Desafios_Teórico-práticos

218

Transcript of Desafios_Teórico-práticos

Page 1: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 1/218

Page 2: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 2/218

-

PSICOLOGIA e EDUCAÇÃOdesafios teórico-praticos

Casa do Psicólogo

Page 3: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 3/218

© 2000 Casa do Psicólogo Livraria e Editora Ltda. É proibida a reprodução total ou parcial desta publicação, para qualqueri!alidade, se" autori#ação por escrito dos editores.$a edição20002- edição2002Produção %r&ica Renata Vieira 'u!es

CapaValquíria Farias dos (a!tos)evisão %r&ica*+ria" *oreira SoaresEditoração Eletr!icaeie! i!/ier ados $!ter!acio!ais de Catalogação !a Publicação 1CP3 1C4"ara 5rasileira do Livro, (P, 5rasil3Psicologia e Educação6 desaios teórico-pr&ticos 7 Ele!ita de )+cio 8a!a"ac9i, *arile!e Proe!ça e *arisa Lopes da )oc9a 1org.3. : (ão Paulo6 Casa do Psicólogo, 2000.;&rios autores. 5ibliograia.$(5' <=->?@A-0AA-?  B. Educação 2. Psicologia ?. Psicologia Educacio!al $. 8a!a"ac9i, Ele!ta de )+cio. . )oc9a, *arisa Lopes da. $$$. Proe!ca,*arile!e.00-0DAC-?>0.=+!dices para cat&logo siste"&tico6 . Psicologia e Educação ?>0.2= -$"presso !o 5rasilPri!ted in Brazü)eservados todos os direitos de publicação e" l+!gua portuguesa Casa do PsicólogoF Livraria e Editora Ltda.)ua *ourato Coel9o, 0=@ - ;ila *adale!a - 0=D>-0 - (ão Paulo7(P 8el. 13 ?0?D-?A00 - e-"ail6casadopsicologoGcasadopsicologo.co".br9tLp677HIvH.casadopsicologoG  uol.co".br 

Page 4: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 4/218

SumárioJprese!tação.................................................................................. >Js $!luK!cias do 5arão de *!c99ause! !aPsicologia da Educação................................................................. Ana Mercês Bahia Bock 

Psicologia Escolar6 Pe!sa"e!to Cr+tico e Pr&ticasProissio!ais................................................................................. ?= Marisa u!ênia Melíllo Meira*ediaçMes 8eórico-pr&ticasde u"a ;isão Cr+tica e" Psicologia Escolar................................>? lenita de Rício "anamachiJ NueiOa Escolar !a or"ação de Psicólogos6esaios e Perspectivas.............................................................. 0= Marilene #roen$a Re%ello de SouzaJvaliação Psicológica !a Educação6 *uda!ças 'ecess&rias.....D? Adriana Marcondes MachadoProessor e Educação6)ealidades e" *ovi"e!to......................................................... A@&anda Maria 'unqueira A!uiar Educação e" 8e"pos de 8Qdio6u" esaio *icropol+tica........................................................ <= Marisa (o)es da Rochaos autores.................................................................................20@

Page 5: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 5/218

Page 6: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 6/218

 A)resenta$*oEste livro co!stitui-se e" u"a i!iciativa de proessores e pesquisadores que vK" se dedica!do a!&lise das co"pleOas i!ter-relaçMes e!tre dois ca"pos de co!9eci"e!to6 a Psicologia e aEducação. 8e" co"o i!alidade apo!tar as pri!cipais polK"icas que "arca" as diere!tes

co!cepçMes teórico-pr&ticas da Psicologia !a Educação, evide!cia!do co!tribuiçMes e i"passese" relação de"a!da escolar, assi" co"o releti!do critica"e!te sobre os li"ites e possibilidades que a or"ação do psicólogo te" acultado ao cotidia!o educacio!al. 'ossa ação !o ca"po escolar e !a u!iversidade, !as atividades de docK!cia e de supervisão,ve" se respalda!do !o reco!9eci"e!to da di+cil tarea de preparar Rove!s que deverãoco!tribuir para a tra!sor"ação de u"a realidade "arcada pela i!Rustiça social. 'essa direção,aceita"os o desaio de proble"ati#ar coletiva"e!te o processo educacio!al, pote!ciali#a!do a produção de !ovos "odos de pe!sar7a#er Psicologia e Educação.Psicologia e Educação6 desaios teórico-pr&ticos oi produ#ido co" a perspectiva deredi"e!sio!ar a or"ação acadK"ica dos proissio!ais de Psicologia !o que ta!ge s açMessócio-i!stitucio!ais e" Educação, !a te!tativa de co!struir !ovas bases teórico-pr&ticas para aPsicologia !as escolas. JlQ" disso, visa co!tribuir para u"a releOão radical do processo

educacio!al e dos co!litos !ele produ#idos e!qua!to e!"e!os sociopol+ticos e pedagógicosco"pleOos, deter"i!ados por u"a 9eteroge!eidade de atores.J i"port4!cia desse ca"po de i!vestigação est& ligada pri!cipal"e!te ao papel que a escoladeveria ocupar !o atual co!teOto social co"o local de produção da subRetividade e da cidada!ia.Js questMes que 9oRe se coloca" para a Educação escolari#ada, co!stru+das co"

Page 7: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 7/218

<   #sicolo!ia e duca$*o+ ,esaios "e.rico-#rátkos

o passar dos a!os !a Educação brasileira, salta" aos ol9os6 a questão6 eco!"ica, que co!ereu" car&ter de precariedade s pr&tica educativas, s co!diçMes "ateriais da escola e salariais do proessor, o "odo co"o se co!stitue" as relaçMes de trabal9o !o i!terior dai escolas !as quais a9ierarquia desapropria e" cadeia as i!iciativas + as lutas coletivasS a di"e!são pedagógica"arcada por u"a dura roti!a, e" que o deseRo de co!9ecer !ão se tradu# !o i!teresse de

apre!der - diiculdade que !ão co!cer!e so"e!te a cria!ças e Rove!s. "as igual"e!te aoseducadores.J escola, de u" "odo geral, !ão ve" se co!stitui!do e" u" te"po7espaço da co!strução doco!9eci"e!to, "as e" ritos de sobera!ia e co"petitividade, e" 9&bitos e pr&ticas que privilegia" a repetição e a roti!a, que leva" se!sação de i"potK!cia !a criação de alter!ativas para as de"a!das da co"u!idade educacio!al. 'o que ta!ge Psicologia, busca"os ressaltar a urgK!cia de a!&lises que per"ita" air"ar asi!gularidade dos i!div+duos !o co!teOto 9istórico-cultural da sociedade, possibilita!do !ovosreere!ciais para as açMes escolares, assi" co"o o surgi"e!to de estudos que aculte" aco!strução de i!stru"e!tos para gara!tir u" outro lugar ao psicólogo !o i!terior dastra!sor"açMes radicais !ecess&rias Educação escolar !este i!al de sQculo.esse "odo, este livro te" co"o obRetivo divulgar a produção acadK"ica rece!te !a &rea dePsicologia (ocial e Escolar, respaldada por u"a perspectiva cr+tica de a!&lise da Educação, daPsicologia e, "ais especiica"e!te, da Psicologia Escolar. Ts diversos cap+tulos prete!de" pole"i#ar questMes co"o a co!cepção do e!"e!o psicológico !a Educação e !a Psicologia, aor"ação do psicólogo que prete!de trabal9ar !o co!teOto escolar, a pr&tica proissio!al !aEducação e a avaliação da queiOa escolar.T trabal9o de J!a *ercKs 5a9ia 5oc/ discute a visão de 9o"e" do pe!sa"e!to liberal1co!creti#ada !a igura do 5arão de *!c99ause!3 prese!te !a Psicologia, apo!ta!do os eeitosdessa co!cepção !o trabal9o dos psicólogos da &rea educacio!al7escolar, especial"e!te qua!doreorça" a idQia de que o sucesso do processo de apre!di#age" est& !o esorço das cria!ças para apre!der. 5oc/ air"a a co!dição 9u"a!a co"o po!to de partida para que o psicólogo possa estra!9ar a realidade e" ve# de !aturali#&-la.

*arisa EugK!ia *elillo *eira dee!de u"a co!cepção cr+tica de Educação e de Psicologiaco"o ca"i!9o poss+vel para u!da"e!tar u"a co!cepção igual"e!te cr+tica de PsicologiaEscolar.

Page 8: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 8/218

 A)resenta$*o9

8o"a co"o reerK!cia parte do co!Ru!to de or"ulaçMes dese!volvidas por *arO e por autorescuRas obras eOpressa" o pe!sa"e!to "arOia!o. 'esse co!teOto, aprese!ta os ele"e!tos do pe!sa"e!to educacio!al cr+tico, as questMes teórico-pr&ticas R& dese!volvidas !o ca"po daPsicologia que per"ite" a co"pree!são da relação dialQtica e!tre o i!div+duo e o co!teOto

9istórico-social e apo!ta co"o esses ele"e!tos R& se a#e" prese!tes e" diere!tes "o"e!tosdo pe!sa"e!to cr+tico e" Psicologia Escolar. Co!clui aprese!ta!do algu"as releOMes que per"ite" situar o e!co!tro e!tre o suReito 9u"a!o e a Educação co"o obReto de estudo7atuaçãoda Psicologia Escolar.T teOto de Ele!ita de )+cio 8a!a"ac9i circu!screve u" u!iverso teórico-pr&tico de reerK!cia ecaracteri#a pr&ticas proissio!ais de Psicologia Escolar, a!alisa!do u" grupo de trabal9osdese!volvidos e" progra"as de pós-graduação e sua própria eOperiK!cia proissio!al. )eorça a!ecessidade de siste"ati#ar "ediaçMes teórico-pr&ticas ta!to de Educação qua!to de Psicologia,co"o u" "o"e!to i"porta!te para reletir critica"e!te a Psicologia e" suas relaçMes co" aEducação e propMe ele"e!tos para pe!sar7a#er critica"e!te a Psicologia Escolar ser e!qua!to&rea de estudo da Psicologia e de atuação7or"ação do psicólogo, !o i!terior do "ovi"e!to decr+tica R& eOiste!te !a &rea.

T cap+tulo de *arile!e Proe!ça )ebello de (ou#a a!alisa as co!cepçMes prese!tes e as açMesque dão suste!tação aos ate!di"e!tos queiOa escolar !a or"ação de psicólogos. iscute ose!ca"i!9a"e!tos por proble"as escolares ou distUrbios de co"porta"e!to e deapre!di#age", as pr&ticas psicodiag!ósticas e psicoter&picas prese!tes !a or"ação proissio!al a!te a queiOa escolar, a!alisa!do suas li"itaçMes e apo!ta!do suas co!seqK!cias para a escolaridade de cria!ças e adolesce!tes.Jdria!a *arco!des *ac9ado a!alisa questMes relativas avaliação psicológica de alu!ose!ca"i!9ados por proble"as de apre!di#age". iscute os "odos tradicio!ais de avaliação,e" que visão de 9o"e" e de "u!do estão alicerçadas, e a!alisa as li"itaçMes prese!tes e" taisco!cepçMes, be" co"o propMe outras or"as de aproOi"ação psicológica do e!"e!o daescolaridade.T trabal9o de a!da *aria Vu!queira Jguiar relete sobre as possibilidades, ca"i!9os edesaios e!co!trados !o trabal9o de i!terve!ção co" proessores, situa!do o "ovi"e!to deco!sciK!cia de u" grupo de proessores por ela aco"pa!9ados dura!te sua pesquisa dedoutorado. (ua a!&lise Q dese!volvida !o i!terior da abordage" sócio-9istórica.

Page 9: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 9/218

0 #sicolo!ia e duca$*o+ ,esaios "c/iico-#ráticos

T teOto de *arisa Lopes da )oc9a aprese!ta discussMes sobre o tQdio i!stitu+do !o processoeducacio!al, pole"i#a!do a escola discipli!aria que se orga!i#a ao lo!go da era "oder!a, osco!litos da subRetividade co!te"por4!ea !o te"po7espaço das i!stituiçMes pedagógicas e osdesaios das tra!sor"açMes da lógica i!stitucio!ali#ada !a di!4"ica escolar, por "eio da

abordage" "icropol+tica que ve" aculta!do ao psicólogo a co!strução coletiva de !ovosreere!ciais de a!&lise e de ação para a co"u!idade educativa.i!al"e!te, espera"os que a "ultiplicidade de questMes aqui a!u!ciadas possa pote!ciali#ar adiscussão sobre o se!tido e a i!alidade da Psicologia, da Educação e da relação e!tre a"bas,qua!do Q preciso e!re!tar os desaios teórico-pr&ticos postos ciK!cia psicológica pela !ovaorde" "u!dial. É !esse co!teOto que, i!seri"os a colet4!ea dos teOtos aprese!tados.-  lenita de Rício "anamachi0

 Marüene #roen$a Re%ello de Souza e Marisa (o)es da RochaS*o #aulo0 1 de outu%ro de 13

Page 10: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 10/218

 As 4nluências do Bar*o de Münchhausen na

 #sicolo!ia da duca$*o Ana Mercês Bahia Bock e i!+cio, gostaria de esclarecer que este trabal9o est& guiado pelo pri!c+pio de que Q precisotra!sor"ar a Psicologia, seus saberes e seus a#eres, possibilita!do u" co"pro"isso "aior dos psicólogos co" as reais !ecessidades de !ossa população, e co" a melhoria u!da"e!tal dasco!diçMes de vida.Esta !ão Q u"a tarea para poucos e "e!os ai!da para pessoas isoladas que se pe!sa" capa#esdesse esorço i!dividual. É trabal9o para "uitos e deve ser resulta!te de u" esorço coletivo !aco!strução de u" !ovo proReto de proissão. 'esse se!tido, a releOão aqui aprese!tada prete!de ser u"a co!tribuição !esse ca"po,orie!tada pelo obRetivo de ol9ar critica"e!te a Psicologia, para retirar dessa releOão !ovas possibilidades cie!t+icas e proissio!ais. 'ão Q, porta!to, u"a releOão que se aprese!te pro!ta

e acabada, "as Q u"a s+!tese poss+vel para o "o"e!to.E" "eu trabal9o de doutorado, tive a oportu!idade de reletir sobre o sig!iicado atribu+do, pelos psicólogos, ao e!"e!o psicológico. Jcreditava estar a+, !esse aspecto, u" dos "aiores proble"as da Psicologia. J !aturali#ação do psicológico, operada !a Psicologia, e!qua!tociK!cia e e!qua!to proissão, seria o "eca!is"o "ais eicie!te para deslocar a Psicologia da possibilidade real de co!tribuir 

Page 11: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 11/218

2 #sicolo!ia e duca$*o+ ,esaios "eárico-#rdtkos

 para a tra!sor"ação social. E!te!d+a"os co"o urge!te a#er a cr+tica a esse processo de!aturali#ação, para que a visão do e!"e!o psicológico surgisse a partir da perspectiva9istórica e, co" ele. viesse" !ovas possibilidades para a Psicologia.Jssi", dispuse"o-!os a estudar o sig!iicado que psicólogos atribu+a" ao e!"e!o

 psicológico e a visão de 9o"e" subRace!te a esses sig!iicados, assi" co"o as co!cepçMes que possu+a" de saUde e do trabal9o do psicólogoS alQ" disso, busca"os ta"bQ" estudar osig!iicado do e!"e!o psicológico prese!te e" publicaçMes dos órgãos da categoria, !o per+odo de @<0 a @@=, que se co!stitu+a" co"o reerK!cia para os psicólogos e" (ão Paulo.56om)reender o si!niicado atri%uído ao en7meno )sicol.!ico )or uma amostra de )sic.lo!osem S*o #aulo0 relacionando-o 8s altera$9es do conceito decorrentes do mo:imento da

 )roiss*o na sociedade e da )r.)ria hist.ria da #sicolo!ia no Brasil e 8s conce)$9es li%eraisde homem )resentes na #sicolo!ia333 5 ;Bock0 1<0 )3 <=0 oi co"o aprese!ta"os, !o teOto datese de doutorado e depois !a sua publicaçãoW, a i!alidade de !osso trabal9o.T estudo oi reali#ado e!tre @@2 e @@>. *il questio!&rios ora" e!viados a u"a a"ostraeOtra+da pelo procedi"e!to de a"ostrage" probabil+stico siste"&tica e!tre os psicólogosregistrados !o Co!sel9o )egio!al de Psicologia de (ão Paulo e reside!tes !a Cidade de (ão

Paulo. os "il questio!&rios e!viados recebe"os de volta D>, dos quais trKs estava" e" bra!co, co" a Rustiicativa de que !ão trabal9ava" co"o psicólogos. Jpesar do !U"ero "uito peque!o de retor!o, a dispersão dos dados, que obtive"os co" o co!Ru!to dos questio!&rios, per"itiu-!os co!siderar a peque!a a"ostra rica e suicie!te para !ossos obRetivos. Jssi",trabal9a"os co" os DD questio!&rios que retor!ara".Js pergu!tas do i!stru"e!to era" abertas e reeria"-se a co"o vocK dei!e o obReto daPsicologia6 o e!"e!o psicológicoX, co"o vocK trabal9a esse e!"e!o !a sua pr&tica proissio!alX, quais os atores u!da"e!tais para o dese!volvi"e!to desse e!"e!o !oo"e"X, que" Q o 9o"e" !a Psicologia e i!al"e!te a qual a sua co!cepção de saUde psicológicaX.T trabal9o, !o seu co!Ru!to, procurou articular as co!cepçMes e!co!tradas !esses questio!&riosco"6Y as visMes e!co!tradas !as publicaçMes das e!tidades represe!tativas da categoria1publicaçMes do C)P-Aa região - (ão Paulo, do

Page 12: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 12/218

 As 4nluências do Bar*o de Miinchhauscn na #sicolo!ia da duca$*o?

Co!sel9o ederal de Psicologia, do (i!dicato de Psicólogos !o Estado de (ão Paulo e daederação 'acio!al dos Psicólogos3SY a 9istória vivida pelos psicólogos e!qua!to categoria proissio!al e!tre @<0e @@=SY a 9istória da Psicologia !o 5rasilS e

Y as co!cepçMes de ciK!cia, de 9o"e" e de sociedade prese!tes !o liberalis"o e a perspectiva do positivis"o e do idealis"o, co!sideradas co!cepçMes do"i!a!tes e" !ossasociedade. E!te!de"os que o obReto e" estudo est& e" per"a!e!te "ovi"e!to e co"pree!dK-lo sig!iica capt&-lo !esse "ovi"e!to. Ts dados 9istóricos e co!Ru!turais são u!da"e!tais!essa leitura, pois são eles que per"ite" co"pree!der o obReto. (ão eles que dão se!tido ssig!iicaçMes que são captadas atravQs dos discursos e artigos publicados pelos psicólogos.Jco"pa!9ar o "ovi"e!to de !ossa categoria proissio!al !a sociedade, sua i!serção, suas propostas de trabal9o, seus proble"as e seus desaios tor!ara"-se ele"e!tos u!da"e!tais paraque !ossa a!&lise dos dados coletados !ão icasse "+ope.5> tra%alho com os dados e as leituras e rele?9es te.ricas aconteceram0 em nosso tra%alho0num mesmo )rocesso+ a %usca de dados iniciou-se a )artir de al!umas quest9es te.ricas e0 aotra%alhar os dados em)íricos0 sur!iram no:as quest9es ou as)ectos te.ricos )ara os quais

íamos imediatamente em %usca de res)osta@ :oltá:amos aos dados em se!uida 8 teoria0 numcaminho que )ermitiu que nos a)ro)riássemos do o%eto de estudo0 transormando-o com nossaa$*o)ensamento e com)reendendo-o3 Cossa quest*o a)ontou0 ent*o0 )ara as mDlti)lasdetermina$9es do o%eto e a3 totalidade na qual ele se insere3 as res)ostas de nossos EEcola%oradores tornaram-se e?)ress*o de sueitos que azem )arte da hist.ria da #sicolo!ia no

 Brasil3 Suas res)ostas n*o s*o a)enas indi:iduais0 )ois s*o )roduzidas coleti:amente0 socialmente0 no decorrer da hist.ria de nossa sociedade0 de nossa )roiss*o e de nossa ciência3 As conce)$9es )resentes nas )u%lica$9es tam%m s*o )roduzidas na hist.ria dessa cate!oria3S*o e?)ress9es que se tornam )D%licas0 )odendo ser a)ro)riadas )or todos3 S*o discursos daslideran$as da cate!oria@ s*o discursos dos )sic.lo!os que analisam a #sicolo!ia0 que ousamcriar ormas alternati:as de tra%alho0 que res)ondem0 de al!uma orma0 a al!um anseio

 )resente entre os )sic.lo!os5 ;Bock0 1<0 )3 1E=3

Page 13: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 13/218

D #sicolo!ia e duca$*o+ ,esaios "e.rico-#rátkos

Gm )ouco de teoriaÉ i"porta!te ta"bQ" que se i!trodu#a aqui, "es"o que de or"a resu"ida, algu"asco!sideraçMes sobre a teoria que u!da"e!tou todo o trabal9o e a partir da qual i#e"os toda aleitura e a!&lise dos dados obtidos6 a teoria sócio-9istórica.

J teoria sócio-9istórica e" Psicologia te" co"o seu u!da"e!to o postulado "arOista de que5n*o a consciência que determina a :ida0 mas a :ida que determina a consciência 5 1*arO eE!gels, @<0, p.2A3.Esta air"ação de *arO e E!gels te" sido tradu#ida !a abordage" teórica por algu"asco!sideraçMes, as quais siste"ati#a"os a seguir.Para a psicologia sócio-9istórica !ão eOiste !ature#a 9u"a!a, eOiste a co!dição 9u"a!a. EssaidQia, que pode parecer ba!al a pri!c+pio, gera, !a verdade, gra!des diere!ças !as co!cepçMese" Psicologia.T 9o"e" te" sido pe!sado, !a ciK!cia do sQculo ZZ, a partir da idQia de !ature#a 9u"a!a,co!cebido co"o u"a essK!cia u!iversal e eter!a que o caracteri#a desde sua orige". Ts 9o"e!sseria" dotados dessa essK!cia, que os a# 9o"e!s, e o seu dese!volvi"e!to, ou "el9or, aatuali#ação dessa essK!cia dar-se-ia co!or"e o 9o"e" vai se!do cultivado e" !osso "eio

social. J idQia Q de que 9averia e" !ós u"a se"e!te de 9o"e" que vai desabroc9a!do,co!or"e va"os se!do esti"ulados adequada"e!te pelo "eio cultural e social. & u"9o"e" aprior+stico e" cada u" de !ósS u" 9o"e" que pode ou !ão revelar-se !a suai!tegralidade.J idQia de u"a !ature#a 9u"a!a e" cada u" de !ós Q u"a das idQias "ais ca"uladoras que produ#i"os !o co!Ru!to de !ossas co!cepçMes. Pe!sar o 9o"e" a partir da !ature#a 9u"a!a Qe!cobrir toda 9istória social da co!stituição do 9u"a!o. E pe!sar o 9o"e" co"o !atural"e!te9u"a!o. Tcultar a deter"i!ação social do 9o"e" e descol&-lo da realidade social que oco!stitui e l9e d& se!tido Q u" trabal9o ideológico que a Psicologia precisa superar, pois essetrabal9o de oculta"e!to per"ite que a Psicologia se ali!9e s co!struçMes ideológicas "ais perversas e" !ossa sociedade, tor!a!do aquilo que Q social e 9istórico e" algo !atural e

u!iversal, !o qual !ão se pode "eOer e !ão se pode "udar. J teoria sócio-9istórica, ao co!tr&rio,est& i!teressada e" co!ceber o 9o"e" co"o u" ser e" "ovi"e!to, e" per"a!e!te co!strução!o decorrer do te"po 9istórico. ["

Page 14: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 14/218

 As 4nluências do Bar*o de Miinchhausm na #sicolo!ia da duca$*o  =

9o"e" que, ao tra!sor"ar sua realidade para poder gara!tir sua sobrevivK!cia, vai ta"bQ"co!strui!do seu "u!do psicológico que estaria assi" direta"e!te ligado, e!qua!tocaracter+sticas, possibilidades e li"ites, sociedade !a qual ele se i!sere e se co!stitui.8e!9o ac9ado Util i!trodu#ir aqui u" eOerc+cio de icção para deiOar "ais claro o que poder+a"os c9a"ar de car&ter 9istórico do e!"e!o psicológico e do co!9eci"e!to que o

co!ceitua.E" 2200, !ossa sociedade ter& se tra!sor"ado e estare"os vive!do e" u"a sociedadee"i!ista. 'a perspectiva da Bteoria da e!vergadura da varaB, !a qual se acredita !ecess&rioe!vergar a vara para seu outro eOtre"o, pode!do obter e!tão u"a vara reta, a sociedade ter&eOti!guido o "ac9is"o, substitui!do-o por u" e"i!is"o radicali#ado. Js "ul9eres ocuparãocargos de poder, to"arão as decisMes b&sicas e" !ossa sociedade, eOercerão u" poder sobre os9o"e!s sub"ete!do-os e i"pedi!do seu dese!volvi"e!to ple!o. Ts 9o"e!s estarão !os lugaressociais de pouco prest+gio, de baiOa re"u!eração e de peque!o poder de decisão. Pobres9o"e!s\ E" casa, cuida!do "uitas ve#es da li"pe#a do lar, das cria!ças, dos a!i"ais deesti"ação, opera!do as "&qui!as 1"&qui!as que eles "es"os criara" e!qua!to estava" !o poder3, terão poucas oportu!idades de se e!gra!decere". 'esse "o"e!to 9istórico, u"a psicóloga, e" algu" lugar ce!tral do "u!do, postular& u"a teoria que aRudar& as pessoas aco"pree!dere" a di!4"ica psicológica e o dese!volvi"e!to ps+quico dos "e!i!os co" idade por volta de ? ou D a!os. Ts "e!i!os, eOplicar& ela, passa" por u" per+odo !odese!volvi"e!to, !a di!4"ica a"iliar, !o qual vive", o que de!o"i!ar& de co"pleOo dova#io abdo"i!al, qua!do se percebe" se" Utero para procriar,ve!do-se i!co"pletos, !a "edida e" que o poder est& co"as "ul9eres e que o que l9es alta para sere" iguais a elas QeOata"e!te o Utero. Essa etapa do dese!volvi"e!to psico-lógico poder& ser superada acil"e!te, atravQs da descobertae da ide!tiicação co" aquele outro ser que co" ele co!vivee que ta"bQ" !ão te" Utero. *as caso !ecessite de algu"aco"pa!9a"e!to psicológico, u" proissio!al poder& traba-

l9ar utili#a!do "itos, co"o recurso tQc!ico... todos os "itos  serão do (pilberg.

Page 15: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 15/218

A  #sicolo!ia e duca$*o+ ,csaHs ic.nco-#ráticos

["a bri!cadeira, obvia"e!te, para poder di#er da co!cepção 9istórica da ciK!cia e doe!"e!o psicológico. Pe!sar a partir dessa perspectiva !ão sig!iica ape!as e!te!der queco!or"e o te"po vai passa!do e !ossa sociedade "odiica!do-se, !ossas co!cepçMescie!t+icas ta"bQ" vão sore!do "odiicaçMes. 'ão, Q "ais do que isto. É acreditar que,co!or"e va"os "uda!do !ossas or"as de vida, va"os tra!sor"a!do !ossas or"as de ser.

;a"os tra!sor"a!do !osso "u!do ps+quico, e" sua estrutura, e" seus co!teUdos, e" suadi!4"ica, e" suas possibilidades e e" suas u!çMes... ;a"os co!stitui!do u" !ovo e!"e!o psicológico de!tro de !ós que "erecer& ser estudado e co!ceituado. J ciK!cia do 9o"e" "uda!ão só porque são reali#adas !ovas descobertas sobre o 9o"e", "as ta"bQ" porque o próprio9o"e" "uda.Jssi", volta!do ao !osso eiOo de pe!sa"e!to, a !ature#a 9u"a!a Q u"a co!cepção que e"!ada !os aRuda, pois e"pobrece !ossas leituras, atribui!do ao 9o"e" u" co!teUdo !atural quedeve ter todas as possibilidades de dese!volvi"e!to. 'as visMes "ais cr+ticas, a sociedadedever& ser e!tão observada e Rulgada e!qua!to acilitadora ou !ão do dese!volvi"e!to dessa!ature#a 9u"a!a e" pote!cial.

 A idia de condi$*o humana

J idQia de co!dição 9u"a!a tor!a-se "uito "ais rica. T 9o"e" passa a ser visto co"o u" serque co!strói as or"as de satisação de suas !ecessidades e a# isto co" os outros 9o"e!s. EssaQ a sua co!dição. J cada "o"e!to 9istórico Q preciso que se co"pree!da co"o isto est& seda!do, que !ecessidades estão colocadas e quais as or"as de satisação delas que ora"co!stru+das6 co"o o 9o"e" te" eito isto co" os outros 9o"e!s. (ó assi" poder&co"pree!der-se qual 9o"e" 1e que psiquis"o3 se te" !aquele "o"e!to 9istórico e !aquelasociedade.Js va!tage!s dessa co!cepção, para que" quer colocar a Psicologia, !a sociedade, co"oi!stru"e!to de tra!sor"ação, são i!igual&veis. Pois agora, a partir dessa co!cepção, pode pe!sar-se a sociedade co"o algo e" "ovi"e!to e que pode ser tra!sor"ado, para que se possater "el9ores co!diçMes de vida, i!clu+das as "el9ores co!diçMes de ser. Caber& ao psicólogou" trabal9o de cr+tica s co!diçMes sociais, se" que precise recorrer ao "eca!is"o da

!aturali#ação do 9o"e" para Rustiicar porque se quer "ais isto

Page 16: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 16/218

 As 4nluências do Bar*o de Aliinchhausen na #sicolo!ia da duca$*o  1< 

do que aquilo. J !aturali#ação do 9u"a!o só te" servido para Rustiicar que as or"as do"i!a!tes seRa"as or"as certas, !aturais e verdadeiras, isto Q, as or"as do"i!a!tes de ser tK" sido to"adas co"o asor"as !aturais do 9o"e" e !ão co"o as or"as que 9istorica"e!te i!teressara" que se tor!asse""odelo e reerK!cia para a co!strução dos critQrios de !or"alidade.T 9o"e" precisa ser visto co"o u" ser ativo, social e 9istórico. T 9o"e" precisa ser visto co"o u" ser

criado pelo 9o"e". Jo !ascer"os so"os ca!didatos a 9u"a!idade e i!serção !a sociedadeS o co!tatoco" a cultura, co!tato esse "ediado pelos outros 9o"e!s, !os ar& 9u"a!os.5Co conunto das rela$9es sociais0 mediadas )ela lin!ua!em0 o indi:íduo :ai desen:ol:endo suaconsciência3 6om o desen:ol:imento da consciência0 o homem sa%e seu mundo0 sa%e-se no mundo0antecede as coisas do seu mundo0 )artilha-as com os outros0 troca0 constr.i e re)roduz si!niicados3Iuando atua so%re o mundo0 relacionando-se0 a)ro)ria-se da cultura e adquire lin!ua!em@ a)ro)ria-sedos si!niicados e constr.i um sentido )essoal )ara suas :i:ências3 "em0 assim0 todas as condi$9es )araatuar com os outros0 criar cultura e ela%orar si!niicados3 > homem se az homem ao mesmo tem)o queconstr.i seu mundo 5 ;Bock0 1<0 )32J=3J Psicologia, a !osso ver, te" descolado o 9o"e" de sua realidade social e cultural, 5333a#sicolo!ia temnaturalizado o homem0 em :ez de torná-lo hist.rico@ a #sicolo!ia tem eito ideolo!ia0 na medida em queKe?)licaK0 Kcom)reendeK o homem sem conte?tualizá-lo0 sem des:endar0 com suas teorias0 asdetermina$9es sociais do )siquismo humano3 > )siquismo aca%a sendo tomado como al!o á e?istente no

homem0 que se realiza0 desa%rocha0 atualiza-se@ o )siquismo tomado como um a )riori no homem3 Arealidade social a)arece a)enas como KcanteiroK0 onde a semente de homem0 com sua natureza )síquica0 )ode desen:ol:er-se3 As condi$9es materiais de :ida n*o s*o tomadas0 )ela #sicolo!ia0 comoconstituti:as do )siquismo 5 ;Bock0 1<0 )32<2L=3

Page 17: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 17/218

< #sicolo!ia e duca$*o+ ,esaios "emico-#ráticos

> Bar*o de Münchhausen como sím%oloJqui parece-!os o "o"e!to de i!trodu#ir"os as eOplicaçMes p o t+tulo de !osso trabal9o6 asi!luK!cias do 5arão de *!c99ause! !a Psicologia da Educação. J igura do 5arão, que ve"das 9istórias i!a!tis ale"ãs, Q utili#ada co"o eOpressão das idQias liberais e" !ossas

co!cepçMes, co"o e# *ic9ael LMH]. T 5arão co!ta-!os e!tre suas 9istórias que ,5Gma outra :ez quis saltar um %reo mas0 quando me encontra:a a meio caminho0 )erce%i queera maior do que ima!inara antes3 #u?ei as rdeas no meio de meu salto e retornei 8 mar!emque aca%ara de dei?ar0 )ara tomar mais im)ulso3 >utra :ez me saí mal e aundei no %reo at o

 )esco$o3 u certamente teria )erecido se0 pela força de meu próprio braço, não tivesse puxado

 pelo meu próprio cabelo preso em rabicho, a mim e a meu cavalo que segurava fortemente

entre os joelhos" ;Ras)e0 )3E=3J idQia da auto!o"ia i!dividual, do 9o"e" descolado co!diçMes sociais e da possibilidade deautodeter"i!ação de c u" de !ós, "ovidos por u"a orça i!terior dada pela se"e!te est& de!trode !ós e que !os e"purra 1!ature#a 9u"a!a3, Q algo " orte e" !ossas co!cepçMes liberais e positivistas. (ão essas co!cepçMes que se prete!de represe!tar !a i"age" do 5arão*!c99ause!.T liberalis"o, co"o visão de "u!do, est& u!da"e!tado !a idQia de que cada 9o"e" Q u" ser"oral, possuidor de direitos i!alie!&veis que l9e são dados pela sua própria co!dição de 9o"e".otado pote!cialidades, o 9o"e" deve ser livre para dese!volvK-las. a+ a decorrK!cia davalori#ação do i!dividualis"o e" detri"e!to do reco!9eci"e!to da totalidade social.5#ensar o homem como )ossuidor de direitos naturais0 )ensar o homem como li:re e i!ual

 )ressu)9e a idia de que e?iste uma natureza humana0 a mesma em todos os tem)os e lu!ares3 4sso o mesmo que dizer serem al!uns elementos caracterizadores do homem0 necessários euni:ersais0 eeitos de uma causa tam%m necessária e uni:ersal+ a Catureza3 Ficam

 su%estimadas as determina$9es sociais 5 ;Bock0 1<0 )3N2=3

Page 18: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 18/218

 As 4nluências do Bar*o de Miinchhausen na #sicolo!ia da duca$*o  @5> indi:idualismo0 enquanto :alor su%acente 8 doutrina li%eral0 acredita terem os homens )ro)riedadesuni:ersais tX e os indi:íduos0 em sua )articularidade0 características e ,., atri%utos di:ersos e deacordo com eles que icam determinados seus lu!ares sociais3 > indi:íduo escolhe0 dedica-se eres)onsa%iliza-se )elo desen:ol:imento desses atri%utos0 que s*o0 na :erdade0 seu )otencial0 )otencialeste que de:e encontrar condi$9es ideais )ara seu desen:ol:imento3 ,adas as condi$9es sociais

adequadas0 o indi:íduo torna-se o Dnico res)onsá:el )elo seu sucesso ou racasso5 ;Bock0 1<0 )3N2=3J !oção de i!div+duo Q algo tão co"u" que c9ega"os a pe!s&-la co"o !atural. *as, !a verdade, a !oçãode i!div+duo Q algo co!stru+do !o decorrer da 9istória.54ndi:íduo uma no$*o associada 8s no$9es de li%erdade0 autonomia0 i!ualdade enquanto direitosnaturais0 dotado de características e )otencialidades )r.)rias0 )articulares@ dotado de consciênciaindi:idual e de emo$9es )articulares3 A no$*o de indi:íduo carre!a consi!o a idia de um sentimento )roundo de identidade0 que o i!uala a todos os outros homens e0 ao mesmo tem)o0 carre!a a idia da )osse de al!o a%solutamente Dnico e irre)etí:el0 que o distin!ue dos outros3 #ara que tal no$*o sedesen:ol:esse0 oram necessárias :árias condi$9es sociais 5;Bock 1<0 )3NNNE=3T "o"e!to 9istórico e" que essas co!cepçMes surge" est& associado asce!são da burguesia e dasrevoluçMes burguesas 1sQculo Z;$$$3. T "odo de produção, que atQ e!tão era o "odo de produção eudal6

 produção para subsistK!cia, a terra co"o o!te de produção de rique#a e sobrevivK!ciaS a eco!o"ia eraec9adaS as relaçMes de produção se a#ia" e!tre se!9or e servo, co" u"a 9ierarquia clara e est&vel se"

que 9ouvesse possibilidade de "obilidade socialS o do"+!io era da aristocracia e do clero. J essarealidade eco!"ica correspo!dia" idQias6 o u!iverso era visto co"o est&tico, te!do a terra e" seuce!troS o "u!do era visto co"o orga!i#ado, 9ierarqui#adoS a verdade era dada aos 9o"e!s por revelação.Nua!to ao co!9eci"e!to, a ra#ão estava co"pleta"e!te sub"etida Q e aos dog"as da $greRaS o 9o"e"era visto co"o predeter"i!ado. (eu lugar social estava dei!ido a partir de seu !asci"e!to, e aseOplicaçMes para essa dei!ição estava" dadas e" u" pla!o divi!o. T "u!do ec9ado

Page 19: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 19/218

20 #sicolo!ia c duca$*o+ ,esaHs "emico-#rdticose o u!iverso i!ito co"bi!ava" co" o eudo e co" a eco!o"ia de subsistK!cia. J 9ierarquia !o u!iversoera a pri!cipal Rustiicativa para a 9ierarquia social.T capitalis"o tra# gra!des "odiicaçMes !esse quadro. 8ra# co!sigo a "ercadoria e a produção, !ão "ais

 para a subsistK!cia, "as para o "ercado. 5As rela$9es de )rodu$*o tam%m se modiicam e a %ur!uesia0como dona dos meios de )rodu$*o0 relaciona-se com o )roletariado0 como dona que da or$a detra%alho3 Oá uma que%ra no )oder centralizado da 4!rea e uma su%stitui$*o do )oder da aristocracia )elo da %ur!uesia3 A :is*o de mundo re:olucionada+ o uni:erso está a!ora em mo:imento e ininito@ o sol centro desse uni:erso e n*o há hierarquia nele3 Iuanto ao conhecimento0 á n*o se aceitam osdo!mas da 4!rea como inquestioná:eis0 e a raz*o se torna inde)endente da 3 > homem li:re )ara )oder deinir seu lu!ar na sociedade e á )ossí:el a mo%ilidade social3 > homem n*o mais o centrodo uni:erso eá )ode ser estudado e com)reendido3 ssa transorma$*o )rocessual0 isto 0 :ai seen!endrando+ conorme no:as ormas de )rodu$*o :*o sendo conquistadas0 no:as idias :*o setornando )ossí:eis e essas no:as idias0 )or sua :ez0 :*o )ermitindo no:os a:an$os na )rodu$*o5 ;Bock01<0 )3 NENP=3J burguesia, que disputava o poder, !ecessitava de todas essas tra!sor"açMes. Precisava delas parae"a!cipar-se e para poder tra!sor"ar o u!iverso e" o!te de rique#as para a produção de "ercadorias.Era preciso dee!der a visão de 9o"e" co"o alguQ" que tra!sor"a o "u!do e" que vive, co"oalguQ" livre e co"o alguQ" dotado de ra#ão. J !ova or"a social e!ati#ava a ra#ão 9u"a!a, aliberdade, a possibilidade da tra!sor"ação e o 9o"e".5"oda essa re:olu$*o na %ase material da sociedade e nas idias tira:a do homem sua se!uran$a dada )or reerências se!uras e imutá:eis3 ra necessário escolher e decidir entre )ossi%ilidades0 á que asreerências se multi)lica:am3 Alm disso0 a ra!menta$*o da :ida social e a es)ecializa$*o crescente dotra%alho coloca:am-se como elementos decisi:os )ara o sur!imento de um no:o sentimento e sua idiacorres)ondente+ a indi:idualidade ou o sentimento do ser Dnico e irre)etí:el3 sta:am dadas ascondi$9es )ara o

Page 20: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 20/218

 As 4nluências do Bar*o de Miinchhausen na #sicolo!ia da duca$*o2

 sur!imento do indi:íduo como ser dotado de direitos naturais0 inaliená:eis0 deri:ados de sua )r.)ria humanidade3 Gm ser dotado de )otencialidades0 que de:e ser li:re )ara desen:ol:ê-las3 A su%miss*o dos indi:íduos a condi$9es o)ressi:as de :ida e a :ontades ar%itrárias eraincom)atí:el com a di!nidade humana e com a idia de autonomia do ser humano 5 ;Bock0

1<0 )3NPNJ=3T i!dividualis"o vai e!tão se tor!a!do valor ce!tral e reerK!cia b&sica para as produçMescie!t+icas e culturais. T i!div+duo, que oi u"a co!strução da sociedade burguesa, tor!ou-se areerK!cia ce!tral.Paralela"e!te a esse dese!volvi"e!to, vere"os crescer, e" !ossa sociedade, a !oção de privacidade. T se!ti"e!to de ide!tidade i!dividual ace!tua-se !o decorrer desse processo.(i!ais do cresci"e!to desse se!ti"e!to e!co!tra"os e" toda parte6 !a dispersão dos pre!o"es,que atQ e!tão era" atribu+dos segui!do-se regras de tra!s"issão a"iliarS a ide!tiicação !aargola dos guarda!apos e !o copo, os "o!ogra"as bordados !os e!Oovais e !as roupas"ostra" a !ova relação que o i!div+duo "a!tQ" co" seu !o"eS os cartMes de aprese!tação, ade"ocrati#ação do retrato, o epit&io perso!ali#ado, os di&rios +!ti"os e o deseRo de decirar a perso!alidade que se oculta.

56onhecer-se a si mesmo tornou-se0 ent*o0 uma inalidade3 A )sique tratada como se ti:esseuma :ida interior )r.)ria3 ,e:e ser cuidada0 conhecida@ %usca-se sa%er o que a )r.)ria

 )sique e o que autêntico nos )r.)rios sentimentos 5 ;Bock0 1<0 )3N=3Jcredita"os que pode"os agora alar u" pouco dos resultados de !osso trabal9o dei!vestigação e si!teti#&-los !o que de!o"i!a"os de visão liberal de 9o"e", pois a gra!de"aioria das respostas est& de!tro dessa categoria. Poucas respostas e!caiOa"-se !o quede!o"i!a"os de visão sócio-9istórica. Poder+a"os "es"o air"ar que !e!9u"a resposta Qtipica"e!te sócio-9istórica. & algu"as i!ter"edi&rias, "as Q i!eg&vel que a gra!de "aioriaica locali#ada !a visão liberal.

Page 21: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 21/218

22   #sicolo!ia e dma$*o+ ,esaies "eárico-#ráticos

 A :is*o li%eral de homemPode"os resu"ir essa visão !os segui!tes aspectos6Y T e!"e!o psicológico Q visto de or"a abstrata e !aturali#a!te. T e!"e!o Q vistoco"o algo da espQcie 9u"a!a, caracter+stica u!iversal da espQcie. esig!ado por u"a

qua!tidade e!or"e de palavras.5> en7meno )sicol.!ico0 a nosso :er0 está )ensado0 na maioria das res)ostas0 como al!odescolado0 inde)endente do indi:íduo3 le está transormado0 no discurso desses )sic.lo!os0em uma entidade que atormenta0 restrin!e0 )ossi%ilita0 enriquece0 mo:imenta-se0 desen:ol:e-se@uma entidade que tem uma :oca$*o0 um destino0 um )ercurso0 uma realiza$*o a cum)rir3

 Mecanismos uni:ersais caracterizam0 assim0 esse en7meno5 ;Bock0 1<0 )32<=3Y Jparece ta"bQ" !as respostas a idQia de u" *E$T. [" "eio ge!Qrico, que s ve#es Qsocial, s ve#es Q +sico. Esse "eio i!lue!cia o i!div+duo, "as essa i!luK!cia ta"bQ" Qge!Qrica. )ec9eia, pree!c9e, "olda, co!stitui. Possibilita, i"pede, bloqueia, esti"ula.5> Oomem n*o está conceituado a )artir de uma )ers)ecti:a hist.rica3 )ensado a )artir deuma )ers)ecti:a de natureza humana333 > homem a)arece como um ser que )ossui em si suaessência0 seu :ir-a-ser e que essa essência se atualiza0 se maniesta !ra$as 8s )ossi%ilidades do

meio e 8 rela$*o com os outros3 Oá um homem a)riorístico3 Alm disso0 a no$*o de homemcarre!a uma :is*o de que um ser dotado da )ossi%ilidade de controlar0 !arantir0res)onsa%ilizar-se )elo seu )r.)rio )rocesso de indi:idualiza$*o 5 Y - ;Bock0 1<0 )32<2<1=3É i!teressa!te que se ressalte aqui u" aspecto que c9a"a a ate!ção !a visão de 9o"e" que Q aeOistK!cia de u" eu verdadeiro que 9abita o i!div+duo. Jparece a !oção de que 9& u" euc9eio de pote!cialidades, de 9abilidades, reere!ciadas !a idQia de !ature#a 9u"a!a, que !ão se"a!iesta" de i"ediato, "as que, !o decorrer da vida, depe!de!do das eOperiK!cias vividas, pode" reali#ar-se, prese!tiicar-se, atuali#ar-se. Js co!diçMes sociais aparece" aqui co"oi"peditivas dessa tarea.

Page 22: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 22/218

 As 4nluências do Bar*o de Miinchhcmsen na #sicolo!ia da duca$*o23

5A rela$*o do indi:íduo com a sociedade uma rela$*o )raticamente ine?istente nas res)ostas3 As rela$9es a)ontadas como necessárias e im)ortantes )ara o desen:ol:imento do homemdizem res)eito0 undamentalmente0 8s rela$9es com os outros homens3 C*o s*o0 no entanto0rela$9es situadas no tem)o hist.rico0 em condi$9es determinadas de :ida0 )ermeadas de

 si!niica$9es e lin!ua!ens es)ecíicas0 com condi$9es concretas de tra%alho e ormas de )rodu$*o da so%re:i:ência3 C*o há a :is*o de um conunto de homens com)artilhando esseselementos hist.ricos e sendo determinados )or esses elementos3 > termo social reere-se0assim0 a)enas 8 e?istência de outros homens5 ;Bock0 1<0 )32<12<2=3J pr&tica proissio!al 5 a)resentada na maioria a%soluta das res)ostas como uma )ráticatcnica0 isto 0 uma )rática que contm um sa%er ;mtodos0 tcnicas e teorias= que au?ilia odesen:ol:imento do homem3 Au?ilia a retomada de um Kcaminho des:iadoK0 au?ilia a redu$*odo sorimento0 o autoconhecimento necessário )ara o equilí%rio e a ada)ta$*o ao meio social3> tra%alho tam%m0 na maioria das res)ostas0 %usca esclarecer0 )ermitira com)reens*o0

 a:orecer a escuta0 conhecimento de as)ectos desconhecidos0 e?)licitar as)ectos do indi:íduoque ele desconhece etc3 C*o se coloca uma inalidade social ou )olítica )ara essa )rática3 As

 inalidades est*o li!adas a)enas ao indi:íduo e a um mo:imento que lhe )r.)rio0 natural0 e

que de:e ser conser:ado ou reconduzido 5 ;Bock0 1<0 )32<22<N=3Jparece" ta"bQ", relacio!ados pr&tica, co!teUdos "orais de aRuda ao próOi"o e deco"pree!são absoluta.Ts psicólogos evide!cia", e" seus discursos, pri!cipal"e!te qua!do relata" seus trabal9os,u"a !oção o!ipote!te da proissão e de si próprios co"o proissio!ais, acredita!do que tK" e"suas "ãos a possibilidade de a#er do outro u" 9o"e" eli#, de coloc&-lo e" "ovi"e!to.J idQia de aRuda i!co!dicio!al ao outro Q ta"bQ" prese!te !os discursos. JRuda !a busca daadaptação e da elicidade.5Co entanto0 esse discurso :em acom)anhado da ala+ Kmas o )sic.lo!o n*o muda o homem0a)enas contri%ui )ara que

Page 23: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 23/218

2 #sicolo!ia e duca$*o+ ,esaios "e8rico-#rdticos

ele )r.)rio se modiiqueK3 a oni)otência se tra:este de humildade a%soluta e o )sic.lo!o ne!ao seu )r.)rio tra%alho3 Ce!a a sua inter:en$*o como um tra%alho0 isto 0 como umainter:en$*o diri!ida )ara uma inalidade na qual em)re!a sua ener!ia )ara transormar o que

 se a)resenta naquilo que sur!e em seu )ensamento como o im deseado5 ;Bock0 1<0 )32<N=3

J saUde psicológica Q vista co"o u" co!Ru!to de co!diçMes aprese!tadas pelo i!div+duo que l9e per"ite a adaptação ao seu "eio social e +sico. (ão caracter+sticas do seu co"porta"e!t ou sãocapacidades, ou estado e" que o i!div+duo se e!co!tra ou ai!da co!diçMes de seu aparel9o ps+quico, que l9e per"ite" co"portar-se e estar !o "u!do social de or"a adaptada. (ão visMes"orais e "Qdicas da saUde.

 A :is*o s.cio-hist.rica de homemPara co"pletar !ossa eOposição, coloca"os, aqui, u"a peque s+!tese da visão sócio-9istórica,que se e!co!tra !o outro eOtre"o  da li!9a.Y ;isão de 9o"e" 9istórico, isto Q, u" ser co!stitu+do !o s "ovi"e!toS co!stitu+do ao lo!godo te"po, pelas relaçMes sociais, pelas co!diçMes sociais e culturais e!ge!dradas pela9u"a!idade. [" ser que te" caracter+sticas orRadas pelo te"po, p sociedade e pelas relaçMes.Y T 9o"e" Q visto a partir da idQia de co!dição 9u"a!a6 o 9o"e" Q u" ser que co!stróisuas or"as de satisação das !ecessidade a# isso co" os outros 9o"e!s.Y J relação i!div+duo7sociedade Q vista co"o u"a relação dial tica, !a qual u" co!stitui ooutro. T 9o"e" co!strói-se ao co^ trair sua realidade.Y T e!"e!o psicológico Q ta"bQ" 9istórico. (urge e co!stitui-se a partir das relaçMes do9o"e" co" o "u!do +sico e soei 8odos os ele"e!tos i!ter!os, do "u!do psicológico, sãoorRados !essas relaçMes.Y J pr&tica psicológica Q vista da perspectiva da saUde. )eleOMes sobre a realidade e açMes e proRetos coletivos são co!diçMes b&sicas para a saUde do i!div+duo.

Page 24: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 24/218

 As 4nluências do Bar*o de Miinchhanscn na #sicolo!ia da duca$*o2!

(aUde psicológica Q vista co"o possibilidade de tra!sor"ação da realidadeS saUde Q capacidadede e!re!ta"e!to da realidade e suas possibilidades estão direta"e!te relacio!adas ao "eiosocial, s co!diçMes oerecidas pelo "eio social.

> )ercurso dos )sic.lo!osJ revisão das publicaçMes - revistas e periódicos - de algu"as e!tidades da categoria dos psicólogos oi ta"bQ" algo eOtre"a"e!te i!teressa!te, pois deiOou claro u" percurso dacategoria e" !ossa sociedade e as "uda!ças dos ter"os que vão se!do e"pregados para a#erreerK!cia ao e!"e!o.Ts psicólogos vão se i!seri!do, a partir de @<0, !as lutas da sociedade civil6 lutas por "el9oresco!diçMes de trabal9o, por "el9ores co!diçMes de saUde e Educação para a população e lutas pol+ticas da sociedade. Essa i!serção e participação da categoria são eitas via e!tidadesreprese!tativas6 si!dicatos, co!sel9os regio!ais, ederação e CP.Pode"os voltar u" pouco atr&s 1@>0->=3 e va"os ver a categoria crescer assustadora"e!te, a partir de u"a pol+tica de i!ce!tivo abertura de escolas particulares e da busca de asce!são dasca"adas "Qdias atravQs da or"ação !o ?o grau. & u" cresci"e!to "uito gra!de de !ossacategoria, que e!co!tra pouco espaço !o "ercado de trabal9o. Paralela"e!te, 9& u"dese!volvi"e!to das lutas da sociedade civil por "el9ores co!diçMes de vida. E l& estão os psicólogos ocupa!do suas e!tidades e utili#a!do esses espaços para buscar u"a a"pliação !o"ercado de trabal9o da proissão.T e!"e!o psicológico, que atQ @<0 aparecia !as publicaçMes de or"a pobre, desig!ado por poucas palavras que parecia" atQ e!tão co!se!suais, co"o co"porta"e!to,dese!volvi"e!to i!telectual, cog!itivo e aetivo, autoco!ceito e auto-air"ação, passa a ser paulati!a"e!te desig!ado por u" co!Ru!to cada ve# "aior de palavras. E !ão só u" co!Ru!toda palavras cada ve# "aior, co"o u" co!Ru!to que passa a i!cluir palavras que a#e"reerK!cia a u"a relação desse e!"e!o co" a realidade social, o!de ele aco!tece e sedese!volve.J partir de @<0, psicólogos perte!ce!tes ao que poder+a"os de!o"i!ar de resistK!cia a u"a

Psicologia do"i!a!te vão ocupar as e!tidades represe!tativas da categoria e colocar seusdiscursos cr+ticos !as publicaçMes dessas e!tidades, a#e!do circular e" !osso pa+s u"a

Page 25: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 25/218

2A #sicolo!ia e duca$*o+ ,esaios "c.iico-#mticos _ 

visão 9istórica e cr+tica de 9o"e" e de e!"e!o psicológico. É per+odo de reorga!i#açãosocial e pol+tica da sociedade brasileira.Ts psicólogos vão ava!çar. Jva!ça" e" suas preocupaçMes e co!struir u"a Psicologia aserviço das !ecessidades da "aioria populaçãoS ava!ça" porque passa" a participar co" outros

trabal9adores da saUde !as lutas e orga!i#açMes sociaisS ava!ça" porque busca" !ovas pr&ticas para a proissão. ebates, publicaçMes, ousadia !as pr&ticas proissio!ais, ousadia !as or"as deorga!i#ação da categoria 1co!gressos, eleiçMes diretas para seus represe!ta!tes etc3 caracteri#a"os a!os <0. 'esse traReto todo 9& u" au"e!to surpree!de!te do !U"ero de ter"os para desig!ar oe!"e!o psicológico.J dQcada de @0 co"eça co" toda essa diversidade. T psicólogo est& dei!ido co"o u" proissio!al de saUde e poucos questio!a" essa air"ação. Jprou!da"-se as te!dK!cias dadQcada de <0. 8alve# possa"os di#er que !esse per+odo os psicólogos buscara" siste"ati#artoda a produção dos a!os <0 e respo!der s questMes colocadas !aquele per+odo.;ale le"brar que Q u"a 9istória !a qual a resistK!cia ocupa as e!tidades e a# circular seu pe!sa"e!to, "as !ão quere"os di#er co" isso que essa resistK!cia te!9a co!seguido se i"por

co"o pe!sa"e!to do"i!a!te. J Psicologia tradicio!al, co" sua visão liberal de 9o"e",co!ti!uou eOisti!do. E Q eOata"e!te isso que os dados dos questio!&rios, que aplica"os, viera"de"o!strar.Jssi", o trabal9o per"itiu co!cluir que, a partir de @<0, os psicólogos, atravQs de suase!tidades, acu"ulara" u"a reor"ulação sig!iicativa do co!ceito de e!"e!o psicológico.Este passa a i!cluir aspectos sociais e" sua co!stituição e a pr&tica que o aco"pa!9a, buscaor"ular-se a partir da realidade co!creta, brasileira. Ts psicólogos preocupa"-se co" oe!gaRa"e!to da proissãoS questio!a" as teorias e os "Qtodos da Psicologia e busca"reor"ular o co!9eci"e!to, a pr&tica. [" "odelo "ais cr+tico de atuação aco"pa!9ado de u"avisão ce!trada !a saUde parece vir substitui!do o "odelo "Qdico de i!terve!ção. Essas"uda!ças to"ara"-se poss+veis dado o ava!ço da orga!i#ação da sociedade civil e" prol daobte!ção de "el9ores co!diçMes de vida e saUde para a população e ai!da dado o i!gresso dos psicólogos e" serviços pUblicos de ate!di"e!to saUde e Educação. $sso leva os psicólogosao "ovi"e!to dos servidores pUblicos e luta da saUde e da Educação.

Page 26: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 26/218

 As 4nluências do Bar*o de Aíiinc%hausen na #sicolo!ia da duca$*o2< 

T co!Ru!to dos questio!&rios evide!ciou, !o e!ta!to, a prese!ça de u"a visão liberal orte. ["avisão de u" 9o"e" que pode sair do p4!ta!o puOa!do pelos seus próprios cabelos. Tu seRa,ai!da !ão supera"os o "odelo tradicio!al de proissão, a visão liberal, positivista e idealista de9o"e", as !oçMes i!dividualistas que isola" o i!div+duo de seu "u!do social, "u!do este que

l9e co!stitui e l9e d& se!tido. J Psicologia ai!da te" orte papel ideológico e" !ossa sociedade. As inluências do Bar*o na #sicolo!ia da duca$*oCo" esses dados e releOMes colocadas pode"os agora partir para u"a releOão sobre asi!luK!cias do 5arão de *!c99ause! !a Psicologia da Educação, o que sig!iica di#er queva"os reletir a !aturali#ação do e!"e!o psicológico co"o gerador de co!cepçMes !aPsicologia da Educação que tK" i!or"ado pr&ticas que precisa" ser criticadas e superadas.;a"os dese!volver quatro idQias b&sicas que estão colocadas origi!al"e!te !a produção deC9arlot e que tK" sido u!da"e!tais para o dese!volvi"e!to de !ossas posiçMes !a &rea.Y J cria!ça e o Rove" tK" sido vistos da perspectiva da !ature#a 9u"a!a.Y J Escola te" sido dei!ida co"o u" espaço de proteção aos educa!dos.Y J Educação te" sido co!cebida eOclusiva"e!te co"o processo cultural.Y T trabal9o !a Educação co!cebido co"o "issão quase divi!a. J C)$J'`J7VT;E*6 ascaracter+sticas do dese!volvi"e!tode !ossas cria!ças e de !ossos Rove!s tK" sido tributadas !ature#a 9u"a!a, isto Q, tK" sido!aturali#adas co"o caracter+sticas do dese!volvi"e!to 9u"a!o.J i!4!cia e a adolescK!cia são pe!sadas co"o ases de u" dese!volvi"e!to esperado, previstoe !atural. J depe!dK!cia da cria!ça e" relação ao adulto, por eOe"plo, Q vista co"o algo!atural. 'ão se pe!sa essa depe!dK!cia co"o u"a i!terpretação eita pelo adulto, a partir dasrelaçMes vividas co" a cria!ça, i!terpretação esta retirada da relação e!tre as co!diçMesisiológicas da cria!ça e as possibilidades sociais de satisação das !ecessidades. Tu seRa, acria!ça !ão Q !atural"e!te depe!de!teS ela tor!a-se depe!de!te e" u"a sociedade !a qual assuas co!diçMes isiológicas estão dista!tes

Page 27: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 27/218

2<   #sicolo!ia c duca$*o+ ,esaios "emico-#ráticos

das possibilidades sociais de satisação das !ecessidades. Jssi", cria!ça Q depe!de!te dosadultos para se ali"e!tar, "atar a sede _ se agasal9ar porque as or"as de !os ali"e!tar"os, de"atar"os !ossa sede ou de !os agasal9ar"os Q soisticada para as co!diçMes da cria!ça. Claroque !ossas cria!ças !ão pode" sobreviver so#i!9as por "ais si"ples que seRa" !ossas or"asde satisação das !ecessidades. *as tor!a"-se "ais te"po depe!de!tes dos adultos pelas

or"as soisticadas que co!stru+"os. J 9istória social e o dese!volvi"e!to da 9u"a!idade e desua cultura tor!ara" a cria!ça depe!de!te. T i!teressa!te Q que co" a !aturali#ação dessadepe!dK!cia o adulto icou autori#ado i!terve!ção e sua autoridade sobre a cria!ça icouta"bQ", de certa or"a, !aturali#ada.Processo de certa or"a se"el9a!te aco!tece co" o Rove". Ele !ão Q !atural"e!te rebelde, ouvive !atural"e!te u" co!lito de geraçMes. T que se passa, de "a!eira si"pliicada, Q que asco!diçMes +sicas e i!telectuais dos Rove!s R& l9es per"ite" u"a participação "uito "aior !asociedade do que a autori#ação que tK" para essa participação. 'a relação co!diçMes7per"issãosocial, os Rove!s ica" preRudicados, porque são i"pedidos de reali#ar "uitas atividades para asquais R& tK" co!diçMes. J rebeldia Q a i!terpretação que a sociedade adulta a# da or"a de o Rove" respo!der sociedade adulta que o i"pede.J i"potK!cia, a ragilidade e a depe!dK!cia da cria!ça, assi" co"o a rebeldia dos Rove!s, tK" a

ver co" o "eio criado pelo 9o"e" e !ão co" a sua !ature#a.J !aturali#ação da cria!ça e do Rove" ve" seguida da idQia de que esse ser, !atural"e!te r&gilou rebelde, precisa ser corrigido, posto !o ca"i!9o certo, educado. E a escola surgir& co"o olugar ideal para esse trabal9o de cultivo.E E(CTLJ6 a escola passa e!tão a ser pe!sada co"o u" lugar privilegiado para o cultivo de!ossas cria!ças e de !ossos Rove!s. 8or!a-se u"a ortale#a que os proteger& da vida social, vistaco"o o!te de corrupção e de "odelos i!adequados. 'a escola pode dese!volver-se u" trabal9o, atravQs do e!si!o de u"a cultura puriicada, deEducação, co"o co!tribuição para c dese!volvi"e!to ple!o das pote!cialidades de cada u". Jrealidade escolar substitui a realidade social e a escola volta dei!itiva"e!te as costas para asociedade.

esarticula-se a vida cotidia!a da vida escolarS desvalori#a-se a vida socialS !ega-se qualquersaber que !asça !o 4"bito da vida

Page 28: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 28/218

 As 4nluências do Bar*o de Münchhausen na #sicolo!ia da duca$*o2@

cotidia!a. $"pMe-se "odelos de dese!volvi"e!to "oral para as cria!ças e os Rove!s, "odelosestes corporiicados e" pessoas que, por tere" tido u" co!tato tão estreito co" a cultura e osaber acu"ulados pela 9u"a!idade, se tor!ara" "odelos pereitos, a sere" seguidos.T preparo para se viver e" sociedade Q eito ora dela, de costas para ela, !ega!do o que se

 possa ter co!stru+do !ela que !ão seRa puriicado pelo saber escolar.J escola sobe seus "uros para que os alu!os !ão veRa" a vida cotidia!a aco!tece!do l& ora.E"purra da porta para ora qualquer assu!to que possa vir a perturbar a vida escolar. 'ão per"ite a e!trada da sociedade e" seu espaço puriicado. 'ão seRa"os i!gK!uos e" ac9ar que ape!as as escolas tradicio!ais u!cio!ara" assi".$!eli#"e!te !ão. 8alve# as escolas tradicio!ais te!9a" levado essas idQias s Ulti"asco!seqK!cias, "as as escolas "ais "oder!as, co"o as partid&rias da Pedagogia da Escola 'ova, ta"bQ" i#era" isto. 8a"bQ" acreditara" que a realidade escolar deveria ser algo tão puro, que se asse"el9asse !ature#a, para que as cria!ças pudesse" ser ali "a!tidas e preservadas e" tudo de bo" que a i!4!cia carrega.J escola desvalori#ou a vida social. 'ão e!te!deu e" !e!9u" "o"e!to que devesse articular-se co" a vida social e i!Retar realidade !as tareas e releOMes escolares. T saber a ser

tra!s"itido !ão poderia Ra"ais ser qualquer u". T saber deveria ser aquele capa# de puriicar,capa# de a#er surgir as pote!cialidade !aturais do 9o"e".J E[CJ`T6 a Educação passou e!tão a ser pe!sada co"o u" trabal9o eOclusiva"e!tecultural de preparo para a vida e" sociedade. ["a tarea de "uita respo!sabilidade6 aastar ascria!ças e os Rove!s das o!tes de corrupção para cultivar as pote!cialidades 9u"a!as co!tidase" cada u", a#e!do desabroc9ar a !ature#a 9u"a!a de que so"os dotados.T saber escolar !ão Q porta!to visto co"o u" saber social. J cultura e!si!ada !a escola !ão Qvista co"o produto social. 8udo ica !aturali#ado e aquilo que est& se!do passa a serco!siderado o que deve ser, porque Q visto co"o verdadeiro e !atural.T 8)J5JLT !as escolas passa a ser visto co"o u"a "issão quase divi!a. a#er desabroc9ara !ature#a co!tida e" cada alu!o Q, se" dUvida, u" trabal9o divi!o.Js cria!ças deverão ter as oportu!idades adequadas para que a tarea se co"plete. (erão dadasa elas as oportu!idades e elas deverão

Page 29: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 29/218

?0   #sicolo!ia e duca$*o+ ,esaios "e8iico-#rátkos

saber aproveit&-las. (erão, assi", respo!sabili#adas pelo processo de apre!di#age". T trabal9oi!cidir& sobre elas. 8Qc!icas corretiva serão co!stru+das. Ts educadores estarão vigila!tes,cuida!do para que o dese!volvi"e!to "oral e psicológico se dK adequada"e!te. Js sa+das esoluçMes para qualquer diiculdade serão i!dividuali#adas e i!dividuali#a!tes.

 A contri%ui$*o dos )sic.lo!osTs psicólogos tK" co!tribu+do basta!te !essas co!struçMes teóricas e !essas pr&ticas escolares.8e"os, por eOe"plo, co!stru+do K-idQia de que as cria!ças pode" ter diiculdades deapre!di#age" Tra, co"o pode"os pe!sar que e" u" processo de e!si!o-apre!di#age" u"adas partes pode ser respo!sabili#ada pelo racassoX Co"6 pode"os pe!sar que as cria!çaste!9a", ape!as elas, diiculdade !o processoX Por que !ão pe!sar que 9& diiculdades !o processo Qk e!si!o-apre!di#age" e que proessores, alu!os e todos os aspectos e pessoase!volvidas deve" ser i!clu+dos !a busca da soluçãoX *a !ão tive"os dUvidas... Co!stru+"osu"a sQrie de co!9eci"e!tos c saberes para aRudar a cria!ça a se puOar pelos seus próprioscabelos e sair do p4!ta!o.JlQ" disso, te"os co!stru+do "uitas teorias sobre o dese!volvi"e!to das cria!ças, teorias estasdescoladas da realidade social m qual esse dese!volvi"e!to to"a se!tido, ou "el9or, !a qual,

de !ossi perspectiva, ele se co!stitui. *as te"os eito isto se" qualquer diiculdade. E !ossossaberes vão e!tão i!struir pr&ticas, de proissio!ais da Educação, que se tor!a", co" elas e""ãos, verdadeira vigias do dese!volvi"e!to !or"al, isto Q, se tor!a" vigias o6dese!volvi"e!to deseRado, do"i!a!te !a sociedade, to"ado e!tão co"o !atural.J realidade social te" sido redu#ida realidade i!dividual eco. a aRuda da Psicologia.Proble"as eco!"icos tK" sido a!alisados co"o proble"as de cultura i!dividual e odese"prego, por eOe"plo te" sido lido co"o alta de escolari#ação. 8e"os co!tribu+do para aleitura de que o que alta para !ossas cria!ças e" situação de ape!as a escola. Proble"as sociaissão pe!sados co"o proble"as de cultura i!dividual, i!co"pree!são, alta de esorço etc. Tdo"+!io social e pol+tico da sociedade Q redu#ido a questMes de aptidMes  i!dividuais ou proble"as "orais de cada u". Esc4!dalos e" nossa

Page 30: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 30/218

 As 4nluências do Bar*o de Münchhausen na #sicolo!ia da duca$*o  ?

sociedade, e!volve!do pol+ticos, tK" sido reqe!te"e!te lidos co"o alta de escrUpulos e altade u"a "oral rigorosa.8e"os co!tribu+do para que a Educação escolar apareça co"o a gra!de rede!tora de !ossos proble"as sociais, deiOa!do dei!itiva"e!te ocultados os deter"i!a!tes eco!"icos e osi!teresses pol+ticos desses proble"as.

