DIÁRIO ILLUSTRAIK) - Últimas obras disponibilizadas na...

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AHWI€i\%TlR* NA PROUXCIA 3 mezfs (paçamento adiantado).. 1 £400 réis A correspondência sobre administração a LO- RENA QUKfoOZ, rua da Atalaya, 173. AttMIG.VlTrn.l E.H I.INIIOA 1 mez 300 réis Annuncios, linha 20 réis 3mezes... 900 » Publicações no corpo do Avulso 10 » jornal,por linha 60 réis He\(a-(eira. 9 dc Outubro de f 894 cipal do concelho de Povoa de La- nhoso o subsidio de 590^000 réis para a construccão do lanço da estrada municipal de Fafe á Po- voa do Lanhoso, comprehendido entre Simães e Nossa Senhora de Porto de Ave. Devem terminar esta semana as vindimas na Bairrada. O edificio do seminário do Por- to foi muito melhorado e acres- centando. No anno lectivo nue principia, pode conter mais 24 alumnos do que anteriormente. Tomou hontem posse do logar de director da liscalisação do ca- minho de ferro do norte e leste, o sr. Luiz Victor le Cocq. Tiragem 10:700 exemplares Terceiro Anno Numero 728 Chronica do dia Sexta.—Os Anjos da Guarda. Paramentos.—Cor branca. Lausperenne, na egreja paro- chial de Santos. Aurora às 5 h. 33'. Nascimen- to do sol ás o h. e 11'. Occaso às -3 h. e 16'. Primeiro preamar ás 4 h. e 6' da t.; segundo preamar ás 10 h. e 48' da m.—Primeiro baixa-mar às <10 h. e 48' da t.; segundo baixa- mar ás i h. e 4' da m. O sr. Luiz José Frade Almeida, delegado do procurador régio de •Cuba e o sr. Antonio Guerreiro Falleiro, delegado ern Alcácer do :Sal, foram mutuamente transferi- dos. São quatro os concorrentes ao logar de praticante, vago na ad- ministração do correio de Beja. Existe actualmente junto de Ber- gen, na Noruega, uma egreja de papel, que pode conter umas mil pessoas. No interior é de forma circular, e externamente octogo- nal. Os relevos exteriores e as es- tatuas que decoram o interior, a abobada do edifício, a teia, os ca- piteis corinthios, são de pasta de papel, que se tornou impermeável, mergulhando-a n uma solução de cal viva, de soro de leite e clara de ovo. Foi exonerado de escrivão de paz de Jou (Valle Passo?) o sr. Ze- ferino Manuel Borges. O patacho americano Harriet trouxe de New-York 1:600 barris de petroleo. , Alguns jornaes do Pará, Bahia e Pernambuco chegados ultima- mente transcrevem alguns artigos da Tribuna, devidos á penna do sr. dr. Faroi. Queixa-se-nos o nosso zeloso correspondente cm Montemór-o- Novo, o sr. José Maria Morteiro Ferraz, de não ter recebido um maço de cautellas com tres metros de fita, que os srs. Pedro José Pe- reira Campeão & C." lhe remette- ram ha dias pelo correio, com o sello de 5 rs. Como o sello competente era de 20 rs., o maço devia ter ficado re- tido no correio geral, e comtudo parece que não existe ali. Pedimos á repartição do correio que trate de averiguar o caminho que levaria. Foi nomeado contador e distri- buidor do juizo de direito de Fron- teira o sr. Francisco Dias da Silva Chanesco. Foi concedido á camara muni - FOLHETIM BULHÃO PATO BULHÃO PATO N um esboço tocado de traços fugitivos não cabe de certo a mi- núcia demorada, mas indispensá- vel no retrato para a similhança perfeita das feições e das physio- oomias. Por mais sobrio de diva- gações que seja o escriptor,toma- se-lhe muito difficil, senão impos- sível, contrahir na tela acanhada de um capitulo as ondulações ma- jestosas de uma corrente de poe- sia, quo ha vinte e quatro annos despraia pelas margens da nossa litteratura, depondo n ellas o natei- ro fértil de suas creações. Effectivamente, a indole primor- dial e as evoluções subsequentes do talento de qnalquer escriptor ou de qualquer poeta podem compa- rar-se ás nascentes de um rio. Co- mo este, o talento também brota modesto de suas origens, engros- sa depois a sua corrente esforçado com a confluência de outros rios, derivando sereno, correndo agitado, ora perdendo-se em vol- tas caprichosas, ora alargando seu leito e rolando desaffrontado até se metter no oceano tempestuoso da fama litteraria. Porque é que aos 19 annos, o nosso poeta apaixonado e terno co- mo um trovador, com a bocca ain- da quente do ultimo beijo, a men- te escandecida por sonhos volu- ptuosos, cantava os amores juve- nis com os seus enleios e também com as suas malícias? Porque scismava Bulhão Pato tão docemente, vendo os livros e as boninas em que pousava o or- valho das manhãs de abril? Por- que aspirava com embriaguez o aroma dos campos? Porque escu- cutava, enlevado, os mil rumores mysteriosos dos arvoredos? Por- que se ficava esquecido a contem- plar as nuvemsinhas do poente o as sombras melancólicas do cre- púsculo da tarde? E porque é também que, pas- sados vinte annos, agora, vemos o mesmo poeta, outrora rescenden- te das essencias mais fragantes do lyrismo, despedir-se, pelo menos momentaneamente, das canções amorosas, arrancar as cordas ao seu alaúde romântico, para pulsar a Ivra fremente e vingadora de Ju- venal, de Barbier, e de Victor Hu- go? Facilmente conciliaremos esta contradicção apparente, ou antes esta evolução natural do seu génio poético, lembrando-nos de que Bu- lhão Pato é um poeta essencial- mente espontâneo, que a sua poe- sia é o reflexo fiel da sua alma. Suas canções, risonhas como uma alvorada de maio, quando as doi- rava o sol da primeira mocidade, assumiram nas satyras a triste- za das paisagens severas, o hor- ror das catadupas que, no inver- no, se despenham com estrepito medonho, o aspecto sinistro das noites de procella apenas alu- miadas a espaços pelo fulgor lívido dos relampagos. A doçura das illusões juvenis cortou-lh'a o travo dos desenga- nos; aos idylios descuidosos da ma- nhã da vida seguiu-se, no poeta, o drama agitado da existencia com o seu cortejo de amarguras, de lu- ctas, de represalias, de paixões acerbas. Foi este o pendor natural, por onde o poeta foi levado das regiões tranquillas da poesia individual e Ivrica ás regiões tormentosas da poesia social de satvra politica. Poeta de verdade", liei ás vozes interiores da consciência que o chamam a combater por uma cau- sa em que o triumpho da justi- ça, ou a fulminar o que se lhe afi- gura vicio, hypoerisia e crime,com os seus terríveis alexandrinos, Bu- lhão Pato é tão espontâneo e sin- cero hoje na explosão das paixões, que o abrasam, como era d antes nos murmurios e nos cânticos do seu adoravel lyrismo. A sua musa, agora como sem- pre, não se revaste de artifícios, nem se estrella de lantejoulas para nos deslumbrar. E' essencialmente singela, des- affectada, natural. Serão a poesia social e a satyra phrase derradeira e exclusiva do seu talento poético, aflirmado por tantos monumentos em que a sua phantasiaao mesmotempo flexível e vigorosa gravou as suas crea- ções,como os esculptores mais afa- mados gravaram as suas com o cinzel no mármore antigo mais puro? Não o acreditamos. A natureza com os seus aspectos e as suas vozes indefiníveis; o co- ração humano com os seus enleios e arrebatamentos; os mil dramas commoventes da existencia; os se- gredos e os mysterios psychologi- es da alma; as tragedias moraes da paixão e do amor, em que ge- mem, e não raro succubem os af- fectos mais vivazes e mais funda- mente entranhados no coração; eis a tella vasta e permanente em que esperamos que hão de voltar a em beber-se as tintas da palheta opu- lenta e admiravel de Bulhão Pato. Ainda bem, que as apostrophes, as invectivas e os rancores parti- dários são apenas na vida social, e na litteratura também, umacciden- te passageiro. Especie de relampagos que atra- vessam a atmosphera, sua clarida- de é momentanea, como instantâ- neo é também o ribombo do trovão que os acompanha. Afastados os negrumes da tro- voada, o ceu recobra a sua trans- Segnndo o ultimo relatorio ofli- cial, a Turquia tinha no 1.° de ju- lho de 1873, 1:244 kilometros de via ferrea em exploração. A cons- trucção dos caminhos naquelle paiz progride com a maior activi- dade. _____ O vapor inglez Vulture capturou a sudoeste da costa do Madagascar o navio negreiro Dhow. A bordo do navio estavam mis- turados, sem ar, sem luz e quasi sem alimentação, 237 infelizes; 41 homens, 59 mulheres e 137 meno- res, n'um estado de fraqueza in- crivel c com os movimentos pre- sos, em consequência dc se con- servarem ha muito tempo na mes- ma posição, por i:ão se poderem mecher. A muitos foi difllcil nos primei- ros dias fazer uso das gernas entorpecidas. No fim do porão ap- pareceu uma negra, mettida na agua que fazia o navio por algumas juntas mal calafetadas. Os proprietários do navio e do carregamento eram trinta e cinco arabes, armados e equipados, que o commandante do vapor conduzia para Zanzibar, onde foram julga- dos summariamente. O vapor fez rumo para os Say- chelles, depois de ter deitado fogo ao Dhoiv. O apresamento d'este navio ne- greiro é o mais importante que a marinha ingleza effectuou nos úl- timos tempos. LONDRES, 30 Diz o Morning Post que é muito grande a quan- tidade de armas e munições en- viadas de Inglaterra aos carlistas. Ag. liavas. Agradou, e foi bastante applau- dida no theatroda Trindade, a co- media em 3 actos—A peior inimi- ga. Os debutantes Augusto Rosa, e Anna Luzia Horta foram lison- jeiramente recebidos. Ao primeiro coube uma parte importantíssima, e n'ella se houve com muita graça e propriedade. É um actor que" em breve chegará muito longe. Rosa Damasceno e Carneiro, elegantemente vestidos, distingui- ram-se n'esta peça, e foram alvo de demonstrações de apreço. João Rosa deu mais uma prova do muito que vale, e Ribeiro foi em toda a peça aquelle conscien- cioso actor, que deixou a sua re- putação artística firmada desde o desempenho do Avarento. A comedia repete-se hoje acom- panhada pelo Duende. É um ma- gnifico espectáculo. A importancia das multas im- postas pela policia civil desta cida- de nomez de setembra ultimo foi de 894S620 rs. parencia azul como a da superfí- cie de um lago immenso que ne- nhuma aragem encrespa. Quaes são as feições salientes da physionomia poética de Bulhão Pato? a imaginação, a sensibilida- de, a perfeição inimitável da forma e o gosto sem egual. Em todo o poeta, que o é deve- ras, ha forçosamente a coexistên- cia da imaginação, que cria as fic- ções, as scenas, os personagens, com a sensibilidade que o domina» antes de nos commovor, e com a melodia e pureza do rythmo, cuja cadencia, sonoridade e energia for- mam a linguagem sublime da poesia. A este conjuncto feliz de quali- dades devem presidir as leis so- beranas do gosto, que lhes dão si- multaneamente graça e harmonia, relevo e vigor. Bulhão Pato canta suavemente, ternamente, quero enlevem as sce- nas da natureza, quer o commo- vam as dores profundas ou as mi- sérias dilacerantes dos supremo* infortúnios. Nas cordas da sua lyra, resoara- lhe espontâneos os cânticos, como.

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AHWI€i\%TlR* NA PROUXCIA

3 mezfs (paçamento adiantado).. 1 £400 réis

A correspondência sobre administração a LO- RENA QUKfoOZ, rua da Atalaya, 173.

AttMIG.VlTrn.l E.H I.INIIOA

1 mez 300 réis Annuncios, linha 20 réis

3mezes... 900 » Publicações no corpo do

Avulso 10 » jornal,por linha 60 réis He\(a-(eira. 9 dc Outubro de f 894

cipal do concelho de Povoa de La-

nhoso o subsidio de 590^000 réis

para a construccão do lanço da

estrada municipal de Fafe á Po-

voa do Lanhoso, comprehendido

entre Simães e Nossa Senhora de

Porto de Ave.

Devem terminar esta semana as

vindimas na Bairrada.

O edificio do seminário do Por-

to foi muito melhorado e acres-

centando.

No anno lectivo nue principia,

pode conter mais 24 alumnos do

que anteriormente.

Tomou hontem posse do logar

de director da liscalisação do ca-

minho de ferro do norte e leste, o

sr. Luiz Victor le Cocq.

Tiragem 10:700 exemplares

Terceiro Anno Numero 728

Chronica do dia

Sexta.—Os Anjos da Guarda.

