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Rev. Diálogo Educ., Curitiba, v. 8, n. 24, p. 357-371, maio/ago. 2008 OS CAMINHOS DA EAD NO BRASIL Ways for distance learning in Brazil Onilza Borges Martins Pós-Doutorado em Educação Superior a Distância em Madrid (UNED); Professora Visitante dos Cursos de Pós-Graduação do Setor de Ciências Sociais Aplicadas (UFPR). Assessora técnica da Direção Acadêmica da FACINTER (Faculdade Internacional de Curitiba), Curitiba, PR - Brasil, e-mail: [email protected] Resumo O presente estudo enfoca algumas experiências realizadas em Educação Superior a Distância a partir da década de 90 em nosso país, o papel da nova cultura docente e discente das Instituições de Ensino Superior e os resultados das experiências realizadas como consultora e docente nos Cursos Superiores em EAD. Aborda a importância da formação de professores especialistas, bem como dos tutores numa visão de consultoria acadêmica, voltada para a compreensão da EAD como uma modalidade complexa do sistema de ensino, onde tanto os professores como os tutores são profissionais formados que devem participar efetivamente do projeto político-pedagógico da Instituição. Palavras-chave: Educação à distância; Cultura docente; Formação e capacitação de tutores; Sistema de EAD; Educação continuada.

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  • Rev. Dilogo Educ., Curitiba, v. 8, n. 24, p. 357-371, maio/ago. 2008

    OS CAMINHOS DA EAD NO BRASIL

    Ways for distance learning in Brazil

    Onilza Borges Martins

    Ps-Doutorado em Educao Superior a Distncia em Madrid (UNED); ProfessoraVisitante dos Cursos de Ps-Graduao do Setor de Cincias Sociais Aplicadas (UFPR).Assessora tcnica da Direo Acadmica da FACINTER (Faculdade Internacional deCuritiba), Curitiba, PR - Brasil, e-mail: [email protected]

    Resumo

    O presente estudo enfoca algumas experincias realizadas emEducao Superior a Distncia a partir da dcada de 90 em nossopas, o papel da nova cultura docente e discente das Instituiesde Ensino Superior e os resultados das experincias realizadascomo consultora e docente nos Cursos Superiores em EAD.Aborda a importncia da formao de professores especialistas,bem como dos tutores numa viso de consultoria acadmica,voltada para a compreenso da EAD como uma modalidadecomplexa do sistema de ensino, onde tanto os professores comoos tutores so profissionais formados que devem participarefetivamente do projeto poltico-pedaggico da Instituio.

    Palavras-chave: Educao distncia; Cultura docente; Formaoe capacitao de tutores; Sistema de EAD;Educao continuada.

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    Abstract

    The present study focus on some experiences in Distance Learningin Higher Education after the 1990s in our country, the role for anew teacher and student culture in Higher Education Institutionsand the results of new experiments conducted as a consultant andprofessor in Distance Learning Courses for Higher Education. Itapproaches the importance of teacher development at latu sensulevel, as well as the development of tutors at an academicconsultancy view, aimed at the comprehension of distance learningeducation as a complex modality of the teaching system, where bothprofessors and tutors are educated professionals who must effectivelyparticipate in the political teaching project of the Institution.

    Keywords : Distance learning; Teacher culture; Tutordevelopment and capacity building; Distancelearning system; Continuing education.

    A sociedade informatizada colocou, no contexto mundial, novasexperincias que envolvem trabalho, espao, tempo e qualidade, instalando umsistema de referncia que demonstra o grau de desenvolvimento das novastecnologias, de uma nao e dos povos dos mais diferentes locais do mundo.

    A credibilidade na escolarizao permanente ou formao continuadavem se tornando uma exigncia do mercado de trabalho que solicita umaqualificao elevada para os indivduos que entram na sociedade produtiva.

    Por sua vez, as instituies de ensino superior esto aumentandoconsideravelmente os cursos a distncia, utilizando todos os recursos publicitrios paradifundir as informaes em programas de televiso e mediante as redes de computao.

