Determinação da Carga Incêndio

10
BOLETIM TÉCNICO Ano IV / N o 01 Julho/99 DETERMINAÇÃO DA CARGA DE INCÊNDIO DOS EDIFÍCIOS *Valdir Pignatta e Silva* 1 OBJETIVO O objetivo deste texto é contribuir com a normatização brasileira, apresentando métodos para a determinação do valor da carga de incêndio específica nos compartimentos sujeitos a incêndio. 2 INTRODUÇÃO As condições de segurança das estruturas de uma edificação em situação de incêndio são verificadas, quando a temperatura atingida pelos elementos estruturais, durante um incêndio (θ m ), for menor do que a temperatura crítica (θ cr ) desses elementos, sendo θ cr a temperatura que causa o colapso da estrutura. A temperatura no elemento estrutural é determinada a partir da curva temperatura- tempo dos gases que envolvem as chamas, que por sua vez depende, entre outros parâmetros, da carga de incêndio no compartimento em chamas. O valor da carga de incêndio, se calculado de forma precisa, levando-se em conta a distribuição desuniforme do material combustível na área de piso do compartimento e a variação no tempo da quantidade desse material, pode ser utilizado, desde que associado a métodos precisos de avaliação da ação térmica e de análise estrutural, na verificação da segurança estrutural. Alternativamente podem ser adotados métodos simplificados para a determinação do valor de cálculo da carga de incêndio específica, a partir de valores básicos (característicos) fornecidos pela literatura internacional (conforme o tipo de utilização do edifício), afetados por coeficientes de ponderação que levam em conta o porte da edificação (altura e área) e a existência de sistemas de proteção a incêndio (chuveiros automáticos, brigada contra incêndio, etc.). Esses valores podem ser utilizados, associados a métodos simplificados de avaliação da ação térmica e análise estrutural, na verificação da segurança estrutural. 3 VALOR CARACTERÍSTICO DA CARGA DE INCÊNDIO ESPECÍFICA A carga de incêndio é a soma das energias caloríficas que poderiam ser liberadas pela combustão completa de todos os materiais combustíveis em um espaço, inclusive os revestimentos das vedações. A carga de incêndio específica de um compartimento é a carga de incêndio por unidade de área de piso (A f ) desse compartimento e expressa em MJ/m 2 . A carga de incêndio específica pode ser expressa, também, em relação à área total (A t ) do compartimento, incluindo piso, paredes e teto. Apesar de essa última definição ser a mais adequada, pois o fluxo de calor transfere- se para o ambiente externo através de todos os elementos de vedação do compartimento, geralmente as publicações brasileiras referem- se à carga de incêndio específica em relação à área de piso. Quando puder causar dúvida, será indicado se a carga de incêndio específica deve ser determinada em relação à área de piso (A f ) ou à área total (A t ). O potencial calorífico específico da madeira vale entre 17 e 20 MJ/kg. O potencial calorífico específico de: palha, PVC, grãos, papel, algodão, roupas, seda, couro e lã vale entre 16 e 23 MJ/kg. Por essa razão, por simplicidade, algumas bibliografias admitem que a carga de incêndio é formada totalmente por madeira e expressam a carga de incêndio como a massa de madeira equivalente à soma de todo material combustível do compartimento estudado por área de piso (kg de madeira equivalente/m 2 ). O potencial calorífico específico de alguns plásticos vale mais de 30 MJ/kg (o do petróleo vale 43,7 MJ/kg), portanto a carga de incêndio, que envolva hidrocarbonetos, deve ser analisada com os parâmetros adequados. Um valor mais realístico da carga de incêndio específica pode ser determinado por meio da exp. 1. q fi k M i H i i m i i A t ou A f , ( ) = ψ ..........(1)

description

Documento que ensina como desenvolver o trabalho de determinação da carga de incêndio para a elaboração de projetos de combate contra incêndio.

