Desenvolvimento curricular e tecnologias exemplos

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Educação de Infância e Tecnologias da Informação e Comunicação

Henrique Santos

Educador de Infância

Jardim-de-infância de Cheleiros - Mafra

Resumo

Neste artigo, apresentam-se algumas reflexões sobre o papel das tecnologias na Escola de hoje,

designadamente no nível da educação pré-escolar. Torna-se pertinente a reflexão sobre a importância da

utilização educativa das tecnologias da informação e da comunicação na construção de ambientes capazes de

ajudar a construir seres humanos com capacidade e vontade de aprender e do papel, e, nesse sentido, importa

reflectir o espaço de aprendizagem numa perspectiva holística e integrada. Também o papel do docente,

enquanto pessoa e profissional, assume especial relevo considerando-se, para o efeito, a sua prática, reflectida

e avaliada numa perspectiva de desenvolvimento pessoal, cultural e social do indivíduo e da sua relação coma

Escola. Por último, analisam-se algumas práticas, observadas em contexto, propondo-se alguns eixos de

análise para reflexão.

Palavras-chave: Tecnologias, Educação de Infância, Desenvolvimento Profissional do Educador de infância;

Sociedade da Informação e do Conhecimento.

Introdução

“Os registos audiovisuais são meios de expressão individual e colectiva e

também meios de transmissão de saber e da cultura que a criança vê

como lúdicos e aceita com prazer.”

In Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar, 19976

A riqueza e variedade da informação, e dos seus suportes, que não pára de

crescer, acentuando em cada dia que passa o seu ritmo de expansão, terá de

conduzir-nos forçosamente a um mundo novo em que o entretenimento, a

aprendizagem, o diálogo entre cidadãos, o exercício da democracia, a cultura, a

investigação científica, o trabalho, o comércio e as restantes actividades

económicas recorrem com intensidade crescente às chamadas novas tecnologias

da informação e da comunicação como meio privilegiado de acesso e difusão de

saber e de oportunidades de interacção humana.

A convergência das tecnologias de informação, do audiovisual e das

comunicações abre perspectivas com importante impacto positivo na transmissão

do saber, na divulgação da cultura e da língua, nos processos de aquisição de

conhecimento, na eficiência da administração pública, na integração de cidadãos

com necessidades especiais, na gestão das organizações, nos meios de

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entretenimento, na comunicação social, na interacção entre grupos de cidadãos e

na inovação de processos democráticos.

Assim sendo, torna-se pertinente a reflexão sobre a importância da utilização

educativa das tecnologias da informação e da comunicação na construção de

ambientes capazes de ajudar a construir seres humanos com capacidade e

vontade de aprender.

Infelizmente, muitos são os discursos que revelam que estes seres humanos se

vão perdendo à medida que os currículos da Escola, centrados nos conteúdos e

no saber fazer, os vão desviando do verdadeiro interesse em construir as

competências que serão o cerne da sua evolução como seres pensantes e

intervenientes.

Diz Papert que “a melhor aprendizagem é a que se compreende e dá prazer. As

crianças adoram aprender até quando são ensinadas com uma lógica diferente.

Na verdade, (...) acredito que toda a gente, especialmente as crianças, gosta

sempre de aprender.” (1998, p.39).

Nesta perspectiva a criança deve ser desafiada e estar permanentemente na

situação de construtora, de exploradora e de investigadora. A utilização dos

meios de comunicação na educação de infância pode ser desencadeadora de

variadas situações de efectiva aprendizagem e desenvolvimento de

competências.

O contexto, as interacções entre alunos e professores, o tipo de situações a que

os alunos são expostos ou criam, podem constituir os aspectos determinantes no

processo de aprendizagem que, dessa forma, podem contribuir para as recriar,

permitindo uma abordagem de potentes desafios intelectuais.

Na verdade, as tecnologias são peças chave na criação de ambientes de

aprendizagem motivadores e construtores do ser humano. As crianças aprendem

melhor se tiverem tarefas, desafios, ou problemas nos quais as respostas não

sejam óbvias ou demasiado simples.

