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DIAGNÓSTICO SÓCIO-ESPACIAL DA AGROPECUÁRIA DE CANDÓI-PR

Autora: Nerci Lima de Souza1

Orientador: Pierre Costa2

RESUMO

O propósito deste trabalho é reconhecer o espaço agropecuário do município

de Candói, através do desenvolvimento pedagógico, com os alunos da 2ª série B do

Colégio Estadual Santa Clara da cidade de Candói - PR. Como objetivo principal

buscou-se associar a análise da evolução histórica e geográfica da agropecuária

identificando ainda os fatores naturais que são responsáveis pela desigualdade

desse espaço agrário bem como os sistemas produtivos e a desigualdade entre

estes e os latifúndios. O presente trabalho tem como audácia a valorização do

homem do campo e seus familiares, tendo os alunos e colegas professores nas

discussões teóricas para que possam analisá-los e percebê-los nas possíveis

mudanças que levou agricultor conquistar a autonomia intelectual e profissional.

Constata-se através da pesquisa de Campo que as propriedades agrícolas

sobressaíram-se de acordo com sua estrutura fundiária, mostrando assim, a sua

capacidade de produção.

PALAVRAS CHAVE

História, geografia, agropecuária, reforma agrária, Candói.

INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como escopo demonstrar o processo histórico e suas

transformações geográficas nas formas físicas e habitacionais do campo, as

1 Artigo apresentado ao PDE – Programa de Desenvolvimento Educacional, do estado do Paraná.

Aluna do PDE,

2 Professora Especialista em Fundamentos da Educação e Educação Especial –UNICENTRO, Guarapuava – PR,

Licenciada em Geografia - UNICENTRO, Guarapuava PR, professora da rede publica – Colégio estadual santa

Clara, Candói –. 3 Orientador, Professor licenciado e bacharel e mestre em Geografia – UFRJ, Doutor em história Professor do

Programa de Pós-Graduação em Geografia da UNICENTRO (PR).

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organizações passadas de toda a natureza humana buscando compreender a

atualidade no município de Candói - PR.

Análise sobre os conquistados campos naturais, coberto pela mata nativa de

Guarapuava e de Palmas, somente no início do século XIX, por iniciativa oficial e

particular, sobretudo por influência de sua posição geográfica estabeleceu-se

estratégias de proximidade à fronteira das colônias espanholas (não firmemente

delimitada) e da expansão da atividade tropeira que dava suporte à mineração do

ouro em outras regiões do país. Com a expansão da sociedade campeira para o

Terceiro Planalto, também, do sistema de sesmarias, que ocupou os campos

naturais. Assim, é possível afirmar que os grupos pecuaristas da região de

Guarapuava nada mais são do que os descendentes dos antigos tropeiros das

fazendas dos Campos Gerais. (SILVA, 2007, p.44).

Estes colonos procuraram construir a sua identidade neste novo espaço, bem

como identificar os fatores naturais, que eram responsáveis pelas diferenciações

ocorridas nas desigualdades dos espaços agrários e nos sistemas produtivas atuais

do Município de Candói.

A paisagem natural era definida pela composição orgânica dos elementos

naturais (clima, vegetação, relevo, solo, fauna, hidrografia, entre outros) que

diferenciavam áreas de extensões variáveis. A paisagem cultural, por sua vez era

vista como resultado de um relacionamento harmonioso entre os objetos/elementos

naturais e o homem, agente que se adaptava às condições naturais (em termo

biológico) e também, usava elementos do meio em seu benefício por meio de

técnicas, que era capaz de desenvolver (DCE – 2008).

A proposta é provida de deferentes análises dos sistemas de produção

agrícolas para que permitam alternativas de intervenções de melhorias qualificadas

em diversos tipos de agricultores, como grande, médio, e os assentamentos rurais

constituem uma desigualdade entre os proprietários.

O projeto de Intervenção Pedagógica foi desenvolvido no Colégio Estadual

Santa Clara de Candói, nas 2ª série B, do ensino médio, com os professores da área

foi aplicado em formas de leituras de textos sobre as teorias pesquisadas em buscar

novas perspectivas, mais atuais para o sistema de interação no desenvolvimento

econômico, através de parcerias com os órgãos públicos e municipais e estaduais.

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Outras questões a serem refletidas são: a conservação do meio ambiente das

pequenas (assentamentos) e médias propriedades, que praticam a agricultura de

subsistência. As intenções aqui apontadas estão dirigidas para horizontes

divergentes, mas que devem ser orientados na sua conservação. Também como

objetivo incentivar o cooperativismo e à agricultura familiar, ao desenvolvimento de

projetos pedagógicos em parceria com entidades de pesquisas e Assistências

Técnicas e Extensão Rural - EMATER/PR e a Empresa Brasileira de Pesquisa

Agropecuária - EMBRAPA e com outros órgãos públicos e privados. As demais

aplicações de inovações e parcerias com empresas agropecuárias privadas com

estímulos à criatividade, o uso de tecnologia de ponta, a transformação das

propriedades em empresas rurais para atingir um desenvolvimento eficaz e eficiente,

e a formação de empreendedores na agropecuária.

“Promover uma agropecuária do futuro”, adequando sua proposta de “valores

humanos” às atividades rurais e levando modernos conhecimentos aos jovens do

campo, orientados pelas principais atividades que deve ser construída por sociedade

humana e transformadora nas comunidades rurais.

1 - A Questão agrícola do Brasil

Antes da descoberta do Brasil, já existiam sistemas nativos de ensino e

socialização da cultura que variavam de acordo com os mitos e o modo de produção

de cada tribo, capazes de transmitir um forte senso de identidade cultural. Eles eram

centrados nas técnicas de caça, pesca e coleta de frutos; no aprendizado dos

segredos do mundo material e espiritual; na aquisição de habilidades, e na formação

de atitudes e comportamentos. Aprendiam fazendo, profundamente ligados a Terra,

os nativos preservavam seus conhecimentos mágico-tradicionais, suas crenças e

valores. A educação era fortemente comunitária e não formal baseada no consenso,

na solidariedade e no senso do coletivo. (GADOTTI, 2009; P. 21).

Para a compreensão da questão agrária no Brasil buscou-se o que nossos

indígenas já tinham descoberto: os cuidados com a terra, pois é dela que eram

retirados os produtos para seu próprio sustento, com esse aprendizado toda

humanidade se apropriou desse conhecimento para produzir os alimentos que são

retirados do solo.

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A questão agrária no geral e no Brasil em particular mostra - se seu principal

enfoque na economia política e na história, pois esta é uma forma especifica de

analisar a questão da evolução das classes sociais no campo bem como do

desenvolvimento das forças produtivas, ou do desenvolvimento das lutas e dos

movimentos sociais (Stedile, 2005).

A estrutura fundiária no Brasil, ou seja, a forma de distribuição e acesso a terra

desde os primórdios do período colonial dessa distribuição fora desigual. Porém

foram a capitanias hereditárias e seus donatários, posteriormente as sesmarias que

deram origem aos grandes latifúndios do país. Estes são frutos da herança colonial

quando a terra era doada pela Coroa aos membros da corte. (ROSS, 1996, p. 483).

A propriedade nesta época estava sobre o domínio do capital mercantil, ou

seja, esta só era distribuída mediante condicionamento de sua exploração. O

sesmeiro não detinha o domínio da sesmaria, pois era de domínio publico, cabendo-

o apenas cultivá-la e pagar a coroa a sexta parte do frutos, chamada de sesma.

Pode-se afirmar que foram o sistema das sesmarias que implantaram o

latifúndio, com a concentração da terra nas mãos de poucos.

À medida que setores da sociedade colonial passaram a ter interesses distintos

da metrópole e esta passou a ser vista como a causa de seus problemas, as

estruturas coloniais vigentes passaram a ser questionadas, culminando na

Independência do Brasil, em 7 de setembro de 1822.

