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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA DESEMPENHO SUTENTÁVEL DE EDIFÍCIOS: Estudo de caso de residência universitária no município de Feira de Santana - BA Thiago Araújo de Oliveira Silva Orientador: Prof. Msc. Luis Claudio Alves Borja FEIRA DE SANTANA 2010

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA

DESEMPENHO SUTENTÁVEL DE EDIFÍCIOS: Estudo de caso de residência universitária no município de Feira de

Santana - BA

Thiago Araújo de Oliveira Silva

Orientador: Prof. Msc. Luis Claudio Alves Borja

FEIRA DE SANTANA

2010

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THIAGO ARAÚJO DE OLIVEIRA SILVA

DESEMPENHO SUTENTÁVEL DE EDIFÍCIOS: Estudo de caso de residência universitária no município de Feira de

Santana - BA

Trabalho de conclusão de curso apresentado à disciplina TEC 173 – Projeto Final 1, do curso de Engenharia Civil da Universidade Estadual de Feira de Santana, ministrada pela Profa. Sc Eufrosina de Azevedo Cerqueira.

Professor orientador: Luis Claudio Alves Borja, Msc.

FEIRA DE SANTANA 2010

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FOLHA DE APROVAÇÃO

THIAGO ARAÚJO DE OLIVEIRA SILVA

DESEMPENHO SUTENTÁVEL DE EDIFÍCIOS:

Estudo de caso de residência universitária no município de Feira de Santana - BA

Trabalho de conclusão de curso apresentado à banca Examinadora de qualificação da disciplina TEC 173 – Projeto Final 1, do curso de Engenharia Civil da Universidade Estadual de Feira de Santana, ministrada pela professora Engª Eufrosina de Azevedo Cerqueira. Feira de Santana, 15 de Dezembro de 2009

________________________________________________________ Professor orientador: MSc. Luis Claudio Alves Borja

Mestre em Engenharia Civil e Ambiental

________________________________________________________

Membro: Carlos Alves Antonio Queiroz Especialista em Gerenciamento da Construção

________________________________________________________ Membro: Jodílson Amorim Carneiro

Especialista em Gerenciamento da Construção

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RESUMO

Este trabalho de conclusão de curso aborda o tema do desempenho sustentável de

edificações. Reconhecendo a necessidade de avaliação constante das soluções adotadas pela

Construção Civil em suas diversas etapas, principalmente na concepção dos projetos. Como

estratégia metodológica foi escolha a técnica do estudo de caso, tendo como objeto a

ampliação do edifício de residência universitária em Feira de Santana. O objeto de estudo é

analisado em seus diversos aspectos construtivos, desde a concepção arquitetônica e seus

projetos complementares até a previsão do consumo de energia e água. São abordados

temas como consumo de recursos naturais e impactos ambientais, ao longo do ciclo de vida

previsto para o edifício, em especial aqueles relacionados ao conforto ambiental e

desempenho: iluminação, ventilação, consumo de água, energia e geração de resíduos. O

trabalho pretende contribuir para apresentar sugestões que possam ser incorporados na

ampliação e adaptação dos espaços físicos do campus universitário buscando uma

construção mais sustentável.

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ABSTRACT

This work of completion addresses the issue of sustainable performance of

buildings. Recognizing the need for ongoing evaluation of the solutions adopted by the

Construction Industry in all its stages, especially in the design of projects. Methodological

strategy was the technique of choice case study, having as object the extension of the

building of halls of residence in Feira de Santana. The subject is analyzed in various aspects

of construction, from the architectural design and its complementary projects to provide the

energy and water. Issues including natural resource consumption and environmental

impacts along the life cycle planned for the building, in particular those related to

environmental comfort and performance: lighting, ventilation, water, energy and waste

generation. The paper intends to put forward suggestions that may be incorporated in the

expansion and adaptation of the physical spaces of campus looking for a more sustainable

construction.

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SUMÁRIO

RESUMO .......................................................................................................................... 4

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 8

1.1 JUSTIFICATIVA ................................................................................................ 9

1.2 OBJETIVOS ........................................................................................................ 9

1.2.1 Objetivo Geral .............................................................................................. 9 1.2.2 Objetivos Específicos.................................................................................... 9

1.3 MÉTODO DE PESQUISA ................................................................................... 10

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA............................................................................. 11

2.1 SUSTENTABILIDADE .................................................................................... 11

2.2 A CONSTRUÇÃO CIVIL E A SUSTENTABILIDADE ................................... 11

2.3 CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL .................................................................... 12

2.4 BENEFÍCIOS .................................................................................................... 14

2.4.1 Benefícios ambientais: ................................................................................ 14 2.4.2 Benefícios econômicos: .............................................................................. 14

2.5 TECNOLOGIAS E TÉCNICAS NA CONSTRUÇÃO SUSTENTAVEL ............... 14

2.4.3 Ventilação e Iluminação Natural ................................................................. 16 2.4.4 Recursos Hidrícos: ...................................................................................... 17 2.4.5 Consumo de Energia Elétrica ...................................................................... 20 2.4.5.1 Composição de um Sistema Solar Fotovoltaico: ...................................... 22 2.4.5.2 Dimensionamento do painel solar: ........................................................... 23 2.5.3.3 Como economizar a energia: ........................................................................ 24

2.5 VIABILIDADE ................................................................................................. 28

3 O EDIFÍCIO DA RESIDÊNCIA UNIVERSITÁRIA NA PERSPECTIVA DA

SUTENTABILIDADE. .................................................................................................... 31

3.1 O Prédio da Residência Universitária ................................................................. 31

3.1.1 Concepção Arquitetônica ............................................................................ 33 3.1.2 Tipologia Construtiva ................................................................................. 41 3.1.3 Instalação Elétrica ....................................................................................... 44 3.1.4 Instalações hidráulico-sanitárias .................................................................. 47

