Derrida - Gramatologia

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 FILOSOFIA GRAMATOLOGIA estudos estudos estudos

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FILOSOFIA

GRAMATOLOGIA

estudos estudos estudos

2 PERSPECTIVA

Jacques Derrida

GRAMATOLOGIA

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oBI8l,H>u;i*A

EDITORA DA UNIVERSIDADE DE SO PAULO EDITORA PERSPECTIVA

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Itll.ll. d.. O M , I 1 M |

l'r te Grflmaiofofi*

Dirutoi M D llnjiua poiluiucia ' w v * '

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EDITORA PERSPECTIVA SA.1*7.

AV BRIGADEIRO LUlS ANTNIO, 3 025 TELEFONE: 288-8680 SAO PAULO BRASIL 01401

HCH (ATAlOlBAflCA ( P n f f U l d l i-u. C B U O d CtaloiK**i-n-tow. ( ' [ m m . 11. .-L11 ri- v .1,. T m -)'

in'ilc*, f i t q w il)'VI |iLimnli>W|ia Unlni Ribeiro. da llnivefwJad p. (lUtudt, [Mifiani SKIiMlitoinwn e Mcnam iHKlgi"l i> !**>. N n f N H v t i HA d SJo Paulo. 1973. l)

MWopifli.1 73-0173 [inmmiiciii 1 il'iu'liu 1 Titulo CDD-401

I n d k w p l - O M I l O O 0> -m num ptiBlloM* III H t M < . (HBblO W l < " tl> 1 V * I * W H k l III! - l > l " " I ( " > l n I " * * l " ^ " " > |>l>M>Aat: M V Il4i-1 i ilIAV . / i A f t i i x i w i n w w l . n V - < X V I I - rt X V I I I > M n IIU| < n n . A L * i o i G u u > > > a n l i m n It w u l r l l l h t l I O F I ) I ' - I I ~ n Ur > > " ' " < (*> frtflil | A L ' H < d'un -"lkt.Mli l W l . 1 l ' l r-i> .:>-.> ........ . -. (km d l u m i i >hr*nii iro W h li -> MfUi: ->* iH "" W r'* | " L i J . I I P i . i m ' , in TAt*rU J-.*> " *

1 ftrnMni mnto i>ndim>int aa nininif i 11 tnnniiri i hcmididi. 11

de Rousscau. Leitura apenas esboada: considerando, com efeito, a Necessidade da anlise, u dificuldade do* problema, a natureza de nosso desgnio, acreditamo-nos autorizados a privilegiar um texto curto e pouco conhecido o ssai sur ) *origitt{ drs iQttjtuet* Teremos de explicar o lugar que concedemos a esta obra. Se nuvsu leitura permanece inacabada, tambm por outra razo: embora no tenhamos a ambio de ilustrar um novo mtodo, tentamos produzir, muitas vezes emharaando-nos neles, problemas de leitura crtica. Nossa interpretao do texto de Rousscau dcpenJc estreitamente das proposies arriscadas na primeira parte. Estas exigem que a leitura escape, ao menos pelo seu eixo, a* categorias clssicas da htttria: da historia daa idias, certamente, e da historia da literatura, mas talvez, antes de mais nada, da histria da filosofia. Em torno deste eixo* como obvio, tivemos de respeitar normas clssicas, ou pelo menos tentamos faze-lo. Env hora a palavra poca no se esgote nestas determinaes, UdVAtiicA om uiiin U$w# fjfiftonrf tanto quanto com uma totalidade histricu. Esforuno-nos por isso em ssuciar as duas formas de ateno que pareciam requeridas, repelindo assim a questo do texto, do seu estatuto histrico, do seu tempo c do seu espao prprios. Esta poca patxoda , com efeito, constituda totalmente como um texto, num sentido* destas palavras que tc/emos a determinar Que elo conserve. enquanto tal. valores de legibilidade e uma eficcia de modelo; que desordene assim o tempo da tinha ou a linha do tempo eis o que quisemos sugerir ao interrogarmos de passagem, para nele encontrarmos apelo, o rousseausmo declarado de um ctnologo moderno.

* Sohft t HtnKL *1t 4 fftH!f nol* i|M Pifefrr mi IV dl tetunrii Patic \

Sumrio

Advertncia A ESCRITURA PRE-LITERAL Epigrafe \, O fim do livro e o comto da r^crituraO projramaO M(nific*mlc c 4 VWJKU . .

Vil

7

0 f escriio

12 21 33 36 53 7991 93 101 109

2. Lingstica e Gramatolofia O fora e o dentro O fora * o dentro

A bm\n3. Da Oramioiogia como cncQ posftv A lgebra: afcano c tramparcficia A cincia c o nome do homem A charada e a cumplicidade das origens

II.

NATUREZA, CULTURA, ESCRITURA Introduo "poca dt Rouiseou*'121

1. A violncia da Irtr: dt LviSlrtmts a Rousseau 125 132 A guerra do* nomes prprio* A ctcrituni c a explorao do homem peto ; i t l 146 homem

2.

"Em perigoso mpiemrnu> . " Do cegamente ao implemento A cadeia doa implemento* O caorblamc Oueathi de mtodo

173 176 187 193

3. I.

(Jrwse e escritura do E$%m sur Foristine drs hnguts 201 201

O LUGAR DO ESSA1

A citcrituni, mal poltko v mui lintffctito 204 O debute atual: u economia da Piedade 208 O primeiro debate c a composio do E m i . . 234 II A IMITAO 238

O Intervalo c o implemento 239 A tampa o a* amhigUldadoa do formalhmo , 245 O tomo da cwritura 264 111 A ARTICULAO "Eite miivinictim de vnreia.. A inscrio iln origem O pneuma Eitu "lmplci movimento de dedo". A cicritura o a proibio do incealo 4.H

280 280 293 300 310

Do tutttrmento fOHt\ a Teoria da escritura 327 A metfora originaria 329 Huiilii itoUini du cacriluriii 343 O iilf.ibclo e representaAo absoluta 360 O ttoretnu e o teatro 370 O luplcmcnto de origem . . , t 382

I. A ESCRITURA PR-LITERAL

Epgrafe

1. Atjurlt que brilhar na cincia da tritura brilhar* tomo o BOI4 Um ctcribo. mais por razoes enigmticas mas essenciais c inaces*! Mvcis a um simples reiativismo histrico do que o elnoccn* * lumflui t n taift ajTTfrtrtti 9IR* vtispt ut rt9 tnsUrln m talut nftrdti* * * t t Avtor, Mvttaa w i r*"*"* df\rd p r i n i ' *Dal trtdoamM o *who frnrcJa dbfodutr. *c difere * ImprHnc Tambm tem o cntito inof l n H -m DOMO OMUMIO o> cicluar B dctptfu dc u fccitifio da * u ftW^fl" IN. do* T.i I Kin ihmwoi Mui Bpfnat BW "frriconorftoi ttoljko*" qi**. nm mrmmfe lutur tl# rteno MCT'^*H t l i u h * X V I I t X V I I l FitoftfMa J * u iMfali** at#H adia***. prupraao du htm Jt MH-V J,ii*M l J fi f f - o o T r i M tfts aforai 1 a%atffrft#C*o mai' VnKn* * m a * Nnt (UQtnKrilJ* tutionc*ininU doem--*.!. rt um prttaupcnlo

coqtiiuiiQ, H P J M U M . e w M i ! A hJitru 4o OtidttHi. * portam* k lutelidada da fp*i-ti;*t m**mo ciujndn TI itii turno ItidO t u n u n l j v a rryrr q # t m i i * timpfctir*Ole, "pDJlo dc rcICfiUA"-

** htftrrmttr* *ete< peto GUMJ i r * 0 4 m t o irtnti rr^arrt tomp^tuO

.. ri 11.. i.j 1 J , I Oi ivii.m i'i viim ppacoi dl rfltriHin, 914 1 POMD *m amido mato eottutia ftc n i i t f ou icot n w vmdtb oo (MiMfi t OPflftfifO rtf UIIP0MI m*nr* tf* raliroficl* num teft (N, dM T i 4. CfamiloAtruT ~tr*Udo dai M , 4 ) MtiWo, d* MlAtuau* J* WMUI*O dM ihrtfwa", Lflir* An UIM i>hn>T rrn m i W i ihM pena* L J. Gcl> ffflpreiuu i u 4 P I M T * rara davfntr o prtoiflo d vtra ottnfui mod, C f * Sfady 0/ hW*H4, inr M ^ * u * > d ' #*ammjM*Vrf. 1S1 f n tfcliluln deui i r r i r n rHdl^la dc l * M . Tmhnr * pftocupt cem x clutfv>c^ * H f ^ l ^ i |*|C l Mtwhnuiino* c Mff. * malt Ufdi lAttOtfct* ^:(. pc* SUM* A ictpeAa dMtt rtul*. V< Uti\rtet "t*it< i i E r r t l W m /--jm*tnji*. *y> m \t tSti* p imprm a mMto* ^Wi k ^ ^ .1 n |- n wTi

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UMAMAIOLUOIA

ccitn estreito c histricamente determinado da escritura. A o contrrio, acreditamos que um certo tipo de questo sobre o sentido t a origem da escritura precede ou pelo menos se confunde com um certo tipo de questo sobre o sentido e a origem da tcnica. per isso que nunca a noo de tcnica simples mente esclarecer a noo de escritura. Tudo ocorre, pomnlo, como se n que denomina linguagem apenas pudesse ter sido, c m sua origem c cm seu fim, um momento, um niodo essencial mas determinado, um fenmeno, um aspecto, uma espcie da escritura. E *o o tivesse conseguido lazer esquecer, enganar \ no decorrer de uma aventura: como c-i ( " fnl tndwldi W n n v 'Mi t iiiwiMHn entn*. >' i " " v . p. no da uMivio

o UM IX IIVXO 1 O U ) M 0 OA U L U I U R A

JJ

O S1GNIHCANTE A VERDADE A "racionalidade" ma* talvc? fone preciso ahandonat ema palavra, pela raziki que aparecer ao final desta jjjic , uuc comando n escritura assim ampliada e radicalizada, ti mau nascida de um U>ts e Inaugura a destruio. nJo a dcniuliu mas a dc-v-dimcniao. u U-vuiiiMiuvu 0: 'IHIJS a ?i anil caoes que brotam da significao de hgos. Em especial a significao de verdade. Toda determinaes mctoflslcas da verdade, c nl mimo a que nos recorda Hjdcggcr paia ul-m da onto-teobgia metafsica, so mais U menos imediatamente in*cparvcj da instncia do laros ou de uma iBo pensada na dfndncitl do tgOS, cm qualquer sentido uuc seja entendida: no sentido pn-sncritico ou no sentido filoioftco. no sentido do entendimento infinito de Deus ou no sentido antropolgico, no sentido prhegcliano ou no sentido pos-hcgeliano. Ora, dentro dcslc lapM, nunca foi rompido o linmc originrio e essencial com d pntmV. Semi lcil mosira-lo c tentaremos precisa-lo mau adiante. Tal como foi mais ou menos implicitamente deterladt, a essncia da phoni Urli imediatamente prnmii daquilo uuc, nu "pensamento" como loftt, (em relao n*in o "Knlido": daquilo que n produz, que o recebe, que o di/, que n "rene" Sc Amitckv por exemplo, considera qu i i i n - pai a " * i - m~"iiii> ftfir-vn. m o qiir o A a K " ! w P * * " ! l \Bf " * " " ' i " m < t f MKIA

nova a* expresses "poca", "clausura de uma poca", "gencalogia histrica"; e a primeira coisa a fazer subtrai-las a lodo rclativismo. Assim, no interior desta poca, a leitura c a escritura, a produo ou a interpretao dos signos, o texto cm geral, como tecido de signos. dcixam-sc confinar nu sccundariedade. Precedem nos unia Ycrdadc ou um vcitlitlu j CUFHUIUKIS pelo c no elemento do logos. Mesmo quando a coisa, o "referente", no est imediatamente cm relao com o logos de um deus criador onde cia comeou como sentido falado-pcnsado. o significado tem. cm todo caso. uma relao imediata com o lagos cm geral (finito ou infinito), mcdiai com o signicantc, isto CT com a exterinridade du escrituro, Guando rtO parece no acontecer, que uma mediao metafrica *c insinuou na relao c simulou a imediatez: a escritura da verdade na alma*, oposta pelo Fedro (278 a) a m escritura ( escritura no sentido "prprio" e corrente, escritura "cnsvcl". "no espao"), o livro da natureza e a escritura de Ocus pirlicularmcntc nu Idade MCdia; tudo o Qii iuiiciona como metfora nestes discursos confirma o privilgio do logos c funda o sentido "prprio" dado ento escritura: signo significante de um significante significante ele mesmo de uma verdade eterna, eternamente pensada c dita na proximidade de um tocos presente. O paradoxo a que devemos estar atentos ento o seguinte: a escritura natural r universal, u escritura inteligvel c intcmporal recebe este nome por metfora. A escritura sensvel, finita, etc,, designada como escritura no sentido prprio; ela ento pensada do lado da cultura, da tcnica e do artificio: procedimento humano, ostcia de um ser encarnado por acidente ou de uma criatura finita. claro que esta metfora permanece Lmf - jmtica e remete a um sentido "prprio" da escritura como primeira metfora. IJttc sentido "prprio" ainda impensado pelos detentores deste discurso. No se trataria, portanto, de inverter o sentido prprio e o sentido figurado, mas de determinar o senado "prprio** da escritura como a metaforcidde mttma. Em "O sJmbolismo do livro", este nelo captulo ($ 10) de A literatura europia e a Idade Mdia latina. E. K. Curtiu* descreve com uma grande riqueza de exemplos a evoluo que vai do Fero a Caldcrn. at parecer "inverter a situao" (p. 372 da traduo francesa) pela "nova considerao* O Av&T toctrolifl o i * Mihif no v i l i t a i 1 - r , f M , T *v i-incfl. l u b l k m e IrtlffUMiUi m A ) 2 f M d l ( t m i T'i Otttt d* m i ) m m u m * Tvtn(4? t m u D4irtmM*tw* * * illr -TH AM Vittl l i ? : {** do* T.)