Papert (1998) refere ainda que ”todas as crianças que têm um computador e

uma forte cultura de aprendizagem são agentes de mudança na escola”.

Neste artigo apresentar-se-ão algumas dinâmicas desenvolvidas em contexto de

sala de jardim de infância e também se pretenderá efectuar uma abordagem

sistemática e organizativa das possibilidades oferecidas no âmbito da utilização

dos instrumentos tecnológicos ou de marcada característica comunicacional e da

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sua inter-relação com os conceitos de desenvolvimento social, cultural e

cognitivo das crianças e da sua relação com as práticas pedagógicas.

Que tecnologias?

Partindo do enquadramento de Tecnologia e dos seus conceitos adjacentes,

abordados numa perspectiva sociológica e humana, como factor de

desenvolvimento e crescimento social das populações, tomar-se-á como linha de

rumo um conjunto de apontadores, devidamente observados e contextualizados,

que fornecem pistas sobre modelos de formação/acção e de desenvolvimento

profissional passíveis de serem disseminados e generalizados.

É também primordial compreender, de forma mais profunda, o papel das

tecnologias como meios de trabalho/produção, de consulta e de comunicação

como potenciadores do desenvolvimento formal do cidadão e da cidadania, a

partir do jardim-de-infância.

A reflexão sobre o futuro dos sistemas de educação deve apoiar-se numa análise

prévia das mudanças na relação do indivíduo com o saber. A primeira

constatação dessa mudança envolve a velocidade do surgimento e da renovação

dos saberes. Actualmente, a maioria das competências adquiridas por uma

pessoa no começo de seu percurso profissional são obsoletas no fim da sua

carreira. Também a nova natureza do trabalho contribui para isso, no qual a

parte de transacção de conhecimentos é cada vez mais ilimitada. Trabalhar

equivale cada vez mais a aprender, transmitir saberes e produzir conhecimentos.

O espaço da tecnologia amplia, exterioriza e altera muitas funções cognitivas

humanas: memória (bancos de dados, hipertexto, ficheiros digitais), imaginação

(simulações), percepção (sensores digitais, realidades virtuais) e raciocínios

(inteligência artificial).

Estas tecnologias intelectuais favorecem novas formas de acesso à informação e

novos estilos de raciocínio e conhecimento. O saber-fluxo, o saber-transacção de

conhecimento, as novas tecnologias da inteligência individual e colectiva estão,

necessariamente, a modificar profundamente os dados do problema da educação

e da formação.

Descobrir a fórmula certa de explorar os imensos recursos disponíveis é um

caminho que está por desbravar, além da evidente ameaça da info-exclusão.

Ponte (1999) diz explicitamente que aqueles que não forem capazes de utilizar e

compreender minimamente os processos informáticos correrão o risco de estar

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tão desinseridos na sociedade do futuro como os analfabetos o estão na

sociedade de hoje.

Mas numa sociedade marcada pela informação, comunicação e conhecimento, há

o risco de um número significativo de pessoas poderem ficar à margem. Como

refere Carlos Tedesco: “Os média não foram concebidos como entidades da

formação moral e cultural das pessoas. A sua concepção e evolução supõem que

essa formação já é um dado adquirido e a tendência actual dos meios de

comunicação consiste em deixar aos próprios cidadãos a responsabilidade de

eleger as mensagens que querem receber” (cit. por Cardoso, 2001).

Esta natural ausência de dimensões morais e culturais constitui um aspecto de

crucial importância a ter em conta no modo como as tecnologias devem ser

encaradas e integradas no processo de socialização das crianças e dos jovens e

na preparação dos professores.

Há também, actualmente, um desenvolvimento significativo da informação

disponível para os cidadãos. O aluno chega à escola transportando consigo a

imagem de um mundo – real ou fictício – que ultrapassa em muito os limites da

família e da sua comunidade. As mensagens mais variadas – lúdicas,

informativas ou publicitárias – que são transmitidas pelos meios de comunicação

social entram em concorrência ou contradição com o que as crianças aprendem

na escola.