Paramentos.—Cor branca.

Lausperenne, na egreja paro-

chial de Santos.

Aurora às 5 h. 33'. Nascimen-

to do sol ás o h. e 11'. Occaso às

-3 h. e 16'.

Primeiro preamar ás 4 h. e 6'

da t.; segundo preamar ás 10 h. e

48' da m.—Primeiro baixa-mar às

<10 h. e 48' da t.; segundo baixa-

mar ás i h. e 4' da m.

O sr. Luiz José Frade Almeida,

delegado do procurador régio de

•Cuba e o sr. Antonio Guerreiro

Falleiro, delegado ern Alcácer do

:Sal, foram mutuamente transferi-

dos.

São já quatro os concorrentes ao

logar de praticante, vago na ad-

ministração do correio de Beja.

Existe actualmente junto de Ber-

gen, na Noruega, uma egreja de

papel, que pode conter umas mil

pessoas. No interior é de forma

circular, e externamente octogo-

nal. Os relevos exteriores e as es-

tatuas que decoram o interior, a

abobada do edifício, a teia, os ca-

piteis corinthios, são de pasta de

papel, que se tornou impermeável,

mergulhando-a n uma solução de

cal viva, de soro de leite e clara

de ovo.

Foi exonerado de escrivão de

paz de Jou (Valle Passo?) o sr. Ze-

ferino Manuel Borges.

O patacho americano Harriet

trouxe de New-York 1:600 barris

de petroleo. ,

Alguns jornaes do Pará, Bahia

e Pernambuco chegados ultima-

mente transcrevem alguns artigos

da Tribuna, devidos á penna do

sr. dr. Faroi. •

Queixa-se-nos o nosso zeloso

correspondente cm Montemór-o-

Novo, o sr. José Maria Morteiro

Ferraz, de não ter recebido um

maço de cautellas com tres metros

de fita, que os srs. Pedro José Pe-

reira Campeão & C." lhe remette-

ram ha dias pelo correio, com o

sello de 5 rs.

Como o sello competente era de

20 rs., o maço devia ter ficado re-

tido no correio geral, e comtudo

parece que não existe ali.

Pedimos á repartição do correio

que trate de averiguar o caminho

que levaria.

Foi nomeado contador e distri-

buidor do juizo de direito de Fron-

teira o sr. Francisco Dias da Silva

Chanesco.

Foi concedido á camara muni -

FOLHETIM

BULHÃO PATO

BULHÃO PATO

N um esboço tocado de traços

fugitivos não cabe de certo a mi-

núcia demorada, mas indispensá-

vel no retrato para a similhança

perfeita das feições e das physio-

oomias. Por mais sobrio de diva-

gações que seja o escriptor,toma-

se-lhe muito difficil, senão impos-

sível, contrahir na tela acanhada

de um capitulo as ondulações ma-

jestosas de uma corrente de poe-

sia, quo ha vinte e quatro annos

despraia pelas margens da nossa

litteratura, depondo n ellas o natei-

ro fértil de suas creações.

Effectivamente, a indole primor-

dial e as evoluções subsequentes

do talento de qnalquer escriptor ou

de qualquer poeta podem compa-

rar-se ás nascentes de um rio. Co-

mo este, o talento também brota

modesto de suas origens, engros-

sa depois a sua corrente esforçado

com a confluência de outros rios,

já derivando sereno, já correndo

agitado, ora perdendo-se em vol-

tas caprichosas, ora alargando seu

leito e rolando desaffrontado até se

metter no oceano tempestuoso da

fama litteraria.

Porque é que aos 19 annos, o

nosso poeta apaixonado e terno co-

mo um trovador, com a bocca ain-

da quente do ultimo beijo, a men-

te escandecida por sonhos volu-

ptuosos, cantava os amores juve-

nis com os seus enleios e também

com as suas malícias?

Porque scismava Bulhão Pato

tão docemente, vendo os livros e

as boninas em que pousava o or-

valho das manhãs de abril? Por-

que aspirava com embriaguez o

aroma dos campos? Porque escu-

cutava, enlevado, os mil rumores

mysteriosos dos arvoredos? Por-

que se ficava esquecido a contem-

plar as nuvemsinhas do poente o

as sombras melancólicas do cre-

púsculo da tarde?

E porque é também que, pas-

sados vinte annos, agora, vemos o

mesmo poeta, outrora rescenden-

te das essencias mais fragantes do

lyrismo, despedir-se, pelo menos

momentaneamente, das canções

amorosas, arrancar as cordas ao

seu alaúde romântico, para pulsar

a Ivra fremente e vingadora de Ju-

venal, de Barbier, e de Victor Hu-

go?

Facilmente conciliaremos esta

contradicção apparente, ou antes

esta evolução natural do seu génio

poético, lembrando-nos de que Bu-

lhão Pato é um poeta essencial-

mente espontâneo, que a sua poe-

sia é o reflexo fiel da sua alma.

Suas canções, risonhas como uma

alvorada de maio, quando as doi-

rava o sol da primeira mocidade,

assumiram nas satyras já a triste-

za das paisagens severas, já o hor-

ror das catadupas que, no inver-

no, se despenham com estrepito

medonho, já o aspecto sinistro das

noites de procella apenas alu-

miadas a espaços pelo fulgor lívido

dos relampagos.

A doçura das illusões juvenis

cortou-lh'a o travo dos desenga-

nos; aos idylios descuidosos da ma-

nhã da vida seguiu-se, no poeta,

o drama agitado da existencia com

o seu cortejo de amarguras, de lu-

ctas, de represalias, de paixões

acerbas.

Foi este o pendor natural, por

onde o poeta foi levado das regiões

tranquillas da poesia individual e

Ivrica ás regiões tormentosas da

poesia social de satvra politica.

Poeta de verdade", liei ás vozes

interiores da consciência que o

chamam a combater por uma cau-

sa em que vé o triumpho da justi-

ça, ou a fulminar o que se lhe afi-

gura vicio, hypoerisia e crime,com

os seus terríveis alexandrinos, Bu-

lhão Pato é tão espontâneo e sin-

cero hoje na explosão das paixões,

que o abrasam, como era d antes

nos murmurios e nos cânticos do

seu adoravel lyrismo.

A sua musa, agora como sem-

pre, não se revaste de artifícios,

nem se estrella de lantejoulas para

nos deslumbrar.

E' essencialmente singela, des-

affectada, natural.

Serão a poesia social e a satyra

phrase derradeira e exclusiva do

seu talento poético, aflirmado por

tantos monumentos em que a sua

phantasiaao mesmotempo flexível

e vigorosa gravou as suas crea-

ções,como os esculptores mais afa-

mados gravaram as suas com

o cinzel no mármore antigo mais

puro? Não o acreditamos.

A natureza com os seus aspectos

e as suas vozes indefiníveis; o co-

ração humano com os seus enleios

e arrebatamentos; os mil dramas

commoventes da existencia; os se-

gredos e os mysterios psychologi-

es da alma; as tragedias moraes

da paixão e do amor, em que ge-

mem, e não raro succubem os af-

fectos mais vivazes e mais funda-

mente entranhados no coração; eis

a tella vasta e permanente em que

esperamos que hão de voltar a em

beber-se as tintas da palheta opu-

lenta e admiravel de Bulhão Pato.

Ainda bem, que as apostrophes,

as invectivas e os rancores parti-

dários são apenas na vida social, e

na litteratura também, umacciden-

te passageiro.

Especie de relampagos que atra-

vessam a atmosphera, sua clarida-

de é momentanea, como instantâ-

neo é também o ribombo do trovão

que os acompanha.

Afastados os negrumes da tro-

voada, o ceu recobra a sua trans-

Segnndo o ultimo relatorio ofli-

cial, a Turquia tinha no 1.° de ju-

lho de 1873, 1:244 kilometros de

via ferrea em exploração. A cons-

trucção dos caminhos naquelle

paiz progride com a maior activi-

dade. _____

O vapor inglez Vulture capturou

a sudoeste da costa do Madagascar

o navio negreiro Dhow.

A bordo do navio estavam mis-

turados, sem ar, sem luz e quasi

sem alimentação, 237 infelizes; 41

homens, 59 mulheres e 137 meno-

res, n'um estado de fraqueza in-

crivel c com os movimentos pre-

sos, em consequência dc se con-

servarem ha muito tempo na mes-

ma posição, por i:ão se poderem

mecher.

A muitos foi difllcil nos primei-

ros dias fazer uso das gernas

entorpecidas. No fim do porão ap-

pareceu uma negra, mettida na

agua que fazia o navio por algumas

juntas mal calafetadas.

Os proprietários do navio e do

carregamento eram trinta e cinco

arabes, armados e equipados, que

o commandante do vapor conduzia

para Zanzibar, onde foram julga-

dos summariamente.

O vapor fez rumo para os Say-

chelles, depois de ter deitado fogo

ao Dhoiv.

O apresamento d'este navio ne-

greiro é o mais importante que a

marinha ingleza effectuou nos úl-

timos tempos.

LONDRES, 30 — Diz o Morning

Post que é muito grande a quan-

tidade de armas e munições en-

viadas de Inglaterra aos carlistas.

Ag. liavas.

Agradou, e foi bastante applau-

dida no theatroda Trindade, a co-

media em 3 actos—A peior inimi-

ga.

Os debutantes — Augusto Rosa,

e Anna Luzia Horta foram lison-

jeiramente recebidos.

Ao primeiro coube uma parte

importantíssima, e n'ella se houve

com muita graça e propriedade. É

um actor que" em breve chegará

muito longe.

Rosa Damasceno e Carneiro,

elegantemente vestidos, distingui-

ram-se n'esta peça, e foram alvo

de demonstrações de apreço.

João Rosa deu mais uma prova

do muito que vale, e Ribeiro foi

em toda a peça aquelle conscien-

cioso actor, que deixou a sua re-

putação artística firmada desde o

desempenho do Avarento.

A comedia repete-se hoje acom-

panhada pelo Duende. É um ma-

gnifico espectáculo.

A importancia das multas im-

postas pela policia civil desta cida-

de nomez de setembra ultimo foi

de 894S620 rs.

parencia azul como a da superfí-

cie de um lago immenso que ne-

nhuma aragem encrespa.

Quaes são as feições salientes

da physionomia poética de Bulhão

Pato? a imaginação, a sensibilida-

de, a perfeição inimitável da forma

e o gosto sem egual.

Em todo o poeta, que o é deve-

ras, ha forçosamente a coexistên-

cia da imaginação, que cria as fic-

ções, as scenas, os personagens,

com a sensibilidade que o domina»

antes de nos commovor, e com a

melodia e pureza do rythmo, cuja

cadencia, sonoridade e energia for-

mam a linguagem sublime da

poesia.

A este conjuncto feliz de quali-

dades devem presidir as leis so-

beranas do gosto, que lhes dão si-

multaneamente graça e harmonia,

relevo e vigor.

Bulhão Pato canta suavemente,

ternamente, quero enlevem as sce-

nas da natureza, quer o commo-

vam as dores profundas ou as mi-

sérias dilacerantes dos supremo*

infortúnios.

Nas cordas da sua lyra, resoara-

lhe espontâneos os cânticos, como.

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DIÁRIO ILLUSTRAIK)

BOLETIM DO DIA

EÍTectuou-se ante-hontcm o exer-

cício da divisão de Lisboa.

O publico esperava com grande

impaciência o dia em que podesse

ver este exame pratico dos corpos

da capital.

Felizmente os mais difllceis de

contentar, os inais exigentes e os

mais entendidos ficaram plenamen-

te satisfeitos.

A boa ordem, a disciplina, o gar-

Jjo, o aceio e a força em que se

apresentaram os corpos, o irre-

prehensivel do armamento e cqui-

pação, o bem combinado de todas

as manobras, o bem sustentado do

fogo, excederam a expectativa dos

que contavam com os melhores

resultados daquelJa acção simula-

da.

Folgamos que assim aconteces-

se, porque esse êxito comprova o

quo temos dito com relação aos

trabalhos do sr. ministro da guer-

ra o aos seus esforços e decidido

empenho em dotar o exercito com

uma organisação de que muito ca

recia.

Até ha apenas três annos per

çuntava-se, e com sobejo funda-

mento. em que se consumia a ele

vada verba votada no orçamento

do ministério da guerra para a

sustentação do exercito.

Os corpos tinham, quando muito,

300 praças. O armamento era ve-

lho e condemnado. Os soldados nào

tinham exercícios. Se alguma vez

se reunia uma brigada era para

prestar as honras fúnebres em al-

gum cemiterio.

Estava assim o nosso exercito.

O actual governo comprehcndeu,

e bem, que era necessário dar o

máximo desenvolvimento a este

ramo importantíssimo do serviço

publico, que era necessário tornar

productiva a elevada despeza vota-

da para os encargos do ministério

da guerra, que era preciso, em

lim, ter exercito em condições de

satisfazer ás modernas exigencias

da arte da guerra.