É preciso que se deiOe claro que os psicólogos !ão tK" "aior respo!sabilidade do que outros proissio!ais e de que !ão estão atua!do dessa or"a e co!strui!do esses saberes porqueescol9era" esse ca"i!9o. Estar+a"os assi" reorça!do a idQia do 5arão de *!c99ause! deque !os puOa"os so#i!9os do p4!ta!o. Ts psicólogos tK" sido or"ados sob as perspectivasliberal e positivista de co!9eci"e!toS tK" apre!dido que o valor do i!div+duo Q supre"oS tK"apre!dido a partir da dicoto"ia i!ter!o7eOter!o e psicológico7 social.J possibilidade de superação desses saberes ta"bQ" !ão se d& por u" esorço de puOar oscabelos para sair do p4!ta!o. T esorço dever& ser coletivo, a partir da co!strução de proRetoscoletivos. T eOerc+cio cr+tico de aba!do!ar or"as i!dividuali#a!tes de atuação e de aba!do!aror"as !aturali#a!tes de co!9eci"e!to tor!a-se eOigK!cia para esse esorço coletivo. E!te!derque !osso saber Ra"ais dever& servir para ocultar processos sociais deter"i!a!tes de processoseducacio!ais R& Q u" bo" co"eço.$!Retar realidade social e" !ossos saberes e a#eresS estra!9ar a realidade da or"a co"o seaprese!ta e Ra"ais !aturali#&-laS to"ar a realidade co"o 9istórica, e!te!de!do que ela est& e""ovi"e!to e que !ossa ação co!tribui !a direção desse "ovi"e!to, são tareas !ecess&rias eOpulsão do 5arão de *!c99ause! do 4"bito da Psicologia da Educação.

Page 31: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 31/218

32 #sicolo!ia e duca$*o+ ,esaios "emico-#ráticos

 Reerências Bi%lio!ráicas+5TC, J.*.5. As A:enturas do Bar*o de Münchhausen na #sicolo!ia+ um estudo so%re o

 si!niicado do en7meno )sicol.!i- co na cate!oria dos )sic.lo!os3 (ão Paulo6 @@>, 8ese de doutorado - P[C(P.

*J)Z, .S E'%EL(, . A 4deolo!ia Alem*3 Coleção (+!tese, Ed. Prese!ça e Livraria *arti!so!tes, vol. $, DBedição. Portugal 5rasil6 @<0.)J(PE, ).E. As a:enturas do Bar*o de Münchhausen3 8radução de 'orberto de Paula Li"a,e"us Ed. (ão Paulo6 s7data.

 Bi%lio!raia Básica+5J8$', *. Mar?ismo e Filosoia da (in!ua!em3 Ed. ucitec.(ão Paulo6 @@2. 5EE))J V)., B3A Co$*o de indi:íduo+ releOão sobre u" i"pl+cito pouco pe!sado. )io de Va!eiro6 @<2. issertação de "estrado-[E)V.5TC, J.*.5.S %T'`JL;E(, *.%.*. et ai. A #sicolo!ia S.cio-Oist.rica0 "i"eo. (ãoPaulo6 @@A.

CJ);JLT, J.*.J. KAtua$*o #sicol.!ica 5 - al!uns elementos )ara uma rele?*o so%re osrumos da )roiss*o e da orma$*o3e" Co!sel9o ederal de Psicologia - Re:ista #sicolo!ia+ 6iência e #roiss*o0 a!o D, !U"ero 2,@<D, p.>[email protected])LT8, 5. A Mistiica$*o #eda!.!ica+ realidades sociais e )rocessos ideol.!icos nateoria da duca$*o3 )io de Va!eiro6 a9ar, @>@.[*T'8, L. > 4ndi:idualismo+ u"a perspectiva a!tropológica da ideologia "oder!a. )io deVa!eiro6 Ed. )occo, @@?.$%[E$)ET, L.C.*. #sicolo!ia - uma introdu$*o3 (ão Paulo, E[C, @@2.LJ'E, (.8.*.S CTT, . 1Trgs.3 #sicolo!ia Social - o homem em mo:imento3 (ão Paulo6 Ed.5rasilie!se, @<D.LT, *. As A:enturas de arl Mar? contra o Bar*o de Münchhausen3 (ão Paulo6 Ed. 5usca

;ida, @<>.

Page 32: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 32/218

 As 4nluências do liar*o de Münchhausen na #sicolo!ia da duca$*o  ??

. 4deolo!ias e 6iências Sociais+ ele"e!tos para u"aa!&lise "arOista. (ão Paulo6 Ed. Corte#, @<<.*JCJT, J.*. A quei?a escolar e seus encaminhamentos0 e" Vor!al do C)P-Aa região, a!oD, !f <>, "aio7Ru!9o @@D, p. A.*ELLT, (.L. 6urrículo+ quais mudan$as ocorreram desde 1J2 e" Co!sel9o ederal de

Psicologia. Re:ista #sicolo!ia+ 6iência e #roiss*o0 a!o @, !f 7@<@, p. A7<.(CJ, J. > Mar?ismo e o 4ndi:íduo3 )io de Va!eiro6 Ed. Civili#ação 5rasileira, @A>.(E''E88, ). > ,eclínio do Oomem #D%lico T as tiranias da intimidade3 (ão Paulo6Co"pa!9ia das Letras, @<<.;$%T8($, L.(. #ensamento e (in!ua!em3 (ão Paulo6 Ed. *arti!s o!tes, @<>.. A Forma$*o social da Mente+ o dese!volvi"e!todos processos psicológicos superiores. (ão Paulo6 Ed. *arti!s o!tes, @<D.;$%T8($, L.(S L[)$J, J.)S LET'8$E;, J.'. (in!ua!em0 desen:ol:imento ea)rendiza!em3 (ão Paulo6 Ed. +co!e, @<.J)E, *.V. (i%eralismo e duca$*o3 (ão Paulo6 @<D. 8ese de doutorado - P[C(P.

Page 33: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 33/218

Page 34: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 34/218

 #sicolo!ia scolar+ #ensamento 6rítico e #raticas #roissionaisU Marisa u!ênia Melillo Meira

J Psicologia Educacio!al co!stituiu-se, !o i!+cio do sQculo, co"o u"a &rea de co!9eci"e!tosque se propu!9a a estudar questMes i"porta!tes que i!teressava" educação escolar, e só !adQcada de D0 tor!ou-se u"a pr&tica proissio!al, o que propiciou o surgi"e!to do psicólogoescolar, cuRa u!ção seria a de resolver proble"as escolares 1*alu, @@23.E" decorrK!cia dessas orige!s, 9istorica"e!te os ter"os Psicologia Escolar e Psicologia daEducação, ou Psicologia Educacio!al, tK" sido utili#ados para desig!ar aspectos diere!ciados,se!do o pri"eiro reerido "ais direta"e!te a questMes de orde" pr&tica, e o segu!do a aspectosteóricos. Jssi", to"a!do-se essa dei!ição, a Psicologia da Educação ou Educacio!al deveriaocupar-se da co!strução de co!9eci"e!tos que possa" ser Uteis ao processo educacio!al,e!qua!to a Psicologia Escolar circu!screver-se-ia ao 4"bito do eOerc+cio direto do proissio!al!a Educação.o !osso po!to de vista, a disti!ção e!tre os ter"os colocada desse "odo eOpressa u"a visãodistorcida que co"porta a possibilidade de pe!sar"os e" pr&tica e teoria co"o ele"e!tos quese auto-W Este teOto oi elaborado a partir da tese de doutorado Psicologia Escolar6 Pe!sa"e!to Cr+tico e Pr&ticas Proissio!ais, sob aorie!tação da Proa. ra. *aria )egi!a *alu, !o $P[(P, e" @@>.

Page 35: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 35/218

?A   #sicolo!ia c duca$*o+ ,esaios "eárico-#ráticos

suste!ta", basta!do-se a si "es"as. (e co!siderar"os, por u" que Q u!da"e!tal aarticulação per"a!e!te e!tre pr&tica e releOão teórica, seRa !o processo de co!strução de !ovaselaboraçMes, s !a busca de ele"e!tos teóricos i"porta!tes R& dese!volvidos e, outro lado,i!depe!de!te"e!te do espaço social que a Psicologia Escolar possa estar ocupa!do !o ca"poeducacio!al, Q poss+vel co!creti#ação de pressupostos e i!alidades tra!sor"adoras, c^ rai# Q o

co"pro"isso eetivo co" a Educação, tor!a-se evide!te eOigK!cia de rediscutir"os essadisti!ção.T eOa"e da literatura atual sobre Psicologia e Educação i!dica que a utili#ação dessasde!o"i!açMes e" geral !ão se u!da"e!ta e" dei!içMes suicie!te"e!te precisas. *as,"es"o que a ter"i!ologia utili#ada !ão te!9a u"a i"port4!cia e" si "es"a, ela pode tr^^i"plicaçMes de orde" teórica e pr&tica e por esse "otivo co!sidera"os i"porta!te esclarecer ose!tido que o ter"o Psicologia Escolar assu"e !este trabal9o.Jo utili#ar"os esse ter"o esta"os reeri!do-!os a u"a &rea atuação da Psicologia e aoeOerc+cio proissio!al do psicólogo q atua !o ca"po educacio!al e que, para dar co!ta dei!serir-critica"e!te !a educação, deve apropriar-se de diere!tes elaboraçoes teóricasco!stru+das !ão ape!as !o i!terior da ciK!cia psicológica "as ai!da da Pedagogia, ilosoia eilosoia da Educação, e!tre outras, de or"a a assu"ir u" co"pro"isso teórico e pr&tico co"questMes da escola R& que, i!depe!de!te"e!te do espaço proissio!al que possa estar ocupa!do1direta"e!te !a escola, e" serviços pUblicos de Educação e saUde, e" u!iversidades, cl+!icas,equi de assessoria ou de pesquisas etc3, ela deve co!stituir-se e" oco pri!cipal de releOão. $stosig!iica que Q do trabal9o que dese!volve !o i!terior das escolas que e"erge" as gra!desquestS para as quais se deve buscar os recursos eOplicativos e "etodológi que possa" orie!tar aação do psicólogo escolar.Jo eOa"i!ar as ra+#es 9istóricas da i!trodução da Psicologia... 5rasil, busca!do co!teOtuali#&-lae!qua!to &rea de co!9eci"e!to pr&tica proissio!al, particular"e!te !a Educação, Patto 1@<D3ide!tiica trKs "o"e!tos pri!cipais de sua traRetória !o 5rasil6 o per+odo da $a )epUblica 1@0A a@?03 que, i!spirado por i!luK!cias europQias, se caracteri#ou pelo dese!volvi"e!to de estudose" laboratórios, reali#ados por u" !U"ero redu#ido de proissio!ais e que provocara" pouca

ou !e!9u"a i!tererK!cia !o co!teOto social da Qpoca o per+odo de co!solidação do "odo de produção capitalista 1@?0 a

Page 36: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 36/218

 #sicolo!ia scolar+ #ensamento 6rítico e #ráticas #roissionais3"

@A03 !o qual, sob i!luK!cia prepo!dera!te dos estudos e te!dK!cias !orte-a"erica!as, aPsicologia assu"e !itida"e!te u" peril psico"Qtrico, eOperi"e!tal e tec!icistaS e o Ulti"o per+odo, de @A0 e" dia!te, qua!do passa a ser praticada !as escolas de "odo "ais siste"&ticoe direto, a partir de obRetivos "arcada"e!te adaptacio!istas.

esde e!tão, a Educação te" se co!stitu+do !o ca"po proissio!al para u"a parcelaco!sider&vel de psicólogos e, de acordo co" pesquisa reali#ada pelo Co!sel9o ederal dePsicologia e" @@2, depois da cl+!ica 1?>,23 e orga!i#acio!al 12@,A3, ela R& Q a &rea deatuação !o 5rasil que "ais absorve proissio!ais 12D,D3. 'o e!ta!to, isto !ão sig!iica que R& te!9a"os reu!ido ele"e!tos teórico-"etodológicossuicie!tes e adequados co!solidação de pr&ticas proissio!ais co"pete!tes. Jo co!tr&rio, aa!&lise da literatura dispo!+vel i!dica que, !o 5rasil, a "a!eira co"o se co!du#iu o processo deatuação e produção de co!9eci"e!tos !a &rea te" sido alvo de sQrias cr+ticas que, pri!cipal"e!te a partir da dQcada de <0, tK" se tor!ado cada ve# "ais co!tu!de!tes.8odo esse "ovi"e!to de cr+tica, gerado pela releOão sobre a i!suiciK!cia das pr&ticasdese!volvidas e" !ossos "eios, be" co"o dos quadros co!ceituais sobre os quais elas vK" sesuste!ta!do 9istorica"e!te, te" oerecido i"porta!tes subs+dios ta!to !o se!tido de desvelar os

deter"i!a!tes sociais e 9istóricos que co!or"a" o 1des3e!co!tro e!tre a Psicologia e aEducação qua!to !o se!tido de reair"ar a possibilidade da co!strução de perspectivas "aisadequadas.E"bora v&rios autores ve!9a" apo!ta!do a !ecessidade de "uda!ças, o trata"e!to teórico, be" co"o as direçMes de a!&lise, são !ão ape!as diversos, co"o ta"bQ" algu"as ve#esco!lita!tes.J co"pleOidade do te"a, be" co"o a reqe!te ausK!cia de di&logo e!tre os que dee!de" as"ais diere!tes posiçMes, te" diicultado o ava!ço do debate e propiciado terre!o Qrtil para oapelo a soluçMes &ceis e aos discursos que !ada di#e".Essa i!te!ção de buscar a co!strução de u"a Psicologia "ais cr+tica e co"pro"etida co" ai!alidade de tra!sor"ação, por si só !ão Q suicie!te, R& que atual"e!te, se tor!ou lugarco"u" a air"ação da !ecessidade de se co"pree!der o 9o"e" e!qua!to u" ser 9istórico esocial, o que, "uitas ve#es, !ão passa de u"a adesão se" "aiores sig!iicados e co!seqK!ciasa u"a te!dK!cia que te" sido co!siderada co"o atual, ou "es"o "oder!a.

Page 37: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 37/218

?<   #sicolo!ia e duca$*o+ ,esaios "emico-#ráticos

 'a te!tativa de situar"o-!os !esse processo de co!strução coletiva e co!sidera!do que aeOistK!cia de diere!tes co!cepçMes de"a!da u"a postura de a!&lise e releOão cuidadosa, R&que !ão basta ape!as apo!tar"os a !ecessidade de buscar alter!ativas, !este trabal9eaprese!ta"os e discuti"os a pre"issa de que u" ca"i!9o poss+vel para u"a u!da"e!tação"ais co!siste!te de u"a co!cepção cr+tica de Psicologia Escolar pode ser buscado !o recurso a

co!cepçMes cr+ticas de Educação e Psicologia.Co!sidera!do a !ecessidade de !ão ba!ali#ar"os o co!ceito de cr+tica, e ao "es"o te"poreco!9ece!do que este pode assu"ir "Ultiplos se!tidos e" virtude das orie!taçMes teórico-ilosóicas adotadas, buscare"os e" u" pri"eiro "o"e!to apo!tar algu!s ele"e!tosco!stitutivos "ais u!da"e!tais do pe!sa"e!to cr+tico. Para ta!to, to"are"os co"o reerK!cia pri!cipal parte do co!Ru!to de or"ulaçMes dese!volvidas por arl *arO e algu"as obras deautores que se u!da"e!tara" !essa "es"a o!te.E" seguida, parti!do da deli"itação das eOpressMes "ais elaboradas do pe!sa"e!toeducacio!al cr+tico, aprese!tare"os algu!s ele"e!tos u!da"e!tais de u"a co!cepção cr+ticade Educação que possa co!stituir-se e" u" dos u!da"e!tos ta!to para a proposição dei!alidades qua!to para a co!strução de pr&ticas co!teOtuali#adas de Psicologia Escolar.E" u" terceiro "o"e!to i!dica"os algu"as releOMes teórico-cr+ticas i"porta!tes R&

dese!volvidas !o ca"po da Psicologia que !os per"ite" co"pree!der dialetica"e!te a relaçãoe!tre o i!div+duo e o co!teOto 9istórico.8o"a!do co"o reerK!cia os ele"e!tos co!stitutivos do pe!sa"e!to cr+tico e suas eOpressMese" co!cepçMes cr+ticas de Educação e Psicologia, !o quarto ite" discuti"os algu!s ele"e!tosde u"a perspectiva teórica cr+tica de Psicologia Escolar que R& se a#e" prese!tes e" diere!tes produçMes teóricas. 'o i!al aprese!ta"os algu"as releOMes que pode" co!tribuir e" algu"a "edida para aco!strução de u" corpo de co!9eci"e!tos teórico-cr+ticos que possa co!stituir-se e" u"a"ediação u!da"e!tal e!tre as i!alidades tra!sor"adoras e as pr&ticas de Psicologia Escolar.

Page 38: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 38/218

Page 39: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 39/218

D0   #sicolo!ia c duca$*o+ ,esaios "cáiico-#rticos

 buscou orga!i#ar os pri!c+pios u!da"e!tais de u" "Qtodo cie!t+ico que osse adequado co"pree!sãoda vida social co"o u"a realidade que est& e" processo co!t+!uo de tra!sor"ação do qual todos os9o"e!s participa", quer te!9a" co!sciK!cia disto ou !ão.Para *arO, a tarea da ciK!cia seria o desvela"e!to das estruturas subRace!tes 9istoricidade do social, oque !ão seria poss+vel ape!as co" o recurso aos dados e"p+ricos que, e"bora !ecess&rios, !ão gara!te"

a apree!são da essK!cia "es"a dos e!"e!os. 'esse se!tido, a atividade cie!t+ica !ão pode ser li"itadaa u"a classiicação "era"e!te descritiva do que aparece e!o"e!ica"e!teS Q preciso situar os dados !oquadro 9istórico articula!do os dois "o"e!tos u!da"e!tais da atividade de co!9ecer6 o "o"e!to daaparK!cia, tra#ido pelos dados, e o da essK!cia, co!stru+do atravQs do pe!sa"e!to teórico. E" suas

 palavras6 5> concreto o concreto0 )orque a concentra$*o de muitas determina$9es0 isto 0 unidade do di:erso3 #or isso0 o concreto a)arece no )ensamento como o )rocesso da concentra$*o0 como resultado0 n*ocomo )onto de )artida0 em%ora sea o :erdadeiro )onto de )artida e0 )ortanto0 o )onto de )artidatam%m da intui$*o e da re)resenta$*o333 o mtodo que consiste em ele:ar-se do a%strato ao concreton*o sen*o a maneira de )roceder o )ensamento )ara se a)ro)riar do concreto0 )ara re)roduzi-loes)iritualmente como coisa concreta5 ;Mar?0 1L0 )3E12=3Para i!ali#ar, poder+a"os di#er, e" s+!tese, que u"a co!cepção ou teoria Q cr+tica "edida que te"co!diçMes de tra!sor"ar o i"ediato e" "ediatoS !egar as aparK!cias sociais e as ilusMes ideológicasS

apa!9ar a totalidade do co!creto e" suas "Ultiplas deter"i!açMes e articular essK!cia7aparK!cia, parte7todo, si!gular7u!iversal e passado7prese!te, co"pree!de!do a sociedade co"o u" "ovi"e!to devir a ser.

 'o que se reere ao segu!do ele"e!to co!stitutivo do pe!sa"e!to cr+tico, co!corda"os co" *arti!s1orac9i e *arti!s, @<?, p.23 que a#er a cr+tica do co!9eci"e!to !ão pode ter o sig!iicado vulgar derecusa de u"a "odalidade de co!9eci"e!to e" !o"e de outra. É preciso alca!çar o rigor suicie!te parasituar o co!9eci"e!to i!do atQ a sua rai#, o que sig!iica dei!ir os seus co"pro"issos sociais e9istóricos, locali#ar a perspectiva que o co!struiu, descobrir 

Page 40: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 40/218

 #sicolo!ia scolar+ #ensamento 6rítico e- #ráticas #roissionaisD

a "a!eira de pe!sar e i!terpretar a vida social da classe que aprese!ta esse co!9eci"e!to co"ou!iversal . 'esse se!tido, o desvela"e!to ideológico da produção cie!t+ica deve levar-!os co"pree!sãode que a produção do co!9eci"e!to Q u"a orça de ação 9u"a!a que se i!tegra !a pr&tica social

global de u"a sociedade deter"i!ada, que co!dicio!a !ão só seus obRetivos, co"o ta"bQ" aor"a atravQs da qual se orga!i#a, o que sig!iica que o co!9eci"e!to Q !ecessaria"e!te produ#ido, ai!da que !ão i!te!cio!al"e!te, a partir de u"a perspectiva de classe social e dasrelaçMes sociais de produção a que correspo!de.Co!or"e apo!ta" Lu/&cs 1@<3 e LMH] 1@<>3, esse desvela"e!to Q co!dição u!da"e!tal para o co!9eci"e!to aprou!dado de qualquer e!"e!o, o que eqivale a di#er, aoco!9eci"e!to de seu car&ter 9istórico e de sua u!ção real !a totalidade 9istórica.Jssi", !ão Q eli"i!a!do todos os ele"e!tos 9istóricos e sociais dos atos que se poder& gara!tir a obRetividade cie!t+ica. Jo co!tr&rio, ela só se tor!a poss+vel "edida que se co"pree!der arealidade e!qua!to processo que se co!strói !a tra"a co"pleOa das relaçMes sociais, que se buscar captar os e!"e!os !ão co"o atos e" si, !e" ta"pouco co"o idQias sobre os atos,"as si" co"o co!cretudes 9istóricas, s+!teses de "Ultiplas deter"i!açMes.

JlQ" de u"a cr+tica eco!"ica, ilosóica e "etodológica, o co!Ru!to das or"ulaçMes"arOistas apo!ta ai!da para u"a cr+tica 9u"a!ista 1e" u" se!tido revolucio!&rio3, quede!u!cia a degradação e a 9etero!o"ia do 9o"e" !as co!diçMes postas pelo capitalis"o. 'o pri"eiro "a!uscrito ilosóico, *arO 1@A23 apo!ta co" clare#a o co!ceito de alie!açãoe!qua!to u" processo por "eio do qual a essK!cia 9u"a!a se obRetiva !os produtos de trabal9oe se co!trapMe aos 9o"e!s por sere" produtos alie!ados e co!vertidos e" capital. 'a "edida e" que a realidade do trabal9o social ica oculta por tr&s dos valores das"ercadorias, !ão só o produto !ão perte!ce "ais ao 9o"e" que o produ#iu, "as ai!da assu"eu"a 5e?istência e?terna0 e?iste inde)endentemente0 ora dele mesmo0 e a ele estranho0 que comele se deronta como uma or$a aut7noma333 a :ida que ele deu ao o%eto :olta-se contra elecomo uma or$a estranha e hostil5 ;Mar?0 1J20 )3P - !rias no ori!inal=3 'esse processo otrabal9o alie!ado alie!a !ão só a !ature#a do 9o"e", "as o 9o"e" de si "es"o e de suaespQcie, R& que co!verte a vida do 9o"e" co"o "e"bro da espQcie e" u" "eio para suaeOistK!cia i!dividual.

Page 41: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 41/218

#2 #sicolo!ia c duca$*o+ ,esaios "emico-#ráticos

T ato de o trabal9ador relacio!ar-se co" o produto de seu trabal9o co"o u" obReto estra!9oa# co" que ele próprio seRa co!vertido e" "ercadoria que se tor!a cada ve# "ais barata "edida que produ# "ais rique#a. 'a sociedade "oder!a 9& "uitas or"as atravQs das quais o 9o"e" se alie!a de si "es"o os

 produtos de sua atividade, "as todas eOpressa" a "es"a coisa6 u"a clivage" e!tre o 9o"e" esua 9u"a!idade e a tra!sor"ação da vida e da atividade vital do trabal9e e" si"ples "eio deeOistK!cia.Porta!to, u"a teoria cr+tica deve co!tribuir para a des"istiicação do etic9is"o da "ercadoriae do capital, desve!da!do o car&ter alie!ado de u" "u!do e" que as coisas se "ove" co"o pessoas e as pessoas são do"i!adas pelas coisas que elas próprias criara", e. ao "es"o te"po,co!stituir-se e" u" ca"i!9o poss+vel para a deesa radical da dig!idade da vida, da Rustiça e daliberdade para todos os 9o"e!s.i!al"e!te, o pe!sa"e!to cr+tico deve tra#er circu!scrita e seu i!terior a possibilidade de serutili#ado co"o u" i!stru"e!to !o processo de tra!sor"ação social R& que, alQ" de desvelar arealidade. por estar ate!to s pote!cialidades, per"ite apo!tar as possibilidades detra!sce!dK!cia.

 'a tese Z$ sobre euerbac9, *arO or!eceu os ele"e!tos para se discutir a co!eOão 9istóricae!tre a ilosoia e a ação. Ele co!siderava que as ilosoias poderia" ser divididas e" doisgrupos6 aquelas que se li"ita" a te!tar eOplicar o que eOiste 1ilosoia co"o aceitação do"u!do3 e aquelas que, por sua vi!culação co!scie!te co" u"a pr&Ois revolucio!&ria, serve" tra!sor"ação do "u!do 1ilosoia co"o i!stru"e!to teórico ou guia de u"a tra!sor"ação9u"a!a radical3. 'essa direção de releOão, ;a#que# 1@>>3 evide!ciou que Q preciso ter claro que a teoria e" si!ão tra!sor"a o "u!do, "as só pode co!tribuir para tra!sor"&-lo eOata"e!te co"o teoria. Jco!dição de possibilidade, !ecess&ria e"bora i!suicie!te, para tra!sitar co!scie!te"e!te dateoria pr&tica, Q que seRa propria"e!te u"a atividade teórica !a qual os i!gredie!tescog!oscitivos e teleológicos seRa" i!ti"a"e!te vi!culados e "utua"e!te co!siderados.Jssi", u"a teoria cr+tica co!stitui-se e" u" i!stru"e!to ecu!do ta!to para a releOão qua!to para a pr&tica, !ão para que seRa to"ada co"o dog"a, co"o b+blia deposit&ria i!co!teste deverdades pro!tas e acabadas, "as co"o u"a visão de co!Ru!to do 9o"e" e

Page 42: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 42/218

 #sicolo!ia scolar+ #ensamento 6rítico e #ráticas #roissionais3

da sociedade, que !os per"ite apree!der o "ovi"e!to de co!Ru!to da totalidade 9istórica e !os propicia clare#a sobre a i!alidade social de !ossa ação proissio!al que !ão se esgota !a "eraco!strução e aplicação de pri!c+pios teóricos.E"bora sob i!luK!cia do ide&rio positivista te!9a-se 9istorica"e!te buscado u"a espQcie de

liberação de toda i!gerK!cia ilosóica, !ão se pode prete!der eli"i!ar esse co!teUdo, R& quetoda e qualquer teoria cie!t+ica, e" especial !as ciK!cias 9u"a!as, Q produ#ida a partir de u"adeter"i!ada co!cepção de "u!do e u" certo e!oque ilosóico. Co!or"e apo!ta" %old"a!1@>>3 e (9uare 1@@03 trata-se, ao co!tr&rio, de eOplicitar as u!çMes dessa co!cepção !aco!strução do co!9eci"e!to !ão para tor!&-lo "e!os cie!t+ico, "as si" para gara!tir a suaobRetividade.Para i!ali#ar essas releOMes co!sidera"os i"porta!te discutir, ai!da que "uito breve"e!te, aquestão da atualidade de u"a perspectiva cr+tica !o ce!&rio atual.ia!te do tão alardeado triu!o do capitalis"o e" escala "u!dial, do colapso dos regi"essocialistas do leste europeu e da derrocada da [)((, essas releOMes !ão estaria"ultrapassadasX J desi!tegração do c9a"ado socialis"o real !ão i!dicaria !ão ape!as o i" da9istória co"o ai!da a evidK!cia e"p+rica do racasso das proposiçMes de *arOX 'ão seria o

"arOis"o u"a utopia cuRo te"po passou, R& que, suposta"e!te esgotadas as possibilidade de proRetos sociais alter!ativos, estar+a"os todos i!eOoravel"e!te co!de!ados ao capitalis"o e ao!eoliberalis"oXJcredita"os que a or"ulação de u"a resposta co!siste!te a essas i!dagaçMes deve passar!ecessaria"e!te ta!to pela a!&lise da eOperiK!cia socialista e do sig!iicado 9istórico das"uda!ças !a Europa Ce!tral e do Leste qua!to pelo aprou!da"e!to da co"pree!são sobre aco!Ru!tura atual.Para aqueles que se"pre assu"ira" u" posicio!a"e!to co!tr&rio s tra!sor"açMes sociais"ais prou!das, o racasso dessas eOperiK!cias sig!iica !ão ape!as a co!statação dai"possibilidade do socialis"o, "as ai!da a própria alK!cia do "arOis"o e!qua!to co!Ru!toteórico que 9istorica"e!te as te" u!da"e!tado. 'o e!ta!to, para os que ai!da estão co"pro"etidos co" a criação de u"a sociedadede"ocr&tica e igualit&ria, coloca-se a eOigK!cia de a!alisar essas eOperiK!cias que dura!te "uitote"po ora" co!sideradas pelas setores de esquerda co"o "odelos de socialis"o, busca!doevide!ciar suas distorçMes e apre!der co" seus erros.

Page 43: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 43/218

DD   #sicolo!ia e duca$*o+ ,esaios "eorico-#ráticos

;&rios autores vK" se dedica!do a essa tarea e suas a!alisei i!dica" que e" seu co!Ru!to !ãoape!as elas !ão dera" co!ta de co!creti#ar valores esse!ciais do pe!sa"e!to de *arO, co"oai!da acabara" por !egar "uitos de seus ele"e!tos u!da!tes. essa or"a. o reco!9eci"e!todas diiculdades que de ato ocorrera" !ão deve i"plicar absoluta"e!te a !egação dosocialis"o ou da i"port4!cia do "arOis"o.

Jo co!tr&rio, se co!siderar"os, co"o be" coloca (aviair 1@@3, que u"a ilosoia Q vivae!qua!to der co!ta de eOpressar a proble"&tica que a suscitou, tere"os !ecessaria"e!te deco!clui6 que ela Q i!super&vel e!qua!to !ão or superado o "o"e!to 9istorie6 de que QeOpressão.J a!&lise da realidade capitalista co!te"por4!ea colocar!os dia!te da a"pliação dos !+veis de"iserabilidade que devastar !açMes i!teiras !o c9a"ado terceiro "u!do e que ta"bQ" co"eçara a"eaçar setores das populaçMes dos pa+ses dese!volvidosS d6 au"e!to cresce!te ege!erali#ado do dese"prego e sube"pregoS da destruição do "eio a"bie!teS das guerras eco!litos Qt!icosS do recrudesci"e!to do racis"o e da discri"i!açãoS da regressão !adistribuição de re!da e a co!seqe!te "argi!ali#ação das ca"ada "aRorit&rias da população.J co!ce!tração do poder tec!ológico e "ilitar, das rique#as do capital i!a!ceiro ve"au"e!ta!do cada ve# "ais a dist4!cia soei. e!tre a "i!oria que os detK" e a "aioria da9u"a!idade, co"po!do-se u" ce!&rio que co"bi!a, por u" lado, a "ais alta "oder!idadetec!ológica, e, por outro, a "ais prou!da devastação social. 'ão 9& co"o !egar que vive"os e" u" "u!do o!de absoluta"e!te tudo Q e!tregue se"!e!9u"a ceri"!ia ao esp+rito "erca!tilista do capital. 'a verdade, o capitalis"o !ão te" dado co!ta de respo!der a gra!des questMes que R& estava"!a base das revoluçMes sociais ocorridas !este sQculo e, do !osso po!to de vista, a crise global peB.. qual passa"os atual"e!te ve" corroborar a cr+tica "arOista. 'esse quadro, co"o alar e"alK!cia do "arOis"o se ele se co!stitui

Page 44: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 44/218

 #sicolo!ia scolar+ #ensamento 6ritico e #ráticas #roissionaisD=

 Rusta"e!te !o estudo e a!&lise do di!a"is"o, das crises e co!tradiçMes do capitalis"oXPor tudo isto, co!traria!do as te!dK!cias 9ege"!icas atuais, co!sidera"os que Q poss+vele"pree!der a tarea da cr+tica !este i!al de sQculo, co!trapo!do-!os ao co!or"is"o, resig!ação, ao e!ca!ta"e!to co" os valores do "ercado e i!toOicação ideológica provocada

 pelas teses !eoliberais que busca" esca"otear a produção do lucro e da pobre#a e" escalageo"Qtrica e dar u"a aparK!cia de se!tido ao processo de eOploração cresce!te e des"edida daclasse trabal9adora.$sto !ão sig!iica que essa e"preitada seRa &cil ou tra!qila. Jo co!tr&rio, atual"e!te Q precisou" gra!de esorço para i"pedir que as visMes progressistas seRa" dilu+das pela o!daco!servadora que varre o "u!do e co!sidera"os que a releOão teórico-cr+tica te" u" papel privilegiado !esse processo.

> )ensamento crítico na duca$*oJ a!&lise das eOpressMes "ais elaboradas do pe!sa"e!to educacio!al evide!cia que R&dispo"os de u" co!Ru!to de ele"e!tos tQorico-cr+ticos i"porta!tes eOpressos !a co!cepção quete" sido de!o"i!ada 9istórico-cr+tica 1. (avia!i3, pedagogia cr+tico-social dos co!teUdos 1V.C.Lib4!eo3, cr+tica 1. %irouO,3 ou progressista 1%. (!]ders3. 'este trabal9o utili#are"os aeOpressão cu!9ada por (avia!i, por co!siderar"os que ela eOpressa de or"a "ais co"pleta eclara u" co"pro"isso de e!re!ta"e!to da tarea de co!stituição de u"a perspectivaco!teOtuali#ada da atividade educacio!al.T estudo que reali#a"os de diere!tes autores que se tK" dedicado ao processo de co!struçãodessa co!cepção evide!ciou u" esorço de elaboração teórica !a direção de trKs questMesu!da"e!tais6 os ele"e!tos !ecess&rios elaboração de u"a !ova or"a de pe!sar a relaçãoe!tre a Educação e sociedade, situa!do-a !o processo de produção e reprodução do capitalS aco"pree!são das "Ultiplas deter"i!açMes da realidade educacio!al, R& que ela Q social"e!teco!stru+da e" virtude do real eOiste!te e de suas co!tradiçMesS e a reto"ada da i"port4!ciasocial da Educação e!qua!to i!st4!cia u!da"e!tal !o processo de sociali#ação doco!9eci"e!to 9istorica"e!te acu"ulado.

Page 45: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 45/218

DA   #sicolo!ia e duca$*o+ ,esaios "c.rico-#rdticos

E!qua!to a co!cepção liberal advogou a auto!o"ia da Educação a!te sociedade e colocou-aco"o u" ele"e!to de correção das distorçMes sociais e os cr+tico-reprodutivistas de!u!ciara"-!a co"o u" i!stru"e!to de reprodução dessa sociedade, a co!cepção 9istórico cr+tica supera aarticulação "eca!icista e!tre Educação e sociedade proposta pelos Ulti"os e dee!de a possibilidade de, ao a!alisar essa relação co"o esse!cial"e!te dialQtica e co!traditória, pe!sar

e" tra!sor"açMes !o quadro educacio!al e social.Co!or"e apo!ta Tliveira 1@@=3, a co!cepção 9istórico-cr+tica per"ite-!os a!alisar a Educaçãoco"o u"a atividade "ediadora que se i!sere de or"a co!traditória !a orga!i#ação social, oque tor!a poss+vel colocar co"o "eta !ão i"ediata da Educação a tra!sor"ação social, ouseRa, u"a "eta "ediati#ada pela tra!sor"ação das co!sciK!cias. Essa releOão Q u!da"e!tal para a a!&lise das pote!cialidades e dos espaços 9istorica"e!te poss+veis da Educação e, e" co!seqK!cia, da própria possibilidade de pe!sar"os as i!alidadestra!sor"adoras da Psicologia Escolar.E" relação segu!da questão, co!sidera"os que u"a avaliação cr+tica da Educação e oco!9eci"e!to a"plo das "Ultiplas deter"i!açMes da atividade educacio!al são u!da"e!tais para a deli"itação do espaço 9istórico e social a partir do qual o psicólogo escolar poder& buscar os ele"e!tos !ecess&rios co!strução dos ca"i!9os poss+veis da tra!sor"ação. Esta

!os parece ser u"a co!dição !ecess&ria clare#a da leitura pol+tica e teórica sobre ose!"e!os co" os quais ir& trabal9ar, o que !ão sig!iica que ele possa ou "es"o deva atuare" direção a todas essas deter"i!açMes. Esse co!9eci"e!to ape!as gara!te co!diçMes que pode" lev&-lo !ão só a ocali#ar "ais adequada"e!te deter"i!adas &reas de i!terve!ção, percebe!do-as co"o parte de u"a totalidade, co"o ai!da a#er dos outros proissio!ais daEducação i!terlocutores reais e solid&rios. 'o que se reere terceira questão, co!or"e apo!ta (avia!i 1@<>3, a Educação Q o espaço quegara!te classe trabal9adora a reapropriação do saber do qual Q siste"atica"e!te desapropriada pela classe capitalista. essa or"a, por diere!tes "ediaçMes, a Educação !o espaço que l9e Q próprio pode cu"prir sua u!ção pol+tica e"ergi!do co"o u" i!stru"e!to de luta eco!scie!ti#ação.

Parti"os do pressuposto de que o psicólogo escolar, se" perder de vista sua especiicidade,deve apropriar-se de u"a co!cepção cr+tica de Educação R& que só pode dei!ir co" clare#a seu papel proissio-

Page 46: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 46/218

 #sicolo!ia scolar+ #ensamento 6rítico e #ráticas #roissionais  D>

!al a partir de u"a releOão rigorosa sobre a u!ção da escola e u!da"e!tal"e!te dosele"e!tos que acilita" e daqueles que diiculta" seu ple!o eOerc+cio. 'o e!ta!to, a co!creti#ação dessas possibilidades est& !a depe!dK!cia direta de !ossacapacidade de, ao reali#ar u"a prou!da autocr+tica da "a!eira co"o te"os !os i!serido9istorica"e!te !a Educação, posicio!ar"o-!os ir"e"e!te dia!te do co"pro"isso da

tra!sor"ação.alar de Educação e cidada!ia Q, se" dUvida, alar de u" !ovo co"pro"isso da Psicologia co"o i!tuito de alca!çar u"a clare#a pol+tica e ilosóica que !os auOilie a reletir sobre as !ossas próprias i!alidades. E!i", Q buscar u"a !ova co!sciK!cia social que eOpresse u" posicio!a"e!to ir"e !a deesa de u"a sociedade que possa de ato 9u"a!i#ar o 9o"e".

> )ensamento crítico na #sicolo!ia 'a "edida e" que as releOMes sobre o co!ceito de cr+tica e a co!cepção 9istórico-cr+tica deEducação eOpressa" u"a te!tativa de co"pree!são da totalidade dos e!"e!os sociais,9u"a!os e educacio!ais, tor!a-se evide!te que elas !ão pode" ser si"ples"e!te so"adas ou Rustapostas s diere!tes proposiçMes teóricas da Psicologia, ou seRa, elas i"plica" u"a sQrie derupturas ilosóicas e teóricas.

esde que a Psicologia se co!stituiu co"o ciK!cia, sucedera"-se v&rias proposiçMes de a!&liseque, e" u" certo se!tido, recoloca" a!tigas questMes R& pe!sadas ao lo!go da 9istória !o4"bito da ilosoia, e que tradu#e" "uitas ve#es, e por diere!tes ca"i!9os, u"a dicoto"iaque se i!staurou artiicial"e!te !o pla!o teórico e!tre i!div+duo e sociedade, eOpressa e" duasverte!tes pri!cipais, que tK" sido de!o"i!adas !a Psicologia de obRetivistas 1e" que a questãoda obRetividade se resolve pelo estabeleci"e!to de relaçMes "ec4!icas de correspo!dK!cia e!treatos psicológicos e atos eOteriores3 e subRetivistas 1que se u!da"e!ta" !a predo"i!4!cia dosuReito sobre o obReto, coloca!do-o !o papel de criador da realidade3.E!qua!to a Psicologia !ão der co!ta de reali#ar a ruptura co" essa dicoto"ia, co!ti!uare"osdia!te de u" quadro paradoOal !o qual ora !os depara"os co" teorias que tra!sor"a"co!tradiçMes

Page 47: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 47/218

Page 48: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 48/218

$ #sicolo!ia e- duca$*o+ ,esaios "emico-#ráticos

eco!"icas e" proble"as psicológicos, ora co" teorias que coloca" os i!div+duos co"o "erossuportes das relaçMes sociais.Co!or"e apo!ta Patto 1@<D3, para co"pree!der"os os atores que deter"i!ara" essa direção para a co!strução do co!9eci"e!to psicológico Q preciso pe!sar a orige" e o dese!volvi"e!to

da Psicologia e" sua relação ta!to co" as de"a!das sociais colocadas pela eOigK!cia dodese!volvi"e!to do capitalis"o qua!to co" a ideologia do"i!a!te que o i!or"a e suste!ta.J tese da eOistK!cia de co"pro"issos ideológicos "uito be" dei!idos pode ser clara"e!teco"provada atravQs da a!&lise 9istórica da produção teórica da Psicologia, que i!dica u"ate!dK!cia 9ege"!ica de desco!sideração, por ve#es co"pleta, das desigualdades sociais e,co!co"ita!te"e!te, u"a ace!tuada preocupação co" a co!strução de teorias e tQc!icasdirigidas pri!cipal"e!te adaptação social dos i!div+duos.Js co!seqK!cias desse processo são R& basta!te co!9ecidas6 a desco!teOtuali#ação erag"e!tação do i!div+duo, a psicologi#ação do social e a !aturali#ação dos e!"e!os9u"a!os co"o resultado da !egação de seu car&ter u!da"e!tal"e!te 9istórico.Js liçMes dessa 9istória coloca"-!os dia!te do desaio eOtre"a"e!te co"pleOo de co!struir"osu" co!9eci"e!to que possa or!ecer respostas "ais satisatórias questão crucial da relação

e!tre i!div+duo e sociedade.Essa discussão sobre a !ecessidade de se buscar a co!strução de u"a co!cepção cr+tica dePsicologia !ão Q !ovaS "uitos autores, por diere!tes vias teóricas, vK" se dedica!do a ela.J a!&lise desse tipo de produção teórica evide!cia a eOistK!cia de v&rias de!o"i!açMes !esseca"po, tais co"o Psicologia 9istórico-dialQtica, 9istórico-social, 9istórico-cr+tica, cr+tica, progressista, "arOista e pol+tica, e!tre outras. \ 'este trabal9o opta"os pela utili#ação do ter"o cr+tica, apoia!do-!os !os pressupostos queu!da"e!ta" esse co!ceito, tal co"o R& deli"ita"os a!terior"e!te.   000-0 hiiS - 'o e!ta!to, e"bora a questão da ter"i!ologia possa ter algu" valor e" deter"i!adosco!teOtos, co!sidera"os que o "ais i"porta!te Q o eOa"e do tipo de co!teUdo que Q eOpressoqua!do o te"a que est& e" discussão Q o processo de tra!sor"ação da Psicologia.Para situar a "a!eira pela qual co"pree!de"os essa questão, propo"os que u"a co!cepçãocr+tica de Psicologia deve ser capa#

Page 49: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 49/218

 #sicolo!ia scolar+ #ensamento 6ritico e #ráticas #roissionaisD@

de respo!der a pelo "e!os duas questMes pri!cipais que seria" as segui!tes6Y (e as categorias eco!"icas deter"i!a" e co!dicio!a" a eOistK!cia e as or"as de Estadoe da co!sciK!cia social, ou seRa, se a i!st4!cia eco!"ica co!stitui-se !a base da vida social, os9o"e!s !ão seria" "eros releOos passivos da i!ra-estruturaX

Y (e 9& u" "ovi"e!to do real que Q i"pulsio!ado pelas co!tradiçMes sociais, !ão seria ocaso de deiOar que a 9istória ca"i!9asse por si só, provoca!do dessa or"a as tra!sor"açMes!ecess&riasXCo!sidera"os que estas são as questMes u!da"e!tais que !ecessita" ser tratadas pelaPsicologia, R& que a pri"eira !os re"ete a!&lise da própria relação e!tre i!div+duo esociedade, e!qua!to a segu!da !os apo!ta a eOigK!cia de u"a releOão sobre o papel poss+veldo 9o"e" !o processo 9istórico.o !osso po!to de vista, a Psicologia R& dispMe de ele"e!tos teórico-cr+ticos i"porta!tes que!os per"ite" co"pree!der dialetica"e!te a relação e!tre o i!div+duo e o co!teOto 9istórico, be" co"o os li"ites e as possibilidades de or"ação e dese!volvi"e!to da i!dividualidadecolocadas pelo processo 9istórico.V& te"os u" volu"e ra#o&vel de releOMes que i!dica" u" !orte u!da"e!tal para a Psicologia,

ou seRa, a co!statação de que os i!div+duos !ão pode" ser to"ados co"o seres e" si, R& que para viver !ecessita" estabelecer relaçMes de i!terdepe!dK!cia, ou seRa, o próprio u!da"e!toda sociabilidade 9u"a!a Q a !ecessidade de e!trar e" relação co" a !ature#a e os outros9o"e!s para que seRa" ate!didas ta!to as !ecessidades "ateriais qua!to as psicológicas. 'a "edida e" que 9& u"a recriação cotidia!a da 9u"a!idade e da 9istoricidade, Q poss+velco"pree!der que as realidades que são criadas co!stitue"-se !a verdade e" dese!volvi"e!tosda sociabilidade 9u"a!a e Q só !a tra"a dessas relaçMes sociais que o i!div+duo pode serco"pree!dido.E"bora v&rios autores ve!9a" co!tribui!do para a co!strução dessa perspectiva cr+tica dePsicologia, !este trabal9o li"itar-!os-e"os a destacar algu!s ele"e!tos "ais u!da"e!tais doco!Ru!to teórico que te" sido co!9ecido co"o Psicologia 9istórico-cultural ou sócio-9istórica,e" especial as elaboraçMes de L.(. ;]gots/i, !ão para aprese!tar a!&lises "ais co"pletas, "asape!as para po!tuar que R& eOiste" trabal9os que apo!ta" de or"a clara e rigorosa para

=0 #sicolo!ia e duca$*o+ ,esaios "e.rico-#ráticos

a !ature#a sócio-9istórica da subRetividade 9u"a!a, e e" co!seqK!cia para a !ecessidade deresgatar"os os e!"e!os psicológico e!qua!to "ediaçMes e!tre a 9istória social e a vidaco!creta d i!div+duos.J a!&lise da produção de ;]gots/i i!dica u"a posição dei!i co" o obRetivo de eOplicitar asrelaçMes e!tre a Psicologia e a 9istoria busca!do !a co!cepção ilosóica do "aterialis"o9istórico os pri!cipios "etodológicos !ecess&rios i!vestigação cie!t+ica e a!a das u!çMesdo co!9eci"e!to psicológico.Jo dee!der que 5o :erdadeiro curso do desen:ol:imento )ensamento n*o :ai do indi:idual

 )ara o socializado0 mas do soe )ara o indi:idual50 o autor dei!e sua tese pri!cipal de que asorige!s das or"as superiores de co"porta"e!to co!scie!te deveria" e!co!tradas !as relaçMessociais que o i!div+duo estabelece co" "u!do eOterior 1;]gots/i, @<>, p.<3. J co"pree!são de que os processos psicológicos 9u"a!os reali#a" i!icial"e!te !o sociale!qua!to processos i!terpessoais i!terpsicológicos, para posterior"e!te tor!are"-sei!dividuais, seRa, i!trapessoais ou i!trapsicológicos, e# co" que ;]gots/i i# u"aco!traposição i"porta!te e" relação a duas te!dK!cias i" ta!tes !a Psicologia. E" pri"eirolugar, s co!cepçMes que co!sidera" que o co"porta"e!to social se deriva do i!dividual. E"segu!do quelas que advoga" que o i!div+duo sore i!luK!cias sociais or"a passiva e que seu!da"e!ta" e" u" co!ceito de a"bie!te !o se!tido estrito de u" co!Ru!to de circu!st4!ciasou co!ti!gK!cia que, de acordo co" suas caracter+sticas, pode" ou !ão or"ar ele"e!tos queacilite" o dese!volvi"e!to, ou seRa, o "eio s coloca-se co"o algo dado e !atural, ao qual sedeve aRustar.;]gots/i evide!ciou que o i!div+duo i!teriori#a deter"i!adas or"as de u!cio!a"e!to que

Page 50: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 50/218

estão dadas pela cultura, "as apropriar-se delas tra!sor"a-as e" i!stru"e!tos de pe!sa"e!Bação. essa or"a, estabeleceu as bases para u"a co"pree!são relação e!tre o suReito psicológico e o co!teOto 9istórico, que resgata o se!tido subRetivo e pessoal do 9o"e", "assitua!do-o !a co"pleOa das relaçMes sociais.Por co!siderar que 5a sociedade e a hist.ria social moldam a estrutura daquelas ormas deati:idade que distin!uem os homens dos animais5 1;]gots/i, @<<, p.223, buscou discutir e"!+vel Psicologia as or"as pelas quais, ao produ#ire" seus "eios de subsis-

Page 51: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 51/218

 #sicolo!ia scolar+ #ensamento 6rítico e #ráticas #roissionais =

tK!cia, os i!div+duos produ#e" i!direta"e!te sua própria vida "aterial, ou seRa, ele trouOe parao !osso ca"po de releOão a questão ta!to da !ature#a da atividade 9u"a!a qua!to de suasi!alidades.Para ;]gots/i, o pri!cipal ato 9u"a!o Q a tra!s"issão e assi"ilação da cultura. Jssi", aapre!di#age" Q alçada posição de eOtre"a i"port4!cia, R& que Q o processo de apropriação da

eOperiK!cia acu"ulada pelo gK!ero 9u"a!o !o decurso da 9istória social que per"ite a cada9o"e" a aquisição das qualidades, capacidades e caracter+sticas 9u"a!as or"adas9istorica"e!te e a criação co!t+!ua de !ovas aptidMes e u!çMes ps+quicas.Co!sidera"os que essa perspectiva cr+tica de co"pree!são das relaçMes e!tre odese!volvi"e!to do psiquis"o 9u"a!o e a cultura, isto Q, e!tre a evolução das u!çMes ps+quicas e as or"as atravQs das quais cada i!div+duo se apropria da eOperiK!cia 9istórica,co!tribuiu de or"a eetiva para o deli!ea"e!to de u"a !ova or"a de pe!sar"os a Psicologiae!qua!to ciK!cia que ve" orie!ta!do diversos estudos !o "u!do todo. Esses estudos cada ve#"ais co!segue" la!çar !ovas lu#es sobre diere!tes te"as relativos aos processos i!ter!osatravQs dos quais os 9o"e!s se co!stróe" !os grupos sociais aos quais perte!ce".8oda essa ca"i!9ada do pe!sa"e!to cr+tico !a Educação e !a Psicologia per"ite-!os aair"ação de u" suReito co!scie!te que pode ter u" papel ativo !o processo 9istórico R& que aste!dK!cias obRetivas que se aprese!ta" !o curso da 9istória por si "es"as !ão provoca"tra!sor"açMes, "otivo pelo qual !ecessita" da ação 9u"a!a para se co!creti#are", ou, e"outras palavras, para que sua latK!cia possa ser tra!sor"ada e" aparição.essa or"a, coloca-se clara"e!te ta!to a !ecessidade qua!to a possibilidade de se pe!sar o papel u!da"e!tal do i!div+duo !o processo 9istórico, co!or"e %ra"sci evide!ciou tão be"!a obra Co!cepção dialQtica da 9istória65A )ossi%ilidade n*o a realidade0 mas 0 tam%m ela0 uma realidade+ que o homem )ossa oun*o azer determinada coisa0 isto tem im)ortncia na :aloriza$*o daquilo que realmente az3

 #ossi%ilidade quer dizer Kli%erdadeK3 A medida da li%erdade entra na deini$*o do homem3 Iuee?istam as )ossi%ilidades o%eti:as de n*o se morrer de ome e que0 mesmo assim0 se morra de

 ome0 al!o im)or-

Page 52: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 52/218

=2  #sicolo!ia e duca$*o+ ,esaios "cmico-#ráticos

tante0 ao que )arece3 Mas0 a e?istência das condi$9es - ou )ossi%ilidade0 ou li%erdade : aindan*o suiciente+ necessário Kconhecê-lasK e sa%er utilizá-las3 Iuerer utilizá-las3 > homem0nesse sentido0 :ontade concreta+ isto 0 a)lica$*o eeti:a do querer a%strato ou do im)ulso:ital aos meios concretos que realizam essa :ontade 5 ;1<L0 )3E< - !rias no ori!inal=3*as, Q preciso destacar que só podere"os dar co!ta de !os i!stru"e!tali#ar"os teórica e

"etodologica"e!te co" o i!tuito de apree!der e de !os colocar a serviço da co!creti#açãodessas possibilidades do 9o"e" se, ao "es"o te"po, co"pree!der"os o qua!to a sociedade"oder!a i"pede, das "ais diere!tes or"as, sua e"ergK!cia e dese!volvi"e!to.E preciso estar"os ate!tos para o gradativo desapareci"e!to das orças cr+ticas !a sociedadecapitalista ava!çada, apo!tado, e!tre outros, pelos teóricos da Escola de ra!/urt, e" especial8.. Jdor!o e *. or/9ei"er. 'o e!ta!to, co!sidera"os que a de!U!cia dos irracio!alis"os da sociedade "oder!a, lo!ge desig!iicar a i"possibilidade da e"a!cipação, te" u" papel u!da"e!tal !a luta e" sua direção.J co"pree!são do qua!to a ideologia tec!ocr&tica coloca e" risco a possibilidade de oi!div+duo a#er as rupturas ideológicas para que se tor!e de ato 9u"a!o se" dUvida evide!cia ai"e!sa diiculdade de se levar adia!te a tarea da tra!sor"ação social, "as absoluta"e!te !ãoa i!valida !e" a tor!a "e!os urge!te e i"porta!te.E" s+!tese, co!sidera"os que Q preciso de!u!ciar o etic9is"o, a alie!ação, a reiicação ecoisiicação do 9o"e" tra!sor"ado e" "ercadoria, as !ecessidades i!dividuais sub"etidas s!ecessidades de eOpa!são do capital, a "isQria 9u"a!a, a irracio!alidade, o desperd+cio e oatroia"e!to das pote!cialidades 9u"a!as, e!i", toda a 9etero!o"ia !as co!diçMes postas pelocapitalis"o e, ao "es"o te"po, co"pree!der que apesar de tudo i sto os seres 9u"a!os per"a!ece" obsti!ada"e!te 9u"a!os.Co!or"e apo!ta uarte 1@@?3, a co"pree!são da or"a co!traditória e co!lituosa atravQs daqual se reali#a a or"ação do i!div+duo !a sociedade atual deve eOpressar-se !a luta pelareali#ação ao "&Oi"o poss+vel, ai!da !o seio das relaçMes sociais de do"i!ação, das possibilidades de or"ação e dese!volvi"e!to da i!dividualidade 9u"a!a.

Page 53: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 53/218

 #sicolo!ia scolar+ #ensamento 6rítico c #ráticas #roissionais=?

> )ensamento crítico na #sicolo!ia scolar J a!&lise do co!Ru!to das pri!cipais cr+ticas dirigidas Psicologia Escolar parece i!dicar queela acabou por se redu#ir a u"a Psicologia do escolar, desco"pro"etida e" relação s questMesu!da"e!tais da Educação e !ecessidade pre"e!te de eetivação de u" processo de

de"ocrati#ação educacio!al.Jo se dista!ciar desse obRetivo que, a !osso ver, deveria co!stituir-se e" sua pri!cipali!alidade, a Psicologia Escolar te" "uitas ve#es se li"itado a atuar e" direção a questMessecu!d&rias que, !a "el9or das 9ipóteses, são ape!as algu"as "a!iestaçMes de proble"asescolares e sociais graves e co"pleOos.T processo de culpabili#ação do alu!o, pela via da patologi#ação dos proble"as escolares, te"se u!da"e!tado ao lo!go de !ossa 9istória e" variadas abordage!s teóricas, que por diere!tesca"i!9os eOpressa" a "es"a desco!sideração pelas "Ultiplas deter"i!açMes da Educação.e acordo co" Patto 1@<D3, a apare!te diversidade teórico-"etodológica prese!te !esse ca"poe!cobre u"a u!idade ideológica que i!dica clara"e!te u"a te!dK!cia 9istórica da PsicologiaEscolar, co" o obRetivo de se colocar a serviço, das "ais diere!tes or"as, da co!servaçãota!to da estrutura tradicio!al da escola qua!to da orde" social !a qual ela est& i!serida.8odo esse "ovi"e!to de cr+tica do qual a &rea te" sido alvo coloca-!os !ecessaria"e!te dia!teda eOigK!cia de u" !ovo posicio!a"e!to. 'o e!ta!to, para que ele possa ser co!stru+do, parece-!os u!da"e!tal estar"os ate!tos para duas questMes b&sicas.E" pri"eiro lugar, essas cr+ticas !ão pode" !os tor!ar cegos para as possibilidades de ava!çossig!iicativos. É evide!te que a i!alidade adaptacio!ista, algu"as ve#es i"pl+cita e outrasclara"e!te eOplicitada, prese!te e" boa parte da produção teórica, be" co"o !as pr&ticas, te"se colocado co"o a ace "ais vis+vel da &rea. 8a"bQ" sabe"os das diiculdades de se pe!saru"a pr&tica tra!sor"adora e" u" processo educacio!al !ão de"ocr&tico que, por sua ve#, sei!sere e" u" co!teOto social "arcado por desigualdades e i!Rustiças. E!treta!to, isto !ão podelevar recusa teórica de reletir sobre !ovas possibilidades de atuação, o que sig!iicaria !egaro próprio car&ter dialQtico e co!traditório do real que atravessa todas as i!st4!cias sociais e

 per"ite co!ti!ua"e!te a gestação da tra!sor"ação.

Page 54: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 54/218

=D  #sicolo!ia e duca$*o+ ,esaios "emico-#ráticos i

E"bora deva"os estar alertas para a co"pleOidade da proposição da "uda!ça, acredita"os queo e!"e!o educacio!al pode co!stituir-se e" u" obReto poss+vel da ação 9u"a!atra!sor"adora, e que a Psicologia Escolar pode co!tribuir de or"a valiosa e eetiva para esse processo.E" segu!do lugar, gostar+a"os de ressaltar a !ecessidade de u"a releOão sobre o real

sig!iicado e alca!ce das diere!tes proposiçMes teóricas que vK" se!do elaboradas,suposta"e!te e" deesa de u" posicio!a"e!to "ais cr+tico da Psicologia, e do qua!to pode"eetiva"e!te co!tribuir para o deli!ea"e!to de u" !ovo peril para a &rea, R& que boa partedelas !ão resiste a u" questio!a"e!to "ais rigoroso. É preciso estar"os ate!tos para !ãoi!correr"os !o risco de si"ples"e!te adotar o discurso da tra!sor"ação se" alca!çar"os aco!sistK!cia teórica e ilosóica !ecess&ria para co!creti#&-la.8e!do prese!te essas questMes, busca"os ide!tiicar algu!s ele"e!tos R& prese!tes !odese!volvi"e!to do processo de co!strução de u"a perspectiva "ais cr+tica de PsicologiaEscolar.É i"porta!te ressaltar que !ão e!vereda"os pela discussão "ais i!dividuali#ada sobre o grau derelev4!cia das co!tribuiçMes, e"bora, co" certe#a, algu"as seRa" "ais sig!iicativas do queoutras, quer pela prou!didade teórica revelada, quer pela clare#a dos pressupostos ilosóicosque as !orteia" e pelo posicio!a"e!to pol+tico "ais global e ir"e dia!te ta!to da ciK!cia psicológica e de seus usos poss+veis qua!to da sociedade e das de"a!das a que" se desti!a",ou, ai!da, pelo !+vel de perti!K!cia e!tre a proposição da tra!sor"ação e os ca"i!9os teórico-"etodológicos escol9idos para alca!çar sua co!creti#ação. Jssi", !ão esta"os co!sidera!doque os diere!tes posicio!a"e!tos seRa" co!se!suais ou equivale!tes e!tre si, !e", "uito"e!os, que R& se te!9a co!seguido u" grau ra#oavel"e!te sig!iicativo de co!sistK!cia que !os per"ita air"ar a 9ege"o!ia dessa perspectiva e" !ossos "eios. Jo co!tr&rio, as a!&lisesreali#adas i!dica" !ão ape!as que essas posiçMes são "i!orit&rias, co"o, ai!da, que "es"o!esse restrito grupo coeOiste" perspectivas diere!tes.J a!&lise de parte do co!Ru!to de produçMes teóricas "ais rece!tes, que de variadas or"as tK" buscado u"a aproOi"ação diere!ciada da Psicologia co" a Educação, i!dicou-!os o

surgi"e!to de posturas "ais cr+ticas especial"e!te !o que se reere discussão dos segui!teste"as u!da"e!tais6 a!&lise cr+tica dos pressupostos "ais gerais da Psicologia Escolar, cr+ticasao "odelo cl+!ico de

Page 55: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 55/218

 #sicolo!ia scolar+ #ensamento 6rítico e #ráticas #roissionais==

atuação, desvela"e!to do processo de produção social do racasso escolar, busca de !ovasor"as de pe!sar os processos de avaliação psicológica e releOMes sobre a redei!ição do papelda Psicologia !a or"ação doce!te.E"bora desde o i!al da dQcada de >0 e i!+cio dos a!os <0 te!9a se i!iciado todo u" processo

de discussão sobre os ca"i!9os e desca"i!9os da Psicologia Escolar, só a partir da publicação,e" @<D, do livro Psicologia e $deologia - u"a i!trodução cr+tica Psicologia Escolar, de*aria ele!a de (ou#a Patto, Q que de ato se abriu dei!itiva"e!te o espaço teórico eilosóico para u"a cr+tica "ais aprou!dada da i!adequação 9istórica da atuação do psicólogo!o co!teOto educacio!al. Jo a!alisar critica"e!te a co!stituição da Psicologia cie!t+ica e, e" particular, da Psicologia Escolar e as abordage!s e teorias 9ege"!icas !a &rea, e" especial ateoria da carK!cia cultural, a autora tor!ou-se reerK!cia obrigatória para todos aqueles que buscava" u" !ovo se!tido e u"a !ova perspectiva de atuação, que se colocasse a serviço deu" eetivo processo de de"ocrati#ação educacio!al e social.esde e!tão, !ão oi "ais poss+vel ig!orar"os e" !ossa &rea os co"pro"issos da ciK!cia psicológica co" os i!teresses das classes do"i!a!tes, e a !ecessidade de se eetivar certasrupturas ideológicas e co!struir !ovos pressupostos gerais para a !ossa &rea, e"bora, be" o

sabe"os, esse processo te!9a ape!as se i!iciado.J !ecessidade de se co!9ecer a realidade educacio!al parece ter se co!stitu+do !o passo i!icialde u" processo de tra!sor"ação, R& que possibilitou que gradativa"e!te to"asse ta"bQ"co!sistK!cia a !ecessidade de se assu"ir u" posicio!a"e!to pol+tico e ideológico "ais dei!idoe" relação ta!to Educação qua!to aos co!9eci"e!tos psicológicos.J to"ada de co!sciK!cia de que o processo de tra!sor"ação da Psicologia Escolar !ão ser& poss+vel se" que se busque pressupostos cr+ticos !o que se reere a co!cepçMes de 9o"e" esociedade parece estar prese!te e" teOtos produ#idos por algu!s autores da &rea, e!tre os quaisdestaca"os Patto 1@<D,@@0,@@23, *oreira 1@@23, erreira 1@<A3, J!tu!es 1@<<3, 9ouri1@@23 e *alu 1@@23.JlQ" das cr+ticas aos pressupostos que tK" tradicio!al"e!te !orteado as abordage!s teóricas9ege"!icas !a &rea, e e" u" certo se!tido, atQ co"o decorrK!cia delas, ve" ga!9a!do corpo acr+tica ao "odelo cl+!ico de atuação do psicólogo escolar, apo!tado co"o o

Page 56: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 56/218

=A #sicolo!ia e duca$*o+ ,esaios "eáiico-#ráticas

gra!de respo!s&vel pelo processo de psicologi#ação da Educação, seja qua!do seus pressupostos se co!creti#a" e" deter"i!adas pr&ticas proissio!ais, seRa qua!do são eOpressos!as produçMes e abordage!s teóricas que u!da"e!ta" ou orie!ta" diere!tes propostaseducacio!ais. Jo "es"o te"po, Q poss+vel detectar a busca de sua superação atravQs da

co!strução de u"a perspectiva que possa ro"per co" o do"+!io especiali#ado dosco!9eci"e!tos psicológicos pela via de trabal9os coletivos que gara!ta" aos proessores oacesso aos co!9eci"e!tos da Psicologia que são i"porta!tes para a "el9oria da qualidade dotrabal9o educativo 1*alu, @@DS Leite, @@23.Jo que tudo i!dica, parece que gradativa"e!te co"eça a se deli!ear u"a perspectiva a partir daqual as a!&lises co"eça" a se voltar "uito "ais para os processos educacio!ais e "uito "e!os para as questMes ce!tradas !as cria!ças co!sideradas proble"&ticas.E Q Rusta"e!te !essa direção que se tK" voltado algu!s estudos que busca" co"pree!der as"a!eiras pelas quais as diiculdades, sobretudo das cria!ças pobres que reqe!ta" as escolas pUblicas, são produ#idas pelas co!diçMes escolares.Para Patto 1@@03, o co!9eci"e!to desses "eca!is"os Q u!da"e!tal para a reutação daseOplicaçMes pseudocie!t+icas que vK" da!do suste!tação eOclusão da classe trabal9adora da

escola, e" especial das teorias do dQicit e da diere!ça cultural.(ou#a et ai. 1@<@3, ao discutire" a questão do re!di"e!to escolar, apo!ta" a !ecessidade dero"per co" os preco!ceitos e estereótipos que leva" cre!ça de que as cria!ças pobres sãci!capa#es, R& que estes se co!stitue" e" deter"i!a!tes i"porta!tes !o processo de produção doracasso escolar.Parece que cada ve# "ais se evide!cia a !ecessidade de se co"pree!der a questão dodese"pe!9o escolar, co!teOtuali#a!do-o !o 4"bito de u" processo "aior. 'a "edida e" que ava!ça"os !a cr+tica aos pressupostos, ao "odelo cl+!ico de atuação e  produção do racasso escolar, tor!a-se "ais do que evide!te a !ecessidade de u"a redei!içãodos processos tradicio!ais de avaliação e diag!óstico.JlQ" da discussão sobre o uso i!devido dos testes e das i!U"eras i!raçMes Qticas que tK" sidoco"etidas !essa &rea, !o que se reere "ais especiica"e!te aos trabal9os dese!volvidos e"!ossa &rea, Q preciso questio!ar o tipo de avaliação psicológica que te" sido reali#ada !asescolas e !os serviços de saUde pelos proissio!ais da Psicologia.

Page 57: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 57/218

 #sicolo!ia hscolar+ #ensamento 6ritico e3 #ráticas #roissionais=>

e acordo co" Patto 1@@=3, os laudos que tK" sido elaborados c9ega" a se co!stituir e" u"cri"e de lesa cidada!ia. JlQ" de sere" total"e!te care!tes de cr+tica e de u" "+!i"o deu!da"e!tação teórica, provoca" da!os sQrios para as cria!ças que se tor!a" suas v+ti"as, R&que acaba" por legiti"ar sua eOclusão do processo escolar.

5usca!do co!tribuir para a co!stituição de u"a !ova or"a de pe!sar os processos deavaliação, *ac9ado 1@@Da3 propMe que o psicólogo deiOe de tratar a queiOa escolar co"o u"ato e" si "es"o, e passe a buscar a co"pree!são da 9istória escolar da cria!ça co"o u" processo. J autora a!alisa que, e"bora "uitas cr+ticas e" relação s pr&ticas de avaliaçãodiag!ostica te!9a" sido or"uladas e diu!didas, !ão se te" observado "uda!ças sig!iicativase" relação aos laudos, R& que eles desco!sidera" a questão pri!cipal a ser perseguida e" u" processo de avaliação, ou seRa, a co"pree!são "ais rigorosa sobre o u!cio!a"e!to dasrelaçMes e o co!teOto !o qual ocorre a produção de u" "otivo para o e!ca"i!9a"e!to dealu!os para ate!di"e!to.i!al"e!te, destaca"os que R& dispo"os de vários trabalhos que vK" a!alisa!do critica"e!tea i!lue!cia da Psicologia na formação doce!te 1e" cursos de Pedagogia, "agistQrio e  licenciaturas. Esses estudos, e!tre os quais destaca"os os de ra!co (1989) e *o!te!egro

1@@?3, vK" de!u!cia!do que, e" geral, o papel da Psicologia acaba se li"ita!do disse"i!ação de a!&lises )sicolo!izantes que ape!as co!tribue" para o i"pedi"e!to de u"aa!&lise "ais co!creta e real dos proble"as educacio!ais. Jo "es"o te"po, busca" deli!earu"a !ova or"a de i!serção da Psicologia !esses cursos, co" o i!tuito de buscar gara!tir que osco!9eci"e!tos psicológicos possa" eetiva"e!te co!tribuir para a elaboração de propostas"ais co!siste!tes, que resulte" e" "el9orias da pr&tica doce!te e do processo de e!si!o-apre!di#age".J a!&lise dessas produçMes teóricas i!dicou que, e"bora as posturas de car&ter "ais tra!sor"ador seRa" "i!orit&rias e que"uitas questMes i"porta!tes !ão esteRa" se!do devida"e!tee?)loradas0 e?istem e:idências de que há um )rocesso construti:oe" direção a posicio!a"e!tos "ais cr+ticos. Ts estudos reali#ados"es"o processo e" relação a pr&ticas proissio!ais e a produção e" cursos de pós-graduação,respectiva"e!te.*as, ai!da se a# !ecess&rio u" gra!de esorço para a"pliar as pote!cialidades da Psicologiae" direção co!strução de respostas.