Transcript of Determinação da Carga Incêndio

Page 1: Determinação da Carga Incêndio

BOLETIM TÉCNICO Ano IV / No 01

Julho/99

DETERMINAÇÃO DA CARGA DE INCÊNDIO DOS EDIFÍCIOS

*Valdir Pignatta e Silva* 1 OBJETIVO O objetivo deste texto é contribuir com a normatização brasileira, apresentando métodos para a determinação do valor da carga de incêndio específica nos compartimentos sujeitos a incêndio. 2 INTRODUÇÃO As condições de segurança das estruturas de uma edificação em situação de incêndio são verificadas, quando a temperatura atingida pelos elementos estruturais, durante um incêndio (θm), for menor do que a temperatura crítica (θcr) desses elementos, sendo θcr a temperatura que causa o colapso da estrutura. A temperatura no elemento estrutural é determinada a partir da curva temperatura-tempo dos gases que envolvem as chamas, que por sua vez depende, entre outros parâmetros, da carga de incêndio no compartimento em chamas. O valor da carga de incêndio, se calculado de forma precisa, levando-se em conta a distribuição desuniforme do material combustível na área de piso do compartimento e a variação no tempo da quantidade desse material, pode ser utilizado, desde que associado a métodos precisos de avaliação da ação térmica e de análise estrutural, na verificação da segurança estrutural. Alternativamente podem ser adotados métodos simplificados para a determinação do valor de cálculo da carga de incêndio específica, a partir de valores básicos (característicos) fornecidos pela literatura internacional (conforme o tipo de utilização do edifício), afetados por coeficientes de ponderação que levam em conta o porte da edificação (altura e área) e a existência de sistemas de proteção a incêndio (chuveiros automáticos, brigada contra incêndio, etc.). Esses valores podem ser utilizados, associados a métodos simplificados de avaliação da ação térmica e análise estrutural, na verificação da segurança estrutural. 3 VALOR CARACTERÍSTICO DA CARGA DE INCÊNDIO ESPECÍFICA

A carga de incêndio é a soma das energias caloríficas que poderiam ser liberadas pela combustão completa de todos os materiais combustíveis em um espaço, inclusive os revestimentos das vedações. A carga de incêndio específica de um compartimento é a carga de incêndio por unidade de área de piso (Af) desse compartimento e expressa em MJ/m2 . A carga de incêndio específica pode ser expressa, também, em relação à área total (At) do compartimento, incluindo piso, paredes e teto. Apesar de essa última definição ser a mais adequada, pois o fluxo de calor transfere-se para o ambiente externo através de todos os elementos de vedação do compartimento, geralmente as publicações brasileiras referem-se à carga de incêndio específica em relação à área de piso. Quando puder causar dúvida, será indicado se a carga de incêndio específica deve ser determinada em relação à área de piso (Af) ou à área total (At). O potencial calorífico específico da madeira vale entre 17 e 20 MJ/kg. O potencial calorífico específico de: palha, PVC, grãos, papel, algodão, roupas, seda, couro e lã vale entre 16 e 23 MJ/kg. Por essa razão, por simplicidade, algumas bibliografias admitem que a carga de incêndio é formada totalmente por madeira e expressam a carga de incêndio como a massa de madeira equivalente à soma de todo material combustível do compartimento estudado por área de piso (kg de madeira equivalente/m2). O potencial calorífico específico de alguns plásticos vale mais de 30 MJ/kg (o do petróleo vale 43,7 MJ/kg), portanto a carga de incêndio, que envolva hidrocarbonetos, deve ser analisada com os parâmetros adequados. Um valor mais realístico da carga de incêndio específica pode ser determinado por meio da exp. 1.

qfi k

Mi Hii

mi i

At ou Af, ( )

=∑ ψ

..........(1)

