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REVISTA DA CÂMARA DE COMÉRCIO AMERICANA DO RIO DE JANEIRO DESDE 1921 Nº289 NOV/DEZ 2014 Opinião Especialistas do IBP, Camex, Firjan e Findes analisam 2014 e 2015 Portos do Rio e do Espírito Santo crescem e se modernizam Saída pelo mar

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REVISTA DA CÂMARA DE COMÉRCIO AMERICANA DO RIO DE JANEIRODESDE 1921 nº289 NOV/DEz 2014

Opinião Especialistas do IBP, Camex, Firjan e Findes analisam 2014 e 2015

Portos do Rio e do Espírito Santo crescem e se modernizam

Saída pelo mar

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6_Edição 287_jul/ago 2014

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A última edição da Brazilian Business de 2014 passa o ano em revista. Copa do Mundo, eleições no Brasil e nos Estados Unidos, desafios, oportunidades e repercussões para 2015 são temas que permeiam a

Carta do Presidente, assinada por Roberto Ramos. Esse também é o fio condutor do Especial, que começa com uma re-

portagem sobre o debate do panorama político-econômico no cenário pós-eleitoral realizado na sede da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (AmCham Rio). E prossegue com artigos de Opinião assinados por líderes da Firjan, Findes, Camex e IBP.

Na seção From the USA, o cônsul-geral dos Estados Unidos no Rio de Janeiro, John Creamer, faz um balanço sobre as lições que podemos tirar da Copa do Mundo e dos desafios que estão pela frente até os Jogos Olímpicos. Em Conexão Global, o governador de Utah, Gary Herbert, em entrevista exclusiva, também fala sobre negócios em 2016, além das oportunidades no oeste americano.

Na reportagem de Capa, as melhorias realizadas nos terminais do Rio de Janeiro e do Espírito Santo ganham destaque. Investimentos públicos e privados em ambos os Estados prometem mais do que dobrar a capacidade de operação, fundamental para nossa competitividade.

Reduzir barreiras bilaterais esteve na pauta da maior missão comercial organizada pelo Conselho Empresarial Brasil-Estados Unidos (Cebeu) e pela AmCham Rio. A reportagem está na seção AmCham News, que também traz a cobertura do evento sobre ações de comunicação para a gestão de crises.

Na coluna Foco, uma imagem especial da árvore de Natal da Lagoa, uma iniciativa da nossa associada e mantenedora Bradesco Seguros, e uma ma-neira de a AmCham Rio desejar a todos boas festas e um ótimo 2015.

Boa leitura!

editorial

amchamrio.com

Conselho editorial

Henrique Rzezinski

João César Lima

Rafael Lourenço

Rafael Sampaio da Motta

Roberto Ramos

Robson Goulart Barreto

Gerente de ComunicaçãoEduardo Nunes

[email protected]

Editor-chefe e jornalista responsável

Cláudio Motta (MTB 01001400/RJ)

[email protected]

Colaboraram nesta edição:

Fábio Matxado (edição de arte), Luciana Maria

Sanches (revisão), Bernardo Guimarães

(texto e fotos), Ana Paula Amorim (fotos) e Vanessa Barros.

Foto de capa: Divulgação/ Libra Terminais Rio

Os artigos assinados são de total responsabilidade

dos autores, não representando,

necessariamente, a opinião dos editores

e a da Câmara de Comércio Americana

do Rio de Janeiro

PublicidadeFelipe Tavares

[email protected]

A tiragem desta edição, de 3 mil exemplares, é comprovada pela EY

Impressão: Walprint

Uma publicação da Câmara de Comércio

Americana do Rio de Janeiro

Praça Pio X, 15, 5º andar 20040-020 Rio de Janeiro

RJ Tel.: (21) 3213-9200 Fax: (21) 3213-9201

[email protected] www.amchamrio.com

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FOCO02 Construída pelo Bradesco, a

tradicional árvore de Natal da Lagoa marca o início das comemorações de fim de ano

RiO08 Patrimônios históricos do Centro

atraem historiadores e turistas à região

CARtA dO PREsidEntE

14 Roberto Ramos faz um balanço do ano de 2014 e aponta os principais desafios e perspectivas de 2015

CAPA16 Novos investimentos em portos nos

Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo dinamizam a economia do País

EsPECiAl22 Especialistas do IBP, Camex, Firjan e

Findes analisam os principais feitos de 2014 e as perspectivas para 2015

FROm thE UsA 28 John Creamer, cônsul-geral dos EUA

no Rio, discorre sobre os legados deixados pela Copa e faz uma análise sobre a Olimpíada de 2016 no Rio

+ imagem

Cliques do Prêmio Brasil Ambiental de 2014. http://bit.ly/PBA10anos.

AmCham Rio na reunião anual da Aaccla, em Washington (EUA). http://bit.ly/AmChamRioAACCLA.

Licenciamento ambiental em discussão na AmCham Rio: http://bit.ly/LicenciamentoAmChamRio.

Networking Coffee com Leandro Azevedo, da Odebrecht Infraestrutura: http://bit.ly/NetCoffeeNovembro.

+ conteúdo

Confira em vídeo os melhores momentos do PBA de 2014.

Inpi apresenta manual de marcas na AmCham Rio. http://bit.ly/INPImanual.

LinkedIn como ferramenta de recrutamento pode impactar nos resultados das empresas. http://bit.ly/LinkedInAmChamRio.

+ Foco

Acesse e confira o ensaio fotográfico completo com as imagens da coluna Foco: http://bit.ly/BB289Foco.

+ reViSta

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CláUdiO mOttA_Editor

COnExãO GlObAl30 Gary Herbert, governador de Utah (EUA),

quer atrair investidores brasileiros ao estado americano

PRêmiO bRAsil AmbiEntAl32 Confira os ganhadores da décima

edição do Prêmio Brasil Ambiental, da AmCham Rio

PERFil36 Dow usará tecnologia e inovação

para mitigar as emissões da Olimpíada de 2016

OvERviEw38 GE inaugurou Centro

de Pesquisas Global no Rio de Janeiro, o primeiro na América Latina

EsPíRitO sAntO40 Mercado de rochas ornamentais

movimenta milhões na economia capixaba

AmChAm nEws42 Missão empresarial promovida

em parceria como BUSBC contou com 32 empresas americanas e mais de 50 empresários

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8_Edição 289_nov/dez 2014 Edição 289 Brazilian Business_9

Caminhadas que perpassam 450 anos de históriaCentro do Rio reúne testemunhas arquitetônicas que revelam o processo de urbanização da cidade

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Bernardo Guimarã[email protected]

Em 2015, o calendário oficial do Rio será marcado pelas comemorações dos 450 anos da cidade. Grande par-

te dessa história ainda pode ser encontrada na região central do Rio, onde praças e pré-dios coloniais que impulsionaram o pro-cesso de urbanização na cidade – e foram palcos de grandes acontecimentos impor-tantes para o País – hoje fazem parte de um circuito histórico e cultural com presença obrigatória nos roteiros turísticos.

Para entender os processos de urbanização carioca, é preciso voltar na história do Brasil Colônia. Antes da correria e dos arranha-céus, a região era pantanosa. O difícil acesso foi visto pelos portugueses que moravam na colônia como um ponto estratégico em caso de futuras invasões. Essa foi uma das razões para, em 1567, saírem do Morro Cara de Cão, na Urca, para o Morro do Castelo, no Centro.

A mudança significou o início do desenvolvimento da região, mas somente três séculos depois, em 1808, a colônia passou pela primeira grande urbanização. Isso porque, com a transferência da Coroa Real Portuguesa para a colônia, melhorias estruturais tiveram que ser feitas em toda a região para receber os monar-cas, como a construção de hospitais, igrejas, ruas, passeios pú-blicos e aquedutos.

Vestígios dessa fase ainda podem ser encontrados pela Praça XV, localizada às margens da Baía de Guanabara e que está sendo revitalizada com as obras do Porto Maravi-lha. O lugar, que foi a porta de entrada da colônia e serviu de moradia para a família real portuguesa, engloba cons-truções importantes como o Paço Imperial, a Igreja da Nos-sa Senhora do Carmo e o Convento do Carmo. O chafariz da Praça XV, o primeiro da cidade, recebia água do Morro de Santa Teresa, na Lapa, por meio do Aqueduto da Carioca (Arcos da Lapa), principal sistema de distribuição de água do Rio nas épocas colonial e imperial.

Além de ter acelerado o processo de urbanização do Rio, a chegada da corte portuguesa trouxe a influência

arquitetônica da Europa. O urbanista e especialista em conservação do pa-trimônio Cyro Corrêa Lira explica que essa mudança foi mais visível na segun-da metade do século 19. “A arquitetura barroca era muito presente no Rio na época de colônia. Os europeus trouxe-ram novos estilos, que foram deixando o Centro com uma forma mais ecléti-ca. Assim como encontramos prédios do estilo neoclássico, podemos achar greco-romanos, art nouveau e art déco”, afirma Lira. >

Parque das Ruínas, em Santa Teresa, oferece uma vista privilegiada da cidade

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10_Edição 289_nov/dez 2014 Edição 289 Brazilian Business_11

Com a reforma urbanística de Perei-ra Passos, ex-prefeito do Rio do início do século 20, foi possível ver essa variação arquitetônica criando forma. Inspirando-se em Paris, o prefeito construiu avenidas largas como a Rio Branco, além dos pré-dios neoclássicos e art déco da Cinelândia, como o Museu de Belas Artes, o Theatro Municipal do Rio e a Biblioteca Nacional, todos inspirados em monumentos famo-sos da capital francesa.

Mesmo com tanta história arquitetôni-ca, um sítio histórico importante do Cen-tro foi perdido de vez após o desmonte do Morro do Castelo, em 1921. Cortiços e armazéns da época colonial deram lugar a avenidas e aos primeiros grandes prédios do Rio. Os 4,6 milhões de metros cúbicos de terra retirados do morro foram usados para criar o Aterro do Flamengo, uma parte da Lagoa Rodrigo de Freitas e o bairro da Urca, na Zona Sul da cidade.

Lira considera que esse desmonte foi um erro para a história do Rio. “Não se salvou o Morro do Castelo, pois na época não havia uma consciência nem uma insti-tuição de conservação, quadro que mudou após a criação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e do Decreto-lei nº 25, de 1937, sobre a preser-vação ao patrimônio.”

Hoje, o Centro também atrai aqueles que desejam conhecer a história da cidade por outros meios que não sejam os livros ou a internet. É o que motivou o professor de geografia Rafael Leporage ao decidir trocar as explicações em sala de aula pelas ruas do bairro. Apaixonado por história, o cario-ca integra o quadro de guias da Rio Free Walking Tour, agência que oferece diaria-mente a turistas excursões a pé pelo centro histórico. “O tour é uma ótima opção para as pessoas que desejam aprender a história do Centro de uma forma mais dinâmica. O retorno que recebemos dos turistas é muito positivo”, garante Leporage.

Assim como em qualquer outra excur-são, cuidados são importantes na hora de fazer o passeio. “O Centro é a área mais movimentada da cidade. Nunca tivemos problemas com assaltos, mas aconselha-mos sempre os nossos turistas a tomar cui-dado com seus bens. É importante também se proteger do sol passando filtro solar e beber muita água para não desidratar”, re-comenda Leporage. >

CirCuito Light rio AntigoA cada dois meses, a correria do dia a dia

dá lugar à corrida pelo bem-estar. Promover a qualidade de vida por meio do esporte é um dos objetivos do Circuito Light Rio Antigo. Iniciado em 2013 e patrocinado pela Light e pelo Governo do Estado, o circuito é composto por etapas que têm como objetivo resgatar a essência das provas de rua, usando o centro histórico e cultural da cidade como cenário de conquistas e vitórias.

Este ano já foram realizadas corridas pela Lapa, pelo Largo da Carioca e pela Cinelândia. A última aconteceu no dia 7 de dezembro, no Porto Maravilha.

Saiba mais sobre a história do circuito e como se inscrever no site: circuitorioantigo.com.br.

• Igreja Nossa Senhora do CarmoDurante a época colonial, a igreja era exclusivamente frequentada pela corte portuguesa. Em 1822, foi o lugar onde D. Pedro I foi coroado imperador do Brasil.

• Paço ImperialPrimeira morada oficial da família real. Foi palco de fatos conhecidos nacional-mente, como o Dia do Fico, em 1822, e a assinatura da Lei Áurea, em 1888.

• Largo da CariocaEra o limite da cidade nos tempos de co-lônia, por causa dos morros e do lago que lá existiam. O extinto chafariz localizado no largo abastecia conventos da região.

• Catedral Metropolitana de São SebastiãoCom arquitetura diferenciada e construída em 1979, é uma das obras históricas mais recentes da cidade. Tem 75 metros de altura.

• LapaAntes de ser o bairro boêmio de hoje, a região era o matagal preferido por escravos na hora de fugir. Isso porque eles podiam matar a sede danificando as estruturas dos arcos, que antes eram de madeira.

