DESENVOLVIMENTO (MATURAÇÃO) DE SEMENTES

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1 DESENVOLVIMENTO (MATURAÇÃO) DE SEMENTES Julio Marcos Filho Tecnologia de Sementes Depto. Produção Vegetal USP/ESALQ DESENVOLVIMENTO OU MATURAÇÃO Início indução do florescimento e diferenciação Florescimento não é completamente uniforme Desenvolvimento da semente: seqüência de eventos controlada pelo genótipo Conjunto de etapas sucessivas de preparação para a futura germinação Fundamental relações com o ponto de colheita e o potencial fisiológico das sementes O PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DAS SEMENTES Primeiros critérios propostos para estudar o processo de maturação e identificar o ponto de colheita: Período entre semeadura ou emergência de plântulas e a colheita Aspectos morfológicos de sementes, frutos e plantas Variações do teor de água das sementes (Brenchley & Hall, 1909) Delouche (1971) conceituou maturação: Processo constituído por uma série de alterações morfológicas, físicas, fisiológicas e bioquímicas, que se verificam a partir da fecundação do óvulo e prosseguem até o momento em que as sementes se desligam fisiologicamente da planta-mãe O PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DAS SEMENTES Maturação x Maturidade

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1

DESENVOLVIMENTO (MATURAÇÃO) DE SEMENTES

Julio Marcos FilhoTecnologia de SementesDepto. Produção Vegetal

USP/ESALQ

DESENVOLVIMENTO OU MATURAÇÃO

Início indução do florescimento e diferenciação

Florescimento não é completamente uniforme

Desenvolvimento da semente: seqüência de eventos controlada pelo genótipo

Conjunto de etapas sucessivas de preparação para a futura germinação

Fundamental relações com o ponto de colheita e o potencial fisiológico das sementes

O PROCESSO DE DESENVOLVIMENTODAS SEMENTES

Primeiros critérios propostos para estudar oprocesso de maturação e identificar o ponto decolheita:

Período entre semeadura ou emergência de plântulas e a colheita

Aspectos morfológicos de sementes, frutos e plantas

Variações do teor de água das sementes(Brenchley & Hall, 1909)

Delouche (1971) conceituou maturação:

Processo constituído por uma série dealterações morfológicas, físicas, fisiológicase bioquímicas, que se verificam a partir dafecundação do óvulo e prosseguem até omomento em que as sementes se desligamfisiologicamente da planta-mãe

O PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DAS SEMENTES

Maturação x Maturidade

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Dure III (1975)

Dias após o início do florescimento

Ma

téri

a s

ec

a d

o e

mb

riã

o

DIVISÃO E EXPANSÃOCELULAR

(FASES I e II)

DEPOSIÇÃO DE RESERVAS(FASE III)

DESSECAÇÃO(FASE IV)

HISTODIFERENCIAÇÃO

PARÂMETROS GERAIS PARA CARACTERIZAR O PROCESSO DE MATURAÇÃO

Amostras coletadas em intervalos pré-determinadosidentificação de parâmetros associados ao

progresso da maturação

O PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DAS SEMENTES

1. Variação do teor de água

Sementes em frutos carnosos

Desidratação final

Sementes em frutos secos

TEMPO

Teor de água

Representação esquemática de variações no teor deágua durante a maturação de sementes contidas emfrutos secos (- -) e carnosos ( ).

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3

20 40 60

80

160

240

mg

/sem

ente

- 3,5

- 2,5

- 1,5

- 1,0

MP

a

Mat. seca

Pot. hídrico

Te Krony

R6R5

O PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DAS SEMENTES

2. Variação do tamanho

Desenvolvimento da semente e da vagem de soja (Ritchie et al., 1994)

O PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DAS SEMENTES

2. Variação do tamanho

R6 R7 R8

Transformações durante a maturaçãoTamanho x Teor de água

Tamanho

Tempo

Teor

de

águ

a (%

)

Teor de águafruto carnoso

Teor de águafruto seco

Denise Dias

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4

O PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DAS SEMENTES

1. Variação do grau de umidade + massa seca

Teor de água

Mat. seca

3. Massa seca

2 5 8 11

2

4

6

mer

o d

e cé

lula

s/se

men

te x

10

-6

número de células

matéria seca

10

40

30

20

(Ma

ss

a d

e m

até

ria

se

ca (

mg

/se

me

nte

)

Egli Período de frutificação (Fase I)

Espécie Grau de umidade Referência

Algodão 50-60 Carvalho, 1972

Amendoim 47-50 Carvalho et al., 1976

Aveia 45 Frey et al., 1958

Feijão 38-44 Neubern e Carvalho, 1976

Milho 25-30 Hunter et al. (1991)

Soja 50 Andrews, 1966

Sorgo 23-30 Kersting et al. (1961)

Trigo 40 Carvalho e Yanai, 1976

Grau de umidade de sementes de diferentes espécies no momento emque atingem o máximo acúmulo de matéria seca