D M M n o u v n o r. U COMtlO IM I M HI1UHA

JO

!de que gozava o l i v r o ' 1 ( p . 3 7 4 ) . C o n t u d o , parece que c * u l a & f i t i c a i o . por importante que &cja c m efeito, abriga u m a continuidade fundamental, C o m o acontecia com a escritura da verdade na a l m a , c m Plato, ainda na Idade M d i a uma escritura entendida em sentido metafrico, hco , u m a eacrllura TUttirtt. eterna e univcrul, o * i s u m a da verdade *ignificada, que reconhecida na sua dignidade. C o m o no Fedrot uma certa escritura decada continua a scr-lhc oposta. Seria preciso escrever u m a histria desta metfora que sempre ope a escritura d i v i n a ou n a t u r a l a inscrio humana e laboriosa fnha e artificiosa, Seria preciso articular rigorosamente sua etapas, marcadas pelos pontos de referencia que CumulattOI auui. ftcguir o tema d o l i v r o * MI*I revelado* a humanidade T. CiiMjo fr* R. | p ii m . M DOfietw Uwrit 44.

* Sfttintfo Halhrit Avjht\ p*-t-T C I W A M W J V SudffeCv Mo dt n E no M i n v te*j btdork i t idqnin M d i naU * do at a **"* HU< *m ifln ftnfr tanbw do n v l " (M doi T i

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ORAMAIOUX/IA

que vulia a encontrar *c na linguagem ma proxuiu Pli* t que, em na*: condido sriuj. a^niclhj V mais cxprcuo metarrica ik> ionho do que a prata d* visfli pode-ae perguntar se etla lngua n i o t a verdadeira HnfiL* da regio iperior. Se. enquanto IUIK acreditamos acordado*, no eMaremo* mergulhado* num *ono Milenar, ou ao mrnot no eco de h** wnhB. onde tomente percebe* remo* da lngua de Deiu Aljunu* f*la* Kriadaa t obscura*, corno quem dorme percebe o* dittuito * m* vota H

"X) mundo t o manuicrilo "de um outro, inaecwvet A uma. leitura imivertal e que comente * existncia decifra" Acimit de tudo, dcvc i> tleiihfiHt* tim i nk wl> * aininMM* * a ajMCiW* "ilpltkati** nfcn wnt mu* iwiihi* twufKtilu i' e no sendo ele prprio seno pelo fogos: isto , no sendo nada antes do fogos e fora do fogos. O fogos do ser, "o Pensamento dcil Voz do Ser"** o primeiro e ltimo recurso do signo, da diferena entre o sigrums e o signatum* f preciso um significado transcendental, para que a diferena entre significado c significante seja cm algum lugar, absoluta e irredutvel. No por acuso que o pensamento do *cfT como pensamento deste significado transcendental, manifesta-se por excelncia na voz: isto , numa lngua de palavras. A voz ouve-se isto , em dvida, o que se denomina a conscincia no mais prximo de st como o Hpapmcnto absoluto do significante: autoaco pura que tem necessariamente a forma do tempo c que no toma emprestado fora de si, no mundo ou na "realidade", nenhum significante acessrio, nenhuma substncia de expresso alheia sua prpria espontaneidade* E a experincia nica do significado produzindo-se espontaneamente, do dentro de s i e contudo, enquanto conceito significado, no elemento da ideal idade ou da universalidade. O carter n&o-mundano desta substncia de expresso constitutivo desta idealidade. 1 ii experincia do upagamento do significante na voz no O irtmu hmtii* rf**Mif U * J U *t rttr O I Kfflff-M quMto ^Wt. ^N\ ao* TAf tO A

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O PM DO L|VJit> t o COMEO DA BSC*ITU*

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S

i-i'Ki iluso entre outras uma vc? que t a condio du idia mesma de verdade ma* mostraremos, cm outro lua r , em que ela se logra. Este logro 6 a histria da verdade c no c dissipado com tanta pressa. Na clausura desta cxrifncia, a palavra vivida como a unidade elementar c Jecomponfvc) o significado e da voz, do conceito c de uma substancia de expresso transparente. Esta exprriencia seria considerada na sua maior pureza c ao mesmo tempo na sua condio de possibilidade como experincia do *ier*\ palavra "ser'* ou, cm todo caso, as palavra* que designam nas diferente* lnguas o sentido do *er* seria com alguma* outras, uma "palavra originria** ( f r ^ w f " ) . a palavra transcendental que assegura w possibilidade do ser-palavra a todas as outras palavras, Seria pre-compreendida em toda linguagem enquanto tal e cata a abertura de Sen und Zett apenas esta pr-comprecnso permitiria abrir a qucstflo dn sentido do ser em geral* para alm de todas as ontologias regionais c de toda a metafsica: quest&o que

enceta * a filosofia (por exemplo, no Solhkt) t se dcUarecobrir por ela, questo que Hcidcggcr repete ao lhe submeter a histria da metafsica. No h dvida de que o sentido do ser np a palavra "&cr" nem o conceito de ser Heidegger lembra-o sem cessar. Mas, como este sentido nfto nada fora da linguagem e da linguagem de palavras, liga-te. KOfto a tal ou qual palavra, a tal ou qual sideraa de HngUAS (toncesso non doto)T pelo menos possibilidade da palavra em geral. E da sua irredutvel simplicidade. Seria possvel pensar, portanto, que resta apenas decidir entre duas possibilidades. 1 Uma ImgUtsca moderna, isto c, uma cincia da significao, que cinda a unidade da palavra c rompa com *U pretensa irrcdutihilidadc. tem ainda a ver com a 'linguagem"? Hckicgger provavelmente duvidaria desta possibilidade. 2? Inversamente, tudo o que se medita tao profundamente sob o nome de pensamento ou de questo do r o&o estaria encerrado numa velha lingstica da palavra, flW aqui iria pralicada wm o saber? Sem o saber, porque u ma tal lingstica, quer seja espontnea ou lislcmlicu sem-

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O riM IXI LIVRO E O 00MbO DA **CPUIU*A

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rn|crrogar a origem desta dominao nau eqivale a hipostasiar ura significado uansccndcmal, mas a questionar sobre o que constitui a nossa historia c o que produziu a transcendentalldadc mesma. Hcidcgger tambm o lembra quando* em 2UT Sfimfraj^* pela mesma nuo. no permite ler a palavra **Kr" Kiifto *ob uma cru* (krruzwfist Durcfufrckhwig) (o riscar cruciforme). EsUi cruz nao , contudo, um signo simplesmente negativo (p. 3 1 ) * . Esta rasura a ltima escritura de uma poca. Sob seus traos apaga-se, conservando-se legvel, a presena de um significado transcendental. Apaga-*e conscrvano-se kgivtf, destri-se dando a ver a idia metma de signo. Enquanto delimita a onto-tcologia. a metafsica da presena e o logocentrismo, esta ltima escritura t tambm a primeira c i n t u r a * Da vir a reconhecer, no aqum dos caminhos heideggeranos mas no seu horizonte, e ainda neles mesmos, que o sentido do ser no c um significado transcendental ou transepocal (ainda que fosse sempre dissimulado na poca) mas Jii num }ntdo propriamente 'Kt(dth>, U(U rastro i&nil&tll determinado, afirmar que, no conceito decisivo de diferena ntico-ontologk, tudo no deve ser pensado de um s gole: ente e ser, mico c ontotgico. "ntico-ontologico" seriam, num estilo original, derivadas com respeito diferena; c, em relao ao que denominaremos mais adiante a diferencia, conceito ccnmko designando a produo do diferir, no duplo sentido desta palavra. A difcrenu-dntico-ontolgica e seu fundamento (Crund) na ''transcendncia do DaacT (Vm Wesen des Grandes. (Da essncia do fundamento) P- 16) no seriam em absoluto originrios. A diferencia * * , 5*m mais, seria mais "originria", mas no se poderia mais

"Womin-Ia "origem*1 nem "undamento". pertencendo c m *

noes eucnciaJmenfe i historia da onto-tcologia, isto A. ao sistema funcionando como apagamenio da diferena. Esta *o pode, contudo, ser pensada na sua maior proximidade b uma condio: que se comece determnando-a como diferena ontico-ontolgtca, antes de riscar esta determinao. A Necessidade da passagem pela etenniiuio riscada, a ***fhWhtt* d fciu i *m Siwhhi' ,1o !Wi rrtdmHnni 'HiHAta* T 4 UtU> e V J j ^ " " * f *Offchkh>f I> ir*t iw hUMi tom mlaKuU c (Huhkhu* d+ * " r*r HiorU f o m BUiMi^idi*1 tf^ c juDuiutnK ewmr^1' HHW

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sopro, o espirito, a historia como relao a si do esprito Fia 6 o -eu fim, a M.J finidade, a sua paralisia. Cortando o supro, esterilizando ou imobilizando a criao espiritual na repetio da letra, no comentrio ou na exegese, confinada num meio estreito, reservada n uma minoria, ela o princpio de morte c de diferena no devir do icr. Ela esta para a fala como a China esl paru a Europa: "56 ao carter cucetKO1' da cultura cipirluul chineia t adequada a tcritui* hio*lfi; t. alm diiu. i*(t modo de exiiiuis a pode MT prprio daquela minoria de um povo que tem a |KMH ctclmiva da cultura npitilunl." .. . "Uma linituaiiem de c*criiura hieroglfica reclamaria lima filmnfia lio rttfticn m"lll Ah llnillR|#M tfli lirhl. A flme." " toda diferena tAbnvihuiut) na analiic pradurii uma formao drveru do num; curto-. O horionte do saber absoluto o apagamento da escritura no logos, u reassuna do rastro na parsia, a reapropriifto da diferena, a consumao do que denominamos, cm outro lugar'', u metafalca do prprio. E contudo, tudo o que Hcgel pensou neste horizonte, isto il[o~ U< rhMlin m ISS-Siv (fr u* da

Fmwtor*** A< Cil"iMj FtMtim, i"'! tiu-.mtnlo

0 conceito de escritura deveria t'elinir n campo de uma cicnnu. Mus, p-xle ele *et estabelecido" pelos cicntisin*, fora de (odai pr-determi naes histrico-mctalsnas que acabamos de lituir to secamente? O que signilkar uma cincia da cscftinra umu WZ estabelecida: 1* que a prpria Idia de cincia nasceu numa cena poca dq escritura; 2 que (OI pensada p formulada, enquanto Urcl.i. idla. projeto, uumj linguagem que implica um certo ilpu de relaes oViemimadas estrutural e axiologka mente entre laia s criiura; 3 o que, nessa medida, cia, primeiramente, ligou-sc ao conceito e i aventura da escritura fonetica. valorizada como o telas de toda escritura, enquanto o que sempre ol o modelo exemplar il.i cknlificidadc u matemtica jantaiCCMOU de alasiar-u Ce ml aventura; **" que u idia mais rigorosa de uma imia gerai tit CKriOtfQ nasceu, por razes no lortuitas, numa cena poca da riitfifjji ,(fl mundo ique evidencia poi volta do sula XVIII) e num eerlo (istcm.i determinado djtf relaes entre * UU '-viva" c .. intcrieio;