• Cinelândia (foto)Oficialmente denominada Praça Marechal Floriano, era o centro de lazer do carioca no início do século 20.

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12_Edição 289_nov/dez 2014

A brasiliense Carolina Mendes foi uma das que aprovaram o passeio. Vi-sitante frequente do Rio, a professora de inglês viu no tour uma opção de sair dos tradicionais circuitos de praias da cidade. “Praia é muito bom, mas diz pouco sobre história. No Centro é possível descobrir e aprender onde aconteceram momentos relevantes para a história. Acho que a con-servação poderia ser um pouco melhor”, afirma Carolina.

A Secretaria de Conservação e Serviços Públicos do Rio, responsável pela manu-tenção das 1.100 obras espalhadas pela ci-dade, afirma que são gastos anualmente R$ 2,5 milhões na contratação de serviços de limpeza, pintura e reparos de monumentos e chafarizes da cidade.

Entre os maiores problemas que agra-vam a situação dos bens históricos na re-gião estão os atos de vandalismo e furtos de peças. Ainda de acordo com a secretaria, essas reposições não fazem parte do con-trato de conservação, sendo necessária a contratação específica de um restaurador para a confecção das novas peças, que po-dem custar entre R$ 3 mil e R$ 8 mil.

Para contornar essa situação, a Prefeitu-ra lançou neste ano o programa Valorizan-do o Patrimônio, que visa conscientizar os cariocas sobre a importância de preservar os monumentos e as praças do Rio. O pri-meiro evento foi realizado no monumento em homenagem a Estácio de Sá, fundador da cidade do Rio de Janeiro, no Aterro do Flamengo, alvo de vândalos no fim de 2013.

Os eventos de comemoração da Rio 450, organizados pela prefeitura do Rio, se-rão uma boa oportunidade para os cariocas refletirem sobre toda essa “pequena” longa história da cidade, dando valor ao patrimô-nio cultural.

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formA mAis eCLétiCA”, cyro corrêa lira, urbanista e especialista

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Por isso, temos motivos de sobra para celebrar e acreditar que outros 30 anos virão, repletos de desafios, conquistas e realizações!

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O ano da Copa do Mundo no Brasil chegou aos 45 minutos do segundo tempo. A maior competição global de futebol colocou o Brasil em evidência, com destaque para o Rio de Janeiro, palco da final, mas que, infelizmente, não recebeu a visita

da nossa seleção. Em 2014, outros players fundamentais foram definidos. Houve eleições para presidente e governador, bem como pela renovação da Câmara e de parte do Senado. Assim como no Brasil, o quadro político americano passou por mudanças que serão fundamentais para os próximos passos das relações bilaterais.

Para ver o jogo dos americanos contra Gana, em Natal, o vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, veio ao Brasil. Depois, em Brasília, ele se encontrou com a presidente Dilma Rousseff. Na ocasião, a Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (AmCham Rio), em carta conjunta com outras associações, defendeu a assinatura de três acordos bilaterais, entre os quais a eliminação do visto para os EUA. Reaproximar Brasil e Estados Unidos é uma das prioridades da AmCham Rio e um dos desafios prioritários que ficam para 2015.

Atuar como interlocutor entre investidores e governantes brasileiros e americanos é uma vocação da AmCham Rio. Recebemos, em março, uma comitiva de Oregon e o vice-presidente executivo da Associação das Câmaras Americanas de Comércio da América Latina (Aaccla), Patrick Kilbride. No mesmo período, em parceria com a American Airlines, levamos executivos e membros da entidade para uma viagem com foco em negócios e entretenimento em Miami. Em abril, foi a vez do presidente e chairman do Export-Import Bank of the United States, Fred P. Hochberg, e do prefeito de Atlanta, Kasim Reed.

No Brasil, mantivemos estreitas relações com autoridades públicas das esferas estadual e federal. Com o governador Luiz Fernando Pezão foram dois encontros. O primeiro, na posse da nova diretoria, em maio, com a presença da embaixadora dos Estados Unidos no Brasil, Liliana Ayalde, e do vice-presidente do BNDES, Wagner Bittencourt. Além de um almoço, em agosto, no qual ele recebeu um documento com um conjunto de propostas prioritárias para tornar o Estado mais competitivo, produtivo e sustentável.

Durante todo o ano, a AmCham Rio buscou, em uma série de atividades, consolidar setores vistos como estratégicos. Aprofundamos o compromisso de desenvolver iniciativas que proporcionem saltos de competitividade, uma agenda sustentada em seis bandeiras estratégicas: energia, entretenimento, logística e infraestrutura, seguros e resseguros, sustentabilidade e turismo – vocações inequívocas da cidade e do Estado.

No setor energia, houve a fusão da administração do Grupo de Trabalho de Petróleo e Gás entre o Brazil-U.S. Business Council (BUSBC) e a AmCham Rio. Realizamos, em julho, a conferência “Libra: repercussões para o mercado e o que esperar do novo modelo de partilha”, mobilizando importantes agentes do mercado brasileiro de óleo e gás. Em setembro, tivemos uma presença estratégica na Rio Oil & Gas.

A AmCham Rio teve participação de destaque em outros eventos, como o Business Future of the Americas (BFA), com líderes das 24 AmChams membros da Aaccla, no Panamá. Também participamos, em setembro, da reunião geral da associação em Washington, nos Estados Unidos.

Outra data para celebrar em 2014: a primeira década do Prêmio Brasil Ambiental (PBA), realizado pela AmCham Rio e o Comitê de Meio Ambiente, no Solar da Imperatriz, em outubro. O PBA evidenciou a biodiversidade e a importância do patrimônio genético e reconheceu os esforços das empresas em seis diferentes categorias.

No Espírito Santo, realizamos, em julho, um evento com líderes empresariais e representantes do governo local. Nossa afiliada, a AmCham ES, apoiou a 37ª edição da Vitória Stone Fair, realizada em fevereiro.

Agora, 2014 já é jogo jogado. A AmCham Rio seguirá perseguindo a melhoria do ambiente de negócios em 2015, um ano de muitos desafios. E já vislumbramos oportunidades em 2016, quando completaremos 100 anos, em abril, teremos os Jogos Olímpicos e eleições municipais.«

roberto ramos, presidente da Câmara de ComérCio ameriCana do rio de Janeiro

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carta do presidente

14_edição 289_nov/dez 2014

Um ano de oportunidades de negócios entre os jogos da Copa e a olimpíada

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16_Edição 289_nov/dez 2014 Edição 289 Brazilian Business_17

Investimentos para navegar com mais competitividadePortos do Rio de Janeiro e do Espírito Santo se modernizam, mas ainda precisam superar gargalos

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Por Cláudio [email protected]

O navio Key Light partiu, no dia 25 de outubro, do Porto do Açu para a China levando 80 mil toneladas de minério de ferro. O carregamento marcou o início de operação

do empreendimento, mas também pode servir de marco para a ampliação da capacidade e de investimentos bilionários em portos dos Estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo.

Só o Porto do Açu, considerado a maior aposta em infraestru-tura portuária no País, já recebeu quase R$ 9 bilhões de 2007 até junho de 2014. Deste montante, R$ 6,2 bilhões foram aplicados na própria construção da infraestrutura do porto e R$ 2,7 bilhões pelos clientes, nas suas unidades industriais. “Esse primeiro navio representa um marco histórico para o porto”, comemora Eduardo Parente, presidente da Prumo Logística.

Espalhado por 90 quilômetros quadrados de área industrial, o porto é formado pelo Terminal 1 (T1 - offshore) e pelo Terminal 2 (T2 - onshore), no qual as operações de navios começaram no dia 14 de novembro. “Com 17 quilômetros de píeres, que poderão re-ceber até 47 embarcações simultaneamente, o Porto do Açu prevê grandes embarcações, como Capesize, Panamax e VLCCs”, explica Cristiane Marsillac, diretora de Operações da Prumo.

O investimento em infraestrutura portuária faz multiplicar os números dos indicadores de emprego e de arrecadação de impostos. Atualmente, são gerados cerca de 10 mil postos de trabalho no Porto do Açu, considerando a operação e a constru-ção. Para o município de São João da Barra, a arrecadação de ISS saltou de R$ 750,1 mil, em 2005, para R$ 57,2 milhões, em 2013, um aumento de 7.500%.

Hoje, oito empresas possuem contratos assinados para cons-trução de unidades industriais no Açu: NOV, Technip, Anglo American (todas já em operação), InterMoor (pronta para ope-rar), Wärtsilä, BP, Edison Chouest e Vallourec. “O ano de 2014 tem sido de importantes marcos como o início de operação das plantas industriais dos nossos clientes e a chegada dos primeiros navios aos terminais. Estamos muito animados com as perspecti-vas até o fim do ano”, diz Cristiane.

“Para 2015, a companhia entrará numa nova fase de investi-mentos, que compreenderá, principalmente, o desenvolvimento de novos terminais no Porto do Açu para movimentação de petróleo, cargas de projeto e granéis sólidos, além da expansão da infraestru-tura básica no Distrito Industrial para atendimento a novos clien-tes. Também é quando iniciaremos a operação do nosso terminal, o TMULT (Terminal Multicargas), com a movimentação de bauxita e coque”, complementa a diretora de Operações da Prumo.

Superar a queda das empresas X, de Eike Batista, foi um desafio para o Porto do Açu. Mas a própria magnitude do investimento já realizado é um pilar de segurança, como ressaltou o presidente da Wärtsilä no Brasil, Robson Campos, em entrevista publicada pela Brazilian Business em abril: “O projeto é too big to fail. Há muito

dinheiro investido ali, tanto capital próprio quanto emprestado. E este é um projeto de que o Brasil precisa”.

“O Porto do Açu já é uma realidade e está em operação”, enfa-tiza Cristiane. “Desde outubro de 2013, a Prumo é controlada pelo grupo americano EIG e não faz mais parte do Grupo EBX”, resu-miu. Não apenas a saída de Eike Batista parece ter sido superada como novos investimentos já estão sendo captados.

No dia 28 de outubro, a Prumo Logística divulgou o início da operação de aumento de capital da companhia, no valor mínimo de R$ 455 milhões e máximo de R$ 650 milhões, com ações a serem emitidas a R$ 0,65 por unidade. A previsão é de que sejam emitidas, no mínimo, 700 milhões e, no máximo, 1 bilhão de novas ações or-dinárias, com o objetivo de pavimentar os investimentos de 2015.>

CAPA

“O PORTO DO AÇU PREVÊ GRANDES EMBARCAÇÕES, COMO CAPESIZE,

PANAMAX E VLCCS”, CRISTIANE MARSILLAC, DIRETORA DE OPERAÇÕES DA PRUMO

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18_Edição 289_nov/dez 2014 Edição 289 Brazilian Business_19

Açu não é um caso isolado. Se os projetos já anunciados saírem do papel, o Estado do Rio de Janeiro terá o maior nú-mero de instalações portuárias do Brasil, reforçando seu papel estratégico, de acordo a análise da chefe de divisão da Gerência de Competitividade Industrial e Investimentos da Firjan, Júlia Nicolau Butter. Porém, se questões pendentes, como as obras de dragagem, não forem solucionadas, elas podem asfixiar a ativi-dade portuária fluminense.

“Os planos de investimentos logísticos do governo precisam sair do papel. Também é necessário superar alguns entraves que envolvem a Lei dos Portos, incluindo a contratação de mão de obra”, afirma Júlia. “No caso do Porto do Açu, uma iniciativa es-tratégica para o Rio e para o Brasil, é importante tirar do papel 40 quilômetros de ferrovia para que seja feita a interligação com a malha da MRS. O ganho será gigantesco.”

Mais do que as instalações portuárias, é importante garantir energia, rodovias e ferrovias, que são insumos fundamentais. Essa necessidade de investir em infraestrutura ainda é um dos maiores gargalos portuários brasileiros, dizem especialistas como o professor de logística do Ibmec/MG, Geraldo Abran-ches Mota Batista. O problema fica mais evidente quando se formam filas de caminhões esperando a vez para desembarcar. “As filas mostram a falta de capacidade de escoamento da carga. Isso é um problema histórico, que aumenta demais os custos de exportação. Também é necessário enfrentar a burocracia. Há programas que implementam o lacre eletrônico e a informatiza-ção, que agilizam o processo”, afirma Batista, que também criti-ca a nova Lei dos Portos: “Há coisas boas, como os terminais de uso privado. Mas esbarramos na questão da logística integrada, que requer plataformas logísticas eficientes. O chamado Custo Brasil ainda é alto, nossos processos ainda são lentos”.

A morosidade e os desafios logísticos aumentam quando o desempenho brasileiro é comparado com os novos padrões globais de comércio, cuja tendência é ganhar escala com navios cada vez maiores. Isso exige a modernização da infraestrutura portuária no mundo inteiro. “Quando comparamos os esfor-ços que estamos fazendo com o aumento da demanda, ainda estamos num ritmo insuficiente. Existe uma demanda global reprimida”, avalia o professor.