    A partir da dcada de 70, em diversos pases, tais como Alemanha,Inglaterra, Frana, Espanha, Canad, Estados Unidos, Portugal e na AmricaLatina, foram institucionalizadas universidades pblicas voltadas exclusivamentepara a oferta de cursos a distncia, que cabe citar: Open University, UNED/Madrid, Alemanha, Inglaterra, Sul da frica, Mxico etc.

    Em janeiro de 1989, apesar das inmeras desconfianas, preconceitose resistncias em relao modalidade a distncia, solicitei uma bolsa de estudosem nvel de ps-doutorado Capes, que me foi concedida para permanecer durante10 meses, pesquisar em Madrid na UNED (Universidade Autnoma de Barcelona)e na UNESCO (Organizao das Naes Unidas para a Educao, a Cincia e aCultura) em Paris visando observar todos os recursos: fsicos, o sistema de tutoria,

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    a formao dos professores especialistas, a estrutura e o funcionamento dos CentrosAssociados, o material didtico impresso, o processo de avaliao da aprendizagemdos alunos e as parcerias.

    A reflexo realizada sobre a EAD (Educao a Distncia) desde oincio esteve relacionada ao contexto poltico, cultural e socioeconmico do pas,buscando a compreenso dos elementos fundamentais do conhecimento. Caberegistrar que a primeira obra publicada e intitulada A Educao Superior a Distnciae a Democratizao do Saber no teve nenhum apoio da Instituio Superior Federalonde atuei como pesquisadora e coordenadora do Programa de Ps-graduaoem Educao, durante quatro anos e como docente 25 anos. Essa deciso, porm,no foi fortuita, ou casusta. Sempre foi uma preocupao que tive como educadoraa de democratizar a educao s classes marginalizadas da sociedade, que pormotivo de sobrevivncia no tiveram acesso ao ensino superior.

    Apesar das resistncias, a dcada de 1990 foi muito significativapara a educao brasileira, com a aprovao da nova Lei e Diretrizes e Bases daEducao Nacional (Lei n 9.394, de 20/12/1996), que aprovou a Educao aDistncia como uma modalidade para o sistema de ensino.

    Com a aprovao da nova LDB, ampliaram-se as possibilidades paraa democratizao do acesso s universidades e tambm pelas discusses acercada incluso dos novos paradigmas educacionais em educao.

    A preocupao com a formao dos profissionais de educao trouxe tona novas propostas de mudanas nas universidades pblicas e nas instituiesparticulares, mediante a implantao de projetos pedaggicos nas instituies de ensinode nosso pas. Por sua vez, as universidades aceleraram a formao dos profissionaisrequisitados como mo-de-obra qualificada para atuar no mercado de trabalho.

    Na rea de formao de professores, principalmente, a EAD foiconcebida como uma modalidade adequada expanso e consolidao daformao continuada, tendo em vista a necessidade de garantir, de formapermanente, o avano nos estudos e nas pesquisas que contribuem para umamelhoria significativa da prtica docente (MARTINS, 1996, p. 58).

    O processo de formao significa uma possibilidade de osprofessores perceberem que eles prprios so os possuidores dos conhecimentosque contribuem para o aperfeioamento de sua auto-aprendizagem.

    Merece destaque desde 1991 a ousadia da Universidade Federal deMato Grosso que, em 1992, desencadeou uma discusso em seu no interior sobrea possibilidade de se pensar na oferta de um curso de graduao a distncia,voltado para a formao de professores da rede pblica. No havia legislao queamparasse tal iniciativa e, menos ainda, um apoio aberto por parte dos rgosfederais responsveis pelas polticas e aes no campo da educao. Pois somentecom a aprovao da nova LDB (1996) essa possibilidade seria autorizada.

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    Desde sua origem (1970), a UFMT (Universidade Federal do MatoGrosso) fez opo de interiorizar suas aes, de oferecer cursos, sobretudo delicenciaturas, aos municpios mais distantes, durante os perodos de recessoacadmico, em parceria com a Secretaria de Estado de Educao de Mato Grosso(Seduc) e as Secretarias Municipais de Educao. A interiorizao dos Cursos deLicenciaturas e a parceria foram os pilares de sua expanso. Cognominando-seUniselva, isto , uma universidade de Mato Grosso e no de Cuiab, voltada paraas reas de fronteira, foi consolidando em seu meio a cultura do trabalhopedaggico fora do Cmpus, em locais geogrfica e socialmente distantes.