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H A i n i r . , r A

5V que a escritura no c somente um meio auxiliai d servio da cincia c eventualmente seu objeto mas, anlc* de mais nada. conloimc lembrou particularmente Husserl cm A Origem da Geometria, a condio de possibilidade do* objeto* ideais e. portanto, da objetividade cientfica. Anr de ser seu objeto, a escritura u condio da rpisleme; i>" que a prpria historicidade est ligada a possibilidade da escritura: a possibilidade da escritura em geral, para alem destas formas particulares de escritura em nome dai quais por muito tempo se falou de povos sem escritura e sem histria. Antes de ser o objeto de uma histria de uma cincia histrica a escritura abre o campo da histria do devir histrico. E aquela tk |tt fitfHMnrmr *lu I I N A noticio" KV 4*1 A Mutilnl piMOt] iwa tnntluii it|uMtt "n* puiKi lmcMu*'J * BofOf df p*l**n P* ** 'ilKtnu". "srMp> sentido ao som: natural, diz Sausiurc, o nico verdadeiro, o do som" i. 35). Eale llame ntiiufiil do HijjinifkutJu (eimecilu ou senio) ao significante fnico condicionaria a relao mu uni I subordinando a escritura (Imagem visvel, dlx-sc) fala. E relao natural que teria sido invertida polo pecado orltal i a escritura. " A imagem grafica ucaba por se impor do u m . . . c Invcrtc-se a relao natural" (p. 33). Bbranchc explicava o pecado original, pelo descuido, pela ;ao de facilidade e de preguia, por este nada que (oi a rao" de A d i o , nico culpado diante du Inocncia do divino: este nau exerceu nenhuma forca, nenhuma efipoU no aconteceu nada. Aqui u m h m , cedeu-sc a t*c>kdar, que curiosa menle. mas como sempre, cu do lado * artificio tcnko e nao na inclinao do movimento naiu>l deite mudo conlrarbdu ou desviado; "MaMUuiania. ,. imacem n a i m d*t M>vfM no> irp.ctonI um obKio pcrmtiwnic e iilido. mau apiopriado que 0 wn< ** oouiiiuir a unidijj da IUUH am-ta du umpo. PC-UV impocl* " * **H nsme wn otfwficMl e ciie uma umds.de puiamente /(* . * muno mh I) de aplcodct IJUC O liaine aturai > rtnlfo ver' * " O IO som" n }\ U IfQ t fW*IL

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OBAM*IOUIA

Que "a iiiijpvm g i i l t m d> (IdUits nua Unprc como um ohjtio permanente c solido, mais apropriado o tom piiiii constituir a unidade da lngua atravs do n m i no , contudo, UniMm um fenmeno natural? que verdade, uma natureza m, "superficial", "fatkia" e "facll" por emhuKe, apaga a natureza boa: a que liga o sentido ao tom, o "ptitnanicnio-om", Fidelidade tradio uuc scn> pie fez comunicar a escritura com a violncia falai da inuiluio poltica. Traiar-sc-ia, como para Rouweau por exemplo, de uniii ruptura com a natureza, de uma usurpao que acompanha o cegamento terico nobre a essncia natural da linguagem, de qualquer forma sobre o liame natural entre Of- "signos iniiitufdoi" dfl VW C "it primeira, linguagem do homem", o "grito da natureza" (segundo Discurso), aussurc: "Mas a palavra escrita se mistura (ao intima com a palavra falada de que a imagem que acaba por uiitrpar-lhe o papel principal" (p. 34. O grifo 6 nosso). Rous!eau: " A escritura no seno a representao da fala: c ciquiailo prcocupui-w niim curti a dclcrmitiu^an da imagem'. que do obltio". Sauiturc: "Ouando se diz que cumpre pronunciar uma letra desta ou daquela maneira, toma-se a iniagem por modelo Para explicar cita esquisitice, acresceu-; ta-sc que neste caso trata-se de n m i pronncia excepcional" (p. 40*). O que insuportvel e fascinante, c exatamente rMii intimidade enredando a imagem w\\&, a gnili.i ii fonia, de tal forma que, por um efeito de espelho, de inverno c de perverso, a fala parece, por sua vez, o pttulum da escritura que "usurpa, assim, o papel principal". A representao ata-se ao que representa, de modo que se fala como se escreve, pensa-se como se o representado no fosse mais que * sombra ou o r e l i d o do rcprcvrntintc. Promiscuidade prigosa, nefasta cumplicidade entre o reflexo c o rcflctidr> que se deixa seduzir de modo narcisista. Neste logo da representao, o ponto de origem torna-se inaicancvcl H coisa*,]1 Eiundamua n i n a cilattu n u a a i I m i i u a i u lln O * ^ H d M I a i pnpoaibOai MOOtav SaaMor* a t e i a i m l m i "OUIIO iruliin * ]

MMO moca a anrMaa I atai unia o ue daa HpitHmni uim mala fifoti Mdtncti t lomHd ' Bit"; oi nin4Uat Pt Q.a*> " d ! ' proauncHf aaaa Itca daila ou daquela aiaNlia, IODAM i iragfO | poi Boda. Paia doa "* pnauntUr i iomo -a. lia Uiiti O- * riliUiw poc U mHn. Na nilldadr. I p; para no?, lonv litui o primeiro n*uj> rumo verdade" |p. 42; inicio do capitulo obre A fonotogta]-

r

Para Saussurc, ceder ao "prestgio da escritura" 6, dizamos h pouco, ceder paixii. E a paixo c examinamos com cuidado esta palavra que Saussurc analisa c critica aqui, como moralista e psiclogo de velhssima tradio. Como se sabe. a paixo tirnica c escravizante: "A crtica filolgka c falha num patticular; apega-sc muito scrvilracntc lngua escrita e esquece a lngua viva" (p. 18). "Tirania da letra" afirma logo mais Saussurc (p. 41). Esta ilunia . no fundo, a dominao do corpo sobre a alma. a paixo c uma passividade c uma doena da alma, u perverso moral patolgica- A ao de volta da escritura sobre a laia "viciosa", afirma Saussurc, "trata-se (propriamente) de um fato patolgico" (pp. 40 e 41). A inverso das iclaes naturais teria assim engendrado o perverso culto da letra-imagem: pecado de idolatria, "superstio pela letra" di/ Sauvurc nos Anagramas*. onde, alis, tem dificuldade! pura plOW a existncia de um "fonema anterior a toda escritura".1 . MtmiHdU tolhido a* fSHiJr ub o Utulu f ~ i l m - II. l> I K i ) S n i w HI rfdaco t( >olia * W1 (rn a ncia d Uliofii dl Pm!i> A frn- n# piitumot df fliir | f ohlifift do l u a i w n 1*1 ciwno tMi publi. n * i na 1'ittlf I.B nte 1PVK* III fdjjftv MMH (0 mime pmpu di m*.i>

'Wi ii.i"i "ii lc mmr >nlancnr-ve de OgTHn diacliu: stm latar oV aspecto ijesoladu. que rn'ria uma paitia d uni leiio M' tscilturn ubicuiecorla o qu* quiteue eUm.ei e atrapalharia o k i . t.. K-in iconvmitnies no ham compensado* ror vantagem ufieienies Fora da Cincia, a xaliitto fonologicn n&o t muiiu de uma, ikma das deformaes pela escritura, F, por catar convencido de que ele receberia muilo mal H imcentos questes que acabame de colocar uma vez que. por fim, I^fhure no tnt mi c podemos gostar deste jogo Iciamos o que se gue. Fxplica-rvos que nftn h ai um "Jogo natural" c seu acento pessimista: " B provvel que t u * dff9HM(QN K WfWDi w i r p r e mais freqentes, c que se pronunciem cada vez mais letras Inteis*1. Comu em Rous f t k I no mesmo contexto, a capital c acusada: " E m Parts |A se d i i : itpt ftmm*\. f atendo soar O r*\ Fatranho exemplo 0 afastamento histrico pois mesmo a histria que seria necessria parar para proteger a linjruu contra a escritura, somente i c prolongar: lurrociiei prev o dia em qil* te r*wiuflcMrAi m\4 mvimu ut duai lelrat finais de nhffi vtrdudtlf monitrmmttmJr onosrilka hatai tfotm^* fonka* pertoiKiiu vifrfaisflrammit a Jinius, apt t n\ no ttuithu*\ d* nu /M< *twnut*t*HUI tutwrm*; t i o dtvlda* * um fator qua Iht *srra*a A UnfUitlca de** ptVIs* fm ormrvac4o aura rompartmcnio tt fritai sio casos tcfMkrifkct" |~lUgar ('-''' D* I da .ni-pi". In UwDlimu f ' ~ k l , u COII-IL r MMLXH. 4 IkifaiiH-ai DaiMHx, &). Tnt-o Brsnlbam Mu *ui rrtllEai nt farf") I S J O UlWtlHl lUI* ImtPS" O PnmBdi da Sauvain rlaann > dnmnliniiUUda i a Irmlocap rrnpnJi 1 Kniiuia, v nt> t>flat d" 'i>""

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UHM*M

grafico. Sem dvida, esta tese -. iclcrc somente, no interior de uma relao preknsamente natural cnire a vor c o sentido 'in gemi, entre a ordem doa signifkantes tnicos c o contedo dos significados ("o liamc natural, o nico verdadeiro, o do som"), -i Necessidade das relaes entre significamos c Mgnilkado* determinado. Somente estas ltimas relaes criam regidas pelo arbitrrio. No interior da relao "nulural" entre os signlticantcs tnicos e seus Mgniicados em geral, a relao entre cuda significante determinado c cada significado determinado seria "arbitrria". Ora, a partir do momento cm que *e considera a totalidade dos signos determinados, falado* e a loriiorl escrito, como instituies imolivadas, dever-se-ia excluir toda relao de subordinao natural, toda hierarquia natural entre slanficantes ou ordem de significantes. Sc "escritura" significa inscrio e primeiramente instituio durvel de um signo (c este o nico ncleo irredutvel do conceito de escritura), a escritura cm geral abrange todo o campo dos signos lingsticos. Neste campo pode aparecer n seguir uma cena espcie de significamos institudo*, "grficos" no sentido estrito e derivado desta palavra, regidos por uma certa relao a outros sigrficantcs institudos, portanto "escritos" mesmo que sejam 'tnicos". A idia mesma de instituio logo, do arbitrrio do signo impensvel antes da possibilidade d 1 escritura e fufu de seu horizonte. Isto . simplesmente 1 fura do prprio horizonte, fora do mundo como espao de inscrio, abertura para a emisso e distribuio espacial dos ugnos, para o jogo regrado de suas diferenas, mesmo que fussem "tnicas". Continuemos por algum tempo a utilizar esta oposio da. natureza. c da irjitiiuio, de phyii t de 'tomos (que tambm significa, nao csqucnmm. distribuio 0 diviso regida precisamente pela lei) que uma meditao da escritura deveria abalar uina vez que funciona cm toda porte como bvia particularmente no discurso da lingstica. Assim. 6 necessrio concluirmos que somente os signos ditos naturais, aqueles que Hcgel e Saussure chamam fle "smbolos", escapam a wmiologia como gramatoJogia. Mas caem, a forliori, toem do campo da lingblica como regio da scmlologia geral. A tese dn arbitrrio dn signo contesta, pni.% indiretamente, mas, sem apelo, o propsito declarado de Sauwire. quando ete expulsa a escritura para as trevas exteriores da linguagem. Efn lese justifica uma relao convencional entre o fonerna c o grafem a (na escritura tonifica, entre o fonema. signlficante-significado, c o grafemn. puro significante) mas probe,

U V ^ m l l l A t ONAM*IQLIKilA

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por isso mesmo, que este seja uma "imagem" daquele Ora, eria indispensvel para a excluso da escritura como "sistema externo" que eiM estampasse uma "imagem", uma "representao" ou uma "figurao", um reflexo exterior da realidade da lngua Pouco Importa, pelo menos aqui, que haja, de falo, uma filiao (dcogratiu do alfabeto, Eui importante questo c muito debatida pelos historiadores da escritura. O que conta aqui. c que na estrutura sincronica e no principio sistemtico da escritura alfabtica c fontica em geral nenhuma relao de representao "natural" esteja implicada, nenhuma rrlnAo de semelhana ou de participao, nenhuma relnio "simblica" no sentido hegeano-saussurano, nenhuma relao "iconogrfica" no sentido de Pelrcc Portanto, deve-se recusar, em nome do arbitrrio do gno, a definio saussuriuna da escritura como "imagem" logo, como smbolo natural da Hngua. Sem pensar que o fonema o prprio inimaginvel, c que nenhuma visibilidade a ele pode se uwirlhai, havia considerar o que diz Saussure da diferena entre o smbolo e o signo (p. B2) para que no mais compreendamos como pode ao mesmo tempo dizer que a escritura "imagem" ou "figurao" da lngua e, em outro lugar, definir a lngua e a escritura como "dois sistemas distintos de signos" (p. 4). Pois, o prprio do ipo 6 no ser imagem. A trovei de um movimento que. sabe-se, deu tanto a pensar a Frcud na Traumdeutung*, Saussure acumula desta forma oi argumentos contraditrio* para conseguir a deciso satisfatria: a excluso da escritura. Na verdade, mesmo na escritura dita fonctlca. o significurite "grfico" remete ao fonema atravs de uma rede com vrias dimcntcs que o ligi, como lodo tignificanic, a outro* tigni ((cantes escritos c orais, no interior de um sistema "total", ou seja. aberto a todas us cargas de sentidos possveis. da possibilidade deste sistema total que c preciso partir. Portanto. Saussure nunca pde pensar que a escritura fosse verdadeiramente uma "imagem", uma "figurao", uma "representao" da lngua falada, um smbolo. Se considerarmos que ele precisou, contudo, destas noes inadequadas para decretar a cxterloridadc da escritura, devemos concluir que todo um estrato de seu discurso, a inteno do captulo VI ("Representao da lngua pela escritura") no era em nada cientfica. Ao afirmar isto. no visamos, inicialmente, a inteno ou a motivao de Ferdinand de Saussure. mas toda

