Dicionário técnico ambiental

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A Abastecimento Nacional de Carvão. Pesquisa, a lavra, a produção e o beneficiamento, a im- portação, a exportação, o transporte, a estocagem, a distribuição, o comércio, o uso e o consumo do carvão e de seus subprodutos; e a importação de combustíveis sólidos, inclusive coque (Lei 7.997/90). Abalo sísmico. Vibrações súbitas das camadas da crosta terrestre, originais de fenômenos tec- tônicos ou vulcânicos. Podem ser de forte intensidade, sentido pelos homens, ou de fraca intensi- dade e somente registradas por aparelhos especializados, os sismógrafos (Glossário Libreria, 2003). Abaxial. Aquilo que está fora do corpo ou de uma parte do órgão. ABES. Associação Brasileira de Engenharia Sanitária. Abiocenose. Todos os elementos não vivos de um ecossistema. Por exemplo: as características geológicas e climáticas. Abiótico. (1) Condições físico-química do meio ambiente, como a luz, a temperatura, a água, o pH, a salinidade, as rochas, os minerais entre outros componentes. (2) Caracterizado pela ausên- cia de vida. Lugar ou processo sem seres vivos. (GOODLAND, 1975). (3) Lugar ou processo sem seres vivos. Caracterizado pela ausência da vida. Que não tem ou não pertence à vida. Diz-se dos fatores químicos ou físicos naturais. Os fatores químicos incluem elementos inorgânicos básicos, como cálcio (Ca), oxigênio (O), carbono (C), fósforo (P), magnésio (Mg), entre outros, e compos- tos, como a água (H2O), o gás carbônico (CO2) etc. Os fatores físicos incluem umidade, vento, corrente marinha, temperatura, pressão, luminosidade, energia, velocidade, estado energético, momentum, massa, amplitude, freqüência, etc.. (3) Sem vida; aplicado às características físicas de um ecossistema. Por exemplo: elementos minerais, a umidade, a radiação solar e os gases. Abissal. (1) Pertencente ao domínio biogeográfico das profundidades oceânicas, muito além dos limites da plataforma continental, em geral com mais de 4.000 m. Área que se encontra coberta por argilas e vasas pelágicas. Comumente é referida como ambiente de fundo. (2) No ambiente marinho, refere-se à água da margem da plataforma continental até maiores profundidades e limitada pela zona pelágica. Em lagos muito profundos esta zona começa a 600 metros e se es- tende para regiões mais profundas. (3) Região de águas oceânicas profundas, onde a luz não penetra. Ablação. Fenômeno de degelo da parte superficial das geleiras devido à radiação solar e secun- dariamente a ar quente e chuva. Aborígene. Planta ou animal originário do país em que vive. Abrasão. Processo em que as superfícies terrestres são erodidas pelos materiais em trânsito nas ondas e correntes marinhas (abrasão marinha), geleiras (abrasão glacial) e ventos (abrasão eóli- ca). Absorção. (1) Ato ou efeito de absorver; absorvência. Ato de impregnar-se de um líquido, gás etc., por ação capilar, osmótica, química ou de solvente. Penetração de uma substância através das mucosas ou da pele ou da membrana celular para o meio interno ou para o protoplasma. (2) Processo físico no qual um material coleta e retém outro, com a formação de uma mistura. A ab- sorção pode ser acompanhada de uma reação química. (3) É a aquisição e retenção de uma subs- tância no interior de uma outra. Absorção da água. Quando as gotas de água das chuvas ficam retidas na camada superficial do solo. A água passa a infiltrar-se por efeito da gravidade, principalmente se o solo e o subsolo são porosos. Abundância. Em ecologia, o número relativo de indivíduos de cada espécie florística. Ação Bioquímica. Modificação química resultante do metabolismo de organismos vivos. Ação Civil Pública. Figura jurídica que dá legitimidade ao Ministério Público, à administração pública ou associação legalmente constituída para acionar os responsáveis por danos causados ao meio ambiente, aos consumidores ou aos bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico (Lei n. 7347 de 24/07/1985).

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A

Abastecimento Nacional de Carvão. Pesquisa, a lavra, a produção e o beneficiamento, a im-portação, a exportação, o transporte, a estocagem, a distribuição, o comércio, o uso e o consumo do carvão e de seus subprodutos; e a importação de combustíveis sólidos, inclusive coque (Lei 7.997/90).

Abalo sísmico. Vibrações súbitas das camadas da crosta terrestre, originais de fenômenos tec-tônicos ou vulcânicos. Podem ser de forte intensidade, sentido pelos homens, ou de fraca intensi-dade e somente registradas por aparelhos especializados, os sismógrafos (Glossário Libreria, 2003).

Abaxial. Aquilo que está fora do corpo ou de uma parte do órgão.

ABES. Associação Brasileira de Engenharia Sanitária.

Abiocenose. Todos os elementos não vivos de um ecossistema. Por exemplo: as características geológicas e climáticas.

Abiótico. (1) Condições físico-química do meio ambiente, como a luz, a temperatura, a água, o pH, a salinidade, as rochas, os minerais entre outros componentes. (2) Caracterizado pela ausên-cia de vida. Lugar ou processo sem seres vivos. (GOODLAND, 1975). (3) Lugar ou processo sem seres vivos. Caracterizado pela ausência da vida. Que não tem ou não pertence à vida. Diz-se dos fatores químicos ou físicos naturais. Os fatores químicos incluem elementos inorgânicos básicos, como cálcio (Ca), oxigênio (O), carbono (C), fósforo (P), magnésio (Mg), entre outros, e compos-tos, como a água (H2O), o gás carbônico (CO2) etc. Os fatores físicos incluem umidade, vento, corrente marinha, temperatura, pressão, luminosidade, energia, velocidade, estado energético, momentum, massa, amplitude, freqüência, etc.. (3) Sem vida; aplicado às características físicas de um ecossistema. Por exemplo: elementos minerais, a umidade, a radiação solar e os gases.

Abissal. (1) Pertencente ao domínio biogeográfico das profundidades oceânicas, muito além dos limites da plataforma continental, em geral com mais de 4.000 m. Área que se encontra coberta por argilas e vasas pelágicas. Comumente é referida como ambiente de fundo. (2) No ambiente marinho, refere-se à água da margem da plataforma continental até maiores profundidades e limitada pela zona pelágica. Em lagos muito profundos esta zona começa a 600 metros e se es-tende para regiões mais profundas. (3) Região de águas oceânicas profundas, onde a luz não penetra.

Ablação. Fenômeno de degelo da parte superficial das geleiras devido à radiação solar e secun-dariamente a ar quente e chuva.

Aborígene. Planta ou animal originário do país em que vive.

Abrasão. Processo em que as superfícies terrestres são erodidas pelos materiais em trânsito nas ondas e correntes marinhas (abrasão marinha), geleiras (abrasão glacial) e ventos (abrasão eóli-ca).

Absorção. (1) Ato ou efeito de absorver; absorvência. Ato de impregnar-se de um líquido, gás etc., por ação capilar, osmótica, química ou de solvente. Penetração de uma substância através das mucosas ou da pele ou da membrana celular para o meio interno ou para o protoplasma. (2) Processo físico no qual um material coleta e retém outro, com a formação de uma mistura. A ab-sorção pode ser acompanhada de uma reação química. (3) É a aquisição e retenção de uma subs-tância no interior de uma outra.

Absorção da água. Quando as gotas de água das chuvas ficam retidas na camada superficial do solo. A água passa a infiltrar-se por efeito da gravidade, principalmente se o solo e o subsolo são porosos.

Abundância. Em ecologia, o número relativo de indivíduos de cada espécie florística.

Ação Bioquímica. Modificação química resultante do metabolismo de organismos vivos.

Ação Civil Pública. Figura jurídica que dá legitimidade ao Ministério Público, à administração pública ou associação legalmente constituída para acionar os responsáveis por danos causados ao meio ambiente, aos consumidores ou aos bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico (Lei n. 7347 de 24/07/1985).

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Acamamento.Propriedade presente na maioria das rochas sedimentares, caracterizada por pla-nos mais ou menos definidos de separação interna, determinados em geral por diferenças de mi-neralogia, forma ou tamanho das partículas componentes. Sinônimo: estratificação.

Acavalamento. Fenômeno de encurtamento de um segmento rochoso associado a falhas de em-purrão.

Aceiro. (1) Faixa de terreno em volta de uma determinada gleba, mantida livre de vegetação por capina ou poda, a fim de se impedir a invasão de plantas indesejáveis ou de fogo por queimadas. (2) Corte, caminho ou picadão aberto nas matas ou no seu perímetro para evitar a propagação do fogo, servindo também para a sua divisão em parcelas, ou talhões e como meio de comunica-ção e transporte. (3) Terreno limpo em volta de um talhão, com o objetivo de definir áreas, bem como de evitar ou facilitar o controle de incêndios (Portaria Normativa IBDF 302/84). (4) Terreno arroteado ou limpo em volta das quadras de cultivo , com o objetivo de evitar ou de facilitar o controle de possíveis incêndios.

Acessórios. Minerais de importância subsidiária em uma rocha, não necessários à sua definição. Os minerais constituintes de uma rocha dividem-se em essenciais e acessórios. Os acessórios dividem-se em acessórios menores, como apatita, zircão, hematita, magnética e acessórios aci-dentais, tais como topázio, turmalina, titanita. Os primeiros, em geral, são microscópicos e ocor-rem em pequena quantidade. Os segundos, em certos casos, atingem importância suficiente que podem mudar o caráter da rocha.

Achas ou Lascas. Peças obtidas por rachaduras em várias seções longitudinais, geralmente de-nominadas madeira rachada, lascada ou, ainda, madeira de racha (Instrução Normativa IBDF 1/80).

Aciaria. Usina ou parte de uma usina siderúrgica destinada à produção de aço.

Ácida (rocha). Rocha ígnea rica em sílica. O limite inferior do teor de sílica nas rochas ácidas varia segundo diferentes autores.

Acidente nuclear. Fato ou sucessão de fatos da mesma origem, que cause dano nuclear (Lei 6.453/77).

Acidentes da navegação. Naufrágio, encalhe, colisão, abalroação, água aberta, explosão, in-cêndio, varação, arribada e alijamento; avaria ou defeito no navio ou nas suas instalações que ponha em risco a embarcação, as vidas e fazendas de bordo (Lei 2.180/54).

Acícula. Folha em forma de agulha, presente nas Coníferas.

Ácido desoxirribonucléico (DNA). (1) Material genético primário, da maioria dos organismos, constituído de duas fitas complementares de polinucleotídeos. (2) A base da vida. Uma grande macromolécula cuja seqüência de subunidades (os nucleotídeos) codifica a informação genética.

Ácido ribonucléico (RNA). Ácido nucléico envolvido na transferência da informação genética e sua decodificação em uma cadeia polipeptídica. Em alguns vírus ele é o material genético primá-rio.

Aclimatação. (1) Ação ou efeito de aclimar, habituar a um novo clima. (2) Adaptação de espé-cies no curso de várias gerações a um ambiente diferente do de suas origens. (3) Adaptações fisiológicas ou de comportamento de um organismo a mudanças fatores no ambiente; quando a adaptação se refere apenas a uma única variável ambiental, usa-se aclimatação.

Aclorofilada. Planta desprovida de clorofila, sem pigmentação verde.

Aclive. (1) Ladeira, encosta, considerada de baixo para cima. (2) Inclinação de uma área de uma superfície, que pode ser a vertente de uma serra, a encosta de um morro etc. Aclive é uma incli-nação do terreno considerada, entretanto, de baixo para cima (Glossário Libreria, 2003).

Acre. Medida agrária que equivale a 4.047 m2 de terras.

Actinomicetos. Da ordem Actinomicetales (bactéria filamentosa). Muitas vezes são ramificadas e, às vezes, formam micélios que facilmente se desagregam em elementos bacilares e que pro-duzem conídios.

Acúleo. (1) Formação epidérmica com aspecto de espinho. (2) Aguilhão formado por excrescên-cia da casca de algumas plantas, como a roseira.

Acústica. Estudo das ondas sonoras.

Adaptabilidade. Aptidão, inerente a numerosas espécies, de viver em condições de ambiente diferentes daquelas de sua ocorrência natural.

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Adaptação. (1) Processo de o organismo tornar-se ajustado ao ambiente. Essa dinâmica pode exigir mudanças morfológicas, bioquímicas, fisiológicas ou comportamentais no indivíduo e torná-lo mais capacitado para sobreviver e reproduzir-se, em comparação com outros membros da mesma espécie. (2) Ajustamento de um organismo ou população ao meio ambiente. O organismo será tanto mais adaptado quanto maior for a sua descendência. (3) Ajustamento, individual ou de caráter evolutivo, de seres vivos no ambiente.

Adensamento. Plantação ou semeadura de essências florestais ou frutíferas no subosque. E-xemplo: adensamento de palmito, de erva-mate, etc.

Adenina. Base nitrogenada purínica, que ocorre nos ácidos nucléicos e que se pareia com a timi-na no DNA e com uracila nos segmentos de fita dupla do RNA.

Adequação. biologicamente é a não existência de alternativa.

Adicionalidade. Termo utilizado nos projetos para a redução das emissões de gases do efeito estufa mediante a conservação de florestas; refere-se aos efeitos benéficos adicionais da conser-vação, no sentido de evitar novas emissões do dióxido de carbono e de outros gases.

Aditivo. Qualquer substância adicionada intencionalmente aos agrotóxicos ou afins, além do in-grediente ativo e do solvente, para melhorar sua ação, função, durabilidade, estabilidade e detec-ção ou para facilitar o processo de produção (Decreto 98.816/90).

Adobe. Material argiloso e/ou siltoso que se concentra nas bacias desérticas e são utilizáveis pa-ra tijolos cozidos ao sol.

Adsorção. (1) Concentração, na superfície de um líquido ou de um sólido, de moléculas de gás líquido ou substâncias dissolvidas, as quais são mantidas em seus lugares pelas forças Van der Waals. Em pedologia, é a propriedade que o solo possui de reter as soluções envolventes, princi-plamente certas substâncias, como os fosfatos, com exclusão de outras, como os nitratos. (2) É a aquisição e retenção de uma substância na superfície de outra.

Adubação verde. Técnica agrícola para aumentar o conteúdo de matéria orgânica do solo.

Adubo orgânico e mineral. (1) Matéria que se mistura à terra para corrigir deficiências e au-mentar a fertilidade. Os adubos orgânicos contribuem para aumentar de forma imediata o húmus do solo. Os adubos minerais completam e enriquecem as matérias nutritivas, como o potássio e o cálcio. (2) Adubo orgânico é considerado como restos de alimentos vegetais e esterco de animais que se misturam à terra para fertilizá-la.

Adubo químico. Substância química que se mistura à terra para fertilizá-la.

Advecação fria. Movimento horizontal do ar mais frio em um local. Oposto de advecção quente.

Advecação quente. Movimento horizontal do ar mais quente em uma determinada área. Oposto de advecção fria (v.).

Advecção. Movimentos laterais de massa de material do manto terrestre. Esse mecanismo foi proposto para explicar as movimentações transcorrentes, por meio de falhas transformantes, ve-rificadas ao longo das cadeias mesoceânicas.

Aeração. Processo que consiste em acrescentar oxigênio ou ar, utilizado para tratamento de á-guas poluídas. O aumento do oxigênio promove a ação de bactérias que decompõem os poluentes orgânicos.

Aeração do solo. (1) A presença de ar no solo é de importância fundamental para a vida das árvores. Todas as partes das árvores necessitam de oxigênio para a respiração. Quanto mais po-roso e solto o solo, melhor a aeração. (2) A aeração do solo é a troca de gases entre o solo e a atmosfera.

Aeróbico. Organismo que pode viver e crescer somente na presença de oxigênio. Pertencente ou induzido por organismos aeróbicos.

Aeróbio. (1) Organismo que depende de oxigênio para viver e crescer. Antônimo: anaeróbio. (2) São organismos para os quais o oxoigênio livre do ar é imprescindível à vida.

Aerobiose. Condição de vida em presença do oxigênio livre.

Aerofotogrametria. (1) Fotogrametria aérea; levantamento topográfico aéreo. (2) Processo de mapeamento por fotos aéreas oblíquas ou verticais em relação ao solo que permitem obter medi-das e confeccionar mapas mais precisos e detalhados da superfície terrestre. A combinação de fotos aéreas de determinada região com certas medições de apoio realizadas em terra oferecem uma visão tridimensional do terreno a ser analisado (Glossário Libreria, 2003).

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Aerólito. Mesmo que meteorito.

Aerossol. (1) Solução coloidal em que a fase dispersora é gasosa e a fase dispersa é sólida ou líquida. (2) Conjunto de gotículas que escapam da lei da gravidade, com tendência a se elevarem para a atmosfera. Podem estar presentes nos nevoeiros naturais ou no smog. (3) Embalagem de um produto (tinta, desodorante, medicamentos) que deve ser usado sob forma de aerossol. As latas de aerossóis freqüentemente contém gases como o CFC que podem atingir a camada de ozônio, permitindo a entrada de raios ultravioletas. (4) Suspensão de pequenas partículas, sólidas (aerólitos) ou líquidas, em suspensão, no ar ou num gás. Conjunto de pequeninas massas líqui-das ou sólidas que podem se locomover pelo ar ou se tornar aéreas por força de um processo físico qualquer, como o vento ou um trator puxando um arado. A poluição atmosférica normal-mente é composta de gases tóxicos acompanhados de aerossóis gerados pelas diversas ativida-des antrópicas. (5) Mistura de partículas extremamente pequenas ou gotículas de líquido no ar ou num gás, aplicados numa grande variedade de produtos, desde tintas até medicamentos. Forma perigosa de contaminação do meio porque ultrapassa o filtro do sistema respiratório do homem e outros animais, assentando-se nos brônquios e bronquíolos. Prejudica também as plantas. O uso do clorofluorcarbono (CFC) como prepulsor de aerossol foi associado com a destruição da camada de ozônio.

Afanítica. Rocha de granulação muito fina, cujos constituintes individuais não são distinguíveis a olho nu.

Áfilo. Sem folhas.

Afloramento. (1) Exposição diretamente observável da parte superior de uma rocha ou filão, rente à superfície do solo. Toda e qualquer exposição de rochas na superfície da terra, que pode ser natural (escarpas, lajeados) ou artificial (escavações). (2) Qualquer exposição de rochas na superfície da Terra. Podem ser naturais, escarpas, lajeados ou artificiais - escavações (Minero-par).

Afluente. Curso d'água cujo volume ou descarga contribui para aumentar outro, no qual desem-boca. Chama-se ainda de afluente o curso d'água que desemboca num lago ou numa lagoa (GUERRA, 1978).

Aforamento. Contrato pelo qual o domínio útil de um imóvel público é transferido a um particu-lar, mediante pagamento e sob garantia de não deteriorá-lo; quem paga passa a desfrutar como se o imóvel a ele pertencesse; tem duração perpétua; em caso de contratos por tempo limitado, usa-se o termo arrendamento. O mesmo que enfiteuse.

Agamospermia. Termo geral para todos os tipos de reprodução que tendem a substituir a re-produção sexuada. Compreende: reprodução vegetativa (processo comumente denominado vivi-paridade) e agamosperma (partenogênese, apogamia ou pseudogamia)

Ágata. Variedade de quartzo criptocristalino com bandas coloridas. Comumente depositada em cavidades nas rochas.

Agência de Água. Instância executiva descentralizada de apoio ao Comitê de Bacia Hidrográfica, prevista na Lei Nacional de Recursos Hídricos e leis estaduais correlatas; na Lei Estadual nº 12.726/99, que institui a Política Estadual de Recursos Hídricos do Paraná, a Agência de Água responde pelo planejamento e pela formulação do Plano de Bacia Hidrográfica e pelo suporte téc-nico, administrativo e financeiro, incluindo a cobrança dos direitos de uso dos recursos hídricos em sua área de atuação; tem entre outras, as seguintes atribuições:

• elaborar o Plano de Bacia Hidrográfica para apreciação do respectivo Comitê de Bacia Hidro-gráfica;

• promover os estudos necessários para a gestão dos recursos hídricos em sua área de atuação;

• participar da gestão do Sistema Estadual de Informações sobre Recursos Hídricos em sua área de atuação;

• manter o cadastro de usuários de recursos hídricos;

• efetuar, mediante delegação do outorgante, a cobrança pelo uso de recursos hídricos;

• analisar e emitir pareceres sobre projetos e obras financiados com recursos gerados pela co-brança pelo uso da água;

• acompanhar a administração financeira dos recursos arrecadados com a cobrança pelo uso de recursos hídricos em sua área de atuação;

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• propor ao respectivo ou respectivos Comitê de Bacia Hidrográfica o enquadramento dos corpos de água nas classes de uso, para encaminhamento ao Conselho Estadual de Recursos Hídricos; os valores a serem cobrados pelo uso de recursos hídricos; plano de aplicação dos recursos ar-recadados com a cobrança pelo uso de recursos hídricos; o rateio de custo das obras de uso múltiplo, de interesse comum ou coletivo.

Agenda 21. Documento aprovado pela comunidade internacional, durante a Rio-92, que contém compromissos para mudança do padrão de desenvolvimento no século XXI. Resgata o termo A-genda” no seu sentido de intenções, desígnio, desejo de mudanças para um modelo de civilização em que predomine o equilíbrio ambiental e a justiça social entre as nações. Além de um docu-mento, a Agenda 21 é um processo de planejamento participativo que analisa a situação atual de um país, estado, município e/ou região, e planeja o futuro de forma sustentável. Esse processo de planejamento deve envolver todos os atores sociais na discussão dos principais problemas e na formação de parcerias e compromissos para a sua solução a curto, médio e longo prazos. A análise e o encaminhamento das propostas para o futuro devem ser feitos dentro de uma abor-dagem integrada e sistêmica das dimensões econômica, social, ambiental e político-institucional. Em outras palavras, o esforço de planejar o futuro, com base nos princípios de Agenda 21, gera produtos concretos, exeqüíveis e mensuráveis, derivados de compromissos pactuados entre todos os atores. A sustentabilidade dos resultados fica, portanto, assegurada.

Agenda 21 Global. Documento aprovado em 1992, durante a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento - Rio 92 - contendo compromissos para mudança do padrão de desenvolvimento; processo de planejamento estratégico e participativo que analisa a situação atual de um país, Estado, município e região, e elabora propostas voltadas para o futuro, de forma sustentável.

Agenda 21 Local. Processo participativo multisetorial de construção de um programa de ação estratégico dirigido às questões prioritárias para o desenvolvimento sustentável local. Como tal, deve aglutinar os vários grupos sociais na programação de uma série de atividades no nível local, que impliquem mudanças no atual padrão de desenvolvimento, integrando as dimensões socioe-conômicas, político-institucionais, culturais e ambientais da sustentabilidade; pode ser entendida em diversos níveis, como, por exemplo, no Estado, num município, num bairro ou numa escola.

Agências Multilaterias de Desenvolvimento. Instituições constituídas pelos governos nacio-nais, regionais ou mundiais, que atuam como bancos de desenvolvimento; o BIRD (Banco Mundi-al ou Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento) e o BID (Banco Interamericano de De-senvolvimento) são exemplares de agências multilaterais.

Agente Biológico de Controle. (1) Organismo vivo, de ocorrência natural ou obtido através de manipulação genética, introduzido no ambiente para controle de uma população ou de atividades biológicas de outro organismo vivo considerado nocivo (Decreto 98.816/90). (2) Aquele que con-tenha agente microbiano vivo de ocorrência natural, bem como aquele resultante de técnicas que impliquem na introdução direta, num organismo, de material hereditário, desde que não envol-vam a utilização de moléculas de ácido desoxiribonucléico (ADN) e/ou de ácido ribonucléico (ARN) recombinante ou Organismo Geneticamente Modificado (OGM) (Portaria Normativa IBAMA 131/97).

Agente Mutagênico. Substância ou radiação que provoca alterações genéticas nos organismos vivos, as quais podem ser transmitidas para gerações subseqüentes.

Agentes. Constituem as partes interessadas na Gestão da APA, podendo ser públicas ou priva-das, governamentais e não-governamentais (ARRUDA et allii, 2001).

Agentes da erosão. Conjunto de forças que contribuem para o desenvolvimento da erosão do relevo. Os agentes de erosão são, na sua maior parte, de origem climática, tais como variações de temperatura, insolação, variações de umidade, chuvas e ventos.

Agentes de controle biológico. Organismos vivos usados para eliminar ou regular a população de outros organismos vivos.

Aglutinantes. Substâncias que unem as partículas de um agregado. Material adicionado durante a fase de fabricação para melhorar a aglutinação ou outras propriedades.

Agra dação. Processo de construção de uma superfície por fenômenos de posicionais. Oposto de degradação.

Agreste. (1) (Nordeste) Zona geográfica, entre a mata e a caatinga, de solo pedregoso e vege-tação escassa e de pequeno porte. (2) Zona fitogeográfica do Nordeste, entre a Mata e o Sertão, caracterizada pelo solo pedregoso e pela vegetação escassa e de pequeno porte (Resolução CO-NAMA 012/94, art. 1°).

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Agricultura. É a atividade desenvolvida pelo homem, tanto no meio rural quanto no meio urba-no, que consiste na exploração racional do solo para obtenção direta de produtos vegetais, ou indireta, através da criação de animais, para alimentação ou fornecimento de matéria prima.

Agricultura alternativa. (1) Métodos agrícolas que normalmente dispensam o uso de fertilizan-tes ou pesticidas químicos, visando à conservação do solo, bem como a preservação da fauna e da flora. Também conhecida como ecológica, a agricultura alternativa utiliza a policultura, de a-cordo com o tipo de solo e as condições climáticas. (2) Agricultura Alternativa. Métodos agrícolas que normalmente dispensam uso de insumos químicos ou mecanização, visando a conservação do solo, bem como de sua fauna e flora. Neste sistema, as policulturas estão adaptadas à voca-ção do solo e às condições climáticas locais, enquanto as pragas e as plantas invasoras são conti-das através de controle biológico. Na agricultura alternativa, também conhecida como agricultura ecológica, a produtividade é condizente com a manutenção do equilíbrio natural do sistema (Glos-sário IBAMA, 2003). (3) Modalidade de agricultura, que emprega técnicas que almejam a manu-tenção do equilíbrio ecológico na agricultura, a produção de alimento sem contaminação e a con-servação do potencial natural da terra.

Agricultura biológica. Conjunto de técnicas de cultura e de métodos de criação de animais, cujo objetivo é preservar a qualidade biológica dos produtos agrícolas e respeitar o equilíbrio na-tural. Baseia-se na busca de espécies resistentes, com fertilização basicamente orgânica, manejo do solo não-agressivo e uso de biocidas naturais.

Agricultura extensiva. Agricultura praticada nas grandes extensões dos países subdesenvolvi-dos, onde há terra e falta de mão-de-obra, não sendo prioridade a produtividade por área, mas sim o volume da produção.

Agricultura intensiva. Modalidade que se concentra wm rendimento por unidade de área, sendo utilizada principalmente nos países desenvolvidos.

Agricultura itinerante. Agricultura primitiva em que a terra é abandonada lavrada após os pri-meiros sinais de perda de sua fertilidade natural, deslocando a lavoura para uma área coberta de mato. Sistema de rodízio de terras de cultivo.

Agricultura Orgânica. Cultivo agrícola sem uso de agentes químicos sintéticos.

Agricultura Sustentável. Método agrícola que incorpora técnicas de conservação do solo e de energia, manejo integrado de pragas e consumo mínimo de recursos ambientais e insumos, para evitar a degradação do ambiente e assegurar a qualidade dos alimentos produzidos.

Agrimensura. Arte de medir a superfície dos terrenos, de levantar plantas e transladá-las ao papel.

Agroecossistema. Sistemas ecológicos naturais transformados em espaços agrários utilizados para produção agrícola ou pecuária, segundo diferentes tipos e níveis de manejo. Em muitos ca-sos funcionam como sistemas monoespecífico, para monoculturas, gerando uma série de proble-mas ambientais.

Agrologia. Ciência que estuda os solos e suas relações com agricultura. Também se diz ciência dos solos ou pedologia.

Agroflorestal. (1) Sistema de cultivo que integra culturas de espécies herbáceas e arbóreas. (2) Métodos de cultivo que integra culturas herbáceas e arbóreas.

Agroquímicos. Agentes químicos sintéticos usados na agricultura.

Agroflorestas. Sistemas produtivos nos quais a produção de bem(ns) florestal(is) está associada à produção de alimentos para o homem. São constituídas numa determinada área, por várias espécies perenes, envolvendo espécies arborescentes madeiráveis (para uso local ou abasteci-mento de indústrias do setor florestal), espécies frutíferas, condimentares, medicinais, melíferas, café, cacau, espécies de uso múltiplo, etc.

Agrossilvicultura. São povoamentos permanentes de aspecto florestal, biodiversificados, mane-jados pelo homem de forma sustentada e intensiva, para gerar um conjunto de produtos úteis para fins de subsistência e/ou de comercialização.

Agrossilvipastoril. Uso integrado de áreas rurais com cultivo, pastagem e florestas, segundo a vocação ambiental.

Agrossistema. Sistema ecológico natural, adaptado ao campo, utilizado para produção agrícola ou pecuária, segundo diferentes tipos e níveis de manejo, sem afetar o equilíbrio geológico, at-mosférico e biológico.

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Agrotóxico. (1) Produto químico destinado a combater as pragas da lavoura (insetos, fungos, etc.). O uso indiscriminado prejudica os animais e o próprio homem. (2) Nome adotado pela im-prensa para os produtos caracterizados como defensivos agrícolas ou biocidas; produtos químicos utilizados para proteger as plantas combatendo e prevenindo pragas e doenças agrícolas. Em princípio, todos os defensivos são tóxicos em maior ou menor grau, dependendo da composição química, período de carência (tempo de ação) tipo de plantação, dosagens, adequação do uso e outros fatores. Os clorados estão proibidos. O grau de toxicidade é informado pela cor das emba-lagens: vermelho, altamente tóxico; amarelo, medianamente tóxico; azul, tóxico; verde, pode ser tóxico (3) Produtos químicos destinados ao uso nos setores de produção, no armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas, nas pastagens, na proteção de florestas, nativas ou im-plantadas e de outros ecossistemas, e também de ambientes urbanos, hídricos e industriais, cuja finalidade seja alterar a composição da flora ou da fauna, a fim de preservá-las da ação danosa de seres vivos considerados nocivos, bem como as substâncias e produtos, empregados como desfolhantes, dessecantes, estimuladores e inibidores de crescimento (Decreto 98.816/90). (4) Substância química, geralmente artificial, destinada a combater as pragas da lavoura (insetos, fungos etc). Muitas dessas substâncias acabam por prejudicar também os animais inofensivos e o próprio homem. São também conhecidos por defensivos agrícolas, pesticidas ou praguicidas (Glossário IBAMA, 2003 ). (4) Conforme previsto na Lei n.° 7802/89 são produtos e agentes de processos físicos, químicos ou biológicos, destinados ao uso nos setores de produção, no armaze-namento e beneficiamento de produtos agrícolas nas pastagens, na produção de florestas, nati-vas ou implantadas, e de outros ecossistemas e também de ambientes urbanos, hídricos e indus-triais, cuja finalidade seja alterar a composição da flora ou da fauna, a fim de preservá-las da ação danosa de seres vivos considerados nocivos.

Agrovila. Núcleo de povoamento, com serviços integrados de comunidade, planejado e construí-do para residência de famílias de agricultores fixados em assentamentos rural.

Água. Composto químico com duas partes de hidrogênio e uma de oxigênio, encontrado nos es-tados sólido (gelo, neve), líquido (nuvens, mares, lagos, rios) e gasoso (vapor d'água). Compo-nente líquido essencial para o desenvolvimento e sustentação da vida, possui um grande poder de dissolução de muitas substâncias químicas; por essa razão é considerado solvente universal.

Água bruta. (1) Água de uma fonte de abastecimento (manancial), antes de receber qualquer tratamento. (2) água proveniente de um manancial, antes de receber tratamento.

Água conata. Água armazenada nos interstícios de um sedimento inconsolidado ou de uma ro-cha sedimentar, incorporada durante o processo deposicional. As águas conatas podem ser doces ou salgadas, conforme sua origem continental ou marinha, respectivamente. A maioria das águas conatas, associadas aos campos petrolíferos, é salgada. Sinônimos: água de formação e água fóssil.

Água de degelo. Água originada da fusão do gelo, especificamente das geleiras continentais, que causa a subida do nível do mar quando retorna aos oceanos.

Água de lastro. A água de lastro, utilizada em navios de carga como contra-peso para que as embarcações mantenham a estabilidade e a integridade estrutural, é transportada de um país ao outro, e pode disseminar espécies "alienígenas" potencialmente perigosas e daninhas. Água de superfície. Que ocorre na superfície da Terra.

Água e saúde públicas. A água, em função da característica de solvente universal, transporta uma série de substâncias químicas e organismos vivos. Esse fato, associado às necessidades hu-manas de consumo, faz com que a água se transforme, muitas vezes, em um importante veículo de transmissão de doenças, tanto transportando vírus, bactérias e parasitas, como substâncias químicas presentes em teores nocivos à saúde humana.

Água fluvial. água dos rios.

Água freática. Água do lençol subterrâneo que se encontra a pouca profundidade e com pressão atmosférica normal.

Água intersticial. Solução aquosa que ocupa os espaços porosos entre as partículas de solos, sedimentos e rochas. Ela está envolvida na maioria das reações diagenéticas pós-deposicionais das rochas sedimentares. O seu papel na formação de depósitos de petróleo e gás, embora pouco conhecido, é muito importante. Acredita-se que seja essencial na formação de depósitos minerais economicamente exploráveis, tais como sulfetos de metais pesados, fosforitas e minérios de ferro e manganês.

Água meteórica. Água que ocorre ou é derivada da atmosfera, como, por exemplo, a água plu-vial.

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Água mineral. (1) Aquela proveniente de fontes naturais ou de fontes artificialmente captadas que possua composição química ou propriedades físicas ou físico-químicas distintas das águas comuns, com características que lhe confira uma ação medicamentosa (Decreto Lei 7.841/45). (2) Água mineral - é aquela que possui uma salinidade de pelo menos 1 grama por litro, excetu-ando-se os carbonatos de cálcio e magnésio (Glosário Libreria, 2003).

Água pesada. Que contém grande proporção de moléculas como o isótopo de deutério de hidro-gênio, em vez do hidrogênio comum, usado em alguns reatores nucleares.

Água pluvial. A que procede imediatamente das chuvas (Decreto Lei 7.841/45).

Água potável. (1) É aquela cuja qualidade a torna adequada ao consumo humano (Portaria nº 56 - BSB, de 14 de março de 1977). (2) Água que, sem necessidade de tratamento adicional, é inócua do ponto de vista fisiológico e organolético e apta ao consumo humano.

Água residuária. (1) Qualquer despejo ou resíduo líquido, de origem doméstica ou industrial, com potencialidade de causar poluição. (2) Qualquer despejo ou resíduo líquido com potencialida-de de causar poluição (ABNT, 1973).

Água residual. (1) Águas procedentes do uso doméstico, comercial ou industrial. O grau de im-pureza pode ser muito variado, e o tratamento é feito por meios mecânicos e químicos antes do processo de purificação biológica, que utiliza bactérias. (2) Qualquer despejo ou resíduo líquido com potencialidade de causar poluição. Decorre particularmente de processos industriais, ativida-des que demandem água para lavagens. (3) Trata-se de uma combinação dos líquidos e resíduos arrastados pela água, provenientes de casas, edifícios comerciais e fábricas, junto a qualquer água subterrânea, superficial ou pluvial que possa estar presente. As quatro fontes de água resi-dual são: águas domésticas ou urbanas; águas residuais industriais: águas de uso agrícola e á-guas pluviais.

Água salobra. Água com salinidade intermediária entre as águas doce e a salina, isto é, com aproximadamente de 15 a 30% de salinidade.

Água superficial. (1) Água encontrada na parte mais rasa de uma coluna de água, caracteriza-da, em geral, por densidade mais baixa do que a água de fundo, principalmente em virtude da temperatura mais alta. (2) Água que se encontra logo abaixo da superfície da terra, nas formas sólida, líquida ou gasosa.

Água subterrânea. (1) Suprimento de água doce sob a superfície da terra, em um aquífero ou no solo, que forma um reservatório natural para o uso do homem. (2) Que ocorrem naturalmente no subsolo e podem ser extraídas e utilizadas para consumo.

Água tratada. Água tornada potável por um processo de tratamento e que deve atender aos padrões estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde para consumo humano.

Água vadosa. Água subterrânea que ocupa a zona de aeração, isto é, acima do nível freático, que constitui o limite superior da zona de saturação. Sinônimo: água suspensa.

Aguapé. Planta aquática flutuante originária da América do Sul.

Águas públicas de uso comum. Os mares territoriais, nos mesmos incluídos os golfos, baías, enseadas e portos; as correntes, canais, lagos e lagoas navegáveis ou flutuáveis; as correntes de que se façam estas águas; as fontes e reservatórios públicos; as nascentes quando forem de tal modo consideráveis que, por si só, constituam o caput fluminis; os braços de quaisquer correntes públicas, desde que os mesmos influam na navegabilidade (Decreto 24.643/34).

Águas públicas dominicais. Todas as águas situadas em terrenos que também o sejam, quan-do as mesmas não forem do domínio público de uso comum, ou não forem comuns (Decreto 24.643/34).

AIA. Avaliação de Impacto Ambiental. Instrumento de política ambiental, formado por um con-junto de procedimentos capazes de assegurar, desde o início do processo, que se faça um exame sistemático dos impactos ambientais de uma ação proposta e de suas alternativas, e cujos resul-tados sejam apresentados de forma adequada ao público e aos responsáveis pela tomada da de-cisão e por eles considerados.

Alado. Provido de expansões em forma de asas (sentido particular). Que pode voar, que tem asas.

Albedo. Razão entre a quantidade de radiação solar refletida por uma superfície, ou um corpo, e quantidade de luz nele incidente. É usado nos estudos de climatologia, principalmente no cálculo das alterações do microclima e do mesoclima provocadas pela poluição ou pela substituição da vegetação natural por culturas ou construções (Glossário IBAMA, 2003).

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Albino. Indivíduos, plantas ou animais — caracterizados pela ausência de pigmentos

Alburno. Parte do lenho que nas árvores contém células vivas e materiais de reserva. Camada exterior do lenho, de cor geralmente clara, menos compacta e de menor durabilidade

Alcalinidade. Estado de uma substância que tem propriedades alcalinas.

Alcalóides. Compostos orgânicos nitrogenados produzidos por plantas e fisiologicamente ativos nos vertebrados. Muitos possuem sabor amargo e alguns são venenosos, por exemplo, morfina, quinina, estricnina.

Álcool etílico. (1) Composto orgânico, obtido através da fermentação de substâncias amiláceas ou açucaradas como a sacarose existente no caldo da cana, e também mediante processos sinté-ticos. (2) Líquido incolor, volátil, inflamável, solúvel em água, com cheiro e sabor característico.

Alelo. Uma das alternativas de um par ou série de formas de um gene, os quais são alternativos na herança, porque estão situados no mesmo loco em cromossomos homólogos.

Alelo letal. Aquele que causa a morte do indivíduo que o tem em estado homozigótico.

Alelo neutro. Aquele que permanece na população com alta freqüência, independente de diver-sas condições ambientais.

Alelopatia. Influência de uma planta no desenvolvimento de outra, geralmente pela exudação de substâncias químicas na raiz.

Alelo raro. Aquele que aparece na população em uma freqüência inferior a 5%. Nesse caso, são requeridas grandes amostras para a permanência desse alelo na nova população.

Alelos múltiplos. Quando um gene tem mais de dois alelos.

Alga. (1) Organismos uni ou multicelulares, microscópicos ou com algumas dezenas de metros, que vivem em água doce ou salgada e que se fixam em rochas ou se agrupam, formando plânc-tons. São capazes de realizar a fotossíntese e exercem papel fundamental na cadeia alimentar dos oceanos e rios. (2) Todo organismo aquático fotossintetizante e avascular (Portaria IBAMA 147/97). (3) Organismos unicelulares ou multicelulares, fotossintetizantes, que podem se propa-gar nos copos d'água devido à presença de nutrientes como o fósforo e o potássio encontrados, em geral, em poluentes orgânicos; a presença de grande quantidade de algas causa problemas à qualidade da água, como odor e sabor desagradáveis; em condições de equilíbrio ambiental são benéficas porque geram oxigênio. (4) Classe de talófitas clorofiladas, cujo habitat, em sua maio-ria, são as grandes acumulações de águas doces e salgadas. Há grande variedade de algas, des-de as unicelulares até as de maiores dimensões, de alguns mícrons a talos muito compridos. Pos-suem clorofila e apresentam-se em variadas colorações, de verde à avermelhada.

Algicidas. Substâncias usadas para evitar a propagação de algas.

Alijamento. Todo despejo de resíduos e outras substâncias efetuado por embarcações, platafor-mas, aeronaves e outras instalações, inclusive seu afundamento intencional em águas sob jurisdi-ção nacional (Lei 9966/00).

Alóctono. Refere-se a recursos materiais provenientes da parte externa de um ecossistema em consideração. O termo é amplamente utilizado para carvão e turfa compostos por materiais origi-nados de fora do local de acumulação. Sinônimos: alogênico ou alotígeno.

Alogamia. Fertilização cruzada. Em uma população panmítica, é o transporte e a fusão do game-ta masculino de um indivíduo com o gameta feminino de outro.

Alopatria. Isolamento geográfico entre populações de uma mesma espécie, de modo que se in-terrompa o fluxo gênico entre elas. Como conseqüência, pode dar-se o isolamento reprodutivo entre essas populações, assim possibilitando a formação de nova espécie. Especiação alopátrica é aquela que se dá entre populações ocupando áreas geográficas exclusivas, ainda que as comuni-dades possam dispor-se relativamente próximas ou adjacentes. Este último caso é mais comum entre animais que em plantas.

Alopátrica. Raça cujas características a tornam adaptada a um determinado ambiente.

Alopoliplóide. Poliplóide formado por conjuntos de cromossomos geneticamente diferentes, isto é, conjuntos provenientes de duas ou mais espécies diferentes.

Aloquímico. Sedimento formado por precipitação química ou bioquímica no interior de uma bacia deposicional, compreendendo intraclastos,oólitos, fósseis e pelotas.

Alotígeno. Mineral ou rocha que foi gerado fora do sítio de deposição, como, por exemplo, as partículas componentes de uma areia (ou arenito ou cascalho) ou conglomerado.

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Alotropia. Fenômeno que consiste em um elemento poder cristalizar em mais de um sistema cristalino e ter, por isso, diferentes propriedades químicas. (2) Florestas alotrópicas são as que apresentam néctar e pólen a descoberto. (3) Insetos alotrópicos são aqueles que visitam flores sem ter o corpo de acordo com a morfologia floral, uma vez que se alimentam em outros lugares.

Alporquia. Tipo de multiplicação vegetativa que consiste no enraizamento de um ramo sem se-pará-lo da planta, o que se consegue envolvendo uma seção deste mesmo ramo com terra prote-gida por tecidos ou plásticos, até o enraizamento, quanto então o ramo será cortado.

Alqueire. Unidade de medida de superfície (área) de imóveis rurais ainda muito usada no Brasil. Varia de região para região. Em Minas Gerais, Rio de Janeiro e Goiás o alqueire corresponde a 4,84 hectares (48.400 metros quadrados). Nas demais regiões prevalece o alqueire paulista que equivale a 2,42 hectares (24.200 metros quadrados). Abreviação: alq.

Altas latitudes. Faixa de latitude localizada aproximadamente de 60 a 90 graus ao Norte e ao Sul. Também chamada de região polar.

Altimetria. (1) Parte da geodésia que trata da medição das altitudes. (2) Conjunto de processos que objetivam a determinação da altitude de uma dada estação geodésica (IPARDES).

Altímetro. Instrumento usado para determinar a altitude de um objeto a partir de um nível fixo. Normalmente os meteorologistas medem a altitude a partir da pressão do nível do mar.

Altímetro de pressão. Barômetro aneróide calibrado para indicar a altitude em pés em vez de unidades de pressão.

Altitude. Distância vertical de um ponto na superfície da Terra até uma superfície de referência, geralmente o nível médio dos mares.

Altitude da sede. Distância vertical entre um nível de referência - geralmente o nível médio do mar - e o ponto onde se encontra a sede do município (IPARDES).

Altocumulus. Nuvem de altura média basicamente feita de gotículas de água e composta de massas globulares baixas, grossas e cinzentas. Nas latitudes médias, é geralmente encontrada entre 8.000 e 18.000 pés de altitude (2.300 e 5.000 metros). A característica que a define é uma camada inchada e ondulada que pode ser vista com freqüência. A isso é dado o apelido de “ove-lhas” ou “flocos de algodão”. Muitas vezes confundida com nuvens do tipo cirruscumulus, seus elementos (nuvens individuais) têm uma massa maior e projetam uma sombra em outros ele-mentos. Pode formar vários sub-tipos, como altocumulus castellanus ou altocumulus lenticularis.

Altoestratus. Nuvem de altura média basicamente composta de gotículas de água e, às vezes, de cristais de gelo. Nas latitudes médias, é encontrada entre 15.000 e 20.000 pés de altitude (4.400 e 6.000 metros). Do branco ao cinzento, as nuvens do tipo altoestratus podem criar um véu ou lençol fibroso, muitas vezes obscurecendo o sol ou a lua. É um bom indicador de precipi-tação e freqüentemente precede uma tempestade.

Alto montano. (1) Relativo aos ambientes situados em altitudes acima de 1.500 metros. (2) Relativo aos ambientes situados em altitudes acima de 1.500 metros (Resolução CONAMA 012/94, art. 1°).

Altura da maré. Altura do nível da água do mar, acima do zero hidrográfico, em determinado instante.

Altura de onda. Distância vertical entre a crista e a calha precedente de uma onda.

Aluimento. Aluição. Abalar, sacudir, derrubar, estremecer. Deixar de estar firme ou seguro.

Alumínio. (1) Metal branco, prateado, com número atômico 13, leve, mole, dúctil, resistente a corrosão. É extraído da bauxita e seu processamento é caro e poluidor. É uma das substâncias contidas na chuva ácida que contamina rios, lagos, peixes, aves e no fim da cadeia alimentar, os seres humanos.

Aluviais. (1) Grupo de solos sazonais, formada à custa de materiais de transporte e de depósito relativamente recente (aluvião), caracterizado por ligeira modificação (ou nenhuma) do material originário, devido aos processos de formação do solo. Também se diz aluvião e alúvio. (2) Depó-sitos fluviais detríticos de idade bem recente (Quaternário), que podem ser litificados com o tem-po e transformarem-se em aluviões antigos.

Aluvião. (1) Acréscimos que sucessiva e imperdivelmente se formaram para parte do mar e das correntes, aquém do ponto a que chega a preamar média, ou do ponto médio das enchentes or-dinárias, bem como parte do álveo que se descobrir pelo afastamento das águas. Os acréscimos que por aluvião, ou artificialmente, se produzirem nas águas públicas ou dominicais, são públicos dominicais, se não estiverem destinados ao uso comum, ou se por algum título legítimo não fo-

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rem do domínio particular. A esses acréscimos, com referência aos terrenos reservados, será to-lerado o uso desses terrenos pelos ribeirinhos, principalmente os pequenos proprietários, que os cultivem, sempre que o mesmo não colidir por qualquer forma com o interesse público (Decreto 24.643/34). (2) Solo de encostas dos morros, na forma de partículas e agregados, que se acumu-lam nas partes mais baixas do relevo; acréscimo de área em um imóvel por acessão, isto é, pela sedimentação de material geológico causado por aterramento ou desvio do leito de um curso d'á-gua por ação da natureza (Autores). (3) Material sedimentar de composição variada depositado pelos cursos d’água (Glossário IBAMA, 2003).

Álveo. Superfície que as águas cobrem sem transbordar para o solo natural e ordinariamente enxuto (Decreto 24.643/34).

Alvéolo. Forma plana de relevo embutida entre morros cristalinos e recoberta por sedimentos aluviais e coberturas coluviais (sedimentos finos removidos das vertentes por gravidade) (Glossá-rio IBAMA, 2003).

Amazônia Legal. Região do território brasileiro integrada, à época da sua declaração, pelos Es-tados do Acre, Amazonas, Pará, Mato Grosso, Goiás (na sua porção ao norte do paralelo 13o S) e Maranhão, na porção oeste do meridiano 44o W. Dela faz parte, atualmente, o Estado de Tocan-tins, desmembrado de Goiás. A Amazônia Legal corresponde a grande parte da Região Norte do Brasil e foi instituída com o objetivo de definir a delimitação geográfica da região política captado-ra de incentivos fiscais com o propósito de promoção do seu desenvolvimento regional.

Ambientalismo. Filosofia de vida que preconiza a defesa, necessária e urgente, do ambiente natural e dos sistemas de suporte à vida (rios, lagos, oceanos, solos, florestas e atmosfera), ou da biosfera de uma forma geral.

Ambientalista. (1) Termo criado para traduzir environmentalist, para nomear a pessoa interes-sada ou preocupada com os problemas ambientais e a qualidade do meio ambiente ou engajada em movimento de defesa do meio ambiente. Também usado para designar o especialista em eco-logia humana. (2) Pessoa que é partidária do ambientalismo. Incluem-se entre os ambientalistas, normalmente, pessoas das mais diferentes origens, mas particularmente aquelas que exercem atividades ligadas aos ambientes naturais, e assim mais afetadas aos diversos impactos ambien-tais ou conscientes de sua gravidade. Especialista em questões ambientais.

Ambiente. (1) Soma dos inúmeros fatores que influenciam a vida dos seres vivos. O mesmo que meio e ambiência. (2) Conjunto das condições externas ao organismo e que afetam o seu cresci-mento e desenvolvimento. (3) Conjunto de condições que envolvem e sustentam os seres vivos no interior da biosfera, incluindo clima, solo, recursos hídricos e outros organismos. (4) Soma total das condições que atuam sobre os seres vivos.

Ambiente antrópico. Ambiente pertence ou relativo ao homem.

Ambiente biológico ou biótico. Conjunto de condições geradas por microorganismos (animais, como as bactérias, ou vegetais, como os fungos) que atuam sobre indivíduos e populações.

Ambiente de alta energia. Ambiente subaquático caracterizado por considerável movimentação de água pela ação das ondas e correntes, que não permite a decantação de sedimentos de granu-lação fina, principalmente pelitos que irão depositar-se em ambiente de baixa energia.

Ambiente de baixa energia. Ambiente subaquático praticamente sem movimentação de água pela ação de ondas e correntes. Esse fato permite a decantação de sedimentos de granulação fina.

Ambiente de fundo. Ambiente de fundo submarino, excetuando-se as regiões de clinoforma e undaforma. É aproximadamente equivalente à zona abissal. O potencial de oxidação-redução po-de ser positivo (oxidante) ou negativo (redutor).

Ambiente físico ou abiótico. Conjunto de condições não-biológicas (estruturais, energéticas, químicas e outras) do meio ambiente, que atuam sobre indivíduos e populações.

Ambiente halófito. (1) Ambiente caracterizado pela presença de vegetação tolerante ao sal (Resolução CONAMA 012/94, art. 1°).

Ambiente sedimentar. Parte da superfície terrestre caracterizada por propriedades físicas, quí-micas e biológicas distintas das áreas adjacentes. Esses três parâmetros envolvem fauna, flora, geologia, geomorfologia, clima, etc. Alguns exemplos de ambientes sedimentares são deltas, de-sertos e plainos abissais.

Amianto. (1) Silicato natural hidratado de cálcio e magnésio, de textura fibrosa, composta de fibras finíssimas e sedosas, em geral brancas e brilhantes, refratárias, com as quais se fabricam tecidos, placas, etc. (2) Material silicato e fibroso, extraído da terra. Usado como material de

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construção (telhas e telhados), como material de isolação e como proteção para bombeiros. O uso do amianto envolve altos riscos, em qualquer nível de exposição.

Aminoácido. Substância orgânica que contém grupamentos carboxila (COOH) e amina (NH2) e que são os constituintes das proteínas. Existem vinte aminoácidos diferentes, que participam das proteínas.

Amostra. Subconjunto de uma população por meio do qual se estimam as propriedades e carac-terísticas dessa população.

Amostra base. Amostras obtidas por meio dos procedimentos de multiplicação da amostra inicial ou diretamente dos procedimentos de coleta ou intercâmbio de germoplasma, quando seu tama-nho é adequado para evitar ou diminuir a ocorrência de perdas de variação genética durante os procedimentos de multiplicação e regeneração.

Amostra viva. Amostra fornecida pelo requerente do direito de proteção que, se utiliza na pro-pagação da cultivar, conforme os descritores apresentados (Lei 9.456/97 e Decreto 2.366/97).

Amostrador de fundo. Equipamento de amostragem de sedimentos de fundos subaquosos. E-xistem vários tipos, que podem ser agrupados em três grupos básicos: draga, pegador de fundo e testemunhador.

Amostragem. Sistemática de efetuar-se a amostra. Técnicas de amostragem variam conforme as necessidades da demanda. Pode-se ter amostragens seletivas ou casualizadas, mas freqüen-temente ocorrem as duas seguintes situações para plantas com sementes: 1) sementes de vários indivíduos da população são colocadas no mesmo envelope ou saco e recebem um só número do coletor; 2) sementes de cada indivíduo são colocadas em sacos distintos e cada um deles recebe um número de coletor, assim formando vários acessos. O número ideal de indivíduos a ser amos-trado varia de cultura para cultura, e a abordagem geralmente leva em consideração o sistema de cruzamento da espécie, se autógama, alógama ou intermediária.

Amplitude da maré. É a altura da água, em metros, entre uma preia-mar e uma baixa mar e tem uma duração de 6 horas. A amplitude de marés varia conforme a posição dos astros (sol e lua) em relação à Terra.

Amplitude ecológica. Faixa de tolerância de uma espécie às condições do ambiente (temperatu-ra, salinidade, umidade, pressão barométrica altitudinal). Decorre daí que a amplitude ecológica pode variar indefinidamente conforme as diferentes situações concretas.

Amplitude térmica. Diferença em graus entre as médias de temperaturas mais baixas e as mé-dias de temperaturas mais altas. Sua medição pode ser diária, mensal ou anual.

ANA. (1) Agência Nacional de Águas. Entidade Federal de Implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e de Coordenação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos. Regulamentada pela Lei 9 984/00. (2) Agência Nacional de Águas; criada pela Lei Federal N.° 9.984/2000, tem por função disciplinar o uso de recursos hídricos mediante a Política Nacional dos Recursos Hídricos e da articulação do planejamento nacional, regional, estadual e dos setores usuários referentes aos recursos hídricos.

Anaeróbico. Tipo de respiração ou de organismo (especialmente bactéria) que pode viver inde-pendentemente do oxigênio livre. Há dois tipos de organismos anaeróbicos: facultativo – que vive tanto na presença como na ausência de oxigênio – e obrigatório – que pode viver somente na ausência de oxigênio. Por exemplo as sulfobactérias desenvolvem-se no fundo submarino sem oxigênio livre e produzem bioquimicamente o gás sulfídrico (H2 S).

Análise ambiental. Exame detalhado de um sistema ambiental, por meio do estudo da qualida-de de seus fatores, componentes ou elementos, assim como dos processos e interações que nele possam ocorrer, com a finalidade de entender sua natureza e determinar suas características es-senciais (FEEMA, 1997).

Análise de ciclo de vida (ACV). Metodologia de avaliação de impacto ambiental de uma ativi-dade econômica. Procura qualificar e quantificar todos os impactos ambientais de produtos e ser-viços, desde a aquisição de matéria-prima até o uso e descarte final, sendo composta basicamen-te de quatro etapas principais segundos sistemáticas de uso: a) definição do escopo e objetivo; b) inventário do ciclo de vida; c) avaliação de impactos do ciclo de vida; d) interpretação de re-sultados.

Análise de vulnerabilidade. Estudo que busca avaliar a abrangência espacial dos efeitos de um acidente potencial. Esses efeitos são expressos, qualitativa ou quantitativamente, em termos dos danos causados ao ambiente social ou natural, e para sua estimativa são normalmente utilizados modelos matemáticos e probabilísticos.

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Análise do solo. Estudo de amostras do solo em laboratório. As análises químicas identificam os componentes do solo e seu pH (nível de alcalinidade e acidez), enquanto a avaliação física estuda o tamanho e a distribuição das partículas que constituem o solo, bem como o teor de água e ar que ele contém. As análises biológicas observam os organismos animais e vegetais que habitam o solo.

Análise granulométrica. Análise aplicada principalmente aos depósitos detríticos, que consiste na medida de tamanho dos fragmentos minerais componentes. Essa análise, além de possibilitar uma descrição padronizada desses sedimentos, pode permitir a interpretação dos processos de transporte e dos ambientes de posicionais.

ANAMMA. Associação Nacional de Municípios e Meio Ambiente.

Anaeróbio. Ou anaeróbico. Condição na qual não existe disponível qualquer forma de oxigênio. Organismos que não requerem ar ou oxigênio livre para manter a vida; aqueles que vivem na total ausência do oxigênio livre são os anaeróbios estritos ou obrigatórios; os que vivem tanto na ausência quanto na presença de oxigênio livre são anaeróbios facultativos.

Anaerobiose. Condição de vida na ausência de oxigênio livre.

Androceu. Parte masculina da flor, essencialmente os estames.

Androgênese. Desenvolvimento haplóide de um óvulo fecundado, sem que o núcleo feminino se desenvolva. O zigoto permanece haplóide e de constituição hereditária, com o núcleo masculino.

ANEEL. Agência Nacional de Energia Elétrica. É uma autarquia sobre regime especial, com perso-nalidade jurídica de direito público e autonomia patrimonial, administrativa e financeira, com sede e foro no Distrito Federal e prazo de duração indeterminado. Pela Lei 9.427/96, vincula-se ao Mi-nistério das Minas e Energia. Tem por finalidade regular e fiscalizar a produção, transmissão, dis-tribuição e comercialização de energia elétrica, de acordo com a legislação e em conformidade com as diretrizes e políticas do Governo Federal.

Anemômetro. Instrumento que mede a velocidade e a força do vento.

Aneuplóide. Organismo cujo número de cromossomos somáticos não é múltiplo perfeito do nú-mero haplóide. Ex: 2n + 1, trissômicos, 3n +1, etc.

Anfíbios. Classe de animais cordados, vertebrados, tetrápodes de pele nua, glandular, úmida, sem escamas, respiração por brânquias nos estágios iniciais e depois através de pulmões. A fe-cundação é externa.

Anfidiplóide. Poliplóide cujo complemento cromossômico é constituído pelos dois complementos somáticos completos de duas espécies. Alopoliplóide com 4n cromossomos.

Angiosperma. Planta das Angiospermas. Em algumas classificações, subdivisão (Angiospermae) das espermatófitas, que compreende plantas que produzem sementes inclusas em um ovário (como as orquídeas e as rosas) e que inclui a vasta maioria das espermatófitas. Subdivide-se nas subclasses dicotiledôneas e monocotiledôneas.

Angstron. Unidade de medida de comprimento, equivalente a 10 -10 m. É muito utilizada no di-mensionamento de estruturas celulares. Símbolo: Å

Aniagem. (1) Tecido grosseiro de algodão ou linho cru para sacos e fardos; serapilheira. (2) Te-cido de juta para o mesmo fim.

Anilhamento. (1) É o ato de colocar anilhas em indivíduos da fauna. São cintas de plásticos ou metal, em geral com numeração para identificação. Ao anilhar, o técnico objetiva marcar o animal para que, com uma posterior captura, sejam obtidas informações sobre a distribuição geográfica da espécie. É um recurso extremamente útil para o estudo de rotas de migração animal (ALCEO MAGNANINI, 1986). (2) Colocação de anilhos em exemplares da fauna, para fins de identificação. O anilhamento auxilia o estudo da distribuição geográfica e das rotas de migração de determina-da espécie.

Animação turística. Conjunto de atividades que objetivam humanizar as viagens, oferecendo ao turista a possibilidade de participação ativa, de tornar-se protagonista de suas férias. Desenvol-ve-se nos centros de férias, nos meios de hospedagem, nos transportes de longo curso, etc., a-través de programas de cunho cultural, recreativo e esportivo.

Animais ameaçados de extinção. Espécies de animais com indício ou evidência de declínio em sua população original.

Animais extintos. São animais que pela ação sistemática do homem ou por motivos naturais são eliminados, extintos.

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Animais perfuradores. Vários tipos de animais, tais como crustáceos, vermes etc., que perfu-ram, por ação abrasiva ou química, e revolvem os sedimentos, causando biortubações dos depó-sitos. Alguns animais perfuram rochas (Lithophaga) e outros perfuram madeira (Teredo). Os per-furadores marinhos abrangem vários filos, incluindo esponjas, anelídeos, artrópodes, moluscos e equinodermes.

Ano hidrológico. Período de um ano (doze meses) baseado em critérios de hidraulicidade.

Ano médio. Ano (fictício) cujas características hidráulicas correspondem à média de uma série coerente do maior número de anos possível. A série em que se baseia o ano médio ou normal deve ser especificada em cada caso.

Ano seco. Ano baseado em critérios estatísticos, em que o curso de água tem afluências inferio-res à média.

Ano úmido. Ano baseado em critérios estatísticos, em que o curso de água tem afluências supe-riores à média.

ANP. Agência Nacional do Petróleo. É uma autarquia integrante da administração pública federal, vinculada ao Ministério de Minas e Energia. Tem por finalidade promover a regulação , a contrata-ção e a fiscalização das atividades econômicas, integrantes da indústria do Petróleo, de acordo com o estabelecido na Lei 9.478/97.

Anteduna. (1) Ondulação arenosa que migra no sentido oposto ao do fluxo de água. Dessa ma-neira, é também conhecida por onda arenosa regressiva. A anteduna é originada sob condições de regime de fluxo superior, isto é, quando o número de Froude é superior a 1. (2) Defesa cons-truída contra novas invasões de areia, à beira-mar, e que serve de abrigo às sementeiras para arborização e fixação das areias móveis.

Antefossa. Depressão crustal estreita e longa que margeia uma faixa orogênica dobrada ou arco insular no seu lado convexo, em geral no lado correspondente ao oceano aberto. Veja também fossa submarina.

Antepraia. Porção da praia situada entre o limite superior da preamar e a linha de baixa mar ordinária, isto é, parte da praias que sofre a ação das marés e os efeitos de espraiamento das ondas após a arrebentação. Sinônimo: estirâncio.

Antibiótico. Substância que elimina ou inibe o crescimento de microrganismos. Em geral são produzidos por bactérias e fungos, mas também podem ser sintéticos. Produto de larga utilização na medicina para eliminar infecções por microrganismos de ação patológica definida.

Antibiose. Forma de resistência de plantas a insetos por meio da liberação de substâncias quími-cas tóxicas ao predador.

Anticiclone. (1)Pressão máxima relativa. Área de pressão que diverge os ventos numa rotação oposta à rotação da Terra. Move-se no sentido horário no Hemisfério Norte e no sentido anti-horário no Hemisfério Sul. Também conhecida como área de alta pressão. É o oposto de uma á-rea de baixa pressão ou ciclone. (2) Massa de ar de alta pressão.

Anticorpo. Proteína animal que age antagonicamente a uma substância estranha unindo-se a ela e causando sua precipitação.

Antígeno. Substância, normalmente proteína, que estimula a produção de anticorpos quando introduzida em um animal.

Antiparasitários. Produtos químicos que eliminam insetos prejudiciais às plantas.

Antraz. O Bacillus anthracis é causador de uma doença conhecida como carbúnculo. O antraz está em evidência devido aos últimos acontecimentos envolvendo a guerra entre o Afeganistão e os Estados Unidos. Infelizmente, a bactéria causadora da doença, o Bacillus antracis, pode ser utilizado como uma poderosa arma biológica. O antraz é uma doença comum entre animais, tais como gado bovino, camelos, ovelhas, antílopes, cães e cabras e é adquirido por eles por meio de sua alimentação. O bacilo causador da infecção pode esporular e conseqüentemente resistir ao calor e ao frio intensos durante décadas apenas aguardando as condições ideais para a sua ger-minação. O antraz não é transmitido de pessoa para pessoa. Existem três tipos de possibilidade de infecção na espécie humana: 1. Cutânea - Adquirida quando se manuseia produtos infectados. 2. Respiratória - Adquirida quando se inspira esporos do bacilo. 3. Gastrointestinal - Adquirida quando se ingere carne contaminada dos animais descritos anteriormente. Os sintomas da doen-ça dependem da forma como ela foi adquirida. Na forma cutânea (95% dos casos até aqui regis-trados), a infecção é transmitida através de feridas na pele. De início, surge apenas uma pequena sarna, semelhante a uma picada de inseto. No entanto, um ou dois dias depois, surge uma bolha que progride para uma dolorosa úlcera que pode atingir 3 cm de diâmetro. Com o tempo a úlcera

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necrosa e as glândulas linfáticas podem inchar. Um em cada cinco casos não tratados podem re-sultar em morte. Na forma respiratória, o antraz se manifesta, inicialmente parecendo um resfri-ado comum. Esta é fase onde a doença ainda pode ser detida por antibióticas, depois as toxinas produzidas pelas bactérias invadem a corrente sangüínea e torna-se quase impossível salvar a vida do enfermo. Na forma gastrointestinal surge uma inflamação aguda no intestino. Logo a se-guir o paciente passa a ter náuseas, perde o apetite, vomita sangue, tem febre, dores abdominais e forte diarréia. Os casos não tratados chegam a 25% de letalidade Fonte: http://www.fiocruz.br – Silvio Valle/Fiocruz – Centro de Controle de Doenças (CDC/EUA)

Antrópico. (1) Relativo à humanidade, à sociedade humana, à ação do homem. Termo de cria-ção recente, empregado por alguns autores para a qualificar: um dos setores do meio ambiente, o meio antrópico, compreendendo os fatores sociais, econômicos e culturais; um dos subsistemas do sistema ambiental, o subsistema antrópico. (2) Relativo à ação humana (Resolução CONAMA 012/94). (3) Referente ao período geológico em que se registra a presença dos humanos na Ter-ra. (4) Refere-se á ação humana sobre a natureza.

