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TRABALHORecesso pode deixar at mais 3,6 milhes sem ocupao este ano; total de 1998 chega a 6,6 milhesDesemprego cresce 38% no governo FHCJOS ROBERTO DE TOLEDOda Reportagem Local

A taxa de desemprego nacional cresceu 38% nos quatro anos do primeiro governo de Fernando Henrique Cardoso. Passou de 6,5% para 9,0% da Populao Economicamente Ativa (PEA).Foram 2,2 milhes de desempregados a mais no pas, o equivalente populao do Estado do Mato Grosso. No total, os brasileiros sem ocupao chegaram a 6,6 milhes em 1998 (mais do que o nmero de cariocas).Os cenrios para o primeiro ano do segundo mandato, entretanto, so ainda piores.A depender do tamanho da recesso, a taxa de desemprego pode crescer entre 9% e 51%. Em nmeros absolutos, isso significa que o contingente de desempregados pode ser acrescido, em 1999, de 700 mil a 3,6 milhes de pessoas.Se o PIB (conjunto das riquezas do pas) crescer 0,3%, o que improvvel at nas previses do governo, a taxa de desemprego deve chegar a 9,8% da PEA, ou 7,3 milhes de pessoas.Em um cenrio intermedirio (e mais prximo das projees oficiais), de queda de 1,8% do PIB, a taxa de desemprego chegaria a 11,1%, e o nmero de desempregados no pas saltaria para 8,2 milhes -um acrscimo de 1,6 milho.No pior dos cenrios, previsto por alguns bancos, com uma diminuio de 3,5% do PIB em 1999, o desemprego explode: a taxa iria a 13,6%. Nada menos do que 10,2 milhes de brasileiros (mais do que a populao da maior cidade do pas, So Paulo) ficariam sem ocupao.Essa a principal concluso de um estudo encomendado pela Folha ao economista Marcio Pochmann, professor da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).Para elabor-lo, Pochmann se baseou nos nicos dados oficiais de abrangncia nacional, contidos na Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domiclios, do IBGE).Os nmeros mais recentes, entretanto, se referem a 1997. O primeiro passo do estudo foi, portanto, fazer uma estimativa de quanto cresceu o desemprego nacional em 1998.Para isso, Pochmann considerou o aumento das taxas de desemprego mensais nas regies metropolitanas ao longo do ano passado. Em seguida, ele relacionou os dados de ocupao e desocupao com a variao do PIB na dcada.Com essa metodologia, o economista pde no apenas chegar taxa nacional de desemprego em 1998, como fazer as trs projees descritas acima para 1999, sempre correlacionando o crescimento do desemprego com o aquecimento ou a recesso econmica.Os nmeros so realistas. Para efeito de comparao, o nmero de novos desempregados durante o primeiro governo de FHC chegou a 495 mil. Esses dados so da Fundao Seade, do governo paulista.Diretor-executivo da fundao, Pedro Paulo Martoni Branco concorda com a projeo de um quadro ainda mais grave para o mercado de trabalho neste ano."1999 j um ano perdido. No adianta. O recorde de 1998 vai ser batido", diz.Ele prefere no fazer previses numricas, mas afirma que o eventual crescimento do setor exportador da economia brasileira (que foi beneficiado pela desvalorizao cambial) no ser suficiente para recuperar o estmulo do mercado de trabalho."Seriam necessrios outros estmulos sobre o mercado consumidor interno para aumentar a produo e o nvel de emprego. Isso no vai acontecer", diz.Martoni Branco explica que a desvalorizao do real vai produzir inflao e, por consequncia, queda da massa salarial. Isso somado ao aumento do desemprego levar a uma queda do consumo.Estabelece-se, assim, um crculo vicioso, em que a queda do consumo contribui para o aumento do desemprego.Para piorar o quadro, o risco de que a inflao volte de maneira descontrolada e a necessidade de atrair o capital financeiro internacional devem impedir o governo de diminuir as taxas de juros ( o que se prev ao menos no primeiro semestre), o que onera a produo.O percentual de desvalorizao do real, o nvel das taxas de juros e, muito importante, o grau da crise de credibilidade que o governo enfrenta que devem, todos somados, definir o tamanho da recesso no ano que vem e, por consequncia direta, o nmero de desempregados.http://www1.folha.uol.com.br/fsp/dinheiro/fi31019919.htm acessado 28/08/2014