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Desenvolvimento de Modelos Digitais de Parques Eólicos para Estudos de Qualidade de Energia Mônica Andrade Portella de Araujo Projeto de Graduação apresentado ao Curso de Engenharia Elétrica da Escola Politécnica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Engenheiro. Orientador: Robson Francisco da Silva Dias Rio de Janeiro Abril de 2014

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Desenvolvimento de Modelos Digitais de Parques Eólicos

para Estudos de Qualidade de Energia

Mônica Andrade Portella de Araujo

Projeto de Graduação apresentado ao Curso de

Engenharia Elétrica da Escola Politécnica,

Universidade Federal do Rio de Janeiro, como

parte dos requisitos necessários à obtenção do

título de Engenheiro.

Orientador:

Robson Francisco da Silva Dias

Rio de Janeiro

Abril de 2014

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DESENVOLVIMENTO DE MODELOS DIGITAIS DE PARQUES EÓLICOS

PARA ESTUDOS DE QUALIDADE DE ENERGIA

Mônica Andrade Portella de Araujo

PROJETO DE GRADUAÇÃO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO CURSO

DE ENGENHARIA ELÉTRICA DA ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE

FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS

NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE ENGENHEIRO

ELETRICISTA.

Examinada por:

Prof. Robson Francisco da Silva Dias, D.Sc.

Prof. Antonio Carlos Siqueira de Lima, D.Sc.

Prof. Claudionor Francisco do Nascimento, D.Sc.

RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL

Abril de 2014

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Araujo, Mônica Andrade Portella de

Desenvolvimento de Modelos Digitais de Parques Eólicos

para Estudos de Qualidade de Energia / Mônica Andrade Portella de

Araujo – Rio de Janeiro: UFRJ/Escola Politécnica, 2013.

Orientador: Robson Francisco Dias da Silva

Projeto de Graduação – UFRJ/ Escola Politécnica/

Curso de Engenharia Elétrica, 2013.

I. Robson Francisco Dias da Silva II. Universidade

Federal do Rio de Janeiro, Escola Politécnica, Curso de

Engenharia Elétrica. III. Título.

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Dedico esse trabalho a todos que me

auxiliaram e estiveram ao meu lado

nessa difícil e gratificante etapa da

vida.

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AGRADECIMENTOS

Começo aqui agradecendo a base de tudo, a minha família. Obrigada a meu pai,

minha mãe e meu irmão por aturar os choros nas vésperas de algumas provas, os

ataques quando algo não acontecia na forma que imaginava que seria e por

principalmente me auxiliar e estar ao meu lado durante toda essa difícil jornada

chamada vida, que continua e não acaba por aqui. Agradeço também não só a eles, mas

também ao restante da família, pela compreensão da ausência durante alguns períodos.

Agradeço aos colegas de curso, que durante algumas épocas passavam mais

tempo comigo que minha própria família, por aguentarem minhas loucuras e manias

durante tantos anos.

Aos Professores, com os quais aprendi o máximo não somente sobre as matérias

lecionadas, mas sobre a vida e o mundo da engenharia em geral, a todo o tempo

dedicado e a vontade de nos passar o máximo possível. Em especial ao professor

Robson Dias, que conheci ainda antes de receber tal cargo, que durante certo tempo se

tornou mais que um professor, se tornou um conselheiro, me incentivando e mostrando

o potencial que havia em mim e que eu ainda não havia descoberto.

Ainda no ambiente da faculdade gostaria de agradecer a duas pessoas especiais

que compartilharam atenção não só comigo, mas com todos os alunos do departamento

todos esses anos. Eles são Katia e Osvaldo, aos quais agradeço pelo sorriso de cada

manhã, pela preocupação e disposição de ajudar a todos, sem a presença deles - o curso

seria muito mais difícil.

E por ultimo aos amigos de infância, que sempre estiveram ali para me auxiliar,

não somente com relação ao curso, mas também na vida em geral.

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Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/UFRJ como parte

dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Eletricista.

DESENVOLVIMENTO DE MODELOS DIGITAIS DE PARQUES EÓLICOS PARA

ESTUDO DE QUALIDADE DE ENERGIA

Mônica Andrade Portella de Araujo

ABRIL/2014

Orientador: Robson Francisco da Silva Dias

Curso: Engenharia Elétrica

A eletricidade é insumo fundamental para o desenvolvimento econômico e social. Com

o crescimento do ritmo de consumo se torna cada vez mais importante que o mesmo

ocorra com o da geração. Porém a sociedade se tornou mais exigente com relação à

conservação do meio ambiente, sendo assim as fontes de energia renováveis se tornaram

uma ótima opção para suprir a demanda e solucionar o problema.

No Brasil, como no mundo, uma das formas de geração que mais cresce é a Eólica.

Porém ainda hoje a modelagem desses tipos de geradores não é amplamente divulgada

pelos fabricantes. Devido a isso se torna incerto para o ONS - Operador Nacional do

Sistema - prever como esse “novo” integrante do sistema se comporta frente a algumas

situações, tais como: curtos e análise da qualidade de energia, entre outras.

Pensando nisso esse trabalho visa desenvolver um modelo que possa ser usado nos

tipos de situações descritas no parágrafo anterior. Sendo assim será analisada a

qualidade de energia no ponto de conexão de um parque genérico para entender seu

comportamento frente a algumas situações.

Palavras-chave: Modelo Digital, Energia Eólica, Qualidade de Energia, Transitórios

Eletromagnéticos

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Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of

the requirements for the degree of Engineer.

DEVELOPMENT OF DIGITALS MODELS OF WIND FARM TO POWER

QUALITY STUDIES

Mônica Andrade Portella de Araujo

April, 2014

Advisor: Robson Francisco Dias da Silva

Course: Electrical Engineering

Electricity is an essential input for economic and social development of the

country. As the rate of consumption is growing it becomes increasingly important that

the same occurs with the power generation. However, society has become more critical

with respect to environment conservation, so the renewable energy sources have

become an option to meet energy demand to solve the problem.

In Brazil, as in the world, one of the fastest growing forms of generation is the

wind power .However; the modeling of wind generators is not widely spread by

manufacturers. These models are important to allow the Electric System National

Operator (ONS – Operador Nacional do Sistema, in Portuguese) to predict the electrical

behavior of these generators with respect to electrical disturbances, such as: faults and

power quality issues, among others.

This work aims to develop a detailed model of a wind farm so as it can be used

as a generic model of this energy source and allow analyzing those situations described

in the preceding paragraph. It will be analyzed the power quality at the connection point

of a generic wind farm to understand their behavior in some situations.

Keywords: Keywords: Digital Model, Wind Energy, Power Quality, Electromagnetic

Transients.

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ÍNDICE

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 14

1.1 Identificação do problema ............................................................................... 15

1.2 Objetivos ......................................................................................................... 18

1.3 Estrutura do texto ............................................................................................ 19

2 ENERGIA EÓLICA .............................................................................................. 20

2.1 Histórico ......................................................................................................... 20

2.1.1 Uso para geração elétrica ......................................................................... 21

2.2 O recurso ......................................................................................................... 22

2.2.1 Geração dos ventos ................................................................................... 22

2.2.2 Influência nos ventos ................................................................................. 23

2.3 Energia e potência dos ventos .......................................................................... 23

2.4 Aplicações dos sistemas eólicos quando usados na geração de energia elétrica 26

2.4.1 Sistemas isolados ....................................................................................... 26

2.4.2 Sistemas híbridos ....................................................................................... 27

2.4.3 Interligados a rede..................................................................................... 27

3 AEROGERADORES ............................................................................................ 29

3.1 Rotor ............................................................................................................... 29

3.1.1 Eixo dos rotores ......................................................................................... 29

3.1.2 Eixo horizontal (HAWT) ............................................................................ 32

3.2 Transmissão .................................................................................................... 34

3.3 Torre ............................................................................................................... 35

3.4 Geradores ........................................................................................................ 35

3.4.1 Rotor gaiola de esquilo .............................................................................. 35

3.4.2 Rotor bobinado (DFIG) ............................................................................. 36

3.4.3 Gerador síncrono ...................................................................................... 37

3.5 Controle e acionamento ................................................................................... 38

3.5.1 Controle estol ............................................................................................ 39

3.5.2 Controle de passo ...................................................................................... 40

3.6 Conversores..................................................................................................... 40

3.7 Conexão com a rede ........................................................................................ 40

4 MODELO DIGITAL DO AEROGERADOR ........................................................ 42

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4.1.1 Transformada de Clarke ............................................................................ 44

4.1.2 PLL ........................................................................................................... 45

4.1.3 Cálculo das correntes ................................................................................ 46

4.1.4 Controle da tensão no elo CC .................................................................... 46

4.1.5 Transformada inversa de Clarke ................................................................ 47

4.1.6 Realimentação ........................................................................................... 48

4.1.7 Transformada de DQ para ABC ................................................................ 49

4.1.8 Ordem do chaveamento dos elementos semicondutores.............................. 50

5 ANÁLISE DE RESULTADOS ............................................................................. 52

5.1 Análise em regime permanente ........................................................................ 52

5.1.1 Ponto de conexão ...................................................................................... 52

5.2 Análise em curto-circuito ................................................................................ 56

5.2.1 Curto trifásico ........................................................................................... 57

5.2.2 Curto monofásico ...................................................................................... 61

5.3 Comentários Finais .......................................................................................... 65

6 CONCLUSÃO ...................................................................................................... 66

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 67

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Matriz energética brasileira.............................................................. 15

Figura 2 – crescimento percentual das fontes de energia para geração de

eletricidade ...................................................................................................... 16

Figura 3 - Velocidade média do vento e da energia eólica a 50m a cima da

superfície ......................................................................................................... 17

Figura 4 - Número de parques e potência totais (em operação, em construção e

contratada) de eólicas por estado...................................................................... 18

Figura 5 - Alguns marcos do desenvolvimento da energia eólica (FONTE: Dutra,

2001) ............................................................................................................... 20