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 51

REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 52

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INDICE DE ILUSTRAÇÕES E TABELAS Figura 1- Cisterna de um Sistema de Aproveitamento de Águas da chuva. ....................... 20 Figura 2- Maior prédio comercial abastecido com energia solar do mundo, na China. ...... 21 Figura 3- Placa solar. ....................................................................................................... 22 Figura 4- Sistema de uso de energia solar. ........................................................................ 23 Figura 5- Efeitos do ambiente na edificação. .................................................................... 25 Figura 6- Desenho esquemático de um edifício sustentável.. ............................................ 30 Figura 7- Vista aérea do campus universitário. ................................................................. 31 Figura 8- Planta de localização. ........................................................................................ 32 Figura 9- Vista da entrada da recepção. ............................................................................ 32 Figura 10- Área descoberta no vão central. ....................................................................... 33 Figura 11- Escadas ........................................................................................................... 34 Figura 12- Circulação do 1° pav. ...................................................................................... 34 Figura 13- Refeitório. ....................................................................................................... 35 Figura 14- Sala de estudos................................................................................................ 35 Figura 15- Área de secagem de roupas ............................................................................. 36 Figura 16- Lavanderia ...................................................................................................... 36 Figura 17- Esquadrias dos quartos, lado norte. ................................................................. 37 Figura 18- Esquadrias dos quartos, lado sul. ..................................................................... 37 Figura 19- Dormitório ...................................................................................................... 38 Figura 20- Planta baixa do térreo. ..................................................................................... 39 Figura 21- Planta baixa do 1° pavimento. ......................................................................... 40 Figura 22- Planta de cobertura.......................................................................................... 40 Figura 23- Laje com vigotas pré-moldadas ....................................................................... 41 Figura 24a- Escoramento de madeira. Figura 24b- Escoramento metálico. .......... 42 Figura 25- Consumo de madeira....................................................................................... 42 Figura 26- Desperdício de madeira. .................................................................................. 43 Figura 27- Tipo de vedação. ............................................................................................. 43 Figura 28- Piso no refeitório............................................................................................. 44 Figura 29- Luminárias. ..................................................................................................... 45 Figura 30- Planta da instalação elétrica, 1° pavimento. ..................................................... 46 Figura 31- Planta de instalação elétrica, térreo.................................................................. 46 Figura 32- Chuveiro plástico simples ............................................................................... 48 Figura 33- Projeto de aquecimento d’água com energia solar. .......................................... 48 Figura 34- Descarga com caixa acoplada. ......................................................................... 49 Figura 35- Torneira de rosca. ........................................................................................... 49 Figura 36- Planta das instalações de esgoto. ..................................................................... 50 Figura 37- Perspectiva isométrica da instalação de água fria. ........................................... 50 Tabela 1- Materiais e resíduos reutilizáveis. ..................................................................... 16 Tabela 2- CONSUMOS MÉDIOS MENSAIS. ................................................................. 27 Tabela 3- Custos adicionais em sustentabilidade .............................................................. 29 Tabela 4- CUSTOS ADICIONAIS DA ECOEFICIÊNCIA .............................................. 29

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1 INTRODUÇÃO

A indústria da Construção Civil é um dos vetores importantes para a economia e

desenvolvimento social de um país, entretanto este forte impacto como alavanca do

desenvolvimento nacional também acarreta uma crescente demanda de consumo de

recursos naturais e energéticos, e também o aumento da geração de resíduos e dos impactos

ambientais.

Os métodos construtivos tradicionais utilizados pela indústria da construção civil

são caracterizados pelo grande consumo de matéria prima, recursos energéticos não

renováveis e pela excessiva produção de resíduos sólidos. Esta realidade motiva diversos

pesquisadores a buscar repensar o processo produtivo dentro do conceito de ciclo de vida e

dos agentes envolvidos, tentando “aproximar o conceito da sustentabilidade do dia-a-dia

da cadeia produtiva da indústria da construção” (CÂMARA DA INDÚSTRIA DA

CONSTRUÇÃO, 2008, p. 8).

Porém, apenas o apelo ecológico não é suficiente para mudar esta realidade e

convencer construtoras e consumidores a investirem em ecoeficiencia. Estudos buscam

comparar custos e benefícios, tentando mostrar viabilidade econômica e ecológica nesses

empreendimentos diferenciados. Neste trabalho serão estudadas algumas destas novas

tecnologias de sustentabilidade, mostrando soluções construtivas.

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1.1 JUSTIFICATIVA

Esta realidade reforça a necessidade de repensarmos constantemente as soluções na

concepção dos espaços físicos bem como nas tecnologias e técnicas que empregamos para

concretizar estes empreendimentos. Conhecendo os benefícios ambientais e econômicos do

incremento de tecnologias sustentáveis, é possível analisar sua viabilidade e distinguir os

custos e os investimentos.

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

Analisar o desempenho sustentável de uma residência universitária, sob a

perspectiva da sustentabilidade, buscando analisar as soluções adotadas e apresentar

sugestões para incorporação de tecnologias construtivas de racionalização do uso de

energia, água e recursos na ampliação e adaptação física do campus universitário.

1.2.2 Objetivos Específicos

- Caracterizar a tipologia adotada em uma residência universitária e os custos e

benefícios envolvidos nesta escolha.

- Caracterizar para o prédio escolhido opções de adoção de tecnologias adotadas.

- Comparar as soluções escolhidas com as soluções propostas sob a perspectiva da

viabilidade técnica-econômica e ambiental.

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1.3 MÉTODO DE PESQUISA

A estratégia metodológica escolhida uma fundamentação teórica e um estudo de

caso, adotando-se como objeto de estudo um edifício residencial de um campus

universitário no município de Feira de Santana.

Para analise do prédio, será utilizado como referencia o modelo de avaliação

proposto pelo Guia de Sustentabilidade na Construção 2008, elaborado pela CÂMARA DA

INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais

– FIEMG.

Avaliar quais tecnologias se adéquam melhor a realidade do município e do estado.

Utilizando como objeto de estudo a ampliação do espaço de convivência para alunos de

baixa renda de uma residência universitária.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 SUSTENTABILIDADE

A temática do desenvolvimento sustentável começou a aflorar na segunda metade do

século XX, quando o Homem começou a ter consciência da progressiva degradação

infligida pelas suas políticas de desenvolvimento ao meio ambiente. Refere-se ao modo de

desenvolvimento que tem como objetivo o alcance da sustentabilidade. Ele trata do

processo de manutenção do equilíbrio entre a capacidade do ambiente e as demandas por

igualdade, prosperidade e qualidade de vida da população humana (Lourenço, Patrícia,

2002).

O conceito seria consolidado em 1987 pela Comissão Mundial sobre Ambiente e

Desenvolvimento, definindo desenvolvimento sustentável como o tipo de desenvolvimento

que atende às necessidades da população em geral atual sem comprometer a capacidade das

gerações futuras de atenderem suas próprias necessidades (CÂMARA DA INDÚSTRIA

DA CONSTRUÇÃO, 2008).

2.2 A CONSTRUÇÃO CIVIL E A SUSTENTABILIDADE

Segundo Azevedo, Kiperstok e Moraes (2006) ao estudar a geração de resíduos de

construção civil na cidade de Salvador dentro de uma perspectiva de sustentabilidade

destaca o forte impacto do setor sobre o meio ambiente. Esses impactos podem ser

observados sobre três dimensões principais: o consumo de recursos naturais na construção;

a geração de resíduos e o consumo de recursos no uso e manutenção dos edifícios.

