DIABETES MELLITUS Prof . Liza Negreiros

21
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO FACULDADE DE MEDICINA DISCIPLINA DE ENDOCRINOLOGIA Campus Macaé DIABETES MELLITUS Prof. Liza Negreiros

description

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO FACULDADE DE MEDICINA DISCIPLINA DE ENDOCRINOLOGIA Campus Macaé. DIABETES MELLITUS Prof . Liza Negreiros. DEFINIÇÃO. - PowerPoint PPT Presentation

Transcript of DIABETES MELLITUS Prof . Liza Negreiros

Page 1: DIABETES  MELLITUS                           Prof . Liza Negreiros

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIROFACULDADE DE MEDICINA

DISCIPLINA DE ENDOCRINOLOGIACampus Macaé

DIABETES MELLITUS

Prof. Liza Negreiros

Page 2: DIABETES  MELLITUS                           Prof . Liza Negreiros

DEFINIÇÃO

• O DM representa um grupo de doenças metabólicas, com etiologias diversas, caracterizado por hiperglicemia crônica, que resulta de uma secreção deficiente de insulina pelas células beta, resistência periférica a ação da insulina ou ambas. A hiperglicemia crônica frequentemente está associada a dano, disfunção e insuficiência de vários órgãos, principalmente olhos, rins, coração e vasos sanguíneos.

Page 3: DIABETES  MELLITUS                           Prof . Liza Negreiros

Critérios diagnósticos

• Glicemia de jejum (mínimo 8h) ≥ 126 mg/dl em duas ocasiões ou

• HbA1c ≥ 6,5%

• Sintomas clássicos (poliúria, polidipsia, perda de peso) + Glicemia casual ≥ 200 mg/dl ou

• Teste de toleância à glicose (2 h após administração de 75g de glicose anidra) ≥ 200 mg/dl

Glicemia de jejum entre 100 e 125: GLICEMIA DE JEJUM ALTERADA.

TOTG ≥ 140 e < 200 mg/dl – Intolerante a glicose

Page 4: DIABETES  MELLITUS                           Prof . Liza Negreiros

Indicações para o TOTG

• Diagnóstico do DM (quando a glicemia em jejum propiciar resultados dúbios);

• Diagnóstico de diabetes gestacional;• Pacientes com glicemia de jejum alterada (gj≥

100 e < 126mg/dl).

Page 5: DIABETES  MELLITUS                           Prof . Liza Negreiros

Hemoglobina glicada

Page 6: DIABETES  MELLITUS                           Prof . Liza Negreiros

Hemoglobina glicada

Page 7: DIABETES  MELLITUS                           Prof . Liza Negreiros

Valores falsamente anormais para hemoglobina glicada

• Falsa elevação:- IRC- Hipertrigliceridemia- Álcool- Esplenectomia- Deficiência de ferro- Toxicidade por chumbo

ou opiáceos

• Falsa diminuição:-Qualquer condição que diminua a meia-vida das hemácias (anemia hemolítica, esferocitose...)- Perda de sangue- Transfusão de sangue

recente- Gravidez ou parto recente- Altas doses de vit C ou E- Dapsona

Page 8: DIABETES  MELLITUS                           Prof . Liza Negreiros

Outros métodos• Frutosamina: é uma proteína glicosilada, constituída

principalmente por albumina, que reflete os níveis glicêmicos nas últimas 2 semanas.

• Glicosúria: baixa sensibilidade; costuma surgir apenas quando a glicemia está >180mg/dl. Outras condições podem cursar com glicosúria: gravidez, tubulopatias renais, IRC.

• Pesquisa de corpos cetônicos na urina: aparecem na primeira urina da manhã em até 30% dos indivíduos normais. Falsos positivos: uso de medicamentos que contenham o grupo sulfidril (ex: captopril). Falsos negativos: urina exposta ao ar por longo período ou muito ácida.

