DETERMINAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DE DIFERENTES PARTES COM POTENCIAL ALIMENTÍCIO DA Anredera...

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FACULDADE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA CURSO DE BACHARELADO EM NUTRIÇÃO DETERMINAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DE DIFERENTES PARTES COM POTENCIAL ALIMENTÍCIO DA Anredera cordifolia (Ten.) Steenis (Bertalha) Michele De Carli Caxias do Sul, 2013

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Plantas comestíveis não tradicionaisDeterminar a atividade antioxidante de diferentes partes com potencial alimentício da Anredera cordifolia (Ten.) Steenis (Bertalha).Determinar a atividade antioxidante através da análise do método de captura do radical livre DPPH+, a Anredera cordifolia (Ten.) Steenis (Bertalha);13Determinar a atividade antioxidante através da análise do método de captura do radical livre ABTS+;Determinar a atividade antioxidante através do método de sistema β-caroteno/ácido linoleico;

Transcript of DETERMINAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DE DIFERENTES PARTES COM POTENCIAL ALIMENTÍCIO DA Anredera...

  • FACULDADE NOSSA SENHORA DE FTIMA

    CURSO DE BACHARELADO EM NUTRIO

    DETERMINAO DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DE DIFERENTES PARTES

    COM POTENCIAL ALIMENTCIO DA Anredera cordifolia (Ten.) Steenis

    (Bertalha)

    Michele De Carli

    Caxias do Sul, 2013

  • MICHELE DE CARLI

    DETERMINAO DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DE DIFERENTES PARTES

    COM POTENCIAL ALIMENTCIO DA Anredera cordifolia (Ten.) Steenis

    (Bertalha)

    Projeto de pesquisa para elaborao do

    trabalho de concluso do curso de

    bacharelado em Nutrio.

    Orientadora: Mrcia Keller Alves

    Coorientadora: Clarisse de Almeida Zanette

  • RESUMO

    Plantas alimentcias no convencionais referem-se quelas plantas que possuem

    uma ou mais partes (razes, rizomas, bulbos, folhas, brotos, frutos, flores, dentre

    outros) que podem ser utilizadas na alimentao humana. Muitas plantas contm

    grandes quantidades de antioxidantes, substncias que combatem os radicais livres,

    que so responsveis pela oxidao de vrias biomolculas presentes em nosso

    organismo, causando vrias patologias. O objetivo deste trabalho determinar a

    atividade antioxidante de diferentes partes da bertalha (Anredera cordifolia), com a

    finalidade de se avaliar um possvel uso desta no combate aos radicais livres. A

    atividade antioxidante ser determinada atravs dos mtodos de captura de radicais

    livres DPPH+ e ABTS+ e sistema -caroteno/cido linoleico. Sero utilizados no

    experimento partes da planta com potencial alimentcio. Espera-se encontrar com

    este estudo que a Anredera cordifolia (Ten.) Steenis (Bertalha) apresente atividade

    antioxidante, podendo ser uma alternativa alimentar com grande potencial

    nutracutico e farmacolgico.

    Palavras-chave: antioxidantes plantas comestveis promoo da sade

    plantas daninhas alimentao alternativa

  • LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

    ABAP: Advanced Business Application Programming (Negcio Avanado de

    Aplicao de Programao)

    ABTS: 2,2 azino-bis (3-etilbenzotiazolina-6-cido sulfnico) sal diamnio

    DL: Dose Letal

    DPPH: 2,2difenil1picrilhidrazila

    FAPERGS: Fundao de Amparo Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul

    MAPA: Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento

    PANCS: Plantas Alimentcias No Convencionais

    PqG: Programa do pesquisador Gacho

    RMPA: Regio Metropolitana de Porto Alegre

    RS: Rio Grande do Sul

    SPSS: Statistical Package for Social Science

    Ten: Tenore

  • SUMRIO

    1 INTRODUO ............................................................................................................................. 5

    2 REFERENCIAL TERICO .......................................................................................................... 6

    2.1 PLANTAS ALIMENTCIAS NO CONVENCIONAIS ............................................................ 6

    2.2 BERTALHA (Anredera cordifolia (Ten.) Steenis) ................................................................... 6

    2.2.1 Origens ................................................................................................................................... 6

    2.2.2 Cultivo ..................................................................................................................................... 7

    2.2.3 Efeitos na sade .................................................................................................................... 7

    2.3 ATIVIDADE ANTIOXIDANTE .................................................................................................. 9

    2.3.1 Definio de atividade antioxidante ..................................................................................... 9

    2.3.2 Compostos antioxidantes .....................................................................................................10

    2.3.3 Benefcios para a sade ......................................................................................................11

    3 TEMA ...........................................................................................................................................12

    4 PROBLEMA .................................................................................................................................12

    5 HIPTESES ................................................................................................................................12

    6 OBJETIVOS ................................................................................................................................12

    6.1 OBJETIVO GERAL ..................................................................................................................12

    6.2 OBJETIVOS ESPECFICOS...................................................................................................12

    7 DESFECHOS ..............................................................................................................................13

    8 JUSTIFICATIVA ..........................................................................................................................14

    9 MATERIAIS E MTODOS .........................................................................................................15

    10 ORAMENTO ...........................................................................................................................17

    CRONOGRAMA PREVISTO PARA REALIZAO DA PESQUISA .................................18

    12 REFERNCIAS.........................................................................................................................19

    ANEXO I..........................................................................................................................................24

  • 5

    1 INTRODUO

    O tema Plantas Alimentcias No-Convencionais (PANCs) ainda pouco

    explorado no universo cientfico, no existindo muitos trabalhos publicados. Em um

    sentido amplo, plantas alimentcias referem-se quelas plantas que possuem uma

    ou mais partes (razes, rizomas, bulbos, folhas, brotos, frutos, flores, dentre outros)

    que podem ser utilizadas na alimentao humana (KINUPP, 2007).

    Muitas plantas contm grandes quantidades de antioxidantes, como os

    compostos fenlicos, carotenoides e as vitaminas C e E que desempenham papis

    importantes na absoro e neutralizao de radicais livres (DJERIDANE et al.,

    2006). Antioxidantes so substncias que combatem os radicais livres, que causam

    a oxidao de vrias biomolculas presentes em nosso organismo causando vrias

    patologias, como cncer, doenas cardiovasculares e outras doenas crnicas

    (HALLIWELL, 2000).

    Segundo a cartilha de hortalias no convencionais (BRASIL, 2011b),

    elaborada pelo Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento (MAPA),

    algumas plantas tm grande potencial para o enriquecimento da dieta e melhoria da

    renda das comunidades. Entre as plantas que j foram, em determinadas pocas e

    locais, cultivada como hortalia ou como ornamental, sendo hoje considerada pela

    maioria das pessoas uma erva daninha altamente infestante, a espcie Anredera

    cordifolia (Tenore) Steenis, popularmente conhecida como bertalha.

    Diante desse contexto, o objetivo deste trabalho determinar a atividade

    antioxidante de diferentes partes da bertalha (Anredera cordifolia), com a finalidade

    de se avaliar um possvel uso desta no combate aos radicais livres.