Também em 1822, mais precisamente em 17 de julho, o regime da sesmaria é

cancelado, iniciando assim, o Regime de Posse das Terras Devolutas, até a Lei de

Terras de 1850.

Conforme esboçado acima o Regime de Terras Devolutas foi substituído pela

Lei de Terras em 1850, que marcou a consolidação do latifúndio no país. Pode-se

demarcar esta Lei como a primeira legislação agrária no Brasil, que trazia como

fundamento a proibição de qualquer forma de aquisição de terras devolutas que não

seja a compra.

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Em 1850AleiTerra estabeleceu o direito absoluto da propriedade da terra adquirida ou comprada como se a terra fosse uma mercadoria como outra qualquer. A Lei instituiu também o conceito de terras devolutas que são terras do domínio público – a esmagadora maioria do território – que deveriam servir para viabilização da imigração estrangeira. Foi nas áreas das terras públicas devolutas, sem qualquer controle coercitivo estatal, que se imiscuiu o tão conhecido instituto da “grilagem” de terras. Estas até hoje, a grande alavanca que, na prática, privatiza terras públicas à margem de qualquer consideração sobre os direitos dos povos e comunidades ali já estabelecidos. (Cartilha: Limite da Propriedade da Terra- CANUTO e outros).

Então o processo histórico da questão agrária levou muitos anos para se

desenvolver devido ao período da monocultura (período colonial), pois se passou

quatro séculos como modelo agro exportador colonial. Com abolição da escravatura

(ano de 1888), fora gerado um grande caos social e econômico, pois não bastava

libertar os escravos, era também necessário dar-lhe terra e educação. Pois nesta

época quem trabalhava eram os escravos, por este motivo agricultura entra em

decadência.

Nesse período se iniciou no Brasil um processo altamente perverso e violento

de relação de trabalho existente até hoje em diverso estados do país: a “escravidão

por dívida”, que vitimava os imigrantes estrangeiros e atualmente vitima de uma

população de baixa renda ou desempregada da periferia das grandes cidades, além

dos próprios trabalhadores rurais. Os “gatos” (pessoas que contratam mão de obra

para as fazendas) aliciam pessoas desempregadas para trabalhar nos latifúndios,

prometendo-lhes transporte, moradia, alimentação e salário. Ao entrar na fazenda,

porém, os trabalhadores recrutados perceberam que foram enganados, já no dia em

que deveriam receber o salário são informados de que todas as despesas com

transporte, moradia e alimentação, ao contrário do prometido, serão cobradas e

descontadas do salário, que nunca é suficiente para a quitação da divida. Policiados

por capangas fortemente armados, esses trabalhadores são proibidos de sair da

fazenda enquanto não pagarem uma dívida impossível de ser quitada com seu

salário. (SENE, 1998, p. 280).

Ainda de acordo com a Lei da Terra, os dinheiros arrecadados nos leilões deveriam ser utilizados no financiamento da viagem de novos migrantes que se dispusesse a vir trabalhar no Brasil. Tudo isso nos leva a concluir que essa lei, além de garantir o fornecimento de mão de obra para latifúndios, servia também para financiar o aumento do volume de imigrantes que ingressava e, ao chegar ao Brasil, eram

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obrigado a se dirigir às fazendas, praticamente o único lugar onde se podia encontrar emprego. Nessa época, a posse da terra estava nas mãos de poucos fazendeiros, e não de escravos e/ou imigrantes, era considerada reserva de valor e símbolo de poder. (SENE, 1998; p. 279).

O campo brasileiro era visto como atividade natural e a única possível no país

foram à queda do preço do café, passas ser visto como um problema. Aquela seria,

até então, a atividade natural no país, passa a fazer parte de um programa de

desenvolvimento nacional mais amplo, que não se restringia apenas a políticas

agrícolas ou monetárias (LINHARES e TEIXEIRA, 1999).

No inicio dos anos de 1930 o país passou a desenvolver um novo modelo de

desenvolvimento, pois a hegemonia agrário-exportadora e a monocultura passam a

ser vistas como a principal causa de fragilidade e da dependência externa da

economia nacional, o que punha em risco a soberania do país. Começa-se pensar

em projetos de modernização para a economia nacional, alicerçados em programas

de industrialização e modernização.

Em 1934 a Constituição Federal colocou na legislação agrária a questão da

função social da propriedade, que tivera como objetivo uma distribuição mais

igualitária da terra.

Em 1941 a União reassumiu completamente o patrimônio das terras públicas

que desde a Constituição de 1891, haviam passado para os Estados da federação.

Com o claro intuito de garantir o fornecimento de mão de obra barata aos

latifúndios, o governo impediu o acesso de emigrantes à propriedade através da

criação, da Lei da Terra. Com essa lei, todas as terras devolutas tornaram-se

propriedade do Estado, que somente poderia vendê-las através de leilões,

beneficiando quem tinha mais dinheiro, e não o imigrante que veio se aventurar na

América justamente por não ter posse em seu de origem.

Em 1945 foi a fase autoritária do Estado Novo, o país vivia um período de crise

econômica, devido a concentração de renda; queda do salário real; queda nos

preços do setor industria; deterioração dos termos de intercâmbio internacional e,

conseqüentemente, escassez de divisas. Com a deposição de Vargas, os projetos

de colonização foram abandonados, causando assim um enorme mal-estar e

insegurança no campo. (LEBSA, 2006).

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Com a Constituição de 1946 foi eliminada toda a legislação agrária varguista,

facilitando o retorno da aristocracia rural política.

Nesse período a vida do campo passava por dificuldades devido à falta de

oportunidade de emprego no setor agrícola que asfixiavam o pequeno produtor,

obrigando-o a partir para a cidade, acelerando o intenso processo do êxodo rural.

Já em 1950 a preocupação era que os trabalhadores estavam saindo para as

grandes cidades, se tornassem consumistas. E a preocupação dos fazendeiros era a

perda da mão de obra barata. Então foi criado um documento conservador,

preventivo. (STEDILE, 2005, p.31e32).

A 02 de março de 1963, durante o governo Goulart, era assinado o Estatuto do

Trabalhador Rural (ETR). Foi o instrumento que se legalizou e, portanto, atrelou ao

Ministério do Trabalho o movimento sindical rural, que conscientizavam os

trabalhadores, estimulado pela Confederação Nacional dos trabalhadores

(CONTAG) e apoiado por instituições ligadas a Igreja Católica, como Comissões

Pastorais da Terra (CPTs), também contribuiu para que essa resistência fosse

fortalecida. (CANUTO, 2010, p.09).

No inicio dos governos militares (1964), encerrou-se o período de euforia

política e de debates sobre reforma agrária que vinha ocorrendo desde o inicio da

década de 50. A partir deste momento, qualquer forma de organização dos

trabalhadores rural era considerada subversão.

Também em 1964 o então governo Castelo Branco publicou o Estatuto da

Terra, trazendo no seu bojo a desapropriação por interesse social da terra, contudo,

tal lei não fazia nenhuma alusão aquelas propriedades que não cumprem com a sua

função social da terra.

Cumpre esclarecer ainda que a o Estatuto da Terra não era uma lei que regia

a reforma agrária, mas sim um lei que objetiva o desenvolvimento rural, abrindo

caminhos necessários para a industrialização do campo brasileiro.

Só em 1970 o INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária)

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Em 1985, deu-se início a chamada Nova República e houve a retomada do

processo “democrático”. Nesta fase marcou-se o desenrolar de uma nova fase de

políticas voltadas para o campo.

Após longos debates foi aprovado em 10 de outubro de 1985 o PNRA

(Programa Nacional de Reforma Agrária), que teve como meta o assentamento de

1,4 milhões de famílias de trabalhadores sem-terra.

Já em 1987, para a consolidação do PNRA, o governo federal lança através do

MIRAD (Ministério da Reforma Agrária e do Desenvolvimento Agrário) e do INCRA,

a política de assentamento.

Após o PNRA e as Políticas de Assentamento, a Constituição Federal de 1988

deu um tratamento diferenciado a questão da Reforma Agrária no seu Título VII, da

Ordem Econômica e Financeira.

