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Universidade Federal do Rio Grande do Norte Centro de Tecnologia Coordenação do Curso de Engenharia Ambiental Diagnóstico dos resíduos de podas do município de Natal/RN Victor Hugo Duarte do Vale Natal, dezembro 2016

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Centro de Tecnologia

Coordenação do Curso de Engenharia Ambiental

Diagnóstico dos resíduos de podas do

município de Natal/RN

Victor Hugo Duarte do Vale

Natal, dezembro

2016

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Victor Hugo Duarte do Vale

Diagnóstico dos resíduos de podas do

município de Natal/RN

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

como parte dos requisitos para obtenção do

título de Engenheiro Ambiental.

Orientador: Prof. Me. Lindolfo Neto de Oliveira Sales

Coorientador: Prof. Dr. Milton Bezerra do Vale

Natal, dezembro

2016

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Victor Hugo Duarte do Vale

Diagnóstico dos resíduos de podas do

município de Natal/RN

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi avaliado e considerado adequado como requisito na

obtenção do título de Engenheiro Ambiental pela Universidade Federal do Rio Grande do

Norte.

Natal, 01 de dezembro de 2016.

_____________________________________________________

Prof.

Prof. Me. Lindolfo Neto de Oliveira Sales

Orientador

_____________________________________________________

Prof.ª Ma. Larissa Caroline Saraiva Ferreira

Banca Examinadora

_____________________________________________________

Prof.ª Ma. Renata Cristina Medeiros Trajano De Araújo

Banca Examinadora

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RESUMO

O desenvolvimento urbano provoca desequilíbrio ambiental principalmente em cidades mais

populosas, cujo o gerenciamento dos resíduos sólidos torna-se um grande desafio, em

destaque os resíduos de podas para o município de Natal, que recentemente teve que encerrar

as atividades em um aterro controlado para este tipo de resíduo por ter atingido a capacidade

máxima. Este trabalho teve como objetivo identificar o destino final dos resíduos de podas do

município e quantificar os resíduos verdes gerados. De acordo com a pesquisa os resíduos de

podas e de materiais da construção civil são depositados no mesmo local, localizado no aterro

do Guarapes no município de Natal, gerenciado pela URBANA. O aterro possui uma área de

40 hectares com uma estimativa de vida para recebimento de podas e restos da construção

para 4 anos. Atualmente, o recolhimento das podas é realizado por empresas terceirizadas e da

prefeitura com uma frota de 20 veículos, recolhendo em 2016 uma média 36 toneladas de

podas por dia, isto corresponde a uma produção mensal aproximada de 942 toneladas, isto

corresponde aproximadamente à 2,9% dos resíduos sólidos urbanos totais do município de

Natal. A atual produção de podas de Natal daria para abastecer, com biomassa triturada e

seca, boa parte das empresas de briquete existentes no Rio Grande do Norte ou gerar

aproximadamente 13 toneladas por dia de composto orgânico.

Palavras-chave: Aterro, Biomassa, Gestão Ambiental, Sustentabilidade.

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ABSTRACT

Urban development causes environmental imbalance especially in the most populous cities,

whose solid waste management becomes a major challenge, highlighted the pruning waste in

the city of Natal, which recently had to cease the activities in one controlled landfill for this

type of residue due it reached its maximum capacity. This study aimed to identify the final

destination of pruning waste of the city and quantify the green waste produced. According to

the survey, the pruning and the civil construction waste are deposited on the same place,

located at the Guarapes Landfill in Natal, managed by URBANA. The landfill has a 40-

hectare area with an estimated life of 4 years to receive pruning and debris from civil

construction. Currently, two hired companies and the city government are responsible to

perform the gatherings of pruning with a fleet of 20 vehicles capable of collecting in 2016 on

average 36 tons of pruning per day, this corresponds to an approximate monthly production of

942 tons. This corresponds to approximately 2,9% of the total amount of urban solid waste in the city

of Natal The current pruning production of Natal would be enough to supply with biomass

dried and chopped most part of the existing briquette companies in Rio Grande do Norte, or

generate approximately 13 tons per day of organic compost.

Keywords: Biomass, Environmental Management, Landfill, Sustainability.

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LISTA DE ABREVIAÇÕES

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas

EPE – Empresa de Pesquisa Energética

IDEMA – Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente

PNRS – Política Nacional de Resíduos Sólidos

PROSAB – Programa de Pesquisas em Saneamento Básico

RCD – Resíduos de Construção Civil e Demolição

SEMURB – Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo

URBANA – Companhia de Serviços Urbano de Natal

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Localização do aterro Guarapes, Natal/RN.............................................................23

Figura 2 - Vista da entrada do aterro de podas do Guarapes, Natal/RN...................................23

Figuras 3 - a, b, c. Chegadas dos veículos dos resíduos de poda no aterro do Guarapes..........26

Figura 3 - d. Realização do transporte de podas no município de Natal...................................26

Figura 4 - Resíduos de podas de árvores no aterro do Guarapes..............................................27

Figura 5 - Resíduos de podas de árvores e da construção civil no aterro do Guarapes no

processo de aterramento............................................................................................................27

Figura 6 - Altura esperada para o topo do aterro do Guarapes ao final de operação................28

Figura 7 - Materiais produzido por lenhadores no aterro do Guarapes....................................29

Figura 8 - Materiais produzido por lenhadores sendo recolhidos por empresa........................29

Figura 9 - Instalações da equipe responsável pela fiscalização e controle dos veículos no

aterro do Guarapes....................................................................................................................30

Figura 10 - Queimada criminosa realizada nos resíduos de poda no aterro do Guarapes........31

Figura 11 - Detalhamento da quantidade de resíduos de podas recebidos pelo município de

Natal em seus aterros................................................................................................................33

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Produção de Energia Primária no Brasil nos últimos anos.......................................19

Tabela 2. Histórico da destinação dos resíduos de podas e RCD em Natal..............................22

Tabela 3. Arrecadação com a coleta especial no primeiro quadrimestre de 2015 em Natal.....32

Tabela 4 - Resíduos de podas urbanas recebidos no município de Natal em seus aterros, entre

janeiro de 2015 e setembro de 2016..........................................................................................34

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO..............................................................................................................8

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA........................................................................................9

2.1 Resíduos Sólidos.............................................................................................................9

2.2 Resíduos Verdes............................................................................................................11

2.3 Arborização Urbana......................................................................................................12

2.4 Aproveitamento dos Resíduos Verdes..........................................................................15

2.4.1 Aproveitamento não energético.....................................................................................17

2.4.2 Aproveitamento energético............................................................................................18

3 OBJETIVOS....................................................................................................... ...........21

3.1 Objetivo geral.................................................................................................................21

3.2 Objetivos específicos......................................................................................................21

4 MATERIAIS E MÉTODOS..........................................................................................21

4.1 Caracterização da Área de Pesquisa..............................................................................21

4.2 Operação do Aterro e Possibilidades de Aproveitamento dos Resíduos de Podas no

Município de Natal.........................................................................................................24

4.3 Estimativa da Geração de Resíduos no Aterro..............................................................24

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES................................................................................24

5.1 Funcionamento do Aterro..............................................................................................24

5.2 Gestão do Aterro do Guarapes........................................................................................28

5.3 Situação dos Resíduos Gerados no Município de Natal...............................................31

5.4 Possíveis Usos dos Resíduos de Podas no Município de Natal.....................................33

6 CONCLUSÕES.............................................................................................................35

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................37

ANEXOS.......................................................................................................................42

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1 INTRODUÇÃO

“As características quali-quantitativas dos resíduos sólidos podem variar em função

de vários aspectos, como os sociais, econômicos, culturais, geográficos e climáticos, ou seja,

os mesmos fatores que também diferenciam as comunidades entre si. ” (PROSAB, 2003, p.7).