Figura 6 - Marcos do desenvolvimento da energia eólica no século XX (Fonte:

Dutra, 2001) .................................................................................................... 21

Figura 7 - Formação dos ventos pelo deslocamento de massas de ar (Fonte:

CEPEL, 2001) ................................................................................................. 23

Figura 8 - Características da velocidade do vento ao passar por um conjunto de

pás (Fonte: Energia eólica Princípios e tecnologia, CRESESB) ....................... 25

Figura 9 - Esquemático de um sistema híbrido ................................................. 26

Figura 10 - Esquemático de um sistema híbrido ............................................... 27

Figura 11 - Esquemático de um sistema interligado a rede elétrica ................... 28

Figura 12 - Princípios básicos de funcionamento da geração eólica .................. 29

Figura 13 - Turbina de Darriues em Heroldstatt, Alemanha.............................. 31

Figura 14 - Ilustração de uma turbina de Savonius ........................................... 32

Figura 15 - Aerogerador de eixo horizontal ...................................................... 33

Figura 16 - Transporte das pás para montagem ................................................ 33

Figura 17 - Parte rotativa da nacele, cubo, pronta para instalação das pás ......... 34

Figura 18 - aerogerador com rotor gaiola de esquilo ........................................ 36

Figura 19 - Gerador elétrico com rotor bobinado (DFIG) ................................. 37

Figura 20 - aerogerador com gerador síncrono ................................................. 38

Figura 21 - Variação da curva potência X velocidade com o controle .............. 39

Figura 22 - Controle dos conversores ............................................................... 40

Figura 23 - Configuração usada na simulação .................................................. 42

Figura 24 - topologia do conversor utilizada .................................................... 43

Figura 25 - contadores de tempo ...................................................................... 43

Figura 26 - Cálculo realizado na etapa da transformada de Clarke.................... 45

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Figura 27 - Diagrama de blocos do PLL com teoria PQ ................................... 45

Figura 28 - Cálculo das correntes ..................................................................... 46

Figura 29 - Controle da tensão no elo CC......................................................... 47

Figura 30 - Cálculo da transformada inversa de Clarke .................................... 48

Figura 31 - Transformada de Park .................................................................... 48

Figura 32 - Realimentação ............................................................................... 49

Figura 33 - Transformada inversa de Park ........................................................ 50

Figura 34 - Onda triangular .............................................................................. 50

Figura 35 - Chaveamento dos elementos semicondutores ................................. 51

Figura 36 - Corrente e tensão no ponto de conexão .......................................... 53

Figura 37 - Valor em porcentagem dos 7 primeiros harmônicos ....................... 54

Figura 38 - Momentos com maiores valores, em porcentagem, dos sete primeiros

harmônicos ...................................................................................................... 54

Figura 39 - Tensão e corrente no conversor eletricamente mais próximo do PCC

........................................................................................................................ 55

Figura 40 - Tensão e corrente no conversor mais distante eletricamente do PCC

........................................................................................................................ 55

Figura 41 - Tensão no elo CC .......................................................................... 56

Figura 42 – bloco com a representação do curto ............................................... 56

Figura 43 - Tensão e corrente no PCC durante o curto-circuito trifásico ........... 57

Figura 44 - Valor dos harmônicos em porcentagem durante o curto trifásico .... 58

Figura 45 - Potência inserida durante o curto trifásico ...................................... 59

Figura 46 - Tensão e corrente no conversor mais distante eletricamente do PCC

durante o curto-circuito trifásico ...................................................................... 59

Figura 47 - Tensão e corrente no conversor mais próximo eletricamente do PCC

durante o curto-circuito trifásico ...................................................................... 60

Figura 48 - Tensão no elo CC .......................................................................... 60

Figura 49 - Tensão e corrente no PCC durante o curto-circuito fase A - terra ... 61

Figura 50 - Valor dos harmônicos em porcentagem durante o curto monofásico

........................................................................................................................ 62

Figura 51 - Valor dos harmônicos durante o curto monofásico ......................... 62

Figura 52 - Potência inserida durante o curto monofásico ................................ 63

Figura 53 - Tensão e corrente no conversor mais próximo eletricamente do PCC

durante o curto-circuito monofásico ................................................................. 64

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Figura 54 - Tensão e corrente no conversor mais distante eletricamente do PCC

durante o curto-circuito monofásico ................................................................. 64

Figura 55 - tensão no elo CC ........................................................................... 64

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Limites globais inferiores de tensão em porcentagem da tensão

fundamental ..................................................................................................... 41

Tabela 2 - Ações dos temporizadores no tempo ............................................... 43

Tabela 3 - Legenda .......................................................................................... 53

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LISTA DE SÍMBOLOS

- Massa de ar em movimento;

- Velocidade da massa de ar.

ρ - Densidade da massa de ar

A - Seção transversal do tubo de escoamento ou área varrida pelo rotor

- Velocidade angular do rotor;

- Raio do rotor;

- Velocidade do vento incidente no rotor;

- Ângulo de passo das pás (pitch) do aerogerador

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SIGLAS

ANEEL - AGENCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA;

CBEE - CENTRO BRASILEIRO DE ENERGIA EÓLICA;

CRESESB - CENTRO DE REFERÊNCIA PARA ENERGIA SOLAR E

EÓLICA SÉRGIO DE SALVO BRITO;

CELPE - COMPANHIA ENERGÉTICA DE PERNAMBUCO;

DFIG - DOUBLY FED INDUCTION (GERADOR DE INDUÇÃO

DUPLAMENTE ALIMENTADO);

EPE - EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA;

HAWT - HORIZONTAL AXIS WIND TURBINES (TURBINA DE EIXO

HORIZONTAL);

LER - LEILÃO DE ENERGIA RESERVA

PCC - PONTO DE CONEXÃO COMUM;

PLL - PHASE LOCKED LOOP;

PROEÓLICA - PROGRAMA EMERGENCIAL DE ENERGIA EÓLICA;

PROINFA - PROGRAMA DE INCENTIVO ÀS FONTES

ALTERNATIVAS DE ENERGIA ELÉTRICA;

SIN - SISTEMA INTERLIGADO NACIONAL;

UNSEGED - UNITED NATIONS SOLAR ENERGY GROUP FOR

ENVIROMENT AND DEVELOPMENT;

VAWT - VERTICAL AXIS SMALL WIND TURBINES (TURBINA DE

EIXO VERTICAL).

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1 INTRODUÇÃO

No Brasil, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) [1] estima que no período de

2011 a 2021 o consumo de energia crescerá cerca de 4,5%. Esse fenômeno de

crescimento da demanda não ocorre somente aqui, mas em todo o mundo, e isso gera

uma maior necessidade de geração de energia elétrica para atender a esse acréscimo.

Esse fator ocasiona uma necessidade de mais geração de energia e uma das

soluções encontradas para isso é a utilização de fontes de energia alternativas. Uma das

que ganhou maior visibilidade é a eólica, mesmo com os problemas de seu

armazenamento - já que não podemos guardar o eventual excesso de energia eólica para

usá-lo mais tarde e os sistemas químicos de armazenamento (baterias) são demasiado

caros e volumosos como para servir à escala do sistema elétrico nacional-, da poluição

sonora - ruídos que podem chegar até 43 decibéis-, do impacto sobre as aves do local -

muitas vezes elas se chocam com as pás, além de ter um efeito no comportamento de

migração desses animais-, entre outros.

O combustível usado por ela é o movimento do ar na atmosfera terrestre, que

ocorre principalmente pelo aquecimento da superfície da terra nas regiões próximas ao

equador e pelo resfriamento nas regiões próximas aos polos, ou seja, o vento. Sendo

assim, durante o processo de conversão não há a geração de gases poluentes e isso é um

fator positivo já que não emite gases de efeito estufa.

A disponibilidade desse tipo de energia está ligada a fatores físicos e geológicos.

A densidade do ar é afetada pela temperatura da superfície terrestre e incidência dos

raios solares. Para avaliar essa incidência e assim poder escolher os melhores locais para

instalação de aerogeradores foram desenvolvidos métodos estatísticos especiais.

Apesar desse tipo de energia variar bastante em curtos espaços de tempo, como

por exemplo, em minutos, ela é bastante consistente ao longo de intervalos maiores,

como em anos, o que a torna viável economicamente. Devido a essas variações em

curtos espaços de tempo para a geração de energia elétrica oriunda da eólica é

necessário que a rede seja robusta o suficiente para absorver os picos gerados pela

inconstância do vento e para suprir a carga nos momentos de baixa geração.

No Brasil, essa forma de gerar eletricidade teve seu primeiro relato em 1992,

quando o CBEE (Centro Brasileiro de Energia Eólica) e a CELPE (Companhia

Energética de Pernambuco) iniciaram a operação comercial do primeiro aerogerador

instalado no arquipélago de Fernando de Noronha. Porém nos dez anos seguintes essa

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fonte pouco se desenvolveu no país devido à falta de investimentos governamentais e o

alto custo.

Os incentivos começaram durante a crise energética de 2001, com o

PROEÓLICA (Programa Emergencial de Energia Eólica), mas esse não obteve sucesso

e foi substituído pelo PROINFA (Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de

Energia Elétrica).

A comercialização da energia eólica aconteceu em 2009, no segundo leilão de

energia reserva (LER). Nele aproximadamente 1,8GW foram contratados.

Atualmente, o Brasil possui cerca de 2,5GW de capacidade instalada de energia

eólica, em 117 usinas, o que equivale a cerca de 1,92% da matriz energética, conforme

pode ser visto na

1.1 Identificação do problema

De acordo com estudos apresentados pela United Nations Solar Energy Group

for Enviroment and Development (UNSEGED), no RIO-92, as energias renováveis

terão o maior crescimento percentual, esses dados podem ser vistos na Figura 2, sendo a

eólica uma das mais promissoras. Atualmente, a energia eólica já está competitiva com

diversas outras formas de geração, inclusive a hidráulica, em diversos países no mundo,

inclusive no Brasil.

