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91 DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM EM CLIENTES COM ALTERAÇÕES HEMATOLÓGICAS: USO DA TAXONOMIA I DA NANDA Cristine Alves Costa de Jesus* Emília Campos de Carvalho ** JESUS, C.A.C. de; CARVALHO, E.C. de. Diagnósticos de enfermagem em clientes com alterações hematológicas: uso da Taxonomia I da NANDA. Rev.latino-am.enfermagem, Ribeirão Preto, v. 5, n. 4, p. 91-99, outubro 1997. O presente estudo tem por objetivo descrever os diagnósticos de enfermagem mais freqüentes encontrados em um grupo de clientes com alterações hematológicas. Utilizou-se a Taxonomia I, proposta pela North American Nursing Diagnosis (NANDA), para o direcionamento da pesquisa. A amostra compreendeu 14 clientes, sendo identificados 16 diagnósticos de enfermagem com freqüência igual ou superior a 50,0%. Recomenda-se a realização de outros estudos para melhor definição do perfil diagnóstico dessa clientela. UNITERMOS: diagnóstico de enfermagem, processo de enfermagem, cliente com alterações hematológicas INTRODUÇÃO A Enfermagem vem, há décadas, em busca da organização do conhecimento científico específico, expresso inicialmente na forma do plano de cuidados. Inúmeras discussões quanto a necessidade de operacionalização dos referenciais teóricos de enfermagem, bem como os avanços em pesquisas fizeram surgir, na década de setenta, o processo de enfermagem. As primeiras definições de processo de enfermagem tiveram como cerne o inter-relacionamento enfermeiro/cliente. Atualmente é concebido como um método sistemático de conduzir a prática de enfermagem, a partir da aplicação do método científico - avaliação inicial do estado de saúde do cliente, identificação de seus problemas atuais ou potenciais sob a competência do enfermeiro, por intermédio do julgamento clínico, formulação de critérios de resultado e estratégias, planejamento, implementação e avaliação dos resultados estabelecidos a nível individual 9 . São descritas cinco etapas do processo de enfermagem: a coleta de dados, o diagnóstico, o planejamento, a implementação e a avaliação 17 . Dentre elas, a que tem merecido maior destaque é a análise e interpretação dos dados coletados, chamada de diagnóstico de enfermagem. Tem sido considerada não apenas uma etapa isolada de descrição de problemas, mas que promove a integração da coleta de dados ao planejamento das ações, envolvendo julgamento, avaliação crítica e tomada de decisão 1,16 . Desde 1973, quando Kristine Gebbie e Mary Ann Lavin organizaram a primeira Conferência de Classificação dos Diagnósticos de Enfermagem na Universidade de St. Louis, o diagnóstico de enfermagem passou a ser visto como uma etapa de destaque, dinâmica, sistemática, organizada e complexa do processo de enfermagem 8 . A necessidade de se identificar, organizar e classificar os diagnósticos de enfermagem, com base em regras consistentes, e ainda, de criar uma Taxonomia dos diagnósticos de enfermagem, fez surgir, nos Estados Unidos, a Associação Norte Americana dos Diagnósticos de Enfermagem (NANDA), que, segundo THOMAS & NEWSOME 19 , tem desenvolvido um dos sistemas de classificação dos diagnósticos de enfermagem mais aceitos e conhecidos atualmente. Diagnóstico de enfermagem, segundo NANDA, é “(...) um julgamento clínico das respostas do indivíduo, da família ou da comunidade aos processos vitais ou aos problemas de saúde atuais ou potenciais. Os diagnósticos de enfermagem fornecem a base para a seleção das intervenções de enfermagem, para atingir resultados, pelos quais o enfermeiro é responsável” 2 . Os diagnósticos de enfermagem propostos pela NANDA têm, em última análise, a finalidade de fornecer embasamento científico à prática do cuidar; prática essa * Professora Assistente do Departamento de Enfermagem da Universidade de Brasília. Pós-graduanda da Área de Enfermagem Fundamental - Nível Doutorado - Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto - USP ** Professora Titular da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo Rev. latino-am. enfermagem - Ribeirão Preto - v. 5 - n. 4 - p.91-99 - outubro 1997

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DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM EM CLIENTES COM ALTERAÇÕESHEMATOLÓGICAS: USO DA TAXONOMIA I DA NANDA

Cristine Alves Costa de Jesus*Emília Campos de Carvalho **

JESUS, C.A.C. de; CARVALHO, E.C. de. Diagnósticos de enfermagem em clientes com alterações hematológicas:uso da Taxonomia I da NANDA. Rev.latino-am.enfermagem, Ribeirão Preto, v. 5, n. 4, p. 91-99, outubro 1997.

