Desabafos da Moda - Mundo Universitário Online · ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA DE SETÚBAL De 21...

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[ fugas ] Praga, um verdadeiro encanto a descobrir. P. 15 [ boa vida ] Black & White2, um dos jogos mais esperados do século. P. 9 P. 10/11 Desabafos da Moda Desabafos da Moda Maria Gambina [ formação ] Bolsas para experimentar o ensino americano. P. 8 Director: Gonçalo Sousa Uva | Segunda-feira, 21 de Novembro de 2005 | N.º 26 | Quinzenal | distribuição gratuita | www.mundouniversitario.pt PRÓXIMA EDIÇÃO 5 de Dezembro Os Sherlock Holmes académicos Maria Gambina P. 6/7 [ play ] Os Hands on Approach estão de volta a todo o gás. P. 17

Transcript of Desabafos da Moda - Mundo Universitário Online · ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA DE SETÚBAL De 21...

[ fugas ]Praga,

um verdadeiro

encanto a

descobrir.

P. 15

[ boa vida ]Black & White2,

um dos jogos

mais esperados

do século.

P. 9

P. 10/11

Desabafos da ModaDesabafos da Moda

Maria Gambina

[ formação ]Bolsas

para

experimentar

o ensino

americano.

P. 8

Director: Gonçalo Sousa Uva | Segunda-feira, 21 de Novembro de 2005 | N.º 26 | Quinzenal | distribuição gratuita | www.mundouniversitario.pt

PRÓXIMA

EDIÇÃO

5 de Dezembro

OsSherlockHolmes

académicos

Maria Gambina

P. 6/7

[ play ]Os Hands

on Approach

estão de volta

a todo o gás.

P. 17

[ notícias ]2 | 21 NOVEMBRO 2005

FEUP proíbe fumarCom o objectivo de assinalar o Dia Na-

cional do Não Fumador (17 de Novem-

bro), a Faculdade de Engenharia do

Porto (FEUP), apoiada pela Associação

de Estudantes, decidiu implementar a

medida designada “FEUP Sem Fumo”.

A decisão consiste na proibição de fu-

mar em todos os espaços edificados de

utilização colectiva da faculdade e en-

trou em vigor no dia em causa. Aos fu-

madores restam os espaços exteriores,

numa iniciativa que pretende dar o

exemplo de respeito por aqueles que se

recusam a ser fumadores passivos.

AgendaUniversitária

SETÚBAL ESCOLA SUPERIOR DETECNOLOGIA DE SETÚBALDe 21 a 25 Novembro | 3.ª Edição da Semanada Ciência e da Tecnologia

LISBOAINSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS DO TRABALHOE DA EMPRESA22 Novembro | Percepçõesde justiça social e seuimpacto na legitimação das políticas públicas

COIMBRAUNIVERSIDADE DE COIMBRA(Auditório da Reitoria daUniversidade de Coimbra)29 e 30 de Novembro |Congresso Internacionalsobre Educação,Comportamento e Saúde

PORTOUNIVERSIDADE DO PORTO(Centro de Congressos daAlfândega do Porto)De 1 a 30 de Novembro |Física para o século XXI

COIMBRAUNIVERSIDADE DE COIMBRA23 de Novembro | Melo e Simas: o portuguêsque testou Einstein

A última grande manifestação estudantil realizada em

Lisboa ficou marcada por divergências não só quanto à

forma de protesto, mas também em relação ao próprio

trajecto. | por Diogo Torgal Ferreira

No passado dia 9 de Novembro, teve lugar, em Lisboa, uma

manifestação de estudantes do ensino superior. Com o pon-

to de encontro marcado para princípio da tarde na cidade

universitária, cerca de 2000 estudantes reuniram-se para

dar início a um trajecto que teria como meta o Ministério da

Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, local combinado en-

tre as associações presentes. No entanto, a meio do cami-

nho, um grupo de estudantes decidiu que o local indicado

para finalizar a manifestação seria a Assembleia da Repúbli-

ca (A.R.). Fernando Gonçalves, presidente da Associação

Académica de Coimbra (A.A.C.), explica: «Quando chegá-

mos a Lisboa percebemos que um conjunto de estudantes

não identificados, anónimos, não pretendiam fazer o rumo

combinado e tinham intenção de seguir para a A.R..» Com a

confusão instalada, em relação ao rumo a dar ao protesto

em curso, «os estudantes e as associações presentes se-

guiram para o Ministério e os estudantes do grupo que não

conhecemos seguiram para a A.R.».

Outra situação que marcou a jornada de luta estudantil foi a

ausência de importantes associações académicas como Lis-

boa, Porto, Minho ou Aveiro. Em declarações ao MU, o pre-

sidente da Federação Académica do Porto (F.E.P.), Pedro

Esteves, explicou a posição da sua Federação: «optámos

por não participar nessa manifestação porque defendemos

que esta não era a melhor forma para o início de uma luta.»

E salientou que «deveria ter-se enveredado por uma luta

crescente, baseada em acções de sensibilização descentra-

lizadas, dentro de cada academia, com o objectivo de sensi-

bilizar não só a opinião pública mas também todos os nos-

sos colegas». Apesar de «concordar totalmente com o

conteúdo», o mesmo não se passou com a forma utilizada

para o protesto, adiantando que «só mais tarde é que recor-

reríamos a uma acção de massas como esta, que teve lugar

em Lisboa». Instado a comentar este desacordo de estraté-

gia, Fernando Gonçalves diz: «Respeitamos as posições

das outras associações académicas, mas aquilo que acha-

mos é que o ensino superior nunca esteve tão mal e a

A.C.C. jamais deixará de marcar a sua posição face a mo-

mentos tão críticos como este.» Em causa estão os já cos-

tumeiros cortes orçamentais para o ensino superior e a falta

de condições em certos estabelecimentos universitários.

VIDA MALVADAdiário de um estudante

Mais ou menos há uma semanae meia atrás, acabei por tirar umdia de férias involuntariamente.Propriamente dito, o dia em cau-sa seria para os estudantesfazerem uma manifestação, qual-quer contra os cortes orçamentaispara o ensino superior ou coisaparecida. Nem sei bem ao certo.Ainda cheguei a apresentar-meno ponto de encontro com inten-ções de acompanhar solidari-amente o evento, mas quandocheguei vi que aquilo era muitaconfusão para a minha cabeça...e eu não me dou bem comconfusões. Além disso, quandopercebi que nem em relação aotrajecto da passeata havia acordoentre os líderes (será que esta é adesignação certa??) decidi deimediato pôr em prática o planoB. Numa situação destas ou setem na manga o imprescindívelplano B ou corre-se o risco deandar a pé pelas ruas de Lisboa agritar palavras de ordem semperceber bem porquê. Comigonão. Quando grito alguma coisagosto de saber exactamenteporquê e para isso basta-me ir aofutebol aos domingos (os árbitrosafinal servem para alguma coisa). Disfarçadamente, executei umabelíssima saída à francesa emeti-me no metro em direcção àBaixa. Sendo que era princípio domês e estava um dia bem bonito,decidi que era dia de dar umasvoltas e gastar umas coroas.Almocei um belo bitoque acom-panhado de duas fabulosas im-periais e estava preparado paraver uns discos e uns DVD.Depois de umas boas duas horase meia a vasculhar decidi-mepelo No Direction Home, novodocumentário do Scorsese sobreSua Alteza Real Bobby Dylan, epelo último álbum do KanyeWest. A vontade pedia mais emais, mas não é só no ensinosuperior que tem havido cortes deverbas. Durante o resto da tarde (já comKanye no discman) ainda sentialguns pequenos acessos dearrependimento por não teracompanhado a manif, mas rapi-damente qualquer remorso sedesvanecia. Eu não devo nada aninguém e mais... é sempre emsituações destas que penso quenão há nada melhor no mundo doque ser estudante. A partir domomento em que as tuas únicasreais responsabilidades são paracontigo próprio, aí sim, ésrealmente livre.

Gustavo [email protected]

www.vidamalvada-diariodeumestudante.blogspot.com

Manifestação divide universitários

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No seguimento da queixa de uma estudan-

te de Bragança, alegadamente vítima de

uma praxe abusiva, o Ministério da Ciência,

Tecnologia e Ensino Superior, na pessoa do

ministro Mariano Gago, decidiu denunciar

o caso à Procuradoria-Geral da República

(PGR). O MU deu poder à palavra a Ricardo

Moreira, membro do “Movimento Anti Tra-

dição Académica” (M.A.T.A.).

Mundo Universitário | Mais uma vez há

relatos de excessos na praxe académica,

como vês a situação?

Ricardo Moreira | Este caso em particular é

curioso, porque o director da escola diz que

nem sequer houve praxe. Estamos a falar de

alguém que entra na faculdade e é abordada

por gente fardada com o objectivo de exercer

uma coacção simples e pura. As consequên-

cias depois são como as que sucederam com

essa aluna que está a tomar antidepressivos

e recusa-se a sair de casa.

MU | O M.A.T.A. recusa toda e qualquer

praxe?

RM | As praxes não são uma coisa boa. É

uma prática que fecha a universidade à plu-

ralidade e à sociedade civil. Queremos a uni-

versidade para todos e todas. As praxes são

formas de coacção e ferramentas desinte-

gradoras que criam um elitização inadmissí-

vel. E quando eu falo aqui em praxes, falo

daquelas práticas inocentes aos olhos da

maioria das pessoas. Já as chamadas “pra-

xes violentas”, isso para nós constituem sim-

plesmente casos de polícia e devem ser tra-

tadas como tal.

