_deus_ Sou Eu!_ – Os Tecelões

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O ser humano contemporâneo pensa que é Deus. Quando esse pensamento começou e como? Somos a metamorfose de nossos an Nietzsche foi um visionário e estaria certo? Nós somos a nova geração de superhumanos? As repostas estão no nosso passado... "DEUS? SOU EU!" – OS TECELÕES Selecione o idioma Powered by Tradutor quartafeira, 25 de julho de 2012 XVI – O APOCALIPSE DE UMA ERA Nos anos que antecederam o ano 1000 da nossa era, os europeus cristãos viviam assombrados com a previsões tenebrosas do Apocalipse e ao mesmo tempo aguardavam o prometido retorno de Jesus. O ano 1000 passou, e nada aconteceu de tão espantoso ou tenebroso. Contudo, podese até dizer que a contagem do tempo de Deus não era – e não é, absolutamente – , o mesmo que o do ser humano. A partir do século XIII as campanhas bélicas dos mongóis e dos turcos transfigurariam o mundo: de 1206 a 1240 conquistaram o norte da China, a Pérsia, a Coréia e a Rússia, depois de 1237 a 1242 invadiram a Hungria, a Polônia e parte da Alemanha e em 1281 os turcos otomanos deram início à formação do Império Otomano que reuniria sob sua tutela todo o Islão. Em 1.365 se deu a ocupação da Mesopotâmia e da Índia ocidental. Até que em 1.453 o impensável aconteceu, Constantinopla caiu no poder dos turcos e marcou o início do Império Otomano, que viria a durar até 1924. As conquistas mongóis e turcas não foram possíveis apenas por causa de uma cavalaria audaciosa, ou por causa de seus arcos curvos de flechas duplas, ou mesmo por causa de suas estratégias e táticas de guerra. Em verdade eles tinham um poder bélico superior dado pelo uso de armas de fogo, dos canhões manuais às suas poderosas catapultas com bombas inflamáveis, mais tarde com os mosquetes e os canhões de longa distância. Ao contrário do que sempre foi dito pela maior parte dos historiadores ocidentais, que os chineses usavam a pólvora apenas para “fogos de artifício” e desconheciam seu uso para armas de fogo, sabese hoje que o uso bélico da pólvora já se dava desde a dinastia Han – bombas explosivas e canhão manual (1121) – , e que a dinastia Yuan (mongol) (12711368) implementou amplamente o uso em armas de fogo durante seu período de conquistas. Os mongóis usaram seus canhões contra os hungaros em 1241 e a queda de Constantinopla só foi possível porque o engenheiro hungaro Orban (ou Urban) ofereceu o protótipo do seu canhão para Constantino XI, imperador do Império do Oriente (Bizantino), e esse não se interessou, Orban então ofereceu seu engenho para o sultão Moamé II, que prontamente investiu no projeto do canhão que era capaz de lançar sua potente bala a uma milha de distância. Uma primeira descrição com alguma fidelidade histórica da queda de Constantinopla foi feita pelo historiador inglês Edward Gibbon (17371794) no capítulo LXVIII de seu livro “Declínio e Queda do Império Romano” (17761788): “…Nos primeiros dias do cerco, os soldados gregos desceram para o fosso ou fizeram surtidas em campo aberto; não tardaram porém a descobrir que, proporcionalmente ao seu número um cristão tinha mais valor do que vinte turcos; depois desses prelúdios audazes, contentaramse em prudentemente manter o reparo com suas armas mísseis. A nação era de fato pusilânime e desfibrada, mas o último Constantino merece o título de herói; seu nobre bando de voluntários estava inspirado de valor romano e as tropas , auxiliares estrangeiras amparavam a honra da cavalaria ocidental. As incessantes rajadas de lanças e setas eram acompanhadas da fumaça, do ruído e do fogo dos mosquetes e canhões. Suas armas de fogo portáteis descarregavam ao mesmo tempo de cinco a dez balas de chumbo do tamanho de uma noz, e segundo a proximidade das fileiras e a força da pólvora, várias couraças e corpos transpassados pelo mesmo tiro. (…) O material bélico de que dispunham (os cristãos) não era numeroso nem potente, e se possuiam alguns canhões pesados, temiam assentálos na muralha cuja idosa estrutura poderia ser abalada pela explosão e desabar. (…) O grande canhão de Maomé chamara a atenção por si só, objeto importante e visível na história da época; todavia, esse engenho enorme era flanqueado por dois companheiros de quase igual tamanho. A longa linha de artilharia turca estava apontada contra as muralhas; catorze baterias estrondavam ao mesmo tempo nos lugares mais acessíveis; e de uma delas dizse ambiguamente que se compunha de cento e trinta canhões ou que descarregava cento e trinta balas. Entretanto no poderio da atividade do sultão podemos enxergar a infância de uma nova ciência. Sob o comando de um oficial que contava os instantes, o grande canhão podia ser carregado e disparado não mais do que sete vezes por dia. O metal aquecido infelizmente estourou; vários artífices morreram na explosão, e suscitou admiração a perícia de um deles que teve a idéia de evitar o perigo e o acidente derramando óleo, depois de cada tiro, dentro da boca do canhão. (…) Uma circunstância que distingue o sítio de Constantinopla é a reunião da artilharia antiga com a moderna. O canhão se misturava a engenhos mecânicos que lançavam pedras e dardos; tanto a bala quanto o ariete se voltavam contra as mesmas muralhas; tampouco havia a descoberta da pólvora eliminado o uso do fogo líquido e inextinguível.A bem da verdade não se tem dados confiáveis sobre a conquista de Constantinopla, o bom senso na análise de dados mostra que o exército de Constantinopla não deveria ter nem canhões e muito menos mosquetes, pois sabidamente os mongóis e os turcos foram os primeiros a usarem estas armas de fogo em 1241. Os otomanos, por sua vez criaram a primeira força especial de artilharia: Mosqueteiros Chineses Canhão Manual 1400 Bia Botana Criar seu atalho Atalho do Facebook Pesquisar este blog Você poderá encontrar, a visualizar todas publicaçõ em +Beatriz Botana, basta foto. Você marcou is SAIBA + Follow by Email Email address... My Dear Reader, You can translate my pag without problems! 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O ser humano contemporâneo pensa que é Deus. Quando esse pensamento começou e como? Somos a metamorfose de nossos ancestrais?Nietzsche foi um visionário e estaria certo? Nós somos a nova geração de superhumanos? As repostas estão no nosso passado...

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quartafeira, 25 de julho de 2012

XVI – O APOCALIPSE DE UMA ERA

Nos anos que antecederam o ano 1000 da nossa era, os europeus cristãos viviam assombrados com a previsões tenebrosas do Apocalipse e ao mesmotempo aguardavam o prometido retorno de Jesus. O ano 1000 passou, e nada aconteceu de tão espantoso ou tenebroso. Contudo, podese até dizerque a contagem do tempo de Deus não era – e não é, absolutamente – , o mesmo que o do ser humano.

A partir do século XIII as campanhas bélicas dos mongóis e dos turcos transfigurariam o mundo: de 1206 a 1240 conquistaram o norte da China, aPérsia, a Coréia e a Rússia, depois de 1237 a 1242 invadiram a Hungria, a Polônia e parte da Alemanha e em 1281 os turcos otomanos deram inícioà formação do Império Otomano que reuniria sob sua tutela todo o Islão. Em 1.365 se deu a ocupação da Mesopotâmia e da Índia ocidental. Até queem 1.453 o impensável aconteceu, Constantinopla caiu no poder dos turcos e marcou o início do Império Otomano, que viria a durar até 1924.

As conquistas mongóis e turcas não foram possíveis apenas por causa de umacavalaria audaciosa, ou por causa de seus arcos curvos de flechas duplas, ou mesmopor causa de suas estratégias e táticas de guerra. Em verdade eles tinham um poderbélico superior dado pelo uso de armas de fogo, dos canhões manuais às suaspoderosas catapultas com bombas inflamáveis, mais tarde com os mosquetes e oscanhões de longa distância. Ao contrário do que sempre foi dito pela maior partedos historiadores ocidentais, que os chineses usavam a pólvora apenas para “fogosde artifício” e desconheciam seu uso para armas de fogo, sabese hoje que o usobélico da pólvora já se dava desde a dinastia Han – bombas explosivas e canhãomanual (1121) – , e que a dinastia Yuan (mongol) (12711368) implementouamplamente o uso em armas de fogo durante seu período de conquistas. Os mongóisusaram seus canhões contra os hungaros em 1241 e a queda de Constantinopla sófoi possível porque o engenheiro hungaro Orban (ou Urban) ofereceu o protótipodo seu canhão para Constantino XI, imperador do Império do Oriente (Bizantino), eesse não se interessou, Orban então ofereceu seu engenho para o sultão Moamé II,que prontamente investiu no projeto do canhão que era capaz de lançar sua potentebala a uma milha de distância.

