Desenho Arqueológico - José Luís Madeira

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    CADERNOS DE ARQUEOLOGIA E ARTE, 5

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    CADERNOS DE ARQUEOLOGIA E ARTE

    1 - JOS DENCARNAO, Introduo ao Estudo da Epigraa Latina,1979, 1987, 1997, 2013

    2 - JORGE DEALARCO, Introduo ao Estudo da Histria e do Patrimnio Locais,1982, 20133 - J. M. CORDEIRO DE SOUSA,Apontamentos de Epigraa Portuguesa,1983, 2013

    4 - JORGE DEALARCO,Introduo ao Estudo da Casa Romana, 1985, 2013

    5 - JOS LUS MADEIRA, O Desenho na Arqueologia,2002, 2013

    6 - CATARINA GERSO DEALARCO, Introduo ao Estudo Material e Conservao da

    Escultura em Pedra e Madeira, 2002

    7 - JORGE DEALARCO,Introduo ao Estudo da Tecnologia romana, 2004

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    FACULDADE DELETRAS | UNIVERSIDADE DECOIMBRADEPARTAMENTO DEHISTRIA, ARQUEOLOGIA EARTES

    SECO | INSTITUTO DEARQUEOLOGIA

    O Desenho na Arqueologia

    Jos Lus Madeira

    2 Edio | COIMBRA | 2013

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    Ficha Tcnica

    Autor:Jos Lus MadeiraTtulo:O Desenho na Arqueologia

    Desenho:Jos Lus Madeira

    Composio e design grco:Jos Lus Madeira

    Jos Lus Madeira e Instituto de Arqueologia

    1 Edio:Instituto de Arqueologia | Faculdade de Letras | Universidade de Coimbra

    Impresso: G. C. Grca de Coimbra, Lda.

    Tiragem:1000 exemplares

    Depsito Legal:187613/02

    ISBN: 972 9004 15 - 3

    Coimbra, 2002

    2 Edio: Faculdade de Letras | Departamento de Histria, Arqueologia e Artes

    Seco de Arqueologia | Instituto de Arqueologia

    Formato pdf| Paginada emADOBE in Design CS4, Verso 6.0.6

    ISBN: 978-972-9004-26-1

    Coimbra, 2013

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    Nota preliminar

    Meio privilegiado e fantstico de expresso, fundamental na percepoe representao dos objectos e do espao em vrios domnios do conhecimento,o desenho aqui congurado ao universo da informao e da documentaoarqueolgica.

    Esta obra pretende, por isso, ser apenas a sntese dos conhecimentostcnicos essenciais de suporte inicial aos interessados nesta matria.

    Embora pertencentes aos mais variados locais e pocas no referenciadosneste trabalho, todos os desenhos so o resultado de inmeras colaboraes nombito da arqueologia, tendo os objectos da sido seleccionados e realizados peloautor na sua totalidade.

    As guras 33 e 64, ainda inditas, so aqui reproduzidas por gentileza daDoutora Raquel Vilaa e Doutor Domingos Cruz, respectivamente.

    Ao Doutor Jorge de Alarco, Doutora Raquel Vilaa e Doutora MariaConceio Lopes devo a avisada opinio da experincia e do conhecimento emarqueologia, bem como a reviso nal do trabalho.

    Berta Maria em especial, ao Lus Sebastian e ao Jos Augusto, co grato,tambm, pelo saber e solidariedade manifestos.

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    1. Introduo

    Dado que toda a escavao arqueolgica contm na sua essncia umaforma de destruio irremedivel, embora com nalidade cientca, os achadosarqueolgicos, uma vez retirados do seu meio, perdem o contexto cronolgico evalor cientco, que apenas uma escavao metdica permite observar.

    Assim, para alm da recolha de todos os elementos informativos possveis

    de natureza vria, indispensveis pesquisa e estruturao do conhecimentoarqueolgico, torna-se importante o registo preciso de todos os vestgios disponveis,susceptveis ou no de tratamento grco, tendo como objectivo o estudo edivulgao correctos, indispensveis ao conhecimento cientco.

    Da a importncia do desenho, desde a simples nota ou esboo de campocomo prolongamento visual do instante, na recolha sistemtica de dados, tendocomo nalidade a elaborao de planos, cortes, pers e alados de estruturas,at representao grca das particularidades especcas dos diversos objectosmateriais, de trabalho artstico nal de rigor matemtico.

    Na sua execuo, pese embora alguma confuso reinante, existem algumasconvenes amplamente j aceites no mbito da arqueologia, procurando uma

    clara interpretao e uma conveniente leitura dos objectos de estudo: por exemplo,a direco da luz deve provir sempre do lado esquerdo; a seco de um vasocermico deve apresentar-se sempre esquerda, preenchida a negro, a m defacilitar a leitura do seu contorno e espessura e o seu perl e vista exterior, do ladodireito com trao preciso e uniforme. Alguns critrios bsicos de representao decaractersticas decorativas, texturas e contrastes conformes aos diversos materiais atratar tm tambm j alguma aceitao consensual.

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    Este texto tem como inteno contribuir para a elaborao de umalinguagem tcnica especca dos conhecimentos bsicos que presidem realizaodo trabalho de campo e elaborao do desenho tcnico nal no mbito daarqueologia, bem como das normas fundamentais de apresentao grcaque o assistem, na procura de um cdigo de leitura e de um corpo de conceitosamplamente aceites no domnio da investigao arqueolgica.1

    1 Yves Rigoir, 1975, Le dessin technique en cramologie, Ed. Laboratoire dEtude et de Documentation des

    Sigills Palochrtiennes, Lambesc.

    Patrice Arcelin, Yves Rigoir, 1979, Normalisation du dessin en cramologie, Documents dArchologie Mri-

    dionale, Srie Mthodes et Techniques, Vol. 1, Ed. Association pour la Diffusion de lArchologie Mridionale,

    Lambesc.

    Michel Dauvois, Pierre Fanlac, 1976, Prcis du dessin dynamique et structural des industries lithiques prhistori-

    ques,Ouvrage pub. avec le concours du CNRS, Paris.

    Michel Feugre, D. Foy, L. Vallauri, 1982, Normalisation du dessin en archologie, Le mobilier non cramique,

    Documents DArchologie Mridionale, Srie Mthodes et Techniques, Vol. 2, Ed. Association pour la Diffusion

    de lArchologie Mridionale, Lambesc.

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    2. Objectivos

    O conhecimento do objecto como acto de inteligncia e sensibilidade,produto da actividade humana num determinado contexto histrico, aliado capacidade perceptiva, eccia tcnica e rigor artstico manifestos na execuodo trabalho, so determinantes na elaborao e qualidade artstica do produtonal. O sentido fundamental o da procura e apuramento de uma tcnica,de um esquema operativo2ou mtodo preciso, tendo em vista o transporte ecomunicao visual da totalidade dos dados referentes ao objecto, sem todaviamenosprezar o sentido criativo e as suas possibilidades expressivas. Reector do pensamento, carregado de funes informativas e sentido

    de comunicao, o desenho atravessa variadas culturas humanas, desde osvestgios primordiais sob a forma de linhas e sinais muito anteriores escrita, paraalm da linguagem, at aos smbolos, cones, emblemas e logotipos 3que povoamtodo o universo das sociedades actuais. Trata-se de uma linguagem gurativa 4congurada pela cultura, lugar, tempo e estilo do executor, repleta de sentido esignicado nas suas formas mais elementares, desde o simples trao, passandopela linhaobjecto (sinal) de carcter evocativo at linha-contorno, de carcterpreciso, gurativo, emblemtico, de percepo imediata.5

    A arte, no sentido estrito, comea com a passagem da indeterminao aocontorno, com o desejo de delinear, to essencial nas artes plsticas que algumascorrentes artsticas no hesitaram em consider-lo como elemento fundamental

    2 Gillo Dores, 1989, Novos ritos, novos mitos, Ed. 70, Lisboa.

    3 iconosfera, segundo Gillo Dores, 1989, Novos ritos, novos mitos, Ed. 70, Lisboa.

    4 Manfredo Massironi, 1996, Ver pelo Desenho,Ed. 70, Lisboa.

    5 Rudolf Arnheim, 1955,Arte e percepo visual Uma psicologia da viso criadora, S. Paulo, Brasil.

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    de toda a arte. A qualidade mais notvel do trao a sua capacidade de sugerirmassa ou forma slida a partir da congurao ou juno de duas ou mais partespara construir uma certa disposio e a, tudo o que supruo pode ser prejudicial.6

    Desenhar, estabelecer a relao entre o sujeito e o objecto doconhecimento,7cujo resultado a interpretao da observao, ou seja, o produtonal de uma cadeia de dedues, traduzida num conjunto de estmulos grcosorganizados de maneira eciente. Sobre um fundo branco (ou outro) sempreaplicado um contorno, convenientemente ntido, que dene uma forma fechada,slida, compacta com carcter de gura.