MU | Qual tem sido o papel dos dirigentes

universitários em relação à questão?

RM | Muitos são os casos em que dirigentes

do ensino superior, em vez de protegerem os

alunos vítimas de abusos, preferem bran-

quear comportamentos de maneira a salva-

guardar o bom nome das instituições.

Por onde andam os nossos delegados? Atentos, atentos! Na próxima edição, atribuímos o pré-

mio ao delegado do mês de Novembro. A surpresa vai ser bastante agradável! Colaborem con-

nosco, esforcem-se por ser os melhores!

PASSATEMPO

4 | 21 NOVEMBRO 2005

A desesperante teoria da ignorância

[ poder à palavra ]

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BLÓGAMOS & AFINS

Envia a tua opinião para

[email protected]

Há uns tempos atrás foi-me proposta a escri-

ta de um conto a partir de uma frase. A frase,

de Jorge de Sena, dizia: «Quando acordou

foi como se não tivesse dormido», da obra OFísico Prodigioso. Como se tratava da parte

integrante de um exame de frequência, e por-

que a criatividade tem destas coisas, preci-

sei de concentração e espaço, comecei logo

o texto com a dita sintaxe verbal, para depois

ter mais tempo para desenvolver ideias sem

ter de estar a cogitar onde colocaria as ditas

palavras. Da reflexão saiu uma história de

um homem que, confirmando

o fim do mundo através de

notícias recebidas pela

comunicação social, entrou

em estado de transe na

busca da verdade. A sua ati-

tude foi, para além de escra-

vizar sexualmente a mulher,

o que também revela a mani-

festação do instinto que

supostamente se revelaria

em situações limite, pegar em

todos os livros que achou fun-

damentais e que ainda não

tinha lido e partir nessa

busca, com a finalidade de

morrer descansado. Leu de tudo e mais algu-

ma coisa, com avidez impressionante, tor-

nou-se um maratonista literário sem prece-

dentes, não pensava em mais nada se não

em encontrar a dita verdade, mergulhou lite-

ralmente. O que aconteceu no fim da histó-

ria foi que, ao aperceber-se de que a sua tare-

fa iria ser ingrata e inalcançável, o homem se

suicidou antes de chegar o anunciado fim do

mundo. Chegou à conclusão de que era

impotente, uma migalha, jamais teria tempo

de ler o que quer que fosse em relação à ver-

dade, a não ser que se limitasse a si próprio,

que se tornasse um analista parcial.

Serve esta alegoria para ilustrar o estado de

alma por que às vezes passo. Tendo lido

sobre o tempo, ensaio feito por um literato

“amigo”, se assim lhe posso chamar (ainda

estou à espera da partida de ténis, mas a

gente cá se encontra com certeza), confirmei

aquilo que evitava, talvez o conteúdo do

conto fosse já uma manifestação incons-

ciente dessa preocupação latejante. Deste

modo, não sei se lhe agradeça ou se lhe peça

que me faça esquecer o que

escreveu e que me indique

as obras que falam no tema,

porque não quero saber de

mais nada disso ou, ao

invés, investigue, eu dou

uma ajuda, no sentido de

conseguir relativizar o

tempo, para que alguém

alguma vez consiga morrer

satisfeito.

Fazendo os meus cálculos,

tenho trinta e um anos, se ler,

vamos ver, na melhor das

hipóteses, cem livros por

ano (o que não acho credí-

vel porque também tenho mais que fazer,

amor por exemplo), e admitindo que ainda

tenho cinquenta de vida, acabo a vida com

24.500 obras lidas. Ora, esse deve ser

aproximadamente o número de edições

que surgem anualmente no globo terrestre,

o que me faz acabar a vida com um atraso

de 24 500 obras. Desesperante.

Assim, faço o único acordo possível comigo

mesmo, não me preocupo mais com isso,

nunca mais, e reservo-me ao direito da igno-

rância para evitar o suicídio!

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Abusos na praxe

Nuno Canteiro quer partilhar os seuspensamentos sobre a actualidade comtodos em: http://picturedwords.blog-spot.com. Fica aqui um pequeno excerto deum post que ele adverte andar a causarpolémica.

Título: Dicionário da Língua PUTOguesa

«Talvez por ser perfeccionista, talvez porser minucioso, talvez por ser um crítico, oupor qualquer outra razão que me escapa demomento, se há algo que me irritaseriamente é a forma como putos, dreads,pitas, ou até "graudagem" ultimamente têma mania de escrever. Consigo perceber porexemplo que "mt = muito", "pq = porque", "ñ= não", "cm = como", ou até mesmo que"apntmts = apontamentos", entre outros,devido à conveniência abreviaturial, masé-me impossível perceber a lógica do usode "k" como abreviatura de "que", "nk" de"nunca", "ktg" de "contigo", "axu" de "acho",na medida em que por exemplo o "k" nemé um caracter do nosso abecedário, e para"acho" quando muito usar-se-ia "axo", masnunca "axu", e para "que" usar-se-ia "q"mas nunca "k". Será que em breve surgirão

abreviaturas de palavras portuguesas comcaracteres chineses, hindus, ou egípcios?A minha dificuldade é ainda maior no quediz respeito ao entendimento de coisascomo: "bjinhuxxx gandx = beijinhosgrandes", "fk beim = fica bem", "oix linduh= oi lindo", e demais aberrações que aoinvés dos primeiros exemplos, acabam poraumentar o número de letras. EH MUINTOFIX XCREVER AXIM, NAUM E PUTUS?!Sinceramente!!! Pior é que não só pessoasdos 16 anos para baixo escrevem destaforma como também crianças dos 25 paracima. Qualquer dia vou eu a passar poruma qualquer feira do livro e tropeço numdos milhares de dicionários duma qualquereditora "underground" intitulado "Dicionárioda Língua PUTOguesa".»________________________________

Continua a enviar blogues marados ou sites interessantes da tua autoria

ou nem por isso. O Mundo Universitário divulga!

António Rui Melro já era conhecido naFaculdade de Engenharia da Univer-sidade do Porto (FEUP),onde se licenciouem En-

genharia Mecâni-ca, mas recentemente a

sua popularidade quase entrou em órbi-ta, como o satélite que ajudou a construir.O lançamento do SSETI EXPRESS (Stu-dent Space Exploration and TechnologyInitiative), no passado dia 27 de Outubro,justificou o interesse no jovem de 24anos, que assistiu ao grande momentona faculdade, rodeado por colegas, pro-fessores e jornalistas. «Como a minhaparte é estrutural e tem de passar por tes-tes específicos antes do lançamento, jásabia que ia correr bem», conta, num tomdivertido, para admitir logo em seguidaque não houve garantia de teste que lheconseguisse amenizar um certo «nervo-so miudinho».

| Trabalhos e objectivos |A ideia de construir o satélite partiu daAgência Espacial Europeia (ESA), queenvolveu nove países, 23 universidadese cerca de uma centena de jovens inves-tigadores. António foi um deles.Para que serve o satélite, é a perguntaque se põe. «A sua primeira missão éeducacional, é ajudar os universitárioseuropeus nas suas diferentes áreas»,esclarece. Da mecânica à electrotécni-ca, passando por Direito, já que há con-tratos de lançamento para tratar, todosforam chamados a dar uma mãozinha. Ametodologia encontrada foi simples.Cada grupo ficou com um determinadosubsistema a seu cargo, e foram trocan-do impressões entre via internet e nosencontros organizados de seis em seismeses. Um ano e nove meses depois aobra estava concluída. «Eu tinha de garantir que a estruturasobreviveria ao lançamento», conta o

jovem engenheiro. E não se deu nadamal na missão que assumiu praticamen-te sozinho, já que os dois colegas comquem começou a colaborar terminaramas licenciaturas mais cedo e acabou porficar uma ano inteiro por sua conta, «fi--lo todo, de cima a baixo».Para além da vertente pedagógica oSSETI EXPRESS também levou objec-tivos técnicos para a sua órbita, que pas-saram pelo lançamento de três satélitesmais pequenos, para captação de ima-gens do hemisfério norte, assim como ainstalação de um conjunto de receptores--transmissores que os radioamadorespodem utilizar para comunicar entre si.

| Experiência para a vida |Acabadinho de defender o projecto finalde licenciatura, precisamente sobre oSSETI EXPRESS, os 17 valores finaispermitiram-lhe “saltar” directamente parao doutoramento na mesma área. A tese

vai ser sobre EngenhariaMecânica: a análise numérica de mate-riais compósitos avançados, como fibrasde carbono ou fibras de vidro, cuja prin-cipal aplicação é no aeroespacial. Tal nãoimpede que continue disponível paraassumir o papel de “pessoa que tira asdúvidas” aos estudantes que já estãoempenhados na construção de novossatélites, num projecto que continua a ser

incentivadopela ESA.

A grande liçãoque ficou? «Hoje

vivemos num mundoem que não é possível

olharmos só para dentro dopaís, seja Portugal, os Estados Unidosou o Japão. Vivemos num ambiente glo-bal e temos de cooperar com outrospovos que possuem tecnologias econhecimentos diferentes. É preciso tra-balhar em conjunto para atingirmos osobjectivos». Talvez por isso assuma quetanto se vê a trabalhar em Portugal comono estrangeiro, desde que seja em inves-

tigação ou numa empresa de tecnologiade ponta. Quanto à situação da investi-gação em Portugal, é optimista: «pode-mos não ter o mesmo número de mes-trados ou douturados que a Dinamarcaou a Noruega mas também somos capa-zes de formar astro-físicos capazes deatingir resultados como em qualqueroutro país».

