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Desenvolvimento de um Modelo Cinético para Reforming Catalítico Catarina Alexandra Semedo Barros Ferro Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em Engenharia Química Orientadores Professor Francisco Manuel da Silva Lemos (IST) Engenheira Juana Frontela Delgado (CEPSA) Júri Presidente: Professor Sebastião Manuel Tavares Silva Alves Vogais: Engenheira Juana Frontela Delgado (CEPSA) Professora Mª Amélia Nortadas Duarte de Almeida Lemos (IST) Engenheira Mariana da Silva Lopes (CEPSA) Outubro 2014

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Desenvolvimento de um Modelo Cinético para

Reforming Catalítico

 

 

Catarina Alexandra Semedo Barros Ferro

 

Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em

Engenharia Química

 

Orientadores

Professor Francisco Manuel da Silva Lemos (IST)  

Engenheira Juana Frontela Delgado (CEPSA)

 

Júri

Presidente: Professor Sebastião Manuel Tavares Silva Alves

Vogais: Engenheira Juana Frontela Delgado (CEPSA)

Professora Mª Amélia Nortadas Duarte de Almeida Lemos (IST)

Engenheira Mariana da Silva Lopes (CEPSA)

Outubro 2014

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Agradecimentos  

Esta  dissertação  é  o  culminar  de  mais  uma  jornada  na  minha  vida  que  não  seria  possível  sem  a  ajuda  de  

várias  pessoas  que  directa  ou  indirectamente  contribuíram  para  que  eu  conseguisse  alcançar  este  objectivo.    

Em  primeiro   lugar   agradeço   à  minha   família,   em   particular   aos  meus   pais,  Maria   José   e   Francisco,   por  

terem  acreditado  sempre  em  mim,  pelo  apoio  incondicional  e  acima  de  tudo  por  todo  o  esforço  que  fizeram  ao  

longo  da  vida,  uma  vez  mais  obrigada  por  tudo.    

Agradeço   à   Professora   Doutora   Filipa   Ribeiro   a   oportunidade   de   poder   concretizar   o   meu   estágio   no  

Centro  de  Investigação  da  CEPSA.    

Agradeço  ao  Professor  Doutor  Francisco  Lemos  toda  a  ajuda,  orientação  e  disponibilidade  demonstrada  

durante  a  concretização  desta  dissertação.    

A  todos  os  funcionários  do  Centro  de  Investigação  da  CEPSA  um  muito  obrigada  por  toda  a  hospitalidade,  

simpatia  e  cooperação  demonstrada.  Um  agradecimento  especial  a  toda  a  equipa  que  trabalhou  directamente  

comigo,  em  especial  à  Engenheira  Juana  e  ao  Engenheiro  José  Mazon  por  todo  o  acompanhamento  durante  a  

realização  do  meu  estágio,  pelos  ensinamentos  e  pela  ajuda  prestada  diariamente.  

Agradeço  a  todos  os  meus  colegas  e  professores  que  ao  longo  deste  ciclo  de  alguma  forma  me  marcaram  

e   me   fizeram   crescer   enquanto   pessoa,   especialmente   à   Sofia,   Emeline   e   Filipa   por   me   aturarem   à   tanto  

tempo.    

 À  Inês,  à  Carolina,  à  Joana  e  à  Catarina,  companheiras  de  estadia  em  Espanha  e  amigas,  agradeço  todos  

os  momentos  vividos  e  por  terem  sido  um  ombro  amigo  quando  mais  necessitei.    

 

Obrigada,  Gracias  

   

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Resumo  

O  Reforming  Catalítico  é  o  principal  processo  numa   refinaria  para  a  produção  de  gasolina   com  elevado  

índice   de   octano.   É   igualmente   um   excelente   produtor   de   hidrogénio   aproveitado   nos   processos   de  

hidrotratamento  e  de  BTX  (benzeno,  tolueno  e  xileno)  utilizado  em  grande  escala  na  industria  petroquímica.    

Este  trabalho  tem  como  objectivos  a  monitorização  de  uma  unidade  industrial  de  Reforming  Catalítico  e  o  

estudo  de  um  modelo  cinético  desenvolvido  pela  empresa  CEPSA  para  um  ano  de  ciclo.  

A  monitorização  foi  realizada  com  o  intuito  de  compreender  o  funcionamento  de  uma  unidade  industrial.  

O  diagrama  da  unidade   foi  estudado  ao  pormenor,   foram  recolhidas  variáveis  de  processo  e  posteriormente  

representadas  de  modo  a  entender  as  suas  variações.    

A   cinética   escolhida   para   o   modelo   foi   a   cinética   de   Henningsen   e   Bundgaard   –   Nielson,   na   qual   as  

velocidades  de  reacção  são  de  primeira  ordem  e  as  constantes  de  velocidade  descritas  pela  lei  de  Arrhenius.  

Foram   realizadas   simulações   de   modo   a   perceber   se   a   cinética   escolhida   seria   a   mais   apropriada.   Foi  

também   testada   a   alteração   do   cálculo   do   RON,   tendo-­‐se,   no   entanto,   verificado   que   a   correlação   inicial  

apresenta  melhores  resultados  que  as  modificações  introduzidas.    

O  modelo  desenvolvido  pela  empresa  CEPSA  apresenta  dados  coerentes  com  os  dados  reais,  observando-­‐

se  que  a  cinética  escolhida  para  o  desenvolvimento  do  modelo  foi  uma  boa  escolha.  

 

Palavras-­‐chave:  Reforming  Catalítico,  Monitorização,  Modelo  Cinético,  Simulações  ,Índice  de  Octano  

 

 

   

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Abstract  

The  Catalytic  Reforming  is  the  main  process  in  a  refinery  to  produce  gasoline  with  a  high  octane  number.  

It   is   equally   an   excellent   producer   of   hydrogen   reused   for   hydrotreatment   processes   and   BTX   (benzene,  

toluene  and  xylene)  widely  used  in  petrochemical  industry.    

The  aims  of   this  work  are  monitoring  an   industrial  unit  of  catalytic  reforming  and  study  a  kinetic  model  

developed  by  CEPSA  Company  for  a  year  of  cycle.    

The   monitoring   was   performed   in   order   to   understand   the   functioning   of   an   industrial   unit.   The   unit  

diagram  was  studied  in  detail,  the  process  variables  were  collected  and  subsequently  represented  in  order  to  

understand  their  variations.  

The  kinetic  selected  for  this  model  was  Henningsen  and  Bundgaard  –  Nielson  in  which  the  reaction  rates  

are  represented  by  simple  first  order  and  the  reaction  rate  constants  shown  by  Arrhenius  Law.    

Posteriorly   simulations   were   realized   to   comprehend   if   the   chosen   kinetic   would   be   the   most  

appropriated.   It   was   also   tested   the   calculus   change   of   RON   and   it   was   verified   that   the   initial   correlation  

produces  better  results  than  other  correlations.  

The  model   developed   by   CEPSA   Company   presents   consistent   data  with   the   real   ones,   noting   that   the  

chosen  kinetic  for  the  model  was  a  good  possibility.    

 

Keywords:  Catalytic  Reforming,  Monitoring,  Kinetic  Model,  Simulations,  Octane  Number  

 

 

   

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Índice  

Agradecimentos  .......................................................................................................................  3  

Resumo  ........................................................................................................................................  5  

Abstract  .......................................................................................................................................  7  

Índice  Figuras  .........................................................................................................................  11  

Índice  Tabelas  ........................................................................................................................  13  

Nomenclatura  ........................................................................................................................  15  

1.   Introdução  .......................................................................................................................  17  

1.1   Processo  de  Reforming  Catalítico  ...................................................................................  18  

1.1.1   Descrição  do  Processo  ..................................................................................................................  20  

1.1.2   Tipos  de  Processos  de  Reforming  Catalítico  .......................................................................  21  

1.1.3   Reacções  de  Reforming  Catalítico  ...........................................................................................  23  

1.1.4   Variáveis  de  Processo  ...................................................................................................................  25  

1.1.5   Catalisadores  ....................................................................................................................................  27  

1.2   Cinética  do  Reforming  Catalítico  .....................................................................................  30  

1.2.1   Cinética  de  Henningsen  e  Bundgaard  –  Nielson  ................................................................  31  

2.   Análise  do  Modelo  Cinético  .......................................................................................  35  

2.1   Integração  Numérica  ...........................................................................................................  36  

2.2   Função  objectivo  ...................................................................................................................  36  

2.3   Parâmetros  .............................................................................................................................  36  

2.4   Explicação  do  funcionamento  do  simulador  ...............................................................  37  

3.   Parte  Experimental  ......................................................................................................  41  

3.1   Monitorização  da  Unidade  Industrial  ............................................................................  41  

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3.2   Simulação  Dados  Reais  da  Unidade  Industrial  ...........................................................  43  

4.   Resultados  .......................................................................................................................  45  

4.1   Monitorização  da  Unidade  Industrial  ............................................................................  45  

4.2   Simulação  Dados  Reais  da  Unidade  Industrial  ...........................................................  48  

5.   Conclusões  .......................................................................................................................  59  

6.   Bibliografia  .....................................................................................................................  61  

7.   Anexos  ..............................................................................................................................  63  

7.1   Valores  Parâmetros  utilizados  ........................................................................................  63  

7.2   Número  de  Iterações  ...........................................................................................................  64  

7.3   Correlação  Cálculo  RON  .....................................................................................................  66  

 

 

 

 

 

 

   

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Índice  Figuras  

FIGURA  1  -­‐  ESQUEMA  PROCESSUAL  DE  UMA  REFINARIA  PARA  PRODUÇÃO  DE  GASOLINAS  [1]  -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  18  

FIGURA  2  -­‐  DIAGRAMA  DE  UMA  UNIDADE  PLATFORMING  (UOP)  [4]  -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  20  

FIGURA  3  -­‐  DIAGRAMA  DE  UM  PROCESSO  SEMIREGENERATIVO. [5]  -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  21  

FIGURA  4  -­‐  DIAGRAMA  DE  UM  PROCESSO  CÍCLICO. [5]  -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  22  

FIGURA  5  -­‐  DIAGRAMA  DE  UM  PROCESSO  REGENERAÇÃO  CONTÍNUA  [5]  -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  22  

FIGURA  6  -­‐  REACÇÃO  DE  DESIDROGENAÇÃO  DE  ALQUIL-­‐CICLOHEXANOS  A  AROMÁTICOS.  [4]  -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  23  

FIGURA  7  -­‐  REACÇÃO  DE  DESIDROGENAÇÃO  DE  ALQUIL-­‐CICLOPENTANOS  A  AROMÁTICOS. [5]  -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  23  

FIGURA  8  -­‐  REACÇÃO  DE  ISOMERIZAÇÃO  DE  N-­‐PARAFINAS  A  ISO-­‐PARAFINAS.  [4]  -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  24  

FIGURA  9  -­‐  REACÇÃO  DE  DESIDROCICLIZAÇÃO  DE  PARAFINAS  A  NAFTENOS.  [4]  -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  24  

FIGURA  10  -­‐  REACÇÃO  DE  HYDROCRAKING.  [5]  -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  25  

FIGURA  11  -­‐  DIAGRAMA  GLOBAL  DE  REACÇÕES  DO  PROCESSO  DE  REFORMING  CATALÍTICO.  [4]  -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  25  

FIGURA  12  -­‐  REPRESENTAÇÃO  DO  SUPORTE  DE  ALUMINA.  [6]  -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  28  

FIGURA  13  -­‐  EVOLUÇÃO  DOS  MODELOS  CINÉTICOS  DESENVOLVIDOS  PARA  PROCESSO  DE  REFORMING  CATALÍTICO.  [5]  -­‐-­‐-­‐-­‐  30  

FIGURA  14  -­‐  ESQUEMA  REACCIONAL  MODELO  SMITH.  [5]  -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  31  

FIGURA  15  -­‐  ESQUEMA  REACCIONAL  MODELO  DESENVOLVIDO  POR  HENNINGSEN  E  BUNDGAARD  –  NIELSON.  [9]  -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  32  

FIGURA  16  –  REPRESENTAÇÃO  FOLHA  DE  DADOS  DE  ENTRADA  DO  MODELO  CINÉTICO.  -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  37  

FIGURA  17  -­‐  REPRESENTAÇÃO  FOLHA  DE  RESULTADOS  DO  MODELO  CINÉTICO.  -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  38  

FIGURA  18  -­‐  FLUXOGRAMA  QUE  DESCREVE  O  FUNCIONAMENTO  DO  SIMULADOR  -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  39  

FIGURA  19  -­‐  DIAGRAMA  DE  PROCESSO  DA  UNIDADE  DE  REFORMING  CATALÍTICO  -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  41  

FIGURA  20  -­‐  DADOS  REFERENTES  À  PRESSÃO  DE  GÁS  DE  RECICLO  (ATM).  -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  42  