A este propósito, Sartori avisa-nos de que: “a verdade maior, e global, é que a

criança cuja primeira escola (a escola divertida, que precede a escola aborrecida)

é a televisão, é um animal simbólico que recebe o seu imprint, o seu cunho

formativo através das imagens de um mundo todo ele centrado no ver (...) O

problema é que a criança é uma esponja que regista e absorve

indiscriminadamente (visto ainda não ter a capacidade de discriminação) tudo

aquilo que vê” (2000, p.29).

Daí que não seja um facto indesmentível que as tecnologias associadas à escola

tendam a provocar reacções fortes, sejam elas de grande entusiasmo ou de

violenta crítica. Por detrás destas reacções está o facto de mexer com aspectos

fundamentais das nossas concepções, dos nossos gostos, dos nossos desejos.

A escola deve promover aprendizagens fundamentais, que se interligam e que se

constituem como pilares do conhecimento, ou seja, a escola deve:

1. Aprender a conhecer, isto é, adquirir os instrumentos da compreensão,

combinando uma cultura geral, suficientemente vasta, com a possibilidade de

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trabalhar em profundidade um pequeno número de matérias, o que também

significa, aprender a aprender, para beneficiar das oportunidades oferecidas pela

educação ao longo da vida;

2. Aprender a fazer, para poder agir sobre o meio envolvente, a fim de adquirir

não somente uma qualificação profissional mas também competências que

tornem a pessoa apta a enfrentar as mais diversas situações e a trabalhar em

equipa;

3. Aprender a viver em comum, a fim de participar e cooperar com os outros, no

respeito pelos valores duo pluralismo, da compreensão mútua e da paz;

finalmente,

4. Aprender a ser, via essencial que integra as três precedentes e que permite a

cada um desenvolver melhor a sua personalidade, ganhar capacidade de

autonomia, discernimento e responsabilidade.

Em qualquer dos modelos, o conhecimento só existe se for realizado pela pessoa,

que por sua vez deve ser intelectual e materialmente activa à escala dos seus

meios. A utilização das tecnologias deve poder realizar-se através do tempo e

dos meios adequados.

Com a emergência dos novos desafios que se colocam à Escola, nomeadamente

com o crescente espaço tecnológico que envolve as novas gerações de

estudantes, no qual os instrumentos digitais ocupam um lugar destacado,

também os espaços de aprendizagem deverão ser, cada vez, mais variados e

diversos.

Todos os alunos que actualmente chegam à escola, em qualquer idade,

experimentaram já, ou estão em vias de experimentar, um conjunto de

dispositivos tecnológicos que lhes permitem o acesso a novas e únicas formas de

informação, que, na maior parte das vezes, não possuem o devido

encadeamento curricular e académico.

É comum ouvir pais e mães referirem que os seus filhos de três ou quatro anos

já escolhem sozinhos os filmes que vêem nos seus leitores de DVD, também é

comum encontrar em classes do primeiro ciclo alunos com os seus próprios

telefones móveis e serão muitos, decerto, os estudantes do ensino secundário

que já dominam com bastante proficiência os segredos da internet e das suas

possibilidades, nomeadamente no que concerne à sua utilização através de

outros dispositivos que não os computadores pessoais, e muitas vezes, em áreas

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incomuns, como sejam os centros comerciais ou mesmo estações de serviço,

através das ligações sem fios.

Se considerarmos que a aprendizagem se situa entre uma intenção de adquirir e

uma aquisição efectiva dos saberes mais diversos e que se faz através de uma

escolha de objectivos e de uma escolha de situações, cuja natureza e ordem

dependem daquele que teve a iniciativa da formação, teríamos, como ponto de

partida, “uma solicitação do meio ambiente que encontra um acolhimento

favorável naquele que o vai concretizar” (Bidarra, J., 1998). É sobre esta

solicitação do meio ambiente que é, actualmente, de carácter eminentemente

tecnológico, que a escola deve reflectir toda a sua estrutura, seja ela pedagógica

ou física.