Uma primeira descrição com alguma fidelidade histórica da queda deConstantinopla foi feita pelo historiador inglês Edward Gibbon (17371794) nocapítulo LXVIII de seu livro “Declínio e Queda do Império Romano” (17761788):“…Nos primeiros dias do cerco, os soldados gregos desceram para o fosso oufizeram surtidas em campo aberto; não tardaram porém a descobrir que,proporcionalmente ao seu número um cristão tinha mais valor do que vinte turcos;depois desses prelúdios audazes, contentaramse em prudentemente manter oreparo com suas armas mísseis. A nação era de fato pusilânime e desfibrada, maso último Constantino merece o título de herói; seu nobre bando de voluntáriosestava inspirado de valor romano e as tropas , auxiliares estrangeiras amparavama honra da cavalaria ocidental. As incessantes rajadas de lanças e setas eramacompanhadas da fumaça, do ruído e do fogo dos mosquetes e canhões. Suasarmas de fogo portáteis descarregavam ao mesmo tempo de cinco a dez balas dechumbo do tamanho de uma noz, e segundo a proximidade das fileiras e a força dapólvora, várias couraças e corpos transpassados pelo mesmo tiro. (…) O materialbélico de que dispunham (os cristãos) não era numeroso nem potente, e sepossuiam alguns canhões pesados, temiam assentálos na muralha cuja idosaestrutura poderia ser abalada pela explosão e desabar. (…) O grande canhão de Maomé chamara a atenção por si só, objeto importante e visívelna história da época; todavia, esse engenho enorme era flanqueado por dois companheiros de quase igual tamanho. A longa linha de artilhariaturca estava apontada contra as muralhas; catorze baterias estrondavam ao mesmo tempo nos lugares mais acessíveis; e de uma delas dizseambiguamente que se compunha de cento e trinta canhões ou que descarregava cento e trinta balas. Entretanto no poderio da atividade do sultãopodemos enxergar a infância de uma nova ciência. Sob o comando de um oficial que contava os instantes, o grande canhão podia ser carregadoe disparado não mais do que sete vezes por dia. O metal aquecido infelizmente estourou; vários artífices morreram na explosão, e suscitouadmiração a perícia de um deles que teve a idéia de evitar o perigo e o acidente derramando óleo, depois de cada tiro, dentro da boca do canhão.(…) Uma circunstância que distingue o sítio de Constantinopla é a reunião da artilharia antiga com a moderna. O canhão se misturava aengenhos mecânicos que lançavam pedras e dardos; tanto a bala quanto o ariete se voltavam contra as mesmas muralhas; tampouco havia adescoberta da pólvora eliminado o uso do fogo líquido e inextinguível.”

A bem da verdade não se tem dados confiáveis sobre a conquista deConstantinopla, o bom senso na análise de dados mostra que o exército deConstantinopla não deveria ter nem canhões e muito menos mosquetes, poissabidamente os mongóis e os turcos foram os primeiros a usarem estas armas de fogoem 1241. Os otomanos, por sua vez criaram a primeira força especial de artilharia:

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os Janizaros, cujos membros eram crianças capturadas durante as batalhas eespecialmente treinadas no uso de armas de fogo, os mosquetos, para compor umaguarda especial sob a orientação do próprio sultão, cuja participação na conquistade Constantinopla foi determinante, porquanto além dos mosquetes os Janizeroseram os reponsáveis pelo manuseio dos canhões e bombas incendiárias, inclusive abordo de navios. Logo, a informação de Gibbon de que Constantino contava comarmas de fogo parece um pouco longe da realidade.

O acesso recente aos textos turcos revelou um possível exagero no contingente das tropas do sultão Maomé II, pois se assim o fosse o cerco nãoteria demorado tanto, de 6 de abril a 29 de maio, 53 dias, e Constantinopla teria sido conquistada mais facilmente. Consta que o exército deConstantino XI era constituído de 5 mil homens, sendo destes 2 mil estrangeiros, sua flotilha tinha 26 navios e 50 mil pessoas estavam abrigadasdentro das muralhas da cidade. Já as forças de Moamé II eram cosntituídas de 80 mil otomanos e de 150 a 200 mil sérvios, com uma flotilha de 126navios. Mesmo assim o poder bélico turco se apresenta muitas vezes superior ao do poder cristão. A impressão que se tem é que Maomé II tinhacomo objetivo a “rendição” de Constantinopla, porém a palavra “rendição” não era uma opção para Constantino XI. Antes do início do cerco,Maomé II ofereceu a Constantino XI um acordo de “rendição”, mas o imperador não aceitou, possivelmente novas propostas foram oferecidas pelosultão, mas o imperador cristão permaneceu irredutível, até que finalmente só restou mesmo a Maomé II derrubar a muralha e invadir a cidade. Oresultado foi que Constantino XI Paleólogo acabou como simbolo heróico da resistência cristã contra os “infiéis” islâmicos, mas marcou o fimirremediável do antes todopoderoso Império Romano.

Essa é a história tradicional da queda de Constantinopla e a derrocada final do Império do Oriente, porém os acontencimentos dramáticos do séculoXIV foram determinantes para que esse importante fato histórico, que mudaria toda geopolítica do mundo antigo e lançaria a os povos europeusnuma jornada rumo ao desconhecido. Desde os anos 1000 da nossa era a Europa começou a estabelecer novos reinosestados. A ilha da GrãBretanha foi invadida pelos normandos e Canuto II, da Dinamarca, se fez rei da Inglaterra. O reino de Aragão foi formado na Espanha e depois aconstituição do reino de Portugal, tendo início campanha de expulsão dos islâmicos do sul da Península Ibérica e iniciouse o período das Cruzadas(1095 – 1270) , visando a reconquista da Terra Santa, contudo o reino de Jerusalém logo cairia nas mãos do sultão Saladino do Egito (1170 –1193),e por conta do conflito entre os cristãos europeus e os islâmicos teve início a perseguição aos judeus. Assim em 1182, os judeus foram banidos doreino da França. Para combater as heresias promovidas pelos judeus, o Concílio de Verona em 1184, criou a Inquisição, e a sua primeiraconsequência foi o massacre dos judeus na coroação de Ricardo I Coração de Leão, da Inglaterra, 1189. No ano de 1233 o papa Gregório IXcolocou em pleno vigor a Inquisição, quase em seguida a partir de 1237 os mongóis invadem a Rússia, a Polônia, a Hungria e parte da Alemanha.Paralelamente, durante o século XIII foram fundadas as primeiras Universidades européias: Siena e Vicenza (1203 – 1204), Salamanca (1217),Nápoles (1224), Montpellier e de Lisboa (12891290). A criação da Universidades marca o início da busca dos cristãos europeus para adquirir ummaior nível de conhecimento e sabedoria, e justo neste período se dá a contribuição fundamental do veneziano Marco Polo e sua família dasinformações obtidas com as viagens à China (1271 – 1295) durante a dinastia mongol.

Então teve início o século XIV, inaugurado com a nova expulsão dos judeus da França, em 1306, que foi seguida pelo começo da perseguição aoscavaleiros da Ordem dos Templários, em 1307, a qual acabaria extinta em 1314 com a morte de seu líder Jacques de Molay. Quando na primaverade 1315 chegou com frio e chuvas torrenciais por toda Europa, devastando todas plantações e matando os rebanhos e criações de aves de fome,dando início a chamada Grande Fome (1315 – 1317), muitos acreditaram que o cataclísma também era consequência da “maldição dosTemplários”, que segundo constava for a a causa da morte do rei da França e do papa. Assim, o novo papa João XXIII não pensou duas vezes paradar início a outra perseguição, desta feita aos praticantes de magia, grande parte adeptos do xamamismo celta – que ainda subsistia entre oseuropeus –, outros tantos poderiam ser chamados de alquimistas, e todos aquelas pessoas cujos padrões comportamentais não fossem adequados aosestabelecidos pela “moral cristã” vigente na época. A partir de então a “morte na fogueira” virou um show nas praças públicas, e sem dúvida erabastante aterrorizante ao público presente dos vilarejos. No entanto, se aqueles que tinham conhecimentos de ervas e procedimentos curativosestavam sendo mortos indiscriminadamente, ao que parece o que ocorria dentro das Universidades cristãs não recebiam o mesmo tratamento, pois adissecação de cadáver outrora feita na Alexandria, por volta dos anos 200 da nossa era, que cuja prática fora proíbida, retornara na Universidade deBolonha em 1315, com a dissecação pública do cadáver de uma mulher que fora condenada à morte, considerando que isso só foi possível porque asmulheres segundo a “moral cristã” da época simplesmente não possuiam “alma” e eram equiparadas aos “animais”, contudo, a dissecação praticadapor físico ‘clérico’ não viria a ser de nenhuma contribuição para a tremenda fatalidade que estava por cair sobre a Europa.