    A paixo renascentista pela antiguidade clssica, posteriormente motivadapelo movimento romntico nos nais do sc. XVIII, suscitou a necessidade derepresentao do objecto arqueolgico, ento efectuada segundo as normas dodesenho artstico da poca, clssico, de tipo pictrico, fortemente sombreado deforma a realar a sua tridimensionalidade, caractersticas decorativas, textura e cores(Fig. 1).8 De grande qualidade artstica nal patente nas plantas e representaes

    vrias, enriquecidas com simples aguada ou outras solues de simulao

    6 Herbert Read, 1968, O signicado da arte,Ed. Ulisseia, Lisboa.

    7 Idem.

    8 Gravura extrada de E. Guhl e W. Koner, 1889, La vita dei greci e dei romani / Manuale di arqueologia,

    Seconda edizione, pg. 250, g. 158, Ed. Ermanno Loescher, Torino.

    Fig. 1

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    volumtrica, o romantismo soube tirar partido do desenho como instrumentoprimordial do estudo histrico e arqueolgico de ento.9

    Gaspar Monge, (1745-1818) com a introduo da Geometria Descritiva, veioinovar profundamente as tcnicas de representao em desenho e contribuir paraa denio da concepo e da execuo do desenho tcnico, afastando-o cadavez mais dos esquemas simblicos e do convencionalismo manifesto no desenhoartstico da poca.

    O aparecimento da fotograa (L. Daguerre, 1829), com os primeirosdaguerretipos (placas de cobre recobertas de sais de prata) e das cmarasportteis de caixa e fole (G. Eastman, 1888) tendo j como suporte o celulide, bemcomo o surto inovador no domnio das artes grcas, com a multiplicidade de meiosmecnicos de reproduo, trouxeram ainda novas possibilidades revelao edivulgao generalizada da imagem.

    Mas desenhar no de modo algum fotografar. O registo fotogrco, deinteno esttica e informativa tal como o desenho, apesar de importante factordocumental, no possibilita o rigor e a mincia da representao grca doselementos morfolgicos, tcnicos e tipolgicos do objecto em vista. No substituia capacidade selectiva que torna possvel a evidncia de pormenores passveisde transmisso graas ao leque de expedientes grcos existentes, possveis derepresentar num desenho elegante e preciso, convincente, de contornos bemdenidos e formas bem estruturadas, conforme funo informativa que pretende.Observao apurada e medies rigorosas, apoiadas numa aparelhagem deinstrumentos de medio diversos, como extenses e correctores dos gestos e dossentidos, so os fundamentos bsicos na elaborao da informao grca.

    Instrumento de pesquisa de carcter universal, suportado por mtodos etcnicas de representao especcos, o desenho a visualizao cuidada doobjecto, a soma das observaes feitas, a sntese descritiva, fruto, no da aparncia,da percepo espontnea10, mas do conjunto das particularidades que ocaracterizam, resumo de uma observao especializada, denida e orientada, quepelo seu rigor, delidade, sensibilidade e beleza, nos do mais que o retrato, a suarplica, o seu substituto.

    9 Ana Leonor M. Madeira Rodrigues, 2000, O Desenho, ordem do pensamento arquitectnico,Ed. Estampa

    Lda., Lisboa.

    10 Gillo Dores, 1989,As oscilaes do gosto, Ed. Livros Horizonte, Lisboa.

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    3. Cermica

    Genericamente, a matria-prima de qualquer objecto cermico composta por materiais plsticos as argilas, de variada composio e aparncia,provenientes da desintegrao das rochas, que por diluio originam uma massapastosa, malevel, estabilizada pelo calor do fogo e materiais no plsticos, ou

    seja, os desengordurantes, de origem orgnica (ossos triturados, palha, ervas) oumineral, (areia, cacos modos) cuja funo a de reduzir a plasticidade de modo adiminuir a sua contraco e fractura durante a cozedura.11

    De uma maneira geral as argilas so depuradas, desengorduradas, sendoem seguida amassadas e moduladas ou moldadas segundo variados processostcnicos. Posteriormente, so secas, consolidando a pasta pela libertao da gua,seguindo-se-lhe, por m, a cozedura. Testemunho de valor cronolgico seguro, usado durante um breve perodode tempo dadas as suas caractersticas de objecto frgil, aliada sua capacidadede conservao aps o uso, a cermica uma importante fonte de informaodo nvel scio-econmico, cultural e tecnolgico de uma qualquer comunidade

    organizada.12 Para alm da descrio textual e da fotograa, o desenho funcionaaqui como modo de expresso privilegiado na descrio analtica do objecto,

    11 Johan Fricke, 1981,A cermica, Ed. Almedina, Coimbra

    12 Histria Universal, Vol. I, 1985, Pub. Alfa, Lisboa.

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    Fig. 2

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    fundamental para a denio da sua natureza e das caractersticas especcasque o identicam e particularizam. As possibilidades so, no entanto, limitadas: dao evitar a superabundncia de smbolos e profuso de traos que o tornem menoslegvel e pouco esclarecedor. Fundamentalmente, trata-se de recriar uma imagem grca, representadapela soma das particularidades que constituem o objecto real em causa, nos seusaspectos morfolgicos tcnicos e tipolgicos, de forma sinttica e codicada. Paratal essencial a construo de guras ntidas, formas bem estruturadas e consistentesde contornos bem denidos, de modo a permitir preciso e clareza de leitura.

    Tal implica necessariamente o conhecimento dos objectos, das caractersti-cas tcnicas que presidiram ao seu fabrico, em suma, das motivaes que levam sua classicao e representao.

    3. 1 Formas estruturais bsicas

    Quer as formas naturais, quer as construes elaboradas pelo gnio humano

    desde a Vnus pr-histrica de Grimaldi,o fresco quinhentista da capela SistinaouLes Demoiselles dAvignon se submetidas a um olhar atento, tornam-se passveisde uma decomposio geomtrica elementar, facilitando assim a denio e limiteda sua forma e congurao: conhecimentos bsicos da composio e construodas formas geomtricas podem facilitar em muito essa compreenso. Assim, do mesmo modo, a caracterizao bsica das diversas formasdos recipientes cermicos feita tendo como referncia as formas geomtricas

    elementares, quer se trate de slidos ou superfcies de revoluo 13(Fig. 2).

    Em funo da abertura podemos ainda estabelecer trs categorias bsicasfundamentais:14

    1. Forma fechada ou envasada em que o dimetro da boca se apresenta muito menor que o dimetro

    mximo da pea (Fig. 3).2. Forma aberta ou esvasada aquela em que o dimetro maior da pea o da abertura. Neste caso, ao corpo de uma tigela chamar-se- copaem vez de bojoe paredes

    aos lados de um prato ou alguidar (Fig. 4).3. Forma cilndrica (Fig. 5).

    13 M. R. Sronie-Vivien, 1982, Introduction ltude des potiers prhistoriques,Ed. Societ Splologique et

    prhistorique de Bordeaux, Bordeaux.

    14 Jorge Alarco, 1975,A Cermica comum local e regional de Conimbriga, Coimbra.

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    Fig. 3

    Fig. 4

    Fig. 5

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    3. 2 Elementos constituintes do desenho de uma pea

    Os elementos bsicos, componentes do desenho tcnico de uma pea, so:15

    a. Secob. Vista interiorc.Linha de separao da vista interior e exteriord.Vista exteriore.Perlf.Plano de aberturag.Plano intermdioh.Plano da base.

    O limite da vista interior e exterior representado por uma linha contnua

    perpendicular, que vai do meio do plano da base, ao plano da abertura.Todas as linhas que denem o contorno da forma (plano de abertura, perl,

    plano intermdio e plano da base) devem ser realadas e executadas com amesma espessura de trao (Fig. 6).

    Teoricamente, a seco obtida fazendo passar um plano vertical pelo eixo

    de rotao do vaso (Fig. 7). Deve ser preenchida a negro, am de facilitar a leitura e

    nitidez do seu contorno. Por isso, nenhuma linha deve tocar a seco, prevendo-sea respectiva distncia (quatro a cinco mm) conforme a escala a que o desenho nalvenha a ser reproduzido.

    15 Segundo Yves Rigoir e Pierre Arcelin, 1979, op. cit.

    Fig.

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    3. 3 Desenho completo de um recipiente

    O desenho completo de um recipiente compreende:

    No lado esquerdo, a secoe representao das caractersticase pormenores do interior passveis degurao, dentro da respectiva reainterior do desenho do objecto.

    No lado direito, a vista exterior,com representao dos pormenores eespecicidades do exterior do objecto.

    o eixo separador vertical,

    tirado do centro do plano horizontalda base, ao plano da abertura, queorganiza o volume e representaodos planos que lhe so paralelos ouno.

    Trata-se de transportar um objecto tridimensional para um planobidimensional, comeando, para a elaborao do desenho, por se traar umaestrutura geomtrica contendo as dimenses bsicas fundamentais delimitadoras,levantadas com o auxlio de esquadro, rgua e compasso, de modo a podercontrolar o seu posicionamento correcto no plano de representao (Fig. 8).

    Seguidamente, o processo usado por norma o da projeco vertical, numplano horizontal, de todos os pontos necessrios obteno do perl com o auxlio

    Fig. 7

    Fig. 8

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    de um diedro e de um esquadro, demodo a controlar a sua correctaposio no plano (Fig. 9).