4. Germinação

Protrusão raiz primária x Plântulas normais

O PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DAS SEMENTES

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5

Início da germinação, em relação à época de fecundação do óvulo, em sementes de algumas espécies cultivadas (Delouche, 1971)

EspécieInício da Germinação(dias após a antese)

Centeio 05Trigo 05Sorgo 06 a 10Trevo 10Algodão 22Soja 38

Germinação

Tempo

Ger

min

ação

(%)

Denise Dias

4. Germinação

Germinação x dormência durante a maturação

O PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DAS SEMENTES Dias após a Semeadura

Grau de Umidade

(%)

Matéria Seca(mg/semente)

Germinação(%)

Vigor(mg

m.s./plântula)

78 55,3 20,40 05 5,0

84 50,6 25,34 28 4,07

90 48,1 28,80 77 7,47

96 39,8 34,10 37 7,69

102 27,2 36,44 11 4,86

108 14,1 34,10 09 4,88

111 11,0 37,24 06 5,53

117 8,8 37,54 81 9,57

123 9,9 37,90 83 10,72

126 10,7 37,84 65 9,34

Valores médios obtidos para diferentes parâmetros avaliados durante a maturação de sementes de trigo 'IAS -54'. (Carvalho & Yanai, 1976)

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6

Por que sementes não germinam no interior do fruto??

melão tomate

Denise Dias

Dias após a polinização

Ger

min

ação

(%)

Teor

de

AB

A (u

nida

des)

Le Page-Degivry et al. (1990)

Germinação

Transformações durante a maturação

Contreras et al. 2008

10 20 305 3515 250Dias após o florescimento

AB

A (µ

g/gD

W)

2

6

10

14

4

8

12

Concentração de ABA em sementes de alface

16

Máx. massa seca

5. Vigor

O PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DAS SEMENTES

grau de umidade tamanho

vigor

germinação

matéria seca

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OUTROS MARCADORES

Padrões isoenzimáticos em sementes de pimenta extraídas de frutos colhidos aos 40,50, 60 e 70 DAA e armazenados por 0, 6 e 12 dias, revelados para a enzima álcooldesidrogenase (ADH) Vidigal et al. (2009).

Envolvida na respiração anaeróbica: proteção contra ação do acetaldeído

Padrões isoenzimáticos em sementes de pimenta extraídas de frutos colhidos aos40, 50, 60 e 70 DAA e armazenados por 0, 6 e 12 dias, revelados para a enzimasuperóxido dismutase (SOD). Vidigal et al. (2009)

Envolvida na defesa contra formas reativas de oxigênio

a) Maturidade da semente é identificada pelomáximo acúmulo de matéria seca

b) A maturidade fisiológica é atingida quando nãomais ocorrem acréscimos significativos namassa de matéria seca

c) A maturidade é alcançada quando as sementesatingem máxima massa de matéria seca,germinação e vigor

CONCEITOS

DETERMINAÇÃO DA MATURIDADE FISIOLÓGICA

Page 8: DESENVOLVIMENTO (MATURAÇÃO) DE SEMENTES

8

Espécie Período Médio†

(dias)

Alface 0

Cebola - 4

Fumo 0

MilhoLinhagemHíbrido SimplesHíbrido Duplo

0- 5

-10

Soja - 7

Tomate +10

Trigo - 6

Diferenças entre os momentos em que as sementes atingem valores máximos de matéria seca e de vigor durante a maturação (TeKrony & Egli, 1997)

(†) (-): dias antes do ponto de máxima massa de matéria seca(+): dias após o ponto de máxima massa de matéria seca

DETERMINAÇÃO DA MATURIDADE FISIOLÓGICA

Maturidade fisiológica = máxima massa de matéria seca

IDÉIA PREDOMINANTE

“Maturidade relativa”, “Maturidade morfológica”,“Maturidade de massa”, “Maturidade de colheita”,“Maturidade agronômica”, “Ponto de colheita” ??

Determinação da maturidade em indivíduos ou em populações ??

MATURAÇÃO X MATURIDADE !!!!!

Maduro

Potencial fisiológico

“Passado”

Contreras

Maturação tomate

Dias após a antese

Matéria seca

Contreras Maturação tomate

Potencial fisiológico

Page 9: DESENVOLVIMENTO (MATURAÇÃO) DE SEMENTES

9

Mudanças durante a maturação de sementes de tomate colhidas no 1º, 2º e 3º racemos (Demir & Ellis, 1992)

Sementes secas

após extração

Sementes não

secadas

25 50 75 25 50 75 25 50 75

Teo

r d

e ág

ua

(%)

fed

cba

ihg

Dias após a antese (DAA)

Ger

m (

%)

Mat

. sec

a (m

g)

2o 3o

100

50

100

50

100

50

1o

Dificuldade para identificar o momento em que asemente atinge a maturidade (máxima massa dematéria seca)

