Diagnóstico setorial editoração pg_dupla_3

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Diagnóstico setorial do sistema cooperativista da produção Cacaueira na área de influência da UHE Belo Monte.

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Diagnóstico setorial do sistema cooperativista da produçãoCacaueirana área de influência

da UHE Belo Monte.

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Diagnóstico setorial do sistema cooperativista da

produção cacaueira na área de influência da UHE

Belo Monte.

Belém, Dezembro de 2012

Verção 1.0

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Sindicato e Organização das Cooperativas Brasileiras do Estado do Pará.

Instituição jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, criada pela Lei 5.764/71 (Legislação Cooperati-vista).

Representa e defende os interesses sindicais (na qualidade de sindicato patronal), econômicos, políticos e sociais das cooperativas do Estado do Pará. Desde que foi criada, em 1973, tem contribuído de forma signi-ficativa para a consolidação do cooperativismo paraense.

OCB-PA Sindicato e Organização das Cooperativas Brasileiras do Estado do Pará

(Gestão 2010/2014)

PresidenteErnandes Raiol

Vice-PresidenteIvan Costa Diretora SecretáriaGlaise Coelho Diretora FinanceiraRaimunda Nazaré de Oliveira Brandão Diretor de MarketingFrancisco José Rego Magalhães Secretário ExecutivoManoel Rodrigues Teixeira Conselho FiscalJosé Carlos Pereira da Silva Áldina Chaves SouzaRoberta Gleice de Oliveira Sousa

Equipe de Produção do Diagnóstico

Coordenação GeralAndreos Ramiro Pinto Leite

Coordenação de Levantamento de CampoMirna Rafaela Almeida da Silva

Técnica de Levantamento de CampoGeanne Rocha da Silva

Análise e Tratamento de DadosEdiana Leite de Oliveira

Referencial TeóricoBruno Calzavara FloresSiglea Freitas Chaves

RevisoraWaldinett Nascimento Torres

EditoraçãoVíctor Emanuel Montes Moreira

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O cacau, na Transamazônica Manoel Leite – Produtor de cacau

(COOPCAO)“O cacau, na Transamazônica, Podemos afirmar com certeza

É uma planta abençoada, Produtora de riqueza

E com suas qualidades Já tirou muita gente da pobreza.”

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01. Produção Convencional 218

02. Produção Orgânica 219

6. Possibilidades da formação de uma central de cooperativas na região 218

8. Consideraçõesfinais 2269. Referências 228

5.6.COOPOXIN 141

1. Socioeconômico 141

2. Estrutural 146

3. Produtivo 150

4. Comercialização 153

5. Crédito e financiamento 155

6. Organização e Apoio do ATER 156

7. Matriz F.O.F.A 158

5.7.COOPBOM 160

1. Socioeconômico 160

2. Estrutural 165

3. Produtivo 168

4. Comercialização 171

5. Crédito e financiamento 173

6. Organização e Apoio do ATER 174

7. Matriz F.O.F.A 176

5.8.COOPOTRAN 178

1. Socioeconômico 178

2. Estrutural 184

3. Produtivo 187

4. Comercialização 190

5. Crédito e financiamento 192

6. Organização e Apoio do ATER 194

7. Matriz F.O.F.A 196

5.9..COPOPS 198

1. Socioeconômico 198

5. Crédito e financiamento 135

6. Organização e Apoio do ATER 136

7. Matriz F.O.F.A 138

2. Estrutural 203

3. Produtivo 206

4. Comercialização 209

5. Crédito e financiamento 211

6. Organização e Apoio do ATER 212

7. Matriz F.O.F.A 215

01. Produção Convencional 222

02. Produção Orgânica 223

7. Ações sugeridas 222

SUMÁRIO

2.1. O Cacau no Brasil 07

2.2. O Cacau na região da Transamazônica 11

3.1. Altamira 14

3.2. Anapu 17

3.3. Brasil Novo 21

3.4. Medicilândia 24

3.5. Pacajá 27

3.6. Uruará 31

3.7. Vitória do Xingu 34

1. Introdução 042. A Cultura do Cacau 06

3. Área de abrangência do estudo 14

4. O estudo e a metodologia utilizada 38

5.1.COOPBRAN 40

1. Socioeconômico 40

2. Estrutural 47

3. Produtivo 52

4. Comercialização 56

5. Crédito e financiamento 58

6. Organização e Apoio do ATER 59

7. Matriz F.O.F.A 62

5. Diagnóstico do setor cooperativista da produção de cacau na região 40

5.2.COOPESAME 64

1. Socioeconômico 64

2. Estrutural 71

3. Produtivo 75

4. Comercialização 78

5. Crédito e financiamento 80

6. Organização e Apoio do ATER 81

7. Matriz F.O.F.A 83

5.3.COOPATRANS 85

1. Socioeconômico 85

2. Estrutural 90

3. Produtivo 93

4. Comercialização 96

5. Crédito e financiamento 98

6. Organização e Apoio do ATER 99

7. Matriz F.O.F.A 101

5.4.COOPCOPAM 103

1. Socioeconômico 103

2. Estrutural 108

3. Produtivo 111

4. Comercialização 113

5. Crédito e financiamento 115

6. Organização e Apoio do ATER 116

7. Matriz F.O.F.A 119

5.5.COOPCAO 120

1. Socioeconômico 120

2. Estrutural 126

3. Produtivo 130

4. Comercialização 133

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0504

A elaboração, estabelecimento e condução

de programas e projetos de exploração agropecuá-

ria de forma racional e sustentável dependem da

viabilidade de sistemas agrícolas que contribuam

para o desenvolvimento econômico de suas áreas

de implantação, da manutenção do equilíbrio dos

ecossistemas e a consequente melhoria de renda e

do nível de vida das populações locais.

Nesta perspectiva, a lavoura cacaueira

representa um empreendimento apropriado e

promissor, possibilitando retorno financeiro satis-

fatório, mantendo o equilíbrio ecológico e fixando

o homem a terra, adaptando-se perfeitamente às

condições agroecológicas das regiões de clima tro-

pical e úmido como a Amazônia, demonstrado ain-

da ser uma alternativa segura para a melhoria das

condições socioeconômicas de suas populações.

Tais fatores aliados à possibilidade de exploração

dessa lavoura em associação a outras culturas de

reconhecido valor econômico, certamente esti-

mulam a exploração racional da cacauicultura no

Brasil, em especial nos estados do Pará e da Bahia.

Dessa forma, surgem novas possibilidades de ex-

ploração aos agricultores, expandindo e alavan-

cando a produção nacional de cacau.

Nesse sentido, o território da Transamazôni-

ca no oeste paraense representa um rico espaço

para o fortalecimento do cultivo de cacau brasi-

leiro, gerando divisas ao estado, emprego e renda

às populações dos municípios que o compõem e

contribuindo para uma produção assentada em

bases sustentáveis com a crescente incorporação

da agricultura familiar neste território que vive mo-

mento peculiar de crescimento devido a recentes

empreendimentos, dentre eles destacando-se a

construção da UHE de Belo monte.

1. Introdução A região de influência direta e indireta da

construção da UHE de Belo Monte já se constitui

território essencialmente voltado à agricultura,

agropecuária e cultivo do cacau. No que diz respei-

to à produção cacaueira percebe-se, que, embora

ela apresente grande potencial para o aumento da

sua produção, com possibilidades para incremen-

tar a rentabilidade, geração de emprego e renda, o

setor ainda apresenta fragilidades que podem ser

minimizadas ou mesmo eliminadas, pois a atual

cadeia produtiva da cultura do cacau ainda é inci-

piente e por isso existem lacunas operacionais no

cultivo, comercialização e nível de beneficiamen-

to, sendo, por isso, oportuno fomentar o apoio ao

processo cacaueira (PBA, 2011).

A união dos agricultores da região da área

de influência da UHE de Belo Monte fez com que

ao longo do tempo surgissem algumas cooperati-

vas voltadas ao segmento da produção, beneficia-

mento primário e comercialização do cacau (PBA,

2011).

Diante do exposto o presente trabalho teve

por objetivo realizar um diagnóstico do setor co-

operativista da produção cacaueira da região da

área de influência da UHE de Belo Monte.

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O cacaueiro (Theobroma cacao L.) é uma

planta perene da família Sterculiaceae, originária

do continente Sul Americano, cujo valor econô-

mico se baseia na exploração das amêndoas que,

após fermentação e secagem, constituem a prin-

cipal matéria-prima da agroindústria do chocola-

te. Das sementes pode-se também extrair o óleo

e a manteiga, largamente utilizada pela indústria

farmacológica e de cosméticos, enquanto a pol-

pa por ser rica em açúcares pode ser utilizada na

fabricação de geleia, vinho, licor, vinagre e suco.

Além disso, a cultura pode ainda ser aproveitada

como adubo, sabão e ração animal (Silva Neto et

al., 2001; Filgueiras et al., 2004).

De forma geral, a exploração do cacau e

de seus subprodutos sempre esteve relacionada

ao poderio econômico, seja como objeto de culto,

seja como fonte de riquezas e símbolo de poder.

As civilizações pré-colombianas domesticaram

e conceberam o processamento das amêndoas

que originou o chocolate, enquanto os espanhóis

monopolizaram o produto por séculos após o des-

cobrimento, até ser contrabandeado por nave-

gadores holandeses e ingleses, globalizando seu

consumo, principalmente na Europa do final do

século XVII, ampliando enormemente a deman-

da pela produção de cacau (Portal São Francisco,

2012).

Devido a suas características edafoclimá-

ticas seu cultivo ocorre em regiões tropicais, po-

dendo ser encontrado na América do Sul, no Ca-

ribe, na África, no Sudeste da Ásia e até em ilhas

do Pacífico Sul. Atualmente os maiores produtores

mundiais provêm do Oeste do continente africano,

onde Costa do Marfim, Gana, Indonésia, Nigéria e

República dos Camarões lideram o ranking, segui-

2. A Cultura do Cacaudos pelo Brasil e Equador, que juntos produzem

88% de todo mercado mundial de cacau (Mendes

& Lima, 2011).

De outro lado, os maiores importadores de

cacau são os Estados Unidos, Holanda, Alemanha,

Inglaterra e França, respondendo juntos com mais

de 60% das importações mundiais. Já em termos

de consumo per capita destacam-se países do les-

te europeu, Rússia e Estados Unidos (Portal São

Francisco, 2012).

2.1 O Cacau no Brasil No Brasil o cultivo de cacaueiro em larga

escala se instalou ainda no século XVIII no sul da

Bahia, trazendo riquezas e crescimento para a re-

gião das plantações. O país se tornou o maior pro-

dutor e exportador de cacau do mundo, produzin-

do riquezas e dominando praticamente sozinho

todo o mercado internacional, constituindo-se

num dos pilares fundamentais para o enriqueci-

mento de muitas famílias de cacauicultores e con-

tribuindo em muito para o desenvolvimento re-

gional.

Na Amazônia a cultura cacaueira ganhou

importância econômica a partir do século XVII,

quando deixou de ser um produto extrativista para

se tornar um produto agrícola. Entretanto, devido

à forma rudimentar com que seu desenvolvimento

se encaminhou na região, a caucaicultura foi pau-

latinamente substituída pela exploração econômi-

ca da borracha no final do século seguinte (Silva

Neto et al., 2001).

Somente a partir da década de 1960, com

o início das atividades da CEPLAC na Região Ama-

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0908

A Cultura do CacauDiagnóstico Setorial

zônica e mais precisamente no decorrer de 1976,

com o advento do Plano de Diretrizes para Expan-

são da Cacauicultura Nacional (PROCACAU), é que

essa atividade iria receber um impulso notável e

começar a se constituir em uma atividade econô-

mica explorada de maneira racional e com orienta-

ção técnica qualificada nos Estados amazônicos.

Segundo Mendes (2009), como forma de

garantir a dianteira na produção mundial de cacau

para o Brasil, o PROCACAU estabeleceu como meta

inicial a instalação de 300 mil hectares de cacauei-

ros, sendo 160 mil na Amazônia e 140 mil distribu-

ídos na região do sul da Bahia e do Espírito Santo.

Ainda de acordo com o autor, em relação à área

plantada na Amazônia, aproximadamente um ter-

ço dessa meta foi atingida somente no estado do

Pará, onde a região da Transamazônica se destaca

com cerca de 30 mil hectares plantados.

Tal estímulo garantiu e sustentou a cres-

cente participação da região na produção nacional

como um dos principais produtos de exportação,

daí sua importância como fonte geradora de divisas.

De fato, nos últimos vinte anos, mesmo com as os-

cilações na produção cacaueira em nível nacional,

o estado do Pará saltou de 49 mil em 1990 para 85

mil hectares de cacau colhidos em 2011 (Figura 1).

Figura 1. Área colhida em hectares de lavoura de cacau no Brasil e no Estado do Pará de 1990 a 2010.

Fonte: IBGE – Produção Agrícola Municipal.

Ainda assim, a região nordeste é a maior produtora concentrando 63 % da produção nacional no

estado da Bahia, seguida pela região Norte com 34 % nos estados do Pará, Amazonas e Rondônia, sendo

as regiões Sudeste e Centro-Oeste representadas pelo estado do Espírito Santo e Mato Grosso, respecti-

vamente (Figura 2).

Figura 2. Produção Agrícola regional de amêndoa de cacau no Brasil durante a safra de 2011.

Fonte: IBGE – Produção Agrícola Municipal.

Atualmente, o Brasil continua na lista dos principais exportadores de cacau do mundo. No en-

tanto, nas últimas décadas a produção cacaueira no sul da Bahia tem decaído devido, principalmente, a

baixa do preço do cacau no mercado internacional, a concorrência com os países africanos e a infestação

com a praga da “vassoura-de-bruxa” que infestou as plantações baianas (Figura 3). Em contrapartida, para

compensar a diminuição da produção nacional, a região norte vem gradativamente aumentando sua

participação, passando de 14 % em 2002 para 26 % em 2011 (Cuenca & Nazário, 2004).

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1110

A Cultura do CacauDiagnóstico Setorial

Figura 3. Quantidade de amêndoa de cacau produzida por regiões do Brasil de 1990 a 2010.

Fonte: IBGE – Produção Agrícola Municipal.

De fato, Mendes (2009) afirma que a produção cacaueira na região amazônica apresenta uma

série de vantagens comparativas quando assentada na pequena propriedade e enriquecida por meio de

diversos modelos de consórcios ou sistemas agroflorestais, pois a partir dessa estrutura produtiva supera-

se a fragilidade dos produtores às oscilações de mercado e aos débitos contraídos com crédito rural. Além

disso, a consequente facilidade de manejo da vassoura-de-bruxa, as grandes extensões de terra com so-

los de alta fertilidade natural e os custos médios de produção bem inferiores aos praticadas na Bahia vêm

tornando a Amazônia uma região econômica e socialmente promissora a inverter as tendências e colocar

o Brasil num caminho mais seguro na produção de cacau.

2.2 O Cacau na região da Transamazônica.

A partir dos projetos de infraestrutura pen-

sados para a região amazônica durante os gover-

nos militares, em particular a abertura de estradas,

diversos trabalhadores e migrantes ocuparam e

tornaram as áreas de entorno desses empreendi-

mentos em seu espaço de vida, dando origem a

diversas localidades, comunidades e municípios.

O território da Transamazônica, localizado

no oeste paraense, não foge à regra, tendo sido

povoado e tido experimentado a expansão de suas

atividades produtivas após o projeto de constru-

ção da BR 230, tonando-se um dos maiores polos

produtores de cacau e madeira em tora do Brasil

e um dos maiores produtores de gado e café do

estado do Pará.

Essa região compreende 15,5 % da exten-

são total do Estado, abrangendo os municípios de

Altamira, Anapu, Brasil Novo, Medicilândia, Pacajá,

Placas, Porto de Moz, Senador José Porfírio, Uruará

e Vitória do Xingu. A população total do território

é de 293.088 habitantes, dos quais 138.221 vivem

na área rural, o que corresponde a 47,16% do total

(Pará, 2010).

A base econômica da Transamazônica está

assentada em atividades de caráter agropecuário,

madeireiro e pesqueiro, com destaque para a pro-

dução cacaueira, tendo oito dos maiores municí-

pios produtores de cacau do Estado e o Município

de Medicilândia como o segundo maior produtor

de amêndoas do Brasil, apresentando 31 % da área

colhida em todo o estado do Pará. Medicilândia e

Uruará destacam-se pelo aumento de área colhida

na última década, enquanto o município de Pacajá

sofreu sensível queda no final da década de 90 (Fi-

gura 4 e 5).

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1312

A Cultura do CacauDiagnóstico Setorial

Figura 4. Área colhida de cacau em hectare na Transamazônica no Estado do Pará de 1990 a 2010.

Fonte: IBGE – Produção Agrícola Municipal.