    Para o desenho da seco, acraveira e o compasso de espessurasso, para alm de outros recursos, osinstrumentos auxiliares mais indicadosna tomada de medies.

    Nos casos em que apea apresente deformaes, aexecuo do desenho deve respeitarsempre a verticalidade do eixo deseparao em relao ao plano

    de assentamento. Aquele, pode noentanto ser adaptado sempre que fornecessrio uma melhor representaodo objecto ou de qualquer das suascaractersticas particulares (Fig. 10).

    Qualquer mudana relevantede orientao da linha do perl navista interior ou exterior duma peadeve ser assinalada por uma linhahorizontal contnua, exceptuando-seos casos em que essa linha possa vir

    a sobrecarregar a apresentao oucompreenso nal do desenho (p. ex:existncia de decorao coincidentecom a aresta). Nos pers de curvaturasuave, esse tipo de mudana nodeve ser assinalada, a m de nosobrecarregar gracamente o ncleofulcral da imagem a transmitir (Fig. 11). Para a representao de umvaso de grandes dimenses, ou dedimenso incerta mas de orientao

    correcta, duas opes so possveis:ou se reduz na sua totalidade, aps arealizao do desenho em tamanhonatural (esc. 1:1), sendo sempre a suarepresentao nal acompanhadade uma escala de preferncia,grca ou se inter rompe cada

    Fig.

    Fig.

    Fig.

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    uma das vistas logo aps o eixode separao (5 mm aprox.),indicando-se o dimetro daabertura por cima do respectivoplano, no lado esquerdo dagura (Fig. 12).Quando no for possvel apre-sentar a dimenso exacta, querdo plano da abertura quer dofundo da pea, far-se- acom-panhar o valor, do smbolo ma-temtico ( ) ou ento de umintervalo de valores (20/22 cm,

    p. ex.) (Fig. 15 e16).

    3. 4 Desenho parcial de um recipiente

    Os pressupostos bsicos para a sua elaborao so idnticos aos processos

    usados para a realizao do desenho de peas completas.O conhecimento das referncias tcnicas fundamentais patentes na feitura

    do objecto so, no entanto, de grande auxlio, quer se trate de um fragmento debordo ou de fundo. importante identicar o fragmento, integrando-o no conjuntoglobal da pea para assim observar a sua posio e orientao correctas em re-

    lao matriz ou forma original. Dado que um dos princpios bsicos que preside

    elaborao da quase totalidade dos recipientes cermicos formados a partir deum eixo de revoluo gerado pelo movimento circular da roda ou torno a simetriade sucessivos planos sobrepostos, um mtodo fcil consiste em apoiar o bordo oup, numa superfcie horizontal, fazendo com que todos os pontos do fragmento se

    Fig. 12

    Fig. 13

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    apoiem no referido plano de as-sentamento de modo a concluirda a sua correcta orientao(Fig. 13). Uma aresta ou estria,resultantes da modelagem ex-terior ou interior da pea, permi-tem apenas uma aproximaoe no um correcto posiciona-mento.

    Em seguida, denir o seudimetro, quer atravs do m-todo das curvas concntricas,quer por processos geomtricos(Fig. 14), representando por mo seu limite exterior correcto, senecessrio com o auxlio de um congurador, pela projeco sucessiva dos pontos li-mtrofes do perl do objecto, num plano horizontal. Obtido o contorno exterior e dadoque se trata duma reconstituio parcial, possvel, do objecto, a partir dos dados

    existentes, e uma vez que a simetria uma caracterstica fundamental que preside quase totalidade dos recipientes cermicos, procede-se ao transporte por decalque,seguindo-se a medio da espessura e sua representao nal do lado esquerdo.

    Fig.

    Fig.

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    Na maior parte dos casos, apenas possumos fragmentos que no permitema obteno da forma completa: no entanto, se esta for passvel de reconstituio,dever apresentar-se sempre de forma cuidada quer no aspecto grco, quer no

    que diz respeito aos elementos tcnicos. No caso de esta ser incerta e se a execuodo desenho for reveladora, devem apresentar-se os fragmentos que possumos, unsprximos dos outros. As indicaes de fractura no interior do desenho so de evitar,

    sempre que prejudiquem a compreenso e clareza da imagem (Fig. 15). No caso da existncia de um fragmento de bordo ou de fundo em que

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    Fig. 17

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    a reconstituio da orientaoda forma original no segura,esta deve apresentar-se por umtrao descontnuo regular, querse trate do plano de abertura oudo plano da base, apresentan-do-se a seco sempre a negro(Fig. 16).

    Quando o fragmentono apresenta nem bordo nemfundo e a sua orientao se tor-na duvidosa, deve optar-se porrepresentar apenas o elemento

    em causa, acompanhado darespectiva seco esquerda(Fig. 17).

    3. 5 Desenho de asas e ps

    Fundamentalmente existem dois tipos de seces a executar narepresentao dos objectos cermicos em arqueologia: a seco vertical, queresulta da passagem de um plano vertical pelo eixo de revoluo do vaso e a secotransversal que obtida fazendo passar um plano perpendicular direco ou

    orientao da asa. Regra geral,a orientao deve fazer-sesempre conforme a posio dodesenho principal. No caso da existnciade uma s asa, esta apresentar-se- desenhada de perl dolado direito, na vista exterior,representando-se a secoao lado, enquadrada por doispequenos traos indicadores

    (Fig. 18). Havendo duas asas,a outra ser desenhada nolado esquerdo, apresentado-seseccionada e sempre conforme sua posio em relao aorecipiente. As extremidades

    Fig.

    Fig.

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    nunca devem tocar o perl, de modo a permitir a sua leitura clara, respeitando-seuma distncia mnima de quatro a cinco mms, conforme a escala a que a estampa

    vier, eventualmente, a ser reproduzida (Fig. 19).Se existirem trs asas, uma ser apresentada em seco no lado esquerdo,

    outra vista de frente ao meio da vista exterior, o que subentende a existncia duma

    outra simtrica na face oposta (Fig. 20).A existncia de quatro asas pressupe uma representao simtrica, com a

    Fig. 20/21

    Fig. 22

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    terceira posicionada ao meio das duas vistas (Fig. 21).No caso da existncia de mais de quatro asas, de todo conveniente a

    representao em planta (vista superior) do objecto em causa, sobre o desenhoprincipal, arrumando assim denitivamente quaisquer dvidas de nmero,posicionamento e forma das caractersticas especcas do objecto. Em qualquer das situaes, sempre que necessrio e se os elementosdecorativos o justicarem, acrescentar-se- ainda uma vista de face e ou em plantadas particularidades ou pormenores reveladores.

    Estas normas so igualmente vlidas para o desenho de ps.Sempre que necessrio, no hesitar na apresentao de desenhos em

    planta, alados, vistas de pormenores ou detalhes, ampliados ou no, que podemser importantes para a total compreenso do objecto, embora posicionando-ossempre em relao ao desenho principal conforme ao sistema de projeco usado(Fig. 22).

    3. 6 Decorao: princpios gerais

    A decorao um enriquecimento da forma, uma marca profundamentereveladora quando genuna e como tal merece uma representao grcaesclarecedora e adequada.

    Em todas as situaes se deve dar prioridade absoluta luz orientada sempredo lado esquerdo do objecto, a 45 em relao ao plano horizontal de trabalho. importante a apreenso dos elementos fundamentais que caracteri-

    zam a forma, de modo a elaborar a sua traduo grfica correcta. Delimitare definir com exactido a figura sobre o fundo, individualizar acessrios, definire agrupar esquemas decorativos e traduzi-los sempre que possvel por conven-es e smbolos grficos representativos, de aceitao geral, facilmente inteli-gveis: quanto mais complexa uma decorao, mais com-pleto deve ser o desenho. Entre a gurao pelavista em plano e a projeco, aescolha ser ditada pela nature-za da decorao, a sua dimen-

    so, o seu carcter repetitivo ouno, bem como pelo dimetroda pea. Para alm da simetriafundamental dos recipientes, namaior parte das situaes a de-corao tambm constitudapor motivos repetitivos, simples Fig. 2

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    ou agrupados: da a possibilidade e convenincia de serem reproduzidos sempreque possvel integrados no desenho principal. A sua representao est no entantodependente da sua posio/localizao, sendo a norma geral a do seu posiciona-mento em conformidade com a pea. Na representao em plano, sobre o desenho principal, apresentar-se-na vista exterior ou interior, conforme sua disposio no objecto, se a decoraofor composta pela repetio do mesmo motivo e for possvel integr-lo no espaodenido pelo eixo de separao e pela linha do perl (Fig. 23). Se necessrio,alongar-se- para alm do eixo de separao, caso a parte interior no apresente

    Fig. 24

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    decorao, sem, no entanto, afrontar a seco (Fig. 10).Em presena de um fragmento incompleto e de dimetro desconhecido,

    proceder-se- segundo as normas gerais, representando-se o fragmento comdecorao incorporada, seguido da seco, posicionada no lado esquerdo (Fig. 17). No caso de se julgar mais adequada a projeco, ento a sua apresentaoseguir o esquema geomtrico da forma a que diz respeito. importante distinguir as

    Fig. 2

    Fig. 2

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    formas simples, redutveis a slidos geomtricos ou a superfcies de rotao (esfera,cilindro, cone) das formas compsitas, englobando mais que uma forma simples.Nas formas cilndricas, a representao pretendida ser a correspondente realateral do cilindro considerado, 2 xR xG, mantendo-se inalterveis as dimensesverticais. Nas representaes cnicas, o slido de base o cone (truncado),denindo uma superfcie circular, x Gx (R + r) cujo raio igual geratriz (Fig. 24).