DETERMINAÇÃO DA MATURIDADE FISIOLÓGICA

Dias após a Semeadura

Grau de Umidade (%)

Matéria Seca (mg/semente)

64 72,9 61,4

70 60,5 158,4

76 56,8 171,0

79(†) 43,9 202,8

82 38,2 203,8

88 21,8 194,8

94 41,0 208,6

100 30,0 206,4

106 18,1 194,8

Valores médios obtidos para diferentes parâmetros avaliados durante a maturação de sementes de feijão, cv Carioca (Neubern & Carvalho, 1976)

Dificuldade para identificar o momento em que asemente atinge a maturidade (máxima massa dematéria seca)

NECESSIDADE DE AUMENTAR A PRECISÃO:

- Número de repetições estatísticas

- Reduzir intervalos entre colheitas

- Cuidados adicionais para a avaliação da massa de matéria seca: temperatura, pesagens …

DETERMINAÇÃO DA MATURIDADE FISIOLÓGICA

Page 10: DESENVOLVIMENTO (MATURAÇÃO) DE SEMENTES

10

Dias após o

florescimento

Germinação(‡) Açúcares Solúveis(‡) Proteínas(‡)

SR† SL SR SL SR SL

26 00 68 1,1 0,1 0,57 0,09

32 00 68 1,5 0,2 0,51 0,18

42 65 -- 2,2 0,2 0,62 0,25

48 54 93 1,6 0,4 0,48 0,19

Germinação e lixiviação de açúcares e de proteínas de sementes de soja, cv Chippewea, submetidas a secagem durante diferentes etapas do processo de maturação (Adams & Rinne, 1983)

(†) SR – debulha e secagem rápida imediatamente após cada colheita;SL – secagem lenta, no interior das vagens destacadas da planta.

(‡) Germinação (%); Lixiviação (mg/semente)

Dificuldade para identificar o momento em que a semente atinge a maturidade (máxima massa de matéria seca)

Uso de 14 C para monitorar o acúmulo de reservas

DETERMINAÇÃO DA MATURIDADE FISIOLÓGICA

Dias após a Antese

Matéria Seca (mg/semente)

14C (dpm/mg

m.s.)

20 21,5 196

21 22,4 87

22 23,0† 10

23 23,3 30

24 22,5 15

25 22,5 05

26 22,2 02

27 22,7 00

28 22,9 00

30 22,7 00

Alterações no peso da matéria seca e translocação de 14C em sementes de aveia durante a maturação (Lee et al., 1979)

Estádios de maturação (vagens)

Germinação (%) Envelhecimento (%)

Intactas Debulhadas Intactas Debulhadas

Verdes 92 00 91 00

Verde-amareladas 99 31 97 07

Amarelas 99 99 98 85

Marrons 99 99 99 98

Porcentagens de plântulas normais nos testes de germinação e deenvelhecimento acelerado, conduzidos com sementes colhidas em quatroestádios de maturação e secadas no interior da vagem ou debulhadas(Samarah et al., 2009)

Page 11: DESENVOLVIMENTO (MATURAÇÃO) DE SEMENTES

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MATURIDADE X PONTO DE COLHEITA

- Maturidade Fisiológica: Reconhecimento

Camada negra

(Mississippi State University extension service, http://msucares.com/crops/corn/corn2.html)

25

100

75

50

2 3 4 5

6

4

2

teste de frio

condutividade elétrica

Po

rcen

tag

em

mS

/cm

/g s

emen

te

Estadios de desenvolvimento da camada negra

MATURIDADE X PONTO DE COLHEITA

- Maturidade Fisiológica: Reconhecimento

Linha de leite Linha de leite

(Mississippi State University extension service, http://msucares.com/crops/corn/corn2.html)

Linha de leite

Page 12: DESENVOLVIMENTO (MATURAÇÃO) DE SEMENTES

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Ponto de colheita

MATURIDADE X PONTO DE COLHEITA

- Maturidade Fisiológica: Reconhecimento

Cereais de inverno: trigo, cevada, aveia

Hortaliças, Frutíferas

Soja: cor da vagem e da semente

20

40

60

80

100

Dias após R3

49 63 77 90

Per

cen

tag

em

Homocromo

HeterocromoMarrom-avermelhado opaco(característico do cultivar)

Marcos Filho (1979)

Page 13: DESENVOLVIMENTO (MATURAÇÃO) DE SEMENTES

13

6/1

60

100

20

80

40

6/76/56/3 6/9

Infl

ore

scên

cias

em

an

tese

(%

)

Datas

E.I.P. = 5/14

Lolium perenne

22 dias

A

5/2

60

20

80

40

5/235/165/9

Em

erg

ênci

a d

e In

flo

resc

ênci

as (

%)

