Desigualdade de renda entre Mulheres e Homens no Estado · PDF file1. INTRODUÇÃO...

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  • DesigualdadederendaentreMulhereseHomensnoEstadodeSoPauloInflunciadograudeUrbanizaoeEnsinoSuperiordasMulheres

    Alunos:LucasdoValeMoura

    RodileiSilvaMoraisThomazZebrowski

    Docentes:FlviaFonsecaeMarcosP

    Disciplina:MtodoseTcnicasdeanlisedeInformaoparaoPlanejamento

    UniversidadeFederaldoABC

    SoBernardodoCampo,11deAgostode2015

  • 1. INTRODUO

    Este trabalho, desenvolvido na disciplina Mtodos e Tcnicas de Anlise de

    Informao para o Planejamento, do Bacharelado em Planejamento Territorial da

    Universidade Federal do ABC, realizado no segundo quadrimestre de 2015, teve por

    objetivo a aplicao de mtodos estatsticos de anlise de informao para lidar

    comumproblemaproposto.

    Foi estudada aqui a desigualdade de gnero entre homens e mulheres,

    fenmeno presente na sociedade brasileira desde sua formao, delimitando, para

    os fins deste estudo, os municpios do estado de So Paulo. Partindo do

    pressuposto que tal desigualdade exista, as questes levantadas neste trabalho

    consistememidentificarquaisvariveismaisserelacionamcomestefenmeno.

    Atravs da seleo, tratamento e interpretao de dados scio demogrficos

    relevantes, foi possvel correlacionar diversas variveis com a desigualdade de

    renda entre gneros e construir um modelo estatstico que trata esta questo. A

    anlise tambm leva em considerao a questo espacial, buscando padres locais

    ou globais e relaes entre municpios vizinhos no que diz respeito ao problema

    tratado.

    Esperase com os resultados propiciar uma reflexo sobre a efetividade das

    polticas pblicas de reduo de desigualdades, sobre as tradicionais formas de

    mensurar desenvolvimento na sociedade contempornea e sobre as consequncias

    dadaspeladesigualdadedegneronopas.

    2. REFERENCIALTERICO

    A diferena de renda entre gneros um fenmeno h muito observado na

    literatura econmica e sociolgica. Seja por discriminao alocativa, processo no

    qual a mulher seja diferencialmente alocada em posies que oferecem menores

    recompensas, ou por uma discriminao valorativa, que demonstra como as

    mulheres recebem menores recompensas apesar de estarem em situaes de

    trabalho comparveis e possurem requisitos de qualificao e outras semelhantes

    aos dos homens, tal desigualdade um processo histrico que at hoje se repete

    (SANTOS,J.A.F.,2008).

  • O contexto de formao histrica do Brasil aponta para um modelo onde uma

    estrutura patriarcal foi extremamente fundamentada. Desde esse perodo de

    colonizao, muito da situao da mulher na poca permanece na sociedade, mas

    importante notar que no h apenas continuidades, como tambm mudanas.

    Cresceu a participao de mulheres em ocupaes nomanuais de melhor

    remunerao, em cargos de comando, profisses de prestgio e mesmo como

    proprietrias de negcios no comrcio e em servios (BRUSCHINI, C., 2007). Muito

    disso se deve os altos investimentos em polticas sociais por meio dos ltimos

    governos presidencialistas, de conhecimento que programas como oMinha Casa,

    Minha Vida e Bolsa Famlia, reconheceram uma maior vulnerabilidade feminina

    diante do cenrio familiar nacional, perpassando do abandono destas quando

    casadas por seus maridos, at mesmo pela mudana estrutural familiar onde muitas

    mulheres se tornam chefes de famlia, sem adentrar no momento na questo da

    escolaridade.

    Tambm notrio que o carter patriarcalista ainda inserido na sociedade

    brasileira, induz na ideia do homem em deixar sua esposa em casa, tomando os

    devidos cuidados do lar, a proibindo muitas vezes de realizar atividades fora deste,

    e tambm de desenvolver uma carreira profissional, mediante a justificativa da

    necessidade de cuidar dos filhos que o casal gerou, etc. Por estes e outros motivos,

    como o preconceito incumbido socialmente em relao a disparidade salarial entre

    os gneros, saltou aos olhos dos governantes que optaram por chefiar tais

    programas por meio das mulheres, colocando no nome destas as casas concedidas

    pelo programa (Minha casa, minha vida), realizando tambm a transferncia de

    renda para contas vinculadas a estas chefes do lar, buscando mudar o carter

    social,comatentativadequebradessepatriarcalismoaindapresentehojeemdia.

    3. METODOLOGIADOTRABALHO

    3.1. SELEODEVARIVEIS

    Os dados utilizados neste trabalho foram retirados do Censo Demogrfico de

    2010, realizado pelo IBGE, e do Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil,

    realizado pelo IPEA. Em todos os casos, a unidade espacial de anlise foi a

    municipal.Foramcoletadososseguintesdados:

  • I. Renda mdia de homens e renda mdia de mulheres, a fim de calcular

    a diferena de renda entre homens e mulheres, a varivel dependente

    nestetrabalho

    II. Nmero total de chefes de famlia e nmero de mulheres chefes de

    famlia, a fim de calcular a proporo de mulheres chefes de famlia no

    municpio e verificar se tal nmero indica alguma reduo na

    desigualdadeentregneros

    III. Total de mulheres com 25 anos ou mais no municpio e nmero de

    mulheres com 25 anos ou mais que tenham ensino superior completo,

    a fim de calcular a proporo destas, servindo de indicador do nvel de

    escolaridadefemininanomunicpio

    IV. Mulheres que tiveram filhos entre 10 a 17 anos e Taxa de

    Fecundidade, relacionando o nmero de filhos condio de trabalho

    erendadasmulheres

    V. Taxa de Urbanizao, a fim de investigar se o fenmeno de

    desigualdade se manifesta com maior intensidade em centros urbanos

    ouemreasrurais

    VI. ndice de Desenvolvimento Humano IDH, a fim de relacionar o grau

    dedesenvolvimentodomunicpiocomareduodedesiguldades

    VII. Renda Per Capita, a fim de investigar se em municpios mais ricos a

    desigualdadeentregnerosmenor.

    3.2. ANLISETERICA

    Utilizando o software SPSS, foram feitas anlises exploratrias das variveis

    explicativas em questo para observar seu comportamento em relao a varivel

    dependente. Para isso, foram gerados diagramas de disperso, que deve exibir uma

    tendncia linear para que se possa utilizar os mtodos de regresso linear

    apresentadosaseguir.

    Foram feitos ento teste de correlao, que indicam como uma varivel se

    relaciona com a outra. A correlao uma medida que pode ser positiva, quando

    uma varivel aumenta de valor conforme outra tambm aumentam ou negativa,

    quando uma varivel diminui medida em que a outra aumenta. Pode tambm no

  • haver correlao entre variveis, neste caso se diz que a correlao nula. A

    correlao medida pelo Coeficiente de Correlao de Pearson, que varia 1 a 1,

    sendo 1 no caso de uma correlao positiva perfeita, 1 no caso de uma correlao

    negativaperfeitae0quandoacorrelaonula.

    Para verificar se as correlaes entre as variveis so estatisticamente

    significativas, ou seja, se esse valor no se deve ao acaso, deve ser aplicado um

    teste de significncia que considera a hiptese nula de que no h correlao entre

    as variveis. calculada uma estatstica teste t, que representa a razo entre a

    varinciaexplicadapelomodeloeavarincianoexplicadapelomodelo.

    As correlaes entre as variveis inicialmente escolhidas para este trabalho

    so apresentadas na tabela abaixo, juntamente com o valor de sua estatstica teste

    teseupvalor,indicandosuasignificncia.Tabela1Correlaoentrevariveisselecionadas

    Notase correlaes significativas com a diferena de renda entre homens e

    mulheres para todas variveis selecionadas, exceto a proporo de mulheres

    responsveis pelo domiclio no municpio. So observadas tambm fortes

    correlaes entre as prprias variveis explicativas, em especial no que diz respeito

    s correlaes com a varivel IDH, altamente correlacionado com Renda Per Capita

    e o indicador de escolaridade escolhido (o que pode ser explicado pelo fato do IDH

  • incorporar ambos em seu clculo). A partir da anlise desta tabela, foram escolhidas

    apenas trs variveis explicativas a serem incorporadas no modelo de regresso

    desenvolvidonestetrabalho.Foramelas:

    RendaperCapitanomunicpio

    Proporodemulherescomensinosuperior

    Taxadeurbanizao.

    Com estas variveis explicativas foi possvel a construo de um modelo de

    regressomltipla,quesegueafrmulageral:

    Y=0+1X1i+...+iXi+

    Onde os coeficientes so parmetros do modelo que indicam como a variao de

    cadaumdosXinfluncianavarivelY.

    Considerando ainda que os dados inseridos so dados que esto

    geograficamente localizados, possvel incorporar o espao na anlise de

    regresso, inserindo no modelo uma varivel que capture fatores da vizinhana. Tal

    tcnica chamada Regresso Espacial Global. Este tipo de regre