Com discordância de alguns setores da sociedade brasileira, o Plano do

presidente Sarney foi outra tentativa de iniciar uma melhor distribuição das terras

brasileiras, aumentarem a produção de alimentos, fixarem o homem no campo e

dar-lhe melhores condições de vida. Não há duvida de que o plano e a execução há

um longo caminho a percorrer. Há muitos obstáculos, muitos interesses particulares

a superar o Estatuto da Terra impôs o princípio da função social a toda propriedade.

A partir de 1990, ocorreu a adesão do Brasil aos postulados do neoliberalismo

e como não poderia deixar de ser, o Estado brasileiro começou a reestruturar a

economia do país de modo a prepará-la para atender a nova fase de acumulação do

capital internacional.

As ações governamentais do novo presidente eleito pelo voto popular,

Fernando Collor de Mello, esboçavam-se num novo projeto nacional embasado na

abertura da economia e na redefinição do papel do Estado, que refletiram inclusive

no setor agrícola.

Contudo, com a uma nova política voltada para o mercado e baseada na

empresa moderna e eficiente, os programas de reforma agrária foram totalmente

paralisados neste período.

Após o inpeachment do e então presidente no final de 1992, assume Itamar

Franco trazendo problemas para este período no setor primário, a chamada ancora

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verde, onde os preços no mercado interno ficaram baixos para conter os custos da

cesta básica, enquanto o cambio sobrevalorizado manteve baixo o preço dos

produtos exportáveis.

Em 1993 foi promulgada mais uma lei para reativar a questão agrária no Brasil

a chamada Lei Agrária – Lei 8629, promulgada em 25 de fevereiro de 1993.

Logo no inicio de primeiro mandato do governo Fernando Henrique Cardoso,

diante de pressões dos trabalhadores rurais, o governo se viu obrigado a tomar

algumas medidas com relação a questão agrária e fundiária do campo.

Deste modo, vários programas de apoio a agricultura familiar e a reforma

agrária foram criados, dentre eles podemos destacar o PROCERA (Programa de

Crédito Especial para Reforma Agrária), Projeto LUMIAR (Projeto de apoio financeiro

para os assentados), PROJETO EMANCIPAR (que procura emancipar o maior

numero possível dos antigos projetos de colonização). Contudo, para alguns os

projetos que causaram maior impacto foram os relacionados às novas formas de

aquisição da terra – O CÉDULA DA TERRA e o BANCO DA TERRA.

Deve-se ainda destaque ao PRONAF (Programa Nacional de Fortalecimento

da Agricultura Familiar), onde o Programa destina-se ao apoio financeiro das

atividades agropecuárias e não agropecuárias exploradas mediante emprego direto

da força de trabalho do produtor rural e de sua família.

Não obstante, pela concentração dos recursos naturais estarem concentrados

na região sul, este foi o maior beneficiado com o programa.

Com o desenvolvimento de modo à produção no território brasileiro. Foi muito

contraditório e ao mesmo tempo em que esse desenvolvimento avançava

reproduzindo relações especificamente capitalistas (implantando o trabalho

assalariado através da figura do “bóia-fria”), produz também contraditoriamente,

relações camponesas de produção (através do trabalho familiar). (ROSS, 2003,

p.467).

Assim do ponto de vista da relação que se mantêm com a terra, os produtores familiares podem ser agrupados em três categorias. Os parceiros familiares são agricultores familiares que detém a propriedade formal da terra, a qual é explorada essencialmente pelo trabalho da unidade da familiar de produção. Os parceiros e rendeiros são camponeses que exploram as terras de mediante o pagamento de uma renda em produto (parceria) ou em dinheiro

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(arrendamento). Os posseiros são ocupantes de terras devolutas por propriedades inexploradas. (MAGNOLI, 2005, p. 357).

Não se pode esquecer que as transformações econômicas geradas pelos

complexos agroindustriais têm impactos decisivos entre os pequenos agricultores.

Os camponeses incapazes, pois não poder responder as exigências impostas pelos

novos padrões tecnológicos são conduzidos a ruínas e acabam por perder suas

terras. Em contrapartida, essas mudanças na organização produtiva possibilitam a

rápida acumulação por parte dos camponeses mais bem posicionados, quem

adquirem ou arrendam novas terras tornam-se empresários rurais.

Segundo Magnoli (2005, p.358):

A campesina familiar formado por pequenos proprietários, rendeiros, parceiros e posseiros que se dedicaram inicialmente à subsistência. A exigüidade de terras, o atraso técnico e a baixa produtividade são características dessa agricultura miserável. Com isso para completar a renda familiar, adultos e crianças são obrigados a recorrer ao assalariamento temporário em fazendas da região, carvoeira, olarias ou subemprego urbano.

Com a urbanização o preço da terra agrícola é mais elevado do mercado

consumidor aumenta a concorrência pelo uso da terra. O desenvolvimento da

produtividade das atividades agropecuárias: um pesado investimento na aquisição

de terras exige lucros elevados para ser compensador. É por isso que a

modernização agrícola se realiza, em primeiro lugar, no Centro-Sul do país.

Já em São Paulo, Sul de Minas Gerais e Rio de Janeiro, Paraná, Santa

Catarina e Rio Grande do Sul encontram-se um complexo econômico agropecuário

moderno vinculado as necessidades industriais com grande fluxos financeiros. O

Centro- Oeste e as partes meridionais e orientais da Amazônia são espaços de

expansão da agropecuária moderna e cada vez mais integrados aos mercados do

Centro Sul. O desenvolvimento agrícola transborda a economia rural do estado Sul

de São Paulo.

Em contrapartida, onde a agropecuária é descapitalizada e utilizada técnicas

rudimentares de produção, a maioria dos trabalhadores rurais se dedica a atividades

ligadas à agricultura e à pecuária. Nessas regiões, o papel do Estado na

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regulamentação das relações de trabalho, do acesso à propriedade da terra e da

política de produção, financiamento e subsídios agrícolas assume importância

fundamental no combate à pobreza, à subnutrição à fome (MORREIRA, 2005, p.

530).

O conjunto de mudanças técnicas na produção agropecuária – proposto para

os países subdesenvolvidos para resolver a fome mundial – ficou conhecido por

Revolução Verde. Consistia na modernização das praticas agrícolas (utilização de

adubos químicos, inseticidas, herbicidas, sementes melhoradas) e na mecanização

do preparo do solo – cultivo e colheita – visando ao aumento da produção de

alimentos. Então os Estados Unidos, oferece financiamentos para a importação dos

insumos e máquinas e técnicos (MOREIRA, 2005. p.528).

A aplicação freqüente de quantidades cada vez maiores desses produtos

químicos, genericamente chamados de insumos agrícolas, contamina o solo. Além

disso, é transportada pela chuva para os riachos e rios, afetando, desse modo, a

qualidade das águas que alimentam o gado, abastecem as cidades e abrigam os

peixes. O veneno afeta a fauna, e os pássaros e os peixes desaparecem

rapidamente das áreas monocultoras, favorecendo a proliferação de pragas,

lagartas, mosquitos e insetos. A impregnação do solo com venenos e adubos

químicos tende a torná-lo estéril pela eliminação da vida microbiana.

Encontra partida, Moreira (2005) nos lembra:

onde a agropecuária é descapitalizada a utilizam técnicas rudimentares de produção, a maioria dos trabalhadores rurais se dedica a atividades ligadas à agricultura e à pecuária. Nessas regiões, o papel do Estado na regulamentação das relações do trabalho, do acesso à propriedade da Terra e da política de produção, financiamento e subsídios agrícolas assume importância fundamental no combate à pobreza, à subnutrição e à fome.

Com os avanços nas áreas agrícolas. Muitos autores afirmam que o campo

brasileiro está marcado pela modernização da agricultura. Inclusive, procuram

mostrar que o consumo de tratores, máquinas e insumos agrícolas, está

definitivamente diante do domínio do progresso técnicos na agricultura.