A Aventura da utilização das TIC na Sala de Aula do JI

Com base na utilização de metodologias activas e participativas, com recurso às

tecnologias, no processo de ensino e aprendizagem, cabe ao educador utilizar

criticamente a tecnologia como ferramenta transversal ao currículo, partilhar

experiências/recursos/saberes no seio da comunidade educativa, valorizar

práticas avaliativas indutoras de melhoria da qualidade dos processos

educativos, estimular estratégias pedagógicas promotoras de metodologias

inovadoras, adoptar práticas que levem ao envolvimento dos alunos em trabalho

prático com tecnologias, produzir, utilizar e avaliar recursos educativos

potenciadores da construção do conhecimento tecnológico, mudar práticas, com

a integração de ferramentas de comunicação e interacção à distância, no

processo de ensino e aprendizagem, prolongar momentos de aprendizagem no

tempo e no espaço, fomentando a disponibilização de recursos educativos

variados, desenvolver projectos/actividades que potenciem a utilização de

tecnologias em contextos inter e transdisciplinares, de forma integrada e

corrente e promover momentos de reflexão decorrentes da prática lectiva e

também da vida quotidiana. Este novo papel do educador exige uma constante

adequação a novas práticas, mas, acima de tudo, obriga-o a um maior

envolvimento na vida extra-escolar e, essencialmente, na sua aproximação aos

novos meios de transmissão e difusão de informação.

Utilizar, na sala do Jardim-de-infância, as tecnologias da informação e

da comunicação

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É ao educador, como gestor do currículo, do espaço e do tempo, que cabe

apresentar experiências de utilização das tecnologias como instrumento

didáctico, analisar as suas potencialidades no processo de ensino aprendizagem,

desenvolver metodologias para a sua integração, com particular destaque para a

Internet, no processo de construção e produção do conhecimento e desenvolver

estratégias de utilização numa perspectiva de reorganização e gestão do grupo,

adaptadas às características das escolas. Mas também é a ele que compete

produzir e utilizar recursos para o ensino e aprendizagem, construir actividades

para realizar em contexto de sala de aula e avaliar as actividades realizadas,

reflectindo o seu espaço de intervenção social e cultural.

As dinâmicas introduzidas na sala de jardim-de-infância potenciam a elaboração

de estruturas contínuas de compreensão e aprendizagem social se forem

concebidas numa perspectiva de integração de meios e de recursos. Também a

utilização de recursos colectivos e integrados pode dinamizar competências de

aprendizagem formal. Nesse sentido, o espaço de utilização das tecnologias no

jardim-de-infância deve ser amplo e não condicionado por intenções de

aprendizagens formalizadas ou definidas por parâmetros de causa-efeito

imediato.

Apresentam-se, à frente, algumas práticas que devem ser entendidas numa

perspectiva de análise holística da integração, no jardim-de-infância, das

temáticas associadas à utilização de recursos tecnológicos de informação e de

comunicação.

Apresentam-se as actividades1, tal como descritas e recontadas pelos alunos, e

seguidamente a sua contextualização didáctica e pedagógica, da

responsabilidade do educador.

O Mundo como nós o vemos

“Hoje vimos um Globo do Mundo. O Henrique disse-nos que foi ao México,

que é um país muito longe, e foi buscar um Globo do Mundo para nos

explicar melhor. Ele disse que foi de avião e demorou quase um dia para

chegar lá. Depois mostrou-nos num livro como são os meninos no México, e

1 Estas actividades estão disponíveis nas páginas de internet dos respectivos jardins-de-infância

(http://salaverde.no.sapo.pt – 2004/2005 e http://jicheleiros.no.sapo.pt – 2006/2007), organizadas, editadas e mantidas, num modelo de colaboração activa, por todo o grupo do jardim-de-infância. As páginas estão alojadas no SAPO e constituem-se, na medida em que disponibilizam conteúdos de valorização pedagógica, cultural e social, como espaços de promoção da língua portuguesa. A edição e disponibilização dos conteúdos obriga a alguns cuidados, nomeadamente sobre as respectivas autorizações de encarregados de educação para a publicação de imagens e informações passíveis de ser consideradas particulares, bem como com a protecção dos dados disponibilizados on-line.