Figura 5. Principais municípios produtores de cacau no Estado do Pará no ano de 2011 de acordo com a

área colhida em hectare.

Fonte: IBGE – Produção Agrícola Municipal.

A lavoura cacaueira gera milhares de empregos nos municípios produtores e aquece a econo-

mia local, entretanto verifica-se que a presença do monocultivo ainda é predominante na região. Nos

municípios de Medicilândia, Uruará, Pacajá e Brasil Novo o número de estabelecimentos agropecuários

de origem não familiar superam e muito os de agricultura familiar, indicando a forte presença do mono-

cultivo. O município de Senador José Porfírio é o único que se destaca por apresentar apenas estabele-

cimentos de agricultura familiar, indicando o uso sustentável da cultura (Figura 6).

Figura 6. Caracterização das unidades produtivas de cacau nos municípios da Transamazônica.

Fonte: IBGE – Produção Agrícola Municipal.

Não obstante, a geração de emprego e renda advindos da lavoura cacaueira na Transamazônica

pode estar contribuindo para a melhoria na qualidade de vida dos municípios produtores, trazendo de-

senvolvimento e gerando divisas para o Estado e para o Brasil. Além disso, a franca expansão das áreas

produtivas de cacau na Amazônia indica ainda uma crescente tendência de valorização da produção de

forma sustentável por meio da agricultura familiar.

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1514

3.1. Municípios envolvidos 3.1.1. Altamira

O processo de formação de Altamira teve

início através de missões Jesuítas na primeira me-

tade do séc. XVIII, quando ainda integrava o gi-

gantesco município de Souzel. Porém a elevação

à categoria de município foi em seis de Novembro

de 1911, pela Lei Estadual nº 1.234.

O município de Altamira, Sudoeste do Es-

tado do Pará, possui uma extensão territorial de

159.533,401 km². Está localizado às margens do

rio Xingu a 03o12’12” S e 52o12’23” W, em uma

altitude de 109 metros (IBGE, 2010). O clima do

município é caracterizado como quente e úmido,

com temperatura média anual de 25o C. Devido

à extensa dimensão territorial, o município é divi-

dido em dois distritos, um denominado Princesa

do Xingu (a 25 km Altamira), e o segundo como

Castelo de Sonhos (a 1100 km de Altamira). Res-

salta-se ainda que há dois fusos horários diferen-

tes, com diferença de uma hora entre o segundo

distrito citado e a sede do município (Prefeitura de

Altamira, 2011).

Altamira é considerada o maior município

do Brasil e o terceiro maior em escala mundial. A

rodovia Transamazônica (BR-230) corta o território

pelos dois extremos e liga o município ao resto do

Brasil. Sua população estimada é de 105.030 habi-

tantes, com densidade demográfica de 0,63 hab/

km2, segundo levantamento do IBGE (2010). De

acordo com os últimos dados, o IDHM do municí-

pio é 0,737 (PNUD, 2000). A Figura 7 mostra a evo-

3. Área de abrangência do estudo

Figura 7. Dados de IDHM, IDHM-Renda, IDHM-Longevidade e IDHM-Educação em 1993 e 2000

Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil

lução do IDHM de renda, longevidade e educação desde a década de 1990 até 2000, onde é observado

que houve elevação da qualidade de vida nas últimas décadas.

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1716

Área de abrangência do estudoDiagnóstico Setorial

O movimento da economia em Altamira está baseado, principalmente, na agricultura, na pecu-

ária, no comércio e no serviço público. Destaca-se ainda outros setores como o extrativismo, a pesca, o

artesanato e pequenas indústrias moveleiras. A agropecuária é a terceira maior atividade econômica da

cidade, segundo mostra o levantamento do PIB do município realizado em 2010 pelo IBGE (Figura 8). No

ano de 2010 o valor adicionado pela agropecuária foi de R$ 78.522,00, enquanto a indústria incorporou

R$ 93.658,00 e os demais serviços prestados no município adicionou cerca de R$ 488.257,00.

Figura 8. Produto Interno Bruto de Altamira (a preços correntes) em 2010.

Fonte: IBGE, 2012.

A cultura de cacau apresenta relevância para o município, pois é segundo produto agrícola mais

cultivado município, perdendo apenas para produção de banana. Em 2011 o cacau (em amêndoa) re-

presentou 7% da produção agrícola de Altamira, enquanto a banana correspondeu da 83% (IBGE, 2012).

Segundo dados do IBGE (2012), a produção de cacau aumentou nos últimos oito anos (Figura 9), e em

2011 chegou a produzir 3.760 toneladas, representando 6% da produção do Estado do Pará.

Figura 9. Figura 13. Produção de cacau (em amêndoa) no município de Altamira no período de 1997 a

2011

Fonte: IBGE, 2012

Altamira é cidade é a principal da mesorregião Sudoeste paraense, e oferece apoio nos setores

da saúde, educação, agricultura e comércio aos municípios vizinhos como: Uruará, Brasil Novo, Medici-

lândia, Vitória do Xingu e Senador José Porfírio.

O processo de formação de Anapu se deu

na década de 1970 com estabelecimento Progra-

ma de Integração Nacional (PIN), ressalta-se que o

maior impulso foi a construção da Rodovia Tran-

samazônica. Somente em 1995 foi desmembrada

dos municípios de Pacajá e Senador José Porfí-

rio, e elevada à categoria de Município e Distrito

3.1.2 Anapu

com a denominação de Anapu, pela Lei Estadual nº

5.929 (IBGE, 2012).

Anapu, sudoeste paraense, está a uma alti-

tude de 96 m, e sua sede está localizada a 03o28’20”

S e 51o11’52” W. O clima da é caracterizado como

quente e úmido, com precipitação pluviométrica

anual variando entre 600 e 2000 mm, umidade re-

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1918

Área de abrangência do estudoDiagnóstico Setorial

Figura 10. Dados de IDHM, IDHM-Renda, IDHM-Longevidade e IDHM-Educação em 1993 e 2000.

Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil.

As principais atividades econômicas do município estão baseadas nas atividades agrícolas e pe-

cuária, além de serviços. Observa-se na Figura 11 a distribuição dos principais setores que compõem o

PIB de Anapu (a preços correntes), segundo IBGE (2010), o valor referente a serviços foi de R$ 52.475;

ocupando o segundo lugar em importância está setor agropecuário que correspondeu a R$ 25.014; já o

valor adicionado bruto relativo à indústria foi de R$ 12.035.

lativa de 80% e média térmica de 27oC.

A extensão territorial do referido municí-

pio é de 11.895,506 km2. Segundo o IBGE (2012),

a população estimada de Anapu é de 22.225 indi-

víduos, com densidade demográfica de 1,75 hab/

km2. De acordo como último levantamento publi-

cado no Atlas do Desenvolvimento Humano no

Brasil (2000), o IDHM do município em 1991 era de

0,531 e saltou 0,645 2000, conforme a Figura 10.

Destaca-se que o maior avanço ocorrido na déca-

da de 1990, em Anapu, foi na área de educação,

onde o IDHM Educação saltou de 0,434 para 0,663

no mesmo período citado acima.

Figura 11. Produto Interno Bruto de Anapu (a preços correntes) em 2010.

Fonte: IBGE, 2012

Figura 12. Lavoura permanente produzida no município de Anapu em 2011.

Fonte: IBGE 2011.

Entre os principais produtos agrícolas produzidos em Anapu estão: banana, cacau, coco-da-baía,

café, mamão e laranja (Figura 12). A lavoura cacaueira é a segunda atividade agrícola mais importante

do município, no ano de representou 4% da produção do Estado do Pará (IBGE, 2012).

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2120

Área de abrangência do estudoDiagnóstico Setorial

Observa-se na Figura 13 que a produção de cacau em Anapu passou a ser representativa a partir

de 1997, com a produção de 140 toneladas, e teve significativo aumento em 2010 e 2011, quando atin-

giu 1.850t e 2.028t, respectivamente (IBGE, 2012).

Figura 13. Produção de cacau (em amêndoa) no município de Anapu no período de 1997 a 2011.

Fonte: IBGE, 2012.

O município de Anapu faz fronteira ao Norte com Portel; a Leste com Pacajá e Novo Repartimen-

to; ao Sul com São Félix do Xingu a Oeste com Senador José Porfírio e Vitória do Xingu.

Brasil Novo teve origem na origem com na

década de 1970, momento em que o Governo Fe-

deral incentivava a colonização e a integração da

Amazônia às outras regiões do Brasil. No início a

localidade foi criada seguindo a estrutura de uma

Agrópole, administrada do Instituto de Coloniza-

ção e Reforma Agrária (INCRA). No início década

de 1990 o território de Brasil Novo foi desmem-

brado de Medicilândia, Altamira e Porto de Moz e

posteriormente foi elevado a categoria de municí-

pio pela Lei Estadual n.º 5.962 de 13/12/1991 (Geo

Xingu, 2012).

O município de Brasil novo, sudoeste do

Pará, está situado às margens da Rodovia Transa-

mazônica (BR 230 - km 46) e está interligada a 15

vicinais. Sua sede compreende às coordenadas

geográficas 03º18’17” S e 53º32’08” W, a uma alti-

tude de 158,3m. O clima do município é quente e

úmido, com precipitações pluviométricas varian-

do entre 600 e 2000 mm anualmente. A tempera-

tura do município varia anualmente de 23 a 31ºC,

e a umidade relativa é em média de 80%.

A extensão territorial de Brasil Novo é de

6.362, 575 km2. De acordo com o IBGE (2010) a

3.1.3 Brasil Novo

população do município é de 15.690 habitantes,

com densidade demográfica de 2,47 hab/km2. A Fi-

gura 14 apresenta os dados referentes ao IDHM do

município em 1993 e em 2000. Pode-se observar

quem em houve melhorias na renda, na longevida-

de e na educação da população brasilnovense. O

IDHM do município aumentou de 0,591 (em 1991)

para 0,674 (em 2000); já o IDHM – Educação saltou

de 0,612 (em 1991), para 0,706 (em 2000).

Page 15: Diagnóstico setorial editoração pg_dupla_3

2322

Área de abrangência do estudoDiagnóstico Setorial

Figura 14: Dados de IDHM, IDHM-Renda, IDHM-Longevidade e IDHM-Educação em 1993 e 2000.

Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil.

A estrutura econômica de Brasil Novo está baseada na pecuária extensiva de corte, na extração

de madeira de lei, no comércio e na prestação de serviços básicos, agricultura, pequenas indústrias e

serrarias de médio porte. Segundo o geógrafo Antônio Clébio Araújo, Brasil Novo apresenta condições

para desenvolver economicamente devido possuir uma extensa área com solo agricultável. Segundo

dados do IBGE (2010), a agropecuária representa o segundo componente de importância no PIB do

município (Figura 15).

Figura 15. Produto Interno Bruto de Brasil Novo (a preços correntes) em 2010.

Fonte: IBGE, 2012.

Os principais produtos agrícolas de Brasil Novo são: banana, cacau, laranja, mamã, coco-da-baía,

café e pimenta do reino, em ordem decrescente de produção. Em 2011 a lavoura do cacau correspondeu

a 27% da produção agrícola do município com 2.754 t. Em relação ao Pará, o municio representou 5% da

produção de cacau no mesmo ano (IBGE, 2012). Observa-se na Figura 16 que a produção de cacau em

Brasil Novo se mantém na média de 2.708 t desde 1993 até 2011.

Page 16: Diagnóstico setorial editoração pg_dupla_3

2524

Área de abrangência do estudoDiagnóstico Setorial

O território brasilnovense, limita-se ao Norte com o município de Porto de Moz, ao Sul e a Leste

com o município de Altamira e a Oeste com o município de Medicilândia.

3.1.4 Medicilândia

O processo de formação de Medicilândia iniciou na década de 1970 através do programa de

integração nacional (PIN), criado pelo Governo Federal, assim como vários municípios às margens da ro-

dovia Transamazônica. Medicilândia foi uma Agrovila pertencente ao município de Prainha, e na década

de 1980 foi elevada a categoria de município pela lei estadual nº 5438, de 06-05-1988.

Medicilândia está localizada as margens da Rodovia Transamazônica (BR 230 - km 90). A sede do muni-

cípio está situada a 03° 26’ 45” S e 52° 53’ 20” W, a uma altitude de 151 m. O clima do município é quente

e úmido, com média térmica anual de 25,6º C, umidade relativa de 80% na maioria dos meses do ano.

Figura 16. Figura 13. Produção de cacau (em amêndoa) no município de Brasil Novo no período de 1997

a 2011.

Fonte: IBGE, 2012.

Figura 17. Dados de IDHM, IDHM-Renda, IDHM-Longevidade e IDHM-Educação em 1993 e 2000.

Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil.

Com o fechamento da usina de açúcar em 2001, Medicilândia sofreu uma grande crise financeira

e abalou desenvolvimento da cidade. Atualmente a base da economia do município é a agricultura, o

comércio, a pecuária, serviço público e privado, além de uma fábrica de chocolate (Geo Xingu). Segun-

do dados do IBG (2010), a agropecuária representa grande importância ao PIB do município, no ano de

2010 valor adicionado desse setor foi de R$ 59.922, enquanto o valor acionado pela indústria atingiu R$

9786 (Figura 18)

Área do município é de 8.272,629 km2. A estimativa da população de Medicilândia em 2012 é de

28.227 pessoas (IBGE, 2012). Segundo o Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil (2000), o IDHM do

município era de 0,71 em 2000, enquanto em 1991 era 0,606 (Figura 17). É notável que houve melhorias

no IDHM- Renda, IDHM-Longevidade e IDHM-Educação de 1991 para 2000, porém o mais expressivo foi

o IDHM-Educação que passou de 0,574 (1991) para 0,717 (200).

Page 17: Diagnóstico setorial editoração pg_dupla_3

2726

Área de abrangência do estudoDiagnóstico Setorial

Figura 18. Produto Interno Bruto de Medicilândia (a preços correntes) em 2010

As principais culturas perenes que movimentam a economia são: banana, cacau, café, coco-da-

-baía, pimenta-do-reino e mamão. Em 2011 a produção de banana foi de 30.600t; já a de cacau atingiu

22.467t e a de café 5.390t (IBGE, 2012). Ressalta-se que Medicilância é principal produtor de cacau do Esta-

do do Pará, em 2011 foram colhidos 22.467 ha, o que representou 31% da produção estadual (Figura, 19).

Figura 19. Área (ha) de cacau (amêndoa) colhida no ano de 2011 no Estado do Pará.

Desde a década de 1990 a produção de cacau em Medicilândia permaneceu ininterrupta (Figura

20). Destaca-se a última década a produção de cacau aumentou a média de produção durante a década

de 1990 foi de 8.45t, nos últimos onze anos a média é de 13.977t, com maior produção 2011 (IBGE, 2012).

Figura 20. Figura 13. Produção de cacau (em amêndoa) no município de Medilândia no período de 1997

a 2011.

Fonte: IBGE, 2012.

Medicilândia faz fronteira ao Norte com Prainha; a Leste a Sul com Brasil Novo e a Oeste com Uruará.

3.1.5 Pacajá

A origem de Pacajá está relacionada ao estabelecimento do PIN na mesorregião Sudoeste Para-

ense, quando da construção da Rodovia Transamazônica na década de 1970. Até a primeira metade da

década de 1980, Pacajá era uma Agrovila ligada ao município de Portel, transformou-se em município

por meio da Lei nº 5.447, de 10 de maio de 1988 (Portal Amazônia, 2012).

Page 18: Diagnóstico setorial editoração pg_dupla_3

2928

Área de abrangência do estudoDiagnóstico Setorial

Figura 21. Dados de IDHM, IDHM-Renda, IDHM-Longevidade e IDHM-Educação em 1993 e 2000.

Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil.

Na figura 22, pode-se observar que assim com a maioria das cidades ao longo da transamazôni-

ca, o setor que mais influencia no PIB do município de Pacajá é o de Serviços, seguido pela Agropecuária,

em 2010 foi registrado R$ 96.558 e R$ 65.041, respectivamente (IBGE, 2012).

A sede do município está localizada a 03º50’16” S e a 50º38’15” W, estando a uma altitude aproxi-

mada de 105 metros. O clima do município e quente e úmido, com índice pluviométrico anual é de 2.300

mm, média térmica de 26,5 ºC e umidade relativa 85%, em média, anualmente.

A extensão territorial de Pacajá compreende 11.832,333 km². A população estimada para o ano de 2012

é de 41.654 pessoas, com crescimento de 1.675 pessoas nos últimos dois anos (IBGE, 2012). Da década

de 1990 para 2000 o IDHM do município passou de 0,5 para 0,661 (Figura 21). O IDHM para renda, lon-

gevidade e educação também aumentaram ao longo desse período, destaca-se a educação que passou

de 0,459 para 0,694 (Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil).