O mercado brasileiro se aproxima do padrão mundial de movimentação portuária. De acordo com o diretor-geral da Li-bra Terminais Rio, Sebastião Furquim, até o fim de 2014, serão investidos R$ 378 milhões. E, até 2017, serão R$ 520 milhões. O plano de investimentos, que começou em 2013, tem o objetivo de melhorar a infraestrutura, realizar obras e comprar equipa-mentos e sistemas. “Em logística, é preciso ser grande para ser competitivo. Os navios estão cada vez maiores e precisam de infraestrutura compatível. Além de ser necessário tratar dos gargalos que estão fora do terminal: acessos viários e maríti-mos”, diz Furquim.

O Grupo Libra, cuja concessão foi renovada até 2048, tem planos ambiciosos. “É um negócio de capital intensivo”, resume Furquim. “O Brasil, até a década de 1990, era irrelevante no comércio exterior. Apostamos que o País continuará avançando no contexto global, apesar de 2015 estar acenando como um ano difícil. Nosso planejamento é de longo prazo.”>

CAPA

“QUANDO COMPARAMOS OS ESFORÇOS QUE ESTAMOS FAZENDO COM O AUMENTO DA

DEMANDA, AINDA ESTAMOS NUM RITMO INSUFICIENTE”,

GERALDO ABRANCHES MOTA BATISTA, PROFESSOR DE LOGÍSTICA DO IBMEC/MG

Libra Terminais Rio investirá R$ 520 milhões no Porto do Rio até 2017

Navio transatlântico atraca no Porto do Rio

Com concessão renovada até 2048 no Porto do Rio, Grupo Libra faz planejamento de longo prazo

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20_Edição 289_nov/dez 2014

No Porto do Rio, a dragagem é um dos fatores fundamentais para a competitivi-dade. Depois dessa obra, a capacidade de operação do Grupo Libra aumentará 70%. “Com a dragagem e os projetos de melhoria nas vias de acesso, temos certeza de que se-remos um dos terminais mais competitivos do Brasil. Quando as obras de dragagem terminarem, já estaremos com toda a in-fraestrutura pronta para receber os navios maiores”, revela Furquim.

Também no Porto do Rio, o Grupo MultiTerminais está investindo R$ 500 mi-lhões na expansão de terminais de contêi-neres (MultiRio) e de veículos (MultiCar). As melhorias incluem novos trechos de cais, que passará a ter 1,1 mil metros con-tínuos. Foram cravadas mais de 900 estacas de concreto e instaladas mais de 1,7 mil pe-ças pré-moldadas, aumentando a área dos terminais MultiRio e MultiCar em, aproxi-madamente, 30 mil metros quadrados.

Já no Porto de Sepetiba, o Sepetiba Te-con, da CSN, também tem um novo cais. O Berço 301, como é conhecido, tem 270 metros de cais acostável, permitindo a ope-ração simultânea de navios de grande por-te. O investimento é de R$ 176 milhões. O terminal, agora, totaliza 810 metros de cais contínuo. Além do Tecon, a CSN opera no Porto de Itaguaí o Tecar, destinado à expor-tação de minério e importação de carvão.

CAPA

O Espírito Santo também apresenta im-portantes investimentos portuários. Hugo Amboss, diretor de Infraestrutura e Opera-ções da Companhia Docas do Espírito San-to (Codesa), anuncia a conclusão de obras de R$ 300 milhões, entre as quais a amplia-ção dos dois berços do cais comercial de Vitória e a melhoria da malha ferroviária.

“O Porto de Vitória procura se moder-nizar e atender ao anseio do mercado. O Espírito Santo é competitivo e focado no co-mércio exterior. Movimentamos mais de 30 tipos de carga: contêiner, veículo, rocha or-namental e trigo, por exemplo”, diz Amboss.

A expectativa, agora, é construir um porto de águas profundas, cujo projeto está sob análise do Governo Federal. “A próxima etapa seria contratar o projeto básico para um porto na costa do Estado e com profun-didade de 22 metros. Quatro áreas foram bem avaliadas, a melhor ficou no município de Vila Velha”, antecipa o diretor da Codesa.

“A PREVISÃO DE INVESTIMENTO É DE CERCA DE R$ 7 BILHÕES. ISSO VAI

MAIS DO QUE DOBRAR A CAPACIDADE PORTUÁRIA

DO CAPIXABA”, ANTONIO FERNANDO DORIA PORTO, DIRETOR

EXECUTIVO DO SISTEMA FINDES

Para Antonio Fernando Doria Por-to, diretor executivo do Instituto de De-senvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo, do Sistema Findes, o complexo portuário do Espírito Santo é considerado um dos maiores da América Latina. Na grande Vitória, são cinco por-tos. “Agora, há mais seis portos, todos de uso privado, ou em início de implantação ou em fase de licenciamento, previstos para os próximos dois anos. Sendo assim, o Espírito Santo é o Estado mais aberto para o comércio internacional”, afirma. “A previsão de investimento é de cerca de R$ 7 bilhões. Isso vai mais do que dobrar a capacidade portuária do capixaba.”

Para o ministro-chefe da Secretaria de Portos, César Borges, a taxa de cres-cimento da movimentação de carga nos portos brasileiros até 2030 será de 5,7% ao ano. “Os objetivos da nova lei são a expansão e modernização da infraes-trutura dos portos brasileiros; as parce-rias estratégicas com o setor privado e a sinergia entre os modais de transpor-tes rodoviário, ferroviário, hidroviário, portuário e aeroportuário. O porto é a porta de entrada e saída de mercadorias, é essencial que todo o sistema funcione integrado”, afirmou Borges, durante se-minário de logística realizado em Forta-leza, em novembro.

Portos de Vitória e de Villa Velha têm projetos de expansão

PRACTICE AREAS

Administrative Law

Corporate Law

Financial and Capital Markets

Competition Law

Energy Law

Tax Law

Judicial and Administrative Litigation

Arbitration

Contracts

Real-Estate Law

Labor Law

Pension Law

Environmental Law

Election Law

Intellectual Property

International Law

ÁREAS DE ATUAÇÃO

Direito Administrativo, Regulação e Infraestrutura

Direito Societário

Mercado Financeiro e de Capitais

Direito da Concorrência

Direito da Energia

Direito Tributário

Contencioso Judicial e Administrativo

Arbitragem

Contratos

Direito Imobiliário

Direito do Trabalho

Direito Previdenciário

Direito Ambiental

Direito Eleitoral

Propriedade Intelectual

Direito Internacional

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22_Edição 289_nov/dez 2014 Edição 289 Brazilian Business_23

especial

Um ambiente de pouca previsibi-lidade na política econômica do governo e de baixa confiança em-

presarial aponta para um cenário turbu-lento e de muitos desafios nos próximos quatro anos. A perspectiva para o Brasil – na visão de especialistas do setor privado e da academia – é de que o País vai seguir na rota do baixo crescimento econômico e da pressão inflacionária, caso o governo reeleito não promova ajustes importantes na atual política econômica – como na política fiscal expansionista – nem mu-danças estruturantes – como a reforma tributária –, necessárias para atrair e esti-mular novos investimentos.

Em síntese, esse foi o quadro dese-nhado no debate O Panorama Político-Econômico no Cenário Pós-Eleitoral, promovido pela Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (AmCham Rio), no dia 18 de novembro, com mo-deração do presidente da AmCham Rio, Roberto Ramos. O evento teve patrocí-nio do escritório Dannemann Siemsen e apoio da Rio Negócios. “Pessoalmente, acho que na política externa pouquíssi-ma coisa vai mudar, porque a prioridade continuará a ser a política econômica. Será mais do mesmo nos próximos qua-tro anos. Acho que o PT continuará a ter uma influência muito grande na formu-lação e execução da política externa, e o Itamaraty vai continuar marginalizado”, considerou Rubens Barbosa, presidente do Conselho Superior de Comércio Ex-terior da Federação das Indústrias do Es-tado de São Paulo (Fiesp).

“Está claro que o aprofundamento da atual política econômica é um erro. Essa política chamada desenvolvimentista gerou pouco crescimento e inflação no teto. Temos um cenário de pleno empre-go, mas esse quadro vai piorar daqui pra frente”, projetou Fernando de Holanda Barbosa Filho, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).

O diretor de Desenvolvimento Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Carlos Eduardo Abijaodi, eviden-ciou o Índice de Confiança do Empresário Industrial, que, no mesmo dia do evento, atingiu 44,8 pontos, o nível mais baixo de toda a série histórica, iniciada em 1999. Resultados inferiores a 50 pontos indicam pessimismo. Esse foi o oitavo mês seguido com índice abaixo desse nível. “Há uma determinada inseguran-ça no meio empresarial. E a pouca previsibilidade sobre a política econômica do governo gera uma baixa confiança e também re-duz os investimentos”, afirmou Abijaodi.

incerteza e desconfiança marcam expectativas do setor privado para 2015

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Especialistas traçam um quadro pós-eleitoral e apontam caminhos para a retomada do crescimento

Eduardo [email protected]

Para o vice-presidente da Federação das Indústrias do Es-tado do Rio de Janeiro (Firjan), Carlos Mariani Bittencourt, apesar do atual contexto de pessimismo político-econômico, o mercado brasileiro ainda se mostra atrativo a novos inves-timentos. “No Rio de Janeiro, há investimentos gigantescos já anunciados no setor de petróleo e gás, com impacto direto em outros setores, como na indústria naval e offshore, por exem-plo”, disse Mariani.

O desenvolvimento do comércio exterior foi destacado como uma estratégia efetiva para a recuperação da economia brasileira. “O maior dano feito ao Brasil pela política externa dos últimos 12 anos foi a área comercial. Estamos totalmente isolados do mundo. A gente vê nos jornais os Estados Unidos fazendo acordo com a Índia, a China com a Austrália. E o Brasil negociou três acordos: com Israel, Egito e Palestina, países de grande relevância para o Brasil do ponto de vista comercial”, comparou Barbosa, que foi embaixador do País em Londres e Washington. “E agora, o País está desenhando três novos acor-dos: com Líbano, Tunísia e União Euroasiática”, completou.

Segundo Barbosa, com os EUA, o Brasil poderia firmar um acordo de facilitação comercial. “Já que não podemos fazer um acordo de livre comércio porque a nossa indústria não re-sistiria”, sugeriu, destacando também a importância do acordo de salvaguardas tecnológicas, além dos tratados para evitar a bitributação e para eliminar a obrigatoriedade de vistos para os EUA.

Em 2004, lembrou Barbosa, o Brasil registrou superávit de US$ 4 bilhões no comércio bilateral com os EUA. Do total das exportações brasileiras, cerca de 80% eram manufaturas. “Hoje, estamos com um déficit de US$ 7 bilhões e 20% apenas de ma-nufaturas. Estamos exportando petróleo e outros materiais não processados. Então, há uma grande agenda governamental que deveria ser retomada. Nós fazemos pouca promoção comercial nos Estados Unidos, por exemplo”, afirmou.

Carlos Eduardo Abijaodi (CNI), Carlos Mariani Bittencourt (Firjan), Fernando de Holanda Barbosa Filho (Ibre/FGV), Rubens Barbosa (Fiesp) e Roberto Ramos (AmCham Rio): perspectivas para os próximos quatro anos

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24_Edição 289_nov/dez 2014 Edição 289 Brazilian Business_25

João Carlos de Luca_ presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP)

Helder Silva Chaves_secretário executivo substituto da Camex e conselheiro do Instituto Brasileiro do Algodão

O ano de 2015 promete ser de fun-damental importância para a indústria de petróleo e gás no

Brasil. Questões essenciais para todos os players devem ser discutidas, e esperamos definições para equacionar o cenário no País. O Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP) preparou uma agenda com as questões prioritárias para garantir a competitividade do setor. Apontamos no documento os principais temas e desafios que movem atualmente a indústria bem como nossas propostas.

A descoberta do pré-sal foi um marco importante para consolidar ainda mais a segurança energética do Brasil. Mas a dis-ponibilidade da oferta de recursos requer planejamento contínuo e infraestrutura adequada, que permitam o desenvolvi-mento de uma indústria sólida, competiti-va e sustentável, capaz de suprir a energia necessária para o crescimento brasileiro.

Somas expressivas são investidas no País pelo setor de petróleo e gás, especial-mente nas áreas de exploração e produção, ultrapassando R$ 77 bilhões anuais. Como consequência, o Brasil se beneficia por meio da geração de empregos, criação de novas tecnologias e demanda nacional de bens e serviços de fornecedores.

Essa cadeia de valor que representa quase 12% do PIB é alimentada pela reali-zação das rodadas de licitações da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Bio-combustíveis (ANP). Por isso, a adoção de um calendário de longo prazo, contínuo e transparente dos leilões hoje é um dos principais pleitos do IBP.

