêvánanda viajou por várias cidades fazendo conferências, fundou um grupo em Lages (SC) e um mosteiro em Resende (RJ). Ele era um líder natural e sua voz era suficiente para arrebatar corações e mentes. Com Sêvánanda aprenderam Yôga to-dos os instrutores da velha guarda. E quando dizemos velha guarda, estamos nos referindo aos que lecionavam na década de 1960, cuja maioria já partiu para os pla-nos invisíveis.

Sêvánanda enfrentou muitos obstáculos e incompreensões durante sua árdua ca-minhada. Enfim, esse é o preço que se paga pelo pioneirismo. Todos os precurso-res pagaram esse pesado tributo.

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Ao considerar sua obra bem alicerçada e concluída, o Mestre Sêvánanda recolheu-se para viver em paz seus últimos anos. Todos quantos o conheceram de perto guardam-lhe uma grande admiração e afeto, independentemente dos defeitos que pudesse ter tido ou dos erros que houvesse cometido, afinal, errar, erramos todos.

QUEM ESCREVEU O PRIMEIRO LIVRO DE YÔGA

Sêvánanda introduzira o Yôga sob uma conotação pesadamente mística e em clima de monastério. Quem iniciou o Yôga como trabalho profissional no Brasil, foi o grande Caio Miranda. Dele foi o primeiro livro de Yôga de autor brasileiro. Escreveu vários livros, fundou perto de vinte institutos de Yôga em diversas cidades e formou os primeiros instrutores de Yôga. Assim como Sêvánanda, Caio Miranda tinha forte carisma que não deixava ninguém ficar indiferente: ou o amavam e seguiam, ou o odiavam e perseguiam.

Na década de 1960, desgostoso pelas incompreensões que sofrera, morreu com a enfermidade que ceifa todos aqueles que não utilizam pújá em suas aulas, pois es-sa técnica contribui para com a proteção do instrutor e os que não a aplicam ficam mais vulneráveis.

A partir da morte do Mestre Caio Miranda ocorreu um cisma. Antes, haviam-se unido todos contra ele, já que sozinhos não poderiam fazer frente ao seu conhecimento e ao seu carisma. Isso mantinha um equilíbrio de forças. De um lado, um forte e do outro, vários fracos...

Mas a partir do momento em que estava vago o trono, dividiram-se todos. Por essa razão, os nomes desses profissionais serão omitidos, pois não merecem ser citados nem lembrados. Pessoas que vivem falando de Deus e de tolerância, mas por trás semeiam a discórdia no seio do Yôga não merecem ser mencionadas. São exem-plos de incoerência.

QUEM REALIZOU A OBRA MAIS EXPRESSIVA

Em 1960 surgiu o mais jovem professor de Yôga do Brasil. Era DeRose, então com 16 anos de idade, que começara a lecionar numa conhecida sociedade filosófica. Em 1964 fundou o Instituto Brasileiro de Yôga. Em 1969 publicou o primeiro livro (Prontuário de Yôga Antigo), que foi elogiado pelo próprio Ravi Shankar, pela Mestra Chiang Sing e por outras autoridades. Em 1975, já consagrado como um Mestre sincero, encontrou o apoio para fundar a União Nacional de Yôga, a primeira entidade a congregar instrutores e escolas de todas as modalidades de Yôga sem discriminação. Foi a União Nacional de Yôga que desencadeou o movimento de u-nião, ética e respeito mútuo entre os profissionais dessa área de ensino. Desde en-tão, a União cresceu muito e conta hoje com centenas de escolas, praticamente no Brasil todo, e ainda em outros países das Américas e Europa.

Em 1978 DeRose liderou a campanha pela criação e divulgação do Primeiro Proje-to de Lei visando à Regulamentação da Profissão de Professor de Yôga, o qual despertou viva movimentação e acalorados debates de Norte a Sul do país. A partir da década de setenta introduziu os Cursos de Extensão Universitária para a

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Formação de Instrutores de Yôga em praticamente todas as Universidades Fede-rais, Estaduais e Católicas. Em 1980 começou a ministrar cursos na própria Índia e a lecionar para instrutores de Yôga na Europa. Em 1982 realizou o Primeiro Con-gresso Brasileiro de Yôga. Ainda em 82 lançou o primeiro livro voltado especial-mente para a orientação de instrutores, o Guia do Instrutor de Yôga; e a primeira tradução do Yôga Sútra de Pátañjali, a mais importante obra do Yôga Clássico, já feita por professor de Yôga brasileiro. Desafortunadamente, quanto mais sobressaí-a, mais tornava-se alvo de uma perseguição impiedosa movida pelos concorrentes menos honestos que sentiam-se prejudicados com a campanha de esclarecimento movida pelo Mestre DeRose, a qual dificultava as falcatruas dos vigaristas. Em 1994, completando 20 anos de viagens à Índia, fundou a Primeira Universidade de Yôga do Brasil e a Universidade Internacional de Yôga em Portugal e na Argen-tina. Em 1997 o Mestre DeRose lançou os alicerces do Conselho Federal de Yôga e do Sindicato Nacional dos Profissionais de Yôga.

Comemorando 40 anos de magistério no ano 2.000, recebeu em 2.001 e 2.002 o re-conhecimento do título de Mestre em Yôga (não-acadêmico) e Notório Saber em Yôga pela FATEA – Faculdades Integradas Teresa d’Ávila (SP), pela Universidade Lusófona, de Lisboa (Portugal), pela Universidade do Porto (Portugal), pela Univer-sidade de Cruz Alta (RS), pela Universidade Estácio de Sá (MG), pelas Faculdades Integradas Coração de Jesus (SP), pela Câmara Municipal de Curitiba (PR) e pela Sociedade Brasileira de Educação e Integração, a qual também lhe conferiu uma Comenda.

Em 2.003 recebeu outro certificado de Mestre em Yôga (não-acadêmico) e Notório Saber em Yôga pela Universidade Estácio de Sá (SC) e mais um título de Comen-dador, agora pela Academia Brasileira de Arte, Cultura e História.

Em 2004 recebeu o grau de Cavaleiro, pela Ordem dos Nobres Cavaleiros de São Paulo, reconhecida pelo Comando do Regimento de Cavalaria Nove de Julho, da Polícia Militar do Estado de São Paulo, e o Colar de José Bonifácio conferido pela Sociedade Brasileira de Heráldica e Medalhística.

Em 2005, recebeu o título de Doutor Honoris Causa pela Ordem dos Parlamenta-res do Brasil, outro pela Câmara Brasileira de Cultura, outro pela Soberana Ordem D. Pedro I e outros por diversas entidades acadêmicas.

Em 2006, recebeu o Diploma do Mérito Histórico e Cultural no grau de Grande Ofi-cial. Foi nomeado Conselheiro da Ordem dos Parlamentares do Brasil. No mesmo ano recebeu a Medalha Tiradentes pela Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro e a Medalha das Forças de Paz da ONU Brasil.

Por lei estadual a data do aniversário do Mestre DeRose, 18 de fevereiro, foi institu-ída como o Dia do Yôga em DEZ ESTADOS: São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina, Minas Gerais, Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Goiás; e mais o Distrito Federal.

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Atualmente, DeRose comemora 22 livros escritos, publicados em vários países e mais de um milhão de exemplares vendidos. Por sua postura avessa ao mercantilismo, conseguiu o que nenhum autor obtivera antes do seu editor: a autorização para permi-tir free download de 15 dos seus livros pela internet, bem como MP3, sem ônus, dos CDs de prática e disponibilizou dezenas de webclasses gratuitamente no site www.Uni-Yoga.org, site esse que não vende nada.

Todas essas coisas foram precedentes históricos. Isso fez de DeRose o mais discuti-do e, sem dúvida, o mais importante Mestre de Yôga do Brasil, pela energia incansá-vel com que tem divulgado o Yôga nos últimos quase 50 anos em livros, jornais, revis-tas, rádio, televisão, conferências, cursos, viagens e formação de novos instrutores. Formou mais de 5.000 bons instrutores e ajudou a fundar milhares de centros de Yô-ga, associações profissionais, Federações, Confederações e Sindicatos de Yôga no Brasil e noutros países. Hoje tem sua obra expandida por Portugal, Argentina, Espa-nha, França, Itália, Inglaterra, Alemanha, Estados Unidos etc.

Sempre exigiu muita disciplina e correção daqueles que trabalham com o seu méto-do de Yôga Antigo, o SwáSthya Yôga, o que lhe valeu a reputação de perfeccionis-ta, bem como muita oposição dos que iam sendo reprovados nas avaliações das Federações lideradas por ele.

Defende categoricamente o Yôga Antigo, pré-clássico, pré-vêdico, denominado Dakshinacharatántrika-Niríshwarasámkhya Yôga, o qual sistematizou e denominou SwáSthya Yôga, o Yôga Ultra-Integral.

Exemplo de seriedade, tornou-se célebre pela corajosa autocrítica com que sempre denunciou as falhas do métier sem, todavia, faltar com a ética profissional e jamais atacando outros professores. Isso despertou um novo espírito, combativo e elegan-te, em todos aqueles que são de fato seus discípulos.

O PRATICANTE DEVE TER OPINIÃO PRÓPRIA

Está morto: podemos elogiá-lo à vontade. Machado de Assis

Quem pratica Yôga ou filosofias correlatas tem que ter opinião própria e não se dei-xar influenciar por especulações sem fundamento.

Dois dos Mestres aqui mencionados já são falecidos e foram cruelmente incompre-endidos enquanto estavam vivos. Será que teremos de esperar que morram todos para então lamentarmos a sua falta? Será que vamos continuar, como sempre, su-jeitando os precursores à incompreensão, injustiça e desapoio para louvá-los e re-conhecer seu mérito só depois de mortos?

Ass. Comissão Editorial

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DOCUMENTAÇÃO DO TÍTULO DE MESTRE, NOTÓRIO SABER, COMENDADOR E DOUTOR HONORIS CAUSA.

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DO PORQUÊ DESTA INTERPRETAÇÃO

O que me levou a editar esta obra originalmente em 1982 foi o fato curioso de que a maior parte das traduções do Yôga Sútra que se tomaram populares no Ocidente foi feita sem a assistência de um Mestre de Yôga! Tal consultoria é absolutamente imprescindível, pois não basta conhecer a língua sânscrita para conseguir uma tradução correta. É preciso conhecer a filosofia de que o texto está tratando para que seja coerente.

Imagine o leitor se seria possível a uma pessoa que conhecesse bem o la-tim (o sânscrito também é língua morta), traduzir desse idioma um texto de mais de dois mil anos sobre medicina antiga sem o auxílio de um mé-dico e mais: um que fosse versado na linguagem acadêmica daquela épo-ca. O resultado seria uma coletânea de impropriedades como as que coa-lham as versões dos livros de Yôga nas línguas modernas e, mormente, as da obra clássica de Pátañjali. Tal importância fica mais aparente quando se sabe que no sânscrito cada vocábulo pode ter muitos significados dife-rentes. Esse é o caso da própria palavra Yôga. Por isso, quando Pátañjali diz, no capítulo I, sútra 1, que vai falar de Yôga, no versículo imediato ele se apressa em definir o que entende por esse termo.

A ignorância do sânscrito e do Yôga foi atroz em algumas traduções, nu-ma flagrante falta de respeito para com o leitor que, ao ler um livro, em-presta seu voto de confiança pelo que lá está escrito. Esse é um dos moti-vos pelos quais recomendo que, em se tratando do Yôga Sútra, procure-se comparar sempre o máximo de traduções para poder ter uma idéia mais abrangente do assunto.

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Não basta, tampouco, conhecer o Yôga, simplesmente. Torna-se necessá-rio levar em conta as várias linhas que existiram nas diversas épocas. Não se pode ignorar que, na época de Pátañjali, o Yôga seguia as tendências Brahmáchárya e Sámkhya (Sêshwarasámkhya). Essa é uma questão da mais alta importância uma vez que os tradutores em geral cometem dis-torções pela influência do seu próprio tipo de Yôga, quase sempre Vêdán-ta, ou seja, nada menos que o oposto filosófico do Sámkhya que preten-dem explicar... Seria algo como uma tradução dos Evangelhos feita por Karl Marx.

Tempo, paciência e investimento financeiro também são necessários para se obter uma boa tradução. No meu caso, precisei de 22 anos de trabalho e várias viagens à Índia para concluir a versão provisória, que editei em 1982, numa pequena tiragem. Essa primeira edição foi realizada apenas para poder submeter o resultado obtido a estudiosos de várias partes do mundo. Com os subsídios assim angariados, pude prosseguir por outros dez anos. A presente edição é o que consegui de mais fiel ao texto original e, ao mesmo tempo, inteligível para quem tenha um mínimo de estudo sé-rio sobre o Yôga Clássico. Procurei evitar termos desnecessariamente complicados, e se restaram alguns, foi por absoluta contingência.

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O YÔGA E PÁTAÑJALI O Yôga é dividido em dois grandes grupos: Yôga Antigo e Yôga Moder-no. O Yôga Antigo subdivide-se em Pré-clássico e Clássico. O Yôga Moderno, em Medieval e Contemporâneo. Cada uma dessas subdivisões tem características que a distinguem tanto das demais, que passaram as quatro a ser conhecidas como troncos. De cada tronco, nasceram vários ramos de Yôga.

Os ramos de Yôga são as diversas modalidades, tais como: Ásana Yôga, Rája Yôga, Bhakti Yôga, Karma Yôga, Jñána Yôga, ;Layá Yôga, Mantra Yôga, Tantra Yôga, etc. Em princípio, cada um desses ramos pode per-tencer a qualquer tronco (fora as exceções). Os troncos determinam a fun-damentação filosófica global e a postura comportamental genérica. Por outro lado, os ramos definem que técnicas vão ser utilizadas e em que proporção.

Por exemplo, os troncos determinam se a fundamentação será Sámkhya (Yôga Antigo) ou Vêdánta (Yôga Moderno); e se a atitude comportamen-tal adotada será Tantra (Yôga Pré-clássico) ou Brahmáchárya (Yôga Clás-sico e Medieval).

Já os ramos definem se as técnicas serão constituídas por mudrás, pújás, mantras, pránáyámas, kriyás, ásanas, yôganidrás, dháranás, dhyánas, etc. Ou ainda, se serão utilizados dois ou mais desses grupos de técnicas em diferentes combinações e em específicas proporções. Caso todos esses re-cursos sejam utilizados juntos no sádhana, a prática regular, então nós te-remos o Yôga mais antigo, do qual nasceram todos os ramos e que, por-

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tanto, continha em si todas as técnicas. Esse é o Pré-clássico.

Sabendo-se que o Sámkhya é naturalista e o Vêdánta, espiritualista; que o Tantra é matriarcal; e que o Brahmáchárya, ao contrário, é patriarcal, per-cebe-se que cada tronco confere cores bem distintas a cada modalidade. Noutras palavras, o mesmo conjunto de técnicas (Ásana Yôga, Rája Yôga, Bhakti Yôga, etc.) poderá ser professado sob uma interpretação cultural absolutamente diferente e, com freqüência, até divergente das demais.

Um Bhakti Yôga (devocional) de linha Vêdánta será espiritualista e cultu-ará santos e deuses. Em contrapartida, o mesmo ramo, Bhakti Yôga, de li-nha Sámkhya, antiga e autêntica, será naturalista e reverenciará a Nature-za. O Sámkhya mais primitivo é o Niríshwarasámkhya e essa modalidade tem muitos conceitos que lembram os ambientalistas e os ecologistas do século XXI.

Essas criativas receitas foram elaboradas empiricamente ao longo de 5.000 anos para adaptar-se a diferentes tipos de praticantes. As combina-ções entre si alcançam uma variedade incalculável e, pode-se dizer, há pe-lo menos uma modalidade de Yôga perfeita para cada pessoa. Ou seja, um método ideal para conduzi-la à meta, que é o samádhi (a hiperconsciên-cia), desenvolvendo adicionalmente, durante a jornada, uma série de be-nefícios colaterais para a saúde que o leigo confunde com a finalidade do Yôga em si. Confunde os meios com os fins.

Onde entra o Yôga Sútra nesse complexo cenário? Os Aforismos (Sútras) do Yôga e seu autor, o sábio Pátañjali, foram responsáveis pela formaliza-ção do Yôga Clássico. Sua importância foi muito grande, pois graças a Pátañjali o Yôga passou a ser reconhecido pelos indianos de então como um darshana, um dos seis pontos de vista da filosofia hindu.

A maior parte dos escritores da Índia atribui uma idade de mais de 2.000 anos à obra de Pátañjali. Menciona-se o século III ou II antes de Cristo como a época em que o Yôga Sútra foi elaborado. No Ocidente, porém, é popular a opinião de que teria sido estruturado seiscentos ou setecentos anos depois, lá pelo século IV d.C.

De qualquer forma é um dos livros de Yôga mais antigos e detém o méri-to de ter constituído a codificação dó Yôga Clássico, portanto, ter inaugu-

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rado a tradição de Yôga Sámkhya-Brahmáchárya. Assim sendo, o Yôga Sútra é literatura obrigatória para os estudiosos que buscam as raízes mais antigas a caminho das origens do Yôga. Seria arriscado direcionar nossas lunetas para o Yôga Pré-Clássico sem ter passado antes pela erudição do Clássico.

O que havia antes do Yôga Clássico? Existiria algo ainda mais ancestral? Por certo que sim. A cultura indiana é extremamente antiga. Historica-mente podemos ultrapassar 4.000 anos sem nenhum receio. Arqueologi-camente conseguimos recuar muito mais.

Se Pátañjali codificou algo que passou a denominar-se Yôga Clássico, es-sa é a maior demonstração de que existira antes um Yôga mais arcaico. Nada nasce já clássico. Antes da música clássica existiu música primitiva. Antes da dança clássica existiu a dança primitiva. Da mesma forma, antes do Yôga Clássico existiu um Yôga primitivo. Por isso, não é correto cha-mar Pátañjali de "Pai do Yôga", como ocorre com certa freqüência, uma vez que ele não criou o Yôga e que essa filosofia já tinha milênios quando o autor do Yôga Sútra nasceu.

A conscientização deste fato é parâmetro fundamental na busca das ori-gens3. Muitos estudiosos só recuaram até Pátañjali em suas pesquisas e por ali ficaram, supondo que tinham chegado ao que havia de mais remo-to. Isso induziu ao erro muita gente bem intencionada que se convenceu de que o Yôga mais antigo era de fundamentação Sêshwarasámkhya e Brahmáchárya.

Contudo, se realizarmos uma busca mais profunda, vamos descobrir que o Yôga original era de tradição Tantra-Sámkhya (Dakshinacharatántrika-Niríshwarasámkhya Yôga). Essa estirpe surgiu na civilização drávida, mi-lênios mais antiga do que a cultura ariana que se instalou na Índia por vol-ta de 1.500 a.C. Dela nasceram os oito ramos mais antigos: Ásana Yôga, Rája Yôga, Bhakti Yôga, Karma Yôga, Jñána Yôga, Layá Yôga, Mantra Yôga e Tantra Yôga. Destes, nasceram todos os demais. Logo, o Yôga Pré-Clássico possuía em seu patrimônio o germe de todas as demais mo-

3 Consulte o livro Origens do Yôga, deste mesmo autor.

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dalidades.

É interessante porque, ao mesmo tempo em que todos os autores a-firmam que o Yôga tem mais de 5.000 anos de existência, a maioria declara que o Yôga mais antigo é o Clássico, o qual foi surgir apenas no século terceiro antes da Era Cristã, criando uma lacuna de 3.000 anos, o que constitui incoerência, no mínimo, em termos de matemá-tica!

Mas como doutos escritores e Mestres honestos puderam cometer um erro tão primário?

Acontece que a Índia foi ocupada pelos áryas, cujas últimas vagas de ocu-pação ocorreram em cerca de 1.500 a.C. Isso foi o golpe de misericórdia na Civilização Harappiana, de etnia dravídica. Conforme registraram mui-tos historiadores, os áryas eram na época um povo nômade guerreiro sub-bárbaro. Precisou evoluir mil e quinhentos anos para ascender à categoria de bárbaro durante o Império Romano. A Índia foi o único país que, de-pois de haver conquistado a arte da arquitetura, após a ocupação ariana passou séculos sem arquitetura alguma, pois seus dominadores sabiam destruir, mas não sabiam construir, já que eram nômades e viviam em tendas de peles de animais.

Como sempre, “ai dos vencidos”. Os arianos aclamaram-se raça superior (isto lembra-nos algum evento mais recente envolvendo os mesmos aria-nos?) promoveram uma “limpeza étnica” e destruíram todas as evidências da civilização anterior. Essa eliminação de evidências foi tão eficiente que ninguém na Índia e no mundo inteiro sabia da existência da Civilização Harappiana, até o final do século XIX, quando o arqueólogo inglês Ale-xander Cunningham começou a investigar umas ruínas em 1873. Por isso, as Escrituras hindus ignoram o Yôga Primitivo e começam a História no meio do caminho, quando o Yôga já havia sido arianizado.

Tudo o que fosse dravídico era considerado inferior, assim como o fize-ram nossos antepassados europeus ao dizimar os aborígines das Américas e usurpar suas terras. O que era da cultura indígena passou a ser conside-rado selvagem, inferior, primitivo, indigno e, até mesmo, pecaminoso e sacrílego. Faz pouco menos de quinhentos anos que a cultura européia

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destruiu as Civilizações Pré-Colombianas e já quase não há vestígio das línguas (a maioria foi extinta), assim como da sua medicina, das suas crenças e da sua engenharia que construiu Machu Picchu, as pirâmides, os templos e as fortalezas, cortando a rocha com tanta perfeição sem o co-nhecimento do ferro e movendo-as sem o conhecimento da roda.

Da mesma forma, na Índia, após mil e tantos anos de dominação ariana, não restara vestígio algum da extinta Civilização Dravídica. O Yôga mais antigo? “Só podia ser ariano!” Descoberto o erro histórico há mais de cem anos, já era hora de os autores de livros sobre o assunto pararem de sim-plesmente repetir o que outros escreveram antes dessa descoberta e admi-tirem que existira, sim, um Yôga arcaico, Pré-Clássico, pré-vêdico, pré-ariano, que era muito mais completo, mais forte e mais autêntico, justa-mente por ser o original.

Recordando, temos um tronco de Yôga Pré-clássico, que é de linha Tan-tra-Sámkhya (TS); um de Yôga Clássico, que é Brahmáchárya-Sámkhya (BS); um de Yôga Medieval, que é Brahmáchárya- Vêdánta (BV); e um de Yôga Contemporâneo, que é Tantra- Vêdánta (TV).