Segundo o Programa de Pesquisas em Saneamento Básico - PROSAB (2003) a

determinação da composição gravimétrica dos resíduos é outro dado essencial, bem como é

necessário determinar a quantidade de resíduos produzidos por dia e a produção per capita,

dados a serem empregados nas fases de planejamento e dimensionamento do gerenciamento

integrado de resíduos sólidos urbanos que deve englobar etapas articuladas entre si, desde a

não geração até a disposição final, com atividades compatíveis com as dos demais sistemas do

saneamento ambiental.

Um dos maiores desafios com que se defronta a sociedade moderna é

o equacionamento da geração excessiva e da disposição final

ambientalmente segura dos resíduos sólidos. A preocupação mundial em

relação aos resíduos sólidos tem aumentado ante o crescimento da produção,

do gerenciamento inadequado e da falta de áreas de disposição final

(JACOBI e BESEN, 2011, p.135).

O desenvolvimento urbano provoca desequilíbrio ambiental principalmente em

cidades mais populosas, cujo gerenciamento dos resíduos sólidos torna-se um grande desafio.

Em muitos municípios brasileiros ainda não existem aterros apropriados para o destino

correto destes resíduos sólidos, os resíduos de podas passam pelo mesmo problema, a

dificuldade em ter um local adequado.

Levando em consideração que o crescimento das árvores e plantas em Natal é

favorecido devido sua localização em zona costeira com alto índice pluviométrico e

insolação, resultando num grande volume de resíduos verdes gerados ao longo do ano. E que

a destinação adequada destes resíduos se faz necessário para a saúde do sistema de gestão dos

resíduos sólidos urbanos no município, este trabalho foi desenvolvido para diagnosticar a

atual situação do manejo dos resíduos de podas em Natal.

Em face da carência de novas áreas em Natal para implantação de novos depósitos de

resíduos verdes no munícipio devido ao elevado grau de urbanização da cidade, há

necessidade de se prolongar a vida útil do destino atual.

A seguir são abordados conceitos importantes para auxiliar na compreensão da

temática do trabalho

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Resíduos Sólidos

A maneira como o ser humano lida com seu resíduo varia, desde

considerá-lo como lixo e jogá-lo no entorno, até o uso de modernas

tecnologias para tratá-lo e valorizá-lo. De qualquer forma, essa relação não

tem sido tranquila ao longo da história. Enquanto o ser humano ainda era

nômade, o resíduo não chegava a ser um problema, mas quando passou a se

organizar em comunidades sedentárias, a quantidade gerada e o aumento da

complexidade do lixo tornaram-se problemáticos para a vida em grupo,

associando-se à doenças e degradação ambiental, exigindo um destino

adequado (EIGENHEER, 2003 apud MEIRA, 2010, p. 29).

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) define resíduos sólidos como os

resíduos nos estados sólido e semi-sólido, que resultam de atividades de origem industrial,

doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição (ABNT NBR 10.004,

2004).

Pelos riscos potenciais ao meio ambiente, esta mesma norma técnica classifica os

resíduos sólidos em:

− Classe I: resíduos perigosos, quando apresentarem riscos à saúde pública e ao meio

ambiente. As características que conferem periculosidade a um resíduo são: inflamabilidade,

corrosividade, reatividade, toxicidade, patogenicidade. São exemplos de resíduos perigosos

alguns resíduos industriais e hospitalares.

− Classe II: resíduos não perigosos. Estes resíduos compreendem: resíduos de

restaurante (restos de comida), sucatas de metais ferrosos, sucata de metais não ferrosos

(latão, etc.), resíduo de papel e papelão, resíduos de plásticos polimerizados, resíduos de

borracha, resíduos de madeira, resíduos de materiais têxteis, resíduos de minerais não

metálicos, areia defundição, bagaço de cana e outros resíduos não perigosos. Esta classe se

subdivide em:

Classe II A: resíduos não inertes. São aqueles que não se enquadram nas classificações

de resíduos classe I (perigosos) ou de classe II B (inertes). Os resíduos desta classe

podem apresentar propriedades de biodegradabilidade, combustibilidade ou

solubilidade em água. Os resíduos domésticos são exemplos de resíduos não inertes.

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Classe II B: resíduos inertes. São os resíduos que, quando amostrados de uma forma

representativa, segundo a ABNT NBR 10.007, e submetidos a um contato dinâmico e

estático com água destilada e deionizada, à temperatura ambiente, conforme ABNT

NBR 10.006, não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações

superiores aos padrões de potabilidade de água, excetuando-se aspecto, cor, turbidez,

dureza e sabor. Rochas, entulhos, tijolos e vidros são exemplos de resíduos inertes

Classe II B.

De acordo com Brasil (2010), a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS),

estabelecida em 2 de agosto de 2010, em seu Art. 13 classifica os resíduos sólidos quanto à

origem e à periculosidade.

Quanto à origem é observada a existência de 11 classes, são

elas:

a) resíduos domiciliares: os originários de atividades domésticas em

residências urbanas;

b) resíduos de limpeza urbana: os originários da varrição, limpeza de

logradouros e vias públicas e outros serviços de limpeza urbana;

c) resíduos sólidos urbanos: os englobados nas alíneas “a” e “b”;

d) resíduos de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços: os

gerados nessas atividades, excetuados os referidos nas alíneas “b”, “e”, “g”,

“h” e “j”;

e) resíduos dos serviços públicos de saneamento básico: os gerados nessas

atividades, excetuados os referidos na alínea “c”;

f) resíduos industriais: os gerados nos processos produtivos e instalações

industriais;

g) resíduos de serviços de saúde: os gerados nos serviços de saúde, conforme

definido em regulamento ou em normas estabelecidas pelos órgãos do

Sisnama e do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária;

h) resíduos da construção civil: os gerados nas construções, reformas,

reparos e demolições de obras de construção civil, incluídos os resultantes da

preparação e escavação de terrenos para obras civis;

i) resíduos agrossilvopastoris: os gerados nas atividades agropecuárias e

silviculturais, incluídos os relacionados a insumos utilizados nessas

atividades;

j) resíduos de serviços de transportes: os originários de portos, aeroportos,

terminais alfandegários, rodoviários e ferroviários e passagens de fronteira;

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k) resíduos de mineração: os gerados na atividade de pesquisa, extração ou

beneficiamento de minérios (BRASIL, 2010).

Quanto à periculosidade os resíduos são classificados em perigosos (os que

apresentam características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade,

patogenicidade, carcinogenicidade, teratogenicidade e mutagenicidade, significativo risco à

saúde pública ou à qualidade ambiental, de acordo com lei, regulamento ou norma técnica) e

resíduos não perigosos.

Os resíduos, quando dispostos de maneira imprópria, resultam na

degradação da paisagem, na poluição da água, do ar e do solo, na ocupação

inadequada do solo, em problemas de saúde pública com riscos à segurança

e bem-estar da população, em danos à fauna, flora, aos acervos históricos e

culturais, e ainda em um alto investimento no recolhimento e processamento

pelo poder público e pelo setor privado. (NOLASCO, 2000 apud MEIRA,

2010, p.30)

2.2 Resíduos Verdes

Resíduo verde é aquele originário da poda ou corte (remoção) de

árvores e plantas. Portanto, podemos dizer, em outras palavras, que

são resíduos da arborização urbana. Este tipo de lixo é composto por

galhos e cascas de árvores, troncos, gramas, folhas verdes ou secas,

flores, sementes, raízes, e outros materiais orgânicos de origem

vegetal (LIMA, 2004).