  • 6

    2 REFERENCIAL TERICO

    2.1 PLANTAS ALIMENTCIAS NO CONVENCIONAIS

    Com o predomnio dos interesses econmicos e desenvolvimento de

    monoculturas, onde poucas espcies melhoradas so cultivadas em diversas

    regies do mundo e com a globalizao dos mercados, conhecimentos tradicionais

    esto sendo perdidos, assim como a agrobiodiversidade est sofrendo com perda

    das sementes e variedades crioulas e das roas heterogneas (KINUPP, 2007).

    Vrias plantas chamadas daninhas, pragas, invasoras ou ruderais so espcies

    com importncia econmica e ecolgica (KINUPP et al., 2004; RAPOPORT et al.,

    1998; AZURDIA, 1984).

    O bilogo Valdely Ferreira Kinupp um dos grandes colaboradores desta rea

    de pesquisa e, atravs de um estudo da vegetao e flora da Regio Metropolitana

    de Porto Alegre (RMPA), encontrou um total de 312 espcies de plantas com

    potencial alimentcio (KINUPP, 2007).

    Tais espcies desperdiadas tm potencial para melhorar no s a qualidade de

    vida dos seus consumidores, como tambm dos pequenos produtores, que podem

    utiliz-la como fonte de renda em estabelecimentos comerciais e feiras (BRASIL,

    2011b).

    2.2 BERTALHA (Anredera cordifolia (Ten.) Steenis)

    2.2.1 Origens

    Segundo Cronquist (1981) a bertalha pertence famlia Basellaceae, uma

    pequena famlia com quatro gneros (Anredera = Boussingaultia gracilis), Basella,

    Tournonia e Ullucus) com cerca de 20 espcies tropicais ou subtropicais,

    especialmente nos Neotrpicos. Destas, Basella alba L., de origem incerta,

    acreditando-se ser nativa da sia tropical, ndia ou Indonsia e segundo Paiva

    (1997) cultivada e usada como verdura em vrios pases tropicais da sia, frica e

  • 7

    da Amrica Central e do Sul (no Brasil, sobretudo no Nordeste e Norte). E Ullucus

    tuberosus (ulloco, melloco), uma cultura de grande importncia alimentar nos Andes,

    onde os rizomas so usados tradicionalmente. Desta espcie tambm as folhas so

    consumidas (saladas) em menor escala (FACCIOLA, 1998).

    A bertalha, tambm conhecida como espinafre gacho, folha-gorda, folha-santa,

    madeira-vine (em ingls) (KINUPP et al., 2004), dentre outras denominaes, uma

    planta originria de reas tropicais e subtropicais da Amrica do Sul (SMITH et al.,

    2007). nativa do Paraguai at o sul do Brasil e Norte da Argentina. A nvel global

    distribui-se pelo Hava, Austrlia, Nova Zelndia, frica do Sul e outra ilhas do

    Pacfico, aonde considerada uma praga (STARR F. et al., 2003). uma trepadeira

    de caule delgado com cerca de 30 cm de comprimento cada um, folhas em forma de

    corao e de colorao verde-escuro, com pequenas flores brancas e numerosas.

    Tambm apresenta diversos tubrculos areos, pequenos e irregulares, de cor

    verde ou marrom claro (SMITH et al., 2007).

    2.2.2 Cultivo

    Para ser cultivada, requer um solo frtil ou adubado, sendo resistente seca e a

    geadas e pouco afetada por doenas e pragas. conduzida em sistema de

    espaldeira e propagada facilmente por estacas ou rizomas (KINUPP, 2007). Alm

    disso, essa espcie no possui toxidez ou efeitos mutagnicos, podendo ser

    utilizada como hortalia (YEN et al., 2001).

    considerada uma erva daninha por produzir grande biomassa e ser muito

    prolfica vegetativamente (KINUPP et al., 2004).

    2.2.3 Efeitos na sade

    O Guia Alimentar para a populao Brasileira (BRASIL, 2006) traz a bertalha

    como uma opo para alimentao, enquadrando-se no grupo de hortalias. pela

    sua possvel utilizao culinria, de fcil manejo, aquisio e provvel potencial

    nutricional, que se deve propagar o seu consumo.

  • 8

    Segundo Yen et al. (2001) espcies do gnero Anredera so cultivadas e

    comumente consumidas como hortalias folhosas em Tawain. Estes autores citam o

    uso de B. gracilis como analgsico e no tratamento do diabetes neste pas. Segundo

    Linet al. (1997), extratos etanlicos desta espcie apresentam efeitos inibitrios de

    contraes espasmdicas gstricas. Diversos estudos qumicos e farmacolgicos

    tm sido realizados com extratos desta espcie em Taiwan, onde B. gracilis

    utilizada, popularmente para diversos fins, entre eles aliviar dores abdominais.

    Soares et al. (2004) tambm relatam uso popular para problemas estomacais (bao)

    em So Joo do Polsine (RS) desta espcie sob o nome popular local trapoeiraba.

    No Uruguai e Argentina esta espcie citada como antitussgena, antinevrlgica e

    antissptica para lavar os olhos (ALONSO PAZ et al., 1995). Estes autores

    detectaram ao sobre alguns micro-organismos, especialmente Pseudomonas

    aeruginosa. Linet al. (1997) citam trabalhos que relatam efeitos hipoglicemiantes,

    efeitos protetores da mucosa gstrica causada tanto por estresse quanto por

    agentes necrotizantes e anti-inflamatrios.

    No Brasil esta espcie pouco utilizada medicinalmente, ao menos com

    informaes de etnousos disponveis na literatura, apesar de um dos seus nomes

    populares ser folha-santa. Tshikalangeet al. (2005) detectaram forte ao (a mais

    ativa entre as cinco espcies estudadas) dos extratos aquosos e clorofrmicos dos

    rizomas desta espcie sobre bactrias Gram-positivas e Gram-negativas. Contudo,

    sua DL50 extremamente alta, indicando efeitos no citotxicos nos testes sobre

    clulas renais de macaco. Estes autores citam o uso tradicional de A. cordifolia na

    frica do Sul. Esta espcie foi introduzida neste pas e usada no tratamento de

    doenas sexualmente transmissveis e sua ao antimicrobiana detectada suporta

    estes usos etnomedicinais.

    Uma reviso geral da espcie apresentada em Kinuppet al. (2004a). Merece

    citao os usos externos como cicatrizante e para tratar furnculos (SOARES et al.,

    2004) e seu consumo como alimento nutracutico na alimentao de crianas e para

    tratamento de anemias (FUNCH et al., 2004). Esse uso popular para tratamento de

    anemias muito interessante e merece mais estudos farmacolgicos e nutricionais,

    pois o processo anmico pode ter diversas causas, entre elas processos

    inflamatrios do trato gstrico que impeam ou limitem a absoro de nutrientes. A

    propsito, tanto Linet al. (1997) como Soares et al. (op. cit.) mencionam que esta

    espcie tem forte ao anti-inflamatria, gastroprotetora e cicatrizante. Cabe

  • 9

    ressaltar que o processo anmico tambm pode ser causado pela deficincia

    nutricional, especialmente do elemento ferro. Curiosamente, as folhas de Anredera

    cordifolia so ricas em ferro, bem como clcio e zinco, alm de altos teores proteicos

    (KINUPP, CARVALHO & BARROS em preparao).