Figura 22. Produto Interno Bruto de Pacajá (a preços correntes) em 2010.

Na agropecuária, destaca-se o número expressivo do rebanho bovino do município, ocupando

a 12º colocação em relação ao efetivo bovino do Estado, com 350.037 cabeças (IBGE, 2012). De acordo

com a figura 23, no ramo da lavoura permanente, a principal cultura é a banana que, em 2011, teve uma

produção de 12.888t, produção esta seguida pela de coco-da-baía com 3.060t e a de cacau com 1.251t

(IBGE, 2012)

Page 19: Diagnóstico setorial editoração pg_dupla_3

3130

Área de abrangência do estudoDiagnóstico Setorial

Figura 23. Produção (tonelada) das principais culturas perenes no município de Pacajá em 2011.

Nota-se que, na última década, houve uma redução na produção cacaueira no município de

Pacajá (Figura 24). Durante a década de 1990 a produção média era de 3.199t, passando para 1.497t na

década de 2000 (IBGE, 2012).

Figura 24. Produção de cacau (em amêndoa) no município de Pacajá no período de 1997 a 2011.

Fonte: IBGE, 2012.

O município de Pacajá limita-se ao Norte com Portel; a Leste com Tucuruí e Baião; ao Sul Novo

Repartimento; e a Oeste com Anapu.

3.1.6 Uruará

A formação de Uruará também está relacionada ao estabelecimento do Plano de Integração Na-

cional na década de 1970. A Agrópole Uruará, ligada ao município de Prainha, estava localizada no km

180 da rodovia Transamazônica e foi impulsionada pela aglomeração de pessoas que migraram para a

região nas proximidades de uma escola que fora construída no local. Em 1988 seu território tornou-se

independente de Prainha e foi elevado à categoria de município pela Lei Estadual nº 5435.

O município de Uruará, na mesorregião sudoeste paraense, está às margens da Rodovia Transa-

mazônica (BR 230 -180 km no trecho entre Altamira e Itaituba). Sua sede está localizada a 03º43’03” S e

3º44’12 W, a altitude de 129 metros. O clima do município é caracterizado como quente e úmido, com

média térmica anual de 25,6ºC, umidade relativa de 80% na maior parte no ano, e pluviosidade anual de

aproximadamente 2000 mm.

A área do município é 10.791,371 km². A população estimada no ano de 2012 é de 44.727 pes-

soas. O IDHM do município em 1991 era de 0,587, já em 2000 passou para 0,713 (Figura 25). O maior

crescimento registrado foi no IDHM Educação aumentou de 0,586 para 0,742 no mesmo período (Atlas

do Desenvolvimento Humano no Brasil, 2000).

Page 20: Diagnóstico setorial editoração pg_dupla_3

3332

Área de abrangência do estudoDiagnóstico Setorial

Figura 25. Dados de IDHM, IDHM-Renda, IDHM-Longevidade e IDHM-Educação em 1993 e 2000.

Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil.

A economia de Uruará está baseada na pecuária, agricultura, serviço público, comércio e indústria

madeireira. Com destaque para a pecuária de corte, ressalta-se que em Uruará está 20º maior rebanho

bovino do Estado do Pará, com 288172. O PIB do município está representado na Figura 26. Observa-se

que os serviços prestados representam 60% do PIB municipal, enquanto as atividades agropecuárias

representam 27% e a indústria 13% (IBGE, 2010).

Figura 26. Produto Interno Bruto de Uruará (a preços correntes) em 2010.

Segundo o Antônio C. Araújo, Uruará está em constante progresso merece ênfase na represen-

tatividade do desenvolvimento da região, pois conta uma boa estrutura em relação a outros municípios

fundados ao longo da Transamazônica na década de 1970.

Dentre as principais culturas perenes de importância econômica na região estão: a banana que,

em 2011, alcançou a produção de 31.028t; seguida do cacau com 6.673t e do café com 1896 t (IBGE,

2012).

Segundo o IBGE (2012), a lavoura cacaueira, desde a década de 1990, sempre produziu acima de

2.781t por ano, e atingiu as maiores produções na última década com a média de 4.874t nesse período

(Figura 27).

Page 21: Diagnóstico setorial editoração pg_dupla_3

3534

Área de abrangência do estudoDiagnóstico Setorial

Figura 27. Produção de cacau (em amêndoa) no município de Uruará no período de 1997 a 2011.

Fonte: IBGE, 2012.

Os limites do município de Uruará são: a Norte com Prainha e Medicilândia; a Leste com Medici-

lândia e Altamira; a Sul com Altamira e a Oeste com Santarém.

3.1.7 Vitória do Xingu

O processo de formação de Vitória do Xingu iniciou em 1750 através de uma expedição de pa-

dres jesuítas, liderada pelo padre Roque Hunderfund. Vitória do Xingu inicialmente era um povoado, e

em 1911 passou a ser Distrito de Altamira; já em 1965 passou tornou-se Vila; somente em 1991 foi seu

território foi desmembrado dos municípios de Altamira, Senador José Porfírio e Porto de Moz e elevada

a categoria de município através da Lei 5701.

O município de Vitória do Xingu,situado na margem direita do rio Tucuruí, está localizado segun-

dos as coordenadas geográficas 02º52’48” S e 52º00’36” W. O clima local é caracterizado como quente e

úmido, com temperatura média anual de 27ºC, umidade relativa de 80% e precipitações pluviométricas

entre 600 e 2000 mm.

A extensão territorial do município é de 3.089,537 km². A população estimada em 2010 foi de

13.431 pessoas, sendo a densidade demográfica igual a 4,28 hab/km². O IDHM do município é 0,664

(Figura 28). Nota-se que houve evolução desde 1991 até 2000, principalmente na educação que passou

do IDHM 0,518 para 0,703 no mesmo período.

O principal pilar da economia vitoriense é o funcionalismo público, além desse pode-se citar a

pesca, a agricultura, a pecuária, serviços terceirizados, além do porto da cidade que serve como ponto

de entrada e saída de mercadorias e de passageiros para diversos locais dentro e fora do Estado (Geo

Xingu, 2012). Conforme mostra a Figura 29, o valor adicionado dos serviços corresponde a 62% do PIB

do município, enquanto o relativo à agropecuária corresponde a 31% (IBGE, 2010).

Figura 28. Dados de IDHM, IDHM-Renda, IDHM-Longevidade e IDHM-Educação em 1993 e 2000.

Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil.

Page 22: Diagnóstico setorial editoração pg_dupla_3

3736

Área de abrangência do estudoDiagnóstico Setorial

Figura 29. Produto Interno Bruto de Vitória do Xingu (a preços correntes) em 2010

No setor da agricultura, as principais culturas perenes produzidas no município são: banana,

cacau e coco-da-baía. No ano de 2011 essas culturas produziram7.800t, 2.392t e 1.500 futos respectiva-

mente. O cacau representa a segunda colocação em importância econômica do município. Observa-se

na Figura 30 que a produção de cacau permaneceu ininterrupta desde a década de 1993, com destaque

para a década de 2000. A produção média na década de 1990 foi de 994t, passando para 1.266, 417t nos

últimos 11 anos (IBGE, 2012).

Figura 30. Produção de cacau (em amêndoa) no município de Vitória do Xingu no período de 1997 a

2011.

Fonte: IBGE, 2012.

As fronteiras de Vitória do Xingu são: norte com o município de Porto de Moz; a leste com os

municípios de Senador José Porfírio e Anapu; a Sul com o município de Senador José Porfírio; e a Oeste

com os municípios de Altamira e Brasil Novo.

Page 23: Diagnóstico setorial editoração pg_dupla_3

3938

O presente estudo caracteriza-se como

pesquisa descritiva com abordagem qualiquanti-

tativa. A descritiva é realizada por considerar que

a principal finalidade é o delineamento ou análise

das características de determinada população ou

fenômeno, no caso específico, da descrição da si-

tuação de cooperativas de cacauicultores e seus

cooperados na Transamazônica, sendo utilizado o

questionário como instrumento da coleta de da-

dos. A abordagem qualitativa não requer o uso de

métodos e técnicas estatísticas.

Visando fazer um levantamento dos coope-

rados sobre sua situação socioeconômica, estrutu-

ral, produtiva, comercial, crédito e financiamento,

estrutura organizacional das cooperativas e acesso

à assistência técnica; por meio de questionários se-

miestruturados. Para a elaboração do questionário

e da metodologia de trabalho foram consultadas

diversas metodologias de Diagnóstico Rural Rápi-

do, Diagnóstico Rural Participativo (Mead, 1991). O

preenchimento de cada questionário foi de apro-

ximadamente 20 minutos, aplicados em reuniões

previamente agendadas com produtores rurais

das cooperativas nas cidades de Anapu, Brasil

Novo, Medicilândia, Pacajá, Senador José Porfírio,

Uruará, Vitória do Xingu, num total de 9 (nove) co-

operativas participantes no processo.

Além dos questionários, realizaram-se en-

trevistas com algumas lideranças envolvidas no

processo, onde foi empregado o discurso do sujei-

to coletivo, neste método o entrevistador subme-

te as entrevistadas a palavras chaves baseadas na

construção da análise SWOT ou matriz FOFA, dan-

do ao entrevistado liberdade para emitir, livremen-

te, seu ponto de vista sobre a atividade cacaueira e

o sistema de organização em cooperativas, pontos

4. O estudo e a metodologia utilizadafortes e fraquezas. As questões levantadas indivi-

dualmente possibilitam um diagnóstico quanto ao

potencial das cooperativas analisadas.

Esta pesquisa foi realizada seguindo as se-

guintes etapas: elaboração do plano de pesquisa,

elaboração dos questionários, aplicação dos ques-

tionários, processamento e análise e apresentação

dos resultados.

Page 24: Diagnóstico setorial editoração pg_dupla_3

4140

5.1 Cooperativas de produção convencional 5.1.1 COOPBRAN 5.1.1.1 Socioeconômico

5. Diagnóstico do setor cooperativista da produção de cacau na região

Figura 31. Tempo na Propriedade

A pesquisa mostrou que, em relação ao tempo, na propriedade, 81% dos cooperados analisados

se encontram no lote há mais de 10 anos, 5% entre cinco e 10 anos e 14% até cinco anos.

Em relação a saber se sua renda é exclusiva da propriedade, 48% responderam “sim” e 52% res-

ponderam “não” e 100% dos cooperados entrevistados sempre atuaram em atividades rurais.

COOPBRAN - Cooperativa Mista Regional dos Minis, Pequenos e Médios Produtores de Brasil NovoMunicípio: Brasil Novo

Figura 32. Renda Exclusiva da Propriedade

Page 25: Diagnóstico setorial editoração pg_dupla_3

4342

Produção de cacau na regiãoDiagnóstico Setorial

Figura 34. Profissão Anterior Figura 35. Escolaridade

A pesquisa mostrou que, em relação ao tempo, na propriedade, 81% dos cooperados analisados

se encontram no lote há mais de 10 anos, 5% entre cinco e 10 anos e 14% até cinco anos.

Em relação a saber se sua renda é exclusiva da propriedade, 48% responderam “sim” e 52% res-

ponderam “não” e 100% dos cooperados entrevistados sempre atuaram em atividades rurais.

COOPBRAN - Cooperativa Mista Regional dos Minis, Pequenos e Médios Produtores de Brasil NovoMunicípio: Brasil Novo

Em relação à estrutura populacional das propriedades em média 6,29 pessoas residem no lote

sendo que destes 5,05 indivíduos são da própria família do cooperado, 4,81 são envolvidos nas ativida-

des de produção e apenas 0,33 é a média de membros residentes que trabalham fora da propriedade

demonstrando a fixação destes no meio rural.

Tabela 1. Configuração de Habitantes das Propriedades

Figura 36. Renda Mensal Familiar (Salários Mínimos) Figura 37. Vínculo a Programas Sociais

No que tange à contratação de mão de obra, 76% das propriedades terceirizam algum tipo de

tarefa, seja de forma temporária ou permanente e 24% não contratam.

Figura 38. Contratação de Mão de Obra

Page 26: Diagnóstico setorial editoração pg_dupla_3

4544

Produção de cacau na regiãoDiagnóstico Setorial

Figura 40. Condições da Estrada no Período Chuvoso

No quesito logístico, as condições das estradas foram avaliadas sendo que, no período não chu-

voso, 71% das propriedades encontram boas condições de acesso e 29% apresentam condições transi-

táveis.

Já no período de maior pluviosidade, 53% dos entrevistados relataram condições apenas transi-

táveis, 33% condições ruins e apenas 14% citaram boas condições das estradas.

Figura 41. Forma de Aquisição da Propriedade

Noventa por cento dos cooperados indagados afirmaram que a forma de aquisição da proprie-

dade foi por meio de compra direta, 5% receberam-na por herança e os 5% restantes foram beneficiados

por programa de reforma agrária.

COOPBRAN - Cooperativa Mista Regional dos Minis, Pequenos e Médios Produtores de Brasil NovoMunicípio: Brasil Novo

5.1.1.2 Estrutural

Figura 39. Condições da Estrada no Período Não Chuvoso

Tabela 2. Estrutura Básica

Page 27: Diagnóstico setorial editoração pg_dupla_3

4746

Produção de cacau na regiãoDiagnóstico Setorial

Quanto à estrutura básica, 71,43% recebem energia elétrica, 85,71% possuem rádio, 71,43% pos-

suem aparelho de TV e 4,76% possuem acesso à internet como meio de comunicação, 71,43% têm gela-

deira, todos possuem fogão a gás, 90,47% possuem filtro de água, 71,43% têm banheiro em alvenaria e

71,43% possuem parabólica.

Tabela 3. Estrutura Produtiva

Dentre as estruturas produtivas apresentadas, apenas 14,28% possuem cocho, 38,09% possuem

barcaça, 4,76% apresentam estufa, 23,91% têm secador, 38,09% possuem armazém e 42,86% possuem

balança.

COOPBRAN - Cooperativa Mista Regional dos Minis, Pequenos e Médios Produtores de Brasil NovoMunicípio: Brasil Novo

5.1.1.3 Produtivo

Figura 42. Atividade Principal Figura 43. Interesse em Novas Atividades

No âmbito da produção, 76% dos cooperados têm na cacauicultura sua atividade principal; 19%,

a pecuária e 5%, outras atividades agrícolas. Cinquenta e nove por cento destes apresentam interesse

em diversificar a produção além das atividades já existentes em suas propriedades.

Figura 44. Tipo de Produção

Page 28: Diagnóstico setorial editoração pg_dupla_3

4948

Produção de cacau na regiãoDiagnóstico Setorial

5.1.1.4 Comercialização

Figura 45. Forma de Comercialização

Tabela 5. Média de Preços Pagos

Figura 46. Satisfação com Preço Pago pelo Atravessador

Todos os cooperados da COOPBRAN vendem suas produções para atravessadores, recebendo,

em média, R$ 4,24 pelo quilo da amêndoa, sendo importante ressaltar que, em sua integralidade, os

entrevistados não se encontram satisfeitos com o valor pago.

COOPBRAN - Cooperativa Mista Regional dos Minis, Pequenos e Médios Produtores de Brasil NovoMunicípio: Brasil Novo

Tabela 4. Tamanhos Médios de Propriedade, Lavoura de Cacau e Área Produtiva e Produção Anual

A totalidade dos entrevistados pratica o método convencional de cultivo da cacauicultura e as

propriedades têm em média 69,08 ha. sendo que o tamanho médio da área produtiva cacaueira é de

12,75 ha. e a produção média é de 9,03 toneladas.

Page 29: Diagnóstico setorial editoração pg_dupla_3

5150

Produção de cacau na regiãoDiagnóstico Setorial

5.1.1.5 Crédito e Financiamento

Quanto ao fomento financeiro da produção ao crédito, 90,48% dos cooperados entrevistados já

receberam algum tipo de crédito e 38,10% possuem financiamento em aberto, seja em atraso ou em

fase de pagamento.

No que tange o acesso ao crédito, 38,10% dos entrevistados relataram dificuldades para tal, sen-

do a burocracia o motivo mais recorrentemente citado e 76,19% apresentam interesse em adquirir novo

financiamento.

O Banco da Amazônia tem sido a principal instituição a financiar os produtores cooperados da

COOPBRAN seguida pelo Banco do Brasil.

Tabela 6. Percentual de Acesso a Crédito e Financiamento Tabela 7. Instituição de Crédito

5.1.1.6 Organização e Apoio de ATER

Tabela 8. Cargo na Cooperativa e Nível de

Satisfação com a Cooperativa

COOPBRAN - Cooperativa Mista Regional dos Minis, Pequenos e Médios Produtores de Brasil NovoMunicípio: Brasil Novo

Figura 47. Motivação de Entrada na Cooperativa

Quanto à estrutura organizacional, 19,05% dos cooperados pesquisados ocupam algum cargo

na cooperativa. 42,86% dos entrevistados declaram não estarem satisfeitos com o andamento das ati-

vidades da cooperativa.

