DEUS ESTÁ AQUI E NÓS ONDE ESTAMOS? de Junho 2… · sagrado e o profano, o presente e o futuro,...

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Ano IX N.º 35 | 10 de Junho | 2018 DEUS ESTÁ AQUI E NÓS ONDE ESTAMOS? Há uma música que até há pouco tempo se ouvia bastante na Igreja e que dizia: «Deus está aqui, como o ar que eu respiro ». Sim, Deus está aqui, na Igreja quando nos reunimos para celebrar a Eucaristia; está na casa de um irmão que visitamos num momento de dificuldade e de provação; está na alegria de uma festa celebrada numa praceta ou num parque, como sinal de fé e de comunhão; está num hospital onde há um vai e vem de doentes, utentes, médicos, enfermeiros e auxiliares váriosHá uns dias, uma pessoa da comunidade queixava-se que vê diminuir o número das pessoas na Igreja que costuma frequentar. Nos mesmos dias, uma catequista manifestava a tristeza perante a falta de participação das crianças na catequese e na Missa, sobretudo por descuido dos pais. Poderia alongar ainda mais a lista das queixas que vão chegando. Pensei: «Que posso fazer para melhorar esta situação?». Contudo, será que o problema fundamental é o número das pessoas numa procissão ou nos bancos da Igreja; ou das crianças e dos adultos na catequese e nas atividades paroquiais? Há uma outra pergunta que nos devemos colocar: «Se Deus está aqui, eu onde estou?». Dizia uma religiosa sobre este tema: «Até quando continuaremos a perseguir a vida, enquanto não a vivemos em todas as suas facetas? Nós consumimos tudo, o tempo, o espaço e as amizades, o sagrado e o profano, o presente e o futuro, ao ponto que a vida parece escapar das nossas mãos». Por isso, continuava a freirinha, «verbos como "ficar", "estar", "estar lá" nem sempre fazem parte do nosso vocabulário. Mil compromissos nos absorvem, a cena deste mundo passa por nós e não nos damos conta». Deus está aqui, mas nós não estamos: confundimos a plenitude da vida, com o ter mil coisas para fazer. E se temos um buraquinho no nosso dia-a-dia, procuramos logo preenchê-lo com alguma coisa para fazer. Não só. Aumenta cada vez mais, na nossa sociedade e em cada um de nós, a indiferença”: passamos ao lado das rosas das hortas urbanas e não sentimos o perfume; vemos nascer o sol de manhãzinha e não nos deixamos tocar pelo silêncio e pela luz do sol; saímos de pressa do metro apinhado e não damos conta do invisual atrapalhado à procura da saída Concordo com a conclusão sábia desta mulher consagrada: «Chegou o tempo para nós, cristãos, de redescobrir a dimensão contemplativa e mística da vida!». Não quero estragar o saudável tempo dos santos populares (haja festa e haja alegria), mas por de trás de certa desafeição cristã, parece-me que há uma crise mais profunda que requer um deixarmo-nos surpreender pela presença de Deus no dia-a-dia, como o ar que respiramos. Frei Fabrizio Bordin

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Ano IX N.º 35 | 10 de Junho | 2018

DEUS ESTÁ AQUI E NÓS ONDE ESTAMOS?

Há uma música que até há pouco tempo se ouvia bastante na Igreja e que dizia: «Deus está aqui, como o ar que eu respiro…». Sim, Deus está aqui, na Igreja quando nos reunimos para celebrar a Eucaristia; está na casa de um irmão que visitamos num momento de dificuldade e de provação; está na alegria de uma festa celebrada numa praceta ou num parque, como sinal de fé e de comunhão; está num hospital onde há um vai e vem de doentes, utentes, médicos, enfermeiros e auxiliares vários…

Há uns dias, uma pessoa da comunidade queixava-se que vê diminuir o número das pessoas na Igreja que costuma frequentar. Nos mesmos dias, uma catequista manifestava a tristeza perante a falta de participação das crianças na catequese e na Missa, sobretudo por descuido dos pais. Poderia alongar ainda mais a lista das queixas que vão chegando.

Pensei: «Que posso fazer para melhorar esta situação?». Contudo, será que o problema fundamental é o número das pessoas numa procissão ou nos bancos da Igreja; ou das crianças e dos adultos na catequese e nas atividades paroquiais?

