CENTRO UNIVERSITÁRIO DE BELO HORIZONTE – UNI-BH

DESENVOLVIMENTO SÓCIO AMBIENTAL: ESTUDOS DA ÁREA

CÁRSTICA EM PRUDENTE DE MORAIS/MG

Denílson Martins Sabino Drummond¹; Josiely Carreira da Silva¹; Joventina Lima¹;

Márcia Rodrigues Marques²; Lucas Barros de Freitas². ¹Alunos do Curso Geografia e

Análise Ambiental do Centro Universitário de Belo Horizonte- UNI-BH ² Orientadores

Endereço eletrônico: denilsondrummond@gmail.com; josielycs@hotmail.com;

joventina.lima@yahoo.com.br.

RESUMO

O trabalho que se segue foi realizado a fim de se obter um entendimento da análise sistemática da área cárstica de Proteção Ambiental de Lagoa Santa- Minas Gerais. Tal estudo visa à interação de todo o contexto para analisar e pesquisar o município de Prudente de Morais em Minas Gerais. Além disso, pode-se observar o conjunto cárstico de Prudente de Morais que permite reconstituir parcialmente o ambiente no qual o Homem pré-histórico evoluiu. Portanto, através de métodos e técinicas específicas, ressaltando a importância da preservação do conjunto cárstico de Prudente de Morais.

PALAVRA-CHAVE: CARSTE; PRESERVAÇÃO; GEOMORFOLOGIA;

INTRODUÇÃO

O município de Prudente de Moraes está inserido na área cárstica que é um tipo de paisagem desenvolvida, sobretudo em regiões que apresentam rochas calcárias ou dolomíticas. É caracterizado pela dissolução da rocha e resulta no aparecimento de cavernas, dolinas, rios subterrâneos, entre outros.

Além do valor econômico, o carste apresenta também grande valor científico e cultural, em função de ter um dos mais ricos acervos arqueológicos e paleontológicos do planeta e é de grande importância para várias ciências como a Geografia, a Geologia e a Biologia.

O objetivo do trabalho é fazer uma análise do município de Prudente de Morais, o qual está inserido na área Cárstica da região metropolitana de Belo Horizonte, surge assim à necessidade de uma pesquisa mais profunda e detalhada a respeito de suas características geográficas para auxilio de análise e preservação do meio ambiente. METODOLOGIA

Devido à área ser de grande relevância ambiental, houve a necessidade de um diagnóstico do município, onde se desenvolveu uma metodologia especifica para Prudente de Morais através de pesquisa aos acervos para o levantamento dos dados bibliográficos, juntamente com o trabalho de campo para identificar a geomorfologia do local em foco, isso foi possível por causa do auxílio por um morador da cidade. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Segundo Barbosa (1984), a precipitação anual da região cárstica central de Minas Gerais não ultrapassa 1.300mm, concentrando-se nos meses de outubro a abril. A temperatura média anual é de 22°C, nunca sendo inferior a 15°C no inverno, estando à região situada entre 300m e 800m de altitude.

De acordo com os dados hidrológicos da CPRM, os parâmetros médios da área cárstica são: Temperatura média anual = 22,8°C; Pressão atmosférica média anual = 929mb; Umidade relativa média anual = 67,8%; Velocidade média anual do vento = 1,5m/s.

População Prudente De Morais

- 1980 1991 2000 URBANA 3.012 5.586 7.823 RURAL 1.235 1.233 367 TOTAL 4.247 6.819 8.190

Tabela 01 - População Urbana e Rural

De acordo com o (IBGE, 2000) a proporção de adultos é muito maior se comparada a população de jovem e idosa a proporção de adultos tem variado pouco, verifica-se uma tendência para redução, uma vez que a quantidade de jovens adultos serão cada vez menos. O município tem taxas de natalidade e mortalidade elevada já a vegetativa média de vida da população é baixa. Em media os homens morrem mais cedo do que as mulheres. Constatando assim que a população tem a tendência envelhecimento com a do Brasil. A população rural tem diminuindo gradativamente. ORIGEM DA ROCHA CALCÁRIO

O calcário é uma rocha sedimentar, de origem orgânica, homogênea, composta predominantemente de carbonato de cálcio e oriunda da ação direta ou indireta de organismos ou da acumulação de seus restos. As rochas podem ser zoogênicas ou fitogênicas, conforme o ser vivo participante na sua formação, animal ou vegetal.

Os solos desenvolvidos sobre as áreas carbonáticas já se prestavam ao uso e ocupação desde a idade pré-paleolítica, geralmente por sua elevada fertilidade natural e riqueza em mananciais hídricos.

O principal aspecto uma área cárstica é a presença da drenagem de sentido predominantemente vertical de subterrâneo, resultando normalmente na completa ausência de cursos de água superficiais.

O relevo cárstico evolui com grande rapidez se comparado a outros tipos de terrenos, o que lhe atribui um caráter fortemente dinâmico. Uma vez instalado um sistema hídrico, segundo o condicionamento imposto pela rocha e pela configuração progressiva do terreno, a própria dinâmica da água passa a ser um dos principais, se não o maior fator de elaboração das formas ou da geometria das cavernas, imposto especificamente pelas condições de gradiente hidráulico (respeitadas as condições químicas exigidas, já mencionadas anteriormente).Os processos de carstificação atuam como já visto, em superfície, em superfície e mesmo em profundidade. O relevo cárstico superficial, o “exocarste”, apresenta-se como um conjunto de feições muito características, marcado basicamente pela heterogeneidade de formas, com mudanças altimétricas bruscas que são, muitas vezes, expressões da dinâmica de modelamento subterrâneo. Em outros casos, são tais formas superficiais as indutoras ou as responsáveis pela conformação subterrânea ou do “endocarste”. Portanto, formas superficiais e sub-superficiais estão quase sempre vinculadas entre si.