Sessenta e dois por cento dos entrevistados foram motivados pela necessidade de acesso ao

crédito ao se associarem à cooperativa, 19% citaram acesso ao mercado como motivação e 19% devido

à busca por maior visibilidade e organização do setor produtivo.

Page 30: Diagnóstico setorial editoração pg_dupla_3

5352

Produção de cacau na regiãoDiagnóstico Setorial

5.1.1.7 Matriz F.O.F.A.

Fortalezas

A cooperativa possui sede própria

com escritório e espaçoso galpão possibilitando

estrutura comercial;

Existe um grupo de cooperados que vêm

realizando ações de reaglutinação dos sócios inte-

ressados na retomada das atividades comerciais;

Os cooperados possuem relevante volume

de produção de cacau;

A cooperativa já exerceu movimento de co-

mercialização conjunta possuindo assim experiên-

cia prévia de forma coletiva.

Fraquezas

A maior parte dos sócios se encontra de-

sestimulados;

A cooperativa se encontra descapitalizada

e sem capital de giro;

A cooperativa não possui estrutura para a

logística produtiva como veículos de transporte

para produção;

Deficiência de estrutura produtiva básica

nas propriedades como cochos, estufas, armazéns

e balanças.

Oportunidades

Apesar de os produtores receberem valores

insatisfatórios, atualmente, o mercado está aque-

cido podendo haver uma melhor negociação de

valores, de vez que a venda seja feita de forma co-

letiva, favorecendo a maior escala de comercializa-

ção e permitindo redução de custos com logística.

Ameaças

A produção de cacau convencional, ainda

que com melhor qualidade, não encontra merca-

do diferenciado na região, isto é, está subjulgado

à venda para atravessadores que pagam preços in-

satisfatórios pelo produto;

Falta de assistência técnica;

Boa parte das propriedades produtoras se

encontra em áreas com precárias estradas e vici-

nais.

COOPERSAME - Cooperativa Mista Regional dos Minis, Pequenos e Médios Produtores de Brasil NovoMunicípio: Brasil Novo

Figura 48. Apoio de ATER

A falta de apoio de assistência técnica e extensão rural foi declarada pela grande maioria dos

entrevistados (72%). A CEPLAC é a única forma de ATER recebida por 14% e a EMATER conjuntamente

com a CEPLAC foi citada pelos outros 14% de produtores.

Page 31: Diagnóstico setorial editoração pg_dupla_3

5554

Produção de cacau na regiãoDiagnóstico Setorial

5.1.2 COOPERSAME 5.2.2.1 Socioeconômico

Figura 49. Tempo na Propriedade

Os produtores vinculados a COOPERSAME, possuem alto grau de fixação em suas propriedade,

100% dos entrevistados estão a mais de 10 anos em suas propriedades.

Figura 50. Renda Exclusiva da Propriedade

Quando questionados sobre a formação da renda familiar, 55% dos entrevistados afirmaram ser

gerada exclusivamente pela propriedade.

COOPERSAME - Cooperativa Mista Regional de Agricultores de Medicilândia.Município: Medicilândia.

Figura 51. Profissão Anterior

91% dos entrevistados na COOPERSAME não tem outra vivência profissional, trabalhando unica-

mente no meio rural.

Figura 52. Escolaridade

O grau de escolaridade na COOPERSAME é predominantemente baixo, 82% dos entrevistados

tem somente o ensino fundamental incompleto.

Tabela 9. Configuração de Habitantes das Propriedades

Page 32: Diagnóstico setorial editoração pg_dupla_3

5756

Produção de cacau na regiãoDiagnóstico Setorial

Figura 53. Renda Mensal Familiar (Salários Mínimos)

82% dos entrevistados possui renda de até 3 salários mínimos, empatados em 9% produtores com

renda de 4 à 8 e mais de 8 salários mínimos.

Figura 54. Vínculo a Programas Sociais

36% dos entrevistados são beneficiados por programas sociais do governo e 64% não se benefi-

ciam desse complemento de renda.

COOPERSAME - Cooperativa Mista Regional de Agricultores de Medicilândia.Município: Medicilândia.

Figura 55. Contratação de Mão de Obra

100% contrata mão-de-obra, na forma de temporários, contratados informalmente. Esses contra-

tos em sua maioria são estritamente para o período de safra.

5.1.2.2 Estrutural

Figura 56. Condições da Estrada

no Período Não Chuvoso

Figura 57. Condições da Estrada

no Período Chuvoso

Para a maioria dos entrevistados, 82% dizem que as estradas no período não chuvoso é transitá-

vel. No período chuvoso os mesmos 82% manifestam-se quanto as péssimas condições de tráfego, clas-

sificando a estrada como ruim.

Page 33: Diagnóstico setorial editoração pg_dupla_3

5958

Produção de cacau na regiãoDiagnóstico Setorial

Tabela 10. Estrutura Básica Tabela 11. Estrutura Produtiva

5.1.2.3 Produtivo

Figura 59. Atividade Principal

Para 91% dos entrevistados na COOPERSAME o cacau é a principal atividade produtiva, seguida

pela pecuária com 9%.

COOPERSAME - Cooperativa Mista Regional de Agricultores de Medicilândia.Município: Medicilândia.

Figura 58. Forma de Aquisição da Propriedade

Sobre a forma de aquisição da propriedade, 73% informou ter sido através de compra, 9% recebeu

a propriedade através de herança, 9% foi beneficiado por reforma agrária.

Figura 60. Interesse em Novas Atividades

A maioria dos entrevistados, 64% têm interesse em implantar uma nova atividade produtiva.

Page 34: Diagnóstico setorial editoração pg_dupla_3

6160

Produção de cacau na regiãoDiagnóstico Setorial

5.1.2.4 Comercialização

Figura 62. Forma de Comercialização

A totalidade dos entrevistados comercializa sua produção para atravessadores.

Tabela 13. Média de Preços Pagos

Figura 63. Satisfação com Preço Pago pelo Atravessador

100% dos entrevistados na COOPERSAME está insatisfeito com o preço praticado pelos atravessa-

dores

COOPERSAME - Cooperativa Mista Regional de Agricultores de Medicilândia.Município: Medicilândia.

Figura 61. Tipo de Produção

Os entrevistados na Coopersame utilizam a forma convencional de produção de cacau em sua

totalidade.

Tabela 12. Tamanhos Médios de Propriedade,

Lavoura de Cacau e Área Produtiva e Produção Anual

5.1.2.5 Crédito e Financiamento

Tabela 14. Percentual de Acesso a Crédito e Financiamento

Page 35: Diagnóstico setorial editoração pg_dupla_3

6362

Produção de cacau na regiãoDiagnóstico Setorial

Tabela 15. Instituição de Crédito

Quando questionados sobre acesso a crédito e financiamento, 100% dos entrevistados informa-

ram ter acesso a financiamento, desses, 72,73% possuem financiamento em aberto, mesmo com acesso

a crédito os produtores relataram ter dificuldades para obtê-lo e 100% tem interesse em acessar novos

financiamentos.

O BASA é a principal instituição de acesso ao crédito, com 81,82% dos atendimentos.

Figura 64. Motivação de Entrada na CooperativaTabela 16. Cargo na Cooperativa e Nível

de Satisfação com a Cooperativa

5.1.2.6 Organização e Apoio de ATER

COOPERSAME - Cooperativa Mista Regional de Agricultores de Medicilândia.Município: Medicilândia.

Quando questionados sobre a motivação para integrar a cooperativa, as motivações foram bem

distribuídas com frequências bem próximas, 37% busca acesso ao mercado, 36% acesso ao crédito e 27%

busca visibilidade e organização.

Quando questionados sobre apoio de assistência técnica, verificou-se uma alta frequência de

não atendidos, como nas demais cooperativas pesquisadas. 70% não recebe assistência técnica, 10% são

atendidos pela CEPLAC, 10% INCRA e 10% IPAM.

Figura 65. Apoio de ATER

Page 36: Diagnóstico setorial editoração pg_dupla_3

6564

Produção de cacau na regiãoDiagnóstico Setorial

5.1.2.7 Matriz F.O.F.A..

Fortalezas

A cooperativa possui estrutura própria ad-

ministrativa e comercial com dois escritório, arma-

zém e caminhão;

A cooperativa possui uma boa visibilidade

na região inclusive já tendo exportado cacau;

Parte dos sócios fundadores ainda mantém

aspirações de revitalizar a cooperativa exercendo

papel de liderança junto aos demais cooperados;

Boa parte dos produtores de cacau coope-

rados está situado em propriedades com boa ferti-

lidade do solo;

A cooperativa vem buscando a reorganiza-

ção do quadro societário;

O quadro societário apresenta um bom ní-

vel organizacional com práticas inerentes a doutri-

na cooperativista fortalecendo assim o associativis-

mo necessário para consolidação da cooperativa;

A diretoria vem buscando se capacitar para

melhor gerir o empreendimento no que diz respei-

to à legislação, gestão e planejamento.

Fraquezas

Apesar de possuir um número elevado de

sócios em seu quadro de cooperados (300 produ-

tores), a falta de comercialização via cooperativa

e falta de qualquer serviço oferecido pela mesma,

cerca de apenas 17% destes ainda frequentam as-

sembleias e reuniões;

Boa parte dos sócios se tornaram coopera-

dos com o objetivo único de buscar financiamen-

tos;

A cooperativa se encontra descapitalizada

e sem qualquer capital de giro;

Parte dos próprios cooperados se tornaram

concorrentes da própria cooperativa ao se torna-

rem “atravessadores”, isto é, compram e cacau na

região e revendem ao mercado consumidor de for-

ma individual;

Algumas operações não exitosas no pas-

sado da cooperativa, como erros de investimento,

levaram ao descrédito da mesma junto aos coope-

rados;

Deficiência de estrutura produtiva básica

nas propriedades como cochos, estufas, armazéns

e balanças.

COOPERSAME - Cooperativa Mista Regional de Agricultores de Medicilândia.Município: Medicilândia.

Oportunidades

A cooperativa está situada numa região de

grande produção de cacau;

Recentemente a cooperativa conseguiu

quitar suas dívidas junto às instituições financeiras

e as linhas de crédito existentes no mercado po-

dem se traduzir em boas oportunidades para rees-

truturação da mesma.

Ameaças

Estradas precárias dificultam o escoamen-

to da produção do cacau dos cooperados;

Deficiência de assistência técnica;

Falta de apoio governamental;

Dificuldade de acesso ao crédito;

Deficiência de estrutura produtiva básica

nas propriedades como cochos, estufas, armazéns

e balanças.

Page 37: Diagnóstico setorial editoração pg_dupla_3

6766

Produção de cacau na regiãoDiagnóstico Setorial

5.1.3 COOPATRANS 5.1.3.1 Socioeconômico

Na coopatrans, 100% dos entrevistados relataram estar a mais de 10 anos em suas propriedades.

Figura 67. Renda Exclusiva da Propriedade Figura 66. Tempo na Propriedade

COOPATRANS - Cooperativa Agroindustrial da Transamazônica.Município: Medicilândia.

Questionados sobre a formação da renda familiar, 44% relataram ser exclusivamente proporcio-

nada pela propriedade e 56% possuem outro complemento de renda.

Figura 68. Profissão Anterior Figura 69. Escolaridade

A pesquisa nos mostra que 67% dos entrevistados são oriundos do campo e tem como única ati-

vidade profissional a atuação no meio rural e 33% têm outras experiências profissionais.

Tabela 17. Configuração de

Habitantes das Propriedades

Figura 70. Renda Mensal Familiar

(Salários Mínimos)

Na Coopatrans há a predominância da baixa formação escolar, 45% dos entrevistados possui o

ensino fundamental incompleto, seguido por 33% de pessoas com ensino médio completo, 11% ensino

médio completo e 11% com ensino superior completo.

Page 38: Diagnóstico setorial editoração pg_dupla_3

6968

Produção de cacau na regiãoDiagnóstico Setorial

Na Coopatrans há frequências muito próximas de faixas salariais, com 34% dos entrevistados

apresentando renda entre 1 à 3 salários mínimos, 33% entre 4 à 8 salário mínimos e 33% mais de 8 salários

mínimos.

22% dos entrevistados são beneficiados por algum programa social e 78% não se beneficiam des-

se complemento de renda.

Figura 71. Vínculo a Programas Sociais Figura 70. Renda Mensal Familiar (Salários Mínimos)

A mão de obra na Coopatrans como nas demais cooperativas investigadas é basicamente familiar,

porém observou-se grande frequência de meeiros e temporários. Dentre os entrevistados 89% afirmou

contratar mão de obra e 11% não contratam.

COOPATRANS - Cooperativa Agroindustrial da Transamazônica.Município: Medicilândia.

5.1.3.2 Estrutural

Figura 73. Condições da Estrada

no Período Não Chuvoso

Quando perguntados sobre as condições da estrada de acesso as propriedades no período seco,

56% afirmou ser transitável e 44% disse ser boa.

Figura 74. Condições da Estrada

no Período Chuvoso

Figura 75. Forma de Aquisição da Propriedade

Page 39: Diagnóstico setorial editoração pg_dupla_3

7170

Produção de cacau na regiãoDiagnóstico Setorial

Tabela 18. Estrutura Básica Tabela 19. Estrutura Produtiva

5.1.3.3 Produtivo

Figura 76. Atividade Principal

100% dos entrevistados relatou ser a cacauicultura sua principal atividade econômica. COOPATRANS - Cooperativa Agroindustrial da Transamazônica.Município: Medicilândia.

No período chuvoso, 78% informou ser transitável. 11% considera boa e 11% considera ruim.

Figura 77. Interesse em Novas Atividades

Entre os entrevistados 67% reportou interesse em novas atividades produtivas para suas proprie-

dades e 33% não interessam em novas atividades.

Figura 78. Tipo de Produção

Na Coopatrans encontramos cooperados com diferentes perfis produtivos. 78% produzem cacau

da forma convencional, 11% estão em transição do convencional para orgânico e 11% produzem cacau

orgânico.

Tabela 20. Tamanhos Médios de Propriedade,

Lavoura de Cacau e Área Produtiva e Produção Anual

Page 40: Diagnóstico setorial editoração pg_dupla_3

7372

Produção de cacau na regiãoDiagnóstico Setorial

5.1.3.4 Comercialização

Figura 79. Forma de Comercialização

A forma de comercialização utilizada pelos entrevistados na COOPATRANS: 95% comercializam

aos atravessadores e 5% comercializam para a cooperativa, pois a fabrica da Coopatrans a CACAUWAY

ainda não absorve a produção dê seus cooperados.

89% relatam insatisfação com o preço praticado pelos atravessadores e 11% estão satisfeitos.

Tabela 21. Média de Preços Pagos

Figura 80. Satisfação com Preço

Pago pelo Atravessador

COOPATRANS - Cooperativa Agroindustrial da Transamazônica.Município: Medicilândia.

5.1.3.5 Crédito e Financiamento

Figura 81. Satisfação com Preço Pago pela Cooperativa

100% dos entrevistados relatam insatisfação com preço praticado pela cooperativa.

Tabela 22. Percentual de Acesso a Crédito e Financiamento

Page 41: Diagnóstico setorial editoração pg_dupla_3

7574

Produção de cacau na regiãoDiagnóstico Setorial

Tabela 23. Instituição de Crédito

Os cooperados da Coopatrans têm elevado índice de acesso ao crédito 88,89%, destes 66,67%

possuem crédito em aberto e 88,89% gostariam de acessar novos financiamentos. O Banco do Brasil atra-

vés do PRonaf é o principal agente de crédito entre os entrevistados na Coopatrans.

5.1.3.6 Organização e Apoio de ATER

Tabela 24. Cargo na Cooperativa e Nível de

Satisfação com a Cooperativa

COOPATRANS - Cooperativa Agroindustrial da Transamazônica.Município: Medicilândia.

Figura 82. Motivação de Entrada na Cooperativa

Verificamos alto índice de satisfação com a cooperativa 87,50%. A principal motivação para inte-

grar a cooperativa é o acesso ao mercado para 67% dos entrevistados, seguida de visibilidade e organiza-

ção para 33%.

Figura 83. Apoio de ATER

Perguntados sobre assistência técnica, 56% relatam não receber apoio de assistência técnica e

44% recebem.