O presente estudo tem por objetivo descrever os diagnósticos de enfermagem mais freqüentes encontrados em um grupode clientes com alterações hematológicas. Utilizou-se a Taxonomia I, proposta pela North American Nursing Diagnosis (NANDA),para o direcionamento da pesquisa. A amostra compreendeu 14 clientes, sendo identificados 16 diagnósticos de enfermagemcom freqüência igual ou superior a 50,0%. Recomenda-se a realização de outros estudos para melhor definição do perfil diagnósticodessa clientela.

UNITERMOS: diagnóstico de enfermagem, processo de enfermagem, cliente com alterações hematológicas

INTRODUÇÃO

A Enfermagem vem, há décadas, em busca daorganização do conhecimento científico específico,expresso inicialmente na forma do plano de cuidados.Inúmeras discussões quanto a necessidade deoperacionalização dos referenciais teóricos deenfermagem, bem como os avanços em pesquisas fizeramsurgir, na década de setenta, o processo de enfermagem.

As primeiras definições de processo deenfermagem tiveram como cerne o inter-relacionamentoenfermeiro/cliente. Atualmente é concebido como ummétodo sistemático de conduzir a prática de enfermagem,a partir da aplicação do método científico - avaliaçãoinicial do estado de saúde do cliente, identificação deseus problemas atuais ou potenciais sob a competênciado enfermeiro, por intermédio do julgamento clínico,formulação de critérios de resultado e estratégias,planejamento, implementação e avaliação dos resultadosestabelecidos a nível individual9.

São descritas cinco etapas do processo deenfermagem: a coleta de dados, o diagnóstico, oplanejamento, a implementação e a avaliação17.

Dentre elas, a que tem merecido maior destaqueé a análise e interpretação dos dados coletados, chamadade diagnóstico de enfermagem. Tem sido considerada nãoapenas uma etapa isolada de descrição de problemas, masque promove a integração da coleta de dados ao

planejamento das ações, envolvendo julgamento,avaliação crítica e tomada de decisão1,16.

Desde 1973, quando Kristine Gebbie e Mary AnnLavin organizaram a primeira Conferência deClassificação dos Diagnósticos de Enfermagem naUniversidade de St. Louis, o diagnóstico de enfermagempassou a ser visto como uma etapa de destaque, dinâmica,sistemática, organizada e complexa do processo deenfermagem8.

A necessidade de se identificar, organizar eclassificar os diagnósticos de enfermagem, com base emregras consistentes, e ainda, de criar uma Taxonomia dosdiagnósticos de enfermagem, fez surgir, nos EstadosUnidos, a Associação Norte Americana dos Diagnósticosde Enfermagem (NANDA), que, segundo THOMAS &NEWSOME19, tem desenvolvido um dos sistemas declassificação dos diagnósticos de enfermagem maisaceitos e conhecidos atualmente.

Diagnóstico de enfermagem, segundo NANDA,é “(...) um julgamento clínico das respostas do indivíduo,da família ou da comunidade aos processos vitais ou aosproblemas de saúde atuais ou potenciais. Os diagnósticosde enfermagem fornecem a base para a seleção dasintervenções de enfermagem, para atingir resultados,pelos quais o enfermeiro é responsável”2.

Os diagnósticos de enfermagem propostos pelaNANDA têm, em última análise, a finalidade de fornecerembasamento científico à prática do cuidar; prática essa

* Professora Assistente do Departamento de Enfermagem da Universidade de Brasília. Pós-graduanda da Área de EnfermagemFundamental - Nível Doutorado - Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto - USP** Professora Titular da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo

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que tradicionalmente tem significado “discriminarsituações que necessitem de intervenções deenfermagem”4.

Tem se considerado fundamental oreconhecimento e análise do diagnóstico, para aelaboração orientada do plano terapêutico e a instituiçãofavorável das intervenções de enfermagem5, 9,18.

O estudo de um grupo de clientes comcaracterísticas em comum (como a dos portadores dealterações hematológicas) proporcionará a identificaçãodos diagnósticos de enfermagem, suas causas eexpressões. Além disso, irá favorecer a identificação deestratégias para elevar a qualidade da assistência econtribuir na formação de recursos humanos.“Diagnósticos de enfermagem comuns a um grupo deindivíduos delineiam o perfil deste grupo, permitindo umdirecionamento global das intervenções deenfermagem”5.

No que se refere ao portador de doençahematológica, é fundamental que sejam considerados osvários aspectos envolvidos, a exemplo: alterações físicas,psicológicas, emocionais e comportamentais.

A doença hematológica é na maioria dos casoscrônica e provoca incapacidades variadas caracterizadaspelo declínio lento e progressivo da fisiologia normal3.