• Peptídio C: valores normais > 0,9ng/dl basal e >1,8ng/dl após glucagon.

Page 9: DIABETES  MELLITUS                           Prof . Liza Negreiros

CLASSIFICAÇÃO

• DM tipo 1 (auto-imune e idiopático)• DM tipo 2• LADA• Defeitos genéticos na função das células beta

(MODY)• Outros: Diabetes gestacional, induzido por

medicamentos, secundário a endocrinopatias, secundário a doenças do pâncreas exócrino, neonatal...

Page 10: DIABETES  MELLITUS                           Prof . Liza Negreiros

Diabetes do Tipo 1

• 99 % - Auto-Imune (1 A)• 1 % - Idiopática (1 B)

A Incidência Vem Aumentando em Todo o Mundo

Início Abrupto:PoliúriaPolifagiaPolidipsiaEmagrecimento

Cetoacidose Diabética

Page 11: DIABETES  MELLITUS                           Prof . Liza Negreiros

Diabetes Tipo 1

-Doença auto-imune órgão-específica, progressiva, que começa anos antes

do início do quadro clínico (auto-imunidade), acomete as células

das ilhotas de Langerhans e que ao início do quadro clínico já existe

a destruição de 90 a 95 % destas células pelo processo auto-imune.

Genética &

Ambiente Auto-Imunidadee Perda MetabólicaM

assa

Cél

s

Pré-Diabetes Diabetes FrancoTempo

Peptídeo CIndetectável

Início Clínica

Page 12: DIABETES  MELLITUS                           Prof . Liza Negreiros

“A Morte da Célula Beta” Diabetes Mellitus Imunológico, um final já esperado?

Componentes celulares e humorais (anticorpos) são detectadosmeses ou mesmo anos antes do aparecimento da doença clínica

Anticorpos

eCélulas T, NK, B

Célula Beta Célula BetaMORTE!

Quem desencadeou o “levante” contra as Células Beta?

Page 13: DIABETES  MELLITUS                           Prof . Liza Negreiros

Infiltração das ilhotas por células mononucleares que antecede a doença clínica e persiste por semanas ou meses antes que uma destruição

significativa das células beta ocorra

Infiltração das ilhotas por células mononucleares que antecede a doença clínica e persiste por semanas ou meses antes que uma destruição

significativa das células beta ocorra

INSULITE

No curso da insulite os macrófagos e células T ativadassecretam mediadores solúveis (citocinas, óxido nítrico,

radicais livres do oxigênio), que provavelmente contribuempara a disfunção e morte da célula beta

Mononucleares

Page 14: DIABETES  MELLITUS                           Prof . Liza Negreiros

Diabetes mellitus tipo 1

• 5-10% dos casos de DM;• Caracteriza-se pela deficiência absoluta na produção de

insulina, decorrente na maioria dos casos de uma destruição auto-imune das células beta. Mais raramente ocorre uma destruição idiopática.

• DM tipo 1A: destruição auto-imune. É comum a associação com outras doenças auto-imunes. Mais comum em crianças e adolescentes.

• DM tipo 1B (idiopático): ausência de anticorpos, e não há uma causa aparente para a destruição das células. É mais comum na raça negra e em asiáticos.

• IMC normal/ tendência a cetose (cetoacidose diabética é a manifestação inicial em 30% dos casos em adultos e em até 65% nas crianças).

Page 15: DIABETES  MELLITUS                           Prof . Liza Negreiros

Diabetes mellitus tipo 1A

• Agressão das células beta por um fator ambiental em indivíduos geneticamente susceptíveis.

• Suscetibilidade genética na maioria das vezes é conferida pelo sistema HLA ( antígeno leucocitário humano): cerca de 95% dos pacientes brancos com DM1 tem antígenos DR3 e DR4, enquanto 55 a 60% tem ambos.