    2.3 ATIVIDADE ANTIOXIDANTE

    2.3.1 Definio de atividade antioxidante

    Uma definio biolgica de antioxidante substncia natural ou sinttica que

    adicionada a produtos para prevenir ou retardar sua deteriorao pela ao do

    oxignio do ar. Em bioqumica e medicina, antioxidantes so enzimas ou outras

    molculas orgnicas como vitamina A, -caroteno, vitamina C e os compostos

    fenlicos, que so capazes de contra-atacar os efeitos danosos da oxidao em

    tecidos animais (HUANG, 2005).

    Alm disso, h tambm problemas com os antioxidantes sintticos que, alm de

    altos custos para suas produes, tambm tem sido demonstrado, por estudos

    toxicolgicos, que podem provocar efeitos indesejveis no organismo humano e

    animal, o que levou a um aumento na busca por substncias naturais que sejam

    fontes eficientes de antioxidantes (DJERIDANE et al., 2006).

    O uso de antioxidantes naturais como suplementos nutricionais tem sido muito

    explorado atualmente (ESTRADA et al., 2001). Vrias investigaes tm sido

    realizadas a fim de descobrir a presena de compostos fenlicos que prolonguem a

    preservao de alimentos e tambm atuem como inibidores de radicais livres em

    organismos vivos (MILI et al. 1998), sendo por isso identificados como

    antioxidantes em vrios sistemas biolgicos. As propriedades biolgicas dos

    compostos fenlicos esto relacionadas com a atividade antioxidante que cada fenol

    exerce sobre determinado meio. A atividade dos antioxidantes, por sua vez,

    depende de sua estrutura qumica, podendo ser determinada pela ao da molcula

    como agente redutor (velocidade de inativao do radical livre, reatividade com

    outros antioxidantes e potencial de quelao de metais).

  • 10

    2.3.2 Compostos antioxidantes

    Os compostos fenlicos so os antioxidantes mais abundantes na alimentao.

    A sua ingesto , em mdia, dez vezes maior que a da vitamina C e 100 vezes

    maior do que a de vitamina E ou carotenoides (CURIN; ANDRIANTSITOHAIMA,

    2005).

    A vitamina C considerada o antioxidante hidrossolvel mais importante no

    organismo. Apresenta a capacidade de eliminar diferentes espcies de radicais

    livres, tais como os radicais superxido e hidroxil, alm de reduzir radicais tocoferis

    de volta para sua forma ativa nas membranas celulares, mantendo a sua integridade

    em clulas dos organismos aerbios (KAUER; KAPOOR, 2001; NAIDU, 2003).

    Estudos indicam que o cido ascrbico pode prevenir mutaes em DNA de

    humanos, uma vez que altas concentraes do cido reduzem mutaes causadas

    por estresse oxidativo em clulas humanas in vitro (LUTSENKO et al., 2002).

    Os carotenoides so compostos que tambm apresentam propriedades

    antioxidantes. Os carotenoides provitamnicos A (-caroteno e -criptoxantina),

    assim como outros carotenoides (licopeno, lutena e zeaxantina) possuem

    capacidade de atuarem como neutralizadores de radicais livres e de outras espcies

    reativas de oxignio, como o oxignio singlete, principalmente em funo de suas

    estruturas de duplas ligaes conjugadas (FERRARI; TORRES, 2002; OLMEDILLA

    et al., 2001).

    Flavonoides so substncias pertencentes a uma classe de produtos naturais

    que atualmente podem ser consideradas micronutrientes. Esto presentes na dieta

    humana rica em vegetais e frutas, que so as principais fontes dessas substncias.

    De modo geral, os polifenis e em particular os flavonoides possuem estrutura ideal

    para o sequestro de radicais, sendo antioxidantes mais efetivos que as vitaminas C

    e E. A atividade antioxidante dos flavonoides depende da sua estrutura e pode ser

    determinada por cinco fatores: reatividade como agente doador de H e eltrons,

    estabilidade do radical flavanoil formado; reatividade em frente a outros

    antioxidantes, capacidade de quelar metais de transio e solubilidade e interao

    com as membranas (BARREIROS et al, 2000).

  • 11

    2.3.3 Benefcios para a sade

    Estudos epidemiolgicos sugerem que o frequente consumo desses alimentos

    antioxidantes (frutas e hortalias) est associado com a baixa incidncia de doenas

    degenerativas incluindo o cncer, doenas cardiovasculares, inflamaes, artrites,

    declnio do sistema imune, disfuno cerebral, diabetes, mal de Alzheimer e alguns

    tipos de catarata (ABDILLE et al., 2005; HE et al., 2007; KUSKOSKI et al., 2005; WU

    et al., 2004).

    A disponibilidade de informaes sobre a composio de alimentos essencial

    para a avaliao da dieta e para as pesquisas epidemiolgicas que relacionam dieta,

    sade e doena (GRANADO et al., 2001). O conhecimento da composio dos

    alimentos em compostos antioxidantes facilita a identificao da relao entre a

    dieta e a prevalncia de enfermidades crnicas, alm de viabilizar a definio da

    magnitude das inadequaes dietticas e oferecer subsdios para a educao

    alimentar e para o estabelecimento de metas e guias alimentares que promovam

    estilos de vida mais saudveis (RIBEIRO, 2006).

  • 12

    3 TEMA

    Plantas comestveis no tradicionais

    4 PROBLEMA

    Qual a atividade antioxidante de diferentes partes com potencial alimentcio da

    Anredera cordifolia (Ten.) Steenis (Bertalha)?

    5 HIPTESES

    H0: Atravs da anlise do mtodo de captura do radical livre DPPH+, a Anredera

    cordifolia (Ten.) Steenis (Bertalha) apresentar tima atividade antioxidante total;

    H1: Atravs da anlise do mtodo de captura do radical livre ABTS+, a Anredera

    cordifolia (Ten.) Steenis (Bertalha) apresentar tima atividade antioxidante total;

    H2: Atravs do mtodo de sistema -caroteno/cido linoleico ser verificado que

    a Anredera cordifolia (Ten.) Steenis (Bertalha) apresentar tima atividade

    antioxidante;

    6 OBJETIVOS

    6.1 OBJETIVO GERAL

    Determinar a atividade antioxidante de diferentes partes com potencial

    alimentcio da Anredera cordifolia (Ten.) Steenis (Bertalha).