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OHAMATOLOOtA

a tradio no-cnlica de que aqui c ele i> herdeiro. A que zona do discurso pertence este funcuinamenio estranho da argumentao, esta coerncia do desejo produzindo-sc de modo quBM que onrico mas, mui* esclarecendo o sonho que se deixando esclarecer por ele atravs de uma lgica contraditria? < 'orno K articula cite funcionamento com o conjunto d di-teurso terico airavfo de ioda a Imina da cincia? Ou melhor, como, a partir do interior, trabalha ele o prprio conceito de cincia? Somente quando eslu questo estiver elaborada se estiver algum dia , quando se tiver determinado fora de qualquer psicologia < assim como de qualquer cincia do homem), fora da metafsica (que hoje pode ser "marxtft" ou "*truturaliM*"*), o conceito requeridos por este funcionamento, quando se for capa* de respeitar iodos os seus nveis de generalidade c de enquadramento, somente ento poder ser colocado rigorosamente o problema da pertencenM articulada de um texto (terico ou qualquer outro) a um conjunto: aqui, por exemplo, a situao do texto sauv -urinnn, de que por enquanto no tratamos, c evidente, como um ndice muito claro numa siniaan dada, sem ainda pretender colocar os conceitos requeridos pelo funcionamento de que acabamos de falar. Nossa justificativa seria a seguinte: este ndice c alguns outros (de modo geral, o tratamento do conceito de escritura) j nos do o meio seguro para encetar a dcsconstru&Q da totalidade maior o conceito de eputeme e u metafsica logocnirica em que se produziram sem jamais colocar a questo radical da escritura, todos os mtodos ocidentais de anlise, de explicao, de leitura ou de interpretao. preciso agora pensar a escritura como ao mesmo tempo mais exterior u fala, no sendo sua "imagem" ou seu "smbolo" e, num interior a fala que j cm si mesma uma escritura. Antes mesmo de ser ligado inciso, a gravura, ao desenho ou a letra, a um sigaificanie remetendo, em geral, a um significante por ele significado, o conceito de grafia implica, como a possibilidade comum a rodos os sistemas de

significao, a instncia do nutro institudo.

Daqui para

frente nosso esforo visar arrancar lentamente estes dois conceitos ao discurso clssico de que necessariamente so emprestados. Este esforo ser trabalhoso e sabemos a priori que sua eficcia nunca ser pura c absoluta. O rastro institudo "imotvado" mas no caprichoso. Como a palavra "arbitrrio", segundo Sausiurc. ele "no deve I'""'. We Ihlni only in li TNI mmul ilana urt of m l w l ntlme; lhe lymholi pit o( ihtm ar* calted tuiKcpU. II a min mankat ist ymbol. li n by ihtiughls intutvUw concapli. So li l i uni onl oi >ytiiholi lhat * iw i>mbol n n grow. (hnne iymfeolun ita ijinholo' Pelrce ti |U*.IH,II .I dum exigncias iipurententcnlc IncompaKvris. A fulhu uqul teria lacrilkar uma pela outra. E prdio reconhecer o enraizamento do ifmhlko (no sentido de Pelrce: do "arbitrrio do tigno") no ntn-Mmbollco, iiuiihi ordem de ignifiv^iVu anterior o ligada; "Symbela g i o lhej* come Into being hy developmeni oul of other signa, partlcularly from icom. or Irom mixed tignt . M.i caH enralfamcniii n l o deve compromeler H originalidade ctffuItrmmti of fafb. II . p 10). mi. hnvinOO < ouuct ilaoa. paiiItMlM' M -Sjmhnnt >*. d m ta rir">a 4t Itontt ** i n * Uoni ou > i i p o mmiH *it . nini fnManH atmMM MB HMM. IMM m>mt< >" it mi.; m >* attn-tlmiH.v~ -i ( M i mai a> iloibMM aiM IMI no>s tlmtvlo Mdt wfi" ( tU tu WII %mwtf*ttmmw Mfw i(W)i w |i < i ^ y n tu ii*i* fj **** ir rfifcrr ' * tm #6ftf?J d* >rttriwtiJ * 4 * u *

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IN ltcii n*o i Mtilu uma pau* d cilncia trai. i tela (|ue (gramatoloiriu I ilonohiilli irlAu np1v*ii " linalilllca" p .Mi O inicrme dcslu suhulluiclo n l o scra Mimenlc dar a lionu u i ... nl i i . i nvi-rgiultiM m , 1.1 ,1 reprci "Io logoccntrKa c a tuboidinaao a lingllltllcu. Libertar 0 projeto hcmlotgico mesmo daquilo ouc, apesar de sua maior extenso terica, permanecia dirigido pela lingstica, ordenuva-sc com rebelo a elu como ao mcimo tempo teu centro i seu leim Kmhara a tminltigia ufa na vtrdait, mait geral e mais compreensiva .e a UngUtsiica, ela continuava a w tularse sobre o priyiUfo de uma de suas regies. O signo ItngMlitui/ permanecia exemplar iwu o stmiolofa dominava-a como signo-mc*irc c como o modelo gerador: o 'padro" ( " p a l r t o " } , Cikta n . poli. diur tcievm Sauuiirr que oa aiunoa inlilra | nume nUtiartol callmn melhw que os oulioi ti tdoil do procedimanto acmiulflcu: ela p * pia a llnjua, o ma campino r o ma* Jifu~o din ilrmit itt ciptcim. tambm a ma carieit ritiicn dai Oo> nraic UtilKlu a liniiilMi-u pode IIKI >e cm pad-Oa grial 4t Iva umliiliifla alor lingstico ("considerado cm seu aspecto material" 11 ) de deve tomar ao exemplo da escritura todo i c u recurso pedaggico:II. CfoMtUnildffOkt ' . P J

!* "* i pau* ** t iomUluta Mi mu mi II KIK4M IIIIIIIKU, o niaiiu Jt iaa rata iMUrlal O qia Imfwla na pakHT> "* " n ti. mu i ** HIHU in>..4> ._ ,llm dlttinii"! *U " " f l l l , l~>"

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OMM4HIKHIIA

"Como a* tumpfo** xittir idntico e*udo de CO*M rftM oatrn Mema de utnot me nriiun, no* o tonuierm como termo de compafncAo pare etclarecer tudm nta quetio' fp. U < ) Seguem quatro rubrica* demonatrativai tomando todo* eus esquemas c todo teu contedo k d e r i t u r a " Portanto, a ele mesmo que. decididamente, preciso opor SuuvHure* Ames de ser ou de no ser 'notado", "re* pcctetiladc/*, "figurado'* numa ''grafia**, o ilgno lingstico implica uma cicritura originria. Daqui para frente, nao 4 muii a teac do arbitrrio do signo a que apelaremos diretamente, mas sim quela que lhe c associada por Sausturc como uni correlato indUpcniivcl c que noi parece fundamenta-)*; a tese da dtfttttt como fonte de valor lingUrtiico" Quala i l o t do ponto de vista gramatolgfco, M lonseqtianciua dente tema agora lAo bem conhaeklo < ao qual, alm do mait, j Plato, no Sfua, contagiam alguma* rcflCXott. . . ) ? N4o sendo jamais n diferena, cm t i mesma e por definio, uma plenitude sensvel, tua Necculdadc cnntradli a alegao de uma ettencin naturalmente onien da lngua o n M i a ao m e i m o tempo a pretensa dependenem nalural do signifKantc grfico. A cita uma conseqncia a que chega JT1CM1H) Sauwur Contra I N prcmlvuit definindo o sistema interno da lngua. Lie deve agora excluir aquilo mc*mo que lhe permitira, no entanto, excluir n escritura: o som e teu "liam natural'* com o tentldo. Por exemplo: "O aiunclaJ da hnava, conforme veramnv nlrinho a carslef frtico do tifno hn|Utuioo" (p. 14). hiwtt *tt m iiawi labii*, K4jir* rota que n|u *} tua nlo-4atainfiB tm o- rvtiu" (p* 117), \7* "Cma m eameA aalttlr ItfnBtc taude 4t **m qut tia i l v i ^ i . ii t l h i uui I**HITL t i f n i f u v L i ** numa um r u i i K u U i tt liiiut Hdtf

, o vibf du* Ivirjk (waivnta rKii*i e b-humlal; artifl, a uma ^ii*oi -. ., t w f i i r * com * taftuuct lait um*> t # i. A tale* u cnrrfuitaa *m tua riiui eo* o a t< a < *w: Jt m ifeturn 44 afrfNtB * (nHnaajfc r*|i Ut mbift ili|wi04i # PUHCH^ Ca 1 ipr arifuo hurirhi, w toma 1 impnu pc*iw> milhar td um WIIHMII.^4 a>ntr Jn* hmiut fmpOKM P*O 4. u ima di arnmtfl^ As *liA 4 lailWAI* iiiJifcifkE vU ti> Imfutll i** viiivrvd 4W0 ctotre im^an rta rrm^n ^ArKUfliltc> QMK ** tw**KI k i i i - * hratKO o f* i l n

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E num pargrafo consagrado ilifcrena"Adematt itnpcmfvcl qu* o *om. elemento maltiial. peitem* por M llhju*. t;i* n l o 4 par* fia mali que uma coita wiindari. maleta Qut pOt tn )0gO. Todo* O valore* conv*ncnwaU a p r w n u m etM caiiiet da filo t * confundir com o elirnenlo tangvel que th* ive de fuporu. "Em tua itntia, W tianiNcam* linatiUuco/ f ^ e n i o de modo algum fako. fie 4 incorprto, conainudo nao por M A tufaiinci* material, m u socninlc pela* diferena* que t* param tua imagem acuttica de toda* ai outra*" ipp. D M W ) . H 0 que haja de Meia ou d matria ftaica num tlano Importa nwnoi do que o qut exitte ao redof d t k * noa ouiroa titjnu*" tp. 1)91.

Sem cita reduo da matria nica, a ditnlo, dcciiiva piril StlUftlUH, CntTC KniUH e fln, nao teria nenhum ri|oi. O mmmti te daria p v u opoalei deita decorrentes, entre cdigo e menutem. ctquem c uto, ele. Conctuilo: "A fonulitgla eumpre repetir nlo p** de disciplina auxiliar Iilii cincia da lngua] e i se refere f i l a 4 (p. 43)* A fala, portanto, extrai deite fundo de escritura, notada ou nlo. que a lngua, e aqui que se deve meditar a conivncia entre at duas "fixidadcV. A rrduo da phon revela UM DOfcaMftPali O que Sauuure afirma, por exemplo, do ligno em geral e que "confirma" pela escritura, vale tamhcm para a lngua: H A continuidade do signo no tempo, ligada altcralo no tempo, * um princpio da scmiologla geral; sua confirmalo %c cncimtni no* sistemas de cunlura, a lnguwgem doa aurdos-mudos, etc/* (p. 91). Portanto, a reduln da substancia fonlea nn permite comente distinguir entre a fontlca de um lado (c a tvrtioti a acstica ou a flilologla do rglot fonadorei) e a fonolo* ga de outro Fu* lambm da prpria onologla uma "ditei* ptmn auxiliar1'. Aqui A dirfilo indicada por Sauuure conduz para alm do fonologismo do* Que te declaram seus seguidores nevie ponto: Jakobson julga verdadeiramente impossvel e ilegtima a indiferena para com a substancia fftnsca da expnmio Ele critica deita forma a glntsemalka de Hfclnulev que requer e pratica a neutraliz-lo da aubstluicia sonora. E no texto citado mais acima. Jakobson e Hallc defendem que a "exigncia terica" de uma pesquisa dos invariantes colocando entre painteses a lutatncia sonora (como um contedo emprico e contingente) 6; I, impraticvel uma vez que, conforme "nota 11 Rschcr-Jur gmeo", "leva-se em conta a subslftncia sonora em cada etapa da anlise". Mas, isto "uma preocupante contradrlo" conforme querem Jakohton c Halle? Nlo se pode leva-la em conta como um fato servindo de exemplo, como

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l - H - A

. . I .