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mostrou-nos também as fotografias que tirou lá. Também tinha fotografias no

computador, que nós vimos. No livro onde estavam as imagens dos meninos do México,

estava também um mapa, e o Henrique disse que se chamava mapa-mundo. O Ricardo

disse que era como aquele que estava na entrada da Escola só que maior. O Henrique

disse que era parecido. O mapa-mundo era como se fosse a planta do Mundo onde

vivemos. Decidimos fazer um mapa maior do que o que estava no livro. O Francisco

passou o mapa para uma folha transparente e o Henrique foi buscar o Retroprojector e a

imagem apareceu na parede. O Henrique pôs uma folha branca e nós pintámos o mapa-

mundo na folha.

Depois pintámos os países onde viviam as pessoas que vimos no livro. Pintámos de

encarnado a América do Norte, onde viviam os índios, pintámos de amarelo a China,

onde vivem os Chineses, pintámos de encarnado a Austrália, onde vivem os cangurus...

O cartaz ficou muito giro e agora vamos fazer as pessoas, para colar no cartaz”

Organizar e preparar actividades que, pela sua forma, se transformem em

momentos de motivação pela novidade, mas também pela utilização de

instrumentos invulgares, neste caso, o retroprojector, potencia o

desenvolvimento de competências diversas, ao mesmo tempo que disponibiliza

formas alternativas de expressão. O retroprojector surge como instrumento

tecnológico (muitas vezes esquecido) que motiva pela novidade, e que se

transforma num equipamento de fácil manuseio, capaz de potenciar um sem fim

de experiência pedagógicas e didácticas, quer para o educador quer para os

alunos envolvidos. A tomada de consciência da expressão plástica e artística,

enquanto veículo de comunicação é também um dos objectivos desta actividade,

servindo ainda para a compreensão e aceitação de regras e alargamento da

linguagem. A expressão plástica é um meio de descoberta de si e dos outros e

das interacções e inter-relações sociais.

Paralelamente, o desenvolvimento das noções matemáticas (maior, menor,

lateralidade, ampliação, etc.) surge como um espaço complementar da

organização destes projectos integrados que recorrem aos instrumentos

tecnológicos.

Fomos ao Cinema

“Porque era dia de Festa, fomos ao Centro Comercial de Odivelas para ver um filme. O

Henrique disse-nos que era a forma de comemorarmos o Natal. É uma forma diferente.

Estavam muitas camionetas à nossa espera na entrada da Escola, e todos os meninos da

Escola entraram para as camionetas. Na nossa só foi a nossa turma. O Henrique ensinou-

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nos como se apertavam os cintos de segurança e explicou-nos porque é que deveríamos

ter os cintos apertados. A Susana também nos ajudou. Durante a viagem fomos a

cantar. O Henrique ensinou-nos a canção dos "Três Bicos". Fomos ver um filme chamado

"Polar Express" que fala sobre o Natal e sobre um menino que não acreditava no Pai

Natal. Antes de entrarmos para a sala, que era grande e escura, fomos à casa da banho.

Depois quando entrámos escolhemos os lugares e sentámo-nos. O Henrique foi buscar

uns baldes com pipocas e deu-nos. Eram muito boas. Quando o filme acabou, fomos

almoçar no Centro Comercial. É muito giro o Centro Comercial: É muito grande e tem

muitas lojas. Andámos à vontade, e como tínhamos falado das regras a respeitar, não

houve nenhum problema. Foi um dia muito bem passado.”

Saber sobre o "Mundo", como se organiza, como funciona, "para que serve" são

alguns dos objectivos que se promovem através de saídas organizadas da Escola.