    A perspectiva de excluir. Existem,no entanto, casos espe-ccos, em que a repre-sentao em plano re-sulta pouco eciente e aprojeco dos elementosdecorativos adicionais forma pode ser vantajosa.Nesse caso, importanteque o perl que nitida-mente legvel e o sentidoda decorao no sejaprejudicado, tomando-se para isso como base oesquema geomtrico de

    projeco adequado representao da forma(Fig. 25). Na representa-o de qualquer motivodecorativo, fundamen-tal a delimitao ntida do

    Fig. 28

    Fig. 29

    Fig. 30

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    contorno, de forma a denir acongurao precisa do motivo,trabalhando em seguida o seucontedo e fazendo-o depoiscontrastar ou no em relao aofundo, conforme as suas caracte-rsticas gerais e pormenores a re-alar, considerando-se sempre asombra gerada por uma fonte deluz colocada esquerda do ob-

    jecto, criando assim dois ou maisnveis de representao distintos econtrastantes (Fig. 26).

    Na representao dasmodicaes da superfcie dapea, tal como incises, exci-ses, impresso, estampagensou modelagens, deve optar-se, de preferncia, por marcarsempre a negro as zonas rebai-

    xadas em relao superfcieda pea e a branco as zonasrelevadas, permitindo uma per-cepo rpida e esclarecedo-

    ra dos motivos (Fig. 27). Outrassituaes particulares obrigaronaturalmente a outro tipo desoluo grca quase semprepossvel e conveniente, dentrodas inmeras possibilidades tc-nicas disponveis (Fig. 28).

    Devem utilizar-se sim-bologias (caso da herldica, Fig.29), tramas ou diferentes grada-es de negro apenas nos ca-

    sos de decoraes complexas,ou quando se trata de diferen-ciar vrios elementos ou coresem decoraes pintadas, nun-ca esquecendo de legendarconvenientemente o desenhonal (Fig. 30). Fig. 31

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    Segundo o estado de conservao do vaso ou a complexidade da suadecorao, apresentar-se- uma poro de crculo, metade ou a totalidade domotivo, de forma a transmitir a noo perfeita, o sentido e a beleza da decoraoem causa (Fig. 31). Para transport-la podemos usar mtodos elementares taiscomo o simples decalque com suporte transparente ou aplicao de p de grate,de modo a obter o negativo el do elemento decorativo para a sua reproduocorrecta. A moldagem com plasticina ou plastilina pode ainda ser til em selos,marcas ou gratos.

    Na elaborao e representao dos motivos, a economia de traos deve seruma norma a ter sempre presente: para cada pea e para cada tipo de decoraoplstica ou cromtica, deve escolher-se a espessura de trao mais adequada, otipo de soluo grca mais conveniente, de modo a dar uma noo precisa einteligvel do objecto.

    No existem frmulas matemticas quanto tcnica mais apropriada, masum bom desenho pode perder muito do seu valor devido a uma errada seleco doselementos grcos: o uso do trao simples pode ser por vezes mais vantajoso que atcnica do pontilhado. Cada material requer um tratamento diferente, especco, demodo a traduzir a noo prpria da sua textura e das suas caractersticas peculiares.

    , no entanto, de consenso geral apresentar as formas pr e proto-histricasa pontilhado, dado terem uma componente de trabalho manual, caractersticastcnicas e simbologias particulares marcantes e ser essa tcnica especca a maisadequada para a sua representao(Fig. 32 e33).

    As cermicas torneadas e moldadas, j de produo em srie e elementosdecorativos de melhor denio, so representadas na maioria dos casos,

    simplesmente com trao uniforme, delimitador do seu contorno exterior e de menorespessura na demarcao das suas caractersticas interiores.

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    Fig. 3

    Fig. 3

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    4. Vidro

    O desenho de qualquer recipiente de vidro ser tratado segundo as regras quenorteiam o desenho dos objectos cermicos, suprimindo a perspectiva e aplicandoos mesmos princpios naexecuo da decorao.

    A vista exterior, detrao no e sbrio, salvoem casos muito excep-cionais de decoraes

    mais elaboradas, no sersombreada, sendo ape-nas acentuada em algunspormenores de realceque assim o justiquem, am de distinguir estes ob-

    jectos, dos recipientes ce-rmicos e metlicos (Fig.34).

    Nos casos parti-culares da existncia de

    qualquer tcnica deco-rativa relevada ou rebaixada em relao superfcie, assim como aplicaes decor, so tratados de forma idntica aos princpios de representao usados nodesenho de peas de cermica (Fig. 35).

    Sempre que necessrio, realizar-se-o os desenhos de planos diversos,correctamente apresentados, necessrios completa compreenso do objecto bemcomo das suas caractersticas peculiares (Fig. 36).

    Fig. 3

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    Na representa-o de recipientes demetal, madeira, ou qual-quer outro tipo de mate-rial, mantm-se sempre osprincpios que assistem realizao do desenho derecipientes cermicos: ametade direita represen-tando o perl e as carac-

    tersticas da parte exteriordo vaso e o lado esquer-do, a seco e vista inte-rior bem como todos ospormenores interiores queparticularizam o objecto.

    E, tal como narepresentao dos vasoscermicos, se necessrio,pode sempre deslocar-seou anular, sem prejuzo

    bvio da leitura e com-preenso do objecto, alinha divisria da vista in-terior e exterior, se tal per-mitir uma ntida e esclare-cedora representao dorecipiente (Fig. 37).

    Fig. 35

    Fig. 36

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    Fig. 37

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    5. Metal

    As normas a seguir enunciadas aplicam-se ao desenho de objectos emmetal, osso e madeira, abrangendo ainda, se necessrio, outros tipo de materiais. Embora reportando-se por vezes a algumas regras gerais do desenho derecipientes cermicos, convm observar as caractersticas tcnicas fundamentais

    que presidem sua realizao e os princpios gerais que o tornam convenientementeinteligvel.

    5. 1 Princpios gerais

    A nalidade a de dar ao observador uma imagem to completa quantopossvel do objecto, recorrendo-se para isso sua projeco cilndrica,16 comprojectantes ortogonais, sobre um plano.

    A projeco cilndrica ortogonal, vulgarmente designada por projecoortogonal, a mais largamente utilizada no desenho tcnico de arqueologia, pois

    permite uma representao grca eciente de um qualquer objecto tridimensionalconvertido a uma viso bidimensional.

    16 A projeco designada cilndrica (paralela) ou cnica(central) conforme as projectantes forem para-

    lelas ou concorrentes. A projeco cilndrica ou paralela pode ainda ser chamada de ortogonalou oblqua,

    conforme as projectantes forem perpendiculares ou oblquas relativamente ao plano de projeco.

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    Fig. 38

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    Ao contrrio da perspectiva, que apresentada apenas num nico planode representao, na projeco possvel representar variadas vistas relativamenteao plano principal ou planta, o que permite um maior rigor na representao doobjecto e das suas particularidades.

    Dada a especicidade do desenho arqueolgico, a apresentao e dis-posio das diversas vistas ou planos do objecto relativamente vista principal, fre-quentemente usada em arqueologia, a do mtodo de representao americano,que difere da apresentao do mtodo europeu apenas na disposio dos reba-

    Fig. 3

    Fig. 4

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    42 Jos Lus Madeira | O Desenho na Arqueologia

    timentos dos diversos planos ouvistas (Fig. 38).

    Trata-se de individualizaros pontos que denem o objec-to, os quais, projectados numasuperfcie plana, o denem con-venientemente a uma escalaidntica. Em presena de qualquerartefacto, escolher sempre aposio mais adequada, ouseja, a que melhor o dene ecaracteriza, sendo, no entanto,

    de preferenciar sempre a vistaprincipal ou frente, por ser aque-la que nos permite, na maiorparte dos casos, uma visualiza-o mais correcta correspon-dente ao conceito do objecto.A partir dela se organizam osplanos complementares, segun-do o modo de disposio atrsexposto.

    A grande maioria dos

    objectos pode ser suciente-mente documentada com avista principal, complementa-da com uma seco, ou entocom dois planos de representa-o, uma frente e um alado,com eventuais destaques depormenores auxiliares, amplia-dos se necessrio (Fig. 39).

    5. 2 Orientao

    O critrio funcional doobjecto, isto , o seu modode uso prtico, parece ser omais pertinente para decidir oposicionamento e orientao

    Fig. 41

    Fig. 42

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    grca de qualquer objecto: assim a faca apresentar-se- na horizontal e a pontade lana na vertical (Fig. 40 e42).

    5. 3 Representao dos objectos

    O desenho a representao bidimensional de um objecto tridimensional.A expresso do volume tem pois de socorrer-se de expedientes grcos, comoo sombreado e as vistas em perspectiva, sempre que necessrio, tendo como

    nalidade uma eciente e satisfatria apresentao das caractersticas globais quedenem o objecto.

