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1 DIAL5 © Porto Editora Teste de compreensão oral 2 A princesa e a ervilha Era uma vez um príncipe que queria casar com uma princesa que teria de ser uma princesa verdadeira. Assim, deu a volta ao mundo inteiro à procura de uma; porém, qualquer coisa estava errada: encontrou imensas, mas não conseguia ter a certeza se elas eram princesas de verdade. Havia sempre um pormenor que não batia certo. Regressou a casa muito triste, porque desejava imenso casar com uma princesa verdadeira. Uma noite, houve um temporal terrível, com trovões, relâmpagos e chuva torrencial.Era mesmo medonho! Alguém bateu ao imponente portão e o velho rei foi abrir. Do lado de fora encontrava-se uma princesa, mas, coitada, em que estado lastimável ela estava com a chuva e o terrível temporal! A água escorria do seu cabelo e das suas roupas, entrando pela biqueira dos sapatos e saindo de novo pelos calcanhares. Mas afirmava que era uma princesa de verdade! “Bem”, pensou a velha rainha, “em breve saberemos isso!”– No entanto, nada disse e dirigiu-se ao quarto. Uma vez ali, tirou todas as roupas da cama e pôs uma ervilha em cima da armação. Em seguida, pegou em vinte colchões e colocou-os em cima da ervilha, e depois pôs vinte fofos edredons por cima dos colchões. Era ali que a princesa iria passar a noite. Na manhã seguinte, perguntou-lhe como é que ela tinha dormido. Oh, muito mal! respondeu a princesa. Praticamente não preguei olho em toda a noite! Deus sabe o que é que a minha cama tinha! Estive deitada sobre alguma coisa tão dura que fiquei toda pisada. Foi horrível! Então, sim, chegaram à conclusão de que ela era mesmo uma princesa verdadeira, porque tinha sentido a ervilha através dos vinte colchões e dos vinte edredons . Só uma princesa de verdade poderia ser assim tão sensível! O príncipe casou com ela, pois finalmente sabia que tinha encontrado uma princesa autêntica, e a ervilha ficou exposta num museu onde ainda hoje a poderão ver, se ninguém a tiver tirado. Pronto, aqui têm uma história verdadeira! Hans Christian Andersen, Contos de Andersen, trad. de Cristina Pinto, Edinter, 3. a ed., 1998

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Teste de compreensão oral 2

A princesa e a ervilha

Era uma vez um príncipe que quer ia cas ar com uma princesa que teria de

ser uma princesa verdadei ra. Assim, deu a vo lta ao mundo inteiro à procura de

uma; porém, qualquer cois a estava errada: encontrou imensas, mas não

conseguia ter a certeza se elas eram princesas de verdade. Havia sempre um

pormenor que não bat ia cer to . Regressou a casa mui to t riste, porque des ejava

imenso casar com uma princesa verdadeira.

Uma noi te , houve um tempora l terríve l, com t rovões, re lâmpagos e chuva

torrencial.Era mesmo medonho!

Alguém bateu ao imponente portão e o velho rei foi abrir.

Do lado de fora encontrava-se uma pr inces a, mas, coi tada, em que estado

last imável ela estava com a chuva e o terrível temporal! A água escorr ia do

seu cabelo e das suas roupas, entrando pela b iqueira dos s apatos e sa indo de

novo pelos calcanhares. Mas afirmava que era uma princesa de verdade!

“Bem”, pensou a ve lha ra inha, “em breve saberemos isso! ” – No entanto,

nada disse e d ir ig iu -se ao quarto. Uma vez a li , t ir ou todas as roupas da cama

e pôs um a ervi lha em cima da armação. Em seguida, pegou em vin te co lchões

e co locou-os em c ima da ervi lha, e depois pôs vinte fo fos edredons por c ima

dos colchões. Era ali que a princesa iria passar a noite.

Na manhã seguinte, perguntou-lhe como é que ela tinha dormido.

– Oh, muito m al! – r espondeu a pr incesa. – Pratic amente não preguei o lho

em toda a noi te! Deus sabe o que é que a minha cama tinha! Estive deitada

sobre alguma coisa tão dura que fiquei toda pisada. Foi horrível!

Então, s im, chegaram à c onclusão de que ela era mesmo uma pr inces a

verdadeira, porque t inha sentido a ervi lha através dos vinte co lchões e dos

vinte edredons . Só uma princesa de verdade poderia ser assim tão sensível!

O príncipe casou com ela, po is f inalmente s abia que t inha encontrado uma

princesa autênt ica, e a ervilha ficou exposta num museu onde a inda hoje a

poderão ver, se ninguém a tiver tirado.

Pronto, aqui têm uma história verdadeira!

Hans Christian Andersen, Contos de Andersen, trad. de Cristina Pinto, Edinter, 3 . a ed., 1998

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Teste de compreensão oral

Nome _______________________________________ N.º_____ Turma_____ Data_________________

Avaliação ___________________________________________ Professor(a) ______________________

Título do texto ouvido: A princesa e a ervilha

Indica se as afirmações seguintes são verdadeiras (V) ou falsas (F). V F

a. Era uma vez um príncipe que deu a volta ao mundo para desposar uma

princesa verdadeira.

b. Durante a sua busca, não conseguiu atingir o seu objetivo.

c. Quando voltou a casa vinha muito feliz.

d. Numa noite de temporal, apareceu uma princesa a pedir guarida, no

castelo.

e. Apesar do temporal, o seu aspeto era magnífico.

f. A princesa estava completamente encharcada.

g. A rainha duvidou de que aquela rapariga fosse uma princesa.

h. A rainha pensou numa estratégia para resolver a sua dúvida.

i. A estratégia escolhida pretendia pôr à prova a sensibilidade da princesa.

j. De manhã, a princesa disse que uma ervilha a tinha impedido de dormir.

k. O príncipe não quis casar por ela ser tão sensível.

l. A ervilha colocada debaixo dos colchões foi guardada como um tesouro.