Ir ao cinema, além de forte espaço motivacional, é também uma oportunidade

de contacto e familiarização com o código escrito e com outros símbolos

convencionados. O Cinema, é também, por si, um espaço mediático e

mediatizado que importa reflectir numa perspectiva instrumental. Não poderá

constituir-se como uma opção alternativa, na medida em que encerra em si um

conjunto de dinâmicas próprias e exploráveis, mas permite o contacto com

outras formas e meios audiovisuais que potenciam o desenvolvimento de

saberes.

As aprendizagens possíveis, que se enquadram na área de educação para os

media, da educação para a cidadania, no espaço da formação pessoal e social,

contribuem, decisivamente para o desenvolvimento de espaços de

questionamento, de reflexão participada e de análise crítica.

Através da reflexão, análise e preparação da utilização de meios audiovisuais de

transmissão de saberes e de formação pessoal e social, cumpre-se o objectivo de

promover uma atitude crítica e reflexiva sobre os meios mediáticos de

transmissão de saber, objectivo fundamental da utilização das tecnologias na

escola.

Uma História no Computador

“O Henrique hoje fez-nos uma surpresas. Em vez de contar uma história

que estava escrita num livro, trouxe-nos o computador e mostrou-nos

uma história no computador. Era sobre os animais e sobre as cores. Era

muito engraçada. Ele escureceu a sala e nós sentámo-nos no tapete. Ele

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sentou-se ao pé de nós. Era como se estivéssemos a ver televisão, mas mais giro. Ele

prometeu que voltava a contar-nos a história!”

A utilização do computador, como factor motivador das (e para as)

aprendizagens, valoriza o espaço multimédia como estratégia de diversificação

de formas de promoção da leitura e da literacia, ao mesmo tempo que permite a

aprendizagem das diversas formas e funções da leitura, numa perspectiva

integrada e integradora. A utilização do computador, devidamente enquadrado,

consubstancia um conjunto alargado de funções promotoras de aprendizagem,

assim como dinamiza variados espaços de compreensão cognitiva.

A utilização dos meios informáticos, além do mais, permite uma sensibilização

específica ao código informático, cuja envolvência social é cada vez mais notória.

Inaugurámos o Multibanco

“Depois de discutirmos muito sobre a falta de dinheiro para comprar as

coisas na mercearia da Casinha, o Henrique sugeriu que fizéssemos o

dinheiro para gastar nas compras. Fizemos notas e pintámos os valores

de forma diferente. O Henrique mostrou-nos as outras notas e todas

tinham cores diferentes. Depois, havia que arrumar o dinheiro, e

decidimos construir uma máquina Multibanco para guardar o nosso

dinheiro. Para podermos utilizar a máquina, fizemos uns cartões de identificação para

cada um de nós. Cada cartão tem a nossa fotografia, a nossa assinatura e a nossa

impressão digital. São todos diferentes e cada um tem o seu. Sempre que precisamos de

levantar dinheiro, que está à porta da nossa sala, levamos o cartão e temos de escrever

o código nos números que a máquina tem. Já pensámos que todos os meninos da Escola

também deviam ter o cartão de multibanco para eles. Vamos fazê-los em breve.”

Construir os próprios instrumentos tecnológicos (neste caso uma caixa

Multibanco) potencia não só o espaço lúdico do próprio processo (construção)

como também a reflexão sobre a função dos instrumentos.

Como é devidamente reconhecido, com a preparação de um instrumento

"tecnológico" que serve, fundamentalmente para brincar, desenvolvem-se

competências linguísticas, motoras e de expressão, mas também se abre

caminho a um conjunto de actividades e estratégias de desenvolvimento

cognitivo e matemático. Através da exploração do carácter lúdico e do jogo

simbólico, com recurso a "meios informáticos", aliada à exploração de conteúdos

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identitários, de independência e autonomia, a "Caixa Multibanco" serve os

propósitos de potenciar a área de Formação Pessoal e Social nos seus múltiplos

aspectos, nomeadamente se for abordada numa perspectiva de Projecto. Com a

caixa Multibanco “chegaram” os cartões de identificação pessoal (cartões do de

débito, com identificação pessoal – assinatura, foto e impressão digital), a

“descoberta” do dinheiro (notas e moedas – valor e uso) e até mesmo as regras

de utilização, com os respectivos códigos numéricos. Pelo exposto, é notória a

integração de saberes e aprendizagens, motivadas por um espaço “tecnológico”

associado ao “mundo real”, que, por isso (ou para isso), se constitui como um

aspecto de crucial importância no modo como as tecnologias devem ser

encaradas e integradas no processo de socialização das crianças e dos jovens.