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O macro-complexo da Construção Civil é um das maiores consumidoras de matérias

primas naturais. Estima-se que a Construção Civil consome algo entre 15 e 50% dos

recursos naturais extraídos, 66% de toda a madeira extraída, 40% da energia consumida e

16% da água potável (Revista Finestra, 2007). Atualmente a escassez destes recursos e os

impactos ambientais são os principais motivadores para a substituição dos métodos

construtivos convencionais.

2.3 CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL

Uma construção sustentável deve reunir uma série de características, que

dependendo do nível de eficiência de cada uma delas, será definido o grau de

sustentabilidade adotado. Entre as características apontadas destaca-se: reduzir o consumo

recursos especialmente água e energia; assegurar a salubridade do edifício; maximizar a

durabilidade dos edifícios; utilizar tecnologias, técnicas e matérias ecoeficientes; minimizar

a produção de resíduos; e finalmente ser viável economicamente.

A busca pela sustentabilidade da construção passou a ser a integrar as discussões e

pesquisas dos diversos agentes envolvidos com o setor da construção civil, como

universidade, pesquisadores, institutos, projetistas, empreendedores e construtores.

A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais lançou em 2008 seu Guia de

Sustentabilidade na Indústria da Construção, como instrumento de referencia para

empresas, empresários, executivos e profissionais de todos os níveis que atuam na cadeia

produtiva do setor.

Para o referido Guia a incorporação do conceito de sustentabilidade aplicado a

construção civil “implica em sistemas construtivos que promovam integração com o meio

ambiente, adaptando-os para as necessidades de uso, produção e consumo humano, sem

esgotar os recursos naturais, preservando-os para as gerações futuras; além da adoção de

soluções que propiciem edificações econômicas e o bem-estar social” (FIEMG, 2008,p.8).

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Destaca também que ao assumir esta prerrogativa pela sustentabilidade as ações

implementadas acarretarão em benefícios ambientais, sociais e econômicos.

Uma construção sustentável deve reunir uma série de características, que dependendo

do nível de eficiência de cada uma delas, será definido o grau de sustentabilidade adotado.

(MONTEIRO, 2008)

- Economizar energia e água: para isso existe uma grande diversidade de recursos e

tecnologias. Algumas delas serão descritas posteriormente neste trabalho.

- Asseguras a salubridade dos edifícios: maximizando a ventilação e iluminação

natural onde for possível.

- Maximizar a durabilidade dos edifícios: com pequenos investimentos na fase de

concepção e construção é possível ampliar bastante o ciclo de vida dos edifícios. Quanto

maior for o ciclo de vida de um edifício, maior será o período de tempo, durante o qual, os

impactos ambientais produzidos durante a fase construção serão amortizados.

- Utilizar materiais ecoeficientes: os materiais ecoeficientes são todos que durante o

ciclo de vida, desde a fase de extração até a devolução ao meio ambiente, possuem baixo

impacto ambiental.

- Minimizar a produção de resíduos. a diminuição da produção de resíduos pode ser

conseguida através de um correto acondicionamento e armazenagem dos materiais, e com a

utilização de sistemas pré-fabricados.

- Ser econômica. uma construção só pode ser sustentável se depois de integrados os

princípios anunciados nos itens anteriores, se consiga compatibilizar o seu custo com os

interesses do dono da obra e dos potencias utilizadores.

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2.4 BENEFÍCIOS

Todos os benefícios gerados pelo uso de tecnologias ecoeficientes na construção

civil podem ser resumidos em dois grupos principais (Revista Construção e Mercado, 2010.)

2.4.1 Benefícios ambientais:

Observa-se que empreendimentos sustentáveis podem ser concebidos e planejados

para que suprimam menores áreas de vegetação, otimizem o uso de materiais, gerem menos

emissões de resíduos durante sua fase de construção; demandem menos energia e água

durante sua fase de operação; sejam duráveis, flexíveis e passíveis de requalificação e

possam ser amplamente reaproveitados e reciclados no fim de seu ciclo de vida. Muitos dos

benefícios ambientais se traduzem em ganhos econômicos, com a redução de custos de

construção, uso e operação e manutenção das edificações.

2.4.2 Benefícios econômicos:

Aumento da eficiência no uso de recursos financeiros na construção, a oferta de um

retorno financeiro justo aos empreendedores e acionistas, indução de aumento da

produtividade de trabalhadores por encontrar-se em um ambiente saudável e confortável.

2.5 Tecnologias e Técnicas na Construção Sustentável.

Como citado anteriormente o conceito de construção sustentável ou de forma mais

restrita edifício sustentável está diretamente relacionado ao consumo de recursos naturais e

energia, a durabilidade do edifício, aos materiais empregados, a geração dos resíduos e nas

características de desempenho. Estas variáveis devem ser observadas em todas as etapas do

ciclo de vida do edifício, desde a sua concepção, construção e uso, até a sua demolição.

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O avanço tecnológico dos últimos tempos tem apontado para novos materiais e

tecnologias construtivas, bem como recuperado ou requalificado outras já existentes. A

questão é como escolher dentre tantas opções quais os materiais e tecnologias sustentáveis

que serão aplicadas em determinado empreendimento.

2.5.1 Materiais Ecoeficientes e a Geração de Resíduos.

O resíduo de construção e demolição ou simplesmente entulho, possui

características bastante peculiares. Por ser produzido num setor onde há uma gama muito

grande de diferentes técnicas e metodologias de produção e cujo controle da qualidade do

processo produtivo é recente, características como composição e quantidade produzida

dependem diretamente do estágio de desenvolvimento da indústria de construção local,

qualidade de mão de obra, técnicas construtivas empregadas, adoção de programas de

qualidade, etc. (Zordan, 2005).

Há um conjunto de leis e políticas públicas, além de normas técnicas fundamentais

na gestão dos resíduos da construção civil, contribuindo para minimizar os impactos

ambientais: Resolução CONAMA nº 307 – Gestão dos Resíduos da Construção Civil, de 5

de julho de 2002; PBPQ-H – Programa Brasileiro da Produtividade e Qualidade do Habitat;

Resíduos sólidos da construção civil e resíduos inertes - Aterros - Diretrizes para projeto,

implantação e operação – NBR 15113:2004; entre outras. Com princípios de priorizar a

não-geração de resíduos e proibir disposição final em locais inadequados, como aterros

sanitários, em bota-foras, lotes vagos, corpos-d’água, encostas e áreas protegidas por lei.