Antropocêntrico. Que tem uma perspectiva centrada no homem.

Antropogênico. (1) Em sentido restrito, diz-se dos impactos no meio ambiente gerados por a-ções do homem. (2) Provocado por ação humana.

Anuros. Grupo de anfíbios pertencentes à ordem Anura que, entre outras características, apre-senta adaptações para saltar.

APP. Ver Área de Proteção Permanente.

Ápice. O alto. Extremidade de alguma coisa. Vértice. Cume.

Apicum. Termo regional do Brasil, usado para terrenos de brejo, na zona costeira. Corresponde, algumas vezes, às zonas marginais de lagunas costeiras, parcialmente colmatadas, que sofrem inundações produzidas pelas marés. O apicum também ocorre associado a manguezais, onde se caracteriza pela ausência ou redução de vegetação em função da alta salinidade.

Ápodos. Animais com ausência de patas.

Apodrecimento. Processo de perda gradual de certas características da madeira ou de qualqer outro tipo de material que são afetados pela podridão evolutiva.

Apomixia. Em sentido amplo, os vários tipos de reprodução assexuada em plantas e animais. Em sentido restrito, o modo de reprodução em que ocorre a formação assexuada de sementes em angiospermas, quando então é sinônimo de agamospermia. A apomixia se divide em apomixia gametofítica e embrionia adventícia. A apomixa gametofítica se subdivide em diplosporia e apos-poria.

Apomixia gametofítica. Formação de semente agâmica (assexuada) em que o saco embrioná-rio se origina de uma sinérgida ou antípoda e ocorre o desenvolvimento partogenético da oosfera. A prole é do tipo materno. A apomixia gametofítica compreende a aposporia e a diplosporia.

Aposporia. Desenvolvimento de sacos embrionários, sem divisão redutiva prévia da célula ar-quespórica, a partir de células somáticas, geralmente células do nucelo.

Aprendiz. Figura presente no Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei. 8.069/1999, capítulo V) que permite o trabalho da criança ou adolescente desde que esteja presente a formação técnico-profissional ministrada segundo as diretrizes e bases da legislação em vigor, com a garantia de acesso e freqüência obrigatória ao ensino regular.

Aptidão. O mesmo que adaptado (estar adaptado). Em ecologia e ginecologia é a capacidade de o indivíduo prosperar e reproduzir-se indefinidamente num tipo particular de ambiente.

Aptidão genética. Contribuição para a próxima geração de um genótipo numa população relati-vamente às contribuições de outros genótipos. É um processo de seleção natural que tende a favorecer os genótipos com maior aptidão genética.

Aquacultura. Do ponto de vista biológico, a aquacultura pode ser considerada como tentativa do homem, através da manipulação e da introdução de energia num ecossistema aquático, de con-trolar as taxas de natalidade, crescimento e mortalidade, visando obter maior taxa de extração, no menor tempo possível, do animal explorado (NEGRET, 1982).

Aquecimento global. (1) Fenômeno causado, segundo alguns cientistas, por uma mudança no efeito estufa, que estaria aumentando a temperatura da Terra, devido às emissões excessivas de gases tóxicos, como o dióxido de carbono. As conseqüências mais graves seriam o derretimento de parte das calotas polares, mudança do clima e grandes inundações. (2) Aumento da tempera-tura média da Terra em decorrência do efeito estufa; dados apontam que houve um aumento de

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0,6°C nos últimos 100 anos, o maior nos últimos mil anos; a década de 1990 e o ano de 1998 foram os mais quentes a partir de meados do século XIX; os cientistas prevêem que a temperatu-ra irá continuar crescendo nos próximos 100 anos e estima-se que este aumento seja de 1,5°C, e no mais pessimista, de 5,8°C, 1°C superior ao aumento da temperatura média desde a última era glacial até os dias de hoje; o aquecimento global vem gerando uma séria de graves conseqüên-cias, tais como a elevação do nível dos oceanos; o derretimento de geleiras, glaciares e calotas polares; mudanças nos regimes de chuvas e ventos; intensificação do processo de desertificação e perda de áreas agricultáveis; pode também tornar mais intensos fenômenos extremos, tais co-mo: furacões, tufões, ciclones, tempestades tropicaise inundações. (3) acréscimo da temperatura média na Terra causado por alterações na atmosfera provocadas pelas atividades humanas (Glos-sário Libreria, 2003).

Aqüicultor. (1) Pessoa física ou jurídica que se dedique ao cultivo ou criação de organismos cujo ciclo de vida ocorre inteiramente em meio aquático (Portaria IBAMA 136/98). (2) Pessoa física ou jurídica que se dedique a criação e/ou reprodução de animais ou vegetais aquáticos em ambien-tes naturais ou artificiais (Portaria IBAMA 110/92).

Aquicultura. (1) Cultivo ou a criação de organismos que tem na água o seu normal ou mais fre-qüente meio de vida (Portaria IBAMA 119/97). (2) Cultivo ou criação de organismos cujo ciclo de vida se dá inteiramente em meio aquático (Portaria IBAMA 145-N/98). (3) Do ponto de vista bio-lógico, a aqüicultura pode ser considerada como a tentativa do homem, através da manipulação e da introdução de energia num ecossitema aquático, de controlar as taxas de natalidade, cresci-mento e mortalidade, visando a obter maior taxa de extração, no menor tempo possível, do ani-mal explorado. A aqüicultura passou a ser, então, uma das fontes econômicas e ecológicas para a obtenção e produção de alimentos. (4) Cultivo de organismos aquáticos - algas, moluscos, crus-táceos, peixes e outros - em águas doce ou salgada, para alimentação humana e finalidades in-dustriais ou experimentais.

Aqüífero. (1) São reservas de água subterrânea que além de reterem água das chuvas, desem-penham papel importante do controle de cheias. (2) Estrato subterrâneo de terra, cascalho ou rocha porosa que contém água. Rocha cuja permeabilidade permite a retenção de água, dando origem a águas interiores ou freáticas. (3) Rocha porosa ou material não consolidado permeável, capaz de produzir água; área de armazenamento natural de água para o lençol freático.

Ar. A mistura de gases que compõem a atmosfera da Terra. Os gases principais que compõem o ar seco são nitrogênio (N2) a 78,09%, oxigênio (O2) a 20,946%, argônio (A) a 0,93% e dióxido de carbono (CO2) a 0,033%. Um dos componentes mais importantes do ar, e da maioria dos ga-ses importantes em meteorologia, é o vapor de água (H2O).

Aragonita. Mineral ortorrômbico, polimorfo da calcita (CaCO3). Conchas de pelecípodes e gas-trópodes e alguns corais e foraminíferos são compostos predominantemente de aragonita, que é também encontrado como precipitado químico. Lamas carbonáticas modernas são compostas de diminutos cristais aciculares de aragonita, do mesmo modo que os oóides calcários atuais. É um mineral instável e pode ser recristalizado para calcita em alguns anos.

Araucária. Araucaria angustifolia; pinheiro-do-paraná; árvore-símbolo do Paraná, característica da Floresta Ombrófila Mista, também chamada Floresta com Araucária; árvore alta, chega a 50 metros de altura, com diâmetro superior a 2 metros; umas das duas únicas coníferas existentes nas florestas subtropicais do sul do Brasil; explorada à exaustão, atualmente consta da Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas de Extinção.

Arboreto. (1) Conjunto de certos canteiros para produção de plantas cuja extração só se faz passados uns 4 ou 5 anos, depois de repicadas. (2) Parte de jardim botãnico, de um horto ou de uma área qualquer onde se reunem árvores de diferentes espécies. (3) Lugar em que as árvores de várias procedências são propagadas individualmente em grupos ou em pequenos maciços, para fins científicos ou educacionais.

Arborícola. Que vive nas árvores (sentido restrito).

Arboricultura. (1) Ciência que estuda as árvores como indivíduos, dispensando-lhes cuidados particulares, como poda, enxertia, etc. (2) Cuidado, proteção e cultivo de árvores, principalmente para sombra ou paisagismo. (3) A arboricultura é arte de cultivar plantas para a geração de fru-tos ou ornamentação. Trata-se da soma dos pormenores favoráveis ou desfavoráveis que fazem da escolha de uma árvore, uma boa ou má escolha. Um arborista é geralmente chamado para emendar os erros de projetos anteriores, ou adaptar um arvoredo a uma árvore a uma nopva utilização do local onde se encontra.

Arborização. Plantação de árvores. Ramificações naturais em forma de ramos de árvores.

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Arco insular. Cadeia curva de ilhas como as Aleutas, em geral convexa para o oceano aberto e margeada por fossas submarinas profundas, envolvendo uma bacia oceânica profunda. De acordo com a teoria de tectônica de placas, este tipo de feição é formado quando duas placas crustais oceânicas se encontram em uma zona de subducção. O Arquipélago Japonês constitui um exem-plo de arco insular.

Arco-íris. Arco luminoso que exibe todas as cores do espectro visível de luz (vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, azul claro e violeta). É criado por refração, pelo reflexo total e pela disper-são da luz. É visível quando o Sol brilha e o ar contém água vaporizada ou pingos de chuva, o que ocorre durante ou imediatamente após uma chuva. O arco sempre é visto no céu do lado oposto em que está o Sol.

Arco marinho. Testemunho rochoso em forma de arco, resultante da erosão diferencial por on-das.

Área basal. (1) Representa a área geralmente expressa em pés quadrados ou metros quadrados das secções dos troncos à altura do peito (1,30 m do solo), podendo ser de uma árvore apenas ou da soma das áreas basais de toda as árvores do maciço. (2) Área expressa em m² que uma árvore ou um grupo delas ocupam no terreno (Resolução CONAMA 012/94, art. 1°.).

Área crítica de poluição. Zona de grande concentração industrial e bastante edificada onde são encontradas, em grande quantidade, substâncias como o dióxido de carbono, monóxido de car-bono e óxidos fotoquímicos.

Área de especial interesse turístico - AEIT. São trechos contínuos do território nacional, in-clusive as águas territoriais, a serem preservados e valorizados no sentido cultural e natural, e destinados à realização de planos e projetos de desenvolvimento turístico (Lei nº 6.513/77).

Área de geração. Área oceânica onde são geradas as ondas, por ventos de sentido e velocidade aproximadamente constantes.

Área de influência. Área externa de um dado território, sobre o qual exerce influência de ordem ecológica e/ou socioeconômica, podendo trazer alterações nos processos ecossistêmicos.

Área de interstício. Áreas pertencentes ao Poder Público ou a particulares que se encontram situadas entre unidades de conservação ambiental.

Área de potencial espeleológico. Áreas que, devido à sua contribuição geológica e geomorfo-lógica, sejam suscetíveis do desenvolvimento de cavidades naturais subterrâneas, como as de ocorrência de rochas calcárias (Decreto 99.556/90).

Área de preservação permanente. (1) Pelo Art. 2º da lei 4771/65, consideram-se de preser-vação permanente as florestas e demais formas de vegetação natural situadas: a) ao longo dos rios ou de qualquer curso d'água desde o seu nível mais alto em faixa marginal cuja largura mí-nima seja: 1) de 30 (trinta) metros para os cursos d'água de menos de 10 (dez) metros de largu-ra; 2) de 50 (cinqüenta) metros para os cursos d'água que tenham de 10 (dez) a 50 (cinqüenta) metros de largura; 3) de 100 (cem) metros para os cursos d'água que tenham de 50 (cinqüenta) a 200 (duzentos) metros de largura; 4) de 200 (duzentos) metros para os cursos d'água que te-nham de 200 (duzentos) a 600 (seiscentos) metros de largura; 5) de 500 (quinhentos) metros para os cursos d'água que tenham largura superior a 600 (seiscentos) metros; b) ao redor das lagoas, lagos ou reservatórios d'água naturais ou artificiais; c) nas nascentes, ainda que intermi-tentes e nos chamados olhos d'água, qualquer que seja a sua situação topográfica, num raio mí-nimo de 50 (cinqüenta) metros de largura; d) no topo de morros, montes, montanhas e serras; e) nas encostas ou partes destas, com declividade superior a 45°, equivalente a 100% na linha de maior declive; f) nas restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues; g) nas bordas dos tabuleiros ou chapadas, a partir da linha de ruptura do relevo, em faixa nunca inferior a 100 (cem) metros em projeções horizontais; h) em altitudes superiores a 1.800 (mil e oitocentos) metros, qualquer que seja a vegetação. Pelo Art. 3º, consideram-se, ainda, de pre-servação permanente, quando assim declaradas por ato do Poder Público, as florestas e demais formas de vegetação natural destinadas: a) a atenuar a erosão das terras; b) a fixar as dunas; c) a formar faixas de proteção ao longo de rodovias e ferrovias; d) a auxiliar a defesa do território nacional, a critério das autoridades militares; e) a proteger sítios de excepcional beleza ou de valor científico ou histórico; f) a asilar exemplares da fauna ou flora ameaçados de extinção; g) a manter o ambiente necessário à vida das populações silvícolas; h) a assegurar condições de bem-estar público. Área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas. (2) área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna

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e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas (Medida Provisória de 13/06/2001).

Área de proteção ambiental - APA. (1) Respeitados os princípios constitucionais que regem o exercício do direito de propriedade, o poder executivo poderá criar Áreas de Proteção Ambiental, estabelecendo normas que limitem ou proíbam a implantação ou o desenvolvimento de atividades que afetem as características ambientais dessas áreas, sua condições ecológicas ou ainda que ameacem extinguir as espécies da biota regional. Nesse sentido, a APA é uma Unidade de Con-servação que visa à proteção da vida silvestre e a manutenção de bancos genéticos, bem como dos demais recursos naturais, através da adequação e orientação das atividades humanas na área, promovendo a melhoria da qualidade de vida da população. Trata-se de uma forma de con-servação que disciplina o uso e a ocupação do solo, através do zoneamento, procedimentos de controle e fiscalização, programas de educação e extensão ambiental, cujo encaminhamento se dá em articulação com os órgãos do poder executivo, com as universidades, os municípios envol-vidos e as comunidades locais. A implantação das APAs federais é de competência do Ibama, das estaduais compete à Secretaria do Meio Ambiente respectiva. (2) São unidades de conservação, destinadas a proteger e conservar a qualidade ambiental e os sistemas naturais aí existentes, visando a melhoria da qualidade de vida da população local e também objetivando a proteção dos ecossistemas regionais. As APAs terão sempre um zoneamento ecológico-econômico (Resolução CONAMA nº 010/88). (3) Área destinada à proteção ambiental, visando assegurar o bem-estar das populações humanas e a conservação ou melhoria das condições ecológicas locais. V. verbete anterior. (4) Unidade de conservação de uso sustentável, estabelecida pela Lei Federal n.º 6902/81, que outorga ao Poder Executivo, nos casos de relevante interesse público, o direito de declarar determinadas áreas do território nacional como de interesse ambiental. A Área de Prote-ção Ambiental é uma área em geral extensa, com certo grau de ocupação humana, dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos e culturais especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populações humanas, e tem como objetivos básicos proteger a diversida-de biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recur-sos naturais. (ARRUDA et allii, 2001).

Área de recarga. Parte de uma bacia hidrográfica que contribui para recarga da água subterrâ-nea.

Área de relevante interesse ecológico (ARIE). (1) Unidade de conservação de uso sustentá-vel; em geral de pequena extensão, com pouca ou nenhuma ocupação humana, com característi-cas naturais extraordinárias ou que abriga exemplares raros da biota regional; tem como objetivo manter os ecossistemas naturais de importância regional ou local e regular o uso dessas áreas, de modo a compatibilizá-lo com os objetivos de conservação da natureza. (2) É declarada por um ato do Poder Público e possui características de relevante interesse ambiental ou abriga exempla-res raros da biota regional, preferencialmente, esta área terá superfície inferior a cinco mil hecta-res. (3) Área que possua características naturais extraordinárias ou abrigue exemplares raros da biota regional, exigindo cuidados especiais de proteção por parte do Poder Público (Dec. 89.336/84). (4) A criação de uma ARIE tem como finalidade a proteção de uma área natural de grande valor ecológico e extensão relativamente pequena (sempre inferior a 5.000 hectares), regulamentando e disciplinando a utilização de seus recursos ambientais. (5) Área que possui características naturais extraordinárias e abriga exemplares raros da biota regional, exigindo cui-dados especiais de proteção por parte do Poder Público. São preferencialmente declaradas como ARIE, quando tiverem extensão inferior a 5 mil hectares e abrigarem pequena ou nenhuma ocu-pação humana, por ocasião do ato declaratório. Quando estiverem localizadas em perímetros de APAs, integrarão a Zona de Vida Silvestre, destinada à melhor salvaguarda da biota nativa previs-ta no regulamento das APAs.

Área de reserva legal. Área localizada no interior de uma propriedade rural, excetuada a de preservação permanente, necessária ao uso sustentável dos recursos naturais, à conservação e reabilitação dos processos ecológicos, à conservação da biodiversidade e ao abrigo e proteção de fauna e flora nativas.

Áreas de tensão ecológica. Podem também ser chamadas de áreas de transição ou ecótonos, onde verifica-se a existência de espécies de dois ecossistemas ou mais, ou até espécies endêmi-cas.

Áreas de terras indígenas. São áreas ocupadas ou de domínio das comunidades indígenas ou silvícolas (IPARDES).

Área de vida. Área em que um organismo se desloca em suas atividades cotidianas, excluindo-se os movimentos não triviais, como migração sazonal e dispersão; domínio vital.

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Área degradada. (1) Uma área que por ação própria da natureza ou por uma ação antrópica perdeu sua capacidade natural de geração de benefícios. (2) Área onde há a ocorrência de altera-ções negativas das suas propriedades físicas e químicas, devido a processos como a salinização, lixiviação, deposição ácida e a introdução de poluentes.

Área especial de uso regulamentado (ARESUR). Caracteriza a existência de modo de produ-ção denominado "Sistema Faxinal" - sistema de produção camponês tradicional, característico da região Centro-Sul do Paraná, que tem como traço marcante o uso coletivo da terra para produção animal e conservação ambiental (IPARDES).

Área mínima. A menor área necessária para viabilizar a manutenção de um indivíduo ou popula-ção de uma determinada espécie.

Área municipal. É o cálculo do espaço geógrafico no qual a circunscrição administrativa está inserida (IPARDES).

Área natural sob proteção. Áreas naturais são protegidas como forma de manutenção da bio-diversidade, para pesquisas científicas e para manutenção de ecossitemas.

Área natural tombada. (1) Áreas ou monumentos naturais, cuja conservação é de interesse público, seja pelo seu valor histórico, ambiental, arqueológico, geológico, turístico ou paisagístico. Podem ser instituídas em terras públicas ou particulares e, uma vez inscritas no Livro do Tombo, essas áreas passam a ter restrições quanto ao uso, de modo a garantir a conservação de suas características originais. (2) Áreas ou monumentos naturais cuja conservação é de interesse pú-blico, seja por seu valor histórico, ambiental, arqueológico, geológico, turístico ou paisagístico, e podem ser instituídas em terras públicas ou privadas.

Área plana. Área de determinada região calculada adminitindo-se que o terreno relativo a ela é totalmente plano, livre de irregularidades.

Área protegida. (1) Corresponde à unidade de conservação que constitui espaço territorial, in-cluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituída pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de adminis-tração ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção (ARRUDA et allii, 2001). (2) Zona especial de um país onde, a fim de conservar a fauna, a flora e os modos de vida tradicionais, não é permitida a prática de determinadas atividades como a caça, a pesca, a derrubada de árvo-res, o campismo selvagem, indústrias, etc. Parques nacionais, parques naturais, e reservas natu-rais são exemplos de áreas protegidas. (3) Área definida geograficamente que é destinada, ou regulamentada, e administrada para alcançar objetivos específicos de conservação (IPARDES).

Área saturada. Porção de uma região de controle da qualidade do ar em que um ou mais pa-drões de qualidade do ar estejam ultrapassados.

Área verde. Logradouro público com cobertura vegetal de porte arbustivo-arbóreo, não imper-meabilizáveis, visando a contribuir para a melhoria da qualidade de vida urbana, permitindo-se seu uso para atividades de lazer (Resolução Conjunta IBAMA-SMA/SP 2/94).

Áreas confrontantes. Vizinhas de uma determinada área objeto. As áreas confrontantes podem ser demarcadas por linhas imaginárias ou não, ou ainda serem determinadas por ocorrências físi-cas ou geográficas existentes.

Áreas de interstício. Áreas situadas entre unidades de conservação, outras áreas protegidas e áreas indígenas, podendo pertencer ao domínio público ou privado.

Áreas Ecologicamente Sensíveis. Regiões das águas marítimas ou interiores, definidas por ato do Poder Público, onde a prevenção, o controle da poluição e a manutenção do equilíbrio ecológi-co exigem medidas especiais para a proteção e a preservação do meio ambiente, com relação à passagem de navios (Lei 9966/00).

Áreas estratégicas. Destacam-se no conjunto das áreas socioambientais homogêneas da APA, por apresentarem padrão de qualidade ambiental, tal como biodiversidade conservada ou pro-blemas graves de degradação ambiental. São consideradas estratégicas pelo Plano de Gestão, tendo em vista a aplicação de ações programáticas e normativas emergenciais (ARRUDA et allii, 2001).

Áreas sob proteção especial - ASPE. (1) Áreas ou bens assim definidos pelas autoridades competentes, em terras de domínio público ou privado, cuja conservação é considerada prioritária para a manutenção da qualidade do meio ambiente, do equilíbrio e da preservação da biota nati-va. Podem ser definidas por resolução da autoridade ambiental federal, estadual ou municipal. Essa mesma autoridade é responsável pela coordenação das ações necessárias à sua implantação e conservação. As ASPES se caracterizam como uma primeira medida de proteção de áreas ou

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bens que após estudos mais aprofundados podem ser incluídos em outras categorias de conser-vação mais restritivas. (2) As ASPEs caracterizam-se como uma primeira medida de proteção de áreas ou bens, que após estudos mais aprofundados podem ter status de Unidade de Conserva-ção ampliado.

Áreas socioambientais homogêneas. São áreas identificadas e delimitadas, no contexto terri-torial do quadro socioambiental, por apresentarem homogeneidade interna, traduzindo um pa-drão de dinâmica e qualidade ambiental (ARRUDA et allii, 2001).

Áreas úmidas. Extensão de marismas, pântanos, turfeiras ou águas de regime natural ou artifi-cial, permanentes ou temporárias, estancadas ou correntes, doces, salobras ou salgadas, incluin-do as extensões de água marinha, cuja profundidade na maré-baixa não excede 6 (seis) metros.

Areia. (1) Grãos de quartzo que derivam da desagregação ou da decomposição das rochas ricas em sílica. (2) Sedimento detrítico não consolidado, composto essencialmente de partículas mine-rais de diâmetros variáveis entre 0,062 e 2 mm. O mineral mais freqüente é o quartzo, porém há situações especiais em que predominam outros tipos de fragmentos minerais, tais como calcita e gipsita.

Areia calcária. Depósito sedimentar composto por partículas de carbonato de cálcio (CaCO3), predominantemente com granulação de areia (0,062 a 2 mm), tais como oólitos e bioclastos.

Areia movediça. Areia fina, a média, fluidificada por conter muita água, que reage prontamente à pressão ou peso, podendo engolfar homens ou animais. Ela pode ser injetada em fissuras, dan-do origem aos diques de areia.

Areia negra. Areia com concentração local de minerais pesados opacos de cor preta, em geral em ferro e magnésio, compostos predominantemente por hematita, ilmenita e magnetita. São principalmente do Quaternário e em alguns países constituem recursos economicamente explorá-veis.

Areia sonora. Areias que, quando em movimento, emitem sons audíveis ao ouvido humano. Esses sons, que são variáveis conforme o lugar, são produzidos pelo impacto dos grãos entre si.

Areia verde. Areia rica em glauconita que lhe atribui a cor esverdeada. Em geral, é de origem marinha.

Arenito. Rocha sedimentar detrítica resultante da litificação (consolidação) de areia por um co-mento de natureza química (calcítica, ferruginosa, silicosa etc.). Os grãos que constituem os are-nitos são mais freqüentemente de quartzo.

Argila orgânica. Sedimento de granulação fina (alguns mícrons de diâmetro), composto princi-palmente de quartzo e argilominerais, contendo matéria orgânica carbonosa e, em conseqüência, exibindo cores cinza ou preta. Em geral, indica deposição em águas calmas, como fundos de la-gunas, lagos, baías etc., que freqüentemente apresentam condições redutoras.

Argilito. Rocha sedimentar detrítica constituída essencialmente por partículas argilosas. Distin-guem-se de folhelhos e ardósias por não se partir paralelamente à estratificação e não possuir clivagem ardosiana.

Árido. Clima extremamente seco, em que, efetivamente, não existe umidade no ar. É considera-do o oposto de úmido, quando se fala em climas.

Armazenamento. Guarda de acessos, sob a forma de sementes, pólen, cepas etc. O termo é livremente intercambiado por conservação, especialmente no caso de sementes. Veja conserva-ção.

Arqueo. Prefixo que significa “o principal”, o “mais antigo”, “o primeiro”.

Arquitetura bioclimática. Estudo que visa harmonizar as construções ao clima e características locais, pensando no homem que habitará ou trabalhará nelas, e também tirar partida da energia solar, através de correntes convectivas naturais e de microclimas criados por vegetação apropria-da.

Arrasto. Modalidade de pesca em que a rede é lançada e o barco permanece em movimento, considerada predatória quando a malha das redes é pequena e fora dos padrões fixados pelo I-BAMA.

Arrecife. Mesmo que recife.

Arroba. Unidade de medida de peso de produtos agropecuários, equivalente a 15 Kg (quinze qui-los).

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Arroteamento. Ato de arar pela primeira vez terras incultas ou cobertas de ervas e plantas da-ninhas, a fim de convertê-las em terras de cultura.

Artesiano. Refere-se à água que emerge, sob pressão natural, acima do aqüífero que a contém.

Ártico. Oceano rodeado pelas pontas setentrionais de três continentes: América do Norte, Ásia e Europa.

Arvoredo. Aglomeração de árvores; bosque.

Árvore. Planta lenhosa perene, geralmente com um único eixo caulinar (tronco).

Árvore limítrofe. Aquela cujo tronco se encontra na linh divisória pertencente em comum aos donos de prédios convizinhos.

Árvore matriz. Planta escolhida para coleta de materiais propagativos como estacas, sementes, gemas e rebentos.

Asbesto. (1) Variedade fibrosa de minerais silicatos, usada em processos industriais e apontada como causa de doenças pulmonares que podem resultar do contato com tais materiais.(2) com-postos naturais formados por silicatos de magnésio, apresentando-se sob a forma de fibras alta-mente resistentes ao calor e capazes de provocar, quando inaladas, moléstias pulmonares inclu-indo o câncer (Glossário Libreria, 2003).

Ascarel. (ver BIFENILAS POLICLORADAS - PCBs)

Assentamento humano. A ocupação, organização, equipamento e utilização do espaço para adptá-lo às necessidades humanas de produção e habitação. (2) Qualquer forma de ocupação organizada do solo, quer urbana ou rural, onde o homem vive em comunidade.

Assentamento rural. (1) Área de terras de tamanho limitado, subdividida em lotes ou parcelas rurais destinada a assentar famílias de produtores rurais sem terra ou com pouca terra, de acor-do com projeto de viabilidade econômica social, conforme a capacidade de uso dos solos, as pos-sibilidades mercadológicas regionais e o potencial da força de trabalho das famílias assentadas. (2) Imóvel rural desapropriado e parcelado para colocação de famílias de agricultores sem-terra em lotes rurais dimensionados de modo a proporcionar a reinserção dessas ao processo rural produtivo que, através de créditos especiais, infraestrutura e assistência técnica alcancem sua viabilização e emancipação econômica.

Assexuada. Forma de multiplicação ou reprodução que não envolve a fusão de gametas. Carac-teriza-se por produzir descendentes geneticamente idênticos ao progenitor.

Associação. (1) É a menor unidade da comunidade vegetal, delimitada pela relação espécie/área mínima correspondente à unidade espacial básica de classificação fitossociológica (Braun-Blanquet, 1979). (2) Reunião harmônica de vários indivíduos da mesma espécie.

Associação biótica. Conjunto de plantas e animais que têm as mesmas exigências ecológicas e que inclui uma ou mais espécies dominantes, conferindo-lhes um caráter definido.

Associação florestal. (1) Unidade fundamental da vegetação. Usada quando a comunidade não é permanente, podendo ser substituída por outra no processo do desenvolvimento da associação. (2) Pessoa jurídica que congrega ou venha a congregar, como associados, com finalidade reposi-ção florestal, consumidores de produtos florestais cujo consumo individual do associado não ul-trapasse a 12.000 st/ano de lenha ou de qualquer outra matéria-prima florestal ou cujo consumo de carvão vegetal, por associado, não ultrapasse a 4.000 metros cúbico de carvão por ano (Por-taria IBAMA 732/91).

Associação vegetal. Agrupamento de plantas, com unidade de condições ambientais e fisionô-micas, que caracterizam ou dominam uma comunidade biótica.

Assoreamento. (1) Ato de encher, com sedimento ou outros materiais detríticos, uma baía, um lago, rio ou mar. Este fenômeno pode ser produzido naturalmente por rios, correntes costeiras e ventos, ou através da influência antrópica por obras de engenharia civil, tais como pontos e bar-ragens. (2) Deposição de sedimentos, tornando o local raso. (3) Acumulação de terra, areia e outros materiais no fundo de vales, rios, lagos, canais e represas. (4) Processo de elevação de uma superfície por deposição de sedimentos. Ocorre notadamente em rios e outros corpos d’água, estimulado pela ação antrópica. (5) Processo de acumulação de sedimentos não-consolidados, na superfície da terra ou em corpos d’água. (6) Obstrução de rio, canal, estuário ou qualquer corpo d’água por acúmulo de substância minerais (areia, argila) ou orgânicas (lodo), o que provoca a redução de sua profundidade e a força de sua correnteza (Glossário Ibama, 2003). (7) Processo em que lagos, rios, baías e estuários vão sendo aterrados pelos solos e outros sedi-mentos neles depositados pelas águas das enxurradas. Na impossibilidade de se proceder a reci-

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clagem do lixo, pela compostagem acelerada ou pela compostagem à céu aberto, as normas sani-tárias e ambientais recomendam a adoção de aterro sanitário e não do controlado, onde os resí-duos são depositados recebendo depois uma camada de terra por cima.

Astenosfera. Zona do manto terrestre que pode estar envolvida nos movimentos de compensa-ção isostática e de tectônica de placas. A astenosfera localiza-se no interior da litosfera rígida, entre 70 e 700 km, possui mais de 600 km de espessura e exibe alta atenuação de energia sísmi-ca (zona de baixa velocidade), por se apresentar parcialmente em estado de fusão.

Atenuação. (1) Diminuição da amplitude ou energia e aumento de comprimento de uma onda com a distância percorrida ou pelas características físicas do meio de transmissão. (2) Decrésci-mo na movimentação das partículas de água com o aumento da profundidade. Sinônimo: decai-mento de onda.

Aterro. (1) Aterrar com terra. Pode ser artificial, quando realizado pelo homem e natural, quando ocorre por forças da natureza, como deslizamento, aluvionamento. O aterro natural, em geral, provoca formação de acrescidos aos terrenos alodiais, à beira mar, margens de rios e altera o rumo de linhas divisórias. (2) Disposição dos resíduos sólidos no solo e sua cobertura com terra, numa freqüência semanal ou maior, de maneira a não ocasionar prejuízo ao ambiente e à saúde pública.

Aterro energético. Forma peculiar de aterro sanitário em que são tecnicamente instalados dre-nos para captar e reunir o gás produzido pela decomposição da matéria orgânica (processo anae-róbio). O gás assim produzido pode ser aproveitado para múltiplos usos, como forma de energia alternativa. O aterro energético deve obedecer a especificações técnicas apropriadas, inclusive para seu correto aproveitamento.

Aterro sanitário. (1) Sistema empregado para a disposição final dos resíduos sólidos sobre a terra, os quais são espalhados e compactados e diariamente cobertos com terra, para não resul-tar nenhum risco ou dano ao meio ambiente. (2) Área onde está localizado um depósito de lixo construído segundo normas técnicas, para evitar riscos de contaminação. (3) Área para disposi-ção de lixo que obedece a padrões técnicos adequados de impermeabilização do solo, do trata-mento de efluentes e da cobertura dos resíduos, visando proteger a saúde humana e o ambiente; não é sinônimo de lixão, termo empregado para depósitos irregulares e inadequados de resíduos; existem aterros especiais para lixos considerados perigosos, como, por exemplo, os resíduos de estabelecimentos de saúde e de certos tipos de indústria.

Atividade agrícola. Produção, o processamento e a comercialização dos produtos, subprodutos e derivados, serviços e insumos agrícolas, pecuários, pesqueiros e florestais; compreende proces-sos físicos, químicos e biológicos, onde os recursos naturais envolvidos devem ser utilizados e gerenciados, subordinando-se às normas e princípios de interesse público, de forma que seja cumprida a função social e conômica da propriedade (Lei 8.171/91).

Atividade espeleológica. Ação desportiva, ou aquelas técnico-científica de prospecção, mapea-mento, documentação e pesquisa que subsidiem a identificação, o cadastramento, o conhecimen-to, o manejo e a proteção das cavidades naturais subterrâneas (Decreto 99.556/90).

Atividade pesqueira. Captura, extração, coleta, transporte, conservação, transformação, bene-ficiamento, industrialização e comercialização dos seres animais e vegetais que tenham na água o seu natural ou mais freqüente meio de vida (Lei 7.679/88).

Atividade poluidora. Qualquer atividade utilizadora de recursos ambientais capaz, atual ou po-tencialmente, de causar poluição ou degradação ambiental. É eminentemente antrópica, ou seja, decorre das atividades humanas.

Ativo ambiental. (1) Bens ambientais de uma organização, como mananciais de água, encostas, reservas, áreas de proteção ambiental, etc. (2) Bens e direitos destinados ao controle, preserva-ção, proteção e recuperação do meio ambiente. Trata-se da provisão para perda de potencial de serviço dos ativos em função de causas ambientais.

Atlântico. (1) Um dos três maiores oceanos (os outros são Pacífico e Índico). (2) Termo usado inicialmente na Europa para denominar um intervalo de tempo do Holoceno, compreendido entre cerca de 7.750 e 5.000 anos a.C., após o Boreal e antes do Sub-boreal, durante o qual o clima inferido teria sido em geral úmido e mais quente do que atualmente.

Atmosfera. É a camada de ar que envolve o planeta. É dividida em vários estratos, mas se pode dizer que a atmosfera propriamente dita, situa-se numa faixa a 800 km do solo.

Atmosfera padrão. Definida pela International Civil Aeronautical Organization (ICAO) como a temperatura média do mar quando esta se encontra em em torno de 15 graus Celsius. O padrão

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de pressão é de 1.013,25 milibares, ou 29,92 polegadas de mercúrio, e a variação da temperatu-ra é de 0,65 graus Celsius numa área entre 100 metros até 11 quilômetros na atmosfera.

Atol. (1) Ilha ou conjunto de ilhas rochosas calcárias dispostas em anel, encerrando uma laguna interna – com profundidade de 30 a 100 m, de forma em geral circular. As estruturas rochosas são compostas principalmente de calcários de corais e algas, com até mais de 1000 metros de espessura, apoiados muitas vezes sobre vulcões submarinos parcialmente erodidos. Acredita-se que o desenvolvimento de calcários biogênicos tenha ocorrido simultaneamente à subsidência da estrutura vulcânica. A largura do anel rochoso varia de 50 a 500 m, e a sua altura em relação ao nível do mar não é superior a 3 m. Há atóis com 1 a 10 km, até no máximo 80 km de diâmetro. (2) Recife ou cadeia, mais ou menos circular, de pequenas ilhas formadas no mar pelo esqueleto calcário de celenterados, principalmente de pólipos de coral, criando uma laguna em seu interior.

Atômico. Referente ao átomo; estrutura formada basicamente por prótons e néutrons; a expres-são nuclear designa o núcleo do átomo.

Atmosfera. Camada de gases que envolve a Terra, elemento fundamental do sistema integrado de organização da vida no planeta; a atmosfera da Terra é composta de 78% de nitrogênio, 21% de oxigênio, 9% de argônio, 0,035% de dióxido de carbono e quantidades mínimas de outros gases. O nível de dióxido de carbono está aumentando na atmosfera, principalmente em conse-qüência da intensa queima de combustíveis fósseis. A contaminação da atmosfera pode ocorrer pela entrada de outros gases ou por partículas em suspensão; a mistura de gases pode causar a destruição de um dos gases, como acontece com o CFC, que ataca e destrói a camada de ozônio; em outros casos, provoca o surgimento de um terceiro elemento poluidor, acarretando graves conseqüências porque não é possível eliminá-lo da atmosfera, como se faz com as partículas, que podem ser reduzidas ou até eliminadas mediante a colocação de filtros nos pontos de emissão.

ATP. Trifosfato de adenosina: - molécula energética da célula sintetizada principalmente nas mi-tocôndrias e cloroplastos.

Atrativos turísticos. Constituem o componente principal e mais importante do produto turístico, pois determinam a seleção, por parte do turista, do local de destino de uma viagem, ou seja, ge-ram uma corrente turística até a localidade. Os atrativos turísticos podem ser de lugar, de even-tos, ou de ambos combinados.

Atrófico. Fase ou estágio de um organismo em que não ocorre alimentação.

Audiência pública. (1) Consulta à população sobre um problema ambiental ou sobre um projeto que pode causar problemas ao meio ambiente. (2) Exposição à comunidade interessada ou afeta-da por um empreendimento ou política a ser implantada, previamente à implantação, da proposta e, ao Meio Ambiente (RIMA), dirimindo dúvidas e recolhendo críticas e sugestões a respeito. A audiência pública pode ser solicitada por entidade civil, pelo Ministério Público ou por cinqüenta ou mais cidadãos. Quando houver pedido de audiência pública, qualquer licença concedida sem sua realização não terá validade. (3) Procedimento de consulta à sociedade, ou a grupos sociais interessados em determinado problema ambiental ou que estejam potencialmente afetados pelo projeto. A audiência pública faz parte dos procedimentos, como canal de participação da comuni-dade nas decisões em nível local.

Auditoria ambiental. (1) Instrumento de política ambiental que consiste na avaliação e docu-mentada e sistemática das instalações e das práticas operacionais e de manutenção de uma ati-vidade poluidora, com o objetivo de verificar: a obediência aos padrões de controle e qualidade ambiental; os riscos de poluição acidental e a eficiência das respectivas medidas preventivas; o desempenho dos gerentes e operários nas ações referentes ao controle ambiental; a pertinência dos programas de gestão ambiental interna ao empreendimento. (2) Processo de verificação, de natureza voluntária ou compulsória, que visa a avaliar a gestão ambiental de uma atividade eco-nômica, analisando seu desempenho ambiental, e verificando, entre outros fatores, o grau de conformidade com a legislação ambiental vigente e com a própria política ambiental da institui-ção. A prática de Auditoria Ambiental pode ser de natureza interna (como instrumento de gestão ambiental da empresa) ou externa (como meio de obter uma certificação ambiental para a em-presa). Pode ter também caráter compulsório, quando é legalmente exigida por um órgão regula-tório ambiental, como é o caso, por exemplo no Estado do Rio de Janeiro e outros estados da federação. (3) Instrumento de controle previsto na legislação ambiental; exame periódico e orde-nado dos aspectos normativos, técnicos e administrativos relativos às atividades de um empreen-dimento capazes de provocar efeitos prejudiciais ao meio ambiente; instrumento complementar nos processos de certificação de qualidade.

Austral. (1) Referente ao lado de onde sopra o vento sul. (2) Relacionado ao hemisfério e ao pólo com este nome. (3) Fala-se também de mares e terras compreendidas entre o Circo Polar Antártico e o Trópico de Capricórnio.

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Autóctone. Diz-se da espécie, do indivíduo ou da população originária do próprio local onde o-corre naturalmente; formado in situ.

Autodepuração. (1) Capacidade de um corpo de água de, após receber uma carga poluidora, através de processos naturais (físicos, químicos e biológicos), recuperar suas qualidades ecológi-cas e sanitárias. (2) Zona de contato entre duas formações com características distintas. Áreas de transição entre dois tipos de vegetação. A transição pode ser gradual, abrupta (ruptura), em mo-saico ou apresentar estrutura própria.

Auto-ecologia. (1) Estudos da interdependência entre o indivíduo e o ambiente. (2) Estudo dos organismos ou dos fatores do ambiente de modo individual.

Auto-fecundação. Modo de reprodução sexuada onde os gameta masculinos e femininos são oriundos do mesmo indivíduo. Ocorre predominantemente nos vegetais.

Auto-fertilidade. Capacidade para produzir sementes por autofecundação.

Autogamia. Autofecundação. Processo que consiste na união de gametas do mesmo indivíduo ou clone.

Auto-incompatibilidade. Adaptação fisiológica que impede a ocorrência de autofecundação.

Auto-sustentabilidade. Manutenção de algo sem interferências externas, capacidade de susten-tar-se às próprias custas.

Autólise. Decomposição de um organismo ou de parte deste por suas próprias enzimas sem a intervenção de outros organismos. Sinônimo: autodissolução.

Autopoiese. Termo usado na Nova Biologia para designar tanto a capacidade quanto o processo que têm os seres vivos de se autoconstruírem oude se reconstruírem segundos seus "padrões de organização" interna. Está relacionado com os conceitos de "sistema vivo" ou de "teia", utilizados para demonstrar que o fenômeno vital se desenvolve de forma sistêmica, estando seus elementos encadeados entre sí.

Autopolinização. Processo que consiste na polinização de uma flor por meio do pólen do próprio indivíduo ou clone. Transferência de pólen de uma árvore e uma flor feminina da mesma árvore ou do mesmo clone.

Autopoliplóide. Organismo com mais de dois conjuntos completos de cromossomos, todos deri-vados da mesma espécie.

Autoregulação. Conjunto de processos de controle interno de um sistema que o mantém dentro de uma faixa de estabilidade. Por exemplo: uma população que mantêm um tamanho relativa-mente constante, por meio de mudanças nos índices de controle de natalidade e de mortalidade, mais do que de forças externas.

Autoridade marítima. Autoridade exercida diretamente pelo Comandante da Marinha, respon-sável pela salvaguarda da vida humana e segurança da navegação no mar aberto e hidrovias in-teriores, bem como pela prevenção da poluição ambiental causada por navios, plataformas e suas instalações de apoio, além de outros cometimentos a ela conferidos por esta Lei (Lei 9966/00).

Autorização ambiental ou florestal. Ato administrativo que aprova a localização e autoriza a instalação e operação e/ou implementação de empreendimento, atividade ou obra, de acordo com as especificações constantes dos requerimentos, cadastros, planos, programas e/ou projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais condicionantes; estabelece con-dições, restrições e medidas de controle ambiental ou florestal de empreendimentos ou atividades específicas; tem prazo de validade estabelecido de acordo com a natureza do empreendimento.

Autoridade Polícia Ambiental. Oficial, subtenente e sargento, que integre uma organização policial militar d eproteção ambiental (OPMPA), na execução do policiamento ostensivo e nas a-ções policiais militares.

Autoridade portuária. Autoridade responsável pela administração do porto organizado, compe-tindo-lhe fiscalizar as operações portuárias e zelar para que os serviços se realizem com regulari-dade, eficiência, segurança e respeito ao meio ambiente (Lei 9966/00).

Autótrofos. Organismos que não produzem seu próprio alimento. Predomina a fixação da ener-gia da luz, o uso de substâncias inorgânicas simples e a formação de substâncias complexas.

Auxina. Hormônio que provoca o crescimento das plantas.

Avaliação ambiental. Expressão utilizada com o mesmo significado da avaliação de impacto ambiental, em decorrência de terminologia adotada por algumas agências internacionais de coo-peração técnica e econômica, correspondendo, às vezes, a um conceito amplo que inclui outras

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formas de avaliação, como a análise de risco, a auditoria ambiental e outros procedimentos de gestão ambiental (ARRUDA et allii, 2001).

Avaliação Ambiental Estratégica. Procedimento sistemático e contínuo de avaliação da quali-dade do meio ambiente e das conseqüências ambientais decorrentes de visões e intenções alter-nativas de desenvolvimento, incorporadas em iniciativas, tais como: a formulação de políticas, planos e programas (PPP), de modo a assegrar a integração efetiva dos aspectos biofísicos, eco-nômicos, sociais e políticos d eplanejamento e tomada de decisão (FEEMA, 1997).

Avaliação de conformidade. Exame sistemático do grau em que um produto, processo ou ser-viço atende aos requisitos especificados.

Avaliação de desempenho ambiental. Processo de medição, análise, avaliação, relato e co-municação do desempenho ambiental de uma organização através do critério adotado pela ge-rência.

Avaliação de Impacto ambiental. (1) Processo de avaliação dos impactos ecológicos, econômi-cos e sociais que podem advir da implantação de atividades antrópicas (projetos, planos e pro-gramas), e de monitoramento e controle desses efeitos pelo poder público e pela sociedade (AR-RUDA et allii, 2001). (2) Instrumento de política e gestão ambiental de empreendimentos, forma-do por um conjunto de procedimentos capaz de assegurar, desde o início do processo, que: se faça um exame sistemático dos impactos ambientais de uma proposta (projeto, programa, plano ou política) e de suas alternativas; se apresentem os resultados de forma adequada ao público e aos responsáveis pela tomada de decisão, e por eles considerados; se adotem as medidas de pro-teção do meio ambiente determinadas, no caso de decisão sobre a implantação do projeto (FEE-MA, 1997).

Aves. Uma das cinco classes em que se dividem os vertebrados, de sangue quente, a qual com-preende animais voláteis, bípedes, ovíparos, de corpo coberto de penas, bico córneo e sem den-tes.

Aves de arribação. Qualquer espécie de ave que migre periodicamente (Resolução CONAMA n° 004/85).

Aves migratórias. (1) Qualquer espécie de ave que migre periodicamente. (2) Aves pertencen-tes a determinadas espécies cujos indivíduos, ou alguns deles, atravessam, em qualquer estação do ano, as fronteiras dos países da América. Algumas espécies das seguintes famílias podem ser citadas como exemplos de aves migratórias: Charadriidae, Scolopacidae, Caprimulgidae, Hirudi-nidae (Decreto 58.054/66).

Avifauna. (1) O conjunto das aves de uma região, a fauna ornitológica de uma região. (2) Con-junto das espécies de aves encontradas em uma determinada área.

Axila. Ângulo formado pelo encontro de dois órgãos ou partes de uma planta (sentido restrito).

Azedamento do mangue. Inundação premeditada de área de mangue para que a cobertura vegetal morra devido submersão das estruturas vegetais responsáveis pelas trocas gasosas das raízes aéreas. Sob estas condições o mangue morre em alguns meses.

Azimute. (1) Plano que passa por uma estrela e a vertical do observador. Ângulo desse plano com o meridiano. Comun. Ângulo formado pela fitas magnéticas num gravador em relação ao entreferro (= fenda minúscula) da parte dianteira da cabeça de gravação ou de reprodução.

Azimute magnético. Ângulo compreendido entre o meridiano de um lugar e o meridiano mag-nético. (2) Distância angular, medida sobre o horizonte, variando de 0º a 360º, a partir do norte por leste (Azimute topográfico) ou a partir do sul por oeste (Azimute astronômico) (Glossário Li-breria, 2003).

Azotobacter. Grupo de bactérias aeróbias, fixadoras de nitrogênio atmosférico no solo, princi-palmente nos que são ricos em húmus, com reação alcalina ou neutra.

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B Bacia. (1) Área extensa e deprimida para onde correm os rios que drenam as áreas adjacentes. (2) Área deprimida de formas circulares ou elípticas, em que as camadas sedimentares apresen-tam mergulhos essencialmente centrípetos. (3) Depressão de forma variada ou conjunto de ter-ras pouco inclinadas, podendo ser ocupada ou não por rios e lagos. Esta forma de relevo se opõe aos maciços, cadeias de montanhas, planaltos e outras (Glossário Libreria, 2003).

Bacia amazônica. Área abrangida pelos Estados do Acre, Pará, Amazonas, Roraima, Rondônia e Mato Grosso, além das regiões situadas ao Norte do paralelo de 13°S, nos Estados de Tocantins e Goiás, e a Oeste do meridiano de 44°W, no Estado do Maranhão (Decreto 1.282/94).

Bacia barrada. Mesmo que bacia com soleira.

Bacia com soleira. Bacia submarina de deposição separada do corpo principal por uma crista submersa estreita. A água mais profunda da bacia costuma ser mais ou menos estagnada e apre-senta, portanto, características redutoras. Sinônimo: bacia barrada (v.).

Bacia discordante. Área deprimida rasa em uma região de arco insular que corta outras dire-ções de estruturas.

Bacia evaporítica. Local de sedimentação evaporítica, caracterizada por bacia restrita em clima quente e seco, que recebe influxo de água salgada. Intensa concentração salina por evaporação, pode resultar na precipitação por dolomita, calcita, gipsita, halita e sais de K, Mg e Br.

Bacia faminta. Bacia sedimentar que recebe suprimento sedimentar menor do que a capacidade de recepção. Isso resulta, freqüentemente, da taxa de subsidência da bacia muito grande em relação ao levantamento da área fonte.

Bacia hidrográfica. (1) Área limitada por divisores de água, dentro da qual são drenados os recursos hídricos, através de um curso de água, como um rio e seus afluentes. A área física, as-sim delimitada, constitui-se em importante unidade de planejamento e de execução de atividades sócio-econômicas, ambientais, culturais e educativas. (2) Toda a área drenada pelas águas de um rio principal e de seus afluentes. (3) Área total de drenagem que alimenta uma determinada rede hidrográfica; espaço geográfico de sustentação dos fluxos d’água de um sistema fluvial hierarqui-zado. (4) Toda a área de terra drenada por um determinado curso d’água e seus tributários, limi-tada perifericamente pelos chamados divisores de águas. (5) Área na qual um aqüífero ou um sistema fluvial recolhe sua água. (6) Conjunto de terras drenadas por um rio principal e seus a-fluentes, onde normalmente a água se escoa dos pontos mais altos para os mais baixos.

Bacia marginal. Bacia do tipo mar epicontinental, adjacente a um continente, com o fundo cons-tituído de massa continental submersa. No Brasil, esse tipo de bacia é também chamado de bacia costeira e distribui-se desde a foz do Amazonas até a costa do Rio Grande do Sul. Atualmente, as atividades exploratórias de petróleo nessas bacias é muito intensa, particularmente na Bacia de Campos (RJ).

Bacia nuclear. Área negativa de pequena profundidade, em relação ao arco insular, concordante com as tendências estruturais dos elementos positivos associados. Corresponde a uma espécie de bacia sedimentar fóssil, em que a fase de forte subsidência não é seguida por intensos dobra-mentos.

Bacia oceânica. (1) Cada uma das depressões gigantescas da superfície terrestre ocupada pelos oceanos e cuja existência é considerada geologicamente bastante antiga. (2) Porção deprimida de forma mais ou menos circular, situada entre as cadeias submarinas, apresentando espessuras variáveis de sedimentos acumulados. Há 14, 19 e 12 bacias oceânicas deste tipo, distribuídas pelos oceanos Pacífico, Atlântico e Índico, respectivamente.

Bacia sedimentar. (1) Área geologicamente deprimida, contendo grande espessura de sedimen-tos no seu interior e podendo chegar a vários milhares de metros e pequena espessura (dezenas a centenas de metros) nas porções marginais. Exemplo: bacia do Paraná (mais de 1.500.00 km² de área e 5.000 a 6.000 m nas porções mais espessas). (2) Depressão enchida com detritos car-regados das águas circunjacentes. As bacias sedimentares podem ser consideradas como planí-cies aluviais que se desenvolvem, ocasionalmente, no interior do continente (GUERRA, 1978).

Bactérias do solo. Bactérias existentes principalmente em solos moles, férteis, que vivem livres ou em simbiose com as plantas. Algumas espécies realizam importantes trocas metabólicas no solo (fixam o nitrogênio atmosférico), outras são capazes de degradar quase todo tipo de materi-al orgânico, liberando, para o ar, água e solo todas as substâncias químicas nele existentes e que serão aproveitadas mais tarde por outros seres vivos.

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Bactéria. (1) Organismos unicelulares que podem se multiplicar em ambientes orgânicos não vivos, sem precisar de oxigênio (bactérias anaeróbias). Servem como base de várias cadeias ali-mentares. Podem ser patogênicas ou benéficas. (2) Organismos vegetais microscópicos, geral-mente sem clorofila, essencialmente unicelulares e universalmente distribuídos (ABNT, 1973).

Baga. Fruto simples carnoso que apresenta paredes moles e um ou mais carpelos e sementes. Por exemplo, abacaxi e banana.

Baía. Trecho côncavo do litoral marinho ou lacustre, delimitado entre dois cabos ou promontó-rios, menor do que um golfo e maior do que uma enseada.

Baixada. Depressão do terreno ou planície entre montanhas e o mar. Área deprimida em relação aos terrenos contíguos. Geralmente se designam assim as zonas próximas ao mar; algumas ve-zes usa-se o termo como sinônimo de planície.

Baixa–mar. (1) Elevação mínima alcançada por cada maré vazante. (2) Valor médio de todas as baixas marés verificados durante um considerável intervalo de tempo.

Baixo platô. Baixo planalto.

Balança comercial. Relação entre as exportações e as importações de um país.

Balanço fisiológico. Soluções do solo que, além de suprir a árvore de elementos nutritivos es-senciais, mantêm certa proporção. Alguns elementos nutritivos, como magnésio e o potássio, são encontrados em soluções bastante fracas, pois caso contrário seriam tóxicos. Além disso, devem ser encontrados em mistura com outros sais, principalmente cálcio.

Balanço hídrico. Método criado em 1955, e aperfeiçoado em 1957 por Thorntwaite & Mather, fundamentado na constatação empírica do ciclo hidrológico que, em síntese, pode ser explicado da seguinte maneira: a precipitação atmosférica é a fonte original da água que penetra e escoa sobre a superfície terrestre. Parte dessa água é utilizada pelas plantas, outra escoa para o lençol freático para, em seguida, evaporar-se ou ser em parte reabsorvida pelo sistema do solo e das plantas. O mais simples dos métodos consiste em comprar a quantidade de água recebida pelo ambiente através das chuvas com a quantidade perdida pela evapotranspiração.

Balneabilidade. É a medida das condições sanitárias das águas destinadas à recreação de con-tato primário. A balneabilidade é feita conforme a Resolução do CONAMA 274 de 29 de novembro de 2000, após 5 semana de coleta e análises microbiológicas para Coliformes fecais, Escherichia coli e/ou Enterococos, nos dias e locais de maior influência do público.

Balonismo (Hot - Air Ballooning). Viagens de uma hora ou mais, em balões, para observar belezas cênicas da região, confiando nos efeitos do ar quente e de correntes de vento.

Banco de areia (barra, coroa). (1) Depósitos alongados de areias, conchas, lamas etc., fre-qüentemente encontrados em mares e lagos. (2) Elevação do fundo submarino rodeada por á-guas mais profundas (até cerca de 200 m), em geral segura à navegação superficial, tipicamente encontrada sobre as plataformas continentais ou nas proximidades de uma ilha. (3) Deposição de material sobre o fundo de um lago, de um rio, de sua foz, ou do mar, junto à costa, em resultado do perfil do fundo, das correntes dominantes e da ocorrência de sedimentos. (4) Banco de sedi-mentos (areia, cascalho) depositado no leito de um rio, constituindo obstáculos ao escoamento e à navegação (DNAEE, 1976). (5) Acumulação de aluviões e seixos nas margens dos rios e na bei-ra dos litorais onde predominam as areias (GUERRA, 1978). (6) Acumulação de detritos, seixos, aluviões nas margens dos rios e nos litorais onde predominam as areias (Glossário Libreria, 2003).

Banco de dados. Registro, documentação e armazenamento computadorizado de informações relativas a acessos de uma coleção.

Banco de genes. Base física onde o germoplasma é conservado. Geralmente são centros ou ins-tituições públicas e privadas que conservam as coleções de germoplasma sob a forma de semen-tes, explantes ou plantas a campo. Informalmente, banco de genes e banco de germoplasma se equivalem em sentido.

Banco genético. Também conhecido como banco de germoplasma, é uma área reservada para multiplicação de plantas, a partir de uma reserva de sementes ou de mudas, ou um laboratório onde se conservam os genes de diferentes plantas.

Banco de germoplasma. Expressão genérica usada para designar uma área de preservação biológica com grande diversidade de espécies e densidade vegetal. Por extenso, qualquer área reservada para multiplicação de plantas a partir de um banco de sementes ou de mudas (hortos). Em sentido amplo, o mesmo que banco genético.

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Banhado. (1) Termo utilizado para as extensões de terras inundadas pelos rios. Constituem ter-ras boas para a agricultura, ao contrário dos pântanos (GUERRA, 1978). (2) Termo derivado do espanhol "bañado", usado no sul do Brasil para as extensões de terra inundadas pelos rios.

Bankia. Gênero de organismos xilófago marinho do grupo dos moluscos.

Barcana. Duna arenosa eólica em forma de crescente, com o lado convexo dirigido para o vento. O perfil é assimétrico, com o declive mais suave no lado convexo (barlavento) e o declive mais abrupto no lado côncavo (sotavento). É uma duna típica dos desertos interiores, sendo mais rara em regiões costeiras.

Baritina. Mineral, sulfato de bário.

Barlamar. Sentido contrário ao transporte preferencial de sedimentos clásticos litorâneos, movi-mentados através de correntes longitudinais.

Barra. Bancos ou montículos de areia, cascalhos ou outros sedimentos inconsolidados, total ou parcialmente submersos, acumulados por ação de correntes e/ou ondas em curso fluvial ou em entradas de estuários. Em geral, não estão unidas a ilhas ou continentes.

Barreira (Formação). Nome atribuído a uma unidade litoestratigráfica de sedimentação em ambiente continental, composta de argilas variegadas e lentes arenosas localmente conglomeráti-cas, que se distribui desde o vale amazônico e através das costas norte, nordeste e leste do Bra-sil. Bigarella (1975) chamou-a de Grupo Barreiras, admitindo uma subdivisão nas formações Gua-rarapes (inferior) e Riacho Morno (superior). Sua idade é controvertida, e os últimos dados, base-ados em paleomagnetismo, indicaram idade pliocênica (Suguio et al, 1986). As formações São Paulo (SP), Caçapava (SP), Alexandra (PR) e Graxim (RS) parecem ser correlacionáveis à Forma-ção Barreiras.

Barreira de dispersão. São consideradas barreiras de dispersão - geográficas: as marés; edáfi-cas; a acidez, a fertilidade, a umidade, etc; climáticas: o clima deve oferecer condições mínimas à espécie; biolóicas: um consumidor pode ter seu crescimento ou dispersão interrompidos pela ausência do organismo que lhe serve de alimento.

Barreira ecológica. (1) Define os limites biogeográficos de expansão das espécies, tem-se apli-cado, em estudos ambientais, para designar tanto os obstáculos naturais quanto o resultado de algumas ações humanas que tendem a isolar ou dividir um ou mais sistemas ambientais, impe-dindo assim as migrações, trocas e interações. (por exemplo, a abertura de uma rodovia pode se constituir, ao atravessar uma floresta ou um pântano, em uma barreira ecológica. (2) São forma-ções que isolam uma espécie das outras (MARTINS, 1978). (3) O conceito de barreira ecológica, desenvolvido para definir os limites biogeográficos de expansão das espécies, tem-se aplicado, em estudos ambientais, para designar tanto os obstáculos naturais quanto o resultado de algu-mas ações humanas que tendem a isolar ou dividir um ou mais sistemas ambientais, impedindo assim as migrações, trocas e interações. São formações que isolam uma espécie das outras.

Barragem. Barreira dotada de uma série de comportas ou outros mecanismos de controle, cons-truída transversalmente a um rio, para controlar o nível das águas para canais. Estrutura que evita a intrusão de água salgada em um rio, sujeito à influência das marés. Obra de terra para conter as águas de um rio em determinado trecho ou para evitar as inundações decorrentes de ondas de cheia ou de marés (DNAEE, 1976).

Barragem de acumulação. A que se destina a represar água para utilização no abastecimento de cidades, em irrigação ou em produção de energia.

Barragem de derivação. Barragem que se destina a desviar um curso de água.

Barragem de regularização. Destina-se a evitar grandes variações do nível de um curso de água, para controle de inundação ou para melhoria das condições de navegabilidade.

Basalto. Rocha efusiva de cor escura, pesada, tendo como minerais essenciais o piroxênio augíti-co, feldspato calcassódicos, como a labradorita e a anortita. A decomposição do basalto dá apare-cimento a uma argila de coloração vermelha, originando geralmente solos férteis, as terras roxas.

Base cartográfica. Conjunto de dados que representam os aspectos naturais e artificiais de um determinado espaço geográfico sob a forma de mapas, cartas ou plantas.

Base de dados. Coleção de informações sobre acessos, que inclui descritores e os estados dos descritores associados.

Base de dados geográficos. Conjunto de dados espaciais e seus atributos, organizados de for-ma adequada para operações de inserção, busca, edição e análise espacial.

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Base de morro, monte ou montanha. Plano horizontal definido por planície ou superfície de lençol d’água adjacente ou, nos relevos ondulados, pela cota da depressão mais baixa ao seu re-dor (Resolução CONAMA 303/2002, art. 2°, VI).

Base genética. Total da variação genética presente em uma população. Em princípio, quanto maior for a amplitude da variação genética maior será a capacidade da população fazer frente a flutuações ambientais, em benefício de sua perpetuação.

Batial. (1) Pertencente ao ambiente bentônico do talude continental, variando em profundidade entre 200 e 2.000 m. (2) Pertencente às porções profundas dos oceanos; mar profundo.

Batimetria. Ato de medição ou informações derivadas das medidas de profundidade da água em oceanos, mares ou lagos.

Batólito. Intrusão de material vulcânico em fendas da crosta terrestre.

Bem-estar social. É o bem comum, o bem da maioria, expresso sob todas as formas de satisfa-ção das necessidades coletivas. Nele se incluem as exigências naturais e espirituais dos indiví-duos coletivamente considerados: são as necessidades vitais da comunidade, dos grupos, das classes que compõem a sociedade (MEIRELES, 1976).

Bento. (1) Conjunto de seres do bioma aquático que vivem em relação com o fundo submerso. (2) Que vivem no fundo de um corpo de água. Organismos aquáticos, fixados ao fundo, que per-manecem nele, ou que vivem nos sedimentos do fundo. Fauna e flora de profundidade, encontra-da no fundo de mares, rios e lagos, distinguindo-se dos que vivem no fundo dos oceanos (abis-sais) e também dos plânctons, que são superficiais e necessitam da luz. O benthos, conjunto des-ses seres, chegam a constituir verdadeiro ecossitema; fala-se de "comunidades bentônicas". Vi-vem dos restos de animais e vegetais encontrados nas águas. Apresentam rica biodiversidade.

Bentônico. (1) Relativo ao fundo do mar ou de qualquer corpo de água estacionário. (2) Perten-cente aos bentos. Alguns dos muitos vegetais e animais bentônicos marinhos: algas, foraminífe-ros, corais, vermes. Sinônimo: bêntico.

Berma. (1) Terraço originado pela interrupção de um ciclo erosivo, com rejuvenescimento de um rio em estágio maturo, ocasionando a dissecação e o abandono de restos da antiga planície de inundação. (2) Porção praticamente horizontal da praia ou pós-praia formada pela sedimentação por ação de ondas acima da linha de preamar média. (3) Encosta de praia que fica entre a arre-bentação e a vista das dunas ou do cordão litorâneo (FEEMA, 1985).

Betume. Material utilizado em pavimentação de ruas e estradas.

BHC. Abreviação do 1, 2, 3, 4, 5, 6 hexaclorociclohexano, um inseticida hidrocarboneto clorado, utilizado principalmente para controlar os insetos do algodão.

Bianual. Planta que completa seu ciclo biológico em 24 meses, desde a germinação até a produ-ção de sementes (sentido restrito).

Biblioteca genômica. Coleção de clones moleculares que contém, pelo menos, uma cópia de cada seqüência de ADN no genoma.