Na Sala dos Computadores

“Todas as terças-feiras, depois do almoço, vamos para a biblioteca. É lá

que estão os livros e os computadores...

Às vezes vamos para lá para ler um livro ou para ver um filme. Mas isso

é menos vezes. Vamos quase sempre para lá para irmos brincar nos

computadores. O Henrique ensinou-nos a fazer desenhos no computador, e agora

estamos sempre a fazer desenhos. O Henrique lê-nos uma história e depois vamos para

os computadores fazer desenhos. Fazemos desenhos sobre a história e não só.

Depois de fazermos os desenhos (e às vezes custa um bocadinho porque o rato foge e

fica tudo ao contrário), o Henrique "imprime" os nossos desenhos e fazemos um cartaz

para pôr na sala. Também podem ver os desenhos que fazemos no Paint.”

As actividades que se baseiam na informação pertinente trazida “de casa” por

cada um dos alunos potenciam um conjunto de conteúdos que trazem à escola o

interesse pessoal de cada um deles, devolvendo-lhes o espaço de identificação

com o seu meio de origem. Utilizar o computador na perspectiva de valorização

desta relação pedagógica é motivador e alarga consideravelmente o espaço

motivacional dos alunos. Por outro lado, e no que respeita ao desenvolvimento

de competências técnicas, a utilização do computador aumenta o espaço de

utilização e representação plástica, revelando competências motoras e

cognitivas, ao mesmo tempo que as desenvolve. Nesta actividade, os

computadores funcionaram também como um ponto de partida em termos de

reflexão estética e de desenvolvimento sensorial, através da utilização de

diferentes formas de expressão artística.

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Escrevemos uma carta à Antónia

“A Antónia é a professora que estava na Escola antes da Anabela e do

Henrique.

Decidimos escrever uma carta para a Antónia porque não a vemos há

muito tempo. Já temos saudades. Escrevemos uma carta no computador

e fizemos desenhos. Depois assinámos a carta com uma caneta.

Fomos à Junta de Freguesia para comprar um envelope e selos. O Pedro

ia pagar mas a Fernanda não aceitou o dinheiro e disse que dava o envelope.

Depois o Henrique escreveu a morada da Antónia que a Sara pediu a uma senhora da

Escola de Mafra, pelo telefone. Fomos pôr o envelope no correio encarnado.

Vamos ficar à espera que a Antónia leia a carta e veja os desenhos e depois, que venha

cá à Escola.”

Nesta actividade revelou-se importante definir um conjunto de pressupostos com

base no diagnóstico da turma. Alguns dos alunos, designadamente os mais

novos, possuem ainda ligações fortes com as pessoas com quem contactaram

directamente, nomeadamente com a educadora anteriormente colocada no JI de

Cheleiros. Por essa razão, a elaboração e preparação de uma carta tendo como

destinatária a educadora anteriormente colocada no jardim de infância, permitiu

não só o desenvolvimento de actividades de expressão plástica específicas, como

também a produção e disponibilização de conteúdos nos domínios da linguagem

e da escrita, bem como permitiu o contacto com o processo de correspondência

baseados no Correio Normal. A utilização dos meios informáticos, aparentemente

residual, integra-se claramente no esforço de assumpção destes instrumentos

como ferramentas normalizadas de utilização comum (como de resto acontece

nos momentos de produção de conteúdos para edição na internet) e de

simplificação dos processos de promoção literácita (da escrita, da leitura e dos

meios tecnológicos). A conjugação de meios (como é o exemplo do telefonema)

demonstra a congruência de meios ao serviço de um projecto.

