DESENHO URBANO · DESENHO URBANO 2016 Fonte: Profa. Eloisa Dezen-Kempter Profª Elizabeth Correia...

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DESENHO URBANO 2016 Fonte: Profa. Eloisa Dezen-Kempter Profª Elizabeth Correia Prof. Fernando Luiz Antunes Guedes Fonte: Profa. Eloisa Dezen-Kempter

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DESENHO URBANO

2016

Fonte: Profa. Eloisa Dezen-Kempter

Profª Elizabeth Correia

Prof. Fernando Luiz Antunes Guedes

Fonte: Profa. Eloisa Dezen-Kempter

conceito

• Disciplina que trata da dimensão

físico-ambiental da cidade, como um

conjunto de sistemas espaciais e

sistemas de atividades que interagem

com a população, através de suas

vivências, percepções e ações

cotidianas.

• Processo que gerencia e dá forma ao

ambiente urbano

Sentido dos lugares

atividades Atributos

físicos

concepções Sentido

do lugar

Formação do sentido dos lugares na interseção das

dimensões FÍSICA (atributos físicos), COMPORTAMENTAL

(atividades) e de PERCEPÇÃO (concepções).

LYNCH, CULLEN, SITTE

• Nestes três autores encontramos uma reflexão sustentada

em exemplos que nos permitem entender que a imagem

da cidade, a paisagem urbana ou os princípios artísticos

do Urbanismo, se baseiam na percepção visual, condição

de descoberta do “LUGAR”.

• Esta percepção necessita da idéia e da ação de

percurso/descoberta e é fruto da relação entre o olhar, a

memória de situações anteriores e a memória da referência espacial, que nos permite sentir a localização e que nos dá a possibilidade de apropriação do lugar

(tomar para si, adaptar-se, acomodar-se ao lugar).

Camillo Sitte

A Construção das Cidades

Segundo seus Princípios Artísticos

• Publicado em 1889, o livro de Camillo Sitte foi uma crítica às obras de Georges Haussmann, na Paris do séc. XIX, e à forma com que as cidades vinham sendo “construídas” na época.

• Sua análise histórica funciona como instrumento de projeto para se entender os princípios que nortearam no passado a construção das cidades e que deveriam ser compreendidos não na sua forma, mas na sua essência.

• Expõe a natureza própria da cidade, da essência estética e antropológica no ato de construir as cidades, onde as dimensões espontâneas do espaço determinam o sucesso (beleza) da cidade.

PIAZZA EM LUCCA - ITÁLIA

• Para Camillo Sitte os monumentos ocupavam

lugar de destaque nas cidades antigas, pois a

partir deles é que se estabeleciam os traçados

urbanos, integrados a eles. As cidades

cresciam ao seu redor.

PIAZZA SAN MICHELE – LUCCA – ITÁLIA LARGO DA ORDEM – CURITIBA -PR

• “A coesão das praças” se baseia na relação das ruas com as edificações. Sitte defendia que as ruas deveriam ser perpendiculares à linha de visão.

• Era contra grandes espaços vazios e a favor dos espaços com edifícios e obras de arte que, conforme distribuídos, causam uma sensação de fechamento, de aconchego, coisa que ele identificava na cidade antiga e que gostaria de conservar.

• Discute a irregularidade das praças antigas e dos espaços em sua dimensão estética, como ela é percebida pelos homens e o efeito que causam, criticando a simetria e a concepção de tabuleiro de xadrez dos sistemas modernos.

• Destaca a introdução da perspectiva como instrumento de projeto a partir do Barroco.

PIAZZA EM LUCCA - ITÁLIA MEMORIAL DA AMÉRICA LATINA – S. PAULO

• “Pareceu-nos oportuno estudar algumas

belas praças e o ordenamento urbano do

passado, para extrair as causas do seu

efeito estético. Porque com essas causas,

se conhecidas com precisão, seria possível

estabelecer um conjunto de regras cuja

aplicação deveria permitir obter efeitos semelhantes e igualmente felizes. Assim,

estas páginas não propõem nem uma

história da construção das cidades, nem

um panfleto. Elas dão ao profissional um

conjunto de documentos acompanhados de deduções teóricas.” – C. Sitte

Sitte estuda as relações entre edifícios e monumentos com as

praças, a libertação de ocupação das praças, a sua definição como espaço fechado e, dessa forma, limitado. Também estuda

a forma, a dimensão e a irregularidade das praças e a

articulação entre elas.

Na segunda parte da obra, desenvolve a crítica ao sistema em vigor e à banalidade do ordenamento urbano da época

Kevin Lynch

A Imagem da Cidade

• A configuração do espaço urbano se dá a partir de

atividades, formas, significados e práticas sociais

que podem ser percebidos e que dão

singularidade a esse espaço (o tornam único,

diferente de outros).

• LYNCH diz que a partir da imagem que a cidade

produz, podemos perceber esses elementos,

através da análise de três componentes:

• identidade,

• estrutura e

• significado.

Identidade • Primeiro se identifica um

objeto (distinção das

outras coisas).

• A identidade é vista não

no sentido de igualdade

com outra coisa

qualquer, mas como

individualidade,

particularidade ou

unicidade (este objeto é

único).

Estrutura • é necessário que a

imagem inclua a relação

estrutural ou espacial do

objeto com o observador

e com os outros objetos.

Significado • Esse objeto deve ter para o

observador um significado, tanto

prático como emocional.

• Elementos físicos e perceptíveis, de acordo com LYNCH:

- as vias

- os limites - os bairros (ou unidades temáticas)

- os pontos nodais (nós)

- os marcos, são os principais definidores da imagem

e da paisagem da cidade.

• Outros fatores que influenciam na imagem de uma área: o significado social, sua função, sua história ou até o seu nome.

CAMINHOS - VIAS 1) Trajetos já trilhados ou a percorrer, que o

observador registra na imagem dos lugares.

2) Qualquer canal de circulação (ruas, vias,

avenidas, estradas, becos, trilhas, ruas de

pedestres, ciclovias etc.).

3) É pelo trajeto que se percebe a morfologia

(forma) dos lugares, para depois memorizá-

los.

4) Os caminhos determinam seqüências para

prioridade de pesquisa e enriquecem o nível

de percepção dos lugares.

5) A hierarquia dos caminhos se dá conforme

são utilizados com maior ou menor

intensidade, mas articulam-se na imagem de

maneiras variadas.

6) Possuem elementos próprios (origens e

destinos, características plásticas de suas

superfícies e relações com os demais

elementos que estruturam a imagem dos

lugares).

LIMITES 1) Elementos lineares, rupturas entre duas

partes do espaço urbano ou fronteiras dos

bairros com seu entorno.

2) Referências laterais entre dois territórios

distintos, separando ou unindo partes,

como barreiras ou costuras.

3) Elementos físicos naturais (montanhas, rios,

praias) ou do espaço edificado (ruas, auto-

estradas, canais, perímetro urbano).

Podem ser definidos ou indefinidos.

4) Auxiliam na legibilidade (facilidade de

leitura, compreensão) dos lugares: clareza

de articulações, possibilidade de

reconhecimento de costuras, relações

claras e ligações transversais.

5) Podem reforçar o esfacelamento da trama

urbana, desorganizando-a, segregando e

estratificando zonas, dificultando a

transição de um ponto a outro do espaço

urbano.

PONTOS NODAIS (NÓS) 1. Caracterizam-se mais pelo uso

do que pela forma dos lugares.

2. Principal atributo: movimento (a

eles se vai ou deles se vem). São

confluências de certo tema

morfológico (forma), funcional

(uso) ou significativo (conteúdo).

Podem ser de circulação e/ou de

concentração temática

importante em relação ao

entorno.

3. Circulação: interseções de

caminhos (cruzamentos,

rotatórias etc.). Concentração:

pontos onde necessariamente se

penetra (terminais, edifícios etc).

Podem ter tamanhos diferentes

em relação ao papel que

ocupam na estrutura da imagem

e à escala considerada (local,

urbana, regional etc.).

MARCOS 1. Pontos de referência externos ao

observador. Geralmente de formas simples e contrastantes, dentro da cidade (ou da área de análise) ou fora dela, simbolizando uma direção constante.

2. Marcos visuais são chaves de identidade: permitem leitura e orientação da estrutura espacial.

3. Características: singularidade e contraste em relação ao entorno (relação entre figura e fundo).

4. Podem ser isolados ou em série consecutiva, geralmente em diversas intensidades, estabelecendo na imagem uma hierarquia, o que possibilita adequar (classificar) sua intensidade e posição na estrutura da imagem da cidade.

BAIRROS 1) Porções das áreas em estudo, ou

partes da cidade, de diversas dimensões, como zonas temáticas na

estrutura da imagem da cidade.

2) Conjuntos com forma, coerência e clareza que permitem serem diferenciados uns dos outros.

3) Característica: temática contínua, formas, atividades e significados específicos: proximidade e densidade de volumes, predominância ou não de superfícies planas, homogeneidade ou

não de volumes, predominância de certas proporções geométricas, tipos de texturas (graúdas, miúdas) etc.

Gordon Cullen

A Paisagem Urbana

• Ideia: compreender os elementos que ajudam a criar o ambiente urbano (“edifícios, anúncios, tráfego, árvores, a água e toda a natureza, entrelaçando esses elementos para que despertem emoção e interesse”.

• Cullen acreditava que a paisagem urbana pode ser compreendida e “desperta reações emocionais”, o que ocorre por meio de três aspectos: Ótica, Local e

Conteúdo.

Ótica

• Exemplo: um transeunte (pedestre) que, ao atravessar a cidade, apreende (percebe) a paisagem urbana numa sucessão de surpresas ou revelações repentinas,

chamada visão serial. Ou seja, os elementos da cidade podem exercer sobre as pessoas um impacto emocional despertado pelo sentido da visão (ver a paisagem com emoção).

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Local • Considera as “nossas reações perante a nossa posição no

espaço”, despertando o sentido de localização.

• Tipo de percepção ligada a experiências relativas às

sensações provocadas pelos espaços abertos e fechados,

que dão sensação de identificação ou sintonia com o

meio ambiente.

PIAZZA DI SPAGNA - ROMA PRAÇA DOS TRÊS PODERES - BRASÍLIA

Conteúdo • Relaciona-se com a própria constituição da cidade, em

termos de cor, textura, escala, estilo, natureza,

personalidade e tudo o que a individualiza (a torna única

entre todas).