Desastres_Mistos1
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Ministro da Integrao NacionalCiro Ferreira Gomes
Secretrio Nacional de Defesa CivilJos Wilson Pereira
Chefe do Departamento de Minimizao de DesastresAntnio Luiz Coimbra de Castro
Ministrio da Integrao NacionalSecretaria Nacional de Defesa Civil
Esplanada dos Ministrios Bloco E 7 andar70.067-901Fone (61) 414-5806
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Equipe de Compilao e Coordenao
Autor e CoordenadorAntnio Luiz Coimbra de Castro
Co-autoresLelio Bringel CalheirosAna Zayra Bitencourt Moura
Montagem e RevisoAna Zayra Bitencourt MouraJuliana Neiva Carneiro
Digitao Diagramao e CapaNatanael Nogueira de Sousa
Colaborao TcnicaJos Wilson PereiraPaulo Roberto C. Mouro CrespoMaria Hosana Bezerra AndrMaria Inez Resende CunhaMaria Luiza Nova da Costa BringelPedro Augusto Sanguinetti Ferreira
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DESASTRES MISTOS
Os desastres mistos ocorrem quando as aes e omisses humanas contribuem para
intensificar ou agravar fenmenos potencialmente indutores de desastres.
Tambm se caracterizam quando intercorrncias de fenmenos naturais adversos,
atuando sobre condies ambientais degradadas pelo homem, desencadeiam desastres.
Existe uma tendncia moderna para considerar que, na sua grande maioria, os desastres que
vm sendo rotulados como desastres naturais, na realidade so desastres mistos. Esta interpretao se
fundamenta na prpria definio de desastre que resulta da ao de eventos adversos sobre cenrios
vulnerveis (ou vulnerabilizados) aos mesmos.
Neste captulo, sero examinados alguns desastres que dependem de aes antrpicas que, por
seus efeitos globais, podem alterar os ecossistemas naturais e afetar grandes extenses do meio
ambiente.
Os desastres mistos so classificados em dois grandes grupos:
Desastres Mistos Relacionados com a Geodinmica Terrestre Externa.
Desastres Mistos Relacionados com a Geodinmica Terrestre Interna.
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PARTE I
DESASTRES MISTOS RELACIONADOS COM A GEODINMICA
TERRESTRE EXTERNA
CODAR ME/CODAR 31
1. Introduo
Os desastres mistos relacionados com a geodinmica terrestre externa resultam da exaltao de
fenmenos naturais, em conseqncia de atividades humanas, que elevam o nvel de poluio da
atmosfera e alteram a dinmica destas camadas.
Estes desastres esto relacionados com fenmenos meteorolgicos correntes na troposfera ou
com alteraes na camada de oznio localizada na estratosfera, a qual protege a Terra contra o excessode radiaes eletromagnticas que circulam na ionosfera.
A exaltao desses fenmenos naturais pode provocar desastres mistos, que repercutem sobre
a crosta terrestre, a hidrosfera e a biosfera.
2. Classificao
Est comprovado que aes antrpicas podem contribuir para alterar o equilbrio dinmico
relacionado com o metabolismo das camadas gasosas que envolvem a Terra, modificando a concentrao
de determinados compostos gasosos que existem naturalmente nestas camadas.
De acordo com a altura da camada gasosa, que influencia sobre as condies geradoras do
fenmeno adverso, estes desastres so classificados como:
Desastres Mistos Relacionados com a Ionosfera
Desastres Mistos Relacionados com a Atmosfera (ou Troposfera)
3. Estudo das Diferentes Camadas da Atmosfera Terrestre
As diferentes camadas da atmosfera podem ser divididas e rotuladas, em funo das variaes:
da temperatura;
da composio qumica do ar;
da estrutura eletromagntica.
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De acordo com as variaes de temperatura, a atmosfera se dividem em:
Troposfera, que se desenvolve a at 12 km de altitude e onde a temperatura mdia varia entre
20 C, na camada inferior, e -60 C, na camada superior. Estratosfera, que se desenvolve netre 12 e 50 km de altidutde e onde a temperatura mdia
varia entre -60 C, na camada inferior e -5 C na camada superior. Este fenmeno de inverso
trmica contribui para reter os gases da troposfera e reduzir a disperso dos mesmos para o
espao exterior. Na parte central da estratosfera, desenvolve-se a camada de oznio, com
15km de espessura, que se desenvolve entre 20 e 35km de altitude. Esta camada protege a
Terra do bombardeio de radiaes ultravioleta, muito intensas na ionosfera.
Mesosfera, que se estende entre 50 e 80km de altitude e onde a temperatura volta a
decrescer dos -5C, na camada inferior, a -95C, na camada superior.
Termosfera, que se estende entre os 80 e 500km de altitude e onde o choque de radiaes
com partculas ionizadas eleva a temperatura de -95C para 1000C.
A altitude exerce poderosa influncia sobre a concentrao dos gases, presso atmosfrica e
nvel de disperso das estruturas moleculares e atmicas das substncias gasosas.Tanto que,
aproximadamente, 97% da massa gasosa se distribui pelos primeiros 30km da atmosfera.
De acordo com a composio qumica e a concentrao dos gases que a constituem, a
atmosfera se divide em:
Homeosfera, que se estende at os 100km de altitude e onde a composio da atmosfera se
mantm constante e regular, com o predomnio do Nitrognio (76,084%) e do Oxignio
(20.946 %).
Heterosfera, que se desenvolve entre 100 e 500km de altitude e onde a distribuio dos gases
irregular e inconstante, com o predomnio do Hlio e do Hidrognio.
Exosfera, que se desenvolve a partir dos 500km de altitude, onde os gases comeam a
escapar da atrao da Terra e a se dilurem no espao csmico.
De acordo com a estrutura molecular e as variaes eletromagnticas, a atmosfera se divide em:
Normosfera, que se estende at os 60km de altitude e onde a estrutura molecular dos gases
mantida.
lonosfera, que se estende entre 60 e 600km de altitude e se caracteriza pela extrema
disperso dos gases. O grau de disperso atmosfrica to elevado, que altera o nvel de
coeso molecular e, em conseqncia, aumenta o distanciamento entre as partculas
ionizadas e carregadas eletricamente. nesta camada ionizada que ocorrem a reflexo das
ondas de rdio de baixa freqncia e grandes comprimentos de onda e a hiperativao das
radiaes eletromagnticas de elevada freqncia, que a atravessam com grande facilidade.
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Magnetosfera, que se distribui irregularmente, a partir dos 600km de altitude, sendo mais
espessa no lado que se ope ao sol e que define os campos de atrao magntica da Terra,
onde atua a fora de gravidade.
4. Consideraes
Alteraes na concentrao de determinados elementos na estratosfera, como o oznio, pode
reduzir a capacidade de filtrao desta camada para radiaes solares de elevada freqncia e que atuam
livremente na ionosfera.
Alteraes nas camadas mais baixas da atmosfera, correspondentes troposfera podem
contribuir para desastres:
locais, provocados pela intensa concentrao de poluentes atmosfricos em reas
circunscritas;
regionais, relacionados com a precipitao de chuvas cidas; globais, relacionados com o chamado efeito estufa e com uma tendncia para o
superaquecimento das camadas mais baixas da troposfera.
O conceito de desastre misto relaciona-se com a percepo de que todos os compostos
orgnicos, dispersos na atmosfera, so metabolizados pela natureza em condies naturais e de que as
aes antrpicas podem contribuir para alterar este equilbrio metablico natural.
Essas alteraes, motivadas por aes antrpicas, podem causar desastres mistos e provocar
danos mensurveis na crosta terrestre, na hidrosfera e na biosfera.
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CAPTULO I
DESASTRES MISTOS RELACIONADOS COM A IONOSFERA
CODAR ME.I/CODAR 31.1
1. Introduo
A ionosfera uma camada eletromagntica da atmosfera, que se desenvolve entre 60 e 600
quilmetros de altitude, e onde os ftons e outras partculas oriundas do cosmo e, em especial, do sol,
produzem a ionizao dos gases atmosfricos. A ionizao facilitada pelo nvel de diluio dos gases
nesta camada, provocada pela rarefao da atmosfera, em funo da altitude.
A camada de oznio, que envolve a Terra, concentra-se na estratosfera, numa altitude que vai
dos 20 aos 35 quilmetros e atua como uma camada filtrante das radiaes de alta freqncia como os
raios ultravioleta.
A rarefao desta camada permite que condies prprias da ionosfera se estendam at a
troposfera e a crosta terrestre, com graves prejuzos para a biosfera.
2. Informaes
O oznio um gs de tonalidade azulada e de odor aliceo penetrante, cuja molcula
constituda por trs tomos de oxignio, distribudos como os vrtices de um tringulo, de tal forma que,
cada um destes tomos bivalentes, troca valncias interativas com os outros dois tomos que constituem a
estrutura molecular deste elemento.
A modificao alotrpica, que se desenvolve na estrutura cristalogrfica da molcula do oxignio,
uma reao reversvel, que catalisada pelas radiaes ultravioleta.
Na camada de oznio estratosfrica, estes cristais triangulares tendem a se expandir, em funo
da rarefao do ar, e a se desenvolver em sentido perpendicular ao eixo da gravidade.
Com esta disposio, a camada de oznio funciona como um imenso filtro que detm um grande
volume de radiaes ultravioleta.
3. Classificao
O mais importante dos desastres mistos relacionados com influncias da ionosfera sobre a
superfcie da Terra constitudo por:
Bolses de Reduo na Camada de Oznio.
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TTULO I
BOLSES DE REDUO DA CAMADA DE OZNIO
CODAR ME.IRO/CODAR 31.101
1. Caracterizao
O oznio um gs de tonalidade azulada e de cheiro aliceo penetrante, cuja molcula constituda por trs tomos de oxignio, que se distribuem como vrtices de um tringulo, gerando uma
estrutura cristalina diferente da estrutura cristalina do oxignio normal.
Na estrutura cristalina do oznio, cada tomo bivalente do oxignio troca valncias interativas
com os outros dois tomos homnimos, que constituem sua estrutura molecular.
As modificaes alotrpicas da estrutura cristalina no oxignio e sua transformao em oznio
so reversveis e ocorrem sob a influncia das radiaes ultravioleta, que catalisam esta reao.
A estrutura cristalina do oznio se altera quando o mesmo perde energia ao ser atacado por
substncias hiperativas, como o cloro e o cido ntrico.
A camada de oznio, com aproximadamente 15 quilmetros de espessura, localiza-se na
estratosfera, entre os quilmetros 20 e 35 de altitude.