Bifenilas Policloradas (PCBs, Ascarel). São substâncias orgânicas que consistem em uma molécula bifenila, com ou sem substituintes alquila ou arila, na qual mais de um átomo de cloro é substituído no núcleo bifenila. Os produtos comerciais são misturas de compostos clorados em vários graus, de acordo com o uso pretendido, também podendo conter baixos teores de impure-zas altamente tóxicas como clorobenzotioxinas e policlorodibenzofuranos. Os óleos que contém PCBs são conhecidos comercialmente como Ascarel, Aroclor, Clophen, Phenoclor, Kaneclor, Pyro-clor, Inerteen, Pyranol, Pyralene e outros. São óleos que apresentam PCBs em sua composição química, combinados com solventes orgânicos. Podem se apresentar como óleo ou sólido branco cristalino, tendendo a sedimentar-se quando em mistura com água. A toxicidade em seres huma-nos ocorre a partir da ingestão ou contato.

Bifurcação. (1) Divisão em dois ramos, mais ou menos divergentes. (2) A bifurcação ou árvore dupla, geralmente, é resultante de insuficiente crescimento em altura, na idade jovem, ou, no caso de troncos alongados, da perda da gema terminal. Neste caso há grandes prejuízos na qua-lidade da madeira.

Bioacumulação. (1) O lançamento de resíduos ou dejetos, mesmo em pequenas quantidades, pode ser causa de uma lenta acumulação pelo canal dos produtores vegetais e dos consumidores ulteriores (herbívoros, carnívoros). Esta concentração na cadeia alimentar pode constituir uma ameaça direta para os organismos vegetais e animais, assim como para os predadores, inclusive o homem. A bioacumulação é a mais freqüente e pronunciada no meio aquático. Sua importância depende da taxa de metabolismo, ou de eliminação dos produtos, considerada em cada organis-

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mo aquático. Os seguintes produtos são conhecidos como tendo tendência a se acumular nos sistemas marinhos, compostos de cádmio, mercúrio e chumbo, Aldrin, Deldrin, Endrin, DDT, dife-nilas polihalogenadas, hexacloro benzeno, BHC, heptacloro (LEMAIRE & LEMAIRE 1975). (2) Pro-cesso através do qual um determinado poluente se torna mais concentrado ao entrar na cadeia alimentar. (3) Processo pelo qual um elemento químico tóxico se torna mais concentrado ao en-trar na cadeia alimentar. Ocorre freqüentemente com os metais pesados: como são poluentes não-metabolizados pelos seres vivos, os metais pesados são absorvidos, por exemplo, por larvas de peixe. Os predadores que se alimentam das larvas contaminadas acabam acumulando o polu-ente e contaminando, por sua vez, seus próprios predadores. E o mesmo ocorre em outros níveis da cadeia alimentar.

Biocenose. (1) Unidade ecológica natural das plantas e animais, isto é, associação de organis-mos que vivem juntos em estado de dependência mútua. (2) Em estratigrafia, corresponde a uma associação de organismos que viveram no mesmo local em que foram soterrados e fossiliza-dos, em contraposição à tanatocenose. (3) Associação de organismos de espécies diferentes que habitam um biótipo comum. (4) Conjunto de organismos vivos que habitam de forma permanen-te ou mesmo intermitente um determinado ecossistema. (5) É um conjunto de populações, ani-mais ou vegetais, ou de ambos, que vivem em determinado local. Constitui a parte de organis-mos vivos de um ecossistema (CARVALHO, 1981). (6) Conjunto de seres vivos, animais, plantas e microorganismos dentros de um mesmo ambiente (biótopo), em equilíbrio dinâmico. O mesmo que comunidade biológica ou biótica. Biocenose. (7) É um grupamento de seres vivos reunidos pela atração não recíproca exercida sobre eles pelos diversos fatores do meio; este grupamento caracteriza-se por determinada composição específica, pela existência de fenômenos de interde-pendência, e ocupa um espaço chamado biótopo. É o mesmo que comunidade biótica e associa-ção. Conjunto equilibrado de animais e de plantas de uma comunidade (Glosário Ibama, 2003). Biocida. (1) Substâncias químicas, de origem natural ou sintética, utilizadas para controlar ou eliminar plantas ou organismos vivos considerados nocivos à atividade humana ou à saúde (ACI-ESP, 1980). (2) Elemento químico que envenena organismos vivos, podendo matar muitos tipos diferentes de organismos. Pode se acumular no ambiente, causando problemas agudos ou crôni-cos aos seres vivos. (3) Substância utilizada para matar organismos. (4) Substância tóxica de amplo espectro, utilizada para matar organismos considerados nocivos ao homem. Dos biocidas decorrem muitas variações, conforme o uso a que se destinam.

Bioclima. (1) Relação entre o clima e os organismos vivos. As condições atmosféricas, principal-mente a temperatura, a umidade e a insolação, são um dos fatores determinantes de distribuição geográfica das plantas, o que levou à criação de uma classificação climática da cobertura vegetal. Algumas espécies também estão ligadas a zonas climáticas, embora as outras sejam adaptáveis a ampla variedade de climas. (2) Área geográfica homogênea, caracterizada por um regime climáti-co dominante que provoca uma resposta estrutural da vegetação (harmonia cli-ma/solo/vegetação) (DANSEREAU, 1978). (3) Relação entre o clima e os organismos vivos.

Bioclimática. Ciência que relaciona as características de certo lugar, em que crescem determi-nadas plantas, com as de outro lugar com propriedades semelhantes, em que tais plantas podem ser introduzidas com um bom êxito.

Biodegradação. Decomposição por processos biológicos naturais. Substâncias biodegradáveis são aquelas que podem ser decompostas por este tipo de processo.

Biodegradável. (1) Substância que se decompõe, perdendo suas propriedades químicas nocivas em contato com o meio ambiente. É uma qualidade que se exige de determinados produtos (de-tergentes, sacos de papel, etc.). (2) Produtos susceptíveis de se decompor por microorganismos (LEMAIRE & LEMAIRE, 1975). (3) Um grande número de substâncias dispersas no meio ambiente são instáveis. Em muitos casos, os microorganismos, bactérias - edáficos ou aquáticos desempe-nham um papel ativo nessa decomposição; diz-se então que a substância é biodegradável (CHARBONNEAU, 1979). (4) Tudo que pode ser decomposto por microorganismos (5) Que se de-compõe em substâncias naturais pela ação de microrganismos, perdendo suas propriedades ori-ginais em contato com o ambiente; dá-se o nome de persistente à substância de difícil degrada-ção. (6) Substância que se decompõe pela ação de seres vivos.

Biodeterioração. Alteração de uma ou mais propriedades de um material, como resultado da ação de organismos vivos.

Biodeteriorador. Organismo vivo que atua em materiais, alterando uma ou mais de suas propri-edades.

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Biodiesel. Combustível para motores a combustão interna com ignição por compressão, renová-vel e biodegradável, derivado de óleos vegetais ou de gorduras animais, que possa substituir par-cial ou totalmente o óleo diesel de origem fóssil (MP 214 de 13/09/04).

Biodigestor. Determinação da eficiência relativa de uma substância (vitaminas, metais, hormô-nios), pela comparação de seus efeitos em organismos vivos com um padrão de comportamento. Emprego de organismos vivos para determinar o efeito biológico de certas substâncias, fatores ou condições (The World Bank, 1978).

Biodiversidade. (1) Referente à variedade de vida existente no planeta, seja terra ou água. (2) Variedade de espécies de um ecossistema. (3) É o conjunto de todas as espécies de plantas e animais e de seus ambientes naturais, existentes em uma determinada área. (4) Termo que se refere à variedade de genótipos, espécies, populações, comunidades, ecossistemas e processos ecológicos existentes em uma determinada região. Pode ser medida em diferentes níveis: genes, espécies, níveis taxonômicos mais altos, comunidades e processos biológicos, ecossistemas, bio-mas, e em diferentes escalas temporais e espaciais (ARRUDA et allii, 2001). (5) Diversidade bio-lógica; o total de genes, de comunidades e ecossistemas e processos de uma região, abrange todas as espécies de plantas, animais e microorganismos, bem como os sistemas a que perten-cem, e pode ser considerada em quatro níveis: diversidade genética, diversidade de espécies, diversidade de ecossistemas e diversidade de comunidades e processos. A diversidade de genéti-ca refere-se à variação dos genes dentro das espécies, cobrindo diferentes populações da mesma espécie e a variação genética dentro de uma população. A diversidade de espécies refere-se à variedade existente dentro de uma região. A diversidade de ecossistemas refere-se aos diferentes ecossistemas que compõem uma região determinada. A diversidade de comunidades e de proces-sos refere-se aos elementos que compõem cada um dos ecossistemas de uma determinada regi-ão. (6) A biodiversidade é o centro atual da discussão entre países possuidores de reservas signi-ficativas de diversidade biológica, que defendem o princípio da soberania sobre tais recursos, e os detentores de tecnologias para reprodução e uso destes recursos, que consideram a biodiversida-de como patrimônio da humanidade, ou seja, de livre acesso. (7) Representa a diversidade de comunidades vegetais e animais que se interrelacionam e convivem num espaço comum que po-de ser um ecossistema ou um bioma (Glossário Ibama, 2003). (8) Expressão que define a diver-sidade da vida na Terra, fator primordial para a preservação do equilíbrio na natureza (Glossário Libreria, 2003). (9) Trata-se do conjunto de espécies e ecossistemas de uma determinada região.

Bioensaio. Determinação da eficiência relativa de uma substância (vitaminas, metais, hormô-nios), pela comparação de seus efeitos em organismos vivos com um padrão de comportamento. Emprego de organismos vivos para determinar o efeito biológico de certas substâncias, fatores ou condições.

Bioengenharia. Método que emprega processos químicos ou genéticos na produção de drogas ou alimentos.

Biofácies. Exprime a variação do aspecto biológico de um sedimento, cujo uso pode ou não ser restrito a uma unidade litoestratigráfica.

Biofertilizante. Produto que contenha princípio ativo apto a melhorar, direta ou indiretamente, o desenvolvimento das plantas (Lei 6.894/80).

Biofiltro. Filtro provido de microorganismos aeróbios (que precisam de oxigênio para viver), a fim de eliminar o odor de gases e de misturas que exalam mau cheiro.

Biogás. (1) Gás resultante da decomposição anaeróbica de biomassa (resíduos agrícolas, flores-tais, lixo), que pode ser usado como combustível devido ao seu alto teor de metano. (2) Gás pro-duzido pela fermentação de matéria orgânica, em geral constituído predominantemente pelo me-tano, que pode ser usado como combustível. (3) Mistura de gases cuja composição é variável e expressa em função dos componentes que aparecem em maior proporção. Sua obtenção pode variar de diversos tipos de materiais, como resíduos de materiais agrícolas, lixo e esgoto.

Biogênese. (1) Teoria que admite que os seres vivos somente se originam pela reprodução de outros seres vivos. (2) Processo resultante da ação de organismos vivos.

Biogênico. Relacionado a um depósito resultante da atividade fisiológica de organismos. A rocha assim originada é designada de biolitito.

Biogeografia. (1) Ramo da Biologia que trata da distribuição geográfica dos organismos vivos animais e vegetais. (2) Parte da biologia que se ocupa do estudo da distribuição dos animais (zo-ogeografia) e dos vegetais (fitogeografia) pelas diversas regiões da terra. (3) Estudo multidisci-plinar, centrado numa perspectiva ecológica, que analisa a distribuição atual e passada de plantas e animais.

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Bioindicadores. São espécies animais ou vegetais que indicam precocemente a existência de modificações bióticas (orgânicas) e abióticas (físico/químicas) de um ambiente. São organismos que ajudam a detectar diversos tipos de modificações ambientais antes que se agravem e ainda a determinar qual o tipo de poluição que pode afetar um ecossistema.

Bioindústria. Indústria que tem como objetivo a produção de organismos vivos (como enzimas).

Biologia. (1) Ciência que estuda os seres vivos e suas relações, a fim de conhecer as leis peculi-ares à matéria viva. (2) Estudo dos organismos vivos e dos processos de vida, incluindo origem, classificação, estrutura, atividades e distribuição.

Biologia diferencial. Biotipologia.

Biologia espacial. Estudo da vida como ela possa apresentar-se no espaço.

Bioma. (1) Comunidade principal de plantas e animais associada a uma zona de vida ou região com condições ambientais, principalmente climáticas, estáveis. Exemplo: floresta de coníferas do Hemisfério Norte. (2) A unidade biótica de maior extensão geográfica, compreendendo várias comunidades em diferentes estágios de evolução, porém denominada de acordo com o tipo de vegetação dominante: mata tropical, campo, etc. (3) É uma unidade de comunidade biótica, fa-cilmente identificável, produzida pela atuação recíproca dos climas regionais como a biota e o substrato, na qual a forma de vida da vegetação climática clímax, como também o clímax edáfico e as etapas de desenvolvimento, os quais estão dominados, em muitos casos, por outras formas de vida (ODUM, 1972) (4) É uma comunidade maior composta de todos os vegetais, animais e comunidades, incluindo os estágios de sucessão da área. As comunidades de um bioma possuem certa semelhança e análogas condições ambientais. É a unidade ecológica imediatamente superi-or ao ecossistema (CARVALHO, 1981). (5) Amplo conjunto de ecossistemas terrestres, caracteri-zados por tipos fisionômicos semelhantes de vegetação com diferentes tipos climáticos. São grandes ecossistemas que compreendem várias comunidades bióticas em diferentes estágios de evolução, em vasta extensão geográfica. Por necessidade ecológica, os biomas apresentam inten-sa e extensa interação edáfica e climática, definindo assim as condições ambientais característi-cas. É a unidade ecológica imediatamente superior ao ecossistema. Há biomas terrestres e aquá-ticos. Os grandes biomas brasileiros são a Floresta Amazônica, a Floresta Atlântica, o Pantanal Mato-Grossense, o Cerrado, a Caatinga, o Domínio das Araucárias, as Pradarias e os ecossiste-mas litorâneos. (6) Comunidades estáveis e desenvolvidas, que dispõem de organismos bem a-daptados às condições ecológicas de uma grande região. Normalmente apresentam certa especi-ficidade quanto a clima, solo ou relevo (Glossário Ibama, 2003). (7) Total de matéria orgânica contida em determinado espaço, incluindo todos os animais e vegetais (biologia). para a econo-mia pode ser vista como potencial de matéria-prima, especialmente na produção de energia (Glossário Libreria, 2003).

Bioma Amazônia. Clima equatorial, terras baixas e florestas tropicais e equatoriais úmidas. Es-tende-se além do território brasileiro. Em território brasileiro, os ecossistemas amazônicos ocu-pam uma superfície de 3,6 milhões de quilômetros quadrados, abrangendo os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e pequena parte dos estados do Maranhão, Tocan-tins e Mato Grosso. A Amazônia é reconhecida como a maior floresta tropical existente no plane-ta, correspondendo a 1/3 das reservas de florestas tropicais úmidas e o maior banco genético da Terra. Contém 1/5 da disponibilidade mundial de água doce.

Bioma Cerrado. Clima tropical e vegetação de campos, com árvores isoladas, de troncos retor-cidos e folhas encerradas e matas ciliares ao longo dos cursos d´ água. Está distribuído, princi-palmente, pelo Planalto Central Brasileiro, nos estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, parte de Minas Gerais, Bahia e Distrito Federal, somando 1,9 milhões de quilôme-tros quadrados. Existem manchas periféricas ou ecótonos, que são transições copm os biomas Amazônia, Floresta Atlântica e Caatinga.

Bioma Caatinga. Clima semi-árido com drenagens intermitentes. Conhecido como sertão nor-destino, tem uma área de aproximadamente 736.836 mil quilômetros quadrados, 6,83% do terri-tório brasileiro, está distribuído pelos estados de Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Per-nambuco, Sergipe, Alagoas, Bahia, oeste do Maranhão e pequena parte do norte de Minas Gerais. É o principal ecossistema existente na Região Nordeste. Apesar de estar localizado em área de clima semi-árido, apresenta riqueza biológica e endemismo. A ocorrência de secas estacionais e periódicas estabelece regimes intermitentes aos rios e deixa a vegetação sem folhas. A folhagem das plantas volta a brotar e fica verde nos curtos períodos de chuvas.

Bioma Floresta Atlântica. Clima tropical com influência do Oceano Atlântico e floresta tropical úmida. O domínio da Floresta Atlântica estende-se por 1,2 milhão de quilômetros quadrados ao longo da costa brasileira, do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul, avançando para o interi-or, principalmente nos estados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina. considerada como a quin-

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ta área mais ameaçada e rica em espécies endêmicas do mundo. Em termos gerais, o domínio da Floresta Atlântica pode ser visto como um mosaico diversificado de ecossistemas, apresentando estruturas e composições florísticas diferenciadas, em função de diferenças de solo, relevo e ca-racterísticas climáticas existtentes na ampla área de ocorrência cerca de 7,3% de sua cobertura florestal original. Levantamentos apontam a existência de 1.361 espécies da fauna brasileira, com 261 espécies de mamíferos, 620 de aves, 200 de répteis e 280 de anfíbios, sendo que 567 espé-cies só ocorrem neste bioma. Possui, ainda, cerca de 20 mil espécies de plantas vasculares, das quais 8 mil delas também só ocorrem na Floresta Atlântica. No sul da Bahia, foi identificada a maior diversidade botânica do mundo para plantas lenhosas, ou seja, foram registradas 454 es-pécies em um único hectare. Dentro do domínio da Floresta Atlântica destaca-se como ecossiste-ma ameaçado a Floresta com Araucária, localizada nos planaltos de altitudes úmdias da Região Sul, distribuindo-se por cerca de 400 mil quilômetros quadrados. Em terrenos de maiores altitu-des, estende-se de modo dispersão até o Estado de Minas Gerais.

Bioma Campos Sulinos. Clima temperado, úmido e subúmido, terras baixas e colinas arredon-dadas cobertas por pradarias nas encostas e matas subtropicais de galeria nos vales. Estende-se por mais de 200 mil quilômetros quadrados, a sudeste do Rio Grande do Sul. De maneira genéri-ca, os campos da região Sul do Brasil so denominados "pampa", termo de origem indígena para "região plana". Esta denominação, no entanto, corresponde somente a um dos tipos de campo, mais encontrado ao sul do Uruguai e a Argentina. Outros tipos conhecidos como campos do alto da serra são encontrados em áreas de transição com o domínio de araucárias. Em outras áreas encontram-se ainda, campos de fisionomia semelhantes savana.

Bioma Costa brasileira. Abriga um mosaico de ecossistemas de alta relevância ambiental. Ao longo do litoral brasileiro podem ser encontrados manguezais, restingas, dunas, praias, ilhas, costões rochosos, baías, brejos, falésias, estuários, recifes de corais e outros ambientes impor-tantes do ponto de vista ecológico, todos apresentando diferentes espécies animais e vegetais e outros. Isso se deve, basicamente, às diferenças climáticas e geológicas da costa brasileira. Além do mais, na zona costeira que se localizam as maiores presenças residuais de Floresta Atlântica. Ali a vegetação possui uma biodiversidade superior no que diz respeito à variedade de espécies vegetais. Também os manguezais, de expressiva ocorrência na zona costeira, cumprem funções essenciais na reprodução biótica da vida marinha. Enfim, os espaços litorâneos possuem riquezas significativas de recursos naturais e ambientais, mas a intensidade de um processo de ocupação desordenado vem colocando em risco todos os ecossistemas presentes na costa litorânea do Bra-sil.

Bioma Pantanal. Como área de transição, a região do Pantanal ostenta um mosaico de ecossis-temas terrestres, com afinidades, sobretudo, com os Cerrados e, em parte com a Floresta Ama-zônica, além de ecossistemas aquáticos e semi-aquáticos, interdependentes em maior ou menor grau. Os planaltos e as terras altas da bacia superior são formados por áreas escarpadas e tes-temunhos de planaltos erodidos, conhecidos localmente como serras. Considerado como a maior planície de inundação contínua do planeta, sua localização geográfica é de particular relevância, uma vez que representa o elo entre o Cerrado, no Brasil Central, o Chaco, na Bolívia, e a região Amazônica, ao Norte.

Biomassa. (1) É a quantidade de matéria orgânica viva em cada nivel trófico de uma determina-da área. (2) É o peso vivo, conjunto constituído pelos componentes bióticos de um ecossitema: produtores, consumidores e desintegradores (ODUM, 1972). (3) É o peso total de todos os orga-nismos vivos de uma ou várias comunidades, por uma unidade de área. É a quantidade de maté-ria viva num ecossistema (CARVALHO, 1981). (4) Quantidade total de matéria orgânica que cons-titui os seres de um ecossistema; somatório da massa orgânica viva de determinado espaço, num determinado tempo; a expressão queima de biomassa significa da parte viva da mata, que tem forte influência sobre as emissões de carbono e as mudanças climáticas (Glossário Libreria, 2003). (5) Quantidade de matéria orgânica existente em determinada área e que pode ser ex-pressa em peso, volume, área ou número. A biomassa pode ser medida em peso ou unidades calóricas, a partir da cadeia alimentar, numa determinada área e em sua máxima disponibilidade em determinada época do ano. Constata-se que a biomassa compreende os produtores e os con-sumidores primários e secundários, dos vegetais aos animais, tendo o Sol como fonte primeira de energia. A biomassa é fonte de energias alternativas.

Biomassa (florestal). (1) Volume composto pelas folhas, ramos, frutos, troncos e raízes dos diversos vegetais existentes em determinados locais. (2) É a quantidade máxima de material vi-vo, em peso, tanto de vegetais quanto de animais, em um habitat, em determinada época do ano (NEGRET, 1982).

Biometria. Ramo da ciência que trata da aplicação dos procedimentos estatísticos em biologia.

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Biomicrito. Rocha calcária composta de porções variáveis de detritos esqueletais (fragmentos de conchas, etc.) e lama carbonática. O tipo predominante de fragmentos esqueletais deve ser espe-cificado. Exemplo: biomicrito crinoidal.

Biomonitoramento. Determinação da integridade de um sistema biológico para avaliar sua de-gradação por qualquer impacto induzido pela sociedade humana.

Bionte. (1) Qualquer ser vivo, superior ou inferior, qualquer integrante de uma população ou de uma comunidade. (2) Ser vivo e independente; organismo isolado, individual.

Biorregião. É um espaço geográfico que abriga integralmente um ou vários ecossistemas. Carac-teriza-se por sua topografia, cobertura vegetal, cultura e história humana, sendo assim identificá-vel por comunidades locais, governos e cientistas.

Biosfera. (1) Conjunto formado por todos os ecossistemas da Terra. Constitui a porção do plane-ta habitada por seres vivos. (2) Região do planeta que encerra seres vivos e onde a vida é possí-vel de modo permanente. É constituída pela crosta terrestre, pelas águas oceânicas e pela atmos-fera. (3) Sistema integrado de organismos vivos e seus suportes, compreendendo o envelope periférico do planeta Terra com a atmosfera circundante, estendendo-se para cima e para baixo até onde exista naturalmente qualquer forma de vida. (4) Parte do planeta capaz de manter a vida; sistema integrado de organismos vivos e seus suportes, compreendendo o envoltório perifé-rico do planeta Terra com a atmosfera circundante, estendendo-se para cima e para baixo até onde exista naturalmente qualquer forma de vida; área de vida do planeta. (5) Conjunto de todas as partes do terra onde é possível, pelo menos a alguma espécies de organismos, viver perma-nentemente, alimentar-se e reproduzir-se. É o conjunto de todos os ecossistemas do Planeta (Glossário Ibama, 2003). (6) Camada existente entre a superfície terrestre, a atmosfera e os o-ceanos, onde a vida se desenvolve naturalmente.

Biosparito. Esparito (calcita cristalina, recristalizada) contendo fragmentos aloquímicos deriva-dos de fósseis carbonáticos (foraminíferos, fragmentos de conchas de moluscos ,etc.)

Biossistemática. Estudo classificatório de taxa por cruzamentos controlados para inferir o rela-cionamento genético e, assim, taxonômico entre eles. Como disciplina que considera a afinidade genética e o sucesso reprodutivo como os principais parâmetros para a classificação dos seres vivos, a biossistemática não considera a morfologia em seu método científico e enfatiza os índices de fertilidade das progênies resultantes (F1,F2, etc.) para estimar a distância do relacionamento filogenético entre formas parentais e se estas de fato constituem espécies; taxonomia experimen-tal.

Biossoma. Corpo tridimensional de rocha sedimentar apresentando conteúdo paleontológico uni-forme, tendo sido depositado sob condições biológicas homogêneas. Termo bioestratigráfico equi-valente ao litossoma, utilizado quando se consideram somente os atributos litológico de uma massa de rocha sedimentar.

Biostasia. Máximo desenvolvimento de organismos durante épocas de quietude tectônica, quan-do solos residuais formam-se extensamente sobre os continentes e a deposição de carbonato de cálcio (CaCO3) é generalizada nos oceanos.

Biota. (1) Fauna e flora de uma região consideradas em conjuntos, como um todo. (2) Conjunto dos componentes vivos de um ecossistema. Todas as espécies de plantas e animais existentes dentro de uma determinada área (BRAILE, 1983). (3) Ou biocenose. Conjunto dos componentes vivos (bióticos) de um ecossistema. Todas as espécies de plantas e animais existentes dentro de uma determinada área (BRAILE, 1983). (4) Conjunto de seres vivos que habitam um determina-do ambiente ecológico, em estreita correspondência com as características físicas, químicas e biológicas deste ambiente. Conjunto dos componentes vivos (bióticos) de um ecossistema. (5) Conjunto de plantas e animais de uma determinada região, província ou área biogeográfica. Por exemplo: biota amazônica. (6) Conjunto de componentes vivos ou bióticos de um ecossistema. Todas as espécies de plantas e animais existentes no interior de uma área delimitada. É o conjun-to de seres vivos que habita um determinado ambiente ecológico em estreita correspondência com as características físicas, químicas e biológicas deste ambiente. A biota é a denominação dada ao conjunto dos componentes vivos de um ecossistema. É o termo empregado para deno-minar todas as espécies de plantas e animais existentes no interior de determinada área. É o con-junto de seres vivos que habitam um determinado ambiente ecológico, em estreita correspondên-cia com as características físicas, químicas e biológicas deste ambiente (Glossário Ibama, 2003).

Biotecnologia. (1) Técnicas que usam organismos vivos ou partes destes para produzir ou modi-ficar produtos, melhorar geneticamente plantas ou animais, ou desenvolver microorganismos pa-ra fins específicos. As técnicas de biotecnologia servem-se da engenharia genética, biologia mole-cular, biologia celular e outras disciplinas. Seus produtos encontram aplicação nos campos cientí-

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fico, agrícola, médico e ambiental. (2) Qualquer aplicação tecnológica que utilize sistemas biológi-cos, organismos vivos, ou seus derivados, para fabricar ou modificar produtos ou processos para utilização específica (Convenção da Biodiversidade, art. 2.°). (3) Uso da ciência aplicada, desen-volvida principalmente a partir do aproveitamento dos recursos genéticos, para produzir organis-mos vivos; tem, portanto, a biodiversidade como matéria-prima e é a chave de acesso para sua utilização em larga escala.

Biótico. (1) Relativo ao bioma ou biota, ou seja, ao conjunto de seres animais e vegetais de uma região. (2) Referente a organismos vivos ou produzidos por eles. Por exemplo: fatores ambientais criados pelas plantas ou microrganismos.

Biótopo. (1) Microhábitat (ou lugar), substrato, microclima e situação exatos de uma espécie dentro de uma comunidade. Exemplos: a) biótopo de certa erva de mata pode ser, na sombra profunda, enraizada em solo fofo com bastante húmus. b) biótopo de certa bromeliácea pode ser epífita sobre galho superior de árvore onde há bastante luz. (2) É o espaço ocupado pela bioce-nose. O biótopo é uma área geográfica de superfície e volume variáveis, submetida a condições cujas dominantes são homogêneas (PERES, 1961). (3) Lugar onde há vida. É o componente físico do ecossistema (MARGALEF, 1980). (4) Do grego Bios: vida e Topos: lugar. Lugar onde há vida. É o componente físico do ecossistema (MARGALEF, 1980). (5) Área com características físicas, quí-micas e condições ambientais uniformes; área ocupada por biocenose.

Biotipo. Grupo de indivíduos que tem o mesmo genótipo.

Bioturbação. Perturbação de sedimentos por organismos que perfuram e constroem tubos ou revolvem os detritos, causando a destruição parcial ou total das estruturas sedimentares primá-rias como, por exemplo, a estratificação. Exemplo: tubos e outras perturbações causadas por Callichirus major em sedimentos arenosos da Formação Cananéia do Pleistoceno Superior.

Biozona. (1) Unidade bioestratigráfica, incluindo todas as camadas depositadas durante a exis-tência de um tipo específico de animal ou vegetal. (2) Unidade bioestratigráfica identificada pela ocorrência de uma espécie característica de fóssil.

Bioquímico. Depositado por processos químicos sob influência biológica. A remoção de CO2 da água do mar pelas plantas aquáticas, por exemplo, pode ocasionar a precipitação da calcita (Ca-CO3) bioquímica.

Bolor. Espécies de fungos que se desenvolvem na superfície de materiais, produzindo estruturas de reprodução o que conferem à superfície a aparência lanosa ou empoeirada.

Boom. Termo inglês que significa aumento rápido de um determinado contingente. Ex.: Boom demográfico = explosão demográfica.

Boreal. (1) Época de temperatura baixa e seca, conforme estudos realizados no Hemisfério Nor-te, com base em mudanças na vegetação. Corresponde ao intervalo de tempo subseqüente ao último estágio glacial, isto é, entre 9.700 a 7.750 a. C. (2) Do Norte, setentrional. (3) Em Bot. diz-se das plantas do Hemisfério Norte.

Bosque. Vegetação arbórea esparsa, mais espaçada do que uma floresta, que não forma um dossel contínuo.

Botânica. (1) Ciência que tem por objeto o conhecimento dos vegetais, a descrição dos seus caracteres e sua classificação. (2) Ramo da biologia dedicado às plantas.

Bráctea. Folha modificada em cuja axila nasce uma flor ou uma inflorescência.

Braço de mar. Canal largo de mar que penetra terra adentro, sem relação com as suas dimen-sões absolutas. Pode-se aplicar essa denominação a um golfo (Mar Adriático) ou a um rio (Satan-der, Espanha).

Braço de maré. (1) Canal estreito e relativamente curto que liga uma baía ou laguna (desembo-cadura lagunar) ou corpos aquosos análogos, com corpos aquosos mais extensos (mar ou ocea-no). (2) Canal que se estende por considerável distância terra adentro, sendo mantido pelo fluxo das marés enchente(s) e vazante(s).

Brejais. Brejos extensos; pantanal /ave canora fringilídea; papa-capim.

Brejo. (1) As áreas úmidas do agreste e do sertão. Termo utilizado, com esse sentido, no Nor-deste. (2) Terreno molhado ou saturado de água, algumas vezes alagável de tempos em tempos, coberto com vegetação natural própria na qual predominam arbustos integrados com gramíneas rasteiras e algumas espécies arbóreas. (3) Área encharcada e plana que aparece, especialmente, nas zonas de transbordamento de rios.

Brejo de restinga. Permanentemente inundado, sua vegetação é herbácea.

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Brejo interiorano. Mancha de floresta que ocorre no nordeste do País, em elevações e platôs onde ventos úmidos condensam o excesso de vapor e criam um ambiente de maior umidade. É também chamado de brejo de altitude (Resolução CONAMA 010/93).

Breu. Resíduo não volátil. Obtido dos tocos altamente resinosos de espécies como Pinus elliotti e Pinus palustris, pelo processo da destilação da madeira ou por solventes.

Briófitas. Plantas verdes terrestres, não vasculares. Por exemplo, musgos e hepáticas. (2) Vege-tal de pequenas dimensões, sem canais internos condutores de seiva, como os musgos (Resolu-ção CONAMA 012/94).

Brisa. Vento brando que sopra com regularidade nas regiões tropicais e durante o verão nas re-giões temperadas. A brisa é particularmente perceptível no litoral, por efeito de diferenças de temperatura entre a terra e o mar. A altura em que se faz sentir a brisa não ultrapassa 1.500 m.

Broto. Lançamento, revento, renovo. É a planta proveniente de uma touça. Caule embrionário, incluindo folhas rudimentares, freqüentemente protegidas por escamas especializadas.

Buraco da camada de ozônio. Abertura na camada que filtra os raios ultravioletas do sol, con-siderados letais para as células, que foi descoberta na Antártida em 1989, gerando elevada preo-cupação nos ambientalistas.

Buraco de Ozônio. Um fenômeno localizado de depleção significativa de ozônio numa faixa da alta atmosfera conhecida por camada de ozônio. O fenômeno é devido principalmente à ação do CFC (clorofluorcarbono) e a determinados aerossóis.

Bússola - Instrumento destinado a indicar a direção de referência horizontal com relação à Terra (Glossário Libreria, 2003).

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C CAA. Trata-se o Clean Air Act, lei norte-americana que estabelece os padrões para emissão de poluentes na atmosfera.

Caatinga. (1) Vegetação arbórea-arbustiva. Folhas pequenas, partidas ou pinadas, muitas vezes sensíveis. Extremo desenvolvimento da flora das cactáceas. Riqueza de espinhos. Xerófitas típi-cas. O solo é seco e duro, coberto de extensas aglomerações de bromeliáceas e cactáceas rastei-ras. A composição da caatinga e de seus elementos varia de acordo com a qualidade do solo, do sistema fluvial, da topografia e das atividades de seus habitantes. (2) Nome indígena significando mata aberta, mata branca, mata clara. Revestimento florístico dominante nas regiões sertanejas do Nordeste brasileiro. (3) Palavra usada para vários tipos de vegetação no Brasil. (a) a vegeta-ção espinhosa da região seca do Nordeste. Formas naturais são florestas baixas, floresta baixa aberta com escrube fechado e árvores baixas emergentes (o mais comum), escrube fechado (também comum) escrube aberto, savana de escrube; (b) floresta baixa, escrube fechado ou a-berto, savana de escrube esparso, todos de composição florística especial, sobre areia branca podzolizada, no Nordeste da Amazônia (ACIESP, 1980). (4) Ecossistema formado por pequenas árvores e arbustos espinhosos esparsos que perdem as folhas durante o período de seca. Flora típica do Sertão Nordestino Brasileiro (ARRUDA et allii, 2001). (5) Vegetação característica do interior do Nordeste Brasileiro, que se extende do norte de Minas Gerais até o Maranhão, consti-tuída de plantas de pequeno porte arbóreo, comumente espinhosas, que perdem as folhas no decorrer de estação de seca prolongada, entre as quais se encontram numerosas plantas sucu-lentas, onde predominam as cactáceas. (6) Tipo de vegetação brasileira característica do Nordes-te, formada por espécies arbóreas espinhosas de pequeno porte, associadas a cactáceas e bro-meliáceas. Designa também um dos biomas ou macroecossistemas brasileiros, situado no Semi-árido do Nordeste, rico em espécies vivas apesar da agressividade das condições do solo e da meteorologia. (7) Vegetação típica do Sertão Nordestino, composta por pequenas árvores e ar-bustos espinhosos, que perdem as folhas durante a seca. A vegetação é xerofítica, caducifoliar e aberta, bem adaptada para suportar a falta de água.

Cabeceiras. (1) Lugar onde nasce um curso d’água. Parte superior de um rio, próximo à sua nascente (DNAEE, 1976). (2) Zona onde surgem os olhos d'água que vão formar um curso fluvial. A cabeceira nem sempre é um lugar bem definido, algumas vezes ela abrange uma área. As ca-beceiras são denominadas também nascente, fonte, mina, manancial (Glossário Libreria, 2003).

Cabo. Setor saliente do continente, que se estende para dentro do mar ou lago, sendo menos extenso do que uma península e maior do que um pontão.

Cactáceas. Família de plantas peculiarmente destituídas de folhas e que têm o caule muito en-grossado, em virtude de amplas reservas de água. Quase sempre conduzem espinhos. Flores or-namentais, dotadas de numerosas pétalas e estames, frutos por vezes comestíveis (Resolução CONAMA 012/94).

Cadeia alimentar. (1) Conjunto de organismos existentes em uma comunidade natural, tal que cada elo na cadeia se alimenta do elo que está abaixo e é devorado pelo que está acima. Rara-mente há mais de seis elos numa cadeia, com os organismos autótrofos na base e os grandes carnívoros no ápice. (2) Transferência de energia entre os seres vivos (das plantas ao homem) sob a forma de alimento. Numa cadeia alimentar simples, as plantas servem de alimento para um herbívoro, que por sua vez alimenta um carnívoro. Há muitas cadeias alimentares (também cha-madas de tróficas), que devido à complexidade da natureza apresentam diversas conexões e se transformam em teias alimentares. (3) Em ecologia, a seqüência de transferência de energia, de organismo para organismo, em forma de alimentação. As cadeias alimentares se entrelaçam, num mesmo ecossistema, formando redes alimentares, uma vez que a maioria das espécies con-somem mais de um tipo de animal ou planta. A transferência de energia alimentícia desde a ori-gem, nas plantas, através de uma série de organismos, com as reiteradas atividades alternadas de comer e ser comido, chama-se cadeia alimentar (ODUM, 1972). (4) Relação trófica que ocorre entre os seres vivos que compõem um ecossistema, mediante a qual se transfere a energia de um organismo ao outro. A cadeia alimentar começa por organismos produtores que obtêm a e-nergia necessária do Sol, e/ou das substâncias minerais simples. Em seguida, envolve os consu-midores de várias ordens. (5) Ou cadeia trófica; níveis de alimentação encontrados em todas as comunidades de seres vivos, em que seres de um nível se alimentam dos membros do nível abai-xo e são consumidos pelo nível acima. Em geral, cada nível é representado por diversas espécies; teia ou rede alimentar; conjunto das intrincadas relações alimentares entre populações de um mesmo ecossistema. As cadeias alimentares também podem ser estabelecidas por matéria orgâ-nica morta fora da comunidade, consumida e transformada em detritos que, por vez, igualmente servem de alimento. (6) O mesmo que cadeia trófica. É a sequência de seres vivos, onde um ser-

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ve de alimento ao seguinte. Praticamente, toda a cadeia alimentar inicia-se por um vegetal, se-guindo-se de animais herbívoros, predadores de herbívoros, predadores de carnívoros e assim por diante (Glossário Ibama, 2003).

Cadeia de barreiras. Sucessão de ilhas barreiras, esporões barreiras e praias-barreiras, que se estende por considerável distância, às vezes por algumas centenas de quilômetros ao longo da costa.

Cadeia de montes marinhos. Montes submarinos alinhados cujas bases estão separadas por um fundo oceânico elevado relativamente plano.

Cadeia de solo. Grupo de solos dentro de uma região zonal, desenvolvidos a expensas da rocha básica similar, mas diferente quanto às características do solo, devido a diferenças de declive ou das drenagens.

Cadeia externa. Elevação submersa ampla, em geral com mais de 160 km de largura e de 180 a 1800 metros de altura, estendendo-se paralelamente à margem continental, podendo incorporar uma bacia marginal.

Cadeia meso-atlântica. Cadeia de montanhas vulcânicas que se estende na direção norte-sul ao longo da porção central do Oceano Atlântico, elevando-se a partir do fundo até cerca de 1000 metros abaixo da superfície do mar.

Cadeia mesoceânica. Cadeia montanhosa mediana de origem vulcânica e sismicamente ativa, que se estende do norte ao sul dos Oceanos Atlântico Sul, Índico e Pacífico Sul. De acordo com a teoria da movimentação tectônica de placas, as cadeias mesoceânicas representam locais de adi-ção de novos materiais crustais, isto é, constituem margens construtivas. Sinônimo: elevação mesoceânica.

Cadeia meso-índica. Cadeia de montanhas vulcânicas que se estende do Oceano Pacífico Sul através do Oceano Índico, interceptando o Golfo de Aden entre a Arábia Saudita e a África.

Caducifólia. Plantas ou vegetações que não se mantêm verdes durante todo o ano, perdendo as folhas na estação seca ou no inverno.

Caiaque. O mais versátil dos barcos. Serve para fazer pequenos passeios, enfrentar corredeiras de rios acidentados, pegar ondas e viajar. No Brasil existem mais de 100 mil caiaques de todos os tipos.

Cais. Estrutura costeira preenchida, de construção artificial, paralela à praia de um porto ou às margens de um rio ou canal, usada para amarração ou para carga e descarga de mercadorias ou passageiros de barcos. Na porção posterior do cais, podem existir depósitos, áreas industriais, estradas de rodagem ou de ferro.

Calabriana. Transgressão do Pleistoceno Inferior que ocorreu na região sul do Mar Mediterrâneo, afetando vários países da Europa.

Calcarenito. Calcário clástico de granulação predominantemente arenosa (0,062 a 2 mm), com-posto por partículas calcíticas ou aragoníticas. Esse termo, ao lado de calcirruditoecalcilutito,que se referem respectivamente a calcários de granulação grossa (mais de 2 mm) e fina (menos de 0,062 mm), é muito útil nas descrições de campo. Do mesmo modo que os arenitos terrígenos comuns, os calcarenitos podem exibir abundantes estruturas hidrodinâmicas, tais como estratifi-cações cruzadas e marcas onduladas de corrente. Exemplo: calcário permiano da Formação Es-trada Nova em Taguaí, SP.

Calcário. (1) Rocha que contém essencialmente carbonato de cálcio (CaCO3) na sua composição. (2) Rocha formada por litificação de lama calcária, areia calcária, fragmentos bioclásticos, etc.

Calcário bioconstruído. Calcário composto predominantemente de materiais resultantes de ati-vidades vitais de organismos coloniais, tais como algas, corais, briozoários e estromatoporóides. Exemplo: calcário algálico, que é composto predominantemente de restos de algas calcárias e/ou biolititos algálicos ou ainda depósitos algálicos que cimentam fragmentos carbonáticos de várias origens.

Calcilutito. Calcário composto de lama calcária litificada.

Calcirrudito. Calcário composto predominantemente por fragmentos de carbonato de cálcio (Ca-CO3) maiores do que a granulação de areia, isto é, conglomerado carbonático.

Calcita. Mineral com a mesma composição da aragonita (CaCO3), porém cristalizado no sistema trigonal, que pode apresentar-se como componente primário ou secundário (diagenético). Orga-nismos formadores de rochas calcárias podem conter, ao mesmo tempo, calcita e aragonita. É um mineral mais estável do que a aragonita e, portanto, pode resultar de sua recristalização.

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Calcrete. Materiais superficiais, tais como os cascalhos ou areias cimentados por carbonato de cálcio (CaCO3), como resultado de concentração por evaporação em clima seco, a partir das á-guas intersticiais próximas à superfície. Freqüentemente caracterizado por crostas, pisólitos, gra-dação inversa, etc. e encontrado tanto em ambientes continentais, como em sabkhas costeiros. Muitas vezes chamado também de caliche, embora calcrete seja mais adequado quando a com-posição for carbonática.

Caledoniano. Revolução orogenética que ocorreu no período siluriano e se prolongou até os me-ados do período devoniano, na Europa (Glossário Libreria, 2003).

Calha de onda. Porção mais baixa de uma onda entre cristas sucessivas. Designação também usada para referir-se à parte da onda situada abaixo do nível de águas tranqüilas.

Calmaria. Condição meteorológica caracterizada por uma velocidade de vento abaixo do nível de detecção. Níveis usualmente utilizados são os de 1 nó (uma milha náutica por hora), 1 m/s ou nível zero na escala Beaufort.

Calor. Modalidade de energia que é transmitida de um corpo para outro quando entre eles existe diferença de temperatura.

Calota glacial. Grande massa de geleira com até 2 a 3 km de espessura, ligada à glaciação con-tinental ou de latitude, formada em regiões polares. No Pleistoceno existiram calotas glaciais im-portantes, tais como Laurentidiana (América do Norte), Fenoscandiana (Norte da Europa) e Alpina (região dos Alpes). Atualmente, calotas glaciais recobrem a Antártida e a Groelândia.

Calota insular. Calota de gelo cobrindo parte importante de uma ilha. Designação usada para distingui-la da calota continental e geleira de vale.

Camada de inversão. Faixa da atmosfera (particularmente, da troposfera) em que, por circuns-tâncias especiais e locais, num determinado momento apresenta o seu perfil de temperatura in-vertido em relação ao normal, isto é, com a temperatura aumentando com a altitude. Pode come-çar no nível do solo ou a partir de uma certa altitude. A base da camada de inversão bloqueia a dispersão de poluentes para cima e por esta razão é um amplificador da poluição atmosférica em grandes cidades com características topográficas de depressão, como São Paulo (Brasil), Los An-geles (EUA) e Santiago (Chile); eventualmente estas cidades têm que recorrer até ao bloqueio do tráfego para que o ar não se torne irrespirável. É um fenômeno mais freqüente no inverno e no interior.

Camada de ozônio. (1) Situada na estratosfera, funciona como um filtro que atenua o efeito dos raios ultravioletas sobre a Terra. A redução do ozônio tem sido apontada como responsável pelo aumento dos casos de cegueira e câncer de pele no hemisfério Norte. (2) Camada com cerca de 20 km de espessura, distante 25 km da Terra, localizada na estratosfera, que concentra cerca de 90% de ozônio atmosférico e protege nosso planeta dos efeitos nocivos da radiação ultravioleta proveniente do Sol. (3) Nome comum da ozonosfera; camada da atmosfera terrestre que contém ozônio gasoso; essa camada protege a Terra ao absorver os raios ultravioletas do Sol, nocivos aos seres vivos; é também chamada de escudo de ozônio ou camada protetora de ozônio. (4) Camada situada dentro da atmosfera, cuja função é absorver os raios do Sol, regulando o clima e afastando os aspectos nocivos e letais deste tipo de emissão de raios.

Camada mista. Camada superficial da água oceânica, acima da termoclima, homogeneizada pela ação do vento, equivalente ao epilímnio dos lagos.

Camadas basais. Mesmo que delta lacustre.

Câmbio. Camada de meristema situada entre o embrião e o líber, que dá origem a esses tecidos na estrutura secundária.

Caméfitos. Plantas sublenhosas e/ou ervas com gemas e brotos de crescimento situados acima do solo, atingindo até 1m de altura e protegidos durante o período desfavorável, ora por catáfilos, ora pelas folhas verticiladas, ocorrendo preferencialmente nas áreas campestres pantanosas.

Caminhada ecológica. Caminhada ecológica é uma atividade de lazer responsável, não compe-titiva, que acontece geralmente em áreas silvestres e unidades de conservação, onde são passa-das noções de educação ambiental e informações sobre ecologia, história e cultura dos locais visi-tados. Além disso, são seguidos rigorosos critérios de atenuação de impacto ambiental e social, como: trazer todo o lixo de volta, não coletar nenhuma "lembrancinha", andar com pouca gente, fazer pouco ruído, cuidar para não incomodar os habitantes do local (humanos ou não), etc.

Campina. Nome que se dá a um tipo de campo comum no sudeste do Brasil, de pequena exten-são, pobre em vegetação de médio e grande porte, com nítido predomínio de gramíneas; campo sem árvores; planície.

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Camping. (1) Área fisicamente delimitada, dotada de instalações, equipamentos e serviços, com padrões exigidos para recepção e montagem dos equipamentos móveis para alojamento e uso temporário de seus ocupantes, em períodos de lazer e turismo. (2) A palavra prado vem do latim pratum e significa lugar plano, campina ou planície. Área que apresenta vegetação rala, normal-mente coberta por ervas e com ausência de irregularidade em sua extensão.

Camping selvagem. É acampamento improvisado, sem infra-estrutura de serviços ou seguran-ça. O campista leva seus próprios equipamentos para montar o acampamento. Ao término da atividade, deixa a área limpa como quando a encontrou.

Campo. (1) Terras planas ou quase planas, em regiões temperadas, tropicais ou subtropicais, de clima semi-árido ou subúmido, cobertas de vegetação em que predominam as gramíneas às ve-zes com presença de arbustos e espécies arbóreas esparsas, habitadas por animais corredores e passáros de visão apurada e coloração protetora. (2) Formações abertas onde predomina uma vegetação herbácea.

Campo de altitude ou campo rupestre. (1) Tipo de vegetação campestre descontínua, associ-ada a afloramentos rochosos em serras do Brasil Central e Oriental. (2) Vegetação típica de am-bientes montano e alto-montano, com estrutura arbustiva e/ou herbácia que ocorrem no cume das serras com altitudes elevadas, predominando em clima subtropical ou temperado. Caracteri-za-se por uma ruptura na seqüência natural das espécies presentes nas formações fisionômicas circunvizinhas. As comunidades florísticas próprias dessa vegetação são caracterizadas por en-demismos (Resolução CONAMA 010/93). (3) Muito pedregosos, freqüentes em maiores altitudes. (4) Onde a existência de gramíneas e vegetação herbácea é determinada pelo nível de elevação do terreno.

Campo cerrado. Sobre um tapete de gramíneas e outras herbáceas surgem árvores e arbustos tortuosos, de cascas grossas.

Campo limpo. (1) Fitofisionomia do Cerrado caracterizada por apresentar essencialmente vege-tação herbácea, com um ou outro indivíduo arbóreo (ARRUDA et allii, 2001). (2) Revestimento com gramíneas e raros grupos de arbustos.

Campo petrolífero submarino. Os maiores campos petrolíferos mundiais, de idades variando entre o Mesozóico Superior e Cenozóico (Terciário), estendem-se das áreas continentais para as plataformas continentais adjacentes. Exemplos: região do Golfo do México, Califórnia, Venezuela, Mar do Norte e Golfo Pérsico. No Brasil, o exemplo mais importante de campos petrolíferos sub-marinos encontra-se na Bacia de Campos (RJ), além das bacias Sergipe-Alagoas e Potiguar (RN).

Campo sujo. (1) Formação com apenas um andar de cobertura vegetal, constituída principal-mente de leguminosas, gramíneas e ciperáceas de pequeno porte, inexistindo praticamente for-mas arbustivas. (2) Fitofisionomia do Cerrado caracterizada por apresentar vegetação herbácea-arbustiva com indivíduos arbóreos distribuídos muito esparsadamente (ARRUDA et allii, 2001). (3) Vegetação gramínea invadida por outras ervas e arbustos.

Campos naturais de algas. Área em que se encontram espontaneamente, em qualquer fase de seu desenvolvimento, uma ou várias espécies de algas (Portaria IBAMA 147/97).

Canais distributários. Padrão de canais que são comuns nos cursos inferiores de canais fluviais, onde ocorrem ramificações em vários canais que penetram no mar ou em outros corpos de águas tranqüilas em diferentes posições. Os canais distributários são encontrados na maioria dos deltas.

Canal. (1) Curso de água natural ou artificial que serve de interligação entre corpos de água maiores. (2) Porção de um corpo de água (baia, estuário, etc.) com profundidade suficiente para navegação. (3) Grande estreito, como o Canal da Mancha.

Canal coletor. Canal construído para recolher as águas superficiais, como as águas da chuva ou de irrigação.

Canal extravasor. Canal usado para escoar o excesso de água do canal principal ou de uma re-presa.

Cananéia (Transgressão). Transgressão do Pleistoceno Superior que ocorreu há aproximada-mente 123.000 anos aprox.., afetando grande parte da costa brasileira. Testemunhos desta Transgressão, representados por terraços de construção marinha, estão amplamente distribuídos ao longo da costa do Brasil e constituem a Formação Cananéia, definida por Suguio e Petri (1973) na região de Cananéia (SP). Em geral, este terraço situa-se cerca de 8 a 10 metros acima do ní-vel marinho atual.

Canhão de ar. Fonte de energia muito difundida em Geologia Marinha que injeta uma bolha de ar altamente comprimida liberada de forma explosiva para produzir uma onda de choque inicial,

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sendo utilizada em levantamentos sísmicos submarinos. O seu espectro de freqüência depende da quantidade e pressão do ar na bolha e da profundidade da água. Conjuntos de canhões de dife-rentes tamanhos podem ser usados para se obter um espectro de freqüência. Utilizam-se pres-sões da ordem de 150 kg/cm², câmaras de 0,5 a 30 l, produzindo ondas sonoras de cerca de 130 db.

Canhão submarino. Vales submersos que dissecam áreas de plataforma e/ou taludes continen-tais. Muitas dessas feições foram originadas durante o Pleistoceno, como vales fluviais, tendo sido submersos no decorrer da Transgressão Holocênica.

Cânions. Desgaste do relevo por intermédio da passagem de um rio naquele local por muito tempo.

Canyoning. Mesmo que o rapel, porém numa cachoeira ou queda d’água em que seus pratican-tes devem resistir ao frio das águas geladas de um rio e ainda coordenar o rapel.

Canoagem. Viagens em barcos em formato de canoas ou botes, para uma ou mais pessoas, con-forme o percurso a ser percorrido. Em alguns casos, são usadas embaracações nativas como as usadas na Amazônia.

Capacidade assimilativa. Limite quantitativo de um sistema para assimilar e processar subs-tâncias ou mistura de substâncias nele introduzidas, sem causar desequilíbrio ou perturbação relevante nas suas funções básicas. A capacidade assimilativa não é estática, mudando de acordo com as condições do momento e com as substâncias introduzidas.

Capacidade de suporte. População limite de uma espécie num sistema natural. Densidade po-pulacional que pode ser sustentada por recursos limitados.

Capacidade de tolerância ou de aceitação. Quantidade máxima de um poluente que pode ser suportado por um ser vivo ou de um determinado meio.

Capilaridade. (1) Fenômeno que envolve a subida e a descida do nível de água do solo através de fendas minúsculas em rochas conhecidas como capilares. (2) Fenônemo observado quando se coloca a extremidade de um tubo fino na superfície de um líquido. O líquido tende a subir ou des-cer no tubo, devido a forças de atração molecular.

Capital . Cidade ou povoação principal de um país, estado, província ou circunscrição territorial, em geral onde se encontra a sede do governo e suas principais secretarias.

Capoeira/capoeirão. (1) Mato ralo, de pequeno porte, que nasce em lugar do mato velho der-rubado. (2) Estágio arbustivo alto ou florestal baixo na sucessão secundária para floresta depois do corte, fogo e outros processos predatórios. (3) Vegetação que nasce após a derrubada de uma mata nativa, sendo portanto uma vegetação secundária (ARRUDA et allii, 2001). (4) O mesmo que mata natural regenerada. (5) Termo brasileiro que designa o terreno desmatado para cultivo. Por extensão, chama-se capoeira a vegetação que nasce após a derrubada de uma floresta. Dis-tinguem-se as formas: capoeira rala; capoeira grossa, na qual se encontram árvores; capoeirão, muito densa e alta. Essas formas correspondem a diferentes estágios de regeneração da floresta. Vegetação secundária que nasce após a derrubada das florestas virgens. Mato que substitui a mata secular derrubada. (6) Termo popular usado para designar áreas abandonadas onde a ve-getação começa a se recuperar sozinha; serve tanto para designar os primeiros estágios de recu-peração (campo sujo) como para estágios mais avançados (mata secundária incipiente).

Captação. Pontos de retirada de água para abastecimento público e outros fins, sendo, por isso, locais a serem preservados prioritariamente.

Capuava. Habitante da região do vale do Ribeira de Iguape que se dedica à exploração dos re-cursos florestais. Também é usado para denominar uma capoeira muito pobre, constituída apenas de arbustos (Glossário Libreria, 2003).

Característica. Atributo estrutural ou funcional de uma planta que resulta da interação do(s) gene(s) com o ambiente.

Característica qualitativa. Característica em que a variação mostrada é descontínua. A utiliza-ção de flor amarela versus flor roxa para separar duas espécies é um exemplo de variação des-contínua. De grande valor em taxonomia e geralmente controlada por oligogenes.

Característica quantitativa. Característica em que a variação apresentada é contínua. Na vari-ação contínua é comum o encontro de um gradiente, isto é, a característica apresenta-se sob vários estados, desde fraca até fortemente presente. Geralmente, a expressão destas caracterís-ticas é controlada por poligenes.

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Caracterização. Descrição e registro de características morfológicas, citogenéticas, bioquímicas e molecular do indivíduo, as quais são pouco influenciadas pelo ambiente, em sua expressão. Caraterização ecológica. É a descrição dos componentes e processos importantes que integram um ecossitema e o entendimento de suas relações funcionais (HIRSH, 1980 apud BEANLANDS, 1983).

Caráter monogênico. Aquele determinado por um par de genes. É pouco influenciado pelo meio ambiente.

Caráter oligogênico. Determinado por poucos pares de genes, geralmente até seis pares.

Caráter poligênico. Determinado por muitos pares de genes. É muito influenciado pelo meio ambiente.

Carbono. Elemento químico designado pela letra C e número atômico 12. O carbono é único en-tre os elementos uma vez que forma um vasto número de compostos, mais do que todos os ou-tros elementos combinados com exceção do hidrogênio. Existe em três formas alotrópicas princi-pais: diamante, a grafite e o carbono amorfo. O diamante e a grafite ocorrem naturalmente como sólidos cristalinos e possuem propriedades diversas, enquanto carbono "amorfa" é um termo apli-cado a uma grande variedade de substâncias carboníferas que não são classificadas como dia-mante ou grafite.

Carbono 14. Isótopo radioativo do carbono com peso atômico 14, produzido pelo bombardea-mento de átomos de nitrogênio 14, por raios cósmicos. Hoje em dia, é intensamente utilizado na determinação da idade de substâncias carbonosas ou carbonáticas de idade inferior a cerca de 30.000 anos. A meia vida deste elemento radioativo é de 5700 ± 30 anos.

Carbúnculo. Bacillus anthracis é causador de uma doença conhecida como carbúnculo. O antraz está em evidência devido aos últimos acontecimentos envolvendo a guerra entre o Afeganistão e os Estados Unidos. Infelizmente, a bactéria causadora da doença, o Bacillus anthracis, pode ser utilizado como uma poderosa arma biológica. O antraz é uma doença comum entre animais, tais como gado bovino, camelos, ovelhas, antílopes, cães e cabras e é adquirido por eles por meio de sua alimentação. O bacilo causador da infecção pode esporular e conseqüentemente resistir ao calor e ao frio intensos durante décadas apenas aguardando as condições ideais para a sua ger-minação. O antraz não é transmitido de pessoa para pessoa. Existem três tipos de possibilidade de infecção na espécie humana:

1. Cutânea - Adquirida quando se manuseia produtos infectados.

2. Respiratória - Adquirida quando se inspira esporos do bacilo.

3. Gastrointestinal - Adquirida quando se ingere carne contaminada dos animais descritos anteri-ormente.

Os sintomas da doença dependem da forma como ela foi adquirida.

Na forma cutânea (95% dos casos até aqui registrados), a infecção é transmitida através de feri-das na pele. De início, surge apenas uma pequena sarna, semelhante a uma picada de inseto. No entanto, um ou dois dias depois, surge uma bolha que progride para uma dolorosa úlcera que pode atingir 3 cm de diâmetro. Com o tempo a úlcera necrosa e as glândulas linfáticas podem inchar. Um em cada cinco casos não tratados podem resultar em morte.

Na forma respiratória, o antraz se manifesta, inicialmente parecendo um resfriado comum. Esta é fase onde a doença ainda pode ser detida por antibióticas, depois as toxinas produzidas pelas bactérias invadem a corrente sangüínea e torna-se quase impossível salvar a vida do enfermo.

Na forma gastrointestinal surge uma inflamação aguda no intestino. Logo a seguir o paciente passa a ter náuseas, perde o apetite, vomita sangue, tem febre, dores abdominais e forte diarréi-a. Os casos não tratados chegam a 25% de letalidade.

Fonte: http://www.fiocruz.br

– Silvio Valle/Fiocruz

– Centro de Controle de Doenças (CDC/EUA)

Carcinicultura. (1) Cultivo de camarão. (2) Cultivo de crustáceos. (3) É uma atividade tradicio-nal que visa a criação racional de camarões em cativeiro. Nos Estados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina esta atividade tem um maior potencial devido à grande quantidade de áreas pro-pícias.

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Carcinogênico. Agente que produz, tende a produzir, ou pode estimular o desenvolvimento de qualquer tipo de câncer. Sinônimo: cancerígeno.

Carga. Quantidade de sedimentos transportados por uma corrente aquosa. Compreende as car-gas de suspensão compostas de partículas pequenas, em geral síltico-argilosas, e de fundo ou de tração constituída por partículas maiores (sentido restrito).

Carga de fundo. Sedimento de granulação maior do que as cargas de suspensão ou saltação, transportado pela água corrente por mecanismos de arrastamento e de rolamento. Sinônimo: carga de tração.

Carga genética. Conjunto de genes letais ou subletais causadores de anormalidade em uma população. Carga orgânica. A quantidade de oxigênio necessária à oxidação bioquímica da massa de maté-ria orgânica que é lançada ao corpo receptor na unidade de tempo. Geralmente, é expressa em toneladas de DBO por dia (ACIESP, 1980).

Carga poluidora. (1) Quantidade de material contido em um corpo de água que exerce efeito danoso em determinados usos de recursos naturais. (2) A carga poluidora de um efluente gasoso ou líquido é a expressão da quantidade de poluente lançada pela fonte. Para as águas, é freqüen-temente expressa em DBO ou DQO; para o ar, em quantidade emitida por hora, ou por tonelada de produto fabricado (LEMAIRE & LEMAIRE, 1975).

Carijó. Armação de varas em que são colocados os ramos da erva-mate e por baixo da qual se ateia fogo para crestá-la; barbacuá, barbaquá.

Carste. Em uma região ao norte da Eslovênia, próxima a Trieste, conhecida localmente como KRAS ou KRS, desenvolveram-se os primeiros estudos sistemáticos a respeito das feições de dis-soluções em relevos calcários. A partir de uma derivação germânica, surgiu o termo KARST, que se difundiria na literatura científica, como sendo um tipo particular de relevo, caracterizado por feições próprias, sendo as cavernas um dos seus elementos. No Brasil, foi traduzido para carste.

Cárstico. Relevo caracterizado pela ocorrência de dolinas, cavernas e drenagens subterrâneas criptorréicas, desenvolvido em regiões calcárias, devido ao trabalho de dissolução pelas águas subterrâneas e superficiais.

Carta de Marear. Mapa desenhado especialmente para permitir a orientação náutica e em que estavam marcadas as coordenadas geográficas. Mapa; carta náutica utilizada pelos pilotos dos navios (Glossário Libreria, 2003) .

Cartas/folhas. Representação dos aspectos naturais e artificiais da Terra, destinada a fins práti-cos da atividade humana, permitindo a avaliação precisa de distâncias, direções e a localização geográfica de pontos, áreas e detalhes. A principal característica é a possibilidade da justaposição em folhas contíguas, quando a área a representar excede o tamanho prático, para a escala con-veniente com a precisão requerida.

Cartografia. (1) Ciência que estuda a Terra através da confecção e da interpretação de cartas e mapas. (2)Ciência e arte da representação gráfica da superfície da Terra, em parte ou no seu todo, de acordo com a escala. Trata também da representação de todos os fenômenos ocorridos na Terra ou com ela relacionados. A cartografia moderna utiliza como fonte de dados a fotografia aérea. Hoje não se concebe mais cartografia sem aerofotogrametria. Os levantamentos terrestres são feitos para fornecer dados de apoio às fotografias aéreas (Glossário Libreria, 2003).

Carvão. Substância combustível sólida, negra, resultante da combustão incompleta de materiais orgânicos. Carvão mineral.

Carvão vegetal. (1) Forma de carbono amorfo, produzida pela combustão parcial de vegetais lenhosos. (2) Material sólido, leve e combustível que se obtém da combustão incompleta da lenha (Instrução Normativa IBDF 1/80). (3) Substância combustível sólida resultante da carbonização de material lenhoso (Portaria Normativa IBDF 302/84). (4) Subproduto florestal, resultante da semi combustão da lenha (madeira) em fornos.

Casca. Tecido que fica por fora do cilindro de lenho divisível, usualmente na velhas árvores em: casca interna (viva), líber, casca externa (morta) e ritidoma.

Cascalho. Depósitos de fragmentos arredondados de minerais ou rochas com diâmetros superio-res a 2 mm. De acordo com os valores crescentes dos diâmetros, podem ser reconhecidos os grânulos (2 a 4 mm), seixos (4 a 64 mm), calhaus (64 a 256 mm) e matacões (maiores que 256 mm).

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Cascatas. Depósitos formados pelo fato de a água ao escorrer pela parede rochosa da gruta e depositar calcita durante seu percurso descendente. Tais depósitos são chamados cascatas, devi-do a sua forma e cor, geralmente alvíssima. Essas superfícies normalmente são lisas. Constituem um depósito uniforme da parede até o chão da gruta, porém, em alguns casos, pode terminar por estalactites formadas a partir das bordas, dando um aspecto semelhante a de um órgão.

Cassiterita. Minério de estanho.

Catabolismo. Segunda fase do metabolismo (posterior ao anabolismo), que consiste em suces-sivas reações enzimáticas de oxidação da matéria anteriormente assimilada, visando à liberação da matéria anteriormente assimilada.

Catádromo. Migração estacional de peixe da água doce que desce para desovar no mar.

Catáfilo. Folha modificada, escamiforme, incolor e carnosa cuja função é proteger as gemas.

Catalisador. (1) Equipamento em forma de cilindro instalado no escapamento dos veículos. Fun-ciona através de um processo de aquecimento, provocando a queima dos gases poluentes (espe-cialmente o dióxido de carbono) e tornando-os inofensivos à saúde humana. (2) Substância que possui a propriedade de acelerar determinadas reações químicas sem sofrer alteração da sua es-trutura molecular. É utilizada em equipamentos para a redução da poluição atmosférica (conver-sor catalítico), através das reações de oxidação de compostos gasosos orgânicos e inorgânicos, transformando-os em substâncias menos agressivas ao ambiente, como vapor d´ água e dióxido de carbono. (3) Equipamento mecânico instalado em veículos automotores, responsável pelo tra-tamento dos componentes tóxicos dos gases, antes de sua liberação no ar.