Figura 1 - Matriz energética brasileira

FONTE: Banco de Informações de Geração (ANEEL)

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Quando nos referimos à energia eólica no Brasil podem-se notar três fatores que

se tornam interessantes quando analisados a situação atual da geração no país. São eles:

Potencial eólico nacional;

Expansível para áreas no interior do país;

Complementariedade com a geração hidráulica;

Os primeiros estudos para levantamento do potencial eólico do país foram feitos,

principalmente, na Região Nordeste - Ceará e Pernambuco - e como resultado, em 1998,

foi lançado o Atlas Eólico da Região Nordeste [3]. Posteriormente, com a ampliação

desses foi lançado o Panorama do Potencial Eólico [3]. Na Figura 3 é possível verificar

a velocidade média do vento em cada região, possibilitando, avaliar a viabilidade da

instalação de parques eólicos e ainda observar as regiões com maiores ou menores

potenciais para o aproveitamento eólico, permitindo assim uma avaliação da viabilidade

econômica da instalação dos empreendimentos.

Outro ponto favorável para entrada de usinas eólicas no sistema elétrico é a

complementariedade que ocorre entre a geração eólica e a hidráulica em algumas

regiões. O maior potencial eólico brasileiro se encontra no Nordeste onde se verifica

que a maior produção sazonal ocorre no período seca da bacia do São Francisco.

Figura 2 – crescimento percentual das fontes de energia para geração de eletricidade FONTE: http://solar-e.com/articles/energy-consumption-growth/

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Um fator social importante é a possibilidade de implantação desses parques no

interior do país, o que possibilita levar renda a população local e energia em pontos que

antes eram de difícil acesso.

Atualmente, além dos parques, já em operação, há outros 162 em fase de

construção, o que equivale 19,23% da potência dos empreendimentos nessa fase, e mais

135 já outorgados, de acordo com o banco de informações da geração da ANEEL

(Agência Nacional de Energia Elétrica).

Figura 3 - Velocidade média do vento e da energia eólica a 50m a cima da superfície

(Fonte: FEITOSA, E. A. N. et al. Panorama do Potencial Eólico no Brasil. Brasília:

Dupligráfica, 2003. (adaptado))

Quando analisamos a localização dos parques vemos que a maioria deles, seja

em operação, construção ou contratados, está localizado no Nordeste brasileiro, Figura 4

[2]. Todos esses aerogeradores são interconectados através de conversores, que são

elementos chaveados. Esse tipo de elemento pode inserir na rede dentre outras coisa

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harmônicos, que podem acarretar problemas na rede. Sendo assim se torna de grande

importância o estudo da qualidade de energia nos pontos de conexão desses parques

com o Sistema Interligado Nacional (SIN).

Para instalação dos aerogeradores no SIN, o ONS exige através do Submódulo

3.6 do Procedimento de Rede, uma série de estudos, como por exemplo, curto-circuito e

variações de tensão. Porém nesses estudos é permitido considerá-los como fontes de

corrente, isso desconsidera os efeitos não lineares dos conversores.

Figura 4 - Número de parques e potência totais (em operação, em construção e contratada)

de eólicas por estado

(FONTE: Boletim mensal de dados do setor eólico 01/2014)

Atualmente, nos locais onde há muitos parques eólicos com PCCs próximos

eletricamente, tem-se detectados problemas na qualidade de energia. Como por

exemplo, flicker e harmônicos injetados na rede.

Sendo assim, se torna de suma importância a existência de modelos para a

realização de estudos de qualidade de energia e transitórios eletromagnéticos. Estudos

que são necessários levar em consideração os efeitos não lineares dos conversores.

1.2 Objetivos

Ciente da dificuldade de realizarem estudos da qualidade de energia nos pontos

de conexão de parques eólicos com o SIN, visto que os fabricantes não fornecem seus

modelos computacionais, esse trabalho visa criar um modelo digital desenvolvido em

um programa de análise de transitórios. O escolhido para a realização das simulações foi

o .

2.5 28.1 34.5 69.0 236.4 351.9

534.5

951.6

1978.9

2325.7

3320.0

3654.2

1 1 1 13 13 13

23 34

88 92

133 134

-100

-50

0

50

100

150

0.0

500.0

1000.0

1500.0

2000.0

2500.0

3000.0

3500.0

4000.0

4500.0

5000.0

PR RJ SE PB SC MA PE PI RS CE BA RN

Potência total (MW) Nº de parques total

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19

O modelo desenvolvido leva em consideração o modelo detalhado dos

conversores bem como o modelo de linhas e cabos com parâmetros dependentes com a

frequência. Isso permite que seja analisada a propagação harmônica pela rede e outros

fenômenos como, por exemplo, ressonância.

Apesar da escolha desse programa, esse modelo pode ser replicado em qualquer

outro programa do mesmo tipo, como ATP/EMTP, EMTP-RV e outros.

1.3 Estrutura do texto

O texto foi estruturado da seguinte forma:

Capítulo 2 – Conterá alguns conceitos básicos da energia eólica, bem

como algumas equações que a descrevem;

Capítulo 3 – serão expostos os fundamentos teóricos sobre os modelos

dos aerogeradores bem como os componentes das turbinas eólicas;

Capítulo 4 – nesse capítulo estarão expostas as estratégias de controle e

acionamento desses aerogeradores, comentados no capítulo anterior e

também o modelo desenvolvido no PSCAD;

Capítulo 5 – nesse capítulo serão analisados os resultados obtidos nas

simulações;

Capítulo 6 – serão expostas as conclusões do trabalho.

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20

2 Energia eólica

As variações das estações do ano e das horas do dia acarretam uma diferença

entre a quantidade disponível de energia do vento, além disso, outro fator que pode

acarretar isso é a rugosidade do solo e a topografia.

Para saber se o recurso proveniente desse meio é aproveitável ou não, é

necessário então fazer uma análise desses fatores. Sendo assim é necessário instalar uma

estação de coleta desses dados com capacidade de mapear o potencial eólico da região.

2.1 Histórico

O uso da energia gerada pelo vento adveio do avanço da agricultura, que passou

a necessitar de novas ferramentas já que as existentes exigiam muito esforço. Sendo

assim foi desenvolvido o moinho. O primeiro a ser desenvolvido foi o de rodas d’agua,

devido a sua simplicidade, porém devido a maior dificuldade em encontrar cursos de

rios em todos os lugares os moinhos de vento foram desenvolvidos. Eles, desenvolvidos

no início do século VII na Pérsia, eram sustentados por um eixo vertical e com pás

horizontais.

Essas máquinas primitivas foram usadas até o século XII quando na Europa, mas

exatamente na França e na Inglaterra, surgiram os moinhos de eixo horizontal. Os

moinhos então foram se desenvolvendo e ajudando a sociedade nos trabalhos agrícolas

até que na revolução industrial começaram a ser substituído por máquinas a vapor. A

Figura 5 mostra uma linha de tempo com os principais eventos indicados. Na Holanda

foi criada em 1923 uma sociedade para conservação, melhoria e desempenho e

utilização dos moinhos holandeses para evitar provável extinção ocasionada pelo

advento da máquina à vapor.

Figura 5 - Alguns marcos do desenvolvimento da energia eólica (FONTE: Dutra, 2001)

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21

Mesmo com a revolução industrial, após a metade do século XIX, surgiu nos

Estados Unidos o moinho de pás múltiplas que serviu como base para os aerogeradores

modernos.

2.1.1 Uso para geração elétrica

A adaptação do moinho para geração elétrica começou no final do século XIX,

quando Charles F. Bruch ergue um cata-vento que fornecia 12kW em corrente contínua

para carregar baterias que alimentariam 350 lâmpadas incandescentes. O primeiro

aerogerador de grande dimensão tinha 20 metros de diâmetro e duas pás, e foi criado na

França em 1929.

Esse invento teve três importantes pontos para o desenvolvimento de

aerogeradores. Eles foram:

Altura - ela estava dentro da categoria dos moinhos de beneficiamento de

grãos e bombeamento de água;

Mecanismo de fator de multiplicação - funcionada em dois estágios e em

um fator de 50:1;

Combinação entre a aerodinâmica e estrutura de moinhos de vento e as

tecnologias recentes para geração de energia elétrica.

No começo do século XX, começaram-se a se realizar estudos sobre o potencial

eólico para geração de energia elétrica, Figura 6, enquanto nos Estados Unidos da

América foram difundidos para utilização em locais isolados, na Rússia foram para

conexão na rede de aerogeradores de porte grande ou médio, onde ocorreu a primeira

tentativa bem sucedida de conexão de um aerogerador com uma termoelétrica em

corrente alternada.

Figura 6 - Marcos do desenvolvimento da energia eólica no século XX (Fonte: Dutra, 2001)

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Na segunda guerra houve um investimento em pesquisa de geração de energia

eólica, pois os países participantes estavam realizando esforços para poupar a

combustíveis fósseis, base da sua geração de energia. Durante esse período os países

que mais se envolveram nessas pesquisas foram Dinamarca e França, eles se

empenharam em pesquisas de conexão a rede elétrica, porém o país que construiu e

operou o aerogerador com maior número de inovações foi à Alemanha.

No final da guerra, porém os esforços para isso se extinguiram, pois os

combustíveis fósseis passaram a não ser mais um problema e a produção de energia por

eles passou a se tornar mais competitiva que a dos ventos, sendo assim a montagem de

aerogeradores no pós-guerra passou a ser somente para fins de pesquisa.

Porém, com o choque do petróleo os países se viram obrigados a buscar novas

alternativas para geração de energia já que o combustível fóssil se tornou mais uma vez

escasso, o que obrigou os países a serem menos dependentes desse tipo de energia. E

mais uma vez essa situação estimula a pesquisa em energia eólica.

2.2 O recurso

A radiação solar provoca um aquecimento na superfície terrestre em uma

superfície não uniforme, e isso gera os ventos, ou seja, é uma das formas de energia

proveniente da solar. Os em pequena escala são gerados por diferentes motivos como,

por exemplo, rugosidade do solo, relevo, altura e obstáculos.