Esta camada comeou a se estruturar, h aproximadamente 400 milhes de anos atrs, quando
o oxignio liberado para atmosfera, dos organismos marinhos clorofilados, atingiu concentraes que
permitiram a formao desta camada.
Esta camada extremamente importante para a biosfera, por deter uma grande quantidade de
raios ultravioleta, presentes na luz solar e que so hiperativados, durante sua passagem pela ionosfera.
Em ltima anlise, a vida s migrou para a superfcie dos continentes, em decorrncia da
formao da camada filtrante de oznio.
Como j foi explicitada, a radiao ultravioleta catalisa as alteraes alotrpicas do sistema de
cristalizao do oxignio disperso na estratosfera, de acordo com a seguinte reao esquemtica:
302
203
Trs molculas de oxignio binrio se cristalizam sob a forma de duas molculas de oznio
ternrio, aps absorverem energia proveniente das radiaes ultravioleta.
Estes cristais de oznio de estrutura triangular plana apresentam uma tendncia para se
distribuir em camadas distribudas em sentido perpendicular ao do eixo da gravidade.
Como a reao de cristalizao do oznio reversvel, necessrio que constantemente se
formem novos cristais, para substituir os que se desfazem naturalmente.
Os cristais de oznio so formados preferencialmente no bordo superior da camada de oznio,em funo da ao dos raios ultravioleta, hiperativados na ionosfera. O oxignio surge no bordo inferior da
camada, como conseqncia de reaes qumicas que desfazem a estrutura cristalina anterior.
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A espessura da camada de oznio depende do equilbrio dinmico entre as reaes de
cristalizao alotrpica de formao do oznio e as reaes de reestruturao da estrutura cristalina do
oxignio.
2. Causas
A camada de oznio atua como um filtro, reduzindo substancialmente a incidncia dos raios
ultravioleta que atingem a superfcie da Terra.
importante registrar que, em pequenas quantidades, os raios ultravioleta so indispensveis ao
metabolismo da biosfera. Apenas para citar algumas aes catalticas importantes para o desenvolvimento
do ciclo vital, recorda-se que estas radiaes desempenham importantes papis:
Nas reaes de fotossntese dos organismos clorofilados, que permitem a fixao do carbono
e a estruturao da biomassa, desempenhando um papel extremamente importante no
desenvolvimento da cadeia alimentar, que permitiu o desenvolvimento da vida na Terra.
Na destruio de microorganismos, permitindo o equilbrio vital dos mesmos e melhorando as
condies de salubridade da biota.
Na formao da vitamina D, indispensvel ao metabolismo dos animais vertebrados.
No metabolismo da melanina, pigmento responsvel pela colorao da pele e que bloqueia a
penetrao destes raios ultravioleta no interior do organismo.
No entanto, grandes quantidades de radiaes ultravioleta inviabilizariam a vida na superfcie da
Terra, e a vida s seria possvel no mar e nas colees de gua suficientemente espessas para deter parte
das radiaes ultravioleta.
Os primeiros sinais de alerta sobre a reduo da camada de oznio foram feitos por cientistas da
Administrao Nacional de Aeronutica e Espao (NASA), a partir de 1978/1979. Os estudos
demonstravam a existncia de um buraco na camada de oznio, com uma extenso de 7 milhes de
quilmetros quadrados sobre a Antrtica.
Em 1992, a NASA identificou um segundo bolso de reduo da camada de oznio, que se
desenvolveu sobre o Plo Norte e que atingia praticamente todo o Crculo Polar rtico.
Em 1995, a Organizao Mundial de Meteorologia (OMM) informou que o bolso localizado
sobre a Antrtica crescera muito e atingira a extenso de 10 milhes de quilmetros quadrados.
Os bolses surgiram nas reas polares porque nestas reas, os raios ultravioleta, ativados na
ionosfera, incidem sobre a estratosfera em sentido tangencial, reduzindo o volume de impacto dos mesmos
com o oxignio livre e, em conseqncia, diminuindo a produo de oznio na camada.
O crescimento dos buracos na camada de oznio, nestes ltimos anos, conseqncia de uma
maior liberao de produtos e substncias qumicas hiperativas, como os vapores de cloro e de cido
ntrico, em decorrncia de atividades humanas.
Comprovou-se que a crescente liberao na atmosfera de haletos orgnicos, como otetraclorometano (TCM) e outros compostos clorofluorcarbonados (CFC) concorreu para aumentar a
concentrao de vapores de cloro na estratosfera.
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O cloro ataca a camada de oznio e catalisa a reao de gs carbnico (dixido de carbono), a
partir da combinao do oxignio livre com os radicais carbonados e depois se combina com o hidrognio,
para formar cido clordrico.
Nestas condies, haletos, alm de contriburem para reduzir a espessura da camada de oznio,
intensificam o efeito estufa e a queda de chuvas cidas.
As atividades humanas tambm esto contribuindo para aumentar as concentraes de vapores
de cido ntrico na atmosfera, o qual, alm de reduzir a espessura da camada de oznio intensifica a
queda de chuvas cidas.
3. Ocorrncia
A formao de bolses da reduo da camada de oznio constitui-se num desastre misto com
repercusses globais, que tende a ser mais intenso naquelas reas, onde as radiaes ultravioleta
hiperativadas na ionosfera atingem a estratosfera terrestre, em sentido tangencial.
Por esse motivo, as regies polares e, em seguida, as regies temperadas, so mais vulnerveis
formao de buracos na camada de oznio, que as regies tropicais e equatoriais.
No que diz respeito responsabilidade pela liberao de haletos orgnicos na atmosfera, cabe
recordar que o CFC e o gs fren so utilizados:
como propelentes de algumas espcies de aerossis ou Sprays;
em embalagens de plstico, chips de computadores e solventes utilizados na indstriaeletrnica.
em aparelhos de refrigerao, como geladeiras e condicionadores de ar.
4. Principais Efeitos Adversos
As redues da camada de oznio da estratosfera permitem que uma maior quantidade de
radiaes ultravioleta hiperativadas, ao passarem pela ionosfera, atinjam a superfcie da Terra.
Grandes quantidades de radiaes ultravioleta so nocivas a todas as formas de vida que se
desenvolvem na superfcie da Terra.
Os vegetais que se beneficiam das radiaes ultravioleta, em pequenas doses, para realizar a
fotossntese, so caustificados por superdosagens destas radiaes.
As radiaes ultravioleta tm efeitos esterilizantes e destroem os microorganismos vivos, em
pequenas doses, contribuem para manter a salubridade do solo, em doses exageradas e interferem sobre
o processo de umificao.
Nos seres humanos e animais de organismo mais complexo, as radiaes ultravioleta, em doses
elevadas, comprometem a resistncia do sistema imunolgico e reduzem as defesas contra infecesintercorrentes. Alm disto, aumentam a incidncia do cncer de pele e de doenas oculares, como a
catarata.
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So mais vulnerveis ao cncer as pessoas e os animais que dispem de menos melanina,
pigmento responsvel pelo escurecimento da pele e do couro dos animais.
Por este motivo, as pessoas de pele escura so menos vulnerveis ao cncer de pele, que as
pessoas claras e os albinos.
Da mesma forma, as raas de bovinos que so dotadas de mucosas e de culos escuros so
mais resistentes a leses de pele e a oftalmina que as raas de couro e mucosas claras.
5. Monitorizao, Alerta e Alarme
As agncias responsveis pela investigao aeroespacial, como a NASA, e a Organizao
Mundial de Meteorologia, por intermdio dos Organismos Nacionais associados, tm condies de
monitorizar o desenvolvimento de bolses de reduo da camada de oznio, por intermdio de sensores
instalados em satlites artificiais.
O incremento no nvel de radiaes ultravioleta, que incidem sobre a superfcie da Terra
medido por intermdio de sensores instalados em estaes terrestres. necessrio que se aumente a
densidade destas estaes, para se poder desenhar com preciso, os mapas de ameaas destes
desastres.
importante tambm que se monitorize e colete dados epidemiolgicos sobre as possveis
repercusses do efeito destas radiaes, sobre as plantas, os animais e os seres humanos, para que se
possa desenhar com preciso os mapas de vulnerabilidades a estes desastres.
6. Medidas Preventivas
Por se tratar de um desastre misto, com amplitude global, as medidas preventivas relacionadas
com os bolses de reduo da camada de oznio obrigatoriamente devero ser debatidas, concertadas e
acordadas, pelos governos dos pases, em mbito internacional.
Em 1987, representantes de 24 pases reunidos no Canad assinaram o Protocolo de Montreal,
compromentendo-se a reduzir pela metade a produo de CFC, at 1999.
Em junho de 1990, a Organizao das Naes Unidas recomendou que, at o ano de 2010, no
se industrializasse mais o CFC.
O Brasil assumiu o compromisso de eliminar a produo de CFC no pas, at o ano de 2001.
De qualquer forma, a opinio pblica internacional deve ser permanentemente mobilizada para
exigir providncias, com o objetivo de minimizar o desastre. Embora o CFC seja considerado como o
principal causador do desastre, toda a liberao de gases com produtos qumicos intensamente reativos
deve ser considerada como lesiva aos interesses da humanidade.
Os sistemas de monitorizao devero ser aperfeioados e as evolues da camada de oznio
da Terra e a mensurao do volume de radiaes que atingem a crosta terrestre e as baixas camadas daatmosfera devem ser intensificadas.
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CAPTULO II
DESASTRES MISTOS RELACIONADOS COM A ATMOSFERA
CODAR ME.A/CODAR 31.2
1. Introduo
A atmosfera a camada gasosa que envolve a Terra e a maioria dos astros. Esta camada
envoltria mantida em estreito contato com a Terra, em decorrncia da ao da gravidade, e nesta
camada que ocorrem os fenmenos meteorolgicos relacionados com o clima, ou seja, com a geodinmica
terrestre externa.
Os desastres mistos relacionados com tendncias para alteraes na chamada atmosfera
padro, repercutem sobre a crosta terrestre, sobre a hidrosfera e sobre a biosfera.
A atmosfera padro , na realidade, um modelo matemtico terico da atmosfera real, emconstante mutao, mas que mantm um relativo equilbrio dinmico. A atmosfera padro permite o
estudo e a compreenso das reaes de dupla via e das alteraes dinmicas da atmosfera, relacionadas
com variaes de presso, temperatura, densidade, massa especfica e concentrao dos gases que a
constituem, nas diferentes camadas da atmosfera real, a partir do nvel do mar.
2. Comentrios
Em ltima anlise, os mais importantes agentes desencadeadores dos desastres mistos
relacionados com a atmosfera, so os agentes poluidores e contaminantes.