Era o ano de 1333, quando uma grande seca teve início na China, então governada pela dianastia mongol Yuan. Se na Europa as chuvas trouxerama fome, na China foi a seca. Nesse periodo da dinastia Yuan, o povo han que sempre isolarase do resto do mundo, passou a ter mais e mais contatocom estrangeiros, que visitavam o país interessados nos negócios da rota da seda. Acreditase que com toda essa movimentação de caravanas, tropas

Canhão Manual Mongol

Maomé II e seu canhão Bombarda

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política,e militar em Brasília. mundo e tenho bom entendimento frencês, italiano e espanhol. quadros, paisagens na maioria. Tenho umcachorrinho que chamase Freeway, meuamigo e companheiro de TODAS as horas. Equando digo todas, são todas mesmo! happy woman! I have a son graduated in Lawby USP and Harvard (EUA)., now he isprofessor in USP. I travelled by much and I have a good understanding inEnglish, French, Spanish and Italian. like paint, most landscapes. Freeway, my best friend and my partner ALLTIME, and when I said "all time" is really alltime"! )

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e missões missionárias e etc, também chegou ao Império Chinês uma invasão de ratos negros oriundos da região do Himaláia, os quais eramhospedeiros não só de pulgas mas também de um vírus mortal, o da peste bulbônica, mais conhecida como peste negra. Assim, esses três males: aseca, a fome e a peste negra mataram juntos 9 milhões de chineses de 1333 a 1347, de peste foram 5 milhões de mortos. A peste não fez um desastreainda maior entre os chineses justamente devido aos conhecimentos que possuiam de medicina. Desde 160 a.C. os hospitais já existiam na China.No ano 300 d.C foram publicadas a coletâneas de receitas de tratamento médico de Ge Gong, entre elas uma que indicava o alho e o sal parainfecções com pus, o compendio chamavase “Receitas para casos urgentes ao alcance da mão” (Fu Weikang). Durante a dinastia Tang (618 –907) foi fundado o Instituto de Medicina Imperial (Tai Yi Shu). Afora isso, os chineses com suas préticas xamantícas tinham um alto conhecimentodos benefícios à saúde de temperos como oregano, alho, cebola e gengibre, já usavam como desinfetantes o pinho e o eucalipto, usavam chásmedicinais de boldo e camomila, e empregavam perfumes em banhos de hiegiene pessoal de rosa, jasmin e patchuli, inclusive escovavam os dentescom menta e hortelã. Tais conhecimentos eram inteiramente desconhecidos dos europeus, que primavam pela falta de qualquer tipo de higienepessoal.

Pois bem, quando em 1346 os ratos negros chegaram com suas pulgas assassinas portadoras do vírus da peste bulbônica em Constantinopla,comodamente transportados nos navios mercantes venezianos, inicialmente ninguém se deu conta do perigo, e os emissários da morte como sefossem a primeira arma biológica utilizada no mundo começaram a fazer o seu serviço de devastação. A população européia já estava enfraquecidacom a Grande Fome, que não só causara fome como também a pneumonia, a bronquite e a tuberculose devido a exposição a alta humidade emdecorrência de dois anos sem que ocorresse o verão. No início da Grande Fome ocorriam 25 mortes por cada 100 habitantes, em 1317 esse númerosubiu para 40 mortes por cada 100 habitantes, o suprimento de alimento só foi parcialmente restabelecido em 1320, deixando milhões de mortos,principalmente entre a população mais pobre européia, ou seja, aquela responsável pela mão de obra nos campos de lavoura e criação. Emconsequencia da Grande Fome teve início a Guerra dos Cem Anos entre a França e a Inglaterra em 1337, num tempo de luta pela sobrevivência orecrudescimento da belicosidade e da violência entre os europeus não é um fato de se admirar, portanto não foi só a fome e as doenças queelevaram o número de mortos a milhões.

Portanto, a Europa em 1346 era um campo fértil para a disseminação da peste negra, com uma população subnutrida, com baixa resistênciaimunológica e, principalmente, desprovida de conhecimentos básicos de higiene e para completar sem pessoas aptas a prestar auxílio e socorro aosdoentes, por conta da perseguição à magia e às práticas xamantícas, que poderiam ter sido de grande auxílio. A ignorância era tanta que no início dapeste surgiram rumores de que havia uma conspiração de judeus associados com islâmicos que estavam usando de magia para destruir os reinoscristãos da Europa, e que todos poços de água estavam sendo envenenados, o que começou a causar um pânico generalizado na população. Emnenhum momento passou pela cabeça de ninguém, que a falta de higiene sanitária com dejetos humanos jogados nas ruas para servirem de alimentonão só aos porcos, mas, também, aos ratos negros do Himalaia seria razão de todo mal. Contudo, só em 1347, os europeu se deram conta que a pestenão era consequência nem de magia e nenhuma conspiração, e finalmente cairam em si que o problema vinha com os navios mercantes, e passaram aestabelecer um período de quarenta dias para que pudesse ocorrer o desembarque das tribulações e das mercadorias. A medida da quarentena foi útilpara diminuir a proliferação dos ratos negros, e caça aos ratos virou uma medida emergencial, já que as populações de gatos e cachorros tinham sidoreduzidas brutalmente com a grande fome, pois serviram de alimento. Infelizmente a falta de conhecimentos médicos, como o tratamento dosbulbões de pus da doença impedindo que eles estourassem no corpo levando a um processo de septicêmia mortal, tal como era do conhecimento doschineses, foi um dos maiores motivos para que até 1350, a peste negra fizesse 75 milhões de mortos entre os europeus, matando 1/3 da população daEuropa, um número quinze vezes maior que o número de mortos na China.

Se após as calamidades que afetaram a China a dinastia mongol Yuan foi deposta em 1368, nada muito diferente veio a acontecer na Europa. Após aGrande Fome e a Peste Negra as relações entre as elites feudais da nobresa e a massa campesina tornaramse cada vez mais tensas. Em decorrência dagrande mortandade causada pelos dois fenômenos a mão de obra se tornou mais escassa, crianças e jovens tinham morrido em massa, assim comomulheres e velhos, os homens que restaram ou exigiam altos salários ou preferiam ganhar a vida como mercenários. Ocorreu também que os camposforam abandonados, pois muitos buscaram os centros urbanos em busca de sobrevivência, ou fugiram da exploração nos campos dos senhoresfeudais. O clima social instável deu lugar a um crescente número de rebeliões, com milhares de camponeses desejosos de acabar com a servidão e asobrigações feudais. Castelos na França, na Inglaterra e na Alemanha foram derrubados, e grandes senhores feudais e suas famílias foram aniquilados.Mesmo que tais rebeliões tenham sido reprimidas fortementa, evidenciouse que o regime de servidão e de obrigações feudais estaria com seus diascontados. Do mesmo modo no início do século XV as cidades também foram varridas por uma onda de revoltas do populacho contra as camadasdominantes, constitídas pelos elementos mais ricos, que controlavam as empresas comerciais e indústriais, as quais exploravam a força de trabalhoda grande maioria da população. Mas, as classes mais abastadas mais bem organizadas conseguiram reprimir tais revoltas, contudo as relações entreos poderosos e os sem poder estariam fadadas a sofrem mudanças cada vez mais dramáticas.

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Assim a queda de Constantinopla em poder dos nascente império Otomano em 1453 foi uma “bomba atômica” para a geopolítica européia, foi umevento tão impactante quanto o ataque terrorista islâmico às Torres Gêmeas em 11 de setembro de 2001, na cidade de Nova Iorque (EUA). Oimpacto foi tão grande que a batalha de Castillon, em 17 de julho de 1453, acabou por ser o último suspiro da Guerra dos Cem Anos, uma vitóriagarantida aos franceses em razão do emprego de uma artilharia composta de mosqueteiros e 300 canhões, algo que os pobres ingleses simplesmentedesconheciam até aquele dia, mas que os franceses em 1429 tinham importado a tecnologia dos canhões e dos mosquetes da China, e investiram noaprimoramento dessas novas armas de fogo, responsáveis por colocarem os ingleses para correr do continente europeu direto para a ilha deles, ondecomeçaram uma guerra particular pela disputa do trono, a famosa Guerra das Duas Rosas.