Já que o progresso da agricultura é de produzir, é também do crescimento

produtivo dos setores do campo nos últimos anos, porém é fundamental para o

progresso global da expansão do capitalismo monopolista do Brasil.

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O processo de industrialização da agricultura tem eliminado gradativamente a

separação entre o campo e cidade, entre rural e o urbano, unificando - os

dialeticamente. Hoje tudo indica que o desenvolvimento do capitalismo está

soldando a união contraditória da agricultura e da indústria, do campo da cidade,

pois a separação na transição feudalismo/capitalismo envolveu trabalhadores

individuais (camponeses - servos e artesão), aqueles que com o trabalho da família

quase tudo produziam. Para produção agrícola, quer industrial, requer um trabalho

coletivo que se transfere para distribuição dos frutos da produção (salário e lucro). A

cidade revela essa contradição. (ROSS, 1996, p. 467).

Podemos concluir que um país só cresce se tem regiões agrícolas e pecuárias

que abasteçam seu próprio mercado bem como o mercado externo.

A economia nos países subdesenvolvidos foi principalmente às regiões agrícolas que abastecem o mercado externo que passaram por semelhante processo de modernização das técnicas de cultivo e colheitas. Isso provocou um êxodo rural acelerado, promovendo a concentração, na periferia das grandes cidades, é impossível, nessas regiões estabelecer generalizações, já que os contrastes verificados entre os membros desse bloco e os países emergentes – o Brasil e a Etiópia se repetem também no interior dos próprios países, onde convivem, lado a lado, modernas agroindústrias e pequenas propriedades nas quais se pratica a agricultura de subsistência. (SENE, 2005, p. 532).

O que se vê nas últimas décadas deste XX é a formação, na Amazônia

brasileira, dos maiores latifúndios que na história da humanidade já registrou em

todos os tempos. É conveniente ressaltar que não se trata de um traço “feudal” da

estrutura fundiária brasileira, pois entre esses latifundiários estão os grandes grupos

de empresariais do Centro-Sul do país. O que essa realidade revela é o caráter

rentista presente no capitalismo que se desenvolve no Brasil (ROSS, 1996).

2 - Questão Da Agropecuária Do Paraná

O Sistema Colonial, as dificuldades econômicas enfrentadas pela Corte

portuguesa eram inúmeras. Por isso optou-se pela exploração da lavoura

monocultora canavieira, uma vez que não foi encontrado ouro imediato, e esse

produto era bem conhecido dos portugueses, que o exploravam nos Açores, e

sabiam ter mercado certo e preços favorecidos (WACHOVICZ STECA, 2002, p. 175,

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176). A criação de gado passou ser assim principal atividade econômica do período

no lugar. A integração mais intensa da economia colonial somente foi estabelecida,

no entanto, com a invernagem e rota boiadeiro, que levava o gado proveniente,

sobretudo, de Viamão, no Rio Grande do Sul, à Feira de Sorocaba, em São Paulo,

onde era comercializado, posteriormente chegando as Minas Gerais. Era o

tropeirismo, que consistia no movimento de tropas de gado levadas da zona

produtoras aos centros consumidores, nos quais sua comercialização provia

alimentação e o transporte pessoal e de cargas. (SILVA, 2007, p.40).

No planalto sob outras condições naturais mudou o eixo da economia: a „bateia‟ foi sendo suplantada pelo „laço‟ o curral sucedeu a „lavra, os „arraias‟ foram desaparecendo. Os mineiros que, renunciando ambição do ouro não participaram do êxodo para as novas minas, tornaram sedentários e transformaram-se em criadores de gado e tropeiros. (BERNARDES, 1952, p. 433-sic).

A economia paranaense exporta tradicionalmente produtos agrícolas, em

função de base de produção agropecuária. O café foi o principal produto até meados

da década de 1970. Com a modernização da agricultura paranaense, as culturas

tradicionais foram substituídas pelas culturas denominadas modernizantes, como

soja e trigo, que passaram a ser cultivadas em larga escala no Paraná. Com a

mudança da base técnica da produção, cresceram a produção e a produtividade dos

fatores a ponto de gerar excedentes crescentes de produtos que serão enviados ao

exterior, principalmente de soja, da qual o Paraná passou a ser grande exportador

(PEREIRA, SILVA, 2007, p.41).

Em 1970 com a modernização da agricultura paranaense vieram mudanças

econômicas e sociais. Uma delas foi à concentração da renda e da propriedade

agrícola. No Paraná, entre 1970 e 1975, as propriedades de até 20 ha foram

reduzidas a 76.000 unidades, enquanto que as áreas acima de 500 ha aumentaram

de 21% para 30,8% no mesmo período. Com a modernização da agricultura que

contava com um grande número de máquinas agrícolas, houve muitas

conseqüências inevitáveis como a do êxodo rural. (GASPARETO, 2012, p.8)

Entre 1940 e 1970 a população rural cresceu atingindo um saldo migratório de

28.800.000 habitantes. Na década seguinte, o saldo foi totalmente inverso, ficando

negativo em 26.600.00 habitantes. Os dados nos mostram que entre 1970 e 1980 a

taxa geométrica de crescimento anual da população urbana foi de 5,97 enquanto a

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população rural teve uma taxa de crescimento negativa de 3,33 no Paraná.

(GASPARETO, 2012, p.8)

Em face ao momento crítico, surgem várias cooperativas de cafeicultores no

norte do Paraná como tentativa de amenizar os efeitos sobre os produtores, a

grande maioria formada por pequenas propriedades que adquiriram seus lotes junto

às companhias colonizadoras. (FAJARDO. 2008, p.129)

As cooperativas, sobretudo de cafeicultores, criadas com incentivo do governo

(através do Instituto Brasileiro do Café - IBC) e representando uma saídas para os

agricultores, atuaram como elementos de difusão da modernização agropecuária,

estimulando e “provocando” a introdução de lavouras chamadas modernas,

sobretudo a soja. A sua estrutura organizacional e relacionamento direto com os

produtores facilitaram o papel das mesmas, que encontraram no Estado seu

principal aliado. (FAJARDO, 2008, p. 129 e130)

No final da década de 1980, as políticas macroeconômicas de estabilização

continuaram afetar intensamente agricultura de exportação. Essas políticas exercem

efeitos negativos profundos sobre os preços relativos e sobre a lucratividade da

agricultura, criando conseqüências de efeito alocativo, as quais atuaram em sentido

contrário as políticas setoriais, com significativos desperdícios de recursos.

(RODRIGUES, apud CARVALHO, 2006, p.40).

Nesse diapasão continua RODRIGUES (2006, p.40/41), que:

alguns setores ingressaram mais cedo no processo de industrialização em exportação para o mercado mundiais mais competitivos. A diferenciação e a qualidade dos produtos destinados ao exterior exigiram a incorporação de novas tecnologias, resultando em estímulo à modernização tecnológica dos setores industriais mais dinâmicos. Estes aumentaram rapidamente sua capacidade de competição e sua participação no valor das exportações do complexo agroindustrial brasileiro. As dificuldades para os produtos nacionais ingressarem nos mercados internacionais mais competitivos, mais protegidos, despertaram no setor agroindustrial a necessidade de ampliar a participação interna. A estratégia de criação de demanda interna incrementou a velocidade de crescimento das agroindústrias voltadas para o consumo doméstico em relação às voltadas para a exportação.

Ao longo da década de 90, o Governo Federal implementou políticas

liberalizantes, com a abertura comercial, a formação do MERCOSUL, a restrição da

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intervenção nos mercados, a diminuição dos estoques reguladores e a redução do

volume de crédito ao setor. Por outro lado, o Governo Federal passou a implementar

um programa de fortalecimento da agricultura familiar, o PRONAF, valorizando e

beneficiando parte dos agricultores responsáveis pela maior parte de alimentos

básicos produzidos no país e da mão de obra. (ZARDO, 2003, p. 87).

