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O líder do PSD, Pedro Passos Coelho, foi hoje ao Palácio de Belém dizer a Cavaco Silva que o PSD não está disponível para aprovar o chamado PEC 4. Passos Coelho defendeu que o Gover- no agiu de forma “desleal” e “imperdoável”. Amanhã será a vez do Primeiro-ministro, José Sócrates, ser recebido por Cavaco Silva. Já hoje, o ministro da Presidência veio afirmar que o Executivo continua disponível para negociar e evitar uma crise política. Pág.2 a 4 » Passos não cede Miguel A. Lopes/LUSA OPINIÃO Ler, ler sempre D. Manuel Martins O senhor que se segue Ângela Silva Pág.5 » Desemprego Desceu número de inscritos no IEFP O número de desempregados ins- critos no centros de emprego no mês de Fevereiro caiu 1% face ao período homólogo do ano passa- do. Pág.6 » Liga Europa Trio português quer fazer história FC Porto, Benfica e Sporting de Braga tentam hoje a passagem aos “quartos” da Liga Europa. Partem em vantagem. Pág.15 » Japão Autoridades tentam arrefecer reactores Ainda se desconhece a real di- mensão do acidente nuclear. O Japão prepara-se, agora, para um “apagão”. Pág.11 » A 17 de Março... 1328: Escócia vence a I Guerra da Independência Pág.16 » Gratuito PSD: Ferreira Leite acusa Teixeira dos Santos - AMARANTE: Encontrado corpo de militar - GONDOMAR: Resíduos perigosos Leia mais ÚLTIMAS Directora Graça Franco Editor Hugo Monteiro Grupo r/com www.rr.pt www.rfm.pt www.mega.fm www.radiosim.pt Quinta-feira 17 Março de 2011 Porto Lisboa Sábado Sexta

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O líder do PSD, Pedro Passos Coelho, foi hoje ao Palácio de Belém dizer a Cavaco Silva que o PSD não está disponível para aprovar o chamado PEC 4. Passos Coelho defendeu que o Gover-no agiu de forma “desleal” e “imperdoável”. Amanhã será a vez do Primeiro-ministro, José Sócrates, ser recebido por Cavaco Silva. Já hoje, o ministro da Presidência veio afi rmar que o Executivo continua disponível para negociar e evitar uma crise política. Pág.2 a 4 »

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O número de desempregados ins-critos no centros de emprego no mês de Fevereiro caiu 1% face ao período homólogo do ano passa-do. Pág.6 »

Liga Europa

Trio português quer

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FC Porto, Benfi ca e Sporting de Braga tentam hoje a passagem aos “quartos” da Liga Europa. Partem em vantagem. Pág.15 »

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Autoridades tentam

arrefecer reactores

Ainda se desconhece a real di-mensão do acidente nuclear. O Japão prepara-se, agora, para um “apagão”. Pág.11 »

A 17 de Março...

1328: Escócia

vence a I Guerra da

Independência Pág.16 »

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O líder do PSD foi hoje ao Palácio de Belém dizer ao Presidente da República, Cavaco Silva, que o seu partido não está disponível para viabilizar o novo pacote de medidas de austeridade anunciado pelo Governo. “O PSD não está disponível para ajudar o Governo a descalçar uma bota que ele pró-prio calçou quando se comprometeu com um quadro de medidas adicionais que di-zia não serem necessárias”, afi rmou Pedro Passos Coelho aos jornalistas, no fi nal da audiência com o Presidente da República. “Vim transmitir a posição formal do PSD face à situação que se está a viver no país com a apresentação do novo Programa de

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PEC 4

Passos Coelho irredutível, mas Governo insiste na negociaçãoEste foi mais um dia de troca de argumentos entre PSD e o Governo. Pedro Passos Coelho foi recebido por Cavaco Silva, a quem disse que os social-democratas estão indisponíveis para viabilizar o PEC 4. Na resposta, o ministro da Presidência insistiu que o Governo quer nego-ciar, para evitar uma crise.

Marta Grosso e Carla Caixinha, com Lusa »

Execução orçamental: Governo anuncia excedente histórico

Ao mesmo tempo que dramatiza uma eventual crise política, o Governo re-afi rma hoje que as contas do Estado estão a evoluir de forma favorável e anuncia um saldo positivo de 836 mi-lhões de euros até Fevereiro. Os dados foram divulgados esta manhã através da agência Lusa e confi rmam os números ontem avançados pelo mi-nistro das Finanças, no Parlamento. A execução orçamental dos dois primei-ros meses do ano revela um superavit histórico. Até Fevereiro, o saldo entre a receita e a despesa na Administração Pública e Segurança Social regista um excedente de 836 milhões de euros, quando, no mesmo período de 2010, se registou um défi ce de 230,4 milhões de euros. A despesa, por seu lado, e tal como o Governo também já tinha avançado no início deste mês, terá caído mais de 3%. A receita fi scal subiu cerca de 11%. A execução orçamental de Fevereiro deverá ser divulgada a 21 de Março pelo Ministério das Finanças.

Subsector Estado passa a positivo Subsector Estado passa a positivo

O subsector Estado, segundo os dados do Governo, obteve uma redução de 60% do défi ce, passando de um saldo negativo de 1.242 milhões de euros nos primeiros dois meses de 2010 para me-

nos 375 milhões em 2011. Este item inclui todos os órgãos admi-nistrativos e outros organismos cen-trais, cuja competência respeita à totalidade do território, com excepção da administração dos fundos de Segu-rança Social. Os números do Governo hoje divulga-dos revelam ainda que a administração central do Estado teve, até Fevereiro, um saldo positivo de 357 milhões de euros, quando no mesmo período de 2010 se registou um saldo negativo de 639,9 milhões de euros. Quanto ao saldo da Segurança Social, a execução orçamental de Fevereiro indica que se situou nos 479 milhões de euros, contra os 409,5 milhões de euros de 2010.

Diogo Leite Campos questiona PECDiogo Leite Campos questiona PEC

Se o Governo está a dizer a verdade, então as novas medidas de austeridade são desnecessárias, considera o fi sca-lista e vice-presidente do PSD Diogo Leite Campos. João Duque, presiden-te do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), duvida, por seu lado, dos números apresentados. “Eu sei que muitos gestores públicos estão a não pagar fornecimentos, por-tanto, o que está a acontecer na Ad-ministração Pública é uma aparente contenção orçamental”, afi rma, à Re-

nascença, o economista. “Muitos fornecedores estão a arriscar o fornecimento à Administração Pública na expectativa de que o Governo venha a autorizar aquilo que foram verbas orçamentadas anteriormente. A boa execução orçamental, que agora con-seguimos espelhar nas contas, é uma execução que não corresponde àquilo que é a realidade do fornecimento e da prestação de serviços ao Estado”, sustenta. O presidente do ISEG admite ainda a possibilidade de ruptura fi nanceira do país, como alertou ontem o ministro Pedro Silva Pereira, mas defende que este cenário pode verifi car-se mesmo com a aprovação do novo plano de aus-teridade. Por sua vez, o vice-presidente do PSD, Diogo Leite Campos, questiona: “Se essa avaliação é verdadeira, para que é que o Governo precisa do PEC 4? Se essa avaliação é verdadeira, porque é que as agências continuam a baixar o nosso rating? Porque é que continuam a subir os juros da nossa dívida públi-ca?”. “Ou isso não é verdade, e as pessoas sabem que não é verdade, ou é verda-de e mais uma vez acentuam o aspecto de que em quem os estrangeiros não confi am é no Governo. O problema não está no país, está no Governo”, susten-ta, em declarações à Renascença.

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Estabilidade e Cresciemnto (PEC), que inclui medidas novas de austeridade, que são gravosas e injustas do ponto de vista social”, começou por anunciar. “O PSD considera que o Governo actuou de forma im-perdoável e desleal para com os portugueses, nego-ciando durante várias semanas um quadro que é digno de ajuda externa, enquanto negava ao país que fosse necessário mais austeridade. Transmiti, também, que o PSD não reconhece, nesta forma de comunicar ao país factos consumados, como o Governo entendeu fa-zer face a este novo programa, que possa dar o aval a estas novas medidas”, argumentou. O presidente social-democrata acrescentou que o par-tido está preocupado com a situação social existen-te em Portugal e que o novo pacote de austeridade vem piorar. “A situação social começa a ser motivo de grande preocupação e esperamos que o Governo saiba rapidamente mostrar que sabe arrepiar caminho em medidas que penalizam os mais desprotegidos, como os pensionistas”, afi rmou. “Se a dramatização do tudo ou nada que o Governo está a fazer tem fundamento, signifi ca que a verdadei-ra situação que país atravessa é outra daquela que têm dito ao país”, considerou ainda, pedindo por isso que o Executivo “clarifi que a situação fi nanceira que está a afectar o país”.

Sócrates recebido amanhãSócrates recebido amanhã

Hoje deveria ocorrer também o habitual encontro en-tre o Presidente da República e o Primeiro-ministro, mas foi adiado para amanhã, dia em que haverá tam-bém debate quinzenal no Parlamento. Ainda hoje, ao fi nal da tarde, José Sócrates irá reunir com o grupo parlamentar socialista.