A opinião applaude os melhora-

mentos já alcançados, folga por

saber que o ministério continua

n este elevado proposito, e não es-

quece que o governo regenerador,

em todas as épocas em que tem

estado ã frente dos negocios públi-

cos, tem tratado da organisação

do exercito, como tem dado o im-

pulso a todos os melhoramentos

materiaes e tem satisfeito todas as

necessidades moraes do paiz.

HIGH-LIFE

—Faz hoje annos a sr.® marnueza

de Ficalho.

—Chegou a Lisboa vindo de Bor-

déus, o sr. barão de Japurá, minis-

tro do Brazil n'esta corte.

—Faz hoje annos o sr. Manuel de •Sá Paes do Amaral, íilho mais veltw

da sr.4 condessa (la Anadia.

Os nossos parabéns.

—Está em Lisboa o sr. Gago da

Camara, da illta da Madeira.

—Faz hoje annos a ex."4 sr.* D.

Maria José de Mello (Murça.)

—Faz hoje annos a ex.»4 sr.4 D.

Emilia Vital de Ascenção.1

—Partiu de Conde ixa para a Torrei-

ra o sr. Joaquim José da Motta, juiz

de direito de Vizeu.

—Faz hoje annos o sr. Luiz Candi-

do Tessoa de Amorim (Várzea da

Ordem)

—Regressou das Caldas de S. Jor-

je á cidade de Aveiro o sr. governa-

dor civil do districto de Aveiro, Ma-

nuel José Mendes Leite.

—Faz hoje annos a ex.»* sr.4 D.

Maria da Purificação José de Mello.

—Recolheu a Lisboa o sr. Jeronymo

de Moraes Sarmento.

Sua família continua ainda a ba-

nhos na Costa Nova do Trado.

—Faz hoje annos a ex.®» sr.* D.

Maria da Graça Groot de Faria Za-

galio.

—Chegou a Castello de Yideaex.®4

o vento na harpa eólia, desferindo

por si mesma as notas e as estro-

phes.

A tristeza e o amor divagam-lhe

pelas cordas do alaúde, como o

luar deumanoitedeoutomno diva-

ga pelas campinas, avelludando-as

com a sua doce e palida clari-

dade.

O seu ideal poético nem é o na-

turalismo exaltado de Goethe nem

a ironia desesperada de Byron.

Tios seus poemas respira-se o per-

fume do lyrismo de Garrett e de

Lamartine, interrompido a espa-

ços pela toada doidejante de Mus-

sel, mas sempre illuminado e aque-

cido pelo sol peninsular.

Na harpa uo poeta abundam as

notas sentidas da elegia, e alguns

dos seus poemetos, entre elles a

Jiosa do Monte e os Noivos são de-

liciosos pelo interesse dramatice

que os anima, pela paixão intensa

•que respiram, e pela perfeição dos

moldes poéticos em que estão va-

sados. Em ambas estas composi-

ções, admiraveis de forma, o poeta

âltingiu á mais alta sensibilidade,

orvalhando-as de lagrimas, e com-

movendo-nos.

sr.4 D. Candida Hosa Isla Pacheco,

viuva do sr. João Antonio áos Santos

e Silva.

—Faz hoje annos o sr. D. Luiz da

Cunha Menezes.

—Faz hoje annos a ex.»4 sr.4 D.

Marianna de Sequeira.

—Ja se acha melhor o sr. duque

de Loulé.

—Faz hoje annos o sr. D. Antonio

de Mello.

—Está um pouco melhor a sr.*

baroneza de Mendonça, que tem pas-

sado bastante incommodada.

—Faz hoje annos o sr. visconde

de Midões.

—Regressaram a Coimbra da sua

digressão á província do Miiiho os srs. dr. Joaquim Augusto Simões de

Castro, e Augusto Mendes Simões de

Castro.

—Faz hoje annos o sr. João Ber-

nardo da Silva Cesar Lopes Mon-

teiro.

—Regressou ante-hontem da Italia

vindo por Bordéus, o sr. Carlos F.

Figari.

—Está em Lisboa o distincto es-

criptor o sr. Alexandre Herculano.

—Chegou do Porto o sr. Julio Fer-

reira Girão, estudante do curso supe-

rior de lettras.

—Faz hoje annos a ex.»4 sr.4 D.

Izabel de Souza Botelho.

—Regressou de Bellas á sua casa em Lisboa o sr. José Tavares de Ma-

cedo.

—No dia 23 realisou-se na praia da

Figueira um pic-nic promovido pelo

sr. Miguel Osorio Caoral.

O programma comprehendia uma

visita ás minas de carvão de Buar-

cos, á fabrica de vidros e ao sitio de Buarcos. A's 2 horas da tarde parti-

ram os convivas em numero de oi-

tenta, a maior pai te a cavallo em

burros; regressaram ás 7 e reuni-

ram-sc n'ura opinaro jantar dado no

excellentc hotel Foz do Mondego c

d'ahi partiram a acabar a festa na

Assemblca junta ao mesmo hotel on-

de se dançou animadamente até á

meia noite.

As pessoas cujos nomes nos occor-

rem são: As ex.»» sr." D. Maria, I).

Carolina de Almeida e filha, I). Ma-

rianna de Almeida e suas filhas, I).

Maria Amalia Freire e filha, barone-

za de Salgueiro, condessa de Farro-

bo (Saldanha.) D. Carlota da Cunha e

Menezes, D. Camilla de Faria, 1). Ilip-

polyta de Sousa, D. Maria Rita Gor-

ião, D. Maria de Vasconcellos e Sá,

I). Maria Julia Q íeiroz, I). Julia de

Macedo e cunhada. I). Maria do Ceu

Mendes. I). Maria das Dores de Al-

meida, D. Maria Francisca de Almei-

da.

—Partiu para a Figueira da Foz o sr. dr. Troni, e sua família.

—Regressou hontem de Bellas, on- de esteve a ares, o sr. David Corazzi.

—Retirou da praia de Santa Cruz

para Bellas o sr. Fructuoso Caetano

de Oliveira Perestrello, e sua famí-

lia.

O povo de Castello do Vide fes-

tejou na terça feira o primeiro an-

niversario da inauguração do mo-

numento, que levantou á memoria

do chorado rei o sr. D. Pedro V.

De tarde houve uma corrida de

touros, c depois a philarmonica,

acompanhada de uma grande mul-

tidão foi tocar em frente da esta-

tua, dando-se repetidos vivas a el-

rei o sr. D. Luiz, e á carta cons-

titucional.

Á noite todas as casas das prin-

cipaes da vilL appareceratn illumi-

nadas

E assim deram os castello vi-

denses uma solemne demonstração

do seu affécto á actual dynas-

nia.

MADRID, 30.— A Gaceta publi-

ca decretos, prorogando a auctori-

sação para que a junta emitta di-

rectamente os títulos reduzidos de

divida publica ao portador até 3i

de dezembro e nomeando um di-

rector para o thesouro.

Appareceu regulamento limitan-

do a liberdade de ensino.

O Jornal El Gobicrno publica

uma carta da Alemanha, na qual

ao referir-se á recepção de Iladz-

feld diz que um filho da Prussia

não é inimigo da liberdade, nem

entende que faltar em princípios

Que sobriedade de traços na pin-

tura da aldeia, nos Noivos, e que

sympathia tão tocante nela vida

aspera dos pobres pescadores 1

Com que saudade porém nos

apartamos das praias silenciosas

ou das campinas alegres, por onde

vagam, ora os folgares ora as tris-

tezas da sua musa; com que pena

diremos adeus aos lagos transpa-

rentes em que o vemos espanejar

suas azas brancas de cysne, para

seguirmos o poeta ás regiões tem-

Kestuosas da satyra onde os jam-

os de Archilocho fusilam como

raios por entre as nuvens negras,

e os alexandrinos esplendidos de

Bulhão Pato ullulam, encapellan-

do-se como vagas enfurecidas e

possessas do demonio da tormen-

ta! Entre outras, a composição,que

tem por titulo Dalila, reúne, a meu

ver, quantos predicados se exigem

da satyra para que ella nem na

grandeza, nem na magestade, nem

na indignação, nem na ironia,

desça das alturas em que deve

pairar, sob pena de deixar de ser

a musa terrivei e transformar-se

na collareja desbragada e plebea

dos mercados.

conservadores, seja ligando-lhe o

sentido do exploradores.

A bandeira da ordem e da paz,

quo são synonimos em politica de

trabalho e legalidade, está desfral-

dada pela Inglaterra, Estados Uni-

dos, Bélgica e AUemanha.

Haverá hoje um juntar em Far-

nos, a que assistem os ministros.

Ag. Americana.

O sr. José Marques de Carvalho,

com casa de cambio na rua das

Portas de Santo Antão n.4 31, re-

quereu policia correcional contra

o auctor doartigopublicado no n.°

2 do jornal intitulado O seringador

intimando o editor do.jornal para

apresentar em 24 horas o autho-

grapho.

O sr. Carvalho andou bem, não

porque o seu credito soffresse com

qualquer artigo d'aquella ordem

mas para corrigir diíTamadores.

O processo está alíecto ao 2.°

districto criminal.

COPE N HAG U E, 29.—Prepa ra -se

um grande meeting em Frederies-

tadt para protestar contra as repe-

tidas expulsões de dinamarquezes

de Sçhleswig.

Ag. Americana.

Segundo o relatorio da direcção

da companhia das Lezírias do Te-

jo e Sado, enviado ultimamente ao

Soverno, a cobrança total da ren-

a, no anno proximo lindo, foi a

segninte :

Trigo 245.409,49 decalitros : ce-

vada 22.o02,72 docalitros; milho

1.450,08 decalitros; dinheiro réis

126:4624037.

A venda de generos foi : trigo

ribeiro 184.039,75 decalitros; tri-

go rijo 00.407,05decalitros; ceva-

da 17.572,91 decalitros; e milho

1.982,79 decalitros.

As marinhas produziram deca-

litros de sal, 117.741.0, importan-

do o seu custeio 9913485 rs.

Desr/endeu-se em obras réis

23:0083170. alem das despezas

feitas com as obras do juncal no-

vo.

O rendimento das mattas, pi-

nhais, e charnecas ^oi de réis

14.3805805 o dividendo proposto

foi de 253000 rs. por acção.

BERLIM, 29.—Prepara-se a for-

mação de um novo exercito do re-

serva, no qual serão incluídos os

indivíduos não couiprehendidosno

exercito activo.

Ag. Americana.

Houve, na quarta feira, reunião

da assemblea geral do theatro do

Gymnasio.

Estiveram presentes cincoenta

accionistas.

Presidiu o sr. conselheiro Rodri-

gues Sette, servindo de secretario

o sr. Castilho.

Orou, brilhantemente, entre ou-

tros o sr. director dr. Andrade e

Silva.

Deve entrar brevemente em en-

saios no theatro de Variedades um

drama militar, de grande appara-

to, em 5 actos e 7 quadros rela-

tivo a um dos factos mais impor-

tantes da historia da nossa na-

ção.

Falleceu na Figueira da Foz a

sr." viscondessa de Santo Varão.

Era tia do sr. dr. Troni.

LONDRES, 30—Consolidado in-

glez 92 i 1110. Hespanhíl exterior

18|18. Portuguez 40 7|8.

Ag. liavas.

Questionavam na calçada de Car-

ríche sobre qual dos corpos me-

lhor havia manobrado no simula-

cro de defeza, os srs. José Miguel,

soldado de caçadores 5; Antonio

Ferreira Biffe, José Bozio, e Eugé-

nio José Monteiro, de infanteria 5,

e Antonio Maria Gomes, guarda

da alfandega. Passando a vias de

facto, ficou ferido na cara o ulti-

Como sabem os leitores, é pre-

ciso que a satyra não perca nunca

a elevação da idéa, a finura da

analyse, os cambiantes felizes e

inesperados; que não se lhe embo-

tem nunca os golpes incisivos e

»apidos da ironia, e que a cólera,

que a domina, não chegue em caso

algum a afundil-a no charco das

obscenidades grosseiras nem a re-

baixal-a ás indecencias avinhadas

de uma bacchante meio despida.

A moralidade que respira a com-

posição citada, o caracter impes-

soal com que fecham os seus ver-

sos esplendidos, irreprehensiveis,

oude, além do artista que inventa,

ha o lapidario paciente que pule

os prismas do diamante, o* Benve-

nuto Cellini que lavra com buril

privilegiado os primores da phan-

tasia, tornam admiravel a satyra

Dalila e provam a elevação artís-

tica a que pôde attingir, nas mãos

de um poeta eminente e sabedor

da arte, um genero alias tão peri-

goso e cercado de precipícios.

Quando nos lembra que Barbier,

o notável e fogoso poeta, que em

plena monarchia de julho, deixou

relanpejar cm todo o seu fulgor os

mo dos soldados, que foi apanha-

do por uma pedra, que dizem fora

arremessada pelo guarda da alfan-

dega.