A liberalização econômica associada ao protecionismo dos blocos econômicos

dos países desenvolvidos aumentou as barreiras às exportações de produtos

básicos tradicionais, pois os mercados tornaram-se mais seletivos e exigentes

quanto à qualidade dos produtos. O Paraná teve grande dificuldade em se adequar

tecnologicamente, pois o processo de abertura comercial resultou numa competição

desigual, devido ao atraso tecnológico dos vários setores econômicos.

(RODRIGUES, 2006, p.41).

A superação das dificuldades advindas da abertura econômica passou pela

estratégia de fortalecimento do bloco econômico MERCOSUL e do crescimento das

negociações interblocos; internamente as medidas protecionistas – quotas, tarifas e

medidas não tarifárias – foram reduzidas, mas entre blocos que houve ampliação

das barreiras protecionistas. As vantagens comparativas de parceiros cresceram,

como observado no Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) e aproximaram – se as

negociações entre os principais blocos econômicos, como a União Européia (EU), o

bloco da América do Norte (NAFTA), para futura Aliança das Américas, ou seja, a

ALCA e European Free Trade Arrangement (EFTA). (RODRIGUES, 2006, p.41).

Um aspecto positivo das cooperativas agropecuárias, notadamente das que

dedicam à agroindústria, é a capacidade de dominar a cadeia produtiva de

determinados produtos, o que lhes confere maior poder de concorrer de forma

eficiente no mercado. (RODRIGUES; GUILHOTO, 2004; FAJARDO, 2008, p.186).

3. Agropecuária de Candói

As aventuras duraram aproximadamente um século e meio, no período da

guerra entre a Espanha e Portugal que durou período do reinado de D. José, e a

ocupação dos castelhanos a mando de D. Pedro Cevalhos, já no Brasil em Viamão,

localizado no Rio Grande do Sul, veio demonstrar aos portugueses a necessidade

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de ocupar as fronteiras estabelecidas pelo Tratado de Madri. (MARCONDES, 1998,

p. 30).

Fracassaram os projetos, os castelhanos ficaram frustrados na defesa do Rio

Grande do Sul, enviando reforços para província, só então os portugueses poderiam

recuperá-lo. De Curitiba também partiram expedições com destino a diversos pontos

da fronteira e com instruções secretas comandada pelo Tenente Cândido Xavier de

Almeida, que substituiu o Tenente Bruno da Costa, que descobre a 8 de setembro

de 1771, os famosos Campos de Guarapuava. Uma dessas expedições, a comando

do Tenente Cândido Xavier de Almeida e Souza, com alguns homens a cavalo e

outros em canoas desceram o grande rio que os índios chamavam de “Iguaçu”.

Depois de nove dias de viagem, passaram pelos Campos de Candói, e esse

homens pernoitaram próximo a um funil ou encantilado, isto é, o local do rio

Capivaruçu (Jordão), que deságua no rio Iguaçu. Hoje esses locais estão submersos

pela represa da Usina Nei Braga, que está entre os municípios de Reserva do

Iguaçu, Foz do Jordão e Mangueirinha.

O coronel Afonso Botelho resolveu conquistar os Campos de Guarapuava, com

a elite da polícia curitibana ordenado aos Tenentes Cândido Xavier e Felipe

Santiago, que abriram picada entre o rio Iguaçu e os referentes Campos. Por causa

o fato ameaçador pela a Espanha ter voltado a discutir as fronteiras na América, as

autoridades portuguesas enviaram expedições militares para os sertões do Tibagi,

para o seu reconhecimento e tomada de posse.

Passavam-se os dias e o forte da expedição deixava o local no dia 13 de

dezembro dirigindo-se acima da Foz do Rio Pinhão, ocorrendo então um episodio

muito interessante, pois foi através dele, que naquele local, juntamente com a

corrente de água teve uma nova denominação. E o vau era de difícil travessia, muito

escorregadio, de sorte que diversos animais caíram, molhando seus respectivos

cavaleiros. Afonso Botelho foi um dos que se viu novamente batizado, e foi salvação

para terminar a travessia, porém, desejava chegar enxuto à outra margem. Então

denominou de rio Jordão.

E prosseguiram sua viagem, afastando-se cerca de dez léguas do Porto de

Pinhão, procurando um lugar mais conveniente para levantar uma povoação

definitiva.

Encontrando sempre com índios, que tratavam muito bem, presenteando com

objetos e recebendo, em troca, pinhão, aves. O tempo foi passando, certo dia,

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Botelho sentou-se à margem esquerda do rio Jordão, à espera que os índios que o

procurassem, e esse dia eram Natal. (IZIDORO, 1971, p.22).

Só em 08 de janeiro de 1772 eles apareceram em grande número,

trazendo muitos presentes, entre os quais, bolos de milho de aspecto

repugnante, que, mais tarde, se verificou, estavam envenenados e

não foi só isso: invadiram também o acampamento pacificamente,

levando o que encontravam para o outro lado do rio. Graças a alguns

cavalos, os soldados puderam escapar, mas, os que estavam a pé

foram mortos pelos índios. (IZIDORO, 1971, p.24).

Com a chegada da família Real no Brasil, foi realizada uma nova tentativa para

a conquista, lavrando-se a carta régia, em 1º de abril de 1809, que determinava nova

expedição.

A expedição de 1ª de agosto de 1809, entra pela mata e chega aos campos a

17 de julho de 1810, fundando 8 (oito) dias depois, a povoação da Atalaia. Em 1820,

fundaram a Freguesia de Nossa Senhora do Belém, segundo a dedicação do Padre

Chagas de Lima, mais uma vez seria fracassada a conquista de Guarapuava.

(MARCONDES, 1998, p. 31).

Padre Chagas poderia ficar na Atalaia completamente desligado das

expedições e, sem honorários de 1º capelão. Com determinação retiram os

soldados, sob comando de Diogo Pinto de Azevedo de Portugal, em fevereiro de

1818, enquanto que alguns por aqui mesmo com esforços missionários, ao lado dos

primeiros povoadores, estabelecendo suas moradias, adquirindo suas primeiras

fazendas de criação de gado, enfim, tudo que mais tarde viesse a ter valor.

(CAMARGO, 1928, p. 145).

Baseado em donatários cujos capitães tinham poderes judiciários, políticos e

administrativos, esses processos da colonização era tido como características

medievais: Estruturavam, assim, tanto a propriedade como Estado, sob os mesmos

moldes e princípios que regiam os domínios feudais: grandes extensões territoriais

entregues a senhores dotados de poderes absolutos sobre as pessoas e as coisas”.

(MAGALHÃES, 2001 p.46).

As Sesmarias eram grandes extensões de terras incultas que o Governo de

São Paulo doava através do Tenente Rocha Loures. Este distribuíra toda a região

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que pertencia à margem direita e a esquerda do Rio Jordão, até o rio Pinhão, pois

a população Guarapuava crescia lentamente.

A maioria veio de Palmeira (PR) e São Paulo para trabalhar na pecuária e

aqui adquiriram suas terras, pois uma sesmaria possuía “seis léguas quadrada”. E

algumas pessoas chegaram a possuir dezoito alqueires de terras, constituindo-se

em nove fazendas. Então os rebanhos cresciam e as pastagens dos campos

facilitavam a alimentação para o gado. (CAMARGO, 1928, p. 184).

4 Análise da intervenção na escola

Os trabalhos foram importantes para todos, desta maneira „o tema‟ foi

pertinente em relação à produção didática pedagógica foi voltada nas pesquisas

bibliográficas, leitura com discussão do texto, aula de campo nas propriedades,

seminários em sala, e produções de textos e poesias, foram grande importância

para alunos construírem o seu próprio conhecimento, e passaram ser sujeitos na

construção e nas inovações espaciais agrícola. O trabalho foi realizado com os

alunos do da 2ª séria B. do Colégio Estadual Santa Clara, tendo em vista que os

acadêmicos são residentes de áreas rurais e os demais moram na cidade, e todos

tiveram um bom aproveitamento.