Page 2: Determinação da Carga Incêndio

Boletim Técnico do GSI Ano IV no 1 2

sendo: qfi,k ou simplesmente qfi - valor característico da carga de incêndio específica (MJ/m2) Mi - massa total de cada componente i do material combustível, cujo valor tenha menos de 20% de probabilidade de ser excedido durante a vida útil da edificação (quantil de 80%) (kg) Segundo a BSI/DD240(1997), a determinação da massa de cada componente, conforme aqui estabelecido, permite admitir que a carga de incêndio seja distribuída uniformemente em Af. Valores mais realísticos podem ser utilizados desde que a desuniformidade da distribuição da carga seja considerada na determinação da temperatura dos componentes estruturais ou quando Af ≤ 100 m2, caso em que o movimento turbulento dos gases, durante o incêndio, contribui para uniformizar a temperatura, mesmo para uma distribuição desuniforme da carga de incêndio. Hi - potencial calorífico específico de cada componente i do material combustível (Tabela 1) (MJ/kg) At - área total, incluindo vedação (paredes, piso e teto) e aberturas (m2) Af - área do piso do compartimento (m2) mi - coeficiente adimensional que representa a eficiência da combustão de cada componente do material combustível. Sendo m = 1 correspondente à combustão completa e m = 0 à ausência de combustão durante o processo do incêndio. O EUROCODE 1 (1995) recomenda, simplificadamente, m = 1. SCHLEICH; CAJOT (1997)1 propõem m = 0,7. Outros valores podem ser encontrados no suplemento da DIN 18230 (1987) (Tabela 2). Ψ - coeficiente adimensional que representa o grau de proteção ao fogo do material combustível. Varia entre Ψ =1 para materiais sem proteção e Ψ = 0 para materiais com proteção completa durante o incêndio. SCHLEICH; CAJOT (1997) recomendam, salvo estudos mais precisos, adotar-se Ψ = 1. A DIN 18230 fornece outros valores para Ψ (Tabela 3). Tendo em vista a dificuldade de determinação da carga de incêndio específica característica qfi, conforme exp. 1, é comum encontrar-se tabelas padronizadas para cada tipo de ocupação. Apresenta-se na tabela 4 os valores

2 O Eng. Jean Baptiste Schleich é o lider dos grupos europeus de pesquisa, que estão elaborando recomendações para a revisão das normas européias sobre estruturas em situação de incêndio (Eurocode). O trabalho citado faz parte das conclusões dessa pesquisa.

recomendados pela BSI/DD 240 (1997), a mais recente norma internacional sobre o assunto e alguns valores indicados na SIA 81 (1984) e no anexo A, os valores da qfi,k constantes do Projeto de Norma Brasileira “Exigências de resistência ao fogo dos elementos construtivos das edificações” 4 VALOR DE CÁLCULO DA CARGA DE INCÊNDIO ESPECÍFICA O valor de cálculo da carga de incêndio específica, pode ser determinado a partir da exp. 2

qfi d n s qfi k, ,= γ γ ..........(2)

sendo: qfi,d - valor de cálculo da carga de incêndio específica (MJ/m2) qfi,k ou simplesmente qfi - valor característico da carga de incêndio específica (MJ/m2) γn - coeficiente adimensional que leva em conta a presença de medidas de proteção ativa. O EUROCODE 1 (1995) recomenda utilizar γn = 0,6 quando houver chuveiros automáticos. SCHLEICH; CAJOT (1997) e a DIN 18230 (1995) propõem diversos valores para γn levando em conta a presença de chuveiros automáticos, brigada de incêndio, dispositivos automáticos de detecção e alarme, etc. (Tabela 5). γs - coeficiente de segurança que depende do risco de incêndio e das conseqüências do colapso da edificação. O EUROCODE 1 (1995) não fornece recomendações a respeito desse coeficiente. A DIN 18230 (1997) recomenda valores para γs entre 0,55 (estrutura secundária, edifício térreo, área de compartimento inferior a 1600m2) e 2,1 (estrutura principal, múltiplos andares, área do compartimento inferior a 30000 m2) (Tabelas 6 e 7). SCHLEICH;CAJOT (1997) propõem: γs1 (associado à área e altura da edificação) valendo entre 1,0 (edifício térreo, área do compartimento inferior a 250 m2) e 2,5 (edifício com mais de 10 pavimentos, área do compartimento inferior a 5000 m2) e γs2 (associado ao tipo de ocupação) valendo entre 0,85 e 1,80, sendo γs = γs1 γs2 (Tabelas 8 e 9). O valor de cálculo da carga de incêndio específica, pode ser utilizado na determinação da ação térmica nas estruturas, com a finalidade de verificação da segurança estrutural, associado a métodos simplificados de determinação da temperatura do incêndio