Embora numerosos agentes poluidores e contaminantes da atmosfera tenham origem natural, o
homem o mais sistemtico, constante e eficiente dentre todos os demais agentes contaminadores e
poluidores do meio ambiente, e suas aes repercutem nas camadas mais baixas da atmosfera.
Este padro de desastre misto tende a crescer de forma proporcional ao nvel de
desenvolvimento e comeou a ser incrementado, a partir da revoluo industrial.
A imensa capacidade poluidora da espcie humana resulta:
de sua natural tendncia gregria, que a leva a viver preferencialmente em reas urbanas, comgrandes densidades demogrficas;
de sua crescente necessidade de consumir energia eltrica, que na grande maioria dos pases
gerada a partir de Usinas Termoeltricas (UTE);
do desenvolvimento industrial, responsvel pela multiplicao dos processos combustivos
geradores de fumaa e de elementos particulados;
do crescimento vertiginoso da frota de veculos automotores.
Os poluentes atmosfricos de origem antropognica normalmente so produzidos de forma mais
concentrada, nos distritos industriais, nas grandes plantas industriais da indstria metalrgica, nas Usinas
Termoeltricas consumidoras de carvo mineral e de leo combustvel, nos grandes centros urbanos e aolongo dos corredores de transporte. Os principais poluentes e alteradores do equilbrio dinmico da
atmosfera, de origem antrpica, so os seguintes:
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dixido e monxido de carbono;
dixido de enxofre;
xidos de nitrognio;
gs sulfdrico, vapores de cido sulfrico e sulfatos orgnicos e inorgnicos;
hidrocarbonetos alifticos, como o alfabenzopireno e oleofnicos;
cloro, flor e compostos halogenados, especialmente o freon 12 (tetraclorometano), compostos
clorofluorcarbonados (CFC) e outros haletos orgnicos;
oxidantes fotoqumicos, como os aldedos volteis, o peroxiacetilnitrato e o oznio, em doses
elevadas, na baixa atmosfera;
nvoas cidas, em geral resultantes da combinao de xidos de nitrognio e de enxofre, com
vapores de gua;
elementos particulados, que permanecem em suspenso na atmosfera, com destaque especial
para partculas de amianto e de metais pesados, como o chumbo e o mercrio;
o chumbo-tetra-etila que, ainda hoje usado como aditivo da gasolina, responsvel pela
melhoria da octanagem, naqueles pases que no aderiram ao uso do lcool absoluto;
partculas radioativas e radiaes ionizantes.
Embora a queima de reas florestadas tenha sido escolhida pela mdia internacional como a
grande vil do processo de poluio da atmosfera, importante que o processo seja diagnosticado
corretamente.
Os pases industrializados so responsveis pela emisso de mais de 80% dos gases que
poluem a atmosfera. Somente os Estados Unidos da Amrica so responsveis por mais de 22% dos
gases emitidos, enquanto que o Brasil produz menos de 1% destes gases.
Aproximadamente 60% do dixido de carbono e 75% do dixido de enxofre, produzido pelohomem gerado em Usinas Termoeltricas, que queimam carvo mineral e leo combustvel e pelos
veculos automotores. No Brasil, mais de 90% da energia eltrica produzida gerada em Usinas
Hidroeltricas (UHE).
absolutamente importante que, nos fruns internacionais, o Brasil se posicione como um pas
que polui muito pouco e que contribui fortemente para a despoluio. importante tambm que tome uma
posio muito forte contra a proliferao de UTE carvo e contra o uso de chumbo tetraetila na gasolina.
3. Classificao
Os desastres mistos relacionados com a atmosfera, que sero estudados no prosseguimento,
so:
O efeito estufa
As chuvas cidas
A camada de inverso trmica
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TTULO I
EFEITO ESTUFA
CODAR ME-AEE/CODAR 31.201
1. Caracterizao
O verbete correto para definir e caracterizar esta ameaa de desastre misto deveria ser:
Intensificao do Efeito Estufa. O desastre foi codificado como Efeito Estufa, com o objetivo de adaptar a
nomenclatura tcnica nomeclatura amplamente difundida pela mdia internacional, a qual foi
dicionarizada sem crticas, por lingistas, leigos em sinistrologia.
A caracterizao do efeito estufa natural relaciona-se com a constatao de que os gases da
atmosfera, que envolvem a Terra e os outros planetas, comportam-se como gigantescas campnulas que
bloqueiam as radiaes calricas refletidas, retendo parte do calor solar e induzindo a refletncias, ou grau
de albedo destes planetas, ao gerar um dficit importante entre a energia recebida e a energia refletida.
No caso especfico da Terra, o efeito estufa produz uma elevao mdia de trinta graus
centgrados na temperatura da troposfera global, que atinge a mdia de 16C. Nestas condies, o efeito
estufa natural, ao manter grandes pores de gua da hidrosfera em estado lquido, tornou possvel o
desenvolvimento da vida na Terra.
A ameaa de desastre misto relaciona-se com uma hiptese de intensificao do efeito estufa,
em decorrncia da crescente liberao dos chamados gases de estufa, como o metano, o dixido e
carbono e o dixido de enxofre, como conseqncia de atividades humanas, e que estariam promovendo
uma tendncia para o aquecimento global.
O aumento da produo do dixido de carbono e dos outros gases de estufa depende da
concentrao dos mesmos na atmosfera, na medida em que os processos produtivos preponderem sobre
os processos redutivos, responsveis pela reciclagem destes gases.
A contribuio humana para a acumulao dos gases de estufa na atmosfera, relaciona-se com:
o intenso desenvolvimento industrial;
o vertiginoso crescimento da frota de veculos automotores;
a crescente necessidade de novas fontes produtoras de energia;
a queima intensificada de combustveis fsseis, como o carvo mineral e os derivados de
petrleo, para gerar energia necessria s atividades industriais e ao fluxo dos transportes;
o imenso nmero de Usinas Termoeltricas (UTE), que queimam carvo mineral e leos
combustveis derivados do petrleo, para gerar energia;
a queimada de florestas e da biomassa em geral, tambm contribui para aumentar a produo
de gases de estufa, mas numa escala muito inferior s demais atividades humanas.
Por outro lado, a crescente destruio das algas marinhas e a constante reduo das reas
verdes, em decorrncia das atividades humanas, esto contribuindo para reduzir a reciclagem do dixidode carbono e a liberao do oxignio e do vapor de gua pelos organismos clorofilados, que utilizam o
carbono para produzir a biomassa.
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Sem dvida nenhuma, a reduo da intensidade dos processos redutivos est contribuindo para
a maior acumulao dos gases de estufa na atmosfera terrestre.
Do estudo destas variveis, foroso concluir que:
o homem moderno est contribuindo para incrementar a produo de gases de estufa, que
esto se acumulando na atmosfera;
o processo de acumulao vem sendo sensivelmente incrementado, a partir da chamada
revoluo industrial.
processo de acumulao de gases de estufa mais intenso nos pases mais desenvolvidos e,
em especial, naqueles pases que no acataram a filosofia do desenvolvimento auto-
sustentado e responsvel.
Evoluo da Atmosfera ao longo do Desenvolvimento Geolgico da Terra
muito importante registrar que, os chamados gases de estufa vm sendo produzidos pela
natureza, h mais de 4,5 bilhes de anos, e comearam a ser reciclados, pelas algas marinhas, h
aproximadamente 2,5 bilhes de anos, e pelas plantas terrestres, h aproximadamente 580 milhes de
anos.
De uma forma bastante esquemtica, pode-se afirmar que a Terra, ao longo de sua evoluo
geolgica, foi envolvida por trs padres distintos de atmosfera:
A atmosfera primitiva era constituda principalmente por molculas ionizadas de hidrognio,
que foi o primeiro elemento a se formar, a partir da articulao e estruturao das partculas
subatmicas. Nas proximidades da Terra, esta camada foi destruda pelas radiaes solares epaulatinamente afastada pelos gases mais densos que foram surgindo, com a evoluo do
Globo Terrestre.
A atmosfera azica (sem vida) foi formada a partir dos gases vulcnicos, que eram
extremamente abundantes, na conturbada fase inicial de evoluo deste Planeta. A atmosfera
azica era muito pobre em oxignio e muito mais rica em dixido de carbono que a atmosfera
atual. A concentrao de dixido de carbono na atmosfera azica era pelo menos 100 vezes
maior do que na atmosfera atual.
A atmosfera atual o resultado da metabolizao da atmosfera azica pelos seres vivos,
principalmente pelos organismos clorofilados que se desenvolveram no Planeta, a partir de 2,5
bilhes de anos.
A composio do ar atmosfrico, at os 100 quilmetros de altitude relativamente constante e
corresponde a:
78.084% de Nitrognio
20,946% de Oxignio
0,934% de Argnio
0,030% de Dixido de Carbono
0,0018% de Nenio
0,0005% de Hlio 0,0001% de Metano
0,0001% de Criptnio
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O vapor de gua encontrado apenas na troposfera, que atinge 12km de altura, em
concentraes mdias que variam entre 0,1 e 4%. Acima dos 100Km de altitude, a atmosfera no mais
homognea (homeosfera) e passa a ser constituda de camadas sucessivas de oxignio, hlio e
hidrognio.
A Importncia da Biosfera na Formao da Atmosfera Atual
A vida surgiu na Terra, h mais de 2,5 bilhes de anos, dando incio ao perodo Arqueozico. Os
primeiros seres vivos eram organismos marinhos, como bactrias, protozorios e algas microscpicas. Foi
a partir desta poca, que as algas e as bactrias clorofiladas assumiram a condio, que conservam at os
nossos dias, de principais recicladores de dixido de carbono e produtores de oxignio livre.
A atmosfera j se apresentava bastante modificada na era arqueozica, quando surgiram os
peixes primitivos (no perodo Cambriano) e os continentes emersos comearam a ser conquistados pelos
artrpodes e pelas plantas terrestres primitivas (no perodo Siluriano). As primeiras florestas surgiram
durante o perodo Devoniano, mas foi o perodo Carbonfero que se caracterizou pelo crescimentoexplosivo das florestas tropicais, aproveitando o calor que era forte neste perodo, a oferta aumentada de
gua, gs carbnico e de sais minerais e a intensificao do fotoperiodismo.
Nos perodos geolgicos subseqentes, o relevo da Terra foi sensivelmente alterado e
fenmenos de subsidncia provocaram o afundamento de reas florestadas, que acabaram sendo
soterradas por terrenos sedimentares.
Comprimidas na subsuperfcie da Terra, estas florestas soterradas acabaram por se transformar
em rochas metamrficas de carvo mineral.