“Estes resíduos, por serem constituídos por uma diversa gama de materiais e pelo fato

da produção de determinados materiais estar sujeita ao fator sazonalidade, são heterogéneos

produzindo amostras igualmente heterogéneas, o que dificulta a sua caracterização. ”

(PEREIRA, 2013, p.5).

Por não serem dependentes de uma atividade industrial, os resíduos de

poda urbana têm grande potencial de utilização, pois são abundantes e

independem do mercado econômico. A dificuldade na utilização dos

resíduos de poda urbana reside, na maior parte das vezes, na gestão amadora

e desorganizada feita pelos municípios brasileiros, que geralmente não têm

controle da quantidade gerada e acabam desperdiçando este importante

insumo (CORTEZ, 2011, p.44).

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De acordo com os critérios de riscos estabelecidos pela ABNT, os resíduos de poda de

árvores, apesar do alto teor de lignina, são biodegradáveis e classificados como Classe II não

inertes. Pela PNRS, os resíduos de poda urbana quanto à periculosidade não são perigosos e

do tipo resíduo de limpeza urbana. Se agregados aos resíduos domiciliares passam a ser do

tipo resíduo sólido urbano.

No município de Natal a Lei de n° 6.058 de 26 de janeiro de 2010 é responsável por

disciplinar o corte e a poda de vegetação de porte arbóreo existente no Município. Em seu

primeiro capítulo é considerado como bem de interesse comum a toda a população a

vegetação de porte arbóreo existente ou que venha a existir no território do Município, tanto

de domínio público como privado. Assim como as mudas de árvores plantadas em

logradouros públicos (NATAL, 2010).

2.3 Arborização Urbana

Pivetta e Silva Filho (2002) discorrem sobre como a vegetação pode proporcionar

vários benefícios ao meio urbano, com um papel muito importante no restabelecimento da

relação entre o homem e o meio natural, garantindo melhor qualidade de vida.

A Sociedade Brasileira de Arborização Urbana (2012) defende que a árvore urbana

atua diretamente sobre o microclima, a qualidade do ar, o nível de ruídos, a paisagem, além de

constituir refúgio indispensável à fauna remanescente nas cidades.

No que se refere à arborização urbana no município de Natal (2009) a Secretaria

Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo – SEMURB elaborou o manual de arborização

urbana de Natal, na qualidade de material educativo, contém um conjunto de informações

para um bom planejamento da arborização no meio urbano. Com ele vem trabalhando com a

valorização de espécies nativas, com intuito de aumentar a biodiversidade das árvores urbanas

e também da cobertura arbórea da cidade, contribuindo assim para a melhoria da qualidade de

vida no meio urbano.

O manual de arborização urbana de Natal (2009) relata a importância em buscar

alternativas que harmonizem o conjunto de equipamentos sociais urbanos com atividades de

plantio, manutenção e conservação de espécies, implicando assim na eliminação de conflitos

existentes, refletindo-se positivamente na preservação e aumento da massa arbórea nas

cidades, contribuindo efetivamente para a melhoria do ambiente nos centros urbanos.

Os benefícios da arborização são diversos e conforme a Secretaria Municipal do Verde

e do Meio Ambiente de São Paulo (2015) podem ser listados pelas seguintes características:

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Elevar a permeabilidade do solo e controlar a temperatura e a umidade do ar;

Interceptar a água da chuva;

Proporcionar sombra;

Funcionar como corredor ecológico;

Agir como barreira contra ventos, ruídos e alta luminosidade;

Diminuir a poluição do ar;

Sequestrar e armazenar carbono;

Bem estar psicológico.

Vários fatores impedem o desenvolvimento normal de uma árvore na

área urbana, por exemplo:

Compactação do solo, necessária para a pavimentação ou fundação

de prédios, porém, prejudicial ao desenvolvimento das plantas;

Depósitos de resíduos de construção e entulhos no subsolo;

Pavimentação do leito carroçável e das calçadas impedindo a

penetração do ar e das águas de chuvas;

Poluição do ar, com suspensão de resíduos industriais, fumaça dos

escapamentos de veículos automotores e de chaminés industriais,

impedindo a folha de exercer livremente suas funções, uma vez que

a poeira e as gotículas de óleo existentes no ar se acumulam sobre a

superfície das folhas, obstruindo total ou parcialmente os estômatos,

dificultando a respiração e as fotossíntese; podas drásticas, muitas

vezes obrigatórias e abertura de valas junto à arvore, mutilando o

seu sistema radicular. (PIVETTA e SILVA FILHO, 2002, p.8).

De acordo com Barnewitz (2006) a condução de árvores urbanas deve ser feita com a

orientação de um profissional, devidamente habilitado. Geralmente, prefeituras ou empresas

de fornecimento de energia elétrica não dispõem de técnicos especializados e, por isso,

procuram resolver apenas seus problemas mais imediatos, realizando verdadeiras mutilações

nas árvores, o que gera um grande volume de resíduos.

A falta de modelos eficientes para a gestão dos resíduos de podas da

arborização urbana, tem resultado em diversos problemas ambientais, sociais

e econômicos resultantes da disposição inadequada desses materiais. O

gerenciamento inadequado destes resíduos tem resultado em altos custos

para os municípios, o comprometimento de grandes áreas para disposição, o

aumento do risco de incêndio em aterros e terrenos baldios, a degradação da

paisagem e poluição do ar e da água (CHALUPPE, 2013, p.13).

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Segundo Camilo, Espada E Martins (2008) algumas alternativas para a redução da

incompatibilidade da vegetação com outras necessidades de uso do espaço terrestre e aéreo

dos municípios e, consequentemente, do volume de resíduos, gerados pelas podas, são a

adoção de fiação subterrânea, a construção de calçadas com dimensões adequadas, o recuo

nas casas, um incisivo trabalho para sensibilizar e melhorar a percepção dos cidadãos com

relação à importância das árvores no espaço urbano, a utilização de instrumentos de

planejamento como Plano Diretor, a agenda 21 do município, assim como a definição clara

sobre o papel da municipalidade e do cidadão na tomada de decisão sobre o plantio e o

manejo das árvores urbanas nas calçadas. Porém, tais questões ainda são pouco enfrentadas

nas cidades brasileiras (apud MEIRA, 2010, p.27).

O conhecimento das características das espécies mais utilizadas na

arborização de ruas, das técnicas de poda e das ferramentas corretas para a

execução da poda permite que esta prática seja feita de forma a não danificar

a árvore. Sempre deverá ser feita de modo a facilitar a cicatrização do corte.

Caso contrário, a exposição do lenho permitirá a entrada de fungos e

bactérias, responsáveis pelo apodrecimento de galhos e tronco, e pelo

aparecimento de ocos (MARTO, 2006).

Meira (2010) afirma que “O bom planejamento evita ações de remediação, adequando a

vegetação ao uso do espaço urbano, reduzindo a geração futura de resíduos. ” Em contrapartida

menciona que “A falta de planejamento leva ao aumento de práticas de manejo, como a poda e a

remoção das árvores, realizadas pelas Prefeituras e concessionárias de energia elétrica, principalmente

pelo contato entre a fiação e o afloramento de calçadas. ”

“A análise da arborização é realizada por meio de um inventário. Pode ser total, em

cidades de pequeno a médio porte ou parcial, por meio de amostragens, em cidades de grande

porte. ” (PIVETTA e SILVA FILHO, 2002, p.28).