Page 3: Determinação da Carga Incêndio

Boletim Técnico do GSI Ano IV no 1 3

(método do tempo equivalente2, incêndio natural compartimentado com a hipótese de temperatura uniforme no ambiente em chamas (SILVA (1998)), dentro das limitações do método) ou do elemento estrutural (método simplificado incluído na Norma Brasileira (1999) “Dimensionamento de estruturas de aço de edifícios em situação de incêndio”. 5 CONCLUSÕES Neste trabalho, apresentaram-se expressões para a determinação da carga de incêndio específica em edifícios, com a finalidade de sistematizar o cálculo da temperatura dos gases quentes, em um compartimento em chamas, a partir da qual é possível determinar-se a temperatura nos elementos estruturais e dimensioná-los. Foram fornecidas alternativas de solução, baseadas na literatura internacional, a fim de que a sociedade brasileira discuta o assunto e normatize o método mais adequado à realidade nacional. LISTA DE SÍMBOLOS At - área total, incluindo vedação (paredes, piso e teto) e aberturas (m2) Af - área do piso do compartimento (m2) Hi - potencial calorífico específico de cada componente i do material combustível (MJ/kg) mi - coeficiente adimensional que representa a eficiência da combustão de cada componente do material combustível Mi - massa total de cada componente i do material combustível (kg) qfi,d - valor de cálculo da carga de incêndio específica (MJ/m2)

2 O método consiste em calcular a temperatura do elemento estrutural a partir da curva tempo-temperatura padronizada pela ISO 834, para um tempo fictício denominado tempo equivalente. Essa temperatura corresponde, aproximadamente, à máxima temperatura que se determinaria a partir da curva temperatura-tempo do incêndio natural compartimentado.

teq = qfi,d k W sendo: teq - tempo equivalente (min) qfi,d - valor de cálculo da carga de incêndio específica em relação à área de piso k - parâmetro determinado em função das caracterísitcas térmicas e físicas dos elementos de vedação (adimensional) W - parâmetro determinado em função da área de ventilação e do pé-direito do compartimento (adimensional)

qfi,k, qfi - valor característico da carga de incêndio específica (MJ/m2) teq - tempo equivalente (min) γn - coeficiente adimensional que leva em conta a presença de medidas de proteção ativa. γs - coeficiente de segurança que depende do risco de incêndio e das conseqüências do colapso da edificação Ψ - coeficiente adimensional que representa o grau de proteção ao fogo do material combustível θcr - temperatura crítica (°C)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMA TÉCNICAS. Dimensionamento de estruturas de aço de edifícios em situação de incêndio. Projeto de Norma. Rio de Janeiro. 1999 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMA TÉCNICAS. Exigências de resistência ao fogo dos elementos construtivos das edificações. Projeto de Norma. Rio de Janeiro. 1999 BRITISH STANDARD INSTITUTION. Fire safety engineering in buildings. Part 1: Guide to the application of fire safety engineering principles. DD 240. BSI. London. 1997. EUROPEAN COMMITTEE FOR STANDARDIZATION. Basis of design and actions on structures Actions on structures exposed to fire (Part 2.2). Eurocode 1 - ENV 1991-2-2 Brussels. 1995. DEUTSCHES INSTITUT FÚR NORMUNG. Structural fire protection in industrial buildings. DIN V 18230. Berlin. 1987/1995 SCHLEICH, J.B; CAJOT, L.G. Global fire safety concept for buildings. La Revue de Métallurgie - Cahier d’Informations Techniques. 94(1) p. 129-149. Paris. janeiro de 1997. SILVA, V. P. Estruturas de aço em situação de incêndio. Tese de doutoramento apresentada à Escola Politécnica/USP. 1997 SILVA, V. P. Determinação da temperatura dos gases em um compartimento em chamas. O modelo do incêndio natural compartimentado. In: Anais do Seminário NUTAU’98. São Paulo. 1998 SOCIÉTÉ SUISSE DES INGÉNIEURS ET DES ARCHITECTES. Evaluation du risque d’incendie. Méthode de calcul. Documentation n°81. Zürich.1984.