O portador de alterações hematológicas é um “sertotal” que convive com o impacto das perdas tanto denatureza biológica, quanto psicológica e sociocultural.Podem advir conflitos emocionais significativos ligadosa ameaças de alterações na imagem corporal e na auto-imagem, perda de identidade, sentimentos de angústia,medo, depressão ou raiva, mudanças de papéis,isolamento social, dependência física e psicológica,dentre outros, que geram desequilíbrios e dificuldadesde adaptações.

Além dos distúrbios emocionais os clienteshematológicos podem apresentar sinais e sintomasvariados, decorrentes de alterações em diversos sistemasorgânicos. As modificações na crase sangüínea, presentesnos portadores de doença hematológica, geram distúrbiosna oxigenação, coagulação e sistema de defesa doorganismo, provocando muitas vezes fraqueza, debilidadefísica, emagrecimento, febre, lesões ulcerativas de pelee mucosas, parestesias, dores, sangramentos e infecções9.

Considerando que a sistematização da assistênciade enfermagem conduz a ações fundamentadas eindividualizadas, propõe-se, neste estudo, a identificaçãodos diagnósticos de enfermagem mais freqüentesdirigidos a um grupo de clientes com alteraçõeshematológicas, conforme a classificação da AssociaçãoNorte Americana dos Diagnósticos de Enfermagem(North American Nursing Diagnosis Association -NANDA)15.

METODOLOGIA

O estudo foi realizado com clientes internadosno Setor de Hematologia de um hospital escola de ummunicípio do Estado de São Paulo, durante o período desetembro a novembro de 1991, e os dados aquiapresentados são oriundos de uma pesquisa maisabrangente, JESUS9, que teve por finalidade analisar aaplicação do processo de enfermagem, baseado noreferencial teórico de Imogene King.

Fizeram parte da amostra 14 clientes internadosno referido período, que foram selecionados a partir dosseguintes critérios: internação motivada por alteraçõeshematológicas, idade mínima de 14 anos, capacidade deinteração preservada e anuência, por escrito, em participardo estudo.

Obedeceu-se a seqüência das etapas do processode enfermagem, que inclui a coleta de dados, a formulaçãodo diagnóstico, o planejamento, a implementação e aavaliação.

A coleta de dados foi realizada por uma dasautoras, após esclarecimentos ao cliente quanto àfinalidade da pesquisa e obtenção de sua anuência. Foramcoletados dados a partir da entrevista, exame físico eobservação, utilizando-se para o registro um instrumento,fundamentado no referencial teórico de Imogene King,previamente validado em estudo piloto.

A análise dos dados, identificação de problemase a formulação dos diagnósticos de enfermagem foramrealizados pela mesma autora que procedeu a coleta dosdados, e em um encontro seguinte com o cliente, esteseram discutidos a fim de se confirmar os problemaspercebidos por ambos.

Foram estabelecidos os diagnósticos deenfermagem obedecendo-se a Taxonomia I da NANDA15.As demais etapas do processo (planejamento,implementação e avaliação) não serão consideradas noâmbito deste estudo.

Além disso, foram identificadas as variáveis sexoe idade com o propósito de caracterizar a amostraestudada.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados estão apresentados de acordo como objetivo proposto. Inicialmente estão apontados osdados de caracterização da população do estudo e a seguiros diagnósticos de enfermagem.

Conforme pode ser visto na Tabela 1, dos 14clientes estudados, oito (57,17%) pertenciam ao sexomasculino e seis (42,88%) ao feminino. A idade variouentre 14 a 84 anos.

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Tabela 1 - Distribuição dos clientes estudados segundofaixa etária e sexo

Os dados revelam que, quanto à variável sexo,houve uma distribuição ligeiramente maior para o sexomasculino (57,17%) comparado ao sexo feminino(42,88%), na população estudada. Quanto à variávelidade, conforme se observa na Tabela 1, houve umadistribuição predominante para a faixa etáriaclassificada de 18 a 59 anos. Estes dados relativos àsvariáveis sexo e idade, vão ao encontro dos dados deliteratura quanto à distribuição epidemiológica dasdoenças hematológicas.

Embora não tenha sido interesse do estudo aidentificação dos diagnósticos médicos, cabe esclarecerque fizeram parte da amostra clientes com Linfomas,Leucemias, Anemias e Mieloma, isoladamente. Todasessas alterações hematológicas têm distribuiçõesvariadas, acometendo ambos os sexos e ampla faixaetária.

Cabe ressaltar que a grande maioria da amostra,09 clientes (64,30%), foi constituída por adultos,indivíduos entre as faixas etárias apontadas dos 18 aos59 anos, cuja fase de vida é identificada como a demaior produção, isto pode influenciar a forma do clientereagir à doença e à hospitalização11.