Se o aparecimento da artilharia pesada com armas de fogo mudou as regras das guerras,a tomada de conhecimentos mais sutis teria um impacto transformador muitíssimomaior para que viesse ocorrer a terceira metamorfose humana. Podese dizer que essaterceira metamorfose teve inicio quando um certo jovem mercador italiano da cidade dePisa de 32 anos, chamado LEONARDO FIBONACCI (11701250) publicou o seu livro“Liber Abaci” ( Livro de Cálculo) , reunindo os conhecimentos matemáticos queadquiriu durante suas viagens ao Egito e Constantinopla. Em seu tempo os europeususavam a numeração romana e grega, e para auxiliar nos cálculos usavam o “abaco”,uma espécie de calculadora utilizada desde os anos 2.000 a.C. na Mesopotâmia e quesofrera poucas modernizações. Em seu livro de 1202, Fabonacci apresentou osalgarismos hindusarábicos com a numeração com digitos 0 – 9 , um novo sistemanumeral, a notação posicional e como estes eram aplicados à contabilidade comercial.Por incrível que pareça o livro não alcançou muito sucesso, e essa edição acabou sendoperdida. Em 1228, Fabonacci não se deu por vencido e reescreveu o seu “Liber Abaci”,e é essa edição que chegou aos nossos dias e encontrase na Biblioteca de Florença.Certo é que alguns mercadores e comerciantes começaram a usar os novos algarismos emétodos contábeis propostos por Fabonacci, até que a justiça de Florença viesse a julgar condenável a prática do que consideraram uma “espécie decódigo cifrado” de métodos contábeis e simplesmente “proibiram” o uso dos algarismos hinduarábicos no ano de 1280. Porém, isso não impediuque os algarismos e os cálculos propostos por Fabonacci viessem a ser usados “secretamente”, principalmente pelos cavaleiros templários naformação do primeiro sistema bancário e, posteriormente, pelos poderosos banqueiros de Florença, como os Medici.

Por ocasião em que os laços comerciais entre os venezianos e adinastia chinesa mongol Yuan se estreitaram, os mercadoresvenezianos ficaram impressionados com o uso corrente que se faziana China de um “papel moeda”, que valia tanto quanto as moedas deprata cunhadas utilizadas na Europa. O papel utilizado peloschineses for a inventado em 105 d.C. por Cai Lun ( ou Ts’ai Lun) ,durante a dinastia Han. O primeiro texto “impresso” também foi obrachinesa, com um método xilográfico, escavado num bloco demadeira, assim o primeiro texto impresso foi um texto budista, aSutra do Diamante, em 868. Entre 1045 e 1058, o chinês Bi Sheng(ou Pi Sheng) inventou a primeira impressora com tipos móveis deporcelana. Essa impressora foi utilizada para imprimir a primeiramoeda corrente da China, o Jiaozi, que passou a ser utilizada durantea dinastia Song (960 – 1279). Quando os mongóis conquistaram onorte da China e depois fundaram a dinastia Yuan ( 1271 – 1368)uma nova moeda corrente foi criada, o Chao, que inovava por não terrestrições quanto ao uso e duração, além de ter sua garantia dada peloEstado e não por mercadores ou banqueiros privados. Por esta época

os tipos móveis de porcelana, que se quebravam facilmente, foram substituídos pelos tipos móveis de madeira criados por Wang Zhen, em 1298, ematrizes em bronze passaram a servir para a impressão do Chao. Apesar de não haver uma comprovação histórica, é mais do que provável que os

Expansão Império Otomano até 1683

Abaco Romano

Sutra do Diamante – 868 d.C.

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conhecimentos tecnológicos de impressão e cartografia dos coreanos tenham sido absorvidos e utilizados pelos mongóis, visto que em 1230,durante a dinastia Goryeo (918 – 1392), os coreanos inventaram a primeira impressora de tipos móveis de bronze, extremamente duráveis, umaadaptação do processo de cunhagem de moedas, em que o caráter era esculpido em madeira, depois envolvido com argila mole, deixando secar paraformar o molde, onde o bronze derretido seria colocado, e após esfriado seria retirado do molde e polido. Logo após essa invenção os mongóisinvadiram a Coréia, em 1231, e tornaram o império coreano um estado tributário do império mongol até 1350. Porém, só em 1377, os coreanosimprimiriam o primeiro livro no sistema de tipos móveis de bronze, o “Jikji”.

Portanto, é mais do que evidente que esta questão tão interessante do “dinheiro de papel” empregado pelos chineses em suas atividades comerciaistenha sido naturalmente divulgado pelos mercadores venezianos entre os comerciantes e banqueiros europeus, e que logicamente, sendo oscavaleiros templários ao final do século XIII os donos e senhores das transações financeiras e comerciais européias, não é de causar o menor espantoque eles tenham colocado em prática a idéia com a criação de suas “cartas de crédito”, que passaram a valer em peso leve o peso pesado dotransporte do dinheiro das mais diversas moedas européias de prata. Contudo, as consequência do uso desse método pelos cavaleiros templários, talcomo já vimos anteriormente, foi uma das causas do início da campanha da supressão da Ordem do Templo a partir de1307.

Assim, os conhecimentos vindos do Oriente – do papel, da impressão e dos cálculos matemáticos com algarismos hindúarábico – durmiram umlongo sono secular até que, segundo a lenda, apareceram numa “idéia que veio como um raio” na cabeça do alemão JOHANNES GUTEMBERG(1398 – 1468), em meados do século XV.

JOAHANNES GUTEMBERG nasceu na cidade de Mainz, na margem esquerda do rio Reno, noterritório do Sacro Império Romano Germânico. Ele era filho de um rico comerciante que pertenciaa aristocracia local e que veio a se tornar ourives da casa da moeda o arcebispo de Mainz e tambémpraticava a fabricação e venda de relíquias cristãs. Por conta das constantes disputas políticaslocais a família mudouse para Strassburgo, onde permaneceu de 1434 a 1444, neste período o paide Gutemberg introduziu ele no conhecimento da ourivesaria. No ano de 1436 Gutembergassociouse ao seu mestre lapidador de gemas preciosas, Andreas Dritzhen e ao fabricante de papelAndreas Heilmann, tendo como objetivo comum fazer um negócio de impressão, que ainda erabem incipiente na época com uso de matrizes escavadas em madeira, xilografia e xilogravura, euma prensa inspirada na que era utilizada para espremer uvas na fabricação de vinho. Os registrosde uma questão judicial surgida em 1439, apresentam um inventário dos materiais da oficina entãousada por Gutemberg, consta da listagem a quantidade de metais existente e já os tipos móveis demetal. No ano seguinte de 1440, a idéia de Gutemberg de mecanizar a produção impressa tomaforma de uma impressora com matrizes e tipos móveis de chumbo fundido, os quais podiam serreutilizáveis.

Paralelo a esse invento cujo processo guardaveinteira semelhança ao idealizado pelos coreanos em1230, Gutemberg também desenvolveu tipos detintas para a impressora que pudessem ser usadas tanto nos costumeiros pergaminhos comuns daépoca, também chamados de velinos, feitos de pele de animais, comumente de ovinios, e ,principalmente ao novo tipo de papel de celulose de tecnologia chinesa, que começava a ganhar omercado europeu. Contribuiu imensamente para o sucesso do invento de Gutemberg seus preciososconhecimentos do novo sistema de cálculo introduzido por Fibonacci, que aquela altura se tornarauma prática comum entre os comerciantes e banqueiros, que permitiu não só os cálculos dearquitetura engenharia da nova máquina impressora, mas principalmente desenvolver um cálculopara a diagramação de páginas para serem impressas, que pudessem vir a constituir um “livro”. Apartir de 540, os antigos rolos de papiros e volumens passaram a dar lugar ao códex, um coleção demanuscritos em páginas de pergaminho que eram costurados juntos e encapados, tornando mais fácilo manuseio, a leitura da documentação e o seu transporte. Portando é a partir do códex que a idéia deum livro propriamente dito, tal o conhecemos irá surgir das mãos habilidosas de JohannesGutemberg.

Apesar da prensa de tipos móveisestar saindo da idelização para sua

realização desde 1440, a falta de ativos financeiros levou Gutemberg à ruína.Todavia, apesar do desastre financeiro Gutemberg não desistiu e retornou para suaterra natal em 1448, e conseguiu tomar um emprétimo com seu cunhado, ArnoldGelthus, para montar uma nova oficina tipográfica em Mainz. Quando ele precisoude mais dinheiro, Gutemberg entrou em contato com o poderoso banqueiro efinancista Johann Fust (1400 – 1466), que interessandose pela proposta deGutemberg emprestoulhe 800 florins iniciais em 1450 para realizar seu projeto depublicação de livros impressos, em troca da hipoteca da sua oficina e docompromisso de uma lucrativa porcentagem sobre as vendas dos livros impressos. Para honrar o compromisso, Gutemberg considerou que o único livro possível deser impresso e obter sucesso absoluto de vendas seria a Bíblia de São Jerônimo, aVulgata, publicada em 400 d.C. e que reunia a tradução das escrituras do grego e dohebraico para o latim. Em 1451, Fust colocou seu escrivão Peter Schöffer, que tinha estudado na Sorbonne de Paris e também era copista demanuscritos para aprender a arte da tipografia e da impressão com Gutemberg, tornandose seu principal tipógrafo.