Da mesma forma, fenmenos seqenciados de subsidncia, seguidos de invases marinhas,
proliferao de organismos marinhos, sedimentao, movimentos espirogenticos de elevao do fundo do
mar, seguidos de novos fenmenos de subsidncia, dando origem a novos ciclos seqenciados, permitiram
que imensas quantidades de animais marinhos soterrados acabassem por se metamorfosear e se
transformassem em petrleo.
So estes combustveis fsseis que, durante muitas centenas de milhes de anos, foram
gerados a partir de metamorfose da biomassa de plantas terrestres e de animais marinhos, fixadores de
gs carbnico e redutores do efeito estufa da atmosfera primitiva e que, ao serem queimados pelo homem,nestes ltimos trezentos anos, de forma intensa, esto retornando atmosfera, de forma brusca.
2. Estudo Sumrio do Ciclo de Energia Calrica.
Est cientificamente comprovado que o dixido de carbono, o metano, o vapor de gua, o
dixido de enxofre e outros gases dispersos na atmosfera absorvem e refletem o calor irradiante e reduzem
a disperso da energia calrica, para as altas camadas de atmosfera e para o espao csmico.
A energia calrica, que circula naturalmente na Terra, provm de duas fontes primrias
principais:
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da energia csmica e, em especial, das radiaes solares;
das reaes fsico-qumicas, que se originam nas camadas mais profundas do Planeta.
A energia csmica e, em especial, as radiaes solares, que atingem a superfcie da Terra, so
imensas fontes de energia e comportam todas as formas de energia radiante do complexo eletromagntico,
o qual constitudo por radiaes intensamente energticas, como os raios Gama e os raios-X, e porradiaes de baixas quantidades de energia, como as ondas de rdio, passando pelas radiaes
monocromticas contidas no espectro de luz visvel.
Dentre estas reaes, h que destacar as radiaes infravermelho, que se situam nos limites
inferiores do espectro da luz visvel e as radiaes ultravioleta, que se situam nos limites superiores deste
espectro.
As radiaes infravermelho tm o calor como sua principal caracterstica organoltica e so de
baixa freqncia e maior comprimento de onda, o que facilita a sua reflexo nas camadas.
As radiaes ultravioleta se comportam como radiaes qumicas, tm ao esterilizante e
desempenham um importante papel na fotossntese.
Por estar estreitamente relacionado com o componente atrito, o calor e as radiaes
infravermelho so gerados como subprodutos, em todos os ciclos de transformao da energia.
Toda a energia radiante de origem sideral que atinge a superfcie da Terra e mais a gerada em
suas camadas mais profundas excita as partculas subatmicas, que constituem a matria que forma o
Globo Terrestre e, em conseqncia, geram energia calrica que provoca o aquecimento da troposfera,
que a primeira camada da atmosfera, com aproximadamente 12 quilmetros de espessura.
O aquecimento diferenciado desta camada da atmosfera, em funo das diferenas do relevo e
das superfcies ocenicas que permite o desencadeamento dos fenmenos meteorolgicos.
O gradiente de aquecimento global decrescente na troposfera e varia entre mdias de 20oC a -
60C. Na estratosfera, que se estende entre 12 e 50 quilmetros de altura, o gradiente do calor varia em
sentido ascendente entre -60oC e -5oC. Na mesosfera, que se estende entre 50 e 90Km, o gradiente
decrescente e nas camadas mais elevadas, a temperatura atinge 90oC.
O efeito estufa ocorre principalmente na Troposfera da Terra, enquanto que a temperatura nascamadas superiores influenciada pela disperso da energia csmica entre os gases rarefeitos.
3. Causas
Como j explicitado, o dixido de carbono, o vapor de gua e os demais gases de estufa tm a
propriedade de absorver e refletir grandes quantidades de energia calrica em direo superfcie da
Terra e de retardar a disperso dos raios infravermelho, para as camadas mais altas da atmosfera e para o
espao sideral.
Nestas condies, este imenso filtro retentor de raios infravermelho atua como uma imensaestufa que circunda a Terra, elevando o nvel de calor no ambiente terrestre e reduzindo a refletncia ou
nvel de albedo da Terra pra o espao csmico.
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evidente que o nvel de refletncia tende a diminuir e o efeito estufa tende a aumentar, na
medida em que os gases de estufa aumentam sua concentrao na atmosfera.
Estudos realizados em outros planetas do Sistema Solar permitem comprovar a evoluo das
atmosferas e verificar suas influncias sobre o nvel de albedo (refletncia) e sobre o efeito estufa:
Mercrio, que tem muito pouca ou nenhuma atmosfera, tem elevado nvel de refletncia e
nenhum efeito estufa. Por este motivo, a temperatura nas camadas varia entre 300oC, durante o dia, e
160oC, durante a noite.
Vnus, cuja atmosfera composta por 98% de gs carbnico e cuja presso atmosfrica 90
vezes maior que a da Terra, tem baixo nvel de refletncia e elevado efeito estufa e mantm uma
temperatura mdia nas camadas de 480oC.
Marte, que tem uma atmosfera menos densa que a da Terra, constituda principalmente de gs
carbnico, tem um efeito estufa mnimo e sua temperatura mdia de -72C. Enquanto as temperaturas
polares so de -195C, a temperatura equatorial ao meio-dia de 27C.
Jpiter, Saturno e Netuno so circundados por atmosferas ricas em hidrognio, que no foram
atacados por estarem localizados a grandes distncias do sol.
Em funo das caractersticas da atmosfera terrestre, a Terra o nico planeta do Sistema
Solar, onde as formas elevadas de vida so possveis.
Os estudos de paleoclima comprovam que, ao longo de sua evoluo geolgica, a Terra passoupor numerosos ciclos de aquecimento e de desaquecimento.
O homem, que existe na Terra h pouco mais de trs milhes de anos, testemunhou vrios
ciclos de aquecimento seguidos por ciclos de desaquecimento ou de glaciao. O pleistoceno, que se
iniciou h 1800 anos, coincidiu com ciclos de glaciao no Hemisfrio Norte e com o surgimento do Homo
Sapiens.
O Holoceno, que se iniciou a pouco mais de 11 mil anos, est coincidindo com um perodo de
aquecimento, de reduo das geleiras e de elevao do nvel do mar.
As imensas rias, que se desenvolvem na costa Setentrional do Brasil, entre o golfo do
Maranho e os limites do norte do Amap da mesma forma que as costas de dalmata com ilhas se
estendendo em sentido paralelo costa, que ocorrem nos Estados de Pernambuco, Bahia, Rio de Janeiro,
Paran, So Paulo e Santa Catarina, comprovam que o nvel do mar est se elevando nestes ltimos
milnios.
O que se discute : Se o homem est concorrendo e quanto para acelerar este processo de
aquecimento natural, como uma conseqncia previsvel da revoluo industrial e como conseqncia
pelo descaso poltico relacionado com o desenvolvimento auto-sustentado e responsvel.
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Est cientificamente comprovado que o superaquecimento da Terra, como uma conseqncia da
intensificao do efeito estufa, uma tendncia absolutamente indiscutvel. Tambm est comprovado que
o homem vem produzindo uma grande quantidade de gases de estufa e est contribuindo para acelerar o
efeito estufa e a velocidade de aquecimento da Terra.
absolutamente indispensvel que esta ameaa de desastre misto global seja melhor
estudada e encarada com realismo, pela comunidade cientfica e que surja uma massa crtica de
opinio na Sociedade Global, com o objetivo de promover a vontade de retardar o processo.
inegvel que a produo de gases de estufa foi acelerada a partir do incio da revoluo
industrial e que s ser minimizada quando a tese do desenvolvimento auto-sustentado e responsvel
prevalecer sobre a do desenvolvimento a qualquer custo. Evidentemente, nenhum governo responsvel
pode assumir uma atitude contrria estabelecida pela opinio pblica.
Est comprovado que o dixido de carbono e o dixido de enxofre resultam da queima de
combustveis fsseis, como o carvo, os derivados de petrleo e o gs natural; o xido nitroso resulta daatividade das bactrias do solo, que atacam a matria orgnica; o metano resulta da decomposio da
matria orgnica; os produtos clorofluorcarbonizados (CFC) so utilizados em aerossis e na indstria de
refrigerao.
Aps examinados os mecanismos naturais (vulcanismo) e artificiais de produo dos gases de
estufa, desejvel que se examinem os mecanismos de reduo natural destes gases. Genericamente, a
reduo destes gases de estufa depende da:
difuso dos mesmos, para as camadas mais altas da atmosfera.
diluio destes gases nas guas das chuvas, permitindo a remoo pela via mida. reao qumica dos mesmos com outros compostos gasosos e particulados existentes na
atmosfera.
absoro dos gases pelas formas de vida clorofiladas (algas e plantas) e da conseqente
utilizao do carbono e do nitrognio, para formar a biomassa;
absoro dos gases por compostos qumicos dispersos na superfcie da Terra e pelas guas
de superfcie.
Dentre os processos de reduo dos gases de estufa, os que mais podem ser utilizados pelo
homem, nas condies tecnolgicas atuais, dizem respeito ao incremento:
- na produo de algas e de plantas terrestres clorofiladas altamente produtivas de biomassa.
- na expanso de reas verdes, nas grandes cidades e nas reas de proteo ambiental (APA)
que devem obrigatoriamente circundar as indstrias poluidoras e os eixos de transporte.
4. Ocorrncia
Na condio de fenmeno global relacionado com a geodinmica terrestre externa, o efeito
estufa repercute sobre todo o mundo.
No entanto, os pases mais desenvolvidos do Hemisfrio Norte so responsveis pela emissode mais de 80% dos gases de estufa.
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Somente os Estados Unidos da Amrica so responsveis por mais de 22% da poluio da
atmosfera com gases de estufa, enquanto que a Comunidade Europia responde por mais de 36% desta
poluio.
No Extremo Oriente, o Japo, a ndia e a China tambm so responsveis por grandes
emisses, da mesma forma que a Rssia, embora a China, a Rssia e a ndia no sejam pases
plenamente desenvolvidos.
A produo de gases de estufa no Brasil inferior a 1% do total mundial, apesar do PIB
brasileiro ultrapassar 500 bilhes de dlares.
Como os nveis de poluio da atmosfera, em alguns casos so desproporcionais ao nvel
comparado do PIB, foroso reconhecer que propores exageradas de poluio ambiental so
indicadores do nvel de intransigncia, egosmo e irresponsabilidade social.