Datas

E.I.P. = 4/25 5/30 6/6 6/13

Panicum maximum

28 dias

B

MATURIDADE X PONTO DE COLHEITA

- Determinação do ponto de colheita

Parâmetros

- Dificuldades para a colheita na MF

MATURIDADE X PONTO DE COLHEITA

- Uniformidade de maturação

Prof. Paulo Cesar T. Melo

Page 14: DESENVOLVIMENTO (MATURAÇÃO) DE SEMENTES

14

I

II

III

CENOURAUnghiatti

Ordem das Umbelas

Umbelas / Planta

Proporção (%)

Germinação (%)

I Contagem (%)

1000 sementes (g)

Primária 1 11 75 54 2,28

Secundária 11 58 65 43 2,15

Terciária 24 31 54 37 1,99

Número de umbelas por planta, contribuição para a produção desementes (%), germinação (%), vigor (primeira contagem - %) emassa de 1000 sementes referentes a diferentes ordens de umbelasde cenoura (Nascimento, 1991)

- Maturidade Fisiológica x Atraso da Colheita

Quantidade de sementes

MATURIDADE X PONTO DE COLHEITA

Page 15: DESENVOLVIMENTO (MATURAÇÃO) DE SEMENTES

15

Data

(L1)

Produção

(kg/ha)

Data

(L2)

Produção

(kg/ha)

09/03/81 5.255 11/03/81 5.104

19/03/81 4.493 01/04/81 4.797

08/04/81 4.398 22/04/81 4.695

05/05/81 3.904 12/05/81 4.440

18/05/81 3.888 05/06/81 4.236

Efeito da época de colheita sobre a produção de sementesde milho, em dois locais (L1 e L2) do estado do Paraná (Hadlich, 1983)

PERDA NATURAL DE SEMENTES

Degrana ou deiscência

- Quantidade colhida

- Plantas espontâneas

- Gramíneas forrageiras, mamona, arroz, soja,feijão, girassol, alface, repolho, cebola, cenoura

MATURIDADE X PONTO DE COLHEITA

Tiguera

Page 16: DESENVOLVIMENTO (MATURAÇÃO) DE SEMENTES

16

ANO MF PC 14* 28*

1973 94 88 58 55

1974 85 83 85 41

1975 89 85 66 57

1976 83 28 13 07

1977 71 62 40 05

Vigor (envelhecimento acelerado) de sementes de soja “Kent’,colhidas em épocas diferentes, durante cinco anosexperimentais (TeKRONY et al., 1980).

Qualidade (desempenho) de sementes

TomateProf. Paulo Cesar T. Melo

Roberto K. ZIto

MATURIDADE X PONTO DE COLHEITA

Efeitos do ambiente: fatores abióticos e bióticos

Page 17: DESENVOLVIMENTO (MATURAÇÃO) DE SEMENTES

17

U.R.

U.R.

U.R.

U.R.

U.R.

- Uso de dessecantes e época de aplicação

Denise Dias

Page 18: DESENVOLVIMENTO (MATURAÇÃO) DE SEMENTES

18

USO DE DESSECANTES

Vantagens

- Antecipação da colheita

- Planejamento racional da colheita

- Eficiência das máquinas colhedoras

- Sementes mais “limpas”

- Eficiência secagem e beneficiamento

- Potencial fisiológico das sementes Aplicação dessecantes soja

Castiglioni

Lavoura dessecada de soja Comparação de plântulas anormais provenientes do tratamento glifosato (A)com plântulas normais do tratamento testemunha (B). Plântulas produzidasno teste de germinação. Foto: Odair Costa.Daltro et al. (2010)

A

B

Page 19: DESENVOLVIMENTO (MATURAÇÃO) DE SEMENTES

19

Comparação de plântulas de soja provenientes do tratamento glifosato (A) complântulas do tratamento testemunha (B). Plântulas produzidas no teste de emergênciade plântulas em solo. Foto: Odair Costa.Daltro et al. (2010)

A

B

Dose (g/ha)

Viabilidade TZ 1 - 5 Vigor TZ 1 - 3

Estádio V6 Estádio R2 Estádio V6 Estádio R2

0 93 96 69 81

1.440 90 91 49 61

2.880 91 75 71 43

Valores de viabilidade (1-5) e vigor (1-3) em teste de tetrazólio em sementesde soja, cultivar CD 219RR, colhidas após a aplicação de duas doses deglifosato em diferentes estádios fenológicos (Albretch et al., 2012)

TRANSFERÊNCIA E ASSIMILAÇÃO DAS RESERVAS

- Sequência de eventos programados geneticamente

- Monocotidedôneas endosperma Dicotiledôneas cotilédones

- Produção final: número de sementes formadas + taxa de crescimento das sementes + duração do período de “enchimento”

TRANSFERÊNCIA E ASSIMILAÇÃO DAS RESERVAS

- Fontes de açúcares- Folhas, frutos, fotossíntese pré e pós antese

- Nitrogênio e Minerais- Raízes- Nódulos- Senescência e remobilização de reservas (fruto,

nucela, endosperma)- Nitrogênio (proteínas) é remobilizado- Carbono é, em grande parte, integrante de componentes

estruturais

Page 20: DESENVOLVIMENTO (MATURAÇÃO) DE SEMENTES

20

TRANSFERÊNCIA E ASSIMILAÇÃO DAS RESERVAS

- Minerais: raízes gemas, folhas e ramos (via xilema) fruto (via floema)

- Fotossintatos (açúcares, aminoácidos e outrossolutos) fruto (via floema) semente

- Há ativa digestão de tecidos

TRANSFERÊNCIA E ASSIMILAÇÃO DAS RESERVAS

- Sementes maduras dois a três tipos principais dereservas armazenadas.