De 1452 a 1455, Gutemberg imprimiu em sua oficina 180 cópias de sua Bíblia –135 em papel e 45 em pergaminho (velino) –, a qual era constituída de 2 volumes,cada um com 1.282 páginas, sendo cada página impressa com duas colunas de 40 a42 linhas, com o uso de tintas preta e vermelha e iluminadas à mão (destas só 48chegaram aos nosso dias, e um exemplar é avaliado em torno de 25 a 30 milhões dedólares). No dia 23 de fevereiro de 1455 o projeto da Bíblia de Gutemberg estavafinalizado e em março de 1455 recebeu a autorização papal para ser comerciada emFrankfurt. Foi um sucesso absoluto! Assim que a obra tornouse de conhecimentopúblico todos os monarcas e nobres poderosos da Europa queriam ter o seuexemplar, o mesmo se dava em relação aos mosteiros e congregações religiosas,logo a necessidade de novos exemplares serem impressos ficou mais do que clara.

Apesar doestrondoso sucesso

Impressora (prensa de vinho)

Códex da Bíblia

Tipos Móveis de Chumbo

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Gutemberg acabouvítima de uma

grande armadilha. Após o termino do projeto, Peter Schöffer – que se tornara braçodireito de Gutemberg na oficina de tipografia, mas era funcionário de Johann Fust – casouse com a filha única do banqueiro, Cristina, tornandose genro do financista.Em novembro de 1455, Johann Fust entrou com uma ação na justiça acusandoGutemberg de má versação dos fundos do projeto e cobrando dele uma dívida de2.100 florins e executando a hipoteca do contrato inicial. Peter Schöffer depôs afavor do sogro e logo Gutemberg foi à ruina absoluta. Em 1456, foi fundada acompanhia tipográfica Fust & Schöffer, a qual deu continuidade ao processo deimpressão da Bíblia de Gutemberg, naturalmente sem lhe dar nenhum crédito, e acompanhia foi primeira a estampar o “direito de impressão” em seus livros a partirde 14 de agosto de 1457.

Aos 59 anos,Johannes Gutemberg não ficou só completamente arruinado financeiramente comomoralmente abalado após ver os 21 anos dedicação e trabalho árduo à realização desua idealização lhe serem subtraídos ardilosamente e deixandoo na miséria. Sabeseque com a ajuda de um bispo que o acolheu, em 1459, ele conseguiu trabalho numaoficina de tipografia em em Bamberg. Ele chegou a fazera uma edição de Bíblias,mas não datadas ou com seu nome. Ele retornou para Mainz e conseguiu montar umpequeno atelier tipográfico, mas, em 1461, quando a cidade foi tomada pela disputapelo arcebispado, acabando incendiada e saqueada, Gutemberg se viu sem nadanovamente e fugiu exilado. Contudo, em fevereiro de 1465, o arcebispo da cidadede Mainz, Adolfo II de Nassau, reconheceu o mérito de Gutemberg e o nomeou“cavalheiro da corte” (em alemão Hofmann), o título o beneficiou com umapequena renda alimentar, capaz de garantir a sua mínima subsistência. Mal sepassaram três anos, Gutemberg faleceu na miséria, aos 70 anos, no dia 3 de fevereirode 1468, quando legou sua invenção para a humanidade. Gutemberg foi enterrado

num mosteiro franciscano em Mainz, mas seu túmulo é dado como desaparecido.

A primeira cópia da máquina de impressão inventada por Gutemberg em Mainz, na Alemanha, foi instalada em Paris no ano de 1470. Uma décadadepois em 1480 haviam impressoras espalhadas por 110 lugares na Europa: Itália, França, Espanha, Holanda, Bégica, Suiça, Inglaterra, Boemia ePolônia. Ao final do século XV não eram menos que 270 espalhadas por toda Europa, e se pode dizer que o “livro impresso” já era de uso universalna Europa.

A Itália logo se tornou um dos primeiros centros de impressão por volta de 1500, com oficinas tipográficas estabelecidas em 77 cidades, e asimpressoras já teriam produzido mais de vinte milhões de cópias, no século seguinte calculase que chegaram a 150 a 200 milhões de cópias. Aofinal do século XVI a atividade de impressão era tão forte que calculase que existiam aproximadamente três mil oficinas impressoras em atividade,sendo que um terço de todas as publicações eram originárias de Veneza. Por volta do ano de 1600 as impressoras européias eram capazes deproduzirem 3.600 cópias por dia. As publicações deixaram de ser feitas apenas em latim e adotaram as linguagens regionais, promovendo aalfabetização das massas e assim aumentando cada vez mais o número de leitores.

A vasta capacidade de impressão de obras de autores individuais podiam tornarse verdadeiros bestsellers, por exemplo: o trabalho do humanistaholandês Desiderius Erasmus (1469 – 1536) teve 750 mil copias vendidas durante o período que ele viveu. No início do período da Reforma, opotencial revolucionário da palavra impressa surpreendeu as cabeças coroadas da Europa e o papado. No período de 1518 a 1524 a publicação delivros no Sacro Império Romano Gemânico foi às alturas, de 1518 a 1520, o tratado de lutero foi distribuido com mais de 300 mil cópias impressas.Como bem veio a dizer o filósofo inglês Francis Bacon em 1620: “A impressão da palavra escrita mudou toda a face e o estado das coisas atravésdo mundo.”

Sem dúvida o poder da palavra impressa viria a se mostrar muito mais poderoso do que qualquer arma que o ser humano pudesse conceber einventar. De fato, Gutemberg inventou uma máquina que instrumentou a terceira metamorfose humana, a ponto de nos levar a questionar se os sereshumanos que passam a surgir na face da terra a partir do século XVI seriam realmentes descendentes de seus ancestrais, tal é a transformação mentalque passam a manifestar na expressão intelectual e em suas realizações. Inquestionavelmente, foi neste ponto em que um mundo enfrentou umapocalipse de toda uma era e que a Humanidade começou uma nova trajetória rumo ao desconhecido de um novo mundo.

Detalhe Página da Bíblia de Gutemberg

Página Inicial da Bíblia de Gutemberg

Exemplar da Bíblia de Gutemberg do Congresso dos EUA

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sextafeira, 22 de junho de 2012

XV – TEMUDJIN, O TROVÃO DE UMA NOVA ERA

No coração da grande mãe Ásia se erguem asmontanhas Altai que separam as estepes daSibéria do misterioso deserto de Gobi, é umaregião inóspida, contudo, ao seu redor abundavaa vida humana. Os gregos chamavam as tribosoriundas dessa região de citas, e foram descritospor Heródoto, no século V da nossa era, tambémganharam fama como as terríveis hordas hunas,que lideradas por Átila invadiram o territórioeuropeu provocando o deslocamento para ointerior da Europa das tribos designadas como“bárbaras” pelos romanos. No século VI os

povos da região do Altai eram chamados de “turcos” pelos chineses, que tinham contato com eles em

Topo de Belukha Montanhas Altai

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razão das caravanas da “rota da seda.” No final do século IX, as tribos vindas dessa região foramnomeadas pelos europeus como tártaros, contudo a identificação como povos turcos ocorreu com astribos dos turcosseljúcidas, lideradas por Seljuque que invadiram o território árabe do Califado dosAbácidas em 1055, posteriormente conquistando Bagdá, a Siria e a Palestina. Em menos de um século osturcos se infiltrariam por todo o Império Árabe dando origem ao Império Seljúcida, e para consolidar apresença turca na região a conversão ao islamismo ocorreu em massa. A incrível integração que passa aocorrer entre os turcos e os árabes fortaleceu imensamente o islamismo e o poder do Islão.

Foram as notícias iniciais de um “eventual”enfraquecimento árabe devido às invasõesturcas, que animaram a Europa cristã a promovera partir de 1085 a reconquista da parte sul daPenínsula Ibérica, que caíra em poder dos árabessarracenos e depois empreender as Cruzadaspara a reconquista de Jerusalém, a Terra Santa.Porém, o que os cristãos europeus não contavamera com a conversão em massa dos turcos aoislamismo, segundo alguns estudiosos os turcostinham um líbido exacerbado e foram atraídos

pela polígamia permitida pela religião islâmica, que não era prática na tradição tribal turca decasamentos arranjados. Assim, é difícil saber se os árabes foram conquistados pelos turcos ou se esses éque foram conquistados pelos árabes. Em termos de narrativa histórica, a influência turca se fez notar naadoção do nome “sultão” em substituição do nome “califa” para designar os governantes regionais doImpério do Islão, a capacidade dos turcos se integrarem aos povos regionais permitiria que dinastiasturcasislâmicas se instalassem em grande parte do oriente Médio até o norte da Índia, engrandecendo ainfluência do islamismo.

Na região entre o lago Baikal e a cadeia montanhosa de Hentiyn, tendo a oeste o Grande Altai e asudeste o deserto de Gobi, estavam as montanhas de Khentii e de seu desgelo de sua neve originase orio Onon, cujas águas corriam nas proximidades do montanha sagrada de Burkan Khaldun (48º45’N e108º39’E). Quis o destino que no ano de 1160 (ou 1162) nascesse às margens do Onon um menino filhode um líder poderoso e rico de uma tribo mongol (povo aparentado com os turcos), e foi dado a ele onome de Temudjin. Infelizmente, quis o destino, também, que a desgraça caisse sobre a sua família aindanos primeiros anos de vida e logo tivesse que defrontarse com as agruras da luta pela sobrevivência.