Os resíduos da construção são classificados da seguinte forma: Classe A – alvenaria,

concreto, argamassas e solos; Classe B – madeira, metal, plástico e papel; Classe C –

produtos sem tecnologia disponível para recuperação (gesso, por exemplo) e Classe D –

resíduos perigosos (tintas, óleos, solventes etc.), conforme NBR 10004:2004 (Resíduos

Sólidos– Classificação). Cada classe tem sua destinação final estabelecida por normas

técnicas específicas.

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Deve haver atenção especial sobre a possibilidade da reutilização de materiais ou

mesmo a viabilidade econômica da reciclagem dos resíduos no canteiro, evitando sua

remoção e destinação.

O correto manejo dos resíduos no interior do canteiro permite a identificação de

materiais reutilizáveis, que geram economia tanto por dispensarem a compra de novos

materiais como por evitar sua identificação como resíduo e gerar custo de remoção.

O quadro abaixo menciona alguns materiais ou resíduos com possibilidade de

reutilização e cuidados exigidos:

Tabela 1- Materiais e resíduos reutilizáveis.

Fonte: Gestão Ambiental de Resíduos da Construção Civil, 2005

2.4.3 Ventilação e Iluminação Natural

No contexto climático, a ventilação natural é extremamente importante para garantir

a otimização do conforto no interior dos edifícios; utiliza-se um recurso renovável; a

temperatura no exterior, e a renovação do ar a uma taxa adequada, fundamental para manter

no edifício o ar interior com boa qualidade. No contexto econômico, evita a necessidade do

uso de ventiladores e ar condicionado durante grande parte do dia, reduzindo o consumo de

energia.

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Da mesma maneira que otimizar o uso da iluminação natural proporciona além de

um ambiente mais agradável, o racionamento de energia, quando não se torna necessário

acender lâmpadas durante o dia.

Na concepção do projeto é importante ter cuidado na posição do prédio em relação a

orientação solar para evitar a incidência direta de raios solares sobre quartos e cozinha

principalmente. Além disso a posição e a dimensão das janelas para facilitar a ventilação

natural.

2.4.4 Recursos Hidrícos:

As tecnologias sustentáveis relacionadas aos recursos hídricos tentam minimizar o

consumo de água em especial água potável na construção e utilização do edifício.

O princípio é o da racionalização do uso da água. Esta racionalização leva em

consideração questões como disponibilidade e aplicações da água, incorporando aspectos

quantitativos e qualitativos a discussão do tema.

Uma das formas de reduzir o consumo de água na construção é utilizar técnicas

como da construção seca e também pela aplicação de tecnologias e instrumentos de

controle de uso da água no canteiro. A meta é primeiro minimizar o uso, depois privilegiar

o uso de água menos nobre ou de qualidade inferior, e finalmente promover o reuso. (Bertolo, E. 2006)

Entre as técnicas e tecnologias podemos destacar: o uso de equipamentos sanitários

mais eficientes como vaso sanitários que precisam de menos água para descarga ou que

possuem opção de descarga diferenciada; reaproveitamento de água de chuva ou de água

servidas; dispositivos economizadores e de controle do uso de água, como torneiras com

sensores; sistema de coleta de esgoto a vácuo que demanda menos água para coleta dos

resíduos (Jornadas de Hidráulica, Recursos Hídricos e Ambiente, 2006).

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A captação e distribuição de água de chuva demanda uma série de ações que devem

ser tomadas para o seu correto dimensionamento. Podemos destaca: o regime de chuvas da

região; o tipo de cobertura e área onde será coletada á água de chuva; a rede propriamente

dita com suas calhas, condutores horizontais e verticais, sistemas de caixas e sistemas de

tratamento.

Na escolha da rede e do sistema de tratamento deve ser considerado qual uso será dado a

água coletada. Os reservatórios de acumulação das águas coletadas devem levar em

consideração que a intensidade pluviométrica varia ao longo dos meses, influenciando no

tamanho do reservatório e sendo necessário muitas vezes ser previsto captação de água de

outra fonte para suprir o sistema nas épocas de estiagem (GROUP RAINDROPS, 2002).

As denominadas cisternas devem ser dimensionadas a partir do cruzamento de duas

condicionantes: volume de água coletada X volume de reuso. Somente será coletado o que

for utilizado.

Deve ser feito um estudo de mês a mês para identificar o período seco e prever o

abastecimento da cisterna para esses meses. Por exemplo, em meses em que a chuva não

atende a demanda de reuso necessária é primordial prever um acúmulo de água na cisterna

nos meses anteriores para poder abastecer o prédio nesses meses de estiagem.

Vale lembrar que o mais caro do sistema é a cisterna e, portanto, é essencial o

correto dimensionamento da mesma.

Depois de dimensionado o tamanho da cisterna devemos nos preocupar com o

sistema de coleta e desinfecção. Devemos ter consciência de que telhados são sujos por

fezes e animais mortos e de que a chuva, em determinadas regiões, é poluída. Mas,

geralmente, um sistema de desinfecção por cloro já seria suficiente. Em alguns casos,

como em zonas industriais, poderá ser usado um sistema de desinfecção por ozônio ou UV.

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Após coletada a água pela superfície do telhado, ela deverá passar por um

equipamento que fará a eliminação da água dos primeiros 15 minutos de chuva. Essa água é

considerada muito suja, pois será a água que lavará o telhado, então, o ideal é eliminá-la.

Posteriormente ele deverá passar por um filtro removedor de partículas e um clorador.

Por fim, essa água chegará à cisterna. É importante que haja um freio no fim da

tubulação de descida para que não ocorram turbulências. Essa cisterna deverá ter um

extravasor e um ponto de abastecimento com água potável da rede, controlado por um

sistema de bóias. Esse sistema assegurará que a cisterna esteja abastecida mesmo em

condições extremas de estiagem. Através de uma bomba submersa essa água se transferirá

para um reservatório de reuso. Indica-se que sejam utilizadas bombas de pressão e não de

sucção, pois exigem menos manutenção. (TOMAZ, Plínio. 2003).

Um cuidado importante é nunca cruzar a tubulação para água de reuso com

tubulações de água potável. Sempre identificar, com sinais, onde existe água de reuso e

assinalar que essa água não é potável.

Alguns empreendimentos que usam o sistema de captação de água da chuva

evidenciam a sua viabilidade e economia significativa de recursos econômicos e

ambientais. Entre eles estão: Arena do Pan (1,148 milhão de litros mensais), o Novo

Terminal do Aeroporto Santos Dumont (1 milhão de litros mensais) e Engenhão (950 mil

litros mensais) (Revista Sustentabilidade, 2008).