Catalisador de emissões. Equipamento que filtra os gases da combustão dos automóveis.

Catkin. Espiga escamada de flores reduzidas, normalmente unissexuais. O termo não deve ser aplicado para designar estróbilos estaminados ou masculinos das coníferas.

Cavalgada (riding). Viagem utilizando-se de cavalos, camelos ou lhamas para carregar passa-geiros e sua bagagem até áreas remotas. Em muitos casos, os animais são usados somente para transporte de bagagem.

Caverna. (1) Cavidade de grandes dimensões em monte, rochedo ou sob a terra; antro, furna, gruta. (2) Toda e qualquer cavidade natural subterrânea penetrável pelo homem, incluindo seu ambiente, seu conteúdo mineral e hídrico, as comunidades animais e vegetais ali agregadas e o corpo rochoso onde se insere (Resolução CONAMA N° 005 de 06.08.87). (3) Cavidade natural subterrânea, incluindo seu ambiente, seu conteúdo mineral e hídrico, as comunidades animais e vegetais ali agregados e o corpo rochoso onde se insere.

Cavidade natural subterrânea. Cavidade natural subterrânea: todo e qualquer espaço subter-râneo penetrável pelo homem, com ou sem abertura identificada, popularmente conhecido como caverna, incluído seu ambiente, seu conteúdo mineral e hídrico, a fauna a flora ali encontradas e o corpo rochoso onde as mesmas se inserem, desde que a sua formação tenha sido por processos naturais , independentemente de suas dimensões ou do tipo de rocha encaixante. Nesta designa-ção estão incluídos todos os termos regionais, como gruta, lapa, toca, abismo, furna, buraco, etc. (Portaria IBAMA 887/90).

Célula. Câmara ou compartimento que, pelo menos durante certo tempo, é provida de um proto-plasta. Constitui a unidade estrutural dos tecidos dos seres vivos.

Celulose. (1) Composto orgânico hidrocarbonado (C6H10O5), que constitui a parte sólida dos vegetais e principalmente das paredes das células e das fibras. Extraída da madeira, utiliza-se na fabricação de papel, seda artificial (raio m), etc. (2) Substância obtida pela dissolução e desidra-tação do principal componente da parede da célula vegetal, mediante processos mecânicos e químicos, e destinada a servir de matéria-prima para a produção do papel, papelão, plástico, etc (Instrução Normativa IBDF 1/80 e Portaria Normativa IBDF 302/84).

Cenário. (1) Modelo científico que permite aos pesquisadores considerar elementos de um siste-ma ambiental como se realmente funcionassem da maneira descrita, não testando as hipóteses, mas permitindo o exame dos possíveis resultados, caso as hipóteses fossem verdadeiras (FEEMA, 1997). (2) Construção teórica ou experimental, simulando eventos ou situações reais, de modo a estudas seu desenvolvimento e consequências, especular sobre suas possibilidades e avalias os possíveis impactos ambientais. Um cenário é uma situação com limites e condições estabelecidas.

Cenozóica. A última das três eras geológicas, que abrange os períodos Terciário e Quaternário, de aproximadamente 65 milhões de anos atrás até o presente; significa "vida recente".

Central hidroelétrica. Instalação na qual a energia potencial e cinética da água é transformada em energia elétrica.

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Central maremotriz. Central hidroelétrica que utiliza o desnível entre o mar e uma bacia do qual está separado, criado pelo efeito das marés.

Centrífuga. Força que se afasta ou se desvia do centro, antônimo de centrípeta.

Centro de diversidade. Região geográfica onde se concentra um número elevado de espécies de um gênero ou de gêneros de uma família, contrastando com sua menor freqüência em outras regiões.

Centro de domesticação. Região geográfica onde foi domesticada uma determinada cultura. Muitas culturas (ex.: seringueira) foram domesticadas independentemente por vários grupamen-tos humanos, em épocas e áreas diferentes, como decorrência da grande distribuição geográfica da espécie. Esta origem é chamada de acêntrica (“non-centric”). Outras culturas (ex.: tomate) foram domesticadas fora da área de ocorrência natural do ancestral silvestre.

Centro de origem - Região onde o ancestral silvestre de uma cultura distribui-se em estado na-tivo. Na concepção de N.I. Vavilov (1887-1943), o centro de origem de uma cultura equivalia à região onde o ancestral silvestre exibia a maior diversidade genética para um número seleto de características, diminuindo a variabilidade à medida que se deslocava para a periferia da distribu-ição. O conhecimento atual raramente valida a proposição de que o centro de origem de uma cultura coincide com a região em que esta mostra maior diversidade genética, possivelmente porque a relação entre ambos foi enunciada de maneira equivocada.

Centrômero. Constrição primária dos cromossomos. Região onde ocorre o cinetócoro, no qual se prendem as fibras do fuso durante as divisões celulares.

Cerne. Parte interna do lenho da árvore envolvida pelo alburno, constituída de elementos celula-res já sem atividade vegetativa, geralmente caracterizada por coloração mais escura.

Cerradão. (1) Fitofissionomia do Cerrado caracterizada por apresentar vegetação arbórea, com árvores em torno de 10 metros de altura (podendo atingir até 15 metros) (ARRUDA et allii, 2001). (2) Vegetação xeromórfica, de engalhamento profuso, provida de grandes folhas coriáceas perenes em sua maioria e com casca corticosa não apresentando estrato arbustivo nítido, e o estrato graminoso é distribuído em tufos dispersos, entremeados de plantas lenhosas raquíticas (Portaria Normativa IBAMA 83/91). (3) Tipo mais denso e alto de vegetação do domínio dos cer-rados, à exceção das florestas de galerias e capões regionais de matas. Considerado, também, vegetação oreádica florestal xenomorfa, com caracteres florísticos bem marcantes e distintos das demais formas de vegetação do cerrado sensu lato. O dossel arbóreo pode ser fechado ou aberto, mas não esparso.

Cerradinho. Faixa de terrano imprópria à cultura, com árvores de pequeno porte, tortuosas e esparsas. É bastante caracterizado pela presença de arbustos e vegetação rasteira.

Cerrado. (1) Vegetação xerófila dos planaltos com alguma cobertura herbácea. C. fechado: a-quele em que as árvores estão muito próximas umas das outras. C. ralo: aquele em que a dis-tância entre as árvores permite o trânsito de animais. (2) São formados por árvores espaçadas retorcidas, baixas com ramos tortuosos e cascas grossas, rimosas ou gretadas. (3) Tipo de vege-tação que ocorre no Planalto Central Brasileiro, em certas áreas da Amazônia e do Nordeste, em terreno geralmente plano, caracterizado por árvores baixas e arbustos espaçados associados e gramíneas, também denominado campo cerrado. (4) Tipo de vegetação que ocorre no Planalto Central Brasileiro e em certas áreas da Amazônia e do Nordeste, em terreno geralmente plano, caracterizado por árvores baixas e arbustos espaçados, associados a gramíneas. As espécies des-te tipo de vegetação apresentam troncos e ramos acentuadamente tortuosos e acinzentados (AR-RUDA et allii, 2001). (5) Forma de vegetação xeromórfica com fisionomias diversas, de arbórea-lenhosa, com porte quase florestal, a gramíneo-lenhosa, onde se destacam as espécies de Angi-co-jacaré (Piptadenia sp), Aroeira (Astronium sp) Jacarandá (Machaerium sp).

Cerrado típico. Fitofisionomia do Cerrado caracterizada por apresentar vegetação arbustiva-arbórea, com árvores em torno de 3 metros de altura (podendo atingir até 10 metros) (ARRUDA et allii, 2001).

Certificação ambiental. (1) Processo por meio do qual entidade certificadora outorga certifica-do, por escrito, de que um empreendimento está em conformidade com exigências técnicas de natureza ambiental. (2) Certificação Ambiental ou CDM é a comprovação documentada do cum-primento dos compromissos assumidos por uma organização em respeito ao meio ambiente atra-vés de sua política ambiental e de seu sistema de gestão ambiental (Glossário Libreria, 2003). (3) Garantia escrita concedida a empresas cujo produto, processo ou serviço está em conformidade com os requisitos ambientais estabelecidos em lei. Normalmente tem como meio de representa-ção selos de qualidade ambiental.

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Certificado de Redução de Emissão (CER). Documento comprobatório de redução de emissão de gases de efeito estufa, constituído segundo bases do Mecanismo do Desenvolvimento Limpo (MDL).

Césio 137. (1) Isótopo radiativo de césio, usado em pesquisa e tratamento médico. O césio 137 é um subproduto da fissão nuclear e de explosão de bombas atômicas. (2) Elemento químico com aparência de um pó azul brilhante, com alto grau de radioatividade. No Brasil, este elemento cau-sou mortes em Goiânia, em 1987, num acidente considerado um dos maiores do mundo envol-vendo esta substância.

CFC (Clorofluorcarbono). (1) Composto químico gasoso, cuja molécula é composta dos átomos dos elementos cloro, flúor e carbono, de onde vêm suas iniciais. Constitui um gás de alto poder refrigerante, por isso muito usado na indústria (geladeiras e condicionadores de ar). Também constitui um dos principais componentes na produção de espumas, como as caixinhas de sanduí-ches em lanchonetes. Originariamente, era utilizado em larga escala como um gás propelente de recipientes aerossóis; este uso está praticamente banido pelos seus comprovados efeitos danosos à camada de ozônio. Existem diversos programas em todo o mundo para banimento total do uso de CFCs até o início do século XXI, devido a tais efeitos. Atualmente já começaram a ser fabrica-das geladeiras e outros dispositivos refrigeradores que não utilizam CFCs. (2) Substâncias pre-sentes, em grande escala, nos aerossóis, cuja utilização é bastante nociva à camada de ozônio. A sigla está relacionada à composição da substância cloro-flúor-carbono.

Chapada. Denominação do relevo tabuliforme acima de 600 metros, geralmente de formato ho-rizontal. (2) Termo usado no Brasil para designar as grandes superfícies, por sua vezes horizon-tais e a mais de 600 metros de altitude, que aparecem na Região Centro-Oeste e Nordeste do Brasil.

Chapada residual. Testemunho de antigas superfícies sedimentares que cobriam o “escudo bra-sileiro” e que foram intensamente desgastadas pela erosão. O testemunho ou resíduo é o resto de antigas superfícies erodidas.

Chernobyl. Localidade da Ucrânia, ao norte da cidade de Kiev, onde ocorreram duas enormes explosões no interior dos quatro reatores da estação de energia nuclear, em 26 de abril de 1986. Os ventos transportaram parte do material radiativo resultante da explosão para a Europa Orien-tal e Ocidental, a 2.000 quilômetros de distância.

Chorume. (1) Líquido escuro e com alta carga poluidora, resultante da decomposição do lixo. (2) Líquido produzido pela fermentação e decomposição de matéria orgânica muito poluente. (3) Re-síduo líquido proveniente de resíduos sólidos (lixo), particularmente quando dispostos no solo, como, por exemplo, nos aterros sanitários. Resulta principalmente da água de chuva que infiltra, e da decomposição biológica da parte orgânica dos resíduos sólidos. É altamente poluidor. (3) Líquido proveniente da decomposição de resíduos sólidos, particularmente quando dispostos dire-tamente no solo; material com elevado potencial poluidor.

Chuva. Precipitação atmosférica formada de gotas de água cujas dimensões variam, por efeito da condensação do vapor de água contido na atmosfera.

Chuva ácida. (1) Precipitação de agentes químicos nocivos misturados à chuva, geadas, neve ou neblina. É causada pela poluição e resulta numa chuva mais ácida que a normal. Florestas intei-ras da Europa oriental e do Canadá desapareceram por causa desse fenômeno. (2) Fenômeno relativo à chuva que contém elementos poluentes. (3). São as chuvas contaminadas pelas emis-sões de óxidos de enxofre na atmosfera, decorrentes da combustão em indústrias e, em menor grau, dos meios de transporte. São as precipitações pluviais com pH abaixo de 5,6 (BRAILE, 1983). (4) Precipitação que carreia para a superfície da Terra, agentes químicos nocivos produzi-dos pelos processos industriais e pela combustão de carvão e petróleo. (5) Chuva, neve ou nebli-na com pH mais baixo que o neutro e nível de acidez mais elevado, por ação de resíduos proveni-entes principalmente da queimada de carvão e derivados de petróleo, ou gases de núcleos indus-triais poluidores acumulados na atmosfera. A água das chuvas "lava" a atmosfera, os gases e produtos químicos entram no ciclo hidrológico e retornam à superfície da terra. A quantidade de poluentes dissolvidos na chuva muda o pH da água e eleva seu nível de acidez, provocando a corrosão em monumentos edifícios, alterando o equilíbrio químico de lagos e rios e afetando ve-getais e animais. É mais comum em regiões de clima temperado. (6) Trata-se de um fenômeno (precipitação de água sob a forma de chuva), decorrente da queima de combustíveis fósseis, co-mo o carvão e o petróleo, que poluem a atmosfera. A chuva ácida libera metais tóxicos que esta-vam no solo, causando sérios problemas de saúde. (7) Precipitação pluviométrica contendo áci-dos decorrentes da combinação do vapor d'água com poluentes industriais, tais como os óxidos de enxofre (Sox) e Nitrogênio (Nox). Tais substâncias permanecem pouco tempo na atmosfera, já que se dissolvem prontamente na água, para se precipitarem, no caso do SO2, como ácido sulfú-

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rico diluído. É um fenômeno que atravessa fronteiras, e assim torna-se um problema internacio-nal.

Ciclo da água ou Ciclo hidrológico das águas. (1) Ciclo que faz circular toda a água do mun-do e que funciona graças ao Sol que, com seu calor, provoca a evaporação de água dos oceanos, lago, rios, etc. Quando o vapor se resfria e se condensa, surgem as nuvens, que são carregadas pelo vento. Depois que as nuvens saturam, a água cai na forma de chuva ou neve. (2) O proces-so da circulação das águas da Terra, que inclui os fenômenos de evaporação, precipitação, trans-porte, escoamento superficial, infiltração, retenção e percolação. Sucessão de fases percorridas pela água ao passar da atmosfera à terra, e vice-versa: evaporação do solo, do mar e das águas continentais; condensação para formar nuvens; precipitação, acumulação no solo ou nas massas de água; escoamento direto ou retardado para o mar e a evaporação (DNAEE, 1976). (3) Proces-sos de circulação das águas que inclui os fenômenos de evaporação, precipitação, transporte, escoamento superficial, infiltração, retenção e percolação. (4) Processo natural, dirigido pelo SOl, de evapotranspiração, condensação, precipitação e escoamento, que controla o movimento da água entre a atmosfera, os oceanos e os ambientes aquáticos e terrestres.

Ciclo da decomposição. Tudo o que morre constitui a dieta de um grupo de organismos deno-minados decompositores, como os fungos e bactérias. Ao se alimentar, eles dividem o material morto em pedaços cada vez menores, até que todas as substâncias químicas sejam liberadas no ar, solo e água para aproveitamento posterior.

Ciclo do carbono. O carbono é encontrado nos corpos de todos os seres vivos, nos oceanos, no ar e no solo. No ar, combinado com o oxigênio, forma o dióxido de carbono (CO²). As plantas retiram o carbono do ar, transformando-o em carboidratos, uma fonte de energia para os ani-mais. No solo, nos ossos e nas carcaças dos animais, o carbono é encontrado como carbonato de cálcio. O carbono volta à atmosfera por meio da decomposição.

Ciclo de corte. Intervalo planejado entre dois cortes de regeneração no mesmo povoamento.

Ciclo do nitrogênio. O nitrogênio constitui 78% da atmosfera da terra, mas só pode ser apro-veitado como fonte de energia para os seres vivos depois de transformado em nitrato pela ação de bactérias. Os nitratos, solúveis em água, são captados pelas raízes das plantas, que por sua vez o repassam aos animais. Outras bactérias transformam parte do nitrato que não é consumido pelas plantas novamente em gás nitrogênio, completando o ciclo.

Ciclo eustático. Intervalo de tempo durante o qual ocorreu uma subida e um abaixamento do nível marinho em escala mundial.

Ciclo hidrológico. Mecanismo de transferência contínua da água existente na Terra, dos oceanos e dos próprios continentes para a atmosfera em forma de vapor e, em seguida, precipitando so-bre os continentes como chuva ou neve e finalmente retornando aos oceanos através dos rios. Este ciclo envolve vários reservatórios naturais, entre os quais as partículas aquosas se movem com o passar do tempo. Destes, o maior reservatório são os oceanos que contém 97% de todas as águas meteóricas, sendo seguidas pelas geleiras com 2,25%. As águas subterrâneas represen-tam uma parcela relativamente pequena (0,75%), porém ainda bem maiores do que os rios e lagos, que representam apenas 0,01%.

Ciclo lagunar. Seqüência de eventos e os intervalos de tempo envolvidos no assoreamento de uma laguna por sedimentos, eventualmente seguidos por uma fase erosiva por ação de ondas e subseqüente preenchimento.

Ciclos naturais. Ciclos de nutrientes e minerais resultantes de interações entre os solos, água, plantas e animais em um determinado ambiente, os quais afetam a produtividade ecológica de dado local.

Ciência florestal. Ciência que, para ser bem compreendida, precisa ser profundamente estudada nos seus cinco ramos principais, que são: Silvicultura, Proteção, Política Florestal, Utilização e Manejo. Este último item pode ser subdividido em Mensuração, Ordenamento, Finança, Adminis-trativa.

Cimentação. Processo químico de precipitação de vários tipos de substâncias naturais nos inters-tícios entre os grãos de minerais ou rochas dos sedimentos, durante o processo de litificação. Alguns dos materiais cimentantes mais comuns são: calcita, dolomita, sílica, siderita e óxidos e hidróxidos de ferro. Cinturão verde. (1) Faixa de terra, usualmente de alguns quilômetros, no entorno de áreas ur-banas, preservada substancialmente como espaço aberto. Seu objetivo é prevenir expansão ex-cessiva das cidades e processos de conurbação, trazendo ar fresco e espaço rural não degradado para o mais perto possível dos moradores das cidades. (2) Área de extensão, nos arredores de

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zonas urbanas, preservada essencialmente como espaço aberto, cuja finalidade é evitar o cresci-mento desordenado e excessivo das cidades.

Ciófitas. Plantas de lugares sombrios.

Circuito primário. Parte fechada do sistema de refrigeração em reatores atômicos, recolhe o calor que se origina no reator e o conduz ao circuito secundário, onde é transformado em energi-a. Cites (Convention on International Trade in Endangered Species). (1) Convenção Interna-cional sobre Comércio de Espécies Ameaçadas de Extinção. Tratado assinado por cerca de 80 paí-ses, desde 1973, proibindo o comércio internacional das 600 espécies mais raras de plantas e animais, e exigindo uma licença do país de origem para a exportação de 200 outras espécies. (2) Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção, firmada em março de 1973 e aprovada em novembro de 1975.

Citogenética. Estudo dos fatos citológicos da genética. Fornece as bases para as variações e é essencial para determinar a constituição cromossômica e a natureza da variação genética nas árvores.

Citologia. (1) Parte da biologia que estuda estrutura, funções e evolução das células. (2) Estudo das células, isto é, sua estrutura, função, desenvolvimento e reprodução em relação ao cresci-mento, diferenciação e hereditariedade.

Clade. Grupo monofilético de taxa que abrange um ancestral comum e seus descendentes.

Cladística. Classificação taxonômica baseada em relações evolutivas entre os taxa (espécies). A cladística pode apresentar resultados e conclusões diferentes dos da taxonomia clássica, a qual enfatiza o relacionamento genético entre as espécies.

Clarificação. Qualquer processo ou combinação de processos que reduza a concentração de ma-teriais suspensos na água (ABNT, 1973).

Classe. (1) Categoria taxonômica entre ordem e divisão. (2) Nome dado a um grupo de ordens, na classificação dos seres vivos. Por exemplo: todas as ordens de animais mamíferos - carnívo-ros, cetáceos, roedores, etc. - pertencem à classe Mammalia.

Classe da água. (1) Categoria de um corpo de água que especifica o seu uso preponderante em função de características definidas por padrões de qualidade das águas. No Brasil, a classificação é feita de acordo com a Resolução nº 20/86 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). (2) Classificação de rios e outros corpos de água doce conforme padrões de qualidade estabeleci-dos pela Resolução CONAMA n° 20 de 18 de junho de 1986; são cinco as classes de rio: um rio de Classe 1 possui ótima qualidade de água.

Classe de árvores. Designação de todas as árvores de uma floresta com características específi-cas comuns, como por exemplo: dominância, diâmetro, qualidade, idade, tamanho e forma.

Classe de manejo. Unidade de planejamento. Parte da floresta que é manejada visando ao ren-dimento sustentado do mesmo tipo de produto final. Dentro de uma classe de manejo é aplicada em todos os povoamentos uma rotação aproximadamente igual.

Classe de resíduos. Classificação dos resíduos segundo sua origem ou periculosidade.

Classificação das terras. Classificação de conjuntos específicos de terra de acordo com suas características ou com a capacidade de uso.

Classificação dos solos. Classificação dos solos com base nas características petrográficas, me-cânicas, químicas e, mais comum ultimamente, em grandes grupos, diferenciados em bases cli-máticas ou climato-genéticas, por ser mais lógico e mais para estudos comparativos.

Clima. (1) Sucessão habitual dos diversos fenômenos meteorológicos observáveis, caracterizados pelas médias anuais de seus valores e pelo modo e amplitude da variação deles. (2) Estado da atmosfera expresso principalmente por meio de temperaturas, chuvas, insolação, nebulosidade etc. Os climas dependem fortemente da posição em latitude do local considerado e do aspecto do substrato. Assim, fala-se de climas polares, temperados, tropicais, subtropicais, desérticos etc. As relações entre os climas e a ecologia são evidentes: recursos agrícolas, fauna e flora, erosão, hi-drologia, consumo de energia, dispersão atmosférica de poluentes, condições sanitárias, contami-nação radioativa. Algumas características climáticas podem aumentar consideravelmente a expo-sição aos poluentes, ao favorecer a formação fotoquímica de produtos nocivos (LEMAIRE & LE-MAIRE, 1975).

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Clima continental. Tipo de clima característico de interior dos continentes, comparado com o clima marinho. O clima continental apresenta grandes oscilações anuais e diurnas de temperatu-ra.

Clima marinho. Tipo de clima característico dos oceanos e ilhas oceânicas. Sua mais importante característica é a uniformidade da temperatura.

Clima mediterrâneo. Clima caracterizado, em geral, por verões quentes e secos e invernos chuvosos e de temperaturas suaves.

Clímax. (1) Última comunidade ou estágio em que termina uma sucessão vegetal (isto é, que se reproduz e não dá lugar a outra comunidade). O clímax está em equilíbrio com o ambiente, en-quanto o clima permanece mais ou menos igual e as forças geológicas não mudam o substrato apreciavelmente. Há vários tipos, entre os quais: clímax edáfico, clímax climático e disclímax. (2) Em ecologia é o estágio final da sucessão de uma comunidade vegetal, em certa área, atingida sob determinadas condições ambientais, especialmente as climáticas e pedológicas, na qual a composição das espécies e a estrutura das comunidades bióticas são consideradas estáveis, em-bora a longo prazo, a evolução e as alterações dos processos ecológicos naturais possam vir a causar mudanças. No clímax ocorre um relativo equilíbrio metabólico entre produção primária e respiração. É o estágio final da sucessão. As diferentes etapas evolutivas de uma sucessão vari-am de acordo com o início da mesma, mas terminam sempre numa etapa de equilíbrio a que se dá o nome de clímax (MARTINS, 1978). (3) Quando o conjunto de seres vivos de um ecossistema estável encontra-se em equilíbrio com o meio (MARGALEF, 1980). (4) Fase final de sucessão de um ecossistema em que as comunidades de animais e plantas permanecem em estado relativo de autoperpetuação. (5) Biocenose estável, em equilíbrio com o meio; última etapa no processo de sucessão. (6) Última comunidade biológica em que termina uma sucessão ecológica, isto é, a co-munidade estável que não sofre mais mudanças direcionais. No estágio clímax há um equilíbrio dinâmico, enquanto as condições ambientais permanecem relativamente estáveis. Termo usado principalmente na ecologia vegetal.

Cline. Gradiente de caracteres mensuráveis, observado em populações de uma espécie, dispos-tos ao longo de um transecto. A variabilidade clinal geralmente não é reconhecida como categoria taxonômica.

Clonagem. (1) Produção de clones. (2) Replicação de um genoma de forma idêntica, logo sem reprodução sexual. O organismo criado (clone) é uma cópia genética do organismo do qual o ge-noma foi retirado. O clone conterá somente os cromossomos da célula original, e portanto será idêntico a esta.

Clonar. Reproduzir organismos individuais assexuadamente.

Clone. (1) Um grupo de células ou indivíduos geneticamente idênticos derivados por multiplica-ção assexuada de um ancestral comum. (2) Organismo reproduzido assexuadamente por parte-nogênese ou reprodução vegetativa, através de divisão mitótica, sem a necessidade de reprodu-ção sexual. Linhagem celular derivada por mitose de uma única célula diplóide ancestral. Em bio-logia molecular, uma cópia de seqüências de DNA criada por técnicas de DNA recombinante. Atu-almente já existe conhecimento científico e tecnologia para, pelo menos em princípio, reproduzir qualquer espécie animal, inclusive humanos, a partir da clonagem de um único indivíduo, ou seja, criando cópias perfeitas do indivíduo assim reproduzido. (3) Grupo de indivíduos produzidos por reprodução assexuada a partir de um único indivíduo. Todos os indivíduos de um clone têm o mesmo genótipo. (4) Um grupo de plantas geneticamente idênticas, derivadas assexualmente de um único indivíduo.

Cloração. Técnica consistente na aplicação de cloro em água potável, esgotos ou despejos indus-triais, para desinfecção e oxidação de compostos indesejáveis.

Clorofluorcarbono (CFC). (1) Composto químico gasoso, cuja molécula é composta dos átomos dos elementos cloro, flúor e carbono, de onde vêm suas iniciais. Constitui um gás de alto poder refrigerante e também um dos principais componentes na produção de espumas. (2) Gás utiliza-do em geladeiras, espumas e aerossóis, os quais, ao que tudo indica, degradam a camada de ozônio. (3) Principal gás utilizado em sprays e aerosóis, sistemas de refrigeração, como solventes industriais, na produção de espumas elásticas e de extintores de incêndio e que destrói a camada de ozônio. (4) Clorofluorcarbono; classe de compostos orgânicos que contém carbono, cloro e fluor; freon é o nome comercial de um clorofluorcarbono. Usado como propelente em aerossóis, compressores de geladeiras, na fabricação de espumas e para a limpeza de placas de circuito de computadores. Os CFCs não são tóxicos, mas estão sendo abolidos porque se acumulam na at-mosfera superior, onde a luz solar os transforma em agentes químicos que destroem a superfície da terra da radiação ultravioleta do Sol, muito prejudicial apra os seres vivos.

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Clube de Roma. Associação internacional fundada em Roma em 1968, constituída por empresá-rios e cientistas de ramos muitos diversos, que procura demonstrar a estreita inter-relação entre população mundial, industrialização e desenvolvimento. A principal publicação do grupo - Limites do crescimento - até hoje provoca discussões. Atualmente está sediado na Alemanha e tem como missão estabelecer instrumentos para a ação política, com vistas a uma definição universal de qualidade de vida.

CNEN. Comissão Nacional de Energia Nuclear. É uma autarquia federal vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia. Criada em 10 de outubro de 1956, estabelece normas e regulamentos em radioproteção e segurança nuclear, licencia, fiscaliza e controla a atividade nuclear no Brasil.

Coalescência. as gotículas maiores, tendo maior velocidade de queda em relação às outras, coli-dem com as menores que estão em seu caminho. Em linguagem informal, as gotículas maiores "atropelam" as menores, ocorrendo o que se pode chamar de coalescência. As gotículas de nu-vem, através do processo de colisão e coalescência, crescem até atingir o tamanho de gotas. Ao deixar a base da nuvem, essas gotas são chamadas de gotas de chuva e iniciam sua queda em direção à superfície.

Cobertura aerofotogramétrica. Cobertura aerofotográfica destinada a processos de mapea-mento, básico e temático, sendo executada com câmara fotogramétrica de precisão, segundo faixas de fotografias convenientemente orientadas, apresentando superposições laterais e longi-tudinais, de acordo com as exigências do processo e instrumental a utilizar.

Cobertura florestal. Todas as árvores e demais vegetações lenhosas que ocupam determinada superfície de um povoamento.

Cobertura vegetal. Termo usado no mapeamento de dados ambientais, para designar os tipos ou formas de vegetação natural ou plantada - mata, capoeira, culturas, campos etc, que reco-brem uma certa área ou um terreno.

Cobertura vegetal nativa. Vegetação que é natural da região, em geral é protegida por lei.

Cobertura morta. Camada natural de resíduos de plantas espalhados sobre a superfície do solo, protegendo-o da insolação, do impacto das chuvas e, portanto, do perigo de erosão. A cobertura morta, rica em nitrogênio, tem ainda a função de reter a umidade do solo, necessária ao desen-volvimento de lavouras sadias.

Cobrança pelo uso da água. Instituída pela Lei Federal n.° 9.433/77, baseada no princípio usu-ário-pagador, a cobrança pelo uso da água atinge os usuários da água bruta, tanto aquele que capta a água para diversos usos quanto ao que usa a água como diluidor de seus efluentes; a cobrança pelo uso da água pelo usuário tem como objetivos principais: reconhecer a água como bem econômico; incentivar a racionalização, do seu uso e obter recursos financeiros, os quais serão aplicação proprietária na bacia hidrográfica onde foram gerados, colaborando-se direta-mente para a melhoria ambiental da região; também prevista na Lei Estadual n.°12.726/99, do Paraná.

Cocolito. Frústulas discoidais, estreladas ou placóides de paredes delgadas e freqüentemente perfuradas, produzidas por algas planctônicas calcárias, encontradas em sedimentos marinhos. São bastante abundantes em vasas calcárias modernas, tendo sido registradas em depósitos se-dimentares do mundo inteiro desde o Cambriano até o Holoceno.

Código Florestal. Instituído pela Lei n.° 4771/65, estabelece em seu artigo 1.° que as florestas existentes no território nacional e as cobre, demais formas de vegetação, reconhecidas de utilida-de às terras que revestem, são bens de interesse comum a todos os habitantes do País, exercen-do-se os direitos de propriedade, com as limitações que a legislação em geral e especialmente estabelecem.

Coeficiente de endogamia. Medida quantitativa da intensidade de endogamia. Probabilidade de que dois alelos de um indivíduo sejam idênticos por ascendência.

Coesão. Força que mantém juntas as partículas, que é apreciável nas argilas e virtualmente ine-xistente nas areias e muitos siltes.

Co-geração. Incorporação da energia produzida através do calor resultante de processos indus-triais à oferta de eletricidade.

Coleção a campo. Coleção de plantas mantidas para propósitos de conservação, pesquisa, etc. Coleções com as quais se tenciona promover cruzamentos controlados ou multiplicação de se-mentes são mantidas temporariamente nesta condição. Espécies perenes como frutíferas e flores-tais são preferencialmente mantidas nestas condições.

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Coleção ativa. Coleção de acessos que é rotineiramente usada para propósitos de pesquisa, ca-racterização, avaliação e utilização de materiais. A coleção ativa é multiplicada de acordo com a demanda pelo germoplasma por parte de pesquisadores, como melhoristas, e regenerada perio-dicamente. O caráter dinâmico da coleção ativa é indicado pelo fato de que acessos entram e sa-em de seu inventário, conforme decisões gerenciais. No caso de eliminação de acessos, estes podem (ou não) vir a integrar a coleção base, que é maior em escopo que a coleção ativa. A cole-ção ativa, geralmente, funciona em dois ciclos: plantas vivas crescendo no campo e sementes armazenadas para regeneração ou multiplicação de materiais. A coleção ativa deve corresponder a um subconjunto da coleção base.

Coleção base. Coleção abrangente de acessos conservada a longo prazo. A coleção base ideal deve conter amostras representativas do GP1 (cultivado e silvestre), GP2 e GP3 da cultura. A coleção base é vista como uma estratégia de segurança, abrigando em seu acervo a coleção ativa duplicada, e com seus materiais não sendo utilizados para intercâmbio. As coleções base existen-tes são todas compostas de sementes ortodoxas.

Coleção de germoplasma. Coleção de genótipos de uma espécie com origens geográfica e am-biental variadas e que se constitui em matéria prima para programas de pesquisa e melhoramen-to.

Coleção nuclear. Coleção que representa, com o mínimo de repetição, a diversidade genética de uma espécie cultivada e de suas espécies relacionadas. O conceito de coleção nuclear é aplicado em coleções de germoplasma com 10 a 15% do tamanho da coleção original, representando 70 a 80% da variabilidade genética disponível na espécie de interesse e nos parentes silvestres. O res-tante da coleção permanece na reserva como fonte de genes para futuras utilizações. Embora uma coleção nuclear nunca substitua uma coleção base ou mesmo uma coleção de trabalho muito especializada, sua estrutura e dimensão são fatores decisivos para estimular o usuário a utilizar o germoplasma com mais freqüência do que aquele mantido na tradicional coleção ativa.

Coleção de água. Qualquer volume de água doce, limitada por terra de todos os lados. Ex: lago, lagoa, açude, represa e poça.

Coleta seletiva. (1) Forma diferenciada de coletar os resíduos onde o lixo seco ou reciclável é separado na origem e recolhido em coleta especial. (2) Recolhimento diferenciado de materiais descartados, previamente selecionados nas fontes geradoras, com o objetivo de encaminhá-los para reciclagem, compostagem, reúso, tratamento e outras destinações alternativas, como ater-ros e incineração. (3) Sistema de coleta de lixo, onde são recolhidos materiais recicláveis, previ-amente separados na fonte geradora. São considerados materiais recicláveis: Metal: latas de ali-metos e bebidas, tampinhas, arames, pregos, fios, objetos de alumínio, bronze, ferro, chumbo e zinco; Vidro: garrafas, potes, jarros, vidros de conserva, vidros de produtos de limpeza, frascos em geral; Papel: jornais, listas telefônicas, folhetos, revistas, folhas de rascunho, cadernos, pa-péis de embrulho, caixas de papelão, caixas de leite e sucos; Plásticos: garrafas, tubos de creme, frascos, baldes, bacias, brinquedos, saquinhos de leite. (4) Coleta de materiais recicláveis previ-amente separados na fonte geradora. Existem quatro grupos principais de materiais recicláveis, e as lixeiras e caçambas utilizadas para sua coleta possuem cores específicas: azul para papel, a-marelo para metal, verde para vidro e vermelho para plástico.

Colheita. Ato de retirar, parcelada ou totalmente, o produto florestal de determinada área plan-tada. Coliformes. Inclui todos os bacilos aeróbicos ou anaeróbicos facultativos, gramnegativos, não esporulados, que fermentam a lactose com produção de gás, dentro de 48 horas, a 35° C; per-tencem a este grupo: Escherichia coli; Enterobacter aerogenese; Enterobacter cloacae; Citrobac-ter freundii; Klebsiella pneumoniae.

Coliformes fecais. Bactéria do grupo coli encontrada no intestino de homens e animais, comu-mente utilizada como indicador da contaminação por matéria orgânica de origem animal.

Colimetria. Determinação de quantidade de bactérias do grupo coli, o que é realizado tendo em vista o seu número mais provável em certo volume de água.

Colmatagem. (1) Deposição de partículas finas, como argila ou silte, na superfície e nos interstí-cios de um meio poroso permeável, por exemplo, o solo, reduzindo-lhe a permeabilidade. (2) Nome dado a um tipo de entulhamento de uma área, de forma natural ou antrópica.

Colmos. Caule das plantas gramíneas, entre a raiz e a espiga. Caule pouco consistente e sem nós do junco e da junça. Palha comprida de que se tiraram os grãos para cobrir as habilitações pobres nos campos.

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Coluvião. Solo de encostas dos morros, na forma de partículas e agregados, que se acumulam nas partes mais baixas do relevo. Aluvião.

Colúvio. Porções de solo e detritos que se acumulam na base de um encosta, por perda de mas-sa ou erosão superficial, cuja composição permite indicar tanto a sua origem quanto os processos de transporte. Nos limites de um vale, pode se confundir com o aluviões. Material transportado de um local para outro, principalmente por efeito da gravidade. O material coluvial só aparece no sopé de vertentes ou em lugares pouco afastados de declives que lhe estão acima.

Combustão. (1) Processo de combinação de uma substância com o oxigênio, em geral exotérmi-co e auto - sustentável. (2) O processo de queima de uma fonte combustível como a madeira, carvão, óleo ou gasolina.

Combustão espontânea. Combustão que ocorre naturalmente, sem a presença de agente espe-cífico de ignição.

Combustível florestal. Material orgânico disponível no meio ambiente, que pode entrar em igni-ção e queimar-se (ARRUDA et allii, 2001).

Combustível fóssil. (1) Derivados do petróleo – gasolina, óleo diesel e óleos combustíveis, o gás natural e o carvão mineral. Eles são chamados de combustíveis fósseis porque são derivados dos remanescentes da plantas e animais antigos. Quando um combustível fóssil é queimado, libe-ra energia e também provoca a liberação de gases poluentes. (2) Materiais combustíveis deriva-dos de formações orgânicas fossilizadas, encontrados em determinadas formações geológicas muito antigas, gerados sob condições ambientais especiais. Carvão mineral, linhito, turfa, gás natural e petróleo são combustíveis fósseis.

Comércio de emissões. Mecanismo previsto pelo Protocolo de Kyoto, pelo qual países com compromissos em relação à emissão podem trocar o limite de emissão com outros países; tem como objetivo tornar mais flexível a política de redução de emissões e melhorar a eficiência eco-nômica das operações de redução de emissões.

Comércio turístico. Estabelecimentos comerciais que vendem mercadorias de interesse dos visi-tantes, em especial aquelas que servem como lembrança de viagem, serviços ou conveniências.

Comitê de bacia. Órgãos regionais e setoriais, deliberativos e normativos de bacias hidrográfi-cas; segundo a Lei Estadual n.° 12.729/99, do Paraná, o Comitê de Bacia Hidrográfica é compos-to por: representantes das instâncias regionais das instituições públicas estaduais com atuação em meio ambiente, recursos hídricos e desenvolvimentos sustentáveis; representantes dos muni-cípios, de organizações da sociedade civil com atuação regional na área de recursos hídricos e dos usuários; tem, entre outras, as seguintes funções: a) promover o debate das questões relaciona-das a recursos hídricos e articular a atuação das entidades intervenientes; b) arbitrar, em primei-ra instânia administrativa, os conflitos relacionados aos recursos hídricos; c) aprovar o Plano de Recursos Hídricos da bacia hidrográfica; d) acompanhar a execução do Plano de Recursos Hídricos da Bacia e sugerir as providências necessárias ao cumprimento de suas metas; d) propor critérios e normas gerais para a outorga dos direitos de uso dos recursos hídricos; e) aprovar proposta de mecanismo de cobrança pelo uso de recursos hídricos e dos valores a serem cobrados.

Compactação. (1) Decréscimo volumétrico dos sedimentos em conseqüência do esforço com-pressivo, usualmente exercido por superposição de sedimentos cada vez mais jovens em uma bacia sedimentar. Efeito semelhante pode ser produzido por ressecação e outras causas. (2) Ope-ração de redução do volume de materiais empilhados, notadamente de resíduos. A compactação de resíduos urbanos, matérias plásticas, seguida de revestimentos de asfalto ou cimento, é pre-conizada como solução para eliminação de certos rejeitos, para uso como material de construção. Quando do despejo controlado de resíduos urbanos, utiliza-se por vezes um método chamado compactação de superfície (LEMAIRE & LEMAIRE, 1975).

Compactação diferencial. Mudanças relativas nas espessuras entre lama e areia (ou calcário) após soterramento e compactação por redução de porosidade. O efeito da compactação é muito maior na lama do que em outros materiais.

Compensação glácio-isostática. Reajustamento isostático em função das modificações de car-ga (água e gelo) sobre a superfície terrestre a partir do Pleistoceno até hoje. O tempo de retorno às condições originais por compensação isostática é da ordem de 4.000 anos, quando a viscosi-dade for de 4 x 10²² poises. Áreas que estiveram recobertas por geleiras durante a última glacia-ção (cerca de 18.000 anos A.aprox.), como a Escandinávia, Alpes ou Canadá estão em processo de compensação glácio-isostática. Desta maneira, na Escandinávia ocorreu levantamento superior a 500 metros após a última glaciação por este mecanismo.

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Competição. (1) Luta dos seres vivos pela sobrevivência, especialmente quando são escassos os elementos necessários à vida entre os componentes de uma comunidade. A competição é uma disputa entre organismos, observada quando existe algo em quantidade insuficiente para todos. Entre animais há competição quando são obrigados a lutar por alimento e abrigo. Entre vegetais, a competição geralmente é motivada por fatores como a luz e a água. (2) Interação entre orga-nismos, populações ou espécies que dependem do mesmo recurso ambiental limitado.

Complexidade estrutural. Grupo ou conjunto de espécies ocorrentes em uma floresta, cujos indivíduos interagem imprimindo características próprias a elas mesmas, em virtude de distribui-ção e abundância de espécies, formação de estratos, diversidade biológica (Resolução CONAMA 012/94).

Compostagem. (1) Reaproveitamento da fração orgânica do lixo transformando-o em adubo orgânico. (2) Técnica que consiste em deixar fermentar uma mistura de restos orgânicos vegetais e animais, a fim de se obter um produto homogêneo (o composto) de estrututra grumosa, muito rica em humos e microorganismos, que é incorporada ao solo a fim de melhorar a estrutura des-te, as suas características e a riqueza em elementos fertilizantes. (3) Método de tratamento dos resíduos sólidos (lixo), pela fermentação da matéria orgânica contida nos mesmos, conseguindo-se a sua estabilização, sob a forma de um adubo denominado "composto". Na compostagem normalmente sobram cerca de 50% de resíduos, os quais devem ser adequadamente dispostos. (4) Trata-se da produção de adubo orgânico, esta técnica compreende a elaboração de uma mis-tura de restos de seres vivos capaz de maximizar a fertilidade do solo.

Composto orgânico. É um produto homogêneo obtido através de processo biológico pelo qual a matéria orgânica existente nos resíduos é convertida em outra, mais estável, pela ação princi-palmente de microorganismos já presentes no próprio resíduo ou adicionado por meios de inocu-lantes.

Comunicação ambiental. Comunicação de mensagens ambientais para o público por diferentes meios e canais, entendida como um caminho para melhorar os conhecimentos sobre o meio am-biente e estimular práticas ambientais sustentáveis.

Comunidade ou biocenose. (1) Um grupo de animais e vegetais, mutuamente acoplados que povoam uma mesma zona natural. Todas as populações que ocupam uma área. (2) Conjunto de populações interdependentes que vivem em determinada área geográfica. Por viverem no mesmo local, dependem dos mesmos fatores físicos e químicos. Como exemplos, temos a comunidade de uma floresta e a de um lago, entre outras. (3) Conjunto de organismos de duas ou mais espécies que têm relações ecológicas mútuas e com o meio físico-químico ambiente (MARTINS, 1978). (4) Conjunto de populações que habitam uma área determinada; representa o componente vivo de um ecossistema (BERON, 1981). (5) Um conjunto de organismos, em um ecossistema, cuja com-posição e aspecto são determinados pelas propriedades do ambiente e pelas relações de uns or-ganismos com os outros. O componente biológico de um ecossistema (ACIESP, 1980). (6) Con-junto de animais ou vegetais existentes numa determinada área ou volume. Todos os seres vivos que habitam certa área possuem relações recíprocas e são independentes de outros grupos. As associações vegetais e as populações animais são comunidades bióticas. Atualmente existe uma tendência para substituir este termo pelo de 'Biocenosis'. Grupo de pessoas, parte de uma socie-dade maior, que vive em uma determinada área e mantêm alguns interesses e características comuns. (7) Ou comunidade biótica. Conjunto de organismos (biocenoses) que compartilham o mesmo habitat ou área de alimentação.

Comunidade biótica, comunidade biológica. Um conjunto de organismos, em um ecossiste-ma, cuja composição e aspecto são determinados pelas propriedades do ambiente e pelas rela-ções de uns organismos com os outros. O componente biológico de um ecossistema.

Comunidade Climax. Último estágio de uma sucessão ecológica; comunidade estável, em per-feito equilíbrio com o meio ambiente (Glossário Ibama, 2003).

Comunidade edáfica. Conjunto de populações vegetais dependentes de determinado tipo de solo (Resolução CONAMA 012/94)

Comunidade local. Grupo humano inserido ou adjacente à unidade de manejo florestal, que se distingue da comunidade tradicional.

Comunidade pioneira. (1) Conjunto de organismos colonizadores; primeira fase na sucessão ecológica. (2) Comunidade que inicia uma sucessão ecológica; as primeiras populações ou espé-cies que se instalam numa região que sofreu desflorestamento (Glossário Ibama, 2003).

Comunidade vegetal. Todo e qualquer grupamento de plantas, que vive em certo espaço du-rante certo tempo.

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Conglomerado. Agrupamento de seixos rolados, consolidados por um cimento. Esse cimento pode ser de natureza variada: ferruginosa, silicosa, calcária ou argilosa (Glossário Libreria, 2003).

Conífera. Espécie vegetal perencente ao grupo de árvores e arbustos que produzem cones e são tipicamente perenes, com folhas em forma de agulha. Seu principal representante é o pinheiro.

Conselho de Defesa Ambiental. Órgão competente para propor os critérios e condições de uti-lização de áreas indispensáveis à segurança do território nacional e opinar sobre seu efetivo uso, especialmente na faixa de fronteira e nas relacionadas com a preservação e exploração dos re-cursos naturais de qualquer tipo (Constituição Federal).

Conselho de Meio Ambiente. Instituições organizadas, de caráter oficial, destinadas à defesa do meio ambiente, sua preservação e incremento, envolvendo necessariamente a participação da comunidade. (Resolução CONAMA 237/97).

Conselho Estadual de Meio Ambiente (CEMA). Colegiado que tem por função a formulação da Política Estadual de Meio Ambiente; é formado por 23 membros, assim distribuídos: a) 12 titula-res de órgãos e entidades do Poder Executivo Estadual; b) quatro representantes das instituições universitárias públicas e privadas de ensino superior do Estado do Paraná; c) dois representantes das instituições universitárias públicas e privadas de ensino superior do Estado do Paraná; d) dois representantes das categorias patronais; e) dois representantes ds trabalhadores; f) um repre-sentante dos Secretários Municipais de Meio Ambiente.

Conselho Estadual de Recursos Hídricos (CERH). Órgão deliberativo e normativo central do Sistema Estadual de Gerenciamento dos Recursos Hídricos; formado por 29 membros, sob a pre-sidência do Secretário Estadual de Meio Ambiente, assim distribuídos: 14 representantes de Insti-tuições do Poder Executivo; dois representantes da Assembléia Legislativa; três representantes de Municípios; quatro representantes de setores usuários; ao CERH cabe, entre outras atribui-ções: a) estabelecer princípios e diretrizes da Política Estadual de Recursos Hídricos; b) aprovar o Plano Estadual de Recursos Hídricos; c) arbitrar e decidir conflitos entre comitês de bacia hidro-gráfica; d) instituir comitês de bacia. e) reconhecer as unidades executivas descentralizadas inte-grantes ao Sistema Estadual de Gerenciamento dos Recursos Hídricos.

Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). Criado pela Lei de Política Nacional do Meio Ambiente (Lei n° 6938 de 31.08.81), teve sua composição, organização, competência e funcio-namento estabelecidos pelo Poder Executivo através do Decreto n° 88351 de 01.06.83 e modifi-cados pelo Decreto n° 91305 de 03.06.85. O CONAMA é o Órgão Superior do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) com função de assistir o Presidente da República na Formulação de Diretrizes de Política Nacional do Meio Ambiente (Lei n° 6938/81). Após a vigência do Decreto n° 91305/85, o CONAMA é composto por 71 membros: o Ministro de Estado do Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente, que preside; 28 representantes de 18 Ministérios; o Secretário da SE-MA, seu Secretário Executivo, representantes dos Governos dos Estados, Territórios e Distrito Federal; os Presidentes das Confederações Nacionais dos Trabalhadores no Comércio, na Indús-tria e na Agricultura; os Presidentes das Confederações Nacionais do Comércio, da Indústria e da Agricultura, os Presidentes da ABES e da FBCN; os presidentes de duas associações civis de defe-sa do meio ambiente; representantes de cinco entidades da sociedade civil ligadas à preservação da qualidade ambiental, sendo uma de cada região geográfica do País. O CONAMA constitui-se do Plenário, de Câmaras Técnicas, constituídas por membros conselheiros, com poder deliberativo, das Comissões Especiais, para assessoramento ao Plenário, e da Secretaria Executiva. As compe-tências do CONAMA incluem o estabelecimento de todas as normas técnicas e administrativas para a regulamentação e a implementação da Política Nacional do Meio Ambiente e a decisão, em grau de recurso das ações de controle ambiental da SEMA.

Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH). Órgão máximo da política nacional de re-cursos hídricos; colegiado que tem funções deliberativas e consultivas; constituído por 30 mem-bros, sob a presidência do Ministro do Meio Ambiente, assim distribuídos: 13 representantes do Governo Federal (Ministérios de Agricultura, Pecuária e Abasteciemtno; Ciência e Tecnologia; Fa-zenda; Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; Justiça; Defesas (Comando a Marinha); Meio Ambiente; Planejamento, Orçamento e Gestão; Relações Exteriores; Saúde; Transportes; Integração Nacional e Secretaria Especial de Desenvolvimento Urbano da Presidência da Repúbli-ca); um representante de cada uma das seguintes instituições: Agência Nacional de Águas; A-gência Nacional de Energia Elétrica; entidades de ensino e pesquisa, e organizações não-governamentais; um representante dos conselhos estaduais de recursos hídricos de cada região do País; cinco representantes de usúarios de recursos hídricos (irrigantes, serviços de água e es-goto, geração de energia elétrica, indústrias, setor hidroviário e pescadores e atividades de lazer e turismo); e um representante de comitês, consórcios e associações intermunicipais de bacias hidrográficas.

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Concha. Exosqueleto em geral composto por carbonato de cálcio (CaCO3), de alguns invertebra-dos, tais como os moluscos. Existem moluscos com conchas que vivem em água salgada, salobra ou doce, além de terrestres. Algumas conchas podem ser parcial ou totalmente compostas por material quitinoso ou silicoso.

Condensação. Passagem do estado gasoso ao líquido.

Cone Sul. Região situada ao Sul do Continente Americano. Engloba os países do Chile, Argentina, Uruguai, Paraguai e parte do Brasil, tomando a forma de um cone.

Congelamento. Passagem do estado líquido ao sólido por abaixamento de temperatura.

Conglomerado. Rocha clástica formada predominantemente por fragmentos arredondados cor-respondentes a seixos, contendo comumente matrizes arenosa e/ou pelítica e cimento químico variável. São reconhecidos casos de conglomerados oligomíticos (fragmentos de poucas varieda-des petrográficas) e polimíticos ou petromíticos (fragmentos de muitas variedades petrográficas).

Conhecimento tradicional. Todo conhecimento, inovação ou prática.

Conífera. Espécie florestal de madeira mole e fibra longa.

Coníferas. (1) Florestas das zonas temperadas, na maioria compostas de pequeno número de espécies e em geral de forma semelhante. (2) Tipo de pinheiro. Sua madeira é conhecida como "mole", ideal para a fabricação de tipos variados de papéis.

Conservação. (1) Em sentido amplo, é o conjunto de atividades e políticas que asseguram a contínua disponibilidade e existência de um recurso. (2) Em sentido mais restrito, é o armazena-mento e a guarda do germoplasma em condições ideais, permitindo a manutenção de sua inte-gridade. (3) A conservação engloba a preservação, que é usada para germoplasma, armazenado em temperaturas criogênicas. (4) É a ação de reunir atividades de preservação, manutenção, utilização sustentada, restauração e melhoria do meio ambiente, de forma a produzir o maior benefício sustentado para as gerações atuais e, ao mesmo tempo, manter sua potencialidade pa-ra satisfazer as necessidades e aspirações das gerações futuras e a sobrevivência das espécies vegetais e animais e de seu ambiente natural. (5) Entende-se por conservação da natureza o manejo da biosfera, compreendendo a preservação, a manutenção, a utilização sustentável, a restauração e a melhoria do ambiente natural, para que este possa produzir o maior benefício, em bases sustentáveis, às atuais gerações, mantendo seu potencial de satisfazer as necessidades e aspirações das gerações futuras e garantindo a sobrevivência dos seres vivos em geral (ARRU-DA et allii, 2001). (6) Sistema flexível ou conjunto de diretrizes planejadas para o manejo e utili-zação sustentada dos recursos naturais, em nível ótimo de rendimento e preservação da diversi-dade biológica. Combinação de todos os métodos de exploração e de uso dos terrenos que prote-jam o solo contra a deterioração ou depleção, causadas por fatores naturais ou provocadas pelo homem. Manutenção de áreas naturais preservadas, através de um conjunto de normas e crité-rios científicos e legais, visando à sua utilização para estudos científicos.

Conservação da natureza. (1) Utilização racional dos recursos naturais renováveis (ar, água, solo, flora e fauna) e um rendimento máximo dos não-renováveis (jazidas minerais), de modo a produzir o maior benefício sustentado para as gerações atuais, mantendo suas potencialidades a fim de satisfazer as necessidades das gerações futuras. (2) A proteção de recursos naturais reno-váveis e seu manejo para utilização sustentada e de rendimento ótimo (CIESP, 1980). (3) Enten-de-se por conservação da natureza o manejo da biosfera, compreendendo a preservação, manu-tenção, utilização sustentável, restauração e melhoria do ambiente natural (ARRUDA et allii, 2001). (4) Manejo do uso da natureza, compreendendo a preservação, a manutenção, a utiliza-ção sustentável, a restauração e a recuperação do ambiente natural, para que possa produzir, em bases sustentáveis, o maior benefício, às atuais gerações, mantendo seu potencial de satisfazer às necessidades e aspirações das gerações futuras e garantindo a sobrevivência dos seres vivos em geral; não é sinônimo de preservação porque está voltada para o uso humano da natureza, em bases sustentáveis, enquanto a preservação visa à proteção a longo prazo das espécies, habi-tats e ecossistemas.

Conservação ex situ. Ação de conservar a variação genética das espécies fora de suas comuni-dades naturais. Desdobra-se em várias modalidades, entre as quais conservação in vitro, em co-leções a campo, em câmaras frias e em nitrogênio líquido. Acredita-se que o material genético mantido sob estas condições, longe de seu meio natural, esteja menos sujeito à ação de forças seletivas e, portanto, leva desvantagem sob o ponto de vista de adaptação, se reintroduzido em seu habitat natural. Essa teoria, muito aceita na literatura recente, ainda carece de confirmação experimental convincente.

Conservação in situ. (1) Ação de conservar plantas e animais em suas comunidades naturais. As unidades operacionais são várias, destacando-se parques nacionais, reservas biológicas, re-

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servas genéticas, estações ecológicas e santuários de vida silvestre. Acredita-se que o material vivendo sob estas condições está sob influência direta das forças seletivas da natureza e, portan-to, em contínua evolução e adaptação ao ambiente, desfrutando de uma vantagem seletiva em relação ao material que cresce ou é conservado sob condições ex situ. (2) Conservação de ecos-sistemas e hábitats naturais e a manutenção e recuperação de populações viáveis de espécies em seus meios naturais e, no caso de espécies domesticadas ou cultivadas, nos meios onde tenham desenvolvido suas propriedades características (Lei 9.985/2000, art. 2.º VII).

Consumidores. (1) Organismos heterótrofos, na maioria animais, que ingerem outros organis-mos ou partículas da matéria orgânica. (2) É o animal que se alimenta de outros seres vivos. Os consumidores primários (herbívoros) se alimentam dos vegetais; os consumidores secundários (carnívoros) se alimentam de outros animais. O conjunto formado pelos organismos consumido-res e produtores constitui a cadeia alimentar dos ecossistemas.

Contabilidade ambiental. Ramo da contabilidade dedicada a encontrar formas de introduzir valores para os recursos naturais dentro da contabilidade dos governos e das empresas.

Contaminação. (1) A ação ou efeito de corromper ou infectar por contato. Termo usado, muitas vezes, como sinônimo de poluição, porém, quase sempre empregado em relação direta à efeitos sobre a saúde do homem. (2) Introdução, no meio, de elementos em concentrações nocivas à saúde humana, tais como: organismos patogênicos, substâncias tóxicas ou radioativas.

Contaminação atmosférica. Qualquer tipo de impureza do ar, em particular a originada pelas emanações de gases tóxicos de indústrias, do tráfego terrestre, marítimo ou aéreo.

Contaminação das águas. Poluição decorrente do despejo de águas residuais liberadas pelas indústrias e residências.

Contaminação do mar. Poluição decorrente de acidentes como vazamento de petróleo e tam-bém pelo despejo de produtos residuais provenientes de indústrias.

Contaminante. Uma partícula que suja o ar. É sinônimo de poluente.

Contaminar. Processo de tornar o ambiente, ou uma substância, impura ou prejudicial por adi-ção de outra substância; contaminantes são substâncias indesejáveis.

Continentalidade. Grau de distanciamento de uma região em relação ao litoral (oceanos e ma-res).

Continente. Cada uma das cinco grandes divisões da Terra: Europa, Ásia, África, América e Oce-ania. Considerável espaço de terra que se pode percorrer sem ter de atravessar mares. Controle ambiental. Conjunto de ações tomadas visando a manter em níveis satisfatórios as condições do ambiente. O termo pode também se referir à atuação do Poder Público na orienta-ção, correção, fiscalização e monitoração ambiental de acordo com as diretrizes administrativas e as leis em vigor.

Controle biológico. (1) Utilização de inimigos naturais para reduzir a população de um organis-mo considerado prejudicial. (2) O controle das pragas e parasitas pelo uso de outros organismos (não inseticidas e drogas), por exemplo, diminuir pernilongos pela criação de peixes que ingerem larvas (GOODLAND, 1975). Utilização da vulnerabilidade natural de um organismo para controlar sua reprodução, mediante a introdução de predadores, visando à redução ou eliminação do uso de produtos químicos para os mesmos objetivos.

Convenção. Acordo, ajuste, combinação, convênio. Pacto entre partidos políticos beligerantes.

Convenção sobre a Diversidade Biológica. Convenção firmada durante a Conferência das Na-ções Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento - a Rio- 92, realizada em 1992, no Rio de Janeiro. O tema da convenção - a conservação da diversidade biológica e a utilização sustentável dos seus componentes - já não é novo nas agendas diplomáticas. Em junho de 1972 durante o Ambiente da Humanidade, em Estocolmo, e na primeira sessão do Conselho Governamental para o novo Programa das Nações Unidas para o Ambiente (1973), a " conservação da natureza, da vida selvagem e dos recursos genéticos", já fora identificada como uma área prioritária. Desde então, as negociações para o estabelecimento de um mecanismo legal para regular as questões relacionadas à conservação da biodiversidade foram fortemente influenciadas pelo crescente re-conhecimento internacional da necessidade de uma partilha justa e equitativa dos benefícios pro-venientes da utilização dos recursos genéticos. A Convenção sobre a Diversidade Biológica ex-pressa claramente esses princípios nos seus objetivos: a conservação da diversidade biológica, a utilização sustentável dos seus componentes e a partilha justa e equitativa dos benefícios prove-nientes da utilização dos recursos genéticos. Com a Convenção, a conservação da diversidade biológica deixou de ser encarada apenas em termos de proteção das espécies ou dos ecossiste-

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mas ameaçados. Em seus termos, estão presentes a necessidade de conciliar a preocupação do desenvolvimento com a conservação e de estabelecer igualdade e partilha de responsabilidades entre os países detentores de grande diversidade biológica e os países ricos, usuários dessa di-versidade. Os principais elementos da Convenção são: cooperação científica e técnica, acesso aos recursos financeiros e genéticos e as transferências de tecnologias limpas.

Convenção do Clima. Convenção Quadro das Nações UNidas sobre Mudança do Clima (CQ-NUMC), aprovada em 9 de maio de 1992 e firmada na Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, a Rio-92, por 154 países e a Comunidade Ecnômica Euro-péia; o Brasil foi o primeiro país signatário. A Convenção, que desde então vm sendo ratificada por um crescente número de países, entrou em vigor no dia 21 de março de 1994, noventa dias depois de completar a ratificação pelo parlamento de cinqüenta países. No Brasil, a Convenção foi ratificada pelo Congresso em 28 de fevereiro de 1994 e entrou em vigor em 29 de maio do mes-mo ano. Até 7 de setembro de 2000, 186 países haviam se tornado Partes da Convenção. A Con-venção reconhece a mudança do clima como uma preocupação comum da humanidade e propõe uma estratégia global para proteger o sistema climático para gerações presentes e futuras. Tem como objetivo principal estabilizar as concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera num nível que impeça uma interferência antrópica perigosa no sistema climático, assegurando que a produção de alimentos não seja ameaçada e que o crescimento econômico prossiga de modo sus-tentável.

Convenções. Além dos já citados, os principais acordos regionais ou mundiais relacionados a questões ambientais, dos quais o Brasil é signatário, são os seguintes:

• Convenção de Viena - Camada de Ozônio; • Convenção de Combate à Desertificação; • Convenção Brasileira sobre Movimentação Transfronteiriça de Resíduos Perigosos; • Convenção sobre Espécies Migratórias (Convenção de Bonn); • Convenção de Ramsar sobre Terras úmidas - Ramsar Convention on Wetlands; • Convenção para a Proteção da Flora, da Fauna e das Belezas Cênicas dos Países da Améri-

ca. Aprovada em 1948 pelo Congresso Nacional; • Convenções sobre Direito do Mar; • Convenções sobre Mar Territorial e Zona Contígua; • Convenção sobre Alto Mar; • Convenção sobre Pesca e Conservação dos Recursos Vivos de Alto Mar; • Convenção Relativa à Proteção do Patrimônio Mundial, Cultural e Natural; • Convenção Internacional sobre Responsabilidade Civil em Danos Causados por Poluição

por Óleo; • Convenção sobre a Proibição do Uso Militar ou Hostil de Técnicas de Modificação Ambien-

tal; • Convenção Internacional para a Proteção dos Vegetais; • Convenção Internacional para a Conservação de Atuns e afins, no Atlântico; • Tratado de Cooperação Amazônica, firmado pelos governos do Brasil, Bolívia, Colômbia,

Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela; • Tratado de Proscrição das Experiências com Armas Nucleares na Atmosfera, no Espaço

Cósmico e sob a Água, firmado com os Estados Unidos, Grâ-Bretanha, Irlanda do Norte e URSS (1963);

• Tratado sobre Princípios Reguladores das Atividades dos Estados na Exploração e Uso do Espaço Cósmico, inclusive a Lua e demais Corpos Celestes;

• Acordo de Pesca e Preservação dos Recursos Vivos, com o Uruguai; • Acordo de Conservação dos Recursos Naturais do Atlântico Sul, com a Argentina; • Acordo para a Conservação da Flora e da Fauna dos Territórios Amazônicos com a Colôm-

bia; • Acordo para a Convenção da Flora e da Fauna dos Territórios Amazônicos.

Convergência. Fenômeno em que duas massas de água se encontram. Nos dois casos, o resul-tado é a suspensão dos nutrientes que estavam no fundo do oceano.

COP (Conferência das Partes). órgão supremo da Convenção de Mudanças do Clima; normal-mente se reúne uma vez ao ano para revisar os progressos da Convenção. A palavra conferência é usada no sentido de associação, o que explica, por exemplo, a expressão quarta sessão da Con-ferência das Partes.

Cooperação. Os princípios de cooperação e parceria aparecem como conceitos-chave operacio-nais no processo de implementação da Agenda 21. Em todo o documento, há uma forte ênfase na cooperação entre países, entre diferentes níveis de Governo, nacional e local, e entre os diferen-tes segmentos da sociedade.

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Coordenadas geográficas. Valores angulares de latitude e longitude que definem a posição de pontos sobre a superfície da Terra, em relação ao elipsóide de referência adotado. A apresentação dos mapas nestas coordenadas permite a localização inequívoca das feições e transformação para outros sistemas de projeção.

Coordenadas UTM. Valores das coordenadas plano-retangulares L (Leste) e N (Norte) que defi-nem a posição de pontos sobre a superfície da Terra, em relação ao elipsóide de referência ado-tado, na projeção Universal Transversa de Mercator, cuja propriedade conforme possibilita repre-sentar sem deformação todos os ângulos em torno de quaisquer pontos, não distorcendo a forma de pequenas áreas representadas nos mapas. É adotada no mapeamento sistemático do Brasil, sendo a mais utilizada. Obs: As coordenadas dos arquivos disponíveis são apresentadas em quilômetros.

Coprólito. Excrementos fossilizados de peixes, répteis, pássaros e mamíferos, que se apresen-tam geralmente com composição fosfática. O termo é originário do grego kopros (fezes) e lithos (rocha). Os coprólitos podem fornecer informações sobre os hábitos alimentares de seres extin-tos.

