Desenvolvimento+e+Aplicação+das+Metodologias ... ·...

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Desenvolvimento e Aplicação das Metodologias Regulamentadas de Validação de Limpeza na Indústria Farmacêutica Primária Dalila Sofia Alves Gurita Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em Engenharia Biológica Orientadores: Doutora Maria da Conceição Monteiro André Oliveira Engenheiro Carlos Manuel Ferreira Reis Santos Comité Examinador Presidente: Professora Helena Maria Rodrigues Vasconcelos Pinheiro Orientador: Doutora Maria da Conceição Monteiro André Oliveira Vogal: Doutora Dália Maria Dias Barbosa Novembro, 2015

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Desenvolvimento+e+Aplicação+das+Metodologias+Regulamentadas+de+Validação+de+Limpeza+na+Indústria+Farmacêutica+Primária+

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Dalila+Sofia+Alves+Gurita+

+

Dissertação!para!obtenção!do!Grau!de!Mestre!em!

Engenharia+Biológica+

+

Orientadores:!Doutora!Maria!da!Conceição!Monteiro!André!Oliveira!

Engenheiro!Carlos!Manuel!Ferreira!Reis!Santos!

+

Comité+Examinador+

Presidente: Professora!Helena!Maria!Rodrigues!Vasconcelos!Pinheiro!

Orientador:!Doutora!Maria!da!Conceição!Monteiro!André!Oliveira!

Vogal:!Doutora!Dália!Maria!Dias!Barbosa!

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Novembro,+2015

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Esta!dissertação!está!escrita!sob!as!regras!do!antigo!acordo!ortográfico.!

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Aos$meus$Pilares:$Os$meus$pais$O$meu$irmão$A$minha$avó$

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!“Por$ vezes$ sentimos$que$aquilo$que$ fazemos$não$é$ senão$uma$gota$de$água$no$mar.$Mas$o$mar$seria$menor$se$lhe$faltasse$uma$gota.”$

$Madre$Teresa$de$Calcutá$

!!vi!

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!!vii!

Resumo+Devido!à!sua!grande!dimensão!e!importância!directa!no!quotidiano,!a!indústria!farmacêutica!distingueOse!e!

prima!por!oferecer!as!melhores!condições!de!qualidade!e!segurança!aos!seus!clientes.!

Com!o!passar!do!tempo,!a!limpeza!de!instalações!e!equipamentos!tem!vindo!a!assumirOse!como!fulcral!na!

produção! farmacêutica,! tornandoOse! a! sua! validação! da! máxima! importância.! A! mera! possibilidade! de!

ocorrência!de!contaminações!pode!abater!todo!um!processo!de!produção,!pode!até!impedir!ou!reverter!uma!

aprovação! pelas! entidades! reguladoras,! resultando! em! perdas! elevadas! de! custos,! recursos! e! tempo.! A!

melhoria!contínua!dos!processos!de!monitorização!é!uma!premissa!comum!a!qualquer!indústria!farmacêutica.!

Na! empresa! farmacêutica! Cipan,! pertencente! ao! grupo! AtralCipan,! essa! exigência! é! repetidamente!

relembrada.! Existe! um! enorme! cuidado! e! atenção! no! que! toca! ao! nível! de! limpeza! dos! equipamentos,! por!

forma!a! impedir!qualquer!tipo!de!contaminações,!com!especial! foco!nas!contaminações!cruzadas,!que!são!a!

temática!mais!abordada!no!decorrer!desta!dissertação.!

Particularmente,! o! trabalho! descrito! propôsOse! a! validar! a! limpeza! dos! equipamentos! utilizados! na!

produção!de!Princípios!Activos!na!Cipan.!Para!atingir!este!fim,!foi!feito!um!levantamento!de!todas!as!áreas!dos!

equipamentos! utilizados! na! instalação,! ao! qual! se! seguiu! a! identificação! dos! casos! mais! críticos.! Este!

reconhecimento! permitiu! chegar! a! limites! de! aceitação,! segundo! um! processo! de! cálculo! encadeado,! que!

possibilitaram!o!desenvolvimento!de!todo!o!trabalho!experimental.!A!amostragem!dos!equipamentos!não!foi!

feita!in!vivo,!tendoOse!mimetizado!as!condições!de!produção!à!escala!laboratorial.!

A! segunda! parte! deste! trabalho,! visava! a! análise! das! amostras! recolhidas! laboratorialmente,! através! da!

utilização! do! método! analítico! de! HPLC,! previamente! validado.! O! objectivo! desta! pesquisa! recai! na!

determinação!dos!resíduos!de!Príncipio!Activo,!através!da!determinação!das!taxas!de!recuperação!afectas.!

A! comparação! dos! resultados! permitiu! aferir! que! as! técnicas! de! limpeza! em! vigor! não! se! encontram!

passíveis!de!validação,!uma!vez!que!os!valores!de!taxas!de!recuperação!obtidos!se!encontram,!globalmente,!

abaixo!dos!critérios!de!validação!estipulados.!Além!dos!possíveis!erros! inerentes!ao!processos,!que!poderão!

estar!na!base!da!não!conformidade,! incluiOse!também!a!incerteza!quanto!à!estabilidade!da!solução!utilizada,!

que!não!foi!passível!de!estudo.!

A!obtenção!de! todas!as! informações!no!decorrer!do! trabalho!prático! forneceram!dados!bastante!úteis!à!

empresa,!uma!vez!que!irão!permitir!optimizar!tanto!o!método!analítico!utilizado,!como!o!processo!de!limpeza!

em!si,!de!modo!a!que!a!validação!seja!atingida.!A!determinação!da!validação!é!da!maior!importância!e!deverá!

ser!mantida! a! intenção! na! sua! prossecução,! uma! vez! que! permitirá! a! prevenção! de! futuras! contaminações!

cruzadas!na!produção!dos!diversos!Princípios!Activos,!permitindo!à!empresa!seguir!o!seu!curso!de!produção.!

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PalavrasRChave:!Validação,!Limpeza,!Equipamentos,!Produto,!Princípio!Activo,!HPLC,!Empower!

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!!viii!

Abstract+Due!to!its!huge!dimension!and!significance!in!everyone’s!quotidian,!pharmaceutical!industry!excels!to!offer!

the!best!quality!practices!and!safety!conditions!to!assure!greater!fiability!to!its!customers.!

Over!time,!plants!and!equipments!cleaning!procedures!became!more!and!more!central!in!pharmaceutical!

manufacturing,!being!its!validation!extremely!important.!The!lowest!possibility!of!contaminations!may!stop!an!

entire! production! process,! resulting! in! massive! costs,! resources! and! time! losses.! So,! the! continuous!

improvement!of!monitorization!is!crucial!and!a!common!practice!in!any!pharmaceutical!industry.!

In!the!pharmaceutical!company!Cipan,!from!AtralCipan!group,!this!demanding!is!repeatedly!remembered,!

as! there! is! a! tremendous! care! and! attention! regarding! equipments! cleaning! levels! to! prevent! any! kind! of!

contaminations,!with!a!special! focus! in!crossed!contaminations,!which! is!the!most!approached!theme!in!this!

thesis.! This! work! aims,! particularly,! to! validate! the! equipments! cleaning! used! in! the! production! of! Active!

Pharmaceutical! Ingredients! at! Cipan.! To! this! end,! a! survey! of! all! the! equipments! used! in! the! plant! was!

performed,!followed!by!the!identification!of!the!critical!cases.!This!acknowledge!allowed!to!reach!acceptance!

limits,!according!to!a!chained!calculation!process,!which!enabled!the!development!of!the!entire!experimental!

work.!The!sampling!was!not!made!“in!vivo”,!as!the!manufacturing!conditions!were!reproduced!at!a!laboratorial!

scale.!

The!second!part!of! this! job,!adressed!the!analysis!of! the! laboratorial! samples,! through!the!application!of!

the!analytical!method!of!HPLC,!previously!validated.!The!intent!of!this!research!lies!in!the!determination!of!API!

residues,!by!determining!the!matching!recuperation!rates.!

The!comparison!of! the! results!enabled! to! state! that! the! ruling!cleaning! techniques!can!not!be!validated,!

once!that!the!recuperation!rates!achieved,!mainly,!are!above!the!stipulated!limits.!Besides!the!possible!errors!

inherent! to! the!process,!which!may!be!the!basis! for! the!non!conformity,! there! is!also!uncertainty!about! the!

solution’s!stability,!that!was!not!studied.!

The!attainment!of!all!the!informations!along!the!work,!provided!very!useful!data!to!the!company,!as!they!

will!allow!the!optimization!of!the!analytical!method!and!the!cleaning!procedure,!so!that!the!validation!can!be!

achieved.!It!is!crucial!to!determine!the!validation!of!the!process!and!the!intention!of!concluding!this!procedure!

is!of!the!utmost!importance,!as!it!will!allow!the!prevention!of!future!crossed!contaminations!in!the!production!

of!the!API’s,!granting!the!company!to!run!its!production!course.!

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Keywords:!Validation,!Cleaning,!Equipments,!Product,!Active!Pharmaceutical!Ingredient,!HPLC,!Empower!

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!!x!

1. Índice+

Resumo'............................................................................................................................................'vii!

Abstract'..........................................................................................................................................'viii!

1.! Índice'...........................................................................................................................................'x!

Índice'de'Figuras'..........................................................................................................................'xii!

Índice'de'Tabelas'........................................................................................................................'xiii!

Lista'de'Abreviaturas'.................................................................................................................'xiv!

2.! Introdução'.................................................................................................................................'1!2.1.! O'Grupo'AtralCipan'......................................................................................................................'1!2.2.! A'Qualidade'.....................................................................................................................................'2!2.2.1.! A!Garantia!da!Qualidade!........................................................................................................................!2!2.2.2.! Importância!da!Qualidade!na!Indústria!Farmacêutica!.............................................................!3!2.2.3.! Requisitos!Legais!da!Qualidade!Farmacêutica!.............................................................................!3!2.2.4.! Gestão!da!Qualidade!e!a!Necessidade!de!Normas!GMP’s!........................................................!4!2.2.5.! Gestão!dos!Riscos!de!Qualidade!.........................................................................................................!5!2.2.6.! Análise!de!Risco!.........................................................................................................................................!6!2.2.7.! Controlo!da!Qualidade!............................................................................................................................!7!

2.3.! A'Limpeza'dos'Equipamentos'na'Indústria'Farmacêutica'.............................................'8!2.3.1.! Potenciais!Contaminantes!dos!Equipamentos!.............................................................................!8!2.3.2.! Processo!de!Limpeza!............................................................................................................................!10!

2.4.! Validação'de'Limpeza'................................................................................................................'12!2.4.1.! Plano!Mestre!de!Validação!de!Limpeza!........................................................................................!13!2.4.2.! Documentos!associados!à!Validação!de!Limpeza!....................................................................!14!2.4.3.! Ensaios!utilizados!na!Validação!.......................................................................................................!15!2.4.4.! Métodos!Analíticos!utilizados!em!Validação!de!Limpeza!.....................................................!17!2.4.5.! Métodos!de!Amostragem!....................................................................................................................!20!2.4.6.! Análise!Comparativa!dos!Métodos!de!Amostragem!...............................................................!22!

3.! Objectivo'dos'Estudos'.........................................................................................................'24!

4.! Metodologias'.........................................................................................................................'25!4.1.! Caracterização'dos'Produtos'..................................................................................................'26!4.2.! Caracterização'de'MatériasSPrimas'e'Solventes'..............................................................'27!4.3.! Caracterização'de'Equipamentos'..........................................................................................'30!4.4.! Matriz'de'Equipamentos'..........................................................................................................'34!4.5.! Definição'de'Limites'..................................................................................................................'36!4.6.! Procedimentos'de'Limpeza'dos'Equipamentos'................................................................'41!4.7.! Planificação'dos'Estudos'de'Recuperação'..........................................................................'43!4.7.1.! Materiais!Utilizados!..............................................................................................................................!44!4.7.2.! Preparação!das!Soluções!e!Fase!Móvel!Utilizadas!...................................................................!45!4.7.3.! Linearidade!..............................................................................................................................................!46!4.7.4.! Tempo!de!Sonicação!.............................................................................................................................!46!4.7.5.! Spiking!Directo!de!Swabs!....................................................................................................................!46!

!!xi!

4.7.6.! Swabbing!de!Placas!...............................................................................................................................!48!

5.! Tratamento'e'Discussão'dos'Resultados'......................................................................'50!5.1.! Apresentação'e'Discussão'dos'Resultados'de'Linearidade'..........................................'51!5.2.! Apresentação'e'Discussão'dos'Resultados'obtidos'para'o'Teste'de'Sonicação'.....'53!5.3.! Apresentação'e'Discussão'dos'Resultados'obtidos'para'o'Spiking'de'Swabs'.........'55!5.4.! Apresentação'e'Discussão'dos'Resultados'obtidos'para'o'Swabbing'de'Placas'....'59!5.5.! Determinação'de'Limite'de'Aceitação'a'partir'de'Taxas'de'Recuperação'..............'64!

6.! Conclusão'................................................................................................................................'65!

7.! Trabalho'Futuro'...................................................................................................................'67!

8.! Referências'Bibliográficas'................................................................................................'68!!

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!!xii!

Índice+de+Figuras+FIGURA!2\1!\!COMPLEXO!FABRIL!DA!ATRALCIPAN.[1]!..........................................................................................................................!1!FIGURA!2\2!\!EMPRESAS!PERTENCENTES!AO!GRUPO!BEIRAFINA!SGPS.[1]!.......................................................................................!1!FIGURA!2\3!–!FACTORES!COMPETITIVOS!DE!UMA!EMPRESA.!..............................................................................................................!2!FIGURA!2\4!\!VISÃO!GERAL!DE!UM!PROCESSO!DE!GESTÃO!DOS!RISCOS!DE!QUALIDADE.[12]!.............................................................!6!FIGURA!2\5!\!ESQUEMATIZAÇÃO!DO!ENQUADRAMENTO!DO!VMP!NO!SISTEMA!DE!QUALIDADE.[26]!..........................................!13!FIGURA!2\6!\!SISTEMA!DE!CROMATOGRAFIA!LÍQUIDA!DE!ALTA!PRESSÃO,!HPLC.[36]!..................................................................!18!FIGURA!2\7!\!EXEMPLO!DE!CROMATOGRAMA.[36]!...............................................................................................................................!19!FIGURA!2\8!\!DIVERSIDADE!DE!APLICAÇÃO!DA!TÉCNICA!DE!TOC!A!DIFERENTES!PRODUTOS.[37]!................................................!20!FIGURA!2\9!\!EXEMPLO!DE!UM!SWAB.[40]!..............................................................................................................................................!21!FIGURA!2\10!\!TÉCNICA!DE!SWABBING.[41]!..........................................................................................................................................!21!FIGURA!5\1!\!CURVA!DE!CALIBRAÇÃO!OBTIDA!PARA!A!LINEARIDADE!DO!MÉTODO!ANALÍTICO.!..................................................!52!FIGURA!5\2!\!CROMATOGRAMA!CORRESPONDENTE!AO!BRANCO!UTILIZADO,!METANOL.!.............................................................!53!FIGURA!5\3!\!CROMATOGRAMA!CORRESPONDENTE!AO!BRANCO!UTILIZADO,!METANOL.!.............................................................!55!! !

!!xiii!

Índice+de+Tabelas+TABELA!2\1!\!LIMITES!DE!CONTAMINAÇÃO!MICROBIANA!RECOMENDADOS!PARA!ÁREAS!LIMPAS.[31]!.....................................!16!TABELA!2\2!–!ALGUNS!MÉTODOS!ANALÍTICOS!ESPECÍFICOS!E!NÃO!ESPECÍFICOS.[22,!32,!34]!...........................................................!17!TABELA!2\3!\!VANTAGENS!E!LIMITAÇÃO!DO!MÉTODO!DE!AMOSTRAGEM!POR!SWAB.[34]!..............................................................!21!TABELA!2\4!\!VANTAGENS!E!LIMITAÇÕES!DO!RISING.[34]!..................................................................................................................!22!TABELA!4\1!\!RESUMO!DE!CARACTERÍSTICAS!DE!MATÉRIAS\PRIMAS!E!SOLVENTES!UTILIZADOS!NA!PRODUÇÃO!DE!PRODUTO!

A,!PRODUTO!B!E!PRODUTO!C.!......................................................................................................................................................!28!TABELA!4\2!\!EQUIPAMENTOS!UTILIZADOS!NA!PRODUÇÃO!DOS!API’S.!...........................................................................................!30!TABELA!4\3!\!ÁREAS!DAS!SUPEFÍCIES!INTERNAS!DOS!REACTORES.!..................................................................................................!30!TABELA!4\4!\!ÁREAS!DAS!SUPERFÍCIES!INTERNAS!DOS!FILTROS.!......................................................................................................!31!TABELA!4\5!\!ÁREA!DAS!SUPERFÍCIES!INTERNAS!DA!CENTRÍFUGA!E!DO!MISTURADOR.!................................................................!31!TABELA!4\6!\!ÁREAS!DAS!SUPERFÍCIES!INTERNAS!DOS!SECADORES.!................................................................................................!31!TABELA!4\7!\!CARACTERIZAÇÃO!DOS!EQUIPAMENTOS!DE!PRODUÇÃO.!...........................................................................................!32!TABELA!4\8!\!MATRIZ!DE!EQUIPAMENTOS!UTILIZADOS!NA!INSTALAÇÃO!DE!PRODUÇÃO!DOS!API'S.!.........................................!34!TABELA!4\9!\!DIMENSÃO!DE!CADA!LOTE!DE!PRODUÇÃO,!POR!PRODUTO!FINAL.!.............................................................................!38!TABELA!4\10!\!ÁREA!DE!SUPERFÍCIE!TOTAL!PARTILHADA!POR!PRODUTO!FINAL.!..........................................................................!38!TABELA!4\11!\!VALORES!DE!L2!PARA!CADA!UM!DOS!PROCESSOS!DE!PRODUÇÃO.!...........................................................................!39!TABELA!4\12!\!VALORES!DE!L3!PARA!CADA!UM!DOS!PROCESSOS!DE!PRODUÇÃO.!...........................................................................!40!TABELA!4\13!\!SUMARIZAÇÃO!DOS!SOLVENTES!UTILIZADOS!NA!LIMPEZA!DOS!EQUIPAMENTOS!EXISTENTES!NA!INSTALAÇÃO!

DE!PRODUÇÃO!DOS!API’S.!..............................................................................................................................................................!42!TABELA!4\14!\!CONDIÇÕES!CROMATOGRÁFICAS!APLICADAS!NA!ANÁLISE!DAS!AMOSTRAS!DE!VALIDAÇÃO!DE!LIMPEZA.!.........!44!TABELA!4\15!\!MATERIAL!DE!LABORATÓRIO!UTILIZADO!NA!PREPARAÇÃO!DE!FASE!MÓVEL!E!DE!SOLUÇÕES.!...........................!45!TABELA!4\16!\!REAGENTES!UTILIZADOS!DURANTE!TODO!O!TRABALHO!EXPERIMENTAL.!............................................................!45!TABELA!4\17!–!SOLUÇÕES!A!UTILIZAR!PARA!O!SPIKING!DE!SWABS.!..................................................................................................!47!TABELA!4\18!–!SOLUÇÕES!A!UTILIZAR!PARA!A!RECUPERAÇÃO!DE!PRODUTO!A!A!PARTIR!DE!PLACAS.!.......................................!48!TABELA!5\1!\!RESULTADOS!OBTIDOS!PARA!O!PARÂMETRO!DE!LINEARIDADE.!...............................................................................!51!TABELA!5\2!\!RESULTADOS!OBTIDOS!PARA!O!PRIMEIRO!TESTE!DE!SONICAÇÃO.!............................................................................!54!TABELA!5\3!\!RESULTADOS!OBTIDOS!PARA!O!SEGUNDO!TESTE!DE!SONICAÇÃO.!.............................................................................!54!TABELA!5\4!\!RESULTADOS!OBTIDOS!NO!SPIKING!PARA!UMA!CONCENTRAÇÃO!FINAL!ESPERADA!DE!1!PPM.!............................!56!TABELA!5\5!\!RESULTADOS!OBTIDOS!NO!SPIKING!PARA!UMA!CONCENTRAÇÃO!FINAL!ESPERADA!DE!3!PPM.!............................!56!TABELA!5\6!\!RESULTADOS!OBTIDOS!NO!SPIKING!PARA!UMA!CONCENTRAÇÃO!FINAL!ESPERADA!DE!5!PPM.!............................!57!TABELA!5\7!\!RESULTADOS!OBTIDOS!NO!SPIKING!PARA!UMA!CONCENTRAÇÃO!FINAL!ESPERADA!DE!3!PPM,!APÓS!UM!TEMPO!

DE!REPOUSO!DE!5!DIAS.!..................................................................................................................................................................!58!TABELA!5\8!–!RESULTADOS!OBTIDOS!NO!SWABBING!PARA!UMA!CONCENTRAÇÃO!FINAL!ESPERADA!DE!20!PPM,!APÓS!UM!

PERÍODO!DE!REPOUSO!DE!24!HORAS.!..........................................................................................................................................!59!TABELA!5\9!\!RESULTADOS!OBTIDOS!NO!SWABBING!PARA!UMA!CONCENTRAÇÃO!FINAL!ESPERADA!DE!3!PPM.!........................!61!TABELA!5\10!\!RESULTADOS!OBTIDOS!NO!SWABBING!PARA!UMA!CONCENTRAÇÃO!FINAL!ESPERADA!DE!5!PPM.!.....................!61!TABELA!5\11!\!RESULTADO!OBTIDO!NO!SWABBING!PARA!UMA!CONCENTRAÇÃO!FINAL!ESPERADA!DE!3!PPM,!APÓS!UM!TEMPO!

DE!RESPOUSO!DE!72!HORAS.!.........................................................................................................................................................!63!TABELA!5\12!\!RESULTADOS!OBTIDOS!NO!SWABBING!PARA!UMA!CONCENTRAÇÃO!FINAL!ESPERADA!DE!5!PPM,!APÓS!UM!

TEMPO!DE!REPOUSO!DE!72!HORAS.!..............................................................................................................................................!63!TABELA!5\13!\!VALORES!DE!L3!PARA!CADA!UM!DOS!PROCESSOS!DE!PRODUÇÃO,!OBTIDOS!RECORRENDO!À!FÓRMULA!DE!

CÁLCULO!PARA!A!AMOSTRAGEM!COM!SWABS.!.............................................................................................................................!64!!

!!xiv!

Lista+de+Abreviaturas+!

AA+ Absorção!Atómica!

ADI+ Acceptable!Daily!Intake!

AEE+ Área!Económica!Europeia!

AIM+ Autorização!de!Introdução!no!Mercado!

API+ Active!Pharmaceutical!Ingredient!

BPF+ Boas!Práticas!de!Fabrico!

BSSP+ Batch!Size!of!the!Subsequent!Product!

CIP+ Cleaning!In!Place!

COP+ Cleaning!Out!of!Place!

CPME+ Ciclopentilmetil!Éter!

DGAV+ Direcção!Geral!de!Alimentação!e!Veterinária!

EMA+ European!Medicines!Agency!

FDA+ Food!and!Drug!Administration!

FDF+ Finished!Dosage!Formulation!

FMEA+ Failure!Mode!and!Effects!Analysis!

FMECA+ Failure!Mode,!Effects!and!Criticality!Analysis!

FTA+ Failure!Tree!Analysis!

GC+ Gas!Chromatography!

GMP+ Good!Manufacturing!Practices!

GQ+ Garantia!da!Qualidade!

HACCP+ Hazard!Analysis!and!Critical!Control!Point!

HAZOP+ Hazard!and!Operability!Studies!

HPLC+ High!Performance!Liquid!Chromatography!

IA+ Ingrediente!Activo!

IC+ Inorganic!Carbon!

ICH+ International!Conference!on!Harmonization!of!Technical!Requirements!for!Registration!of!

Pharmaceuticals!for!Human!Use!

INFARMED+ Autoridade!Nacional!do!Medicamento!e!Produtos!de!Saúde!

IPA+ Isopropil!Álcool!

LD50+ Lethal!Dose!50!

LOA+ Limit!of!Acceptance!

LOD+ Limit!of!Detection!

LOQ+ Limit!of!Quantification!

LSP+ Limit!of!the!Subsequent!Product!

!!xv!

MACO+ Maximum!Allowable!Carryover!

MDC+ Diclorometano!

NOEL+ No!Observable!Effects!Level!

NPOC+ NonQPurgeable!Organic!Carbon!

POC+ Purgeable!Organic!Carbon!

RSD+ Relative!Standard!Deviation!

SESA+ Shared!Equipment!Surface!Area!

Ss+ Solução!Stock!

TC+ Total!Carbon!

TDD+ Total!Daily!Dose!

TOC+ Total!Organic!Carbon!

VMP+ Validation!Master!Plan!

!

!

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!!1!

2. Introdução+

2.1. O+Grupo+AtralCipan+

A! história! do! grupo! AtralCipan! começa! em! 1947! numa! farmácia! num! bairro! pobre! de! Alcântara,! com! o!

nome!A.!Travassos!Lda!que!no!ano!seguinte!entrou!em! falência! técnica.!O!Comendador!Sebastião!Alves,!na!

altura!empregado!da!farmácia!e!antigo!estudante!de!Medicina,!foi!convidado!a!assumir!a!gerência!da!farmácia.!

Em!1949,!a!mudança!de!gerência,!aliada!à!necessidade!de!dinâmica!empresarial!e!ao!talento!do!Comendador,!

permitiram!a!saída!da!situação!de!falência!da!empresa:!aumentou!a!faturação,!contratou!técnicos!e!iniciou!um!

importante!volume!de!exportações!para!a!Ásia!e!África.

[1]

!

A!concorrência!ainda!não!tinha!grande!expressão,!mas!era!composta!por!quatro!empresas!suíças!e!doze!

empresas!portuguesas!que!competiam!para!alcançar!sucesso!no!mercado!farmacêutico!em!que!os!problemas!

de! saúde! e! as! carências! de! medicamentos! provocadas! pela! II! Guerra! Mundial! tinham! potenciado! o!

crescimento!do!consumo!em!fármacos.

[1]

!

Nos!anos!seguintes! iniciaramOse!as!exportações!para!a!América!Latina.!Com!esta!aposta!na!exportação,!a!

vida!da!empresa!ganha!então!novo!ímpeto!com!a!contratação!de!mais!técnicos!e!com!o!aumento!do!volume!

de!negócios,!tornandoOse!assim!numa!indústria!farmacêutica!nacional!de!renome.!

[1]

!

Com! o! aumento! das! vendas,! as! necessidades! de! matériaOprima! (API’s)! aumentaram! igualmente,! sendo!

equacionado!o!respetivo!fabrico!em!1956.!Em!1958,!as!instalações!da!indústria!são!reconhecidas!e!aprovadas!

pela!FDA,!permitindo!a!exportação!para!um!subcontinente!muito!populoso!e,!consecutivamente,!um!grande!

impulsionador!de!crescimento!de!receitas!para!a!recente!empresa!–!a!América!do!Norte.

[1]

!

Em! 1963,! após! o! início! de! produção! da!

Companhia! Industrial!de!Produção!de!Antibióticos!

(Cipan),!o!novo!(e!actual)!complexo!fabril!da!Atral!

Cipan!fica!concluído!sendo!nesta!altura!igualmente!

possível! a! produção! de! API’s.! Estes! produtos! são!

depois! homologados! pela! FDA,! dois! anos! mais!

tarde,!em!1965.!

Figura'2S1'S'Complexo'Fabril'da'AtralCipan.[1]+!

Em! 1987,! a! Cipan! era! já! uma! empresa! que! englobava! a! produção! de! 8! tipos! de! antibióticos! por!

fermentação!e!4!por!semiOsíntese.!O!que!tornou!esta!indústria!numa!fábrica!de!API’s!bem!estabelecida!a!nível!

mundial.! Por! outro! lado,! a! Atral! concretizava! negócios! igualmente! volumosos! destacando! ainda!mais! a! sua!

preponderância!no!sector!farmacêutico.

[1]

!