Após mais de dez anos de disputa no âmbito da Organização Mundial de Comércio (OMC), Brasil e Estados

Unidos finalmente encerraram o contencio-so relativo aos subsídios americanos conce-didos ao algodão. Desde 2005, o Órgão de Solução de Controvérsias da OMC já havia reconhecido, de forma definitiva, a incom-patibilidade dos programas de incentivos aos cotonicultores com os acordos multi-laterais de comércio. Contudo, diante da influência dos produtores agrícolas sobre o congresso norte-americano, a Farm Bill res-tou intocada, o que motivou o Brasil a to-mar os procedimentos retaliatórios cabíveis.

Após ter sido arbitrado o valor da re-taliação, a Câmara de Comércio Exterior (Camex) editou a Resolução nº 15, de 2010, que listava as mercadorias provenientes dos Estados Unidos que seriam “objeto de suspensão de concessões assumidas pelo Brasil em razão do Gatt”, o Acordo Geral de Tarifas e Comércio da OMC. No anexo, a resolução trazia as alíquotas majoradas da tarifa para determinados códigos NCM, sobretaxando as compras do parceiro nor-te-americano. Tal retaliação também pode-ria se estender ao comércio de intangíveis relacionados à propriedade intelectual.

Tendo em vista que ainda seguia uma tentativa de conciliação entre Brasília e Washington, a vigência do ato retaliatório foi postergada até que foi assinado o pri-meiro memorando de entendimento relati-vo ao contencioso do algodão. Em resumo, o texto previa transferências financeiras anuais dos Estados Unidos para aplicação, por intermédio do Instituto Brasileiro do Algodão (IBA), gerido por representantes do governo e dos produtores de algodão, em assistência e capacitação técnica no setor algodoeiro conforme relação de ati-vidades autorizadas. Como contrapartida, o Brasil se comprometia a não dar vazão a medidas retaliatórias.

E, nessa indústria de capital intensivo e de prazos longos, a segurança jurídica, a estabilidade regulatória e a previsibilidade das regras são elementos essenciais para garantir o fluxo de in-vestimentos e a manutenção de projetos.

Em relação à exploração e produção do pré-sal, o IBP propõe uma revisão nas regras do modelo de partilha. O IBP sempre de-fendeu e segue defendendo que se permita a atuação de múltiplos operadores nessa área e uma melhor relação entre os direitos de veto e voto e as atribuições da PPSA – Pré-Sal Petróleo S.A.

A política de conteúdo local é outro ponto prioritário. O mo-delo vigente deve ser continuamente aperfeiçoado para refletir os atuais desafios e superar os gargalos no setor. O IBP defende que governo e empresas invistam na criação de capacidade nova para atender à demanda de bens e serviços em bases internacio-nalmente competitivas.

A questão da pesquisa e desenvolvimento (P&D) também merece atenção especial. O IBP acredita que os aportes finan-ceiros da cláusula de P&D da ANP podem ter resultados mais eficientes se forem também disponibilizados para o desenvolvi-mento e a inovação da cadeia de bens e serviços, e não somente para as universidades, ajudando a indústria nacional a ganhar competitividade e a aumentar a produtividade.

Sobre o potencial das reservas não convencionais no Brasil, o IBP vê seu desenvolvimento como uma grande oportunidade para o aumento da produção de petróleo e gás. Entretanto, desta-ca que esse desenvolvimento requer a criação de condições como infraestrutura adequada, licenciamento ambiental criterioso e mapeamento geológico por parte do governo.

O aprimoramento do licenciamento ambiental no Brasil é outra questão. A colaboração do setor com órgãos ambien-tais e autoridades tem se mostrado cada vez mais presente e o IBP vem intensificando as ações. Um exemplo é o ineditismo do Acordo de Cooperação Técnica entre o IBP e o Ibama para a capacitação e o aprimoramento do processo de avaliação de impactos e o aperfeiçoamento da gestão ambiental. O acordo já rendeu frutos – como o Projeto de Proteção e Limpeza da Costa – e continua em desenvolvimento, com novos projetos a serem entregues no fim de 2014 e em 2015. Essa iniciativa permite um diálogo constante com o Ibama para melhoria contínua do processo de licenciamento.

Esses são alguns pontos que abordamos em nossa agenda. A partir de 2015, a atualização e divulgação desse documento será anual, representando a contribuição da indústria de petróleo e gás para o incremento desse setor e colaborando, assim, para o desenvolvimento do País.

Embora tenha sido uma saída tomada em consenso para o impasse, o memorando não tinha caráter definitivo, pois servia ape-nas como plataforma temporária para que o governo norte-americano providenciasse a eliminação dos subsídios agrícolas conde-nados pela OMC. Infelizmente, o funciona-mento do memorando não foi um completo êxito. Os pagamentos acordados cessaram em outubro de 2013 sem que a nova Farm Bill, editada poucos meses depois, eliminasse a dis-torção no comércio internacional conforme a perspectiva brasileira.

Com a frustração dos objetivos do memorando, houve a reto-mada dos passos para se efetivar a retaliação. No entanto, como foi noticiado amplamente pela imprensa especializada, novo memo-rando de entendimento foi assinado em outubro de 2014, o que colocou fim à disputa.

Além de ter sido acertada a transferência final de US$ 300 mi-lhões, cabe destacar a ampliação do rol de atividades autorizadas, que passou a prever explicitamente a aplicação dos recursos em projetos de infraestrutura e em pesquisa. A experiência vivenciada pelo IBA demonstrou grande dificuldade de desembolso em face da proibição de projetos nas duas áreas mencionadas.

O encerramento do contencioso, infelizmente, não teve o efei-to de conformar a legislação americana aos preceitos do Acordo Agrícola da OMC. Entretanto, o arranjo firmado para afastar a re-taliação contribui para a melhora do ambiente de negócios entre Brasil e Estados Unidos. Não havendo mais ameaça de sobreta-xação da tarifa, nem de prejuízo no recebimento de receitas deri-vadas do comércio de bens intelectuais, exportadores americanos podem negociar com importadores brasileiros sem se preocupar com alguma reviravolta na execução dos contratos.

Para a solução do contencioso há de se destacar a prudência do Conselho de Ministros da Camex. Em algumas ocasiões esse conselho deixou de seguir recomendações de grupos técnicos no sentido de aplicar de imediato a retaliação, pois acreditava que ain-da havia espaço para se chegar a uma solução negociada, como, de fato, chegou-se. Cabe agora aos produtores de algodão sugerir ao IBA a aplicação desses recursos em atividades que tornem o algo-dão brasileiro ainda mais competitivo, entre as quais, a pesquisa.

agenda prioritária da indústria de petróleo, gás e biocombustíveis

Fim de um conflito nas relações Brasil-estados unidos

a seguraNça jurídica, a estaBilidade regulatória e a previsiBilidade das regras

são esseNciais para garaNtir o Fluxo de iNvestimeNtos e a maNuteNção de projetos

o arraNjo Firmado para aFastar a retaliação coNtriBui para a melhora do amBieNte de Negócios eNtre Brasil e estados uNidos

especial

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26_Edição 289_nov/dez 2014 Edição 289 Brazilian Business_27

O ano de 2014 não deixará saudades para a indústria brasilei-ra. O aquecimento da economia no último trimestre, con-siderando o tradicional incremento nas vendas de fim de

ano, não será suficiente para apagar o mau desempenho da indústria nacional, principalmente a de maior valor agregado. No acumulado até agosto, a produção física industrial do País teve recuo de 3,1%, na comparação com o mesmo período de 2013. A perspectiva é de que, até o fim do ano, o Produto Interno Bruto do Brasil cresça apenas 0,26% – muito pouco para um país que chegou a ser destaque inter-nacional em razão dos altos índices de crescimento.

O histórico desinteresse do Governo Federal com o setor pro-dutivo não será revertido da noite para o dia. Projetar soluções para o próximo ano será essencial para o futuro da indústria, a começar pelo panorama que se apresenta no horizonte. A infraestrutura ener-gética, alvo de debates ao longo de 2014, não recebeu as melhorias necessárias. Recorrendo a soluções emergenciais para cobrir prejuí-zos do setor elétrico, o governo acumula também preocupações com a prolongada estiagem no subsistema Sudeste/Centro-Oeste.

Especialistas e até mesmo o ministro da Fazenda, Guido Mante-ga, apontam que a conta deve aumentar para cidadãos e industriais em 2015. Ao mesmo tempo, estudo da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) revela que a redução de custo con-quistada em 2013 se perdeu com os muitos reajustes deste ano. Se compararmos a média de custo da energia brasileira com a média dos Estados Unidos, nossos números são 167% maiores, um verda-deiro freio para o desenvolvimento econômico.

Na infraestrutura logística, o cenário não melhora. Estudo re-cente da Confederação Nacional do Transporte revela que 62,1% das principais rodovias do País apresentam problemas. Observando apenas os trechos sob administração pública, 70% foram avaliados como regulares, ruins ou péssimos – enquanto nas rodovias conce-didas à iniciativa privada o percentual chega a 25%. A situação pre-cária deveria pautar os investimentos federais, uma vez que a maior parte de nossa produção é transportada nas rodovias. Entretanto, os investimentos seguem na contramão do desenvolvimento econômi-co. Há três anos o montante destinado às obras na malha rodoviária vem caindo: foram R$ 11,2 bilhões em 2011, R$ 9,3 bilhões em 2012, R$ 8,3 bilhões em 2013 e R$ 7,5 bilhões até setembro deste ano. Para piorar, o orçamento do Governo Federal prevê um corte de 7,1% nos gastos do Ministério dos Transportes.

O ano de 2014 se despede e 2015 já desponta no horizonte. Na rotina empresarial, este é o momento

ideal de avaliar avanços e retrocessos do período que passou e de criar uma visão de futuro que nos mostre aonde podemos chegar, direcionando a nossa energia para o que devemos avançar. Os empresários fluminenses fizeram esse exercício para o âmbito federal e também para o âmbito do Estado do Rio de Janeiro. Dele, resul-taram os documentos Fatores de Compe-titividade: Avanços e Retrocessos na Esfera Federal e Visões de Futuro do Estado do Rio de Janeiro.

No âmbito federal, partindo da aná-lise da evolução recente de dez fatores de competitividade essenciais ao desem-penho empresarial – tributação, crédito/financiamento, energia, meio ambiente, legislação trabalhista, registro/burocracia, infraestrutura logística, comércio interna-cional, inovação/tecnologia e educação, os empresários reconheceram avanços nos últimos anos, mas chamaram a atenção para desafios essenciais que ainda pre-cisam ser vencidos. Reforma tributária, expansão do financiamento privado, se-gurança energética, agilidade de licencia-mento, flexibilização de leis trabalhistas e ampliação da educação pública, em quali-dade e quantidade, são alguns dos desafios apontados como críticos para o desen-volvimento do País nos próximos anos. A visão dos empresários é de que a nova fronteira do crescimento – econômico e social – só será conquistada com avanços significativos nessas questões.

Paralelamente ao panorama da indústria nacional, o Espírito Santo registrou acrés-cimo de 1,6% na produção física industrial acumulada até o mês de agosto, com pers-pectiva de alcançar 2,5% de crescimento ao fim do ano. O Produto Interno Bruto capi-xaba teve alta de 1,1% no primeiro semestre, influenciado pelas novas plantas industriais e ampliações nos setores de mineração e si-derurgia. Nosso Estado receberá ainda, nos próximos três anos, R$ 70 bilhões em inves-timentos privados. O bom momento do Es-pírito Santo não pode ser prejudicado pelo descaso do Governo Federal, que, em 2013, devolveu apenas 36% dos R$ 18,5 bilhões em impostos pagos pelos capixabas. Precisa-mos de investimentos na malha rodoviária e ferroviária, em portos e aeroportos.

Esperamos que 2015 seja um ano de planejamento e gestão eficiente, um ano de mudanças, com a realização de projetos que deem a merecida atenção ao setor produti-vo. É tempo de realizar reformas e desburo-cratizar as ultrapassadas normas que travam o desenvolvimento econômico. É a indústria brasileira que impulsiona nossa imagem no mercado internacional, gerando valor agre-gado aos produtos e produzindo marcas respeitadas. Com o esforço conjunto dos industriais, conseguiremos alcançar o resul-tado que há anos desejamos: a recuperação do protagonismo da indústria brasileira.

As potencialidades e os desafios do Rio de Janeiro para os próximos anos também foram objeto de reflexão empresarial. Reconhecendo que o Estado se encontra em um novo pata-mar – atraindo bilhões em investimentos públicos e privados, melhorando a segurança pública e apresentando claros avanços na gestão governamental –, os empresários olharam cinco a 15 anos à frente, para cada região do Estado, desenhando cami-nhos possíveis de desenvolvimento e os respectivos gargalos. Dessa visão nasceu o conceito de Rota do Desenvolvimento, resultado do desenvolvimento regional presente e futuro inte-grado pelas obras de logística já em andamento no Estado.

