Detalhamento do Projeto de Estacas - Transparências - 23-01-2002

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DETALHAMENTO DO PROJETO DE ESTACAS 1) INTRODUÇÃO Vpilar Vest PILAR (SUPERESTRUTURA) BLOCO DE COROAMENTO (INFRA-ESTRUTURA) ESTACA (ELEMENTO DE FUNDAÇÃO) CINTA O bloco de coroamento tem como função transferir de modo adequado as cargas da superestrutura às estacas. Ao conjunto de estacas solidarizadas pelo bloco de coroamento denomina-se estaqueamento. As cintas, além de outras funções estruturais, servem para dar uma maior rigidez à fundação, bem como absorver eventuais excentricidades das estacas.

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DETALHAMENTO DO PROJETO DE ESTACAS 1) INTRODUÇÃO

Vpilar

Vest

PILAR(SUPERESTRUTURA)

BLOCO DE COROAMENTO(INFRA-ESTRUTURA)

ESTACA(ELEMENTO DE FUNDAÇÃO)

CINTA

• O bloco de coroamento tem como função transferir de modo adequado as cargas da superestrutura às estacas.

• Ao conjunto de estacas solidarizadas pelo bloco de coroamento denomina-se estaqueamento.

• As cintas, além de outras funções estruturais, servem para dar uma maior rigidez à fundação, bem como absorver eventuais excentricidades das estacas.

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2) NÚMERO DE ESTACAS NO BLOCO

2.1. Carregamento Centrado

A resultante do carregamento (centro de carga) passa pelo centro de gravidade do estaqueamento. A carga em cada estaca é igual à carga vertical atuante na cota de arrasamento, dividida pelo número de estacas. Em geral, toma-se o peso próprio do bloco como sendo igual a 5 % da carga vertical do pilar.

admpilar

est VnV

nVV ≤

⋅==

05,1

Ou:

est

pilar

VV

n⋅

=05,1

Exemplos:

02 ESTACAS

CC = CG CC = CG

xx

03 ESTACAS

PLANTA

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2.2. Carregamento Excêntrico

A resultante do carregamento (centro de carga) não passa pelo centro de gravidade do estaqueamento. As cargas nas estacas são diferentes. Normalmente o cálculo das cargas nas estacas é feito através do Método de Schiel. Exemplos:

Vo

Vest1Vest1 < Vest2

MoVo

Vest1Vest1 < Vest2

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3) DETALHAMENTO DO BLOCO DE COROAMENTO

3.1. Configuração do Bloco

Para um mesmo número de estacas, pode haver várias disposições para as estacas (ex: bloco com 03 estacas).

x

BLOCOS COM 03 ESTACAS

PLANTA

A maior dimensão do bloco deve, sempre que possível, estar na direção da maior dimensão do pilar.

RECOMENDÁVEL

PLANTA

NÃO RECOMENDÁVEL

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No caso de blocos com pilares alinhados, o eixo do bloco deve coincidir com o eixo que une os pilares, para evitar esforços de torção.

NÃO RECOMENDÁVEL RECOMENDÁVEL

A escolha da disposição das estacas deve levar em consideração a ocorrência de excentricidades do carregamento, para evitar que as estacas trabalhem a flexão (flexo-compressão ou flexo-tração).

FLEXO-COMPRESSÃO

PLANTA

MoMest

Vo

Vest

PERFIL

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Deve-se evitar o uso de blocos alinhados, a não ser que haja cintamento projetado para absorver as eventuais excentricidades. A NBR-6122/96 fixa uma excentricidade acidental para as estacas de até 10 % do seu diâmetro.

PLANTA

BLOCO COM01 ESTACA

BLOCO COM02 ESTACAS

A escolha da disposição das estacas deve levar em consideração o volume do bloco (ex: bloco com 05 estacas).

PLANTA

Vol1 > Vol2

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3.2. Espaçamento entre Estacas

É função do tipo de estaca e da sua dimensão.

e

D

Estacas Pré-moldadas:

De ⋅≥ 5,2

Estacas Moldadas in Loco:

De ⋅≥ 3

Exemplo: Estacas tipo Franki

DIÂMETRO (mm)

ESPAÇAMENTO* (m)

350 1,20 400 1,30 520 1,50 600 1,70

* eixo-a-eixo

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Obs.: Estacas metálicas

• Perfis Tipo Trilho:

Deq

Ap > Aaço

Ap

Aaço

Aeq = Ap

πp

eq

AD ⋅= 2

• Perfis Laminados:

Deq

Ap > Aaço

Ap

Aaço

Aeq = Ap

πp

eq

AD ⋅= 2

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O espaçamento mínimo deve ser respeitado não apenas entre as estacas do mesmo bloco, mas também entre estacas de blocos vizinhos.

PLANTA

e > emin

O espaçamento entre as estacas deve levar em consideração a dimensão do pilar, no sentido de garantir que o mesmo esteja contido na projeção do bloco.

e = emin e > emin

NÃO RECOMENDÁVEL RECOMENDÁVEL

PILAR

BLOCO

PILAR

BLOCO

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3.3. Espaçamento entre o Bloco e a Estaca

É função da dimensão da estaca, armadura e recobrimento do bloco de coroamento.

PLANTA

a d

a d

PERFIL

a

ad

r

cmaa 1510= Obs.: Estes valores são normalmente suficientes, mas poderão ser maiores, dependendo do caso.

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3.4. Altura do Bloco

É função do carregamento, dimensões do bloco, características do concreto e do aço. As estacas devem penetrar de 10 a 15 cm dentro do bloco.

Vpilar

Vest

X = f (DIMENSÃO DO PILAR)

Vest

M

h = f (M, fck, aço)

10 a 15 cm

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4) BLOCO COM VÁRIAS ESTACAS

Y

X

X

P1 (X1, Y1, V1)

P2 (X2, Y2, V2)

Xcc

Ycc CC (CENTRO DE CARGA)

X

P1

P2

CC

∑ ⋅= n

i

n

ii

cc

V

VXX

1

1

∑ ⋅= n

i

n

ii

cc

V

VYY

1

1

∑=n

icc VV1

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5) BLOCOS COM VIGAS DE EQUILÍBRIO

É uma solução muito usada em pilares de divisa de terreno, e em blocos para poços de elevadores. Normalmente a viga de equilíbrio é ligada ao bloco mais próximo. Para o caso de pilares de divisa, em geral o bate-estacas necessita de uma distância mínima de 1 m do muro. Em geral, despreza-se o alívio de carga em P2. Ex: pilar de divisa

P1

P2VIGA DE

EQUILÍBRIOLIM

ITE

DO

TER

REN

O

V1

b

L

R1 R2

b L

V2

+⋅=

LbVR 111

⋅−=LbVVR 122

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Ex: pilar de poço de elevador

P1

P2

VIGA DEEQUILÍBRIO

V1

b

L

R1 R2

b L

V2

POÇO DOELEVADOR

+⋅=

LbVR 111

⋅−=LbVVR 122