Foram todos remettidos a juizo,

com excepção do ferido, que foi

para o corpo para dar entrada no

hospital.

MADRID, 30. —Int. 11,67. Ext.

falta. Bilhet. hypot. 99,00. Bonds do

thes. 43,80. Cambio sobre Londres

48,00. Id. sobre Paris o,05.

Ag. Americana.

Aos indivíduos do Porto que to-

marem passagem no vapor Julio

Diniz, que dove sair no dia 22 de

outubro, e prefiram embarcar em

Lisboa, a empreza respectiva abo-

na as passagens pelo caminho de

ferro.

FRANCFORT,~29. — Tomam-sr

precauções relativamente aos 40

princi p'aes membros da união dos

trabalhadores. Foram apprehendi-

dos papeis importantes.

Ag. Americana.

Foram capturados em Friélas, a

requisição do commissario geral

de policia, Antonio Canejo e João

Pechincha, almocreve.

PORTO, 1;—Rendimento da al-

fandega 13:681 £500. Bolsa do Por-

to, hespanhoes 11,11, a praso.

Obrigações prediaes ao portador

923000. Acções do banco do Por-

to 30^000; Douro 413500.

Bolsa da tarde, inscripções 40,

31; hespanhoes 11,06, dinheiro.

Acções do banco do Porto 30*5700;

Douro 41.3500; Coimbra 43500;

Caminho de ferro de Bougado 23

a 23500. Ag. Americana.

Breve se construirá em Villa

Nova de Portimão a nova casa pa-

ra a alfandega,com melhores aconi-

modações;aproveitando-se a antiga

casa incendiada e expropriando-se

as casas contíguas dos srs. José da

Silva Ribeiro e lynez Bolaxa.

Consta-nos que a planta é ex-

cellente.

RIO DE JANEIRO, 1.—A revo-

lução argentina estendeu-sc a to-

das as províncias de Buenos Ay-

res, aonde se repetem os conflictos

do povo com a tropa.

O general Mitre fugiu, para ir

tomar o cominando dos revoltosos,

que se dirigem sobre a capital.

A esquadra sublevou-se.

Ag. Americana.

Foi creado um posto fiscal na

villa de Monchique, guarnecido de

10 guardas flscaes, sendo 5 a ca-

vallo.

Em Villa Nova de Portimão re-

gulou o vinho novo nos lagares en-

tre 223000 a 23.3000 rs. a pipa de

25 almudes.

AMSTERDAM, 29. — Portuguez

45 5|8. Ag. liavas.

A sociedade do grémio de Villa

Nova de Portimão festejou no dia

1.° de outubro o seu anniversario

dando um bailo aos socios.

Já chegou a Portimão o prelo

para a redaccão do novo jorn-il .4

Uberdade, e breve chegará o lypo

da imprensa nacional.

O jornal sairá á luz dentro de

pouco tempo.

ANTUÉRPIA, 29.—Portuguez 45

3|4. Ag. liavas.

Houve ha dias em Ovar uma

grande caçada.

Foram mortos 42 coelhos, uma

lebre e 4 rolas.

É esperado em Villa Nova de

Portimão o hábil photographo o sr.

Henrique Goes, que terá o seu ate-

lier na rua Direita, n.° 45, nas ca-

sas do sr. Jeronymo Gloria.

Já começaram os estudos defi-

nitivos da estrada real de Barcel-

los a Ponte do Lima.

raios da satyra antiga, descrevia

a liberdade como uma mulher ro-

busta

Qui ne prend ses amants que dans

la populace

Qui ne préte ses larges flanes

Qua des gens forts comme elle; et

qui veut qu'on rembrasse,

Avec des mains rouges de sang,

e se extasiava com o fanatismo

servil de um liberto de Cláudio,

diante das escorias sociaes a que

elle chama

«La grande populace et la sainte

canaille-

é fácil ver a quantas aberrações

pôde arrastar esta forma litterãria.

Neila effecti vãmente, se por um la-

do respiram as paixões nobres e

viris, por outro fermentam, não

raro, os sentimentos baixos, os

odios mesquinhos, e a licença des-

honesta das maximas torpezas.

A satyra de Bulhão Pato é sem-

pre elevada. Sente-se até admira-

Sãoespontanea, irresistível, e bem-

iz-se o jambo de Archilocho e o

látego de Juvenal, quando n'elles

troa a eloquencia vingadora de Vi-

A producção do vinho este anno

em Villa Real anda pela terça par-

te da dos outros annos.

Em geral a qualidade é boa.

Os preços regulam entre 243000

e 273000 rs. a pipa de vinho tinto,

e 403000 rs. a do vinho branco.

As praias de Alfubeira (no Al-

garve) teem estado concorridas de

banhistas de Loulé e do Alemtejo.

Já retiraram algumas famílias.

MADRID, 30.—Lay ar d, repro-

sentante de Inglaterra, deve che-

gar átnanhã a Madrid. Ass m que

chegou a Santander, cumprimen-

tou telegraphicamente Serrano.

Apparecem symptomas de dis-

sensão entre os carlistas do norte.

Alguns chefes teem reconhecido

as auctoridades liberaes. Outros

tem sido fusilados á ordem de D.

Carlos, por haverem pedido a paz.

Ag. liavas.

Solteirões, é a comedia que hoje

vae no theatro de D. Maria II, em

que Antonio Pedro é inexcedivel.

Quem deixará de ir hoje a este

espectáculo?

PARIS, 29»—Cambio sobre Lon-

dres 25,14 1 [2. Ag. liavas.

PARIS, 28.—O candidato repu-

blicano Maillé ficou eleito deputa-

do do Maine-e-Loire, por 400 vo-

tos de maioria sobre o candidato

septenalisia Bruas.

O duque de Tetuan, ministro

de Hespanha em Bruxellas, é es-

perado depois de amanhã em Pa-

ris. Vem combinar corn Armijo

diversas questões.

O príncipe das Astúrias voltará

a Londres no dia 5 do proximo

outubro, para concluir os seus es-

tudos militares.

E' calculado em 00:000 francos

o producto do beneficio que se fez

ha poucos dias em Paris a favor

da inimitável actriz Dejazet que se

acha velha, e pobre.

Foi concedido á junta de paro-

chia de Santo Eustaqnio e Alpiar-

ça o subsidio de 5753890 rs. para

as obras de reedificação da sua

egreja. ______

Na semana finda em 19 do se-

tembro ultimo rendeu o caminho

de ferro do sueste 8:5853480 rs.

isto é, menos 1:3373445 rs.doque

em egual período do anno do 1873.

O engenheiro Tairly na memo-

ria que acaba de publicar ácerca

das vantagens de adoptar a via es-

treita para os caminhos de ferro,

diz qno naquclla via pode alcan-

çar-se com toda a segurança uma

velocidade de 00 a 75 kilometros

por hora.

O general Tripier acaba de apre-

sentar ao governo francez um pro-

jecto no qual propõe aconstrucção

de um novo porto do mar, perto

do actual porto de Boulogne, po-

dendo acommodar os vapores de

maiores dimensões, e sendo acces-

sivel a qualquer hora.

Proximo da ermida de Nossa Se-

nhora de Ayres, perto de Beja, na

nojte de 24 do inez passado, o sr.

João Espada, disparando-se-Ihe

inesperadamente uma espingarda

Suo tinha entre mãos, perdeu to-

os os dedos da mão esquerda.

A diligencia de Torres Vedras,

era que vinha a família do sr. mar-

quez do Penalva na segunda feira,

foi apedrejada ao chegar a Freixo-

feira.

A exm.4 sr.4 D. Maria Francisca

Brandão nora dó sr. marquez foi

ferida nas costas por uma pedra,

e teve de estar dois dias do cama.

Regressa ámanhã a Montemór-o

Novo, indo de Lisboa, onde veiu

acompanhar ao collegio Europeu do

largo do Conde de Barão, dois manos

■ ■ ■ f ctor Hugo no Calvario e da Velhi-

ce do século. Então a arto revés-

te-se, deslumbrando-nos, de todos

os esplendores das auroras bo-

reaes.

Quando a musa sobe tão alto na

indignação e na eloquencia, o dos

seus píncaros de luz e de cham-

mas, ao mesmo tempo magestosa

e terrível, dardeja rSios ardentes,

que alumiam e abrasam quanto

tocam, a grandeza solenine da see-

na assoberba o espectador e subju-

ga-lhe por tal forma as faculdades

da analyse e da critica, que estas

como que se paralysa n, para só

viverem as do enthusiasmo e as da

admiração.

as invectivas de Bulhão Pato

teem a magestade classica. Assu-

mem proporções épicas os sacrifí-

cios, as hecatombes em que sup-

plicia as suas victimas. É o exter-

mínio dos charlatães, o açoite dos

Viales. No meio porém das suas

execuções e dos seus flagícios,

inspiram-o sem nunca o des-

ampararem, sentimentos nobres,

propositos generosos, amor arden-

te da justiça, da liberdade, do

progresso humano e social.

o um primo, o sr. Francisco Ma-

nuel da Costa Campos.

MILÃO, 27.—O rei recebeu Ran-

cés, ministro de Hespanha, ás 11

horas c meia em presença do prín-

cipe Humberto, de Minghetti e ou-

tros personagens.

Disse que era feliz em ver a

Hespanha representada cm Italia

por uma pessoa tão digna e esti-

mada pelos serviços prestados ao

seu paiz.

Venosta foi em seguida visitar

Rances ao palacio da legação.

Ag. liai'as.

No proximo domingo é de espe-

rar nova concorrência ao theatro

do Principe Real.

Sobe ali á scena o drama Um

Martyr da Victoria que tanto en-

thusiasmo causou no theatro da

Trindade do Porto.

Os fatos e seenario para esta

peça são novos e de deslumbrante

efTeito,e os papeis foram confiados

aos pnncipacs actores d'este thea-

tro.^

Com todos estes predicados ó

do crcrqtic a empreza veja coroa-

dos os esforços que faz para pòr

em scena as peças com bastanto

luzimento.

A estrada da Regoa a Amaran-

te foi desfeita, pela trovoada do

dia 20, na extensão de 80 kilome-

tros, em Padrões da Teixeira.

O presidente do peder executivo

da republica hesparihola agraciou

com a cruz de 1.' classe do mérito

militar, os ofliciaes do batalhão de

caçadores 7, Joaquim Maria Pe-

cheira, capitão; José Maria Pereira

Vianna, tenente; João Baptista do

Cruzeiro Seixas, alferes; como dis-

tincçao por elles haverem efllcaz-

mente contribuído para a perse-

guição dás partidas carlistas, pren-

dendo uma guerrilha de dez ho-

mens que intentava entrar na Gal-

liza.

Está aberta no governo civil d«>

Porto a subscripção para o levan-

tamento da 5.a serie do emprésti-

mo para a construccão das estra-

das districtaes n.°» 9 o 12, na im-

portância de 20:0003000 rs.

As acções são de 1003000 rs. o

o juro de 0 p. c.

De dois irmãos, um de 5 e ou-

tro de 2 annos de edade, que brin-

cavam junto de um poço, na Tor-

reira, caiu á agua o mais novo. O

mais velho atirou-se ao poço, er-

gueu o irmão nos braços, e'gritou

por soccorro. A agua dava-lhe pe-

lo peito.

Caiu no sabbado em Villa Real

uma grande trovoada, que em pou-

cos momentos transformou os cam-

pos em lagos e os regatos em tor-

rentes caudalosas.

O Corgo, que pouco antes não

tinha uma gota de agua, conver-

teu-se de repente cm grande rio.

Realisou-se hontem a abertura

solemne das aulas da academia po-

lytechnica do Porto.

Recitou a oração de sapiência o

sr. dr. Adriano de Abreu Cardoso

Machado.

O imposto do lazareto rendeu na

quinzena finda 4593150 réis.

Parece que por doença do ca-

pellão do regimento de infanteria.

17 não poude o mesmo regimento

no dia 24 do mez passado ouvir,

na egreja da misericórdia, missa

por alma do sr. D. Pedro IV.

Caiu do uma meda de pinho

Fernando Pedro, morador na tra-

vessa dos Brunos, e deslocou um

braço. Teve de ir curar-se ap hos-

pital de S. José.

De Vizeu dizem que a colheita

dc vinhos este anno é inferior em

um terço á do anno passado, mas

que a qualidade é excelente.

Troveje Bulhão Pato muito em-

bora na satyra e folgue de nos ap-

parecer por entre os clarões da

tempestade, c atravez do graniso

abrasado dos coriscos fulminantes

dos seus alexandrinos; mas, por

Deus llfo pedimos, não se despe-

ça dos vergeis encantadores do

seu lyrismo. Não diga adeus para

sempre á musa travessa e deva-

neadora da Paqtuta, poema que

lhe conquistou os foros de poeta

eminente, que é um monumento

indestructivel da sua gloria e da

nossa poesia moderna, como é já

também o tormento dos seus de-

tractores.