    Em fevereiro de 1992, participei como Consultora junto aosprofessores de todas as licenciaturas em Cuiab para implementao do Projetode Formao de Professores a Distncia. Nesse mesmo ms, uma representanteda Unesco em Paris e o diretor da Tl-Universit du Qubec encontraram-secom o grupo de professores da UFMT e Tcnicos da Seduc, para a formulaoinicial do Termo de Referncia do Projeto de Formao de Professores a Distncia.

    Em setembro de 1999, tambm fui convidada a colaborar comoConsultora da primeira Comisso de Educao a Distncia (Portaria n 45/99 EAD) do Conselho Setorial do Setor de Educao para elaborar o primeiro Projetode Formao de Professores em nvel de Especializao, bem como paraCapacitao de Tutores na modalidade de EAD na UFPR.

    O que se pde evidenciar no final do sculo passado foi umadiversidade imensa de projetos, que no agregavam a viso de sistemas em EAD,uma vez que vrios no apresentavam coerncia interna e externa e, em alguns,foram abordadas intencionalidades conflitantes com os objetivos de formaoem educao, aligeirando os contedos e privilegiando mais as novas tecnologias.

    O processo de institucionalizao do referido Curso de Graduaoa Distncia na UFPR iniciou-se aps a deliberao do Conselho Universitrio em28/01/1999, quando foi criado o Ncleo de Educao a Distncia (NEAD) em10/02/1999, vinculado Pr-Reitoria de Graduao.

    Em maio de 2000, o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extenso CEPE UFPR exarou a Resoluo n 54/00 que instituiu o Currculo Pleno doCurso de Pedagogia Sries Iniciais do Ensino Fundamental na modalidade deEAD e a Comisso de Educao do Setor de Educao elaborou o Projeto Poltico-Pedaggico, em parceria com o NEAD, no sentido de aprofundar a pesquisa epropor os encaminhamentos terico-metodolgicos para sua implantao em julho/2000. Mas no parou a a construo histrica dos projetos de EAD em Curitiba: aPontifcia Universidade Catlica do Paran tomou a iniciativa de criar um grupo deinvestigao coletiva em Educao a Distncia com a participao da UniversidadeFederal do Paran, Universidade Federal Tecnolgica do Paran, Universidade Tuiutido Paran e a Secretaria Estadual de Educao com a inteno de divulgar pesquisas,estudos e experincias sobre os projetos realizados na modalidade de EAD.

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    Este foi um momento singular e ao mesmo tempo rico emquestionamentos porque engendrou uma nova ordem social e poltica nas Universidadesdo Paran ao valorizar a formao de profissionais qualificados para produzir novosconhecimentos e universalizar as informaes. De outra parte emergiram ofertas deoutras modalidades de formao profissional e de formao em educao e gesto,fazendo da educao continuada a regra, e no mais a exceo. Diferentemente dacompreenso adotada pela viso tradicional que concebia o tempo fora da temporalidadede um sujeito real, a Educao a Distncia possui uma compreenso de que o tempo de cada sujeito de aprendizagem e exige uma pedagogia diferenciada.

    Em julho de 2000, recebi um convite do Diretor Geral daFACINTER (Faculdade Internacional de Curitiba) para assumir a consultoria e aelaborao do primeiro Projeto em EAD. O referido Projeto se intitulou:

    Cursos de especializao em metodologiasinovadoras aplicadas educao

    Em virtude da credibilidade no Diretor Geral, nos recursos fsicos efinanceiros que foram sendo disponibilizados para a confeco do materialimpresso, bem como da vontade poltica de toda a equipe de alta direo,procuramos contribuir com os esforos possveis e em nvel nacional com oConselho Federal de Educao em Braslia, Distrito Federal.