Coprocessamento. Técnica de utilização de determinados resíduos industriais como matéria prima e/ou combustível no processo de fabricação de cimento.

Coquina. Sedimento carbonático muito poroso, composto predominantemente por fragmentos de conchas de moluscos, algas corais e outros restos orgânicos, em geral cimentados por carbonatos de cálcio. Quando os fragmentos são pequenos (frações de milímetros), pode-se falar em micro-coquina. A coquina litificada é chamada de coquinito. Quando ela é composta principalmente de fragmentos de crinóides, por exemplo, tem-se a criquina que, ao ser litificada, resultaria no cri-quinito.

Coquinito. Mesmo que coquina.

Corais. Animais invertebrados muito primitivos do grupo dos cnidários antozoários. Os antozoá-rios são divididos em dois subgrupos. Os corais moles, também denominados octocorais, são ca-racterizados por oito tentáculos ao redor da boca. Os gêneros mais comuns na costa brasileira sãoRenila sp. e Gorgonia sp. A outra divisão, dos corais pétreos, também denominados esclerac-tíneos, tem esqueleto rígido de calcáreo. São esses organismos que formam os recifes. Os gêne-ros mais comuns na costa brasileira são Mussismilia sp., Faviasp., e Meandrina sp., entre outros

Coral. Celenterados marinhos sésseis, em geral coloniais (indivíduos unidos), que secretam um exosqueleto de carbonato de cálcio (CaCO3). Hoje em dia, os corais são os organismos hermatí-picos (formadores de recifes) mais comuns.

Cordilheira meso-atlântica. Formação montanhosa de origem vulcânica que se situa na conflu-ência das placas tectônicas. No oceano Atlântico, a cordilheira está localizada no limite de separa-ção das placas americana e africana, a meio caminho do Brasil e da África. No oceano Pacífico, ela ocupa uma posição próxima do continente americano. Essas cadeias e montanhas estão pre-sentes ao longo de todos os oceanos terrestres.

Correção do solo. Conjunto de medidas, especialmente as técnicas agrícolas, que contribuem para sanear o solo e melhorar suas características, elevando assim a produtividade. Corredor entre remanescentes. (1) Faixa de cobertura vegetal existente entre remanescentes de vegetação primária ou em estágio médio e avançado de regeneração, capaz de propiciar habi-tat ou servir de área de trânsito para a fauna residente nos remanescentes, sendo que a largura do corredor e suas demais características, serão estudadas pela Câmara Técnica Temporária para Assuntos da Floresta Atlântica e sua definição se dará no prazo de 90 (noventa) dias (Resolução CONAMA 010/93). (2) Caracteriza-se como sendo faixa de cobertura vegetal existente entre re-manescentes de vegetação primária em estágio médio e avançado de regeneração, capaz de pro-piciar habitat ou servir de área de trânsito para a fauna residente nos remanescentes. Os corre-dores entre remanescentes constituem-se pelas matas ciliares em toda sua extensão, pelas faixas marginais definidas por lei e pelas faixas de cobertura vegetal existentes nas quais seja possível a interligação de remanescentes, em especial, às unidades de conservação e áreas de preservação permanente (Resolução CONAMA 009/96).

Corredores. Termo genérico para designar a ligação entre dois habitats ou ecossistemas que permite o trânsito de animais e amplia os habitats naturais; devem ser igualmente protegidos.

Corredores ecológicos. (1) As porções dos ecossistemas naturais ou semi-naturais, ligando unidades de conservação e outras áreas naturais, que possibilitam entre elas o fluxo de genes e o movimento da biota, facilitando a dispersão de espécies e a recolonização de áreas degradadas, bem como a manutenção de populações que demandam, para sua sobrevivência, áreas com ex-

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tensão maior do que aquela das unidades individuais (ARRUDA et allii, 2001). (2) Termo adotado pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação; porções de ecossistemas naturais ou semi-naturais que ligam unidades de conservação, possibilitando o fluxo de genes e o movimento da biota entre elas, facilitando a dispersão de espécies, a recolonização de áreas degradadas e a manutenção de populações que precisam, para sua sobrevivência, de áreas maiores do que as disponíveis nas unidades de conservação.

Corrente. (1) Curso de água que flui ao longo de um leito sobre os continentes. (2) Corrente marinha formada por ação de vento, diferenças de densidade, etc. Exemplo: Corrente do Golfo.

Corrente de turbidez. Corrente de alta turbulência e de densidade relativamente alta, contendo materiais bastante grossos (areia grossa e seixos), que se move através do fundo de um corpo aquoso estacionário (oceano ou lago). Mais de 95% dos exemplos de depósitos de correntes de turbidez conhecidos no mundo são marinhos. A corrente de turbidez pode ser originada em decli-ves bastante suaves de apenas alguns graus de inclinação. Dão origem aos depósitos conhecidos por turbiditos, que caracteristicamente integram seqüências de fácies de flysch de calhas geos-sinclinais. Sinônimo: corrente de densidade.

Correntômetro. Instrumento que serve para medir o sentido e a velocidade das correntes mari-nhas. Quando este equipamento é munido de um registrador gráfico, tem-se o correntógrafo. Corretivo. (1) Material apto a corrigir uma ou mais características desfavoráveis do solo (Lei 6.894/80). (2) Produto que contenha substâncias capazes de corrigir uma ou mais características do solo, desfavoráveis às plantas (Decreto 86.955/82).

Corretivo de Acidez ou alcalinidade. (1) Produto que promova a modificação da acidez ou al-calinidade do solo, sem trazer nenhuma característica prejudicial (Decreto 86.955/82).

Corretivo de salinidade. (1) Produto que promova a diminuição de sais solúveis no solo (Decre-to 86.995/82).

Corrida de lama. Fluxo de material detrítico heterogêneo (areia, silte, argila e até seixos). Decli-ve abaixo de e muitas vezes seguindo um antigo canal fluvial, graças à lubrificação por grande volume de água que satura o material. Fenômeno espasmódico relativamente freqüente em de-posição de leques aluviais.

Corrosão. Destruição das rochas pela ação química da água e dos ácidos nela contidos. Corte raso. (1) Tipo de corte em que são derrubadas todas as árvores ou de parte ou de todo um povoamento florestal, deixando o terreno momentaneamente livre da cobertura arbórea (Por-taria Normativa IBDF 302/84). (2) Supressão florestal onde todos os caules da vegetação arbórea são removidos para aproveitamento da madeira (autores).

Córtex. O tecido primário, fundamental do caule ou da raíz, situado entre a epiderme ou o fele-ma e o sistema vascular.

Costa. Faixa de terra de largura variável, que se estende da linha de praia para o interior do con-tinente até as primeiras mudanças significativas nas feições fisiográficas. Essa faixa varia nor-malmente de alguns quilômetros a algumas dezenas de quilômetros. Conforme a configuração geral, pode-se falar em costa rasa ou costão.

Costão rochoso. Ambiente litorâneo formado por rochas, situado no limite entre o oceano e o continente. Pode ser considerado um ecossistema, do qual faz parte uma grande diversidade de seres marinhos. O costão rochoso sofre influência das marés, dos embates das ondas e dos raios solares, obrigando as formas de vida a se adaptar a essas condições peculiares.

Crenoterapia. (1) Utilização medicinal de águas minerais como terapia. (2) qualquer tipo de tra-tamento feito com base no uso de águas minerais (Dic. Houaiss).

Crescimento secundário. Aumento do tamanho de fragmentos de minerais detríticos em conti-nuidade óptica, levando à regeneração da forma primitiva. É um fenômeno relativamente comum em partículas clásticas, por exemplo de quartzo e turmalina.

Crescimento vegetativo. Diferença entre o número de nascimentos (natalidade) e de mortes (mortalidade) de uma população, num determinado período. Também conhecido como cresci-mento natural. Criadouro. (1) Área especialmente delimitada, preparada e dotada de instalações capazes de possibilitar a reprodução, cria e recria dessas espécies da fauna silvestre (Portaria IBAMA 142/92). (2) Áreas dotadas de instalações capazes de possibilitar o manejo, a reprodução, a cria-ção ou recria de animais pertecentes a fauna silvestre brasileira (Portarias Normativas IBAMA 117/97 e 118/97). (3) Para fins de manejo sustentado, considera-se criadouro uma área especi-

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almente delimitada e preparada, dotada de instalações capazes de possibilitar a vida e a procria-ção de espécies da fauna silvestre, onde possam receber a assistência adequada. O criadouro pode servir a diversos fins, como o científico e o econômico, e visa a evitar interferências nos habitats naturais, de modo a não causar desequilibrio ecológico nos respectivos ecossistemas.

Crime ambiental. Condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, conforme caracterizadas na legislação ambiental e na Lei de Crimes Ambientais (Lei n° 9.605, de 12 de fevereiro de 1998) (FEEMA, 1997).

Criopreservação. Conservação de germoplasma a baixa temperatura, normalmente em nitrogê-nio líquido (-196ºC).

Criptofauna. Fauna de microhábitats, protegidos, escondidos ou subterrâneos.

Criptófitos. Categoria de plantas cujas gemas ficam protegidas sob o solo ou água.

Cromátide. Cada um dos dois filamentos de um cromossomo duplicado que são observados du-rante as divisões celulares e que estão unidos por centrômero comum.

Cromossomo. Estrutura nucleoprotéica situada no núcleo e observada durante as divisões celu-lares. É a base física dos genes nucleares, que possuem uma disposição linear ao longo deste. Cada espécie tem um número que lhe é peculiar.

Crosta continental. Tipo de crosta que forma as áreas continentais da Terra, de composição essencialmente granítica, com espessura de 25 a 60 km e densidade de aproximadamente 2,7g/cm³.

Crosta oceânica. Tipo de crosta subjacente às bacias oceânicas de composição essencialmente basáltica, em cuja composição predominam o silício e o magnésio. A crosta oceânica apresenta de 5 a 10 km de espessura e a sua densidade é de aproximadamente 3,0 g/cm³.

Crustáceos. Classe de artrópodes à qual pertencem o camarão, a lagosta, entre outros.

Cruzamento. Fecundação natural ou artificial dos gametas femininos de um indivíduo pelos ga-metas masculinos de outro.

Cruzeiro. (cruise trips).Viagens em rios e mar, ao longo da costa, em confortáveis e potentes navios, que permitem visitar locais distantes, com alimentação e hospedagem no navio.

Cuestas. Planalto assimétrico formado por uma inclinação abrupta e outra que vai caindo sua-vemente. Resulta da erosão de camadas sedimentares removidas pela ação de águas fluviais ou pluviais.

Cultígeno. Espécie domesticada cuja origem é desconhecida por não se ter registro de ocorrên-cia de seu ancestral silvestre. A área de taxonomia de plantas cultivadas e origem de culturas tem experimentado progresso palpável nas últimas duas décadas, e culturas antes tidas como cultígenas (ex.: milho, mandioca e chuchu) tiveram seus ancestrais silvestres recentemente des-cobertos.

Cultivar. (1) Conjunto de genótipos cultivados, que se distingue por características morfológicas, fisiológicas, citológicas, bioquímicas ou outras de grupos relacionados da mesma espécie, e que, quando multiplicado por via sexual ou assexual, mantém suas características distintivas. Cultivar é sinônimo de variedade. Uma vez que cultivar é neologismo, o gênero do verbete é fixado pela Academia Brasileira de Letras, que o determinou ser do gênero feminino. É prática comum, con-tudo, que se use o termo no masculino. A cultivar é a menor categoria taxonômica para nomes reconhecidos pelo Código Internacional de Nomenclatura de Plantas Cultivadas. (2) Variedade de qualquer gênero ou espécie vegetal superior que seja claramente distinguível de outras cultivares conhecidas por margem mínima de descritores, por sua denominação própria, que seja homogê-nea e estável quanto aos descritores através de gerações sucessivas e seja de espécie passível de uso pelo complexo agroflorestal, descrita em publicação especializada disponível e acessível ao público, bem como a linhagem componente de híbridos (Lei 9.456/97 e Decreto 2.366/97). (3) Variedade de planta produzida por cultivo seletivo, que não ocorre naturalmente em ambiente selvagem.

Cultivo biodinâmico. Forma de horticultura orgânica desenvolvida no início do século XX por Rudolf Steiner, baseada no conceiro de interdependência entre todos os seres vivos.

Cultivo mínimo. Prática de plantio que leva em consideração o menor número possível de inter-venções no solo.

Cultura. Espécie vegetal cultivada para uso.

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Cultura de tecidos. Termo amplo e que se aplica à técnica de cultivar in vitro células e tecidos vegetais em meio nutritivo de composição definida, sob condições controladas de luminosidade e temperatura. As células vegetais são totipotentes, ou seja, cada célula de uma planta tem toda a informação genética e o aparato fisiológico necessário para regenerar uma planta inteira e fun-cional. Por isso essa técnica tem sido utilizada, desde meados deste século, para a produção de plantas visando, entre outros motivos, à propagação, limpeza clonal, conservação e intercâmbio de germoplasma.

Cume. (1) Ponto mais elevado de um monte; cimo, coruto, crista, píncaro, tope. (2) O mesmo que topo de morro, monte, montanha ou serra (Resolução CONAMA 004/85).

Cumes litólitos. Ponto mais alto de um morro ou elevação constituídos basicamente de rochas (Resolução CONAMA 012/94).

Curador. (1) Em sentido genérico, a pessoa encarregada de zelar pela boa conservação de um acervo. (2) Em recursos genéticos, a pessoa encarregada, em bancos de germoplasma e em cen-tros de pesquisa, pela promoção das atividades de prospecção, coleta, introdução, intercâmbio, multiplicação, inspeção, quarentena, conservação, regeneração, caracterização, avaliação, docu-mentação, informação e utilização de germoplasma.

Curadoria. (1) Atividade pertinente ao trabalho do curador. (2) Cargo, poder ou função de quem tem a incumbência legal ou judicial de zelar pelos bens ou interesse de outros; pode-se encontrar a designação de curadoria em substituição a promotoria em algumas áreas especializadas do Mi-nistério Público como, por exemplo, curadoria do meio ambiente, encarregada de zelar pelo pa-trimônio natural em nome do interesse público.

Curva batimétrica. Curva que resulta da união dos pontos com igual profundidade de um corpo de água. Comumente as profundidades são expressas em braças, abaixo do nível médio do mar.

Curvas de nível. Linha e curva representada em uma carta topográfica ou mapa. Une pontos de mesma elevação; destina-se a retratar-se a forma de relevo.

Custo ambiental. Conjunto de bens ambientais a serem perdidos em consequência de um em-preendimento econômico. Valor monetário dos danos causados ao ambiente por uma determina-da atividade humana.

Cutícula. Fina camada impermeável que recobre externamente a epiderme do caule primário e das folhas, protegendo a planta contra os agentes do meio.

Dados analógicos. Dados armazenados em papel, filmes, diapositivos, poliéster, excluindo ar-quivos digitais.

Dados de passaporte. Conjunto de dados relativos à origem de um acesso. De fundamental importância são o nome da espécie, local e data da coleta (ou procedência), estado do material (silvestre ou cultivado) e o número pessoal do coletor. Dados desejáveis são as condições do há-bitat e da ecologia local, bem como anotações sobre a planta em si, como altura e cor da flor . Esses dados são registrados à parte pelo coletor ou em cadernetas de coletor, especiais para este fim, com formulário padronizado que traz impressos os principais dados relativos à identificação de uma coleta.

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D

Dados espaciais. Dados que descrevem o espaço através do referenciamento a um sistema de coordenadas.

Dados geográficos. Dados que descrevem os aspectos terrestres através do referenciamento a um sistema de coordenadas.

Dano ambiental. Lesão resultante de acidente ou evento adverso, que altera o meio natural. Intensidade das perdas humanas, materiais ou ambientais, induzidas às pessoas, comunidades, instituições, instalações e/ou ecossistemas, como consequência de um desastre.

Dano nuclear. Dano pessoal ou material produzido como resultado direto ou indireto das propri-edades radioativas, da sua combinação com as propriedades tóxicas ou com outras características dos materiais nucleares, que se encontrem em instalação nuclear, ou dela procedentes ou a ela enviados (Lei 6.453/77).

Danúbio. Estágio glacial pleistocênico dos Alpes (Europa) anterior à glaciação Günz e subseqüen-te à Biber. O nome provém da região de Danúbio, onde foi caracterizada. A sua duração estima-da, segundo Lincol et al. (1982), seria de cerca de 260.000 anos.

D.A.P. (1) Diâmetro à altura do peito - 1,30 m do solo. (2) Medida padronizada para levanta-mentos fitossociológicos ou de área basal.

Datação por radiocarbono. Determinação de idade de materiais que contém carbono (concha, madeira, carvão, etc.) pela medida da proporção de radiocarbono (14C). O método tem comu-mente um alcance máximo de cerca de 30.000 anos e, portanto, permite datar somente os últi-mos eventos do Quaternário, sendo empregado em pesquisas arqueológicas e de geologia do Quaternário Recente. A idade ao radiocarbono é referida ao ano de 1950, sendo representada do seguinte modo: 6.000 ± 150 anos aprox. Alguns laboratórios dispõem de meios para concentra-ção prévia do 14C, o que permite obter idades de cerca de 70.000 anos.

Datação radiométrica. Determinação de idade de amostras geológicas, em número de anos, por um dos vários métodos baseados na velocidade de desintegração de elementos químicos ra-dioativos contidos nesses materiais.

DBO - Demanda Bioquímica de Oxigênio. (1) Quantidade de oxigênio utilizada pelos microor-ganismos na degradação bioquímica de matéria orgânica. É o parâmetro mais empregado para medir poluição. (2) Demanda bioquímica de oxigênio; quantidade de oxigênio de que os organis-mos necessitam para decompor as substâncias orgânicas; medida para avaliar o potencial polui-dor das águas residuais. (3) Abreviação usual da demanda bioquímica de oxigênio.

DDT. (1) O mais conhecido e mais usado inseticida de hidrocarboneto clorado: foi o primeiro in-seticida desse tipo a ser proibido em 1972, nos Estados Unidos; é perigoso por sua toxicidade e por sua persistência; no Brasil, um projeto de lei em tramitação no Congresso Nacional, de auto-ria do Senador Tião Viana, proibe a fabricação, a importação, a exportação, a manutenção em estoque, a comercialização e o uso do DDT (diclorodifeniltricloretano), produto químico presente em inseticidas, em todo o território nacional. (2) Abreviação de 1,1,1 - tricloro - 2,2, - bis (p.clorofenil) ETENO, um inseticida hidrocarboneto clorado. Praticamente insolúvel na água, áci-dos diluídos e alcalis, mas solúvel em muitos solventes orgânicos. Possui baixa volatilidade e é altamente persistente. Bioacumula na cadeia alimentar, sendo considerado uma substância po-tencialmente cancerígena.

Decantação. (1) Processo utilizado na depuração da água e dos esgotos, obtido geralmente pela redução da velocidade do líquido, através do qual o material suspenso se deposita. É usado em tratamento das águas para remoção de determinadas impurezas. (2) Separação, pela ação da gravidade, das matérias em suspensão em um líquido de menor densidade. A velocidade de de-cantação depende da concentração (ela é favorecida pela diluição) e da dimensão das partículas ou dos aglomerados obtidos por coagulação ou floculação. A decantação se aplica à depuração das águas residuárias, através do emprego de tanques retangulares ou de decantadores circula-res que funcionam de modo contínuo (LEMAIRE & LAMEIRE, 1975). (3) Procedimento de depura-ção pelo qual passa a água para tratamento, que consiste em agrupar em flocos as impurezas em suspensão. Esse processo acontece no floculador, um tanque para retirar as impurezas contidas nas águas de distribuição e nas águas residuárias urbanas e industriais.

Decibel. Unidade de medida da intensidade do ruído (símbolo: dB). O aparelho empregado para sua medição é o decibelímetro.

Decídua. (1) Planta cujas folhas caem em certa época do ano (Resolução CONAMA 012/94). (2) Espécie vegetal que têm folhas caducas (Autores).

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Decidual. Planta cujas folhas caem em certa época do ano.

Declinação magnética. (1) Ângulo formado pelo norte magnético e o norte geográfico. Também se diz declinação da agulha. (2) Ângulo entre o Norte Magnético e o Norte Geográfico (Glossário Libreria, 2003).

Declive. É a inclinação do terreno ou da encosta, considerada do ponto mais alto, em relação ao ponto mais baixo. O declive é o grau de inclinação de um terreno, em relação à linha do horizon-te. Decomposição. Em Biologia - Processo de conversão de organismos mortos, ou parte destes, em substâncias orgânicas e inorgânicas, através da ação escalonada de um conjunto de organis-mos (necrófagos, detritívoros, saprófafos, decompositores e saprófitos propriamente ditos) (ACI-ESP, 1980). Em Geomorfologia - Alterações das rochas produzidas pelo intemperismo químico (GUERRA 1978).

Decompositores. (1) Organismos heterótrofos, que decompõem as substâncias complexas do protoplasma morto absorvendo parte dos produtos decompostos, libertando substâncias simples e utilizáveis pelos produtores. (2) Microrganismos (fungos ou bactérias) que obtêm alimentos mdiante a decomposição de matéria orgânica; essencial para a continuidade da vida na Terra.

Decomposição aeróbica. Decomposição de material orgânico, que só pode ocorrer em presença do oxigênio; realizada por organismos que consomem oxigênio.

Decomposição anaeróbica. Decomposição de material orgânico, que ocorre sem a presença do oxigênio. Defeso. É uma medida de proteção, que proíbe a pesca durante o período de desova, para evitar que as fêmeas sejam capturadas durante a desova.

Degradabilidade. Capacidade de decomposição biológica ou química de compostos orgânicos e inorgânicos.

Degradação. (1) Rebaixamento da superfície de um terreno por processos erosivos, especial-mente pela remoção de materiais através da erosão e do transporte por água corrente, em con-traposição a agradação. (2) Alteração adversa das características do meio ambiente (Lei 6.938/81). (3) Processos resultantes dos danos ao meio ambiente, pelos quais se perdem ou se reduzem algumas de suas propriedades, tais como, a qualidade ou capacidade produtiva dos re-cursos ambientais (Decreto 97.632/89). (4) Processo pelo qual substâncias complexas são trans-formadas em substâncias mais simples.

Degradação ambiental. (1) Prejuízos causados ao meio ambiente, geralmente resultante de ações do homem sobre a natureza. Um exemplo é a substituição da vegetação nativa por pastos. (2) Termo usado para qualificar os processos resultantes dos danos ao meio ambiente, pelos quais se perdem ou se reduzem algumas de suas propriedades, tais como a qualidade ou a capa-cidade produtiva dos recursos ambientais. (3) Degradação da qualidade ambiental - a alteração adversa das características do meio ambiente (Lei nº 6.938/81, art. 3º, II). (4) A degradação do ambiente ou dos recursos naturais é comumente considerada como decorrência de ações antrópi-cas, ao passo que a deterioração decorre, em geral, de processos naturais. (5) Processo gradual de alteração negativa do ambiente, resultante de atividades humanas; esgotamento ou destrui-ção de todos ou da maior parte dos elementos de um determinado ambiente; destruição de um determinado ambiente; destruição de um recurso potencialmente renovável; o mesmo que de-vastação ambiental (Glossário Ibama, 2003).

Degradação do solo. Compreende os processos de salinização, alcalinização e acidificação que produzem estados de desequilíbrio físico-químico no solo, tornando-se inapto para o cultivo.

Degradável. Substância que pode ser decomposta.

Delta. (1) Depósito de calcário, argila e areia que aparece na foz de certos rios, avançando como um leque, na direção do mar. Essa deposição exige certas condições, como a ausência de corren-tes marinhas, fundo raso e abundância de detritos. (2) Depósito sedimentar aluvial formado por um curso fluvial desembocando em um corpo de água mais ou menos calmo (lago, laguna, mar, oceano ou outro rio), cuja porção subaérea apresenta-se em planta com formas triangular, loba-da, digitada, etc.

Delta construtivo. Delta originado pela predominância de processos fluviais sobre as atividades dinâmicas do meio receptor. Quando este meio é marinho, os processos dinâmicos costeiros es-tão ligados principalmente a marés e ondas. O delta atual do Rio Mississipi é um exemplo deste tipo de delta. Sinônimo: delta fluvial.

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Delta construtivo alongado. Delta formado por crescimento das barras de desembocadura, acompanhadas de diques marginais, resultando em um padrão também conhecido por pé-de-pássaro na sua porção emersa. Esse tipo de delta é formado somente se houver predominância de processos fluviais sobre os marinhos, isto é, são essencialmente construtivos. Exemplo: delta atual do Rio Mississipi.

Delta construtivo lobado. Delta formado pelo crescimento mais moderado do que no tipo alon-gado de barras de desembocadura, acompanhadas ainda de diques marginais. Esse tipo de delta também é formado pela predominância de processos fluviais sobre os marinhos, porém com mai-or participação das ondas e correntes no afeiçoamento costeiro do que no tipo alongado.

Delta de baía. Delta formado na foz de um rio que desemboca em uma baía ou vale afogado, preenchendo-o parcial ou totalmente com sedimentos. Sinônimo: delta de cabeceira de baía.

Delta destrutivo. Delta formado pela predominância de processos de dinâmica costeira (ondas e marés) sobre os processos fluviais. Então, neste caso, tem-se, segundo Scott & Fisher (1969), os deltas dominados por ondas (ou deltas cuspidados) e os deltas dominados por marés (oudeltas franjados).

Delta dominado por marés. Delta caracterizado por inúmeras barras de marés, que se dispõem longitudinalmente ao fluxo fluvial, sendo característico de costas dominadas por macromarés.

Delta dominado por ondas. Delta de forma triangular originado preferencialmente em locais com forte atuação das ondas e correntes litorâneas. Os sedimentos são essencialmente arenosos e apresentam-se na forma de cristas de praiais. Exemplo: porção formada de 2500 anos até hoje em torno das desembocaduras fluviais dos rios Doce (ES) e Paraíba do Sul (RJ). Outro exemplo é o delta do Rio Nilo.

Delta escalonado. Uma série de deltas construída em um corpo aquoso, cujo nível esteve alter-nadamente estacionário e em abaixamento. Nesse caso, o delta do nível mais alto seria o mais antigo.

Delta estuarino. Designação usada para depósitos deltaicos subaquosos e subaéreos acumula-dos no interior de um ambiente semi-confinado e protegido de um estuário. Segundo Wright (1982), seria possível distinguir duas variedades de deltas estuarinos. A primeira, preenchendo parcial ou totalmente estuários em forma de funil com saída aberta, e a segunda, em que a sedi-mentação ocorreria no interior de estuários rasos abrigados por detrás de barreiras arenosas.

Delta fluvial. Mesmo que delta construtivo.

Delta intralagunar. Delta construtivo formado no interior de uma laguna costeira. No Estado de Santa Catarina, o rio Tubarão está construindo um delta intralagunar, que hoje em dia está par-cialmente ocupado pela cidade de Tubarão. Os deltas intralagunares caracterizam também as fases de níveis marinhos mais altos do que o atual, durante os últimos 6.000 -7.000 anos, das planícies costeiras associadas às desembocaduras dos rios Doce (ES) e Paraíba do Sul (RJ), se-gundo Suguio et al. (1982) e Martin et al. (1984), respectivamente.

Delta lacustre. Delta construtivo formado na desembocadura fluvial em um lago, de estrutura relativamente simples, descrito pela primeira vez por Gilbert (1890). Por essa razão, esse delta é também conhecido como delta tipo Gilbert. Apresenta as camadas de topo com características essencialmente fluviais, as camadas frontais com características mistas (flúvio lacustres) e as camadas basais com características lacustres. Deltas deste tipo são freqüentes em áreas de glaci-ações quaternárias, como no Canadá.

Delta negativo. Feição deltaica que por circunstâncias locais, tais como contracorrentes, desen-volve-se aparentemente em sentido contrário ao normal.

Delta oceânico. Feição deltaica que se desenvolve em regiões litorâneas de oceanos, isto é, em volta de desembocaduras de rios que despejam as suas águas diretamente nos oceanos.

Deltas de marés. Deltas formados no lado do oceano aberto e no interior de laguna, de umbra-ço de mar, que corta uma ilha barreira ou barra de boca de baía ou por correntes de maré, que transportam areias para dentro durante a maré enchente e para fora durante a maré vazante de uma laguna. Demais formas de vegetação. Espécies vegetais autóctones que se agrupam formando uma população distinta, com características moldadas por condições ambientais específicas e diferen-tes daquelas que originaram as florestas primitivas e, por isso mesmo, destas diferem morfologi-camente; como exemplos podem ser citados: Manguezal, Restinga, Campo (C. altitude, C. Cerra-do ou C. natural), Brejo interiorano, Cerradão, Cerrado e savana), Caatinga, e a própria floresta, ao entrar em regeneração após ser suprimida (Autores).

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Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO). Quantidade de oxigênio utilizada na oxidação bio-química da matéria orgânica num determinado período de tempo. Expressa, geralmente, em mili-gramas de oxigênio por litro. A DBO é responsável pela depleção ou ausência de oxigênio dissol-vido nos corpos d’água do que decorre a mortandade da fauna aquática.

Demanda Quimica de Oxigênio (DQO). Medida de capacidade de consumo de oxigênio pela matéria orgânica presente na água ou água residuária. É expressa como quantidade de oxigênio consumido pela oxidação química, no teste específico. Não diferencia a matéria orgânica estável e assim não pode ser necessariamente correlacionada com a demanda bioquimica de oxigênio.

Dendríticos. O que tem ramificações semelhantes às de uma árvore.

Dendrologia. Identificação e classificação sistemática das árvores.

Densidade de população. (1) Razão entre o número de habitantes e a área da unidade espacial ou político-administrativa em que vivem, expressa em habitantes por hectare ou por quilômetro quadrado. A densidade de população é também usada, em ecologia, para o cálculo da densidade de um conjunto de indivíduos de uma mesma espécie. É um índice que mede o volume da popu-lação em relação a um território (SAHOP, 1978). (2) É a grandeza desta em relação com alguma unidade espacial. Exemplificando, o número de indivíduos ou da biomassa da população, por uni-dade de superfície ou de volume (CARVALHO, 1981). (3) Relação existente entre o número de indivíduos que compõem a população e o espaço ocupado por eles (Glossário Ibama, 2003).

Denudação. (1) Erosão progressiva de uma região montanhosa que acaba mostrando as raízes de seu embasamento cristalino em uma topografia progressivamente mais baixa com carreamen-to de material sedimentar desta erosão para as bacias geológicas sedimentares. (2) Arrasamento das formas de relevo por diversos agentes naturais. (3) Trabalho gliptogenético, de desbasta-mento das diversas rochas da superfície do globo. (4) No sentido lato inclui todos os fenômenos de intemperismo e erosão. Conjunto de processos responsáveis pelo rebaixamento sistemático da superfície da terra pelos agentes naturais de erosão e pelo intemperismo. É um termo mais am-plo do que erosão, embora este seja usado como sinônimo daquele. É também usado como sinô-nimo de degradação, embora alguns autores atribuam à denudação o processo, e à degradação o resultado deste processo.

Depleção. (1) Originariamente o termo vem da Medicina: designa a redução ou perda de sangue e de outros humores, resultando num estado de exaustão ou debilitação. Aplica-se também em Ecologia para significar a baixa do nível de oxigênio, a exaustão ou baixa significativa de determi-nado recurso natural. (2) Esvaziamento; redução de volume ou espessura. Por exemplo: deple-ção da camada de ozônio ou depleção aqüífera.

Deposição final. Termo utilizado para designar o enterramento no solo, no mar ou em poços de sal de produtos residuais radioativos, procedentes de usinas nucleares, laboratórios de isótopos ou fábricas.

Depósitos aluviais. Depósitos detríticos resultantes da sedimentação através de rios atuais, incluindo depósitos de canais, planícies de inundação, lagos e leques aluviais.

Depósitos biogênicos. Sedimentos resultantes da atividade fisiológica de organismos, tais como algas e corais. Os sedimentos assim formados são chamados de biolititose são caracterizados por exibirem um arcabouço orgânico. Exemplos: recifes de corais e algas.

Depósitos clásticos. Depósitos sedimentares formados por fragmentos minerais derivados de rochas ígneas, sedimentares ou metamórficas preexistentes. Sinônimo: sedimentos clásticos.

Depósitos de placer. Concentração mecânica superficial de partículas minerais provenientes de detritos de intemperismo. Embora os depósitos de placer fluviais sejam os mais freqüentes, os agentes de concentração podem ser também marinhos, eólicos, glaciais, etc. Nas planícies litorâ-neas da costa oriental do Brasil, desde o norte do Rio de Janeiro até a Bahia, ocorrem depósitos de placer, praias de areia monazítica e ilmenítica, formados por retrabalhamento marinho de se-dimentos continentais da Formação Barreiras.

Depósitos eólicos. Depósitos sedimentares clásticos de granulação entre silte e areia fina trans-portados e sedimentados pelo vento. Apresentam boa seleção granulométrica, pronunciado arre-dondamento e freqüente bimodalidade de tamanho dos grãos. Entre os principais depósitos eóli-cos têm-se as dunas (costeiras, fluviais e desérticas) e os depósitos de loess (periglaciais). Sinô-nimo: sedimentos eólicos

Depósitos flúvio-marinhos. Depósitos sedimentares originados pela ação combinada de pro-cessos fluviais e marinhos (litorâneos). Em geral, são encontrados em planícies costeiras e em deltas marinhos. Sinônimo: sedimentos flúvio marinhos.

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Depósitos halogênicos. Depósitos sedimentares formados predominantemente por compostos químicos a base de elementos do grupo VIIb da tabela periódica (F, Cl, B, I).

Depósitos hemipelágicos. Sedimentos que recobrem a superfície de fundo do talude continen-tal ou de regiões próximas ao continente. Contêm proporção importante de sedimentos terrígenos depositados a altas taxas e comumente envolvem processos de redeposição através de correntes de turbidez ou geostróficas. Dessa maneira, esses depósitos ocupam a posição intermediária en-tre os depósitos marinhos de plataforma continental (neríticos) e os depósitos pelágicos ou eupe-lágicos. Sinônimo: sedimentos hemipelágicos.

Depósitos lacustres. Depósitos sedimentares acumulados no fundo de um lago, em geral mais finos do que de canal fluvial. A fauna e a flora associadas são em geral de água doce, refletindo as características do ambiente. Sinônimo: sedimentos lacustres.

Depósitos lagunares. Sedimentos em geral mais finos (síltico-argilosos) do que os de mar aber-to, mais ou menos ricos em matéria orgânica. A fauna e a flora associadas são em geral eurihali-nas e euritermais, sendo mais ou menos típicas deste ambiente. Fragmentos de conchas de mo-luscos, predominantemente de ostras, podem constituir parcela importante desses sedimentos. Taxas variáveis de sedimentação, associadas à ação de ondas, produzem laminações nos sedi-mentos, mas elas são em geral destruídas pela bioturbação por organismos perfuradores.

Depósitos litorâneos. Sedimentos ligados à deriva litorânea, situados entre os níveis de prea-mar e baixa-mar. Em zonas litorâneas abertas, são relativamente comuns os sedimentos areno-sos e cascalhos, enquanto que em zonas litorâneas protegidas predominam depósitos arenosos finos e síltico-argilosos. Depósitos litorâneos pleistocênicos, correspondentes a níveis marinhos mais baixos do que o atual, são abundantes sobre a plataforma continental.

Depósitos marinhos. Materiais compostos, em geral, de minerais resultantes do acúmulo pela ação marinha, em regiões litorâneas ou de mares profundos. Freqüentemente esses depósitos aparecem acima do nível atual dos mares em virtude de flutuações de níveis relativos das áreas continentais e oceânicas.

Depósitos paludiais. Depósitos de pântanos de água doce ou salobra, que são comuns em regi-ões de topografia baixa e irregular ao longo de zonas litorâneas ou nas margens de rios e lagos. Esses depósitos são compostos predominantemente de lamas ricas em matéria orgânica, conten-do óxidos de ferro e carbonatos e localmente areia e marga, passando lateralmente para depósi-tos marinhos ou lacustres.

Depósitos pelágicos. Sedimentos de costa depositados em fundos submarinos profundos, ca-racterizados por baixa taxa de sedimentação (cerca de 1 mm/1000 anos). Esta taxa de sedimen-tação faz com que os sedimentos depositados fiquem sujeitos à oxidação, dissolução e bioturba-ção por organismos bentônicos. Esses sedimentos são também chamados de eupelágicos e com-preendem as lamas vermelhase as vasas orgânicas (radiolários, diatomáceas, pterópodes e Glo-bigrina).

Depósitos químicos. Sedimentos formados por precipitação química de sais dissolvidos em á-gua, seja por evaporação, pela variação das condições físico-químicas ou pelo efeito de atividades biológicas.

Depósitos salinos. Mesmo que evaporitos.

Depósitos-aluviais. Conjuntos de sedimentos sólidos carreados e depositados pelos rios.

Depressão. (1) Depressão rasa, em geral pantanosa, como a encontrada em cristas praiais. (2) Forma de relevo que se apresenta em posição altimétrica mais baixa do que porções contíguas (Resolução CONAMA nº 004/85).

Depressão endógama. Perda do vigor e da aptidão em espécies alógamas, como resultado de contínua autofertilização. A autofertilização leva à homozigose e esta se manifesta sob várias formas, destacando-se tamanho reduzido das plantas, fertilidade diminuída, albinismo, plantas defeituosas e suscetibilidade aumentada à doença.

Derramamento de petróleo. Liberação não intencional de petróleo no ambiente, em geral as-sociado a acidentes no transporte ou nos oleodutos; um derramamento de petróleo pode causar enormes danos à flora, à fauna e ao ambiente de modo geral e é de difícil recuperação.

Deriva genética. Oscilação ao acaso de freqüências gênicas em uma população devido à ação de fatores casuais em vez da seleção natural. O fenômeno é mais visível em populações pequenas e isoladas, podendo por isso constituir-se em importante processo evolutivo, levando à criação de novos taxa.

Page 67: Dicionário técnico ambiental

Deriva litorânea. (1) Movimentação de areias, cascalhos e outros materiais componentes das barras e praias ao longo da costa. (2) Material movimentado na zona litorânea, principalmente por ação de ondas e correntes.

Derivação ambiental. Alteração dos componentes físicos e biológicos e da dinâmica dos proces-sos naturais, o que condiciona transformações sucessivas no meio ambiente. Isto, a partir de fe-nômenos da natureza ou, de interferências das atividades sociais e econômicas (ARRUDA et allii, 2001).

Derrame basáltico. Extravasamento de lava, que é material líquido magmático de constituição basáltica.

Desastre. Resultado de eventos adversos, naturais ou provocados pelo homem, sobre um ecos-sistema, causando danos humanos, materiais ou ambientais e consequentes prejuízos econômi-cos e sociais (Dec./SP 40.151/95).

Descarga. Qualquer despejo, escape, derrame, vazamento, esvaziamento, lançamento para fora ou bombeamento de substâncias nocivas ou perigosas, em qualquer quantidade, a partir de um navio, porto organizado, instalação portuária, duto, plataforma ou suas instalações de apoio (Lei 9966/00).

Desembocadura. (1) Saída ou ponto de descarga de um curso fluvial em um outro, lago ou mar. (2) Abertura que permite a entrada ou saída em uma gruta, canhão submarino, etc.

Desempenho ambiental. Medida de quão bem uma organização está se saindo em relação ao cuidado com o ambiente, particularmente em relação à diminuição de seu impacto ambiental glo-bal. Na área de certificação, termo utilizado para caracterizar os resultados mensuráveis do sis-tema de gestão ambiental relacionados ao controle dos aspectos ambientais de uma organização, com base na sua política ambiental e metas ambientais.

Desenvolvimento sustentado (ONU). (1) Definido pela Comissão Brundtland - ONU como sendo desenvolvimento social, econômico e cultural, que atende às demandas do presente sem comprometer as necessidades do futuro. Desenvolvimento sem comprometimento dos ecossiste-mas. (2) É o desenvolvimento que atende da melhor forma possível as necessidades atuais e fu-turas do homem, sem afetar o ambiente e a diversidade biológica.

Desenvolvimento sustentável. (1) Aquele que harmoniza o imperativo do crescimento econô-mico com a promoção da eqüidade social e preservação do patrimônio natural, garantindo assim que as necessidades das atuais gerações sejam atendidas sem comprometer o atendimento das necessidades das gerações futuras. (2) Padrão de desenvolvimento, no qual o crescimento da economia e a geração de riquezas estão integrados à preservação do ambiente, ao manejo ade-quado dos recursos naturais, assim como ao direito dos indivíduos à cidadania e à qualidade de vida. (3) Tipo de desenvolvimento que satisfaz as necessidades econômicas do presente sem comprometer a capacidade das futuras gerações. Leva em consideração, além dos fatores eco-nômicos, aqueles de caráter social e ecológico, assim como as disponibilidades dos recursos natu-rais a curto e a longo prazo.(4)Forma socialmente justa e economicamente viável de exploração do ambiente que garanta a perenidade dos recursos naturais renováveis e dos processos ecológi-cos, mantendo a diversidade biológica e os demais atributos ecológicos em benefício das gera-ções futuras e atendendo às necessidades do presente (ARRUDAet allii, 2001). (5) Modelo de de-senvolvimento que leva em consideração, além dos fatores econômicos, aqueles de caráter social e ecológico; parte da constatação de que os recursos naturais têm uma oferta limitada e defende a idéia de uso sem esgotamento nem degradação dos recursos do ambiente; também considera indispensável uma política social compatível, a fim de evitar a degradação humana. É conceito de difícil implementação, diante das complexas exigências econômicas e ecológicas. O conceito de desenvolvimento sustentado ou sustentável, também chamado ecodesenvolvimento, originou se em 1968, em Paris, na Biosphere Conference, e ganhou espaço no mundo acadêmico e na opinião pública internacional a partir da Conferência de Estocolmo, em 1972. O economista Ignacy Sachs, principal responsável pelo desenvolvimento teórico dessa proposta, costuma defini-la como resul-tado da combinação de três conceitos: justiça social (critérios de solidariedade com ageração pre-sente), proteção ambiental (critério de solidariedade com a geração futura) e eficiência econômi-ca. Habitualmente, é expressão utilizada para designar atividade produtiva que não depaupera os recursos naturais. (6) Desenvolvimento que atende à necessidades do presente, sem comprome-ter a capacidade de as futuras gerações atenderem às suas próprias necessidades. Processo de transformação no qual a exploração dos recursos, as diretrizes de investimento, a orientação do desenvolvimento tecnológico e as mudanças institucionais sejam consistentes com as necessida-des atuais e futuras (FEEMA, 1997). (7) Desenvolvimento que permite atender às necessidades da geração atual sem comprometer o direito das futuras gerações de atenderem suas próprias necessidades (Glosário Libreria, 2003).

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Desertificação. (1) Transformação de terras cultiváveis em desertos pelo manejo incorreto do solo. O fenômeno resulta na redução do potencial agrícola do planeta. (2) Processo de degrada-ção do solo, natural ou provocado por remoção da cobertura vegetal ou utilização predatória, que devido a condições climáticas e edáficas peculiares, acaba por transformá-lo em um deserto; a expansão dos limites de um deserto. Alterações ecológicas que despojam a terra de sua capaci-dade de sustentar as atividades agropecuárias e a habitação humana (SAHOP, 1978). (3) Altera-ções ecológicas que despojam a terra de sua capacidade de sustentar as atividades agropecuárias e a habitação humana (SAMOP, 1978). (4) Fenômeno de transformação de áreas anteriormente vegetadas em solos inférteis devido a ações antrópicas, como mau uso e exploração da terra. Pode também ocorrer por processos naturais, como, por exemplo, devido a um ressecamento climático, que é uma diminuição de umidade por período dos longos de tempos. (5) Degradação da terra nas zonas áridas, semi-áridas e sub-úmidas secas, resultantes de vários fatores, incluin-do as variações climáticas e as atividades humanas (Decreto 2.741, de 20 de agosto de 1998).

Deserto. Região que recebe anualmente precipitação de água inferior a 250 mm, ou em que essa precipitação é maior, porém distribuída de forma heterogênea e que se caracteriza pela vegeta-ção xerófila ou anual e pela fraca densidade populacional.

Deserto de pedra. Aquele onde predominam áreas rochosas. São chamados "hammada" (Glos-sário Libreria, 2003).

Deslizamento subaéreo. Escorregamento subaéreo ao longo de encostas inclinadas, de diferen-tes tipos de materiais, compreendendo tanto os consolidados (maciços rochosos fraturados) quanto os inconsolidados (mantos de intemperismo, sedimentos recém-depositados). A estabili-dade desses materiais ao longo de superfícies declivosas diminui na razão inversa dos seus teores de água. Desta maneira, períodos chuvosos prolongados tendem a aumentar a incidência deste fenômeno, freqüentemente com resultados catastróficos em áreas mais densamente povoados. Além disso, o processo pode ser desencadeado por atividades sísmicas ou por interferência an-trópica inadequada.

Desmatamento/desflorestamento. (1) Prática de corte, capina ou queimada que leva à reti-rada da cobertura vegetal existente em determinada área, para fins de pecuária, agricultura ou expansão urbana. (2) Destruição, corte e abate indiscriminado de matas e florestas, para comer-cialização de madeira, utilização dos terrenos para agricultura, pecuária, urbanização, qualquer obra ou atividade econômica ou obra de engenharia. (3) São derrubadas de grandes quantidades de árvores, sem a reposição devida, em que provocam desfolhamento e intemperismo (CARVA-LHO, 1981). (4) Corte, capina ou queimada que destrói a cobertura florestal de uma dada região, dando lugar à criação de pasto, às terras agricultáveis ou à expansão urbana. (5) Remoção per-manente de uma floresta; desfloramento.

Dessalinização. Processo industrial de remoção do sal da água salgada ou salobra para posterior emprego doméstico ou industrial desta água.

Destoca. Extração dos restos de tocos de árvores cortadas anteriormente.

Detergente. (1) Substância sintética usada para remover gorduras e sujeira; os detergentes com alta concentração de elementos fosforosos contribuem para a eutrofização de corpos de á-gua. (2) Agente ativo usado para remover sujeira e gordura de diversos materiais. Os primeiros tipos de detergentes continham sulfonato de alquila, que não é biodegradável, causando espu-mamento nos rios e problemas nas estações de tratamento de esgoto. Estes vem sendo substitu-ídos por outros mais suaves e biodegradáveis.

Determinação. Em cultura de tecidos, é o processo pelo qual o potencial do desenvolvimento de células torna-se limitado.

Detrítico. Mesmo que clástico.

Detrito. (1) Material incoerente originário de desgaste de rochas (DNAEE, 1976). (2) Sedimentos ou fragmentos desagregados de uma rocha (GUERRA, 1978).

Diabásio. Tipo de rocha magmática intrusiva, de coloração preta ou esverdeada, que tem em sua constituição feldspatos e piroxênios.

Diacinese. Conjunto de acontecimentos que caracterizam o final da prófase I da meiose, em que os cromossomos se encontram completamente condensados e os quiasmas terminalizados.

Diáclase. Fratura de pequena dimensão numa rocha causada pelo movimento das forças tectôni-cas.

Diagênese. Série de transformações físicas, físico-químicas e químicas que ocorre após a deposi-ção de sedimentos, em geral subaquática, que conduz à litificação (transformação em rocha se-

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dimentar) de sedimentos recém depositados. Alguns dos importantes processos de diagênese compreendem a compactação, cimentação, silicificação e dolomitização.

Diagnóstico ambiental. (1) Estudo dos agentes causadores da degradação ambiental de uma determinada área, de seus níveis de poluição, bem como dos condicionantes ambientais agrava-dores ou redutores dos efeitos provocados no meio ambiente. (2) De um modo geral, as diversas legislações nacionais de proteção ambiental e seus procedimentos determinam a realização de estudos sobre as condições ambientais da área a ser efetada por um projeto ou ação, como parte do relatório de impacto ambiental, definindo sua abrangência de acordo com o conceito de meio ambiente estabelecido por lei - A legislação brasileira oficializou a expressão "diagnóstico ambien-tal da área" para designar esses estudos, no item correspondente ao conteúdo mínimo do Relató-rio de Impacto Ambiental - RIMA (art. 17, § 1º, a, Decreto 99.274/90). (3) Interpretação da situ-ação de qualidade de um sistema ambiental ou de uma área, a partir do estudo das interações e da dinâmica de seus componentes, quer relacionados aos elementos físicos e biológicos, quer aos fatores sócio-culturais (FEEMA, 1997).

Diápiro. Estrutura dômica originada por injeção, de baixo para cima, de materiais menos densos e menos plásticos. Dessa maneira são produzidos os diáporos de sal e de folhelho, respectiva-mente ligados a mecanismos conhecidos por halocinese e lutocinese.As estruturas halocinéticas são comuns nas bacias sedimentares marginais como a Bacia de Santos. Diápiros de folhelhos são mencionados por Nittrouer et al. (1986) em sedimentos da plataforma continental adjacente à foz do Rio Amazonas. Segundo Fisk (1961), diápiros de argila perfuram as barras de desembo-cadura do Rio Mississipi e chegam a ocorrer na superfície da água, formando pequenas ilhas que são quase sempre erodidas pelas ondas.

Diatomácea. Alga unicelular microscópica que vive no meio aquático naturalmente iluminado, constituindo parte do plâncton ou presa a algum tipo de substrato. Têm carapaça silicosa (opala) denominada de frústula. Representa um importante componente do plâncton, ao lado dos copé-podes. Muitas espécies apresentam preferências em termos de profundidade e salinidade.

Diatomito. Rochas de origem orgânica. Os diatomitos encontrados no Nordeste brasileiro foram formados em lagos pleistocênicos onde se deu intensa deposição de carapaças silicosas de diato-máceas, geralmente associadas a espículas de esponjas de água doce, também silicosas. O dia-tomito é uma rocha de aplicação variada, como, por exemplo, na fabricação da dinamite. Devido a sua grande porosidade pode absorver três vezes mais, o seu peso em nitroglicerina. Permite a produção de tijolos muito leves e resistentes, onde o alto teor em SiO2 faz com que o material seja um ótimo refratário, especialmente usado como isolante térmico (Glossário Libreria, 2003).

Dicogamia. Diferentes épocas de maturação entre os órgãos masculino e feminino de uma plan-ta.

Dieldrim. Inseticida hidrocarboneto clorado, insolúvel na água e moderamente solúvel na água e moderadamente solúvel na maioria dos solventes orgânicos, exceto nos solventes alifáticos do petróleo e metanol. É altamente persistente e bioacumula nos organismos aquáticos utilizados na alimentação humana. Também é considerada uma substância química potencialmente canceríge-na.

Diferenciação. Em cultura de tecidos, significa o desenvolvimento de células com uma específica função.

Difração de ondas. Fenômeno de transmissão lateral de energia de uma onda, ao longo de sua crista. Esse efeito manifesta-se quando há propagação de ondas em um setor restrito, ou quando um trem de ondas é interceptado por um obstáculo como, por exemplo, um quebra-mar. Digestor ou Biodigestor. (1) Equipamento para a digestão de matérias orgânicas, em particular lodos das estações de tratamento biológico de águas servidas. Trata-se de grandes cubas cilíndri-cas às vezes combinadas com uma parte inferior cônica para espessamento dos lodos, enquanto a parte superior estanque permite a captação dos gases da digestão (LEMAIRE & LEMAIRE, 1975). (2) É um tanque, normalmente fechado, onde, por meio de decomposição anaeróbica, há uma diminuição do volume de sólidos e estabilização de lodo bruto (BRAILE, 1983). (3) Tanque no qual o lodo é colocado para permitir a decomposição bioquímica da matéria orgânica em subs-tâncias mais simples e estáveis (ACIESP, 1980).

Dinâmica costeira. Os principais agentes naturais de dinâmica costeira são gerados por forças astronômicas, impulsivas, meteorológicas. As forças astronômicas são responsáveis pelas marés, que causam mudanças periódicas no nível do mar, e portanto, modificam as larguras das faixas de praia nas quais atuam outros processos. As forças impulsivas são responsáveis pelos terremo-tos, deslizamentos subaéreos e erupções vulcânicas que podem provocar, por exemplo, tsunamis, que podem ocasionar mudanças catastróficas na zona costeira. As ondas são os principais agen-

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tes ligados as forças meteorológicas que, por sua vez, podem ser refratadas, difratadas ou refle-tidas ou mesmo absorvidas durante a sua propagação na zona costeira. Por outro lado, o homem é hoje em dia um agente muito importante de dinâmica costeira. No Japão, por exemplo, mais de 25% da linha costeira são providos de algum tipo de estrutura artificial construída pelo homem, tais como diques, espigões, quebra-mares e portos.

Dióica. Espécie vegetal com plantas unisexuais. Órgãos masculinos e femininos ocorrem em indi-víduos diferentes.

Dióxido de carbono. (1) Gás incolor, incombustível e de odor e gosto suavemente ácidos, que entra em pequena parcela na constituição da atmosfera, sendo a única fonte de carbono para as plantas clorofiladas. Em si não é venenoso e sua presença no ar em até 2,5% não provoca danos, mas em uma porcentagem de 4 a 5% causa enjôo e a partir de 8%, aproximadamente, torna-se mortal. (2) Símbolo químico: CO2, gás incolor, produzido pela respiração animal, pela fermenta-ção e pela queima de hidrocarbonetos; é absorvido pelas plantas durante a fotossíntese e elimi-nado por elas na ausência de luz; o percentual de dióxido de carbono na atmosfera da Terra é pequeno, mas está aumentando, fato que pode intensificar o efeito estufa.

Dióxido de enxofre. (1) Gás incolor, de odor desagradável e bastante irritante. Em virtude de sua elevada temperatura de evaporação, é utilizado em máquinas frigoríficas, na conservação de alimentos, no polvilhamento contra parasitas e como meio de impedir a putrefação e a fermenta-ção. Origina-se da queima de combustíveis fósseis que contenham enxofre ou derivados, como o petróleo e o carvão.

Diplosporia. Formação de semente assexuada em que os sacos embrionários se originam de células generativas.

Diplóteno. Uma das subdivisões da prófase I da meiose. É a fase em que aparecem os quias-mas.

Dique. (1) Corpo tabular de rocha ígnea intrusiva em discordância à estrutura da rocha encaixan-te. (2) Corpo tabular de rocha sedimentar, introduzida por preenchimento ou por injeção, em discordância à estrutura da rocha encaixante. (3) Paredão construído ao redor de uma área baixa para prevenir inundações. O sistema de diques mais extenso do mundo é o existente na Holanda. (4) Estrutura natural ou artificial que controla o nível das águas de um rio, lago ou do mar. Direito ambiental. (1) Distingue-se de legislação ambiental, por considerar, além do conjunto de textos dos diplomas e normas legais em vigor, as jurisprudências e demais instrumentos da ciência jurídica aplicados ao meio ambiente. A denominação Direito Ambiental é mais adequada; a espressão Direito Ecológico pode levar a que se limite sua aplicação ao Direito dos Ecossistemas (BALLESTEROS, 1982). (2) Complexo de princípios e normas reguladoras das atividades humanas que, direta ou indiretamente, possam afetar a sanidade do ambiente em sua dimensão global, visando à sua sustentabilidade para as presentes e futuras gerações (Édis Milaré).

Direitos de uso. Direitos para o uso dos recursos florestais que podem ser definidos pelos cos-tumes locais, acordos mútuos ou prescritos por outras entidades com direitos de acesso. Esses direitos podem restringir o uso de certos recursos a níveis específicos de consumo ou à técnica específicas de exploração.

Direito ecológico. É o conjunto de técnicas, regras e instrumentos jurídicos sistematizados e informados por princípios apropriados, que tenham por fim a disciplina do comportamento rela-cionado ao meio ambiente (MOREIRA NETO, 1975).

Dispersão. (1) Faculdade que têm os seres vivos de se propagarem pela biosfera, alargando os seus domínios e facilitando a cada espécie proliferar e encontrar novos meios onde possa viver de acordo com suas adaptações. (2) Distribuição natural de sementes ou de espécimes jovens por uma vasta área; mecanismos de dispersão incluem sementes leves, sementes que devem passar pelo aparelho digestivo de animais para que possam germinar e até sementes que são carrega-das por correntes oceânicas.

Dispersores. Espécies da fauna que realizam a dispersão de sementes, assegurando a reprodu-ção da flora.

Distal. Porção mais afastada da fonte de suprimento em depósitos, por exemplo, de correntes de turbidez (ou de turbiditos), onde predominam sedimentos de granulação mais fina e laminados, em contraposição à proximal, mais junto da fonte, caracterizada por granulação mais grossa e estrutura maciça ou com granodecrescência ascendente.

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Distribuição diamétrica. (1) Maneira como se apresentam os diâmetros dos troncos medidos a 1,30 metros do solo (DAP). (2) Dado importante para a caracterização de florestas e de vegeta-ção em estágios de regeneração.

Distributário. Ramificação divergente de um rio junto à foz, como a encontrada caracteristica-mente em áreas deltáicas, em contraposição ao tributário (afluente). Também chamado braço de rio.

Distrito. Unidade administrativa dos municípios. Têm sua criação norteada pelas Leis Orgânicas dos Municípios (IPARDES).

Diversidade. Usado atualmente em vários sentidos. (1) Número de espécies que ocorrem em uma amostra tirada em uma unidade de área, volume de água, certo número de indivíduos, etc; ou que são apanhados por um certo tipo de armadilha em uma unidade de tempo ("diversidade alfa"). (2) O grau de rotatividade (mudança) em espécies ao longo de um gradiente ecológico ("diversidade beta"). (3) O número total de espécies em uma paisagem contendo um ou mais gradientes ecológicos ("diversidade gama"). (4) Índice que representa o aumento de espécies com aumento do tamanho da amostra. (5) Alguma função combinando riqueza de espécies com equitabilidade.

Diversidade biológica. (1) Variedade entre organismos vivos de todas as origens, incluindo e-cossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos dos quais eles fazem parte. Isso inclui diversidade dentre uma mesma espécie, entre espécies dife-rentes e entre ecossistemas. (2) É a variedade de genótipos, espécies, populações, comunidades, ecossistemas e processos ecológicos existentes em uma determinada região. Isto significa a vari-abilidade de organismos vivos de todas as origens, compreendendo, dentre outros, os ecossiste-mas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos de que fa-zem parte; compreendendo ainda a diversidade dentro de espécies, entre espécies e de ecossis-temas (ARRUDA et allii, 2001). (3) Variedade de indivíduos, comunidades, populações, espécies e ecossistemas existentes em uma determinada região (Resolução CONAMA 012/94). (4) Variabili-dade de organismos vivos de todas as origens, compreendendo os ecossistemas terrestres, mari-nhos e outros ecossistemas aquáticos; inclui ainda a diversidade dentro de espécies, entre espé-cies e de ecossistemas. (5) Variabilidade de organismos vivos de todas as origens, compreenden-do, dentre outros, os ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos de que fazem parte; compreende ainda a diversidade dentro de espécies, entre espécies e de ecossistemas (IPARDES).

Diversidade genética. Variabilidade na formação genética de diferentes indivíduos de uma mesma espécie; assegura a sobrevivência da espécie; assegura a sobrevivência da espécie a lon-go prazo pois, com todos os genes iguais, os indivíduos ficam igualmente expostos a adversida-des, tornando a espécie uniformemente vulverável.

Divisas. Patrimônio constituído por moedas estrangeiras que um país possui.

Divisor de águas. (1) Linha que une os pontos mais altos do relevo de uma região e que delimi-ta o escorrimento superficial das águas de chuva. (2) Linha-limite ou fronteira que separa bacias de drenagem adjacentes (DNAEE, 1976). (3) Linha separadora das águas pluviais (GUERRA, 1978).

DNPM. Departamento Nacional de Produção Mineral. É uma autarquia federal, vinculada ao Mi-nistério de Minas e Energia, instituída pelo Decreto 1.324/94, na forma de Lei 8876/94, dotada de personalidade jurídica de direito público, com autonomia patrimonial, administrativa e financeira, com sede e foro em Brasília e Distrito Federal e jurisdição em todo território nacional. Este órgão tem a finalidade de promover o planejamento e o fomento da exploração mineral e do aproveita-mento dos recursos minerais e superintender as pesquisas geológicas minerais e de tecnologia mineral, bem como assegurar, controlar e fiscalizar o exercício das atividades de mineração em todo o Território Nacional.

Doença de Minamata. Envenamento por mercúrio, pela ingestão de peixe contaminado; nome deriva de uma aldeia no Japão onde grande parte da população sofreu os efeitos da contaminação por chumbo, mesmo em baixos níveis, pode ocasionar insanidade, como ocorreu na Inglaterra, onde os chapeleiros usavam mercúrio para fabricação do feltro, expondo o usuário de chapéu à contaminação, dái a designação de doença do chapeleiro louco .

Dolomita. Mineral componente das rochas carbonáticas de composição CaMg(CO3)2, comumente encontrado com algum ferro (Fe) substituindo o magnésio e dando origem à ankerita. A rocha formada predominantemente por dolomita é denominada dolomito.

Dolomitização. Processo natural pelo qual o calcário transforma-se em dolomito pela substitui-ção parcial do carbonato de cálcio original por carbonato de magnésio (MgCO3). O fenômeno dia-

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genético de dolomitização parece progredir com o tempo, pois os carbonatos dolomitizados são mais freqüentes entre as rochas carbonáticas mais antigas.

Dominância. Interação entre alelos que pode ser completa quando o fenótipo do heterozigoto é o mesmo do homozigoto para o alelo dominante, ou incompleta quando o fenótipo heterozigótico situa-se no intervalo dos fenótipos homozigóticos.

Dominância de espécies. Grau em que determinadas espécies dominam em uma comunidade, devido ao tamanho, abundância ou cobertura, e que afeta as potencialidades das demais espécies (Resolução CONAMA 012/94).

Dominante. Alelo ou fenótipo que é expressado tanto no estado homozigótico como no heterezi-gótico. Domínios morfoclimáticos. Divisão do país do ponto de vista paisagístico (combinações distin-tas de fatores climáticos e geomorfológicos). O mesmo que bioma.

Domo. (1) Elevação com pequena área, erguendo-se com os flancos abruptos até profundidades superiores a 200 m da superfície da água do mar. (2) Deformação estrutural caracterizada por levantamento local de contorno aproximadamente circular. Exemplo: domo salino.

Domo de areia. Minúscula estrutura dômica (milimétrica) que aparece na areia de praia, forma-da por espraiamento das águas aprisionando ar. A erosão dos domos de areia provoca o apareci-mento da estrutura em anel.

Domo salino. Estrutura resultante do movimento ascendente de massa salina, composta princi-palmente de halita (NaCl), com forma aproximadamente cilíndrica de diâmetro pequeno em rela-ção à altura, que pode atingir desde várias centenas até alguns milhares de metros. Na costa do Golfo do México (Estados Unidos), os domos salinos propiciam acumulações importantes de hi-drocarbonetos (petróleo e gás) e enxofre. Nas bacias marginais brasileiras, segundo Leyden (1976), os domos salinos formam a seqüência média atribuída ao Andar Alagoas (Cretáceo), o-correndo desde a Bacia de Santos até Sergipe-Alagoas (Ponte & Asmus, 1976).

Dormência. Situação em que uma semente viável não germina mesmo quando submetida a condições favoráveis à sua germinação como temperatura e nível de umidade adequados, aera-ção e luminosidade satisfatórios e substrato próprio.

Dossel. Parte formada pela copa das árvores que formam o estrato superior da floresta (Resolu-ção CONAMA 012/94).

Draga. (1) Equipamento que serve para retirar (dragar) sedimentos do fundo de rios, lagos, mar. (2) Equipamento utilizado para operações de dragagem.

Dragagem. (1) Método de amostragem, de exploração de recursos minerais, de aprofundamento de vias de navegação (rios, baías, estuários, etc.) ou dragagem de zonas pantanosas, por esca-vação e remoção de materiais sólidos de fundos subaquosos. Naturalmente, cada tipo de opera-ção de dragagem requer equipamentos adequados. A amostragem de material de fundo submari-no é feita pelo arraste de caixa metálica de várias capacidades (volumes). Depósitos de cassiteri-ta submarinos, em exploração desde 1907 na plataforma continental do SE da Tailândia, vêm sendo trabalhados por dragagem em águas costeiras entre 20 e 30 m de profundidade. (2) Re-moção de material sólido do fundo de um ambiente aquático. Tem a ver com o desassoreamento em remoção de sedimentos depositados.

Drenagem. (1) Coleta do excesso de água do solo e sua condução para rios ou lagoas, através de canais fechados ou abertos. (2) Remoção da água superficial ou subterrânea de um área de-terminada, por bombeamento ou gravidade.

Drusa. Incrustação formada na superfície ou no interior de um mineral pela agregação de cristais de outra natureza (Glossário Libreria, 2003).