Page 58: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 58/218

Page 59: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 59/218

=< #sicoh!ia e duca$*o+ ,esaios "e.rico-#rdticos

"ais adequadas para "uitas questMes que ai!da !ão ora" devida"e!te aprou!dadas. 'esse se!tido, Q !ecess&rio !ão ape!as gara!tir a sociali#ação das elaboraçMes que R& pudera"ser dese!volvidas pela via da cr+tica do co!9eci"e!to psicológico. É ai!da u!da"e!talviabili#ar co!diçMes que aça" ava!çar o processo de co!strução de u" corpo de

co!9eci"e!tos teórico-cr+ticos, que possa se co!stituir e" u"a "ediação u!da"e!tal e!tre asi!alidades tra!sor"adoras e a pr&tica da Psicologia Escolar. 6 'este trabal9o, propo"os que u" ca"i!9o poss+vel para esse ava!ço pode ser deli!eado seto"ar"os co"o !osso obReto de estudo e atuação !ão o i!div+duo, e !e" ta"pouco o processoeducacio!al, "as si" o encontro entre o sueito humano e a duca$*o3Js diere!tes "a!eiras atravQs das quais este e!co!tro te" sido co!stru+do e" !osso co!teOtocoloca" o psicólogo escolar dia!te de situaçMes, tais co"o alu!os que !ão co!segue" superarcertas diiculdades, !ão ape!as porque a escola !ão se orga!i#a de or"a a ate!der suas!ecessidades, "as ta"bQ" porque R& !ão se se!te" co"pete!tes para apre!derS proessores que,sub"etidos s "ais adversas co!diçMes de trabal9o R& !ão co!segue" "ais lutar co!tra osse!ti"e!tos de i"potK!cia e desespera!ça que se eOpressa" e" pr&ticas e relaçMes autorit&rias eesva#iadas de se!tido co" seus alu!osS diretores e coorde!adores que !ão co!segue" co!struir

u" trabal9o coletivo e solid&rio e que, !a ausK!cia de u"a clare#a sobre as i!alidades do processo educacio!al, co!du#e" a escola !ão para que ela cu"pra sua u!ção de 9u"a!i#ação,"as ape!as para gara!tir obRetivos or"ais co"o o cu"pri"e!to de carga 9or&ria e co!teUdosque se tra!sor"a" e" ite!s a sere" pree!c9idos e" u" or"ul&rio burocr&tico qualquerS ev&rios co!ti!ge!tes de alu!os que diaria"e!te vão para a escola tal co"o u" reba!9o e"direção ao co!i!a"e!to !o pasto e que sore", ai!da que !ão te!9a" co!sciK!cia disto, oseeitos de u" processo se" se!tido.Estes são ape!as algu!s eOe"plos de situaçMes, e!tre ta!tas outras, que !os eOige" o do"+!iode u" reere!cial teórico-cr+tico que gara!ta a co"pree!são das gra!des questMes relativas sor"as pelas quais a escola, especial"e!te a pUblica, ve" orga!i#a!do seu trabal9o erelacio!a!do-se co" o siste"a sociopol+tico !o 5rasil. *as, ao "es"o te"po, ao colocare"-!os re!te a re!te co" suReitos co!cretos que tK" u"a 9istória si!gular, que co!stru+ra" u"acerta

Page 60: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 60/218

 #sicolo!ia scolar+ #ensamento 6rítico e #ráticas #roissionais=@

or"a de ver o "u!do e a si "es"os, que pe!sa", se!te" e sore" co" a ausK!cia de u"se!tido social que possa orie!tar o dese!volvi"e!to de sua 9u"a!idade, elas ta"bQ"de"a!da" a co"pree!são de co"o se d& a "ediação da subRetividade e" todo esse processo. 'esse se!tido, para situar"os "ais adequada"e!te !osso obReto, Q preciso co"pree!der"os de

u"a !ova "a!eira as relaçMes e!tre os processos psicológicos e os pedagógicos ou, e" outras palavras, o papel da Educação !a co!strução da subRetividade 9u"a!a e o papel dasubRetividade !a co!strução do processo educacio!al.Para a discussão sobre o papel da Educação !a co!strução da subRetividade 9u"a!a to"a"osco"o po!to de partida a co!cepção de que o trabal9o educativo te" co"o u!ção pri!cipal produ#ir a 9u"a!idade !os i!div+duos.Co!or"e evide!cia (avia!i 1@@, p.23 5o tra%alho educati:o W o ato de )roduzir0 direta eintencionalmente0 em cada indi:íduo sin!ular0 a humanidade que )roduzida hist.rica ecoleti:amente )elo conunto dos homens 53 'esse se!tido, coloca-se a !ecessidade de seide!tiicar ta!to os ele"e!tos culturais que precisa" ser assi"ilados pelos i!div+duos para quese to"e" 9u"a!os qua!to as or"as "ais adequadas de ati!gir esse obRetivo.Parti!do do pressuposto u!da"e!tal de que o trabal9o educativo só alca!ça sua i!alidade

qua!do cada i!div+duo co!segue se apropriar da 9u"a!idade produ#ida 9istórica ecoletiva"e!te, uarte 1@@=, p.@<3 dee!de que 5ca%e 8 educa$*o escolar0 no )rocesso de

 orma$*o do indi:íduo0 o )a)el de ati:idade mediadora entre a esera da :ida cotidiana e aseseras n*o cotidianas de o%eti:a$*o do !ênero humano 53essa or"a, o autor evide!cia que a Educação pode e!riquecer o i!div+duo "edida que te"co!diçMes de produ#ir careci"e!tos !ão cotidia!os, ou seRa, aqueles voltados para a obRetivaçãodo i!div+duo pela "ediação e apropriação das obRetivaçMes ge!Qricas para si.Para uarte, a escola, ao dese"pe!9ar esse papel "ediador, e"bora !ão dK co!ta de pro"over asuperação da alie!ação, pode co!stituir-se e" u" ele"e!to i"porta!te co" o obRetivo deco!du#ir os i!div+duos !a luta pela tra!sor"ação das relaçMes sociais, pela via da gara!tia daapropriação das obRetivaçMes ge!Qricas para si, que !os apo!ta" para as possibilidadessocial"e!te eOiste!tes de dese!volvi"e!to da i!dividualidade 9u"a!a.

Page 61: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 61/218

A0  #sicolo!ia e duca$*o+ ,esaios "eárico-#ráticos

Jssi", a Educação, e!qua!to u" processo ao "es"o te"po social e i!dividual, ge!Qrico esi!gular, Q u"a das co!diçMes u!da"e!tais para que o 9o"e" se co!stitua de ato co"o ser9u"a!o, 9u"a!i#ado e 9u"a!i#ador.(eRa co!ta"os co" algu"as bases teóricas !ecess&rias a u"a deesa co!scie!te de que !ão 9&i!dividualidade ple!a"e!te dese!volvida se" a aquisição dos resultados da eOperiK!cia

9istórica acu"ulada pela 9u"a!idade, o que requer a ação da escola e!qua!to i!st4!cia socialque, por eOcelK!cia, pode orga!i#ar e siste"ati#ar os ele"e!tos culturais !ecess&rios esse processo de 9u"a!i#ação, Q preciso ai!da e!re!tar o desaio da releOão sobre algu"as"ediaçMes !ecess&rias apropriação desses ele"e!tos pelos i!div+duos, ou seRa, co"pree!der"el9or o papel da subRetividade !o processo educacio!al.E"bora este seRa u" te"a eOtre"a"e!te i"porta!te !ão ape!as para a Psicologia Escolar, "as para a Psicologia co"o u" todo, R& que !os re"ete ao !osso próprio obReto de estudo e !ossaespeciicidade proissio!al, poucos autores que se utili#a" de u"a perspectiva "ais cr+tica tK"se voltado para seu estudo. essa or"a, o terre!o te" per"a!ecido aberto para as elaboraçMesde base idealista ou subRetivista, que coloca", equivocada"e!te, as e"oçMes co"o u" ca"poisolado dos de"ais processos 9u"a!os e, e" algu!s casos, atQ co"o deter"i!a!te Ulti"o davida dos i!div+duos e da vida e" sociedade.Co!or"e apo!ta (9uare 1@@03, 9& evidK!cias de que, pouco a!tes de "orrer, ;]gots/i preparava u" ciclo de i!vestigaçMes especial"e!te dedicado aos proble"as da co"u!icaçãoi!terpessoal, aos aetos e s e"oçMes. 'o e!ta!to, e"bora !ão te!9a tido te"po de orga!i#ar deor"a "ais siste"ati#ada sua própria i!terpretação, Q poss+vel, atravQs de u"a leitura ate!ta desua obra, ide!tiicar e" v&rios teOtos que esses aspectos da !ature#a psicológica da co!sciK!cia9u"a!a era" co!siderados ce!trais. Jlgu"as dessas elaboraçMes pode" ser e!co!tradas e"Pe!sa"e!to e Li!guage" 1@<>3, La psique, $a co!sciK!cia, el i!co!scie!te 1@@a3 e Lase"ocio!es ] su desarrollo e! $a edad i!a!til 1@@a3. 'esses teOtos, !ão ape!as a discussão sobre a relação e!tre os processos i!telectuais e aetivosaparece clara"e!te eOplicitada, co"o ai!da se depree!de u"a cr+tica co!tu!de!te e" relação separação e!tre a di!4"ica "otivacio!al e os de"ais aspectos da co!sciK!cia 9u"a!a.

Page 62: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 62/218

 #sicolo!ia scolar+ #ensamento 6rítico e #ráticas #roissionais A

Ji!da que e" li!9as gerais, ;]gots/i abriu u" ca"i!9o poss+vel para a i!vestigação dos aetose das e"oçMes de u" po!to de vista 9istórico-cultural. E, e"bora "uitos a!os te!9a" decorridodesde a or"ulação dessa pri"eira base teórica, parece que só agora ela co"eça a ser resgatada.E" u" artigo rece!te voltado discussão da "ediação e"ocio!al !a co!stituição do psiquis"o9u"a!o, La!e 1@@=3 observa que os estudos dese!volvidos pela corre!te sócio-9istórica tK"

co!tribu+do para a co"pree!são dos e!"e!os psicológicos e!qua!to eOpressMes de u"arelação dialQtica e!tre a subRetividade e a obRetividade. 'essa perspectiva que apo!ta para a!ature#a social e o car&ter co"u!icativo das e"oçMes, a autora ide!tiica algu!s estudos quevK" se!do dese!volvidos !o 5rasil !a &rea de Psicologia (ocial.Pressupo!do que a busca de respostas "ais co!siste!tes para a questão da "ediação e"ocio!alve" cada ve# "ais se coloca!do co"o u"a questão i"porta!te, busca"os ide!tiicar !aliteratura dispo!+vel "ais espec+ica da &rea de Psicologia Escolar algu"as a!&lises que pudesse" or!ecer subs+dios para essa releOão e, !essa direção, pude"os locali#arco!tribuiçMes de J!daló 1@<@3, Cu!9a 1@@D3, reller 1@@?3, uper 1@@03 e *ac9ado1@@Db3.8o"a!do co"o obReto de i!vestigação a situação de cria!ças de classe especial, e parti!do daco"pree!são de que os racassos escolares por elas vividos ora" produ#idos !os cru#a"e!tosde v&rias 9istórias 1da classe especial, da proessora, da cria!ça etc3, *ac9ado 1@@Db3dese!volveu u" trabal9o voltado para o avoreci"e!to de releOMes que pudesse" "ovi"e!tare colocar e" discussão certas relaçMes e idQias cristali#adas. o !osso po!to de vista, co" essaeOperiK!cia a autora de"o!strou que, alQ" de todas as "uda!ças que se a#e" !ecess&rias e"relação ao trabal9o que se dese!volve !as escolas e" geral e, "ais particular"e!te, !as classesespeciais, ta"bQ" Q u!da"e!tal que o psicólogo se preocupe e" criar co!diçMes paratra!sor"ar as co!cepçMes das próprias cria!ças a respeito de suas pote!cialidades, porque esteQ ta"bQ" u" ca"i!9o i"porta!te !o processo de tra!sor"ação educacio!al.Parti!do do pressuposto de que a subRetividade, e!qua!to ele"e!to i"porta!te !a co!stituiçãodo i!div+duo, deve ser "obili#ada !a escola co" o i!tuito de provocar tra!sor"açMes criativas,Cu!9a 1@@D3 dese!volveu u" trabal9o obRetiva!do avorecer o estabeleci"e!to de u" espaço

 psicológico e" que a escuta e a livre circulação

Page 63: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 63/218

A2 #sicolo!ia e duca$*o+ ,esaios "e.rico-#rátkos

da palavra osse" poss+veis, pote!ciali#a!do as percepçMes e v+!culos estabelecidos e!tre osi!div+duos. Jo trabal9ar co" de proessores, alu!os e "ães, a autora co!sidera ter co!tribuido para "odiicaçMes co" o obRetivo de a"pliar as possibilidades dese!volvi"e!to de pote!cialidades e de co!strução de relaçMes sig!iicativas. Jo i!al de suas releOMes e co" base

!esses resultados dee!de u"a pr&tica de Psicologia Escolar que co!sidere s+"ulta!ea"e!te osdeter"i!a!tes sociais !a orga!i#ação escolar e os aspectos subRetivos a ela i!ere!tes.uper 1@@03, ao a!alisar o processo de co!strução do d de saber a partir de u"a visão psica!al+tica, apo!ta para a i"porta!cia de estar"os ate!tos para o ato de que aeto e cog!ição!ecessaria"e!te se tece" Ru!tos.reller 1@@?3 to"ou co"o obReto de estudo as diiculdades e!co!tradas por alu!os de ciclo b&sico e de classes especiais, eu co!dutas era" "otivo de queiOa escolar e, para ta!to, col9eu9istó !as versMes delas próprias, de seus pais, proessores e dos psicólog que 9avia" atuado!esses casos. J autora buscou a!alisar o racas 6 escolar e, "ais especiica"e!te, a questão dai!discipli!a, atravQs de u" recorte psicológico, se" desco!siderar suas causas sociais pedagógicas. essa or"a, te!tou apree!der co"o as cria!ças relacio!a" co" a escola,atuali#a!do e re-sig!iica!do vivK!cias eOperiK!cias da 9istória passada e, por outro lado, co"o

as "a!eiras pelas quais a escola se relacio!a co" as cria!ças pode" agravar cro!iicar suasdiiculdades.i!al"e!te, Q poss+vel perceber u"a preocupação e" i!c essa questão da subRetividade co"ou" ele"e!to i"porta!te ta"W !o trabal9o a ser reali#ado co" proessores. 'essa direção,J!daló 1@<@3 destaca que a i!terpretação dos proble"as educacio!ais co e!"e!os de orde" pessoal e subRetiva, be" co"o a co!sciK!cia rag"e!t&ria orte"e!te ocultados por tr&s de u"discurso co"pete!te, co!stitui-se "uitas ve#es e" deesas dos doce!tes precisa" sertrabal9adas, R& que diiculta" o co"pro"eti"e!to as tareas !ecess&rias a u" processo de"uda!ças.essa or"a, a co"pree!são dos co!9eci"e!tos acu"ulativo pelos proessores e o se!tido pessoal que atribue" sua ação proissio!al pode" co!stituir-se e" u" ator releva!te e" proRetos i!terve!ção de Psicologia Escolar que te!9a" co"o "eta co!tribuir paratra!sor"açMes qualitativas da ação educativa.

Page 64: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 64/218

 #sicolo!ia scolar+ #ensamento 6rítico e #ráticas #roissionaisA?

6onsidera$9es FinaisJo lo!go deste trabal9o apo!ta"os algu!s ele"e!tos teórico-cr+ticos que pode" co!stituir-see" !orteadores u!da"e!tais, ai!da que !ão suicie!tes, para que os psicólogos escolareste!9a" co!diçMes de co!creti#ar propostas de atuação orie!tadas por i!alidades

tra!sor"adoras.E"bora, se" dUvida, esteRa"os ai!da "uito lo!ge de co"pletar o processo de co!teOtuali#açãocr+tica de !ossa &rea, co!sidera"os que R& dispo"os de algu!s ele"e!tos i"porta!tes, que pode" gara!tir aos psicólogos escolares a possibilidade de co!tribu+re" de "a!eira decisiva para que !as escolas seRa" avorecidos os processos de 9u"a!i#ação e reapropriação dacapacidade de pe!sa"e!to cr+tico. Esses ele"e!tos, que R& se poderia" co!siderar poss+veis,co"o resultado dos ava!ços teórico-cr+ticos acu"ulados, pode" ser agrupados e" tor!o dequatro eiOos pri!cipais6 co!cepção do proissio!al sobre o racasso escolar, &reas de i!terve!çãoescol9idas, "odelo de atuação !o qual o trabal9o se asse!ta e processos de avaliação utili#ados. 'o que se reere ao pri"eiro eiOo, Q i"porta!te que, a partir de u" reere!cial teórico-cr+tico, os psicólogos escolares ro"pa" co" as eOplicaçMes pseudocie!t+icas que busca" situar a orige"dos proble"as educacio!ais !o alu!o e7ou e" sua a"+lia, pela via de u"a releOão cr+tica sobreas pr&ticas sociais e escolares que os produ#e". Co!sidera"os que de todos os eiOos este Q o"ais u!da!te, pois a co!cepção do proissio!al sobre o racasso escolar co!stitui-se !o pri!c+pio "ais geral que estrutura toda a sua pr&tica, desde a dei!ição das &reas de i!terve!çãoque Rulga sere" as "ais i"porta!tes, e de co"o orga!i#a a sua ação, atQ a deli"itação dedeter"i!ados procedi"e!tos de avaliação e a co!strução de v+!culos co" aqueles que secoloca" co"o poss+veis usu&rios de seu trabal9o. 'o que se reere ao segu!do eiOo, parece ser especial"e!te i"porta!te que a ação do psicólogoescolar seRa co!creti#ada co"o resultado de u"a proposta de trabal9o, u!da"e!tada e" u"co"pro"isso co" as i!alidades de tra!sor"ação, de tal or"a que o pri!cipal critQrio para adeli"itação das &reas de i!terve!ção "ais i"porta!tes seRa a dei!ição do qua!to a sua atuação pode co!tribuir para que a escola cu"pra sua u!ção social. $sto sig!iica colocar-se a serviço

do processo de apropriação cr+tica e criativa dos co!9eci"e!tos 9istorica"e!te acu"ulados pela9u"a!idade por todos os alu!os e, ai!da, da co!strução de u"a cidada!ia participativa.

Page 65: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 65/218

AD #sicolo!ia X duca$*o+ ,esaios "eáiico-#ráticos

 'o caso espec+ico dos proissio!ais que atua" direta"e!te !as escolas ou que dese!volve"atividades co" o obRetivo de assessorar ou dar algu" tipo de suporte para as açMesdese!volvidas peloW educadores !as escolas, co!sidera"os que algu"as direçMes deseR&veis para a co!secução desse obRetivo poderia" ser as segui!tes6

Y Co!tribuição para a co!strução de u"a gestão escolar de"ocr&tica a partir de u"aorga!i#ação do trabal9o coletiva e solid&ria.Y Co!tribuição para a "el9oria da situação doce!te e o resgate da auto!o"ia, do papeldirige!te e do valor social do proessor.Y Co!tribuição para a co!strução de relaçMes sociais 1alu!o7alu!o, proessor7alu!o,direção7coorde!ação, coorde!ação7proessores, direção7proessores7u!cio!&rios e, e" u"se!tido "ais a"plo, a relação escola7pais3 que propicie" a or"ação de v+!culos que gara!ta"o "&Oi"o dese!volvi"e!to poss+vel das possibilidades 9u"a!as de todos os e!volvidos.Y ese!volvi"e!to de açMes que co!tribua" para a a"pliação da participação popular !aescola.Y Participação eetiva !a dei!ição de pla!eRa"e!tos e diretri#es educacio!ais, leva!do e"co!ta o !+vel de dese!volvi"e!to, i!teresses e realidade dos alu!os.

Y Preocupação e" aprou!dar co!9eci"e!tos e" relação aos processos cog!itivos eco!diçMes de e!si!o, busca!do a!corar-se e" teorias de dese!volvi"e!to e apre!di#age" quel9e per"ita" ide!tiicar e co!tribuir para re"over obst&culos.Y Co!tribuição !a dei!ição de co!teUdos e "Qtodos de e!si!o que !ão só gara!ta" aapropriação do saber, "as que ta"bQ" eOpresse" o obRetivo de or"ação de u" ser 9u"a!o ple!o de pote!cialidades e possibilidades.Y JuO+lio !a escol9a de "ateriais did&ticos que esti"ule" o pe!sa"e!to cr+tico e criativo dosalu!os.E"bora por outros ca"i!9os, ta"bQ" os proissio!ais que dese!volve" atividades deate!di"e!to i!dividual ou e" grupo 1seRa e" cl+!icas particulares, pUblicas ou ligadas au!iversidades, seRa e" u!idades de saUde3 pode" ter u" papel i"porta!te !a tra!sor"ação darealidade escolar, desde que !ão se li"ite" a trabal9ar co" os alu!os que ora" e!ca"i!9adosco" queiOas escolares, "as procure" ta"bQ" trabal9ar co" as a"+lias e escolas co" oobRetivo de co!tribuir para que6

Page 66: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 66/218

Page 67: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 67/218

 #sicolo!ia Kscolar+ #ensamento 6rítico e #ráticas #roissionaisA=

Y os proessores questio!e" as eOplicaçMes )sicolo!izantes que coloca" o alu!o e suaa"+lia co"o respo!s&veis pelos proble"as educacio!ais, de tal or"a que esse trabal9o dereleOão possa co!stituir-se !o ger"e de "odiicaçMes que resulte" !a "el9oria da pr&ticadoce!te e do processo e!si!o-apre!di#age"S

Y as a"+lias coloque" e" discussão o processo de culpabili#ação do alu!o e perceba" as"Ultiplas deter"i!açMes das diiculdades escolares e a i"port4!cia de seu aco"pa!9a"e!to eapoioSY os alu!os e!volvidos de ato supere" aquilo que a escola e a a"+lia apo!ta" co"odiiculdades !o processo de escolari#ação e dese!volva" da "a!eira "ais ple!a poss+vel suas possibilidades e pote!cialidades de dese!volvi"e!to.E" relação ao terceiro eiOo, Q u!da"e!tal que os proissio!ais ro"pa" co" o "odelo cl+!icotradicio!al de atuação que, e!tre outras coisas, separa as atividades de e!si!o e os proble"asdo alu!o, relacio!ados a seu co"porta"e!to e dese"pe!9o acadK"ico. essa or"a, pode"situar "ais adequada"e!te os processos psicológicos !o i!terior do processo pedagógico,gara!ti!do sua especiicidade de atuação, a partir de u"a releOão sobre o lugar da Psicologia!a Educação, se" redu#ir u"a outra.

 'o caso dos proissio!ais que atua" direta"e!te e" escolas ou e" equipes de assessoria, asuperação do "odelo cl+!ico pode eOpressar-se pri!cipal"e!te, e"bora !ão eOclusiva"e!te, por u"a preocupação clara e dei!ida co" a "el9oria das pr&ticas pedagógicas, que se tradu#a e"açMes co!cretas que gara!ta" que a escola possa utili#ar os co!9eci"e!tos psicológicos co"ou" dos u!da"e!tos i"porta!tes !a elaboração de propostas de trabal9o qualitativa"e!tesuperiores. 'essa "es"a direção, co!sidera"os que os proissio!ais que dese!volve" atividades deate!di"e!to tK" co!diçMes de e!volvere"-se de "a!eira "ais clara e direta co" essesobRetivos desde que busque" gara!tir algu"as direçMes pri!cipais e" seu trabal9o co" alu!os,a"+lias e escolas. 'o trabal9o co" alu!os Q u!da"e!tal que, a partir de u"a a!&lise da situação escolar e dasdiere!tes versMes 1do próprio alu!o, da a"+lia, da escola3 que ora" co!stru+das e" tor!o do processo de e!ca"i!9a"e!to para ate!di"e!to, o proissio!al busque resgatar o se!tido doco!9eci"e!to e!qua!to i!stru"e!to de co"pree!são e

Page 68: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 68/218

AA #sicolo!ia e duca$*o+ ,esaios "e.rico-#ráticos

tra!sor"ação da realidade, des"istiica!do o rótulo de i!co"petK!cia que te!de a aco"pa!9&-los e" situaçMes co"o esta, de tal orras que possa co!tribuir ta!to para re"oção de obst&culosque possa" estar diiculta!do a apre!di#age" qua!to para "obili#ação de pote!cialidades dedese!volvi"e!to.

 'o que se reere ao trabal9o co" os pais, seria i"porta!te que o psicólogo escolar reletissesobre o papel social da escola e a orige" das diiculdades de seus il9os, be" co"oide!tiicasse poss+veis or"as de i!terve!ção da a"+lia !o co!teOto escolar a i" de que eles possa" ter gara!tido seu direito a u"a Educação de qualidade.E" relação ao trabal9o co" os proessores, alQ" de trocar i!or"açMes e versMes sobre o caso,os psicólogos escolares pode" criar co!diçMes para a des"istiicação das eOplicaçMes

 )sicolo!izantes0 a partir de u"a releOão co!siste!te u!da"e!tada !os co!9eci"e!tosacu"ulados pela Psicologia. E"bora essa releOão esteRa "ais ce!trada !os processos deapre!di#age" daquele alu!o e" part+cula que se e!co!tra e" ate!di"e!to, ela pode co!stituir-se e" u" passo i!icial para poss+veis reorga!i#açMes do trabal9o doce!te. Co!sidera"os que,dessa or"a, Q poss+vel ai!da co!tribuir para o resgate do papel ativo e dirige!te do proessor1que oi, e" certo se!tido, delegado ao psicólogo3 !a releOão, estudo e posterior dei!ição

dos ca"i!9os e recursos !ecess&rios resolução das diiculdades.E" relação aos processos de avaliação, i!depe!de!te"e!te do tipo de trabal9o dese!volvido, Qu!da"e!tal que os proissio!ais co!strua" sua i!terve!ção a partir de u" prou!doco!9eci"e!to das "ultideter"i!açMes prese!tes !o e!co!tro e!tre o suReito 9u"a!o e o processo educacio!al.Para i!ali#ar Q preciso ressaltar que os proissio!ais só terão co!diçMes de e!volvere"-se deato co" essa tarea de releOão teórico-pr&tica e" u"a perspectiva cr+tica que coloque e"discussão a!tes de "ais !ada as i!alidades de sua ação, se ore" gara!tidas prou!dastra!sor"açMes !o processo de or"ação que ve" se!do oerecido !os cursos de graduação e"Psicologia, e" especial !as discipli!as relacio!adas &rea de Psicologia Escolar.2

8a"bQ" co!sidera"os "uito i"porta!te que a u!iversidade abra espaços para odese!volvi"e!to de proRetos de or"ação co!ti!uada dirigidos aos psicólogos que estão

atua!do !o "ercado de trabal9o,

Page 69: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 69/218

 #sicolo!ia scolar+ #ensamento 6rítico e #ráticas #roissionais A>

 para que te!9a" oportu!idades de reletir sobre as questMes e"erge!tes de sua pr&tica lu# dosava!ços teórico-cr+ticos R& co!quistados. Jcredita"os que esse e!co!tro pode !ão ape!ase!riquecer a atuação dos proissio!ais, co"o ta"bQ" co!tribuir para que se ro"pa o c+rculovicioso da "ediocridade que te" e!co!trado Qrtil terre!o !as u!iversidades brasileiras.Jcredita"os que co" essa clare#a sobre !ossa ide!tidade e i!alidade proissio!al !ós,

 psicólogos que elege"os a Educação co"o obReto de releOão e ação, reu!i"os algu"asco!diçMes i"porta!tes para a co!strução de u"a Psicologia Escolar que "ereça respeito, "edida que pode"os oerecer subs+dios teórico-pr&ticos i"porta!tes para a co!solidação de u"corpo de co!9eci"e!tos "ais sólido que aça ava!çar, !o i!terior da ciK!cia psicológica, aco"pree!são sobre o processo de co!strução social do i!div+duo. Ji!al, te"os o privilQgio deestar"os i!seridos e" u" dos processos "ais vitais e u!da"e!tais da 9u"a!i#ação do 9o"e"6o "o"e!to e" que ele pode apropriar-se do co!9eci"e!to e a#er dele u" i!stru"e!to dedese!volvi"e!to de suas pote!cialidades.

Page 70: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 70/218

A< #sicolo!ia c duca$*o+ ,esaios "e.rico-#rDticos

 Reerências Bi%lio!ráicasJ'JL, C.(.V. de J. Fala )roessora+ repe!sa!do o apere/ 6. "e!to doce!te. (ão Paulo6@<@. 8ese de doutorado - 5P[(r J'8['E(, *.J.*. J Psicologia !a Educação6 algu"as co!sideraçMes. 6adernos GS# 1(ão

Paulo3, vol. =, @<<, p.@>72C['J, 5.5.5. #sicolo!ia na escola+ ca"i!9os de u"a pr&tica. (ão Paulo6 @@D. 8ese1outorado3 - $P[(P.[J)8E, '. A indi:idualidade)ara-si - co!tribuição a u"a tj9istórico-social da or"ação do i!div+duo. (ão Paulo6 Ei-Sr ... Jutores Jssociados, @@?. ____________. J Educação escolar e a teoria das eseras de obRer-vação do gK!ero 9u"a!o. ,o?a3 Re:ista #aulista de #sic.lo!a- kS , e duca$*o0 J!o $, vol. , !f , p.@=7D, Jraraquara6 .C.L. ['E(P, @@=.E))E$)J, * %. #sicolo!ia ducacional0 análise crítica3 (B Paulo6 Ed. Corte#, @<A.T)JC$, *.*.S *J)8$'(, V.(. Sociolo!ia e Sociedade 1leitura de i!trodução sociologia3.)io de Va!eiro6 Livros 8Qc!icoX e Cie!t+icos Ed. (.J., @<?.

)J'CT, *.L.P.5. J co!cepção de 9o"e", i!div+duo e sociedade co!tribuiçMes da Psicologiada Educação. $!6 5E)'J)T. *.C.;. 1Trg.3. Forma$*o do )roessor+ atualizando o de%ate3(Qrie cader!os P[C(P, !f ?D, p. >7??. (ão Paulo6 E[C @<@.)ELLE),C.C. 6rian$as )ortadoras de quei?a escolar+ ur! e!oque Hi!!icottia!o. (ãoPaulo6 @@?. issertação de "estrado---..,. $P[() ;%TL*J', L. 6iências Oumanas e Filosoia3 )io de Va!eiro6 Ed. Pa# e 8erra, @>>.%)J*(C$, J. 6once)$*o dialtica da hist.ria3 2a ed., )io de Va!eiro6 Ed. Civili#ação5rasileira, @><.T[)$, $.%. Psicologia Escolar6 u"a questão de ide!tidade. $ Co!gresso 'acio!al dePsicologia Escolar. ACA4S0 Ca"pi!as6 r - J5)JPEE7P[CCJ*P, @@2. p.AD7A>.[PE), *.C.*. ,eseo de sa%er3 (ão Paulo6 @@0. 8ese de doutorado - $P[(P

Page 71: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 71/218

 #sicolo!ia scolar+ #ensamento 6ritico e #ráticas #roissionaisA@

LJ'E, (.8.*. J "ediação e"ocio!al !a co!stituição do psiquis"o. $!6 LJ'E, (.8.*.S(JJ$J, 5.5. 1Trgs.3. Co:as Veredas da #sicolo!ia Social3 (ão Paulo6 E[C7Ed. 5rasilie!se,@@=. p.==7A?.LE$8E, (. Jtuação do psicólogo !a Educação6 co!trovQrsias e perspectivas. $ Co!gresso

 'acio!al de Psicologia Escolar. ACA4S0 Ca"pi!as6 J5)JPEE7P[CCJ*P, @@2. p. 2@72?.L, *. As a:enturas de arl Mar? contra o Bar*o de Münchhausen - "arOis"o e positivis"o !a sociologia do co!9eci"e!to. (ão Paulo6 Ed. 5usca ;ida, @<>.L[CJC(, %. *arOis"o e questMes de "Qtodo !a ciK!cia social. $'6 PJ[LT 'E88T, V.Yeor! (ukács3 (ão Paulo6 Ed. mtica, @<.p.=@-<A.*JCJT, J. *. J queiOa escolar e seus e!ca"i!9a"e!tos. 'ornal do 6R# - Aa região, a!oD, !f <>, p.A, @@Da. ____________. 6rian$as de classe es)ecial - eeitos do e!co!tro dasaUde co" a Educação. (ão Paulo6 Casa do Psicólogo, @@Db.*JL[, *.). Psicologia e Educação6 paradoOos e 9ori#o!tes de u"a di+cil relação. $Co!gresso 'acio!al de Psicologia Escolar. ACA4S0 (ão Paulo6 J5)JPEE7P[CCJ*P, @@2. p.>07>A.

 ____________. or"ação e atuação do psicólogo !a Educação6 di!4"ica de tra!sor"ação. $!6CP #sic.lo!o Brasileiro - )ráticas emer!entes e desaios )ara a orma$*o3 (ão Paulo6 Ed.Casa do Psicólogo, @@D, p. =>7200.*J)Z, . $o "a!uscrito. T 8rabal9o Jlie!ado. $!6 )T**, E. 6onceito Mar?ista de homem32a ed., )io de Va!eiro6 a9ar Ed., @A2. p.@?70>. ____________. T "Qtodo da eco!o"ia pol+tica. $'6 E)'J'E(,. Mar?n!els3 (ão Paulo6 Ed. Jtica, @<@. p.D0@7D>.*T8E'E%)T, *.E. A #sicolo!ia hist.rico-dialtica )ara os cursos de licenciatura3Ca"pi!as6 @@?. 8ese de doutorado : .E.['$CJ*P.*T)E$)J, *..C. Possibilidades e li"ites do psicólogo educacio!al. $!6 C)P - Da região.

 #ossí:eis olhares0 outros azeres3 5elo ori#o!te6 p. 0D7?<.

Page 72: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 72/218

>0  #sicolo!ia e duca$*o+ ,esaios "e.rico-#rdtícos W

TL$;E$)J, 5. T co!ceito de sociali#ação e o dese!volvi"e!to VW i!div+duo. ,>ZA - Re:ista #aulista de #sicolo!ia e 8u@3[ $*o3 a!o $, vol. , !f , p.?=7A2. Jraraquara6 .C.L. ['E(X@@=.PJ88T, *..(. #sicolo!ia e 4deolo!ia+ u"a i!trodução cr+tica i Psicologia Escolar. (ão Paulo68.J. Nueiro# Ed., @<D.

 ____________. A )rodu$*o do racasso escolar - 9istórias de sub"issão e rebeldia. (ão Paulo68.J. Nueiro# Ed., @@0. ____________. J a"+lia pobre e a escola pUblica6 a!otaçMes scrhu" dese!co!tro. Re:ista #sicolo!ia0 vol. ?,!f 72, p. 0>7-(ão Paulo6 [(P, @@2. ____________. Laudos psicológicos6 !otas para u"a releOão. 'oUnal do 6R# - Aa região, !f @, p.A, @@=. )J%T'E($, *.E.*.*. #sicolo!ia scolar+Pe!sa"e!to Cr+tico SPr&ticas Proissio!ais. (ão Paulo6 @@>. 8ese de doutorado -$P[(P. (J;$J'$, . 8e!dK!cias e corre!tes da Educação brasileira. $'*E'E(, .8. 1org3. Filosoia da duca$*o Brasileira3 )6.de Va!eiro6 Ed. Civili#ação 5rasileira, @<>, p.@7D@. ____________. duca$*o e quest9es de atualidade3 (ão Pau/ Corte#Ed., @@.([J)E, *. (a #sicolo!ia So:itica tal como \o 4a :eo3 *oscu Editorial Progresso, @@0.(T[J, *.P.). de e outros. J questão do re!di"e!to escolar subs+dios para u"a !ovareleOão. Re:ista da Faculdade ]^  duca$*o0 a!o =, !f 2, p.<<720, (ão Paulo6 [(P, @<@.8J'J*JC$, E. de ). #sicolo!ia scolar+ te!dK!cias e ava!ço da Psicologia !a Educaçãoescolar. *ar+lia6 @@2. issertação de "estrado - ['E(P.;J(N[E, J.(. Filosoia da #ra?is3 " ed., )io de Va!eiro6 Ed. Pa#e 8erra, @>>.;%T8($, L.( #ensamento e (in!ua!em3 (ão Paulo6 Ed. *arti!s o!tes, @<>. ____________. Forma$*o social da mente3 (ão Paulo6 Ed. *artBo!tes, @<<.

Page 73: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 73/218

Page 74: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 74/218

Page 75: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 75/218

 Media$9es "e.rico-)rdticasde uma Vis*o 6rítica em

 #sicolo!ia scolarU lenita de Rício "anamachiT trabal9o que aprese!ta"os a seguir assi!ala u" "o"e!to i"porta!te de !ossa eOperiK!cia proissio!al, !o qual pude"os siste"ati#ar u" co!Ru!to de questMes postas por u"a visãocr+tica de Educação e de Psicologia, co" o i!tuito de eOplicitar "ediaçMes teórico-pr&ticas!ecess&rias co!strução de u"a visão cr+tica de Psicologia Escolar.5usca"os articular a releOão teórico-ilosóica e "etodológica, as diere!tes possibilidades deatuação e eOte!são de serviços co"u!idade e a or"ação de proissio!ais da Psicologia, te"asreqe!te"e!te prese!tes ta!to !o i!terior de !osso trabal9o co"o !o i!terior de algu!s estudosdese!volvidos e" progra"as de pós-graduação e" &reas ai!s, que pudera" ser ide!tiicadosco" o "ovi"e!to de cr+tica e" Psicologia Escolar, i!iciado ao i!al da dQcada de >0.T co!teOto, a pesquisa, os ele"e!tos para pe!sar7a#er critica"e!te a Psicologia Escolar aqui

e!ocados levara" e" co!ta6

Page 76: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 76/218

74 #sicolo!ia e duca$*o+ ,esaios "eárico-#rdticos

o !osso próprio proReto !a &rea, que para !ós se tradu# era _! co"pro"isso tQc!ico-cie!t+ico eQtico-pol+tico co" a Psicologia e a Educação or"alSa co!stituição 9istórica da Psicologia Escolar co"o &rea de es6_^ do e de atuação !o co!teOto da própria Psicologia e da Educava6 escolar, !o "o"e!to e" que siste"atica"e!te esta passa a ser

a!u!ciada !o i!terior da realidade educacio!al brasileira, de "odo que pudQsse"os ide!tiicar!a traRetória R& percorrida pela Psicologia e" suas relaçMes co" a Educação or"al aquelasquestMes ai!da !ão resolvidas, co" as quais os pesquisadoresX proissio!ais da &rea deve" seocuparSa i"port4!cia de u" ol9ar cr+tico que !os per"ita ide!tiicar Vn i!alidades 9istóricas e sociais prese!tes !essa traRetória, euS6 dese!volvi"e!to !ão se eetiva pela "era sucessão e acU"uL6 deatos, "as u!da"e!tal"e!te pelas relaçMes que se estabelece" e!tre a Psicologia co"ociK!cia, a Psicologia Escolar co"6 &rea de estudo e de atuação proissio!al !a Educação escolarSo co!teOto 9istórico-social que as deter"i!a.

> conte?toJs co!sideraçMes que dera" orige" dei!ição de !osso proble"a de pesquisa pudera" seror"uladas a partir de u" certo per+odo 9istórico de dese!volvi"e!to da própria PsicologiaEscolar !o 5rasil. Jo i!al da dQcada de >0, i!+cio de <0, co"eça" a ser criadas as co!diçMes para u"a revisão cr+tica da traRetória da Psicologia Educacio!al7Escolar !o 5rasil, co" a deesada tese de *aria .(. Patto !o $P[(P, publicada posterior"e!te 1@<D3 sob o t+tulo Psicologiae $deologia 1u"a i!trodução cr+tica Psicologia Escolar3.

Page 77: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 77/218

 Media$9es "e.rico-)ráticas de uma Vis*o 6rítica em #sicolo!ia scolar >=

$!icia-se, assi", u"a revisão 9istórica e cr+tica de co!stituição _u Psicologia e" suas relaçMesco" a Educação ta!to !o que se reere a produção de co!9eci"e!tos qua!to e" relação s pr&ticas proissio!ais e"erge!tes !o co!teOto da Educação or"al, cuRos aspectos - + ora" pri!cipal"e!te a!u!ciados por *alu 1@@D3 e Patto 1@<D3, e!tre outros.

Parti!do da a!&lise desses autores, pode"os observar que a Psicologia e" suas aproOi"açMesco" a Educação surge pri"eiro co"o &rea de co!9eci"e!to, tra#ida para o 5rasil poracadK"icos co" or"ação europQia ou por pesquisadores europeus que aqui se i!stalara", cuRa preocupação era co" o estudo de te"as que pudesse" subsidiar e a"pliar o !ovo paradig"a daPsicologia co"o ciK!cia apoiado !o "odelo das ciK!cias da !ature#a. a+ a K!ase !os estudosdese!volvidos !o laboratório e baseados !a eOperi"e!tação. 'o e!ta!to, co" a criação dasu!iversidades e da c&tedra de Psicologia Educacio!al, alQ" da a"pliação do siste"aeducacio!al que passou a solicitar respostas "ais co!cretas por "eio dos serviços deate!di"e!to ao escolar, a Psicologia i"ps-se co"o pr&tica proissio!al, dei!i!do-se assi" o psicólogo escolar ou psicólogo educacio!al 5como )roissional de uma área es)ecíica Ka quemca%iaK enrentar situa$9es-)ro%lema que sur!iam na escola5 ;Malu0 1E0 )31<L=3(urge" ta"bQ" questMes atQ e!tão !ão colocadas, R& que o e!re!ta"e!to dessas situaçMes-

 proble"a acaba por de!u!ciar os resultados rag"e!tados dos estudos dese!volvidosisolada"e!te e a diiculdade de sua utili#ação e" situaçMes reais, o que revela que a Psicologia!ão co!9ece suicie!te"e!te a ação educacio!al e precisa ser revista e" suas próprias basescie!t+icas.$!icia-se e!tão o debate sobre a Psicologia Educacio!al7Escolar co"o &rea de co!9eci"e!to e&rea de atuação7or"ação proissio!al, !o i!terior do qual deve"os voltar !ossa ate!ção ta!to para o reere!cial teórico que l9e te" dado suste!tação qua!to para a pr&tica proissio!al deledecorre!te, e" virtude das i!alidades sociais da ação do psicólogo !a Educação escolar e da própria Psicologia e!qua!to ciK!cia.Co!or"e !os apo!ta *alu 1@@2, p.>23, 5o inal da dcada de setenta a%riu um )eríodo derele?*o0 análise e)istemol.!ica e %usca de alternati:as5 para a Psicologia Educacio!al7Escolar !o 5rasil, !o qual 5)rocura:a-se redeinir o o%eto de estudo da #sicolo!ia ducacional0identiicar a ati:idade )roissional que nela

Page 78: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 78/218

<J #sicolo!ia e duca$*o+ ,esaios "e.rico-#ráticos

 se a)oia0 e melhor com)reender sua )osi$*o0 limites e )ossi%ilidade no quadro multidisci)linar de outras áreas do conhecimento 5_ (itua!do-se !o i!terior desse "ovi"e!to de releOão cr+tica, Patto 1@<D, p.>A3 co!sidera que 5aanálise da constitui$*o hist.ríca e da essência da #sicolo!ia cientíica im)rescindí:el0 )oisnos )ermitirá entender mais aundo o si!niicado de sua )artici)a nas escolas33353

o po!to de vista da Psicologia, pode"os co!statar que sua desvi!culação da ilosoia eco!stituição co"o ciK!cia ocorre i!terior de u" proReto de co!trole ideológico de i!teresse dacia que 9ege"o!ica"e!te detQ" o poder, posto pela or"a de orga!i#ação social capitalista.Esta Q a caracter+stica "arca!te de que toda a produção da Psicologia que se dese!volveuespecial"e!te "u!do ocide!tal, assi!ala!do, segu!do Patto 1@<D3, os seus pri!cipais obRetivos- tradu#ir cie!tiica"e!te as desigualdades soe e" desigualdades pessoais ou culturais e pro"over a adaptação co!dutas desvia!tes.(e esses obRetivos co!du#ira" a Psicologia e!qua!to ciK!cia adequar-se s !ecessidades dasociedade capitalista, !o caso de produção teórica, seus estudos assu"ira" co"o po!to de partida.Y  )ressu)ostos o%eti:istas0 que privilegia" as deter"i!açMes do "eio sobre oco"porta"e!to dos i!div+duos, leva!do adoção do "odelo positivista das ciK!cias !aturais

 para o estudo -e!"e!o 9u"a!oSY  )ressu)ostos idealistas0 que e!ati#a" o subRetivis"o 1ai!daS6 i!luK!cia da ilosoia3, privilegia!do a deter"i!ação í i!div+duos sobre o "eio, base de algu!s estudos 9u"a!istaX$sto trouOe co!seqK!cias e caracter+sticas i"porta!tes parh estudos da Psicologia e suasaplicaçMes. e acordo co" Patto 1@+ -Y surge" v&rias teorias, escolas, paradig"as, propostas e "odelos de atuação, que !osrevela" sua apare!te 9eteroge!eidade6Y !o que se reere s teorias calcadas e" pressupostos obRetivistas co"o Q o caso do be9avioris"o, estabelece-se u"a relação e!tre "eio !atural e orga!is"o que Q tra!sposta paraeOplicar a relação e!tre o 9o"e" e a sociedade, !aturali#a!do-se o social e eOclui!do-se"etodologica"e!te a di"e!são 9istórica dos atos soci-

Page 79: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 79/218

<< 

ais. Ts suReitos são ide!tiicados co"o parte da !ature#a e as deter"i!açMes sociais sãoto"adas co"o !aturaisS Y !o caso dos pressupostos subRetivistas, to"a!do co"o eOe"ploalgu"as teorias 9u"a!istas que priori#a" a 9ar"o!ia social e" u"a sociedade dividida e"classes 1e busca" causas i!dividuais para o estudo do 9o"e"3, ta"bQ" deiOa" de co!sideraras co!tradiçMes sociais e os deter"i!a!tes sociais do co"porta"e!to 9u"a!o.

8a!to parti!do de pressupostos obRetivistas qua!to de abordage!s subRetivistas, a Psicologiacaracteri#a-se por u"a visão adaptacio!ista que i!staura !o i!terior de seus estudos a dicoto"iae!tre i!div+duo e sociedade. J Psicologia assi" elaborada caracteri#a-se, porta!to, pelarag"e!tação e u!iversali#ação do estudo do 9o"e", desco!teOtuali#a!do-o co"o ser9istorica"e!te situado. 'o caso de sua aproOi"ação co" a Educação, 9istorica"e!te a Psicologia Educacio!al, aPsicologia da Educação ou a Psicologia Escolar tK" reprodu#ido esses e!oques obRetivistas esubRetivistas acerca do e!"e!o 9u"a!o, por "eio de co!cepçMes dicotomiadas da relaçãoi!div+duo-sociedade, eOpressas ta!to na produ!"o de co!9eci"e!tos qua!to !a pr&tica proissio!al, co!or"e !os i!dica" Patto 1@<D3, ao a!alisar a traRetória da PsicologiaEducacio!al7 Escolar !o 5rasil, e *alu 1@@2 e @@D3, ao discutir os paradoOos e 9ori#o!tesque assi!ala" a di+cil relação e!tre a Psicologia e a Educação e ao i!trodu#ir sua pesquisasobre or"ação e atuação do psicólogo !a Educação.Porta!to, as eOplicaçMes oerecidas pela Psicologia s questMes da Educação or"al que a ela sereere" e a pr&tica proissio!al dos psicólogos que !ela atua" tK" se caracteri#ado 5)or umametodolo!ia hi)ottico-deduti:a %aseada na quantiica$*o e na re)roduti:idade dos dadose?)erimentais 50 própria do "odelo das ciK!cias !aturais e pela 5)redominncia de ati:idadesde dia!n.stico e tratamento centradas na crian$a 50 decorre!tes do "odelo "Qdico que te" !ouso abusivo da psico"etria o "el9or i!dicador do predo"+!io desses "odelos 1*alu, @@D, p.A23. 'esse co!teOto, as questMes postas pela Educação or"al são redu#idas a proble"as deapre!di#age" do escolar que, co" o auO+lio das teorias da apre!di#age", do dese!volvi"e!toi!a!til e da Psicologia diere!cial, pode" ser diag!osticados co"o deiciK!cias i!telectuais,

se!soriais, distUrbios !eurológicos evolutivos ou diiculdades aetivo-e"ocio!ais do alu!o, asere" resolvidos pelo psicólogo

Page 80: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 80/218

78 #sicolo!ia e duca$*o+ ,esaios "emico-#rátícos

!a própria escola, ou atQ "es"o por "eio de seu e!ca"i!9a"B para diere!tes tipos detrata"e!to.Esta Q a essK!cia do que te" sido tradicio!al"e!te c9a"ado "odelo cl+!ico de atuação,criticado por se basear e" co!cepçMes reducio!istas de Psicologia, e, e" decorrK!cia disso,

5tratar de modo centrado no indi:íduo )ro%lemas cua ori!em multideterminada0 e que s*o socialmente inluenciados mesmo nos casos em que sua % de natureza or!nica5 ;Malu01E0 )31<L=3N

Js abordage!s da Psicologia que "ais tK" respaldado o trabal9o do psicólogo !a Educação :as i!terpretaçMes orga!icistas, a psico-"etria, o be9avioris"o, a abordage" ce!trada !a pessoae as i!terpretaçMes culturalistas tK" sido alvo de cr+tica, R& que são ruto dessas co!cepçMesreducio!istas de Psicologia e estão i"preg!adas de u"W visão liberal do 9o"e" e" suasrelaçMes 9istórico-sociais, porta!to co"pMe" a co!cepção liberal de Educação que Q9ege"!ica e!tre os educadores. 'esse se!tido, elas leva" a u"a visão ideolo!izada dos proble"as de apre!di#age" ee!cobre" o ato de que o siste"a educacio!al pode gerar ou i!te!siicar essas diiculdades. Joce!trare" !o alu!os a respo!sabilidade pelo seu racasso, Rustiica" assi" o  status que da

 própria Educação.Porta!to, os "odelos de atuação que o psicólogo escolar te" tradicio!al"e!te adotado co" base !essas abordage!s e a própria produção de co!9eci"e!tos da Psicologia e" suas relaçMesco" Educação !ão tK" dado co!ta de colocar a Psicologia e" co!diçMes de aprese!tar respostasco!di#e!tes co" a tra!sor"ação da Educação, de "odo que gara!ta 1!o espaço da Educaçãoescolar que a e perte!ce3 aqueles ele"e!tos !ecess&rios eetivação de procedi"etos e regras,valores e i!s para a co!strução de u"a pr&tica educacio!al radical"e!te disti!ta.D

?. Jpesar de sub"etido a i!U"eras cr+ticas, o "odelo cl+!ico te" sido adotado ai!da por u" gra!de !U"ero de psicólogos ta!to e"sua atuação !a escola qua!to !a produção cie!t+ica por eles dese!volvida.D. 'ós esta"os aqui dee!de!do que a ação e a produção de co!9eci"e!tos da Psicologia e" sua relação co" a Educaçãoco!sidere" a possibilidade de tra!sor"ação da Educação escolar co" o i!tuito da eetivação de u" processo de de"ocrati#açãoeducacio!al co"o u"a i!alidade social que se pMe ta"bQ" ao psicólogo que !ela trabal9a. Por de"ocrati#ação educacio!ale!te!de"os ta!to a gara!tia legal de acesso escola qua!to a gara!tia de co!diçMes sociais, eco!"icas e pol+ticas !ecess&rias paraa per"a!K!cia !a escola.

Page 81: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 81/218

 Media$9es "emco-)rticas de uma Vis*o 6ritica em #sicolo!ia scolar <

Jcredita"os que isto ocorre porque as co!cepçMes de Psicologia e Educação que 9istorica"e!terespalda" o trabal9o do psicólogo ca"ula" a realidade dos proble"as educacio!ais e os te"asda Psicologia que deve" ser tratados e" virtude das !ecessidades da escola. Jo adotare" essasco!cepçMes, seus estudos utili#a" i!stru"e!tos que descaracteri#a" os reais proble"as daEducação, parti!do de teorias ideologica"e!te co"pro"etidas co" o status quo cie!t+ico da

Psicologia, be" co"o da Educação.(egu!do [rt 1@<@3, os "odelos tradicio!ais e!ati#a" ora aspectos psicológicos, ora pedagógicos, se" buscar a!alis&-los dialetica"e!te e a outros deter"i!a!tes que co!stitue" arealidade da Educação escolar.JlQ" disso, coloca" o psicólogo co"o u" "ero tQc!ico !o i!terior da escola, resta!do a elereprodu#ir ou apereiçoar essas teorias e tQc!icas tradicio!al"e!te dese!volvidas, alQ" deeOcluir a !ecessidade de que este co!9eça e a!alise critica"e!te a sua realidade de trabal9o.Esse proissio!al assu"e, porta!to, a u!ção de diag!osticar e tratar os proble"as deapre!di#age" dos alu!os, deiOa!do de co!siderar a possibilidade da produção de proble"as deapre!di#age" pelo e!si!o, e" u"a visão eOtre"a"e!te )sicolo!izante da Educação. 'a te!tativa de eli"i!ar o reducio!is"o i"posto pelo psicologis"o, algu!s psicólogosi!lue!ciados por i!terpretaçMes radicais das relaçMes e!tre Educação e sociedade passara" a buscar eOplicaçMes para o racasso escolar ou proble"as de apre!di#age", to"a!do-os co"odecorre!tes de deter"i!açMes sociais, porQ" acabara" por i!staurar u" !ovo reducio!is"o - osociologis"o, que privilegia ape!as causas "acroestruturais, e" u"a visão "ec4!ica e !ãodialQtica dos deter"i!a!tes dos proble"as educacio!ais.J !ecessidade de superação desses reducio!is"os que tK" caracteri#ado a traRetória percorrida pela Psicologia e" suas relaçMes co" a Educação, a !ecessidade de buscar co!cepçMes "aisabra!ge!tes de Psicologia e de Educação e ta"bQ" de co!siderar o co!Ru!to de atribuiçMes quel9es são próprias são as pri!cipais te!dK!cias apo!tadas pelo grupo de autores que tK" participado do "ovi"e!to de cr+tica Psicologia Escolar.(eus estudos leva"-!os a co!statar que Q i"presci!d+vel buscar ta!to !a Educação qua!to !aPsicologia aqueles pressupostos que !os dKe" co!diçMes de i!terpretar critica"e!te a realidade

co!creta,

Page 82: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 82/218

<0 #sicolo!ia e duca$*o+ ,esaios "c.rico-#rdticos

ruto das "ultideter"i!açMes a que estão sub"etidas a Educação escolar, be" co"o aPsicologia e!qua!to ciK!cia.J a!&lise cr+tica dos pressupostos tQorico-pr&ticos adotados pela Psicologia Escolar7Educacio!ale" geral e as questMes espec+icas que a#e" parte do cotidia!o do psicólogo escolar R& ora"

to"adas co"o obReto de i!vestigação. 'essa perspectiva cr+tica, outros autores e!ocara" a atuação proissio!al do psicólogo !aEducação, discuti!do e propo!do "odelos de atuação, a!alisa!do !ovas or"as de seco"pree!der as situaçMes de racasso escolar e a!u!cia!do a !ecessidade de u"a redei!içãodos processos tradicio!ais de avaliação e diag!óstico.J Psicologia da Educação !a or"ação doce!te ta"bQ" oi a!alisada, pri!cipal"e!te por "eiodo leva!ta"e!to 9istórico dessa discipli!a !os cursos de or"ação doce!te, apo!ta!do para a!ecessidade de revK-la e" ra#ão das cr+ticas R& a!u!ciadas !o 4"bito dos pressupostos e daatuação proissio!al do psicólogo !a Educação. i!al"e!te, a or"ação do psicólogo escolar R&oi avaliada e recebeu propostas7proRetos visa!do criar co!diçMes para sua tra!sor"ação.Pode"os e!tão co!statar que o "ovi"e!to de cr+tica s aproOi"açMes e!tre a Psicologia e aEducação or"al R& se a# prese!te ta!to !o que se reere produção cie!t+ica de

co!9eci"e!tos da Psicologia !a Educação qua!to e" relação atuação7or"ação proissio!aldo psicólogo, ou atQ "es"o ao eOa"i!ar a Psicologia da Educação co"o discipli!a dos cursosde or"ação de doce!tes.=

*arcado i!icial"e!te por u"a orte te!dK!cia co!statação e de!U!cia dos pressupostosteórico-pr&ticos da Psicologia e da Educação que vi!9a" subsidia!do a estruturação daPsicologia Escolar7 Educacio!al e!qua!to &rea de estudos ou de atuação7or"ação proissio!al,esse "ovi"e!to de cr+tica i!corporou gradativa"e!te a tarea de diag!osticar e a!alisarcritica"e!te a 9istória da Psicologia aplicada Educação 1i!clusive co"o discipli!a dos cursosde or"ação de proessores3, cuRo i!tuito era superar as co!cepçMes tradicio!al"e!te adotadas para eOplicar a Educação escolar e o e!"e!o 9u"a!o, i!dica!do e!tão algu!s pressupostosque deveria" !ortear u"a !ova visão das relaçMes e!tre a Psicologia e a Educação6=. [" leva!ta"e!to bibliogr&ico co"pleto sobre os teOtos escritos pelos autores que esta"os co!sidera!do co"o represe!ta!tes do

"ovi"e!to de cr+tica s aproOi"açMes e!tre D Psicologia e a Educação e!co!tra-se e" !ossa tese de doutorado, cuRa reerK!cia est&!o i!al deste teOto.

Page 83: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 83/218

Page 84: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 84/218

 Media$9es "e.rim-)ráticas de uma Vis*o 6rítica em #sicolo!ia scolar <

Y 8o"ar a escola a partir de co!cepçMes progressistas de Educação que, de "odo cr+tico, busca" e!te!der o 9o"e" co!creto 1produto das relaçMes sociais que se estabelece" !o !+velda sociedade "ais a"pla e capa# de produ#ir e tra!sor"ar a sua própria 9istória3, apo!ta!do para a !ecessidade de u"a Educação Rusta, capa# de ate!der aos seus i!teresses.

Y 5uscar !a Psicologia aqueles pressupostos teórico-"etodológicos que per"ita" a!alisarcritica"e!te as teorias e os gra!des te"as da Psicologia, procura!do eOplicar o 9o"e" co"ou" ser biológico, social e 9istórico, para superar aquelas eOplicaçMes que co!sidera" odese!volvi"e!to do psiquis"o 9u"a!o de "a!eira passiva, a-9istórica, acr+tica e "eca!icista,to"a!do co"o u!idade de a!&lise as relaçMes e!tre i!div+duo e sociedade, e" u"a di"e!são9istórica e e!co!tra!do !o cotidia!o da escola a realidade a ser pesquisada.Y Privilegiar o trabal9o coletivo, para gara!tir a i!terdiscipli!aridade e!tre as v&rias &reas dosaber que tK" co!tribuição a oerecer para a Educação escolar, alQ" de assegurar aespeciicidade do trabal9o de cada u" e devolver ao proessor a respo!sabilidade de e!si!ar atodos os seus alu!os, por "eio de u" trabal9o tec!ica"e!te qualiicado e politica"e!teco"pete!te.Y (uperar e!i" aquelas co!cepçMes de Educação e de Psicologia que e!ati#a" aspectos ora

"icroestruturais 1abordage!s obRetivista e subRetivista3, ora "acroestruturais 1que e!oca""eca!ica"e!te os deter"i!a!tes sociais do co"porta"e!to 9u"a!o3, busca!do a!alisardialetica"e!te esses aspectos que deter"i!a" a 9istória do 9o"e" co!creto e aprese!ta!dorespostas para a dicoto"ia posta e!tre i!div+duo e sociedade.Esses pressupostos tK" sido i!dicados co"o po!tos de partida para a proposição detra!sor"açMes ta!to !o !+vel das elaboraçMes teóricas qua!to das pr&ticas a!u!ciadas co"oalter!ativas ao "odelo tradicio!al de atuação e dos pri!c+pios que deveria" orie!tar a or"açãodo psicólogo para atuar !a Educação.J a!&lise das produçMes a!u!ciadas !a dQcada de <0 pMe e" evidK!cia a !ecessidade dodese!volvi"e!to de u"a postura cr+tica 5em rela$*o 8 identidade e 8 un$*o social da

 #sicolo!ia scolar50 especial"e!te porque privilegia" 5tentati:as de dierentes ru)turas 5 co"as i!terpretaçMes tradicio!ais que os psicólogos tK" eito das questMes educacio!ais 1)ago!esi,@@=, p.A?3.

Page 85: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 85/218

8# #sicolo!ia e duca$*o+ ,esaios "e8rico-#rátkos

Esta ta"bQ" oi a te!dK!cia por !ós e!co!trada $uando propuse"os a i!vestigar asdissertaçMes e teses produ#idas e" "as de pós-graduação e" Educação e7ou Psicologia doEstado de Paulo que oerece" &rea de co!ce!tração e" Psicologia da Ed PsicologiaEducacio!al ou Psicologia Escolar, !o per+odo de @<@. 8o"a!do co"o obReto de estudo ape!as

aqueles trabal9os que clara"e!te revelava" u"a preocupação e" relacio!ar a Psicologia Educação escolar e parti!do das co!cepçMes de Educação, Psicologia e Psicologia aplicada Educação aprese!tadas por seus autores pude"os co!statar que busca" adotar !ova postura t B"etodológica e apo!ta" possibilidades de "udar"os os percorridos atQ e!tão pela PsicologiaEscolar 18a!a"ac9i, @@23. 'o e!ta!to, se estas são as perspectivas apo!tadas ape!as aqueles trabal9os e publicaçMes dadQcada de <0 ide!tiicados eOpressMes do "ovi"e!to de cr+tica s aproOi"açMes e!tre a logia ea Educação or"al, pode"os co!cluir que o co!Ru!to de co!9eci"e!tos produ#idos e7oureprodu#idos por proissio!ais e pesquisadores da &rea precisa" ai!da6Y (uperar a atitude i"obilista dia!te das teorias e tQc!icas tradicio!al"e!te utili#adas pelaPsicologia Escolar, que só !os co!du#e" sua reprodução ou apereiçoa"e!to, e coloca" o psicólogo co"o u" tQc!ico a "ais !o i!terior da escolaS

Y Jdotar u"a perspectiva cr+tica, o que !os coloca dia!te possibilidade de tra!sor"ar"osta!to a Psicologia qua!to a EducaçãoSY (iste"ati#ar os resultados de sua pr&tica e pe!s&-la cotidia!a"e!te, a partir dos pressupostos da Psicologia e da Educ sugeridos ta!to pelos trabal9os por !ós a!alisados qua!to publicaçMes da dQcada de <0.(e co!siderar"os que a adoção de u"a !ova postura dia!te questMes educacio!ais eOige do psicólogo rupturas teóricos "etodológicas e ilosóicas que ai!da !ão estão clara"e!teresolvidas !o i!terior da própria Psicologia co"o ciK!cia, tere"os !ecessaria"e!te quesub"eter o "ovi"e!to de cr+tica e" Psicologia Escolar cr+tica de si "es"o, para que possa"os reletir sob 5real si!niicado e alcance das dierentes )ro)osi$9es te.ricas :êm sendoela%oradas0 e o quanto elas )odem eeti:amente contri%uir )ara o delineamento de um no:o

 )eril )ara a área 50 de "odo que a opção pela tra!sor"ação possa ser eita co" base ta!to !a

Page 86: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 86/218

 Aíediac9es "e.rico-)ráticas de uma Vis*o 6rítica em #sicolo!ia scolar <?

 busca de5consistência te.rica e ilos.ica necessária )ara concretizá-la 5 quanto na3 5análiseri!orosa dos limites que se inter)9em entre a )ro)osi$*o dessas inalidades e a suaconcretiza$*o 50 i que, por "ais cr+tico e co"pete!te que o psicólogo escolar seRa, !ão co"petea ele i!dividual"e!te a resolução dos proble"as educacio!ais e !e" "es"o das questMes

 perti!e!tes própria Psicologia 1)ago!esi, @@=, p.A?7AD3.E!tre os pressupostos a!u!ciados pelos estudos cr+ticos dese!volvidos pri!cipal"e!te !adQcada de <0 e a sua colocação eetiva !a pr&tica cotidia!a dos psicólogos e de"ais proissio!ais e!volvidos co" a Educação escolar, 9& u"a dist4!cia a ser percorrida por u" processo de co!strução coletiva de açMes e pesquisas que possa" criar "ediaçMes teórico- pr&ticas !ecess&rias co!stituição de !ovas aproOi"açMes e!tre a Psicologia e a Educaçãoor"al.E"bora os estudos dos represe!ta!tes do "ovi"e!to de cr+tica Psicologia Escolar, publicadosa partir da dQcada de @0, !ão trate" especiica"e!te dessa questão, u"a leitura cuidadosadesses trabal9os parece-!os i!dicar o surgi"e!to de u"a te!dK!cia disti!ta daquela observada!as publicaçMes da dQcada de <0.

 A )esquisaE" @@=, ao preaciar o livro de u" grupo de psicólogas escolares, doce!tes e pesquisadoras do$P[(P, *aria ele!a (. Patto recorreu a uper, para air"ar que5contra a )rodu$*o de re)eti$9es0 mesmice na a$*o de )reser:ar o i!ual0 :ez )or outra0 sur!em

 alas de sueitos que %uscam o)erar rachaduras no que está cristalizado3 ` e?atamente comoKau?iliar de )rodu$*oK de tais emer!ências que um )sic.lo!o )ode encontrar o seu lu!ar0KcriandoK condi$9es )ara que se mantenham acesos a ca)acidade de )ensar e o deseo dedi!nidade numa sociedade que cons)ira o tem)o todo contra isso 53Esta Q a te!dK!cia "ais rece!te a!u!ciada pelo "ovi"e!to de cr+tica e" Psicologia Escolar,"arcada pela te!tativa de descrever, eOplicitar e pri!cipal"e!te co!struir7propor respostas eeOplicaçMes co!cretas que per"ita" tradu#ir o resultado dos estudos dese!volvidos !a dQcadade <0, por "eio de açMes teórico-pr&ticas poss+veis e !ecess&rias ao dese!volvi"e!to da

Psicologia !a Educação escolar.

Page 87: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 87/218

84 #sicolo!ia e duca$*o+ ,esaios "enco-#rdticos

Propo!do-!os a oerecer u"a co!tribuição !essa direção e ad"iti!do que a siste"ati#ação dosresultados de estudos que apo!ta" essa te!dK!cia Q i"presci!d+vel para a orga!i#ação deele"e!tos !ecess&rios co!stituição de u"a perspectiva cr+tica e" Psicologia Escolar, to"a"osco"o obReto de estudo, e" !ossa tese de doutorado, os trabal9os dese!volvidos e" progra"as

de pós-graduação e" Educação e7ou Psicologia do Estado de (ão Paulo que oerece" &rea deco!ce!tração e" Psicologia da Educação, Psicologia Educacio!al ou Psicologia Escolar, !o per+odo de @@0 a @@D.Parti!do daqueles estudos que pudera" ser ide!tiicados c6 _  8 "ovi"e!to de cr+tica Psicologiae" suas relaçMes co" a Educ _- L. escolar e7ou Psicologia Escolar, !osso trabal9o teve co"oobRetivo a aprese!tação, descrição e a!&lise dos ele"e!tos e7ou te"as pri-r-pal"e!te apo!tados por seus autores, para eOplicit&-los co"o "ediçMes teórico-pr&ticas !ecess&rias co!strução deu"a visão c de Psicologia Escolar.Ts progra"as de pós-graduação cuRas produçMes ora" i!vestigadas, a dei!ição do per+odo, oleva!ta"e!to das dissertaçMes e teses dee!didas !esse per+odo, a. orga!i#ação dos trabal9ose" ra#ão dos obRetivos de !ossa pesquisa, a leitura, a!&lise e classiicação de acordo co" ocritQrio de u"a perspectiva cr+tica, be" co"o a dei!ição desses critQrios, co!stitu+ra"-se e"

etapas i"porta!tes obtidas por "eio de procedi"e!tos "etodológicos cuidadosa"e!teelaborados !o decorrer de u"a leitura prQvia que i#e"os do de trabal9os a!alisados.J dei!ição de critQrios para c9egar"os aos estudos ide!tiicação co" o "ovi"e!to de cr+tica Psicologia e" suas relaçMes co" t Educação escolar co!siderou ele"e!tos de u"a visão cr+ticae" geral de Educação e de Educação escolar, de Psicologia e de Psicologia Escolar prese!tese" u"a certa co!cepção do proble"a que !os propuse"os estudar, alQ" das co!tribuiçMesobtidas ao i!al da leitura de cada trabal9o. $sso !os per"itiu a elaboração gradativa de tacritQrios, de "odo que pude"os i!corporar a co!tribuição de seis autores, a"plia!do !osso9ori#o!te de discussão e tor!a!do poss+vel dei!i-los co" "aior clare#a e coerK!cia ta!to e"relação aos !ossoX propósitos qua!to !o que se reere s i!alidades apo!tadas pelo grupo detrabal9os i!vestigados.A

A. J descrição co"pleta da elaboração desses critQrios e!co!tra-se !o segu!do capitule az !ossa tese, qua!do aprese!ta"os os

 procedi"e!tos adotados.