Muitas vezes conflitos decorrentes da mudançano estilo de vida, crise situacional, ansiedade, revolta emedo, poderão estar presentes, caracterizando aimportância da avaliação dos aspectos ligados aoprocesso de crescimento e desenvolvimento humanos.

No que se refere aos diagnósticos deenfermagem, a freqüência média foi de 16,9diagnósticos para cada cliente.

À época, dos 99 diagnósticos apresentados naTaxonomia I da NANDA15, foram detectados 50diagnósticos na amostra estudada, conforme mostra aTabela 2. Para fins deste estudo serão discutidos apenasos diagnósticos que obtiveram freqüências iguais ousuperiores à 50%.

Tabela 2 - Distribuição dos diagnósticos deenfermagem na amostra, segundo sua freqüência

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Conforme a Tabela 2, 16 diagnósticos deenfermagem obtiveram freqüências iguais ou superioresà 50%, foram eles: Proteção alterada (100%), Déficit deconhecimento (100%), Alto risco para infecção (85,7%),Integridade da pele prejudicada (71,4%), Senso-percepção alterada (71,4%), Distúrbio no padrão de sono(71,4%), Dor (71,4%), Alto risco para ferimentos(64,3%), Excesso do volume de líquidos (64,3%),Estratégias ineficazes de resolução individual (57,1%),Nutrição alterada: ingestão menor que as necessidadescorporais (57,1%), Mucosa oral alterada (50,0%),Ansiedade (50,0%), Medo (50,0%), Intolerância àatividade (50,0%) e Déficit de lazer (50,0%).

O diagnóstico Proteção Alterada é definido pelaNANDA como “estado no qual o indivíduo temdiminuição da capacidade de defender-se de ameaçasinternas ou externas, tais como a doença ou injúria”14,15,sendo identificado em 100% da amostra. As alteraçõesna imunidade, no processo de cicatrização tecidual e nacoagulação foram características que fundamentaram essediagnóstico. Na Tabela 3 estão representados os fatorescausais ligados a este diagnóstico, e a freqüência de cadaum deles na amostra estudada.

Tabela 3 - Freqüência de cada um dos fatoresrelacionados para o diagnóstico proteção alterada, nosclientes da amostra (N=14)

Tendo em vista as manifestações clínicas comunsem clientes portadores de doenças hematológicas (comocicatrização prejudicada, imunidade insuficiente,coagulação alterada) já era de se esperar que as causasapontadas na Tabela 3 (perfil sangüíneo alterado, doençade base, terapia medicamentosa, nutrição inadequada eextremo de idade) fossem as responsáveis por taisevidências clínicas. Os problemas advindos da doençahematológica podem significar dificuldades do organismoem se proteger de ameaças externas e internas.

Outro diagnóstico de enfermagem identificadoem 100% da amostra foi Déficit de conhecimento, ligadoao processo de doença e/ou tratamento. Os fatoresrelacionados envolveram dificuldade de memorização,em decorrência das alterações de perfusão e doscomponentes sangüíneos, bem como limitaçõescognitivas e falta de interesse. Vários estudos têmapontado para a grande incidência deste diagnóstico emdiversas clientelas10,18, o que indica a necessidade do

enfermeiro estar atento para o estabelecimento deestratégias que solucionem o problema.

É fundamental que o cliente compreenda oprocesso de cuidado, para que possa identificar sinais esintomas da doença, maneiras de minimizar riscos, formasde prevenir complicações e medidas de promoção dasaúde, especialmente em se tratando de clientes queapresentam doenças hematológicas.

Os diagnósticos classificados como potenciais,são aqueles que podem vir a ocorrer caso não sejamtomadas algumas medidas1. Na amostra estudada foramdetectados dois diagnósticos nessa categoria: Alto riscopara infecção, com uma freqüência de 85,7% e Alto riscopara ferimentos, com freqüência de 64,3%. Os fatores derisco identificados para os dois diagnósticos supracitadosestão apresentados nas Tabelas 4 e 5, respectivamente.

Tabela 4 - Freqüência de cada um dos fatores de riscopara o diagnóstico alto risco para infecção, nos clientesda amostra (N=12)

Estes resultados estão em consonância com aliteratura20, sendo de certa forma esperados, poisrelacionam-se às alterações advindas da doençahematológica (imunossupressão, leucopenia, anemia),bem como às conseqüências de uma doença que exigetempo de internação prolongado, utilização deprocedimentos invasivos e tratamentos com agentesmedicamentosos (antibióticos e quimioterápicos). Caberessaltar o fator de risco “defesa primária inadequada”,presente em 75% da amostra, pois havendo injúria e lesãode continuidade da pele, associado às alteraçõeshematológicas, aumentam os riscos para as infecções.