Carreira de investigação

6 | 21 NOVEMBRO 2005

António Melro acabou de dar o primeiro passo no caminho da investigação. Integrado numa larga equipa deestudantes europeus, ajudou a construir o Satélite SSETIEXPRESS. Já Tatiana Moura, em pleno trabalho decampo no Rio de Janeiro, encontra-se a recolhertestemunhos para analisar o papel das mulheres nofenómeno de violência a que se assiste na cidadebrasileira. Ele é do Porto e trabalha em ciênciasexactas, ela é de Coimbra e investigafenómenos sociais. Os dois são bonsexemplos de sucesso e dedicação. E porquenão seguir a área de investigação? | porRaquel Louçã Silva

[ flash ]

OsSherlock

Holmes

académicos

António Rui Melro e aprova da sua colaboração

no SSETI EXPRESS

| 721 NOVEMBRO 2005

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Tatiana Moura estava a terminara tese de mestrado em Coimbra,uma análise crítica sobre o papeldas mulheres nos processos dereconstrução pós-bélica, quando,numa pesquisa na internet, des-cobriu a ONG brasileira Viva Rio(um movimento que surgiu no iní-cio dos anos 90 e que tem um tra-balho activo na promoção dosdireitos humanos, em questões dedesarmamento da população e nareforma das políticas de seguran-ça pública). Apanhou um avião, foiter com as responsáveis ao Rio deJaneiro e começou aí uma parce-ria que agora funciona no trabalhoque está a desenvolver no Brasil:«Mulheres e meninas em contex-tos de violência armada: um estu-do de caso sobre o Rio de Janei-ro.»Ela e a jurista Carla Afonso, ambasdo Núcleo de Estudos para a Pazdo Centro de Estudos Sociais, daUniversidade de Coimbra, cruza-ram o Atlântico, porque «no Riosão os jovens do sexo masculinoquem mais mata e mais morre,portanto a maioria dos estudoscentram-se neste grupo de risco.Por isso queremos chamar a aten-ção para o papel de agente de vio-lência, de vítima, e de figura quereage contra a violência, dasmulheres. Como elas não são oprincipal grupo associado ao fenó-meno, as suas necessidades nãosão escutadas, consequentemen-te, não são tidas em conta nos pro-gramas e políticas adoptadas»,explica.

| Mulheres e violência |Oficialmente, começaram a de-senvolver o projecto em Feverei-ro. O final está previsto paraMarço próximo e, entretanto,estão desde Julho no Brasil adesenvolver trabalho de campo.No dia em que nos contou a suaexperiência ao telefone, Tatianajá tinha entrevistado duas mãescujos filhos foram chacinados emzonas pobres da cidade. Vão ter com mulheres que sãoagentes de violência e fazementrevistas em prisões de segu-rança máxima feminina. Aplicamquestionários nas nove delega-cias da mulher que existem noRio, onde as mulheres apresen-tam queixa de maus tratos em

casa. Vão ter com as mães devítimas de violência que criammovimentos e ONG em algumascomunidades e entrevistam ain-da mulheres que trabalham naárea das políticas de segurançapública. Em todos os gruposTatiana encontra uma caracte-rística comum: «a vivência numcontexto de extrema desigualda-de social, em que há uma demo-cratização de expectativas, todaa gente tem televisão e acesso àpropaganda de determinadosbens de consumo, num país quetem uma das mas elevadas taxasde desigualdade do mundo».

| Levar o caso à UNESCO |A publicação de um livro com todaa informação que vão recolher éum objectivo definido. A investiga-dora alerta, no entanto, que setrata de um «projecto de investi-gação-acção». Para além de pro-duzir conhecimento estatístico,tencionam levar a informaçãopara as Nações Unidas, que têm

um projecto sobre armas ligeirasa partir de Janeiro de 2006, emque a questão das mulheres emcontextos das armas de fogo é umitem pertinente.Os apoios do projecto vêm daFundação Ford (Brasil e Nova Ior-que) e de um programa da UNES-CO. Tiveram de recorrer a finan-ciamento externo porque «emPortugal as fontes de apoio pas-sam muito pela Fundação para aCiência e Tecnologia, o financia-mento é estatal, e muitas vezespassamos por grandes cortesorçamentais que condicionam ainvestigação que é feita». Umaquestão problemática já que «hámuitos jovens que têm vontadede fazer da investigação a suavida, mas não existe uma estru-tura de apoio, por isso muitosacabam por ir para o exterior.Impedir a fuga de cérebros parao exterior e atrair os que estãono exterior para voltarem tem deser uma prioridade». Fica o aler-ta.

Tatiana Moura e as favelas do Rio de Janeiro, um dos locais onde se desenvolvem os focos de violência que estuda

«Há muitos jovens que querem fazerda investigação a sua vida, mas não

existe uma estrutura de apoio»

Com oportunidades tanto para estu-dantes como para professores, e umaoferta de bolsas para mestrados edoutoramentos nos Estados Unidos, oPrograma Fulbright tem a vantagem detratar de todo o processo de candi-datura. De acordo com Paulo Zagalo eMelo, director executivo da ComissãoFulbright, em Portugal, «o candidato temo processo de candidatura todo or-ganizado pela comissão». O que não éum processo simples, já que há umasérie de detalhes que o jovem nãocompreende bem, fica muito maisfacilitado. O facto leva, inclusivamente,antigos bolseiros a afirmar que mesmoque a Fulbright não colaborasse eco-nomicamente, continuaria a ser umaboa escolha pela maneira como or-ganiza tudo, e sendo o programareconhecido pelas universidades a-mericanas «o estudante concorre comcarimbo de qualidade». Para umcurrículo é um nome de peso.E quando o bolseiro volta ao seu paístem um grau de reconhecimentoelevado pela facto de ter estado emuniversidades «como por exemploHarvard, Stanford, Burkley, reconhe-cidas em todo o mundo».

|A quem se destina|Não existindo contratos fixos comfaculdades, as bolsas adequam-se aqualquer jovem licenciado. Em Portugaljá «todas as universidades públicas e auniversidade Católica já tiveram bol-seiros Fulbright. No total, já vamos em1100 portugueses que foram para osEstados Unidos com bolsas Fulbright»,conta Paulo Zagalo Melo.Despreocupem-se os que não têm umagrande média porque, de acordo com aComissão, não é esse o critério deselecção que mais conta, mas ointeresse e a motivação do aluno. «Oempenho está acima de tudo, é isso que

faz de um estudante umbom aluno», até porque aforma como as notas sãolançadas nos EUA e emPortugal são completa-mente diferentes. Daí que

as universidades americanas não olhemprimeiro para a média do candidato àbolsa, mas para o seu perfil.

| Aluno VIP |Quem quer ser bolseiro Fulbrightconvém, antes de mais, estar conscientede que nos EUA «a universidade estátoda orientada para o aluno em termosde serviços administrativos e de corpodocente, o que não acontece emPortugal, onde o professor muitas vezestem maior importância». Conta PauloZagalo Melo que nessa lógica o melhoraluno é aquele que está mais motivadoe que produz trabalho de maiorqualidade. Quem for com esse espíritopode esperar «grande reconhecimentodos professores, que costumam en-volver-se com frequência em projectosde investigação de grande importância esão inclusivamente capazes de enviarum aluno no seu lugar às conferênciasmais importantes», até mesmo a maiorparte das aulas é dirigida pelos alunos.Em contrapartida. exige-se que osestudantes trabalhem a tempo inteirocom dedicação e bastante empenho.«Num mestrado, a quantidade de horasde trabalho envolve um mínimo de 40 a50 horas por semana, nas alturas boas,depois temos as alturas más em que sevai um bocadinho além disso. É um fulltime job ser aluno nos Estados Unidos». Mas, mesmo com essa diferença, quese pode tornar assustadora, estáprovado que não é intimidante para osestudantes portugueses que «conse-guem subir ao nível exigido pela uni-versidade e são em geral exelentesalunos no meio académico americano».

[ formação ]8 | 21 NOVEMBRO 2005

Criado em 1946 pelo Senador J. William Fulbright, com o objectivo de estabelecer um intercâmbio cultural entre alunos e professoresamericanos e de vários partes do mundo, o Programa Fulbright oferece bolsas de estudo de qualidade e prestígio, nas melhores universi-dades americanas. | por Sofia Pinto Leite

Duas culturas, uma oportunidade

Bolsas

| Para alunos |

Bolsa Fulbright/ Portugal Telecom para Mestrado emEngenharia deTelecomunicações

- Área de Engenharia de Telecomunicações- http://exchanges.state.gov/education/fulbright/list.htm

Bolsa de Investigação Fulbright/ Fundação Luso-Americana

- Todas as áreas. - http://exchanges.state.gov/education/fulbright/list.htm

Bolsa Fundação Luso-Americana/ Fulbright para Doutoramentos

- Todas as áreas. - http://exchanges.state.gov/education/fulbright/list.htm

| Para professores e investigadores |

Bolsa Fulbright/ California State University em Stanislaus

- Áreas de História de Portugal, Economia, Gestão Internacional, Geografia, Antropologia.

- http://exchanges.state.gov/education/fulbright/list.htm

Bolsas Fulbright para Professores e/ ou Investigadores com Doutoramento

- Todas as áreas.- http://exchanges.state.gov/education/fulbright/list.htm

Bolsa Fulbright / Instituto Camões

- Áreas de Linguística, História, Sociologia, Literatura, Ciência Política, Relações Internacionais, Formação à Distância

- lhttp://exchanges.state.gov/education/fulbright/list.htm

Bolsas Fulbright para Instituições Portuguesas de Ensino Superior eInvestigação

- Todas as áreas.