Page 88: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 88/218

 Media$9es "W.rico-)Dticas de uma Vis*o 6rDica em #sicolo!ia scolar <=

JlQ" dos procedi"e!tos utili#ados !a seleção, descrição e a!&lise dos trabal9os, busca"osesclarecer o se!tido por !ós atribu+do Psicologia Escolar, dei!i!do-a co"o u"a &rea deestudo da Psicologia e de atuação7or"ação proissio!al do psicólogo, que te" !o co!teOtoeducacio!al 1escolar ou eOtra-escolar, "as a ele relacio!ado3 o oco pri!cipal de sua ate!ção e!a revisão cr+tica dos co!9eci"e!tos acu"ulados pela Psicologia co"o ciK!cia, pela Pedagogia

e pela ilosoia da Educação a possibilidade de co!tribuir para a superação das i!dei!içMesteórico-pr&ticas que ai!da se coloca" !as relaçMes e!tre a Psicologia e a Educação.Ts procedi"e!tos adotados e o se!tido atribu+do Psicologia Escolar per"itira"-!os to"arco"o i!dicadores para o processo de co!strução do pe!sa"e!to cr+tico !a &rea ta!to asquest9es te.ricas mais !erais : qua!do busca"os i!icial"e!te dar !ossa resposta questãoque depois coloca"os aos trabal9os i!vestigados, a!u!cia!do os ele"e!tos para u"a visãocr+tica de Educação 1escolar3, de Psicologia e da relação e!tre a"bas !o co!teOto de u"a visãocr+tica e" geral qua!to as quest9es te.ricas mais es)ecíicas que se i!terpMe" e!tre osco!9eci"e!tos acu"ulados pela Psicologia e a pr&tica proissio!al do psicólogo escolar !oi!terior de !ovas perspectivas : a!u!ciadas pelos autores dos teOtos.

 lementos )ara pe!sar criticamente a #sicolo!ia scolar 

 'ossa resposta procurou criar co!diçMes que per"itisse" a apree!são daquelas questMesteórico-"etodológicas e ilosóicas que !ão estão clara"e!te resolvidas !o i!terior da própriaPsicologia co"o ciK!cia, busca!do pri"eira"e!te eOplicitar o que seRa a essK!cia do pe!sa"e!to cr+tico !o que se reere ao 9o"e" e sua realidade 9istórico-social.Js or"ulaçMes teórico-ilosóicas e!tão a!u!ciadas apo!tara"-!os que os co!ceitos sobreco!sciK!cia, subRetividade, realidade 9istórico-social 9u"a!a, teoria7pr&tica e pr&Oisrevolucio!&ria são os ele"e!tos de u"a visão cr+tica que deverão se co!substa!ciar e""ediaçMes !ecess&rias co!strução de propostas pr&ticas, dirigidas a 9o"e!s co!cretos, e"qualquer &rea do co!9eci"e!to cuRa i!alidade seRa per"itir a eOpressão da verdadeira vida9u"a!a.

Page 89: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 89/218

<A #sicolo!ia e duca$*o+ ,esaios "e.rico-#ráticos

 'esse se!tido, o teOto alerta para a atualidade do pe!sa "arOia!o co"o u" "Qtodo deco"pree!são da realidade, r da!do-se e" autores que dele se utili#a" co"o u" i!stru"e!torico u!da"e!tal para a a!&lise e tra!sor"ação da realidade s co!te"por4!ea. )eair"a a possibilidade da revolução, do i" eOploração e da "isQria 1a que estão sub"etidas !açMes

i!teiras u" !U"ero co!sider&vel de i!div+duos3, qua!do Q preciso e!re!tar se" alsas utopiasas co!seqK!cias desastrosas do dese!volvi do capital globali#ado que escapa" ao co!trole dequalquer or"ação social baseada !a eco!o"ia de "ercado e de co!su"o.J visão cr+tica assi" e!te!dida levou-!os a dee!der que o d de buscar a verdade alQ" dosatos, de resistir a visMes totalit&rias de sair da ig!or4!cia que obscurece o poder da co!sciK!cia,de ro co" a "a!ipulação e co" a "isQria, de ser livre, aut!o"o, de air"ar a i!dividualidade ede ser verdadeira"e!te 9u"a!o tor!a-se !ecessidade categórica para a perspectiva cr+tica queal"eRa parti !a co!strução de u"a sociedade e"a!cipada, Rusta.J e"a!cipação eOiste co"o possibilidade qua!do a vida sociedade, "arcada pela eOploração,abaa ideais e !ecessidade propria"e!te 9u"a!os e tor!a realidade a sub"issão orde"estabelecida. Porta!to, !ão 9& "otivo algu" que Rustiique a !eg dessa realidade, ou a atitude deacat&-la co" passividade.

T pe!sa"e!to cr+tico deve u!ir dialetica"e!te ação e releOão de "odo que crie as co!diçMes para o resgate das di"e!sMes repri"idas que o "o"e!to prese!te !ão co!creti#ou, revela!dou" co co"pro"isso tQc!ico-pol+tico co" os i!teresses e as !ecessidades tra!sor"ação elibertação de todos os i!div+duos que ao sorer as co!seqK!cias da eOploração estão i"pedidosde "a!iestar u vida dig!a.É !esse co!teOto que busca"os, e" segu!do lugar, a!alisar se!tido da e"a!cipação co"oi!alidade ta!to da Educação e" ge - que ocorre !o processo 9istórico-social de 9u"a!i#ação -qua!do da Educação escolar - "odo do"i!a!te de educar que se i!stitui e" !ossa sociedade.Procura"os situar a Educação !o i!terior do processo de or"a 9istórico-social do ser 9u"a!o,cuRa i!alidade deve ser a criação co!diçMes para o processo de 9u"a!i#ação, visa!do o!ilateralidadeB e"bora co!traditoria"e!te a "aioria dos i!div+duos per"a!eça" u!i lateraisdevido s or"as de alie!ação e eOploração decorre!tes "odo co"o a sociedade atual est&

orga!i#ada.

Page 90: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 90/218

 Media$9es "e.rico-)ráticas de uma Vis*o 6ritica em #sicolo!ia scolar 87

iscuti"os as especiicidades da Educação escolar !o i!terior dessas i!alidades, destaca!do o car&ter co!servador e ao "es"ote"po co!traditório que !os per"ite pe!sar por co!tradição ta!to a sua u!ção qua!to os pri!cipais te"as relativos ao processo educativos. Jssi", to"a"os co"o pri!cipais ele"e!tos

que apo!ta" as  possibilidades teórico-pr&ticas de u"a Educação verdadeira"e!te cr+tica6a !ature#a e especiicidade do trabal9o dese!volvido pela escola, e!ati#a!do a seleção eorga!i#ação dos co!teUdos e" ra#ão dos ele"e!tos da cultura e do tipo de saber que co"pete"a ela, be" co"o os procedi"e!tos que possa" per"itir a apree!são adequada desses co!teUdos,se"pre visa!do ao dese!volvi"e!to de u" co!Ru!to de pr&ticas di&rias relativas ao que, co"o e para que a#er, a i" de assegurar açMes tra!sor"adoras por "eio da Educação escolarSa co"petK!cia tQc!ico-pedagógica 1!o !+vel do co!9eci"e!to a ser tra!s"itido e dos procedi"e!tos para tal ação3 e o co"pro"isso pol+tico 1co" os pressupostos de e"a!cipação3de todos os proissio!ais que participa" direta ou i!direta"e!te do trabal9o que Q reali#ado !aescolaSu" trabal9o de or"ação7i!or"ação que por "eio da orga!i#ação coletiva desses proissio!ais possa u!ir teoria e pr&tica, pesquisa e ação, para que o proessor se tor!e o coorde!ador da ação

educativa !a escola e que os de"ais proissio!ais busque" a "ediação e!tre os u!da"e!tosteóricos 1ilosóicos, sociológicos, 9istóricos etc.3 e a pr&tica educativa, de "odo que possa"coletiva"e!te dirigir esse trabal9o co" base !as especiicidades que l9es são própriasSo restabeleci"e!to das co!diçMes de auto!o"ia, de co!sciK!cia cr+tica, de liberdade dosi!div+duos - processo !o qual a escola te" u" papel u!da"e!tal co"o u" lugar de Educaçãoe"a!cipatóriaSo car&ter i!acabado e processual das teorias cr+ticas de Educação, revela!do a i"port4!cia daelaboração de u" corpo teórico "ediador e!tre as si!gularidades do processo educativoco!creto e a co!cepção 9istórico-social do ser 9u"a!o. Essas "ediaçMes deve" per"itir aapropriação das eOplicaçMes ilosóicas "ais gerais da Educação pelos proissio!ais que astradu#irão e" açMes co!cretas !o i!terior da Educação escolar, de "odo que possa" dar co!tade respo!der co"pleOidade do e!"e!o educativo !a perspectiva de e"a!cipação aquia!u!ciada.

Page 91: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 91/218

88 #sicolo!ia0 e duca$*o+ ,esaios "e.rico-#ráticos

Co!sidera"os que esses ele"e!tos são u" po!to de partida ta!to para a ação dos educadoresqua!to de todos os proissio!ais que (n dedica" Educação, i!clui!do-se aqui o psicólogoescolar e7ou da Educação, co"pro"etidos 1atravQs de "uitas or"as de co!tribuição e dediere!tes perspectivas de a!&lise3 co" u"a Educação Rusta, que !o espaço que l9e cabe tor!e

realidade a dig!idade do 9o"e" -alu!o, educador - ta!tas ve#es eOclu+do da possibilidade deeOercer a sua co!dição de cidadão.Procura!do respo!der a essa visão de Educação escolar, apo!ta"os, e" terceiro lugar, para a!ecessidade de que ta"bQ" a Psicologia oereça subs+dios para o dese!volvi"e!to de u"aco!cepção cie!t+ica do i!div+duo, e!te!dido co"o s+!tese da 9istória social da 9u"a!idade.5usca"os veriicar o que te" a Psicologia a di#er sobre a vida real desse i!div+duo, situada !oquadro da i!teriori#ação das relaçMes sociais, 9istorica"e!te produ#idas pela 9u"a!idade.)ecorre!do a (ve 1@>@3, uarte 1@@?3 e ;igots/i 1@@A3. dee!de"os que u" dos gra!des proble"as colocado para o dese!volvi"e!to do pe!sa"e!to cr+tico e" geral se co!stitui ai!da!o estabeleci"e!to de "ediaçMes e!tre o dese!volvi"e!to 9istórico-social da 9u"a!idade e avida particular dos i!div+duos. Porta!to, u"a teoria sobre essas "ediaçMes coloca questMes queta"bQ" di#e" respeito s bases teórico-pr&ticas da Psicologia e!qua!to ciK!cia.

$!vestiga"os algu!s trabal9os reali#ados por psicólogos e ilósoos preocupados co" adescrição e a!&lise de te"as tradicio!al"e!te estudados pela Psicologia, e!te!de!do-a a pri!c+pio co"o u"a ciK!cia que se propMe a eOplicar co"o a partir do "u!do obRetivo 1que Q9istórica e social"e!te deter"i!ado3 se co!strói o "u!do subRetivo do i!div+duo. Co!sidera"osco"o ele"e!tos de u"a visão cr+tica de Psicologia os te"as ou categorias i!dicados pelosautores que se utili#a" dessas reerK!cias co"o po!to de partida.["a das caracter+sticas que ressalta o aspecto cr+tico dos estudos da Psicologia queaprese!ta"os Q a busca co!sta!te de u"a co!cepção ilosóico-"etodológica deter"i!ada que per"ita ao pesquisador reletir sobre a co"pleOidade caracter+stica de seu obReto dei!vestigação, co!sidera!do ta!to os procedi"e!tos utili#ados para co"pree!dK-lo e7oudescrevK-lo co"o as u!çMes do co!9eci"e!to psicológico. Js co!seqK!cias dessa releOão sãoa respo!sabili#ação do pesquisador pelos resultados e pelas co!clusMes a respeito dos

e!"e!os estudados, passa!do a e!ocar os atores que os deter"i!a", de "odo que gara!ta"co!iabilidade cie!t+ica Psicologia co"o ciK!cia particular.

Page 92: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 92/218

 Media$9es "e.nco-)rdticas de uma Vis*o 6ritica em #sico%!ia scolar <@

J i"port4!cia co!erida eOplicitação ta!to dos pressupostos ilosóico-"etodológicos, qua!todas questMes próprias da Psicologia co"o ciK!cia particular, e" ra#ão das eOigK!cias sociais deu" deter"i!ado "o"e!to 9istórico co!creto, levou-!os a e!te!der a relação e!tre a Psicologiae a ilosoia co"o po!to de partida para a deli"itação do pe!sa"e!to cr+tico e" Psicologia.

$sto quer di#er que o psicólogo deve co!9ecer a ilosoia o suicie!te para poder buscar aorige" de sua ciK!cia, co"o co!dição pri"eira para co!du#ir co!scie!te"e!te sua ação.ee!de!do que a ilosoia "arOista supera a co!dição de "ero co!9eci"e!to ilosóico dosobRetos cie!t+icos porque eOige u" co!9eci"e!to cie!t+ico dos obRetos ilosóicos, osautores co!sultados ressalta"6Y a respo!sabilidade da ilosoia e" relação Psicologia co"o ciK!cia particular, servi!dode guia para a resolução dos proble"as episte"ológicos da Psicologia por "eio do "aterialis"odialQtico e or!ece!do-l9e u"a reerK!cia de posição eOata !o co!teOto de u"a co!cepçãocie!t+ica geral do 9o"e", por "eio de seu co!tributo e!qua!to "aterialis"o 9istóricoSY a i"port4!cia da Psicologia para resolver o proble"a da orga!i#ação do ple!o e i!tegraldese!volvi"e!to ps+quico de i!div+duos particulares, !o co!teOto da co!cepção "arOista de9o"e".

(itua!do a co!cepção de i!div+duo a partir de *arO, pude"os co!statar que o "arOis"o per"ite e eOige o retor!o cie!t+ico aos 9o"e!s co!cretos, !o que se reere articulação e!tre ocar&ter co!creto de sua vida social, de sua 9istória, e o car&ter co!creto de sua vida i!dividual.*as esse retor!o ao 9o"e" co!creto carece ai!da, pela via da i!terpretação "aterialista9istórico-dialQtica, da elaboração de i!U"eras "ediaçMes teóricas que possa" relacio!ar ocar&ter co!creto de sua vida 1s+!tese de "ultideter"i!açMes e e!qua!to perte!ce!tes 9istóriasocial da 9u"a!idade3 co" as or"as subRetivas pelas quais os i!div+duos orga!i#a", se!te", pe!sa", elabora" e estabelece" as relaçMes co" o "u!do 1o que os tor!a verdadeira"e!te9u"a!os ou seres alie!ados3.Esse car&ter i!acabado das a!&lises sobre a co!cepção "arOista de i!div+duo levou-!os aoestudo da or"ação 9istórico-social do i!div+duo, reali#ado por uarte 1@@?3, co"o u"aco!tribuição i!dispe!s&vel elaboração teórico-pr&tica de qualquer ciK!cia que se

Page 93: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 93/218

@0 #sicolo!ia e duca$*o+ ,esaios "emico-#ráticos

 propo!9a a estudar o 9o"e". 8al estudo co!stitui-se e" u!da"e!to para o processo deelaboração de u"a visão cr+tica de Psicologia1e"bora te!9a sido proposto co" o i!tuito deco!tribuir para o processo de co!strução da Pedagogia 9istórico-cr+tica3, porque eetivação deaçMes co!cretas e" qualquer ra"o das ciK!cias 9u"a!as e!volve se"pre o ser 9u"a!o si!gular,

alQ" de ocorrer e" co!diçMes si!gulares que são 9istórica e social"e!te deter"i!adas. E!tãou"a co!cepção cr+tica de Educação, de Psicologia ou de qualquer outra ciK!cia que estuda o9o"e" dever& eOplicitar os ele"e!tos teóricos "ediadores e!tre essas si!gularidades de cadai!dividuo e a co!cepção 9istórico-social do ser 9u"a!o, a i" de poder co!struir propostas pr&ticas, dirigidas a i!div+duos co!cretos, que !os co!du#a" a u" posicio!a"e!to cr+tico dia!tedas possibilidades do vir-a-ser destes.J co!clusão do autor, qua!do a!alisa a categoria de i!div+duo para-si co"o u"a s+!tese das"&Oi"as possibilidades obRetiva e social"e!te eOiste!tes de or"ação do i!div+duo, or!ece-!os u"4 abordage" "ais a"pla para a caracteri#ação da i!dividualidade 9u"a!a, porque, aou!da"e!t&-la !a relação e!tre obRetivação e apropriação e !a relação e!tre 9u"a!i#ação ealie!ação, situa a possibilidade do vir-a-ser da i!dividualidade, busca!do a superação de suasor"as alie!adas, decorre!tes das relaçMes sociais de do"i!ação.

e acordo co" essa perspectiva, a visão cr+tica de Psicologia, be" co"o de outras ciK!cias quese propMe" a estudar o 9o"e", !ão pode ser co!du#ida 5)or um conceito de indi:íduo que sereduza a uma descri$*o das características constatá:eis na mdia dos indi:íduos5 1uarte,@@?, p.20?3. 'ão a# se!tido redu#ir os pe!sa"e!tos e açMes 9u"a!as s 5determina$9es do

 )siquismo indi:idual50 !e" co!siderar"os as suas 5condi$9es e)istemol.!icas e sociaises)ecíicas 50 u!da"e!ta!do o saber sobre o 9o"e" !u" err!eo pri"ado o!tológico doi!div+duo 1(ve, @>@, p.=A@ e =>?3.$sso i"plica o reco!9eci"e!to de que as açMes 9u"a!as, e"bora te!9a" orige" e ocorra" !oi!terior das relaçMes sociais, perte!ce" ta"bQ" a u"a dada biograia, a u" deter"i!adoi!div+duo co!creto que l9es co!ere u" se!tido espec+ico. É !essa direção que carece" deeOplicação psicológica. Este Q o po!to de partida para a co!strução de u"a Psicologiaverdadeira"e!te cr+tica, co"pat+vel co" o propósito de dar suste!tação elaboração de u"ateoria da or"ação

Page 94: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 94/218

 Media$9es "e.rico-)ráticas de uma Vis*o 6rítica0 em Fsicolo!ia scolar @

9istórico-social do i!div+duo, dei!ida co"o ciK!cia da vida co!creta dos i!div+duos, 'o e!ta!to, ide!tiica"os i!U"eros obst&culos ilosóico-"etodológicos e ideológicos ta!to !asrespostas que a Psicologia te" 9istorica"e!te oerecido !esse co!teOto qua!to !a própria proposição das questMes que busca i!vestigar. Jssi", pode"os e!te!der porque, apesar darapide# co" que ava!ça" os estudos da Psicologia, os co!9eci"e!tos por ela acu"ulados ai!da

!ão respo!de" obRetiva"e!te s questMes sobre o i!div+duo co!creto, cuRa orige" 9istórico-social Q eOplicada pelo "aterialis"o 9istórico-dialQtico.T pa!ora"a traçado por esse dese!volvi"e!to 9istórico da Psicologia, e"bora caracteri#e a"aioria de seus estudos, i!stigou-!os a e!ocar aqueles autores que !ão se re!dera" a essascircu!st4!cias, "as se e"pe!9ara" !a co!strução de co!ceitos e categorias que l9es per"itira"aplicar co!creta"e!te os pri!c+pios do "aterialis"o 9istórico-dialQtico ao grupo de e!"e!osdos quais a Psicologia se ocupa.estaca"os a relação pe!sa"e!to7li!guage" e o proble"a da co"u!icação, a relação e!treapre!di#age" e dese!volvi"e!to, a co!sciK!cia e as e"oçMes, co"o te"as assu"idos porreprese!ta!tes do pe!sa"e!to cr+tico e" Psicologia que tK" i"plicaçMes educacio!aisi"porta!tes para a dei!ição do lugar que a Psicologia pode ocupar !o i!terior da Educaçãoescolar, e" u"a !ova perspectiva.ee!de"os Ru!ta"e!te co" esses autores a !ecessidade de u"a ciK!cia própria da Psicologia!a Educação, cuRa i!alidade deve ser a superação da cisão e!tre a teoria 1pesquisa3 e a pr&tica1aplicação3. Jdverti"os para o ato de que as !ecessidades da Educação !ão pode" sereOplicadas ape!as pela Psicologia, ao "es"o te"po que a Psicologia !ão pode co!tribuireetiva"e!te co" a Educação se suas pesquisas !ão ore" dese!volvidas a partir dos dados darealidade educacio!al.Essa postura tor!a poss+vel o estudo das tra!sor"açMes que ocorre" !a cria!ça por i!luK!ciadas "uda!ças dos siste"as educativos, desde que se esclareça co"o os "Qtodos de e!si!o e oco!teUdo das !oçMes deter"i!a" as caracter+sticas psicológicas da apre!di#age". Porta!to, oobReto de estudo da Psicologia !essas circu!st4!cias Q o "odo co"o a atividade dos alu!os Qdeter"i!ada pela Educação e o seu obRetivo Q a descoberta das leis psicológicas que rege" esse

 processo. Essas a!&lises são u"a co!tribuição valiosa para a deesa de que Q !o i!terior daEducação escolar que os

Page 95: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 95/218

@2 #sicolo!ia e duca$*o+ ,esaios "enco-#ráticos

 proissio!ais, preocupados co" as aproOi"açMes e!tre a Psicologia e a Educação, e!co!tra" oobRetivo de suas pesquisas. a+ a idB que o psicólogo escolar deve to"ar a Educação escolarco"o de i!vestigação, a serviço do qual se colocar& ta!to co"o pesquisador co"o aplica!do osco!9eci"e!tos acu"ulados pela Psicologia.

Co!stata"os que Q !o i!terior da Educação escolar e !ão propria"e!te da escola, estuda!do o processo de aquisição do c ci"e!to !aqueles te"as perti!e!tes Psicologia e desve!da!do processo de co"o o alu!o apre!de, que o psicólogo se dei!e escolar0 pode!do participar !asdiscussMes sobre co"o e!si!ar.Porta!to, a Psicologia Escolar, e!qua!to &rea de estudo aplicação dos co!9eci"e!tos daPsicologia Educação e aeetiva-se "e!os pela ocupação de u" espaço espec+ico - a - do que pela dei!ição de obRetivos e i!alidades, a "e!os que esse lugar possa ser co!siderado oa"plo espaço da Educação e !o i!terior da Educação e" geral.Jo co!cluir"os a aprese!tação dos ele"e!tos para u"a cr+tica de Psicologia, reair"a!do a suai"port4!cia !o i!terior Educação escolar, le"bra"os ai!da que o processo educativo se"preu" processo or"ativo que i!clui ta!to a i!terior de valores qua!to a apre!di#age"co!ceituai. 'esse caso, co"o a co!sciK!cia, a atividade, a perso!alidade, a co"u!icação

i!terpessoal, os aetos, as e"oçMes e outros ta!tos deverão to"ados co"o reerK!cia para o psicólogo i!teressado !a Educ desde que i!vestigados a partir de !ovas bases ilosóico-dológicas. 'essa perspectiva, acredita"os que o reere!cial da Edu 1escolar3, da Psicologia e da relaçãoe!tre a"bas, !o i!terior de visão cr+tica de a!&lise aprese!tado por "eio de !ossa resposta, seru" po!to de partida para o esboço de u"a visão cr+tica Psicologia Escolar. 'ós o to"a"os co"o u"a co!dição !ecess&ria, "as !ão cie!te, para dar suste!tação teórico- pr&tica ao processo de )ensar3 critica"e!te a Psicologia Escolar, i"pri"i!do-l9e u"a direção V

"odo ai!da !ão eOplicitada !o i!terior dos estudos dese!volvidos !a &rea. 'o e!ta!to, a leiturae a!&lise dos trabal9os que se co!stitu+ra" e" !osso obReto de i!vestigação per"itira"-!osa"pliar debate, e!oca!do aquelas questMes teórico-pr&ticas "ais espec+icas que circu!screve"u" corpo teórico de reerK!cia para a Psicologia Escolar ta!to qua!to caracteri#a" pr&ticas proissio!ais decorre

Page 96: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 96/218

 Media$9es "e.rico-)rdticas de unia Vis*o 6rítica em #sicolo!ia scolar @?

de aproOi"ação e!tre a Psicologia e a Educação, !o i!terior de !ovas perspectivas. Co" isso,a!u!cia"os !ovos ele"e!tos que revela" algu"as possibilidades R& eOiste!tes de azerPsicologia Escolar e" -"a di"e!são cr+tica.

 lementos iam azer criticamente a #sicolq!ia- scolar Procura!do co!igurar u" u!iverso de discussão e" Psicologia Escolar, e!co!tra"os u" grupode trabal9os cuRos autores e!oca" o estudo de questMes ou te"as perti!e!tes ao dia-a-dia do psicólogo escolar6Y Leva!ta!do proble"as prese!tes !a ação de psicólogos e proessores, 5oari!i 1@@?3 e8ore#a! 1@@3 ide!tiicara" co"o os proble"as de e!si!o-apre!di#age" tK" sido e!te!didosco"o proble"as de apre!di#age" do alu!o.J"bas i!dica"-!os que a reversão desse quadro eOige elaboraçMes teóricas da Psicologia, paraatacar questMes co"o a relação e!tre proble"as de apre!di#age" e proble"as de e!si!o, de"odo que e!riqueça co"pree!são do proessor acerca do processo de apre!di#age", cria!doco!diçMes para !ovas or"as de ação pedagógica.Y escreve!do e eOplicita!do co!diçMes de apre!di#age" !a escola ou !o co!teOto da vidacotidia!a, (e!a 1@@03 e (aHa]a 1@@23 opusera"-se s eOplicaçMes tradicio!ais sobre oracasso escolar das cria!ças pobres, apo!ta!do subs+dios para criar co!diçMes de apre!di#age"dessas cria!ças. Por ca"i!9os diere!tes, %iusta 1@@03 e *e!i! 1@@23 buscara" elucidar osobst&culos que se coloca" e!tre o dese!volvi"e!to cog!itivo e de co"petK!cias para aapre!di#age" e os co!teUdos e "Qtodos utili#ados pela escola, e!oca!do o lugar que aPsicologia deve ocupar !a eOplicação do sucesso ou racasso de cria!ças, adolesce!tes e dotrabal9o do proessor, cria!do 1!o que Q de sua co"petK!cia3 co!diçMes para que o processo dee!si!ar !a escola co!sidere e e!volvaco!creta"e!te o processo de apre!der.Ts resultados desses estudos acresce!ta" ele"e!tos i"porta!tes para aprou!dar"os a releOãosobre as questMes leva!tadas por 5oari!i e 8ore#a!.

Page 97: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 97/218

 #sicolo!ia e duca$*o+ ,esaios "erico-#ráticosE

  Co!strui!do respostas7eOplicaçMes !a ação de pesquisar aspectos do dese!volvi"e!tocog!itivo e aetivo7e"ocio!al de cria!ças5rot9er9ood 1@@D3, o!ta!a 1@@3 e reller 1@@?3 descreve e a!alisara" o u!cio!a"e!tocog!itivo de cria!ças e" rei ao co!teOto sociocultural, atividade de elaboração co!ceito da

cria!ça !o co!teOto escolar e s diiculdades e!re!tadas cria!ças cuRas co!dutas são "otivo dequeiOa escolar. $"bu+dos de estratQgias e i!alidades co!di#e!tes co" a tra!sor"ação darealidade escolar das cria!ças estudadas, esses trabal9os aprese!ta" co"o resultado !ovaseOplicaçMes para te"as i"porta!tes da Psicologia !a relação co" a Educação escolar, cuRacaracter+stica pri!cipal se dei!e pela i!terve!ção !a realidade para eOplic&-la e ao "es"ote"po para tra!sor"&-la. Ts participa!tes dessas pesquisas col9era" os resultados !o !+vel desua própria vida 1!a escola ou ora dela, o!de quer $ue a pesquisa te!9a ocorrido3.(e"pre preocupados co" a busca de alter!ativas teórico-pr&ticas para a i!terpretação dos dadosda realidade i!vestigada, esse grupo de trabal9os assu"e u"a postura cr+tica de e!te!dK-la lu#de reere!ciais teóricos que per"ita" a co"pree!são das questMes leva!tadas !o i!terior das"Ultiplas relaçMes que as deter"i!a". Jssi", estabelece" "ediaçMes teóricas e!tre os estudosdese!volvidos pela Psicologia e a ação co!creta de psicólogos e proessores, !ecess&rias

dei!ição do lugar que a Psicologia Escolar dever& ocupar !o i!terior da Educação escolar,qua!do a i!alidade al"eRada Q a criação de co!diçMes co!cretas de e!si!o que possa" gara!tira apre!di#age" eetiva de todos os usu&rios da escola. 'esse se!tido, os te"as e as questMesestudados co!stitue"-se e" ele"e!tos i"porta!tes para co!igurar u" u!iverso de discussão!ecess&rio Psicologia Escolar, e" u"a perspectiva cr+tica. 'o e!ta!to, se essa di"e!são teórica pode ser u"a reerK!cia para a Psicologia Escolar, istoai!da !ão Q suicie!te para a#er c9egar esses co!9eci"e!tos s "ãos de que" elabora eeOecuta as açMes pedagógicas, ou as açMes da Psicologia !a Educação. 'esse co!teOto, situar or"as de co!tribuição da Psicologia & Educação Q ta"bQ" u"a "a!eirade circu!screver u" u!iverso teórico de reerK!cia para a Psicologia Escolar, porque pode per"itir-!os a!u!ciar algu"as respostas para u"a pr&Ois qualitativa"e!te diere!te daPsicologia Escolar.

Page 98: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 98/218

 Media$9es "eáico-)-átkas de urna Vis*o 6rítica em #sicolo!ia scolar @=

E!tre os trabal9os i!vestigados, locali#a"os quatro estudos cuRos atores se propusera" aa!alisar a Psicologia da Educação e!qua!to _" co"po!e!te curricular !a or"ação do proessor.Js questMes postas por Caparro# 1@@23 e $óris 1@@?3, qua!do a!alisa" critica"e!te a atuaçãodo proessor da discipli!a Psicologia da Educação e" cursos de lice!ciatura, por %ouvKa

1@@23, que buscou caracteri#ar essa discipli!a !a or"ação de proessores do segu!do grau, eta"bQ" por *o!te!egro 1@@?3, ao eOplicitar os u!da"e!tos7ele"e!tos de u" co!teUdo a serdese!volvido !a discipli!a, circu!screve"-se a esse u!iverso de discussão teórica.Coloca"-!os dia!te de u" "o"e!to de preparação de aspectos da Psicologia que deverão a#er  parte da ação dos uturos proessores, por "eio de progra"as alter!ativos aos e!co!trados e"suas pesquisas.Co"o a i!alidade desses trabal9os Q criar co!diçMes para a elaboração de progra"asco"pat+veis co" as !ecessidades de or"ação do proessor, de "odo que possa" adquirirco!9eci"e!tos da Psicologia !ecess&rios ao pla!eRa"e!to de suas açMes pedagógicas e" !ovasdireçMes, eles ta"bQ" a!u!cia" u" reere!cial de aproOi"ação da Psicologia Educaçãoescolar, a partir do processo de or"ação do proessor. (itua" u"a or"a de co!tribuição daPsicologia Educação eOata"e!te !aquelas questMes das quais a Educação !ão pode presci!dire ta"pouco a Psicologia eetiva-se !essa &rea se !ão co!siderar co!creta"e!te as eOigK!cias darealidade educacio!al para dei!ir os ele"e!tos i"porta!tes a sere" e!ocados por seusestudos.Por "eio da a!&lise desse grupo de trabal9os, pode"os reair"ar que a Educação Q o processoatravQs do qual os i!div+duos se apropria" dos co!9eci"e!tos produ#idos pela 9u"a!idade eque a Educação escolar te" u" lugar i"porta!te !esse processo. E!tão, a apre!di#age" escolar Q !ecess&ria e u!iversal para o dese!volvi"e!to das caracter+sticas 9u"a!as !ão !aturais, "asor"adas 9istorica"e!te.Js i!alidades 1porque e para que3 desse processo co"pete" ilosoia esclarecer, e!qua!toque a eOplicação de co"o a apre!di#age" ocorre !esse processo Q atribuição da Psicologia,cabe!do Educação escolar a sua eetivação por "eio de recursos pedagógicos co!creta"e!te

orga!i#ados pelo proessor, cuRa ação !ão pode presci!dir de tais co!9eci"e!tos !elai"plicados. 'esse se!tido, os estudos aprese!tados e" !osso segu!do grupo, diag!ostica!do a Psicologia daEducação co"o discipli!a dos cursos de or"ação de proessores ou a!u!cia!do algu!su!da"e!tos

Page 99: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 99/218

@A  #sicolo!ia e duca$*o+ ,esaios "eático-#ráticos

!ecess&rios sólida orga!i#ação de u" co!teUdo para a discipli!a situa" co!creta"e!te u"lugar R& ocupado pela Psicologia 6 processo de Educação escolar. 'o e!ta!to, porque esse lugar !e se"pre Q clara"e!te eOplicitado, a or"ação do proessor tor!a-se u" "o"e!to 1e!tre ta!tosoutros3 !ecess&rio para situar a co!tribuição da Psicologia Educação escolar.Esse co!Ru!to de trabal9os i!vestigados, ao co!igurar u" verso de discussão para a Psicologia

Escolar e ao situar u"a or"a de co!tribuição da Psicologia Educação, circu!screveele"e!tos u!da"e!tais elaboração de u" corpo teórico de reerK!cia para a &rea. Porta!to,trata-se de "ediaçMes teóricas !ecess&rias aproOi"ação e!tre a Psicologia e a Educaçãoescolar.*as 9& ai!da outros dois grupos co!stitu+dos de estudos que to"a" a pr&tica proissio!al do psicólogo escolar co"o o oco pri!cipal de a!&lise. iscuti!do critica"e!te a atuação e aor"ação do psicólogo escolar, esses estudos caracteri#a" or"as de i!terve!ção, be" co"o propMe" ele"e!tos para a or"ação, cria!do co!diçMes para tradu#ir co!creta"e!te oreere!cial teórico R& aprese!tado, a partir da ação do psicólogo escolar.Caracteri#a!do a pr&tica da Psicologia Escolar, Jl"eida 1@@23. irsc9 1@@03, Caeta!o 1@@23e ;oltoli!i 1@@D3 e!oca" a a!&lise cr+tica da atuação de psicólogos escolares, busca!doredei!ir o papel desse proissio!al !o i!terior da Educação.J!alisa!do os estudos dese!volvidos e" cursos de pós-graduação que trata" da atuação do psicólogo escolar, discuti!do a di"e!são educativa do trabal9o do psicólogo e" i!stituiçMes de"e!ores, a represe!tação de pais sobre a ação do psicólogo escolar e a sua postura proissio!al,esses autores a!u!cia" aspectos i"porta!tes relativos ta!to !ecessidade de aprou!da"e!toepiste"ológico para gara!tir ao psicólogo o do"+!io sobre os co!9eci"e!tos acu"ulados pelaPsicologia qua!to discussão das i!alidades de sua ação !o i!terior da Educação, de "odo quesupere diiculdades teórico-pr&ticas para poder propor !ova perspectiva de atuação ao psicólogoescolar. Este Q u" "o"e!to i"porta!te da caracteri#ação de or"as de atuação, ao queacresce!ta"os as co!tribuiçMes tra#idas pelos estudos dese!volvidos por (ou#a 1@@3, Cru#1@@D3, Casta!9o 1@@03, *ac9ado 1@@03 e Cu!9a 1@@D3 que discute" possibilidades deatuação do psicólogo escolar, parti!do de suas eOperiK!cias vividas ta!to e" u" espaço

espec+ico do trabal9o pedagógico 1o Ciclo 5&sico3 qua!to e" escolas

Page 100: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 100/218

 Media$9es "e.rico-)ráticas de uma Vis*o 6rítica em #sicolo!ia scolar < 

de pri"eiro grau> 1se" deli"itare" a!tecipada"e!te o espaço de sua i!terve!ção3. Porta!to, propor e criar co!diçMes de i!terve!ção, respo!de!do co!creta"e!te a!&lise cr+tica sobre aação do psicólogo escolar, Q ta"bQ" u"a resposta co"pat+vel co" a caracteri#ação de !ovasor"as de atuação para os proissio!ais da &rea.

J co!clusão da tese dee!dida por Cu!9a 1@@D3 apo!ta-!os u"a s+!tese das pri!cipaiste!dK!cias e!ocadas por esse grupo de estudos, alQ" de relacio!&-las s questMes postas pelostrabal9os que circu!screve" u" corpo teórico de reerK!cia para a Psicologia !a Educaçãoescolar. 'esse co!teOto, os pri!cipais ele"e!tos para caracteri#ar or"as de atuação pode" serassi" a!u!ciados, co!or"e i!dicação da própria autora6Y J pr&tica do psicólogo escolar deve co!siderar si"ulta!ea"e!te os deter"i!a!tes sociais !aorga!i#ação escolar e !a dei!ição dos proble"as de e!si!o-pre!di#age", assi" co"o osaspectos subRetivos a eles i!ere!tes, co" a i!alidade de avorecer u"a tra!sor"açãoe!riquecedora que vise ao cresci"e!to e ao dese!volvi"e!to criativo de alu!os, proessores e pais, para gara!tir u"a ação da Psicologia !a escola coere!te co" a pro"oção educacio!al de proessores e alu!os.Y J escola deve ser e!te!dida a partir dos pressupostos da a!&lise 9istórico-cr+tica co"o o!te

de i!terpretação da realidade educacio!al atual, a i" de que possa"os vislu"brar possibilidades de u"a ação tra!sor"adora.Y J atuação do psicólogo escolar deve visar ai!da a u"a"ultiplicidade de açMes proissio!ais 1ate!de!do de "a!eiradiere!te a cada seg"e!to e!volvido !a escola3 e !ecessidadede buscar u" po!to de e!co!tro !as questMes aprese!tadas co"oo!te de sori"e!to para todos !a escola. 'esse se!tido, a ide!tidade proissio!al !ão est& !asaçMes, pessoas e perspectivas,"as !as i!alidades postas por proble"as co"u!s aos i!div+duos e!volvidos !o processo. $storequer soluçMes criativas eco!strutivas, co!quistadas por "eio de recursos teóricos e pr&-tica diere!ciadas.>. J atual Lei de iretri#es e 5ases da Educação 5rasileira de!o"i!a a e!tão escola de pri"eiro grau de e!si!o u!da"e!tal.

Page 101: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 101/218

@< #sicolo!ia e duca$*o+ ,esaios "emico-#ráticos

Y T obReto da Psicologia Escolar Q o suReito psicológico, cuRo processos de subRetivação eobRetivação deve" ser e!ocados e" suas relaçMes ta!to co" os co!dicio!a!tes da estrutura ecolar qua!to da estrutura dos próprios i!div+duos, deve!do-6 superar as co!cepçMesi!dividuali#a!tes e as pr&ticas tecniicadas da Psicologia. E!treta!to, Q ta"bQ" o co!9eci"e!to

do co!te to escolar que pode oerecer as i!alidades e u"a !ova Qtica1ótica3 para co"pree!der esituar o obReto da Psicologia !o i!terior dessa i!stituição.Y eve buscar-se recursos próprios da Psicologia que per"ita-a!alisar co"o os i!div+duosapree!de" os aspectos sociais e i!stitucio!ais, de "odo que propo!9a" or"as de i!terve!çãoque co!sidere" ta!to aspectos psicológicos qua!to sociais.Y J pesquisa e" Psicologia se"pre dever& produ#ir u" eeito, u"a ação que i!cluai!alidades, porta!to !ão pode co!stituir-se e" u"a "era i!vestigação cie!t+ica. 'esse se!tido,a busca do suReito psicológico !o co!teOto educacio!al 1escolar3 deIe co!siderar co"o osi!div+duos !ele se situa", co"o e!te!de" os processos !ele i"plicados e quais são os"eca!is"os utili#ados para a solução das diiculdades e!co!tradas, de "odo que crie"co!diçMes de tra!sor"&-los por "eio de or"as "ais abertas e criativas. YJs te!dK!cias atQ aqui relatadas caracteri#a" as or"as de atuação poss+veis de sere"

apree!didas a partir da leitura que i#e"os dos estudos que a!alisa" critica"e!te e discute" possibilidades de ação para o psicólogo escolar, !o co!teOto a!u!ciado pelos trabal9os quecircu!screve" u" corpo teórico de reerK!cia para a Psicologia Escolar.Ji!da !essa "es"a perspectiva, to"a"os o estudo dese!volvido por a#lle 1@@03 que trataespeciica"e!te da or"ação do psicólogo escolar co"o u"a questão !ecessaria"e!tei"plicada !a a!&lise e discussão sobre a pr&tica proissio!al e busca subs+dios para repe!s&-la a partir das de"ais te!dK!cias R& e!ocadas.(eu estudo i!dica-!os a or"ação do psicólogo escolar co"o u" "o"e!to i!icial para a preparação de co!diçMes teórico-pr&ticas e de i!vestigação de !ovos co!9eci"e!tos !ecess&riosa u"a pr&tica proissio!al co!siste!te dia!te da realidade da Educação escolar e da própriaPsicologia e" suas relaçMes co" a Educação.

Page 102: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 102/218

 Media$9es "e.rico-)ráticas de uma Vis*o 6ritica em #sicolo!ia Escolar 

99

 'ós acredita"os ser este u" "o"e!to de s+!tese para o qual deve" co!vergir os resultadosapo!tados ta!to pelo grupo de trabal9os que circu!screve u" corpo teórico de reerK!cia para aPsicologia Escolar 1co!igura!do u" u!iverso de discussão para a &rea e situa!do u"a or"a deco!tribuição da Psicologia Educação3 qua!to pelo grupo de estudos que pMe e" discussão a

 pr&tica proissio!al n caracteri#a!do or"as de atuação ou a!alisa!do ele"e!tos para a or"açãodo psicólogo escolar3.(e co!siderar"os que as discussMes sobre a pr&tica proissio!al e as questMes "ais propria"e!teteóricas perti!e!tes Psicologia Escolar 1aqui a!u!ciadas e" grupos disti!tos por u"a!ecessidade "era"e!te did&tica3 so"e!te adquire" se!tido se apree!didas e" co!Ru!to, podere"os e!tão e!te!der porque Q que cada u" dos trabal9os aprese!tados 1e" "aior ou"e!or grau3 e# reerK!cia a questMes teórico-pr&ticas i"ediata"e!te i"plicadas aos te"asi!vestigados. Ts autores revela" que !ão Q poss+vel alar sobre a atuação do psicólogo escolarse" que !os depare"os co" questMes teóricas ou relativas sua or"ação e dei!ição de poss+veis co!tribuiçMes da Psicologia Educação, ao "es"o te"po que !ão 9& co"o discutiru" corpo teórico de reerK!cia para a Psicologia Escolar e situar u"a co!tribuição da Psicologia Educação se" que se co!sidere qual Q a pr&tica proissio!al que dar& co!ta de co!creti#ar as

"ediaçMes teóricas a!u!ciadas.T "o"e!to de s+!tese aqui atribu+do or"ação do psicólogo escolar parece este!der-seta"bQ" atuação e aos "o"e!tos "ais propria"e!te teóricos de discussão sobre a PsicologiaEscolar, a!u!ciados por "eio dos quatro grupos aprese!tados. Vu!tos eles !os i!dica" que u""ovi"e!to de cr+tica Psicologia Q !ecess&rio ta!to para circu!screver"os u" corpo teórico dereerK!cia e situar"os or"as de co!tribuição da Psicologia Educação qua!to paracaracteri#ar"os or"as de atuação e a!alisar"os ele"e!tos da or"ação do psicólogo escolar.E!te!de"os que o e!co!tro e!tre os u!da"e!tos de u"a visão cr+tica de Educação e dePsicologia por !ós i!dicados e os te"as "ais i"ediata"e!te relacio!ados aproOi"ação daPsicologia !a Educação escolar ou Psicologia Escolar tratados pelos autores desses trabal9ostor!ara" poss+vel a co!clusão de !ossa tarea que co!sistiu !a eOplicitação de algu"as"ediaçMes teórico-pr&ticas !ecess&rias para a co!strução de u"a visão cr+tica de PsicologiaEscolar.

Page 103: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 103/218

(ggghj((((+*s/ -

00  #sicolo!ia e duca$*o+ ,esaios "erico-#rdticos

(itua!do !osso trabal9o e!tre o )ensar e o azer critica"e!te a Psicologia Escolar, acredita"oster a!u!ciado algu!s ele"e!tos teórico-pr&ticos i"presci!d+veis para u"a co!dição de  serPsicologia. Escolar e!qua!to &rea de estudo da Psicologia e de atuação7or"ação do psicólogo.

 Reerências Bi%lio!ráicasJL*E$J, J. de. #ro)osta de atua$*o )ara o )sic.lo!o na esco( : u"a co!tribuição1parcial3 da pós-graduação. (ão Paulo @@2. issertação de "estrado - P[C(P.5TJ)$'$, *.L. Gnidades %ásicas de saDde+ u"a eOte!são da Escola PUblicaX (ão Paulo6@@?. 8ese de doutorado - $P[(P.5)T8E)TT, ). de *. 6onte?to s.cio-cultural de :ida 3 co!ni$*o+ u" estudo decria!ças !o "eio rural do !ordeste (ão Paulo6 @@D. 8ese de doutorado - $P[(P.CJE8J'T, *.C. A re)resenta$*o de )ais de alunos so%re a atua$*o do )sic.lo!o na escola3(ão Paulo6 @@2. issertação de "estrado - P[C(P.CJPJ))T, J. de J.*. A #sicolo!ia da duca$*o e os cursos de (icenciatura nas

 Faculdades #articulares do Municí)io de _. S*o #aulo3 (ão Paulo6 @@2. issertação de*estrado-P[C(P.CJ(8J'T, *.$.(. #ossi%ilidades e limites de um tra%alho er #sicolo!ia scolar+ relato deeOperiK!cia. (ão Paulo6 @@C issertação de "estrado - $P[(P. B kC)[, (..;. > ciclo %ásico construído )ela escola3 (ão Pau/ @@D. 8ese de doutorado -$P[(P.C['J, 5.5.5, #sicolo!ia na scola+ Ca"i!9os de u"a pr&tica. (ão Paulo6 @@D. 8ese dedoutorado - $P[(P.

Page 104: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 104/218

 Media$9es "e.rico-)ráticas de uma Vis*o 6ritica em #sicolo!ia scolar 0

WJ)8E, '. A indi:idualidade )ara-si+ Co!tribuição a u"a teoria 9istórico-social daor"ação do i!div+duo. Ca"pi!as6 Jutores Jssociados, @@?. S-S-Bi, 6-rtiBB+ YS\SW6k V'8J'J, ).J.C. A ela%ora$*o conceituai na dinmica das rela$9es de ensino3 Ca"pi!as6@@. issertação de "estrado -)E. ['$CJ*P.

=)ELLE), C.C. 6rian$as )ortadoras de quei?a escolar+ u" e!oque Hi!!icottia!o. (ãoPaulo6 @@?. issertação de "estrado -$P[() S+6 _ -kk-,-.k.%$[(8J, J. da (. #rocessos de co!ni$*o e racasso escolar3 (ão Paulo6 @@0. 8ese dedoutorado - $P[() %T[;EJ, *. E. de. 6aracteriza$*o da disci)lina #sicolo!ia da duca$*o )ara a orma$*o de

 )roessores em ní:el de se!undo !rau no m%ito do 6entro s)ecíico )ara orma$*o ea)erei$oamento do Ma!istrio3 CEJ*. (ão Paulo6 @@2. issertação de "estrado - P[C() $)(C, C.*.C. Ca teoria a )rática outra3 #sic.lo!os e #eda!o!os de 4nstitui$9es de

 Menores+ u" e!oque desses especialistas e" ca"po. (ão Paulo6 @@0. issertação de "estrado- P[C(P.$T)$(, (.*. da (. As contri%ui$9es da #sicolo!ia da duca$*o na orma$*o de )roessores do

 stado do #araná3 (ão Paulo6 @@?. issertação de "estrado - P[C(P.

*JCJT J.*. 4n:entando uma inter:en$*o na escola )D%lica3 (ão Paulo6 @@0.issertação de "estrado - $P[(P.*JL[, *. ). #sicolo!ia e duca$*o+ )arado?os e horizontes de uma diícil rela$*o3 4n+ $Co!gresso 'acio!al de Psicologia Escolar, @@2. Ca"pi!as. ACA4S J5)JPEE7P[CCJ*P,kW @@2, p.>07>A. ____________. or"ação e atuação do psicólogo !a Educação6 di!4"ica de tra!sor"ação. $!6CP. #sic.lo!o Brasileiro+ pr&-- ticas e"erge!tes e desaios para a or"ação. (ão Paulo6Casa do Psicólogo, @@D, p. =>7200.

Page 105: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 105/218

02 ...-.,k-  #sicolo!ia e duca$*o+ ,esaios "emico-#ráticos

*E'$', *.(. de (. A constru$*o da democracia e a escola3 L^ estudo sobre represe!taçMes pol+ticas e i!teraçMes verbais r segu!do grau. (ão Paulo6 @@2. 8ese de doutorado - $P[(>*T'8E'E%)T, *.E. A #sicolo!ia Oist.rico-,ialtica )ara + -cursos de (icenciatura3Ca"pi!as6 @@?. 8ese de doutorado -EE. ['$CJ*P.

PJ88T, *..(. 1Trg.3 4ntrodu$*o 8 #sicolo!ia scolar3 (ão Paul68.J.Nueiro#,l@<. S -K-3-c+ ++-+ - kkkB-. +3+3-3U ____________. #sicolo!ia e 4deolo!ia+ u"a i!trodução cr+tica P-cologia Escolar. (ão Paulo6 8.J. Nueiro#, @<D.)J%T'E($, *.E.*.*. #ossi%ilidades e limites de uma conce)$i3 crítica de #sicolo!ia

 scolar3 (ão Paulo6 @@=. ProReto a tese de doutorado - $P[(P. k .S(JJJ, (.*. #o%reza e lin!ua!em oral+ as cria!ças do Vardi" Pirati!i!ga. (ão Paulo6 @@2.issertação de "estrado -$P[(P.(E'J, *. das %. de C. A duca$*o das crian$as+ represe!taçMes de pais e "ães das ca"adas populares. (ão Paulo6 @@0. 8ese de doutorado - $P[(P(;E, L. Mar?ismo e a teoria da )ersonalidade3 ?v. Lisboa6 Livre6 ori#o!te, @>@.(T[J, .8.). de. 6onquistando o es)a$o escolar+ a estruturaçã6 do trabal9o pedagógico!u"a classe do ciclo b&sico. (ão Paulo6 @@. issertação de "estrado - $P[(P.8J'J*JC$, E. de ). #sicolo!ia scolar+ te!dK!cias e ava!ços da Psicologia da Educaçãoescolar. *ar+lia6 @@2. issertação de "estrado - ['E(P. B B. 65Kr- +5 5K- -K  ____________. Vis*o crítica de duca$*o e de #sicolo!ia+ ele"e!tos para a co!strução de u"avisão cr+tica de Psicologia Escolar. *ar+lia6 @@>h 8ese de doutorado - ['E(P.8T)EJ', J.*. #ro%lemas de ensino e )a)is do )roessor+ u"a a!&lise das alas de proessores e" reu!iMes de discussão. (ão Paulo6 @@. 8ese de doutorado - $P[(

Page 106: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 106/218

Page 107: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 107/218

1P A Iuei?a scolar na Forma$*o de

 #sic.lo!os+ ,esaios e #ers)ecti:as ,r  Manlene #roen$a Re%ello de Souza5Iuanto maior a aliena$*o )roduzida )ela estrutura econ7micade uma sociedade dada0 tanto mais a :ida cotidiana irradiará sua )r.)ria aliena$*o )ara as demais eseras3 ;333= A ciência moderna0 ao colocar-se so%re undamentos )ra!máticos0Ka%sor:eK0 assimila a estrutura cotidiana3 5    A!nes Oeller 

J queiOa escolar ve" se!do obReto de preocupação !o trabal9o que reali#a"os co"o psicólogase proessoras da &rea de Psicologia Escolar. J eOperiK!cia de i!terve!ção psicológica levada aeeito, "ais rece!te"e!te, por "eio do (erviço de Psicologia Escolar da [!iversidade de (ãoPaulo e" escolas da rede pUblica paulista, o privilQgio de trabal9ar ao lado de psicólogas que pe!sa" critica"e!te a i!serção do psicólogo !a &rea escolar e a leitura de pesquisas que !os

co!du#ira" a u"a visão cr+tica da vida di&ria escolar vK" co!tribui!do, !os Ulti"os qui!#ea!os, para a !ossa or"ação e a reali#ação dessa pesquisa.

Page 108: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 108/218

0A #sicolo!ia e duca$*o+ ,esaios "e.iico-#rdticm

T trabal9o de i!terve!ção e" escolas per"itiu-!os, pri!cipal"e!te, a co!vivK!cia co" cria!ças pobres da Cidade de (ão Paulo, suas a"+lias, seus proessores e suas escolas. Co!sidera"osque as cria!ças estão !o ce!tro do processo de cr+tica e releOão da !ossa pr&tica psicológica, pois, por "eio delas, oi poss+vel des"istiicar cre!ças e valores arraigados e" !ossa or"ação

u!iversit&ria e burguesa, e" que co"u"e!te os pobres são aprese!tados co"o pro"+s-cuos e deli!qe!tes.T ol9ar das cria!ças, sua vivacidade, curiosidade, i!teresse e cari!9o "ostrara" u" outro ladoda i!4!cia pobre que 9abita a perieria da Cidade [!iversit&ria e de ta!tas outras pelo !ossoestado. T lado daqueles que la!ça" "ão de i!U"eras estratQgias de sobrevivK!cia !as perierias dos gra!des ce!tros urba!os, "uitas delas por !ós desco!9ecidas. Essa relação deaeto que atravessa a visão pol+tica da eOistK!cia de u"a sociedade de classes que te" !adesigualdade social u" de seus pri!cipais pilares acabou sela!do u" co"pro"isso de classe ede trabal9o co" o obRetivo de relatar tais observaçMes, pesquisar o dia-a-dia das escolas, co!tar para outros proissio!ais do que essas cria!ças são capa#es, aprese!t&-las !a sua outra ace. Essetrabal9o se d&, se" dUvida algu"a, a partir do questio!a"e!to da or"ação proissio!al, rutoda 9istória do pe!sa"e!to 9ege"!ico de u"a Psicologia a serviço da eOclusão educacio!al e

social.*as só questio!ar !ão Q suicie!te. Co!sidera"os, 9oRe, que Q preciso propor alter!ativas detrabal9o, discuti-las, reali#ar trabal9os de parceria, por u" lado, co" os proessores, co" oi!tuito de rever as causas do racasso escolar ce!tradas !a co!cepção da carK!cia cultural e, por outro, co" os !ossos colegas psicólogos que, desco!9ece!do o dia-a-dia escolar, utili#a"açMes que pouco co!tribue" para a "el9oria da qualidade do processo de escolari#ação dascria!ças das classes populares.Tutra i"porta!te co!tribuição para a reali#ação desse trabal9o de pesquisa ve" dos proissio!ais que trabal9a" !a &rea de saUde *e!tal, !as [!idades 5&sicas de (aUde e !osJ"bulatórios da Capital. Esses proissio!ais trouOera" para de!tro dos "uros da u!iversidadesuas i!quietaçMes e" relação s queiOas escolares e o deseRo de repe!sar sua pr&tica e" basescr+ticas, se" co"pactuar co" a eOclusão escolar.ura!te todo esse processo de co"pree!são da queiOa escolar, de a"adureci"e!to teórico e"etodológico !a atuação proissio!al,

Page 109: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 109/218

 A Iuei?a scolar tia Forma$*o de #sic.lo!os+ ,esaios c #ers)ecti:as0>

te"os !os deparado co" a precariedade da or"ação dos psicólogos rara lidar co" aqueles quec9ega" ao ate!di"e!to psicológico co" ? queiOa de que estão co" proble"as !a escola.Esses a!os de trabal9o !a &rea ora" deiOa!do claro que deter"i!adas co!cepçMes e pr&ticasdos psicólogos so"a" co" as pr&ticas escolares de eOclusão, o que !os orie!tou para a pesquisa

de co"o a queiOa escolar co"parece !a or"ação dos psicólogos. Lo!ge de ser u" estudoeOaustivo dessa questão, co!sidera"o-lo co"o u"a pri"eira aproOi"ação desse obReto deestudo. Jcredita"os, por "eio dele, estar co!tribui!do co" os !ossos colegas, psicólogos,repe!sa!do questMes sobre a queiOa escolar e sua i"port4!cia !a or"ação proissio!al. E de"a!eira "ais a"pla, participa!do da luta por u"a sociedade "e!os desigual, da luta peloresgate da cidada!ia.Este trabal9o te", porta!to, co"o obRetivo, co"pree!der e a!alisar as co!cepçMes prese!tes e asaçMes que dão suste!tação aos ate!di"e!tos queiOa escolar !a or"ação de psicólogos.Ts e!ca"i!9a"e!tos por proble"as escolares ou distUrbios de co"porta"e!to e deapre!di#age" são de!o"i!ados pelos psicólogos queiOa escolar.Js pri"eiras idQias a respeito da pesquisa sobre a queiOa escolar !a or"ação psicológicaorigi!ara"-se !o $ E!co!tro Estadual de Cl+!icas-Escola reali#ado e" (ão Paulo, e" @@?.

 'essa ocasião, tive"os a oportu!idade de participar de u"a sessão de co"u!icaçMes i!tituladaProble"as escolares e o trabal9o cl+!ico do psicólogo e" que ora" aprese!tadas v&rias pr&ticas de ate!di"e!to psicológico dia!te da queiOa escolar levadas a eeito !os cursos deor"ação e" Psicologia da capital e do i!terior, ta!to e" u!iversidades pUblicas co"o !as particulares. C9a"ou-!os a ate!ção a diversidade !o ate!di"e!to queiOa escolar e,co!seqe!te"e!te, !as pr&ticas de trata"e!to por parte dos proissio!ais prese!tes6 a saber,supervisores e proessores dos cursos de Psicologia. Jlgu"as dessas co!cepçMes atribue" cria!ça a causa de sua diiculdade de apre!di#age", outras s suas relaçMes a"iliares ou, ai!da,a u"a alabeti#ação "aleita, atQ aquelas que co!siderava" que as diiculdades deapre!di#age" são produto das relaçMes escolares.E!qua!to proessoras e pesquisadoras !a &rea de Psicologia Escolar surpree!deu-!os, e" u" pri"eiro "o"e!to, que "uitas das discussMes levadas a eeito !a &rea, e" relação ao processode escolari#ação, pri!cipal"e!te !os Ulti"os qui!#e a!os, ai!da osse" ti"i-

Page 110: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 110/218

0< #sicolo!ia e duca$*o+ ,esaios "eihico-#ráticos

da"e!te assi"iladas e" algu!s desses trabal9os. Tutras, osse" aprese!tadas co"o !ovidadesde atuação, qua!do, !a v são reor"ulaçMes de co!cepçMes e pr&ticas R& reali#adas e" dQcadas eque !ão i!clu+a" - ou o a#ia" parcial"e!te - as discussMes "ais rece!tes sobre as causas dasdiiculdades !o processo de escolari#ação. Co!9ecer u"a parcela das i!terpretaçMes e das

 pr&ticas lógicas e" relação aos proble"as de apre!di#age" dos psicólogos que atua" !a&rea cl+!ica deu-!os a di"e!são do 9iato eOiste!te e!tre os ava!ços teórico-"etodológicos !a&rea de Psicologia Es e" relação s eOplicaçMes do racasso !a escola e s co!cepçMes pr&ticasdiu!didas !a or"ação e" Psicologia Cl+!ica. Esta co!statação la!çou o desaio para areali#ação desse trabal9o que surge i!tuito de caracteri#ar "ais prou!da"e!te essa questão e ao"es"o te"po i!iciar u" processo de di&logo co" os colegas que relete" atua" direta"e!teco" cria!ças e adolesce!tes co!siderados co portadores de proble"as escolares.T questio!a"e!to da or"ação do psicólogo ta"bQ" co"parar por "eio de outra verte!te6 aco!statação dos i!U"eros equ+vocos prese!tes !os laudos psicológicos produ#idos a partir decasos de cria!ças ate!didas por especialistas por aprese!tare" proble"as !a escola. 'ossaeOperiK!cia !o ate!di"e!to a cria!ças e proessores das escolas pUblicas estaduais paulistas te" possibilitado co!statar que a prese!ça do psicólogo !as escolas se a# pri!cipal"e!te por "eio

da e"issão dos laudos psicológicos a respeito das cria!ças que. por aprese!tare" deasage" !aapre!di#age" escolar, são e!ca"i!9adas para as Classes Especiais para eicie!tes *e!taisLeves.WJ discrep4!cia e!tre a descrição aprese!tada pelo laudo psicológico e a cria!ça, obReto de suaa!&lise, oi apo!tada por Patto 1@@03 ao reali#ar quatro estudos de caso de cria!ças"ultirrepete!tes de u"a escola pUblica paulista. E"bora a psicóloga que reali#ou o psico-diag!óstico das cria!ças e!ca"i!9adas, a pedido da pesquisadora, te!9a de"o!strado u" pouco"ais de cuidado e" relação s air"açMes eitas, utili#a!do u"a bateria "aior de testes edescreve!do "ais detal9ada"e!te o relacio!a"e!to estabelecido co" a cria!ça, esses laudos psicológicos estão "uito aquQ" de ser u" be!e+cio vida dessas cria!ças ou ao seu processode escolari#ação. 8ais procedi"e!tos, "ais cuidadosos ou "ais corretos, do po!to de vista daW J esse respeito, ver *ac9ado, @@D, @@A.

Page 111: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 111/218

 A Iuei?a scolar na Forma$*o de #sic.lo!os+ ,esaios e #ers)ecti:as0@

teorias e da tQc!ica, !ão i"pedira", "ais u"a ve#, que graves equ+voocos eOplicativos osse"co"etidos e que acabasse" por reorçar 6 estig"a que paira sobre as cria!ças que !ãoaprese!tava" sucesso escolar, leva!do a autora a pr e" questão a validade da utili#ação de taisi!stru"e!tos para co"pree!der o racasso escolar.

Tutra questão que !os leva reali#ação desse trabal9o reere-se gra!de i!cidK!cia dee!ca"i!9a"e!tos de cria!ças e adolesce!tes co" queiOa escolar a serviços de ate!di"e!to psicológico. Leva!ta"e!tos reali#ados !as Cl+!icas-Escola dos cursos de Psicologia da capital1J!co!a-Lope#, @<?S (ilvares, @<@3 e !as [!idades 5&sicas de (aUde de v&rias regiMes daCidade de (ão Paulo 18abulação -J)(-?7E)(J-?,@<@S [rbi!atti et. ai., @@23 i!dica" quedois terços dos e!ca"i!9a"e!tos !a aiOa et&ria e!tre A e D a!os tK" co"o orige" u"a queiOaescolar. Tu seRa, a or"ação de psicólogos, para ate!der a i!4!cia e a adolescK!cia, deveriau!da"e!tar, e!qua!to teoria e pr&tica, o trabal9o co" os c9a"ados proble"as escolares.Pesquisa reali#ada posterior"e!te por (ilvares 1op. cit.3 reere!da os dados da pesquisa a!terior.J!alisa!do os pro!tu&rios de todos os ate!di"e!tos da Cl+!ica-Escola do $!stituto de Psicologiada [!iversidade de (ão Paulo de @<? a @<@, totali#a!do >AA clie!tes, obteve co"o queiOa"ais reqe!te o "au dese"pe!9o escolar 1D 3, seguido de co"porta"e!to agressivo ou

 brigas 12<3 e diiculdades de ala 12=3. J "aioria dos e!ca"i!9a"e!tos de 0 a = a!osco!ce!tra-se !a aiOa et&ria de A a 0 a!os 1=@3, co" pico e!tre as idades de < e @ a!os. Essascria!ças são predo"i!a!te"e!te "e!i!os 1>3, reqe!ta" a escola pUblica 1=>3, estuda"e!tre a $a e a Da sQries do pri"eiro grau, ora" e!ca"i!9ados pela própria escola 12@3 e R&9avia" passado por outro proissio!al de saUde 1=23.Co" relação ao serviço pUblico de ate!di"e!to, pesquisa reali#ada !a )egião (udeste daCidade de (ão Paulo 1@<@3, e" oito [!idades 5&sicas de (aUde 1[5(3, obteve co"o resultadoque >0 dos e!ca"i!9a"e!tos eitos para ate!di"e!to psicológico !a aiOa et&ria de = a Da!os ti!9a" co"o queiOa proble"as de escolari#ação. Essas diiculdades ora" ide!tiicadasco"o proble"as de apre!di#age" 1=03 e proble"as de co"porta"e!to 123 !a sala de aulae ora dela. Pelo "e!os u" terço dos alu!os e!ca"i!9ados te" e!tre A e > a!os co"pletos, eD0 e!tre < e @ a!os co"pletosS A deles est& cursa!do a $ a ou a 2a sQries do pri"eiro grau.Tutro dado i"porta!te !esse leva!ta"e!to reere-se ao ato de que "etade das cria!ças

Page 112: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 112/218

0  #sicolo!ia e duca$*o+ ,esaios "e.iico-#ráticos

e!ca"i!9adas por proble"as de escolari#ação !ão teve !e!9u"a reprovação escolar. J pesquisa oi reali#ada !o "Ks de abril, ou seRa dura!te o terceiro "Ks letivo escolar,represe!ta!do - para "uitos dos alu!os e!ca"i!9ados - o i!+cio do processo de alabeti#açãoPode"os leva!tar co"o 9ipótese o car&ter preve!tivo do e!ca"i!9a"e!to, aspectotradicio!al"e!te prese!te !os progra"as "Qdicos e questio!&veis qua!do se trata da questão

escolar. Tu o car&ter apressado dos e!ca"i!9a"e!tos, que !ão leva" e" co!ta a ase deadaptação da cria!ça escola. Ts e!ca"i!9a"e!tos ora" eitos e" sua "aioria pela escola1=03, u"a parte pelos pais 12A3 e por outros proissio!ais, i!clui!do a &rea "Qdica 12?3.Parte desses dados co!ir"a-se por "eio de outro leva!ta"e!to reali#ado !a )egião (ul daCidade de (ão Paulo 1[rbi!atti et ai., op. cit.3, e!globa!do os bairros de %raRaU, $!terlagos eParel9eiros 1J)(-@3, e!tre os "eses de abril a Ru!9o de @@? sortea!do-se = dos pro!tu&riosde ate!di"e!to. Ts clie!tes das [!idades 5&sicas de (aUde dessa região da Cidade estão predo"i!a!te"e!te !a aiOa de > a 2 a!os 1>=3, são e" sua "aioria "e!i!os 1A?3, 9ave!doa partir dos 2 a!os "aior i!cidK!cia de "e!i!as ate!didas, co"parativa"e!te aos "e!i!os.(ão cria!ças que reqe!ta" a escola pUblica 1<23, se!do por ela e!ca"i!9ados paraate!di"e!to e" saUde 1=@3, co" predo"i!4!cia de diiculdades de apre!di#age" 1=>,=3.E"bora a quase totalidade das cria!ças e!ca"i!9adas te!9a i!iciado a escolari#ação or"al aos> a!os de idade, o pico dos e!ca"i!9a"e!tos est& !as idades de @ e 0 a!os 12>,@3, co" essas"es"as cria!ças cursa!do ai!da a 2a sQrie do Ciclo 5&sico, acu"ula!do duas ou trKsrepetK!cias.Ts dados aprese!tados aci"a, e"bora !ão co"pree!da" o co!Ru!to dos equipa"e!tos sociaisque ate!de" os e!ca"i!9a"e!tos psicológicos, represe!ta" dois seg"e!tos sig!iicativos !a&rea, tra#e!do i!or"açMes i"porta!tes. J pri"eira delas Q a co!statação da prese!ça "aciça dequeiOa escolar !os ate!di"e!tos reali#ados pelos psicólogos. J "aioria dos e!ca"i!9a"e!toseitos aos proissio!ais. E"bora !o Estado de (ão Paulo, a partir de @<?, te!9a sido i"pla!tada a proposta do Ciclo 5&sico de alabeti#ação, e!globa!doa $a e 25 sQries do pri"eiro grau, o qual abole a reprovação !a passage" de u"a para outra sQrie, a reprovação eOiste de u"a outra"a!eira. Js cria!ças !ão são oicial"e!te reprovadas, "as !ão sae" do Ciclo 5&sico. Ts dados atuais a!alisa" a eOistK!cia dev&rias classes e" que alu!os que i!gressara" aos > a!os e !ela per"a!ece" atQ os @ e 0 a!os. Pesquisa rece!te sobre o Ciclo5&sico Q aprese!tada por (ilvia ele!a ;ieira Cru#, T Ciclo 5&sico co!stru+do pela escola.