Tinteiros

“Na sala temos uma impressora do computador. Ela deixou de escrever e o

Henrique disse que já não tinha tinta e que tínhamos de pôr um tinteiro novo.

Depois o Henrique pôs um tinteiro novo e tirou o velho.

Na junta de freguesia há uma caixa para pôr os tinteiros velhos. Foi a Sara

que trabalha lá que nos disse para que era aquela caixa. Então nós fomos pôr lá o

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tinteiro velho. Uns senhores vão lá buscá-lo para reciclar. Reciclar é encher outra vez o

tinteiro para escrever mais.”

O ambiente como tema de trabalho é um espaço optimizado para o

desenvolvimento de noções e representações sociais e ambientais de forma

transversal e integradora. Ao possibilitar a interacção com diferentes conteúdos

relativos ao ser e estar sociais, bem como aos comportamentos e atitudes

pessoais e colectivos, a criança toma consciência de si e dos outros e do seu

papel no contexto em que vive. A educação/formação ambiental relaciona-se

com a educação para a saúde e com a preservação do meio ambiente, aliadas à

protecção do meio individual e colectivo como um todo. A explicitação de regras

de convivência e de respeito pelo outro, bem como o trabalho colaborativo e

cooperativo potenciam a aquisição de conceitos e experiências de educação para

a cidadania. Reciclar, é uma actividade que, pela sua pertinência e eixo

motivador, se apresenta como uma das mais bem aceites em grupos de

educação pré-escolar, podendo, neste caso, ser desenvolvida em parceria com

entidades cujo interesse no seu desenvolvimento é comum. A reflexão deste

espaço de intervenção, associado à utilização de meios tecnológicos, potencia a

escolha de comportamentos e atitudes coerentes com o uso, cada vez mais

notório e integrado, das tecnologias.

Conclusão

A utilização das tecnologias, como uma ferramenta de trabalho de uso corrente,

surge no espaço da promoção da utilização das tecnologias da informação e da

comunicação no currículo da educação de infância mas também o seu uso

integrado e coerente se posiciona como eixo motivador de aprendizagens

graduais e definitivas, além de fornecer uma motivação exógena à promoção de

dinâmicas de desenvolvimento de competências para a leitura e escrita.

No domínio das competências motoras, por exemplo, a utilização do rato do

computador é uma estratégia promotora de competências específicas, como é o

exemplo da motricidade fina. Também este uso integrado se situa no amplo

espaço da motivação para a aprendizagem e reflexão tecnológica.

Não obstante, esta inclusão instrumental obriga a uma planificação e preparação

cuidada de actividades e estratégias, constantemente reflectidas e avaliadas, nas

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quais a proficiência do docente é exigível e necessária, apesar de envolver uma

necessidade de constante actualização técnica.

Nesse sentido, é fundamental que o docente não ceda à tentativa de simplificar o

se próprio processo de formação individual e, acima de tudo, que permaneça

constantemente motivado e envolvido na esfera do desenvolvimento tecnológico

e social. Por outras palavras, compete ao docente contextualizar as suas

capacidades e competências, nomeadamente a sua capacidade para avaliar as

situações educativas, a capacidade para planificar a acção e posterior aplicação

dos conhecimentos teóricos e a sua capacidade para pôr em acção um plano,

avaliando a sua progressão e reajustando trajectórias. Só criando situações que

permitem, a um dado momento, praticar o comportamento que desejamos

construir e retirando, dessa prática, ensinamentos para o desenvolvimento desse

comportamento podemos potenciar os momentos de aprendizagem sem

estarmos dependentes duma inserção plástica e forçada das tecnologias em

ambiente escolar, bem como, ao fazê-lo, poder dar de si a imagem de um

indivíduo preocupado, reflexivo e, acima de tudo, respeitado, neste “novo”

mundo de informação e conhecimento.

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