Page 42: Diagnóstico setorial editoração pg_dupla_3

7776

Produção de cacau na regiãoDiagnóstico Setorial

5.1.3.7 Matriz F.O.F.A.

Fortalezas

Possui estrutura agroindustrial que possi-

bilita a verticalização da cadeia produtiva do cacau

através de um mix de produtos fabricados atual-

mente;

A indústria capacidade para fabricação de

200 kg/dia de chocolate como produto final ou

400 kg/dia de massa de cacau para comercializa-

ção com o mercado de beneficiamento;

A cooperativa já possui uma marca própria

(CACAWAY) que vem sendo difundida crescente-

mente no mercado;

Parte da produção dos produtos é comer-

cializada em três lojas da própria cooperativa nos

municípios de Medicilândia e Altamira;

A cooperativa possui um planejamento

bem delineado para expansão de sua capacidade

industrial e de novas lojas que permitirá a elevação

da comercialização direta ao consumidor final e di-

fusão da marca Cacauway;

Existe um plano de diversificação dos pro-

dutos derivados de cacau possibilitando a viabili-

zação da utilização de subprodutos além da amên-

doa elevando assim a lucratividade;

O quadro funcional da indústria já possui

uma boa qualificação para manipulação dos pro-

dutos;

Possui seu quadro de associados atuante;

O quadro societário apresenta um bom ní-

vel organizacional com práticas inerentes a doutri-

na cooperativista fortalecendo assim o associativis-

mo necessário para consolidação da cooperativa;

A diretoria vem buscando se capacitar para

melhor gerir o empreendimento no que diz respei-

to à legislação, gestão e planejamento.

Fraquezas

A cooperativa necessita urgentemente da

ampliação de sua capacidade produtiva da agroin-

dústria para garantir a viabilidade do empreendi-

mento;

Há a necessidade urgente de captação de

recurso para capital de giro;

A diretoria ainda se mostra com pouca ex-

periência para lidar com o mercado dos produtos

oriundos do cacau;

Deficiência de estrutura produtiva básica

nas propriedades como cochos, estufas, armazéns

e balanças.

Ameaças

Existe a dificuldade de acesso ao crédito

para viabilização dos novos projetos de ampliação

do empreendimento;

É necessário um melhor fortalecimento

para enfrentar a concorrência existente no merca-

do de chocolate;

Os cooperados ressentem de apoio de as-

sistência técnica.

Oportunidades

A cooperativa está localizada no município

de maior produção de cacau do país e que vem

apresentando elevação na qualidade na oferta de

amêndoas por parte dos produtores;

O mercado local se mostrou atraente para a

comercialização dos produtos fabricados e menos

existente outros mercados consumidores e com

potencial de expansão;

A cooperativa vem conseguindo maior

visibilidade junto ao poder público e sediou re-

centemente um evento com a presença de repre-

sentantes da OCB/PA e do DENACOOP ligado ao Mi-

nistério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

que gerou a formação de Comitê que discutirá for-

mas de apoio e fortalecimento às suas atividades.

COOPATRANS - Cooperativa Agroindustrial da Transamazônica.Município: Medicilândia.

Page 43: Diagnóstico setorial editoração pg_dupla_3

7978

Produção de cacau na regiãoDiagnóstico Setorial

5.2 Cooperativas de produção orgânica 5.2.1 COPOAM 5.2.1.1 Socioeconômico

Figura 84. Tempo na Propriedade

O tempo de permanência na propriedade é superior a 10 anos em 100%.dos entrevistados na

COPOAM.

COOPOAM - Cooperativa de Produtores Orgânicos da Amazônia.Município: Medicilândia.

Figura 85. Renda Exclusiva da Propriedade

83% relatam ter renda exclusivamente propiciada pela propriedade e 17% possuem outro com-

plemento de renda.

Figura 86. Profissão Anterior Figura 87. Escolaridade

Na Copoam há predominância da origem rural e 100% dos entrevistados não possuem outra ex-

periência profissional, tendo trabalhado exclusivamente no campo.

Tabela 25. Configuração de Habitantes das Propriedades

50% dos entrevistados na COPOAM possuem ensino médio incompleto, seguido por 33% com

ensino fundamental incompleto e 17% com ensino médio completo.

Page 44: Diagnóstico setorial editoração pg_dupla_3

8180

Produção de cacau na regiãoDiagnóstico Setorial

Figura 88. Renda Mensal Familiar

(Salários Mínimos)

Figura 89. Vínculo a Programas Sociais

100% dos entrevistado relatam não receber benefício de programas sociais.

Figura 90. Contratação de Mão de Obra

A contratação de mão de obra na Copoam é mais comum no período de safra, na forma de mão

de obra temporária. 83% contratam mão de obra e 17% não contratam.

COOPOAM - Cooperativa de Produtores Orgânicos da Amazônia.Município: Medicilândia.

5.2.1.2 Estrutural

Sobre as condições da estrada no período seco 67% relatou ser boa e 33% ser transitável.

Figura 91. Condições da Estrada no

Período Não Chuvoso

Figura 93. Forma de Aquisição da Propriedade

No perído chuvoso 50% afirmou que as estradas são transitáveis, 33% relatou ser ruim e 17% con-

sidera boa.

Page 45: Diagnóstico setorial editoração pg_dupla_3

8382

Produção de cacau na regiãoDiagnóstico Setorial

Tabela 26. Estrutura Básica

Tabela 27. Estrutura Produtiva

5.2.1.3 Produtivo

Figura 94. Atividade Principal

Entre os cooperados da Copoam o cacau é a principal atividade produtiva para 83% dos entrevis-

tados e 17% têm a pecuária como principal atividade produtiva.

Figura 95. Interesse em Novas Atividades

Figura 93. Forma de Aquisição da Propriedade

100% dos entrevistados têm interesse em investir em uma nova atividade produtiva (diversifica-

ção) em sua propriedade.

COOPOAM - Cooperativa de Produtores Orgânicos da Amazônia.Município: Medicilândia.

Page 46: Diagnóstico setorial editoração pg_dupla_3

8584

Produção de cacau na regiãoDiagnóstico Setorial

Figura 96. Tipo de Produção

A produção de cacau na copoam é predominantemente orgânica 83% dos casos entrevistados e

17% encontram-se em transição do convencional para o orgânico.

5.2.1.4 Comercialização

Tabela 28. Tamanhos Médios de Propriedade,

Lavoura de Cacau e Área Produtiva e Produção Anual

Figura 97. Forma de Comercialização

COOPOAM - Cooperativa de Produtores Orgânicos da Amazônia.Município: Medicilândia.

Na Copoam notamos elevado índice de comercialização através da cooperativa: 75% comercializa

para a cooperativa e 25% comercializa para o atravessador.

Tabela 29. Média de Preços Pagos

Page 47: Diagnóstico setorial editoração pg_dupla_3

8786

Produção de cacau na regiãoDiagnóstico Setorial

Figura 98. Satisfação com Preço

Pago pelo Atravessador

100% está insatisfeito com o preço praticado pelo atravessador.

100% dos entrevistados está satisfeito com o preço praticado pela cooperativa.

5.2.1.5 Crédito e Financiamento

Tabela 30. Percentual de Acesso a Crédito e Financiamento

Figura 99. Satisfação com Preço

Pago pela Cooperativa

COOPOAM - Cooperativa de Produtores Orgânicos da Amazônia.Município: Medicilândia.

5.2.1.6 Organização e Apoio de ATER

Tabela 31. Instituição de Crédito

Tabela 32. Cargo na Cooperativa e Nível

de Satisfação com a Cooperativa

Quando questionados sobre crédito e financiamento: 66,67% relatam possuir financiamento, 50%

acredita ser difícil obter crédito e 83,33% têm interesse em obter financiamento pata investir em suas

propriedades. O Banco do Brasil é o principal financiador entre os cooperados da COPOAM através do

PROnaf e Mais alimentos.

Figura 100. Motivação de Entrada na Cooperativa

Sobre o papel da cooperativa e sua motivação para ingressá-la, 50% relatou buscar acesso ao

mercado e 50% procuram visibilidade e organização. 100% dos entrevistados relatam satisfação com o

trabalho da cooperativa.

Page 48: Diagnóstico setorial editoração pg_dupla_3

8988

Produção de cacau na regiãoDiagnóstico Setorial

Fortalezas

A maior parte dos cooperados possui selo

de produção orgânica e mercado justo;

O quadro de cooperados vem se mantendo

integrado e exercendo a doutrina cooperativista

inclusive com envolvimento das famílias dos só-

cios em pro da cooperativa;

Os jovens da cooperativa já estão se mobi-

lizando e se integrando com as ações da coopera-

tiva fortalecendo assim a continuidade das ações

comerciais;

O trabalho da cooperativa já obtém reco-

nhecimento regional, nacional e internacional;

Fraquezas

Deficiência de procedimentos de gestão

e planejamento na cooperativa que por sua vez

possui inúmeros entraves burocráticos a serem

trabalhados diante das exigências para se mante-

rem certificados como produtores orgânicos bem

como para o selo de mercado justo;

Falta de conhecimento em contabilidade, o

que vem causando diversos problemas para o an-

damento comercial da cooperativa;

Falta de capital de giro para que se possa

absorver maior quantidade de produção dos coo-

perados em relação aos atravessadores;

5.2.1.7 Matriz F.O.F.A.

Questionados sobre o apoio de assistência técnica, 100% dos entrevistados informou não receber

assistência técnica.

A diretoria apresenta boa experiência em

relação a produção orgânica bem como na busca

pela melhoria da qualidade produtiva;

O quadro societário apresenta um bom ní-

vel organizacional com práticas inerentes a doutri-

na cooperativista fortalecendo assim o associativis-

mo necessário para consolidação da cooperativa;

A diretoria vem buscando se capacitar para

melhor gerir o empreendimento no que diz respei-

to à legislação, gestão e planejamento.

Oportunidades

Existe mercado garantido tanto nacional

quanto internacional, existindo demanda superior

a oferta de amêndoa pela cooperativa

Parcerias com importantes órgãos e insti-

tuições como CEPLAC, FVPP e

GIZ;

A cooperativa vem recebendo convites

para missões internacionais voltadas para o ramo,

elevando assim a experiência dos representantes.

Ameaças

Falta de assistência técnica para especiali-

zação na produção orgânica;

Falta de capacitações para que se

possa ampliar os conhecimentos acerca das exi-

gências para certificação orgânica;

Falta de acesso ao crédito;

Falta de transferências de tecnologias que

permitam a ampliação das lavouras de cacau no

sistema de produção orgânica.

Necessidade de maior conhecimento téc-

nico para produção de cacau de qualidade;

Não possui uma sede própria o que tem di-

ficultado as ações comerciais da cooperativa;

Deficiência de estrutura produtiva básica

nas propriedades como cochos, estufas, armazéns

e balanças.

COOPOAM - Cooperativa de Produtores Orgânicos da Amazônia.Município: Medicilândia.

Figura 101. Apoio de ATER

Page 49: Diagnóstico setorial editoração pg_dupla_3

9190

Produção de cacau na regiãoDiagnóstico Setorial

5.2.2 COOPCAO 5.2.2.1 Socioeconômico

Figura 102. Tempo na Propriedade Figura 103. Renda Exclusiva da Propriedade

O baixo dinamismo socioeconômico na área rural da região é comprovado pelo tempo em que

os produtores estão fixados nas propriedades. 82% dos produtores estão com mais de 10 anos em suas

propriedades. Com a predominância de homens à frente das propriedades e 55% dos cooperados têm

sua renda exclusivamente gerada pela propriedade.

COOPCAO - Cooperativa de Produtores de Cacau Orgânico.Município: Pacajá.

Figura 70. Renda Mensal Familiar (Salários Mínimos) Figura 105. Escolaridade

Na COOPCAO, apesar da existência de produtores que atuaram ou ainda atual em outras ativida-

des, a predominância ainda é de indivíduos com atividade profissional estritamente rural, 64%.

Tabela 33. Configuração de Habitantes das Propriedades

A pesquisa mostrou o predomínio de cooperados com baixa escolaridade (ensino fundamental

incompleto). Porém, o percentual de pessoas com o ensino médio completo é significativo. Abrindo ca-

minho para a qualificação dessas pessoas.

Page 50: Diagnóstico setorial editoração pg_dupla_3

9392

Produção de cacau na regiãoDiagnóstico Setorial

A média de moradores na propriedade é de 6,09 pessoas configuradas em sistema integral fami-

liar, sendo 4 o número médio de indivíduos envolvidos na atividade produtiva.

Figura 106. Renda Mensal Familiar (Salários Mínimos) Figura 107. Vínculo a Programas Sociais

Figura 70. Renda Mensal Familiar (Salários Mínimos)

Cinquenta e seis por cento dos entrevistados percebem até três salários mínimos, 33% de quatro

a oito salários mínimos e 11% mais de oito salários mínimos. Podemos verificar que 36% das famílias de

produtores têm vínculo com algum programa social do governo, tais como Bolsa Escola e Bolsa Família.

É salutar destacar que 91% dos entrevistados contratam mão de obra seja de forma permanente ou tem-

porária. COOPCAO - Cooperativa de Produtores de Cacau Orgânico.Município: Pacajá.

5.2.2.2 Estrutural

Figura 109. Condições da Estrada

no Período Não Chuvoso

Figura 110. Condições da Estrada

no Período Chuvoso

As condições das estradas de acesso às propriedades no período menos chuvoso foi avaliada na

maioria das opiniões como transitável (regular) a boa pela maioria dos entrevistados. No período chuvo-

so para 82% dos entrevistados as condições da estrada são insatisfatórias, sendo classificada como ruim.

Page 51: Diagnóstico setorial editoração pg_dupla_3

9594

Produção de cacau na regiãoDiagnóstico Setorial

Oitenta e dois por cento dos entrevistados adquiriram a propriedade por meio de compra, 9% por

herança e 9% contemplados por programa de reforma agrária.

Figura 111. Forma de Aquisição da Propriedade

Tabela 34. Estrutura Básica

Quanto à estrutura básica, 90,91% dos entrevistados possuem energia elétrica. A TV é o principal

veículo de comunicação presente em 90,91% das propriedades e apenas 45,45% das casas possuem ba-

nheiro em alvenaria.

Tabela 35. Estrutura Produtiva

Em relação à estrutura produtiva, 81,82% das propriedades possuem cocho e 81,82% utilizam

estufa, porém em apenas 27,27% destas é possível encontrar balança.

COOPCAO - Cooperativa de Produtores de Cacau Orgânico.Município: Pacajá.

Page 52: Diagnóstico setorial editoração pg_dupla_3

9796

Produção de cacau na regiãoDiagnóstico Setorial

5.2.2.3 Produtivo

Figura 70. Renda Mensal Familiar (Salários Mínimos) Figura 113. Interesse em Novas Atividades

Todos os entrevistados na COOPCAO tem o cacau como principal atividade econômica e 67%

destes apresentam interesse em novas atividades produtivas.

COOPCAO - Cooperativa de Produtores de Cacau Orgânico.Município: Pacajá.

Figura 114. Tipo de Produção Tabela 36. Tamanhos Médios de Propriedade,

Lavoura de Cacau e Área Produtiva e Produção Anual

Todos os produtores entrevistados na COOPCAO estão utilizando a metodologia de produção

orgânica do cacau. O tamanho médio das propriedades é de 88,27 ha e o tamanho da lavora é em média

de 19,72ha.

Page 53: Diagnóstico setorial editoração pg_dupla_3

9998

Produção de cacau na regiãoDiagnóstico Setorial

Tabela 37. Média de Preços Pagos

Quarenta e sete por cento da produção é comercializada através da cooperativa. Os preços mé-

dios pagos são R$6,88 e R$ 4,32 respectivamente pela cooperativa e pelos atravessadores, sendo que

100% dos entrevistados não estão satisfeitos com o valor pago pelo atravessador.

Figura 116. Satisfação com Preço

Pago pelo Atravessador

5.2.2.5 Crédito e Financiamento

Figura 117. Satisfação com

Preço Pago pela Cooperativa

Tabela 38. Percentual de Acesso a Crédito e Financiamento

COOPCAO - Cooperativa de Produtores de Cacau Orgânico.Município: Pacajá.

5.2.2.4 Comercialização

Figura 115. Forma de Comercialização

Figura 70. Renda Mensal Familiar (Salários Mínimos)

O percentual de cooperados que já tiveram acesso a financiamento é de 64,64%, mesma taxa em

relação a financiamentos em aberto. 90,91% dos entrevistados apresentam interesse em adquirir um

novo financiamento.

Page 54: Diagnóstico setorial editoração pg_dupla_3

101100

Produção de cacau na regiãoDiagnóstico Setorial

5.2.2.6 Organização e Apoio de ATER

Tabela 40. Cargo na Cooperativa e Nível de Satisfação com a Cooperativa

Sessenta e quatro por cento dos cooperados ouvidos tiveram a busca por acesso ao mercado

como motivação para entrar na cooperativa e 36% por maior visibilidade e nível organizacional. 54,55%

destes estão satisfeitos com a cooperativa.