Existem varias outras maneiras de se economizar água, através da instalação de

torneiras com censores, chuveiros que otimizam a vazão da água mantendo a eficiência,

vasos sanitários com 2 descargas, uma para cada tipo de uso, entre outros. Mais esses

recursos só serão eficazes se o usuário tiver consciência da necessidade de não se

desperdiçar a água e fizer um bom uso destes.

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Figura 1- Cisterna de um Sistema de Aproveitamento de Águas da chuva.

Fonte: Revista Sustentabilidade, 2008

2.4.5 Consumo de Energia Elétrica

A busca de sistemas alternativos de energia é uma constante, devido ao aumento do

consumo e da dependência mundial da geração de energia através de fontes não renováveis.

A energia solar é uma das fontes alternativas que pode suprir com grandes

vantagens determinadas necessidades, apesar de não podermos afirmar ser a solução total

ou definitiva para o problema, sua condição de energia limpa - pois não gera qualquer

resíduo, renovável - sua fonte de matéria prima é a luz solar, segura - pois não lida com

processos que agridem ou colocam a vida em perigo e independente - permite a utilização

individual ou coletiva, em sistemas que podem gerar energia desde a uma pequena lâmpada

até para cidades inteiras, a destaca de qualquer outro processo de geração elétrico existente

até o momento. (Rev. Bras. Ensino Fís. vol.26 no.2 São Paulo 2004).

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Figura 2- Maior prédio comercial abastecido com energia solar do mundo, na China.

Fonte: www.piniweb.com.br, Dezembro 2009

A geração de energia elétrica através da luz solar se dá através do uso de células

foto sensíveis, que agrupadas em módulos ou painéis são chamados de painéis solares ou

fotovoltaicos. Outra tecnologia que passa a ser difundida, com praticamente os mesmos

princípios, são partes e peças compostas de materiais fotossensíveis.

Os geradores fotovoltaicos não necessitam do controle humano pois funcionam

automaticamente e de forma segura geram energia na presença da luz e não

necessariamente da incidência direta da luz solar e interrompem essa geração na falta (ex.:

à noite). Isto significa que há geração elétrica mesmo em dias nublados; O que varia é o

rendimento que se altera conforme há maior ou menor intensidade da luz.

A corrente gerada é de forma contínua e pode ser guardada em acumuladores

elétricos (baterias), para uso quando necessário ou à noite quando não há geração. A

condição de ser modular, ou seja, a conexão de vários módulos entre si permite que se

calcule uma quantidade de geração de energia necessária para o uso presente, podendo

amanhã ser expandido, reduzido ou transferido conforme uma nova necessidade.

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Figura 3- Placa solar. Fonte: Sunlab, 2009

2.4.5.1 Composição de um Sistema Solar Fotovoltaico:

Um sistema de captação de energia solar através de placas solares é composto por:

- Módulo ou Painel Fotovoltaico a base Células de Silício: montado a partir de conjunto de

células de silício, texturizadas, laminadas e tratadas com materiais específicos que

aumentam sua absorção e vida útil.

- Controladores de Carga: em geral a energia gerada durante o dia é armazenada em bateria.

A garantia de segurança do sistema e durabilidade da bateria fica por conta do controlador

de carga.

- Baterias: Para se obter o melhor retorno de um sistema solar é altamente recomendável a

utilização de baterias que permitem a descarga profunda. Baterias automotivas mesmo as

seladas, podem não ressuscitar após descargas maiores que 50% de sua capacidade e

terminam por ter uma durabilidade bastante reduzida.

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- Inversores: Utilizado na conversão da energia em corrente contínua (DC) do sistema solar

para corrente alternada (AC), permitindo a conexão de equipamentos convencionais que

utilizam de corrente alternada ao sistema solar.

Figura 4- Sistema de uso de energia solar.

Fonte: ELETROBRÁS

2.4.5.2 Dimensionamento do painel solar:

A escolha do painel solar pode ser feita através de corrente na geração, Ah

(Ampere hora) ou pelos Watts necessários a serem gerados. O resultado deve ser

novamente dividido pelo tempo médio de insolação (Ex.: 6 horas é a média para a posição

geográfica do Brasil).

Com o valor em Ah encontrado, escolha o painel que se iguala ou supera este valor na

tabela de painéis. Para 24V deve-se levar em conta que terá no mínimo 2 painéis do

mesmo modelo interligados em série.

Pela corrente: Com o valor da potencia exigida em Watts por dia, (ex.: 4500W)

divida o valor pela tensão do painel sistema ( 12 ou 24 V) e obterá a corrente/dia

necessária: A = W / 12 ou 24

24

O painel solar gera eletricidade em corrente contínua (igual ao que é gerado em

automóveis) e na grande maioria dos casos, são fabricados para atender a uma tensão de 12

Volts nominal. Como respondem à Lei de Ohm, sua associação, ou seja, se conectarmos

um painel a outro semelhante, dependendo da forma que os interligarmos, teremos

duplicada a tensão OU a corrente. Consequentemente, podemos ter um sistema em

múltiplos de 12V ou seja 24V, 48V e assim por diante... 96V, 108V. (Sunlab, 2009)

As tecnologias de uso da energia solar estão cada vez mais sendo usadas na

construção civil. Os maiores empecilhos para seu emprego passam por: investimento inicial

elevado, produção dependente das condições climáticas e necessidade de apoio de outra

fonte de energia em situações de baixa produção. O interesse pela energia solar como um

todo varia sempre com situações de ordem econômicas e contextos da produção energética,

se sobressaindo em momentos de crises. Mas, algumas aplicações, entretanto, têm se

mantido mesmo em tempos de estabilidade. (AmbienteBrasil, 2010)

Uma das aplicações mais difundidas para o aproveitamento da radiação solar é o

aquecimento de água. Tem ampla utilização na vida moderna seja para banho, piscinas,

higienização de roupas e alimentos, processos industriais ou outros. Os aquecedores

solares de água apresentam diversos atrativos como: vida útil longa, simplicidade, baixa

manutenção, rápido retorno do investimento e maior segurança em relação a outros

sistemas. Seu uso representa grande economia no consumo elétrico ou de combustíveis. (Cavalcante, K. 2006)

2.5.3.3 Como economizar a energia:

Esta preocupação deve começar desde a criação do projeto. A construção deve ser

idealizada sempre tentando compatibilizar a ventilação e iluminação natural com a

proteção térmica e a impermeabilização adequada a clima local. Para cada tipo de clima é

necessário uma estratégia diferente no desenho arquitetônico, visando reduzir as trocas

térmicas e otimizar a ventilação e a iluminação natural

25

Os principais fatores que influenciam o consumo de energia dos edifícios são: o grau de

conforto exigido por seus freqüentadores e seu comportamento; o número de utilizadores;

condições climáticas do local; condutibilidade térmica dos elementos que envolvem o

edifício (parte opaca e envidraçados); orientação da construção; eficiência energética dos

equipamentos existentes. (ELETROBRAS, 2001)

O desenho esquemático a seguir ilustra os diversos efeitos no ambiente na

construção e os cuidados que devem ser tomados para garantir o conforto na edificação.