5. Discusso sobre os chamados Pulmes do Mundo
Numa tentativa de minimizar as responsabilidades individuais dos pases desenvolvidos, no que
diz respeito produo dos gases de estufa, a mdia internacional est tentando distrair a opinio pblica
e debater:
no os pases desenvolvidos responsveis pela emisso de grandes volumes de gases de
estufa;
mas os pases que possuem vastas reservas de florestas tropicais, que foram escaladas como
pulmes do mundo.
Na Europa, s se encontram vestgios da vegetao primitiva, que um dia cobriu aquelecontinente, nas florestas que delimitam parte da fronteira entre a Polnia e a Bielorrssia.
Os Estados Unidos praticamente disseminaram suas florestas milenares de sequias, e a
opinio pblica mundial no pediu que os mesmos prestassem contas.
No entanto, a mdia internacional difundiu em todo o mundo a idia de que a Amaznia
intocvel, por ser o pulmo do mundo.
evidente que a floresta amaznica, da mesma forma que os demais complexos florestais
brasileiros e do resto do mundo e todas as grandes culturas anuais, produtoras de grandes volumes debiomassa, funcionam como pulmes da biosfera, ao fixarem grandes quantidades anuais de carbono.
S que, os complexos florestais brasileiros, as florestas artificiais e as grandes culturas
anuais, como as de cana-de-acar so pulmes do Brasil.
Cada Pas, cada Estado ou Provncia, cada municpio, cada localidade, cada bairro e cada
quintal do mundo deve se preocupar em desenvolver seus respectivos pulmes e no querer transferir para
os pases tropicais a responsabilidade pela despoluio.
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Como a eficcia e eficincia dos pulmes so medidas em termos do volume da biomassa, que
se desenvolve anualmente, evidente que as algas marinhas e as culturas anuais, como os canaviais,
funcionam como pulmes muito mais eficazes que as florestas. Da mesma forma, as florestas latifoliadas
decduas, que renovam seus aparelhos folheares todos os anos, produzem muito mais biomassa anual que
as florestas equatoriais perenes.
Apesar disto, as florestas equatoriais pereniflias foram escaladas para serem os pulmes do
mundo.
O Atlntico Norte poludo anualmente com milhes de toneladas de lixo e est pejado de
invlucros de plstico, que reduzem o desenvolvimento das algas marinhas. Apesar disto, ningum se
preocupa com esta destruio, porque as florestas equatoriais foram escaladas para serem os pulmes
do mundo!
evidente que os brasileiros podem e devem proteger, preservar e recuperar seus complexos
florestais e manej-los adequadamente, com o objetivo de garantir a explorao econmica dos mesmos,
por numerosas geraes de brasileiros. Mas nossos pulmes so brasileiros, do mundo no! Cada pas
deve se ocupar de cuidar de seus prprios pulmes.
Alm disto, o cerne da questo no deve ser centrado nos mecanismos de despoluio, mas na
minimizao da produo de gases de efeito estufa.
Os combustveis fsseis, que esto sendo queimados em escalas gigantescas, foram fixados na
biomassa durante centenas de milhes de anos. importante que se invista no desenvolvimento de formas
de energia que sejam menos poluidoras da atmosfera e que se minimize a produo mundial de gases de
estufa.
6. Monitorizao, Alerta e Alarme
muito importante que se monitorize a refletncia da Terra ou efeito albedo e se compare com
sries histricas, com o objetivo de dimensionar corretamente o efeito estufa.
indispensvel que a emisso de gases de estufa, nos conglomerados industriais, nas grandes
cidades, nos grandes eixos e terminais de transportes, sejam corretamente avaliados. imperioso que se
acompanhe a evoluo do nvel mdio do mar, com grande grau de preciso.
indispensvel que se acompanhe globalmente a evoluo mdia das curvas de temperatura na
troposfera e as possveis evidncias de mudanas climticas.
Da avaliao destes parmetros, em escala mundial, que se pode inferir o provvel nvel de
intensidade desta ameaa de desastre.
7 . Principais Efeitos Adversos
A intensificao do efeito estufa promover uma gradual elevao da temperatura mdia da
troposfera com todos os maus efeitos resultantes de uma acelerao do metabolismo energtico da Terra.
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O efeito mais visvel deste superaquecimento ser uma gradual reduo das calotas polares, que
promover uma correspondente elevao do nvel do mar, que somente neste sculo j se elevou 15
centmetros.
Alguns cientistas afirmam que, nos prximos 100 anos, a temperatura mdia aumentar
aproximadamente 3,5 graus.
evidente que uma elevao da temperatura mdia da Terra redundar numa acelerao do
metabolismo climtico, gerando alteraes cada vez mais bruscas nas condies atmosfricas. Em
conseqncia, todos os desastres relacionados com a Geodinmica Terrestre Externa, como secas,
inundaes, vendavais e outros sero sensivelmente intensificados.
A elevao da temperatura global redundar numa elevao do metabolismo de todos os
animais homeotrmicos, inclusive do homem, e poder redundar numa reduo da expectativa de vida
mdia daqueles povos menos adaptados a climas quentes e midos.
O aumento da temperatura e do nvel de umidade da troposfera resultar, a longo prazo, numa
intensificao do intemperismo, que provocar um incremento nos processos erosivos e no assoreamento
dos rios, lagos e barragens, com reflexos sobre as inundaes e as enxurradas.
8 . Medidas Preventivas
Por se tratar de uma ameaa de desastre global, as medidas preventivas relativas acelerao
do efeito estufa, necessariamente devero ser debatidas e acordadas, em nvel internacional, e os
governos dos pases que assinarem o Acordo devero se comprometer em no ultrapassar os nveis de
poluio atmosfrica, que lhes forem determinados.
No cabe aqui o argumento de que as medidas acordadas retardaro o processo de
desenvolvimento. Ao contrrio, o grande volume de investimentos necessrios por garantir a melhoria da
qualidade de vida da populao do globo acelerar o desenvolvimento.
A preveno da intensificao da produo de gases de estufa, responsveis pela maximizao
dos riscos de superaquecimento da Troposfera, depende de:
medidas no-estruturais
medidas estruturais
a) Estudo de Algumas Medidas No-Estruturais Importantes
Dentre as medidas no-estruturais, relacionadas com a preveno da intensificao do efeito
estufa, h que destacar:
1) Um imenso conjunto de atividades educacionais e de mudana cultural, que tenham por
objetivo conservar a energia e otimizar o consumo da mesma.
2) Uma poltica de melhor utilizao do espao geogrfico fundamentada no princpio de que:
quem polui deve prover a despoluio. O objetivo desta poltica o de garantir o mximo
de disperso e de proteo ambiental perifrica, para as fontes estacionrias de poluio.
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3) Uma poltica de investimento em fontes alternativas de gerao de energia, que redunde
numa drstica reduo do nmero de fontes estacionrias de produo de energia,
constitudas por Usinas Termoeltricas(UTE) que utilizam combustveis fsseis, como o
carvo e o leo combustvel.
4) As plantas e distritos industriais altamente poluidores da atmosfera e as Usinas
Termoeltricas(UTE) devero ser obrigados a investir no desenvolvimento de tcnicas,
processos industriais e equipamentos que reduzem o nvel de poluio atmosfrica.
5) Todos os focos de poluio atmosfrica e os eixos de transporte de trnsito intensificado
devero ser circundados porreas de proteo ambiental - APA, densamente arborizadas,
para aproveitar in loco parte do gs carbnico emitido e transform-los em biomassa.
6) Todos os planos diretores do desenvolvimento das cidades devero prever, em volume de
reas verdes, o equivalente a, no mnimo, 25% da rea urbanizada.
Principais Finalidades do Planejamento Territorial e do Microzoneamento
O planejamento territorial e o microzoneamento facilitam o controle e a reduo da poluio do
ar, pelos gases de estufa e pelos elementos particulados, por intermdio das seguintes medidasregulamentadoras, de ordem geral:
Proibio da instalao de determinadas fontes de poluio atmosfrica, na rea de
jurisdio da autoridade responsvel pela regulamentao.
Permisso para que outras fontes de poluio da atmosfera sejam instaladas, desde que
revejam seus processos de industrializao, se equipem com filtros e outros equipamentos
despoluidores, e sejam convenientemente afastadas de reas vulnerveis e circundadas por
APA densamente arborizadas.
Estabelecimento obrigatrio de permetros de segurana e de APA densamente
arborizadas, ao redor das reas de risco intensificado de emisso de gases de estufa e de
elementos particulados. Estrita limitao do nmero de focos de poluio da atmosfera, em funo da superfcie total
da rea jurisdicionada.
Adequada localizao das plantas e distritos industriais, eixos e terminais de transporte com
elevados ndices de poluio atmosfrica, em funo da topografia, das condies
atmosfricas dominantes e da distribuio das reas vulnerveis e reas de proteo
ambiental, na rea jurisdicionada.
Adequada localizao, construo e operao de sistemas virios, de transporte de
trfego intensificado e de terminais de transporte e controle adequado do fluxo de trnsito,
em funo dos dados levantados pela vigilncia ambiental.
Outras Medidas Relacionadas com a Poltica de Proteo Ambiental
Alguns produtos perigosos devero ser formalmente proibidos de serem utilizados, como
combustveis, aditivos de combustveis, matrias primas e enzimas, em instalaes industriais,
veculos automotores e usinas termoeltricas.
Enquadram-se nesta proposta de proibio, o chumbotetraetila, utilizado como regulador de
octanagem da gasolina, e os carves minerais e leos combustveis, com elevados teores de enxofre. Em
princpio, o lcool absoluto e outros reguladores de octanagem devero, a longo prazo, substituir o
chumbotetraetila nos combustveis dos veculos automotores.
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As indstrias de veculos automotores devero ser proibidas de comercializarem veculos com
motores pouco eficientes e que sejam grandes consumidores de combustveis.
O transporte de massa, movido energia eltrica e deslizando sobre trilhos ou colches de ar
deve ser incentivado em detrimento dos meios de transporte individuais.
Em princpio, as fontes estacionrias, responsveis pela gerao de energia eltrica devero
representar menores riscos de poluio atmosfrica.
As usinas termoeltricas, que queimem carvo e leo combustvel, devero ser gradualmente
substitudas porUsinas Hidroeltricas (UHE), Usinas Atomoeltricas (UAE) seguras e, na
pior das hipteses, por usinas termoeltricas, que queimem gs natural e biomassa.
Fontes alternativas de gerao de energia, como as microusinas hidroeltricas, as fontes de
energia elica e solar devero ser disponibilizadas, com o objetivo de complementar os
sistemas integrados de energia.