Governo disponível para negociarGoverno disponível para negociar

À hora de fecho desta edição, José Sócrates ainda não tinha comentado as palavras de Passos Coelho.Assim, coube ao ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira, responder em nome do Governo.Silva Pereira disse, no fi nal do Conselho de Ministros, que o Executivo tem “total disponibilidade” para ne-gociar as medidas do PEC, de forma a evitar uma crise política em Portugal.

O ministro da Presidência, que ontem disse que a con-sequência mais grave de uma crise política será uma ruptura quase imediata da capacidade do Estado em se fi nanciar, lamentou hoje que o presidente do PSD te-

nha considerado “irredutível” a posição do seu partido face às medidas do PEC. “Pela sua parte, o Governo não tem uma posição irre-dutível e a sua disponibilidade para o diálogo é total”, declarou Pedro Silva Pereira. Segundo este membro do Executivo, o Governo mostra-se disponível para “discutir com o PSD todas as medidas do PEC, inclusive alterá-las e trocá-las por outras”. “Apesar de todas as declarações irredutíveis feitas pelo presidente do PSD, o Governo insiste em evitar uma crise política”, acrescentou.

Grupo parlamentar apela a entendimentoGrupo parlamentar apela a entendimento

Ainda antes da reunião, do fi nal da tarde, com José Sócrates, o líder da bancada parlamentar socialista, Francisco Assis, considerou ser fundamental um enten-dimento entre PS e PSD quanto ao novo pacote de me-didas de austeridade. “A questão fundamental é que nós nos entendamos aqui em Portugal. Não vejo nenhuma razão de fundo – não via há um ano, não vejo agora – para, num momen-to tão complexo e exigente da nossa vida nacional, não encontrarmos pontos para o entendimento”, afi rmou

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O investigador português Manuel Villaverde Cabral ad-mite, em entrevista à Renascença, que, dentro das cir-cunstâncias actuais, o PEC 4 é bom, mas que o Primeiro-ministro “mente com os dentes todos” ao afi rmar que o Programa de Estabilidade e Crescimento não signifi ca pedir ajuda externa. De acordo com o sociólogo, o PSD e o CDS-PP devem chegar a acordo e deixar passar o PEC 4, mas obtendo simultaneamente do Presidente da República a garantia de que este provocará eleições logo de seguida.Uma entrevista com versao vídeo em www.rr.pt.

Alfredo Barroso: eleições são inevitáveisAlfredo Barroso: eleições são inevitáveis

Por sua vez, o socialista Alfredo Barroso considera o ce-nário de eleições antecipadas quase inevitável e prevê que, até Julho, os portugueses sejam chamados às ur-nas.O braço de ferro entre Governo e PSD, vai ter um desfe-cho dentro em breve, diz o antigo chefe da Casa Civil do Presidente Mário Soares: “Ao Presidente da República, na minha opinião, não lhe resta mais do que aguardar o resultado de uma discussão e votação do PEC 4 e, se ela for desfavorável ao Governo, porventura o Governo não terá mais condições para continuar e então terá que ser o Presidente da República a dissolver a Assembleia”.

Jorge Miranda defende acordo PS-PSDJorge Miranda defende acordo PS-PSD

Já Jorge Miranda mostra-se a favor da criação de um Governo do Bloco Central. O constitucionalista admite que podem estar criadas as condições para o Presidente da República dissolver a Assembleia, mas diz que Cava-co Silva devia apostar num entendimento entre os dois maiores partidos.Jorge Miranda diz que é essencial o entendimento entre PS e PSD e defende que Cavaco Silva já deveria ter pro-movido esse entendimento há dois anos, logo a seguir às eleições que retiraram a maioria aos socialistas.

Manuel Villaverde Cabral acusa

Sócrates de mentir

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Francisco Assis, considerando que, se na Europa é possível um acordo a 27, em Portugal também tem de ser possível encontrar uma solução. “É um esforço que temos que fazer. Evidente que é um esforço com-plexo e compreendo que os líderes partidários não decidem sozinhos e têm que responder perante os seus próprios partidos, mas há momen-tos em que os líderes se têm que impor às circunstâncias e este é um desses momentos”, defendeu. Francisco Assis lembra ainda que o Governo apresentou apenas “linhas de orientação e com algumas me-didas concretas” e que “não temos nenhum documento fechado”.

Barroso acredita em soluçãoBarroso acredita em solução

Perante este cenário, o ex-Primeiro-ministro português e actual presi-dente da Comissão Europeia, Durão Barroso, não quis fazer comentários sobre a situação política nacional, mas disse ter a certeza de que a democracia portuguesa vai saber encontrar o seu caminho. “Desejo é que o país resolva os seus problemas da melhor forma. A Co-missão já declarou a sua posição, bem como o Banco Central Europeu e a cimeira da Zona Euro”, afi rmou hoje, em Bruxelas. “Agora, cada um assume as suas responsabilidades. Não vou comen-tar nenhuma questão da política interna portuguesa”, declarou Durão Barroso. Perante a incerteza sobre o novo PEC e as perspectivas de crise política em Portugal pode estranhar-se o silên-cio de Durão Barroso. O presidente da Comissão Europeia, que há alguns meses insistiu nos apelos a um entendimento para a viabilização do Orçamento do Estado, desta vez tem evitado comentários. Ao contrário de praticamente todos os actores políti-cos portugueses, Barroso deve ter sido dos poucos a ter sido informado previamente das intenções de José Sócrates. É que o novo pacote de austeridade foi preparado em estreita sintonia com a Comissão Europeia e o Banco Central Europeu. Só assim José Sócrates foi capaz de assegurar a chancela destas duas entidades e, com ela, obter o apoio dos demais parceiros europeus na cimei-ra da passada sexta-feira.

Campos e Cunha: “Sócrates quer eleições” Campos e Cunha: “Sócrates quer eleições”

Luís Campos e Cunha tem a sensação de que o Primei-ro-ministro mudou de opinião e quer mesmo provocar eleições antecipadas. Em declarações ao jornalista Pe-dro Mesquita, o economista sugere que José Sócrates não revelou ao país tudo o que sabe. “A forma como o Primeiro-ministro está a conduzir a política interna dá a sensação de que mudou de opinião e que, na última semana, quer eleições antecipadas,

evidentemente culpando o adversário”, afi rma. “Dá a sensação de que sabe coisas que nós não sabemos, seja ao nível internacional seja ao nível interno”, adianta. Campos e Cunha não acredita em acasos e sustenta que não foi por descuido que o Governo não disponibilizou ao Presidente da República informação antecipada so-bre o novo PEC. “Isso não são descuidos. A forma como encurralou o PSD, pondo sobre a mesa todas as medi-das que o PSD disse que não queria, não são erros, são tácticas para o Governo cair”, defende. Nestas declarações à Renascença, o primeiro ministro das Finanças de José Sócrates sustenta, por outro lado, que começa a ser desejável a formação de um Governo do Bloco Central, porque “a situação é muito difícil”.

Marcelo: “Sócrates seguiu caminho do confronto”Marcelo: “Sócrates seguiu caminho do confronto”

Em declarações à Renascença, Marcelo Rebelo de Sou-sa diz que as recentes jogadas políticas do Primeiro-ministro revelam que este seguiu o “caminho do con-fronto e da auto-justifi cação”, entrando assim numa rota pré-eleitoral.Para o comentador político, é incompreensível como Sócrates foi capaz de passar “um cheque sem cobertu-ra” em Bruxelas, sem ter tentado um “mínimo acordo” com a oposição, nem ter explicado a situação ao Presi-dente da República. Segundo Marcelo, esta falta revela uma visão pouco democrática.Versão vídeo da entrevista a Marcelo Rebelo de Sousa disponível em www.rr.pt.

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Pacheco Pereira aconselhou o PSD a não cair na “ratoeira” armada por Sócrates. Este não é um político principiante e ainda menos um ingénuo. Por isso, ao proceder como procedeu na surpreenden-te apresentação do PEC IV na passada sexta feira, Sócrates visava uma crise política. Assim poderá vitimizar-se (não me deixaram salvar o país…) e acusar a oposição e em particular o PSD de ser culpado dos apertos que aí vêm – e que, provavelmente, Sócrates já sabia inevitáveis, com ou sem eleições, assim tentando desres-ponsabilizar-se.

Mas seria impossível Passos Coelho dizer uma vez mais “sim” a Sócrates sem perder a face. É compreensível que recuse o novo PEC. Tem agora que mostrar a habilidade política indispensável para escapar à ratoeira.

O Governo e o PS já estão em campanha eleitoral. Aliás, parecem nunca terem saído dela, de tal modo tem abundado a propaganda e faltado uma pedagogia de verdade sobre a situação portuguesa (como Mário Soares justamente apontou). Por isso o PSD tem que desarmadilhar o truque de o PS lançar sobre ele o ónus das des-graças da pátria.