FIGURA  21  -­‐  NAFTA  ALIMENTADA  AO  PROCESSO  (M3/DIA).  -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  42  

FIGURA  22-­‐  COMPARAÇÃO  DA  FUNÇÃO  DE  AJUSTE  E  DO  TEMPO  DE  ITERAÇÃO  EM  FUNÇÃO  DO  NÚMERO  DE  ITERAÇÕES.  -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  43  

FIGURA  23  -­‐  DIFERENÇA  DE  TEMPERATURAS  EM  CADA  REACTOR  DO  PROCESSO  DE  REFORMING  CATALÍTICO  -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  45  

FIGURA  24  -­‐  RENDIMENTO  ACUMULADO  DE  CATALISADOR  (TON  CARGA/  KG  CATALISADOR)  -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  46  

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FIGURA  25  -­‐  CARACTERIZAÇÃO  DA  CARGA  DE  ALIMENTAÇÃO  AO  PROCESSO  E  RENDIMENTO  EM  REFORMADO.  -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  46  

FIGURA  26  -­‐  COMPARAÇÃO  ENTRE  RON  REAL  E  RON  CALCULADO  ATRAVÉS  DO  SIMULADOR.  -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  48  

FIGURA  27  –  REPRESENTAÇÃO  DA  CURVA  DE  DESTILAÇÃO  ASTM  D  86. [1]  -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  49  

FIGURA  28  -­‐  COMPARAÇÃO  ENTRE  RON  REAL,  RON  EQUAÇÃO  (15)  E  RON  EQUAÇÃO  (16).  -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  51  

FIGURA  29  -­‐  COMPARAÇÃO  ENTRE  RON  REAL,  RON  EQUAÇÃO  (15),  RON  EQUAÇÃO  (16)  E  RON  EQUAÇÃO  (19).  -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  51  

FIGURA  30  -­‐  COMPARAÇÃO  ENTRE  PERCENTAGEM  DE  AROMÁTICOS  REAL  E  CALCULADA  NO  REFORMADO  -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  52  

FIGURA  31  -­‐  COMPARAÇÃO  ENTRE  PERCENTAGEM  DE  NAFTENOS  REAL  E  CALCULADA  NO  REFORMADO  -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  53  

FIGURA  32  -­‐  COMPARAÇÃO  ENTRE  PERCENTAGEM  DE  ISO-­‐PARAFINAS  REAL  E  CALCULADA  NO  REFORMADO  -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  53  

FIGURA  33  -­‐  COMPARAÇÃO  ENTRE  PERCENTAGEM  DE  N-­‐PARAFINAS  REAL  E  CALCULADA  NO  REFORMADO  -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  54  

FIGURA  34  -­‐  COMPARAÇÃO  ENTRE  RENDIMENTO  EM  REFORMADO  REAL  E  CALCULADO  PELO  MODELO  -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  54  

FIGURA  35  -­‐  WAIT   -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  55  

FIGURA  36  –  EVOLUÇÃO  DOS  COMPOSTOS  CONSTITUINTES  DA  NAFTA  AO  LONGO  DO  PROCESSO  -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  56  

FIGURA  37  –  PRODUÇÃO  DE  HIDROGÉNIO  POR  REACTOR  (MOL/H)  -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  57  

 

 

 

   

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13  

Índice  Tabelas  

TABELA  1  -­‐  VALORES  EXPOENTE  Α  PARA  FACTOR  DA  CORRECÇÃO  DA  PRESSÃO.  [11]  ...................................................................  33  

TABELA  2  –  VALORES  COMPARATIVOS  ENTRE  RON  REAL  E  CORRELAÇÕES  UTILIZADAS.  ..............................................................  50  

TABELA  3  –  CONSTANTES  DE  VELOCIDADE  A  500ºC  E  RAZÕES  ENTRE  CONSTANTES.  ...................................................................  58  

TABELA  4  –  VALORES  DOS  PARÂMETROS:  ENERGIA  DE  ACTIVAÇÃO,  FACTOR  PRÉ-­‐EXPONENCIAL  E  CALOR  DE  REAÇÃO.  ........  63  

TABELA  5  –  NÚMERO  DE  ITERAÇÕES  REALIZADAS  COM  O  RESPECTIVO  VALOR  DA  FUNÇÃO  DE  AJUSTE.  ......................................  64  

TABELA  6  –  ENSAIOS  REALIZADOS  PARA  COMPROVAR  ESCOLHA  DAS  5000  ITERAÇÕES.  ..............................................................  65  

TABELA  7  –  COEFICIENTES  PARA  A  EQUAÇÃO  (17).  [13]  ...................................................................................................................  66  

 

 

 

   

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Nomenclatura  

A  –  Factor  Pré  -­‐  Exponencial  

ACH  –  Alquil  –Ciclohexano  

ACP  –  Alquil  –Ciclopentano  

AR  –  Aromáticos  

C  –  Produtos  de  cracking  

Ea  –  Energia  de  Activação  

FBP  –  Final  boiling  point  

H2/HC  –  Hidrogénio/Hidrocarbonetos  

HDT  -­‐  Hidrotratamento  

IBP  –  Initial  boiling  point  

IP  –  Iso  Parafinas  

LHSV  -­‐  Liquid  Hourly  Space  Velocity  

N  –  Naftenos  

NP  –  Normal  Parafinas    

Pt  –  Platina  

R2  –  Coeficiente  de  determinação  

RON  –  Research  Octane  Number  

SR  -­‐  Straight  Run  

WABT  -­‐  Weighted  Average  Bed  Temperature  

WAIT  –  Weighted  Average  Inlet  Temperature  

WHSV  -­‐  Weighted  Hourly  Space  Velocity  

 

 

 

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1. Introdução  

A  primeira  unidade  industrial  do  processo  de  Reforming  Catalítico  foi  desenvolvida  em  1949  pela  empresa  

Universal   Oil   Products   (UOP),   sendo   mundialmente   conhecido   pelo   processo   Platforming   e   utilizada   como  

unidade   standard   nas   refinarias.   Nesta   unidade   foram   utilizados   pela   primeira   vez   catalisadores   utilizando  

como  suporte  a  alumina  e  metais  nobres,  como  a  platina,  como  fase  activa.    

Este  processo  apresenta  como  principais  funções  a  conversão  de  compostos  com  baixo  índice  de  octano  

(naftenos   e  n-­‐parafinas)   em  compostos   com  elevado   índice   (aromáticos   e   iso-­‐parafinas)   para   a  produção  de  

gasolinas   com   elevado   RON,   a   produção   de   BTX   (Benzeno,   Tolueno   e   Xileno)   para   posterior   utilização   na  

indústria  petroquímica,  e  uma  elevada  produção  de  hidrogénio,  composto  que  pode  ser  aproveitado  por  outras  

unidades  processuais  existentes  na  refinaria,  principalmente  unidades  de  hidrotratamento.    

O  índice  de  octano  é  um  parâmetro  de  qualidade  das  gasolinas,  uma  vez  que  este  mede  a  habilidade  que  

a   gasolina  apresenta  em   resistir   à   auto-­‐ignição  durante  a   compressão   feita  nos  motores,   sendo  que  quando  

maior   o   índice   de   octano   menor   é   a   tendência   dos   hidrocarbonetos   entrarem   em   combustão  

espontaneamente,  logo  melhora  o  desempenho  do  motor.      

O   índice  de  octano  é  uma  medida  de  comparação  entre  a  resistência  à  auto-­‐ignição  de  uma  gasolina    e  

uma  mistura  de  hidrocarbonetos  de  referência  composta  por  n-­‐heptano,  ao  qual  foi  atribuído  um  índice  zero,  e  

o  iso-­‐octano,  com  um  índice  de  100.    

Existem  dois  métodos  distintos  para  medir   em   laboratório  o   índice  de  octano,   o  RON   (research  octane  

number)   e   o   MON   (motor   octane   number).   O   RON   representa   melhor   o   desempenho   do   motor   a   baixas  

velocidades  enquanto  que  o  MON  representa  melhor  o  desempenho  a  altas  velocidades.    

 

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1.1 Processo  de  Reforming  Catalítico  

 

Figura  1  -­‐  Esquema  processual  de  uma  refinaria  para  produção  de  gasolinas  [1]  

Através  da   Figura   1  observa-­‐se  que   a  unidade  de  Reforming  Catalítico  utiliza   como  principais   cargas   as  

fracções  médias/pesadas  obtidas  directamente  da  unidade  de  destilação  atmosférica  de  crude,  designadas  por  

medium/heavy   straight   run   naphtha.   Este   tipo   de   carga   apresenta   um   conteúdo   de   parafinas,   naftenos,  

aromáticos  e  olefinas  tipicamente  de  40-­‐70  wt%  de  parafinas,  20-­‐50  wt%  de  naftenos,  5-­‐20  wt%  aromáticos  e  

0-­‐2  wt%  olefinas.  [1]  

Além  das   fracções  obtidas  da  unidade  de  destilação  atmosférica,   existem  outras   cargas  que  podem  ser  

utlizadas   na   unidade   de   Reforming   Catalítico,   sendo   estas   produzidas   nas   unidades   de   FCC,   Visbreaker,  

Hydrocraking,  Coking  ou  naftas  sintéticas  obtidas  através  do  processo  de  Fischer-­‐Tropsch.  

Actualmente   as   condições   operatórias   de   uma   unidade   de   Reforming   Catalítico   são   temperaturas  

elevadas   (450   -­‐   520   °C)   e   pressões  moderadas   (4   -­‐   30  bar)   [1].  Um  dos  parâmetros   chave  num  processo  de  

Reforming  Catalítico  é  as  gamas  de  pontos  de  ebulição  dos  hidrocarbonetos  constituintes  da  nafta,  consoante  

o  tipo  de  carga  utilizada,  e  o  tipo  de  produto  desejado.    

Tipicamente   uma   fracção  médium   SR   naphtha   apresenta   uma   gama  de   temperaturas   90-­‐150   °C   e   uma  

fracção  heavy  SR  naphtha  uma  gama  entre  150-­‐180  °C. [1]  

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Se  a  unidade  é  utilizada  para  a  produção  de  BTX  (C6-­‐C8)  os  pontos  de  ebulição  apresentam  uma  gama  de  

60-­‐140ºC.  Por  outro  lado  se  esta  é  utilizada  para  a  produção  de  gasolinas  com  elevado  RON  (C7-­‐C9)  a  gama  de  

pontos  de  ebulição  é  de  90-­‐160ºC. [1]  

As   naftas   provenientes   de   diferentes   crudes   apresentam   distribuições   distintas   de   parafinas,   olefinas,  

naftenos   e   aromáticos.   A   distribuição   destes   hidrocarbonetos   determina   a   facilidade   com   que   a   nafta   é  

convertida  nos  seus  produtos.  Se  o  conteúdo  em  naftenos  e  aromáticos  é  baixo,  a  nafta  é  caracterizada  como  

pobre,  uma  vez  que  é  necessário  converter  compostos  mais  difíceis,  as  parafinas.  Por  outro  lado  se  o  conteúdo  

em  naftenos  e  aromáticos  é  elevada  esta  é  caracterizada  como  rica,  pois  é  mais  facilmente  convertida.    

Um  método,   ou   regra   heurística,   para   caracterizar   a   riqueza   das   naftas   utilizadas   como   alimentação   é  

descrita  pela  expressão  Liq  vol%=Naftenos+2Aromáticos.  [2]  

Um  problema  que  muitas   vezes   as   fracções  de   crude   apresentam  é   a   existência  de   teores   elevados  de  

contaminantes   que   devem   ser   removidos   antes   das   cargas   entrarem   nos   respectivos   processos,   de  modo   a  

evitar  a  desactivação  dos  catalisadores  utilizados.    

O  teor  de  enxofre  é  um  dos  mais  importantes,  uma  vez  que  este  composto  é  considerado  um  dos  maiores  

contaminantes  dos  catalisadores  de  Reforming  Catalítico;  é  recomendado  um  teor  máximo  de  0,5  ppm  wt  [2]  

na  carga  de  alimentação  de  modo  a  garantir  a  manutenção  da  actividade  do  catalisador.  Outros  contaminantes  

como   água,   azoto,   oxigénio,   sílica   e   alguns   metais   são   também   removidos   através   de   processos   de  

hidrotratamento  antes  da  carga  dar  entrada  no  processo.    

Tal   como   todas   as   unidades   processuais   numa   refinaria   o   processo   de   Reforming   Catalítico   apresenta  

pontos  positivos  e  negativos  na  sua  utilização.  

