Diário do Comércio

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ISSN 1679-2688 9 7 7 1 6 7 9 2 6 8 0 0 8 2 3 2 5 4 HOJE Sol com pancadas de chuva Máxima 28º C. Mínima 18º C. AMANHÃ Parcialmente nublado Máxima 29º C. Mínima 17º C. Ano 86 - Nº 23.254 Jornal do empreendedor R$ 1,40 Conclusão: 23h35 www.dcomercio.com.br São Paulo, quinta-feira, 25 de novembro de 2010 Mais panetone nas ceias Vendas deste ano, em relação a 2009, devem aumentar 10%. Previsão da Apas, página 13. Rombo do PanAmericano: missão para um "BC galático". Auditorias individuais são inviáveis, diz Meirelles. Pág. 15 O valor do campo no Brasil Página 18 O ano em que a Terra ferveu Logo, pág. 12 Acerte as contas. E Feliz Natal! Evento no Pateo do Collegio vai até 27/11. Participe e saia com o nome limpo. 16 mil cartinhas já chegaram aos Correios E 3.700 delas já foram adotadas por leitores interessados em atender os pedidos das crianças. Projeto Papai Noel (foto), página 10 Confiança máxima Índice de Confiança do Consumidor da FGV subiu 2,7% em novembro em relação a outubro. É o nível mais alto em mais de cinco anos. Página 13 Mantido na Fazenda, Mantega já fala em corte de gastos Ao lado de Tombini, indicado para o BC, ministro fala em riscos fiscais, diz ser contra a PEC 300 e que mínimo não pode ultrapassar os R$ 540. A equipe de Dilma nas págs. 5, 6, 7 e 8 Dida Sampaio/AE A polícia contra-ataca no Rio De frente para o crime, polícia investe contra traficantes. Só ontem: 14 mortos, 25 presos, 22 veículos incendiados, 47 escolas fechadas. Pág.9 PEDIU, GANHOU Renda maior e mais crédito animam consumidores: varejo projeta o melhor Natal em três anos. Móveis e eletrodomésticos brilham na festa: setor deverá crescer 16,7% em dezembro. Pág. 13 Paulo Pampolin/Hype "Lula deixa herança maldita" No Congresso, Serra reage às críticas do presidente e lista problemas que Dilma herdará. Pág.8 Ed Ferreira/AE Sergio Moraes/Reuters

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25 nov 2010

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ISSN 1679-2688

9 771679 268008

23254

HOJESol com pancadas de chuvaMáxima 28º C. Mínima 18º C.

AMANHÃParcialmente nublado

Máxima 29º C. Mínima 17º C.

Ano 86 - Nº 23.254 Jornal do empreendedor R$ 1,40

Conclusão: 23h35 www.dcomercio.com.br São Paulo, quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Maispanetonenas ceiasVendas deste ano, emrelação a 2009, devemaumentar 10%. Previsãoda Apas, página 13.

Rombo doPanAmer icano:missão para um"BC galático".Auditorias individuais são

inviáveis, diz Meirelles. Pág. 15

O valor docampo

no BrasilPágina 18

O ano emque a Terra

fer veuLogo, p á g. 12

Acerte ascontas. EFeliz Natal!Evento no Pateo doCollegio vai até 27/11.Participe e saiacom o nome limpo.

16 mil cartinhasjá chegaramaos CorreiosE 3.700 delas já foram adotadaspor leitores interessados ematender os pedidos das crianças.Projeto Papai Noel (foto), página 10

ConfiançamáximaÍndice de Confiança doConsumidor da FGVsubiu 2,7% em novembroem relação a outubro.É o nível mais alto em maisde cinco anos. Página 13

Mantido na Fazenda, Mantegajá fala em corte de gastos

Ao lado de Tombini, indicado para o BC, ministro fala em riscos fiscais, diz ser contra a PEC300 e que mínimo não pode ultrapassar os R$ 540. A equipe de Dilma nas págs. 5, 6, 7 e 8

Dida Sampaio/AE

A políciacontra-ataca

no RioDe frente para o crime,polícia investe contra

traficantes. Só ontem: 14mortos, 25 presos, 22

veículos incendiados, 47escolas fechadas. Pág. 9

PEDIU, GANHOURenda maior e maiscrédito animamconsumidores: varejoprojeta o melhor Natalem três anos. Móveis eeletro domésticosbrilham na festa: setordeverá crescer 16,7% emdezembro. Pág. 13

Paulo Pampolin/Hype

"Lula deixa herança maldita"No Congresso, Serra reage às críticas do presidente e lista problemas que Dilma herdará. Pág. 8

Ed Ferreira/AE

Sergio Moraes/Reuters

quinta-feira, 25 de novembro de 20102 DIÁRIO DO COMÉRCIO

opinião

Fundado em 1º de julho de 1924Pre s i d e nteAlencar Burti

V i ce - Pre s i d e nte sAlfredo Cotait Neto, Antonio Carlos Pela,Arab Chafic Zakka, Carlos Roberto PintoMonteiro, Claudio Vaz, Edy Luiz Kogut,Gilberto Kassab, Guilherme AfifDomingos, João de Almeida SampaioFilho, João de Favari, José Maria ChapinaAlcazar, Lincoln da Cunha Pereira Filho,Luís Eduardo Schoueri,Luiz Roberto Gonçalves, Moacir RobertoBoscolo, Nelson F. Kheirallah, RobertoMacedo, Roberto Mateus Ordine, RogérioPinto Coelho Amato, Sérgio Antonio Reze

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Outras reivindicações dos governadores, eleitos ou reeleitos, têm uma única direção: ampliar capacidade de gastos.José Márcio Mendonça

A CONTA DOSG OV E R N A D O R E S

JOSÉ

MÁRCIO

MENDONÇA

ARISTÓTELES

DRUMMOND

MAIS RESPEITO PARA COMNOSSOS HEROIS MILITARES

CPMF: VELHA IDEIA,VELHO PROBLEMA

Neste mês de novembro,termina a vergonhosatentativa de se torcer a

história do Brasil, esconder a verdadee inverter papéis em função de doisfatos que envergonham os queprocuram cultuar os momentosnobres do país e seus grandes vultos.Dia 22 foi o centenário da chamadaRevolta da Chibata, que nada mais foido que uma ação criminosa, em queseis oficiais de nossa Marinha deGuerra tombaram vítimas da violênciae da covardia. Por mais legítima aaspiração dos amotinados, nadajustifica o ato de insubordinação,especialmente em carreira em queo respeito à disciplina e à hierarquiasão fundamentais. Pela primeiravez, oficiais eram assassinados

praticamente enquanto dormiam.Houve uma anistia na ocasião,

de iniciativa do então presidenteMarechal Hermes da Fonseca.Mesmo assim, estranhamente surgiuno Brasil um movimento de revisãohistórica em que os amotinadossão apresentados como heróis.O valor que a oficialidade dedicavaaos marinheiros, inclusive negros,pode ser avaliado pelo testamentodo Patrono da Marinha, Marquês deTamandaré, que está na Internet.

No dia 27, a Intentona Comunistafez 75 anos. Aconteceu em Recife,Natal e Rio de Janeiro e foi marcadatambém pela violência e pelacovardia com que oficiais mataramcompanheiros, muitos dos quaisdormiam. A coleção dos jornais está

aí com os fatos como ocorreram.Livros e arquivos da antiga UniãoSoviética abertos, tudo mostrandoque a ordem veio de Moscou, com opropósito de incorporar o Brasil aosistema comunista internacional.

No entanto, os livros escolaresoficiais agora afirmam que

a intentona era um movimentopopular, "contra o capitalismoexplorador". E as solenidades dehomenagem aos mártires da Pátriaforam suspensas ou limitadasa comandos militares quepermanecem solidários com o queaconteceu . Mas a Ordem do Diados comandos das Forças ou doMinistério da Defesa já não existe.

Temos tantos desafios pela frente,

como o combate à fome, à miséria e àdoença, e há gente se ocupando emdistorcer a história. Tocar projetos deportos, aeroportos e estradas merecemuito mais a atenção da populaçãodo que esta tentativa de agrediroficiais mortos covardemente.Querem dividir os brasileiros e negaros valores da nacionalidade – o que,certamente, encontrará a reaçãoda sociedade culta e independente.Mas não sem desviar a atenção desteesforço, acima de ideologias, departidos políticos, de ressentimentospessoais ou de grupos, por setratar dos reais interesses nacionais.

Inacreditável que estas coisasocorram e sejam discretamentecomentadas, em atitude quenão nos engrandece como povo

independente e com força moralpara enfrentar a indignidade.E partindo sempre de gente quesó pensa em se beneficiar debenesses pagas pelo Erário.

Olhar o momento em que omundo vive, de perplexidade

e tensão, e dar prioridade ao trabalhoe à verdade deve ser a palavra deordem a todos os brasileiros.Não se constroi a prosperidadesem preservar a memóriae a história. Nossos militaresmerecem respeito. E admiração.

ARISTÓTELES DRU M M O N D É J O R N A L I S TA

E VICE-PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO

CO M E RC I A L DO RIO DE JA N E I RO.ARI.D RU M M O N D @YA H O O.CO M .BR

ACPMF caminha, a passoslargos, na direção dereposicionar-se no

sistema tributário brasileiro. Cabeà sociedade, nestes tempos difíceis,abandonar a apatia que a temcaracterizado nos últimos anos eavaliar as razões que levam ogoverno Lula a tentar desferir umnovo golpe contra o contribuinte.

Será que o governo vive umacrise em suas receitas? Nãoparece. A carga tributária brutado Brasil aumentou em 4% do PIBdesde que o real foi implantado,passando de menos que 30%do PIB para mais que 34% do PIBem um espaço de 15 anos.

Apenas um ente federadofoi responsável pela quaseintegralidade desse aumento dereceitas. A União passou aarrecadar mais que 24% do PIB,frente aos 20% do PIB vigentes noinício do real. Isso representa maisque 70% da arrecadação global.

Poderia ser aventado oargumento de que o governofederal tem recursos gerais, masnão há fonte de financiamentoespecificamente para a saúde.Errado. Os meses que se seguiramao fim da CPMF foram marcadospela elevação do IOF e daContribuição Social sobre o LucroLíquido. Ao mesmo tempo, aforte expansão da arrecadaçãode PIS/COFINS, baseada numaampliação das alíquotas efetivasquando da transformação destestributos da base faturamentopara a base valor adicionado,garantiu o cumprimento daregra posta pela Emenda 29,qual seja, a alocação de recursosequivalentes ao empenhadono ano anterior, adicionadaa variação nominal do PIB.

A CPMF era um tributocumulativo, ou seja, não serespeita o quanto se agregou devalor ao produto em sua cadeiade produção. Haverá tanto mais

tributo embarcado no bem deconsumo final quanto maior foro número de vezes que a cadeiade produção faz com que elecircule. A CPMF é intrinsecamentecontrária à organização daprodução de forma mais eficiente.

Que a saúde precise derecursos expressivos, é uma verdadeirrefutável. Mas não podemos deixarde registrar a estranheza quantoao forte crescimento do gastomunicipal e estadual em saúde nosúltimos anos, sem novos impostos,enquanto o governo federal vemrealizando uma queda acentuadaem sua participação, mesmoampliando sua receita global. Alémdisso, nenhuma fala governamentallembrou-se de propor a reversão dasmajorações de tributos realizadasà época da extinção da CPMF.

A questão da nova CPMFnão pode ser compreendida

se confinada ao tributo parafinanciamento da saúde. Emverdade, o que a sociedadebrasileira tem que colocar empauta é a configuração de receitase despesas do Estado brasileiroe sua eficiência do ponto de vistada arrecadação e da dinâmicada economia. Passamos 20 anosremendando um sistema etrazendo mais problemas quesoluções. Fomos administrandoum conflito federativo infindável,seja quanto ao poder de tributar,seja quanto às atribuiçõesdas diversas esferas de governo.

Não é hora de seguirmosremendando o nosso sistematributário. O País precisa, sim,construir as instituições quenortearão o seu desenvolvimentonas próximas décadas.

VAZ DE LIMA, DO PSDB, É LÍDER DO

GOV E R N O NA ASSEMBLEIA

LEGISL ATIVA DO ES TA D O DE

SÃO PAU LO, EX-PRESIDENTE DA AL E S P,E D E P U TA D O FEDER AL E L E I TO

VAZ DE

LIMA

Uma foto diretamente de Brasí-lia, publicada em alguns dosprincipais jornais brasileiros,revela um grupo de governa-

dores –eleitos ou reeleitos em outubro –, emcompanhia dos ministros Paulo Bernardo eAlexandre Padilha, do vice-presidente daRepública prestes a assumir, e de alguns lí-deres partidários estampando amplos e ge-nerosos sorrisos.

De que riam tanto esses senhores? Peladescrição das peripécias dos que estiveramna capital da República na terça-feira e deandanças de outros no Planalto Central e,ainda, dos recados que andam emitindo,boa coisa não é causa de tanto humor. Umhumor suprapartidário, pois havia na tropagente do PMDB, do PT, do PSB, do PSDB eoutras agremiações. Não é bom sinal, pelomenos, para a sociedade.

Anteontem, especificamente, os excur-sionistas foram tratar com o governo federale com os líderes do Congresso de ações paraimpedir a conclusão da votação da Propostade Emenda Constitucional 300. A PEC emquestão prevê aumentos generosos para aspolícias militares e civis e os corpos de bom-beiros nos estados, com base no que Brasíliapaga a eles. Boa parte do aumento seria pagopelo governo federal, num saldo calculadopelo ministério do Planejamento em R$ 43bilhões por ano.

Há, no caso, a boa justificativa de que con-ta tão salgada não dá para os governos ban-carem, com as carências que o Estado brasi-leiro apresenta em seus serviços públicos,sob o ângulo que se olhe. Porém, nesse ladoeles encontraram resistências no Congresso,a começar pelo PMDB, que já disse por seulíder, Henrique Eduardo Alves, que seu par-tido não vai arcar com esse desgaste.

Mesmo recado foi passado pelo deputadoPaulinho da Força, este seguido por um aviso,dado dias atrás, de que se a PEC não for vo-tada, Dilma pode começar sua gestão comuma delicada greve nesta área. Os militares in-teressados já mostraram sua disposição nomeio do ano, quando praticamente ocuparama Câmara, para constrangimento do seu pre-sidente, Michel Temer. Temer,na ocasião, pro-meteu aos líderes do grupo levar o projeto aoplenário depois das eleições, ainda neste ano.Como não é clima para se brincar, qualquer so-lução vai bater no bolso dos de sempre.

As outras reivindicações dos governado-res, eleitos ou reeleitos, têm uma única dire-ção: ampliar sua capacidade de gastos. Nalista, embora tenha refluído para os bastido-

res, está a buscade mais recursospara a saúde. Tra-dução real: criarclima que permitaa aprovação daContribuição So-cial para a Saúde(CSS). Como al-ternativa, surgiua indecente sugestão do mesmo Paulinhoda Força de legalizar os bingos e cobrar de-les um imposto “social”. Tem simpatias,acredite-se. Não se deve esquecer que aprimeira mensagem mandada por Lula aoCongresso, em 2003, falava em resolver es-ta pendência. Foi abatida pelas peripéciasdo assessor de José Dirceu, Waldomiro Di-niz, com o b anqueiro do jogo do bicho Car-linhos Maracanã.

No rol, constam ainda a sugestão do gover-nador eleito de São Paulo, Geraldo Alckmin,de aliviar um pouco o custo das dívidas esta-duais; o pedido de R$ 3,8 bilhões de ressarci-mento aos estados, pelo governo federal, das

isenções do ICMS determinadas pela Lei Kan-dir; e uma sugestão de adiar para 2015 a vigên-cia, estabelecida para começar em janeiro de2001, da lei que desonera do ICMS a comprade bens de consumo, energia elétrica e telefo-nia. Por enquanto, é só isso...

A direção é uma só: fortalecer o caixa oficial.E como este caixa oficial é abastecido por umaúnica fonte, não é difícil descobrir de quemriam os políticos e governantes reunidos ter-ça-feira em Brasília. Não era de alguma palha-çada, no bom sentido, do Tiririca.

JOSÉ MÁRCIO MENDONÇA

É J O R N A L I S TA E A N A L I S TA POLÍTICO

André Dusek/AE

O governadoreleito GeraldoAlckmin, ao centro,foi um dospresentes aencontros políticosem Brasília, naterça-feira. É dele asugestão de queseja aliviado ocusto das dívidasdos estados. Masos pedidos sãomuitos e vêm dasmais variadaspartes do País.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010 3DIÁRIO DO COMÉRCIO

opinião A POLÍTICA DE OBAMA AFASTOU OS ELEITORES. MAS CONSERVADORES TAMBÉM TÊM DE MUDAR.

Obama não entendeu

VICTOR DAVIS

HANSON

SAMIR

KEEDI

EMBAIXADORESCOMERCIAIS: A MISSÃO

Temos de dar,urgentemente,uma destinaçãonova às nossasembaixadas eembaixadores.Devemostransformá-losem embaixadorescomerciais.

LUIZ

OLIVEIRA

RIOS

UM POUCO DE ETIQUETA VIRTUAL

Como todos sabemos,o Brasil não está emguerra há muito,

muito tempo. Não temosproblemas diplomáticos comquem quer que seja, nemtemos no horizonte algumanuvem que nos leve a pensarem algo assim. Somos umpovo pacífico, ao menos porenquanto. E até demais,internamente, o que atrasa oPaís. Nas nossas redondezas,não temos quaisquerperspectivas de sermosincomodados pelos nossosvizinhos, todos bemmenores, e que até mesmodependem de nós.

Assim, nos perguntamosqual é a função das nossasembaixadas nos exterior –edos nossos embaixadores.Essas figuras ótimas, quepodem ajudar o País de váriasmaneiras, mas que não temsido a questão. Às vezes, atépela colocação de políticosnessas posições, o que é umcontrassenso, com tantosdiplomatas preparados, eque nos dá a impressão deque uma embaixada ésomente um prêmio "porbons serviços prestados".

O Brasil não tem dinheiropara gastos desnecessários,como pensam nossos políticos.Nem tem tempo para "perdertempo" (sic). Há muito afazer para termos um paísminimamente justo,desenvolvido e respeitado –embora muitos pensem quehoje ele é respeitado noexterior. Não sabem que hámais coisas entre o céu e a terrado que nuvens, chuvas e aviões.

É necessário começarmosa trabalhar, e de formaconsistente, de maneira que oBrasil comece a tomar algumaforma de país a caminho dodesenvolvimento. É necessárioque todos os esforços comecema ser concentrados em direçãoa um futuro mais promissor.

Assim, entendemosque não se pode perder

mais tempo, e que nossasembaixadas e embaixadorestêm uma nobre missão acumprir, o que já deveria tercomeçado. Mas sempre étempo para isso, e agoraé um bom momento. Governonovo, quem sabe ideias,pensamentos, desejos novosem direção a um futuro doqual possamos nos orgulhar.

Todos têm consciênciade que uma das melhoresformas de desenvolvimentoé o comércio exterior – quepossibilita passarmos de ummercado consumidor decerca de, em tese, 186 milhõesde almas, para 6,8 bilhões,também em tese. E queproporciona uma economia deescala considerável. Queconsegue criar empregos emquantidade, coisa que omercado interno não consegue.

Temos portanto, maisdo que urgentemente, daruma nova destinação às nossasembaixadas e embaixadores.Devemos transformá-los emembaixadores comerciaise, se for o caso termos, alémdo diplomata costumeiro,também a figura do comercial,utilizando para isso aestrutura da embaixada.