2.2.1 Geração dos ventos

O ar quente, proveniente do aquecimento das regiões tropicais, se encontra em

altitudes mais baixas e tem a tendência de subir e serem substituídos por ar frio,

proveniente dos pólos, esses deslocamentos formam os ventos. Esse mecanismo pode

ser visto na Figura 7.

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Figura 7 - Formação dos ventos pelo deslocamento de massas de ar (Fonte: CEPEL, 2001)

Os ventos continentais ou periódicos são gerados por variações na distribuição

de radiação devido às estações do ano. As brisas, ventos que vão do mar para o

continente ou o contrário, são geradas pela diferente capacidade de absorção da radiação

dos meios. Os ventos locais são gerados pela mesma situação das brisas, porém os

meios envolvidos não são o mar e continente, mas duas regiões diferentes, por exemplo,

vales e montanhas.

2.2.2 Influência nos ventos

A variação da velocidade do vento varia ao longo de um dia. Ela também varia

de acordo com a altura, variações topográficas e rugosidade do solo. Sendo assim para

escolha de locais aptos para serem instaladas as turbinas eólicas devem ser avaliados os

seguintes fatores:

Rugosidade do terreno;

Relevo;

Variação do vento com a altura;

Presença de obstáculos no horizonte.

2.3 Energia e potência dos ventos

A energia cinética de uma massa de ar em movimento pode ser descrita como:

Na qual:

– é a massa de ar em movimento;

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– é a velocidade da massa de ar.

E a potência dessa massa seria:

=

Como:

Então podemos deduzir que a potência gerada por essa massa é proporcional à

densidade da massa de ar (ρ) e a seção transversal do tubo de escoamento, A. Podendo

ser equacionada por:

Porém nem toda essa potência pode ser convertida em energia elétrica nos

aerogeradores, isso ocorre devido às perdas, por isso se insere um índice chamado

coeficiente de potência, . De acordo com o físico Albert Betz podem-se dividir três

regiões de vento, conforme a Figura 8, sendo assim a energia e a potência extraível do

vento pelas pás pode ser descrito por:

Sabendo que pode ser escrito como:

A potência extraível pode ser equacionada como:

Pode-se então escrever a potência como:

Concluindo-se então que o coeficiente de potência é dado por:

(

⁄ )

(

⁄ )

(

⁄ )

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Para a extração da potência máxima do vento a relação entre as velocidades deve

ser de:

(

⁄ )

Sendo assim a potência máxima, teórica, extraível será de:

Figura 8 - Características da velocidade do vento ao passar por um conjunto de pás

(Fonte: Energia eólica Princípios e tecnologia, CRESESB)

A potência que pode ser retirada do vento têm vários fatores dos quais

dependem. Porém para estudos elétricos, esse modelo é simplificado para:

Onde

– coeficiente de potência do aerogerador

– velocidade angular do rotor, medido em rad/s;

– raio do rotor, medido em m;

ρ – densidade do ar, medido em g/m³;

A – área varrida pelo rotor, dada em m²;

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– velocidade do vento incidente no rotor, medida em m/s;

– ângulo de passo das pás (pitch) do aerogerador

2.4 Aplicações dos sistemas eólicos quando usados na geração de energia elétrica

Quando usados para gerar energia elétrica esses sistemas possuem basicamente

três aplicações. São elas:

Sistemas isolados;

Sistemas híbridos;

Interligados a rede.

2.4.1 Sistemas isolados

Nesses sistemas essa é a única fonte de geração de energia elétrica, sendo assim

é necessária à presença de elementos armazenadores de energia para a maioria das

aplicações.

Esses elementos, usualmente baterias, ficam ligados ao gerador através de um

controlador de carga, Figura 9. Esse é capaz de diagnosticar quando há falta ou excesso

de energia no sistema, sendo assim ele decide quando carregar o sistema armazenador

de energia e quando esse sistema irá suprir as cargas.

Figura 9 - Esquemático de um sistema híbrido

Entre o controlador de carga e a carga em si, pode haver inversores para que as

cargas que operam com corrente alternada sejam alimentadas. Porém caso esse sistema

alimente a carga em corrente contínua não é necessário à presença desse inversor.

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2.4.2 Sistemas híbridos

Sistemas híbridos, Figura 10, são sistemas que possuem mais de uma fonte de

geração de energia e que não está conectada a rede, um exemplo é o Arquipélago de

Fernando de Noronha. Nesses casos, em vez de um controlador de carga é necessária

uma unidade de controle para que a máxima eficiência seja retirada do sistema e

entregue ao usuário.

Esse sistema também pode precisar de inversores dependendo das fontes

geradoras e das cargas consumidoras.

Figura 11 - Esquemático de um sistema híbrido

2.4.3 Interligados a rede

Esses sistemas, Figura 12, se caracterizam por não terem sistema de

armazenamento e terem um grande número de aero turbinas. Nele todos os

aerogeradores são interligados e em seguida ligados à rede através de um ponto de

conexão comum (PCC).

Nessa configuração cada aerogerador possui um conversor para que a frequência

da tensão injetada seja a mesma da do ponto de conexão. Esses conversores também

têm que garantir além de estarem na mesma frequência, que estejam em fase.

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Figura 13 - Esquemático de um sistema interligado a rede elétrica

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3 Aerogeradores

O conjunto formado pelo gerador, rotor, hélices e transmissor é conhecido como

aerogerador. Seu funcionamento ocorre da seguinte maneira: o gerador elétrico é

movido pelas hélices, que são empulsionadas pela força do vento que passa pelas pás,

convertem essa potência mecânica do eixo em elétrica, pelo princípio exposto na Figura

14. Quando um conjunto aerogeradores está ligado a uma rede de transmissão elétrica

são conhecidos como parques eólicos.

Figura 14 - Princípios básicos de funcionamento da geração eólica

Atualmente a tecnologia permite uma ampla gama de máquinas que podem ser

escolhidas de acordo com a aplicação desejada, operação isolada ou ligada ao sistema.

Geralmente as turbinas eólicas são compostas pelos seguintes componentes:

Rotor

Torre

Transmissão

Conversor

Nos tópicos a seguir alguns pontos desses componentes serão explicados.

3.1 Rotor

3.1.1 Eixo dos rotores

Esse é o componente que faz a conversão de energia efetivamente. Ele pode ser

classificado de acordo com a posição do seu eixo, como, vertical ou horizontal. Além

disso, está acoplado às pás que fazem a captação da potência mecânica.

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3.1.1.1 Eixo vertical ou VAWT

Esses rotores, normalmente não precisam de mecanismos que acompanhem a

variação do vento o que consequentemente deixa o projeto mais fácil. Esses rotores

podem usar as forças de sustentação, perpendicular ao sentido do fluxo, e de arrasto,

paralela a ele, para movê-los.

Fazendo uma relação entre a velocidade do vento e a da pá é possível intuir qual

a força que a turbina foi projetada para atuar, se a velocidade da pá for maior que a do

vento ele funciona com força de sustentação, caso contrário será com força de arrasto.

Geralmente quando baseada em força de sustentação sua eficiência e potência geradas

são maiores que quando baseada em arrasto.

Os principais rotores desse tipo são:

Darrieus;

Savonius ;

Turbinas com torre vórtices.

3.1.1.1.1 Turbinas Darrieus

Essa turbina, que pode ser vista na Figura 15, é formada por um conjunto de

duas ou três lâminas em forma de aerofólios que realizam forças de sustentação, e essas

sustentam a turbina. Devido a isso essa turbina pode alcançar altas velocidades, às vezes

maior que a do vento em si.

Esse tipo de turbina apresenta duas grandes vantagens, uma delas é que esse

modelo é eficaz independente da direção do vento, a outra é que os outros equipamentos

da turbina podem ser postos próximo ao solo, o que facilita a manutenção. Porém ela

também apresenta algumas desvantagens, como por exemplo:

Baixa eficiência - devido ao vento forte nas pás podem causar frequentes

danos no turbina e nas pás;

Precisa de um sistema auxiliar para partir excluindo-se raras situações;

Baixa velocidade na base do rotor - isso ocorre devido à proximidade

com o solo;

Visualmente desinteressante - precisa de cabos para auxiliar na

sustentação o que torna sua estética feia.

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Figura 15 - Turbina de Darriues em Heroldstatt, Alemanha

Devido a essas desvantagens essas turbinas não são indicadas para utilização em

larga escala. Porém elas tiveram uma grande importância histórica, já que, foi à base

para pesquisas e desenvolvimento de novos modelos.

Além dessas desvantagens, é necessário lembrar que para esses modelos é

necessário evitar algumas frequências naturais quando ela possuir longas palhetas.

3.1.1.1.2 Turbina Savonius

Essa turbina, Figura 16, tem seu princípio de funcionamento baseado na

deformação das suas pás. Ela funciona de forma semelhante a um anemômetro de copo

e é movida pela força de arrasto, predominantemente.

Esse esquema possui a vantagem de ser: silencioso, pequeno (podendo ser

instalado em topos de prédios) e ter torque elevado. Porém possui a desvantagem de ser

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pouco eficiente, pois precisa de engrenagens para multiplicar a velocidade, e baixo

torque e velocidade.

Figura 16 - Ilustração de uma turbina de Savonius

Devido a essas características são mais usados pra geração de eletricidade de uso

residencial ou aplicações que não envolvam a geração de energia elétrica, como por

exemplo, moagem, bombeamento e etc.

3.1.1.1.3 Turbinas com torre vórtice

Essas turbinas ainda estão em fase de desenvolvimento. Porém já é sabido que

tem a vantagem de serem mais compactas que as outras com eixo vertical para trabalhar

com uma frequência definida [14].

3.1.2 Eixo horizontal (HAWT)

Assim como os rotores de eixo vertical, os de eixo horizontal, também são

movidos por forças de sustentação e arrasto. Porém a força que atua com a maior

parcela nesses é a de sustentação. Esse fenômeno físico acarreta em numa vantagem, já

que isso permite liberar mais potência que as de arrasto.