De fato, é possível visualizar a evolução dos núcleos de crescimento já existentes no interior do Estado para polos de desenvolvimento, ligados pelas principais rodovias que cor-tam o Rio, que estão recebendo investimentos de adequação e ampliação. Isso permite vislumbrar a rota, cuja parte troncal começa na região sul fluminense, atravessa a baixada, passa pela capital e pelo leste fluminense e avança para o norte do Estado, com ramificações para a região serrana/centro-sul, o centro-norte e noroeste fluminense.

Embora seja ainda pouco perceptível a olho nu, a rota estará visível dentro de um período de cinco a 15 anos, integrando o interior com a capital. Novas oportunidades aumentarão a for-ça econômica do Estado, reforçando vocações e criando novas dinâmicas. Novos desafios irão também se impor, em todas as regiões, demandando respostas do setor empresarial, da socie-dade civil e do poder público. E os empresários apontaram, em detalhes, o que precisa ser feito para se aproveitar ao máximo as oportunidades futuras. Os desafios incluem, necessariamente, melhoria e ampliação da infraestrutura de transporte e logís-tica, energia elétrica, gás natural e banda larga, adequando-os ao novo Rio de Janeiro, além de assegurar áreas para instalação das indústrias, investindo simultaneamente no aumento do ní-vel educacional da mão de obra e na formação de professores, principalmente na educação básica e profissional.

O Rio de Janeiro e o Brasil avançaram nos últimos anos, e o sentimento empresarial é de que esse processo pode, e preci-sa, aprofundar-se e se acelerar, garantindo simultaneamente o desenvolvimento econômico e social. É isso que tornará pos-sível o País que todos desejamos.

a hora e a vez da indústria

Brasil e rio de janeiro: desafios para os próximos anos

Marcos Guerra_presidente da Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo e vice-presidente da Confederação Nacional da IndústriaEduardo Eugenio

Gouvêa Vieira_presidente do Sistema Firjan

esperamos que 2015 seja um aNo de plaNejameNto e gestão eFicieNte, um aNo de mudaNças, com a realização de projetos que deem a merecida ateNção ao setor produtivo

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especial

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28_Edição 289_nov/dez 2014

Now is the time to be in Brazil. Earlier this year, the world watched with bated breath as Brazil drew

closer to the World Cup, concerned about completion of necessary infrastructure and stadiums. Yet the tournament turned out to be a huge success. A million tourists from around the world – more than 90,000 from the United States with 24,000 in Rio – were greeted by generous Brazilian hospitality, inviting beaches, and World Cup festivities that were well-organized as well as entertaining. These tourists left with a better understanding of this vibrant country and the many opportunities that exist here – along with a desire to come back and see more. They will have a great chance with the Olympics and Paralympics coming to Rio in 2016.

This is also an exciting time for U.S. diplomacy in Brazil. The World Cup provided the United States with an important opportunity to deepen our bilateral cooperation. Vice President Biden met with President Rousseff and reaffirmed the strength of the bilateral relationship. Brazil and the United States worked closely together throughout the lead-up to the mega-event. Under the bilateral Memorandum of Understanding for Major Sporting events, we cooperated on training for law enforcement officials and event organization. During the tournament itself, we provided assistance to the thousands of American tourists who came to watch the matches. We sent consular teams to each city where matches would be played to help provide support to those in need. Throughout, we received excellent cooperation and support from Brazilian authorities.

Brazil in the spotlight

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With the World Cup over and elections behind us, we look forward to further broadening and deepening our ties with the Brazilian people. We will continue engagement between our governments on important topics including security, racial equality, energy, and education. We will further promote the exchanges of thousands of students on programs such as Fulbright and the Brazil Scientific Mobility Program, fostering better mutual understanding. On the economic front, we will keep building on our strong existing commercial ties. Brazil represents a huge market and has significant economic potential, and for that reason will continue to be attractive to U.S. businesses and investors. In 2013, the trade of goods between the United States and Brazil totaled US$68.8 billion. Additionally, in October 2014, our two countries settled a longstanding cotton dispute with the World Trade Organization.

Meanwhile, attention has already shifted to the next big event – the 2016 Summer Olympics and Paralympics. All of Brazil, including our Embassy and Consulates, are fully focused on the preparations. Certainly, the Olympics, primarily centered in Rio de Janeiro, will come with a unique set of challenges different from those of the World Cup. Some have expressed concern that preparations will not be ready, just as before the World Cup, we fully expect Brazil to be fully prepared for the Games. We look forward to working together in the lead-up to the Olympics, further cementing the good working relationship we already have, and cheering while our athletes compete for glory.

WE WILL CONTINUE ENGAGEMENT BETWEEN OUR GOVERNMENTS ON IMPORTANT TOPICS

INCLUDING SECURITY, RACIAL EQUALITY, ENERGY, AND EDUCATION

fROM ThE USA

John Creamer_Consul General of the United States in Rio de Janeiro

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30_Edição 288_set/out 2014 Edição 289_Brazilian Business_31

EspEcialistas dE EnErgia continuam concluindo quE os rEcursos EnErgéticos

dE nossas arEias bEtuminosas ExcEdEm a quantidadE Encontrada nas rEsErvas

da arábia saudita

“utah pode facilmente ser reconhecido como um perfeito

portfólio de investimento”

conExão global

Em entrevista exclusiva à Brazilian Business, o governador de Utah (EUA), Gary Herbert, aponta as oportunidades de negócios no estado americano e

comenta o que o Rio poderá ganhar com a Olimpíada de 2016

Bernardo Guimarã[email protected]

A combinação de alta qualidade de vida com baixos custos de serviços vem atraindo investidores de várias partes

do mundo para Utah, localizado no oeste dos Estados Unidos. Inclusive do Brasil, que é um dos focos do estado americano, disse o gover-nador de Utah, Gary Herbert, durante entrevis-ta exclusiva à Brazilian Business.

Com a intensão de apresentar os atrativos econômicos do estado, Herbert reuniu uma comitiva de empresários e veio ao Rio de Ja-neiro para o Doing Business with Utah, reali-zado pela Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (AmCham Rio) e pelo Depar-tamento Comercial do Consulado Americano do Rio de Janeiro, no dia 11 de novembro, no Palácio Guanabara. Durante o evento, Her-bert teve a oportunidade de se encontrar com empresários brasileiros, além de participar de uma reunião de portas fechadas com o gover-nador reeleito do Rio, Luiz Fernando Pezão. A íntegra da reportagem está disponível na in-ternet, em www.amchamrio.com.

Brazilian Business: O que os investidores americanos pensam do atual cenário comercial do Rio?Gary Herbert: É fácil reconhecer o Rio como um lugar único, onde algo de especial faz com que tanto o comércio quanto o turismo consigam prosperar juntos. Para este ano, o nosso foco está voltado em ajudar na apresentação de alguns dos negócios em desenvolvimento de Utah, as-sim como introduzir o estado americano às em-presas brasileiras. Queremos também destacar o que Utah tem a oferecer como um destino turís-tico, e o Rio se encaixa muito bem nesse perfil.

BB: Quais são as sinergias entre Utah e o Rio?GH: Acredito que onde você tenha um ambiente de negócios prós-pero combinado com um destino turístico mundialmente conhe-cido, há muito o que se falar sobre o poder que isso pode trazer para a economia. Ambos os elementos aumentam a qualidade de vida dos residentes e trazem benefícios que não podem ser igno-rados. Isso é algo que compartilhamos com o Rio. Utah é a casa de cinco dos 20 parques nacionais dos EUA, que os turistas lotam durante o verão. Quando o inverno se aproxima, o nosso clima único faz jus ao título de “a melhor neve do planeta”, tornando-se uma grande atração para praticantes de esqui de todo o mundo.

BB: O que Utah tem a oferecer aos investidores brasileiros?GH: Analisando a economia do estado, Utah pode facilmente ser visto como um perfeito portfólio de investimento por repe-tidamente ser reconhecido como o mais diversificado economi-camente entre os 50 estados americanos. Isso prova estabilidade. Nós também recebemos uma alta classificação, se não o topo do ranking, por ser o melhor estado para se fazer negócios. Isso graças ao nosso sistema fiscal. Já há uma década não aumentamos as ta-xas pagas pelas empresas. Em termos de mão de obra, nós temos a mais jovem força de trabalho dos Estados Unidos, a mais educada e certamente uma das mais talentosas, justamente por ter a Uni-versity of Utah como uma das mais bem colocadas nos rankings de exportação de talentos da área tecnológica, de startups. A quanti-dade de idiomas falados no estado é outro diferencial: 180 línguas são faladas apenas no corpo estudantil da University of Utah. To-dos esses elementos que citei combinados com uma alta qualidade de vida e baixos custos de serviços e assistência médica só servem para aumentar as margens do investidor.

BB: Quais são as oportunidades de investimentos para os brasileiros em Utah? GH: O desenvolvimento energético é uma excelente opor-tunidade mundialmente. Utah não é uma exceção. Enquan-to nos mantemos como um dos dez maiores produtores de petróleo, gás natural e carvão, continuamos aumentando os investimentos, as explorações e produções desses recursos. Especialistas de energia dizem que os recursos energéticos de nossas areias betuminosas excedem a quantidade encontra-da nas reservas da Arábia Saudita, podendo produzir até 10 bilhões de barris. Além da energia, nós temos um próspero setor de TI, englobando softwares, serviços e hardware. TI é a nossa maior indústria e é composta por programadores alta-mente classificados em rankings nas universidades locais do estado. O setor continua tendo grandes oportunidades tanto para empresas brasileiras em Utah quanto para empresas de Utah no Brasil. A cultura de inovação de Utah, assim como seus profissionais capacitados e a maior rede de banda larga do país, continuará fomentando o crescimento do setor agora e no futuro.

BB: A Olimpíada de 2016 no Rio irá aumentar as oportunidades comerciais entre os dois estados? GH: Historicamente, a Olimpíada trouxe resultados diversos para a economia dos países que já a hospedaram. Utah hos-pedou a Olimpíada de Inverno de 2002, na qual fomos felizes por ter uma forte liderança e uma grande quantidade de vo-luntários que nos forneceram um lucro imediato de US$ 100 milhões. Esse dinheiro gerou um fundo que ainda mantém impecáveis muitas das instalações usadas durante a competi-ção, tornando-as centros de treinamento eficazes para atletas que competem nos jogos de inverno. Esperamos que o Rio tenha a mesma similaridade de resultados. Algumas de nos-sas empresas estão ansiosas para se encontrar com o Comitê Olímpico do Rio para aprender sobre os processos de leilões de serviços para 2016. Essa troca de informações tem um grande potencial para estabelecer relações e benefícios para os dois estados.

BB: Como você analisa o papel da AmCham Rio no fomento dos negócios e das relações bilaterais entre os dois países?GH: A AmCham Rio tem certamente desempenhado um pa-pel importante na promoção de relações de qualidade entre o Brasil e os Estados Unidos, fomentando os negócios, criando networkings válidos e gerando oportunidades entre líderes de mercados nos dois países. Enquanto o cenário regulatório do Brasil cria desafios interessantes para o mercado, a AmCham Rio, seus mantenedores e associados têm a habilidade de criar pontes e ajudar as empresas dos dois países a navegar perante esses desafios, capitalizando as oportunidades. Não importa o problema, os recursos fornecidos pela AmCham vindos de seus membros e staff não só cumprem a função de promover negócios, como são capacitados para executá-los. É incrível fonte de ajuda para a nossa delegação e mal posso esperar pelos futuros envolvimentos comerciais com a instituição.

Os governadores do Rio, Pezão, e de Utah, Herbert,

no Palácio Guanabara

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32_Edição 289_nov/dez 2014 Edição 289_Brazilian Business_33

sidade de proteger e promover o aprovei-tamento sustentável dos recursos naturais. Ao todo, seis projetos, entre os 41 inscri-tos, foram contemplados nas categorias: Emissões Atmosféricas, Gestão de Resídu-os Sólidos, Inovação Ambiental, Preserva-ção e Manejo de Ecossistemas, Responsa-bilidade Socioambiental e Uso Racional dos Recursos Hídricos.

“O Prêmio Brasil Ambiental é uma re-ferência para as empresas brasileiras com relação a como você pode mostrar para a sociedade de forma efetiva suas boas prá-ticas na gestão ambiental”, disse Fernando Malta, assessor de Relações Institucionais do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (Cebds), entidade que participou do corpo de jura-dos do PBA.>

pba

Criado, em 2005, com o objetivo de reconhecer e incentivar as melhores práticas ambientais sustentáveis no setor empresa-rial brasileiro, o Prêmio Brasil Ambiental (PBA) comemo-

rou dez anos no espaço Solar da Imperatriz, no Horto, no dia 9 de outubro. Ao longo dos últimos dez anos, mais de 50 projetos reali-zados por empresas no País ganharam o PBA, reforçando a impor-tância do papel do setor privado na preservação do meio ambiente e influenciando positivamente o comportamento das pessoas.