Bolsas Fulbright/ FLAD para Universidades Portuguesas

- Todas as áreas.

Bolsa Fulbright Senior Specialists

- Áreas de Administração Pública, Antropologia, Arqueologia, Ciência Política, Ciências do Ambiente, Ciências Documentais, Comunicação e Jornalismo, Direito, Economia, Educação, Estudos Americanos, Estudos da Paz e Resoluçãode Conflitos, Gestão, Planeamento Urbano, Saúde Pública, Serviço Social, Sociologia, Tecnologias da Informação.

Sites para mais informações e candidaturas: www.fulbrightcenter.org, www.bolsasfulbright.org, www.gradschools.org e www.phds.org

Era um dos jogos mais esperados doséculo. Ao contrário de outros grandescriadores como Will Wright (The Sims) ouSid Meier (Civilization), Peter Molineuxnão tem por hábito desenvolver sequelas,o que o coloca em clara desvantagemface aos seus pares. Ou haverá melhormaneira de aperfeiçoar e rentabilizar umjogo? Desta feita, porém, o estrondososucesso do original, expresso pelos 2,5milhões de cópias vendidas, obrigou-o aentregar-se a uma sequela. Estudosnorte-americanos indicam que 75% dosque compraram Black & White2 não eramjogadores habituais. Mas, ainda assim, aLionhead insistiu em simplificar ainda maisa interface do jogo, em torná-lo ainda maisvisualmente apelativo e reactivo aosestímulos dos jogadores.

| Deus seja louvado |Para os menos familiarizados com estapérola da indústria do entretenimento,Black & White2 coloca-nos a desempe-nhar o papel de um todo-poderoso deus,que, como qualquer outro, se dedicaa satisfazer as necessidades

dos seus discípulos, no caso não sóespirituais. E construir as infra-estruturasdas suas cidades, satisfazer osseus desejos de requinte edestacá-los para diferentestrabalhos são apenas algumasdas nossas obrigações en-quanto entes supremos. Alémda mão que nos representana Terra – na imagem dacapa –, impomos ainda anossa lei através de umacolossal criatura (macaco,leão, vaca, entre outras). Alinearidade com que asnossas acções se repercutiam nodesenrolar do jogo, enquanto praticá-vamos o bem ou o mal (Black or White) éagora substituída por uma maior va-riedade de hipotéticos cenários. Se, porexemplo, nos dedicamos à construção deuma cidade próspera, facilmente im-pressionamos os habitantes das proxi-

midades, que depressa se des-locam para os nossos domínios

e nos ajudam a prosperar,adorando-nos. Se nos en-

tregamos à constitui-

ção de um poderoso exército e optamospor marchar pelas redondezas afora,tomando à força tudo o que nos rodeia,

o mais provável é começarmo--nos a aproximar do ladonegro, enquanto a preocu-

pação com a criação de es-truturas cívicas nos aproxi-

ma do bem. Mas nada nosimpede de, ao mesmo tempo

que nos preocupamos com obem-estar do rebanho, de

quando em vez, investirmosnumas pilhagenzitas, optando

por um caminho intermédio.Também as batalhas em B&W2

funcionam de forma simples,dependendo mais do número de efectivose das condições do terreno do que dequalquer complexa táctica como emmuitos jogos do género.

| Assim na Terra como no céu |Com mais frequência do que lançamospragas ou provocamos rios de sangue (oudesta vez, até transformamos o dia emnoite), o jogo empurra-nos para as preo-cupações com as necessidades dos nos-

sos crentes, fazendo com que muitas ve-zes, no lugar de deus, nos sintamos maiscomo autênticos presidentes de câmara. Equanto à criatura que nos personifica naTerra, essa continua a desempenhar umpapel de extrema importância, colhendotrigo, dizimando inimigos e incendiando assuas instalações. E as suas expressões einteligência artificial estão agora mais bemtrabalhadas do que nunca, não sendo porisso de admirar que passemos grande par-te do tempo a domesticá-la, acariciando-acom festas quando lhes são devidas oucastigando-a com autênticos arraiais de ta-befes quando o seu comportamento nãonos dignifica. As nossas opções também sefazem notar em termos visuais. Black??!!Então não se admirem de que tudo à vossavolta se torne sombrio, cinzento, deprimente,assustador. White??!! Nesse caso o maiscerto é rapidamente se verem rodeados detudo quanto é vegetação, verde, vivo e apa-ziguador. Não é por tudo isto de admirar queo som acompanha a boa forma verificada nosrestantes sectores de um jogo que merecea etiqueta de obrigatório para todos, até

para os simples curiosos destasandanças.

| 921 NOVEMBRO 2005

Nas nossas mãos o futurode uma civilização. A bemou a mal, traçamos odestino de milhares decriaturas, bricando aosdeuses. | por Miguel Aragão

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Guerra e Paz

| Mundo |

Gráficos – 9.5 | Cenários deslum-brantes à distância e que se aguentamem pormenor ao grande zoom dis-ponibilizado.

Som – 8.7 | A música e o somambiente oferecem uma excelentemoldura para o desenrolar da acção.As vozes acompanham o nível.

Jogabilidade – 9.2 | As criaturas sãoum mimo de controlar e tudo o resto,com a prática, funciona de formasimples e intuitiva.

Longevidade – 8.9 | Será difícilcansarem-se de Black & White2. Horase horas garantidas de pura diversão.

Total: 9.3

Mundo Universitário | Ser estilista éum sonho de menina?Maria Gambina | Não. Aconteceu poracaso. O meu primeiro sonho foi serprofessora de ginástica e no 10.º anoescolhi a área de desporto, mas depoisdetestava biologia e fui para a área dedesenho. Embora diga que não tenhomuito jeito, se a professora pedia para aturma a desenhar, enquanto os outrosalunos faziam uma senhora eu dese-nhava uma senhora com uns sapatos e ovestidinho que ela trazia. E sempre pinteimuito bem. Quando acabei o 12.º ano,como não tinha a certeza se tinha média,para além de concorrer às Belas Artestambém concorri ao CITEX [Centro deFormação Profissional de Indústria Têxtil,onde actualmente lecciona a disciplinade design de moda] e acabei por entrarnas duas. Durante um ano fiz design demoda no CITEX durante o dia e à noitefazia pintura nas Belas Artes. Masdetestei as Belas Artes, detestei osprofessores e, principalmente, a ten-dência da arte ter de ter uma jus-tificação, de nada ser genuíno, e opteipelo CITEX.

MU | Como é que era a Maria Gambinaestudante?MG | Nunca fui uma aluna muito aplica-

10 |[ ídolos ]

21 NOVEMBRO 2005

da, mas tinha a felicidade de não precisarde estudar muito para tirar boas notas.Lembro-me que na disciplina de designde moda não era propriamente muito boaaluna, porque não desenho muito bem emuitas vezes os professores têm a

tendência de avaliar os trabalhos pelailustração. Onde acabava por justificarmais o meu trabalho era nas plani-ficações dos croquis técnicos ou mesmoquando a roupa era feita. Durante os trêsanos, fui aluna de 11, 12 e só no trabalhode fim de curso, em que fizemos a roupae tivemos de organizar um desfile é queeu fui a melhor, porque estava ali tudofeito, não era no papel.

MU | Se tivesses de conceber umnovo traje académico, como é queseria?MG | Não sei, nunca pensei nisso. Devehaver justificações para a capa e paraaquelas fitinhas todas, mas como eu nãoconheço não critico nem deixo de critcar,acho que as pessoas são livres de usarou não. A única coisa que eu critico emrelação às universidades são as praxes,acho que são feitas por pessoas mesmomuito frustradas, que gostariam de man-dar e se aproveitam da situação.

MU | Ainda estavas a estudar quandoparticipaste no Concurso JovensCriadores?MG | Sim, tinha 21 ou 22 anos. Lembro--me perfeitamente do trabalho porquepeguei no logótipo da Galp, que tem asminhas cores, o azul e o laranja, e em

«De repente estou a ouvir uma música e vejo o desfile»

Maria Gambinaabriu as portas da sua loja, no Porto,e convidou o MU para conhecer o seu percurso. Desde os tempos em que se escondia atrás de umascalças cinco tamanhos acimado seu até ao estilomais sofisticado,que prefere actualmente. Umalógica pessoal quetambém se revelana roupa que cria. Nina Simone, quegostava de ter vestido, já não está entre nós, mas está certamente nas noites de música com quea Maria Gambina DJbrinda o seu público. Discreta e segura.| texto Raquel Louçã Silva| fotos Nuno Guimarães

«A única coisa que critico em relação às universidades são as praxes»

vez de escrever o nome da marca com olettering característico, escrevi Gambina.Peguei em T-shirts laranja com o letteringa branco e a azul e fiz uma espécie decamisolas de futebol com o colarinho emV e outras com gola de cetim. Era tudomuito hip-hop... tudo muito camuflado.

MU | Chegaste a ser seleccionada pararepresentar a comitiva portuguesa naMostra Internacional...MG | Sim, mas nesse ano a mostra foi emLisboa. Foi mesmo azar (risos), em vezde ir a Itália ou a outro lado qualquer, aca-bei por ir a Lisboa (risos).