Detractores, sim, que já agora

não riscamos a palavra.

E também quem ha ahi de algu-

ma valia que os não tenha? Des-

graçadamente a coroa da gloria

litteraria é cravada, por dentro,

dos espinhos de inveja, que, por

baixo das folhas de louro, estão

continuadamente ensanguentando

a fronte dos infelizes que a cin-

gem.

(Phantnsias o escriptores

contemporâneos.)

Visconde de BekàlcAíNFob.

Page 3: DIÁRIO ILLUSTRAIK) - Últimas obras disponibilizadas na BNDpurl.pt/14328/1/j-1244-g_1874-10-02/j-1244-g_1874-10-02_item2/j... · RENA QUKfoOZ, rua da Atalaya, 173. ... Aurora às

DIÁRIO ILLUSTRAIA,

GAZETILHA

Exterior

Em Hong-Kong, uma cidade

Da bahia de Cantão,

Uma tromba assoladora

Poz tudo a laranja e pão.

Kão é caso para festas

Com foguetes e com bombas;

E* caso para exclamarmos:

—Deus livre a todos de trombas!

Interior

Da cidade de Lisboa

A divisão militar

Figurou acção terrível

Para alem do Lumiar;

E os soldados, aguerridos

Alcançaram tanta gloria Que até os proprios vencidos

1'oderam cantar victoria.

0 certo é que, regressando

A quartéis, flndo o serviço,

Yiam-se todos rilhando

O seu uaco de chouriço.

LocacN

O producto das marinhas Encareceu. Inda mal!

Porque d aqui por diante

E' mais difiicil ter sal.

Em quanto, na quarta-feira, Cheios de brio os soldados

Andavam azafamados

A atacar e a def< nder,

Os paizanos sobre a relva

Davam-sc alburn desafogo:

Cangirão á bocca.... fogo!...

Isso é que era de tremer!

AnhtancEoM

Aos feridos na batalha

De que acima vem men<;ão

ila quem venda o curativo:

O pello do mesmo cão.

Then tr oh

Abre amanhã o Gymnasio,

Que deve ter uma enchente. O peior é que em Lisboa

Se nota falta de gente.

terios do Templo, 05 Voluntários

de 1814, os Filhos de Çarlos V, o

Marquez cabo de esquadra, os Fi-

lhos da loba, a Virgem das Rosas.

Elias de Beaumont é celebre so-

bretudo pela sua magnifica carta

geologica da França.

O Economista francez publica

um trabalho do sr. de Lapeyrouse,

consul da França em Edemburgo,

donde extrahioos seguintes dados:

O duque de Sutherland possue

470:630 hectares de terreno, que

lhe rendem 55:145 libras esterli-

nas (248.152.500), o conde de Brea-

dalbane possue 183:344 hectares,

que lhe rendem por anno réis

259:614.000; o duque deBuceleugh

possue 172.740 hectares com ren-

dimento annual de 828:639á000

rs.; o conde de Seaficld 122:360

hectares rendendo por anno réis

323.478âOOO: oduque de Richmond

107.707 hectares com rendimento

de 271.701^000 rs.; o conde de Ti

fc 101:126 hectares 325:404.3000

rs.: o duque de Hamilton 59:176

hectares 413:3285500.

Não é menos rico talvez na Rus-

sia o príncipe de Menschikoff, que

n'uma noite de natal enfeitou a ar-

vore tradicional coui diamantes 110

valor de um milhão, e deu-os to-

dos do presente ás senhoras que

convidava.

REVISTA ESTRANGEIRA

Nova associação de trabalhadores —

Ima brochura do barão Stoflel —

Morte de Victor Léjour e de Elias

de Beaumont— Kiquezas de vários

lidalgos escocezcs — Hasgo de ge-

nerosidade do príncipe Metischi-

kolí.

Paris, 25 de setembro.

A Internacional manifesta nos

seus últimos congressos um gran-

de desalento. Depois de fulminar

num manifesto que publicou ago-

ra a revolução burgueza de 4 de

setembro, e obstinaçao das cidades

francezas em não quererem com-

prehender a revolução da coinmu-

11a, diz melancliolicamente o se-

guinte:

«Tendo cada paiz uma organisa-

ção dilíereDte os trabalhadores pro-

cederão segundo as suas convicções

e adoptarão todos os meios para a

organisação social e para a guer-

ra â burguezia.

Daqui se vô que a Internacio-

nal renunciou a qualquer empre-

za solidaria. Demais a mais agora

em Genebra está-se fundando ou-

tra associação que ameaça a inter-

nacional com uma concorrência

tanto mais seria quanto as idéas

que cila defende são sensatas e ra-

soáveis.

«Até hoje, companheiros, diz o

jornal União (los Trabalhadores que

é o orgão d'essa associação, trata-

va-se não da emancipação da clas-

se dos trabalhadores no seio da so-

ciedade moderna, mas da destrui-

ção d essa sociedade e da sua subs-

tituição por uma nova organisação

politica e economica dos povos.

Âhi ê que está o erro.

E acrescenta:

«O grande numero dos reforma-

dores, as contradições que existem

entre as suas ideas são também

razões suflicientes para não tratar

como cegos da realisação de theo-

rias que ainda nenhum facto veiu

co' firmar».

Deus queira que esta nova so-

ciedade operaria, que parece ani-

mada de tão bom espirito, não ve-

nha a descair nas utopias que per-

deram a internacional.

O barão Stoffel, que fez tão má

figura no processo Bazaine, vae

publicar uma brochura amarga e

insolente, de que o Figaro, já pu-

blicou alguns extractos, para se

defender, atacando ao mesmo tem-

po Mac-Mahon e o duque de Au-

male. Conta por exemplo que Mac-

Mahon fugiu com o exercito que

organisavaem Chalons diante de

um regimento de cavallaria prus-

siano.

Morreram o dramaturgo Victor

Séjour e o geologo Elias de Beau-

mont. Séjour, escriptor dramatico

fecundo e applaudido, escreveu

Diéganas, a Queda de Séjan, Ri-

cardo III, o Dinheiro do diabo, as

Bodas venezianas, o Filho da noi-

te, André Gerard, o Marty rio do

coração, os Grandes vassallos, o

Paletot côr de castanha, a mulher

que deita cartas, Compadre Guille-

ry, as Matanças da Syria, os Mys-

Antonio José Mendes, que foi

durante 25 annos actor do theatro

do Gymnasio, perdeu a falia em

consequência de um insulto apo

pletico no dia 6 de janeiro de 1869.

Desde então até Inje tem soflri-

do as maiores privações elle, sua

mulher e seus filhos, em conse-

quência da desgraça que lhes rou-

bou o pão de cada'dia.

Se aquelles que nos lerem, qui-

zerem acudir a tão lastimosa allli-

ção, ser-lhes-ha agradecida com

lagrimas de reconhecimento a es-

mola na casa destes infelizes.

Moram na rua da fabrica das

Sedas n.° 43 4.°.

I.I.SI50A IVA RUA.

É uma publicação interessante,

escripta com desenfado e de utili-

dade para quem a lé. Abunda

nella a boa critica dos nossos cos-

tumes, os quaes — diga-se em fa-

mília—carecem de mais radical

reforma para os harmonisar com

o progresso e com a civilisação.

O livro a que nos referimos não

é d'aquelles que os edictores ati-

ram para o mercado e que vão fa-

zer ruma nas lojas, aguardando

raro freguez. Também não é dos

que se compram para encher a

estante, cetno esses que Rousseau

aconselha que se não leiam—ren-

dons-les courts en ne les lisant

point — afim de os tornar menos

massadores.

Querem a prova?—Eil-a:

« Dois patuscos graves, dois pan-

crácios tristes, encontram se ca-

sualmente :

— Adeus, ó Mamede, como vae

essa bizarria ? Ainda agora repa-

ro, tu estás de luto ?

— 0 mais que estou é tudo.

Morreu-me a minha serva de

Deus!

— È a primeira vez que tal oi-

ço. Dá-me cá esse abraço : Dei-

xaste-me agora sem pinga de san-

gue!

— Mas tu a modo que também

tens escomilha no botão?

— Succedeu-me a mesma des-

graça.

— Oh! coitado! Separar-se um

homem da sua metade!

— A quem o dizes! E então

aquella minha mulher que era

uma prenda! Estou inconsolável.

Onde ias tu agora ?

— Estava a girar por ahi como

um cadaver. Queres tu ir á Perna

de Pau, que me dizem que abriu

hoje um casco riquíssimo?

— Eu ia em diligencia de me

distrair mais perto, aqui d Cova

Futula, por baixo do hotel Gibral-

tar...

— Pois vamos lá a esse, que,

pelos modos, está palhete, mas

saiu bom. Urna pessoa não tem la-

grimas para os desgostos que apa-

nha !

EHtram na Cova Funda.

— Ó aquelle, traga-nos você um

petisquinho, e dê-nos do tinto.

— Um íabito de tainha... Ella

coitadinha, aquella santa que Deus

tem, gostava de tainha que se pel-

lava!

— Uma conserva de cenouras

talvez fosse bom, hein?

— Está a calhar. Traga conser-

va, ó amigo l Tomara-me eu no

tempo em que nós éramos pandi-

gos, lembras-te?

— Ora! que linda pinga! Pro-

va-o que está rigoroso!

— Lstá-me isto a fazer umas

saudades! Com a bréca, este vinho

é real...

— Toca a repetir.

— Encha outra vez os copos, ó

amigo! Tu conheceste-a; era mui-

to prendada!

— Muito. E a minha para o ar-

ranjo d'uma casa, não tinha se-

gunda. Olha como elle espuma!

Isto em lhe caindo uns frios está

um vinhão de quebrar nin ho-

mem! •

Este recordar da esposa delei-

tando-se com o summo da cepa,

faz lembrar Gavarni e Moliére—a

caricatura e a comedia!

Vende-se pois, o livro do humo-

rístico escriptor, como se fosse ca-

nella, consoante o dizer dos que

recebem o importe de cada volu-

me. E ainda bem que assim é, pa-

ra que as palavras de Montaigne

— «o melhor e o mais agradavel

travesseiro para descançar uma

cabeça bem feita é a ignorancia e

a falta de curiosidade» — deixem

de ir ter applicação á sociedade

portugueza. Apesar dos seus abas-

direitas e das suas plangentes gui-

tarras vae tomando gosto pela lei-

tura.

Diga-se em abono da verdade;

no Chiado já se pergunta: «leste o

livro do Julio?

Olha, • \6 se o conheces. Estou

aqui, estou com elle a contas; ha

de do principio ao íiin, e sem uma

piadinha!

J. VlANNA.

Estão quasi concluídas as obras

no theatro da rua dos Condes, que

fica completamente remoçado. A

companhia foi reforçada com o in

telligente actor Salazar e outros

artistas a fim de subir á scena com

o máximo esplendor na noite de

10 do corrente a apparatosa peça

marítima do sr. Aristides Abran-

ches, O filho das ondas. Os traba-

lhos do mise-en scene teem sido ha-

bilmente dirigidos pelo sr. Apolli-

nario de Azevedo.

Espera-sc que a canhoneira Dou-

ro esteja prempta dentro de dois

mezes para servir em coranris-

sões. ———i—■ 1

Está doente em Montemór-o-

Novo o sr. Justino Coelho Palhi-

nha.

Desejamos-lhe as melhoras.

E' insignificante no dis:ricto de

Coimbra a amostra do azeite.

cuia esquerda, e feriu-se grave-

mente na cabeça.

Encontramos na Patrie o se-

guinte artigo:

«Informações recebidas de Lis-

boa aconselhain-nos que estejamos

de sobre aviso acerca de certos boa-

tos que se tem procurado espalhar

nestes últimos tempos na impren-

sa euro^ea, dando a velha utopia

conhecida na lingua diplomatica

pelo nome de união ibérica, como

estando a ponto de reanimar-se e

Nada, de adquirir novo vigor:

observa-nos o nosso corresponden-

te, é mais vasio de senso e geito; ^ ^ ^ ^ ^

gosamos em Portugal d I vigor; mas desde ja podemos di-

noriiifino níKíslliniOSllIllA v J «i.4. •

questão, é porque também somos

o alvo onde se dirigem certeiros

todos os tiros, e todas as queixas.

Já estavamos fatigados de ser in-

terpellados a todo o instante, e

instados para sermos juiz n'uma

causa, em que não podíamos ser

parte. O que desejamos, pois, é boa

administração; e ainda que se nos

diga que algum dia a direcção foi

connivente na emenda dos estatu-

tos que este anno se teem espa-

lhado, nós diremos que, emquanto

os estatutos approvados pelo go-

verno de sua magestade nãj forem

revogados pela nu sina instancia,

são só aquelles os que estào em

peridade crescente, possui mos unia ze® £ dj prJes^ente ienora

('U«r0l°^ar; a existência d'essas emendas, que tidos respeitam temos en lim o jmp0rtóm0pe,jjrem-seguantiasnão

beneficio das instituições ma s, h- au^ori5ad^ por ,ei. 0 que é pre-

beraes, d um regime econstitiiuo cjs0 pois, é que a direcção ad-

nal» fundado nas mais largas. ta- moesle os empregados intoleran- seí, e praticado com egual since c p0ue0 (,em educados para

ridade pela naçao e pela coroa, qualquer sócio re'clamante não

que poderíamos ganhar em nosd^ajre Tfimos em nosso

fundirmos comaHespanha?Adn. - d um documento ou carta de

tindo mesmo que todas as tradi-1 „„„„ „„„

ções da nossa historia se não le- vantassem contra esta união com I convcrsação acerca da causa que

uma violência de sentimento que m0tjV0U 0 ter pedido a demissão

nao podem comprehend». os que dc facu|tativo do monte-pio. Ali se

por s. mesmos nao apreciaram a demon9tra que nr,0 é faUo 0 que

energia separatista e autónoma do* a||egamos ^ emquanto não pos-

portuguezes; admittindo, o que re- sam60s indicar 0 'nome do cava.

pulamos impossível, que uma com- |hpiro é aucIor da (.arta (

bmaçaode alta politica empiric.! nSu lhe'termos pcdido a con^cs.

julgasse poder vencer este mel - f5o da pt,b|I(.a-a^ nao temos du.

dre apaixonado da nawo pot tu- vj(ja e|)| pUt»|jcar um dos trechos,

gueza, hao de convir todavia que Djz e|je.1

o espectáculo da Hespanha actual 0s mfílivns mf ,emram „

da sua ruma, da sua anaiichia v 0 p(isf0 (\a demissão foram o

bastante salvaguarda con tia qual- n~0 gU^rer soffrcr por mais tempo

(,uer idea d unlao Ainda (juea in- nuindito despotismo do soberano

«•nmnnfihihnAnA n índole nao fosse , ^ •1 , • . ....

juntando a tudo isto uma pesst

ma educarão que não se pode tole-

rar.

Não se indica, por emquanto, o

nome do honrado collega que as-

sim escreve, porque somos cava-

Mora na rua do Valle, n.° 26,

2.° andar, lado esquerdo, uma po-

bre mulher completainennte alei-

jada, sem meios alguns de subsis-

tência. Implora a caridade dos nos-

sos philantropicos leitores e leito-

ras.

Arribou hontem ao Tejo o vapor

hespanhol Manuel Perez, com ava-

ria na machina, que lhe succedeu

na altura do Cabo de Espichel.

Procede de Cadiz, e traz a bor-

do 30 passageiros.

Reabre amanhã o theatro do

Gymnasio.

E' de esperar que tenha uma

enchente real.

Desejamos a prosperidade da

nova empreza.

As capellas em que houve roubo

no cemiterio da Conchada, em

Coimbra, pertencem aos srs. Ade-

lino Simões de Carvalho, Antonio

Rodrigues Lucas, Guilhermina Lu-

cas e José Antonio da Costa Braga

Junior.

O valor dos objectos roubados é

de 180$00Q rs.

A galera Nova Maria da Gloria,

brazileira, foi comprada pelo sr.

José Antonio do Cabo Carvalho por

10:000^000 rs.; pagou ante-hontem

1:100^000 rs. ue direitos de em-

bandeiramento.

E' mais um navio mercante por-

tuguez que a nossa praça tem.

Acha-se em Vizeu com um ex-

eellente cosmorama a sr.* D. Chris-

tina Fonda Ferrer dc Ia Neva.

Números que obtiveram maior

premio na loteria da Santa Casa

da Misericórdia em 29 do passa-

do.

364 5:Ooq3000

225 8 1:0005000

2981 3005000

3614 2005000

95 1005000

609 1005000

619 1005000

715 1005000

884 1005000

1478 1005000

1579 1005000

225 9 1005000

2373 1005000

252 9 1005000

253 0 1005000

2594 1005000

3365. 535000

Saem hoje do Lazareto, pelas 11

horas, os 116 passageiros que vie-

ram dos portos do Brazil no vapor

Illimani.

Também saem 9 passageiros que

vieram dos mesmos portos no pa-

quete Rio, e 10 que Yieram na bar-

ca Josephina.

No sabbado passado o sr. Anto-

nio Gomes Tinoco, fiscal dos poli-

cias municipaes em Coimbra, caiu

de um dos carros do caminho de

ferro americano, quebrou a clavi-

ria mediocrcmente tentador; trar

nos-hia o desconcerto, mil emba-

raços, a guerra civil, e nós per-

deríamos a nossa prosperidade e

a nossa paz».

«Podem estar certos, an'r(^-1 iheiros, e não o devemos fazer sem

centa o nosso correspondente,de rmissão de„e Mas ist0 é verda.

que tod as as vezes (1uG surçe de qual- Veja o publico como as cousas

quer lado essa pretenciosa ton" se nassam(

teria chamada a untão Wrrica sc Repetimos, é forçoso que para

trata d alguma tentativa de mes- dj» do m'0pte.p>0 hajJ cordura

qu.nha.ntrigaemanadadepersona- L adminislra ruJ e bJoa educa.

genssem congruência e sem alcan- 5o Djssémog ^on[ein que u,njuiz

co. Aqui a causa caiu em tal ndi- *-0 du ser r[ (1ivelnos di.

cuio que o mundo politico nem 7(T a'gora pm' aho^() da vcrdade

attençao lhe da, quando por aca.o e |10 m0nte.pj0 de Nossa Senho-

algum periodicoscmciedito como f'a da Rocha 0gr recebedor geral,

a Democracia, se lembra de fallar ^ ô fornecedor, faz par-

n isso, ninguém pensa emi cp i- t'c da direcção. Em todas as asso-

ear-lhe e 6 cora sincero espanto ej õ lei estabelece a incompa-

que vemos depois no estrange, o lihijidade entre a miss5o do func.

algumas pessoas tomarem a serio cjonarjo e qualquer cargo electi-

semelhantes frivolidades.» y0; e ludo js(0 t(Un a sua rasa0 (le

Na quarta feira, antes de retira- ser. Qual é a rasão par que um fat

rem as tropas do exercício, che- cultativo não pode nem deve ser

gou-se a um grupo de indivíduos ao mesmo tempo funccionario do

que estava na calçada de Carriche monte-pio, e membro da direcção?

um saloio, e deu unia paulada na A rasão é clara/É porque podem

nuca a um d'elles. levantar-se questões em que elle

O espancado ficou muito maltra- tenha de ser juiz e parte. Pois a

tado. mesma argumentação serve para

O malfeitor foi preso e queixou- moralisar a posição do sr. recebe-

se de que o ferido lhe havia rou- dor geral,

bado um pausico. Appareça desassombradamente

.— . . quem pretenda boquejar no credi-

Foi nomeado escrivão do juízo (jos facultativos, que ahi teem

de paz da Sé, julgado da Guarda, pertencido,.e que não teem queri-

o sr. Joaquim Nunes da Assuin- jq tolerar prepoteucias d'aquelle

pçáo. senhor, porque nós com a coragem

x' i- w»~ de que somos dotados, assestare- No dia mí do mez passado, um mQS a n(jssa arti|heria que, apesar

individuo desconhecido «'epositou ^ ^ ^ ((o svsU.raa ^ ^ ha

na loja de sapateiro, na rua Nova de p,.oduzir hons resu|Iados.

do Car\.ilho, n. J8, uma trouxa ouvimos dizer que alguém quer

com roupa branca, dizendo que f d gra||la; qUe appareça vis-

ni3lc ,na hu*Ml-a 1 to que a falta de resistencia não

anima.

Ora se assim é, se não oneremos

de nenhum modo estar tutelados por

outrem, porque nos sabemos gover-

nar, não deve parecer estranho, que

os catliolicos do bispado de Elvas,

lia tres séculos doutrinados por um

bispo seu,reajam contra a idea de sup-

primir a sua cadeira episcopal, oqne

segundo é fama só está dependente

do placet da curia romana, em obter

o qual se trabalha activamente.

1'or muitas vezes tem este povo

dirigido a el-rel, ou requerimentos

para oue seja provida a sua egreja,

vaga desde 1852, ou representações

contra a sua suppressão.

Movido, ao que parece, das razões

allegadas, o governo suspende as

negociações, e resigna-se a esperar

que os povos estejam preçarauos a

receber a nova circumscripção dio-

cesana.

Depois as representações caem no

limbo das secretarias, "c só íica de

pé, inexorável, o projecto de reduc-

ção das dioceses, que, por um con-

traste notável dc princípios nasceu

ao mesmo tempo em que, por se

julgar insufíicinte; se alargava o nu- mero das províncias do reino.

Tratando-se novaircnte agora de

activar as negociações para se pôr

em execução a allúdida reforma, re-

presenta a camara d'esla cidade ain-

da uma vez contra dia; c se já o fa-

zia com rasão em 34 e em 59, quan-

do a diocese era annexada á de Évo-

ra, por só dever íicar uma em cada

povincia, fal-o com muita mais ra-

são ao presente, como cm 55 e W),

sabendo-sc, como se sabe. que ha

intenção de conservar o bispado de

Portalegre, e annexar-lhe este.

Digo que com muita mais rasão,

porque na verdade nada ha que

justilique esta preferencia que se pre

tende dar a Portalegre.

Cidade inferior a Klvas a todos os

respeitos, tem imbuído de tal forma

os nossos homens da governação

que, deixando-sc levar pelo canto mentido da sereia, tem-Ihe dispensa-

do todos os favores, ao passo que

Elvas é tratada como enteada, ou

bastarda, Wc 34 para cã.

Ale então deram sempre a Elvas

o logar que lhe competia a par das cidades mais consideradas; depois...

parece (pie uma certa animosidade

tem havido cm dcgradal-a á mesma

plana das aldeias.

As causas adivinhe-asquem poder.

Nôs não, que apenas conhecemos

os efleitos. por nosso mal.

Decretada a reforma administrati-

va, depois do restabelecimento do

çoverno liberal, Portalegre foi eleva-

da a cabeça dcdistricto, e Elvas, mais

populosa c rica, e até ali obedecida,

viu-se sujeita ao governo d'aquella

cidade.

Em ncuhuma das reformas poste-

•iorcs se emendou o grande erro jommettido na preferencia, e conse-

guintemente, rainha d'esta parte do

Alto Alcmtcjo, Portalegre tem obtido

alciu de outras vantagens, um Ivceu

que, por mais rogativas que Elvas

tenha feito para a seu exemplo se

lhe dar outro, é ainda hoje único no

districto.

YO-sc transluzir em tudo isto um

certo predomínio das influencias lo-

caes, em prejuízo da importancia

das terras, o que está mui longe do

ser justo e rasoavel, porque ninguém

pode contestar á face dc dados esta-

dísticos irrecusáveis, que Portalegre,

repito, está muitos Furos abaixo de

Elvas em importancia social e poli-

tica, deixando de parte a militar, que

não vem maiormente para o caso.

Continua. La Dame.

mais tarde iria buscal-a.

Como não tornou a apparecer.o

dono da loja, foi entregar a trouxa

a# commissariado de policia.

Foi nomeado o sr. Antonio José

da Silva escrivão do juizo de paz

do districto de Chorense, julgado

de Terras de Bouro.

Confiamos no digno presidente,

e no resto da direceão.

Lisboa-1 de outubro de 1874.

Joaquim Namorado.

Mora na rua do Barão, n.° l A

loja, ura pobre chefe de família,

luctando com a doença e miséria. O transporte portuguez «índia»

chegou no dia 27 do mez passado I Se alguma alma beinfazeja poder

a Port-Said, sem novidade. | valer-lhe, praticaj-á uma obra de

F7»i nnmpido esmvío e tabelião misericórdia. SoíTre de tubérculos

de^tJoosr!• esta gravemente hoirn dnn Santos docpte, como attcsta o sr. dr. Bcr- beuodosSantos^ nardino AugustQ da Silva Heitor.

0 SS5 KSÍSA A EXT1SCÇÃ0 DO BISPADO DE ELVAS uA nuuilA I Quando se diz que as potencias

estrangeiras sonham com formar A linguagem que temos empre- gran(ies naoienalidades, annexando

gado na imprensa, á primeira vis- os pequenos estados aosmaiores,nós

ta parece violenta, e repassada de os portuguezes, que presamos mui-

paixão. Observando mais pausada- to a nossa independencia, que é pa-

monfp ic -íl loira POPS não resta du- ra toclos como Ponto de religião, in-

vida.de que o movei de 'udo é o

desejo de que caminhe bem uma tUgaj serja apenas uma província da

associação, <jue, pela sua antigui- ibéria, d'essa maçã de oiro uue um

dade, merecia estar livre de abu- novo Paris daria hão é fácil ae pre-

sos inveterados, que a desacredi- ver a quem. tam Queremos ser independentes, di-

A resposta que desejamos, é um zem9s <°dos; edizemol-o com a con-

compj. d« rnodídas serias, e „n- ™

ducentes ao^bem geral. foros de povo livre, e passando de

A direcção do monte-pio abre senhores a ser escravos, fallando

uma gloriosa pagina na sua geren- uma lingua estrangeira que baniria

cia, cortando pela base todos os a nossa litteratura, e sacrificando á

erros passados, attendendo a to- amizade nova as mais deslumbrantes

das as reclamações, dando publi- pa^/s ■da nossa historia militar, í\nAn o tr,A^c rvc cone íinfoc n P01S desde o.m o mento em que se abra-

cidade a todos os seus dotes, e çassem ampiexo de intermina-

ínaugurando uma no\a época. os uois povos peninsu-

É o povo que o reclama; e se lares,deviam esquecer-se asofTensas

somos advogado energico n'esta | reciprocas para todo o sempre.

Publicou-se o n.° 5 do jornal

hespanhol Europa, que é impresso

em Lisboa.

Segue para a America pelo va-

por Cotopaxi.

ADAGIOS DE OUTUBRO

Outubro, novembro e dezembro,

não busques o pão 110 inar, mas

torna a teu celleiro, e ibre o teu

mealheiro.

Em outubro treme o vinheiro.

Vindima em outubro que S. Mar-

tinho t'o dirá.

Com a vinha do outornno, come

a cabra, engorda o boi, e ganha o

dono.

Por S. Francisco (4) semeia teu

trigo, e a velha que o dizia semea-

do o tinha.

Por S. Lucas (18) sabem as uvas.

Por Santa Iria (20) toma o boi,

e semeia. S. Simão (28), fava na

mão.

S. Simão e Judas, colhidas são

as uvas.

Rendimento da Alfandega de

Lisboa

Em 1 de outubro 26:333£o78

Entraram hontem no Tejo as se*

guintes embarcações:

Vapores: Fitz James, Maukcl

Perez, Jean Bart.

Hi ate : Adonis 2.°.

Palhabote : Duque de Loulé..

Barca : Villa da Praia.

Escunas : Paul, e Giane.?r.n

Cahique: 2.a Conceição!

Fragata : D. Fernanda 'da Tra-

faria para a amarração.^1'

Sairam: 'DfipJ í

Vapores : GrealhariJiatt?lffiçn\.

Kong Oscar, Anglia^

Brigues : Gei'tr\u\e^Re^uíÍ, Eu-

gene Mathtilde. .oiíx w

Patachos: 5

fíoans. * ,'rTí

Hiates: Romfim, I)omingues í..\

Escuna : AnWWffiistme.

Page 4: DIÁRIO ILLUSTRAIK) - Últimas obras disponibilizadas na BNDpurl.pt/14328/1/j-1244-g_1874-10-02/j-1244-g_1874-10-02_item2/j... · RENA QUKfoOZ, rua da Atalaya, 173. ... Aurora às

DIÁRIO ILUSTRADO

CHARADAS NOVÍSSIMAS

Ao meu irmio JOSÉ PEREIRA DA COSTA

Yé-se este pezo na botica e na escola -2-2.

Acolá no Tejo está uma povoarão—

Vè-se no mar e na Povoa es!a terra —2—1.

Na pergunla o que falia é ave—1—1.

Anda a governar na nora este sujeito -1—1-1.

Animal que n3o vé serve para jogar o O

Ha ein todas as cidades um pronome com este anpellido—3—t.

Está á porta do quartel de inverno para nos abris

Porto.

irigar—3—2.

Costa.

EXPLICAÇÕES DO Nl'MERO

ANTECEDENTE

Decapitações: — PecetrO—Lopes—Cabrito —Espera — Campeão — Retrato-Thereza— Elvas-Telles—Roque—Vianna—Ferir—Ca- neta— Estoque—Cerveja — Balbino—Filha— Gama—Camélia.

Enigma:—5 reis.

ESPECTÁCULOS

Hoje THE AT HO DE D. MARIA II.—As 8 boras

e 1 quarto. O* MOltdrÔCN.

THEATR0 DA TRINDADE.—Ás 8 horas. A pelor Inimiga. O <ltien<le.

THEATR0 DE VARIEDADES.—Ás 8 horas. O cofre don encanto*.

THEATRO DE VARIEDADES EM BELEM.— Espectáculos variadas às 4 horas e 1/2

da tarde.

T11* O fàll Al* 111 A DO DIÁRIO ILI.IMTRADO

Riui da Atalaya, n.® 173

AN1IG-Á A&E1JCIA

DE

ANNUNCIOS DO

lUustrado

6S. travessa de S.u Justa. 2."

Proprlefarl«—Alfredo Valadln DECEBE annuncios, commonlcados, cor- 11 respondencias e assinaturas para o

/ornai da Noite, Revolução de Setetnbro, etc., e também para a Gazela do Algarve, Lagos; Noticioso, Valença; Jornal de No- ticias, Ponta Delgada» e para todos os jor- nais do Porto.

E a agencia exclusiva doiornal A Tribuna e da Guia Oficial de lot Ferro-Carriles de Espana, Francia y Portugal, publicação mensal única.

0 escriptorio está aberto todos os dias nSo santiticados desde as 9 horas da manbi até âs 7 da tarde. 1

Venda em hasta publica

De uma propriedade situada

na rua de Sanlo Antonio

du Convénio do Coracíto

de Jesus, 40. \i, e \\

modernos e 46, 46 A e 47

antigos

\0 dia 3 de outubro proximo futuro, na 1* casa da praça do Commercio, e com in- tervenção ne A. G. Lamarão, syndico da ca- mara dos corretores, procederão os testa- menteiros do sr. Jose de Brito Junior, á ven- da do prédio acima men-cionado, o qual se compõe de lojas, com seu pateo, 1.° an- das; e quintal.

E íbreiro em 3£4t-i réis, com laudemio de quarentena, á ex.®* sr.* I). Maria Au- gusta de Abreu Barros e Vasconcellos.

Os títulos serão facultados a exame no cartono do tabelliao sr. Cornellier, na rua Áurea, n.° 50. 2

Conselho ^administra-

ção de marinha.

0 CONSELHO fa/ publico que no dia 8 de outubro proximo pelas 12 horas

abre praça nara contratar o fornecimento de 3:000 kifos de cairo em lio, e 10 bar- cadas de pedra de alvenaria.

As condições estão patentes. Conselho d'admmistracSo de marinha,

de 187A. 29 de setembro 0 secretario

J. M. C. Ferraz.

Quinta-feira 1 outubro 187-4. •1 horas da tarde.

Minha querida filhinha: Ou hoje ou... ha... lembras-te quantos

dias?!.. Então como nós fomos feliz—s (pelo

menos eu!) Era quanto que hoje, em quanto que...

até... não sei quando, apenas por este meio tu saberás que eu existo!...

A estas horas encaminhava-me eu para... dVntão para cá—o que a minha vida tem sido!... etu... tu terás soilride muito?

Não sei porque, mas desconfio que o estado do teu espirito a meu respeito... será agora como n'aquella noite em que me recusavas receber uma car tu... lem- braste?

0 que motiva os meus receios? não sei... Entretanto teme... ai minha lllha... terás tu ao menos saudades de me ver?

Adeus! perdóa-me as minhas continua- das desconfianças e crê-me sempre

o teu... Adeus! adeusl adeus! Sempre... eternamente

|0 costune!!

Conselho gerente da

padaria militar de

Lisboa.

IVO dia 4 do corrente ao meio dia no edifício da dita padaria, serão vendi-

das em hasta publica 4 muares e um Cavallo.

Secretaria do conselho gerente da pa- daria militar de Lisboa, 1 de outubro de 1S74.

0 secretario Eduardo Annibal Botto.

LUSO-BRASILEIRO

POR

EUGENIO DE CASTILHO

Revisto, augmcnlado, precedido de um prologo, e de um compendio de metrificação

PELO

VISCONDE DE CASTILHO

jk CABA de sair do prelo esta obra, já vantajosamente conhecida pelos artigos de alguns jornaes e que

ix vem preencher uma lacuna muito sentida pelos poetas em Portugal.

Nào seremos nós que encareçamos os merecimentos da publicação, porque nos não ficaria bem como

editores d'eila; entretanto apresentaremos succintamente alguns dos pontos a que o seu auctor, o sr. Eu-

génio de Castilho, tratou de satisfazer.

Este Diccionario é infinitamente mais abundante em termos do que o seu antecessor, o anarchico e po-

bríssimo Diccionario de Consoantes de Couto Guerreiro; isto se pôde aflirmar também, sem temer um

desmentido, com relação ao Novíssimo Diccionario de la rima de D. Juan Landa (1867), os quaes foram

examinados para vôr se davam alguma coisa com que se melhorasse ainda a economia e o methodo do

nosso.

Revisto, palavra a palavra, pelo príncipe dos poetas contemporâneos, e inimitável metrificador, o sr.

visconde de Castilho, acha-se hoje no caso de auctorisar a vernaculidade e pureza das expressões que

encerra, e a perfeição e correcção das rimas que nos dá.

A orthographia acha-se uniformisada com aquella que mais geralmente é seguida e em muitos pontos

simplificada até ao que pareceu racional.

Vem acompanhado, além de todas estas qualidades, por um Resumo, muito habilmente compendiado,

do Tractado de metrificarão do me*mo sr. visconde, obra que vae entrar na sua 4/ edição.

Emfirn, quanto á disposição typographica, conseguiu-se tornal-a elegante, sem que de modo nenhum

deixasse de ser claríssima.

Acha-se desde já á venda na livraria dos editores C. S. AFRA «5c C.*, ma do Ouro, 180 e 182.

Preço moo kéi*. até 31 de outubro.

Depois «Testa data o preço será elevado a 1 #000 réis

Doctor in Absentia

«professor em artes, lettras e sciencias, membros do clero e magistrados ; todo

o medico, cirurgião, dentista e artista, mie desejem obter o titulo e diploma de doutor, ou bacharel honorário, podem di- rieir-se a Medicus, rua do Hei, 46, em Jersev (Inglaterra). 7

CARIDADE

\\ rua Nova da Alegria, 4'2, agua-far- l" tada, mora uma pobre viuva, Maria Carolina Bizarro, edosa e doente, tendo em sna companhia uma lilha, e care- cendo de tooo o necessário para sub- sistir.

Imploramos da caridade publica um oboto para estas duas ínfeliies a quem a sorte condemna ás mais dolorosas pri- vações. 8

Para o DIÁRIO ILLIMTRADO

e todos os jornaes da capital

Bastos e Gonçalves

159—Rua dos Retrozriros— 2.9

TAMBÉM recebe annuncios para o l>la- ■ rio do* Açore*, na ilha de S. Mi-

em Fomos euel : tuzctn da lie Ira, de Algodres; fnmpeào Hhm l»ro- vlncíiiM. em Aveiro, e Gazeta Mu-

xlcul. E a única agencia que recebe annuncios para as ArtCM e I.etrua, nara boa, ublicada á saida

9

a Correwpondenela de LIm- revista mensal publica *

os paquetes para os Açores.

L ILLUSTRATION

de la mode

Rue de Verneuille, 22, Paris

O melhor e o mui* barato de todoM on jornaes de modas

Preço para Portugal: por anno. 18 fran- cos óu 3ÔG00 reis, cora ura lindíssimo brinde, que consiste era uma caixa de toucador de setim, contendo um frasco de agua de toilette, um frasco de essen- tia para os lenços, um boião de poma- da e um sabonete fino.

Sae uma vez por mez e compile-se de dez a quinze toilettes, de um magnifico figurino colorido, moldes de confecções, roupas, penteados, bordados, trabalhos de senhoras, etc.; uma folha de debuxos, chronica de modas, theatres, bellas artes, noticias, correspondência com os assignan- tes e charadas.

Manda-se gratuitamente um exemplar a quem o pedir por carta franca de porte.

Para assignatura ou qualquer informa- rão dirigir-se ao deposito de livros de madame M. F. Lallemant, onde se pôde vôr o brinde, rua do Thesouro Velho, 20.

RAMALHETE

no

CIÍRISTÃ0

CEMANARIO religioso dedicado «* fa- ^ mil las ealholleas—director o rev. padre pregador F. da S- Figueira, prior da freguezia da Ajuda.

Publicou-se o n.° 39 do 3.° vol. con- tendo os seguintes artigos:—Convento do Bussace (com gravura).—Da educação da mulher e sua importancia.—As trés es- tatuas (continuação).—Sublime exemplo de amor fraternal (continuação).—0 ju- deu errante (continuação).—Junto ao mar (poesia).—Noticiário.