O tema principal da premiação, na décima edição, foi Biodi-versidade e a Importância do Patrimônio Genético. A cerimônia, realizada pela Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (AmCham Rio) e o Comitê de Meio Ambiente, com o apoio do Comitê de Responsabilidade Social Empresarial, teve a participa-ção de cerca de cem pessoas – entre empresários, autoridades e representantes da sociedade civil. Esta edição teve patrocínio da Shell e da Paraíba Gás Natural, copatrocínio da Odebrecht Óleo e Gás e do Chediak Advogados e apoio da Coca-Cola Brasil.

“Hoje, a grande questão para as organizações é a de se trans-formar e repensar a maneira de empreender de forma saudável e segura no futuro. Vivemos um momento que requer decisões im-portantes em direção a um modelo de produção e consumo mais sustentável. Nesse sentido, o setor privado pode e deve contribuir para influenciar e, por que não, conduzir positivamente essa trans-formação”, afirmou Roberto Ramos, presidente da AmCham Rio.

A edição de aniversário do prêmio evidenciou a Biodiversi-dade e a Importância do Patrimônio Genético, tema em foco na pauta de governos e organizações em razão da crescente neces-

Cerimônia realizada no Solar da Imperatriz premia melhores práticas do setor privado

sustentabilidade

prêmio brasil ambiental comemora dez anos

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“ViVemos um momento que requer decisões importantes em direção a um modelo de produção e consumo mais sustentáVel”,

roberto ramos, presidente da amCham rio

Marcelle Azeredo, assistente do Programa Jogue Limpo (Sindicom), Thais Soares, assessora da presidência da Arcadis Logos S.A. (GDF Suez Energy Brasil); Veríssimo Neto, gerente de Meio Ambiente (Energia Sustentável do Brasil); José Carlos Cauduro Minuzzo, diretor de

Produção (Tractebel Energia); José Lourival Magri, gerente de Meio Ambiente (Tractebel Energia); Romildo Fracalossi, gerente de Meio Ambiente (Vale); e Alejandro Duran, diretor técnico comercial (Schlumberger Serviços de Petróleo) exibem o troféu do PBA

Rafael Lourenço, Helio Blak e Roberto Ramos conversam no Solar da Imperatriz

Kárim Ozon é presidente do Comitê de Meio Ambiente da AmCham Rio

Samyra Crespo, presidente do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico: anfitriã

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34_Edição 289_nov/dez 2014

pbasustentabilidade

CONFIRA A SEGuIR OS PROJETOS VENCEDORES DA DéCIMA EDIçãO DO PRêMIO BRASIL AMBIENTAL:

Preservação e Manejo de Ecossistemas Projeto: A Importância dos Programas Ambientais da UHE Jirau para o Conhecimento da Fauna Silvestre da Região Amazônica Empresa: GDF Suez Energy Brasil Ltda. Resumo: programa voltado para o monitoramento da fauna silvestre da região amazônica. Foram feitos estudos genéticos com o objetivo de subsidiar a tomada de decisão referente à mitigação dos possíveis impactos.

Emissões Atmosféricas Projeto: Ações para Controle e Redução de Emissões Atmosféricas Empresa: Tractebel Energia Resumo: programa de elaboração de política própria sobre mudanças climáticas que prioriza fontes renováveis na expansão do parque gerador, com investimento em projetos de pesquisa e desenvolvimento dedicados à conservação do meio ambiente.

Inovação Ambiental Projeto: Fundo Vale e o Mapa de Sinergias da Pan-Amazônia Empresa: Vale Resumo: o projeto foi criado para promover o desenvolvimento sustentável, com o objetivo de identificar o trabalho de pessoas e organizações que atuam em prol do desenvolvimento sustentável do bioma amazônico.

uso Racional dos Recursos Hídricos Projeto: Gestão de Aquíferos: Benefício para Mais de 1 Milhão de Pessoas no Semiárido Baiano Empresa: Schlumberger Serviços de Petróleo Resumo: o programa realizou estudos para implantação de projeto de abastecimento de água. O objetivo é evitar a superexploração dos recursos, evitando danos significativos aos reservatórios e, consequentemente, aos usuários.

Gestão de Resíduos Sólidos Projeto: Jogue Limpo – Logística Reversa de Lubrificantes Empresa: Sindicom Resumo: programa de logística reversa das embalagens plásticas de lubrificantes, com coleta e tratamento dos resíduos. O objetivo é conscientizar o consumidor da responsabilidade compartilhada no processo de descarte consciente.

Responsabilidade Socioambiental Projeto: Parque Ambiental Tractebel Empresa: Tractebel Energia Resumo: projeto sobre a criação do Parque Ambiental Tractebel, iniciativa voluntária da companhia para oferecer um novo destino a uma área recuperada da degradação ambiental. Restauração do local por meio da correção da topografia do solo e do resgate da fauna e da flora.

Mais informações: www.premiobrasilambiental.com. Veja mais imagens: https://www.flickr.com/photos/amchamrio/sets/72157648622693805.Confira o vídeo oficial: http://youtu.be/RU2spwUAqP4.

Desde sua criação, o Prêmio Brasil Ambiental busca reforçar a importância do setor privado na preservação do meio ambien-te, contribuindo para influenciar positivamente o comportamen-to de pessoas e organizações. Empresas com atuação no País e projetos ambientais já concluídos ou em fase final de implanta-ção concorrem lado a lado com instituições de pesquisas e enti-dades sem fins lucrativos.

“O Prêmio Brasil Ambiental é extremamente importante, pois serve de exemplo para outras empresas. O desconhecimento dos impactos ambientais colaborou para que ações de sustentabi-lidade fossem negligenciadas durante anos. Já passou da hora de compreender que nossa economia depende da exploração ade-quada dos recursos naturais e que preservá-los é fundamental”, afirmou o presidente do Instituto Brasil Pnuma, Haroldo Mattos de Lemos, convidado especial da premiação.

Neste ano, o espaço do evento teve a colaboração do Gal-pão das Artes Urbanas Helio G. Pellegrino, projeto voltado para a prática de reciclagem e reaproveitamento de materiais. Nove artistas do coletivo expuseram seus trabalhos, com móveis cons-truídos a partir de materiais reciclados, em dois lounges.

Também participaram do evento a diretora do Departamento do Patrimônio Genético da Secretaria de Biodiversidade e Flo-restas do Ministério do Meio Ambiente, Ana Takagaki Yama-guishi, a presidente do Comitê de Meio Ambiente da AmCham Rio, Kárim Ozon, e a presidente do Comitê de Responsabilidade Social Empresarial da entidade, Silvina Ramal.

“o prêmio brasil ambiental é uma referência para as empresas brasileiras

com relação a como Você pode mostrar para a sociedade de forma efetiVa suas

boas práticas na gestão ambiental”, fernando malta, assessor de relações instituCionais do Cebds

Jurados e parceiros do Prêmio Brasil Ambiental participaram da cerimônia de premiação, no Solar da Imperatriz

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ação

Como enfrentamos o aumento da demanda energética do mundo hoje e no futuro? Essa é uma questão complexa, sem uma resposta simples. Além de contar com a colaboração de todos, será fundamental desenvolver um mix de energias diferentes e sustentáveis. Na Shell, há 25 anos trabalhamos com escolas e universidades de todo o mundo no projeto Shell Eco-Marathon, uma competição inovadora que desafia estudantes a projetarem, testarem e pilotarem veículos mais econômicos. O recorde atual da maratona é de 3.771 km percorridos com o equivalente a um litro de combustível – um número impressionante, mas que esperamos superar este ano. Esse é um exemplo de como estamos trabalhando juntos para desenvolver um mix de energias para o nosso futuro.

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36_Edição 289_nov/dez 2014

no e eficiência energética, mas a Dow criou um protocolo para megaeventos. Ele foi escrito em parceria com uma empresa ca-nadense que trabalhou conosco na Rússia”, diz o especialista da Dow. Uma segunda companhia, que é independente da primeira, atua como verificadora. O projeto é cuidadoso para garantir a idoneidade e transparência.

A experiência da Dow adquirida nos Jogos Olímpicos de So-chi será importante, mas a tecnologia terá que se adaptar ao clima brasileiro. As soluções de isolamento térmico, que evitavam a perda de calor das edificações, foram o destaque nos projetos desenhados para enfrentar o frio necessário para os jogos de inverno.

Nesse trabalho, a experiência em solo nacional será importante. “No Brasil, a Dow tem uma presença fortíssima. Em 2016, serão 60 anos da companhia no País. Será mais um motivo para comemorar: temos uma sólida presença no Brasil”, afirma Natalense. “Isso quer dizer que a Dow se prontifica a gerar projetos de redução de consu-mo de energia, eficiência energética, ou redução de gases estufa, que sejam viáveis. Vamos implementar a tecnologia para atingir benefí-cios climáticos esperados pelo comitê organizador.”

O primeiro passo deverá ser atuar na própria indústria, que é grande consumidora de energia. Projetos que aproveitam a biomas-sa, por exemplo, ajudam a ampliar o percentual de energia reno-vável. “As fábricas podem ser melhoradas e chegar a um consumo energético mais eficiente”, revela Natalense.

O segundo ponto de atuação será o chamado conforto das cida-des, desenvolvendo materiais que são mais sustentáveis. Por exem-plo, as soluções que permitem economizar ar-condicionado, com material térmico e telhado branco.

A terceira área prioritária será a agricultura, aproveitando a força na divisão agroquímica para implantar projetos no campo de redu-ção de emissões. “A Olimpíada é uma ocasião excelente para acelerar a implementação de tecnologias. Produtos novos, que serão adota-dos pela primeira vez. Por exemplo, embalagens alimentícias mais leves e com a mesma funcionalidade”, adianta Natalense. Tecnologia que ficará como legado para o Rio de Janeiro.

“Mais do que apenas gerar benefícios locais, queremos que os benefícios dos jogos sejam nacionais. A questão do carbono é um dos melhores exemplos do legado do Abraça para o Brasil, pois traz avanços tecnológicos para importantes áreas da nossa economia, ao mesmo tempo que contribui com a mitigação das emissões diretas de gases de efeito estufa dos jogos”, conclui Sid-ney Levy, CEO do Rio 2016.«

PERFIL

A cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de 2016 vai marcar o início do maior evento esportivo do planeta e o fim de uma corrida. Até lá, todas as emissões diretas de ga-

ses de efeito estufa resultantes da organização e entrega do evento deverão ter sido compensadas. Na liderança dessa iniciativa, a em-presa Dow, que usará tecnologia e a experiência adquirida nos Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi de 2014, os primeiros da história a mitigar toda a pegada de carbono direta do Comitê Organizador an-tes das competições esportivas. Na Rússia, foram mais de 520 mil toneladas de CO2 equivalente (CO2eq) mitigadas.

A parceria foi anunciada pelo Comitê Organizador Rio 2016 em setembro. Portanto, a Dow, parceiro olímpico oficial, é a primeira empresa parceira do Abraça, programa do Rio 2016 para promover e organizar a Olimpíada com o menor impacto ambiental e o me-lhor legado social.

“No Rio de Janeiro, acompanhamos o impacto positivo para a ci-dade, os efeitos para a economia, a infraestrutura, uma nova rede de transportes, aeroportos, malha viária, portos. Além disso, há cons-trução das instalações olímpicas, transmissão de TV, iluminação, transmissão de dados. Tudo consome energia, cimento, ferro e gera emissões”, diz Julio Natalense, gerente de Tecnologia para Operações Olímpicas dos Jogos Rio 2016 na Dow. “Mapeamos três principais fontes contribuintes: infraestrutura, operação e transporte.”

Antes mesmo dos atletas olímpicos começarem a competir, o objetivo da Dow será mitigar 500 mil toneladas de CO2eq. E, com o Rio 2016, a companhia vai trabalhar para gerar benefícios climáti-cos adicionais de 1,5 milhão de CO2eq até 2026, destinados a outras emissões ligadas aos jogos. Os projetos vão aplicar novas tecnolo-gias, mobilizar a cadeia produtiva dos serviços relacionados à com-petição. “Há projetos que só vão começar a gerar benefícios no ano seguinte, mas todos serão implementados até 2016, com benefícios até pelo menos dez anos após a Olimpíada”, explica Natalense.

