Desigualdade Social - trabalho de história - Vitória

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5/14/2018 DesigualdadeSocial-trabalhodehistria-Vitria-slidepdf.com http://slidepdf.com/reader/full/desigualdade-social-trabalho-de-historia-vitoria 1/ Desigualdade Social A desigualdade social se resume em acontecer quando a distribuição do PIB (Produto Interno Bruto) é feita de maneira inadequada, portanto injusta, sendo que enquanto a maior parte do dinheiro fica com a minoria, a maioria sofre com a divisão salarial. A desigualdade presente no Brasil é uma das maiores do mundo, todo dia vemos ou ouvimos falar em violência, preconceito, discriminação, entre outros. O capitalismo é um dos principais causadores da desigualdade no mundo, apesar de que ela vem impregnando a história desde o feudalismo, com isso notamos que a desigualdade é um fato muito antigo, e sempre sem solução. A desigualdade social é um problema que afeta a maioria dos países na atualidade. A pobreza existe em todos os países, pobres ou ricos, mas a desigualdade social é um fenômeno que ocorre principalmente em países não desenvolvidos. Geralmente os países com o PIB maior, são os que mais sofrem com os problemas de desigualdade, pois o repasse nunca chega para aquelas pessoas menos favorecidas, como acontece aqui no Brasil, um dos países com o PIB mais alto do mundo. Desigualdade Social no Brasil No Brasil, a desigualdade social tem sido um cartão de visita para o mundo, pois é um dos países mais desiguais. Segundo dados da ONU (Organização das Nações Unidas), em 2005 o Brasil era a 8º nação mais desigual do mundo. O índice Gini, que mede a desigualdade de renda, divulgou em 2009 que a do Brasil caiu de 0,58 para 0,52 (quanto mais próximo de 1, maior a desigualdade) e em 2010, o Brasil ficou em terceiro lugar com o pior índice de desigualdade social no mundo. Segundo uma pesquisa feita em 2001 pelo Jornal Inverta, elementos do estudo do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) indicam que os 10% mais ricos da população brasileira se apropriam de cerca de 50% da renda total do país, e os 50% mais pobres detêm apenas 10% da renda do país. Outros países mais pobres não têm uma desigualdade estrutural tão grande como a do Brasil. Pelos dados da pesquisa do IPEA, esta situação não sofre mudanças há exatamente 25 anos e parece que existe um conformismo dentro da sociedade brasileira de continuar com essa situação. Com o regime escravocrata agro-exportador, as diferenças de classe social entre os que detinham os meios de produção, que eram os colonizadores portugueses e os escravos, que eram a mão-de-obra gratuita para tocar a economia do país, fizeram com que o país se desenvolvesse de uma forma desigual. O desenvolvimento econômico do Brasil desde aqueles tempos não quebrou o monopólio da terra e da indústria e por isso todo o crescimento foi injusto para a maior parte da população brasileira, que teve que sustentar a sede dos lucros dos monopólios estrangeiros e nacionais até os dias atuais. Todavia, a desigualdade social no Brasil tem sido percebida nas últimas décadas, não como herança pré-moderna, mas sim como decorrência do efetivo processo de modernização que tomou o país a partir do início do século XIX. Junto com o próprio desenvolvimento econômico, cresceu também a miséria, as disparidades sociais, renda, saúde, o desemprego, a fome que atinge milhões de brasileiros, a desnutrição, a mortalidade infantil, a baixa escolaridade, a violência, entre outros. Essas são expressões do grau a que chegaram as desigualdades sociais no Brasil. Segundo Rousseau, a desigualdade tende a se acumular. Os que vêm de família modesta têm, em média, menos probabilidade de obter um nível alto de instrução. Os que possuem baixo nível de escolaridade têm menos probabilidade de chegar a um status social elevado, de exercer profissão de prestígio e ser bem remunerado. É verdade que as desigualdades sociais são em grande parte geradas pelo jogo do mercado e do capital, assim como o sistema político que intervém de diversas maneiras, às vezes mais, às vezes menos, para regular e corrigir o funcionamento dos mercados em que se formam as remunerações materiais e simbólicas. Entre os 15 países com maior diferença de renda entre ricos e pobres, dez estão na América Latina e Caribe. Na região, o Brasil empata com Equador e só perde para Bolívia e Haiti em relação à pior distribuição de renda. O relatório da ONU destaca que a maior dificuldade na América Latina é impedir que a desigualdade social persista no decorrer de novas gerações.