    6.2 OBJETIVOS ESPECFICOS

    Determinar a atividade antioxidante atravs da anlise do mtodo de captura do

    radical livre DPPH+, a Anredera cordifolia (Ten.) Steenis (Bertalha);

  • 13

    Determinar a atividade antioxidante atravs da anlise do mtodo de captura do

    radical livre ABTS+;

    Determinar a atividade antioxidante atravs do mtodo de sistema -

    caroteno/cido linoleico;

    7 DESFECHOS

    Primrio: Potencial antioxidante;

    Secundrio: comparao entre os mtodos de anlise de potencial antioxidante;

  • 14

    8 JUSTIFICATIVA

    Todos os anos se descobrem mais antioxidantes na natureza. Consumir

    alimentos antioxidantes ajuda o organismo a eliminar toxinas e a neutralizar a ao

    dos radicais livres, substncias que so produzidas em excesso por causa do

    estresse, da radiao solar, da poluio, do hbito de fumar e d m alimentao.

    Essa produo excessiva de radicais livres pode destruir as clulas e causar danos

    sade, como diabetes e infertilidade, e tambm danos estticos, como acne,

    celulite, estrias e rugas, alm de ajudar a estimular o sistema imunitrio aumentando

    a resistncia infeco. A desproporo entre a ingesto de antioxidantes e a

    exposio aos radicais livres pode conduzir o desequilbrio do meio interno

    (homeostase) do organismo.

    Fontes com alto potencial de atividade antioxidante so as plantas alimentcias

    no convencionais (PANCS), uma alternativa diferenciada que pode ser includa na

    alimentao, sendo de fcil acesso e cultivo. A bertalha, um exemplo de PANCs

    encontrada na regio Sul do Brasil, pode ser uma alternativa de consumo de

    compostos antioxidantes, o que faz desta planta um objeto de estudo de grande

    potencial nutracutico e farmacolgico.

  • 15

    9 MATERIAIS E MTODOS

    Trata-se de um estudo analtico experimental, que ser realizado em parceria

    com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), no Departamento de

    Horticultura e Silvicultura (DHS), Faculdade de Agronomia (FA).

    O presente estudo faz parte do projeto de doutorado da nutricionista Msc. Lucia

    Ftima de Souza, doutoranda do Programa de Ps-Graduao em Fitotecnia, nfase

    em Horticultura da UFRGS.

    Locais de execuo

    As pesquisas sero desenvolvidas no laboratrio e reas de cultivo do DHS da

    Faculdade de Agronomia/UFRGS (Porto Alegre) e no Laboratrio de Nutrio

    Experimental da Universidade do Vale dos Sinos (UNISINOS) (So Leopoldo).

    Coleta das plantas

    As plantas sero provenientes de propriedades rurais existentes na Regio

    Metropolitana de Porto Alegre e, ou coletadas no mbito do Campus do Vale da

    UFRGS e circunvizinhanas. Ser utilizada prioritariamente a espcie Anredera

    cordifolia (Ten.) Steenis (bertalha).

    Procedimentos utilizados

    Conforme previsto no projeto de pesquisa original (ANEXO I), ser determinada

    a atividade antioxidante atravs de dois mtodos de captura de radicais livres

    (DPPH+ e ABTS+). O terceiro mtodo utilizado (sistema -caroteno/cido linoleico),

    no est previsto no projeto original, mas ser desenvolvido pela autora deste

    presente estudo.

    Mtodo de captura do radical livre DPPH+: O mtodo consiste em medir

    espectrofotometricamente o consumo de DPPH atravs da reduo da absorbncia

    na regio visvel de comprimento de onda de 515nm do radical DPPH por

    antioxidantes. Desenvolvido por Brand-Willams (1995) e modificado por Kim (2002).

    Desta maneira, mede-se a capacidade que o objeto de estudo (cerveja) tem de ser

    scavenger de radicais em meio lipossolvel.

  • 16

    Mtodo de captura do radical livre ABTS+:O mtodo ABTS utilizado ser o

    mtodo descrito por Re (1999) e modificado por Kuskoski (2004). O mtodo consiste

    em gerar radicais ABTS+ por reao com 2,2'-azo-bis (2-amidinopropano (ABAP),

    de modo a avaliar espectrofotometricamente a descolorao que ocorre quando o

    radical ABTS+ reduzido a ABTS. Desta maneira, mede-se a capacidade que o

    objeto de estudo (cerveja) tem de ser scavenger de radicais em meio hidrossolvel.

    Mtodo de sistema -caroteno/cido linoleico: O sistema -caroteno/cido

    linoleico foi desenvolvido por Marco (1968), modificado por Miller (1971) e utiliza o

    cido linoleico, monopalmitato de polioxietilenosorbitan (Tween 40) e o -caroteno.

    Trata-se de um ensaio espectrofotomtrico baseado na oxidao (descolorao) do

    -caroteno induzida pelos produtos da degradao oxidativa do cido linoleico

    (SILVA et al., 1999), ou seja, o mtodo avalia a atividade de inibio de radicais

    livres gerados durante a peroxidao do cido linoleico (DUARTE-ALMEIDA et al.,

    2006).

    Anlise estatstica

    Para anlise estatstica, ser utilizado o programa estatstico Statistical Package

    for Social Science (SPSS) para o Windows verso 16.0. Os resultados dos

    diferentes estudos sero submetidos anlise de varincia pelo teste F e as

    diferenas entre mdias comparadas pelo teste Tukey. Ser considerado como

    significncia estatstica o valor de p 0,05.

  • 17

    10 ORAMENTO

    O projeto de pesquisa original (ANEXO I) foi totalmente financiado pelo Edital da

    FAPERGS PqG 2012, faixa de financiamento do projeto: Faixa A At R$

    50.000,00. Este financiamento se estende parcialmente ao presente estudo.

    MATERIAL DE CONSUMO

    DESCRIO QUANTIDADE R$ UNITRIO R$ TOTAL OBSERVAO

    Folhas A 4 38 0,12 4,56

    Cpias 3 0,12 13,68

    Encadernao 3 2,00 9,00

    TOTAL 27,24

    MATERIAL DE PERMANENTE

    DESCRIO QUANTIDADE R$ UNITRIO R$ TOTAL OBSERVAO

    Grampeador 1 50,00 50,00

    Computador 1 1.100,00 1,100,00

    TOTAL 1.150,00

  • 18

    11 CRONOGRAMA

    CRONOGRAMA PREVISTO PARA REALIZAO DA PESQUISA

    O cronograma abaixo a soma dos dois projetos de pesquisa (original e o

    presente). As partes pintadas em vermelho faro parte do presente estudo.

    2011 2012 2013

    Atividades A S O N D J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A

    Implantao de estufa plstica

    Produo de mudas

    Cultivos

    Anlises foliares

    Avaliao dos cultivos

    Anlises

    Aval da secagem de cultivos

    Anlise dos resultados

    Divulgao de resultados

    O cronograma abaixo SOMENTE do presente estudo:

    2013

    Atividades 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12

    Reviso da literatura

    Projeto de pesquisa

    Comit de tica e

    Pesquisa

    Coleta de dados

    Digitao

    Anlise de dados

    Redao da monografia

    Defesa

  • 19

    12 REFERNCIAS

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  • 24

    Anexo I

    UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

    FACULDADE DE AGRONOMIA

    DEPARTAMENTO DE HORTICULTURA E SILVICULTURA

    ENTIDADE PROPONENTE:

    Departamento de Horticultura e Silvicultura DHS

    Faculdade de Agronomia FA

    Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS

    COODENADORA:

    Prof Dr INGRID BERGMAN INCHAUSTI DE BARROS

    Departamento de Horticultura e Silvicultura, Faculdade de Agronomia, UFRGS

    End. Av. Bento Gonalves, 7712, Bairro Agronomia,

    Porto Alegre, RS Caixa postal 15.100 CEP 91501-970

    Tel.: 51 33086020 e 33086570

    Porto Alegre, Abril de 2012

    AVANOS TECNOLGICOS REFERENTES AO CULTIVO,

    MANEJO E COMPOSIO QUMICA DE PLANTAS

    ALIMENTCIAS NO-CONVENCIONAIS DE OCORRNCIA NO

    RIO GRANDE DO SUL.