“[...] O patrimônio das áreas verdes das cidades ficaram cada vez mais restritos à

arborização de ruas, praças, parques e maciços florestais. ” (MILANO e DALCIN, 2000 apud

PIVETA e SILVA FILHO, 2002, p.1). Incluindo neste cenário está a cidade de Natal que

“[...] apresenta uma arborização pública associada, sobretudo às avenidas e centrada em

poucas espécies, a maioria das quais são exóticas o que não contribui de maneira satisfatória

para efetividade das funções exercidas pela vegetação no meio urbano. ” (SOUZA, 2008,

p.48).

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2.4 Aproveitamento dos Resíduos Verdes

A valorização dos resíduos é considerada por alguns pesquisadores e

algumas indústrias que aderiram e incorporaram programas de produção

mais limpa, como uma alternativa econômica, social e ambientalmente

adequada, sendo parte integrante do gerenciamento apropriado desses

materiais, por reduzir os impactos da extração da matéria-prima, dar um

destino ao resíduo e minimizar os impactos ambientais das atividades

produtivas. Tudo isso diminui a quantidade de resíduos sólidos, destinada

aos aterros, além de gerar novos postos de trabalho e melhorar a imagem das

organizações com relação à sua responsabilidade socioambiental (MEIRA,

2010, p.34).

O sistema atual de gestão e gerenciamento de resíduos sólidos

municipais continua priorizando soluções de “final do tubo”, ou seja,

apresentam avanços limitados na questão da minimização da geração dos

resíduos, pois a preocupação maior das administrações municipais ainda se

concentra na destinação final dos resíduos e não na prevenção da geração

(LOPES, 2003, p.35).

Dos resíduos verdes pode-se produzir uma quantidade substancial de

energia, pois globalmente estão neles contidas várias toneladas de biomassa.

No entanto, estes resíduos são muitas vezes subaproveitados do ponto de

vista das suas potencialidades para valorização energética, em especial os

resíduos verdes urbanos representando uma enorme perda de recursos.

(PEREIRA, 2013, p.6).

A geração de benefícios sociais e ambientais através da valorização

dos resíduos verdes pode ser dividida em dois grupos: sem aproveitamento

energético e incluindo este aproveitamento.

Em relação ao aproveitamento não energético, são apresentadas duas

aplicações: reutilização pela confecção de pequenos objetos de

madeira, por meio de atividades de artesanato, obras de arte,

confecção de bancos de jardins, cercas, brinquedos, entre outros e a

compostagem.

Na vertente energética, são abordadas tecnologias relacionadas a

processos físicos (briquetagem e peletização), processos

termoquímicos (combustão, pirólise, gaseificação) e processos

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biológicos (digestão anaeróbia) (CORTEZ, 2011; LIMA, 2004;

VALE, 2005).

A opção de uso do resíduo florestal passa pelo conhecimento

tecnológico da madeira, baseadas em suas características físicas, químicas e

mecânicas. A alta massa específica está associada à elevada dureza,

indicando uma maior quantidade da substância madeira por unidade

volumétrica, o que é vantajoso na produção de energia, tanto na forma de

carvão vegetal, quanto de lenha. Para peças maiores, o conhecimento da

massa específica pode levar à indicação para a confecção de pequenas

estruturas de madeira. Os valores de contração podem indicar o uso para

móveis e pequenos objetos. A análise química imediata pode ser utilizada

para a classificação das espécies em função de seu uso energético (VALE,

2005, p.412).

Os resíduos verdes depois de triturados reduzem significativamente o volume a ser

transportado, dessa forma ocorrerá à diminuição no custo do transporte. Portanto, o material

triturado facilita a sua aplicação no processo da compostagem e produção de briquetes,

servindo como fonte de nutriente e energética, respectivamente. De acordo com Baratta Junior

e Magalhães (2010) através de experimentos com várias espécies vegetais determinou o

rendimento da redução do volume das podas de árvores verdes de galhadas com até 8,0 cm de

diâmetro verificando que a trituração de material verde reduz em média a 36%.

Segundo Baratta Junior (2007) parte do material das podas de árvores, tais como os

galhos mais finos e as folhas que correspondem a 60% do volume total dos resíduos verdes,

poderão ser compostados, ficando o restante para outros fins como a lenha, carvão, objetos,

etc. O composto orgânico final dos resíduos de podas de diversas espécies apresentaram boa

qualidade, indicado para o uso na produção de mudas.

Porém, todas as possibilidades de valorização dos resíduos

devem levar em conta a sua escala e sazonalidade de geração ao longo

do ano, as características básicas e propriedades físicas, químicas,

mecânicas, as quais favorecem e limitam a utilização dos resíduos,

para que a sua utilização na escala desejada seja viabilizada (MEIRA,

2010, p.45).

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2.4.1 Aproveitamento não energético

Sobre a reutilização pela confecção de pequenos objetos de madeira, a

importância se dá pela sua viabilidade econômica, já que a matéria-prima é

abundante, de baixo custo ou muitas vezes gratuita, o produto a ser

produzido pode ser bastante diversificado e o preço final das peças é um

facilitador para o escoamento da produção. Os benefícios da utilização dos

resíduos são:

Melhoria das condições sociais através da criação de postos de

trabalho e do emprego de mão de obra não qualificada;

Compatibilidade com pequenos investimentos;

Conservação do meio ambiente em virtude da valorização do

resíduo, e incentivo à economia, pois, agregando valor ao resíduo,

aumenta-se a possibilidade de diversificação da produção e criam-se

novas fontes de renda para a cultura local (LOPES, 2009, p.106).

A produção pode ser industrial ou artesanal. Nesta última, o

homem executa todas as etapas da produção, tendo como produto final

peças individualizadas, fruto da habilidade manual. Essas peças

possuem grande carga artística e criativa, carecendo de padronização e

de escala produtiva. Alguns produtos são feitos com máquinas e

parcialmente à mão. Podem ser de caráter decorativo ou utilitário, e

esse último possui maior possibilidade de êxito por causa da saturação

do mercado (STERNADT, 2002 apud LOPES, 2009, p.109).

Outra forma de realizar o aproveitamento não energético dos resíduos de podas é

através da compostagem, que segundo Meira, Cazzonatto e Soares (2003) A compostagem

pode ser definida como uma decomposição aeróbia acelerada e controlada de substratos

orgânicos em condições que permitam a ação de microrganismos. O resultado deste processo

é um produto final suficientemente estabilizado que pode ser considerado como um

enriquecedor do solo, podendo ser aplicado para melhorar as suas características, sem que

haja uma contaminação do meio ambiente.

Kiehl (1998) lista como resultados desse processo biológico, a geração de dois

componentes importantes: sais minerais, contendo nutrientes indispensáveis para as raízes das

plantas, e húmus, um componente necessário para desenvolver as propriedades físicas, físico-

químicas e biológicas do solo.

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O aproveitamento de podas de árvores através do processo da compostagem possibilita

o aumento da produção de compostos orgânicos para usos afins agrícolas, produção de mudas

e paisagismos de áreas públicas e privadas, pois é constituído de nutrientes naturais que

podem substituir o adubo químico. Além do mais, segundo Baratta Junior e Magalhães (2010)

com a compostagem dos resíduos verdes triturados ocorre ao final do processo uma redução

em média de 50% do volume, variando de acordo com a espécie vegetal.

Maccarini (2007) menciona outra utilização para os resíduos de poda urbana triturados

(chamados de maravalha seca) como camas de aviários. Para estimar a quantidade de resíduos

de poda urbana que poderiam ser usados para esta finalidade, cada milhar de aves necessita de

seis metros cúbicos de maravalha seca.