O Yôga Contemporâneo, instaurado a partir do século XIX, é praticamen-te desconhecido, pois ainda não teve tempo para fazer frente à enorme produção literária do período precedente, o medieval. Este contou com os últimos mil anos para gerar uma quantidade inimaginável de livros, Mes-tres e escolas, que ainda constituem maioria absoluta.

Além de haver poucas obras e escolas representantes do período contem-porâneo, ainda contamos com mais um inconveniente que é a aparição de um deterioramento consumista que surgiu no Ocidente em pleno século XX. Ela é formada por uma absurda inversão de valores cometida em função da barbárie da desinformação e interesses pecuniários. Essa ver-tente não tem nada a ver com o Yôga legítimo e chega a lhe ser franca-mente antagônica. Trata-se de uma crassa deturpação ensinada por ensi-nantes sem habilitação e consumida por um público pouco exigente

Felizmente um número cada vez maior de pessoas está se interessando mais, procurando bons livros e professores formados. A prova disso é que

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você está lendo esta interpretação do livro clássico de Pátañjali, cujo estu-do não deixa de ser uma empreitada difícil.

CRONOLOGIA HISTÓRICA DO YÔGA Divisão YÔGA ANTIGO YÔGA MODERNO

Tendência Sámkhya Vêdánta

Período Yôga Pré-Clássico Yôga Clássico Yôga Medieval Yôga Contemporâneo

Época Mais de 5.000 anos séc. III a.C. séc. VIII d.C. séc. XI d.C. Século XX

Mestre Shiva Pátañjali Shankara Gôrakshanatha

Literatura Upanishad Yôga Sútra Vivêka Chudamani Hatha Yôga

Aurobindo Rámakrishna Vivêkánanda Shivánanda Chidánanda Krishnánanda Yôgêndra

Fase Proto-Histórica Histórica

Fonte Shruti Smriti

Povo Drávida Árya

Linha Tantra Brahmáchárya

QUADRO EXTRAÍDO DO LIVRO YÔGA, MITOS E VERDADES, DESTE AUTOR.

Notas do quadro acima

1. No quadro acima, o Yôga Pré-Clássico está sombreado por se encontrar no limbo da História oficial, conquanto continuem surgindo mais e mais evidências da existência de um Yôga ante-rior ao Clássico.

2. O Yôga Antigo, Pré-Clássico, hoje é conhecido como SwáSthya Yôga. Se em algum debate acadêmico você precisar de elementos para demonstrar que o SwáSthya é de estrutura pré-clássica, utilize o presente quadro sinótico. Ele demonstra que a única linhagem Sámkhya-Tantra é a pré-clássica. Ora, essa é a estrutura do SwáSthya Yôga (Dakshinacharatántrika-Niríshwarasámkhya Yôga). Mais esclarecimentos na nossa obra Origens do Yôga Antigo.

3. Embora a tendência da maior parte dos Mestres e Escolas continue sendo brahmáchárya, no período contemporâneo começa a se instalar uma tendência tântrica (dakshinachara) repre-sentada por Aurobindo e Rámakrishna.

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A VERDADE SOBRE O YÔGA CLÁSSICO

O Yôga Clássico, ou Rája Yôga, é o Yôga de Pátañjali e seu texto básico é o Yôga Sútra. O Yôga Clássico, ou Ashtánga Yôga, é constituído pelas oito partes mencionadas no capítulo I, sútra 29, do Yôga Sútra:

l) yama - cinco proscrições éticas; 2) niyama - cinco prescrições éticas; 3) ásana - técnicas orgânicas; 4) pránáyáma - expansão da bioenergia através de respiratórios; 5) pratyáhára - abstração dos sentidos externos; 6) dháraná - concentração mental; 7) dhyána - meditação; 8) samádhi - estado de hiperconsciência.

De acordo com a tradição do verdadeiro Yôga Clássico, o discípulo so-mente passa ao anga seguinte quando já dominou o precedente. Isso signi-fica que, no Rája Yôga, antes de praticar técnicas corporais ou respirató-rias, o instrutor só pode ensinar a parte ética – cinco yamas e cinco niya-mas – e assim permanecer durante, anos, até que os discípulos já tenham assimilado na sua vida cotidiana esses rígidos princípios morais. Acontece que muitos ensinantes de Yôga Clássico não cumprem tais normas éticas e nem mesmo as conhecem. São elas:

Yamas- ahimsá (não agredir); satya (não mentir); astêya (não roubar); brahmáchárya (não dissipar a sexualidade);

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aparigraha (não cobiçar).

Niyamas - shaucha (limpeza); santôsha (alegria); tápas (auto-superação); swádhyáya (auto-estudo); íshwara pranidhána (auto-entrega).

No que concerne ao ahimsá, a não-agressão, conhecemos um bom número de supostos yôgins e ensinantes que agridem seus colegas só porque pro-fessam outra linha de Yôga.

Quanto ao satya, não mentir, muitos são os que afirmam inverdades bem graves sobre o Yôga e sobre os seus colegas. Como acreditar num instru-tor que mente?

Mais freqüente ainda é o desrespeito ao astêya, não roubar, pois cotidia-namente detectamos o roubo de idéias, métodos, conceitos, frases e até textos inteiros, utilizados por um instrutor ou escritor, sem render o devi-do crédito autoral a quem de direito. Um caso vergonhoso foi um livro de "yóga", assinado por alguém que usava nome suposto, e que era o plágio despudorado de um livro espírita sobre um assunto que nada tinha a ver com o Yôga nem com "a yóga", copiado na íntegra. O leitor leigo, que não entende coisa alguma, compra, lê e baralha tudo.

Não apenas o Yôga Clássico, mas qualquer ramo de Yôga de linha Brah-máchárya, reconhece o quarto yama como sendo uma restrição clara e ab-soluta à atividade sexual. Somente as modalidades de Yôga de tradição tântrica é que admitem um sentido mais tolerante, de "castidade-nos-atos-sexuais", pois utilizam a sexualidade como ferramenta para alavancar a evolução interior.

O exercício tântrico denominado maithuna, longe de podar a sexualidade, amplia sua força e canaliza-a para fins de desenvolvimento pessoal. Essa prática permite direcionar a libido para o melhor rendimento na profissão, nos estudos e no esporte. Incrementa a vitalidade e a saúde como um todo. Por isso proporciona rejuvenescimento e expande a expectativa de vida. A finalidade, porém, é fornecer mais energia para a kundaliní e, conseqüen-temente, facilitar a conquista do samádhi. Contudo, não nos esqueçamos,

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esta é uma visão Tántrika da sexualidade. O Yôga Clássico é Brahmá-chárya: determina que o sexo seja evitado até em pensamentos. Mesmo na seleção dos alimentos proíbe sumariamente, por exemplo, a ingestão do alho e da cebola por estimularem a sexualidade. Um praticante autêntico de Yôga Clássico não deveria ser casado. Muito menos um instrutor dessa modalidade.

Fora isso, o fato de o candidato à prática do Yôga Clássico ter que iniciar por um demorado processo de reeducação moral antes de aprender qual-quer técnica; estabelece uma verdadeira barreira que bloqueia o interesse do público.

Mesmo na etapa seguinte, a das técnicas corporais, o Yôga Clássico não possui em seu acervo mais do que posturas de meditação, sentadas e para-das. Isso constitui outro obstáculo para a captação de alunos em número suficiente para manter um estabelecimento que se dedicasse a essa moda-lidade de Yôga. Somente os Yôgas de tradição tântrica possuem uma grande variedade de técnicas orgânicas. E todos sabem, ou deveriam sa-ber, que não se podem misturar práticas tântricas com outras de tradição antitântrica!

A conclusão é a de que o Yôga Clássico possui uma tal profundidade e complexidade que é simplesmente impraticável sua aplicação em "acade-mias de yóga" ocidentais. Preconceito? De forma alguma. Sou o primeiro a defender a igualdade dos homens, sejam eles orientais ou ocidentais e, como tal, o Yôga como um patrimônio da Humanidade. No entanto, pelos fatores meramente culturais que foram mencionados, o público não des-penderia tempo e dinheiro para dedicar-se a um trabalho tão sério quanto sem atrativos consumistas. Somente estudiosos de alto padrão conseguem entender as propostas do Yôga de Pátañjali. Ele é produto de uma codifi-cação que não apela para a terapia nem para o misticismo. Como se sabe, estas duas abordagens (terapia e misticismo) são altamente comerciais e o Yôga Antigo não compreendia tais propostas. O Yôga da antiguidade clássica e pré-clássica situa-se como uma filosofia técnica de bases natu-ralistas (Sámkhya), portanto, sem o espiritualismo que lhe foi atribuído a posteriori.

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FRASES DIFERENTES, SIGNIFICADO IGUAL? A mesma coisa pode ser dita com várias construções diferentes. Essas dis-tintas formatações podem estar sujeitas a uma quantidade de variáveis, tais como:

1) a época em que a tradução foi feita – levando-se em conta as tendên-cias filosóficas vigentes e os modismos da linguagem (por exemplo, na transição ao século XXI os termos que sugerem misticismo devem ser evitados na literatura mais séria de Yôga, para distingui-la da onda de eso-terismo barato, misturança consumista e charlatanismo, que vem se to-mando uma pandemia mundial);

2) o lugar onde o texto vai ser lido – se estiver em português, será o fa-lado na América (Brasil), na China (Macau), na Índia (Goa), na África (Angola, Moçambique) ou na Europa (Portugal)? Tomemos como exem-plo as frases lusitanas: "leve ao lume até que deite fumo" e "carregue no autoclismo da retrete" que significam para a vertente brasileira, respecti-vamente" leve ao fogo até que saia fumaça" e "dê a descarga no vaso sa-nitário". Inclusive dentro do mesmo país, é comum uma palavra mudar completamente de sentido, dependendo da região.

3) o públiço a que se destina - uma tradução do Yôga Sútra, feita para eruditos em Yôga será forçosamente diversa de uma outra dirigida a sans-critistas, que estão bastante interessados nos aspectos lingüísticos, mas não detêm um conhecimento profundo do Yôga. Muito menos sobre as fi-ligranas que distinguem, notavelmente para nós, um Yôga de tendência Sámkhya-Tantra (pré-clássico) de um outro Sámkhya-Brahmáchárya (clássico), ou mesmo Vêdánta-Brahmáchárya (medieval). Cada linha de

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Yôga confere aos sútras interpretações bem particulares, que chegam mesmo a ser inconciliáveis entre si. Um exemplo disso é a tradução do yama brahmáchárya. Os vêdánta-brahmácháryas atribuem-lhe o sentido de celibato, com total abstinência sexual, até em pensamentos. Os tântricos traduzem como castidade-nos-atos-sexuais, ou seja, cultivar uma sexuali-dade sadia, atuando intensamente, mas com pureza e sob determinados princípios morais, técnicos e filosóficos. Sendo o Yôga Sútra um livro de linha Sámkhya-Brahmáchárya, optei por traduzir esse mandamento ético como não-dissipação da sexualidade, o que tem a vantagem de satisfazer as duas correntes.

Também devemos ter presente o fato de que a maior parte das traduções disponíveis faz concessões a um espiritualismo que, no entanto, não exis-tia no período clássico. Tais conotações foram instiladas por comentaris-tas impregnados de conceitos Vêdánta, bem como por espiritualistas oci-dentais, que cristianizaram o Yôga durante e após a dominação britânica na Índia.

Nesta edição, com mais de 40 anos de estudo e 24 anos de viagens àquele país, permito-me exercer uma postura mais crítica e categórica com rela-ção a determinadas discrepâncias. Por exemplo, enquanto é quase unâni-me os autores traduzirem chitta como mente, os meus estudos me conce-dem hoje o privilégio de discordar.

Chitta não pode ser identificado mediante a palavra mente. Ele é muito mais do que isso: chitta designa todo um psiquismo, todo um complexo mente-personalidade, que se constitui veículo da consciência e pode ser entendido como o próprio princípio consciente (no nível da personalida-de, não no da individualidade): mente, ademais, é a tradução de um outro termo sânscrito (manas).

Chitta, neste contexto, é composto de três partes, a saber: ahamkára (e-go), buddhi (inteligência) e manas (mente) o que, convenhamos, é muito mais abrangente do que o conceito espelhado pela simples palavra mente para os ocidentais modernos. Além disso, o vocábulo chitta provém da ra-iz chit, que também significa "ver, observar, perceber". Logo, é mais fa-cilmente associável à idéia de consciência. É o caso dos atributos sat, chit,

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ananda – existência, consciência, bem-aventurança.

Como suporte a estas afirmações podemos citar o Léxico de Filosofia Hindú, de Kastberger, que define chitta como "a consciência, o princípio consciente".

Uma proposta conciliatória é admitir-se que se o praticante "parar as on-das mentais", controla o pensamento e, conseqüentemente, estabiliza a consciência. Esta última alternativa foi minha opção para a presente edi-ção.

Contudo, se daqui a mais dez anos de estudos e de pesquisas na Índia, eu fizer outra revisão deste trabalho, com certeza terei melhoramentos a inse-rir.

Ainda bem que é assim. Os demais comentaristas de Pátañjali nunca mais modificaram sua primeira versão. Alguns, possivelmente, com receio de perder o respeito do seu público, supondo que este os acusaria de terem sido menos fiéis na vez anterior. O meu leitor é diferente, ele valoriza mais o aprimoramento constante e não a sabedoria estagnada, por melhor que pareça. Prefere a honestidade do Mestre que reconhece: nada é tão perfeito e acabado que não comporte uma superação. Nós, no SwáSthya Yôga, temos por hábito estarmos todo o tempo a nos auto-superar. Por is-so, temos que admitir várias interpretações diferentes como sendo verda-deiras. Em minhas aulas, muitas vezes, dou uma definição que algum alu-no gosta e pede para repetir... mas na segunda vez sai diferente! Nem por isso uma das duas é menos verdadeira. São apenas maneiras diferentes de explanar.

Portanto, em alguns versículos, podemos aceitar que mais de uma forma de escrever seja expressão coerente do sútra respectivo. Afinal, como já vimos, é possível dizer a mesma coisa com diferentes frases e até com construções verbais de distintos níveis culturais. Em outras circunstâncias, porém, tal interpretação não cabe e precisamos reconhecer as divergências de opinião. Para que você tenha uma idéia do que acabo de expor, cito a-baixo nada menos que 21 traduções diferentes da definição do Yôga, no capítulo I, sútra 2.

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Yôgash chitta vritti nirôdha.

1. Para Sivánanda, Yôgash chitta vritti nirôdha, significa: O Yôga é a supressão dos turbilhões mentais.

2. Para Vishnudêvánanda, Yôgash chitta vritti nirôdha, significa: O Yôga consiste em suprimir a atividade da mente.

3. Para Satchidánanda, Yôgash chitta vritti nirôdha, significa: Yôga é a restrição das modificações da matéria mental.

4. Para Vivêkánanda, Yôgash chitta vritti nirôdha, significa: Yôga é impedir que a matéria mental tome formas variadas.

5. Para Lin Yutang, Yôgash chitta vritti nirôdha, significa: Yôga é impedir que a substância mental tome formas variadas.

6. Para Satya Prakash, Yôgash chitta vritti nirôdha, significa: Yôga é a inibição das funções da mente.

7. Para Padmánanda, Yôgash chitta vritti nirôdha, significa: Yôga é o controle das idéias no espírito.

8. Para Prabhávánanda, Yôgash chitta vritti nirôdha, significa: Yôga é o controle das ondas-pensamento na mente.

9. Para Taimni, Yôgash chitta vritti nirôdha, significa: Yôga é a inibição das modificações da mente.

10. Para Purôhit Swámi, Yôgash chitta vritti nirôdha, significa: Yôga é controlar as atividades da mente.

11. Para Yôgêndra, Yôgash chitta vritti nirôdha, significa: Yôga é restringir de modificações o complexo-perso.nalidade.

12. Para Dêsikachar, Yôgash chitta vritti nirôdha, significa: Yôga é a habilidade de dirigir a mente exclusivamente para um objeto e suster essa direção sem quaisquer distrações.

13. Para Dêshpandê, Yôgash chitta vritti nirôdha, significa: O Yôga é o estado do ser em que o movimento ideacional e1etivo da mente retarda-se e chega a deter-se.

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14. Para Eliade, Yôgash chitta vritti nirôdha, significa: Yôga é a supressão dos estados de consciência.

15. Para Stephen, Yôgash chitta vritti nirôdha, significa: O Yôga pode ser atingido pelo domínio da tendência natural da mente de reagir a impressões.

16. Para Bailey, Yôgash chitta vritti nirôdha, significa: O Yôga alcança-se mediante a subjugação da natureza psíquica e a sujei-ção da mente.

17. Para Gardini, Yôgash chitta vritti nirôdha, significa: O Yôga é a supressão das modificações da mente.

18. Para Johnston, Yôgash chitta vritti nirôdha, significa: A União, a consciência espiritual, logra-se por meio do domínio da versá-til natureza psíquica.

19. Para Tola e Dragonetti, Yôgash chitta vritti nirôdha, significa: Yôga é a restrição dos processos da mente.

20. Para Ernest E. Wood, Yôgash chitta vritti nirôdha, significa: Yôga é o controle das idéias na mente.

21. Para DeRose, Yôgash chitta vritti nirôdha, significa: Yôga é a supressão da instabilidade da consciência.

Como o leitor pode notar, as discrepâncias não são poucas. No restante da obra elas se tomam ainda mais gritantes. Por esse motivo, insisto para que o pesquisador consciencioso constate-as num estudo comparativo com o maior número possível de traduções da obra de Pátañjali.

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A RAZÃO DE TANTAS DIVERGÊNCIAS

Os sútras são aforismos extremamente concisos, pílulas de sabedoria "de-sidratada", para que possam ser facilmente memorizados em pouquíssi-mas palavras. Por outro lado, são bastante sintéticos para conferir um ca-ráter hermético ao texto. Um leitor leigo, que não tenha sido iniciado nas chaves dessa linha específica de Yôga, ficará frente à frente com uma cha-rada gramatical, em que as palavras bóiam sem sentido na superfície, sem que o profano consiga atingir as profundezas do significado real.

Isso protegia, no passado, o ensinamento original contra a ameaça de des-virtuamento pela intromissão de pessoas desautorizadas. Estas ficavam tão desconcertadas que desistiam ou procuravam um Mestre qualificado. Mas, com o passar do tempo, a disseminação da escrita e da cultura, a cri-ação da imprensa e, acima de tudo, uma radical mudança nos conceitos é-ticos, terminou por tornar o sistema cifrado dos sútras mais um estorvo do que uma vantagem. Assim foi porque, a partir de uma certa época, todos passaram a ter acesso ao texto de Pátañjali e a publicar seus comentários, nem sempre adequados. Das muitas dezenas de comentários ao Yôga Sú-tra que já foram escritos até hoje, não há dois que estejam de acordo entre si.

Para exemplificar, consideremos o Vêdánta Sútra 11, versículo 2:

Texto do sútra

Payô'mbuvach chêt tatrápi.

Tradução simples. Se, à maneira da água ou do leite, também nesse caso.

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O leitor leigo jamais vai entender o que esse sútra significa, a menos que ele seja interpretado por um conhecedor do ensinamento em questão. En-tão, tem lugar uma tradução interpretativa, que ficaria assim:

Tradução interpretativa: Se (o partidário do Sámkhya objeta que o "pré-formado" se move por sua própria natureza), à maneira da água ou do lei-te (quando derramados, responderemos que) também nesse caso (o mo-vimento é devido a uma vontade inteligente que dirige a água e o leite).

Com isto, creio que o leitor passa a compreender porque levei tantos anos a traduzir um livro tão pequeno. E também fica em condições de saborear cada sútra, pois agora já sabe o trabalho que deu esculpir-lhe a forma. Foi tal como o trabalho do arqueólogo a esculpir a rocha que envolve um fós-sil. Ele não pode tirar de mais nem de menos sob pena de desfigurar a he-rança do passado. Essa foi a minha preocupação e espero ter sido bem su-cedido.

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EXEMPLOS DE DISCREPÂNCIAS

No capítulo I sútra 26, encontram-se versões que se iniciam com a palavra sa, outras com as palavras sa êsha, e outras com nenhuma das duas.

Alguns autores, como Yôgêndra e Satchidánanda, fazem constar como texto original no capítulo II, sútra 54, a palavra chitta. Outros, como Dê-sikachar, apresentam a mesma palavra com uma terminação diferente: chittasya.

Além disso, à altura do capítulo III, sútra 20, instala-se uma divergência coletiva, com várias opiniões bem discrepantes. Alguns autores suprimem um e até dois versículos inteiros. Sua ordem também aparece alterada, de-pendendo da fonte que se estuda. Como é consideravelmente difícil sa-bermos qual é a forma primitiva, optamos por esta que julgamos correta, não só pela maioria que a apóia, como também pela reputação dos Mes-tres que a defendem.

Assim sendo, não fizemos constar no sútra 22 a seguinte frase, que apare-ce, por exemplo, na versão de Vishnudêvánanda e na de Satchidánanda:

Êtênê shabdadi antardhanam uktam.

Da mesma maneira, também se alcança a desaparição do som e outros fenômenos físicos.

Outra divergência é observada no capítulo III, sútra 40. Na maior parte dos textos sânscritos consultados o sútra é o seguinte:

Samána jayáj jvalanam.

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Contudo, na versão de Srí Yôgendra, encontra-se:

Samána jayat prajvalanam.

Estas não são as únicas divergências, mas com elas já podemos ter uma idéia dos problemas que precisamos superar. Servem também de refrea-mento à crítica fácil e compulsiva, que induz o estudioso a rapidamente tachar de errada uma versão que esteja diferente da que seja do seu co-nhecimento anterior.

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A TRANSLITERAÇÃO DO SÂNSCRITO Nesta obra aplico uma pequena diferença em relação aos meus outros li-vros no que concerne à transliteração do idioma sânscrito para caracteres latinos. O motivo desta variação é o fato de que nos meus demais livros só uso o sânscrito como referência a palavras que não podem. ou que não devem ser traduzidas.

Aqui o sânscrito tem uma importância maior por tratar-se de obra clássica e possuidora de traduções controvertidas. Por isso, observo a distinção en-tre o r consoante (viryá) e o r vogal (vrtti); entre o sh (s com um acento em cima) e o sh (s com um ponto embaixo); e outras minúcias, como uma acentuação mais detalhada, desnecessária em um outro tipo de trabalho.