    Dado que a fonte de incidncia de luz, por convenincia, sempre originriado ngulo superior esquerdo, a 45 em relao ao plano horizontal, o objecto deveser sempre contornado por um trao uniforme contnuo na zona de sombra epontilhado na zona iluminada ou de maior exposio aos feixes luminosos (Fig. 41). O uso do tracejado indica a reconstituio possvel e mesmo assimhipottica, do objecto. O trao misto (trao/ponto/trao) usado para indicar umainterrupo ou fractura ctcia, sobre um objecto que se julga til no reproduzirintegralmente dadas as suas caractersticas repetitivas (Fig. 42). A seco 17 a representao grca do contorno do objecto e do seu

    interior denida por um plano de interseco, sem projeco alguma, indicada pordois traos, sempre perpendicular ao seu eixo principal. O seu contorno ser, por-tanto, o do perl do objecto no plano onde seccionado. Para os objectos curvos,

    17 Chama-seseco, quando gura apenas a superfcie seccionada do objecto e corte, quando se repre-

    senta a parte da pea que ca para alm do referido plano de corte.

    Fig. 4

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    44 Jos Lus Madeira | O Desenho na Arqueologia

    Fig. 44

    Fig. 45

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    Jos Lus Madeira | O Desenho na Arqueologia 45

    faz-se incidir a perpendi-cular tangente do pontoescolhido para a seco.Esta deve apresentar-sesempre a negro, e sempreque possvel posicionada esquerda do plano princi-pal (Fig. 43). No subestimara importncia dos planosde seco, atendendosempre sua funo re-veladora de pormenor defabrico do objecto, esco-

    lhendo-se para tal o n-gulo ou ngulos de orien-tao e apresentaomais elucidativos de cadaobjecto ou caso particular(Fig. 44).

    O sombreadodeve utilizar-se, empregando para isso a tcnica mais adequada, quer o trao quero pontilhado, de maneira a realar o particularismo e as anomalias do objecto, semno entanto cair num modo de expresso demasiado realista que possa obscurecera sua apreenso global.

    A perspectiva de evitar, usando-se apenas em alguns casos particulares,como complemento necessrio a uma melhor compreenso da funcionalidadedo objecto, escolhendo-se para tal, o mtodo mais adequado. Se necessrio, usaresquemas auxiliares elaborados, no entanto, de forma gracamente distinta dooriginal, como complemento esclarecedor de leitura do objecto em causa (Fig. 45).

    5. 4 Decorao

    Fundamental na caracterizao das particularidades do objecto. Atender sempre ao claro-escuro resultante da luz incidente e preciso e

    nitidez do trao. A decorao incisa sempre delimitada a trao negro contnuo, sendoa decorao estampada, preenchida a negro nas zonas rebaixadas, ou compontilhado denso, se se tratar de espaos mais extensos.

    Ter sempre ateno na escolha da espessura do trao, face ao coecientede reduo que o desenho vir eventualmente a sofrer, na publicao nal (Fig. 46).

    Se uma decorao gravada nos surgir, torna-se prefervel interromper o

    Fig. 4

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    pontilhado de fundo, a m de fazer realar nitidamente o motivo decorativo emcausa. Os traos de fracturas que possam eventualmente prejudicar a leituracorrecta dos elementos decorativos so de suprimir.

    Em presena de uma decorao incrustada, importante fazer distinguir osuporte do embutido, usando para isso a forma de expresso mais conveniente. Na decorao plstica, observar o jogo de luz, anotar as sombras, os relevose as concavidades, as mudanas de rumo sbitas dos alinhamentos geomtricos eo contorno suave das linhas orgnicas (Fig. 47).

    A representao da sombra por gradao de trao, simples ou cruzado,permite dar profundidade e textura aos pormenores e forma e solidez aos objectos. Noentanto, o pontilhado, na grande maioria dos casos, permite exprimir duma maneiraconveniente os diferentes valores de luz e sombra, em toda a sua complexidade:a uma superfcie lisa e homognea corresponder um pontilhado regularmente

    espaado, ao inverso de uma superfcie rugosa e gasta que ser representada porum pontilhado irregular e de densidade e espessura diferente e dispersa (Fig. 48). Para representao das cores utilizar-se-o cdigos ou simbologias grcasconvenientemente legendados, j atrs referidos.

    Fig. 47

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    Fig. 4

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    6. Material Ltico

    O desenho a concretizao material da visualizao consciente doobservador em relao ao objecto. A observao deste deve orientar-se, pois,na tomada de sentido do seu aspecto global, na percepo da sua morfologia eapreenso das especicidades materiais tcnicas e tipolgicas que o individualizam.

    As caractersticas peculiares dos utenslios lticos requerem ainda umaobservao mais cuidada, tendo em conta a especicidade e a mincia dotrabalho em causa, bem como a sua representao grca.

    6. 1 Orientao

    No sentido de uma optimizao da representao de uma qualquer peaorientada, distinguem-se basicamente trs partes a tratar:

    1.A base, a partir da qual a pea se desenvolve.2.A zona central ou mediana.3.A extremidade ou parte superior.

    Trs conceitos fundamentais norteiam a orientao de qualquer objecto

    ltico:18a. Eixo morfolgico: linha vertical, perpendicular ao meio do eixo transversal,orientado no sentido do comprimento da pea. Pode ser coincidente ou paralelo

    18 Michel Dauvois e Pierre Fanlac, 1976,Precis du dessin dynamique et structural des industries lithiques,Ou-vrage pub. avec le concours du CNRS, Paris.

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    ou no, com o eixo de talhe (Fig. 49).b. Eixo transversal: linha horizontal que une os pontos extremos no sentido da largurado objecto.c. Eixo de talhe ou corte: linha segundo a qual se desenvolveu o aparelhamento ou

    fractura (Fig. 50), determinada pelo choque ou presso do percurtor, perpendicular face do bolbo ou talo, isto , ao ponto de impacto a partir do qual a lasca sedesprendeu do bloco original.

    Fig. 49

    Fig. 50

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    Fig. 53

    Fig. 54

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    Fig. 57/5

    Fig. 59/6

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    a orientao vertical, com a lmina virada para baixo, dado que estes objectos so j,para alguns, prximos de formas dos machados metlicos dos tempos proto-histricos(Fig. 59). As peas abrangidas pela designao de punhal so representadas coma ponta ao alto. No caso de existncia de duas pontas, apresentar-se- a mais curtavirada para baixo (Fig. 60).

    Os ncleos sero sempre orientados segundo o sentido de extraco das lascas,isto , o ponto de apoio sempre em baixo.

    Fig. 6

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    6. 2 Simbologia

    A m de comunicar informaes auxiliares que dizem respeito aco tcnica,e ao pormenor de realizao do trabalho que conduziu ao fabrico da pea, soutilizados determinados smbolos grcos especcos do desenho de objectos lticos, aseguir indicados(Fig. 61).

    6. 3 Tcnicas de representao

    A representao dos objectos lticos segue, na generalidade, os princpios derepresentao e disposio do mtodo atrs referido para os objectos metlicos, sendouma pea geralmente apresentada por uma vista frontal, um perl ou alado lateral, e

    Fig. 62

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    uma vista posterior.Sempre que necessrio, apresentar ainda outros planos ou detalhes de realce

    e utilizar representaes seccionadas da pea, efectuadas, de preferncia, sempre nasua zona de maior largura. Realizar tantos planos quantos os necessrios a uma leituraprecisa do objecto seguindo os princpios j apresentados.

    Na vista lateral, importante denir com preciso a linha do gume. O perl ealgumas vistas posteriores podem, por vezes, ser apenas apresentados no seu contornodelimitador, dado que os pormenores tcnicos caractersticos da execuo da pea nosaparecem j sucientemente documentados no plano principal.

    Usar todo o cuidado e rigor nas medies, pois so elas que condicionam averacidade do desenho: da, todo o interesse em imobilizar a pea sobre um planodesde o incio do trabalho, de modo a garantir a preciso e regularidade das dimensesefectuadas.

    Fig. 6

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    Aps o enquadramento geomtrico e a delimitao perifrica precisa, procede-se ao traado das nervuras e arestas principais, dos alinhamentos determinantes,separando desbastes e retoques, usando o compasso como instrumento fundamentalde medio e utilizando o processo de construo geomtrica de um ponto, pelainterseco de dois arcos ou mais (Fig. 62). Anotar linhas, denir planos, salientar mudanas de rumo, orientar curvaturas,cncavas ou convexas, traar todas as variantes, auxiliares ou no, que embora norepresentadas posteriormente, nos orientaro na reproduo do objecto nal (Fig. 63).