2.4.2 Aproveitamento energético

Martins (1980) afirma que a madeira, assim como os resíduos de poda urbana, é

constituída, aproximadamente de 50% de carbono, 6% de hidrogênio e 44% de oxigênio

independentemente da espécie, diferenças genéticas ou idade. Quimicamente, a madeira é

heterogênea, sendo constituída principalmente por três polímeros: celulose, hemicelulose e

lignina, numa proporção de cerca de 50:20:30. Variações ocorrem entre as madeiras folhosas

e coníferas, além da espécie e idade. Os demais componentes (chamados de compostos

extrativos) estão presentes em menor quantidade, têm baixo peso molecular e são encontrados

sobretudo na casca, são os terpenos, óleos essenciais, resinas, fenóis, taninos, graxas e

corantes.

Segundo Pérez (2010), os critérios de avaliação do potencial energético da biomassa

são propriedades físico-químicas; energia útil disponível; custo da tonelada de matéria

orgânica seca; os tipos e quantidades de resíduos sólidos e efluentes gasosos produzidos após

o uso da biomassa e principalmente o teor de umidade.

Um dos usos potenciais para os resíduos de poda é como lenha e para a produção de

carvão vegetal. Segundo a Empresa de Pesquisa Energética – EPE (2016) no Brasil, em 2015,

a lenha e carvão vegetal representaram 8,6% da matriz energética (Tabela 1). A lenha e o

carvão, apesar de serem produtos dependentes do preço das fontes de energia não-renováveis

e das modificações de padrões de consumo têm, atualmente, e continuarão a ter no futuro,

uma grande importância em nossa matriz energética.

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Tabela 1 - Produção de Energia Primária no Brasil nos últimos anos.

%

FONTES

2010 2011 2012 2013 2014 2015

NÃO RENOVÁVEL

53,0 54,8 54,7 54,2 56,5 58,1

PETRÓLEO

42,1 42,5 41,7 40,6 42,8 44,0

GÁS NATURAL

9,0 9,3 10,0 10,8 11,6 12,2

CARVÃO VAPOR

0,8 0,8 1,0 1,3 1,1 1,1

CARVÃO

METALURGICO

0 0 0 0 0 0

URÂNIO (U3O8)

0,7 1,6 1,5 0,9 0,2 0,2

OUTRAS NÃO

RENOVÁVEIS

0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0

RENOVÁVEL

47,0 45,2 45,3 45,8 43,5 41,9

ENERGIA

HIDRÁULICA

13,7 14,4 13,9 13,0 11,8 10,8

LENHA

10,3 10,1 10,0 9,5 9,1 8,6

PRODUTOS DA

CANA-DE-

AÇÚCAR

19,3 16,9 17,6 19,1 18,1 17,6

OUTRAS

RENOVÁVEIS

3,7 3,8 3,8 4,1 4,5 5,0

TOTAL 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0

Fonte: EPE, 2016. Adaptado pelo autor.

A lenha pode ser de origem nativa (biomassa tradicional) ou de reflorestamento

(biomassa moderna). “A madeira para fins energéticos vem se tornando cada vez mais escassa

no Brasil, mesmo com condições climáticas favoráveis, disponibilidade de terras

agriculturáveis e boa tecnologia florestal para que seja produzida de forma sustentável. ”

(UHLIG, 2008, p. 32).

A energia química disponível nos resíduos de poda urbana

requer que reações sejam realizadas a fim da liberação desta energia

para alguma finalidade, como cocção de alimentos, aquecimento de

ambientes ou de água, geração de vapor e de energia elétrica. Os

processos termoquímicos envolvem calor e reações químicas para o

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aproveitamento energético dos combustíveis de madeira (CORTEZ,

2011, p.70).

Segundo Cortez (2011) A queima da biomassa (combustão), em particular da lenha in

natura é a tecnologia dendroenergética mais disseminada e pode ser realizada nos mais

variados equipamentos como fogões, fornos e caldeiras e para diversas finalidades como

cocção doméstica, ou no setor de serviços como restaurantes e pizzarias, na produção de

vapor para processos industriais, higienização, aquecimento ou produção de eletricidade por

meio de turbinas.

Os processos de aproveitamento energético das podas urbanas

estão sempre associados aos processos físicos que são operações de

pré-processamento da biomassa como a briquetagem e peletização,

além de operações como moagem, produção de cavacos, secagem,

entre outras. Tais processos apenas aumentam a densidade energética

e diminuem a umidade, contribuindo para a diminuição dos custos

relacionados ao transporte e logística e melhoram as propriedades de

queima, pela redução do calor de vaporização e perdas, além da

combustão mais completa, ainda reduzindo a emissão de material

particulado (SPELTER e TOTH, 2009, p.1).

De acordo com Vale et al (2014) a biomassa triturada pode ser utilizada pela indústria

de briquete da região, independente da parte da árvore, até as folhas que possuem poder

energético semelhante a outras partes da planta. O Estado do Rio Grande do Norte possui

quatro indústrias de briquetagem e uma em implantação, as matérias-primas utilizadas por

elas são pó de serragem de madeira, bagaço de cana de açúcar, palha de cana de açúcar, casca

do coco, palha da carnaúba e palha de coqueiro, porém a quantidade de biomassa processada

não é suficiente para as suas necessidades.

Segundo De Angelis et al. (2007), o briquete é conhecido também como lenha

ecológica, por ser um produto vindo da reciclagem. São fabricados com matéria-prima ligno-

celulósica, ou seja, sobras de madeira, serragem, sabugos de milho, folhas, casca de árvores e

outros, através de altas pressões e sem aglutinantes químicos, sendo 100% natural.

O processo de briquetagem é feito compactando resíduos na forma cilíndrica com

diâmetro maior que 50 mm, no qual é destruída a elasticidade natural das fibras dos mesmos.

Essa destruição pode ser realizada por dois processos: alta pressão e/ou alta temperatura. Sem

essa "quebra" de elasticidade, os briquetes não são duráveis, sendo impróprios para o

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transporte e para a estocagem. A destruição das fibras faz com que a lignina atue como ligante

das partículas da biomassa vegetal (VILELA, 2009).

3 OBJETIVOS

3.1 Objetivo Geral:

Diagnosticar a geração dos resíduos de poda e da remoção de árvores do

município de Natal e posteriormente caracteriza-lo visando sua valorização.

3.2 Objetivos Específicos:

o Identificar o destino final dos resíduos de podas do município;

o Atenuar as possibilidades de uso dos resíduos de podas do município

de Natal;

o Quantificar os resíduos de podas gerados no município de Natal;

4 MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 Caracterização da Área de Pesquisa

O município de Natal possui uma população estimada de 877.662 habitantes em 2016,

ocupando uma área de 167,264 km2 e com densidade demográfica de 4.805,24 hab/km2

(IBGE, 2016) é a cidade mais urbanizada do Estado do Rio Grande do Norte. Ao norte,

limita-se com o município de Extremoz; ao sul o município de Parnamirim; ao leste o Oceano

Atlântico e a Oeste, São Gonçalo e Macaíba.

O clima em Natal é AS’ segundo a classificação de Köppen,

caracterizado como tropical chuvoso com chuvas no verão-outono, e seca no

inverno-primavera, durante o ano chove em média 1.500 mm, com

homogeneidade no campo da temperatura e umidade, ventos com pouca

velocidade, em geral, de sudeste – ventos alísios – e uma forte

heterogeneidade no campo da precipitação, apresenta uma média mensal de

insolação bastante elevada, sendo que sete meses no ano superam 200 horas

de sol (SANTOS, 2015, p.84).

O histórico da coleta dos resíduos de podas e RCD dos últimos seis anos data desde

setembro de 2010 onde os resíduos eram depositados no aterro de Guajiru em São Gonçalo do

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Amarante que recebia os resíduos dos municípios de Natal, São Gonçalo do Amarante e Ceará

Mirim, este aterro foi fechado por atingir o limite máximo de sua capacidade de material em

fevereiro de 2015.

Em seguida o município de Natal passou três meses realizando o depósito dos

materiais coletados nas vias e logradouros públicos para uma área na estação de transferência

de Cidade Nova (antigo lixão) a fim de nivelar o terreno, com autorização concedida pelo

IDEMA.

Após esse período o transporte do material passou cinco meses sendo realizado pela

prefeitura de Natal em um terreno alugado no município de Extremoz, entretanto, por

problemas de contrato também foi fechado. Por intermédio do IDEMA, o município agora

possui aterro controlado para os resíduos de podas e os resíduos de construção civil e

demolição (RCD) no Bairro do Guarapes instalado em outubro de 2015 e em funcionamento

até o presente momento, a série cronológica pode ser acompanhada pela Tabela 2.

Tabela 2 - Histórico da destinação dos resíduos de podas e RCD em Natal.

ÁREA DE DESTINAÇÃO DE ENTULHO E PODA

LOCAL PERÍODO

INÍCIO TÉRMINO

GUAJIRU 01/09/2010 14/02/2015

CIDADE NOVA 15/02/2015 14/05/2015

EXTREMOZ 15/05/2015 14/10/2015

GUARAPES 31/10/2015 EM OPERAÇÃO

Fonte: URBANA, 2016.

O aterro do Guarapes é gerenciado pela prefeitura de Natal através da Companhia de

Serviços Urbano de Natal - URBANA, com endereço na rua Novo Gúarapes, 158-310, bairro

Guarapes, possuindo uma área de 40 hectares em região de dunas (Figuras 1 e 2).

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Figura 1 - Localização do aterro Guarapes, Natal/RN.

Fonte: o Autor (2016).

Figura 2 - Vista da entrada do aterro de podas e RCD do Guarapes, Natal/RN.

Fonte: O Autor (2016).

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4.2 Operação do Aterro e Possibilidades de Aproveitamento dos Resíduos de Podas

no Município de Natal

Através das análises dos dados de 2015 a 2016 cedidos pela Secretaria Municipal de

Serviços Urbanos - SEMSUR e a URBANA. Envolvendo o levantamento histórico do aterro,

as formas de coleta dos resíduos de podas e uma parte da quantificação de resíduos de podas

do munícipio de Natal. Bem como, com o auxílio das observações realizas em pesquisa de

campo, através da avaliação do sistema operacional e a gestão do aterro.

Através do estudo bibliográfico sobre o tema e com a análise de casos de sucesso e

iniciativas tratando o aproveitamento dos resíduos de podas foi destacado e sugerido possíveis

caminhos para o município de Natal aperfeiçoar a valorização dos seus resíduos de poda,

adequando com a realidade do município.

4.3 Estimativa da Geração de Resíduos no Aterro

Com o objetivo de estimar a geração de resíduos de podas nos últimos anos foi

realizado levantamento de dados junto a URBANA que disponibilizou a planilha encontrada

no Anexo I com o histórico da produção dos resíduos de podas e RCD do ano de 2015 e 2016

(janeiro até setembro). Bem como, com o auxílio das observações bibliográficas e as

realizadas em pesquisa de campo.

Por meio do Software Excel® 2013 foram tratados os dados para produzir gráficos e

tabelas com os resultados obtidos.

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.1 Funcionamento do Aterro

Uma das formas que a atividade de poda em Natal pode ocorrer é com a solicitação do

munícipe junto à SEMSUR, por meio da “solicitação de vistoria para poda ou abate de

árvores” em que é informado o interesse em realizar a poda, o abate ou o tratamento

fitossanitário das árvores e em seguida o Departamento de Paisagismo se responsabiliza por

encaminhar um engenheiro agrônomo para fazer a vistoria no local. Após a vistoria, este

mesmo engenheiro apresenta o parecer técnico, e mediante este parecer, o Departamento

encaminha a equipe de execução ao local. Com isso o serviço de recolhimento de podas é

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realizado através do serviço de coletas específicas denominadas de Coleta Especial - Coleta

de podas e entulhos, solicitado através de contato telefônico e realizado pela Urbana,

mediante pagamento de R$ 80,00 (oitenta Reais) pelo solicitante que receberá uma unidade de

transporte que é capaz de comportar até 6 metros cúbicos de rejeitos.

Outro caminho é a deposição dos resíduos em Eco-Pontos que são pontos específicos

em que foram instaladas caçambas para receber os seguintes tipos de resíduos:

Podação, resíduos da construção civil, pneus, óleos, lâmpadas – Recolhidos

pela URBANA;

Resíduos recicláveis – Recolhidos pelas cooperativas de catadores.

Os Ecos-Pontos foram instalados com a intenção de melhorar as condições de

acondicionamento dos resíduos sólidos gerados em sua área de influência. Atualmente, na

cidade de Natal, existem três Eco-Pontos em pleno funcionamento, localizados nos bairros de

Ponta Negra, Cidade Alta e Parque dos Coqueiros. Nesses locais, a manutenção e operação

são de responsabilidade da URBANA, com horário de funcionamento de 24 horas por dia de

segunda a domingo (NATAL, 2015a, p.54).

Segundo Natal (2015a) desde 2012 a Diretoria de Planejamento e Gestão Ambiental

possui um Plano de Ação de Expansão de Eco-Pontos que visa a implantação de 53

(cinquenta e três) unidades de Eco-Pontos, distribuídos nas quatro regiões administrativas. De

acordo com o referido Plano, os Eco-Pontos receberão pequenos volumes de até 1m³. Porém

esse plano ainda não foi colocado em prática e os três Eco-Pontos presentes em 2012 são os

que se encontram disponíveis até a presente data.

O aterro do Guarapes tem seu funcionamento ocorrendo 12 horas por dia, 6 dias por

semana (segunda feira ao sábado), com a presença de nove funcionários no aterro que se

dividem em dois turnos, além de seis lenhadores que são cadastrados pela Cooperativa de

Catadores de Materiais Recicláveis do Rio Grande do Norte (COOCAMAR/RN). O serviço

de transporte é realizando tanto por empresas terceirizadas quanto por veículos da própria

prefeitura e exército, com uma frota total de 20 veículos. Os caminhões responsáveis pelo

transporte dos resíduos de poda e entulho possuem capacidades nominais de 12, 7 e 6 m3,

sendo o transporte das podas realizado pelos veículos com capacidade de 6 e 7 m3 (Figuras 3a,

3b, 3c e 3d). Os resíduos transportados devem ser amarrados com cordas e devidamente

fixados na carroceria do veículo de modo a evitar o derramamento durante o trajeto até o

destino final.

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Figuras 3 – a, b, c. Chegadas dos veículos dos resíduos de poda no aterro do Guarapes.

Figura 3 – d. Realização do transporte de podas no município de Natal.

a) b)

c) d)

Figuras 3 – a, b, c. Fonte: O Autor (2016).

Figura 3 – d. Fonte: Natal (2015a)

Na área do aterro os materiais de construção e de podas são depositados separados,

para que as podas fiquem acessíveis para o trabalho dos lenhadores (Figura 4), contudo,

muitas vezes com o transporte de entulhos é encontrada a presença de podas e estas não são

separadas e acompanham o entulho no processo de aterramento (Figura 5). A disposição dos

resíduos no aterro busca equiparar a forma do aterro à sua feição original de morro, de modo

que o aterramento do material atinja uma altura máxima como indicado na Figura 6, esta

altura máxima corresponde ao topo do morro, anterior ã sua exploração, visto que antes da

instalação do aterro no terreno foi realizada extração ilegal das areias das dunas que lá

existiam e deteriorando a condição natural da área. A estimativa de vida do aterro para o

recebimento dos materiais de podas e material da construção civil e demolição é de 4 anos de

acordo com a URBANA.