* l i i / i m os (cnomcnloiM, guc sempre necessitam, consciundo-o presente sob suas vistas, de um contedo emprico exemplar na leitura de uma essncia que c c*c direito Independente? 2, inadmiutvtl ile dirriio uma vez que no se pode considerar que "na linguagem, a forma se ope substancia coitHi uma constante a urn.i varivel" f durante e*l" segundai demonstrao que frmulas literalmente saussuriaiiu* reaparecem com referncia s relaes enirc fala e c c r l l u r a ; a nrdem dn escritura u ordem du exterioridude. d*> "ocasional", do "acessrio", do "auxiliur". do "parodiaria" (p. 116-117. O grifo c nosso). A argumentao de Jakobsoo

c dc Hullc recorre genes** facmal t Invoca u vcunclmiediiisda eKriluru no sentido corrente; "Somente depo dc dominar u linguagem lutada aprendo-se a ler c a escrever". Supondo-se que cila proposio dO s**"' comum c*tc)ii rigo. rotumcnlc piovada, o que nao ucredilumot u.ul,i m dc m conceito* trazendo iiatdgo um pniMcmu imenso), inihi cria n c m i i i t uMC|turui s i i i MUI psriinnuii na igumcniaio, M i . m o que o "depois" fosse aqui uma representao fcil, que se soubesse bem aquilo que nc pensa e dt/ uo assegurar que w aprende u escrever tltt*>li dc ter aprendido a fator, eriu suficiente islo para concluir pelo carter pariisluirlo du-

.10 que desta forma vem "depois"? E o que c uni parasita? i escritora owc precisamente n i|iic nm o b r i p reconsiderar IHHSU lgica do parasita? Num nutro momento dn critica. Jakobson c Hulle lembram i ImperrcIcDo du representao grafica; esta Imperfeio apoia-se nas "estruturas fundamental mente dissemeIhdntcs das k i t e dos fottemaa": "Ai letras nunca nprathiiem cortiplcinunic t Ulfrentti " eu dMintivo* nm ausis repooui o iuemi tone mil no. ftrli|iKiBi in mas V.V. aUmUirnla gnlit unos' IP. I I . I Sugerimos maii acima: a divergncia radical enire oa dots elementos grfico c fnico no exclui a derivao? A inadequao da representao grfica nao diz respeito somente a escritura alfabtica comum, u quul o formulismo glosaemalico nao se refere essencialmente' Por fim, se se aceita toda argumentao fonolngtsta. assim apresentada, c preciso ainda reconhecer que ela opflc um conceito " c k n t l fico" da fala a um conceito vulgar da escritura. O que desejaramos mostrar c que no se pode excluir a escritura da experincia geral das "relaes estruturais entre os traos".

llmiOWTUA l OKAMATOLOOIA

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(_) que vem, bem entendido, a rc-lorinai o conceito da escritura. Enfim, w anlise jskc.boniana neste ponto fiel Sausture, nflo o ela fobretudo ao Saimurc do capitulo V I ? At que ponto Sauuure teria tlefcndido Inieparabilidade da matria e da forma que permanece como o argumento mal* importante de Jakobson e Haiic ( p . 117)? Podcr-K-la repetir esta questo a propsito da posio de A . Martinet que, neitc debate. M|ue ao p da letra o capitulo V I do CVm ". E, tomenle o capitulo V I , de que A . Martinet dlssocia ttprtssamtnif1 a doutrina da que, no Curso, upagn u privilegio da substancia (nica. Drpol* de csplicar por que "unia lngua morta com idccwraa perfeita" ou K j a t uma comunicao passando pelo lUtcma de uma escritura gencraliiada "nfto poderia ter nenhuma autonomia real", e por que todavia "um tal sitiem icrla algo de t i o particular que se pode muito bem compreender que o i lingUliiai dtultm t>clul-lo do domnio do lua cincia" (A lingstica sincrnica*, p, 18. O grifo n o u o ) . A. Muitinet critica o i que. seguindo um certo Sauiiurc, questionam o carter csscncialmenlc Tnico do signo lingstico: Mulloi trio IEIIIKKK dai raia sauawiit uju* nuntU t|# 'o taHiwUil da lngua... 4 c.itl> > MraaM fn"tei> do ilanu < linfiiliitco' vlo atem do rn>ii>n>miu do meair ao declarar qo< o Mano Unaululco nio km mxetoariiimcntr cariur fontev*. It. Bala fidlUdaoa felwal " l W I na iHiliBa critica t xninll-a lli.auk. , - *>, i *i, F '"I "Htth. i iHiixiHf- >. " - Ma * ", falado, poli i MOMha i .uhilihi. ai Impou, m m i imauno i admitir gm a M M I I M M (alada nUMina a aibuai-t-n ~ n i maaa. Fama ma mia uifiiania I . H I B I auui aua. *om alaurrai H .('ei puoUflCM, IMka rs nnnwm (alam, mu pOutH t t n ttcrtraf, i> tinda. t ai oianfu unam lalw muiiu n n aprtndantn i >ii"-' funam. to uiiiuiKn' 10 (i.ln I miai|.

1. no. #'* ate aUawlui*-' W-I, m oi* -O- < VI d Ca** "Ansadr (alar *. d. aatindii Mi. a mima um doar a laia. ** D ' "'> > ama* liia pfoi"*l r*i parar ininamt cooUaMxl. a li ao niwl da ira r alma miiicm Q a um nafta npiiana (-.i v* aa Hil. A. MaiiiMi < ! ; ^ i mudo da umwi nin>nn uma diKlnata dltllnla da lUiaUlulfa. imbuiL. pialHamimt, unu da mu . m A LaiUlniui (ar. nMa, abauacto doi IIIDI at grafia" (pi ), Vl-as tomo ntlinnaai M I aonatllet dt ani" a > turai*n: a triniii a aaa daina au iiKaalui mal oti indipradHina, p * n nfen n Imimla da li-tiunuma. Imaaiiii maa na aaaaacula *! n f*ia n>(> alaia' a loiaaiMaOt at Umu> Mima, na * n - l a a mUInat hNnildaai a), am w* iopiU-l-i tithnr do iliunimo linaufalko oa ittrniat do lipo ii * flora it n"niO(n (vtaldrmr uma lul moakfila, urla n*(etrio con\ c no interior do sistema desta derivao. Sem escapar ao etnocimtismo. cmbaralhar-sc-iam, eniflo, todas as fronteiras no inferior de *ua esfeia de legitimidade. Nio te trata pois de aqui reabilitar a escritura no

L l f O L I S I K A I OXAMAIOIUOIA

ftl,

tniidu m i o , nem de inveiicr a ordem de dependncia quando evidente. O bnotogismo nlo wfte nenhuma objeo enquanto se conservam o conceito* correntes de fala c de escritura que formam o tecido *olido de sua argumentao. Conceito* corrente*, cotidianos c, alm do mo, o que n l o f contraditrio, habitado* pot uma velha histria, limitado i-iii tronleiru pinico visveis, nus lanio mais tigotsas. Desejaramos, ante*, sugerir que a pretensa derivao do cKrilura, por mais real c solida que cja. s (ora possvel toh uma condi"' ue " linguagem "original", "natural" e t c . nunca tivesse existido, nunca tivesse sido intaclu. inlotadn pela escritura, que sempre tivesse lido ela mesma umu escrii.ir.i MijiiiiMtiiiiiM iiiii NiceviidiK .iqiil queremos indicar e cujo novo conceito pretendemos desenhar; e que continuamos a denominar escritura somente porque ela M comunica eswnclalmcnlc com o conceito vulgar da escritura B i f e si. pde. hiMoricamcnte, Impor-sc pela dissimulao da arquie*crllura. pelo desejo de uma (ala expelindo K U oulr c n duplo c trabulhunilo paia ttdu/ir nua diferena, St pcrslilimtm nomeando escritura cila i'iferenu, t porque, no truhallio Jc represso histrica, a escritura era, illuaclonalmunte. destinada u significar o mais ttmivvl da diferena. Riu em aquilo que, mal* de peno, -meava*" o desejo da fala vivo. daquilo que du dentro e desde K U comeo, encetava-a, E 1 difnrnca, ns o cxpeiimcniiiicniot progmtivamcntc, n i o 1 c pensada sem o ramo Esta arqulcscrilura, embota seu conceito seja requerido pelos m u i uo "arbitrrio do signo" e da diferena, nao pode. nunca poder ser reconhecida como itbftio de uma cincia Fia aquilo me*mo que nao se pode deixar rcdu/ir

forma di prntna.

Oru, caiu comanda ioda objetividade

do objeto e toda relao de saber Da, o que seriamos tentados a considerar na seqncia do Curso como um "progresso" iclroahalnnilo a posies nao-crltlcui do capitulo V I , nunca da lugar a um novo conceito "cientifico" da escritura. 1'OL-V; iiliiiiiiif u mesmo do algcbrnmo c!c Hjclmtkv ouc, nao ha dvida, extraiu ns conseqncias mais rigorosas dcilc progresso? Os Principio, de xramtiia grrt (I02H) dissociavam KU doutrina do Curi O principio fonologiMa c o principio da diferena. Eles eslraiam um conceito de foima que permitia diMinguir entre a diferena formal c a diferena tnica e islo no Interior mesmo da Ifngua "falada" (p. 117). A gramtica c independente d semniteii e *!; lonologia (p. 118).

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(LBAMATOLOOIA

independem;i c o prprio principio da gloucmtici cincia formal da Lngua, Sua formalidade Mjpoe que "nio h nchuma conexo necessria entre o tom c a linguagem"* E*ta formalidade ela mesma a condio ck uma anlise puramente funcional A idia de funo linguitica e de unidade puramente lingstica o gloaicma nio exclui, portanto, somente a comideraio da substncia de expresso (substncia material) ma* tambm da sutolncia de contedo (substncia imaterial). "Uma vez que a lngua uma forma e nao uma substncia (F. de Sauuuro), m glosar* mal so por definio, independente* da substancia, imaterial (semntica, psicolgica c lgica) e material (Tnica, grfica etc: i" * O otudo do funcionamento da lngua* de seu iirtii:ip*m da t&iivlditde da linitiiAgem natural*, ma* quaae lodo conjunto d i museu k estrtados* Al*m do mai&, puasivel aubttitu a lUbsirKia habitua) de aeMo**a-*oi\i por qualquer outra substancia ftpmprl*da em outra* u r t o m l a i k i M tTiofe*, A u m a m K W i forma iMiciiMara pode lambem v r manif^ia^a nn escritura, como *e d rat nutaAo fonin-a ou fojternilfca t ruj* ortografias dita* fonltcai. como por e*tnt|>1o n dinanwque. EU uma subalftncia *frAfka* 1 " * e diriu* exclui vmente ao olho e ifue nflo etlat sei trantpoala em TuiNiancuT onctlca pari *er aprendida ou tumor eendida* fi t t t 'substancia* urfka pode ter, precisurnenle do ponto de vista da ubtlflfKiB+ de diferente* e%pdes"l\ Kecu-ando p r m u p w uma " d c r i v a l o " d lubatAnciai t partir da surutAncia de c x p r c * | o fnicu t I l j r l m i l r v remeta ene problema para foru d o iMtnpu da anlise estrutural c propriamente lingstica; "Alm do maiv nunca *e sabe com ceneia total o q u t de*vait.i e o que no o 4; n l o detemot esquecer QJU# a descoberta da eatrituti alabUic* esta escondida M pre-hiunria (R Muuel tam toda r a i l o ao chamar nota* alenta*, pari o fato de qu n l o lemm nennum maio da decidir ta a mala antiui forma de expreasto ha* mana escritura ou faU). embora a i f l i m a c l o de que ela reponha rblfi uma aullK furtftKi PfHtitUt tWHfW uma dai Mpotaat* diacrnlca*; ela poderia da mesma forma repousar sobre uma anAln? formal da estrutura lintUUrlca M M , de qualquer for m i . conforme o reconhece a HnfUiMics moderna, a* consideraes diacronka* nao Oo pertinamea para a deacrlffc) atncrnlca*' tpp. KM-IQ9). Que c i t a crtica jtloaicmticu cja operada no mesmo tempo graas ! fUd. Inal r frvg^ *** M a rAMry / *nuji*a|rt VP WMui). _ Cf. ian4n La atraulvaUcin du lnaac" (19M> In V I H U linHirfinrM * ' * ^ i n JM itrrt fuiuwu* rf* C*.fns*tt{tiwr Xll t l>. O Pn^via t a m Ch> Vca i imt (ffliSmtita. UEtM^a 44 iitlfaTritl ih ei^t*t-* |f^* ai slo mill (p. 4|) + A mplfi-taide f fitpc*" u** pw Qbau*o tw neAv o fab> 4t qut aa pio * vitw aa dliuntlo tnirt fAmi t aibaiAnda " *naiiflnpa ainsMftaDe pa>M prUr * > Sauuurt, po, tomentc H T K M ao tnnceito d * JiicJciru eaiie f m m j e vubslincu que p o j mo* explicar a pouribilidade para a linpUAgcm e * etcrituru. de c*isTircm nu mesmo tempo como eAprenet de uma nica e mesma l i n r u j f c m . Sr uma de*lft duat tubfttanca*, o f h i i o do r ou o fluxo da tinta ( M sirtom of air ar tht jfreovu M tnSt} fo**e uma pjrle i n f c f r u i t t d* piiVpiia ttnirujucin nt> tcim ptxitiwl pamur Io um* n unir* * mudar 4 linguagem*',