Tabela 5 - Freqüência de cada um dos fatores de riscopara o diagnóstico Alto risco para ferimentos, nosclientes da amostra (N=09)

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Na Tabela 5 podem-se identificar os fatores derisco da amostra estudada, relativos ao diagnóstico Altorisco para ferimentos. Os fatores “perfil sangüíneoanormal” e “uso de agentes farmacêuticos” estiverampresentes na maioria dos clientes com o diagnóstico emquestão, corroborando com dados da literatura relativa àclientela. A hipóxia, a leucocitose e a leucopenia, sãodistúrbios representativos de anormalidadeshematológicas (evidenciados em patologias como asAnemias, Leucemias, Linfomas e Mielomas) queconhecidamente (decorrentes das alterações no perfilsangüíneo) modificam os processos de hemostasia eoxigenação tecidual, bem como, os sistemas de defesa,contribuindo assim, para o alto risco de ferimentos a queesta clientela está sujeita.

Ainda, com relação ao diagnóstico Alto risco paraferimentos, vários fatores encontrados na clientelaestudada, estão associados à própria doença de base. Asalterações na percepção sensorial (Disfunção sensorial),presentes em 55,5% dos clientes da amostra - conformeTabela 5, identificadas como dificuldades visuais e táteis,podem ser responsáveis por uma série de traumatismos eferimentos no cliente com doença hematológica, assimcomo Alterações na mobilidade (presentes em 55,5% dosclientes da amostra) e Transporte em cadeiras e comaparelhos (presentes em 33,3% dos clientes da amostra),dentre outros.

ULRICH et al.20 apontam o diagnóstico Alto riscopara ferimentos como sendo de alta probabilidade deocorrência em clientes com doenças hematológicas.

Na amostra estudada, 10 clientes (71,4%)apresentaram sinais de destruição das camadas da pele esolução de continuidade, caracterizando o diagnósticoIntegridade da pele prejudicada. Dentre os fatores causais,foram identificados: déficit imunológico (em 70% dosclientes com esse diagnóstico), alteração no estadometabólico (infecções e tumor, em 60%), alteração namobilidade física (50%), fatores mecânicos (uso deadesivos, traumas por punções venosas, proeminênciasósseas sem proteção e injúria pelo tumor, em 50%),sensibilidade e circulação alteradas (40% em cada uma),mudanças no estado nutricional (30%) e substânciaquímica (infiltração de drogas quimioterápicas, em 10%).

Sabe-se que, em decorrência de fatores internosligados à própria doença (como alterações nos processosde cicatrização e reprodução celular, defesa, circulaçãoe oxigenação dos tecidos), os clientes com alteraçõeshematológicas têm alta probabilidade de apresentar odiagnóstico Integridade da pele prejudicada. Além disso,fatores externos (como a contínua necessidade derealização de procedimentos invasivos e o uso demedicações quimioterápicas), podem estar presentes. Naamostra estudada foram detectados fatores causais,externos e internos, para o referido diagnóstico, que emassociação contribuíram para sua evidência.

O diagnóstico Senso-percepção alterada estevepresente em 71,4% da amostra. É definido como “estadono qual o indivíduo experimenta uma mudança naquantidade ou no tipo de estímulos percebidos,acompanhada por uma resposta diminuída, exagerada,distorcida ou enfraquecida a tais estímulos”14,15.

Nos 10 clientes com este diagnóstico, estiveramassociados déficit nos sentidos da visão (80,0%), audição(40,0%), tato (40,0%), paladar (10,0%) e da percepçãodos movimentos (10,0%).

Os fatores causais do diagnóstico Senso-percepção alterada, presentes na amostra, relacionaram-se, em grande parte, aos distúrbios de sangramento a nívelcentral, como ocorreu em dois clientes com anemiaaplásica, e aos danos de tecidos tumorais à inervaçãoperiférica. Outros aspectos relevantes, responsáveis pelossinais e sintomas do diagnóstico Alteração na percepçãosensorial, não estavam relacionados diretamente à doençade base em alguns clientes, podendo estar, em parte,ligados às modificações decorrentes do processo dematurescência.

Foram explicitadas, pelos clientes do presenteestudo, dificuldades para adormecer e sono interrompido,fundamentando o diagnóstico Distúrbio no padrão dosono, em 71,4% da amostra. Foram identificados comofatores relacionados as alterações sensoriais internas(estresse psicológico, dores, febre noturna e inatividade),em 100% dos clientes que apresentaram este diagnóstico.

As alterações externas (como barulho doambiente, luminosidade e interrupção do sono para averificação dos sinais vitais), foram detectadas em 30,0%dos clientes que apresentaram o diagnóstico em questão,associadas às alterações internas já descritas.