Page 113: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 113/218

 A Iiiei?a scolar na Forma$*o de #sic.lo!os+ ,esaios e #ers)ecti:as

e Psicologia reere-se a proble"as atribu+dos s cria!ças !o processo - apre!di#age" escolar.J!alisa!do a aiOa et&ria das cria!ças e!ca"i!9adas e a sQrie que estão cursa!do, pode di#er-seque a escola co!sidera que seus alu!os aprese!ta" proble"as ta!to !o i!+cio -6 processo dealabeti#ação qua!to !a sua co!ti!uidade !as pri"eiras sQries. Tu seRa, as c9a"adasdiiculdades de apre!di#age" i!cide" sobre as cria!ças i!gressa!tes e" algu!s

leva!ta"e!tos atQ !a "es"a proporção que !aquelas que ora" reprovadas.Esses dados preli"i!ares ta"bQ" i!dica" que a alter!ativa do e!ca"i!9a"e!to paraate!di"e!to "Qdico e psicológico das diiculdades de apre!di#age" Q o "odelo praticado porgra!de parte dos proessores e diretores das escolas.8ais evidK!cias re"ete"-!os questão da or"ação do psicólogo para lidar co" a queiOaescolar, obReto dessa pesquisa. Jo reali#ar"os esse trabal9o quere"os, aci"a de tudo, tra#er aqueiOa escolar para o ce!tro da discussão da or"ação do psicólogo, e!ati#a!do aco"pleOidade de sua !ature#a, discuti!do as co!cepçMes prese!tes e!tre os proessores a seurespeito e a!alisa!do as alter!ativas de ate!di"e!to que os cursos de or"ação vK" oerece!doao uturo psicólogo.

 A #esquisa

 A pesquisa oi reali#ada e" @@= e" quatro i!stituiçMes u!iversit&rias de or"ação e"Psicologia !a Capital. Parti"os da co!cepção que os proessores dessas i!stituiçMes de e!si!osão deposit&rios da própria 9istória da Psicologia !o 5rasil, co!stitui!do, por "eio de açMesi"ersas !essa 9istoricidade, sua pr&tica proissio!al. Esse co!9eci"e!to !ão Q 9o"ogK!eo ouest&tico, "as est& e" co!sta!te co!ro!to co" questio!a"e!tos e desaios que se a#e" prese!tes !as teorias que e"basa" o pe!sa"e!to psicológico, !as cr+ticas teórico-"etodológicas da &rea, !as questMes i"postas pela pr&tica di&ria.J prese!ça do pesquisador te" ta"bQ" u" eeito i"porta!te a ser co!siderado, "edida quesuas questMes, por u" lado, relete" i!quietudes e" sua &rea de atuação e estudo e, por outro, possibilita" que tais releOMes seRa" co"partil9adas e atQ certo po!to discutidas co" seus pares. J i!te!ção dessa pesquisa !ão Q pois avaliar o trabal9o reali#ado pelos colegas proessores. Jo a!alisar a questão

Page 114: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 114/218

2 #sicolo!ia c duca$*o+ ,esaios "e.iico-#rátkos

da queiOa escolar !a or"ação do psicólogo, prete!de"os i!iciar u" di&logo co" os colegas arespeito da co"pleOidade da !ature#a dos e!"e!o estudado - a queiOa escolar -, para e!tãotecer co!sideraçMes sobre as alter!ativas de ate!di"e!to psicológico oerecida-J queiOa escolar se a# prese!te e!qua!to obReto de estudo em pelo "e!os duas gra!des &reas

do curso6 !as discipli!as ligadas- -Psicologia Escolar, "ais especiica"e!te e" PsicologiaEscolar e Proble"as de Jpre!di#age" e7ou Psicologia Educacio!al, e nas discipli!as ligadas Psicologia Cl+!ica, pri!cipal"e!te e" Psicodiag!óstico.Cada u"a dessas &reas aprese!ta suas propostas de ate!di"e!to cria!ça que c9ega u!iversidade por proble"as escolares, por "ede pr&ticas de atuação co" a cria!ça e sua a"+lia,ou ai!da co" a escola. Esse trabal9o Q reali#ado ta!to !as discipli!as qua!to !os est&giossupervisio!ados. Para que o trabal9o pr&tico !a or"ação do psicólogo aco!teça, as i!stituiçMesor"adoras oerece" serviços de ate!di"e!to ao pUblico ligados s discipli!as e sob orie!taçãoe3 supervisão de proessores, !a sua "aioria, co" v&rios a!os de eOperiK!cia !a &rea.T i!teresse e" co!9ecer os "odelos de ate!di"e!to reere!te queiOa escolar !a or"ação do psicólogo co!du#iu-!os a esses dois espaços i!stitucio!ais6 s discipli!as e aos est&giosreali#ados na &rea de Psicologia Escolar, e s discipli!as e aos est&gios reere!tes &rea de

Psicologia Cl+!ica reali#ados por "eio da Cl+!ica-Escolar Parti!do de leva!ta"e!tos R& reali#ados, aprese!tados !o i!+cio deste trabal9o, sabe"os que acria!ça, ao aprese!tar u" proble"as !a escola, te", !a Cl+!ica-Escola, c seu pri!cipal recurso para 6 diag!óstico e trata"e!to dessa queiOa. Jo "es"o te"po que !os depara"os co" u"ade"a!da tão "assiva de clie!tes co" o "es"o tipo de queiOa - queiOa escolar -, do po!to devista da or"ação proissio!al, Q !a &rea da Psicologia Cl+!ica que se or"a a "aior parte dos psicólogos. Essas duas co!stataçMes leva"-!os a aprou!da a leitura das queiOas e a a!&lise das pr&ticas de ate!di"e!to oerecidas !essa &rea s cria!ças e aos adolesce!tes e!ca"i!9ados pelas escola por aprese!tare" diiculdades !o processo de escolari#ação. 'osso i!teresse est&e" co!9ecer, porta!to, que tipo de ate!di"e!to recebe", co"o são i!terpretadas e a!alisadasessas diiculdades escolares e quais be!e+cios, para o processo de escolari#ação desses alu!os,resulta" dessa ação proissio!al.

Page 115: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 115/218

 A Iuei?a scolar na Forma$*o de #sic.lo!os+ ,esaios e #ers)ecti:as ?

T ate!di"e!to ao clie!te !a perspectiva cl+!ica, !a or"ação psicológica, co"pree!de trKsetapas6 a triage", o psicodiag!óstico e o trata"e!to, isto Q, as psicoterapias. Ce!tra"os o !ossotrabal9o de leva!ta"e!to de dados !as ases de triage" e psicodiag!óstico, procura!do utili#aros dados co"o "ais u" i!stru"e!to de caracteri#ação das Cl+!icas-Escola e" relação clie!tela que ate!de", siste"&tica de ate!di"e!to, s pr&ticas psicológicas levadas a eeito e"

relação s ases de diag!óstico e e!ca"i!9a"e!to, be" co"o li!9a teórica adotada para areali#ação de tais ate!di"e!tos.T espaço de ate!di"e!to ao clie!te tor!a-se u" local o!de o alu!o reali#a o que co!sidera serde ato u" psicólogo. Esse ate!di"e!to Q eito sob supervisão de u" proessor que aprese!ta eorie!ta o trabal9o co" o clie!te por "eio de suas co!cepçMes sobre co"o i!terpretar o discursodesse clie!te, leva!ta!do 9ipóteses sobre sua queiOa i!icial, da!do K!ase a aspectos do discursoatQ e!tão pouco co!siderados pelo alu!o, i!tegra!do os co!9eci"e!tos teóricos estudados e"discipli!as "i!istradas a!terior"e!te. essa or"a, a &rea de Psicologia Cl+!ica Q a queco!grega o "aior !U"ero de proessores e supervisores para que o aco"pa!9a"e!to doate!di"e!to ao clie!te seRa o "ais próOi"o poss+vel e, porta!to, de "el9or qualidade.Por "eio desta pesquisa procura"os, porta!to, respo!der s segui!tes pergu!tas6a. Co"o os proessores e7ou psicólogos que estrutura" os cursos de Psicologia Escolar eProble"as de Jpre!di#age" e as discipli!as de Psicodiag!óstico e" Psicologia Cl+!icae!te!de" os e!ca"i!9a"e!tos por diiculdades !o processo de escolari#açãoX b. Co"o Q eito o ate!di"e!to a proble"as escolares pelas Cl+!icas-Escola e" Psicologia e pelos est&gios levados a eeito !as discipli!as da &rea de Psicologia EscolarX Nuais as pr&ticasterapKuticas a!te as queiOas escolaresX E" que pressupostos teóricos se baseia"Xc. Co"o esses "odelos de co"pree!são e ate!di"e!to da queiOa escolar estão se!doveiculados aos alu!os do curso de PsicologiaXd. Co"o as discipli!as de Psicologia Escolar e de Psicologia Cl+!ica vK" se apropria!do dosava!ços teórico-"etodológicos a respeito da queiOa escolarX

Page 116: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 116/218

D #sicolo!ia e duca$*o+ ,esaios "e.rico-#ráticos

e. Nue preocupaçMes se a#e" prese!tes !a or"ação do psicólogo reere!te s queiOasescolaresXPara co"pree!der "el9or as co!cepçMes e as pr&ticas que orie!ta" o ate!di"e!to queiOaescolar prese!tes !a or"ação 6 psicólogo, leva!ta"os i!or"açMes e" quatro !+veis6

a. Curricular6 abra!ge!do o progra"a geral de cada u" dos cursos e as discipli!as relativas or"ação !as &reas de Psicologia Escolar e Psicologia Cl+!ica, co" seus respectivos co!teUdos progra"&ticos. b. iscursivo, por "eio de e!trevistas co" os proessores das rr eridas discipli!as e7oucoorde!adores das discipli!as de est&gio supervisio!ado, quer e" Psicologia Escolar, quer e"Psicologia Cl+!ica, e" u" total de vi!te e!trevistas gravadas.c. ocu"e!tal, le!do e a!alisa!do os pro!tu&rios de ate!di"e!to queiOa escolar dasCl+!icas-Escola.d. E"p+rico, por "eio de observaçMes de ca"po6 participação e" algu!s e!co!tros desupervisão !as duas discipli!asS observaçMes e" espaços i!or"ais da i!stituição, co"o, poreOe"plo, a sala de espera da Cl+!ica-Escola, a sala dos proessores e a recepção das Cl+!icas-Escola.

>s 6urrículos5K J docu"e!tação curricular co!stitui-se basica"e!te das e"e!tas e progra"as de cursooerecidas !as &reas de Psicologia Cl+!ica e Psicologia Escolar reere!tes s discipli!as e aosest&gios das duas &reas. 'o caso da &rea Cl+!ica, !osso i!teresse ce!trou-se !as discipli!asligadas ao Psicodiag!óstico. 6^J docu"e!tação curricular oi coletada de duas "a!eiras6 a3 a partir da secretaria dos cursos dePsicologiaS b3 solicitada pelo pesquisador aos proessores respo!s&veis, ao se age!dar ae!trevista i!dividual.Jcredita"os que esse procedi"e!to gara!tisse, por u" lado, o acesso progra"ação oicial, be" co"o s "uda!ças ocorridas !os obRetivos do curso e e" seu co!teUdo e bibliograia.

Page 117: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 117/218

 A Iuei?a scolar na Forma$*o de #sic.lo!os+ ,esaios c !erspectivas 11%

>s ,iscursosTpta"os, pri"eira"e!te, por e!trevistar proessores das duas &reas e" questão PsicologiaCl+!ica e Psicologia Escolar e que tivesse" relação direta co" o ate!di"e!to queiOaescolar.T quadro de proessores e!trevistados orga!i#ou-se da segui!te "a!eira6&nstitui!'es de nsino uperior * + , -

Coorde!ador de C*ca-Escola 1 1 1 1

Proessor de Psicologia Escolar1discipli!a3

1 1 1

Proessor de Psicologia 1est&gio3 1 1 1

Proessor da &rea de Psicologia C*cae" Psicodiag!óstico

1 1 1

/otal 4 8 4 4

J e!trevista i!icial oi reali#ada co" cada u" dos coorde!adores das quatro Cl+!icas-Escola pesquisadas e, por "eio dela, prete!de"os ati!gir pelo "e!os quatro obRetivos6a. Jprese!tar a proposta de trabal9o a ser dese!volvida. b. (aber das possibilidades de esta ser viabili#ada !a i!stituição.c. Leva!tar o co!Ru!to de proessores da &rea que atue" direta"e!te co" a queiOa escolar.d. Estabelecer laços de co!ia!ça para viabili#ação do trabal9o de pesquisa. 'a &rea de Psicologia Escolar, os co!tatos i!iciais da pesquisadora ora" eitos a partir dos proessores da &rea de est&gio supervisio!ado. 'as u!iversidades pesquisadas, o curr+culo de

or"ação

Page 118: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 118/218

A #sicolo!ia e duca$*o+ ,esaios "e.rico-#mttcos

 prevK a opção por &reas !o Ulti"o a!o letivo, a#e!do co" q "aioria delas, a discipli!a teóricaseRa "i!istrada dura!te o te a!o da or"ação e os est&gios reali#e"-se a partir do quarto a!ocurso, co" "aior co!ce!tração !o Ulti"o a!o. Ts proessores discipli!as e de est&giosupervisio!ado, e" geral, são diere!tes e a"bos ora" e!trevistados e" virtude do obRetivo da

 pesquisa.Ts pri!cipais te"as co!siderados !o roteiro de e!trevista r os segui!tes6 a co!stituição doco!teUdo progra"&tico do curso, pri!cipais questMes e te"as abordados !a progra"ação, avisão u possui dos proble"as escolares, os pressupostos teóricos que e"basa" a i!terpretaçãoda queiOa escolar, as propostas de ate "e!to para os proble"as de escolari#ação, a avaliação daeic&cia das terapias i!dicadas, as repercussMes do ate!di"e!to psicológico !a vida escolar dascria!ças, a reali#ação dos laudos psicológicos o papel dos testes psicológicos !a avaliação daqueiOa escolar.Parti"os da co!cepção de que !a vida cotidia!a, o saber especiali#ado do proessor supla!taqualquer peril ou progra"a i!or"ativo. essa or"a, solicita"os ao e!trevistado o relato desua 9istória proissio!al, be" co"o suas releOMes a respeito da queiOa escolar que gerara""uda!ças e" sua pr&tica. J opção pela e!trevista !ão sig!iicou despre#ar os docu"e!tos e

 progra"as oiciais de curso que são aprese!tados i!stituição e aos alu!os dura!te o i!+cio d©se"estre letivo. Pelo co!tr&rio, procura"os atuali#&-los o "ais poss+vel, solicita!do-os ao i!alda e!trevista co" cada u" dos proessores, possibilita!do, assi", a!alisar as te!dK!cias atuaisda &rea e" relação s questMes da escolari#ação.

>s ,ocumentosCada u"a das cl+!icas visitadas recebe a!ual"e!te, e" "Qdia. A00 pacie!tes e!tre cria!ças,adolesce!tes e adultos. esse co!Ru!to de pacie!tes, u" gra!de !U"ero de e!ca"i!9a"e!tos Qde cria!ças e!tre A e D a!os, prove!ie!tes de escolas pUblicas co" a queiOa de que !ãoapre!de" ou aprese!ta" proble"as de "au co"porta"e!to !a escola.2

2. Ts pri!cipais leva!ta"e!tos sobre a caracteri#ação das Cl+!icas-Escola ora" reali#ados por *ar+lia J!co!a-Lope# 1op. cit.3SEdHiges (ilvares 1op.cit.36 (usa!a 5orges 1@@D3 .

Page 119: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 119/218

 A Iuei?a scolar na- Forma$*o de #sic.lo!os@ ,esaios e #ers)ecti:as >

J pri!cipal porta de e!trada i!stitucio!al da queiOa escolar Q, porta!to, a Cl+!ica-Escola. Jleitura dos pro!tu&rios para o leva!ta"e!to de i!or"açMes e" Cl+!icas-Escola das quatrou!iversidades durou aproOi"ada"e!te oito "eses. 'esse leva!ta"e!to, eito por a"ostrage",sortea"os ?0 dos pro!tu&rios de clie!tes e!tre A e D a!os que se i!screvera" dura!te o a!ode @@?. estes, 2A< aprese!tara" queiOa escolar, ou seRa, >< da a"ostra. Esse sorteio oi

eito a partir do leva!ta"e!to i!icial de todos os i!scritos !o a!o de @@?, registrados e" u"livro de i!scriçMes prese!te e" todas as Cl+!icas-Escola.?

& diere!ças sig!iicativas !o pri"eiro co!tato da Cl+!ica-Escola co" o clie!te. & ic9as quesão basta!te detal9adas, i!clui!do i!or"açMes sobre a co!dição socioeco!"ica a"iliar e desaUde geral e "e!tal. J "aioria delas, porQ", !o caso das cria!ças ate!didas, !ão tra#i!or"açMes a respeito da escolaridade, ica!do di+cil ao pesquisador e!co!tr&-las. ["a partesig!iicativa dos dados escolares oi rastreada por "eio da e!trevista i!icial e e" algu!s casos!ão oi e!co!trada dura!te toda a triage", "es"o que a queiOa i!icial osse escolar. 'os pro!tu&rios da a"ostra, t+!9a"os, a pri!c+pio, dois grupos de clie!tes6 os casos so"e!tetriados 1clie!tes que participara" de u"a ou "ais e!trevistas de triage"3 e os casos triados eate!didos 1clie!tes que passara" pelo processo psicodiag!óstico3.Ts pro!tu&rios a!alisados totali#a" 2A< casos, se!do 20> triados e A ate!didos.Co!sidera"os co"o queiOa escolar os relatos e" que6 a3 a escola e!ca"i!9ava para avaliação psicodiag!ósticaS b3 a escola pedia u"a avaliação psicológica para e!ca"i!9a"e!to para aClasse Especial para eicie!tes *e!tais LevesS c3 os proissio!ais de saUde solicitava"avaliação psicológica por proble"as escolaresS d3 os pais clara"e!te se reeria" a proble"as !aapre!di#age" e de co"porta"e!to !a escolaS e3 os pais di#ia" que a cria!ça se !egava a ir escola.T critQrio que utili#a"os para a classiicação das queiOas co"o escolares baseou-se !a leituradas e!trevistas de triage". J triage" Q o pri"eiro co!tato e!tre clie!te e psicólogo e, e" geral,a ala de abordage" do proissio!al ou estagi&rio Q co" o obRetivo de o clie!te?. 'a reali#ação deste leva!ta"e!to co!ta"os co" a participação de alu!o da graduação... Lara.

Page 120: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 120/218

< #sicolo!ia e duca$*o+ ,esaios "e.rico-#ráticos

eOplicitar o "otivo pelo qual est& se co!sulta!do. J e!trevista S reali#ada co" os pais ourespo!s&veis pela cria!ça ou adolesce!tes e!ca"i!9ado Cl+!ica-Escola. Tpta"os, e!tão, pelae!trevista i!icial, por acreditar"os que, !esse "o"e!to, o clie!te te" a oportu!idade deaprese!tar o que de ato l9e alige, se" que as 9ipóteses ou pergu!tas do psicólogo i!terira"

"ais eOplicita"e!te e" suas co!sideraçMes e releOMes.E!tre os pro!tu&rios sorteados, escol9e"os ci!co de cada i!stituição para lK-los e" suatotalidade, a!alisa!do detal9ada"e!te processo de triage" e de psicodiag!óstico6 suascaracter+sticas, 9ipóteses diag!osticas, questMes eitas pelo psicólogo a"+lia e cria!ça,e!ca"i!9a"e!tos, e!tre outros. T obRetivo da leitura Q respo!der s pergu!tas or"uladasa!terior"e!te sobre a co!cepção de queiOa escolar prese!te.

 As o%ser:a$9es de cam)oJlgu"as situaçMes !ão previstas pelo pesquisador, "edida que ora" aco!tece!do !o processo de pesquisa, passara" a a#er parte de u" di&rio de ca"po. J!ot&va"os situaçMesepisódicas, que pudera" eOplicitar "ais clara"e!te o co!teOto i!stitucio!al e" que osate!di"e!tos queiOa escolar aco!tece".

> )rocesso de análiseE" relação aos progra"as de curso das &reas de Psicologia Cl+!ica e Psicologia Escolar procura"os a!alisar6 a3 as co!cepçMes predo"i!a!tes e" relação queiOa escolarS b3 asabordage!s de ate!di"e!to queiOa escolar veiculadas !as duas &reasS c3 as discrep4!cias ese"el9a!ças e!tre as propostas de ate!di"e!to queiOa prese!te !a discipli!a e !o est&gioS d3 o processo de apropriação dos ava!ços !a &rea qua!to queiOa escolar.Co" relação a!&lise das e!trevistas, parti"os das co!sideraçMes "etodológicas de Nueiro#1@<?3 e co!sidera"os co"o te"as ce!trais de a!&lise6 a3 a co!cepção de queiOa escolar prese!te e que !orteia a or"ação do alu!o !a &rea de atuação Cl+!ica ou EscolarS b3 a propostade ate!di"e!to queiOa escolar prese!te !as discipli!as

Page 121: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 121/218

 A Iuei?a scolar na Forma$*o de #sic.lo!os+ ,esaios e #ers)ecti:as@

&reas de Psicologia Cl+!ica e de Psicologia EscolarS c3 a prese!ça : eOperiK!cia proissio!al !a &rea e sua relação co" a queiOa escolarS 6 a utili#ação dosi!stru"e!tos psicológicos de avaliação !o caso da queiOa escolarS e3 os laudos psicológicos e ose!ca"i!9a"e!tos 6ora as Classes Especiais para eicie!tes *e!taisS e3 as "uda!ças

corridas !o curso e e" que circu!st4!cias ocorrera"S 3 as questMes leva!tadas pelo e!trevistadoe" relação queiOa escolar.Procura"os, por "eio desse processo de a!&lise, resgatar as versMes e os sig!iicados atribu+dos pelos e!trevistados a cada u" dos te"as abordados, $lustra"os as versMes co" trec9os daer!a!dae!trevista gravada, a!alisa!do e" que aspectos se co"ple"e!ta", se co!tradi#e",co!verge" ou diverge". Tu seRa, procura"os de"o!strar as diere!ças e se"el9a!ças prese!tes!os discursos de proessores que perte!ce" "es"a i!stituição e que, porta!to, participa" daor"ação dos alu!os e" relação ao ate!di"e!to queiOa escolar.

 Rele?9es a )artir da )esquisaEsse trabal9o de pesquisa procurou respo!der duas pergu!tas6 co"o os psicólogos entendem eatendem a queiOa escolar !o curso de Psicologia.Js a!&lises dos progra"as de curso, e!trevistas e pro!tu&rios per"ite"-!os co!siderar a prese!ça de diere!tes co!cepçMes co" v&rios "ati#es e" relação queiOa escolar !a or"açãodo psicólogo. *as, de "a!eira geral, ta!to os psicólogos escolares qua!to boa parcela dos psicólogos cl+!icos a#e" cr+ticas a respeito da escola, 'o caso dos proessores da &rea Cl+!ica,essa cr+tica aparece por "eio do co!ceito de proble"as de apre!di#age", prove!ie!te de u"acerta co!cepção psica!al+tica rece!te, de!o"i!ada psicopedagógica, ou por "eio de "odelos psicodiag!ósticos, de!o"i!ados i!terve!tivos, que i!clue" a visita escolar. 'o caso dos proessores da &rea Escolar, tais cr+ticas baseia"-se e" u"a leitura da escola que i!clui aco!cepção de racasso escolar.Js "aiores diere!ças e!tre os proessores ta!to da "es"a &rea qua!to de &reas disti!tasreside" !as eOplicaçMes a respeito das diiculdades !o processo de escolari#ação e !oate!di"e!to a ser dado queiOa escolar. 'e" se"pre a prese!ça de co!cepçMes cr+ticas !os

 progra"as de Psicologia Escolar questio!a o co!ceito de proble-

Page 122: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 122/218

20 #sicolo!ia c duca$*o+ ,esaios "e.rico-#ráticos

"as de apre!di#age". 8ais co!cepçMes são, por algu!s proesse da &rea, co!sideradas co"oa!&lises sociológicas que !ão se tradu#e6 e" açMes poss+veis ao psicólogo. 'as discipli!as de est&gio, 9& diere!ças "arca!tes qua!to í ate!di"e!to queiOa escolar !as&reas Cl+!ica e Escolar. 'os est&gios da &rea Cl+!ica, a queiOa escolar Q ate!dida co"o u" caso

cl+!icos i!dividual, cuRas causas são buscadas a partir de 9ipóteses ce!trada e" proble"asa"iliares e i!dividuais. 'a &rea de Psicologia Escola os ate!di"e!tos queiOa escolar sãoreali#ados e" u"a abordage" psicopedagógica cl+!ica, co" ate!di"e!tos i!dividuais ougrupai6 cuRa pr&tica, e" algu!s casos, se aproOi"a do ate!di"e!to cl+!ico c pri!cipal"e!te, por"eio de u"a abordage" i!stitucio!al, co!sidera!do que os proble"as de apre!di#age" sãoco!seqK!cia dS proble"as vividos !a escola. 'o discurso dos proessores observa-se u" "ovi"e!to de tra!sição de posiçMes "aistradicio!ais de a!&lise da queiOa escolar, para questio!a"e!tos reere!tes6 a3 qualidade daescola pUblica oerecida atual"e!te s cria!ças e aos adolesce!tesS b3 participação dos psicólogos !a reali#ação de laudos psicológicos para as escolas e aos e!ca"i!9a"e!tos psicológicos para as Classes EspeciaisS c3 utili#ação dos testes de "edida para avaliação daqueiOa escolar.

Ts pro!tu&rios, por sua ve#, revela" u"a co!cepção de queiOa escolar "ais co!servadora aoco!siderar co"o pri!cipal causa das diiculdades de escolari#ação proble"as oriu!dos das próprias cria!ças 1aspectos de perso!alidade, org4!icos e cog!itivos3 e "uito reqe!te"e!te derelaçMes a"iliares "al resolvidas. Tu seRa, o discurso cr+tico que se vislu"bra e!tre os proessores e!trevistados ai!da !ão se co!creti#ou !a "odiicação das eOplicaçMes queiOaescolar e, por co!segui!te, !o ate!di"e!to dado aos e!ca"i!9a"e!tos por proble"as deescolari#ação. E"bora a Psicologia te!9a a"pliado o seu 4!gulo de visão da i!tra e dai!tersubRetividade, pela co!sideração de seus deter"i!a!tes sócio-9istóricos, a prese!ça das!ovas co!cepçMes da queiOa escolar ai!da Q e!golida por u"a leitura )sicolo!izante e e" "uitoscasos )atolo!izante do processo de escolari#ação.J que atribuir a diiculdade da passage" de u" discurso )sicolo!izante para u" discursocr+ticoX Tu, ai!da, o que i"plica para o psicólogo a superação do e!te!di"e!to e da pr&ticacl+!icos qua!do se trata da queiOa escolarX

Page 123: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 123/218

 A Iuei?a scolar na Forma$*o dt #sic.lo!os+ ,esaios e #ers)ecti:as 2

Jlgu"as releOMes !os ocorre" !esse se!tido. J pri"eira delas baseia-se !as a!&lises cr+ticasaprese!tadas por Jg!es eller 1@>23, prese!tes !a ep+grae desse cap+tulo, ao reerir-se aodo"+!io da vida cotidia!a !a realidade social e" que vive"os. J "a!eira cotidia!a de pe!saro "u!do se, por u" lado, Q !ecess&ria !ossa sobrevivK!cia, co"o co!sidera eller, por outro,i!vade, e" deter"i!ados "o"e!tos 9istóricos, outras eseras da vida, i!clui!do a ciK!cia, o

 pe!sa"e!to cie!t+ico e, porta!to, a Psicologia e as pr&ticas psicológicas.esde a sua orige", !a "etade do sQculo Z$Z, !o boRo da sociedade capitalista, predo"i!a !aPsicologia u"a co!cepção tQc!ica. Ts psicólogos são "ais psico"etristas do que i!telectuaisvoltados para a produção do co!9eci"e!to sobre o 9u"a!o. $sso se deve ao ato de aPsicologia, ao se co!stituir e!qua!to ciK!cia, !os "oldes positivistas, ter re!egado a ilosoia. Jrag"e!tação do co!9eci"e!to e, porta!to, a especiali#ação !a &rea das CiK!cias u"a!as e(ociais criara" a divisão de discipli!as, perde!do co!tato u"as co" as outras.J orte prese!ça da psico"etria ai!da !os cursos de Psicologia ta"bQ" pode ser a!alisada sob o4!gulo da ep+grae de eller. J vida cotidia!a orie!ta-se por v&rios aspectos, e!tre eles o prag"atis"o, isto Q, !a cotidia!idade Q verdadeiro o que u!cio!a. Essa visão est& prese!te !aco!cepção tQc!ica do psicólogo e!qua!to psico"etrista.J segu!da releOão reere-se ao que se co!ve!cio!ou c9a"ar de atribuiçMes espec+icas do psicólogo e da Psicologia ou ai!da as pr&ticas que dei!e" a proissão e a ide!tidade proissio!al do psicólogo e" u"a sociedade de classes. Jssu"ir u"a leitura cr+tica a respeitoda queiOa escolar sig!iica aceitar a cr+tica !o i!terior da própria Psicologia, desvela!do seusaspectos ideológicos e as relaçMes de poder !ela eOiste!tes 1Patto, @<DS eleule, @>23. $"plicata"bQ" a redei!ição das co!cepçMes e pr&ticas do psicólogo voltadas para u" outroco"pro"isso6 co" o 9u"a!o ge!Qrico, co"o !os ala eller, ou co" o opri"ido, co"o apo!tareire, ou ai!da co" o eOclu+do, co"o a!alisa *alta Ca"pos. T papel que tradicio!al"e!tedei!e o psicólogo, a saber, u" proissio!al que tra!sita pela subRetividade e propMei!terpretaçMes aos se!ti"e!tos e s açMes dos i!div+duos, aprisio!a-o !esse lugar. $"pede-o,"uitas ve#es, de acreditar !a própria capacidade de observação e releOão a respeito de

Page 124: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 124/218

22  #sicolo!ia c 5duca$*o+ ,esaios "e.rico-#ráticos

u" suReito real, ou, o que Q pior, a# co" que acredite que, ao co!siderar o suReito real, esteRaultrapassa!do os li"ites da di"e!são psicológica e perde!do, porta!to, a ide!tidade proissio!al, deiOa!do oS ser psicólogo.Js a!&lises das i!stituiçMes pesquisadas re"ete"-!os a algu"a releOMes i!ais qua!to aoentendimento e ao atendimento queiOa escolar, J pri"eira delas e" relação s co!cepçMes

cr+ticas e a "uda!ça da co"pree!são dos "otivos da queiOa escolar. J segu!da reere-se aoi"porta!te papel que a pesquisa rece!te, voltada a desvelar as relaçMes de poder eOiste!tes !aescola, ve" dese"pe!9a!do !a co"pree!são da queiOa escolar. E o terceiro po!to discute  prese!ça co!sta!te da a"+lia !os pro!tu&rios e ate!di"e!tos psicológicos, co"o aquela sobre aqual u"a certa Psicologia ve" deposita!do, ta!to a orige" das diiculdades de escolari#açãoqua!to as possibilidades de "uda!ça dos proble"as escolares.

> discurso crítico so%re a escola )recisa :ir acom)anhado doquestionamento dos a )ro%lemas de a)rendiza!em5 E"bora cada u" dos reere!ciais teóricos utili#ados pela Psicologia para eOplicar os proble"asde apre!di#age" 1a"bie!talista, i!teracio!ista, be9aviorista3 pudesse ava!çar !a eOplicação doracasso escolar, "a!tivera"-se co"o eiOo de a!&lise ora os aspectos reere!tes ao psiquis"o e

ao dese!volvi"e!to do i!div+duo, ora os aspectos "era"e!te pedagógicos.Co!sidera"os que a ruptura co" essa a!&lise só aco!teça "ais rece!te"e!te a partir dautili#ação de reere!cial teórico que articule !+veis de a!&lise tradicio!al"e!te abordadosseparada"e!te, a saber as eseras i!dividual 1subRetividade3 e social 1realidade social3,e i!clua aco"pleOidade dos processos de escolari#ação e" u"a sociedade de classes, !as quais cria!çassão tratadas desigual"e!te e" ra#ão do grupo social a que perte!ce".J co!cepção teórica que !os per"ite a!alisar o processo de escolari#ação e !ão os proble"asde apre!di#age" desloca o eiOo da a!&lise do i!div+duo para a escola e o co!Ru!to de relaçMesi!stitucio!ais, 9istóricas, psicológicas, pedagógicas que se a#e" pre-

Page 125: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 125/218

 A Iuei?a scolar na Forma$*o d-e #sic.lo!os+ ,esaios e #ers)ecti:as 2?

se!tes e co!stitue" o dia-a-dia escolar. Tu seRa, os aspectos psicológicos são parte do co"pleOou!iverso da escola, e!co!tra!do-se i"bricados !as "Ultiplas relaçMes que se estabelece" !o processo pedagógico e i!stitucio!al !ela prese!tes.Co!sidera"os tal co!cepção u"a ruptura co" as eOplicaçMes a!teriores sobre o racasso escolar  pois, co"o pude"os observar, o ce!tro do ol9ar era psicológico, ce!trado !o i!div+duo e e"

suas relaçMes. 'ão se trata, porta!to, de u"a a"pliação do co!teOto co"o observa"os co" autores que busca" relaçMes e!tre psica!&lise e "aterialis"o 9istórico, ou ai!da co" a psicogK!ese, "assi" de ruptura co" u"a leitura que desco!sidera a escola e!qua!to positividadeD e quea!alisa as diiculdades !o processo de escolari#ação co"o proble"as de apre!di#age" e estesco"o si!to"a de questMes e"ocio!ais prou!das.J perspectiva que co!sidera o processo de escolari#ação e!ati#a que a escola Q o espaço e"que relaçMes sociais e i!dividuais se articula" e" u"a rede de relaçMes co"pleOas e que precisa" ser a!alisadas co"o tal. Tu seRa, qua!do o psicólogo recebe u"a queiOa escolar, estaco!stitui-se e" u" rag"e!to de u"a co"pleOa rede de relaçMes sociais que a)riori esse proissio!al desco!9ece e" virtude da co"pleOidade do e!"e!o e da or"ação restrita querecebe.T psiquis"o Q u" dos aspectos co!stitutivos do processo de escolari#ação e, ao elegK-lo co"o oaspecto ce!tral de sua a!&lise, o psicólogo i!corre !o erro de despre#ar i!U"eras outrassituaçMes que, segu!do v&rias pesquisas !a &rea educacio!al aprese!ta", são co!stitutivas deaçMes reali#adas pelas cria!ças e de reaçMes a deter"i!ados co!teOtos eOtre"a"e!te 9ostis. E,"ais do que isso, eOplicita o ato de que o proissio!al psicólogo desco!9ece o que se passa !aescola, !ão te!do a di"e!são de que o racasso ou o sucesso !oD. Co!ceber a escola e!qua!to positividade. !o se!tido aprese!tado por Vusta E#peleta, e" BBPesquisa Participa!te, Q partir daa!&lise dos processos e "eca!is"os que aco!tece" !a escola, da "a!eira co"o a escola se orga!i#a, das diere!tes "odalidadesco" que a proessora trabal9a pedagogica"e!te co" seus alu!os, da li!guage" que utili#a, dos valores que dee!de, dos co!litosque vivK!cia e" seu a"bie!te de trabal9o, dos saberes doce!tes que co!struiu e" sua pr&tica proissio!al, da "a!eira co"o serelacio!a co" seu si!dicato, co" os pais, as co!cepçMes que possui sobre o bairro, seus "oradores, das eOpectativas e" relação aseus alu!os, e!i", de u"a escola que adquire vida e sua "a!eira de se orga!i#ar, !o e!co!tro co" as pol+ticas estatais.

Page 126: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 126/218

1#4  #sicolo!ia e duca$*o+ ,esaios "e.rico-#ráticos

 processo de apre!di#age" escolar Q "uito "e!os deter"i!adoS questMes i!dividuais do que por"eca!is"os i!stitucio!ais e pol+ticos.J co!cepção teórica que parte da co!sciK!cia pol+tica da eOclusão= de parcelas sig!iicativas da população do processo de escolari#ação, ao se apropriar de deter"i!adas "etodologias de pesquisa, ve" procura!do dar co!ta da co"pleOidade do processo de escolari#ação. J"plia-se a

co!cepção sobre a Educação escolar, !ão ape!as e!qua!to u!ção de sociali#ação. *as recuperao papel pol+tico do processo educacio!al escolar6 a escola te" u" papel u!da"e!tal !ade"ocrati#ação do estado, 5 )or e?celência um centro deorma$*o de cidadania50 co"o air"aeort 1@@=3A. 'o 5rasil, a cr+tica teórica prese!te !o trabal9o reali#ado por Patto 1@@03, de!o"i!ado J produção do racasso escolar6 9istóriash de sub"issão e rebeldia, tra# para o ce!tro da pesquisaeducacio!alB a questão das ra+#es do racasso escolar das escolas pUblicas brasileiras. Joa!alisar o percurso 9istórico do pe!sa"e!to educacio!al brasileiro, a autora coloca-!os re!te are!te co" co!stataçMes que "uda" o ru"o da a!&lise dos c9a"ados proble"as deapre!di#age" e ro"pe" co" as eOplicaçMes tradicio!ais atQ e!tão prese!tes !a literatura psicológica e pedagógica e" !osso pa+s.Ts pri!cipais argu"e!tos de seu trabal9o estão, e" pri"eiro lugar, !o ato de que os proble"asde apre!di#age" i!cide" "aciça"e!te sobre as cria!ças das classes populares e Q sobre elasque dura!te dQcadas recae" as eOplicaçMes a respeito dos c9a"ados proble"as deapre!di#age"6 ou porque aprese!ta" proble"as psicológicos, ou biológicos ou, "aisrece!te"e!te, culturais, e a!alisa" o car&ter ideológico e repleto de equ+vocos prese!tes !essaseOplicaçMes, resultado de co!cepçMes preco!ceituosas a respeito do pobre e da pobre#a !o5rasil.=. 'o caso da Educação !o 5rasil, u"a i"porta!te i!luK!cia Q dei!ida a partir da obra de Paulo reire, destaca!do-se a Pedagogiado Tpri"ido. Educação co"o pr&tica da liberdade, e!tre outros.A. ra!cisco eort, Escola, Participação e )eprese!tação 0ormal i! Lui# ero! da (ilva e VosQ Clóvis de J#evedo 1Trgs.3, JPaiOão de Jpre!der $$, p. <@.

Page 127: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 127/218

 A Iuei?a scolar na orma$*o de #sic.lo!os+ ,esaios e #ers)ecti:as 2=

E, e" segu!do lugar, ao co!viver dura!te u" lo!go per+odo e" u"a escola pUblica e a!alisar os processos que co!stitue" o cotidia!o escolar, pde de"o!strar que eOiste u" co"pleOou!iverso de questMes i!stitucio!ais, pol+ticas, i!dividuais, estruturais e de u!cio!a"e!to prese!tes !a vida di&ria escolar que co!du#e" ao seu racasso, "a!te!do os altos +!dices deeOclusão, pri!cipal"e!te das cria!ças e adolesce!tes das ca"adas "ais pobres de !ossa

sociedade.T argu"e!to de que o racasso escolar Q produto da escola resgata pelo "e!os duas gra!desquestMes para o psicólogo e para a or"ação proissio!al6 a pri"eira reere!te aoposicio!a"e!to pol+tico de co"pro"isso co" o eOclu+do>, pri!cipal"e!te co" as cria!ças eadolesce!tes, e a segu!da, !ão "e!os i"porta!te, relativa ao papel dese"pe!9ado pelaPsicologia !a produção da eOclusão por "eio de suas co!cepçMes medicalizantes a respeito daqueiOa escolar.J apropriação do reere!cial teórico-cr+tico, oriu!do da (ociologia, te!do co"o pri!cipaisteóricos J!t!io %ra"sci 1@<D,@@3, e!qua!to teórico das superestruturas<, e Jg!es eller1@>2,@<>3,>. J respeito do co"pro"isso proissio!al co" a sociedade, Paulo reire !os tra# algu"as releOMes u!da"e!tais e" seu livroEducação e *uda!ça, qua!do air"a6 5Seu com)romisso como )roissional0 sem dD:ida0 )ode dicotomizar-se de seu com)romisso

ori!inal de homem3 > com)romisso0 como um queiazer radial e totalizado0 re)ele as racionaliza$9es3 C*o )osso nas se!undas- eiras assumir com)romisso como homem0 )ara nas ter$as-eiras assumi-lo como )roissional3 Gma :ez que K)roissionalK atri%utode homem0 n*o )osso0 quando e?er$o um queazer atri%uti:o0 ne!ar o sentido )roundo do queazer su%stanti:o e ori!inal3 Iuantomais me ca)acito como )roissional0 quanto mais sistematizo minhas e?)eriências0 quanto mais me utilizo do )atrim7nio cultural0que )atrim7nio de todos e ao qual todos de:em ser:ir0 mais aumenta minha res)onsa%ilidade com os homens3 C*o )osso0 )or issomesmo0 %urocratizar meu com)romisso )roissional0 ser:indo0 numa in:ers*o dolosa de :alores0 mais aos meios que ao im dohomem3 C*o )osso me dei?ar seduzir )elas tenta$9es míticas0 entre elas a da minha escra:id*o 8s tcnicas0 que0 sendo ela%oradas )elos homens0 s*o suas escra:as e n*o suas senhoras 5 ;)32=3<. E!qua!to u" teórico das superestruturas, %ra"sci or!ece ele"e!tos para se pe!sar u" teoria dialQtica da Educação, e"bora!ão seRa u" teórico da Educação. (uas pri!cipais co!tribuiçMes estão e" relação ao co!ceito de Estado - i!st4!cia e" que co!sideraque co!viva" duas eseras6 a sociedade pol+tica o!de se co!ce!tra o poder repressivo da classe dirige!te, e a sociedade civil, !aqual essa classe busca obter o co!se!ti"e!to dos gover!ados, por "eio da diusão de u"a ideologia u!iicadora. E" a"bas ado"i!ação est& prese!te, e"bora "a!iesta!do-se de or"as diere!tes6 e!qua!to !a sociedade pol+tica ela se aprese!taditatorial"e!te, !a sociedade civil ela se aprese!ta de or"a 9ege"!ica.

Page 128: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 128/218

2A #sicolo!ia e duca$*o+ ,esaios "emico-#ráticos

 por "eio da (ociologia da vida cotidia!a@, so"ado s "etodologias de pesquisa qualitativas, prove!ie!tes de perspectivas a!tropológica para a a!&lise do processo de escolari#ação 1co"especial destacar para a perspectiva et!ogr&ica3, apo!ta para o ato da co"pleOidade desse processo, ro"pe!do co" eOplicaçMes que co!sidera" que 6-proble"as !o processo de

escolari#ação seRa" u"a questão i!dividual, a"iliar, "era"e!te pedagógica ou ai!da co"ou"a relação i!adequada e!tre proessores e alu!os.0

 'a vida cotidia!a o 9o"e" obRetiva-se e" !u"erosas or"as e ao or"ar o seu "u!do or"a-se ta"bQ". Esse processo pode ser visto !a Educação. T processo educativo !a vida cotidia!a!ão se eOpressa so"e!te !o "odo pelo qual eu apre!di de "eus pais certas regras de vidau!da"e!tais, "as ta"bQ" !o "odo e" que eu as tra!s"ito para "eu il9o. 'o "eu educarrepercutirão ta"bQ" "i!9as eOperiK!cias pessoais6 qua!do co"u!ico "eu "u!do, eOpressota"bQ" essas eOperiK!ciasS qua!do tra!s"ito "eu "u!do, co!te"pora!ea"e!te obRetivo-"eco"o alguQ" que R& se apropriou desse "u!do.@. eller propMe a co!strução de u" !ovo paradig"a para as ciK!cias sociais que possa superar as a!&lises "acroestruturais prese!tes !a teoria "arOista. 'o processo de revisão da obra de *arO, eller reto"a os seus pri"eiros escritos, caracteri#ados pelosseus aspectos ilosóicos e suas co!sideraçMes a respeito da i"port4!cia da relação do 9o"e" co" o trabal9o. T paradig"aco!stru+do por eller e" T quotidia!o e a 9istória reere-se vida cotidia!a, isto Q, 5o conunto de ati:idades que caracterizam a

re)rodu$*o dos homens )articulares0 os quais0 )or sua :ez0 criam a )ossi%ilidade da re)rodu$*o social5 ;)31=3 eller resgata asubRetividade, o i!div+duo, 5n*o um indi:íduo a%strato0 mas sim o indi:íduo da :ida cotidiana0 isto 0 o indi:íduo :oltado )ara asati:idades necessárias 8 sua so%re:i:ência5 ;)32122=0 aspectos atQ e!tão secu!d&rios !as a!&lises "acroestruturais. J vidacotidia!a Q 9istórica, te!do u"a 9istória própria, desco!t+!ua, que !ão se eOplica e" si "es"a e que adquire u" se!tido "aisa"pla"e!te social !os e!gaRa"e!tos co" o "ovi"e!to 9istórico da sociedade. É 9eterogK!ea qua!to ao co!teUdo e i"port4!ciaou sig!iicado dos tipos de atividades eOercidas e 9ier&rquica qua!to i"port4!cia das atividades. J 9ierarquia !a vida cotidia!a Q"ut&vel, altera!do-se de acordo co" as diere!tes estruturas eco!"ico-sociais. 'asce"os i"ersos !a cotidia!idade. E" qualquersociedade sociali#ar-se sig!iica adquirir as 9abilidades !ecess&rias vida cotidia!a.0. Js releOMes a respeito da escola que a i!sere" e!qua!to i!stituição social reprodutora das relaçMes de do"i!ação da sociedadecapitalista passara" a ser questio!adas a partir da releitura de cl&ssicos "arOistas - e!"e!o que aco!teceu de "a!eira geral !os"ais diversos ce!tros de pesquisa lati!o-a"erica!os e" "eados dos a!os >0, segu!do Elsie )oc/Hell, @@, p.=>.

Page 129: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 129/218

 A Iuei?a scolar na Forma$*o de #sic.lo!os+ ,esaios e #ers)ecti:as 12< 

Pe!sar a vida cotidia!a !a escola Q pe!sar o co!Ru!to de atividades caracteristica"e!te9eterogK!eo e"pree!dido e articulado por suReitos particulares. Js atividades observadas !aescola ou e" qualquer co!teOto pode" ser e!te!didas co"o cotidia!as so"e!te e" reerK!cia aesses suReitos. Para esse suReito, o peque!o "u!do cotidia!o co!tQ" sua vida e !ela seutrabal9o, suas "Ultiplas atividades, os v&rios se!tidos que possui cada situação particular. Jssi"

se!do, reco!struir a vida cotidia!a da escola te" co"o reere!tes !ecess&rios os suReitos que aco!stitue"6 proessores, alu!os e pais, pri!cipal"e!te 1E#peleta, @<A3.Ts protago!istas da escola e" co!diçMes sociais, culturais e "ateriais espec+icas reali#a" aeOistK!cia cotidia!a da escola si!gular e ao a#K-lo relete" todos os ele"e!tos or"ais e !ão-or"ais do siste"a relacio!ados co" os de seu co!teOto social. 'a eOperiK!cia cotidia!a dossuReitos, tra!spor as portas da escola co!stitui ao "es"o te"po u"a co!ti!uidade, pois ape!asdesloca 4"bitos sociais co!t+guos e "a!tQ" a sua própria identidade - e u"a ruptura dia!te dasdiversas eOigK!cias i!stitucio!ais e sociais e s adaptaçMes aos papQis propostos pela escola.Nue co!seqK!cias essa abordage" tra# para a i!terve!ção do psicólogoX 'essa perspectiva, aoreceber"os o e!ca"i!9a"e!to de u"a cria!ça "ultirrepete!te ou co" diiculdades !o processode escolari#ação !ão pode"os a!alis&-lo do po!to de vista daquilo que o alu!o !ão co!seguiuati!gir cog!itiva"e!te ou a partir de sua rede de relaçMes co" seu proessor e colegas, oua!alisar as diiculdades a"iliares advi!das de relaçMes trau"&ticas ou ai!da que essa cria!ça perte!ce a u" grupo de risco.T !osso obRetivo est& e" desvelar os processos de escolari#ação que produ#ira" essa cria!çaque te" !a apatia u"a or"a de co"u!icação, ou !a agressividade a sua "a!eira de se dee!der de pr&ticas pedagógicas produ#idas e" u"a escola cuRas relaçMes são atravessadas por preco!ceitos e estereótipos e" relação cria!ça pobre e sua a"+lia. Tu seRa, a eOistK!cia de"eca!is"os i!stitucio!ais e de açMes cristali#adas produ#e" !a cria!ça e !o proessor ai"possibilidade de pe!sar a sua própria co!dição de sub"issão e de eOclusão !o processoeducacio!al. J i!terve!ção ve" !o se!tido de possibilitar o pe!sar co" a cria!ça e co" o proessor essa relação estereotipada e produtora da repetK!cia, da repetição de pr&ticas queestig"ati#a", eOclue", opri"e" e rotula".

Page 130: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 130/218

2<  #sicoh!ia e duca$*o+ ,esaios "e.rko-#ráticos

 As )esquisas recentes so%re o )rocesso deescolariza$*o )recisam se azer )resentesna orma$*o do )sic.lo!oJs pesquisas que i!clue" reere!ciais cr+ticos vK" possibilita!do a"pliar a discussão a respeito

do processo de escolari#a. pri!cipal"e!te a partir da dQcada de <0, e" !osso pa+s. Pesquisasreali#adas !as &reas de Psicologia, (ociologia da Educação, (a^. PUblica e Li!g+stica vK"aprese!ta!do os diversos aspectos que co"pree!de" a co"pleOidade da vida di&ria escolar, asrelaçMes de poder eOiste!tes !a escola, resulta!do e" u" co!Ru!to de i!or"açMes e a!&lisesque atual"e!te co"pMe u" corpo de co!9eci"e!tos sobre a escola e seus usu&rios de gra!derelev4!cia e que precisa ser 1re3co!9ecido pelo psicólogo, i!depe!de!te"e!te dh &rea proissio!al e" que v& atuar. Esse co!Ru!to de co!9eci"e!to-sobre a vida di&ria escolar leva-!os, e!qua!to psicólogos, a questio!ar a estreite#a de !osso ol9ar para o processo deapre!di#age" escolar, be" co"o a i!oper4!cia de !ossos i!stru"e!tos de avaliação psicológicadia!te da !ature#a e da di!4"ica de relaçMes prese!tes !a escola.Lo!ge de a#er"os u"a a!&lise do co!Ru!to de pesquisas a respeito da escola, destacare"osalgu!s te"as que tra#e" co!tribuiçMes i"porta!tes para a co"pree!são do processo de

escolari#ação. Jlgu"as questMes sobre a co"pleOidade da escola que tK" sido obReto de estudosão6 a co!strução do racasso escolar co"o produto dos "itos e preco!ceitos que e!volve" osalu!os "ultirre-pete!tes prove!ie!tes das classes populares 1Patto, @@03, os processos deeOclusão escolar 1%olde!stei!, @<A3 e a repetK!cia 1%atti, @<S J!drade, @<A3, ai"possibilidade da "a!ute!ção de relaçMes de causa e eeito e!tre dese"pe!9o escolar e!utrição 1*o]sQs e Li"a, @<23, e!tre distUrbios de apre!di#age" e racasso escolar 1*o]sQs eCollares, @@23 e e!tre re!di"e!to escolar e li!guage" 1(oares, @<AS Cagliari, @<=3, ascria!ças portadoras de queiOa escolar de i!discipli!a !a escola 1reller, @@?3 ou ai!da,a!alisa!do a proposta pedagógica vige!te !a "aior rede escolar do estado, o proReto Ciclo5&sico 1Cru#, @@D3.Tutros trabal9os desvela" aspectos prese!tes !o cotidia!o escolar, tais co"o os processos dedo"i!ação e resistK!cia 1J!drQ

Page 131: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 131/218

 A Iuei?a scolar na Forma$*o de #sic.lo!os+ ,esaios e #ers)ecti:as 2@

.@<>S Carval9o, @@S J!drQ, @@23S relativos alabeti#ação-Y!er et ai., @<>3, s possibilidades de atuação dos proessoresSQries i!iciais 1%ua"ieri, @@0S avis, @@23, s questMes ree-n( s represe!taçMes que as cria!ças i!gressa!tes das classes po-

-res tK" da escola 1Cru#, @<>3,  )atolo!iza$*o do cotidia!olar 1Collares, @@D3, aos proessores be"-sucedidos !o processo6 polari#ação 1ra"ere J!drQ, @<DS Cu!9a, @<<S Coel9o, @<@S#a, @@3, s repercussMes do racasso escolar sobre a cria!ça ea"+lia 1al"us e Paparelli, @@@3, ou ai!da questMes relativas -_tica do proessor 1J!drQ, @<>, @@2S J!drQ e *edia!o, @<AS.6rQ e a#e!da, @<@3 e pr&tica pedagógica 1ias da (ilva, @@2S-k-is, @<<3. [" terceiro grupo de pesquisas ce!tra-se !a questão participação pol+tica dos proessores 1(ou#a, @@3, da gestão pular !a escola pUblica 1Paro, @@, @@23, da i"port4!cia daorga!i#ação dos pais !a escola 15ue!o, @<>3, e!tre outras.Estes são algu!s dos trabal9os dese!volvidos a respeito das questMes que e!volve" o racassoescolar, "uda!do o oco das pesquisas que predo"i!ava" atQ e!tão, volta!do-se para o dia-a-dia Sa escola, procura!do resgatar a 9istória !ão docu"e!tada do processo de escolari#ação.Essa 9istória !ão est& !os arquivos escolares "as precisa ser reco!stru+da a!alitica"e!te a partir de reere!ciais teórico-cr+ticos, te!do co"o ele"e!to u!da"e!tal as diere!tes versMes ou osdiere!tes sig!iicados que os diversos protago!istas atribue" ao processo de escolari#ação esuas diiculdades, a!alisa!do a prese!ça estatal e co"o essa prese!ça Q i!terpretada etra!sor"ada e" pr&ticas !a vida di&ria escolar.8ais trabal9os te!ta" respo!der a algu"as questMes que revela", e!tre outros aspectos, co"o Qa escola, que" são seus protago!istas, co"o se co!stitui, co"o as "uda!ças educacio!ais sãorecebidas !essa escola, que" são as cria!ças que reqe!ta", co"o participa" do processo deescolari#ação, que" são os proessores be"-sucedidos, co"o trabal9a", que" são as cria!ças

que racassa", o que se passa !o co!teOto escolar, co"o as cria!ças i!gressa" !a escola, quaisas suas eOpectativas.(e, por u" lado, a escola ve" se!do desvelada !a pesquisa educacio!al rece!te, as eOplicaçMesa respeito dos c9a"ados proble"as de apre!di#age" tK" sido obReto de a!&lise, "ostra!do-!os que "uitas das cre!ças dee!didas pela Psicologia a respeito das causas dos proble"as deapre!di#age" !ão passa" de co!cep-

Page 132: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 132/218

?0 #sicolo!ia e duca$*o+ ,esaios "emico-#rátkos

çMes calcadas e" "itos que e!volve" os alu!os prove!ie!tes das classes populares e" relaçãoaos proble"as de apre!di#age" ou ao racasso escolar.Essas questMes tK" u"a relação i"porta!te co" a or"ação do psicólogo, pois, por "eio dasa!&lises de pro!tu&rios das Cl+!icas-Escola e de relatos de solicitaçMes para o ate!di"e!to

escolar, pode"os co!statar que os e!ca"i!9a"e!tos psicológicos tK", e" geral, u"a relaçãodireta co" u"a sQrie de cre!ças arraigadas !a co!cepção educacio!al prove!ie!tes do se!soco"u" cuRas ra+#es são carregadas de preco!ceitos e" relação s cria!ças "ais pobres.

 As )esquisas recentes e a análise do )rocesso de escolariza$*oconduzem ao questionamento da res)onsa%iliza$*o da amília )elos )ro%lemas escolaresJs a!&lises das e!trevistas e dos pro!tu&rios i!dica" o qua!to a a"+lia Q respo!sabili#ada pelas diiculdades vividas pela cria!ça !o processo de escolari#ação. Ts pais tK" u"a u!çãoi"porta!te a dese"pe!9ar !o processo de sociali#ação i!a!til e !a apre!di#age" escolar. *as,e" geral, a co!cepção que os psicólogos, a equipe pedagógica e os proessores tK" dos pais Qde que por perte!cere" s ca"adas populares tK" pouco apreço escola, !ão se i!teressa" e"

aco"pa!9ar o apre!di#ado de seus il9os, ou, ai!da, por vivere" e" situaçMes pro"+scuas e degra!de pobre#a, "altrata" as cria!ças, !ão tK" aeto, bebe", gasta" o pouco di!9eiro que tK"e" v+cios, vive" e" relaçMes de co!cubi!ato, e!tre outros. .. Pesquisa rece!te reali#ada !a cidade de Ca"pi!as 1(P3 co" proessores e diretores da rede pUblica 1C. Cec+lia J#evedoCo[ares e *aria Jparecida Jo!so *o]sQs, iag!óstico da "edicali#ação do processo e!si!o-apre!di#age" !a pri"eira sQrie do pri"eiro grau !o *u!ic+pio de Ca"pi!asBB, i! m A%erto=0 reair"a esta te!dK!cia ao co!statar que a "aioria das causas dos proble"as de apre!di#age" Q locali#ada !as cria!ças e e" seus pais. os proessores e!trevistados, @2,=B air"a" que o racassoescolar se deve a proble"as e"ocio!ais ou !eurológicos das cria!ças e a totalidade dos e!trevistados acredita que as diiculdadesescolares tK" co"o causas proble"as biológicos e de des!utrição. Jpe!as >,= dos proessores e!trevistados co!sidera co"ocausas do racasso escolar proble"as de u!cio!a"e!to da escola e 22,= apo!ta" a eOistK!cia de distorçMes !o siste"aeducacio!al.

Page 133: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 133/218

 A Iuei?a scolar na Forma$*o de #sic.lo!os+ ,esaios e #ers)ecti:as ?

Js pesquisas vK" des"e!ti!do reiterada"e!te tais air"açMes.J pri"eira delas, relativa ao apreço pela escola, tor!a-se u"a al&ciaqua!do se recupera 9istorica"e!te os "ovi"e!tos de reivi!dicação por Educação !o 5rasil e !o Estado de (ão Paulo. Ts trabal9os deCa"pos 1@<23, (posito 1@<Da, @<Db, @<<3 resgata" essa 9istória

E air"a" que a co!quista da Educação e" (ão Paulo Q ruto dos"ovi"e!tos orga!i#ados, co" participação ativa das (ociedadesJ"igos de 5airro, ou seRa, Q a população "igra!te que ve" luta!dodura!te dQcadas pelo acesso escola pUblica.Js e!trevistas reali#adas por Patto 1op. cit.3 co" pais de cria!ças "ultirrepete!tes de u"aescola pUblica paulista ta"bQ" e!ati#a" a ata di&ria dos pais pela "a!ute!ção de seus il9os!a escola, R& que esta Q pUblica "as !ão Q gratuita. Para as a"+lias pobres, "es"o as "+!i"assolicitaçMes eitas pela escola de co!tribuiçMes e" di!9eiro, co"pra de "aterial escolar ouutili#ação de u!ior"e, be" co"o peque!as doaçMes, desarra!Ra" os parcos orça"e!tosdo"Qsticos. J 9u"il9ação ta"bQ" se a# prese!te !essa relação co" a escola 1Patto, @@23, !o"o"e!to e" que os pedidos !ão possa" ser ate!didos i!tegral"e!te, se!do a cria!ça ou seus pais "uitas ve#es cobrados publica"e!te, des!uda!do u"a situação que, e"bora social, Qtratada !o 4"bito do"Qstico co"o se osse ape!as u"a questão de "& vo!tade dos pais por !ãocolaborare". Tutra eOperiK!cia vivida pelos pais Q a de revolta por !ão ter as suas !ecessidadesate!didas pela escola !as i!U"eras ve#es que são c9a"ados.Jo "es"o te"po, os pais utili#a" atQ o Ulti"o argu"e!to para de"o!strar a sua e!or"eco!ia!ça !a escola co" a espera!ça de que seu il9o, por ter acesso ao "u!do letrado, alca!ce"el9ores posiçMes !o "ercado de trabal9o, passa!do por "e!os diiculdades i!a!ceiras quesua a"+lia de orige". Esse ato oi observado por Cru# 1@<>3 ao reali#ar o estudo de caso deci!co cria!ças i!gres-sa!tes. Js "ães, pais ou avós e!trevistados atribue" gra!de valor Educação e, "ais do que isso, "ostra" o sacri+cio que a#e" para "a!ter seu il9o ou seu !eto!a escola. (abe", ta"bQ", que o trabal9o est& direta"e!te ligado escolari#ação. *as suaseOpectativas e" relação a esse ca!al para a "el9oria da qualidade de vida vão se "odiica!do

"edida que o dese"pe!9o de seus il9os !ão correspo!de ao esperado pela escola e ao ato deque a escola eOige "uito alQ" daquilo que di# dar. )esta aos pais, e!tão, "odiicar seus il9os,castiga!do-os ou doutri!a!do-os. Essa estratQgia só Q questio!ada

Page 134: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 134/218

?2 #sicolo!ia e duca$*o+ ,esaios "e.rico-#ráticos

!o i!al do a!o letivo qua!do os pais se depara" co" o racasso de seus il9os e percebe" queos castigos ora" e" vão. Js criticai passa" a se voltar para a escola e"bora ai!da ce!tradas!as caracter+sticas pessoais do proessor.["a relação co!sta!te"e!te apo!tada pelos educadores Q a de que os alu!os que vão "al !a

escola provK" de a"+lias desestruturadas, são il9os de pais separados ou de "ães que tK""uitos parceiros. 8rabal9o de pesquisa rece!te reali#ado por Lucc9ese-questio!a essaair"ação. J pesquisadora reali#ou e!trevistas co" cria!ças perte!ce!tes a duas salas de aula deu"a escola pUblica estadual paulista6 u"a co!siderada orte e outra raca. Js i!or"açMessobre a situação de vida dessas cria!ças oi obtida por "eio de visitas do"iciliares s suasa"+lias e" que ora" leva!tados dados relativos orga!i#ação a"iliar, !+vel socioeco!"ico,escolaridade dos pais, saUde das cria!çasS orige" dos pais, escolaridade pregressa das cria!ças,!U"ero de il9os por a"+lia, co!diçMes de "oradia, raça.Ts dados preli"i!ares apo!ta" para u" ato i"porta!te6 e" relação orga!i#ação a"iliar,A2,< das cria!ças da a"ostra vive" co" seus pais biológicos, e essa porce!tage" poucodiere e!tre as classes ortes e racas. Nua!do se so"a a esse perce!tual o !U"ero de cria!çasque seus pais casara" !ova"e!te, co!stitui!do u" casal co" il9os, esse !U"ero sobe para

>@, das cria!ças. Tu seRa, as cria!ças das classes ortes ou racas vK", aproOi"ada"e!tedois terços delas de a"+lias co!stitu+das, questio!a!do, porta!do, a air"ação de que suasa"+lias são desestruturadas.?

*uitas das observaçMes que tive"os e" escolas pUblicas e" !ossa pr&tica psicológica Q repletade ce!as e" que o processo de avaliação do alu!o Q atrelado ao !+vel de participação dos pais.["2. 8rata-se do trabal9o de pesquisa reali#ado por J!a Cec+lia Lucc9ese, Proble"as e"ocio!ais e racasso escolar6 u"a relaçãotão si"plesXB, *i"eo.?. 'o caso dessa pesquisa, os dados que "ais diere!cia" as cria!ças de a"bas as classes são a escolaridade dos pais, ou seRa, o!U"ero de pais co" !e!9u"a escolaridade ou co" pri"&rio i!co"pleto Q de <2,D@X- !a classe raca e de ?D,A !a classe orte e o!+vel socioeco!"ico6 ape!as ?<,= das da classe orte "ora" !a avela co!tra >0,A das cria!ças da classe racaS !ão ter eito o pri"&rio ta"bQ" Q u" ator "ais prese!te !a classe raca, be" co"o o ato de ser preto ou "ulato. Esses i!dicadores leva" 9ipótese de que tais atores estão relacio!ados a preco!ceitos a respeito da cria!ça e suas a"+lias.

Page 135: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 135/218

 A Iuei?a scolar na Forma$*o de #sic.lo!os+ ,esaios e #ers)ecti:as##

desses episódios Q vivido e" u" di&logo co" u"a proessora de Ciclo 5&sico $!icial que prete!dia repetir seu alu!o 1"uito e"bora !o Ciclo 5&sico i!icial a repetK!cia seRa ilegal3apesar de ser u"a cria!ça que estava passa!do por u" processo co!siderado !or"al dealabeti#ação. Vosi!aldo escrevia rases se" co!seguir, ai!da, separar as palavras, e"bora R&

tivesse co!quistado "uitos outros atributos da l+!gua escrita, co"o o valor so!oro das letras, aestruturação da rase, o uso da letra "aiUscula, a seqK!cia lógica, e!tre outros. Por u"a dasrases descritas por esse alu!o !a prova i!al de se"estre J casa de *aria e bo!ita 1J casa de*aria Q bo!ita3, essa proessora argu"e!ta que esse alu!o dever& icar reprovado pois QdesleiOado, !ão tra# o "aterial e" orde", te" u" cader!o "uito "alcuidado, !ão a obedece e R& c9a"ou os pais v&rias ve#es !a escola e estes !u!ca co"parecera". Essa air"ação leva-!osa crer que se os pais tivesse" co"parecido talve# esta proessora se!tisse que seria poss+vel teru" aliado a "ais co!tra as atitudes de seu alu!o. e qualquer or"a, assusta"-!os os critQriosque !orteia" a aprovação ou reprovação, que !esse caso passava" lo!ge do ato de estar ou !ãoo alu!o alabeti#ado.iere!te"e!te da co!cepção que possui gra!de parte dos educadores, a co!vivK!cia co"a"+lias das classes populares propicia" co"pree!der u" outro co!Ru!to de relaçMes sociais.

[" i"porta!te trabal9o de pesquisa, !esse se!tido, oi reali#ado por *ello 1@<<3 ao co!viverco" a"+lias da ;ila ele!a, bairro próOi"o Cidade de (ão Paulo. ["a das questMesapo!tadas pela pesquisadora reere-se orga!i#ação das a"+lias, por ela de!o"i!adas deaglo"erado a"iliar, e" que a proOi"idade da "oradia, o ato de sere" pare!tes, a"igos,co"padres, co!stitui u" co!Ru!to de pessoas co" laços aetivos e co" que" qualquer u" dogrupo pode co!tar qua!do !ecess&rio, Q u!da"e!tal para a sobrevivK!cia de todos. Co"oa!alisa *ello 1@@23, as a"+lias vive" sob u" tK!ue li"iar da sobrevivK!cia e qualquerdiiculdade Q atal qua!do !ão se pode co!tar co" o siste"a de aRuda, de solidariedade dei!idaco"o 5uma )rática real e diária de )restar aten$*o 8s necessidades dos outros 5 u3*ello observou que qua!do i!div+duos ou pessoas da "es"a a"+lia co!segue" "igrar para a"es"a localidade te!ta" reco"por D. (]lvia Leser de *ello, Classes populares a"+lia e preco!ceito, Psicologia [(P,

Page 136: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 136/218

?D  #sicolo!ia e duca$*o+ ,esaios "emico-#ráticos

o seu grupo a"iliar procura!do "a!ter 5o estilo de :ida )r.)rio dos )equenos :ilareos deonde :ieram 5 1P3 Essa !ecessidade de icar e" a"+lia, a!alisa a pesquisadora, a# co" que as pessoas queira" per"a!ecer próOi"as u"as s outras - esse ator, aliado ao e"pobreci"e!to,deu i!+cio s avelas do bairro.5>s terrenos muito %ai?os0 muito ín!remes0 que n*o ha:iam sido loteados0 oram a%ri!ando os

no:os casais0 aqueles mais )o%res0 que n*o ha:iam com)rado um lote0 os que che!aram maistarde3 0 no entanto0 as amílias que assim se a!ru)am0 em %usca tam%m de )rote$*o mDtua0

 s*o0 no mais0 )lenamente ur%anas e modernas )orque :i:em0 cada uma delas0 um )roeto de:ida que lhe )articular3 5  M 

Co" relação desorga!i#ação a"iliar, a pesquisadora discute esse te"a co!sidera!do que aose acreditar que o processo de "igração ro"pe co" a orga!i#ação a"iliar, te"os co"o "odeloo da a"+lia "o!og4"ica, co!stitu+da de pai, "ãe e il9os. T proble"a !ão est& e" co!siderar aa"+lia dessa or"a, "as e" co!sider&-la co"o padrão, a partir do qual as de"ais serãodesvia!tes, ou ai!da co"o espel9o ou eOe"plo a ser seguido. Jo !os libertar"os dessa a!&lise,Q poss+vel, a partir da+, e!Oergar o que real"e!te se passa !as relaçMes a"iliares co!stitu+das de"a!eira que 5os mem%ros ausentes s*o com)ensados )or outros 53 ll 

Ts co!litos, as diiculdades, os dese!te!di"e!tos !ão são privilQgio de classe social, co"o

a!alisa *elloS a diere!ça reside !o ato de que !as classes populares tais co!litos adquire""aior visibilidade, o co"partil9ar e!tre as a"+lias !ão Q so"e!te de avores e aRudas dassituaçMes "ais corriqueiras s "ais vitais, "as ta"bQ" das diiculdades vividas !o dia-a-dia, a perda de privacidade. Co"o co!sidera *ello6 5sti!matizar essas )o)ula$9es0 denominando-as )romíscuas ou :iolentas0 azer o o!o ideol.!ico do )oder0 res)onsa%ilizando-as )elascondi$9es )recárias em que tocam sua e?istênciaK =. $de", ibide", p.2A.A. $de", ibide", p.2A.>. $de", ibide", p.2A.<. $de", ibide", p.2@.