Quando se escreve o sânscrito em caracteres latinos, chama-se transli-teração. Existem várias transliterações, convencionadas para o inglês, para o francês, para o português, etc. Quem lê livros de Yôga, geralmente fica desorientado ao ver a mesma palavra sendo grafada das mais variadas e estranhas maneiras; e acaba, não raro, assimilando uma forma menos cor-reta, mas que tenha logrado tornar-se mais popular. Nesta obra optamos pela transliteração mais usada na Índia, pois, se o Yôga vem de lá, faz sentido não modificar a forma de escrever seus termos. Além disso, esta que adotamos é mais fácil e muito mais lógica, haja vista o nome do cria-dor do Yôga. Ele aparece nos diversos livros com as seguintes grafias: Shiva, Śiva, Siva, Çiva, Civa, Shiv, Siwa, Xiva e outras...

A primeira das variações acima é a que adotamos, pois, além de ser uma forma largamente utilizada na Índia e no inglês, permite imediata compre-ensão da pronúncia chiada da primeira sílaba, em quase todos os idiomas.

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As demais formas só poderão ser lidas e pronunciadas por quem já conhe-ça o sânscrito, sendo que as quatro primeiras alternativas estão corretas e as demais deturpadas.

Não use letras maiúsculas para escrever os termos sânscritos comuns. Como em português, francês, inglês, espanhol, etc., no sânscrito só escre-vemos com letras maiúsculas os substantivos próprios ou em início de frase.

Portanto, não se justifica o erro de grafar as palavras desse idioma sempre com iniciais maiúsculas (Chakra, Mantra, Ásana, etc.) ou, pior, com tudo maiúsculo (YÔGA, SWÁSTHYA, etc.), como se estivesse gritando com o leitor. Isso só se usa ao escrever a mão livre, para evitar confusão na lei-tura.

TRANSLITERAÇÃO ADOTADA:

a - aberta, curta, como em Jaci (sútra); á - aberta, longa, como em arte (dháraná); ê - sempre fechada, como em dedo (Vêda); ô - sempre fechado, como em iodo (Yôga); ch ou c – pronuncia-se como em tchê (chakra); g - sempre gutural como em garganta (Gítá); j - pronuncia-se como em Djanira (japa); h - sempre aspirado, como em help (mahá); m - como em álbum (prônam); n - não nasaliza a vogal precedente (prána); ñ - nh, como no castelhano peña (ájña); r - igual ao r italiano ou como em vidro (rája); s - tem o som de ss, como em passo (ásana); sh ou ç - tem o som de ch como em Sheila (Shaktí). z - não existe essa letra nem esse som no sânscrito!

Atenção: o til (~) jamais pode ser colocado sobre a letra a, nem sobre vo-gal alguma.

As palavras sânscritas terminadas em a são geralmente masculinas. Ex.: Shiva, Krishna, Ráma (todos estes, nomes de homens); assim também diz-se o ásana, o chakra, o mantra, o Yôga.

Os femininos fazem-se geralmente terminando em í acentuado. Ex: Párva-tí, Lakshmí, Kálí, Saraswatí, Dêví, Shaktí, Kundaliní, etc.

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O sânscrito não faz plural com s. No entanto, quando escrevermos os ter-mos sânscritos isoladamente no meio de textos em português, espanhol, francês, inglês, é adequado observar o plural com s. Exemplo: “estes são os mantras dos respectivos chakras”. Por outro lado não seria errado es-crever “estes são os mantra dos respectivos chakra”. Contudo, arranha um pouco os ouvidos educados, especialmente nos países em que a con-cordância errada caracteriza as castas baixas.

O sânscrito tem ainda alguns fonemas de difícil pronúncia por parte de um público que não seja estudioso da língua. Por isso, só utilizamos uma acentuação ou sinalização mais rigorosa no livro Yôga Sútra de Pátañjali, que é a tradução de um texto clássico de mais de 2.000 anos.

Em nossas outras obras, acentuaremos apenas as sílabas longas. Como, às vezes, a tônica está numa sílaba e a longa noutra, quando isso acontecer vamos sublinhar a tônica. Esse procedimento, porém, será adotado apenas na primeira parte do livro, no Glossário e em mais um ou outro trecho deste livro, para informar melhor os que buscarem mais detalhes sobre os termos sânscritos sem, todavia, confundir desnecessariamente os demais leitores no restante da obra.

Devemos esclarecer que o fonema ô é resultante da fusão do a com o u e, por isso, é sempre longo, pois contém duas letras. Nesta convenção, o a-cento agudo é aplicado sobre as letras longas quando ocorre crase ou fu-são de letras iguais (á, í, ú). O acento circunflexo é aplicado quando ocor-re crase ou fusão de letras diferentes (a + i = ê; a + u = ô), por exemplo, em sa + íshwara = sêshwara e AUM, que se pronuncia ÔM. Daí grafar-mos Vêdánta. Assim, a palavra Yôga leva sempre o acento circunflexo.

Bibliografia para o idioma espanhol:

Léxico de Filosofía Hindú, de Kastberger, Editorial Kier, Buenos Aires.

Bibliografia para o idioma inglês:

Aphorisms of Yôga, de Srí Purôhit Swámi, Faber and Faber, Londres.

Encyclopædia Britannica, no verbete Sanskrit language and literature, volume XIX, edição de 1954.

Bibliografia para o idioma português:

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Poema do Senhor, de Vyasa, Editora Relógio d’Água, Lisboa.

A respeito da utilização dos acentos, agudo e circunflexo, diferencia-damente, esta é uma vantagem que o português tem sobre a maior parte dos outros idiomas e que pode ser utilizada por nós em benefício do lei-tor, sem agredir a legitimidade, já que as transliterações em uso são fruto de mera convenção, pois a língua sânscrita é escrita em outro alfabeto.

Dessa forma, declarar que não existem os acentos agudo e circunflexo na escrita do sânscrito poderia receber, como resposta, que tampouco o a, b, c, d, existem; nem o macro; nem o ponto em baixo das letras n, s, r, l; muito menos as vírgulas entre as palavras de uma sentença, pois a única pontuação que existe é o ponto, representado por um traço vertical no fim da frase (I) e o parágrafo, por dois traços (II).

Para estabelecimento das normas em uso, cada país impôs suas exigências gráficas em função das respectivas limitações e idiossincrasias lingüísticas. No entanto, o Brasil não teve oportunidade de se manifestar e expor que se usarmos o macro, as gráficas o substituirão pelo til.

Uma prova do desprezo com que a convenção internacional tratou nossa língua é a norma que manda utilizar o ç para produzir o som do s leve-mente chiado, por exemplo, na palavra Shiva (ou Çiva, como eles que-rem). Ora, tal norma agride não uma, mas duas regras de português:

1ª) não se escreve ç antes da letra i;

2ª) não se usa ç em início de palavras.

E, pior ainda, na nossa língua tal escrita induziria ao erro de se pronunciar "siva". Não concordemos com isso!

UMA GRAVAÇÃO ENSINANDO A PRONÚNCIA CORRETA

A fim de pôr termo na eterna discussão sobre a pronúncia correta dos vo-cábulos sânscritos, numa das viagens à Índia entrevistamos os Swámis Vibhôdánanda e Turyánanda Saraswatí, em Rishikêsh, e o professor de sânscrito Dr. Muralitha, em Nova Delhi4.

4 Se o leitor desejar esclarecimentos a respeito do significado dos termos sânscritos, recomendamos que consulte o Glossário. Sobre a pronúncia, ouça o CD Sânscrito - Treinamento de Pronúncia, gravado na Índia. Para mais conhecimentos, o ideal é estudar os vídeos do Curso Básico de Yôga.

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A entrevista com o Swámi Turyánanda foi muito interessante, uma vez que ele é natural de Goa, região da Índia que falava português e, assim, a conversação transcorreu de forma bem compreensível. E também pitores-ca, pois Turyánandaji, além do sotaque característico e de ser bem idoso, misturava português, inglês, hindi e sânscrito em cada frase que pronunci-ava. Mesmo assim, não ficou confuso. É uma delícia ouvir o velhinho fi-car indignado com a pronúncia “yóga”. Ao perguntar-lhe se isso estava certo, respondeu zangado:

– Yóga, não. Yóga não está certo. Yôga. Yôga é que está certo.

Quanto ao Dr. Muralitha, este teve a gentileza de ensinar sob a forma de exercício fonético com repetição, todos os termos sânscritos constantes do glossário deste livro. Confirmamos, então, que não se diz múdra e sim mudrá; não se diz kundalíni e sim kundaliní; não se diz AUM e sim ÔM, não se diz yóga e sim Yôga; não se diz yoganidrá e sim yôganidrá; e muitas outras correções.

Recomendamos veementemente que o leitor escute e estude essa gravação. Se tratar-se de instrutor de Yôga, é aconselhável tê-la sempre à mão para docu-mentar sua opinião e encurtar as discussões quando os indefectíveis sabichões quiserem impor seus disparates habituais.

Outra observação interessante é a identificação do Mestre a partir da pro-núncia do discípulo. O discípulo sempre adota a pronúncia daquele que ele-geu como Mestre, mesmo que esteja errada*. É uma questão de identificação e empatia. Portanto, se o Mestre pronunciar, por exemplo, pújá, e o discípulo disser pujá, fica denunciado que não existe identificação entre ambos. Ou que o discípulo quer ser melhor que o Mestre.

c * - Aliás, é muito difícil descobrir qual a pronúncia correta de línguas mortas. Meu professor de latim sempre dizia que os romanos não deixaram discos gravados para sabermos como falavam. Quando era menino aprendi que a palavra Cæsar, deveria ser pronunciada “césar”. Mais tarde, os latinistas de-cidiram que o correto seria “tchésar”. Há poucos anos concluíram que deveria ser “kaesar”. Todas es-sas alterações ocorreram ao longo da minha vida. Fico a imaginar quantas outras alterações ainda o-correrão no futuro a respeito do latim ou do sânscrito!

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RECOMENDAÇÕES FINAIS

Como despedida, deixo-lhe estas recomendações:

Comece agora mesmo a releitura deste livro, dando especial atenção aos trechos que já foram assinalados por você na primeira leitura. Releia com mais calma, saboreando cada parágrafo e parando para meditar e assimilar o seu conteúdo.

Conheça meus outros livros:

1. Origens do Yôga Antigo 2. Eu me lembro... 3. Alternativas de relacionamento afetivo 4. Alimentação vegetariana: chega de abobrinha 5. Boas Maneiras 6. Mensagens 7. Sútras – máximas de lucidez e êxtase 8. Yôga Sútra de Pátañjali 9. Encontro com o Mestre 10. Programa do Curso Básico 11. A regulamentação dos profissionais de Yôga 12. Karma e dharma, transforme a sua vida 13. Tantra, a sexualidade sacralizada 14. ÔM, o mais poderoso dos mantras 15. Meditação 16. Corpos do Homem e Planos do Universo 17. ...E Shiva chorou (Yôga de consumo versus Yôga de verdade) 18. Tudo sobre Yôga

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19. Mitos e verdades 20. Faça Yôga antes que você precise

Leia e estude especialmente os dois últimos que são os mais importantes e têm o poder de mudar a vida de uma pessoa.

Considere a possibilidade de tornar-se um instrumento para melhorar, não só o seu karma, mas o destino de milhares de seres humanos, formando-se como instrutor de SwáSthya Yôga.

SE QUISER SABER MAIS

Se você quiser saber mais sobre este e outros assuntos, recomendamos que participe do curso de formação de instrutores da Universidade de Yô-ga. Caso não seja possível participar pessoalmente, resta a alternativa de fazer o curso pelos nossos livros, vídeos, CDs e DVDs cuja relação é di-vulgada no Anexo, no final deste volume. Visite o nosso website, www.uni-yoga.org, pois você já vai aprender muita coisa lá, sem custo algum, já que o nosso site não vende nada. Veja nas últimas páginas deste livro o conteúdo do site.

OUTROS AUTORES

Se desejar uma bibliografia com muitos outros autores e sobre diversos ramos de Yôga, consulte o capítulo Bibliografia do nosso livro Yôga, Mi-tos e Verdades.

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DeROSE

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CÓDIGO DE ÉTICA DO YÔGIN Elaborado pelo Mestre DeRose

inspirado no Yôga Sútra de Pátañjali.

Você já questionou o por quê das normas éticas do Yoga? Nada surge

sem que haja necessidade. Talvez por isso no ambiente do Yoga tenha

surgido o mandamento ético da não-agressão (ahimsa) e o da não-

mentira (satya). Se os adeptos do Yoga não agredissem e não mentissem

mais do que os de fora, não haveria a necessidade dessas normas éticas5.

INTRODUÇÃO

Yôga é qualquer metodologia estritamente prática que conduza ao samádhi.

I. AHIMSÁ

• A primeira norma ética milenar do Yôga é o ahimsá, a não-agressão. Deve ser entendido lato sensu.

• O ser humano não deve agredir gratuitamente outro ser humano, nem os animais, nem a natureza em geral.

• Não deve agredir fisicamente, nem por palavras, atitudes ou pensamen-tos.

5 De fato, nas normas de uma biblioteca, ou de uma associação cultural, ou de um hotel não cons-ta que é proibido agredir, pois seus usuários normalmente não agridem!

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• Permitir que se perpetre uma agressão, podendo impedi-la e não o fa-zendo, é acumpliciar-se no mesmo ato.

• Derramar o sangue dos animais ou infringir-lhes sofrimento para ali-mentar-se de suas carnes mortas constitui barbárie indigna de uma pessoa sensível.

• Ouvir uma acusação ou difamação e não advogar em defesa do acusa-do indefeso por ausência constitui confissão de conivência.

• Mais grave é a agressão por palavras, atitudes ou pensamentos cometi-da contra um outro praticante de Yôga.

• Inescusável é dirigir tal conduta contra um professor de Yôga.

• Sumamente condenável seria, se um procedimento hostil fosse perpe-trado por um professor contra um de seus pares.

Preceito moderador:

A observância de ahimsá não deve induzir à passividade. O yôgin não pode ser passivo. Deve defender energicamente os seus direitos e aquilo em que acredita.

II. SATYA

• A segunda norma ética do Yôga é satya, a verdade.

• O yôgin não deve fazer uso da inverdade, seja ela na forma de mentira, se-ja na forma de equívoco ou distorção na interpretação de um fato, seja na de omissão perante uma dessas duas circunstâncias.

• Conseqüentemente, ouvir boatos e deixar que sejam divulgados é tão grave quanto passá-los adiante.

• O boato mais grave é aquele que foi gerado com boa-fé, por falta de a-tenção à fidelidade do fato comentado, já que uma inverdade dita sem más intenções tem mais credibilidade.

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• Emitir comentários sem o respaldo da verdade, sobre fatos ou pessoas, expressa inobservância à norma ética.

• Praticar ou transmitir uma versão inautêntica de Yôga constitui exercí-cio da inverdade.

• Exercer o ofício de instrutor de Yôga sem ter formação específica, sem habilitação mediante avaliação de autoridade competente ou sem a autori-zação do seu Mestre, constitui ato ilegítimo.

Preceito moderador:

A observância de satya não deve induzir à falta de tato ou de caridade, sob o pretexto de ter que dizer sempre a verdade. Há muitas formas de expressar a verdade.

III. ASTÊYA

• A terceira norma ética do Yôga é astêya, não roubar.

• O yôgin não deve se apropriar de objetos, idéias, créditos ou méritos que sejam devidos a outrem.

• É patente que, ao fazer uso em aulas, em entrevistas a órgãos de comu-nicação e em textos escritos ou gravados de frases, definições, conceitos, métodos ou símbolos de outro professor, seu autor seja sempre honrado através de citação e/ou direito autoral, conforme o caso.

• Desonesto é prometer efeitos que o Yôga não pode proporcionar, bem como acenar com benefícios exagerados, irreais ou mirabolantes e, mor-mente, curas de qualquer natureza: física, psíquica ou espiritual.

• Um professor de Yôga não deve roubar alunos de outro professor.

• Em decorrência disso, será antiético um professor instalar-se para dar aulas nas proximidades de outro profissional da mesma linha de trabalho, sem consultá-lo previamente.

• Considera-se desonesto o professor cobrar preços vís, pois, além de desvalorizar a profissão, estará roubando o sustento aos demais professo-

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res que dedicam-se exclusivamente ao Yôga e precisam viver com digni-dade e sustentar suas famílias como qualquer outro ser humano.

• Tal procedimento estaria, ademais, roubando da Humanidade o patri-mônio cultural do Yôga, já que só poderia ministrá-lo a preços ignóbeis quem tivesse uma outra forma de sustento e, portanto, não se dedicasse a tempo integral ao estudo e auto-aprimoramento nessa filosofia de vida, o que culminaria numa gradual perda de qualidade até sua extinção total.

Preceito moderador:

A observância de astêya não deve induzir à recusa da prosperidade quan-do ela representar melhor qualidade de vida, saúde e cultura para o indiví-duo e sua família. Contudo, a opulência é um roubo tácito.

IV. BRAHMÁCHÁRYA

• A quarta norma ética do Yôga é brahmáchárya, a não-dissipação da sexualidade.

• Esta norma recomenda total abstinência de sexo aos adeptos do Yôga Clássico e de todas as correntes não-tântricas.

• O yama brahmáchárya não obriga o celibato nem a abstinência do se-xo para os yôgins que seguirem a linha tântrica.

• A sexualidade se dissipa pela prática excessiva de sexo com orgasmo.

• O yôgin ou yôginí que tiver conquistado progressos em sua qualidade de energia mediante as práticas e a observância destas normas, deverá preservar sua evolução, evitando relações sexuais com pessoas que não se dediquem ao mesmo ideal de saúde e purificação.

Preceito moderador:

A observância de brahmáchárya não deve induzir ao moralismo, purita-nismo, nem ao distanciamento ou à falta de afeto entre as pessoas, nem como pretexto para furtar-se ao contato íntimo com seu parceiro ou par-ceira conjugal.

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V. APARIGRAHA

• A quinta norma ética do Yôga é aparigraha, a não-possessividade.

• O yôgin não deve ser apegado aos seus bens e, ainda menos, aos dos demais.

• Muitos dos que se "desapegam" estão apegados ao desejo de desape-gar-se.

• O verdadeiro desapego é aquele que renuncia à posse dos entes queri-dos, tais como familiares, amigos e, principalmente, cônjuges.

• Os ciúmes e a inveja são manifestações censuráveis do desejo de posse de pessoas e de objetos ou realizações pertinentes a outros.

Preceito moderador:

A observância de aparigraha não deve induzir à displicência para com as propriedades confiadas à nossa guarda, nem à falta de zelo para com as pessoas que queremos bem.

VI. SAUCHAN

• A sexta norma ética do Yôga é sauchan, a limpeza.

• O yôgin deve ser purificado tanto externa quanto internamente.

• O banho diário, a higiene da boca e dos dentes, e outras formas co-muns de limpeza não são suficientes. Corporalmente, é necessário proce-der à purificação dos órgãos internos e das mucosas, mediante as técnicas do Yôga.

• De pouca valia é lavar o corpo por fora e por dentro se a pessoa ingere alimentos com elevadas taxas de toxinas e impurezas tais como as carnes de animais mortos que entram em processo de decomposição logo depois da morte.

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• Da mesma forma, cumpre que o yôgin não faça uso de substâncias in-toxicantes, que gerem dependência explícita ou que alterem o estado da consciência, ainda que tais substâncias sejam naturais.

• Aquele que só trata da higiene física não está cumprindo sauchan. Esta recomendação só está satisfatoriamente interpretada quando se exerce a prática da limpeza interior. Ser limpo psíquica e mentalmente constitui requisito imprescindível.

• Ser limpo interiormente compreende não alimentar seu psiquismo com imagens, idéias, emoções ou pensamentos intoxicantes, tais como tristeza, impaciência, irritabilidade, ódio, ciúmes, inveja, cobiça, derrotismo e ou-tros sentimentos inferiores.

• Finalmente, esta norma atinge sua plenitude quando a limpeza do yô-gin reflete-se no meio ambiente, cujas manifestações mais próximas são sua casa e seu local de trabalho.

Preceito moderador:

A observância de sauchan não deve induzir à intolerância contra aqueles que não compreendem a higiene de forma tão abrangente.

VII. SANTÔSHA

• A sétima norma ética do Yôga é santôsha, o contentamento.

• O yôgin deve cultivar a arte de extrair contentamento de todas as situa-ções.

• O contentamento e sua antítese, o descontentamento, são independen-tes das circunstâncias geradoras. Surgem, crescem e cingem o indivíduo apenas devido à existência do gérmen desses sentimentos no âmago da personalidade.

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• O instrutor de Yôga deve manifestar constante contentamento em rela-ção aos seus colegas e expressar isso através da solidariedade e apoio re-cíproco.

• Discípulo é aquele que cultiva a arte de estar contente com o Mestre que escolheu.

Preceito moderador:

A observância de santôsha não deve induzir à acomodação daqueles que usam o pretexto do contentamento para não se aperfeiçoar.

VIII. TAPAS

• A oitava norma ética do Yôga é tapas, auto-superação.

• O yôgin deve observar constante esforço sobre si mesmo em todos os momentos.

• Esse esforço de auto-superação consiste numa atenção constante no sentido de fazer-se melhor a cada dia e aplica-se a todas as circunstâncias.

• O cultivo da humildade e o da polidez constituem demonstração de ta-pas.

• Manter a disciplina da prática diária de Yôga é uma manifestação desta norma. Preservar-se de uma alimentação incompatível com o Yôga faz parte do tapas. Conter o impulso de expressar comentários maldosos so-bre terceiros também é compreendido como correta interpretação desta observância.

• A seriedade de não mesclar com o Yôga sistemas, artes ou filosofias que o conhecimento do seu Mestre desaconselhar, é tapas.

• A austeridade de manter fidelidade e lealdade ao seu Mestre constitui a mais nobre expressão de tapas.

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• Tapas é, ainda, a disciplina que respalda o cumprimento das demais normas éticas.

Preceito moderador:

A observância de tapas não deve induzir ao fanatismo nem à repressão e, muito menos, a qualquer tipo de mortificação.

IX. SWÁDHYÁYA

• A nona norma ética do Yôga é swádhyáya, o auto-estudo.

• O yôgin deve buscar o autoconhecimento mediante a observação de si mesmo.

• Esse auto-estudo também pode ser obtido através da concentração e meditação. Será auxiliado pela leitura de obras indicadas e, na mesma proporção, obstado por livros não recomendados pelo orientador compe-tente.