Duna. (1) Colinas de areia acumuladas por atividade de ventos, mais ou menos recobertos por vegetação. As dunas podem ser classificadas segundo as formas, orientação em relação ao vento, etc. em transversais, longitudinais, parabólicas, piramidais, etc. Elas ocorrem mais tipicamente nas porções mais centrais dos desertos, mas também podem ser encontradas em regiões litorâ-neas ou em margens fluviais. Campos de dunas costeiras importantes ocorrem nas regiões litorâ-neas do Maranhão, sul de Santa Catarina e norte de Salvador (BA), enquanto que dunas fluviais pretéritas têm sido mencionadas na margem esquerda do Rio São Francisco a montante de Petro-lina (PE). Ondas arenosas são também conhecidas com dunas subaquosas. (2) São acumulações arenosas litorâneas, produzidas pelo vento, a partir do retrabalhamento de praias ou restingas (FEEMA - Proposta de decreto de regulamentação da Lei n° 690 de 01.12.83). Montes de areia móveis, depositados pela ação do vento dominante, localizadas na borda dos litorais (GUERRA,

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1978). (3) Formação arenosa produzida pela ação dos ventos. Não são estáveis e costumam mi-grar lentamente; a migração continua até que sejam fixadas pela vegetação (Resolução CONAMA 004/85).

Dunas costeiras. (1) Montes de areia móveis depositados pela ação do vento dominante, locali-zadas na borda dos litorais. (2) Unidade geomorfológica de constituição predominantemente are-nosa, com aparência de cômoro ou colina, produzida pela ação dos ventos, situada no litoral ou no interior do continente, podendo estar recoberta ou não, por vegetação (Resolução CONAMA 303/2002).

Duna de deflação. Termo aplicado a acumulações de areia derivadas de "bacias" de deflação, principalmente quando as acumulações apresentam grandes dimensões e erguem-se acima da cota da área fonte.

Dunas fixas. Depósitos areno-quartzosos marinhos fixados, onde a cobertura vegetal é repre-sentada pela floresta perenifólia de restinga. O relevo é, de modo geral, suavemente ondulado e representa uma série de pequenas depressões hidromórficas com declives de até 4° 30´, poden-do apresentar, em alguns trechos, alinhamentos paralelos de bancos arenosos, com vegetação herbácea onde pode ocorrer espécies aquáticas (Portaria IBAMA 31-N/91).

Duna inativa. Duna mais ou menos estacionária, com cobertura vegetal estabelecida por melho-ria climática ou por meio artificial. Nos campos de dunas litorâneas de Salvador (BA) e Laguna (SC), as faixas mais internas, isto é, mais distantes da praia atual, são compostas de dunas inati-vas que, em geral, exibem cores amareladas ou alaranjadas.

Dunas móveis. Unidade formada por sedimentos areno-quartzosos marinhos, que submetido ao agente eólico, apresentam grande mobilidade e a característica de depositar-se devido a ação do agente eólico, sobre a unidade ambiental subseqüente, invadindo-a com grande rapidez e soter-rando os terrenos e a vegetação que ocorrem na mesma. A vegetação existe normalmente, em manchas, no topo e nas encostas a sotavento, constituídas por espécies características de flores-ta perenifólia de restinga (Portaria IBAMA 31-N/91).

Dúzia suja. Nome dado por ativistas norte-americanos contra o uso de agrotóxicos à lista dos 12 produtos mais nocivos ao meio ambiente e à saúde humana.

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E Eclusa. O mesmo que comporta, isto é, porta que sustém as águas de uma represa, açude ou dique e que pode ser aberta quando da necessidade de soltá-las (Glossário Libreria, 2003).

ECO 92. (1) Conferência Internacional das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvi-mento, que foi realizada no estado do Rio de Janeiro em 1992. A Eco 92 proclamou que os seres humanos estão no centro das preocupações sobre desenvolvimento sustentável e têm direito a uma vida saudável, produtiva e em harmonia com a natureza. (2) Denominação comum da Con-ferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento de 1992, denominada inter-nacionalmente de 1992 Earth Summit on Environment and Development. Aconteceu em junho de 1992, na cidade do Rio de Janeiro. Foi a maior reunião já realizada em toda a história humana por qualquer motivo. A Rio-92 reuniu mais de 120 Chefes de Estado, e representantes no total de mais de 170 países. Foram elaborados cinco documentos, assinados pelos Chefes de Estado e representantes: a Declaração do Rio, a Agenda 21, a Convenção sobre Diversidade Biológica, a Convenção sobre Mudança do Clima e a Declaração de Princípios da Floresta.

Ecobatímetro. Aparelho de sondagem cujo funcionamento se baseia na medição do tempo de-corrido entre a emissão de um pulso sonoro (de frequência sônica ou ultra-sônica) e a recepção do eco refletido pelo fundo do mar.

Ecobiose. Complexo de relações que se passam entre os seres vivos e o meio ambiente em que vivem.

Ecocida. Substância tóxica que penetra e mata um sistema biológico inteiro. Por extensão: eco-cídio, atentados contra espécies e formas de vida significativas para o ecossistema planetário.

Ecoclima. O clima considerado como fator ecológico, com interferência dentro dos hábitats. A-brange o total dos fatores meteorológicos.

Ecodesenvolvimento. (1) Visão moderna de desenvolvimento que procura utilizar os conheci-mentos culturais, biológicos, sociais e políticos de uma região, evitando a agressão ao meio am-biente. (2) O ecodesenvolvimento se define como um processo criativo de transformação do meio com a ajuda de técnicas ecologicamente prudentes, concebidas em função das potencialidades deste meio, impedindo o desperdício inconsiderado dos recursos, e cuidando para que estes se-jam empregados na satisfação das necessidades de todos os membros da sociedade, dada a di-versidade dos meios naturais e dos contextos culturais. (3) É uma técnica de planejamento que busca articular dois objetivos. Por um lado, objetivo do desenvolvimento, a melhoria da qualidade de vida, através do incremento da produtividade; por outro, o objetivo de manter em equilíbrio o ecossistema onde se realizam essas atividades (SAHOP, 1978). (4) Visão moderna do desenvol-vimento consorciado com o manejo dos ecossistemas, procurando utilizar os conhecimentos já existentes na região, no âmbito cultural, biológico, ambiental, social e político, evitando-se, as-sim, a agressão ao meio ambiente (Glossário Ibama, 2003).

Ecograma. Gráfico que registra a configuração do fundo oceânico, medindo-se continuamente as profundidades de água ao longo de um perfil com um ecobatímetro.

Ecologia. (1) Ciência que estuda as relações dos seres vivos entre si e com o ambiente que os cerca. (2) O termo Ecologia foi criado por Hernest Haekel (1834-1919) em 1869, em seu livro ¨Generelle Morphologie des Organismen¨, para designar o estudo das relações de um organismo com seu ambiente inorgânico ou orgânico, em particular, o estudo das relações do tipo positivo ou amistoso e do tipo negativo (inimigos) com as plantas e animais com que convive (HAEKEL apud MARGELEF, 1980). (3) Ecologia é a ciência ou o estudo dos organismos em sua casa, isto é em seu meio, define-se como o estudo das relações dos organismos, ou grupos de organismos, com seu meio. Está em maior consonância com a conceituação moderna definir Ecologia como estudo da estrutura e da função da natureza, entendendo-se que o homem dela faz parte (ODUM, 1972). (4) Disciplina biológica que lida com o estudo das interações dinâmicas dos componentes bióticos e abióticos do meio ambiente (USDT, 1980). (5) É a ciência que estuda a integração dos seres vivos com ambiente orgânico e inorgânico e as formas de relação que garantem o equilíbrio e a perpetuidade dos sistemas que compõem o planeta. (6) Ciência que estuda as interações dos seres vivos entre si e com o ambiente onde vivem; do grego (oikos: casa). Como ciência indivi-dualizada é muito nova: a designação foi criada em 1876, pelo naturalista alemão Hernest Haec-kel; ecólogo é quem estuda ecologia; ecologista ou ambientalista é quem milita em defesa do ambiente; a expressão defesa da ecologia deve ser evitada porque tem sentido pouco exato: e-quivale a dizer, por exemplo, defesa da matemática.

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Ecologia aplicada. Disciplina que estuda ecossistemas florestais, procurando minimizar os efei-tos da ação humana sobre eles. Tem por objetivo proteger a flora, a fauna e os mananciais, além de administrar parques e reservas florestais e elaborar relatórios de impacto ambiental.

Ecologia humana. É o estudo das interrelações dinâmicas entre o homem e os aspectos físicos, bióticos, sociais e culturais do seu ambiente (BOYDEN et al., 1981).

Ecologia profunda. Considera os seres humanos equivalentes e não superiores às outras espé-cies integradas em ecossistemas em funcionamento; o filósofo norueguês Arne Nesse criou o termo em 1972.

Economia ambiental. Ramo da economia que está se desenvolvendo de forma a, por um lado, proporcionar a valoração dos bens e recursos naturais cabíveis e, por outro, construir uma meto-dologia de inserção dos bens ambientais no Planejamento e na Economia. Visa a tornar o sistema natural parte integrante das economias e do planejamento de uma forma geral.

Economia do meio. Ciência econômica que em suas teorias, análises e cálculos de custos inclui parâmetros ecológicos.

Economia Ecológica. Ramo da economia usado como sinônimo da Economia Ambiental, porém mais adequado à área específica de valoração dos recursos de fauna e flora.

Ecosfera. O mesmo que biosfera. Espaço ocupado pelos seres vivos na Terra.

Ecorregião. Representa um território geograficamente definido, constituído por comunidades naturais que compartilham a grande maioria de suas espécies, a dinâmica ecológica, as condições ambientais e cujas interações ecológicas são cruciais para sua persistência a longo prazo (ARRU-DA et allii, 2001).

Ecossistema. (1) Ambiente em que há a troca de energia entre o meio e seus habitantes. (2) É o conjunto dos seres vivos e do seu meio ambiente físico, incluindo suas relações entre si. (3) Complexo sistema de relações mútuas entre os fatores bióticos (organismos vivos) e fatores abió-ticos (elementos físicos e químicos do ambiente) que interagem entre si, havendo transferência de energia e matéria entre esses componentes. (4) Sistema integrado e autofuncionante que consiste em interações de elementos bióticos e abióticos; seu tamanho pode variar consideravel-mente (USDT, 1980). (5) A comunidade total de organismos, junto com o ambiente físico e quí-mico no qual vivem se denomina ecossistema que é a unidade funcional da ecologia (BERON, 1981). (6) (a) sistema formado pelas comunidades biológicas em integração com os fatores do meio (b) Complexo dinâmico de comunidades vegetais, animais e de microorganismos e o seu meio inorgânico, que interage como uma unidade funcional (ARRUDA et allii, 2001). (7) Unidade de organização biológica composta de seres vivos em relação com o meio físico em que vivem. Esta unidade é definida pelo seu funcionamento, isto é, pelo conjunto das interrelações dinâmicas e funcionais existentes entre todos os seus constituintes (PELT, 1991). (8) Sistema aberto que inclui, em uma certa área, todos os fatores físicos e biológicos (elementos bióticos e abióticos) do ambiente e suas interações, o que resulta em uma diversidade biótica com estrutura trófica cla-ramente definida e na troca de energia e matéria entre esses fatores (FEEMA, 1997). (9) Conjun-to integrado de fatores físicos e bióticos (referente aos seres vivos) que caracterizam um deter-minado lugar, estendendo-se por um determinado espaço de dimensões variáveis. Unidade que, abrangendo o conjunto de seres vivos e todos os elementos que compõem determinado meio ambiente, é considerada um sistema funcional de relações interdependentes no qual ocorre uma constante reciclagem de matéria e um constante fluxo de energia (Glossário Ibama, 2003).

Ecossistema (áreas frágeis). Aquele que, por suas características, são particularmente sensí-veis aos impactos ambientais adversos, de baixa resiliência e pouca capacidade de recuperação. Por exemplo, são ambientalmente frágeis os lagos, as lagunas, as encostas de forte declividade, as restingas, os manguezais (FEEMA, 1997).

Ecossonda. Instrumento que determina a profundidade da água pelo tempo requerido para que um sinal sonoro viaje até o fundo e retorne. Este equipamento permite executar levantamentos batimétricos, desde águas costeiras até mais de 10.000 m.

Ecótipo. (1) Em genecologia, população (raça) local de uma espécie que apresenta característi-cas botânicas peculiares, que surgem como resposta do genótipo às características ecológicas típicas do ambiente local. O ecótipo resulta de uma adaptação muito estreita da planta ao ambi-ente local, onde a deriva genética pode revelar-se como um agente seletivo de maior importância que os demais agentes da seleção natural. Ecótipos freqüentemente mantêm suas características peculiares, quando transplantados clonalmente para ambientes distintos, o que sugere um forte comando genético na origem desta forma de vida. O ecótipo é uma de quatro categorias biossis-temáticas (ecótipo, ecoespécie, coenoespécie, “comparium”), categorias estas usadas em geneco-logia e baseadas no relacionamento de fertilidade entre as mesmas. O termo ecótipo é freqüen-

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temente mal aplicado por causa de distintas interpretações por autores. A percepção de que o ecótipo é uma morfologia peculiar a determinado ambiente (ex.: dunas arenosas; encostas alpi-nas) e que se repete neste ambiente para outras famílias botânicas, levou mais recentemente à definição de que o ecótipo corresponde a “raças ecológicas paralelas” (paralelismo ecotípico), em que se constata um forte vínculo entre a forma biológica apresentada (geófito, terófito, etc.), o hábito (erva, arbusto etc.) e o hábitat da espécie. O ecótipo, por esta interpretação, representaria uma morfologia estandardizada que se associa a um tipo de hábitat. Assim, existem vários tipos de ecótipos, um mesmo tipo, podendo eventualmente ocorrer em grupos botânicos sem qualquer parentesco filogenético. (2) São populações de espécies de grande extensão geográfica, local-mente adaptadas e que possuem graus ótimos e limites de tolerância às condições do lugar (O-DUM, 1972). (3) Raça cujas características a tornam adaptada a um determinado ambiente.

Ecótono. (1) Região de transição entre dois ecossistemas diferentes. (2) Transição entre duas ou mais comunidades diferentes; é uma zona de união ou um cinturão de tensão que poderá ter ex-tensão linear considerável, porém mais estreita que as áreas das próprias comunidades adjacen-tes. A comunidade do ecótono pode conter organismos de cada uma das comunidades que se entrecortam, além dos organismos característicos (ODUM, 1972). (3) Encontro de dois ecossis-temas diferentes; zona de transição florística (ARRUDA et allii, 2001). (4) Zona de contato ou transição entre duas formações vegetais com características distintas (Resolução CONAMA 012/94). (5) Região de transição entre dois ecossistemas diferentes ou entre duas comunidades. Nessa região a fauna é mais rica e mais abundante que nas biocenoses adjacentes, cujas espé-cies se misturam mais ou menos. Este efeito é conhecido pelo nome de efeito de borda (Glossário Ibama, 2003).

Ecótopo. Determinado tipo de habitat dentro de uma área geográfica ampla (Glosário Ibama).

Ecoturismo. (1) Turismo feito em pequena escala, respeitando o meio ambiente natural. (2) Atividade turística que utiliza, de forma responsável, o patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação e busca a formação de uma consciência ambiental através da interpretação do am-biente, estimulando o desenvolvimento socioeconômico das populações envolvidas (MMA). (3) Segmento da atividade turística que utiliza, de forma sustentável, o patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação e busca a formação de uma consciência ambientalista por meio da in-terpretação do ambiente, promovendo o bem-estar das populações envolvidas.

Edáfica. Relativo ao solo (Resolução CONAMA 012/94, art. 1°).

Edafologia. Ciência que estuda o aproveitamento do solo para fins agrícolas.

Educação ambiental. (1) Todo o processo educativo, que utiliza metodologias diversas, alicer-çadas em base científica, com objetivo de formar indivíduos capacitados a analisar, compreender e julgar problemas ambientais, na busca de soluções que permitam ao homem coexistir de forma harmoniosa com a natureza. (2) Processo de aprendizagem e comunicação de problemas relacio-nados à interação dos homens com seu ambiente natural. É o instrumento de formação de uma consciência, através do conhecimento e da reflexão sobre a realidade ambiental (FEEMA/ Asses-soria de Comunicação, informação pessoal, 1986). (3) O processo de formação e informação so-cial orientado para: (I) o desenvolvimento de consciência crítica sobre a problemática ambiental, compreendendo-se como crítica a capacidade de captar a gênese e a evolução dos problemas ambientais, tanto em relação aos seus aspectos biofísicos, quanto sociais, políticos, econômicos e culturais; (II) o desenvolvimento de habilidades e instrumentos tecnológicos necessários à solu-ção dos problemas ambientais; (III) o desenvolvimento de atitudes que levem à participação das comunidades na preservação do equilíbrio ambiental (Proposta de Resolução CONAMA nº02/85). (4) Unidade formada pela comunidade. (9) Conjunto de atividades e idéias que levam o homem a conhecer e utilizar os recursos do ambiente de modo sustentado. A educação ambiental deve ser entendida como o processo de formação social orientado para o desenvolvimento de consciência crítica sobre a problemática ambiental, compreendendo-se como crítica a capacidade de captar a gênese e a evolução dos problemas ambientais, tanto em relação a seus aspectos biofísicos quan-to sociais, políticos, econômicos e culturais; desenvolvimento de habilidades e instrumentos tec-nológicos necessários à solução dos problemas ambientais; desenvolvimento de atividades que levem à participação das comunidades na busca do equilíbrio ambiental.

Educação ambiental formal. Aquela compreendida no âmbito da rede de ensino regular, cujos objetivos estão distribuídos por uma malha curricular, multidisciplinar, envolvendo atividades de ensino regular, extra-classe, núcleos de estudos ambientais ou centros interdisciplinares. Abrange 1º, 2º e 3º graus, envolvendo professores, estudantes e funcionários da rede escolar.

Educação ambiental informal. Aquela que se dirige ao grande público, ou à sociedade, e que se vale dos meios de comunicação convencionais. Ela se presta à difusão de informações ou ao esforço de programas institucionais no âmbito da política, da educação e da cultura ambiental.

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Ex.: pesquisa, campanhas de opinião pública, articulações políticas com entidades ambientais, comemorações de datas e eventos sobre o meio ambiente.

Educação ambiental não formal. Aquela que opera através de programas direcionados para os aspectos bem definidos da realidade social e ambiental. Usa meios multivariados. Tem a função de informar e formar. Atua sobre e com comunidades. Desenvolve ações na área da educação, comunicação, extensão e cultura. Tem ainda propósitos informativos para o esclarecimento e ori-entação de questões de ordem tecnológica.

Educação e desenvolvimento individual. A Agenda 21 enfatiza a capacitação individual, nas áreas de programa que acompanham os capítulos temáticos, ressaltando a necessidade de ampli-ar o horizonte cultural e o leque de oportunidades para os jovens. Há em todo o texto um forte apelo para que governos e organizações da sociedade promovam programas educacionais que propiciem uma tomada de consciência dos indivíduos sobre a necessidade de se pensar nos pro-blemas comuns a toda a humanidade. Busca-se, ao mesmo tempo, incentivar o engajamento em ações concretas nas comunidades.

Efeito ambiental. Alteração nas características e na qualidade do meio ambiente produzida por ação humana (FEEMA, 1997).

Efeito coriolis. Efeito produzido pela força de coriolis, que faz com que partículas em movimento sobre a superfície da Terra apresentem uma tendência para serem desviadas para a direita no Hemisfério Norte e para a esquerda no Hemisfério Sul. A magnitude deste efeito é proporcional à velocidade e a latitude das partículas em movimento.

Efeito estufa. (1) Fenômeno de aquecimento da superfície terrestre de grande comprimento de onda, que é absorvida e reemitida pelo gás carbônico e vapor de água na baixa atmosfera, even-tualmente retornando à superfície. Embora ainda seja um assunto sujeito a controvérsias, alguns pesquisadores admitem que o efeito estufa poderia causar a fusão parcial das geleiras polares, ocasionando importante subida dos níveis oceânicos nos próximos decênios. (2) Aquecimento da superfície terrestre provocado pelo aumento da concentração de certos gases na atmosfera (gás carbônico e metano), o que altera o equilíbrio termodinâmico do planeta. (3) Denominação dada ao aumento da temperatura superficial da terra, numa escala global, decorrente ao acréscimo das concentrações atmosféricas de gases com a característica de serem fortes absorvedores de ener-gia, na faixa de radiação infravermelha e, fracos absorvedores, no espectro visível. Em geral, o termo é associado à presença de dióxido de carbono. A estufa natural, constituída por camadas de gases que envolviam a Terra, quando de sua formação, contribui para que a vida surgisse e se mantivesse no Planeta, pois impedia que o calor terrestre se dissipasse e voltasse para o espaço sideral. O fenômeno atual deve-se à intensidade e à natureza do calor retido, que passou a cons-tituir um risco global. (4) Aquecimento da temperatura média na Terra; recebeu esse nome por-que o processo é semelhante ao produzido pela passagem da luz através do vidro de uma estufa, que não permite a saída do calor. A radiação do sol entra facilmente na atmosfera, aquecendo a superfície da Terra e provocando, a emissão de radiação infravermelha. Gases como o dióxido de carbono (gás carbônico CO2), cuja conseqüência da poluição, absorvem a radiação infravermelha e impedem que o calor deixe a Terra; a maior concentração de dióxido de carbono na atmosfera se deve, principalmente, ao aumento do uso de combustíveis fósseis; automóveis e usinas de energia contribuem com 75% do gás carbônico liberado em nações industrializadas; a devastação e a queima de florestas tropicais também contribuem para a maior emissão de dióxido de carbo-no.

Efeito fotovoltaico. É o aparecimento de uma diferença de potencial nos extremos de uma es-trutura de material semicondutivos, produzida pela absorção da luz.

Eficácia. Uma medida do grau de sucesso de um projeto ou de um programa quanto à realização de seus objetivos (ARRUDA et allii 2001).

Eficiência. Uma medida da produtividade do processo de implementação, quanto à realização dos seus objetivos (ARRUDA et allii 2001).

Eflorescência. Substâncias solúveis que se depositam na superfície das rochas. Estas substân-cias sobem por capilaridade, precipitando-se graças à evaporação da água que acompanha os sais.

Efluente. (1) Águas fluviais ou de esgotos que são despejadas nas águas costeiras. Os esgotos podem ser domésticos ou industriais (química, mineração, etc.) e podem levar à poluição ambi-ental como acontece na região de Santos (SP). (2) Qualquer tipo de água, ou líquido, que flui de um sistema de coleta, de transporte, como tubulações, canais, reservatórios, elevatórias ou de um sistema de tratamento ou disposição final, com estações de tratamento e corpos de água.

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Efluente líquido. Sobra de lixo, esgoto ou da produção das fábricas, eliminada depois da de-composição da matéria orgânica.

EIA/Rima. Sigla de Estudos de Impacto Ambiental e Relatórios de Impacto Ambiental.

Eletricidade (para automóveis). Capaz de locomover um carro sem emitir poluentes, mas isto não significa que não seja gerada poluição do ar. Os carros elétricos de hoje em dia estão limita-dos à capacidade da sua bateria e são muito caros. Os carros elétricos podem vir a ser um meio dos carros trafegarem sem gerar poluição.

El niño. (1) Fenômeno da inversão das correntes do Pacífico Equatorial e que pode ser verificado na época próxima ao Natal. Esse fenômeno provoca em vários países graves conseqüências cli-máticas, como períodos severos de seca, trombas-d`água no Pacífico, ciclones e tornados e chu-vas violentas. Nas condições normais, os ventos sopram do leste ao oeste no Pacífico Equatorial. Em outras condições, ligadas a uma alta considerável da temperatura das águas do Pacífico, as correntes de ventos se invertem, afetando o clima mundial. El Niño em espanhol significa “¨O Menino¨, em referência ao Menino Jesus. (2) Fenômeno oceanográfico e atmosférico, altamente complexo, caracterizado por uma corrente quente marítima deslocando-se do Equador para os trópicos, que inverte, ou pelo menos impede, a circulação normal das águas quentes do Oceano Pacífico, a qual se dá da costa ocidental da América do Sul para a costa oriental da Austrália e Ásia. As causas objetivas deste fenômeno ainda são em grande parte desconhecidas, embora estudos minunciosos estejam em andamento em várias partes do mundo. O deslocamento nor-mal (leste-oeste) das águas do Pacífico provoca uma grande ressurgência nas costas do Chile e Peru, o que por sua vez ocasiona o clima seco normalmente presente nessa área, e proporciona uma intensa reprodução de peixes. Periodicamente, com um intervalo variando de dois a sete anos, o El Niño ocorre no início do verão do hemisfério sul, daí seu nome "o menino", originário de uma homenagem dos pescadores ao menino Jesus. Dura em média um ano e causa efeitos tão fortes nas condições do tempo em várias partes do planeta, que é considerado pelos meteorolo-gistas o segundo fenômeno atmosférico-climático mais importante da Terra, atrás apenas da mu-dança das estações. Sua intensidade e período são muito variáveis e de difícil previsão, mas co-mo modernas técnicas de sensoriamento remoto e os satélites, já é possível prever e prevenir minimamente seus efeitos. Estes vão de calor excessivo no norte dos EUA, seca intensa no nor-deste brasileiro, chuvas fortes no sul do Brasil, ausência de peixes nas costas do Peru e Chile, secas na Austrália e uma série de outros efeitos significativos pelo mundo todo. No outono de 1997, foi detectado um El Niño iniciando-se excepcionalmente tarde, mas que provocou intensas chuvas nas costas do Chile e Peru, e um inverno excepcionalmente quente e seco no sudeste bra-sileiro. (3) Corrente de Água morna que flui preriodicamente no Oceano Pacífico, ao longo da cos-ta oeste da América do Sul, provocando alterações no regime de ventos e de chuvas de várias partes do planeta. (4) Corrente oceânica quente, originária da corrente quente equatorial que, em cada sete de um período de quarentas anos, temporariamente desloca a corrente de Humboldt da costa peruana, ocorrendo quando os ventos de sudeste do oceano Pacífico perdem sua força; provoca, entre outros fenômenos, bruscas alterações climáticas no continente (como as violentas chuvas e conseqüentes inundações no Brasil). Tem esse nome por sempre ocorrer próximo ao fim do ano. O El Niño, no caso, é o Menino Jesus (Glossário LIbreria, 2003).

Eluvião. Material geológico que se transformou em solo por ação do intemperismo (autores).

Embaiada. Reentrância na linha costeira formando uma baía muito aberta.

Embaiamento. (1) Indentação (depressão) da linha costeira formando uma baía aberta. (2) Formação de uma baía.

Embrião. Planta rudimentar no interior da semente, formada a partir da fertilização.

Embriogênese. Processo de formação e desenvolvimento do embrião, a partir de células não- embrionárias.

Embrionia adventícia. Formação de semente assexuada na qual o embrião se forma diretamen-te de uma célula somática, geralmente do nucelo, mas também eventualmente dos integumentos do óvulo.

Emersão. Área anteriormente inundada que passou a condições subaéreas, fato que pode ocor-rer tanto pela descida do nível do mar, como pelo levantamento do continente. Grupo de orga-nismos restritos a uma região ou a um ambiente. Sinônimos: indígeno e nativo.

Emigração. Deslocamento irreversível que certas espécies realizam de um local para outro, onde passam a habitar e se reproduzir, contribuindo para a sua dispersão ecológica e geográfica.

Emissão. (1) Liberação ou lançamento de contaminantes ou poluentes no ar. As emissões são provenientes dos motores de veículos e das chaminés de fábricas. (2) Escoamento de matérias

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gasosas tóxicas. (3) Lixo descarregado no ambiente, em geral relacionado a descargas de gases, podendo também se referir a elementos líquidos ou radiativos.

Emissão padrão. Limite aceitável de lançamento de substâncias químicas específicas no ambien-te.

Emissário. (1) Coletor que transporta esgoto de um ponto a outro sem receber contribuições durante o percurso. (2)

Enclave. Terreno encravado em outro.

Encosta. Parte em declive nos flancos de um morro, colina ou serra.

Encrave Florestal do Nordeste. Floresta tropical baixa, xerófita, latifoliada e decídua, que ocor-re em caatinga florestal ou mata semi-decídua, higrófila e mesófila com camada arbórea fechada, constituída devido à maior umidade do ar e a maior quantidade de chuvas nas encostas das mon-tanhas. Constitui uma transição para o agreste. No ecótono como a caatinga são encontradas com mais freqüência palmeiras e algumas cactáceas arbóreas (Resolução Conama 010/93, art. 5º, V).

Encravo. Coisa difícil de se remove.

Endêmico. Nativo de uma determinada área geográfica ou ecossistema e restrito a ela; ex.: do-ença confinada a um determinado espaço.

Endemismo. (1) Fenômeno da distribuição das espécies (ou subespécies) animais ou vegetais referida a uma área restrita e mais ou menos isolada. (2) Endêmicas são as espécies (ou doen-ças) características de um só local, região ou ou país. (3) Isolamento de uma ou muitas espécies em um espaço terrestre, após uma evolução genética diferente daquelas ocorridas em outras regiões. O endemismo insular permite à Ecologia estudar ecossistemas antigos que sobreviveram até estes dias. (LEMAIRE & LEMAIRE, 1975). (4) Espécie nativa, restrita a uma determinada área geográfica (Resolução CONAMA 012/94). (5) Isolamento de uma ou mais espécies em um espaço terrestre, após uma evolução genética diferente daquelas ocorridas em outras regiões. O ende-mismo insular permite à Ecologia estudar ecossistemas antigos que sobreviveram até estes dias.

Endocruzamento. Reprodução através do acasalamento entre parentes próximos, particular-mente quando isso é repetido por várias gerações.

Endogamia. Perda de vigor quando são cruzados indivíduos relacionados por ascendência. O máximo de endogamia ocorre com a autofecundação.

Endosperma. Tecido nutritivo originado da dupla fecundação que ocorre nas angiospermas. Pode não estar presente na semente ou estar reduzido a uma fina película. Essas reservas são utiliza-das pelo embrião durante o processo de germinação.

Energia alternativa. (1) Fontes de obtenção de energia que sejam mais limpas (menos impac-tantes ao meio ambiente) e renováveis têm sido pesquisadas e desenvolvidas com alguma inten-sidade nas últimas décadas. (2) Energia obtida de fontes diferentes das usadas nas grandes usi-nas comerciais, que atualmente são as usinas térmicas convencionais, as hidroelétricas e as nu-cleares. Ela vem de usinas geralmente pequenas, geram pouca poluição, e normalmente utilizam fontes renováveis. Os principais tipos atuais são a energia solar, eólica, das marés, geotérmica, das ondas e da biomassa. É o oposto de montante.

Energia de biomassa. (1) Energia obtida a partir de matéria animal e vegetal. Quando se classi-fica a energia de biomassa como energia alternativa, refere-se à biomassa renovável. Como e-xemplos, temos o álcool combustível, obtido e produzido dos resíduos orgânicos e do lixo prove-niente das atividades humanas, através do biodigestor. (2) Energia obtida de matéria animal e vegetal. Quando se classifica a energia de biomassa como energia alternativa, refere-se à bio-massa renovável. Como exemplos, temos o alcóol combustível, obtido a partir da cana-de-açúcar cultivada, e o metano, produzido dos resíduos orgânicos e do lixo proveniente das atividades hu-manas, através do biodigestor.

Energia de maré. Em regiões costeiras de profundidades inferiores a 100m, grande parte da energia de maré é dissipada por atrito, e desta maneira a energia de maré é máxima em mar aberto. Esta energia pode ser utilizada na produção de energia elétrica através das usinas elétri-cas de maré.

Energia de onda. Energia expressa pela capacidade de trabalho da onda. A energia de um sis-tema de ondas é teoricamente proporcional ao quadrado da altura da onda, que é um parâmetro de obtenção relativamente fácil. Deste modo, uma costa de alta energia de onda caracteriza-se por alturas de arrebentação superiores a 50 cm e uma costa de baixa energia apresenta alturas

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inferiores a 10 cm. A maior parte da energia de onda de uma região costeira é consumida no atri-to com o fundo e na movimentação da areia.

Energia de posicional. Energia cinética decorrente de ondas e correntes, presente no ambiente de deposição dos sedimentos. A alta energia possibilita a eliminação de frações pelíticas, que vão se depositar em ambientes de baixa energia, favorecendo simultaneamente a produção de boa seleção granulométrica na fração arenosa.

Energia eólica. (1) É a energia obtida pelo movimento do ar/vento. É uma abundante fonte de energia renovável, limpa e disponível em todos os lugares. (2) Tipo de energia que apresenta grandes vantagens, pois não necessita ser implantada em áreas de produção de alimentos, não contribui para o efeito estufa e pode ser aplicada para geração de energia elétrica. O seu funcio-namento é simples: pás das hélices gigantes captam o vento acionando uma turbina ligada a um gerador elétrico. Para se usar esse tipo de energia são necessários grandes investimentos para a sua transmissão. Os moinhos podem causar poluição sonora e interferir em transmissões de rádio e televisão.

Energia hidráulica. (1) Energia hídrica. Energia potencial e cinética das águas. (2) Energia pro-veniente do movimento das águas. É produzido por meio do aproveitamento do potencial hidráu-lico existente num rio, utilizando desníveis naturais, como quedas d’água ou artficiais produzido pelo desvio do curso original do rio.

Energia hidrelétrica. Energia “limpa” porque não emite poluentes e não influi no efeito estufa. É produzida por uma turbina movida pela energia liberada de uma grande queda d`água que acio-na um gerador produtor de energia elétrica. Apresenta dois grandes inconvenientes: o impacto ambiental provocado pelas barragens, que inundam grandes áreas deslocando populações, e o tempo e os recursos que são necessários para sua construção.

Energia mareomotriz. (1) Energia proveniente das ondas do mar. (2) As ondas do mar possu-em energia cinética ao movimento da água e energia potencial à sua altura.

Energia metabolizada. É a energia que se incorpora ao organismo vivo decorrente dos proces-sos de alimentação, assimilação e metabolismo. Um exemplo de energia metabolizada é a força animal aproveitada para o transporte.

Energia nuclear. Proveniente da divisão do átomo tendo por materia-prima minerais altamente radioativos, como o urânio.

Energia potencial. Em uma onda oscilatória progressiva, corresponde à energia resultante da elevação ou depressão da superfície aquosa acima do nível sem perturbação.

Energia primária. Fontes naturais de energia utilizadas, por exemplo, para a produção de eletri-cidade.

Energia solar. É a energia proveniente do sol. É uma energia não poluente, renovável, não influi no efeito estufa e não precisa de geradores ou turbinas para a produção de energia elétrica.

Engenharia costeira. Ramo da engenharia civil dedicado às obras de construção de portos, quebra-mares, aterros costeiros, etc. A maior parte das estruturas de engenharia costeira está relacionada à proteção da zona costeira contra os processos de erosão e sedimentação acelera-dos. Dessa maneira, têm-se os muros marinhos, revestimentos, espigões, etc. Além de proteção da zona costeira, têm-se diversos problemas ligados à estabilização da linha praial, estabilização de braço de maré e proteção de porto.

Energia solar fotovoltáica. A energia solar fotovoltaica é a energia da conversão direta da luz em eletricidade (efeito fotovoltaico). O efeito fotovoltaico é o aparecimento de uma diferença de potencial nos extremos de uma estrutura de material semicondutor, produzida pela absorção da luz. A célula fotovoltaica é a unidade fundamental do processo de conversão.

Engenharia florestal. Orientada à administração e manejo dos recursos florestais, baseados nos conhecimentos fornecidos pela ciência florestal. O engenheiro florestal maneja e administra as áreas florestais visando à proteção ecológica, à obtenção de produtos florestais (madeira, essên-cias, carvão, látex, resinas, caça, frutos, etc.), à recreação e lazer, ou ainda à obtenção de todos esses benefícios simultaneamente.

Engenharia genética. (1) Atividade de modificação do genótipo de um organismo através da manipulação de seus genes ou da expressividade destes genes. Técnicas in vitro permitem a in-trodução de novos genes num genótipo, por meio de técnicas de DNA recombinante, em que um organismo (geralmente uma bactéria) é freqüentemente usado como vetor para transferir a in-formação genética do doador para uma célula receptora. (2) Modificação de genes ou de material

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genético para introduzir ou eliminar características em um organismo; realizada geralmente a partir da transferência artificial de genes de um organismo para outro.

Enrocamento. Massas de grandes blocos de rochas colocadas na água para formar a base de um atracadouro.

Enseada. (1) Setor côncavo do litoral, delineando uma baía muito aberta, em forma de meia-lua. A enseada desenvolve-se freqüentemente entre dois promontórios e penetra muito pouco na cos-ta. Pode-se denominá-la também de baía aberta. (2) Reentrância da costa, bem aberta em dire-ção ao mar, porém com pequena penetração deste, ou, em outras palavras, uma baía na qual aparecem dois promotórios distanciados um do outro (GUERRA, 1978).

Entidade poluidora. (1) Qualquer pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, res-ponsável por atividade ou equipamento poluidor, ou potencialmente poluidor do meio ambiente (Deliberação CECA nº03 de 28.12.77) (2) A pessoa física ou jurídica, de direito público ou priva-do, responsável, direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental (Lei nº 6.938 de 31.08.81).

Entomologia. Estudo relativo aos insetos.

Entorno de unidades de conservação. Área de cobertura vegetal contígua aos limites de Uni-dades de Conservação, que por proposta em seu respectivo Plano de Manejo, Zoneamento Ecoló-gico-Econômico ou Plano Diretor de acordo com as categorias de manejo (Resolução CONAMA 010/93).

Entropia. (1) Medida da desordem da quantidade de energia não disponível em um sistema (O-DUM, 1972). (2) É uma quantidade relativa de energia perdida de modo natural e inevitável num sistema físico-químico, conforme a segunda lei da termodinâmica. Enquanto esta energia perdida vai aumentando, o sistema vai se aproximando cada vez mais do seu estado de equilíbrio. Deste modo, a entropia pode ser encarada como uma medida de degeneração termodinâmica (CARVA-LHO, 1981). (3) Essência do segundo princípio da termodinâmica, talvez a lei natural mais forte e determinante da realidade física já descoberta pelo homem. A entropia representa a energia que não pode ser mais usada por nenhum elemento de um sistema; é a energia perdida geralmente sob forma de calor. Pode ser interpretada como uma medida do grau de desordem de um siste-ma.

Environmental Protection Agency (EPA). Agência Federal de Proteção Ambiental dos Estados Unidos. No Brasil o seu equivalente é o Ibama.

Enxofre. Elemento de número atômico 16 não metálico, cristalino, amarelo, com odor caracterís-tico. Como o calcário, o nitrogênio ou carbono, o enxofre também se move dentro de ciclos da biosfera. Os sulfatos são a principal fonte de enxofre para os seres vivos, pois são assimilados pelas proteínas, incorporando-se na estrutura da matéria viva.

Epicentro. Ponto sobre a superfície terrestre diretamente acima do foco de um terremoto.

Epicontinental. Situado sobre um platô ou plataforma continental como o mar epicontinental.

Epidemiologia. O estudo de fatores que influenciam o espalhamento de doenças através de uma população.

Epiderme. A camada mais externa de células do corpo primário da planta. Freqüêntemente, com as paredes externas fortemente espessadas e cutinizadas; algumas vezes, múltipla, isto é, for-mada por mais d euma fileira de células.

Epífita. (1) Qualificativo do vegetal que nasce sobre outro, sem dele tirar a sua alimentação. (2) Qualquer espécie vegetal que cresce ou se apóia sobre outra planta ou objeto, retirando seu ali-mento da chuva ou de detritos e resíduos que coleta de seu suporte. Plantas aéreas, sem raízes no solo (ODUM, 1972). (3) Planta que cresce a outra planta sem retirar alimento ou tecido vivo do hospedeiro (Resolução CONAMA). (4) Vegetal que vive sobre um outro, apenas apoiando-se, sem dele retirar nutrientes.

Epifitismo. Forma de relação harmônica unilateral interespecífica das plantas que se desenvol-vem sobre outras sem prejudicá-las.

Epilímnio. Porção de um corpo aquoso lacustre saturada de oxigênio, bem iluminada e com tem-peratura essencialmente uniforme, representada pela camada de água lacustre situada acima da termoclima. Nesta camada, de espessura variável entre 5 e 15 m segundo as condições circunja-centes do lago, processa-se intensa produtividade primária. O termo oceanográfico equivalente é camada mista.

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Epirogênico. Relativo à movimentação vertical lenta devida ao arqueamento das massas conti-nentais, que sobem (movimento positivo) ou descem (movimento negativo) em relação ao nível médio do mar, supostamente fixo.

Epistasia. Interação não-alélica em que a expressão de um gene é inibida por outro.

Epitélio. A camada de células parenquimatosas secretoras que circunda um canal ou cavidade intercelular.

Equador. Círculo que dista igualmente de ambos os pólos.

Equador celeste. Máximo da esfera celeste, perpendicular ao eixo da Terra e que divide o céu em dois hemisférios (Glossário LIbreria, 2003).

Equador magnético. Mesmo que linha aclínica.

Equilíbrio. Um dos conceitos mais importantes dentro da ecologia. Um sistema está em equilí-brio quando se efetuam trocas de energia de maneira balanceando, quando efetivo da perda é compensado pelo efetivo do ganho. O desequilíbrio ecológico geralmente é motivado pelo deseja-do de se obter lucros e rendimento rapidamente. As conseqüências ambientais não pesam na avaliação do modelo de desenvolvimento predatório.

Equilíbrio biológico. Equilíbrio dinâmico entre os fatores biótico de uma determinada área ou ecossistema.

Equilíbrio ecológico. (1) População de tamanho estável na qual as taxas de mortalidade e emi-gração são compensadas pela taxa de natalidade e imigração. Equilíbrio de fluxo de energia em um ecossistema. (2) População na qual as freqüências de genes estão em equilíbrio. (3) O equilí-brio ecológico é um requisito para a manutenção da qualidade e das características essenciais do ecossistema ou de determinado meio. Não deve ser entendido como situação estática, mas como estado dinâmico no amplo contexto das relações entre os vários seres que compõem o meio, co-mo as relações tróficas, o transporte de matéria e energia. O equilíbrio ecológico supõe mecanis-mos de auto-regulação ou retroalimentação nos ecossistemas. (4) Equilíbrio da natureza; estado em que as populações relativas das diferentes espécies permanecem constantes; o equilíbrio eco-lógico tem um caráter dinâmico pois é submetido às relações constantes entre os seres vivos de uma comunidade e entre as comunidades ecossistemas; a destruição do equilíbrio ecológico cau-sa a extinção de espécies e coloca em risco os processos ecológicos essenciais.

Equilíbrio genético. Situação na qual gerações sucessivas de uma população contêm os mes-mos genótipos nas mesmas proporções, com respeito a genes específicos ou combinações gêni-cas.

Equipamentos urbanos. Infra-estrutura pública de abastecimento d'água, serviços de esgotos, energia elétrica, coletas de águas pluviais, rede telefônica e gás canalizado (art. 5º, parágrafo único, da Lei 6.766/79, que teve sua redação parcialmente alterada pela Lei 9.785/99). Por ex-tensão, as áreas e construções destinadas a uso público (parques, praças, escolas, centros de lazer etc.).

Ergs. Desertos de areia. Os mais extensos encontram-se na África.

Erosão. (1) Trabalho de desgaste realizado pelos diversos agentes do relevo, tais como as águas correntes, o vento e o gelo. (2) Desgaste do solo por água corrente, geleiras, ventos e vagas (DNAEE, 1976). (3) Destruição das saliências ou reentrâncias do relevo, tendendo a um nivela-mento ou colmatagem, no caso de litorais, baías, enseadas e depressões (GUERRA, 1978). (4) Desgaste e/ou arrastamento da superfície da terra pela água corrente, vento, gelo ou outros a-gentes, incluindo processos como o arraste natural. (5) Desgaste do solo, ocasionado por diver-sos fatores, tais como: água corrente, geladeiras, ventos, vagas e desmatamentos. Obras de en-genharia e movimentações de terra podem causar ou ocasionar erosão. Tipos de erosão: mecâni-ca, hidráulica, eólica e outras. (6) Remoção física de rochas ou de partículas do solo por ação de elementos da natureza, como a água e o vento; os processos erosivos podem ser acelerados por atividades antrópicas.

Erosão antrópica. Aceleramento da erosão nas camadas superiores do solo em conseqüência de desflorestamentos, construção de estradas etc., ocasionando um desequilíbrio litogliptogênico (Glossário LIbreria, 2003).

Erosão costeira. Processo, em geral natural, que pode atuar tanto em costa rasa (com praias) como escarpada (com falésias). Dessa maneira a erosão praial e erosão de falésia correspondem a casos particulares de erosão costeira.

Erosão diferencial. Remoção seletiva de materiais rochosos, por exemplo de zonas costeiras por atuação de ondas, de acordo com maior ou menor susceptibilidade dos materiais aos agentes

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naturais. Em alguns trechos da costa brasileira, onde as estruturas de rochas pré-cambrianas são transversais à praia, este fenômeno pode favorecer o afeiçoamento irregular da linha costeira.

Erosão fluvial. Trabalho contínuo e espontâneo das águas correntes, na superfície do globo ter-restre (GUERRA, 1978).

Erosão genética. (1) Perda de variabilidade genética de uma espécie. A perda pode atingir po-pulações ou um genótipo particular, com a supressão de genes e/ou séries alélicas do reservató-rio gênico da espécie. (2) Diminuição da variabilidade genética de uma espécie, que pode colocá-la sob risco de extinção.

Erosão pluvial. Fenômeno de destruição dos agregados do solo pelo impacto das gotas da chuva (TRICART, 1977).

Erosão do solo. (1) Destruição nas partes altas e acúmulo nas partes deprimidas da camada superficial edafizada (GUERRA, 1978). (2) Processo pelo qual a camada superficial do solo ou par-tes do solo são retiradas, pelo impacto de chuva, ventos e ondas e são transportadas e deposita-das em outro lugar (Glossário Ibama, 2003).

Escala. Relação entre as dimensões dos elementos representados em um mapa, carta ou planta e as suas correspondentes dimensões na superfície terrestre.

Escala de Richter. Escala de medida de magnitude de um terremoto, proposta por um sismolo-gista americano chamado Francis Richter (1900).

Escala de Ringelmann. Escala gráfica para avaliação colorimétrica de densidade de fumaça, constituída de seis padrões com variações uniformes de tonalidades entre o branco e o preto. Os padrões são apresentados por meio de quadros retangulares, com redes de linha de espessura e espaçamento definidos, sobre um fundo branco. Os padrões da escala Ringelmann são numera-dos de 0 a 5.

Escala granulométrica. Escala para classificação de sedimentos clásticos (ou detríticos). Entre as várias escalas propostas para estudos sedimentológicos, no Brasil utiliza-se principalmente a de Wentworth (1922). Os principais limites de classes desta escala são matacão (> 256 mm), calhau (256-64 mm), seixo (64-4 mm), grânulo (4-2 mm), areia (2-0,062 mm), silte (0,062 - 0,004 mm) e argila (< 0,004 mm).

Escarificação. (1) Ato de fender a superfície do solo como trabalho preparatório para a semea-dura natural ou direta. (2) Aplicada à semente, consiste em atritar ou desgastar, por fricção ou pelo tratamento com ácidos, o envoltório mais ou menos impermeável da semente, para facilitar ou acelerar a germinação.

Escarpa. (1) Declive de terreno, deixado pela erosão, nas beiras ou limites dos planaltos e me-sas geológicas. Corte oblíquo. Declive ou tabule de um fosso junto à muralha. (2) Elevação en-contrada na borda de planaltos, serras e morros testemunhos. (3) Recife ou barragem íngreme que forma uma barreira na extremidade de uma área de terra plana. Uma escarpa pode ser for-mada por falha ou por processos erosivos.

Escarpa de cuesta. Encosta frontal da cuesta, na direção oposta do mergulho das camadas, que se situa numa zona acima do qual a desnudação e a erosão removeram as camadas resistentes da cuesta. No sopé da escarpa, desenvolve-se um depósito de tálus.

Escarpa de falha. Escarpa cujo relevo está diretamente relacionado ao movimento ao longo de uma falha, embora a erosão possa ter atenuado a sua expressão primária pelo acúmulo de tálus.

Esciófita. Espécie vegetal adaptada a se desenvolver na sombra.

Escória. (1) Termo geral aplicado a um fragmento de rocha piroclástica escoriácea. (2) Escuma-lha de fornalha que tem aparência escoriácea. (3) Variedade de basalto caracterizada por vesícu-las abundantes. As vesículas são formadas pelo aprisionamento de bolhas de gás no interior da lava enquanto ela se resfria.

Esgoto. Refugo líquido que deve ser conduzido e um destino final.

Esgoto séptico. Esgoto sanitário em plena fase de putrefação com ausência completa de oxigê-nio livre.

Esgoto doméstico. Efluentes líquidos dos usos domésticos da água. Estritamente falando, po-dem ser decompostos em águas cloacais e águas resultantes de outros usos.

Esgoto sanitário. Efluentes líquidos que contêm pequena quantidade de esgotos industriais e águas de infiltração provenientes do lençol freático.

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Espaço. Extensão tridimensional ilimitada ou infinitamente grande, que contém todos os seres e coisas e é campo de todos os eventos. Na Astronomia, o universo todo além do invólucro atmos-férico da Terra.

Espata. Bainha protetora da haste floral.

Especiação. Os processos de diversificação genética de populações e de multiplicação de espé-cies. Na prática, usa-se a especiação para monitorar o fenômeno da evolução. Há várias modali-dades de especiação, com destaque para a simpátrica e a alopátrica.

Espécie. (1) Unidade básica de classificação dos seres vivos. Antigamente tida como a unidade de evolução dos organismos, a espécie cedeu este lugar para a população local. (2) A menor po-pulação natural considerada suficientemente diferente de todas as outras para merecer um nome científico, sendo assumido ou provado que permanecerá diferente de outras, ainda que possam ocorrer eventuais intercruzamentos com espécies próximas. (3) Unidade biológica fundamental; população que se entrecruza e tem um conjunto de características muito semelhantes entre si e a seus ancentrais; a classificação por espécies está associada à capacidade de reprodução: dois indivíduos de espécies pode ter várias subespécies; não usar como sinônimo de gênero ou famí-lia: uma família pode ter vários gêneros e um gênero pode ter várias espécies. (4) Conjunto de indivíduos semelhantes, capazes de se cruzar, produzindo descendentes férteis. É uma categoria da classificação biológica subordinada imediatamente ao gênero ou sub gênero (Glossário Ibama, 2003).

Espécie alóctone ou exótica. Planta que é introduzida em uma área onde não existia original-mente. Várias espécies de importância econômica estão nessa categoria (ex.: introdução do milho nas Américas, África e Ásia, aquela da seringueira na Malásia ou do caju na África Oriental e Ín-dia). Várias plantas invasoras de cultivos e plantas daninhas enquadram-se nesta categoria, sen-do geralmente introduzidas por acidente no país receptor, e asselvajando-se em seu novo hábi-tat.

Espécie ameaçada de extinção. Espécie vulnerável; espécie cuja população total está decli-nando rapidamente e que pode desaparecer, em áreas específicas ou em seu todo, como resulta-do de ações antrópicas diretas ou indiretas; de acordo com critérios internacionais, existem três categorias de ameaça: 1 - em perigo: espécie cuja sobrevivência é improvável, se permanecerem as causas da ameaça; 2 - ameaçada: espécie que possivelmente passará à categoria de em peri-go, se permanecerem os fatores adversos; 3 - rara: espécie com pequena população mundial; pode haver ameaça de extinção mesmo quando existe um grande número de animais, se for alto o grau de consangüindade entre eles; como a extinção é reconhecida apenas quando não há re-gistros de nenhum indivíduo de uma determinada espécie vegetal ou animal por mais de 50 anos, é preferível utilizar a expressão " ameaçados de extinção".

Espécie autóctone. Planta nativa, indígena, que ocorre como componente natural da vegetação de um país. Espécies nesta categoria são de origem exclusiva e não apresentam populações an-cestrais em territórios estrangeiros (ex.: milho, com origem no México).

Espécie-chave. Uma espécie, freqüentemente um predador, com uma influência dominante na composição da comunidade, a qual pode ser revelada quando a espécie-chave é removida.

Espécie críptica. Tipo sem nenhuma outra diversificação de caracteres e que somente têm um certo mecanismo protetor de isolamento reprodutivo. Como exemplo podem ser citados autote-traplóides que estão separados dos diplóides pela esterilidade dos triplóides. Possuem isolamento reprodutivo sem diversificação fenotípica.

Espécie cultivada. Mesmo que espécie domesticada.

Espécie domesticada. Espécie silvestre manipulada pelo homem que influencia e direciona seu processo evolutivo para atender às necessidades de sobrevivência da humanidade. As espécies domesticadas são cultivadas para uma variedade de propósitos, daí os grupos de plantas medici-nais, ornamentais, etc. Destaca-se o grupo utilizado em agricultura sob os nomes de cultura, cul-tivo agrícola, produto ou “commodities” (geralmente cereais ou grãos com cotação em bolsas de mercadorias).

Espécie emergente. Aquela que se sobressai devido à sua copa ultrapassar o dossel da floresta, em busca de luminosidade.

Espécie em perigo de extinção. (1) Qualquer espécie que possa se tornar extinta em um futu-ro previsível se continuarem operando os fatores causais de ameaça em toda a uma área de o-corrência ou parte significativa desta. (2) Espécies da flora e da fauna selvagem, de valor estéti-co, científico, cultural, recreativo e econômico, protegidas contra a exploração econômica pelo comércio internacional, de acordo com a Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies

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da Flora e da Fauna Selvagens em Perigo de Extinção, firmada em Washington, a 3 de março de 1973, e aprovada pelo Decreto Legislativo nº 54 de 24.06.75. (2) Qualquer espécie que esteja em perigo de extinção ou que provavelmente venha a se encontrar em perigo de extinção, dentro de um futuro previsível, na totalidade em uma porção significativa de seu território (USDT, 1980).

Espécie endêmica. (1) Espécie com distribuição geográfica restrita a uma determinada área. (2) Diz-se de uma espécie cuja distribuição esteja limitada a uma zona geográfica definida (Pères, 1968). (3) Espécies que tem uma limitada distribuição na face da Terra; em geral encontradas nas regiões de origem (MARTINS, 1978). (4) a. Espécie cuja área de distribuição é restrita a uma região geográfica limitada e usualmente bem definida. b. Para certos autores, sinônimo de espé-cie nativas (ACIESP, 1980). (5) Que tem área de distribuição restrita a uma região geográfica limitada e usualmente bem definida.

Espécie exótica. (1) Espécie introduzida fora de uma área de ocorrência original. (2) Espécie presente em uma determinada área geográfica da qual não é originária (ACIESP, 1980). (3) (A-qüicultura) Espécie de origem e ocorrência natural em águas de outros países, quer tenha ou não já sido introduzida em águas brasileiras (Portaria IBAMA 119/94). (4) Que não é nativa de uma área ou que foi introduzida numa área ou região por ação humana, mas se adaptou ao novo am-biente.

Espécie indicadora. (1) Aquela cuja presença indica a existência de determinadas condições no ambiente em que ocorre (Resolução CONAMA 012/94). (2) Que é usada para identificar as condi-ções ou mudanças ecológicas num ambiente determinado.

Espécie migratória. Espécie de animal que se desloca de uma região para outra, quase sempre com regularidade e precisão espacial e temporal, devido ao mecanismo instintivo.

Espécie morfológica. Especialmente aplicada a plantas, que nivela a espécie ao nível do taxon. Assim, no conceito morfológico da espécie, o componente citogenético é subordinado à morfolo-gia externa. Diferentemente da espécie biológica, as categorias taxonômicas dentro da espécie taxonômica são baseadas principalmente em caracteres de variação contínua (ex.: variedade) e em caracteres de variação descontínua (ex.: espécie propriamente dita).

Espécie nativa. (1) Espécie que ocorre naturalmente na região. (2) Espécie de origem e ocor-rência nas águas brasileiras.

Espécie pioneira. Aquela que se instala em uma região, área ou hábitat anteriormente não ocu-pada por ela, iniciando a colonização de áreas desabitadas (Resolução CONAMA 012/94).

Espécie taxonômica. Mesmo que espécie morfológica.

Espécie silvestre. Espécie ocorrente em estado selvagem na natureza e que não passou pelo processo de domesticação. Uma espécie silvestre pode apresentar grande distribuição geográfica e ocorrer em vários países simultaneamente.

Espécie vegetal autóctone. Espécie vegetal originária do próprio meio em que vive. Não-exótica (autores).

Espécie vegetal exótica. Espécie vegetal originária de meio diverso daquele em que vive. Não-autóctone (autores).

Espécime. Indivíduo ou exemplar de determinada espécie, vegetal ou animal; o mesmo que es-pécimen; designa um animal ou vegetal (uma onça, um ipê) e não um tipo; não confundir com espécie.

Espeleologia. (1) Ciência que tem por princípios a procura, exploração, observação e interpreta-ção das cavernas, levando em conta seu processo de formação, seu ambiente e sua relação com o ambiente externo, tendo por objetivo definir critérios para sua preservação e, assim, promover o uso racional destas. (2) Parte da geologia que se ocupa do estudo das cavidades naturais do solo e subsolo, como as grutas, as cavernas, as fontes, etc. (3) Estudo e exploração de cavidades naturais subterrâneas (cavernas), como grutas, abismos e fontes (do grego, spelaion: caverna). (4) Ciência que estuda a topografia, a morfologia e a formação das cavernas subterrâneas; em síntese, a ciência das cavernas.

Espeleotemas. (1) Depósitos formados a partir de uma solução química ou por solidificação de um fluido após a formação da gruta. A etimologia da palavra deriva do grego “espelaion” (caver-na) e “thema” (depósito). (2) Deposições minerais em cavidades naturais subterrâneas que se formam, basicamente, por processos químicos, como exemplo as estalactites e as estalagmites (Portaria IBAMA 887/90).

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Espigão. Estrutura artificial construída perpendicularmente a uma praia para evitar a ação des-truidora das correntes paralelas à costa.

Estabilidade (de ecossistemas). É a capacidade de o sistema ecológico retornar a um estado de equilíbrio após um distúrbio temporário. Quanto mais rapidamente ele retorna, e com menor flutuação, mais estável é.

Estabilidade genética. Manutenção de um determinado índice de equilíbrio genético, seja no nível do indivíduo ou da população.

Estacional. Relativo ou pertencente à determinada estação do ano, ou que nela ocorre; sazonal.

Estação ecológica/nacionais/estaduais e municipais. (1) São áreas representativas de e-cossistemas brasileiros, destinados à realização de pesquisas básicas e aplicadas de ecologia, à proteção do ambiente natural e ao desenvolvimento da educação conservacionista (Lei nº 6.902 de 27.04.81). (2) Unidade de conservação que se destina à preservação integral da biota e de-mais atributos naturais existentes em seus limites e à realização de pesquisas científicas. Não é permitida a visitação pública, admitindo-se, no entanto, de acordo com regulamento específico, a sua realização com objetivo educacional (ARRUDAet allii, 2001). (3) Tem como objetivo a preser-vação da natureza e a realização de pesquisas científicas. A visitação pública é proibida, exceto quando com objetivo educacional, de acordo com o que dispuser o Plano de Manejo da unidade ou regulamento específico (ARRUDA et allii, 2001).

Estação de tratamento de água (ETA). Instalação onde se procede ao tratamento de água captada de qualquer manancial, por meio de processos físicos, químicos e bioquímicos, visando a torná-la adequada ao consumo doméstico ou industrial. Os processos empregados variam de a-cordo com as características da água bruta e da qualidade da água tratada desejada, podendo incluir a clarificação, a desinfecção, ou a eliminação de impurezas específicas.

Estação de tratamento de esgoto (ETE). Instalação onde os esgotos domésticos são tratados para remoção de materiais que possam prejudicar a qualidade da água dos corpos receptores e ameaçar a saúde pública. A maior parte das estações utiliza uma combinação de técnicas mecâni-cas e bacteriológicas para o tratamento do esgoto.

Estado. Terras ou países sujeitos à mesma autoridade ou jurisdição (sentido geral).

Estágio avançado. Estágio de regeneração da vegetação secundária da Floresta Atlântica com as seguintes características: fisionomia arbórea, dominante sobre as demais, formando um dossel fechado e relativamente uniforme no porte, podendo apresentar árvores emergentes; espécies emergentes, ocorrendo com diferentes graus de intensidade; copas superiores, horizontalmente amplas; distribuição diamétrica de grande amplitude; epífitas, presentes em grande número de espécies e com grande abundância, principalmente na floresta ombrófila; trepadeiras, geralmente lenhosas, sendo mais abundantes e ricas em espécies na floresta estacional; serapilheira abun-dante; diversidade biológica muito grande devido à complexidade estrutural; estratos herbáceo; florestas nestes estágios podem apresentar fisionomia semelhante à vegetação primária; sub-bosque normalmente menos expressivo do que no estágio médio; dependendo da formação flo-restal, pode haver espécies dominantes (Resolução CONAMA 010/93).

Estágio inicial. Estágio de regeneração da vegetação secundária da Floresta Atlântica com as seguinte características: fisionomia herbáceo/arbustiva de porte baixo, com cobertura vegetal variando de fechada a aberta; espécies lenhosas com distribuição diamétrica de pequena ampli-tude; epífitas, se existentes, são representadas principalmente por líquens, briófitas e pteridófi-tas, com baixa diversidade; trepadeiras, se presentes, são geralmente herbáceas; serapilheira, quando existente, forma uma camada fina pouco decomposta, contínua ou não; diversidade bio-lógica variável com poucas espécies arbóreas ou arborescentes, podendo apresentar plântulas de espécies características de outros estágios; espécies pioneiras abundantes; ausência de sub-bosque (Resolução CONAMA 010/93).

Estágio médio. Estágio de regeneração da vegetação secundária da Floresta Atlântica com as seguintes características: fisionomia arbórea e/ou arbustiva, predominando sobre a herbácea, podendo constituir estratos diferenciados; cobertura arbórea, variando de aberta a fechada, com a ocorrência eventual de indivíduos emergentes; distribuição diamétrica apresentando amplitude moderada, com predomínio de pequenos diâmetros; epífitas aparecendo com maior número de indivíduos e espécies em relação ao estágio inicial, sendo mais abundante na floresta ombrófila; trepadeiras, quando presentes são predominantemente lenhosas; serapilheira presente, variando de espessura de acordo com as estações do ano e a localização; diversidade biológica significati-va; sub-bosque presente (Resolução CONAMA 010/93).

Estágio sucessorial ou sucessional. Fase de desenvolvimento em que se encontra uma flores-ta em regeneração. Para fins da normatização da proteção ou licenciamento foi classificado em

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estágio inicial (em média, a regeneração entre 5 a 15 anos de idade), estágio médio (915 a 40 anos) e estágio avançado (acima de 40 anos) (autores).

Estalactites. Deposição mineral calcária, de forma alongada e volume variável, formada no teto de cavidades naturais subterrâneas, composta por partículas das camadas superiores do teto, trazidas pelo movimento descendente da água nele infiltrada (Autores).

Estalactites e estalagmites. Dois tipos de espeleotemas. O principal mineral formador desses e de outros espeleotemas é a calcita (CaCo3). As estalactites e estalagmites formam-se pelo gote-jamento de água saturada em calcita, ao longo de sua infiltração em rochas calcárias. A estalacti-te forma-se do teto para baixo, pela superposição de anéis de calcita. Já a estalagmite "cresce" do piso da caverna para cima, bem em baixo da estalactite, a partir do gotejamento de água sa-turada em calcita que se precipita da estalactite. Quando a estalactite se junta com a estalagmi-te, forma-se um outro espeleotema chamado coluna. A velocidade de crescimento das estalacti-tes varia entre 0,01mm a 3 mm por ano.

Estalagmite. Deposição mineral calcária, de forma alongada e volume variável, formada no piso de cavidades naturais subterrâneas, composta por partículas das camadas superiores do teto dessas cavidades trazidas pelo gotejamento da água infiltrada nessas camadas (Autores).

Estearias. Jazidas de qualquer natureza que representam testemunhos da cultura dos povos primitivos brasileiros.

Estepe. (1) Grandes zonas de campos, mais ou menos planas, secas, com árvores de pouco crescimento, de vegetação herbácea onde predominam as gramíneas. Estereofonia. (2) Bioma do tipo campo, com predominância de gramíneas.

Estimulante ou biofertilizante. Produto que contenha princípio ativo ou agente capaz de atuar, direta ou indiretamente, sobre o todo ou parte das plantas cultivadas, elevando a sua produtivi-dade (Decreto 86.955/82).

Estipe. Caule ou tronco sem ramificação, como o das palmeiras e fetos arborescentes.

Estratégia. Conjunto de ações de qualquer natureza (políticas, institucionais, de oportunidades financeiras e investimento, etc) que se adotam para que se possa alcançar um determinado obje-tivo (FEEMA, 1997).

Estratégia de manejo. Plano de intervenção sobre as atividades desenvolvidas em uma deter-minada área, pela utilização de métodos e tecnologias adequadas, permitindo a conservação dos recursos naturais, o desenvolvimento sócio-econômico e a recuperação ambiental de áreas de-gradadas.

Estratificação térmica. Originada das diferentes densidades do meio. O meio aquático é mais termoestável que o meio aéreo. No mar, a 14m, praticamente não há oscilação de temperatura. No meio d`água doce, a variação ocorre em função da extensão, sendo sempre maior a oscilação que no mar.

Estratigrafia. Ramo da geologia que se ocupa do estudo da seqüência das camadas. Procura investigar as condições da sua formação e visa correlacionar os diferentes estratos, principalmen-te por meio do seu conteúdo fossilífero. Não ocorrendo fósseis adequados, usam-se os métodos petrográficos.