MU | Foi o teu primeiro grande passo?MG | Não, isso não... foi um dos passos.O grande passo acho que foi o concursoSangue Novo da Moda Lisboa [recebeu oprimeiro prémio com a colecção Outo-no/Inverno 92/93 e passou a ser presen-ça regular no evento].

| Estilos e inspirações |

MU | Fala-nos dos diferente estilos devestir que adoptaste ao longo da vida.MG | A minha mãe diz-me que quando euera miúda gostava muito de andar comvestidinhos de golinha branca (risos)... foia altura em que ela gostou mais de mim.Depois passei à fase em que comecei aescolher as minhas coisas e lembro-meque durante muitos anos só usava calçasde ganga Levi’s cinco tamanhos acimado meu, a caírem-me pelo rabo abaixo, eandava sempre de T-shirt branca comblusões de cabedal preto e de Dr.Martinez. Não era punk nem rock a billyera assim uma mistura... aquela ondaJames Dean, Marlon Brando. Tenho umamigo que dizia que eu era umasportswear muito feminina, porqueapesar da calça muito descida a T-shirtera justinha ou decotada e punhabrincos de pérolas, como se usava nosanos 80. Pintava o cabelo, fazia franja,tirava franja, tinha imensos piercings.Desde que a Madalena nasceu [a filha,de 3 anos] sinto que comecei a ter maissegurança em mim… tenho vontade deme vestir melhor, de pôr um sapatoalto, de andar de saia, gosto imenso deandar de saia, apesar de hoje por acasoestar completamente com um estilo 18anos (risos)… sinto que agora me cuidomelhor.

MU | A maneira de vestir é uma formade afirmação?MG | Acho que sim, tem a ver com anossa segurança interior. Quando mevestia mais de calças de ganga e todarota, embora na altura ninguém andasseassim, sentia-me protegida, ninguémolhava para as minhas formas nem mechamava boazona (risos). Hoje tenhovontade de que as pessoas olhem paramim e digam: «Já tem 36 anos mas estámuito bem». Não é para mostrar, mastambém não é para esconder.

MU | Eras capaz de vestir qualqueruma das peças que crias?MG | Não. Apesar de gostar muito de to-das elas. Como agora estou um boca-dinho mais sofisticada já visto maiscoisas minhas. Ainda no outro dia à noitefui ver um concerto e tirei uma das saiasde franjas que tenho aqui. Claro quedepois adaptei ao meu estilo, não puscom saltos altos mas com umas botas euma T-shirt.

MU | Isso significaque crias a pensarno outro…MG | Não. Eu crio pa-ra mim, para contaras minhas histórias,nunca penso na pes-soa que vai vestir.

MU | Como é que seconta uma históriadesenhando umapeça de roupa? MG | Normalmentetenho de ter sempreuma música que meembala o trabalho,que cria uma at-mosfera e me permi-te logo visualizar seas coisas vão ser volumosas, escuras ouclaras, divertidas ou mais frias. Quasenunca utilizo essa música no desfile, mascomeça sempre por aí. De repente, estoua ouvir uma música e vejo o desfile. Jáaconteceu haver colecções em quedemorei imenso tempo a desenhar,porque não havia nada que me ins-pirasse.

MU | Quanto tempo demora prepararum desfile para a Moda Lisboa?MG | Para não haver falhas, o ideal seriatrês meses, um para desenhar, outro paramodelar e o último para confecção.

MU | Um mês é suficiente paraidealizar e desenhar tudo? MG | Sim, eu até já desenhei uma co-lecção num fim-de-semana.

MU | Em quantos pormenores épreciso pensar?MG | Nunca desenho peças soltas,desenho sempre como se o manequim jáestivesse a entrar na passerelle, pensonos cabelos, maquilhagem, sapatos, porisso é que digo que faço histórias.

| O nacional à escala global |

MU | Estás atenta ao trabalho dosoutros criadores? MG | Eu acompanho mais o nacional doque o internacional. Estou sempre atenta

ao trabalho do José António Tenente, doNuno Baltazar e do Luís Buchinho, que,para além de serem muito bons, sãomeus amigos. Depois também gosto daAlexandra Moura e do Dino Alves. Inter-nacionalmente, uma das colecções quegosto sempre muito de ver é a da Prada,porque acho que tem um bom trabalho[recentemente Bento XVI dispensou osserviços do costureiro que duranteséculos desenhou os sapatos dossucessivos Papas e converteu-se àPrada] e, por mais incrível quepareça, sempre fui fã da Chanel.Não sou de coisas muito esquisitas,porque considero que sou umadesigner de moda e para um desi-gner a forma está ligada à função.

MU | A moda portuguesa está deboa saúde? MG | Acho que temos excelentesprofissionais, e que o seu traba-lho seria reconhecido em qual-quer parte do mundo e não só porestarmos em Portugal e sermospoucos. A nível de projecção, oúnico acontecimento de modaem Portugal que funciona bem éa Moda Lisboa, mas não nosconsegue mandar lá para fora.E enquanto não mandarem lápara fora aqueles que real-mente merecem, ao invés daqueles quelambem mais os pés, que é o queacontece, vamos ficar aqui fechados.

MU | Abrir uma loja além-fronteiras éum objectivo? MG | Não posso dizer que seja umobjectivo, mas como gosto imenso doque faço, claro que gostava que maispessoas tivessem oportunidade deconhecer o meu trabalho.

MU | Partir tem de ser um investimentopessoal…MG | Sim, mas sozinhos não dá parafazer, porque organizar um desfile lá foratem um custo muito elevado. Eu já estiveem Barcelona duas épocas através doPortugal Fashion mas, por não concordarcom muitas coisas que se passavam, fuiposta de lado.

| Tendências |

MU | Qual é a cor desta estação?MG | Nem sei (risos). O conceito detendência está a desaparecer, porque aspessoas estão preocupadas em procurarmais a sua individualidade e adquirir ascoisas que se adequam ao corpo delas,com as cores de que gostam. Háalgumas marcas, como a Prada, que

acabam por ditar uma tendência, mas sóporque todas as Zaras vão atrás.

MU | E tens tendência em reparar noque os outros trazem vestido?MG | Não. Eu tenho tendência em nãogostar de ver pessoas muito na moda.Faz-me confusão ver aquelas raparigasvestidas dos pés à cabeça com umaespécie de produção da Elle… aquelacoisa de tudo a condizer não dá.

MU | Uma pessoa bem vestida seráuma pessoa que se sente bem comaquilo que traz vestido?MG | Completamente.

| 1121 NOVEMBRO 2005

[ ídolos ]

Outras paixõesFaceta DJMuito antes de ser estilista MariaGambina já era DJ. A última quarta--feira de cada mês, a noite do Bazar,no Porto, é dela. O Maus Hábitos éoutra das casas onde costuma estar e,depois, como está agenciada, vai ondea chamarem, ou melhor, vai onde oseu estilo intimista (ela passasobretudo jazz e bossa nova) se encai-xar. «Ir para Famalicão, onde só seouve electro e house é impensável»,conta. Como tem muitos amigos DJque trabalham em casas de renome,como Yen Sung e Rui Vargas [Lux,Lisboa] já teve a «sorte» de ser con-vidada para dar ritmo às noites do Frá-gil e do Lux. Também já esteve noestrangeiro. E pensar que tudocomeçou porque durante um namorode cinco anos acompanhava sempre onamorado que costumava pôr música.Enquanto ele ia à casa de banho elaficava a substitui-lo. Tomou-lhe ogosto e nunca mais parou.

LeiturasApesar de confessar que só lê nasférias, não hesita em apontar AltaFidelidade, do inglês Nick Hornby,como o seu livro de eleição.

Cidade do PortoNasceu em Oliveira de Azeméis masvive no Porto há mais de 20 anos.Escolheu a zona da Foz para instalar acasa e a loja (a única depois de terfechado o espaço em Lisboa a seguirao nascimento da filha). Para passearna Invicta sugere a marginal, «desde oFreixo até à Foz, acho que a parte daspontes todas seguidas é muitobonita». E revela-se «mesmo muito or-gulhosa» em relação à Casa daMúsica: «tenho lá ido ver espectáculosfabulosos e o espaço em si é único.»

«enquanto não mandarem lá para fora aqueles

que realmente merecem, ao invés daqueles

que lambem mais os pés,vamos ficar aqui fechados»

12 | 21 NOVEMBRO 2005

Desde sempre que o homem, enquanto animal social, sente necessidade de se agrupar. Tentando defender-se da selva urbana, segue os pa-drões do grupo a que escolhe pertencer. A moda é um desses padrões a seguir. Neste edição, o MU traz-te os mais conhecidos estereótiposno que toca a formas de vestir. Sabes qual é a tribo urbana de que fazes parte? | por Manuel Arnaut Martins

FashionElesEstão atentos às montras e gostam de passaralgum tempo a olhar para o espelho. Oselementos desta tribo são de entre todos osmais metrossexuais. Recorrem a marcas commais desenho chegando a optar por roupasmenos confortáveis, mas mais fashion. Tudopela moda! O esforço por estar na linha dafrente pode ser tal que muitas vezes oresultado não é o melhor. Combinações decores e padrões perigosas podem resultarnum cocktail molotov de moda. As roupaspodem estar excessivamente justascriando um “look jogador de futebol”.

ElasDevoram revistas de moda e passam as tardes em zonas comerciais.Nas agendas sublinham duas vezes o dia de lançamento das novas

colecções e o facto de haver a saia que tanto queriamno seu número pode ser um momento de verdadeiracomoção, onde até há lugar para lágrimas. Tambémnas meninas, a vontade de estar um passo mais àfrente pode dar mau resultado. Geralmente estãosempre maquilhadas e nunca se prendem apenas aum look. Escolhem peças originais e são em grandeparte o motor da indústria da moda. Não têm medo

de saltos altos e muito menos de mini-saias.Tudo complementado por acessórios

chamativos que polvilham o seu lookde personalidade.