• O convívio com o Mestre é o maior estímulo ao swádhyáya.

• O auto-estudo deve ser praticado ainda mediante a sociabilidade, o a-largamento do círculo de amizades e o aprofundamento do companhei-rismo.

Preceito moderador:

A observância de swádhyáya não deve induzir à alienação do mundo ex-terior nem à adoção de atitudes que possam levar a comportamentos es-tranhos ou que denotem desajustes da personalidade.

X. ÍSHWARA PRANIDHÁNA

• A décima norma ética do Yôga é íshwara pranidhána, a auto-entrega.

• O yôgin deve estar sempre interiormente seguro e confiante em que a vida segue o seu curso, obedecendo a leis naturais e que todo esforço para a auto-superação deve ser conquistado sem ansiedade.

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• Durante o empenho da vontade e da dedicação a uma empreitada, a tensão da expectativa deve ser neutralizada pela prática do íshwara pra-nidhána.

• Quando a consciência está tranqüila por ter tentado tudo e ainda assim não se haver conseguido o resultado ideal; quando a pessoa está literalmente im-possibilitada de obter melhores conseqüências, esse é o momento de entregar o fruto das suas ações a uma vontade maior que a sua, cujos desígnios muitas vezes são incompreensíveis.

Preceito moderador:

A observância de íshwara pranidhána não deve induzir ao fatalismo nem à displicência.

CONCLUSÃO

O amor e a tolerância são pérolas que enriquecem os mandamentos da nossa ética.

Que este Código não seja causador de desunião.

Não seja ele usado para fins de patrulhamento ideológico, discriminação, manipulação nem perseguição.

Nenhuma penalidade seja imposta por nenhum grupo aos eventuais des-cumpridores destas normas. A eles lhes bastará a desventura de não usu-fruir do privilégio de vivenciá-las.

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JURAMENTO DO YÔGIN PARA SER LIDO COM O FUNDO MUSICAL DE “POMPA E CIRCUNSTÂNCIA”.

Elaborado por DeRose em 1964.

Eu, yôgin por determinação kármica e por opção minha, prostro-me ante a pre-sença dos Mestres Ancestrais que invoco para ofertar este compromisso.

Eu, que me regozijo e grato sou por ter sido integrado à Fraternal Egrégora do Yôga, juro e prometo aos Amados Mentores da Humanidade, amar, conhecer e honrar o Yôga, bem como tomar parte ativa na sua evolução, difusão e trans-missão, segundo minha capacidade e com a maior dedicação.

Eu, partícula infinitesimal do Imponderável, juro e prometo dedicar com trans-cendente devoção todos os meus recursos a esta filosofia de vida, colocando-lhe tudo abaixo e elevando-a acima de todo orgulho e ambição, acima de todo egoísmo e intolerância, reconhecendo o Yôga em seu áureo pedestal, acima de todos os meus vínculos, obstáculos e limitações.

Eu, sádhaka e chêla até o fim da minha vida, juro e prometo lutar com todas as minhas forças pela paz interna (do Homem) e pela paz externa (do Mundo) e, dess’arte, não antagonizar meus irmãos em Yôga.

Eu, que honestamente consagro-me ao meu Mestre com a máxima lealdade, ju-ro e prometo trabalhar pela felicidade, aperfeiçoamento e evolução de todos a-través dos sábios ensinamentos do Yôga, com abnegação e sacrifício se preci-so for, sem esperar agradecimentos, lucros ou vantagens de qualquer espécie, porém, dando de mim todo o meu empenho.

Em holocausto de amor e devoção ao Yôga incinerem-se todos os obstáculos e opositores ao meu ideal de vida. Possa eu contar com as bênçãos cumulativas de todos os yôgis que me precederam nesta trilha ao longo dos séculos, e com a proteção da nossa Egrégora Milenar, para cumprir com dignidade a minha missão.

Este ato solenizo sob o testemunho dos Mestres Ancestrais. E a todos quantos, com cuja vênia e com respeito invoquei, entro em sintonia para poder cumprir cada e toda palavra proferida.

ÔM JAY GURU, SRÍ GURU, ÔM JAY!

Deve ser repetido nos momentos de dificuldade, quando o praticante se sentir sozinho e enfrentar a oposição dos que não comungarem com ele os mesmos ideais .

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O QUE É O ÔM

ÔM é o símbolo universal do Yôga, para todo o mundo, todas as épocas e todos os ramos de Yôga. No entanto, cada Escola adota um traçado parti-cular que passa a ser seu emblema. Uns são mais corretos, outros menos; uns mais elegantes, outros nem tanto; e alguns são iniciáticos, outros, pro-fanos. Isto pode ser percebido por um iniciado pela simples observação da caligrafia adotada, ou então prestando atenção no momento em que o símbolo é grafado.

Aquele desenho semelhante ao número 30 que aparece em quase todos os livros e entidades de Yôga é uma sílaba constituída por três letras: A, U e M (fonema AU + M). Pronuncia-se ÔM. Um erro comum aos que não co-nhecem Yôga é pronunciar as três letras “AUM”. Traçado em caracteres, é um yantra. Pronunciado, é um mantra. Há inúmeras maneiras de pronun-ciá-lo para se obter diferentes resultados físicos, energéticos, emocionais e outros.

Os caracteres usados para traçar o Ômkára parecem pertencer a um alfa-beto ainda mais antigo que o dêvanágarí, utilizado para escrever o idioma sânscrito. Consultando um dicionário ou gramática de sânscrito, podemos

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notar que o alfabeto dêvanágarí é predominantemente retilíneo e que o próprio ÔM naquele alfabeto é escrito segundo essa tendência. Contudo, saindo do domínio da gramática e da ortografia para o da filosofia, só en-contramos o ÔM escrito de maneira diversa, com caracteres exclusiva-mente curvilíneos, o que demonstra sua identidade totalmente distinta. Is-so também pode ser percebido na nossa medalha, a qual possui algumas inscrições em sânscrito, em torno do ÔM.

ÔM não tem tradução. Apesar disso, os hindus o consideram como o pró-prio nome do Absoluto, seu corpo sonoro, devido à sua antiguidade e am-plo espectro de efeitos colhidos por quem o vocaliza de forma certa, ou o visualiza com um traçado correto.

Nas escrituras da Índia antiga o ÔM é considerado como o mais poderoso de todos os mantras. Os outros são considerados aspectos do ÔM e o ÔM é a matriz dos demais mantras. É denominado mátriká mantra, ou som matricial.

O ÔM é também o bíja-mantra do ájña chakra, isto é, o som-semente que desenvolve o centro de força situado entre as sobrancelhas, responsável pela meditação, intuição, inteligência, premonição e hiperestesia do pen-samento. Por isso, é o mantra que produz melhores resultados para as prá-ticas de dhyána e samyama, bem como desperta um bom número de sid-dhis.

Sendo o mantra mais completo e equilibrado, sua vocalização não apre-senta nenhum perigo nem contra-indicação. É estimulante e ao mesmo tempo aquietante, pois consiste numa vibração sáttwica6, que contém em si tamas e rajas sublimados.

Quando traçado em caracteres antigos, ele se torna um símbolo gráfico denominado yantra. A especialidade que estuda a ciência de traçar os símbolos denomina-se Yantra Yôga. O ÔM pode ser traçado de diversas

6 Jamais escreva “satívica”, como consta em alguns livros de autor brasileiro, pois isso constitui de-monstração de crassa ignorância semelhante à que ocorre ao grafar “adevogado” ou “píssicologia”. Sattwa não possui letra i – nem letra alguma – entre o t e o w, portanto, não se pode tornar tônica a sí-laba que não existe.

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formas. Cada maneira de grafá-lo encerra determinada classe de efeitos e de características ou tendências filosóficas.

Cada linha de Yôga adota um desenho típico do ÔM que tenha a ver com os seus objetivos, o qual passa a constituir símbolo seu. Por essa razão, não se deve utilizar o traçado adotado por uma outra Escola: por uma questão de ética e também para evitar choque de egrégoras.

Se você pratica SwáSthya Yôga e identificou-se com o que expomos neste livro, sem dúvida você é dos nossos. Isso o autoriza a utilizar o nosso tra-çado do ÔM para concentrar-se e meditar, bem como a portar nossa me-dalha. Só não pode usar o ÔM antes da assinatura, como fazem os gradu-ados e instrutores, enquanto não aprender a forma correta de traçar e en-quanto não obtiver autorização do seu Mestre para incorporá-lo dessa ma-neira ao seu nome.

Ninguém pode negar que o ÔM seja um símbolo muito poderoso. Ele é forte pelo seu traçado yântrico em si, pela sua antiguidade, seus milhares de anos de impregnação no inconsciente coletivo, pelos bilhões de hindus que o usaram e veneraram, geração após geração, durante dezenas de sé-culos, desde muito antes de Cristo, antes de Buddha, antes de a civiliza-ção européia existir e, durante esse tempo todo, toda essa gente fortaleceu a egrégora do ÔM!

Evidentemente, portando um tal símbolo, estabelecemos sintonia com uma corrente de força, poder e energia que é uma das maiores, mais anti-gas e mais poderosas da Terra. Por isso, muita gente associa com a idéia de proteção o uso de uma medalha com o símbolo do ÔM. Embora seja-mos obrigados a reconhecer certa classe de resultados dessa ordem, a-chamos que tal não deve ser a justificativa para portar a medalha, pois, a-gindo assim, ficaríamos susceptíveis de descambar para o misticismo, contra o qual a nossa linhagem de Yôga (Niríshwarasámkhya) é taxativa. Deve-se usá-la de forma descontraída e se nos dá prazer; se estamos iden-tificados com o que ela significa e com a linhagem que representa. Não por superstição nem para auferir benefícios.

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A MEDALHA COM O ÔM

Sendo objetivo da nossa linhagem perpetuar a autenticidade do Yôga An-cestral, assumimos um desenho do yantra ÔM reproduzido fotogra-ficamente de um texto antigo encontrado em Rishikêsh, nos Himalayas. Nenhum desenhista ocidental tocou nesse símbolo. Ele se mantém ori-ginal como a orientação do nosso Yôga. Dessa forma, se você quiser se-guir a nossa tradição, está autorizado a utilizá-lo, mas com a condição de que o reproduza fotograficamente ou escaneado, para não alterar sua mi-nuciosa exatidão. Só não estará autorizado a usar o ÔM antes da sua assi-natura, pois isso constitui privilégio dos que receberam a iniciação no ÔM pessoalmente do seu Mestre e aprenderam as diversas formas de traçá-lo e pronunciá-lo de acordo com os efeitos desejados. Só então, poderá incor-porá-lo dessa forma ao seu nome.

Enquanto você não receber essa Iniciação, poderá utilizar o ÔM de três formas:

1. vocalizando-o da forma ensinada na gravação da Série Protótipo ou das aulas em vídeo;

2. mentalizando o yantra ÔM durante as suas práticas de yantra dhyána;

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3. portando a medalha com o ÔM ao pescoço, mantendo sua vibração per-to do vishuddha chakra, o centro de força da garganta.

Quando o leigo manda executar uma medalha com o ÔM normalmente incorre em alguns erros. Para evitá-los, atente ao seguinte:

a) o ÔM não deve ser recortado ou vazado, pois se for feito assim, ficará vira-do com freqüência, apresentando o ÔM invertido, isto é, sua antítese em ter-mos de simbolismo, conseqüentemente, com efeitos opostos;

b) habitualmente os profissionais que executam o ÔM não entendem nada do símbolo que estão tentando reproduzir e terminam por cometer erros grossei-ros, muitas vezes fazendo desenhos de mau-gosto e que perdem a característi-ca original, anulando seus efeitos positivos.

Por essas razões a União Nacional de Yôga mandou cunhar uma medalha7 em forma antiga, tendo de um lado o ÔM circundado por outras inscrições sânscritas; e do outro lado o ashtánga yantra, símbolo de proteção do SwáSthya Yôga.

Mesmo na Índia as pessoas nos perguntam onde conseguimos uma peça com essa autenticidade tão marcantemente estampada. Quando tiramos a medalha do pescoço e lhes presenteamos, comovem-se, seus olhos ficam úmidos e agradecem duas ou três vezes. Anos depois, se nos reencontra-mos, vemos que ainda a estão usando e que lembram-se do nosso nome.

Aliás, em todos os países por onde o SwáSthya Yôga se expandiu, o ato de tirar a sua medalha do pescoço e presenteá-la a alguém, ganhou um forte significado de homenagem especial e de uma declaração formal de amizade verdadeira. Esse ato tão singelo tem adquirido um sentido muito profundo de carinho e quem recebe a medalha torna-se, para sempre, um amigo leal e sincero.

7 Em respeito ao leitor e para preservar nossa boa imagem, sentimo-nos na obrigação de informar que pessoas inescrupulosas estão comercializando, sem a nossa autorização, cópias baratas da medalha, com péssimo acabamento, com as quais confeccionam bijuterias de mau-gosto.

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Graças à medalha, as pessoas estão o tempo todo se descobrindo, en-contrando-se, conhecendo-se, ampliando seu círculo de amizades nos ae-roportos, nos trens, nos ônibus, nos teatros, nos shows, nas universidades. Yôga significa união. Pois a medalha com o símbolo do Yôga está cum-prindo muito bem essa proposta de unir as pessoas afins!

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COMPLEMENTO PEDAGÓGICO Esta divisão é dirigida aos leitores que não travaram contato com a nossa obra principal, o livro Faça Yôga antes que você precise, a qual explana sobre as características, a história e a técnica do SwáSthya, o Yôga Antigo.

As páginas que se seguem mostraram-se necessárias quando realizamos as primeiras edições de livros anteriores sobre temas específicos e alguns leitores solicitaram escla-recimentos genéricos, sistematicamente, sobre os temas a seguir.

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EVIDÊNCIAS DA EXISTÊNCIA DO YÔGA PRIMITIVO NADA NASCE JÁ CLÁSSICO

Neste ponto, detectamos um erro gravíssimo cometido pela maior parte dos autores de livros e pelos professores de Yôga. Declaram eles com freqüência que o Yôga mais an-tigo é o Yôga Clássico, do qual ter-se-iam originado todos os demais. É muito fácil pro-var que estão sofrendo de cegueira paradigmática. Primeiramente, nada nasce já clás-sico. A música não surgiu como música clássica. Primeiramente surgiu a música primiti-va, que precisou evoluir milhares de anos até conquistar o status de música clássica (tanto faz se música clássica européia ou música clássica hindu). A dança é outro e-xemplo eloqüente. Primeiro surgiu a dança primitiva, que precisou evoluir milhares de anos até chegar a ser considerada dança clássica (seja ela Ballet Clássico ou Bhárata Natya). Nada nasce já clássico. E assim foi com o Yôga. Primeiramente, nasceu o Yô-ga Primitivo, Pré-Clássico, pré-ariano, pré-vêdico, proto-histórico. Ele precisou se trans-formar durante milhares de anos para chegar a ser considerado Yôga Clássico. Provado está que o Yôga Clássico não é o mais antigo, conseqüentemente, não nasceram dele todos os demais – o Pré-Clássico, por exemplo, não nasceu dele.

CRONOLOGIA HISTÓRICA DO YÔGA

DIVISÃO YÔGA ANTIGO YÔGA MODERNO

TENDÊNCIA Sámkhya Vêdánta

PERÍODO Yôga Pré-Clássico Yôga Clássico Yôga Medieval Yôga Contemporâneo

ÉPOCA Mais de 5.000 anos séc. III a.C. séc. VIII d.C. séc. XI d.C. Século XX

MESTRE Shiva Pátañjali Shankara Gôrakshanatha Rámakrishna e Aurobindo8

LITERATURA Upanishad Yôga Sútra Vivêka Chudamani Hatha Yôga Vários livros

FASE Proto-Histórica Histórica

FONTE Shruti Smriti

POVO Drávida Árya

LINHA Tantra Brahmácharya

No quadro acima, o Yôga Pré-Clássico está sombreado por se encontrar no limbo da História oficial, conquanto continuem surgindo mais e mais evidências da existência de um Yôga anterior ao Clássico.

Além dessa demonstração, nas escavações em diversos sítios arqueológicos foram en-contradas evidências de posições de Yôga muito anteriores ao período clássico; e tex-tos que precederam essa época já citavam o Yôga.

É interessante porque, ao mesmo tempo em que todos os autores afirmam que o Yôga tem mais de 5.000 anos de existência, a maioria declara que o Yôga mais antigo é o Clássico, o qual foi surgir apenas no século terceiro antes da Era Cristã, criando uma lacuna de 3.000 anos, o que constitui incoerência, no mínimo, em termos de matemáti-ca! Mas como doutos escritores e Mestres honestos puderam cometer um erro tão pri-mário?

8 Embora a tendência da maior parte dos Mestres e Escolas continue sendo brahmácharya, no período contemporâneo começa a se instalar uma tendência tântrica (dakshinachara) representada por Aurobindo e Rámakrishna.

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Acontece que a Índia foi ocupada pelos áryas, cujas últimas vagas de ocupação ocorre-ram em cerca de 1.500 a.C. Isso foi o golpe de misericórdia na Civilização Harappiana, de etnia dravídica. Conforme registraram muitos historiadores, os áryas eram na época um povo nômade guerreiro sub-bárbaro. Precisou evoluir mil e quinhentos anos para ascender à categoria de bárbaro durante o Império Romano. A Índia foi o único país que, depois de haver conquistado a arte da arquitetura, após a ocupação ariana passou séculos sem arquitetura alguma, pois seus dominadores sabiam destruir, mas não sabi-am construir, já que eram nômades e viviam em tendas de peles de animais.

Como sempre, “ai dos vencidos”. Os arianos aclamaram-se raça superior (isto lembra-nos algum evento mais recente envolvendo os mesmos arianos?) promoveram uma “limpeza étnica” e destruíram todas as evidências da civilização anterior. Essa elimina-ção de evidências foi tão eficiente que ninguém na Índia e no mundo inteiro sabia da e-xistência da Civilização Harappiana, até o final do século XIX, quando o arqueólogo in-glês Alexander Cunningham começou a investigar umas ruínas em 1873. Por isso, as Escrituras hindus ignoram o Yôga Primitivo e começam a História no meio do caminho, quando o Yôga já havia sido arianizado.

Tudo o que fosse dravídico era considerado inferior, assim como o fizeram nossos ante-passados europeus ao dizimar os aborígines das Américas e usurpar suas terras. O que era da cultura indígena passou a ser considerado selvagem, inferior, primitivo, indigno e, até mesmo, pecaminoso e sacrílego. Faz pouco menos de quinhentos anos que a cultu-ra européia destruiu as Civilizações Pré-Colombianas e já quase não há vestígio das línguas (a maioria foi extinta), assim como da sua medicina, das suas crenças e da sua engenharia que construiu Machu Picchu, as pirâmides, os templos e as fortalezas, cor-tando a rocha com tanta perfeição sem o conhecimento do ferro e movendo-as sem o conhecimento da roda.

Da mesma forma, na Índia, após 3.500 anos de ocupação ariana, não restara vestígio algum da extinta Civilização Dravídica. O Yôga mais antigo? “Só podia ser ariano!” Des-coberto o erro histórico há mais de cem anos, já era hora de os autores de livros sobre o assunto pararem de simplesmente repetir o que outros escreveram antes dessa desco-berta e admitirem que existira, sim, um Yôga arcaico, Pré-Clássico, pré-vêdico, pré-ariano, que era muito mais completo, mais forte e mais autêntico, justamente por ser o original.

“De fato, uma vez que a opinião tinha um bom número de vozes que a aceitavam, os que vieram depois supuseram que só podia ter tantos seguidores pelo peso concludente de seus argumentos. Os demais, para não passar por es-píritos inquietos que se rebelam contra opiniões universalmente aceitas, são obrigados a admitir o que todo o mun-do já aceitava. Daí para a frente, os poucos que forem capazes de julgar por si mesmos se calarão. Só poderão fa-lar aqueles que sejam o eco das opiniões alheias, por serem totalmente incapazes de ter um juízo próprio. Estes, a-liás, são os mais intransigentes defensores dessas opiniões. Estes odeiam aquele que pensa de modo diferente, não tanto por terem opinião diversa da dele, mas pela sua audácia de querer julgar por si mesmo, coisa que eles nunca conseguirão fazer e estão conscientes disso. Em suma, são muito poucos os que podem pensar, mas todos querem dar palpite. E que outra coisa lhes resta senão tomar as opiniões de outros em lugar de formá-las por conta própria? Como isto é o que sempre acontece, que valor pode ter a voz de centenas de milhões de pessoas? Valem tanto quanto um fato histórico que se encontre registrado por cem historiadores, quando, na verdade, todos se copi-aram uns aos outros, e tudo se resume, em última análise, a um só testemunho.”

Schopenhauer, citando Bayle em Pensées sus les Comètes.

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O QUE É UMA CODIFICAÇÃO Imagine que você ganhou como herança um armário muito antigo (no nosso ca-so, de cinco mil anos). De tanto admirá-lo, limpá-lo, mexer e remexer nele, aca-bou encontrando um painel que parecia esconder alguma coisa dentro. Depois de muito tempo, trabalho e esforço para não danificar essa preciosidade, final-mente você consegue abrir. Era uma gaveta esquecida e, por isso mesmo, la-crada pelo tempo. Lá dentro você contempla extasiado um tesouro arqueológi-co: ferramentas, pergaminhos, sinetes, esculturas! Uma inestimável contribuição cultural!

As ferramentas ainda funcionam, pois os utensílios antigos eram muito fortes, construídos com arte e feitos para durar. Os pergaminhos estão legíveis e con-têm ensinamentos importantes sobre a origem e a utilização das ferramentas e dos sinetes, bem como sobre o significado histórico das esculturas. Tudo está intacto sim, mas tremendamente desarrumado, embaralhado e com a poeira dos séculos. Então, você apenas limpa cuidadosamente e arruma a gaveta. Pergaminhos aqui, ferramentas acolá, sinetes à esquerda, esculturas à direita. Depois você fecha de novo a gaveta, agora sempre disponível e arrumada.

O que foi que você tirou da gaveta? O que acrescentou? Nada. Você apenas organizou, sistematizou, codificou.

Pois foi apenas isso que fizemos. O armário é o Yôga antigo, cuja herança nos foi deixada pelos Mestres ancestrais. A gaveta é um comprimento de onda pe-culiar no inconsciente coletivo. As ferramentas são as técnicas do Yôga. Os pergaminhos são os ensinamentos dos Mestres do passado, que nós jamais te-ríamos a petulância de querer alterar. Isto foi a sistematização do SwáSthya Yô-ga.