A  principal  vantagem  é  a  elevada  produção  de  hidrogénio,  que  pode  ser  utilizado  nos  hidrotratamentos,  

de  reformados  com  elevado  RON  e  de  aromáticos  como  benzeno  e  tolueno  e  xileno.  [3]  

As   principais   desvantagens   são   os   factos   de   ser   um   processo   que   apresenta   um   elevado   consumo   de  

energia,  de  os  rendimentos  em  reformado  serem  somente  na  ordem  dos  75%  e  de  os  catalisadores  utilizados,  

com  platina,  serem  extremamente  caros  e  muito  sensíveis  ao  enxofre  e  a  compostos  insaturados.  [3]  

 

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1.1.1 Descrição  do  Processo  

Após   o   tratamento   da   carga   na   unidade   de   HDT   inicia-­‐se   o   processo   de   Reforming   Catalítico.   A  

alimentação   é   combinada   com   hidrogénio   reciclado   e   posteriormente   aquecida   num   permutador   no   qual  

ocorre   a   troca   de   calor   entre   o   efluente   do   último   reactor   e   a   carga.   A   nafta   aquecida   está   totalmente  

vaporizada.   A   zona   de   reacção   é   composta   por   uma   série   de   reactores,   podendo   variar   entre   3   e   4.   Os  

reactores  não  apresentam  todos  as  mesmas  dimensões,  sendo  normalmente  o  primeiro  o  menor  e  o  último  o  

maior.  Dado  que  o  processo  é  endotérmico  do  ponto  de  vista  global,  o  efluente  de  um  reactor  antes  de  dar  

entrada   no   reactor   seguinte   é   novamente   aquecido   num   permutador,   de   modo   a   garantir   a   temperatura  

necessária  ao  decorrer  do  processo.    

O  efluente  do  último  reactor  é  enviado  ao  permutador  de  aquecimento  da  alimentação,  para  recuperação  

de   calor,   e   posteriormente   arrefecido   em   permutadores   de   ar   e   água.   A   corrente   entra   em   seguida   num  

separador   gás-­‐líquido   no   qual   por   separação   flash   o   hidrogénio   e   alguns   hidrocarbonetos   leves   são  

vaporizados.  A  corrente  composta  por  60-­‐90%  de  H2  é  parcialmente  reciclada  ao  primeiro  reactor,  de  modo  a  

proteger  o  catalisador  da  formação  de  coque,  sendo  a  restante  alimentada  às  unidades  de  HDT.  

A  corrente  líquida  que  contém  o  produto  desejado,  o  reformado  e  alguns  resíduos  de  H2,  metano,  etano  e  

outros  compostos  leves  é  alimentada  a  uma  unidade  estabilizadora  de  modo  a  separar  com  maior  eficiência  os  

resíduos  do  reformado.  O  produto  de  base  é  armazenado  para  o  blending  de  gasolinas.  Um  diagrama  típico  de  

uma  unidade  de  Reforming  Catalítico  é  descrito  pela  Figura  2.  

 

Figura  2  -­‐  Diagrama  de  uma  unidade  Platforming  (UOP)  [4]  

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1.1.2 Tipos  de  Processos  de  Reforming  Catalítico  

O  processo  de  Reforming  Catalítico  é  normalmente  classificado  em  semiregenerativo,  cíclico  (regeneração  

completa)  ou  regeneração  contínua  (em  leito  fluidizado),  consoante  a  frequência  e  tipo  de  regeneração  a  que  o  

catalisador  é  sujeito  após  a  perda  de  actividade.  

1.1.2.1 Processo  Semiregenerativo  

Este  processo  caracteriza-­‐se  pela  existência  de  3  ou  4  reactores  de  leito  fixo  em  série  que  funcionam  em  

contínuo  por  longos  períodos  de  tempo.  Os  ciclos  podem  variar  de  3  meses  a  3  anos.    Durante  o  tempo  de  ciclo  

a   actividade   do   catalisador   diminuí   devido   à   deposição   de   coque,   levando   à   diminuição   do   rendimento   em  

aromáticos  e  da  pureza  do  hidrogénio  produzido.  Para  minimizar  a  desactivação  do  catalisador  este  processo  

opera   a   uma   pressão   de   14-­‐17   bar   e   a   temperatura   é   aumentada   continuamente   para  manter   constante   a  

conversão.  Após  o  tempo  de  ciclo  a  unidade  processual  é  encerrada  e  a  regeneração  do  catalisador  é  feita   in  

situ,  sendo  o  catalisador  regenerado  5  a  10  vezes  antes  de  ser  substituído.  A  Figura  3  representa  o  diagrama  de  

uma  unidade  que  opera  em  regime  semiregenerativo.    

 

Figura  3  -­‐  Diagrama  de  um  processo  semiregenerativo. [5]  

1.1.2.2 Processo  Cíclico  (Regeneração  Completa)  

Este   tipo   de   processo   é   similar   ao   semiregenerativo,   tendo   um   reactor   adicional   designado   de   swing  

reactor,  que  é  utilizado  quando  algum  dos  outros  3  leitos  de  catalisador  necessitam  de  regeneração.  O  tempo  

de  ciclo  neste  caso  varia  de  algumas  horas  a   semanas  ou  meses.  A  pressão  de   funcionamento  deste   tipo  de  

unidade   é   relativamente   mais   baixa   que   no   processo   semiregenerativo,   permitindo   uma   produção   de  

hidrogénio  e  um  rendimento  em  reformado  mais  elevado.  

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Uma  vantagem  em  relação  ao  processo  semiregenerativo  é  que  a  actividade  catalítica  varia  menos  com  o  

tempo,  existindo  uma  conversão    mais  constante  ao  longo  do  tempo  de  ciclo.  A  Figura  4  representa  o  diagrama  

de  um  processo  em  regime  cíclico.    

 

Figura  4  -­‐  Diagrama  de  um  processo  cíclico. [5]  

1.1.2.3 Processo  Regeneração  Contínua  (em  leito  fluidizado)  

Neste   processo   quantidades   pequenas   de   catalisador   são   continuamente   transportadas   para   uma  

unidade  de  regeneração  no  qual  o  coque  presente  é  queimado,  retornando  em  seguida  ao  primeiro  reactor.  Os  

reactores  são  acoplados  uns  sobre  os  outros.  O  leito  de  catalisador  move-­‐se  devido  ao  fluxo  de  gravidade  deste  

o  topo  ao  fundo  do  reactor.  O  transporte  do  catalisador  entre  cada  reactor  e  o  regenerador  é  feito  através  de  

gas  lift.  Este  processo  é  caracterizado  por  elevada  actividade  catalítica,  levando  a  uma  redução  da  quantidade  

de  catalisador,  existindo  um  reformado  com  um  conteúdo  de  aromáticos  mais  elevado  e  uma  elevada  pureza  

do  hidrogénio  produzido.  A  Figura  5  representa  o  diagrama  de  um  processo  com  regeneração  contínua.    

 

Figura  5  -­‐  Diagrama  de  um  processo  Regeneração  Contínua  [5]  

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A  nível  mundial  o  processo  mais  utilizado  é  o  semiregenerativo,  com  57%  da  capacidade  total,  seguido  do  

processo  contínuo  com  27%  e  por  último  o  processo  cíclico  com  apenas  11%  [1].  

 

1.1.3 Reacções  de  Reforming  Catalítico  

As   reacções  que  ocorrem  durante  o  processo  de  Reforming  Catalítico  podem  ser   agrupadas  em  quatro  

categorias  distintas:  Desidrogenação,  Isomerização,  Desidrociclização  e  Cracking.  

1.1.3.1 Reacções  de  Desidrogenação  de  Naftenos    

Os   naftenos   presentes   nas   cargas   do   processo   de   Reforming   Catalítico   estão   sob   a   forma   de   alquil-­‐

ciclohexanos   e   alquil-­‐ciclopentanos.   Os   alquil-­‐ciclohexanos   podem   ser   convertidos   directamente   em  

aromáticos,  como  é  visível  na  Figura  6,  porém  os  alquil-­‐ciclopentanos  normalmente  sofrem  previamente  uma  

hidroisomerização  a  alquil-­‐ciclohexanos  e  posterior  conversão  em  aromáticos,  como  referido  na  Figura  7.  

Este   tipo   de   reacção   é   extremamente   rápida   e   endotérmica,   promovida   por   elevadas   temperaturas   e  

baixas  pressões.  É  considerada  a  reação  mais   importante  num  reformer  uma  vez  que,  para  além  de  produzir  

aromáticos  com  elevado  índice  de  octano,  produz  também  hidrogénio.    

 

 Figura  6  -­‐  Reacção  de  desidrogenação  de  alquil-­‐ciclohexanos  a  aromáticos.  [4]  

 

Figura  7  -­‐  Reacção  de  desidrogenação  de  alquil-­‐ciclopentanos  a  aromáticos. [5]  

1.1.3.2 Reacções  de  Isomerização  de  Parafinas  

Esta   reacção   tem   como  principal   objectivo   o   rearranjo   de   parafinas   lineares   (n-­‐parafinas)   em  parafinas  

ramificadas   (iso-­‐parafinas)  de  modo  a  elevar  o   índice  de  octano.  São   reacções  moderadamente  exotérmicas,  

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promovidas  por  altas  temperaturas.  Neste  caso  não  existe  nem  produção  de  hidrogénio  nem  consumo,  como  é  

visível  na  Figura  8.  

 

Figura  8  -­‐  Reacção  de  isomerização  de  n-­‐parafinas  a  iso-­‐parafinas.  [4]  

1.1.3.3 Reacções  de  Desidrociclização  de  Parafinas  

A   desidrociclização   de   parafinas   é   uma   das   reacções   mais   desejadas   num   processo   de   Reforming  

Catalítico,   mas   ao   mesmo   tempo   a   mais   difícil   de   promover.   Consiste   no   rearranjo   molecular   de   modo   a  

converter   parafinas   em   naftenos,   como   representado   na   Figura   9,   os   quais   podem   posteriormente   ser  

desidrogenados  a  aromáticos.  

A  ciclização  de  parafinas  torna-­‐se  tanto  mais  fácil  quanto  maior  for  o  seu  peso  molecular.  É  uma  reacção  

endotérmica,  mais  lenta  que  a  desidrogenação,  e  promovida  por  pressões  baixas  e  elevadas  temperaturas.    

 

Figura  9  -­‐  Reacção  de  desidrociclização  de  parafinas  a  naftenos.  [4]  

1.1.3.4 Reacções  de  Hydrocraking  

São  reacções  de  quebra  de  ligações  C-­‐C  no  qual  parafinas  são  convertidas  em  duas  moléculas  com  menor  

peso   molecular,   visível   na   Figura   10.   São   reacções   exotérmicas,   promovidas   por   altas   pressões   e   altas  

temperaturas,  e  ocorrerem  sobretudo  no  último  reactor,  devido  a  serem  as  reacções  mais  lentas.    

Tal  como  as  reacções  anteriores  esta  também  ajuda  a  aumentar  o   índice  de  octano  do  reformado,  uma  

vez   que   as   parafinas,   compostos   com   baixo   índice   de   octano,   são   eliminadas   do   reformado,   existindo   a  

formação  de  gases  leves  como  metano,  etano,  propano  e  butano.  

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No  entanto,  de  entre  as  reacções  que  ocorrem  num  processo  de  Reforming  Catalítico  estas  reacções  são  

consideras   indesejáveis   uma   vez   que   provocam   um   grande   consumo   de   hidrogénio   e   uma   diminuição   do  

rendimento  em  reformado.    

 

Figura  10  -­‐  Reacção  de  hydrocraking.  [5]  

A   Figura   11   apresenta   o   diagrama   global   das   reacções   descritas   anteriormente   que   ocorrem   num  

processo  de  Reforming  Catalítico,  sendo   indicado  se  ocorrem  preferencialmente  sobre  centros  activos  ácidos  

(A)  ou  metálicos  (M)  

 

Figura  11  -­‐  Diagrama  global  de  reacções  do  processo  de  Reforming  Catalítico.  [4]  

 

1.1.4 Variáveis  de  Processo  

De   entre   as   variáveis   de   processo   que   podem   ser   identificadas   num   processo   de   Reforming   Catalítico  

existem  quatro  que  afectam  de  forma  particularmente  expressiva  o  desempenho  de  uma  unidade,  a  pressão,  a  

temperatura  dos  reactores,  a  velocidade  espacial  e  a  razão  H2/HC.    

 

 

 

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1.1.4.1 Pressão  

Uma   redução   da   pressão   leva   ao   aumento   das   reacções   de   dehidrogenação   de   naftenos   e   de  

dehidrociclizações  de  parafinas,  aumentando  assim  a  produção  de  aromáticos  e  de  hidrogénio.  De  notar,  no  

entanto,   que   uma   redução   de   pressão   induz   também  um   aumento   da   quantidade   de   coque   produzido.   Por  

outro  lado  um  aumento  da  pressão  de  funcionamento  dos  reactores  faz  aumentar  as  taxas  de  hydrocracking,  

reduzindo  assim  o  rendimento  em  reformado.    