Hip HopElesSão em grande parte a geração MTV. Os seusmodelos são rappers como Eminem e Jay Z. É ao somdo free style que todas as manhãs estudam os seusoutfits. O boné ou a pala são uma certeza, assimcomo as calças que se querem sempre largas ou defato de treino. As T-shirts também são algunsnúmeros acima criando um look agressivo. Osténis que utilizam são em norma os mais vistosos.Como não vendem a quantidade de CD que osseus ídolos vendem têm de se contentar comgrandes brincos de vidro que, infelizmente, nãobrilham tanto como os de diamantes. Adoramrap, não largam o skate e em vez de irem aomuseu visitar a Mona Lisa preferem ir visitar aElisa, que está a pintar um grafitti novo.

ElasPodem não ter uma parte traseira como a J-Lo, mas esforçam-sepor mexê-la tão bem como ela, nas aulas de hip hop. Mais uma vez tentamrecriar no dia-a-dia os estudados looks que as suas heroínas apresentam nosvideoclips. O resultado pode ser catastrófico, porque certamente nem a MaryJ Blidge iria assim vestida para o supermercado. Em termos de acessórios,recorrem aos metais dourados, muitas vezes em forma de pulseiras eargolas. Sabem jogar com os seus atributos físicos, que não têm medo demostrar, criando looks com doses extra de sex appeal.

BetosNos últimos anos vive-se um fenómeno bastante interessante nesta tribo.Na sua pesquisa de campo, o MU observou uma divisão na família dosbetinhos, que deu origem a dois subgrupos, a saber: o beto clássico e obeto surfista.

Beto clássicoElesOs sapatos são de vela ou moucassins. As calças podem ser de ganga oude corte clássico, desde que a camisa, que geralmente é de riscas ouquadrados, se encontre para dentro das calças. Tudo isto bem apertado porum cinto clássico que combina com a cor dos sapatos. Quando chega ahora de se pentear o gel não é poupado, criando muitas vezes o “efeitobrilhantina”. Existe também a “variante cogumelo”, em que os cabelosaparentemente despenteados, mas distribuídos pela frente dos olhosestrategicamente, formam uma espécie de capacete adornado por patilhastipo forcado. Para os mais religiosos surge de dentro da camisa um grossocordão de prata onde pende uma medalha que reluz num peito nãodepilado.

ElasGeralmente são loiras. No que toca a complementos, não dispensam assuas argolas, brincos de pérola, cruzes para usar ao pescoço e umaquantidade de pulseiras tipo “escrava” que faria explodir qualquer detectorde metais de alfândega de aeroporto. Também elas grandes adeptas dascamisas, muitas vezes não dispensam os twin sets. Sempre que vão apoiara equipa de râguebi as botas de salto são obrigatórias, assim como os téniscompensados para o ginásio. As calças devem ser à boca de sino e mostrara biqueira da indispensável bota que se quer bem pontiaguda. Quando achuva cai, nada melhor do que um bom ensebado, inspirado naquela

caçada a que nunca foi.

Beto surfistaEles

São cool, bronzeados e têm o cabelo loiro, queimado pelosol e pelo wax. Antes do surf já andaram de skate e tiveram

uma fase grafitti. Agora tentam passar uma imagem dedescontracção, de quem “não está nem aí”. Só

querem saber do mar (e das miúdas). A moda nãoos preocupa, porém todas as suas roupas são

de marca. Billabong, O´Neill, entre outras, sãoaquelas onde encontram as calças largas quetanto gostam e que fazem sempreacompanhar de uma camisa de mangascurtas, muitas vezes de padrão havaiano. NoVerão, calçam havaianas mesmo na cidade,optando no Inverno por calçado desportivo.

ElasSão cool, bronzeadas e têm o cabelo loiro, queimado pelo sol e pelo wax daprancha do namorado. A verdadeira beach girl tem de ser paciente, de outraforma não aguenta as infindáveis tardes de frio em que éobrigada a olhar para o mar enquanto o namorado exibeos novos truques. Geralmente é uma “menina bem”,que tenta encobrir as suas raízes através de umaforma mais rebelde de se vestir. Mais uma vez,as marcas são ligadas ao surf. As calçaspodem ser descaídas. Vestem havaianas, emuitas vezes botas compensadas. Partilhamcom as suas caras-metades um especial apreçopelos padrões havaianos.

Perfume Pepe

Jeans: P. V. P. 15 euros

CamisaBillabong:P. V. P.80 euros

Botas Billabong: P. V. P. 47 euros

Calças Billabong: P. V. P. 100 euros

[ moda ]

Tribos urbanas

Saia Billabong: P. V. P. 69 euros

Numa emocionante final, realiza-da na praia de S. Torpes, nos pas-sados dias 11, 12 e 13 de Novembro,Ruben Gonzalez sagrou-se cam-peão nacional pelo segundo anoconsecutivo, batendo João Antunesapenas nas duas ondas que apa-nhou, a 3 minutos do fim da últimabateria. Num final de prova electri-zante, ambos os surfistas tinhamhipóteses de chegar ao primeirolugar do ranking, mas para isso qual-quer um deles tinha de vencer oO'Neill Pro, oitava e última etapa doCampeonato Nacional de Surf, quecontou com 7500 euros de prize-

money para a categoria masculina e2000 euros para a feminina.

| Duelo, só entre rapazes |Com ondas de cerca de um metro, oexperiente João Antunes (35 anos)começou melhor a final, destacando-seuma onda de 6.83 pontos na sua pon-tuação geral. Ruben fez uma onda de5.5 pontos mas depois, acusando umpouco o cansaço e a pressão, caiu emquase todas as ondas que apanhou.Quando já tudo parecia decidido, Rubenconsegiu uma onda a três minutos dofim (que Antunes, tendo prioridade, dei-xou passar) e conseguiu a melhor nota

da final. Com o 8.5 pontos,Ruben conquistou o bicampeo-nato, feito até agora inédito no surfportuguês. «Apostei tudo ali e atéfiquei um pouco surpreendido por oJoão não entrar na onda, uma vez quetinha a prioridade... mas a competiçãoé mesmo assim», declarou o campeãoà agência de comunicação AlfarrobaAmarela. Na prova feminina, já estava tudo deci-dido, pois a campeã Patrícia Lopes tinhagrarantido o 10.º título consecutivo.Joana Andrade e Francisca Pereira, asfinalistas da etapa de S. Torpes, apa-nharam apenas três ondas cada uma na

ú l t i m abateria, com

Joana a conseguir fazer a diferença gra-ças à sua segunda onda (6 pontos).Com esta prestação, Joana conseguiua sua primeira vitória do ano e o quartolugar do ranking final. No final, mostra-va-se visivlmente satisfeita:«soube bemesta vitória... comecei mal o ano e nuncaestive ao meu melhor nível, por isso émotivante terminar assim.»

14 | 21 NOVEMBRO 2005

Na oitava e última etapa do Campeonato Nacional de Surf, o O'Neill Pro, decidiu-se o novo campeãonacional da modalidade na variante masculina, com Ruben Gonzalez a suceder a si próprio. Nasmeninas, Joana Andrade ganhou a prova e subiu no ranking. | por Diogo Torgal Ferreira

Liga UniversitáriaLiga Universitáriade Fde Futsal 2005/06utsal 2005/06A Liga Universitária de Futsal (LUF)arrancou no passado dia 9 de Novembroe o MU, como não poderia deixar de ser,irá acompanhar a prova. A Liga contaeste ano com a presença de 13 equipasdivididas por 2 grupos – 7 no grupo nortee 6 no grupo sul. As equipas participan-tes são as seguintes:

Resultados da primeira jornada -www.luf.com.pt

VISITADO RESULTADO VSITANTEUC . . . . . . . . . . . . . . . . .* - * . . . . . . . . . . . . . . . .IPCUL . . . . . . . . . . . . . . . . .* - * . . . . . . . . . . . . . . . .IPLUBI . . . . . . . . . . . . . . . .6 - 3 . . . . . . . . . . . . . . . .UAIPP . . . . . . . . . . . . . . . .2 - 1 . . . . . . . . . . . . . . . .ISMAIUFP . . . . . . . . . . . . . . .4 - 1 . . . . . . . . . . . . . . . .ISPV

ISAVE . . . . . . . . . . . . .3 - 3 . . . . . . . . . . . . . . . .UM* - Jogo adiado

[ radical ]

Os Homens-AranhaDesde que o homem se conhece como tal que anda por aí a subir tudo oque lhe aparece à frente. Seja por necessidade, seja por genuíno prazer,a escalada é uma prática que sempre fez as delícias de quem a pratica.| por Diogo Torgal Ferreira

A história da escalada desportiva come-çou num rigoroso Inverno ucraniano. Foina década de 70 que um ucraniano, nãoquerendo deixar de praticar desportodurante a fase mais fria do ano, decidiupendurar pedras na parede de casa parapoder treinar. A ideia pegou e depressaoutros locais começaram a fazer omesmo. Surgia assim a escalada des-portiva, prática que utiliza as técnicas emovimentos do montanhismo e queexige do atleta o máximo de força e con-centração na subida de obstáculos. A técnica, a coragem e a adrenalina jun-tamente com a força são factores quefazem da escalada um desporto apai-xonante. Perante um desafio, o atletadeve encontrar diferentes soluções paraultrapassar os obstáculos, não impor-tando se está numa cadeia de monta-nhas ou na parede de um ginásio. Aliás

é este um dos principais atractivos daescalada: é um desporto que pode serpraticado em qualquer lugar (indoor ououtdoor). A escalada é considerada uma activida-de completa pois agrupa vários aspec-tos importantes para o desenvolvimen-to humano. Requer uma apurada pre-paração física e técnica do praticante erevela-se uma óptima forma de cuidarda saúde. No entanto, não é um des-porto exclusivamente físico já que exigedos praticantes um raciocínio rápido emuita inteligência na hora de escolher omelhor caminho. Como tal, é importanteque antes de praticar escalada, o aspi-rante a “homem-aranha” faça um examemédico e veja suas reais condições. Equipamento básico: arnês; pés degato; magnésio; saco de magnésio;capacete; mosquetão.