Figura 5- Efeitos do ambiente na edificação.

Fonte: ELETROBRÁS

Existem ainda vários equipamentos que possibilitam a diminuição do consumo de

energia em uma edificação, como: Lâmpadas fluorescentes de baixo consumo; Sensores de

presença em áreas comuns aos moradores; Medidores de consumo individuais (em

edifícios); Eletrodomésticos com selo do INMETRO que consomem menos que os

aparelhos antigos; etc.

26

Mas a maneira mais eficaz de economizar é evitar o desperdício. Alguns hábitos do

dia a dia são as vezes os principais responsáveis por grande parcela do desperdício,

algumas atitudes fariam grande diferença, como:

- Levantamento do perfil de consumo e avaliação do potencial de redução;

- Diagnóstico preliminar das instalações elétricas;

- Caracterização de hábitos e vícios de desperdício;

- Pesquisa/correção de fuga de corrente;

- Estudo de alternativas para substituição de equipamentos convencionais por equipamentos

economizadores de energia;

- Gestão do consumo após a intervenção.

- Dimensionar o ar-condicionado para o tamanho do ambiente, instalá-lo o mais alto

possível e manter o ambiente em 24° centígrados.

- Utilizar lâmpadas de baixo consumo, com reatores eletrônicos, e bem espalhadas pelo

ambiente.

- Se possível, não utilizar o sistema elétrico para aquecer água, os mais econômicos são:

solar, biogás, biomassa, lenha, gás natural e gás liquefeito de petróleo (GLP), nesta ordem

- Entre outros.

Fonte: Companhia Energética de Brasília

A tabela a seguir mostra alguns exemplos de quantidade de consumo de energia

elétrica de alguns aparelhos domésticos. Além do seus custos mensais segundo as tarifas da

COELBA.

27

Tabela 2- CONSUMOS MÉDIOS MENSAIS.

CONSUMOS MÉDIOS MENSAIS APARELHO Potência Média Tempo de Uso CONS. MENSAL CUSTO MENSAL (Watts) h/dia dias/mês (kWh) (R$) APARELHO DE SOM 100 1 30 3 0,99

AR CONDICIONADO 1200 5 30 180 59,4

ASPIRADOR DE PÓ 500 0,6 30 9 2,97

BOILER 1000 3 30 90 29,7

BOMBA D'ÁGUA 500 3,08 30 46 15,18

CHUVEIRO 4500 1 30 135 44,55

FERRO DE PASSAR ROUPA 1000 0,5 30 15

4,95

FORNO DE MICROONDAS 1200 0,36 30 13

4,29

FORNO DE RESISTÊNCIA 4500 0,33 30 45

14,85

FREEZER 350 10 30 105 34,65

LAVADORA DE 1200 1 30 36 11,88

LÂMPADA DE 100W 100 5 30 15 4,95

LÂMPADA DE 60W 60 5 30 9 2,97

LÂMPADA FLOURESCENTE COMPACTA DE 20W

20 5 30 3 0,99

LÂMPADA FLOURESCENTE COMPACTA DE 12W

12 5 30 2 0,66

LAVADORA DE ROUPA 300 0,37 30 3

0,99

MICROCOMPUTADOR 130 5 30 20 6,6

REFRIGERADOR DUAS PORTAS 300 10 30 90

29,7

REFRIGERADOR UMA PORTA 200 10 30 60

19,8

SECADORA DE ROUPA 2500 0,56 30 42

13,86

TELEVISOR EM CORES 14 POL. 100 3 30 9

2,97

TELEVISOR EM CORES 20 POL. 150 3 30 14

4,62

TORNEIRA ELÉTRICA 2800 1,5 30 126 41,58

VENTILADOR 100 2,5 30 8 2,64

Fonte: Tarifa da COELBA (04/2009 – 04/2010): R$/kWh = 0,33

28

2.5 VIABILIDADE

A viabilidade de um empreendimento sustentável está diretamente relacionada à

disponibilidade do consumidor em pagar por um edifício desse tipo. A variação do

excedente de custos é proporcional a tamanho do empreendimento e ao nível de

sustentabilidade optado.

Num residencial, entretanto, o custo excedente da construção representa um entrave

maior na hora da compra. Por isso, a regra é o emprego de soluções que tenham a melhor

relação custo-benefício de implantação. .

Há soluções que só se viabilizam para empreendimentos de médio e alto padrão, nos

quais o custo de determinadas tecnologias tenha menor impacto. "Num edifício de baixo

padrão o investimento aparece mais. Considerando um investimento de R$ 10 milhões num

edifício que custa R$ 100 milhões é de 10%, mas o percentual desse mesmo investimento

num prédio de R$ 50 milhões é de 20% (Construção e Mercado, 2007).

Outro ponto a ser levado em consideração é o próprio volume da obra. Quanto

maior o número de apartamentos, mais os custos são diluídos. Estimativas mostram que

num edifício de 10 mil m2 de área privativa, com cerca de 100 apartamentos, o custo do

sistema de água quente e fria deve ser de R$ 1,5 milhão. O sistema de tratamento completo

de reciclagem de águas cinzas custaria, com nova caixa d'água, novas prumadas, estação de

tratamento e coleta de água de chuva algo em torno de R$ 300 a R$ 400 mil (Construção e

Mercado, 2007).

Isso representa aumento de 25% a 30% no custo do sistema de água, que equivale a

7% do custo total do edifício, então o preço vai diluindo, porque o conceito de

sustentabilidade é aplicado em alguns sistemas do edifício (Construção e Mercado, 2007).

As tabelas a seguir mostram alguns exemplos de acréscimos de custos quando

implantadas algumas tecnologias ecoeficientes na edificação.

29

Tabela 3- Custos adicionais em sustentabilidade

Fonte: Revista Construção e Mercado, 2008

Tabela 4- CUSTOS ADICIONAIS DA ECOEFICIÊNCIA

Fonte: Revista Construção e Mercado, 2008

30

Figura 6- Desenho esquemático de um edifício sustentável. Fonte: Revista Construção e Mercado, 2008.