Estrato. (1) Unidade individual de rocha estratificada com 1 cm ou mais de espessura e separada dos estratos imediatamente superior e inferior, por mudança discreta na litologia ou por quebra física de continuidade, camada e leito. (2) Determinada camada de vegetação em uma comuni-dade vegetal. Ex. e. herbáceo, arbustivo e arbóreo (Resolução CONAMA 012/94). (3) Camada dentro de uma comunidade biótica; comumente designa um.

Estrutura. Feição de ordem superior das massas rochosas, tais como dobramento, fraturas e falhas. Para outros autores, o termo estrutura tem sentido mais restrito, significando o compor-tamento da textura das rochas; por exemplo, xistosidade, estrutura e fluidal.

Estuário. (1) Tipo de foz que o curso de água se abre mais ou menos largamente. O encontro do material orgânico trazido pelos rios com os trazidos pelas marés formam um campo fértil para o nascimento e crescimento de dezenas de espécies. Mesmo que a água turva pelos detritos impe-ça em parte a realização da fotossíntese, a lama rica pelos detritos orgânicos é mais do que sufi-ciente para sustentar a vida de milhares de plantas e animais. (2) Uma extensão de água costei-ra, semifechada, que tem uma comunicação livre com o alto-mar; resultado, portanto, fortemen-te afetado pela atividade das marés e nele se mistura a água do mar (em geral de forma mensu-rável) com a água doce da drenagem terrestre. São exemplos as desembocaduras dos rios, das baías costeiras, as marismas (terrenos encharcados à beira do mar) e as extensões de água bar-

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radas por praias. Cabe considerar os estuários como ecótonos entre a água doce e os hábitats marinhos, embora não sejam, de modo algum, de transição e sim únicos (ODUM, 1972). (3) Par-te terminal de um rio geralmente larga onde o escoamento fluvial é influenciado pela maré (DNA-EE, 1976). (4) Forma de desaguadouro de um rio no oceano. O estuário forma uma boca única e é geralmente batido por correntes marinhas e correntes de marés, que impedem a acumulação de detritos, como ocorre nos deltas (GUERRA, 1978). (5) Área costeira, em geral semicontida, na qual a água doce se mistura com a salgada (USDT, 1980). (6) Áreas onde a água doce encontra a água salgada; baías, desembocaduras de rios, lagoas. Constituem ecossistemas delicados, são usados como local de desova de peixes (BRAILE, 1983).

Estudo ecogeográfico. Descrição da inter-relação entre fatores ecológicos e geográficos, geral-mente aplicável à distribuição de espécies.

Estudo de Impacto Ambiental. (1) EIA - Um dos elementos do processo de avaliação de im-pacto ambiental. Trata-se da execução, por equipe multidisciplinar, das tarefas técnicas e científi-cas destinadas a analisar, sistematicamente, as conseqüências da implantação de um projeto no meio ambiente, por meio de métodos de AIA e técnicas de previsão dos impactos ambientais. O estudo realiza-se sob a orientação da autoridade ambiental responsável pelo licenciamento do projeto em questão, que, por meio de instruções técnicas específicas, ou termos de referência, indica a abrangência do estudo e os fatores ambientais a serem considerados detalhadamente. O estudo de impacto ambiental compreende, no mínimo: a descrição do projeto e suas alternativas, nas etapas de planejamento, construção, operação e, quando for o caso; a desativação; a delimi-tação e o diagnóstico ambiental da área de influência; a identificação, a medição e a valoração dos impactos; a comparação das alternativas e a previsão de situação ambiental futura, nos ca-sos de adoção de cada uma das alternativas, inclusive no caso de não se executar o projeto; a identificação das medidas mitigadoras e do programa de monitoragem dos impactos; a prepara-ção do relatório de impacto ambiental - RIMA. (2) Mecanismo administrativo preventivo e obriga-tório de planejamento visando à preservação da qualidade ambiental; exigido como condição de licenciamento em obras, atividades ou empreendimentos potencialmente causadores de significa-tiva degradação ambiental; deve ser executado por equipe multidisciplinar e apresentado à popu-lação afetada ou interessada, mediante audiência pública; previsto na Constituição Federal, na Lei n.° 6.938/81 (Política Nacional do Meio Ambiente) e regulamentado pela Resolução CONAMA 001/86.

Estudo de Impacto de Vizinhança - EIV. É um dos instrumentos associados à Política Nacional do Meio Ambiente, embora não conste explicitamente do texto legal com esse nome. O EIV é um desdobramento do AIA (Avaliação de Impacto Ambiental), a ser aplicado para estudo de impactos urbanos localizados, cujos efeitos ou podem ser também estritamente localizados no tecido urba-no ou podem estender-se para um âmbito maior, por exemplo, impacto ambiental do sistema viário e do tráfego urbano.

Estudos ambientais. São todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos ambientais relacio-nados à localização, instalação, operação e ampliação de uma atividade ou empreendimento, a-presentando como subsídio para a análise da licença requerida, tais como: relatório ambiental, plano e projeto de controle ambiental, relatório ambiental preliminar, diagnóstico ambiental, pla-no de manejo, plano de recuperação de área degradada e análise preliminar de risco (Resolução CONAMA 237/97).

Etanol. Produto derivado da cana de açúcar, que também pode ser obtido de cereais. O etanol é um excelente combustível automotivo e emite poucos poluentes. É utilizado como combustível no Brasil sob a forma hidratada e também é adicionado à gasolina.

Etnologia. (1) Ramo da antropologia que estuda os aspectos culturais dos povos. (2) Ciência que estuda a divisão da humanidade em raças com suas origens, distribuição geográfica, relações e traços característicos. A etnografia trata dos povos e raças descritivamente, ao passo que a etno-logia os estuda do ponto de vista comparativo e analítico (Glossário Libreria, 2003).

Etologia. É o estudo da conduta e das reações dos organismos em determinado meio. O mesmo que ecologia etológica (CARVALHO, 1981).

Etologia animal. É o estudo do comportamento do animal, bem como de suas reações em face de determinado meio (CARVALHO, 1981).

Etologia humana. É o estudo do comportamento do homem, bem como de suas reações face a determinado meio (CARVALHO, 1981).

Eucarioto. Organismo que possui células nas quais o material genético está localizado no núcleo (envolvido pela membrana). Pode ser unicelular ou multicelular.

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Eupelágico. Depósito marinho originário do alto mar e sedimentado em isóbatas maiores de 1000 metros.

Eurífagos. O que se nutre de várias espécies de alimento.

Euritérmico. Aquele que subsiste à ampla variação de temperatura ambiente.

Eustasia. Variação do nível do mar motivada por causas diversas, independentes de movimentos tectônicos. Movimento eustático positivo é a ascensão do nível do mar motivada pelo aumento do volume total dos mares, devido ao degelo em grande escala ou ao acúmulo de sedimentos mari-nhos. Movimento eustático negativo é o abaixamento do nível do mar provocado pela retenção de água sob forma de gelo continental, originando regressões.

Eutroficação. (1) Processo de envelhecimento dos lagos. Durante a eutroficação, o lago torna-se rico em compostos nutritivos; especialmente o nitrogênio e o fósforo, que há uma superabundân-cia de algas (BRAILE, 1983). (2) O enriquecimento das águas por nutrientes requeridos para o crescimento vegetal; muitas vezes o superenriquecimento causado por esgotos e escoamento superficial de terras com fertilizantes agrícolas, e que resulta em crescimento bacteriano excessi-vo e depleção de oxigênio. Usa-se também Eutrofização.

Eutrofização. (1) Falta de oxigênio na água que pode ser ocasionada por fenômenos naturais ou artificiais, causados pela ação do homem. A eutrofização natural pode surgir por uma falta de mistura entre as águas superficiais e profundas de um ecossistema ou também por um excesso de animais na água. Ali, a luta pelo oxigênio torna-se maior do que a luta pela alimentação. A eutrofização pode ser originada por esgotos e efluentes ricos em fosfato, nitratos e compostos orgânicos elementos que acabam alimentando plânctons e bactérias, causando proliferação. A fauna passa a consumir mais oxigênio do que as plantas podem liberar. (2) É o enriquecimento da água com nutriente através de meios criados pelo homem, produzindo uma abundante prolife-ração de algas (BERON, 1981). (3) Exagerado aumento da quantidade de nutrientes em um cor-po d'água, na forma de esgotos domésticos ou qualquer outro tipo de resíduo orgânico, que induz ao desenvolvimento de superpopulações de microrganismos, especialmente de algas (que são vegetais e, portanto, também fazem fotossíntese, gerando mais matéria orgânica); como os mi-crorganismos têm, em geral, um período de vida muito curto, ao morrer aumentam a carga or-gânica e a eutrofização; quando é muito forte, o oxigênio dissolvido (OD) é totalmente consumi-do, fazendo o ecossistema entrar em anaerobiose, causando mau cheiro, principalmente pela presença de sulfetos e gás sulfídricos; o mesmo que eutroficação. (4) Processo natural de enri-quecimento de lagos, represas ou rios, resultante de um aumento de nitrogênio e fósforo na á-gua, consequentemente da produção orgânica.

Euxínico. Ambiente marinho ou quase marinho, extremamente pobre em oxigênio e rico em H2S, tornando impossível a vida orgânica mais evoluída. Um exemplo atual ocorre na parte mais profunda do Mar Negro. O sedimento proveniente deste ambiente é rico em matéria orgânica.

Evaporação. Passagem lenta e insensível de um líquido (exposto ao ar ou colocado no vazio) ao estado de vapor.

Evapotranspiração. (1) É o fenômeno que corresponde à evaporação das águas acumuladas nas retenções e nas camadas superficiais do solo, acrescida da evaporação da água da chuva interceptada pela folhagem da cobertura vegetal e da transpiração natural que os vegetais execu-tam (HELDER G. COSTA, informação pessoal, 1985). (2) Quantidade de água transferida do solo à atmosfera por evaporação e transpiração das plantas (DNAEE) (3) Perda de água de uma co-munidade biótica ou de um ecossistema, causada por evaporação da água do solo e pela transpi-ração das plantas.

Evolução. Processo de diversificação genética e morfológica de organismos na natureza. Evolu-ção expressa a quantidade de diversificação orgânica ocorrendo na biosfera e é idealmente medi-da pelo fenômeno de especiação. O conceito de evolução está intimamente ligado à ocorrência de mudanças nas freqüências gênicas de populações.

Exaustão. Emissão de poluentes dos carros, caminhões, trens, aviões e barcos. Existem mais de 550 milhões de veículos na Terra, o suficiente para envolvê-la mais de 40 vezes. A exaustão de todos estes veículos polui o ar e aumenta o nível de ozônio ao nível do solo.

Excursionismo. Viagem em que os turistas levam mochila com equipamentos e utensílios pes-soais de alimentação, peças de vestiário e artigos de higiene, assim como apetrechos de grupo.

Exógeno. (1) Fenômeno geológico provocado pela energia do sol, da lua, etc., formando-se as-sim um ciclo de decomposição, denudação e sedimentação. Humboldt aplicou essa designação às rochas sedimentares, denominado endógenas as rochas eruptivas. (2) Que se origina fora do or-ganismo ou sistema; devido a fatores externos ao ambiente.

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Exótico. (1) Toda espécie animal ou vegetal levada para um ecossistema do qual não é originá-ria. (2) Organismo existente em outro local que não o de origem. Estrangeiro (Autores). (3) Qualquer elemento, planta ou animal, introduzido artificialmente no ecossistema.

Explante. Segmento de tecido ou órgão vegetal utilizado para iniciar uma cultura in vitro.

Explotação seletiva. Mesmo que exploração seletiva. Extração de espécies ou produtos de ori-gem vegetal previamente determinados.

Expressividade. Grau de manifestação de um caráter genético.

Extinção. (1) Desaparecimento de determinada espécie, devido a processos naturais ou provo-cados pelo homem, como a caça e a pesca desmedidas, o manejo incorreto do solo e o desmata-mento. (2) Eliminação de uma espécie.

Extinção em massa. O desaparecimento repentino de uma grande fração da biota, imaginado ser causado por catástrofes ambientais como um impacto de meteoro; extinções em massa signi-ficativas ocorreram no fim dos períodos Cretáceo e Permiano.

Extrativismo. (1) Retirada da natureza, a matéria-prima. (2) Sistema de exploração baseado na coleta e extração, de modo sustentável, de recursos naturais renováveis (ARRUDA et allii, 2001).

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F F1. Primeira geração filial proveniente do acasalamento de progenitores homozigóticos.

F2. Segunda geração filial proveniente do intercruzamento ou autofecundação de indivíduos da geração F1.

Faixa orogênica. Região móvel da crosta afetada por orogênese (movimentos que produzem os relevos da crosta terrestre).

Falda. Ou sopé - Denominação usada nas descrições das paisagens acidentadas referindo-se, apenas, à parte da base das montanhas ou das colinas, ou mesmo das serras (GUERRA, 1978).

Falésia. (1) Tipo de costa marítima formada por rochas escarpadas e íngremes, que sofrem constantemente a ação erosiva das águas do mar. Em algumas regiões, as falésias se elevam a cerca de 120 m acima do nível do mar. (2) Termo usado indistintamente para designar as formas de relevo litorâneo abruptas ou escarpadas ou, ainda, desnivelamento de igual aspecto no interior do continente. Deve-se, no entanto, reservá-lo, exclusivamente, para definir tipo de costa no qual o relevo aparece com fortes abruptos (GUERRA, 1978).

Falha. Fraturas ao longo das quais se deu um deslocamento relativo entre dois blocos contíguos. O plano sobre o qual houve esse deslocamento recebe o nome de plano de falha. Em conseqüên-cia da movimentação, originam-se os chamados espelhos de falha e a fratura de falha pode ser preenchida por material fragmentário denominado brecha de falha. Quando o plano de falha não é vertical, designa-se com os termos teto ou capa o bloco situado acima dele e com murooulapa, o bloco topográfico recebe o nome de linha de falha. Chama-se rejeito ao deslocamento relativo de pontos originalmente contíguos. A direção de falha corresponde à direção do plano de falha. A inclinaçãocorresponde ao ângulo formado entre o plano de falha e o plano do horizonte. As falhas podem ser detectadas por observação direta, quando bem expostas, ou localizadas por evidências indiretas, tais como omissão ou repetição de camadas, ocorrências de brechas e milonitos, linhas de fontes e deslocamento de feições topográficas.

Falha normal. Falha em que a capa ou teto se movimentam aparentemente para baixo, em rela-ção à lapa ou muro. O plano de falha mergulha para o lado que aparentemente se abateu.

Falhas paralelas. Sistema de falhas em que as falhas associadas têm a mesma direção.

Falhas periféricas. Sistemas de falhas, compreendendo falhas circulares ou arqueadas que de-limitam uma área circular ou parte de uma área circular.

Falhas radiais. Sistema de falhas que irradiam de um centro. Freqüentemente associam-se às falhas periféricas.

Falha transversal. Falha de direção perpendicular ou diagonal à direção da estrutura regional.

Família. (1) Em genética, grupo de indivíduos diretamente relacionados entre si em virtude de descenderem todos de um ancestral comum. (2) Em botânica, é a unidade sistemática das classi-ficações por categorias taxonômicas, compreendendo um conjunto de gêneros que possuem di-versas características. (3) Categoria taxonômica entre ordem e gênero. A terminação dos nomes de famílias em animais e protistas heterotróficos é –idea. Em todos os outros organismos, é acea. Uma família contém um ou mais gêneros e cada família pertence a uma ordem. (4) Grupo de classificação dos seres vivos, abaixo de uma ordem e acima de um gênero; em geral, usa-se a terminação "ídeos" para as famílias de animais e "áceas" para as famílias de plantas.

Fanerítica. Rocha cujos elementos são reconhecíveis a olho nú.

Fanerófita. Espécie vegetal cujos meristemas (células de crescimento) se acham a mais de 25 cm do solo (como as árvores, por exemplo) (Autores).

Fanerozóica. Tempo geológico abrangido entre as eras Paleozóica, Mesozóica e Cenozóica, quando do surgimento da vida em todas as suas expressões.

Fanerozóico. Designação aplicada ao tempo correspondente às eras Paleozóica, Mesozóica e Cenozóico,quando a vida tornava-se bem evidente.

Fase. Subdivisão cronológica ou subordinada à Época, de uso relativamente pouco comum.

Fator abiótico. Fator ou elemento não-vivo, como temperatura, luz, pH entre outros fatores.

Fator biótico. Fator ou elemento vivo, como animais, vegetais entre outros componentes vivos.

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Fator de emissão. Densidade de um determinado poluente contido no material liberado para o ambiente. Usualmente é dado em unidades de massa de poluente por unidade de volume libera-do (por exemplo, miligramas de poluente por litro de rejeito, ou mg/l).

Fator limitante. Um recurso que é escasso relativo à sua demanda.

Fatores ambientais.São elementos ou componentes que exercem função específica ou influem diretamente no funcionamento do sistema ambiental (ARRUDA et allii, 2001).

Fauna. (1) Conjunto das espécies animais de um país, região, distrito, estação ou, ainda, período geológico. (2) Conjunto dos animais que vivem em um determinado ambiente, região ou época. A existência e conservação da fauna está vinculada à conservação dos respectivos hábitas.

Fauna silvestre brasileira. Todos os animais pertencentes às espécies nativas, migratórias e quaisquer outras, aquáticas ou terrestres, reproduzidas ou não em cativeiro, que tenham seu ciclo biológico ou parte dele ocorrendo naturalmente dentro dos limites do Território Brasileiro e suas águas jurisdicionais (Portarias Normativas IBAMA 117/97 e 118/97).

Fauna Silvestre. Todos os animais que vivem livres em seu ambiente natural.

Fecundação. (1) Fusão do núcleo do gameta masculino com o núcleo do gameta feminino. (2) A união do núcleo e outros constituintes celulares de um gameta masculino com os de um gameta feminino para formar um zigoto, a partir do qual se forma um novo organismo.

Feição morfológica. O mesmo que paisagem geomorfológica, ou formas de relevo (Glossário Libreria, 2003).

Felogênico. Camada meristemática que produz a epiderme.

Félsico. Grupo de minerais de cor clara, componentes das rochas eruptivas. O nome vem de feldspato e sílica.

Fenocristal. Quando uma rocha magmática é constituída por grânulos grandes e pequenos, o material fino é chamado de massa basal e os cristais grandes, fenocristais.

Fenótipo. (1) Aparência final de um indivíduo como resultado da interação de seu genótipo com um determinado ambiente abiótico. Características observáveis de um organismo. (2) Aspecto externo do organismo, subordinado às influências do ambiente; grupo de indivíduos que, embora tendo constituição genética diferente, apresentam os mesmos caracteres exteriores. O fenótipo é determinado pelo genótipo. (3) Características aparentes de um organismo, produzidas pela inte-ração com sua herança genética. (4) O organismo como é observado, julgado pelos seus caracte-res perceptíveis, resultantes da interação do seu genótipo com o ambiente.

Fermentação. Processo de óxido-redução bioquímica sob a ação de microorganismos chamados fermentos, leveduras, diástases, enzimas. Segundo trabalhos recentes, as fermentações não se devem propriamente aos microorganismos, mas a certos produtos solúveis de seu metabolismo. O teor de oxigênio separa a fermentação da respiração. A primeira ocorre na ausência do oxigê-nio (anaerobiose) ou sem presença de fracas doses de oxigênio. Se o teor de oxigênio é muito forte, manifesta-se apenas a respiração. Para concentrações intermediárias os dois processos se desenvolvem simultaneamente (LEMAIRE & LEMAIRE, 1975).

Fertilidade do solo. Capacidade de produção do solo devido à disponibilidade equilibrada de elementos químicos como potássio, nitrogênio, sódio, ferro, magnésio e da conjunção de alguns fatores como água, luz, ar, temperatura e da estrutura física da terra (ACIESP, 1980).

Fertilizante. (1) Substância mineral ou orgânica, natural ou sintética, fornecedora de um ou mais nutrientes vegetais (Lei 6.894/80 e Decreto 86.955/82). (2) Substância natural ou artificial que contém elementos químicos e propriedades físicas que aumentam o crescimento e a produti-vidade das plantas, melhorando a natural fertilidade do solo ou devolvendo os elementos retira-dos do solo pela erosão ou por culturas anteriores.

Fertilizante complexo. Fertilizante contendo dois ou mais nutrientes, resultante de processo tecnológico em que se formem dois ou mais compostos químicos (Decreto 86.955/82).

Fertilizante composto. Fertilizante obtido por processo bioquímico, natural ou controlado com mistura de resíduos de origem vegetal ou animal (Decreto 86.955/82).

Fertilizante orgânico. Fertilizante de origem vegetal ou animal contendo um ou mais nutrientes das plantas (Decreto 86.955/82).

Fertilizante organomineral. (1) Fertilizante procedente da mistura ou combinação de fertilizan-tes minerais e orgânicos (Decreto 86.955/82). (2) Fertilizante resultante da mistura de dois ou mais fertilizantes simples (Decreto 86.955/82).

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Fertilizante simples. Fertilizante formado de um composto químico, contendo um ou mais nu-trientes das plantas (Decreto 86.955/82).

Fertilização cruzada. Fecundação do óvulo de um indivíduo pelo grão de pólen de outro indiví-duo. A fusão de seus núcleos dá origem ao zigoto. A fertilização corresponde ao estágio pós-zigótico, aplicável ao novo organismo em formação. A literatura especializada considera também como fertilização cruzada aquela decorrente do fenômeno de geitonogamia, porque envolve duas flores. Contudo, pelo fato de ambas as flores estarem no mesmo indivíduo, parece mais aconse-lhável considerar esta forma de reprodução um tipo especial de autofertilização, uma vez que os efeitos genéticos da geitonogamia se aproximam daqueles da autofertilização.

Filão. Intrusão de um tipo de rocha num outro tipo.

Filito. Rocha metamórfica de granulação fina, intermediária entre o xisto e a ardósia, constituída de minerais micáceos, clorita e quartzo, apresentando boa divisibilidade. Tem comumente aspec-to sedoso, devido à sericita. Origina-se, em geral, de material argiloso por diananometamorfismo e recristalização. Comum no Proterozóico brasileiro.

Filo. Prefixo que significa folha.

Filogenia. História das linhas de evolução em um grupo de organismos. A história evolutiva de categorias como espécie, gênero ou família.

Filtração. Passagem de um líquido através de um filtro, poroso e permeável que retém as impu-rezas.

Filtração biológica. Processo que consiste na utilização de um leito artificial de material grossei-ro, tal como pedras britadas, escórias de ferro, ardósia, tubos, placas finas ou material plástico, sobre os quais as águas residuárias são distribuídas, constituindo filmes, dando a oportunidade para a formação de limos (zoogléa) que floculam e oxidam a água residuária (ABNT, 1973).

Filtro. Camada ou zona de materiais granulares que não permite a passagem de partículas car-readas por erosão subterrânea. Para esse fim, a granulometria do material de filtro é dimensio-nada para cada caso, sendo as dimensões dos poros e vazios inferiores às das partículas situadas a montante. É um elemento de barragem de terra, situado na parte jusante e de drenos diversos (em poços de água, poços de alívio e drenos em fundações de barragens de concreto). Serve pa-ra evitar "piping" e para aliviar as pressões neutras.

Filtro biológico. Leito de areia, cascalho, pedra britada, ou outro meio pelo qual a água residuá-ria sofre infiltração biológica (ACIESP, 1980).

Fisionomia. Feições características no aspecto de uma comunidade vegetal (Resolução Conama 012/94. art 1.º).

Fissura. Fenda ou fratura numa rocha, na qual as paredes se mostram distintamente separadas. A fratura mais ou menos plana, extensa e sem deslocamento é designada diáclase ou junt. Quan-do uma das paredes está deslocada em relação à outra, tem-se uma falha. O espaço entre as paredes de uma fissura preenchido com matéria mineral constitui um veio.

Fito. Prefixo que significa planta.

Fitobiologia. Estudo das plantas como seres vivos.

Fitogeografia. (1) Ramo diferenciado da Botânica, que trata do modo de distribuição das plantas no globo e das razões dessa distribuição; biogeografia das plantas. (2) Parte da ecologia que es-tuda a distribuição geográfica das plantas.

Fitoplâncton. (1) Plâncton autotrófico. (2) É o termo utilizado para se referir à comunidade ve-getal, microscópica, que flutua livremente nas diversas camadas de água, estando sua distribui-ção vertical restrita ao interior da zona eutrófica, onde, graças à presença da energia luminosa, promove o processo fotossintético, responsável pela base da cadeia alimentar do meio aquático. (3) Plantas aquáticas muito pequenas, geralmente microscópicas.

Fitorremediação. A biotecnologia pode ser uma importante ferramenta para a proteção do meio ambiente. Além das já utilizadas, em diversos países, plantas tolerantes a herbicida e resistentes a insetos, que diminuem o uso de agrotóxicos e a aragem do solo, a ciência agora desenvolve a chamada fitorremediação - a aplicação de plantas geneticamente modificadas na limpeza de solos contaminados por substâncias danosas ao ser humano, plantas e animais. O sistema, além de criar soluções antes inexistentes para certos casos de poluição, poderá ser implementado até mesmo em países em desenvolvimento, já que é de baixo custo.

Fitossociologia. (1) Ciência das comunidades vegetais, que envolve o estudo de todos os fenô-menos que se relacionam com a vida das plantas dentro das unidades sociais. Retrata o complexo

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vegetação, solo e clima. (2) Parte da ecologia dedicada ao estudo das associações e inter-relações entre as populações de diferentes espécies vegetais.

Fitotóxico. A propriedade de ser tóxico a vegetais.

Flanco. Cada um dos lados de uma dobra; limbo.

Floculação. Método destinado ao tratamento de esgotos industriais, sobretudo da parte não bio-degradável. É realizado pela ação de produtos químicos que provocam a formação de flocos para reter os poluentes.

Floema. Principal tecido de condução das substâncias nutritivas nas plantas vasculares.

Flora. (1) Reino vegetal. Conjunto da vegetação de um país ou de uma região. Tratado descritivo dessa vegetação. (2) A totalidade das espécies vegetais que compreende a vegetação de uma determinada região, sem qualquer expressão de importância individual. Compreende também as algas e fitoplânctons marinhos flutuantes. A flora se organiza geralmente em estratos, que de-terminam formações específicas como campos e pradarias, savanas e estepes, bosques e flores-tas e outros.

Flora silvestre. Todas as plantas que crescem livremente em seu ambiente natural.

Flora e fauna silvestres ameaçadas de extinção. Espécies constantes das listas oficiais do IBAMA, acrescidas de outras indicadas nas listas eventualmente elaboradas pelos órgãos ambien-tais dos roçados, referentes as suas respectivas biotas (Resolução CONAMA 010/93).

Floresta. (1) Vegetação cerrada constituída de árvores de grande porte, cobrindo grande exten-são de terreno. (2) Ecossistemas complexos, nos quais as árvores são a forma vegetal predomi-nante que protege o solo contra o impacto direto do sol, dos ventos e das precipitações. A maio-ria dos autores apresentam matas e florestas como sinônimos, embora alguns atribuam à floresta maior extensão que às matas. (3) Vegetação de árvores com altura geralmente maior que sete metros, com dossel fechado ou mais ralo, aberto; às vezes (mata) significa um trecho menos extenso que floresta, e mais luxuriante (densa ou alta) do que arvoredo (GOODLAND, 1975). (4) Associação arbórea de grande extensão e continuidade. O império da árvore num determinado território dotado de condições climáticas e ecológicas para o desenvolvimento de plantas superio-res. Não há um limite definido entre uma vegetação arbustiva e uma vegetação florestal. No Bra-sil, os cerrados, as matas de cipós e os junduis, que são as florestas menos altas do país, tem de 7 a 12 metros de altura média. Em contraste, na Amazônia ocorrem florestas de 25 a 36 metros de altura com sub-bosques de emergentes que atingem até 40-45 metros (Polígono dos Casta-nhais). (5) A floresta pode ser nativa ou natural (com espécies ou essências características do meio ou ecossistema) ou plantada (com essências nativas ou espécies exóticas). As florestas plantadas com espécies exóticas (predominantemente pinus e eucalipto) destinam-se a fins in-dustriais ou comerciais. (6) Agrupamento de vegetação em que o elemento dominante é a árvo-re; formação arbórea densa; constituem os principais biomas terrestres e cobrem cerca de 30% da superfície do planeta; as diferentes características da vegetação que compõe as florestas - e conseqüentemente de sua fauna - estão relacionadas principalmente ao tipo de clima, de relevo e de solo. (7) Área de terra mais ou menos extensa coberta predominantemente de vegetação le-nhosa de alto porte formando uma biocenose.

Floresta atlântica. Ecossistema de floresta de encosta da Serra do Mar brasileira, considerado o mais rico do mundo em biodiversidade (ARRUDA et allii, 2001).

Floresta de alto valor de conservação. Floresta que tem uma ou mais das seguintes caracte-rísticas: (a) áreas florestais possuindo em âmbito global, regional ou regional significativas; (b) concentrações de valores de biodiversidades (p. ex. endemismo, espécies ameaçadas, refúgios); (c) florestas de nível de paisagem amplo, contidas dentro da unidade de manejo ou contendo esta onde populações viáveis da maioria, senão de todas as espécies que ocorram naturalmente, existem em padrões naturais de distribuição e abundância; (d) áreas florestais que estejam, ou contenham, ecossistemas raros, ameaçados ou em perigo de extinção; (e) áreas florestais que forneçam serviços básicos da natureza em situações críticas (p. ex., proteção de manancial, con-trole de erosão ); (f) áreas florestais fundamentais para satisfazer as necessidades básicas das comunidades locais (p.ex., subsistência, saúde) e/ou críticas para identidade cultural tradicional de comunidades locais (áreas de importância cultural, ecológica, econômica ou religiosa identifi-cadas em cooperação com tais comunidades locais).

Floresta de várzea. Vegetação localizada em terrenos baixos e aproximadamente planos, que se encontram junto às margens dos rios. Constituem o leito maior dos rios(ARRUDA et allii, 2001).

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Floresta decídua ou caducifólia. Tipo de vegetação que perde todas as folhas ou parte delas em determinada época do ano (ARRUDA et allii, 2001)

Floresta estacional. (1) Floresta que sofre ação climática desfavorável, seca ou fria, com perda de folhas (Resolução CONAMA 012/94). (2) Vegetação condicionada pela dupla estacionalidade climática, uma tropical com época de intensas chuvas de verão, seguida por estiagem acentuada e outra subtropical sem período seco, mas com seca fisiológica provocada pelo intenso frio do inverno, com temperaturas médias inferiores a 15°C (ARRUDA et allii, 2001).

Floresta estacional-semidecidual. Floresta tropical subcaducifólia; cobria extensas áreas do território brasileiro, podendo ser encontrada em relevos dissecados nos planaltos que dividem as águas das nascentes do rio Amazonas - nos estados de Rondônia e Mato Grosso, ao mesmo tem-po em que reveste as encostas inferiores das Serras do Mar e da Mantiqueira - nos estados do Nordeste e em MInas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo, e nas bacias dos rios Paraguai e Paraná nos Estados de Mato Grosso e Santa Catarina; vegetação desse tipo de floresta está con-dicionada pela dupla exposição ao clima característico de duas estações: uma tropical, com época de intensas chuvas de verão, seguida por triagem acentuada, com temperaturas médias em torno de 22° C; outra subtropical, sem período seco, mas com seca fisiológica provocada pelo intenso frio do inverno, com temperaturas médias inferiores a 15° C. Por efeito dessa exposição a climas distintos, diferentemente do que ocorre nas florestas tipicamente tropicais, onde as árvores per-manentemente verdes (perenifólias), uma parte das árvores - entre 20% e 50% - perde as folhas estacional-semidecídua. Cobria 94.000 quilômetros quadrados, praticamente metade do território do Estado, e hoje se reduz a pequenos fragmentos, dos quais o Parque Nacional do Iguaçu é o maior e melhor conservado.

Floresta-galeria. Floresta que se desenvolve ao longo das margens dos rios, servindo-se de sua umidade. É caracterizada por vegetação florestal não contínua.

Floresta heterogênea. Aquela constituída, no seu extrato, por diversas espécies (Portaria Nor-mativa IBDF 302/84).

Floresta homogênea. Aquela constituída, predominantemente, por uma única espécie (Portaria Normativa IBDF 302/84).

Floresta manejada. É aquela em que o homem toma medidas para dirigir à obtenção de madei-ras primas ou benefícios sociais (uso múltiplo).

Floresta nacional - FLONA. (1) São áreas de domínio público, providas de cobertura vegetal nativa ou plantada, estabelecida com objetivos de promover o manejo dos recursos naturais, com ênfase na produção de madeira e outros vegetais e garantir a proteção dos recursos hídricos, das belezas cênicas e dos sítios históricos e arqueológicos, assim como fomentar o desenvolvimento da pesquisa científica básica e aplicada, da educação ambiental e das atividades de recreação, lazer e turismo (Portaria IBAMA 92-N/98). (2) Unidade de conservação de uso sustentável, im-plantada em área pública, com cobertura florestal de espécies predominantemente nativas; tem como objetivo básico o uso múltiplo sustentável dos recursos florestais e a pesquisa científica, com ênfase em métodos para exploração sustentável de florestas nativas.

Floresta nativa. Vegetação autóctone de porte arbóreo, arbustivo e herbáceo, em interação má-xima, com grande diversidade biológica, podendo ser primitiva ou regenerada (Autores).

Floresta natural. Formação florestal composta por espécies de ocorrência típica de determinada região, cuja composição obedeça às características próprias da sucessão vegetal.

Floresta normal. Modelo de uma floresta em condições ideiais para o manejo de rendimento sustentado: uma só espécie; sítio homogêneo; densidade relativa igual em todas as parcelas; todas as idades representadas com a mesma área; perfeito arranjo espacial dos povoamentos.

Floresta ombrófila. Floresta que ocorre em ambientes sombreados onde a umidade é alta e constante ao longo do ano (Resolução CONAMA 012/94).

Floresta ombrófila aberta. Transição entre a Floresta Amazônica e as áreas extra-amazônicas (ARRUDA et allii, 2001).

Floresta ombrófila densa. (1) Tipo de vegetação que ocorre na Amazônia e Matas Costeiras. Caracteriza-se por apresentar elevadas temperaturas (média 25 °C) e alta preciptação, bem dis-tribuída durante o ano (ARRUDA et allii, 2001. (2) Floresta perenifólia (sempre verde); cobria originalmente a região litorânea brasileira, do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul; área rica em biodiversidade, caracteriza-se por dossel de até 15 metros, árvores de até 40 metros de altura e vegetação arbustiva densa, composta por samambaias arborescentes, bromélias e pal-meiras; reduzida a menos de 7% da área original.

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Floresta ombrófila mista. Floresta com araucária; originalmente, distribuía-se por 185.000 quilômetros quadrados no planalto sul-brasileiro, concentrada nos estados do Paraná (37% do estado), Santa Catarina (31%) e Rio Grande do Sul (25%); o desenvolvimento dessa floresta está intimamente relacionado à altitude em linhas de escoamento do ar frio; caracteriza-se por dois estratos arbóreos e um arbustivo: no estrato superior domina a araucária, que dá à floresta um desenho exclusivo, no estrato inferior dominam variedades de lauráceas, como a canela e a imbuia, e no sub-bosque predominam a erva-mate e o xaxim; revestida originalmente 73.00 qui-lômetros quadrados do território do Estado do Paraná e atualmente as áreas de floresta primária representam apenas 0,8% da área original.

Floresta de pastagem. Floresta secundária degradada pelo estabelecimento irracional de pecuá-ria impedindo a regeneração.

Floresta perenifólia. Tipo de vegetação que não perde todas as folhas durante alguma época do ano (ARRUDA et allii, 2001).

Floresta perenifólia de restinga. Formação relativamente pouco densa, com árvores de porte em torno de 12-15 metros, troncos finos, ramificação geralmente baixa, caules muitas vezes tor-tuosos e copas irregulares (Portaria IBAMA 31-N/91).

Floresta primária. (1) Vegetação arbórea denominada floresta estacional semidecidual onde estão caracterizadas as florestas aluvial e submontana. Apresentam-se estruturalmente compos-tas de árvores altas e fustes normalmente finos e retilíneos. Nessa formação existe uma densa submata de arbustos e uma enorme quantidade de plântulas de regeneração (Portaria Normativa IBAMA 83/91). (2) Floresta que nunca foi alterada por ação do homem.

Floresta de proteção. Floresta em cujo tratamento silvivultural não se visa o lucro imediato, se não sua utilidade indireta, seja pública ou particular.

Floresta secundária. (1) Vegetação com formação de porte e estrutura diversa, onde se consta-ta modificação na sua composição, que na maioria das vezes, devido a atividade do homem, a-presenta-se em processo de degradação ou mesmo em recuperação (Portaria Normativa IBAMA 83/91). (2) Floresta que foi cortada e cresceu novamente, sem intervenção do homem; diferente de área reflorestada, onde as florestas são plantadas.

Floresta secundária não manejada. Florestas originadas após intervenção na floresta virgem pelo corte, fogo ou outras causas.

Floresta semidecídua. Tipo de vegetação que perde parte das folhas em certa época do ano.

Floresta tropical. Área onde ocorre muita chuva. As florestas tropicais são úmidas e quentes e abrigam diversos tipos de animais a plantas. As florestas tropicais abrigam mais da metade de todas as espécies de plantas e animais da Terra. Estão localizadas próximas ao Equador na Amé-rica do Sul, América Central, Ásia e África. A maior floresta tropical é a Amazônica.

Floresta virgem. Terreno coberto de árvores silvestres, geralmente maduras, de extensão con-siderável em que não se verificou a atividade do homem e que se perpetua pelo simples jogo de forças naturais.

Floresta xerófita. Floresta que possui espécies que sobrevivem em lugares com carência de água (ARRUDA et allii, 2001)

Florestamento. Implantação de florestas em áreas onde estas não existiam anteriormente.

Florestar. Ato de promover a cobertura vegetal com espécies arbóreas em áreas onde esta tipo-logia florestal não era de ocorrência típica.

Flotação. Ação de trazer as impurezas à superfície da água a ser depurada mediante pequenas bolhas de ar.

Flúor. Elemento univalente não-metálico do grupo dos halógenos, de símbolo F, número atômico 9 e massa atômica 19, que é normalmente um gás tóxico, irritante, inflamável, amarelo-pálido, altamente corrosivo, que ataca a água e a maioria dos metais e compostos orgânicos. Ocorre na natureza somente em combinação com minerais como fluorita, criolita e fluorapatita em águas minerais, ossos e dentes.

Fluoretação. Adição de flúor à água tratada, sob a forma de fluoretos, para prevenir a cárie den-tária, normalmente numa concentração de 0,5 a 1,0 mg de flúor por litro de água.

Fluvial. Relativo a rio: porto fluvial. Que vive nos rios, próprio dos rios. Produzido pela ação dos rios.

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Fluxo energético. (1) Quantidade de energia que é acumulada ou passa através dos componen-tes de um ecossistema, em um determinado intervalo de tempo (ACIESP, 1980). (2) É a circula-ção, entrada e saída de nutrientes do ecossistema que são afetados pelo comportamento animal, especialmente alimentar e reprodutivo (NEGRET, 1982).

Fluxo gênico. Introdução de alelos através de cruzamento e reprodução, resultante da migração de indivíduos de uma população a outra.

Fn. Enésima geração proveniente da autofecundação de indivíduos da geração Fn - 1.

Folhelho. Rocha sedimentar de granulação fina, apresentando fissibilidade marcante, isto é, ten-dência a dividir-se em folhas, segundo a estratificação.

Folhelho betuminoso. Folhelho contendo certa quantidade de material betuminoso. Origina-se da litificação dos sapropéis. Por destilação, produz uma forma de petróleo.

Folhosa. Espécie florestal de madeira dura e fibra curta.

Foliação. Estrutura foliácea das rochas cristalofilianas, em contraste com a estratificação das rochas sedimentares. Nas rochas parametamórficas, a foliação pode ser coincidente ou não com o acamamento original. A foliação decorre da habilidade da rocha de se separar ao longo de super-fícies aproximadamente paralelas devido à distribuição paralela das camadas ou linhas de um ou vários minerais conspícuos na rocha. As camadas podem ser lisas e planas, onduladas ou mesmo fortemente enrugadas. A foliação pode ser primária (fissibilidade nas rochas sedimentares, estru-tura fluidal nas rochas ígneas) e secundária (xistosidade, clivagem ardosiana).

Folívora. O que se alimenta de folhas.

Fonte. (1) Lugar na superfície terrestre onde brota água corrente como, por exemplo, na interse-ção da superfície do terreno com o lençol freático. (2) Ponto no solo ou numa rocha de onde a água flui naturalmente para a superfície do terreno ou para uma massa de água (DNAEE, 1976). (3) Lugar onde brotam ou nascem águas. A fonte é um manancial de água, que resulta da infil-tração das águas nas camadas permeáveis, havendo diversos tipos como: artesianas, termais, etc (GUERRA, 1978). (4) São os locais da superfície terrestre onde, por associações estruturais as mais variadas, a água subterrânea acaba voltando à superfície. A água que geralmente corre pela camada permeável sobre a impermeável aflora naturalmente com a interceptação desse lençol freático pela superfície do terreno. As águas assim brotadas podem ser potáveis, termais ou salo-bras. De acordo com a formação estrutural dessa interceptação, são distinguidos vários tipos de fontes (Glossário Libreria, 2003).

Fonte poluidora. Ponto ou lugar de emissão de poluentes.

Fontes móveis. Fontes de poluição do ar que se deslocam, como, por exemplo, os veículos au-tomotores (The World Bank, 1978).

Fontes fixas. Emissores fixos de poluição do ar, como as chaminés (The World Bank, 1978).

Forar. Ato de arrendar terra. Foreiro: arrendatário.

Força centrípeta. Força em direção ao centro (v. centrípeta).

Formação. Unidade litogenética fundamental na classificação local das rochas. Sua individualiza-ção é geralmente determinada por modificações litológicas, quebras na continuidade da sedimen-tação ou outras evidências importantes. A Formação é uma unidade genética, que representa um intervalo de tempo curto ou longo e pode ser composta de materiais provenientes de fontes di-versas e incluir interrupções pequenas na seqüência.

Formação vegetal. Comunidade de espécies vegetais inter-relacionadas, surgidas de forma na-tural e que perdura enquanto se mantenham as condições naturais a que se deve sua origem; entre as espécies de uma determinada comunidade existe certa unidade fisonômica e biológica e exigências semelhantes perante o ambiente.

Forrageamento. Ato de se alimentar.

Fóssil. (1) Resto ou vestígio de animal ou planta que existiram em épocas anteriores à atual. Prestam-se ao estudo da vida do passado, da paleogeografia e do paleoclima, sendo utilizados ainda na datação e correlação das camadas que os contêm. (2) Nome dado aos retos ou impres-sões de plantas e animais petrificados, que se encontram nas camadas terrestres, anteriores ao atual período geológico. O estudo dos fósseis possibilita o conhecimento das condições em que as várias camadas foram formadas e também o conhecimento da idade geológica de uma região. Os fósseis são os grandes testemunhos na reconstituição da história da Terra (Glossário Libreria, 2003).

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Fotocinese. Movimento ou atividade induzidos pela luz; fotocinesia.

Fotogrametria. Método de levantamento topográfico mediante a fotografia.

Fotointerpretação. Conjunto de técnicas que, baseadas na utilização macroscópica e estereos-cópica de fotografias aéreas, permitem a identificação de feições na superfície terrestre.

Fotólise. Dissociação da água por meio de energia luminosa na fotossíntese. Esse processo é conhecido como reação e Hill, pesquisador que descobriu a origem do O2, liberado na fotossínte-se.

Fotômetro. Instrumento para medir a intensidade da luz.

Fotoperíodo. Tempo que uma planta ou animal precisam ficar expostos à luz, diariamente, para seu desenvolvimento normal.

Fotossíntese. (1) Formação de carboidratos, a partir de bióxido de carbono e água, nas células clorofiladas de plantas verdes, sob a influência da luz, com desprendimento fotoquímico de oxi-gênio. (2) É o processo pelo qual a energia proveniente do sol é usada para formar as ligações de energia química que mantêm juntas as moléculas orgânicas. As matérias-primas inorgânicas usa-das na fotossíntese são CO2 e água. O oxigênio que é liberado na atmosfera é um dos seus pro-dutos finais mais importantes (EHRLICH & EHRLICH, 1974). (3) Síntese de materiais orgânicos a partir de água e gás carbônico, quando a fonte de energia é a luz, cuja utilização é medida pela clorofila (FERRI et alii, 1981). (4) É o processo de conversão do dióxido de carbono e água para carboidratos, que ocorre ao nível dos cloroplastos, pela ação da energia luminosa absorvida pelos pigmentos fotossintetizantes (especialmente clorofila). A luz solar é capturada e transformada em energia alimentar, metabolizada.

Fototropismo. Desenvolvimento orientado das plantas em função da intensidade e da direção da luz que sobre elas incide.

Foz. (1) Ponto mais baixo no limite de um sistema de drenagem (desembocadura). Extremidade onde o rio descarrega suas águas no mar (DNAEE, 1976). (2) Boca de descarga de um rio. Este desaguamento pode ser feito num lago, numa lagoa, no mar ou mesmo num outro rio. A forma da foz pode ser classificada em dois tipos: estuário e delta (GUERRA, 1978).

Fragilidade ambiental. O conceito diz à respeito à susceptividade do meio ambiente a qualquer tipo de dano, inclusive à poluição. Daí a definição de ecossistemas ou áreas frágeis.

Fragmento. Remanescente de ecossistema natural isolado em função de barreiras antrópicas ou naturais, que resultam em diminuição significativa do fluxo gênico de plantas e animais.

Fragmento florestal. Pequena floresta plantada, constituída de apenas um gênero florestal.

Fréons. Nome comercial que designa CFCs liberados principalmente por aerossóis, geladeiras, aparelhos de ar condicionado e usados na fabricação de espumas isopor, que respondem por 40% de sua utilização na indústria. No meio da década de 80, liberação de fréons alcançou o seu auge (1,15 milhão de toneladas), afetando diretamente a camada de ozônio. Na atmosfera, os CFCs se desassociam sob a ação dos raios infravermelhos e, a partir dessa reação, passam a decompor moléculas de ozônio.

Fronteira. Limite que separa dois Estados. A fronteira natural é a que segue um acidente geo-gráfico, rio, montanha, lago, etc; a fronteira artificial, convencional ou de gabinete é a que se traçou sem atender à topografia, através de negociações diplomáticas (Glossário Libreria, 2003).

Frugívoro. O que se alimenta de frutas.

Fumaça. (1) Resultante de combustão incompleta emitida por indústrias e veículos, queimadas, etc. (2) Aerossol constituído por partículas resultantes da combustão incompleta de materiais orgânicos, geralmente com diâmetros inferiores a 1 centímetro.

Fumagina. Doença de certas plantas, causada por vários fungos da classe dos Ascomicetes e caracterizada por um revestimento fuliginoso nas folhas e frutos.

Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMA). Criado pela Lei n.° 7.797, de 10 de julho de 1989, destina-se a apoiar projetos em diferentes modalidades, que visem ao uso racional e sus-tentável de recursos naturais, de acordo com as prioridades da política nacional do meio ambien-te, incluindo a manutenção e a recuperação da qualidade ambiental .

Fungicida. (1) Que mata os fungos e seus esporos (LEMAIRE & LEMAIRE, 1975). (2) Substância letal para fungos (FEEMA/PRONOL DG 1017).

Fuso horário. Cada um dos vinte e quatro fuso geométricos (15º) em que se convencionou divi-dir a superfície da Terra e em cada um dos quais a hora é a mesma para todos os pontos. Con-

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vencionou-se também que o primeiro fuso, de onde se iniciaria a contagem, seria aquele cortado pelo meridiano internacional de Greenwich (que passa pelo bairro que leva esse nome, em Lon-dres e onde funciona o Observatório Astronômico de Londres), a partir do qual se aumentará uma hora para cada fuso horário que se segue, contado para Este, e se diminuirá uma hora para cada fuso que se segue, contado para Oeste. Esse sistema é adotado pela maioria dos países (Glossá-rio Libreria, 2003).

Fuste. (1) Região do caule de uma árvore, que vai do coleto (região intermediária entre a raiz e o caule) até as primeiras ramificações desse caule. (2) É a parte do tronco livre de ramificações, suscetível de ser industrializada.

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G Galáxia. Conjunto de estrelas de estrutura semelhante à via-láctea (Glossário Libreria, 2003).

Gameta. Célula de origem meiótica preparada para a fecundação.

Gametogênese. Formação de gametas masculinos e femininos na meiose.

Gás natural. (1) Mistura gasosa, cujo constituinte principal é o metano. O gás natural é uma energia fóssil, muitas vezes associada a depósitos de petróleo. Não é muito tóxico e tem duplo poder calorífico. Sua combustão libera apenas dióxido de carbono e é considerada uma fonte de energia limpa. (2) Recurso natural relativamente abundante e amplamente utilizado. O gás natu-ral pode ser usado em estado gasoso - comprimido e na forma líquida. As duas formas geram uma menor emissão de poluentes do que a gasolina. Por isso tem sido utilizado como combustível em ônibus metropolitanos de alguma cidades.

Gases de estufa. Gases da atmosfera terrestre que contribuem para o efeito estufa. Além do dióxido de carbono, gases como o metano e os clorofluorcarbonetos também dão sua cota para o aquecimento global.

Gasolina. Combustível que é utilizado em um motor de combustão. A gasolina é derivada do petróleo, que é uma fonte de combustível fóssil, e é utilizada na maioria dos carros.

Gasolina aditivada. Formulação da gasolina comum que causa melhor desempenho no veículo e menor poluição. A gasolina aditivada pode conter etanol para melhorar a octanagem e reduzir a emissão de poluentes.

Gavinha. Órgão de fixação de certas plantas, com que elas se prendem a suportes.

Geada. É a formação de uma camada de cristais de gelo na superfície abaixo de 0°C. A principal causa da formação da geada é a condensação de massa de ar polar. Dependendo da intensidade e da extensão da geada, o fenômeno pode causar sérios danos a agricultura, queimando e resse-cando a folhagem das plantas, especialmente das hortaliças. Existe dois tipos de geadas: (1) ge-ada branca - mais comum, congela a parte superficial da cultura. (2) geada negra - congela a parte interna da cultura.

GEF (Global Environment Facility). Fundo para o Meio Ambiente Global, criado pelo Banco Mundial, Programa de Desenvolvimento da ONU e Programa para o Meio Ambiente da ONU em 1990; opera os mecanismos financeiros das convenções internacionais de meio ambiente, por meio de fundos que patrocinam projetos de países em desenvolvimento, que tragam benefícios para mudança do clima global e conservação da biodiversidade.

Geleira. Massa de gelo formada nas regiões em que a queda da neve suplanta o degelo passível de deslocamento, ou a favor das encostas de montanhas ou vales, ou sobre áreas continentais extensas. Os dois tipos principais de geleira são: alpino ou de vale e o continental ou inlandsis.

Gêiser. (1) Fonte termal, intermitente, em forma de esguicho, de origem vulcânica, que lança água e vapor a alturas que podem ultrapassar 60 m. (2) Ou geyser - é um jato intermitente de água quente, que sai do interior da Terra. Os gêiseres irrompem em jatos com emanações sulfu-rosas, desenvolvendo uma quantidade considerável de vapor de água. São particularmente nu-merosos na Islândia, na Nova Zelândia, no parque de Yellowstone, regiões essencialmente vulcâ-nicas. As águas expelidas contêm uma grande quantidade de sais minerais dissolvidos, que se solidificam em torno dos gêiseres, formando uma espécie de cratera algo parecida com a dos vul-cões, cuja textura pode ser compacta, concrecionada ou pulverulenta, chamada geiserita (Glossá-rio Libreria, 2003)

Gene. (1) Unidade da herança. Segmento de ADN, situado numa posição específica de um de-terminado cromossomo, que participa da manifestação fenotípica de um certo caráter. (2) Unida-de de DNA, na qual podem ocorrer mutações e recombinações; estrutura bioquímica que transfe-re as características herdadas de um organismo.

Gênero. (1) A categoria taxonômica entre família e espécie; gêneros incluem uma ou mais espé-cies. (2) Unidade de classificação biológica que agrupa espécies intimamente ligadas ou com ca-racterísticas fundamentais, situa-se abaixo da família e acima da espécie; é grafado com letra maiúscula e vem em primeiro lugar no nome científico de uma espécie.

Genética. Ramo da Biologia que trata da hereditariedade. Ela se ocupa das diferenças entre os seres vivos, das suas causas e dos mecanismos e leis da transmissão dos caracteres individuais.

Genética de populações. Estudo quantitativo e mensurável de populações mendelianas medi-ante metodologia e critérios estatísticos.

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Genética quantitativa. Estudo da hereditariedade mediante o emprego de análise estatística e da teoria de probabilidade matemática.

Genóforos. Unidades que carregam os genes extranucleares, isto é, ao nível citoplasmático (clo-roplastos e mitocôndrias). Termo designado para se diferenciar dos cromossomos (nucleares).

Genoma. (1) Conjunto de cromossomos que corresponde ao conjunto haplóide (n) da espécie. (2) Conjunto de elementos genéticos constitutivos de um indivíduo, que traduz as suas caracte-rísticas. Adquiriu grande importância na biotecnologia, porquanto pode contribuir para o aperfei-çoamento genético de espécies medicinais e comestíveis. No que se refere à espécie humana, o Projeto Genoma prevê a decodificação da estrutura genética do ser humano. A manipulação dos genomas está associada não somente a questões científicas mas, também éticas, religiosas e morais.

Genótipo. (1) Constituição genética total de um organismo, que é determinada pela soma de genes agrupados nos cromossomos. (2) Totalidade dos fatores genéticos que formam a constitui-ção genética de um indivíduo. Determina o fenótipo individual. (3) Conjunto da informação gené-tica na massa hereditária; constituição genética, hereditária, do indivíduo, animal ou vegetal .

Geoanticlinal. Arqueamento em grande escala por movimentos tectônicos formando uma região de fácil erosão.

Geocronologia. Ramo da geologia que se ocupa da avaliação da idade das rochas e eventos geológicos. São utilizados os seguintes métodos: métodos relativos, métodos absolutos a geológi-cos e métodos físicos.

Geodésia. Estudo que tem por fim a medição e representação da superfície terrestre. Arte de medir e dividir terras; agrimensura.

Geodo. Nódulo destacável de uma rocha contendo uma cavidade forrada de cristais ou matéria mineral.

Geofácies. Unidade geoambiental homogênea contida em um geossistema.

Geofísica. Ciência que estuda diversos fatores terrestres, tais como: dimensão, estrutura, fenô-menos físicos (gravidade, sismicidade, magnetismo, vulcanismo, etc). Estuda ainda as proprieda-des físicas da crosta que condicionam tais fenômenos.

Geófita. Espécie vegetal cujos órgãos de crescimento se acham no interior da terra, onde se en-contra o caule principal.

Geografia. Ciência que tem por objeto a descrição da Terra na sua forma, acidentes físicos, cli-ma, produções, populações, divisões políticas, etc.

Geóide. Forma verdadeira do globo terrestre. Superfície equipotencial do campo gravimétrico da Terra, coincidindo com o nível médio dos mares. Estende-se por todos os continentes, sem inter-rupção, e é considerada a forma real da Terra.

Geologia. (1) Ciência que trata da origem e constituição da Terra, especialmente como reveladas pelas rochas. Características geológicas de uma região. (2) Ciência que tem por objeto o estudo dos materiais que compõem o globo, sua natureza, situação e formação. A geologia tem um du-plo fim: o estudo da estrutura atual da crosta terrestre e a investigação das causas que presidi-ram a sua formação e a sua evolução através das idades. A observação dos fenômenos atuais é importante no estudo dos fenômenos ocorridos durante a história física da Terra. Na antiguidade, Heródoto e Plínio descrevem célebres erupções vulcânicas. Mas os primeiros geólogos foram Leo-nardo da Vinci (que explicou a origem dos fósseis) e Jorge Agrícola (1494-1555), autor de uma classificação de minerais e fósseis. Em meados do século XVIII vieram Les Époques de la Nature de Buffon e Theory of the Earth de James Hutton. Em 1807 fundou-se em Londres a primeira so-ciedade de geologia. Os franceses Cuvier e Brongniart lançaram as bases da paleontologia e, em 1830, o inglês Lyell publicou Princípios de Geologia. O grande desenvolvimento da geologia, po-rém, deu-se no final do século XIX. A geologia pode ser dividida em cinco ramos: cosmogonia (trata das origens e primórdios da Terra em relação ao sistema solar e ao Universo), geologia física (estuda as formas da superfície terrestre, sua estrutura, modo de formação e a natureza dos processos que moldaram e estão moldando o relevo terrestre), petrologia (descreve a com-posição e origem das rochas da crosta terrestre), paleontologia (biologia dos fósseis, que estuda os restos de antigos animais e plantas que outrora viveram na Terra e que agora se encontram soterrados pelas rocha), geologia estratigráfica ou estratigrafia (estudo da sucessão das camadas sedimentares, sua formação e seu conteúdo fóssil através dos dados paleontológicos) (Glossário Libreria, 2003).

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Geologia aplicada. Usa conceitos e métodos geológicos para pesquisa de problemas de minera-ção, de água, petróleo, na verificação de obras de engenharia ou para fins de defesa bélica.

Geologia econômica. Ramo da geologia aplicada que trata dos materiais geológicos de utilidade prática e de suas aplicações na indústria e nas artes.

Geologia estrutural. Ramo da geologia que trata da atitude, forma e arranjo dos estratos na crosta terrestre e as mudanças que neles ocorrem como resultado das deformações e desloca-mentos.

Geomorfologia. Ciência que estuda as formas de relevo. Estudo das formas de relevo atuais e investigação da sua origem e evolução.

Geopolítica. Estudo da vida política dos povos com relação aos fatores geográficos. A geopolítica compreende métodos e elementos tirados da geografia, história e da ciência política. Embora se trate de uma ciência muito nova, algumas de suas idéias básicas encontram-se nas obras mais antigas sobre relações internacionais, desde Aristóteles, Platão, Tucídides, Lucrécio, Maquiavel, Jean Bodin, Kant, cuja influência contribui para a orientação posterior dos estudos geográficos na Alemanha. A ciência geopolítica foi assim denominada pelo sueco Kjellen, precursor de sua mo-derna concepção. O termo foi retomado pelo alemão Ratzel (1903). Posteriormente, tais estudos serviram de apoio às pretensões imperialistas alemãs, e seu maior expoente foi Carl Haushofer, que formulou a teoria do espaço vital, uma das diretrizes do regime nazista. desde então a geo-política serviu para justificar atitudes políticas, à força de fatores geográficos para explicarem alianças ou contra-alianças (Glossário Libreria, 2003).

Geoprocessamento. Técnica que utiliza recursos computacionais para o tratamento, organiza-ção e apresentação de informações geradas por sensoriamento remoto. Tem larga aplicação no ordenamento físico territorial, no zoneamento ambiental e no planejamento ambiental.

Geoquímica. Estudo das causas e das leis que regem a freqüência, a distribuição e a migração dos elementos químicos no globo terrestre, principalmente da crosta, incluindo-se aqui litosfera, biosfera, hidrosfera e atmosfera.

Geosfera. Parte sólida do nosso planeta.

Geossistema. (1) Termo criado pelos russos para designar uma entidade mais abrangente do que o ecossistema, considerando-se que este centraliza os conceitos e as relações em torno dos seres vivos; e geossistema teria a função de significar o todo sem uma hierarquização dos seus componentes.(2) Sistema geoecológico delimitável no interior de um domínio morfoclimático, província fitogeográfica ou região natural (Glossário Ibama, 2003).

Gerenciamento Costeiro. (1) O Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro tem por objetivo orientar a utilização racional dos recursos da zona costeira, de modo a contribuir para elevar a qualidade de vida de sua população e a proteção de seu patrimônio natural, histórico, étnico e cultural. Instituído pela Lei n. ° 7.661, de 16 de maio de 1988. (2) É uma aplicação do zonea-mento ambiental com normas específicas para compatibilizar as atividades econômicas com a preservação ou recuperação das características ambientais nas zonas costeiras.

Germinação. Retomada do crescimento do embrião, que emerge da semente e se desenvolve em plântula.

Germinação epígea. Germinação na qual os cotilédones são levados acima do solo pelo alon-gamento do hipocótilo.

Germinação hipógea. Aquela na qual os cotilédones ou uma estrutura semelhante como o escu-telo permanecem no solo e dentro dos envoltórios da semente, enquanto o epicótilo se alonga acima do solo.

Germoplasma. Base física do cabedal genético que reúne o conjunto de materiais hereditários de uma espécie.

Germoplasma elite. Estoques de material seleto usados em programas de melhoramento gené-tico e cujo acervo inclui cultivares de origem híbrida, linhagens, híbridos, populações melhoradas e compostos.

Gestão ambiental. (1) Condução, direção e controle, pelo governo, do uso e da conservação dos recursos naturais, através de determinados instrumentos, que incluem medidas econômicas, re-gulamentos, investimentos públicos e financiamentos, requisitos interinstitucionais e jurídicos. (2) A tarefa de administrar o uso produtivo de um recurso renovável sem reduzir a produtividade e a qualidade ambiental, normalmente em conjunto com o desenvolvimento de uma atividade (HUR-TUBIA, 1980). (3) É um processo de mediação entre interesses de atores sociais voltado ao uso ou preservação de um recurso (ARRUDA et allii, 2001). (4) Condução, direção, proteção da biodi-

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versidade, controle do uso de recursos naturais, através de determinados instrumentos, que in-cluem regulamentos e normatização, investimentos públicos e financiamentos, requisitos interins-titucionais e jurídicos. Este conceito tem evoluído para uma perspectiva de gestão compartilhada pelos diferentes agentes envolvidos e articulados em seus diferentes papéis, a partir da perspec-tiva de que a responsabilidade pela conservação ambiental é de toda a sociedade e não apenas do governo, e baseada na busca de uma postura pró-ativa de todos os atores envolvidos (ARRU-DA et allii, 2001). (5) Forma de administrar a apropriação e uso dos recursos ambientais; ade-quando as atividades produtivas à capacidade de reposição desses recursos, de modo a assegurar sua pererenidade; instrumento indispensável para o planejamento. (6) Administração, pelo go-verno, da proteção e do uso dos recursos ambientais, por meio de ações ou medidas econômicas, investimentos e providências institucionais e jurídicas, com a finalidade de manter ou recuperar a qualidade do meio ambiente, asegurar a produtividade dos recursos e o desenvolvimento social. Este conceito tem se ampliado, nos últimos anos, para incluir, além da gestão pública do meio ambiente, os programas de ação desenvolvidos por empresas para administrar com responsabili-dade suas atividades de modo a proteger o meio ambiente (FEEMA, 1997).

Gimnosperma. (1) Caracterizada por apresentar sementes nuas. (2) Planta que não tem suas sementes protegidas por um verdadeiro pericarpo ou fruto propriamente dito.

GIS - Geographic Information System (Sistema de Informações Geográficas/SIG). Sis-tema de informação que permite ao usuário coletar, manusear, analisar e exibir dados referenci-ados espacialmente. Um SIG pode ser visto como a combinação de hardware, software, dados, metodologias e recursos humanos, que operam de forma harmônica para produzir e analisar in-formação geográfica.

Glaciação. Ato ou efeito de congelar. Ato ou efeito de cobrir-se de gelo ou geleira. Ação exercida pelas geleiras sobre a superfície da Terra.

Glaciares. Mesmo que geleiras.

Gleba. (1) Parte de terra. (2) Terreno de cultura, torrão.

Globo terrestre. Esfera sobre a qual é desenhado um mapa da Terra (Glossário Libreria, 2003).

Gnaisse. Designação dada a um grupo de rochas metamórficas originadas por metamorfismo de catazona, de textura orientada, granular, caracterizada pela presença de feldspato, além de ou-tros minerais como quartzo, mica e anfibólio. Rocha muito comum no embasamento cristalino brasileiro.

Goma. Seiva viscosa e translúcida que ocorre e se extrai de certas árvores (Instrução Normativa IBDF 1/80).

GPS - Global Positioning System (Sistema Global de Posicionamento). (1) Constelação de satélites desenvolvidos pelo Departamento de Defesa dos EUA, utilizada em levantamentos geo-désicos e outras atividades que necessitem de posicionamento preciso. Os satélites transmitem sinais que podem ser decodificados por receptores especialmente projetados para determinar com precisão, posições sobre a superfície da Terra. (2) Sistema de posicionamento global; siste-ma eletrônico de localização que permite que qualquer pessoa possa se localizar no planeta com grande precisão.

Gradagem. Gradear o solo a fim de escavá-lo.

Gradiente. (1) Mudança de valor de uma quantidade (temperatura, pressão, altitude etc) por unidade de distância, numa direção específica. Inclinação ou razão de ascensão ou descida de uma encosta, rodovia, tubulação etc. (2) É uma mudança de elevação, velocidade, pressão ou outra característica, por unidade de comprimento (CARVALHO, 1981).

Gradiente de concentração. Diferença de concentração de uma substância por unidade de dis-tância.

Gramíneas. Família de plantas que caracterizam-se em geral como ervas monocotiledôneas de pequeno porte, com caule em geral oco e articulado por nós sólidos, raramente ramificado e mais ou menos lenhoso, folhas lineares, sésseis, com lígula e bainha enrolada em redor do caule, raí-zes geralmente fasciculares e flores na maioria das espécies, cachos e partículas simples ou com-postas por espiguetas.

