Diabetes mellitus
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DIABETES MELLITUS
Vívian R. Alves
HAN - Internato em Clínica Médica
DIABETES MELLITUS Grupo de distúrbios metabólicos comuns que
compartilham o fenótipo da hiperglicemia.
Interação complexa de fatores genéticos e ambientais, resultando em: Secreção reduzida de insulina; Menor utilização de glicose; Maior produção de glicose.
Alterações fisiopatológicas secundárias em muitos sistemas orgânicos.
CLASSIFICAÇÃO
• Tipo 1 e tipo 2
• Fase de homeostasia anormal da glicose, à medida que o processo patogênico progride
• DM1: Insuficiência completa ou quase total de insulina
• DM2: Grupo heterogêneo– Graus variáveis de resistência a insulina;– Menor secreção de insulina;– Maior produção de glicose.
CLASSIFICAÇÃO
DM 2 é precedido por um período de GJA, ou TGD.
Não são mais critérios de classificação: Dependência da insulina Idade de diagnóstico
CLASSIFICAÇÃO
• Outros tipos de DM:– MODY (defeito genético da função das células β);– Defeitos genéticos na ação da insulina;– Doenças do pâncreas exócrino;– Endocrinopatias;– Induzido por fármacos ou substâncias químicas;– Infecções;– Formas incomuns de diabetes de mediação autoimune– Outras síndromes genéticas ocasionalmente
associadas ao diabetes;– DM gestacional.
EPIDEMIOLOGIA
Prevalência de DM1 e DM2 tem aumentado;
DM2 mais rapidamente: Obesidade; Níveis de atividade com o desenvolvimento.
DM aumenta com a idade;
Semelhante entre homens e mulheres; maior entre homens após 60a.
EUA – 6ª principal causa de morte em 2002.
DIAGNÓSTICO
Glicemia em jejum:< 100 mg/dL normal100 – 125 mg/dL GJA (Pré-diabetes)> 126 mg/dL DM
TOTG:< 140 mg/dL normal140 – 199mg/dL TGD (Pré-diabetes)> 200 mg/dL DM
DIAGNÓSTICO
Sintomas + Glc aleatória > 200 mg/dL = DM
Glicemia em jejum é o mais confiável e mais conveniente;
HbA1C Sugerida, mas ainda não recomendada para
diagnóstico.
Pré-diabetes: risco de 25-40% de desenvolver DM em 5 anos.
TRIAGEM ADA recomenda glicemia em jejum:
> 45 anos, a cada 3 anos;
Jovens: Sobrepeso; Fator de risco adicional para DM:
História familiar; Inatividade física habitual; Etnia (afro-americanos, latinos...); GJA ou TGD previamente identificadas; História de DMG ou parto de bebê > 4 Kg; Colesterol HDL < 35 mg/dL e/ou triglicerídios > 250mg/dL; SOP ou acantose nigricans; História de doença vascular.
INSULINA Biossíntese: Céls. β das ilhotas pancreáticas Secreção regulada por
Glicose, aa, cetonas, peptídeos gastrintestinais, neurotransmissores.
Canal de K+ sensível ao ATP
Canal de Ca2+ dependente de voltagem
Incretinas
Grânulos secretórios com insulina
GLUT2
Glicose
Glicose
Glicoquinase
Glicose-6-fosfato
Piruvato
ATP/ADP
K+
RSU
Despolarização Ca2+
Fatores de transcrição das ilhotasNúcleo
INSULINA
Ligação ao seu receptor
Auto-fosforilação do receptor Recrutamento das moléculas sinalizadoras
intracelulares (Substratos do Receptor de Insulina - IRS)
IRS e outras cascata de fos e desfosforilações
Efeitos da insulina
INSULINA
Efeitos:
Translocação dos transportadores da glicose; Síntese de glicogênio; Síntese de proteínas; Lipogênese; Regulação de genes nas células que respondem
à insulina.