Hoje contamos com quatro alunos fazendo curso na empresa Agrária Entre

Rios (Guarapuava), voltados para agricultura, esses jovens estão estagiando em

algumas fazendas da região. Também contava com quatorze cursistas na

matriculado, mas concluíram onze no término do curso do GTR – curso realizado

através da Internet,

A proposta tem como objetivo a busca do conhecimento histórico e geográfico

da agropecuária deste município com visões no passado, para entendermos o

espaço em que vivemos e sua transformação geográfica nos dias atuais, e os

conteúdos atitudinais, destacam-se as diferenças diferencias sócios econômicas ,

valorizando o patrimônio socioculturalmente das diversidades com direitos e deveres

dos agricultores que forma hoje o município de Candói.

No decorrer da história da agropecuária veio propiciar os filhos dos

agricultores, e valorização do homem do campo, mesmo que as questões agrícolas

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vêm enfrentando dificuldades nas áreas de produção, sem uma política que os

assegurem lá no campo, mas os conteúdos trabalhados foi uma reflexão sobre as

práticas utilizadas no trabalho desde a época das primeiras fazendas do sesmeros

até os dias atuais. O projeto foi aprofundando através de pesquisas sobre os

conhecimentos modernos.

O trabalho de sala de aula foi concluído em várias etapas e dinâmicas

diferenciadas, e fechamos com aulas de campo, onde foi elaborada uma entrevista

para os proprietários. Então fomos a três propriedades diferenciadas pelo

desenvolvimento socioeconômico. Após o retorno para sala de aula foram discutidas

sobre a entrevista, e elaboraram relatórios, poemas dos temas trabalhados.

Vejamos a seguir os a conclusão extraída através de uma pesquisa de de

campo realizada pelos acadêmicos da pecuária local quanto a grande, média e

pequena propriedade:

4.1 Analise de campo de uma grande propriedade agropecuária no

município de Candói - PR:

Fazenda N. do B. – Grande Propriedade - Esta fazenda é de herança das

Sesmarias do Capitão Elias de Araújo e sua esposa Clara Madalena dos Santos,

donos desta grande área de terra entre os rios Cavernosos, Jordão e Iguaçu. O

casal não teve filhos e adotaram uma criança que batizaram de Ponciano José de

Abreu e mais tarde estudou para padre na cidade de Itapetininga em São Paulo.

Ponciano escreveu uma carta para o “papa da época” para abandonar a batina de

padre, mas nunca recebeu a resposta, devido os meios de transporte eram muito

precários, pois era em lombo de animal até chegar ao mar tomar o navio que vai a

cidade de Roma. Com a demora, e foi viver com Maria Rita de Almeida, teve três

filhos. E ele reconheceu seus filhos. E como proprietário desta fazenda Caracu, o

capitão Candido de Abreu Araújo.

E o proprietário da fazenda Santa Clara, era dedicado a melhor atividade de

homem empreendedor. Nesta propriedade viveu o capitão Horácio Saul de Araújo

proprietário das águas minerais da Santa Clara e da Fazenda Candói. E os demais

filhos foram Pedro Alexandrino de Araújo e João de Abreu Araújo deixou com

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herança a seus filhos uma sesmaria de campos, medindo duas léguas de

comprimento e quatro de fundo.

Hoje a fazenda Caracu que pertenceu ao herdeiro de Candido de Abreu que

passou pelas mãos de D. Maria Mendes de Araújo Lopes e filhos, depois para avô, a

sesmaria, era herança, e com mais de cem anos que estas propriedades estão em

no poder da família, pois eu e o meu pai o Sr. Eraclides Mendes de Araújo

nascemos neste local em que herdaram 900 hectares de terra, que pertencia ao pai,

e então as terras foram divididas em três partes para cada um dos filhos.

Conta com uma produção de suína cultura de 1300 leitões nascidos ao mês e

entrega a sua produção para a Sadia num período anual de 16.000 cabeças de

porcos ao ano. E também produz em grandes quantidades nas áreas da agricultura

o milho com uma produção de 450 a 500 sacas por alqueire. Já trigo tem como

produção de 120 sacas por alqueire, e a soja conta com uma produção de acima de

150 sacas por alqueire, e aveia e o azevem são as plantas no período de inverno

utilizado como pastagem para o gado de corte, com isso ocorre através da rotação

de culturas. Além dessas produções têm pecuária a criação de gado de raça como,

Nelore com cruzamento com o Zebu e o gado europeu. E parte da produção de

grãos é entregue a Cooperativa Coamo deste município, e partes será entregue a

Cooperativa Coacam do município de Guarapuava, onde são fundadores da

cooperativa.

Hoje as antigas fazendas que faziam parte do distrito de Candói eram: a Capão

Alto está com os herdeiros da família de Antonio de França Loures, e a Cadeado e

Jacu está com os herdeiros das famílias Mendes e Araujo, e as demais Fazendas

como, Candói, Floresta, São Pedro, Laje, Boca apertada e Poço foram divididos em

pequenas propriedades que está nas mãos de outros habitantes agricultores, que

vieram de outras comunidades como de Prudentópolis e regiões vizinhas. (Texto

produzido por: Sara Dionatas e Rita)

Fazenda Igrejinha - A história conta que no passado Padre Chagas de Lima

catequiza nas hordas silvícolas que se encontravam nestes Campos, comanda pela

expedição do Tenente Coronel Diogo Pinto de Azevedo de Portugal no ano de 1810.

Então nos Campos da Igrejinha era onde o índio encontrava-se em grandes

combates de lutas, entre a tribo do cacique Pahy e Gacon com a tribo do Cacique

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Candói, nos campos de São João e Baú, pois neste lugar do combate eram

enterrados seus mortos, então eles construíam uma igrejinha com os galhos de uma

planta do campo chamada de vassoura sobre os túmulos de seus mortos. E a tribo

que ganhasse a luta tinha como prêmio a folha de um facão como troféu, dizem que

essa folha do facão talvez tivesse pertencido aos soldados de Afonso Botelho

massacrado nos Campos de Curucáca.

Por esse motivo ou por outros de tal natureza, os índios da costa de São João

resolveram atacar o velho Candói, que não querendo esperar em sua aldeia

marchava a seu encontro. Durante três dias de luta morreram muitos índios de

ambas as partes.

Nos anos de 1817 e 1818, assomou uma manhã no alto da Sepultura, um

grupo de cavaleiros dirigido pelo padre Chagas, que vinham voltando de uma

excursão dos Campos de Candói, onde levaram o sacramento de batismo ao velho

Candói. E no dia seguinte celebraram uma missa no cemitério dos indígenas.

Pois ainda possuem algumas fazendas dos herdeiros das “Sesmarias” como: a

Fazenda Lagoa Seca, Curucacá, Campo Real e Limoeiro da família Virmond, e as

demais são pequenas comunidades e são: Capão Redondo, Porungos, Bebinha e

Caracu, conta outros proprietários. Já a fazenda Lagoa Seca que era do proprietário

Antonio Teixeira de Abreu, hoje é comunidade da Lagoa Seca.

Agora passaremos a análise da Média Propriedade

Segundo o proprietário N. mora a mais ou menos 35 anos, mas após o seu

casamento montou sua propriedade onde vive até hoje. Só quando veio morar neste

local, tinha apenas dez alqueires de terra, e foi comprando de seus vizinhos que

mudaram para outros centros urbanos, então já conta com 80 alqueires de terra. Ele

chegou nesta região ainda criança com seus que vieram de carroça de

Prudentópolis. Ainda conta que levaram muitos dias de viagem e foi muito sofrido,

pois tiveram que cortar a mata para abria estrada de chegada para construir a

propriedade de seus pais.

Sabe-se que o Brasil recebeu uma grande leva de imigrantes ucraniana, temos

que registrar os descendentes nascidos já nesse país, dos quais se acham no

Estado do Paraná. Então o núcleo de Prudentóplis, que em 1905 recebia mais de

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250 famílias. Alguns, no entanto, procuraram oportunidade de trabalho, e melhores

condições de vida e, se possível, terras baratas nos Estados vizinhos. (BURKO, V.