Os!anos!90!são!marcados!pela!transferência!de!tecnologia!de!uma!empresa!indiana,!!

que! permite! a! construção! de! uma! unidade! de! produção! de! PenicilinaOG! com! a!

capacidade!para!2000!toneladas/ano.

[1]

!

Em! 2006,! a! administração! do! grupo! Beirafina! SGPS! (que! inclui,! entre! outras!

empresas,! a! Atral,! a! Cipan,! a! Cibran,! a! Cequisa! e! a! Prinmon)! é! constituída! e!

profissionalizada.!!

Actualmente,! em!2015,! a!AtralCipan!é!uma!empresa!exportadora!para!os!maiores!

continentes! consumidores! de! produtos! farmacêuticos,! ocupando! uma! posição! de!

destaque! neste! mercado.! O! grupo! Beirafina! SGPS! e! é! constituído! pelos! laboratórios!

Atral!S.A.,!pela!Cipan!S.A.,!pela!Vida!S.A.,!pela!Pharbal!(Peru)!e!pela!i.Gen!Lda.!

Figura'2S2'S'Empresas'pertencentes'ao'Grupo'Beirafina'SGPS.[1]+!

!!2!

2.2. A+Qualidade+

O! processo! de! Globalização,! a! preocupação! constante! com! factores! ambientais,! políticos,! sócioO

económicos,!saúde!e!avanços!tecnológicos,!remetem!o!mundo!para!a!seguinte!constatação:!

Os!mercados!não!são!imutáveis.!

Dia! após! dia,! as! suas! exigências! vãoOse! alterando,! o! que!produz! uma! resposta! obrigatória! nas! empresas!

afectas.!Numa! indústria,! estas! alterações! provocam!uma!busca! incessante!pela!melhoria! dos! seus! produtos!

e/ou!serviços,!de!forma!a!que!estes!se!coadunem!com!as!normas!e!requisitos!vigentes!na!organização.!

Urge,! portanto,! definir! o! conceito! de! qualidade,! tal! como! o! proposto! pela! Sociedade! Americana! para! a!

Qualidade:!

“Totalidade!dos!recursos!e!características!de!um!produto!ou!serviço,!que!suportam!a!capacidade!de!

satisfazer!necessidades!explícitas!e!implícitas.”

[2]

!

Assim,!será!um!conjunto!de!características!que!distinguem,!de!forma!positiva,!uma!empresa!das!demais,!

agregando!valor!ao!seu!trabalho.!Efectivamente,!o!objectivo!primordial!de!qualquer!empresa!é!aumentar!a!sua!

margem!de! lucro,!o!que!é!alavancado!pela!melhoria!da!qualidade,!uma!vez!que!este!aumento!de!qualidade!

levará!a!aumentos!nas!vendas,!mas!também!na!redução!de!custos.!

Contudo,!a!qualidade!per! se,!não! torna!uma!empresa! líder!de!mercado.!Existem!outras! implicações,! tais!

como!a!reputação!da!empresa!e!a!fiabilidade!dos!seus!produtos,!que!elevarão!a!quotização!da!mesma.

[3]

!

Ainda!assim,!a!qualidade!é!um!factor!que!nunca!pode!ser!descurado,!e!que!deve!ser!sempre!melhorado,!de!

modo!a!que!a!empresa!se!destaque!no!mercado!onde!se!insere.!

!

2.2.1. A+Garantia+da+Qualidade+

Desde! o! início! da! sua! concepção,! até! que! é! posto! no! mercado,! um! produto! passa! por! várias! etapas!

passíveis!de!desvio.!

Para! que! um! produto! se! defina! como! de! qualidade,! é! necessário! garantir! que! este! se! encontra! em!

conformidade! com! as! especificações.! Num! sentido! mais! lato,! pretendeOse! garantir! que! os! produtos! se!

encontram!conformes!para!a!sua!utilização.!

Inicialmente,!e!até!meados!da!década!de!80!do!século!passado,!a!Qualidade!era!garantida!apenas!através!

do!controlo!do!produto!final,!o!que!permitia!a!introdução!de!vários!desvios!ao!longo!do!processo!produtivo.!

Mais!ainda,!este!controlo!tardio!apenas!permitia!classificar!os!produtos!como!conformes!ou!não!conformes,!o!

que!levava!a!um!aumento!dos!custos!e!dos!prazos!de!entrega.!Inevitavelmente,!sendo!a!qualidade,!os!custos!e!

os! prazos! os! três! factores! competitivos! de! uma! empresa,! a! melhoria! de! um! destes! pode! implicar! que! se!

prejudique!os!outros!dois.!

!

!

!

!

!

''

Figura'2S3'–'Factores'Competitivos'de'uma'Empresa.'

!

Qualidade+

Custos+Prazos+de+Entrega+

!!3!

É,! portanto,! errado! admitir! que! esta! verificação! feita! a! posteriori,! na! Figura! do! Controlo! de! Qualidade,!

possa!ser!válida,!pois!não!considera!desvios!ao!processo.!Esta!concepção!remete!para!a!necessidade!de!existir!

controlo!e!verificação!a!priori.!

Deste!modo,! a!prevenção,!detecção!e! correcção!de!possíveis! erros!passou!a! ser! comummente!utilizada,!

com!o! intuito!de!garantir! (a)!qualidade!em!cada!etapa!do!processo!de! fabrico.!Para!que! isto! se!verifique,!é!

necessário!que!todas!as!operações!estejam!claramente!planeadas,!bem!como!devidamente!documentadas.!

Na! condição!de! conformidade,! aquando!da! verificação! e! controlo! de! cada!uma!das! etapas! do!processo,!

garanteOse!que!o!produto!é!de!qualidade!e!há!extensão!da! sua! cadeia!de! valor,! uma!vez!que!a! garantia!da!

qualidade!começa!na!aprovação!de!fornecedores!e!vai!até!à!satisfação!do!cliente.!

!

!

2.2.2. Importância+da+Qualidade+na+Indústria+Farmacêutica+

Toda!e!qualquer!empresa!tem!um!objectivo!comum:!servir,!da!melhor!forma!possível,!o!seu!cliente.!

Na!indústria!farmacêutica,!o!rigor!na!qualidade!é!uma!exigência!sem!paralelo!em!qualquer!outra!indústria,!

já!que!é!a!saúde,!ou!em!última!análise,!a!vida,!dos!utentes!que!está!a!ser!posta!em!causa.!

Além!de! existir! a! preocupação,! para! a! empresa,! de! evitar! qualquer! erro,! existem!ainda!normas! exigidas!

pelas!entidades!reguladoras!farmacêuticas!vigentes!(internacionais!e!harmonizadas),!que!os!clientes!esperam!

encontrar!implementadas!pelo!seu!fornecedor,!e!que!necessitam!ser!escrupulosamente!respeitadas.

[4]

!

Com!o!passar!do!tempo,!as!empresas!foram!aprimorando!a!forma!como!controlavam!a!qualidade!dos!seus!

produtos,! tornandoOse! mais! eficazes! e! eficientes.! Da! mesma! forma,! os! avanços! na! indústria! forçaram! as!

entidades! reguladoras! a! aumentar! o! grau! de! exigência! e! rigor,! através! da! implementação! frequente! de!

alterações!aos!regulamentos,!tendo!sempre!em!vista!a!melhoria!da!qualidade!e!culminando!na!criação!de!uma!

verdadeira!estrutura!integrada,!num!Sistema!de!Gestão!Qualidade!passível!de!ser!certificado.

[5]

!

!

!

2.2.3. Requisitos+Legais+da+Qualidade+Farmacêutica+

Mundialmente,! existem! entidade! reguladoras! que! supervisionam! os! sectores! de! produção! de! produtos!

farmacêuticos,! visando! garantir! que! os! mesmos! respeitam! as! normas! de! qualidade,! produção! e! controlo!

vigentes,!por!forma!a!garantir!que!o!seu!fabrico!se!encontra!autorizado!e!validado.!!

Sendo!os! EUA!um!mercado!bastante!abrangente,! rico!em! importações,! a! sua!entidade! reguladora,!Food!

and!Drug!Administration,!FDA,!é!responsável!por!proteger!a!saúde!pública,!garantindo!a!segurança!e!eficácia!

dos! produtos! farmacêuticos! que! são! produzidos,! tanto! dentro! do! país! como! daqueles! que! são! importados.!

Neste!caso,!a!FDA!recorre!a!auditorias!periódicas!aos!locais!de!fabrico,!como!medida!de!controlo!e!fiscalização!

das! normas! de! produção! e! qualidade.! Decorrente! dessas! auditorias! (internas! e! externas)! é,! portanto,!

responsável!por!autorizar!ou!interditar!a!produção!ou!importação!dos!produtos.

[6]

!

Na! União! Europeia,! a! agência! responsável! pela! avaliação! científica! dos! medicamentos! produzidos! é! a!

European!Medicines!Agency,!EMA,!que!coaduna!a!supervisão!dos!produtos!farmacêuticos!com!a!sua!avaliação,!

com! o! intuito! de! proteger! e! promover! a! saúde! pública! e! animal.! Compreende! a! existência! de! comités!

científicos,!que!acarretam!a!missão!de!avaliar!os!processos!de!produção,!bem!como!os!produtos,!fornecendo,!

caso!conforme,!a!Autorização!de!Introdução!no!Mercado,!AIM.!Existindo!a!garantia,!fornecida!pela!EMA,!esta!é!

válida!em!todos!os!países!membros!da!União!Europeia!e!nos!países!na!Área!Económica!Europeia,!AEE.

[7]

!

O!sistema!de!AIM,!garante!que!todos!os!medicamentos!comercializados! foram!rigorosamente!analisados!

por!uma!autoridade!competente,!e!que!apenas!são!produzidos!por!fabricantes!autorizados,!respeitantes!dos!

!!4!

requisitos!de! segurança,! qualidade!e! eficácia.! Estas! autorizações! são!necessárias! para!qualquer! indústria! de!

produtos!farmacêuticos!europeia,!quer!a!sua!área!de!comercialização!seja!efectuada!fora!ou!dentro!da!UE.

[8]

!

Em! Portugal,! o! organismo! central! com! jurisdição! sobre! todo! o! território! nacional! é! o! INFARMED,!

Autoridade!Nacional!do!Medicamento!e!Produtos!de!Saúde,!que,!no!âmbito!da!EMA,!tem!como!missão!regular!

e! supervisionar! os! sectores! dos! produtos! farmacêuticos! (da! produção! industrial! à! farmácia).! Essa! regulação!

exige!a!aplicação!de!procedimentos!que!reflitam!os!padrões!de!referência!de!protecção!da!saúde!pública,!!de!

modo! a! garantir! que! todos! os! produtos! chegam! aos! consumidores! finais! em! conformidade! com! os! mais!

elevados! critérios!de!qualidade,! eficácia!e! segurança.!De!modo!paralelo,! a!Direcção!Geral! de!Alimentação!e!

Veterinária,! DGAV,! partilha! das! mesmas! funções! que! o! INFARMED,! sendo! o! seu! ramo! de! aplicação! os!

medicamentos!para!uso!veterinário.!!

Para!que!um!novo!produto!possa!ser!introduzido!no!mercado,!ou!para!que!sejam!efectuadas!alterações!a!

um!medicamento!existente,!a!indústria!produtora!deve!solicitar,!ao!INFARMED!a!AIM.!O!INFARMED!e!a!DGAV,!

promovem! inspecções! regulares! às! indústrias! farmacêuticas,! a! fim! de! verificar! e! ! garantir! que! todos! os!

produtos,!processos!e!documentos!se!encontram!em!concordância!com!os!regulamentos!vigentes.

[9]

!

!

!

2.2.4. Gestão+da+Qualidade+e+a+Necessidade+de+Normas+GMP’s+

O!conceito!de!qualidade!não!pode!ser!apenas!aplicado!ao!produto!final!per!se.!Deve!sim,!garantirOse!que!a!

qualidade!se!encontra!presente!ao!longo!de!todo!o!processo!de!fabrico.!

Na! indústria! farmacêutica,! a! gestão! da! qualidade! é! usualmente! descrita! como! a! função! de! gestão! que!

determina!e!implementa!a!política!de!qualidade,!previamente!autorizada!pelo!gestor!de!topo.!Compreende!a!

existência!de!um!sistema!de!gestão!de!qualidade,!que!abranja!uma!estrutura!organizacional,!assim!como!os!

processos,!produtos!e!recursos!dependentes,!bem!como!a!ocorrência!de!acções!que!assegurem!a!satisfação!

dos! requisitos! de! qualidade! dos! produtos.! A! concretização! destes! dois! pontos! fulcrais! numa! indústria! é! da!

responsabilidade!da!Garantia!da!Qualidade!(GP).!

Com!este! propósito,! foram! criadas!guias! universais,! como!é!o! caso!da!norma!Q7,! “Good!Manufacturing!

Guide! for!Active! Pharmaceutical! Ingredients”! criada!pelo! ICH,! International! Conference!on!Harmonization!of!

Technical! Requirements! for! Registration! of! Pharmaceuticals! for! Human! Use,! que! pretendem! definir!

orientações! (a!seguir!pelas!entidades! reguladoras!que!adoptem!essas!directivas),!organizando!e!criterizando!

requisitos!dos!processos!produtivos.!Existe,!portanto,!uma!plataforma!de!requisitos!de!Qualidade.!

Estes! guias,! específicos! por! temas! ou! vários! tipos! de! produtos! e! processos! existentes,! agregam! um!

conjunto!de!normas!que!traduzem!as!Boas!Práticas!de!Fabrico!(BPF),!vulgo!GMP’s,!do!inglês.!

Assim! sendo,! as! normas! GMP’s! da! indústria! farmacêutica! orientam! as! responsabilidades! da! GQ,! e!

pretendem,!por!conseguinte,!garantir!que!os!produtos!sejam!produzidos!e!controlados!de!forma!consistente,!

segundo! as! exigências! para! a! autorização! de! introdução! no!mercado.!Numa! perspectiva! paralela,! a! própria!

sistematização! das!GMP’s,! em!documentos! harmonizados! internacionalmente,!mitigam! riscos! inerentes! aos!

processos!de!fabrico.!

De!acordo!com!as!GMP’s,!a!GQ!deve!garantir!que:

[10,!11]

!

O Todos! os! processos! de! produção! estão! definidos! e! sofrem! revisão! periódica,! garantindo! que! são,!

consistentemente,!produzidos!produtos!farmacêuticos/medicamentos!com!a!qualidade/especificações!

exigidas;!

O São!efectuadas!operações!de!qualificação!e!validação!de!todas!as!etapas!do!processo;!

O Se!encontram!disponíveis! todos!os!recursos!necessários!à!execução!do!processo,!o!que! inclui!pessoal!

qualificado,! instalações,! equipamentos,! material! e! armazenamento,! inerentes! ao! processo,!

apropriados,!bem!como!protocolos!e!instruções!aprovadas;!

!!5!

O São!realizados!registos!durante!o!processo!de!fabrico!dos!medicamentos,!de!modo!a!que!seja!possível!

aferir!se!os!requisitos!de!qualidade!(e!quantidade),!correspondem!ao!expectável,!ainda!que!possam!ser!

utilizados!também!para!verificar!a!existência!de!desvios!significantes!ao!processo;!

O Exista! um! sistema! que! possibilite! a! extracção! de! qualquer! lote,! de! qualquer! produto,! em! caso! de!

necessidade;!

O Sejam!examinadas!possíveis! reclamações!aos!produtos,! investigadas!as! suas!causas,!de!modo!a!que!

sejam!implementadas!alterações!que!previnam!novas!ocorrências.!

Por!forma!a!cumprir!e!a!fazer!cumprir!as!exigências!normativas,!nas!diferentes!dimensões!da!produção!(da!

Investigação! e!Desenvolvimento! às! unidades! de! Serviços! Industriais! e!Manutenção),! a!GQ! deve! suportarOse!

num!Sistema!Documental!validado!que!evidencie!todo!o!controlo!de!actividades.!À!organização!geral!(sujeita!a!

auditoria!e/ou!certificação),!podemos!chamar!Sistema!da!Qualidade!da!empresa.!

!

!

2.2.5. Gestão+dos+Riscos+de+Qualidade+

A! importância! de! sistemas! de! qualidade! tem! sido! reconhecida! na! indústria! farmacêutica! e! tem! vindo! a!

tornarOse!evidente!que!a!gestão!de!riscos!de!qualidade!é!um!componente!valioso!de!um!sistema!de!qualidade!

eficaz.!A!Guideline!ICH!Q9,!“Quality!Risk!Management”,!foi!desenvolvida!para!a!gestão!dos!riscos!de!qualidade!

de! medicamento! de! uso! humano.! Pretende! facultar! orientações! que! facilitem! o! cumprimento! das! GMP! e!

outros!requisitos!de!qualidade.

[12]

!

A! partir! do!momento! em!que! são! aplicadas!GMP’s,! tornaOse!urgente! avaliar! que!possíveis! riscos! podem!

advir! do! processo! de! produção,! riscos! esses! que! podem! ir! desde! desvios! à! produção! a! falhas! no!

armazenamento!dos!produtos!farmacêuticos.!É,!portanto,!essencial!que!todas!as!etapas!de!produção,!desde!a!

concepção!ao!armazenamento!e!embalagem,!sofram!análises!que!possam!identificar!possíveis!níveis!de!riscos!

que!ponham!em!causa!a!qualidade!e!segurança!exigidas.!!

A! Gestão! dos! Riscos! de! Qualidade! incorpora! dois! princípios! orientadores,! fulcrais! para! o! sucesso! da!

prevenção!de!desvios.!É,!assim,!estipulado!que!“a!estimativa!dos! riscos!para!a!qualidade!deve!basearQse!no!

conhecimento! científico! e! estar! fundamentalmente! ligada! à! protecção! do! doente;! e! o! nível! de! esforço,!

formalidade!e!documentação!do!processo!de!gestão!dos!riscos!de!qualidade!deve!ser!proporcional!ao!nível!de!

risco.”[11]!Consequentemente,!a!avaliação!dos! riscos!de!qualidade! tornaOse!um!processo!sistemático!durante!

todo!o!ciclo!de!vida!do!produto,!em!que!

i. inicialmente!se!avaliam!e!identificam!os!riscos!existentes,!!

ii. seguidamente!se!procede!à!análise!e!estimativa!desses!riscos!elencados!!

iii. finalizandoOse!com!a!proposta!de!formas!de!redução!dos!riscos!identificados.!

!

!

!

!

!

!

!

!

!

!

!!6!

A!Figura!2O4,!sistematiza!o!conceito!acima!exposto.!!

!

!

!

!

!

!

!

!

!

!

!

!!!!

Figura'2S4'S'Visão'geral'de'um'processo'de'gestão'dos'riscos'de'qualidade.[12]'

!

Devido! ao! facto! de! nem! todos! os! procedimentos! existentes! permitirem! a! sua! aplicação! nesta! área,! são!

utilizados!métodos!de!avaliação!de!riscos!para!indústria!farmacêutica.!São!reconhecidas!a!análise!de!modos!de!

falha!e! seus!efeitos! (Failure!Mode!and!Effects!Analysis,! FMEA),!a!análise!da!criticidade!de!modos!de! falha!e!

seus!efeitos!(Failure!Mode,!Effects!and!Criticality!Analysis!FMECA),!a!análise!da!árvore!de!falhas!(Failure!Tree!

Analysis,!FTA),!a!análise!de!perigos!e!controlos!de!pontos!críticos!(Hazard!Analysis!and!Critical!Control!Point,!

HACCP),!a!análise!de!perigos!operacionais! (Hazard!and!Operability!Studies,!HAZOP),!entre!outras.!A!FMEA!é!

bastante!utilizada!em!indústria!farmacêutica!e!opera!através!da!detecção!de!desvios!à!produção,!classificandoO

os!segundo!um!índice!de!risco,!que!será!proporcional!à!probabilidade!de!o!desvio!ocorrer.!

!

!

2.2.6. Análise+de+Risco+

Na! indústria! farmacêutica,! é! frequente! a! utilização! de! equipamentos!multipurpose! para! a! produção! de!

API’s,!Active!Pharmaceutical! Ingredients,!ou!Princípios!Activos,!diferentes.!Com!isto!em!mente,!é!de!extrema!

importância! identificar! qual,! ou! quais,! o(s)! produto(s)! que! envolve(m)! mais! risco,! ou! seja,! que! pode(m)!

acarretar!um!maior!risco!de!eliminação,!resultando!numa!maior!profundidade!de!limpeza.!Para!tal,!deve!terOse!

em!conta!que!o!princípio!activo!de!cada!produto!apenas!pode!existir!nesse!mesmo!produto.!

Para!determinar!qual!o!produto!piorOcaso,!efectuaOse!uma!análise!de!risco!que!se!inicia!com!a!constituição!

de! uma! equipa! que! irá! estudar! os! efeitos! que! cada! falha,! dita! hipotética,! poderá! ter,! analisando!

individualmente!os!pontos!cruciais!demarcados!por!esses!efeitos,!a!probabilidade!de!ocorrência!dos!mesmos!e!

a!criticidade!das!mesmas!falhas.!Este!tipo!de!análise!de!risco,!baseada!na!análise!da!criticidade!de!modos!de!

falha!e!seus!efeitos,!denominaOse!FMEA,!como!mencionado!na!Secção!2.1.5.

[13]

!

Após!conclusão!da!análise!FMEA,!é!possível!identificar!qual!o!produto!que!representa!o!piorOcaso,!uma!vez!

que!será!aquele!que!obtiver!o!índice!de!risco!mais!elevado.!

!

!!7!

Determinação+do+PiorRCaso+

Através!da!análise!dos!vários!produtos!fabricados!num!mesmo!equipamento,!determinaOse!qual!o!produto!

piorOcaso,!com!base!na!avaliação!de!vários!padrões!determinantes:

[14,!15]

!

• Solubilidade!do!API!em!água!(gsoluto

/100!mLágua

);!

• Forma!galénica!(líquido,!sólido,!pastoso,!características!dos!excipientes);!

• Concentração!do!API!na!formulação!do!medicamento;!

• Frequência!de!produção!do!fármaco;!

• Condições!de!produção!(tipos!de!agitação,!temperaturas,!etc.);!

• Características!organolépticas!e!toxicidade!dos!produtos;!

• Dificuldade! de! remoção! do! API! dos! equipamentos! no! momento! de! lavagem! (histórico! e!

experiência!dos!operadores).!

Assim,!comparando!e!cruzando!os!factores!acima!mencionados,!é!possível!selecionar!o!produto!que!deve!ser!

submetido!ao!estudo,!por!apresentar!maior!risco!à!contaminação!de!produtos!subsequentes.!

!

!

2.2.7. Controlo+da+Qualidade+

Quando! se! fala! em!Boas! Práticas! de! Fabrico,! é! inevitável! assumir! que! a! aplicação! destas! estará! sempre!

sujeita! a! algum! tipo! de! controlo.! Nasce,! então,! o! conceito! de! Controlo! de! Qualidade! associado! e,!

eventualmente,!na!dependência!da!Garantia!da!Qualidade.!

DefineOse,! deste! modo,! o! Controlo! de! Qualidade,! como! o! sector! que! realiza! as! práticas! associadas! à!

amostragem! e! análise! de!matériasOprimas,! produtos! intermédios! e! acabados,! segundo! as! especificações! de!

cada!produto.

[16]

!

Para!que!o!Controlo!de!Qualidade!respeite!as!BPF,!necessita!de:!

O Instalações! adequadas,! pessoal! qualificado! e! procedimentos! aprovados,! por! forma! a! realizar! a!

amostragem! e! análise! de! todos! os! produtos,! bem! como,! quando! apropriado,! para! monitorizar! as!

condições!ambientais,!no!âmbito!das!GMP’s;!

O Amostras! de! matériasOprimas,! produtos! intermédios! e! acabados! e! de! materiais! de! embalagem,!

retiradas!por!pessoal!e!métodos!aprovados;!

O Métodos!de!ensaio!validados;!

O Registos!que!comprovem!que!todas!as!amostras,!assim!como!os!ensaios!efectuados,!foram!realizados!

e!se!encontram!conformes;!

O Produtos! acabados,! contendo! API’s,! que! estejam! em! conformidade! com! a! AIM,! isto! é,! que! a!

quantidade!de!substância!activa,!tal!como!a!composição!e!pureza!do!medicamento!estejam!de!acordo!

com!os!valores!requeridos;!

O Garantia,! dada!por!uma!pessoa!qualificada,! de!que!um! lote!de!produto! se! encontra! conforme! com!

todos!os!requisitos,!caso!contrário!não!poderá!ser!comercializado;!

O Amostras! suficientes! de! matériasOprimas! e! de! produtos,! para! que! seja! possível! serem! efectuadas!

futuras! verificações! do! produto.! São! retidas! amostras! de! referência,! ou! seja,! amostras! de!matériaO

prima,! material! de! embalagem! ou! de! produto! acabado,! durante! o! prazo! de! validade! do! lote,! e!

também!amostras!de!retenção,!que!se!caracteriza!por!ser!uma!amostra!de!uma!unidade!totalmente!

embalada!do!lote!de!produto!acabado.!

Desta! forma,!asseguraOse!que!os!materiais!e!ou!produtos!usados!não!são!utilizados!nem!comercializados!

até!que!a!sua!qualidade!e!conformidade!seja!comprovada.

[16,!17]

!

!

!

!!8!

2.3. A+Limpeza+dos+Equipamentos+na+Indústria+Farmacêutica+

Os! processos! de! limpeza! utilizados! em! operações! na! indústria! farmacêutica! têm! sido,! cada! vez! mais,!

enfatizados!na!última!década,!tanto!pelas!entidades!reguladoras,!mas,!também,!pela!própria!indústria!em!que!

se! inserem.!Actualmente,!é!tão! importante!utilizar!procedimentos!de! limpeza!eficientes,!como!ter!processos!

de!fabrico!validados!e!consistentes.

[15]

!

Embora! o! conceito! de! limpeza! pareça! algo! simples! e! facilmente! atingível,! quando! sujeito! a! uma! análise!

mais! aprimorada,!demostra! ser!um! sistema! complexo,!que! se!encontra! intimamente! ligado!a!muitas!outras!

funções,!incluídas!em!várias!áreas.!Os!regulamentos!das!actuais!GMP’s!reconhecem!que!a!limpeza!é!uma!área!

crítica,!para!a!garantia!da!qualidade!dos!produtos.

[18]

!

É,!então,!da!maior!importância!proceder!à!limpeza!dos!equipamentos!de!modo!a:

[19]

!

O remover!possíveis!contaminantes!ou!redução!dos!mesmos,!até!níveis!de!aceitação!admissíveis;!

O prevenir!contaminação!cruzada;!

O manter!a!qualidade,!eficácia,!pureza!e!segurança!do!produto;!

O reduzir!a!contaminação!microbiana;!

O manter!os!equipamentos!e!as!instalações!em!boas!condições!de!trabalho;!

O tornar!os!equipamentos!seguros!para!acesso!e!operação!do!pessoal,!devidamente!ataviado;!

O proteger!os!equipamentos!de!corrosão;!

O remover!equipamentos!passíveis!de!risco;!

O ir!de!encontro!aos!requisitos!do!clientes,!obedecendo!aos!requisitos!legais.!!!

TornaOse,! portanto,! necessária! a! Validação+ dos+ Métodos+ de+ Limpeza,! uma! vez! que! são! de! extrema!

importância!e!parte!integrante!na!validação!dos!processos!de!produção!dos!produtos!farmacêuticos.!Todos!os!

aspectos!de!produção!envolvem!sempre!qualquer!tipo!de!limpeza,!desde!as!primeiras!etapas!de!produção!dos!

princípios! activos! (API’s! na! sua! forma! bulk),! até! à! sua! formulação! (FDF’s,! Finished! Dosage! Formulations)! e!

embalamento!final!dos!produtos!farmacêuticos.

[20]

!Somente!após!a!devida!validação!do!processo!(entre!outros!

requisitos! do! Sistema! de!Qualidade),! é! que! um! determinado! produto! pode! ser! aprovado! e! licenciado! para!

comercialização!pela!entidade!reguladora.!

A! validação! dos! métodos! de! limpeza! é,! em! termos! de! análise! de! risco,! um! factor! com! índice! de! risco!

elevado,!pois,!sem!ela,!a!probabilidade!de!ocorrer!uma!contaminação!é!significativa!e,!consequentemente,!a!

gravidade!por!ocorrência!tornaOse!elevada.!