Figura 118. Motivação de Entrada na Cooperativa Figura 119. Apoio de ATER

5.2.2.7 Matriz F.O.F.A.

Fortalezas

Está em fase de implementação de uma

agroindústria de beneficiamento de babaçu em

parceria com a Natura Cosméticos, permitindo as-

sim a diversificação de receitas com outro tipo de

produção que não a cacaueira;

Possui plano de triturar a amêndoa do ca-

cau a partir do maquinário que será implantado

para beneficiamento de babaçu, processando as-

sim a manteiga do cacau, verticalizando a cadeia

produtiva;

Boa parte dos cooperados estão certifica-

dos como produtores orgânicos o que permite a

comercialização em um nicho de mercado com

preços mais atraentes;

O quadro societário apresenta um bom ní-

vel organizacional com práticas inerentes a doutri-

na cooperativista fortalecendo assim o associativis-

mo necessário para consolidação da cooperativa;

A diretoria vem buscando se capacitar para

melhor gerir o empreendimento no que diz respei-

to à legislação, gestão e planejamento.

Fraquezas

Deficiência de procedimentos de gestão

e planejamento na cooperativa que, por sua vez,

possui inúmeros entraves burocráticos a serem tra-

balhados diante das exigências para que se man-

tenham certificados como produtores orgânicos;

Falta de conhecimento em contabilidade, o

que vem causando diversos problemas para o an-

damento comercial da cooperativa;

Não possui uma sede própria o que tem di-

ficultado as ações comerciais da cooperativa;

Necessita de ampliação do número de só-

cios cooperados para elevar a escala produtiva;

Muitos dos cooperados ainda não domi-

nam a técnica de produção orgânica;

Existem muitos sócios desestimulados de-

vido as dificuldades para certificação de produção

orgânica e a demora no pagamento pelo produto

vendido pela cooperativa;

Falta de capital de giro;

Deficiência de estrutura produtiva básica

nas propriedades como cochos, estufas, armazéns

e balanças.

A CEPLAC é a responsável por ações de ATER em 45% das propriedades dos entrevistados sendo

que 55% não possuem qualquer tipo de apoio desta natureza.

COOPCAO - Cooperativa de Produtores de Cacau Orgânico.Município: Pacajá.

Page 55: Diagnóstico setorial editoração pg_dupla_3

103102

Produção de cacau na regiãoDiagnóstico Setorial

Oportunidades

Possui importantes parcerias de apoio

como Fundação Viver Produzir e Preservar, GIZ e

CEPLAC;

Possui prática de intercooperação junto às

demais cooperativas de produção orgânica de ca-

cau na região;

Há demandas de mercado ainda não ex-

plorada como mercado justo.

Ameaças

Falta de assistência técnica para especiali-

zação na produção orgânica;

Falta de capacitações para que se

possa ampliar os conhecimentos acerca das exi-

gências para certificação orgânica;

Falta de acesso ao crédito;

O preço de mercado ainda não agrada ao

produtor;

Boa parte dos produtores estão localizados

em estradas e vicinais que apresentam condições

precárias dificultando o escoamento da produção;

Falta de transferências de tecnologias que

permitam a ampliação das lavouras de cacau no

sistema de produção orgânica.

5.2.3 COPOXIN 5.2.3.1 Socioeconômico

Figura 120. Tempo na Propriedade

O estudo apresentou a taxa de 80% de cooperados que exploram a propriedade há mais de 10

anos e os outros 20% entre cinco e 10 anos.

COOPCAO - Cooperativa de Produtores de Cacau Orgânico.Município: Pacajá.

COOPOXIN - Cooperativa de Produtores Orgânicos do Xingu.Município: Brasil Novo.

Figura 121. Renda Exclusiva da Propriedade

Page 56: Diagnóstico setorial editoração pg_dupla_3

105104

Produção de cacau na regiãoDiagnóstico Setorial

Tabela 41. Configuração de Habitantes das Propriedades

Metade dos entrevistados tem a propriedade como única fonte de renda e 90% destes sempre

atuaram em atividades produtivas rurais.

Figura 123. Escolaridade

Quarenta por cento dos produtores ouvidos possuem o ensino fundamental incompleto, 10% são

analfabetos e 30% concluíram o ensino médio.

COOPOXIN - Cooperativa de Produtores Orgânicos do Xingu.Município: Brasil Novo.

Figura 121. Renda Exclusiva da Propriedade

A média de pessoas residentes nas propriedades de produção cacaueira da COPOXIN é de sete

pessoas sendo que metade destas trabalha na propriedade segundo o diagnóstico.

Figura 124. Renda Mensal Familiar (Salários Mínimos) Figura 125. Vínculo a Programas Sociais

Figura 126. Contratação de Mão de Obra

Page 57: Diagnóstico setorial editoração pg_dupla_3

107106

Produção de cacau na regiãoDiagnóstico Setorial

5.2.3.2 Estrutural

Todos os entrevistados relataram como renda mensal familiar o recebimento de até três salários

mínimos, 40% possui vínculo a programas sociais e 80% contratam mão de obra de forma permanente

ou temporária.

Figura 127. Condições da Estrada

no Período Não Chuvoso

Figura 128. Condições da Estrada

no Período Chuvoso

As condições das estradas foram classificadas como transitáveis pela maioria dos cooperados ou-

vidos no período não chuvoso. Porém, no período chuvoso, 90% dos cooperados citam como apresen-

tando condições ruins de trafegabilidade.

COOPOXIN - Cooperativa de Produtores Orgânicos do Xingu.Município: Brasil Novo.

Noventa por cento das propriedades foram adquiridas por meio de compra e 10% foram contem-

plados por programa de reforma agrária.

Figura 129. Forma de Aquisição da Propriedade Tabela 42. Estrutura Básica

Quanto à estrutura básica, 60% das propriedades apresentam energia elétrica, 80% dos coope-

rados possuem rádio como meio de comunicação e 70% possuem TV. Apenas 40% têm banheiro em

alvenaria.

Tabela 43. Estrutura Produtiva

Os cooperados entrevistados apresentaram deficiência de estrutura produtiva. Nenhum deles

possui barcaça, secador ou balança e apenas 30% possuem cocho, mesmo percentual de produtores que

utilizam estufa no processo produtivo.

Page 58: Diagnóstico setorial editoração pg_dupla_3

109108

Produção de cacau na regiãoDiagnóstico Setorial

5.2.3.3 Produtivo

Figura 130. Atividade Principal Figura 131. Interesse em Novas Atividades

Noventa por cento dos entrevistados têm na cacauicultura sua principal atividade econômica e

80% apresentam interesse em iniciar novas atividades na propriedade.

COOPOXIN - Cooperativa de Produtores Orgânicos do Xingu.Município: Brasil Novo.

Figura 132. Tipo de Produção Tabela 44. Tamanhos Médios de Propriedade,

Lavoura de Cacau e Área Produtiva e Produção Anual

A maioria dos entrevistados na COPOXIN já estão certificados como produtores orgânicos, 10%

estão em processo de transição e outros 10% iniciaram suas atividades junto à cooperativa recentemente,

porém planejam a adoção do sistema orgânico de cultivo. O tamanho médio das propriedades é de 28,64

ha e a produção anual média é de 5,11 t.

Page 59: Diagnóstico setorial editoração pg_dupla_3

111110

Produção de cacau na regiãoDiagnóstico Setorial

Figura 133. Forma de Comercialização

5.2.3.4 Comercialização

Tabela 45. Média de Preços Pagos

COOPOXIN - Cooperativa de Produtores Orgânicos do Xingu.Município: Brasil Novo.

Figura 134. Satisfação com Preço

Pago pelo Atravessador

Figura 135. Satisfação com Preço

Pago pela Cooperativa

5.2.3.5 Crédito e Financiamento

A forma de comercialização ainda é predominantemente para atravessadores e 16% para a coo-

perativa. Os preços médios pagos são de R$ 4,31 e R$ 6,70 respectivamente para atravessador e coopera-

tiva, sendo que todos os entrevistados apresentam insatisfação quanto ao valor pago pelo atravessador.

O percentual de acesso ao crédito na COPOXIN é relativamente baixo uma vez que 70% dos coo-

perados nunca tiveram acesso a financiamento e 88,89% destes relatam dificuldade de acesso ao crédito,

relatando a burocracia como principal entrave e 80% manifestaram interesse em adquirir.

Tabela 46. Percentual de Acesso a Crédito e Financiamento

Tabela 47. Instituição de Crédito

Page 60: Diagnóstico setorial editoração pg_dupla_3

113112

Produção de cacau na regiãoDiagnóstico Setorial

5.2.3.6 Organização e Apoio de ATER

Tabela 48. Cargo na Cooperativa e

Nível de Satisfação com a Cooperativa

Figura 136. Motivação de Entrada na Cooperativa

Figura 137. Apoio de ATER

Setenta por cento dos entrevistados se mostraram satisfeitos com a cooperativa e suas ações co-

merciais sendo que 44% dos ouvidos buscaram o cooperativismo por melhores condições de acesso ao

mercado, enquanto que 56% foram motivados pela maior visibilidade e organização.

Setenta por cento dos entrevistados não possuem qualquer tipo de apoio de ATER e 30% vem

recebendo acessória da CEPLAC.

COOPOXIN - Cooperativa de Produtores Orgânicos do Xingu.Município: Brasil Novo.

Fortalezas

Boa parte dos cooperados estão certifica-

dos como produtores orgânicos o que permite a

comercialização em um nicho de mercado com

preços mais atraentes;

O quadro societário apresenta um bom ní-

vel organizacional com práticas inerentes a doutri-

na cooperativista fortalecendo assim o associativis-

mo necessário para consolidação da cooperativa;

A diretoria vem buscando se capacitar para

melhor gerir o empreendimento no que diz respei-

to à legislação, gestão e planejamento.

Fraquezas

Deficiência de procedimentos de gestão

e planejamento na cooperativa que por sua vez

possui inúmeros entraves burocráticos a serem

trabalhados diante das exigências para se mante-

rem certificados como produtores orgânicos bem

como para o selo de mercado justo;

Falta de conhecimento em contabilidade, o

que vem causando diversos problemas para o an-

damento comercial da cooperativa;

Não possui uma sede própria o que tem di-

ficultado as ações comerciais da cooperativa;

Necessita de ampliação do número de só-

cios cooperados para elevar a escala produtiva

sendo que apenas há apenas 13 propriedades es-

tão produzindo cacau diante do quadro de 20 coo-

perados;

Muitos dos cooperados ainda não domi-

nam a técnica de produção orgânica;

Falta de capital de giro;

Deficiência de estrutura produtiva básica

nas propriedades como cochos, estufas, armazéns

e balanças.

5.2.3.7 Matriz F.O.F.A.

Page 61: Diagnóstico setorial editoração pg_dupla_3

115114

Produção de cacau na regiãoDiagnóstico Setorial

Oportunidades

Possui importantes parcerias de apoio

como Fundação Viver Produzir e Preservar, GIZ e

CEPLAC;

Possui prática de intercooperação junto as

demais cooperativas de produção orgânica de ca-

cau na região;

Ameaças

Falta de assistência técnica para especiali-

zação na produção orgânica;

Falta de capacitações para que se

possa ampliar os conhecimentos acerca das exi-

gências para certificação orgânica;

Falta de acesso ao crédito;

Falta de transferências de tecnologias que

permitam a ampliação das lavouras de cacau no

sistema de produção orgânica;

Deficiência de estrutura produtiva básica

nas propriedades como cochos, estufas, armazéns

e balanças.

COOPOXIN - Cooperativa de Produtores Orgânicos do Xingu.Município: Brasil Novo.

5.2.4 COPOBOM 5.2.4.1 Socioeconômico

Figura 138. Tempo na Propriedade

Dentre os cooperados pesquisados 67% estão entre cinco a 10 anos na propriedade, 25% estão a mais de

10 anos e 11% há até cinco anos.

Figura 139. Renda Exclusiva da Propriedade

Em relação à renda 89% dos cooperados da COPOBOM negaram obter renda gerada exclusiva-

mente na propriedade.

COPOBOM - Cooperativa de Produtores Orgânicos de Bom Jesus.Município: Anapu.

Page 62: Diagnóstico setorial editoração pg_dupla_3

117116

Produção de cacau na regiãoDiagnóstico Setorial

Dos entrevistados, 78% afirmaram possuir profissão anterior na atividade rural e 22% em

outros ramos.

Quanto à escolaridade, 11% informaram possuir ensino médio incompleto, 78% ensino funda-

mental incompleto e 11% analfabetos.

Figura 141. Escolaridade

Tabela 49. Configuração de Habitantes das Propriedades

Quanto à moradia, os cooperados da COPOBOM estão configurados em uma faixa de 3,11 pessoas por

propriedade, e integrando, em sua totalidade, à estrutura familiar, havendo uma média de 1,89 que traba-

lham na propriedade e um número médio de 0,50 dos que trabalham fora da propriedade.

Figura 142. Renda Mensal Familiar (Salários Mínimos)

Os entrevistados, em 89% dos casos, possuem renda familiar mensal de até três salários mínimos

e 11% possuem renda familiar mensal de quatro a oito salários mínimos.

COPOBOM - Cooperativa de Produtores Orgânicos de Bom Jesus.Município: Anapu.

Figura 140. Profissão AnteriorFigura 143. Vínculo a Programas Sociais

Dos cooperados pesquisados, 56% afirmaram possuir vínculo com programas sociais.

Page 63: Diagnóstico setorial editoração pg_dupla_3

119118

Produção de cacau na regiãoDiagnóstico Setorial

5.2.4.2 Estrutural

Em relação à contratação de mão de obra (permanente ou temporária), 67% dos entrevistados

responderam “sim” e 33% “não”.

Figura 145. Condições da Estrada no Período Não Chuvoso

Dos pesquisados, 78% classificaram a estrada como transitável no período não chuvoso e 22%

como em boas condições.

COPOBOM - Cooperativa de Produtores Orgânicos de Bom Jesus.Município: Anapu.

Figura 144. Contratação de Mão de Obra

Em relação ao período não chuvoso, 89% dos cooperados entrevistados afirmaram que a estrada

possui condições ruins e apenas 11% classificaram a estrada como em boas condições.

Figura 146. Condições da Estrada no Período Chuvoso Figura 147. Forma de Aquisição da Propriedade

A forma de aquisição mais comum das propriedades dos cooperados da COPOBOM foi por meio

da compra; seguida pela reforma agrária e, em minoria, por meio de herança.

Page 64: Diagnóstico setorial editoração pg_dupla_3

121120

Produção de cacau na regiãoDiagnóstico Setorial

5.2.4.3 Produtivo

Nenhum dos entrevistados possui energia elétrica, internet e banheiro em alvenaria, 66,67% tem

fogão a gás, 44,44% possuem rádio e geladeira e 22,22% tem TV, filtro de água e parabólica.

Figura 121. Renda Exclusiva da Propriedade

Os cooperados em sua totalidade não possuem armazém e balança, 11,11% tem cocho, barcaça e

secador e 22,22% possuem estufa.

Figura 148. Atividade Principal

A principal atividade dos cooperados perguntados é o cultivo do cacau.

Figura 149. Interesse em Novas Atividades

A partir dos dados apresentados nota-se a presença de interesse em novas atividades por parte

dos entrevistados.

Figura 150. Tipo de Produção

Tabela 50. Estrutura Básica

COPOBOM - Cooperativa de Produtores Orgânicos de Bom Jesus.Município: Anapu.

O tipo de produção predominante na COPOBOM é a orgânica.

Tabela 52. Tamanhos Médios de Propriedade,

Lavoura de Cacau e Área Produtiva e Produção Anual

As propriedades dos cooperados possuem uma faixa de 71,67 ha, sendo cerca de 8,22ha. destina-

dos à lavoura de cacau, desta uma base de 3,72ha sendo produtiva, gerando uma média de 2,33 tonela-

das de cacau ao ano.

Page 65: Diagnóstico setorial editoração pg_dupla_3

123122

Produção de cacau na regiãoDiagnóstico Setorial

5.2.4.4 Comercialização

Figura 121. Renda Exclusiva da Propriedade Figura 151. Forma de Comercialização

A forma de comercialização, em 63% dos casos, é efetivada para atravessador e em 37% pela cooperativa.

O quilo do cacau é vendido a uma média de R$4,57 para o atravessador e por cerca de R$7,11 para

a cooperativa.

COPOBOM - Cooperativa de Produtores Orgânicos de Bom Jesus.Município: Anapu.

Figura 153. Satisfação com Preço

Pago pela Cooperativa

Figura 152. Satisfação com Preço

Pago pelo Atravessador

Todos os entrevistados se mostraram insatisfeitos com o valor pago pelo atravessador.

Quanto à satisfação com o valor pago pela cooperativa 100% afirmaram estar satisfeitos.