  • 25

    1. DADOS DE IDENTIFICAO Edital da FAPERGS PqG 2012 Faixa de financiamento do projeto: Faixa A At R$ 50.000,00 1.1 Ttulo:

    Avanos tecnolgicos referentes ao cultivo, manejo e composio qumica de plantas alimentcias no-convencionais de ocorrncia no do Rio Grande Do Sul.

    1.2 Perodo de execuo Incio: Agosto de 2011 Trmino: Julho de 2014

    1.3 Locais de execuo As pesquisas sero desenvolvidas nos seguintes locais: laboratrios e reas de

    cultivo do DHS na Faculdade de Agronomia/UFRGS; laboratrios do Instituto de

    Cincia e Tecnologia dos Alimentos ICTA/UFRGS em reas de cultivo comercial

    sob sistema orgnico junto a agricultores familiares de Porto Alegre.

    1.4 Equipe tcnica: Coordenao: Eng. Agr. Dr. Ingrid Bergman Inchausti de Barros, Prof Titular do

    Depto. de Horticultura e Silvicultura da Faculdade de Agronomia e do Programa de

    Ps-Graduao em Fitotecnia da UFRGS. E-mail: [email protected]

    Colaboradores:

    Med. Vet. Dr. Jos Maria Wiest, Prof. Associado, Departamento de Cincias dos Alimentos do ICTA e do Programa de Ps-Graduao...................... , UFRGS.

    Eng. Agr. Dra Magnlia Aparecida Silva da Silva, Prof. Adjunta do Depto. de Horticultura e Silvicultura da Faculdade de Agronomia, UFRGS.

    Nutr. Dra . Signor Peres Konrad, Prof do Curso de Nutrio da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS)

    Nutr. Dr Heloisa Helena Carvalho, Tc. Cientfico do Departamento de Cincias dos Alimentos

    Eng. Agr. Msc. Cristiane de Lima Wesp, doutoranda do Programa de Ps-Graduao em Fitotecnia, nfase em Horticultura da UFRGS.

    Nutr. Msc. Lucia Ftima de Souza, doutoranda do Programa de Ps-Graduao em Fitotecnia, nfase em Horticultura da UFRGS.

    Nutr. Msc. Francisco Stefani Amaro, doutorando do Programa de Ps-Graduao em Fitotecnia, nfase em Horticultura da UFRGS.

    Acadm. Agron. Carolina Silveira da Silva, Bolsista BIC FAPERGS 2011_2012

  • 26

    2. OBJETIVOS E METAS A SEREM ALCANADAS

    2.1 Objetivos gerais

    1- Contribuir para elencar e disponibilizar materiais de novas hortalias

    atravs do conhecimento de espcies nativas ou espontneas e variedades crioulas,

    consideradas alimentcias potenciais ou subutilizadas na horticultura e alimentao

    humana, com ocorrncia significativa no Rio Grande do Sul, gerando subsdios para

    polticas pblicas de conservao e uso da agrobiodiversidade e segurana

    alimentar e nutricional.

    2- Oferecer alternativas economicamente viveis para a agricultura familiar

    e urbana que possam enriquecer a cadeia produtiva da horticultura, fortalecer nichos

    de mercado ligados s praticadas agroecolgicas e contribuir para o

    desenvolvimento econmico e social dos produtores rurais e rurbanos.

    2.2 Objetivos especficos a. Estudar a produtividade de diferentes partes comestveis oriundas de pelo menos quatro espcies alimentcias potenciais de uso na horticultura, submetidas a diferentes sistemas de cultivo. b. Avaliar a eficincia de produo de mudas de espcies alimentcias potenciais frente a diferentes substratos e condies de cultivo. c. Avaliar o efeito de organismos de biocontrole sobre o crescimento e proteo de mudas; d. Propor e comparar diferentes sistemas de conduo, arranjo e manejo passveis de utilizao no cultivo de espcies com potencial hortcolas; e. Propor e avaliar mtodos de secagem de tecido vegetal com o fim de garantir conservao ps-colheita e novas possibilidades de usos dos produtos em estudo como opes alimentcias. f. Avaliar o perfil bromatolgico de produtos in natura, obtidos de cultivos experimentais, e de produtos ps-secagem em desidratadora de vegetais. g. Determinar os teores de macro e micros nutrientes nos tecidos vegetais das espcies estudadas correlacionando-os com dados fitotcnicos (respostas adubaes) e bromatolgicos (valor nutricional); h. Determinar a atividade antioxidante de diferentes partes com potencial alimentcio, gerando subsdios para futuros produtos nutracuticos; i. Divulgar os resultados obtidos atravs de pelo menos quatro artigos cientficos; j. Divulgar os resultados obtidos atravs de apresentaes em pelo menos um evento local e um evento nacional.

    3. JUSTIFICATIVA

    O conceito de agrobiodiversidade, em um sentido amplo, refere-se a

    variedade e variabilidade de organismos vivos que contribuem de alguma forma para

  • 27

    a alimentao e a agricultura, bem como, os seus conhecimentos associados

    (QUALSET et al., 1995). Segundo a FAO (2005), a agrobiodiversidade o resultado

    dos processos de seleo natural, somados a seleo cuidadosa e inventiva

    realizada principalmente por agricultores ao longo de milnios. Desta forma, o

    homem exerce papel importante na manuteno da agrobiodiversidade, pois seus

    conhecimentos locais e culturais so parte integrante do manejo da mesma

    (MACHADO et al., 2005).

    O Brasil destaca-se como um dos pases detentores de megadiversidade do

    Planeta (MMA, 2002). Estima-se que nosso pas detenha entre 15% a 20% das 1,5

    milho de espcies descritas na Terra, desse modo, possui a flora mais rica do

    mundo, abrangendo cerca de 55 mil espcies de plantas superiores, o que

    corresponde a aproximadamente 22% da totalidade das espcies vegetais de

    ocorrncia em nvel mundial (LEWINSOHN & PRADO, 2000).

    No entanto, muitos destes recursos da flora brasileira so subutilizados, seja

    pela falta de conhecimentos acerca de seu potencial produtivo e alimentar, seja por

    serem consideradas espcies invasoras, muitas dessas espcies apresentam

    grande importncia ecolgica e econmica, constituindo ampla gama de recursos

    genticos com usos potenciais inexplorados (KINUPP & BARROS, 2007).