!

!

2.3.1. Potenciais+Contaminantes+dos+Equipamentos+

Com!base!na!premissa!de!que!é!necessário!minimizar!as!possíveis!contaminações!dos!produtos!fabricados,!

é! imprescindível! aprofundar! o! conceito! de! contaminação.! DefineOse,! deste! modo,! contaminação,! como! a!

condição!em!que!o!produto!em!causa!é!adulterado,!devido!à!existência!de!um,!ou!mais,!componentes!que!não!

fazem!parte!da!sua!formulação,!enquanto!medicamento.[15]!

Uma!contaminação!é!um!processo!que!engloba!três!factores:

[21]

!

i. a!fonte!de!contaminação,!que!podem!ser!substâncias!activas!ou!resíduos!do!agente!de!limpeza;!!

ii. o!vector!de!propagação,!que!pode!ser!o!próprio!operador!ou!o!equipamento!em!questão,!e!

iii. o!receptor,!que!será!o!lote!de!produção!seguinte.!!

!

A!limpeza!deve,!assim,!ser!eficaz!em!todos!os!locais!passíveis!de!contaminação:!os!pontos!do!equipamento,!

mas!também!nas!salas!onde!os!equipamentos!se!encontram!e!onde!são!manuseadas!as!substâncias!utilizadas.!

!

!!9!

PodemOse!descrever!os!tipos!mais!relevantes!de!possíveis!contaminantes:

[15,!22]

!

!

i. Contaminantes!Físicos!

Segundo! as! normas! das! GMP’s,! os! equipamentos! utilizados! devem! ser! construídos! em! materiais! nãoO

porosos,!não!reactivos,!não!aditivos!e!não!absorventes.!Contudo,!durante!o!processo!de!fabrico,!pode!darOse!a!

libertação!do!revestimento!de!alguma!superfície!ou!selante,!ou!até!de!lubrificantes!das!máquinas.!

Além!dos! excipientes! e! Ingredientes!Activos,! IA’s,! já! esperados! pelas! operações! realizadas! regularmente!

em!processos!de!indústrias!farmacêuticas,!podem!ser!encontrados!outros!materiais!inesperados!que!poderão!

contaminar!os!produtos!produzidos.!Entre!estes,!incluemOse!excipentes!e!IA’s!que!não!entram!no!processo!de!

formulação!(contaminação!cruzada),!filamentos!de!escovas!ou!pincéis,!fibras!de!panos!de!limpeza,!resíduos!de!

luvas!ou!papel!utilizados!no!processo!de!limpeza.!Enquanto!que,!para!os!excipientes!e!API’s,!a!sua!propensão!

para!se!tornarem!contaminantes!nocivos!depende!da!sua!qualidade!e!natureza!(mas!também!do!produto!em!

questão),!para!os!restantes!elementos!acima!indicados!a!mitigação!é!conseguida!pelo!seguimento!das!BPF!e!

ataviamento!adequado.!

!

ii. Agentes!de!Limpeza!

Na! produção! de! API’s,! são! usualmente! utilizados! agentes! de! limpeza! tóxicos,! por! vezes! promotores! de!

espuma,! para! limpeza! de! resíduos! de! difícil! remoção,! os! quais! representam! um! risco! elevado! como!

contaminantes.!Contudo,!na!grande!maioria!das!operações! farmacêuticas,! são!utilizados!agentes!de! limpeza!

com!baixo!grau!de!toxicidade,!que!sejam!igualmente!eficientes!na!remoção!de!detritos!durante!o!processo!de!

limpeza.!Na!escolha!do! agente!de! limpeza! a! utilizar,! deve! terOse! em!atenção!os! valores!de! solubilidade!das!

substâncias!a!remover,!uma!vez!que,!se!a!sua!solubilidade!for!elevada,!pode!ser!utilizada!apenas!água.!!

Quando!são!utilizados!agentes!de!limpeza,!deve!fazerOse!uma!análise!posterior!à!limpeza,!com!o!intuito!de!

aferir!qual!a!quantidade!dos!mesmos.!Os!solventes!orgânicos!a!utilizar,!que!não!façam!parte!da!formulação!do!

produto,!nem!do!meio!reaccional,!são!também!considerados!agentes!de!limpeza!(comummente!utilizados!em!

anidrificação!dos!equipamentos),!e!a!sua!remoção!deve!ser!igualmente!avaliada.!

!

iii. Actividade!Microbiológica!

A!contaminação!microbiológica!é!particularmente!insidiosa,!sendo!que!poderá!ser!despoletada!a!qualquer!

momento,!mesmo!tendo!a!limpeza!sido!considerada!eficaz!e!eficiente.!Em!qualquer!produção!de!um!fármaco,!

não!deve!existir!um!excesso!de!actividade!microbiana,!nem!durante!as!etapas!de!produção,!nem!depois!de!

finalizada!a!limpeza!dos!equipamentos.!O!maior!factor!de!contribuição!é!a!armazenagem!do!equipamento!em!

condições!de!humidade!não!controlada,!desenvolvendoOse!um!ambiente!propício!ao!crescimento!microbiano.!

Dependendo! de! se! tratar! de! uma! produção! em! condições! de! esterilidade,! de! modo! a! controlar,! mas!

sobretudo!evitar,!que!exista!uma!contaminação!microbiana,!deve!monitorizarOse!o!ambiente!das!salas!onde!se!

encontram!os!produtos!e!equipamentos.!Deve,!igualmente,!ser!analisada!a!forma!como!são!acondicionados!os!

equipamentos!após!a!limpeza.!

!

iv. Contaminação!Cruzada!

O!maior! perigo! na! contaminação! cruzada! de! API’s! é! a! alteração! do! conteúdo! de! substâncias! activas! no!

produto! final! que,! devendo! ser! unitário,! poderá! passar! a!múltiplo.! Dependendo! dos! efeitos!médicos,! o! API!

contaminante!poderá!intervir!no!API!do!medicamento!em!questão,!causando!um!de!dois!efeitos:!

i. Sinergético,!caso!a!acção!do!API!aumente,!ou!

ii. Antagonista,!caso!bloqueie!a!dita!acção.!

!!10!

Além! estes! efeitos,! a! presença! do! contaminante! pode! ainda! exercer! um! efeito! totalmente! diferente! no!

medicamento! em! causa,! dandoOse! ainda! o! caso! de! o! seu! efeito! não! estar! estudado,! ou,! ainda,! poderá!

despoletar! alergias! nos! consumidores! por! estarem! a! ingerir! algo! que,! à! partida,! ignoram!estar! presente! no!

medicamento!ministrado.!

!

!

2.3.2. Processo+de+Limpeza+

Na!indústria!farmacêutica,!aquando!da!produção!de!um!fármaco,!existem!diferentes!opções!quanto!ao!tipo!

de!instalação!e!de!equipamentos!a!utilizar.!São!conhecidas!duas!tipologias!base,!no!que!se!refere!ao!tipo!das!

instalações!utilizadas:!

i. Instalações!dedicadas,! onde! se! efectua! apenas! um!mesmo! produto,! podendo! os! equipamentos!

não!o!ser!nessa!mesma!instalação;!

ii. Instalações! multipurpose,! nas! quais! podem! ser! produzidos! dois! ou! mais! produtos,!

consecutivamente,! podendo! em! cada! processo! individualmente,! existir! ou! não! equipamentos!

dedicados.!

Ou!seja,!pode!darOse!o!caso!de!uma!instalação!ser!dedicada!e!conter!equipamentos!que!não!o!sejam,!tal!

como!pode!suceder!o!contrário.!Consoante!a!realidade!existente,!podem!adoptarOse!diferentes!abordagens.

[23]

!

Outro! factor! que! ajuda! a! definir! a! estratégia! a! implementar! no! processo! de! limpeza! centraOse! no!

reconhecimento! do! tipo! de! limpeza! a! utilizar,! analisandoOse,! para! isso,! as! características! do! processo! e! do!

produto!antecedente!e!as!características!processuais!e!de!produto!subsequente.!

Os!tipos!de!limpeza!a!aplicar!em!equipamentos!industriais!de!produção!de!API’s,!são:

[23]

!

• Limpeza!Manual!–!Limpeza!de!equipamentos!efectuada!por!pessoal!qualificado,!com!o!auxílio!de!

máquinas!de!pressão!e!por!meio!de!esfrega;!

• Lavagem! por! Imersão! –! Consiste! na! imersão! de! equipamentos! em! solução! de! lavagem! com!

detergentes!ou!similares;!

• Cleaning! in! Place,! CIP! –! Limpeza! do! equipamento! sem! recorrência! à! desmontagem! do! mesmo,!

envolvendo! o!mínimo! de! recursos! e! de! pessoal! para! levar! a! cabo! a! limpeza,! uma! vez! que! essa!

função!é!desempenhada!automaticamente;!

• Cleaning!out!of!Place,!COP!–!Contrariamente!ao!CIP,!neste!método!os!equipamentos!são!retirados!

do!seu!local!de!operação!e!transferidos!para!o!local!de!limpeza,!onde!serão!devidamente!limpos!e!

preparados!para!utilização!posterior.!

Além!de!se!apresentarem!os!tipos!de!limpeza!que!podem!ser!efectuados!a!um!equipamento,!é!da!mesma!

forma! importante!definir!o!nível!de! limpeza!a!que!este!deve! ser! submetido,!de!modo!a!que!a! lavagem!seja!

eficaz!e!se!garanta!que!sejam!eliminadas!as!fontes!de!contaminação!cruzada.!

O!nível!de!lavagem!depende!de!vários!factores,!tais!como!a!tipologia!do!equipamento!utilizado,!a!etapa!de!

produção! em! que! o! produto! se! encontra,! assim! como! da! natureza! do! potencial! contaminante.! É,! então,!

necessário!avaliar!estes!factores,!bem!como!quais!os!produtos!a!utilizar!antes!e!depois!da!limpeza.!Esta!análise!

permite!aferir!qual!o!nível!de!lavagem!e!controlo!a!aplicar!ao!equipamento.!

A!qualificação!ou!optimização!dos!processos!de! limpeza,!anteriormente!à! sua!validação,! trará!benefícios!

para!os!consumidores!finais,!uma!vez!que!minimizará!o!risco!e!aumentará!a!robustez!do!processo.!

EnunciamOse!os!três!níveis!de!lavagem!existentes:

[23]

!

Nível! 0! –! É! o! nível! menos! crítico! em! lavagem.! Este! nível! não! requer! validação! de! limpeza! após! a! sua!

implementação,! já!que!é!utilizado!para! lavagens! intraOcampanhas,!onde!o! risco!de!contaminação!é!mínimo.!

TrataOse!da!contaminação!de!mesmo!com!o!mesmo.!

!!11!

Nível!1!–!Este!nível!de!limpeza!é!aplicado!quando!o!equipamento!transita!entre!passos!de!produção!de!um!

primeiro!produto!para!um!passo!produtivo!inicial!ou!intermédio!de!outro!produto.!É!também!aplicado!quando!

se!transita!de!passos!iniciais!de!produção!de!um!produto!para!passos!intermédios!desse!mesmo!produto.!Ou!

seja,!entre!produtos!e!à!medida!que!se!aproximam!os!passos!finais!de!um!processo!(mais!críticos,!por!se!tratar!

de!produto!final).!

Nível!2!–!É!o!nível!de!limpeza!que!se!considera!mais!crítico!e!é!aplicado!quando!existe!mudança!entre!um!

qualquer!passo!e!o!passo!final!de!produção!desse!produto!ou!qualquer!outro!produzido!na!instalação.!É!o!nível!

onde!a!validação!de!limpeza!é!fundamental,!visto!trataremOse!das!transições!mais!críticas!em!termos!de!perigo!

de! contaminação.! Efectivamente,! após! a! etapa! final! de! produção! o! produto! segue,! de! imediato,! para! a!

formulação!e!medicamento!final!para!consumo!público.!

!

! !

!!12!

2.4. Validação+de+Limpeza+

A!Validação!de!Limpeza!tem!sido!um!tema!bastante!abordado,!desde!que!a!FDA!publicou!o!“Guide!for!Bulk!

Pharmaceutical! Chemicals”! e! o! “Biotechnology! Inspection! Guide”,! onde! se! encontra! incluída! a! intenção! de!

validar! os! processos! de! limpeza! utilizados! em! indústria! farmacêutica.! Desde! os! anos! 90! do! século! XX,! a!

validação!de! limpeza!passou!a! integrar!os! requisitos!das!GMP’s,!embora!os!processos!de!validação!estejam,!

continuamente,! a! ser! melhorados! e! reajustados.! Maioritariamente,! no! âmbito! da! produção! de! API’s,! as!

informações! fornecidas!pelas!entidades! reguladoras! são!escassas,!quanto!ao!modo!de!operacionalização!do!

estudo,!embora!a!validação!de!limpeza!neste!tipo!de!produção!seja!de!extrema!importância.

[24]

!!

DefineOse!como!evidência!documentada!de!que!o!procedimento!de!limpeza!é,!consistentemente,!capaz!de!

remover!contaminantes,!de!modo!a!ir!de!encontro!com!os!níveis!préOdeterminados!de!limpeza.!

A!necessidade!de!ocorrência!da!validação!de!limpeza!prendeOse!com!o!facto!de!ser!necessário!comprovar,!

documentalmente,!que!os!procedimentos!de!limpeza!são!eficazes,!eficientes!e!consistentes,!de!tal!modo!que!

possibilitem! a! prevenção! de! contaminações! nos! produtos! farmacêuticos,! o! que! se! revela! um! requisito!

regulatório!por!parte!das!entidades!competentes.

[15]

!

Normalmente,! apenas! os! procedimentos! de! limpeza! para! superfícies! de! equipamentos! que! entram! em!

contacto! com! o! produto,! precisam! de! ser! validados.! Contudo,! para! ser! mais! eficaz! os! programas! para! a!

eliminação!de! contaminação! cruzada! também! se! devem!dirigir! para! as! superfícies! em!que!não!há! contacto!

com!o!produto.!Normalmente,!a!validação!só!é!necessária!para!limpezas!críticas,!como!é!o!caso!do!fabrico!de!

dois!produtos!diferentes!num!equipamento!multipurpose,!não!tendo!a!mesma!importância!para!limpezas!nãoO

críticas,!como!se!consideram,!como!exemplo,!as!de!nível!0.!

Os! intervalos! de! tempo! entre! o! uso! do! equipamento! e! a! sua! limpeza,! assim! como! entre! a! limpeza! e! a!

reutilização!do!equipamento,!devem!também!ser!validados,!determinandoOse!os!intervalos!em!que!a!limpeza!é!

válida.!Os! aspectos!microbiológicos! devem! também! ser! considerados,! embora! devam! consistir! em!medidas!

preventivas,!em!vez!de!na!remoção!da!contaminação!no!momento!em!que!esta!ocorre.!(vide!Secção!2.3.1.!iii)!

Documentalmente,!deve!ser!elaborado!um!protocolo!de!validação!e!o!respectivo!relatório,!que!comprove!a!

eficácia! dos! processos,! bem! com! a! competência! do! pessoal! interveniente.! Será! o!meio! de! confirmação! da!

reprodutibilidade!e!eficiência!dos!procedimentos!efectuados!no!final!da!produção!de!cada!lote,!ou!conjunto!de!

lotes,!num!dado!equipamento!e!instalações.!

Para!garantir!o!procedimento!de!validação!de! limpeza!de!um!equipamento!é!necessário!assegurar! cinco!

elementos:

[24]

!

• Uma!instrução!de!limpeza!por!cada!equipamento,!ou!grupo!de!equipamentos,!que!se!encontre!em!

contacto!com!o!produto,!durante!as!etapas!de!fabrico;!

• Um!procedimento!que!determine!o!nível!de!limpeza!requerido;!

• Um!método!de!ensaio!com!uma!sensibilidade!adequada,!de!modo!a!identificar!níveis!residuais!de!

API;!

• Um!limite!residual!real!que!mostre!que!o!equipamento!está,!efectivamente,!limpo;!

• Um!protocolo,!revisto!e!aprovado!por!pessoal!especializado!em!diferentes!áreas.!

A!validação!de!limpeza!comprova,!com!um!grau!elevado!de!certeza,!que!o!procedimento!de!limpeza!foi,!de!

facto,!eficaz!na!remoção!dos!resíduos!presentes!nos!equipamentos.!!

Embora!extensa,! a! realização!de!validações! tornaOse!vantajosa!a! vários!níveis,! como!no!caso!da! redução!

dos! custos! de! qualidade,! redução! do! tempo,! redução! de! lotes! nãoOconformes! e! concordância! com! a!

regulamentação!em!vigor.!

!

!

!

!!13!

2.4.1. Plano+Mestre+de+Validação+de+Limpeza+

No!cômputo!geral,! o!processo!de! validação!necessita!de!um!planeamento!e!de!preparação!meticulosos,!

para!cada!uma!das!etapas!de!estudo.

[25]

!Eventualmente,!chegarOseOá!ao!ponto!em!que!o!desenvolvimento!e!

formulação!do!produto!estarão!terminados,!o!equipamento!seleccionado,!os!métodos!analíticos!validados!e!o!

relatório! da! actividade! emitido.!Urge! validar! o! processo! de! produção.

[15]

! Assim,! recorreOse! à! criação! de! um!

Plano!Mestre! de! Validações,! PMV! (Validation!Master! Plan,! VMP),! que! deve! apresentar! uma! vista! global! de!

toda!a!operação!de!validação,!da!sua!estrutura!organizacional,!do!seu!conteúdo!e!planeamento.!Assim!sendo,!

o!grande!foco!do!VMP!é!apresentar!um!inventário!de!todos!os!equipamentos!e!processos!que!necessitam!de!

validação,!assim!como!uma!calendarização!do!planeamento.

[25]

!

!

'

!

!

!

!

!

!

!

Figura'2S5'S'Esquematização'do'Enquadramento'do'VMP'no'Sistema'de'Qualidade.[26]'

!

O!VMP!permite,!ao!gestor!de!operações,!saber!quais!os!recursos!que!serão!gastos!com!a!validação,!em!que!

se! incluem! tempo,! custos! e! pessoal,! do! mesmo! modo! que! expõe! as! necessidades! para! a! validação.! Por!

conseguinte,! irá! delegar! tarefas! e! responsabilidades! junto! da! equipa! de! validação,! e! permitir! aos! auditores!

perceber!qual!a!abordagem!que!a!empresa!utiliza!face!à!validação,!mas!também!possibilitar!a!organização!de!

todas!as!actividades!de!validação.

[26]

!

Para! elaborar! um! VMP,! é! necessário! compreender! os! regulamentos! e! as! normas! GMP’s! que! estão! em!

utilização! no! momento! da! validação,! sendo! igualmente! crítico! recolher! informação! acerca! dos! produtos,!

equipamentos! e! procedimentos! de! limpeza! aplicados! nas! instalações.! O! documento! deve! ainda! prever!

possibilidades!de:

[23,!25]

!

• Validações! Prospectivas! –! Validações! de! procedimentos! e! equipamentos,! utilizando! dados! de!

estudos,! ou! testes,! efectuados! previamente,! que! atestem! que! os! procedimentos! em! uso!

correspondem!às!exigências!(implementados!antes!do!início!da!produção).!É!um!tipo!de!validação!

cada!vez!menos!aceite;!

• Validações!Retrospectivas! O! Validações!de!procedimentos! e! equipamentos! em!uso,! baseadas! na!

revisão! e! análise! de! dados! históricos,! de! produtos! já! em! comercialização,! desenvolvidos! pela!

mesma!técnica;!

• Validações!Concorrentes!–!Validações!de!procedimentos!e!equipamentos,!em!que!a! informação!

utilizada!é!gerada!durante!o!processo!de!fabrico;!

• Revalidações!–!Reavaliação!de! técnicas,!efectuada!num!período!definido!e!que!são,! igualmente,!

efectuadas! sempre! que! existam! alterações! em! qualquer! procedimento! ou! equipamento,! como,!

por! exemplo,! a! introdução! de! novos! produtos! na! cadeia! de! fabrico,! novos! equipamentos! e!

agentes!de!limpeza.!

Este Validation Master Plan constitui o primeiro nível da hierarquia do planeamento de validações na CIPAN – é um plano global.

Cada validação tem documentação própria associada.

Instruções mais detalhadas sobre o modo de execução de cada uma das validações encontram-se nos seguintes procedimentos do Sistema da Qualidade:

Os VMPs de 2º nível são planos mais específicos, que derivam do anterior, e são aplicáveis a um conjunto de sistemas, uma nova instalação de produção ou outra situação que devido ao volume de validações envolvidas o justifique.

!!14!

A! existência! do! VMP! é! uma! garantia! que! assegura! que! os! processos! serão! validados! e! avaliados!

periodicamente!da!maneira!mais!eficiente!e!comprovada,!o!que!permite!que!os!produtos!vão!de!encontro!aos!

requisitos!dos!clientes.!

!

!

2.4.2. Documentos+associados+à+Validação+de+Limpeza+

Dependendo! da! complexidade! do! processo! de! limpeza,! poderão! ser! necessários! mais! ou! menos!

documentos! de! suporte! à! validação.! Se! o! procedimento! de! limpeza! for! mais! complexo,! é! importante!

apresentar!os!passos!de!limpeza!críticos,!as!especificações!do!equipamento!em!si,!quais!os!níveis!de!resíduos!

que,! historicamente,! já! foram! encontrados! nesse!mesmo! equipamento,! e! até! a! calendarização! da! limpeza,!

embora!esta!seja!sempre!necessária,!não!apenas!quando!os!procedimentos!são!complexos.

[24]

!

Como! já! foi! referido! na! Secção! 2.4,! sempre! que! é! realizada! uma! validação! de! limpeza,! existem! dois!

documentos!cruciais,!a!preparar!pela!equipa!de!validação,!que!suportem!essa!mesma!validação.!

!

2.4.2.1. Protocolo+de+Validação+de+Limpeza+

Os! protocolos! de! validação! de! limpeza! têm,! como! documento! de! suporte,! a! instrução! de! lavagem! do!

equipamento!onde!ocorre!a!validação.!!

A! instrução! será! um! documento! onde! estarão! descritas! todas! as! actividades! a! desenvolver! para! a!

limpeza/lavagem!dos!equipamentos,!linhas!e!tubagens,!utensílios!e!instalações!industriais.!!

Com! base! na! referida! instrução,! o! protocolo! deverá! começar! por! especificar! qual! o! objectivo! que! se!

propõe,! definindo! um! resumo! geral! dos! dados! necessários,! tais! como! as! características! associadas! a! cada!

equipamento! sujeito! a! validação,! a! sua! localização! nas! instalações,! todos! os! parâmetros! operacionais!

relevantes,! dados! acerca! das!matériasOprimas! e! dos! produtos! produzidos,! acrescentandoOse! ainda! quais! os!

ensaios! de! validação,! o(s)! tipo(s)! de! amostragem! e! métodos! analíticos! a! utilizar,! e,! indispensavelmente,! a!

definição!dos!critérios!de!aceitação!da!validação.

[23]

!

!

2.4.2.2. Relatório+de+Validação+de+Limpeza+

Depois!de!apresentado!e!aprovado!o!protocolo,!tratandoOse!de!uma!validação!concorrente!ou!prospectiva,!

o! relatório! de! validação! será! elaborado! após! a! recolha! e! análise! de! um! conjunto! significativo! de! amostras!

recolhidas!dos!equipamentos,!com!a!frequência!estipulada!e!nos!pontos!definidos!como!críticos!no!protocolo.!

No! relatório! devem! ser! apresentados! e! discutidos! os! resultados,! tendo! como! base! de! comparação! os!

critérios! de! validação! estabelecidos! no! protocolo,! concluindoOse,! então,! sobre! o! estado! da! validação,! por!

comparação!com!os!critérios!referidos.!

Devem,! ainda,! ser! apresentadas! recomendações! de! acções! correctivas! ou! preventivas,! definirOse! a!

frequência! da! amostragem! e! o! tipo! de! controlo! a! implementar! em! rotina! e,! por! fim,! estabelecerOse! as!

condições!de!revalidação!da!técnica!de!limpeza.

[23]

!

!

!

!

!

!!15!

2.4.3. Ensaios+utilizados+na+Validação+

Os!ensaios! a! efectuar!para! aferir! qual!o! grau!de! limpeza!de!um!dado!equipamento,! apenas!deverão! ser!

realizados! após! ter! sido! realizada!uma! limpeza! crítica,! isto!é,! uma! limpeza!de!nível! 2.! Têm!por!base!quatro!

testes,! que! deverão! ser! efectuados! a! cada! equipamento,! ou! conjunto! de! equipamentos! (estratégia! de!

grouping,!que!pode!ser!feita!por!técnica!de!limpeza!e/ou!por!equipamentos),!com!uma!repetição!mínima!de!

três!vezes,!e!máxima!de!cinco!vezes.!

Anteriormente!à!realização!dos!testes,!no!âmbito!da!validação,!o!responsável!deverá!fazer!uma!inspecção!

detalhada! ao! equipamento,! de! modo! a! identificar! os! Pontos! Críticos! a! amostrar,! constando! toda! a!

caracterização!no!protocolo!de!validação.!Estes! serão!os!pontos!nos!equipamentos!que!apresentarão!maior!

probabilidade! de! acumulação! de! resíduos,! assim! como! uma! acessibilidade! mais! dificultada,! em! termos! de!

limpeza.!

!

2.4.3.1. Inspecção+Visual+

A!análise!directa!dos!equipamentos,!por!observação!das!várias!partes!dos!mesmo!que!entram!em!contacto!

directo! com!o!produto,! com! redobrada!atenção!aos!pontos! críticos,! para!além!de! constituir!um!método!de!

detecção!imediato!e!de!baixo!custo,!determina!o!avanço!do!processo!de!validação,!além!de!que!é!uma!prática!

que!deve!constar!na!própria! instrução!de! limpeza.!É!de! referir,!portanto,!que!o! termo!“visualmente! limpo”,!

tanto!pode!ser!aplicado!no!âmbito!da!validação,!como!também!na!monitorização!da!limpeza.

[28]

!

Existe! uma! linha! muito! ténue! que! separa! os! conceitos! de! “visualmente! limpo”! e! “visualmente! sujo”.!

Segundo! Fourman! e!Mullen,! os! resíduos! que! se! poderão! encontrar! num! equipamento! apenas! são! visíveis!

numa!gama!de!4!μg/cm

2

,!sendo!que!este!valor!pode!diminuir!ou!aumentar!consoante!se!utilize!uma!fonte!de!

iluminação!diferente,!ou!quando!os!detritos!apresentem!uma!cor!contrastante!com!a!cor!do!equipamento.

[29]

!

Contudo,! o! ensaio! de! inspecção! visual,! não! deixa! de! ser! um! procedimento! de! natureza! qualitativa! e!

subjectiva,! dado!que!depende!de!quem! faz! a! inspecção!e!das! condições!do!equipamento!observado.!Deste!

modo,!tornaOse!igualmente!necessária!a!validação!do!conceito!de!“visualmente!limpo”.!

!

2.4.3.2. Pesquisa+de+Resíduos+de+Agentes+de+Limpeza+

A!determinação!do!nível!de!resíduos!finais!de!agentes!de!limpeza!pretende!assegurar!que,!após!a!limpeza!

de! uma! superfície,! não! existem! contaminantes! dessa! origem.! Efectivamente,! este! tipo! de! contaminação!

constitui! um! factor! crítico! de! limpeza,! devido! à! possibilidade! de! espuma! residual! nos! equipamentos.!

Normalmente,! esta! determinação! é! feita! recorrendo! ao! método,! nãoOespecífico,! de! detecção! do! carbono!

orgânico!total,!do!inglês!Total!Organic!Carbon,!TOC.!Através!desta!técnica,!a!quantidade!total!de!carbono!num!

composto!orgânico!é!determinada!e!utilizada!como!um!indicador!de!qualidade!da!água!de!enxaguamento!após!

limpeza!dos!equipamentos!utilizados.!!

A!técnica!de!TOC!determina!a!quantidade!de!carbono,!por!meio!de!acidificação!da!amostra,!em!atmosfera!

de!azoto!ou!de!outro!gás!inerte,!ocorrendo!a!remoção!do!carbono!inorgânico.

[30]

!De!acordo!com!o!critério!Lilly,!

temOse! em! conta! um! limite! aceitável! de! 10! ppm,! embora! seja! possível! calcular! teoricamente! esse! valor!

limite.

[29]

!

A! recolha!de!amostras,!para!aplicação!desta! técnica,!deve!corresponder!a!uma! toma!de!água!que! tenha!

estado! em! contacto! directo! com! as! superfícies! a! amostrar,! para! posterior! análise! e! comparação! com! um!

critério! limite! de! aceitação,! usualmente! o! da! especificação! estabelecida! para! a! própria! água! utilizada! no!

enxaguamento!final!do!equipamento.!

!

!!16!

2.4.3.3. Pesquisa+de+Actividade+Microbiológica+

Determinar! a! presença! de! microrganismos! é! essencial,! pois! deve! garantirOse! que! não! existe! actividade!

microbiológica! remanescente! após! a! limpeza! do! equipamento! ou! que! existe! a! um! nível! aceitável! de!

contaminação,!caso!o!processo!não!implique!condições!de!esterilidade.!

!Em!qualquer!uma!dessas!situações,!não!deve!ser!somente!validado!o!limite!após!limpeza,!mas!igualmente!

assegurado!que!não!existem!condições!favoráveis!à!proliferação!microbiana,!após!a!limpeza!e!até!à!utilização!

seguinte!–!conceito!de!clean!hold!time!(“limpo!até”).!Por!este!motivo,!é!necessário!verificar!quais!as!condições!

de! armazenagem! dos! equipamentos,! anterior! e! posteriormente! à! limpeza,! o! ambiente! em! que! estes! se!

encontram,! e! até! mesmo! se! ocorrem! nas! proximidades! outras! actividades! que! possam! influenciar! aquela!!

proliferação,! levandoOa!a!valores!de!concentração!superiores!aos! limites!préOestabelecidos!de!contaminação!

microbiológica.

[28]

!

Os! limites!recomendados!para!as!superfícies!dos!equipamentos!correspondem!aos! limites!para!placas!de!

contacto!com!55!mm!de!diâmetro,!e!encontramOse!apresentados!na!tabela!abaixo.!

!

Tabela'2S1'S'Limites'de'Contaminação'Microbiana'Recomendados'para'Áreas'Limpas.[31]'

Classe+ Limite+Recomendado+(UFC’s/placa)+

A! <!1!

B! ≤!5!

C! ≤!25!

D! ≤!50!

!

No! caso! de! crescimento! microbiano,! adicionalmente! à! contagem! dessa! contaminação,! deve! sempre!

garantirOse! que! não! estão! presentes! organismos! patogénicos,! como! o! caso! de! E.! coli,! Salmonella! spp! ou!

Enterococcus!spp.[28]!

!

2.4.3.4. Pesquisa+de+Resíduos+de+API’s+e+Impurezas+Associadas+

A! determinação! de! resíduos! de! substância! activa! é! o! parâmetro!mais! importante! de! uma! validação! de!

limpeza! farmacêutica.! ! Este! tipo! de! resíduo! implica! uma! potencial! contaminação! de! um! API! com! outra!

substância!activa!diferente,!que!não!faz!parte!da!formulação!medicamentosa.

[28]

!

A! amostragem! é! feita! recorrendo! à! utilização! de! swabs! ou! recolha! de! solventes! de! lavagem! após!

enxaguamento! final,! para! determinação! de! concentrações! vestigiais! de! contaminantes! (em! regra,! o! API!

produzido!anteriormente!nesse!equipamento).!Na! indústria! farmacêutica,!esta!análise! fazOse,! comummente,!

por!Cromatografia! Líquida!de!Alta!Pressão,!High!Pressure! Liquid!Chromatography,!HPLC,! do! inglês.! Segundo!

esta!técnica,!comparamOse!soluções!padrão!das!substâncias!a!pesquisar!com!as!amostras!recolhidas,!aferindoO

se,!no!final,!se!os!resíduos!do!API!antecedente!à! lavagem!permanecem,!e!em!que!quantidade,!na!superfície!

amostrada.!

TornaOse,!assim,!necessário!determinar!os! limites!e!critérios!de!aceitação!para!o!API! remanescente,!para!

que!seja!possível!comparáOlos!com:!

i. O!limite!de!quantificação!do!método!analítico!–!caso!o!limite!de!aceitação!calculado!seja!inferior!

ao!limite!de!quantificação,!deverá!ser!ponderada!a!utilização!de!um!método!mais!sensível!ou,!em!

caso! de! impossibilidade,! considerar! a! mudança! de! um! equipamento! multipurpose! para! um!

dedicado;!

ii. Os!resultados!a!obter,!em!rotina,!nas!campanhas!de!produção,!para!controlo!de!limpeza.!

!!17!

2.4.4. Métodos+Analíticos+utilizados+em+Validação+de+Limpeza+

Um!dos!aspectos!mais!importantes!para!concluir!se!a!técnica!de!limpeza!aplicada!a!um!equipamento!é,!de!

facto,! eficaz,! é! a! escolha! do! método! analítico! a! utilizar! na! validação.! Esta! selecção! está! intimamente!

relacionada!com!a!natureza!química!(solubilidade,!polaridade!e!estabilidade)!dos!resíduos!a!analisar!e!com!os!

limites!estabelecidos!por!esses!mesmos!resíduos.

[32]

!

Uma!estratégia!de!validação!de!limpeza!apropriada!inclui,!a!priori,!a!validação!do!método!analítico,!a!qual!

define! os! parâmetros! necessários! que! sirvam! um! nível! elevado! de! confiança! dos! resultados! da! limpeza.!

Contudo,!tal!como!acontece!na!validação!de!limpeza,!os!métodos!analíticos!podem!necessitar!de!revalidação,!

resultante!de!mudanças!na! instrumentação,!nos!analitos!ou!nos!métodos,!ou!devido!a!processos!de! limpeza!

que!afectem!a!capacidade!do!método!para!determinar!o!nível!correcto!do!analito.

[33]

!

Os!métodos! analíticos! devem! seguir! quatro! critérios! fundamentais,! para! que! a! sua! utilização! possa! ser!

considerada!na!validação:

[22]

!

i. Detectar!a!substância!em!estudo!a!níveis!consistentes!com!os!critérios!de!aceitação;!

ii. Detectar! substâncias,! ditas! “alvo”,! na! presença! de! impurezas! que! possam! estar! presentes! na!

amostra;!

iii. Incluir! uma! forma! de! cálculo! que! consiga! converter! um! resíduo! da! substância,! encontrado! na!

amostra,! para! 100%,! caso! os! dados! gerados! indiquem! que! a! recuperação! se! encontra! fora! da!

gama!permitida;!

iv. Garantir!a!estabilidade!das!amostras,!desde!a!sua!amostragem!até!análise!posterior.!

De!entre!os!métodos!analíticos!utilizados!actualmente,!é!possível!fazer!uma!distinção,!relativamente!à!sua!

especificidade,!agrupandoOos!em!métodos!específicos,!quando!detectam!apenas!um!resíduo!na!sua!análise,!e!

não!específicos,!que!podem!detectar!uma!variedade!de!resíduos!(vide!Tabela!2O2).[32,!34]!

!

Tabela'2S2'–'Alguns'métodos'analíticos'específicos'e'não'específicos.[22,'32,'34]'

Métodos+Analíticos+Específicos+ Métodos+Analíticos+NãoREspecíficos+

Cromatografia!Líquida!de!Alta!Pressão,!HPLC! Carbono!Orgânico!Total,!TOC!

Cromatografia!Gasosa,!GC! pH!

Espectrofotometria! Condutividade!

Absorção!Atómica,!AA! Titulação!

Electroforese!Capilar! Gravimetria!

Ensaio!de!Enzima!Imunosolvente,!ELISA! !

!

Na! Cipan,! empresa! que! serviu! de! base! ao! presente! estudo,! apenas! são! utilizadas! algumas! das! técnicas!

acima! apresentadas.! Embora,! inicialmente,! o! método! analítico! mais! utilizado! fosse! a! espectrofotometria,!

actualmente!utilizamOse,!em!maior!escala,!as!técnicas!de!Cromatografia!Líquida!de!Alta!Pressão!e!de!Carbono!

Orgânico!Total!e,!em!menor!escala,!Cromatografia!Gasosa.!

Por!serem!as!técnicas!de!maior!enfoque!na!empresa,!o!HPLC!e!o!TOC!serão!apenas!as!duas!técnicas!mais!

aprofundadas.!

!

!!18!

2.4.4.1. Cromatografia+Líquida+de+Alta+Pressão,+HPLC+

O!método!de!HPLC!é!uma! técnica!bastante!utilizada,!quando! se! trata!de!validação!de! limpeza,!dado! ser!

uma!técnica!altamente!específica,!reprodutível!através!dos!tempos!de!retenção,!para!o!composto!em!estudo.!

Esta! técnica! tem! a! grande! vantagem! da! sua! especificidade,! à! qual! se! juntam! a! sensibilidade! e! robustez! do!

método,! permitindo! a! utilização! de! solventes! orgânicos! sem! a! interferência! destes! na! análise.! Contudo,!

apresenta! algumas! limitações,! destacandoOse! o! elevado! tempo! de! corrida! de! cada! amostra! e! o! custo! dos!

equipamentos.

[34]

!

Comparativamente! à! Cromatografia! Líquida! dita! “comum”,! a! técnica! de! HPLC! beneficia! do! uso! de! altas!

pressões,! para! aumentar! a! sua! eficiência.! Sucintamente,! a! utilização! de! pressões! elevadas! possibilita! uma!

redução! das! partículas! contidas! na! coluna! cromatográfica.! Consequentemente,! quanto! menores! forem! as!

partículas,!maior!será!a!área!superficial!de!adsorção,!resultando!num!aumento!da!eficiência!de!separação!dos!

analitos.

[35]

!

De!seguida,!apresentaOse!uma! figura!esquemática!onde!estão! representados!os!componentes!básicos!de!

um!sistema!típico!de!HPLC.!

!

!

!

!

!

!

!

!

!

Figura'2S6'S'Sistema'de'Cromatografia'Líquida'de'Alta'Pressão,'HPLC.[36]'

!

Todo!o!processo!começa!com!a!preparação!de!uma!fase!móvel!(solvente!de!eluição),!que!irá!progredir!ao!

longo! do! sistema,! arrastando! os! analitos! que! se! irão! separar,! conforme! a! sua! afinidade! para! com! a! fase!

estacionária.!De! seguida,! a! fase!móvel! é! transferida! para! um! reservatório,! a! partir! do! qual! passa! para! uma!

bomba! de! alta! pressão,! que! gera! e!mede! a! taxa! de! fluxo! de! solvente! que! irá! eluir! no! sistema.! Quando! as!

amostras!são!colocadas!no!aparelho!para!análise,!o!injector!injecta!a!amostra!no!fluxo!contínuo!de!fase!móvel,!

que,!por!sua!vez,! levará!a!amostra!até!à!coluna!cromatográfica.!Esta!coluna!contém!um!material!compacto,!

adsorvente,! chamado! fase! estacionária,! para! o! qual! a! amostra! terá!maior! ou!menor! afinidade.! Se! o! analito!

eluir! por! último! na! coluna,! significa! que! ficou! retido! na! fase! estacionária,! logo! tem!maior! afinidade! para! a!

coluna!em!questão,!aplicandoOse,!analogamente,!o!contrário.!De!forma!a!ser!possível!visualizar!os!resultados!

obtidos,! é! necessária! a! presença! de! um! detector,! que! varia! casoOaOcaso,! o! qual! irá! detectar! as! bandas! dos!

componentes! separados!da! amostra,! à!medida!que! eluem!na! coluna!de!HPLC.! Por! fim,! a! fase!móvel! sai! do!

detector,! sendo! recolhida! num! vaso! de! despejos,! enquanto! um! sistema! informático! específico! recolhe! os!

dados! enviados! pelo! detector,! resultando! num! cromatograma! que! permite! identificar! e! quantificar! os!

resultados!obtidos.

[36]

!

!

!

!

!

!

!!19!

!

DefineOse!o! tempo!de! retenção!de!uma!amostra,! como!o! tempo!decorrido!desde!o!momento!em!que!a!

amostra!é!introduzida!na!coluna,!até!ao!instante!máximo!do!pico!apresentado!no!cromatograma.!(cfr!Figura!2O

7).!

!

!

!

!

!

!

!

!

!

!

Figura'2S7'S'Exemplo'de'Cromatograma.[36]'

!

!

É! de! salientar,! que! a! eluição! da! fase!móvel! pode! ser! feita! de! duas!maneiras! distintas,! dependendo! das!

características!das!amostras:

[34,!35]

!

!

i. Eluição!Isocrática!

Neste! tipo! de! eluição,! a! composição! da! fase! móvel! mantémOse! inalterada! durante! todo! o! processo! de!

cromatografia.! Isto! leva! a!que!a! largura!dos!picos!observados!no! cromatograma! seja!maior,! uma!vez!que!o!

tempo! de! retenção! dos! analitos! aumenta.! Logicamente,! os! últimos! picos! a! eluir! na! coluna! cromatográfica!

tornarOseOão!mais!largos!e!achatados,!o!que!se!apresenta!como!uma!desvantagem.!Assim,!concluiOse!que!este!

tipo!de!eluição!é!mais!adequado!e!aconselhado!para!separações!cromatográficas!líquidas!simples.!

!

ii. Eluição!por!Gradiente!

Por! oposição! à! eluição! isocrática,! a! eluição! por! gradiente! fazOse! com! a! variação! da! composição! da! fase!

móvel!no!decorrer!da! separação.!Analogamente,!este! tipo!de!eluição! irá!diminuir!o! tempo!de! retenção!dos!

analitos,! resultando! numa! eluição!mais! rápida! e! com!picos! observados,! no! cromatograma,!mais! achatados,!

havendo!uma!melhoria!da!sua!forma!e!altura.!Este!tipo!de!eluição!é!apropriado!para!ensaios!que!pretendam!

separar!amostras!complexas.!

!

!

2.4.4.2. Carbono+Orgânico+Total,+TOC+

O! método! de! análise! por! determinação! do! carbono! orgânico! total! é! um! processo! analítico! bastante!

utilizado!em!validação!de!limpeza,!o!qual!permite!saber,!inespecificamente,!a!quantidade!de!carbono!orgânico!

presente!numa!amostra!líquida,!por!meio!de!processos!de!acidificação!e!oxidação.

[37]

!

A! análise! TOC! envolve! a! oxidação! do! carbono! a! dióxido! de! carbono,! que! é! detectado! e! analisado! pelo!

aparelho! de! TOC.! Esta! oxidação! pode! ser! induzida! por! métodos! como! a! oxidação! fotocatalítica,! oxidação!

química!(através!da!utilização!de!peroxidissulfato)!e!ainda!por!temperaturas!de!combustão!elevadas.

[38]

!

!!20!

!

Existem!duas!formas!de!medir!o!carbono!orgânico!numa!amostra:

[39]

!

i. Método!diferencial!–!determinaOse!a!quantidade!de!carbono!total,!TC,!e!a!quantidade!de!carbono!

inorgânico,!IC,!sendo!o!carbono!orgânico!resultante!da!subtracção!dos!dois;!

!

ii. Método!directo!–!a!quantidade!de!carbono!orgânico!é!determinada!através!da!purga!de!carbono!

inorgânico!e!da!oxidação!das!moléculas!de!carbono!orgânico!purgado,!POC,!e!não!purgado,!NPOC,!

sendo!o!carbono!orgânico!total!a!soma!das!duas!participações.!

!

A!utilização!da!análise!de!TOC!para!validação!de!limpeza!apresenta!uma!grande!vantagem,!relativamente!à!

análise!por!HPLC,!uma!vez!que!permite!detectar!contaminações!de!qualquer!natureza!numa!amostra,!devido!à!

sua!nãoOespecificidade,!o!que!possibilita!obter!informação!distinta.!

!

!

!

!

!

!

!

!

!

Figura'2S8'S'Diversidade'de'aplicação'da'técnica'de'TOC'a'diferentes'produtos.[37]'

!

!

2.4.5. Métodos+de+Amostragem+

Depois!de!escolhido!o!método!analítico!mais! apropriado!à! validação,! é!necessário!definir! qual!o! tipo!de!

amostragem,!de!modo!a!ser!possível!avaliar!qual!a!eficácia!do!processo!de!limpeza.!

A! selecção!do!método!de! amostragem!depende!de! factores! inerentes! ao!processo,! como!a!natureza!do!

equipamento! a! amostrar! e! do! resíduo! a! quantificar,! assim! como! do! limite! aliado! ao! mesmo! resíduo.! Esta!

interdependência! irá! servir! de! linha! de! orientação! para! a! escolha! de! determinado! método! analítico! em!

detrimento!de!outro.

[34]

!

Embora!possam!ser!enumerados!vários!métodos!de!amostragem,!na!indústria!farmacêutica,!reconheceOse!

a!utilização!de!apenas!dois!tipos!distintos,!por!swab!e!por!rinse.!

!

i. Amostragem!por!swab[32,!34]!

A!amostragem!por!swab,!envolve!a!utilização!de!uma!zaragatoa!feita!de!material!fibroso,!absorvente!(vide!

Figura!2O9)!que! irá!recolher,!por!meio!de!arrasto,!os!resíduos!de!API!remanescentes!no!equipamento!após!a!

limpeza.!A!amostragem!começa!com!o!humedecimento!do!swab!com!o!solvente!de!extracção!(apropriado!à!

dissolução! do! analito! em! questão),! para! facilitar! a! adesão! dos! resíduos! do! equipamento.! É! efectuado! um!

esfregaço! segundo! uma! técnica! conhecida! (cfr! Figura! 2O10)! e,! posteriormente,! efectuaOse! a! extracção! dos!

resíduos! de!API! através! da! adição! de! um! volume! conhecido! do! solvente! de! extracção.!Quando! concluído! o!

processo!de!amostragem,!segueOse!para!a!aplicação!do!método!analítico!à!amostra!obtida.!

!!21!

!

!

Figura'2S9'S'Exemplo'de'um'swab.[40]''

Abaixo,!apresentaOse!a!técnica!mais!correcta!para!efectuar!a!amostragem!através!de!swabbing.!

!

Figura'2S10'S'Técnica'de'Swabbing.[41]'''

A!utilização!do!swabbing!é!aconselhada!para!a!amostragem!nos!pontos!críticos!dos!equipamentos,!uma!vez!

que!promove!o!contacto!directo!com!a!superfície!interna!do!mesmo.!!

Como!qualquer!técnica,!o!swabbing!apresenta!as!suas!vantagens!e!limitações:!

!

Tabela'2S3'S'Vantagens'e'Limitação'do'método'de'Amostragem'por'swab.[34]'

Vantagens+ Limitações+

Dissolve!e!remove!fisicamente!a!amostra!

Técnica!invasiva!que!pode!levar!à!introdução!de!fibras!

no!meio!

Adaptável!a!uma!ampla!variedade!de!superfícies!

Baixo!custo!e!elevada!disponibilidade!

Resultados!podem!depender!da!técnica!de!utilização!

do!swab!e!da!localização!a!amostrar!

Permite!amostrar!uma!área!específica!

Aplicável!a!resíduos!de!API’s,!agentes!de!limpeza!e!

agentes!microbiológicos!

Design!e!material!do!swab!pode!inibir!a!

especificidade!e!a!taxa!de!recuperação!do!método!

Pequenos!volumes!de!extracção!podem!aumentar!a!

detecção!dos!resíduos!

Difícil!avaliação!de!áreas!complexas!e!de!grande!

dimensão!

!

!

ii. Amostragem!por!rinse[32,!34]!

No!caso!da!amostragem!por!rinse,!é!feita!a!recolha!da!última!solução!de!lavagem,!ou!seja,!uma!porção!do!

enxaguamento! final! do! equipamento.! Esta! amostra! será! então! analisada,! de!modo! a! aferir! a! existência,! ou!

não,! de! resíduos! após! a! lavagem! do! equipamento.! Para! que! se! obtenham! resultados! consonantes! com! o!

equipamento! amostrado,! é! conveniente! conhecer! o! volume! recolhido! e! a! área! abrangida! pela! solução! de!

enxaguamento.!No!entanto,! se!o! resíduo!estiver!perfeitamente!dissolvido!e!distribuído!na! solução!de! rinse,!

qualquer!porção!de!solução!terá!a!mesma!concentração.!

!!22!

É! imperativo! escolherOse! a! solução! mais! adequada! para! o! enxaguamento,! devendo! terOse! em! conta! as!

características!químicas!dos!resíduos,!para!que!após!a!limpeza,!quando!sujeita!ao!método!analítico,!a!amostra!

devolva!resultados!consistentes.!

Na!tabela!seguinte!apresentamOse!as!vantagens!e!limitações!do!rising.!

!

Tabela'2S4'S'Vantagens'e'Limitações'do'Rising.[34]'

Vantagens+ Limitações+

Permite!a!amostragem!de!superfícies!únicas!(p.e.!

superfícies!porosas)!

Informação!limitada!acerca!da!limpeza!das!

superfícies,!em!alguns!casos!

Fácil!amostragem! Pode!ser!difícil!definir!e!controlar!as!áreas!amostradas!

Permite!obter!conclusões!acerca!de!áreas!que!não!

são!acessíveis!para!o!swabbing!

Resíduos!podem!não!ficar!homogeneamente!

distribuídos!na!água!de!lavagem!

Menos!dependente!de!técnica!de!execução!do!que!o!

swabbing!Inabilidade!para!detectar!a!localização!de!resíduos!

Aplicável!a!resíduos!de!API’s,!agentes!de!limpeza!e!

excipientes!

Conhecer!o!volume!da!água!de!lavagem!é!crítico,!para!

garantir!uma!interpretação!exacta!dos!resultados!

Permite!a!amostragem!de!uma!área!superficial!

elevada!

Metodologia!de!amostragem!deve!ser!definida,!de!

modo!a!que!o!método!e!a!localização!não!influenciem!

os!resultados!

Durante!o!rinsing,!toda!a!superfície!que!contém!

produto!é!molhada.!O!resultado!de!uma!análise!

representa!a!soma!de!todos!os!resíduos!removidos!

pelo!fluxo!!

Amostragem!pode!não!ser!representativa,!e!

apresentarOse!por!defeito,!da!quantidade!de!

contaminantes!presentes!no!equipamento!

Procedimento!de!amostragem!pode!não!contaminar!

o!equipamento!se!forem!usados!solventes!do!

processo!

Reduzida!reprodutibilidade!da!dispersão!da!

contaminação!pela!superfície!

!

!

2.4.6. Análise+Comparativa+dos+Métodos+de+Amostragem+

Quando!se!escolhe!o!método!de!amostragem!por!swab,!seleccionamOse,!para!amostrar,!os!pontos!críticos,!

as!zonas!mais!difíceis!de!limpar.!Essas!localizações!críticas!têm!maior!probabilidade!de!ter!níveis!mais!elevados!

de!resíduos,!quando!comparadas!com!localizações!no!equipamento!mais!fáceis!de!limpar.!SalientaOse!que,!se!o!

processo!de! limpeza! for! suficientemente! robusto,! os! resultados! analíticos! serão,!possivelmente,! os!mesmos!

em! qualquer! uma! das! localizações! de! amostragem! no! equipamento.! Contudo,! se! existir! algum! resultado!

inconsistente!ou!passível! de! falha,! é!mais! provável! que! seja! detectado!num! swabbing! realizado!numa! zona!

crítica,!do!que!numa!não!crítica.

[32]

!

Contrariamente,! a! amostragem! por! rinse! integra! os! níveis! de! resíduos! em! toda! a! superfície! da! área!

amostrada.! Assim,! enquanto! que! uma! amostragem! feita! por! swab! numa! zona! crítica! de! uma! equipamento!

pode!levar!a!resultados!que!excedam!o!limite!associado!à!técnica,!a!contribuição!desse!único!resíduo!pode!ser!

eficazmente!diluída!por!níveis!de!resíduos!mais!baixos!amostrados!noutras!localizações,!recorrendo!à!técnica!

de!rinse.[32]!

!!23!

Comparando! as! duas! situações,! será! mais! provável! obter! resultados! consonantes! com! os! critérios!

recorrendo!à!técnica!de!amostragem!por!rinse,!uma!vez!que!não!ocorrem!situações!em!que!a!amostragem!é!

feita!recorrendo,!simultaneamente,!às!duas!técnicas!apresentadas.

[32]

!

Contudo,!não!é!possível!definir!qualquer!uma!das!técnicas!como!melhor!do!que!a!outra.!Os!dois!métodos!

de! amostragem! medem! diferentes! características! de! um! resíduo! em! superfícies! de! equipamentos,! não!

podendo!correlacionarOse!os!dois!métodos!directamente.

[32]

!

!

!!24!

3. Objectivo+dos+Estudos+A! realização! deste! trabalho! prendeOse! com! a! necessidade! de! existir! uma! validação! da! limpeza! dos!

equipamentos!afectos!à!produção!de!diferentes!API’s,!de!modo!a!que!seja!possível!confirmar!que!a!instrução!

de! limpeza! em! uso! é! capaz! de! remover! todas! as! impurezas! que! possam! persistir! nos! equipamentos,! ou!

removêOlas! até! valores! de! concentração! admissíveis,! isto! é,! valores! tão! baixos! que! não! sejam! consideradas!

contaminações!críticas.!

!!25!

4. Metodologias+

Os!psicotrópicos!e!estupefacientes!são!substâncias!extremamente! importantes!para!a!Medicina,!uma!vez!

que! actuam! ao! nível! do! Sistema! Nervoso! Central,! e! as! suas! propriedades,! desde! que! utilizadas! de! forma!

correcta,!transformamOnos!em!medicamentos!muito!úteis!para!um!grande!número!de!doenças.!Contudo,!a!sua!

produção!e!comercialização!sofre!um!controlo!bastante!rigoroso!por!parte!das!entidades!competentes,!dado!

que!estes!produtos!são!bastante!susceptíveis!de!dependência.

[42]

!

No! decurso! da! sua! actividade! industrial! e! estratégia! de! negócio,! a! Cipan! desenvolve! estudos! de!

optimização! de! processos! e! contract! maufacturing.! Neste! sentido,! tem,! no! seu! portefólio,! determinados!

projectos!envolvendo!este!tipo!de!fármacos.!

Em!particular,!consideramOse!três!produtos!diferentes,!por!motivo!de!confidencialidade!referidos!por!A,!B!e!

C,! numa!mesma! instalação,! com!utilização!de!equipamentos!dedicados!e! também!multipurpose.! Para!que!a!

comercialização!destes!três!produtos!seja!aprovada,!é!necessário!recorrer!a!medidas!rigorosas!de!controlo!de!

qualidade,!de!modo!a!garantir!a!máxima!segurança!na!utilização!dos!fármacos.!!

TornaOse!indispensável!a!validação!da!limpeza!dos!equipamentos!utilizados!para!o!efeito,!pois!é!prioritário!

assegurar!que!não!existem!contaminações!cruzadas!devido!a!uma! limpeza!não!eficaz,! isto!é,!decorrentes!da!

utilização!de!um!mesmo!equipamento!mal!lavado!na!produção!de!um!outro!produto.!

!

! !

!!26!

4.1. Caracterização+dos+Produtos+

Por!forma!a!estudar!as!contaminações!cruzadas!de!API’s,!é!imprescindível!conhecer!as!características!e!as!

posologias! farmacológicas!de! cada!um!dos!produtos,!que! irão!permitir! calcular!os! limites!de!aceitação!para!

cada!equipamento.!!

ApresentamOse,!de!seguida,!os!três!produtos!em!questão:

[43]

!

!

Produto+A++

O!Produto!A!caracterizaOse!por!ser!um!pó!branco,!parcialmente!solúvel!em!água,!mas!totalmente!solúvel!

em!álcool,! que! é! utilizado! em! terapia! de! substituição!na! gestão!de!dependência! de!opióides.! Tem! também!

acção!como!analgésico!narcótico!sintético!com!características!agonistas!e!antagonistas,!sendo!excretado!pelo!

fígado,! pelo! que,! anteriormente! à! sua! utilização,! aconselhaOse! a! estabilização! dos! níveis! normais! de!

funcionamento!do!mesmo.!

!

Produto+B+

O!Produto!B!encontraOse!na!forma!física!de!pó!branco,!solúvel!em!água!e!bastante!solúvel!em!álcool.!Este!

produto! farmacológico!é!utilizado,! tal! como!o!Produto!A,!na!dependência!de!drogas!opióides,!pois! reduz!os!

sintomas!de!abstinência,!tendo!também!função!como!analgésico!narcótico!e!sedativo.!

!

Produto+C+

O!Produto!C!é!um!pó!branco,!bastante!higroscópico,!livremente!solúvel!em!água!e!pouco!solúvel!em!álcool.!

É!um!antagonista!opióide!específico,!com!elevada!duração!de!acção,!utilizado!na!dependência!de!opióides!e!de!

alcoolismo,! tendo! sido! também! estudado! para! outras! dependências.! O! tratamento! com! Produto! C! apenas!

deve!ser!iniciado!em!pacientes!que!se!encontrem!desintoxicados!e!em!abstinência,!uma!vez!que!irá!funcionar!

apenas!como!adjuvante!na!manutenção!da!abstinência.!

!

Dado!que!estes! três!produtos! são!produzidos!na!mesma! instalação,!é!necessário!definir!qual! será!o!que!

apresenta!maior!probabilidade!de!se!manter!nos!equipamentos!aquando!da!limpeza,!ou!seja,!qual!será!o!pior!

caso.! Esta! determinação! iniciaOse! pelo! conhecimento! das! dosagens! máximas! e! mínimas! de! cada! um! dos!

produtos.!

!

!

!

!

!

!

!

!

!

!

!!27!

4.2. Caracterização+de+MatériasRPrimas+e+Solventes+

É! de! extrema! importância! caracterizar! as! matériasOprimas! e! os! solventes! utilizados! nos! processos! de!

produção! dos! três! diferentes! produtos,! uma! vez! que,! dependendo! das! suas! características,! podem! definir!

também!os! limites.!Assim,!é!necessário!conhecer!os!valores!de!solubilidade!e! toxicidade!para!cada!uma!das!

matériasOprimas! e! solventes,! de! forma! a! verificar! se! o! processo! de! limpeza! corrente! é! capaz! de! remover,!

eficazmente,!possíveis!contaminações.!Em!caso!de!necessidade,!é!possível,!e!recomendado,!analisar!matériasO

primas!ou!solventes!perigosos!por!GC,!Cromatografia!Gasosa,!ou!TOC,!para!o!caso!em!que!os!dados!existentes!

sejam!reduzidos.!

Abaixo,! apresentaOse! o! compêndio! de! todas! as! matériasOprimas! e! solventes! e! suas! características,!

associadas!a!cada!processo!de!produção.!

!

!

!

!

!

!28!

Tabela&4(1&(&Resumo&de&características&de&m

atérias(primas&e&solventes&utilizados&na&produção&de&Produto&A,&Produto&B&e&Produto&C.&

1!Matéria'Prim

a'Solubilidade'em

'água'Toxicidade'

Observações'Com

plementares'

Ácido&Clorídrico&Miscibilidade&em

&todas&as&proporções&

LD50 &=&>&5010&m

g/kg&Toxicidade&relativa&a&solução&de&concentração&

próxima&de&37%

.&Enxaguam

ento&até&pH&neutro&Ácido&Clorídrico&em

&Isopropanol&Miscível&

Sem&dados&disponíveis&

Amónia&

Totalmente&Solúvel&

LD50 &=&500&m

g/kg&Elim

inação&por&enxaguamento&abundante&até&pH&

neutro&Brom

oetano&Insolúvel&

LD50 &=&1350&m

g/kg&Arraste&com

&solvente&orgânico&Brom

ometilSciclopropano&(CM

PBr)&Sem

&dados&disponíveis&

Carvão&Activado&Insolúvel&

LD50 &=&>&10000&mg/kg&

Eliminação&por&enxaguam

ento&abundante&e&arraste&

Cloreto&de&Amónio&

Solúvel&(372&g/L&a&20ºC)&LD

50 &>&2000&mg/kg&

Eliminação&por&enxaguam

ento&

Cloreto&de&Benziltrietilamónio&(BTAC)&

Muito&Solúvel&(600&g/L&a&20ºC)&

Sem&dados&

disponíveis&Elim

inação&por&enxaguamento&

Difenilacetonitrilo&(DPAN)&

Parcialmente&Solúvel&

LD50 &=&3500&m

g/kg&Arraste&com

&solvente&orgânico&(Solúvel&em

&Metanol)&

Hidróxido&de&Sódio&Miscível&em

&todas&as&proporções&LD

50 &=&1350&mg/kg&

Eliminação&por&enxaguam

ento&

Hyflo&Insolúvel&

Sem&dados&

disponíveis&Arraste&com

&solvente&orgânico&(Solúvel&em

&Metanol)&

Iodo&Praticam

ente&Insolúvel&(0,3&g/L&a&20ºC)&

LD50 &=&14000&m

g/kg&Arraste&com

&solvente&orgânico&(Solúvel&em

&Etanol&e&Clorofórmio)&

Magnésio&

Insolúvel&(6,7&mg/L&a&21ºC)&

LD50 &=&>&2000&m

g/kg&Máquina&de&pressão/Arraste&

Solúvel&em&ácidos&diluídos&TS&

Pentanotiol&Praticam

ente&Insolúvel&(0,16&g/L&a&20ºC)&

LD50 &=&3200&m

g/kg&Arraste&com

&NaO

H&ou&Lixívia&

Sulfato&de&Sódio&Muito&Solúvel&

(186&g/L&a&20ºC)&LD

50 &=&8000&mg/kg&

Eliminação&por&enxaguam

ento&(a&quente,&de&preferência)&

TertSbutóxido&de&Potássio&Solúvel&

Sem&dados&

disponíveis&Elim

inação&por&enxaguamento&

Matéria>Prim

a'Solubilidade'em

'água'Toxicidade'

Observações'Com

plementares'

Acetato&de&Etilo&Solúvel&(79,4&g/L&a&20ºC)&

LD50 &=&18000&m

g/kg&Elim

inação&por&enxaguamento&abundante&

Acetona&Totalm

ente&Solúvel&LD

50 &=&7400&mg/kg&

Eliminação&por&enxaguam

ento&abundante&

!29!

Ciclohexano&Insolúvel&

LD50 &=&813&m

g/kg&Arraste&com

&solvente&orgânico&(Solúvel&em

&Metanol)&

Ciclopentil&Metil&Éter&(CPM

E)&Insolúvel&

LD50 &=&>&2000&m

g/kg&Arraste&com

&solvente&orgânico&(Solúvel&em

&Metanol)&

Diclorometano&(M

DC)&Ligeiram

ente&Solúvel&(13,1&g/L&a&20ºC)&

LD50 &=&>&2000&m

g/kg&Elim

inação&por&enxaguamento&abundante&

Dimetilform

amida&(DM

F)&Miscível&(a&20ºC)&

LD50 &=&>&3160&m

g/kg&Elim

inação&por&enxaguamento&abundante&

Dimetilsulfóxido&(DM

SO)&

Solúvel&Sem

&dados&disponíveis&

Eliminação&por&enxaguam

ento&abundante&

Éter&metilStercSbutílico&(M

TBE)&Sem

&dados&disponíveis&Arraste&com

&solvente&orgânico&(Solúvel&em

&Metanol)&

Hexano&Insolúvel&

LD50 &=&>&5000&m

g/kg&Arraste&com

&solvente&apolar&Isopropanol&(IPA)&

Miscível&

LD50 &=&12800&m

g/kg&Elim

inação&por&enxaguamento&abundante&

Metanol&

Miscível&

LD50 &>&20000&m

g/kg&Elim

inação&por&enxaguamento&abundante&

Tolueno&Ligeiram

ente&Solúvel&LD

50 &=&636&mg/kg&

Arraste&com&solvente&apolar&

Trietilamina&(TEA)&

Ligeiramente&Solúvel&(55&g/L&a&

20ºC)&LD

50 &=&730&mg/kg&

Evitar&contacto&directo&com&ácidos&m

inerais&

! 30!

4.3. Caracterização/de/Equipamentos/

A"validação"de" limpeza"pressupõe"a"existência"de"critérios"de"aceitação,"que,"por" sua"vez," se"encontram"

dependentes"de" vários" factores" (cfr." Secção"4.5)," entre"os"quais" se" encontra" a" área"de" superfície" partilhada"entre" equipamentos." Não" é" possível" calcular" a" área" partilhada" sem" fazer" um" levantamento" de" todos" os"

equipamentos"utilizados"na"produção"dos"API’s,"de"modo"a"calcular"as"suas"áreas"individualmente."

Os" equipamentos" utilizados" na" instalação" que" produz" os" API’s" em" questão," encontramJse" identificados,"

segundo"a"nomenclatura"Cipan,"na"tabela"seguinte."

"

Tabela&4(2&(&Equipamentos&utilizados&na&produção&dos&API’s.&

Reactores/ Filtros/ Centrífuga/ Secadores/ Misturador/

RAP"118" RAP"125"FCE"106"

FCE"109"

FCE"134"

FCE"2753"

FPH"152"

FC"144"

DV"601"

DV"602"

DV"603"

DV"3301"

DV"3302"

NC"601"

RAP"119" RAP"126"

RAP"120" RAP"127"

RAP"121" RAP"128"

RAP"122" RAP"134"

RAP"123" RP"130"

"

Para"os"equipamentos"em"que"não"se"encontram"especificadas"todas"as"dimensões"que"permitem"calcular"

as" suas" áreas" superficiais" internas," dado" que" são" as" que" se" encontram" em" contacto" com" os" diferentes"

produtos,"é"necessário"proceder"à"medição"das"mesmas."

Após" conhecidos" todos" os" valores," tornaJse" possível" calcular," para" cada" geometria," as" áreas" internas" de"

cada"um"dos"equipamentos."

Nas"tabelas"seguintes,"apresentamJse"os"resultados"obtidos,"de"onde"foram"excluídos"os"valores"medidos"e"

cálculos"intermédios,"sendo"apenas"explicitados"os"valores"de"áreas"parciais"e"totais."

"

Tabela&4(3&(&Áreas&das&supefícies&internas&dos&reactores.&

Reatores/Alateral/cilíndro/(cm2)/

Rbarimétrico/(cm)/

Tipo/de/fundo/

Asuperficial/fundo/copado/(cm2)/

Asuperficial/cúpula/(cm2)/

Alateral/cone/(cm2)/

Área/Total/(cm2)/

RAP/118/ 94247,8" 106,1" Redondo" 16660,8" 16660,8" " 1,3"x"105"

RAP/119/ 94247,8" 106,1" Redondo" 16660,8" 16660,8" " 1,3"x"105"

RAP/120/ 94247,8" 106,1" Redondo" 16660,8" 16660,8" " 1,3"x"105"

RAP/121/ 94247,8" 106,1" Redondo" 16660,8" 16660,8" " 1,3"x"105"

RAP/122/ 50893,8" 70,1" Redondo" 18505,1" 17623,9" " 8,7"x"104"

RAP/123/ 36128,3" 63,7" Cónico""

8009,5" 11326,2" 5,5"x"104"

RAP/125/ 54318,1" 74,5" Redondo" 16374,9" 13099,9" " 8,4"x"104"

RAP/126/ 54318,1" 72,3" Redondo" 20456,4" 12728,4" " 8,8"x"104"

RAP/127/ 16587,6" 41,7" Redondo" 3932,5" 3932,5" " 2,4"x"104"

RAP/128/ 43196,9" 69,5" Redondo" 9613,2" 11798,0" " 6,5"x"104"

RP/130/ 33250,6" 63,8" Redondo" 6011,2" 6011,2" " 4,5"x"104"

RAP/134/ 8796,5" 32,0" Redondo" 2011,6" 2011,6" " 1,3"x"104"

"

! 31!

Tabela&4(4&(&Áreas&das&superfícies&internas&dos&filtros.&

Filtros/Alateral/cilíndro/(cm2)/

Rbarimétrico/(cm)/

Asuperficial/fundo/copado/

(cm2)/

Tipo/de/fundo/ Alateral/cone/(cm

2)/Asuperficial/

membranas/(cm2)/

Área/Total/(cm2)/

FCE/106/ 21532,5"" "

Cónico" 19902,7" 1,7"x"104" 7,6"x"10

4"

FCE/109/ 18859,0"" "

Cónico" 15276,2" 1,3"x"104" 6,1"x"10

4"

FCE/134/ 6955,5" 33,4" 2097,7" Redondo""

3,0"x"103" 1,8"x"10

4"

FCE/2753/ 5010,2" 26,1" 1392,4" Redondo""

1,5"x"103" 1,1"x"10

4"

Filtro/Alateral/cilíndro/(cm2)/

Alateral/placas/(cm2)/

Número/de/placas/ Acircunferência/cilíndro/(cm

2)/Asuperficial/placas/e/

redes/(cm2)/

Área/Total/(cm2)/

FPH/152/ 6283,2" 207" 23" 1256,6" 855,3" 6,8"x"104"

"

Tabela&4(5&(&Área&das&superfícies&internas&da&centrífuga&e&do&misturador.&

Centrífuga/Alateral/cilíndro/(cm2)/

Acircunferência/cilíndro/(cm2)/

Alateral/tronco/de/cone/(cm2)/

Atopo/cone/(cm2)/

Área/coroa/circular/(cm2)/

Área/Total/(cm2)/

FC/144/ 5189,9" 2734,0" 1492,9" 98,5" 2281,6" 1,2"x"104"

/ " " " " " "

Misturador/Alateral/cilíndro/(cm2)"

Alateral/cone/inferior/(cm2)" Alateral/cone/superior/(cm

2)" Área/Total/(cm2)"

NC/601/ 23200" 21576" 18328" 6,3"x"104"

"

Tabela&4(6&(&Áreas&das&superfícies&internas&dos&secadores.&

Secadores/Alateral/

paralelepípedo/(cm2)/

Portas/da/Estufa/

Número/de/tabuleiros/

Área/tabuleiros/

(cm2)/

Área/Total/(cm2)/

DV/601/ 43818" 2" 20" 5504" 2,0"x"105"

DV/602/ 43818" 2" 20" 5504" 2,0"x"105"

DV/603/ 43818" 2" 20" 5504" 2,0"x"105"

DV/3301/ 57200" 2" 24" 5149" 2,4"x"105"

DV/3302/ 57200" 2" 24" 5149" 2,4"x"105"

"

"

Antes" de" se"proceder" aos" tratamento"das" áreas" obtidas," com"o"objectivo"de" conhecer" a" área" superficial"

partilhada,"são"apresentadas,"em"forma"de"tabela"(vide"Tabela"4J7),"as"características"mais"relevantes"de"cada"

equipamento."ReconheceJse"a"tipologia"de"cada"equipamento,"as"suas"funções"significativas,"as"áreas"internas"

acima" apresentadas" e," por" fim," os" pontos" críticos" de" cada" equipamento," ou" conjunto" de" equipamentos." A"

identificação"destes"pontos"críticos"foi"feita"por"inspecção"visual,"e"é"uma"das"características"mais"pertinentes"

para"a"tomada"de"decisão"dos"casos"mais"críticos,"realizada"na"secção"seguinte."

!32!

!Tabela!4(7!(!Caracterização!dos!Equipam

entos!de!Produção.!

Identificação-Tipo/D

esignação-Tipo-Agitador-

Função-Material-

Superfície--Interna-Unitária-(cm

2)-Pontos-Críticos-

RAP$118$–$121$$/$125$–$128$/$134$

Reactor$Agitado$Pressurizado$

RAP’s$118$–$120,$126,$127,$134$

Turbinas$do$tipo$Rushton$(6$pás)$

RAP$125,$128$Âncora$(inferior)$Pitch&Blade$(2$pás/superior)$

RAP$118,$125,$127,$128,$134$Monitorização$da$reacção$

RAP$128,$134$Tratam

ento$com$carvão$

RAP$119,$120,$125,$126$Separação$de$fases$RAP$125$–$128$Destilação$

RAP$118,$125,$126,$128$Basificação$

RAP$119,$120,$125,$126$Extrações$RAP$121$

Depuração$

Aço$Inox$304$

RAP’s$118$–$121$12,76$x$10

4$cm2$

RAP$125$8,38$x$10

4$cm2$

RAP$126$8,75$x$10

4$cm2$

RAP$127$2,45$x$10

4$cm2$

RAP$128$6,46$x$10

4$cm2$

RAP$134$1,28$x$10

4$cm2$

Zona$inferior$do$agitador,$junto$às$pás$

Zona$superior$do$agitador,$junto$à$parte$superior$do$RAP$

Cúpula$do$RAP$

RAP$122,$123$Reactor$Agitado$Pressurizado$

Turbina$do$tipo$RCI/Im

peler$(3$pás)$

RAP$122$Cristalização,$Q

uenching$e$Acidificações$RAP$122,$123$Extracções$

Esmalte$

RAP$122$8,96$x$10

4$cm2$

RAP$123$5,55$x$10

4$cm2$

Zona$inferior$do$agitador,$junto$às$pás$

Zona$superior$do$agitador,$junto$à$parte$superior$do$RAP$

Cúpula$do$RAP$RP$130$

Tanque$]$

Recolha$de$solventes$Aço$Inox$304$

4,53$x$104$cm

2$$

FCE$106,$109,$134,$2753$

Filtro$de$Prensa$]$

Filtração$e$lavagem$dos$

cristais$de$produto$final$Aço$Inox$304$

FCE$106$7,63$x$10

4$cm2$

FCE$109$6,10$x$10

4$cm2$

FCE$134$1,80$x$10

4$cm2$

FCE$2753$1,10$x$10

4$cm2$

Orifícios$interiores$

!33!

FPH$152$Filtro$de$Placas$Horizontais$

]$Filtração$de$Soluções$

Aquosas$ricas$(produto$final$não$estéril)$

Aço$inox$e$tela$filtrante$

6,80$x$104$cm

2$Zona$interior$da$placa$

FC$144$Centrífuga$

]$Concentração$de$sólidos$em

$suspensão$

Aço$inox$1,18$x$10

4$cm2$

Orifícios$interiores$

DV$601$–$603,$3301,$3302$

Estufa$]$

Secar$produtos$intermédios$e$

produto$final$Aço$inox$

DV$601$]$603$19,77$x$10

4$cm2$

DV$3301,$3302$23,80$x$10

4$cm2$

Superfícies$internas$dos$tabuleiros$

NC$601$

Misturador$

]$Mistura$de$produto$final$

Aço$inox$6$,31$x$10

4$cm2$

Superfície$interna,$particularmente$

junto$ao$bocal$de$descarga$

$

! 34!

4.4. Matriz)de)Equipamentos)

De#modo# a# poder# decidir,se# quais# os# equipamentos# mais# críticos,# em# termos# de# limpeza,# é# necessário#proceder,se#à#realização#de#uma#matriz#de#equipamentos,#a#partir#dos#dados#obtidos#na#Secção#4.3.#

Nesta# matriz,# além# das# áreas# obtidas,# está# presente# a# tipologia# de# cada# equipamento,# dedicado# ou#multipurpose,#o#que#define#a#criticidade#do#equipamento.#

Na#tabela#abaixo,#apresentam,se#as#utilizações#de#cada#equipamento,#por#processo.#

#

Tabela&4(8&(&Matriz&de&Equipamentos&utilizados&na&instalação&de&produção&dos&API's.&

DIMENSÃO)DO)LOTE)#

125) KG##

10) KG##

10) KG##

# # # # # # # # # # # #

# # PRODUTO)B) PRODUTO)A) PRODUTO)C) #

#ÁREA)(cm2))

PASSO)1)

PASSO)2) PASSO)3)PASSO)

1)PASSO)

2)PASSO)

3)PASSO)1) PASSO)2)

PASSO)3) )

RAP118) 1,40#x#105# x# # # x# # # # # # #

RAP119) 1,40#x#105# x# # # x# # # # # # #

RAP120) 1,40#x#105# x##

x# x## #

x## # #

RAP121) 1,40#x#105# x##

x## # # # # #

Dedicado/(processo)/

RAP122) 9,85#x#104# x# x# x# x##

x## # # #

RAP123) 6,10#x#104# x# x## # # #

x## # #

RAP125) 9,22#x#104# x# x# x# x# x# x# x# x# # #

RAP126) 9,63#x#104# x# x# x# x# x# # x# x# # #

RAP127) 2,69#x#104# # x# # x# x# # x# # x# #

RAP128) 7,11#x#104# x# x# # # x# x# x# x# # #

RAP130) 4,98#x#104# x# # # # # # # # #Total/

dedicação/

RAP134) 1,41#x#104# # # # # x# x# x# x# x# #

FPH152) 7,48#x#104# # x# x# # x# # x# # # #

FCE106) 8,39E+04# x# x# # # # # # # #Dedicado/(processo)/

FCE109) 6,70E+04## #

x## # # # # #

Total/dedicação/

! 35!

FCE134) 1,98E+04## # # # # # #

x# x# Dedicado/(processo)/

FCE2753) 1,21E+04## # # # # # #

x##

Total/dedicação/

FC144) 1,30E+04## # #

x# x# x# x# x# x##

DV601) 2,17E+04# x# x## # # # # # #

Dedicado/(processo)/

DV602) 2,17E+04# x# x# x## # # # # #

Dedicado/(processo)/

DV603) 2,17E+04# # # x# # # # # # #Total/

dedicação/

DV3301) 2,62E+05# # # # # x# x# # x# x# #

DV3302) 2,62E+05# # # # x# # # x# x# # #

NC601) 6,94E+04# # # x# # # # # # #Total/

dedicação/

TOTAL) 1,49E+06) # # # # # # # # # #

#

ÁREAS))por)PROCESSO)

1,13E+06# 6,26E+05# 7,52E+05# 1,01E+06# 6,50E+05# 5,51E+05# 8,83E+05# 8,42E+05# 3,36E+05#

Dedicação)total)ao)produto)/)passo)

4,98E+04# 0,00E+00# 8,87E+04# 2,62E+05# 0,00E+00# 0,00E+00# 0,00E+00# 1,21E+04# 0,00E+00#

Dedicação)ao)Processo)

3,17E+05# 1,88E+05# 8,22E+05# 0,00E+00# 0,00E+00# 0,00E+00# 0,00E+00# 3,19E+04# 1,98E+04#

TOTAL%SESA(cm2)%_%Área%partilhada% 8,39E+05# 5,21E+05# 5,02E+05# 1,01E+06# 6,50E+05# 5,51E+05# 7,90E+05# 8,10E+05# 3,16E+05#

# # # # # # # # # # #Total%dedicação/:/Equipamento#interveniente#em#apenas#uma#etapa#de#um#único#processo#(não#se#considera#área#partilhada)#

Dedicado%(processo)/:/dedicado#a#apenas#um#produto#mas#intervém#em#mais#do#que#uma#etapa#do#processo#de#produção#

#

#

Efectuado# o#grouping# das# áreas# de# equipamentos# partilhados# em# cada# um# dos# processos# de# produção,#torna,se#possível#a#aplicação#das#mesmas#no#cálculo#do# limite#de#aceitação,# cuja#determinação#do#valor#é#o#principal#objectivo#a#atingir,#por#forma#a#validar,se#a#limpeza#dos#equipamentos.#

#

#

#

#

#

#

#

! 36!

4.5. Definição)de)Limites)

A# realização#de#uma# validação#de# limpeza# está# dependente#da#determinação#de# valores# limite,# que# irão#permitir#classificar#a#limpeza#dos#equipamentos#como#conforme#ou#não/conforme.#A#estes#valores#limite#é#dada#a# designação# de# Limites/ de/ Aceitação# (LOA# ou# LA),# cujo# valor# absoluto# deve# ser# superior# aos# Limites/ de/Quantificação#(LOQ#ou#LQ)#e#de#Detecção#(LOD#ou#LD).##

O# LOQ# define,se# como# a# menor# concentração# do# analito,# que# pode# ser# quantificada# na# amostra,# com#exactidão#e#precisão#aceitáveis,#sob#as#condições#experimentais#utilizadas#para#o#efeito.#Analogamente,#o#LOD#representa#a#menor#concentração#do#analito#que#pode#ser#determinada#pelo#método#analítico,#ainda#que#não#possa#ser#quantificada.#Estes#dois#limites#são#determinados#aquando#da#validação#do#método#analítico,#que#é#executada#anteriormente#à#validação#de#limpeza.[44]#

O# cálculo# do# LOA# deve# resultar# em# valores# práticos,# verificáveis# analiticamente# e# alcançáveis#experimentalmente,#que#permitam#uma#limpeza#eficiente#e#eficaz#na#remoção#de#resíduos#contaminantes.#A#determinação#destes# limites#deve#ser#analisada#caso,a,caso,#tendo#em#conta#a# informação#disponível,#pois#o#processo# de# cálculo# é# definido# com#base# nestes# dados,# e# assente# na# premissa# de# que# as# contaminações# se#encontram# equitativamente# distribuídas# no# equipamento# (ainda# que# não# seja# absolutamente# correcta# tal#suposição).[23]#

O#critério#de#aceitação#é#assim#determinado#de#forma#sequencial,#através#de#três#tipos#de#limites:[23]#

• L1)ou)LSP)–#Limite#aceitável#no#produto#subsequente,#expresso#em#mg#de#produto#A/kg#de#produto#B#Consoante#a#utilização#e#a#forma#de#cálculo,#este#limite#poderá#tomar#a#designação#equivalente#de#MACO#–#Maximum/Allowable/Carryover.#

• L2)–#Limite#residual#por#área#de#superfície,#explícito#em#μg/cm2#• L3)–#Limite#analítico,#apresentado#em#ppm#de#produto#A#presente#na#amostra#analisada#

#

Introduzida#a#noção#de#critério#de#aceitação#e#a#sua#forma#de#cálculo,#é#possível#explicar,#individualmente,#cada#um#dos#limites#ditos#“intermédios”,#necessários#para#a#determinação#do#critério#de#aceitação#a#aplicar#à#validação#de#limpeza.#

#

Cálculo)de)L1/MACO)

O# cálculo# de# L1,# também# denomidado# LSP,# Limit/ of/ the/ Subsequent/ Product,# pode# ser# feito# de# duas#maneiras#diferentes:#com#base#em#informação#disponível#quanto#a#dosagens,#ou,#tratando,se#do#MACO,#com#base#no#ADI,#Acceptable/Daily/Intake,#que#representa#o#efeito#tóxico#do#composto#no#organismo.#

Com#base#na#Menor#Dose#Diária#do#API,#para#transições#entre#produções#que#envolvam#substâncias#activas,#o#cálculo#de#L1#(em#ppm)#é:#

#

#

!! = !! ∙!"#$!!"á!"#!!í!"#$!!"!!"#$%&#!!! !"

!"#$!!"á!"#!!á!"#$!!"!!"#$%&#!!! !" ∙ 10!! ! !"!"

= !!! ∙!""!"#$%&'(!!!"#$%& ! !"

!""!"#$!!!"#$!%!! !" ∙ 10!! ! !"!"#

(&1&)&#

#

Onde#Sf#corresponde#ao#factor#de#segurança#estipulado,#dependendo#do#tipo#de#utilização#que#é#dado#ao#produto,#ao#qual#é#comummente#atribuído#o#valor#estipulado#de#1/1000,#para#fórmulas#orais.#

! 37!

TDD,#ou#Total/Daily/Dose,# corresponde#à#multiplicação#do#valor#de#actividade#de#cada#produto,#pela# sua#dose#diária#e#pela#toma#correspondente#a#cada#dose.#

#

Contudo,# nem# sempre# ocorrem# transições# entre# produtos# que# possuam# princípios# activos# na# sua#formulação,# caso# em# que# não# é# possível# obter# as# referidas# dosagens.# Igualmente,# não# existem# dados# de#dosagem#tabelados#para#produtos#em#investigação#e/ou#desenvolvimento,#bem#como#para#todas#as#matérias,primas#e#solventes.#Para#transições#que#se#coadunem#com#os#exemplos#acima#dados,#é#necessário#obter#dados#de#toxicidade,#por#forma#a#calcular#o#limite#MACO.#

Com#base#nos#parâmetros#de#toxicidade,#o#cálculo#de#MACO#é#dado#por:#

#

# !"#$! !"!" ∙ !"# = !"!" !

!"!" ∙ !"#$%&!!"!!"!"#$%ç!! !"#!! # (&2&)&

#

Em#que#NOEL,#No/Observable/Effects/Level,#corresponde#à#dosagem#mínima#que#não#aumenta#o#nível#de#efeitos# letais,#LD50#define,se#como#a#dose# letal#para#50%#dos#elementos#de#uma#população#amostrada,#e#em#que#ao#factor#de#segurança#é#atribuído#o#valor#de#0,0005#dia,1.#

#

Seguidamente#calcula,se#o#valor#de#ADI,#Acceptable/Daily/Intake:#

#

# !"#! !"!"# = !!"#$ ∙ !"#$!!é!"# ∙ !!# (&3&)&

#

Estabelecendo,se#o#peso#médio#entre#os#70,75#kg#para#um#adulto#e#40,45#kg#para#uma#criança.#Tal#como#para#o#cálculo#através#dos#valores#de#dosagens,#Sf#varia#consoante#o#tipo#de#administração#do#produto.#

#

Por# fim,# calcula,se# o# valor# de# MACO,# que# corresponde# à# quantidade# máxima# de# resíduo# que# um#equipamento#pode#acolher:#

#

# !"#$! !" = !!"# ∙ !! !"!! !" # (&4&)&

#

Em#que#B#é#o#menor#batch#processado#no#equipamento#e#R#é#a#maior#dosagem#terapêutica#diária#de#outro#produto#processado#no#equipamento.#

Uma#vez#que#a#validação#que#está#a#ser#aplicada#se#remete#para#o#caso#em#que#as#transições#são#apenas#entre# API’s,# o# primeiro# método# de# cálculo# de# L1# é# o# mais# apropriado,# fazendo,se# uso# das# dosagens#terapêuticas.#

#

Devido#à#falta#de#valores#de#dosagens#para#o#Produto#C,#e#uma#vez#que#a#maioria#das#dosagens#encontradas#são#bastante#baixas# (produto#de#elevada#potência),# recorre,se#ao#critério#definido#pela# farmacêutica#Eli/Lilly,#que#aconselha#a#utilização#da#concentração#de#10#ppm.[29]#Este#valor#define,se#como# limite#para#a# transição#entre# produtos,# sendo# criteriosamente# recomendado# para# produtos# em#desenvolvimento,# produtos# de# alto#risco,#risco#de#contaminação#elevada#e#impurezas#críticas,#como#é#o#caso#dos#produtos#em#questão.#

#

! 38!

Cálculo)de)L2)

Quanto#ao#cálculo#de#L2,#é#igualmente#necessário#ter#em#conta#os#dados#utilizados#em#L1,#dado#que#estes#irão#definir#qual#a#fórmula#de#L2#a#aplicar:#

#

a. Teores/Máximos/Admissíveis/em/Antibiótico/

/

# !! !!"!"! = !!"# ∙ !""#(!")!"!#!(!"!) ∙ 1000# (&5&)&

#

b. Teores/Máximos/Admissíveis/em/Solventes/e/Agentes/de/Limpeza/

#

# !! !!"!"! = !!"#$! !"!!!!"!#!(!"!) ∙ 1000# (&6&)&

#

Onde:#

LSP#se#toma#como#o#menor#valor#entre#L1#e#o#critério#Eli/Lilly#de#10#ppm;##

BSSP,#Batch/Size/of/the/Subsequent/Product,#corresponde#ao#tamanho#do#lote#de#produto#seguinte;#

SESA,#Shared/Equipment/Surface/Area,# traduz#a#área#do#equipamento#que#é#partilhada#na#produção#dos#dois#produtos.#

#

Para# o# presente# caso# de# estudo,# embora# tenham# sido# calculados# os# valores# de# L2# para# cada# um# dos#equipamentos# individualmente,# optou,se# por# utilizar# um# limite# total,# que# compreenda# todas# as# áreas# dos#equipamentos#partilhados#em#cada#processo.#Assim,#apenas#se#exemplifica#o#processo#de#cálculo#para#o#valor#que#irá#ser#utilizado#para#calcular#L3.#

#

Uma#vez#que#o#valor#de#L1#é#igual#e#constante#para#os#três#API’s#produzidos,#LSP#tomará#o#valor#de#10#ppm.#O#tamanho#dos#lotes#produzidos#encontra,se#na#tabela#abaixo,#e#são#estes#os#valores#utilizados#para#BSSP.#

#

Tabela&4(9&(&Dimensão&de&cada&lote&de&produção,&por&produto&final.&

BSSP)(kg))Produto#A# Produto#B# Produto#C#

10# 125# 10##

Sabendo,se#os#valores#de# LSP#e#BSSP,#apenas# resta# calcular#a#área#de# superfície#de#equipamentos#que#é#partilhada#por#produtos.#Através#da#Tabela#4,9,#e#agrupando#as#áreas#de#cada#processo#por#produto,#obtêm,se#as#seguintes#áreas#totais#por#API:#

#

Tabela&4(10&(&Área&de&superfície&total&partilhada&por&produto&final.&

Área)total)(cm2))Produto)A) Produto)B) Produto)C)7,73#x#105# 8,39#x#105# 5,55#x#105#

#

! 39!

Uma# vez# reunidos# todos# os# dados# necessários,# é# possível# determinar# o# valor# de# L2# entre# cada# um# dos#processos#de#produção,#através#da#utilização#dos#dados#acima#definidos#e#aplicando#a#equação#6.#

#

Tabela&4(11&(&Valores&de&L2&para&cada&um&dos&processos&de&produção.&

Total) # # #L2)(μg/cm

2)) Produto)A) Produto)B) Produto)C)Produto)A) # 1,97# 1,58#x#10,1#Produto)B) 1,43#x#10,1# # 1,43#x#10,1#Produto)C) 1,80#x#10,1# 2,25# #

#

#

#

Cálculo)de)L3)

O#valor#de#L3,#será#o#limite#que#irá#definir#o#critério#de#aceitação#para#os#resultados#obtidos#analiticamente,#dependendo# de# apenas# dois# parâmetros:# o# valor# de# L2,# previamente# calculado,# e# o# tipo# de# amostragem#aplicado#(vide#Secção#2.4.5).#

• Para#amostras#por#swab:#

#

# !!!"#$ ! !!"!!"!"!"! = !!! ∙ Á!"#!!"!!"#$%&'()"!(!!

!)!"#$%&'#'(!!"!!"#$%&'%!(!) ∙ !"#"!!"!!"#$%"&'çã!# (&7&)&

#

#

• Para#amostras#por#rinse:##

# !!!"#$% ! !!"!!"!"!"! = ! !!

!"#$""%&'!!"!!"#$%! !" # (&8&)&

#

Em#que# para# a# espessura# de# filme# líquido# que# fica# adjacente# às# paredes# do# equipamento# é# adoptado# o#valor#de#0,5#mm.#

#

Uma# vez# que# a# determinação# deste# limite,# que# será# tomado# como# critério# de# aceitação,# é# anterior# ao#estudo# laboratorial#de#validação,#não#é#possível#aplicar#taxas#de#recuperação#para#a#amostragem#com#swab.#Sendo#que#o#estudo#analítico#para#a#validação#da#técnica#de#amostragem#por#rinse# se#encontra#concluído,#o#método#de#cálculo#de#L3#irá#contemplar#esta#mesma#amostragem.#

#

Uma#vez#mais#se#ressalva#que,#embora#os# limites#por#equipamento#tenham#sido#calculados,#podendo#ser#consultados#na#Secção#9.1,#apenas#são#apresentados#valores#de#L3#correspondentes#a#áreas#totais#partilhadas#por#produto.##

A# determinação# de# L3# é# directa,# utilizando,se,# para# o# efeito,# os# valores# constantes# na# Tabela# 4,12,# e# a#espessura#de#filme#imposta,#0,5#mm.#

#

#

! 40!

Tabela&4(12&(&Valores&de&L3&para&cada&um&dos&processos&de&produção.&

Total) / #L3)(ppm)) Produto#A# Produto#B# Produto#C#Produto#A# # 39# 3#Produto#B# 3# # 3#Produto#C# 4# 45# #

#

De#acordo#com#a#Tabela#4,12#são#determinados#quatro#valores#diferentes#para#o#L3,#sendo#que#apenas#um#deles#corresponderá#ao#limite#de#aceitação.#De#entre#estes#valores#será#escolhido#aquele#que#apresenta#uma#concentração#mais# baixa,# 3# ppm,# correspondente# às# transições# entre# Produto# A# ,# Produto# B# e# Produto# A# ,#Produto#C,#uma#vez#que#é#aquele#que#mais#irá#restringir#os#resultados#obtidos.#

Contudo,#é#possível#identificar#os#equipamentos#que#apresentam#maior#criticidade,#os#quais#serão#aqueles#que#mais#contribuem#para#os#valores#reduzidos#de# limite#de#aceitação.#São#estes#os#reactores#RAP#118,#119,#120#e#121,#que#apresentam#um#valor#de#concentração#limite#de#12#ppm,#mas#também#as#estufas#de#secagem#DV# 601/602/603,# com# uma# concentração# de# 8# ppm,# e# as# estufas# DV# 3301/3302# com# a# concentração#mais#baixa,#correspondente#a#6#ppm.#

Para#além#de#definir#o#valor#de#LOA,#que#corresponde#a#3#ppm,#é#também#importante#confinar#a#gama#de#valores#de#concentração#em#que#irão#ser#efectuados#os#ensaios#experimentais.#O#primeiro#limite#que#se#impõe#é#o#LOQ,#acima#explicado.#Este#limite#foi#previamente#definido,#aquando#da#validação#do#método#analítico,#e#toma#o#valor#de#1#ppm,#para#o#API#a#amostrar.#Como#limite#superior,#arbitrar,se,á#um#valor#superior#ao#LOA,#de#modo#a#garantir#que#os#resultados#obtidos#são#eficazmente#removidos#durante#a#limpeza.#

#

# #

! 41!

4.6. Procedimentos)de)Limpeza)dos)Equipamentos)

Embora# o# processo# de# limpeza# dos# equipamentos# utilizado# na# produção# dos# três# API’s# tenha# algumas#diferenças# nos# solventes# utilizados,# dependendo# do# produto,# a# maior# parte# dos# equipamentos# é# limpa# de#maneira#semelhante.#

Relativamente#aos#reactores,# todos#são# lavados#com#Água#(potável#e#purificada)#e#Metanol,#utilizando,se#também#máquina# de# pressão# e# aquecimento# dos# solventes.# Quando# é# produzido# o# Produto# B,# # alguns# dos#reactores#utilizados#são#também#passados#com#Ácido#Clorídrico,#CPME,#Hexano,#Hidróxido#de#Sódio,#IPA,#MDC#e#Tolueno,#dependendo#da#reacção#que#teve#lugar#no#reactor#a#lavar.#

Os# filtros#de# cesto,# assim# como#o# filtro#de#placas#horizontais,# são#maioritariamente# lavados# com#Água#e#Metanol,#ocorrendo#igualmente,#em#certos#casos,#a#lavagem#com#CPME,#Hexano#e#IPA,#sempre#que#a#solução#a#filtrar#contenha#reagentes#que#não#sejam#removidos#apenas#com#Água#e#Metanol.#

No#caso#da#centrífuga,#a#sua#utilização#é#transversal#aos#três#processos#de#produção,#e#a#técnica#de#limpeza#que# lhe#é#aplicada#segue#também#a#mesma#técnica.#A# lavagem#é#feita#com#Água,#seguida#de#Acetona#e,#por#fim,#Metanol.#

Em#relação#às#estufas,#a#sua#limpeza#envolve#a#utilização#de#Água#e#Metanol,#havendo#etapas#de#produção#que#necessitam#que#essa#lavagem#seja#complementada#com#a#utilização#de#Acetona,#Hexano#e#IPA.#

Por#fim,#a# lavagem#do#misturador,#que#apenas#é#utilizado#num#dos#processos#de#produção,#é#feita#com#a#utilização#de#Água#e#Metanol#como#solventes#de#lavagem.#

Todas#as#tubagens#adjacentes#aos#reactores#são#lavadas#com#Água#(purificada#ou#potável),#à#qual#se#segue#a#utilização#de#Metanol#Anidro#ou#de#Acetona#Anidra.#

Na# tabela# seguinte,# apresenta,se# um# resumo# de# todos# os# solventes# utilizados# na# limpeza# de# cada#equipamento.#

#

#

#

#

#

#

#

#

#

#

#

!42!

!

Tabela&4(13&(&Sumarização&dos&solventes&utilizados&na&lim

peza&dos&equipamentos&existentes&na&instalação&de&produção&dos&API’s.&

!Reactores!(RAP)!

Filtros!(FCE!e!FPH)!

Centrífuga!(FC)!

Estufas!Misturador!(NC)!

Solventes!118!

119!120!

121!122!

123!125!

126!127!

128!134!

106!109!

134!2753!

152!144!

601!602!

603!3301!

3302!601!

Água!Potável!

X!X!

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Acetona!!

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Metanol!

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Tolueno!X!

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! 43!

4.7. Planificação.dos.Estudos.de.Recuperação.

Devido'à' extensão'e' complexidade'dos' trabalhos' laboratoriais,' os' estudos'de' recuperação'apenas' serão'concebidos'para'um'dos'princípios'activos'produzidos.'

Para'que'a' realização'dos'estudos'de' recuperação' seja'possível'e'permita'obter' resultados' fidedignos,'é'necessário'complementar'os'estudos'programados'com'dois'ensaios'adicionais.'O'primeiro'ensaio'a'efectuar'remete'para'a'validação'do'método'analítico,'uma'vez'que,'embora'o'método'esteja'validado,'esta'validação'não' contempla' todas' as' concentrações' a' utilizar' nos' ensaios' de' recuperação.' Assim,' tornaFse' necessário'garantir'que'o'método'analítico'segue'uma'recta'de'calibração'linear,'que'inclua'a'gama'de'trabalho.'

Além' deste' ensaio,' e' tendo' como' objectivo' optimizar' o' tempo,' colocaFse' a' hipótese,' reproduzida'experimentalmente,'se'a'redução'de'o'tempo'de'sonicação'tem'efeitos'negativos'nos'resultados,'ou'se,'pelo'contrário,'esta' redução'devolve,' igualmente,' resultados' satisfatórios,' com'a'benesse'de'permitir'obter'mais'resultados'num'espaço'de'tempo'mais'curto.'

O' procedimento' geral' do' trabalho' desenvolvido' em' laboratório' consiste' na' elaboração' de' estudos,'utilizando'o'Produto'A,'com'o'objectivo'final'de'obter'as'taxas'de'recuperação'do'mesmo'em'placas,'para'os'equipamentos' afectos' à' produção' dos' API’s' na' mesma' instalação.' Esta' determinação' é' feita' através' da'obtenção'de'duas' taxas'de' recuperação'diferentes:' taxas'de' recuperação'em'swabs' e' taxas'de' recuperação'globais.''

Uma'vez'que'o'método'de'recuperação'de'produto'em'placas'é'sempre'feito'recorrendo'a'swabs,'a'taxa'de'recuperação' a' estas' afecta,' será' apenas' calculada' no' final' dos' resultados.' Laboratorialmente,' é' feita' a'contaminação'de'placas,'com'uma'concentração'conhecida,'à'qual'se'segue'o'swabbing,'e'posterior'análise,'da'amostra'recolhida.'Logo,'o'resultado'devolvido'pelo'método'analítico'traduzirá'uma'taxa'de'recuperação'que'envolve'tanto'a'contribuição'do'swab,'como'da'placa'em'si.'

Assim,'as'taxas'de'recuperação'em'placas'são'calculadas'através'de:'

'

'

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("9").

'

De'modo'a'que'tal'determinação'seja'possível,'é'necessário'mimetizar,'à'escala'laboratorial,'as'condições'existentes'na'instalação,'uma'vez'que'a'amostragem'não'será'efectuada'directamente'nos'equipamentos.''

Assim,' serão' executados' dois' estudos' de' recuperação' independentes,' que' permitirão' obter,' após' a' sua'conclusão,'taxas'de'recuperação'globais.'

Contudo,'existem'pontos' transversais'às'duas' técnicas,'como'os'materiais'utilizados,'que'serão'descritos'de'seguida.'

SalientaFse' ainda' que,' tal' como' exposto' na' Secção' 4.5,' todos' os' ensaios' serão' efectuados' com' um'objectivo'comum:'obter'concentrações'no'final'dos'trabalhos'experimentais'correspondentes'ao'LOQ,'ao'LOA'e'a'uma'concentração'que'se'encontre'fora'desta'gama'de'concentrações,'à'qual'se'atribuiu'o'valor'de'5'ppm.'

O'equipamento'de'HPLC'irá'fornecer'as'áreas'dos'picos'correspondentes'ao'API'em'estudo,'presente'em'cada'amostra,'sendo'necessário'calcular'o'Factor'de'Resposta'associado'a'cada'ensaio,'por'meio'da'utilização'da'concentração'padrão'de'Produto'A:'

'

' !"#$%&!!"!!"#$%#&' = Á!"#!"#$ã!!!"#!"#$%#&'(çã!!"#$ã!!!"#

' ("10").

! 44!

4.7.1. Materiais.Utilizados.

UtilizaFse'um'sistema'de'HPLC,'Alliance'HPLC'System0Waters'2695,'equipado'com'uma'bomba'quaternária,'um' compartimento' termostático' para' a' coluna' cromatográfica' e' um' amostrador' automático' climatizado,'acoplado' ainda' de' um' detector' Photodiode0 array,' um' sistema' de' aquisição' de' dados' e' um' módulo' de'separação.' Os' resultados' devolvidos' pelo' sistema' são' recolhidos' por' um' computador'munido' do' software'apropriado'para'a'análise'dos'mesmos,'Empower0Pro,0Build01154,0Waters0Company.'A'coluna'utilizada'para'a'separação' pertence' igualmente' à' marca' Waters,' modelo' Sunfire,' com' enchimento' do' tipo' C18' (sílica'octadecilsilicada),' partículas' com' diâmetro' de' 3,5' μm,' e' dimensões' de' 4,6' x' 50' mm' (diâmetro' interno' da'coluna'x'comprimento).'

De'acordo'com'o'documento'“Monografia'Analítica' F'Produto'A”,' a'eluição'de' fase'móvel' será' feita'por'gradiente,'com'um'caudal'de'1,3'mL/min,'o'que'pressupõe'a'existência'de'duas' fases'móveis,'A'e'B.'A' fase'móvel' A' consiste' numa' mistura' na' proporção' 90:10' de' uma' solução' tampão' de' Dihidrogenofosfato' de'Potássio'(tamponizada'a'um'pH'aproximado'de'4,5)'e'Acetonitrilo,'enquanto'que'a'fase'móvel'B'é'composta'apenas'por'Acetonitrilo.''

Abaixo,'apresentaFse'uma'tabela'com'o'resumo'das'condições'cromatográficas'utilizadas.'

'

Tabela"4-14"-"Condições"cromatográficas"aplicadas"na"análise"das"amostras"de"validação"de"limpeza."

. Condições.Cromatográficas.

Fase.Móvel.

Mistura'90:10'

F Solução'tampão'de'dihidrogenosfosfato'de'potássio'F Acetonitrilo'

Caudal. 1,3'mL/min'

Comprimento.de.Onda.de.Detecção.

240'nm'

Volume.de.Injecção.de.Amostras. 5'μL'

Tempo.de.Corrida. 23'minutos'

Intervalo.entre.Corridas. 5'minutos'

Temperatura.da.Coluna. 35'°C'

Temperatura.das.Amostras. 10'°C'

'

As'pesagens'de'Dihidrogenofosfato'de'Potássio,' utilizado'na' fase'móvel,' foram'efetuadas'numa'balança'analítica' da' marca'Mettler0 Toledo,' modelo' PB602,' enquanto' que' as' pesagens' do' produto' de' PRODUTO' A'foram'efectuadas'numa'balança'analítica,'igualmente'Mettler0Toledo,'modelo'AG285.'

O'acerto'do'pH' foi' feito'num'aparelho'de'medição'de'pH,'da'marca'Hanna0 Instruments,'modelo'PH301,'tendo'sido'sempre'calibrado'antes'de'qualquer'utilização.'

No' processo' de' extracção' (vide' Secções' 4.7.5.' e' 4.7.6.),' foi' utilizado' um' banho' de' ultrassons' Bandelin0Sonorex'RK'100.'

'

'

'

! 45!

'

Na'preparação'da'fase'móvel'e'de'todas'as'soluções,'foram'utilizados'os'seguintes'materiais:'

'

Tabela"4-15"-"Material"de"laboratório"utilizado"na"preparação"de"fase"móvel"e"de"soluções."

Materiais. Volumes.

Frascos'para'Fase'Móvel' 2000'mL'

Balões'Volumétricos' 50'mL,'100'mL'

Provetas' 1000'mL'

Micropipetas' 1000'μL,'5'mL'

'

Os'reagentes'utilizados'são'comuns'aos'dois'métodos,'pelo'que'são'apresentados'na'tabela'seguinte.'

'

Tabela"4-16"-"Reagentes"utilizados"durante"todo"o"trabalho"experimental."

Reagentes. Marca.

Dihidrogenofosfato'de'Potássio' Panreac'

Ácido'Fosfórico' '

Acetonitrilo' VWR'

Metanol' VWR'

Cloridrato'de'Produto'A'(Produto'Final)' Cipan'

Água'Purificada' Cipan'

Água'para'HPLC' Cipan'

'

Para'a'realização'dos'ensaios'previstos,' foram'ainda'utilizados'swabs'modelo'Large0Alfa0Swab0H0Texwipe,'TX®714A,'frascos'de'amostragem'de'10'mL,'placas'de'Aço'Inox'314'e'vials'de'1,5'mL'com'septo.'

'

'

4.7.2. Preparação.das.Soluções.e.Fase.Móvel.Utilizadas.

Fase.Móvel.

Para' a' solução' tampão' de' Dihidrogenofostato' de' Potássio,' pesamFse' 5,44' g' de' Dihidrogenofosfato' de'Potássio'que'se'diluem'em'900'mL'de'Água.'Posteriormente,'e'após'o'acerto'do'pH'da'solução'para'4,5'com'uma'solução'de'Ácido'Fosfórico'a'5%,'o'volume'da'solução'deve'ser'prefeito'com'água'até'1000'mL.'

Para' preparar' a' fase' móvel,' retiramFse' 900' mL' da' solução' tampão' anterior' para' um' erlenmeyer' e'adicionamFse' 100'mL' de' Acetonitrilo' para' HPLC.' A' solução' final' deve' ser' filtrada' antes' de' ser' colocada' no'HPLC.'

RessalvaFse' que,' no' decorrer' do' estudo,' foram' preparados' vários' litros' de' fase' móvel,' sempre'concomitantes'com'a'proporção'90:10.'

'

! 46!

Soluções.

PreparaFse' uma' solução'mãe' com'o' Produto' A' fornecido' pela' produção,' com' doseamento' de' 100,37%,'pesandoFse'50'mg'do'produto'que'serão'diluídas'em'Metanol,'até'perfazer'um'volume'de'100'mL.'A'partir'desta'solução'inicial,'através'de'diluições,'preparamFse'três'soluções'stock'que'serão'testadas,'e'uma'solução'padrão.' A' quantidade' a' transferir' da' solução' mãe' para' as' soluções' a' preparar' está' dependente' das'concentrações'que'se'esperam'obter'no'final'dos'ensaios.'As'estratégias'de'diluição'para'os'dois'estudos'de'recuperação'encontramFse'descritas'nas'Tabelas'4F17'e'4F18.'

'

'

4.7.3. Linearidade.

PretendeFse' testar' a' linearidade' para' a' gama' de' concentrações' de' trabalho,' uma' vez' que' a' validação'anterior' apenas' contempla' o' valor' máximo' de' concentração' de' 2,5' ppm.' Dado' que' a' concentração' mais'elevada' a'utilizar' nos' ensaios'de' recuperação' corresponde'a'uma' concentração' final' esperada'de'5'ppm,'o'novo'estudo'de'linearidade'será'efectuado'dentro'da'gama'de'concentrações'de'1'a'6'ppm,'testandoFse'cada'valor'inteiro'de'concentração.'Serão'feitas'duas'pesagens'independentes,'com'três'repetições'de'cada'valor'de'concentração,'o'que'resulta'em'seis'injecções'para'cada'solução.'

Após'a'análise,'constróiFse'a'curva'de'calibração,'fazendoFse'corresponder'concentrações'e'áreas'de'picos'obtidas.' É' determinado' o' declive' e' a' ordenada' na' origem' da' recta' obtida' por' regressão' linear,' além' do'respectivo'coeficiente'de'correlação.'Os'resultados'estarão'validados'caso'o'coeficiente'de'correlação'obtido'seja'maior'do'que'0,99.'

'

'

4.7.4. Tempo.de.Sonicação.

Embora'o'método'anteriormente'desenvolvido'reproduza'resultados'consistentes,'utilizando'um'tempo'de'sonicação'de'60'minutos,' tornaFse' também'objectivo'deste' trabalho' ajustar' este'parâmetro'de' análise.' Por'forma'a'obteremFse'resultados'coerentes'com'os'critérios'definidos,'a'eficácia'da'sonicação'é'estudada'para'15,' 30' e' 60' minutos.' Utilizando' apenas' um' valor' de' concentração,' que' será' a' concentração' intermédia,'correspondente'ao'limite'de'aceitação,'é'realizado'o'spiking'directo'de'seis'swabs,'que,'após'adição'do'volume'de'diluição'de'Metanol'necessário,'são'sujeitos'a'três'tempos'de'sonicação'diferentes'(dois'swabs'para'cada'tempo'de'sonicação).''

As'amostras'obtidas'são,'então'analisadas'por'HPLC,'e'os'resultados'obtidos'avaliados'com'o'objectivo'de'determinar'qual'o'tempo'de'sonicação'mais'baixo,'que,'ainda'assim,'devolva'taxas'de'recuperação'dentro'dos'critérios' de' aceitação,' que' são' atingidos' quando' se' obtêm' taxas' de' recuperação' superiores' a' 80%' e' RSD’s'(Desvio'Padrão'Relativo)'inferiores'a'10%.'

'

'

4.7.5. Spiking.Directo.de.Swabs.

O'primeiro'teste'de'recuperação'a'realizar'consiste'no'spiking'directo'de'swabs,'em'que'é'feita'a'injecção'de'uma'solução'do'API'em'estudo'com'concentração'e'volume'conhecidos,'com'o'objectivo'de'determinar'a'taxa'de'recuperação'de'Produto'A'a'partir'dos'swabs,'obtendoFse'a'exactidão'do'método.''

Assim,' os' swabs' serão' injectados' (spiking)' com' um' volume' de' 250' μL' de' cada' um' dos' três' níveis' de'concentração' de' soluções' de' Produto' A,' sendo' depois' deixados' a' secar' na' hotte' durante' as' 24' horas'subsequentes.' Para' cada' valor' de' concentração,' serão' injectados' 7' swabs,' que' no' momento' da' análise'

! 47!

cromatográfica' serão' injectados' 3' vezes.' De' seguida,' ocorre' a' extracção' dos' componentes' presentes' nos'swabs,'por'meio'da'adição'de'um'volume'conhecido'de'Metanol'(volume'de'diluição,'correspondente'a'4'mL).'Os'frascos,'contendo'os'swabs'cobertos'em'Metanol,'são'então'sujeitos'ao'tempo'de'sonicação'resultante'do'ensaio'presente'na'Secção'4.7.4,'enquanto'a' temperatura'do'banho'de'ultrassons'é'controlada'e'mantida'à'temperatura'ambiente.'As'soluções'são'então'transferidas'para'vials'de'HPLC'onde'são'injectadas'na'coluna'de'cromatografia.'

Para' testar' a' extracção' de' Produto' A' dos' swabs' após' um' tempo' de' secagem' maior,' o' procedimento'descrito'é'repetido'para'o'nível'de'concentração'intermédio,'aplicando'um'tempo'de'repouso'de'7'dias.'

Na'tabela'seguinte,'apresentamFse'as'preparações'de'soluções'a'efectuar,'consoante'as'concentrações'que'se'pretendem'obter.'

'

Tabela"4-17"–"Soluções"a"utilizar"para"o"spiking"de"swabs."

Soluções.Massa.de.Produto.

(mg).Volume.Final.

(mL).Concentração.

(ppm).Concentração.Após.Spiking.

(ppm).

Solução.Mãe. 50,0' 100,0' 500,0' F'

. Volume.Inicial.(mL). .

Solução.Padrão.

2,0' 100,0' 10,0' F'

Ss.A. 1,6' 50,0' 16,0' 1,0'

Ss.B. 4,8' 50,0' 48,0' 3,0'

Ss.C. 8,0' 50,0' 80,0' 5,0'

'

Os'dois'primeiros'níveis'de'concentração,'correspondentes'as'Ss'A'e'Ss'B,'utilizados'para'injectar'os'swabs'foram' escolhidos' de' tal' forma' que,' a' concentração' de' Produto' A,' após' a' adição' do' diluente,' estivesse' em'concordância' com' os' limites' de' quantificação' e' aceitação' do' método,' respectivamente.' A' concentração'correspondente'a'Ss'C'foi'escolhida'por'forma'a'enriquecer'o'estudo.'

O'racional'para'a'escolha'das'concentrações'foi:'

'

' !"#$%#&'(çã!!!"#$%&'& = !!"#$!"#$çã!!!ã! ∙ !!"!#!$% ∙ !!"#$!!"#$% ∙ !!"#$"çã! ∙ 1000' ("11")"

'

Onde' os' volumes' de' injecção' no' swab' e' de' diluição' serão' sempre' constantes,' de' 250' μL' e' 4' mL,'respectivamente.'Os'restantes'valores'encontramFse'na'Tabela'4F17.''

Após'a'conclusão'de'todas'as'injecções'no'aparelho'de'HPLC,'as'amostras'serão'analisadas'e'o'detector'irá'devolver' impulsos' eléctricos,' na' forma' de' resposta.' Computacionalmente,' o' software' de' trabalho' irá' obter'cromatogramas' a' partir' dos' quais' é' possível' obter' áreas,' por'meio' de' integração,' que' serão' analisadas' no'capítulo'seguinte.'

Os'resultados'serão'considerados'validados,'caso'cumpram'os'critérios'de'aceitação'definidos:'

F Taxa'de'Recuperação'superior'a'80%;'F RSD'inferior'a'10%.'

! 48!

4.7.6. Swabbing.de.Placas.

Depois'de'obtidos' resultados'coniventes'com'os'critérios'de'aceitação'estabelecidos'para'o'spiking,' será'possível'avançar'para'a'determinação'das'taxas'de'recuperação'globais.'

Uma' vez' que' não' é' possível' determinar' directamente' a' taxa' de' recuperação' de' produto' em' placas,' tal'como'brevemente'explicado'na'Secção'4.7,'o'método'utilizado'envolve'duas'fases'experimentais:'

'

Contaminação.das.Placas.

Inicialmente,'são'preparadas'soluções'(cfr.'Tabela'4F18),'por'meio'de'dissolução'de'uma'solução'mãe,'que'servirão' para' contaminar' placas' feitas' do' mesmo' material' dos' equipamentos' utilizados' na' instalação' de'produção,'de'modo'a'que'seja'possível'recriar'as'condições'internas'dos'equipamentos.'A'área'em'que'é'feita'a'contaminação'é'sempre'constante'e'igual'a'100'cm2,'na'qual'se'aplica'um'volume'de'solução'de'API'de'1'mL.'Este'ensaio'é'repetido'em'5'placas,'para'cada'concentração,'de'modo'a'introduzir'variabilidade'nos'resultados.'

'

Swabbing+

Após' contaminação,' as' placas' são' deixadas' a' secar' durante' 24' horas,' às' quais' se' segue' o' swabbing,'realizado' de' acordo' com' o' procedimento' descrito' (vide' Secção' 2.4.5).' De' seguida,' tal' como' acontece' no'spiking'de'swabs,'é'adicionado'um'volume'de'4'mL'de'Metanol,'para'dissolução'do'API'que'se'encontra'no'swab,' seguindoFse' a' extracção' do'mesmo,' através' da' aplicação' de' ultrassons' aos' frascos' durante' o' tempo'resultante'do'ensaio'de'sonicação'(cfr.'Secção'4.7.4).'

Quando' concluído'o'processo'de' extracção,' as' amostras' são' recolhidas' e' introduzidas' em'vials,' em'que'cada'amostra'é' injectada'3'vezes,'que'serão'analisados'pelo'método'analítico'de'HPLC.'Tal' como'ocorre'no'spiking'de'swabs,'os'resultados'são'transmitidos'do'detector'para'o'software'Empower,'onde'tomam'a'forma'de'cromatogramas.'

O'mesmo' teste' é' feito' para' todas' as' concentrações' em' teste,' aumentandoFse' o' tempo' de' repouso' das'placas'de'24'horas'para'3'dias,'o'que'permitirá'retirar'conclusões'acerca'da'estabilidade'da'amostra.'

'

Tabela"4-18"–"Soluções"a"utilizar"para"a"recuperação"de"Produto"A"a"partir"de"placas."

Soluções.Massa.de.Produto.

(mg).Volume.Final.

(mL).Concentração.

(ppm).Concentração.Após.Swabbing.

(ppm).

Solução.Mãe. 50,0' 100,0' 500,0' F'

. Volume.Inicial.(mL). .

Solução.Padrão.

2,0' 100,0' 10,0' F'

Solução.Stock.A.

0,4' 50,0' 4,0' 1,0'

Solução.Stock.B.

1,2' 50,0' 12,0' 3,0'

Solução.Stock.C.

2,0' 50,0' 20,0' 5,0'

'

! 49!

Os'volumes'obtidos'para'a'dissolução'da'solução'mãe'e'preparação'das'soluções'stock,'foram'calculados'com'base'na'premissa'de'que'as'concentrações'esperadas'após'o'swabbing'das'placas'correspondessem'às'concentrações'definidas'na'Secção'4.5.'Assim,'o'método'de'cálculo'utilizado'foi:'

'

' !!"!#!$% =!"#$!"#$% ∙ !!"#$% ∙ !!"#$%&'#%çã!,!"#$# ∙ !!"##$%&çã!

!"#$!"!#!$%' ("12").

'

A' aplicação' dos' ensaios' acima' descritos' permitiu' obter' resultados' práticos,' que' serão' apresentados' na'Secção'seguinte.'

Tal'como'para'o'caso'dos'ensaios'de'spiking'efectuados'em'swabs,'no'swabbing'de'placas'os' resultados'serão'apenas'considerados'validados,'caso'cumpram'os'critérios'de'aceitação'definidos:'

F Taxa'de'Recuperação'superior'a'80%;'F RSD'inferior'a'10%.'

! 50!

5. Tratamento.e.Discussão.dos.Resultados.

Após' concluídos' todos' os' ensaios' experimentais' propostos,' procedeFse' à' apresentação,' tratamento' e'discussão'dos'mesmos.' Esta' apresentação' será' feita' por' secções,' cada'uma' correspondente'a' cada'um'dos'testes'efectuados' (cfr.' Secções'4.7.3'a'4.7.6).'RessalvaFse'que,'para'os'ensaios'cromatográficos,'apenas'será'apresentado'um'cromatograma'por'concentração,'sendo'escolhido'aquele'que'terá'maior'contribuição'para'o'resultado'final.'

' '

! 51!

5.1. Apresentação.e.Discussão.dos.Resultados.de.Linearidade.

Os' resultados' para' o' parâmetro' analítico' da' linearidade' apresentamFse' na' Tabela' 5F1' e' o' gráfico'respectivo,'com'a'curva'de'calibração'obtida,'na'Figura'5F1.'

'

Tabela"5-1"-"Resultados"obtidos"para"o"parâmetro"de"Linearidade."Diluição. Concentração.(ppm). Amostras. Média.de.Áreas. Desvio.Padrão. RSD.(%).

A' 1,023'

Padrão'A1,1'

x'

Padrão'A2,1'Padrão'A3,1'Padrão'A1,2'Padrão'A2,2'Padrão'A3,2'

B' 2,047'

Padrão'B1,1'

y'

Padrão'B2,1'Padrão'B3,1'Padrão'B1,2'Padrão'B2,2'Padrão'B3,2'

C' 3,070'

Padrão'C1,1'

z'

Padrão'C2,1'Padrão'C3,1'Padrão'C1,2'Padrão'C2,2'Padrão'C3,2'

D' 4,093'

Padrão'D1,1'

w'

Padrão'D2,1'Padrão'D3,1'Padrão'D1,2'Padrão'D2,2'Padrão'D3,2'

E' 5,117'

Padrão'E1,1'

k'

Padrão'E2,1'Padrão'E3,1'Padrão'E1,2'Padrão'E2,2'Padrão'E3,2'

F' 6,140'

Padrão'F1,1'

v'

Padrão'F2,1'Padrão'F3,1'Padrão'F1,2'Padrão'F2,2'Padrão'F3,2'

'

'

! 52!

'

'

'

'

'

'

'

'

'

'

'

Figura"5-1"-"Curva"de"Calibração"obtida"para"a"Linearidade"do"método"analítico."'

Pela'observação'da'Tabela'5F1'e'da'curva'de'calibração'obtida,'pode'concluirFse'que'o'método'aplicado'apresenta'uma'linearidade'adequada'à'sua'finalidade,'tendo'em'conta'a'gama'de'concentrações'estudadas.'O'valor'do'coeficiente'de'correlação'da'recta'de'regressão'linear'é'de'0,99843,'valor'que'se'encontra'bastante'próximo' da' unidade,' sendo' superior' ao' limite' mínimo' de' 0,99,' definido' para' este' parâmetro.' Os' pontos'representados'na'curva'de'calibração'não'apresentam'desvios'significativos'à'recta,'o'que'se'coaduna'com'o'coeficiente'de'correlação'obtido.'

Dado'que'os'resultados'obtidos'confirmam'a'linearidade'do'método'analítico,'é'possível'prosseguir'com'os'estudos'de'validação'para'os'valores'de'concentração'definidos'na'Secção'4.5.'

'

' '

y.=.2109,8x._.127,5.R².=.0,99843.

0,000'

2000,000'

4000,000'

6000,000'

8000,000'

10000,000'

12000,000'

14000,000'

0,000' 1,000' 2,000' 3,000' 4,000' 5,000' 6,000' 7,000'

Área.M

édia.

Concentração.como.Produto.A.(ppm).

Curva.de.Calibração.

! 53!

5.2. Apresentação.e.Discussão.dos.Resultados.obtidos.para.o.Teste.de.Sonicação.

A'realização'do'teste'de'sonicação'foi'feita'em'duas'etapas:'

F Na' primeira' etapa,' devido' a' um' erro' na' execução' de' uma' das' amostras,' correspondente' ao'tempo'de'sonicação'de'15'minutos,'apenas'foi'possível'aplicar'o'teste'a'cinco'swabs,'em'vez'de'seis.'

F Na'segunda'etapa,'tendo'por'base'os'resultados'obtidos'no'teste'anterior,'foi'estudado'o'tempo'de'sonicação'alcançado'pelo'teste'anterior,'assim'como'o'tempo'de'sonicação'de'15'minutos,'por'forma'a'concluir'se'existiriam'diferenças'de'resultados'significativas'que'permitissem'a'utilização'do'tempo'de'sonicação'mais'baixo.'

'

Abaixo,'encontramFse'explicitados'os'resultados,'devidamente'discutidos,'para'as'duas'etapas'do'trabalho.'

'

'

'

'

'

'

'

'

'

'

''

Figura"5-2"-"Cromatograma"correspondente"ao"branco"utilizado,"Metanol..'

Pela'observação'do'primeiro'cromatograma'(vide'Figura'5F2),'é'possível'distinguir'a'existência'de'um'pico'de'Produto'A'que,'embora'pequeno,'não'deve'ser'encontrado'quando'se'corre'um'branco.'À'existência'deste'pico'atribuiFse'uma'possível'contaminação'da'coluna,'ou'do'injector'de'análises'anteriores,'sendo'o'seu'valor'descontado'às'áreas'obtidas'para'os'restantes'cromatogramas.'

Os'três'cromatogramas'correspondentes'aos'tempos'de'sonicação'de'teste,'foram'realizados'com'a'mesma'solução'stock,'com'concentração'3'ppm,'pelo'que'seria'esperado'que'as'áreas'resultantes'tivessem'valores'de'concentração' correspondentes' na' mesma' ordem' de' grandeza.' Olhando' apenas' para' os' valores' obtidos,' é'possível'aferir'que'quanto'maior'for'o'tempo'de'sonicação,'maior'será'a'taxa'de'recuperação'obtida.'Contudo,'para'o'presente'estudo,'o'que'se'pretende'é'que'a'taxa'de'recuperação'se'encontre'acima'dos'80%,'pelo'que'foi'escolhido'o'tempo'mais'reduzido'que'respeitasse'esta'premissa.'

Abaixo,' encontramFse' na' forma' de' tabela,' os' resultados' obtidos' de' taxa' de' recuperação,' aos' quais' foi'previamente'retirado'o'valor'da'área'do'pico'presente'no'cromatograma'do'branco.'

'

'

'

'

'

Buprenorfina_PROC_MET_systsuit Project Name: CPN3313_BuprenorfinaHClReported by User: Dalila Gurita (dsgurita)

Page: 1 of 1Report Method: Buprenorfina_PROC_MET_systsuitPrinted 4:53:24 PM 10/19/2015

S A M P L E I N F O R M A T I O N

Acquired By: System Sample Name: MeOH Date Acquired: 5/13/2015 1:20:03 PM Sample Type: Unknown Acq. Method Set: Buprenorfina_MET1_3D Vial: 25 Date Processed: 5/18/2015 9:33:33 AM Injection #: 1 Processing Method: Buprenorfina_Dalila_1 Injection Volume: 5.00 ulChannel Name: Wvln Ch1 Run Time: 23.0 MinutesProc. Chnl. Descr.: PDA 240.0 nm Sample Set Name: 13_05_2015_1_Sonic_test

AU

0.000

0.002

0.004

0.006

0.008

0.010

0.012

0.014

Minutes2.00 4.00 6.00 8.00 10.00 12.00 14.00 16.00 18.00 20.00 22.00

Injection Id 5655 Result Id 5683

1

RT Area % Area

8.925 1136 100.00

! 54!

Tabela"5-2"-"Resultados"obtidos"para"o"primeiro"teste"de"sonicação."

Amostras. Áreas. Factor.de..Resposta.

Taxa.de..Recuperação.

3.ppm.

15.minutos.. x0

a0

x0

30.minutos,.1. y0 y0

60.minutos,.1. z0 z0

30.minutos,.2. w0 w0

60.minutos,.2. k0 k0

'

De' acordo' com' a' Tabela' 5F2,' apenas' o' tempo' de' sonicação' de' 15'minutos' não' apresenta' uma' taxa' de'recuperação'que'esteja'de'acordo'com'o'critério'de'aceitação,'pelo'que'este'resultado'é,'à'partida,'rejeitado.'Relativamente'aos'tempos'de'30'e'60'minutos,'ambos'apresentam'taxas'de'recuperação'iguais'ou'superiores'a'80%.'Como'se'pretende'optimizar'o'factor'tempo,'elegeFse'o'tempo'de'30'minutos'como'tempo'de'sonicação'a'utilizar.'

Ainda'assim,'devido'à'falta'de'dados,'mas'também'pela'existência'de'um'pico'indevido'no'cromatograma'do'branco,'este'ensaio'foi'repetido.'

'

São,' agora,' apresentados' os' resultados' obtidos' na' segunda' etapa' do' ensaio' de' sonicação,' efectuados'apenas'para'dois'dos'tempos'de'sonicação:'15'e'30'minutos.'

Através'da'análise'visual'dos'cromatogramas,'é'possível'denotar'uma'alteração'nos'cromatogramas'após'a'eluição'da'Produto'A.'Este'aumento'de'área,'que'torna'o'cromatograma'numa'curva,'supõeFse'ser'devido'a'alterações'na'fase'móvel'ou'a'possíveis'acumulações'de'sais'da'fase'móvel,'uma'vez'que'esta'é'tamponizada,'devido'ao'gradiente'de'eluição'utilizado.'

Na'Tabela'5F3'apresentamFse'os'resultados'obtidos,'em'termos'de'taxas'de'recuperação.'

'

Tabela"5-3"-"Resultados"obtidos"para"o"segundo"teste"de"sonicação."

. Amostras. Áreas. Factor.de.Resposta.

Taxa.de.Recuperação.

3.ppm.

15.minutos,.1. x0

a0

x0

30.minutos,.1. y0 y0

15.minutos,.2. z0 z0

30.minutos,.2. w0 w0

'

De'acordo'com'as'taxas'de'recuperação'obtidas,'concluiFse'que'qualquer'um'dos'tempos'de'recuperação'obtidos'pode'ser'utilizado'durante'os'ensaios.'Contudo,'a'existência'de'uma'amostra'que'apresenta'uma'taxa'de'recuperação'superior'a'100%'revela'que'foi' introduzido'algum'erro,'aquando'da'sua'realização.'Uma'vez'que'as'amostras'foram'todas'preparadas'a'partir'da'mesma'solução,'o'erro'não'deve'partir'desta,'mas'sim'de'alguma'falha'no'sistema,'como'sendo'o'caso'de'uma'contaminação.'Contudo,'a'situação'mais'provável' terá'sido'a'evaporação'do'metanol'presente'na'amostra,'o'que' levou'a'um'aumento'da'sua'concentração.'Ainda'assim,'não'são'de'descartar'possíveis'desvios'ocorridos'na'preparação'das'amostras,'tal'como'as'condições'de'trabalho' no' processo' de' sonicação,' das' quais' fazem'parte' o' aumento' de' temperatura' da' água' ou' falha' no'fecho'e'isolamento'dos'frascos.'

Ainda'assim,'com'os'restantes'resultados'obtidos,'decidiuFse'utilizar,'para'todos'os'estudos'a'efectuar'em'diante,' o' tempo' de' sonicação' de' 15' minutos,' por' ser' o' tempo'mais' baixo' e' ser' conivente' com' o' critério'estabelecido'para'a'recuperação'da'amostra.'

'

! 55!

5.3. Apresentação.e.Discussão.dos.Resultados.obtidos.para.o.Spiking.de.Swabs.

O' objectivo' da' realização' do' spiking' de' swabs' era' obter' resultados' que' se' encontrassem' dentro' dos'critérios'de'validação'impostos,'isto'é,'taxas'de'recuperação'acima'de'80%'e'RSD’s'abaixo'de'10%.'

Embora'a'primeira'análise'experimental'não'tenha'devolvido'resultados'passíveis'de'análise,'devido'a'uma'falha'do'sistema,'esta'foi'conseguida'após'uma'segunda'tentativa.'Por'esta'razão,'apenas'serão'apresentados'os'resultados'utilizados'para'o'estudo.'

Primeiramente,' serão' apresentados' os' resultados' para' o' spiking' de' swabs,' cujo' tempo' de' repouso'correspondeu'a'24'horas.'

'

'

'

'

'

'

'

'

'

'

Figura"5-3"-"Cromatograma"correspondente"ao"branco"utilizado,"Metanol..'

VerificaFse'que,'tal'como'no'teste'de'sonicação'(vide'Secção'5.2),'a'fase'móvel'apresenta'alterações'após'a'eluição' da' Produto' A,' o' que' seria' expectável,' dado' que,' em' ambas' as' análises,' foi' utilizada' a'mesma' fase'móvel.'

Nas'tabelas'seguintes,'apresentamFse'todos'os'resultados'obtidos,'em'termos'de'áreas'por'injecção.'

'

Buprenorfina_PROC_MET_systsuit Project Name: CPN3313_BuprenorfinaHClReported by User: Dalila Gurita (dsgurita)

Page: 1 of 1Report Method: Buprenorfina_PROC_MET_systsuitPrinted 4:49:10 PM 10/19/2015

S A M P L E I N F O R M A T I O N

Acquired By: System Sample Name: Blank MeOH Date Acquired: 5/29/2015 5:09:43 PM Sample Type: Unknown Acq. Method Set: Buprenorfina_MET1_3D Vial: 1 Date Processed: 6/1/2015 11:02:33 AM Injection #: 1 Processing Method: Buprenorfina_Dalila_1 Injection Volume: 5.00 ulChannel Name: Wvln Ch1 Run Time: 23.0 MinutesProc. Chnl. Descr.: PDA 240.0 nm Sample Set Name: 29_05_2015_Spiking_2

AU

0.000

0.002

0.004

0.006

0.008

0.010

0.012

0.014

Minutes2.00 4.00 6.00 8.00 10.00 12.00 14.00 16.00 18.00 20.00 22.00

Injection Id 5976 Result Id 6133

Basic LC Peaks Table group contains no data.

!56!

Tabela&5(4&(&Resultados&obtidos&no&Spiking&para&uma&concentração&final&esperada&de&1&ppm

.&Solução'Stock'

Áreas'Cromatogram

a'Sw

ab%Solução'a'Injectar'

Resultados'

Conc.'Alvo'(ppm

)'

Volume'(m

L)''Conc.'(ppm

)'Vial%

Injecção'Sw

ab'nº'

Vinjectado '(μL)'

Quant.''

Prod'A'(µg)'

VDiluição '

(mL)'

Conc.'Esperada'(ppm

)'

Conc.'Prod'A'Inj.'1'(ppm

)'Conc.'Prod'A'Inj.'2'(ppm

)'Conc.'Prod'A'Inj.'3'(ppm

)'Conc.'M

édia'Prod'A'(ppm

)'RSD'(%

)'

Taxa'de'Recuperação'

(%)'

Sol.''Mãe'

Sol.''Stock'

1'2'

3'

1"1,60"

50"16,21"

1"

Confidencial+

1"

250"4,053"

4"1,01"

Confidencial+Confidencial+

2"2"

3"3"

4"4"

5"5"

6"6"

7"7"

""

""

""

""

""

""

"Taxa'de'Recuperação'M

édia'x%

""

""

""

""

""

""

"RSD'M

édio'y%

"

Tabela&5(5&(&Resultados&obtidos&no&Spiking&para&uma&concentração&final&esperada&de&3&ppm

.&Solução'Stock'

Áreas'Cromatogram

a'Sw

ab%Solução'a'Injectar'

Resultados'

Conc.'Alvo'(ppm

)'

Volume'(m

L)'Conc.'(ppm

)'Vial%

Injecção'Sw

ab'nº'

Vinjectado '(μL)'

Quant.''

Prod'A'(µg)'

VDiluição '

(mL)'

Conc.'Esperada'(ppm

)'

Conc.'Prod'A'Inj.'1'(ppm

)'Conc.'Prod'A'Inj.'2'(ppm

)'Conc.'Prod'A'Inj.'3'(ppm

)'Conc.'M

édia'Prod'A'(ppm

)'RSD'(%

)'

Taxa'de'Recuperação'

(%)'

Sol.''Mãe'

Sol.''Stock'

1'2'

3'

3"4,80"

50"48,64"

1"

Confidencial+

1"

250"12,160"

4"3,04"

Confidencial+Confidencial+

2"2"

3"3"

4"4"

5"5"

6"6"

7"7"

""

""

""

""

""

""

"Taxa'de'Recuperação'M

édia'x%

""

""

""

""

""

""

"RSD'M

édio'y%

!57!

"

Tabela&5(6&(&Resultados&obtidos&no&Spiking&para&uma&concentração&final&esperada&de&5&ppm

.&Solução'Stock'

Áreas'Cromatogram

a'Sw

ab%Solução'a'Injectar'

Resultados'

Conc.'Alvo'(ppm

)'

Volume'(m

L)'Conc.'(ppm

)'Vial%

Injecção'Sw

ab'nº'

Vinjectado '(μL)'

Quant.''

Prod'A'(µg)'

VDiluição '

(mL)'

Conc.'Esperada'(ppm

)'

Conc.'Prod'A'Inj.'1'(ppm

)'

Conc.'Prod'A'Inj.'2'(ppm

)'Conc.'Prod'A'Inj.'3'(ppm

)'Conc.'M

édia'Prod'A'(ppm

)'RSD'(%

)'

Taxa'de'Recuperação'

(%)'

Sol.''Mãe'

Sol.''Stock'

1'2'

3'

5"8,00"

50"81,07"

1"

Confidencial+

1"

250"20,267"

4"5,07"

Confidencial+Confidencial+

2"2"

3"3"

4"4"

5"5"

6"6"

7"7"

""

""

""

""

""

""

"Taxa'de'Recuperação'M

édia'x%

""

""

""

""

""

""

"RSD'M

édio'y%

""

""

""

""

""

""

""

! 58!

Os# resultados# obtidos# revelam# que,# para# as# concentrações# esperadas# de# 3# e# 5# ppm,# os# resultados# são#

válidos,# uma# vez# que# se# encontram# dentro# dos# critérios# de# aceitação.# Para# além# disto,# dadas# as# taxas# de#

recuperação#obtidas,#é#possível#verificar#que#a#quantidade#de#resíduo#é#recuperada#quase#na#totalidade#para#a#

concentração# de# 5# ppm,# o# que# é# considerado# um# resultado# bastante# favorável,# dado# que# este# valor# de#

concentração# se# encontra# acima# do# limite# de# aceitação# definido.# Mais# ainda# se# acrescenta# que,# para# as#

mesmas# concentrações,# se# obtêm# valores# bastante# reduzidos# de# RSD’s,# o# que# mostra# que# os# desvios# aos#

resultados#obtidos#são#bastante#pequenos.#

RessalvaHse#que,#na#terceira#análise#da#sétima#repetição#correspondente#à#concentração#de#5#ppm,#ocorreu#

uma#falha#no#sistema,#pelo#que#a#sua#eluição#foi# interrompida,#razão#pela#qual#não#é#apresentado#resultado#

sob#a#forma#de#área.#Assim#sendo,#o#resultado#correspondente#ao#Vial#7#foi#retirado#do#cálculo#para#a#média#de#

taxa#de#recuperação#e#de#RSD.#

Contudo,#os#mesmos#resultados#não#são#verificados#para#a#concentração#esperada#de#1#ppm#que,#apesar#

de# apresentar# um# valor# de# RSD# médio# dentro# dos# critérios# de# validação,# tem# associada# uma# taxa# de#

recuperação#bastante# inferior#à#criterizada.#Mesmo#optimizando#o#valor#médio#de#taxa#de#recuperação,#pela#

remoção#dos#valores#que#apresentam#maior#desvio#padrão,#não#será#possível#obter#resultados#que#validem#o#

método#para#esta#concentração.#Isto#deverHseHá#ao#facto#de#a#concentração#de#1#ppm#corresponder#ao#Limite#

de#Quantificação#do#método#analítico,# pelo#que,#mesmo#apresentando#uma# taxa#de# recuperação#de#80%,# a#

concentração#final#observada#estaria#abaixo#do#limite#de#quantificação.#

#

SeguemHse,#abaixo,#os#resultados#obtidos#para#o#tempo#de#repouso#de#5#dias.#

#

Tabela&5(7&(&Resultados&obtidos&no&Spiking&para&uma&concentração&final&esperada&de&3&ppm,&após&um&tempo&de&repouso&de&5&dias.&

Solução'Stock' Áreas'Cromatograma' Swab% Solução'a'Injectar' Resultados'

Conc.'Alvo'(ppm)'

Volume'(mL)'

Conc'(ppm)'

Vial'

Injecção'

Swab'nº'

Vinj'(mL)'

Quant.'Prod'A'(µg)'

VDil'(mL)'

Conc.'Esperada'(ppm)'

Conc.'Prod'Injecção'(ppm)'

Taxa'Recup.'(%)'Sol.'

Mãe'

Sol.'Stock'

3# 4,80# 50# 48,64#

1#

Confidencial,

1#

250# 12,5# 4# 3,13#Confidencial, Confidencial,

2# 2#

3# 3#

4# 4#

5# 5#

6# 6#

7# 7#

# # # # # # # # #Taxa'de'Recuperação'Média' x%

# # # # # # # # #RSD'Médio' y%

#

Por# opção#do#operador,# apenas# foi# feita# uma# injecção#para# cada#uma#das# preparações,# em# vez# das# três#

efectuadas#para#o#spiking#correspondente#ao#tempo#de#repouso#de#24#horas.#

Analisando#os# resultados# adquiridos,# é#possível# verificar#que#existem#uma#grande#diminuição#da# taxa#de#

recuperação#obtida,#com#a#passagem#do#tempo,#ao#mesmo#tempo#que#ocorre#um#aumento#do#desvio#padrão#

residual.#Estes#resultados#mostram#que,#contrariamente#ao#que#seria#esperado,#dados#os#testes#anteriormente#

feitos#na#empresa,#a#solução#de#Produto#A#apresenta#uma#estabilidade#reduzida.#Esta#redução#de#estabilidade#

pode#ser#justificada#pela#elevada#volatilidade#do#metanol,#uma#vez#que#os#frascos#foram#deixados#destapados#

durante#os#cinco#dias#de#repouso.#

! 59!

5.4. Apresentação'e'Discussão'dos'Resultados'obtidos'para'o'Swabbing'de'Placas'

A# realização# do# swabbing# de# placas# pretendia# determinar# quais# as# taxas# de# recuperação,# que# iriam#

mimetizar# as# condições# de# amostragem#no# interior# dos# equipamentos.# Foram# feitos# três# ensaios# anteriores#

com# o# intuito# de# chegar# a# esse# fim,# os# quais# não# devolveram# qualquer# tipo# de# resultado.# Após# várias#

considerações#acerca#de#possíveis#erros#na#preparação#da# fase#móvel,#das#próprias# soluções#e#amostras,#do#

swabbing#e#do#sistema#de#HPLC,#chegouHse#à#conclusão#que#os#dois#primeiros#ensaios#efectuados#não#teriam#

resultado#devido#à#contaminação#do#sistema#com#resíduos#de#parafilm#e#sais.#Até#então,#todos#os#frascos#de#

fase# móvel# eram# selados# com# parafilm,# mas,# um# excesso# de# volume# num# dos# frascos# de# fase# móvel# B#

(constituído#unicamente#por#Acetonitrilo#Supergradient# a#100%),#provocou#a#degradação#do#mesmo#e#a# sua#

posterior#deposição.#Esta#deposição#levou#à#contaminação#do#sistema,#que,#por#trabalhar#continuamente,#não#

estava#sob#vigilância#no#momento#da#ocorrência.#Foi#necessário#reequilibrar#todo#o#sistema#e#ainda#substituir#o#

injector,#que#se#encontrava#também#com#acumulações#de#sais.#

Executado# o# terceiro# ensaio# verificouHse,# mais# uma# vez,# que# não# existiam# resultados# produzidos.# Após#

novas#ponderações#e#estudo#de#todo#o#processo#laboratorial,#concluiuHse#que#a#técnica#de#swabbing#estava#a#ser#executada#de#forma#imperfeita,#não#reproduzindo#a#amostragem#devidamente.#

Depois#de# identificados#e#ultrapassados#todos#os#possíveis#desvios,#efectuouHse#um#estudo#primário#para#

verificar# que# seria# possível# obter# resultados# concomitantes# com# os# esperados.# Assim,# foi# preparada# uma#

solução# de# acordo# com# o# esquema# de# diluição# para# o# spiking# de# swabs# (vide# Tabela# 4H17),# para# a# maior#

concentração#das#três.#Como#o#volume#utilizado#para#contaminar#a#placa#é#quatro#vezes#maior,#a#quantidade#

de#Produto#A#e,#por#conseguinte,#a#concentração#esperada#será#também#maior.#O#facto#de#se#trabalhar#com#

concentrações#bastante#acima#do#LOQ# faz# com#quem#exista#uma#maior# facilidade#em#obter#picos# coerentes#

nos#cromatogramas#correspondentes.#

Abaixo#apresentamHse#os#resultados#obtidos.#

#

Tabela&5(8&–&Resultados&obtidos&no&Swabbing&para&uma&concentração&final&esperada&de&20&ppm,&após&um&período&de&repouso&de&24&horas.&

Solução'Stock' Áreas'Cromatograma' Placa' Solução'a'Injectar' Resultados''

Volume'(mL)'Concentração'

(ppm)' Vial' Injecção' Placa'n.º'

Vinjectado'(mL)'

Quant.'Prod'A'(µg)'

VDiluição'(mL)'

Conc.'Esperada'(ppm)'

Conc.'Prod'A'Injecção'(ppm)'

Taxa'Recuperação'

(%)'Sol.'Mãe'

Sol.'Stock'

8,00# 50# 81,07#

1#

Confidencial,1#

1# 81,067# 4# 20,27#Confidencial, ,Confidencial,

2# 2#

3# 3#

# # # # # # # #Taxa'de'Recuperação'Média' x'

# # # # # # # #RSD'Médio' y'

#

Analisando#os#dados#acima#patentes#é#possível#verificar#que,#embora#as#taxas#de#recuperação#atingidas#se#

encontrem#abaixo#do#limite#de#aceitação#definido,#o#procedimento#de#swabbing#consegue#recuperar#uma#boa#

parte# dos# resíduos.# Isto# permite# concluir# que,# o# método# em# utilização# é# válido# para# esta# gama# de#

concentrações,#reproduzindo,#com#algum#rigor,#resultados#favoráveis#à#validação.#

#

#

Depois#de#confirmada#a#eficácia#do#método#de#extracção#e#recuperação,#este#foi#então#aplicado#à#gama#de#

concentrações#em#que#este#trabalho#se#centra.#

! 60!

Igualmente#ao#ensaio#para#o#spiking,#foram#feitos#testes#com#tempos#de#repouso#diferentes:#24#e#72#horas.#

Os#resultados#obtidos#apresentamHse#de#seguida.#

#

#

24'Horas:'

#

Através# dos# cromatogramas,# é# possível# verificar# que# ocorreu# uma# diminuição# nas# áreas# dos# picos#

correspondentes#às#soluções#de#500#e#10#ppm,#sendo#esta#redução#mais#acentuada#na#última.#AtribuiHse#esta#

diminuição#a#um#erro#na#preparação#das#soluções,#o#que#alterou#todos#os#resultados#obtidos.#Devido#ao#tempo#

disponível# para# a# realização# de# todos# os# ensaios,# não# foi# possível# repetir# os# testes# de# recuperação#

supracitados,#pelo#que#a#sua#futura#repetição#é#aconselhada.#

Para#além#disto,#apenas#são#apresentados#resultados#para#as#concentrações#de#3#e#5#ppm,#uma#vez#que#não#

foi#possível#obter#qualquer#tipo#de#resultados#para#a#concentração#final#de#1#ppm.#Esta#falta#de#resultados#era#

espectável,#dado#que,#a#menos#que#a#recuperação#fosse#totalmente#eficiente,#ou#seja,#recuperasse#100%#dos#

contaminantes,#qualquer#concentração#recuperada#estaria#sempre#abaixo#de#1#ppm,#que#corresponde#ao#LOQ#

do#método#analítico.#Logo,#qualquer#concentração#abaixo#de#1#ppm,#embora#possa#ser#detectada#pelo#sistema#

de#aquisição#de#dados,#dificilmente#será#quantificada.##

#

#

#

!61!

Tabela&5(9&(&Resultados&obtidos&no&Swabbing&para&um

a&concentração&final&esperada&de&3&ppm.&

Solução'Stock'

Áreas'

Placa'

Solução'a'In

jecta

r'Resulta

dos'

Conc.'

Alvo'

(ppm)'

Volume'(m

L)'

Conc.'

(ppm)'

Vial'

Injecçã

o'

Placa'

n.º'

VInjecta

do '

(mL)'

Quant.'

Prod'A'

(µg)'

VDilu

ição '

(mL)'

Conc.'

Esperada'

(ppm)'

Conc.'P

rod'A'

Inj'1'(p

pm)'

Conc.'P

rod'A'

Inj'2'(p

pm)'

Conc.'P

rod'A'

Inj'3'(p

pm)'

Conc.'

Média'

Prod'A'

(ppm)'

RSD'

(%)'

Taxa'

Recuperação'

(%)'

Sol.'

Mãe'

Sol.'

Stock'

1'

2'

3'

3"1,20"

50"12,16"

1"

Confidencial+

1"

1"12,160"

4"3,04"

Confidencial+Confidencial+

2"2"

3"3"

4"4"

5"5"

""

""

""

""

""

""

"Taxa'de'Recuperação'M

édia'

x"

""

""

""

""

""

""

"RSD'M

édio'

y"

"

Tabela&5(10&(&Resultados&obtidos&no&Swabbing&para&um

a&concentração&final&esperada&de&5&ppm.&

Solução'Stock'

Áreas'

Placa'

Solução'a'In

jecta

r'Resulta

dos'

Conc.'

Alvo'

(ppm)'

Volume'(m

L)'

Conc.'

(ppm)'

Vial'

Injecçã

o'

Placa'

n.º'

VInjecta

do '

(mL)'

Quant.'

Prod'A'

(µg)'

VDilu

ição '

(mL)'

Conc.'

Esperada'

(ppm)'

Conc.'P

rod'A'

Inj'1'(p

pm)'

Conc.'P

rod'A'

Inj'2'(p

pm)'

Conc.'P

rod'A'

Inj'3'(p

pm)'

Conc.'

Média'Prod'

A'(p

pm)'

RSD'

(%)'

Taxa'

Recuperação'

(%)'

Sol.'

Mãe'

Sol.'

Stock'

1'

2'

3'

5"2,00"

50"20,27"

1"

Confidencial+

1"

1"20,267"

4"5,07"

Confidencial+Confidencial+

2"2"

3"3"

4"4"

5"5"

""

""

""

""

""

""

"Taxa'de'Recuperação'M

édia'

61,37%'

""

""

""

""

""

""

"RSD'M

édio'

27,68%'

! 62!

Da#análise#da#Tabela#5.9#é#possível#notar#que,#das#cinco#placas#contaminadas#com#o#API#em#estudo,#apenas#4#devolveram#resultados,#o#que#significa#que#a#última#amostra#corrida#no#sistema#não#apresentava#resultados#quantificáveis.# Todavia,# o# valor# médio# obtido# de# taxa# de# recuperação# apenas# contempla# três# dos# quatro#valores,# pois# a# primeira# placa# analisada# apresentava# áreas# obtidas# com# concentrações# correspondentes#superiores#à#esperada.#Por#esta#razão,#não#foram#considerados#estes#valores,#considerando.se#a#possibilidade#de# ter# ocorrido#um#erro# na# identificação#das# placas.#Hipoteticamente,# poderá# ter# ocorrido#uma# troca# entre#uma# das# placas# contaminada# com# a# concentração# de# 12# ppm# e# uma# das# placas# contaminada# com# a#concentração# 20# ppm.# Consultando# as# primeiras# linhas# das# Tabelas# 5.9# e# 5.10# é# possível# observar# que# os#valores# patentes# são# aqueles# apresentam#menor# e#maior# RSD,# respectivamente,# o# que# viabiliza# a# hipótese#referida.##

De# acordo# com# os# resultados# tratados,# a# recuperação# não# foi# muito# eficaz,# uma# vez# que# as# taxas# de#recuperação#obtidas#se#encontram#muito#próximo#dos#x#%,#com#um#RSD#respectivo#de#y#%.#

Relativamente# à# Tabela# 5.10,# ainda# que# os# valores# de# taxas# de# recuperação# e# RSD# não# respeitem# os#definidos# pelos# critérios# de# aceitação,# ressalva.se# a# recuperação# de# uma# placa# (placa# 4),# que# cumpre# os#critérios,#aumentando#a#tendência#do#resultado#final.#Obtêm.se#uma#taxa#de#recuperação#média#de#x#%#e#um#RSD#de#y#%,#aproximadamente,#o#que#não#permite#validar#o#método.#

#

#

72#Horas#

#

O#ensaio#para#o#swabbing#de#placas#que#se#encontraram#em#repouso#durante#72#horas#devolveu#resultados#apenas#para#a#concentração#esperada#de#5#ppm.##

#

!63!

Tabela&5(11&(&Resultado&obtido&no&Swabbing&para&um

a&concentração&final&esperada&de&3&ppm,&após&um

&tempo&de&respouso&de&72&horas.&

Solução'Stock'Áreas'Crom

atograma'

Placa'Solução'a'Injectar'

Resultados'Cromatogram

as'Resultados'

Conc.'Alvo'(ppm

)'

Volume'(m

L)'Conc.'(ppm

)'Vial'

Injecção'1'

Injecção'2'

Injecção'3'

Placa'n.º'

VInjectado '(m

L)'

Quant.'

Prod'A'(µg)'

VDiluição '

(mL)'

Conc.'Esperada'(ppm

)'

Conc.'Prod'A'Inj'1'(ppm

)'

Conc.'Prod'A'Inj'2'(ppm

)'

Conc.'Prod'A'Inj'3'(ppm

)'

Conc.'Média'

Prod'A'(ppm

)'

RSD'(%

)'

Taxa'Recuperação'

(%)'

Sol.'Mãe'

Sol.'Stock'

3"1,20"

50"12,16"

5"Confidencial+

5"1"

12,160"4"

3,04"Confidencial+

Confidencial+

"

Tabela&5(12&(&Resultados&obtidos&no&Swabbing&para&um

a&concentração&final&esperada&de&5&ppm,&após&um

&tempo&de&repouso&de&72&horas.&

Solução'Stock'Áreas'Crom

atograma'

Placa'Solução'a'Injectar'

Resultados'Cromatogram

as'Resultados'

Conc.'Alvo'(ppm

)'

Volume'(m

L)'Conc.'(ppm

)'Vial'

Injecção'1'

Injecção'2'

Injecção'3'

Placa'n.º'

VInjectado '(m

L)'

Quant.'

Prod'A'(µg)'

VDiluição '

(mL)'

Conc.'Esperada'(ppm

)'

Conc.'Prod'A'Inj'1'(ppm

)'

Conc.'Prod'A'Inj'2'(ppm

)'

Conc.'Prod'A'Inj'3'(ppm

)'

Conc.'Média'

Prod'A'(ppm

)'

RSD'(%)'

Taxa'Recuperação'

(%)'

Sol.'Mãe'

Sol.'Stock'

5"2,00"

50"20,27"

1"

Confidencial+

1"

1"20,267"

4"5,07"

Confidencial+Confidencial+

2"2"

3"3"

4"4"

5"5"

""

""

""

""

""

""

"Taxa'de'Recuperação'M

édia"43,51%

"

""

""

""

""

""

""

"RSD'M

édio"28,83%

"

"

Tal"como"se"pode"verificar"pela"Tabela"5<11,"das"cinco"placas"analisadas"apenas"foi"possível"extrair"picos"de"um

a,"sendo"que"os"valores"para"esta"obtidos"foram"m

uito"baixos,"não"podendo"ser"considerados"para"questões"de"validação."A"tabela"é"unicam

ente"apresentada"para"evidenciar"a"não"conformidade"dos"resultados."

Contudo,"para"a"concentração"esperada"de"5"ppm"foram

"extraídos"cromatogram

as"em"todas"as"análises."Pela"análise"dos"resultados"obtidos,"é"possível"verificar"que,"

para"além"dos"valores"m

édios"de"taxa"de"recuperação"e"RSD"não"se"coadunarem"com

"os"critérios"de"aceitação"definidos,"apresentam"desvios"bastante"superiores"aos"

limites"fixados,"o"que"inviabiliza"todo"o"trabalho"experim

ental"efectuado"nos"respectivos"ensaios."

""

! 64!

5.5. Determinação.de.Limite.de.Aceitação.a.partir.de.Taxas.de.Recuperação.

Após% concluídos% os% estudos% de% recuperação% de% produto,% é% possível% reformular% o% método% de% cálculo%utilizado%para%determinar%L3,%uma%vez%que%são%obtidas%taxas%de%recuperação%correspondentes%à%extracção%de%Produto%A%através%do%método%de%Swabbing.%Dado%que%os%resultados%obtidos%para%o%swabbing%efectuado%após%um%tempo%de%repouso%de%72%horas%não%produziram%resultados%fiáveis,%serão%somente%considerados%os%dados%correspondentes%a%um%tempo%de%repouso%de%24%horas.%

Assim,%e%segundo%a%equação%7,%recalculamIse%os%valores%de%L3%para%os%três%API’s,%tendo%em%conta%que%a%área%de%amostragem,%a%taxa%de%recuperação%e%o%volume%de%solvente%se%mantêm%constantes,%e%iguais%a%100%cm2,%x*%%e%4%mL,%respectivamente,%variando%apenas%as%áreas%superficiais%partilhadas,%patentes%na%Tabela%5I12.%

%

%

Tabela&5(13&(&Valores&de&L3&para&cada&um&dos&processos&de&produção,&obtidos&recorrendo&à&fórmula&de&cálculo&para&a&amostragem&com&swabs.&

Total. * % %L3.(ppm). Produto%A% Produto%B% Produto%C%Produto%A% % 27% 2%Produto%B% 2% % 2%Produto%C% 2% 31% %

%

É%de%notar%que,%ainda%que%diferença%não%seja%substancial,%ocorre%uma%diminuição%do%limite%de%aceitação%a%aplicar% ao% processo% de% validação.% Embora% o% valor% obtido% se% encontre% dentro% da% gama% de% linearidade%determinada% para% o% método% analítico,% uma% concentração% de% 2% ppm% aproximaIse% bastante% do% limite% de%quantificação% do%método,% sendo% necessário,% numa% fase% posterior,% determinar% qual% a% incerteza% associada% ao%LOQ%e%também%optimizar%os%valores%de%recuperação%para%a%validação.%

%

%

%

Todos%os%resultados%aqui%apresentados%e%discutidos%serão%sintetizados%na%Secção%seguinte.%

%

% %

! 65!

6. Conclusão.

A% elaboração% deste% trabalho% tinha% como% objectivo% primordial% a% validação% dos% equipamentos% de% limpeza%utilizados% numa% instalação% dedicada% somente% à% produção% de% três% API’s% diferentes,% os% quais% necessitam% de%Autorização%de%Introdução%no%Mercado.%A%obtenção%desta%está%intimamente%ligada%a%todas%as%certificações%de%conformidade%e%qualidade,%das%quais%faz%parte%a%lavagem%dos%equipamentos.%

Com% este% propósito,% foram% efectuados% estudos% de% recuperação% à% escala% laboratorial,% que% pretendiam%mimetizar%as%condições%de%pósIprodução%em%que%os%equipamentos%se%encontram,%após%obtidos%os%produtos%na%sua% formulação% final.% Para% que% estes% estudos% reproduzissem% resultados% fiáveis,% procedeuIse% ao% estudo% dos%equipamentos% presentes% na% instalação,% bem% como%das%matériasIprimas% utilizadas% e% produtos% finais,% a% partir%dos%quais%foi%possível%definir%uma%gama%de%trabalho,%que%satisfizesse%os%parâmetros%predefinidos.%DeterminouIse%um%limite%de%aceitação%de%3%ppm,%o%qual%serviu%de%ponto%de%partida%para%todos%os%ensaios%experimentais.%Como%concentração%limite%inferior,%foi%utilizado%o%valor%de%LOQ,%previamente%determinado%de%1%ppm,%e%ainda%5%ppm%utilizado%como%limite%de%concentração%superior.%

Face% aos% resultados% obtidos,% é% possível% tecer% conclusões% díspares% acerca% de% cada% um% dos% estudos%efectuados.%%

Em%primeira%análise,%dáIse%como%validada%a%gama%de%concentrações%de%1%a%6%ppm,%que% inclui%a%gama%de%trabalho,%após%executado%o%teste%de% linearidade%do%método%analítico,%cuja%curva%de%calibração%apresenta%um%coeficiente%de%correlação%de%0,99843.%

Seguidamente,%foi%efectuado%um%teste%para%tempos%de%sonicação,%que%pretendia%aferir%qual%o%intervalo%de%tempo% a% aplicar% nos% ensaios% seguintes,% sendo% a% sonicação% necessária% para% efectuar% a% extracção% do% API% em%estudo.%Após%se%testarem%tempos%de%15,%30%e%60%minutos,%em%duas%fases%diferentes,%concluiuIse%que%um%tempo%de%sonicação%de%15%minutos%reproduzia%resultados%fiáveis,%uma%vez%que%foram%obtidas%taxas%de%recuperação%na%ordem%dos%x*%,%com%a%benesse%de%optimizar%todo%o%tempo%de%execução%laboratorial.%

Efectuados% os% estudos% dos% parâmetros% analíticos,% foi% possível% procederIse% à% execução% dos% estudos% de%recuperação,%que%se%dividiram%em%duas%fases:%num%primeira%fase%foi%feita%a%extracção%de%produtos%utilizando%a%técnica%de%spiking,%e%numa%segunda%fase%a%extracção%do%mesmo%API,%mas%recorrendo%à%técnica%de%swabbing.%

Relativamente% ao% ensaio% de% spiking% de% swabs,% foram% testadas% as% três% concentrações% acima% definidas,%obtendoIse% as% respectivas% taxas% de% recuperação% e% RSD’s% afectos.% Para% a% concentração% de% 1% ppm,% obteveIse%uma% taxa% de% recuperação%média% de% x% %% e% um% RSD% de% y*%.% Tendo% em% conta% que% os% critérios% de% aceitação%definem%taxas%de%recuperação%acima%de%80%%e%RSD’s%abaixo%de%10%,%o%método%não%pode%ser%validado%para%este%valor%de%concentração.%Contrariamente,%para%as%concentrações%de%3%e%5%ppm,%o%método%encontraIse%validado,%uma%vez%que%foram%obtidas%taxas%de%recuperação%de%x*%%e%x*%,%respectivamente,%assim%como%RSD’s%de%y*%%e%y*%,% respectivamente.% Contudo,% a% repetição%do%mesmo% teste% ao% fim%de%5%dias% de% repouso%dos% swabs,% apenas%para% a% concentração% de% 3% ppm,% apresenta% valores% bastante% diferentes,% tendoIse% obtido% uma% taxa% de%recuperação%de%x%%%e%um%RSD%de%y*%,%o%que%mostra%que%ocorre%uma%degradação%da%amostra%com%o%passar%do%tempo,%pelo%que%a%limpeza,%neste%intervalo%de%tempo,%não%pode%ser%validada.%

Por%fim,%o%último%teste%efectuado,%swabbing%de%placas,%não%pôde%ser%validado,%devido%à%reduzida%obtenção%de%resultados.%Para%a%concentração%de%1%ppm%não%foi%obtido%qualquer%resultado,%nem%para%o%tempo%de%repouso%de% 24% horas% nem% para% o% de% 72% horas,% enquanto% que% para% as% concentrações% de% 3% e% 5% ppm,% obtiveramIse%resultados%muito%baixos,%que%não%permitem%qualquer%validação.%

Em% suma,% o% trabalho% executado% permitiu% apenas% validar% o% método% de% limpeza% somente% para% duas% das%concentrações%de%trabalho,%quando%efectuado%o%teste%de%spiking%de%swabs%com%um%tempo%de%repouso%de%24%horas,%pelo%que%não%se%pode%considerar%o%método%de%limpeza%globalmente%validado.%%

! 66!

O% facto% de% não% ter% sido% efectuado% nenhum% teste% relativo% à% estabilidade% da% solução% de% Produto% A% em%Metanol,%não%permite%aferir%se%os%resultados%obtidos%se%devem%a%uma%instabilidade%da%solução,%ou%apenas%de%erros%inerentes%ao%processo,%pelo%que%a%sua%determinação%é%proposta.%

Futuramente,% sugereIse% a% realização% de% novos% ensaios,% bem% como% a% repetição% de% alguns% dos% trabalhos%experimentais%executados%neste%estágio,%cujos%resultados%foram%não%conformes,%e%a%optimização%das%condições%de%trabalho,%de%modo%a%que%se%consigam%atingir%resultados%reprodutíveis.%

! 67!

7. Trabalho.Futuro.

Dadas% as% dificuldades% que% ocorreram% relativamente% à% fase%móvel% assim% como% com% o% sistema,% devido% à%complexidade%dos%ensaios%elaborados,%não%foi%possível%concluir%todos%os%estudos%necessários%para%a%validação,%dentro%do%espaço%de%tempo%estipulado.%

Assim,% por% forma% a% complementar% os% resultados% obtidos,% presentes% nesta% dissertação,% sugereIse% o%seguimento%do%estudo%de%validação%de%limpeza,%através%de:%

• Reavaliação%dos% limites%de%aceitação%utilizados%nos%ensaios% laboratoriais.%A%utilização%dos%valores%individuais,% por% equipamento,% irão% possibilitar% a% obtenção% de% valores% de% concentração% mais%elevados,%pelo%que%seria%aumentado%o%desvio%ao%LOQ;%

• Realização% de% ensaios% que% permitam% determinar% qual% a% taxa% de% recuperação% esperada% para% o%swabbing% de% placas,% utilizando% gamas% de% concentração% mais% elevadas,% ou% seja,% com% maior%reprodutibilidade,%mas%que%se%encontrem%dentro%dos%limites%previamente%definidos;%

• Uma% vez% que% a% gama% de% trabalho% está% demasiado% próxima% do% limiar% analítico,% equacionar% a%possibilidade%de%análise%do%swab%por%TOC%por%se%tratar%de%um%método%analítico%mais%sensível.%Este%estudo%deverá%ser%bem%planeado%uma%vez%que%as% lavagens% incluem%a%utilização%de%solventes,%ou%seja,%a%recolha%da%amostra%(swabbing)%só%poderia%ocorrer%após%secagem%do%solvente%de%lavagem%e%antes%da%anidrificação%final;%

• Utilização% dos% resultados% obtidos% anteriormente% para% aplicação% nos% estudos% de% recuperação% de%placas,% nos% quais% devem% ser% utilizadas% concentrações% que% consigam% reproduzir% as% taxas% de%recuperação%determinadas,%obtendoIse%concentrações%finais%próximas%das%definidas%no%momento%de%determinação%dos%limites;%

• Determinação%do%dirty*hold*time,%isto%é,%o%tempo%máximo%que%o%equipamento%pode%estar%sujo,%de%modo%a%que%a%sua%limpeza%seja%eficaz,%no%momento%em%que%ocorrer;%

• Determinação%do%clean*hold*time,%isto%é,%o%tempo%máximo%que%o%equipamento%pode%estar%limpo,%sem%que%ocorram%contaminações,%nomeadamente%microbiológicas,%o%que%pressupõe%a%realização%de%análises%desta%natureza;%

• Realização% do% swabbing% directamente% nos% equipamentos% industriais,% após% lavagem,% nos% pontos%críticos;%

• Efectuar% os% estudos% de% recuperação% para% os% restantes% produtos% produzidos% na% instalação%industrial,% bem% como% os% de% dirty* hold* time% e% de% clean* hold* time,% recorrendo% aos% métodos%analíticos%mais%apropriados,% como%é%o%caso%da% técnica%de%HPLC%para%o%Produto%C%e%a% técnica%de%Cromatografia%Gasosa%para%o%Produto%B.%Efectivamente,%cada%limite%é%função%da%respectiva%taxa%de%recuperação%(para%o%produto)%pelo%que%a%avaliação%só%estará%completa%a%partir%do%momento%que%se%conhecer%cada%uma%dessas%taxas;%

• Para%uma%situação%de%implementação%em%rotina%(posterior%à%fase%de%projecto)%avaliar%o%parâmetro%de% ongoing* holding* time,% ou% seja,% o% período% máximo% de% tempo% que% um% equipamento% pode%funcionar% continuamente* dentro* da* mesma* campanha% (entre% batches)% sem% necessidade% de%intervenção% de% limpeza.% Ou% avaliar% que% nível% de% limpeza% poderá% ser% implementado% nessas%condições;%

• Caso%a%instalação%venha%a%sofrer%alterações,%seja%por%aquisição%ou%substituição%de%equipamentos,%deverá% ser% efectuada% uma% nova% validação% de% limpeza,% para% apurar% a% conformidade% da%mesma,%visto%ocorrer%uma%alteração%da%área%de%processo.%

! 68!

8. Referências.Bibliográficas.![1]% AtralCipan,% “História% do% grupo% AtralCipan”,% AtralCipan,% 2015.% [Online]% Available:%

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