Há uma outra pergunta que nos devemos colocar: «Se Deus está aqui, eu onde estou?». Dizia uma religiosa sobre este tema: «Até quando continuaremos a perseguir a vida, enquanto não a vivemos em todas as suas facetas? Nós consumimos tudo, o tempo, o espaço e as amizades, o sagrado e o profano, o presente e o futuro, ao ponto que a vida parece escapar das nossas mãos». Por isso, continuava a freirinha, «verbos como "ficar", "estar", "estar lá" nem sempre fazem parte do nosso vocabulário. Mil compromissos nos absorvem, a cena deste mundo passa por nós e não nos damos conta».

Deus está aqui, mas nós não estamos: confundimos a plenitude da vida, com o ter mil coisas para fazer. E se temos um buraquinho no nosso dia-a-dia, procuramos logo preenchê-lo com alguma coisa para fazer. Não só. Aumenta cada vez mais, na nossa sociedade e em cada um de nós, a “indiferença”: passamos ao lado das rosas das hortas urbanas e não sentimos o perfume; vemos nascer o sol de manhãzinha e não nos deixamos tocar pelo silêncio e pela luz do sol; saímos de pressa do metro apinhado e não damos conta do invisual atrapalhado à procura da saída…

Concordo com a conclusão sábia desta mulher consagrada: «Chegou o tempo para nós, cristãos, de redescobrir a dimensão contemplativa e mística da vida!». Não quero estragar o saudável tempo dos santos populares (haja festa e haja alegria), mas por de trás de certa desafeição cristã, parece-me que há uma crise mais profunda que requer um deixarmo-nos surpreender pela presença de Deus no dia-a-dia, como o ar que respiramos.

Frei Fabrizio Bordin

1ª Leitura (Gen 3, 9-15) «Estabelecerei inimizade entre a tua descendência e a descendência dela»

Salmo Responsorial (Salmo 129 (130)) No Senhor está a misericórdia e abundante reden-ção.

2ª Leitura (2 Cor 4, 13 – 5, 1) «Acreditamos; por isso falamos»

Evangelho (Mc 3, 20-35) «Satanás está perdido»

Naquele tempo, Jesus chegou a casa com os seus discípulos. E de novo acorreu tanta gente, que eles nem sequer podiam comer. Ao saberem disto, os parentes de Jesus puseram-se a caminho para O deter, pois diziam: «Está fora de Si». Os escribas que tinham descido de Jerusalém diziam: «Está possesso de Belzebu», e ainda: «É pelo chefe dos demónios que Ele expulsa os demónios». Mas Jesus chamou-os e começou a falar-lhes em parábolas: «Como pode Satanás expulsar Satanás? Se um reino estiver dividido contra si mesmo, tal reino não pode aguentar-se. E se uma casa estiver dividida contra si mesma, essa casa não pode durar. Portanto, se Satanás se levanta contra si mesmo e se divide, não pode subsistir: está perdido. Ninguém pode entrar em casa de um homem forte e roubar-lhe os bens, sem primeiro o amarrar: só então poderá saquear a casa. Em verdade vos digo: Tudo será perdoado aos filhos dos homens: os pecados e blasfémias que tiverem proferido; mas quem blasfemar contra o Espírito Santo nunca terá perdão: será réu de pecado para sempre». Referia-Se aos que diziam: «Está possesso dum espírito impuro». Entretanto, chegaram sua Mãe e seus irmãos, que, ficando fora, O mandaram chamar. A multidão estava sentada em volta d’Ele, quando Lhe disseram: «Tua Mãe e teus irmãos estão lá fora à tua procura». Mas Jesus respondeu-lhes: «Quem é minha Mãe e meus irmãos?». E, olhando para aqueles que estavam à sua volta, disse: «Eis minha Mãe e meus irmãos. Quem fizer a vontade de Deus esse é meu irmão, minha irmã e minha Mãe».

Palavra da salvação.

Aclamação (Jo 12, 31b-32)

Chegou a hora em que vai ser expulso o príncipe deste mundo, diz o Senhor;

e quando Eu for levantado da terra, atrairei todos a Mim.

DOMINGO X DO TEMPO COMUM

Oração

Senhor Jesus,

ensina-me a descobrir

a vontade de Deus na minha vida,

optando não pelo que já conheço

e me dá segurança,

mas sim pelo que me faz ser

para os outros,

pondo a minha segurança no Pai.

Ajuda-me a crescer em liberdade,

para que, a partir do que sou

e do que sou chamado a ser,

possa cuidar e ser cuidado

a partir do teu Amor.

Ámen

Palavra e Fraternidade.