    Finalmente, atender especicidade e textura de cada material na suarepresentao e caracterizao: nas rochas de gro muito no (silex, calcednia), ocontorno dos retoques, as nervuras e a grande maioria dos detalhes aparecem-nosmuito ntidos sob a forma de linhas, sendo assim representados. Para as outras rochas degro mais grosso, somente o contorno exterior se efectuar com trao contnuo, sendo

    a caracterizao do interior efectuada mais pelo realce do claro-escuro, sem recurso linha delimitadora. O pontilhado caracteriza nas industrias lticas o crtex, as partes no trabalhadas. O vermiculado um trao sinuoso de elementos pequenos empregado narepresentao das superfcies de origem natural. A textura do trao pode ainda sofrervariadas cambiantes adaptveis s caractersticas do material em presena. O trao contnuo de espessuras variadas, regular ou no, em linhas paralelasou concntricas, usado na representao das superfcies resultantes da intervenodo trabalho humano. A sua frequncia, comprimento e espessura, est obviamentedependente da maior ou menor regularidade da superfcie a representar e daquantidade de luz incidente, sendo esta originada, tal como nos outros casos j referidos,

    por um feixe luminoso orientado a 45, do lado esquerdo do objecto, em relao aoplano horizontal.

    Aps o desenho do contorno das arestas e dos retoques efectuado com ocuidado e preciso necessrios, o sombreado intervm como elemento decisivo,determinante na representao total e el da pea. esse modelado que reproduza curvatura das ondulaes, das linhas de fractura, dos retoques, num realismo nico,caracterstico dos instrumentos lticos: pela sua frequncia, curvatura e intensidade nosser dada a noo da volumetria da pea; a espessura e o afastamento ou no dotrao serviro para assinalar a profundidade das ondulaes ou a regularidade ou no,do talhe.

    o contraste entre luz e sombra e o tratamento das suas diversas cambiantes e

    nuances que permitem a evidncia dos pormenores tcnicos e morfolgicos do objecto,funcionando como seu revelador. Saber respeitar a luz e a sua incidncia correcta muitas vezes o segredo da nitidez e da qualidade de um desenho nal. No desenho de outro qualquer tipo de objecto ltico que no os instrumentosapontados, aplicar-se-o as normas gerais do desenho arqueolgico, no esquecendonunca a importncia da escolha do mtodo de representao mais adequado, ditadosempre pelas caractersticas do objecto e dos motivos a representar (Fig. 64).

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    Fig. 6

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    7. Instrumentos de apoio

    no desenho que a actividade cognitiva e a inteligncia sensvel secomplementam, recorrendo ao uso de cdigos ou linguagens grcas precisasexpressas pelo uso de instrumentos especcos20. Qualquer instrumento um veculode transmisso de sensaes possveis entre a actividade do crebro e o movimentoda mo. A cada instrumento corresponde uma diferente possibilidade de registodas potencialidades do pensamento e de expresso dos sentidos e das emoes21.

    Para a elaborao de um desenho, alm dos utenslios bsicos como papel,lpis ou lapiseira porta-minas, borracha, rguas, esquadros vrios (90/60 ou 90/45),compasso, transferidor, escantilhes diversos, crceas de curvaturas, pincis, tinta

    da china, tintas variadas, canetas de desenho tcnico de grandezas de espessuravariadas, bisturis ou facas raspadoras e plasticina para suporte dos objectos so dereferir ainda alguns instrumentos tcnicos especcos de grande auxlio no desenhoem arqueologia.

    O diedro, que permite o posicionamento correcto da pea em funo doplano do desenho, facilitando a sua projeco e obteno do perl (Fig. 9).

    A craveira, paqumetro ou compasso de corredia, auxiliar principal natomada de medies exactas e pormenorizadas (Fig. 65).

    O calibrador e o compasso de espessuras, graduado ou no, de grandeutilidade nas medies de espessuras, quando em presena de peas inteiras ouno e o congurador, auxiliar tira-teimas com sistema de pinos que delineiam a

    forma do objecto, facilitando largamente a recolha de formas, pers, contornos eespessuras (Fig. 65).

    20 Ana Leonor M. Madeira Rodrigues, 2000, O Desenho, ordem do pensamento arquitectnico,Ed. Estam-

    pa Lda., Lisboa.

    21 Idem.

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    Alguns destes instrumentos e outros no mencionados, como tira-linhas,godets, e cores usadas no desenho tcnico, tais como carmim, azul da prssiae amarelo goma-guta, pertencem j a um ambiente passado. No entanto, oconhecimento de materiais, tcnicas e normas de execuo j em desuso no sode todo inteis: puxar o lpis, nunca empurrar; no carregar em demasia para novincar o papel e procurar executar o trao de uma s vez com a mesma velocidadee espessura, so orientaes bsicas a adoptar e ter em conta. Toda a tcnicadepende, obviamente, dos materiais e instrumentos disponveis, bem como dacapacidade inventiva do utilizador22. As tcnicas de desenho anteriores, suportadaspor elementares recursos tcnicos e materiais, obrigavam a uma prtica por vezesrotineira de facto, embora exigente na destreza manual, na execuo de tipose traos, nura de detalhe e modelos de apresentao nal rigorosa, cuidada eesclarecedora.

    Actualmente, a difuso dos meios informticos e o aparecimento devariados processos de recolha e tratamento de imagem, permitem maior eccia norelacionamento de dados, economia de esforo e aumento de produes variadas(escalas e tamanhos mltiplos) de rapidez e preciso, libertando a actividadehumana para pormenores de criatividade e qualidade sempre indispensveis narealizao nal. Outros processos auxiliares tm sido testados: a TAC ou Tomograa AxialComputadorizada, tcnica algo recente que revolucionou o diagnstico mdicopela imagem computadorizada aplicada inicialmente na observao de crnioshumanos, foi j utilizada com sucesso na obteno do perl e seco de algunsmateriais cermicos.23

    Alguns programas permitem, para alm do tratamento parcial do desenhode uma pea, depois de traado o seu perl e espessura manualmente, avisualizao posterior em 3D ou ainda clculos de volume do interior de um qualquerrecipiente. 24 Apesar disso, dada a especicidade do desenho arqueolgico, asua feitura total por processos informticos revela-se, por enquanto, ainda algocomplicada.

    22 Ana Leonor M. Madeira Rodrigues, 2000, O Desenho, ordem do pensamento arquitectnico,Ed. Estam-pa Lda., Lisboa.

    23 Ana Maria vila de Melo, Maria de Ftima Abraos, Jos Maria Guerreiro, 1993,A Tomograa Axial Com-

    putadorizada e a Ceramologia, Arqueologia Medieval N. 2, Campo Arqueolgico de Mrtola, Ed Afronta-

    mento, Porto.

    24 Isabel Bettencourt Amorim,1999, Castro de Palheiros (Mura). As ocupaes da Pr-Histria e da Proto-

    Histria da Plataforma Interior,Tese de mestrado ( policopiada), Porto.

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    Fig. 6

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    8. Escavao: tcnicas e mtodos de representao

    De uma inicial procura de objectos e curiosidades, a arqueologiaevoluiu progressivamente para uma disciplina cientca, na qual o registo grcodos testemunhos detectados se revela um auxiliar precioso do conhecimentoarqueolgico na documentao, interpretao e divulgao dos achados.

    Afora todas as constataes e advertncias que os manuais e o relato deexperincias alheias possam comunicar, o conhecimento, a interiorizao plenada inteno e do risco em causa perante a tarefa a desempenhar, ser talvez acondio primeira para a realizao de um trabalho satisfatrio. A relao entre os vestgios descobertos e o desenho nal estabelecidapelo desenhador e pelo arquelogo, sendo a observao, o rigor e o talento dodesenhador to importantes como a capacidade de anlise e de interpretaodo arquelogo. Importa, por isso, denir tcnicas e mtodos adequados com vistaao registo objectivo dos dados observados, sua transmisso correcta, suporte evalorizao do discurso cientco.

    8. 1 Recolha de dados

    Em presena de uma escavao arqueolgica, a recolha parcial ouinsuciente dos dados uma atitude irreparvel, correndo a interveno o risco devir a tornar-se num esforo intil.

    Por isso, toda a recolha de informao no terreno deve ser orientada e

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    pormenorizada sendo a sua representao calculada em funo do interesse e dadimenso dos vestgios, bem como da sua posterior apresentao grca, seleccionando-se para tal, a escala mais adequada. A escala 1/20 , na generalidade, a mais usada no registo das estruturas decampo, podendo eventualmente na fase nal de feitura dos trabalhos, sofrer as redues,ampliaes e enquadramentos necessrios, em funo de uma apresentao grcaesclarecedora.

    O registo de detalhes, para alm da planta geral, nunca deve ser subestimadodurante os trabalhos de campo: denir alinhamentos, individualizar estruturas, recorrersempre que necessrio a pequenos esboos ou rascunhos auxiliares, referncias ouapontamentos breves, sempre de grande ajuda na execuo do trabalho nal. A planta topogrca de qualquer estrutura , em escala conveniente, arepresentao grca da projeco ortogonal sobre um plano horizontal, dessa mesma

    estrutura. Para a sua elaborao, no domnio especco da arqueologia, podemosapontar os seguintes processos elementares.

    1. A quadriculagem, que para alm de outros mtodos de gesto da rea a escavar frequentemente o mais adoptado. Consiste no traado de uma retcula de quadrados,passveis de serem ampliados ou reduzidos convenientemente e servindo comocoordenadas de referncia na tomada de medies bsicas, o que simplica logo deincio qualquer trabalho de levantamento de estruturas a efectuar (Fig. 66).