Ponto de vista

Escapar à ratoeira

Francisco Sarsfi eld CabralJornalista

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Ler, ler sempre

Vou vivendo com a impressão de que há muito pouco gosto pela leitura. É claro que moderna-mente multiplicam-se os seus inimigos que pas-sam pelas chamadas redes sociais. Sem negar as vantagens (e desvantagens?) destas, não posso deixar de privilegiar a leitura, de prestar home-nagem ao livro, como companheiro inseparável de qualquer vida.Costumava dizer-se, embora sem grande frequên-cia: “Diz-me o que lês, dir-te-ei quem és”. Este axioma está carregado de verdade, já que o gosto do género es-colhido bem claro é que me informa do que incomoda ou do que satisfaz a pessoa, ajuda-me, em certo modo, a desenhar-lhe o retrato psicológico.Mas, nestas áreas de gosto ou desin-teresse pela leitura, eu permito-me vir um pouquinho atrás e completar: “diz-me se lês, dir-te-ei se és”. A mim, apetece-me dizer que quem não lê não é, porque não vê, não sabe, não está. Não terei a razão toda, mas alguma estará comigo. Fomenta-se agora o gosto da leitura. Até para tanto se formam associações e se lançam no terreno as mais variadas (e até inéditas) iniciativas. Ler, gostar de ler, apaixo-

nar-se pela leitura, é importante. Funciona como construção da pessoa. O resto, qualquer resto, é interessante, ajuda, aproxima – aparta, vem e vai eventualmente sem deixar marca.Logo no princípio desta refl exão, eu queria, se calhar sem razão, dizer da pena que sinto, ao convencer-me que muitos dos nossos padres (que pecado eu fui dizer! perdoem-me, por favor) não lêem ou lêem pouco. Digo-o porque sempre o ob-

servei e digo-o porque mo dizem nas (nossas) livrarias. A leitura põe-nos em dia. Sem leitura, somos ontem. Aos anos que isto aconteceu, mas lembro-me de uma velhinha da minha terra me ter dito que o Senhor Abade devia ter lido um livro novo, porque a homilia fora diferente e mais bo-nita.Eu presto a minha homenagem a pa-

dres muitos e muitos que são apaixonados pela leitura e, por isso, andam sempre em dia. Mas, deviam ser mesmo todos. A regra deve ser: um livro sempre comigo.Neste mundo novo e tão desafi ador, sempre com ganas de mudar tudo e mostrar de tudo, devemos saber estar, responder, manter as pontes de pé.

O senhor que se segueCavaco Silva recebe, em Belém, o Primeiro-ministro e o líder da oposição. Melhor: o líder da oposição e o Primeiro-ministro. Cavaco escolheu ouvir Passos Coelho antes de ouvir José Sócrates. E em política, os sinais contam.Sócrates entregou um pacote de austeridade em Bruxelas sem dar cavaco a ninguém – nem ao pro-priamente dito - e Cavaco decidiu marcar o encon-tro que Passos lhe pediu para antes do que terá com o Primeiro-ministro.Quando Sócrates entrar em Belém, já Passos Coelho deverá ter dito, à saída do Palácio, que a brinca-deira acabou e que o Governo não contará com ele para descalçar mais esta bota.Com eleições à vista, o líder do PSD tem nas mãos uma batata quente: desmontar a poderosa campa-nha montada pelos socialistas para culparem a opo-sição pela crise política e pelo recurso a uma ajuda externa que ele, Sócrates, diz ter condições para evitar.

Ontem à noite, Eduardo Catroga explicou muito bem na SIC que basta ler as conclusões da última cimeira europeia para se perceber: o PEC IV é o programa mínimo que a Europa nos exige para po-dermos accionar o pedido de ajuda externa, que Sócrates nega mas estará iminente.Terá Passos Coelho arte e fôlego para desmontar esta trama?

Ângela Silva

A mim, apetece-me dizer que quem não lê não é, porque não vê, não sabe, não está

D. Manuel MartinsBispo Emérito de Setúbal

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IEFP

Desce número de inscritos nos centros de emprego

Diminuiu o número de desempregados inscritos no centros de emprego no mês de Fevereiro: caiu 1% face ao período homólogo, segundo dados divul-gados hoje pelo Instituto e Emprego e Formação Profi ssional (IEFP). No fi nal de Fevereiro estavam registados 555.547 desempregados nos cen-tros de emprego, menos 5.768 do que no ano passado. A tendência decrescente verifi ca-se também face ao mês de Janeiro deste ano, em que se registou uma quebra de 0,3%, ou seja, menos 1.697 desem-pregados inscritos nos centros de emprego.

Secretário de Estado do Emprego destaca duas tendências Secretário de Estado do Emprego destaca duas tendências

O secretário de Estado do Emprego diz que esta redução não signifi ca, no entanto, que os inscritos que “desapareceram” tenham encontrado emprego. Perante a insistência dos jornalistas, Valter Lemos admitiu não saber o que aconteceu. Preferiu apontar duas tendências que estes números confi rmam: a redução do desemprego entre os mais jovens e o aumento do número de desempre-gados de longa duração. A zona Sul do país, a Madeira e os Açores são as regiões que registam maior nível de desemprego, onde o volume de inscritos é superior ao do ano passado. No sentido inverso está a região Centro, onde a evolução é positiva. Face ao mês anterior, o número de inscritos registou um comportamento diferenciado: os jovens aumentaram 0,3%, enquanto o número de adultos caiu 0,4%. Em termos de escolaridade, o 1.º ciclo e o 2.º ciclo do ensino básico foram os únicos níveis de habilitação que registaram uma redução do desemprego face a Fevereiro de 2010: 5,3% e 8,3%, respectivamente.

Conselho de Ministros

Novas regras para o arrendamento

As novas regras para o mercado do arrendamentosão são hoje aprova-das em Conselho de Ministros. O objectivo é que o despejo passe a demorar apenas três meses em vez dos actuais 18. Os senhorios podem desencadear essa acção a partir do terceiro mês de atraso no pagamento da renda e o inquilino tem 15 a 20 dias para sair. Terá apenas duas semanas para retirar os seus bens. As novas regras vão acautelar as chamadas situações de fragilidade social, como pensionistas com com-plemento solidário ou benefi ciários do rendimento social de inserção ou com o primeiro escalão do abono de família. Vão ser gastos 1.700 milhões de euros na reabilitação urbana.O Go-verno pretende aumentar a oferta de casas reabilitadas para arrendar e assim baixar o preço das rendas. Numa primeira reacção, a Associa-ção Lisbonense de Proprietários diz que a iniciativa é positiva, mas não chega: trata-se de uma “medida tí-mida”, diz Luís de Menezes Leitão.

Pacto para a Competitividade e Emprego

Governo propõe limite de 145,5 mil euros para indemnizações

Ana Carrilho »

O Governo quer defi nir um tecto de 145,5 mil euros para as indemnizações por despedimento colectivo, extinção do posto de trabalho ou inadaptação.Esta é uma das propostas que está no projecto de acor-do tripartido para a Competitividade e Emprego a que a Renascença teve acesso.Além disso, o Executivo mostra-se disponível para avançar com o subsídio de desemprego para os empre-sários, uma matéria para discutir até Junho. No documento que apresentou hoje à UGT e às confe-derações patronais, o Governo mantém os 20 dias de salário base e diuturnidades por cada ano de serviço na empresa e o montante correspondente a 12 meses destas remunerações, mas com um limite de 300 vezes o salário mínimo. Pelos valores actualmente em vigor são 145,5 mil euros. À saída da reunião de Concertação Social, o líder da UGT revelou aos jornalistas que a ministra do Traba-lho, Helena André, tinha mostrado abertura para con-siderar no cálculo, não o salário base e diuturnidades, mas sim as remunerações sujeitas a desconto para a Segurança Social, ou seja, um montante mais elevado. Resta saber se o Executivo vai insistir no limite. No que toca ao fundo para pagar as indemnizações, o

texto refere que a taxa de fi nanciamento será inferior a 1% das remunerações, mas varia em função do perfi l das entidades empregadoras. E esse, revela, tem a ver com o volume anterior das rescisões por despedimento ou caducidade.Ao contrário do que apontou o ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, na sexta-feira, a titular da pasta do Trabalho voltou a garantir que as novas regras só serão aplicadas aos contratos futuros. Ainda assim ad-mitiu que todos os acordos têm momentos em que é necessário avaliar o impacto das medidas.Entre as novidades apresentadas no documento en-tregue hoje aos parceiros aparece o compromisso de discutir, até ao fi m de Junho, a questão do subsídio de desemprego para pequenos empresários, uma reivindi-cação antiga das confederações patronais.O processo negocial deveria terminar hoje, mas foi, mais uma vez, adiado, agora para terça-feira de ma-nhã. Até lá, vão decorrer reuniões bilaterais entre o Governo e os parceiros sociais. Um processo em que, como se sabe, a CGTP já não participa depois de ter abandonado as negociações no início da semana. A ministra Helena André mostrou-se ontem muito opti-mista quanto à obtenção de um acordo.