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Desigualdade Social

A desigualdade social se resume em acontecer quando a distribuição do PIB (ProdutoInterno Bruto) é feita de maneira inadequada, portanto injusta, sendo que enquanto amaior parte do dinheiro fica com a minoria, a maioria sofre com a divisão salarial. Adesigualdade presente no Brasil é uma das maiores do mundo, todo dia vemos ou ouvimosfalar em violência, preconceito, discriminação, entre outros. O capitalismo é um dos principaiscausadores da desigualdade no mundo, apesar de que ela vem impregnando a história

desde o feudalismo, com isso notamos que a desigualdade é um fato muito antigo, e sempresem solução. A desigualdade social é um problema que afeta a maioria dos países naatualidade. A pobreza existe em todos os países, pobres ou ricos, mas a desigualdade social éum fenômeno que ocorre principalmente em países não desenvolvidos.

Geralmente os países com o PIB maior, são os que mais sofrem com os problemas dedesigualdade, pois o repasse nunca chega para aquelas pessoas menos favorecidas, comoacontece aqui no Brasil, um dos países com o PIB mais alto do mundo. 

Desigualdade Social no Brasil

No Brasil, a desigualdade social tem sido um cartão de visita para o mundo, pois éum dos países mais desiguais. Segundo dados da ONU (Organização das Nações Unidas), em

2005 o Brasil era a 8º nação mais desigual do mundo. O índice Gini, que mede adesigualdade de renda, divulgou em 2009 que a do Brasil caiu de 0,58 para 0,52 (quantomais próximo de 1, maior a desigualdade) e em 2010, o Brasil ficou em terceiro lugar com opior índice de desigualdade social no mundo.

Segundo uma pesquisa feita em 2001 pelo Jornal Inverta, elementos do estudo doIPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) indicam que os 10% mais ricos dapopulação brasileira se apropriam de cerca de 50% da renda total do país, e os 50% maispobres detêm apenas 10% da renda do país. Outros países mais pobres não têm umadesigualdade estrutural tão grande como a do Brasil. Pelos dados da pesquisa do IPEA, estasituação não sofre mudanças há exatamente 25 anos e parece que existe um conformismodentro da sociedade brasileira de continuar com essa situação.

Com o regime escravocrata agro-exportador, as diferenças de classe social entre osque detinham os meios de produção, que eram os colonizadores portugueses e os escravos,que eram a mão-de-obra gratuita para tocar a economia do país, fizeram com que o país sedesenvolvesse de uma forma desigual. O desenvolvimento econômico do Brasil desde aquelestempos não quebrou o monopólio da terra e da indústria e por isso todo o crescimento foiinjusto para a maior parte da população brasileira, que teve que sustentar a sede dos lucrosdos monopólios estrangeiros e nacionais até os dias atuais.

Todavia, a desigualdade social no Brasil tem sido percebida nas últimas décadas, nãocomo herança pré-moderna, mas sim como decorrência do efetivo processo de modernizaçãoque tomou o país a partir do início do século XIX. Junto com o próprio desenvolvimentoeconômico, cresceu também a miséria, as disparidades sociais, renda, saúde, o desemprego, afome que atinge milhões de brasileiros, a desnutrição, a mortalidade infantil, a baixaescolaridade, a violência, entre outros. Essas são expressões do grau a que chegaram asdesigualdades sociais no Brasil.

Segundo Rousseau, a desigualdade tende a se acumular. Os que vêm de famíliamodesta têm, em média, menos probabilidade de obter um nível alto de instrução. Os quepossuem baixo nível de escolaridade têm menos probabilidade de chegar a um status socialelevado, de exercer profissão de prestígio e ser bem remunerado. É verdade que asdesigualdades sociais são em grande parte geradas pelo jogo do mercado e do capital, assimcomo o sistema político que intervém de diversas maneiras, às vezes mais, às vezes menos,para regular e corrigir o funcionamento dos mercados em que se formam as remuneraçõesmateriais e simbólicas.

Entre os 15 países com maior diferença de renda entre ricos e pobres, dez estão naAmérica Latina e Caribe. Na região, o Brasil empata com Equador e só perde para Bolívia eHaiti em relação à pior distribuição de renda. O relatório da ONU destaca que a maiordificuldade na América Latina é impedir que a desigualdade social persista no decorrer de

novas gerações.

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Os dados apontam ainda que as mulheres e populações indígenas e afro-descendentes são as mais prejudicadas pela desigualdade social na região. No Brasil, porexemplo, apenas 5,1% dos descendentes de europeus vivem com menos de um dólar por dia.O porcentual sobe para 10,6% em relação a índios e afros. O PNUD (Programa das NaçõesUnidas para o Desenvolvimento) lembra que os acessos à infra-estrutura, saúde e educaçãopoderiam alterar esse cenário.