O trabalho realizado pela Dow será verificado por duas empre-sas. Uma delas é especializada em cálculos ambientais, que ajuda na preparação dos projetos. “Existem protocolos para crédito de carbo-

Dow vai liderar iniciativas para compensar a pegada de carbono do Comitê Organizador

Corrida para compensar as emissões dos Jogos

Cláudio Motta [email protected]

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Julio Natalense, da Dow: tecnologia para compensar emissões

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overvIeW

Candace Byrd, da prefeitura de Atlanta; Steve Solot, da Rio Film Commission e da AmCham Rio; e Felipe Marron, da RioFilme, no Festival do Rio

Milton Costa Filho, secretário-geral do IBP; e Marcelo Haddad, presidente da Rio Negócios, na Rio Oil&Gas

CONexãO RIO-AtlANtAAs cidades do Rio de Janeiro e Atlanta (EUA) formaliza-ram, em outubro, acordo de cooperação para promoção e desenvolvimento da indústria audiovisual. O acordo visa criar uma rede de contatos para compartilhar ideias e melhores práticas na produção e promoção de filmes do-mésticos e internacionais. A assinatura do acordo acon-teceu durante o Festival do Rio e reuniu Candace Byrd, chefe de gabinete da prefeitura de Atlanta; Steve Solot, presidente da Rio Film Commission e chairperson do Co-mitê de Entretenimento, Esportes e Cultura, da AmCham Rio; e Felipe Marron, diretor administrativo da RioFilme. “Atlanta é o terceiro maior polo de criação e produção au-diovisual dos Estados Unidos, superada apenas por Nova York e Los Angeles. É a sede de grandes companhias de comunicação e entretenimento, como CNN e AT&T”, explica Solot, que participou das negociações com o Es-critório de Entretenimento de Atlanta. Segundo a Motion Picture Association na América Latina, a indústria au-diovisual injeta cerca de R$ 19 bilhões na economia do Brasil e tem faturamento bruto anual de R$ 42,8 bilhões, gerando 230 mil empregos diretos e indiretos.

MaIs voos para os eUaO tráfego de passageiros e de cargas entre Brasil e Estados Unidos vai cres-cer a uma taxa média de 6,5% ao ano a partir de 2015, quando entra em vigor a última e mais aberta etapa do acordo “céus abertos”, assinado entre Brasil e Estados Unidos, em 2011. A projeção é da Federal Aviation Administration (FAA), órgão americano corresponden-te à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Esse processo também terá impacto nas tarifas, com redução no preço médio do bilhete após 2015. A expansão projetada pela FAA para a de-manda na conexão entre Brasil e EUA, de 6,5% ao ano, é maior do que a es-perada pelo órgão para o crescimento no mercado doméstico americano, que ficará em 2,2% ao ano.

O Rio de Janeiro vai sediar, em outu-bro de 2015, o encontro anual da World Energy Cities Partnership, organização internacional que reúne líderes das grandes cidades do mundo que têm a economia baseada no setor de energia. O anúncio foi feito pelo presidente da Rio Negócios, Marcelo Haddad, em se-tembro, na Rio Oil&Gas. O evento visa estimular o desenvolvimento de negó-cios entre as empresas do setor de óleo e gás dessas cidades, compartilhar melhores práticas de gestão e infraes-trutura e discutir os temas relevantes para atração de investimentos no setor. Além do Rio, 18 cidades compõem a rede, entre elas, Houston (EUA), Aber-deen (Escócia), Calgary (Canadá), Dam-mam (Arábia Saudita), Stavanger (No-ruega), Perth (Austrália), Doha (Catar), Daqing, Dongying e Karamay (China).

CumbiCa testa e-gatesO aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (São Paulo), está testando desde o fim de setembro uma fila expressa para passageiros de voos internacionais. Chamados de e-gates, os equipamentos permitem ao passageiro fazer sozinho o processo de entrada e saída do País. No total, 16 máquinas foram compradas pela GRU Airport.

Ge INAuGuRA CeNtRO de PeSquISAS GlOBAl

Ednei Medeiros • Eduardo Nunes • Nadia Stanzig

A GE inaugurou, no dia 13 de novembro, seu novo Centro de Pesquisas Global, o primeiro da América Latina e o nono da empresa no mundo. Localizado no Parque Tecnológico da UFRJ, no Rio de Janeiro, o Centro de Pesquisas foi projetado para o desenvolvimento de tecnologias avança-das em áreas como petróleo e gás, energias renováveis, aviação, transporte ferroviário e saúde. No evento de inauguração, o presidente e CEO global da GE, Jeff Immelt, anunciou investimentos de US$ 500 milhões no local até 2020. Além disso, o Centro de Pesquisas abrigará uma extensão de Crotonville, a universidade corporativa da GE que atua na formação de lideranças, com investi-mento de US$ 50 milhões. O Brasil é hoje o terceiro maior mercado para a empresa globalmente, sustentando crescimento sólido nos últimos anos com previsão acima dos dois dígitos em 2016.

World energy Cities PartnershiP 2015

longe dos melhoresO Brasil ficou na 120ª posição no estudo do Banco Mundial sobre a facilidade para se fazer negócios, num ranking com 189 países. Em 2013, o País estava na 123ª posição. Em 2012, na 130ª. Ou seja, há sinais de avanços, mas o Brasil ainda está longe de ser um dos melhores lugares do mundo para o empreendedor. De acordo com o estudo, começar um negócio no País demora 83,6 dias. Em Cingapura, na primei-ra posição pelo nono ano consecutivo, são apenas 2,5.

loComotiva ameriCanaOs Estados Unidos voltaram a se tornar uma das locomo-tivas da economia global, com a perspectiva de crescer a uma taxa anual de 3% por trimestre, segundo estimativa da consultoria IHS Global Insight. O país deve contribuir para uma expansão mais forte do mundo, mesmo num cenário deestagnação na zona do euro e de desaceleração na China. Omaior potencial na economia americana está nas perspecti-vas de consumo, que equivale a quase 70% do PIB.

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40_Edição 289_nov/dez 2014

Mármore e granito sustentam presença capixaba no mundo

ESPÍRITO SANTO

Estado concentra mais de 90% do polo industrial nacional

“As rochas talvez sejam o único produto do Estado do Espírito Santo presente nos principais países do mun-do, trazendo notoriedade e serviços para a população

capixaba." É o que afirma Marcos Guerra, presidente da Fede-ração das Indústrias do Estado do Espírito Santo (Findes), para ilustrar a importância do setor para a economia do Estado. Além de ser referência mundial em mármore e granito, o Espírito Santo é líder nas exportações de rochas no Brasil, concentrando mais de 90% do polo industrial em seu território. Mesmo fomentan-do a economia, problemas burocráticos e de infraestrutura ainda atrasam o desenvolvimento do setor no Estado capixaba.

Só no ano de 2013, o Brasil exportou 2,7 milhões de toneladas de rochas, injetando US$ 1,3 bilhão na economia do País. Desse número, o Espírito Santo foi responsável por exportar 1,9 mi-lhão de toneladas, rendendo US$ 1 bilhão para a economia. Com o bom desempenho, Guerra ressalta que o mercado de rochas ainda é o principal propagador da imagem do Espírito Santo no mercado internacional. “Uma feira de rochas ornamentais sem a presença do Espírito Santo não tem sentido”, explica.

A geração de empregos vem agregada aos resultados. Por ter a maioria das jazidas concentradas acima da BR 101, o merca-do privilegia também as regiões que não possuem a extração de petróleo. Olivia Tirello, diretora executiva dos Centro Brasilei-ro dos Exportadores de Rochas Ornamentais (Centrorochas), explica que isso ajuda no quadro migratório do Estado. “Com operações espalhadas em diversos municípios do Espírito Santo, o mercado dá a possibilidade de levar aos locais mais distantes a oportunidade de trabalho para pessoas que vivem nessas locali-dades, fixando os moradores no campo”, afirma Olivia.

Os resultados seriam ainda melhores se não houvesse proble-mas burocráticos. De acordo com Olivia, as licenças de explo-ração ainda são difíceis de conseguir. “Na exploração, a maior dificuldade está relacionada à obtenção do título autorizativo de lavra, concedido pelo Governo Federal, que autoriza e legitima a concessão de exploração de minas no País”, conta.

Já na comercialização, problemas na logística de transpor-te ainda atrapalham a rapidez de entrega. Aeroportos, portos e ferrovias poderiam contribuir mais nessa etapa, que é majorita-riamente feita pelas estradas, que sofrem com buracos e falta de sinalização. Pensando em contornar esses problemas, o Depar-tamento de Estradas de Rodagem do Espírito Santo (DER-ES), responsável pelas rodovias estaduais, colocou em execução a terceira parte do Programa Rodoviário do Espírito Santo (PRES III), que terá como objetivo melhorar o transporte terrestre de cargas e passageiros com a reabilitação de trechos críticos da rede, diminuindo os custos de transporte e aumentando a segu-rança rodoviária.

As mudanças na logística poderão fomentar ainda mais as negociações, que geralmente têm o ponto alto durante os qua-tro dias de evento da Vitória Stone Fair. A julgar pelas 25 mil vi-sitas na 37º edição, realizada em fevereiro deste ano, a procura pelo mercado vai muito bem, obrigado. Organizada pela Mila-nez & Milaneze, a maior feira de rochas ornamentais da Amé-rica Latina hospedou mais de 420 expositores de todo o mun-do, tornando-se a principal vitrine de rochas brasileiras para os mercados de construção civil. A Câmara de Comércio Ameri-cana do Espírito Santo (AmCham ES), afiliada à AmCham Rio, apoiou o evento. Para o diretor executivo da AmCham ES, Luiz Fernando Mello Leitão, “a feira é uma grande oportunidade de negócios com companhias nacionais e internacionais, especial-mente com o forte crescimento do setor de construção civil nos Estados Unidos”. A próxima edição da feira está marcada para acontecer na capital capixaba, entre os dias 3 e 6 de fevereiro de 2015. (B.G.)

“AS ROCHAS TALVEZ SEJAM

O ÚNICO PRODUTO CAPIXABA

PRESENTE NOS PRINCIPAIS

PAÍSES DO MUNDO”, MARCOS GUERRA, PRESIDENTE DO FINDES

DIV

ULG

AÇÃO

A Vitória Stone Fair realizada

em fevereiro de 2014 teve

cerca de 25 mil visitantes

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42_Edição 289_nov/dez 2014

Especialista aponta gargalos do setor elétrico no país

Rodadas de licitação estão entre as propostas debatidas

BER

NAR

DO

GU

IMAR

ÃES

Especialistas e membros do Grupo de Trabalho de

Óleo e Gás debatem o setor energético do Brasil na sede

da AmCham Rio

NEWS

“SE TUDO CONTINUAR COMO ESTÁ, A TERMELÉTRICA VAI FICAR PAGANDO O PREÇO

PELAS OUTRAS, PESANDO NA TARIFA ENERGÉTICA DO PAÍS”,

CLÁUDIO PINHO, PROFESSOR

DA FUNDAÇÃO DOM CABRAL

Dado o potencial eólico do País, a captação dos ventos para energia poderia ser uma solução, mas a falta de uma melhor infra-estrutura compromete sua larga implementação. “Mais de 60% do custo de implementação de um projeto eólico é à ordem de guin-dastes. Para se ter uma noção, uma torre de captação do vento de 100 metros requer uma grua de, no mínimo, 150 metros. É difícil achar esse tipo de equipamento, sem contar que não há estradas que suportem o carregamento”, analisou Pinho.

O gás natural é uma boa opção para o Brasil. Muito encon-trados em bacias de petróleo, como a de Santos, em São Paulo, e a de Campos, no Estado do Rio de Janeiro, os gases possuem baixa presença de contaminantes e uma combustão mais limpa, melhorando a qualidade do ar e contribuindo com menores emis-sões de CO2 por unidade de energia gerada (cerca de 20% a 23% menos do que o óleo combustível e de 40% a 50% menos do que os combustíveis sólidos como o carvão). O GNV (Gás Natural de Veículos), um dos mais usados comercialmente, pode gerar uma economia de mais de 60% em relação aos outros combustíveis.

Contudo, problemas burocráticos ainda atrapalham a produ-ção e comercialização da indústria de gás no País. Para uma mu-dança a curto prazo, Pinho defendeu a desoneração tributária de projetos estruturais que fomentam o gás natural. Outra medida seria a segmentação do setor por meio de uma reforma energética. “É preciso tratar energia eólica como eólica, solar como solar, gás natural como gás natural. Se tudo continuar como está, a terme-létrica vai ficar pagando o preço pelas outras, pesando na tarifa energética do País”, concluiu. Campanhas de consumo consciente e a criação de novos modelos que aumentem a demanda de energia também foram pontos defendidos pelo especialista.

“O Brasil precisa de uma reforma no setor elétrico”, afirmou Cláudio Pinho, professor da Fundação Dom Cabral,

durante evento realizado pela Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (AmCham Rio) e pelo Brazil-U.S. Business Council (BUSBC), no dia 13 de novembro, na AmCham Rio. O especialista do setor de óleo e gás participou de mesa-redonda sobre o cenário pós-eleitoral e perspectivas para o setor, na qual defendeu as rodadas de licitação em anos ímpares e a retomada dos blocos não licitados.

O evento fez parte das atividades da maior missão comercial organizada pelo Conselho Empresarial Brasil-Estados Unidos (Cebeu) e pela AmCham Rio. A primeira parada ocorreu em Bra-sília, no dia 11, para a 32ª reunião plenária do BUSBC. Na ocasião, o encontro foi marcado pela assinatura de um acordo entre a U.S. Chamber of Commerce e a Confederação Nacional da Indústria (CNI), firmando a elaboração de um estudo de impacto sobre um eventual acordo comercial entre Brasil e Estados Unidos.