HOMEOSTASIA DA GLICOSE
Produção hepática de glicose X Captação e utilização periférica
Jejum (glucagon): Gliconeogênese + Glicogenólise
Captação nos tecidos sensíveis à insulina (músc. esquelético e tecido adiposo)
PATOGENIA DO DM TIPO 2
Resistência à insulina (1)
Secreção anormal de insulina (2) instalação
Produção hepática excessiva de glicose
Metabolismo anormal das gorduras
FISIOPATOLOGIA
1. Resistência à insulina;
2. Células β produção de insulina;
3. Ilhotas tornam-se incapazes de preservar o estado hiperinsulinêmico;
4. Tolerância à glicose diminuída;
5. Declínio adicional da secreção de insulina + produção hepática de glicose = DM;
6. Falência das células β.
ANORMALIDADES METABÓLICAS
Metabolismo anormal do músculo e da gordura:
produção de ATP mitocondrial; Oxidação prejudicada dos ác. graxos + acúmulo de
lipídios espécies reativas de O2; Hiperinsulinemia acelera aterosclerose; Obesidade central, ou visceral (produtos biológicos
dos adipócitos regulam o peso corporal, o apetite, o dispêndio de energia e modulam a sensibilidade à insulina).
ANORMALIDADES METABÓLICAS
Menor secreção de insulina:
Resistência à insulina secreção aumenta; Defeito secretório é inicialmente leve e seletivo
ao estímulo da glicose; Secreção inadequada;
Hiperglicemia crônica – “toxicidade da glicose” Elevação de ác. graxos livres – “lipotoxicidade”
DM 2 de longa duração massa de céls. β
ANORMALIDADES METABÓLICAS
Maior produção hepática de glicose e lipídios:
Resistência do fígado gliconeogênese e menor armazenamento de glicogênio;
Resistência no tec. adiposo fluxo de ác. graxos livres Maior síntese de VLDL e triglicerídios nos hepatócitos
Esteatose hepática não alcoólica Dislipidemia
PREVENÇÃO Dieta;
Exercício por 30 min/dia, 5 vezes/semana;
Acarbose, tiazolidinedionas, orlistat (controverso);
Metformina GJA ou TGD com alto risco de progressão
< 60 anos IMC ≥ 35Kg/m2
HF em parente de 1º grau Triglicerídios elevados, HDL reduzido HAS
COMPLICAÇÕES AGUDAS DO DM
Cetoacidose diabética (tipo 1)
Estado hiperosmolar hiperglicêmico (tipo 2) Frequentemente desencadeada por enfermidade
concomitante Protótipo: Idoso com DM 2, várias semanas de
poliúria, perda ponderal, ingestão oral reduzida Quadro: confusão mental, letargia, coma. Exame físico: desidratação profunda, hipotensão,
taquicardia.
COMPLICAÇÕES CRÔNICAS
Vasculares Microvasculares:
Doença ocular: retinopatia; edema macular Neuropatia: sensorial e motora; autônoma Nefropatia
Macrovasculares: Coronariopatia Doença arterial periférica Doença vascular cerebral
COMPLICAÇÕES CRÔNICAS
Outras: Gastrintestinais (gastroparesia, diarréia) Geniturinárias (uropatia/disfunção sexual) Dermatológicas Infecciosas Catarata Glaucoma Doença periodontal
MECANISMOS DAS COMPLICAÇÕES
1ª teoria: Glc intracelular aumentada formação de produtos finais da glicosilação (AGE) que: Fazem ligação cruzada com as proteínas; Aceleram aterosclerose; Promovem disfunção glomerular; Reduzem síntese de NO; Induzem disfunção endotelial; Alteram composição e estrutura da matriz celular.
MECANISMOS DAS COMPLICAÇÕES
2ª teoria: Quando aumentada, a glc intracelular é transformada em sorbitol pela aldose redutase. Maior [sorbitol]: Altera o potencial de oxidação-redução; Eleva osmolaridade celular; Gera espécies reativas de oxigênio.
MECANISMOS DAS COMPLICAÇÕES
3ª teoria: Hiperglicemia aumento de diacilglicerol ativação de PKC, que: Altera, nas células endoteliais e neurônios, a
transcrição dos genes para Fibronectina Colágeno tipo IV Proteínas contráteis Proteínas da matriz extracelular
MECANISMOS DAS COMPLICAÇÕES
4ª teoria: Hiperglicemia acelera o fluxo pela via da hexosamina, que pode alterar a função da glicosilação das proteínas, por Mudanças na expressão gênica
do TGF-β do PAI-1 (inibidor-1 ativador do plasminogênio)
MECANISMOS DAS COMPLICAÇÕES
Possível mecanismo unificador:Hiperglicemia induz maior produção de
espécies reativas de oxigênio, que podem ativar todas as 4 vias descritas.
Não esclarecido se os mesmos processos operam em todas as complicações ou se algumas vias predominam em alguns órgãos.