Por ter sido honesta e cuidadosa em não modificar, não adaptar, nem ocidenta-lizar coisa alguma, nossa codificação foi muito bem aceita pela maioria dos es-tudiosos. Hoje, esse método sistematizado no Brasil existe em todos os Conti-nentes. Se alguém não o conhecer pelo nome de SwáSthya Yôga, conhecerá seguramente pelo nome erudito e antigo: Dakshinacharatántrika-Niríshwarasámkhya Yôga.

Seu nome já denota as origens ancestrais uma vez que o Yôga mais antigo (pré-clássico, pré-ariano) era de fundamentação Tantra e Sámkhya. Compare estas informações com o quadro da Cronologia Histórica que reproduzimos a-baixo. Esse quadro sinótico é explicado no livro Faça Yôga antes que você precise, deste autor, Editora Nobel.

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O QUE É O SWÁSTHYA YÔGA SwáSthya, em sânscrito, língua morta da Índia, significa auto-suficiência (swa = seu próprio). Também embute os significados de saúde, bem estar, conforto, satisfação. Pronuncia-se “suástia”. Em hindi, a língua mais falada na Índia, significa simplesmente saúde. Nesse caso, com o sotaque hindi, pronuncia-se “suásti”. Não permita que pessoas pouco informadas confundam SwáSthya, sânscrito, método antigo, com SwáSthya (“suásti”), hindi, que daria uma interpretação equivocada com conotação terapêutica. Consulte a respeito o Sanskrit-English Dictionary, de Sir Monier-Williams, o mais respeitado dicionário de sânscrito.

A DEFINIÇÃO FORMAL DO NOSSO YÔGA

SwáSthya Yôga é o nome da sistematização do Yôga Antigo, Pré-Clássico, o Yôga mais completo do mundo.

A ESTRUTURA DO SWÁSTHYA YÔGA

ETAPA FASE ESTÁGIO EM QUE CONSISTE

1 bio-ex (pré-Yôga) preparatório antes de ter acesso ao Yôga INICIAL

2 ashtánga sádhana reforço da estrutura biológica 3 bhúta shuddhi período de purificação corporal intensiva

MEDIAL 4 maithuna canalização da energia sexual 5 kundaliní despertamento da energia criadora

FINAL 6 samádhi estado de hiperconsciência

O MÉTODO CONSISTE EM TRÊS ETAPAS:

1. A etapa inicial – tem por objetivo preparar o praticante para suportar o empuxo evolutivo que ocorrerá na etapa final. O resultado desse preparo prévio é o reforço da estrutura biológica com um aumento sensível e imediato da vitalidade.

2. A etapa medial – tem por objetivo a purificação mais intensiva e energização da libido.

3. A etapa final – tem por objetivo despertar a energia kundaliní, com o conseqüente desenvolvimento dos chakras, seus poderes paranormais e, finalmente, a eclosão da hiperconsciência chamada sa-mádhi.

Noutras palavras, a etapa inicial visa a proporcionar saúde e força suficientes para que o praticante agüente as prodigiosas alterações biológicas resultantes de uma evolução pessoal acelerada que ocorrerá na etapa final.

Por isso, a etapa inicial tende a proporcionar todos aqueles proverbiais efeitos do Yôga. É que a fase final vai trabalhar para tornar o praticante uma pessoa fora da faixa da normalidade, acima dela. Se alguém está fora dessa faixa para baixo, a fase inicial vai içá-lo até à normalidade plena,

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conferindo-lhe uma cota ótima de saúde e vitalidade. Daí poderemos fazer um bom trabalho de de-senvolvimento interior equilibrado e seguro, no qual o praticante vai conquistar a evolução de um milhão de anos em uma década. Para isso, há que adquirir estrutura.

Por esse motivo, há uma legião de pessoas que adotam o Yôga apenas visando os benefícios pro-piciados pela prática introdutória e por aí ficam, satisfeitas com os ótimos resultados obtidos.

I. CARACTERÍSTICAS DO SWÁSTHYA

1) ASHTÁNGA SÁDHANA

A característica principal do SwáSthya Yôga é sua prática ortodoxa denominada ashtánga sádhana (ashta = oito; anga = parte; sádhana = prática). Trata-se de uma prática integrada em oito partes, a saber: mudrá, pújá, mantra, pránáyáma, kriyá, ásana, yôganidrá, samyama. Estes elementos serão explicados em detalhe mais adiante.

2) REGRAS GERAIS DE EXECUÇÃO

Uma das mais notáveis contribuições históricas da nossa sistematização foi o advento das regras gerais, as quais não são encontradas em nenhum outro tipo de Yôga... a menos que venham a ser incorporadas a partir de agora, por influência do SwáSthya Yôga. Já temos testemunhado exemplos dessa tendência em aulas e textos de vários tipos de Yôga em diferentes países, após o contacto com o SwáSthya.

É fácil constatar que as regras e demais características do nosso método não eram conhecidas nem utilizadas anteriormente: basta consultar os livros das várias modalidades de Yôga publicados antes da codificação do SwáSthya. Em nenhum deles vai ser encontrada referência alguma às re-gras gerais de execução.

Por outro lado, podemos demonstrar que as regras gerais constituíram apenas uma descoberta e não uma adaptação, pois sempre estiveram presentes subjacentemente. Tome para exemplo al-guns exercícios quaisquer, tais como uma anteflexão (paschimôttanásana), uma retroflexão (bhu-jangásana) e uma lateroflexão (trikônásana), e execute-os de acordo com as regras do SwáSthya Yôga. Depois consulte um livro de Hatha Yôga e faça as mesmas posições seguindo suas exten-sas descrições para cada ásana. Você vai se surpreender: as execuções serão equivalentes em mais de 90% dos casos. Portanto, existe um padrão de comportamento. Esse padrão foi identifica-do por nós e sintetizado na forma de regras gerais.

Tal fato passou despercebido a tantas gerações de Mestres do mundo inteiro durante milhares de anos e foi descoberto somente na entrada do terceiro milênio da Era Cristã, da mesma forma como a lei da gravidade passou sem ser registrada pelos grandes sábios e físicos da Grécia, Índia, Chi-na, Egito e do mundo todo, só vindo a ser descoberta bem recentemente por Newton. Assim como Newton não inventou a gravidade, também não inventamos as regras gerais de execução. Elas sempre estiveram lá, mas ninguém notou.

No SwáSthya Yôga as regras ajudam bastante, simplificando a aprendizagem e acelerando a evo-lução do praticante. Ao instrutor, além disso, poupa um tempo precioso, habitualmente gasto com descrições e instruções desnecessárias.

3) SEQÜÊNCIAS COREOGRÁFICAS

Outra importante característica do SwáSthya Yôga é o resgate do conceito primitivo de treinamen-to, que consiste em execuções mais naturais, anteriores ao costume de repetir os ásanas. A institu-ição do sistema repetitivo é muito mais recente do que se imagina. As técnicas antigas, livres das limitações impostas pela repetição, tornavam-se ligadas entre si por encadeamentos espontâneos. No SwáSthya Yôga esses encadeamentos constituem movimentos de ligação entre os ásanas não repetitivos nem estanques, o que predispõe à elaboração de execuções coreográficas.

Assim, [A] a não repetição, [B] as passagens (movimentos de ligação) e [C] as coreografias (com ásanas, mudrás, bandhas, kriyás, etc.), são conseqüências umas das outras, reciprocamente, e fa-zem parte desta terceira característica do SwáSthya Yôga.

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As coreografias também não são uma criação contemporânea. Esse conceito remonta ao Yôga primitivo, do tempo em que o Homem não tinha religiões institucionalizadas e adorava o Sol. O úl-timo rudimento dessa maneira primitiva de execução coreográfica, é a mais ancestral prática do Yôga: o súrya namaskara!

Ocorre que o súrya namaskara é a única reminiscência de coreografia registrada nas lembranças do Yôga moderno. Não constitui, portanto, característica sua. Vale lembrar que o Hatha Yôga é um Yôga moderno, um dos últimos a surgir, já no século XI depois de Cristo, cerca de 4.000 anos após a origem primeira do Yôga.

Importante: o instrutor que declara ensinar SwáSthya Yôga, mas não monta a aula inteira com formato de coreografia não está transmitindo um SwáSthya 100% legítimo. Quem não consegue infundir nos seus alunos o entusiasmo pela prática em forma de coreografia, precisa fazer mais cursos e estreitar o contato com a nossa egrégora, pois ainda não compreendeu o ensinamento do codificador do SwáS-thya Yôga.

4) PÚBLICO CERTO

É fundamental que se compreenda: para tratar-se realmente de SwáSthya Yôga não basta a fideli-dade ao método. É preciso que as pessoas que o praticam sejam o público certo. Caso contrário, estarão tecnicamente praticando o método preconizado, mas, ao fim e ao cabo, não estarão exer-cendo o SwáSthya Yôga. Seria o mesmo que dispor da tecnologia certa para produzir um pão de excelente qualidade, mas querer fazê-lo com a farinha errada.

5) SENTIMENTO GREGÁRIO

O sentimento gregário é a força de coesão que nos fez crescer e tornar-nos tão fortes. Sentimento gregário é a energia que nos mobiliza para participar de todos os cursos, eventos, reuniões, via-gens e festas do SwáSthya Yôga, pois isso nos dá prazer. Sentimento gregário é o sentimento de gratidão que eclode no nosso peito pelo privilégio de estar juntos e participando de tudo ao lado de pessoas tão especiais. É o poder invisível que nos confere sucesso em tudo o que fizermos, graças ao apoio que os colegas nos ofertam com a maior boa vontade. Sentimento gregário é a satisfação incontida com a qual compartilhamos nossas descobertas e dicas para o aprimoramento técnico, pedagógico, filosófico, ético etc. Sentimento gregário é o que induz cada um de nós a perceber, bem no âmago da nossa alma, que fazer tudo isso, participar de tudo isso, não é uma obrigação, mas uma satisfação.

6) SERIEDADE SUPERLATIVA

Ao travar contato com a Nossa Cultura, uma das primeiras impressões observadas pelos es-tudiosos é a superlativa seriedade que se percebe nos nossos textos, linguagem e procedi-mentos. Essa seriedade manifesta-se em todos os níveis, desde a honestidade de propósitos – uma honestidade fundamentalista – até o cuidado extremado de não fazer nenhum tipo de doutrinação, nem proselitismo, nem promessas de terapia. Definitivamente, não se encontra tal cuidado na maior parte das demais modalidades de aprimoramento pessoal.

Fazemos questão absoluta de que nossos instrutores e alunos sejam rigorosamente éticos em todas as suas atitudes, tanto no nosso círculo cultural, quanto no trabalho, nas relações afetivas, na família e em todas as circunstâncias da vida. Devemos lembrar-nos de que, mesmo enquanto alunos, somos representantes do Yôga Antigo e a opinião pública julgará a validade da proposta a partir do nosso comportamento e imagem.

Em se tratando de dinheiro, saiba que é preferível perder o nobre metal a perder um amigo, ou perder o bom nome, ou perder a classe.

Devemos mostrar-nos profundamente responsáveis, maduros e honestos ao realizar negó-cios, ao fazer declarações, ao evitar conflitos, ao buscar aprimoramento em boas maneiras, ao cultivar a elegância e a fidalguia. O mundo espera de nós um modelo de equilíbrio, espe-cialmente quando tivermos a obrigação moral de defender corajosamente nossos direitos e aquilo ou aqueles em que acreditamos. Fugir à luta seria a mais desprezível covardia. Lutar

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com galhardia em defesa da justiça e da verdade é um atributo dos corajosos. Contudo, lutar com elegância e dignidade é algo que poucos conseguem conquistar.

7) ALEGRIA SINCERA

Seriedade e alegria não são mutuamente excludentes. Você pode ser uma pessoa contagian-temente alegre e, ao mesmo tempo, seriíssima dentro dos preceitos comportamentais que regem a vida em sociedade.

A alegria é saudável e nos predispõe a uma vida longa e feliz. A alegria esculpe nossa fisio-nomia para que denote mais juventude e simpatia. A alegria cativa e abre portas que, sem ela, nos custariam mais esforço. A alegria pode conquistar amigos sinceros e preservar as amizades antigas. Pode até salvar casamentos.

Um praticante de Yôga sem alegria é inconcebível. Se o Yôga traz felicidade, o sorriso e o comportamento descontraído são suas conseqüências inevitáveis.

No entanto, administre sua alegria para que não passe dos limites e não agrida os demais. Algumas pessoas quando ficam alegres tornam-se ruidosas, indelicadas e invasivas. Esse, obviamente, não é o caso do swáSthya yôgin.

8) LEALDADE INQUEBRANTÁVEL

Lealdade aos ideais, lealdade aos amigos, lealdade ao seu tipo de Yôga, lealdade ao Mestre, são também característica marcante do Yôga Antigo. No SwáSthya valorizamos até a lealda-de aos clientes e aos fornecedores. Simbolicamente, somos leais mesmo aos nossos objetos e à nossa casa, procurando preservá-los e cultivar a estabilidade, ao evitar a substituição e a mudança pelo simples impulso de variar (Yôga chitta vritti nirôdhah). Há circunstâncias em que mudar faz parte da evolução e pode constituir a solução de um problema de estagnação. Nesse caso, é claro, não se trata de instabilidade emocional. O próprio Shiva, criador do Yô-ga, tem como um dos seus atributos a renovação.

Não há nada mais lindo que ser leal. Leal quando todos os demais já deixaram de sê-lo. Leal quando todas as evidências apontam contra o seu ente querido, pessoa amada, colega ou companheiro, mas você não teme comprometer-se e mantém-se leal até o fim.

Realmente, não há nada mais nobre que a lealdade, especialmente numa época em que tão poucos preservam essa virtude.

II. PRÁTICA ORTODOXA

SwáSthya Yôga é o próprio tronco de Yôga Pré-Clássico, após a sistematização. O SwáSthya Yôga mais autêntico é o ortodoxo, no qual cada prática é constituída pelas oito partes seguintes:

1. mudrá Gesto reflexológico feito com as mãos;

2. pújá9 Retribuição ética de energia; sintonização com o arquétipo;

3. mantra Vocalização de sons e ultra-sons;

4. pránáyáma Expansão da bioenergia através de respiratórios;

5. kriyá Atividade de purificação das mucosas;

6. ásana Técnica corporal (não tem nada a ver com Ed. Física);

7. yôganidrá Técnica de descontração;

8. samyama Concentração, meditação e samádhi.

9 O acento indica apenas onde está a sílaba longa, mas ocorre que, muitas vezes, a tônica está noutro lugar. Por exemplo: pújá pronuncia-se “púdja”; e yôganidrá pronuncia-se “yôganídra”.

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Existem vários tipos de ashtánga sádhana. A estrutura acima é a primeira que o praticante apren-de. Denomina-se ádi (seguido de palavra iniciada por vogal o i se transforma em y, ády). O segun-do tipo é o viparíta ashtánga sádhana, para alunos graduados. Depois virão mahá, swa, manasika e gupta ashtánga sádhana, somente acessíveis a instrutores de Yôga.

No entanto, se você não se identifica com esta forma mais completa, em oito partes, existe a opção denominada Prática Heterodoxa.

III. PRÁTICA HETERODOXA

Esta variedade é totalmente flexível. A estrutura de cada prática é determinada pelo instrutor que a ministra. Portanto, a sessão pode ser constituída por um só anga, dois deles ou quantos o minis-trante quiser utilizar, e na ordem que melhor lhe aprouver. Pode, por exemplo, ministrar um sádha-na exclusivamente de ásana, ou de mantra, ou de pránáyáma, ou de samyama, ou de yôganidrá, etc. Ou pode combinar alguns deles à sua vontade. Ainda assim pode ser SwáSthya Yôga, desde que obedeça às demais características do método mencionadas no subtítulo I, deste capítu-lo (Características do SwáSthya) e desde que haja uma orientação generalizada de acordo com a filosofia que preconizamos.

Todavia, na aplicação desta alternativa o instrutor deverá, de preferência, utilizar todos os angas, conquanto possa fazê-lo em ocasiões diferentes e com intensidades variáveis. Dessa maneira, nas diversas aulas que ministrar durante o mês, terá proporcionado aos alunos a experimentação e os resultados de todos os oito angas.

O ideal é que o instrutor não adote somente a versão heterodoxa e sim que a combine com a orto-doxa, lecionando, por exemplo, duas vezes por semana, uma com a primeira e outra com a segun-da modalidade de prática.

Já para os exames de habilitação de instrutores perante a Universidade Internacional de Yôga e pe-las Federações Estaduais só é aceita a versão ortodoxa.

ANÁLISE DOS 8 ANGAS QUE CONSTITUEM A PRÁTICA ORTODOXA

1) mudrá

É o gesto ou selo que, reflexologicamente, ajuda o praticante a conseguir um estado de receptivi-dade superlativa. Mesmo os que não são sensitivos podem entrar em estados alfa e théta já nesta introdução. Temos mais de 100 mudrás codificados no livro Faça Yôga antes que você precise.

2) pújá (manasika pújá)

É a técnica que estabelece uma perfeita sintonia do sádhaka com o arquétipo desta linhagem. Com isso, seleciona um comprimento de onda adequado a esta modalidade de Yôga, conecta seu plug no compartimento certo do inconsciente coletivo e liga a corrente, estabelecendo uma expressiva troca de energias entre o discípulo e o Mestre.

3) mantra (vaikharí mantra: kirtan e japa)

A vibração dos ultra-sons que acompanham o "vácuo" das vocalizações, neste caso do ády ash-tánga sádhana, tem a finalidade de desesclerosar os canais para que o prána possa circular. Prána é o nome genérico da bio-energia. Somente depois dessa limpeza é que se pode fazer pránáyáma. O SwáSthya Yôga utiliza centenas de mantras: kirtan e japa; vaikharí e manasika; saguna e nirguna mantras. Utilizamos mais de 100 mantras.

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4) pránáyáma (swara pránáyáma)

São exercícios respiratórios que bombeiam o prána para que circule pelas nádís e vitalize todo o orga-nismo. E também a fim de distribuí-lo entre os milhares de chakras que temos espalhados por todo o corpo. Bombear aquela energia por dutos obstruídos pelos detritos decorrentes de maus hábitos ali-mentares, secreções internas mal eliminadas e emoções intoxicantes, pode resultar inócuo ou até pre-judicial. Por isso, antes do pránáyáma, procedemos à prévia limpeza dos canais, na área energética. Utilizamos 58 exercícios respiratórios diferentes.

5) kriyá

São atividades de purificação das mucosas, que têm a finalidade de auxiliar a limpeza do organismo, agora no nível orgânico. Em se tratando de Yôga, só se deve proceder às técnicas corporais após o cuidado de limpar o corpo por meio dos kriyás. Utilizamos 6 kriyás clássicos.

6) ásana

Esta é a parte mais conhecida e característica do Yôga para o público leigo. Não é ginástica e não tem nada a ver com Educação Física. São os procedimentos psicofísicos que produzem efeitos extraordi-nários para o corpo em termos de boa forma, flexibilidade, musculatura, equilíbrio de peso e saúde em geral. Para aproveitar ao máximo seu potencial, os ásanas devem ser precedidos pelos kriyás, práná-yámas, etc. Aplicamos milhares de ásanas, dos quais, mais de 2.000 fotos constam do livro Faça Yô-ga antes que você precise. Os efeitos dos ásanas começam a se manifestar a partir do yôganidrá.

7) yôganidrá

É a descontração que auxilia o yôgin na assimilação e manifestação dos efeitos produzidos por to-dos os angas. A eles, soma os próprios efeitos de uma boa recuperação muscular e nervosa. Mas atenção: yôganidrá não tem nada a ver com o shavásana do Hatha Yôga. Shavásana, como o no-me já diz, é apenas um ásana, uma posição, em que se relaxa, mas não é a ciência do relaxamen-to em si. Essa ciência se chama yôganidrá e ela não consta do currículo do Hatha Yôga. Por isso alguns instrutores de Hatha Yôga censuram o uso de música ou de indução verbal do ministrante durante o relaxamento. O yôganidrá aplica não apenas a melhor posição para relaxar, mas também a melhor inclinação em relação à gravidade, o melhor tipo de som, de iluminação, de cor, de respi-ração, de perfume, de indução verbal, etc.

8) samyama

Essa técnica compreende concentração, meditação e samádhi "ao mesmo tempo", isto é, praticados juntos, em seqüência, numa só sentada (etimologicamente, samyama pode significar ir junto). Se o praticante vai fazer apenas concentração, chegar à meditação ou atingir o samádhi, isso dependerá exclusivamente do seu adiantamento pessoal. Assim, também é correto denominar o oitavo anga de dhyána, que significa meditação. É uma forma menos pretensiosa.

Portanto, mesmo uma prática de SwáSthya Yôga considerada para iniciantes, como este conjunto de oito feixes de técnicas que acabamos de analisar e que constitui a fase inicial do nosso método, será bem avançada em comparação com qualquer outro tipo de Yôga, já se prevendo a possibili-dade de atingir um sabíja samádhi.

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ALGUNS DOS 108 TIPOS DE YÔGA EXISTENTES

No Yôga, temos quatro grandes linhagens que são: Tantra-Sámkhya (Yôga Pré-Clássico – mais de 5.000 anos), Brahmácharya-Sámkhya (Yôga Clássico – século III a.C.), Brahmácharya-Vêdánta (Yôga Medieval – século VIII d.C.), e Tantra-Vêdánta (Yôga Contemporâneo – séculos XIX e XX). Cada linhagem possui uma fundamentação filosófica (Sámkhya ou Vêdánta) e uma fundamentação comportamental (Tantra ou Brahmácharya). Sámkhya e Vêdánta são filosoficamente opostos entre si, pois o Sámkhya é naturalista, enquanto que o Vêdánta é espiritualista. Tantra e Brahmáchar-ya também são opostos entre si, pois o Tantra é matriarcal, sensorial e desrepressor, enquanto que o Brahmácharya é patriarcal, anti-sensorial e respressor. Por isso, não se devem misturar tipos de Yôga uns com os outros. Já os ramos, em número homologado de 108, são como fórmu-las ou receitas, que determinam quais as técnicas empregadas por cada modalidade, e em que proporção.

ÁSANA YÔGA

Ásana significa técnica corporal ou psico-orgânica. Trata-se de um ramo dedicado exclusivamente à relação entre o psiquismo e o funcionamento dos órgãos internos. Só utiliza um anga, ásana, no entanto, não tem nenhuma semelhança com ginástica, nem relação alguma com Ed. Física. Trata-se de uma das divisões mais ancestrais.