    2. A triangulao, baseada na elaborao de uma rede de tringulos equilteros,tendo por base o princpio de

    que se um lado e dois ngulosde um tringulo so conheci-dos, possvel determinar osoutros dois lados, ou ainda ode que a lados iguais corres-pondem ngulos iguais e vice- versa. Ter sempre presente oelementar princpio de Pit-goras, de que ao quadradoda hipotenusa corresponde asoma do quadrado dos dois

    catetos opostos.

    3. A medio axial, feita emrelao a um eixo central cor-rectamente implantado. To-das as medies necessriasdevem ser tomadas por per-

    Fig. 66

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    pendiculares, formando com o eixo central de referncia um ngulo de 90 (Fig. 67).

    4. A medio radial, feita em relao a um ponto central convenientementetraado, o ponto de apoio ou estao. Todas as medies devem ser conferidas,sendo sempre a soma total dos ngulos 360 (Fig. 68).

    Todas estas operaes devem ser efectuadas atravs de mediesangulares tomadas a partir de um teodolito ou simplesmente de um nvel, embora

    aferidas e conrmadas com segurana, a m de manter a exactido de qualquerlevantamento. Estruturas menos regulares ou mais complexas podem sempreser reduzidas a guras geomtricas regulares, facilitando assim a tarefa da suarepresentao.

    De igual modo, na recolha dos dados estratigrcos, os cuidados a observarno devem ser menosprezados. Qualquer corte ou perl deve ser, em primeiro lugar,correctamente referenciado em funo da malha arqueolgica onde est inserido,com orientao precisa, devendo ainda ser denida a sua posio absoluta atravsde uma linha de nvel cotada (absoluta ou relativamente), ou mais que uma, se adimenso assim o justicar, de modo a evitar incorreces na leitura e interpretao.

    Toda a estratigraa obriga a uma cuidada observao e compreenso,como momento esclarecedor e nico que de importncia fulcral na classicaoe categorizao do espao em estudo. Importa, por isso, denir e registar osatributos especcas dos sedimentos, sua natureza, textura, granulometria, core posicionamento correctos. a evidncia estratigrca que proporciona aoarquelogo uma perspectiva cultural e uma base cientca indispensveis.

    Na sua representao, quer se opte por um modo de apresentaoestilizado contornando as unidades estratigrcas com linhas interfaciais a trao

    Fig. 6

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    Fig. 69/70

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    cheio (Fig. 69), ou de apresentao realista25, sem linhas delimitadoras, cominterfaces em branco (Fig. 70), conveniente o uso de simbologias simples, facilmenteinteligveis26, de clara identicao e sentido revelador (Fig. 71). Legendar sempre demodo esclarecedor e ocasionalmente, se necessrio, referenciar com numerao.

    8. 2 O trabalho nal

    um engano pensar que os esquemas de raciocnio e representao grcaresultantes da actividade criadora so passveis de substituio sistemtica por parte

    25 Eduard Harris 1989, Principles of archaeological stratigraphy,Academic Press Limited, London.

    26 A Fig. 71 apresenta um exemplo de simbologias comuns, usadas em representaes estratigrcas, se-

    gundo Sir Mortimer Wheeler, in Louis Frederic, 1980,Manual Prtico de Arqueologia, Ed. Almedina, Coimbra.

    Fig. 7

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    das inmeras vantagens tecnolgicas actualmente disponveis. Economia de gestose pormenores rotineiros, preciso e rapidez de clculo e execuo, so, no entanto,vantagens indiscutveis a tirar proveito dos variados programas informticos existentesno mbito da composio e manuseamento de dados, arranjo e apresentaogrca nal.

    A divulgao do computador levou expanso crescente do clculomatemtico que invadiu praticamente todos os domnios do conhecimento, codicao da informao e inovao tecnolgica no campo da imagem edas artes grcas em geral, introduzindo grandes transformaes no tratamento eapresentao nal de resultados. Mas, embora permita ao homem obter resultadossubstancialmente melhorados, o uso multifacetado e hipercolorido da tecnologiano tem em si algum signicado, se no tiver presente a viso e o rigor, aliadasnecessariamente ao conhecimento, ao talento e ao gnio do desenhador, do qual

    depende a delidade e a beleza do trabalho nal. Ter em ateno que grande percentagem dos trabalhos so aindareproduzidos a preto sobre fundo branco: da a necessidade de explorar toda agama de tonalidades e cambiantes do branco ao preto, no esquecendo nuncaa reduo possvel a que qualquer trabalho pode vir a ser sujeito, causando, semdvida, substanciais alteraes na matriz original. Se possvel, recorrer cor comoelemento adicional de informao e marcador dos sentidos, sem nunca esquecer assuas propriedades mais importantes:

    A tonalidade, correspondente ao tom ou nome de cada cor fundamental doespectro luminoso; a luminosidade, resultante do maior ou menor brilho ou quantidadede luz que cada cor apresenta, e a intensidade, dependente da maior ou menor

    vivacidade da cor, relacionada com a claridade, indicadora da quantidade de corbranca existente num determinado ponto, bem como a sua inversa, a saturao.

    A utilizao indiscriminada da cor pode comprometer seriamente aapresentao de qualquer imagem. A sua aplicao em excesso pode retirara eccia, que o impacto contrastante do uso do preto e branco transmite: o seuequilbrio d solidez e profundidade aos objectos e pormenores, tornando-os aindamais apelativos e a mensagem mais clara e de maior impacto. Dentro da mesma cor,podem ainda ser conseguidas vrias tonalidades de diferentes graus de luminosidade(esbatidos) conferindo uma harmonia e uniformidade imagem a apresentar.

    Trabalhar igualmente com as diversas espessuras de ponto e de trao, demodo a valorizar a forma, evidenciar ou no detalhes, estruturas, alinhamentos ou

    orientaes de muros, e caractersticas particulares que podem ser convenientes auma melhor leitura e compreenso global ecaz.

    Atender apresentao dimenso e representatividade dos smbolos,expressos de forma clara, de fcil assimilao, no muito elaborados, de contornosntidos, com destaque e solidez necessria tendo em vista resultados grcos precisos.

    Usar simbologias convencionais, se possvel j aceites por outras disciplinasans, tal como no caso da representao das rochas. Na representao dos declives

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    e depresses, no usar o trao indiscriminadamente, mas sim de forma criteriosa eesclarecedora, representativa dos vrios acidentes em causa, apresentando-sesempre o comprimento das linhas em correspondncia com a largura do declive,sendo a sua equidistncia tanto maior quanto menor for a inclinao (Fig. 72).

    Nas plantas nais, ter ateno organizao dos vrios planos que se

    arrumaro necessariamente em funo do plano principal e atender disposio dasreferncias fundamentais como norte, escala, linhas de nvel e sinalizao de cortese pers, bem como ao arrumo da legendagem e nomenclatura nal, clara e bemdiscriminada (Fig. 73).

    A soluo grca a escolher est sempre dependente dos contedos aapresentar: grcos, diagramas, organogramas, de grande eccia na transmissode dados, so hoje de fcil execuo, dadas as possibilidades informticas disponveis,

    Fig. 7

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    Fig. 73

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    em variados programas deacesso relativamente fcil27(Fig. 74). De leitura sugestiva eeciente, os grcos permitemuma comunicao de resultadosimediata, dando nfase aoscontedos, facilitando o estudoe a abordagem de variadosproblemas e situaes.

    As reconstituies sode todo vantajosas. Para almde meras hipteses de trabalho,ligadas inevitavelmente a uma

    etapa do conhecimento, valemsobretudo pela fora expressivae capacidade emocional querevelam ao leitor, realidadeessa bastante mais difcil detransmitir com um simples planobidimensional.

    Para a sua elaborao de todo til o conhecimentodos vrios tipos de projeco ede perspectiva atrs referidos,

    bem como da regulamentaogeomtrica que preside sua

    execuo. A projeco permite uma representao ecaz de qualquer objecto,por vezes de compreenso menos fcil e pouco acessvel. A perspectiva, apesar deintroduzir deformaes em determinados sentidos, impedindo assim a tomada directade medies, permite, no entanto, uma viso e compreenso global mais ecaz doobjecto, atravs de um cdigo de regras de ilustrao e sua disposio no espao,onde todas as possibilidades de innitude existem28. Tentada j desde a Antiguidade29

    27 A Fig. 74 apresenta a carta topogrca de uma determinada rea gurada a curvas de nvel e a suaprojeco tridimensional, ambas executadas com o programa Surfer 6.0

    28 Ana Leonor M. Madeira Rodrigues, 2000, O Desenho, ordem do pensamento arquitectnico,Ed. Estam-

    pa Lda., Lisboa.

    29 A Fig. 75 representa o princpio bsico de disposio das imagens na coluna de Trajano (97-117 d. C.)

    em Roma (39,86 m de altura total, com 26,62 m de altura esculpida) traado em funo da perspectiva do

    ngulo do observador e tendo como inteno compensar o efeito de fuga (adaptado de Jean-Pierre Le

    Goff, Linni en perspective,Science et Avenir / Hors Serie, N 105, pg. 32, Maro 1996, ).