Page 4: Determinação da Carga Incêndio

Boletim Técnico do GSI Ano IV no 1 4

TABELA 1 - valores do potencial calorífico específico em MJ/kg (Eurocode 1) Tipo de material

H (MJ/kg)

Tipo de material

H (MJ/kg)

Tipo de material

H (MJ/kg)

Acrílico 28 lã 23 poliéster 31 Algodão 18 lixo de

cozinha 18 polietileno 44

Borracha espuma - 37 tiras - 32

madeira 19 polipropileno 43

Couro 19 palha 16 poliuretano 23 Epoxi 34 papel 17 PVC 17 Grãos 17 petróleo 41 resina

melamínica 18

Graxa, Lubrificante

41 policarbonato 29 seda 19

TABELA 2 - valores do fator “m” (DIN 18230) tipo de material fator “m” tipo de material fator “m”

Madeira em tábuas - 1 algodão 0,8 em caibros: graxa,lubrificante 0,6 40x40mm - 1 policarbonato 0,2 100x100mm - 0,7 poliéster 0,2 200x200mm - 0,3 polietileno 0,8

Papel rolos de papel-toalha polipropileno 0,8 armazenados em poliuretano 0,3 sacos - 1,7 PVC 0,4 demais tipos - 0,2

TABELA 3 - valores de ψ (DIN 18230) Além do material protegido há material sem proteção,

com carga de incêndio específica superior a 10 MJ/m2 de área de piso?

Tipo de proteção

ψ

Sim Isolante térmico 0,65 Sim não é isolante térmico 0,75 Não Isolante térmico 0,35 Não não é isolante térmico 0,45

Page 5: Determinação da Carga Incêndio

Boletim Técnico do GSI Ano IV no 1 5

TABELA 4 - valores da carga de incêndio específica em MJ/m2 de área de piso

carga de incêndio específica (MJ/m2) BS DD 240

Ocupação Valor médio quantil de 80%*

SIA 81

Bibliotecas 1500 2250 2000 Cinemas/teatros - - 300

Consultórios - - 200 escolas 285 360 300

Escritórios 420 570 comerciais - 800 engenharia - 600

Hospital 230 350 300 Hospital (estocagem) 2000 3000 -

Hotel (quartos) 310 400 300 lojas 600 900 em função do tipo de

produto *valor que tem menos de 20% de probabilidade de ser excedido durante a vida útil da edificação

TABELA 5 - valores de γi (γn = γ1 γ2 γ3 γ4) valores de γi

Referência chuveiros

automáticos (γ1) brigada contra incêndio

(γ2) detecção automática

sem suprimento

independ. de água

com suprimento

independ. de água

não-profissional

profissional

calor (γ3)

fumaça (γ4)

DIN 0,6 0,90 0,9 Eurocode 0,6 - - - - Schleich 0,6 0,9 0,9 0,6 0,9 0,8 CB/SP* 0,7 0,95 0,7 0,9

• Em estudo pelo Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo

TABELA 6 - valores de γs para edifícios térreos (DIN 18230) Valores de γs

área do compartimento Classe 1 Classe 2 Classe 3

≤ 1600 1,00 0,65 0,55 ≤ 3000 1,10 0,75 0,55 ≤5000 1,20 0,85 0,55 ≤7000 1,25 0,90 0,55 ≤10000 1,30 0,95 0,60 ≤15000 1,35 1,00 0,65 ≤20000 1,40 1,05 0,70 ≤30000 1,45 1,10 0,75

Page 6: Determinação da Carga Incêndio

Boletim Técnico do GSI Ano IV no 1 6

TABELA 7 - valores de γs para edifícios de múltiplos andares (DIN 18230)