RÁJA YÔGA, O YÔGA MENTAL

Rája significa real (dos reis). Consiste em quatro partes ou angas: pratyáhára (abstração dos senti-dos), dháraná (concentração mental), dhyána (meditação) e samádhi (hiperconsciência). Posteri-ormente, em torno do terceiro século antes de Cristo, a estas quatro técnicas foi acrescentada uma introdução constituída por outras quatro (yama, niyama, ásana, pránáyáma) com o que codificou-se o Yôga Clássico.

BHAKTI YÔGA, O YÔGA DEVOCIONAL

Bhakti significa devoção. O Yôga devocional não é forçosamente espiritualista. Em suas origens pré-clássicas, sua fundamentação era naturalista e na região em que floresceu não foram encon-tradas evidências da existência de religiões institucionalizadas. O Bhakti Yôga pré-clássico consiste em cultuar as forças da Natureza, o Sol, a Lua, as Árvores, os Rios, etc.

KARMA YÔGA, O YÔGA DA AÇÃO DESINTERESSADA

Karma significa ação. É um Yôga que induz à ação. Sua vertente medieval passou a ter conota-ções da filosofia Vêdánta, o que lhe conferiu um ar de “ação desinteressada”, quando na verdade a proposta é impelir à ação, ao trabalho, à realização. Por certo, tal dinâmica em princípio não visa a benefícios pessoais, recompensas ou reconhecimento.

JÑÁNA YÔGA, O YÔGA DO AUTOCONHECIMENTO

Jñána significa conhecimento. O método dessa modalidade consiste em meditar na resposta que o seu psiquismo elaborar para a pergunta “quem sou eu?”, até que não haja mais nenhum elemento que possa ser separado do Self e analisado. Nesse ponto, o praticante terá encontrado a Mônada, ou o Ser.

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LAYA YÔGA, O YÔGA DAS PARANORMALIDADES

Laya significa dissolução. A intenção neste tipo de Yôga é dissolver a personalidade, ou seja elimi-nar a barreira que existe entre o ego e o Self. Como o Self ou Mônada é o próprio Absoluto que ha-bita em cada ser vivente, ao ser dissolvida a barreira da personam, todo o seu poder e sabedoria fluem diretamente para a consciência do praticante.

MANTRA YÔGA, O YÔGA DO DOMÍNIO DO SOM E DO ULTRA-SOM

Mantra significa vocalização. Trata-se de um ramo de Yôga que pretende alcançar a meta atra-vés da ressonância transmitida aos centros de energia do próprio corpo, conduzindo-os a um pleno despertar. Como conseqüência, a consciência aumenta e o praticante atinge o samádhi.

TANTRA YÔGA, O YÔGA DA SENSORIALIDADE

Tantra significa, entre outras coisas, a maneira correta de fazer qualquer coisa, autoridade, prospe-ridade, riqueza; encordoamento (de um instrumento musical). É a via do aprimoramento e evolução interior através do prazer. Ensina como relacionar-se consigo mesmo, com os outros seres huma-nos, família, animais, plantas, meio ambiente, enfim, tudo. Também trata de tudo o que se refira à sensorialidade e à sexualidade. Pretende atingir a meta mediante o reforço e canalização da libido. Tantra Yôga enfatiza o trabalho sobre a kundaliní, contudo, existe uma outra modalidade especiali-zada no despertamento dessa força colossal: é o Kundaliní Yôga, que descreveremos mais para a frente.

SWÁSTHYA YÔGA, O YÔGA DE RAÍZES PRÉ-CLÁSSICAS, QUE COMPREENDE TODOS OS OITO ANTERIORES

SwáSthya significa auto-suficiência, saúde, bem-estar, conforto, satisfação. É baseado em raízes muito antigas (Tantra-Sámkhya) e por isso é tão completo, pois possui o gérmen do que, séculos mais tarde, deu origem aos oito ramos mais antigos (Ásana Yôga, Rája Yôga, Bhakti Yôga, Karma Yôga, Jñána Yôga, Laya Yôga, Mantra Yôga e Tantra Yôga). Sua prática consiste em oito feixes de técnicas, que são: mudrá (linguagem gestual), pújá (sintonização com o arquétipo), mantra (vocali-zação de sons e ultra-sons), pránáyáma (respiratórios), kriyá (purificação das mucosas), ásana (técnica corporal), yôganidrá (técnica de descontração) e samyama (concentração, meditação e ou-tras técnicas mais profundas). Trata-se da sistematização do Dakshinacharatantrika-Niríshwarasámkhya Yôga, um proto-Yôga integrado de origens dravídicas com mais de 5.000 anos.

SUDDHA RÁJA YÔGA, UMA VARIEDADE DE RÁJA YÔGA MEDIEVAL, PESADAMENTE MÍSTICO

Suddha significa puro. Dá a entender que pretende ser a versão mais pura do Rája Yôga, o que não é verdade, já que o Rája Yôga era de fundamentação Sámkhya e o Suddha Rája é fundamen-tado pelo ponto de vista oposto, o Vêdánta. Consiste em mantras e meditação. Aqui no Brasil, so-freu influência do Cristianismo e passou a ser exercido como um híbrido de religião cristã. Atual-mente é difícil de ser encontrado no Brasil.

KUNDALINÍ YÔGA, O YÔGA DO PODER

Kundaliní significa aquela que tem a aparência de uma serpente. É um tipo de Yôga que visa ao despertamento da energia que leva o seu nome (kundaliní). Essa energia está situada no períneo e tem relação direta com a sexualidade. Seu despertamento e ascensão pela medula espinhal até o cérebro produz uma constelação de paranormalidades, culminando num estado alterado da consci-ência denominado samádhi, que é a meta do Yôga. Na verdade, não apenas esta modalidade, mas todos os tipos autênticos de Yôga trabalham o despertamento da kundaliní, conforme nos diz o Dr. Sivánanda em seu livro Kundaliní Yôga, página 70. Nos Estados Unidos floresceu uma vertente

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apócrifa de Kundaliní Yôga, transmitido por adeptos da religião sikh, muito diferente, portanto, do verdadeiro, que é de tradição estritamente hindu.

SIDDHA YÔGA, O YÔGA DO CULTO À PERSONALIDADE DO GURU

Siddha significa o perfeito, ou aquele que possui os siddhis (poderes paranormais). Pelo nome, dá a entender que tem parentesco com o Kundaliní Yôga, mas com o qual manifesta pouca similarida-de. Pratica-se muito mantra, pújá e meditação, mas a base é mesmo a reverência à personalidade do guru. No Brasil, havia um pequeno grupo de Siddha Yôga no Rio de Janeiro, mas atualmente não se sabe se está ativo.

KRIYÁ YÔGA, O YÔGA QUE CONSISTE EM AUTO-SUPERAÇÃO, AUTO-ESTUDO E AUTO-ENTREGA

Kriyá significa atividade. Trata-se de um Yôga muito difundido nos Estados Unidos na década de 50 e que hoje mantém ricas instalações. Consiste em três niyamas (normas éticas): tapas (auto-superação), swadhyáya (auto-estudo) e íshwara pranidhana (auto-entrega). É citado no Yôga Sútra, livro do século III a.C. Há poucas entidades que o representam no Brasil, sendo a Bahia e o Rio de Janeiro seus principais redutos. A maioria o estuda por livros. O melhor livro é o Tantra Yôga, Náda Yôga e Kriyá Yôga, de Sivánanda, Editorial Kier, Buenos Aires. Essa é a única obra que ensina a-bertamente o Kriyá Yôga, sem fazer mistério.

YÔGA INTEGRAL, O YÔGA DE INTEGRAÇÃO NAS ATIVIDADES DO DIA-A-DIA

É chamado Yôga Integral não por ser mais integral que os outros, como o nome pode sugerir por associações com os alimentos integrais. Denomina-se assim porque sua proposta é integrar-se na vida profissional, cultural e artística do praticante. Foi criado por Sri Aurobindo, que defendia o de-sejo de que “o Yôga cesse de parecer alguma coisa mística e anormal que não tenha relações com os processos comuns da energia terrena”.

YÔGA CLÁSSICO, UM YÔGA ÁRIDO E DURO, COM RESTRIÇÕES SEXUAIS E OUTRAS

O Yôga Clássico – ou Ashtánga Yôga – não é o Yôga mais antigo nem o mais completo, como se divulga. O mais antigo e completo é o Pré-Clássico. O Yôga Clássico tem um nome forte, mas sua prática é inviável para o homem moderno devido à lentidão com que seus passos são trilhados. A prática é tão restritiva e árida que ninguém pagaria para receber esse tipo de aprendizado. Por isso, o que se vê no Ocidente são escolas que exploram o célebre nome desse ramo, mas na prática ensinam Hatha Yôga. O Yôga Clássico é constituído por oito partes ou angas que são: yama, ni-yama, ásana, pránáyáma, pratyáhára, dháraná, dhyána, samádhi. No Brasil, o melhor livro é o Yô-ga Sútra de Pátañjali, da Editora Nobel.

HATHA YÔGA, O YÔGA FÍSICO

Hatha significa força, violência, e não o poético “Sol-Lua”, como declaram alguns livros. Trata-se de uma vertente medieval, fundada no século XI da era Cristã, portanto, é considerado um Yôga mo-derno, surgido mais de 4.000 anos depois da origem do Yôga primitivo! É constituído pelos quatro angas iniciais do Ashtánga Yôga (yama, niyama, ásana, pránáyáma), contudo, nos estabelecimen-tos de Yôga os dois primeiros angas não são ensinados, ficando na prática restrito apenas a ásana (técnicas corporais) e pránáyáma (respiratórios). Outras técnicas podem ser agregadas, tais como bandhas, mudrás e kriyás, mas não forçosamente. A meditação não faz parte e não deve ser inclu-ída numa prática de Hatha. Já foi o Yôga mais popular no Ocidente. No Brasil, hoje está sobeja-mente suplantado pelo SwáSthya Yôga. O melhor livro já publicado em português sobre o tema foi Hatha Yóga, ciência da saúde perfeita, de Caio Miranda.

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ANEXO Esta é uma divisão suplementar, que não faz parte do livro,

destinada à divulgação do SwáSthya Yôga.

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COMO CONTRIBUIR PARA COM A NOSSA OBRA

Veja quais das opções abaixo se enquadram nas suas possibilidades.

1) Organize mostras de vídeo, palestras e cursos na sua cidade, em universi-dades, associações, bibliotecas, colégios, clubes, livrarias, entidades filosó-ficas. Isso não lhe custará nada e ainda poderá proporcionar muita satisfa-ção.

2) Torne-se instrutor de Yôga e ajude a difundir o autoconhecimento, a quali-dade de vida, a alegria e a saúde. Você pode iniciar a sua formação aí mesmo na sua cidade através dos nossos livros, CDs, vídeos e aulas pela Internet.

3) Filie-se à União Nacional de Yôga em alguma das diversas categorias. In-forme-se para saber qual delas oferece a melhor relação custo/benefício para as suas expectativas.

4) Outra forma de contribuir é adquirindo o material didático relacionado nas páginas que se seguem.

Qualquer que seja a sua escolha, saiba que terá uma legião de pessoas benefi-ciadas com seu gesto.

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O AUTOR COM SUAS OBRAS Mais de um milhão de livros vendidos.

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MATERIAL DIDÁTICO DISPONÍVEL NAS UNIDADES DA REDE DeROSE

DOWNLOAD GRATUITO Você pode estudar em vários destes livros sem ter que comprá-los. Basta entrar no site www.DeRose.org.br e fazer free download de mais de dez dos títulos abai-xo, inclusive alguns noutras línguas. Nosso escopo ao escrever livros e ao manter um website é permitir a todos o acesso a esta cultura sem custo algum. Ao contrá-rio da maioria dos sites de Yôga, o site DeRose não vende nada porque fazemos questão de que o nosso trabalho não seja comercial.

LIVROS DO MESTRE DeROSE

FAÇA YÔGA ANTES QUE VOCÊ PRECISE (SWÁSTHYA YÔGA SHÁSTRA): Um clássico. Foi citado por Georg Feuerstein em seus livros: The Deeper Dimension of Yoga e The Yoga Tradition. É considerada uma obra canônica, a mais completa do mundo em toda a História do Yôga, com 700 páginas e mais de 2.000 fotografias. Contém 32 mantras em sânscrito, 108 mudrás do hinduísmo (gestos reflexológicos) com suas ilustrações, 27 kriyás clássicos (atividades de purificação das mucosas), 54 exercícios de concen-tração e meditação, 58 pránáyámas tradicionais (exercícios respiratórios) e 2.100 ása-nas (técnicas corporais). Apresenta capítulos sobre karma, kundaliní (as paranormalida-des) e samádhi (o autoconhecimento). Oferece ainda um capítulo sobre alimentação e outro de orientação para o dia-a-dia do praticante de Yôga (como despertar, a medita-ção matinal, o banho, o desjejum, o trabalho diário, etc.). É o único livro que possui uma nota no final dos principais capítulos com instruções e dicas especialmente dirigidas aos instrutores de Yôga. Indica uma bibliografia confiável, mostra como identificar os bons li-vros e ensina a estudá-los.

YÔGA, MITOS E VERDADES: Esta obra ensina, esclarece e diverte com crônicas, ca-sos reais, história, filosofia, ética, sexualidade e mais um universo de conhecimentos sobre Tantra, paranormalidades, karma, mensagens, poesia, mistério, vivências, per-cepções, viagens à Índia, revelações inéditas, experiência de vida e episódios bem hu-morados. É tão importante, que o teste de admissão da Universidade de Yôga é feito sobre esse livro. Contém testemunhos sobre a história do Yôga no Brasil registrados por um dos últimos professores ainda vivos que presenciaram os fatos para não deixá-los

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cair no esquecimento. Diferente de todos os livros já escritos sobre Yôga, é leitura indis-pensável para o praticante ou instrutor. É o livro mais relevante do SwáSthya Yôga. Nin-guém deve deixar de lê-lo.

TUDO O QUE VOCÊ NUNCA QUIS SABER SOBRE YÔGA: O título provocativo e bem humorado sugere a leveza da leitura. O texto foi estruturado em perguntas e respostas para esclarecer aquelas questões que todo o mundo quer saber, mas nunca nem imagi-nou formular por não ter alguém confiável a quem perguntar. “Será que estou praticando um Yôga autêntico ou estarei comprando gato por lebre? Meu instrutor será uma pessoa séria ou estou sendo enganado por um charlatão? O que é o Yôga, para que serve, qual sua origem, qual a proposta original, quando surgiu, onde surgiu, a quem se destina? Há alguma restrição alimentar ou da sexualidade? Será uma espécie de ginástica, tera-pia, religião?” Tudo sobre Yôga indica uma vasta literatura de apoio, ensina como es-colher um bom livro, como aproveitar melhor a leitura, e inclui documentação bibliográfi-ca discriminada, de forma que as opiniões defendidas possam ser confirmadas em ou-tras obras. Orienta inclusive para a formação de instrutores de Yôga e é livro-texto da Primeira Universidade de Yôga do Brasil.

YÔGA SÚTRA DE PÁTAÑJALI: A obra clássica mais traduzida e comentada no mundo inteiro. Recomendável para estudiosos que queiram ampliar sua cultura em 360 graus. Depois de 20 anos de viagens à Índia, o Mestre DeRose revisou e aumentou seu livro publicado inicialmente em 1980. Sendo uma obra erudita, todo estudioso de Yôga deve possui-lo. É indispensável para compreender o Yôga Clássico e todas as demais moda-lidades.

MENSAGENS DO YÔGA: Este é um livro que reúne as mensagens mais inspiradas que foram escritas pelo Mestre DeRose em momentos de enlevo durante sua trajetória como preceptor e mentor desta filosofia iniciática. Aqui compilamos todas elas para que os admiradores dessa modalidade de ensinamento possam deleitar-se com a força do ver-bo. É interessante como o coração realmente fala mais alto. DeRose tem mais de vinte livros publicados, leciona Yôga desde 1960 e ministra o Curso de Formação de Instruto-res de Yôga em praticamente todas as Universidades Federais, Estaduais e Católicas do Brasil há mais de 30 anos. No entanto, muita gente só compreendeu o ensinamento do Mestre DeRose quando leu suas mensagens. Elas têm o poder de catalisar a força interior de quem as lê e desencadear um processo de modificação do karma através da potencialização da vontade e do amor. Disponível também em gravação na voz do próprio autor.

PROGRAMA DO CURSO BÁSICO DE YÔGA: Contém todo o programa do Seminário de Preparação ao Curso de Formação de Instrutores de Yôga. Esse curso pode ser feito por qualquer pessoa que queira conhecer o Yôga mais profundamente e é especi-almente recomendado aos que já lecionam ou pretendam lecionar. Também disponível em vídeo.

BOAS MANEIRAS NO YÔGA: Bons modos são fundamentais para todos. Nós que não comemos carnes, não tomamos vinho e não fumamos, como deveremos nos comportar num jantar, numa recepção, numa visita ou quando formos hospedados? Você já está educado o bastante para representar bem o Yôga? E, refinado o suficiente para ser ins-

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trutor de Yôga ou Diretor de Entidade? Qual a relação entre Mestre e Discípulo? Algu-mas curiosidades da etiqueta hindu. Nosso Código de Ética.

TANTRA, A SEXUALIDADE SACRALIZADA: Esta obra disserta sobre o Tantra, a única via de aprimoramento físico e espiritual através do prazer, tradição secreta da Índia an-tiga que começa a ser desvendada pelo Ocidente. Aborda a questão da sexualidade de forma natural, compreensível, a um só tempo técnica e poética. Ensina exercícios e conceitos que otimizam a performance e o prazer dos praticantes, independentemente de idade, canalizando a energia sexual para a melhor qualidade de vida, saúde, criativi-dade, produtividade profissional, sensibilidade artística, rendimento nos esportes, auto-conhecimento e evolução interior. Tantra, a sexualidade sacralizada ensina como conseguir uma relação erótica com a duração de três horas ou mais; como transformar uma vida conjugal acomodada e já sem atrativos em uma experiência plena de remoti-vação e alegria de viver; como vivenciar o hiper orgasmo, um estado inebriante de hipe-restesia sensorial que nenhuma droga externa seria capaz de proporcionar, mas somen-te obtenível pelas drogas endógenas, segregadas pelo próprio corpo, com suas endorfi-nas. E ainda introduz a proposta de alcançar elevados níveis de aperfeiçoamento interi-or a partir do prazer!

EU ME LEMBRO...: Poesia, romance, filosofia. Como o autor muito bem colocou no Prefácio, este livro não tem a pretensão de relatar fatos reais ou percepções de outras existências. Ele preferiu rotular a obra como ficção, a fim de reduzir o atrito com o bom-senso, já que há coisas que não se podem explicar. No entanto, é uma possibilidade no mínimo curiosa, que DeRose assim o tenha feito pelo seu proverbial cuidado em não es-timular misticismo nos seus leitores, mas que se trate de lembranças de eventos verídi-cos do período dravídico, guardados no mais profundo do inconsciente coletivo.

ALTERNATIVAS DE RELACIONAMENTO AFETIVO: Todos traem, todos sabem, todos negam, todos fingem que acreditam. E assim caminha a Humanidade, aos trancos e barrancos, em direção a um nível maior de lucidez e de honestidade que deve estar em algum lugar lá no fim do túnel. O intuito deste ensaio, obviamente, não é doutrinar, mas esclarecer e romper paradigmas. Fornecer dados e informações para que cada qual de-cida o que é melhor para si e mostrar que a forma convencional não é, necessariamen-te, a melhor maneira de realizarmos algo. A grande contribuição que o livro oferece é a de fazer com que as pessoas sejam mais felizes a partir da descoberta de que não deve haver uma única forma de relacionamento afetivo e sim de que cada ser humano deve ser livre para viver como quiser, desde que isso não prejudique a ninguém.

A REGULAMENTAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE YÔGA: Este livro reúne a história da luta pela regulamentação da nossa categoria, desde 1978, quando DeRose apresen-tou a primeira proposta. Contém documentos úteis para a proteção dos profissionais da área, o texto e as emendas do novo projeto de Lei, 4680 de 2.001, relatórios das reuni-ões com as opiniões e o registro histórico das reações das pessoas a favor ou contra a regulamentação, o depoimento das conseqüências se o Yôga for encampado pela Ed. Física, a fogueira das vaidades dos “professores” de “yóga”, relatos dramáticos e outros hilariantes dessa campanha.

ENCONTRO COM O MESTRE: Esta ficção relata a surrealista experiência do encontro entre o jovem DeRose, com 18 anos de idade e o veterano DeRose com 58 anos. O jo-

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vem candidata-se à prática do SwáSthya Yôga e é recusado pelo velho Mestre. O que resulta daí é um diálogo com debates filosóficos, éticos e iniciáticos, envolvendo temas como: o vil metal, a reencarnação, o espiritualismo, o radicalismo, meditação, sexo, a multiplicidade de mestres e escolas pelas quais o menino passara, etc. O final apresen-ta uma surpresa inusitada que a maioria não vai notar, mas os que tiverem estudado os demais livros vão descobrir... se prestarem muita atenção!

SÚTRAS – MÁXIMAS DE LUCIDEZ E ÊXTASE: É um belo presente. Um livro lindo, com capa dura, papel couché, todas as páginas artisticamente ilustradas em quatro co-res. O objeto livro é tão bonito que quase nos esquecemos de que o principal é o ensi-namento contido nos pensamentos que ele expõe. Alguns são sérios, outros são engra-çados; uns são cáusticos, outros doces; uns são leves e outros filosoficamente muito profundos; alguns deles só poderão ser compreendidos no seu sentido hermético se fo-rem lidos por pessoas com iniciação. Antes de publicar a obra, o único exemplar que e-xistia era usado pelo próprio autor como conselheiro para o dia-a-dia. Ele se concentra-va sobre uma questão que desejasse consultar, e abria o livro numa página aleatoria-mente. Lia e meditava sobre o pensamento e sua relação com a questão. Muitas vezes o resultado era surpreendente.