- Síntese é paralela durante a maturação, de modo que as sementes possuem capacidade múltipla de biossíntese.

- Síntese ocorre em compartimentos celulares distintos:amido, em amiloplastoslipídios, em esferossomosproteínas, no citosol e retículo endoplasmático

Turgescência governa o transporte pelo floema

Wolswinkel (1992)

(+ úmido: maior potencial) (+ seco: menor potencial)

sentido do fluxo

fontefonte drenoEstádios Mat. Seca

(mg/sem.)Umidade

(%)Proteínas(mg/sem.)

Óleo(mg/sem.)

Açúcares(mg/sem.)

R 4 0,2 78,4 ---- ---- ----

R 5 5,9 83,1 2,5 0,1 1,3

R 6 123,6 62,4 42,0 26,7 19,3

R 7 194,2 51,9 71,9 31,7 30,8

R 8 188,3 9,7 73,4 36,2 32,4

Variação da composição da semente de soja durante a maturação(Dornbos e McDonald, 1986)

Page 21: DESENVOLVIMENTO (MATURAÇÃO) DE SEMENTES

21

TRANSFERÊNCIA E ASSIMILAÇÃO DAS RESERVAS

- Não há conexão vascular direta planta / semente, nem entre tegumento e embrião ou endosperma

Conexão via plasmodesmos simplasto

Paredes + espaços intercelulares apoplasto(transporte mais rápido)

- Últimas ramificações do sistema vascular: funículo e chalaza

TRANSFERÊNCIA E ASSIMILAÇÃO DAS RESERVAS

- Fonte de carboidratos: principal soluto transportado pelo floema é a sacarose

- Fontes de N aminoácidos; em cereais maior parte do N provém de fertilizantes; em leguminosas, da simbiose

- Para receber nutrientes da planta, semente usa mecanismos de transporte a curtas distâncias

via apoplasto + células de transferência

TRANSFERÊNCIA E ASSIMILAÇÃO DAS RESERVAS

- Sementes endospermáticas

Desenvolvimento do endosperma precede o do embrião

endospermaamiláceo

células detransferência

região chalaza/placenta

embrião

pedicelo

floema

endosperma basal

TRANSFERÊNCIA E ASSIMILAÇÃO DAS RESERVAS

Page 22: DESENVOLVIMENTO (MATURAÇÃO) DE SEMENTES

22

Crease = estria longitudinal; strand = filamento

TRANSFERÊNCIA E ASSIMILAÇÃO DAS RESERVAS

- Sementes cotiledonares

f f

ct

eeh

O PROCESSO DE ACÚMULO DE MATÉRIA SECA

feixes vasculares

ASSIMILAÇÃO DAS RESERVAS

- Atividade enzimática determina o direcionamentodos processos de síntese.

Ácidos nucleicos

Carboidratos (amido em plastídios)

Lipídios (síntese em esferossomos)

Proteínas (síntese no citosol e retículo endoplasmático)

- Acúmulo de carboidratos precede o de lipídios ede proteínas.

Page 23: DESENVOLVIMENTO (MATURAÇÃO) DE SEMENTES

23

ASSIMILAÇÃO DAS RESERVAS

- Leguminosas:Reservas nos cotilédonesInício do desenvolvimento: fonte é a nucela

Período de acúmulo de reservas

TRANSFERÊNCIA E ASSIMILAÇÃO DAS RESERVAS

- A maioria das plantas produz quantidade deóvulos superior ao número de sementesque podem suportar até a maturidade

- O período de polinização/fecundação écrítico para determinar o número desementes produzidas e o potencial deprodução

- Período de transferência/assimilação dereservas é extremamente vulnerável aestresses: tamanho e potencial fisiológicopodem ser drasticamente reduzidos

Zinselmeier et al. (1999)

INFLUÊNCIA DO AMBIENTE SOBRE O DESENVOLVIMENTO DA SEMENTE

O suprimento de assimilados determina o grau dedesenvolvimento das sementes; estresses duranteesse período podem ser devastadores à produção edesempenho das sementes

A maioria das plantas produz quantidade de óvulossuperior à quantidade de sementes que conseguenutrir e reter até a maturidade