Uma das desvantagens desse modelo é que seu eixo necessita estar na direção do

fluxo de vento, caso contrário não há como gerar energia. Sendo assim necessita de

mecanismos para que seja possível que esteja na direção do fluxo.

Ele pode ter algumas configurações diferentes, sendo que os mais modernos

possuem duas ou três pás, Figura 17.

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Figura 17 - Aerogerador de eixo horizontal

3.1.2.1.1 Pás

A ação dos ventos nas pás, Figura 18, é que faz o eixo do motor girar, ou seja, é

a parte responsável em transformar a energia cinética do vento em trabalho mecânico.

Elas podem ser dos mais diversos tamanhos e de diversos materiais diferentes. Porém é

válido lembrar que área do círculo imaginário formado por elas é diretamente

proporcional à potência gerada.

Figura 18 - Transporte das pás para montagem

A parte que prende as pás e permite que as mesmas girem é conhecida como

nacele. A nacele é a caixa que é montada no topo da torre onde além das pás são

instalados:

Gerador;

Sistema de controle;

Sistema para posicionamento do eixo em relação ao vento;

Caixa de engrenagens;

Medições.

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São instaladas por flanges no cubo, Figura 19, do aerogerador. Alguns

aerogeradores que possuem um controle mais rebuscado permitem que as pás mudem

seu ângulo em relação ao fluxo de vento, conhecido como ângulo de ataque. Para isso

ocorrer é necessário que tenham pequenos enrolamentos nas bases das mesmas

próximas ao cubo.

Figura 19 – Parte rotativa da nacele, cubo, pronta para instalação das pás

O cubo ao girar transmite esse trabalho para o eixo e assim permite que o

gerador faça a conversão para energia elétrica.

3.2 Transmissão

Essa é a parte do aerogerador que transmite a energia do eixo do rotor para o

gerador. Ela e composta por mancais, eixos, acoplamentos e engrenagens de

transmissão.

Normalmente essa transmissão é realizada por um conjunto de engrenagens.

Esse aparato tem a função de adaptar a velocidade de rotação do rotor com a necessária

para os geradores tradicionais. Devido a isso tradicionalmente são colocados entre o

rotor e o gerador, pois a velocidade do rotor é menor que a necessária para a geração.

Recentemente a fabricação dos aerogeradores é feita com o uso de caixas

multiplicadoras, isso é, são usados geradores multipolos que funcionam com uma

velocidade mais baixa e maiores dimensões.

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3.3 Torre

A função da torre é elevar o rotor a altura adequada para geração e sustentar a

nacele. Elas podem ser construídas de aço, concreto ou madeira, dependendo da altura

dos aerogeradores. Com relação à estrutura ela pode ser estaiada ou não.

É importante notar que para a construção das torres é necessário um projeto

cuidadoso, para que a estrutura não tenha a frequência de ressonância igual à frequência

de rotação das pás ou próxima a ela.

3.4 Geradores

O uso de geradores já é amplamente dominado, porém para sua utilização na

geração eólica é necessário atentar para os seguintes pontos:

Torque de entrada variante - pois a velocidade do vento varia;

A tensão de saída deve ter frequência e módulos constantes;

Dificuldades de manutenção e instalação.

Normalmente, para sistemas isolados, se utiliza geradores de corrente contínua

ou geradores síncronos com retificador; pois nesses casos a função principal do sistema

é carregar baterias, sendo assim o necessário é uma tensão CC na entrada delas.

Existem, para aplicações industriais, basicamente três tipos de aerogeradores,

são eles: gerador indução duplamente alimentadas (DFIG); gerador de indução em

gaiola de esquilo; e gerador síncrono.

3.4.1 Rotor gaiola de esquilo

Há alguns anos o gerador com rotor gaiola de esquilo conectado diretamente a

rede era o tipo de turbina mais usado, isso acontecia devido a sua robustez e baixo

custo. Porém possui um lado negativo, por ele estar diretamente ligado a rede qualquer

variação na velocidade do vento gera uma variação na potência injetada na rede

instantaneamente.

Na Figura 20 é possível ver um banco de capacitores cuja função é equilibrar o

fator de potência do gerador, já que o mesmo tem um fator de potência indutivo. O soft-

starter cumpre o papel de suavizar a conexão entre o gerador e a rede.

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Figura 20 - aerogerador com rotor gaiola de esquilo

Esse gerador tem a sua velocidade determinada pela frequência da rede que está

interligado. Porém caso seja necessário alterar ou mesmo variar essa velocidade é

necessário instalar um conversor back-to-back (retificador ligado a um inversor por um

banco de capacitores), dessa forma é possível variar a frequência da rede que o gerador

enxerga.

3.4.2 Rotor bobinado (DFIG)

Esse modelo permite a operação com velocidade varável, sendo assim, vem

sendo amplamente utilizado para sistemas interligados com a rede. Essa possibilidade

existe devido à presença de um conversor.

O rotor bobinado pode ter esse elemento colocado em duas posições diferentes, e

dependendo da posição escolhida ele recebe uma nomenclatura diferente. A posição

mais comumente usada para essas aplicações é o conversor entre o rotor e a rede,

conforme a Figura 21.

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Figura 21 - Gerador elétrico com rotor bobinado (DFIG)

Normalmente o primeiro conversor (AC-DC) é usado para controlar a potência,

tanto ativa quanto reativa, do circuito do estator. Enquanto o segundo (DC-AC) controla

a diferença angular, fator de potência, entre o circuito do rotor e a rede ao qual está

conectado. Algumas das características desse sistema são:

Alta eficiência;

Necessidade de caixa de engrenagens;

Baixo custo;

Manutenção periódica;

Ampla faixa de operação;

Forte dependência do circuito que está ligado.

3.4.3 Gerador síncrono

Para esse tipo é possível ligar o gerador diretamente a turbina, caso tenha vários

pólos e um potência elevada.

Assim como o gerador com rotor gaiola de esquilo, tem velocidade constante

definida pela rede que alimenta e caso seja necessário que ela seja variável é necessário

conectar um conversor, conforme a Figura 22. Outra similaridade é que a variação na

velocidade do vento gera um impacto direto e instantâneo na potência gerada. A questão

da flutuação da potência injetada na rede pode ser amenizada pelo conversor. Sendo

assim, esse elemento pode exercer duas funções distintas.

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Figura 22 - aerogerador com gerador síncrono

Algumas vantagens dessa topologia são: menores perdas, pois não é necessário

incluir alguns elementos; isolação entre o gerador e a rede. Porém também existem

algumas desvantagens, como por exemplo, maior peso e tamanho, devido à necessidade

de uma quantidade grande de pólos, e alto custo do conversor de potência e do gerador.

3.5 Controle e acionamento

O bom funcionamento do gerador é garantido pelo controle. De acordo com a

complexidade do sistema o mesmo pode variar, porém se mantem com os mesmo

objetivos, que são:

Permitir que o aerogerador funcione de forma automática;

Ajustar a turbina ao vento;

Realizar de forma que impacte o sistema da menor forma possível às

partidas e paradas dos aerogeradores;

Proteger o aerogerador dos intemperes do tempo, como por exemplo,

sobre velocidade, sobreaquecimento e etc.;

Colocar o sistema em seu ponto ótimo;

Indicar os possíveis pontos de problema no conjunto do aerogerador,

evitando a manutenção de reparação reduzindo assim os custos;

Page 41: Desenvolvimento de Modelos Digitais de Parques …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10011057.pdf · Figura 31 - Transformada de Park..... 48 Figura 32 - Realimentação

39

Deixar a vida útil do conjunto do aerogerador maior.

Atualmente existem dois princípios para limitar a potência extraída, são eles:

controle estol (Stall) e de passo (Pitch), de acordo com o escolhido a curva Potência X

Velocidade do vento se altera, conforme observado na Figura 23.

Figura 23 - Variação da curva potência X velocidade com o controle

3.5.1 Controle estol

Nesse tipo de controle o ângulo de passo das pás é fixo, e por isso é conhecido

como um sistema passivo. O ângulo de passo é escolhido previamente de modo que

ocorra o efeito estol, (o escoamento em torno do perfil da pá descole da superfície da

mesma) para velocidades do vento a cima da nominal. Esse fenômeno faz com que as

forças de arrasto fiquem maiores que as de sustentação.

Algumas vantagens desse tipo de controle são: estrutura do cubo mais simples,

pois não há controle de passo, e menor necessidade de manutenção, devido ao menor

número de peças que gerem movimento, o que gera uma maior confiabilidade do

conjunto.

O que atualmente é conhecido como “estol ativo” é uma combinação entre o

controle estol e o de passo, nessa forma de controle as pás podem girar modificando o

ângulo de passo em pequenos intervalos. Nesse caso a pá gira na direção do estol, uma

das vantagens dessa mudança é possibilidade de controlar a potencia mesmo para ventos

baixos.

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40

3.5.2 Controle de passo

Nesse controle as pás podem girar longitudinalmente, ou seja, podem alterar seu

ângulo de passo. Esse é mais complexo que o exposto anteriormente, pois necessita de

informações, como por exemplo, a velocidade do vento.

Com a alteração do ângulo de passo a uma redução da potência extraível para a

velocidade atual do vento, é o que faz com que o gerador tenha sua potência máxima

limitada a sua nominal.

Quando comparados os dois modelos algumas das vantagens de controle de

passo são a maior produção de energia sem redução da eficiência; partida mais simples,

através da alteração do ângulo de passo; entre outras.

3.6 Conversores

Os conversores podem ter múltiplas funções, como por exemplo, controlar a

velocidade da turbina, controlar a reativa ou aparente injetada na rede e etc.. Porém sua

principal é controlar a potência injetada bem como a tensão de saída, Figura 24. Sendo

assim seu controle deve ser planejado de modo que essas exigências sejam cumpridas

Figura 24 - Controle dos conversores

3.7 Conexão com a rede

Os parques podem ser conectados na rede de média, alta ou extra-alta tensão. A

escolha de qual delas será conectado está diretamente relacionada ao seu tamanho. O

ONS regulamenta essa conexão através dos procedimentos de rede submódulo 3.6.

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41

Nesse submódulo é estipulado que cabe ao acessante avaliar, amenizar e realizar

os estudos necessários sobre os impactos que surgiram na rede após sua entrada. Além

disso, no ponto de conexão devem ser respeitados os limites globais inferiores expostos

na tabela 1.

Tabela 1 - Limites globais inferiores de tensão em porcentagem da tensão fundamental

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42

4 Modelo digital do Aerogerador

Para a simulação a seguinte topologia foi usada, oito (8) aerogeradores de 5MW

cada interligado ao Sistema Interligado Nacional (SIN) em 138KV alimentando uma

carga a mesma tensão, conforme a Figura 25.

Figura 25 - Configuração usada na simulação

Para o projeto deseja-se modelar um gerador duplamente alimentado seguido de

um conversor “back-to-back”, ou seja, um conversor CA-CC conectado ao gerador e

um CC-CA ao transformador.

Para realizar a simulação o conversor CA-CC e o gerador foram modelados

como uma fonte de corrente em corrente contínua, essa simulação é válida, pois para

essa simulação será considerado que o retificador e muito rápido e ideal, sendo assim,

não é necessário considerar a dinâmica do retificador. Desta forma o conversor será

simulado com a configuração exposta na Figura 26.

O controle do conversor foi dividido em seis etapas, sendo elas:

Transformada de Clarke;

PLL;

Cálculo das correntes;

Controle da tensão no elo CC;

Transformada inversa de Clarke;

Realimentação;

Transformada de DQ para ABC;

Ordem do chaveamento dos elementos semicondutores.

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43

Figura 26 - topologia do conversor utilizada

Nos itens abaixo essas etapas serão explicadas e os cálculos e as funções de cada

um dessas etapas.

Para realização da simulação foram inseridos alguns contadores de tempo

conforme o observado na Figura 27. As variações dos temporizadores podem ser vistas,

com seu tempo relacionado na Figura 27 - contadores de tempo

Tabela 2.

Figura 27 - contadores de tempo

Tabela 2 - Ações dos temporizadores no tempo

Variável T=0s T=0,5s T=0,6s

DJ_Abre Fechado Fechado Aberto

DJ_Fecha Aberto Aberto Fechado

Hab 0 1 1

Hab1 0 1 1

Esses contadores de tempo tem a função de:

Hab - tem a função de esperar que o circuito entre em regime permanente

para que só então o conversor comece a chavear;

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44

Hab1 - tem a função de esperar que o circuito entre em regime

permanente para que só então o conversor comece a chavear;

DJ_Abre - comanda a abertura e fechamento de um dos disjuntores que

interliga o conversor CA-CC ao banco de capacitores;

DJ_Fecha - comanda a abertura e fechamento de um dos disjuntores que

interliga o conversor CA-CC ao banco de capacitores;

4.1.1 Transformada de Clarke

Nessa fase do controle as tensões de saída do conversor são normalizadas,

Equação 1, e convertidas do formato ABC para o 0αβ seguindo a Equação 2.

Equação 1 - Normalização

Equação 2 - Transformada de Clarke

[

] √

[

]

[

]

Na simulação a tensão na saída do conversor é de 0,69KV, a tensão típica nos

geradores eólicos. Sendo assim a tensão usada como √

. Os circuitos montados para esses cálculos estão expostos na Figura 28.

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45

Figura 28 - Cálculo realizado na etapa da transformada de Clarke

4.1.2 PLL

O Phase locked loop (PLL) é um sistema de sincronismo que tem a função de

determinar a frequência, ângulo de fase e a componente fundamental de sequência

positiva. Esse sistema detecta a passagem pelo zero e então começa a estimar os ângulos

instantâneos da tensão.

O escolhido para o projeto tem como base o PLL fundamentado na teoria PQ,

exposto na referência [4]. O diagrama de blocos dele pode ser visto na Figura 29.

Nele a estabilidade só é alcançada quando a entrada do PI tem seu valor médio,

em regime, igual a zero. Porém normalmente, o controle usado para ele deve atenuar as

oscilações desse sinal de entrada, já que elas podem levar o circuito à instabilidade.

Figura 29 - Diagrama de blocos do PLL com teoria PQ

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46

4.1.3 Cálculo das correntes

Essa parte do controle é a que se calcula a corrente de saída do conversor para

que o mesmo forneça à rede a potência desejada.

Esse cálculo é realizado conforme a Figura 30. Nela o sinal hab, um contador de

0,5s, que serve somente para que o sistema entre em regime permanente antes que os

conversores comecem a chavear. Assim se torna possível avaliar qual a real influência

do chaveamento sem ter a interferência do transitório do sistema.

Figura 30 - Cálculo das correntes

4.1.4 Controle da tensão no elo CC

Para o circuito também foi executada uma tensão do elo CC, para isso fez-se que

a potência fornecida pelo gerador fosse proporcional a ela. Esse controle pode ser visto

na Figura 31.

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47

Figura 31 - Controle da tensão no elo CC.

O objetivo desse cálculo é permitir que a tensão no capacitor da Figura 26 seja

aproximadamente a soma da tensão dos diodos, ou seja, entre 1,2 e 1,4. Para isso os

valores escolhidos para o PI foram:

Ganho proporcional: 0,8;

Ganho do integrador: 0,005;

Limite superior: 2,5;

Limite inferior: -2,5.

4.1.5 Transformada inversa de Clarke

Nessa etapa é realizada a transformada inversa de Clarke para que as

componentes voltem a ser na forma ABC. Sendo assim para simulação a Equação 3 foi

traduzida em Figura 32.

Equação 3 - Transformada inversa de Clarke

[

] √

[

]

[

]

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48

Figura 32 - Cálculo da transformada inversa de Clarke

4.1.6 Realimentação

Nessa etapa é feita a realimentação, ou seja, é uma tentativa de garantir que o

valor da saída seja realmente muito próximo do esperado. Para essa etapa a corrente do

conversor foi normalizada e posteriormente convertida do formato ABC para DQ pela

Equação 4, para simulação foi usado à formulação da Figura 33.

Equação 4 - Transformada de Park

[

] √

[

√ ]

[

]

Figura 33 - Transformada de Park

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49

Após ser realizada a transformada de Park do valor medido e do calculado no

Cálculo das correntes pode-se calcular a tensão de que será usada para o chaveamento

dos inversores com base no erro entre elas como pode ser observado na Figura 34.

Para realização desses dados foi necessário usar um PI para cada ramo da

comparação, para que os erros sejam atenuados, ou idealmente anulados. Eles são

idênticos e possuem os seguintes valores:

Ganho integral: 0,001;

Ganho proporcional: 0,5;

Limite superior: 2;

Limite inferior: -2.

Mais uma vez aparece a variável hab que tem a função somente de permitir que

o sistema entre em regime permanente antes do início do chaveamento para que se

possa analisar a real influência da entrada dos conversores na rede.

Figura 34 - Realimentação

4.1.7 Transformada de DQ para ABC

Nessa etapa os valores calculados na etapa anterior serão transformados

novamente para sequência ABC para que esses sinais possam controlar o chaveamento

dos elementos semicondutores.

Para essa transformada foi usada a Equação 5 que foi transcrita como o exposto

na Figura 35 para ser usada na simulação.

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50

Equação 5 - Transformada inversa de Park

[

] √

[

]

[

]

Figura 35 - Transformada inversa de Park

4.1.8 Ordem do chaveamento dos elementos semicondutores.

Para o chaveamento dos conversores foi usado o bloco Interpolated Fire Pulse.

Esse bloco consiste em um comparador de dois sinais que emite um pulso de um

determinado tempo quando um dos sinais fica com sua amplitude maior que o outro.

Para a simulação a comparação feita foi entre o sinal de tensão de saída dos

cálculos com uma onda triangular de amplitude igual a 1, Figura 36, conforme pode ser

visto na Figura 37.

Figura 36 - Onda triangular

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51

Mais uma vez há um sinal, hab1, somente para que o chaveamento só inicie após

o regime permanente do sistema.

Figura 37 - Chaveamento dos elementos semicondutores

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52

5 Análise de resultados

Para análise dos resultados serão consideradas as seguintes situações:

Análise em regime permanente;

Análise em curto-circuito;

o Curto trifásico;

o Curto monofásico.

5.1 Análise em regime permanente

5.1.1 Ponto de conexão

Nessa situação será analisada a entrada do conjunto de aerogeradores no sistema

e se obedece à indicação do ONS, Tabela 1.

Sabe-se que na simulação os conversores somente começam a chavear com 0,5

segundos, sendo assim essa análise será feita nesse tempo.

Observa-se na Figura 38 durante os 0,1 primeiros segundos de funcionamento a

corrente está menor que posteriormente, isso ocorre porque a fonte de corrente ainda

não está fornecendo seu valor nominal, e com isso a potência fornecida ainda não está

no máximo possível. Após esse tempo nota-se que a corrente estabiliza a quantidade de

harmônicos nela pode ser reduzido se o filtro na saída do conversor for ajustado de uma

forma mais refinada. Observamos também dois picos nesses mesmos valores esses

ocorrem pelo mesmo motivo.

-150

-100

-50

0

50

100

150

0.00

0.06

0.12

0.18

0.25

0.31

0.37

0.43

0.49

0.55

0.62

0.68

0.74

0.80

0.86

0.92

0.98

1.05

1.11

1.17

1.23

1.29

1.35

1.42

1.48

1.54

Ten

são

(KV

)

Tempo (s)

Tensão no ponto de conexão

Fase A

Fase B

Fase C

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53

Figura 38 - Corrente e tensão no ponto de conexão

Ao observar o gráfico com a porcentagem dos sete primeiros harmônicos, Figura

41 e Tabela 3, observamos que somente nos instantes em que vemos os picos na tensão,

Figura 41, é que os valores ultrapassam os estipulados pelo ONS, vistos na Tabela 1,

para tensões maiores que 69KV.

Tabela 3 - Legenda

Harmônicos Cores

1° (Fundamental) Azul

2° Verde

3° Vinho

4° Azul petróleo

5° Roxo

6° Marrom

7° Azul

-0.50

-0.40

-0.30

-0.20

-0.10

0.00

0.10

0.20

0.30

0.40

0.50

0.00

0.06

0.13

0.19

0.26

0.32

0.38

0.45

0.51

0.58

0.64

0.70

0.77

0.83

0.90

0.96

1.02

1.09

1.15

1.22

1.28

1.34

1.41

1.47

1.54

Co

rre

nte

(KA

)

Tempo (s)

Corrente no ponto de conexão

Fase A

Fase B

Fase C

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54

Figura 39 - Valor em porcentagem dos 7 primeiros harmônicos

Figura 41 - Momentos com maiores valores, em porcentagem, dos sete primeiros harmônicos

Nota-se que a diferença entre as formas de onda dos conversores mais próximos,

Figura 41, ou distantes eletricamente dos pontos de conexão, Figura 42, são muito

parecidas, isso ocorre porque no controle o ponto de tensão de referência é a tensão na

0.000

0.200

0.400

0.600

0.800

1.000

1.200

1.400

1.600

1.8000.

000.

070.

140.

210.

280.

350.

420.

490.

560.

630.

700.

770.

830.

900.

971.

041.

111.

181.

251.

321.

391.

461.

53

Har

nic

os

Tempo (s)

Distorção Harmônica

2º harmônico

3º harmônico

4º harmônico

5º harmônico

6º harmônico

7º harmônico

1º harmonico

0.000

0.005

0.010

0.015

0.020

0.025

0.030

0.035

0.040

0.49

0.50

0.5

10

.52

0.5

30

.54

0.5

50

.56

0.5

70

.58

0.5

90

.60

0.6

00.

610.

620

.63

0.6

40

.65

0.6

60

.67

0.6

80

.69

Har

nic

os

Tempo (s)

Distorção Harmônica

2º harmônico

3º harmônico

4º harmônico

5º harmônico

6º harmônico

7º harmônico

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55

saída de cada conversor. Caso o ponto de referência fosse o ponto de conexão comum

(PCC) as formas de onda seriam diferentes, ou pelo menos as amplitudes, pois o

conversor mais distante teria que compensar todas as perdas na linha até o ponto que

seria maior que um mais próximo eletricamente.

Figura 43 - Tensão e corrente no conversor eletricamente mais próximo do PCC

Figura 44 - Tensão e corrente no conversor mais distante eletricamente do PCC

Nota-se que a diferença entre as formas de onda dos conversores mais próximos

ou distantes eletricamente dos pontos de conexão são muito parecidas, isso ocorre

porque no controle o ponto de tensão de referencia é a tensão na saída de cada

conversor. Caso o ponto de referência fosse o ponto de conexão comum (PCC) as

formas de onda seriam diferentes, ou pelo menos as amplitudes, pois o conversor mais

-1500

-1000

-500

0

500

1000

1500

0.00

0.06

0.13

0.19

0.26

0.32

0.38

0.45

0.51

0.58

0.64

0.70

0.77

0.83

0.90

0.96

1.02

1.09

1.15

1.22

1.28

1.34

1.41

1.47

1.54

Ten

são

(V)

Tempo (s)

Tensão no conversor maispróximo do PCC

Fase A

Fase B

Fase C

-2000

-1500

-1000

-500

0

500

1000

1500

0.0

00

.06

0.1

30

.19

0.2

60.

320

.38

0.4

50

.51

0.5

80

.64

0.7

00

.77

0.8

30

.90

0.96

1.0

21

.09

1.1

51

.22

1.2

81

.34

1.4

11

.47

1.54

Ten

são

(V)

Tempo (s)

Tensão no conversor mais distante do PCC

Fase A

Fase B

Fase C

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56

distante teria que compensar todas as perdas na linha até o ponto que seria maior que

um mais próximo eletricamente.

Pela Figura 45, pode-se reparar que o controle do elo CC está funcionando

conforme o desejado e especificado no item referente a ele, 0. O degrau visto no gráfico

em 0,5 ocorre no momento que o chaveamento começa, o que gera uma variação na

potência injetada, posteriormente nota-se outra interferência ela ocorre no instante que

os disjuntores conectam a fonte de correte, que representa o retificador, ao sistema e

com isso há uma injeção maior de energia no sistema. Porém mesmo após essas

interferências nota-se que controle estabiliza o circuito rapidamente.

Figura 45 - Tensão no elo CC

5.2 Análise em curto-circuito

Os curtos aplicados foram aplicados por meio de um bloco, Figura 46, nele foi

ajustada a impedância de curto igual a 0,1Ω. Nele foi ajustado também o tipo de curto,

monofásico ou trifásico, e o instante de início, 2s, duração, 0,5s, do mesmo.

Figura 46 – bloco com a representação do curto

-0.2

0.0

0.2

0.4

0.6

0.8

1.0

1.2

1.4

1.6

1.8

0.0

00

.06

0.1

20

.18

0.2

50

.31

0.3

70

.43

0.4

90

.55

0.6

20

.68

0.7

40

.80

0.8

60

.92

0.9

81

.05

1.1

11

.17

1.2

31

.29

1.3

51

.42

1.4

81

.54

Ten

são

(V)

Tempo (s)

Tensão no elo CC

Vdc

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57

5.2.1 Curto trifásico

Para essa análise foi aplicado um curto-circuito de 0,5 segundo entre o ponto de

conexão e a carga. Nota-se que mesmo durante o curto o parque continua fornecendo

tensão e corrente para o circuito, Figura 47. Porém nota-se que as tensões ficam

desbalanceadas. Isso ocorre porque a referência de defasagem das três fases é perdida e

após isso as fases A, vermelha, e C, azuis, ficam em fase, e as amplitudes ficam

diferentes.

Figura 47 - Tensão e corrente no PCC durante o curto-circuito trifásico

Devido a essa diferença durante o curto os valores dos harmônicos, Figura 48,

não ficam dentro dos padrões estabelecidos na Tabela 1, porém isso não é problema.

-150

-100

-50

0

50

100

150

200

1.50

1.58

1.66

1.74

1.82

1.90

1.98

2.06

2.14

2.22

2.30

2.38

2.46

2.54

2.62

2.70

2.78

2.86

2.94

3.02

3.10

3.18

3.26

3.34

3.42

Ten

são

(KV

)

Tempo (s)

Tensão no ponto de conexão

Fase A

Fase B

Fase C

-1.5

-1.0

-0.5

0.0

0.5

1.0

1.5

2.0

1.50

1.58

1.65

1.73

1.81

1.88

1.96

2.04

2.12

2.19

2.27

2.35

2.42

2.50

2.58

2.65

2.73

2.81

2.88

2.96

3.04

3.12

3.19

3.27

3.35

3.42

Co

rre

nte

(KA

)

Tempo (s)

Corrente no ponto de conexão

Fase A

Fase B

Fase C

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58

Pois para o ONS os parques só tem que fornecer tensão durante o defeito não

precisando respeitar os limites de harmônicos nesse período.

Figura 48 - Valor dos harmônicos em porcentagem durante o curto trifásico

Nota-se ainda que mesmo durante o curto o parque continua gerando potência,

Figura 49, porém a mesma fica reduzida devido a diferença nas tensões o que ocasiona

uma diferença no controle do conversor. Há também um acréscimo no consumo de

potência reativa, isso ocorre, pois existe uma variação no ângulo da tensão o que gera

uma variação no consumo da parcela indutiva da linha.

0.0

0.5

1.0

1.5

2.0

2.5

3.0

3.5

1.50

1.58

1.67

1.75

1.83

1.92

2.00

2.08

2.17

2.25

2.33

2.42

2.50

2.58

2.67

2.75

2.83

2.92

3.00

3.08

3.17

3.25

3.33

3.42

Har

nic

os

Tempo (s)

Distorção Harmônica

2º harmônico

3º harmônico

4º harmônico

5º harmônico

6º harmônico

7º harmônico

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59

Figura 49 - Potência inserida durante o curto trifásico

Conforme ocorrido em regime, diferença entre as formas de onda dos

conversores mais próximos, Figura 51, ou distantes, Figura 50, eletricamente do ponto

de conexão são muito parecidas, isso ocorre porque no controle o ponto de tensão de

referencia é a tensão na saída de cada conversor. Caso o ponto de referência fosse o

ponto de conexão comum (PCC) as formas de onda seriam diferentes, ou pelo menos as

amplitudes, pois o conversor mais distante teria que compensar todas as perdas na linha

até o ponto que seria maior que um mais próximo eletricamente.

Figura 50 - Tensão e corrente no conversor mais distante eletricamente do PCC durante o curto-

circuito trifásico

-80

-60

-40

-20

0

20

40

1.50

1.60

1.69

1.79

1.88

1.98

2.07

2.17

2.26

2.36

2.45

2.55

2.64

2.74

2.83

2.93

3.02

3.12

3.21

3.31

3.41

Po

tên

cia

Tempo (s)

Potência no ponto de conexão

Potência ativa (MW)

Potência reativa (MVAr)

-1000

-500

0

500

1000

1500

1.5

01

.58

1.6

61

.74

1.8

21

.90

1.9

82

.06

2.1

42

.22

2.3

02

.38

2.4

62

.54

2.6

22

.70

2.7

82

.86

2.94

3.0

23

.10

3.1

83.

263

.34

3.4

2

Ten

são

(V)

Tempo (s)

Tensão no conversor mais distante do PCC

Fase A

Fase B

Fase C

Page 62: Desenvolvimento de Modelos Digitais de Parques …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10011057.pdf · Figura 31 - Transformada de Park..... 48 Figura 32 - Realimentação

60

Figura 51 - Tensão e corrente no conversor mais próximo eletricamente do PCC durante o curto-

circuito trifásico

Ao analisar a Figura 52, nota-se uma variação muito grande na tensão do elo CC

durante o curto, variação essa que também ocorre com a potência injetada, Figura 49,

isso ocorre devido à perda de referência das tensões durante o curto. Porém percebe-se

que após a solução do problema e reestabelecimento da rede a tensão volta a estabilizar

rapidamente no mesmo valor que estava antes do defeito ocorrer, de forma semelhante à

potência, Figura 49. Essas relações comprovam a relação entre a tensão nesse elo e a

potência injetada, o que prova a eficiência do projeto.

Figura 53 - Tensão no elo CC

-1000

-500

0

500

1000

1500

1.50

1.58

1.66

1.74

1.82

1.90

1.98

2.06

2.14

2.22

2.30

2.38

2.46

2.54

2.62

2.70

2.78

2.86

2.94

3.02

3.10

3.18

3.26

3.34

3.42

Ten

são

(V)

Tempo (s)

Tensão no conversor mais próximo do PCC

Fase A

Fase B

Fase C

0.0

0.5

1.0

1.5

2.0

2.5

3.0

3.5

1.5

0

1.5

7

1.64

1.71

1.79

1.8

6

1.9

3

2.0

02.

07

2.1

42.

21

2.2

9

2.3

62.

43

2.5

0

2.5

7

2.6

4

2.7

12.

79

2.8

6

2.93

3.00

3.0

7

3.1

4

3.2

13.

29

3.3

6

3.4

3

Ten

são

(V)

Tempo (s)

Tensão no elo CC

Vdc

Page 63: Desenvolvimento de Modelos Digitais de Parques …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10011057.pdf · Figura 31 - Transformada de Park..... 48 Figura 32 - Realimentação

61

5.2.2 Curto monofásico

Para essa análise foi aplicado um curto-circuito de 0,5 segundo entre o ponto de

conexão e a carga. Nota-se que mesmo durante o curto o parque continua fornecendo

tensão e corrente para o circuito, Figura 54. Porém nota-se que as correntes ficam

desbalanceadas. Esse desbalanceamento ocorre quando todas as fases ficam com o

mesmo ângulo, sem defasagem de 120°.

Figura 54 - Tensão e corrente no PCC durante o curto-circuito fase A - terra

Devido a essa diferença durante o curto os valores dos harmônicos, Figura 56 e

Figura 55, não ficam dentro dos padrões estabelecidos na Tabela 1,no instante da falta e

no instante da solução da mesma, porém isso não é problema. Pois para o ONS os

parques só tem que fornecer tensão durante o defeito e não precisando respeitar os

-150

-100

-50

0

50

100

150

1.50

1.58

1.66

1.74

1.82

1.90

1.98

2.06

2.14

2.22

2.30

2.38

2.46

2.54

2.62

2.70

2.78

2.86

2.94

3.02

3.10

3.18

3.26

3.34

3.42

Ten

são

(KV

)

Tempo (s)

Tensão no ponto de conexão

Fase A

Fase B

Fase C

-2

-1

0

1

2

3

4

1.5

01

.58

1.6

51

.73

1.8

11

.88

1.9

62

.04

2.12

2.1

92

.27

2.3

52

.42

2.5

02

.58

2.6

52

.73

2.81

2.8

82

.96

3.0

43.

123

.19

3.2

73

.35

3.4

2

Co

rre

nte

(KA

)

Tempo (s)

Corrente no ponto de conexão

Fase A

Fase B

Fase C

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62

limites de harmônicos nesse período, além disso, esse fato só ocorre durante um

pequeno transitório o que mesmo em regime não seria detectado como um problema.

Figura 56 - Valor dos harmônicos em porcentagem durante o curto monofásico

Figura 57 - Valor dos harmônicos durante o curto monofásico

Nota-se ainda que mesmo durante o curto, o parque continua gerando potência,

Figura 58, porém a mesma fica reduzida devido à diferença nas tensões o que ocasiona

uma diferença no controle do conversor. Há também um acréscimo no consumo de

potência reativa, isso ocorre, pois existe uma variação no ângulo da tensão o que gera

uma variação no consumo da parcela indutiva da linha.

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63

Figura 58 - Potência inserida durante o curto monofásico

Conforme ocorrido em regime e no curto trifásico, diferença entre as formas de

onda dos conversores mais próximos, Figura 59, ou distantes eletricamente do ponto de

conexão, Figura 60, são muito parecidas, isso ocorre porque no controle o ponto de

tensão de referencia é a tensão na saída de cada conversor. Caso o ponto de referência

fosse o ponto de conexão comum (PCC) as formas de onda seriam diferentes, ou pelo

menos as amplitudes, pois o conversor mais distante teria que compensar todas as

perdas na linha até o ponto que seria maior que um mais próximo eletricamente.

-15-10

-505

10152025303540

1.50

1.60

1.69

1.79

1.88

1.98

2.07

2.17

2.26

2.36

2.45

2.55

2.64

2.74

2.83

2.93

3.02

3.12

3.21

3.31

3.41

Po

tên

cia

Tempo (s)

Potência no ponto de conexão

Potência ativa (MW)

Potência reativa (MVAr)

-1500

-1000

-500

0

500

1000

1.50

1.5

81

.66

1.7

41.

821

.90

1.9

82

.06

2.14

2.2

22

.30

2.3

82

.46

2.5

42

.62

2.7

02

.78

2.8

62

.94

3.0

23

.10

3.1

83

.26

3.3

43

.42

Ten

são

(V)

Tempo (s)

Tensão no conversor maispróximo do PCC

Fase A

Fase B

Fase C

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64

Figura 59 - Tensão e corrente no conversor mais próximo eletricamente do PCC durante o curto-

circuito monofásico

Figura 60 - Tensão e corrente no conversor mais distante eletricamente do PCC durante o curto-

circuito monofásico

Assim como no curto trifásico nota-se, pela Figura 61, uma variação muito

grande na tensão do elo CC, isso ocorre devido à perda de referência das tensões

durante o curto. Porém percebe-se que após a solução do problema e reestabelecimento

da rede a tensão volta a estabilizar rapidamente.

Figura 61 - tensão no elo CC

-1500

-1000

-500

0

500

1000

1500

1.49

9…1.57

4…1.64

8…1.72

2…1.

7963

1.87

0…1.94

4…2.01

8…2.09

2…2.

1667

2.24

0…2.31

4…2.38

8…2.46

3…2.

5371

2.61

1…2.68

5…2.75

9…2.83

3…2.

9075

2.98

1…3.05

5…3.12

9…3.20

3…3.

2779

3.35

1…3.42

6…

Ten

são

(V)

Tempo (s)

Tensão no conversor mais distante do PCC

Fase A

Fase B

Fase C

0.0

0.2

0.4

0.6

0.8

1.0

1.2

1.4

1.6

1.8

1.5

0

1.5

71

.65

1.7

2

1.8

01

.87

1.94

2.0

22

.09

2.1

72

.24

2.3

1

2.3

92

.46

2.5

4

2.6

12

.69

2.76

2.8

32

.91

2.9

83

.06

3.1

3

3.2

03

.28

3.3

5

3.4

3

Ten

são

(V)

Tempo (s)

Tensão no elo CC

Vdc

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65

5.3 Comentários Finais

Com as análises a cima, podemos verificar a eficiência do controle aplicado. Já

que mesmo após os defeitos os conversores conseguem voltar ao ponto de operação

anterior ao defeito de forma rápida.

Outro ponto importante de se ressaltar é com relação a corrente de saída. Nota-se

que a mesma ainda possui muitos harmônicos, mas esse fator pode ser reduzido se for

introduzido um filtro na saída do conversor para o sistema. Realizando essa operação os

índices de distorção harmônica serão ainda menores, garantindo assim que ficarão

dentro da recomendação do operador nacional do sistema.

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66

6 Conclusão

Os empreendedores enfrentam dificuldades para realizarem estudos da qualidade

de energia nos pontos de conexão de parques eólicos com o SIN visto que os fabricantes

não fornecem seus modelos computacionais. O objetivo desse trabalho foi criar um

modelo digital desenvolvido no ambiente do para realização desses

estudos. Considerando a analise dos resultados obtidos nas simulações conclui-se que o

ambiente permite a realização de estudos de qualidade de energia

para a conexão de parques eólicos no SIN.

Observa-se que sem esse modelo mais detalhado dos conversores não seria

possível determinar o comportamento da tensão ou da corrente, já que usualmente, esses

conversores são representados como fontes de correntes que não sofrem qualquer

alteração devido a influências do circuito.

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67

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[4] Site: http://www.epe.gov.br/imprensa/PressReleases/20120104_3.pdf

- pesquisado em: 03/03/2014;

[5] Albadó, Ricardo – Energia Eólica, Editora Artliber,2003

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pesquisado em: 01/02/2014;

[13] Site: http://en.wikipedia.org/wiki/Darrieus_wind_turbine - pesquisado

em: 03/03/2014;

[14] Site: http://turbinaeolica.com.br/category/energia-eolica/turbina-

eolica/turbina-eolica-vertical/savonius/ - pesquisado em: 01/02/2014;

[15] Site: http://www.solar.coppe.ufrj.br/eolica/eol_txt.htm - pesquisado

em: 03/03/2014;

[16] Site: http://www.cresesb.cepel.br/content.php?cid=231#item_4_1 -

pesquisado em: 01/02/2014;

[17] Site: http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Darrieus_rotor001.jpg -

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[18] Site: http://www.dsce.fee.unicamp.br/~antenor – pesquisado em

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and Applications to Power Conditioning, Wiley - IEEE Press, 2007.

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[23] Malekian, K.; Shirvani, A.; Schmidt, U.; Schufft, W.; , "Detailed

modeling of wind power plants incorporating variable-speed

Synchronous Generator," Electrical Power & Energy Conference

(EPEC), 2009 IEEE , vol., no., pp.1-6, 22-23 Oct.2009

[24] Marques,Jeferson – Turbinas eólicas: modelo, análise e controle do

gerador de indução com dupla alimentação – Dissertação de mestrado

– UFSM, 2004