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Justiça

Bastonário diz que “corrupção alastrou a todo o aparelho do Estado”

O bastonário da Ordem dos Advogados, Marinho Pinto, fez, ontem, diversas acusações, durante o discurso de abertura do ano judicial, em Lisboa.Marinho Pinto aproveitou a ocasião para criticar “os verdadeiros assaltos aos recursos públicos que levaram ao enriquecimento obsceno dos seus autores” e “a corrupção que se tem alastrado a todos os níveis do aparelho do Estado”. Falando “como simples advogado”, Marinho Pinto destacou vários episó-dios, conhecidos da sociedade portuguesa, em que “bancos foram saque-ados em milhares de milhões de euros e os benefi ciários continuam impu-nes”. Já no que diz respeito à área da Justiça, o bastonário começou por criticar aquilo a que chama “a desjudicialização” do sector, “que vai ter duas con-sequências: em primeiro lugar, premeia aqueles que têm contas a ajustar com a Justiça e, em segundo, fazem com que aqueles que a procuram desesperem e acabem por fazê-la com as suas próprias mãos”.Na opinião do bastonário da Ordem dos Advogados, a credibilidade do sis-tema jurídico português tem vindo a ser posta em causa pela actuação de juízes “travestidos de comentadores de actualidade nacional e interna-cional nos meios de comunicação social, que acabam por se desautorizar publicamente”. Esta “onda de vedetismo” só vem, na óptica de Marinho Pinto, “assolar a magistratura e assumem-se como incompatíveis com a reserva e sobrieda-de que as funções institucionais obrigam”.

Cavaco pede contenção aos poderes judicial e políticoCavaco pede contenção aos poderes judicial e político

Na mesma sessão, o Presidente da República, Cavaco Silva, disse que não houve nenhuma intervenção de fundo para impedir a degradação da Jus-tiça em várias áreas.Cavaco identifi cou os problemas que não têm sido resolvidos no sector: “Há domínios em que as disfunções estão perfeitamente identifi cadas, como sucede com a investigação criminal, a acção executiva ou as pendên-cias na jurisdição tributária sem que ao longo de tanto tempo tenha havido qualquer intervenção de fundo susceptível de pôr cobro a um estado de coisas que degrada a imagem das instituições, lesa os direitos dos cidadãos e afecta gravemente o funcionamento da nossa economia e a capacidade de atracção dos investimentos externos”, disse o Chefe de Estado, durante a abertura do ano judicial.

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Estradas de Portugal

Governo tenta travar saída de Almerindo Marques

O Ministério das Obras Públicas pediu a Almerindo Marques para reconside-rar o seu pedido de demissão da presidência da empresa Estradas de Por-tugal. Em comunicado, o gabinete do ministro das Obras Públicas, António Mendonça, confi rma o pedido de demissão, mas solicita que a decisão não seja efectiva. A nota descreve, ainda, Almerindo Marques como um exce-lente servidor da causa pública.O gestor justifi cou o pedido de demissão com razões do foro pessoal e, em declarações à Renascença, deu como concluído o seu trabalho na empresa Estradas de Portugal.Nestas declarações à Renascença, Almerindo Marques garantiu que, na base da demissão não estão problemas de gestão.Apesar de Almerindo Marques ter pedido a demissão da presidência da empresa, não está, ainda, decidido o momento em que irá abandonar o cargo defi nitivamente.

TGV

Ministro quer projecto com fundos privados e europeusO ministro das Finanças afi rmou on-tem que o projecto do comboio de alta velocidade será suportado com fundos privados e da União Euro-peia.“O esforço que o Governo neste momento está a fazer no âmbito do projecto do TGV é o de termos um projecto que não exija envolvimen-to de dinheiro do Orçamento do Es-tado, inteiramente fi nanciado com investimento privado e fundos co-munitários”, declarou Teixeira dos Santos, no Parlamento.O ministro respondia ao líder par-lamentar do CDS-PP, Pedro Mota Soares, que acusou o Executivo de manter o TGV ao mesmo tempo que avança com novas medidas de aus-teridade, que penalização sectores mais vulneráveis da população.No entanto, Pedro Mota Soares não fi cou convencido com a garantia de Teixeira dos Santos e apresentou no hemiciclo uma portaria do Ministé-rio das Finanças, “com menos de um mês” e referente aos futuros encargos orçamentais do TGV.

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Telemóveis

Vendas aumentaram mas especialistas antecipam quebrasO mercado português de telefones móveis cresceu 9% em 2010 face a 2009, com 6,1 milhões de unidades vendidas. O crescimento foi sustentado pela elevada procura no segmento de smartphones, com destaque para os que têm o sistema operativo Android, líder no segmento, cujas vendas cresceram 1.848% face a 2009. Os smartphones apresentaram ven-das de 434 mil unidades, com um crescimento de 110% em compara-ção ao último trimestre 2009, re-presentando 27% do total de tele-móveis vendidos. O estudo “IDC European Mobile Phone Tracker”, divulgado ontem, revela, contudo, que o quarto tri-mestre de 2010 fi cou marcado por uma queda de 7% em relação ao mesmo período de 2009, com ven-das de 1,6 milhões.

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Matemática

“Canguru” põe alunos à prova

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Começa hoje o Canguru Matemático sem Fronteiras, o maior concurso de Matemática do mundo. O objectivo é estimular o gosto e o estudo da disciplina e destina-se a alunos do quarto ao 12.º ano de escolaridade.A edição de 2011 conta com participação de cerca de seis milhões de estudantes de 46 países. Portugal parti-cipa com perto de 80 mil alunos de cerca de mil escolas do continente e ilhas.O concurso do Canguru Matemático divide-se em seis categorias conforme a escolaridade dos alunos. A prova tem uma hora e meia de duração e é composta por três dezenas de questões com três níveis de difi culdade.“As provas têm um nível crescente de difi culdade. Nas questões, apesar de serem engraçadas, a difi culdade aumenta”, explica Júlio Neves, o coordenador nacional do concurso, em declarações ao Página1. O docente da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra dá como exemplo das ques-tões que podem sair um dos desafi os que foi colocado em 2010 aos alunos do 5.º e 6.º ano de escolaridade.“O André, o Sebastião, o Roberto e o Marco encon-traram-se num concerto, em Zagreb. Eles vivem em cidades diferentes: Paris, Dubrovnik, Roma, Berlim. O

André e o rapaz de Berlim chegaram a Zagreb na ma-drugada do dia do concerto e nunca estiveram em Paris nem em Roma. O Roberto não é de Berlim e chegou a Zagreb ao mesmo tempo que o rapaz de Paris. O Marco e o rapaz de Paris gostaram muito do concerto. Agora a questão é de que cidade é que o Marco?”, questiona Júlio Neves. A resposta correcta é Berlim...

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Grupo r/com

Site da Renascença bate recorde de visitas em Fevereiro

O site da Renascença, que pertence ao Grupo r/com - renascença comunicação multimédia, registou 874.682 visitas em Fevereiro, o que constitui um novo recorde. No segundo mês de 2011, a Renascença teve 6.513.826 page views, de acordo com os dados compi-lados pelo Netscope, da Marktest.O site da RFM, que também pertence ao Grupo r/com,

registou mais de 23 milhões de page views. A nível na-cional, e no que concerne aos page views, a RFM está em nono lugar do top nacional.A Mega Hits, igualmente do Grupo r/com, teve mais de 4,1 milhões de page views em Fevereiro. Por sua vez, a Rádio SIM, que integra o universo do Grupo r/com, teve mais de 272 mil page views.

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UE

Parlamento Europeu endurece posição contra agências de ratingOs deputados do Comité de Assuntos Eco-nómicos e Monetários do Parlamento Eu-ropeu (PE) aprovaram um relatório que defende o endurecimento da legislação sobre as agências de notação fi nanceira. O motivo imediato reside nas suspeitas levantadas pelas sucessivas reduções das notas atribuídas a Espanha e Grécia, se-gundo a agência EFE. O texto defende a realização de análises por parte de outros agentes do mercado, além das agências de rating. Mais ainda: é sugerida a criação de uma fundação europeia de avaliação de riscos, para acabar com a supre-macia das agências norte-americanas. Defende, também, que as agências sejam responsabilizadas civilmente em casos de “grande negligência” nas suas avaliações. O relatório, da autoria do liberal alemão Wolf Klinz, não é vinculativo, mas dá uma pista sobre a posição do PE num debate que deverá começar dentro de meses, quando a Comissão Europeia apresentar uma proposta legislativa sobre o assunto.

Espanha

Leilão de dívida com resultados positivos

A operação de colocação de dívida de longo prazo realizada hoje pelo Tesouro Público espanhol obteve resultados considerados positivos, segundo números adiantados na im-prensa especializada de Madrid. A operação agendada para hoje colocou 4.129 milhões de euros, de um montante máximo indicati-vo até 4.500 milhões de euros, em obrigações a 10 e 30 anos, com ta-xas médias ponderadas mais baixas e a procura a subir face a dados de um leilão semelhante realizado em Fevereiro.A Espanha pagou 5,162% pela colo-cação com maturidade de 10 anos e 5,875% pelos papéis a 30 anos. A emissão anterior tinha sido coloca-da a 5,22% e 5,957%, respectiva-mente.