    Dados da FAO (2005) estimam que 75% da alimentao mundial de origem

    vegetal provem de apenas 12 espcies, sendo que dessas apenas trs (arroz, milho

    e trigo) contribuem com 60% dos requisitos alimentares mundiais. Nesse sentido, a

    diversidade de espcies hortcolas mantidas e cultivadas por comunidades

    tradicionais, apresenta importncia relevante, garantindo segurana alimentar e

    nutricional de milhes de pessoas, alm de contribuir consideravelmente com a

    conservao e manuteno de recursos genticos.

    Apesar disso, pouco se sabe a respeito da diversidade florstica ou

    fitodiversidade brasileira com potencial alimentcio (KINUPP et al, 2004). Tanto os

    sistemas produtivos, como as pesquisas, concentram seus esforos em espcies j

    consagradas pelo homem e o conhecimento acerca do potencial alimentcio de

    espcies de ocorrncia espontnea na natureza escasso, tendo como

    conseqncia, reduzida participao dessas na matriz agrcola nacional ou mesmo

    regional de produo de alimentos.Com base nesse panorama, e levando em

    considerao que milhes de pessoas ainda sofrem com a fome em nvel mundial, a

    agrobiodiversidade apresenta-se como recurso essencial para que a segurana

    alimentar seja alcanada.

    Conceitualmente, plantas alimentcias so aquelas que possuem uma ou mais

    partes e/ou produtos que podem ser utilizados na alimentao humana. Estudo

    realizado por KINUPP (2007) comprova o potencial alimentcio e econmico de

    muitas espcies de plantas espontneas e/ou silvestres de ocorrncia no Estado do

    Rio Grande do Sul. Estudos similares a esse, apresentam grande importncia para a

    manuteno da agrobiodiversidade, criando a possibilidade de oferta de novas

  • 28

    opes de alimentos, enriquecendo cardpios e assegurando no s segurana

    alimentar, mas tambm a segurana nutricional.

    Segundo a FAO (1992), a utilizao das diversas espcies ainda sub-

    exploradas da flora mundial, em especial na brasileira, poderia constituir uma fonte

    de renda alternativa e uma opo de diversificao cultural na atividade

    agropecuria, sobretudo na agricultura familiar. Tal utilizao contribuiria com a

    fixao do homem no campo, com a reduo dos impactos ambientais, bem como,

    com a valorao real dos recursos naturais existentes na flora brasileira. Sendo

    assim, torna-se importante expanso dos conhecimentos acerca de espcies

    vegetais com potencial alimentcio, ditas no-convencionais, de modo a facilitar seu

    acesso populao, dando nfase ao aproveitamento destes alimentos para a

    melhoria da qualidade nutricional das dietas alimentares, bem como, para a criao

    de novas formulaes alimentares, ou mesmo composies com carter medicinal-

    teraputico de menor custo.

    A explorao racional de novas espcies com caractersticas diferentes torna-

    as atrativas para a gerao de novos produtos para nichos de mercado, gerando

    oportunidades de negcios para a agricultura familiar em feiras, turismo rural e

    outros, como j vem sendo feito pela proponente deste projeto entre agricultores

    ecologistas do bairro do Lami em Porto Alegre (BARROS et. al, 2010)

    Entretanto, alguns desafios tecnolgicos de propagao, produo e

    conservao ps-colheita via secagem precisam ser atendidos. Neste sentido,

    estamos propondo um projeto de inovao tecnolgica com enfoque no cultivo e

    utilizao de espcies que apresentam significativo potencial alimentcio, produtivo e

    mercadolgico.

    4. REVISO BIBLIOGRFICA:

    4.1. Estado da arte na agricultura

    A agricultura se tornou uma atividade extremamente especializada nos

    ltimos anos. Tal fato conseqncia de uma srie de presses polticas e

    econmicas e crescente demanda de mercado por alimentos e fibras (RUSSELE &

    FRANZLUEBBERS, 2007). As propriedades rurais, caracterizadas por possurem

    tamanho reduzido e escala diversificada de produo, destinada ao mercado local,

    passaram a produzir alimentos em intensiva e alta escala produtiva. Desde ento, o

    tamanho das propriedades vem aumentando, os nmeros de propriedades

    decaindo, os mercados agrcolas adquiriram carter internacional e o enfoque

    produtivo, na maioria das vezes, destina-se a uma ou duas culturas agrcolas

    apenas (SULC & TRACY, 2007).

  • 29

    Baseado nisto, crescente preocupao est emergindo, referente ao prejuzo

    que tal especializao dos sistemas produtivos pode causar na estabilidade e

    resilincia das paisagens agrcolas, visto que a intensificao das operaes e a

    ampliao da escala de produo parecem alterar principalmente, a ciclagem de

    energia e de nutrientes do ecossistema natural (GATES, 2003). Assim, apesar

    desses sistemas colaborarem relativamente com o aumento da oferta global de

    alimentos e proporcionarem relativo sucesso econmico, trazem conseqncias

    negativas ao mbito biolgico, ambiental e social dos sistemas de produo agrcola

    (RUSSELLE & FRANZLUEBBERS, 2007).

    A crescente demanda mundial por alimentos e fibras, faz necessria a busca

    de novas solues, tanto para a produo desses bens, como tambm, para o bem-

    estar social dos povos que residem em paisagens agrcolas. Sendo assim, a

    proteo dos recursos naturais bsicos dos quais a atividade agrcola dependente

    assume extrema importncia (MEA, 2005). Deste modo, a conservao da

    biodiversidade existente em paisagens agrcolas (tambm denominada

    agrobiodiversidade) e a adoo de prticas baseadas na manuteno e preservao

    da mesma, tem sido propostas como alternativas aos sistemas de produo

    demasiadamente intensificados (SULC & TRACY, 2007).

    4.2 Agrobiodiversidade e segurana alimentar

    Define-se por segurana alimentar o suprimento e a disponibilidade adequada

    de alimento para a populao humana. Assim, o termo segurana alimentar

    preconiza, alm do suprimento, o acesso ao consumo de alimentos por todos. Desta

    forma, o trip que compe e colabora para a definio do termo segurana alimentar

    constitudo por trs fatores importantes: a disponibilidade, o acesso e a utilizao

    apropriada do alimento disponvel (FAO, 2005).

    Apesar da diversidade biolgica includa no conceito de agrobiodiversidade,

    h uma tendncia em se priorizar culturas de maior importncia econmica,

    deixando-se de lado o papel importante da diversidade de espcies de plantas

    subutilizadas que podem servir de suprimento alimentar para a populao humana.

    No Brasil, e mais precisamente no Rio Grande do Sul, algumas espcies vegetais

    no-convencionais de ocorrncia espontnea foram manejadas em hortas e roas

    de subsistncia at certo tempo atrs. A partir da introduo de monoculturas de

    produo intensiva e em alta escala produtiva, permitindo a fcil aquisio em

    supermercados e feiras, o uso de tais, espcies ditas no-convencionais diminuiu,

    havendo reduo da participao ativa dessas na dieta alimentar das populaes

    urbanas e at mesmo rurais (KINUPP, et al. 2004).