N., 1963, 49).

O agricultor N. falou que trabalhar na agricultura está no sangue dos

descendentes dos ucranianos, devido o apego à lavoura mostra a produção de seu

labor como: na produção é de 400 a 450 ou mais sacas por alqueire; já a soja varia

de 120 até 160 sacas por alqueire e muitos produtos: o feijão e arroz, e toda

produção serão entregues na Cooperativa Coamo.

Na pecuária, a criação de gado leiteiro todo o leite que se produz é entregue

para lacticínio Szurra, também trabalha com gado Charolês de corte que serve para

produção de carne.

Sobre o uso de inseticidas foi comentado que são compradas na Cooperativa

onde é entregue a sua produção, pois sendo associado terão privilégio nos

pagamentos dos produtos comprados. Outra prioridade que se tem é entregar os

produtos na época da colheita, onde a cooperativa estoca até melhorar o preço do

mesmo. E também a mesma cooperativa dá auxílio para o agricultor na época do

plantio com pessoal técnico, orientando o agricultor em todas as suas dúvidas do

plantio à colheita. Relatou que alguns anos atrás fez o uso do financiamento do

PRONAF, e que hoje não usa mais.

Conta-se com seus próprios equipamentos como tratores, para seu trabalho na

lavoura.

Na analise da pequena propriedade a pesquisa de campo ocorreu no

Assentamentos Santa Clara

Pequena Propriedade - O Assentamento Santo Clara não era de terras

devolutas, e surgiu em uma local havia uma plantação de pinos, que foi retirado para

a Fabrica de Papel Santo Clara, sendo usada à madeira na produção de papel,

então o INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), em 1999,

atuou com a morosa com desapropriação e procurou legitimar a área onde não eram

contrariados dos interesses dos grandes latifundiários.

Assim conclui-se, que o Estatuto da Terra só foi acionando nos casos de

conflitos entre camponeses e latifundiários ou de grave tensão social, sendo que

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muito proprietários tiveram medo de ser alvo da invasão do grupo do sem terra por

estarem muito perto de suas propriedades.

Podemos afirmar que no meio rural, tanto retrata a visão de desenvolvimento

baseada na lógica de mercado e do capital, como as contradições desse modelo.

Todavia, é a partir da não aceitação das desigualdades sociais existentes em nosso

país que os povos do campo vêm construindo bandeiras de lutas, alternativas de

resistências econômicas, políticas, culturais e educacionais, na perspectiva de um

novo projeto de sociedade e de país.

O entrevistado deslocou do município de São João, para este município em

busca de novas perspectivas de vida, pois o Sr. A. era trabalhador que ganhava

salário mínimo para sustentar a sua mulher e seus quatro filhos já cansados de viver

em condições precárias. Então procurou um coordenador do MST, e aliou-se ao

grupo dos Sem Terra. Onde permaneceu nas proximidades da BR: 373, num

período de dois anos em barraco de lona até receber a posse das terras que foram

divididas para 25 famílias, lotes contam com 10 hectares por família, sendo que

cada propriedade tem uma pequena quantidade de reserva legal.

Em termo de infra-estrutura, sede do Assentamento possui uma igreja, sendo

católica, uma sala para o atendimento médico, uma sala para reuniões, campo de

futebol, luz elétrica, boas estradas nas quais passa o transporte escolar diariamente,

esse traz as crianças para sede do município que se localiza aproximadamente 18

km do assentamento, limite-se com várias fazendas de grandes latifundiários e a

Fábrica de Papel Santa Clara.

No assentamento possui três fontes de água para o sustento das famílias. Mas

conta o Sr. A. que não suficiente para todas as famílias, então nas reuniões sempre

há discussão sobre a água, porque são colocadas motores para levar água na

demais a propriedade e acontece que queimam facilmente. Então tem falta de água.

Ele diz que levou muita sorte porque em sua propriedade passa um riacho por

dentro de seu terreno, assim se usa um motor com uma rotação menor para levar a

água até a invernada para o gado.

Para o agricultor A. basicamente com a força de trabalho da família, em uma

pequena propriedade e não acumula excedente, enquanto a mão de obra familiar é

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suficiente para o trabalho, “a família ao mesmo tempo é proprietária dos meios de

produção, e que assume todo o trabalho na produção”.

Esse agricultor produz vários cereais como milho, soja e o que sobra será

vendida para cooperativo Coamo, e o feijão e o arroz são produzidos para o

consumo, também produz mandioca e os produtos de horticultura são entregues

para as escolas do município. E na pecuária a criação de gado de leite, ele

comentou que vendia o leite para os vizinhos que moram próximo de sua casa.

Também foi comentado pelo agricultor, que obtenção dos recursos

considerando a situação socioeconômica do país, os assentados devem obedecer a

uma seqüência de fases (MIRAD/INCRA; 1987):

A partir dos recursos se caracteriza a garantia da excussão do projeto de

assentamento, assinalada por atividade como obtenção da área, e identificação e

seleções dos beneficiários, obtenção da adesão de instituições de ação

complementar, reunião de recursos materiais, financeiros e humanos;

Com o conhecimento dos recursos obtidos na fase anterior, inicia-se o

processo de ocupação da área. O INCRA se imite na posse da área, onde os

agricultores e seus familiares são instalados, bem como a equipe funcional do

INCRA e as demais unidades de ação complementar. Os trabalhos passam ser

realizado, quando se faz o levantamento natural, o diagnóstico do estado de saúde,

do nível educacional e do preparo profissional dos agricultores. Ao mesmo tempo,

são realizadas algumas atividades tais como a demarcação do perímetro.

Levantamento das cercas, aberturas de estradas internas, com a provisão de água e

saneamento, etc. Essa fase deve compreender um período de seis meses;

Recursos para habitação são disponíveis e seguem-se ações de que além da

habitá-los, são orientados ao uso racional: preparo do solo, construção de barreiras,

açude, cacimbas, entre outros e atividades voltadas para educação, obras de infra-

estrutura como estradas e armazéns. Tudo isso deve ocorrer entre seis a dezoito

meses da implantação do projeto,

Nessa fase, entende-se que os trabalhos que foram conduzidos ao assentado

são suficientes, permitindo que o aparelho produtivo seja estruturado e consolidado.

Esta fase abrange dos dezoito meses aos sessenta meses, quando se obtêm as

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condições de emancipação. Então já se subentende que o assentado está dotado de

toda estrutura para começar a “andar com suas próprias pernas”.

(...) A nova Constituição Federal não diminuiu o terrível caos que separa o

sem-terra acampado debaixo de uma lona do seu algoz do UDR. Pelo contrário, a

carta de 0988 aprofundou o buraco da desigualdade, impedindo, definitivamente,

que a questão agrária brasileira pudesse ser resolvida de forma pacífica. Ao

manter o malfadado inciso que isenta de desapropriação a chamada “propriedade

produtiva”, a Assembléia Nacional Constituinte retrocedeu aos idos de 1946,

renunciou às conquistas da Emenda Constitucional nº 10 de 10 de novembro de

1964 e do Estatuto da Terra e desdobraram-se quando comparada à Carta

autorgada pelos três ministros militares de 17 de outubro de 1969 (Silva,

1989:199).

Sendo a Constituição Federal de 1988, faz um tratamento diferenciado na

questão agrária em relação às outras Constituições, uma vez que a reforma agrária

ser parte da Ordem Econômica e Financeira, constituindo um capítulo próprio, que

inviabilizou a reforma agrária. Nos debates travados entre os grupos anti e a favor

da reforma, desde a elaboração do PNRA, saíram vitoriosas as forças da UDR, da

bancada ruralista e, mais uma vez, da aristocracia rural.