Temudjin era uma criança de olhos pardos rasgados e oblíquos num rosto redondo e risonho. O meninocrescia vivaz e inteligente, dono de um corpo forte onde se salientava os feixes de músculos sob a pelelisa cor de bronze, castigada pelo clima de Gobi. Logo se fez hábil no manejo das pesadas espadasmongóis recurvadas e no uso dos arcos de flexas velózes, ágil nas lutas corporais, perspicás na arteguerreira e exímio cavaleiro. Temudjin tinha seus olhos sempre além do horizonte e a voz do vento, queesvoaçava seus cabelos e ornamentavam um fronte imponente, falavalhe dos segredos de um futuro deconquistas e poder. Sobre Temudjin pairava a mão fatal do destino, uma força sobrenatural e implacável,que fazia seu sangue correr mais forte em suas veias e um frio percorrerlhe a espinha com a visão de umdever que teria que cumprir com a sua existência.

Temudjin cresceu habituado aos milenares costumes nômades: à criação de gado, às migrações periódicasdos rebanhos – às longas excursões pelas pastagens de primavera e os retornos às terras ancestrais aolimiar do inverno –, aos combates incessantes entre as tribos para adquirir um acréscimo nas pastagensavançadas para os limites das estepes, às condições adversas da natureza que embruteciam e davamcoragem a quem desafiava a Natureza, redobrando a energia de vida que parecia transbordar nos homensmongóis, senhores da própria liberdade e em constante movimento, armando e desarmando suas tendas,

Império Turco Sejúcidas 1082

Deserto de Gobi Mongólia

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trilhando os itinerários traçados desde toda a eternidade pela ação da Natureza no coração da Ásia.

Temudjin conhecia o seu povo e se identificava com ele, mas percebia que viviam de uma maneira exiladaentre dois mundos ricos aos quais não pertenciam e nem pareciam ter algum direito além daqueleadquirido pela violência, com os saques praticados de uma caravana ou outra que cruzassem o caminhodos mongóis na rota da seda. Ele ouvira histórias que no passado chefes nômades permitiram quemissionários cristãos pregassem entre os membros de suas tribos, o que só servira para semear a discórdiae que finalizara com mortes inúteis. Os tais missionários vindos das terras férteis do Ocidente eramhomens de pele branca, cabelos e olhos claros, vestiamse para parecerem imponentes, mas eram covardes,se diziam civilizados, mas fediam um cheiro horrível e perdiam seus modos nas primeiras taças debeberragem, pior, acabavam por se revelarem os mais vis ladrões aventureiros, pois não exitavam emroubar e fugir com os bens e tesouros de quem ingenuamente lhes desse hospedagem. Quando falavam deseu deus era de uma maneira estranha, não só por ser único, mas por ser um homem que morrerahumilhantemente e resurgira dos mortos, não respitavam a tradição dos costumes xamânticos mongóis equeriam, sim, acabar com eles! Eles nada sabiam sobre as outras culturas, desconheciam as poesias dospoetas persas, as filosofias dos estudiosos da Catai (nome dado a região norte da China), nem mesmotinham conhecimento sobre a transcendência espiritual dos budistas e dos hindús, só sabiam repetir aspalavras de um tal homem que chamavam de Cristo e praguejar contra os crentes turcosárabes do Impériodo Islão, os quais chamavam de “infiéis.”

Temudjin sabia que as tribos turcas haviam conquistado ao Oeste uma vasta região de terras de um povochamado árabe e esabeleceram um poderoso domínio. Outras tribos turcas preferiram ficar nas regiõesperiféricas e passaram a ser chamados de turcomanos e viviam nas estepes entre o Mar Cáspio e o MarAral, e concluia que os turcos eram um exemplo do poderio que as tribos nômades poderiam conquistar.Ao leste estavam os hans (chineses), do riquissimo Império de Catai, que para protegerem os seus tesouroscomeçaram a ligar as suas fortalezas com a construção de uma muralha fortificada, acreditavam que elaseria a garantia para impedir qualquer tentativa de invasão ao precioso território do seu “mundocivilizado,” pois para os hans, o único mundo que existia era o território que lhes fora legado por seusancestrais divinos, consideravam a si mesmos como descendentes dos deuses, e diziam que apenas oshans eram civilizados, e tinham um verdadeiro horror aos estrangeiros, que consideravam “bárbaros” eseres inferiores. Seus tesouros não eram feitos só de de jóias, ouro e pedras preciosas, mas, principalmente,de uma “sabedoria milenar.” Era assim que Temudjin via o mundo a sua volta, dividido entre duas forçasuma do Ocidente e outra do Oriente que se enfraqueciam, uma por sua ignorância e outra por estaracomodada em sua sabedoria. Temudjin dava asas à sua imaginação e sonhava com a Grande NaçãoMongol, com o Império que ergueria unindo povos e terras desde o grande mar Oriental até o mar doOcidente.

Em 1185, com apenas 15 anos, Temudjin iniciou a sua trajetória para cumprir a profecia xamântica sobre avinda de um lobo cinzento que devoraria toda a terra. Aos 30 anos sua fama de grande guerreiro já sefizera conhecida de todas as tribos das estepes. Em seu amadurecimento considerava que a “liberdade” tãoconsiderada como o bem mais desejado e idolatrado de todos os homens pelos sábios de Catai, nãopassava de um logro, uma amarga mentira, pois ele constatava cada vez mais que acima da liberdade oshomens amavam um chicote, idolatravam a espada e, acima de tudo, um líder de pulso forte, um tirano queos privasse da capacidade de pensar por si mesmos, e desse ordens em vez de consultar suas opiniões.Com essa idéia ruminando a sua mente Temudjin foi orar na sagrada montanha do “deus do trovão”, amontanha de Burkan Khaldun, nas proximidade do local onde nascera. Temudjin pediu ao deus que o ajudasse a promover a união dos mongóis sob a mesmas “lei,” que permitisse que se tornassem um sópovo, mesmo que para isso ele precisasse matar metade deles. Durante aquela noite elaborou as “leis”fundamentais: não matar mulheres e crianças, honrar as dívidas, lutar contra os inimigos até o fim e nuncatrair seu khan (cã, o chefe tribal).

Montanha Sagrada de Burkhan Khaldun

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A partir daquela noite, Temudjin passou a pregar a unificação dos clãs. Hipnotizados pelo poder queemanava de sua figura altiva e guerreira permeada de uma generosidade incomum, os mongóis começarama ter seus corações conquistados, como se apanhados num feitiço, pareceiam desejar morrer por aquelehomem que possuia a intrepidez de um relâmpago e falava como se trovejasse. Contudo, a sua pregaçãoiniciada em 1204 encontraria também oposição, a qual só poderia ser vencida com um feroz confrontomilitar. Então, aconteceu que estando os guerreiros no campo de batalha prontos para lutar, eles viram océu ser tomado por negras nuvens e ter início uma tempestade de raios, que sempre era causa de muitomedo para os mongóis. Mas, em meio ao cenário apavorante, subitamente de maneira espetacular sob obrilho de um raio todos viram surgir a magnifica imagem de Temudjin, em pé no seu cavalo com a espadaerguida como se incorporasse o trovão em si mesmo. A visão causou tal impacto que todos os guerreirosda força inimiga depuseram suas armas e se renderam diante dele. E sem um único golpe de espada fossedado ou recebido todas as tribos mongóis juntaramse em torno do estandarte de nove rabos de boi daqueleque no ano de 1206 se tornou o chefe de todas as tribos das estepes e recebeu o título de Gêngis Khan, o“khan dos khans”, o Governante Poderoso, o Paladino dos Céus!

Com a fundação do Império Mongol a tradicional independência das tribos mongóis foi extinta. Ospovos de Gobi passaram a ser ligados uns aos outros por um sistema feudal, onde só existia uma lei: avontade de Temudjin. Nesses dias de triunfo esmagador, Temudjin deu mostras de sua sagacidade,colocando à frente de cada clã um governante escolhido entre eles mesmos, em que toda a triboconfiasse e em que ele, em seu próprio julgamento, considerasse que pudesse confiar, a fim de que seestabelecesse um laço de confiança mútuo e propiciassse a conquista para si mesmo de mais e maispoder. Como primeiro soberano mongol Temodjin estabeleceu uma hierarquia administrativa e militardescentralizada. Ele criou um exército treinado e hierarquizado a partir de unidades de no mínimo 10homens (semelhante a pelotão) comandado por um líder, a cada 10 unidades (semelhante a tropa) umnovo líder assumia o comando, sobre cada 100 unidades se dava o mesmo e a cada 10 mil homens umgeneral assumiria o controle, e acima dos generais estaria ele mesmo. Com a atividade militar“profissionalizada” Gêngis Khan passou a dar andamento aos seus planos de conquista, indo primeiropara o Leste, tomando a Manchúria e seguindo para conquistar o Império de Catai a partir de 1211, e em2015, após forte cerco e o emprego de catapultas, Gêngis Khan conquistou a cidade fortificada deYanjing (mais tarde Beijing ou Pequim), mas curiosamente não entrou na cidade após a sua conquista eretornou para Karakorum, capital do seu império.