As indstrias devero ser incentivadas a reverem seus processos industriais e a reduzirem oconsumo de energia, insumos e matrias-primas, que possam contribuir para aumentar o volume de
produo dos gases de estufa.
b) Estudo das Medidas Estruturais
No atual nvel de desenvolvimento tecnolgico, esto disponibilizados os seguintes grupos de
equipamentos destinados a reduzir a poluio atmosfrica:
Coletores de Elementos Particulados.
Coletores de Gases e de Vapores Poluentes. Lavadores e Coletores de Gases e de Elementos Particulados.
Dentre os equipamentos utilizados com o objetivo de reduzir a emisso de gases e de elementos
particulados, responsveis pela intensificao do efeito estufa, h que destacar:
As Cmaras de Precipitao ou Coletores Gravitacionais
Nestas cmaras, a velocidade do fluxo de escapamento das emisses gasosas, sensivelmente
reduzida, com o objetivo de facilitar a deposio dos elementos particulados no interior das mesmas.
Normalmente, estas cmaras so utilizadas como equipamento pr-coletor em usinas
termoeltricas, indstrias refinadoras de metais e indstrias alimentcias.
Cmaras de Ps-Combusto
Quando instaladas em avies a jato e veculos movidos a diesel, estas cmaras reduzem a
poluio atmosfrica e produzem um empuxo adicional, que aumenta a potncia final destes motores.
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Ciclones ou Coletores Centrfugos
Estes coletores imprimem um movimento circular aos gases, no interior das cmaras de
escapamento, provocando o deslocamento descendente das partculas slidas, na rea central doequipamento, em funo da inrcia. Estes equipamentos, simples e de baixo custo, apresentam como
desvantagem os riscos aumentados de entupimento e de abraso.
Coletores midos
Estes coletores foram as emisses a circularem entre nveis de gua finalmente particulada,
que recolhem as partculas slidas e diluem os gases solveis que so direcionados para cmaras de
coleta. Estes coletores, alm de reduzirem o volume de partculas e gases emitidos, atuam como
resfriadores, so de baixo custo e pouco volumosos.
Filtros de Carvo Ativado, de Slica-Gel e de Outros Materiais
Estes filtros, extremamente eficientes, absorvem uma ampla gama de gases e de elementos
particulados, mediante a passagem dos gases por um meio poroso. Por serem sensveis a temperaturas
elevadas e a entupimentos, devem ser antecedidos porpr-coletores.
Filtros ou Processadores Eletrostticos
Nestes processadores, os gases so direcionados para uma cmara de ionizao, com um
elevado gradiente eletrosttico, onde as partculas e gases so carregados de eletricidade e, em seguida,so atrados pelos plos de carga contrria.
Estes precipitadores vm sendo utilizados em usinas termoeltricas, fbricas de cimento e de
celulose, aciarias e fundies de metais ferrosos e no-ferrosos e nos grandes incineradores de resduos
txicos.
Cmaras de Combusto
Quanto mais eficiente for a combusto, menor ser a emisso de gases txicos intermedirios.
Os equipamentos que queimam gases combustveis devem garantir o mximo de mistura entre os gases
combustveis e o oxignio, mediante equipamentos geradores de turbulncia, com o objetivo de garantir aqueima total dos gases combustveis, em temperaturas extremamente elevadas, gerando o mximo de
eficincia na produo de energia.
importante ressaltar que todos estes equipamentos no dispensam as indstrias de
serem circundadas por reas de proteo ambiental densamente arborizadas.
O conceito mais moderno dispersar os pulmes da atmosfera e localiz-los, o mais
prximo possvel das fontes poluidoras.
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9 . Reflexos da Reduo do Efeito Estufa sobre o Urbanismo
Todos os urbanistas devem ser despertados para a importncia das reas verdes urbanas. Todo
o espao urbano disponvel dever ser densamente arborizado e plantado com vegetao que produza
anualmente um grande volume de biomassa.
Todos os quintais, jardins e coberturas de edifcios devero ser arborizados e todas as unidades
residenciais devero ser incentivadas a se encherem de plantas e de jardins de inverno.
A sociedade deve ser educada para promover a proliferao de rvores e arbustos e o
desenvolvimento da biomassa nas proximidades de suas residncias.
As cidades do futuro sero adentradas por reas florestadas e todas as pessoas devero ser
educadas para valorizar o verde, no em reas remotas, mas nas proximidades de suas reas residenciais.
Reduo da Poluio Marinha e Incremento na Produo de Algas
As algas clorofiladas so os mais eficientes pulmes da Terra!
Em conseqncia, a legislao que cobe a poluio marinha deve ser revista e aperfeioada e o
esforo de produo de campos de algas e sargaos deve ser incrementado, s ultimas conseqncias.
TTULO II
CHUVAS CIDAS
CODAR ME.ACA/CODAR 31.202
1. Caracterizao
As chuvas cidas ocorrem quando cidos, que se formam na atmosfera, so diludos na gua e
se precipitam com elas, sobre a superfcie da Terra.
Estes cidos podem se formar naturalmente, em conseqncia de emisses vulcnicas, mas
podem resultar de aes humanas.
A queima de carvo e de leos combustveis ricos em enxofre, em usinas termoeltricas, aciarias
e outras indstrias, alm dos gases de escapamento dos veculos automotores, so os principais
responsveis pela produo de xidos de enxofre que, em mistura com os vapores de gua, formam cido
sulfrico, um dos principais componentes das chuvas cidas.
Os resduos carbonticos, oriundos das fbricas de cimento, em contato com a gua atmosfrica
produzem o cido carbnico que, retornando Terra sob a forma de chuva cida, danifica as estruturas de
concreto e o aparelho respiratrio dos animais.
Os xidos de nitrognio, liberados na atmosfera pela queima de combustveis, nos veculosautomotores movidos a gasolina e a leo diesel, so os principais responsveis pela produo do cido
ntrico.
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Algumas indstrias podem ser responsabilizadas pela formao e diluio de outros cidos
fortes, como o cido clordrico e fluordrico.
Ao atingirem a superfcie da Terra, sob a forma de chuva, geada, neve, granizo ou neblina, estes
cidos comprometem as lavouras, as florestas, as colees de guas superficiais e os organismos
aquticos e danificam edificaes, esttuas e monumentos histricos.
2. Causas
As chuvas cidas foram identificadas pela primeira vez em 1858, mas somente depois de 1970
seus efeitos sobre a vegetao foram bem compreendidos e estudados
Embora o fenmeno possa ser provocado por causas naturais, j que os vulces em atividade
liberam grandes quantidades de xidos de enxofre, da mesma forma que as descargas eltricas podem
provocar a formao de cido ntrico, assume caractersticas de desastre misto, em funo da grande
quantidade de cidos que se formam na atmosfera, em decorrncia das atividades humanas.
Est demonstrado que a queima de combustveis fsseis a principal responsvel pelo
incremento das chuvas cidas, que passaram a ocorrer com mais intensidade e freqncia, a partir da
revoluo industrial.
3. Ocorrncia
O fenmeno mais intenso e freqente nas reas industrializadas do Hemisfrio Norte.
Aproximadamente 35% dos ecossistemas europeus j foram parcialmente afetados pelas chuvas
cidas. Na Amrica do Norte, a gua dos lagos tornou-se de 10 a 30% mais cida nestes ltimos 20 anos.
Como as chuvas formadas em uma rea podem se deslocar com as correntes atmosfricas e
ocorrer em outras reas, as chuvas cidas, que esto danificando as florestas e os lagos da Sucia, esto
sendo geradas nos cus da Inglaterra, enquanto que as geradas na regio mais industrializada da
Alemanha, esto danificando as reas florestadas da Polnia.
No Brasil, as regies mais afetadas por este desastre misto so a Baixada Santista, as regies
metropolitanas do Rio de Janeiro e de So Paulo e as reas influenciadas por chuvas locais contaminadas
pelas Termoeltricas de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul.
A Usina de Xarqueada provocou chuvas cidas no territrio do Uruguai, mas este fenmeno j
foi minimizado com a instalao de filtros eletrostticos naquela unidade geradora de energia.
4. Principais Efeitos Adversos
Ao atingirem a superfcie da Terra, estes cidos diludos nas guas das chuvas, neblinas ou
nevadas, alteram a acidez dos solos e das guas e danificam a vegetao, atingindo especialmente a
estrutura foliar.
O efeito das chuvas cidas tambm se estende aos organismos animais, que se desenvolvemnos meios aquticos e acabam prejudicando a ictiofauna.
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Nas cidades e reas industrializadas, a acidez provoca a oxidao das ferragens e atua sobre as
estruturas de calcrio, danificando edificaes, esttuas e demais monumentos de mrmore.
Por acelerar o processo de oxidao dos metais (ferrugem), as chuvas cidas aumentaram os
gastos de manuteno de pontes e de outras estruturas metlicas, que tm que ser repintadas a intervalos
cada vez menores.
Finalmente, os vapores acumulados comprometem as vias areas dos homens e dos animais,
dificultando a respirao e promovendo espasmos brnquios, desencadeadores de crises de asma.
Estima-se que, nos Estados Unidos, as chuvas cidas sejam a terceira causa de doenas
pulmonares, alm de produzir hipertenso arterial, problemas renais e danos ao Sistema Nervoso Central.
Dentre os equipamentos responsveis pela reduo do nvel de poluio gasosa, h que
destacar os j estudados ao propsito do efeito estufa, como:
Cmara de Precipitao ou Coletores Gravitacionais
Ciclones ou Coletores Centrfugos
Coletores midos
Filtros de Carvo Ativado ou de Slica Gel
Filtros Eletrostticos
Cmaras de Ps-Combusto
O controle das emisses por veculos automotores depende de:
Atividades de pesquisa, com o objetivo de produzir motores e combustveis com elevadosnveis de eficincia e que eliminem um volume mnimo de emisses cidas
Atividades de Pesquisa, com o objetivo de aumentar a eficincia dos silenciadores e
reduzir a emisso de descargas.
Atividades de controle dos eixos de transporte, com o objetivo de aumentar o fluxo do trnsito
e reduzir o volume das emisses.
Medidas que objetivem melhorar a eficincia, a segurana e o conforto dos transportes de
massa e que desestimulem a circulao de veculos automotores, para o transporte
individualizado.
Medidas que tenham por objetivo incrementar o chamado transporte solidrio.
Veculos com motores desregulados devem ser proibidos de circular nas vias de transporte.
Do ponto de vista macroeconmico, o desenvolvimento das hidrovias e a poltica de
multipolarizao da economia, ao dilurem as fontes emissoras de gases cidos, em amplos espaos
geogrficos, contribuiro para reduzir a intensidade das chuvas cidas.