Valores de γs área do

compartimento Classe 1 classe 2 classe 3

≤ 1600 1,30 1,00 0,60 ≤ 3000 1,45 1,15 0,80 ≤5000 1,60 1,25 0,95 ≤7000 1,70 1,35 1,05 ≤10000 1,80 1,45 1,15 ≤15000 1,90 1,55 1,25 ≤20000 2,00 1,65 1,35 ≤30000 2,10 1,75 1,45

Sendo: Classe 1: componentes estruturais, cujo colapso acarreta o colapso da estrutura do edifício ou do compartimento de incêndio Classe 2: componentes estruturais, cujo colapso não acarreta colapso da estrutura do compartimento de incêndio, ou componentes estruturais da cobertura, cujo colapso acarreta colapso dos demais componentes da estrutura de cobertura do compartimento de incêndio Classe 3: componentes estruturais da cobertura, cujo colapso não acarreta colapso dos demais componentes da estrutura da cobertura do compartimento de incêndio

TABELA 8 - valores de γs1 (Schleich; Cajot) Valores de γs1

Área do Número de pavimentos (n) Compartimento 1 2 2<n≤10 n>10

≤250 1,00 1,10 1,25 1,50 ≤2500 1,00 1,25 1,50 2,00 ≤5000 1,05 1,40 1,75 2,50 ≤10000 1,10 1,50 - - ≤20000 1,20 1,60 - -

TABELA 9 - valores de γs2 (Schleich; Cajot e SIA-81) valores de γs2 Risco de ativação

do incêndio exemplos de ocupação

0,85 pequena biblioteca, correio, escola, galeria de arte, igreja, museu, livraria, frigorífico, escritório, venda de acessórios de automóveis, depósitos em geral

1,0 normal cinema, consultório médico, farmácia, hotel, hospital, laboratório fotográfico, indústria de papel, oficina elétrica ou mecânica, residência, restaurante, teatro, depósitos de: tintas, artigos pirotécnicos, produtos farmacêuticos, bebidas alcoólicas

1,2 média montagem de automóveis, hangar, indústria mecânica, depósito de nitrocelulose

1,45 Alta laboratório químico, oficina de pintura de automóveis, indústria de bebidas alcoólicas

1,8 muito alta indústria de tintas e artigos pirotécnicos

Page 7: Determinação da Carga Incêndio

Boletim Técnico do GSI Ano IV no 1 7

ANEXO A - Valores das cargas de incêndio específicas

Tipo de Ocupação

Especialidade qfi (MJ/m2)

Residencial (doméstico e institucional)

Alojamento estudantil

300

Asilo 350 Creche 400 Hospital 300 Hotel 500 Pensionato 300 Residência 300 Escritório Agência de correios

400

Banco 300 Central telefônica

100

Consultório médico

200

Copiadora heliográfica

400

Escritório 700 Estúdio (rádio, televisão, fotográfico)

300

Processamento de dados

400

Reunião e Recreação

Biblioteca 2000 Cinema ou teatro

600

Escola 300 Igreja 200 Museu 300 Estacionamento

Automóvel 200 Comercial Artigos de bijuteria, metal ou vidro

300

Artigos de borracha, de couro ou esportivos

800

Centros de compras ou loja de departamentos

600

Tipo de Ocupação

Especialidade qfi (MJ/m2

) Comercial (cont.)

Exposição •Automóveis 200 •Máquinas 80 Móveis 500 •Pinturas 200 Flores 80 Oficina •Hidráulica,

mecânica 200

•Eletricidade 600 •Encadernação 1000 •Pintura 500 •Pintura de

móveis 200

•Reparos 400 •Vulcanização 1000 Produtos alimentícios

•Bebidas destiladas

700

•Carne 40 •Restaurante 300 •Verduras frescas 200 •Vinhos 200 Produtos farmacêuticos

•Drogaria (incl. Depósito)