Indubitas^lmentc a Escola d : Copcnhaguc libera, desta forma, um campo de pesquisas: a ateno torna-se disponvel nao s pura u purezn de* uma forma desligada de qualquer liumc "natural** a uma substncia, mas tambm para tudo o que, na estratificaao da linguagem, depende tia Mihstancta de expresso grafica. Uma descrio original c rigorosamente delimilada pode assim ser prometida. Hjelmslcv reconhece que uma "anlise d;i escritura &em considerar o aom ainda no foi empreendida*4 (p. 105). Lamentando tambm que "a substncia da tinta no tenha merecido, da pane dos linffllMA*, A aftnjtu i|uc dedicaram s subMilnciA du ar", H. J. UldaK delimita esta. problemtica e sublinha a independncia mtua das substncias de expresso. Ilustra-o particularmente pelo fato de que, na ortografia, nenhum grafema corresponde nos acentos da pronunciato (esta era para Rous* >eau a misriu c a ameaa da escritura)* e que, reciproca* mente, na pronncia, nenhum tonema corresponde uo espaamento (spactoft) entre as palavras escritas (pp. 13-14), o reconhecer u especificidade da escritura, a glosscmaca no se dava somente os meios de descrever o elemento grfico. Ela designava o acesso ao elemento literrio, quilo que na literatura passa por um icxto irredutivetmeme grfico* l i n d o o fogo da forma a uma substncia de expresso determinada. Se existe na literatura algo que nao se deixa reduzir vi/, ao tpox ou poesia * se pode recuper-lo com a condio d isolar com rigor este liame do fofto da forma e da substncia de expresso ^rlca Rcconheccr-*c- ao mesmo tempo que a "pura literatura" atsim respeitada no que tem de irredutvel, trs tambm o fisco de limitar o ioco. A ata-lo. O desejo de alar o jugo , alm do mais, IrrcpriFMe interesse pela literatura manifestou-se efetiva* mvei.)34. "Sr*((h 4*1 wittlot", l l t , ia Atta Mii*iimt IV, i w t pp || t 4 . Uldtlt rvnwit rnnWm A um taido da Of. taetfc Vwtel, "Zum PruMcm dti MHfUfebcncn Sprafhi" ltmnuM rf-v iwrfr JAvfuttfltfMf df frffur, V||| T IIO) m a indicai - datuny* imirf *j pcminf flt *foi fenrtftilV t |ftmcRiHKit"t CX MmMui Eli Fi^lrf Jm|riti. -|Wnurm*ff w >ff pr*K*w *Jt Jarufv^ pnOBiiftiniF* fff^ff-^i f. F. I*. O qtc *iu ^ipjj Hjdwkv s "**a(ufr*ic denominar" atu rrtnfj^A OiHf um Wndpto emprica* lp. IX UtdutSo SIM p Ilfi qut t TOm^tfQ d> 9tnt~**t lngua. A rclacao entre u passividade c a diferena nSo se distingue dn relao entre a inconsncia fundjmenial da linguagem (como enraizamento na lngua) e o espaamento (pausa, branco, pontuao, intervalo em geral etc.) que constitui a origem da significao. porque *'a lingui uma forma e no Uma substancia" p. 141) que, paradoxalmente, a atividade da fala pode e sempre deve nela se munir. Mas, se ela uma forma, c porque "na lngua s cintem diferenas" (p. 139), O espaamento (notar-ac- que esta palavra afirma articulao do espao e do tempo, o > ir-"-scr-espao do tempo c o vir-a-scr-iempu do espao) sempre o no-percebido, o Dao-prcscnte e o nao-consciente. Comi? tais. se ainda se pode empregar esta expresso de maneiro no (enomcnolgica: pol*. passamos aqui mesmo o limite da fcnomcnolosia. A urqKscritura como espaamento no pode-se dar como tal, na experincia cnomenologica de uma presena, Ela marca o tempo morto na presena do ?rGSCMC vivo, na forma gCal de toda presena. O tempo morto age. Dai por que, uma H mais, apesar de todos os recursos ditcursivoi que Ibe deve (ornar de emprstimo, o

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ORAMnruioci*

do l i i i i i i i no se confundir jamais com uma fcnomenologia da escritura. Como uma fenomenologia d o signo e m geral, uma fcnomcnologia da escritura impossvel. N r i i h u m : i intuio pode-se dar l onde "os 'brancos' na verdade assumem . importncia" (Prefcio ao ("up de ds). Talvez, compreendn-se melhor por que Frcud disse, d o trabalho 6o sonho, qilC m a i i C o f i . p a / W I a uma escritura que a umu linguagem, c a uma escritura hieroglfica que a uma escritura fontica". E por que Saussurc disse a respeito d a lngua que cia " n o constitui, poif. uma funo d o sujeito luluntc" (p. 2 2 ) . Proposies catas que necessrio entender, com o u t e m a cumplicidade de seus autores, alem d a i simples imeisties de uma metafsica iii>Umtnln" d aw faUBWt mi x Imi Jl. Mat< da am 'm n"i"(i'in * tuhMado M l i m Kim. E""n mV N I . t O K n t l I ai tonlai II" OT Mio fliul. Onipaia lamMm a fun-fo iffP.llo luplriitc qui mu.pa o m n i i o : do , . du pai. do il da ara o * o Pot IICOC* "De w mal. o oaa> ar HCm* io>nou-ic o oUa> lunw A lui ( uai r a d i i . atilado da NU lhe Uniam" Slmu i I t f m m i # l-t 1 " ' s lonadu. " . N > . U U . . I B uamDfBKiiO i m n w n . m i r j > vh>:w >0i* w * l i e - cont. ilinedlv de . podfi; am d i . n c . i f c a e de deMMI-lo eaam fn< inliTio..- (a) O 04b0 w r a p aninw iihmtt de mde " r i n " - ( O I I a sil

LIKOtmCA E ORMATOLOOI

j?

S

hc C buttianiclaclc etc, pertence 10 prprio movimento da significao, esta est a pricri escrita, que le a inscreva ou no. *ob uma forma ou outra, num elemento "seosfver e "espacial" que se denomina "exterior*, Arquiescrilura. possibilidade primeira da fala, e cm seguida da "grafia" Do sentido estrito, lugar natal de "usurpao" denunciada desde Piatio at Sauuurd este rastro a abertura da primeira exteriordade em geral a enigmtica rclafto do vivo com seu outro e de um dentro com um fora: o espaamento. O fora, exterioridade "espacial" e "objetiva" de que acreditamos saber o que c como a coisa mais famUiai do mundo, como a prpria familaridade. nao apareceria sem o grama, sem a dilcrfncia ctimo t- mpomli/aui vem n nu-presena do uulrv inscrita no sentido do presente, sem a relaiu com a morte como estruturi concreta do presente vivo. A metfora riu proibida. A presena-ausncla do rastro, o que nlo se deveria sequer chamar sua ambigidade mas sim seu jogu (pois a palavra "ambigidade" requer a lgica da pretena, mesmo jando comci a ciobcdcceMhc), traz cm ti oi problemas a letra e do espirito do corpo e da alma e de lodo* os Edemas cuja afinidade primeira lembramos, Todos oa dua. todas as teoriai da imortalidade da alma ou do espirito, tanto quanto oa monumos, cipiriluahitas ou materialistas, dialticos ou vulgares, sto o tema nico de uma metafilca cuji hlitrii inteira leve que tender em dlreio ft reduo do rastro, A subordinao do rastro a presena plena resumida no togos, o rebaixamento da escritura abaixo de uma fala sonhando sua plenitude, tais sfto os festos requeridos por uma onto-tcologia determinando o sentido arqueolgico e escatolglco do icr como presena, como parus ia, como vida iem diferencia: outro nome da morte, historiai metonmia onde o nome de Deus mantm a morte em respeito. Dai por quef ic este movimento abre sua poca sob a forma do platonismo, ele se realiza no momento da metarhica tnfinitista. Somente o ser infinito pode reduzir a diferena na presena. Neste sentido, o nome de Deus, ao menos tal como sC pronuncia rio* raciohlinmoA clssicos c o nome da prpria indiferena. S o infinito positivo pode suspender o rastro. "subtim-Ui" (props-se recentemente traduzir a Au]hthun$ hegelianu por Mibluao; esta traduo vale o que vak enquanto traduo, mas esta aproximao interessa-nos aqui). Portanto, nfto se deve falar de "preconceito teolgico", funcionando aqui ou i( quando est cm causa a plenitude do >''V o decreto saussuriano recortando o "sistema interno da lngua". Este* conceitos lio precisamente CA que permitiram a excluso da escritora: imagem ou representao, sensvel c inteligvel, miiurt-/,i c citurn. nuturc/a c tcnica, ctC- So l i d r i o i com toda a cnncrinialidnde meiafivicii e tft particului eom uma determinao naturalista, objclivisla c derivada dd diferena entre o fora e o dentro. E. sobretudo, com um "conceito vulgar do tempo". Tomamos de emprstimo a Iiedeggcr esta expresso. Ela designa, ao fim de Sei und Zrit ' , um conceito de tempo peni l d o ii PJrttr d movinteflto cvpocial o u d o agora, e que domina toda a filosofia du Physca de Aristteles a Lgica de Hegel". Este conceito, que determina toda a ontologia clssica, riflo nasceu de um erro de filosofo ou d unul falha terica. interior totalidade da histria do Ocidente, ao que une sua metafsica sua tcnica. E nos o veremos ftldil adj.tnie coinulikuif coln u linarizao da c*crilura c o conceito lincarisla da fala. Este lineariuno indubitavelmente inseparvel do /onotoeisflio: ele pode elevar a voz na medida mesma c m que uma escritura linear pode parecer submeter-se a cie. Toda a teoria saussuriapa da "linearidade do signifkantc" poderia ser interpretada deite pomo de vista. "Oi Ignifkiinlf. CMlcoi ,11.|Vm >jvnnk JJ tinha du lempo: *> clrincnim te Bpitn*ni um npa o outio; formam uma cadeia. I c coiter apJlt imediataiucnw quando oi reprrseMami" pela evrliura ." "O aignifKnnte, sendo d* Dalureu auditiva, de*evolve-W nu tempo, unicamente irm ai taiuirifclkat que lomn do tempo: a) repres*nia >>" ixinuo. e. b) eMa esnlt> * men*ual numa ari limenio: unia linha"". Lslc e um ponto cm que Jaknhscm c separa de Sausurc de forma decisiva, ao substituir a homogeneidade da linha pela estrutura da p.mu musical, "o acoide cm msica"". O Obff de M* Mti-fcMr O $,, , i-in iqiil fimii- a IMI M B l i mi). Oaiia n (Ifmmt "fif ia' mt awr tb sm umi 7i< " P. ** s*ti lamMla tut aut naUMlai " I * B V hanvafnrq" to !"* I* o, > * Cvetwf II etina

r

lINfl MTICA 1' ltAM\IOH,l uuc ioui il em questo, nu a ulirmau, por Suuisure da essncia temporal do discurso, tot sim. u conceito de tempo que conduz esta afirmao c esta anlise: tempo conccNdo como sucessividade linear, como "consccutividadc". Este modelo funciona s c cm lodo o Curto, mus Ssussurc dite est menos, seguro, ao qur parece, no* Anagramat. Seu valor parece-lhe, cm iodo caio, problemtico c um precioso pargrafo elabora uma questo deixada cm suspenso:

"Que Oi elemento* que formam uma palavra sr I J , I esl um> rerdaJe gnc mi.i. valeria Wio considerar em HniufMK* comu algo tem iMcrcnc parque o dente mm sim como alto que Oi de snlcmo o plixlpio etntml Je toa letleitu lil autue u plawai Num dominio inriniiiinicnic ppcutl u>mo c*w com que (entoa a lidar, i tfiKpae 'Hii r * H - H W Llit d . , n t a h u n u iHftinln.ia* A nfei a i M c m t u i t f i niifkndanrnM I naloraia da noaai i > " i " " . i n n . | n i m l i i d o * - . p r a w a a i i d M U i a u l u ( M M COB O p**p'W M i a a H U da Pfadlnaad da Sauiauit r.V - w i ' . I M t n t a i a w oa c a u a j-j ,IRU I (MHH UIB fludn ) Cu(ii. lia"- da 1*40.