Os períodos de polinização e de “enchimento” sãocríticos para a determinação do número e peso dassementes formadas

FATORES QUE AFETAM O DESENVOLVIMENTO DA SEMENTE

- Número potencial de sementesNúmero de sementes que será produzido se toda a

estrutura reprodutiva completar o desenvolvimento detodos os óvulos formados

A maioria das plantas produz número de óvulos maior doque são capazes de dar suporte até a maturidade

Depende do número de flores produzidas, eficiência dapolinização e fecundação, taxa de abortamento,disponibilidade de nutrientes

Page 24: DESENVOLVIMENTO (MATURAÇÃO) DE SEMENTES

24

FATORES QUE AFETAM O DESENVOLVIMENTO DA SEMENTE

Se um número muito grande de óvulos é fertilizado, onúmero de sementes pode ser excessivo em relação àquantidade de nutrientes disponibilizada pela planta

aumento da taxa de abortamento

Se um número relativamente pequeno de óvulos éfertilizado, o número de sementes será insuficiente emrelação à quantidade de nutrientes disponibilizada pelaplanta baixa produção

Tardias

Tardias

Iniciais Iniciais

Dias após a abertura da flor

% c

um

ula

tiva

de

abo

rto

s

% c

um

ula

tiva

de

abo

rto

s

Acúmulo de abortos de flores e vagens no decorrer da maturação de

dois cultivares de soja (Heitholt et al., 1986).

- Não é possível, para o melhorista, obter plantas queproduzam, exclusivamente, grande número de sementesgraúdas.

- Planta pode produzir grande número de “pequenas” oupequeno número de “grandes”. Produção de “grandes”geralmente acarreta redução do numero de sementesproduzidas, devido ao consumo elevado de nutrientes(fotossíntese + solo).

- Para produzir apenas sementes graúdas, a plantaprecisa ser grande. Ex.: coco x fumo

INFLUÊNCIA DO AMBIENTE SOBRE O DESENVOLVIMENTO DA SEMENTE

- Disponibilidade de águaSuprimento adequado tamanho e pesoDeficiência moderada x deficiência severaÉpoca de ocorrência: quantidade, tamanhoAssociação com estresse térmico

- Fertilidade do soloSuprimento adequado tamanho e pesoPrincípio da compensação

Page 25: DESENVOLVIMENTO (MATURAÇÃO) DE SEMENTES

25

Época de Deficiência Hídrica

Sementes(No/ planta)

Desenvolvimento das Sementes Peso

Sementes(mg)Taxa

(mg/dia)No Dias

Testemunha 638 8,68 43 292

Divisões celulares 544 8,24 47 283

Transferência dematéria seca

644 8,11 44 277

Efeitos da deficiência moderada de água sobre o desenvolvimento de grãos de milho (Ouattar et al, 1987)

Época de Deficiência Hídrica

Sementes(No/ planta)

Desenvolvimento das Sementes

Peso Sementes

(mg)Taxa (mg/dia)

No Dias

Testemunha 518 9,91 46 311

Divisões celulares, até a

maturidade fisiológica

519 8,18 28168

Transferência de matéria seca, até a

maturidade fisiológica

545 9,76 38 273

Efeitos da deficiência severa de água sobre o desenvolvimento de grãos de milho (Ouattar et al, 1987)

APROSMAT, 2006 FRANÇA NETO

Page 26: DESENVOLVIMENTO (MATURAÇÃO) DE SEMENTES

26

Abortos causados por seca

- TemperaturaValor crítico: 35oC durante o período de

transferência de matéria secaMaturação “forçada”

INFLUÊNCIA DO AMBIENTE SOBRE O DESENVOLVIMENTO DA SEMENTE

- LuminosidadeFotossíntese x desempenhoRetenção de flores e frutos

- Posição da semente na planta

- Deficiência hídrica associada ao estresse térmico

- Soja: enrugamento

- Temperaturas > 32º C: atuam proteínas de choque

térmico em determinados cultivares

- Maturação ‘forçada’ (sementes esverdeadas)

INFLUÊNCIA DO AMBIENTE SOBRE O DESENVOLVIMENTO DA SEMENTE

Page 27: DESENVOLVIMENTO (MATURAÇÃO) DE SEMENTES

27

Estresse Hídrico

Produção (g/planta)

Sementes (no/planta)

Peso Matéria Seca (g/sem)

29oC 35oC 29oC 35oC 29oC 35oC

Testemunha 34,3 24,4 136 131 208 188

Moderado 24,0 14,8 132 108 192 135

Severo 18,3 8,7 112 87 164 99

Efeitos dos estresses hídrico e térmico sobre a produção, número e peso das sementes de soja (Dornbos & Mullen, 1991).