CAVERNAS Segundo Hardt (2008) a maioria das cavernas são elementos de um relevo

complexo denominado carste, que pode ser definido em termos de um conjunto de formas, condicionadas pela estrutura e por dissolução das rochas, e processos geomorfológicos (intemperismo químico) associados.

Segundo o estudo da CPRM o primeiro regimento explícito sobre cavernas data de 24 de janeiro de 1986 e é referente a uma resolução do CONAMA (Res. CONAMA n.009), criando uma Comissão Especial para tratamento de assuntos relativos à preservação do Patrimônio Espeleológico. No ano subseqüente, o mesmo organismo lança um “Programa Nacional de Proteção ao Patrimônio Espeleológico Nacional” (Res. CONAMA n.005 de 06/08/87).

As cavernas constituem áreas de patrimônio natural pela constituição brasileira de 1988, em seu Art. 20 – inciso X que determina como área. Não foram esquecidas nesta perspectiva legal, sendo objetos de legislação específica - Resolução CONAMA 347/04, que dispõe sobre a proteção do patrimônio espeleológico. A APA foi criada pela Lei Estadual (MG) Nº18. 043, de 23 de janeiro de 2009 que modifica o Decreto nº 20.597, de 4 de junho de 1980,que define:

“(...) área de proteção especial, situada nos

Municípios de Lagoa Santa, Pedro Leopoldo e

Matozinhos, para fins do disposto no art. 13 da Lei

Federal nº 6.766, de 19 de dezembro de 1979”

SUMIDOUROS E RESSURGÊNCIA

Em outros pontos, a mesma irregularidade da superfície permite o “ressurgimento” de águas até então subterrâneas.

Fig.1 e 2. Ressurgência

Autor: Denílson Drummond

Fig.3. Sumidouro

Autor: Denílson Drummond Por causa da forte irregularidade do terreno e de seu caráter de permeabilidade,

conformam se sumidouros com freqüência (Fig.1 e 2). Em outros pontos, a mesma irregularidade da superfície permite o

“ressurgimento” de águas até então subterrâneas. Rodrigues apud Resende (2007) consideram os sumidouros como pontos de

infiltração que podem ter seu início em depressões fechadas de dimensões variadas como uma dolina ou um vale cego, ou até mesmo em uma região onde não exista qualquer depressão (perda difusa). Por outro lado, os autores identificam as ressurgências como locais onde o caudal da água subterrânea, correspondente às infiltrações do carste, aflora em determinado ponto. Dessa forma, seu fluxo pode ser perene, intermitente ou irregular. CONCLUSÃO

O carste é um ambiente frágil precisa ser dada a atenção adequada preservando o

seu ambiente, devem-se preservar esse local porque é de grande relevância e importância ambiental. Para tanto, é necessário um cuidado redobrado na manutenção diária dos locais carentes de aspersão d’água como, as vias de acesso ao empreendimento e nas áreas das calcárias, cujo objetivo é diminuir a concentração de particulados na atmosfera inerentes à atividade mineraria. As cavernas e as grutas levam centenas de ano para se formar, as colinas, sumidores e ressurgência, os vales cegos, lagoas são áreas de contato com água que estão sujeitos a contaminação devido a agriculturas, lixo, entulho, gados e as empresas que ali fazem presentes. Não é impedir o crescimento da área mais agir com sustentabilidade.

AGRADECIMENTO

O resultado de trabalho é fruto da orientação da professora Márcia Rodrigues Marques e do aluno Lucas Barros de Freitas que contribuíram com seu conhecimento, através de um apoio didático e dedicação representativa. Por isso, recebem a sinceras homenagens. Ao Centro Universitário de Belo Horizonte e a UFMG que forneceram material para a pesquisa e também aos autores que se comprometeram em realizar esse trabalho de forma assídua.

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CHRISTOFOLETTI, Antônio, 1036 – Geomorfologia. São Paulo, Edgard Blucher, 2ª edição, 1980. DUTRA, Georgete; HORTA, Lilia; LUIZA,Mylene - APA Carste de Lagoa Santa – Patrimônio Espelológicos, História e Cultural – volume III. Belo Horizonte. IBAMA\ CPRM, 1998. GUERRA, Antõnio Teixeira, 1966 – Dicionário Geológico – Geomorfologico. Rio de Janeiro, 2ª edição. 1966. MENESES, Isabel Cristina – Analise Geossistemica na Áre de Proteção Ambiental (APA) Carste de Lagoa Santa – MG – Belo Horizonte.2003. RESENDE, Luciana; DINIZ, Ângela; PEREIRA, Antônio Expansão Urbana e Proteção Ambiental: Um estudo a partir da APA Carste de Lagoa Santa – MG, Brasil., Belo Horizonte.

TAVASSOS, Luiz Eduardo Panisset – Caracterização do Carste da Região de Cordisburgo – MG – Belo Horizonte. 2007.