At que se consiga um razovel nvel de controle, a correo do solo e o esforo de recuperao
e reflorestamento das reas afetadas tero que ser continuados, da mesma forma que as atividades de
manuteno das grandes estruturas metlicas e dos monumentos histricos afetados.
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4 . Monitorizao, Alerta e Alarme
As atividades de monitorizao devem ser direcionadas para as fontes emissoras e para as
reas afetadas pelo fenmeno, que podem estar prximas das fontes emissoras ou sensivelmente
distanciadas das mesmas.
Para verificar o efeito sobre as guas que se precipitam nas reas afetadas, h que dotar as
estaes meteorolgicas locais, com equipamentos sensores que meam o PH e a condutividade eltrica
(CE) das guas pluviais. O PH da chuva normal de 5.0, enquanto que o da maioria das chuvas cidas
igual ou inferior a 4,5.
A monitorizao da carga poluidora das instalaes industriais e das Usinas Termoeltricas
(UTE) s til quando complementada por um poder de polcia, que obrigue estas unidades a adquirirem
e instalarem equipamentos despoluidores.
A monitorizao dos veculos automotores, nas vias de transporte e nos terminais de transporte
de grande utilidade;quando obriga os proprietrios de veculos automotores a reduzirem a emisso de
suas descargas e a otimizarem o funcionamento dos motores de seus veculos.
As condies da gua em lagos, audes e represas de usinas hidroeltricas tambm devem ser
monitorizadas, com o objetivo de verificar e detectar tendncias para a acidulao do meio lquido. Quando
a carga de cido ntrico est aumentada, ocorre uma intensa proliferao de algas que reduzem o teor do
oxignio diludo, com reflexos sobre a fauna local.
5. Medidas Preventivas
As chuvas cidas foram poderosamente incentivadas pela revoluo industrial e s sero
reduzidas se houver um imenso esforo de conscientizao da sociedade, que gere uma massa crtica de
opinies favorveis ao controle das fontes emissoras.
As Usinas Termoeltricas e as indstrias que liberam grandes quantidades de xidos de enxofre
e de nitrognio devem ser coagidas a adquirirem e instalarem equipamentos destinados a reduzirem o
nvel de poluio atmosfrica, como:
Coletores de Elementos Particulados
Coletores de Gases e Vapores Poluentes
Lavadores, Filtros e Coletores de Gases e de Elementos Particulados
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TTULO III
CAMADAS DE INVERSO TRMICA
CODAR ME.AIT/CODAR 31.203
1. Caracterizao
Embora a inverso trmica nas camadas atmosfricas seja um fenmeno natural, o desastre que
acompanha este fenmeno natural considerado misto por s ocorrer em reas vulnerveis e sujeitas a
ndices elevados de poluio atmosfrica.
Normalmente, o ar mais aquecido nas baixas camadas atmosfricas e tende a perder
temperatura, na medida em que ascende e se distancia do solo.
No entanto, a inverso trmica um fenmeno natural, de caractersticas sazonais, que ocorre
com relativa freqncia em determinadas regies do Globo Terrestre, especialmente em reas de climatropical.
Em princpio, ocorre inverso trmica, quando uma frente de ar quente se expande rapidamente,
atingindo reas que, at ento, estavam sujeitas a temperaturas baixas, e aprisionam bolses de ar frio,
nas proximidades do solo.
Em conseqncia, uma camada de ar aquecido desenvolve-se em sentido horizontal, sobreposta
a um bolso de ar frio, caracterizando uma situao aparentemente paradoxal, na qual a temperatura do
ar, ao atingir a camada de inverso, aumenta ao invs de diminuir.
Quando ocorre a inverso trmica, a camada de ar aquecido funciona como uma imensa
campnula, bloqueando a circulao vertical e dificultando o movimento ascendente do ar localizado nas
baixas camadas da atmosfera.
O desastre misto caracteriza-se quando, em conseqncia das dificuldades de transporte
vertical, os contaminantes do artendem a se concentrar nas baixas camadas da atmosfera, aumentando
a poluio ambiental do ar localizado prximo da superfcie.
2. Causas
Na condio de desastre misto, este desastre depende de causas:
naturais, relacionadas com o fenmeno de inverso trmica do ar nas camadas mais baixas
da troposfera;
humanas, relacionadas com a emisso intensificada de poluentes atmosfricos.
As principais atividades humanas responsveis pela emisso de poluentes atmosfricos, so o
uso intensificado de transportes automotores e as atividades industriais que resultam na intensificao da
emisso de gases poluentes.
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No Brasil, as inverses trmicas ocorrem com mais freqncia em reas de planalto e da
Baixada Santista e ocorrem mais intensamente nas pocas do ano em que as frentes quentes mostram
tendncias crescentes para abafarem as manifestaes residuais das frentes frias.
normal que o fenmeno ocorra nas pocas em que a umidade do ar tende a ser reduzida ecostuma coincidir com noites de cus estrelados e profundos.
3 . Ocorrncia
No Brasil, a rea mais atingida pelo fenmeno a Regio Metropolitana de So Paulo, onde o
desastre agravado pela grande densidade de veculos automotores circulantes e pela intensa atividade
industrial.
Tambm as cidades do Planalto Central, como Braslia, Goinia e Anpolis esto sujeitas ao
fenmeno da inverso atmosfrica e devem planejar para reduzir a densidade de veculos automotores,
que trafegam nos seus centros urbanos e restringir a expanso de indstrias poluidoras da atmosfera.
4. Principais Efeitos Adversos
Dentre os poluentes atmosfricos que tendem a aumentar sua concentrao, por ocasio das
inverses trmicas nas camadas da atmosfera, destacam-se os seguintes, em funo de seus efeitos
deletrios:
hidrocarbonetos aromticos, considerados como agentes cancergenos e, possivelmente,teratognicos e por serem prejudiciais ao funcionamento do sistema nervoso;
hidrocarbonetos oleofnicos ou acetilnicos, por favorecerem a formao do chamadosmog fotoqumico e causarem irritao nos olhos, na faringe e nas demais vias respiratrias;
aldedos, por provocarem irritao nos olhos e nas vias respiratrias;
xidosde enxofre, por causarem danos s vias respiratrias e vegetao; xidos de nitrognio, por provocarem o smog fotoqumico, causarem irritao nos olhos e
vias respiratrias, agravarem as doenas respiratrias crnicas e produzirem danos
vegetao;
monxido de carbono, por provocar dor de cabea, desconforto respiratrio, cansao,vertigens, palpitaes e reduo dos reflexos profundos. Em ambientes fechados, a inalao
de doses elevadas de monxido de carbono pode ser mortal;
chumbo tetraetila, por ser agente cancergeno, teratognico, causar irritao nas viasrespiratrias, agravar doenas respiratrias crnicas e produzir danos vegetao.
A inalao de plen e de partculas de poeira pode ter efeito alergnico e desencadear crises deinsuficincia respiratria, causadas por espasmos nos brnquios.
5 . Monitorizao Alerta e Alarme
Os servios de Meteorologia tm condies de antecipar, com razovel antecedncia, a
ocorrncia de fenmenos atmosfricos responsveis pela formao de camadas de inverso trmica e
definir as reas onde, provavelmente, o fenmeno ser mais intenso, em funo de estudos do modelado
do terreno.
Os servios ambientais, responsveis pela monitorizao da qualidade do ar nas reas urbanas
ou em regies densamente industrializadas, tm condies de acompanhar, dia-a-dia, ou hora-a-hora, ainvoluo da qualidade do ar ambiental, nas baixas camadas atmosfricas, informando Defesa Civil.
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Ultrapassados os ndices de alerta, antes mesmo de que os ndices de alarme sejam atingidos, a
Defesa Civil local deve desencadear o plano de contingncia, com o objetivo de reduzir a concentraodos poluentes ambientais:
determinando a paralisao das atividades industriais de maior potencial de poluio;
reduzindo drasticamente a circulao de veculos automotores.
6 . Medidas Preventivas
Nas regies densamente industrializadas, com trfico de veculos automotores muito intenso e
que esto sujeitas ao fenmeno de inverso atmosfrica com muita freqncia, este desastre misto tende a
assumir as caractersticas de uma catstrofe.
Megalpoles, como a cidade do Mxico, a Regio Metropolitana de So Paulo e outras grandes
cidades industriais, localizadas em reas onde o fenmeno da Inverso Trmica nas camadas ocorre com
freqncia, devem considerar este desastre como prioritrio, em seus Planos Diretores deDesenvolvimento.
Nestas condies, os riscos de poluio ambiental, que so intensificados na vigncia destes
fenmenos, devem ser considerados,quando forem estabelecidas as diretrizes, que devem regulamentar
os servios de transporte e o desenvolvimento Industrial.
Em princpio, as regies vulnerveis a este desastre misto devem:
descentralizarseus distritos e plantas industriais, desenvolvendo-os em ncleos dispersos,
ocupando amplos espaos horizontais e as unidades industriais devem ser cercadas por
reas de Proteo Ambiental, densamente arborizadas;
impedir a implantao de indstrias com elevado potencial de poluio atmosfrica, nas
reas mais vulnerveis, como Braslia;
compulsar as indstrias poluidoras j instaladas a se equiparem com filtros eletrostticos e
com outros equipamentos redutores da poluio atmosfrica, atravs de pesadas multas,
facilidades creditcias e sistemas de incentivos;
promovero desenvolvimento de sistemas de transportes coletivos, que facilitem o transporte e
a circulao de bens e pessoas, sem incrementarem a poluio ambiental;
desestimular o trnsito de veculos de transporte individual e incentivar o transportesolidrio,oferecendo alternativas de transporte confortveis, rpidas e confiveis;
promover o desenvolvimento de sistemas intermodais de cargas pesadas, dispersando os
terminais de transporte ao longo de eixos rodo-ferrovirios, hidro-rodovirios e ferrovirios,
com o objetivo de garantir um mximo de economia, com um mnimo de poluio;
promovero consumo de combustveis com menor potencial de poluio ambiental, como o
gs natural, o lcool etlico e a gasolina misturada com elevadas concentraes de lcool,
em detrimento do carvo, do leo diesel, do leo combustvel e da gasolina aditivada com
chumbo tetraetila;
proibir o uso de chumbo tetraetila como regulador da octanagem, substituindo-o por lcoolabsoluto, como j acontece no Brasil;
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promover a produo de motores altamente eficazes e eficientes, que assegurem o
aproveitamento otimizado dos combustveis e a menor produo de poluentes atmosfricos;
coagir os usurios a fazer a manuteno constantemente os motores de seus veculos, com
o objetivo de reduzirem drasticamente a liberao de resduos ricos em aldedos e
hidrocarboretos aromticos, resultantes da m combusto.