SOJA - Maturidade Fisiológica R7

Sementes esverdeadas

Estresse hídrico + Alta temperatura durante a maturação

Não há degradação completa da clorofila na passagem de R6 para R7, ou seja, as sementes desidratadas de

modo rápido não perdem a clorofila no mesmo grau que aquelas desidratadas de forma lenta

(Zorato et al., 2007; Pádua, 2006; Pádua et al., 2009)Denise Dias

Gilda Pádua Gilda Pádua

Page 28: DESENVOLVIMENTO (MATURAÇÃO) DE SEMENTES

28

ColoraçãoGerminação (%)

Tetrazólio 1-3 (%)

Emergência (%)

Inicial3

mesesInicial

3 meses

Inicial3

meses

Amarelado 88 87 75 73 87 88

Esverdeado 60 19 52 20 58 38

Soja: presença de sementes esverdeadas e seus efeitos nopotencial fisiológico (Scheren e Tolentino Junior, 2005)

REVERSÃO DO METABOLISMO DE DESENVOLVIMENTO

Padrão de desenvolvimento: divisão e expansão,acúmulo de matéria seca, dessecação

As sementes não germinam enquanto presas à planta-mãe

Durante a maior parte do período de desenvolvimento:Formação e atividade de enzimas envolvidasem processos de síntese, gerenciada pela síntesede RNA-m

REVERSÃO DO METABOLISMO DE DESENVOLVIMENTO

Gerenciamento:

Citocininas divisão celular

Giberelinas expansão celular e direcionamento da síntese de reservas

Ácido abscísico acúmulo de matéria seca

Auxinas assimilação de matéria seca

INFLUÊNCIA DOS FITOHORMÔNIOS

cit gib aux

ABA

Fecundação Maturidade

m.seca

Page 29: DESENVOLVIMENTO (MATURAÇÃO) DE SEMENTES

29

REVERSÃO DO METABOLISMO DE DESENVOLVIMENTO

Síntese e atividade do ABA:Prevenção contra a passagem direta da fase de embriogênese para a de germinação

Síntese e atividade do ABA:Alta concentração durante a embriogênese

Síntese de RNA-ma) codificação da síntese de enzimas envolvidas

em processos de sínteseb) codificação da síntese de enzimas envolvidas

em processos de hidrólise

Plantas de linhagens de tomate deficientes em ABA nãoexibem repouso pós-desenvolvimento e as sementesgerminam no interior do fruto (foto Hilhorst)

REVERSÃO DO METABOLISMO DE DESENVOLVIMENTO

Durante a fase de desidratação:Redução da síntese de ABA ou menor sensibilidade

da semente aos níveis de ABA

Passa a predominar a síntese de enzimas envolvidasprocessos de hidrólise (“estoque”)

Reversão do metabolismo em população inalterada decélulas Sementes Ortodoxas x Recalcitrantes

Gerenciamento pelo RNA-m

Does drying play a role in this switch?

síntese mobilização

Secagem é o “sinal” para o disparo da reversão do metabolismo (anabolismo para catabolismo)

Henk Hilhorst

Page 30: DESENVOLVIMENTO (MATURAÇÃO) DE SEMENTES

30

Síntese de Proteínas e Secagem: embrião de mamona

Desenvolvimento

Germinação/pós-germinação

Secagem aos 50 DAP (maduro)

Secagem aos 40 DAP (imaturo)

H. Hilhorst

TOLERÂNCIA À DESSECAÇÃO DURANTE A MATURAÇÃO

Tolerância à dessecação:Depende da forma como o tecido é desidratado e

reidratado novamente: época e rapidez

Perda gradual de água: menores problemas porque permite a atuação de mecanismos protetores

Perda da turgidez celular: a célula pode entrar em colapso

TOLERÂNCIA À DESSECAÇÃO DURANTE A MATURAÇÃO

Secagem durante a maturação:Padrão de desenvolvimento , conduzindo o embrião

à quiescênciaPreparo para a germinação

Tolerância à dessecação:Capacidade de recuperar as funções biológicas

quando as sementes são reidratadas após teremsido submetidas a desidratação natural ou artificialDepende da capacidade de manutenção da estrutura

das membranas e de prevenção da desnaturação eproteínas

TOLERÂNCIA À DESSECAÇÃO DURANTE A MATURAÇÃO

Tolerância à dessecação:Fase Intolerante:Divisão e expansão celular + parte do período dedeposição de reservas

Fase Tolerante:Maior parte das reservas depositada e assimilada

Dessecação prematura e rápida:Síntese de enzimas e proteínas essenciaisPerda da turgidez celular, danos a membranas,estrutura de enzimas, proteínas e ácidos nucleicos

Page 31: DESENVOLVIMENTO (MATURAÇÃO) DE SEMENTES

31

polo hidrofílico

Estrutura de fosfolipídios componentes de membranas

Hoekstra et al. (2001)

citoplasma

membranadesidratada

secagem

membranadesidratada

umedecimento

membranareidratada

exsudação decomponentes

celulares

citoplasma

fusão dascamadas

membranaplasmática

membranaplasmática

membranaplasmática

endomembrana

endomembrana

endomembrana

membranaplasmática

endomembrana

Secagem Reidratação

HidratadaLíquida-Cristalina

Seca + AçúcaresLíquida-Cristalina

Liquida-Cristalina

Seca-Gel

Transição dos fosfolipídios da membrana da fase cristalina-líquida (semente hidratada) para a fase gel (semente seca) durante a secagem e retorno à cristalina líquida após a reidratação (Oliver et al., 1998)

A B

Imagens obtidas por meio de microscópio eletrônico de varredura mostrando danos causados porsecagem em eixos embrionários de sementes de soja colhidas com 65% de água. A: eixos embrionáriosde sementes submetidas a secagem artificial; B: sementes secadas naturalmente (Silva et al., 2007).

A B

Eixos embrionários de sementes de soja colhidas com 40% de água. A: eixos embrionários de sementessubmetidas a secagem artificial; B: sementes secadas naturalmente (Silva et al., 2007).

Page 32: DESENVOLVIMENTO (MATURAÇÃO) DE SEMENTES

32

Análise de imagens (MEV) de eixos embrionários de soja mostrando possíveis danos causados por secagem (35 a 45oC) até atingir 13% de águaA. Sementes colhidas com 60% de água e submetidas e secagem artificialB,D. Sementes colhidas com 60% e 20% de água e secadas naturalmente. Houve manutenção

da turgidez celular.C. Sementes colhidas com 20% de água e secadas artificialmente. Não houve danos

B

B

A

A

Eixos embrionários de sementes de soja colhidas com 30% de água. A: eixos embrionários de sementessubmetidas a secagem artificial; B: sementes secadas naturalmente (Silva et al., 2007).

Eixos embrionários de sementes de soja colhidas com 20% de água. A: eixos embrionários de sementessubmetidas a secagem artificial; B: sementes secadas naturalmente (Silva et al., 2007).

TOLERÂNCIA À DESSECAÇÃO DURANTE A MATURAÇÃO:SUBSTÂNCIAS OU MECANISMOS PROTETORES

- Proteínas do tipo LEA (late embryogenesis abundant)

- Sistemas antioxidantes

- Açúcares solúveis: rafinose, estaquiose, sacarose

- Proteínas de “choque térmico”

- Secagem gradual

TOLERÂNCIA À DESSECAÇÃO DURANTE A MATURAÇÃO:SUBSTÂNCIAS OU MECANISMOS PROTETORES

- Proteínas do tipo LEA (late embryogenesis abundant)

Proteínas hidrofílicas, ricas de alanina e glicina, que favorecema tolerância das plantas à dessecação

Geralmente localizadas no citoplasma e no núcleo, contribuem para a estabilização de outras proteínas e macromoléculas

Page 33: DESENVOLVIMENTO (MATURAÇÃO) DE SEMENTES

33

TOLERÂNCIA À DESSECAÇÃO DURANTE A MATURAÇÃO:SUBSTÂNCIAS OU MECANISMOS PROTETORES

- Proteínas do tipo LEA (late embryogenesis abundant)

Síntese de aminoácidos que compõem as LEA teminício enquanto os níveis de ABA ainda são crescentes.

LEAs atingem máxima concentração durante o estádiocorrespondente à metade da expansão do embrião epouco antes da fase final de acúmulo de matéria seca

Cultivares deficientes de ABA não sintetizam LEAs.sp: proteínas de armazenamento

Acúmulo de proteínas LEA durante a fase final de maturação de sementes de algodão, associado à síntese de ABA

Hughes e Galau (1989)

30kDa

50kDa

Perfil eletroforético de proteínas LEA em sementes de pimenta obtidas de frutos colhidos aos 40, 50, 60 e 70 DAA e armazenados

por 0, 6 e 12 diasVidigal et al., 2009Denise Dias

Estádio de Desenvolvimento

Estado de Hidratação

Tolerância à Desidratação

Resposta Celular à Desidratação

PrecoceModo de Ação

Histodiferenciação (divisão celular)

Teor de água e peso fresco aumentam

IntolerantePerda da integri-

dadeDesorganização das

membranas

Expansão Celular

Aumentos na fase inicial e decréscimos com o decor-rer do acúmu-lo de reservas

Atingida no período de de-senvolvimento

Quando tolerante, ocorre a germina-

ção; respostas semelhantes à de-sidratação durante

a maturação

Como na maturação normal

Maturação (Secagem)

Queda rápida do teor de água e do

peso fresco

Tolerante

Redução da síntese de proteínas e RNA-m para o

desenvolvimento da semente. Estí-

mulo à germinação.

Redução na pro-dução de ABA e/ou da sensibilidade. Encerramento da

síntese de compos-tos para desenvolvi-

mento

Semente Madura

Baixo teor de água

Tolerante

Quiescência; con-servação dos com-ponentes do com-

plexo protéico

-----------