Claro que alguns podemrebater a ideia dizendo queassim iremos aumentarempregos, férias e despesas.Pode até ser que isso ocorra,com o espírito que temimperado no País. Mas estamospensando em algo maisdecente: um Brasil melhor, quenos dê perspectiva de futuro, oque não temos muito hoje.

Esses embaixadorescomerciais teriam a função

de agir como traders, semprepensando em comércio,dia e noite. Devem prospectaro mercado local sobre aspossibilidades de colocaçãodos produtos brasileiros, bemcomo que tipos de produtosdeveríamos vender a eles,que características elesdeveriam ter e o que precisaser adaptado para atrairo comprador e consumidore s t ra n g e i ro s.

Também caberia a elesverificar que quantidadessão consumidas no país, quala produção local de tal produto.De quem são importados,se for o caso, ou seja, quemsão nossos concorrentes. Quepolítica devemos adotar paraconquistar aquele mercado,o que devemos implementarpara ganhar, manter eaumentar nosso mercado.De que modo nosso país podeajudar o país em questão,lembrando que a ideiade comércio exterior é a deparceria, de ajuda etransferência de benefí cios,e não apenas de ganância edesejo de venda.

Ésempre preciso ter emmente que o comércio

exterior é uma via de duasmãos. Quem vende tambémtem que comprar. Essesembaixadores teriam tambémde averiguar que mercadoriaso país tem, para poder venderao nosso, para cumprirmos opapel que cabe a um comércioexterior responsável e útil, jáque é sabido que importamostambém. Aliás, é característicade todos os países. Ninguém,por mais poderoso que seja, éautossuficiente. Ninguémproduz tudo o que necessita. Àsvezes, nem é possível, em facede certas características locais.

E, também, antes que nospasse despercebido, nãodevemos esquecer as lições deAdam Smith, considerado opai da economia. Nem de DavidRicardo, sobre as vantagenscomparativas – que geroua divisão do trabalho, em quepropõe que cada país deveproduzir o que faz de melhor,e comprar aquilo para o qualnão é competitivo. Em queo comércio internacional deveser feito através da venda deseus excedentes e da compradas suas necessidades.

Assim, é hora de mudanças.Hora de abraçar as boas causas,antes tarde do que nunca. Darao nosso futuro um futuro defato. Acreditar que possamos,algum dia, ser uma grande país,uma nação. Não apenas umpaís grande como é o caso hoje,e um grande acampamento.

SAMIR KEEDI É E CO N O M I S TA ,P RO F E S S O R E AU TO R DE

VÁRIOS L I V RO S EM CO M É RC I O

EX TERIOR, TR ADUTOR DO

“IN COT E R M S 2000” PAR A O BR ASIL

E M E M B RO DA CC I - PARIS NA RE VISÃO

DO IN COT E R M S 2010.SAMIR@ADUANEIR AS.CO M .BR

Opresidente Obama che-gou perto, mas aindanão foi capaz de admitirque suas políticas radi-

cais e os efeitos destas sobre a economiaforam a causa da devastadora repreen-são política que recebeu nas eleições de2 de novembro. Na coletiva que deu emseguida, um Obama deprimido, coisarara, se absteve de assumir responsabi-lidades, chegando perto de dizer que osproblemas são, na maior parte, nossos enão dele – ou, pelo menos, não de suaagenda política.

Como alguém incapaz de largar umvelho hábito, ele mais uma vez foi con-descendente, explicando que confun-dimos suas soluções com um monstroimaginário do big government em ex-pansão e, tal como é típico de nós, me-drosos e ignorantes, demos uma surraem seu partido. Para Obama, o ultrajebrotou do mesmo tipo de frustraçãoque o elegeu, em vez de surgir preci-samente em função dele e de suaagenda política. Em resumo, estamosfuriosos porque a sua agenda socialis-ta ao estilo União Européia está avan-çando de modo lento demais e aindanão entregou o prometido – mas como tempo, entregará. Talvez então agra-deçamos por sua solução de altos gas-tos e governo hipertrofiado.

Segundo ele, o ultraje contra o seuendividamento maciço, contra o enor-me governo perdulário e contra o eli-tismo, na verdade, era um desconten-tamento contra o estado da economiaque ele herdou, descontentamentodo qual compartilha.

Não acho que o povo americano,que lhe infligiu a maior humilhação demeio de mandato em mais de meio sé-culo, subitamente irá dar ouvidos àssuas conclamações por um fim à anti-ga tendência à discórdia. De qualquerforma, tenho duas reações a esta elei-ção – uma diante da cena nacional e aoutra no meu estado, a Califórnia.

Se alguns fanáticos não tivessemfalado de um ganho de 90 a 100 cadei-ras no Congresso, os Democratas esta-riam sofrendo de um choque aindamaior diante da quase histórica perdade mais de 60 cadeiras na Câmara, etambém de um estonteante arrastãopró-Republicano em legislaturas e go-vernos estaduais, sem esquecer osconsideráveis ganhos dos Republica-nos e independentes no Senado – etudo isso depois de meros 21 mesesdesde o início das políticas de "espe-rança e mudança".

A ideia de que copiaremos o socia-lismo da União Européia está morta,

bem como o maciço endividamentonos moldes keynesianos. Morreu tam-bém a prometida segunda onda doobamismo, tais como o cap&trade e aanistia geral aos imigrantes ilegais.

No lado dos conservadores, algumascoisas também precisam mudar. O Con-gresso não pode permanecer refém dedeputados e senadores de estados agrí-colas, para quem os enormes subsídiospara determinados produtos são sa-crossantos. Há uma década, nós desisti-mos da "eliminação" de tais programaspara logo chamar a criação de porcosuma questão de segurança nacional nopós-11 de setembro.

No front orçamentário, duvido queouçamos alguém falar, ao menos nocurto prazo, de cortes maciços nos im-postos, que resultariam num cresci-mento da economia de oferta e, con-sequentemente, num aumento da re-ceita. Em vez disso, suponho que qual-quer tentativa Republicana de cortar

impostos deverá ser acompanhada deum comensurável corte nos gastos,dólar por dólar.

Também penso que ainda vere-mos deputados vangloriando-se dos novos centros comuni-

tários que levarão aos seus distritos elei-torais, no velho etilo clientelista, com di-reito a batizar com seus nomes essas"benesses" financiadas com o dinheirodos contribuintes.

Na Califórnia, há alguma ironia. A fi-losofia que levou o estado a ter as maisaltas taxas de impostos nos EUA, bemcomo às quase piores escolas, aosmaiores déficits e a uma infraestruturaem desmoronamento, foi reafirmada.Agora o governo da Califórnia terá delidar com a realidade da escolha: se au-mentar ainda mais os impostos maisaltos do país perderá moradores derenda maior em ritmo mais aceleradodo que os três mil contribuintes que

deixam o estado a cada semana.Um Congresso Republicano pouco

provavelmente irá resgatar uma Cali-fórnia insolvente. O estado da Califór-nia continuará a decair numa socieda-de piramidal. No topo está a elite es-querdista costeira, do Napa Valley atéHollywood, que parece imune aosefeitos dos altos imposto e regula-mentações (e ainda quer mais leis am-bientais, casamento gay, aborto e con-versa mole terapêutica). Ironicamen-te, o topo da pirâmide está unido auma crescente classe baixa em partedependente de uma enorme indústriade direitos e benefícios governamen-tais; tal coalizão favorece mais impos-tos, direitos, sindicatos de funcioná-rios públicos, fronteiras abertas, etc.

Enquanto isso, um espremido setorprivado de classe média está sendolentamente sufocado, levado a fecharas portas e a deixar a Califórnia. O quenos resta? O fato de que o dinheiro pú-blico californiano está acabando é, defato, uma solução de pouco valor.

VI C TO R DAV I S HANSON É

H I S TO R I A D O R , E S C R I TO R E

A RT I C U L I S TA A M E R I C A N O, AU TO R DE

“POR QU E O OCIDENTE VENCEU”.TRADUÇÃO: HE N R I QU E DM Y T E R KO.

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W W W.MIDIAAMAIS.COM.BR

Endereço virtual, ou"eletronic e-mail", é umlocal na WWW, digamos

assim, que, à semelhança de umendereço geográfico, precisatambém ser preservado. Não merefiro aqui aos "spams" (que vemde "Spiced ham", algo como"presunto super apimentado",metáfora para "coisas picantes",não desejáveis), por si só bicõesdesavergonhados, mas àenxurrada de "pps" (power pointslideshow)que muitas pessoasnos enviam sem pedirautorização. Esses "pps"– algunsaté bonitos e bem produzidos eoutros de mensagens religiosaspífias, são importantes sob aótica de quem as envia, o quenão legitima seu envio aquem não as solicitou, e nãoraro contêm apelos para seremreplicadas a mais pessoas.

Assim como não podemosficar enviando cartas pessoais oumala direta de mensagenspublicitárias a torto e a direito,não devemos invadir os e-mailsde terceiros com mensagensdoutrinárias sobre quaisquerassuntos sem pedir autorização

Aliás, com as traquitanaseletrônicas dos nossos dias,parece que as normas maiscomezinhas de educação forammandadas para o inferno. Se asnormas da etiqueta social,disciplinadoras do convívio entreas pessoas no dia a dia e noseventos em geral são amiúdevioladas, falar de "etiquetavirtual" parece piada.

Para mim, o campeão dosabusos na categoria dodesrespeito aos outros e aosambientes é o telefone celular.Considero abuso, por exemplo:

1) As musiquinhas infamesque tocam nesses aparelhinhosa qualquer hora, em qualquerlugar e em qualquer ambiente,incluindo alguns sons extraídosda onomatopeia, como ozurro de jegues, ou o gritodo Tarzã. Há infinitas opçõespara o mau gosto.

2) Deixar o celular ligadona sala de aula, nos teatros, noscinemas, nas reuniões, naentrevista de emprego, noconsultório médico, à mesa derestaurantes , ao volante deum automóvel nas vias urbanasou nas auto estradas.

3) Atender ao celularem ambientes e horáriosinadequados e falar em voz alta,de modo que todos em redorescutem o teor da conversa.Quando for absolutamentenecessário receber uma ligação,ou fazer uma chamadaemergencial, em presença deterceiros, peça licença, afaste-se,fale baixo e depois desligue obendito celular. E, ladies and

gentlemen, quando forem aocinema ou ao teatro,convenhamos: ali não é horanem lugar para receber ou darte l e fo n e m a s

4) Conversas fiadas via celular(só as operadoras agradecem,enviando ao usuário no fim domês uma substanciosa fatura).O celular, a usar expressão doinesquecível Raul Seixas, é paraser utilizado estilo "plukt, plakt,zum", por alguns segundos.

Em segundo lugar, na listade desconsideração pelosemelhante, vem o notebook,aparelhinho moderno, quepode fazer quase tudo que osgrandes "computers" fazem.Mas o que faz com maestriainsuperável é mesmo mataro diálogo familiar. Comoos valores familiares estão emfrangalhos, é normal quecada membro da família, domenorzinho ao vovô, se isolenum cômodo e dali acesse aweb , quebrando os laços maisprofundos dos afetos caseiros.

Nas empresas, com rarasexceções, moderno é quem"clica" no seu notebook econversa ao mesmo tempocom o interlocutor, dividindo a

atenção entre a realidade virtualincessante e o simples mortaldesinteressante sentadoem frente – certamente umempregado chato com umproblema a ser resolvido ouuma nova ideia– que "na nossaempresa não vai funcionar".

Em vários consultóriosmédicos, os queixumes dospacientes são minimizados peladeficiência do médico em focara atenção na pessoa, semdesgrudar os olhos da telinhaazulada do notebook , ondechegou uma informação sobreo próximo congresso de suaespecialidade. Triste ironia: essemédico busca a reciclagemdos seus conhecimentos, masnegligencia a excelência noatendimento mais humanizado!

Será que a modernatecnologia está contribuindopara desenvolver nossahumanização ou servindo paraestimular o embrutecimentodos afetos? Reproduzo aspalavras superoportunas dopoeta T.S Eliot: "Onde está avida que perdemos ao vivê-la?Onde está a sabedoria queperdemos no conhecimento? Eonde está o conhecimento queperdemos na informação"?

Ah, sim: antes de enviarmensagens em pps, façaa pergunta mágica: " Posso?".

LUIZ OLIVEIR A RIOS É P RO F I S S I O N A L

DE MK E VENDAS E CO LU N I S TA DO

DIÁRIO DO CO M É RC I O. E-MAIL:OLIVEIR A.RIOS@H OTM A I L .CO M

quinta-feira, 25 de novembro de 20104 -.GERAL DIÁRIO DO COMÉRCIO

25 de Novembro

Santa Catarina

de Alexandria

Filha do rei Costus de Alexandria (séculoIV), era cristã fervorosa. Muito bonita e

sábia, Catarina despertou o interesse doimperador romano Maximino, perseguidor

de cristãos, que chegou a se divorciarpara casar-se com ela. catarina recusou

e, por isso, foi decapitada.

Solução

[email protected] Um 3 3

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Colaboração:Paula Rodrigues,Alexandre Favero

Fotos: Divulgação

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Estado de guerra333 Os ataques dos bandidosdos morros do Rio de Janeiro,com direito a troca de tiros coma Polícia Militar e carros eônibus incendiados, mais aparticipação da facção crimino-sa Comando Vermelho, vemganhando na mídia mundial – eespecialmente na CNN – lugarde destaque e espaço pratica-mente igual ao concedido ànova guerra entre as duasCoréias. As cenas de morado-res das áreas atingidas pelatroca de balas, correndo de umlado para outro, são exibidas ereexibidas à exaustão, enquan-to o locutor garante que o Riovive “em estado de guerra”. Esempre lembra que a cidadeabrigará jogos da Copa 2014e sediará a Olimpíada 2016.

NO GUINNESS333 Até o último dia dedezembro, quando pretendeinaugurar uma obra no períododa manhã, o presidente Lula,levando-se em conta suamédia diária dos primeirossete anos do governo, mais2010, quando aumentou suasfalas de improviso por contada campanha presidencial,deverá alcançar um total decerca de 2.100 falações, oque lhe assegura um lugarespecial no Guinness, o livromundial de recordes.

333 Os três primeiros ministrosconfirmados do governo Dilma,Guido Mantega (Fazenda),Miriam Belchior (Planejamento)e Alexandre Tombini para a

presidência do Banco Central (Henrique Meirelles foi o primeiroa ser brindado com o status de ministro no segundo manda-to de Lula para ganhar foro privilegiado e escapar de um proces-so), dividem opiniões: para uns, todos “têm a cara de Lula”, paraoutros, sinalizam que a presidente eleita não está disposta anomear estrelas e, nessas áreas (provavelmente, em outrasmais) quer manter seu controle pessoal. O italiano é obediente,mesmo escorregando, de vez em quando; Tombini tem um perfiltécnico e não exige autonomia; e Miriam Belchior (ligada a JoséDirceu) vinha coordenando as ações do PAC e era quem preparavaos intermináveis powerpoints que Dilma sempre apresentava.

Nadadeestrelas

333 O Natal do Bem, um dosmaiores eventos beneficentesdo país (a renda vai para oitoentidades que atendem caren-tes), acontecerá, em sua nova

edição, dia 15 de dezembro, nos salões do Grand Hyatt, com showde Victor e Leo. Esta semana, na casa de João Dória Jr., estiveramreunidos patrocinadores e famosos, acertando as atrações do leilão.Lá, entre tantos, da esquerda para direta, Luiza Brunet, ChristianeTorloni, o prefeito Gilberto Kassab (Geraldo Alckmin tambémestava), Fafá de Belém e a filha, Mariana e Cristiana Arcangelli.

Festa decaridade

Jóias deJanaína

333 É a nova moda: as atrizesem boa forma posam de biquínipara revistas de saúde e ginásti-ca. Agora, é a vez de SuzanaPires, 34 anos, a Janaína de

Araguaia (ela está roubando a cena de Milena Toscano e CleoPires), que exibe corpão esculpido com corridas na areia na capade Só Dietas. Por outro lado, tira a roupa (aí, é a febre de nudez)para lançar sua coleção de jóias, Divindades. Suzana se inspirouem cinco deusas: Tara, Cy, Deusa Kamã, Ishtar e Oxum.

Camarode volta333 Paixão mundial desde seulançamento, entre os anos 60 e 70, oCamaro está de volta e as concessio-

nárias da rede Chevrolet já tem 400pedidos na espera. Os mais veteranos estão

reencontrando um antigo sonho de consumo eos mais jovens vão ao delírio com a nova geração

do carrão, uma releitura dos modelos lançadosentre 1967 e 1969 (primeira geração), contando com desenhofuturista e agressivo. Em comparação com seus concorrentes FordMustang e Dodge Challenger, o Camaro é o mais admirado. AChevrolet até colocou uma campanha publicitária no ar. Preço: R$185 mil. De largada, ele alcança 100 quilômetros em 4,8 segundos.

Carlos Alberto deNóbrega ganhou uma dornas costas emocional porcausa do Panamericano,de Silvio Santos.

Não tem nada pior que um jogador de bola parar de jogar epensar que ainda é profissional. LULA // em melancólica fase de

despedida, garantindo que quer desencarnar da Presidência.

IN OUTh

h

Botas de salto, canoalto, vermelhas.

Botas de salto, canoalto, marrom.

MAIS: e não é paramenos. Grato ao patrão,ele ganha R$ 160 mil pormês para apresentarA Praça é Nossa.

MISTURA FINA

Futuro articulista333 Os novos planos de Lula, depois de uma viagem internacio-nal com Marisa Letícia (ela continua insistindo com Venezaporque quer passear de gôndola), incluem uma maratona pordiversos países para receber todos os títulos de Honoris Causaque lhe foram concedidos por universidades. E ele também pediua Franklin Martins que selecionasse, entre nacionais e estrangei-ros, quais jornais seriam ideais para que ele publicasse artigosperiódicos. Demais integrantes de seus staff pessoal até seassustaram e Lula disse que poderia gravar antes ou, se LuizDulci estiver com ele no futuro instituto, seria seu ghost writer.

Natal em família333 O primeiro Natal de DilmaRousseff, já diplomada comopresidente do Brasil, acontecerána Granja do Torto, onde ela estáresidindo. Sua mãe, Dilma Jane,está comandando uma adapta-ção de muitas coisas da filha lá eo cachorro Nego e a cadelinhaFafá já estão lá. Dilma querpassar o Natal com a família:virão as cinco tias, a filha Paula,o neto Gabriel e tutti quanti.Como é o primeiro Natal do neto,a presidente eleita está pensan-do até se convida o ex-marido eex-guerrilheiro Carlos Araújopara a ceia da véspera. Pratoprincipal: peru com frutas e farofa,como Dilma Jane mandavapreparar nos velhos tempos.

MAIS 10 ANOS333 Ronaldo ex-Fenômenodeverá renovar seu contratocom a Ambev por mais dezanos e, mesmo pendurandosuas chuteiras em 2011. Até2020, receberá, por ano, R$2,5milhões (terá,naépoca,44anosdeidade).RonaldoécontratadodaAmbev há 18 anos, ou seja,desde os tempos do Cruzeiro,quando tinha 16 anos de idade.Só que, agora, o jogador querque a Ambev passe para suanova empresa 9NINE (o grupode comunicação WPP é seusócio) o gerenciamento detodas suas ações nos esportes.A cervejaria não decidiu e atépode aceitar, mas apenas porum tempo, á titulo de teste.