1000

Supermercados 400 Variedades •Antiguidades 700 •Aparelhos

domésticos 300

•Aparelhos elétricos-reparos

500

•Cabeleireiro 300 •Calçados 500 •Livros 1000 •Loja de ferragens 300 •Loja fotográfica 300 •Máquinas (de

costura, de escritório)

300

•Móveis 400 •Papelaria 700 •Perfumaria 400 •Relógios 300 •Tapetes 800 •Têxteis 600 •Tintas 1000 Industrial Aparelhos •Eletro-

Eletrônicos, 300

Page 8: Determinação da Carga Incêndio

Boletim Técnico do GSI Ano IV no 1 8 Tipo de Ocupação

Especialidade qfi (MJ/m2)

Industrial (cont.)

Aparelhos (cont.)

Fotográficos, óticos, transformadores

Artigos de argila, cerâmica, porcelana

200

•Forno de secagem com grade de madeira

1000

•Galpão de secagem com grade de madeira

400

Artigos de bijuteria

200

Artigos de borracha, cortiça, couro, espuma, feltro

600

Artigos de cera 1000 •Expedição 400 Artigos de gesso 80 Artigos de madeira

•Carpintaria, marcenaria, corte

700

•Expedição 600 •Galpão de

secagem 800

•Oficina de enverniza-mento a jato

500

•Oficina de impregnação

3000

•Oficina de lixamento

200

•Serraria 400 •Tornearia 500 Artigos de madeira

•Caixotes, barris, pallets

1000

específicos •Chapas de aglomerado ou de compensado, serragem, molduras

300

•Instr. musicais, móveis(incl. pintura), lápis, sarrafos

600

•Janelas e portas de madeira

800

Artigos de mármore

40

Tipo de Ocupação

Especialidade qfi (MJ/m2)

Industrial (cont.)

Artigos de matéria plástica em geral

700

•Expedição 1000 •Filmes

1000

Artigos de metal • (incl. brasagem e pintura)

300

•Geladeiras 1000 •Têmpera 400 Artigos de papel •Processamento 800 •Preparo de

madeira e celulose

80

•Setor de acabamento

500

•Papel, papelão, cartolina

300

•Impressos, empacotamento

2000

•Impressos, expedição

200

•Impressos, sala de máquinas, tipografia

400

•Papelão betuminado

2000

•Papelão ondulado

800

•Sacos de papel 800 Artigos de peles 500 Artigos de tabaco

200

Artigos devidro 200 •Expedição 700 •Pintura de

vidros 300

Automotiva •Acessórios, montagem, motocicletas, tratores, veículos

300

•Pintura 500 Fiação •Fios, retrós 300 •Sala de

bobinagem 600

Materiais fibrosos

•Fibras sintéticas

300

Produtos alimentícios

800

•Expedição 1000

Page 9: Determinação da Carga Incêndio

Boletim Técnico do GSI Ano IV no 1 9 Tipo de Ocupação

Especialidade qfi (MJ/m2)

Industrial (cont.) Produtos •Abatedouro 40 alimentícios, •Amido 2000 específicos •Bebidas

destiladas 500

•Bebidas não-alcoólicas

80

•Bombons, chocolate

400

•Cervejaria 80 •Condimentos,

conservas 40

•Confeitaria 400 •Congelados 800 •Defumados 200 •Doces, fábrica 800 Produtos alimentícios,

•Café (incl.torrefação)

400

específicos •Farinha 2000 (cont.) •Fermento 800 •Gelatina, geléia 800 Produtos alimen-tícios (cont.)