Campeonato Nacional de Surf

Os vencedores do O’Neill Pro em acção

EQUIPAS

ZONA NORTE

Inst. Politécnico do

Porto

Universidade de Trás-

-os-Montes e Alto Douro

Univ. de Aveiro

Univ. Fernando Pessoa

Univ. do Minho

Instituto Superior

de Saúde do Alto Ave

Inst. Superior

Politécnico de Viseu

EQUIPAS

ZONA SUL

Inst. Politécnico

de Coimbra

Univ. de Lisboa

Univ. da Beira Interior

Inst. Politécnico

de Leiria

Inst. Politécnico

de Tomar

Associação Académica

de Coimbra

RubenGonzalez

HAHora

«Quem chega a Praga de avião não sedeixe intimidar pelos guardas "KGBinia-nos"... há muito que a revolução chegou aesta cidade.», conta Afonso Dourado, estu-dante de Engenharia e Gestão Indús-trial na Faculdade de Ciências e Tecno-logia da Universidade Nova de Lisboa,que já visitou Praga acompanhado deum grupo de amigos.Capital da República Checa, é uma cida-de cheia de encanto e história para con-sumir. Na região da Boémia, e com maisde um milhão de habitantes numa áreade 500 km2, é atravessada pelo rio Mol-dava e tem 17 pontes que ligam as duasmargens. «Cheia de jovens vibrantes e en-tusiastas, Praga alia séculos de históriacom uma juventude colorida que dá novoscontornos aos monumentos clássicos»,conta Afonso. E acrescenta:«caminhandonas ruas de Kafka, vamos descobrindouma cidade que vive de contrastes, em ca-da esquina encontramos uma igreja ou ca-pela com vários séculos, lado a lado comsítios de prazeres mais mundanos. São es-tes contrastes que fazem de Praga uma ci-dade plural.»

| Pelas ruas de Praga |Com apenas uma hora a mais que Portu-gal Continental, leva-nos numa viagem atempos de guerra, num clima frio (tempera-tura média 9ºC), mas com um cenário queenche os olhos a qualquer um. É um localde muito turismo, principalmente no Verão,em que os concertos e festivais de música,teatro e dança estão sempre a acontecer.No Inverno, em dias que não têm mais doque seis horas, o cenário transforma-se

num enorme manto branco. Com neveou sem neve, conta quem por já lápassou que há passeios que não se

podem dispensar. «A não perder uma ouduas, ou até mais, passagens na Charles

Bridge, famosa pelas suas estátuas e ficauma dica para os mais atentos,

procurar uma estátua de umsanto bem português, no

meio de todas as outras!»,aconselha o estudante deengenharia. E já que pas-samos para o lado de lá dorio Latve, porque não dar

um salto ao castelo? «A péou de funicolar, para quem não

queira subir os infindáveis degraus,as ruas que sobem até ao castelo têm

grande riqueza arquitectónica. Lá em cima,fica o conselho, visitem a Catedral!». Voltando ao centro da cidade, é imperdívelsubir à Torre da Câmara Municipal paradesfrutar da vista privilegiada da cidade. Aodescer, passa-se pela Catedral de São Ni-colau e vai-se a pé até ao bairro judeu.Enfim, «Praga é para ser vivida, não é sópara dizer: estive em Narodny Trida ou nazona de Noro Mesto. Praga vive-se e ex-perimenta-se, quando acharmos que o fi-zemos, porque não pegar num comboio econhecer o resto da Europa romântica, Bu-dapeste e Viena são já ali ao lado!»Mas mesmo com toda a história que envol-ve Praga, classificada como PatrimónioMundial, é visível uma forte vontade demudança, com um número crescente degalerias de arte, restaurantes, discotecas,bares e hotéis sofisticados. A cidade apro-xima-se cada vez mais do Ocidente, pre-servando sempre o seu encanto e mistério.

| 1521 NOVEMBRO 2005

O rio atravessa-a e dá-lhe vida,como se fosse uma veia aberta ajorrar sangue no meio do betãocitadino. As 17 pontes que ligamas duas margens dão-lhe oencanto e o romantismo. «Ines-quecível», diz quem já visitou acapital checa, que tão bem sabeconviver com o inestimável patri-mónio histórico e a oferta de pro-gramas mais mundanos.| por Sofia Pinto Leite

[ fugas ]

| Onde Ficar |Pensão Advantage,+420 (2) 24 91 40 62,[email protected]

Pensão BETA,+420 (2) 22 56 43 93,[email protected]

| Onde comer |Country Life – cerca de 45euros.U supa – cerca de 10 euros.Arzenal – cerca de 30 euros.Bazaar – cerca de 30 euros.

| A não perder |Casa Municipal (Obecni dúm), Edifício deArte Nova construído entre 1905 e 1910.

Museu Mucha,dedicado à vida e ao trabalho de AlphonsoMucha, o artista checo Art Nouveaumundialmente reconhecido.

Eventos culturais,compra/ reserva de bilhetes emTicketpro, tel. +420 (2) 96 32 99 99 ou no site www.ticketpro.cz.

| Moeda |

A moeda oficial é a Coroa checa (CZK.Um euro é igual a 29,24 CZK.

«Praga é para ser vivida»

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16 | 21 NOVEMBRO 2005

Há um homem no meio da sala que corre contra o vento e a chuvasem parar. Mesmo baleado, não desiste. Há corpos que dançam,frenéticos, nas paredes embrulhadas em cortinas de prata. E háum oceano mesmo por cima das cabeças de quem assiste a Fuer-za Bruta, o novo espectáculo dos De La Guarda, na Toyotabox, emLisboa. | por Raquel Louçã Silva

[ boa vida ]

PORTOO Tio Vânia, de Anton TchékhovAté 4 de Dezembro | Teatro CarlosAlberto. | terça a sábado 21h30 e domingoàs 16h.

SANTA MARIA DA FEIRAMorte de Frente – Teatro químicoUm espectáculo com um objectivotocante: imortalizar Rui, um homemque morreu aos 38 anos vítima deHIV/SIDA| Tertúlia Castelense | Até 25 deNov., às 23h.

ÉVORAFike 2005 – Festival Internacionalde Curtas Metragens de ÉvoraA não perder uma mostra de cinemade vários pontos do mundo.| Até 26 de Nov. | Auditório do Co-légio Espírito Santo (Universida-de de Évora) e outros locais| www.fikeonlene.net

FAROEncontros Alcultur Conferências, seminários, oficinas,comunicações livres, tertúlia,música, dança, teatro, cinema, artesplásticas, num encontro a nãoperder.| Até 26 de Nov.| www.alcultur.org.

| O MU SUGERE |

O grupo de teatro Universitário Cénicode Direito, da Faculdade de Direito deLisboa, organiza entre os dias 24 deNovembro e 3 de Dezembro o seu IIFestival de Teatro onde irá apresentaralgumas das suas peças maisrecentes.O Festival contará ainda com aparticipação de peças levadas a cena porgrupos convidados. O Cénico de Direito,cuja encenação tem, desde 1993, estadoa cargo de Pedro Wilson, conta mais de50 anos de existência. Tendo sido o pri-meiro grupo de teatro universitário deLisboa, é ainda actualmente um dos maisreconhecidos e aplaudidos grupos uni-versitários, participando regularmente emdiversos festivais nacionais e inter-nacionais.

As peças decorrerão na Sala de Teatroda Cantina I (cantina velha) da Univer-sidade de Lisboa, pelas 21h30.Os interessados poderão adquirir os seusbilhetes antecipadamente na AssociaçãoAcadémica da Faculdade de Direito deLisboa ou no próprio dia no local doespectáculo. www.cen-ico.no.sapo.pt é apágina oficial.

Paulo Mendes

Em Maio, a companhia argentinaDe La Guarda inaugurou o espaçoToyota Box, junto às Docas, em Lis-boa, com um espectáculo que mui-tos não resistiram a comparar com oestilo dos catalães Fura dels Baus.«Eles vêem o lado escuro do Ho-mem e nós queremos ressaltar o la-

do luminoso, a vida, a luz, a festa»,esclareceu ao MU Pichon Baldinuo,director e fundador dos De La Guar-da, na altura. Seguindo a mesma linha, FuerzaBruta, o novo espectáculo do grupofaz da Toyota Box palco da estreiaeuropeia e premeia os espectadorescom uma hora de apelo aos senti-dos. Música, dança, gritos e acroba-cias. Numa sala escura assiste-sede pé ao desenrolar dos aconteci-mentos que tanto acontecem numapassadeira no centro da sala, comonas paredes ou até mesmo a partirdo tecto. É difícil contar o que se passa na-quela sala escura rasgada por fla-shes momentâneos. Desde ter dedançar como se estivesse em plenadiscoteca a experimentar viver debaixo de um oceano de girinos com

formas humanas, tudo pode aconte-cer. Parece não haver limites e entreuma surpresa e outra o tempo passaa correr.