Prorrogação333 Lula pediu (e quem pediumais ainda foi Jaques Wagner,governador da Bahia) e JoséSergio Gabrielli, que Dilma jáinsultou em reunião ministerial,fica mais um ano na presidên-cia da Petrobras. E ele perma-necendo, ficam tambémPaulo Roberto Costa, diretorde Abastecimento da estatal (aárea é considerada um feudodo PP (quando vivo, JoséJanene empurrava a Interoil),mais um bloco do PMDB deRenan e Sarney) e RenatoSousa Duque, diretor deServiços (feudo de José Dirceue de empresas nacionais emultinacionais fabricantes detubulações, sempre envolvidasem lobbies suspeitos).

ATÉTUCANO333 O prefeito Gilberto Kassabirá mesmo para o PMDB e sobas benções do ex-governadorOrestes Quércia, que queravisar seus comandados deSão Paulo que está passandoseu legado para o democrata.Malgrado a rebelião dealguns veteranosquercistas, caberámesmo o Kassabcomandar o PMDBde São Paulo. Juntocom ele, irão prefei-tos de 70 municípiospaulistas, mais 14 deputadosestaduais e federais e até umtucano. Walter Feldman tambémestá arrumando as malaspara se bandear para o PMDB.

333 OS ESTILISTAS AlexandreHerchcovitch e Fause Hatentem algo em comum: os doisraspam totalmente os cabelosnas laterais e na parte posterior.O que dá trabalho: a máquinazero é acionada todas assemanas. Agora, igualmente,estão anunciando atividadesparalelas: Fause quer virar cantore Herchcovith está debutando naárea de pâtisserie. Criou o frenchbrigadeiro, uma receita querevisita o brigadeiro tracidional.

333 CONHECIDO como o maiorevento beneficente de golfe doBrasil, em valores arrecadados,o Torneio Beneficente de GolfeAlbert Einstein, em sua quartaedição, acontece amanhã naFazenda da Grama, em Itupeva,interior de São Paulo. Empresá-rios, executivos e famososparticipam, todos empenhadosna melhoria da qualidade devida na favela de Paraisópolis.

333 CONSIDERADO o maiorartista plástico vivo do mundo, ocolombiano Fernando Botero,virá a São Paulo, em fevereiro,para abrir uma mostra inédita desuas obras. Para quem não temidéia: as telas de Botero vão deUS$ 200 mil a US$ 800 mil.

333 MESMO sabendo que Lulajá teria se decidido pelo nomede Luis Inácio Adams, advoga-do-geral da União, para apróxima vaga do SupremoTribunal Federal, César RochaAsfor que, na presidência do STJe numa decisão inédita da Corte,suspendeu a Operação Castelode Areia (Camargo Correa) teriaido pedir uma mãozinha a JoséDirceu em sua campanha paraa mesma cadeira.

333 DEPOIS da campanha (é asegunda) da cantora Beyoncépara a C&A, a brasileira GiseleBündchen também estará devolta à publicidade da redeholandesa. Na época, lançarácoleções assinadas pelaestilista Stella McCartney, filhade Paul McCartney, respeitadano fashion world e, de quebra,uma coleção assinada pelaprópria Gisele, como Kate Mossfez, há algum tempo, com aTopshop de Londres.

O EGOISTA

Deve-se ter consciência de que uma pessoa tem DIREITO de VIVER por AMOR a si próprio, sem se SACRIFICAR pelos OUTROS e sem esperar que os outros se sacrifiquem por ela. Porem não tem o direito de USAR força física para TOMAR algo VALIOSO ou impor suas idéias aos outros. Esta pessoa pode SUBIR na vida, mas não se concebe DERRUBAR a dos outros.

Por: José Nassif Neto

J H B L H R C J O G F Y S R G Q X E U E

W Y M G A F C K J U F R U S E Y A H S T

X D A S O W G Q Z W R R H M M V L O G D

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quinta-feira, 25 de novembro de 2010 5DIÁRIO DO COMÉRCIOpolíticaRETÓRIC AOs três ministrosindicados adotamdiscurso comtom fiscalista

DISCURSOApesar de Dilmanegar a necessi-dade de promoverum ajuste fiscal

Mantega fala dosriscos à política fiscalGuido Mantega, Miriam Belchior e Alexandre Tombini são anunciados para a equipe econômica

Dida Sampaio/AE

O ano de 2011 seráde contenção fiscalcom redução dedespesas de custeiopara aumentar apoupança pública eos investimentos.

GUIDO MANTEGA

O ministériodo Planejamentovai ganharmusculaturaagora com aadministraçãodo PAC pela pasta.

MIRIAM BE LC H I O R

Na primeira apari-ção pública, de-pois de confirma-dos oficialmente

como integrantes da equipeeconômica da presidente elei-ta, os ministros Guido Mante-ga (Fazenda) e Miriam Bel-chior (que assumirá Planeja-mento) fizeram questão de re-jeitar as bombas fiscais emtramitação no Congresso e ele-geram como alvos fiscais osaposentados, o salário míni-mo, o Judiciário e os policiais.

Adotando um discurso típi-co de tecnocratas, Miriam Bel-chior disse que a meta no go-verno Dilma é "fazer mais commenos dinheiro". Mantegadisse que com o crescimentoeconômico acima de 5% não épossível criar novas despesas.

Mantega listou o que eleconsidera riscos para a conso-lidação fiscal do País. Disseque o reajuste do mínimo sópode passar dos atuais R$ 510para R$ 540, que o CongressoNacional não deve aprovar oreajuste de 56% para o Judiciá-rio, que os aposentados comganhos acima do piso da Previ-dência não podem ter reajustereal e a Proposta de EmendaConstitucional número 300,criando um piso nacional paraos policiais com gastos que po-dem chegar a R$ 43 bilhões,não pode ser aprovada.

O receituário fiscal foi anun-ciado logo depois de o deputa-do federal José Eduardo Mar-tins Cardozo (PT-SP) anunciarformalmente os nomes deMantega, Miriam Belchior eAlexandre Tombini (na presi-dência do Banco Central) co-mo os escolhidos para a equipeeconômica de Dilma.

Por uma regra acertada en-tre governo e centrais, aindanão convertida em lei, o míni-mo é corrigido conforme a in-flação e o crescimento do Pro-duto Interno Bruto (PIB) dedois anos anteriores. Por essemecanismo, o valor para 2011seria R$ 538,15, que é o pisoatual (R$ 510) corrigido pelainflação, mas sem o acréscimodo PIB porque em 2009 a eco-nomia encolheu 0,2%. As cen-trais reivindicam um mínimoem torno de R$ 580. "O ano de2011 será de contenção fiscal

com redução de despesas decusteio para aumentar a pou-pança pública e aumentar o in-vestimento", resumiu Mante-ga. "É preciso um esforço co-mum de contenção de gastos

do Executivo, do Legislativo edo Judiciário para que a soli-dez fiscal continue viabilizan-do o crescimento sustentáveldo País", emendou.

Além de pregar "forte redu-ção de gastos de custeio", o mi-nistro mandou um recado parao mercado: a autonomia do BCserá mantida e as metas de in-f l a ç ã o , c u m p r i d a s . P a r a2011/2012, a inflação estabele-cida pelo Conselho MonetárioNacional é de 4,5%.

"Essa é a inflação que nós va-mos perseguir nos próximosdois anos. O Banco Central tema competência e a autonomiapara cumprir essas metas deinflação", disse Mantega. Di-

dático, o ministro listou cincoprojetos de lei que estão em tra-mitação no Congresso e põemem risco a consolidação fiscal.

O futuro governo tambémvai diminuir o repasse de re-cursos do Tesouro para o Ban-co Nacional do BNDES.

"Com isso, estamos abrindoespaço para que o setor priva-do possa fazer empréstimo delongo prazo. A redução do gas-to público com a queda da de-manda estatal contribuirá pa-ra ampliar as condições para aqueda mais rápida da taxa bá-sica de juros", afirmou Mante-ga. Ele garantiu ainda que ogoverno não vai permitir a"concorrência desleal nem a

manipulação do câmbio".Dilma Rousseff não anun-

ciou pessoalmente a sua equi-pe econômica. No início da tar-de, a assessoria de imprensa dapresidente eleita divulgou no-

ta confirmando os três nomes eressaltando que "a presidenteeleita "determinou que a novaequipe assegure a continuida-de da bem sucedida políticaeconômica do governo Lula -baseada no regime de metas deinflação, câmbio flutuante eresponsabilidade fiscal e pro-mova os avanços que levarão oBrasil a vencer a pobreza e al-cançar o patamar de nação ple-namente desenvolvida".

Miriam Belchior confirmouque "o Planejamento ganharámusculatura com a adminis-tração do Programa de Acele-ração do Crescimento (PAC)pela pasta".

Ontem, Dilma almoçou como presidente Luiz Inácio Lulada Silva e com o deputado An-tonio Palocci (PT-SP) no Palá-cio da Alvorada, em Brasília.

Dilma montou uma equipepara ditar e ter mais influênciasobre os rumos da economiado que Lula. E definiu seu timecom nomes do próprio gover-no. A petista quer controlar deperto tanto a Fazenda como oBanco Central. Por isso, man-terá o status de ministro dopresidente do BC, para que ainterlocução com o banco con-tinue direta com o Planalto.

Na lista de indicados comocertos por assessores da presi-dente eleita estão o atual mi-nistro do Planejamento, PauloBernardo, e Antonio PalocciFilho, coordenador da transi-ção. Eles podem ir ou para Ca-sa Civil ou para a Secretaria-Geral da Presidência.

'Convite genérico' – Ontem,Paulo Bernardo disse que rece-beu um "convite genérico" dapresidente eleita para partici-par do futuro governo. Ele afir-mou que ficará no governo in-dependentemente do cargo."Eu conversei com a presiden-te e ela me informou das esco-lhas que está fazendo. A Mi-riam vai para o Planejamento.Ela me fez um convite paraparticipar do governo, mas umconvite genérico, porque elame disse que ela tem mais deuma opção e não queria deci-dir isso agora", afirmou ele.Questionado sobre as opçõespara seu futuro, desconver-sou: "Ela [Dilma] me falou,mas não lembro". (Agências)

quinta-feira, 25 de novembro de 20106 DIÁRIO DO COMÉRCIO

Minhas avaliações a respeito da política monetária não cabem agora.Alexandre Tombini , escolhido para ser o novo presidente do Banco Centralpolítica

Evaristo SA/AFP

Alexandre Tombini descarta possível interferência do Palácio do Planalto na política monetária

'Não tem meia autonomia, é total', diz TombiniFuturo presidente do Banco Central diz que Dilma lhe deu autonomia total para agir

Meirelles deixa o BC em dezembroPresidente do BC faz balanço de sua gestão, em entrevista sobre o caso Panamericano

Opresidente do Ban-co Central, Henri-que Meirelles, con-firmou ontem que

vai deixar o comando da insti-tuição no final do ano. "Minhaintenção e objetivo eram e sãoconcluir meu trabalho, minhamissão, juntamente com o pre-sidente Lula", afirmou. "É omomento adequado para en-cerrar minha missão. Estou fe-liz, gratificado", reiterou.

Meirelles fez ontem um ba-lanço positivo da instituiçãoao longo do governo Luiz Iná-cio Lula da Silva. Em entrevis-ta coletiva, reiterou que a suaintenção e objetivo eram con-cluir o trabalho junto com opresidente Lula. "Foi um go-verno de sucesso que mudou aface do País", afirmou. E desta-cou sobretudo que a inflaçãoestá na meta e que as taxas dejuros caíram.

O presidente do BC fez ques-tão de destacar que no início dogoverno Lula, em 2003, a eco-nomia tinha um crescimentomédio em torno de 2% e a infla-ção acumulada registrava pa-tamares muito elevados. Emmaio de 2003 a inflação acu-mulada em 12 meses estava em17%. "A inflação está na meta e

tem estado na meta", afirmou.Ele destacou também que oBrasil enfrentou com sucesso acrise de 2008.

Pan amer icano – O presi-dente do BC abriu a entrevistafalando sobre o caso Paname-ricano, que segundo ele, foimais um momento de sucesso.E ressaltou que a solução parao Panamericano não trouxeprejuízos para os cofres públi-cos e nem para os depositantese o sistema financeiro.

Segundo Meirelles o custofoi totalmente assumido pelocontrolador, com o apoio doFundo Garantidor de Crédito."É mais uma história de suces-so no Brasil de enfrentamentode problemas", disse. Em tom

de alerta, Meirelles destacouque não se deve ignorar que aeconomia e o sistema financei-ro tem problemas e que a ques-tão é como enfrentá-los.

Sucessão – O presidente doBC afirmou que já conversou"longamente" com a presiden-te eleita, Dilma Rousseff, e quevai esperar o anúncio dos trêsnomes da equipe econômicaantes de se manifestar sobre asescolhas dela.

A reportagem apurou queMeirelles já afirmou a assesso-res que ficou satisfeito com aindicação do atual diretor deNormas do BC, AlexandreTombini, para a presidência dainstituição. De acordo com ele,a "boa prática de governançade bancos centrais" aconselhaque um presidente de BC nãofique mais do que dois manda-tos. "Acredito que um profis-sional deve iniciar e concluirsua missão na hora certa", dis-se. Ele afirmou ainda que iráanalisar agora as possibilida-des para sua carreira, pois nãopretende se aposentar. "Meupai aposentou-se aos 92 anos.Seis meses depois, confessouque tinha tomado uma decisãoprematura. Eu tenho aindamuito tempo à frente".

Ed Ferreira/AE

Henrique Meirelles: "É o momento adequado para encerrar minha missão. Estou feliz, gratificado".

Duvido queele [Tombini]seja suscetível apressões políticas.Ele tem uma longahistória noBanco Central.

FERNANDO HENRIQUE

Em sua primeira expo-sição após convidadopara assumir a presi-dência do Banco Cen-

tral (BC), o atual diretor deNormas da instituição, Ale-xandre Tombini , afirmou nes-ta ontem que a presidente elei-ta, Dilma Rousseff, disse quenão espera "nada menos" doque a total autonomia do BC nacondução da política monetá-ria. Já Guido Mantega, da Fa-zenda, e Miriam Belchior, doPlanejamento, falaram que énecessário cortar gastos.

"Tive longas e muito boasconversas com a presidenteeleita Dilma Rousseff nesteprocesso de escolha do novopresidente do Banco Central. Eela me disse que neste regime(de metas de inflação) não temmeia autonomia, é autonomiatotal e ela não espera nada me-nos do que isso (da conduçãodo BC em seu governo)", afir-mou Tombini.

Cauteloso, pontuando emsua fala a importância da coor-denação de trabalho com o Mi-nistério da Fazenda e fazendoquestão de dizer que os objeti-vos são definidos pelo gover-no e implementados pelo BC, ofuturo presidente do BancoCentral defendeu o regime dea metas de inflação e salientousua importância para o avançoinstitucional e a solidez ma-croeconômica brasileira nosúltimos anos.

"Para fechar, quero dizer queo meu compromisso com oBrasil e com a presidente eleitaDilma é cumprir a meta de in-flação e que é isso que farei comautonomia operacional total",encerrou Tombini.

O futuro presidente do BCnão quis especular sobre ospróximos passos do Comitê dePolítica Monetária (Copom),cuja última reunião do anoocorre em dezembro. "Não ca-be a mim especular neste mo-mento sobre as minhas avalia-

Meu compromissocom o Brasil e com apresidente eleita écumprir a meta deinflação, que fareicom autonomiaoperacional total.

AL E XA N D R E TOMBINI

Rodrigo Clemente/AE

Fernando Henrique Cardoso: voto de confiança a Alexandre Tombini

ções a respeito da política mo-netária", disse Tombini.

FHC – O ex-presidente Fer-nando Henrique Cardoso dis-se ontem que Alexandre Tom-bini é um técnico 'discreto emuito competente' que vai re-sistir a pressões políticas sobrea política monetária.

Os mercados financeirostêm se mostrado mais voláteisnos últimos dias em meio apreocupações de que o escolhi-do por Dilma poderia ser sus-cetível a pressões políticas pa-ra baixar o juro básico do país.

Uma política monetáriamais frouxa traria riscos, espe-cialmente pelo histórico de in-flação do país, e investidoresestariam preocupados aindaque a saída de Meirelles pode-ria levar a menos autonomiapara o banco.

O voto de confiança de FHC(PSDB), que trabalhou comTombini durante o período deseu governo (1995-2002), deveajudar a diminuir as preocupa-

ções. Fernando Henrique lem-brou que Tombini, de 46 anos,participou na elaboração dosistema de metas de inflação,criado em 1999, quando o paísenfrentava dura crise econô-mica e se viu forçado a deixarque o câmbio flutuasse livre-mente. "Lembro que ele nosajudou com vários proble-mas", disse. Perguntado seTombini seria suscetível apressões políticas como presi-dente do BC, afirmou: "Não, euduvido. Ele tem uma longa his-tória no Banco Central".

Quem é – Nascido em 9 dedezembro de 1963, em PortoAlegre, Tombini é atualmentediretor de Normas e Organiza-ção do Sistema Financeiro doBC. Ele assumiu o cargo emabril de 2006. Também foi dire-tor de Assuntos Internacionaisdo BC. E atuou como diretor deEstudos Especiais da institui-ção, entre 2005 e 2006. Ele foiainda assessor sênior e mem-bro da Diretoria Executiva doEscritório da RepresentaçãoB r a s i l e i r a n o F M I , e mWashington. Também traba-lhou no Ministério da Fazendacomo coordenador-geral daÁrea Externa da Secretaria dePolítica Econômica, de dezem-bro de 1992 a janeiro de 1995.Depois, Tombini passou pelaCasa Civil, como assessor es-pecial da Câmara de ComércioE x t e r i o r.

Tombini ainda precisa pas-sar por sabatina no Senado.(Agências)

A boa prática degovernança debancos centraisaconselha que umpresidente de BCnão fique mais doque dois mandatos.

HENRIQUE MEIRELLES

Meirelles concedeu entre-vista pela manhã na Comissãode Assuntos Econômicos(CAE) do Senado, onde parti-cipou de uma audiência públi-ca conjunta com a Comissão deConstituição e Justiça (CCJ)para falar sobre a fraude nobanco Panamericano.

Elogio – O senador AloizioMercadante (PT-SP) elogiou otrabalho do presidente do Ban-

co Central à frente da autorida-de monetária. "Provavelmenteserá sua última audiência pú-blica nesta casa", previu o se-nador petista.

Para Mercadante, o Brasil re-conhece esse trabalho de Mei-relles. "Sabe-se o quanto foi im-portante, dedicado para a his-tória econômica do Brasil. Es-pero que continue na equipe",disse. "Se não for essa a decisão

do governo, seguramente suaparticipação foi indispensá-vel", continuou.

'Peça fundamental' – Parao presidente do Senado, JoséSarney (PMDB-AP), a saída deMeirelles do BC em nada dimi-nui a participação que teve nogoverno Lula. "Ele foi peçafundamental na consolidaçãoda política econômica do go-verno”, destacou. (Agências)

quinta-feira, 25 de novembro de 2010 7DIÁRIO DO COMÉRCIO

Convidamos os senhores acionistas desta Sociedade a se reunirem em Assembleia Geral Extraordinária, a ser realizada nopróximo dia 17 de dezembro de 2010, às 17h, na sede social, Cidade de Deus, Vila Yara, Osasco, SP, no Salão Nobre do 5o andar,Prédio Vermelho, a fim de examinar e deliberar sobre propostas do Conselho de Administração para:

1) aumentar o Capital Social no valor de R$1.500.000.000,00, elevando-o de R$28.500.000.000,00 para R$30.000.000.000,00,mediante a emissão de 62.344.140 novas ações, nominativas-escriturais, sem valor nominal, sendo 31.172.072 ordinárias e31.172.068 preferenciais, ao preço de R$24,06 por ação, para subscrição particular pelos acionistas no período de 29.12.2010a 31.1.2011, na proporção de 1,657008936% sobre a posição acionária que cada um possuir na data da Assembleia(17.12.2010), com integralização à vista em 18.2.2011, de 100% do valor das ações subscritas;

2) reformar o Estatuto Social, conforme segue:

· no “caput” e Parágrafo Primeiro do Artigo 12, no Artigo 14 e no “caput” do Artigo 25, criando 7 cargos de Diretor Adjunto naDiretoria Executiva, elevando de 9 para 12 o número máximo de Diretores, e para até 19 o número de membros do Comitê deGestão Integrada de Riscos e Alocação de Capital, em face da expansão que a Sociedade vem obtendo em todas as áreas emque atua e a necessidade de dar melhor suporte às tarefas administrativas diante da dimensão estrutural da Organização;

· na letra “d” do Parágrafo Primeiro do Artigo 26, estabelecendo o prazo máximo de 15 dias para que a Ouvidoria da Organizaçãoresponda aos reclamantes, em atendimento ao disposto no Inciso III do Artigo 2o da Resolução no 3.849, de 25.3.2010, doConselho Monetário Nacional.

______________________________________________________________________________________________________

Documentos à Disposição dos Acionistas: esse Edital de Convocação, as Propostas do Conselho de Administração e o FatoRelevante estão à disposição dos acionistas no Departamento de Ações e Custódia do Bradesco, Instituição Financeira Depositáriadas Ações da Sociedade, Cidade de Deus, Prédio Amarelo, Vila Yara, Osasco, SP, e estão sendo, inclusive, disponibilizados no Sitewww.bradesco.com.br - Governança Corporativa - Acionistas, e nos Sites da BM&FBOVESPA e CVM.

Participação na Assembleia: nos termos do Artigo 126 da Lei no 6.404, de 15.12.1976, e alterações posteriores, para participar edeliberar na Assembleia Geral o acionista deve observar que:

além do documento de identidade, deve apresentar, também, comprovante de titularidade das ações de emissão da Sociedadeexpedido pelo custodiante;para o titular de ações escriturais custodiadas no Bradesco, é dispensada a apresentação do citado comprovante;caso não possa estar presente à Assembleia Geral, o acionista poderá ser representado por procurador constituído há menosde um ano, desde que este seja acionista, administrador da Sociedade, advogado ou instituição financeira, cabendo aoadministrador de fundos de investimento representar seus condôminos;as procurações lavradas em língua estrangeira, antes de seu encaminhamento à Sociedade, devem ser vertidas para oPortuguês e registradas as suas traduções no Registro de Títulos e Documentos;com o objetivo de dar celeridade ao processo e facilitar os trabalhos da Assembleia, o comprovante de titularidade das ações, oinstrumento de mandato e eventual declaração de voto podem, a critério do acionista, ser depositados na sede da Sociedade,preferencialmente, com até 2 (dois) dias úteis antes da data prevista para a realização da Assembleia Geral, no Banco BradescoS.A. - Secretaria Geral - Área Societária - Cidade de Deus - 4o andar do Prédio Vermelho - Vila Yara - Osasco, SP - CEP 06029-900.Cópia da documentação poderá ainda ser encaminhada por intermédio do e-mail [email protected] e,alternativamente, pelo fax (11) 3684-4630 ou (11) 3683-2564.

Eventuais esclarecimentos que se fizerem necessários poderão ser obtidos por intermédio do [email protected], no Site de Relações com Investidores – www.bradesco.com.br/ri – Governança Corporativa ouna Rede de Agências Bradesco. Cidade de Deus, Osasco, SP, 22 de novembro de 2010. a) Lázaro de Mello Brandão - Presidentedo Conselho de Administração.

Banco Bradesco S.A.CNPJ No 60.746.948/0001-12 - NIRE 35.300.027.795

Companhia AbertaAssembleia Geral Extraordinária

Edital de Convocação

24.25 e 26.11.2010

O governo continuará com política de valorizar servidores federais, mas dentro dos limites.Miriam Belchior, indicada para ministra do Planejamentopolítica

Belchior: 'Ouvidorias serão valorizadas'Nova ministra do Planejamento, Miriam Belchior diz que pautará sua gestão por "cartas de serviço" e Ouvidorias, para oferecer melhor atendimento ao cidadão

Dida Sampaio/AE

MiriamBelchior:maior desafioé racionalizaro uso dosrecursospúblicos paraatenderprioridades –fim da miséria,educação,saúde einvestimentosem obras deinfraestrutura

Miriam Belchior, aministra do Pla-nejamento no fu-turo governo de

Dilma Rousseff, afirmou on-tem que pautará sua gestão àfrente da pasta pelo binômiocartas de serviço e Ouvidorias,a fim de garantir o melhoratendimento ao cidadão. Ascartas de serviço, explicou ela,serão compromissos de pa-drão de qualidade no atendi-mento ao cidadão por parte decada órgão federal.

A futura ministra acrescen-tou ainda que também conce-derá maior autonomia e flexi-bilidade aos órgãos em trocade um melhor desempenho.Dessa forma, o governo conti-nuará com a política de valori-zação dos servidores federais,complementou ela, "mas deforma responsável e dentrodos limites".

A próxima titular do Plane-jamento citou como exemplosde avanço nesta área do gover-no federal destes últimos oitoanos, entre outros, o fim daslongas filas no INSS; a criaçãoda Super Receita com a unifi-cação das Receitas Federal ePrevidenciária; e a ampliaçãodas licitações eletrônicas, de17% (no início do governo Lu-la) para 80% (já no final) – me-dida que, na avaliação dela,aumenta a transparência dascompras de governo e reduz osgastos públicos.

PAC2 migra – Miriam Bel-chior confirmou, no fim da tar-de de ontem, que o Programade Aceleração do Crescimento(PAC) será transferido da CasaCivil para a pasta do Planeja-mento, que ela assumirá em ja-neiro de 2011.

Isso porque ela sucedeu apresidente eleita na coordena-ção do PAC, assim que Dilmadeixou a função para disputar

a eleição presidencial de outu-bro deste ano.

Assim, será à frente da pastado Planejamento que Miriamvai comandar o PAC2. Elaacrescentou que vai apresen-tar, no início de dezembro, umbalanço do PAC1.

Belchior vai se reunir, napróxima semana, com o atualtitular do Planejamento, o mi-nistro Paulo Bernardo, a fim detraçarem juntos o cronogramade conclusão desse balanço.

Contenção de gastos – Aofalar como ministra confirma-da no ministério do Planeja-mento, Miriam Belchior se-guiu o mesmo tom do futurocolega de ministério, GuidoMantega, da Fazenda.

Ela afirmou que o maior de-safio do próximo governo é ra-cionalizar o uso dos recursospúblicos para atender às prio-ridades já definidas pela futu-ra presidente, Dilma Rousseff:a erradicação da miséria, aeducação para todos, a saúdede qualidade e os investimen-tos em infraestrutura.

"Seremos parceiros do mi-nistro Guido Mantega na bus-ca da contenção fiscal para ga-rantir o desenvolvimento sus-tentável do País".

Mantega disse que o projetode contenção fiscal necessáriopara o desenvolvimento sus-tentável entraria em risco coma eventual aprovação da PEC-300 (projeto que iguala o pisosalarial de policiais e bombei-ros em todo o País) com impac-to de R$ 46 bilhões; com o salá-rio mínimo acima de R$ 540;com a proposta de reajuste pa-ra servidores do judiciário epara o funcionalismo: "É preci-so esforço conjunto do Execu-tivo e demais poderes para acontenção dos gastos públicos,para termos desenvolvimentosustentável". (AE)

Do ABC paulista ao Planejamento federalCoordenadora do PAC, Miriam Belchior assume ministério fortalecida por Dilma, que a antecedera na função

Afutura ministra doPlanejamento, Mi-r i a m B e l c h i o r, 5 4

anos, está há oito anos no go-verno. Em 2002, ela participouda equipe de transição do go-verno de Fernando HenriqueCardoso para o de Luiz InácioLula da Silva.

Miriam foi confirmada nocargo ontem, pelo atual titulardo ministério, Paulo Bernardo,que afirmou ter sido convida-do para continuar no governo,em cargo a ser definido.

A próxima ministra do Pla-nejamento é a atual coordena-dora do Programa de Acelera-ção do Crescimento (PAC), cu-

ja gestão, a partir de 2011, pas-sará para o âmbito de seuministério. Miriam era secretá-ria-executiva do PAC quandosubstituiu a função da presi-dente eleita, Dilma Rousseff,que coordenava o programacomo ministra da Casa Civil.

No primeiro governo Lula,foi assessora especial do presi-dente até junho de 2004 – quan-do foi chamada pelo então mi-nistro da Casa Civil, José Dir-ceu, para desempenhar a fun-ção de subchefe de Avaliação eMonitoramento da pasta. Noprimeiro mandato de Lula, elaauxiliou o governo na integra-ção dos programas sociais.

Miriam começou a militarna esquerda na associação demoradores de Santo André einiciou sua vida política noABC paulista, participando domovimento sindical da região.Engenheira de alimentos for-mada pela Universidade deCampinas (Unicamp), tornou-se mestre em AdministraçãoPública e Governamental pelaFundação Getúlio Vargas(FGV), de São Paulo.

Entre 2001 e 2008, foi profes-sora da Fundação de Pesquisae Desenvolvimento de Admi-nistração, Contabilidade eEconomia, ligada à Faculdadede Economia e Administração

da Universidade de São Paulo,em Ribeirão Preto.

Miriam foi casada com CelsoDaniel durante 10 anos e fezparte de seu governo, mas jáestava separada dele quando oex-prefeito de Santo André foibrutalmente assassinado.

Miriam Belchior integra oseleto grupo de auxiliares dire-tos que têm a confiança máxi-ma de Lula. A posição foi con-solidada nesses sete anos degoverno. Miriam é amiga dochefe de gabinete de Lula, Gil-berto Carvalho – ambos foramsecretários em Santo André(SP), na gestão do ex-prefeitoassassinado. (Agências)

William Volcov/News Free

Em alta: Coutinho é o 4º nome do grupo mais importante do governo

Coutinho devepermanecer no BNDES

Segundo fonte com acessodireto ao presidente LuizInácio Lula da Silva, "há

indicações de que LucianoCoutinho permaneça na presi-dência do BNDES no governoDilma". Coutinho deixou SãoPaulo ontem, em direção a Bra-sília, para se reunir com o pre-sidente Lula e com a presiden-te eleita, Dilma Rousseff.

Anteontem, ele foi comuni-cado que deveria estar na capi-tal federal ontem – um dia an-tes da viagem de Lula e Dilmapara o encontro de cúpula daUnião de Nações Sul-Ameri-canas (Unasul) em George-town (Guiana).

A provável confirmação deCoutinho no BNDES fecharia –com Guido Mantega no Minis-tério da Fazenda, Miriam Bel-chior, no Planejamento e Ale-xandre Tombini, na presidên-cia do Banco Central – o grupo

mais importante do governopara a condução de políticasmacroeconômicas para os pró-ximos quatro anos.

O BNDES é o principal agen-te do governo eleito para fazerfrente aos investimentos delongo prazo para o País duran-te os próximos seis anos, comdestaque para projetos do pré-sal da Petrobras, e para obrasde infraestrutura em geral,muitas delas relacionadas àagenda da Copa do Mundo de2014, e à Olimpíada de 2016.

O governo Dilma deve utili-zar o BNDES como agente in-dutor para os investimentosde longo prazo, mas com gra-dual redução de sua participa-ção relativa na formação brutade capital fixo no País, já que háinteresse em aumentar a atua-ção do setor privado em proje-tos de longa maturação em in-fraestrutura. (AE)

quinta-feira, 25 de novembro de 20108 DIÁRIO DO COMÉRCIO

política

Serra: "Não sabemos como vai ser o futuro, muito menos o remoto"

Ed Ferreira/AE

No Senado, Serra lista'herança maldita' de LulaEm visita ao Congresso, tucano critica baixa produção, déficit "crescente e maquiado", câmbio supervalorizado...

Exatos 25 dias depoisda derrota na eleiçãopresidencial, o tuca-no José Serra fez on-

tem sua primeira visita aoCongresso, com um discursode oposição e confronto diretoao presidente Luiz Inácio Lulada Silva. Além de apontar a"herança problemática" do go-verno Lula à sucessora DilmaRousseff, ele não poupou decríticas o presidente que, "emvez de governar e procurar so-luções para o Brasil, faz cam-panha para 2014".

Em reunião com políticos elíderes aliados na liderança doPSDB no Senado, Serra agra-deceu a colaboração de todos eassumiu a responsabilidade

pela insucesso nas urnas. "Aculpa da derrota é sempre docandidato", afirmou. Porém,queixou-se do cenário adversoda campanha, lembrando queteve de enfrentar a máquina dogoverno e o poder financeiro.

Em seguida, voltou nova-mente a artilharia em direção aLula, que a seu ver está deixan-do "um grande nó" de difícilsolução e custo alto para o País."O cenário é de produção desa-celerando, déficit público cres-cente e maquiado, inflação as-cendente, o maior déficit na ba-lança de pagamentos da nossahistória, câmbio supervalori-zado com crescimento descon-trolado das importações, cargatributária no pico, e ainda pro-

jetos megalomaníacos, comoesse trem-bala, que é a obramais cara desde Itaipu. Se nãoé uma herança maldita, é mui-to adversa", afirmou Serra.

Indagado se também ele nãoestaria em campanha, Serra foienfático: "Não estou em cam-panha, não. Estou me recupe-rando da campanha, procu-rando trabalho e decidindo oque vou fazer para ganhar di-nheiro". E se recusou a falar depresidência do PSDB.

Sobre uma candidatura suano futuro, argumentou que"2014 está muito mais longe doque o próprio calendário mos-tra. Nós não sabemos como vaiser o futuro, muito menos o fu-turo remoto".

Ele entende que, do ponto devista político, não faltam ape-nas quatro anos daqui a 2014."São mais de oito anos, porquemuita coisa vai acontecer".

Em resposta a Lula, que lhecobrara desculpas ao povo porter simulado um ferimento nacabeça ao ser atingido por umabolinha de papel, Serra disseque se alguém deve desculpas,é o presidente Lula.

"Um outro objeto foi atiradoem mim, inclusive está filma-do, e o presidente Lula sabedisso. Acontece que Lula nãoperde o costume. Continua fa-zendo campanha e dizendomentiras pouco apropriadaspara a figura de um presidenteda República". (AE)

Casa Civil? Palocci quer SecretariaTambém convidado a integrar o governo Dilma, Palocci teria declinado da Casa Civil em troca da Secretaria-Geral da Presidência, onde seria melhor aproveitado

AntonioPalocci,

um dos "trêsporquinhos"de Dilma: ex-

ministroavalia que

teria melhorserventia na

Secretaria-Geral, como

negociador dogoverno

Apresidente eleita, DilmaRousseff, chamou Anto-nio Palocci Filho, um dos

coordenadores da transição, paraintegrar seu governo. Segundo ru-mores em torno das nomeações, apetista convidou o ex-ministro daFazenda para comandar a Casa Ci-vil na semana passada, mas eleavalia a possibilidade de ir para aSecretaria-Geral da Presidência.

Isso porque a pasta, comandadapor Dilma durante quase cincoanos, se tornará um órgão de estri-to assessoramento da Presidênciada República, ao passo que a Secre-taria assumirá funções mais políti-

cas. A avaliação entre membros daequipe de transição é de que Paloc-ci, considerado um habilidoso ne-gociador político, seria melhoraproveitado na Secretaria-Geral.

A Casa Civil deve ser desidrata-da de algumas atribuições executi-vas, como a gestão do Programa deAceleração do Crescimento (PAC),que agora passa ao guarda-chuvado Ministério do Planejamento.

Tanto Palocci quanto Paulo Ber-nardo – que deixa o ministério doPlanejamento para Miriam Bel-chior – integram a equipe de tran-sição, juntamente com José Eduar-do Martins Cardozo, que Dilma

apelidou, às lágrimas, de "os trêsporquinhos"– ou seja, os fiéis cola-boradores que a ajudaram a venceras eleições presidenciais. Nenhumdeles, porém, foi anunciado, ofi-cialmente, para pasta alguma.

Especulações – Dois nomes ga-nharam força ontem na bancadado PMDB na Câmara dos Deputa-dos como indicações para o gover-no de Dilma Rousseff. São eles: odeputado Marcelo Castro (PI) paraa pasta da Integração Nacional eministro Wagner Rossi para conti-nuar na Agricultura. A informa-ção veio de uma fonte ligada aoPMDB. (AE)

José Cruz/ABr

O presidente Lula continua fazendo campanha e dizendo mentiras pouco apropriadas para a figura de um presidente da República.José Serra

quinta-feira, 25 de novembro de 2010 9DIÁRIO DO COMÉRCIO

F E R I M E N TOSoldado ferido daPolícia Militar doRio foi removidopara hospital.

ALERTA GERALMais de 17 milhomens da PMcarioca entraramem prontidão.cidades

Rio: confronto com PM deixa 14 mortos

O Rio completou quatrodias de guerra urbana.Desde de domingo, 22pessoas foram mortas.

Só ontem, pelo menos 14pessoas morreram em

confrontos com a polícia,que partiu para o contra-

ataque. Vinte e doisveículos foram

queimados. Doispoliciais ficaram feridos.

Entre os mortos estáRosângela Barbosa

Alves, 14, atingida emcasa por um tiro nas

costas durante ação doBope na Vila Cruzeiro

(zona norte),considerado o principalreduto de traficantes no

Rio de Janeiro.

Foi o pior dia desde que aonda de violência atin-giu o Rio desde o últimodomingo. Quinze pes-

soas, incluindo uma adolescen-te de 14 anos, morreram ontemdurante confrontos com a polí-cia. Um dos choques ocorreu naVila Cruzeiro, no Complexo daPenha, um dos redutos do Co-mando Vermelho (CV). Outras11 pessoas, inclusive um PM, fi-caram feridas. Um caveirão (veí-culo blindado da polícia) foi atin-gido e inutilizado por coquetéismolotov atirados por grupos aserviço de traficantes.

Com 17,5 mil homens atuandona região metropolitana, a PolíciaMilitar entrou ontem de pronti-dão. Oito traficantes do CV, queestão presos no Rio, serão transfe-ridos para a Penitenciária Federalde Catanduvas, no Paraná.

Segundo informações do se-tor de inteligência da Secretariade Segurança, a ordem para es-palhar o terror no Rio teria parti-do do traficante Márcio dos San-tos Nepomuceno, o "MarcinhoVP", preso em Catanduvas. O res-ponsável por colocar as açõesem prática seria Fabiano Ataná-sio, o "FB", da Vila Cruzeiro.

O governo do Rio acredita queos ataques são uma reação àsUnidades de Polícia Pacificadora(UPPs), que retomaram áreas do-minadas pelos traficantes. Das 12áreas ocupadas permanente-mente pela polícia, 11 são do CV.O saldo dos ataques de ontemcontabilizava, até as 20h17, 22veículos incendiados, 14 mortose 25 presos, além de uma cabineda PM metralhada em Duque deCaxias, na Baixada Fluminense.

A polícia fez operações em 27favelas. Quarenta e sete escolas edez creches, que atendem 17.772alunos, não funcionaram. A Uni-versidade Gama Filho, na Pieda-de, zona norte, encerrou as aulas

mais cedo. Quatro pessoas fica-ram feridas quando foram impe-didas de descer de uma van, emSanta Cruz. Ela foi incendiada porbandidos. Durante o dia, boatosde arrastões e mais ataques tira-ram a tranquilidade do carioca.

O limpíada – Em um ônibusincendiado em Vicente de Car-valho, na zona norte, a políciaencontrou um bilhete com oseguinte recado: "Com UPPnão há olimpíadas", numa refe-rência aos Jogos Olímpicos de2016, que serão realizados nacapital carioca. A polícia pren-deu Magno Tavares dos Santos,de 24 anos, que confirmou terrecebido R$ 200 de traficantesda Vila Cruzeiro para ajudar apôr fogo no ônibus. Ele foi apre-sentado na Delegacia de Homi-cídios e contou que sua tarefaera mandar motorista e passa-geiros descerem. Magno justi-ficou que, por estar desempre-gado e com a mulher grávida,

aceitou participar da ação.Ca b ra l – O governador Sérgio

Cabral Filho (PMDB), cujo princi-pal trunfo na reeleição foi o su-cesso na política de segurançapública, disse que não vai recuare pediu que o carioca mantenhaa sua rotina. "Com inteligência,trabalho firme, com coragem,com serenidade, vamos superareste momento que o Rio de Ja-neiro enfrenta. São manifesta-ções desesperadas de tentativade enfraquecimento da nossapolítica de segurança."

Mais tarde, no Jornal Nacional,da Glob o, Cabral disse que pediuapoio à Marinha para conter a on-da de violência. Ele afirmou querecebeu um fax do ministro daDefesa, Nelson Jobim, garantin-do suporte logístico. Cabral disseque a Marinha não vai atuar dire-tamente no combate às açõesviolentas. “Não é apoio de efeti-vo. A Marinha não irá se envolver.Irá ceder equipamentos para a

operação da Polícia Militar.”O secretário José Mariano Bel-

trame também foi enfático: nãohaverá qualquer mudança noplano estratégico da segurança.Para ele, o bilhete dos traficantescom referência às UPPs e aos Jo-gos Olímpicos mostra o deses-pero dos bandidos. "Estamos nocaminho certo. Vamos continuara reprimir, mas é importantepensarmos na frente. Se não fi-zermos isso, o Rio perde umaoportunidade de ter uma res-posta concreta a médio e longoprazo para resolver o problemada segurança."

Beltrame pediu ajuda da so-ciedade. "Eu sinto o apoio da ci-dade. As UPPs tiraram 200 milpessoas da ameaça de um fuzil.Para alcançarmos o que preten-demos, fatalmente não teremosum caminho de rosas a trilhar.Sabemos onde queremos che-gar. A sociedade que decida deque lado está."

Falsa bomba– O clima de inse-gurança é tão grande que em Ipa-nema, na zona sul, uma campa-nha publicitária virou caso de po-lícia. Uma suspeita de bomba emcinco caixas de madeira encontra-das em bairros da zona sul alar-mou moradores e mobilizou de-zenas de policiais.

Depois de explodir duas dascaixas, o Esquadrão Antibombasconstatou que elas estavam va-zias e faziam parte de uma açãode marketing contratada pelaempresa de produtos de higienee alimentação Procter & Gamble.A publicidade integra uma cam-panha da promoção "Avião doFaustão", que tem como garoto-propaganda o apresentadorFausto Silva, da T V Globo. Aemissora, no entanto, esclare-ceu que não tem relação com aconcepção da campanha.

Cerca de 50 policiais civis e mi-litares, guardas municipais, cãesfarejadores, carros, caminhone-tes e um helicóptero cercaramuma das caixas na Praça GeneralOsório, em Ipanema, onde foraencontrada ao lado de uma cabi-ne da Polícia Militar, por volta de7h. A outra sofreu cerco menor,na Praça Nossa Senhora da Paz,no mesmo bairro.

Segundo o delegado Fer-nando Veloso, da 14ª Delegaciade Polícia (Leblon), o materialpertencia à Moda Promoções eEventos, que não tinha licençada prefeitura para colocar ascaixas nos locais. A empresa fezum pedido autorização na ter-ça, mas não obteve aprovaçãodo requerimento a tempo.

Em nota, a Procter & Gambleinforma lamentar "profunda-mente pelo desconforto causa-do à população" e afirma que acampanha, prevista para outrascidades, foi suspensa.

Ci v i s – Na Vila Cruzeiro, naPenha, na zona norte do Rio, o

tiroteio resultou em mortes decivis sem nenhuma relaçãocom o confronto, no qual qua-tro pessoas morreram e 11 fica-ram feridas. Entre os mortos,estavam um idoso, uma adoles-cente e uma mulher.

O comércio fechou nas aveni-das Brás de Pina e Nossa Senhorada Penha. Do alto da Igreja deNossa Senhora, homens com ra-diotransmissores em frequênciaaberta informavam a posiçãodos policiais para comparsas nointerior da favela. Na troca demensagens, os traficantes sedespediam com a frase "UPP é oc.. ", em referência à Unidade dePolícia Pacificadora (UPP).

Durante a manhã, um carroblindado da PM ficou preso emum buraco, na rua de acesso aoMorro da Caixa D'Água. Na parteda tarde, o blindado do Bope te-ve o motor inutilizado após seratingido por dois coquetéis Mo-lotov dentro da Vila Cruzeiro.

Ino cente – D e s e s p e ra d oapós saber da morte da filhaRosângela Barbosa Alves, de 14anos, baleada nas costas, quan-do voltava da escola uniformi-zada, o pai dela aplaudiu ironi-camente os policiais que esta-vam no hospital. "Parabéns, aoperação de vocês matou maisum inocente", disse ele.

Policiais do Bope apreende-ram uma tonelada de maconhana favela, mas não conseguiramretirar o entorpecente devido aointenso tiroteio.

Transferências – O Tribunalde Justiça do Rio (TJ-RJ) autori-zou ontem a transferência deoito presos do Rio para a Peni-tenciária Federal de Catandu-vas, no Paraná, atendendo a pe-dido feito pelo secretário esta-dual de Segurança do Rio, JoséMariano Beltrame. Até o inícioda noite, os presos não haviamembarc ado. ( Ag ê n c i a s )

No Rio Comprido, na zona norte do Rio, bandidos atearam fogo em um veículo no Elevado Paulo de Frontin. Em Belford Roxo, na Baixada, criminosos obrigaram os passageiros de um ônibus a descer e queimaram o veículo.

Mais veículos queimados: em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, e em Santa Cruz, na zona oeste do Rio, onde outro ônibus foi destruído

Em Vicente de Carvalho, moradores observam um ônibus queimado Suspeitos de tráfico são presos em operação na Favela Jacarezinho

Policiais enfrentam traficantes durante operação na Favela Jacarezinho. Houve ações em 27 favelas.

14pessoas morreram

apenas ontemdurante os confrontos

entre a polícia e osbandidos no Rio.22 veículos foram

i n c e n d i a d o s.

25pessoas foram presas

apenas ontem.Quarenta e seteescolas e dezcreches, que

atendem 17.772alunos, não

f u n c i o n a ra m .

Marco Antonio Teixeira/AOG Fernando Quevedo/AOG

Fernando Quevedo/AOG Jadson Marques/AOG

Sergio Moraes/Reuters

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quinta-feira, 25 de novembro de 201010 DIÁRIO DO COMÉRCIO

CONVOCAÇÃOConvocamos a empresa DIPESE - DISTRIBUIDORA DE PEÇAS E SERVIÇOS LTDA. - ME, CNPJ nº 02.836.253/0001-25, a comparecer na Secretaria do Governo Municipal - Rua Líbero Badaró, 119 - 8º and. - Centro - SP, a fim de retirar a Nota de Empenho nº 105914/2010, processada no PA nº 2006-0.304.578-9, emitida a seu favor, no valor de R$ 358,55 (trezentos e cinquenta e oito reais e cinquenta e cinco centavos) e apresentação dos dados bancários.

SECRETARIA DO GOVERNO

DIVISÃO TÉCNICA DE SUPRIMENTOS - SMS.3ABERTURA DE LICITAÇÕES

Encontram-se abertos no Gabinete:REABERTURA - PREGÃO ELETRÔNICO 262/2010-SMS.G, processo 2010-0.204.522-0, destinado ao registro de preço de MEIO DE CULTURA DE LOWENTEIN JENSEN PRONTO PARA USO, para ao Coordenação da Atenção Básica/Assistência Laboratorial, do tipo menor preço. A abertura/realização da sessão pública de pregão ocorrerá a partir das 14 horas do dia 09 de dezembro de 2010, a cargo da 2ª Comissão Permanente de Licitações da Secretaria Municipal da Saúde.PREGÃO PRESENCIAL 329/2010-SMS.G, processo 2010-0.242.207-4, destinado à aquisição de LICENÇAS MICROSOFT OFFICE STANDARD 2010 SNGL MVL, para ao Coordenação da Atenção Básica/Estratégia Saúde da Família, do tipo menor preço. A sessão pública de pregão ocorrerá às 14 horas do dia 10 de dezembro de 2010, a cargo da 3ª Comissão Permanente de Licitaçõesda Secretaria Municipal da Saúde.RETIRADA DE EDITALO edital do pregão acima poderá ser consultado e/ou obtido nos endereços:http://e-negocioscidadesp.prefeitura.sp.gov.br, ou, no gabinete da Secretaria Municipal de Saúde, na Rua General Jardim, 36 - 3º andar - Vila Buarque - São Paulo/SP - CEP 01223-010, mediante o recolhimento de taxa referente aos custos de reprografia do edital, através do DAMSP, Documento de Arrecadação do Município de São Paulo.DOCUMENTAÇÃO - PREGÃO ELETRÔNICOOs documentos referentes às propostas comerciais e anexos, das empresas interessadas, deverão ser encaminhados a partir da disponibilização do sistema,www.comprasnet.gov.br, até a data de abertura, conforme especificado no edital.DOCUMENTAÇÃO - PREGÃO PRESENCIALOs documentos referentes ao credenciamento, os envelopes contendo as propostas comerciais e os documentos de habilitação das empresas interessadas, deverão ser entregues diretamente ao pregoeiro, no momento da abertura da sessão pública de pregão.

SECRETARIA DA SAÚDE

Sonho é sonho. Eu faço parte de uma fantasia inexplicável.Papai Noel dos Correioscidades

Mamãe Noel e Papai Noel na sede dos Correios em São Paulo, na rua Mergenthaler, 592, na Vila Leopoldina: "Nossa gratificação é recuperar os sonhos das crianças e realizá-los"

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Casal Noel vai aosCorreios e transformacartinhas em realidadeQualquer um pode adotar uma carta endereçada ao Papai Noel e realizar o sonho de uma criança carente

Mariana Missiaggia

Nada mais natural doque crianças escreve-rem cartinhas para oPapai Noel. Mas como

ele não tem um endereço exato,com nome da rua, número e CEP,centenas de cartas endereçadasao bom velhinho são encami-nhadas para os Correios, ondequalquer pessoa pode "adotar"uma delas e realizar o sonho deNatal de uma criança.

Magia – Se o bom velhinho écapaz de movimentar a economia

e de inspirar a solidariedade nosadultos, foi capaz também de mo-tivar a criação do projeto PapaiNoel dos Correios, mantendo as-sim o encantamento da data, dascartinhas e da magia do Natal.

Esse programa dos Correioscomeçou de maneira indireta há20 anos. Em 1997, ele passou aser corporativo. Em São Paulo,200 colaboradores voluntáriosdedicam seu tempo extra paraler e cadastrar as cartas enviadaspelas crianças, especialmentepelas carentes. Seis centrais detratamento participam da fasede separação das cartas.

"Adoção" – Nessa etapa, cor-respondências duplicadas e semendereço do remetente são des-cartadas. O restante é encami-nhado para as 113 agências dosCorreios da Capital e para as queatendem a Região Metropolita-na de São Paulo e a Baixada San-tista. Qualquer pessoa interessa-da poderá ler e adotar uma cartanas chamadas agências de apa-drinhamento, de segunda a sex-ta-feira, das 9h às 17h.

De acordo com José Furian Fi-lho, diretor regional dos Correiosem São Paulo, além de espalhar ereforçar o espírito natalino demilhares de crianças em todo oPaís, o projeto também preten-de incentivar a leitura e a escrita."Durante todo o ano, nós desen-volvemos um trabalho nas esco-las cujo objetivo é estimular ascrianças a escrever e a conhecero fluxo postal. E as cartinhas seprestam bem a esse exercício",disse Furian Filho.

Cidadania – Pela primeira vez,Alessandra Paula Quilici Mello, de38 anos, publicitária, estava emuma das mesas com as cartinhasenviadas para o Papai Noel. Ela leuatentamente cada uma delas, atédefinir qual delas iria adotar. "Te-nho uma filha de 3 anos e, além depresentear mais uma criança, eu emeu marido queremos transmitirà nossa filha noções de cidadaniae mostrar que nem todas as crian-ças têm as mesmas condiçõesque ela tem", disse Alessandra.

Resposta – São cadastradasapenas cartas manuscritas decrianças com até 12 anos, comcondição socioeconômica vulne-rável. Cartas xerocadas e digita-das serão rejeitadas. Entre os pe-didos predominam bicicletas,roupas, cestas básicas e itens dealimentação que normalmentecompõem a ceia de Natal, comoum panetone, por exemplo. Ou-tras crianças pedem apenas a pre-sença do Papai Noel em sua casa.Sem saber se serão atendidas, to-das as crianças que mandam car-

tas para o Papai Noel recebemuma resposta, com o intuito decultivar o espírito natalino.

Em 2009, Os Correios recebe-ram, na Capital, 241.035 cartaspara o Papai Noel. Desse total,91.005 foram cadastradas para oprograma e 40.160 foram foramadotadas. As cartas têm maiorproveniência das zonas sul eoeste da cidade. Este ano, os pe-didos começaram a chegar naprimeira quinzena de novem-bro. As cartas que forem cadas-tradas até o dia 15 de dezembropoderão ser adotadas. Até on-tem, 16 mil cartas haviam sidocadastradas e 3.700 adotadas.

Pedidos – Com sua casa mon-tada na sede dos Correios, na ruaMergenthaler, 592, na Vila Leopol-dina, Papai Noel e Mamãe Noel re-cebem cartas e doações. Entre ashistórias mais marcantes, o PapaiNoel dos Correios recorda-se daentrega de uma tartaruga a ummenino de 4 anos, que enviou acarta sem a ciência dos pais. Hou-ve também a carta enviada poruma menina que só pedia a pre-sença do Papai Noel em sua casa."Sonho é sonho. Eu faço parte deuma fantasia inexplicável. Elestransferem sua fé para o PapaiNoel. Vale a pena sonhar e acredi-tar em dias melhores", disse.

Emocionada com as histórias, aMamãe Noel compartilha da mes-ma opinião. "Nossa gratificação érecuperar os sonhos das criançase realizá-los", disse.

Com o mercado bem aqueci-do neste período, a demandapelos Correios é grande. Por isso,as entregas começam já na pró-xima semana, para que os pre-sentes cheguem até o Natal."Queremos que as crianças te-nham esperança. Os Correiossão só o organizador desta ação.O apadrinhamento da socieda-de é um adicional. O programadepende do compromisso dequem colabora. Toda criançatem um sonho e é importanteparticipar disto", disse Furian.

Cartinhas passam por cadastramento e são postas para "adoção"

"Em casa não tem chaminé"

"O lá, sou a Michelle e gostaria muito deganhar de Natal o Jogo da Vida, porque

ele é muito legal. Estou só escrevendo para avisarque me comportei muito bem este ano. Por isso, osenhor não precisa perguntar nada para minha

mãe, nem para os vizinhos. Aparece no Natal!Aqui em casa não tem chaminé. É só tocar a cam-

painha. Tem um pouco de sorvete na geladeira paraos anões. O senhor pode deixar as renas no jardim.Nosso cachorro é mansinho. Ele só corre atrás do car-teiro. Tchau.

Ass. Michelle, obrigada".

São cadastradas apenas cartas manuscritas de criançascom até 12 anos, com condição socioeconômica vulnerável

quinta-feira, 25 de novembro de 2010 11DIÁRIO DO COMÉRCIO

CÓLER AONU: Haiti precisade médicose enfermeirosdo exterior.

A RG E N T I N APresidente CristinaKirchner declaravinho como 'bebidanacional' do paísnternacional

Após o bombardeio norte-coreano, membros da Guarda Costeira sul-coreana ajudaram a retirar mais de 300 moradores da ilha – a maioria mulheres, crianças e idosos.

Cerca de 20 casas de Yeonpyeong foram destruídas pelo ataque Dois civis e dois soldados morreram; Seul aumenta presença militar.

A ILHA DO MEDOMoradores de Yeonpyeong fogem após ataque norte-coreano. Manobras militares dos EUA e Coreia do Sul elevam a tensão na região.

Sentindo frio e medo,centenas de moradoresda ilha sul-coreana deYeonpyeong fugiram

ontem para o continente, e mui-tos prometem não voltar maisàs suas casas, depois do bom-bardeio norte-coreano da vés-pera. A tensão na Península Co-reana pode aumentar depoisque os Estados Unidos e a Co-reia do Sul concordaram em rea-lizar exercícios militares con-juntos a partir do próximo do-mingo, na região do mar Ama-relo. Na frente diplomática,Washington pressiona a Chinapara que contenha sua aliadaCoreia do Norte. Pequim, po-rém, evitou condenar Pyon-gyang e instou ambas as partes amostrarem "moderação".

Na manhã de ontem, foramencontrados dois corpos de ci-vis mortos na ilha sul-coreana.Com isso, subiu para quatro onúmero total de mortos no ata-que. O confronto, que duroucerca de uma hora, deixou tam-bém dois fuzileiros navais mor-tos e 18 pessoas feridas – 15 mi-litares e três civis. Foi o ataquemais violento desde o final daGuerra da Coreia, em 1953.

Os moradores fugiram dailha. "Não vou voltar", decla-rou o agricultor Kim Ji-kwon,de 53 anos. "Deixei para trás tu-do o que eu tinha."

A pequena ilha, apenas 120quilômetros a oeste de Seul eperto da zona de fronteira marí-tima disputada, abriga cerca de1.600 civis e 1.000 militares.

Cerca de 340 residentes esta-vam sendo retirados da ilhaontem, após passarem a noiteem um abrigo improvisado,com medo de que o bombar-deio recomeçasse.

Isso não aconteceu, mas a tré-gua não serviu de consolo paraCho Soon-ae, que desembarcouem lágrimas no porto de In-cheon, levando sua filha peque-na. "Minha casa foi toda quei-mada. Perdemos tudo", contouela, que iria se instalar em um al-bergue público. Segundo a TVlocal, cerca de 20 de casas foramqueimadas pelo ataque.

Sucessão - Autoridades nor-te-americanas e sul-coreanasacreditam que a agressão estávinculada ao processo de su-cessão do líder norte-coreano,Kim Jong-il.

"Há uma liderança preocu-pante na Coreia do Norte. Ele(Kim Jong-il) é uma pessoa mui-to imprevisível, muito perigosa.Isso também está vinculado,pensamos nós, à sucessão destejovem de 27 anos (Kim Jong-un)que assumirá o comando em al-gum momento", assinalou ochefe do Estado-Maior das For-ças Armadas dos EUA, almi-rante Mike Mullen, à rede ABC.

Chin a - Mullen reiterou ospedidos do presidente dosEUA, Barack Obama, para quea China intervenha para con-trolar a Coreia do Norte. "Opaís que tem influência sobrePyongyang é a China e, por-tanto, sua liderança é absoluta-mente crucial", destacou.

A China mostrou preocupa-ção com a repercussão do ata-que, mas defendeu uma solu-ção por meio do diálogo.

"A China leva esse incidentemuito a sério, expressa dor e la-menta a perda de vida", disse oporta-voz do Ministério das Re-lações Exteriores chinês, HongLei. "Nós sempre sustentamosque as partes relevantes devem,por meio do diálogo e das con-sultas, resolver as disputas pormeios pacíficos", acrescentou.

As autoridades chinesas, po-rém, demonstraram preocupa-ção com as novas manobras mi-litares que serão realizadas porWashington e Seul. Um porta-aviões norte-americano já está acaminho do Mar Amarelo.

"A China não vai receberbem o porta-aviões participan-do dos exercícios porque essetipo de movimentação podeelevar as tensões, e não aliviá-las", disse Xu Guangyu, major-general da reserva chinês.

Em resposta, os EUA garanti-ram que os exercícios são de "na-tureza defensiva". (Agências)

Nova Zelândia em lutoSegunda explosão em mina enterra chances de encontrar sobreviventes

ANova Zelândia viveum momento de co-moção nacional após

as autoridades terem confir-mado a morte de 29 mineirosque estavam a seis dias presosna jazida de Pike River, no suldo país. Uma segunda explo-são dentro da galeria ocorreuna tarde de ontem, acabandocom a esperança de um resgatebem sucedido.

O primeiro-ministro neoze-landês, John Key, classificou oacidente de "tragédia nacional"e anunciou que uma comissãovai investigar as causas. "Somosuma nação em luto", declarou.

Os mineiros, com idades en-tre 17 e 62 anos, ficaram presosno túnel da mina de carvão, nasexta-feira, quando gás meta-no causou uma explosão namontanha localizada na ilhaSul, na Nova Zelândia.

Key compareceu na televi-são pouco após confirmar que

nenhum dos 29 mineradoresconseguiu escapar da segundaexplosão de gás metano.

Os familiares dos mineirosculpam a polícia pelas mortes.Desde sexta-feira, as equipes deresgate não permitiam a desci-da na mina por causa dos altosíndices de gás metano, e fracas-sou a tentativa de utilizar robôs

para detectar sobreviventes..A esperança era grande por

causa do resgate dos 33 minei-ros chilenos. Mas a operação noChile foi facilitada pela ausên-cia de gases em minas de cobree ouro. Outro fator positivo nocaso chileno foi o clima seco daregião, que impede o risco deinundações. (Agências)

Familiares dos 29 mineiros culpam a polícia pelo fracasso no resgate

Tim Wimborne/Reuters

REPRESSÃOPequim fechou

2,5 mil sitesconsiderados

ilegais entre julhoe outubro

W I K I L EA KS

ABUSOO ex-presidente daCâmara dos EUA

Tom DeLay édeclarado culpadode lavar dinheiro

Ogoverno de Obama disseontem que começou a

notificar governos estrangeirosque o website WikiLeaks estáse preparando para publicararquivos sensíveis dadiplomacia dos EUA, os quaispoderão prejudicar as relaçõesentre Washington e seusaliados ao redor do mundo.

As novas denúncias devemdivulgar comunicaçõessigilosas dos EUA relatando apresença de corrupção emgovernos estrangeiros,disseram fontes da Re u te r s .Entre os países que aparecemno relatório estão Rússia,Afeganistão, além de países doExtremo Oriente e da Europa.

Como manda a tradição, opresidente dos EUA, Barack

Obama, perdoou ontem doisperus, na véspera do Dia de Açãode Graças. Acompanhado das

filhas, Obama evitou que "Apple"e "Cider" tivessem o mesmodestino dos outros milhões deperus comidos no feriado maisimportante do país. (Ag ê n c i a s )

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quinta-feira, 25 de novembro de 201012 -.LOGO DIÁRIO DO COMÉRCIO

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Acesse www.dcomercio.com.br para ler a íntegra das notícias abaixo:

E M C A R T A Z

T ECNOLOGIA

Apple 1 vendido por R$ 363 mil

D ESIGN

Bijuterias tribaisInspiradas em símbolos das

tribos nativas da América, essasbijuterias da Brevity são bonitascomo acessórios e comod e co ra ç ã o.

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VISUAIS

Exp osição'Apesanteurs - Os

desenhos secretos deCarole Solvay' exibeplumas de aves em

esculturas einstalações. Museu

Brasileiro da Escultura(MuBE). Rua Alemanha,

221, Jardim Europa,tel.: 2594-2601. Grátis.

B IODIVERSIDADE

Nova espécieCientistas do Instituto

Oceanográfico Woods Hole, naIndonésia, revelaram ontem aimagem da lula da espécieSamae teuthidodrilus. O animalé um entre as 70 novasespécies descobertas noOceano Índico.

M EIO AMBIENTE

2010, o ano em que a terra ferveuEste ano já é o mais

quente registrado nu-ma série histórica ini-ciada em 1850, revela-

ram ontem três institutos quecalculam as temperaturas mé-dias globais. O resultado dá ain-da mais urgência à conferênciaclimática da Organização dasNações Unidas (ONU) queacontece semana que vem em

Cancún. Lá, os países discutirãomedidas para limitar o aqueci-mento global a 2 °C acima dosníveis pré-industriais.

Faltando dois meses de da-dos para serem coletados, 2010já está cerca de 0,8 °C acima datemperatura média pré-indus-trial e 0,5 °C acima da média re-gistrada entre 1961 e 1990. Se no-vembro e dezembro forem mais

Boris Horvat/AFP

DE OLHOS BEM ABERTOS - Fotografias do artista francês JR expostas em uma estrada de Valenton, nas

proximidades de Paris, mostram olhos em close. JR é famoso por pintar transformar estruturas urbanas

em suportes para suas fotos e os olhos são temas constantes de suas fotos.

A TÉ LOGO

Observação de galáxias distantes confirma ação de força oposta à gravidade

Jovens fazem protesto contra homofobia em frente à sede do Mackenzie

'Rei' Pelé sai em defesa do São Paulo e diz que time não entregou jogo

Um dos 200 exemplaresexistentes do Apple-1 – o primeirocomputador da Apple, montadona garagem dos pais de Steve Jobs– foi vendido ontem na casa deleilões Christie’s, em Londres, naInglaterra, pelo equivalente emlibras a R$ 363 mil. O computador

foi comprado pelo empresário ecolecionador italiano MarcoBoglione. Originalmente, oApple-1 custava US$ 666,66. Opreço do arremate equivale a cercade 300 vezes o valor cobrado em1976. A máquina deixou de serproduzida em 1977.

L o goLogowww.dcomercio.com.br

SKATES RECICLADOS

L OTERIAS

Concurso 1091 da LOTOMANIA

27 28 42 44 53

54 57 59 61 63

65 74 78 79 80

Concurso 1234 da MEGA SENA03 05 19 24 30 35

83 86 87 95 96

Concurso 2455 da QUINA

05 29 35 58 62

Dia Internacional pelaEliminação da Violência contra

as Mulheres

25

NO

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frios, 2010 ficará como o terceiroano mais quente da história,atrás de 1998 e 2005.

"Com base nestes números,[2010] ficará em segundo, masdepende do calor que fizer emnovembro e dezembro", dissePhil Jones, diretor da Unidadede Pesquisa Climática da Uni-versidade de East Anglia, naG r ã - B re t a n h a .

Segundo Jones, 1998 foi o anomais quente. A Nasa consideraque 2005 foi mais quente, e queas temperaturas na superfícieterrestre até outubro estavamcentésimos de graus Celsius aci-ma da média daquele ano.

O Centro Nacional de DadosClimáticos dos EUA diz que atéagora 2010 se equipara a 1998,ano mais quente da história.

Ilya Naymushin/Reuters

MOVIMENTO - Bailarinas se preparam para o concurso que escolherá as melhores

profissionais da Rússia para integrar no fórum "Balé do Século XXI". O evento, que

acontece na Sibéria, é uma homenagem ao centenário da bailarina Galina Ulanova .

A RTE

Tela El pescador, Valencia, do artista espanhol JoaquinSorolla (1863-1923) f, foi a inesperada estrela de umleilão realizado ontem pela Sotheby's de Londres. Oquadro foi vendido por US$ 4,8 milhões a umcolecionador cujo nome não foi revelado.

Haroshi é umartista plásticoque transformaem arte osvelhos skatesabandonadospor seus donos.O cuidado comque junta aspranchas se vêno mosaico demadeira dediversas coresde suasesculturas.

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ar tworks/

Laurence Madin/AFP

quinta-feira, 25 de novembro de 2010 13DIÁRIO DO COMÉRCIO

Para atender à demanda crescente, Ofner elevará produção.

Divulgação

CHINABanco centraldo país pediuaos bancos querefreiem o crédito

A P ROVA Ç Ã OO Cade autorizouontem a comprada AracruzCelulose pela VCPeconomia

Mais panetone na ceia do brasileiro

Elevação darenda, ofertade crédito econfiança nasperspectivasda economiadeverãomovimentar ocomércio nestefim de ano.No entanto, oIDV alerta queessa tendênciapode sedesacelerarem janeirode 2011.

Vanessa Carvalho/AE

Varejo projetao melhor Natalem três anosEstimativas indicam que as vendas do comércio devem aumentar,com destaque para produtos duráveis como móveis e eletrodomésticos.

Vanessa Rosal dos de 2009. "Os consumidoresestão confiantes nas suas con-dições econômicas e a oferta decrédito está bastante favorá-vel, enquanto o volume de re-cursos e os prazos são os maio-res da década", disse.

Para o diretor de relaçõescom o mercado das Lojas Cem,Valdemir Colleone, o cresci-mento será puxado pelas ven-das de computadores e televi-

sores com tela de LCD. "Temosestoque para atender a deman-da de Natal e todo o mês de ja-neiro de 2011. O preço dessesprodutos vem caindo, o quecontribui para o consumo."

O varejo de móveis e utensí-lios para a casa também serábeneficiado pelo 13º salário doconsumidor brasileiro. O finaldo ano, segundo o diretor daTok&Stok, Regis Dubrule, é o

período escolhido pelas famí-lias para arrumar e incremen-tar os ambientes do lar. "Osconsumidores aproveitam odinheiro extra para reformar emobiliar a casa. Estamos muitootimistas neste ano", afirmou.

Ainda segundo a pesquisado IDV, os itens comercializa-dos em supermercados, far-mácias, perfumarias e alimen-tação fora do lar (não-durá-veis), assim como o grupo for-mado por vestuário, livros,brinquedos (semi-duráveis),devem apresentar crescimen-to de vendas nos próximos me-ses (veja tabela acima).

D e s a c e l e ra ç ã o – A diretorado IDV, Fabíola Xavier, no en-tanto, ponderou que as vendasdevem desacelerar em janeirode 2011, apresentando um de-sempenho mais tímido.

"Por causa da base forte dejaneiro de 2009, que teve a aju-da da redução do Imposto so-bre Produtos Industrializa-dos (IPI) em móveis e eletro-domésticos, o crescimentodas vendas como um todo de-ve ser menor, atingindo cercade 8,3%", explicou.

Ocomércio varejistadeverá ter o me-lhor Natal dos últi-mos três anos. De

acordo com o Índice Antece-dente de Vendas (IAV), do Ins-tituto para Desenvolvimentodo Varejo (IDV), divulgado on-tem, a expectativa é de que asvendas alcancem taxas eleva-das, totalizando crescimentode 11,1% no último trimestrede 2010, em relação a igual pe-ríodo do ano anterior. Algunsdos destaques apontados napesquisa são eletroeletrônicos,móveis, roupas, calçados e li-vros, além de alimentos típicospara a data comemorativa.

O segmento ligado a bensduráveis, como móveis, eletro-domésticos e materiais deconstrução, é o que espera me-lhor desempenho para os pró-ximos meses. Segundo a dire-tora do IDV, Fabíola Xavier, ocrescimento de vendas do se-tor atingirá 16,5% em novem-bro e 16,7% em dezembro, nacomparação com iguais perío-

Lei da Entrega traz desafiosaos lojistas no fim de ano

Ricardo Osman ficará atento às queixas deconsumidores em relação aodescumprimento da norma."As empresas que não fizeremas entregas ou que não cum-prirem o prazo combinado se-rão multadas, e poderão so-frer outras sanções."

Ontem, o Procon-SP anun-ciou ter efetuado uma opera-ção de fiscalização no comér-cio e autuado 77 estabeleci-mentos (dos quais 57 são lojasvirtuais) por infringirem a leida entrega.

De acordo com Góes, maisde 90% das queixas dos consu-midores nesta área dizem res-peito à falta de entrega dos pro-dutos por parte das empresas.E observou que a preocupaçãomaior está com o comércio ele-trônico. "O e-commerce deveter um crescimento forte nesteNatal. Estaremos atentos aosproblemas de entrega."

Pesquisa – O Instituto Bra-sileiro de Defesa do Consumi-dor (Idec) concluiu um levan-tamento sobre o assunto com12 grandes empresas do vare-jo. Apenas o Carrefour infor-mou oferecer no seu site o ser-viço de entrega agendada.

Aproximidade do Nataltraz de volta as discus-sões sobre a lei esta-

dual 13.747/2009, que regula aentrega de produtos e serviçoscom hora marcada no comér-cio. A previsão de aumentodas compras, sobretudo pormeio do comércio eletrônico, eo trânsito intenso na Capitalevidenciam os desafios para oscomerciantes em relação aocumprimento dessa regra.

"A lei é um absurdo e traz umrisco grande para as empresasnesta época do ano, além deaumentar os custos dos produ-tos e serviços, que são repassa-dos aos consumidores", disse oeconomista Marcel Solimeo,da Associação Comercial deSão Paulo (ACSP). Para ele, alei é desnecessária porque in-terfere na relação entre empre-sas e consumidores – que deveser pautada pelo bom senso enão por obrigações legais.

Fiscalização – O diretor defiscalização da Fundação Pro-con de São Paulo, Paulo Ar-thur Goés, alertou que o órgão

Confiança:maior nível em

cinco anos.

Aconfiança do consumi-dor em novembro mos-

trou o nível mais alto em cincoanos. É o que revelou ontem aFundação G etúl io Vargas(FGV), ao divulgar o Índice deConfiança do Consumidor(ICC), que subiu 2,7% em no-vembro ante outubro, na sériecom ajuste sazonal.

A fundação também revi-

sou para cima a taxa apuradaem outubro ante setembro,de 0,1% para 0,2%. Com isso, oindicador da FGV – que é cal-culado em uma escala que vaide zero a 200 pontos – passoude 121,8 para 125,4 pontos deoutubro para novembro, eatingiu novo recorde.

O ICC subiu 9,3% em no-vembro na comparação comigual mês em 2009. No mêspassado, o indicador avançoude forma menos intensa, comalta de 7,5% ante outubro de2009. O levantamento abran-ge mais de 2 mil domicíliosem sete capitais. (AE)

S ímbolo das ceias de finalde ano, o panetone seráconsumido por mais pes-

soas neste Natal. A previsão éda Associação Paulista de Su-permercados (Apas), que esti-ma aumento de 10% nas ven-das do produto neste ano, emcomparação com 2009.

O consumo do item deve serimpulsionado pela economiaestável e pela alta na renda dopúblico de baixa renda. O se-tor de supermercados comer-cializa, neste ano, 40 mil das 50mil toneladas de panetonesproduzidas no mercado.

O fner – Na rede de confeita-rias Ofner, a produção de pane-tones cresceu de 320 para 350toneladas e a empresa esperaaumentar a venda do produtoem 9% neste ano. Embora o car-ro-chefe seja o panetone comfrutas cristalizadas, a rede lan-

çou uma versão com recheio dedoce de leite, em embalagemde 1 kg. A novidade está sendocomercializada nas 17 lojas daOfner pelo preço de R$ 45,50.

O doce de leite usado no re-

cheio é importado da Argenti-na e tem melhor distribuiçãode densidade, coloração, do-çura, fluidez e durabilidade, se-gundo o diretor-comercial daOfner, Laury Roman. A decisão

de lançar o produto foi tomadaum ano depois de testes.

"Experimentamos diversasmarcas de doce de leite até che-gar ao produto argentino", dis-se Roman. Neste ano, a marcatambém aposta em embala-gens refinadas, como as caixasdecoradas e feitas em veludo.

Para ele, a inovação nos re-cheios é o diferencial da marca,que já comercializa os saborestrufado, mousse, zabaione,gianduia e chocolate. A empre-sa também fabrica um paneto-ne sem açúcar, da Linha Zero.

R e fo r ç o – Para reforçar a ca-pacidade de produção diária deseis toneladas, a rede contratou60 funcionários temporários."Cerca de 30% deles continuamna empresa a partir de janeiro,quando iniciamos a produçãopara a Páscoa", afirmou.

Rejane Tamoto

quinta-feira, 25 de novembro de 201014 -.ECONOMIA DIÁRIO DO COMÉRCIO

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quinta-feira, 25 de novembro de 2010 15DIÁRIO DO COMÉRCIO

Não é usual que autoridades consigam detectar problemas internos em bancos.Henrique Meirelles, presidente do BCeconomia

Rombo sóseria visto por

um BC "galático"Foi o que disse Meirelles, sobre o problema descoberto no PanAmericano.

Opresidente do Ban-co Central, Henri-que Meirelles, dis-se ontem que o BC

não poderia ter detectado an-tes o rombo de R$ 2,5 bilhõesdo banco PanAmericano, deSilvio Santos, porque seria pre-ciso se transformar numa "su-pergalática empresa de fiscali-zação" e ter um "exército" deauditores, o que se tornaria ca-ro e inviável. Ele rejeitou a pro-posta de o BC ampliar o contro-le das operações bancárias."Não é a função do BC substi-tuir o papel da auditoria inter-na e do controlador," afirmou.

Meirelles e a presidente daCaixa Econômica Federal(CEF), Maria Fernanda RamosCoelho, participaram ontemde audiência da Comissão deAssuntos Econômicos do Se-nado para falar sobre a situa-ção do PanAmericano. (Leiam a i s s o b r e a a u d i ê n c i a d oPanAmericano ao lado)

"Não é comum, usual queautoridades fiscalizadoras nomundo inteiro consigam de-tectar problemas internos eminstituições", afirmou o presi-dente do BC, citando casos debancos que quebraram em ou-tras partes do mundo.

Meirelles disse que, se o go-verno fizesse auditorias em ca-da banco isoladamente, issosignificaria usar dinheiro pú-

CEF nega perdas com compraPresidente Maria Fernanda diz que banco de Silvio Santos traz sinergia à Caixa

Ed Ferreira/ AE

Maria Fernanda Coelho disse que negócio não foi de especulação

blico para fazer trabalho deresponsabilidade da iniciativaprivada. "O governo deveriagastar mais para evitar prejuí-zo do controlador? Que mon-tante de recursos seria mobili-zado para montar um exércitode auditores para o sistema fi-nanceiro inteiro?"

Segundo ele, o BC faz umacompanhamento do sistema

financeiro comoum todo, mas não decada banco individual-mente. Meirelles afirmouque, se o BC fizesse essa au-ditoria detalhada, os bancosdeixariam de contratar empre-sas externas. "Por que eles pa-gariam, se o governo estaria jáfazendo o serviço para eles?"indagou. (F o l h a p re s s )

Apresidente da CaixaE c o n ô m i c a Fe d e r a l(CEF), Maria Fernanda

Coelho, afirmou ontem que obanco estatal não teve perdascom a aquisição do PanAmeri-cano. Disse também que a ins-tituição não falhou ao adquirirum banco cujo balanço escon-dia um problema de contabili-dade de R$ 2,5 bilhões.

"A Caixa não considera queela perdeu. Ela não comprou ainstituição como um especula-dor, para vender na alta. Elacomprou como um planeja-mento estratégico e avalia queisso vai trazer o retorno espera-do", declarou Maria Fernandaem audiência conjunta nas Co-missões de Constituição e Justi-

ça (CCJ) e de Assuntos Econô-micos (CAE) do Senado.

Segundo a presidente daCaixa, estudos técnicos feitosno ano passado mostravamque o PanAmericano era a ins-tituição "com melhores siner-gias", pois também buscava osegmento de clientes de baixarenda e atuava em nichos emque o banco estatal não tinha amesma experiência e partici-pação, como financiamentosde veículos, bens e leasing.

A presidente da instituiçãoestatal negou também que te-nha havido qualquer participa-ção do ex-ministro Luiz Gushi-ken para intermediar o negó-cio com o PanAmericano.

Maria Fernanda informou

que no próximo dia 26 dará iní-cio a um novo plano de negó-cios para o Banco PanAmerica-no. Nessa data, será realizada aassembleia de acionistas, quan-do ela assumirá a presidênciado Conselho Administrativo dainstituição. A executiva infor-mou que o plano de negócios jáfoi preparado e será voltado pa-ra o crédito à pessoa física.

Maria Fernanda fez um ba-lanço das ações que a Caixaadotou desde que tomou co-nhecimento de que o PanAme-ricano, do qual o banco públicoé acionista, estava passandopor um processo de fiscaliza-ção do Banco Central.

Em outubro, relatou MariaFernanda, a Caixa tomou co-

nhecimento da existência deinconsistências contábeis noPanAmericano. Entre as açõesrelatadas por ela, está a interpe-lação extrajudicial da CaixaParao Banco Fator. Ela destacou naaudiência que, restabelecida ascondições patrimoniais do Pa-nAmericano, agora a institui-

ção que preside tem plenascondições de executar o planode negócios do banco. MariaFernanda Coelho ressaltou ain-da que a condução do processode regularização pelo BC e peloFundo Garantidor de Crédito(FGC) deu tranquilidade à dire-ção da Caixa. (Ag ê n c i a s )

quinta-feira, 25 de novembro de 201016 DIÁRIO DO COMÉRCIO

SérgioJunqueira

DC

Rua Padre Raposo, 206 - Mooca - São Paulo/SP

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O setor de máquinas e equipamentos ainda não se recuperou da crise.Luiz Aubert Neto, presidente da Abimaqeconomia

Contatos com oautor pelo e-mail: [email protected]

O preço de sersustentável

Glauce Cavalcanti/AOG

Houve uma épocaem que as empre-sas praticavam fi-lantropia como de-

monstração de cidadania cor-porativa, algo que a posturapaternalista tornou obsoleto.No lugar veio a responsabili-dade social, que com o tempotambém caiu em desuso. Abola da vez é sustentabilida-de, que traz conceitos anterio-res turbinados à preocupaçãocom o verde. Para isso, todasas funções empresariais fo-ram convocadas a se alistar noexército da sustentabilidade.

Com o mundo das viagensde negócios não foi diferente– incluindo ações que vãodesde a adoção de medidasque reduzam a emissão decarbono até a seleção de for-necedores alinhados à causa.Neste último quesito, sobroupara os resorts escolhidos pa-ra eventos. Eles nunca estive-ram tão sob a mira dos clien-tes, que preferem quem con-tribui não só por meio de prá-ticas de gestão saudáveis,mas também proporcionemqualidade de vida aos em-pregados, fornecedores e co-munidade à sua volta.

Nesse sentido, o IberostarPraia do Forte, na Bahia, re-centemente escolhido pelaAssociação Brasi leira deFranchising (ABF) para se-diar a sua 10ª convenção, dáum bom exemplo. Em lugarde trazer funcionários expe-rientes de centros mais avan-çados, 70% dos seus 1,15 milcolaboradores, somados aovizinho Iberostar Bahia, fo-ram recrutados no própriomunicípio carente onde estásituado, Mata de São João.

Se antes a maior parte dosselecionados se dedicava àagricultura, agora passampor um treinamento de doismeses e se capacitam em ho-telaria. Com isso, abrem ca-minho para uma carreira na

indústria do turismo. Mes-mo aqueles que não são apro-veitados pela rede encon-tram emprego fácil em hotéise pousadas da região. Complano médico e odontológi-co, nunca se viu tanto apare-lho instalado na boca de tan-ta gente sorridente.

Ramón Girón, o jovem di-retor geral do hotel, nascidona Galícia e com passagem desete anos pelo México a servi-ço do Iberostar, revela que,diferentemente do padrão dehotelaria de outros países, arede optou em manter os em-pregados em suas própriascasas, junto à família. "Oscustos elevados em transpor-te se compensam pela satisfa-ção pessoal dos colaborado-res, que se reflete no atendi-

mento ao hóspede", avalia.Com apenas três meses no

Brasil, Ramón se empolga aofalar com um ótimo portu-guês do projeto que lidera."Há apenas cinco anos nãohavia nada aqui", diz. Quan-do a rede se instalou, imagi-nou que seus 1.168 aparta-mentos seriam ocupados por70% de viajantes internacio-nais e 30% brasileiros. Acon-teceu o contrário. Diante dosbons resultados, a Iberostarfaz planos para um terceirohotel, mais sofisticado, para240 hóspedes adicionais.

Mas a sustentabilidadetem preço. Não dá para fazermilagre com gente que hápoucos anos não tinha expe-riência com clientes tão exi-gentes – 35% dos quais pro-

venientes do mundo corpo-rativo – em uma atividadeque requer competência a ca-da movimento e palavra pro-nunciada. Contando com avontade de acertar, estes jo-vens bandeirantes do turis-mo litorâneo superam seuserros com simpatia, umavantagem competitiva dosque nasceram na Bahia.

Nesse contexto, o que se es-pera em contrapartida de ca-da hóspede? Ao se defrontarcom um atendimento falho,fugir da crítica fácil. No lugardisso, envolver-se na corre-ção do problema, dando oseu quinhão de contribuiçãoao funcionário equivocado.Assim, de forma personali-zada, estará apostando nosucesso da sustentabilidade.

Passageiro Vip

Div

ulga

ção

Uma bagagemprofissionalmu i t o

diversificada – isso é omínimo que se podedizer deste paulistaque já fez de tudo umpouco. Sempestanejar, Sérgioabriu mão de umafazenda familiar parase dedicar à áreaeditorial, sua grandepaixão. De 1968 a1980, voltado à áreaartística, cria aprimeira revista deteatro do Brasil,produz programaspara eventos culturaise edita livros. Até que,num lance arrojado,funda a agência Expo,lançando, entreoutros, os DziCroquetes, CaféTeatro Odeon e FalsoBr ilhante.

Em 1980, ele dá umaguinada e vai sededicar ao setorimobiliário em MatoGrosso do Sul.Dezesseis anosdepois, retorna a SãoPaulo para atuar emturismo e eventos.Torna-se responsávelpelas revistas Eventos,Mix Hotel e EventosMaking Of, além doportal Eventos. Torna-se conhecido peloPrêmio Caio, instituídoem 2000 parareconhecer osmelhores no setor.

Novos projetos?"Quero criar aBiblioteca Nacionaldos Eventos e oDiagnóstico do Ensinode Turismo, Hotelaria eEventos", respondeesse empreendedori n c a n s á ve l .

Abimaq quer suporte governamental

A s importações de má-quinas e equipamentosalcançaram US$ 2,15

bilhões em outubro, um au-mento de 29,6% com sobreigual período do ano passado.Em relação a setembro, a altafoi de 64,1% e, no acumuladodo ano, de 31,8%. Nesse ritmo,a Associação Brasileira da In-dústria de Máquinas e Equipa-mentos (Abimaq) projetou on-tem um rombo de US$ 15,49 bi-lhões na balança comercial.

"A curva das importações éexponencial e estamos viven-do um claro processo de desin-dustrialização", alertou o pre-sidente da entidade, Luiz Au-bert Neto. Ele afirmou que osetor prepara um estudo a ser

apresentado ao governo fede-ral, pedindo medidas de prote-ção à indústria nacional.

Em outubro, o setor faturouR$ 5,85 bilhões, uma alta de1,1% em relação ao igual mêsde 2009. No acumulado, o fatu-ramento alcançou R$ 59,32 bi-lhões, 10,8% mais que no anopassado. Na comparação comigual período de 2008, quandoa crise financeira estava no iní-cio, a queda foi de 14,6%.

Pe rd a s – "Em termos de fa-turamento, o setor ainda nãose recuperou da crise. Se o go-verno não desonerar os inves-timentos, não mexer na políti-ca cambial, não reduzir a taxade juros e a carga tributária,dificilmente recuperaremosos mercados internacionaisperdidos", disse.

Entre janeiro e outubro, as

vendas externas do setor fo-ram de US$ 7,45 bilhões – altade 18,8% sobre as exportaçõesde 2009, mas queda de 27,6%na comparação com igual pe-ríodo de 2008. Os Estados Uni-dos continuam sendo o princi-pal destino das vendas, segui-do da Argentina e do México.Argentina e Peru vêm ganhan-

do presença no mercado.No caso das importações, a

China ganha cada vez mais es-paço, ficando em segundo lu-gar, atrás dos EUA. Há dezanos, ela ocupava o décimo lu-gar no ranking de fornecedo-res de máquinas e equipamen-tos ao Brasil. "Em menos detrês anos, a China vai para o to-po da lista, posição já ocupadaem termos de quantidade."

Ju ro s – A escolha de Ale-xandre Tombini para ocupar apresidência do Banco Centralfoi comemorada pelo presi-dente da Abimaq, pois podesinalizar uma queda na taxade juros (Selic), que hoje estáem 10,75% ao ano. "Tiraram araposa do galinheiro." Paraele, é um equívoco nomearpessoas ligadas ao setor finan-ceiro para comandar o BC.

Sílvia Pimentel

27,6por cento foi a quedadas exportações dejaneiro a outubro de

2010, ante igualperíodo de 2008.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010 ECONOMIA/LEGAIS - 17DIÁRIO DO COMÉRCIO

Isoldi S.A. Corretora de Valores MobiliáriosC.N.P.J./M.F. Nº 62.051.263/0001-87 – NIRE Nº 35.300.025.059

Ata da Assembléia Geral Extraordinária realizada em 23 de novembro de 2010Data, hora e local: Aos 23 (vinte e três) dias do mês de novembro do ano de 2010, às 10:00 horas,na sede social da Companhia, na Rua São Bento, nº 365, 12º andar, CEP 01011-100, Cidade de SãoPaulo, Estado de São Paulo. Presenças: Acionistas representando quorum legal, conforme folhanº 08 do Livro nº 02 “Registro de Presença dos Acionistas”. Convocação: Edital de Convocaçãopublicado no Diário Oficial do Estado de São Paulo e Diário do Comércio dos dias 05, 06 e 09 denovembro de 2010. Mesa: Geraldo Isoldi de Mello Castanho – Presidente; Clóvis Joly de Lima Júnior– Secretário. Ordem do dia: a) Cancelamento de Ações em Tesouraria; b) Aumento de Capital comincorporação de Reservas; c) Redução de Capital mediante entrega de Ativos aos Acionistas; d)Remanejamento de Diretores e e) Outros assuntos de interesse social. Deliberações: Dando inícioaos trabalhos, os acionistas examinaram os itens constantes da “Ordem do Dia” e deliberaram, porunanimidade de votos: a) cancelar 409.000 (quatrocentos e nove mil) ações ordinárias de classeúnica, todas nominativas e sem valor nominal, da Companhia, que se encontravam em Tesouraria,pelo valor contábil de R$ 1.146.484,71 (hum milhão, cento e quarenta e seis mil, quatrocentos eoitenta e quatro reais e setenta e um centavos); b) incorporar ao Capital o valor de R$5.473.781,08(cinco milhões, quatrocentos e setenta e três mil, setecentos e oitenta e um reais e oito centavos),referente reservas existentes em 31 de outubro de 2010, sendo R$4.433.460,90 da Conta deReserva Legal, R$991.187,21 saldo da Conta Reserva de Atualização de Títulos Patrimoniais eR$49.132,97 saldo da Conta Incentivos Fiscais do Imposto de Renda; c) reduzir o capital social daCompanhia, em R$7.399.313,68 (sete milhões, trezentos e noventa e nove mil, trezentos e trezereais e sessenta e oito centavos), que, em virtude da incorporação das Reservas para atendera Resolução CMN nº 3.605 de 29.08.2008, passou a ser considerado excessivo. A redução seráefetivada mediante o cancelamento de 1.303.372 (hum milhão, trezentos e três mil, trezentos esetenta e duas) ações ordinárias de classe única da Companhia, todas nominativas e sem valornominal. Referida redução será realizada com a restituição aos acionistas, proporcionalmente àsrespectivas participações no capital social da Companhia, mediante a transferência da titularidadede 6.000.000 (seis milhões) de ações de emissão da BM&FBOVESPA S.A. (BVMF3), pelo valorContábil de R$7.399.313,68 (sete milhões, trezentos e noventa e nove mil, trezentos e treze reaise sessenta e oito centavos), de forma que: (i) Espólio de Carlos Alberto da Silveira Isoldi devolve393.980 ações da Companhia e recebe 1.813.666 ações da BM&FBOVESPA S.A. (BVMF3), pelovalor de R$2.236.646,75; (ii) Edith Pinheiro Guimarães Isoldi devolve 214.503 ações da Compa-nhia e recebe 987.453 ações da BM&FBOVESPA S.A. (BVMF3) , pelo valor de R$1.217.745,15;(iii) Clóvis Joly de Lima Júnior devolve 140.606 ações da Companhia e recebe 647.274 ações daBM&FBOVESPA S.A. (BVMF3), pelo valor de R$798.230,72; (iv) Geraldo Isoldi de Mello Castanhodevolve 84.364 ações da Companhia e recebe 388.364 ações da BM&FBOVESPA S.A. (BVMF3),pelo valor de R$478.938,43; (v) Maria Fernanda Guimarães Isoldi devolve 48.693 ações da Com-panhia e recebe 224.156 ações da BM&FBOVESPA S.A. (BVMF3), pelo valor de R$276.433,00;(vi) Maria Cristina Guimarães Isoldi devolve 48.693 ações da Companhia e recebe 224.156 açõesda BM&FBOVESPA S.A. (BVMF3), pelo valor de R$276.433,00; (vii) Maria Cecília Guimarães IsoldiQuirino devolve 48.693 ações da Companhia e recebe 224.156 ações da BM&FBOVESPA S.A.(BVMF3), pelo valor de R$276.433,00; (viii) Geraldo José Guimarães Isoldi devolve 48.693 ações daCompanhia e recebe 224.154 ações da BM&FBOVESPA S.A. (BVMF3), pelo valor de R$276.431,57;(ix) Luiz Eduardo Guimarães Isoldi devolve 48.693 ações da Companhia e recebe 224.154 ações daBM&FBOVESPA S.A. (BVMF3), pelo valor de R$276.431,57; (x) Ana Emília Isoldi de Morais devolve65.206 ações da Companhia e recebe 300.172 ações da BM&FBOVESPA S.A. (BVMF3), pelo valorde R$370.178,07; (xi) Inês Eloísa da Silveira Isoldi devolve 65.206 ações da Companhia e recebe300.172 ações da BM&FBOVESPA S.A. (BVMF3), pelo valor de R$370.178,07; (xii) Maria ClaraIsoldi Whyte devolve 65.206 ações da Companhia e recebe 300.172 ações da BM&FBOVESPA S.A.(BVMF3), pelo valor de R$370.178,07, e (xiii) Regina Elisa da Silveira Isoldi Pohl devolve 30.836ações da Companhia e recebe 141.951 ações da BM&FBOVESPA S.A. (BVMF3), pelo valor deR$175.056,28, conforme planilha de cálculo (Anexo I). Em decorrência do cancelamento de açõesda tesouraria, incorporação de reservas e redução de capital ora deliberados, o artigo 4º do EstatutoSocial da Companhia passará a vigorar com a seguinte nova redação: “Artigo 4º: O capital social éde R$ 22.070.291,48 (vinte e dois milhões, setenta mil, duzentos e noventa e um reais e quarentae oito centavos), dividido em 3.887.628 (três milhões, oitocentos e oitenta e sete mil, seiscentose vinte e oito) ações ordinárias de classe única, todas nominativas e sem valor nominal.”. d) queo Sr. Geraldo Isoldi de Mello Castanho, atual Diretor Gerente, ocupando interinamente o cargo deDiretor Presidente, passa a ocupar efetivamente o cargo de Diretor Presidente, e que o Sr. ClóvisJoly de Lima Júnior, atual Diretor, ocupando interinamente o cargo de Diretor Gerente, passa aocupar efetivamente o cargo de Diretor Gerente, com mandatos até a Assembléia Geral de 2012,em decorrência do falecimento do Sr. Carlos Alberto da Silveira Isoldi ocorrido em 06 de outubrode 2010, e o cargo de Diretor ficará vago, tudo isto de conformidade com os Estatutos Sociais daSociedade, e e) Os acionistas autorizam a Diretoria da Companhia a praticar todos e quaisqueratos e a firmar todos e quaisquer documentos necessários para a execução das deliberações oraaprovadas. Para os fins previstos no artigo 174 da Lei nº 6.404/76, a presente ata será publicada naforma da lei e, transcorrido o prazo de 60 (sessenta) dias da data da sua publicação, e homologadapelo Banco Central do Brasil, será levada a registro na Junta Comercial competente. Encerramento,lavratura, aprovação e assinatura: Nada mais havendo a ser tratado, foi a presente ata lavrada,lida, aprovada e assinada por todos os presentes. São Paulo, 23 de novembro de 2010. Presidente:a) Geraldo Isoldi de Mello Castanho; Secretário: a) Clóvis Joly de Lima Júnior. Acionistas: a) p/Espólio de Carlos Alberto da Silveira Isoldi, Ana Luiza de Godoy Isoldi; a) Edith Pinheiro Guima-rães Isoldi; a) Clóvis Joly de Lima Júnior; a) Geraldo Isoldi de Mello Castanho; a) Maria FernandaGuimarães Isoldi; a) Maria Cristina Guimarães Isoldi, p.p/ Geraldo José Guimarães Isoldi; a) MariaCecília Guimarães Isoldi Quirino, p.p/ Maria Fernanda Guimarães Isoldi; a) Geraldo José GuimarãesIsoldi; a) Luis Eduardo Guimarães Isoldi, p.p/ Edith Pinheiro Guimarães Isoldi; a) Ana Emília Isoldide Morais; a) Inês Eloísa da Silveira Isoldi, p.p/ Ana Luiza Godoy Isoldi; a) Maria Clara Isoldi White.A presente é cópia fiel do Original. São Paulo, 23 de novembro de 2010. Isoldi S.A. Corretora deValores Mobiliários. Geraldo Isoldi de Mello Castanho – Diretor Presidente.

PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO CARLOS - SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE - FUNDO MUNICIPAL DESAÚDE - PREGÃO ELETRÔNICO FMS Nº 096/2010 - PROCESSO ADMINISTRATIVO Nº 3002/2010 - Faço público,de ordem do Senhor Secretário Municipal de Saúde, que se encontra aberto o Pregão Eletrônico nº 096/2010, tendocomo objeto o registro de preços de medicamentos para uso em pacientes atendidos nas unidades de saúdedo município, constantes da Relação Municipal de Medicamentos (REMUME), conforme especificações equantidades constantes nos Anexos II e V. O Edital na íntegra poderá ser obtido nos sites: www.bb.com.br ewww.saocarlos.sp.gov.br, opção Licitações. O recebimento e a abertura das propostas dar-se-ão até às 8:00horas do dia 09 de dezembro de 2010 e o início da sessão de disputa de preços será às 10:00 horas do dia 09 dedezembro de 2010. Maiores informações pelo telefone (16) 3362-1350. São Carlos, 24 de novembro de 2010. JoseEduardo Simões Martinez - Pregoeiro.

PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO CARLOS - SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE - FUNDO MUNICIPAL DESAÚDE - PREGÃO ELETRÔNICO FMS Nº 095/2010 - PROCESSO ADMINISTRATIVO Nº 3001/2010 - Façopúblico, de ordem do Senhor Secretário Municipal de Saúde, que se encontra aberto o Pregão Eletrônico nº 095/2010, tendo como objeto o registro de preços de medicamentos para uso em pacientes atendidos nasunidades de saúde do município, constantes da Relação Municipal de Medicamentos (REMUME), conformedescrição, especificações e quantidades constantes nos Anexos II e V. O Edital na íntegra poderá ser obtido nossites: www.bb.com.br e www.saocarlos.sp.gov.br, opção Licitações. O recebimento e a abertura daspropostas dar-se-ão até às 8:00 horas do dia 08 de dezembro de 2010 e o início da sessão de disputa de preçosserá às 10:00 horas do dia 08 de dezembro de 2010. Maiores informações pelo telefone (16) 3362-1350. SãoCarlos, 24 de novembro de 2010. Jose Eduardo Simões Martinez - Pregoeiro.

Belcampo Gerência e Participações de Negócios Ltda.CNPJ/MF nº 51.563.336/0001-01 – NIRE 35-2.2416405.7

Extrato da Vigésima Segunda Alteração do Contrato Social realizada em 20 de novembro de 2010Reuniram-se os sócios de Belcampo Gerência e Participações de Negócios Ltda. (a “Sociedade”), a saber: 1) SuzanaPasternak, brasileira, divorciada, arquiteta, portadora da cédula de identidade de Registro Geral (“RG”) nº 2.818.618,expedida pela Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (“SSP/SP”), inscrita no Cadastro de PessoasFísicas, do Ministério da Fazenda (“CPF/MF”), sob nº 485.037.208-25, residente e domiciliada na Cidade e Comarca deSão Paulo, Estado de São Paulo, à Rua dos Semaneiros nº 166, Alto de Pinheiros, CEP 04536-000; e 2) Jacyr Pasternak,brasileiro, casado, médico, portador da cédula de identidade de RG nº 2.340.133-SSP/SP, inscrito no CPF/MF sobnº 004.465.488-04, residente e domiciliado na Cidade e Comarca de São Paulo, Estado de São Paulo, à Rua Áustria nº 141,Jardim Europa, CEP 01447-010; na qualidade de sócios detentores da totalidade do capital social da Sociedade paradeliberar: a) aprovar, em virtude do excessivo capital da Sociedade em relação ao seu objeto, a redução de R$ 16.787.597,00para R$ 4.787.597,00, totalizando uma redução global de R$ 12.000.000,00, mediante a restituição desse valor aos sócios,na proporção em que participam do capital social da Sociedade, e, consequentemente, o cancelamento de 12.000.000 dequotas representativas do capital social da Sociedade; b) consolidar a redação do contrato social refletindo a alteraçãorealizada. São Paulo, 22 de novembro de 2010. Suzana Pasternak e Jacyr Pasternak - Sócios.

Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foramajuizados no dia 24 de novembro de 2010, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos

de falência, recuperação extrajudicial e recuperação judicial:

RECUPERAÇÃO JUDICIALRequerente: Cooper Diesel Auto Peças Ltda. - Requerida: Cooper Diesel

Auto Peças Ltda. - Avenida Ragueb Chohfi nº 5.241 - 2ªVara de Falências

FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL

Companhia Agrícola Usina JacarezinhoCNPJ/MF nº 61.231.478/0001-17 - NIRE 35.300.011.350

Assembleia Geral Extraordinária - Edital de Cancelamento e ConvocaçãoFicam os senhores acionistas da Companhia Agrícola Usina Jacarezinho (“Companhia”) avisados sobre ocancelamento da Assembleia Geral Extraordinária originalmente convocada para o dia 29 de novembro de2010, às 10:30 horas, no prédio da sede social da Companhia, e cujo respectivo edital de convocação foipublicado no Diário Oficial do Estado de São Paulo e no Diário do Comércio, nos dias 20, 23 e 24 de novembrode 2010. Ficam, contudo, os senhores acionistas da Companhia devidamente convocados a participarem, emprimeira convocação, da Assembleia Geral Extraordinária que se realizará no dia 03 de dezembro de2010, às 11:00 horas, no prédio da sede da Companhia, localizada no Município de São Paulo, Estadode São Paulo, na Rua São Bento, nº 329, no 12º andar, Centro, CEP 01011-902, a fim de deliberarem sobre(i) a 1ª emissão pública pela Companhia de até 112 (cento e doze) debêntures simples, não conversíveis emações, em série única, da espécie subordinada aos demais credores da emissora, com garantia fidejussória,com condição suspensiva para posterior convolação à espécie com garantia real, todas com valor nominalunitário de R$1.000.000,00 (um milhão de reais), para distribuição pública com esforços restritos de colocação,perfazendo, assim, o valor total de até R$112.000.000,00 (cento e doze milhões de reais) (“Emissão”);e (ii) aprovação da prática pela Diretoria de todos os atos necessários à efetivação da Emissão. InformaçõesGerais: Em conformidade com o artigo 135, parágrafo 3º, da Lei nº 6.404/76, encontram-se à disposição dosacionistas, na sede social da Companhia, todos os documentos e informações necessários à deliberaçãodas matérias previstas na ordem do dia. São Paulo, 24 de novembro de 2010. A Diretoria. (25, 26 e 27)

O governo socialista deve interpretar a greve como rejeição às suas política s.Manuel Carvalho da Silva, da CGTP portuguesaeconomia

Irlanda anuncia pacotepara reduzir déficit

Governo apresenta plano de recuperação com cortes de gastos e de empregos, e alta de impostos.

Ogoverno irlandêsapresentou ontemseu plano de ajus-te para os próxi-

mos quatro anos, que prevêcortes de 3 bilhões de eurosem benefícios sociais, econo-mia de 1,2 bilhão com a elimi-nação de 24,75 mil postos detrabalho e alta de impostos.

Com estas medidas e ou-tras que ainda devem seranunciadas, Dublin acreditaque conseguirá reduzir seudéficit público para 9,1% doProduto Interno Bruto (PIB)em 2011, após chegar nesteano a 32%, como consequên-cia dos 35 bilhões de euros in-jetados no setor bancário.

A projeção baseia-se emuma análise moderadamenteotimista sobre as perspectivasda economia, já que o governocalcula que crescerá em mé-dia 2,75% até 2014, o que atéagora contradiz a opinião dosmercados. A agência Stan-dard & Poor's rebaixou a qua-lificação da dívida irlandesa alongo prazo da categoria"AA-" para "A" com perspec-tiva negativa, ao considerarque o país necessitará ter res-gate financeiro para seus ban-cos maior do que o previsto.

No entanto, o primeiro-mi-nistro Brian Cowen ressaltou,ao apresentar o plano de recu-peração nacional, que as me-didas pretendem recuperar a"confiança da população" edemonstrar que o país tem"futuro". Segundo ele, "40%do conteúdo" do plano, quecontempla cortes no valor de15 bilhões de euros para con-seguir reduzir o déficit públi-co para 3% do PIB em 2014, de-vem ser alcançados em 2011.

"O Estado precisa reduzirdurante os próximos quatroanos 10 bilhões de euros nosgastos públicos e 5 bilhõescom uma profunda reformado regime fiscal", disse.

A primeira fase do plano se-rá apresentada em 7 de de-zembro ao Parlamento, cujaaprovação é fundamental pa-ra que a Irlanda tenha acessoao resgate financeiro da UniãoEuropeia (UE) e do Fundo

Monetário Internacional(FMI). Cowen confirmou quenegocia com estes dois orga-nismos um pacote de ajuda de85 bilhões de euros e, emboratenha ressaltado que esse nú-mero não é definitivo, calcula-se que cerca de 35 bilhões deeuros serão destinados a sa-near o sistema bancário.

O plano de austeridade es-tabelece, além do corte defuncionários, que o salário-mínimo interprofissional se-rá reduzido e que o Impostosobre o Valor Agregado (IVA)subirá 22% em 2013 e 23% umano depois, em 2014.

O governo acredita queuma mão de obra mais baratapode abrir o mercado de tra-balho para os mais jovens econtribuir para reduzir aatual taxa de desemprego de13,5% para 10% em 2014.

Também serão reajustadasas taxas na educação, com au-mento de 500 euros das taxasuniversitárias – para 2 mil eu-ros anuais –, além da instala-ção de contadores de água nosdomicílios para impor novoimposto antes de 2014.

O primeiro-ministro adver-

tiu que os impostos sobre arenda voltarão aos níveis de2006, enquanto o Estado trata-rá de reverter seu gasto públi-co aos registros de 2007.

Embora o governo irlandêsnão tenha previsto modificaras atuais pensões, quando ovalor delas não ultrapassar 12mil euros anuais, o plano pre-vê elevar a idade de aposenta-doria para os 66 anos em 2014,67 anos em 2021 e 68 em 2028.Os sindicatos nacionais jámarcaram protestos contraessas medidas. (EFE)

Jovem dança durante protesto em Lisboa contra medidas de ajuste

Francisco Leong/ AFP Photo

Estudantes britânicosrejeitam cortes

Uma nova onda de pro-testos contra a pro-posta de reforma na

educação britânica levou mi-lhares de estudantes às ruasde Londres e de outras cida-des do país ontem. Centenasde policiais uniformizados es-tavam em guarda na capital epreparam uma barricada forada sede do Partido Liberal-Democrata para evitar umapossível invasão.

A coalizão de governo pla-neja cortar 2,9 bilhões de li-bras (US$ 4,64 bilhões) emsubsídios federais por ano auniversidades, como parteda redução de gastos para di-minuir o déficit orçamentá-rio, que alcançou 11% do Pro-duto Interno Bruto (PIB) de-pois da crise financeira.

As manifestações começa-ram no dia 10 deste mês, após

o primeiro-ministro DavidCameron anunciar os planosde triplicar o preço das men-salidades das universidades.Na ocasião, a sede do PartidoConservador foi invadida edepredada. Como resultado,14 pessoas ficaram feridas e35 foram detidas.

Em Londres, os estudantesuniversitários e os alunosmais jovens marcharam daTrafalgar Square em direçãoàs casas do Parlamento, pe-dindo "no ifs, no buts, no edu-cation cuts" (algo como "semsenões, sem mas, sem cortesda educação", na tradução li-teral do inglês). Alguns subi-ram em cima de abrigos deônibus, enquanto vários ata-caram um carro da polícia es-tacionado, quebrando as jane-las e pichando objetos e mobi-liários públicos. (F o l h a p re s s )

Protestos foram causados por redução de subsídios a universidades

Paul Hackett/Reuters

Maior greve geralem 22 anos paralisa

Portugal

Os sindicatos portugue-ses afirmaram que aparalisação realizada

ontem é "a maior greve geral"da história de Portugal e repre-senta uma clara rejeição dostrabalhadores às medidas deajuste aprovadas pelo gover-no. Em declarações à impren-sa, João Proença, secretário-geral da União Geral de Traba-lhadores (UGT, socialista), res-saltou a importância históricada greve e mostrou-se satisfei-to com a forte adesão obtida,especialmente significativanos setores de transportes eserviços públicos.

"É a maior greve da história,maior que a de 1988", ressal-tou Proença, em comparaçãocom o movimento feito há 22anos, o último convocado deforma conjunta pelos dois sin-dicatos majoritários do país.

Além disso, o líder da UGTdestacou que a adesão é alta nosetor de transportes, mas tam-bém nos de educação e saúde,assim como de outros serviços

do Estado, entre os quais citouo Tribunal de Contas, com 80%de paralisação. Segundo ele, oapoio dos trabalhadores mos-tra a alta rejeição às medidasdo Executivo para enfrentar acrise, entre elas cortes salariaise congelamento das pensões.

O secretário-geral da Confe-deração Geral de Trabalhado-res de Portugal (CGTP, comu-nista), Manuel Carvalho daSilva, também manifestou suasatisfação pela adesão popu-lar. Ele ressaltou que o governosocialista de José Sócrates e osdemais partidos políticos de-vem interpretar o sucesso dagreve como "um sinal eviden-te" da rejeição a suas políticas.

A adesão à greve tambémfoi saudada pelo líder Francis-co Louçã do Bloco de Esquer-da, quarta força do Parlamen-to com um total de 16 deputa-dos. Para ele, o apoio da popu-l a ç ã o re f l e t e q u e n e m o spartidos de oposição, nem osde situação "representam efe-tivamente o país". (EFE)

Desenho feito em muro da cidade de em Dublin critica o primeiro-ministro Brian Cowen

Peter Muhly/ AFP Photo

Pe t ro b ra sabandonaEq u a d o r

APetrobras e outras trêspetroleiras abandonarão

os negócios no Equador pornão terem chegado a umacordo com o governo localsobre o contrato com as novas

regras para o setor depetróleo. A estatal brasileiravai exigir indenização dogoverno equatoriano pelasuspensão de suas atividades.

O novo contrato previa quea companhia operasse comouma empresa de serviços,sendo remunerada com umataxa referente à sua produção,sem direito às reservas locais.Segundo o o ministro deSetores Estratégicos doEquador, Jorge Glas, as

operações das companhiasque não fecharam acordocom o governo passaramontem para o controle estatal.

Desde 2008, estava valendoum contrato de transiçãoentre as petroleiras e ogoverno local. À época, aPetrobras já havia advertido ogoverno equatoriano sobre oimpasse de se manter no país,já que em nenhum lugar domundo aceita ser apenasprestadora de serviços.

A empresa explicou quecontinuará no país por meiodas ações que detém naSociedad Oleoducto deCrudos Pesados S.A,companhia que atua apenasna área de distribuição.

As demais petroleiras queanunciaram sua saída doEquador são a chinesa ChinaNational Petroleum Corp, anorte-americana NobleEnergy e a sul-coreanaCanada Grande. (AE)

O plano vaiganhar aconfiança dapopulação emostrar que opaís tem futuro.

BRIAN CO WEN, PRIMEIR O-MINISTR O DA IRL ANDA

quinta-feira, 25 de novembro de 201018 DIÁRIO DO COMÉRCIO

Brasil tem segundo maior rebanho bovino do mundo, a vice-liderança naprodução de carne e o posto de número um nas exportações do produto.economia

Dida Sampaio/AE

Exploração de florestas plantadas, a silvicultura, contribuiu com a maior parte do valor total da produção florestal entre 2008 e 2009, embora tenha perdido participação ante o extrativismo.

O Brasil do campo em númerosCrescimento na participação do extrativismo (exploração dos

recursos vegetais nativos) ante retração da silvicultura(exploração de florestas plantadas) no valor da produção

florestal entre 2008 e 2009. Foi o que revelou a Pesquisa da ExtraçãoVegetal e da Silvicultura divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro deGeografia e Estatística (IBGE). Segundo o levantamento, no anopassado, o valor da produção dessa cadeia foi deR$ 13,6 bilhões. Isoladamente, a silvicultura contribuiu com R$ 9bilhões, sendo que a participação nesse total caiu de 69,3% para66,4% entre os anos de 2008 e 2009. Em igual intervalo, a participação

do extrativismo vegetal subiu de 30,7% para 33,6% e somou R$ 4,6bilhões. Desse montante, R$ 3,9 bilhões foram provenientes daprodução madeireira. Os outros R$ 685,4 milhões tiveram como origemitens não-madeireiros, entre eles coquilhos de açaí (R$ 160,5 milhões),amêndoas de babaçu (R$ 121,3 milhões) e fibras de piaçava (R$ 110,3milhões). Também ontem o Instituto apresentou a Pesquisa da PecuáriaMunicipal (PPM) que mostrou altas significativas nos rebanhos desuínos e aves em relação à expansão verificada no contingente bovinoentre 2008 e 2009. A produção de leite e mel também mostroucomportamento ascendente nesse intervalo.

SUÍNOSNo ano passado, o rebanho

nacional de suínos somou38,045 milhões de cabeças, alta de3,3%. Desde 2003, o contingentedesses animais apresenta expansãoconstante. Juntos, os estados do Sulresponderam por 48,5% do efetivobrasileiro. Em 2009, foram abatidas30,933 milhões de cabeças e oconsumo interno per capita foi de15,3 quilos. O Brasil ocupa a quintaposição na produção mundial, atrásda China, Estados Unidos,Alemanha e Espanha.

BOVINOS E LEITE

Orebanho nacionalatingiu 205,292

milhões de cabeças, acréscimode 1,5%. Em relação aos

estados, Mato Grossoapresentou o maior númerode animais (13,3% do total).

Na esfera municipal,Corumbá (MS) ocupou a

liderança representando 1%do rebanho nacional.

No ano passado, foramabatidos 28,063 milhões deanimais e produzidas 6,661

milhões de toneladas decarne. O consumo interno percapita ficou em 29,9 quilos. O

Brasil possui o segundo maiorefetivo do mundo, perdendoapenas para a Índia, segundo

a Food and AgricultureOrganization (FAO), ligada à

Organização das NaçõesUnidas (ONU). O País ocupa

ainda a vice-liderançamundial na produção de

carne bovina e o primeiroposto nas exportações.

Em relação ao leite, aprodução nacional chegou a

29,112 bilhões de litros no anopassado, alta de 5,6% em

relação a 2008. Os principaisestados produtores foram

Minas Gerais (27,2% do total),Rio Grande do Sul (11,7%) e

Paraná (11,5%). Entre osmunicípios, o líder foi Castro(PR). Em 2009, o preço médio

do litro foi de R$ 0,64 e oconsumo interno per capita

de leite em torno de 152 litros.

AVES E OVOS

MELOmel de abelha teve evo-

lução positiva de 2,6%no ano passado, totalizando36,765 mil toneladas. Valemencionar Rio Grande do Sul,Paraná e Ceará como os maio-res estados produtores, comparticipações de, respectiva-mente, 18,5%, 12,5% e 12,2%.O município de Limoeiro doNorte (CE) assumiu a primei-ra posição na produção nacio-nal, seguido por Araripina(PE) e Apodi (RN).

Paulo Liebert/AE - 06/01/2005

Eduardo Knapp/ AE - 21/05/1997

Oefetivo de galináceos –que engloba galos, fran-

gas, frangos, pintos e gali-nhas – atingiu 1,234 bilhão deunidades em 2009, elevaçãode 2,7%. O Paraná respondeupor 20,5% do total. O consu-mo interno per capita corres-pondeu a 51,9 kg. O Brasil é oterceiro maior produtor mun-dial de frangos, atrás de Esta-dos Unidos e China.

A produção de ovos de gali-nha, por sua vez, avançou4,2% com a quantidade de3,203 bilhões de dúzias. O Es-tado de São Paulo foi o princi-pal produtor brasileiro, com26,9% de participação. Bastos,no interior do estado, garan-tiu a posição de maior produ-tor nacional (6,3% do total).

Cléo Velleda/ Folhapress - 29/01/1997