5.2.4.5 Crédito e Financiamento

Tabela 54. Percentual de Acesso a Crédito e Financiamento

Page 66: Diagnóstico setorial editoração pg_dupla_3

125124

Produção de cacau na regiãoDiagnóstico Setorial

Page 67: Diagnóstico setorial editoração pg_dupla_3

127126

Produção de cacau na regiãoDiagnóstico Setorial

5.2.4.6 Organização e Apoio de ATER

Figura 154. Motivação de Entrada na Cooperativa

Tabela 56. Cargo na Cooperativa e Nível de Satisfação com a Cooperativa

Por meio da pesquisa, nota-se que 66,67% dos entrevistados possuem cargo na cooperativa, des-

tes 88,89% estão satisfeitos.

Figura 155. Apoio de ATER

Para 62% dos cooperados, o motivo para os mesmos entrarem, na cooperativa, foi o acesso ao

mercado.

Em relação ao apoio de ATER, 45% não possuem apoio, 33% possuem apoio da CEPLAC e 22%

apoio de CEPLAC e EMATER.

COPOBOM - Cooperativa de Produtores Orgânicos de Bom Jesus.Município: Anapu.

Tabela 55. Instituição de Crédito

Todos os entrevistados afirmaram possuir dificuldade de acesso ao crédito; 88,89% afirmam ter

interesse em adquirir outro financiamento e 44,44% possuem acesso a financiamento e financiamento

em aberto.

Em relação à instituição de crédito 55,56% não tem acesso a financiamento e 22,22% possui aces-

so através do Banco do Brasil e do Banco da Amazônia.

Page 68: Diagnóstico setorial editoração pg_dupla_3

129128

Produção de cacau na regiãoDiagnóstico Setorial

5.2.4.7 Matriz F.O.F.A.

Fortalezas

Boa parte dos cooperados estão certifica-

dos como produtores orgânicos o que permite a

comercialização em um nicho de mercado com

preços mais atraentes;

O quadro societário apresenta um bom ní-

vel organizacional com práticas inerentes a doutri-

na cooperativista fortalecendo assim o associativis-

mo necessário para consolidação da cooperativa;

A diretoria vem buscando se capacitar para

melhor gerir o empreendimento no que diz respei-

to à legislação, gestão e planejamento.

Fraquezas

Deficiência de procedimentos de gestão e

planejamento na cooperativa que por sua vez pos-

sui inúmeros entraves burocráticos a serem traba-

lhados diante das exigências para se manterem

certificados como produtores orgânicos;

Falta de conhecimento em contabilidade, o

que vem causando diversos problemas para o an-

damento comercial da cooperativa;

Não possui uma sede própria o que tem di-

ficultado as ações comerciais da cooperativa;

Necessita de ampliação do número de só-

cios cooperados para elevar a escala produtiva;

Muitos dos cooperados ainda não domi-

nam a técnica de produção orgânica;

Falta de capital de giro;

Deiciência de estrutura produtiva básica

nas propriedades como cochos, estufas, armazéns

e balanças.

Oportunidades

Possui importantes parcerias de apoio

como Fundação Viver Produzir e Preservar, GIZ e

CEPLAC;

Possui prática de intercooperação junto às

demais cooperativas de produção orgânica de ca-

cau na região;

Ameaças

Falta de assistência técnica para especiali-

zação na produção orgânica;

Falta de capacitações para que se

possa ampliar os conhecimentos acerca das exi-

gências para certificação orgânica;

Falta de acesso ao crédito;

Falta de transferências de tecnologias que

permitam a ampliação das lavouras de cacau no

sistema de produção orgânica.

Deficiência de estrutura produtiva básica

nas propriedades como cochos, estufas, armazéns

e balança;

Dificuldades com comunicação uma vez

que existe cobertura de nenhuma operadora de

telefonia fixa ou móvel na região;

As estradas e vicinais onde se encontram as

propriedades apresentam condições precárias.

COPOBOM - Cooperativa de Produtores Orgânicos de Bom Jesus.Município: Anapu.

Page 69: Diagnóstico setorial editoração pg_dupla_3

131130

Produção de cacau na regiãoDiagnóstico Setorial

5.2.5 COPOTRAN 5.2.5.1 Socioeconômico

Por meio da pesquisa, observa-se que 53% dos cooperados analisados encontram-se no lote há

mais de 10 anos, 27% ocupam o lote entre 5 a 10 anos e 20% até cinco anos.’

Figura 156. Tempo na Propriedade Figura 157. Renda Exclusiva da Propriedade

Com relação à sua renda ser gerada exclusivamente a partir da propriedade, 60% responderam

“sim” e 40% responderam “não”.

COPOTRAN - Cooperativa de Produtores Orgânicos da Transamazônica.Município: Vitória do Xingu.

Dos cooperados entrevistados, 80% possuíam como profissão anterior a atividade rural, enquanto

20% trabalhavam em outros ramos.

Figura 158. Profissão Anterior Figura 159. Escolaridade

Quanto ao grau de escolaridade, 6% dos cooperados pesquisados declararam-se analfabetos,

87% como possuindo o ensino fundamental incompleto e 7% obtendo o ensino médio completo.

Tabela 57. Configuração de Habitantes das Propriedades

Page 70: Diagnóstico setorial editoração pg_dupla_3

133132

Produção de cacau na regiãoDiagnóstico Setorial

COPOTRAN - Cooperativa de Produtores Orgânicos da Transamazônica.Município: Vitória do Xingu.

Page 71: Diagnóstico setorial editoração pg_dupla_3

135134

Produção de cacau na regiãoDiagnóstico Setorial

Figura 161. Vínculo a Programas Sociais

Em relação à renda mensal familiar, 93% recebem até 3 salários mínimos e 7% recebem de 4 a 8

salários mínimos.

Tratando-se de vínculo com programas sociais, 60% dos entrevistados afirmaram possuir vinculo

e 40% negaram vinculo.

Figura 162. Contratação de Mão de Obra

Com relação à contratação de mão de obra, 60% responderam “sim” e 40% “não”.

COPOTRAN - Cooperativa de Produtores Orgânicos da Transamazônica.Município: Vitória do Xingu.

Levando em consideração o número de habitantes por propriedade, nota-se que, em média, mo-

ram 4,93 pessoas nestas, integrando na sua totalidade a estrutura familiar; destes cerca de 3,13 trabalham

na propriedade e apenas 0,25 é a média dos que trabalham fora da propriedade.

Figura 160. Renda Mensal Familiar (Salários Mínimos)

5.2.5.2 Estrutural

Com base na pesquisa, observa-se que as condições da estrada no período não chuvoso para 53%

dos entrevistados é boa e para 47% a estrada é transitável.

Figura 163. Condições da Estrada no Período Não Chuvoso

Page 72: Diagnóstico setorial editoração pg_dupla_3

137136

Produção de cacau na regiãoDiagnóstico Setorial

Figura 164. Condições da Estrada

no Período Chuvoso

Ao serem questionados sobre as condições de estrada no período chuvoso, 67% dos entrevista-

dos classificaram como ruins condições, 20% como transitável e 13% como boa.

Figura 165. Forma de Aquisição da Propriedade

COPOTRAN - Cooperativa de Produtores Orgânicos da Transamazônica.Município: Vitória do Xingu.

De acordo com 60% dos cooperados envolvidos na pesquisa a propriedade foi comprada, 33%

herdaram a propriedade e 7% obtiveram através de reforma agrária.

Tabela 58. Estrutura Básica

Com relação à estrutura básica, observa-se que apenas 13,33% têm energia elétrica; 80% possuem

rádio; 46,67% têm TV; 100% possuem internet; 20% têm geladeira; 93,33% possuem fogão à gás; 33,33%

tem filtro de água, nenhum dos entrevistados possui banheiro em alvenaria e 53,33% possui parabólica.

Quanto à estrutura produtiva 20% dos entrevistados fazem uso de barcaça, 20% utilizam estufa,

13,33 possuem secador, 6,67% tem armazém e nenhum dos cooperados da COPOTRAN possui balança.

Tabela 59. Estrutura Produtiva

Page 73: Diagnóstico setorial editoração pg_dupla_3

139138

Produção de cacau na regiãoDiagnóstico Setorial

Todos os entrevistados possuem como atividade principal a cultura do cacau.

Figura 167. Interesse em Novas Atividades

Ao serem questionados sobre interesse em novas atividades, 80% dos cooperados afirmaram in-

teresse e 20% negaram interesse.

Figura 168. Tipo de Produção

Em relação ao tipo de produção, 33% dos entrevistados praticam produção convencional, 13%

estão em processo transitório do método convencional de cultivo para o orgânico e 54% praticam pro-

dução orgânica.

Tabela 60. Tamanhos Médios de Propriedade,

Lavoura de Cacau e Área Produtiva e Produção Anual

COPOTRAN - Cooperativa de Produtores Orgânicos da Transamazônica.Município: Vitória do Xingu.

5.2.5.3 Produtivo

Figura 166. Atividade Principal

As propriedades dos cooperados possuem em média 41,87ha, sendo cerca de 5,14 ha destinados

a lavoura de cacau, desta uma faixa de 3,61ha sendo produtiva, gerando uma base de 211,03 toneladas

de cacau ao ano.

Page 74: Diagnóstico setorial editoração pg_dupla_3

141140

Produção de cacau na regiãoDiagnóstico Setorial

5.2.5.4 Comercialização

Figura 169. Forma de Comercialização

A forma de comercialização se dá 64% para o atravessador e 36% através da cooperativa.

Tabela 61. Média de Preços Pagos

O quilo do cacau é vendido em média a R$4,28 pelo atravessador e por cerca de R$7,04 pela cooperativa.

Figura 170. Satisfação com Preço Pago pelo Atravessador

COPOTRAN - Cooperativa de Produtores Orgânicos da Transamazônica.Município: Vitória do Xingu.

Figura 157. Renda Exclusiva da Propriedade

Nenhum dos entrevistados se declarou satisfeito com o valor pago pelo atravessador.

Em relação à satisfação ao valor pago pela cooperativa, 53% responderam “sim” e 47% responde-

ram “não”.

5.2.5.5 Crédito e Financiamento

Tabela 62. Percentual de Acesso a Crédito e Financiamento

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Produção de cacau na regiãoDiagnóstico Setorial

COPOTRAN - Cooperativa de Produtores Orgânicos da Transamazônica.Município: Vitória do Xingu.

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145144

Produção de cacau na regiãoDiagnóstico Setorial

5.2.5.6 Organização e Apoio de ATER

A pesquisa veio ressaltar que a maior parte dos cooperados jamais obteve financiamento, os pou-

cos produtores que adquiriram financiamento possuíram como instituição de crédito o Banco da Amazô-

nia e o Banco do Brasil.

Tabela 64. Cargo na Cooperativa e Nível de Satisfação com a Cooperativa

Dos entrevistados 20% possuem cargo na cooperativa, destes 91,67% estão satisfeitos com a co-

operativa.

Figura 173. Apoio de ATER Figura 172. Motivação de Entrada na Cooperativa

Segundo os entrevistados, o acesso ao mercado foi a maior motivação para que os mesmos en-

trassem na cooperativa.

COPOTRAN - Cooperativa de Produtores Orgânicos da Transamazônica.Município: Vitória do Xingu.

Tabela 63. Instituição de Crédito

Ao analisar o percentual de acesso a crédito e financiamento, nota-se que 33,33% têm acesso a

financiamento, 20% possui financiamento em aberto, 75% tem dificuldade de acesso ao crédito e 64,29%

possuem interesse em adquirir outro financiamento.

A pesquisa revelou que 80% dos cooperados não possuem apoio de ATER e que os outros 20%

possuem CEPLAC como apoio de ATER.

Page 77: Diagnóstico setorial editoração pg_dupla_3

147146

Produção de cacau na regiãoDiagnóstico Setorial

5.2.5.7 Matriz F.O.F.A.

Fortalezas

Boa parte dos cooperados estão certifica-

dos como produtores orgânicos o que permite a

comercialização em um nicho de mercado com

preços mais atraentes;

O quadro societário apresenta um bom ní-

vel organizacional com práticas inerentes a doutri-

na cooperativista fortalecendo assim o associativis-

mo necessário para consolidação da cooperativa;

A diretoria vem buscando se capacitar para

melhor gerir o empreendimento no que diz respei-

to à legislação, gestão e planejamento.

Fraquezas

Deficiência de procedimentos de

gestão e planejamento na cooperativa que por sua

vez possui inúmeros entraves burocráticos a serem

trabalhados diante das exigências para se mante-

rem certificados como produtores orgânicos;

Falta de conhecimento em contabilidade, o

que vem causando diversos problemas para o an-

damento comercial da cooperativa;

Não possui uma sede própria o que tem di-

ficultado as ações comerciais da cooperativa;

Necessita de ampliação do número de só-

cios cooperados para elevar a escala produtiva;

Muitos dos cooperados ainda não domi-

nam a técnica de produção orgânica;

Existem muitos sócios desestimulados de-

vido a instabilidade vivida no município em re-

lação as desapropriações de terras por conta da

construção da UHE de Belo Monte;

Falta de capital de giro;

Deficiência de estrutura produtiva básica

nas propriedades como cochos, estufas, armazéns

e balanças.

Oportunidades

Possui importantes parcerias de apoio

como Fundação Viver Produzir e Preservar, GIZ e

CEPLAC;

Possui prática de intercooperação junto as

demais cooperativas de produção orgânica de ca-

cau na região;

Ameaças

Falta de assistência técnica para especiali-

zação na produção orgânica;

Falta de capacitações para que se

possa ampliar os conhecimentos acerca das exi-

gências para certificação orgânica;

Falta de acesso ao crédito;

Houve perdas significativas no número de

sócios cooperados bem como de área plantada de

cacau devido as desapropriações ocasionadas pela

construção da UHE de Belo Monte;

Falta de transferências de tecnologias que

permitam a ampliação das lavouras de cacau no

sistema de produção orgânica.

COPOTRAN - Cooperativa de Produtores Orgânicos da Transamazônica.Município: Vitória do Xingu.

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149148

Produção de cacau na regiãoDiagnóstico Setorial

5.2.6 COPOPS 5.2.6.1 Socioeconômico

Figura 174. Tempo na Propriedade

Todos os entrevistados estão há mais de 10 anos na propriedade.

Figura 175. Renda Exclusiva da Propriedade

Em 83% das propriedades a renda não é proveniente unicamente do uso da propriedade.

Figura 176. Profissão AnteriorCOPOPS - Cooperativa de Produtores Orgânicos de Perpétuo Socorro.Município: Uruará.

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151150

Produção de cacau na regiãoDiagnóstico Setorial

Figura 177. Escolaridade

Tabela 65. Configuração de Habitantes das Propriedades

Todos os entrevistados sempre atuaram profissionalmente em atividades agrárias.

Figura 178. Renda Mensal Familiar (Salários Mínimos)

Considerando o número de habitantes por propriedade, nota-se uma média de seis pessoas nes-

tas, sendo destes 4,67 moradores são da família, destes todos trabalham na propriedade.

Os entrevistados em sua totalidade recebem até três salários mínimos

COPOPS - Cooperativa de Produtores Orgânicos de Perpétuo Socorro.Município: Uruará.

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153152

Produção de cacau na regiãoDiagnóstico Setorial

Figura 179. Vínculo a Programas Sociais

Dentre os cooperados ouvidos, 83% possuem vínculo a programas sociais.

Figura 180. Contratação de Mão de Obra

5.2.6.2 Estrutural

Com relação à contratação de mão de obra todos os entrevistados responderam “sim”.

De acordo com 100% dos cooperados perguntados, a estrada é classificada como transitável no

período não chuvoso.

Figura 181. Condições da Estrada no Período Não Chuvoso

COPOPS - Cooperativa de Produtores Orgânicos de Perpétuo Socorro.Município: Uruará.

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Produção de cacau na regiãoDiagnóstico Setorial

Os entrevistados em sua totalidade classificaram a estrada como “ruim” no período chuvoso.

Figura 182. Condições da Estrada no Período Chuvoso

Figura 183. Forma de Aquisição da Propriedade

Tabela 66. Estrutura Básica

A aquisição das propriedades, em 67% dos casos, foi resultado da compra e, em 33% dos casos,

adquiridas por meio de reforma agrária.

Tabela 67. Estrutura Produtiva

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157156

Produção de cacau na regiãoDiagnóstico Setorial

5.2.6.3 Produtivo

Nenhum dos cooperados possui energia elétrica ou internet; todos possuem rádio; fogão a gás e

filtro de água; 33,33% possuem TV e 16,70% possuem geladeira, banheiro em alvenaria e parabólica.

O cocho é a estrutura produtiva mais frequentemente utilizada, seguida da barcaça e da estufa.

Os entrevistados, em sua totalidade, possuem como atividade principal a cultura do cacau.