    No entanto, dados disponveis na literatura (DAZ-BETACOURT et al., 1999;

    RAPOPORT et al., 2001) reforam a idia de que um dos fatores preponderantes

    para falta de cultivo e utilizao das espcies no-convencionais nos dias atuais, o

  • 30

    desconhecimento quanto s partes dessas plantas que podem ser utilizadas como

    alimento, bem como, do modo de preparo adequado para a insero dessas na

    alimentao.

    Sendo assim, torna-se importante expandir os conhecimentos a cerca de

    espcies vegetais no-convencionais com potencial alimentcio, e acessveis

    populao.

    4.3 Espcies no-convencionais com potencial de uso na alimentao humana

    As hortalias so conhecidas por constiturem fonte importante de minerais nas dietas alimentares (MENDEZ et al., 2003). Estudos demonstram que as hortalias ditas silvestres ou no-convencionais, apresentam teores de minerais significativamente superiores aos presentes em hortalias domesticadas. Alm disso, essas ainda destacam-se pelos elevados teores de fibras e compostos com funes antioxidantes (FLYMAN & AFOLAYAN, 2006; FASUYI, 2006). Porm, reduzido o nmero dessas que apresentam comprovao cientfica de suas propriedades. Desse modo, para maior valorizao das plantas tradicionais no-convencionais de uso popular, so necessrios estudos bromatologicos, fitoqumicos e de conhecimentos tcnicos sobre seus cultivos e uso em grande escala.

    Dentre as plantas com potencial alimentcio ainda pouco estudadas

    destacam-se: a bertalha (Anredera cordifolia), o ora-pro-nbis (Pereskia aculeata

    Mill), a batata crem (Tropaeolum pentaphyllum) e o mini-pepino (Melothria spp.).

    A bertalha uma trepadeira da famlia Basellaceae muito comum em vrios

    estados brasileiros, inclusive no Rio Grande do Sul. Essa de forma geral

    considerada erva daninha, pela grande capacidade de produo de biomassa e por

    ser muito prolfica vegetativamente. Contudo, suas folhas, tubrculos areos e

    rizomas so comestveis, possuindo potencial de aproveitamento imediato como

    hortalia (KINUPP et al., 2004). No entanto, as informaes cientficas existentes

    sobre essa espcie, que possam subsidiar os agricultores locais, ainda so

    escassas.

    O ora-pro-nobis uma planta rstica de origem tropical pertencente famlia Cactaceae. Embora tenha um alto potencial de utilizao, no conjunto de hortalias no-convencionais, cultivado de forma marginal e rudimentar (KINUPP, 2007). Essa espcie destaca-se pelo alto contedo de protenas e mucilagens presentes em suas folhas. As mesmas so consumidas na culinria regional brasileira e utilizadas como emolientes na medicina popular. Embora conhecidas amplamente como plantas de quintal, poucos foram os estudos cientficos encontrados sobre as caractersticas alimentares da P. aculeata, embora suas folhas sejam utilizadas na alimentao humana e animal. (SOUZA, 2009).

    O Tropaeolum pentaphyllum (Tropaeolaceae) possui diversos nomes populares, no entanto, os mais difundidos no comrcio so batata-crem ou crem. Os tubrculos, que chegam a atingir mais de 500g, apresentam casca suberosa e fissurada e regio interna branca, com odor forte e sabor pungente. Apesar do uso tradicional como medicinal e condimentar e do potencial para cultivo em maior

  • 31

    escala e domesticao, pouco se conhece sobre sua biologia e aspectos fitotcnicos.

    Melothria L. (Cucurbitaceae) um gnero com cerca de 10 espcies nativas

    do Neotrpico (MABBERLEY, 2000). Tambm conhecido como pepininho ou mini-

    pepino-silvestre, caracterizado por plantas de consistncia herbcea, de habito

    prostrado com emisso ou no de razes adventcias nos ns. No Rio Grande do

    Sul, de acordo com Porto (1974), h 03 espcies deste gnero: Melothria

    Candolleana Cogn., M. Cucumis Vell. e M. Fluminensis Gard. Kinupp (2007),

    identificou a ocorrncia na regio metropolitana de Porto-Alegre, de duas espcies

    com potencial alimentcio: a espcie M. Cucumis Vell. e M. Fluminensis Gard.

    5. MATERIAL E MTODOS

    5.1 Local

    Os experimentos sero conduzidos no Departamento de Horticultura e

    Silvicultura da Faculdade de Agronomia da UFRGS e algumas anlises sero

    realizadas em colaborao com o Laboratrio de Nutrio Experimental da

    Universidade do Vale do rio dos Sinos (UNISINOS).

    5.2 Coleta das plantas

    As plantas sero provenientes de propriedades rurais existentes na Regio Metropolitana de Porto Alegre e, ou coletadas no mbito do Campus do Vale da UFRGS e circunvizinhanas. Espera-se poder realizar o georeferenciamento dos locais de ocorrncia das espcies alvo deste projeto. Sero utilizadas prioritariamente as espcies: Pereskia aculeata Mill. (ora-pro-nbis), Anredera cordifolia (Tem.) Steenis (bertalha), Tropaelum pentaphyllum Lam. (crem) e Melothria L (mini-pepino-silvestre).

    5.3 Avaliaes

    a) Mtodos de propagao

    Sero testados mtodos de propagao sexuada ou vegetativa para definir

    protocolos de produo de mudas, de acordo com as caractersticas e

    disponibilidade de materiais, realizados preferencialmente via sistema spleeds com

    substratos em ambiente protegido.

  • 32

    b) Anlise fsica e qumica dos substratos x produo de mudas

    As caracterizaes fsico-qumicas dos substratos bem como as avaliaes

    da eficincia dos mesmos sobre a produo de mudas sero efetuadas conforme

    metodologia de rotina do Laboratrio de Anlises de Substratos do DHS-UFRGS.

    c) Estabelecimento de sistemas de cultivo

    Diferentes arranjos de plantas e tipos de conduo, em cultivo a campo,

    sero avaliados quanto a adequao a cada espcie estudada.

    b) Componentes de rendimento dos cultivos

    Sero analisadas as seguintes variveis de produo: peso mdio das partes

    comestveis (g), rendimento mdio por planta (kg) e rendimento mdio por rea

    (kg/m-2).

    d) Avaliao de processos de secagem de hortalias potenciais.

    Sero estudadas as condies de tempo e temperatura mais adequados ao

    processo de secagem, em desidratadora semicomercial, para gerar matria prima

    desidratada, como mtodo de conservao.

    e) Anlises bromatolgicas e fsico-qumicas

    Sero efetuadas segundo metodologias descritas na AOAC (1992). As anlises para a determinao da atividade antioxidante sero efetuadas segundo Brand Williams et al. (1995) no Laboratrio de Nutrio Experimental da UNISINOS.

    f) Anlises de tecidos vegetais in natura e aps secagem

    Sero realizadas no Laboratrio de Solos e Tecidos Vegetais da UFRGS para

    a avaliao da composio mineral dos tecidos vegetais de valor como alimento.