O cliente com doença hematológica estávulnerável a desordens no padrão de sono devido a razõesligadas ao aumento da taxa metabólica, alterações narotina e nos padrões usuais de dormir ou deitar, ansiedade,depressão, estresse, inatividade, e outras.

Alguns destes fatores relacionados descritos parao diagnóstico Distúrbio no padrão de sono, estiverampresentes no diagnóstico Déficit de lazer, e ambos estão,de certa forma, muito relacionados. A inatividade duranteo período diurno, por falta de opções ou interesse no lazer,causará dificuldades para o repouso noturno adequado.

Na amostra estudada, 50,0% dos sujeitosexperimentaram uma diminuição no interesse ou noengajamento em atividades recreativas, formulando-seassim o diagnóstico Déficit de lazer. Dentre as causasidentificadas podemos citar as relativas ao tédio porinternações prolongadas (ocorrido em 85,7% dos clientesque apresentaram o diagnóstico Déficit de lazer),dificuldade de engajamento em atividades devidolimitações físicas (em 71,4% destes clientes) e estadopsicológico de depressão (em 28,6% dos clientes).

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Outro diagnóstico de enfermagem que apresentoualta freqüência na amostra estudada, foi o diagnóstico deDor (71,4%), tendo como características definidoras acomunicação verbal da dor e a presença decomportamentos expressivos de desconforto (mudançasde posição, inquietação e fácies de dor).

Os fatores causais identificados na amostra, parao diagnóstico de Dor, foram: injúria dos tecidos poragentes biológicos (infecções em 30,0% dos clientes queapresentaram este diagnóstico) e mecânicos (hematoma,tumor ou edema, totalizando 70,0% destes clientes). Osagentes químicos também tiveram, em associação aosmecânicos, freqüência detectada em 10,0% destesclientes.

Como pode se observar na Tabela 2, o diagnósticode enfermagem Excesso do volume de líquidos ocorreuem 64,3% dos clientes da amostra, estando caracterizadopela presença de edema. As causas estavam relacionadasao decréscimo de proteínas plasmáticas (em 55,5% dosclientes com o referido diagnóstico), obstrução linfáticadevido à compressão tumoral (em 22,2%), aumento dapermeabilidade capilar por trauma cirúrgico (em 11,1%)e nefrite por irradiação (em 11,1%).

A alta freqüência do diagnóstico Excesso dovolume de líquidos identificada neste estudo está deacordo com a literatura geral, uma vez que, indivíduoscom doenças hematológicas estão suscetíveis a alteraçõesno equilíbrio hídrico.

No que se refere ao diagnóstico de enfermagemEstratégias ineficazes de resolução individual, afreqüência foi de 57,1%, na amostra estudada.

Este diagnóstico é definido como “estado no qualo indivíduo demonstra dificuldade para apresentarcomportamentos adaptativos e habilidade na resoluçãode problemas para atender as demandas e os papéis davida”14,15.

A doença neoplásica e seu tratamento trazemproblemas psicológicos diversos ao cliente, a gravidadee a duração destes problemas estão fortementeinfluenciados pelos mecanismos de enfrentamento(estratégias) por ele utilizados. Tais estratégias poderãoser efetivas ou ineficazes, conscientes ou inconscientes13.

As estratégias ineficazes são mal sucedidas e ocliente pode apresentar isolamento, projeção (culparalguém ou alguma coisa), depressão, supressão (tentarretirar o problema da mente), somatização, e outros6.

Nos clientes deste estudo com o diagnóstico emquestão, foram identificados sintomatologias variáveisque envolveram a demonstração da incapacidade pararesolução dos problemas pessoais, incapacidade dealcançar e desempenhar papéis desejáveis, mudanças naparticipação social e uso inadequado dos mecanismos dedefesa, todos expressos sob a forma de raiva e hostilidade,isolamento, depressão, negação e supressão.

Cabe ressaltar que dos 08 clientes da amostraque apresentaram o diagnóstico de enfermagemEstratégias ineficazes de resolução individual, 03 (37,5%)desenvolveram o referido diagnóstico com o progredirdo período de internação, quando as estratégias utilizadaspassaram a ser ineficazes e o indivíduo passou a vivenciara crise (entendida aqui como um período de desequilíbriopsicológico, onde o indivíduo, frente a um problemaimportante ou obstáculo, é incapaz de utilizar eficazmenteas estratégias de enfrentamento3). Sinais e sintomas comodificuldades para dormir, aumento da fadiga,irritabilidade, dificuldades de concentração, decréscimoda tolerância à dor e dificuldades para resolução deproblemas, estiveram presentes nestes clientes e estesdados vão ao encontro dos relatos de ULRICH et al.20

sobre os sinais e sintomas que indicam coping ineficaz.Quanto os fatores causais envolvidos, como pode

ser visto na Tabela 6, todos os clientes com o diagnósticoem questão apresentaram crise situacional.