A importância da conquista de Gengis Khan do Império do Catai (norte da China) só pode ser mensuradado momento que se sabe que esta foi a primeira vez em toda a história do povo han (chinês), que oterritório chinês sofreu uma conquista estrangeira. O “mundo chinês” era inteiramente isolado do resto domundo, era uma sociedade feudal fechada em si mesma, dada a descriminação tanto racial como cultural,sendo a última a mais forte. Essa descriminação arraigada permitiu que o povo chinês chegasse aos nossosdias com uma população composta de 91% de hans, o restante constituise de mongóis, tibetanos,manchus e coranos, não tendo traços relevantes de misciginaçãos. O povo chinês apesar de suas disputasinternas tinha um profundo senso de unidade em razão das práticas filosóficas confucionistas ou taoistasque constituiamse quase como uma religião moral e ética. Como descreveu o filósofo chinês Feng Youlan(18951990) : “Os chineses han consideravam tradicionalmente que tinha três tipos de seres viventes:chineses, bárbaros e bestas. Destes os chineses são os mais civilizados, os bárbaros vêm depois, e as bestassão completamente incivilizadas. Quando os mongóis conquistaram a China, já tinham adotado a culturados chineses em considerável medida. Eles dominaram politicamente ao chineses, mas os chinesesdominaram a eles na cultura.” (“Breve Historia de la Filosofía China”, 1989)

Certamente, a influência da cultura chinesa em relação ao povo mongol é inegável, mas sabidamente opovo mongol não era tão simpatizante assim da cultura chinesa, principalmente no que dizia respeito a

Guerreiros Mongóis

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Gêngis Khan, que, em sua juventude, durante as disputas entre as tribos mingóis, tivera por destino servendido como escravo ao Imperador de Catai, que o quis comprar mesmo sendo avisado por um mongeque não o deveria fazer, porque aquele homem um dia conquistaria toda a China. Não, Gêngis Khan nãotinha simpatia pelo pretencioso povo han, ao contrário, seu prazer foi humilhálo naquilo que maisvalorizavam e preservavam, sua “liberdade.” E, humilhálos também em sua preciosa “sabedoria”unicamente de direito da civilização han, ele faria questão de espalhála aos quatro ventos como se fosseuma tempestade de areia do Gobi, que atravessa milhares de quilometros de distância.

Temudjin intimamente desprezava e enojavase de monges, sacerdotes, xamãs, mestres, ou qualquer umque persuadissem um povo a abrir mão da liberdade de consciência. Ele sabia, que fossem elesxamamistas, budistas, cristãos, islamitas, confucionistas ou taoistas, não importanto que idéias e crençasdefendessem, sempre poderia contar com eles para entregarem o povo com as mãos amarradas eimpotentes em suas mãos. Assim, até o final de seus dias ele acreditou que aqueles que se diziam únicossenhores da sabedoria eram na verdade inimigos do homem e sempre manteve cautela deles como deserpentes. No avanço para construir seu império, Gêngis Khan defrontouse com as três principaisreligiões de sua época: o budismo, o islamismo e o cristianismo, em relação a elas tinha atitudesambivalentes, mas não influenciou seu povo em suas preferências, já que os mongóis apesar deprofessarem um xamamismo ancestral, sentiam a atração dos novos credos, que pareciam estar associadosa culturas mais elevadas. Além disso, como a população mongol não era muito grande, Gêngis Khanincorporou aos seus exércitos as tribos turcas, cuja fidelidade era indiscutível, a ponto que em dadomomento seu exército ter mais turcos do que mongóis. Após a conquista do norte da China, Gêngis Khanusou também dos guerreiros chineses em posições subalternas do seu formidável exército. Assim quandoGêngis Khan avançou para oeste em suas conquistas o fez com um exército multiracial, que incluía muitoda cultura guerreira chinesa e de suas técnicas e estratégias de guerra, sendo essa uma contribuiçãofundamental para o sucesso de Gêngis Khan, já que os povos do Oeste ignoravam tais métodos de guerra eforam inteiramente surpreendidos não só por elas como pelo uso que fazia de suas cavalarias bemtreinadas. A fama de Temudjin atravessou a percorreu com a a Ásia até as fronteiras do Ocidente, e pelogrande temor que causava foi chamado de “Flagelo de Deus.”

Gêngis Khan veio a morrer em 1227, em consequência de uma septicemia decorrente de um coice decavalo recebido durante uma caçada, apesar de existirem outras tantas lendas sobre a sua morte como tersido castrado por uma princesa que não queria ser violada por ele, ou que mandou matar todo seu exércitopara ser enterrado com ele, porém, de certo só se sabe que foi enterrado num local desconhecido,provavelmente próximo de sua “montanha sagrada,” Burken Khaldun, e deixou descendentes queacabaram por conquistar toda a China, unificando seus reinos e dominando o povo han por completo, e fundaram a primeira dinastia estrangeira, a Dinastia Yuan (12801367).

A única documentação oficial dos feitos de Gêngis Khan foi escrita em 1240, uma obra literária de autordesconhecido, escrita na língua mongol e chamada A História Secreta dos Mongóis. Posteriormente,durante a dinastia Ming, no século XIV, a obra foi traduzida para o chinês, e ficou conhecida como AHistória da Dinastia Yuan, dando ao texto um caráter “oficial”, o que é curioso porque a dinastia Ming(han), em certo sentido representou uma revolução nacionalista contra o domínio mongol, não obstantedeu um trato “normal” a dinastia anterior não considerando que tenha sido uma “dinastia estrangeira”, issoporque muitos altos funcionários da dinastia Yuan eram chineses (hans) e continuaram a servir durante adinastia Ming, não ocorrendo por isso uma atitude “revanchista,” apesar que os registros históricos daépoca permaneceram envoltos em misterio, por sinal o que não é nada surprendente em se tratando dopovo chinês e de sua cultura voltada para seus próprios valores e de severa introspecção, pouco afeita arelacionamentos externos além dos limites de seu próprio mundo. Mais recentemente foi feita uma novatradução para o chinês em 1800, contudo exemplares desse trabalho são muito raros, apenas em 1970 foifeita a primeira tradução desse trabalho para o inglês.

Durante muto tempo Gêngis Khan permaneceu mais como uma figura mítica do que como um personagemhistórico, já que nós ocidentais pouco ou nada sabíamos dele. Deveuse ao historiador e arquólogo amadorbritânico Sir Henry Hoyle Howorth (H.H. Howort) (18421923), que mesmo sem educação formalcientifica, mas movido por sua imensa curiosidade, a obra esclarecedora “História dos Mongóis” (18761888), que veio a lhe valer a entrada na Royal Society (1893) por sua imensa contribuição ao aumento doconhecimento sobre esse povo asiático. Em 1971, o historiador britânico John Joseph Saunders (19101972), cujo trabalho era focado no islamismo medieval e na história da Ásia produziu a obra intitulada “AHistória das Conquistas Mongóis” e mais recentemente o professor de antropologia norteamericano JackWatherford publicou, em 2004, o livro “Gengis Khan e a Formação do Mundo Moderno.” Como se podenotar a literatura disponível é bem resumida, mas também é possível ter uma visão romantizada de Gengis

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Khan na obra de ficção da escritora angloamericana Janet Miriam Holland Taylor Caldwell (TaylorCaldwell) (19001985), entitulado “A Terra de Deus” (The Earth is the Lord’s: A tale of rise of GenghisKhan) (1940), ou nos filmes de Hollywood em que Gengis Khan foi interpretado por John Wayne (1956)ou Omar Sharif. (1965).

Trazer o personagem lendário de Gengis Khanpara uma realidade histórica convincente, fiel e respaldada em fatos não é uma tarefa fácil, nãosó em razão da exiguidade da documentaçãodisponível como a necessidade de separar o mitodo homem real. Porém, é evidente que a suaimportância transcende em muito asmediocridades históricas que lhe foramatribuídas. O pouco conhecimento que noschega dos acontecimentos no cenário históricoda Ásia e do Oriente Médio devese tanto aoegocentrismo europeu em função da culturaOcidental, na ânsia de exaltar sua própriacapacidade intelectual acima das outrascivilizações, como em razão da “ignorância”existente, devido ao impedimento físico paraaprofundamento de pesquisas científicas, sejapela falta de acesso a essas regiões por séculosou devido a barreira linguística. Infelizmente, aqueles que escrevem a história da Humanidadepossuem por costume excluir o que não pertenceao próprio contexto, ou seja, raramenteencontramos a prática de história investigativa,como se faz no jornalismo investigativo, nemmesmo desenvolvese uma análise profunda eampla abordando os fatos e os agentes que osproduzem. Assim, os mongóis foram rotulados

como “bárbaros selvagens” por séculos a fio, e o que se pode perceber mais claramente hoje é que não erabem assim.