Festa em Santa Clara com muita animação Santa Clara celebrou três dias de festa. De 1 a 3 de junho, foram muitos os que participaram na procissão, eucaristia e animação no recinto da igreja.

Destaque para a colaboração proativa das crianças e dos jovens da catequese, que foram incansáveis em todos os momentos que foram chamados a servir na festa da comunidade. De assinalar, ainda, a dança dos catequistas e dos freis Tibério e João Pedro no sábado - dois jovens do 10.º ano fizeram a coreografia para os dançarinos «pés de chumbo». Antes da dança, os catequistas apresentaram uma divertida peça de teatro sobre a vida da padroeira da televisão: Santa Clara. Episódios da vida de uma igreja que fomentaram ainda mais o espírito comunitário.

Ateliês para crianças em Santa Clara Os jovens da Igreja de Santa Clara, em especial os que receberam este ano o sacramento do Crisma, vão realizar ateliês para as crianças da catequese. Durante os próximos sábados, das 14h30 às 15h30, a dança, a cozinha e outras temáticas vão ser algumas das atividades propostas para se viver uma catequese diferente, onde também é possível encontrar Cristo.

Unidade Pastoral fez voluntariado para Banco Alimentar A Unidade Pastoral Franciscana disse «presente» a mais uma campanha do Banco Alimentar (BA), que decorreu no passado fim de semana. No Pingo Doce, da Bela Vista, os diferentes grupos das nossas igrejas distribuíram sacos a quem quis contribuir para a causa do BA .

Os portugueses doaram 1600 toneladas de alimentos. Há, ainda, possibilidade de continuar a contribuir para o BA até 10 de junho no portal de doação online www.alimenteestaideia.pt ou através da campanha Ajuda Vale (vales de produtos disponíveis nas caixas dos supermercados).

Isabel Jonet, presidente do BA, explicou à Renascença que os alimentos recolhidos vão ser encaminhados para instituições, através das quais «é possível contribuir para a alimentação que é servida sob a forma já confecionada servidas nos lares, nas creches e nos centros, mas também de cabazes que são entregues às famílias».

OS LIVROS SAPIENCIAIS 2

O livro de Job e o livro do Eclesiastes são parecidos, uma vez que ambos tratam da questão do sofrimento humano. Por que sofrem os bons? A sua mensagem principal é que o homem, não podendo conhecer todas as causas do sofrimento, deve confiar em Deus que sabe tirar o bem até mesmo do mal. Falam também da vaidade e da deficiência de todos os bens terrenos.

O livro dos Provérbios e o livro do Eclesiástico (ou Sirácidas) trazem a riquíssima sabedoria que o povo judeu

armazenou durante a vida muito sofrida, especialmente no exílio. Põe as suas raízes no “temor do Senhor”, e procura agradar a Deus.

O livro da Sabedoria - O autor exalta a Sabedoria judaica, cuja origem é Deus; e quer mostrar que ela nada é inferior à grega, que domina a cidade de Alexandria.

E assim a eterna Sabedoria passa a testemunhar o seu eterno amor através da encarnação de Cristo, o Filho de Deus: acaba o Antigo Testamento e começa o Novo (enquanto nós terminamos a nossa apresentação da Bíblia no Conchas, neste ano pastoral dedicado à Palavra de Deus).

15 Junho | Sexta-feira: 19h00 Projeção do jogo Portugal-Espanha 21h30 Concerto Aculma & Prata da Casa

16 Junho | Sábado 14h30 Festa Centro Social 18h30 Eucaristia Vespertina 21h00 Baile

17 Junho | Domingo 10h00 Eucaristia seguida de procissão 13h00 Almoço comunitário 15h00 Animação diversa

13 Jun Qua | Solenidade de Santo António Missas e bênção do pão de Sto. António: 10h00 em Sta. Beatriz; 10h30 em Sta. Clara; 10h00 no Bairro das Salgadas.

15-17 Jun | Festa de S. Maximiliano

17 Jun Dom | 11º Domingo do tempo Comum

19 Jun Ter | 25º aniversário da consagração da Igreja de S. Maximiliano

22 Jun Sex | Arraial Centro Social Santa Beatriz, no espaço da festa da Igreja. 11h45: Almoço com as famílias e instituições locais; 18h00-22h00: Arraial aberto à comunidade

23 Jun Sáb | 22º aniversário da consagração da Igreja de Sta. Clara

24 Jun Dom | 12º Domingo do tempo Comum Solenidade do Nascimento de São João Baptista

Conselhos Pastorais Paroquiais, 15h00 em Sta. Clara)