Esses números não são nada positivos para o Brasil. Cerca de 58% da populaçãobrasileira mantém o mesmo status social de pobreza entre duas gerações, enquanto no

Canadá e nos países nórdicos, por exemplo, esse índice é de 19%.Segundo a ONU, também é baixo o crescimento do nível de escolaridade entre pai efilho. E esse resultado é influenciado pelo patamar educacional da geração anterior. NoBrasil, essa influência chega a ser de 55%, enquanto nos EUA esse porcentual é de 21%. Nessequesito, o Brasil perde para países como Paraguai, Panamá, Uruguai e Jamaica. O estudo doPNUD destaca que acesso a bens e serviços públicos podem ajudar a aumentar essamobilidade educacional.

A evolução do gasto público social é destacada pela ONU, segundo o órgão, esse tipode despesa gira em torno de 5% do PIB na região. Entre 2001 e 2007, o gasto por habitanteaumentou 30%, de acordo com o relatório, sendo que a maior parte concentrou-se emsegurança e assistência social.

Observa-se que o combate à desigualdade social deixou de ser responsabilidade

nacional e sofre a regulação de instituições multilaterais, como o Banco Mundial. Conformeargumenta a socióloga Amélia Cohn, a partir dessa ideia “se inventou a teoria do capitalhumano, pela qual se investe nas pessoas para que elas possam competir no mercado”. Deacordo com a socióloga, a saúde perdeu seu status de direito, se tornando um investimentona qualificação do indivíduo.

Desigualdade Social na África

Assim como o Brasil, a África também sofre bastante em termos de desigualdadesocial, é um continente marcado pelos últimos séculos onde os europeus exploraram grandeparte das riquezas da África com a expansão econômica, deixando o continente em umeterno conflito de fronteiras e de religiões. A África recebe bilhões de dólares de doações, masparece que a maior parte do dinheiro o bolso dos políticos que deixam seus habitantesmorrerem de fome, sem só serve para enriquecer saúde adequada e péssimas condições demoradia. Um fator muito importante é o HIV, que está fazendo vítimas no continenteafricano, milhões de pessoas morrem por causa dessa doença, 2/3 da população da Áfricaestá abaixo da linha de pobreza.

Com uma população de quase 50 milhões, a África do Sul é considerada um paíscapitalista mais desenvolvido da continente africano e dono de imensas riquezas como asmaiores reservas de ouro, platina, diamante e cromo do mundo. No entanto, metade doshabitantes vive na pobreza e o desemprego atinge 40% da População EconomicamenteAtiva (PEA). O país ainda lidera o ranking mundial de mortes por AIDS – 350 mil pessoaspor ano – e de portadores de HIV.

De acordo com o site de pesquisa “A Verdade”, em 2010 durante a Copado Mundo que ocorreu na África, a FIFA ganhou cerca de 4,3 bilhões de reais.

Segundo o secretário geral da FIFA, Jérome Valcke, afirmou que é muitodinheiro, mas é bom esclarecer que não vamos sentar em cima do lucro. Ele irávoltar para o futebol. Mas dinheiro é o que não falta na FIFA. Em 2009, entidademaior do futebol lucrou 196 milhões de dólares, o que fez aumentar seu caixapara mais de 1 bilhão de dólares.

Para proteger seus patrocinadores (Coca-Cola, Adidas, Castrol, Visa eSony), isto é, seus patrões, a FIFA exigiu que o governo sul-africano reprimisseduramente qualquer tentativa de comercializar produtos que não tivessem suaautorização oficial. Resultado: milhares de trabalhadores ambulantes ficaramproibidos de trabalhar durante a Copa em seu próprio país .

De acordo do com decreto do governo, quem desrespeitar a proibição daFIFA e for pego pela polícia vendendo algum objeto que não for oficial receberámulta de R$ 2.550 e pena de seis meses de prisão.

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Em nota oficial, a FIFA explicou o porquê de reprimir os sul-africanos quequiserem ganhar alguns trocados com a Copa do Mundo: “A proteção dosdireitos exclusivos é fundamental para os patrocinadores financiarem a Copa doMundo de 2010”. Acontece que quem financiou a Copa foram os sul-africanosque gastaram mais de R$ 8 bilhões; a FIFA e seus patrocinadores entraram comapenas R$ 800 milhões, 10% do total gasto pelo governo.

Na realidade, a Copa do Mundo só fez aumentar as desigualdades sociais na Áfricado Sul, país que ocupa o 129º lugar no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da ONU.

Os investimentos do governo se concentraram nos bairros onde vive a população ricaenquanto que na parte mais necessitada da cidade, pouco ou quase nada foi feito.

Nas 49 favelas existentes em Soweto, milhões de pessoas continuam morando emminúsculos barracos de zinco, sem água, com esgoto e sem energia elétrica. A maioria dostrabalhadores está desempregado e os que têm AIDS continuam sem assistência médica. Osrecursos públicos foram prioritariamente usados na construção dos estádios, em hotéis de luxoe shoppings para agradar os estrangeiros durante a Copa em vez de investir na parte maisnecessitada da região. Mais um motivo para piorar a situação da África.