•Gordura comestível

1000

•Laticínios 200 •Massas

alimentícias 1000

•Mostarda 400 •Oleo

comestível 1000

•Padaria, panificação industrial

1000

•Queijo 100 •Rações 2000 •Sorvete 80 •Sucos de frutas 200 Verduras

desidratadas 1000

•Vinagre 80 Produtos farmacêuticos

•Medicamentos 300

Produtos químicos

•Acetileno, engarrafamento

700

•Ácido acético 200 •Ácido

carbônico 40

•Ácidos inorgânicos

80

•Adesivos 1000 •Adubo químico 200 •Albumina 2000 •Alcatrão,

produtos 800

•Perfumes 300 •Cola 800 Tipo de Ocupação

Especialidade qfi (MJ/m2)

Industrial (cont.) •Graxas 1000 •Resinas

naturais ou sintéricas

3000

•Sabões 200 •Soda 40 Têxtil, em geral •Acabamento 200 •Corte, lavagem,

tingimento 500

•Empacotamento, expedição

600

•Impressão ou revestimento

700

•Sala de costura, tecelagem

300

Têxtil, específicos •Artigos de juta ou seda

400

Têxtil, específicos (cont.)

•Cobertores (lã), tapetes(incl. tingimento)

600

•Malharia, meias

300

•Vestidos 500 •Algodão 300 Variedades - •Celulóide 800 materiais •Cimento 40 •Couro sintético 1000 •Espumas 3000 •Feltros 600 •Gesso 80 •Mastique 1000 •Pedras 40 •Produtos

refratários 200

Variedades - produtos

•Abrasivos, pedras de amolar

80

•Fio 300 •Aviões

planadores 600

•Aviões 200 •Balanças 300 •Baterias,

expedição 800

•Bicicletas 200 •Bloco de

cortiça aglomerada

500

•Brinquedos 500 •Calçados 500 •Calçados,

expedição 600

Page 10: Determinação da Carga Incêndio

Boletim Técnico do GSI Ano IV no 1 10

•Carrinho de bebê

300

Tipo de Ocupação

Especialidade qfi (MJ/m2

) Industrial (cont.) Variedades produtos (cont.)

•Carrocerias de metal 200

•Casa de caldeiras 200 •Colchões (exceto de

espuma) 500

•Cosméticos 300 •Discos de música 600 •Escovas 700 •Espelho 100 •Flores artificiais 300 •Fôrmas de sapatos 600 •Forno de calcinação 80 •Gaze 400 •Guarda chuvas 300 •Hangares de avião 200 - •Jóias 200 •Laboratório 300 •Laboratório químico 500 •Lâmpadas 40 •Lavanderia 300 •Máquinas (de

costura, de escritório, de lavar)

300

•Materiais sintéticos (ou plásticos)

2000

•Moinho de cereais 1700 •Motores elétricos 300 •Móveis estofados,

sem espuma 500

•Pincel 700 •Pneus 700 •Produtos

farmacêuticos 200

•Produtos para conserv. de calçados

800

•Produtos para conserv. de pisos

2000

•Produtos para lavar roupa

300

Tipo de Ocupação

Especialidade qfi (MJ/m2

) Industrial (cont.) Variedades – produtos (cont.)

•Relógios 300

•Sacaria de juta 500 •Salão de jogos 100 •Talheres 200 •Tintas e solventes

inflamáveis 4000

•Tintas látex 800 •Tintas

não-inflamáveis 200

•Tintas, misturadores 2000 •Tubos de neon ou

fluorescentes 300

•Vagões 200 •Vassouras, vidraria 700 •Velas 1000 Quando artigos incombustíveis que não estejam incluídos na tabela anterior tiverem acondicionamento combustível, os valores de qfi devem ser equiparados aos valores do acondicionamento, conforme tabela C.2. Acondicionamentos

Acondicionamento qfi (MJ/m3)

Armações de madeira com caixotes de madeira

400

Armações de madeira com prateleiras de madeira

100

Armações metálicas 20 Armações metálicas com prateleiras de madeira

80

Caixotes de madeira ou de plástico

200

Pallets de madeira 400

* Valdir Pignatta e Silva - Professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.

Publicação do GSI - Grupo de Pesquisa em Segurança contra Incêndio do NUTAU Núcleo de Pesquisa em Tecnologia da Arquitetura e do Urbanismo da USP Universidade de São Paulo

Rua do Anfiteatro, 181 - Colméia - Favo 11 - Cidade Universitária – 5508-900 São Paulo - Brasil / Telefax: (011) 818-3082 / e-mail: [email protected]

Colaboração do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo