Diagnóstico da norma regulamentadora NR-17 em um escritório …€¦ · treinamento. - Ergonomia...

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1 Diagnóstico da norma regulamentadora NR-17 em um escritório de uma empresa de distribuição de energia. Aretuza Costa da Silva 1 [email protected] Dayana Priscila Maia Mejia 2 Pós-graduação em ergonomia e otimização de processoFaculdade Ávila Resumo Em um processo de abertura de empresa, precisamos atender várias condicionantes para manter sua existência em conformidade com as normas existentes. Durante o desenvolvimento de suas atividades existem mais exigências para atendimento, principalmente em relação à legislação trabalhista, onde encontramos a Norma Regulamentadora NR 17, o qual trata sobre Ergonomia, ou seja, o conforto do ambiente do trabalho para o trabalhador. Visualizando esse contexto este trabalho objetivou-se mostrar o diagnóstico dessa norma em um escritório de uma empresa de distribuição de energia. A metodologia utilizada foi à observação indireta e direta, com entrevista e visitas no local do trabalho comparando os resultados com os itens da mesma, onde foi encontrado uma empresa em processo de melhoria contínua com ações graduais e um planejamento bem elaborado com um percentual gradativo de crescimento para os itens não atendidos. Portanto com este artigo, pretende-se auxiliar a empresa no aumento dessas melhorias em atendimento aos itens da norma, tornando-se dessa maneira uma ferramenta preventiva na redução de doenças ortomusculares e acidentes do trabalho. Palavras-chave: Ergonomia; Escritório; NR-17 1. Introdução Desde os tempos do Homem das Cavernas, a Ergonomia já existia e era aplicada. Quando se descobriu que uma pedra poderia ser afiada até ficar pontiaguda e transformar-se numa lança ou num machado, ali estava se aplicando a Ergonomia. A ergonomia, pois, é a ciência aplicada a facilitar o trabalho executado pelo homem, sendo que se interpreta aqui a palavra “trabalho” como algo muito abrangente, em todos os ramos de atuação. De acordo com a Ergonomics Research Society (1949), “Ergonomia é o estudo do relacionamento entre o homem e seu trabalho, equipamento e ambiente e, particularmente, a aplicação dos conhecimentos de anatomia, fisiologia e psicologia na solução dos problemas surgidos desse relacionamento”. Vejamos, todos atribuem a ergonomia a palavra conforto, principalmente as pessoas que não têm conhecimento da ciência, visto que a mesma é uma ciência nova, e pouco difundida, onde a palavra está associada primeiramente a cadeiras, e qual o setor em que elas estão mais presente? O setor administrativo, o escritório. 1 Pós-graduando em Ergonomia. 2 Orientadora; Especialista em Metodologia da Pesquisa Científica; Graduada em Fisioterapia; Docente no Centro Universitário do Norte e na Universidade Paulista.

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Diagnóstico da norma regulamentadora NR-17 em um escritório de

uma empresa de distribuição de energia.

Aretuza Costa da Silva

1

[email protected]

Dayana Priscila Maia Mejia

2

Pós-graduação em ergonomia e otimização de processo– Faculdade Ávila

Resumo

Em um processo de abertura de empresa, precisamos atender várias condicionantes para

manter sua existência em conformidade com as normas existentes. Durante o desenvolvimento

de suas atividades existem mais exigências para atendimento, principalmente em relação à

legislação trabalhista, onde encontramos a Norma Regulamentadora – NR 17, o qual trata

sobre Ergonomia, ou seja, o conforto do ambiente do trabalho para o trabalhador.

Visualizando esse contexto este trabalho objetivou-se mostrar o diagnóstico dessa norma em

um escritório de uma empresa de distribuição de energia. A metodologia utilizada foi à

observação indireta e direta, com entrevista e visitas no local do trabalho comparando os

resultados com os itens da mesma, onde foi encontrado uma empresa em processo de melhoria

contínua com ações graduais e um planejamento bem elaborado com um percentual gradativo

de crescimento para os itens não atendidos. Portanto com este artigo, pretende-se auxiliar a

empresa no aumento dessas melhorias em atendimento aos itens da norma, tornando-se dessa

maneira uma ferramenta preventiva na redução de doenças ortomusculares e acidentes do

trabalho.

Palavras-chave: Ergonomia; Escritório; NR-17

1. Introdução

Desde os tempos do Homem das Cavernas, a Ergonomia já existia e era aplicada. Quando se

descobriu que uma pedra poderia ser afiada até ficar pontiaguda e transformar-se numa lança

ou num machado, ali estava se aplicando a Ergonomia.

A ergonomia, pois, é a ciência aplicada a facilitar o trabalho executado pelo homem, sendo que

se interpreta aqui a palavra “trabalho” como algo muito abrangente, em todos os ramos de

atuação.

De acordo com a Ergonomics Research Society (1949), “Ergonomia é o estudo do

relacionamento entre o homem e seu trabalho, equipamento e ambiente e, particularmente, a

aplicação dos conhecimentos de anatomia, fisiologia e psicologia na solução dos problemas

surgidos desse relacionamento”.

Vejamos, todos atribuem a ergonomia a palavra conforto, principalmente as pessoas que não

têm conhecimento da ciência, visto que a mesma é uma ciência nova, e pouco difundida, onde a

palavra está associada primeiramente a cadeiras, e qual o setor em que elas estão mais

presente? O setor administrativo, o escritório.

1 Pós-graduando em Ergonomia.

2 Orientadora; Especialista em Metodologia da Pesquisa Científica; Graduada em Fisioterapia; Docente no Centro

Universitário do Norte e na Universidade Paulista.

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Todas as empresas de qualquer classificação de atividade precisa de um escritório, por onde

passa todo o fluxo administrativo, de entrada de dados, de projetos, processos e de compras,

todos para a eficiência da gestão das atividades afins.

Este artigo trata de Ergonomia, com foco principal em escritório, utilizando para isso um

escritório de uma empresa de distribuição de energia elétrica, sabendo que todo o planejamento

e controle das atividades passam por esse segmento, e que um ambiente adequado resulta em

maior produtividade para a empresa e ainda evita problemas de saúde para os empregados. A

pergunta de estudo é: a referida empresa tem dado enfoque na aplicação da NR 17 no ambiente

do escritório?

Sabemos que os postos de trabalho corretamente ergonômico trarão mais conforto, segurança e

produtividade, ficando evidente a importância desse estudo, onde o mesmo verificou a atuação

da empresa dentro do escopo dos itens da NR 17, pois apresentou, analisou e discutiu os itens

aplicados ao ramo de atividade estudado.

2. Referencial Teórico

2.1 Ergonomia

O termo ergonomia foi utilizado pela primeira vez,em 1857,pelo polonês W. Jastrzebowski,

que publicou um artigo intitulado “Ensaio de Ergonomia ou ciência do trabalho baseado nas

leis da ciência da natureza”. Já a primeira iniciativa em realizar estudos sobre ergonomia

ocorreu em 1949 na Inglaterra, pela reunião de um grupo de pesquisadores multidisciplinares,

para discussão sobre o tema, surgindo assim esse novo ramo de ciências (IIDA, 2005).

A Associação Internacional de Ergonomia divide a ergonomia em três domínios de

especialização. São eles:

- Ergonomia Física: que lida com as respostas do corpo humano à carga física e psicológica.

Tópicos relevantes incluem manipulação de materiais, arranjo físico de estações de trabalho,

demandas do trabalho e fatores tais como repetição, vibração, força e postura estática,

relacionadas com lesões musculoesqueléticas.

- Ergonomia Cognitiva: também conhecida engenharia psicológica, refere-se aos processos

mentais, tais como percepção, atenção, cognição, controle motor e armazenamento e

recuperação de memória, como eles afetam as interações entre seres humanos e outros

elementos de um sistema. Tópicos relevantes incluem carga mental de trabalho, vigilância,

tomada de decisão, desempenho de habilidades, erro humano, interação humano-computador e

treinamento.

- Ergonomia Organizacional: ou macroergonomia, relacionada com a otimização dos

sistemas sócio-técnicos, incluindo sua estrutura organizacional, políticas e processos. Tópicos

relevantes incluem trabalho em turnos, programação de trabalho, satisfação no trabalho, teoria

motivacional, supervisão, trabalho em equipe, trabalho à distância e ética.

A Ergonomia é uma ciência interdisciplinar. Ela compreende a fisiologia e a psicologia do

trabalho, bem como a antropometria é a sociedade no trabalho. O objetivo prático da

Ergonomia é a adaptação do posto de trabalho, dos instrumentos, das máquinas, dos horários,

do meio ambiente às exigências do homem. A realização de tais objetivos, ao nível industrial,

propicia uma facilidade do trabalho e um rendimento do esforço humano (Grandjean, E. ,1968).

Ergonomia é um conjunto de ciências e tecnologias que procura a adaptação confortável e

produtiva entre o ser humano e seu trabalho,basicamente procurando adaptar as condições de

trabalho às características do ser humano (Couto, 1995).

Segundo Tiro Lida “Ergonomia é o estudo da adaptação do trabalho ao homem”.

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Em 1972, Wisner considera que Ergonomia é “o conjunto dos conhecimentos científicos

relativos ao homem e necessários para a concepção de ferramentas, máquinas e dispositivos

que possam ser utilizados com o máximo de conforto, de segurança e

eficácia”.

Em 1983, Lomov e Venda, em função das várias denominações utilizadas – Ergonomia,

Ergologia, Humam Factors -, refletem sobre a finalidade deste campo de estudo: “Qualquer que

seja o nome utilizado, o que se pretende é o estudo dos diferentes aspectos laborais com o

propósito de otimizá-los”.

2.2 Escritório

O escritório é um espaço de trabalho e de organização, que tem como funções dirigir, atender,

reunir, participar e concentrar. O ambiente de escritório está inserido nos mais diversos

segmentos organizacionais, não somente naqueles associados à palavra, como escritórios de

contabilidade, de advocacia, etc. Em qualquer segmento ele está presente com suas atividades

administrativas (LINDEN, 1999).

Do latim scriptorĭu, o termo escritório pode referir-se quer ao local (a divisão de uma habitação

ou de uma empresa) onde se exercem actividades administrativas, quer ao mobiliário

(escrivaninha ou secretária com estantes) utilizado para esse fim. Pode ter várias formas de

organização e de distribuição do espaço consoante a quantidade de trabalhadores e a função de

cada um.

Existem escritórios ocupados por um único trabalhador (em geral, um director, gerente ou o até

o próprio dono/proprietário da empresa). Outros escritórios são partilhados por muitas pessoas;

tratando-se de um espaço de grandes dimensões, cada trabalhador tem o seu próprio espaço (a

sua própria área de trabalho). Em contrapartida, se o escritório for de dimensões reduzidas, é

provável que vários trabalhadores partilhem grandes mesas uns com os outros.

A associação do uso do computador, às linhas telefônicas e a outras formas de tecnologia de

informação, contribuíram para que as empresas aumentassem sua produtividade, já que

deslocamentos desnecessários foram praticamente eliminados (LINDEN, 1999).

Segundo Gomes,1998 o computador sera visto como “novo amigo inseparável neste quase

século 21”, portanto, apresentará assim desafios para adequação a novas estruturas e projetos

dos espaços e instalações para realizações de trabalhos manuais.

Desde que surgiu, na forma que nós compreendemos hoje, na Florença renascentista, o

escritório tem sido um espaço de trabalho e de organização,onde se realizam cinco funções

básicas:dirigir,atender, reunir, participar e concentrar. Tem sido, sempre, uma representação do

poder ou de status (ESCRITÓRIO,1987).

3. Metodologia

O local de objeto e campo de estudo delimitado foi escolhido por ser um local de pouca atenção

no campo de avaliação ergonômica dentro da empresa estudada, onde foi exigido um

detalhamento da norma em questão e seguidos diferentes níveis de investigação. No andamento

dos trabalhos foi utilizada a observação e interpretação dos itens da NR 17 correspondente ao

tipo de atividade executada e os mecanismos utilizados para o atendimento dos referidos itens,

bem como a criação de um plano de ação para acompanhamento da empresa nos atendimento

dos itens que deverão ser efetivados, sem interferir ou manipular as situações que foram

encontradas nesse estudo de caso. A base de todo o estudo foi através de entrevistas informais,

aplicação de check list e observação direta e indireta.

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4. Resultados e Discussão

Em setembro de 2012, foi iniciado o trabalho de observação direta e indireta onde fiquei

durante três dias observando e filmando o desenvolvimento das atividades dentro do referido

escritório, depois das observações foi estipulado um prazo de seis meses para acompanhamento

das atividades e para retirar qualquer dúvida a respeito do processo como um todo. O escritório

objeto de estudo de caso fica localizado no Centro de Manaus, existente há mais de cinquenta

anos, composto de dezoito funcionários, dentro desses funcionários nove funcionários volantes,

que ficam em outros estabelecimentos, vindos para o escritório central uma vez por semana. Os

outros nove possuem local fixo no ambiente estudado, onde cinco destes viajam ao menos uma

vez ao mês, ficando entre dois a quinze dias fora do ambiente laboral no caso o escritório. A

atividade exercida é de controle administrativo, onde há exigência de trabalhos com bastante

atenção e dedicação.

Durante os dias de observação no escritório estudado, percebemos que a empresa em sua

totalidade obedece às normas regulamentadoras – NR´s que são citadas na CLT.

A seguir, apresentamos o diagnóstico sobre os diversos itens da NR- 17 que são aplicadas ao

ramo de atividade apresentado nesse estudo de caso.

NR 17 – Ergonomia

17.1 Esta Norma Regulamentadora visa estabelecer parâmetros que permitam a

adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos

trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e

desempenho eficiente.

17.1.1. - As condições de trabalho incluem aspectos relacionados ao levantamento,

transporte e descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos e às condições

ambientais do posto de trabalho e a organização do trabalho.

17.1.2. - Para avaliar a adaptação das condições de trabalho às características

psicofisiológicas dos trabalhadores, cabe ao empregador realizar a análise

ergonômica do trabalho, devendo a mesma abordar, no mínimo, as condições de

trabalho conforme estabelecido nesta Norma Regulamentadora.

Nesse item da norma, percebemos que todas as empresas devem estar adequadas na questão de

ergonomia, atendendo o que preconiza a NR-17, atentando principalmente no escritório a

questão do mobiliário e os equipamentos, avaliando as condições psicofisiológicas dos

trabalhadores que executam suas atividades no local. Para isso esse item preconiza a realização

de análise ergonômica do trabalho, porém não especifica o modelo ou tipo de análise cabendo a

cada empregador o mais adequado ao seu tipo de atividade.

No estudo de caso, não foi apresentada análise ergonômica, sendo evidenciado que ainda estão

em fase de implantação, pois existe a possibilidade de que o mesmo irá entrar em reforma ou

mudar de localização, onde foi apresentada a sugestão de implantação dessa análise.

17.2. Levantamento, transporte e descarga individual de materiais.

17.2.1. Para efeito desta Norma Regulamentadora:

17.2.1.1. Transporte manual de cargas designa todo transporte no qual o peso da

carga é suportado inteiramente por um só trabalhador, compreendendo o

levantamento e a deposição da carga.

17.2.1.2. Transporte manual regular de cargas designa toda atividade realizada de

maneira contínua ou que inclua, mesmo de forma descontínua, o transporte manual

de cargas.

17.2.1.3. Trabalhador jovem designa todo trabalhador com idade inferior a dezoito

anos e maior de quatorze anos.

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17.2.2. Não deverá ser exigido nem admitido o transporte manual de cargas, por um

trabalhador cujo peso seja suscetível de comprometer sua saúde ou sua segurança.

17.2.3. Todo trabalhador designado para o transporte manual regular de cargas, que

não as leves, deve receber treinamento ou instruções satisfatórias quanto aos métodos

de trabalho que deverá utilizar, com vistas a salvaguardar sua saúde e prevenir

acidentes.

17.2.4. Com vistas a limitar ou facilitar o transporte manual de cargas deverão ser

usados meios técnicos apropriados.

17.2.5. Quando mulheres e trabalhadores jovens forem designados para o transporte

manual de cargas, o peso máximo destas cargas deverá ser nitidamente inferior

àquele admitido para os homens, para não comprometer a sua saúde ou a sua

segurança.

Por ser um local de trabalho em escritório, sem meta de produção, não existe a necessidade de

manusear nenhuma carga em movimentos repetitivos. Segundo entrevista com os funcionários,

fui informada que existe em alguma atividade isolada, a necessidade de manuseio de carga

entre 06 ~ 15 kg, porém no momento das visitas não puderam ser presenciadas, visto que o

desenvolvimento dessa atividade é realizado em local de obras, onde os funcionários

operacionais realizam visitas técnicas uma ou duas vezes no mês e não recebi autorização para

adentrar essas áreas. Foi apresentada evidencia de que mesmo a atividade sem ser repetitiva

existia um procedimento de treinamento com os funcionários, via DMS – Diálogo Mensal de

Segurança, figura I.

Fonte: Disponível em arquivo da empresa

Figura I – Evidencia de DMS

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Apesar dessa preocupação ainda são realizados exames periódicos conforme a NR 07 para

avaliar as situações de saúde dos trabalhadores, tendo como diferencial a duração desses

exames, pois segundo a Norma Regulamentadora NR 07, deverá ser bienal, e na empresa são

realizados anualmente. Depois desse confronto de informação foi realizada entrevista com os

funcionários, porém não existem queixas no ambulatório médico da empresa referente aos

trabalhadores do escritório, conflitando com o encontrado na figura II.

Fonte: Elaborado pela autora

Figura II – Gráfico de queixa de dores detectadas na entrevista

17.3. Mobiliário dos postos de trabalho.

17.3.1. Sempre que o trabalho puder ser executado na posição sentada, o posto de

trabalho deve ser planejado ou adaptado para esta posição.

17.3.2. Para trabalho manual sentado ou que tenha de ser feito em pé, as bancadas,

mesas, escrivaninhas e os painéis devem proporcionar ao trabalhador condições de

boa postura, visualização e operação e devem atender aos seguintes requisitos

mínimos:

a) ter altura e características da superfície de trabalho compatíveis com o tipo de

atividade, com a distância requerida dos olhos ao campo de trabalho e com a altura

do assento;

b) ter área de trabalho de fácil alcance e visualização pelo trabalhador;

c) ter características dimensionais que possibilitem posicionamento e movimentação

adequados dos segmentos corporais.

No escritório os postos de trabalho devem ser planejados e adaptados para as execuções das

atividades, atentando principalmente para manter o espaço suficiente para promover a

flexibilidade dos membros dando atenção primordialmente aos membros inferiores embaixo

das mesas. Não menos importante devemos manter na área de trabalho os itens necessários para

a execução das atividades em fácil alcance, evitando a exigência de posturas inadequadas e

atendendo esse item, verificamos que devemos levar em consideração durante a compra do

mobiliário as regulagens para adaptação as características antropométricas como altura, peso,

entre outros itens, da população existente no ambiente laboral, lembrando sempre que a

população do estudo de caso é volante.

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Fonte: Formulário em Excel designando de Layout da sala - Disponível em arquivo da empresa

Figura III – Layout da nova sala

Durante o estudo, houve uma mudança da área de trabalho, pois anteriormente os funcionários

estavam locados em uma sala com 40m2, com uma disposição incômoda de mobiliário, para

outra sala com 69 m2 conforme figura III, ambiente este que ficou bem estruturada e com

melhor disposição dos mobiliários e posto de trabalhos, com trocas das mesas e modelos de

computadores, arranjando-se maior espaço para os membros inferiores.

Nesse novo projeto, foi consultada a área da segurança do trabalho para avaliar e dar a sua

contribuição nas melhorias apresentadas, sendo requisitadas nesse trabalho algumas dicas sobre

ergonomia para minha pessoa, sendo utilizada parte do check list, conforme figura IV, que

depois de formatado foi apresentado algumas melhorias chegando enfim em um consenso de

mudança de layout.

Avaliação da Interação e do layout

1 – Está o trabalhador na posição correta em relação ao tipo de função e ao leiaute da

sala?

Não (0) Sim (1)

2 – Há uma área mínima de 6 metros quadrados por pessoa? Não (0) Sim (1)

3- O local de trabalho permite boa concentração? Não (0) Sim (1)

4 – Quando necessário ligar algum equipamento elétrico, as tomadas estão em altura de

75 cm?

Não (0) Sim (1)

5 – Quando necessário usar algum dispositivo complementar, o acesso aos respectivos

pontos de conexão no corpo do computador é fácil?

Não (0) Sim (1)

Não se aplica (1)

6 – Há algum fator que leve à necessidade de se trabalhar em contração estática do

tronco?

Sim (0) Não (1)

7 – No caso de necessidade de consultar o terminal enquanto atende ao telefone, um

equipamento tipo headset está sempre disponível? Em número suficiente?

Não (0) Sim (1)

8 – Há interferências que prejudicam o posicionamento do corpo – por exemplo,

estabilizadores, caixas de lixo, caixas e outros materiais debaixo da mesa? CPUs?

Sim (0) Não (1)

9 – O sistema de trabalho permite que o usuário alterne sua postura de modo a ficar de

pé ocasionalmente?

Não (0) Sim (1)

10 – O clima é adequado (temperatura efetiva entre 20ºC e 23ºC)? Não (0) Sim (1)

11 – O nível sonoro é apropriado (menor que 65 dBA)? Não (0) Sim (1)

Soma dos pontos:

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Percentual

Interpretação:

Fonte: Disponível em http://www.ergoltda.com.br/downloads/checklist_escritorio.pdf

Figura IV – Itens do Check List de Couto

No quesito mobiliário foi dada ênfase as mesas, por ser a área de trabalho comum em um

ambiente de escritório. As mesas foram trocadas por outras, onde foi avaliada novamente pelo

check list do couto, conforme figura V.

Avaliação da Mesa de Trabalho

1 – É o tipo de móvel mais adequado para a função que é exercida? * Não (0) Sim (1)

2 – Dimensões apropriadas considerando os diversos tipos de trabalho realizados?

(espaço suficiente para escrita, leitura, consulta a documentos segundo a necessidade?)

Não (0) Sim (1)

3 – Altura apropriada? Não (0) Sim (1)

4 – Permite regulagem de altura para pessoas muito altas ou muito baixas? Não (0) Sim (1)

5 – Borda anterior arredondada? Não (0) Sim (1)

6 – Material não reflexivo? Cor adequada, para não refletir? Não (0) Sim (1)

7 – Espaço para as pernas suficientemente alto, largo e profundo? (não considerar se

houver suporte do teclado – ver avaliação específica, adiante)

Não (0) Sim (1)

8 – Facilidade para a pessoa entrar e sair no posto de trabalho? (não considerar se

houver suporte do teclado – ver avaliação específica, adiante)

Não (0) Sim (1)

9 – Permite o posicionamento do monitor de vídeo mais para frente ou mais para trás e

esse ajuste pode ser feito facilmente?

Não (0) Sim (1)

10 – A mesa tem algum espaço para que o trabalhador guarde algum objeto pessoal

(bolsa, pasta ou outro?)

Não (0) Sim (1)

11 – Os fios ficam organizados adequadamente, não interferindo na área de trabalho? Não (0) Sim (1)

12- A mesa de trabalho tem algum outro mecanismo de conforto e que seja facilmente

utilizável? **

Não (0) Sim (1)

Soma dos pontos:

Percentual

Interpretação:

Fonte: Disponível em http://www.ergoltda.com.br/downloads/checklist_escritorio.pdf

Figura V – Parte do Check List de Couto utilizado

17.3.2.1. Para trabalho que necessite também da utilização dos pés, além dos

requisitos estabelecidos no subitem 17.3.2, os pedais e demais comandos para

acionamento pelos pés devem ter posicionamento e dimensões que possibilitem fácil

alcance, bem como ângulos adequados entre as diversas partes do corpo do

trabalhador, em função das características e peculiaridades do trabalho a ser

executado.

17.3.3. Os assentos utilizados nos postos de trabalho devem atender aos seguintes

requisitos mínimos de conforto:

a) altura ajustável à estatura do trabalhador e à natureza da função exercida;

b) características de pouca ou nenhuma conformação na base do assento;

c) borda frontal arredondada;

d) encosto com forma levemente adaptada ao corpo para proteção da região lombar.

17.3.4. Para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados sentados, a

partir da análise ergonômica do trabalho, poderá ser exigido suporte para os pés,

que se adapte ao comprimento da perna do trabalhador.

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17.3.5. Para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados de pé, devem ser

colocados assentos para descanso em locais em que possam ser utilizados por todos

os trabalhadores durante as pausas.

Nesse item, verificou-se que somente o item 17.3.2.1 é aplicável ao ambiente de trabalho do

estudo de caso. Como mencionado no item acima, foi realizado uma mudança de local de

trabalho, onde além do lay out, todos os mobiliários foram substituídos. Na ocasião da

aquisição das cadeiras que seriam utilizadas, foram informadas ao setor de compras as

especificações mínimas que a cadeira deveria atender. As cadeiras foram adquiridas conforme

o modelo da figura VI.

Fonte: Disponível em http://www.minadaweb.com/cadeira-ergonomica-para-uma-correta-postura.html

Figura VI – Modelo de cadeira

Após a aquisição foi realizada uma inspeção para verificar se a mesma atenderia ao mínimo de

requesito mencionado da norma regulamentadora 17, onde foi utilizada parte do check list de

couto, conforme figura VII.

Avaliação da Cadeira

1 – Cadeira estofada – com espessura e maciez adequadas? Não (0) Sim (1)

2 – Tecido da cadeira permite transpiração? Não (0) Sim (1)

3 – Altura regulável e acionamento fácil do mecanismo de regulagem? Não (0) Sim (1)

4 – A altura máxima da cadeira é compatível com pessoas mais altas ou com pessoas

baixas usando-a no nível mais elevado?

Não (0) Sim (1)

5 – Largura da cadeira confortável? Não (0) Sim (1)

6 – Assento na horizontal ou discreta inclinação para trás? Não (0) Sim (1)

7 – Assento de forma plana? Não (0) Sim (1)

8 – Borda anterior do assento arredondada? Não (0) Sim (1)

9 – Apoio dorsal com regulagem da inclinação? Não (0) Sim (1)

10 – Apoio dorsal fornece um suporte firme? Não (0) Sim (1)

11 – Forma do apoio acompanhando as curvaturas normais da coluna? Não (0) Sim (1)

12 – Regulagem da altura do apoio dorsal: existe e é de fácil utilização? Não (0) Sim (1)

13 – Espaço para acomodação das nádegas? Não (0) Sim (1)

14 – Giratória? Não (0) Sim (1)

15 – Rodízios não muito duros nem muito leves? Não (0) Sim (1)

16 – Os braços da cadeira são de altura regulável e a regulagem é fácil? Não (0) Sim (1)

Não se aplica (1)

17 – Os braços da cadeira prejudicam a aproximação do trabalhador até seu posto de

trabalho?

Sim (0) Não (1)

Não se aplica (1)

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18 – A cadeira tem algum outro mecanismo de conforto e que seja facilmente utilizável?

*

Não (0) Sim (1)

19 – Por amostragem, percebe-se que os mecanismos de regulagem de altura, de

inclinação e da altura do apoio dorsal estão funcionando bem?

Não (0) Sim (1)

Soma dos pontos:

Percentual

Interpretação:

Fonte: Disponível em http://www.ergoltda.com.br/downloads/checklist_escritorio.pdf

Figura VII – Segunda Parte do Check List de Couto utilizado

17.4. Equipamentos dos postos de trabalho.

17.4.1. Todos os equipamentos que compõem um posto de trabalho devem estar

adequados às características psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do

trabalho a ser executado.

17.4.2. Nas atividades que envolvam leitura de documentos para digitação,

datilografia ou mecanografia deve:

a) ser fornecido suporte adequado para documentos que possa ser ajustado

proporcionando boa postura, visualização e operação, evitando movimentação

freqüente do pescoço e fadiga visual;

b) ser utilizado documento de fácil legibilidade sempre que possível, sendo vedada a

utilização do papel brilhante, ou de qualquer outro tipo que provoque ofuscamento.

17.4.3. Os equipamentos utilizados no processamento eletrônico de dados com

terminais de vídeo devem observar o seguinte:

a) condições de mobilidade suficientes para permitir o ajuste da tela do equipamento

à iluminação do ambiente, protegendo-a contra reflexos, e proporcionar corretos

ângulos de visibilidade ao trabalhador;

b) o teclado deve ser independente e ter mobilidade, permitindo ao trabalhador

ajustá-lo de acordo com as tarefas a serem executadas;

c) a tela, o teclado e o suporte para documentos devem ser colocados de maneira que

as distâncias olho-tela, olho teclado e olho-documento sejam aproximadamente

iguais;

d) serem posicionados em superfícies de trabalho com altura ajustável.

17.4.3.1. Quando os equipamentos de processamento eletrônico de dados com

terminais de vídeo forem utilizados eventualmente poderão ser dispensadas as

exigências previstas no subitem 17.4.3, observada a natureza das tarefas executadas e

levando-se em conta a análise ergonômica do trabalho.

Ao analisar criteriosamente o item descrito acima, verificou-se que nos itens 17.4.1 e 17.4.2, a

empresa não atende, pois não fornece o suporte para documentos, pois a mesma alegou que

não existe um padrão de atividades a serem executadas, apenas são digitados trabalhos

corriqueiros sem uma demanda necessária de prazo. No item 17.4.3, a norma fala que os

trabalhos com terminais de vídeo deverão atender algumas recomendações, porém como no

escritório o qual é objeto de estudo de caso não é atividades corriqueira e sim eventual o

mesmo está enquadrado no subitem 17.4.3.1.

17.5. Condições ambientais de trabalho.

17.5.1. As condições ambientais de trabalho devem estar adequadas às

características psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser

executado.

17.5.2. Nos locais de trabalho onde são executadas atividades que exijam solicitação

intelectual e atenção constantes, tais como: salas de controle, laboratórios,

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escritórios, salas de desenvolvimento ou análise de projetos, dentre outros, são

recomendadas as seguintes condições de conforto:

a) níveis de ruído de acordo com o estabelecido na NBR 10152, norma brasileira

registrada no INMETRO;

b) índice de temperatura efetiva entre 20ºC (vinte) e 23ºC (vinte e três graus

centígrados);

c) velocidade do ar não superior a 0,75m/s;

d) umidade relativa do ar não inferior a 40 (quarenta) por cento.

17.5.2.1. Para as atividades que possuam as características definidas no subitem

17.5.2, mas não apresentam equivalência ou correlação com aquelas relacionadas na

NBR 10152, o nível de ruído aceitável para efeito de conforto será de até 65 dB (A) e

a curva de avaliação de ruído (NC) de valor não superior a 60 dB.

Nesse item, podemos observar que o mesmo está correlacionado com a Norma

Regulamentadora NR -09, o qual trata de Programa de Prevenção de Riscos Ambientais –

PPRA, porém com novos parâmetros, para atender a NR 17 em nível de conforto.

Ao solicitar o PPRA do ano de 2013 da empresa foram constatadas as seguintes medições de

ruído conforme figura VIII onde estão atendendo o item estudado.

As áreas administrativas do complexo onde está localizado o objeto de estudo são climatizadas,

portanto não existem fontes de calor relevantes em seus processos de trabalho, não havendo

necessidade da realização de avaliação de IBUTG, estando sempre na temperatura

correspondente a 20º C e 23º C, atendendo dessa maneira o item.

AVALIAÇÃO QUANTITATIVA DE RUÍDOS

Circuito de Compensação A ( X ) C ( ) Circuito de Resposta ( X ) SLOW ( ) FAST DATA: Out/2012

SETOR / LOCAL

INTENSIDADE

CONCENTRAÇÃO

LIMITE DE

TOLERÂNCIA/8H

FONTE

GERADORA

TIPO DE

EXPOSIÇÃO

MEDIDAS DE

CONTROLE

EPI GRAU DE PRIORIDADE

ab

aix

o d

e

80 d

B (

A)

en

tre 8

0 e

85

dB

(A)

acim

a d

e 8

5

dB

(A)

Eficaz

(S/N) CA

Atenuação

dB(A) NRRsf

Grau de

Exposição

Real (com

atenuação)

Grau de

Risco Prioridade

dB dB dB

85dB(A)

Condicionadores

de AR Permanente NA NA NA NA NA 0 4

Sistema integrado de gestão - SIG 60,00 - - Apoio administrativo 56,00 - -

Gerência 51,00 - - Desenvolvimento 62,00 - -

Operação 80,00 - -

Copa 51,00 - -

Noc - Centro De Operações (Sala

Provisória) 56,00 - -

DGS - SUPRIMENTO Sala do suprimento 58,00 - -

Gerência 56,00 - - DGP - SEGURANÇA DO

TRABALHO 56,00 - -

DCC - SERVIÇOS COMERCIAIS

CALHA A E B 57,00 - -

PCR - ASSESS. DE PLAN.

CONTROLE COMUNICAÇÃO

Sala 1 57,00 - - Sala 2 56,00 - -

Sala de reunião 56,00 - - Gerência 56,00 - -

PCR - ANEXO Sala anexo 56,00 - -

Copa 52,00 - - Arquivo 51,00 - -

DTG - PRODEM 59,00 - -

Fonte: Disponível em arquivo da empresa

Figura VIII - Nível de ruído no escritório

17.5.2.2. Os parâmetros previstos no subitem 17.5.2 devem ser medidos nos postos de

trabalho, sendo os níveis de ruído determinados próximos à zona auditiva e as demais

variáveis na altura do tórax do trabalhador.

17.5.3. Em todos os locais de trabalho deve haver iluminação adequada, natural ou

artificial, geral ou suplementar, apropriada à natureza da atividade.

17.5.3.1. A iluminação geral deve ser uniformemente distribuída e difusa.

17.5.3.2. A iluminação geral ou suplementar deve ser projetada e instalada de forma

a evitar ofuscamento, reflexos incômodos, sombras e contrastes excessivos.

17.5.3.3. Os níveis mínimos de iluminamento a serem observados nos locais de

trabalho são os valores de iluminâncias estabelecidos na NBR 5413, norma brasileira

registrada no INMETRO.

17.5.3.4. A medição dos níveis de iluminamento previstos no subitem 17.5.3.3 deve ser

feita no campo de trabalho onde se realiza a tarefa visual, utilizando-se de luxímetro

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com fotocélula corrigida para a sensibilidade do olho humano e em função do ângulo

de incidência.

17.5.3.5. Quando não puder ser definido o campo de trabalho previsto no subitem

17.5.3.4, este será um plano horizontal a 0,75m (setenta e cinco centímetros) do piso.

A metodologia aqui determina como devem ser realizadas as medições dos agentes ambientais

referente ao conforto dos funcionários que trabalham na área estudada, como a empresa ainda

não elaborou sua análise ergonômica do posto escritório foi visualizado esse item no PPRA,

onde foi verificada que o avaliador atendeu a essa metodologia.

Durante a finalização do trabalho houve a revogação da NBR 5413, sendo substituída pela

NBR IS 8995-1, porém foi mantido o monitoramento e análise das amostras coletadas

conforme a NBR 5413/1992 estando os resultados descritos na figura IX.

Percebeu-se que todos os resultados encontrados estão em conformidade com o limite

estabelecido pela norma em questão, esse resultado foi encontrado utilizando o luxímetro da

marca instruterm modelo LDR 208, modelo com fotocélula corrigida para a sensibilidade do

olho humano e em função do ângulo de incidência.

NBR

5413

500

500

500

500

500

500

500

500

500

500

500

Mesa IX

Mesa X

Mesa XI

Artificial / Natural

582

565

Artificial / Natural

Artificial / Natural

NA

NA

NA

NA

590

Mesa VI 562 NA

502

Mesa VIII

Artificial / Natural

Mesa VII 570 NA Artificial / Natural

Mesa IV 573 NA Artificial / Natural

Mesa V 502 NA Artificial / Natural

Mesa II 591 NA Artificial / Natural

Mesa III 547 NA

545 NA

Avaliação do Nível de Iluminância - Luximetria:

Artificial / Natural

Setor

Mesa I

Nível Encontrado

NoiteTipo de Iluminação

Nível Encontrado

Dia

Artificial / Natural

Artificial / Natural

Fonte: Elaborado pela autora

Figura IX - Nível de iluminamento no escritório

17.6. Organização do trabalho.

17.6.1. A organização do trabalho deve ser adequada às características

psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado.