EUA

Net bate televisões e jornais como plataforma de notícias

Pela primeira vez, a Internet fi cou à frente das televi-sões e dos jornais como principal fonte de informação dos norte-americanos. Os dados foram apresentados por Tom Rosenstiel e Amy Mitchell, do Projecto Para a Excelência em Jornalismo (PPEJ), do Centro de Investi-gação Pew, no âmbito da análise do “estado dos media noticiosos” em 2011 nos Estados Unidos. “No espaço digital, as organizações que produzem no-tícias estão cada vez mais dependentes de redes au-tónomas para vender os seus anúncios, dependem de agregadores como o Google e de redes sociais como o Facebook para trazer uma porção substancial das audi-ências”, concluem.Todas as plataformas de notícias dos EUA estagnaram em 2010, menos a Internet. Mesmo a televisão por cabo está a perder bases. O Pew prevê que a Web ultrapas-se todos os outros meios de comunicação nas receitas publicitárias.

Mais procurados Mais procurados

De acordo com esta investigação, as notícias locais estão a mobilizar. E isto no sentido de se estarem a deslocar para os dispositivos móveis, através da Inter-net. O estudo apresentado indica que quase metade dos adultos norte-americanos, 47%, recebe uma parte da sua informação no telemóvel ou no tablet. Tudo o que implica receber informação em “tempo real” está na lista da informação mais procurada pelos utilizadores – desde actualizações do estado do tem-po, 42%, até à procura de restaurantes ou outros tipos de comércio local, 37%. As recentemente introduzidas

aplicações, ou “apps”, para dispositivos móveis, estão agora a ganhar terreno entre os utilizadores.

Perfi l do consumidor Web Perfi l do consumidor Web

O estudo compara quem usa a Internet para aceder às notícias com o resto da população, e conclui que estes consumidores são mais novos, vivem em áreas urbanas, em agregados com rendimentos superiores à média e são tendencialmente pais de crianças menores. Os números do estudo do Pew são reveladores. 35% dos consumidores de noticias locais via Internet sentem que podem ter “um grande impacto na sua comunida-de”, mais 9% do que a restante população. 65% sente que é mais fácil acompanhar a informação sobre a sua comunidade do que há cinco anos, quase 20% mais que os utilizadores “não-móveis”. Mais números: metade usa mais de seis fontes de in-formação diferentes por mês e três terços estão nas redes sociais. A grande pergunta lançada pelo estudo é esta: esta-rão os consumidores dispostos a pagar por conteúdo noticioso online? Os números têm vindo a crescer, no entanto, cerca de 75% dos inquiridos responderam que não quereriam pagar nada.

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Líbia

Luís Amado reafi rma que “regime de Trípoli acabou”

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Ama-do, reafi rmou hoje em Maputo que, na avaliação da comunidade internacional, o regime líbio de Khadafi “acabou” e será votado ao isolamento. “Do ponto de vista da comunidade internacional e da avaliação que faz, o regime de Trípoli aca-bou. A sua relação com a comunidade interna-cional será de progressivo isolamento, de total isolamento no futuro”, disse o ministro portu-guês, após uma audiência com o Presidente da República de Moçambique, Armando Emílio Gue-buza.“Nunca dissemos que o problema não deveria passar por condições para um diálogo nacional que envolvesse todas as partes do confl ito e que pudesse gerar estabilidade, coesão e unida-de territorial de todo o país”, acrescentou Luís Amado. Para o ministro português, essas condições passam por “um cessar-fogo e por um programa de reformas po-líticas que permitam a transição de regime de Trípoli actual para um novo regime que poderá estabelecer as relações com a comunidade internacional”. Amado insistiu que o regime do coronel Khadafi “não tem mais condições de fugir ao isolamento a que se remeteu pela falta de capacidade para gerir uma si-tuação de crise tão grave como aquela que o país co-nheceu”.As forças de Khadafi estão a recuperar vários territó-rios até aqui controlados pelas forças rebeldes. Hoje, registou-se uma troca de tiros no aeroporto de Ben-ghazi, segunda maior cidade líbia e capital da rebelião contra o regime de Khadafi . O fi lho do coronel garantiu ontem que hoje as tropas recuperarariam o controlo de todo o país.

Comité de Sanções arranca hoje Comité de Sanções arranca hoje

O comité de sanções do Conselho de Segurança para a Líbia, presidido por Portugal, inicia hoje trabalhos em Nova Iorque, sendo possível que analise imediatamente pedidos de inclusão de novos indivíduos e entidades na lista de sancionados. A primeira reunião acontece duas semanas depois de Portugal, membro do Conselho de Segurança desde Ja-

neiro, ter aceite o convite para presidir ao comité, que monitoriza as sanções decretadas pelo órgão da ONU a membros do regime Khadafi , acusado de violações aos direitos humanos. Presidida pelo embaixador de Portugal na ONU, Mora-es Cabral, a primeira reunião servirá sobretudo para discutir programas de trabalhos, incluindo orientações do comité. Será ainda sujeita a aprovação uma carta a enviar a todos os membros da ONU sobre a resolução que deter-minou as sanções contra a Líbia. Além das sanções – proibição de deslocações ao estran-geiro e restrições económicas e fi nanceiras – a resolu-ção de fi nal de Fevereiro aplicou ainda um embargo de armas e remeteu um pedido de investigação de viola-ções humanitárias para o Tribunal Penal Internacional.O secretário-geral das Nações Unidas apelou a um ces-sar-fogo imediato na Líbia, mostrando-se “seriamente preocupado” com a ofensiva das forças governamen-tais. Uma campanha para bombardear um centro urba-no da dimensão de Benghazi poria “vidas civis em risco em grande escala”, refere uma nota hoje divulgada pelo gabinete de Ban Ki-moon.A nota pede a ambas as partes que aceitem um cessar-fogo imediato e acatem as deliberações da resolução do Conselho de Segurança sobre o confl ito, e avisa que os responsáveis por ataques contra civis serão respon-sabilizados.

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Apoiantes de Khadafi em Tarhoon, a sudeste de Trípoli,

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Bahrein

Detidas seis fi guras da ala dura da oposição

Seis personalidades da ala dura da oposição no Bahrein foram detidas durante a madrugada, após a repressão sangrenta das manifestações em Manama, anunciou a oposição. Os detidos são cinco xiitas e um opositor de esquerda sunita. Entre os xiitas detidos estão Hassan Machaimaa, secretário-geral do movimento Haq, uma formação proibida, que regressou a Manama a 26 de Fevereiro, depois de ter benefi ciado de uma amnistia. O defensor dos direitos do Homem, Abdeljalil al-Sin-

gace, membro do Haq e libertado no fi m de Fevereiro após seis meses de detenção, foi igualmente detido. Estas detenções acontecem após um assalto das forças da ordem do Bahrein contra os manifestantes xiitas que se concentravam no centro de Manama e que fez cinco mortos. Os incidentes surgem alguns dias após a proclamação do estado de urgência no reino, que enfrenta uma es-calada de contestação.

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Crise nuclear

Japão prepara-se para possível “apagão”

Com a central nuclear de Fukushima sem funcionar, as autoridades japonesas lançaram hoje um apelo a todos os residentes no país para que comecem a mo-derar, imediatamente, o consumo de electricidade. As fortes descidas de temperatura têm obrigado a um maior consumo de energia eléctrica e, por isso, se não forem tomadas medidas, grande parte do país poderá fi car “às escuras”. A rede de transportes pú-blicos poderá ser a mais afectada por um eventual “apagão”.Entretanto, na central de Fukushima, o ministro da Defesa japonês anunciou o fi m da operação de arre-fecimento do reactor 3. Os resultados ainda não são conhecidos. O processo durou cerca de 40 minutos e, de acordo com a CNN, contou com cinco camiões que, a cada dois minutos, bombeavam água para o reactor. A operação irá repetir-se amanhã. Os tra-balhos voltaram-se agora para o reactor 2, de onde, segundo a Reuters, estão a sair fumos preocupantes, que ao que, tudo indica, têm origem num incêndio no interior do dispositivo. Taira Okita, professor do departamento de Energia Nuclear da Universidade de Tóquio, assegura que “os níveis de radiação, em termos totais, são similares ou até mais baixos do que os registados no passado”. “Por isso, não precisamos de nos preocupar demasiado com os efeitos desta radiação no corpo humano. O Governo nacional está a levar a cabo uma operação de arrefeci-mento dos reactores da central de Fukushima, que irá evitar os riscos de uma maior exposição a radiações. O que nos devemos evitar é o pânico. Isso é o que deve-mos a todo o custo evitar”, defende. O Presidente norte-americano, Barack Obama, já pro-pôs ao Primeiro-ministro japonês enviar ainda mais pe-ritos nucleares para ajudar a resolver a crise.