    Os cursos foram devidamente julgados e aprovados pelos consultores doMEC e mediante o Parecer n 19/2003 da Cmara de Educao Superior do ConselhoNacional de Educao, processo n 023000.003632/ 9 do MEC, a FACINTER obteveseu primeiro credenciamento pelo prazo de dois anos. Posteriormente, foi convalidadonovo recredenciamento ainda em 2003, at 30 de dezembro de 2009.

    Dimensionando a nova cultura docente e discente em EAD

    Situando o tempo como construo cultural, Ponty (1971) apudNeder (2004, p. 110) concebe-o como no universo simblico do subjetivo. Naviso do autor, o tempo no objetivo de ningum, sob pena de extinguir-se.

    A viso deste universo bem complexa. Compreender o ps-moderno requer ao pesquisador que identifique primeiro quais os elementos quede diferentes formas participam do debate, mas vrias vezes por si s, perdem osentido de historicidade (PEIXOTO, 1998, p. 26). deste modo que pareceocorrer o paradoxo prprio do conhecimento cientfico.

    A crescente socializao desses elementos exigiu, comoresponsabilidade profissional, um professor qualificado, com competncias paraenfrentar o saber complexo presente na Educao a Distncia. O repensar dos

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    processos organizativos da aprendizagem incluram o uso das novas tecnologiasde informao e de comunicao, solicitando uma significao construda porum sujeito relacional em um espao determinado (MARTINS, 2000, p. 21).

    Assim, no incio do projeto, a equipe de trabalho da FACINTERera composta apenas por oito professores, dos quais quatro eram doutores, outrosmestres e especialistas. Naquele momento, comeou uma grande histria dedesconstruo. As antigas seguranas comearam a tombar uma a uma enquantoos alunos se mobilizaram para a problematizao, tendo como alicerce odesenvolvimento de processos, levantamento de problemas e as reflexes terico-metodolgicas que constituam os elementos fundantes desta modalidade.

    Sujeitos e objetos, autores e destinatrios foram perdendo suasidentidades individuais em proveito de redes contnuas de informaes queexistem a cada momento e ao mesmo tempo, adquirindo habilidades nomanuseio de cdigos e ideografias artificiais, componentes essenciais da novacultura informtica.

    A troca constante exigiu, do ensino superior, deixar um mtodo dedomnio para apreender o novo: uma aprendizagem quase compulsria em algumassituaes do cotidiano que colocam o indivduo em contato com cdigos de barras,mensagens, operaes e planilhas eletrnicas que compem a nova srie de atividadese exigncias de um novo saber. O sentimento inicial era o de obsolescncia daprtica profissional e das idias que atacam todas as pessoas que se encontraminseridas, de alguma forma, neste contexto complexo (MARTINS, 1991, p. 17).

    A questo que se colocou neste sentido foi, portanto, a de refletirsobre modelos pedaggicos que seriam realmente transgressores e no reaplicveisa qualquer situao ou regio, sempre comprometidos com a qualidade do ensino.Devido ao carter tcnico do conhecimento, aumentou a oferta da formao emmodelos centralizados, tais como: a existncia de novos programas e ferramentascom possibilidades de auto-aprendizagem, fato este que proporcionou um universovasto de produo tecnolgica, para qualificar o profissional moderno. Na primeiradcada do novo milnio, a necessidade de uma aprendizagem imediata revelouuma nova fase apressada da sociedade em permanente desintegrao, que buscounas universidades e nas instituies responder problemtica dos novosequipamentos e, sobretudo, da formao dos docentes distanciados dos processosinterativos e dialgicos.

    No ensino superior, os questionamentos e as necessidades quesurgiram e que pareciam novas eram talvez velhas perguntas que nunca foramrespondidas. O fato que mereceu destaque foi essa busca pela resposta, e omovimento que estas crises deflagraram e que ainda esto presentes. Este fatosignifica, que os educadores precisam reconhecer em suas prprias aulas quenem todas as vezes so igualmente vlidas (MCLAREN, 1993, p. 33).

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    Assim, tanto os alunos como os professores iniciaram suaqualificao para uma nova ambientao sem fronteiras, que se transformou, acada segundo, e apresentou uma valiosa oportunidade para o aprendizado baseadona integrao e na colaborao, independentemente do tempo e do espao.

    Os questionamentos mais densos foram postos na formao dosdocentes e dos professores tutores, nas competncias que deveriam possuir e dosconhecimentos que deveriam adquirir, para atuar como profissionais de educao.

    Outra inteno ainda em construo a de resgatar o significadode professor Tutor para o de Consultor Acadmico, que vai alm da relaoprofessor-aluno.

    esse tipo de busca que fortalece a nossa caminhada e contribuipara tornar nossos passos mais claros no mbito das incertezas existentes, duranteas investigaes que vm sendo realizadas at hoje.

    Os produtos que constituram o resultado dos nossos desejos serefletiram na nossa prtica. Desta forma, trabalhar com os Projetos de Educaoa Distncia solicitou o conhecimento de suas finalidades formativas e, sobretudo,as bases nas quais se fundam as prticas pedaggicas. Como afirma Castells (1999,p. 47), h uma reorganizao do tempo e a formao de uma nova cultura.

    As empresas, regies, pases, unidades econmica de todas as espciespreparam as suas relaes de produo para maximizar a inovao e a flexibilidade.A tecnologia da informao e a capacidade de utiliz-la so fundamentais nodesempenho da nova viso de produo acadmica.

    Numa viso crtica de aprendizagem, tornou-se explcito que:

    Os Projetos de EAD devem se afastar decisivamente domodelo estandardizado e massificado de ensino, paraorganizar-se com base nos princpios tericosmetodolgicos da educao, sem perder de vista as novasexigncias do mundo atual. (APARICI, 1999, p. 179).

    De certa forma, as certezas de outrora que os professores tentavampassar para os alunos foram substitudas por incertezas e questionamentosconstantes que continuam ainda sem respostas. Diante desses fatos, delineia-se anecessidade incansvel de conhecer um novo rumo a um futuro que vai sendoreconstrudo rapidamente.

    Um conceito de EAD

    Entre as inmeras concepes selecionadas, foi a que considera oEnsino a Distncia:

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    Um sistema de comunicao bidirecional, que substitui ainterao pessoal entre professor e aluno pela aosistemtica conjunta de diversos recursos instrumentaise pelo apoio de um Centro Associado ou plo que propiciatodas as condies para a aprendizagem autnoma dosestudantes com a participao efetiva de tutores altamentequalificados. (GARCIA ARETIO, 1994, p. 39).

    Da mesma forma, o investimento tecnolgico na Educao faz parteda convico de que ela um componente substancial de qualquer poltica dedesenvolvimento. Como se v, todo o discurso cientfico no tem comeo e nem fimporque s pode surgir culturalmente contextualizado (DEMO, 2002, p. 45). Trata-sede uma questo epistemolgica do currculo e dos fins a que se destina o saber.

    As indagaes em torno das avaliaes do processo de ensino, pesquisae de aprendizagem tm despertado muitas suspeitas e hipteses acerca da qualidadeda confiabilidade e, sobretudo, do futuro incerto que esses cursos projetam.

    As resistncias pedaggicas que circundam as prticas de Educaoa Distncia no tm impedido, no entanto, que os cursos se desenvolvam e que asprticas aconteam, apontando perspectivas que contemplam essas novasferramentas de comunicao, inaugurando uma metodologia de interao(SOARES, 2000, p. 237).

    Metodologia de educao a distncia

    A mensagem de uma aula reprodutiva muito evidente. Ela j estpreparada para que o aluno no pense, basta copiar, ouvir e realizar a prova.Percebe-se a metodologia como principal responsvel pela instalao da modalidadea distncia, na medida em que se prope novos questionamentos sobre aepistemologia dos cursos a distncia. Por sua vez, preparar o encontro a serveiculado pela rede exige domnio do professor na seleo dos referidos contedosque deve a passar por um crivo do essencial, priorizando os temas significativospara reflexo, a anlise reflexiva e a produo de conhecimentos. Esta seleodeve assegurar certos princpios epistemolgicos, metodolgicos, curriculares edeve evitar as armadilhas de cpias dos trechos de outros autores, ou da montagemde apostilas e textos que nada mais fazem do que ressuscitar posturas tradicionaisj abolidas na aula presencial. Os contedos devem ser apresentados de formaquestionadora e ou de enigmas e conter sempre uma viso problematizadora.

    Este um dos processos mais ricos de aprendizagem: a reconstruodo conhecimento. Ainda que a aula reprodutiva esteja ultrapassada, importantedestacar que as informaes no podem s ser repassadas por mquinas eletrnicas,dispensando tutores e professores especialistas para orientar, acompanhar e avaliar

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    a aprendizagem dos alunos. imprescindvel que no ocorra uma aprendizagemlinear e reprodutiva na Educao a Distncia. A expectativa de difundirconhecimentos facilmente por via eletrnica torna o processo simplista e resumidoe impede que o aluno pesquise, elabore e discorde de tudo que vem pronto.

    A metodologia que est posta nos objetivos formativos destesprojetos a de trabalhar na formao de professores em termos de competncias,incluindo uma nova viso de mundo e de Educao. Os princpios metodolgicosdesses projetos devem assegurar uma perspectiva de ao/reflexo/ao, a fimde manter uma estrutura profunda. Uma das formas aqui propostas a de Meirieu(1998 p. 101), que a nfase na pesquisa, criando o enigma ou mais exatamentefaz do saber um enigma para suscitar no aluno a vontade de desvend-lo.

    As estratgias individuais de aprendizagem devem ser construdas apartir do fato de que cada estudante crie o seu prprio enigma. Todas as questespresentes nessa temtica so, para ns educadores, bastante complexas.

    Por essa razo, inmeras pesquisas esto sendo desenvolvidasatualmente para melhorar a qualidade do sistema de EAD. Os rgos responsveispelo rigor metodolgico e pela avaliao dos Cursos a Distncia deveriam sepreocupar mais com o nvel de qualidade destes cursos. Esta ltima questo temsido algumas vezes tratada sob a influncia do poder nas instituies para designaras pessoas responsveis que, em vez de motivar, submetem-se trama dessepoder. So programas educacionais que em vez de favorecer os estudantesmarginalizados, acabam marginalizando-os, cedendo a tentao de facilitar eresumir, impedindo o aluno de pensar, pesquisar e elaborar, uma vez que o saberj vem pronto (DEMO, 2004, p. 677).

    Algumas especificidades do sistema EAD

    Na pgina principal da Secretaria de Educao a Distncia doMinistrio da Educao, o destaque para o nmero de instituies autorizadasem 2004 (166), 2005 (217) e 2006 (225) registrando um crescimento de 30%entre os anos de 2004 e 2006. Segundo a fonte (ABRAEAD, 08/08/2007 www.universia.com.br), o nmero total de alunos matriculados em nosso pas de 778.458 alunos distribudos: Centro-Oeste 135.998 (17,5%), Nordeste 89.818(11,5%), Norte 50.905 (6,5%) e Sul 258.623 (33,2%).

    Devido crise acentuada que se instalou na sociedade a partir dadcada de 1990, foram abertas as fronteiras e introduzidas as novas tecnologiasno processo produtivo. O discurso da qualificao se embasou no princpio dacompetitividade, exigindo novas competncias para que vena o melhor e o maispreparado. Criou-se assim uma nova categoria, a empregabilidade, ofertandoao processo de explorao menor visibilidade (ANFOPE, 2004, p. 27).

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    Os programas e cursos passaram a ser ofertados mediante processosindustrializados de ensino, com caractersticas comuns: centralizao e controlemximo do processo pedaggico, mxima confiabilidade (mtodo objetivo eestandardizado), maior abrangncia e ampla rapidez na difuso.

    No Brasil, a partir de 1995, foi criada a (Seed) Secretaria de Educaoa Distncia, com a promulgao da nova Lei de Diretrizes e Bases da EducaoNacional, com o incentivo criao de Projetos de Educao, cuja metodologiapoderia ser a da modalidade a Distncia (ANFOPE, 2004, p. 27-28).

    Morin (2000, apud PRETI, 2005) ao expor a teoria da complexidade,segundo a qual um sistema no apenas um todo constitudo de partes, mas algoque tem qualidades, afirmou que preciso compreend-lo como uma rede de relaese no como uma unidade fragmentada. O autor, para exemplificar, fez referncia aoser humano bem como s sociedades, que ambos so multidimensionais.

    nesta perspectiva que se situa um projeto de formao deprofessores em EAD, num ambiente de aprendizagem diferenciada, a fim de quecada sujeito seja capaz de satisfazer suas expectativas e adquirir os conhecimentosnecessrios sua qualificao.

    Uma nova concepo de Educao s pode conviver com a anteriorquando elabora e aplica mtodos e instrumentos de trabalho consistentes paraprover a sua transformao. Hoje a educao precisa preparar cidados que sejamcapazes de refletir com clareza, analisar criticamente e agir com tica para assumirresponsabilidades. (CONFERNCIA MUNDIAL SOBRE EDUCAOSUPERIOR, 1998, p. 62).

    Para recuperar os vnculos entre educao, trabalho e produo, necessrio:

    a) prover a formao dos docentes e dos consultores acadmicos(Tutores), no pas ou no exterior, para incentiv-los a assumir aconstruo do seu processo formativo (MARTINS, 2000, p. 212);

    b) planejar e possibilitar as articulaes das instituies em redesinterativas locais, regionais e nacionais;

    c) assegurar condies para que as IES (Instituio de EnsinoSuperior) inovem seus mtodos educacionais mediante a seleodos contedos e a utilizao dos meios interativos disponveis,incentivar a pesquisa e a consolidao de novos valores a fim degarantir a qualidade e uma sociedade mais solidria e democrtica;

    d) fomentar o fortalecimento das equipes nos diferentes plos paraatender s especificidades regionais (distncias, condies dasrodovias, transportes), e as caractersticas de seus estudantes (ritmosdiferenciados de aprendizagem, condies de estudos e de trabalho);

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    e) interpretar com seus colegas docentes ou em equipe as teoriase as experincias e pesquisas realizadas, evidenciando sempreo compromisso com o processo de aprendizagem (MEDINA,1995, p. 33).

    f) garantir as condies de apoio produo do material impressode um sistema logstico organizado, incentivando assim adisponibilizao dos conhecimentos testados presencialmente (sepossvel) (NEDER; POSSARI, 2001, p. 139).

    Consideraes finais: experincias e pesquisasrealizadas nos cursos de EAD em nosso pas

    O presente estudo resultado de vrias pesquisas realizadas comodocente, tutora e coordenadora de aproximadamente 230 cursos de EducaoSuperior a Distncia nos nveis de especializao e aperfeioamento nas InstituiesSuperiores do Brasil e da Amrica Latina.

    Neste trabalho, o que foi possvel constatar que parece no existirneste momento uma proposta unificada de tutoria. Cada instituio, dependendode sua estrutura administrativa e pedaggica e dos recursos financeiros disponveis,adota a estrutura e os cursos de formao que considera adequado sua realidade.Para superar os modelos unidirecionais de educao, bem como o uso excessivodas novas tecnologias, necessria uma mudana de perspectiva e um planosuperior a fim de enfatizar o estudante como pessoa e romper com a viso de queo professor ensina e o aluno aprende (QUINTANA, 1988, p. 112).

    Entre as questes consideradas de alta prioridade para a melhoriada qualidade dos cursos de Educao a Distncia no incio deste milnio, duasso fundamentais: a investigao e a formao de docentes e professores tutores.

    Por sua vez, a composio das equipes de trabalho deve pautar-seem critrios de excelncia e de investigao, a fim de promover um trabalhocolaborativo, possibilitando a interatividade entre todos os elementos quecompem o universo do aluno (histria de vida, famlia, trabalho, classe, outrosgrupos a que pertena, etc.).

    Uma organizao que enfrenta o desafio da falta de ajuda deveinvestir em alguma forma de participao ou at prover a qualificao de seusdocentes nos programas de mestrado e doutorado para alcanar resultados dequalidade e desenvolver as competncias dos professores para atuar em EAD.

    O processo de mediao, em sentido estrito, no corresponde apenasao momento virtual em que os alunos entram em contato com o contedo e asatividades, interagindo com os professores, com os colegas e tcnicos no ambientevirtual de aprendizagem e ou por outros meios de comunicao disponveis.

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    Conflitos so inevitveis, em situao de mltiplo comando, ambigidade de papis,superposio de funes, preocupaes com motivao dos alunos, com osprocedimentos administrativos, recursos, custos, cronogramas, materiais impressosainda se atuaes diferenciadas.

    Para adensar melhor as argumentaes, cabe evidenciar que foramencontrados vrios fatores intervenientes, que vm ocorrendo freqentemente,como, por exemplo, os hiatos de comunicao com os alunos, os professores ecoordenadores devido aos problemas de competio e com servidor, provocandoa sensao de abandono e solido, desmotivao, agravando, dessa forma, asdificuldades j constatadas pelos estudantes. Vrios materiais impressos seapresentam deficientes, encontros e teleaulas com procedimentos de professoresque no se adequaram metodologia de EAD, e que no dominam os referidosprocedimentos, utilizando prticas precrias de avaliao que empobrecem aaprendizagem. Sempre nos deparamos com este problema de fundo, o fato deque a reforma do pensamento s pode ser realizada se realizarmos a reforma dosparadigmas de educao (MORIN, 1999, p. 34).

    Cabe ao consultor acadmico (tutor) primeiramente explicitar aosalunos a sua inteno de educar pela pesquisa e construir o acervo dos problemasrelacionados compreenso dos contedos discutidos durante os encontros, procuraros alunos ainda que eles se mantenham distantes, para provocar dilogos, e enigmassobre a pedagogia, apropriar-se da pedagogia de adultos, suas necessidades e, sempreque possvel, a realidade onde ele est inserido, formando grupos de aprendizagemcolaborativa nas diferentes regies onde os Centros esto situados. Devem tambmtentar identificar os alunos que possuem idades, motivaes, percepes, experincias,ritmos de trabalho e graus de formao completamente diversos. Esta anlise crtica muito importante, uma vez que esses perfis exigem programaes diferenciadas.Nessa perspectiva, o trnsito pela diversidade deixa de ser apenas um discurso paraconcretizar-se no dilogo como encontro que solidariza a reflexo e a ao de umato de aprendizagem. O dilogo a intersubjetividade tica e formao para assumirum novo papel que no se identifica com um processo espontneo e fcil.

    A linguagem tem um papel especial porque d lugar gerao designos que, ao serem internalizados, transformam-se em conscincia. Sintetizando,o professor tutor como consultor acadmico deve ser um interlocutor especial equalificado da academia, uma vez que dispe de estudos mais avanados no campoda educao e apresenta experincias acumuladas como profissional de ensino.Ao mesmo tempo, abre uma possibilidade concreta e vivel de fazer a academiachegar aos locais mais distantes e isolados da realidade brasileira.

    O processo no linear da aprendizagem exige autonomia,emancipao, projeto prprio de vida, pesquisa e o saber pensar. No mbitodas universidades e dos centros acadmicos, a superao desses desafios depender

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    de um esforo sustentado por educadores pesquisadores para conceber formasde organizao e administrao efetivas de pesquisa para a modalidade de EADcomo requisio inadivel.

    Tanto a educao a distncia quanto a educao presencial sopotencialmente boas ou medocres, dependendo do projeto e da seriedade dosprofissionais envolvidos.

    A Educao a Distncia tem impedido que o aluno pesquise e elaboreseu conhecimento devido o tipo de saber linear que vem sendo constatado emvrios cursos de nosso pas. Para fazer histria prpria, imprescindvel pensarcom autonomia. Nessa aventura, o professor que planeja para os alunos executaremso parceiros e sujeitos do processo de conhecimento.

    A maior sabedoria a que se revela pelo saber construir a transioda mudana sem se envolver de forma polmica com procedimentos apressadose distanciados de um projeto coletivo, coerente e adequado exigncia da qualidadeformativa dos docentes e discentes.

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    Recebido: 16/01/2008Received: 01/16/2008

    Aprovado: 25/03/2008Approved: 03/25/2008

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