Page 137: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 137/218

 A Iuei?a scolar na3 Fortna$*o de #sic.lo!os+ ,esaios e #ers)ecti:as 1?=

["a i"porta!te releOão eita pela autora re"ete-!os própria .a!&lise a respeito do "odelo dea"+lia i!teriori#ado !o processo 6 sociali#ação. Co!sidera *ello65A )sicanálise )rocura mostrar que n*o s*o atos e )ala:ras de )essoas concretas - o )ai e m*ereais T que se transormam em modelos identiicat.rios mas0 na :erdade0 interiorizamos asrela$9es0 ou sea0 a amília como um )adr*o de rela$9es3 > aeto0 o carinho su%sistem na mais

e?trema )o%reza 5_

T proble"a residiria, porta!to, co!ti!ua *ello, !o "odelo ideali#ado de relaçMes a"iliaresi!stalado e" !osso i"agi!&rio. J esse "odelo estereotipado de relaçMes são co"parados osde"ais e !o caso das classes populares co!siderados co"o desestruturados, desorga!i#ados,doe!tios e pro"+scuos.

6onsidera$9es inaisCo" esses trKs aspectos aprese!tados co!sidera"os que este trabal9o !os "ostra arag"e!tação do co!9eci"e!to prese!te !os cursos de or"ação de psicólogos e" relação queiOa escolar. Cada u"a das &reas pesquisadas, a saber, a &rea Cl+!ica e a &rea Escolar, e"boratrate direta"e!te da questão da escolaridade, te!de a co!sider&-la de po!tos de vista disti!tos. J prese!ça do discurso de tra!sição abre espaço para a "odiicação de co!cepçMes, espaço este

que precisa ser ocupado pelo co!9eci"e!to do que se passa !o processo de escolari#ação decria!ças e Rove!s e" !osso pa+s. 'a &rea Cl+!ica, o discurso aprese!ta-se "ais orte"e!te "arcado pela dUvida6 o que a#er !aescolaX 'ão seria essa u"a tarea dos psicólogos escolaresX T que levar aos proessoresX J preve!ção ser& u"a sa+daX Tu seRa, vive"os u" "o"e!to i"porta!te !a or"ação e" quedUvidas se a#e" prese!tes. 'ão 9& "ais certe#as dog"&ticas que se sobrepMe" realidade,isso porque "uitos psicólogos que atua" !a &rea Cl+!ica vK" se aproOi"a!do paulati!a"e!tedessa realidade social eOclude!te e estig"ati#adora, pri!cipal"e!te@. $de", ibide", p.$2@.

Page 138: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 138/218

?A  Ricolq!ia-e duca$*o+ ,esaios 'idiico-#rátkos

das cria!ças das classes populares que reqe!ta" a Educação pUblica.Porta!to, u"a das pergu!tas reqe!te"e!te prese!te !a or"ação proissio!al, que psicólogoquere"os or"ar6 u" ge!eralista ou u" tQc!icoX, precisa ser reor"ulada. Co!sidera"os que, pe-6 que a!alisa"os !o corpo deste trabal9o, a pergu!ta a ser eita Q outra6 que co"pro"issodeve ter o proissio!al psicólogo que quere"os or"arX Co" u"a Psicologia a serviço da

desigualdade social, da eOclusão, da estig"ati#ação, do eOa"e, de u"a sociedade lauda-tóriaXTu !ãoX Co" que Qtica o psicólogo deve estar co"pro"etido6 co" u"a deter"i!ada Qticaide!tiicada co" o sigilo das i!or"açMes de u" pro!tu&rio ou co" a recusa reali#ação de pareceres tQc!icos que eOclue" cria!ças e adolesce!tes do direito escolari#ação de qualidadeX 'esse "o"e!to e" que os questio!a"e!tos estão postos a "uitos proissio!ais Q i"porta!teque se vislu"bre" alter!ativas, que se co!strua" !ovas or"as de co"pro"isso do psicólogoco" o ate!di"e!to pUblico, pautadas !a luta pelo direito cidada!ia. Essa co!strução sabe"osque Q trabal9osa, pois !ão possu+"os "odelos preco!cebidos, "as si" pri!c+pios !orteadoresde u"a pr&tica a serviço da superação da eOclusão, da estig"ati#ação e da desigualdade.["a das pistas que observa"os a partir da leitura dos pro!tu&rios est& !a recorrK!cia dos"otivos de e!ca"i!9a"e!to6 eles revela" "uito a respeito da escola oerecida s cria!ças quec9ega" para o ate!di"e!to cl+!ico. ala"-!os das diiculdades dos proessores e" u"a escolao!de a precariedade e a i"provisação acaba" tra!sor"a!do o processo educacio!al e" u"arelação estereotipada e produtora de u"a sQrie de previsMes !egativas e patologias a respeito dascria!ças. Co!9ecer essa escola Q u!da"e!tal para pe!sar alter!ativas de atuação co" seu corpodoce!te e disce!te. Co!9ecer as pesquisas sobre o processo de escolari#ação e a des"istiicaçãode deter"i!adas eOplicaçMes sobre o processo de apre!di#age" escolar co"ple"e!ta a leiturae"p+rica. E!qua!to psicólogos pode"os reali#ar essa tarea, te"os co!diçMes para isso. É u"dos desaios que precisa"os !os propor a e!re!tar\

Page 139: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 139/218

 A Iuei?a scolar na Forma$*o de #sic.lo!os+ ,esaios e #ers)ecti:as?>

 Reerências Bi%lio!ráicasJ'CT'J-LTPE, *. Caracter+sticas da clie!tela de Cl+!icas-Es-cola de Psicologia de (ãoPaulo6 Arqui:os Brasileiros de #sicolo!ia0 vol.l, !f ?=, @<?, p.><[email protected]')JE, J. dos (. 6ondi$9es de :ida0 )otencial co!niti:o e escola+ u" estudo et!ogr&ico

sobre alu!os repele!tes !a pri"eira sQrie do pri"eiro grau. (ão Paulo6 @<A. 8ese de doutorado- $P;(P.J')É, *.E..J. J pesquisa !o cotidia!o escolar e o repe!sar da did&tica. duca$*o eSociedade0 vol.2>, @<>, p.<D7@2. ____________. Cotidia!o escolar e pr&ticas sócio-pedagógicas. m A%erto0 5ras+lia6 vol.l , !f=?, Ra!.7"ar. @@2, p.2@7?<.J')É, *.E..J. et ai. o"i!ação e resistK!cia !o cotidia!o escolar. )io de Va!eiro6P[C7C'Pq7$'EP, @<> bRelat.rio de

 #esquisa=3J')É, *.E..J.S JE'J, $.C.J. > cotidiano da escola normal e a %usca de um no:o

 sa%er e um no:o azer didáticos3 (ão Paulo6 E[(P7P[C-(P7C'Pq, @<@ bRelat.rio "cnico=3J')É, *.E..J.S *E$J'T, .. T cotidia!o da escola6 ele"e!tos para a co!strução deu"a did&tica u!da"e!tal. )io de Va!eiro6 vol.l=, !f >?, !ov.7de#., @<A, p.A7.J[5$', E.C. N.S EL$J', (.'.S E)'J'E(, ).J. A quei?a escolar e a orma$*o do

 )sic.lo!o3 (ão Paulo6 $*E-[(P, @@A, p.D> 1)JE-CEJ @[email protected])%E(, (.L.P. 6aracteriza$*o da clientela da clínica)sicol.!i-, S  ca S*o Marcos na áreade atendimento inantil3 (ão Paulo6 @@D w*i"eograado.5[E'T, 5.T. As Associa$9es de #ais e Mestres na scola #D%lica do stado de S*o #aulo1@?-@<A3. (ão Paulo6 @<>. 8eseW de doutorado - aculdade de Educação da [!iversidade de (ão Paulo.CJ%L$J)$, L.C.T pr+!cipe que virou sapo. 6adernos de #esquisa0 (ão Paulo6 !f ==, !ov.,@<=, p.=07A2.CJ*PT(, *.*. scola e )artici)a$*o )o)ular+ a luta por Educação ele"e!tar e" dois bairros

de (ão Paulo. (ão Paulo6 @<2. 8ese de doutorado - alcudade de ilosoia, Letras e CiK!ciasu"a!as da [!iversidade de (ão Paulo.

Page 140: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 140/218

?< #sicolo!ia e duca$*o+ ,esaios "eáico-#rátkos

CJ);JLT, *.) 4dentidade )lural3 (ão Paulo6 @@, issertação de "estrado - Po!ti+cia[!iversidade Católica de (ão Paulo.CTELT, *.$.L.(. Ala%etiza$*o0 um estudo de caso+ eOperiK!cias be" sucedidas de proessores da região de Ca"pi!as. Ca"pi!as6 @<@. issertação de "estrado-[!iversidade

Estadual de Ca"pi!as. 6,I- - .SIS,v:I--6 S .-B .,: S6 S6v

BS

CTLLJ)E(, CJL. JRuda!do a des"istiicar o racasso escolar. 4dias+ toda cria!ça Q capa# deapre!derX vol.<, @<@, p.2D72<. ____________. > cotidiano escolar )atolo!izado+ espaço de preco!ceitos e pr&ticascristali#adas. Ca"pi!as6 @@D. 8ese de livre docK!cia - [!iversidade Estadual de Ca"pi!as.CTLLJ)E(, CJL.S *T(É(, *.J.J. iag!óstico da "edica-li#ação do processo e!si!o-apre!di#age" !a pri"eira sQrie do pri"eiro grau !o *u!ic+pio de Ca"pi!as. m A%erto05ras+lia6 a!o , !f =, Ra!.7"ar., @@2, p.?72<.C)[, (..;. A re)resenta$*o de escola em crian$as da classe _k...,-k,- tra%alhadora3 (ãoPaulo6 @<>. issertação de "estrado -

S; $P[(PY ________. > 6iclo Básico construído )ela escola3 (ão Paulo6@@D. 8ese de doutorado - $P[(P.C['J, 5.5.5. 6lasses de duca$*o s)ecial )ara deicientes mentais+ i!te!ção e realidade.(ão Paulo6 @<<. issertação de "estrado - $P[(P. . v-J  S! 6-I 7h.v-C['J, *.$. A )rática )eda!.!ica do %om )roessor+ i!luK!cias !a sua Educação. Ca"pi!as6@<<. 8ese de doutorado -kY [!iversidade Estadual de Ca"pi!as.J;$(, C.L.. A )rática na escola )D%lica de )erieria+ u" estudo sobre as possibilidades deapre!di#age" !as sQries i!iciais. $'EP, @@2. ____________. Vida e escola Se:erina+ u" estudo da pr&tica peda- gógica e" u"a escola rural do Piau+. (ão Paulo6 @<<. 8ese de doutorado - $P[(P.ELE[LE, . (a #sicolo!ia0 mito cientíico3 5arcelo!a6 J!agra-"a, @>2.LJ.( J ($L;J, *..%.. > )roessor como sueito do azer docente+ a pr&tica pedagógica

!as =as. sQries. (ão Paulo6 @@2.- V6 8ese de doutorado - aculdade de Educação da [!iversidade de (ão Paulo.

Page 141: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 141/218

 A Iuei?a scolar na Forma$*o de #sic.lo!os+ ,esaios e #ers)ecti:as?@

6_PELE8J, V.S )TCELL, E. #esquisa )artici)ante3 (ão Paulo6 Corte#, @<A.r hE$)E, P. duca$*o como )rática da li%erdade3 )io de Va!eiro6 Pa# e 8erra, @@D. ____________. duca$*o e mudan$a3 )io de Va!eiro6 Pa# e 8erra.@<?.

 ____________. #eda!o!ia do o)rimido3 )io de Va!eiro6 Pa# e 8erra, @<.)ELLE), C.C. 6rian$as )ortadoras de quei?a escolar+ u" e!oque Hi!!icottia!o. (ãoPaulo6 @@?. issertação de "estrado -VP[(P.%J88$, 5.J. et ai. J reprovação !a pri"eira sQrie do pri"eiro grau6 u" estudo de caso.6adernos de #esquisa0 (ão Paulo6 !f ?<, ago., @<, p.?7?.%TLE'(8E$', *.(. A e?clus*o da escola de )rimeiro !rau+ a perspectiva dos eOclu+dos. (ãoPaulo6 u!dação Carlos C9agas, @<A.%)J*(C$, J. 6artas do 6árcere3 Da ed. )io de Va!eiro6 Civili#ação 5rasileira, @@. ____________. 6once)$*o dialtica da hist.ria3 =a ed. )io de Va!eiro6 Civili#ação 5rasileira,@<D.%[J)'$E)$, *.). > tra%alho docente nas sries iniciais do )rimeiro !rau+ ele"e!tos para aco"pree!são da co"petK!cia !o cotidia!o escolar. (ão Carlos6 @@0. issertação de "estrado -

[!iversidade ederal de (ão Carlos.ELLE), J. > quotidiano e a hist.ria3 )io de Va!eiro6 Pa# e 8erra,@>2. ____________. Sociolo!ia de 4a :ida cotidiana3 2a ed. 5arcelo!a6Pe!+!sula, @<>.JL*[(, V.S PJPJ)ELL$, ). #ara alm dos muros da escola+ as repercussMes do racassoescolar !a vida das cria!ças reprovadas. #sicolo!ia scolar+ e" busca de !ovos ru"os. (ãoPaulo6 Casa do Psicólogo, @@@, 2a ed.)J*E), (. et ai. [" "ergul9o !a alabeti#ação 1ou6 9& "uito o que revelar sobre o cotidia!oescolar3. Re:ista Brasileira de -++ studos #eda!.!icos0 5ras+lia6 vol. A=, !f =<, Ra!.7abr.,@<>, .S p.A=7@>.

Page 142: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 142/218

D0 Hrt-ltt6  #sicolo!ia e duca$*o+ ,esaios "e.rico-#ráticos

)J*E), (.S J')É, *.E..J. Jlabeti#ação6 u" estudo de proessores das ca"adas populares. Re:ista Brasileira de studos #eda!.!icos0 5ras+lia6 vol. A=, set.7de#., @<D, p.=2?7=?>.L[CCE(E, J.C. #ro%lemas emocionais e racasso escolar+ u"a relação tão si"plesXTrie!tação de *aria ele!a (ou#a Patto. (ão Paulo6 $!stituto de Psicologia da [!iversidade de

(ão Paulo6 @@A 1)elatório de Pesquisa - JPE(P, 5olsa de $!iciação Cie!t+ica3.*JCJT, J.*. 6rian$as de classe es)ecial+ eeitos do e!co!tro da saUde co" a Educação.(ão Paulo6 Casa do Psicólogo. @@D. ____________. Rein:entando a a:alia$*o )sicol.!ica3 (ão Paulo6@@A. 8ese de doutorado - $P[(P. S6 ,*ELLT, (.L. 6lasses )o)ulares0 amília e )reconceito3 Psicologia [(P, vol. ?, !f 72, @@2, p.2?7?0. ____________. "ra%alho e so%re:i:ência+ "ul9eres do ca"po e da perieria de (ão Paulo. (ão Paulo6 mtica, @<<.*T(E(, *.J.J.S CTLLJ)E(, CJ. J 9istória !ão co!tada dos distUrbios de apre!di#age".6adernos 6,S0 Ca"pi!as6 !f 2<, @@2, p.?7D<.*T(E(, *.J.J.S L$*J, %.. es!utrição e racasso escolar6 u"a relação tão si"plesX

 Re:ista AC,0 vol. , !f =, @<2, p.=>7 A.PJ)T, ;.. T car&ter pol+tico e ad"i!istrativo das pr&ticas cotidia!as !a escola pUblica. m

 A%erto0 5ras+lia6 vol. , !f =?, Ra!.7 "ar., @@2, p.?@7D=. ____________. #artici)a$*o )o)ular na !est*o da escola )D%lica3(ão Paulo6 @@. 8ese de livre-docK!cia - aculdade de Educação da [!iversidade de (ãoPaulo.PJ88T, *..(. J a"+lia pobre e a escola pUblica6 a!otaçMes sobre u" dese!co!tro.  #sicolo!iaGS#0 vol. ?, !f 72, @@2, p.0>722. ____________. A )rodu$*o do racasso escolar+ 9istórias de sub"issão e rebeldia. (ão Paulo68J. Nueiro#, @@0. ____________. #sicolo!ia e ideolo!ia+ u"a i!trodução cr+tica Psicologia Escolar. (ão Paulo6

8J. Nueiro#, @<D.  \0N[E$)T, *.$.P. Varia$9es so%re a tcnica de !ra:ador no re!istro da inorma$*o :i:a3 (ãoPaulo6 CE)[-LC-[(P, @<?.

Page 143: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 143/218

 A Iuei?a scolar na Forma$*o de #sic.lo!os+ ,esaios e #ers)ecti:as D

-.NCELL, E. Et9!ograp9] a!d Criticai !oHledge o Educatio! i! Lati! J"erica. #ros)ects0 vol.2, !f 2, @@, p.=A7A>.$L;J)E(, E. escrição co"porta"e!tal e sócio-eco!"ica da população i!a!til de u"aCl+!ica-Escola de Psicologia de (ão Paulo. Relat.rio 6ientíico0 @<@ w*i"eograado.(TJ)E(, *. (in!ua!em e escola3 (ão Paulo6 mtica, @<A.

(T[J, .8.). de. 6onquistando o es)a$o escolar+ a estruturação do trabal9o pedagógico!u"a classe de Ciclo 5&sico. (ão Paulo6 @@. issertação de "estrado - $P[(P.(T[J, *.P.). de. 6onstruindo a escola )D%lica democrática+ a luta di&ria de proessores!u"a escola de pri"eiro e segu!do graus. (ão Paulo6 @@. issertação de "estrado - $P[(P.(PT($8T, *.P. > )o:o :ai 8 escola3 (ão Paulo6 Lo]ola, @<Da. ____________. Escola pUblica e "ovi"e!tos sociais. Re:ista AC,0!f>, p.=720. ____________. 4lus*o ecunda+ a luta por Educação !os "ovi"e!tos populares. (ão Paulo6@<<. 8ese de doutorado - aculdade de Educação da [!iversidade de (ão Paulo.8J5[LJ`JT e a!&lise de dados leva!tados sobre a de"a!da i!a!til e" u!idades b&sicas desaUde, Ru!9o, @<@ w*i"eograado.[)5$'J88$, J.*.$.S *T)J$(, *.L.(.S 5[E'T, *.8.5.S EL%J$LLT, 5.P.S C)J$E,8CS *E$)ELE(, .). Iuei?a escolar+ pesquisa de de"a!da reali#ada !a &rea de saUde "e!taldas u!idades b&sicas de saUde do istrito de (aUde %raRaU7$!terlagos e Parel9eiros - J)(.@.,abril a Ru!9o de @@?. (ão Paulo6 @@2 w*i"eograado.ET)8, . Escola, participação e represe!tação orr!al. $!6 ($L;J, L..S JE;ET, V.C.de 1Trgs.3 A )ai?*o de a)render 443 )io de Va!eiro6 ;o#es, @@=.

Page 144: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 144/218

Page 145: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 145/218

 A:alia$*o #sicol.!ica na duca$*o+ Mudan$as

 Cecessárias  Adriana Marcondes Machadoee!di a tese i!titulada )ei!ve!ta!do a avaliação psicológica e" outubro de @@A, 'elautili#ei-"e das eOperiK!cias de trabal9o e!qua!to psicóloga do (erviço de Psicologia Escolar do$!stituto de Psicologia da [(P, para o qual "uitas cria!ças são e!ca"i!9adas por aprese!tare"algu"a diiculdade !o processo e!si!o-apre!di#age" ou de co"porta"e!to. J pergu!ta que prete!di respo!der !este trabal9o oi6 qual !osso obReto de a!&lise qua!do reali#a"os odiag!óstico de u"a cria!ça que !os Q e!ca"i!9adaX E, u"a ve# dei!ido o obReto, co"o proceder !o trabal9o de avaliação psicológicaXura!te o a!o de @@=, reali#a"os u" trabal9o de avaliação psicológica de ?@ alu!os de 22escolas estaduais de u"a elegacia. J equipe de trabal9o oi co"posta por a!iela usc9+!i, Vaqueli!e al"us, )e!ata Paparelli, )e!ata Lauretti %uarido, Lucia!aPQre# de Ca"pos Pires, ;a!essa *ies 5o"bardi, Jparecida 'or"a *arti!s, J!a Cristi!a Caldeira, *aria de &ti"a 'eves da (ilva.Vulia!a 8eles de J#evedo, J!abela Jl"eida Costa e (a!tos, (i"o!e Jligieri, ara *al/i, er!a!da de Jl"eida Cavalla!te, %ustavo*arti!eili *assola, 89a+s (elt#er %oldestei!, Jdria!a *arco!des *ac9ado.ara (a]ão e *arile!e Proe!ça )ebello de (ou#a.

Page 146: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 146/218

DD #sicolo!ia e duca$*o+ ,esaios "eárico-#r*ticos

de E!si!o de (ão Paulo2. ora" co"u!s queiOas escolares co"o jY prese!tes !a 9istória dePaulo6 co" @ a!os de idade 1ele iria a#er a!os !o dia ? de abril3, ele estava 9& trKs a!os !oCiclo 5&sico?. 3-queiOa escolar e" relação a Paulo, eita por sua proessora *aria era a segui!te6ele Q distra+do, recusa-se a a#er as liçMes de casa, agressivo co" os colegas, briga !o recreio.

(egu!do a proessora Paulo iria per"a!ecer "ais u" a!o !o Ciclo 5&sico. 'o pro!tu&rio de Paulo 9avia u" relatório reere!te a u" psicodiag!óstico datado de Ru!9o de@@? 1Qpoca e" que cursava se_ pri"eiro a!o de escolari#ação3, !o qual a psicóloga co!clu+raque Paulo ti!9a diiculdades para se co!ce!trar e produ#ir coisas por si próprio se"predepe!de!do da opi!ião de outra pessoaS revelava baiOa auto-esti"aS se!tia-se a"eaçado pelo"u!do eOter!o, dee!de!do-se deste co" atitudes agressivasS era i!tolera!te a rustraçMes,revela!do i!segura!ça e "edo a!te o desco!9ecidoS se!tia a igura pater!a ause!te e autorit&riae a igura "ater!a co"o u"a pessoa raca.T que a escola poderia a#er co" u"a cria!ça que, segu!do seu psicodiag!óstico, reageagredi!do qua!do algo l9e rustra, se recusa a cooperar, co" baiOa auto-esti"a e "edo do!ovoX Paulo oi e!ca"i!9ado, e" seu segu!do a!o de escolari#ação, para u"a classe cuRoco!teUdo era dado de or"a "ais le!ta e !a qual, segu!do as proessoras, as cria!ças podia" ter 

u"a ate!ção "ais i!dividuali#ada. Co!9ece"os Paulo !o "Ks de "arço de @@=, e" seuterceiro a!o de escolari#ação.*o!tada essa ce!a, veRa"os u" pouco de seus bastidores e eeitos.*uitos pais, proessores e psicólogos tK" a segui!te )er!unta+ o que a cria!ça te" que produ# proble"as de apre!di#age" ou atitudes agressivasX. Co"o toda pergu!ta, ela tra# e" sico!cepçMes. Essa pergu!ta revela-!os que o proble"a estaria na cria!ça, se!do este a causa dasatitudes agressivas e de proble"as !a apre!di#age".2. o"os co!tratados para o trabal9o de avaliação das cria!ças por u"a elegacia de E!si!o de (ão Paulo !o i!+cio do "Ks dede#e"bro de @@D. J verba para o trabal9o deveria ser gasta atQ o i!al do "es"o "Ks. Essa verba !or"al"e!te era utili#ada paraco!tratar serviços particulares, que basica"e!te testava" as cria!ças e!ca"i!9adas dura!te o "Ks de de#e"bro. Jceita"os reali#aro trabal9o, te!do co!seguido que este pudesse ser eetuado dura!te o a!o de @@=.?. Ciclo 5&sico 1C536 ciclo co"posto pelo C5$ 1Ciclo 5&sico $!icial3 e C5C 1Ciclo 5&sico Co!ti!uidade3, etapas do Ciclo 5&sico a partir das quais a cria!ça i!gressava !a ? sQrie.

Page 147: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 147/218

 A:alia$*o #sicol.!ica na duca$*o+ Mudan$as CecessáriasD=

alQ" disso, pareceria que o !or"al seria a cria!ça apre!der e !ão -gredir e que, porta!to, acrian$a estaria a#e!do algo que !ão deveria ser eito. T relatório diag!óstico de Paulo co!vida-!os a pe!sar que eOistiria" u!cio!a"e!tos a"iliares i!te!siica!do a produção deagressividade. 8odas as co!clusMes di#e" respeito a Paulo, !ão da!do espaço para e!te!der"os

como as atitudes de Paulo estão se!do produ#idas. 'o 5rasil, ape!as cerca de 2> das cria!ças que i!gressa" !a $a sQrie co!clue" o pri"eiro grau1ele!e, @@3. *uitas pesquisas e trabal9os de i!terve!ção te"-!os orie!tado para a produçãosocial do racasso escolar D, alerta!do-!os qua!to perigosa te!dK!cia de tor!ar !atural aquiloque Q 9istorica"e!te deter"i!ado. Passa a ser !atural e!ca"i!9ar Paulo para u" psicodiag!óstico que descubra algu" atributo i!dividual co"o Rustiicativa do racasso. J9istória desse ol9ar que culpabili#a o suReito oiciali#ou-se co" o dese!volvi"e!to das ciK!cias9u"a!as 1sQculo Z$Z3, cuRos argu"e!tos ise!tava" a desigualdade social, i!ere!te ao !ossosiste"a, da respo!sabilidade pelas diere!ças sociais. essa or"a, tor!ou-se !atural elegal"e!te i!stitu+da 1vide 'or"as para Jvaliação Psicológica para as Classes Especiais, (ãoPaulo, @<A3 a cre!ça !a possibilidade de "edir"os a i!teligK!cia e a capacidade i!dividual das pessoas co"o se sse"os co!stitu+dos ora das relaçMes sociais.

Js idQias de alta, a!or"alidade, doe!ça e carK!cia do"i!a" a or"ulação das queiOasa respeito das i!U"eras cria!ças que são e!ca"i!9adas pelas escolas para avaliação psicológica.Essas idQias ga!9ara" vida própria, pois "uitas ve#es depara"o-!os co" ce!as do dia-a-diaescolar !as quais ouvi"os que as cria!ças tK" distUrbio de apre!di#age", des!utrição,a"+lia "uito pobre, co"o se essas idQias !ão tivesse" sido produ#idas 9istorica"e!te. Elastor!ara"-se "itos= e, ro"pK-los, tK" sido u" de !ossos desaios !o trabal9o co" educadores.D. *aria ele!a de (ou#a Patto, e" J produção do racasso Escolar 1@@03, ree# o percurso 9istórico, pol+tico e social, produtor das idQias que culpabili#a" a cria!ça e sua a"+lia pelo racasso escolar.=. *uitos autores discutira" a produção desses "itos 1*aria ele!a de (ou#a Patto, Cec+lia Collares, *aria Jparecida *o]sQs eoutros3. i# u" apa!9ado desses "itos e" "i!9a tese de doutorado e u" resu"o destes !o cap+tulo Jvaliação e racasso6 a produção coletiva da queiOa escolar do livro Erro e racasso !a escola6 alter!ativas teóricas e pr&ticas 1coorde!ação de VUlio%roppa Jqui!o - (ão Paulo6 (u""us, @@>3.

Page 148: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 148/218

 #rsicolo!m e duca$*o+ ,esaios "eonco-#raticos1EJ 

Tra, sabe"os que6!ão eOiste" causas i!dividuais para os e!"e!os da vida, pois eles n*o s*o indi:iduais0 !ãosão de !i!guQ". (ão eeitos que se e!ge!dra" e" u"a rede de relaçMes 1eleu#e, @>D3. Js possibilidades de pe!sa"e!to, de alegria, de produção de co!9eci"e!to !ão são dei!idas

si"ples"e!te por questMes i!dividuais. Co"o di# J"aral 1@@D3 a deiciK!cia secu!d&ria, istoQ. as sig!iicaçMes aetivas, e"ocio!ais, i!telectuais e sociais que o grupo atribui diere!ça pode" vir a i"pedir o dese!volvi"e!to do i!div+duo "uito "ais do que a deiciK!cia c9a"ada pri"&ria, que seria a restrição ou perda de atividade propria"e!te dita. J rede de sig!iicaçMessociais aprisio!a a diere!ça co" seu 5rol de conseqüências@ atitudes@ )reconceitos eestere.ti)os5 1p.>3SeOiste" pessoas co" distUrbios, eOiste" lesMes que preRudica" o processo e!si!o-apre!di#age", eOiste pobre#a, eOiste" proble"as e"ocio!ais, a"iliares, pais alcoólatras, proessores percebe!do proble"as i!dividuais !a cria!ça. EOiste" cria!ças que "erece"ate!di"e!to psicoter&pico, pois estão sore!do e paralisadas. *as !ão Q poss+vel estabelecer"osu"a relação direta de causa e eeito e!tre essas questMes e a capacidade de apre!derS ose!"e!os são viabili#ados !as relaçMes, isto Q, agi"os diere!te"e!te co!or"e as relaçMes.

E"bora esse saber seRa co!siderado e" algu"as pr&ticas cotidia!as !a escola - por eOe"plo, Qco"u" aco!tecer de as proessoras di#ere" que certo alu!o produ# "ais co" u"a proessorado que co" outra e ta"bQ" que o alu!o age diere!te"e!te co!or"e a aula que est& participa!do -, ao e!ca"i!9ar a cria!ça para avaliação psicológica, "uitas ve#es, espera-se queo trabal9o seRa reali#ado ape!as co" esta. *as, !osso obReto de trabal9o !ecessitar& dasrelaçMes !as quais essa cria!ça circulaS a busca de u"a categoria para o que a cria!ça aprese!ta- se ela Q deicie!te "e!tal, se te" algu" distUrbio etc. - veicula a alsa idQia de que deve"oslapidar !ossos diag!ósticos co" o i!tuito de dei!ir "el9or o que a cria!ça te". Por isso, odese!volvi"e!to de ta!tos "ateriais para avaliar a cria!ça. *as, Q esse ol9ar diag!osticador, produtor de graus de deiciK!cia e dei!içMes i!dividualistas atribu+das cria!ça e!ca"i!9ada,que est& e" questão. *uitos trabal9os diag!ósticos cita" a i"por-

Page 149: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 149/218

 A:alia$*o #sicol.!ica na duca$*o+ Mudan$as Cecessárias D>

t4!cia das relaçMes e das pr&ticas cotidia!as co"o produtoras dos e!"e!os que a!alisa"os.Co!sidera" a or"a co"o a aula Q dada, a relação proessor7alu!o, a 9istória escolar da cria!çaetc. (ão trabal9os que eOplica" as atitudes das cria!ças co"o co!seqK!cias das pr&ticascotidia!as, te!do co"o eeitos a de!U!cia dessas pr&ticas e o ato de respo!sabili#are" os proessores e as relaçMes i!stitucio!ais pelo que ocorre co" a cria!ça. Tra, te"os de co!vir que

este Q u" passo i"porta!te ao se a#er a avaliação de u"a pessoa - i!cluir !ovos ele"e!tosa"plia!do o espectro de causas para aquilo que avalia"os. *as, dessa or"a, as atitudes dascria!ças ai!da per"a!ece" co"o se!do o oco do trabal9o e, co"o vere"os "ais adia!te, !ão Qeste !osso obReto.T trabal9o a seguir aprese!tado, co"o R& disse"os, oi reali#ado !o território das escolasestaduais de (ão Paulo. Escolas pobres, que ate!de" população de baiOa re!da, co" proessoras sobrecarregadas e "al re"u!eradas. JtravQs da !arrativa deste trabal9o,discutire"os o obReto e a u!ção das avaliaçMes psicológicas e" relação a cria!çase!ca"i!9adas. Porta!to, algo que tra!sce!de o ato de estar"os ala!do do u!cio!a"e!to dasescolas pUblicas e coloca u"a discussão sobre a pr&tica diag!osticaA.Pode"os dividir !osso trabal9o e" algu"as etapas. (e" dUvida, esta ser& u"a divisão did&tica, pois as etapas que serão descritas aco!tecera" si"ulta!ea"e!te e" "uitos "o"e!tos.

 #rimeiro momento - #esquisar os %astidores dos encaminhamentos0as :ers9es de :ários )roissionais e a hist.ria escolar da crian$a8e!do e" "ãos os !o"es das cria!ças que participaria" do trabal9o, o"os s escolasco!versar co" as proessoras. av+a"osA. Js pr&ticas das escolas pUblicas varia" de escola para escola. Jssi" ta"bQ" co" as escolas particulares. (ão diere!tese!"e!os, possibilidades e eOpectativas co!or"e a escola e o proissio!al que e!ca"i!9a" a cria!ça. Espera"os poder aRudar a pe!sar essas v&rias i!serçMes da pr&tica diag!ostica.

Page 150: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 150/218

D<  #sicolo!ia e duca$*o+ ,esaios "eico-#ráticos

 pedido para os proessores que e!ca"i!9ara" as cria!ças que escrevesse" as queiOas e"relação a elas.Co"o R& disse"os, as queiOas i!iciais e" relação a Paulo era" - ele Q distra+do, recusa-se aa#er as liçMes de casa, agressivo co" os colegas, briga !o recreio. *aria era a proessora daclasse le!ta, da qual Paulo a#ia parte. 'a escola, co!versa!do co" os proissio!ais, e!tra"os

e" co!tato co" os segui!tes atos6Y Cada escola podia e!ca"i!9ar cerca de ci!co cria!ças para o trabal9o de avaliação psicológica. 'essa escola espec+ica, resolvera" que as ci!co cria!ças deveria" ser da classe da proessora *aria.Y *aria se!te Paulo "uito largado pelos pais. (abe-se que sua "ãe participou de u"a classeespecial para deicie!tes "e!tais qua!do estudava, o que leva!ta a 9ipótese, por parte da proessora, de talve# a "ãe !ão ter co!diçMes de educ&-lo. Paulo Q ge!til co" a proessora,se!do agressivo co" os colegas.Y Paulo passou por quatro proessoras e" seu pri"eiro a!o de escolari#ação 1@@?3. *etadede sua classe oi e!ca"i!9ada para u" Ciclo 5&sico raco !o a!o segui!te.Y EOistia a eOpectativa, e" relação a !osso trabal9o, de que pesquis&sse"os se Paulo deveriaou !ão ir para u"a classe especial para deicie!tes "e!tais>. Essa escola !ão possui u"a classeco" essas caracter+sticas e, porta!to, Paulo deveria "udar de escola se osse e!ca"i!9ado paraa classe especial.Y J proessora de Educação +sica disse-!os que Paulo Q u" eOcele!te alu!o, participa detodas as atividades co" i!teresse "a!te!do u"a relação respeitosa co" os colegas.JtQ esse "o"e!to, t+!9a"os e!trado e" co!tato so"e!te co" os proissio!ais da escola e co"o pro!tu&rio de Paulo. Essas i!or"açMes per"itira"-!os co!9ecer e leva!tar algu"as 9ipótesesque ora" se!do discutidas co" as proessoras. ;eRa"os algu"as delas.Co"o disse"os, as ci!co cria!ças e!ca"i!9adas para o trabal9o de avaliação !essa escola era"da classe da proessora *aria. ura!te>. J Classe Especial para eicie!tes *e!tais %rau Leve deve ser co"posta por 0 a D alu!os diag!osticados por proissio!ais dasaUde co"o deicie!tes "e!tais grau leve e u"a proessora especiali#ada. Ts alu!os e!ca"i!9ados para essa classe deve" per"a!ecer, !o "+!i"o, dois a!os !o e!si!o regular a!tes de ire" para a classe especial.

Page 151: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 151/218

149  A:alia$*o #sicol.!ica- na duca$*o+ Mudan$as

!ossas co!versas co" *aria, ica"os sabe!do que parecia 9aver - se!sação de al+vio por partedo grupo de proessores, pelo ato de *aria aceitar icar co" essa classe. Jl+vio eagradeci"e!to que icava" ser dessa classe as cria!ças e!ca"i!9adas para o trabal9o.Ji!al,

segu!do o relato de algu"as proessoras, *aria "erecia e precisava de aRuda. Era u"a classeque !i!guQ" queria pegar, as cria!ças 9avia" se tor!ado alu!os racos. Nua!do as classes sãoorga!i#adas te!do a ilusão da 9o"oge!eidade, as proessoras que participa" dessa decisãoacredita" -+ estão a#e!do o "el9or para as cria!ças. Ts eeitos que ve"os alu!os que participa" de classes le!tas "ostra"-!os que a "aioria passa a acreditar ser i!capa# paraapre!der - produ#-se -capacidade. J diiculdade e" se trabal9ar a diversidade te" sido -"a Rustiicativa para essa "o!tage". Jli&s, as estratQgias da escola para co" as diiculdades que seaprese!ta" parece" buscar que essas diiculdades desapareça" rapida"e!te. $sto Q, busca-seeli"i!ar o que est& paralisa!do o trabal9o co"o se aquilo que paralisa !ão estivesse se!do produ#ido no e )elo próprio trabal9o. Locali#ar e" u"a cria!ça a diiculdade e e!ca"i!9&-la para u" trabal9o i!dividual ou para u"a outra sala de aula tK" sido u"a alter!ativa. Tra, se !ãoeOiste" estratQgias coletivas para pe!sar aco!teci"e!tos do dia-a-dia escolar, se alta" recursos

 para dar co!ta de i!teresses diversiicados das cria!ças, se !ão se reali#a" discussMes queauOilie" o processo e!si!o-apre!di#age", as diiculdades tor!a"-se atalidades. Poder+a"osdi#er que os si!to"as aprese!tados pela cria!ça 1!o caso de Paulo6 brigue!ta, co" atitudes derecusa pera!te os trabal9os escolares etc.3 tK" sido acol9idos de u"a or"a que os i!te!siica.E" algu"as escolas que trabal9a"os, os e!ca"i!9a"e!tos era" eitos de or"a arbitr&ria,co"o u" sorteio. 'osso desaio era co!seguir pe!sar e" alter!ativas pr&ticas que ro"pesse"co" a produção dos e!ca"i!9a"e!tos da or"a co"o era" reali#ados -acreditava-se queso"e!te u" proissio!al especialista poderia e!te!der e alar da cria!ça. 'osso trabal9o apo!tau" ca"i!9o delicado, pois a própria eOistK!cia de psicólogos i!te!siica a idQia de ser !atural oe!ca"i!9a"e!to de cria!ças para avaliação.J "ãe de Paulo estava preocupada co" o ato de ele poder ser e!ca"i!9ado para u"a classe

especial. Ela 9avia icado = a!os e" u"a classe especial e relatou-!os ter co!seguido se se!tircapa# para apre!der so"e!te depois de algu!s a!os da sa+da dessa classe. J

Page 152: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 152/218

=0 #sicolo!ia0 e duca$*o+ ,esaios "emco-#ráticos

realidade da classe especial Q diversa. EOiste" proessoras que pe!sa" co" seus alu!os asituação de ser alu!o especial, que questio!a" os e!ca"i!9a"e!tos e co!segue"ree!ca"i!9ar as cria!ças para as salas !or"ais. EOiste" classes especiais que u!cio!a" co"odepósitos - proessores e alu!os parece" viver e" u" "u!do "arge" !a escola. Co!seguir

u"a pr&tica i!clusiva i"plica ir co!tra a "arQ que o próprio siste"a produ# - desde a or"a dee!ca"i!9a"e!to das cria!ças para as classes especiais atQ o retor!o destas para as salasco"u!s<. T que ve"os !o dia-a-dia são cria!ças que, ao reqe!tare" as classes especiais,sore" a discri"i!ação e o estig"a de u" lugar cuRa pr&tica segrega pais, alu!os e proessores.Logo !o i!+cio de !osso trabal9o co" os ?@ e!ca"i!9a"e!tos, pergu!ta"os aos proessoresquais era" suas eOpectativas. E" ?2,D dos casos, os proessores esperava" ter algu"ai!terlocução e" relação ao trabal9o. E!ca"i!9ava" u"a cria!ça espec+ica pois esta era aor"a de co!seguire" parcerias. ura!te o trabal9o, "uitos proessores que 9avia" dito !oi!+cio buscare" u"a avaliação i!dividual da cria!ça e!ca"i!9ada Bretirara" suas queiOas e"relação cria!ça. Esses proessores revelara"-!os que o ato de tere" co" que" co!versar asce!as do dia-a-dia, pe!sa!do e" alter!ativas pr&ticas !a relação co" as cria!ças e pais,"ovi"e!tava a vida escolar da cria!ça, atQ e!tão cristali#ada.

Jpre!de"os a i"port4!cia de pesquisar"os a eOpectativa dos proessores que e!ca"i!9a" acria!ça para o trabal9o de avaliação psicológica. Ji!al, isto deter"i!a o território !o qual!ossas opi!iMes serão ouvidas. E" algu!s casos, icou claro que a i"possibilidade de u"trabal9o coletivo !a escola produ#iu a !ecessidade de algu!s e!ca"i!9a"e!tos. 'o caso dePaulo, dura!te o te"po do trabal9o, percebe"os u"a "uda!ça !a eOpectativa de *aria.$!icial"e!te ela 9avia pedido u"a avaliação para saber se Paulo deveria ir para u"a classeespecial. epois de algu!s e!co!tros co" *aria, Paulo deiOou de ser o assu!to do"i!a!te e"!ossa co!versa. Passa"os a discutir as pr&ticas utili#adas por *aria !a sala de aula, a possibilidade de pe!sar co" as cria!ças a "o!tage" dessa sala, as reu!iMes de pais<. Jprou!dei esse te"a !o livro Cria!ças de classe especial, publicado pela Editora Casa do Psicólogo, e" @@D.

Page 153: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 153/218

 A:alia$*o 5#sicol.!ica na duca$*o+ Mudan$as Cecessárias =

. Ela pergu!tava !ossas estratQgias e" relação a certos aco!teci"e!tos, co!tava-!os as dela earriscava !ovas alter!ativas.;&rias questMes i!stitucio!ais são depositadas !as cria!ças. ["a a!ca !os oi e!ca"i!9ada porsua proessora do a!o a!terior, que !aquele "o"e!to era coorde!adora pedagógica. J proessora atual .o ti!9a queiOas e" relação cria!ça, as coisas 9avia" "udado, as ela !ão

co!seguia ser ouvida !o grupo de proessoras, e, porta!to, a!teve-se o e!ca"i!9a"e!to dacria!ça para avaliação psicológica. 8ive"os casos de cria!ças que estava" reqe!ta!do classesesperais e que, segu!do suas proessoras, 9averia a !ecessidade de u"a avaliação psicológica, pois essas cria!ças teria" co!diçMes de estar .ias classes co"u!s. Tra, !ão 9& a !ecessidade deco!ir"ar, atravQs de u" laudo psicológico, que a cria!ça est& apta a voltar ao e!si!o regular -isto Q critQrio do proessor. *as, receosos da discri"i!ação que esses alu!os soreria" !asclasses regulares, esperava" que u" laudo psicológico reorçasse sua decisão. ave"os deco!vir que, !esses casos, o te"a a ser trabal9ado Q a discri"i!ação !a escola e !ão as cria!çase!ca"i!9adas.Jcreditar e" causas i!dividuais e a"iliares para eOplicar os e!"e!os do dia-a-dia escolarte" produ#ido ge!erali#açMes perigosas. J proessora de Paulo leva!tava a 9ipótese de a "ãe dePaulo !ão ter co!diçMes para i"por li"ites e educ&-lo. )e"eto-"e aqui eOplicação de Jg!eseller 1@@23. ;ale"o-!os de Ru+#os provisórios para !ossas atividades cotidia!as. (e acreditoque u"a classe especial ir& be!eiciar u"a cria!ça que aprese!ta diiculdades !o processo deescolari#ação irei e!ca"i!9&-la para essa classe. Ts Ru+#os provisórios, co"o o próprio !o"edi#, pode" ser alterados e corrigidos a partir de !ossas eOperiK!cias, e, !os alerta eller, os5uízos )ro:is.rios reutados )ela ciência e )or uma )rática cuidadosamente analisada0 masque se conser:am ina%alados contra todos os ar!umentos da raz*o0 s*o )reconceitos 5 1p.D>3. 'o caso de Paulo, acredito que o preco!ceito te!9a i"possibilitado que a proessora seaproOi"asse da "ãe de Paulo de or"a que pudesse ouvi-la. E, oi co!versa!do co" $!Ks, "ãede Paulo, que soube"os de sua luta para educar seus il9os e cuidar para que eles !ão tivesse" a"es"a eOperiK!cia escolar que ela 9avia tido.xs ve#es se!t+a"o-!os i!ter"edi&rios de v&rias pessoas 1pais, proessoras, orie!tadora

educacio!al, u!cio!&rias etc.3 que co!vivia" co" as cria!ças. $"pressio!ava-!os o ato de a proessora de

Page 154: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 154/218

=2  #sicolo!ia e duca$*o+ ,esaios "emico-#r*ticos

Educação +sica ter u"a opi!ião tão diverge!te da proessora da classe, e elas !ão tere"co!versado sobre isso. Ts 9or&rios de reu!ião de proessor era" utili#ados, prioritaria"e!te, para resolver questMes burocr&ticas 1as proessoras queiOava"-se do eOcesso de relatórios, papQis e ic9as pedidos pelas elegacias de E!si!o3. Nua!do 9avia a discussão de u" caso,!or"al"e!te isto era eito !a or"a de desabao, porta!to, !ão se proble"ati#ava@ os atos que

era" relatados pelos diversos proessores. *uitas 9istórias eOigiria" u" proReto coletivo a ser pe!sado, e !ão e!ca"i!9a"e!tos i!dividuais para especialistas, revela!do a solidão dos proessores e" relação ao trabal9o co" as cria!ças.JtQ esse "o"e!to, porta!to, algu!s te"as 9avia" surgido e" relação ao e!ca"i!9a"e!to dePaulo6 a or"a co"o se reali#ava a atribuição de classes aos proessores, a "o!tage" das salas,a alta de co"u!icação e!tre proessores, a relação escola7pais, a !ecessidade de i!terlocução, adiscri"i!ação.

Se!undo momento - ncontro indi:idual com a crian$a encaminhadae con:ersa com os )ais3Pedi"os proessora *aria que co!versasse co" Paulo sobre o ato de o estar e!ca"i!9a!do para o trabal9o e que e!viasse u" co"u!icado para os pais dele "arca!do u"a data para

discutir"os o trabal9o.Y 'o e!co!tro i!dividual co" Paulo, ala"os de !osso trabal9o, co!ta!do !osso obRetivo de,i!icial"e!te, e!te!der"os co"o as coisas ti!9a" sido produ#idas, para assi" ter"os idQiassobre o que seria i!teressa!te aco!tecer !a escola. Esse obRetivo se"pre "e pareceu ser ouvidoco" u" certo al+vio pelas cria!ças, co"o se os tirasse" da co!dição de rQus. Paulo, receoso,alava-!os6 estou aqui porque eu bato. (e"pre relatava u" "otivo para bater 1os outros provoca"3, "as co!cordava que 9avia "o"e!tos !os quais os "es"os "otivos !ão l9eservia" de Rustiicativa. $!stalada a dUvida e" relação s queiOas escolares 1por eOe"plo, o queaco!tece que s ve#es d& "ais vo!tade de@. Proble"ati#ar busca!do o se!tido que o ato i"pri"e !as relaçMes.

Page 155: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 155/218

 A:alia$*o #sicol.!ica na duca$*o+ Mudan$as Cecessárias=?

-ater do que outras ve#es3 e te!do pesquisado u" pouco da 9istoria escolar de Paulo co" ele1e" que data e!trou !a escola, por quais proessoras passou, qual a 9ipótese dele a respeito da"uda!ça de proessora, co"o e!te!de a classe e" que est& etc.3 propuse"os ci!co e!co!trosco" as outras cria!ças que ta"bQ" ora" e!ca"i!9adas.

*arca"os u" dia para os pais de Paulo ire" escola. Eles !ão B viera" ao e!co!tro "arcado.;olta"os a alar co" Paulo e pedi"os a ele que pergu!tasse a seus pais se poder+a"os a#eru"a visita a sua casa !o s&bado de "a!9ã. 'o dia segui!te, Paulo disse-!os que 9avia aladoco" sua "ãe e que ela poderia !os receber. Co"bi!a"os co" Paulo que ele iria atQ a escola !os&bado cedo e de l& !os aco"pa!9aria atQ sua casa. Paulo "orava !a avela perto da escola ete!do a co"pa!9ia dele icava "ais &cil e seguro e!co!trar a casa. 'esse segu!do "o"e!to, porta!to, o"os e" busca da versão dos pais e tive"os u" pri"eiroco!tato co" a cria!ça. J seguir, algu"as co!sideraçMes e" relação ao que o"os co!9ece!do.É "uito co"u" que os pais das cria!ças e!ca"i!9adas !ão co"pareça" ao c9a"ado da escola.(egu!do eles, sabe" o que vão ouvir, pois se"pre ouve" as "es"as coisas - queiOas a respeitodos il9os. Essa questão re"ete-!os a co"o se d& a participação dos pais !a escola, ao pla!eRa"e!to das reu!iMes de pais0, relação escola7 co"u!idade. *uitas proessoras dão

orie!taçMes aos pais 1"ais especiica"e!te s "ães3 das cria!ças. (ão orie!taçMes !a direção deque as "ães !ão "i"e" seus il9os, que os aRude" !a orga!i#ação do "aterial e outras.ee!de"os a postura de que a escola deve eOplicar e dee!der seus obRetivos aos pais, "as !ãoorie!tar os pais para que aça" e e!te!da" da "es"a or"a que a escola. Por isso, ai"port4!cia de as proessoras aprese!tare" os obRetivos e pressupostos de seu trabal9o. 'arealidade da escola pUblica te"os de acresce!tar u" perigo ao ato de as proessoras dare"orie!taçMes aos pais6 "uitos pais se!te"-se i!eriores s proessoras, acredita!do que deve"estar a#e!do algo erradoS e "uitos proessores se!te"0. 'os trabal9os co" educadores, te"os utili#ado as idQias do livro )eu!ião de pais6 sori"e!to ou pra#erXS Jlt9uo!, 5.S Essle,CS (toeber, $.(.S (ão Paulo6 Ed. Casa do Psicólogo, @@A.

Page 156: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 156/218

=D  #sicolo!ia e duca$*o+ ,esaios "eorico-#ráticos

que os pais !ão educa" correta"e!te. Essa relação de poder atravessa e co!stitui os discursos.Jo c9egar"os !a casa de Paulo o"os "uito be" recebidas. o!a $!Ks, "ãe de Paulo,oereceu-!os caQ e bolac9a. ica"os co!versa!do co" ela e co" a avó pater!a de Paulo. T paide Paulo aleceu !o i!+cio deste a!o, oi assassi!ado depois de u"a briga !o bar. o!a $!Kssuste!ta seus quatro il9os 1Paulo Q o caçula3, trabal9a!do co"o aOi!eira e" u" prQdio de

escritórios. Co!tou-!os que Paulo se"pre oi brigue!to, te!do piorado após a "orte do pai. Elese"pre ala que quer "atar que" "atou o pai. E!qua!to o pai era vivo, Paulo ti!9a "uito "edodele. o!a $!Ks se di# culpada por !ão poder icar e" casa aRuda!do Paulo. (e!te que Paulo precisa de "ais ate!ção, e por isso ela o i!screveu !o Circo-Escola. essa or"a ele te" "aisatividades. o!a $!Ks co!tou-!os que a avó de Paulo, que est& idosa e doe!te, aRuda basta!te, pois a# a co"ida para as cria!ças e arru"a a casa.& dois a!os, a proessora de Paulo pediu que ele reali#asse u" psicodiag!óstico. o!a $!Ks oi!screveu !o Posto de (aUde perto de sua casa. epois de e!trevistados 1o!a $!Ks e Paulo3, a psicóloga o e!ca"i!9ou para u" ate!di"e!to se"a!al co" outras cria!ças. Ele oi dura!te u"se"estre, ao ate!di"e!to !o Posto de (aUde. %ostava de ir. (egu!do o!a $!Ks, após u"se"estre de ate!di"e!to, a psicóloga disse que ele !ão precisaria "ais ir, "as a escolaco!ti!uava recla"a!do das atitudes de Paulo. o"os ao Posto de (aUde e a psicóloga !ãotrabal9ava "ais l&. 'ão 9avia !i!guQ" que pudesse dar i!or"ação sobre o ate!di"e!to dePaulo.Nua!do Paulo !asceu, o "arido de o!a $!Ks estava dese"pregado. Jqueles a!os ora" "uitodi+ceis. (egu!do o!a $!Ks, seu "arido gostava "uito dos il9os, dava bro!ca qua!do a#ia"algo errado e e!si!ou o "ais vel9o a Rogar do"i!ó. E" relação ao ato de Paulo !ão apre!der !aescola, ela e seu "arido co!cordava" que ele talve# tivesse algu" proble"a !a cabeça e porisso gostara" qua!do oi ate!dido pela psicóloga. *as, depois de algu!s "eses, o pai !ãoqueria "ais que o il9o osse ao ate!di"e!to, pois !ão percebia progresso !o apre!di#ado doil9o.o!a $!Ks !ão sabia que Paulo estava e" u"a classe para alu!os que, segu!do as proessoras,aprese!tava" diiculdades !o processo de escolari#ação. Nua!do i!dagada sobre o que pe!sava

sobre esse ato, o!a $!Ks disse que se as proessoras decidira" isto Q porque deveria ser o"el9or.

Page 157: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 157/218

 A:alia$*o #sicol.!ica- na duca$*o+ Mudan$as Cecessárias ==

o!a $!Ks co!tou que Paulo gostava "uito de dese!9ar e jogar utebol.E" algu"as tardes elee"pi!ava pipa co" o ir"ão e duas ve#es por se"a!a ia ao Circo-Escola. 'o Circo-Escola.i!screveu-o idades circe!ses. Ele gostava do proessor de trap2io e a!tasiava-se de pal9aço!as aprese!taçMes. L&, !ão sabia" que Paulo !e" escrevia. Ts proissio!ais do circo icara"surpresos o"os co!versar co" eles. T relato de o!a $!Ks e a 9istória a"iliar de Paulo

tra#e" algu!s ele"e!tos que se repetira" e" outras 9istórias. Jlu!os e pais !ão pe!sa" !e" participa" do processo de decisão relação a certos aco!teci"e!tos da vida escolar. Paulo percebia que sua classe era "ais le!ta, pois seu pri"o, da "es"a idade, lia .revia. 'o caso dePaulo, a "ãe teve u"a atitude de co!ia!ça relação decisão da escola qua!do co"e!ta"ossobre o ato de Paulo estar e" u"a classe para cria!ças "ais le!tas. ["a co!ia!ça pautada,segu!do !osso po!to de vista, e" u"a relação de sub"issão. E!tra"os e" co!tato co" outras9istórias !as quais os pais icara" satiseitos co" essa decisão da escola. [" deles disse se o"e!i!o _ !ão a# as coisas, agora Q que ele !ão vai a#er "es"o.Esses casos serve" para pe!sar"os a relação dos trabal9os diag!ósticos e terapKuticos co" aescola. É poss+vel, co"o "uitas ve#es prese!cia"os, 9istórias !as quais os psicólogos relata"observar progresso !a cria!ça, e a queiOa escolar per"a!ece i!alterada. Cabe aqui ressaltar,!ova"e!te, a )atolo!iza$*o produ#ida !o dia-a-dia escolar e reorçada e" ta!tos trabal9os da&rea da saUde. *uitas ve#es, ao co!tr&rio do que o pai de Paulo co!cluiu - que o trabal9oreali#ado !ão estava te!do eeitos !a vida escolar de Paulo -, algu!s pais passa" a acreditar queo proble"a da cria!ça Q tão cr!ico que !e" o trabal9o co" a psicóloga resolve.

"erceiro momento - ncontro em !ru)o com as crian$as0 con:ersascom os )roessores )ara discuss*o dos acontecimentos em sala deaulaJpós co!versar"os i!dividual"e!te co" cada cria!ça e!ca"i!9ada, e ter"os o acordo dos pais para o trabal9o, i!icia"os os e!co!tros e" grupo co" as cria!ças - cerca de ci!co. av+a"os

Page 158: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 158/218

=A #sico%ia e duca$*o+ ,esaios "eáico-#rdticas

 pedido para as cria!ças di#ere"-!os, !o pri"eiro e!co!tro i!dividual, que tipo de Rogos e deatividades gostaria" de reali#ar e" !ossos e!co!tros.Js queiOas escolares varia" co!or"e a cria!ça - algu"as se reere" ao ato de as cria!ças !ãoestare" apre!de!do e as proessoras ac9are" que talve# eOista u" co"pro"eti"e!to org4!ico,

outras queiOas são de co"porta"e!to, outras reere"-se a atitudes "uito passivas das cria!çasetc. 'o pri"eiro dia do grupo co" as ci!co cria!ças, reto"a"os !ossa tarea6 estar"os Ru!tos -co!versa!do e bri!ca!do - para e!te!der"os co"o o e!ca"i!9a"e!to oi se!do produ#ido paraassi" ter"os idQias do que seria i!teressa!te a#er aco!tecer !a vida escolar. T pri"eiroe!co!tro, !or"al"e!te, Q de "uita curiosidade. Nuere" co!9ecer os Rogos que leva"os,dese!9ar, alar etc.ura!te os e!co!tros, direcio!a"os algu"as atividades para proble"ati#ar co" as cria!ças aquestão do apre!di#ado, da 9istória escolar, das diere!ças e!tre elas. *o!ta"os, Ru!ta"e!teco" as cria!ças, u" "apa escolar de cada u". Esse "apa co!tQ" a 9istória escolar co" os a!ose as sQries que reqe!tara", as idades das cria!ças e os !o"es das proessoras. Pree!c9er esse"apa Q u"a atividade i!te!sa. Paulo di#ia ser c9ato. JRudava a le"brar o !o"e das proes-soras

de outras cria!ças, "as qua!do al&va"os de seu "apa se recusava. [" dia pergu!tei a ele paraqual sQrie ele iria !o a!o segui!te. Ele respo!deu6 para a Da sQrie. 'ão seria poss+vel ir para aDa sQrie. (e ele sa+sse do Ciclo 5&sico, iria para a ?a sQrie. Paulo e!tão !os disse - a# trKs a!osque estou !a escola, e!tão vou para a Da sQrie. Paulo "ostrou co!diçMes para apre!der a ler eescrever dura!te !ossos e!co!tros. T que aco!teceu e" sua vida escolarXPesquisa"os, !os e!co!tros, a produção da cria!ça e" relação a v&rias possibilidades -Rogos,escrita, leitura, bri!cadeira, dese!9o, co!versas etc. E i"porta!te ressaltar que !osso obRetivo!ão Q ape!as saber o qua!to a cria!ça de"o!stra saber, "as si" pesquisar o qua!toco!segui"os dese!volver essas pote!cialidades, dura!te !ossos e!co!tros. E, co!seguirdese!volver essas pote!cialidades, eu diria, Q u" proble"a !osso.["a das atividades que reali#a"os oi co!struir u" Rogo de percurso. 'esse Rogo as cria!çasdeve" a!dar o !U"ero de casas sorteadas !o dado e reali#ar a tarea da casa !a qual para".%a!9a

Page 159: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 159/218

 A:alia$*o #sicol.!ica na duca$*o+ Mudan$as Cecessárias =>

Nue" c9egar ao i!al do percurso pri"eiro. (e a pessoa !ão souber reali#ar a tarea da casa !a qual parou, deve voltar para o i!+cio do Rogo.Js tareas das casas são decididas e" grupo e "uitas delasreere"-se a escrever palavras, ler u"a rase de u" livro, a#er u"dese!9o, co!tar u"a piada etc. Paulo di#ia que sabia escrever e

qua!do teve co"o tarea escrever o !o"e de u" a!i"al, !ão soube.Ele teve, !esse "o"e!to, de voltar para o i!+cio do Rogo.as cria!ças e!ca"i!9adas para o trabal9o de avaliação ecológica, <D,2 !ão revelara"co!osco as atitudes pelas quais estava" se!do e!ca"i!9adas. Paulo oi u"a delas. Esse dado Qi"porta!te pois "ostra-!os que, se Q poss+vel a cria!ça agir e produ#ir -S "a!eira diere!te daque aco!tece e" sala de aula, !ão esta"os ala!do de algo cr!ico e i!dividuali#ado !o corpoda cria!ça. E co!versar sobre a possibilidade de diere!tes produçMes da cria!ça 6e" sido u"aor"a de co!seguir proble"ati#ar"os, co" ela, sua situação escolar. Ji!al, te" sido poss+vel para Paulo produ#ir !as aulas de Educação +sica e !as atividades do Circo-Escola.Paulo "ostrou-se i!teressado e" Rogar o Rogo )esta [". Nua!do co"eça"os a l9e "ostraras regras, ele disse que !ão queria Rogar pois !ão sabia. Pegou o Rogo e saiu corre!do di#e!doque !i!guQ" poderia Rogar. Jssi" co"o "uitas outras cria!ças que ate!de"os, Paulo vivia seu!ão saber co"o racasso e i"potK!cia, e !ão co"o u" desaio. Ji!al, ele ti!9a u" cotidia!oque produ#ia essas se!saçMes. E" u" outro e!co!tro pedi"os a ele que !os "ostrasse co"o Rogaria )esta [", e ele co"eçou si"ples"e!te a tirar as peças se" a !ecessidade de que as peças osse" co"idas. Js peças deveria" sair do tabuleiro, ele estava certo, "as eOistia u"aregra para sair, e assi" co!ta"os !ova"e!te qual a regra. Paulo e!te!deu e icou e!ca!tadoco" o Rogo. E" !osso terceiro e!co!tro pude"os i!trodu#ir !ovos desaios6 co!tar qua!tas peças icara" se" sere" retiradas do tabuleiro, pe!sar o que poderia ter sido eito para retirar"ais peças etc.. Esse Rogo Roga-se so#i!9o. 'ele eOiste u" tabuleiro co" v&rios buracos !os quais as peças se e!caiOa". T Rogo i!icia-se co"todas as peças colocadas !os buracos e u" lugar va#io !o ce!tro do tabuleiro. T obRetivo do Rogo Q co!seguir retirar o "aior !U"erode peças poss+veis. Para que u"a peça seRa retirada Q !ecess&rio co"K-la, co"o !o Rogo de da"as, isto Q, pular u"a peça quete!9a re!te u" espaço va#io.

Page 160: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 160/218

=< #sicolo!ia e duca$*o+ ,esaios "e.rico-#rdticos

os Rogos e" equipe, Paulo i!teressou-se pelo Rogo $"age" e Jção2. [" dia, u" doscolegas de Paulo leu a palavra tel9ado e" u" cartão. Co"eçou a dese!9ar u"a casa e otel9ado desta para que as cria!ças de sua equipe descobrisse" o que estava escrito !o cartão. Jscria!ças adivi!9ara" o que estava se!do dese!9ado, "as, qua!do o"os ver, ele 9avia

co!u!dido a leitura. Leu a palavra tel9ado, o!de estava escrito teclado. T colega de Pauloicou triste, pois co"o leu a palavra errada, !ão 9avia eito po!to. Paulo oi abraç&-lo e disse6'ão te" proble"a que vocK leu errado, eu !ão sei ler !e" o tel9ado que vocK dese!9ou.Paulo era u"a das cria!ças que !ão sabia ler e escrever e" !osso grupo, "as dese!9ava co""uita acilidade. Porta!to, toda ve# que Rog&va"os $"age" e Jção, Paulo era basta!terequisitado.ura!te os e!co!tros e" grupo, co!ti!u&va"os e" co!tato co" a proessora *aria. 'a "aioriados casos oi "uito di+cil as proessoras co!seguire" te"po para co!versar co!osco. ["a dascoisas que atual"e!te a#e"os Q co!dicio!ar a possibilidade desse trabal9o ao ato de a proessora que e!ca"i!9ou a cria!ça participar. o co!tr&rio, ica"os se" avaliar a possibilidade de "uda!ça da queiOa escolar.*aria ti!9a "uita pe!a das cria!ças, pri!cipal"e!te de Paulo, depois que ele perdera o pai. ["

dia, *aria pediu que as cria!ças se dividisse" e" grupo. 'i!guQ" escol9eu Paulo pois di#ia"que ele batia !os outros. Ela e!tão, depois dos grupos or"ados, obrigou u" dos grupos a icarco" Paulo. Esses atos reorçava" as cria!ças !ão querere" Paulo !o grupo. Co!versa"os co"*aria sobre esse te"a6 a !ecessidade da i!clusão de todos os alu!os e" grupos de trabal9o.Co"o respo!sabili#ar as cria!ças por essa questãoX *uitas ve#es, di#er repetida"e!te para ascria!ças o que elas deve" a#er e !ão estão a#e!do te" co"o eeito provar que as cria!ças sãoi!capa#es. Por isso !osso cuidado e" pe!sar co" as proessoras u" )rocesso !o qual se possaco!quistar aquilo que se prete!de. *aria resolveu que iria, ela "es"a, sortear os grupos e" u" pri"eiro "o"e!to. essa or"a, as cria!ças trabal9aria" co" colegas !ão2. [" Rogo para duas equipes !o qual cada equipe, u"a por ve#, deve adivi!9ar, e" u" "i!uto, o que seu colega est& dese!9a!do.T obReto a ser dese!9ado est& escrito e" u" cartão que ser& lido so"e!te por aquele que ir& a#er o dese!9o 1qua!do a cria!ça !ãosabe ler, ou !ão co!9ece o obReto que est& se!do lido, !ós aRuda"os3.

Page 161: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 161/218

 A:alia$*o #sicol.!ica na duca$*o+ Mudan$as Cecessárias =@

escol9idos. T proble"a deiOaria de ser ter Paulo !o grupo e odesaio passaria a ser trabal9ar as diere!ças. Pe!sar e" estratQgiasi"plica pe!sar e" u" processo para viabili#&-las, esta!do ate!tosaos seus eeitos.ala!do e" eeitos, a!alise"os outra ce!a6 qua!do Paulo copiava

algu"a coisa da lousa, *aria escrevia parabQ!s i!depe!de!te"e!te de sua cópia estavacorreta ou errada, pois ac9ava que a auto-esti"a & ele estava "uito baiOa e que ele icariac9ateado se soubesse que n8T[. *as, os eeitos dessa estratQgia de *aria era que Paulo "ais 6"ais se se!tia i!capa#. Para que pedir cópia a u"a cria!ça que ai!da !ão sabe ler e escreverX Tque te" produ#ido essa se!sação de i!capacidade e" PauloX E!i", ce!as e gestos que pode"ser pe!sados, revela!do a !ecessidade de i!terlocução, discussão co!sta!te, estudo e or"açãode que" trabal9a co" Educação.Co"o R& disse"os, Paulo !ão sabia ler e escrever. 'os pri"eiros e!co!tros co!osco, !ão queria bri!car co" Rogos !os quais aparecia" letras e !U"eros. epois isso oi "uda!do. [" diaaceitou participar do Rogo de percurso. Nua!do ele caiu e" u"a casa cuRa tarea era escrever o!o"e de trKs cores, pediu a Carlos, u" colega do grupo, que l9e ditasse as letras e o aRudassecaso !ão soubesse. 'o Ulti"o dia do e!co!tro e" grupo, Paulo estava bravo. isse-!os que !ão queria participar, pois tudo l& era "uito c9ato. )esolveu, ao i!al, icar dura!te o e!co!tro 1se"pre optativo3,ala!do o qua!to estava tudo c9ato e que sairia de l& a!tes de ter"i!ar. 'ão quis participar co"as outras cria!ças das atividades desse Ulti"o dia. icou se!tado a#e!do u" dese!9o -dese!9ou cria!ças Roga!do $"age" e Jção e escreveu a palavra Rogo. Jo i!al todos sedespedira".Esses e!co!tros são, !a "aioria das ve#es, "uito esperados pelas cria!ças. esde o pri"eiroe!co!tro a#e"os algo visual que i!dique e" qual e!co!tro esta"os e qua!tos alta". [" lugar de vida e de produção, co" te"po e dispo!ibilidade. É co"u" recla"are" do tQr"i!o.*as, a tarea !ão ter"i!a !os e!co!tros e" grupo. Eles são ape!as u" "o"e!to dessa tarea,!o qual pode"os ter acesso cria!ça produ#i!do, e !o qual estabelece"os u"a relação de

cu"plicidade e co!ia!ça co" ela.J seguir are"os algu"as observaçMes sobre o "a!eRo do trabal9o e" grupo.