Japão foi alertadoJapão foi alertado

Há dois anos, a Agência Internacional de Energia Atómi-ca (AIEA) advertiu o Japão para a eventualidade de um sismo de grandes dimensões poder provocar um “pro-blema sério” nas suas centrais nucleares. A informação está a ser avançada pelo diário britânico “Telegraph”, com base em dados revelados pelo WikiLeaks. Um telegrama diplomático norte-americano indica que um perito da AEIA se mostrou inquieto pelo facto de os reactores japoneses apenas terem sido concebidos para resistir a sismos até uma magnitude 7. “Ele expli-cou que as normas relativas à segurança nuclear foram revistas apenas três vezes em 35 anos e que a AIEA as está a reavaliar agora”, indicou o documento. “O responsável indicou, igualmente, que sismos recen-tes ultrapassaram em alguns casos os limites previstos para certas centrais nucleares e que isso se assume como um problema sério, que condiciona os trabalhos de segurança sísmica”, acrescentava. Numa reunião do Grupo sobre a Segurança Nuclear dos G8 em Tóquio, em 2008, o responsável da AIEA terá indicado que os critérios de segurança do Japão eram obsoletos. O Governo nipónico respondeu ao relatório construindo um centro de resposta de emergência no complexo de Fukushima, mas a central continuou a ser

concebida para resistir apenas a sismos com uma mag-nitude até 7. Um outro telegrama de 2006 indicava que o Governo japonês se opôs à ordem de um tribunal de encerrar uma central no oeste do país devido às dúvidas sobre a resistência a um sismo. A Agência de Segurança Nu-clear e Industrial do Japão considerou que o reactor era “seguro” e que “todas as análises sobre a sua segu-rança foram efectuadas de forma apropriada”, revela o telegrama. Hoje, o director da Agência Internacional de Energia Atómica desloca-se ao Japão, para acompanhar a situ-ação na central nuclear de Fukushima, que descreveu como muito grave.

Bispo de Sendai apela à população japonesaBispo de Sendai apela à população japonesa

O Bispo de Sendai, no Japão, afi rmou hoje que a popu-lação “está aterrorizada” perante o cenário de destrui-ção e morte que o sismo causou. Ouvido pela Rádio Va-ticano, o Bispo Martin Hiraga disse esperar que “todos os japoneses sejam capazes de enfrentar a situação e reerguer-se desta terrível tragédia”. Os bispos católicos do Japão reuniram-se hoje em Sen-dai com o Presidente da Cáritas nipónica para analisa-rem a melhor forma de dar resposta à actual situação de emergência.

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Maioria dos portugueses contra

energia nuclear

Mais de metade dos portugueses tem uma opinião ne-gativa sobre a energia nuclear. E tinham-na já antes da crise no Japão. Os dados são do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, que hoje apresenta os resultados de um inquérito sobre as preocupações ambientais dos portugueses. O estudo – a parte portuguesa de um inquérito que ava-lia os valores dos europeus – revela que 54% dos inquiri-dos estão contra o nuclear, uma percentagem apurada em 2009. 22% dizem-se a favor desse tipo de energia e uma percentagem semelhante (24%) não respondeu.

O sector fi nanceiro japonês de olhos postos em Fukushima.

O iene atingiu hoje um mínimo histórico face ao dólar

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Cabinda

Padre acusa Luanda de repressão psicológica

As pessoas de Cabinda têm muito medo do regime, e a violência continua no enclave, afi rmou à Renascença o Padre Raul Tati.O sacerdote e activista por Cabinda sentiu na pele essa repressão, tendo estado 11 meses detido por “autoria moral” do ataque levado a cabo con-tra a equipa do Togo durante o CAN 2010, que se realizou em Angola.“Houve um recrudescimento das acções militares, da repressão policial, pressão psicológica sobre as populações que provoca muito medo. As pes-soas têm medo do regime. Eu vivi isso lá. Mas a verdade é que não se vislumbra um desanuviamento da situação. As acções militares continuam no terreno, e por ambas as partes. Só um acordo inclusivo, transparente, com a participação activa da sociedade civil é que pode ajudar a encontrar uma solução e acabar com a violência em Cabinda”.De passagem por Lisboa, onde participará num encontro sobre os Direitos Humanos em Cabinda, este sacerdote católico diz que o movimento con-testatário ao regime pode dar novos sinais nos próximos dias e não hesita em apelidar o regime de Luanda de ditatorial.

Bahrein

Tensões têm repercussões religiosas além-fronteiras

Filipe d’Avillez »

Os últimos desenvolvimentos no Bahrein estão a ter repercussões que ul-trapassam a pequena ilha e estão a afectar a convivência entre sunitas e xiitas em vários países do Médio Oriente.A esmagadora maioria dos muçulmanos é sunita, tanto no Médio Oriente como no resto do mundo, mas existe uma considerável minoria xiita que, nalguns países, forma mesmo a comunidade predominante.O caso do Bahrein é especial uma vez que a maioria da população é xiita, mas as elites sociais e económicas, incluindo a família real, são sunitas. Des-se ponto de vista, a revolta naquele pequeno país não é comparável a outras que têm abalado os países árabes, tendo um agravante religioso e sectário que estava ausente em países como o Egipto, Tunísia ou até a Líbia.A entrada de militares da Arábia Saudita, a grande potência sunita da re-gião, é vista como uma forma de esmagar os manifestantes e tem caído mal entre as comunidades xiitas de outros países. No Iraque, que durante o regime de Saddam vivia uma situação parecida com a actual no Bahrein, o clérigo Moqtada Al-Sadr já convocou manifesta-ções de apoio aos seus correligionários no Bahrein. O mesmo tem sido feito pelo grupo xiita Hezbollah, no Líbano.O Irão, grande potência xiita do Médio Oriente, condenou ferozmente a entrada de militares sauditas, o que apenas reforça a ideia partilhada pelos sunitas de que os xiitas no Bahrein e na Arábia Saudita são uma po-tencial quinta coluna para os interesses iranianos na região.No meio de toda esta situação estão os Estados Unidos, que não tendo qualquer interesse em alterar o status quo no Bahrein, onde mantém uma importante base militar, não está a tomar o partido dos manifestantes, alegadamente pró-democratas, mas continua a apoiar a monarquia abso-lutista no poder.“É um problema para os EUA no mundo árabe actualmente. Os seus inte-resses estão em choque com os seus ideais, e ao que parece estão a pre-valecer os interesses”, afi rmou em declarações à Reuters o analista Shadi Hamid, da Doha Brookins Centre.A divisão entre sunitas e xiitas é teológica e prende-se com a legítima sucessão a Maomé. As facções acusam-se uma à outra de heresia e são fre-quentes os casos de violência interconfessional nos locais, como o Iraque, onde as comunidades convivem.

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Cristianofobia

Tribunal Europeu decide amanhã sobre crucifi xosO Tribunal Europeu dos Direitos do Homem (TEDH) toma amanhã a de-cisão fi nal sobre o chamado “caso Lautsi”, referente à presença de crucifi xos nas salas de aula italia-nas.Soile Lautsi, uma cidadã italiana de origem fi nlandesa, apresentou queixa contra o Estado italiano em Estrasburgo, França, em 2006.Em comunicado, o TEDH precisa que o caso se refere “à presença de cru-cifi xos nas salas de aula das escolas públicas em Itália, que segundo os requerentes, é contrária ao direito à educação, particularmente ao di-reito dos pais de assegurar aos seus fi lhos uma educação e um ensino conformes às suas convicções reli-giosas e fi losófi cas”.Na primeira sentença, de 3 de No-vembro de 2009, o tribunal deu razão a Lautsi, o que motivou um recurso do Governo italiano.A decisão determinou que o Gover-no italiano teria de pagar uma in-demnização de cinco mil euros por danos morais a Lautsi, que apresen-tou uma queixa ao Tribunal após o instituto público “Vittorino da Fel-tre”, frequentado pelos seus fi lhos, se ter negado, em 2002, a retirar os crucifi xos.Os sete juízes, entre os quais o português Ireneu Cabral Barreto, entenderam que a presença dos crucifi xos nas escolas constitui “uma violação dos pais em educar os fi lhos segundo as próprias convic-ções” e uma “violação à liberdade religiosa dos alunos”.A 30 de Junho de 2010, os juízes do Supremo Tribunal ouviram as partes interessadas e receberam depoi-mentos apresentados por “partes terceiras” (governos nacionais, um grupo de eurodeputados, algumas associações e ONG).Aquando da primeira sentença, o porta-voz do Vaticano, Padre Fede-rico Lombardi, afi rmou ser “grave marginalizar do mundo educativo um sinal fundamental da importân-cia dos valores religiosos na história e na cultura italianas”.Para os responsáveis italianos, cita-dos pelo TEDH, o crucifi xo “veicu-la valores civis que caracterizam a civilização italiana” e pode mesmo ter uma “função altamente educa-tiva”, numa perspectiva “laica”.