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Figura 4 - Resíduos de podas de árvores no aterro do Guarapes.

Fonte: O Autor (2016).

Figura 5 - Resíduos de podas de árvores e da construção civil do aterro do Guarapes no

processo de aterramento.

Fonte: O Autor (2016).

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Figura 6 - Altura esperada para o topo do aterro do Guarapes ao final de operação.

Fonte: O autor (2016)

A URBANA não permite o uso dos resíduos verdes do aterro para a população, porém

uma parte do material de podas de diâmetro maior como os troncos e os galhos grossos são

cortados manualmente com auxílio de facão e foice e armazenados no local por seis

lenhadores. Segundo os próprios lenhadores, cada um deles conseguem produzir em média 4

metros estéreo (st) por dia de lenha (Figura 7), isto representa, uma produção mensal de

aproximadamente 624 st. Segundo a Sociedade Brasileira de Silvicultura (2006) 1 st de

madeira para energia corresponde a 0,340 toneladas, portanto o material coletado pelos

lenhadores equivale, aproximadamente a uma produção mensal de 212 t de lenha. A lenha

recolhida pelos lenhadores é vendida para panificadoras e indústria de aproveitamento de

gordura animal e vegetal (Figura 8) com preço variando entre R$ 9,00 e R$ 12,00 por metro

estéreo (st).

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Figura 7 - Materiais produzido por lenhadores no aterro do Guarapes.

Fonte: O Autor (2016).

Figura 8 - Materiais produzido por lenhadores sendo recolhidos por empresa.

Fonte: O Autor (2016).

5.2 Gestão do Aterro do Guarapes

Através dos relatos dos funcionários e lenhadores foi possível atestar a precariedade

das condições de trabalho presentes no aterro do Guarapes. As instalações de trabalho para os

funcionários responsáveis por fiscalizar e controlar os veículos transportadores dos resíduos

de podas e RCD do aterro se limita ao que é exposto na Figura 9. Não existe guarita ou

escritório para que eles se abriguem nos seus turnos de trabalho, sendo necessário improvisar

com lonas e moveis velhos seu ambiente de trabalho para que seja possível trazer o mínimo

de conforto para a realização das suas atividades.

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Figura 9 - Instalações da equipe responsável pela fiscalização e controle dos veículos no aterro do

Guarapes.

Fonte: O Autor (2016).

Tanto funcionário quanto lenhador criticam a falta de segurança no local, visto que

muitos declaram ter presenciado ou ser vítima de assaltos realizados no local, até mesmo os

condutores dos veículos transportadores de resíduos. Outro ponto observado pelos lenhadores

são os atos de vandalismo perpetuados no local, identificado pela queima dos rejeitos do

aterro (Figura 10), o lenhador João José de Lima informou que até a lenha recolhida por ele e

alguns outros lenhadores já foi incendiada em outras ocasiões. Fatos estes que aumentam o

risco na execução das atividades no aterro, como também causam perda econômica. A

precária iluminação do local é outro fator que contribui para a falta de segurança e o prejuízo

econômico, uma vez que o aterro deveria funcionar 12 horas por dia tem seu horário reduzido

para 10 ou 11 horas diárias, visto que com o fim da iluminação natural as atividades devem

ser encerradas em decorrência da ausência de iluminação artificial no local.

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Figura 10 - Queimada criminosa realizada nos resíduos de poda no aterro do Guarapes.

Fonte: O Autor (2016).

5.3 Situação dos Resíduos Gerados no Município de Natal

Segundo a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos de município de Natal (NATAL,

2016) a produção de resíduos sólidos urbanos é de 1.100 toneladas por dia, sendo que 800

t/dia são os resíduos domiciliares que vão para o aterro sanitário. Aproximadamente 45% é

lixo seco (papel, plástico e metais) e 55% é lixo úmido (orgânico), o restante, que equivale a

300 toneladas, são os resíduos especiais que são compostos por pneus, podas e entulhos.

Cortez (2011) cita que em 2011 a quantidade e destinação de resíduos de poda urbana

do município de Natal era de 80 toneladas por dia (média) e era destinado à um aterro

licenciado, sendo que grande parte dos resíduos de poda era beneficiada pelas associações de

catadores, que retiram a lenha para comercialização. O aterro licenciado referido por Cortez

(2011) é o aterro do Guajiru, considerando a produção diária citada é possível determinar que

em 2011 foi gerado aproximadamente 28.800 toneladas de resíduos de poda.

Segundo a prefeitura de Natal (2015a), foram recolhidas no ano de 2013 em média

22.241 toneladas de resíduos de podação no município de Natal.

Em 2015 através do serviço de coleta especial o município gerou uma renda total de

R$ 23.890,00 nos quatro primeiros meses do ano, conforme a Tabela 3 (NATAL, 2015b).

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Tabela 3 - Arrecadação com a coleta especial no primeiro quadrimestre de 2015 em Natal.

Mês Pedidos (Unid.) Carradas (Unid.)

Valor Arrecadado

Janeiro 51 68 R$ 5.440,00

Fevereiro 34 51 R$ 4.080,00

Março 70 94 R$ 7.520,00

Abril 69 89 R$ 7.120,00

Fonte: NATAL, 2015b.

Através dos dados dispostos no Anexo I foi possível gerar os gráficos e tabelas

expostos em seguida, com a quantidade mensal de resíduos de podas recebidos pelos aterros

de Natal durante o período entre janeiro de 2015 e setembro de 2016 (Figura 11), em seguida

a Tabela 4 apresenta o total dos resíduos de podas recebidos nos aterros para o ano de 2015 e

em 2016 até o mês de setembro, assim como as médias mensal e diária para cada período.

Figura 11 - Detalhamento da quantidade de resíduos de podas recebidos pelo município de Natal em seus

aterros.

Fonte: Urbana, 2016. Adaptado pelo autor

0

500

1.000

1.500

2.000

Resíduos de poda em Natal (2015 à setembro de 2016) (t)

PODAS (t)

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Tabela 4 - Resíduos de podas urbanas recebidos no município de Natal em seus aterros, entre janeiro de

2015 e setembro de 2016.

Período Resíduos de podas (t) Média mensal (t) Média diária (t)

2015 14.481,9 1.206,8 46,42

2016 (jan. – set.) 8.276,9 919,7 35,37

Fonte: Urbana, 2016. Adaptado pelo autor

A queda notada da quantidade de resíduos de podas recebidos nos aterros em Natal

nos últimos anos pode estar relacionada com os recorrentes processos de troca de local para

disposição dos resíduos, visto que é um processo trabalhoso e que está sujeito a falhas na

fiscalização dos veículos, outro ponto a ser considerado é o despejo ilegal das podas em

terrenos baldios, uma prática que vem sendo combatida com a instalação dos Eco-pontos na

cidade.

Já que neste período analisado entre 2015 e 2016 não foi identificado nenhuma

mudança na gestão dos resíduos de podas do município, no sentido que nenhum outro

programa de aproveitamento foi instalado, além do programa já existente do corte da lenha

pelos lenhadores no aterro, dado que esta atividade não seria suficiente para causar está

redução de volume.

5.4 Possíveis Usos dos Resíduos de Podas no Município de Natal

Em 2015 a URBANA registrou uma geração de 14.482 toneladas de resíduos verdes.

Uma possível utilização desses resíduos é através da compostagem dos resíduos verdes

triturados que segundo Baratta Junior e Magalhães (2010) ocorre ao final do processo uma

redução em média de 50% do volume, variando de acordo com a espécie vegetal. Com essa

biomassa disponível e assumindo esse fator de 50% seria possível ter produzido em 2015

aproximadamente 7241 toneladas com a compostagem, produzindo adubo orgânico para

utilização nas praças e canteiros do município, já com a atual produção do aterro do Guarapes

seria possível gerar 13 toneladas por dia de adubo através da compostagem.

Fátima (2003) estima que o município de Recife tenha gastos anuais da ordem de doze

milhões de reais em adubação nas suas 219 praças, projetando economia de 50% do valor

estimado, caso o município utilize o composto orgânico produzido a partir da compostagem

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dos resíduos de poda em conjunto com a fração orgânica dos resíduos sólidos urbanos e

esterco bovino.

Cortez (2011) relata a como o município de Osasco (SP) realiza a gestão dos resíduos

de podas do município em que todo o resíduo é encaminhado ao parque Chico Mendes,

localizado no bairro de Bussocaba; sob responsabilidade da Secretaria do Meio Ambiente de

Osasco. No parque, os resíduos de poda são destinados de três modos distintos:

Os troncos grossos provenientes da remoção de árvores são encaminhados ao

Ecoponto (localizado no mesmo parque), onde são empilhados a céu aberto,

serrados para a retirada dos galhos finos e folhas e dispostos em caçambas

para serem usados por empresa do ramo de produção de placa de fibra de

média densidade (MDF).

Os galhos mais finos (menor quantidade de material lenhoso) são

encaminhados para outra área do parque, a área de compostagem.

O restante dos resíduos de poda urbana é usado em cercamentos de canteiros

e confecção de bancos para os parques municipais. Os resíduos de poda de

árvores são contabilizados em cerca de 50 toneladas por mês.

O processamento da biomassa oriunda das podas urbanas por processos físicos como a

trituração favorece o seu transporte e a formação de cavacos ou maravalhas, além de gerar a

possibilidade de produzir adensados com o material triturado por meio da briquetagem e

peletização, a biomassa adensada conhecida por briquete ou lenha ecológica possui alto valor

energético e pode ser comercializada gerando renda e empregos para o município e áreas

vizinhas.

Os cavacos produzidos a partir da reciclagem das podas podem ser utilizados pela

indústria da cerâmica vermelha ou em caldeiras, pois o mesmo, é adaptado aos fornos

existentes nas indústrias. As podas no formato de maravalhas podem ser utilizadas em cama

de aviários, indústrias comuns na nossa região.

A produção de briquetes no RN encontra-se ainda bastante tímida, com apenas três

fábricas em funcionamento: uma em Santa Luzia, distrito de Touros, com capacidade para 12-

14 t/dia; uma em Pureza, cuja capacidade é 30% maior que a anterior, podendo produzir entre

15-18 t/dia; uma em Parelhas, com produção de 8 t/dia, cujos briquetes são usados no próprio

empreendimento ceramista, suprindo sua demanda de energia em 60% (SARAIVA, 2013).

Em recente levantamento realizado foi constatado que o estado do Rio Grande do

Norte em 2016 possui cinco indústrias de briquetagem, duas estão paradas e a terceira o

briquete é de uso exclusivo nas atividades da empresa, e uma à espera de concorrentes (3ª

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concorrência pública no IFRN de Ipanguaçu em 2016), ou seja, atualmente apenas uma

empresa de briquete atua de forma comercial com capacidade de 12 t/dia. Nenhuma delas usa

resíduos de podas, as matérias-primas utilizadas por elas são pó de serragem de madeira,

bagaço de cana de açúcar, palha de cana de açúcar, casca do coco, palha da carnaúba e palha

de coqueiro.

Como por exemplo, de um caso bem-sucedido, é o uso de briquete produzido a partir

de podas de árvores que vem sendo aplicado no município de Presidente Prudente - São

Paulo. Estão sendo produzidas mensalmente 15 toneladas de briquetes. Por mês a prefeitura

contribui com 50 toneladas de podas de árvores que acaba sendo reduzido no processo de

secagem e prensa, as podas de árvores eram destinadas para o aterro onde ocorriam diversas

queimadas pela população nos finais de semana. A cada tonelada de briquete é evitado o corte

de 6 a 9 árvores que seriam usadas como lenha (PREFEITURA DE PRESIDENTE

PRUDENTE, 2013). Vale salientar que uma empresa de briquete no Estado do Ceará

consome por mês quatro mil toneladas dos resíduos de podas de árvores da cidade de

Fortaleza (VERMMEER, 2016).

A quantidade atual de biomassa proveniente das podas do município recebidas no

aterro do Guarapes daria para abastecer as empresas de briquete existente no Rio Grande do

Norte, ou poderia através de uma usina de compostagem gerar aproximadamente 13 toneladas

por dia de composto orgânico para o solo, jardinagem e arborização pública da cidade.

6 CONCLUSÕES

O aterro de Guarapes recebe uma quantidade considerável de resíduos verdes com

uma produção diária aproximada de 36 toneladas, isto corresponde aproximadamente à 2,9%

dos resíduos sólidos urbanos totais do município de Natal.

Com exceção da coleta de toras para produção de lenha, a prefeitura de Natal não

possui outros programas ativos para o aproveitamento dos outros subprodutos das podas do

município, como os galhos menores e folhas. Sendo assim, boa parte dos resíduos não são

aproveitados no aterro, havendo o desperdício da matéria orgânica.

Este desperdício resulta na diminuição de vida do aterro, visto que a produtividade

da produção de lenha é baixa, em torno de 17,5% do material recebido é processado na forma

de lenha.

Com a criação de um sistema de tratamento e reciclagem para os resíduos de podas

do aterro do Guarapes o único material a ser disposto no local seria o RCD. As podas seriam

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processadas, seja na forma de material para compostagem com a geração de composto para

nutrir o solo, ou na formação de biomassa na forma de cavaco e briquete para a geração de

energia.

A criação de usinas de compostagem e fábricas de briquete em conjunto com Órgãos

Não Governamentais – ONGs ou com incentivos fiscais para atrair a iniciativa privada para o

município são possíveis caminhos para instituir um sistema de tratamento e reciclagem.

Outra forma de diminuir a quantidade de resíduos que chegam ao aterro seria a

doação ou leilão dos resíduos de podas pela prefeitura para as empresas que se interessem

pelo aproveitamento deste material.

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ANEXOS

Anexo I

M E S E S

2015 2016

PODAÇÃO

(ton.)

ENTULHO -

RESÍDUOS DE

CONSTRUÇÃO

CIVIL- RCC

(ton.)

PODAÇÃO

(ton.)

ENTULHO -

RESÍDUOS DE

CONSTRUÇÃO

CIVIL- RCC

(ton.)

JAN 2.163,11 13.224,41 1.096,98 8.131,14

FEV 1.422,54 11.545,15 1.028,06 8.382,69

MAR 1.114,26 18.565,38 1.091,85 9.452,76

ABR 1.048,71 16.084,86 1.051,52 9.035,61

MAI 1.038,01 14.302,59 1.050,20 9.291,76

JUN 1.119,86 12.454,34 715,70 6.099,15

JUL 1.252,64 12.053,47 763,56 5.944,91

AGO 1.317,62 10.738,64 741,73 5.744,12

SET 1.220,79 10.433,54 737,30 5.842,85

OUT 696,05 7.346,71 - 0,00

NOV 945,21 8.771,88 - 0,00

DEZ 1.143,11 10.169,98 - 0,00

TOTAL ANUAL

(ton.) 14.481,90 145.690,94 8.276,91 67.924,98

MÉDIA MENSAL

(ton.) 1.206,82 12.140,91 919,66 7.547,22

MÉDIA DIÁRIA

(ton.) 40,23 404,70 30,66 251,57