Page 162: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 162/218

A0 -  #sicolo!ia e duca$*o+ ,esaios "e.rico-#rticos

T trabal9o e" grupo visa pote!ciali#ar a diversidade. Co!or"e as relaçMes, diere!tes possibilidades são viabili#adas. Js cria!ças agia" de "a!eiras diere!tes, por eOe"plo, qua!do perdia" !o Rogo ou errava"6 Paulo agredia, Carlos e!tristecia. Patr+cia !ão gostava de arriscar.*as !e!9u" desses gestos era se"pre o "es"oS ao lado de Carlos, Paulo se!tia-se capa# eaceitava aRuda, !a relação co"igo agia co"o se soubesse tudo. EOplicita"os esses

aco!teci"e!tos se" Rulg&-los observa!do que as cria!ças relita" s v&rias possibilidades.Nua!do Paulo correu co" o Rogo )esta [", C&tia c9orou di#e!do querer Rogar. Paulo produ#ira o c9oro de C&tiaX J eOistK!cia da C&tia que c9ora esti"ula Paulo a ugir co" o Rogoe provoc&-la. Jlgu"as cria!ças se!te" pe!a de C&tia e "edo de Paulo. (er& que o se!ti"e!tode pe!a e" relação C&tia estaria produ#i!do a C&tia que c9oraX essa or"a, e!tra"os e"u"a rede i!i!ita que produ# u" ciclo "ovido por causas e co!seqK!cias - u"a coisa ali"e!taa outra e vice-versa. ica parece!do e!tão que6 deve"os !ão ter pe!a de C&tia, pois assi" ela!ão ser& a que c9oraS que C&tia !ão deve ser a que c9ora, pois assi" Paulo !ão ir& provoc&-laS que as cria!ças deve" se co"portar "el9or, pois assi" serão "ais respeitadasS que a proessora deve ter "ais paciK!cia co" as cria!ças, pois assi" estas poderão eOpressar-se "aislivre"e!te. Esse tipo de racioc+!io e de lógica !ão Q suicie!te para avaliar !osso obReto - a possibilidade de "ovi"e!tar a produção da queiOa escolar -, pois iOa os atributos !as pessoas6a C&tia que c9ora, o Paulo que provoca, as proessoras se" paciK!cia e as cria!ças"alco"portadas. Co"o libertar os i!div+duos do estreito espaço e!tre o certo e o errado, e!treo !or"al e o a!or"al, deiOa!do assi" e"ergir a diversidadeX Proble"ati#a"os co" as cria!çasos v&rios atos coloca!do-os !o prese!te e ate!tos aos se!tidos que são produ#idos9istorica"e!te. C&tia c9ora, e as cria!ças tK" pe!a, e Paulo corre, e Carlos i!ge !ão ouvir.$!clu+"os !esses aco!teci"e!tos que !o"ea"os, co!9ece"os e produ#i"os, aquelesrelacio!ados ao processo e!si!o-apre!di#age". Por quKX Para quKX Pois assi" vai seco!igura!do u" ca"po de orças, que, "el9or co!igurado, !os abre possibilidades dei!terve!ção. Vulgar os e!"e!os produ#i!do categorias para os i!div+duos Q quase u"ate!tação. Js cria!ças ta"bQ" a#e" isso co" reqK!cia, ai!al !ós as e!si!a"os a agir assi",a tra!sor"ar 

Page 163: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 163/218

 A:alia$*o #sicol.!ica na duca$*o+ A

e" atributo i!dividual os e!"e!os produidos e" ama 9istória social e pol+tica?. Co"oro"per essa produ!"o na $ual Paulo ica se!do o agressor, C&tia a que c9ora. Patr+cia adesi!teressadaX ;eRa"os. Co dia em que !aulo )e!ou o o!o 5Resta Gm 5 e saiu correndoagilmente, sem ou$ir nossa e?)lica$*o so%re como o!ar0 narramos para as crianças o queesta:a acontecendo+ 5> #aulo está correndo com o o!o KResta GmK na m*o 53 6átia0 uma das

crian$as0 disse+ 5u tam%m quero esse o!o53 #aulo res)ondeu+ 5Cin!um conse!ue tirar o o!o de mim 53 #aulo ala:a olhando )ara 6arlos0 um menino um )ouco maior e mais :elho doque ele3 6arlos ent*o alou+ 5Se eu quiser eu te )e!o 50 e oi )ara um canto desenhar3 Iuando

 #aulo )erce%eu que 6arlos n*o iria tentar )e!á-lo0 :oltou-se )ara 6átia e disse+ 5Vai azeroutra coisa0 que esse o!o a!ora meu 53 6átia come$ou a chorar3 *uitos são os te"as quesurge"6 se!tir-se i"pote!te para apre!der, querer ter algo só para si, provocar u"a disputa, icar co" "edo, c9orar, correr de alguQ"... ["a ce!a co"o esta i!spira-!os v&rias pergu!tas6 que" R& se se!tiu i!capa# para a#er algu"a coisaX JlguQ" te" algu"a 9istória para co!tar sobrequerer u"a coisa que Q de v&rias pessoas, só para siX Nue" R& teve "edoX essa or"a pode"os reletir esses te"as e" v&rios territórios. 'ossa questão !ão Q pe!sar"os o te"a e" si6c9orar, agredir, desi!teressar etc, "as si" o território !o qual ele se d&. *uitas dascria!ças e!ca"i!9adas !ão sabe" ler e escrever, "as eOiste" outros territórios !os quais o !ãosaber Q vivido de or"a co!strutiva. Porta!to, i!teressa-!os proble"ati#ar esse !ão saber1agora i!stalado3 e" u" território cuRas pr&ticas cotidia!as produ#e" racasso escolar. Gm dia

 #aulo )e!ou um dos li:ros que le:á:amos )ara o !ru)o3 A).s ter ou:ido outra crian$a ler otítulo do li:ro0 sentou-se ao meu lado e alou em :oz alta o nome do li:ro+ 5> ani:ersário do

 Bolinha 53 #er!untei a ele o que esta:a azendo0 ao que ele res)ondeu+ 5lendo o li:ro 53 Fiquei sentada ao lado dele3 #aulo :irou uma das )á!inas e ent*o disse+ 5n*o quero ler )orque á sei ahist.ria53 ,isse a ele que quando eu era crian$a0 n*o sa%ia ler0 e que a)rendi a?. oucault 1@<>3 relata-!os a traRetória !a qual a loucura oi tra!sor"ada e" atributo do louco.

Page 164: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 164/218

A2 #sicolo!ia e duca$*o+ ,esaios "e.rko-#ráticos

ler na escola3 5?istem coisas que n*o sei )ois nunca a)rendi0 mas )oderia sa%er@ )or e?em)lo0n*o sei azer )i)as 50 contei-lhes3 #aulo ent*o retrucou+ 5#i)a ácil0 s. eu te mostrar que:ocê a)rende 53 Assim com%inamos que em nosso encontro se!uinte0 eu le:aria material )ara

 #aulo me ensinar aazer uma )i)a3 Era e!ca!tador ver as reaçMes das cria!ças ao sabere" que

eu !ão sabia a#er u"a pipa. E assi" produ#i"os o dia da pipa e "uitas !ovas questMes6 o quecada u" !ão sabe e gostaria de apre!derX o que eu bri!cava qua!do cria!ça R& que !ãoe"pi!ava pipaXCo"bi!a"os algu"as regras co" as cria!ças6 cuidar das pessoas e do "aterial da escola.Nua!do u"a cria!ça vai bater e" outra, i"pedi"os. E qualquer ação !ossa requer, co"o e"outros aco!teci"e!tos, que se proble"ati#e os te"as que estão se!do vividos.

Iuarto momento - ncontros indi:iduais com as crian$as c leitura dorelatado com os )ersona!ens en:ol:idos no tra%alho+ crian$as0 )roessoras e )ais*uitos te"as são trabal9ados dura!te os e!co!tros e" grupo. *as a vida escolar e!co!tra-se,"uitas ve#es, tão cro!iicada, que se produ# a !ecessidade de !os e!co!trar"os co" as cria!ças

i!dividual"e!te após o te"po dos grupos. 'esses e!co!tros reto"a"os a tarea - co!9ecer oque !ão est& i!do be" !a vida escolar e o que poder+a"os a#er para "el9orar - "as, agora,te!do as ce!as ocorridas !os grupos para co!versar"os. Paulo percebia agir diere!te"e!te !asala de aula, !a Educação +sica e !os e!co!tros e" grupo. oi solid&rio co" seu colega quelera a palavra tel9ado ao i!vQs de teclado !o Rogo $"age" e Jção, e se!tia-se a"eaçado e provocado qua!do alguQ" !ão passava a bola para ele dura!te o Rogo de utebol. E" algu!strabal9os, co!vida"os a cria!ça e a proessora para u" e!co!tro co!osco.[" dia, Paulo e!trou !a sala bravo. Pergu!tei-l9e o que o deiOava tão bravo. Paulo respo!deu6os "e!i!os ala" que "eu pai era ladrão. Era a pri"eira ve# que ele tocava !esse assu!to.alou do pai, do Rogo de do"i!ó que ti!9a e" casa, de u"a ve# que colocou suco !o iltro de&gua e o pai brigou... (e!tia alta do pai.

Page 165: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 165/218

 A:alia$*o #sicol.!ica na duca$*o+ Mudan$as CecessáriasA?

Ele le"brava-se de duas das quatro proessoras dura!te seu pri"eiro a!o de escolari#ação.isse ser bo" e" "uitas coisas, só - palavras Q que !ão. Propus que !os e!co!tr&sse"os "aisduas ve#es e que ele "e "ostrasse o que queria apre!der a escrever. 'o e!co!tro segui!te PaulotrouOe u"a lista de palavras que ele di#ia saber escrever e eu l9e e!treguei u" livro sobre o

saci-pererK 1u" -.a ele 9avia dese!9ado u" saci dura!te o e!co!tro e" grupo3, Co"pleta"os o"apa escolar. (e Paulo sa+sse do Ciclo 5&sico, ele ^a para a ?a sQrie e !ão para a Da co"o 9aviai"agi!ado 1e deseRado3. J proessora *aria di#ia utili#ar-se do co!strutivis"o para alabeti#aras cria!ças, pesquisa!do as 9ipóteses das cria!ças e" relação escrita. *as o se!ti"e!to de pe!a e" relação a Paulo 9avia do"i!ado atQ e!tão. ura!te o per+odo e" que estive"ostrabal9a!do u!tas, ela "udou sua atitude para co" ele6 parou de pedir cópias, co"eçou aaproveitar a capacidade de dese!9ar de Paulo, trouOe o te"a da relação e!tre as cria!ças para asala de aula atravQs do uso de algu!s livros i!a!tis. *uitos alu!os de sua classe co!siderava"-se burros, e algu!s deles reagia" agressiva"e!te a essa situação. J "o!tage" dessa sala oiviabili#ada e" u"a certa di!4"ica escolar. Co"o aetar essa di!4"icaX Co"o i!cluir os pais !adiscussão sobre as caracter+sticas dessa sala de aulaXPaulo co!ti!uava a !ão a#er as liçMes e" casa. Nua!do pergu!ta"os sobre sua roti!a e"

relação s liçMes de casa, ele disse-!os que o proble"a era a preguiça. Preguiça. Preguiça dequKX Ca!saço e" relação a estar e" qual lugarXEscreve"os u" relatório sobre o trabal9o co" Paulo. J!tes de assi!ar"os a versão i!al dorelatório, le"os u"a pri"eira versão deste co" ele, co" a proessora e pais. 'essa pri"eiraleitura, col9e"os algu"as sugestMes. E!trega"os ta"bQ" u" relatório para a escola discuti!doalgu"as pr&ticas da i!stituição. Esses relatórios ora" redigidos após trKs "eses do i!+cio dotrabal9o.

 4m)lica$9esJ queiOa escolar Q co!stitu+da e" u"a 9istória coletiva. Jvaliar a produção da queiOa escolari"plica buscar o qua!to Q poss+vel alterar essa produção, aeta!do os e!"e!os !os quais elase viabili#a. 'osso obReto, porta!to, passa a ser os e!"e!os e" i!terve!ção. EOplico-"e.

Percebe"os, !o caso de Paulo, a !ecessi-

Page 166: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 166/218

AD #sicolo!ia e duca$*o+ ,esaios "emico-#rdticos

dade de discutir a relação dos proessores co" os pais das cria!ças, assi" co"o a questão da"o!tage" das salas de aula. *aria, a proessora de Paulo, "ostrou-se "uito disposta a essaco!versa. *as esse te"a eOigia u" trabal9o co" os proessores. Co!versa"os co" o grupo dos proessores propo!do trKs e!co!tros atQ o i!al do a!o para aprou!dar a questão da or"ação

das classes. Esse te"a trouOe "uitos outros6 a atribuição das salas para os proessores, adiiculdade de recursos para trabal9ai- a diversidade, as classes c9eias 1co" "ais de D0 alu!os3,a burocracia, a !ecessidade co!t+!ua de or"ação. E, !esse território, o deseRo de e!si!ar.Paulo oi u"a das 9istórias que !o"ea"os be"-sucedida. *aria, a proessora de Paulo, passoua ousar "ais, se!do basta!te criativa e" suas propostas. Jlgu"as cria!ças da classe de *aria per"a!ecera" !o Ciclo 5&sico, outras ora" para u"a ?a sQrie !a qual seria" revistos algu!sco!9eci"e!tos !ecess&rios para alabeti#ação. Paulo ai!da ti!9a "edo de errar, associa!do erroa i"potK!cia. Co" 0 a!os, ele iria para a ?a sQrie !o a!o segui!te. (air do Ciclo 5&sico oi u"aco!quista.EOiste" duas di"e!sMes !esse trabal9o. ["a, di# respeito ao !osso trabal9o e!qua!to psicólogas recebe!do o e!ca"i!9a"e!to si!gular de u"a cria!ça por u"a escola espec+ica.Tutra reere-se produção dessas cria!ças !o cotidia!o escolar. ["a i!terere !a outra.

T relatório de Paulo aprese!ta-!os possibilidades co!creti#adas. 'a i!ti"idade do caso, osatravessa"e!tos i!stitucio!ais i#era"-se prese!tes. xs ve#es parece-!os que i#e"os "uito"ais do que !os pedira"1ai!al queria" saber o que Paulo ti!9a, e busca"os u" processo que pote!ciali#asse cria!ças, pais e a proessora3. *as, ao ter"os o obRetivo de i!tervir D !o processo de produção da queiOa escolar co" o i!tuito de ro"per essa produção, e!tra"os e"co!tato co" u"a sQrie de aco!teci"e!tos i!stitucio!ais cuRas i!te!sidades "erece" u" outrodiscurso, !ão "ais sobre Paulo, "as sobre o u!cio!a"e!to das relaçMes escolares, !as quaisPaulo se i!sere. ED. ["a ve# e!ca"i!9a"os u"a cria!ça que reqe!tava a classe especial para a sala regular. )eali#ar esse e!ca"i!9a"e!to deor"a ge!Qrica, por eOe"plo escreve!do e" u" relatório que essa cria!ça deve reqe!tar u"a sala regular, se" eOplicitar asco!diçMes !ecess&rias, Q u"a discri"i!ação, pois, dessa or"a, desco!sidera-se que esta"os e" u" território co" preco!ceitos. Por isso, a!tes de reali#ar"os qualquer tipo de e!ca"i!9a"e!to a#e"os o bastidor deste busca!do u" proissio!al que acredite !acria!ça e deseRe trabal9ar co" ela.

Page 167: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 167/218

 A:alia$*o #sicol.!ica na duca$*o+ Mudan$as Cecessárias A=

Jquilo que parecia ter"os eito a "ais d&-!os a se!sação de ser ai!da .o. Pouco, pois o racassoescolar co!ti!ua se!do produ#ido, o .os apo!ta !ovas eOigK!cias.["a das eOigK!cias Q escrever u" relatório para os proissio!ais 6cola 1!ossos parceiros3eOplica!do o que vi"os e o que pe!sa-6. dura!te o processo do trabal9o, e" relação s pr&ticascotidia!as dos quais participa"os. ee!der a !ecessidade de "aior i!terlocução e os

 proessores sobre o trabal9o te" sido u"a co!sta!te !esses : tos. Essa postura te" diere!tes possibilidades depe!de!do, poreOe"plo, do lugar que trabal9a"os=.["a ve# e!tra"os e" co!tato co" a psicóloga que 9avia ate!dido u"a das cria!çase!ca"i!9adas. Ela relatou-!os ac9ar preRudicial para a cria!ça icar !a classe especial quereqe!tava, e"bora co!clu+sse, atravQs de seu trabal9o, que a cria!ça !ão teria co!diçMes . rreqe!tar u"a sala regular pois aprese!tava "uitas diiculdades devido a u" atraso e" seudese!volvi"e!to. Jo co!versar co!osco sobre essa classe especial, a psicóloga co!tou-!osalgu!s atos relatados pela proessora da cria!ça6 os alu!os dessa classe co"ia" S" lugares e9or&rios diere!tes das cria!ças das salas regulares, 9avia alu!os co" < e 20 a!os reqe!ta!doa classe especial 9& cerca de sete a!os, ela 1a proessora3 se!tia-se só e" seu trabal9o. ura!te!ossa co!versa, a psicóloga e!ati#ou algu"as !ecessidades de, co"o, por eOe"plo, atividades!as quais todas as cria!ças da escola pudesse" participar Ru!to, i!depe!de!te"e!te de qual salareqe!tasse, parcerias co" i!stituiçMes para poder pe!sar a i!serção desses Rove!s que vãoica!do estacio!ados !as salas de aula, e discussão co" o grupo de proessores a respeito dadiscri"i!ação reorçada por algu"as pr&ticas escolares. 'e!9u"a dessas idQias e dasco!cepçMes que as dee!de" 9avia sido discutida, escrita, revelada aos proissio!ais da escola,dura!te o trabal9o dessa psicóloga co" a cria!ça.E" "uitos casos co!segui"os "ovi"e!tar 9istórias escolares paralisadas. *uitas ve#esespera" de !ós a resposta para a tal pergu!ta6 o que a cria!ça te"X. Circula"os por v&riosterritórios, co!versa"os co" proissio!ais e pare!tes, cria"os aco!teci"e!tos e c9ega"os a u"relato sobre o que se e# dura!te o te"po de !osso=. J avaliação de qualquer e!"e!o que di# respeito a questMes produ#idas 9istorica"e!te Q, !ecessaria"e!te, u"a i!terve!ção, pois a#e"os parte dessas produçMes 9istóricas.

Page 168: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 168/218

AA #sicolo!ia e duca$*o+ ,esaios "e.rico-#ráticos

trabal9o, o qua!to se co!seguiu co" a ação de v&rios perso!age!s 1a cria!ça, !ós, os proessores, os pais, a ir"ã, o proessor de trapQ#io e outros3. É poss+vel leva!tar v&rias9ipóteses sobre co"o as questMes e!ca"i!9adas atravQs das cria!ças ora" produ#idas, Q poss+vel participar 1e, co"o R& disse"os, isso i"plica e" i!tervir3 do processo escolar dura!te o

trabal9o, Q poss+vel di#er o que co!segui"os e o que !ão co!segui"os, o que ac9a"os!ecess&rio aco!tecer !o território daquela 9istória si!gular 1se" ge!erali#açMes, pois estasdesco!sidera" as relaçMes !as quais as cria!ças estão se!do e!ca"i!9adasA3, Q poss+vel i!cluire" !ossas pr&ticas 1e e" !ossa escrita3 os discursos, os gestos e as co!cepçMes que produ#e" ose!"e!os que !os são e!ca"i!9ados, Q poss+vel criar co!tradiçMes e" co!cepçMescristali#adas. É poss+vel, porta!to, e!qua!to psicólogas que trabal9a" co" cria!çase!ca"i!9adas pelas escolas, direcio!ar"os !osso trabal9o co" o obRetivo de ro"per a produçãoda queiOa escolar e" u"a duração, u" te"po. ["a ve# reali#ado esse trabal9o, te"osco!diçMes de di#er o que oi eito - e assi" pode"os dei!ir !osso obReto -, avaliar as "uda!ças!a produção da queiOa escolar.

 Reerências Bi%lio!ráicasJL8[T', 5S E((LE. CS (8TE5E), $. Reuni*o de )ais+ sorimento ou )razer3 (ão Paulo6Ed. Casa do Psicólogo, @@A.J*J)JL, L.J. #ensar a dieren$adeiciência3 5ras+lia6 Coorde!adoria 'acio!al para$!tegração da Pessoa Portadora de eiciK!cia, @@D.5)[(Cl'$, C. 1Trg.3 Co:os olhares3 (ão Paulo6 u!dação Carlos C9agas e Ed. *arco ero,@@D.CJ[n, *. > que ideolo!ia3 (ão Paulo6 5rasilie!se, @<0.CTLLJ)E(, C.J.L. > cotidiano escolar)atolo!izado3 Ca"pi!as6 8ese 1Livre-ocK!cia3 -E['$CJ*P, @@D.ELE[E, %. (.!ica dos sentidos3 (ão Paulo6 Perspectiva, @>D.A. Jtual"e!te te"os tido, !o (erviço de Psicologia Escolar 1do $P[(P3, a oportu!idade de e!co!trar"o-!os, de or"asiste"ati#ada, co" proissio!ais de algu"as i!stituiçMes educativas para discussão do trabal9o que reali#a", aprou!da!do algu!ste"as. ara (a]ão, u"a das psicólogas desse serviço, i!iciou esses ate!di"e!tos co" o !o"e de Pla!tão $!stitucio!al, e" @@A.

Page 169: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 169/218

 A:alia$*o #sicol.!ica na duca$*o+ Mudan$as CecessáriasA>

I'J'E(, J.*., 1@@?3 Rom)endo com a )rodu$*o de uma 5doen$a que n*o d.i5+ aeOperiK!cia de alabeti#ação e" 'ova ola!da. )io de Va!eiro6 @@?. issertação de "estrado-u!dação TsHaldo Cru#.V[CJ[L8, *. Cietzsche0 Freud e Mar? - "heatrum #hilosolcum3 (ão Paulo6 Ed. Pri!c+pio,

@<>. _________ 3 Oist.ria da (oucura3 (ão Paulo6 Ed. Perspectiva, @<>.-hLE'E, T. 6aminhos e alternati:as )ara :aloriza$*o da escola )D%lica - sistematiza$*o dediscuss9es realizadas durante a 4 a ornada )ara :aloriza$*o do ensino )D%lico3 $!6 óru" deLice!ciatura, (ão Paulo6 [(P, @@.ELLE), J. > cotidiano e a Oist.ria3 (ão Paulo6 Ed. Pa# e 8erra, @@2.*JCJT, J.*. Rein:entando a a:alia$*o )sicol.!ica3 (ão Paulo6, @@A. 8ese de doutorado- P[(P. ____________. 6rian$as de classe es)ecial+ eeitos do encontro da saDde com a duca$*o3 (ão Paulo6 Ed. Casa do Psicólogo, @@D.PJ88T, *..(. A )rodu$*o do racasso escolar3 (ão Paulo6 Ed. 8.J. Nueiro#, @@0.(T PJ[LT 1Estado3 - (ecretaria de Estado da (aUde. eparta"e!to de JssistK!cia ao

Escolar. ivisão de Estudos, 'or"as e Progra"as e" JssistK!cia *Qdica. A:alia$*o #sicol.!ica de Alunos da Rede stadual de nsino0 >rienta$*o aos Recursos da 6omunidade3Coorde!ação de $sabel 8oledo Pita. (ão Paulo6 @@>.

Page 170: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 170/218

Page 171: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 171/218

 #roessor e duca$*o+ Realidades em Mo:imento

&anda Maria 'unqueira A!uiar 

Este artigo prete!de, a partir de pesquisa reali#ada para i!s de doutora"e!to

, reletir sobre as possibilidades, ca"i!9os e desaios e!co!trados !o trabal9o de i!terve!ção co" proessores.T obRetivo da pesquisa era, te!do a Psicologia sócio-9istórica2 co"o reerK!cia, aprou!dar"os!osso co!9eci"e!to sobre o proessor, suas tra!sor"açMes, seus "ovi"e!tos de co!sciK!cia1co!ceitos que ao lo!go do teOto irão se!do eOplicitados3. T que os leva a se tra!sor"are"X Tua !ão se tra!sor"are"X Co"o reali#ar u" trabal9o co" proessores te!do por obRetivo queco!strua" "aiores co!diçMes de se apropriar de suas deter"i!açMes, de suas 9istórias e, assi",tra!sor"&-lasX;&rios trabal9os tK" se dedicado ao estudo e a!&lise de cursos 1trei!a"e!tos, reciclage"3 para proessores. J!daló, 1@<@3 e" seu trabal9o )epe!sa!do o apereiçoa"e!to doce!te, a#u"a. J tese de doutorado e" questão oi dee!dida e" evereiro de @@>, co" o t+tulo Js or"as de sig!iicação co"o "ediação daco!sciK!cia6 u" estudo sobre o "ovi"e!to de co!sciK!cia de u" grupo de proessores.2. Co"o autores reerK!cia dessa abordage" pode"os citar6 ;igots/i, )e], .%.S Leo!tiev, Luria, 5oc/ J.*.

Page 172: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 172/218

>0 #sicolo!ia e duca$*o+ ,esaios "emico-#ráticos

a"pla revisão a respeito dessa questão, apo!ta!do que esses proissio!ais, de u"a "a!eirageral, espera" soluçMes claras e dei!itivas para as diiculdades e!re!tadas !o dia-a-dia.(egu!do a autora, o ca"i!9o "ais vi&vel para a ocorrK!cia de poss+veis tra!sor"açMes. seria aor"ação e" serviço, atravQs da abertura da possibilidade de repe!sare" sua própria pr&tica.

 'o e!ta!to, as eOperiK!cias de trabal9o co" proessores tK" !os "ostrado "uitos e!traves.Co"o apo!ta ra"er 1@@?3, "es"o aqueles trabal9os co"pro"etidos co" u"a perspectivatra!sor"adora ou progressista, diicil"e!te escapa" de u"a pr&tica dicoto"i#ada, separa!doco!teUdo e "Qtodo, di"e!são pol+tica e tQc!ica, rag"e!ta!do assi" o ato pedagógico, que,se!do pr&tica social, Q i!dissoci&vel, co"pleOo e co!traditório.8e!do e" vista as preocupaçMes aprese!tadas, aco"pa!9a"os 1para a reali#ação da pesquisa e"questão3 o processo de u" grupo de proessores de u"a escola pUblica "u!icipal de (ão Pauloque vivia" u"a eOperiK!cia de %rupo de or"ação?. ura!te dois a!os 1@@27@@?3, participa"os se"a!al"e!te de suas reu!iMes, co" o obRetivo de a!alisar o "ovi"e!to deco!sciK!cia aprese!tado pelos proessores, ou seRa, as tra!sor"açMes !as suas or"as deapropriação do real.T que esse grupo !os "ostrouXD T que oi poss+vel depree!der"os sobre os "ovi"e!tos

ocorridos co" os proessores ao lo!go do processoX 'a te!tativa de e!re!tar e debater tais questMes ve"os co"o !ecess&rio, de i!+cio, aprese!taralgu"as co!sideraçMes teórico-"etodológicas 1a partir de u"a orie!tação sócio-9istórica3 que, a!osso ver, se "ostrara" u!da"e!tais ta!to para orie!tar !osso ol9ar, de or"a queco"pree!da"os o proessor co"o u" i!div+duo?. J estratQgia de %rupo de or"ação oi criada e" @@0, pela gestão do Partido dos 8rabal9adores !a P*(P. 8al estratQgia ti!9aco"o obRetivo gara!tir a or"ação per"a!e!te dos proessores. (egu!do o próprio docu"e!to que propu!9a essa "odalidade degrupo, J i"ersão !o cotidia!o da escola, o ca"i!9ar solit&rio pode resultar !u"a pr&tica cristali#ada que !u!ca se "odiica e cuRateoria Ra"ais Q questio!ada, !e" eOplicada. T trabal9o !o B%rupo de or"açãoB pode ro"per co" esta situação.D. T grupo pesquisado co!tava !o seu i!+cio 1@@23 co" seis proessoras. 'o i!+cio de @@? e!trara" duas proessoras, te!do !oi!al do a!o u"a delas sa+do. J pri!c+pio o grupo deveria ser coorde!ado pela Coorde!adora Pedagógica da escola, !o e!ta!to eracoorde!ado por u"a das proessoras que se disps a tal. J coorde!adora dava suporte e aco"pa!9ava o grupo.

Page 173: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 173/218

 #roessor e duca$*o+ Realidades em Mo:imento >

9istórica e social"e!te co!stru+do, co"o para a elaboração de u"a critica desveladora das pr&ticas cotidia!as dos proessores. - i"porta!te destacar !ossa co"pree!são do proessor,co"o -ação da realidade social, ideológica, i!stitucio!al, co"pree!são -i que possibilita u"ol9ar que ultrapasse a aparK!cia, da!do-!os co!diçMes de apree!dK-lo !a sua co!cretude.esse "odo, destaca"os, co"o te!do sido u!da"e!tal para a

reali#ação de !ossa a!&lise, a co"pree!são da categoria "etodológica8otalidade. 8al pri!c+pio !ão sig!iica de "odo algu" o estudo detotalidade da realidade, o que seria i"poss+vel dado que a realidadei!esgot&vel. (egu!do LMH] 1@<<, p.A3, 5A cate!oria metodo-lo!ica da totalidade si!niica a )erce)$*o da realidade social comoum todo or!nico0 estruturado0 no qual n*o se )ode entender umelemento0 um as)ecto0 uma dimens*o0 sem )erder sua rela$*o com oconunto53Co" isto esta"os di#e!do que a 9istória social, eco!"ica, a "e"ória coletiva, a ideologia, a própria 9istoricidade da i!stituição escola se tor!a" u!da"e!tais e co!stitue" a c9ave paraco"pree!der"os o "ovi"e!to de co!sciK!cia dos proessores.Jssi", o proessor só poder& ser co"pree!dido lu# da realidade i!stitucio!al, e "ais do queisto, lu# da realidade social e 9istórica. 'ão pode"os ai!da deiOar de co!siderar, co"o u"aspecto i!dissoci&vel ao aci"a air"ado, u"a das 9ipóteses u!da"e!tais da dialQtica, ou seRa,de que tudo que eOiste !a vida 9u"a!a e social est& se"pre e" per"a!e!te "uda!ça.estaca"os dessa or"a, co"o u!da"e!tal, o pri!c+pio apo!tado por ;igots/i 1@@A3, aodiscutir os proble"as do "Qtodo, de que a a!&lise psicológica deve se"pre i!cidir sobre os processos, !u!ca e!te!didos co"o obRetos iOos e est&veis. Jssi", esta"os air"a!do que !ãoeOiste !ada eter!o, iOo, absoluto. 8udo o que eOiste !a vida 9u"a!a e social est& e" per"a!e!te "uda!ça, tudo Q perec+vel.Ji!da co" o i!tuito de aprese!tar os pressupostos teóricos e "etodológicos, destaca"os co"ou!da"e!tal a eOplicitação de que palavras7sig!os ora" co!siderados co"o !osso po!to de partida para e"pree!der"os o trabal9o de apree!são da co!stituição do "ovi"e!to de

co!sciK!cia.Jssi", a partir da articulação apree!dida !o próprio discurso, das palavras7sig!os, e!te!didasco"o sig!iicação, busc&va"os eOplicaçMes !a 9istória social e i!dividual, !a ideologia, !a"e"ória coletiva etc, a i" de !ova"e!te ol9ar"os para o !osso suReito

Page 174: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 174/218

>2 #sicolo!ia c duca$*o+ ,esaios "emico-#ráticos

 particular, co" o i!tuito de ca"i!9ar"os !a co"pree!são de co"o ele co!igurou tal realidade,de co"o ele produ#iu seus se!tidos, de co"o se tra!sor"ou.Jcredita"os que so"e!te atravQs da co"pree!são das deter"i!açMes 1e!te!didas co"o propriedades esse!ciais do processo de co!stituição do suReito3 a que os suReitos estão

sub"etidos, pode"os co"pree!der suas or"as de atribuir se!tido.É u!da"e!tal risar que, qua!do !os reeri"os a deter"i!açMes, de or"a algu"a elas serestri!ge" quelas i"ediatas, vividas !aquele "o"e!to particular, !aquelas relaçMes i"ediatas.T 9o"e", co"o u" ser 9istórico, co!tQ" o social, i!teriori#ado, tra!sor"ado. Jssi", suasor"as de agir, pe!sar, se!tir eOpressa" "ais do que deter"i!açMes i"ediatas, "as a or"aco"o a realidade sócio-9istórica oi co!igurada i!ter!a"e!te e assi" tra!sor"ada e"realidade psicológica.

> Yru)o #esquisado;ale ressaltar que vi"os esse espaço, %rupo de or"ação, co"o privilegiado para a vivK!ciade re-sig!iicaçMes, i!teraçMes, !egociaçMes de se!ti"e!tos e açMes e, assi", para reletir"ossobre o "ovi"e!to de co!sciK!cia.essa or"a, o obReto de estudo co!stituiu-se !esse grupo, e!te!dido co"o u" espaço dee!co!tros, co!ro!tos de idQias, de produção de se!tido, ou seRa, u" espaço dei!tersubRetividade. 'ão pode"os deiOar de le"brar que esse grupo ta"bQ" Q eOpressão de u"a "ultiplicidade dedeter"i!açMes, co!te!do co"o propriedade esse!cial a realidade 9istórica, i!stitucio!al e as9istórias particulares, U!icas e irrepet+veis dos suReitos,Js proessoras pesquisadas, desde o i!+cio do grupo, eOplicita" os e"bates, dile"as eco!tradiçMes vividas !o "ovi"e!to - de co!iguração= das propostas do %rupo de or"açãoque participara". É i"porta!te destacar"os que esse "ovi"e!to deve ser e!te!dido co"o u" processo subRetivo, "as de !ature#a social, !o qual as=. (egu!do )e] %o!#ales 1@@>, p.@@3 5As coni!ura$9es su%eti:as s*o cate!orias com)le?as0 )luridimensionais que re)resentama unidade dinmica so%re a qual se deinem os dierentes sentidos su%eti:os dos e:entos :i:idos )elo homem 53

Page 175: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 175/218

 #roessor e duca$*o+ Realidades em Mo:imento>?

relaçMes vividas vão se!do i!tegradas de "a!eira co!traditória pelosuReitoS o diere!te "ove o i!stitu+do, que se desi!tegra ao i!tegrar oeOter!o, te!do assi" co"o u!da"e!tal a idQia de que o i!ter!o participa da co!strução dos se!tidos subRetivos atribu+dos. J subReti-

vidade Q, assi", 9istórica6 co!strói-se ao lo!go da vida do suReito e,6 essa ra#ão, !ão pode reletir o i"ediato, u"a ve# que a 9istóriasubRetividade dever&, ta"bQ", i!corporar e reletir a realidadeobRetiva.Para a reali#ação da a!&lise, orga!i#a"os u"a 9istória do grupo, 6o Q, a 9istória de suas alasi!dividuais, ta"bQ" 9istóricas, sociais que são e "ediação da vivK!cia grupai. J partir da+destaca"os algu!s e"as ce!trais, assi" e!te!didos por sere" aqueles que catalisava" r"otivava" o grupo, gera!do discussMes, eOpressMes de e"oçMes e e!volvi"e!to. (egui!do!osso trabal9o de a!&lise !ota"os que os te"as ce!trais, de!o"i!ados posterior"e!te por !ósde 'Ucleos de (ig!iicação, se tra!sor"ava" ao lo!go do te"po. Percebe"os assi" trKsgra!des "o"e!tos, que evide!ciava" o "ovi"e!to de co!sciK!cia das proessoras, o processode "uda!ça pelo $ual o grupo passa as te!sMes vividas.

>s mo:imentos do !ru)oestacare"os a seguir algu!s aspectos dessa 9istória que, a !osso ver, "el9or eOplicita" o"ovi"e!to eOpresso pelo grupo, suas tra!sor"açMes. 'o i!+cio do grupo o que veriica"os Q que suas pr&ticas, suas or"as de relação e os co!teUdostratados i!dica" o !ovo, "otiva" as proessoras. Js proessoras valori#a" a de"ocracia e a participação 1aspectos co!siderados por elas "arca!tes !as propostas da %estão do Partido dos8rabal9adores3, air"a" satisação !essa or"a de trabal9o. *as !ão pode"os esquecer que osi!div+duos são 9istóricos, que suas or"as de sig!iicar o "u!do !ão são so"e!te deter"i!adas pelo social i"ediatoS os i!div+duos co!tK" co"o propriedade b&sica a 9istória social, queatravessa e co!stitui suas 9istórias i!dividuais. Jssi" prese!cia"os, !esse i!+cio do grupo, poru" lado, o "edo e a i!segura!ça dia!te de !ovas situaçMes que, de algu"a or"a, e"erge" e

a#e" parte das pr&ticas, dos pressupostos e or"as de trabal9o que co"eça" a se co!stituiratravQs do

Page 176: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 176/218

>D #sicolo!ia e duca$*o+ ,esaios "emico-#ráticos

grupo de or"ação, e, por outro, u"a gra!de vo!tade de participar, de sere" eicie!tes, de seapropriare" das !ovas propostas.T que veriica"os são diiculdades e co!tradiçMes co!stitu+das !o co!ro!to do que poder+a"osde!o"i!ar !egação do i!stitu+do, do ideológico, por u" lado, e de co!cepçMes eOtre"a"e!te

ideológicas, eivadas pelo i!dividualis"o, pelo preco!ceito, pelo tec!icis"o, por outro.Js !ovas eOperiK!cias, !esse i!+cio de grupo, são co!iguradas i!ter!a"e!te, e a+ avaliadasaetiva e cog!itiva"e!te. 8e"os, assi", o querer participar, te"e!do, o querer "udar, "as co""edo e sori"e!to.J co"pleOidade da co!sciK!cia, co!stitu+da de "Ultiplas possibilidades de co!iguração, !ão per"ite u" "ovi"e!to li!ear, a apropriação se" a co!tradição, o releOo direto da realidade. 'esse pri"eiro "o"e!to, de!o"i!ado por !ós T i!vesti"e!to !o !ovo Z o "edo dodesco!9ecido, as proessoras "ostra"-!os, atravQs das suas or"as de co!iguração que o!ovo, ao "es"o te"po que adquire u" peso e"ocio!al e cog!itivo gra!de, !e" se"pre Qreal"e!te i!tegrado !os seus aspectos aetivos e cog!itivos. Para que tal i!tegração ocorra, Q!ecess&rio que o !ovo, o diere!te, "ova o co!stitu+do, que o !ovo "obili#e os se!ti"e!tossig!iicados assi" co"o os !ão sig!iicados, os co!teUdos cog!itiva e aetiva"e!te arraigados,

"uitas ve#es i"peditivos da "uda!ça.Js proessoras de"o!strava" "uito o deseRo de ser co"pete!tes, "as tec!ica"e!teco"pete!tes. Jpropriava"-se da co!cepção, a !osso ver equivocada, de co"petK!cia co"o u"co!ceito !ão-9istórico, !ão articulado di!4"ica social e pol+tica. J co"petK!cia tQc!ica passaa ter, desse "odo, u" valor e" si, u!iversal, i!depe!de!te das co!diçMes sociais que a produ#.Co"o !os le"bra 'osella65com)etência ou incom)etência s*o qualiica$9es-++ atri%uídas no interior de uma :is*o de cultura histori-S camente determinada0 )ois e?iste o com)etente e oincom)etente )ara certa conce)$*o de cultura0 como e?isteo com)etente e o incom)etente )ara uma no:a conce)$*o3 de cultura5 ;1LN0 )32=3J K!ase !a tQc!ica acaba por esca"otear as relaçMes e!tre Educação e pol+tica, Educação e poder. Nuere" a#er be" a tarea de e!si!ar, "as !ão valori#a" o ato de reletire",questio!are"

Page 177: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 177/218

 #roessor e duca$*o+ Realidades em Mo:imento>=

 praticas a!tigas, dispore"-se a te!tar o !ovo e sorere" por isso,co"o algo u!da"e!tal para a or"ação do educador, co"o u" ca"i!9o para a co!strução deu" tipo de co"petK!cia. Esta Q a or"aco"o obRetiva" esses valores !a Educação, da+ a diiculdade de

trasor"&-los. C*o percebe", ou pelo "e!os tK" diiculdade de apree!dere",a i"port4!cia da proble"ati#ação da pr&tica, de "odo que busque" 6B#es, seus u!da"e!tos, a i"port4!cia doco!9eci"e!to teórico$a" i!stru"e!to u!da"e!tal para sa+re" do se!so co"u". J o teoria - pr&tica !ão Qapree!dida !a sua articulação dialQtica, les per"iti!do, !a "aior parte das ve#es, e!Oergare"critica"e!te sua pr&tica, descobri!do os ele"e!tos teóricos a+ prese!tes. quere" serco"pete!tes, elas tK" pressa, quere" resultados, e ee!icas aparece" co"o salvadoras.Le"bra!do Paulo reire 1@@23, qua!do ala"os e" tra!sor"o do proessor, !ão pode"osdeiOar de !os pergu!tar sobre os s+veis te"ores vividos por eles. (er& que !ão te"e" oco!stra!-6ie!to de reapre!der sua proissão dia!te dos estuda!tesX (er& que !ecessidade de serecriare" !o trabal9o !ão os i!ti"idaX T que as oessoras eOpressa" !esse pri"eiro "o"e!to Q

ta"bQ" u" gra!de 6edo de se eOpore", "edo do que vão pe!sar delas, "edo de !ão.o!seguire" ser boas proissio!ais. ;eRa"os a ala de u"a delas65Cin!um quer ser :isto como n*o sa%endo o que az0 assim0 eu sem)re ti:e medo disso0 uma quest*o de caráter3 ,e)ende de cada um0 eu n*o !osto de icar me mostrando de qualquer

 eito0 acho que eu nasci assim 53T que co!stata"os Q que a te!são e a co!tradição são u"a co!sta!te !esse pri"eiro "o"e!to,"as o agir pouco ou !ada se tra!sor"a.(egui!do a 9istória do grupo, destaca"os, i!clusive co"o u" "arco do i!+cio do segu!do"o"e!to, de!o"i!ado por !ós T e!tusias"o pela resistK!cia e o a!tas"a da i"potK!cia, u"ato !ovo, ou seRa, a co!strução coletiva do diag!óstico de u" alu!o. T que "otivou a!ecessidade de reali#are" essa tarea ora" as queiOas co!sta!tes de u"a das proessoras sobreu" deter"i!ado alu!o. ia!te disto, a coorde!adora do grupo props que todas as proessorasse e!volvesse" !a co!strução coletiva do diag!óstico do alu!o. T obRetivo de tal atividade,segu!do a proposta eita pela

Page 178: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 178/218

>A  #sicolo!ia e duca$*o+ ,esaios "eárico-#ráticos

coorde!adora, co!sistiria !ão só e" co"pree!der o alu!o e" questão, "as e" co!stru+re" asor"as para isso, ou seRa, u"a tQc!ica diag!ostica, co"o de!o"i!ou. J proposta teve "uitaaceitação por parte do grupo. Jgora o grupo ti!9a u" e!ig"a, algo que o "obili#ava, algo queera i"porta!te para todosS co"o co"pree!der aqueles alu!os di+ceisXJ co!strução do diag!óstico oi u"a atividade !a qual as proessoras partira" de u"a tarea

 basta!te pr&tica, proble"ati#ara"-!a de or"a coletiva, busca!do os ele"e!tos teóricos a+ prese!tes, ca"i!9a!do assi" para u"a co"pree!são que ia alQ" da aparK!cia.J co!strução desse diag!óstico, pela or"a co"o oi eetivada, pelo e!volvi"e!to das proessoras, criou o i!teresse e" pr&ticas atQ e!tão vistas co"o c9atas, co"o, por eOe"plo,algu"as leituras R& reali#adas, possibilita!do sua re-sig!iicação 1reto"a" discussMes sobre aco!strução do suReito co"o 9istórico e social, a#e" cr+tica s co!cepçMes i!atistas etc3.8al atividade tra#ia respostas co!cretas para o grupo, resgata!do assi" a potK!cia deste. Co"oair"ou u"a delas 533 t*o %om n*o se sentir no %uraco 53(egu!do eller 1@<=3, a i"plicação do suReito e" deter"i!ada atividade depe!de do tipo deação, do próprio suReito e da situação. Jssi", vi"os !a reali#ação do diag!óstico a articulaçãode i!teresses e "otivos vividos pelo grupo ser orga!i#ada a partir de u"a coorde!ação que propiciava a participação e i!teresse de todos.J alabeti#ação e a atividade educativa são vividas co"o pr&Ois, co"o u" "o"e!to e" queco!segue" e!Oergar critica"e!te a sua pr&tica, proble"ati#&-la, busca!do os ele"e!tos teóricosa+ prese!tes.ica claro que o "ovi"e!to de co!sciK!cia eOpresso pela proessoras se co!strói !a atividade,"as, co"o coloca (aHaia65333ao enatizar a im)ortncia do tra%alho no )rocesso da consciência0 )reciso salientar que0mais do que o tra%alho0 a qualidade dele e das rela$9es nele esta%elecidas que s*o

 undamentais5 ;1L<0 )3 22=3Jssi", Q u!da"e!tal para apree!der"os a i"port4!cia da atividade diag!óstico que ela seRavista co"o u"a atividade se"io-tica"e!te "ediada e, se" dUvida, vivida co" u"a gra!dei"plicação.

Co"o R& air"a"os a!terior"e!te, o "ovi"e!to Q co!sta!te, "as, e" algu!s "o"e!tos, eletor!a-se "ais evide!te. 8e" o poder 

Page 179: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 179/218

 #roessor c duca$*o+ Realidades em Mo:imento 1<< 

e gerar tra!sor"açMes de "odo que aeto, cog!ição e ação aco!teça" se" cisão, eOpressa!do"ais clara"e!te a tra!sor"ação !as 6as de pe!sar, agir e se!tir. 'esse "o"e!to 1diag!óstico3, percebe"os que se!ti"e!tos co"o o "edo, i!segura!ça, baiOaauto-esti"a !ão são aba!do!ados, são vividos de outra or"a, co" "aior clare#a da suaeOistK!cia co" "ais garra para e!re!t&-los.

*as u" dado !ovo aparece. *uda!ças !a pol+tica educacio!al avi#i!9a"-seA-.J desorga!i#ação t+pica de i" de gestão, o "edo do que vir&, o "edo da perda e o desa"parovão caracteri#ar u"a situação que subRetiva"e!te se co!igura co"o di+cil e desestruturadora,da!do -#ar a u" !ovo processo.T que as proessoras !os "ostra" Q que dia!te da a"eaça 1i" i proposta P8, !ovas propostasde alabeti#ação, de orga!i#ação do trabal9o etc.3 o e!volvi"e!to co" as propostas da gestãoa!tiga Ru"e!ta, gera!do !ovas co!iguraçMes e !ovos se!tidos. Js propostas ia gestão P8,apesar de !ão sere" "ais oicial"e!te colocadas, são sig!iicadas co"o algo u!da"e!tal a serdee!dido. 'esse "o"e!to, o grupo assu"e a ide!tidade de %rupo de )esistK!cia de or"a clara eco!tu!de!te. T resistir Q vivido co" "uita e"oção, co" 4!i"o, "edo, orça, a!gUstia, potK!ciae i"potK!cia. Co"o air"a eller 1@<=3 dia!te do surgi"e!to de obst&culos, !ovas vivK!ciassão suscitadas, ta!to cog!itiva co"o aetiva"e!te, surgi!do !ovos sig!iicados, gera!doi!quietação, "ovi"e!to, !ovas possibilidades e possivel"e!te u"a "aior i"plicação.J te!são vivida Q eOtre"a"e!te e"ocio!al e co!stitui u" ele"e!to u!da"e!tal para ae"ergK!cia de co!teUdos que, de algu"a or"a, atQ e!tão !ão 9avia" sido apropriados,sig!iicados, cria!do as co!diçMes para u" "o"e!to de gra!de eOplosão e"ocio!al e re-sig!iicação. Poder+a"os di#er que as te!sMes são a eOpressão e"ocio!al, e"p+rica, das poss+veis co!tradiçMes eOiste!tes, de!u!cia!do assi" u" "ovi"e!to late!te, que pode ai!da!ão ter se tradu#ido e" algu"a alteração !a pr&tica do suReito, "as que se" dUvida R&A. E" "eados de !ove"bro, depara"-se co" o ato de que o P8 9avia perdido as eleiçMes. J Coorde!adora Pedagógica que davaapoio proessora coorde!adora do grupo apose!ta-se, se" que outra coorde!adora assu"isse atQ o i!al do a!o.

Page 180: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 180/218

><  #sicolo!ia e duca$*o+ ,esaios "e.rico-#rrítkos

acarreta "uda!ças !a subRetividade. ;eRa"os o que as proessoras !os di#e" !esse "o"e!to65Soremos )orque todas n.s queremos ensinar0 e diícil333queremos o %em das crian$as3 "odonosso sorimento resultará em al!uma mudan$a0 em melhoria na orma de lidar com ascrian$as3 5 5A consciência a:an$a assim0 a cada o%stáculo ela a:an$a0 tem sido diícil0 mas n.stemos a:an$ado0 :ai ser uma :er!onha se n*o conse!inrmos3 5 

Este Q u" "o"e!to de gra!de sori"e!to, "as que apo!ta para !ovas possibilidades. Pareceque e" !e!9u" outro "o"e!to o grupo viveu tão i!te!sa"e!te, tão sorida"e!te. ;ive" oauge da i"potK!cia e da cre!ça !a potK!cia, sore" pela alta de co!ia!ça e" si "es"as ea!i"a"-se co" as possibilidades que vislu"bra". o ce!tro de todo esse sori"e!to, surge u"!ovo se!ti"e!to6 o oti"is"o. *es"o a baiOa auto-esti"a, a i!segura!ça e o "edo são vividosde outra or"a, cu"pre" papQis diere!tes 1desaios a sere" e!re!tados3, são co!iguradosdiere!te"e!te, gera" se!tidos diere!tes. É ai!da u" "o"e!to de sori"e!to, "as poder+a"osdi#er de u" sori"e!to bo", u" sori"e!to que !ão co!tribui para paralisia, para i"potK!cia, para eOclusão das possibilidades de tra!sor"ação, "as si" u" sori"e!to que co!tribui paraque as proessoras se i!clua" !o processo educativo, se" ser via o co!or"is"o e a sub"issão.J i"plicação co" a "uda!ça ace!tua-se. Era o "o"e!to e" que as coisas ti!9a" deaco!tecer, ou o discurso da "uda!ça, do co!strutivis"o, da participação, das co!cepçMes dede"ocracia se eetivava", ou "orreria". Era u"a situação "uito te!sa.T co!ro!to co" o !ovo, a adesão s !ovas co!cepçMes, "es"o que de "a!eira co!traditória,criara" co!diçMes para que as proessoras, de algu"a or"a, co!stru+sse" !ovas !ecessidades,deseRos, or"as de ol9ar a realidade. J vo!tade de "udar i"pulsio!a o grupo, "as ao "es"ote"po tra# !o seu boRo o "edo, o sori"e!to6 "edo de !ão co!seguir, vergo!9a por raqueRar,descre!ça !as propostas i!stitucio!ais atuais, se!sação de que precisaria" u" te"po "aior paraque "uda!ças eetivas ocorresse".*a!ter a traRetória de "uda!ças Q ser vitorioso, Q co!quistar, Q resistir ao retrocesso, co"o elasair"a", "as Q ta"bQ" algo que pode parecer aci"a das possibilidades, Q correr o risco deco"provar 

Page 181: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 181/218

 #roessor e duca$*o+ Realidades em Mo:imento>@

- próprias a i!co"petK!cia. T que elas air"a" !esse "o"e!to Q que  precisa" de respostasi"ediatas, de receitas, talve# assi", -e" sabe, se!tiria" pelo "e!os u" al+vio !a se!sação dei!co"pete!cia ou de culpa por tudo isto. ;eRa"os65u a%andonei mesmo a cartilha0 estou satiseita0 :eo a dieren$a0 acho que tra%alho melhor

com as crian$as0 mas n*o ácil0 de :ez em quando me dá uma ali$*o0 um medo de n*o sa%er azer0 333tem horas que me sinto desarmada0 a!ora :ai ser muito diícil0 acho que )recisa:a deuma coisa mais )rática3333 5 T que !os ica evide!te Q que !ão pode"os ig!orar as co!diçMesi!stitucio!ais, a pol+tica proposta pelo PP5 1Partido Popular 5rasi-leiro3 que !ão colocava questMes co"o a releOão sobre a pr&tica, acritica s or"as tradicio!ais de Educação co"o i"porta!tes, o apoioara as discussMes etc.(er& que as proessoras adquirira" as co!diçMes para co!ti!uar ca"i!9a!do, !o se!tido das "uda!ças deseRadas, ou pelo "e!osapo!tadas co"o deseRoX (er& que as questMes discutidas ao lo!go do processo, co"o a co!strução do diag!óstico, ora" superadas,

!egadas dialetica"e!te pelo !ovo, passa!do a eOistir !o !ovoX;e"os assi" a !ecessidade de ser"os "uito cautelosos ao .1ir"ar"os a ocorrK!cia de"uda!ças.Jpesar de as proessoras air"are" que co!ti!uaria" resisti!do, i!depe!de!te"e!te da pol+ticaeducacio!al ser outra, vi"os que !ão oi be" assi". ;i"os !o ca"i!9ar do grupo o deseRo de"udar, a te!são e!tre potK!cia O i"potK!cia ir se esva!ece!do. J i"plicação que 9avia ati!gidoseu auge di"i!ui. T deseRo de "uda!ças !ão "ais se co!stitui u" alvo de "uita i"plicação. Tsse!ti"e!tos vividos pelo co!Ru!to das proessoras que co"eça" a se ortalecer são o des4!i"oe a triste#a, se!ti"e!tos que !ão leva" ação. Jpesar de !o pla!o do discurso 1"es"o que co" pouca i"plicação3 ai!da colocare" questMes co"o resistK!cia, !ecessidade de "uda!ças, !o pla!o das açMes !ão "ais as reali#a", !ão são "ais poss+veis.;e"os o grupo ser capturado por sa+das apare!te"e!te "e!os soridas, pela ilusão da orde",pela idQia da possibilidade de ca"i!9are" por etapas.Co"eça" a alar e" !ão-cobra!ça. e" Bliberdade para cada u" a#er o que quiser, e""e!os sori"e!to. i#e" que se se!te" "ais aliviadas, "e!os pressio!adas.

Page 182: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 182/218

<0 K#sicolo!ia e duca$*o+ ,esaios "e.nco-#rdticos

T processo de sig!iicação que se deli!eia !esse "o"e!to parece resgatar a vo# da ideologia1idQias que ca"ula" a realidade3, da "e"ória coletiva do que Q ser proessor !a !ossarealidade social. (ão vo#es a"iliares que di#e"6 !ão aça", !ão se arrisque"S que apo!ta" atQc!ica, a orde", a discipli!a co"o salvadoras. Js !ovas co!diçMes pedagógicas, pol+ticas eeducacio!ais suscita" vel9as ór"ulas que poderia" estar ador"ecidas, "as !ão superadas.

*as ser& que e" !e!9u" "o"e!to se co!stitu+ra" e" ala!tes, e" autoras, "as si", co"ocoloca ra"er 1@@?, p.<<3 5em sim)les mensa!eiras de conteDdos :azios 50 ala!do de algoque !u!ca esteve vivo e" suas pr&ticasX _  'ossa 9ipótese Q de que !ão.Jcredita"os que u" dos ele"e!tos que pode aRudar-!os a co"pree!der esse "ovi"e!to queco!sidera"os de retor!o s posiçMes a!tigas, "e!os arriscadas, seRa Rusta"e!te o que passa"osa de!o"i!ar, a partir da pesquisa e" questão, de a cisão e!tre o pe!sar, se!tir e agir. 'esse se!tido ve"os co"o i"porta!te a co"pree!são da eOte!são do co!ceito de re-sig!iicação. (eria si"plista air"ar"os que basta a apropriação das deter"i!açMes, a suaapree!são racio!al, para que a re-sig!iicação ocorra. 8e"os de co!siderar a dialQticaobRetividade7subRetividade co"o acilitadora ou !ão desse processo.essa or"a, te"os situaçMes e" que o i!div+duo, "es"o ca"i!9a!do !o processo deapropriação de sua realidade 1subRetiva7 obRetiva3 e co" isto altera!do aspectos da suaco!iguração subRetiva, !ão co!segue i"pri"ir u"a !ova or"a de agir, talve# "ais coere!teco" as !ovas or"as de co!iguração que co"eça" a se esboçar. Poder+a"os di#er que essei!div+duo vive u"a situação de cisão e!tre o pe!sar, se!tir e agir, cisão esta co!stitu+da a partirde u"a !ova co!iguração, "arcada pela te!são e!tre a possibilidade do !ovo e a per"a!K!cia,situação esta que pode 1depe!de!do das co!diçMes obRetivas7subRetivas3 ca"i!9ar para suasuperação, co" o surgi"e!to do !ovo, co" o au"e!to da potK!cia de ação do suReitoS ou para oequil+brio do a"iliar, do co!9ecido, para o !ão desvelar das deter"i!açMes, gera!do a paralisia,a alta de potK!cia, que seria o ca"i!9o i!verso da superação, da tra!sor"ação. 'esse processo, de obRetivação7subRetivação, que Q U!ico, social e 9istórico, a realidade sociale!co!tra "Ultiplas or"as de ser co!igurada, co" a possibilidade de que tal co!iguração

ocorra se" desco!stituir vel9as co!cepçMes e e"oçMes calcadas e" preco!ceitos,

Page 183: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 183/218

 #roessmK e duca$*o+ Realidades em MatWma>

visMes ideologi#adas, rag"e!tadas etc, a#e!do co" que o !ovo 'T seRa apree!dido co" toda a !ovidade que pode co!ter, que ele sea !egado, resgata!do assi" vo#es que di#e" !ão aça, !ão searrisque, pro"ove!do a repetição, a !ão-tra!sor"ação.  'esse "o"e!to i!al do grupo, de!o"i!ado por !ós de 'ão

S*o "ais que" se dispusera" serX, ica evide!te co"o Q di+cilco!struir u" discurso diverso. Js proessoras "ostrara"-!os co"osão "Ultiplos os atores co!stitutivos da "uda!ça, e que so"e!te ate!são gerada pela cr+tica e i!satisação co" deter"i!ada situação!ão Q suicie!te, "as que !esse processo os i!div+duos tK" de se pote!ciali#ar para a ação. Para tra!sor"ar a pr&tica, alQ" das co!di-coes obRetivas, Q preciso tra!sor"ar as sig!iicaçMes co!stru+dasque são se"pre cog!itivas e e"ocio!adas3 e o agir, o que só ocorrequa!do se se!sibili#a" as co!iguraçMes da co!sciK!cia. 'a pr&tica, as proessoras !ão co!seguira" "udar, e assi" o sori"e!to 1que poder+a"os di#er"au, paralisa!te, a percepção de "es"as co"o i!co"pete!tes3 co!stituiu-se e" u" se!ti"e!to"uito prese!te. (orera" "uito e !a percepção delas os alu!os co!ti!uara" iguais, co" os"es"os proble"asS elas co!ti!uara" iguais segu!do percepção delas próprias3, se" co!seguiralabeti#arS a escola co!ti!uou a "es"a, de acordo co" elas, "uito pior.T que observa"os Q que as proessoras !ão co!seguira" co"pree!der que a luta pelaco"petK!cia !ão se d& so"e!te !o pla!o i!dividual, que ela !ão se co!strói por "eio de u"esorço pessoal e" busca de tQc!icas "ilagrosasS, que a diiculdade de ati!gi-la !ão se d&so"e!te por proble"as i!dividuais. (egu!do Cortella 1(ecret&rio da Educação do *u!ic+pio de(P de @@0 a @@23, o trabal9o co"pete!te da escola Q o trabal9o coletivo da escola e que, porta!to, a !oção de co"petK!cia e!volve, !ecessaria"e!te, a !oção de co"pro"isso pol+tico, ou co"pro"isso co"pete!te. E!treta!to, essa co"pree!são de que a escola Q"ediação do social, Q u" espaço i!stitucio!al, o!de o e"erge!te e o co!servador vive" u"adialQtica co!sta!te, que se co!stitui e" deter"i!a!te do grupo, !ão oi co!stru+da pelas

 proessoras, co!ti!ua!do dessa or"a a se se!tire" culpadas, i!capa#es, quase que !atural"e!tei!co"pete!tes.J "aioria das proessoras viveu co" gra!de e!volvi"e!to o segu!do "o"e!to do grupo,qua!do o sori"e!to dia!te da possibilidade de !ão co!seguire" "udar se co!stituiu e" pote!ciali#ador 

Page 184: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 184/218

<2 #sicolo!ia e duca$*o+ ,esaios "e8rico-#rdticos

da cre!ça !a possibilidade de "uda!ça. 'o e!ta!to, !esse "o"e!to 1i!al do grupo3, parece quesó o sori"e!to a!iquilador da potK!cia resta !a "e"ória. T sori"e!to oi, se" dUvida, u"ae"oção u!da"e!tal para alava!car a te!tativa do grupo de se "a!ter resisti!do, "as !ão !os parece que te!9a sido elaborado, co"pree!dido !a sua co!stituição e 9istoricidadeS ele !ão Q

"ais vivido co"o u"a e"oção que oi gestada e" u" processo de ava!ços e descobertas, e"u" processo que criou possibilidades de co!quistas. Parece que o que restou 1para a "aioriadelas3 oi so"e!te a le"bra!ça de que sorera" "uito. Js co!quistas, as !ovas or"as de lidarco" os alu!os, ora" deseRadas, "as pouco eOpere!ciadas. 'o "o"e!to e" que a realidade i!stitucio!al !ão l9es cobra "ais que "ude" 1i!+cio da gestãoPP53, que se arrisque" para te!tar o !ovo, aquelas que sorera" "uito, que te!tara" !ão sóapree!der o sig!iicado da "uda!ça, co"o reali#&-la, se e!tristece", desa!i"a" e acaba" perde!do a vo!tade, co!or"a!do-se.Js !ovas relaçMes e co!teUdos do grupo avorece" o ressurgi"e!to e o reorço de u"a 9istóriaque !ão oi superada. ;e"os, assi", a volta e a K!ase e" questMes co"o discipli!a, orde",regras de co!trole 1prese!ça de alu!os, de proessores 9or&rio etc3.Jssi", e" u"a situação de desa"paro, de alta de apoio que l9es i#esse acreditar que podia"

co!ti!uar, a volta 1para a "aioria do grupo3 Q "ais segura. *as !ão pode"os qualiicar esse"ovi"e!to de retrocesso, co"o u"a volta ao po!to de partida, "as co"o u" "o"e!to dedesequil+brio que busca o equil+brio !a segura!ça, !o co!9ecido, ai!da "ais porque !u!cativera" certe#a de que o !ovo era o "el9or ca"i!9o. Parece que a U!ica or"a que e!co!tra"de se i!clu+re" !o espaço i!stitucio!al Q pela via do co!or"is"o, da sub"issão, da triste#a.Co!segue" suocar os co!litos, "i!i"i#ar a te!sãoX Jpare!te"e!te si", "as isto aco!tececo" algu"a triste#a. 8riste#a por percebere" que suas capacidades de agir se e!co!tra"di"i!u+das.Js proessoras "ostrara"-!os que a co!sciK!cia se co!stitui !a atividade ao "es"o te"po queQ atividade. Jtividade e!ge!drada e alava!cada )elas e nas co!tradiçMes que, qua!do superadas,i!dica" ca"i!9os !ovos, possibilita" !ovas or"as de apree!são do "u!do. *as o que elasta"bQ" !os "ostrara" Q que !e" se"pre a superação Q vivida, abri!do-se assi" u" leque de

outras possibilidades, que pode" i!dicar o apego ao co!9ecido, ao a"iliar, repetição.

Page 185: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 185/218

 #roessor e duca$*o+ %ealidades i 

*uitas pergu!tas !o e!ta!to se mant3m. 1 6i logo e!golida e esquecida pelas praticas y iia-a-diaX Tu se co!stituir& e" uma y -6a de algo que i!dique a necessidade a i(e" a prete!são de respo!der a tais y6der& a#K-lo, air"a"os a necessidade deee!são do processo de co!iguração subjetiva da realidade so'a

ate!dido co"o u" "o"e!to u!da"e!tal para a criação de umaterve!ção que co!sidere a particularidade 1e" toda sua co"ple-Sdade3 das te!sMes, co!litos e sori"e!tos das relaçMes 9u"a!as.Co"o !os coloca 5arros 1@@=, p.D?3, 5A duca$*o )recisacausar erimentos onde o no:o )ossa ser inoculado 53 Para isto deve"-er criados espaços que se tor!e" lugares de e!co!tro, de alia!ça,de !egação e co!strução de !ovas or"as de sig!iicar a realidadecotidia!a6 "o!óto!a, repetitiva, e"udecedora, "as se" dUvida ricae" co!tradiçMes.i!ali#a!do, !i!guQ" "el9or que Paulo reire para eOpressar que eu gostaria que, de algu"aor"a, c9egasse" s proessoras que sob as co!diçMes "ais adversas luta", sore" e !ão seco!or"a" daquelas cria!ças !ão apre!dere".5333ai daqueles e daquelas0 entre n.s0 que )ararem com sua ca)acidade de sonhar0 de in:entar a

 sua cora!em de denunciar e de anunciar3 Ai daqueles e daquelas que0 em lu!ar de :isitar de :ezem quando o amanh*0 o uturo0 o)tam )elo )roundo en!aamento com o hoe0 com o aqui e oa!ora@ ai daqueles que0 em lu!ar desta :ia!em constante ao amanh*0 se atrelem a um )assadode e?)lora$*o0 de rotina5 ;1LN0 )3 11=3

 Reerências Bi%lio!ráicasJ'JL, CJ. Fala #roessora+ repe!sa!do o apereiçoa"e!to doce!te. (ão Paulo6 @<@. 8esede doutorado - $P[(P.5J))T(, *.E.5. A "ransorma$*o do 6otidiano+ Pe!sa!do algu"as vias de or"ação do proessor - A e?)eriência da Administra$*o de &itória - @<@7@@2. )io de Va!eiro6 @@=. 8esede doutorado.

Page 186: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 186/218

<D #sicolo!ia e duca$*o+ ,esaios "e.rico-#ráticos

`J[n *.(. T que Q ser educador 9oReX a arte ciK!cia6 a "orte do educador. $!65)J'T, C). 1Trg.3 > ducador Vida e Morte3 )io de Va!eiro6 %raal, @<?.)E$)E, P. Educação o so!9o poss+vel. $!6 5ra!dão C). 1Trg.3. > ducador Vida e Morte3 )iode Va!eiro6 %raal, @<?.

)E$)E, P. Medo e >usadia3 T Cotidia!o do Proessor. )io de Va!eiro6 Pa# e 8erra, @@2.%T'JLE(, ).. )istemolo!ia 6ualitati:a \ Su%eti:idad3 (ão Paulo6 E[C, @@>.S6 SELLE), J. "eoria de los Sentimientos3 5arcelo!a6 o!ta"ara, @<=.)J*E),(. #or ntre as #edras+ Jr"as e (o!9o !a Escola. (ão Paulo6 mtica, @@?.Lz,*. 4deolo!ias e ciência social+ ele"e!tos para u"a a!&lise "arOista. (ão Paulo6 Corte#,@<<. 'T(ELLJ, P. Co"pro"isso pol+tico co"o 9ori#o!te da co"petK!cia tQc!ica. $!6 duca$*o eSociedade0 !. D, (ão Paulo6 Corte#, @<?. +T@-K rW v(JJ$J, 5.5. A 6onsciência em constru$*o no tra%alho de constru$*o da e?istência3 (ãoPaulo6 @<>. 8ese de doutorado -P[C() --.-;%T8(,L.(. #ensamento e (in!ua!em3 (ão Paulo6 *arti!s o!tes, @@?.

 ____________. "eoria e Mtodo em #sicolo!ia3 (ão Paulo6 *arti!so!tes, @@A.

Page 187: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 187/218

Page 188: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 188/218

 duca$*o em "em)os de "dio+ um ,esaioa Micro)olitica Mansa (o)es da Rocha5A!ora o col!io iria consertar o desmantelo desta alma descidademais )ara a terra3 4riam )odar os !alhos de uma ár:ore0 )araque os seus %rotos nascessem )ara cima3- Iuando :oltar do col!io0 :em outro0 nem )arece o mesmo3 5  'os (ins do Re!o

 4ntrodu$*oJs eOperiK!cias que !os servira" de base para a co!strução deste trabal9o vi!cula"-se aos a!osdedicados s atividades de pesquisa-i!terve!ção e" escolas pUblicas e !ão-gover!a"e!tais !oEstado do )io de Va!eiro, co"o ta"bQ" participação !a vida u!iversit&ria - eOperiK!ciasvariadas, "as que aprese!tara" co"o de!o"i!ador co"u" a se!sação de que "ais esorçosora" gastos do que "uda!ças de "ovi"e!to acio!adas. $sto sig!iica que te" sido basta!tedi+cil, !a "aioria das i!stituiçMes de or"ação, tra!sor"ar a realidade que se aprese!ta co"odesesti"ula!te, e" que o tQdio pode ser tradu#ido co"o a se!sação de i"potK!cia de criar, de produ#ir orças "obili#adoras para a co!strução de ca"i!9os e pr&ticas gratiica!tes e ecu!das.T i!teresse e" discutir o "ovi-

Page 189: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 189/218

<A #sicolo!ia e duca$*o+ ,esaios "eoiico-#ráticos

"e!to, o que "ove o 9o"e", o que re"ove os "eca!is"os que trabal9a" para a rituali#açãodo cotidia!o, para a estabili#ação de suas tradiçMes, oi se co!stitui!do gradativa"e!te co"o u" percurso poss+vel dia!te da se!sação de va#io, essa espQcie de apatia sócio-i!stitucio!alco!statada !as te!tativas de co!strução de !ovos dispositivos que acultasse" tra!sor"açMes

!o ca"po da Educação.(o"os u"a equipe reu!i!do pesquisadora, bolsistas e estagi&rios do $!stituto de Psicologia da[!iversidade do Estado do )io de Va!eiro que se dispMe a i!tervir e" escolas co" o obRetivo deevide!ciar atos, situaçMes, po!tos de si!gulari#ação, que possa" servir co"o a!alisadores das9istórias que vão se!do tecidas e!tre os diere!tes grupos.8e!do co"o base a abordage" i!stitucio!alista, !ossa perspectiva est& !a abertura de espaçosque per"ita" co"u!idade escolar, da qual a# parte ta"bQ" o psicólogo, discutir suasi"plicaçMes co" a co!strução do cotidia!o educacio!al, e!volve!do a própria or"ação,relaçMes, diversidade de posiçMes a!te o processo, assi" co"o as i!satisaçMes, de"a!das ealter!ativas. 'ão te"os co!siderado u"a tarea si"ples tal proposta, pois, e!te!dida co"o "ais u"ai!stituição produ#ida e produtora de u"a lógica que 9o"oge!ei#a, a escola avorece a

subRetividade "ec4!ica atravQs de cada ele"e!to da co"u!idade, de cada sig!o, s+"bolo, ouregra que a atuali#a, revigora!do-se e!qua!to &brica de sociali#ação padro!i#ada. T trabal9oque a escola ve" a#e!do est& !a orde" da captura da se!sibilidade, do discer!i"e!to, e!i",da produção de !ovos ocos de subRetivação. 'as diversas or"as de u!cio!a"e!to i!stitucio!al, te"os e!co!trado co"o eiOo co"u" oi!dividualis"o, o isola"e!to, o bloqueio da co"u!icação, atores que diiculta" a air"ação deoutros "odos de ser, a diere!ça e!ge!drada !a coletivi#ação do processo. Por u" lado, as polK"icas i"plicativas e a criação são "uitas ve#es ca"i!9os vagarosos, R& que !ão te"osco"o proReto a reor"a das regras ou das tareas, e si" a co!stituição de !ovos territóriosviabili#adores de outras subRetividades. Por outro, as açMes que ro"pe" co" as classiicaçMes"a!ique+stas, e" que tudo o que oge orde" i!stitu+da Q visto e vivido co"o desorde", sãorapida"e!te capturadas, gera!do, e" algu!s "o"e!tos, des4!i"o e se!sação de i"potK!cia.*es"o busca!do trabal9ar as !ossas i"plicaçMes, a luta !as i!stituiçMes sociais Q &rdua e,"uitas ve#es, &rida !o !osso pote!cial de gerar disruptores.