CONTROLE GLICÊMICO E COMPLICAÇÕES
Resultados de estudos reconhecidos:
Controle glicêmico rigoroso reduziu significativamente mais as complicações do que o controle dos sintomas.
Controle rígido da pressão arterial reduziu acentuadamente complicações vasculares.
TRATAMENTO – PRINCÍPIOS GERAIS
Eliminar os sintomas relacionados com a hiperglicemia;
Reduzir ou eliminar as complicações micro e macrovasculares;
Permitir que o paciente possa levar o estilo de vida mais normal possível.
TTO – PRINCÍPIOS GERAIS
Metas (segundo a ADA): A1C < 7,0% HGT pré-prandial: 90 a 130 mg/dL Pico de HGT pós-prandial < 180mg/dL Pressão arterial < 130/80 mmHg LDL < 100 mg/dL HDL > 40 mg/dL Triglicerídios < 150 mg/dL
TTO - ORIENTAÇÃO
DM – visando o auto-controle Nutrição
Gordura 20-35% da ingesta calórica total 2 ou mais porções de peixe por semana
Carboidrato 45-65% da ingesta calórica total São importantes a qtde. e o tipo de carboidratos
Proteína 10-35% da ingesta calórica total
Outros componentes Alimentos com fibras reduzem as excursões pós-
prandiais da glicose Adoçantes que não sejam nutrientes
TTO - ORIENTAÇÃO
Exercício físico:Aumentar a sensibilidade à insulina e promover
perda ponderal150 min/semana (distribuídos em, ao menos, 3
dias) de atividade aeróbica;Hipoglicemia durante o exercício;Realizar teste de tolerância ao exercício em:
> 35 anos; Diabéticos há mais de 10 anos; Complicações microvasculares; DAP Outros fatores de risco para DAC; Neuropatia autonômica
TTO - MONITORAMENTO
Monitoramento do nível do controle glicêmico
Mensurações pelo paciente (quadro do controle glicêmico)
Controle a longo prazo pelo médico Mensuração da HbA1C (controle glicêmico nos 2-3
meses precedentes) Revisão das auto-mensurações
TTO - DROGAS
Agentes redutores da glicose
Secretagogos da insulina (sulfoniluréias)
Interagem com o canal de K+ sensível ao ATP Mais efetivos no DM 2 < 5 anos Efeitos colaterais: hipoglicemia profunda, aumento de
peso Interações: álcool, varfarina, AAS.
TTO - DROGAS
Biguanidas (metformina)
Reduz a produção hepática de glicose e melhora sua utilização periférica
Aprimora perfil lipídico, promove perda ponderal
Efeitos colaterais: anorexia, diarréia, náuseas, gosto metálico, acidose láctica
Não deve ser usada: IR, ICC, doença hepática, acidose, hipoxia intensa, junto com material de contraste radiográfico
TTO - DROGAS
Inibidores da α-glicosidase (acarbose e miglitol) Retardam a absorção da glc Efeitos colaterais: diarréia, flatulência, distensão
abdominal Não devem ser usadas na doença intestinal
inflamatória, gastroparesia ou creatinina > 2,0 Não é tão potente em reduzir HbA1C, mas é ímpar por
reduzir o pico de glc pós-prandial
TTO - DROGAS
Tiazolidinedionas (glitazonas) Intensificam o armazenamento de ác. graxos e
aumentam o nível de adiponectinas, reduzindo a resistência à insulina
Promovem redistribuição da gordura central para a periferia
Efeitos colaterais: ganho de peso, redução do Ht, aumento no volume plasmático. Edema periférico, ICC.
Contra-indicados para hepatopatas e na ICC CF III ou IV
TTO - DROGAS
Insulinoterapia Terapia inicial em:
Hiperglicemia > 270-300 mg/dL Magros ou acentuada perda ponderal Doença renal ou hepática subjacentes Hospitalizados ou gravemente enfermos
Necessária com a progressão da doença Aprimoramento do controle glicêmico e do bem-estar
do paciente
TTO - DROGAS
Insulinoterapia
Adicionar 01 dose de NPH ou glargina à terapia oral
NPH: 01 aplicação antes de dormir, iniciando com 10U
Glargina: 01 aplicação pela manhã (capaz de manter insulinemia satisfatória por 24h
0,5-0,6 U/Kg/dia em magros com predomínio de déficit secretório até 2 U/Kg/dia naqueles com grande resistência
OBRIGADA!