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CULT

URA Literatura

Madeira estreia-se nos festivais literários

Maria João Costa »

Os escritores valter hugo mãe, Inês Pedrosa, Mário Zambujal, Afonso Cruz e David Machado são alguns dos nomes convidados para o pri-meiro Festival Literário da Madeira que decor-rerá entre 1 e 3 de Abril no Funchal. Organizado em parceria entre a empresa de consultores editoriais Booktailors e a Nova Delphi Ilha da Madeira, este evento vai reunir também autores do arquipélago que partici-parão nas mesas de debate.Entre os convidados já confi rmados está a fi -lha do prémio Nobel da Literatura, Violante Saramago, que lançou no último ano um livro sobre a experiência de um doente no Serviço Nacional de Saúde. Presentes estarão tam-bém Graça Alves, Isabela Figueiredo e Sandro William Junqueira.Do continente participarão ainda os poetas e críticos li-terários Eduardo Pitta e José Mário Silva, Raquel Ochoa (prémio Agustina Bessa Luís), Rui Zink, Patrícia Portela e Pedro Vieira.De Itália, estará presente António Scurati, um autor ainda não traduzido em Portugal e que a Nova Delphi Ilha da Madeira, uma das organizadoras do Festival, quer publicar em breve.Ao longo de três dias, estão previstas cinco mesas de debate subordinadas aos temas “Os escritores que fo-gem da fama”, “Os escritores malditos”, “Os escritores inconstantes”, “Os escritores esquecidos” e “Os escri-

tores maltratados”.Este festival, que é mais um “fi lho” das Correntes d’Escritas organizado há mais de uma década pela Câ-mara da Póvoa de Varzim, irá também contar no pro-grama com os lançamentos dos livros “De Profundis”, de Oscar Wilde, e “A Queda d’um Anjo”, de Camilo Castelo Branco.Paulo Ferreira, consultor da Booktailors e um dos or-ganizadores deste festival, disse à agência Lusa que o evento pretende “oferecer à população local uma pro-gramação de elevada qualidade na área da literatura” e fazer com que “a Madeira seja vista como destino cultural”.

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CNB

O bailado do amor em “Romeu e Julieta”

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Maria João Costa »

É uma história contada vezes sem conta, mas que continua actual. “Romeu e Julie-ta”, escrita por William Shakespeare nos fi nais do século XVI , apresenta-se agora em Lisboa em forma de bailado.Com música de Sergei Prokofi ev, a Compa-nhia Nacional de Bailado (CNB) dá corpo a uma coreografi a criada para o ballet do te-atro alla Scala de Veneza, há mais de 50 anos.A CNB dança no Teatro Camões até 3 de Abril a história intemporal contada por William Shakespeare. O espectáculo estreia hoje, às 21h00.A coreografi a é do sul-africano John Cranko e foi estreada em Veneza, com o Ballet do Teatro Alla Scala, em 1958. Ivan Cavallari, coreógrafo que tem trabalhado o legado de Cranko, explica o que tem de especial. “John Cranko tem um trabalho muito completo, as suas coreografi as são muito completas. A minha experiência pessoal in-dica que, sempre que acabamos de dançar uma coreo-

grafi a de John Cranko, sentimo-nos artistas completos, porque temos de usar as nossas técnicas clássicas e ne-oclássicas. Ao mesmo tempo, temos de ter capacidades de representar”, afi rma à Renascença.No palco do Teatro Camões, as imagens são do fotogra-fo Daniel Blaufuks e os fi gurinos de António Lagarto.

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valter hugo mãe é um dos escritores que vão marcar presença

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Paula Costa Dias »

Em tempo de crise económica, os 18 dias de festival contam este ano com metade do orçamento, mas a organização garante que pode ser esperado “mais e melhor”.“Bolantine de coelho lacado com ginja e molho de chocolate”, “Risotto de chocolate com foie gras de Madeira” ou “Wellington de salmão ao creme laranja chocolate” são apenas algumas das propostas que os melhores chefs de cozinha portugueses apresentam a partir de hoje em Óbidos. Em comum têm a utilização do chocolate ou não fosse esta a 9.ª edição daquele que é provavelmente o festi-val mais doce realizado no país.O Festival Internacional de Chocolate apresenta, até 3 de Abril, três toneladas de chocolate de diversas ma-neiras que não no prato ou no copo. As oito esculturas a concurso, por exemplo, aludem, este ano, ao patrimó-nio histórico da vila, com os “principais monumentos da vila esculpidos em chocolate”, refere o administra-dor da Óbidos Patrimonium, José Parreira.A casa de chocolate das crianças continua a deliciar

os mais pequenos. Ali vão encontrar um espaço onde “podem fazer bolachas e uma tablete de chocolate”, que podem comer no fi m, explica Patrícia Figueiredo, da organização.Outro ponto do programa é a passagem de modelos, que este ano conta com a colaboração dos criadores de moda Storytailors.

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Festival de Chocolate

Menor orçamento, igual garantia de satisfação para gulosos em Óbidos

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Japão

Nova Iorque é palco de concerto solidário Yoko Ono, Sonic Youth, Mike Patton e John Zorn são alguns dos artistas que vão actuar no dia 27 em Nova Iorque, num espectáculo a favor das vítimas do sismo ocorrido no Japão. O concerto decorrerá no Miller Theatre e as receitas de bilheteira rever-tem directamente para ajuda humanitária aos que foram afectados no Japão pelo sismo, seguido de tsunami, ocorrido no dia 11. No espectáculo vão participar nomes de diferen-tes latitudes musicais, do rock ao jazz experi-mental. Foram também convidados Sean Lennon, Cibo Matto, Marc Ribot e Uri Caine. O sismo e tsunami ocorridos nos Japão causaram uma catástrofe humanitária que está ainda por avaliar e uma grave crise nuclear. O balanço mais recente dá conta de 5.429 mortos e 9.594 desa-parecidos.

Lady Gaga solidária Lady Gaga solidária

No Ocidente realizaram-se já outras acções de solidariedade na área da cultura. A norte-americana Lady Gaga colocou à venda no seu site na Internet uma pulseira que a própria desenhou e na qual tem inscrita a frase “Nós reza-mos pelo Japão”. Em 48 horas, a cantora conseguiu angariar cerca de 178 mil euros, que irão reverter a favor das vítimas do Japão. Poucos dias antes do sismo, o grupo norte-americano Black Eyed Peas este-ve em Tóquio a gravar um teledisco para o tema “Just can´t get enough”, pelo que decidiram acrescentar na abertura do vídeo uma mensagem diri-gida aos que foram afectados.

Prémios Songlines 2011

Ana Moura e Terrakota entre nomeadosA fadista Ana Moura está nomeada para os Prémios britânicos Songli-nes Music 2011 na categoria de Me-lhor Artista, ao lado de Femi Kuti, Youssou N’Dour e Cheikh Lô (Burki-na Fasso). A artista portuguesa, que actua hoje em Singapura no Mosaic Music Festival, está nomeada pelo mais recente álbum “Leva-me aos Fa-dos”. A participação portuguesa está também entre os nomeados para o Prémio de Melhor Grupo, para o qual estão escolhidos os Bellowhe-ad, os Hanggai, Lepistö & Lehti e os portugueses Terrakota. A publicação britânica Songlines pretende distinguir os melhores projectos de cada ano na área da world music. Os prémios são votados pelos leito-res da revista britânica e do público em geral, tendo “como objectivo reconhecer e celebrar a boa música que se faz por todo o mundo”, se-gundo nota da organização. No ano passado os Deolinda arreba-taram o Prémio Revelação.

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O vocalista dos Faith No More,

Mike Patton, é uma das

presenças confi rmadas

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Ponto Final

Ingleses e espanhóis “donos” da Champions

Ribeiro CristóvãoJornalista

O Real Madrid deixou, ontem à noite, no estádio Santiago Bar-nabéu, indicações muito claras aos seus adversários em todas as competições em que toma parte, de que devem continuar a contar com uma equipa forte, que adquiriu grande estabilidade, e cujos jogadores de referência se aproximam do pico das suas capacida-des.Não era fácil o confronto com o Olympique de Lyon, apesar de o desafi o da primeira mão ter aberto uma janela de esperança rumo à qualifi cação para os quartos-de-fi nal da Liga dos Campeões. É que, por detrás, havia uma história de pouco sucesso da equipa espanhola, que já tinha visto passar sete anos sem que tivesse sido capaz de levar de vencida o campeão gaulês.E, embora podendo parecer o contrário, circunstâncias como esta exercem quase sempre uma enorme infl uência no comportamento dos jogadores e das equipas, levando-os ao ponto de supor que a tradição acarreta consiga difi culdades intransponíveis.O Real Madrid de ontem desmontou essa “verdade” através de uma exibição convincente e de um resultado que não deixou dúvi-das em ninguém. Foi bom para José Mourinho e seus jogadores, que vêem assim reposta no seu devido lugar uma opinião pública que já começava a duvidar das suas possibilidades.Para os quartos-de-fi nal da Champions temos agora um quadro que não permite muitas escolhas: três equipas inglesas, duas espanho-las e, para completar o já pequeno pelotão, Itália, Alemanha e Ucrânia mantêm um representante cada. Com um sorteio sem limitações, como acontece já nesta fase, é até legítimo imaginar algumas surpresas, que venham a propor-cionar jogos de grande impacto na próxima eliminatória.Embora com menor impacto internacional, temos hoje uma exten-sa jornada da Liga Europa, com três equipas portuguesas envolvi-das em compromissos de diferentes graus de difi culdade, e sem que qualquer delas sinta, desde já, o apuramento assegurado.Mais perto de atingir esse desiderato está, sem dúvida, o Futebol Clube do Porto.Porque tanto ao Benfi ca como ao Sporting de Braga esperam-nos equações de complicada resolução, perante adversários que, mes-mo em desvantagem, estão longe de se dar por vencidos.