O Ramalhete do ChrlntAo è uma encyclopedia religiosa util a todas as fa- mílias catholicas, e muito própria para dar de premio nas escolas.—Vende-se unicamente no escriptorio da erapreza —rua da Atalaya, 65.—Prceo t»000 réis cada volume.

0 1.* e 2.° vol. teem tOi bellas «ra- vuras. cópias de quadros dos melho- res auctores e perto de 800 artigos re- ligiosos e moraes, romances, poesias, etc.

Reraette-se, FRANCO DE PORTE, a quem enviar a importancia em vales du correio, e na absoluta impossibilidade d'estes, em estampilhas.—Recebem-se assignaturas pa-

ra o 3.® vol. sem dependencia do l.°ou 2.°—Cada 3 mezes ou 13 números 500 réis. Correspondência ao director do jor- nal, rua da Atalaya, 65. 11

REAL THEATRO DI S. CARLOS

EMPREZA LYRICÂ

Elenco das companhias de canto e baile que devem 1'unccionar

neste theatro na época theatral de 1874 a 1873

Companhia, do canto

PRIMEIRAS damas absolutas—Maria Sass, M. Leon Duval, e outra em ajuste. Primeira dama meio soprano e contralto—Henriqueta Bernardoni.

Comprimaria—Marghexita Sètragni. Segunda dama—Henriqueta Castagnoli. Primeiros tenores absolutos—Lorenzo Abrugnedo, Achille Corsi. Tenor comprimano—Giuseppe Marelli. Primeiros barítonos absolutos—Luigi Merly, Giuseppe Villani. Primeiro barítono e buffo—P. G. Pacini. Primeiro baixo absoluto—Gisacchino Becerra. Segundos baixos—Francisco Reduzzi, Francisco Bibiano Pereira Lisboa. Maestros ensaiadores—Guglielmo Cossoul, Eusébio Dalman, Luigi Kynterland. Mestre ensaiador de coros—Jorge Augusto Cesar dos Santos. Ponto—Tito Pagani. 60 coristas de ambos os sexos. A orchestra 6 composta de 66 professores e a banda marcial de 29.

Compfiiiliiii do t>nilo

Primeira bailarina de genre francei—Emilia Pinchiara. Primeira bailarina—Guiseppina Pinchiara. Primeiro bailarino e compositor—Alessandro Rossi Brighenti. 0 corpo de baile é composto de 22 bailarinas. Pintores scenographos—Rambois 4 Cinatti.

das até

A empreza convida as pessoas que quizerem assignar camarotes. ou logares plateas, a comparecerem no escriptorio do theatro desde o dia 1 de outubro a«» dia 8 do mesmo mez, das onze da manhã ás três da tarde.

A responsabilidade da assignatura duve entender-se por 81 recitas, paga em três prestações, sendo a l.4 no acto da assignatura, a 2.» da recita 22 a 24, e a 3.a

da recita 50 a 52. Os srs. assignantes da época finda são preferidos; depois do dia 8 de outubro a

empreza poderá dispôr dos camarotes. A assignatura das plateas é pessoal, não se acceitando assignatura depois da l.a recita sem so receber a importam ia completa da l.a serie da recita n.® 1 a 27.

Em conformidade com a portaria do ministério do remo é expressamente pro- hibida a entra Ja no palco scenico.

Preços

Toda a época Avulso

486^000 6(5000 526(5500 • 6Õ500 3245000 4£000 2020500 2(5500 129(5000 1(3600 64(5000 1(5200 405500 «5700

<5320

Frizas 1.* ordem 2.4 ordem 3.a ordem Torrinhas Platea superior Plataa geral Galerias. 25(5920. Varandas 0200

O gerente

Paccinl.

CASA DI SAIDE L1SB0MSI

177, Rua de Entre-Muros, 177

Director e medico residente-—M. I'. de MIRA FRANCO

Facultativos assistentes : — A. B. Ribeiro Vianna,

J. Theotonio da Silva, J. A. Marques, e M. N. Bettencourt Pitta

RECEBE doentes ou convalescentes de ambos os sexos, e offerece-

lhes as melhores condições de tratamento. São admittidas pes-

soas de família ou creados proprios dos doentes. O director presta

quaesquer esclarecimentos. • 13

Companhia real dos

caminhos de ferro

portiigiiezcs.

Aviso ao publico

\'A estação principal d'esta companhia no Caes dos Soldados, existe para ven-

der uma porrâo de pedras de amolar. As pessoas que as pretenderem |>ode-

rão dirigir-se á repartirão do trafego da companhia no mesmo edilicio, das 10 ho- ras da manhã ás 3 da tarde a fim de poderem cxaminal-as e tratar da com- pra.

tmwm

POESIA POR

M. PINHEIRO CHAGAS

RECITADA NO TIIEATRO DE D. MARIA II

Pela aclriz a sr." Emilia Adelaide na noite do seu beneficio

Um folheto nitidamente impresso

PREÇO 100 RÉIS

VENDE-SE, em Lisboa, nas prlncipaes livrarias e no escriptorio da administração ' do Uiario illuMtrAdo; no Porto, na livraria Chardron, Clérigos, 96, 98.

Os srs. Correspondentes do lHarlo llluNtrudo podem dirigir as suas requi- sições a Lorena Queiroz.

■' ' — - • — _ — ^ Ã a na a a ^ mm m A h A "FaIif»C A O t\f\'!M>0 4 O C*/\n

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES

P0RTUGUEZA, para auxiliar o ensino da mesma lingua. — Preço 80 réis

A venda na typographia de Sousa Neves, rua da Atalaya, 65.

SOBRE AS DIVERSAS FOR- MAS COMPARATIVAS E SU- PERLATIVAS DA LINGUA

15

Lisboa, 2 de setembro de 1871. 0 director da companhia

Manuel Affonso d 'Es pregue ira.

€1OBiipauhia real dos

eaminhos de ferro

|M>r<8flg8iezes.

Feira annual e corridas de toiros

em Villa Franca—Comboyos es-

peei a es de ida e volta com bilhe-

tes a preços reduzidos—Domin-

go 4 e segunda-feira 5 de outu-

bro de 1874.

IDA:—Lisboa, partida: 2 b. da tarde, Poco do Rispo 2 h. .e II m.. Olivaes 2 h. e 20 ra., Sacavém 2 h. e29 m., Po- voa 2 li. e 41 m., Alverca 2 h. e i>4 m., Alhandra 3 h. e 7 ra., Villa Franca, che- gada, 3 h. e 15 m.

VOLTA:—Villa Franca, partida, 8 h. e 5 ra. da tarde, Alhandra, chegada, 8 h. e 13 m., Alverca 8 h. e 27 m.. Povoa 8 h. e 37 ra., Sacavém 8 h. e 50 ra., Olivaes 9 h. e 7 m.. Poço do Bispo 9 b. e 18 m., Lisboa 9 h. e 32 m.

PREÇOS DE IDA E VOLTA, 2.» e 3.» classes:

Lisboa, 500, 360; Poço do Rispo, 410, 300; Olivaes, 380, 240; Sacavém. 300, 200; Povoa, 200, 160; Alverca, 160, 120; Alhan- dra, 120, X0 réis.

Na segunda-foira 5 far-se-ha o mesmo serviço.

ObNprvarftrN

I Os bilhetes vendidos no dia -1 só ião validos para o com boy o especial de ida e volta d'aquelle dia, e os vendidos no dia 5 só teem egualraente validade para o coraboyo especial do dia 5.

II NÍO" se concedera meios bilhetes, nem se acceitam bagagens para trans- porte gratuito.^

III iodo o bilhete encontrado em outra data, estação on combovo, que não se- jam os mencionados será considerado de nenhum valor.

N. K.—Os camarotes e bilhetes de trin- cheira estão desde já á venda na rua do Ouro, 64, c em Villa Franca em casa do sr. Joaquim José da Silva.

Preço»

Camarotes grandes 35000 réis. ditos pequenos 20000, logares de sombra 320, ditos de sol 160, ditos de galeria 200, Monte 60.

Lisboa, 28 de setembro de 1874.

0 director da companhia

Manuel Affonso d'Espregueira.

Companhia real dos

camiaihos tie ferro

porlugiaezes

Temporada de banhos

AVISO AO P1BLIC O

OS passageiros munidos de b\-K

lhetes de ida e volta validos

para a temporada de banhos e com

destino á estação de Coimbra, po-

derão, se o preferirem, apeiar-se

á ida na estação de Formoselha

ou effectuarem por ella o seu re-

gresso. Lisboa, 19 de setembo de 1874.

0 director da companhia

Manuel Affonso d'Espregueira.

Para MONTEVIDEU

e BUENOS-AYRES,

EM DIKKITi ni

CAIRÁ depois da indis- ^ pensavel demora n'es- te porto o paquete in- glez Cybcle, que se

espera de Glasgow no dia 4 a 5 dê outubro.

Tem excel lentes acommodações para passageiros de 1.* e 3.» camaras.

Parii carga ou passagens trata-se na travessa dos Romulares, JM» 1.°, com o •gente Joseph Medlicott.

Para Liverpool dire-

ctamente

CAIRÁ depois de nouca o demora era Lisboa o o paquete inglez Ty- clio llruhe, que se

espera do Brazil de 1 a 3 de outtihro.

Para carga ou passagens t.rata-se na rua do Alecrim, n.° 10.

Os agentes Garland l.aidley & C.4

Bahia, Rio de Janeiro,

Montevideu e Buenos-

Ayres

Hcceliendo lambem carga o pas- MiiffelroN para o Btlo Cirande da Mui

PARA os portos acima sairá, depois de pou-

ca demora era Lisboa, o paquete inglez — I,ei-

? ballz, (pie se espera de Liverpool era 7 de outubro.

Para carga ou passagens trata-se na rua do Alecrim, 10.

Os agentes

Garland l.nldley & C.a

Rio de Janeiro, Mon-

tevideu e Buenos-

ARA os portos aci- ma sairá depois de

ca demora era isboa o paquete in-

glez — Archlme- dea — que se es-

pera do Havre em 7 de outuoro. Para carga ou passagens trata-se ua rua

do Alecrim. 10.

Os agentes — Garland l.aidley * 22_

Pará, Maranhão

e Ceará

pARA os portos acima 1 sairá depois de pou- ca demora em Lisboa o paquete inglez im-

_ bro*e, de 1:100 to- neladas, commandante J. Jackson, <pie se espera do Havre de 8 a 9 de outu- bro.

Tem muito boas accommodaç5es para passageiros de 1.* e 3.* camaras.

Para car«a ou passagens trata-se na rua do Alecrim, 10.

Os agentes

Garland Laldley X €.•

Pernambuco (descarre-

gando dentro do por-

to) Ba hia, Rio de

Janeiro, e Santos.

ESPERADO em Lisboa no dia 5 ou 6 de ou-

tubro o vapor paquete francez Vllle de Rio

de Janeiro, de 1500 toneladas, capitão Fleury, que saíra para os portos acima depois da indispensável de- mora n'este porto.

Recebe carga e passageiros para os quaes tem ezcellentes acconwnodaçoes.

Fornece vinho aos passageiros de 3.* classe.

Dáo-se todos os esclarecimentos no escri- ptorio dos agentes

Pereiras & La Roeqne

120, rua dos Capellistas, 2.*

Carreira d'Africa

0 vapor portuguez — y.alre—sairá no aia

5 de outubro ás 3 horas ua tarde para a Madei-

S. Vicente, S. Thiago, Principe, S. Tliomé, Ambriz, Loan- da, Benguella e Mossaraedes.

Para carga e passagens trata-se no es- criptorio oe Bailey & Lectiiam proprie- tários da empreza Luzitaua. rua do Fer- regial de Cima, 4. 25

Para Londres

O vapor Cadiz

CAIRÁ sabbado 3 do ° corrente.

Para carga e pas- sagens trata-se no caes do Sodré, Gt.

Agentes

K. Pinto Ba.Hto A €.»

Para Marselha

0 vapor francez

ALSACE LORRAINE

riIEGOU li a f» dr

!*•

e saliirá de 5 a 6 do corrente. Para carga trata-se

no Caes do Sodré, 01- Agentes

Finto IBaNto ék C.'

THE PACIFIC STEAM NAVIGATION COMPANY

Para o Rio de Janeiro, Montevideu,

Buenos Ayres, Valparaizo, Arica, Islay e Callao

SAIRÃO OS PAQUETES

Potogft 14 de outubro. j Britannia 12 de novembro.

. IIIimani 28 de outubro. I

O paquete illinian! fará escala por Pernambuco e Bahia para

só recebe malas e passageiros.

Para carga e passagens trata-se Caes do Sodré 64.

AGENTES NO PORTO AGENTES EM USBOA

Vasco Ferreira Pinto Basto E. Pinto Basto & C.*