Tabela 6 - Freqüência de cada um dos fatoresrelacionados para o diagnóstico Estratégias ineficazesde resolução individual, nos clientes da amostra(N=08)

A doença hematológica provoca desequilíbriosno cliente de toda ordem. As hospitalizações constantese prolongadas, as mudanças decorrentes do agravamentono quadro, a freqüente ameaça de morte ou sofrimento,as alterações na imagem corporal, a separação e oafastamento do convívio com familiares, as modificaçõesna habilidade de desempenhar papéis, os possíveis gastosadicionais com o tratamento e as ameaças de perda deemprego, são todos fatores desencadeantes para estedesequilíbrio.

Dois diagnósticos de enfermagem, tambémdetectados na amostra estudada, que estão em íntimarelação com a discussão apresentada, são os de Ansiedadee Medo, ambos presentes em 50,0% dos clientes doestudo.

Para o diagnóstico Nutrição alterada: ingestãomenor que as necessidades corporais, presente em 57,1%da amostra, foram identificados variados sinais e sintomascomo: emagrecimento (peso corporal abaixo de 20%),diminuição da massa muscular, relato de ingestão

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inadequada de alimentos por dificuldades na aceitaçãoda dieta e inabilidade para a deglutição. Dentre os fatorescausais para este diagnóstico, houve predominância dosbiológicos, que, presentes em associação, destacaram-se: a inapetência e o hipermetabolismo (presentes, cadaum, em 62,5% dos clientes com o diagnóstico emquestão), as náuseas e os vômitos (presentes em 12,5%dos clientes) e a dificuldade de deglutição e mastigação(presentes em 25,0% dos clientes). Os fatorespsicológicos identificados, associados aos biológicos,estiveram ligados à depressão e ao desânimo (em 50,0%dos clientes), bem como à associação negativa dosalimentos à quimioterapia (em 12,5% dos clientes).

McGUIGAN & WOLFE12 relatam ser freqüentea perda de peso, decorrente das associações comoanorexia, disfagia, náuseas e vômitos, em clienteshospitalizados ou com patologias crônicas consumptivas.Esta afirmação concorda com os achados do presenteestudo.

Cabe ressaltar a importância das doençashematológicas neoplásicas na contribuição da perda demassa corporal, em função das alterações no metabolismode proteínas, gorduras e carboidratos, levando à caquexiacaracterística destes clientes.

Não menos importantes, e também relacionadasàs alterações na ingesta alimentar e perda de peso, estãoas lesões de orofaringe, comuns aos clientesimunodeprimidos, como nos indivíduos com alteraçõeshematológicas. No presente estudo, as lesões deorofaringe estiveram presentes em 71,4% dos clientes,confirmando o diagnóstico de enfermagem Mucosa oralalterada.

Além das lesões de orofaringe, o diagnósticoMucosa oral alterada, contou com outros sinais como apresença de cáries e placas bacterianas em 100,0% dosclientes com o referido diagnóstico, refletindo anecessidade do enfermeiro estar atento para o problema.Assim, é importante que sejam estabelecidas estratégias,junto à essa clientela, que permitam a adequadaorientação quanto a realização da higiene oral e asupervisão constante das condições de higiene eintegridade da boca.

Ainda, como pode ser observado na Tabela 2, odiagnóstico de enfermagem Intolerância à atividadeesteve presente em 50,0% da amostra estudada, tendocomo sintomatologia, em 100,0% dos clientes com estediagnóstico, o relato de “fraqueza generalizada”, fadigaou desânimo. Dentre os fatores etiológicos identificados,conforme apresentado na Tabela 7, os mais expressivosestiveram relacionados à doença crônica ou neoplásica(em 100,0% da amostra com o diagnóstico em questão),o repouso prolongado ou a imobilidade e as desordensnutricionais (em 42,8%, cada um).

Tabela 7 - Freqüência de cada um dos fatoresrelacionados para o diagnóstico Intolerância àatividade, nos clientes da amostra (N=07)

Ressalta-se a íntima associação dos aspectosligados a mobilidade física com o diagnóstico Intolerânciaà atividade.