1.1.4.2 Temperatura  

Pode   ser   considerada   a   propriedade   mais   importante   uma   vez   que   tanto   a   qualidade   como   os  

rendimentos  em  produtos  são  altamente  dependentes  desta.  De  notar  que,  dado  o  modo  de  funcionamento  

térmico  dos  reactores  individuais  e  o  facto  de  as  reacções  terem  uma  termicidade  elevada,  a  temperatura  varia  

ao   longo   do   processo.   Existem   duas   formas   distintas   de   expressar   as   temperaturas   médias   nos   reactores,  

através  do  WAIT  (Weighted  Average  Inlet  Temperature)  e  WABT(Weighted  Average  Bed  Temperature).    

O  cálculo  do  WAIT  é  descrito  pela  equação  (1),  na  qual  𝑇!"#$%&%!  representa  a  temperatura  de  entrada  de  

cada  reactor,  𝑁  o  número  de  reactores  e  %  𝐶𝑎𝑡𝑎𝑙𝑖𝑠𝑎𝑑𝑜𝑟!  a  fracção  mássica  de  catalisador  em  cada  reactor.    

𝑊𝐴𝐼𝑇 = 𝑇!"#$%&%!

!

!

%  𝐶𝑎𝑡𝑎𝑙𝑖𝑠𝑎𝑑𝑜𝑟!  (1)  

A   equação   (2)   descreve   o   cálculo   do  WABT   a   qual   difere   da   anterior   equação   apenas   no   termo   da  

temperatura.  Neste  caso  é  utilizada  a  temperatura  média  em  cada  reactor  .  

𝑊𝐴𝐵𝑇 = 𝑇!é!"#!

!

!

%  𝐶𝑎𝑡𝑎𝑙𝑖𝑠𝑎𝑑𝑜𝑟!  (2)  

Todas   as   reacções   são   favorecidas   pelo   aumento   da   temperatura,   incluindo   a   reacção   indesejada   de  

hydrocracking   e   a   formação   de   coque,   logo   a   temperatura   tem   que   ser   controlada   de   modo   a   garantir   a  

limitação   destas   reacções   indesejadas   ao  mesmo   tempo  que   se   assegura   uma   velocidade   adequada   para   as  

reacções  desejadas.  

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1.1.4.3 Velocidade  Espacial  

A   velocidade   espacial   é   um   indicador   do   tempo   de   contacto   entre   os   reagentes   e   o   catalisador   e   é  

definida  como  a  quantidade  de  nafta  processada  por  tempo  por  quantidade  de  catalisador  [4].  Esta  pode  ser  

expressa  em  LHSV  (Liquid  Hourly  Space  Velocity)  se  for  considerado  o  caudal  volumétrico  horário  ou  em  WHSV  

(Weight  Hourly  Space  Velocity)  se  for  considerado  o  caudal  mássico  horário.  

A  velocidade  espacial,   juntamente  com  a  temperatura  dos  reactores,  determinam  o  RON  do  reformado.  

Quanto  maior   for   a   velocidade   espacial,  maior   tem   que   ser   a   temperatura   para   um   determinado   RON.   Um  

aumento  de  severidade  das  condições  operatórias  numa  unidade  é  efectuado  aumentando  a  temperatura  dos  

reactores  e/ou  diminuindo  a  velocidade  espacial.    

1.1.4.4 Razão  H2/HC  

A  razão  de  H2/HC  expressa  o  rácio  entre  as  moles  de  hidrogénio  no  gás  de  reciclo  e  as  moles  de  nafta  que  

entram   na   carga   de   alimentação   à   unidade.   A   reciclagem   de   hidrogénio   aos   reactores   é   de   extrema  

importância,  uma  vez  que  a  formação  de  coque  na  superfície  do  catalisador  depende  fortemente  da  pressão  

parcial  de  hidrogénio.    

Um   aumento   da   razão  H2/HC   leva   a   um   acréscimo   da   pressão   parcial   de   hidrogénio.   Este   aumento   da  

razão   diminui   a   deposição   de   coque,   fazendo   com  que   o   catalisador   não   diminua   tanto   a   sua   actividade   ao  

longo  do  tempo,  mantendo-­‐se  mais  estável.    

 

1.1.5 Catalisadores  

 Os   catalisadores   utilizados   no   processo   de   Reforming   Catalítico   são   heterogéneos   compostos   por   um  

suporte,  normalmente  de  alumina   (γ-­‐Al2O3),  ao  qual  é  adicionado  um  metal  de  modo  a  catalisar  as   reacções  

pretendidas.  O  metal  mais  usual  é  o  Pt,  porém  podem  ser  utilizados  vários  outros  metais  nobres  do  grupo  VIII.  

 Estes  tipos  de  catalisadores  são  designados  de  bifuncionais,  uma  vez  que  é  possível  activar  em  simultâneo  

ligações  C-­‐C  e  C-­‐H.    A  função  ácida  é  promovida  pelo  suporte  de  alumina  ao  qual  é  adicionado  cloro  ou  flúor  

por   forma   a   aumentar   a   sua   acidez.   Um   esquema   simplificado   na   estrutura   do   suporte   de   alumina   é  

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apresentado   na   Figura   12.   As   reacções   activadas   por   esta   função   são   a   isomerização,   desidrociclização   e  

hydrocraking,  isto  é,  reacções  envolvendo  sobretudo  as  ligações  C-­‐C.    

 

Figura  12  -­‐  Representação  do  suporte  de  Alumina.  [6]  

Por   outro   lado   a   função   metálica   é   promovida   pelo   metal   e   catalisa   as   reações   de   desidrogenação,  

hidrogenólise  e  formação  de  coque,  envolvendo  as  ligações  C-­‐H.    

Mais   recentemente   foram   desenvolvidos   catalisadores   bimetálicos   ou   multimetálicos   nos   quais   é  

adicionado  um  novo  metal  (Re,  Sn,  Ge  ou  Ir)  que  interage  com  o  Pt  possibilitando  uma  melhor  selectividade  e  

estabilidade   do   catalisador.   Esta   melhoria   leva   a   que   se   possa   trabalhar   a   uma   menor   pressão   e   com   um  

excesso  de  hidrogénio  menor,  permitindo  que  a  formação  de  coque  seja  reduzida  em  relação  aos  catalisadores  

monometálicos,  utilizados  anteriormente.  

Os   catalisadores   típicos   utilizados   num  processo   de  Reforming  Catalítico   apresentam   forma  de   esferas,  

cilindros  ou  trilobes  com  dimensões  numa  gama  de  1  a  2  mm,  diâmetro  de  1,6  mm  e  comprimento  de  2-­‐4  mm.  

Os  teores  globais  de  metais  são  normalmente  entre  0,5-­‐0,8  %  em  massa  [3].  

 

1.1.5.1 Contaminantes  

Os  catalisadores  são  bastante  sensíveis  a  contaminantes  uma  vez  que  estes  condicionam  de  forma  muitas  

vezes   irreversível   a   actividade,   levando   a   uma   desactivação   dos   mesmos   e   consequentemente   a   uma  

diminuição   dos   rendimentos   dos   produtos   desejados.   Para   tal   é   necessário   recorrer   a   processos   de  

hidrotratamento   para   eliminar   ou   diminuir   os   teores   dos   contaminantes.   Os   contaminantes   podem   ser  

classificados  como  temporários  ou  permanentes.    

Os   temporários   são   aqueles   que   podem   ser   removidos   do   catalisador   sem   existir   uma   paragem   do  

processo,   sendo   que   os   catalisadores   recuperam   a   sua   actividade   e   selectividade   ao   longo   do   tempo.   O  

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exemplo  mais  relevante  deste  tipo  de  contaminante  é  o  enxofre,  o  teor  máximo  de  enxofre  permitido  na  carga  

de  alimentação  é  de  0,5  ppm  wt  [2],  sendo  que  acima  desse  valor  o  RON  do  reformado  começa  a  decrescer,  

logo  o  catalisador  perde  actividade.  Outros  exemplos  de  venenos  temporários  são  compostos  com  azoto,  flúor,  

cloro,  água  e  hidrocarbonetos  oxigenados.  [2]  

Os   contaminantes   permanentes   são   aqueles   que   causam   danos   muitas   vezes   irreversíveis   nos  

catalisadores.  Para  este  tipo  é  necessário  interromper  o  processo  e  fazer  uma  regeneração  do  catalisador  antes  

deste   voltar   a   ser   utilizado.   Um   exemplo   tradicional   é   o   arsénio,   que   se   deposita   nos   centros   activos   do  

catalisador  causando  uma  rápida  perda  de  actividade.  Outros  exemplos  são  compostos  com  cobre,  chumbo  e  

sílica.  [2]  

   

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1.2 Cinética  do  Reforming  Catalítico  

A  nafta  é  composta  por  uma  mistura  complexa  de  hidrocarbonetos  podendo  ser  composta  por  mais  de  

300  componentes  [7].  Durante  o  processo  de  Reforming  Catalítico  ocorrem  vários  tipos  de  reacções  entre  os  

componentes  existentes  na  nafta,  sendo  que  as  mais  importantes  são  as  reacções  de  desidrogenação,  reacções  

de  desidrociclização,  reacções  de  isomerização  e  de  hydrocracking,  como  descrito  anteriormente.  

 Devido   ao   grande   número   de   componentes   envolvidos   nas   reacções,   o   desenvolvimento   de   modelos  

cinéticos   torna-­‐se   um   processo   bastante   complexo.   Para   simplificar   esse   problema   são   utilizados   grupos   de  

compostos,  denominados  de   lumps,  nos  quais   são  agrupadas  as  diferentes  espécies  que  apresentam  alguma  

forma  de  afinidade  (química,  estrutural,  etc.),  sendo,  ao  nível  do  modelo,  tratadas  como  entidades  únicas.    

Ao  longo  dos  tempos  têm  sido  desenvolvidos  inúmeros  modelos  cinéticos  para  o  processo  de  Reforming  

Catalítico.  Na  Figura  13  observa-­‐se  a  evolução  temporal  dos  modelos  em  termos  de  complexidade.  

 

Figura  13  -­‐  Evolução  dos  Modelos  Cinéticos  desenvolvidos  para  processo  de  Reforming  Catalítico.  [5]  

A  primeira  tentativa  de  desenvolver  um  modelo  foi  proposta  por  Smith  em  1959.  Este  modelo  consistia  

em   três   grupos   distintos   (lumps)   de   hidrocarbonetos:   parafinas,   naftenos   e   aromáticos,   não   existindo   uma  

distinção  entre  o  número  de  carbonos  dentro  de  cada  grupo.  Compostos  como  hidrogénio  e  gases  leves  (etano,  

propano  e  butano)  foram  também  contemplados  no  modelo.  Tendo  em  conta  estes  pressupostos  este  modelo  

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foi  formulado  tendo  em  consideração  cinco  pseudocomponentes:  parafinas,  naftenos,  aromáticos,  gases  leves,  

hidrogénio  e  quatro  reacções  como  é  observável  na  Figura  14.  [5]  

 

Figura  14  -­‐  Esquema  reaccional  modelo  Smith.  [7]  

Em  1959   foi   desenvolvido   um  modelo   cinético  mais   sofisticado   que   o   anterior,   por  Kraner   et   al.  Neste  

modelo   cinético   existiam   20   pseudocomponentes   com   número   de   carbonos   de   C6   a   C10.   Foi   considerada   a  

distinção  entre  parafinas,  naftenos  e  aromáticos.  As  reacções  foram  consideradas  de  pseudo-­‐primeira  ordem  

em   relação   à   concentração   dos   hidrocarbonetos.   Nos   parâmetros   cinéticos   não   foram   tidos   em   conta   as  

influências  da  temperatura  e  da  pressão.  [5]  

O  modelo  desenvolvido  em  1970  por  Henningsen  e  Bundgaard  –  Nielson,  descrito  com  mais  detalhe  de  

seguida,  foi  considerado  um  melhoramento  em  relação  ao  modelo  desenvolvido  por  Kraner  et  al.  Este  modelo  

cinético  foi  o  escolhido  para  ser  utlizado  no  simulador  desenvolvido  pela  empresa  CEPSA  para  a  monitorização  

dos  dados  das  refinarias,  sendo  os  seus  pressupostos  descritos  no  subcapítulo  seguinte.    