    5.4 Anlise estatstica

    Os resultados dos diferentes estudos sero submetidos anlise de varincia

    pelo teste F e as diferenas entre mdias comparadas pelo teste Tukey.

  • 33

    6. CRONOGRAMA DE EXECUO DO PROJETO

    2011 2012 2013

    Atividades A S O N D J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A

    Implantao estufa plstica

    Produo de mudas

    Cultivos

    Anlises foliares

    Avaliao dos cultivos

    Anlises

    Aval secagem cultivos

    Anlise dos resultados

    Divulgao de resultados

  • 34

    8. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS:

    ASSOCIATION OF OFFICIAL AGRICULTURAL CHEMISTS. Official methods of analysis of the Association of the Agricultural Chemists. 12 ed. Washington: A.O.A.C., 1992.

    BRAND-WILLIAMS, W.; CUVELIER, M. E.; BERSET, C. The phenolic constituents of

    Prunus domestica I.-The quantitative analysis of phenolic constituents. Lebensm

    Wiss Technology, Oxford, v.28, p.25-30, 1995.

    BARROS, I.B.I, et al. Non-conventional edible plants: agrobiodiversity valorization at

    a small family agriculture unit. In: 28th Intern. Horticultural Cong. Science and

    Horticulture for people, Lisboa, ISHS. Abstract v 2 p.476, 2010.

    DAZ-BETANCOURT, M.; GHERMANDI, L.; LADIO, A. et al. Weeds as a source for

    human consumption. A comparison between tropical and temperate Latin America.

    Revista Biologa Tropical, v. 47, n. 3, p. 329-338, Fev. 1999.

    FASUYI, A. O. Nutritional potentials of some tropical vegetable leaf meals: Chemical characterization and functional properties. African Journal of Biotechnology, v. 5, n. 1, p. 49-53, 2006. Disponvel em: . Acesso em: 28 Janeiro 2007.

    FLYMAN, M. V.; AFOLAYAN, A. J. The suitability of wild vegetables for alleviating human dietary deficiencies. South African Journal of Botany, v. 72, n. 4, p. 492-

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    FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO). Productos forestales no

    madereros; posibilidades. Estudio FAO Montes. Publicacin No. 97, Roma. 35p,

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    FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO). Building on Gender,

    Agrobiodiversity and Local Knowledge: A Training Manual. Rome: Gender and

    Development Service, Sustainable Development Department, FAO. 2005. Disponvel

    em: http://www.fao.org/sd/LINKS/documents_download/Manual.pdf.

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    Florida. p. 7-14, 2003.

    KINUPP, V. F.; AMARO, F. S.; BARROS, I.B. I. de. Anredera cordifolia

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    Campo Grande - MS. Horticultura Brasileira (Suplemento), 2004. v. 22.

  • 35

    KINUPP, V. F.; BARROS, I.B. I. de. Riqueza de Plantas Alimentcias No-

    Convencionais na Regio Metropolitana de Porto Alegre, Rio Grande do Sul.

    Revista Brasileira de Biocincias (Online), v. 5, p. 63-65, 2007.

    KINUPP, V. F. Plantas alimentcias no-convencionais da Regio Metropolitana

    de Porto Alegre, RS. 2007. 562f. Tese (Doutorado) Programa de Ps-Graduao

    em Fitotecnia, Faculdade de Agronomia, Universidade Federal do Rio Grande do

    Sul, Porto Alegre, 2007.

    LEWINSOHON, T. M.; PRADO, P. I. Biodiversidade Brasileira: Sntese do Estado

    Atual do Conhecimento. http://www.mma.gov.br/port/sbf/ chm/doc/estarte.doc nov.

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    MABBERLEY, D.J. The plant book: a portable dictionary of the vascular plants. 2

    nd. Ed. Cambridge: Cambridge University Press, 2000. p. 5.

    MACHADO, A.T.; SANTILLI, J.; MAGALHES, R. A agrobiodiversidade com

    enfoque agroecolgico: implicaes conceituais e jurdicas. Texto para

    discusso 34. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria. Secretaria de Gesto e

    Estratgia: MAPA. 2005, 105 p.

    MENDEZ, M. H. M. et al. Tabela de composio de alimentos. Niteri: Ed. UFF, 2003. 41 p.

    MILLENNIUM ECOSYSTEM ASSESSMENT (MEA). Ecosystems and Human Well-being: Biodiversity Synthesis. Washington: World Resources Institute, 2005. MINISTRIO DO MEIO AMBIENTE (MMA), Biodiversidade brasileira. Avaliao e

    identificao de reas e aes prioritrias para conservao, utilizao sustentvel e repartio dos benefcios da biodiversidade nos biomas brasileiros. MMA Secretaria de Biodiversidade e Florestas, Braslia. (Srie Biodiversidade, 5), 2002. PORTO, M.L. Cucurbitaceae. In: SCHULTS, A.R. (Coord.) Flora ilustrada do Rio Grande do Sul, fase, VIII. Porto Alegre: Instituto de Biocincias, 1974, 64p. QUALSET, C.O.; MCGUIRE, P.E.; WARBURTON, M.L. Agrobiodiversity: key to

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    REITZ, P.R. Flora iIlustrada catarinense - Baselceas. Itaja: Herbrio Barbosa

    Rodrigues, 1968. 8 p.

    RUSSELLE, M.P; FRANZLUEBBERS, A.J. Introduction to Symposium: Integrated

    CropLivestock Systems for Profit and Sustainability. Agronomy Journal, Madison,

    v.99, p.323324, 2007.

    SOUZA, M.R.M. Potencial do Ora-pro-nobis na Diversificao da Produo Agrcola

    Familiar. Revista Brasileira de Agroecologia, v.4, n.2, p.3550-3554, 2009.

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    SULC, R.M.; TRACY, B.F. Integrated crop-livestock systems in the U.S. corn belt.

    Agronomy Journal, Madison, v.99, n.2, p.335-345, 2007.

  • 37

    9. DISPONIBILIDADE EFETIVA DE INFRA-ESTRUTURA E DE APOIO TCNICO

    PARA O DESENVOLVIMENTO DO PROJETO

    O trabalho ser desenvolvido em parte nos laboratrios do Departamento

    de Horticultura e Silvicultura da Faculdade de Agronomia da UFRGS, que possui a

    estrutura bsica para funcionamento como diversos equipamentos (fornos de

    microondas, agitadores, armrios, bancadas, ampla vidraria, etc.) e disponibilizou

    uma rea fsica para a instalao de uma casa de vegetao de pequeno porte .

    Conta tambm com uma estrutura de rede de informtica com acesso aos principais

    peridicos da rea e uma biblioteca que referncia em cincias agrrias. Existe

    ainda infra-estrutura de apoio de tcnicos de laboratrio e do setor de manuteno

    que servem de auxlio para preparao de materiais e manuteno de

    equipamentos. O projeto contar com o apoio do Laboratrio de Nutrio

    Experimental e Bromatologia da UNISINOS, (via a participao da Dr Signor que

    colaboradora deste projeto) o qual conta com equipamentos modernos para a

    realizao de anlise de alimentos.

    .....................................................................

    Porto Alegre, 13 de abril de 2011.