O processo unificador utilizado por Temudjin não pode ser considerado absolutamente “selvagem”, poisobedece a um conceito repetitivo muito humano de “domínio pela força”, e que o uso da força sempreacarreta alguma forma de destruição. É evidente, também, que qualquer grupo humano quandodevidamente organizado e motivado através de uma firme liderança adquire uma “força”, que permitesubjugar outros grupos, que não tenham uma mesma condição de integração, seja em razão de um excessode individualidade, seja pela falta de identificação entre os membros que os constituem. Um grupohumano pode ser motivado em sua união por motivos vários, desde o desejo pelo aumento de riquezas ànecessidade de defesa e segurança, ou por ideais, ou, como no caso dos mongóis, em razão de umaidentidade comum. O expansionismo mongol não teve suas raízes em necessidades naturais como ocorridoem outros tantos povos, mas em razão do desejo de um grau mais alto de civilidade, e isso demonstra jáseu grau de civilidade, já que só quem conhece o peso do poder, da riqueza e da sabedoria pode almejaralcançar um domínio a nível universal, porquanto que a mente humana só pode desejar aquilo que conhece. Logo os mongóis não eram “incivilizados,” mas, sim, tinham um conceito de civilizaçãodiferente do práticado na sua época. Um conceito que caracterizavase pela tolerância sem precedentequanto as diferenças religiosas; um baixo nível de discriminação em relação às outras raças; um baixonível intromissão com os costumes e culturas locais; pela prática da idéia de um governo baseado emconsenso; por uma cultura de meritocracia; pelo respeito ao papel da lei e a redução de torturas no sistemapenal; um alto patrocínio do progresso comercial entre a Europa e a Ásia com investimentos, comoconstrução estradas, para o apoio comercial; pelo estabelecimento do primeiro sistema de correiointernacional; pela divulgação da literatura universal; pela criação do papelmoeda (dinheiro) e a praticada defesa da imunidade diplomática para embaixadores e enviados. Como se observa os mongóis tinhamum conceito de civilização em verdade tão alto, que até hoje muitos países ainda não os igualaram em talprática.

Temudjin foi um lider visionário, que não só uniu o seu povo como permitiu que laços culturais fossemestabelecidos entre os povos atrasados da Europa e as culturas florescentes do Extremo Oriente e do

Gêngis Khan

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Oriente Médio, promovendo uma troca de informações enriquecedoras sem discriminação como nuncaantes ocorrera, lançando luz onde antes havia escuridão, conectando reinos e expandindo os horizontes humanos fez nascer uma nova consciência global. Uma consciência que veio a ser consolidada pelos seusherdeiros como seu neto Kublai Khan, que finalizou a conquista da China e estabeleceu Pequim comocapital do Império, fundando a dinastia Yuan. Foi no tempo de Kublai Khan (12151294) que a famíliaPolo de mercadores venezianos viria a conhecer as maravilhas do Oriente e prover a divulgação dasmaravilhas dessa magnifica civilização. Isso só foi possível porque o Temudjin consciente de ser efêmeroorganizara seu império de tal maneira que este não se demembrou após a sua morte, como usualmenteaconteceis por causa da ausência de liderança, ao contrário a organização de seu império era tão autosuficiente e bemestruturada que permitiu não só sua unidade como que continuasse a crescer. Ao final de1240, a Pérsia, a Coréia e a Russia também haviam se integrado a ele, depois sob o líder Bathu Khan, em1242 a Hungria, a Polônia e parte da Alemanha foram conquistadas, e por volta de 1260 o principado deMoscou foi fundado. Com Timur Lang (ou Tamerlão) (13361405), rei da Transaxonia, as conquistasmongóis se consolidaram da Pérsia à Índia, onde sistema de governo mongol permitiu que se estabelecessea unidade da Índia, dando origem a um desenvolvimento harmonioso na região com os governos dosMarajás. Por sua vez, a dinastia turco Otomana, fundada na Anatólia em 1281, tinha lançado as bases deum grandioso império islâmico, que em 1402 tomou a Macedonia, a Bulgária e a Tessália, e passou adominar o Oriente Médio até o século XX. O resultado da última das grandes invasões vindas da Ásia foia promoção da interação intelectual da China, do Oriente Médio e da Europa, assim como a interaçãocultural do budismo, do islamismo e do cristianismo. E tudo isso só aconteceu por causa de Gêngis Khan,o raio que caiu na Terra para abrir os caminhos para o desenvolvimento e o progresso da Humanidade epromover a terceira metamorfose humana.

A influência mongol transcendeu o fim da dinastia Yuan (12711368), apesar da história oficial da Chinarelatar que os “mongóis” ou youans foram perseguidos e banidos para o seu antigo território pela dinastiaMing (13681644) nacionalista han, o sistema de governo provincial estabelecido durante o ImpérioMongol foi mantido, dando uma sensação de continuidade governamental, que veio a garantir à dinastiaMing uma tranquilidade política que favoreceu o desenvolvimento e notável progresso da China. AMongólia por sua vez sustentou a sua independência e manteve aliados como o Tibet, o qual foragovernado pelo Escritório de Negócios Budistas e Tibetanos da Dinastia Yuan. Essa aliança se revela em1578 quando um dos últimos descendentes de Gêngis Khan, Altan Khan atribuiu ao líder budista tibetanoo título de Dalai Lama (Mestre do Oceano). O budismo tibetano naqueles anos se tornara uma influênciapoderosa no Extremo Oriente, e a maioria dos mongóis adotaram a sua prática, de tal forma queatualmente 96% da população mongol se declara budista. Em 1644, a dinastia Ming, então enfraquecida,fez um acordo com a Manchúria – que anteriormente fizera parte do Império Mongol e estivera sob atutela da dinastia Yuan –, e assumiu o controle da China, fundando a dinastia Quin (16441912), a últimadinastia chinesa. Os manchus que teriam sua capital em Pequim, incorporariam a Mongólia aos seusdomínios em 1661, contudo em termos de sistema governamental tudo permaneceria o mesmo, dandocontinuidade ao sistema mongol de governo. O filósofo chinês Feng Youlan retrata a grande diferençadesta segunda dinastia estrangeira em relação a primeira nos seguintes termos: “ … pela segunda vez nahistória chinesa, todo o país foi governado por um grupo não han (chinês), os manchus. Os manchus

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simpatizavam muito mais com a cultura chinesa que os mongóis, e os primeiros dois terços de sua dinastia,foram, em seu conjunto, um período de paz e prosperidade, durante o qual, em certos aspectos, a culturachinesa fez importantes progressos. Em alguns aspectos, sem dúvida, foi um período de crescenteconservadorismo cultural e social.” (“Breve História de la Filosofía China”, 1989) Somente com o fim dadinastia Qing, com a mudança de forma de governo e a instalação da República da China (19121949), osmongóis deram início a sua luta pela independência, ganhando sua autonomia em 1924, contudo oreconhecimento mundial da Mongólia como um Estado independente só foi alcançado com o apoiosoviético em 1945, quando passou a integrar a conferderação russa de estados soviéticos. Apenas em 1990,a Mongólia conquistou realmente a sua plena liberdade política, adotando um regime democrático, maspagando um alto preço socioeconômico por isso e nos dias atuais luta arduamente para oferecer ao seupovo melhores condições de vida e afastálo da pobreza. Estudos feitos em 2007, calcularam que 34,8%dos mongóis contemporâneos sejam descendentes de Gêngis Khan, assim apesar de toda adiversidadesofrida nos últimos séculos, a esperança do povo mongol continua a repousar no orgulho nacional de seumaior líder e nos laços sanguíneos que os une a Gêngis Khan, provendo a união e mantendo vivo o altivoorgulho mongol.

Os mongóis foram o último povo invasor asiático, um povo sem disfarces intelectuais, sem pretensõesdignatárias, sem ideologia, um povo que apenas era inspirado por seu senso de justiça natural e instintivo.Unidos entre si pelo sangue tal como uma matilha de lobos, ou como um bando de pássaros migratórios,maus ou bons, não importa, como agentes de transformação cumpriram seu destino. Sem dúvida, alembrança desse povo e de sua existência poderosa nos dá um grande ensinamento ou, apenas, um avisode alerta, para que não se subestime o poder adormecido no silêncio do desconhecido mundo invisíveldivino, pois a qualquer momento da rotina da sobrevivência humana, num mero instante da eternidade aforça da transformação pode surgir de maneira inesperada e surpreendente, fazendo soar dos confins daterra um trovão, relampejando nos céus para anunciar a chegada de um novo tempo para a Humanidade.

Gêngis Khan Maior estátua equestre do mundo em Zonjin Boldog Ulan Bator (Capital da Mongólia)

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