 

1.2.1 Cinética  de  Henningsen  e  Bundgaard  –  Nielson  

Ao  contrário  dos  modelos  desenvolvidos  por  Smith  e  Kraner  et  al.  este  tem  em  consideração  a  diferença  

de  comportamentos  entre  naftenos  de  5  e  6  carbonos  e  entre  n-­‐alcanos  e  iso-­‐alcanos.  [8]  

As   velocidades   das   reacções   são   consideradas   de   primeira   ordem   em   relação   às   pressões   parciais   dos  

compostos  mas  a  perda  de  pressão  ao  longo  dos  reactores  é  desprezada  pelo  modelo  em  causa.  [8]    

As  constantes  de  velocidade  são  expressas  pela  Lei  de  Arrhenius,  considerando  que  existe  a  influência  da  

temperatura  e  a  desactivação  do  catalisador  ao  longo  do  tempo  é  também  tida  em  conta.  [5]  

A   introdução   de   um   balanço   entálpico   é   considerado   um  melhoramento   face   aos  modelos   anteriores,  

uma   vez   que   o   processo   de   Reforming   Catalítico   deixa   de   ser   visto   como   um   processo   isotérmico   e   os  

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resultados   passam   a   estar   mais   próximos   da   realidade   [9].   O   hidrogénio   produzido   é   calculado  

estequiometricamente.  [10]  

O  esquema  das  reacções  envolvidas  neste  modelo  está  descrito  pela  Figura  15.  Os  hidrocarbonetos  que  

constituem  a   nafta   podem   ser   classificados   como  C,  NP,   IP,   ACH,   ACP   e  AR,   e   correspondem  a   produtos   de  

cracking,  normal-­‐parafinas,  iso-­‐parafinas,  alquil–ciclohexanos,  alquil–ciclopentanos  e  aromáticos.  

 

Figura  15  -­‐  Esquema  reaccional  modelo  desenvolvido  por  Henningsen  e  Bundgaard  –  Nielson.  [9]  

As  equações  diferenciais  que  descrevem  as  velocidades  de  reacção  para  os  diferentes  compostos  são  as  

equações  ((3)  a  ((8).  [8]  [9]  

𝑑C𝑑𝜏

= 𝑘!(𝑃!" + 𝑃!")  (

(3)  

𝑑𝑁𝑃𝑑𝜏

= −(𝑘! + 𝑘! + 𝑘! + 𝑘!)𝑃!" + 𝑘!𝑃!"# + 𝑘!𝑃!"# + 𝑘!𝑃!"  (

(4)  

𝑑𝐼𝑃𝑑𝜏

= −(𝑘! + 𝑘! + 𝑘! + 𝑘!")𝑃!" + 𝑘!𝑃!"# + 𝑘!𝑃!" + 𝑘!!𝑃!"#  (

(5)  

𝑑𝐴𝐶𝐻𝑑𝜏

= −(𝑘! + 𝑘! + 𝑘!" + 𝑘!")𝑃!"# + 𝑘!𝑃!" + 𝑘!𝑃!" + 𝑘!"𝑃!"#  (

(6)  

𝑑𝐴𝐶𝑃𝑑𝜏

= −(𝑘! + 𝑘!! + 𝑘!")𝑃!"# + 𝑘!𝑃!" + 𝑘!"𝑃!" + 𝑘!"𝑃!"#  (

(7)  

𝑑𝐴𝑅𝑑𝜏

= 𝑘!"𝑃!"#  (

(8)  

A  equação  diferencial  que  descreve  o  balanço  entálpico  é  expressa  pela  equação  ((9).  [8]  [9]  

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𝜕𝑇𝜕𝜏

= −1

𝐶! 𝑛 + 1(𝑘!𝑃!"∆𝐻!"→! + 𝑘!𝑃!"∆𝐻!"→! + 𝑘!𝑃!"#∆𝐻!"#→!" + 𝑘!𝑃!"∆𝐻!"→!"#

+ 𝑘!𝑃!"#∆𝐻!"#→!" + 𝑘!𝑃!"∆𝐻!"→!"# + 𝑘!𝑃!"∆𝐻!"→!"# + 𝑘!𝑃!"#∆𝐻!"#→!"+ 𝑘!𝑃!"∆𝐻!"→!" + 𝑘!𝑃!"∆𝐻!"→!" + 𝑘!"𝑃!"∆𝐻!"→!"# + 𝑘!!𝑃!"#∆𝐻!"#→!"+ 𝑘!"𝑃!"#∆𝐻!"#→!"# + 𝑘!"𝑃!"#∆𝐻!"#→!"# + 𝑘!"𝑃!"#∆𝐻!"#→!")  

(

(9)  

 

 

Na   equação   acima   referida:  𝜏  é   o   tempo   de   reacção,  𝑃!  a   pressão   parcial   do   componente   𝑖 ,  𝐶!  a  

capacidade  calorífica,  𝑛  a  razão  hidrogénio/  hidrocarbonetos,  𝑘!  a  constante  de  velocidade  expressa  através  da  

lei  de  Arrhenius  e  ∆𝐻!→!  o  calor  de  reacção  para  a  conversão  de  i  em  j.  

Uma  vez  que  a  pressão  influência  de  maneiras  distintas  as  reacções  que  se  desencadeiam  num  processo  

de   Reforming   Catalítico,   foi   introduzido   um   termo   exponencial   relativo   à   pressão   de   modo   a   corrigir   as  

constantes  de  velocidades.  Esta  correcção  foi  proposta  por  Jenkins  and  Stephens.  [9]  [11]  

𝑘! = 𝑘!!  ×   𝜋 !   (10)  

𝜋 ! =𝑝30

!  

(11)  

O  expoente  α  descrito  nas  equações   (10)  e   (11)   apresenta  um  valor  distinto  para   cada   tipo  de   reacção  

envolvida  no  processo,  sendo  estes  valores  apresentados  na  Tabela  1.  

Tabela  1  -­‐  Valores  expoente  α  para  factor  da  correcção  da  pressão.  [11]  

Tipo  de  Reacção   Valor  α  

Isomerização   α=  0,37  

Desidrociclização   α=  -­‐0,70  

Hydrocraking   α=  0,433  

Desidrogenação   α=  0,00  

 

 

 

 

 

 

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2. Análise  do  Modelo  Cinético  

Como   foi   referido   anteriormente   o   modelo   cinético   utilizado   neste   trabalho   foi   desenvolvido   pela  

empresa   CEPSA.   Para   uma   maior   compreensão   do   modelo   utilizado   e   para   um   melhor   entendimento   dos  

resultados  extraídos  foi  feito  um  estudo  detalhado  do  mesmo.    

A   cinética   escolhida   para   o   desenvolvimento   do   modelo   foi   a   cinética   de   Henningsen   e   Bundgaard   –  

Nielson  estando  os  pressupostos  em  que  este  modelo  assenta  descritos  no  subcapítulo  anterior.  

Os   reactores  mais   utilizados   neste   tipo   de   processo   são   reactores   heterogéneos,   uma   vez   que   existe   a  

presença  de  duas  fases  distintas,  uma  sólida  e  outra  vapor,  tubulares  de  leito  fixo  com  fluxo  axial  ou  radial  e  

em  regime  térmico  adiabáticos.    

Um   reactor   tubular   pode   ser   visto   de   duas   formas   distintas.   Uma   primeira   abordagem   pressupõe   o  

acompanhamento  de  um  elemento  de  volume  ao  longo  do  reactor,  tendo  como  tempo  relevante  o  tempo  de  

permanência   no   reactor.   Esta   abordagem   conduz   a   equações   diferenciais   semelhantes   às   de   um   reactor  

descontinuo,  sendo  os  balanços  integrados  entre  zero  e  o  tempo  de  permanência.    

Uma   outra   abordagem   considera   que   existe   uma   selecção   de   um   elemento   de   volume   para   o   qual   é  

efectuado   o   balanço   ao   reactor,   sendo   este   elemento   de   volume   suficientemente   estreito   de   modo   a  

considerar-­‐se  que  a  concentração  é  uniforme,  em  tudo  semelhante  a  um  reactor  perfeitamente  agitado.  Neste  

caso  a  medida  de  avanço  da  mistura  reaccional  dentro  do  reactor  é  a  posição  no  reactor  em  termos  de  volume  

e  não  em  termos  de  tempo  de  permanência.    

Ao  analisar  as  equações  diferenciais  que  descrevem  o  comportamento  dos  compostos  ao  longo  do  tempo  

de  reacção  conclui-­‐se  que  neste  caso  especifico  os  reactores  seguem  a  primeira  abordagem.    

 

 

 

 

 

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36  

2.1 Integração  Numérica  

Uma  vez  que  as  equações  diferenciais  descritas  pela  cinética  de  Henningsen  e  Bundgaard  –  Nielson  são  

equações   complexas   é   necessário   a   utilização   de   métodos   numéricos   para   a   sua   integração.   O   método  

escolhido  para  a  resolução  foi  o  método  de  Euler,  cuja  expressão  é  descrita  pela  equação  (12).  

𝑦 𝑡 + ∆𝑡 = 𝑦 𝑡 +𝑑𝑦𝑑𝑡  ∆𝑡  

(12)  

Para  a  utilização  deste  método  é  necessário  a  escolha  de  um  passo  de  integração  (Δt).  No  caso  concreto  

do  simulador  utilizado  foi  escolhido  um  passo  de  integração  unitário,  visto  que  o  modelo  foi  utilizado  na  versão  

original  disponibilizada  pela  empresa  CEPSA.    

2.2 Função  objectivo  

Ao   longo   das   simulações   foram   calculados   os   desvios   quadráticos   entre   os   valores   reais   e   os  

experimentais   para   a   composição   do   reformado   e   para   a   diferença   de   temperaturas   em   cada   um   dos   3  

reactores.    

A  função  objectivo  definida  como  ajuste  para  o  modelo  desenvolvido  pela  empresa  CEPSA  teve  em  conta  

o  quadrado  dos  desvios  para  a  composição  do  reformado  e  da  diferença  de  temperatura  nos  reactores,  sendo  

definida  pela  equação  (13).  

 

2.3 Parâmetros    

Os  valores  dos  parâmetros  pré-­‐exponenciais  e  energias  de  activação  estipulados  inicialmente  e  utlizados  

nas   constantes   de   velocidade   descritas   pela   lei   de   Arrhenius   tal   como   os   valores   dos   calores   de   reacção  

utlizados  no  balanço  entálpico  estão  indicados  na  Tabela  4  Anexo  7.1.  

 

𝐹𝑢𝑛çã𝑜  𝐴𝑗𝑢𝑠𝑡𝑒 = 𝐷𝑒𝑠𝑣𝑖𝑜!"!"#$%&'($! + 𝐷𝑒𝑠𝑣𝑖𝑜!"!"#$%&'($

! + 𝐷𝑒𝑠𝑣𝑖𝑜!"!"#$%&'($!

+ 𝐷𝑒𝑠𝑣𝑖𝑜!!"#$%&'($! + 𝐷𝑒𝑠𝑣𝑖𝑜∆!!

! + 𝐷𝑒𝑠𝑣𝑖𝑜∆!!! + 𝐷𝑒𝑠𝑣𝑖𝑜∆!!

!  

(13)  

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37  

2.4 Explicação  do  funcionamento  do  simulador  

O  modelo  cinético  desenvolvido  no  programa  Excel  pela  Empresa  CEPSA  é  constituído  por  duas  partes.  Na  

Figura  16  observam-­‐se  alguns  parâmetros  a  vermelho  que  são  valores  de  input   introduzidos  directamente  da  

base   de   dados   da   refinaria.   As   células   a   sombreado   representam   os   resultados   obtidos   em   cada   reactor,  

nomeadamente  a  temperatura  de  saída,  a  composição  do  efluente  e  a  quantidade  de  hidrogénio  produzida.    

 

Figura  16  –  Representação  folha  de  dados  de  entrada  do  modelo  cinético.  

Na   Figura   17   são   apresentados   os   resultados   globais   do   processo,   os   parâmetros   cinéticos   do  modelo  

utilizado,  o  número  de  iterações  escolhidas  e  as  realmente  realizadas,  bem  como  a  função  de  ajuste.  Tal  como  

descrito  anteriormente  os  valores  a  vermelho  são  inputs  e  as  células  a  sombreado  os  valores  que  ao  longo  do  

processo  iterativo  são  modificadas  até  ao  valor  final,  quando  o  programa  converge.    

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38  

 

Figura  17  -­‐  Representação  folha  de  resultados  do  modelo  cinético.  

O  seu  funcionamento  é  simples.  Inicialmente  são  colocados  os  inputs  na  folha  entrada  de  dados.  É  feito  

um  cálculo   inicial   tendo  em  conta  os  valores   iniciais  dos  parâmetros  cinéticos  e  posteriormente  à  escolha  do  

número  de   iterações  que  se  deseja,   inicia-­‐se  o  processo   iterativo,   carregando  no  comando  “calibrar”,  o  qual  

refina  os  valores  inicialmente  calculados,  tendo  como  objectivo  a  minimização  da  função  de  ajuste  escolhida.    

Observa-­‐se  na  Figura  17  que  nem  todas  as  reacções  existentes  na  cinética  de  Henningsen  e  Bundgaard  –  

Nielson   foram   tidas   em   conta   no   decorrer   das   simulações,   sendo,   para   efeitos   de   simplificação,   apenas  

consideradas  as  reacções  que  envolvem  os  naftenos  de  6  carbonos,  alquil-­‐ciclohexanos.  A  Figura  18  apresenta  

um  fluxograma  que  descreve  o  processo  de  funcionamento  do  simulador.    

 

 

 

 

 

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39  

 

Figura  18  -­‐  Fluxograma  que  descreve  o  funcionamento  do  simulador  

 

Entrada  Reactor  

seguinte  

Caracterização  da  alimentação  

Estabelecimento  dos  parâmetros  

cinéticos,  composição  da  carga  e  

condições  operatórias  

Integração  modelo  cinético  

para  o  reactor  

 Último    

Reactor  

Sim  

Resultados:  Rendimento,  RON,  WAIT  e  

Balanços  massa  aos  reactores  

Comparação  valores  de  Kcalculado  e  Ea  

Minimização    

Função  Ajuste  

Resultados  Finais  

Sim  

Não  

Cálculo  novos  

parâmetros  cinéticos  

Não  

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40  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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41  

3. Parte  Experimental  

Para  iniciar  a  monitorização  da  unidade  industrial  e  posterior  utilização  do  modelo  cinético  para  prever  o  

comportamento  dos  dados   reais   foi   inicialmente  utilizada  a   ferramenta  de  Excel  Pl@nt@.   Esta   ferramenta  é  

utilizada   para   extrair   todos   os   dados   referentes   a   qualquer   unidade   industrial   desde   tags   a   analises   de  

laboratório,   de   modo   a   obter   a   documentação   necessária   para   entender   o   funcionamento   da   planta   de  

Reforming.    

3.1 Monitorização  da  Unidade  Industrial  

Antes  de   iniciar  as   simulações  no  programa  desenvolvido  em  Excel,   foi   feita  uma  monitorização  de  seis  

meses  da  refinaria  em  questão  de  modo  a  registar  e  observar  o  comportamento  desta  unidade  industrial.    

Posteriormente   foram   analisadas   algumas   variáveis   de   processo   ao   longo   dos   seis   meses   para   se  

compreender  o  seu  comportamento  mais  em  pormenor.  

A  Figura  19   representa  o  diagrama  de  processo  da  unidade  de  Reforming  Catalítico  desenhado  a  partir  

dos  planos  disponibilizados  para  a  qual  foi  feita  a  monitorização  e  testado  o  simulador.    

 

Figura  19  -­‐  Diagrama  de  processo  da  unidade  de  Reforming  Catalítico  

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42  

Após  a  monitorização  de  seis  meses  de  ciclo  constatou-­‐se  que  para  uma  melhor  utilização  do  simulador  

seria  melhor  utilizar  mais  dados,  de  modo  a   ter  uma  maior  gama  de  valores  de  comparação.  Para   tal   foram  

extraídos  mais  dados  da  refinaria  em  estudo  neste  caso  para  18  meses  de  operação.  

Nas  Figura  20  e  Figura  21  observa-­‐se  que  algumas  variáveis  de  processo  apresentam  para  vários  dias  de  

operação  valores  muito  discrepantes.  Este  facto  é  justificado  devido  a  paragens  na  unidade  para  regeneração  

do  catalisador  ou  a  problemas  operacionais  da  unidade  industrial.  

 

Figura  20  -­‐  Dados  referentes  à  pressão  de  gás  de  reciclo  (atm).  

 

Figura  21  -­‐  Nafta  Alimentada  ao  Processo  (m3/dia).  

0  

5  

10  

15  

20  

25  

30  

35  

0   50   100   150   200   250   300   350   400   450   500   550  

Pressão  Gás  de  Reciclo  (atm)  

Dias  de  Operação  

0  

1  000  

2  000  

3  000  

4  000  

5  000  

6  000  

0   50   100   150   200   250   300   350   400   450   500   550  

Nafta  alim

entação  (m

3 /d)  

Dias  de  Operação  

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43  

Devido  à  existência  destas  paragens  na  unidade,  e  consequentemente  a  falta  de  dados  de  análises  apenas  

se  considerou    dias  de  operação  representados  pela  circunferência.  

3.2 Simulação  Dados  Reais  da  Unidade  Industrial  

Para   iniciar   a   utilização   do   simulador   foi   necessário   executar   um   estudo   sobre   o   número   óptimo   de  

iterações  de  modo  a  minimizar  a   função  de  ajuste  definida.  Para   tal   foram  utilizados  dados  reais  da  unidade  

industrial  e  feitos  cálculos  com  diversos  números  iterações.  

Como  se  pode  observar  na  Figura  22  a  partir  das  3000  iterações  o  valor  da  função  de  ajuste  apresenta  um  

valor   relativamente  baixo.   É   também  visível   que  a  partir   de  5000   iterações   (Tabela  5  Anexo  7.2),   o   valor  da  

função  de  ajuste  não  se  altera  muito  e  visto  que  o  tempo  de  simulação  começa  a  ser  excessivo,  obtou-­‐se  pelas  

5000  iterações  de  modo  a  ter  uma  minimização  da  função  de  ajuste  e  um  tempo  de  simulação  razoáveis.  

 

 

Figura  22-­‐  Comparação  da  função  de  ajuste  e  do  tempo  de  iteração  em  função  do  número  de  iterações.    

Para  comprovar  a  escolha  das  5000   iterações   foram  realizados  5  ensaios   (Tabela  6,  Anexo  7.2)  onde  se  

verificou  que  os  resultados  dados  pelo  modelo  são  concordantes,  justificando  assim  a  opção.  

Posteriormente  tendo  em  conta  o  número  razoável  de  iterações  e  sabendo  os  dias  de  operação  para  os  

quais  existem  dados  consistentes  foi  possível  iniciar  as  simulações  no  modelo  cinético  desenvolvido  em  Excel.    

0  

20  

40  

60  

80  

100  

120  

140  

160  

180  

200  

500  

1000  

1500  

2000  

2500  

3000  

3500  

0   1000   2000   3000   4000   5000   6000   7000   8000   9000   10000  

Tempo  de  Iteração  (m

in)  

Funçção  Ajuste  

Número  de  Iterações  

Função  de  Ajuste   Tempo  de  iteração  (min)  

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44  

Devido  à  grande  quantidade  de  dados  da  unidade  industrial  as  iterações  foram  feitas  com  um  intervalo  de  

5  dias.    

   

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45  

4. Resultados  

Após  a  análise  da  unidade   industrial  e  utilização  do  modelo  cinético  para  a  realização  das   iterações  são    

neste   capítulo   apresentados   todos   os   resultados   que   são   considerados   relevantes   para   o   entendimento   do  

estudo  realizado.    

4.1 Monitorização  da  Unidade  Industrial  

Os  resultados  deste  subcapítulo  são  referentes  aos  seis  meses  de  operação  iniciais.    

 

 

Figura  23  -­‐  Diferença  de  temperaturas  em  cada  reactor  do  processo  de  Reforming  Catalítico  

Através  da  Figura  23  observa-­‐se  que  o  primeiro  reactor  é  aquele  que  apresenta  uma  maior  diferença  de  

temperatura   face   aos   restantes,   devido   ao   facto   de   que   é   no   primeiro   reactor   que   as   reacções   de  

desidrogenação  ocorrem.  Estas  reacções  são  extremamente  endotérmicas  e  rápidas  pelo  que  fazem  com  que  

ao  primeiro  contacto  com  o  catalisador  a  temperatura  decresça  rapidamente.  

Ao   longo   do   processo   as   reacções   que   ocorrem   apresentam   uma   menor   endotérmicidade  

comparativamente   com   a   reacção   de   desidrogenação   fazendo   com   que   as   diferenças   de   temperatura   nos  

restantes  reactores  sejam  menores.  A  título  de  exemplo  as  reacções  de  desidrogenação  apresentam  valores  de  

-­‐110  

-­‐100  

-­‐90  

-­‐80  

-­‐70  

-­‐60  

-­‐50  

-­‐40  

-­‐30  

-­‐20  

-­‐10  

0  181   191   201   211   221   231   241   251   261   271   281   291   301   311   321   331   341   351   361   371  

ΔT  Reactores  

Dias  de  Operação  

DT1   DT2   DT3  

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46  

entalpia  de   reacção  de  50  kcal/mol,  enquanto  as   isomerizações  uma  entalpia  de  2kcal/mol  e  as   reacções  de  

hydrocraking  uma  entalpia  de  reacção  de  -­‐10kcal/mol.  [12]  

O  rendimento  acumulado  de  catalisador,  representado  pela  Figura  24  é  um  factor  de  extrema  importância  

na  análise  do  processo  de  Reforming  Catalítico,  uma  vez  que  este  dá  uma  perspectiva  de  como  a  unidade  se  

comporta.  Se  para  um  determinado  dia  de  operação  o  valor  do  rendimento  está  acima  ou  abaixo  do  valor  dado  

pela  recta  é  sinal  que  algo  ocorreu  na  unidade.  

 

Figura  24  -­‐  Rendimento  Acumulado  de  Catalisador  (ton  carga/  kg  catalisador)  

 

Figura  25  -­‐  Caracterização  da  Carga  de  Alimentação  ao  Processo  e  Rendimento  em  Reformado.  

0  

1  

2  

3  

4  

5  

6  

7  

181   191   201   211   221   231   241   251   261   271   281   291   301   311   321   331   341   351   361   371  

ton  carga/kg  catalisador  

Dias  de  Operação  

50%  

55%  

60%  

65%  

70%  

75%  

80%  

85%  

50  

55  

60  

65  

70  

75  

80  

85  

181   191   201   211   221   231   241   251   261   271   281   291   301   311   321   331   341   351   361   371  

Remdimento  Reformado  

N+2A  

Dias  de  Operação  

N+2A  (%volume  liquido)   Rendimento  (%)  Reformado  

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47  

Como   foi  descrito  na   introdução  existe  um  método  empírico  Liq  vol%=N+2A  para  caracterizar  a   riqueza  

das  naftas  que  são  alimentadas  ao  processo.  O  rendimento  em  reformado  é  calculado  pela  equação  (14).  

O  rendimento  que  é  possível  obter  em  reformado  no  processo  está   intrinsecamente  relacionado  com  a  

riqueza  da  alimentação,  uma  vez  que  quanto  mais  pobre  em  naftenos  e  aromáticos  for  a  carga  menor  será  o  

rendimento  em  reformado  possível.    

Na   Figura   25   observa-­‐se   que,   no   geral,   o   rendimento   segue   a   tendência   descrita   pela   expressão  

Nafetnos+2Aromáticos,  porém  existem  alguns  dias  de  operação  em  que  isso  não  acontece,  como  é  visível  nos  

dias  de  operação  delimitados  pela  circunferência.  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

𝑅𝑒𝑛𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜  𝑅𝑒𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎𝑑𝑜   % =𝐶𝑎𝑢𝑑𝑎𝑙  𝑅𝑒𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎𝑑𝑜𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎  𝑑𝑒  𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎

 ×  100  (14)  

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48  

4.2 Simulação  Dados  Reais  da  Unidade  Industrial  

Os  resultados  deste  subcapítulo  são  referentes  a  um  intervalo  de  425  dias  do  ciclo  em  estudo.  Em  todas  

as  figuras  de  resultados  referentes  às  simulações  realizadas  existem  pontos  que  não  convergiram,  observando-­‐

se  que  estes  em  média  encontram-­‐se  mais  próximos  dos  dados  reais.  

 

Figura  26  -­‐  Comparação  entre  RON  real  e  RON  calculado  através  do  simulador.  

A   expressão   utilizada   pelo  modelo   para   calcular   o   RON   é   a   indicada   pela   equação   (15)   na   qual   o   RON  

depende   exclusivamente   da   percentagem   molar   de   aromáticos   presente   no   reformado.   Estes   valores   da  

variável  independente  são  também  calculados  através  do  modelo.    

𝑅𝑂𝑁 = 𝑚  𝑥!" + 𝑏  (15)  

Na  Figura  26  observa-­‐se  que  o  RON  calculado  através  do  simulador  segue  a  mesma  tendência  que  o  RON  

real,   porém   os   seus   valores   são   sempre   superiores.   Após   verificar   que   estes   valores   apresentam   um  

desfasamento   obtou-­‐se   por   experimentar   uma   nova   correlação   entre   o   RON   calculado   e   o   RON   real   da  

refinaria,  para  verificar  se  esta  se  ajustaria  melhor  aos  dados  reais.    

A  correlação  escolhida  é  descrita  pela  equação  (16)  a  qual  tem  em  conta  a  contribuição  de  cada  família  de  

hidrocarbonetos  presentes  no  reformado.  [13]  

 

88  

90  

92  

94  

96  

98  

100  

102  

104  

106  

108  

91   141   191   241   291   341   391   441   491   541  

RON  

Dias  de  operação  

Ron  Real   Ron  Modelo   Dados  que  não  convergem  

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𝑅𝑂𝑁 = 𝑥!" 𝑅𝑂𝑁 !" + 𝑥!" 𝑅𝑂𝑁 !" + 𝑥! 𝑅𝑂𝑁 ! + 𝑥!" 𝑅𝑂𝑁 !"   (16)  

Para   cada   família   de   hidrocarbonetos   o   valor   do   RON   é   descrito   pela   equação   (17).   Os   valores   dos  

coeficientes   a   -­‐   e   estão   presentes   na   Tabela   7   no   Anexo   7.3   O   valor   da   temperatura   é   determinado   pela  

equação   (18),   tendo  em  conta  os  valores  de   IBP   (Initial  boiling  point)   e  FBP   (Final  boiling  point)  da   curva  de  

destilação  ASTM  D  86.    

A  distribuição  da  gama  de  pontos  de  ebulição  na  gasolina  é  normalmente  obtida  por  destilação  de  acordo  

com  a  ASTM  D  86,   sendo  realizada  uma  destilação  batch  à  pressão  atmosférica  de  uma  amostra  de  100  mL.  

Desta  destilação  resulta  uma  curva  da  temperatura  em  função  da  percentagem  de  volume  destilado,  como  é  

visível  na  Figura  27.  Os  pontos  IBP  e  FBP  correspondem  aos  pontos  de  ebulição  inicial  e  final  desta  destilação.    

 

Figura  27  –  Representação  da  curva  de  destilação  ASTM  D  86. [1]  

Uma  vez  que  as   iso-­‐parafinas  apresentam  4  isómeros  o  seu  RON  é  calculado  pela  média  dos  4  isómeros  

presentes   no   reformado.   A   Figura   28   descreve   a   comparação   feita   entre   o   RON   real   e   as   duas   correlações  

𝑅𝑂𝑁 = 𝑎 + 𝑏 𝑇 + 𝑐 𝑇 ! + 𝑑 𝑇 ! + 𝑒 𝑇 !   (17)  

𝑇 =𝑇𝑏100

;        Tb=IBP+FBP

2  

(18)  

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50  

utilizadas,  descritas  respectivamente  pelas  equações  (15)  e  (16).  A  Tabela  2  apresenta  os  valores  comparativos  

que  estão  representados  na  Figura  28.  

Tabela  2  –  Valores  comparativos  entre  RON  real  e  correlações  utilizadas.  

Dias  de  Operação   RON  Real   RON  Equação  (15)   RON  Equação  (16)  

186   98,0   103,3   82,6  

191   98,0   102,9   82,4  

196   96,2   100,3   80,3  

201   96,5   100,9   80,1  

206   96,9   101,5   81,1  

211   97,4   102,0   82,2  

216   98,8   104,4   83,0  

221   100,1   106,5   83,7  

226   98,2   103,2   82,4  

231   98,1   103,4   82,5  

236   97,7   103,2   82,9  

 

Ao   analisar   a   Figura   28   compreende-­‐se   que   apesar   da   correlação   descrita   pela   equação   (16)   também  

seguir   a   tendência   dos   dados   reais   esta   não   se   adequa,   uma   vez   que   os   seus   valores   apresentam   um   erro  

médio  de  16%  enquanto  que  os  valores  do  RON  calculado  pelo  simulador,  equação  (15),  apresentam  um  erro  

médio  de  5%  face  aos  reais.    

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51  

 

Figura  28  -­‐  Comparação  entre  RON  real,  RON  equação  (15)  e  RON  equação  (16).  

Face  aos  resultados  anteriores  modificou-­‐se  a  correlação  descrita  pela  equação  (16),  de  modo  a  que  esta  

apenas   tivesse   em   conta   os   compostos   que   apresentam   valores   de   RON   elevado,   as   iso-­‐parafinas   e   os  

aromáticos.   Esta   nova   correlação   é   descrita   pela   equação   (19),   sendo   o   seu   cálculo   análogo   ao   explicado  

anteriormente.  

𝑅𝑂𝑁 = 𝑥!" 𝑅𝑂𝑁 !" + 𝑥!" 𝑅𝑂𝑁 !"   (19)  

 

Figura  29  -­‐  Comparação  entre  RON  real,  RON  equação  (15),  RON  equação  (16)  e  RON  equação  (19).  

75  

80  

85  

90  

95  

100  

105  

110  

186   191   196   201   206   211   216   221   226   231   236  

RON  

Dias  de  operação  

RON  Real   RON  Equação  15   RON  equação  16  

75  

80  

85  

90  

95  

100  

105  

110  

186   191   196   201   206   211   216   221   226   231   236  

RON  

Dias  de  operação  

RON  Real   RON  Equação  15   RON  equação  16   RON  equação  19  

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52  

Ao  analisar  a  Figura  29  denota-­‐se  que  ambas  as  correlações  descritas  pelas  equações  (16)  e  (19)  não  se  

ajustam  convenientemente  aos  dados  reais,  logo  a  correlação  descrita  pela  equação  (15)  continua  a  ser  a  que  

melhor  ajuste  apresenta.    

 

 

Figura  30  -­‐  Comparação  entre  percentagem  de  aromáticos  real  e  calculada  no  reformado  

A   partir   da   Figura   30   observa-­‐se   que   a   produção   de   aromáticos   apresenta   valores   coerentes   com   os  

resultados  experimentais  com  erros  na  ordem  de  1%,  com  excepção  dos  valores  que  não  convergem.  

No  caso  dos  naftenos  observa-­‐se  na  Figura  31  que  os  valores  do  modelo  apresentam  um  desfasamento  

face  aos  reais.  Esta  discrepância  pode  ser   justificada  pelo   facto  de  que  no  simulador  do  modelo  cinético  nos  

dados   de   entrada   apenas   se   consideram   os   naftenos   alquil-­‐ciclohexanos   não   existindo   a   transformação   de  

alquil-­‐ciclopentanos  em  alquil-­‐ciclohexanos,  fazendo  com  que  a  quantidade  deste  composto  no  reformado  seja  

menor.    

50  

55  

60  

65  

70  

75  

80  

85  

90  

91   141   191   241   291   341   391   441   491   541  

%  Aromáticos  no  Reform

ado  

Dias  de  operação  

%  A  reformado  Real   %  A  reformado  modelo   Dados  não  convergem  

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53  

 

Figura  31  -­‐  Comparação  entre  percentagem  de  naftenos  real  e  calculada  no  reformado  

Para   as   iso-­‐parafinas   e   para   as   n-­‐parafinas   observa-­‐se   através   das   Figura   32   e   Figura   33   que   ambas  

apresentam  valores  concordantes  para  a  percentagem  destes  compostos  no  reformado.    

 

 

Figura  32  -­‐  Comparação  entre  percentagem  de  iso-­‐parafinas  real  e  calculada  no  reformado  

0,0  

0,5  

1,0  

1,5  

2,0  

2,5  

91   141   191   241   291   341   391   441   491   541  

%  Naftenos  no  Reformado  

Dias  de  operação  

%  N  reformado  real   %  N  reformado  modelo   Dados  não  convergem  

10  

15  

20  

25  

30  

35  

91   141   191   241   291   341   391   441   491   541  

%  Iso-­‐Paraeinas  no  Reform

ado  

Dias  de  operação  

%  isoP  reformado  real   %  isoP    reformado  modelo   Dados  não  convergem  

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54  

 

Figura  33  -­‐  Comparação  entre  percentagem  de  n-­‐parafinas  real  e  calculada  no  reformado  

 

 

Figura  34  -­‐  Comparação  entre  rendimento  em  reformado  real  e  calculado  pelo  modelo  

Da   análise   da   Figura   34   observa-­‐se   que   o   rendimento   em   reformado   calculado   pelo  modelo   apresenta  

valores  ligeiramente  mais  baixos  que  o  rendimento  real  da  unidade.  

 

0  

2  

4  

6  

8  

10  

12  

14  

16  

91   141   191   241   291   341   391   441   491   541  

%  n-­‐Paraeinas  no  Reform

ado  

Dias  de  operação  

%  nP  reformado  real   %  nP    reformado  modelo   Dados  não  convergem  

50%  

55%  

60%  

65%  

70%  

75%  

80%  

85%  

90%  

95%  

100%  

91   141   191   241   291   341   391   441   491   541  

Rendimento  (%

)  

Dias  de  Operação  

rendimento  reformado  Real   Rendimento  reformado  modelo   Dados  não  convergem  

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55  

 

Figura  35  -­‐  WAIT  

Observa-­‐se  que  o  valor  de  WAIT,  Figura  35,  aumenta  ao   longo  do  ciclo  devido  à  perda  de  actividade  do  

catalisador.  Este  aumento  da  temperatura  acontece  para  ser  possível  manter  constante  o  valor  de  RON  visto  

que  devido  à  deposição  de  coque  na  superfície  do  catalisador,  este  perde  a  sua  actividade  e  estabilidade.  

Este  aumento  de  WAIT  está  relacionado  com  o  tipo  de  carga  que  é  alimentada  aos  reactores,  uma  vez  que  

dependendo   do   tipo   de   corte   alimentados,   os   pontos   de   ebulição   são   distintos,   levando   a   que   seja   preciso  

ajustar  a  temperatura  de  modo  a  produzir  o    RON  desejado.    

A   Figura   36   apresenta   a   evolução   dos   compostos   presentes   na   nafta   ao   longo   do   sistema   reacional.  

Observa-­‐se  que  a  percentagem  molar  de  aromáticos  ao  longo  do  sistema  reaccional  aumenta  enquanto  que  a  

percentagem  de  naftenos  e  parafinas  diminui,  como  seria  de  esperar,  uma  vez  que  a  formação  de  aromáticos  

pela   reacção   de   desidrogenação   requer   uma   diminuição   da   quantidade   de   naftenos   e   consequentemente   a  

formação  de  naftenos  requer  uma  diminuição  da  quantidade  de  parafinas.    

Observa-­‐se  também  que  o  maior  decréscimo  da  percentagem  de  naftenos  acontece  no  primeiro  reactor,  

uma  vez  que  a  reacção  de  desidrogenação  sendo  a  reacção  mais  rápida  se  desencadeia  maioritariamente  no  

primeiro  reactor.    

502  

504  

506  

508  

510  

512  

514  

516  

518  

520  

522  

91   141   191   241   291   341   391   441   491   541  

WAIT  (ºC)  

Dias  de  operação  

Dados  não  convergem  

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56  

Por   outro   lado   observa-­‐se   que   a   percentagem   molar   dos   produtos   de   cracking   sofre   um   aumento  

significativo   no   segundo   e   terceiro   reactor,   uma   vez   que   a   reacção   de   formação   destes   compostos   é  

considerada  a  mais  lenta  das  reacções.    

 

 

Figura  36  –  Evolução  dos  compostos  constituintes  da  nafta  ao  longo  do  processo  

A  Figura  37  representa  a  produção  de  hidrogénio  durante  o  processo.  Observa-­‐se  que  existe  uma  maior  

produção  de  hidrogénio  no  primeiro  reactor,  uma  vez  que  é  neste  que  ocorrem  as  reacções  de  desidrogenação  

de  naftenos,  que  são  por  excelência  grandes  produtoras  de  hidrogénio.    

Por  outro  lado  no  reactor  3  observa-­‐se  uma  pequena  produção  de  hidrogénio,  proveniente  das  reacções  

de  desidrociclização  de  parafinas  que  consequentemente  é  consumido  nas  reacções  de  hydrocracking.    

 

0  

5  

10  

15  

20  

25  

30  

35  

40  

45  

50  

%  Molar  Com

postos  

Evolução  ao  longo  sistema  reaccional  

%  molar  nP   %  molar  IP   %  molar  N   %  molar  AR   %  molar  C  

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57  

 

Figura  37  –  Produção  de  hidrogénio  por  reactor  (mol/h)  

Ao   longo  das  simulações  realizadas  foram  calculados  valores  das  constantes  de  velocidade  das  reacções  

que  se  desencadeiam  no  processo,  de  acordo  com  a  cinética  em  estudo.  Estas  constantes  de  velocidade  foram  

todas  calculadas  para  uma  temperatura  de  500ºC  de  modo  a  ser  possível  a  sua  comparação.    

Observa-­‐se   através   da   Tabela   3   que   a   reacção   que  mais   se   desactiva   ao   longo   do   tempo   de   ciclo   é   a  

reacção  de  desidrogenação,  como  seria  de  esperar  uma  vez  que  esta  é  a   reacção  mais   rápida  que  ocorre  no  

processo.    

Por  outro  lado  as  reacções  que  menos  sofrem  desactivação  ao  longo  do  tempo  de  ciclo  são  as  reacções  

mais  lentas,  neste  caso  a  reacção  de  hydrocraking  e  as  reacções  de  desidrociclização  

De  modo   a   poder   comparar   as   razões   as   constantes   de   velocidade   com   aos   dados   da   literatura   foram  

calculadas  as  razões  para  o  primeiro  dia  de  operação  e  para  o  último,  como  é  visível  também  na  Tabela  3.  O  

calculo  foi   feito  tendo  como  referência  a  reacção  com  menor  valor  de  constante  de  velocidade,  neste  caso  a  

reacção  de  desidrociclização  (k6).  

Observa-­‐se   tal   como   seria   de   esperar   que   a   reacção  de  desidrogenação   apresenta   uma   razão  bastante  

elevada,  uma  vez  que  é  a  reacção  mais  rápida.  As  restantes  reacções  comparando  com  esta  são  consideradas  

extremamente  lentas.    Comparando  com  a  literatura  observa-­‐se  que  os  valores  são  bastante  concordantes.    

 

951  

274  

155  

Reactor  1   Reactor  2   Reactor  3  

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58  

Tabela  3  –  Constantes  de  velocidade  a  500ºC  e  razões  entre  constantes.    

Reacções  K  

(T=500°C)  

Dia  

91  

Dia  

516  ΔK  

Razão  K  

(91  dias)  

Razão  K  

(516  dias)  

Razão  

K  [2]  

Hydrocracking   k1   0,66   0,35   -­‐0,31   4   3   4  

Abertura  do  anel   k2   0,15   0,19   0,04      

 

Desidrociclização   k3   0,31   0,14   -­‐0,17   2   1    

Desidrociclização   k6   0,18   0,13   -­‐0,05   1   1   1  

Abertura  do  anel   k7   3,55   2,28   -­‐1,27      

 

Isomerização   k8   0   0   0      

 

Isomerização   k9   0,01   0,05   0,04      

12  

Desidrogenação   k14   7,71   4,18   -­‐3.53   43   32   100  +  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

   

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59  

5. Conclusões  

O   modelo   cinético   desenvolvido   pela   empresa   CEPSA,   foi   aplicado   a   dados   reais   de   uma   unidade   de  

reforming  catalítico  industrial.  

Em  relação  à  monitorização  realizada  foi  possível  observar  como  se  comporta  uma  unidade  industrial  face  

a   uma   instalação   piloto   e   como   a   alteração   de   alguma   variável   afecta   todo   o   processo   de   produção   de  

reformado.  

Foi   feito   um   estudo   do   número   óptimo   de   iterações   de  modo   a   garantir   que   a   função   de   ajuste   seria  

minimizada  dentro  de  um  tempo  de  simulação  razoável  para  cada  ajuste  de  dados  experimentais.  Conclui-­‐se  

que  o  número  de  iterações  que  mais  se  adequam  são  de  5000.  

Em  relação  ao  calculo  do  RON  conclui-­‐se  que  a  correlação  utilizada  inicialmente  pelo  modelo  cinético  se  

ajusta  melhor  que  outras  correlações  propostas,  apesar  de  majorar  os  valores  reais.    

Foram  comparados  os  valores  reais  com  os  calculados  pelo  modelo  para  os  compostos  do  reformado  de  

aromáticos  produzidos,  naftenos  residuais,  iso-­‐parafinas  residuais  e  n-­‐parafinas  residuais.  Os  valores  referentes  

aos  aromáticos,  n-­‐parafinas  e   iso-­‐parafinas  presentes  no   reformado  são  consistentes,  apresentando  erros  na  

ordem  dos  2%.  

Porém  em  relação  aos  naftenos  observa-­‐se  uma  maior  discrepância  nos  valores.  Esta  diferença  pode  ser  

justificada   pelo   facto   de   os   seus   valores   serem   baixos   e   a   possíveis   erros   de   integração   realizada   nos  

equipamentos  de  cromatografia  (GC-­‐Reformulizer).Por  outro  lado  um  dos  pressupostos  do  modelo  utilizado  diz  

que  existe  a  distinção  entre  o  comportamento  dos  alquil-­‐ciclopentanos  e  os  alquil-­‐ciclohexanos.  Contudo  no  

modelo   esse   pressuposto   não   foi   utilizado,   sendo   que   a   carga   de   alimentação   apenas   apresentava   alquil-­‐

ciclohexanos  e  as  reacções  onde  o  composto  ACP  reage  ou  é  produzido  foram  descartadas,  sendo  esta  também  

uma  possível  justificação  para  a  tal  disparidade  de  valores.    

Em   relação   ao   rendimento   as   diferenças   entre   o   calculado   pelo   modelo   e   os   dados   reais   da   unidade  

industrial  são  pequenas,  apresentando  um  erro  médio  de  5%,  considerando-­‐se  aceitáveis.  

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60  

Num   trabalho   seguinte   o   modelo   utilizado   deveria   ser   complementado   utilizando   mais   reacções   para  

descrever  o  processo,  bem  como  melhorar  a  forma  de  calcular  o  RON  a  partir  dos  dados  do  modelo.  

   

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61  

6. Bibliografia  [1]   Antos,  George  J;  Aitani,  Abdullah  M;,  Catalytic  Naphtha  Reforming,  2nd  ed.  New  York:  Marcel  Dekker,  Inc.,  

2004,  Revised  and  Expanded.  

[2]   Littles,  Donald  M;,  Catalytic  Reforming.  Oklahoma:  PennWell,  1985.  

[3]   Reformage  Catalytique.:  ENSPM  Formation  Industrie,  1998.  

[4]   Lapinski,   Mark;   Baird,   Lance;   James,   Robert;,   "Chapter   4.1   UOP   Platforming   Process,"   in   Handbook   of  

Petroleum  Refining  Processes,  3rd  ed.:  McGraw-­‐Hill,  2003,  pp.  4.3-­‐4.31.  

[5]   Jorge  Ancheyta,   "Chapter  4   -­‐  Modeling  of  Catalytic  Reforming,"   in  Modeling  and   Simulation  of  Catalytic  

Reactors  for  Petroleum  Refining.  New  Jersey:  John  Wiley  &  Sons,  Inc,  2011.  

[6]   Mark  Moser  and  Peter  R.  Pujadó,  "Chapter  5  -­‐  Catalytic  Reforming,"  in  Handbook  of  Petroleum  Processing.  

The  Netherlands:  Springer,  2006,  pp.  217-­‐237.  

[7]   Rahimpour,  Mohammad  Reza;  Jafari,  Mitra;   Iranshahi,  Davood;,  "Progress   in  catalytic  naphtha  reforming  

process:  A  review,"  Elsevier,  no.  109,  pp.  79-­‐93,  2013,  www.elsevier.com/locate/apenergy.  

[8]   Henningsen,   J;  Bundgaard-­‐Nielson,  M;,  "Catalytic  Reforming,"  Bristish  Chemical  Engeneering,  vol.  15,  no.  

11,  pp.  1433-­‐1436,  November  1970.  

[9]   Raseev,   Serge;,   "Chapter   13   -­‐   Catalytic   Reforming,"   in   Thermal   and   Catalytic   Processes   in   Petroleum  

Refining.  New  York:  Marcel  Dekker,  Inc.,  2003,  pp.  771-­‐786.  

[10]  Larraz,   R;   Villarroel,   R;   Stylios,   Chrysostomos   D.   (2013,   Outubro)   Reseach   Gate.   [Online].  

www.researchgate.net  

[11]   Jenkins,   J.   H.;   Stephens,   T.   W.;,   "Kinetics   of   Cat   Reforming,"   Hydrocarbon   Processing,   pp.   163-­‐167,  

November  1980.  

[12]  Surinder   Parkash,   "Gasoline   Manufacturing   Processes   -­‐   Catalytic   Reforming,"   in   Refining   Processes  

Handbook.  USA:  Elsevier,  2003,  pp.  109-­‐114.  

[13]  M.   R.   Riazi,   Characterization   and   Properties   of   Petroleum   Fractions,   1st   ed.,   AMERICAN   SOCIETY   FOR  

TESTING  AND  MATERIALS,  Ed.  Philadelphia,  PA,  2005.  

 

 

   

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62  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

   

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63  

7. Anexos  

7.1 Valores  Parâmetros  utilizados  

Tabela  4  –  Valores  dos  parâmetros:  Energia  de  Activação,  Factor  pré-­‐Exponencial  e  Calor  de  reação.  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

   

Reacções  Energia  de  Activação  

(kcal/mol)  [8]  

Factor  pré-­‐  

exponencial  

(Ln  A)  [8]  

Calor  de  Reacção  

(kcal/mol) [10]  

NP/IP  -­‐>  C   55   30.5   -­‐12  

ACH  -­‐>  NP   45   24,2   -­‐7,3  

NP  -­‐>  ACH   45   23,1   7,3  

ACP  -­‐>  NP   45   21,6   -­‐14,4  

NP  -­‐>  ACP   45   23,1   14,4  

IP  -­‐>  ACH   45   23,1   9,1  

ACH  -­‐>  IP   45   26,5   -­‐9,1  

IP  -­‐>  NP   40   19,6   1,9  

NP  -­‐>  IP   40   21,9   -­‐1,9  

IP  -­‐>  ACP   40   23,1   16,2  

ACP  -­‐>  IP   45   24,2   -­‐16,2  

ACH  -­‐>  ACP   40   23,5   7,1  

ACP  -­‐>  ACH   40   21,2   -­‐7,1  

ACH  -­‐>  AR   30   20,4   49,9  

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64  

7.2 Número  de  Iterações    

Tabela  5  –  Número  de  iterações  realizadas  com  o  respectivo  valor  da  função  de  ajuste.  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

   

Nº  Iterações  

Escolhido  

Nº  Iterações  feitas  

pelo  simulador  

Valor  da  Função  

de  Ajuste  

Tempo  de  iteração  

(min)  

100   98   3,23E+03   1  

200   196   2,73E+03   3  

500   490   1,98E+03   4  

1000   994   9,51E+02   9  

2000   1988   1,28E+02   15  

3000   2996   9,19E+00   20  

4000   3990   1,28E+00   30  

5000   4998   1,23E+00   35  

6000   5992   1,13E+00   60  

7000   6986   1,18E+00   90  

8000   7994   1,28E+00   130  

9000   8988   1,21E+00   160  

10000   9996   1,14E+00   180  

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Tabela  6  –  Ensaios  realizados  para  comprovar  escolha  das  5000  iterações.  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

   

   

Ensaio  1  

 

Ensaio  2  

 

Ensaio  3  

 

Ensaio  4  

 

Ensaio  5  

Número  de  Iterações  Escolhidas   5000   5000   5000   5000   5000  

Número  de  Iterações  realizadas   4998   4998   4998   4998   4998  

Valor  Função  de  Ajuste   1,27E+00   1,29E+00   1,22E+00   1,19E+00   1,26E+00  

RON   103,2   103,3   103,3   103,3   103,2  

WAIT   508,1   508,1   508,1   508,1   508,1  

Rendimento  em  Reformado  (%)   67,9   67,9   67,9   67,9   67,9  

Moles  de  C1  Produzidas   95,5   95,6   95,5   95,5   95,5  

Moles  de  C2  Produzidas   95,5   95,6   95,5   95,5   95,5  

Moles  de  GPL  produzidas   191,1   191,1   190,9   191,1   190,9  

Moles  de  C5  produzidas   95,5   95,6   95,5   95,5   95,5  

Total  moles  produzidas  gases  leves   477,7   477,8   477,4   477,7   477,3  

Moles  de  NP  produzidas   43,7   43,7   43,5   43,6   43,7  

Moles  de  IP  produzidas   133,4   133,2   133,4   133,3   133,6  

Moles  de  N  produzidas   5,7   5,6   5,9   5,7   5,7  

Moles  de  A  produzidas   528,6   528,7   528,9   528,7   528,8  

Total  moles  produzidas  Reformado   711,3   711,2   711,7   711,3   711,7  

H2  produzido  saída  Reactor  3   1429,9   1430,3   1430,9   1430,4   1430,5  

Temperatura  saída  Reactor  1   434,7   434,7   434,6   434,7   434,7  

Temperatura  saída  Reactor  2   478,0   477,9   477,9   478,0   477,9  

Temperatura  saída  Reactor  3   496,0   496,0   495,9   495,9   495,9  

Δ  T  calculado   121,3   121,4   121,5   121,4   121,5  

Δ  T  real   121,5   121,5   121,5   121,5   121,5  

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7.3 Correlação  Cálculo  RON  

Tabela  7  –  Coeficientes  para  a  equação  (17).  [13]  

 

 

 

Família  de  

hidrocarbonetos  a   b   c   d   e  

N-­‐Parafinas   92,809   -­‐70,97   -­‐53   20   10  

Iso-­‐Parafinas            

2-­‐Methylpentanes   95,927   -­‐157,53   561   -­‐600   200  

3  -­‐  Methylpentanes   92,069   57,63   -­‐65   0   0  

2,2  -­‐  Dimethylpentanes   109,38   -­‐38,83   -­‐26   0   0  

2,3  -­‐  Dimethylpentanes   97,652   -­‐20.8   58   -­‐200   100  

Naftenos   -­‐77,536   471,59   -­‐418   100   0  

Aromáticos   145,668   -­‐54,336   16,276   0   0