31

3 O EDIFÍCIO DA RESIDÊNCIA UNIVERSITÁRIA NA PERSPECTIVA DA SUTENTABILIDADE.

3.1 O Prédio da Residência Universitária

A residência universitária integra um programa de acesso e permanência

desenvolvido pela instituição de ensino superior. Criada para garantir moradia a estudantes

de baixa renda de outras cidades que ingressaram na universidade. A ampliação aumentará

o número de vagas de 96 para 156 estudantes. O novo prédio apresenta área construída total

de 1.034,17m2 distribuídas em pavimento térreo (633,51m2) e pavimento superior

(400,66m2).

Figura 7- Vista aérea do campus universitário.

Fonte: GEPRO

32

A planta de implantação permite observar que a residência universitária esta em

uma área bem ampla, cujo prédio mais perto dentro do campus universitário é o Museu

Casa do Sertão.

Figura 8- Planta de localização.

Fonte: GEPRO

A área do entorno da residência também guarda bastantes arvores, a área verde no

entorno serve para controlar o micro clima, funcionado como barreira para a poeira trazida

pelos ventos e preservando a umidade.

Figura 9- Vista da entrada da recepção.

.

33

3.1.1 Concepção Arquitetônica

Segundo seu memorial descritivo a obra ampliação da Residência Universitária para

atender a ala feminina, é interligado ao prédio existente por meio de passarela. O novo

prédio optou-se por construção em dois pisos, diferente do prédio existente em piso único.

O pavimento térreo concentra os serviços de apoio como recepção, refeitório, cozinha, sala

de estudos, lavanderia e quartos, já o primeiro pavimento estão a maioria dos quartos,

banheiros coletivos e a circulação. Verifica-se no projeto algumas soluções adotadas para

privilegiar o uso da iluminação natural e favorecer a ventilação.

No bloco principal que atende a ala dos quatros tanto no pavimento inferior quanto

no pavimento superior é dotada de área verde descoberta com 65m2, onde pretende-se com

a vegetação e a ventilação contribuir para melhores condições do micro clima interno. Em

épocas quentes a intenção é que esta parede na parte inferior capte a ventilação externa e

faz com que ar quente interno suba, isso melhora a ventilação.

A solução de parede vazada não foi repetida no pavimento superior o que poderia

contribuir para um melhor conforto interno. Mesmo no trecho da escada existe apenas uma

esquadria de largura reduzida.

Figura 10- Área descoberta no vão central.

34

Figura 11- Escadas

O acesso dos quatros à área descoberta é feito por corredor interno coberto. No

pavimento térreo a cobertura do corredor é a própria laje do pavimento superior e no caso

do pavimento superior a cobertura é e telha cerâmica sobre estrutura de madeira tipo beiral,

protegendo os quatros da incidência direta da luz solar e da chuva.

Figura 12- Circulação do 1° pav.

35

O Refeitório e a Sala de Estudos, onde existe concentração de pessoas, possuem

quatro grandes esquadrias (2,50 x 1,50) em cada, bem posicionadas. Além disso, no

Refeitório, o forro de PVC acompanha a inclinação do telhado, deixando um pé-direito de

4,40m no centro e com isso melhorando a circulação do ar.

Figura 13- Refeitório.

Figura 14- Sala de estudos.

36

Na área de secagem de roupa, apesar de ser fechada por motivos de segurança, não

possui cobertura e existem combogós espalhados por grande parte da alvenaria,

favorecendo também a ventilação dos outros ambientes próximos a ele.

Figura 15- Área de secagem de roupas

Figura 16- Lavanderia

37

A localização do prédio levou em consideração a orientação solar. Os quartos no

pavimento térreo estão na face norte e os quartos no pavimento superior possuem blocos na

face norte e sul, reduze-se desta forma incidência direta da luz solar que percorre o sentido

leste-oeste paralela a linha das esquadrias. Outra solução foi a projeção dos pilares na face

externa da área dos quatros servindo de barreira física para a incidência solar. No caso da

ventilação os quartos ao sul provavelmente terão uma melhor ventilação dos que os quatros

ao norte.

Figura 17- Esquadrias dos quartos, lado norte.

Figura 18- Esquadrias dos quartos, lado sul.

38

As dependências internas também contam com iluminação das esquadrias em

alumínio e vidro. Nos quatros a seção das esquadrias é de 1.20 x 1.50 com folhas de correr

um sobre a outra, o que permite abertura de apenas 50% da área, e bandeira móvel na parte

superior. Esse tipo de esquadria possui além de uma boa estética mantém a luminosidade

natural mesmo quando fechada, porém as janelas de abrir aproveitam todo o vão quando

abertas, o que melhoraria ainda mais a ventilação.

Figura 19- Dormitório

39

Um ponto que merece destaque na concepção arquitetônica e que está diretamente

relacionado á função de uma residência universitária é que o prédio além de oferecer

dormitórios e sanitários coletivos, oferece uma série de serviços coletivos aos seus usuários.

Sanitários coletivos, refeição, lavanderia e outros, são reunidos em blocos. Desta maneira

se permite melhores condições de racionalização do uso do espaço e dos recursos e

utilidades como energia, água e gás.

Os sanitários coletivos também foram agrupados do mesmo lado também de acordo

com a proposta de racionalização na medida em que concentra os usos e reduz as

tubulações e conexões ao mesmo tempo em que facilita a manutenção.

PROJETOS:

Figura 20- Planta baixa do térreo.

Fonte: GEPRO

40

Figura 21- Planta baixa do 1° pavimento.

Fonte GEPRO

Figura 22- Planta de cobertura.

Fonte: GEPRO

41

3.1.2 Tipologia Construtiva

A estrutura e infra-estrutura são em concreto armado do tipo moldado “in loco”. A

infra-estrutura compreenderá as baldrames e espera dos pilares. O suporte das baldrames

foi feito sobre os blocos de fundação ou sobre sapatas de concreto armado. A estrutura

compreende os pilares, vigas, vergas e a laje pré-moldada. A vedação em alvenaria de

bloco cerâmico, e a cobertura feita com telhas cerâmicas colonial. A obra totalizou

1034,17m2 em área construída.

O uso de pré-fabricados como na escolha por lajes com vigotas pré-moldadas tipo

treliçadas reduz o consumo de formas de madeira para o taipa (assoalho) .