No debate realizado na sede da AmCham Rio, outras fontes de geração também estiveram em pauta. Pinho lembrou que a maior parte (85%) da matriz energética brasileira é focada em energia renovável, principalmente com as usinas hidrelétricas. Porém, as termelétricas ainda precisam ser acionadas para atender a deman-da, aumentando as emissões brasileiras.

Bernardo Guimarã[email protected]

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44_Edição 289_nov/dez 2014

Ações de comunicação são estratégicas na gestão de crisesOs melhores métodos para a administração interna e externa de questões relacionadas à reputação de empresas e governos FO

TOS

BER

NAR

DO

GU

IMAR

ÃES

Andrew Greenlees, da CDN Comunicação Corporativa, fala sobre gestão de crises

Charbelly Estrella, assessora-chefe da Secretaria Municipal de Fazenda do Rio, e Ricardo

Benevides, professor das Faculdades Integradas Hélio Alonso: comunicação em debate

NEWS

“A CRISE AMEAÇA UM VALOR INTANGÍVEL ÀS

EMPRESAS: A REPUTAÇÃO. O MONITORAMENTO

AJUDA NESSA ETAPA DE PRESERVAÇÃO DE IMAGEM”, ANDREW GREENLEES, VICE-PRESIDENTE DA CDN COMUNICAÇÃO CORPORATIVA

Bernardo Guimarães [email protected]

O avanço tecnológico e a popularização dos smartphones fize-ram com que a rápida propagação de informações em redes sociais, como o Facebook e o Twitter, por exemplo, seja capaz de construir e destruir, em segundos, reputações. Em casos de danos virtuais, a diretora executiva do FSB Digital, Risoletta Miranda, aponta que identificar o timing certo de resposta pode ser a melhor solução. “Nas mídias sociais, uma foto se transforma em postagem. Depen-dendo do conteúdo, essa postagem poderá gerar uma crise. Uma crise não se resolve de uma hora para outra; você a administra. O tempo certo e o tempo real de reação fazem toda a diferença na hora de uma resposta importante”, disse Risoletta.

Num momento de crise, a atuação do departamento de Comu-nicação é ainda mais estratégica, dizem os especialistas. De acordo com Charbelly Estrella, assessora-chefe da Secretaria Municipal de Fazenda do Rio de Janeiro e professora de comunicação das Facul-dades Integradas Hélio Alonso (Facha), “além de cuidar da ima-gem da empresa para a mídia, cabe aos líderes de opinião (gestores de área) usar sua credibilidade dentro da instituição para isolar a crise dentro de um setor específico, tentando minimizar a famosa ‘rádio corredor’. Dentro de uma instituição, todos os funcionários são polos de comunicação”, afirmou Charbelly.«

Você já pode ter visto este cenário antes: o presidente de uma grande empresa é acusa-

do publicamente de envolvimento em corrupção, caso que logo ganha as capas de revistas e man-chetes de jornais. Como lidar com isso? Uma equipe preparada e estratégias de mapeamento de crises podem ser as soluções. Foi o que defen-deram especialistas durante o evento Gestão de Crises: Sua Empresa Está Preparada?, realizado, no dia 24 de outubro, na Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (AmCham Rio), com patrocínio da PwC.

De acordo o Institute for Crisis Management, 86% das crises em empresas são previsíveis, mas nem todas as organizações estão preparadas para uma reação adequada. Ela requer identificação das áreas críticas, formação de comitês específicos e cuidado especial com os protagonistas do pro-blema. O vice-presidente da CDN Comunicação Corporativa, Andrew Greenlees, ressaltou que as consequências de uma má gestão podem trazer resultados negativos a longo prazo para as insti-tuições. “A crise ameaça um valor intangível às empresas: a reputação. O monitoramento, desde a origem da crise e o cuidado de como tratar o assunto com a mídia, ajuda nessa etapa de preser-vação de imagem”, afirmou Greenlees.

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44_Edição 289_nov/dez 2014

Os desafios dos projetos de desenvolvimento localRepresentantes da sociedade civil e dos setores público e privado apresentam suas iniciativas

Denise Kronemberger (no microfone), gerente de Projetos do IBGE, foi a moderadora do encontro que destacou projetos da ONG Pro-Natura, do Fundo Vale e da prefeitura do Rio

NEWS

Eduardo Nunes [email protected]

Vale e da prefeitura do Rio de Janeiro. “A formação de redes e parce-rias são palavras-chave na realização de projetos de desenvolvimen-to local”, afirmou Denise.

O presidente da ONG Pro-Natura, Marcelo de Andrade, abor-dou o projeto-piloto Se Liga Salgueiro!. “O diferencial é a proposta de transformar problemas em oportunidades”. A iniciativa enfoca iniciativas como a transformação do lixo em energia, além do incen-tivo ao empreendedorismo.

O Fundo Vale, que investiu aproximadamente R$ 95 milhões ao longo de cinco anos de operação, atua especialmente na Amazônia. “Trabalhamos o conceito do desenvolvimento local a partir do re-lacionamento com as pessoas”, explicou a gerente do Fundo Vale, Carina Pimenta.

E o subsecretário de Planejamento e Modernização da Gestão da Casa Civil da Prefeitura do Rio de Janeiro, Jean Leonardus Caris, destacou o planejamento estratégico: “Construímos uma visão para 2020, além de 46 metas setoriais e 37 iniciativas estratégicas”.«

Boas experiências de desenvolvimento local serviram de pano de fundo para uma discussão sobre os desafios da mensuração e

da integração dos setores na execução de ações com esse foco. Pro-movido na manhã do dia 31 de outubro pelos comitês de Respon-sabilidade Social Empresarial e de Meio Ambiente da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro, o evento Desenvolvimento Local - A Estratégica de Integração dos Setores Para o Desenvolvi-mento Sustentável e o Alcance de Resultados reuniu porta-vozes da sociedade civil e dos setores público e privado.

Moderado pela gerente de Projetos do IBGE, Denise Kronem-berger, o encontro destacou projetos da ONG Pro-Natura, do Fundo

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48_Edição 289_nov/dez 2014

COMITÊ EXECUTIVO

PRESIDENTERoberto Prisco Paraíso Ramos_Diretor-presidente, Odebrecht Óleo e Gás

1º. VICE-PRESIDENTERafael Sampaio da Motta_CEO, Grupo Case Benefícios e Seguros

2º. VICE-PRESIDENTEAntonio Carlos da Silva Dias_Executivo, IBM Brasil

3º. VICE-PRESIDENTEMarcelo Mancini Peixoto_CFO e VP, Prudential do Brasil Seguros de Vida S.A.

DIRETOR FINANCEIROAndré Luiz Castello Branco_Sócio, PwC

CONSELHEIRO JURÍDICOLuiz Claudio Salles Cristofaro_Sócio, Chediak Advogados

DIRETOR-SECRETÁRIOSteven Bipes_Diretor, Albright Stonebridge Group

EX-PRESIDENTESHenrique Rzezinski, Robson Goulart Barreto e João César Lima

PRESIDENTES DE HONRA

Mauro Vieira_Embaixador do Brasil nos EUALiliana Ayalde_Embaixadora dos EUA no Brasil

DIRETORES

Álvaro Emídio Macedo Cysneiros_Diretor de Operações de Mercado Internacional, Totvs

André Luiz Castello Branco_Sócio, PwC

Antonio Carlos da Silva Dias_Executivo, IBM Brasil

Antônio Cláudio Buchaul_Segment Head, Banco Citibank

Carlos Alexandre Guimarães_Diretor Regional Rio de Janeiro e Espírito Santo, SulAmérica Companhia Nacional de Seguros

Carlos Henrique Moreira_Presidente do Conselho, Embratel

Cassio Zandoná_Superintendente Amil Rio de Janeiro, Amil - Assistência Médica Internacional Ltda.

Dilson Verçosa Junior_Diretor Regional de Vendas – Brasil, American Airlines Inc.

Guillermo Quintero_Presidente, BP Energy do Brasil Ltda.

João Geraldo Ferreira_Presidente, GE Óleo e Gás para América Latina

José Firmo_Presidente, Schlumberger Serviços de Petróleo Ltda.

Leandro Andrade Azevedo_Diretor-superintendente, Construtora Norberto Odebrecht S.A.

Luiz Carlos Costamilan_Firjan

Luiz Claudio Salles Cristofaro_Sócio, Chediak Advogados

Manuel Domingues e Pinho_Presidente, DPC

Marcelo Mancini Peixoto_CFO e VP, Prudential do Brasil Seguros de Vida S.A.

Marco André Coelho de Almeida_Sócio, KPMG

Marco Antônio Gonçalves_Diretor-gerente, Bradesco Seguros S.A.

Maurício Felgueiras_Diretor, MXM Sistemas e Serviços de Informática S.A.

Mauro Moreira_Sócio, Ernst & Young Terco - EY

Osmond Coelho Junior_Gerente Executivo da Área Internacional, Petrobras

Patrícia Pradal_Diretora de Desenvolvimento de Negócios e Relações Governamentais, Chevron Brasil Petróleo Ltda.

Rafael Benke

Rafael Sampaio da Motta_CEO, Grupo Case Benefícios e Seguros

Raïssa Lumack_Vice-presidente de Recursos Humanos, Coca-Cola Brasil

Roberto Braga Mendes_Vice-presidente e Gerente-Geral da América Latina, Thermo Fisher Scientific

Roberto Prisco Paraíso Ramos_Diretor-presidente, Odebrecht Óleo e Gás S.A.

Robson Pinheiro Rodrigues de Campos_Presidente, Wärtsilä Brasil Ltda.

Steven Bipes_Senior Advisor, Albright Stonebridge Group

DIRETORES EX-OFÍCIO

Andres Cristian Nacht | Carlos Augusto C. Salles | Carlos Henrique de Carvalho Fróes | Gabriella Icaza | Gilberto Duarte Prado | Gilson Freitas de Souza | Henrique Rzezinski | Ivan Ferreira Garcia | João César Lima | Joel Korn | José Luiz Silveira Miranda | Luiz Fernando Teixeira Pinto | Omar Carneiro da Cunha | Peter Dirk Siemsen | Robson Goulart Barreto | Ronaldo Camargo Veirano | Rubens Branco da Silva | Sidney Levy

PRESIDENTES DE COMITÊS

Assuntos Jurídicos - Julian Chediak

Propriedade Intelectual - Andreia de Andrade Gomes

Tax Friday - Richard Edward Dotoli

Energia – Manuel Fernandes

Entretenimento, Esportes e Cultura - Steve Solot

Logística e Infraestrutura - Álvaro Palma de Jorge

Marketing - Noel De Simone

Meio Ambiente - Kárim Ozon

Recursos Humanos - Claudia Danienne Marchi

Relações Governamentais - João César Lima

Responsabilidade Social Empresarial - Silvina Ramal

Saúde - Gilberto Ururahy

Seguros, Resseguros e Previdência - Luiz Wancelotti

Tecnologia da Informação e Comunicação - André Bertrand

DIRETORIA AMCHAM ESPÍRITO SANTO

PRESIDENTEOtacílio José Coser Filho_Membro do Conselho de Administração, Coimex Empreendimentos e Participações Ltda.

VICE-PRESIDENTEMaurício Max_Diretor do Departamento de Pelotização, Vale S.A.

DIRETORES

Bruno Moreira Giestas_Diretor, Realcafé Solúvel do Brasil S.A.

Carlos Fernando Lindenberg Neto_Diretor-geral, Rede Gazeta

Flavia Rodriguez – Charirperson do Comitê de Marketing

João Carlos Pedroza da Fonseca_Superintendente, Rede Tribuna

Liberato Milo_Diretor-geral, Chocolates Garoto

Márcio Brotto Barros_Sócio, Bergi Advocacia – Sociedade de Advogados

Marcos Guerra_Presidente, Findes

Ricardo Vescovi Aragão_Presidente, Samarco Mineração

Rodrigo Loureiro Martins_Advogado-sócio Principal, Advocacia Rodrigo Loureiro Martins

Simone Chieppe Moura_Diretora-geral, Metropolitana Transportes e Serviços

Victor Affonso Biasutti Pignaton_Diretor, Centro Educacional Leonardo da Vinci

Negócios Internacionais Marcilio Rodrigues Machado

Relações Governamentais Maria Alice Paoliello Lindenberg

LINHA DIRETA COM A AMCHAM RIO

Diretor-superintendente: Rafael Lourenço(21) 3213-9205 | [email protected]

Administração e Finanças: Ednei Medeiros(21) 3213-9208 | [email protected]

Produtos e Serviços: Nadia Stanzig (21) 3213-9231 | [email protected]

Comunicação: Eduardo Nunes(21) 3213-9239 | [email protected]

LINHA DIRETA COM A AMCHAM ES

Diretor executivo: Luiz Fernando Mello Leitão(27) 99972-5933 | leitã[email protected]

Assistente: Keyla Corrêa(27) 3324-8681 | [email protected]

expediente

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