Nas grandes cidades, deve ser priorizada a instalao de sistemas de transportes coletivos, que
deslizem sobre trilhos e utilizem motores eltricos:
os veculos, que deslizam sobre trilhos, reduzem o nvel de atrito e otimizam o rendimento de
seus motores.
os motores eltricos so decididamente os menos poluidores e por este motivo so ideais para
os transportes coletivos.
As atividades de florestamento e de reflorestamento das reas urbanas so altamente
prioritrias, inclusive nas reas de proteo ambiental, que devem ser demarcadas ao redor das plantasindustriais potencialmente poluidoras da atmosfera. Os vegetais clorofilados so extremamente importantes
para restabelecer o equilbrio dinmico da atmosfera, ao consumirem dixido de carbono e liberarem vapor
de gua e oxignio.
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PARTE II
DESASTRES MISTOS RELACIONADOS COM A GEODINMICA TERRESTRE INTERNA
CODAR MI/CODAR 32
1. Introduo
Est comprovado que aes antrpicas podem alterar o equilbrio dinmico relativo ao
metabolismo das camadas superficiais e profundas da crosta terrestre, induzindo abalos ssmicos ou
alterando as caractersticas do solo.
De acordo com a profundidade ou superficialidade das camadas da crosta terrestre, onde
ocorrem estes fenmenos adversos, estes desastres so classificados como:
Desastres Mistos Relacionados com a Sismicidade Induzida.
Desastres Mistos Relacionados com a Geomorfologia, o Intemperismo e a Eroso.
O conceito de desastre misto relaciona-se com a percepo de que as aes humanas podem
contribuir para desencadear fenmenos fsicos e qumicos que ocorrem na natureza, por causas naturais,
mas que podem ser desencadeados ou incrementados por aes antrpicas.
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CAPTULO I
DESASTRES MISTOS RELACIONADOS COM A SISMICIDADE INDUZIDA
CODAR MI.S/CODAR 32.1
1. Introduo
Os desastres mistos relacionados com a sismicidade induzida vm sendo estudados
recentemente e normalmente relacionam-se com a construo de grandes obras de engenharia, nas
proximidades de falhas existentes na crosta terrestre.
Normalmente, os sismos induzidos so de pequena magnitude e de pequena intensidade,
podendo ser causa de pnico caso a populao no seja informada sobre as causas dos mesmos.
As obras de engenharia indutora de abalos ssmicos so aquelas que agregam grandes massas
de peso ou que alteram o modelado do terreno, nas proximidades de falhas tectnicas e acumulam
tenses nestas reas fragilizadas.
As bruscas rupturas do equilbrio tensional das rochas das reas falhadas provocam vibraes e
ondas de choque, que so transmitidas elasticamente pela crosta terrestre e que se exteriorizam sob a
forma de oscilaes verticais e horizontais, que tipificam os abalos ssmicos.
2. Classificao
Em funo das obras de engenharia que podem induzir este padro de desastres mistos, os
mesmos so classificados em desastres mistos com:
Sisimicidade Induzida por Reservatrios (Barragens)
Sismicidade Induzida por Outras Causas.
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TTULO I
DESASTRES MISTOS RELACIONADOS COM A SISMICIDADE
INDUZIDA POR RESERVATRIOS
CODAR MI.SIR/CODAR 32.101
1 . Caracterizao
A construo de grandes reservatrios, em funo do represamento de grandes volumes de
gua, nas proximidades de reas fraturadas pode induzir o aparecimento de sismos, com epicentros pouco
profundos, nas proximidades destas obras.
Como o Brasil est localizado na rea central da Placa Continental Sul-americana, o nvel de
sismicidade natural no territrio brasileiro muito baixo.
Em conseqncia, embora os sismos induzidos sejam de pouca intensidade, podem atingirmagnitudes comparveis aos sismos de origem natural, que ocorrem neste imenso Pas de dimenses
continentais.
muito importante registrar que, at o momento (2002), nenhum sismo natural ou induzido
provocou danos importantes nas obras civis de barragens bem planejadas e construdas, tanto no Brasil,
como no resto do mundo.
Tambm deve-se registrar que, at o momento, no existe nenhum registro de sismo induzido no
Brasil, cuja intensidade tenha ultrapassado o grau IV da Escala de Mercalli Modificada.
De acordo com a Escala de Mercalli Modificada, os sismos de grau IV so considerados como
medocres e so caracterizados como abalos ssmicos que podem ser percebidos dentro e fora das
habitaes, podendo acordar as pessoas, quando ocorrem durante a noite. Nestes sismos, as louas,
lustres, portas e janelas trepidam, as paredes e os assoalhos podem rangir e os veculos estacionados
podem oscilar fracamente.
No entanto, apesar da pouca intensidade dos mesmos, os riscos de sismos induzidos devem ser
considerados, quando se planeja a construo de barragens e de outras obras de engenharia pesada.
2. Causas
Normalmente, os sismos induzidos ocorrem quando so construdas grandes obras de
engenharia nas proximidades de reas com falhas tectnicas superficializadas. As obras indutoras de
abalos ssmicos so aquelas que alteram profundamente o modelado do terreno ou que agregam grandes
massas de peso concentrado, nas proximidades de reas falhadas, em conseqncia de tenses que se
acumulam nestas reas fragilizadas.
As bruscas rupturas do equilbrio tensional das rochas das reas falhadas provocam vibraes e
ondas de choque, transmitidas elasticamente, e que se exteriorizam sob a forma de oscilaes horizontais
e verticais, que tipificam os abalos ssmicos.
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importante caracterizar que, de forma semelhante a que ocorre nos terremotos naturais, o
sismo induzido ocorre quando a tenso acumulada e a tendncia para a deformao ultrapassam o limite
de elasticidade das camadas rochosas, provocando uma ruptura brusca das mesmas.
No caso dos sismos induzidos, esta ruptura, alm de aumentar a falha geolgica preexistente,
provoca um terremoto de pequena intensidade.
3. Ocorrncia
A sismicidade induzida pela construo de grandes reservatrios, nas proximidades de reas
falhadas, ocorre em todos os pases do mundo e constantemente registrada em estudos sismolgicos.
No Brasil, este fenmeno tambm ocorre, inclusive na Regio Norte, onde os abalos ssmicos
localizados so ainda muito pouco estudados.
1) Sismicidade Induzida pela Construo da Barragem de Tucuru
A hidroeltrica de Tucuru, construda no rio Tocantins, quando totalmente concluda ser asegunda mais importante do Brasil, com um potencial de ponta que s ser suplantado por Itaip,
constituda na bacia do rio Paran.
A barragem, com mais de 7(sete) quilmetros de extenso, formou um imenso reservatrio, com
milhes de metros cbicos de gua.
A monitorizao sismogrfica comeou quatro anos antes do enchimento do reservatrio e,
durante este tempo, no registrou nenhum abalo ssmico significativo. No entanto, aps 7(sete) meses do
enchimento da represa, foram registradas dezenas de microssismos. Os abalos de maior magnitude
corresponderam a 3,4 graus da Escala Richter, provocando sismos de intensidade III na Escala de Mercalli.
Os hipocentros destes sismos ocorreram numa profundidade mdia de 1,2 a 1 ,5 Km e no tero
superior do lago, nas proximidades da barragem. Com a dissipao das tenses acumuladas, a
sismicidade induzida foi se reduzindo gradualmente e, nos dias de hoje, a rea retornou ao nvel de
sismicidade anterior ao da construo da barragem.
2) Sismicidade Induzida pela Construo da Barragem de Balbina
A hidroeltrica de Balbina foi construda no rio Uatum, nas proximidades de Manaus, e
provocou a formao de um imenso lago, relativamente raso, com uma rea de 2.675 km2 de extenso.
Numa comparao grosseira, os reservatrios de Tucuru, Xing e de Itaparica teriam a
configurao de xcaras, enquanto que os reservatrios de Balbina e de Sobradinho teriam a configurao
de pires.
A monitorizao sismogrfica comeou a ser realizada 7(sete) anos antes do enchimento do
reservatrio, caracterizando uma rea com baixos nveis de sismicidade.
Um ano aps o enchimento do reservatrio, foram registrados numerosos microssismos, com
magnitudes variando entre 3 e 3,4 graus da Escala Richter, cujos epicentros estavam localizados a 17kma jusante da barragem, numa profundidade mdia de 1,5km e tardaram um ano para desaparecer.
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Diferente de Tucuru, os abalos ocorreram fora da rea da barragem e tardaram um ano para
aparecer. possvel que, o menor peso da gua contida no reservatrio e a maior distncia da rea
fraturada tenham concorrido para retardar o aparecimento dos abalos ssmicos.
4. Principais Efeitos Adversos
Embora estes abalos ssmicos induzidos no tenham provocado nenhum dano fsico, material ou
ambiental, foram desfavoravelmente utilizados por aqueles que se contrapem construo de barragens,
especialmente na rea amaznica.
Teoricamente, o maior dano causado por estes abalos ssmicos induzidos foi uma tentativa de
gerar pnico e convulso social a partir do pouco conhecimento que a sociedade tem sobre o fenmeno.
5 . Monitorizao, Alerta e Alarme
Evidentemente, todas as grandes obras de engenharia e, em especial, a construo de grandes
barragens devem ser precedidas por minuciosos e detalhados estudos geolgicos, incluindo a
monitorizao da atividade sismolgica local.
Deve-se evitar a construo de barragens em reas fraturadas, inclusive com o objetivo de
reduzir os gastos com as obras de fundao, que obrigatoriamente devem ser assentadas em reas de
rochas sadias e compactas.
Existem numerosas Universidades Brasileiras que possuem equipes de gelogos em condies
de monitorizar estas barragens. No entanto, justo que se destaque a grande competncia do pessoal do
observatrio sismolgico da Universidade de Braslia, que funciona como centro de referncia do Sistema
Nacional de Defesa Civil, para estudos Sismolgicos.
Embora na grande maioria dos pases com baixos nveis de sismicidade natural, os estudos
ssmicos no sejam considerados como prioritrios, no Brasil este fato no ocorreu e um bom nmero de
pesquisadores de alto nvel se dedicam a estes estudos.
Considerando as dimenses continentais do Brasil, muito importante que os estudos
sismolgicos sejam priorizados, permitindo uma melhor compreenso global sobre a incidncia e a
intensidade dos abalos ssmicos, em regies localizadas em reas distanciadas dos bordos das placas
tectnicas.
Das grandes regies geogrficas bra