Page 190: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 190/218

 duca$*o em "em)os de "dio+ um ,esaio fZ Micro)olitica <>

Jpós a!os de trabal9o e" estabeleci"e!tos de e!si!o, pude"os estabelecer que era deu!da"e!tal i"port4!cia resgatar as "arcas da cultura ocide!tal !as i!stituiçMes que see!ge!dra" !a vida escolar, para redi"e!sio!ar as a!&lises e as i!terve!çMes reali#adas !esse4"bito. T que pude"os perceber ao lo!go das pesquisas Q que ta!to as orga!i#açMes or"ais,cuRos pilares de cie!tiicidade l9es co!ere" !or"as, pri!c+pios e valores vi!culados produção

de u" equil+brio 9o"eost&tico, co"o os "ovi"e!tos que visa" i!terpelar essa orde",trabal9a!do para desco!stru+-la atravQs de seus co!litos e te!sMes, estão i!scritos !a "es"alógica. 'esse se!tido, tor!a-se di+cil provocar rupturas !a te"poralidade i!stitui!te da vidasociopol+tica que se es)acializa e" redes de relaçMes discipli!ares. 'a eOploração desseca"i!9o, ora", se" dUvida, i"porta!tes algu"as discussMes que estão prese!tes !estetrabal9o6 eli!ea!do o tQdio estabelece u"a breve 9istória da co!stituição da escolaocide!tal-cristã e do 9o"e" co"o co-produtor das a"arras a que est& sub"etidoS Escola e oestatuto da cidada!ia dese!volve a!&lises que busca" evide!ciar o que co!ere u!cio!alidadesócio-9istórica rede de Educação or"alS (ubRetividade "oder!a6 u" devir Qtico, u"adeter"i!ação "oral buscou estabelecer os e"bates do 9o"e" da "oder!idade !a perspectivade co!strução da vidaS J escola e!tre a "acro e a "icropolitica procura dar visibilidade sabordage!s que vK" !ortea!do as i!terve!çMes !as pr&ticas escolares, a!alisa!do suasi"plicaçMesS 8e"po7espaço educacio!al a!alisa o desco"passo da escola e!qua!to usu&ria ouusi!a de co!9eci"e!toS i!al"e!te, e" ios e desaios das tra!sor"açMes, arrisca"osalgu"as releOMes que possa" ragili#ar os sede!taris"os da vida acadK"ica, abri!do atal9os para o !o"adis"o.

 ,elineando o tdioÉ a partir do )e!asci"e!to que o processo de escolari#ação do e!si!o a!u!ciar& "uda!ças !os9&bitos educacio!ais que atQ e!tão regulava" a or"ação do 9o"e". *oralistas e religiososserão os respo!s&veis por gerir, !os estabeleci"e!tos de e!si!o, o uturo para o qual a sociedadeapo!ta. J orga!i#ação social, que atQ os sQculos Z; e Z;$ era e!volvida por u"ate"poralidade circular, ou seRa, u" te"po social vivido e" si, para si, co"eça a colocar e" posição u"a flecha de "po cuRo alvo Q o uturo, e" u"a traRetória li!ear, evolutiva.

Page 191: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 191/218

<< #sicolo!ia e duca$*o+ ,esaios "e.rico-#rdticos

(er& essa perspectiva que sugere ao dese!volvi"e!to educacio!al u"a lo!ga duração co" u"aor"ação própria, separada e espec+ica.J sociedade do co!trato social tra# o estatuto da cidada!ia que de"a!da i!div+duos livres,esclarecidos, que elege" represe!ta!tes a que" delega" co!scie!te"e!te a gestão social. J

co!solidação da sociedade de"ocr&tica passa pela atuali#ação da racio!alidade para corrigir etra!sor"ar a realidade, do co!9eci"e!to !eutro e obRetivado pela "etodologia cie!t+ica, da produção do suReito i!dividuali#ado e autoco!scie!te que so"os !ós, e de u"a !oção de te"podeter"i!ado pelas estruturas do espaço, e" que se co!stitui u" uturo previs+vel !a orde" e !a busca do equil+brio.J escola !asce co" a Pedagogia, sig!iica!do u"a outra "a!eira de relacio!a"e!to co" ossaberes, u" !ovo "odo de pe!sar7a#er o se!tido de or"ação. E" oucault 1@<>3,veriica"os que as !ovas relaçMes que vão se co!stituir e!tre saber e poder i"plica" aair"ação do estatuto da ;erdade. J luta que !ortear& os diversos ca"pos de co!9eci"e!to te"co"o perspectiva a legiti"ação cie!t+ica, o que leva ao discipli!a"e!to i!ter!o dos saberesatravQs da utili#ação de "Qtodos rigorosos. J sociedade da i!teligK!cia, das pessoasesclarecidas, ter& !a escola, atravQs de u"a or"ulação "etódica, a "aqui!ação para o

age!cia"e!to da subRetividade do 9o"e" "oder!o. J divisão e orde!ação dos saberes,segu!do Jries 1@<3, deve-se si"ulta!ea"e!te evolução da !oção de i!4!cia !a sociedade eao se!ti"e!to das idades, que surgirão !o )e!asci"e!to. Para Jries, a deli"itação de u"alo!ga duração !a i!4!cia, surgida !os "eios burgueses, atribui atividade escolar asrespo!sabilidades de preservar a i!ocK!cia da cria!ça, separa!do-a da pro"iscuidade do "u!doe ortalece!do-a da ragilidade caracter+stica de seu parco discer!i"e!to e" relação aose!"e!os da vida social. T autor observa ai!da que as a!tigas or"as de vida sobrevive" atQ!ossos dias !os "eios populares, que são sub"etidos a poucos a!os de escolari#ação, !ãoc9ega!do "uitas ve#es sequer a i!gressar !a escola. J vida dessas cria!ças co!stitui-se a partirdos reere!ciais do. (ubRetividade para eleu#e e %uattari !ão se reere a u"a essK!cia i"ut&vel, algo co!siderado e" si, or"a u!iversal deco!stituição e dese!volvi"e!to padro!i#ado, varia!do ape!as os co!teUdos, co"o pressupMe a !oção de i!div+duo. T que eOiste são

 processos de subRetivação co!ti!ge!tes e geradores de suReitos si!gulares, e !ão subRetividades i!dividuadas. 'o e!ta!to, associedades te!de" a reprodu#ir suReitos si"ilares atravQs de processos 9ege"!icos que visa" co!or"ação de ide!tidadessociais de!tro dos padrMes do"i!a!tes !os grupos, e" deter"i!ado "o"e!to sócio-9istórico.

Page 192: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 192/218

 duca$*o em "em)os de "dio+ um ,esaio a Micro)oktica <@

"ercado de trabal9o, !o qual cedo são i!trodu#idas, ou dos dispositivos da rua, o!de luta" pelasobrevivK!cia.J preparação para a e!trada !o "u!do adulto sorer& sucessivas "uda!ças !o decorrer dereor"as !a estruturação da vida escolari#ada. J autoridade escolar ser& eOercida i!icial"e!te a partir do castigo corporal, t+pico das co!cepçMes absolutistas de sociedade, atQ "eados do sQculo

Z;$$$. J seguir, a era discipli!ar vai a!u!ciar tQc!icas de vigil4!cia e!qua!to "edida preve!tiva este!dida para alQ" da escola, co"o pr&tica e" te"po i!tegral. T sQculo Z$Z produ#ir& !ovos recortes !o espaço escolar, iOa!do desta ve#, a correspo!dK!cia e!tre idade eclasse. J perspectiva da separação, discer!i"e!to e assistK!cia i!dividuali#ada or"ar& classes"e!ores e "ais 9o"ogK!eas, co!igura!do u"a !ova orga!i#ação educacio!al.J i!trodução da discipli!a ser& u" "arco e!tre a escola tradicio!al autorit&ria e a escola"oder!a de"ocr&tica, que tra# as reivi!dicaçMes "orais do 9u"a!is"o. J sociedade capitalistate" co"o pressuposto o i!div+duo aut!o"o e, !esse se!tido, os dispositivos que são postos e""arc9a atravQs de seus "eca!is"os discipli!a-dores tK" co"o i" o au"e!to do do"+!io decada u" sobre si "es"o, sobre o próprio corpo. oucault 1@<>3 air"a que, !o sQculo Z;$, asociedade R& colocava e" circulação, atravQs da igreRa, i"porta!tes dispositivos dei!dividuação, co"o o eOa"e de co!sciK!cia, a reestruturação do sacra"e!to da co!issão e odirecio!a"e!to da vida atravQs do esp+rito.J sociedade que se co!stitui te!do co"o proReto o Estado de"ocr&tico associar& privacidade eliberdade, e!"e!o que, !as palavras de 5arros, a"plia a valori#ação das eOperiK!ciasi!dividuais65> iluminismo0 ao o!ar suas luzes so%re o que icara ocultoem%a$ado no stado a%solutista0acreditou estar desmascarando as identidades )D%licas e0 ao mesmo tem)o0 incenti:ando as

 )ráticas )ertencentes 8 esera )ri:ada3 Aqui ica clara a atri%ui$*o da no$*o de identidade 8de indi:idualidade e a :aloriza$*o deste modo-indi:íduo como aquele que constituiria oconhecimento so%re o mundo3 > iluminismo0 como e?alta$*o da racionalidade0 ao n*o aceitarque al!o do e?terior determinasse as a$9es do homem0 %usca:a a autonomia da raz*o0 o imdas su)ersti$9es 5 ;Barros0 1E+N=3

 'ão se trata de discutir se o $lu"i!is"o levou ou !ão ao progresso deter"i!ado, "as de a!alisar a or"a co"o a ra#ão u!+voca vai

Page 193: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 193/218

@0 #sicolo!ia e duca$*o+ ,esaios "c.rico-#rdticos

se co!stitui!do e!qua!to eiOo co!solidador de pr&ticas sociais que subtrae" o "Ultiploe!qua!to co"bates que se trava" !o ca"po de or"ação e da produção do co!9eci"e!to. Éi"porta!te ressaltar que auto!o"ia e liberdade se co!stitue" co"o estados puros para sere"alca!çados !a "aturidade, esta!do, porta!to, ora do cotidia!o, e requere" a e!trada !o

discipli!a"e!to para sere" ati!gidos. Cidada!ia Q, desse "odo, sub"issão a regrastra!sce!de!tais.T "u!do i!dustrial i"pMe u" !ovo rit"o socioeco!"ico e pol+tico da divisão social dotrabal9o, cuRos pri!c+pios se vi!cula" racio!ali#ação, seriali#ação e especiali#ação. JeiciK!cia e a agilidade darão as diretri#es da orde" !a qual serão selecio!ados os ca!didatos aosucesso, ao progresso. J escola co!solidar-se-& co"o orga!i#ação e" parceria co" outrasorga!i#açMes, trabal9a!do para acio!ar o acelerador do te"po social. Jssi", e" "eio igreRa, a"+lia, ao Estado da providK!cia, s orga!i#açMes de saUde, a escola vai estruturar-se co"o"ais u" território veiculador do suReito da "oral, cuRos padrMes de !or"alidade atua" !a preve!ção do patológico e !a busca da equali#ação das distorçMes sociais, te!ta!do, direta oui!direta"e!te, preparar o 9o"e" para o trabal9o. J escola ter& co"o perspectiva o uturo baseado !a preservação do patri"!io sociocul-tural, !a preve!ção das "uda!ças que !ão se

co!stitue" de!tro da orde" estabelecida e !o i!vesti"e!to e" "eca!is"os que acu"ula" eavalia" os resultados perti!e!tes ao dese!volvi"e!to.Ts dispositivos que )eda!o!izam as relaçMes e o co!9eci"e!to produ#ido !a escola sãorespo!s&veis pelo tQdio, "edida que Q por "eio sucessivas divisMes e !aturali#açMes do processo que se atuali#a a lógica que eOclui a diere!ça. #eda!o!izar i"plica dar or"a saçMes, s situaçMes, te!do co"o reerK!cia os "odelos, os padrMes co!ve!cio!ais, aceitossocial"e!te co"o !or"ais. 'o que ta!ge ao co!9eci"e!to, a)eda!o!iza$*o atua produ#i!do7reprodu#i!do divisMes e 9ierarqui#açMes que !aturali#a" os saberes. Esses saberesdeiOa" de ser datados e i"plicados co" circu!st4!cias, para se co!stitu+re" e" verdadesu!iversais. Jssi", os saberes e as pr&ticas que co!igura" a Educação escolari#ada tra#e" u"aor"ulação que estabelece o co"porta"e!to certo e o errado, o bo" e o "au alu!o, oco!9eci"e!to verdadeiro e o also, correspo!de!do o errado, o "au e o also a tudo o que !ão

se e!caiOa !as categorias que serve" de "arge" ao co!9ecido. Ts progra"as !aturali#a" pri!c+pios e !or"ativas que u!cio!a" e!qua!to leis. 8ais progra"as veicula" co!teUdossub"etidos a u" certo te"po !o qual deve" ser 

Page 194: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 194/218

Page 195: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 195/218

 duca$*o em "em)os de "edto+ um ,esaio 8 Micro)olttica@

cu"pridos. E" "eio lógica bi!aria, a diere!ça Q o eOclu+do, pois o que se "ove !a li!9a dote"po que só privilegia os eOtre"os est& ora do te"po "arcado co"o real. J lógica do"i!a!tega!9a espaço, co!stitui!do-se e!qua!to s+!tese das estabilidades e eOclusão das vari4!cias, dassi!gularidades. É i"porta!te perceber que, !essa perspectiva, !ão Q só o alu!o o eOclu+do !a

relação do proessor co" seu saber6 o próprio educador est& ora do circuito que relacio!a progra"a, "Qtodos e te"po es)acializado0 cro!o"etrado para seu dese!volvi"e!to. o "es"o"odo, as pr&ticas de pesquisa7produção do co!9eci"e!to e o a#er cotidia!o estão, de "a!eirageral, i!co"-patibili#ados, o que leva !ão-legit+"ação dos saberes co!stru+dos !o dia-a-dia,vivido co"o perda de te"po a!te o trabal9o a ser eito. Nua!do os i!vesti"e!tos escolaresestão !a orde" do espaço, sua resulta!te são as reor"as que !eutrali#a" o te"po co"oi!ve!ção, co"o tra!sor"ação "icropol+tica da realidade.T tQdio Q, assi", a se!sação de desco"passo, de i!Qrcia, de a!acro!is"o que surge !ocotidia!o, co"o a se!sação de i"potK!cia de criar, de a#er ace a u"a realidade que !ão est&sob co!trole, co"o !os livros ou !as teorias, u"a realidade que escapa s represe!taçMes doequil+brio esperado !o processo. *as Q Rusta"e!te o que !ão se e!caiOa que air"a o te"po !adiere!ça, pois revela o si!gular, a 9eteroge!eidade, o que resiste represe!tação. T tQdio, !esse

se!tido, Q u" +!dice de que algo oge ao co!trole, u"a a!gUstia que pode acultar "uda!ças, R&que evide!cia a co"pleOidade que requer a!&lise, aprou!da"e!to do vivido. Este Q u" processo que !ão te" u" co"eço, u" "eio !e" u" i" deter"i!ados, "edida que se d&e!tre as questMes que e"erge" co"o desaio e que !os re"ete" a todo "o"e!to a !ovasquestMes e, porta!to, a outros regi"es de te"po, possibilita!do a i!clusão do que e" !ós est&eOclu+do6 o deseRo2 co"o "otor das tra!sor"açMes.

 scola e o estatuto da cidadaniaE"bora gra!de parte das cria!ças de !osso pa+s te!9a a rua co"o i!stituição age!ciadora da produção de subRetividade, suas vidas estão2. (egu!do 'aa9 'eto 1@<=3, deseRo, !a perspectiva de eleu#e e %uattari, !ão se reere alta, "as capacidade aetiva doscorpos "obili#are"-se u!s aos outros, produ#i!do luOos, pulsação i"a!e!te ao ca"po social !os "ovi"e!tos de produção doreal.

Page 196: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 196/218

@2 #sicolo!ia e duca$*o+ ,esaios "erico-#ráticos

i!dubitavel"e!te i"plicadas !os pri!c+pios escolares, i!depe!de!te"e!te de tere" passado pouco te"po pela Educação or"al. $sto se d& "edida que vive" e" u"a sociedade e" que aescola Q a orga!i#ação oicial respo!s&vel pelo reco!9eci"e!to da co!stituição do cidadão produtivo. J Educação escolari#ada, !esse se!tido, co!stitui a legali#ação do suReito !a

sociedade, quer !a orde" pr&tica 1por "eio de alabeti#ação, de preparação para o trabal9o ou"es"o de co!cessão de diplo"as3, quer !a orde" do valor 1o qua!to de capital cultural oii!corporado3. Capital cultural !ão Q aqui utili#ado propria"e!te !o se!tido de 9era!ça cultural,de patri"!io co!stitu+do, co"o co!cebeu 5ourdieu, "as co"o e!trada !a lógica de produçãocapital+stica?, que tor!a cada i!div+duo u" verdadeiro cidadão age!ciador de atos u!+vocos.(egu!do %uattari, as cria!ças !ão se tra!sor"aria" e" adultos aRustados ao siste"a se !ãoapre!desse", !a a"+lia e !a escola, a a#er u"a certa tradução do co!Ru!to dos siste"asse"ióticos.5A crian$a n*o a)rende somente a alar uma lín!ua materna0 a)rende tam%m os c.di!os decircula$*o na rua0 certo ti)o de rela$9es com)le?as com as máquinas333 e estes dierentesc.di!os de:em inte!rar-se aos c.di!os sociais de )oder3 sta homo!eneiza$*o dascom)etências semi.ticos essencial ao sistema da economia ca)italista333 5 ;Yuattari0

1LP+P2=3Jo "es"o te"po que essa traduti%ilidade Q esse!cial, Q ta"bQ" seu paradoOo. Nua!do u"aorga!i#ação socialD se tor!a reiicada, produ#i!do e reprodu#i!do i!stituiçMes 9o"oge!ei#a!tes,ela aprisio!a o próprio "ovi"e!to. (eu processo deiOa de ser 9eteroge!Qtico e?. EOpressão utili#ada por . %uattari para evide!ciar o "odo de produção de subRetividade que se e!co!tra !a base ta!to das potK!cias capitalistas do "u!do "oder!o qua!to dos pa+ses co" eOperiK!cias socialistas, assi" co"o das !ovas potK!ciasi!dustriais do terceiro "u!do. J maquinica age!ciada pelas sociedades trabal9a co" o i!tuito da equali#ação subRetiva. $stosig!iica que os processos i!stitucio!ais postos e" "arc9a !as sociedades "oder!as te!de" a a#er co!vergir as diere!ças, as produçMes i!usitadas, a u"a "es"a lógica, u!+voca, atravQs do estabeleci"e!to de equivalK!cias - produção de 9o"ogK!ese.D. Js orga!i#açMes são corpos estratiicados que co"pMe" o espaço sociocultural. J orga!i#ação social te" eOistK!cia estrutural, Rur+dica, co!stitui!do-se atravQs da 9ierarquia preestabelecida, de regras, de leis, estabelece a di"e!são u!cio!al e "aterial daeOistK!cia. Js i!stituiçMes !ão se redu#e" a orga!i#ação, pois são processos atravessados por valores, tradiçMes, a!seios, tra#e!do adi"e!são produtiva da vida pelas orças, te!sMes e co!litos e!ge!drados. (egu!do elia!a C. )odrigues 1@@?3. Q o "ovi"e!toi!stitucio!al que tra!sor"a relaçMes e pr&ticas que se aprese!ta" co"o !aturais, "odos de eOistK!cia sede!tari#ados !o territórioorga!i#acio!al.

Page 197: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 197/218

 duca$*o em lim)os de "dio+ um ,esaio a Micro)ohtica @?

 passa a ser predo"i!a!te"e!te "ec4!ico, ec9ado e" si "es"o, trabal9a!do se"pre co" os"es"os luOos, e a vida busca li!9as de uga para alQ" de seus "uros. 'as etapas de e!si!o vi!culadas aiOa et&ria de 0 a A a!os, !ossa discussão te" se situado !asociali#ação - i!iciação ao siste"a de represe!taçMes e valores i!stitu+dos !o co!teOto, processode preparação para o dese"pe!9o de papQis, de aquisição de códigos perceptivos, de li!guage",

dos "odelos de relaçMes sociais do"i!a!tes atravQs do trabal9o estruturado a partir da burocracia pedagógica orga!i#adora da 9ierarquia que eOclui os suReitos do processo de a!&lisee i!terve!ção. 'a sociedade "oder!a, ve"os a !ecessidade cresce!te de, cada ve# "ais cedo,tor!ar a cria!ça apta a assi"ilar os diere!tes códigos de poder. Essa i!serção precoce gara!te ei!te!siica a se"iótica do"i!a!te. 8odas as orga!i#açMes sociais co!tribue" para esse i", "as,se" dUvida, a escola e a a"+lia tK" u"a tarea prepo!dera!te !a i!iciação da cria!ça a u"certo tipo de lei e de discipli!a, !aturali#adas co"o corretas e verdadeiras. T poder discipli!ar!ão co!trola as orças para redu#i-las, "as para "ultiplic&-las e utili#&-las !os v&rios aparel9osequali#adores das diere!ças que e!riRece" as "al9as das tradiçMes.J vigil4!cia co!sta!te !as 9ierarquias, as sa!çMes !or"ali#a-doras e as avaliaçMes regularesserão os i!stru"e!tos respo!s&veis pela sub"issão a u" certo regi"e de te"po 9ege"!ico e au"a certa distribuição do espaço. J eco!o"ia capital+stica de"a!da u"a orga!i#ação escolareicie!te para a or"ação de suReitos solid&rios ao seu processo de dese!volvi"e!to, isto Q,suReitos situados e" deter"i!ado viQs sociopol+tico e cultural. $sto sig!iica que os suReitos queo siste"a priori#a or"ar deve" ser, a!tes, produtivos e u!cio!ais sua lógica, e !ãodisruptores, criativos. Para ;irilio 1@<D3, a i!cidK!cia de poder !a atualidade !ão est& prepo!dera!te"e!te ligada ao co!trole do espaço, "as do te"po. esse "odo, a9o"oge!ei#ação do social !ão u!cio!aria eOclusiva"e!te pela eOclusão ou reclusão1"a!ipulação do espaço3, "as pela i!clusão e" u"a certa te"poralidade.Ts educadores, preocupados co" o racasso escolar e" !osso pa+s, se!te"-se culpados qua!doo siste"a se des"o!ta e" suas "ãos. Co!tudo, ica" aliviados qua!do, co" as estat+sticasoiciais, lKe" as a!&lises publicadas sobre a questão6 ora de cu!9o sociali#a!te - o racassoescolar seria decorre!te da o"e, da carK!cia, da "isQria, da alta de u"a a"+lia orga!i#ada e

respo!s&velS ora de cu!9o i!divi-

Page 198: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 198/218

@D  #sicolo!ia e duca$*o+ ,esaios "eáico-#ráticos

duali#a!te - são os trau"as, deiciK!cias, o alu!o !ão quer !ada, !ão d& para isso.... 'ão quere"os di#er que, depe!de!do do crivo reere!cial, !ão 9aRa algu!s desses co"po!e!tes.*as ta"bQ" !ão quere"os tor!ar os educadores os vilMes da 9istória. Js Qticas verticais eco!solidadas !o assiste!cialis"o brasileira tra#e" co"o correlato as a"arras dos proissio!aisda Educação6 a ragili#ação, a i"potK!cia, o desi!-vesti"e!to !a or"ação e !a participação

ativa e a eOploração.*as o siste"a !ão eOiste se" co!litos, raturas, resistK!cias, e Q eOata"e!te !as brec9as de suaeiciK!cia que vi"os busca!do u" outro te"po7espaço. J luta pela polisse"ia da eOpressão Q oobRetivo esse!cial dessa "icropol+tica. Para isso, !ão pode"os !os li"itar co"pree!são dasor"as vis+veis do co!stitu+do, pois, redu#i!do o real ao pla!o das represe!taçMes, !ãoco!segui"os ir alQ" da produção de alter!ativas pr&ticas que !ão oge" lógica do"i!a!te.Para e!re!tar"os a se!sação de i"potK!cia de criar, o tQdio i!stitucio!al produ#ido !asi!stituiçMes atuais, u" outro pla!o do real precisa de escuta6 o pla!o das turbulK!cias, dasi!te!sidades, !+vel !o qual se dão as aecçMes 1e!co!tros e!tre os corpos, para alQ" da ra#ão,o!de o outro Q "obili#ado, pote!ciali#ado3, a cro!ogK!ese 1li!9as de te"po que se abre",oerece!do outros se!tidos para a realidade3, aculta!do o e!volvi"e!to, as i"plicaçMes e aação. T gra!de desaio Q tra!sor-"ar"o-!os !ão !o i!terlocutor que discute as or"asco!stitu+das, "as !o i!tercessor que a# alia!ças co" as orças que se abre" para o i!esperado.8a!to %uattari co"o *arO pressupMe" que a ação do suReito se orie!ta pela sig!iicação que d& realidade que percebe, "as, para %uattari e )ol!i/ 1@<A3, a co!stituição da realidade obRetivae subRetiva se d& si"ulta!ea"e!te, !ão se!do poss+vel separar u" pla!o da represe!tação1ideologia3 de u" pla!o da "aterialidade da vida. J subRetivação vai alQ" do pla!o dasreprese!taçMes, da co!sciK!cia, pois est& ligada se!sibilidade, ao co"porta"e!to, aosa!tas"as i"agi!&rios, ao pla!o da alteridade - pla!o que ativa o age!cia"e!to de !ovosterritórios, e" que o outro que se co!stitui co"o estra!9a"e!to Q acol9ido, provoca!dodiere!ciação. Jssi", a subRetivação !ão se vi!cula ao !+vel superestrutural depe!de!te dasorças produtivas, "as co!stitui a "atQria-pri"a da evolução das orças produtivasS QeOata"e!te essa vo!tade de potK!cia i!ve!tiva que dese!volve a própria produção, tra#e!do os

ava!ços cie!t+icos e tec!ológicos pela absorção dos equipa"e!tos coletivos e da "+dia.Nualquer te!tativa

Page 199: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 199/218

 duca$*o em "em)os de "dio+ um ,esaio a Micro)olítiM @=

de "uda!ça "acropol+tica atravQs dos "ovi"e!tos de e"a!cipação eOiste!tes te" de buscarco"pree!der co"o são se"ioti#adas as proble"&ticas da pr&Ois social, e" !+vel "olecular, e"que se d& a produção co!co"ita!te do suReito e do obReto.T "odo de subRetivação que Q veiculado pelas i!stituiçMes sociais !ão co!stitui so"e!te u"a

tra!s"issão de sig!iicaçMes, u" co!Ru!to de idQias i"postas. 8rata-se de siste"as de co!eOãodireta e!tre as gra!des "&qui!as produtivas, as estruturas de co!trole social, e as i!st4!cias ps+quicas que dei!e" a "a!eira de perceber o "u!do. T siste"a de sig!iicação do"i!a!teatravessa a co!or"ação do suReito social, co!igura!do "odos de valori#ação, de se!sibilidade,de deseRo e de represe!tação do "u!do. 'a perspectiva de eleu#e e %uattari 1@<03, a orga!i#ação eco!"ica ca"i!9a i!tri!cada co!stituição subRetiva, ou seRa, dese!volve-se !a produção u" tipo de trabal9o ao "es"o te"po"aterial e se"iótico. Jssi", !ão Q ape!as !a &brica que a subRetividade ga!9a corpo, "asta"bQ" !as or"as de relaçMes a"iliares, !as açMes discipli!ares da escola, !os "eios deco"u!icação de "assa, e!i", e" todos os equipa"e!tos coletivos que co!stróe" o i!div+duodesde a i!4!cia. 8ais equipa"e!tos !ão produ#e" age!cia-"e!tos de si!gulari#ação,avorece!do a or"ação do 9o"e" da "oral e" detri"e!to do 9o"e" da Qtica.

Su%eti:idade moderna+ um de:ir tico0 uma determina$*o moral  'a cultura co!stitu+da ao lo!go da sociedade ocide!tal, pe!sa"e!tos e açMes estão !a orde" deu"a eco!o"ia u!cio!al, esta!do a K!ase da or"ação dos suReitos !a aquisição de 9&bitos e!os processos adaptativos a!te os "odelos !aturali#ados co"o verdades absolutas e que serve"co"o "eios de agili#ar o cotidia!o -acilidades dia!te das "Ultiplas tareas !a busca daeiciK!cia tQc!ica, do produto. É !essa eco!o"ia do te"po que os eeitos se acu"ula", que os pactos são estabelecidos - acordos que se respalda" e" cre!ças, preco!ceitos e estereótipos Ra"ais reletidos, ape!as eOercidos !os rituais esperados. Eis o 9o"e" da "oral que atuali#a e"suas açMes u" co!Ru!to de valores tra!sce!de!tes s suas pr&ticas. Jprese!ta u" certo tipo desubRetividade restrita sobrecodiicação e tra# a ilusão da u!idade do eu, de u" equil+brioi!terior, a#e!do

Page 200: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 200/218

@A #sicolo!ia e duca$*o+ ,esaios "emico-#ráticos

viver o estra!9a"e!to co"o a"eaça de desi!tegração. Ele co!stitui-se co"o deesa da"a!ute!ção de si "es"o, co"o se !ão osse se"pre diere!ça. Para o 9o"e" da "oral, proble"a, co!lito e crise !ão se co!stitue" e" +!dices de "uda!ças, "as e" si!ali#ação decaos, loucura, desorde".

esse "odo, o que Q avorecido Q a repetição de açMes que se ge!erali#a" !as v&rias situaçMes,apaga!do as diere!ças co!lita!tes co" os "odelos 9ege"!icos. Por ide!tidade e se"el9a!ça,rapida"e!te são acio!ados "eca!is"os de classiicação, 9ierarqui#ação, redu#i!do a"ultiplicidade a!te as categorias R& co!solidadas. Js atividades reali#adas acaba" por privilegiar a u!cio!alidade, a utilidade, o prag"atis"o que, e" suas repetiçMes, ga!9a" adi"e!são de verdade, de U!ica or"a poss+vel de pe!sar, de a#er, de viver\ Jssi", as relaçMesestruturadas7estrutura!tes de preco!ceitos vão, por a!alogia, co"po!do os siste"as, asorga!i#açMes, os estereótipos i!co"pat+veis co" os "ovi"e!tos criadores, co" as "uda!ças. T9o"e" da "oral-e"-!ós cu"pre a u!ção de au"e!tar per"a!e!te"e!te a coesão social -9o"oge!eidade produtora de ide!tidade social que se co!stitui co"o bloqueio stra!sor"açMes. T 9o"e" da "oral que vive e" !ós Q !ecess&rio para o u!cio!a"e!to dosuReito !a sociedade, e o proble"a coloca-se qua!do ica"os restritos a esse pla!o do se!so

co"u", pois perde"os a di"e!são do "ovi"e!to de criação. J sociedade "oder!a acelera a"&qui!a de sobrecodiicação, privilegia!do a co!stituição do suReito da "oral. T 9o"e" daQtica !ão est& restrito co!sciK!cia6 est& aberto ao "ovi"e!to e co!segue "ergul9ar !adi"e!são !a qual se processa" os e!co!tros e!tre os corpos. T critQrio de que se utili#a essetipo de 9o"e" para guiar-se e a#er suas escol9as Q Qtico, o que quer di#er, estabelecer adisti!ção e!tre aquilo que avorece e o que !ão avorece a processualidade da vida 1)ol!i/,@@=3. Cada u" de !ós tra# de!tro de si esses dois 9o"e!s que luta" i!cessa!te"e!te, produ#i!do "odos de eOistK!cia diversos. J questão ce!tral Q a produção de territórioseOiste!ciais e" que tal diversidade seRa acol9ida e possa se eetuar, ga!9a!do visibilidade.

 A escola entre a micro e a macro)olitica0T desaio de a!alisar as i!stituiçMes produ#idas e produtoras da vida escolar Q o de

co!teOtuali#ar a Educação, desco!strui!do, para

Page 201: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 201/218

 duca*o em "em)os de '(dio) um *esafio + Acropolttica @>

ta!to, a K!ase !os suportes biológicos, evolucio!istas, li!eares e deter"i!istas, que co!ere" s"Ultiplas de"a!das circu!sta!ciais o estatuto de !ecessidades. J !aturali#ação da vidasociopol+tica priori#a o e!oque da realidade vi!culada essK!cia, ao org4!ico, ao sistK"ico e  busca do equil+brio que gara!tir& orde" s estruturas. Jssi", a a!&lise das i"plicaçMes daescola co" os te"pos "oder!os evide!ciou-!os que as situaçMes escolares vK" se!do to"adas

eOclusiva"e!te pela via "acropol+tica de i!terve!ção, ou seRa, por sua u!cio!alidade, suasor"as e proRetos que e!ati#a" a perspectiva da orga!icidade, da estabili#ação das relaçMes,das regularidades que atua" !a per"a!K!cia de u" deter"i!ado "odo de produção da vida.Essapriori#ação tra# co"o co!seqK!cia o bloqueio criação de co!diçMes para a perspectiva deu" real provisório, processual, !ão totali#ado, para a produção de "icropol+ticas da i!ve!çãoque evide!cia" u" cotidia!o e" a!&lise produ#ido !as pr&ticas coletivas. (e pe!sar"os oe!si!o !o pla!o "olar - !+vel da a!&lise "acropol+tica, do po!to de vista represe!tacio!al, e"que atua" as "&qui!as de sobrecodiicação, e!co!tra"os as escolas, e !ão cada escola e" suasi!gularidadeS veriica"os que as i!stituiçMes de or"ação são u!cio!ais ao siste"acapital+stico, produ#i!do e reprodu#i!do sua lógica, "es"o se" co!tare" co" u" aparel9osoisticado de co!trole de i!or"ação e de "ovi"e!to. 'o siste"a escolar, as tradiçMes e osrituais que se atuali#a" e" seu cotidia!o acaba" "uitas ve#es se!do "ais eica#es do que osrecursos de que dispMe a tec!ologia "oder!a. 'esse !+vel, pode"os pe!sar !a cultura preservada !a 9istória pedagógica, que e!volve algu!s dos segui!tes valores6 respeito aoeruditis"o e s verdades u!iversais pressupo!do 9ierarquia e escuta u!ilateralS li!earidade dos processos de apre!di#age", apo!ta!do para a u!ior"idade !o dese!volvi"e!to, ou seRa, u"aevolução co!t+!ua, progressiva, estabelecida previa"e!te !as teorias cie!t+icas, padro!i#a!do orit"o e os est&gios a sere" alca!çados por todosS co!stituição do especialista que a!alisa o processo e elabora as teorias que deve" ser aplicadas pelos tQc!icos !a pr&ticaS priori#ação dodese!volvi"e!to cog!itivo, visto co"o suporte de qualiicação e asce!são do suReito !asociedade. *es"o que a escola !ão co!siga aco"pa!9ar a velocidade das tra!sor"açMestec!ológicas, ela pressupMe u"a atuação !a co!strução da base i!telectual dos i!div+duos.*as o pla!o "olar aprese!ta-!os u" co!tor!o geral da orga!i#ação escolar, que abstrai seu

"ovi"e!to e!ge!drador do

Page 202: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 202/218

@<  #sicolo!ia e duca$*o+ ,esaios "e8rico-#rdticos

cotidia!o e de suas lutas. Para o e!te!di"e!to do tQdio i!stitucio!al, Q !ecess&rio "ergul9ar e"u" outro pla!o, que !ão Q vis+vel co"o esse aci"a aprese!tado, "as que !e" por isso deiOa deser real. T pla!o do i!vis+vel Q o!de se e!ge!dra" as li!9as de virtualidade que busca"eOpressão, que busca" corpos para se tor!are" vis+veis. É o lugar o!de se processa" as !ovasli!9as de te"po, e" que o tQdio pode ser co"pree!dido co"o e!raqueci"e!to dos territórios

tradicio!ais eOiste!tes que perde" credibilidade e co!sistK!cia, desaba"e!to de a!tigasterritorialidades eOiste!ciais. 'o pla!o "olecular, veriica"os que, !a escola, poucos age!cia"e!tos leva" a reaistra!sor"açMes, u"a ve# que ela se co!stitui co"o território sobrecodiicado, !o qual seucoletivo se agita todo o te"po e!tre queiOas, ca!saço, repetiçMes !o cu"pri"e!to or"al dastareas di&rias. $!st4!cia do co!9eci"e!to, do saber, a escola reiica posiçMes que autori#a" au!s i!stru+re" e a outros apre!dere". T coletivo atuali#a u"a "arc9a burocr&tica de te"po eespaço "arcados, ou seRa, "ovi"e!tação "eca!i#ada, rituali#ada, e e!tra e" u" co"passo deespera das "uda!ças, o que acaba por privilegiar o suReito da "oral e" detri"e!to do da Qtica.Para que !ovos territórios eOiste!ciais seRa" age!ciados, Q u!da"e!tal u" despoRa"e!to dosli"ites que i!stitue" a atualidade, Q preciso se abrir ao !ão saber, lugar da ragilidade !oi!terior do processo pedagógico. T!de !i!guQ" sabe e todos sabe" surge u"a brec9a !a qual odeseRo pode aparecer. É i"porta!te perceber que o 9o"e" te" u" deseRo de saber que !ão setradu# e" vo!tade de apre!der o curr+culo escolar. T despoRa"e!to do que !os protege dose!co!tros pote!ciali#a a e!trada !o caos - que !ão te" a ver co" a orde" e a desorde", "asco" o ca"po das potK!cias e a criação de devires, e" que o co!9eci"e!to Q i!ve!ção,co!strução coletiva.8odos os proissio!ais que dese!volve" qualquer tipo de trabal9o pedagógico ou cultural atua"!a produção de subRetividade. %uattari 1@<=3 estabelece que !os e!co!tra"os !esse processoda divisão social da produção de subRetividade, o que Q i!evit&vel. J questão Q que taisatividades estão 9oRe e" u"a e!cru#il9ada pol+tica e "icropol+tica, !a qual pode"os reprodu#iro Rogo i!stitu+do de "odelos que !ão aculta" sa+das para o processo de si!gulari#ação, ou, aoco!tr&rio, pr e" dUvida a subRetividade do"i!a!te, os padrMes, busca!do abrir espaços que

evide!te"e!te vão variar e" ta"a!9o e prou!didade, de acordo co" o grupo social e a etapa9istórica da sociedade.

Page 203: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 203/218

 duca$*o em "em)os de "dio+ um ,esaio a Micro)oMtica @@

Ts "ovi"e!tos sociais que se co!igura" co!tra a subRetividade capital+stica, co!tra o 9o"e"da "oral, !ão co!stitue" ape!as resistK!cia a esse processo de seriali#ação, "as ta"bQ" ate!tativa de produção do deseRo, ou seRa, de air"ação de outras "a!eiras de ser, de proceder,u"a luta co!sta!te pela diere!ciação. T que vai caracteri#ar tais revoluçMes "oleculares Q aco!strução de seus próprios tipos de reerK!cias a partir dos ele"e!tos da situação e" que estão

i!seridos, se" icare" !a posição co!sta!te de depe!dK!cia e" relação ao poder globalestabelecido, e" !+vel eco!"ico, e" !+vel tQc!ico e e" !+vel do saber co!stru+do. 'o"o"e!to e" que os grupos adquire" essa liberdade de viver seus processos, eles passa" a teru"a capacidade de ler sua própria situação e o que se passa e" tor!o deles. J partir da+, odesaio Q a abricação per"a!e!te de dispositivos que viabili#e" a circulação de !ovas ligaçMes,idQias, se!ti"e!tos e açMes, possibilita!do a criação, a "a!ute!ção de espaços de auto!o"iaque ative" outros processos de subRetivação.

"em)oes)a$o educacional Parti"os da pre"issa de que a escola est& ora do te"po da criação, ou seRa, o seu estado Q dei!Qrcia. 8al assertiva Q co!statada !os altos +!dices de repetK!cia, de evasão, de desi!teresse, deesva#ia"e!to !o seu cotidia!o. $sto se deve, por u" lado, ao c9oque e!tre a orga!i#ação

 burocr&tica reiica!te atuali#ada pelo coletivo, de produção u!+voca 1que ali!9a o pote!cial devida e de i!vesti"e!tos de cada u" e de todos !a orde" prag"&tica de u" espaço-te"poco"parti"e!tali#ado, 9ierarqui#ado e ce!trali#ado 3 e, por outro, e!trada do social !a era doacelerador. J tec!ociK!cia a%solutiza o te"po. (egu!do Pelbart 1@@?3, o car&ter produtivo do poder estabelecido !a obra oucaultia!a !os te"pos atuais produ# prioritaria"e!te aceleradores1"&qui!as de des"ateriali#ação que provoca" a velocidade absoluta equivale!te i!Qrcia3 !oque se relacio!a "ec4!ica repressiva do poder.J escola vive, desse "odo, u" paradoOo e!tre o real burocrati#ado : roti!a "eca!i#ada, auto-reere!te :, e" que o suReito cu"pre tareas agarra!do-se s vigas da estrutura, e o pote!cial"idiatico :, rit"o co!t+!uo de e"issão, i!sta!te i!te!sivo de si-"ulta!eidade u!iversal - quea# co" que esse suReito viva a agitação e a supericialidade das situaçMes, ou de"a!de oco!su"o

Page 204: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 204/218

200(r.  #sicolo!ia e duca$*o+ ,esaios "sorico-#rattcos

tec!ológico co"o or"a de dese!volvi"e!to. E" a"bas as situaçMes, o que Q evitado Q oaprou!da"e!to, o "ergul9o ou a ago!ia das tra!sor"açMes poss+veis, co"o di# Pelbart, o"edo de desbloquear o te"po 9o"ogK!eo para o surgi"e!to do i!te"pestivo. T pote!cial"idi&tico apo!ta para u" te"po se" espessura, e" que o uturo est& co!tido !o prese!te, eter!o

 prese!te. T desco!9ecido !ão te" espaço e o que R& Q co!9ecido !ão pode ser vivido co"oaco!teci"e!to - disruptor do se!so co"u". 'a sociedade atual, a produção de subRetividade vai alQ" de u"a geopol+tica -co"parti"e!tali#ação dos espaços, ec9a"e!to, leis, 9&bitos - u!da"e!ta!do-se, a!tes, !acro!opol+tica - orga!i#ação do te"po !o espaço aberto, te!do co"o ve+culo 9o"oge!ei#adordas diere!ças a "+dia. 8al "uda!ça de K!ase se d& co" as !ovas bases tec!ológicas, e" que ascaracter+sticas cl&ssicas da sociedade i!dustrial passa" por tra!sor"açMes, quer !os pa+ses do pri"eiro "u!do, co" a troca do produto "aterial pelo produto i!or"acio!al, quer !os de"ais pa+ses, !os quais tais progressos tec!ocie!t+icos cria" c9oques diversos e!tre uturo e prese!te.Nua!do Q que o espaço se tor!a 9abit&vel pelo te"poXLida"os co" situaçMes co"pleOas, cuRas i"plicaçMes requere" a!&lise para sere" discer!idas,e isto se d& "edida que deiOa"os os atos alare" "ais alto que as represe!taçMes i!stitu+das.

 'esse se!tido, os co!9eci"e!tos estabelecidos serve" de a!&lise das situaçMes, do "u!do e dasrelaçMes !as quais esta"os i!seridos, abri!do outras di"e!sMes !o te"po i!stitui!te do social.Co"o air"a" %uattari e )ol!i/ 1@<A3, se"pre 9& deasage" e!tre atos co!cretos e asreprese!taçMes 9ege"!icas que recorta" o espaço de deter"i!ada or"a. 'ão 9& obRetos !e"suReitos 9o"ogK!eos, e!tidades que possa" ser dei!idas, circu!scritasS o que se"pre eOiste Qu"a relação de i!certe#a, e" que são age!ciados suReito-obRetos e" co"posiçMes 9eterogK!eas.É u!da"e!tal dar te"po para as te!tativas de orga!i#ação que se produ#e" e se des"a!c9a"irre"ediavel"e!te.T que se co!stitui co"o acelerador !a acu"ulação de be!s relativos ao progresso da ciK!cia edo social te" se tradu#ido e" reios !a Educação, e" dispositivos lentiicadores do seu processo, e isto se d& "edida que a escola estabelece critQrios de co!su"o dessa produção quedão ao co!9eci"e!to o estatuto de "ercadoria, co"o "ais u" ato i!discut+vel a ser

i!corporado !o patri"!io. Nue" adquire "ais e" u" "e!or lapso de te"po, vale "ais. Esta Qa lógica

Page 205: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 205/218

 duca$*o em 'empos de '(dio) um *esafio +  Micro)olítica 20

do "ercado que tra# o tQdio co"o eeito, e!tre ta!tos outros !a vida escolar. esde a escola doi!+cio do sQculo atQ a dos dias de 9oRe, co" a eOaltação tec!ológica, discipli!a e 9ierarquia sãoutili#adas co"o or"as 9ege"!icas de gerir os processos ta!to da or"ação do 9o"e", da produção dos saberes acadK"icos, co"o das suas relaçMes co" o reco!9eci"e!to social. J processualidade !a Educação, que articula a produção do 9o"e"-"u!do, cria!do

 per"a!e!te"e!te as co!diçMes de co!strução do co!9eci"e!to e ação sobre a realidade, tradu#-se !o reco!9eci"e!to dos padrMes, dos "odelos, !a validação dos rituais i!stitu+dos.J escola, agitada pelas tareas, barul9e!ta pela circulação das cria!ças, co"eça a evide!ciar alentiica$*o de seu processo cotidia!o qua!do se trata de apre!der a lição, de alar sQrio, deco"eçar o trabal9o. $sto porque apre!der sig!iica quase se"pre assi"ilar e aco"odar. Jqui,a desco!strução se d& !a orde" si"bólica do dese!volvi"e!to de cada u", !a cog!ição, e !ãoe" relação ao "u!do que se co!strói co" o 9o"e". J busca est& e" ati!gir o resultado e !ãoe" processuali#ar as co!diçMes de e!si!o e apre!di#age".Nua!do a sociedade se reco!9ece !as tradiçMes, o progresso passa a ser descoberta do que R& oico!cebido, e as pesquisas ica" sob reserva e co!trole, !ão se diu!di!do co"o eiOo de per"a!e!te or"ação coletiva. J i!ve!ção !ão se co!stitui co"o proble"a !a escola, pois preparar para o uturo Q ava!çar e" direção ao passado, orde" i!toc&vel que reco!du# aoidK!tico.espertar !a cria!ça respo!sabilidades e" relação ao "u!do adulto só ser& i!ici&-la co"oco!ti!uadora do processo de!tro da lógica de perpetuação qua!do a prioridade estiver vi!culadaaos "Qtodos de tra!s"issão atuali#ados !as relaçMes verticais. 8rabal9ar !a perspectiva dadescolo!i#ação do te"po i"plica u" "ergul9o !a prou!didade de !ossas pr&ticas di&rias, a#er o prese!te durar, i!te!siic&-lo - o que Q i!co"pat+vel co" a velocidade. É !o desco"passo co"a velocidade que 9o"oge!ei#a o social vi!culado a u" te"po se" espessura que a escola pode provocar a!&lise do social, pode colocar-se !o te"po. 'o e!ta!to, tal perspectiva Q u" desaio, pois, co"o air"a Pelbart 1@@?3, te"os a!gUstia a!te o que co"eça a se eOpri"ir, aoi!decidido de u"a gestação.J escola vive, assi", u" i"passe6 correr atr&s da velocidade que ela própria aRudou a i"pri"ir

!a sociedade, sob pe!a de a!acro!is"o, !a luta para apri"orar seus "Qtodos de tra!s"issão dostesouros, cada ve# "aiores, da tradição social e cie!t+ica. J questão

Page 206: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 206/218

202"skolo!ia c duca$*o+ ,esaios "emico-#rátkos

aqui Q de que "odo, !o "e!or lapso de te"po, possibilitar "aior assi"ilação dosco!9eci"e!tos que são produ#idos velocidade da lu#. Certa"e!te que o "odelo dascabeças c9eias or"a algu!s ve!cedores7co!ti!uadores que reco"pe!sa" e legiti"a" aEducação eicie!te co"o se!do os i!telige!tes, os be"-dotados, os que dão para o !egócio,

"as tra# co"o correlato os clie!tes dos "Qtodos co"pe!satórios e dos "ais variados proissio!ais de orie!tação. *ais que isso, bloqueia a processualidade atravQs da eOclusão dooutro-e"-!ós, do estra!9a"e!to que !os "obili#a, do que !os tra# i!quietação, aculta!dotra!sor"açMes. J questão !ão seria, e!tão, a de perder o te"po, de perder te"po. $sto, e" u"certo se!tido, co"o vi"os, a escola R& ve" a#e!do e!qua!to corre e vai deiOa!do "uitos e"outros espaços que !ão o escolar. J proposta seria a de e!trar !o te"po a partir doestabeleci"e!to de critQrios coletiva"e!te co!stru+dos, a i" de trabal9ar co" os atosco!cretos, que, se" dUvida, são 9eterogK!eos e, por isto "es"o, requere"educadores7pesquisadores que possa" aceitar o desaio de abrir espaço para a vida, l& o!de eladeseRa se a#er.

 Fios e desaios das transonna$9es 'ão se trata de desqualiicar os co!9eci"e!tos estruturados, "as de e!ati#ar o pe!sar. Este processa-se e!tre o saber e o a#er, e o ato de apre!der, de co!9ecer, Q !ecessaria"e!te aco!strução de algo, Q ação e !ão represe!tação de!tro de u" siste"a dado que te" co"oreerK!cia u" código i"ut&vel. eleu#e e %uattari 1@<03 air"a" que se trata, e!tão, de u"aa!&lise geogr&ica, de "apas parciais e provisórios que cria" territórios, assi" co"o"ovi"e!tos de desterritorializa$*o. 'essa perspectiva, só co!9ece"os algo qua!do esta"osate!tos sua per"a!e!te tra!sor"ação, e !ão qua!do esta"os e" busca de u"a poss+velessK!cia, ide!tidade, das certe#as eter!as ou da co"provação de verdades co!stitu+das. Js"Ultiplas li!9as atravessadas !os diagra"as das realidades educacio!ais dão-!os as di"e!sMesdos e"bates per"a!e!tes, das rupturas, li!9as de uga, da si!gularidade de cada processo.Jssi", a 9ierarquia dos poderes i!stitucio!ais Q dilu+da !o cotidia!o das relaçMes, u"a ve# quea pol+tica só eOiste !a qualidade de orça co!sta!te"e!te produ#ida, ca"po ili"itado de

i"a!K!cia, des"a!c9a"e!to de toda Rustiicativa tra!sce!de!tal, se!do sua co!strução local,i!i!ita, e"

Page 207: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 207/218

 duca$*o em lim)os de "dio+ um ,esaio 8 Micro)olítim 20?

que a des"o!tage"7"o!tage" das represe!taçMes si!gulari#a as co!struçMes.T co!v+vio co" as escolas - e aqui se i!clui a u!iversidade -evide!ciou que o cotidia!o das pessoas e dos trabal9os que reali#a" est&, de u" "odo geral, "ergul9ado e" u" prag"atis"oque pode tradu#ir-se e" u" co!Ru!to de tareas a sere" dese"pe!9adas ou proble"as a sere"resolvidos, que diicil"e!te provoca" a co"u!idade e" sua capacidade de e!volvi"e!to.

 'esse se!tido, seria i!teressa!te ressaltar que !ão esta"os si!ali#a!do a alta de desaios, "as o"odo pelo qual estes são vividosS da "es"a or"a, !ão !os reeri"os a u"a poss+vel alta derespo!sabilidade por parte dos alu!os, dos a"iliares ou da equipe proissio!al !o trabal9o, pois, "es"o qua!do a co"u!idade se e!co!tra e!gaRada co" o cu"pri"e!to das tareas, ai!daassi" o ca"i!9o to"ado, de u" "odo geral, !ão se co!stitui e" processualidade, e" "odos deviver os desaios que relita" u"a outra i!serção te"poral, e" que o pe!sa"e!to e a i!ve!çãosão i!stados a redi"e!sio!ar as a!&lises da or"ação coletiva"e!te produ#ida.J Educação e!te!dida co"o processualidade tra# a perspectiva de "ovi"e!to, que !ão sei!screve co"o sucessão de tareas e atos, co"o evolução te"poral de causas e eeitos, u"a ve#que se co!stitui co"o u" continuum co" li"ites "óveis, e" desloca"e!tos co!sta!tes. esse"odo, processo !ão Q o dese!rolar de atividades preco!cebidas colocadas e" pr&tica, "as devir, produção de se!tido que se avalia e se "odiica pela qualidade de seu traReto, pela potK!ciacriadora que e!ge!dra. Pe!sar a Educação e!qua!to processualidade i"plica pr e" a!&lise leistra!sce!de!tes ao cotidia!o das relaçMes que Rustiica" as pr&ticas e desco"pro"ete" acoletividade escolar co" a co!stituição de alter!ativas e co" a abertura de vias para aatuali#ação de !ovas pol+ticas do a#er pedagógicoS tais u!iversalis-"os tra#e" a perspectiva deque o social se d& ora das pr&ticas. $"plica, ta"bQ", a desco!strução das dicoto"ias e!tresuReito e obReto, teoria e pr&tica - polari#açMes que !ão a#e" se!ão seg"e!tar as relaçMes e"avor da orde" circu!scrita. Jssi", os dualis"os perde" co!sistK!cia, !ão 9ave!do dicoto"iase!tre teoria e pr&tica, "edida que as pr&ticas e!ge!dra" a produção de saberes e a#eres quese alter!a" e!qua!to or"as teóricas e or"as pr&ticas. o "es"o "odo, dicoto"ias co"osuReito e obReto cede" lugar a u"a relação de i"a!K!cia e !ão "ais a u"a tra!sce!dK!ciai!questio!&vel

Page 208: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 208/218

20D #sicolo!ia e duca$*o+ ,esaios "i.rico-#rdticos

de ediicaçMes preco!cebidas, co!igura!do-se co"o u" co!strutivis"o produtor de obRetos ede pol+ticas de subRetivação.Para as tra!sor"açMes do trabal9o !as escolas, para o e!re!ta"e!to das situaçMes que !estassão produ#idas, !ão se trata si"ples"e!te de aplicar outros "Qtodos, tra#er !ovos co!teUdos ou

co"pree!der as situaçMes atravQs do seu leva!ta"e!to 9istórico-u!cio!al, "as de carto!raaras orças, os "ovi"e!tos, que co!stitue" a "ultiplicidade !a qual se produ#e" a orga!i#ação,as or"as, os suReitos, e!qua!to códigos e territórios. É u!da"e!tal, e!tão, que esses co!tor!osque cria" ide!tidades seRa" a!alisados !os seus "ovi"e!tos virtuais, pote!ciali#a!do !ovasor"as. Eis a gra!de questão6 o virtual est& ause!te da pedagogia que tra# co"o preocupação ai!trodução de "eios pr&ticos e eicie!tes, redu#i!do as polK"icas i"plicadas !o ato de apre!der.eleu#e e %uattari 1@<03 po!tua" que as orças são os ele"e!tos co!stitutivos, a "atQria dascoisas, e que BBaco!teci"e!to= Q o "odo co"o essas orças se e!co!tra", se e!trelaça", a#e"co"posiçMes, des"a!c9a!do e produ#i!do !ovos estados. Cada coisa e cada ato tK" u"ageograia, Q u" diagra"a, u" "apa, e o que se "ostra co"o i!teressa!te e" u"a escola, !as pessoas, !os grupos, são as orças !eles atravessadas, suas or"as si!gulares de i"plicação co"essa realidade, as li!9as que os co"pMe" ou que por estes são criadas. T desaio Q a!alisar

essas li!9as que se e!reda", seus po!tos de leOibilidade, de ro"pi"e!to, de e!dureci"e!to,que air"a" "a!eiras de ser si!gulares, or"as outras de viver. 'esse se!tido, as pr&ticas pedagógicas teria" co"o eiOo pe!sar a diversidade das situaçMes co!cretas que se co!stróe".Jção que diere basta!te de te!tar e!caiOar o cotidia!o !as teorias preco!cebidas queestabelece" as regularidades a sere" alca!çadas atravQs de avaliaçMes sucessivas.J questão ce!tral !ão Q !egar os !ovos par4"etros tec!ológicos, "as, a partir destes, i!tervirativa"e!te !a realidade. J escola precisa abrir espaço para outras te"porali#açMes e u!iversoseOiste!ciais=. T aco!teci"e!to, !a ilosoia estóica, re"ete eOplosão da or"a, desco!strução da !oção de essK!cia, apo!ta!do para a"ultiplicidade. 'esse se!tido, !ão pode"os pe!sar os seres co"o u"a realidade-e"-si, "as si" as relaçMes !as quais estãoi"plicados, relaçMes estas que produ#e" os aco!teci"e!tos. E" eleu#e e %uattari 1@<03, aco!teci"e!to Q atuali#ação dosage!cia"e!tos de orças que e!tra" !a co"posição dos corpos, produ#i!do diere!ças, passage" do virtual para o atual. Taco!teci"e!to, assi", Q o ree!vio das totali#açMes co"pleOidade, ato de corte e de criação que evide!cia "uda!ças !as relaçMes

de orça que co"pMe" os corpos.

Page 209: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 209/218

 duca$*o em "em)os de "dio+ um ,esaio 8 Micro)olttka 20=

diere!tes, que !ão ratiique" a "arc9a burocr&tica capital+stica do sQculo Z$Z, !e" a aboliçãodo te"po que !eutrali#a os aco!teci"e!tos !o sQculo ZZ. Ts dois regi"es a!ula"-se peloseOtre"os, bloquea!do u" co!trate"po que liberta o ca"po da i!ve!ção.J partir de !ovas eOperiK!cias, a escola e o processo pedagógico pode" ser ertili#ados. T!osso co"pro"isso Q o de co!struir coletiva"e!te reere!ciais de a!&lise e de ação que se

co!stitua" e" tra!sor"açMes !a lógica i!stitucio!ali#ada. J sociedade brasileira precisa "aisdo que !u!ca de cidadãos co" potK!cia criadora, participativos e i"plicados co" a co!stituiçãode u"a outra realidade, de outras or"as de ser, viabili#a!do alter!ativas aos i"passesco!te"por4!eos.;ive"os graves proble"as que !ão e!co!trarão respostas !as "uda!ças burocr&tico-gere!ciais.Js crises i!stitucio!ais são prou!das e requere" a!&lises co!siste!tes e o e!gaRa"e!tocoletivo. J escola precisa co!struir u" outro te"po produtor de "Ultiplos se!tidos e de vida que!ão se redu#a si"ples i!trodução de equipa"e!tos, "&qui!as ou !ovas tQc!icas de relaçMes9u"a!as, pois isto represe!ta per"a!ecer !a eco!o"ia de co!su"o tec!ológico, se" c9a!cesde tra!sor"ação do real. É !ecess&rio u"a ruptura "ais prou!da do que as "uda!ças"etodológicas que tK" sido te!tadas. J questão ce!tral são as bases i!stitucio!ais que ai!da9oRe co!or"a" a escola e os critQrios que !orteia" as pr&ticas. 8ra!sor"ar a di!4"ica escolar seria viabili#ar sua e!trada !o te"po !"ade, ator prepo!dera!te !ão só para redu#ir os +!dicesde evasão e repetK!cia, "as para buscar produ#ir !o seu coletivo outras possibilidades de ser, deco!viver e de criar !ovos dispositivos que u!cio!e" co"o i!tercessores -catalisadores da polio!ia, a#e!do alia!ça co" o "ovi"e!to de co!stituição, de produção de devires.Pode"os, e!tão, assu"ir que o desaio esse!cial para !ós, pesquisadores, est& !a i!vestigaçãodos "eca!is"os que a#e" da escola o lugar da i!Qrcia e que vK" o"e!ta!do o tQdioi!stitucio!al e a se!sação de i"potK!cia de criar. J ide!tiicação de !ovas pr&ticas"icropol+ticas ta"bQ" dever& co!stituir-se e" oco de i!teresse, pois Q atravQs destas que seage!cia" as li!9as de uga, co!stitui!do-se !ovos territórios !o processo pedagógico.

Page 210: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 210/218

20A...- #sicolo!ia- e duca$*o+ ,esaios "emico-#ráticos

 'aneiro+ Yuana%ara0 1L13 - S Y Jj;h;,-.-.k5J))T(, )..5. Yru)os+ a airma$*o de um simulacro0 @@D. 8ese de doutorado - P[C(P.ELE[E, %. j %[J88J)$, . Mille #lateau?3 6a)italisme et schizo)hrnie3 Paris6 *i!uit,@<0.

T[CJ[L8, *. Vi!iar e )unir3 istória da violK!cia !as prisMes. Petrópolis6 ;o#es, @<>, =a

 ed.%[J88J)$, . Re:olu$*o molecular+ )ulsa$9es )olíticas do deseo3(ão Paulo6 5rasilie!se, @<=, 2a ed. YGA""AR40 F3 /R>(C10 S3 Micro)olitica3 Cartograiasdo deseRo.Petrópolis6 ;o#es, @<A. LT[)J[, ). Soci.lo!o em tem)o inteiro3 J!&lise i!stitucio!al e pedagogia. Lisboa6 Esta"pa, @>@.

 CgFFMC">0A0 HHcee3 Gm estudo crítico3 (ão Paulo6mtica, @<=.PEL5J)8, P.P. A nau do tem)o rei+ sete e!saios sobre o te"po da loucura. )io de Va!eiro6$"ago, @@?. YXS)TCJ, *.L. ,o tdio 8 crono!ênese+ u"a abordage" Qtico-estQtico-pol+tica da pr&ticaescolar. 8ese de doutorado e" Psicologia, P[C7(P, @@A. ____________. ,a crítica das estruturas 8s dimens9es de tem)o+subRetividade e or"ação escolari#ada. $!6 )evista doa+6 eparta"e!to de Psicologia da [, !f 72, vol. <, p.A<7>@, kk Ra!7set, @@>.. ,6 6)TCJ, *.L. j J%[$J), . #ráticas uni:ersitárias e a orma$*o 3 s.cio-)olítica3 $!6J!u&rio do Laboratório de (ubRetividade eBBBB Pol+tica, vol. ?7D, p.@>72, [, @@>. ____________. #ara alm das e:idências0 dos )rincí)ios e dos :a-3-0 , k lores instituídos no azer )eda!.!ico3 $!6 Cader!os 8ra!sdis-cipli!ares, vol. , p.>7<0,[E)V, @@<.

)T)$%[E(, . de 5.C. As su%eti:idades em re:olta - 4nstitucio-nalismo rancês e no:asanálises3 issertação de "estrado e" (aUde Coletiva, $*(7[E)V, @@?.

Page 211: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 211/218

20A #sicolo!ia e duca$*o+ ,esaios "e8rico-#rátkos

 Reerências %i%lio!ráicas W YS kYW Y -J)$E(, P. Oist.ria social da crian$a e da amília3 2a ed. )io de la!eiro6 %ua!abara, @<.5J))T(, )..5. Yru)os+ a airma$*o de um simulacro0 @@D. 8ese ^ : de doutorado -P[C(P. K -.YY---- .....-k,

ELE[E, %. j %[J88J)$, . Mille #lateau?3 6a)italisme et schizo)hrnie3 Paris6 *i!uit,@<0.T[CJ[L8, *. Vi!iar e )unir3 istória da violK!cia !as prisMes. Petrópolis6 ;o#es, @<>, =a ed. -, ,.,, h -. +-+- r 66  .%[J88J)$, . Re:olu$*o molecular+ )ulsa$9es )olíticas do deseo3 (ão Paulo6 5rasilie!se,@<=, 2a ed.%[J88J)$, . j )TL'$, (. Micro)olítica3 Cartograias do deseRo. Petrópolis6 ;o#es, @<A.kkBkk - BhLT[)J[, ). Soci.lo!o em tem)o inteiro3 J!&lise i!stitucio!al e pedagogia. Lisboa6 Esta"pa,@>@. 'JJ 'E8T, J. > inconsciente3 [" estudo cr+tico. (ão Paulo6 mtica, @<=. _. ..,....,.S.,,-,,-n i.,- vhr6-., +3/ -,:-PEL5J)8, P.P. A nau do tem)o rei+ sete e!saios sobre o te"po da loucura. )io de Va!eiro6$"ago, @@?.)TCJ, *.L. ,o tdio 8 crono!ênese+ u"a abordage" Qtico-estQtico-pol+tica da pr&ticaescolar. 8ese de doutorado e" Psicologia, P[C7(P, @@A.__________. ,a crítica das estruturas 8s dimens9es de tem)o+subRetividade e or"ação escolari#ada. $!6 )evista do eparta"e!to de Psicologia da [, !f72, vol. <, p.A<7>@, Ra!7set., @@>.)TCJ, *.L. j J%[$J), . #ráticas uni:ersitárias e a orma$*o s.cio-)olítica3 $!6 J!u&riodo Laboratório de (ubRetividade e Pol+tica, vol. ?7D, p.@>72, [, @@>. ____________. #ara alm das e:idências0 dos )rincí)ios e dos :alores instituídos no azer )eda!.!ico3 $!6 Cader!os 8ra!sdis-cipli!ares, vol. , p.>7<0, [E)V, @@<.

)T)$%[E(, . de 5.C. As su%eti:idades em re:olta -4nstitucio-nalismo rancês e no:asanálises3 issertação de "estrado e" (aUde Coletiva, $*(7[E)V, @@?.

Page 212: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 212/218

Page 213: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 213/218

Page 214: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 214/218

 ,os autoresJdria!a *arco!des *ac9ado, psicóloga, doutora e" Psicologia (ocial pela [!iversidade de(ão Paulo, "e"bro da Equipe 8Qc!ica do (erviço de Psicologia Escolar do $!stituto dePsicologia da [!iversidade de (ão Paulo.

J!a *ercKs 5a9ia 5oc/, psicóloga, doutora e" Psicologia (ocial pela Po!ti+cia [!iversidadeCatólica de (ão Paulo, proessora do eparta"e!to de Psicologia (ocial da aculdade dePsicologia da Po!ti+cia [!iversidade Católica de (ão Paulo.Ele!ita de )+cio 8a!a"ac9i, psicóloga, doutora e" Educação pela [!iversidade EstadualPaulista, ca"pus de *ar+lia, proessora do eparta"e!to de Psicologia da [!iversidadeEstadual Paulista, ca"pus de 5auru.*arile!e Proe!ça )ebello de (ou#a, psicóloga, doutora e" Psicologia Escolar pela[!iversidade de (ão Paulo, proessora do eparta"e!to de Psicologia da Jpre!di#age" doese!volvi"e!to e da Perso!alidade do $!stituto de Psicologia da [!iversidade de (ão Paulo.*arisa EugK!ia *elillo *eira, psicóloga, doutora e" Psicologia Escolar pela [!iversidade de(ão Paulo, proessora do eparta"e!to de Psicologia da [!iversidade Estadual Paulista,ca"pus de 5auru.

*arisa Lopes da )oc9a, psicóloga, doutora e" Psicologia (ocial pela Po!ti+cia [!iversidadeCatólica de (ão Paulo, proessora do $!stituto de Psicologia da [!iversidade do Estado do )iode Va!eiro.a!da *aria Vu!queira Jguiar, psicóloga, doutora e" Psicologia (ocial pela Po!ti+cia[!iversidade Católica de (ão Paulo, proessora do eparta"e!to de Psicologia (ocial daaculdade de Psicologia da Po!ti+cia [!iversidade Católica de (ão Paulo.

Page 215: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 215/218

Page 216: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 216/218

Page 217: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 217/218

Page 218: Desafios_Teórico-práticos

8/9/2019 Desafios_Teórico-práticos

http://slidepdf.com/reader/full/desafiosteorico-praticos 218/218