DA

OKAMAlOlIXIlA

COMO C11NCIA POSITIVA

>3

A

LGEBRA: ARCANO E TRANSPARNCIA

A que ponlo o sculo X V I I I , marcando aqui um corte, eniuu ' i " c l juMra i> estas duas exigncias, eis o que * muito freqentemente ignorado ou subestimado. Se, pof razoes profundai c sistemticas, o sculo X I X rios deixou uma pesada herana de iluses ou de des-conhecimenios. tudo o que se refere i teoria do signo escrito no final do sculo X V I I c no decorrer do sculo X V I I I foi D sua vitima ptivikfiadu'. Devemos, portanto, uprender a reler u que est assim embaralhado para ns. Madcleinc V.-David, um dos csplrilot que. nu Franca, animaram incessantemente o Icvantamenio histrico da escritura pela vigilncia da quislo filosfica', acaba de reunir numa preciosa obra H peas essenciais de um relatrio: o de um debate npni*onaitdo iodos os espirito* europeus no final do sculo X V I I c durante todo o sculo X V I I I . Siniomu ceguntc o desconhecido da crise da conscincia europia. O primeiros projetos de uma "histria geral da eacrl(Ulii" ( a ciprcuiU) de Wiirlmrton r dulii de )742*) niiscenirn num meio de pensamento em que o trabalho propriamente cientifico devia incessantemente sobrepujar aquilo mesmo que Nu dava seu movimento, u preconceito especulativo e * presuno ideolgica. O trabalho critico progride por etapas c pode-se reconstituir posteriormente a sua estratgia. Vence inkialmcnic o preconceito "ttotgieo"; t oitim que Frret qualifica o mito de umu escritura primitiva e natural dada por Deus, (oi como a escrituro hebraica pura Ululse de Vigcnere; cm seu Tratlt dei chiftrer ou Kcriies manJtres tftactirt ( I S 8 6 ) , dia que tais caracteres sao "os mais antigos de todos, c mesmo formados pelo prprio dedo do Soberano Deus". Sob Iodai y RUI IJHTP'" ijucr vjiim miinilcsiiu mi l O n i M B U esse irologismo, que na verdade nao um preconceito e "mi- do que Isto, constituiu o obstculo maior a toda gramato1 U. V. Di.tf mifria uma IIIUKS MIIKUIM para n u MOMHUMKi "a *, iir > m n * U,u, XIX. - pruduilu um * *. d. M>uot_i, daaiuuiii m i i i i n d uiui ui .iiiiuu 111 11ik SOB Hardw) ' . i i-iii>'1n-mi. o iSciilti dn f> andai aitlfrtidn tu (Ibtia n u di i ".< rirp>i-,to (Hiiu dMHIMBai. nanuada ma deuMIck IU* o preBWoia doa

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94

OHAMAIOLOOIA

logia. Nenhuma histria da escritura podia conciliar-s com ele. E inicialmente nenhuma hislria da escritura-mesma daqueles que cegava: o alfabeto, quer seja hebreu ou grego. O elemento da cincia da eritura devia permanecer invisvel cm lua histria, e, privilegiadamente, queles que podiam perceber a hislria das outras escrituras. Assim, no t lurprcendenie que o dCKEiiiiamenio nceciii siga o vir-a-ser-legfvel das escritura oio-ocidentais. No se acciia a historia do alfabeto antes de *e reconhecer a multiplicidade dos siemas de eteritura e d e * lhes designar uma histria, quer se esteja ou nio capacitado a determin-la cientificamente. Hste primeiro 4 HittonfMt umMm L. Co"'* 1

'. Cru * Maiwiiu, 10 a> n o ^ i A n a. \n* o ( L U H Hlimn * Al (oaaw mlyfltli. f. IO <

l> ttUAMArouxiiA

COMO

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FOIITIVA

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.,.fl mau encontro du ktril, qu* pfc-juzlfm [tqerilements tons desagradveis c insuportveis aodilo: pta ioda a diferena du inflesoei da* palavras fez-se, pelo uso. apenas paia evitar cate deleito, t impossvel qua votto autor unha podido remediar eaie inconveniente, fazendo wa gramtica universal para todaa ai eaptciet da naOaa; BOM * que fcil a agiadivei aen noaia lngua rude c insuportvel para 01 alcmlei. c uatm por dlanit." Esta lngua exigiria ademais que te aprendessem as "palavras primitivas" de todas as lnguas, "o que por demais enfadonho". A nlo ser comunicando-as "por escrito". E esla 6 uma vantagem que Descartei nBo deixa de reconhecer: "Poli te para ai palav.-ni primitiva* cidt um ae Ktvir dai de ma lngua, i verdade que nBo lera multo trabalho, mai em compndio *e: entendido aperta por >eu> conterrneot. a no ter que o faa por eterno, quando quem desejar entend-lo ter o trabalho da procurar todaa aa palavraa no dicionrio, o que por demais tn'adonho para aa eaptrai que M lome tnual Portaolo, ioda a iiMljde qw vc|o podei riir ilesia invento pari 1 crliuri: a saber, que cie futwt Impilnur um grinao dKloniiio em todu 11 llnguat em que dricjaite irr entendido, e para cada palavra primiii>i pu-etae caracteres comuns, que respondetiem ao temido e no alilabai. como um meimo carter para amar, amair e QiXtlv; e quem ;iiew CKC dicionrio c ouhee a tua gramtica poderia, procurando um por um todot euet CAracteret. Interpretar em n a Ifnfua o que ntatia stcrilo. M Isio iiru bom apenas pari ler miMcno* t rv:i ' , v poli, para ouuaa coisas, scrli necessrio que nlo se tivesse quaie o que fazer, pari ae dar o trabalho de procurar iodai as nlavrn num dicionrio, e aatim no ve multo uso para isto. Mas pode ter que me enaaiW. E com uma ironia profunda, talvez mais profunda do que irnica. Docaric* designa ao erro postvtl uma outra causa eventual, ulm da nilo-evidencia, d l falta de lenio ou da precipitao du vontade: uma falha de leitura. O valor de um sistema de lngua ou de escritura no se mede segundo a intuio, a clareia ou a distino da idia, segundo a presena do objeto na evidncia. O prprio sistema deve ser decifrado.0

"Mu pode ter que me engane: ipenat >ot desviei eacrevri tudoQue podia confcluiai utbre Bttai aeit propcaicea que nw cnviutci

para que. quando urdi 1 inveneto. pomii diier te bem a decifrei." A profundeza arrasta a ironia para mais longe do que. seguindo o seu autor, ela desejaria ir. Talvez mais longe do que o fundamento da certeza c artes ia na. Depois do que, em forma de adio e de posl-tcripium. Descartes define muito simplesmente o projeto leihniziano.

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0*AMAH*1>on'cn*, e eoloe-kw em ordem, e c i e m acenai diiiinful-loi ite modo a H i r i n clarui e limpteo. o que , a meu ver. o maktr trirredn que De povta ler paia adquirir a boa cincia . . Ora. eu mantenho que esta linciu poHvel. e que w rude achai a c i f t v n de que c l i depende, pelo meio da qual o* camponetci pndeiiam julgar da etdarb dai coiae melhor do que o faicm hoto o* lilAtofoa. Ma. nao cpcrciA i - l . )>ma)B em 11*1; mo prenuncie irandcs miidaixu Da ordem dai coitas, c seria necessrio que o mundo inteiro nao f o t seofio um parafto terrestre, o que s e bom de propor-se no pait doa lomaoceV Lcihniz refere-se expressamente a esta caria e ao princanaltico que neta K formula. T o d o o projeto implica 1 o m posio c m idia.* simples. a nica via para substituir 0 raciocnio pelo clculo. Neste sentido, a caracterstica universal depende em seu princpio da filosofia, mas pode-se empreendera sem esperar o acabamento da filosofia: "Entretanto, embora etia bflcua dependa da indaUeiu fuosofia. (110 depende da uia peifeiiu. iMo f. n t a lincui pode atr f tinta lecidn. embora a filosofia n i o seja perfeita: e. a medida que crescei 1 cncia do bomns. esta lngua tambm crescei!. Aguardando isso. ela K r i um auillio mra"lhoio. tinto pare empregar o que sabemos. v. Julam prefervel reoluilc n canUMo deila duelo: "De wiio. iclv aue * n * n acieMrniai a 1 1 umi Urrado, iamo paia (ompte 11 pelaiii 10 (rlinlirtiB deiu llnpia quino para Min ceiatif-". de moo ow ela r*"*'i> t a ONHI p n w Ittips. t M? p*t K N da oira. me ti eti>Mtima cAfifi rMt* Ti*om 04 rantanhinlm >H* ttydin entrai nn tealrlMi H h - m miMaimin n d b r h i o i amn i i l M I aalm tomo H pude tpienoai *m um dia a 1 1 1 imlni oi naraa aal o mi 1 - .i'i~tln\ numa ilnni* dfimhifl*>. rml-x Mlaa v a i laftnMMt iH painiu adltenica, Qm fulana huai o m-ii tnn ni> iodei n eulfa* pelaaiea ntitraairiu para aiprlmir lodat u nuiraa ixtaa* i|ic taem no iWriw doa hoaieaa. S t te cacomaiae. n b divui me ia uatua e loao i l n w curw pilo uado; poli l n a u i - Wa 1 1 hranani. Mu n%i K M U O QOI t mm "itHi paMaiv aW, tanc 1 P'in -d> i> triMnattrha 1 inoai i Oiaera nHinu apenaa dliUnni>* da modii n . m ranoa a ilmph. i a a 1 M n r . o nt|o| KBieO^ u ia thvaa ur paia aduiaav a h> odfKlm. t tf ilata i>-'w (ipicado bem uii idllx iniai um nn . m-.i r.,6-. U Hemani, dai quali H comede l.dn u v.. ifc. imi>m. IHa low nrello pe* Hdoa. aa oiiMfia eipeiai a iquli um> l - i m anlnnal muaii iAmO#> ae M aprenorr. de m i i r a t i >m*te e. o que I o riiniiral. " luiilliili o ItilM. )>|'a'"Unl (! eu* ila a u o tmpnd

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i tt Ltrl-uisa ((d mffii LcMU NU p r l t l " * *

inoniJHia alMaeM, Mli Mt UMf uao" (III, I, | I).

DA OHAMAIOLOtilA COMO CINCIA K M I T I V A

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" . .01 caracteres chir*c* tio salvei mili tUoaoicoi, c parecem lOnitruMof wW( contidciiifoct maii loultttuiu, de modo ditem ca nmeroi. ordem e relacoee; assim, hj apenas naco. detl|ado> que filo visam * nenhuma semelhana com alguma espcie de corpo". Iilo nSo impede Leibn;' de prometer uma escritura, d l qual chinesa seria ainda apenas o ciboo: "Ewc llpo da clculo daiia ao rneteno tempo umi espcie de tecri uia univaiial, que teiii a vanuaem da doe chi miei. porque iode* a uenderiam em iiuu prprias nxuni. mas qi Mip:rrh inlinliaioenie a chmeu, poli serio possvel aprcndUa em pouca* emane*, lendo o* caracterca bem ligado* segundo a ordem cOMXao dan coliai. enquanto 01 chineses, que llm uni* infiniiUJe ila caratieiea Mfundo a variedade da> m u i precisam da vU de ura tomem pifa iptcndctcm o baaiuiie iu* ncitnifi"". O cooceiio da escritura chinesa funcionava, portanto, como uma espcie de alucinao europia. Isto nto implicava nada de casual: este funcionamento obedecia a uma Necessidade rigorosa. E a alucinao traduzia menos uma ignorncia du qiK UHI dc-onheimento, Ela no era incomodada pelo saber, limitado mas real. de que ento se podia dispor a respeito da escritura chinesa. Ao mesmo tempo que o "preconceito chins". u m "preconcebo hieroglifltrf' produzira o mesmo efeito de cegamento interessado, A ocullaio. longe de proceder cm aparncia do desprezo cinocntrico, toma u forma da admiraflo hiperblica. NSo terminamos de verificar a Necessidade deste esquema. Nosso sculo no est liberto dele: cada vez que o etnocentrismo < precipitado e barulhentamente invertido, algum esforo abriga-se silenciosamente por trs do espetacular para consolidar um dentro c retirar deste algum, benefcio domstico. O espantoso Padre Kirchcr emprega im lodo 0 seu gnio pura abrir o Ocidente a egiptologia", mas a excelncia mesma que ele reconhece a uma escritura "tublime" probe Ioda decifrao cientfica desta. Evocando o ProJro"iiis loprus sive aegyptacui (1636), M. V.-David escreve: "Esta obra . em tal das suas ( - " . o primeiro ih.nifctlo da '"vtniw-jlo caipeoloaica, uma vei gue o nuioe nela Determina Wtvfae Ju 'i.u ttlptia tmlni lendo-lhe do fornecido pui 'i Dtt *(*u*i irtf !i*>i/l". rd Gr/fktlJt T. VII, p. n III-, p. *>. Sftbie tedoi . " pntMamM o D'"d

*"dn Hn.i.fi i nifctio ihi RnumtniD t da w f i i f I I M M I ' f. & 1 UaiiiD. (ifinir. 1104. pp 116161 I I DF. r i u . I I I 1 * DE. * . 4144.