Os clientes com distúrbios na crase sangüínea,por apresentarem uma doença consumptiva, estãopropensos a sofrer uma diminuição de energia, em virtude,basicamente, de fatores relacionados às alterações daconstituição sangüínea e das atividades metabólicas. Aanemia (seja devido aos desencadeamentos da própriadoença, seja pelo uso de quimioterápicos), o estadonutricional deficitário, o estado emocional alterado (comoa depressão), as restrições impostas pela terapia, bemcomo as alterações sensoriais e motoras, são responsáveispor gerar fraqueza, dispnéia, desequilíbrios no suprimentode oxigênio e alterações na atividade e mobilidade física.Sendo assim, os achados do presente estudo estão deacordo com os dados da literatura relativos à clientelaem foco.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A etapa do diagnóstico de enfermagem tem sidoobjeto de investigação e vem representando um dosprincipais passos da sistematização da assistência deenfermagem, por contribuir para a identificação dosproblemas do cliente e posterior formulação dasintervenções de enfermagem7.

Para a clientela estudada (14 sujeitos) foramarrolados 240 diagnósticos de enfermagem, sendo afreqüência média de 16,9 diagnósticos por cliente. Estesdiagnósticos caracterizaram-se em 50 diferentes tipos,dentre os padronizados pela NANDA na Taxonomia I15.

Destes, 16 diagnósticos apresentaram altafreqüência na amostra estudada (freqüência acima ouigual a 50%), sendo eles: Proteção alterada (100%),Déficit de conhecimento (100%), Alto risco para infecção(85,7%), Integridade da pele prejudicada (71,4%), Senso-percepção alterada (71,4%), Distúrbio no padrão de sono(71,4%), Dor (71,4%), Alto risco para ferimentos

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(64,3%), Excesso do volume de líquidos (64,3%),Estratégias ineficazes de resolução individual (57,1%),Nutrição alterada: ingestão menor que as necessidadescorporais (57,1%), Mucosa oral alterada (50,0%),Ansiedade (50,0%), Medo (50,0%), Intolerância àatividade (50,0%) e Déficit de lazer (50,0%).

Estes, bem como os demais diagnósticosidentificados, apresentados na Tabela 2, apresentamrelação com as patologias hematológicas observadas naclientela, sobretudo Mielomas, Linfomas, Anemias eLeucemias.

Quanto às variáveis sexo e idade, na amostraestudada, houve predominância de indivíduos adultos,com distribuição ligeiramente maior para o sexomasculino, refletindo os aspectos epidemiológicoshabituais das doenças hematológicas apresentadas pelosclientes estudados.

Cabe ressaltar a necessidade de outros estudosnesta área, junto a clientes com alterações hematológicas,

para a definição de perfil diagnóstico, a fim de subsidiara assistência de enfermagem sistematizada efundamentada cientificamente.

Contudo, para que o enfermeiro possa identificarperfis diagnósticos de diferentes clientelas, é fundamentalque domine o processo de julgamento clínico. Nesseprocesso, o enfermeiro avalia o significado dasinformações sobre o cliente estabelece relações entre osdados, nomeia o fenômeno e chega ao diagnóstico a partirda inferência e de estratégias de pensamento, com baseem suas experiências, conhecimentos e valores. Requerhabilidades de manipulação dos dados, domínio deconhecimento, aptidão intelectual, objetividade,pensamento crítico, experiência, intuição e tomada dedecisão.

Assim sendo, destaca-se a complexidade eextensão dos conhecimentos necessários para que oenfermeiro realize o julgamento clínico e formulediagnósticos de enfermagem.

NURSING DIAGNOSES IN CLIENTS WITH HEMATOLOGIC DISEASES: USE OF NANDA’STAXONOMY I

The present paper aims to describe the most frequent nursing diagnoses found in a group of clients with hematologicdiseases. Authors used the Taxonomy I proposed by the North American Nursing Diagnoses Association (NANDA) to guide thisstudy. Data were collected from 14 clients. Authors identified 16 nursing diagnoses whose frequency were equal or higher to fiftypercent. Other studies are needed to find a better definition of the diagnostic profile of these clients.

KEY WORDS: nursing diagnosis, nursing process, clients with hematologic disturbance

DIAGNÓSTICOS DE ENFERMERÍA EN CLIENTES CON ALTERACIONESHEMATOLÓGICAS: USO DE LA TAXONOMÍA I DE LA NANDA

El presente estudio visa describir los más frecuentes diagnósticos de enfermería en un grupo de clientes portadores deenfermedades henatológicas. Fue utilizada la Taxonomia I, propuesta por la North American Nursing Diagnosis (NANDA), parael direccionamiento de la investigatión. Fueron analizados los datos colectados de 14 clientes, siendo identificados 16 diagnósticosde enfermería con frecuencia igual o superior a 50,0%. Se recomienda la realización de otros estudios para una mejor definicióndel perfil diagnosticado en esta clientela.

TÉRMINOS CLAVES: diagnóstico de enfermería, proceso de enfermería, cliente hemotológico

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