    Fig. 75

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    (Fig. 75),utilizando gradaes topolgicas ou de luminosidade, s ser possvel maistarde com o Renascimento (Alberti, Brunelleschi, Filarete, Palladio), a contribuio dageometria analtica de Descartes e o conceito de espao cartesiano tridimensionalde pontos, rectas e planos,30na geometria descritiva do sc. XVIII com Gaspar Monge.

    A escolha depende apenas do objecto em causa e da inteno primordialque preside sua ilustrao: vrios modos de representao so possveis, sendosempre, no entanto, de preferir a apresentao do objecto segundo posies queevitem grandes deformaes ou distores de inteligibilidade duvidosa (Fig. 76).

    1.Perspectiva cavaleira, tendo por base de execuo o mtodo de projecoparalela com projectantes oblquas. Neste caso, uma das faces apresentadaem grandeza igual, paralela ao plano de projeco. As outras, dependentesdo ngulo de fuga cujo valor de 45, na generalidade, so apresentadas a

    1/2 do seu valor. As direces do ngulo de fuga podem, no entanto, variar.2.Perspectiva axonomtrica: tendo por base o mtodo da projeco paralelaortogonal, apresenta todas as faces oblquas ao plano de projeco. Podeapresentar-se de forma:Isomtrica: quando se apresenta com trs dimenses iguais, isto , a escala demedidas igual, segundo as trs direces axonomtricas.Dimtrica: quando se apresenta com duas dimenses iguais. Embora possaassumir variadas combinaes conforme os valores atribudos a a e b, a maisutilizada corresponde aos ngulos de fuga de a=7e b=40, com coecientede reduo geralmente aceite para 1/2.3. Perspectiva tcnica ou rigorosa: de grande poder informativo e maior

    versatilidade, permitindo uma gama enorme de possibilidades a explorarconforme o objectivo em causa, dependente sempre da posio do objectoe do observador. Pode considerar-se com um, dois, trs ou mais pontos defuga, sendo o seu resultado nal bastante ecaz e esclarecedor (Fig. 77 e78).

    Para alm do rigor e delidade aos dados recolhidos, e da clareza narepresentao das ideias, todas as solues so possveis dentro da capacidadeinventiva e ecincia tcnica do executor, de modo a transmitir de forma correcta eatraente os resultados obtidos, segundo os objectivos delineados (Fig. 79). Um desenho bem executado um instrumento fundamental de conhecimentodo arquelogo, podendo revelar as qualidades e/ou defeitos de uma qualquer

    interveno arqueolgica. Nem esquematismo exagerado, nem abundncia dedetalhes: desenho claro, trao preciso e eciente, usando smbolos grcos adequados,tornaro o resultado nal atraente e a escavao inteligvel para quem dela pretendaadquirir conhecimento.

    30 Victor Consiglieri, 1994,A Morfologia da Arquitectura, Ed. Estampa, Lisboa.

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    Fig. 76

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    Fig. 7

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    Fig. 78

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    Fig. 7

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    9. Topograa

    Topograa 31 a cincia que tem por m a representao e a descriodetalhada duma determinada zona de terreno, com todos os seus acidentes, deforma a bem poder avaliar-se a sua congurao e os recursos que apresenta.A sua representao faz-se por meio dum desenho denominado plantaou cartatopogrca. Na execuo duma planta topogrca, podemos considerar duas

    partes fundamentais:1. A altimetria, nivelamento ou hipsometria, que ensina a determinar

    as diferentes altitudes do relevo do terreno atravs dos processos de mediogeodsicos, de modo a podermos facilmente apreciar a forma dos diferentesacidentes.

    2. A planimetria, que ensina a traar as linhas naturais e articiais da superfciedo terreno, considerando-as projectadas num plano horizontal.

    9. 1 Escalas

    D-se o nome de escala relao constante que existe em cada planta,entre o comprimento das linhas reais e as suas homlogas grcas. As escalasrepresentam-se por uma fraco, na qual o denominador indica as dimenses reaise o numerador as que lhe correspondem na planta. Assim, representando por Tuma

    31 Do grego, topos (lugar) + graphos(descrio)

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    linha do terreno e por Pa sua homloga na planta, sendo Mo denominador daescala, teremos a relao:

    9. 2 Planos cotados

    Por este processo de representao do relevo no terreno, um ponto cadeterminado quando se obtma sua projeco sobre umplano horizontal de referncia.Sobre esse plano projectam-seoutros pontos, o que permite a

    comparao das respectivascotas, isto , a elevao dessespontos acima dum plano dereferncia. Para evitar as cotasnegativas, o plano de refernciadeve ter sempre uma cota inferior do ponto mais baixo do terrenoque se pretende levantar.

    9. 3 Projeco horizontal ouortogonal dum ponto

    Chama-se projecohorizontal dum pontoA, o pontoonde a vertical deAencontra oplano horizontal (Fig. 80).

    Fig. 81

    Fig. 80

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    Jos Lus Madeira | O Desenho na Arqueologia 83

    9. 4 Projeco horizontal duma

    linha

    o conjunto de projec-es de todos os pontos dessalinha. A projeco horizontaldo segmentoAB um outro ab.Dois pontos bastam para o de-terminar (Fig. 81). A projeco duma li-nha curva ABC, quando noesteja num plano vertical, uma linha correspondente abc(Fig. 82). Toda a linha, recta oucurva, situada num plano ho-rizontal, paralelo ao plano deprojeco, projecta-se em ver-dadeira grandeza.Se a linha recta ou curva seencontrar num plano que no horizontal, projectar-se-necessariamente segundouma linha de grandeza menor(Fig. 83).

    9. 5 Projeco horizontal duma

    superfcie

    formada pelo con-junto de projeces dos pon-tos principais dessa superfcie(Fig. 84). Quando a superfcieplana vertical, a sua pro-

    jeco ortogonal uma linharecta. Na Fig. 85, a projecoda superfcie verticalABCsera linha recta abc. O contornodesta superfcie indicadopelas cotas dos seus pontoscaractersticos.

    Fig. 83

    Fig. 84

    Fig. 82

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    9. 6 Declive de uma linha

    Chama-se declive deuma linhaAC ao ngulo queele forma com a sua projecohorizontal ac. Este declivecostuma exprimir-se pela relaoentre a diferena de nvel, dosseus extremos A e C e a suaprojeco horizontal, BC(Fig. 86).

    9. 7 Medio do declive

    O declive dum plano medido pelo ngulo que formacom o seu plano horizontal,sendo a linha de maior declivea que tiver maior inclinaono terreno. O declive podeapresentar-se em percentagem,que nos revelar qual a diferenade cotas entre os extremos dalinha considerada. Se a linha

    for o segmento de recta ACde projeco horizontal ac, odeclive de AC ser-nos- dadopelo ngulo A D a (Fig. 87).Concretamente, se h=10 m eb=50 m, teremos que AC possuium declive de 20% ou seja 12 m. Assim, se duas curvas denvel se aproximam, porqueo declive aumenta, se elas seafastam porque o declive

    diminui.

    9. 8 Planimetria e nivelamento

    A planimetria d-noso conjunto das projeces

    Fig. 85

    Fig. 86

    Fig. 87

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    ortogonais de todos os pontosdo solo sobre a superfcie denvel. O nivelamento d-nosa noo das alturas de todosos pontos do solo, acimada superfcie de nvel dereferncia. Se para representarmoso relevo do terreno usssemos omtodo das cotas, obteramosuma carta repleta de nmerosque nos daria uma ideiaconfusa do relevo do terreno.

    Daqui resultou a necessidadede reunir por curvas irregularesos pontos da mesma cota:estas curvas denominam-securvas de nvel (Fig. 88), quetm todas os seus pontos mesma altura acima do planohorizontal de referncia. Sendoa diferena de nvel entre duascurvas sempre a mesma, seduas curvas se aproximam

    porque o declive aumenta, pois que existe o mesmo desnvel para uma distnciahorizontal, mais pequena.

    9. 9 Determinao dum ponto qualquer do terreno representado por curvas de nvel

    Suponhamos uma poro de terreno, gurado escala 1/2000 pelas curvasde nvel 10, 20 e 30 m, calcular a cota do ponto b(Fig. 89).

    Tira-se pelo ponto Buma normal comum s duas curvas 10 e 20. Sendo odeclive uniforme, subir-se- a mesma altura por igual percurso.

    Se o ponto B estiver situado a igual distncia das curvas 10 e 20, a sua cota

    ser 15.

    9. 10 Construo de um perl

    Designa-se por perl, o contorno de um corte vertical feito no terreno,segundo uma directriz recta ou curva (Fig. 90).

    Fig. 8

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    Traa-se uma linha que dene a intercepo do terreno.Seguidamente, levanta-se uma perpendicular a esta linha, na qual se

    marcam as equidistncias grcas.Traam-se paralelas linha que interceptou o terreno, pelos pontos que

    determinam as equidistncias e levantam-se perpendiculares mesma linha,pelos pontos de intercepo com as curvas de nvel, at encontrar as horizontaiscorrespondentes cota indicada. Finalmente, ligam-se os pontos de intercepo das horizontais com asverticais por uma linha contnua e suave, obtendo-se assim o perl desejado.

    Fig. 89

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