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I.AMA1C1LOOTA

ootru v o Inunimcntc deu docoMna (). O meoitM Ihio dev eirla. contudo, todo prort At doifriio Jo. htcritifo*. t ef. Untua atgypiiaca rnlilula"'*. O procedimento do dcs-conhectmcnto por assimilao tiiiu c iitiui. como no caso de Leihniz. de tipo racionalista c calcuUdor. mstico: "Oi hi*r(lifo*. lt no Ptnd-omm, Blo cfctnamcatc uma erli i' . r-i." no d escritura compenta de lcim% palanai C pari do dH-uiw deleimlnodai. que iiiliumo? cm (ciai So unu ncrimr iiiuiio maii eicelenle. mais sublime e maia pcotima d abstraes, que. por tal enendeamento cmcnboM doi limbulo*. uu v u rquival--r.tr. propAr Je um >CnMlltai ROIIWBI iti .- . 1 -

Sobre O pfOfcfO* eOlltttfXat

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U (,*MATI>I1K.IA I.OMU t l * * C M POSITIVA

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dm p>" Champoion. Poth riit BHCtl BDM n f l n l o sistemtica sobre as relaes cnlre a escritura c a (ala. A maior dificuldade era j conceber, de maneira histrica e sistemtica ao mesmo tempo, a coabilBo organizada, num mesmo cdigo grfico, de elementos figurativos, simblicos, abstratos e foniicoV'. A CINCIA t O NOME DO HOMEM

A gramatologia havia entrado na via segura de uma cincia? A tcnicas de dccifrab. sahe-sf nio cewaram de progredir r m ritmo acelerado". Mas u hitiriui gerai* da escritura, nus quais a prcocupaelo de clasficun siMcrniiicti sempre orientou a simples descrio, permanecero durante muito tempo comandadas por conceitos tericos, que se sente nitidamente nao estarem altura de imensas descobertas. De descobertas que precisamente deveriam ter estremecido os fundamento* mais seguros de nossa conccitualidadc filosfica, inteiramente ordenada com respeito a uma situao determinada das relaes entre hvui e escritura. Todas as grandes histrias da escritura se abrem pela exposio de um projeto classificatrio c sistemtico. Mas poder-sc-ta transpor hoje ao domnio da escritura o que Jakohson dir das lnguas aps a lenialivii lipolgica de Schlcgel: "As i..iriws iic lipoluuu tonMrvirknt dtlisnc mimo tempo um cni&icr (r(cntni)io e pit-tfcnlliv"."" Fnqiumn > claiiilK.'acu p n i lfl dfel llflunt avanava a piSSOi gifutiei o* Irmpo* ainda no Uma maduros r' "" classificao tiw>l(iea" (oj. cfc, p. 69). Uma critica sistemtica dos conceito* nriliados pelos historiadores da escritura nfio pode haver-se seriamente com a rigidez ou a diferenciao insuficiente de um aparelho terico se inicialmente no tiver referenciado as falsas evidncias que guiam o trabalho. Evidncias ainda mais eficazes por pertencerem camada mais profunda, mais antiga e aparentemente a mais natural, a menos histrica de nossa conceitualidadc. a que melhor se subtrai a critica, c inicialmente porque ti suporia, a nutre c a informa; o prprio solo histrico nosso. Em todas us histrias ou tipologias gerais da escritura. encontia-M* por exemplo, aqui ou ali, uma contes* w anloga que fazia dizer P. Bcrgcr. autor, na Frana, da primeira guinde Histria da escritura ia antigidade ( 1 8 9 2 ) : "NaI). Dl. p|> IM-IIT

14. O ' . UrtiituMf, I- tfttufttnrv

Ait U I I ^ I . iv >r. v >>:

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0AMAIOL001A

maior parle dos casta, os fatos nio se onormim a distines que . . . t i o justas apenas em Icoria" (p. X X ) . Ora, tratava-se de nada menos do que das distines emre escritura* ontica c Idcogralka. stlablca e alfabtica, entre imagem e smbolo etc. O mesmo se d com o conceito instrumcniallsta c iccniciita da escritura, inspirado pelo modelo fonetico, do qual so convm, alias, numa iluso teleolgica, c que o primeiro contato com as escrituras no-ocidentais deveria bastar para denunciar. Ora, este instrumental!imo ctli implicado cm toda pane. Em nenhum lugar foi formulado tio sistematicamente, com todas as suas conseqncias, como por M Cohen: sendo a linguagem um "instrumento", a escritura 6 "o prolongamento de um instrumcnto"a. Nio seria possvel descrever melhor a exterioridade da escritura fala, da fala ao pensamento, do significame ao significado em geral. HA muito a pensar sobre o preo que assim paga tradio metafsica uma lingstica ou uma gramatolcgia que se diz, no caso considerado, marxista. Mas o mesmo tributo se reconhece por toda parte: Ideologia logocentrica (expresso pleomUtica); oposio entre natureza e instituio; jogo daa diferenas entre smbolo, signo, imagem etc.; um conceito ingnuo da representao; uma oposio no criticada entre sensvel e inteligvel, entre a alma e o corpo; um conceito objetivista do corpo prprio c da diversidade das funes sensveis (os "cinco sentidos" considerados como outros tantos aparelhos disposio do falante ou do escrcveor); a oposio entre a analise e a sntese, o abstrato e o concreto, que desempenha um papel decisivo nos classificaes propostas por J. Fvricr e M. Cohen e no debate que as ope; um conceito do conceito sobre o qual a mais clssica refl~xo filosfica deixou poucas marcas; uma referida conscincia e inconscinca uuc reclamaria com toda Necessidade um uso maU vigilante destas noes c alguma considerao pelas investigaes que as tomam como tema": uma noo de signo oue I filosofia, a lingstica c a semiologia esclarecem rara c fracamente. A concorrncia entre 4 histria da escritura e u cincia da linguagem < vivida s vezes em termos 25. O. fnti'

o* H l u n U U k COtM citxctA romv*.

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mais dr hostilidade do que de coUboiaO. Supondo-se metimo uue a concorrncia seja admitida. Assim, a respeito d grande distino operado poi J fvricr entre "escritura sioIflitu" "cKrilUtu analiticu", 4-im cuma j rcipeilo da noo de "palavra" que nela desempenha um papel central, o autor nota: "O problema de ordem lingstica, nio o abordaremos aqui" (op.. cf., p. 49). Em outro lugar, a no-comunka II (

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|)A UDAMATOtOGIA COMO QtHCtA l ' i - l t l v

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\1;K no K pode pens-los sem o conceilo, mais geral, de : ,i. E*te 6 irredutvel e inexpugnvel Sc se aceitasse a ,(i arriscada por A. Leroi-Gourhan, poder-*e-ia (alur tk uma "liberao da memria", de uma Mtcriorlzauo do >. comeada desde sempre mas cada vez maior, que. dos piogramas elementares do* comportamentos ditos "instintivo*" ai a constituio doa fiebrica clcunian e d mquina'- i leitura, amplia a diferencia c a possibilidade du estoca sem i mit "i reserve): esta conMi'u c apaga ao mesmo tempo, no m*mo movimento, a subjetividade dita consciente, MU Io/d e seu* atributoa teolgico*. A histria da escritura se erige tobce o (undo da histria dn grafia Corno nvetilura das relaes ciitrc a face t a mo Aqui. ruir uma precnuc&o cuio esquema temos de repelir meesantemenie, mdsemot que a hbtrla da cicritura nlo e explicada a pattir do que acreditamos saber da face e da mAo, ili< olhar, da fula c do gesto. Ao contrario, truin-te do desorganirar eite saber familiar, c de despertar, partir dhlii tu-trfl, B Ultfd dl Bslo I d BkH A I O.-.nmhan descreve a lenta transformao da motrkidade manual que llberlu o iltlcma audlnfonco para a fala. o olhar e a mio para a ucrllura". difcil, cm todas estas descries, evitar a linguagem mccunlclita, lecniclita, ideolgica, no momento exato cm que se (rata precisamente de reencontrar a origem e a poiilhliidudc do movimento, da mdquiaa, da tekhn, da orientao cm geral. Para dizer a verdade, isto no 6 difcil, por essncia Impossvel. E o para todo discurso. De um daeurso a outro, a diferena aqui s pode ser a de modo de hubhuno o interior de umn concciiualidude prometida ou j submetida ao arruinamento. Nela e j tem ela, deve-se tentar aqui rt-apTOnder u unidade do gesto c da fala, do corpo c da linguagem, da ferramenta e do pensamento, ante* de articular-se ti originalidade de um c de o u " " c sem que esta unidade profunda de origem ao confutiontarao. Nlo se deve confundir estas significaoc* originais na orbita dn sistema onde se opem. Mas deve-se, pensando a histria dg sistema, exceder em alguma pane. de maneira exorbitante, o seu sentido c o seu valor. Accdcse ento a eslu represe macio do aUtlirop-i: equilbrio piccirio ligado il escritura manovisual*. Este equilbrio lentamente ameaado. Sabe-te, pelo menos, que "nenhuma alterao maior", gerando um "homem futuro" que '- i. a II a as,* P 1AI ...

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0 BAM ATOtOO IA

n i o mais seria um "homem", "j no pode quase produzir-sc .sem a perda da mo, da entiao c, por conseguinte, da posio erecta. Uma humanidade anodonie e que viveria deitada, empregando o que lhe restasse do membros anteriores para apertar botes, n i o completomeote inconcebvel"". O que ameaa desde sempre este equilbrio confunde-aa com o mesmo que enceta a lintarldcult do smbolo. Vimos que o conceito tradicional do tempo, toda uma organizao do mundo e da linguagem eram solidrio com isto. A escritura no sentido estrito e principalmente a escritura fontica cnraizam-sc num passado de escritura nc-lbear. Foi preciso venci-Io c pude-*;, te assim *c quiser, falar aqui de xito tcnico: garantia uma maior segurana e maiorei pcitibilidades de capitalizao num mundo perigoso e ano tiante. Mas isto n i o se f de uma vez. Instalou-ie uma guerra, e um recalque de tudo o que resistia Imearizao. de incio do que Leroi-Gouihan denomina "mitograma". escritura que soletra seus ilmbolos na pluridimensionalidade: nele entldo no s i sujeito i iucesaividade, & ordem do tempo lgico ou temporalidadc irreversvel do som. Esu pluridimcnsionabdadc n i o paralisa a historia na simultaneidade, ela corresponde a uma outra camada da experincia histrica e pode-se tambm considerar, inversamente, o pensamento linear como uma reduo da histria. verdade que ento seria preciso, talvi/., empregar um outro termo! O de hlstrai foi, sem dvida, associado sempre a um esquema linear do dcscnrolamcnto da presena, quer sua linha relacione a presena final presena originria segundo a reta ou segundo o crculo. Pela mesma razo, a estrutura simblica pluridimensional n i o se d na catcGoria do simultneo. A simullaneidade coordena dois presentes absolutos, dU pontos ou instantes de presena, e permanece um conceito llnearista. O conceito de lintarizaOo muito mais eficaz, fiel e imenor do que os utilizado, habitualmente para classificar iif escrituras C descrever a sua histria (pictograma, ideograma, letra, etc.). Denunciando mais de um preconceito, em particular quanto s relaes entre o ideograma c o pictograma. quanto ao pretenso "realismo" grfico, Lerui-Gourhan lembra ,< unidade, no mitogmma, de tudo aquilo cuja disrupo c marcada pela escritura linear: