Desenvolvendo Autonomia Nos Estudos a Distancia

download Desenvolvendo Autonomia Nos Estudos a Distancia

of 76

description

Como passar em concursos e estudar melhor a distância

Transcript of Desenvolvendo Autonomia Nos Estudos a Distancia

  • Desenvolvendo autonomia nos

    Elisngela Campos Rodrigues

    ESTUDOS A DISTNCIA

    2009

    Esse material parte integrante do Curso Preparatrio para o ENEM do IESDE BRASIL S/A

  • IESDE Brasil S.A. Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482. CEP: 80730-200 Batel Curitiba PR 0800 708 88 88 www.iesde.com.br

    Todos os direitos reservados.

    2009 IESDE Brasil S.A. proibida a reproduo, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorizao por escrito dos autores e do detentor dos direitos autorais.

    Capa: IESDE Brasil S.A.

    Imagem da capa: IESDE Brasil S.A.

    CIP-BRASIL. CATALOGAO-NA-FONTESINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ

    R612d

    Rodrigues, Elisngela CamposDesenvolvendo autonomia nos estudos a distncia. / Elisngela Campos Rodri-

    gues. Curitiba, PR: IESDE, 2009.76 p.

    Inclui bibliografiaISBN 978-85-387-0423-2

    1. Ensino distncia. 2. Autonomia. 3. Aprendizagem. 4. Estratgias de apre-dizagem. 5. Autodidatismo. 6. Mtodo de estudo. 7. Autogerenciamento (Psicolo-gia). 8. Desempenho. I. Inteligncia Educacional e Sistemas de Ensino. II. Ttulo.

    09-3280 CDD: 658.5CDU: 658.5

    Esse material parte integrante do Curso Preparatrio para o ENEM do IESDE BRASIL S/A

  • Especialista em Comportamento Organizacional e Gesto de Pessoas pela Escola Superior Aberta do Brasil. Tecnloga em Gesto de Pessoas pelo Centro Tecnol-gico Faesa. Professora e consultora nas reas de administrao e gesto de pesso-as, design instrucional e tutora de cursos na modalidade EAD. Pesquisadora nas reas de comportamento e gesto organizacional e educao a distncia.

    Elisngela Campos Rodrigues

    Esse material parte integrante do Curso Preparatrio para o ENEM do IESDE BRASIL S/A

  • Esse material parte integrante do Curso Preparatrio para o ENEM do IESDE BRASIL S/A

  • Sumrio

    A desafiante educao: contextualizando a educao a distncia ....................... 13

    A educao a distncia ............................................................................................................ 13

    Os desafios da educao a distncia no Brasil ................................................................ 18

    Modalidade a distncia versus modelo presencial ........................................................ 20

    A realidade do aprendiz .......................................................................................................... 21

    Teorias e processos de aprendizagem: conhecendo e identificando maneiras de se aprender ....................................................... 29

    O que aprender ...................................................................................................................... 29

    Como se aprende ...................................................................................................................... 30

    A aprendizagem na EAD ......................................................................................................... 33

    Estilos de aprendizagem......................................................................................................... 35

    A autonomia............................................................................... 43

    O aprendiz autnomo ............................................................................................................. 44

    O comportamento do aprendiz ........................................................................................... 45

    Esse material parte integrante do Curso Preparatrio para o ENEM do IESDE BRASIL S/A

  • Melhorando o desempenho nos estudos ....................... 49

    Autoavaliao ............................................................................................................................. 50

    Preferncias de estudos e estratgias de aprendizagem ........................................... 58

    Novo hbito ou novo aprendizado? ................................................................................... 68

    Referncias .................................................................................. 71

    Esse material parte integrante do Curso Preparatrio para o ENEM do IESDE BRASIL S/A

  • Esse material parte integrante do Curso Preparatrio para o ENEM do IESDE BRASIL S/A

  • Esse material parte integrante do Curso Preparatrio para o ENEM do IESDE BRASIL S/A

  • Apresentao

    O curso Desenvolvendo Autonomia nos Estudos a Distncia um projeto que acredita que por meio do autoconhecimento possvel desenvolver caracters-ticas e habilidades importantes para o bom desempenho nos estudos. Na EAD, o aprendiz assume que responsvel por sua aprendizagem e seu desempenho nos estudos.

    A autonomia uma qualidade indispensvel para os estudos a distncia. Nossa proposta apresentar a voc a importncia da autonomia nos estudos a distncia e ajud-lo a dar o primeiro passo nessa iniciativa.

    A aprendizagem o resultado do esforo e da dedicao do indivduo!

    E foi pensando na sua maneira de perceber, assimilar e interpretar as infor-maes, aplicando recursos simples e orientando sobre a necessidade de adotar uma nova atitude que criamos este material para que voc, no final do curso, tenha reunido as competncias necessrias para

    identificar qualidades para o desenvolvimento da autonomia nos estudos;

    desenvolver competncias que permitam gerenciar o aprendizado autnomo;

    definir estratgias que facilitem a aprendizagem autnoma;

    elaborar o seu plano de estudos personalizado.

    Na primeira unidade, vamos conhecer um pouco da histria, do contexto e dos desafios da EAD. Nessa etapa, voc ser convidado a refletir sobre a realidade do aprendiz nos dois modelos de ensino: presencial e a distncia. Vai entender a influncia da cultura do ensino presencial e se preparar para conhecer algumas teorias e estilos de aprendizagem, tema da segunda unidade do curso.

    Nessa segunda etapa, voc vai compreender conceitos relacionados dimen-so da aprendizagem e, mais especificamente, aprendizagem a distncia. Vai entender como se d a aprendizagem, alm de refletir sobre os estilos de apren-dizagem e o seu prprio estilo.

    Na terceira unidade, vai saber sobre a autonomia, identificar qualidades para o desenvolvimento da autonomia nos estudos e discutir estratgias que facilitem a aprendizagem autnoma.

    Esse material parte integrante do Curso Preparatrio para o ENEM do IESDE BRASIL S/A

  • E ento j estar preparado para a mudana. Chegou o momento de colocar em prtica tudo o que foi apresentado. Na ltima unidade, voc convidado a trabalhar com as suas competncias para gerenciar o seu aprendizado pela cria-o de um plano de estudos por voc mesmo.

    Desenvolver a autonomia tem sido um dos grandes desafios para a educao. Na Era da Informao e do Conhecimento, a aprendizagem e o bom desempenho nos estudos passaram a ser responsabilidade do prprio indivduo.

    E ento?

    Preparado para o desafio?

    Esse material parte integrante do Curso Preparatrio para o ENEM do IESDE BRASIL S/A

  • Esse material parte integrante do Curso Preparatrio para o ENEM do IESDE BRASIL S/A

  • Esse material parte integrante do Curso Preparatrio para o ENEM do IESDE BRASIL S/A

  • O conhecimento deve permitir ao ser humano satisfazer suas necessidades, sejam

    materiais, intelectuais ou espirituais.

    Auguste Comte

    Para criar o fio condutor do nosso curso, vamos destacar alguns fatores que marcaram a histria e a evoluo do ensino a distncia. Alm disso, vamos comear a entender como o aluno que estuda a distncia est in-serido nesse contexto. No incio, vamos apenas localizar e orientar a trilha a seguir.

    Nosso curso tem uma estrutura baseada na colaborao, uma valiosa e essencial vantagem da educao a distncia. Embora um plano de ao j tenha sido desenvolvido, no h como adotarmos uma receita pronta para desenvolver a autonomia nos estudos. Cada um encontra-se em uma dimenso muito particular para desenvolver essa habilidade. Daqui para frente, estaremos juntos para entender melhor como se d esse processo. Ento, vamos proposta de hoje: o contexto da educao a distncia.

    A educao a distnciaNessa modalidade de ensino, a educao possui objetivos e preocu-

    paes semelhantes educao presencial. A educao a distncia (EAD) tem como propsito promover o conhecimento, estimular o senso crtico, formar cidados, possibilitar o acesso cultura enfim, objetivos que se assemelham e percorrem as mesmas ideologias da educao presencial. No Brasil, alm dos propsitos educacionais, a EAD uma alternativa es-tratgica e eficaz que permite ultrapassar as barreiras geogrficas e possi-bilita o acesso educao.

    Mas quando o assunto educao a distncia, diversas polmicas so levantadas. Uma dessas questes o fator distncia. H de se convir que distncia uma expresso um tanto relativa. Analisando o contraponto entre educao presencial e educao a distncia, a nica diferena est

    A desafiante educao: contextualizando a educao a distncia

    Esse material parte integrante do Curso Preparatrio para o ENEM do IESDE BRASIL S/A

  • 14

    Desenvolvendo Autonomia nos Estudos a Distncia

    no ambiente em que se desenvolve o processo de aprendizagem e alguns dos recursos utilizados.

    Para ficar mais claro, vamos limitar nossa reflexo ao caso do aprendiz. Nas circunstncias que analisamos, a distncia vai modificar o ambiente de estudo e o modelo de interao. E como isso vai mudar? No caso do aluno que estuda a distncia, o ambiente se define a partir da sua preferncia e da disponibilidade, e, claro, da metodologia e dos recursos utilizados no curso.

    Preferncia e disponibilidade: onde e quando se vai estudar?

    Em casa ou na escola?

    Qual o melhor horrio para estudar hoje?

    Jup

    iter I

    mag

    es.

    Esse material parte integrante do Curso Preparatrio para o ENEM do IESDE BRASIL S/A

  • A desafiante educao: contextualizando a educao a distncia

    15

    Metodologia e recursos: o que necessrio?

    Preciso de conexo com a internet ou apenas um computador?

    IESD

    E Br

    asil

    S.A

    .

    A primeira ideia, quando falamos de distncia, a de uma no presencialida-de. Porm, quantas vezes j estivemos longe enquanto o professor ministrava uma aula presencial? Entende agora o porqu de se considerar a expresso a distncia um tanto relativa? Sabemos aproveitar uma aula presencial?

    Mas, afinal, o que presena? Ou melhor, que presena ideal seria essa?

    As suposies contrrias educao a distncia alegam que o problema dessa modalidade a falta de interao. Contudo, na prtica da educao a distncia, a necessidade de interao uma constante. Diversas so as formas de interao.

    Segundo Moore e Anderson (2003), os tipos de interao existentes na EAD so

    aluno-professor para esclarecer dvidas, o aluno entra em contato com o professor e o professor retorna os esclarecimentos ao aluno;

    aluno-aluno por meio de interaes virtuais ( e-mail, chat e frum) ou mesmo em encontros presenciais;

    Esse material parte integrante do Curso Preparatrio para o ENEM do IESDE BRASIL S/A

  • 16

    Desenvolvendo Autonomia nos Estudos a Distncia

    aluno-contedo o aluno toma conhecimento do contedo a ser estuda- do por meio dos recursos miditicos;

    professor-contedo o professor elabora o contedo, apresenta dicas de estudo ou sugere bibliografia bsica e complementar;

    professor-professor professores, inclusive de reas de conhecimento diferentes, discutem programas e planos de disciplina ou produzem um material didtico em conjunto;

    contedo-contedo diante de uma proposta interdisciplinar, os conte- dos abordados se complementam (temos um exemplo de interdisciplina-ridade neste curso, pois o contedo que voc vai estudar trabalha concei-tos relacionados educao, psicologia, sociologia e filosofia).

    De acordo com a metodologia de cada instituio, podem ser utilizados todos os tipos de interao ou parte deles, sem que isso prejudique a aprendizagem do aluno. A opo por determinado tipo de interao leva em conta a realidade do pblico que se pretende alcanar.

    Retornando discusso sobre a presencialidade, vamos pensar no tradicional modelo de ensino, imaginemos uma aula presencial. Quais fatores podem com-prometer a qualidade dessa aula com relao presencialidade?

    Diversos fatores podem comprometer uma aula: o cansao, a distrao e o mtodo do professor so alguns deles. Assim, podemos concluir que a distncia serve apenas para identificar a separao geogrfico-temporal.

    Mais que isso, a distncia define um cenrio diferente do que ocorre no ensino presencial. Temos, como exemplo disso, a ausncia fsica de um profes-sor, o estilo de comunicao e as formas de encontro. Essas so situaes que, alm de caracterizarem a EAD e de certa maneira, causarem uma espcie de desconforto aos defensores do ensino presencial , na verdade funcionam como estmulo aprendizagem.

    A metodologia da EAD estimula o aprendiz a lanar mo da sua autonomia para aprender, e aprender por conta prpria, sem depender de algum que lhe diga agora estude isso, depois, faa aquilo.

    Outras caractersticas importantes no contexto da EAD so a flexibilidade, a portabilidade, a formao permanente e personalizada, o investimento finan-ceiro (que para o estudante inferior quando comparado ao ensino presencial),

    Esse material parte integrante do Curso Preparatrio para o ENEM do IESDE BRASIL S/A

  • A desafiante educao: contextualizando a educao a distncia

    17

    o incentivo e a valorizao da capacidade de autoaprendizagem, favorecendo a formao de bons hbitos como planejamento, autonomia, responsabilidade, gerenciamento do tempo e tantos outros.

    Uma realidade diferente do ensino presencial, concorda? Mas onde, como e quando tudo comeou?

    H divergncias sobre qual foi a primeira experincia em educao a distn-cia e qual a primeira instituio a implementar um programa da modalidade, contudo os autores so unnimes em reconhecer que a mais relevante das expe-rincias iniciais foi a Open University da Inglaterra, criada no ano de 1969. Uma open university, uma universidade aberta, uma instituio de ensino superior a distncia.

    Linha do tempo

    Para conferir a linha do tempo da histria da educao a distncia e co-nhecer outros registros histricos importantes (inclusive no Brasil), acesse: .

    Basicamente, so trs os principais momentos1 que marcam a evoluo da EAD no mundo:

    escrita entre os anos de 1850 e 1960, caracterizando-se pelos cursos por correspondncia;

    teledifuso a partir de 1970, quando surgiram as primeiras universidades abertas e os recursos utilizados para comunicao foram diversificados;

    tecnologia informtica a partir dos anos 1990, em uma fase bastante conhecida por ns e caracterizada pelo uso de computadores pessoais e da internet.

    Com os avanos da tecnologia, dos sistemas de comunicao e de infor-mao, incorpora-se o conceito de tecnologia da informao e comunicao (TIC), que se caracteriza principalmente pela desterritorializao, a fluidez e a flexibilidade. A partir disso, parece no haver limites para o uso das tecnolo-gias na educao.

    1 Em funo das divergncias entre os autores que tratam do assunto, interessante saber que as datas utilizadas nesta anotao de leitura tm referncia na dissertao de mestrado de Rosngela Schwarz Rodrigues (1998). Em suas pesquisas, voc poder encontrar variaes que vo de dez a cinco anos para mais ou para menos.

    Esse material parte integrante do Curso Preparatrio para o ENEM do IESDE BRASIL S/A

  • 18

    Desenvolvendo Autonomia nos Estudos a Distncia

    A internet no Brasil

    Para conferir como a Internet chegou ao Brasil, e continua a crescer e se fortalecer, acesse:

    ComCincia:

    .

    .

    Entrevista com Demi Getchko, o pai da internet no Brasil:

    .

    Os nmeros da EAD no Brasil

    Evoluo da educao a distncia no Brasil em instituies oficialmente autorizadas

    (SA

    NC

    HEZ

    , 200

    8. A

    dap

    tado

    . Seg

    undo

    dad

    os d

    o M

    EC/I

    nep.

    )

    Vagas Inscries Concluintes

    2000 6.430 8.002 460

    2001 6.856 13.967 221

    2002 24.389 29.702 1.712

    2003 24.025 21.873 15.187

    2004 187.828 53.930 6.797

    2005 427.536 236.561 13.466

    2006 814.635 431.633 26.457

    Os desafios da educao a distncia no BrasilApesar do crescimento, ainda h preconceitos e resistncias acerca da moda-

    lidade a distncia. Se voltarmos linha do tempo para consultar os registros da EAD no Brasil, veremos que diversas iniciativas no obtiveram sucesso. Imagine que uma dessas experincias registrou ndice de no aprovao igual a 77% do total de inscritos.

    Porm, no h como responsabilizar o passado e restringir esses insucessos EAD. A oposio que recheia muitos debates sobre a modalidade de ensino

    Esse material parte integrante do Curso Preparatrio para o ENEM do IESDE BRASIL S/A

  • A desafiante educao: contextualizando a educao a distncia

    19

    fundamentada no apenas na histria da EAD mas tambm na histria da edu-cao no pas.

    Segundo Nunes (apud RODRIGUES, 1998), alguns dos problemas mais sig-nificativos que impediram o progresso e a massificao da modalidade EAD no Brasil estavam relacionados organizao de projetos, descontinuidade dos programas, a programas pouco vinculados s reais necessidades do pas e outros de ordem operacional e administrativa.

    E h ainda outros fatores que impediram o progresso da EAD no pas. Vejamos!

    Mesmo com o facilitado acesso s novas tecnologias, a introduo de proje-tos voltados informao e comunicao ainda representa altos investimentos de implantao e de manuteno.

    Outro problema de ordem didtica, representada pela educao tradicional e o seu modelo de dependncia, a necessidade de presena fsica e do professor como centro do saber. A educao tradicional configurou uma cultura de trans-ferncia e no uma cultura autnoma, de pesquisa e questionamentos fundados em conversas inteligentes.

    Outras reflexes sobre a EAD abordam as diferenas entre disponibilizar conhecimento e formar profissionais, o que vem norteando discusses sobre certificao e diplomao. Enfim, no faltam opinies e debates. As discusses sobre os desafios da EAD parecem seguir a mesma velocidade da evoluo da tecnologia.

    Entre os problemas mais significativos que dificultaram o progresso e a mas-sificao da modalidade EAD no Brasil, identificamos aqueles de ordem cultural, tecnolgica e operacional. Contudo, hoje a preocupao e os maiores desafios da EAD esto voltados s metodologias de ensino associadas s novas mdias, s avaliaes de aprendizagem e s relaes interpessoais.

    Essa realidade influencia no apenas os modelos educacionais mas tambm a mudana de comportamento mudana essa que vai desde a sua prpria ade-quao s novas tecnologias, passando pelo mtodo de ensino e chegando formao autnoma do aluno, refletindo inclusive as novas exigncias do mer-cado de trabalho, que passou a requerer profissionais mais dinmicos, multidis-ciplinares e proativos.

    Esse material parte integrante do Curso Preparatrio para o ENEM do IESDE BRASIL S/A

  • 20

    Desenvolvendo Autonomia nos Estudos a Distncia

    Desse modo, o professor passa a assumir na sociedade do conhecimento um papel diferente (facilitador da aprendizagem) e o aluno tambm se reveste de uma nova postura (aprendiz autnomo).

    Modalidade a distncia versus modelo presencial

    A sociedade do conhecimento valoriza mtodos de acesso e apropriao da informao, o aprendiz assume que responsvel por sua aprendizagem e seu desempenho no processo, desenvolve e valoriza a ao colaborativa, assume uma nova postura.

    Neste curso, falaremos especialmente de uma qualidade indispensvel para os estudos a distncia a autonomia:

    [...] educar no simplesmente fazer com que o aluno memorize uma sequncia de informaes; trata-se de fazer com que o aluno seja capaz de compreender conceitos a partir de vinculao dos mesmos com a realidade prxima e de reinterpret-los. (TERESO apud SOUZA; SAITO, 2005)

    Os autores no utilizaram a ideia citada com a inteno que pretendemos. Na situao, o que eles mencionam est associado importncia da qualidade e do direcionamento dado produo didtica. Mas vamos alm dessa interpre-tao de modo quase atrevido: no apenas o material, os recursos audiovisuais e outras mdias o aprendiz tem grande responsabilidade nisso tambm. Ele precisa compreender conceitos e reinterpret-los segundo sua realidade mais prxima, lembrando que pode contar com a figura do facilitador por meio da interao com ele e com os demais sujeitos envolvidos.

    Desenvolver a autonomia no tarefa fcil, ainda mais quando fortalecida pelo carter imediatista da sociedade moderna. Claro que outros fatores esto inseridos nesse contexto por exemplo, a nossa cultura educacional, que in-fluencia diretamente alguns tipos de comportamento. Para alcanar a autono-mia nos estudos, precisa ter persistncia.

    O primeiro passo buscar a resposta sobre o que necessita ser melhorado, conforme asseverou Joelma de Riz em grupo de discusso mantido pela Fun-dao de Assistncia e Educao (Faesa), Quando um estudante faz essa des-coberta, aprende com mais facilidade, porque sabe a razo pela qual preciso aprender. [...] No final das contas, as nossas atitudes valem mais que nossas palavras!

    Esse material parte integrante do Curso Preparatrio para o ENEM do IESDE BRASIL S/A

  • A desafiante educao: contextualizando a educao a distncia

    21

    preciso

    libertar a curiosidade, permitir que as pessoas assumam o encargo de seguir em novas direes ditadas por seus prprios interesses, desencadear o senso de pesquisa, abrir tudo indagao e anlise, reconhecer que tudo se acha em um processo de mudana. [...] De tal contexto emergem verdadeiros estudantes, aprendizes reais, cientistas, eruditos e profissionais com capacidade criadora. (ROGERS, 1978, p. 111)

    Assim, busque reconhecer suas reais e verdadeiras necessidades e explore as suas dvidas, os seus questionamentos. Se procurarmos entender por que algum estudante destaca-se mais que outros, vamos descobrir que o segredo (que no to secreto assim) est em assumir uma postura de pesquisa, de explorao.

    A educao a distncia cresce, isso fato, e a tendncia que as pessoas se ajustem ao processo, umas mais rapidamente que outras. Com a EAD vai acon-tecer o mesmo que aconteceu com o uso dos computadores, as pessoas tiveram de se adaptar e aprender a utilizar, em um processo em que estavam conscientes do seu papel o de aprender.

    O contedo de qualidade, o ambiente dinmico e o tutor preparado so ele-mentos muitssimo importantes, mas o aprendiz autnomo que far a diferen-a, sendo capaz de desnudar os mitos que ainda resistem na EAD.