Ouça a crónica de Ribeiro Cristóvão às 22h30, em Bola Branca

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PORT

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Liga Europa

Portugal a triplicarSílvio Vieira »

FC Porto, Benfi ca e Sporting de Braga disputam hoje o acesso aos quartos-de-fi nal da Liga Europa e todas as equipas nacionais entram em campo a vencer.FC Porto e Benfi ca já assumiram a ambição de vencer a Liga Europa, enquanto o Braga procura fazer his-tória qualifi cando-se, pela primeira vez, para os “quartos” de uma com-petição internacional. Os objectivos de todas estão em aberto, uma vez que estão em vantagem nas respec-tivas eliminatórias.

Villas-Boas e a ansiedadeVillas-Boas e a ansiedade

A maior vantagem é a do FC Porto. Os “dragões” venceram o CSKA, em Moscovo e defendem a vantagem de um golo. Os russos, alertou Villas-Boas, são “uma equipa de topo e o jogo é perigoso, porque um eventual golo do adversário aumentará a ansieda-de”. A equipa de Leonid Slutski, apesar da desvantagem no marcador, tem a esperança de continuar numa pro-va que pretende vencer.

Paris “à portuguesa”Paris “à portuguesa”

O Benfi ca joga em Paris, num Parque dos Príncipes transformado em casa dos encarnados. São esperados cer-ca de 30 mil benfi quistas no apoio à equipa de Jorge Jesus e, apesar do 2-1 da primeira mão não dar total tranquilidade, é uma vantagem que interessa preservar.

Braga quer marcarBraga quer marcar

Já o Sporting de Braga está em Li-verpool para defrontar o mítico emblema da cidade dos Beatles. Domingos Paciência está confi ante de que se marcar um golo em Ingla-terra a eliminatória fi ca resolvida a favor dos minhotos. A vantagem de 1-0, trazida na primeira mão, obriga o Liverpool a assumir o comando do jogo e o Sporting de Braga vai à procura de surpreendê-los em rápidas transi-ções para o ataque.O Paris Saint-Germain-Benfi ca joga-se às 18h00.Por sua vez, o FC Porto-CSKA Mosco-vo e o Liverpool- Sporting de Braga começam às 20h05.

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O príncipe William iniciou hoje uma

visita de dois dias a Christchurch, na

Nova Zelândia. A região foi, recente-

mente, devastada por um terramoto

que fez 180 vítimas mortais.

William e a sua noi-va Kate criaram um

fundo de apoio às vítimas do sismo, e pediram aos convi-

dados do casamento real para doarem

dinheiro para causas humanitárias.

Olhar

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A 17 de Março de 1328...

A Inglaterra, a Escócia e a Pedra do DestinoFilipe d’Avillez »

Foi no dia 17 de Março de 1328 que ingleses e esco-ceses puseram fi m à pior de várias guerras entre as duas nações até então, com o tratado de Edinburgh–-Northampton. Na verdade, o tratado não foi assina-do, mas sim fi rmado com o selo real de Robert the Bruce e Eduardo III. Foram produzidas duas cópias, que depois foram cortadas ao meio, com cada país a guardar uma das metades para mais tarde poder provar a sua veracidade. Ao estilo da época, um dos termos do acordo foi o ca-samento da irmã de Eduardo III com o fi lho de Robert da Escócia. O casamento teve lugar nesse mesmo ano, tendo os noivos seis e quatro anos, respectiva-mente. Contudo, um dos termos mais curiosos nem estava inscrito no documento, fazendo apenas parte do acordo verbal, e passava pela devolução à Escócia de um bloco rectangular de arenito, conhecido como a “Pedra do Destino”, ou, menos dramaticamente, “Pedra de Scone”. Trata-se de uma pedra cujas origens se confundem com a mitologia, sob a qual se sentavam os reis da Escócia para serem coroados, e que Eduardo I sa-queou e levou para Londres, depois de uma das mui-tas contendas entre os dois países, em 1296. Apesar de acordada a devolução, a promessa demo-rou a cumprir. Seis séculos mais tarde, ainda a pedra estava inserida num nicho da cadeira de coroação na Abadia de Westminster quando um grupo de estu-

dantes escoceses decidiu “libertá-la” por iniciativa própria, no dia de Natal de 1950. Ao retirá-la, o grupo de nacionalistas percebeu que a pedra estava partida em dois pedaços desiguais. Con-seguiram fazer chegar ambos os pedaços à Escócia, onde um político escocês organizou a sua reparação. Esperançosos que a Igreja da Escócia se recusaria a devolvê-la às autoridades, deixaram-na no altar da Abadia de Arbroath, mas mal a polícia foi informada, o objecto foi devolvido a Westminster. Finalmente, contudo, exactamente sete séculos de-pois de ter sido levada, a pedra foi ofi cialmente de-volvida à Escócia, onde permanece guardada, sob a condição de ser transportada para Westminster para coroações futuras.

ON

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Foto: Mark Taylor/EPA

r/com renascença comunicação multimédia, 2011

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Emprego

Comissário elogia Executivo

O comissário Europeu do Emprego elogiou hoje a forma como Portugal tem utilizado as verbas do Fundo Social Europeu para criar emprego para grupos desfavorecidos. Em declarações à Renascença, La-zlo Andor reconhece que, em tem-po de crise, é preciso fazer opções de investimento, no entanto os governos, “se tiverem capacidade, devem criar oportunidades e em-prego”. A política laboral portuguesa foi, de resto, muito elogiada pelo co-missário europeu, que fi cou satis-feito por o Governo ter utilizado “o fi nanciamento do Fundo Social Eu-ropeu para criar empregos para de-fi cientes e desenvolver programas de formação e competências”. Lazlo Andor espera agora que Por-tugal “desenvolva programas espe-cífi cos para criar emprego para os trabalhadores mais velhos”.

OCDE

Alterações no sistema de pensões são insufi cientes A Organização para a Coopera-ção e Desenvolvimento Económico (OCDE) considera que as reformas no sistema de pensões são ainda insufi cientes, para assegurar o au-mento da despesa no futuro, em al-guns dos seus países membros. Ape-sar de não individualizar, Portugal é um dos desafi ados a adoptar novas medidas.No relatório “Pensions at a Glance” hoje divulgado, a organização refe-re que, em 2050, a idade média de acesso à pensão será de 65 anos, o que representa um aumento de 1,5 anos para homens e de 2,5 para mu-lheres. Para a OCDE, o aumento da idade da reforma é apenas parte da res-posta, defendendo que também é necessário apostar nos regimes pri-vados de pensões.

PSD

Ferreira Leite responsabiliza Teixeira dos SantosO grupo parlamentar do PSD esteve hoje reunido e entre os deputados social-democratas cresce a opinião de que o melhor é avançar para eleições antecipadas.No encontro, Manuela Ferreira Lei-te responsabilizou o ministro das Finanças pela situação do país. Segundo o relato de vários deputa-dos, Teixeira dos Santos foi alvo de fortes críticas por parte da antiga líder do partido, que o responsabili-zou pela actual situação do país. A deputada defendeu, ainda, que o PSD deve mostrar um caminho claro e alternativo ao país, numa altura em que o tom geral das interven-ções aponta no sentido de eleições antecipadas.

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Página1 é um jornal registado na ERC, sob o nº 125177. É propriedade/editor Rádio Renascença Lda, com o nº de pessoa colectiva nº 500725373. O Conselho de Gerência é constituído por João Aguiar Campos, José Luís Ramos Pinheiro, Luís Manuel David Soromenho de Alvito e Luiz Gonzaga Torgal Mendes Ferreira. O capital da empresa é detido pelo Patriarcado de Lisboa e Conferência Episcopal Portuguesa. Rádio Renascença. Rua Ivens, 14 - 1249-108 Lisboa.

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Encontrado corpo de militar

O corpo do militar desaparecido ontem no rio Tâmega foi encontrado junto à ponte nova. O soldado pertencia ao Regimento de Infantaria 19, onde estava há dois dias.

Gondomar: resíduos de siderurgia são perigosos

As 88 mil toneladas de resíduos da extinta Siderurgia Nacional depositadas nas antigas minas de S. Pedro da Cova, em Gondomar, são perigosas, concluiu um estudo do LNEC hoje apresentado.

Alenquer: lar encerrado

Um lar de idosos foi encerrado na freguesia de Santana da Carnota, em Alenquer. Estava em situação ilegal e a exercer alegados maus tratos sobre os utentes.

Nuvem radioactiva chega à Europa

Especialistas franceses dizem que uma nuvem radioac-tiva, com origem no Japão, deverá chegar à Europa na próxima semana, mas não será nociva para a saúde.