17.6.2. A organização do trabalho, para efeito desta NR, deve levar em consideração,

no mínimo:

a) as normas de produção;

b) o modo operatório;

c) a exigência de tempo;

d) a determinação do conteúdo de tempo;

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e) o ritmo de trabalho;

f) o conteúdo das tarefas.

17.6.3. Nas atividades que exijam sobrecarga muscular estática ou dinâmica do

pescoço, ombros, dorso e membros superiores e inferiores, e a partir da análise

ergonômica do trabalho, deve ser observado o seguinte:

a) todo e qualquer sistema de avaliação de desempenho para efeito de remuneração e

vantagens de qualquer espécie deve levar em consideração as repercussões sobre a

saúde dos trabalhadores;

b) devem ser incluídas pausas para descanso;

c) quando do retorno do trabalho, após qualquer tipo de afastamento igual ou

superior a 15 (quinze) dias, a exigência de produção deverá permitir um retorno

gradativo aos níveis de produção vigentes na época anterior ao afastamento.

O escritório como referido no item descrito acima foi remodelado em novo layout onde houve

mudanças significativas na organização das atividades, levando em consideração

psicofisiológicas dos trabalhadores, porém observamos que o referido item se adéqua melhor

em empresa com metas de produção, como as empresas de eletroeletrônicos, visto que todas

trabalham com ritmo de trabalho ágil por tempo trabalhado, diferente do escritório que não há

uma exigência de ritmo de trabalho. Nesse escritório, não existe muitas queixas de dores

músculo esqueléticas e nem afastamentos com CID dessa natureza.

17.6.4. Nas atividades de processamento eletrônico de dados, deve-se, salvo o

disposto em convenções e acordos coletivos de trabalho, observar o seguinte:

a) o empregador não deve promover qualquer sistema de avaliação dos

trabalhadores envolvidos nas atividades de digitação, baseado no número individual

de toques sobre o teclado, inclusive o automatizado, para efeito de remuneração e

vantagens de qualquer espécie;

b) o número máximo de toques reais exigidos pelo empregador não deve ser superior

a 8.000 por hora trabalhada, sendo considerado toque real, para efeito desta NR,

cada movimento de pressão sobre o teclado;

c) o tempo efetivo de trabalho de entrada de dados não deve exceder o limite máximo

de 5 (cinco) horas, sendo que, no período de tempo restante da jornada, o

trabalhador poderá exercer outras atividades, observado o disposto no art.468 da

Consolidação das Leis do Trabalho, desde que não exijam movimentos repetitivos,

nem esforço visual;

d) nas atividades de entrada de dados deve haver, no mínimo, uma pausa de 10

minutos para cada 50 minutos trabalhados, não deduzidos da jornada normal de

trabalho;

e) quando do retorno ao trabalho, após qualquer tipo de afastamento igual ou

superior a 15 (quinze) dias, a exigência de produção em relação ao número de toques

deverá ser iniciado em níveis inferiores do máximo estabelecido na alínea "b" e ser

ampliada progressivamente.

Apesar de o estudo ser em escritório não existe uma exigência de tempo para digitação, sendo

livre a escolha para realizar os trabalhos digitados, não há um padrão nessa atividade, cada

funcionário utiliza seu próprio ritmo, não sendo compartilhado com outro funcionário.

Existe anexo uma sala um pequeno balcão que serve de apoio para uma garrafa térmica, onde a

copeira sempre coloca café, para que os funcionários possam fazer suas pausas. No tempo

estudado observou-se que todos paravam suas atividades e iam para essa sala realizar suas

pausas independentes do horário trabalhado, não havia uma sincronização, a pausa era livre.

5. Conclusão

Neste trabalho apresentou o diagnóstico do atendimento da NR 17 por parte de escritório, como

a empresa está atuando em sua parte administrativa, visto que a atividade fim da empresa é de

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distribuição de energia, portanto o setor mais preocupante na opinião da alta cúpula,

esquecendo-se dessa maneira de seu propulsor, o escritório.

Percebeu-se que a empresa está buscando melhorar a sua estrutura física e planejando a sua

mudança de filosofia, pois já existem estudos ergonômicos nas outras áreas, e com esse

trabalho deu-se o pontapé inicial para a observação do foco ergonômico no escritório.

Em todas as empresas, na questão de Segurança do Trabalho, o item ergonômico é o mais

demorado, pois sempre que se elaboram uma análise ergonômica existem os pontos de

recomendações que sempre exigem soluções com custos elevados, mudanças de estruturas e

consequentemente ritmos de atividades são modificados, tendo a empresa muitas vezes que se

adaptarem novamente para as novas realidades.

Portanto para verificar a eficácia desejada nesse trabalho, deverá ser realizado pela empresa o

acompanhamento da execução das recomendações contidas no plano de ação elaborado durante

a elaboração desse trabalho.

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