• A agressão ocorreria de forma indireta: anticorpos produzidos contra os antígenos virais acabariam lesionando as células beta devido a um mimetismo molecular entre antígenos virais e antígenos dessas células.

• A hiperglicemia se manifesta quando 90% das ilhotas são destruídas.

Page 16: DIABETES  MELLITUS                           Prof . Liza Negreiros

DM1: auto anticorpos

• Ac anti-ilhotas (ICA)• Ac anti-insulina (IAA): em crianças < 10 anos, a aparição

dos IAA pode preceder os outros anticorpos. • Ac anti-descarboxilase do ácido glutâmico (anti-

GAD65): presente em 80% dos casos de DM 1 de instalação recente e ainda é detectado em 50% dos pacientes após 10 anos de diagnóstico. Em adultos com DM1 o anti-GAD é o mais freqüentemente positivo.

• Ac tirosinofosfatases IA-2 e IA-2b.

Page 17: DIABETES  MELLITUS                           Prof . Liza Negreiros

Diabetes auto-imune latente em adultos (LADA):

• Representa cerca de 10% dos casos de DM1.• Em geral, se manifesta entre 25 e 65 anos de idade.• É uma forma de DM1 em que a velocidade de destruição

das células beta pancreáticas é mais lenta que a habitual.• Características:- longo período prodrômico assintomático;- ausência de sintomas agudos ou cetonúria ao

diagnóstico;- preservação da função residual das células beta;- evolução para dependência de insulina decorridos até 5

anos do diagnóstico.

Page 18: DIABETES  MELLITUS                           Prof . Liza Negreiros

LADA• Apresentam genes de suscetibilidade para DM1 e

outras auto-imunidades, particularmente anti-tireóide.• Presença de auto-anticorpos. O anti-GAD é o mais

prevalente.• Habitualmente são diagnosticados como diabéticos

tipo 2, dos quais se diferenciam pela presença de um ou mais auto-anticorpos contra as células beta e pelos níveis de peptídeo C (baixos no LADA e normais ou elevados no DM2).

• Quadro clínico sugestivo: pacientes jovens, sem história familiar de DM2 e com menor freqüência dos componentes da síndrome metabólica .

Page 19: DIABETES  MELLITUS                           Prof . Liza Negreiros

Maturity onset diabetes of the young (MODY)

• Prevalência não definida.• Diabetes familiar (três gerações da mesma linhagem

afetadas), de transmissão autossômica dominante, caracterizado por defeitos da função das células beta pancreáticas.

• Geralmente a idade do diagnóstico é precoce (antes dos 25 anos).

• Diagnóstico clínico : evidência de diabetes com transmissão autossômica dominante (três gerações afetadas) com pelo menos um indivíduo cuja hiperglicemia tenha sido identificada em idade precoce (classicamente antes dos 25 anos).

Page 20: DIABETES  MELLITUS                           Prof . Liza Negreiros

MODY

6 subtipos de MODY secundários a mutações em seis diferentes genes:-MODY 1: fator hepatocítico nuclear 4α . Padrão clínico semelhante ao Mody 3. -MODY 2: genes que codificam a enzima glicocinase.-MODY 3: fator hepatocítico nuclear 1α. -MODY 4: fator promotor da insulina 1.-MODY 5: fator hepatocítico nuclear 1ß. -MODY 6: gene Neuro D1/ß2.

Page 21: DIABETES  MELLITUS                           Prof . Liza Negreiros

MODY• Tipos 2 e 3 são os mais comuns.• A maioria dos pacientes são magros (ao contrário

das crianças e adolescentes com DM2 nos quais predomina a obesidade).

• Deve-se também suspeitar de MODY naquele diabético jovem com hiperglicemia de evolução atípica (não insulino-dependente após anos de diagnóstico) ou que seja negativo para auto-anticorpos contra as células pancreáticas.

• A confirmação diagnóstica de mutações MODY é feita por sequenciamento direto de todo o gene em questão.