    A realidade do aprendizEmbora a EAD j tenha alguma histria com a utilizao de recursos como

    correspondncia, rdio e TV, ela ainda jovem com relao utilizao das TICs. Durante muitos anos, a educao tradicional foi a principal maneira de educar e com ela incorporamos a ideia de que sem um professor no se aprende, sem a rotina da escola no se estuda. uma questo cultural, que pode ser transforma-da medida que mudamos o nosso comportamento.

    As TICs ganharam espao e so utilizadas como recursos auxiliares para a educao, j que a infinidade de possibilidades e recursos que proporcionam causa nas pessoas uma enorme admirao, um frenesi diante daquela novi-dade e do que ela pode oferecer. Contudo, de uns tempos para c, quando a questo da tecnologia j no to surpreendente, os desafios da educao a distncia tomaram a vez e passaram a concentrar discursos sobre os aspectos psicossociais da autoaprendizagem e das condies para alcan-la no am-biente virtual.

    Esse material parte integrante do Curso Preparatrio para o ENEM do IESDE BRASIL S/A

  • 22

    Desenvolvendo Autonomia nos Estudos a Distncia

    Embora a tecnologia j esteja bastante inserida no cotidiano e no surpreenda tanto quanto antes, o aprendiz ocupa um espao na realidade ainda transitrio da educao a distncia ainda transitria. Muitos ainda incorporam as prticas da educao tradicional e no se adaptam realidade da EAD. Marc Prensky (2001) in-troduziu os conceitos de nativos e de imigrantes digitais. O primeiro refere-se que-las pessoas que desde pequenas j mantm contato com as novas tecnologias e o segundo refere-se quelas que incorporaram ou ainda vivem esse processo no meio digital.

    Prensky elaborou esses conceitos com base na insero das novas tecnolo-gias e dos novos hbitos de sobrevivncia no mundo digital. possvel aplicar os conceitos de Prensky educao a distncia, ou seja, definir aprendizes nativos e imigrantes, um que j desenvolveu habilidades e competncias para estudar a distncia e o outro que ainda est em adaptao.

    Na EAD, a realidade do aprendiz exige reflexes para entender as maneiras de se promover e valorizar a capacidade de autoaprendizagem e disciplina, como se automotivar, como estabelecer relaes entre aquilo que se aprende e aquilo que se vive, como aproveitar melhor o tempo, como trabalhar as resistncias pessoais, superar preconceitos e tantas outras particularidades.

    On-line

    Em 1981, o Western Behavioral Sciences Institute (WBSI) criou a School of Management and Strategic Studies (SMSS) e essa escola empregou, pela primeira vez no mundo, um programa de educao a distncia on-line.

    Para pensarDurante dois anos, o programa on-line da WBSI reuniu executivos de 26 pases.

    A cada seis meses, uma reunio presencial era realizada.

    A seguir, apresentamos algumas caractersticas do curso e da metodologia aplicada.

    Discusses temticas mensais por e-mail.

    Abordagem de assuntos como globalismo e interdependncia; corpora- es e governo; tecnologia e gesto da mudana; meio ambiente, capital e produtividade; organizao e recursos humanos; gesto, filosofia e tica.

    Esse material parte integrante do Curso Preparatrio para o ENEM do IESDE BRASIL S/A

  • A desafiante educao: contextualizando a educao a distncia

    23

    Comentrios intercalados, modelo assncrono (isto , modelo sem sincro- nia, sem intervalos regulares).

    A participao dos membros acontecia em casa ou no escritrio.

    Alm disso, no havia relato de experincias anteriores; no se sabia em que periodicidade atender ao aluno, nem como atend-lo; no havia previso de posturas e comportamentos dos membros (desistncia, desinteresse, silncio ou insatisfao); no havia recursos como os que temos hoje (conexo rpida, ferramentas dinmicas, imagens dinmicas, MP4 etc.), a aprendizagem funda-mentava-se puramente nas discusses.

    Concluso: mesmo em uma experincia indita, a escola no somente de-monstrou ter atingido os objetivos educacionais como tambm criou uma co-munidade, uma rede de comunicao. Conseguiu reunir resultados e impresses dos participantes em relatos de experincias de aprendizagem de alto nvel, e tambm identificou alto nvel de satisfao entre os membros, o que justifica o aumento no nmero de participantes: novas turmas tiveram de ser formadas e a procura foi tanta que por fim a experincia durou dez anos.

    Conhecendo parte da experincia da WBSI e um pouco mais da histria da educao a distncia, o que voc, aprendiz, considera necessrio para o seu aproveitamento nos estudos? Existe algo que precisa ser melhorado? No seu ambiente de curso a distncia, existe algo que voc considera um desafio a su-perar? Qual o seu desafio na EAD?

    Texto complementar

    A sociedade da aprendizagem e o desafio de converter informao em conhecimento

    (POZO, 2009)

    Nossa sociedade vive momentos paradoxais do ponto de vista da aprendi-zagem. Por um lado, h cada vez mais pessoas com dificuldades para apren-der aquilo que a sociedade exige delas, o que, em termos educacionais, cos-tuma ser interpretado como um crescente fracasso escolar. [...] Quem nunca se deparou com estatsticas preocupantes sobre os baixos ndices de leitura

    Esse material parte integrante do Curso Preparatrio para o ENEM do IESDE BRASIL S/A

  • 24

    Desenvolvendo Autonomia nos Estudos a Distncia

    e de aprendizagem dos alunos? Contudo, [...] o tempo dedicado a aprender estende-se [...] na histria pessoal e social, ampliando a educao obrigat-ria, impondo uma aprendizagem ao longo de toda a vida [...].

    Nunca houve tantas pessoas aprendendo tantas coisas ao mesmo tempo como em nossa sociedade atual. De fato, podemos conceb-la como uma sociedade da aprendizagem, uma sociedade na qual aprender constitui no apenas uma exigncia social crescente [...]. Alm disso, essas demandas cres-centes de aprendizagem produzem-se no contexto de uma suposta socie-dade do conhecimento, que no apenas exige que mais pessoas aprendam cada vez mais coisas, mas que as aprendam de outra maneira, no mbito de uma nova cultura da aprendizagem, de uma nova forma de conceber e gerir o conhecimento, seja da perspectiva cognitiva ou social.

    A nova cultura da aprendizagem: da informao ao conhecimento[...] conhecer as caractersticas que definem essas novas formas de apren-

    der no apenas um requisito para podermos adaptar-nos a elas, crian-do novos espaos instrucionais que respondam a essas demandas, como tambm uma exigncia para podermos desenvolv-las, aprofund-las e, em ltima anlise, atravs delas, ajudar a transformar essa sociedade do conhe-cimento, da qual supostamente fazemos parte. Se realmente acreditamos que possvel um outro mundo e temos de acreditar nisso para desej-lo preciso investir no conhecimento e, seguramente, na aprendizagem.

    Enquanto a imprensa tornou possveis novas formas de ler, as quais, sem dvida, mudaram a cultura da aprendizagem, as tecnologias da informao esto criando novas formas de distribuir socialmente o conhecimento, que estamos apenas comeando a vislumbrar, mas que, seguramente, tornam necessrias novas formas de alfabetizao (literria, grfica, informtica, cientfica etc.). Elas esto criando uma nova cultura da aprendizagem [...] Hoje, qualquer pessoa informaticamente alfabetizada pode criar sua prpria pgina web e divulgar suas ideias [...].

    No entanto, para desvendar esse conhecimento, [...] exigem-se maiores capacidades ou competncias cognitivas dos leitores dessas novas fontes de informao, cujo principal veculo continua sendo a palavra escrita, embora

    Esse material parte integrante do Curso Preparatrio para o ENEM do IESDE BRASIL S/A

  • A desafiante educao: contextualizando a educao a distncia

    25

    no seja mais impressa. Mas aviso aos navegantes! no se trata apenas de aprender a navegar pela internet para no naufragar de vez; preciso considerar tambm que a construo do prprio olhar ou da leitura crtica de uma informao to desorganizada e difusa requer do leitor ou do nave-gante novas competncias cognitivas.

    Graas a essas novas tecnologias da informao, a escola, em nossa socie-dade, j no a primeira fonte de conhecimento para os alunos e, s vezes, nem mesmo a principal, em muitos mbitos. [...] a escola j no pode propor-cionar toda a informao relevante, porque esta muito mais voltil e flexvel [...], o que se pode fazer formar os alunos para terem acesso e darem sen-tido informao, proporcionando-lhes capacidades de aprendizagem que lhes permitam uma assimilao crtica da informao. Formar cidados para uma sociedade aberta e democrtica, [...] e, mais ainda, form-los para abrir e democratizar a sociedade requer dot-los de capacidades de aprendizagem, de modos de pensamento que lhes permitam utilizar estrategicamente a in-formao que recebem, para que possam converter essa informao que flui de maneira catica em muitos espaos sociais em conhecimento ver-dadeiro, em um saber ordenado. [...]

    Como consequncia dessa multiplicao informativa, [...] experimenta-mos uma crescente incerteza intelectual e pessoal. [...] Vivemos na era da incerteza, na qual, mais do que aprender verdades estabelecidas e indiscu-tveis, necessrio aprender a conviver com a diversidade de perspectivas, [...] com a existncia de mltiplas interpretaes de toda informao, para construir, a partir delas, o prprio juzo ou ponto de vista. [...] No cabe mais educao proporcionar aos alunos conhecimentos como se fossem verda-des acabadas; ao contrrio, ela deve ajud-los a construir seu prprio ponto de vista, sua verdade particular a partir de tantas verdades parciais. [...]

    [...] No ritmo da mudana tecnolgica e cientfica em que vivemos, nin-gum pode prever quais os conhecimentos especficos que os cidados pre-cisaro dominar dentro de 10 ou 15 anos para poder enfrentar as demandas sociais que lhes sejam colocadas. O sistema educacional no pode formar especificamente para cada uma dessas necessidades; porm, pode formar os futuros cidados para que sejam aprendizes mais flexveis, eficazes e au-tnomos, dotando-os de estratgias de aprendizagem adequadas, fazen-do deles pessoas capazes de enfrentar novas e imprevisveis demandas de aprendizagem.

    Esse material parte integrante do Curso Preparatrio para o ENEM do IESDE BRASIL S/A

  • 26

    Desenvolvendo Autonomia nos Estudos a Distncia

    O ensino de novas competncias para a gesto do conhecimentoUma das metas essenciais da educao, [...] seria, portanto, fomentar nos

    alunos capacidades de gesto do conhecimento ou [...] gesto metacogniti-va [...], esse o nico meio de ajud-los a enfrentar as tarefas e os desafios que os aguardam na sociedade do conhecimento. Alm de muitas outras competncias interpessoais, afetivas e sociais [...] a nova cultura da aprendi-zagem requer [...]

    competncias para a aquisio de informao;

    competncias para a interpretao da informao;

    competncias para a anlise da informao;

    competncias para a compreenso da informao;

    competncias para a comunicao da informao.

    [...] Por isso, a nova cultura da aprendizagem exige um novo perfil de aluno e de professor, exige novas funes discentes e docentes, as quais s se tornaro possveis se houver uma mudana de mentalidade, uma mudan-a nas concepes profundamente arraigadas de uns e de outros sobre a aprendizagem e o ensino para encarar essa nova cultura da aprendizagem.

    [...] Nesse sentido, o valor crescente do conhecimento, assim como sua gesto social em nossa sociedade, deveria revalorizar a importncia dos processos de aprendizagem ou de aquisio de conhecimento, j que cons-tituem uma das ferramentas mais poderosas para essas novas formas de gesto social do conhecimento. [...] Em suma, na sociedade da aprendiza-gem, converter esses sistemas culturais de representao em instrumentos de conhecimento fazer um uso epistmico deles requer apropriar-se de novas formas de aprender e de relacionar-se com o conhecimento. Esse um dos maiores desafios a ser enfrentados por nossos sistemas educacionais nas prximas dcadas.

    Esse material parte integrante do Curso Preparatrio para o ENEM do IESDE BRASIL S/A

  • A desafiante educao: contextualizando a educao a distncia

    27

    Dicas de estudoNova edio do Anurio revela crescimento da EAD: Anurio de Educao a Distncia revela crescimento da EAD no Brasil.

    Texto informativo do lanamento da terceira edio do Anurio Brasileiro Estatstico de Educao Aberta e a Distncia (Abraead/2007), realizado pela As-sociao Brasileira de Educao a Distncia (Abed) em parceria com o Instituto Monitor e com o apoio da Secretaria de Educao a Distncia do Ministrio da Educao (Seed/MEC).

    Disponvel em: .

    SALA DE LEITURA Escola Net Educao Continuada.

    Sala virtual de leitura com diversos textos sobre educao a distncia.

    Disponvel em: .

    Histrico da EAD.

    Linha do tempo sobre a histria da EAD reunindo abordagens do marco ini-nial, principais experincias no Brasil e no mundo.

    Disponvel em: .

    Esse material parte integrante do Curso Preparatrio para o ENEM do IESDE BRASIL S/A

  • Esse material parte integrante do Curso Preparatrio para o ENEM do IESDE BRASIL S/A

  • Aprender a aprender fundamental para que se conquiste a autonomia.

    Grosbaum

    O que voc aprendeu hoje? se lhe fizessem essa pergunta, como voc reagiria? Certamente faria uma pausa para pensar. Razo disso? Intuitivamente, sabemos o que aprender e na maturidade, quando os processos mais complexos j foram apreendidos, o processo torna-se to diludo nas prticas dirias que sequer nos damos conta de que aprende-mos a todo instante.

    O que aprenderCom o passar do tempo e a adoo de uma rotina e de um estilo de

    vida agitado, a aprendizagem se torna quase que automatizada e despro-vida de fortes emoes. Muitas tarefas so realizadas automaticamente. Com o avano das tecnologias e a velocidade com que a informao e a comunicao se processam atualmente, o reconhecimento da aprendiza-gem est diludo no cotidiano. E todo esse contexto impulsiona o homem mudana, ou seja, a uma nova postura no que se refere aquisio de conhecimento.

    Aprender significa adquirir conhecimento, instruir-se, adquirir habilida-de prtica e compreenso: aprender um processo que se d no decorrer da vida, permitindo-nos adquirir algo novo em qualquer idade (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2003, p. 115). Sendo assim, o homem vive em cons-tante aprendizagem, aprende com as descobertas, com o resultado de experincias (erros e acertos) e tambm aprende pelo ensino, pela obser-vao, pela utilizao de recursos tecnolgicos etc.

    Para Gibson, Ivancevivh e Donnelly,

    a aprendizagem acontece quando provocamos uma mudana de comportamento relativamente estvel, resultante da prtica. A expresso relativamente estvel quer dizer mudana comportamental mais ou menos permanente. O termo prtica pretende significar o treinamento formal e as experincias que escapam ao controle.

    Teorias e processos de aprendizagem: conhecendo e identificando maneiras de se aprender

    Esse material parte integrante do Curso Preparatrio para o ENEM do IESDE BRASIL S/A

  • 30

    Desenvolvendo Autonomia nos Estudos a Distncia

    [...] O processo da aprendizagem no pode ser observado diretamente, deve ser inferido a partir das mudanas comportamentais. (GIBSON; IVANCEVIVH; DONNELLY, 1998, p. 115)

    Essas mudanas comportamentais so conduzidas a partir das predisposi-es biolgicas e psicolgicas que influenciam a aprendizagem e, alm desses fatores, temos ainda o contexto no qual est inserido o sujeito.

    Para que voc estuda?

    PARA TIRAR BOAS NOTAS

    No adquire valores

    No aprende a questionar

    No constri

    Torna-se passivo

    Torna-se objeto

    ALIENAO

    PARA APRENDER

    Adquire valores

    Questionamento crtico e criativo

    Capacidade de construir

    Torna-se criativo

    Torna-se sujeito

    TRANSFORMAO

    Como se aprendeA aprendizagem ocorre na dimenso individual do sujeito, processa-se a

    partir da classificao que damos aos objetos, s situaes, s experincias. Ela ocorre como resultado da interao de processos internos com o mundo exte-rior por meio de estmulos visuais ou auditivos. Embora a aprendizagem ocorra em uma dimenso particular, ela produto de uma interao.

    Inmeras foram as experincias desenvolvidas com o intuito de decifrar o modo como se processa a aprendizagem e diversos so os princpios que ex-

    Esse material parte integrante do Curso Preparatrio para o ENEM do IESDE BRASIL S/A

  • Teorias e processos de aprendizagem: conhecendo e identificando maneiras de se aprender

    31

    plicam o processo da aprendizagem. Esses princpios tm a sua importncia, porm eles no so nosso propsito no curso. Nessa etapa, principalmente, o importante identificar e reconhecer que existem diferenas no aprendizado. De modo a simplificar os estudos experimentais e suas leis, dentre tantas experi-ncias relevantes, so utilizadas duas orientaes para explicar a aprendizagem, uma reunio de ideias que facilitam a compreenso desse processo: a teoria do condicionamento e a teoria cognitiva.

    Teorias da aprendizagem: condicionamento e teoria cognitiva

    A teoria do condicionamento considera que a aprendizagem consequncia do comportamento. Os behavioristas ou comportamentalistas, como so chama-dos os tericos dessa linha de pensamento, argumentam que aprendemos pra-ticando, aprendemos quando criamos o hbito.

    J a teoria cognitiva define que a aprendizagem resultado da interao do sujeito com o mundo exterior. Os cognitivistas, como so chamados, defendem que o aprendizado resultado da abstrao de nossas vivncias: aprende-se re-lacionando ideias e conceitos.

    Observe o quadro comparativo das duas teorias.

    AprendizagemTeorias da Aprendizagem

    Condicionamento Cognitiva

    Como a aprendizagem se processa?

    Aprender um hbito, aprende-se praticando.

    Aprender resultado de uma relao entre ideias e concei-tos. Aprende-se abstraindo o que j foi experimentado.

    Como a aprendizagem se conserva?

    Pela repetio. Pelos processos cerebrais centrais, como ateno e memria.

    Como ela aplicada s novas situaes?

    Pela percepo de seme-lhanas e aplicao dos hbitos passados.

    Por meio de uma compreen-so interna, pela reflexo, pela abstrao.

    Apesar das experincias de comprovao cientfica e dos confrontos dedu-tivos e ideolgicos entre os defensores de cada modelo, no h como assumir uma nica teoria como verdadeira.

    Esse material parte integrante do Curso Preparatrio para o ENEM do IESDE BRASIL S/A

  • 32

    Desenvolvendo Autonomia nos Estudos a Distncia

    A partir desses dois eixos principais (comportamentalismo e cognitivismo), novas abordagens foram estruturadas com pequenas adaptaes.

    Entre os principais representantes no grupo dos comportamentalistas esto Ivan Pavlov (1849-1936), Edward.L. Thorndike (1874-1949), John B. Watson (1878-1958) e B. F. Skinner (1904-1990).

    Entre os cognitivistas, William James (1842-1910), Jean Piaget (1896-1980), David Ausubel (1918-) e L. S. Vygotsky (1896-1934).

    Na proposta dos cognitivistas, o processo de organizao das informaes e da interao pode ser definido de duas maneiras: aprendizagem mecnica e aprendizagem significativa (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2003).

    A aprendizagem mecnica arbitrria e a partir de uma interao no ocor-rem associaes com conceitos j existentes. o que acontece quando se decora um texto: embora seja possvel reproduzir o contedo, no possvel compre-end-lo nem fix-lo por muito tempo.

    Na aprendizagem significativa, acontece o contrrio, pois recebida uma in-formao h uma tendncia para reunir e relacionar conceitos j existentes em busca da compreenso e assimilao de um contedo. A proposta do nosso curso um exemplo de aprendizagem significativa partindo do reconheci-mento de suas habilidades, voc poder relacion-las e transform-las em um modelo de estudo que atenda s suas necessidades.

    Uma viso bastante interessante e que vem sendo bastante discutida no mbito da EAD a abordagem humanista. Para os humanistas, o indivduo con-siderado em sua totalidade. Os pesquisadores dessa tendncia no buscam ex-plicaes segundo leis universais e absolutas. Antes, consideram aspectos como percepo, motivao, objetivos de vida, criatividade, solido e autorrealizao, defendendo que o aluno capaz de se autoconduzir diante de um ambiente propcio e de um acompanhamento que valorize os aspectos citados anterior-mente. E ainda, valorizando o processo de interao, eles enfatizam o individual, o excepcional, o diferente e as diferenas e o imprevisvel (PINEL, 2007 p.50).

    Entre os representantes desse humanismo esto John Dewey (1859-1952), Maria Montessori (1870-1952), Abraham Maslow (1908-1970) e Carl Rogers (1902-1987).

    Depois conhecer um pouco os dois principais eixos que orientam as teorias da aprendizagem, vamos conhecer como esses conceitos funcionam na EAD.

    Esse material parte integrante do Curso Preparatrio para o ENEM do IESDE BRASIL S/A

  • Teorias e processos de aprendizagem: conhecendo e identificando maneiras de se aprender

    33

    A aprendizagem na EADO novo perfil da sociedade do conhecimento influenciou inclusive a maneira

    pela qual percebemos e aprendemos. Em uma sociedade em que a informao e as tecnologias esto diretamente relacionadas ao estilo de vida, o trabalho e as re-laes entre as pessoas, a aprendizagem tambm afetada. Entender como esses processos ocorrem e como os recursos tecnolgicos so utilizados individualmen-te pode contribuir para identificar os estilos de aprendizagem de cada um.

    Reconhecer diferenas e estilos particulares, potencializando esses estilos e identificando necessidades especficas, pode contribuir para o aproveitamento da aprendizagem em EAD. O modo de reconhecer a informao delineia o pro-cesso pelo qual identificamos os estilos de aprendizagem, reconhecendo aspec-tos que definem as formas de aprender.

    Em EAD, o aprendiz est imerso em uma realidade muito diferente daquela do modelo presencial. Essa realidade inclui referenciais do processo de informa-o e comunicao, das tecnologias, do ambiente virtual e suas nuances. Outro fator so os estmulos visuais e auditivos, que influenciam a aprendizagem. desse conjunto que se formam as condies para aprendermos em EAD.

    Nesse contexto, localizam-se fatores como a valorizao, a identificao de interesses e afinidades na aprendizagem. Ou seja, a maneira como voc, aluno, sente-se estimulado, motivado e interessado. Nem sempre estabelecemos essa relao de afinidade em todas as disciplinas, porm somos capazes de defi-nir a melhor maneira de se aprender e aproveitar o contedo, bastando inter- -relacion-lo.

    medida que voc reconhece os aspectos que permeiam a sua forma de aprender, fica mais fcil e mais prtico reconhecer os recursos que melhor se adaptam ao seu perfil um texto, uma imagem esttica ou animada, um som, ou mesmo esse conjunto todo. Os recursos so diversos e esses fatores funcionaro de acordo com a sua maneira de perceber, assimilar e interpretar.

    Mais uma vez estamos em constante adaptao, porque todo o aparato tec-nolgico e a infinidade de recursos nos fazem pensar de maneira diferente. A cada momento experimentamos uma nova tecnologia, recebemos informaes, percebemos... Se os estmulos do modelo presencial vinham de livros, apostilas e longos discursos do professor, a educao a distncia amplia as possibilidades. E isso se relaciona com o fator cultural, com novos hbitos e novos comporta-mentos que vo se adaptando e se transformando.

    Esse material parte integrante do Curso Preparatrio para o ENEM do IESDE BRASIL S/A

  • 34

    Desenvolvendo Autonomia nos Estudos a Distncia

    A cada ano, os veculos de comunicao informam sobre o crescente uso da rede de computadores. Em 2009, o Brasil ocupou o primeiro lugar no ranking dos pases em que as pessoas passam mais tempo navegando na internet, na frente de pases como Reino Unido, Japo e Frana. Resta saber se a internet bem utilizada e se todo esse tempo de navegao no representa, na verdade, um barco deriva. Mesmo que a internet tenha se incorporado s necessidades dirias, preciso desenvolver competncias para saber utiliz-la.

    A partir dos elementos tecnolgicos no mbito educativo, a educao sofre alteraes e as pessoas tentam de alguma forma se adaptar ao processo. H ainda outros aspectos inseridos nesse contexto, fatores que integram as condies de se aprender pela modalidade EAD e que ajudam a compreender como tudo isso pode nos afetar, seja contribuindo para identificar fraquezas que precisam ser transformadas ou mesmo potencializar habilidades e competncias.

    Aspectos psicossociais da aprendizagemAlm das teorias, da nova postura e do novo comportamento diante as novas

    tecnologias, os aspectos psicossociais tambm exercem influncia na aprendi-zagem. Na educao a distncia, esses aspectos so, basicamente, variantes do modelo presencial, porm, claro, discutidas na qualidade distintiva fundamental da EAD, ou seja, a distncia. Vejamos algumas delas!

    As relaes interpessoais muitssimo discutidas, so de considervel importncia para a EAD. Essa representatividade explicada partindo-se do pressuposto de que o homem, em sua natureza gregria, utiliza-se de estmulos (um sorriso, um sim, movimentos fsicos, intervenes como hum hum, entendo etc.) para transmitir informao ou expressar a sua opinio. E temos tambm os efeitos da relao entre facilitador e aprendi-zes e entre os prprios aprendizes no sentido de promover a coerncia e a manuteno do grupo como unidade, assim proporcionando a aprendi-zagem independente e colaborativa.

    A distncia greogrfico-temporal dentre as abordagens que explicam o processo de aprendizagem, a presena fsica considerada primordial e funciona como estmulo, independentemente das diferenas individuais. No processo de ensino presencial, esses estmulos tornam-se precisos, uma vez que o contato fsico muito mais frequente e prximo. Em EAD, o es-pao greogrfico-temporal ainda representa um desafio por significar uma mudana e com ela a necessidade de adaptao.

    Esse material parte integrante do Curso Preparatrio para o ENEM do IESDE BRASIL S/A

  • Teorias e processos de aprendizagem: conhecendo e identificando maneiras de se aprender

    35

    A resistncia mudana natural ao homem a tendncia de aceitar o que lhe parece menos penoso. Transformar um padro existente pode significar uma ameaa. Mesmo o homem sendo adaptvel, o processo de mudana precisa ser ministrado com cautela, considerando-o como um conjunto e respeitando as suas etapas: preciso desenvolver uma capa-cidade contnua de adaptao e mudana. (ROBBINS, 1999, p. 407)

    Seja como for, partindo das diferenas entre os indivduos seria incoerente assumir que as contradies entre as modalidades de ensino possam influenciar negativamente o processo de aprendizagem. Eis uma situao interessante!

    Em um experimento realizado por W. P. Colquhoun e D. W. J. Corcoran em 1967 (conforme relatado em Reuchlin, 1979), um grupo de jovens foi submetido a uma mesma atividade: localizar todos os eles de um texto. Em determinado momento, essa atividade foi realizada individualmente e depois, em grupo. Ao final, observou-se que o trabalho isolado favoreceu os introvertidos e desfavore-ceu os extrovertidos. O inverso ocorreu no trabalho em grupo.

    A partir desse exemplo, fica fcil entender que cada um tem um modo de aprender, um processo individual e interno, por vezes desconhecido, e isso in-fluencia a formao de habilidades e competncias pessoais.

    Estilos de aprendizagemOs diferentes estilos de aprendizagem partem da premissa de que cada indi-

    vduo tem um ritmo prprio e um modo especfico para aprender. O processo de aprendizagem est associado, portanto, s caractersticas individuais e s influ-ncias recebidas. Entre as diferenas individuais esto o temperamento, o modo de percepo ou a maneira de aprender que cada um utiliza. Entre os fatores de influncia, podemos citar uma situao momentnea vivenciada pelo indivduo ou um recurso tecnolgico.

    Reconhecer o seu estilo de aprendizagem fundamental para definir uma estratgia eficaz de aprendizagem, considerando competncias e habilidades individuais, tendncias que influenciem a maneira de aprender. Diversos autores teorizaram a questo dos estilos de aprendizagem. importante destacar que h distintos ramos de abordagem. Alguns estudos se aprofundaram no objeto que define a maneira como cada pessoa pensa e responde s informaes que recebe. Outros estudos reuniram informaes que explicam os recursos que uma pessoa utiliza para aprender.

    Esse material parte integrante do Curso Preparatrio para o ENEM do IESDE BRASIL S/A

  • 36

    Desenvolvendo Autonomia nos Estudos a Distncia

    Focalizando a maneira ou os recursos, os estudos deram nfase distino de trs aspectos na aprendizagem: estilo, habilidade e estratgia.

    Entende-se por estilo um modo particular de realizar ou executar, tendncias, maneiras de se exprimir, gostos, modos de comportamento.

    Habilidade quer dizer qualidade, aptido, capacidade inata para algo.

    E por estratgia se entende a aplicao eficaz dos recursos de aprendizagem.

    Como descrevem Okada, Barros e Santos, estilos de aprendizagem no so a mesma coisa que estilos cognitivos e nem tampouco o mesmo que intelign-cias mltiplas. So teorias e conceitos diferentes que se relacionam (OKADA; BARROS; SANTOS, 2009). Contudo, vale destacar pelo menos uma teoria de cada um dos eixos importantes que alimentaram as pesquisas sobre estilos de aprendizagem.

    Felder (2008) define cinco oposies em estilos de aprendizagem baseadas em habilidades e preferncias individuais: ativo/reflexivo, sensorial/intuitivo, visual/verbal, sequencial/global e intuitivo/dedutivo.

    Ativo e reflexivo diz respeito maneira como algumas pessoas proces- sam as informaes. No caso dos ativos, a informao processada me-dida que se realiza a tarefa, os ativos aprendem fazendo. J os reflexivos processam a informao conduzida pela reflexo e pela observao inten-sa, evitando a precipitao de juzos e a imprudncia. Os reflexivos apren-dem reservando um tempo para pensar antes de executar. Normalmente, os ativos utilizam recursos como fichas digitais e escritas, anotaes, re-sumos, realizao de baterias de exerccios, repeties, mapas mentais e esquemas grficos, por exemplo. Os reflexivos preferem a leitura e a refle-xo, so do tipo que quase nunca toma nota e preferem prestar ateno e estabelecer conexes com outras informaes.

    Sensorial e intuitivo aqui se caracteriza a maneira como algumas pessoas percebem a informao. Os sensoriais captam a informao principalmen-te por sentidos como a viso, a audio e o tato. Os sensoriais operam com habilidades como memria, reflexo e imaginao para adquirir a infor-mao e formar ideia a respeito de algo. Os sensoriais utilizam a estratgia da observao e da ateno, procuram sentir e capturar a informao, nor-malmente estabelecendo uma relao entre a caracterstica do que sentiu e a informao recebida. Os sensoriais visuais observam as expresses de quem passa a informao, j os auditivos observam a entonao da voz e

    Esse material parte integrante do Curso Preparatrio para o ENEM do IESDE BRASIL S/A

  • Teorias e processos de aprendizagem: conhecendo e identificando maneiras de se aprender

    37

    os sensoriais que utilizam o tato observam caractersticas como textura, sensaes de frio e calor no momento em que recebem a informao. Os intuitivos se parecem com aqueles do tipo reflexivo, preferem a leitura e o pensamento, preferem usar a sensibilidade para entender: primeiro sen-tem o espao e o tempo, a realidade subjetiva, e ento utilizam os senti-dos como fazem os sensoriais.

    Visual e verbal representam o modo de captar a informao. Para o visu- al, isso se d preferencialmente a partir de imagens como figuras, grficos e esquemas, enquanto para os verbais a informao obtida por meio das palavras escritas ou faladas. O visual utiliza recursos semelhantes ao estilo ativo, precisa ver e realizar a tarefa. Os verbais captam a informao quando algum fala, mas tambm podem aprender lendo em voz alta.

    Sequencial e global modo como alguns indivduos compreendem a in- formao. Os sequenciais preferem a linearidade, com incio, meio e fim. Esse estilo compreende melhor quando rene dados que explicam a ori-gem, as influncias recebidas e a situao atual. Os globais compreendem melhor quando tm a noo do todo que constitui a informao, precisam reunir muitos dados e diferentes pontos de vista. Ambos utilizam os mais variados recursos a escrita, a visualizao, a repetio, a voz etc.

    Indutivo e dedutivo representam a maneira como algumas pessoas preferem organizar a informao. Os indutivos preferem iniciar com situ-aes especficas e estabelecer relaes com casos reconhecidos como verdadeiros e s depois chegar s concluses. Os dedutivos preferem co-mear com princpios e regras gerais e ento deduzir as consequncias e as aplicaes. Alguns indutivos utilizam a reflexo, outros utilizam recur-sos da escrita ou esquemas. Os dedutivos organizam a informao pela anlise e o pensamento.

    Outro conceito sobre estilos de aprendizagem dado por Alonso e Gallego (2002), que definiram quatro estilos de aprendizagem baseados em experincias passadas e vivncias atuais de um sujeito: ativo, reflexivo, terico e pragmtico.

    O ativo aprende a partir da prpria experincia.

    O reflexivo aprende analisando dados, nmeros ou fatos, estudando, re- fletindo e analisando.

    O terico aprende considerando a fundamentao terica, estruturando todas as informaes e concluindo a sua reflexo.

    Esse material parte integrante do Curso Preparatrio para o ENEM do IESDE BRASIL S/A

  • 38

    Desenvolvendo Autonomia nos Estudos a Distncia

    O pragmtico aprendende testando, experimentando para ter certeza.

    Agora j sabemos que estmulos e emoes influenciam a aprendizagem. Com base nesses estmulos e emoes, especialistas em programao neurolin-gustica (PNL) trabalham com formas de percepo para definir estilos de apren-dizagem. Para esses estudiosos, os sentidos auxiliam a maneira de aprender e assim se classificam trs formas de percepo das informaes: visual, auditiva e sinestsica. Podemos tambm lanar mo desses recursos para identificar a maneira com melhor aprendemos. Acompanhe a seguir a apresentao das ca-ractersticas de cada um dos estilos de aprendizagem, segundo a PNL.

    Qual seu estilo de aprendizagemApesar de o ser humano ter habilidade para aprender pelos sistemas auditivo, visual e cines-tsico de maneira combinada, h pessoas que utilizam um deles de forma predominante.

    Dis

    pon

    vel

    em

    : .

    VISUAL AUDITIVO CINESTSICO

    Como voc

    aprende

    Vendo, sendo capaz de fa-zer uma imagem imediata do que est recebendo como informao.

    Ouvindo, sendo capaz de montar uma histria com a informao que est rece-bendo.

    Fazendo ou executando, sendo capaz de guiar-se pela experincia motora.

    O que distrai sua

    ateno

    Estmulos visuais em de-masia ou conflitantes.

    Grande nmero de infor-maes recebidas.

    Rudos de fundo. Estmulos auditivos dados rapidamen-te para serem convertidos em informaes auditivas.

    Estmulos conflitantes vi-suais e/ou auditivos. Ser impedido de mover-se ou de fazer algo.

    Processamento da informao

    Tende a devanear quando est pensando. Pensa em ritmo rpido.

    Os olhos tendem a ficar fixos quando esto pensando. Seus pensamentos ocorrem em uma velocidade mode-rada.

    Pessoas que tendem a olhar para baixo quando esto pensando. Seus pen-samentos ocorrem em rit-mo mais lento.

    Como voc interage com o

    ambiente

    Verifica sempre o que est acontecendo ao seu redor.

    Ouve o que est sendo dito a sua volta e no parece consciente de modificaes no plano visual.

    Mais focalizado em si, bas-tante consciente do clima que o circunda. No pare-ce consciente de atividade visual.

    Estilos de organizao

    A percepo global; per-cebe o todo e, se necess-rio, decompe em partes a percepo inicial.

    Organizado, depende de in-formaes detalhadas e de instrues passo a passo.

    orientado pela linguagem.

    Repete para si o que deve memorizar.

    Organizao gradual, criativa e divergente. No h modelos definidos e estatsticos para aprendi-zagem.

    Chega a concluses dife-rentes da maioria.

    E mesmo com as diversas abordagens, importante que o aluno entenda e rena essas informaes e no as assuma como verdades absolutas, mas apenas como indicadores para a identificao e a compreenso do seu prprio perfil de aprendizagem. A EAD possibilita a oferta de inmeros recursos didticos que contribuem para que o aluno amplie a sua gama de possibilidades de aprendi-zado, sendo importante reconhecer suas particularidades e procurar a melhor maneira de se aproveitar o contedo.

    Esse material parte integrante do Curso Preparatrio para o ENEM do IESDE BRASIL S/A

  • Teorias e processos de aprendizagem: conhecendo e identificando maneiras de se aprender

    39

    Texto complementar

    Saiba como aproveitar melhor seu estilo de aprendizagem

    (FOLHA DE S. PAULO, 2009)1

    Apesar de o ser humano ter habilidade de aprender pelos sistemas auditivo, visual e cinestsico (usa os sentidos relacionados ao movimento) de maneira combinada, h pessoas que utilizam um deles de forma predominante.

    Saiba reconhecer o seu estilo de aprendizagem e veja algumas dicas para aproveitar melhor o estudo.

    VisualComo voc aprende: vendo, sendo capaz de fazer uma imagem ime- diata do que est havendo como informao.

    O que distrai a sua ateno: estmulos visuais em demasia ou confli- tantes; grande nmero de informaes recebidas.

    Processamento de informao: tende a devanear quando est pen- sando; pensa em ritmo rpido.

    Como voc interage com o ambiente: verifica sempre o que est ao seu redor.

    Estilos de organizao: a percepo global; percebe o todo e, se ne- cessrio, decompe em partes a percepo inicial.

    Dicas:

    procure recursos visuais sobre as matrias estudadas;

    tente construir imagens mentais sobre o que estiver estudando;

    faa anotaes, esquemas e desenhos;

    d importncia s leituras. 1 Com base no livro Processamento Auditivo: fundamentos e terapias, de Ana Maria Alvarez, Editora Lovise.

    Esse material parte integrante do Curso Preparatrio para o ENEM do IESDE BRASIL S/A

  • 40

    Desenvolvendo Autonomia nos Estudos a Distncia

    AuditivoComo voc aprende: ouvindo, sendo capaz de montar uma histria com a informao que est recebendo.

    O que distrai a sua ateno: rudos de fundo; estmulos auditivos da- dos rapidamente para serem convertidos em informaes auditivas.

    Processamento de informao: os olhos tendem a ficar fixos quan- do est pensando; seus pensamentos ocorrem em uma velocidade moderada.

    Como voc interage com o ambiente: ouve o que est sendo dito a sua volta e no parece consciente das modificaes no plano visual.

    Estilos de organizao:

    organizado, depende de informaes detalhadas e de instrues passo a passo;

    orientado pela linguagem;

    repete para si o que devem memorizar.

    Dicas:

    leia os textos em voz alta;

    fique atento a tudo o que falado em aula;

    converse com os amigos sobre os contedos.

    CinestsicoComo voc aprende: fazendo ou executando, sendo capaz de guiar-se pela experincia motora.

    O que distrai a sua ateno: estmulos conflitantes visuais e/ou auditi- vos; ser impedido de mover-se ou de fazer algo.

    Esse material parte integrante do Curso Preparatrio para o ENEM do IESDE BRASIL S/A

  • Teorias e processos de aprendizagem: conhecendo e identificando maneiras de se aprender

    41

    Processamento de informao: pessoas que tendem a olhar para baixo quando esto pensando; seus pensamentos ocorrem em ritmo mais lento.

    Como voc interage com o ambiente: mais focalizado em si, bastante consciente do clima que o circunda; no parece consciente da ativida-de visual.

    Estilos de organizao:

    organizao gradual, criativa e divergente;

    no h modelos definidos e estatsticos para a aprendizagem;

    chega a concluses diferentes da maioria.

    Dicas:

    procure estudar mudando de posio de vez em quando;

    faa os exerccios e atividades de laboratrio;

    escreva, fale, leia e faa gestos que achar que representem melhor as informaes estudadas.

    Dicas de estudoSobre estilos de aprendizagem, h um site especfico, em espanhol, por- tugus e ingls:

    Esse material parte integrante do Curso Preparatrio para o ENEM do IESDE BRASIL S/A

  • Esse material parte integrante do Curso Preparatrio para o ENEM do IESDE BRASIL S/A

  • Os indivduos possuem dentro de si mesmos amplos recursos para

    a autocompreenso e para modificao de seus autoconceitos,

    de suas atitudes e de seu comportamento autnomo.

    Carl Rogers

    O conceito de autonomia analisado em diversos sentidos e aspectos. Voc j deve ter ouvido sobre autonomia relacionada a assuntos da pol-tica, da filosofia, da pedagogia e at mesmo na psicologia e na economia. A autonomia de que iremos tratar a autonomia na aprendizagem apli-cada educao a distncia, a autonomia como capacidade de se auto-governar, como habilidade para estabelecer limites e definir critrios que auxiliem no processo de aprendizagem em EAD.

    A autonomia concebida pelo pensamento filosfico, que fornece a base de sua aplicao na educao. Na modernidade, Immanuel Kant (17241804) foi o pensador que tratou da autonomia. Baseado nas ideias de Jean-Jacques Rosseau (1712-1778) sobre educao e o homem, Kant tratou da questo da autonomia como possibilidade de o homem se li-bertar das verdades e leis absolutas. Aplicada educao, essa temtica introduziu a ideia do aluno como responsvel pelo planejamento, pela autodireo e pelo controle da sua prpria aprendizagem.

    O mesmo princpio foi seguido por Jean Piaget (1896-1980), que de-fendia dois aspectos da autonomia na educao. O primeiro deles rela-cionado autonomia moral baseada na importncia de interpretar aspec-tos e possibilidades que indiquem o caminho mais adequado, inclusive na aprendizagem. E o segundo aspecto se relaciona com a autonomia inte-lectual, como capacidade para desenvolver opinies prprias.

    Em educao, autonomia significa a capacidade que o sujeito tem de tomar para si sua prpria formao, seus objetivos e fins; isto , tor-nar-se sujeito e objeto de formao para si mesmo (PINEAU apud PRETI,

    A autonomia

    Esse material parte integrante do Curso Preparatrio para o ENEM do IESDE BRASIL S/A

  • 44

    Desenvolvendo Autonomia nos Estudos a Distncia

    2000, p. 6). Essa capacidade de o sujeito tomar para si amplia o seu poder como estudante e o conduz a uma inquietao do saber, necessidade de inter-relacionar conceitos, de experimentar, de buscar a compreenso e de compartilhar o saber.

    A autonomia rompe com o paradigma das respostas prontas, dos mto-dos convencionais e da postura passiva. Aprende-se produzindo. Juan Igna-cio Pozo afirma que vivemos em uma sociedade da aprendizagem, na qual aprender constitui uma exigncia social crescente que conduz a um paradoxo: cada vez se aprende mais e cada vez se fracassa mais na tentativa de aprender (POZO, 2009).

    Por sua vez, Paulo Freire (1997) aborda o conceito de autonomia como uma capacidade do aprendiz para transformar o que lhe foi ensinado, construir e re-construir. Sendo assim, tornar-se consciente do sentido da autonomia o pri-meiro passo para constru-la.

    O aprendiz autnomoNa aprendizagem, a autonomia comea em um processo de construo indi-

    vidual, associando as dimenses cognitivas e afetivas do indivduo, sendo que a partir das relaes e das interaes ela produz seus efeitos para o social, para o grupo. Esse efeito social inclui ainda o espao virtual.

    O aprendiz autnomo participa, colabora e interage com o grupo, permite construir novos saberes, reconhece que precisa desenvolver e aprimorar ha-bilidades e tomar decises. O processo de interao no grupo torna-se muito importante enquanto estratgia de aprendizagem porque aprendemos com o outro, aprendemos com as interaes no grupo. Por isso, conversas interativas estimulam, motivam e facilitam o desenvolvimento da autonomia.

    O aprendiz autnomo busca estabelecer a ligao e a sintonia com o grupo e com os recursos miditicos, reconhece que para aprender precisa exercitar, criar hbitos e adotar comportamentos que o ajudem a alcanar os seus propsitos. O aprendiz autnomo demonstra um forte interesse em ser aprendiz e por si s capaz de motivar-se.

    O processo de motivao interna nasce do desejo de ser capaz, um desejo de superar-se, de sentir prazer em descobrir o novo. Nesse processo esto pre-

    Esse material parte integrante do Curso Preparatrio para o ENEM do IESDE BRASIL S/A

  • A autonomia

    45

    sentes sentimentos como apreo, aceitao e confiana em si e por aquele que compartilha o mesmo espao de interao.

    Os nveis de autonomia variam de uma pessoa para outra. H um vasto con-junto de comportamentos possveis no contexto da aprendizagem e do uso de estratgias para desenvolver a autonomia. O aprendiz autnomo cria as suas prprias estratgias e avalia seus comportamentos.

    O comportamento do aprendizNa viso humanista, as pessoas so capazes de modificar atitudes e compor-

    tamentos. Utilizando os seus prprios recursos, elas so capazes de criar, trans-formar, direcionar, traar metas, reconhecer desejos e expectativas. Esses recur-sos formam um conjunto de atitudes que auxiliam a construo da autonomia na aprendizagem.

    Reconhecendo seus prprios estilos de aprendizagem, o aprendiz autnomo consegue definir as melhores estratgias para aproveitar a transmisso e o pro-cesso de aprendizagem. O aprendiz autnomo reconhece o prazer de aprender e a sua liberdade para aprender e, sendo assim, adota uma postura que o leva a alcanar tal objetivo. A memorizao, a inferncia, o planejamento, o controle e a autoavaliao so estratgias essenciais e definem o comportamento para a autonomia de qualquer aprendiz.

    Oreste Pretti (2000) explora algumas dimenses que do sentido ao processo de autonomia.

    Uma a dimenso ontolgica, do sujeito em sua realidade, que precisa impor a si a conquista da autonomia.

    A segunda definida como dimenso poltica, que d direo e sentido autonomia, define o que se pretende alcanar e onde se pretende chegar desenvolvendo a autonomia.

    A terceira a dimenso afetiva, que representa o envolvimento, a entrega, a busca por transformar a aprendizagem em algo prazeroso por meio da autonomia.

    Outras dimenses dizem respeito metodologia, nos aspectos tecnoinstru-mental e operacional, apontando a identificao de ferramentas para perceber, processar e organizar recursos de aprendizagem.

    Esse material parte integrante do Curso Preparatrio para o ENEM do IESDE BRASIL S/A

  • 46

    Desenvolvendo Autonomia nos Estudos a Distncia

    Para Preti,

    A construo da sua autonomia, enquanto estudante, deve se tornar um projeto seu pessoal de vida e de trabalho. Tem que aprender por voc mesmo! [...] Temos que romper com a submisso, a dependncia e trilhar seu prprio caminho da aprendizagem. A autonomia no discurso. uma prtica fundamentada num projeto de vida e de trabalho. (PRETI, 2002, p. 36-37)

    Procure entender o motivo pela qual voc estuda. Seja qual for a sua respos-ta, tenha conscincia de que o conhecimento tem um inestimvel valor para a vida. Procure aprender: somente assim voc vai descobrir o prazer de aprender. O aprendiz autnomo reconhece o prazer de aprender e a sua liberdade para aprender e, sendo assim, adota uma postura que o leva a alcanar tal objetivo.

    Dicas de estudoSILVA, Antonio Carlos Ribeiro da. Educao a Distncia e o seu Grande Desejo: O aluno como sujeito de sua prpria aprendizagem.

    Disponvel em: .

    MORAIS FILHO, Luiz Augusto de. O que Significa a Autonomia do Aluno de EAD Fundamentada na Flexibilidade do Tempo e do Espao?

    Disponvel em: .

    Esse material parte integrante do Curso Preparatrio para o ENEM do IESDE BRASIL S/A

  • Esse material parte integrante do Curso Preparatrio para o ENEM do IESDE BRASIL S/A

  • Esse material parte integrante do Curso Preparatrio para o ENEM do IESDE BRASIL S/A

  • A beleza de ser um eterno aprendiz.

    Gonzaguinha

    Chegou a hora de praticar. Antes, porm, lembre-se de que o impor-tante que cada pessoa identifique em quais situaes o seu desempe-nho melhor e quais recursos podem ser utilizados como ferramentas de apoio aprendizagem.

    Para isso, importante se observar!

    Sugerimos algumas reflexes antes de se organizar para a nova fase que se pretende iniciar nos estudos:

    Daqui para frente, como voc gostaria de se comportar nos estudos?

    De que voc precisa para atingir o resultado esperado?

    Quais recursos podem ser aproveitados?

    O que precisa ser modificado?

    A verdadeira aprendizagem s ocorre quando o indivduo dominou in-teiramente o assunto objeto do aprendizado, esse domnio leva-o a novas atitudes e habilidades. (CARVALHO, 1999, p.19-20). O que d sentido aprendizagem completa a aquisio e a inter-relao de ideias. Segun-do Piaget, o professor no ensina; ajuda o aluno a aprender (apud LIMA, 2009). Desse modo, a aprendizagem passa a ser resultado do esforo do indivduo, os mtodos e as tcnicas de ensino sendo ferramentas para a criao de um ambiente propcio cujo resultado a aprendizagem.

    Esquea o pouco tempo disponvel, dedique-se a reconhecer os seus pontos fortes, que precisam ser preservados, e os pontos fracos, que pre-cisam ser transformados. muito importante que voc esteja consciente do seu estilo de aprender, da maneira como voc se sente mais vontade para aprender e de que recursos lhe chamam mais a ateno. Lembre-se de que cada um tem um ritmo prprio.

    Melhorando o desempenho nos estudos

    Esse material parte integrante do Curso Preparatrio para o ENEM do IESDE BRASIL S/A

  • 50

    Desenvolvendo Autonomia nos Estudos a Distncia

    AutoavaliaoJ que estamos falando de ritmo, que tal montar um esquema e identificar

    como voc distribui as suas atividades dirias. Para cada dia da semana, como voc distribui as suas tarefas durante os trs perodos do dia? Como voc ocupa o perodo da manh? E a tarde? E a noite, o que voc costuma fazer? Usando esse recurso, voc vai identificar os perodos livres ou aqueles que podem ser modificados para que voc aproveite melhor o tempo. Reflita sobre como voc utiliza seu tempo.

    E o seu tempo de estudo? Como ele aproveitado na sua rotina? No esquema que acabou de montar, quantas vezes voc registrou a tarefa estudo?

    Talvez seja o momento de comear a entender como voc estuda. J parou para pensar sobre os seus hbitos de estudo e os recursos que voc utiliza?

    Inventrio de hbitos1

    Algumas situaes que o levaro a refletir sobre os seus hbitos de estudo.

    Motivao para o estudoA propaganda na internet o distrai e voc no consegue se concentrar.

    Enquanto estuda, voc permanece conectado, acompanhando seus amigos on-line.

    Voc comea a estudar e facilmente se concentra no assunto.

    Enquanto estuda, voc precisa se manter conectado para realizar pes- quisas na internet.

    Voc gosta de ler os resumos ou anotaes que faz, independente- mente da data da prova.

    Voc no troca o horrio de estudo se surgir uma oportunidade de se divertir.

    Quando comea a estudar, voc esquece a hora.

    Todo momento uma oportunidade para voc aprender. 1 Baseado em Inventrio de hbitos de estudo, 2009.

    Esse material parte integrante do Curso Preparatrio para o ENEM do IESDE BRASIL S/A

  • Melhorando o desempenho nos estudos

    51

    Voc acompanha se outros alunos esto on-line no ambiente virtual de aprendizagem.

    A hora passa rapidamente enquanto voc estuda e assim no conse- gue concluir as tarefas.

    Enquanto faz pesquisas, um assunto diferente desperta a sua curiosi- dade e voc acaba fazendo pesquisas sobre pesquisas e perde o foco principal.

    Quando recebe um material novo, voc fica empolgado e curioso, pro- curando conhecer o contedo ou pelo menos folhear esse material.

    Ambiente de estudoVoc gosta de estudar em local silencioso, de preferncia reservado, no gosta de ser interrompido.

    Voc estuda deitado, faz leituras, ouve ou assiste vdeos sempre dei- tado.

    Voc prefere estudar bem acomodado, sentado, prximo de todo o material, fazendo anotaes enquanto l/ouve/assiste.

    Pessoas circulando ou conversando perto no atrapalham quando voc estuda.

    Quando ouve uma msica, voc presta ateno na letra.

    Voc consegue se concentrar no assunto enquanto algum faz a nar- rao.

    Voc precisa estudar em local movimentado, sabendo quem chega e quem sai, e isso no distrai sua ateno.

    Voc sempre tem mo papel, lpis ou caneta, procurando anotar as- suntos que o interessam e sempre pesquisa sobre eles.

    Voc consegue se perder na prpria mesa de estudos.

    Seus arquivos no computador no esto bem organizados e s vezes voc leva um tempo para encontrar o material.

    Esse material parte integrante do Curso Preparatrio para o ENEM do IESDE BRASIL S/A

  • 52

    Desenvolvendo Autonomia nos Estudos a Distncia

    Organizao do tempoAntes de iniciar os estudos, voc organiza seu tempo, faz uma lista de atividades a cumprir.

    Voc costuma montar um plano dirio.

    Voc monta um plano semanal e revisa no fim de semana, avaliando se cumpriu todas as tarefas.

    Voc cumpre com rigor as suas horas de estudo.

    Todo dia voc estuda um pouco.

    Voc deixa para estudar somente nos fins de semanas.

    Voc estuda apenas quando possvel, quando no tem nada progra- mado, resolve na hora.

    Embora programe os estudos, defina dias e horrios, voc no conse- gue cumprir sua programao.

    Voc no tem muita ideia do que ter que fazer durante o dia quando se levanta, resolve na hora, dependendo do que aparece.

    No ambiente virtual de aprendizagem (AVA)Voc no toma nota, nem arquiva falas importantes do professor-tutor ou de outros participantes.

    Voc no participa das discusses no AVA.

    Voc no presta ateno aos convites e recados que o professor-tutor manda pelo AVA.

    Voc no consegue direcionar a conversa para o assunto da aula, pre- fere conversar sobre outros assuntos.

    Voc gosta de compartilhar informaes, textos, vdeos, recursos tec- nolgicos etc. com as pessoas do AVA, mas tem o cuidado de enviar apenas contedo relacionado com o curso.

    Antes de buscar a informao, voc consulta o professor-tutor.

    Esse material parte integrante do Curso Preparatrio para o ENEM do IESDE BRASIL S/A

  • Melhorando o desempenho nos estudos

    53

    Antes de consultar o professor-tutor, voc pesquisa.

    Voc costuma encontrar as respostas de que precisa fazendo pesqui- sas e s recorre ao professor-tutor para confirmar se o caminho que seguiu correto.

    Voc acessa o AVA apenas quando a atividade obrigatria.

    Organizao pessoals vezes voc no lembra onde anotou ou no consegue entender o que escreveu.

    Voc tem um caderno especial para as anotaes.

    No seu computador, h uma lista das informaes importantes que funciona como um caderno virtual.

    Voc sempre busca as anotaes para revisar o contedo ou esclare- cer uma dvida.

    Embora faa anotaes, voc nunca consegue tempo para revisar ou consultar.

    Provas o preocupam, voc fica pensando que deveria ter estudado an- tes, preparado um plano de estudo, aproveitado melhor o tempo.

    Quando comea a estudar um assunto, voc vai at o fim, procura dei- xar tudo muito claro.

    Hbitos de leituraVoc l com facilidade na tela do computador.

    Sua leitura mais prazerosa e completa quando tem o texto em mos, preferindo livros ou qualquer outro impresso.

    Em qualquer tipo de leitura, quando no entende determinada abor- dagem, voc salta partes do texto, no acompanhando a sequncia de incio, meio e fim.

    Quando a leitura est chata ou no entende o contedo, voc aban- dona o material.

    Esse material parte integrante do Curso Preparatrio para o ENEM do IESDE BRASIL S/A

  • 54

    Desenvolvendo Autonomia nos Estudos a Distncia

    Quando a leitura est chata ou no entende o contedo, voc procura compreender o motivo disso e costuma pensar em alguma estratgia que ajude a concluir a leitura e tirar proveito dela.

    Voc no consegue se concentrar em leituras de contedo didtico.

    Voc faz leituras rpidas, passa os olhos rapidamente nos contedos a serem trabalhados, l rapidamente alguns pargrafos.

    Ateno e memriaVoc acompanha seu calendrio de estudos, sabe exatamente quais os assuntos previstos para a prova presencial.

    Voc fica desesperado, nunca sabe por onde comear os seus estudos.

    Voc faz marcas inteligentes no texto como forma de estabelecer vn- culo com o contedo.

    Quando l um arquivo digital, voc utiliza recursos como realce, muda a cor da fonte, sublinha, registra comentrios etc. para que a leitura no se seja cansativa e para compreender melhor.

    Voc faz desenhos e esquemas durante a leitura, montando um tipo de resumo que ajuda a lembrar.

    Voc procura resumir o captulo em itens ou palavras-chave, faz anota- es nas margens do texto ou faz um resumo por captulo.

    Enquanto l, voc articula, faz perguntas a si mesmo, para, reflete so- bre algumas palavras, anota e continua a leitura.

    Voc precisa estudar, mas anda cansado e mesmo assim procura ler alguma coisa porque s vezes uma pequena insistncia o ajuda a se motivar.

    Voc estuda com o rdio ou a TV ligada e percebe que isso distrai porque interrompe a leitura para prestar ateno ao que acontece do lado.

    Mesmo com horrio marcado para algum compromisso, voc con- segue aproveitar o tempo e estudar, nem que seja apenas parte do contedo.

    Esse material parte integrante do Curso Preparatrio para o ENEM do IESDE BRASIL S/A

  • Melhorando o desempenho nos estudos

    55

    Se tiver alguma outra coisa para fazer, voc no consegue se concen- trar nos estudos.

    Qualquer barulho o distrai.

    Quando termina a leitura ou estudo, voc continua refletindo sobre o contedo.

    Quando no entende o contedo, voc recomea a leitura sem des- nimo, prestando mais ateno.

    Voc no presta ateno em detalhes do texto.

    Enquanto estuda, voc interrompe vrias vezes, sai para comer, d uma volta, mas est atento ao tempo: as pausas o ajudam a pensar melhor.

    Enquanto estuda, voc interrompe vrias vezes e por fim sente que aproveita muito mal o tempo.

    Independentemente do resultado, se positivo ou negativo, observe a intera-o dos princpios de aprendizagem aplicados ao treinamento. isso que preci-sa acontecer para que um novo hbito seja formado e consequentemente acon-tea mudana de comportamento.

    Aprendizagem efetiva

    Frequncia Adequao ContinuidadeIntensidade

    Mudana de comportamento

    Formao de hbitos

    Note que, em um treinamento, a formao do hbito depende da frequncia que voc adota nos estudos. Essa prtica, aliada intensidade, adequao e continuidade, resulta na aprendizagem e esta, por sua vez, na mudana de com-

    Esse material parte integrante do Curso Preparatrio para o ENEM do IESDE BRASIL S/A

  • 56

    Desenvolvendo Autonomia nos Estudos a Distncia

    portamento. A aprendizagem de que falamos aqui a aprendizagem do novo hbito, da nova postura que voc pretende adotar nos estudos a distncia.

    De acordo com a avaliao dos seus hbitos de estudos, observe aquelas ca-ractersticas que representam fraquezas que precisam ser modificadas e obser-ve tambm os seus pontos fortes, os quais devem ser preservados como fonte motivadora no seu processo de aprendizagem. Pretti (2001) sugere ao aluno uma autoavaliao a respeito da existncia de aspectos internos e externos que podem ser controlveis de maneira a apoiar e facilitar o seu aprendizado.

    Qualquer pessoa aprende melhor quando percebe o sentido daquilo que se estuda, quando os objetivos de estudo lhe so claros e bem definidos, quando se sente encorajada e animada a descobrir, quando consegue estabelecer asso-ciaes com a realidade em que vive e principalmente, por meio do autoconhe-cimento, quando h compreenso da prpria maneira de aprender.

    No guarde a sua reflexo mentalmente: registre tudo no papel ou em um arquivo eletrnico, estabelea um propsito, faa um contrato consigo mesmo.

    A seguir, apresentamos algumas perguntas que podem ajud-lo na auto- avaliao.

    AutoavaliaoPara estudar, dependo que outra pessoa me motive? Por que ainda no descobri formas de me automotivar?

    Estudar para mim uma obrigao? Estudo para qu? Onde quero chegar? O que preciso mudar para fazer do estudo uma atividade pra-zerosa?

    Enquanto estudo, como reajo diante da descoberta? Quando descu- bro, entendo determinado assunto ou consigo solucionar um proble-ma confuso, vibro, sinto-me feliz, sorrio, manifesto alguma emoo?

    Sinto dificuldade para me concentrar e iniciar meus estudos?

    Enquanto navego na internet, que tipo de site eu costumo visitar? O que procuro com esses acessos? O que aprendo com eles?

    Esse material parte integrante do Curso Preparatrio para o ENEM do IESDE BRASIL S/A

  • Melhorando o desempenho nos estudos

    57

    Como me organizo para verificar o meu e-mail? E quanto tempo reser- vo para responder os meus e-mails?

    Aprendo melhor com atividades prticas? Preciso praticar para aprender?

    Costumo reservar um tempo para refletir sobre a disciplina que estou aprendendo? Prefiro a teoria?

    Memorizo melhor quando vejo e escrevo ou quando ouo e quando leio em voz alta?

    Meu rendimento melhor durante o dia ou noite? O silncio da ma- drugada me ajuda a estudar?

    Preciso de silncio absoluto para estudar ou consigo prestar ateno independentemente do local em que estou?

    S consigo estudar quando tenho muitas horas livres para me dedicar ou consigo utilizar partes menores do tempo e depois reno o conjun-to de informaes e as conecto sem prejuzo?

    Reservo diariamente um momento para o estudo, mesmo que seja um perodo curto?

    Quando tenho uma ideia, preciso tomar nota para no esquecer?

    As respostas a essas perguntas vo ajud-lo a compreender o seu atual nvel de disciplina nos estudos. Com as respostas, voc pode identificar hbitos positivos e tambm aqueles hbitos que precisam ser modificados para que voc oriente a qualidade de desempenho que pretende para seus estudos a distncia.

    Lembre-se: a disciplina ser uma importante aliada na sua trajetria de aprendiz.

    Segundo Herraiz (apud SENAI, 2002, p. 35), nossos sentidos recebem informa-es distribudas, em mdia, da seguinte forma:

    83% pela viso;

    11% pela audio;

    Esse material parte integrante do Curso Preparatrio para o ENEM do IESDE BRASIL S/A

  • 58

    Desenvolvendo Autonomia nos Estudos a Distncia

    3,5% pelo olfato;

    1,5% pelo tato; e

    1% pelo paladar.

    Em mdia, retemos 10% da informao pela leitura, 50% pelo que vemos e ouvimos e 90% praticando.

    Considerando alguma variao de pessoa para pessoa, entender como esses processos de captao e reteno acontecem com voc vai ajud-lo a definir os instrumentos e as estratgias mais adequadas para o seu estudo.

    Preferncias de estudos e estratgias de aprendizagem

    O importante que cada pessoa identifique em quais situaes o seu desem-penho melhor. Para isso, importante observar!

    Ento, mos obra: faa uma experincia!

    Durante uma semana, procure identificar as suas preferncias de estudo e as estratgias que costuma usar. Pode comear refletindo sobre as preferncias e estratgias usadas no ensino presencial. Depois, procure refletir sobre a sua pos-tura em EAD. Em seguida, faa uma comparao entre os recursos que utiliza nas duas metodologias de ensino. Essa comparao pode apresentar um resultado bastante interessante e valioso para o novo conceito de aprendizagem que voc vai adotar daqui para frente.

    Minhas preferncias de estudoNo inventrio de hbitos, voc reservou um momento para refletir sobre

    as suas atitudes na rotina de estudos. provvel que voc tenha se reconhe-cido em algumas daquelas situaes. Para ajud-lo a filtrar as suas prefern-cias de estudo, anote as suas observaes.

    Observo que o meu rendimento melhor quando estudo _____________

    Esse material parte integrante do Curso Preparatrio para o ENEM do IESDE BRASIL S/A

  • Melhorando o desempenho nos estudos

    59

    Observo que meu rendimento menor e parece que no me adaptei a estudar com ________________________________________________________

    Ainda no experimentei estudar desse jeito: __________________________

    Em algumas situaes, durante o dia, deixamos de utilizar o nosso tempo de maneira eficiente. Assim, passe a observar como voc aproveita o seu tempo.

    Note que em cada situao, cada momento do seu dia, voc pode estudar de uma maneira diferente. O importante estudar com qualidade e isso voc pode alcanar combinando recursos, baseado nas suas preferncias. Depois, s colocar em prtica!

    Veja como voc pode aproveitar o tempo e identificar o melhor recurso a ser utilizado.

    Observe alguns exemplos.

    Situao Ambiente RecursosPela manh, no trajeto de casa para o trabalho, gasto 40 minu-tos. Como posso ocupar esse tempo?

    Carro (se voc utiliza esse meio de transporte)

    Arquivos de udio po-dem tocar no aparelho de som do carro.

    nibus (se voc utiliza esse meio de transporte)

    MP4 ou livros.

    No trabalho, tenho duas horas de interva