Quando falamos com Sr. A. sobre a questão do crédito para os pequenos

agricultores do campo, tanto o crédito para custeio como para investimento. Pois o

limite de custeio do financiamento varia de acordo com o tamanho da propriedade se

definem por grupo é a quantia de dinheiro que recebe, e terá o prazo de dois anos

para o pagamento com juros de 45 por cento ao ano. Como o assentamento já

possui sua associação, então foi fácil a busca do PRONAF – um programa de

desenvolvimento da agricultura familiar e desenvolvimento local de pequenos

municípios.

O PRONAF- tem base o fornecimento de crédito aos pequenos agricultores.

São os agricultores que trabalham basicamente com a força de trabalho da família,

em uma pequena propriedade e não acumulam excedentes, e quando a mão de

obra familiar não é suficiente para trabalhar no terreno, uma parte deste crédito é

cedido para o plantio, e também se paga maquina para a colheita. Mas foi falado

que muitos deixaram de pagar o Banco do Brasil. Por este motivo ele não conta

mais com o financiamento.

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Segundo O Manual Operacional do PRONAF, o programa visa fortalecimento

da agricultura familiar, mediante apoio técnico e financeiro, para promover o

desenvolvimento rural sustentável. Seu objetivo geral consiste em fortalecer a

capacidade produtiva da agricultura familiar; contribuir para geração de emprego e

renda nas áreas rurais e melhorar a qualidade de vida dos agricultores familiares.

Quatro objetivos específicos complementam os propósitos do programa: a) ajustar

as políticas públicas de acordo com a realidade dos agricultores familiares; b)

viabilizar a infra-estrutura necessária à melhoria do desempenho produtivo dos

agricultores familiares; c) elevar o nível de profissionalização dos agricultores

familiares através do acesso aos padrões de tecnologia e de gestão social; d)

estimular o acesso desses agricultores aos mercados de insumos e produtos.

Do ponto de vista operacional, o PRONAF apresenta, atualmente, quatro linhas

de atuação. A saber: a) Crédito de custeio e investimento destinado às atividades

produtivas rurais; b) Financiamento de infra-estrutura e serviços a municípios de

todas as regiões do país, cuja economia dependa fundamentalmente das unidades

agrícolas familiares; c) Capacitação e profissionalização dos agricultores familiares

através de cursos e treinamentos aos agricultores, conselheiros municipais e

equipes técnicas responsáveis pela implementação de políticas de desenvolvimento

rural; d) Financiamento de pesquisa e extensão rural visando à geração e

transferência de tecnologias para os agricultores familiares.

Segundo Lima Neto (2000), os objetivos do PRONAF Infra-estrutura e serviços

municipais buscam estimular a implantação, ampliação, modernização,

racionalização e relocalização de infra-estrutura e serviços públicos municiam

necessários ao fortalecimento da agricultura familiar, tais como: recuperação de

estradas vicinais, linha tronco de energia elétrica, construção de armazéns

comunitários e obras hídricas de uso coletivo. Essa linha do PRONAF visa contribuir

para eliminá-la gargalos que estejam retardando ou impedindo o desenvolvimento

de zonas onde predomina a agricultura familiar, promovendo melhorias nos canais

de escoamento da produção, no acesso a novas tecnologias e na competitividade no

mercado.

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CONCLUSÃO

A questão da agropecuária teve um processo histórico, que surgiu há muitos

anos atrás e aprofundo-se nos moldes do mundo do capitalista. Para tanto tem como

objetivo focalizar o desenvolvimento da economia do município de Candói, sobre as

diferentes épocas e as causas que marcaram à atualidade.

Mas para isto houve várias expedições que passara por este município, sabe-

se que saiam do Estado de São Paulo e que penetravam no interior paranaense,

mesmo que algumas fracassaram, porque os índios amedrontavam as expedições.

Por este motivo os “Campos de Guarapuava” passaram muitos anos esquecidos.

Mas teve uma delas comandada por Candido Xavier de Almeida abriram picadas

entre a vegetação e chegou às margens do rio Iguaçu, onde hoje é a Usina Nei

Braga.

E mais tarde houve outra expedição com o domínio português, sob o comando

do Tenente Coronel Diogo Azevedo Portugal trouxe consigo dois missionários, o

Padre Francisco da Chagas Lima e o rei Nolasco da Sagrada Família, que saem de

Curitiba entrando mata adentro em direção sudoeste e chegam aos Campos de

Guarapuava, a 17 de julho de 1810. E o primeiro passo foi demarcar a povoação. E

graça a ajuda do Índio Pay, que era muito fiel ao Padre Chagas de Lima na

catequização de seus irmãos índios, e no reconhecimento dos campos da região. Já

o tenente coronel Afonso Botelho permaneceu nos Campos de Guarapuava e aos

poucas os recursos que dispunham para o comprometimento com a futura cidade.

O povoado crescia lentamente e Rocha Loures distribuía as “Sesmaria” em

toda região dos Campos e também chegaram aos Campos de Candói na margem

direita do Jordão e a margem esquerda do rio Pinhão. Mas a maioria das pessoas

que receberam veio de Palmeira (PR) e São Paulo para trabalhar na pecuária e aqui

adquiriam suas terras, pois uma sesmaria possuía seis léguas quadradas.

Assim, a pecuária passou a ser desenvolvida como centro pastoril do Estado

do Paraná, que pode representar na receita pública e a maior verba montante, mas

não representava a maior riqueza industrial do Estado, por causa de vários fatores

de decadência da abolição da escravatura e não haveria Frigorífico. Então muitos

fazendeiros tiveram dificuldades nos trabalhos, pois até então não estavam

preparados para enfrentar das fazendas e nem pagar os trabalhadores.

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O município de Candói foi distrito do Município de Guarapuava, por este motivo

há essa relação histórica, pois todos os sesmeros moravam em Guarapuava. E que

foi desmembrado em 1892.

A inserção ocorreu no Colégio Estadual Santa Clara, com a 2ª série B do

ensino Médio e teve um grande aproveitamento tanto no conhecimento histórico e

geográfico, buscando entender os dias atuais. Também foram colocadas as

diferenças de etnias, econômicas e sociais, valorizando os direitos e deveres dos

agricultores, mostrando que a agropecuária não pode ser esquecida pelas políticas

públicas.

E com os colegas professores do GTR, foi trabalhado através de discussões de

fóruns didáticos de como se trabalhar com os alunos em sala de aula e não

esquecendo de um recurso importante é a relação existente entre o espaço vivido e

as informações obtidas em sala de aula.

Já o trabalho com os proprietários foi muito interessante para os alunos para os

alunos, foram em três momentos diferentes, nas propriedades de grande porte,

médio e um assentamento, onde os alunos puderam questionar o trabalho do

agricultor com a terra e a valorização de ser o produtor de alimentos para todos.

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5. Anexos

Poemas:

Sesmaria

A sesmaria foi concedida por um ato jurídico português

Ela normalizava a distribuição de terras.

Surgiu em 1530.

Para ajudar o camponês.

A principal função do sistema era estimular a produção,

Uma forma de difundida por Portugal.

O sistema de “Sesmaria” na Brasil.

A tradicional “Sesmaria” singularizava,

Contrato eficiente determinado.

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Buscava a garantia de uso ao produtivo

Da Terra com sucesso,

E logo assinava o contrato com sucesso.

(Autor: Guilherme) Aluno do 2° ano do Colégio Estadual Santa Clara.

Expedições

Diogo Pinto de Azevedo já velho,

Não podia cuidar da expedição.

Foi então nomeado Antonio Rocha Loures,

Comandante interino da povoação.

As petições do missionário

Iam sendo realizadas.

Em 04 de setembro foi concedida

Uma “sesmaria.”

A conquista aconteceu

Dos Campos de Guarapuava

Que não foram favoráveis

A situação.

Chagas determinou pouco mais de légua,

Da Atalaia,

Entre o Coutinho e o Jordão,

Limite com os campos de Candói.

Autora: Andreza Zeni Aluna do 2° ano do Colégio Estadual Santa Clara.