Figura 23- Laje com vigotas pré-moldadas

42

Entretanto a madeira ainda foi utilizada na escora das lajes e nas formas das vigas e

pilares, apenas em alguns trechos verificou-se o uso de escoras metálicas.

Figura 24a- Escoramento de madeira. Figura 24b- Escoramento metálico.

O sistema de execução adotado apresentou um alto consumo de madeira para

formas e escoramentos, como tabuas e estroncas de madeira agreste, chapas compensadas,

madeira serrada o que acarretou também uma alta geração de resíduos de madeira. Uma

opção seria utilizar formas com uma maior taxa de reutilização e escoramento metálico

para as lajes.

Figura 25- Consumo de madeira

43

Figura 26- Desperdício de madeira.

O revestimento tanto interno quanto externo das paredes de vedação foi em

argamassa sobre bloco cerâmico. Outra opção seria dotar bloco de argamassa de cimento

em substituição ao bloco cerâmico reduzindo o consumo de material de olaria que em

muitos casos é um forte agente de degradação ambiental. O bloco de argamassa de cimento

pelas melhores características de controle dimensional também permitiria uma redução na

espessura das argamassas e consequentemente na redução do volume de agregado miúdo e

cimento na obra.

Figura 27- Tipo de vedação.

44

A pavimentação interna adotou soluções diferenciadas nas áreas comuns da

recepção, sala de estudo, salão do refeitório e circulação o piso fio do tipo monolítico de

argamassa de alta resistência. Nos quartos e áreas molhadas adotou-se piso cerâmico.

A técnica construtiva do piso térreo foi do contrapiso em concreto e posterior

regularização em argamassa. Uma outra solução seria adotar a execução de piso tipo

industrial com controle de nível e acabadora.

Figura 28- Piso no refeitório.

3.1.3 Instalação Elétrica

A alimentação do prédio foi feita a partir da interligação à rede de distribuição que

atende o prédio existente da Residência Universitária, conforme previsto em projeto. As

instalações do prédio compreendem os quadros, caixas de passagem, caixas de ligação,

sistemas de proteção e manobra e os fios e cabos.

45

As luminárias internas são do tipo calhas com lâmpadas fluorescentes 2x40w, com

reator de partida rápida e alto fator de potência. O bulbo é espelhado, aumentando a

eficiência das lâmpadas porque direcionam toda a luminosidade para baixo.

As tomadas são do tipo 2 pólos mais terra.

Figura 29- Luminárias.

PROJETOS:

46

Figura 30- Planta da instalação elétrica, 1° pavimento.

Figura 31- Planta de instalação elétrica, térreo.

47

3.1.4 Instalações hidráulico-sanitárias

Para execução das instalações hidráulico-sanitárias foram observadas as normas da

ABNT de instalações prediais de água fria NB/92/80 instalações prediais de esgoto

sanitário NB/19. Como também fornecimento e assentamento de louças sanitárias. Foram

utilizados tubos e conexões em PVC soldáveis, com diâmetros indicados em projeto

hidráulico. Os pontos de alimentação têm conexões com roscas internas em bucha de latão.

O abastecimento de água foi interligado a rede que alimenta o prédio existente. Essa

rede alimenta o reservatório inferior, que por sua vez alimenta o reservatório superior. Este

está dividido em duas partes interligadas. Desta maneira, enquanto um estar sendo

abastecido, o outro continua o fornecimento de água normalmente.

Na distribuição das instalações, o esgoto só se mistura a água fria no final da rede,

já próximo ao sumidouro. Isso facilitaria a implantação de um sistema de reaproveitamento

da água no futuro.

Foram instalados chuveiros plásticos simples ao invés de elétricos. Isso porque será

implantado um sistema de aquecimento de água com energia solar.

O projeto consiste em 10 placas solares com produção média mensal de energia

superior a 150 KWh/mês, interligados a dois reservatórios térmicos solares de aplicação

horizontal para instalação em Circulação Forçada com capacidade de 1000 litros cada, além

de uma bomba de circulação.

Será instalado um sistema de Gerenciamento para controlar o sistema de circulação

forçada (bombeamento) através de sensores por diferencial de temperatura do Sistema de

Aquecimento Auxiliar, que permitirá a programação da temperatura desejada da água no

reservatório.

48

Figura 32- Chuveiro plástico simples

Figura 33- Projeto de aquecimento d’água com energia solar.

Fonte: GEPRO.

49

Já a louça utilizada foi de sanitários de caixa acoplada, que segundo testes

realizados pela Companhia DECA de materiais de construção, tem uma eficiência menor

em termos de limpeza do conteúdo a ser removido quando comparado a descargas por

válvulas, porém, o consumo de água é de 6 litros por descarga, diferente do sistema com

válvula que pode chegar a 30 litros em cada utilização.

Figura 34- Descarga com caixa acoplada.

As torneiras são de inox do tipo rosca, diferente de outros prédios da universidade

que possuem torneiras de pressão. Estas impedem o uso indiscriminado da água quando

utilizadas.

Figura 35- Torneira de rosca.

50

PROJETOS:

Figura 36- Planta das instalações de esgoto.

Figura 37- Perspectiva isométrica da instalação de água fria.

que

51

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após analisar as características construtivas do edifício objeto de estudo, foi

possível observar que existiu uma preocupação além da questão estética. Os projetos

estruturais utilizaram técnicas e materiais convencionais de edificações residenciais, já o

arquitetônico foi criado buscando maximizar o aproveitamento de luz solar e da ventilação

natural, além de utilizar equipamentos mais eficientes quanto ao consumo de água e

energia. Gerando além de conforto térmico, uma redução considerável na utilização de

recursos hídricos e energéticos.

O principal diferencial em relação as edificações já existentes no campus

universitário foi a adoção do projeto de aquecimento da água com energia solar. Este

projeto se adéqua melhor a residência universitária devido ao grande número de utilizações

dos chuveiros elétricos, mas poderiam ser utilizados sistemas parecidos a este para

aproveitar a energia solar na iluminação dos prédios da universidade.

Visto os benefícios ambientais proporcionados com um baixo custo de implantação

de tecnologias sustentáveis e adequações arquitetônicas, a construção da Residência deveria

servir de modelo para as outras edificações da universidade através de intervenções nas

existentes e inclusões futuras.

Como sugestão para futuros estudos, incluiria a análise da viabilidade técnica e

econômica da implantação de sistemas de aproveitamento da água das chuvas para fins não

potáveis em Campus universitários.

52

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Revista Construção e Mercado, edição 75, ECOEFICIÊNCIA EM CONTA, outubro 2008.

Revista Construção e mercado, edição 87, QUAL É O CUSTO DA

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