Figura 184. Atividade Principal

Todos os entrevistados possuem interesse em novas atividades.

Figura 185. Interesse em Novas Atividades

Figura 186. Tipo de ProduçãoCOPOPS - Cooperativa de Produtores Orgânicos de Perpétuo Socorro.Município: Uruará.

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159158

Produção de cacau na regiãoDiagnóstico Setorial

Metade dos cooperados possui o tipo de produção orgânica e os outros 50% estão em processo

de transitório de conversão.

As propriedades dos cooperados possuem, em média, cerca de 33,83 ha, sendo 13ha destinados

à lavoura de cacau, possuindo uma faixa de 11ha produtivos, gerando uma média de 6,58 toneladas de

cacau anualmente.

Tabela 68. Tamanhos Médios de Propriedade, Lavoura de Cacau e Área Produtiva e Produção Anual

5.2.6.4 Comercialização

A forma de comercialização dos entrevistados se dá em 50% para o atravessador e 50% através da

cooperativa.

Figura 187. Forma de Comercialização

Tabela 69. Média de Preços PagosCOPOPS - Cooperativa de Produtores Orgânicos de Perpétuo Socorro.Município: Uruará.

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Produção de cacau na regiãoDiagnóstico Setorial

Figura 188. Satisfação com Preço Pago pelo Atravessador

O quilo do cacau é vendido em média a R$4,23 para o atravessador e na faixa de R$7,08 para a

cooperativa.

Nenhum dos entrevistados está satisfeito com o valor pago pelo atravessador.5.2.6.5 Crédito e Financiamento

Tabela 70. Percentual de Acesso a Crédito e Financiamento

Figura 189. Satisfação com Preço Pago pela Cooperativa

Todos os entrevistados estão satisfeitos com o valor pago pela cooperativa.

COPOPS - Cooperativa de Produtores Orgânicos de Perpétuo Socorro.Município: Uruará.

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163162

Produção de cacau na regiãoDiagnóstico Setorial

5.2.6.6 Organização e Apoio de ATER

Dentre os cooperados pesquisados, todos possuem dificuldade de acesso ao crédito; 50% tem

acesso a financiamento, 33,33% possuem financiamento em aberto e 50% tem interesse em adquirir ou-

tro financiamento.

Tabela 71. Instituição de Crédito

Tabela 72. Cargo na Cooperativa e Nível de Satisfação com a Cooperativa

Em 50% dos casos relatados, não houve financiamento de crédito; dos demais 50%, o Banco da

Amazônia e o Banco do Brasil são as instituições de crédito em exercício.

Figura 190. Motivação de Entrada na Cooperativa

Dos entrevistados, 33,33% possuem cargo na cooperativa, e todos relatam estar satisfeitos com a

mesma.

Todos os cooperados possuíram o acesso ao mercado como motivação para entrar na cooperati-

va.

COPOPS - Cooperativa de Produtores Orgânicos de Perpétuo Socorro.Município: Uruará.

Page 86: Diagnóstico setorial editoração pg_dupla_3

165164

Produção de cacau na regiãoDiagnóstico Setorial

Dentre os cooperados da COPOPS, 80% relataram a inexistência de apoio de ATER.

Figura 191. Apoio de ATER

5.2.6.7 Matriz F.O.F.A.

Fortalezas

Boa parte dos cooperados estão certifica-

dos como produtores orgânicos o que permite a

comercialização em um nicho de mercado com

preços mais atraentes;

O quadro societário apresenta um bom ní-

vel organizacional com práticas inerentes a doutri-

na cooperativista fortalecendo assim o associativis-

mo necessário para consolidação da cooperativa;

A diretoria vem buscando se capacitar para

melhor gerir o empreendimento no que diz respei-

to à legislação, gestão e planejamento.

Fraquezas

Deficiência de procedimentos de gestão e

planejamento na cooperativa que por sua vez pos-

sui inúmeros entraves burocráticos a serem traba-

lhados diante das exigências para se manterem

certificados como produtores orgânicos;

Falta de conhecimento em contabilidade, o

que vem causando diversos problemas para o an-

damento comercial da cooperativa;

Não possui uma sede própria o que tem di-

ficultado as ações comerciais da cooperativa;

Necessita de ampliação do número de só-

cios cooperados para elevar a escala produtiva;

Muitos dos cooperados ainda não domi-

nam a técnica de produção orgânica;

Existem muitos sócios desestimulados de-

vido as dificuldades para certificação de produção

orgânica e a demora no pagamento pelo produto

vendido pela cooperativa;COPOPS - Cooperativa de Produtores Orgânicos de Perpétuo Socorro.Município: Uruará.

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167166

Produção de cacau na regiãoDiagnóstico Setorial

Oportunidades

Possui importantes parcerias de apoio

como Fundação Viver Produzir e Preservar, GIZ e

CEPLAC;

Possui prática de intercooperação junto as

demais cooperativas de produção orgânica de ca-

cau na região;

Ameaças

Falta de assistência técnica para especiali-

zação na produção orgânica;

Falta de capacitações para que se

possa ampliar os conhecimentos acerca das exi-

gências para certificação orgânica;

Falta de acesso ao crédito;

Falta de transferências de tecnologias que

permitam a ampliação das lavouras de cacau no

sistema de produção orgânica.

Falta de capital de giro;

Deficiência de estrutura produtiva básica

nas propriedades como cochos, estufas, armazéns

e balanças.

COPOPS - Cooperativa de Produtores Orgânicos de Perpétuo Socorro.Município: Uruará.

Page 88: Diagnóstico setorial editoração pg_dupla_3

169168

Produção de cacau na regiãoDiagnóstico Setorial

Tabela 73. Dados das Cooperativas Estudadas.

Page 89: Diagnóstico setorial editoração pg_dupla_3

171170

Dentre as cooperativas atuantes no sistema

tradicional de cultivo do cacau, isto é, que preconi-

zam a forma convencional de produção cacaueira

a COOPATRANS é a única que está em funciona-

mento pleno de comercialização. Apesar de pos-

suir ainda problemas estruturais e organizacionais

está em fase de crescimento.

COOPBRAN e COOPERSAME se encontram

em processo de rearticulação dos sócios. Ambas

as diretorias estão imbuídas de promoverem a re-

ordenação do quadro societário. A falta de capital

de giro somado ao desestímulo de muitos coope-

rados e, por conseguinte o distanciamento dos

mesmos, dificulta o funcionamento destas coope-

rativas que por sua vez não possuem movimento

comercial.

Diante do exposto uma possível coope-

rativa central no momento se mostra inviável. Tal

empreendimento só será possível após a retoma-

da das ações cooperativistas comerciais da COO-

PBRAN e da COOPERSAME a partir da rearticulação

do quadro cooperativista das mesmas.

6. Possibilidades da formação de uma central de cooperativas na região

6.1 Cooperativas de produção convencional

O atual movimento existente de produção

de cacau orgânico na região faz com que as coo-

perativas atuantes neste sistema de cultivo exer-

çam a intercooperação. Para garantir maior escala

e assim atender as demandas mínimas do merca-

do comprador de amêndoas de cacau orgânico,

as seis cooperativas existentes na região com foco

neste nicho de mercado de produção, vêm se or-

ganizando entre si.

Através de um trabalho realizado em con-

6.2 Cooperativas de produção orgânica

junto entre COPOAM, COPOPS, COPOXIN, COOP-

CAO, COPOBOM e COPOTRAN e que conta com

parcerias como a Fundação Viver Produzir Preser-

var, CEPLAC e a cooperação alemã GIZ, estas coo-

perativas vêm conseguindo impulsionar suas co-

mercializações de forma corporativa e iniciar um

processo de crescimento e consolidação das mes-

mas.

Segundo informativo da própria funda-

ção, a Fundação Viver, Produzir e Preservar (FVPP)

Page 90: Diagnóstico setorial editoração pg_dupla_3

173172

Central de cooperativasDiagnóstico Setorial

é uma organização não governamental da região

da Transamazônica e Xingu. É associada aos mo-

vimentos sócios ambientais e tem como objetivo

propor e implementar projetos de desenvolvimen-

to sustentável regional. No setor econômico, o

FVPP apoia projetos de produção orgânica, como

a produção cacaueira.

Com relação à produção cacaueira, o pro-

jeto acompanhou agricultores na fundação de co-

operativas agrícolas em seis municípios (Altamira,

Anapu, Brasil Novo, Medicilândia, Pacajá e Uruará)

e estabelece assistência técnica em manejo cer-

tificação e venda coletiva de cacau orgânico. O

projeto é realizado em parceria com a CEPLAC (Co-

missão Executiva no Plano da Lavoura Cacaueira)

nas questões de pesquisa e extensão rural e com

a organização Alemã GIZ (Deutsche Gesellschaft

für Internationale Zusammenarbeit - Sociedade

Alemã de Cooperação Internacional) que presta

consultoria para manejo, cooperativismo, certifica-

ção e comercialização. Para certificação orgânica e

de mercado justo, foi contratada a IMO CONTROL

BRASIL (Instituto de Mercado Ecológico).

A certificação para o mercado justo garante me-

lhoria na qualidade de vida também para parcei-

ros, meeiros e trabalhadores rurais, uma vez q esta

certificação prevê a integração de regras e legisla-

ções trabalhistas, pois se trata de um movimento

social e uma modalidade do comércio internacio-

nal que busca o estabelecimento de preços justos,

padrões sociais e ambientais equilibrados nas ca-

deias produtivas.

As vendas coletivas de cacau são realizadas no

mercado nacional e internacional desde 2008. A

consolidação do movimento coorporativo alcan-

çou uma melhor inserção da produção no mer-

cado, devido maior envolvimento de instituições

parceiras.

Diante da realidade existente pode-se inclusive

afirmar que da forma como estão atuando cole-

tivamente para acessar ao mercado, estas coope-

rativas já estão atuando em condições análogas a

uma sociedade cooperativa de segundo grau, sen-

do que o estudo detectou inclusive a interdepen-

dência entre as cooperativas, isto é, o enfraque-

cimento de uma destas envolvidas causa reflexo

direto sobre as demais.

Estruturalmente toda a preparação da matéria pri-

ma a ser vendida, seja para o mercado interno seja

para o mercado externo, é realizada no Centro de

referência de produção orgânica. Este centro é do-

tado de escritórios, sala de reunião e armazém e a

partir desta estrutura são efetuadas as operações

comerciais e armazenamento das seis cooperati-

vas envolvidas.

Atualmente este processo de comercialização está

obedecendo ao seguinte fluxo: primeiro cada coo-

perativa reúne a produção de seus cooperados de

forma local, em seguida são enviadas as amêndoas

para o centro de referência de produção orgânica

onde é feita a classificação das amêndoas, emba-

lagem, fixação dos selos de produto orgânico (e

mercado justo quando é o caso), pesagem e arma-

zenagem para posterior expedição via transporta-

dora.

Page 91: Diagnóstico setorial editoração pg_dupla_3

175174

7.1 Cooperativas de produção convencional

Em relação às cooperativas de produção

convencional de cacau se faz necessário a redis-

cussão do modelo cooperativista. O fato de a

maioria dos cooperados destas cooperativas, com

exceção da COOPATRANS, estarem desarticulados

bem como desestimulados dificultam o andamen-

to comercial destas.

As diretorias envolvidas devem utilizar estratégias

de reordenação do quadro societário de forma a

selecionar os cooperados que desejam realmente

comercializarem suas produções de forma coletiva.

Esta ação posse ser dificultada pela necessidade

de negociação das indenizações de possíveis só-

cios que se descredenciem uma vez que em geral,

tais cooperativas se encontram descapitalizadas.

Para estimular este processo de retomada em

prol do corporativismo neste momento peculiar

de movimentação nas cooperativas em questão,

ações como eventos estratégicos tais quais fóruns,

workshops, oficinas e seminários com presenças

podem ser boas estratégias de reaglutinação dos

cooperados.

Tais ações poderão ser capitaneadas pela CENEC

WorleyParsons/Norte Energia e o Sistema OCB/

SESCOOP-PA e contando com participação de

demais atores envolvidos como representantes

das diferentes esferas governamentais, agências

de ATER (como EMATER e CEPLAC) e instituições

financeiras, permitindo assim um maior debate

acerca da reestruturação destas cooperativas.

Para fortalecimento deste processo a OCB-PA já

iniciou um processo de formatação de uma Câma-

7. Ações sugeridas

ra Setorial de Cooperativas de Produção Cacaueira

que deverá ter cunho estadual e reunir represen-

7.2 Cooperativas de produção orgânica

Em relação às cooperativas de produção

orgânica pôde-se observar, conforme já destacado

neste documento, um movimento sólido de inter-

cooperação entre as seis cooperativas envolvidas.

A existência de parcerias de instituições como a

FVPP, CEPLAC e até a cooperação alemã da GIZ

na condução deste processo de organização vem

sendo importante na consolidação das comerciali-

zações coletivas.

Com mercado externo garantido por demandas

crescentes oriundas da Áustria e Suíça além de

contrato existente entre a Natura Cosmético vali-

dam o movimento da criação de uma cooperativa

central.

Na verdade o estudo identificou a existência de

um fluxograma comercial semelhante a esta mo-

dalidade de cooperativismo, ou seja, as ações cole-

tivas realizadas a partir da estrutura física do centro

de referência de produção orgânica configuram a

existência de uma central de fato, porém não de

tantes do setor cooperativista e demais atores en-

volvidos no processo.

Page 92: Diagnóstico setorial editoração pg_dupla_3

177176

Ação sugeridasDiagnóstico Setorial

direito.

A falta de formalização destas cooperativas e prin-

cipalmente o fato de não estarem ainda creden-

ciadas junto a Organização das Cooperativas Bra-

sileiras, OCB, inviabilizam a formalização de uma

cooperativa central oficial.

Porém por ocasião do presente diagnóstico pôde-

se iniciar um processo de negociação para tal e a

partir daí buscar a viabilização do credenciamento

destas cooperativas no sistema OCB/SESCOOP-PA

e, por conseguinte possibilitar a formalização da

cooperativa central elevando o poder de comer-

cialização junto ao mercado, principalmente em

relação ao importante nicho de mercado atendido

por estas cooperativas que é o de certificação or-

gânica e mercado justo.

Conforme já descrito no escopo do presente traba-

lho, tais cooperativas tem apresentado dentre os

principais entraves a falta de informações jurídicas

e contábeis acerca das peculiaridades do sistema

comercial cooperativista bem como sobre técnicas

de planejamento e gestão.

Diante de tal cenário o acompanhamento destas

cooperativas a partir de assessoria e consultorias

pontuais bem como capacitações estratégicas re-

lacionadas às deficiências técnicas supracitadas

aliadas a eventos de mobilização e difusão dos

assuntos pertinentes (alguns locais e outros de

cunho regional) traduzem um factível procedi-

mento pós-diagnóstico para fortalecimento prá-

tico do movimento de intercooperação existente

na região em relação as cooperativas de produção

orgânica.

Tais ações podem ser constituídas em parceria en-

tre a CENEC WorleyParsons, responsável pelo Pro-

grama de Recomposição das Atividades Produtivas

Rurais e o sistema OCB/SESCOOP-PA, que detém a

expertise necessária para condução deste proces-

so e sendo planejado e executado em conjunto.

Para o perfeito andamento das referidas ações es-

tratégicas a presença dos principais atores envol-

vidos no processo (além das cooperativas) como

FVPP, CEPLAC e a cooperação alemã GIZ no enri-

quecimento do debate se faz fundamental. Para

tal, a OCB-PA já iniciou processo de entendimento

com estes a fim de desencadear ações práticas em

prol da consolidação das cooperativas envolvidas

e da virtual cooperativa central.

Page 93: Diagnóstico setorial editoração pg_dupla_3

179178

É salutar destacar que existem dois movimentos distintos no que tange o cooperativismo de pro-

dução cacaueira na região de influência do empreendimento da UHE de Belo Monte, porém ambos po-

dem ser considerados interessantes uma vez que

Enquanto as cooperativas mais tradicionais, de forma geral, vivem um momento de rearticulação

de seus quadros de associados e buscam alternativas para a retomada de suas atividades ou consoli-

dação das já existentes, as cooperativas fundadas mais recentemente apresentam fortes características

natas da doutrina cooperativista, tendo na produção orgânica boa alternativa para busca da sustentabi-

lidade ambiental, social e econômica.

Logo ambos os movimentos necessitam de apoio estrutural e organizacional para a garantia da

viabilidade comercial destes empreendimentos cooperativistas o que vem de encontro ao momento ím-

par vivido na região de crescimento.

8 . Considerações finais

Page 94: Diagnóstico setorial editoração pg_dupla_3

181180

9. ReferênciasCACAU. Disponível em: http://www.portalsaofrancisco.com.br. Acesso: 09/12/2012.

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