Celebração da vidaCelebração da vidaFUERZA

BRUTA

Interessados em ir ao teatro? Te-mos 5 bilhetes duplos para a ses-são de terça-feira, dia 29. Para se-res um dos vencedores respondeà seguinte questão:Quanto tempo dura o espectá-culo Fuerza Bruta?Envia um e-mail para [email protected], com oteu nome e BI até às 13h de dia25. Os sorteados serão notificadospor e-mail.

PASSATEMPO

IIFestival

deTeatro

Universitários ao teatro!

Mundo Universitário I Depois do últimoálbum – Movin Spirits – a banda desapa-receu do mapa. Que foi feito dos Handson Approach nos últimos cinco anos?Rui David I A decisão de parar partiu danossa parte. Depois de uns dois primeirosanos muitos intensos, em que lançámosdois discos (Blown e Movin Spirits) e fize-mos imensos concertos, nós decidimos queo melhor era parar um bocado para pensarno que se tinha passado até então e reflec-tir no futuro. Continuámos a compor e a en-saiar, cada um participou em projectos pa-ralelos, mas sempre a desfrutar de umapausa para reflexão que bem merecíamos.

MU I O sucesso do Blown, em particulardo single My Wonder Moon, foi pesadode mais para a banda?RD I Eu acho que para qualquer banda quelance um primeiro disco com o sucessoque o nosso teve, é sempre difícil lidar comisso. Mas também penso que não foi algoque se tornou massacrante... acabas poraprender a conviver com isso. A questão éque nós achámos que devíamos parar umpouco. Havia pressões da editora, da im-prensa, enfim, de todos os sentidos e qua-se que chegámos a um ponto de ebulição

(risos). Acabou por ser muito importanteesta paragem e ainda bem que o fizemos.

MU I Este novo Groovin on Monster’sEye-Balls como que inaugura uma novafase? Fala-me sobre ele?RD I É importante destacar que este é umdisco totalmente produzido por nós: músi-ca, conceito gráfico, vídeo... tivemos umcontrolo total na criação do álbum. Isto erauma coisa que nós queríamos há tempo eque pensámos muito durante a pausa. Ar-ranjamos uma editora (entretanto saímosda Universal) que nos deu tempo e liberda-de para fazer o nosso trabalho. Sobre odisco, acho que é bem mais rock do que osoutros dois anteriores. Tem 13 temas origi-nais, todos em inglês, e a banda está muito

satisfeita com os resultados.

MU I Essa participação noutros elemen-tos do disco [vídeo, grafismo, capa] é al-go que vos dá gozo?RD I Sim, mas acho que acaba mais por,ser uma forma de fazer as coisas de umamaneira coerente. Às vezes, é difícil mate-rializar uma ideia que tenhas para determi-nada música e deste modo, sendo tu a fa-zer as coisas, consegues ter umaaproximação mais fidedigna daquilo que sequer transmitir. Isso era essencial para nósneste disco.

MU I Como surge a colaboração comTreana Morris [vocalista dos Wire Dai-sies]?

RD I O João Luís, o nosso baixis-ta, conheceu os Wire Daisies em Londres.Uma vez, o João levou um disco nosso paraeles ouvirem e ela gostou imenso. Entretan-to, surgiu a hipótese de fazermos uma cola-boração e a coisa foi mesmo para a frente.

MU I Depois daquele início de carreiraestrondoso estão com mais maturida-de? Sentem-se preparados para o queder e vier?RD I Eu acho que sim. Parece que não,mas já estamos nisto há quase 10 anos.Penso que ganhámos calo e amadurece-mos, não só como pessoas mas tambémcomo músicos. Dá-me a ideia de que comobanda estamos mais fortes.

MU I Os próximos tempos vão ser depromoção do disco? Têm muitos espec-táculos agendados?RD I É isso mesmo. Embora eu não saibadar datas em concreto, neste momento es-tamos em plena fase promocional e vamostocar nalgumas FNAC, fazer uns showca-ses e temos muitos concertos agendadospara os meses que se seguem.

| 1721 NOVEMBRO 2005

[ boa vida ][ jukebox ]

Enquanto Estiveres Aí...Comédia romântica realizada pelo relativamentedesconhecido Mark Foster, Just Like Heaven tem comoprincipais protagonistas Reese Witherspoon e Mark Ruffalo. Ofilme conta a história da atribulada mudança de David para umapartamento de São Francisco, anteriormente habitado pelaentretanto falecida Elizabeth. Quando começa a instalar-se(leia-se fazer uma enorme bagunça), David recebe a visitainesperada de Elizabeth, que insistentemente reclama oapartamento como seu. As visitas e desaparecimentosrepentinos da intrusa continuam até ambos perceberem queElizabeth se encontra num estado etéreo muito particular: nãoviva mas também não completamente no lado de lá. Aotentarem perceber o que se passa com toda a situação, arelação dos dois começa a transforma-se em amor, masquando os dois se apercebem disso talvez seja tarde de mais. Típica comédia hollywoodesca em que o triunfo do amor é inevitável.Estreia a 1 de Dezembro.

Uma Vida InacabadaLasse Hallström regressa às salas de cinema com mais uma his-tória que reflecte sobre temas já bem habituais na sua filmogra-fia. Feridas pessoais por sarar, ajustes de contas com o passadoe redenção pessoal voltam a captar a atenção do realizador sue-co já há muito adoptado pela máquina de Hollywood. Desta veztrata-se da adaptação cinematográfica da novela An Unifished Li-fe da autoria de Mark Spragg. A obra conta a história de Einar Gil-kyson, ex-rancheiro destroçado pela morte do seu filho únicoque, refugiado na sua dor e apenas com a companhia do seu fielamigo Mitch, irá ter de enfrentar uma série de fantasmas pes-soais quando se reencontra com a sua nora e neta (que até aídesconhecia). Tal como em As Regras da Casa (1999) e TheShipping News (2002), Hallström tem novamente à sua disposi-ção actores de eleição: Robert Redford, Morgan Freeman ou Jennifer Lopez fazem parte deum elenco que impõe considerável respeito.Estreia a 1 de Dezembro.

Depois de uma verdadeira traves-sia no deserto enquanto banda, osHands on Approach estão de voltaa todo o gás. Com Groovin onMonster’s Eye-Balls a banda deSetúbal mostra que definitivamen-te está aí para as curvas. | por Dio-go Torgal Ferreira

Temos 10 singles dos Handson Approach para ofereceràqueles que acertarem na res-posta à pergunta:* Qual o nome do primeiro álbum

da banda?Envia a resposta com o teunome e morada até ao dia 1de Dezembro para [email protected] vencedores receberão ume-mail no dia 2.

PASSATEMPORegresso ao futuro

[ cinema ]

Para todosos gostosO MU descobriu um

site que pode ser umaverdadeira perdição.

Apenas com um par decliques é possível enco-

mendar T-shirts de todos osgostos e feitios. Desde aspreviamente desenhadas comos mais variadíssimos temascomo música, cinema,desporto ou mesmo religiãoaté aos modelos que é opróprio a criar. Só custaescolher.www.t-shirts.com

Guia dos indispensáveisPara quem gosta de cinema, este guia éabsolutamente indispensável. De filmes deterror a ficção científica, de romance acomédia, a compilação reúne 1001 filmesconsiderados de visionamento obrigatóriopara qualquer cinéfilo que se preze. Comcomentários de críticos especializados emcada género e os próprios making off 1001Movies You Must See Before You Die é umverdadeiro prazer para quem gosta domundo do cinema.P.V.P. a partir de 17,50 euros www.amazon.co.uk

Confortocriativo

Criada pela conceituada HAG – empresaque surpreende o mundo com as suasrevolucionárias cadeiras desde os anos 70–, esta H09 permite o ajuste personalizadodos apoios lombar, cervical e de braços. Aprovar que estar bem sentado não ésinónimo de estar parado, a H09 respondeaos estímulos do corpo e o movimentoacontece espontaneamentesem ser preciso desviar a atenção dotrabalho...www.kristiania.pt/hag/index.asp

18 | 21 NOVEMBRO 2005

[ 5ª dimensão ]

Torrar massa é coisa fácil. Difícil é fazê-lo com estilo e criatividade. OMU deixa por aqui uns conselhos que farão com que o dinheiro sejaminimamente bem empregue. | por Diogo Torgal Ferreira

Pequeno, leve e adaptável A BenQ Mobile lançou recentementeno mercado nacional o auricularBluetooth HHB-700, que permite aoutilizador uma comunicação fácil,confortável e com total liberdade demovimentos. Pesa apenas 15 gramas,pode ser usado nos dois ouvidos edispõe de dois botões de controlo devolume e um botão de atendimento efinalização das chamadas. Este novoauricular opera com o sistemabluetooth e é compatível com váriosmodelos Siemens.www.benq.com

Bazar das novidades

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Só falta marcar golos sozinhaÉ a última grande novidade da Adidas +Predator Absolute para o futebol.Com uma tecnologia revolucionária, a nova +Predator Absolute permiteaos jogadores adicionar força a cada remate. Sendo a chuteira mais levede sempre, a 8.ª geração da Predator é mais precisa e mais poderosa,proporcionando excelente tracção e estabilidade. Com sistema deapertar de atacadores assimétrico (o que faz com que aparte superior da bota seja mais larga elisa) a possibilidade de falha nopasse ou remate diminui conside-ravelmente. Para craques!P. V. P. 185 euros

[ bd ]| 1921 NOVEMBRO 2005

Espaço coordenado por Geraldes Lino, http://divulgandobd.blogspot.com

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