ALIMENTAÇÃO VEGETARIANA – CHEGA DE ABOBRINHA!: A maior parte dos livros sobre vegetarianismo peca por preocupar-se em demonstrar que a alimentação vegeta-riana é nutritiva e até curativa, mas relega o sabor a um sétimo subplano do baixo astral. Este livro não quer provar que você pode sobreviver sendo vegetariano, pois as evidên-cias estão aí: um bilhão de hindus, todos os cristãos adventistas do mundo e todos os praticantes de SwáSthya Yôga (hoje, já há mais de um milhão só no Brasil). O livro a-presenta unicamente receitas de-li-ci-o-sas, para você adotar o vegetarianismo sem que a sua família nem sequer perceba que os pratos não têm carne e, ainda, incrementando muito o paladar, o refinamento e a sofisticação culinária.

COLEÇÃO CURSO BÁSICO DE YÔGA CADA UM DOS LIVROS ABAIXO TAMBÉM EXISTE

NA FORMA DE CURSO GRAVADO EM VÍDEO E DVD

ORIGENS DO YÔGA ANTIGO: Uma luz sobre os eventos históricos que influenciaram as metamorfoses do Yôga, abordando: Ásana Yôga, Rája Yôga, Bhakti Yôga, Karma Yôga, Jñána Yôga, Layá Yôga, Mantra Yôga, Tantra Yôga, Kundaliní Yôga, Ashtánga Yôga e outros.

KARMA E DHARMA – TRANSFORME A SUA VIDA: Ensinamentos revolucionários so-bre como comandar o seu destino, saúde, felicidade e finanças.

CHAKRAS, KUNDALINÍ E PODERES PARANORMAIS: Revelações inéditas sobre os centros de força do corpo e sobre o despertamento do poder interno.

MEDITAÇÃO E AUTOCONHECIMENTO: A verdade desvendada a respeito dessa téc-nica adotada por milhões de pessoas no Ocidente e por mais de um bilhão no Oriente.

CORPOS DO HOMEM E PLANOS DO UNIVERSO: A estrutura dos veículos sutis que o ser humano utiliza para se manifestar nas diversas dimensões da Natureza.

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ÔM – O MAIS PODEROSO DOS MANTRAS: As várias formas de pronunciar o mantra que deu origem a todos os demais mantras, e como evitar erros perniciosos.

TANTRA, A SEXUALIDADE SACRALIZADA: Queira ler a sinopse deste livro na primei-ra listagem, acima.

ALIMENTAÇÃO VEGETARIANA – CHEGA DE ABOBRINHA!: Queira ler a sinopse deste livro na primeira listagem, acima.

PROGRAMA DO CURSO BÁSICO: Contém todo o programa do Seminário de Prepa-ração ao Curso de Formação de Instrutores de Yôga. Esse curso pode ser feito por qualquer pessoa que queira conhecer o Yôga mais profundamente e é especialmente recomendado aos que já lecionam ou pretendam lecionar. Também disponível em vídeo e DVD.

LIVROS RECOMENDADOS DE OUTROS AUTORES

YÔGA, SÁMKHYA E TANTRA (do Mestre Sérgio Santos): ilustrado com vários qua-dros sinóticos, é prefaciado e recomendado pelo Mestre DeRose como um livro extre-mamente sério, profundo e honesto, que destrincha e explana com linguagem simples questões até então muito complexas ou controvertidas. A obra é a tese de Mestrado do autor e, por isso mesmo, severamente fundamentada sobre citações das escrituras hin-dus (os Vêdas, os Tantras, as Upanishades, o Gítá, o Yôga Sútra, o Mahá Bhárata) bem como de livros célebres das maiores autoridades da Índia e da Europa nos últimos sé-culos (Sivánanda, John Woodroffe, Mircéa Éliade, Tara Michaël) sobre Yôga, Sámkhya, Tantra, História, Arqueologia, Antropologia, etc.

A FORÇA DA GRATIDÃO – PÚJÁ (do Mestre Sérgio Santos): Trata-se do primeiro li-vro escrito em português a respeito de pújá. O autor ensina e esclarece sobre esse pro-cedimento tradicional do hinduismo que é tão importante para a prática de um Yôga au-têntico e, ao mesmo tempo, tão pouco conhecido no Ocidente.

O GOURMET VEGETARIANO (da Profa. Rosângela de Castro): Trata de alimentação refinada. Além das receitas, fornece dados importantes sobre nutrição, assimilação e excreção. Como todos os nossos livros, este também não é sectário e não quer conven-cer ninguém de que a alimentação vegetariana é a melhor. Simplesmente, fornece da-dos e receitas aos que aspiram por uma nutrição ultra-biológica, sadia e deliciosa. Con-tém um guia sobre vitaminas e sais minerais. Praticantes de Yôga, desportistas e profis-sionais que precisam de uma alimentação que proporcione o máximo ao corpo e à men-te, não podem deixar de adquirir este livro.

COREOGRAFIAS DO SWÁSTHYA YÔGA (da instrutora Anahí Flores): Este livro en-sina a preparar sua prática diária em formato de coreografia, isto é, montando as técni-cas encadeadas, fazendo-as brotar umas das outras, como se fazia no Yôga primitivo, antes do surgimento do conceito de repetição, o qual é bem moderno. A obra vem pre-encher uma importante lacuna ao proporcionar dicas e instruções práticas a respeito de como conseguir cumprir essa que é uma das mais importantes características do SwáS-thya Yôga.É extremamente útil a quem pretenda ser demonstrador, bem como aos ins-trutores para enriquecer suas aulas.

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INSPIRE, E AO EXPIRAR ESCREVA (da instrutora Anahí Flores): É destinado a aju-dar todos aqueles que gostariam de escrever seu primeiro livro e não sabem por onde começar. Com os conselhos, instruções e exercícios contidos nesta obra, todos os es-tudantes e profissionais serão capazes de elaborar e publicar suas teses com qualida-de, correção e estilo.

LA DIETA DEL YÔGA (do Prof. Edgardo Caramella): É um livro delicioso, cheio de re-ceitas saborosas para você utilizar como argumento a favor do verdadeiro vegetarianis-mo, aquele que dá água na boca.

108 FAMÍLIAS DE ÁSANAS (da instrutora Melina Flores): Trata-se de uma minuciosa compilação fotográfica e de nomenclatura, realizada com muito capricho, ordenando centenas de fotos por 108 famílias de ásanas.

SWÁSTHYA YÔGA NAS EMPRESAS (do Prof. Joris Marengo): Aborda de forma bem didática a aplicação das técnicas do SwáSthya num ambiente diferente do de uma esco-la especializada. Como se dirigir ao praticante, que técnicas aplicar, que locução utilizar, que cuidados tomar (já que não ocorre a mesma seleção adotada nos estabelecimentos de ensino), tudo isso e muito mais este livro de Yôga laboral ensina ao leitor.

A PARÁBOLA DO CROISSANT (do instrutor Rodrigo De Bona): O autor foi muito feliz ao conseguir tratar da quarta característica do SwáSthya Yôga – a seleção do público – com transparência e simpatia. Demonstrou que somos a escola mais seletiva desta área de ensino, mas, por outro lado, não cometemos nem aprovamos qualquer tipo de pre-conceito ou discriminação.

VÍDEOS E DVDS COM DEMONSTRAÇÕES E CURSO TEÓRICO

COREOGRAFIAS: Este DVD apresenta um lindíssimo show apresentado pela Compa-nhia SwáSthya de Artes Cênicas. Perfeito para mostrar aos parentes e amigos como é lindo, altamente técnico e profundamente artístico o trabalho corporal do SwáSthya Yô-ga. Muito bom para entreter os convidados num jantar, festa ou rave. O praticante pode colocar em câmara lenta, quadro a quadro, e tentar ir praticando junto, respeitando, evi-dentemente, os seus limites e a gradação progressiva.

ENTREVISTA: Uma boa entrevista com o Mestre DeRose na televisão, a qual comunica um volume muito grande de conhecimentos. Ideal para esclarecimento de quem tenha qualquer tipo de dúvida, curiosidade ou desinformação a respeito do SwáSthya Yôga. Ótima para esclarecer os parentes e amigos logo depois do DVD de Coreografias.

CURSO BÁSICO DE YÔGA: Coleção com 30 vídeos/DVDs, com aulas do Mestre De-Rose sobre temas específicos como chakras, karma, kundaliní, mantra, Tantra, alimen-tação biológica, hinduísmo, a história do Yôga, etc. Podem ser adquiridos separadamen-te ou todos juntos. O programa do curso encontra-se no livro PROGRAMA DO CURSO BÁSI-

CO DE YÔGA, disponível em todas as nossas Unidades.

CURSOS ESPECIAIS: Além dos 30 vídeos/DVDs do Curso Básico, dispomos de vários cursos como o super divertido de Culinária Vegetariana, o de Treinamento de Ásanas (técnicas corporais), o de Conversa Franca com os Pais e outros. Informe-se com a Administração Central da Uni-Yôga.

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CD-ROM COM FOTOS LINDÍSSIMAS, artigos, perguntas e respostas retiradas de en-trevistas dadas nos últimos tempos a jornais e revistas.

DVDS COM AULAS E COM COREOGRAFIAS

PRÁTICA BÁSICA (locução do Mestre DeRose): Imagens com todas as técnicas des-critas no CD de áudio. Fácil de acompanhar os respiratórios, técnicas orgânicas, rela-xamento, meditação, mantras, mudrás, kriyás etc. com vários demonstradores.

SHOW DE SWÁSTHYA (de Rosana Ortega): sob a direção competente da instrutora de SwáSthya e coreógrafa Laura Ferro, a Cia. SwáSthya de Artes Cênicas nos brinda com um espetáculo lindíssimo de ásanas em palco de teatro. É uma experiência que muda a concepção de Yôga da opinião pública.

POSTERES

POSTER COM AS FOTOS DA PRÁTICA BÁSICA: Didático e decorativo, apresenta de-zenas de fotografias do Mestre DeRose executando as técnicas descritas pormenoriza-damente no CD Prática Básica.

POSTER DO SÚRYA NAMASKÁRA: Mostra a mais antiga coreografia, a única que ain-da resta no acervo do Yôga Moderno, a Saudação ao Sol, em doze ásanas executados pelo próprio DeRose.

CDS DO MESTRE DeROSE

YÔGA - PRÁTICA BÁSICA: Contém 84 exercícios entre técnicas corporais, respirató-rios, relaxamentos, mantras, meditação, mudrás, kriyás e pújás com a descrição porme-norizada para permitir perfeita compreensão ao iniciante. As ilustrações referentes às técnicas, bem como instruções detalhadas encontram-se no livro FAÇA YÔGA ANTES QUE

VOCÊ PRECISE.

RELAX - REPROGRAMAÇÃO EMOCIONAL: Relaxamento profundo com ordens men-tais para beneficiar a saúde, desenvolvimento interior, aprimoramento do caráter e dos costumes, obter maior produtividade no trabalho, nos estudos, nos esportes; melhor in-tegração social e familiar. Para ser utilizada após a prática de Yôga ou antes de dormir. Ou, ainda, enquanto trabalha, lê, etc. para que vá diretamente ao seu subconsciente. Não deve, entretanto, ser utilizada enquanto conduz qualquer tipo de veículo por des-contrair muito e, eventualmente, reduzir reflexos.

DESENVOLVA A SUA MENTE: Ensina exercícios práticos para o aumento do controle mental, estimula o despertar de faculdades latentes e aprimora a sensitividade, visando a conduzir aos estados alfa, téta e outros mais profundos. Induz à meditação, ensina a transmitir força e saúde pelo pensamento, testa o índice de paranormalidade, treina a projeção astral e oferece muitos outros exercícios.

SÁDHANA: Música hindu utilizada como fundo musical dos CDs Prática Básica, Re-programação Emocional e Desenvolva a sua mente.

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MENSAGENS: Apresenta uma excelente seleção de Mensagens do Mestre DeRose, gravadas na voz do próprio autor. Umas são bem profundas e iniciáticas. Outras são sensíveis e capazes de despertar sentimentos elevados. Para o praticante de Yôga po-de constituir uma reeducação comportamental. Serve, ainda, como um presente delica-do para dar aos seus melhores amigos.

SÂNSCRITO - TREINAMENTO DE PRONÚNCIA: Não cometa mais gafes! Alguns ter-mos mal pronunciados podem ter significados embaraçosos... Gravada na Índia pelo Dr. Muralitha, Mestre de sânscrito para hindus, este CD contém entrevistas com swámis in-dianos sobre a importância mântrica de pronunciar corretamente os termos técnicos do Yôga, explanações teóricas e exercícios de dicção. O apoio bibliográfico a esta grava-ção são os livros Faça Yôga antes que você precise e Tudo o que você nunca quis saber sobre Yôga.

SAT CHAKRA - CÍRCULO DE ENERGIA: Gravada originalmente nos Himalayas por DeRose, contém respiratórios, mantras, mentalizações, técnicas de projeção e canaliza-ção de energia para fortalecimento pessoal, bem como para moldagem do futuro de ca-da participante. É utilizada por praticantes e professores de todo o mundo para estabe-lecer uma forte sintonia recíproca. Todas as quartas-feiras à mesma hora, os professo-res acionam esta gravação em seus Núcleos de Yôga. Os demais interessados podem adquirir o CD de sat chakra para reunir seus familiares ou amigos e praticar este pode-roso exercício gregário.

VIBRATIONS: Mais de 60 minutos de uma harmoniosa vibração de um instrumento de cordas indiano denominado tampúra. Pode ser utilizado como fundo para a sua prática de Yôga, para meditação, relaxamento, suporte de mantra, etc.

CDS RECOMENDADOS DE OUTROS AUTORES

MANTRA, PRINCÍPIO, PALAVRA E PODER (do Mestre Carlos Cardoso): Experimente a maravilhosa sensação de ouvir mantras de várias linhas de Yôga, vocalizados em sânscrito por um coral a 4 vozes, constituindo um manancial inédito de musicalidade ancestral. Para ser utilizado nas práticas diárias ou simplesmente energizar o ambiente com estes sons poderosos.

ÔM, O SOM ETERNO (do Mestre Carlos Cardoso): “Em todas as escrituras da Índia antiga o ÔM é considerado como o mais poderoso de todos os mantras. Os outros são considerados aspectos do ÔM e o ÔM é a matriz de todos os demais mantras. É deno-minado mátriká mantra, ou som matricial.” Sinta a força de mais de 100 vozes entoando este som primordial. Sinta o incontável número de sons harmônicos naturais gerados para lhe propiciar concentração e meditação.

KIRTANS, OS MANTRAS DA ÍNDIA ANTIGA (do Mestre Carlos Cardoso): Estes man-tras fabulosos da Índia têm uma aceitação e respeito de ordem mundial. Nas suas le-tras, de cunho folclórico, épico ou mitológico, exaltam-se e reverenciam-se os persona-gens mais importantes da história indiana - como Shiva, Ganêsha, Parvatí, Ráma, Kri-shna - que remonta mais de 5.000 anos.

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YÔGA SÚTRA DE PÁTAÑJALI

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BÍJA, O SOM DOS CHAKRAS (do Mestre Carlos Cardoso): No despertamento da kundaliní, os chakras desempenham um importante papel como elementos catalisado-res e distribuidores do prána (bio-energia). Os bíjas, sons-semente dos chakras, indu-zem, desenvolvem, organizam os chakras para um funcionamento mais adequado ao que se deseje obter. Elaborados com um efeito sonoro relaxante, ensina a vocalização correta desses sons primordiais.

MANTRA (do Prof. Edgardo Caramella): Este CD é recomendado para escutar em ca-sa, no carro e até para animar as festas! É lindíssimo, acompanhado de uma primorosa percussão executada pelos próprios instrutores de SwáSthya que fazem parte do coro. Foi produzido por uma das representações da Universidade de Yôga na Argentina.

COREOGRAPHIA (do shakta ZéPaulo): Músicas orquestradas, sem vocal, cronometra-das no tempo certo, para utilizar na demonstração de coreografias. Também podem ser utilizadas como música ambiente. Constitui um trabalho impecável. Foi produzido por uma das representações da Universidade de Yôga em Portugal.

MEDITE (da instrutora Rosana Ortega): Apresenta diversas induções para meditação, ideal para iniciantes.

TANTRA MUSIC (do Prof. Roberto Locatelli): Contém músicas compostas e executa-das no computador pelo próprio Prof. Locatelli. São músicas que têm um sentimento vi-brante de força, poder e energia – dinâmicas como o SwáSthya Yôga.

MEDALHA COM O ÔM (SÍMBOLO UNIVERSAL DO YÔGA)

Cunhada em forma antiga, representa de um lado o ÔM em alto relevo, circundado por outras inscrições sânscritas. No reverso, o ashtánga yantra, poderoso símbolo do SwáSthya Yôga. O ÔM é o mais importante mantra do Yôga e atua diretamente no ájña chakra, a terceira visão, entre as sobrancelhas. Para maiores informações sobre o ÔM, a medalha, o ashtánga yantra e os chakras, consulte o livro Faça Yôga antes que você precise.

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INDICAÇÃO DE ALGUNS SITES QUE FORNECEM MATERIAL DIDÁTICO:

www.portaldeyoga.com.br (Brasil) www.mundodoyoga.com.br (Brasil) www.yogashop.com.br (Brasil) www.universoyoga.org.br (Brasil) www.tudosobreyoga.org (Portugal) www.yoga.online.pt (Portugal) www.universidaddeyoga.com (Argentina)

Apenas indicamos os sites acima por uma questão de utilidade pública ao leitor, mas não assumimos nenhuma responsabilidade pelos serviços prestados por eles.

Se você tiver algum site que forneça nosso material didático, queira nos informar para que insiramos seu endereço, gratuitamente, nesta página.

Instrutores Guilherme Reis e André Alkaim

da Cia. SwáSthya de Artes Cênicas, coreógrafa Laura Ferro Fotografia de Rodolpho Pajuaba

Esta é uma das centenas de fotos que você encontra no site da Universidade de Yôga. www.uni-yoga.org

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a

VOCÊ SABE O QUE É A UNIÃO NACIONAL DE YÔGA?

DESCULPE, MAS NÃO SABE.

A Uni-Yôga foi criada e existe para auxiliar você a melhorar seus conhecimentos de Yô-ga, sua qualidade de aula, seu sucesso na profissão, bem como para aumentar o núme-ro dos seus alunos e, conseqüentemente, beneficiá-lo economicamente.

O MAIS INTERESSANTE É QUE A FILIAÇÃO É GRATUITA10. Você sabia? Claro que não sabia, pois, se soubesse, já estaria filiado e creditando es-sas vantagens na conta da sua Escola, Associação, Federação ou Academia.

Os professores que entenderam a proposta da União usam-na para consolidar seu pa-trimônio mais e mais a cada mês que permanecem filiados e, dessa forma, crescer não apenas na qualidade e autenticidade do Yôga que ensinam, mas também melhorando as instalações para proporcionar mais conforto e bem-estar a si mesmos e aos seus a-lunos... e, a médio prazo, comprar a sua sede própria para afastar as preocupações ma-teriais. Afinal, elas não devem interferir com a sua missão de difundir o Yôga mais legí-timo.

Se você responder: “é, mas agora não dá”, saiba que você tem um problema sério de paradigma. Nesse caso, não podemos fazer nada por você. Os outros instrutores vão continuar crescendo e você vai permanecer estagnado. Só você pode decidir melhorar o karma da sua vida e profissão.

Desejando mais esclarecimentos sobre a União Nacional de Yôga, recomendo veemen-temente a leitura do primeiro estudo científico sobre a estrutura e a razão do sucesso da Uni-Yôga. Trata-se do Trabalho de Conclusão de Curso da Faculdade de Administração de Empresas da ESPM, elaborado pelo formando Thiago Massi. Esse estudo encontra-se no CD-ROM DeRose – Quem somos nós, que você pode solicitar gratuitamente a qualquer representante da Uni-Yôga.

Queremos você na nossa família, queremos a sua amizade, queremos ajudar-nos mu-tuamente.

Ass. Seus Amigos da Uni-Yôga

10 Somente para instrutores, na categoria Simpatizante. Podem lecionar qualquer modalidade de Yôga.

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PARA QUE SER FILIADO À UNI-YÔGA

A motivação maior das pessoas é o carinho e a vontade de fazer parte desta grande família criada pelo Mestre DeRose. Contudo, uma filiação traz certas vantagens. Algumas delas são (por ordem de importância):

1. Ter o privilégio de poder declarar-se filiado à União Nacional de Yôga.

2. Contar com o respaldo do nome e da experiência do Mestre DeRose.

3. Trocar conhecimentos e desfrutar de um largo círculo de amizades com outros instrutores de Yôga.

SE FOR CREDENCIADO: 4. Ser convidado para dar cursos ou fornecer algum produto seu noutras ci-

dades.

5. Ter a possibilidade de ocupar o cargo de Presidente da Associação de Professores de Yôga da sua cidade (deixando de ser Credenciado, preci-sará devolver a pasta).

6. Contar com descontos em cursos e eventos para o Diretor, os Instrutores e os praticantes da sua Unidade.

7. Contar com descontos na compra de livros, CDs, vídeos e outros produtos da Uni-Yôga.

8. Ter gratuidade ao participar de cursos, congressos e festivais que forem classificados como prioridade A.

9. Ser indicado pela União Internacional de Yôga como um instrutor sério e competente.

10. Seus alunos poderão freqüentar gratuitamente as demais unidades da rede quando em viagem por todo o Brasil e exterior.

11. Ter a possibilidade de se cotizar com os demais filiados para a publicação de divulgação em veículos nobres.

12. Todos os demais benefícios de fazer parte de uma grande rede de associa-ções de SwáSthya Yôga, inclusive o de estar sempre atualizado, receben-do notícias e as últimas novidades para saber o que está acontecendo na área de Yôga, o intercâmbio cultural, a documentação, o aprimoramento contínuo e o apoio dos seus companheiros, não apenas para o trabalho, mas para a vida social. Afinal, ninguém pode ficar só. Todo instrutor de Yôga deve estar filiado a alguma entidade. A questão é fazer uma escolha acertada.

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O QUE É A

UNIVERSIDADE DE YÔGA

Universidade de Yôga é o nome da entidade legalmente registrada em cartório de Re-gistro Civil das Pessoas Jurídicas. Essa é a razão social. Temos dois registros: um co-mo PRIMEIRA UNIVERSIDADE DE YÔGA DO BRASIL, registrada nos termos dos arts. 45 e 46 do Código Civil Brasileiro sob o no. 37959 no 6o. Ofício e outro como UNIVERSIDADE

INTERNACIONAL DE YÔGA, registrada sob o no. 232.558/94 no 3o. RTD, com jurisdição mais abrangente, para promover atividades culturais na América Latina e Europa.

DEFINIÇÃO JURÍDICA

UNIVERSIDADE DE YÔGA é o nome do convênio firmado entre a União Nacional de Yôga, as Federações de Yôga dos Estados, e as Universidades Federais, Estaduais, Católicas ou outras particulares que o firmarem, visando à formação de instrutores de Yôga em cursos de extensão universitária. Esse convênio apenas formaliza e dá continuidade ao programa de profissionalização que vem se realizando sob a nossa tutela, naquelas U-niversidades desde a década de 70 em praticamente todo o país.

PROPOSTA E JUSTIFICATIVA

Queremos compartilhar com você uma das maiores conquistas da nossa classe profis-sional. Nos moldes das grandes Universidades Livres que existem na Europa e Estados Unidos há muito tempo, foi fundada em 1994 a Primeira Universidade de Yôga do Brasil.

Inicialmente esta entidade não pretende ser um estabelecimento de ensino superior e sim ater-se ao conceito arcaico do termo universitas: totalidade, conjunto. Na Idade Mé-dia, universitas veio a ser usada para designar “corporação”. Em Bolonha o termo foi a-plicado à corporação de estudantes. Em Paris, ao contrário, foi aplicado ao conjunto de professores e alunos (universitas magistrorum et scholarium). Em Portugal, universi-dade acha-se documentado no sentido de “totalidade, conjunto (de pessoas)”, nas Or-denações Afonsinas (Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa). O Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea, da Academia das Ciências de Lisboa, oferece co-mo primeiro significado da palavra universidade: “conjunto de elementos ou de coisas consideradas no seu todo. Generalidade, totalidade, universalidade”. No Brasil, o Dicio-nário Michaelis define como primeiro significado da palavra universidade: “totalidade, u-niversalidade”. E o Dicionário Houaiss, define como primeiro significado: “qualidade ou condição de universal”. Portanto, o conceito de que Universidade seja um conjunto de faculdades é apenas um estereótipo contemporâneo.

Tampouco somos os primeiros a idealizar este tipo de instituição. A Universidade Livre de Música Tom Jobim (mantida pelo Estado de São Paulo), a Universidade Corporativa

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Visa (de São Paulo), a Universidade SEBRAE de Negócios (de Porto Alegre), a Univer-sidade Holística (de Brasília), a Universidade Livre do Meio Ambiente (de Curitiba), a U-niversidade de Franchising (de São Paulo) e a Universidade do Cavalo (de São Paulo) são alguns dos muitos exemplos que podemos citar como precedentes.

O que importa é que a sementinha está lançada e queremos compartilhá-la com todos os nossos colegas. Conto com o seu apoio para fazermos uma UNIVERSIDADE DE YÔGA digna desse nome!

DeRose Doutor Honoris Causa por várias entidades culturais e acadêmicas.

Conselheiro da Ordem dos Parlamentares do Brasil. Comendador e Notório Saber em Yôga pela Sociedade Brasileira de Educação e Integração.

Comendador pela Academia Brasileira de Arte, Cultura e História. Reconhecimento do título de Mestre em Yôga (não-acadêmico) e Notório Saber pela FATEA – Faculdades Integradas Teresa d’Ávila (SP),

pela Universidade Estácio de Sá (MG), UniCruz (RS), Faculdades Integradas Coração de Jesus (SP), Universidade do Porto (Portugal) e Universidade Lusófona de Lisboa (Portugal).

Medalha de agradecimento da Unicef da União Européia. Medalha Tiradentes, da Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro.

Medalha da Paz, da ONU. Introdutor do Yôga nas Universidades Federais, Estaduais e Católicas do Brasil desde 1974

e em universidades da Europa a partir de 1990. Criador da Primeira Universidade de Yôga do Brasil e Universidade Internacional de Yôga, em Portugal.

Criador do primeiro projeto de lei em 1978 pela Regulamentação dos Profissionais de Yôga.

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DeROSE Para quem exige um trabalho sério

Paris – London – New York – Barcelona – Roma – Buenos Aires – Lisboa – Porto – Rio – São Paulo

FICHA DE PRATICANTE

USE LETRA DE FORMA BEM LEGÍVEL

Nome: ____________________________________________ Nº de controle: _____________

Endereço residencial: __________________________________________________________

Bairro: ________________________________ Telefones: (_____) ______________________

CEP: _______________ Cidade: ______________________________ Estado: ____________

Profissão: ______________________________________ Cargo: _______________________

Empresa: ________________________________________ e-mail: _____________________

Endereço profissional: __________________________________________________________

Bairro: __________________________________ Telefones: (_____) ____________________

CEP: _______________ Cidade: _______________________________ Estado: ___________

Data de nascimento: _____/_____/_____ Estado civil: ________________________________

Deseja praticar Yôga ou Bio-Ex? __________ Motivo pelo qual decidiu praticar: ____________

____________________________________________________________________________

Já praticou antes? _________ Já leu algo a respeito? ________ Livros que leu: ____________

____________________________________________________________________________

Já se dedicou a alguma modalidade similar? __________ Qual (ou quais)? _______________

____________________________________________________________________________

Motivo pelo qual deseja candidatar-se a uma vaga na Universidade de Yôga: ______________

____________________________________________________________________________

Indicado por: _________________________________________________________________

ASSINALE COM UM X OS CURSOS QUE VOCÊ GOSTARIA DE FAZER NO FUTURO:

��Alimentação biológica ��Ásanas (técnicas corporais) ��Mantra

��Karma – transforme a sua vida ��Formação profissional ��Meditação

��Chakras e kundaliní ��Origens do Yôga ��Hinduísmo

��Sua sugestão :

Só é permitido ingressar para a primeira aula com a foto na

ficha. Agenda

Turma

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EXAME MÉDICO OBRIGATÓRIO – NÃO ACEITAMOS ATESTADO

O atestado médico declara apenas que o interessado pode fazer Yôga. Isso é uma redundância, já que todas as pessoas podem praticá-lo, com qualquer estado de saúde. Alguém que tivesse, ao mesmo tempo, pressão alta, problemas cardí-acos, problemas graves de coluna, asma e úlcera, tudo junto, ainda poderia praticar até 90% das técnicas de Yôga, a saber: todos os mudrás (gestos reflexológicos feitos com as mãos); todos os pújás (canalização mental de energia); to-dos os mantras (vocalizações de sons e ultra-sons); quase todos os pránáyámas (respiratórios); quase todos os kriyás (a-tividades de limpeza orgânica); um bom número de ásanas (técnicas corporais) dos quais se suprimiriam os contra-indicados pelo médico; todos os yôganidrás (relaxamentos); e todos os samyamas (exercícios de concentração, medita-ção e outros dessa natureza).

Por essa razão, apresentamos as ilustrações abaixo, para que o competente julgamento do médico autorize ou contra-indique as técnicas, conforme o caso. E não o Yôga, como um todo!

Médicos de convênios, clubes e empresas poderão não aceitar esta ficha por motivos administrativos. Nesse caso, pro-cure o seu médico particular ou solicite indicação na sua Unidade da Rede De Rose.

PARA USO DO MÉDICO As técnicas assinaladas são contra-indicadas para este praticante

Declaro que examinei o paciente em questão e que ele não é portador de doenças infecto-contagiosas, nem afecções graves e, portanto, está autorizado a praticar Yôga e/ou Bio-Ex, exceto as contra-indicações que eu eventualmente tiver assinalado nos desenhos acima.

Nome do Médico: _____________________________________________________________

Endereço: _____________________________________________ Telefone: ______________

Local e Data: ___________________________________________ CRM: ________________

Assinatura: __________________________________________________________________

TERMO DE RESPONSABILIDADE DO PRATICANTE Estou ciente das contra-indicações assinaladas pelo médico e comprometo-me a observá-las, assumindo total responsabilidade a respeito e, portanto, isentando meu instrutor, a Uni-dade onde pratico e a União Nacional de Yôga de toda e qualquer responsabilidade.

Local e data: _________________________________________________________________

Assinatura do Aluno ou responsável: ______________________________________________

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YÔGA SÚTRA DE PÁTAÑJALI

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CARTA ABERTA AOS MÉDICOS

Prezado Doutor.

Nestes mais de quarenta anos de trabalho com Yôga Técnico, temos recebido muitos clientes enviados por Clínicos e Especialistas de diversas áreas. Queremos agradecer a confiança depositada em nosso trabalho e, ao mesmo tempo, prestar um esclarecimen-to à classe médica.

A bem da honestidade é nosso dever informar que Yôga pode ser um excelente sistema para manter a boa saúde, mas não é uma terapia. Não é para enfermos, nem para ido-sos, nem para pessoas com problemas. O instrutor de Yôga não tem formação de tera-peuta e, por uma questão de seriedade, não pode extrapolar sua atuação para além dos limites legais e morais da profissão. Tanto a ética quanto a legislação o determinam.

Um dos motivos deste posicionamento é o fato de que nós não conseguiríamos ensinar verdadeiramente Yôga àquele público. Há algum tempo surgiram, principalmente no O-cidente, interpretações consumistas diferentes da que acabamos de expor. Tal distorção foi gerada pelo fato de o Yôga, praticamente, não ter contra-indicações. Isso criou a ilu-são de que seria um exercício para quem não contasse com idade ou saúde para dedi-car-se aos esportes. Não é assim.

O Yôga Antigo (SwáSthya Yôga) nada tem a ver com a imagem ingênua que lhe foi atri-buída por ensinantes sem habilitação. É forte, mas possui a característica de respeitar o ritmo da cada um.

O Yôga trata-se de um conjunto de técnicas para pessoas jovens e saudáveis, que de-sejam preservar a saúde, aumentar a energia, reduzir o stress e maximizar seu rendi-mento no trabalho, na arte, nos estudos e nos esportes.

Isto posto, queremos convidar o prezado leitor Médico a experimentar o método para confirmar seu sofisticado nível técnico. E colocamos nossas instalações à disposição dos seus pacientes jovens que estejam saudáveis e necessitem apenas fazer exercícios inteligentes*.

Cordialmente,

* Os portadores de problemas psicológicos, psiquiátricos ou neurológicos não devem ser encami-nhados à prática do Yôga. Um Yôga verdadeiro e forte poderia agravar seus males.

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ADVERTÊNCIA O SwáSthya Yôga cresceu muito nas últimas décadas e difundiu-se por toda parte. Cen-tenas de estabelecimentos sérios e milhares de profissionais honestos estão realizando um ótimo trabalho nos núcleos de Yôga, bem como nas empresas, clubes e academias de todo o país. Nas livrarias, os livros de SwáSthya Yôga não esquentam prateleira. As-sim que chegam, esgotam-se.

No entanto, precisamos reconhecer o outro lado da medalha: bastante gente diz que ensina SwáSthya Yôga, mas muitos nem sequer prestaram exame na Federação, outros foram reprovados, outros nem curso de formação fizeram, e todos esses tentam vender um grosseiro engodo aos seus crédulos alunos.

Para defender-se, bem como proteger a sua saúde e poupar o seu dinheiro, tome as seguintes precauções:

1. Peça, cordialmente, para ver o certificado do profissional. Algo como: “Ouvi dizer que o certificado de Instrutor de Yôga do Mestre DeRose é lindíssimo! Dizem que o do-cumento é expedido por Universidades Federais, Estaduais e Católicas. Eu gostaria de vê-lo. Você pode me mostrar o seu?”

2. Se o ensinante não mostrar, desconfie. Por que alguém não teria todo o interesse e satisfação em exibir seu certificado de instrutor de Yôga? Ele se melindrou? Então é porque não é formado. Fuja enquanto é tempo.

3. Se o profissional mostrar algum papel, leia com atenção para constatar se o docu-mento declara expressamente que é um Certificado de Instrutor de Yôga, ou se é a-penas um certificado de pequenos cursos, que qualquer aluno pode conseguir num workshop de duas horas, o qual, obviamente, não autoriza a lecionar. Verifique também se não é uma mera falsificação feita em casa, no computador. Se for, denuncie. Lugar de falsário é na cadeia.

4. Confirme pelos telefones da Uni-Yôga, (11) 3081-9821 e 3088-9491, se essa pes-soa é mesmo formada, se o seu certificado é verdadeiro e se permanece válido. Casos de descumprimento da ética, de desonestidade ou de indisciplina grave podem resultar na cassação da validade do certificado. Você não gostaria de ser aluno de uma pessoa com esse tipo de caráter, gostaria?

5. Independentemente de o profissional ser mesmo formado e seu certificado estar válido, caso ele ensine algo que esteja em desacordo com os livros do codificador do SwáSthya Yôga, o Mestre DeRose, essa é uma demonstração cabal de que não está havendo fidelidade. Não aceite um instrutor que adultere o método. A garantia de segu-rança e autenticidade só existem se o método for respeitado na íntegra. Portanto, é im-portante que você, aluno, leia os livros de SwáSthya Yôga recomendados na bibliografi-a, assista aos vídeos com aulas e utilize os CDs de prática. Se tiver dificuldade em en-contrá-los, ligue para a Uni-Yôga pelos telefones acima.

Com estes cuidados, temos a certeza de que você estará respaldado por uma estrutura de seriedade, honestidade e competência que lhe deixarão plenamente satisfeito.

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YÔGA SÚTRA DE PÁTAÑJALI

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O QUE AS UNIDADES CREDENCIADAS PELO MESTRE DeROSE OFERECEM A VOCÊ

Desenvolvemos um trabalho extremamente sério e gostamos que seja assim. Nosso público também gosta. Dessa forma, se a sua Unidade não têm: • Processo seletivo para admissão ao Yôga;

• Testes mensais para avaliação de aproveitamento;

• Estrutura com doze atividades culturais;

Então, sentimos informar: se não oferece os três itens acima, não é uma Unidade Cre-denciada da REDE DeROSE, mesmo que o seus dados ainda constem da relação de endereços. Quanto ao terceiro item, confira abaixo em que consiste.

ESTRUTURA COM DOZE ATIVIDADES CULTURAIS

Oferecemos um programa diversificado com doze atividades culturais, visando, essen-cialmente, à formação profissional e que permite aos mais dedicados comparecer de segunda a sábado e, cada dia, praticar ou estudar coisas diferentes.

PRÉ-REQUISITO: 1. curso básico, 3as-feiras às 21 horas pela Internet; em vídeo, noutros dias e ho-ras. O estudante poderá repor esta aula assistindo-a em casa.

ATIVIDADES ELETIVAS (INCLUÍDAS NA MENSALIDADE): 2. mantra (sat sanga); 3. meditação; 4. mentalização (sat chakra); 5. treinamento de coreografia; 6. círculo de leitura; 7. prática regular com a orientação de instrutores formados; 8. horários para a prática livre, sem instrutor; 9. biblioteca, com livros, vídeos e CDs; 10. mostras de vídeo: com documentários e filmes pertinentes.

ATIVIDADES COMPLEMENTARES (NÃO INCLUÍDAS NA MENSALIDADE): 11. cursos e workshops: com autoridades nacionais e internacionais em fins-de-semana; 12. além das atividades acima, que todas as Unidades mantêm, cada qual pro-move algumas outras atividades recreativas, tais como jogos, jantares, festas, baza-res, passeios, recreação culinária, etc.

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YÔGA SÚTRA DE PÁTAÑJALI

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INSTRUTORES CREDENCIADOS PELO MESTRE DeROSE

EM TODO O BRASIL E NO EXTERIOR

Peça sempre referências do instrutor pelos nossos telefones

Há mais de 5.000 instrutores que foram formados pelo Mestre DeRose em todo o Brasil e no exterior nos últimos 40 anos. Não aceite a simples declaração feita por um instrutor ou estabe-lecimento, de que ele seja nosso representante, filiado ou credenciado. Muita gente o declara sem ser. O fato de terem sido formados por DeRose não significa que estejam filiados à Uni-Yôga ou supervisionados por ele. Só a supervisão constante, os exames anuais de revalida-ção e o controle de qualidade da filiação podem garantir o padrão de exigência e sobriedade que nos caracterizam.

A MAIOR DO MUNDO

A Rede DeRose é a maior rede de Yôga técnico do mundo, com centenas de Unidades no Brasil e noutros países da América Latina e Europa. Apesar disso, continuamos com o mesmo zelo e atenção pelo aluno, o que constitui o segredo do nosso sucesso: turmas pequenas, ori-entação personalizada e instrutores de Yôga formados nas Universidades Federais, Estaduais e Católicas, selecionados entre os que foram aprovados com excelência técnica.

NO ENTANTO, O MESTRE DeROSE SÓ TEM UMA SEDE

Chamamos de Rede DeRose ao conjunto de entidades autônomas (escolas, núcleos, centros culturais, associações e federações) que, em vários países, reconhecem a importância da o-bra desse educador e que acatam a metodologia por ele proposta. É como a rede mundial de escolas Montessori. São milhares. Nem por isso alguém acha que pertençam à professora Maria Montessori. Apenas uma Unidade pertence ao Mestre DeRose. As demais, cada qual tem o seu proprietário, diretor ou presidente. Todas decidiram unir-se por uma questão de in-tercâmbio cultural e outras facilidades operacionais.

A LISTA DE ENDEREÇOS

A listagem das nossas Unidades é freqüentemente alterada por estarmos em constante cres-cimento e algumas sedes são trocadas por instalações melhores. Assim sendo, não devemos imprimir aqui os endereços onde você encontra o nosso método. Afinal, o livro permanece, mas os endereços vão-se alterando. Certamente temos uma Unidade Credenciada perto de você. Desejando a direção da Unidade mais próxima, visite o nosso site www.uni-yoga.org ou entre em contato com a Central de Informações da União Nacional de Yôga, tel.: (11) 3064-3949 e 3082-4514, ou da Universidade de Yôga, tel.: (11) 3088-9491 e 3081-9821.

Por disposição estatutária, só podem ser divulgados os endereços de Unidades Credenciadas Efetivas, conseqüentemente, que estejam em dia com seus compromissos de quaisquer natu-rezas com a União Nacional de Yôga. Se você solicitar um endereço e a Central informar que essa Unidade está com o “credenciamento sob interdição”, isso significa que ela deixou de sa-tisfazer a algum requisito do nosso exigente controle de qualidade.

Caso você tenha interesse em tornar-se instrutor de SwáSthya Yôga e/ou representá-lo na sua cidade, pegue o telefone e entre em contato conosco agora mesmo. É importante fazer-nos saber que deseja trabalhar conosco e expandir o Yôga pelo nosso país e pelo mundo. Conte conosco. Queremos ajudar você.

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INSTRUTORES CREDENCIADOS EFETIVOS

Dispomos de centenas de Instrutores Credenciados em todo o Brasil, Argentina, Portugal, Espanha, França, Itália, Inglaterra, Alemanha e Estados Unidos. Dese-jando a direção da Unidade mais próxima, visite o nosso site www.uni-yoga.org ou entre em contato com a Central de Informações da União Nacio-nal de Yôga, tel.: (11) 3081-9821 ou da Universidade de Yôga, tel.: (11) 3088-9491.

FACILIDADE AOS NOSSOS ALUNOS: Se você estiver inscrito em qualquer uma das Unidades Credenciadas, terá o direito de freqüentar gratuitamente todas as demais quando em viagem, desde que comprove estar em dia com a sua Uni-dade de origem e apresente o passaporte da Uni-Yôga acompanhado dos do-cumentos solicitados (conveniência esta sujeita à disponibilidade de vaga).

SÃO PAULO – AL. JAÚ, 2000 – TEL. (11) 3081-9821 E 3088-9491. RIO DE JANEIRO – R. DIAS FERREIRA, 259 COBERTURA – TEL. (21) 2259-8243. Os demais endereços atualizados você encontra no nosso website:

O site referência do Yôga

www.uniwww.uniwww.uniwww.uni----yoga.orgyoga.orgyoga.orgyoga.org

Entre no nosso site e assista gratuitamente mais de 60 aulas do Mestre DeRose sobre: origens do Yôga, meditação, mantra, Tantra, sânscrito, alimentação bio-lógica, karma e dharma, chakras, kundaliní, corpos do homem e planos do uni-verso, o tronco do Yôga Pré-Clássico, as 4 grandes linhas do Yôga, os 108 ra-mos do Yôga, a relação Mestre/discípulo na tradição oriental, hinduismo e escri-turas hindus, e outras dezenas de assuntos interessantes.

Faça download gratuito de vários livros do Mestre DeRose, bem como CDs com aulas práticas de SwáSthya Yôga, relaxamento, meditação, mantras, mensa-gens etc., além de acessar os endereços de mais de mil instrutores de diversas linhas de Yôga, Yóga, Yoga e ioga.

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Page 160: DeRose - Yôga Sútra de Pátañjali

YÔGA SÚTRA DE PÁTAÑJALI

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www.uniwww.uniwww.uniwww.uni----yoga.orgyoga.orgyoga.orgyoga.org O site referência do Yôga

O website da Universidade de Yôga não vende nada. Mas contém uma quantidade inimaginável de informações e instruções – teóricas e práticas – sobre o Yôga Antigo.

O site permite downloads gratuitos de diversos livros em português e vários em espanhol (brevemente, em inglês, francês, italiano e alemão), MP3 de diversos CDs com aulas práticas de SwáSthya Yôga em portu-guês e espanhol, reprogramação emocional, meditação, mantras, músi-ca, mensagens etc.

Disponibilizamos mais de 60 aulas gravadas pelo Mestre DeRose, possibilitando a interação com estudantes de todo o Brasil e de todo o mundo. Tudo sem ônus algum. É o único site de Yôga com essas carac-terísticas.

Divulgamos gratuitamente os endereços de mais de mil instrutores de todos os tipos de Yôga, Yóga, Yoga e ioga.

Acreditamos que esse site brasileiro seja o maior site de Yôga do mundo, considerando o conteúdo dos livros, fotos, aulas e CDs que po-dem ser baixados sem custo para o usuário. Além disso, está disponível um farto material (cerca de 50 páginas!) muito bem classificado, especi-almente para facilitar o trabalho de jornalistas que tenham alguma pauta relacionada com o tema.

Não abrimos concessão aos modismos estereotipados, nem às in-vencionices comerciais, nem ao comportamento questionável de vender benefícios, terapias ou misticismos. O trabalho da Uni-Yôga é sério e nosso foco é o Yôga Ancestral, sua filosofia de autoconhecimento e a formação profissionalizante de bons instrutores que tenham essa mes-ma visão.

Nossa Jurisdição atualmente compreende Brasil, Argentina, Portugal, Espanha, França, Inglaterra, Alemanha, Itália e Estados Unidos. Em ex-periência: Austrália, Bélgica, Havaí e Indonésia. Sob previsão: Holanda, Escócia e Nova Zelândia.