Graneleiro. Referente ao transporte a granel, ou seja, em grande quantidade.

Granito. (1) Designação dada as rochas ígneas ácidas. Os granitos são rochas geralmente leuco-cráticas e constituídas essencialmente de quartzo, feldspatos e micas. (2) Tipo de rocha magmá-tica intrusiva que tem como elementos constituintes essenciais o quartzo,o feldspato e a mica.

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Granizo. É um caso extremo de crescimento de partículas de gelo por acreção.

Granulação.Aspecto da textura de uma rocha ligada ao tamanho dos seus componentes. No ca-so das rochas magmáticas e das metamórficas usam-se as seguintes subdivisões: microcristalina, em que os grãos não são reconhecíveis a olho nu; fina, em que são reconhecíveis a olho nu e apresentam tamanhos até 1 mm; média, com grãos de 1-10 mm de tamanho; grossa, com grãos de 10-30 mm.

Granulometria. Medição das dimensões dos componentes clásticos de um sedimento ou de um solo. Por extensão, composição de um sedimento quanto ao tamanho dos seus grãos. As medidas se expressam estatisticamente por meio de curvas de freqüência, histogramas e curvas cumulati-vas. O estudo estatístico da distribuição baseia-se numa escala granulométrica.

Grau geotérmico. Variação térmica relativa ao número de metros em profundidade na crosta terrestre, necessário ao aumento de temperatura de 1ºC. O grau geotérmico depende dos se-guintes fatores: 1) condutibilidade térmica das rochas; 2) proximidade do foco térmico, por e-xemplo, um vulcão; 3) estrutura das rochas (as camadas inclinadas apresentam um grau geo-térmico mais curto que as horizontais); 4) morfologia (o grau geotérmico aumenta nas serras, ao contrário dos vales). Grau geotérmico normal 33m = 1ºC. A mina de Morro Velho (MG) apresenta um grau geotérmico médio de 55 m, aproximadamente.

Greenpeace. ONG multinacional fundada em 1971. Atua em pelo menos cinco áreas diferentes: ecologia oceânica, selvas tropicais, Antártida, substâncias tóxicas, energia nuclear e atmosfera. O Greenpeace se serve de armas eficientes como ação direta, que atrai a atenção da mídia e muitas vezes impede um processo de agressão ambiental. Elabora estudos científicos sobre os problemas ecológicos mais graves do planeta.

Grilada. Terra apossada através de falsificação de documentos.

Grileiro. Aquele que se utiliza da grilada.

Grotões. Grota grande.

Grupo dos 7 (G7). Denominação dada aos países mais industrializados do mundo: Grã-Bretanha, Japão, Alemanha, França, Itália, Canadá e Estados Unidos da América. A Rússia às ve-zes é incluída no grupo em notícias de jornais (Glossário Libreria, 2003)

Gruta. As cavernas são galerias rochosas formadas pela ação da água no decorrer de milhões de anos. Às vezes usadas como sinônimos de cavernas, as grutas podem fazer parte desses siste-mas de galerias. Apresentam formações calcárias de rara beleza, como estalagmites e estalacti-tes. As cavernas mais famosas se formam, na maioria das vezes, em regiões de pedras calcárias, erodidas pelas chuvas.

Guano. Depósito orgânico de clima quente, constituído essencialmente de excrementos de aves, como também de ossos e outros restos. Por remobilização, juntamente com calcários subjacen-tes, formam-se fosfatos cálcicos, constituindo importantes adubos de fósforo.

Guserias. Usinas siderúrgicas produtoras de ferro-gusa.

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H Hábitat. (1) Local com características e componentes ecológicos específicos, onde as espécies estão adaptadas e completam naturalmente seu ciclo biológico. Florestas, savanas, lagos, dentre outros, são exemplos de hábitats. (2) Hábitat de um organismo é o lugar onde vive ou o lugar onde pode ser encontrado. O hábitat pode referir-se também ao lugar ocupado por uma comuni-dade inteira. Por analogia, pode-se dizer que o hábitat é o endereço do organismo e o nicho eco-lógico é biologicamente falando, sua profissão (ODUM, 1972). (3) Conjunto de todos os fatores e elementos que cercam uma dada espécie de ser vivo (MARTINS, 1978). (4) O local físico ou lugar onde um organismo vive, e que obtém alimento, abrigo e condições de reprodução (USDTM 1980). (5) Significa o lugar ou tipo de local onde um organismo ou população ocorre naturalmen-te (ARRUDA et allii, 2001). (6) Ambiente que oferece um conjunto de condições favoráveis para o desenvolvimento, a sobreviência e a reprodução de determinados organismos. (7) Ambiente onde um animal ou uma planta vive normalmente, muitas vezes caracterizado por uma forma vegetal ou característica física dominante (isto é, o hábitat de lago, de florestas etc.). (8) O hábitat está em relação direta com a estrutura e as funções do ecossistema. (9) Ambiente natural de uma determinada espécie animal, com os recursos necessários de alimento e abrigo, e onde todo o ciclo reprodutivo está assegurado; espécies distintas podem ocupar o mesmo hábitat. (10) Ambi-ente ou ecossistema que oferece um conjunto de condições favoráveis para a reprodução, o de-senvolvimento e sobrevivência de determinada população de organismos (Glossário Ibama, 2003).

Hachura. Pequenas linhas desenhadas num mapa cujos ângulos que separam áreas distintas de acordo com a indicação do gradiente. Quanto mais aproximadas estão as linhas umas das outras, mais inclinada a encosta ou vertente (Glossário Libreria, 2003).

Halófilo. Organismo que habita meio rico em sal.

Halófita. Espécie vegetal halófila (que habita meios ricos em sal), cuja característica principal é a suculência.

Hectare. Medida agrária que corresponde a 10.000 m2.

Heliófita. (1) Planta adaptada ao crescimento em ambiente aberto ou exposto à luz direta. (2) Espécie vegetal que só pode crescer e reproduzir-se sob insolação direta.

Heliógrafo. Instrumento de sinalização militar utilizado no séc. XIX. Consistia basicamente em um espelho e em uma grade semelhante a uma persiana para impedir a chegada da luz solar no espelho. Com um ou mais espelhos, as mensagens podiam ser transmitidas mesmo quando o sol estava atrás do emissor.

Hemicriptófita. Espécie vegetal, que na estação desfavorável, se reduz somente à parte subter-rânea e que em condições ambientais favoráveis desenvolve novos órgãos aéreos.

Hemisfério. (1) Metade de uma esfera; semi-esfera. Cada uma das duas metades Norte e Sul do globo terrestre, imaginariamente separadas pelo Equador. Cada uma das duas metades ocidental e oriental, separadas por qualquer dos meridianos. (2) Cada uma das duas partes do globo ter-restre ou da esfera celeste, separadas pelo Equador terrestre ou pelo Equador celeste: hemisfério norte, boreal ou setentrional e hemisfério sul, austral ou meridional. Em relação ao meridiano de Greenwich temos o hemisfério leste ou oriental e o hemisfério oeste ou ocidental (Glossário Libre-ria, 2003).

Herbáceas. (1) Plantas com características de erva. Designativo das plantas cujos ramos e has-tes não são lenhosas e perecem depois da frutificação. (2) Grupo de plantas folhosas, não-lenhosas; comumente formam a camada de vegetação mais baixa de uma comunidade vegetal.

Herbário. (1) Coleção de espécimes vegetais secos e prensados, arranjados e descritos de forma sistemática, e que servem de referência taxonômica para a identificação e classificação das plan-tas. Coleção de plantas que geralmente passaram por um processo de prensagem e secagem. Tais plantas são ordenadas de acordo com um determinado sistema de classificação e são dispo-níveis para referências e outros fins científicos (FERRI et alii, 1981). (2) Coleção de plantas pre-servadas e destinadas à pequisa científica ou ao ensino de botânica.

Herbicida. (1) Produto utilizado para destruir ou controlar o crescimento de ervas daninhas, ar-bustos ou outras plantas indesejáveis. (2) Substâncias químicas, com maior ou menor toxicidade, borrifadas nas plantações para matar ervas daninhas. (3) Substância química usada para matar plantas e principalmente ervas daninhas (CARVALHO, 1981). (4) Pesticida químico usado para destruir ou controlar o crescimento de ervas daninhas, arbustos ou outras plantas indesejáveis (BRAILE, 1983).

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Herdabilidade. (1) Proporção da variabilidade observada devida à herança genética. Pode ser no sentido amplo quando a proporção da variação fenotípica for devida a causas genéticas de uma maneira geral, ou herdabilidade no sentido restrito quando a proporção da variância fenotípica for devida aos efeitos aditivos dos genes. (2) A proporção da variância do caráter devido aos fatores hereditários, distintos dos fatores ambientais.

Hereditariedade. (1)Fenômeno de continuidade das características biológicas pelo qual as for-mas vivas se repetem nas gerações seguintes. (2) Transmissão de características genéticas pa-ternas à prole através de genes específicos, dispostos sob a forma de nucleotídeos nos cromos-somos. A hereditariedade segue as chamadas leis mendelianas de transmissão, em homenagem a seu descobridor, Gregor Mendel.

Hermafrodita. (1) Em plantas, é a flor que reúne os aparelhos masculino (androceu) e feminino (gineceu) na mesma peça (ex.: flor de goiabeira). (2) Em animais, é o indivíduo que reúne os dois sexos no mesmo genótipo (ex.: caramujo).

Herpetofauna. Totalidade das espécies de répteis e anfíbios de uma região.

Heterobeltiose. Superioridade do híbrido em relação ao progenitor de melhor desempenho.

Heterose. Vigor híbrido, de tal maneira que o F1 híbrido destaca-se favoravelmente dos pais homozigotos com relação a um ou mais caracteres agronômicos desejados. O híbrido é um hete-rozigoto superior em aptidão, causado por superdominância, e geralmente se supera em tama-nho, rendimento e produtividade.

Heterotrófico. (1) Que não sintetiza, por si próprio, seus constituintes orgânicos, porém recorre a um produtor de alimentos orgânicos. Por exemplo, os herbívoros (LEMAIRE & LEMAIRE, 1975). (2) Organismo que utiliza matéria orgânica sintetizada por outros organismos, como fonte de e-nergia (ACIESP, 1980).

Heterótrofos. Organismos que não produzem seu próprio alimento.

Heterozigoto. Indivíduo que apresenta alelos diferentes de um mesmo gene.

Hiato. Intervalo de sedimentação denotado pela suspensão de camadas numa determinada se-qüência sedimentar (sentido restrito).

Hibernação. Período durante o qual hibernam certos animais ou parte de certas plantas.

Hibernar. Um animal passa o inverno em sua toca ou caverna, numa espécie de sono, em que há entorpecimento total ou parcial. Em Botânica, o inverno em estado de repouso, sem vegetar, como os espórios, gomos e outras partes de certas plantas.

Hibridação. Ato de criar híbridos através do cruzamento de indivíduos com genótipos diferentes. A diferente expressão de certas características é atribuída ao acontecimento da recombinação gênica.

Hibridação introgressiva. Causada por cruzamentos interespecíficos repetidos ou mesmo con-tínuos, causando assim uma infiltração de genes de uma espécie para outra, em decorrência de falhas do mecanismo de isolamento reprodutivo. Veja introgressão.

Hibridação somática. Processo de hibridação através da fusão de protoplastos.

Híbrido. (1) Produto resultante de um cruzamento entre progenitores geneticamente distintos. (2) Produto imediato do cruzamento entre linhagens geneticamente diferentes (Lei 9.456/97 e Decreto 2.366/97).

Hidrelétricas.Usinas que produzem eletricidade a partir do aproveitamento das quedas d'água.

Hidrocarboneto.(1) Cada um de uma classe de compostos orgânicos formados de carbono e hidrogênio e que compreende as parafinas, olefinas, membros da série dos acetilenos, que ocor-rem em petróleo, gás natural, carvão-de-pedra e betume. (2) Símbolo químico: HC; qualquer composto químico que contém apenas carbono e hidrogênio; grupo de químicos orgânicos que inclui a maior parte dos derivados de petróleo.

Hidrocoria. Disseminação ou dispersão das plantas pela ação das águas. Sementes, esporos e frutos são carregados pelas correntezas dos rios, das chuvas e dos mares a pontos distantes, onde encalham e tornam possível o desenvolvimento de uma nova planta da mesma espécie.

Hidrogênio. Símbolo químico: H; o mais leve e mais abundante de todos os elementos, encon-trado na água e em muitos compostos orgânicos.

Hidrogeologia. Ramo da geologia aplicada que estuda o comportamento aqüífero de diferentes rochas e formações, e o aproveitamento de água subterrânea.

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Hidrografia. Ciência e descrição dos mares, lagos, rios etc., com referência especial ao seu uso para fins de navegação e comércio.

Hidrografia descritiva. Conjunto das águas correntes ou estáveis de uma região.

Hidrólise. Mudança provocada por influência de água, como, por exemplo, decomposição de mi-nerais. Resulta da dissociação mais ou menos completa da água dando íons de hidrogênio, com conseqüente formação de pH ácido.

Hidrologia. (1) Ciência que tem como objeto de estudos a água na Terra, sua circulação, ocor-rência, distribuição, assim como suas propriedades físicas e químicas, além de suas relações com o meio em que circulam. (2) Ciência que trata das águas, suas propriedades, leis, fenômenos e distribuição, na superfície e abaixo da superfície da Terra; hidatologia.

Hidrosfera. (1) Invólucro hídrico do globo terrestre, que inclui os oceanos, lagos, rios, águas subterrâneas e o vapor aquoso da atmosfera. (2) Ambientes aquáticos oceânicos e continentais da biosfera. (3) Meio líquido do planeta, constituído pelas águas oceânicas e continentais da Ter-ra. As superfícies líquidas correspondem a 71% da superfície terrestre, enquanto as terras emer-sas 29 %.

Higrófila. (1) Planta que adapta com facilidade com a umidade ou que só vegeta com a umida-de. (2) Vegetação adaptada a viver em ambiente de elevado grau de umidade (Resolução CONA-MA 012/94). (3) Espécie vegetal que só se encontra em ambientes úmidos e que se caracteriza por grandes folhas delgadas, tenras e com ponta afilada.

Higrófilos. (1) Vegetal adaptado a lugares muito úmidos. (2) Vegetal que se desenvolve em lu-gares úmidos e que se caracteriza por grandes folhas.

Hinterland. É a área que serve e é servida por um núcleo urbano. O termo originalmente foi u-sado para portos (no litoral) e um deles poderia ter parte de seu "hinterland" fazendo parte de área ligada a outro porto. Em português, usa-se Hinterlândia (Glossário Libreria, 2003) .

Hipersensibilidade. Reação química, geralmente causada por substâncias fenólicas denomina-das de fitoalexinas, que se manifestam em partes de plantas atacadas por patógenos, matando as células ao redor da lesão, não deixando assim que o condicionante biológico se alastre.

Hipocentro. Ponto ou região do interior da crosta terrestre de onde parte o terremoto. Quando o hipocentro se situa perto da superfície, o terremoto se manifesta com movimento intenso no epi-centro (v.), com pequeno raio de amplitude. Quando o hipocentro localiza-se mais profundamen-te, o terremoto manifesta-se por movimento reduzido no epicentro, mas com larga distribuição.

Hipogeus. Ambientes subterrâneos, às vezes com pequenas galerias nas quais eram sepultados os mortos.

Hipótese Gaia. (1) Hipótese formulada por James E. Lovelock e Lynn Margulis em 1979, que se refere ao papel dos organismos vivos na manutenção do equilíbrio climático da Terra. A teoria vê a Terra como um único, porém complexo organismo, capaz de se auto-organizar. Os elementos bióticos atuam na moderação do clima, gerando condições químicas e físicas favoráveis para to-das as formas de vida do planeta. Gaia era, na antiga mitologia grega, o nome da deusa que sim-bolizava a Terra. (2) Teoria que considera todas as funções da biosfera como um sistema único; de acordo com a hipótese de Gaia (palavra grega que designa a Mãe-Terra), a flora, a fauna, o clima e os ciclos biogeoquímicos da Terra são interligados e qualquer mudança em uma parte do sistema afeta o todo; apresentada em 1972 por James Lovelock.

Hipsometria. É a representação do terreno por meio das curvas de nível, mostrando a planialti-metria.

Holismo, Holístico. (1) Teoria filosófica, aplicada às ciências ambientais para a compreensão das relações entre os componentes do meio ambiente, pela qual seus elementos vivos (todos os organismos, inclusive os homens) e não vivos interagem como um todo, de acordo com leis físi-cas e biológicas bem definidas. Neste sentido, holístico significa total, abrangente, que considera as inter-relações de todos os componentes do meio ambiente. (2) Doutrina segundo a qual a vi-da, sob todos os seus aspectos, constitui um sistema interagente e integrado com os elementos inorgânicos do meio (CARVALHO, 1981). (3) Perspectiva que leva em conta a totalidade e não os componentes isoladamente; termo retirado do Holismo, teoria filosófica aplicada às ciências am-bientais para explicar as relações entre os componentes do meio ambiente, pela qual os elemen-tos vivo e não-vivos interagem como um todo, seguindo leis físicas e biológicas.

Homeostase. Processo de autoregulação, através do qual os sistemas biológicos tentam manter um equilíbrio ou estabilidade, enquanto se ajustam às mudanças de condições ambientais para uma ótima sobrevivência. Por exemplo, a regulação da população implica num mecanismo home-

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ostático. Quando mudanças ambientais ocorrem tais que proporcionem maior quantidade de re-cursos e proteção, a população aumenta em resposta; por outro lado, quando há falta de recur-sos ou proteção a população diminui para se ajustar a esta nova situação.

Homeostase do desenvolvimento. Capacidade apresentada por uma planta de não alterar as suas características fenotípicas quando cultivada em diferentes condições ecológicas.

Homeostase genética. Capacidade de um genoma de não aceitar alteração genética na sua constituição. Homeostasia. (1) É a manutenção do equilíbrio interno de um sistema biológico (célula, orga-nismo, ecossistema), através de respostas controladas a alterações que podem se originar dentro ou fora do sistema. (2) (Homeo = igual; stasia = estado) é o termo empregado para significar a tendência de os sistemas biológicos resistirem a mudanças e permanecerem em estado de equilí-brio (ODUM, 1972). (3) Tendência dos ecossistemas biológicos a resistir a alterações e permane-cer em estado de equilíbrio dinâmico (HURTUBIA, 1980).

Homoclinal. Grupo de camadas que apresentam um mergulho regular, segundo uma mesma direção.

Homozigoto. Indivíduo que apresenta alelos iguais.

Hospedeiro. Organismo vivo servindo de substrato e/ou fonte de energia para outro.

Hot spot de Biodiversidade. Estratégia de conservação baseada na definição de áreas ricas em biodiversidade em todo o planeta. Os critérios para definir um hot spot em escala internacional são: alto endemismo e diversidade de plantas; como todas as demais formas de vidas dependem delas, as plantas são de grande importância na determinação de um hot spot. De fato, o candida-to a hot spot precisa conter pelo menos 0,5%, ou seja, 1.500 das 300.000 espécies de plantas do planeta como endêmicas.

Húmus. (1) Produto da decomposição microbiana e química dos detritos orgânicos, cuja compo-sição química é muito variável. Atua em geral como ácido orgânico bivalente com cerca de 58% de H, 3% de N e 2% de S, P, Ca, Fe e K e outros elementos. Quando quase saturado de Ca (cál-cio), constitui terras ricas. Solúvel, em grande parte, em hidróxidos alcalinos, mas insolúvel em hidróxidos alcalino-terrosos e em ácidos. (2) Material orgânico inerte, finamente dividido, resul-tante da decomposição microbiana de planta e substâncias animais, compostos aproximadamente de sessenta por cento de carbono, seis por cento de nitrogênio, e menores quantidades de fósfo-ro e enxofre. A decomposição da matéria orgânica viva do solo torna essas substâncias próprias para serem utilizadas pelas plantas. (3) Restos orgânicos, principalmente vegetais (folhas) num estado avançado de decomposição, principalmente misturado com o solo (turfa: matéria orgâni-ca; fonte importante de nutrientes minerais; terra vegetal) (GOODLAND, 1975). (4) Matéria escu-ra que se forma pela decomposição e fermentação de elementos vegetais, matérias orgânicas amontoadas e comprimidas em plataformas e fossas que formam naturalmente camadas mais ou menos espessas. O humo é usado para corrigir alguns tipos de solos; todos os solos cultivados contêm humo em maior ou menor quantidade (Glossário Libreria, 2003).

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I IAP. Instituto Ambiental do Paraná, instituído em 1992; sucessor de instituições cujas origens remontam quase aos tempos da emancipação política do Paraná; o Instituto de Terras, Cartogra-fia e Florestas (ITCF) teve sua origem em 1923 na Inspetoria de Terras e Colonização, passando a Departamento de Geografia, Terras e Colonização, em 1942 e transformando-se na Fundação Instituto de Terras e Cartografia, em 1972; ganhou atribuições relativas à proteção florestal em 1985; em 1992, houve a fusão da Superintendência dos Recursos Hídricos e Meio Ambiente (SU-REHMA) e do Instituto de Terrras Cartografia e Florestas (ITCF), dando origem ao atual Instituto Ambiental do Paraná - IAP, hoje vinculado à Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recur-sos Hídricos - SEMA.

IBAMA. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, órgão execu-tor da Política de Meio Ambiente em nível nacional. Criado em 1989 (Lei n.° 7735) pela fusão do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF), Secretaria Especial de Meio Ambiente (SEMA), Superintendência da Borracha (SUDHEVEA) e Superintendência da Pesca (SUDEPE). Re-gulamentado pelo Decreto n.° 97946, de 11 de julho de 1989.

Iceberg. Grande bloco de gelo, de origem continental, que flutua no mar. Origina-se do colapso da parte terminal das geleiras ao atingir o mar. Cerca de 1/9 de massa do iceberg emerge da água. Observam-se, às vezes, até 100m de emergência. Os icebergs freqüentemente incluem muito material detrítico, que pode depositar-se por degelo em regiões não sujeitas à glaciação.

Ictiofauna. (1) Fauna de peixes de uma determinada região. (2) Totalidade das espécies de pei-xes de uma dada região. Pode-se falar também de um determinado meio (lago, rio, etc).

Ictiologia. Ciência que estuda os peixes.

Idade. Subdivisão cronológica de amplitude inferior a de uma Época.

IDH (Índice de Desenvolvimento Humano). Índice que mede os países levando em conside-ração fatores como a distribuição da renda, de saúde (taxas de mortalidade infantil e adulta) e-ducação (taxas de alfabetização), desigualdades de oportunidades entre homens e mulheres, sis-temas de governo entre outras (Glossário Libreria, 2003) .

Idiomorfo. Cristal que mostra forma própria.

Igapós. Trecho da floresta invadido por enchente, após inundação dos rios, onde as águas ficam estagnadas durante algum tempo. Pântano dentro da mata.

Igarapés. Esteiro ou canal estreito que só se dá passagem a igaras ou pequenos barcos; riacho, ribeirão, ribeiro, riozinho.

Ilha. Porção de terra cercada de água por todos os lados.

Ilha-de-calor. (1) Características meteorológicas de determinada área urbana ou industrial que a distinguem de áreas vizinhas. Em tais áreas geralmente ocorrem temperaturas mais altas, per-fis térmicos noturnos menos estáveis junto à superfície do solo, umidades do solo, umidades rela-tivas comparativamente mais baixas. As ilhas-de-calor estão associadas à qualidade do meio e à qualidade de vida das populações urbanas. (2) Aumento da temperatura em regiões urbanizadas, provocado pela impermebilização do solo pela pavimentação das ruas e pela concentração de edi-ficações altas; a neblina urbana, misturada com gases poluentes gerados pelo tráfego intenso de veículos que utilizam combustíveis fósseis, capta o calor da pavimentação e dos prédios, elevando a temperatura do ambiente urbano.

Iliófago. Peixes que ingerem substrato formado por lodo ou areia, que por si só não representa um tipo de alimento. O substrato é ingerido porque nele são encontrados os alimentos procurados (animal, vegetal ou detrito), sendo que esses peixes contam com um aparelho digestivo adaptado para selecioná-lo. Conseqüentemente, seria mais apropriado denominar o hábito de ingerir subs-trato, junto com o tipo de alimento usado, como iliófago-detritívoro, para diferenciá-lo do detrití-voro que não ingere lodo . O estudo alimentar de um iliófago deve incluir a correta separação do substrato inerte.

Imagem de radar. Registro, em filmes ou fitas magnéticas, dos impulsos elétricos ou microon-das emitidos por radares em direções predeterminadas e cujos raios são refletidos e recebidos através de antenas, destinadas à captação, localização e rastreamento de feições.

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Imagem orbital. Imagens obtidas por sensores coletores a bordo de satélites que orbitam ao redor da Terra. Essas imagens, uma vez corrigidas geometricamente dos efeitos de rotação e esfericidade da Terra, variações de altitude, angulação e velocidade do satélite, constituem-se em valiosos instrumentos para a Cartografia.

Impacto ambiental. (1) Quaisquer modificações, benéficas ou não, resultantes das atividades, produtos ou serviços de uma operação de manejo florestal da unidade de manejo florestal. (2) Qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, diretamente, afe-tem: (I) a saúde, a segurança e o bem-estar da população; (II) as atividades sociais e econômi-cas; (III) a biota; (IV) as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; (V) a qualidade dos recursos ambientais (Resolução CONAMA Nº 001 de 23.01.86). (3) Qualquer alteração no sistema ambiental físico, químico, biológico, cultural e sócio-econômico que possa ser atribuída a ativida-des humanas relativas às alternativas em estudo para satisfazer as necessidades de um projeto (CANTER, 1977). (4) Qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam: a saúde, a segurança e o bem-estar da população; as ati-vidades sociais e econômicas; a biota; as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente e a qualidade dos recursos ambientais. (5) Qualquer alteração significativa no meio ambiente - em um ou mais de seus componentes - provocada por uma ação humana (FEEMA, 1997).

Impacto ambiental estratégico. Impacto que incide sobre o recurso ou componente ambiental de relevante interesse coletivo ou nacional, ou que afeta outras regiões além de sua área de in-fluência direta e indireta (FEEMA, 1997).

Impacto ambiental regional. Todo e qualquer impacto ambiental que afete diretamente (área de influência direta do projeto), no todo ou em parte, o território de dois ou mais Estados (Reso-lução CONAMA 237/97).

Impactos ambientais cumulativos. Impacto ambiental derivado da soma de outros impactos ou de cadeias de impacto que se somam, gerados por um ou mais de um empreendimentos iso-lados, porém contíguos, num mesmo sistema ambiental. Impacto no meio ambietne resultante do impacto incremental da ação quando adicionada a outras ações passadas, presentes e futuras, razoavelmente previsíveis (FEEMA, 1997).

Imunidade. Resistência da planta a doenças que é completa e permanente (sentido restrito).

Incêndio florestal. (1) Todo fogo sem controle que incide sobre qualquer forma de vegetação, podendo tanto ser provocado pelo homem (intencional ou negligência) ou por fonte natural (raio). (2) fogo sem controle em qualquer forma de vegetação (Decreto 97.635/89).

Incidente. Qualquer descarga de substância nociva ou perigosa, decorrente de fato ou ação in-tencional ou acidental que ocasione risco potencial, dano ao meio ambiente ou à saúde humana (Lei 9966/00).

Incineração. Processo de queima de resíduos sólidos ou semi-sólidos em incineradores, com o objetivo de reduzir o volume de resíduos e seus efeitos sobre o meio ambiente; não é o mesmo que queima de lixo ao ar livre, que tem efeitos nocivos sobre o meio ambiente.

Inclinação. Ângulo formado por uma camada, dique ou fratura com o plano do horizonte, toma-do perpendicularmente à sua interseção. As camadas horizontais apresentam inclinação de 0º e as verticais de 90º. A perpendicular à linha de inclinação chama-se direção da camada.

Inclinação magnética. Ângulo que uma agulha magnética faz com o plano do horizonte.

Inclusão. Corpo estranho gasoso, líquido ou sólido incluso na massa de um mineral ou rocha.

Indicador. (1) São variáveis perfeitamente identificáveis, utilizadas para caracterizar (quantificar ou qualificar) os objetivos, metas ou resultados (ARRUDA et allii, 2001). (2) Nas ciências ambien-tais, indicador significa um organismo, comunidade biológica ou parâmetro, que serve como me-dida das condições ambientais de uma certa área ou de ecossistema (FEEMA, 1997). (3) Orga-nismos, ou tipos de organismos, tão estritamente associados a condições ambientais específicas, que sua presença é indicativa da existência dessas condições naquele ambiente (Encyclopedia Britannica, 1978).

Indicador de sustentabilidade. Valor que serve de medida do grau de sustentabilidade do uso dos recursos ambientais, dividino-se em três grupos principais: (i) os indicadores de resposta social (que indicam as atividades que se realizam no interior da sociedade - o uso de minérios, a produção de substâncias tóxicas, a reciclagem de material); (ii) os indicadores de pressão ambi-ental (que indicam as atividades humanas que irão influenciam o estado do meio ambiente - ní-veis de emssão de substâncias (tóxicas), e (iii) os indicadores de qualidade ambiental (que indi-

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cam o estado do meio ambietne - a concentração de metais pesados no solo, os níveis pH nos lagos (FEEMA, 1997).

Indicadores ambientais. (1) Conjunto de espécies, substâncias e grandezas físicas do ambien-te, capazes de detectar alterações no ar, água e solo, na medida em que apresentam sensibilida-de a essas alterações. (2) Espécies indicadoras são certas espécies que têm exigências biológicas bem definidas e permitem conhecer os meios possuidores de características especiais (DAJOZ, 1973).

Indicadores do solo. Plantas que, pelo fato de brotarem primordial ou exclusivamente em de-terminados solos, revelam suas propriedades. É o caso da soja, que indica que o solo onde ocorre é rico em nitrogênio.

Índice de coliforme. Contagem de bactérias coliformes num corpo d'água, usado como indica-dor de pureza da água.

Industrialização. Ato ou efeito de industrializar.

Infestação. Ação de infestar, estado do que está infestado. Penetração em um organismo de parasitas não-microbianos (LEMAIRE& LEMAIRE, 1975).

Ingrediente inerte. Substância não ativa em relação à eficácia dos agrotóxicos, seus compo-nentes e afins, resultante dos processos de obtenção destes produtos, bem como aquela usada apenas como veículo ou diluente nas preparações (Decreto 98.816/90).

Inoculante. Substância que contenha microorganismos com atuação favorável ao desenvolvi-mento vegetal (Lei 6.934 e Decreto 86.955/82).

Inselbergue. Denominação dada por Bornhardt às elevações ilhadas em regiões de clima árido quente e semi-árido. Os inselbergues são como restos que aparecem em um terreno quase to-talmente submetido à pediplanação (Glossário Libreria, 2003).

Insetívora. O que se alimenta de inseto.

Insolação. Entrada de radiação solar.

Instalação de Apoio. Quaiquer instalações ou equipamentos de apoio à execução das atividades das plataformas ou instalações portuárias de movimentação de cargas a granel, tais como dutos, monobóias, quadro de bóias para amarração de navios e outras (Lei 9966/00).

Instalação Portuária ou terminal. Instalação explorada por pessoa jurídica de direito público ou privado, dentro ou fora da área do porto organizado, utilizada na movimentação e armazena-gem de mercadorias destinadas ou provenientes de transporte aquaviário (Lei 9966/00).

Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial - INMETRO. Ór-gão de normalização do Governo Federal, que possui uma Comissão Técnica de Certificação Am-biental, cuja finalidade é estabelecer a estrutura para o credenciamento de entidades de certifica-ção de sistemas de gestão ambiental, de certificação ambiental, de produtos de auditores ambi-entais, garantindo a conformidade com as exigências internacionais.

Insular. Isolar, ilhar; para designar procedente, relativo ou pertecente a ilha usa-se a palavra insulando.

Integridade da unidade de manejo. A composição dinâmica, função e atributos estruturais de uma plantação florestal.

Intemperismo. (1) Conjunto de processos que ocasionam a desintegração e a decomposição das rochas e dos minerais graças à ação de agentes atmosféricos e biológicos. O fator principal da desintegração é a variação de temperatura, que provoca dilatação e contração heterogêneas, ativadas em presença de água e temperaturas inferiores a 0°. Raízes, cristalização de sais, hidra-tação, etc., também provocam desintegração mecânica. Os fatores da decomposição química são a água (contendo CO2, O2, etc.), os agentes biológicos e seus produtos orgânicos. Pelo intempe-rismo formam-se minerais novos - estáveis nas condições de superfície - tais como caulim e hi-drargilita. O termo final que se origina é o solo. A forma do intemperismo depende muito do cli-ma. Em clima quente e úmido, predomina o intemperismo químico, em clima seco e quente e frio predomina o intemperismo mecânico. (2) Conjunto de processos mecânicos, químicos e biológi-cos que ocasionam a desintegração e a decomposição das rochas. O uso do termo intemperismo tem sido combatido por certos autores que preferem meteorização, pelo fato de melhor corres-ponder ao termo inglês weathering (GUERRA, 1978). (3) É a resposta dos materiais que estavam em equilíbrio no interior da litosfera às solicitações da atmosfera, da hidrosfera e talvez, ainda, da biosfera. Ele pode ser mecânico, pela expansão diferencial na superfície e crescimento de cris-

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tais estranhos (gelo), ou químico, que tem início na cristalização de sais. Existem, também, ações biológicas, como penetração de raízes e a atividade bacteriana, que dependem da umidade e do calor. Assim todos estes fatores causam a desintegração e modificação das rochas e dos solos. O intemperismo (mecânico e químico) é a primeira etapa da pedogênese (CARVALHO, 1981).

Interflúvio. Níveis de relevos que separam os fundos de vales.

Interglacial. Período compreendido entre duas glaciações.

Intracrustal. Rocha de origem magmática, formada no interior da crosta terrestre. Ao contrário, super e supracrustal são rochas vulcânicas de origem magmática, consolidadas na parte superior da crosta.

Introdução. (1) Atividade de introduzir germoplasma num centro de recursos genéticos ou insti-tuição. Geralmente, introdução relaciona-se com material genético exótico ou, se nacional, não existente na região considerada. (2) Ato ou técnica de colocar em determinado ecossistema uma espécie antes inexistente; as introduções costumam causar desequilíbrios temporários ou perma-nentes, pois a espécie introduzida não encontra predadores naturais, fato que coloca em situação de vantagem sobre as demais; podem degenerar em proliferação maciça.

Introgressão. Passagem de genes de uma espécie para outra através de hibridação e retrocru-zamento continuado para uma ou ambas populações paternais.

Instrumento de política ambiental. Mecanismos de que se vale a Administração Pública para implementar e perseguir os objetivos da política ambiental, podendo incluir os aparatos adminis-trativos, os sistemas de informação, as licenças e autorizações, pesquisas e métodos científicos, técnicas educativas, incentivos fiscais e outras econômicas, relatórios informativos, etc (FEEMA, 1997).

Intrusão. Penetração forçada de rocha fundida ou magma em ou entre outras rochas.

Intrusão de água salgada. Fenômeno pelo qual uma massa de água salgada penetra numa massa de água doce. Pode ocorrer tanto em águas superficiais como subterrâneas.

Inundação. É o efeito de fenômenos meteorológicos, tais como chuvas, ciclones e degelos, que causam acumulações temporais de água, em terrenos que se caracterizam por deficiência de dre-nagem, o que impede o desaguamento acelerado desses volumes (SAHOP, 1978).

Inventário Nacional. Levantamento sistemático e temático de âmbito das emissões e sumidou-ros de gases causadores de efeito estufa em um determinado país, que deve ser realizado por todos os países signatários da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima.

Inventário florestal. Atividade que compreende a descrição de uma população florestal previa-mente definida. O caráter de posse, estimativas que demonstram qualitativa e quantitativamente o povoamento (Portaria Normativa IBDF 302/84).

Inversão atmosférica. Reversão das condições atmosféricas normais, que ocorre quando uma camada de ar quente e menos denso bloqueia uma camada de ar frio e denso, na superfície da Terra; a camada de ar quente impede a circulação do ar, impedindo a dispersão dos poluentes, que se concentram na camada de ar frio, podendo levar a níveis perigosos de poluição.

Inversão térmica. (1) Condição atmosférica na qual uma camada de ar frio é aprisionada por uma camada de ar quente, de modo que a primeira não pode se elevar. Em ambientes industria-lizados, a inversão térmica leva à retenção de poluentes nas camadas mais baixas e próximas do solo, podendo ocasionar problemas de saúde. (2) É quando uma camada de ar quente sobreposta a uma camada menos quente impede seriamente a mistura da atmosfera em ascensão vertical e os poluentes se acumulam na camada de ar aprisionada junto à superfície da terra (EHRLICH & EHRLICH, 1974). (3) Diz-se que está se processando uma inversão térmica quando a temperatu-ra passa a aumentar com a altura, inversamente ao que ocorre em condições normais. Este fe-nômeno coincide quase sempre com os grandes desastres resultantes da poluição atmosférica, ocorrendo sempre nas proximidades do solo (CARVALHO, 1981). (4) Reversão do declínio normal da temperatura, que ocorre quando uma camada de ar mais frio é apanhada próximo ao chão por uma camada de ar mais quente, interrompendo os padrões normais de circulação do ar e provo-cando níveis altos de poluição. (5) Condição emque uma camada de ar quente se sobrepõe a uma camada de ar frio impedindo o movimento ascendente do art atmosférico. Em locais industrializa-dos, a inversão térmica leva à retenção dos poluentes nas camadas mais baixas, podendo ocasio-nar problemas de saúde em muitos indivíduos. Na inversão térmica os gases poluentes ficam pre-sos dentro da massa de ar frio. Se essa camada for baixa, pode surgir o smog, misto de umidade e fumaça.

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In vitro. Literalmente “¨no vidro¨”. Termo aplicado aos processos biológicos que propiciam o crescimento de células, tecidos ou órgãos vegetais em meio de cultura.

IPCC. Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima, estabelecido em 1988 pela Organiza-ção Meteorológica Mundial - OMM e pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente - PNUMA; estuda, discute e orienta a implementação da Convenção do Clima e do Protocolo de Kyoto.

Irradiar. Transmitir a radiação.

Irrigação. Técnica de regar artificialmente terras cultivadas em regiões onde as chuvas são ra-ras.

ISO (International Organization for Standardization). (1) Organização Internacional de Pa-dronização, formada pelos representantes de mais de 120 países. Organização fundada em 1947 e sediada em Genebra, Suíça. É responsável pela elaboração e difusão de normas internacionais em todos os domínios de atividades, exceto no campo eletro-eletrônico, que é de reponsabilidade da IEC (International Eletrotechnical Commission). Dentre as centenas de normas elaboradas pela ISO, de interesse para área ambiental são a série ISO-9000, de gestão da qualidade de pro-dutos e serviços, e a série ISO-14000, de sistemas de gestão ambiental. (2) Prefixo grego "isos"; marca registrada da International Organization for Standartization, sediada na Suíça; sistema internacional integrado de padronização e metodologia de produção com qualidade.

ISO 9000. Conjunto de normas voltadas à padronização da qualidade de produto não importan-do o tipo de atividade, o tamanho ou o caráter, público ou privado; abrange quatro grupos de normas: 9001; 9002; 9003 e 9004.

ISO 14000. (1) Conjunto ou série de normas da ISO, de caráter voluntário, que visa a sistemati-zar os princípios de gestão ambiental nas empresas. Baseada numa precursora inglesa, a British Standard - BS-7750 - teve, em relação a esta, sua abrangência expandida e sua especificidade minimizada, de forma a ser aceita em todo o mundo. As normas desta série contêm diretrizes relativas às seguintes áreas: sistemas de gestão ambiental, auditorias ambientais, rotulagem ambiental, avaliação de desempenho ambiental e análise de ciclo de vida. (2) Conjunto de nor-mas voltadas para a gestão ambiental do empreendimento, isto é, as práticas voltadas para mi-nimizar os efeitos nocivos ao ambiente causados pelas suas atividades.

Isoclinal. Dobra em que os flancos são quase paralelos.

Isoenzima. Termo que define um grupo de múltiplas formas moleculares da mesma enzima, resultante da presença de mais de um gene codificando cada uma destas formas moleculares no genoma de uma espécie. As isoenzimas desempenham a mesma atividade catalítica, mas têm diferentes propriedades cinéticas e podem ser separadas por processos bioquímicos. Quando co-dificadas por genes alélicos, as isoenzimas são denominadas aloenzimas.

Isolamento geográfico. (1) Condição em que duas populações se acham separadas fisicamente por alguma modalidade de barreira. (2) Separação, por qualquer barreira geográfica, de organis-mos e populações, impossibilitando o cruzamento.

Isolamento espacial (ou geográfico). Tipo de isolamento que previne o intercruzamento entre populações alopátricas por estarem fisicamente separadas. Esse isolamento, persistindo por mui-to tempo, poderá conduzir as populações a se diferenciarem morfologicamente como resposta à seleção para diferentes ambientes. Se a barreira geográfica desaparecer, duas situações poderão acontecer: a) as populações poderão voltar a se intercruzar formando assim uma única população; b) se o isolamento geográfico continuar por um período suficientemente longo, as populações poderão se diferenciar de tal maneira que o intercruzamento entre elas não mais será possível, aparecendo assim o isolamento reprodutivo.

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J Jardins botânicos. Unidades de conservação que visam à preservação e propagação de espécies da flora e também à educação do público visitante dessas áreas. Atuam na manutenção dos pro-cessos ecológicos e sistemas vitais essenciais, preservação da diversidade genética e apoio à uti-lização sustentável das espécies vegetais e dos ecossistemas nos quais ocorrem.

Jardim zoológico. Qualquer coleção de animais silvestres mantidos vivos em cativeiro ou em semiliberdade e expostos à visitação pública (Lei 7.173/83).

Jazida. (1) Toda massa individualizada de substância mineral ou fóssil, aflorando à superfície ou existente no interior da terra, e que tenha valor econômico (Decreto-Lei 227/67). (2) Ocorrência de minerais num depósito natural concentrado. As jazidas magmáticas são chamadas de filonares ou intrusivas, devido ao fato do seu aparecimento ser em forma de filão, isto é, cortando as ro-chas preexistentes. (2) Depósito natural mineral ou fóssil, existente no subsolo ou à superfície. As jazidas podem ser: aluvial: aquela em que o mineral está incorporado aos aluviões; filonar: aque-la em que o mineral se apresenta em filões; de inclusão: aquela em que o mineral se encontra disseminado na rocha endógena, em vez de apresentar-se em aglomerados, ou em filões. A jazi-da petrolífera é o depósito de petróleo em formação favorável à exploração (Glossário Libreria, 2003)

Jazida mineral. Concentração local de uma ou mais substâncias úteis. Inclui tanto os minerais propriamente ditos, como também quaisquer substâncias naturais, mesmo substâncias fósseis de origem orgânica, como carvão e petróleo. A classificação das jazidas minerais baseia-se ou no critério do aproveitamento ou no critério genético, como por exemplo, jazida magmática e jazida metamórfica.

Jundu. Tipo de vegetação densa e emaranhada que ocorre no litoral arenoso, principalmente nas restingas. Esses vegetais são lenhosos com altura máxima de 5 metros (Glossário Libreria, 2003).

Junta. Mesmo que diáclase - plano que separa ou tende a separar duas partes de uma unidade rochosa (sentido restrito).

Jurássico. (1) Período da Era Mesozóica, que sucede o Triássico e precede o Cretáceo. (2) Se-gundo dos três períodos geológicos da era Mezozóica, que durou de 400 a 144 milhões de anos atrás.

Jusante. (1) Área posterior a outra, tomando-se por base a direção da corrente fluvial pela qual é banhada. (2) Denomina-se a uma área que fica abaixo da outra, ao se considerar a corrente fluvial pela qual é banhada. Costuma-se também empregar a expressão relevo de jusante ao se descrever uma região que está numa posição mais baixa em relação ao ponto considerado. O oposto de jusante é montante (GUERRA, 1978). (3) Sentido para onde correm as águas de um curso d’água, vulgarmente chamado de rio abaixo. Lado de uma barragem, represa ou açude que não está em contato com a água represada. (4) Direção do fluxo de um rio; sentido em que cor-rem as águas de uma corrente fluvial.

Juvenil. Água ou fonte de origem magmática. A água juvenil ainda não integra o ciclo das águas atmosféricas. É ascendente, rica em sais e termal. É difícil a distinção de água juvenil pura.

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K Karst. (1) Região da Iugoslávia que se caracteriza por topografia dominada pela formação de cavernas e de sumidouros no calcário; formação geológica de depósitos irregulares de pedra cal-cária em bacias hidrográficas, correntes subterrâneas e cavernas; na Região Metropolitana de Curitiba o aqüífero Karst está localizado de 10 a 50 quilômetros ao norte de Curitiba. (2) Região natural da Eslovênia e da Ístria, formada de planaltos calcários. As características específicas da região deram origem a um tipo de relevo dito Kárstico (ou cárstico) (Glossário Libreria, 2003).

Kibutz. Forma de estabelecimento rural coletivo em Israel que pode ser agrícola ou de manufatu-ras onde a propriedade dos meios de produção é coletiva (Glossário Libreria, 2003).

Kolkhoz. Assim era chamada a cooperativa de produção agrícola na antiga União Soviética (Glossário Libreria, 2003).

Know-how. (Pronuncia-se aprox. ¨nou rau¨). Capacidade, entre outras, tecnológica, científica, cultural e administrativa.

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L La niña. Episódio frio do oceano Pacífico. É o resfriamento anômalo das águas superficiais do oceano Pacífico Equatorial, Central e Oriental. De modo geral, pode-se dizer que La Niña é o o-posto de El Niño, pois as temperaturas do mar nesta região situam-se em torno de 25º C.

Lacólito. Intrusão de massa eruptiva lentiforme, de secção horizontal geralmente circular ou subcircular. Tipo de intrusão concordante em rochas estratificadas, que se curvam a fim de se acomodar à intrusiva.

Lacustre. Que vive ou está situado à beira ou nas águas de um lago. Depósitos lacustres: os que se formam em lagos. Cidades lacustres: antigas habitações pré-históricas construídas sobre esta-caria nos lagos e cujos vestígios ainda hoje permanecem, particularmente nas margens dos lagos da Suíça. Ainda hoje são encontrados povos que constroem suas habitações sobre lagos (Glossá-rio Libreria, 2003) .

Ladeira. Inclinação de terreno.

Lagamar. Espécie de golfo ou baía, formando um recanto abrigado na margem de um rio ou de uma enseada. Lagoa de água salgadas, próximas ao mar. Em Minas Gerais este termo é usado para inundações pluviais das margens de um rio. Na Bahia, denomina ilha aluvial na qual se fa-zem plantações (região do rio São Francisco) (Glossário Libreria, 2003).

Lago. (1) Porção de água cercada de terras. Tanque de jardim. (2) Porção de águas estagnadas ou pantanosas. Charco, pântano, pau. (3) Um dos hábitats lênticos (de águas quietas). Nos la-gos, as zonas limnéticas e profundas são relativamente grandes, em comparação com a zona litoral (ODUM, 1972). (4) Massa de águas paradas, que fazem parte dos ecossistemas lênticos, que pode ter origens diversas. Os lagos variam em tamanho, extensão e profundidade e são mui-to sensíveis às agressões ambientais, uma vez que suas águas são renovadas muito lentamente; é o caso da eutrofização. A Limnologia estuda o comportamento dos lagos.

Lago eutrófico. Lago ou represamento contendo água rica em nutrientes, surgindo como conse-qüência desse fato um crescimento excessivo de algas (ACIESP, 1980).

Lago oligotrófico. Lago ou represamento pobre em nutrientes, caracterizado por baixa quanti-dade de algas planctônicas (ACIESP, 1980).

Lago tectônico. Resultante de ações internas, por deslocamento das camadas da crosta terres-tre.

Lagoa. Um dos hábitats lênticos (águas quietas), são extensões pequenas de água em que a zona litoral é relativamente grande e as regiões limnética e profunda são pequenas ou ausentes (ODUM, 1972).

Lagoa aerada. Lagoa de tratamento de água residuária, artificial ou natural, em que a aeração mecânica ou por ar difuso é usada para suprir a maior parte do oxigênio necessário (ABNT, 1973).

Lagoa aeróbia. Lagoa de oxidação em que o processo biológico de tratamento é predominante-mente aeróbio. Estas lagoas têm sua atividade baseada na simbiose entre algas e bactérias. Es-tas decompõem a matéria orgânica produzindo gás carbônico, nitratos e fosfatos que nutrem as algas, que pela ação da luz solar transformam o gás carbônico em hidratos de carbono, libertando oxigênio que é utilizado de novo pelas bactérias e assim por diante (CARVALHO, 1981).

Lagoa anaeróbia. Lagoa de oxidação em que o processo biológico é predominantemente anae-róbio. Nestas lagoas, a estabilização não conta com o curso do oxigênio dissolvido, de maneira que os organismos existentes têm de remover o oxigênio dos compostos das águas residuárias, a fim de retirar a energia para sobreviverem. É um processo que a rigor não se pode distinguir da-quele que tem lugar nos tanques sépticos (CARVALHO, 1981).

Lagoa de estabilização. (1) Lagoa artificial, para onde é canalizado o esgoto após passar por um pré-tratamento que retira a areia e a matéria sólida não degradável (plásticos, madeira, bor-racha, etc.). No interior das lagoas, o esgoto passa por uma série de etapas de depuração - com tempo de retenção ou permanência calculada - que simulam o processo que ocorreria natural-mente num rio. (2) Lagoa contendo água residuária bruta ou tratada em que ocorre estabilização anaeróbia e/ou aeróbia. (3) Processo de tratamento de efluentes domésticos ou industriais, reali-zado em duas etapas: decomposição dos dejetos por processos aeróbicos, no fundo da lagoa; estrutura que retém a água servida para sedimentação, decomposição de matéria orgânica ou redução do nível de odor; um dos processos mais baratos para tratar o esgoto convencional, com alguns inconvenientes, porque exige grandes áreas e é demorado.

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Lagoa de maturação. Lagoa usada como refinamento do tratamento prévio efetuado em lagoas ou outro processo biológico, reduzindo bactérias, sólidos em suspensão, nutrientes, porém uma parcela negligenciável de DBO (ABNT, 1973).

Lagoa de oxidação. (1) Um lago artificial no qual dejetos orgânicos são reduzidos pela ação das bactérias. Às vezes, introduz-se oxigênio na lagoa para acelerar o processo (The World Bank, 1978). (2) Lagoa contendo água residuária bruta ou tratada em que ocorre estabilização anaeró-bia e/ou aeróbia (CARVALHO, 1981). (3) Estrutura para tratamento de esgoto pela oxidação lenta dos efluentes por ação bacteriana.

Lago residual. Resultante da evaporação de antigos mares.

Lagoa de retenção. Estrutura para separar da água servida os elementos sólidos, para evitar o comprometimento do corpo d'água onde será lançada.

Laguna. (1) Bacia litoral de águas quietas, separada do mar apenas por uma restinga de areia e com o qual mantém comunicação intermitente. (2) São ecossistemas formados em depressões, abaixo do nível do mar, e dele separados por cordões litorâneos. Esses cordões podem isolá-lo totalmente do oceano, formando lagunas fechadas ou semi-fechadas, ou simplesmente permane-cem em contato permanente com o mar, através de canais ( AZEVEDO apud CEUFF, 1984). (2) Depressão contendo água salobra ou salgada, localizada na borda litorânea. A separação das á-guas da laguna das do mar pode se fazer por um obstáculo mais ou menos efetivo, mas não é rara a experiência de canais, pondo em comunicação as duas águas. Na maioria das vezes, se usa erradamente o termo lagoa, ao invés de laguna (GUERRA, 1978).

Lâmina. Camadas sedimentares, de espessura em geral inferior a 1 cm.

Lâmina delgada. Fragmento de rocha ou mineral reduzido a uma lâmina de cerca de 0,02 - 0,03 mm de espessura, tornando-se assim transparente, permitindo a observação microscópica.

Lamprófiro. Rocha intrusiva, melano ou mesocrática, ocorrendo sob forma de dique. Certos tipos são freqüentemente associadas a granito.

Landsat. Programa americano de imageamento da superfície terrestre através de satélites, inici-ado pela NASA nos anos 70, designando os satélites do programa (Landsat 4, Landsat 5, ...) e as imagens por eles enviadas.

Lapa. Camada de rocha subjacente a um determinado estrato.

Lastro. Camada de pedra britada, ou de outro material semelhante, colocada sob os dormentes de uma via férrea para suportar e distribuir à plataforma (ao chão) os esforços por eles transmi-tidos.

Lastro limpo. Água de Lastro contida em um tanque que, desde que transportou óleo pela últi-ma vez, foi submetido a limpeza em nível tal que, se esse lastro fosse descarregado pelo navio parado em águas limpas e tranqüilas, em dia claro, não produziria traços visíveis de óleo na su-perfície da água ou no litoral adjacente, nem produziria borra ou emulsão sob a superfície da á-gua ou sobre o litoral adjacente (Lei 9966/00).

Laterita. Nome dado aos solos vermelhos das zonas úmidas e quentes.

Laterização. Processo de intemperismo próprio de climas quentes e úmidos que culmina na for-mação de laterito. Na laterização, a sílica e os catiônios são lixiviados com conseqüente concen-tração de sesquióxidos de Fe e Al, os aniônios sendo fixados pelo clóide mineral. Os solos origina-dos por este processo são chamados lateríticos. Quando a laterização é quase total, o solo se chama laterito. Após desidratação, originam-se crostas, cangas e concreções limoníticas (ricas em Fe2O3) e bauxitos (ricos em Al2O3).

Latifoliada. Vegetação com abundância de espécies dotadas de folhas largas (Resolução CONA-MA 012/94).

Latitude. (1) Ângulo medido entre o plano do Equador e a normal a um ponto qualquer sobre a superfície elipsoidal de referência, variando de 0° a 90°, com o sinal positivo no Hemisfério Norte e negativo no Hemisfério Sul. (2) É adistância medida em graus da sede do município em relação do Equador (IPARDES).

Latossolo. Tipo de solo de cor avermelhada, predominante do clima quente úmido de grande espessura, de bastante porosidade, pobres em nutrientes e minerais. É encontrado em florestas e cerrados.

Lava. (1) Magma afluente à superfície sob forma líquida. Sua solidificação origina rochas efusivas ou vulcânicas, de estrutura porosa, vítrea e textura porfirítica. Distinguem-se, quanto à forma, dois tipos principais de lavas: lava em bloco e cordada. As lavas de composição ácida possuem

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grande viscosidade; as de composição básica são mais fluidas. (2) Matéria em fusão que sai dos vulcões e que se solidifica pelo resfriamento. As lavas representam rocha em fusão e formam gigantescas torrentes que cobrem grandes superfíci3es. A lava solidifica-se rapidamente ao con-tato do ar e as escorias da superfície tomam uma estrutura deformada como nos cheires do Au-vergne. Foram as lavas basálticas que, em contato com a água no momento da sua emissão de-ram origem às colunas naturais de Bort, de Antrim (Glossário Libreia, 2003).

Lavoura permanente. Compreende a área plantada ou em preparo para o plantio de culturas de longa duração, tais como: café, laranja, cacau, banana e uva, que, após a colheita, não necessi-tam de novo plantio, produzindo por vários anos sucessivos (IPARDES).

Lavoura temporária. Abrangem as áreas plantadas ou em preparo para o plantio de culturas de curta duração (inferior a um ano) e que necessitam geralmente, de novo plantio após cada co-lheita, tais como: arroz, algodão, milho, trigo, flores e hortaliças (IPARDES).

Legislação ambiental. Conjunto de regulamentos jurídicos especificamente dirigidos às ativida-des que afetam a qualidade do meio ambiente (SHANE apud Interim Mekong Committee, 1982).

Lei de biossegurança. Lei que estabelece normas de segurança e mecanismos de fiscalização no uso das técnicas de engenharia genética na construção, cultivo, manipulação, transporte, co-mercialização, consumo, liberação e descarte de organismo geneticamente modificado, visando a proteger a vida e a saúde do homem, dos animais e das plantas, bem como o meio ambiente.

Leis locais. Todas as normas legais ditadas por organismos de governo cuja jurisdição é menor que as de nível nacional, tais como normas municipais, distritais e costumárias.

Leito Fluvial. Parte mais baixa do vale de um rio, modelada pelo escoamento da água, ao longo da qual se deslocam em períodos normais, a água e os sedimentos (DNAEE, 1976).

Leito maior sazonal. Calha alargada ou maior de um rio, ocupada nos períodos anuais de cheia (Resolução Conama 004/85, art. 2º, alínea c).

Lençol freático. (1) Depósito subterrâneo de água situado a pouca profundidade. (2) Lençol de água subterrânea de onde se extrai boa parte da água para consumo humano. Também conheci-do como lençol aqüífero. (3) Águas subterrâneas, próximas ou não à superfície da Terra. (4) Len-çol de água subterrâneo que se encontra em profundidade relativamente pequena. Pode ser con-siderado como a parte ou camada superior das águas subterrâneas.

Lenha. Madeira destinada a combustível (Instrução Normativa IBDF 1/80).

Lenhoso. Que tem a natureza, o aspecto e a consistência do lenho ou madeira.

Lenticelas. Um dos poros corticiais nos caules de plantas lenhosas pelos quais o ar penetra nos tecidos subjacentes.

Lêntico. Ambiente aquático em que a massa de água é parada, como em lagos ou tanques. De-signa também os seres vivos de águas paradas.

Liana. (1) Cipó que cresce em sentido crescente (para cima). (2) Trepadeira lenhosa, geralmente de grande tamanho, semelhante a um cipó.

Licença ambiental. (1) Autorização dada pelo poder público para uso de um recurso natural. (2) Procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente licencia a localização, insta-lação, ampliação e a operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambien-tais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental, observadas as diposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso para impedir ou mitigar os possíveis danos dela advindos. (3) Ato administrativo pelo qual o órgão ambiental competente, estabelece as condições, restrições e medidas de controle ambiental que deverão ser obedecidas pelo empreendedor, pessoa física ou jurídica, para localizar, instalar, ampliar e operar empreendimentos ou atividades utilizadoras dos recursos ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou aquelas que, sob qual-quer forma, possam causar degradação ambiental (Resolução CONAMA 237/97). (4) Estabelece as condições, restrições e medidas de controle ambiental que deverão ser obedecidas pelo em-preendedor, pessoa física ou jurídica, para localizar, instalar, ampliar e operar empreendimentos ou atividades utilizadoras dos recursos ambientais considerados efetiva ou potencialmente polui-doras ou aquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação e/ou modificação ambien-tal; o processo de licenciamento está dividido em três etapas: licença prévia, de instalação e de operação.

Licença de Instalação (LI). Autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de acordo com as especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as me-didas de controle ambiental e demais condicionantes da qual constituem motivo determinante.

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Licença de Operação (LO). Autoriza a operação da atividade ou empreendimento após a verifi-cação do efetivo cumprimento do que consta das licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e condicionantes determinados para a operação.

Licença Prévia (LP). Concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento ou ati-vidade aprovando sua localização e concepção, atestando a viabilidade ambiental e estabelecido os requisitos básicos e condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de sua implementa-ção.

Licenciamento ambiental. (1) Procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental com-petente licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de empreendimentos e ativida-des utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental, considerando as diposi-ções legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso (Resolução CONAMA 237/97). (2) Procedimento administrativo que licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais consideradas efe-tiva ou potencialmente poluidoras ou aquelas que, sob qualquer forma, possam causar degrada-ção e/ou modificação ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares e as nor-mas técnicas aplicáveis ao caso; no Paraná, o licenciamento é feito pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP). (3) Instrumento de política e gestão ambiental de caráter preventivo. Conjunto de leis, normas técnicas e procedimentos administrativos que consustanciam, na forma de licenças, as obrigações e responsabilidades do Poder Público e dos empresários, com vistas à autorização para implantar, ampliar ou inciar a operação de qualquer empreendimento potencial ou efetiva-mente capaz de causar alterações no meio ambiente, promovendo sua implantação de acordo com os princípios do desenvolvimento sustentável (FEEMA, 1997).

Lignina. Substância que se deposita nas paredes das células vegetais conferindo a estas notável rigidez.

Limite de tolerância. Variação máxima ou mínima de fatores ambientais que um organismo pode tolerar.

Limo. (1) Matéria desagregável, carregada por correntes fluviais ou marinhas e depositada no leito e nas margens dos rios e do mar. Em geral, o limo atua como fertilizante natural do solo. (2) Vegetação verde, microscópica, que atapeta, manchando de verde, as pedras, as paredes e os troncos. Ocorre onde há umidade.

Limnologia. (1) Termo criado em 1892 pelo suíço F. A. Forel, para designar a aplicação dos mé-todos de oceanografia ou da oceanologia às águas estagnadas continentais (lagos). À limnologia interessam, portanto, todos esses fatores da vida nas águas estagnadas. Entretanto, o I Congres-so Internacional de Limnologia, realizado em Kiel, em 1922, propôs designar sob o termo limno-logia a ciência da água doce, aplicando-se ela ao conjunto de águas continentais ou interiores, separadas do mundo oceânico (LEMAIRE & LEMAIRE, 1975). (2) Estudo dos corpos d'água doce, abrangendo o conjunto de águas continentais ou interiores separadas do mundo oceânico, nos aspectos físicos, químicos, biológicos e meteorológicos. (3) A Limnologia é uma ciência de grande alcance social uma vez que fornece inúmeros subsídios para a conservação, o manejo e a recupe-ração dos ecossistemas aquáticos continentais. Desde o início da ciência Limnologia, os estudos ecológicos com de comunidades de macroinvertebrados bentônicos tiveram um papel importante na classificação do estado trófico de lagos e rios (Glossário Libreria, 2003). (4) Estudo dos aspec-tos físicos, quimicos e biológicos das águas interiores. Refere-se ordinariamente a lagos, tanques e reservatórios (do grego límne, água estagnada; tanque, piscina, lago, braço de mar). A Limno-logia se ocupa ordinariamente de águas doces continentais ou interiores.

Lineação. Arranjo linear, microscópico ou macroscópico, de elementos de rochas, por exemplo, orientação de minerais, de estrias nas rochas.

Linha. Série de graus de parentesco entre indivíduos. Ascendência e descendência de um indiví-duo.

Linha de base. Termo relacionado a estudos sobre seqüestro de carbono, para designar o estado atual de áreas que estão sendo manejadas; ponto de partida para desenhar cenários futuros so-bre o potencial dessas áreas de absorver e emitir carbono.

Linha de cumeada. (1) Interseção dos planos das vertentes, definindo uma linha simples ou ramificada, determinada pelos pontos mais altos a partir dos quais divergem os declives das ver-tentes, também conhecida como crista, linha de crista ou cumeada (Resolução CONAMA 004/85). (2) Linha que une os pontos mais altos de uma sequência de morros ou de montanhas, constitu-indo-se no divisor de águas (Resolução CONAMA 303/2002, art. 2°, VII).

Linha de falha. Interseção de um plano de falha com a superfície terrestre.

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Linhagem endógama. Linhagem produzida por endogamia continuada. Em melhoramento gené-tico de plantas, trata-se de uma linhagem quase totalmente homozigótica advinda de autofecun-dações continuadas, acompanhada por seleção.

Linhagem preliminar. Linhagem desenvolvida em instituições especializadas em recursos gené-ticos, na qual, em uma primeira fase, foi introduzida uma ou mais características genéticas dese-jáveis e necessárias para o início de um programa de melhoramento genético.

Linhagem pura. Linhagem homozigótica em todos os locos, obtida, geralmente, por autofecun-dações sucessivas.

Linhagens. (1) Grupo de indivíduos que possuem uma ascendência comum. (2) Materiais gené-ticos homogêneos, obtidos por algum processo autogâmico continuado (Lei 9.456/97).

Linhagens isogênicas. Duas ou mais linhagens que diferem geneticamente entre si em um só local.

Líquens. Associação permanente entre uma alga e um fungo, comumente encontrada nos tron-cos das árvores e sobre rochas. Portanto, são organismos mistos, simbióticos (Resolução CONA-MA 012/94).

Lista de Patrimônio Mundial em Perigo. Lista elaborada pelo Centro de Patrimônio Mundial da Unesco (WHC) que inclui monumentos naturais ou construídos que estão sob risco; em 1999, o Parque Nacional do Iguaçu foi inscrito na Lista dos P - Patrimônios Mundiais em Perigo, em função da reabertura da Estrada do Colono, que divide a área e provoca graves problemas ambientais.

Listagem de controle. Tipo básico de método de avaliação de impacto ambiental (AIA) caracte-rizado por uma lista de todos os parâmetros e fatores ambientais que possam ser afetados por uma proposta. Não se ocupa das reações causa-efeito (FEEMA, 1997).

Litólico. Rochoso; solo onde aflora grande número de matacões de dimensões variadas.

Litoral. (1) Faixa de terra emersa, banhada pelo mar (GUERRA, 1976). (2) É toda a região que se situa entre a plataforma continental e as áreas sob a influência da maré mais alta (mangues, bancos de espartina, praias, costões, estuários etc.). A faixa litorânea é, portanto, sujeita a dife-rentes medidas e amplitudes, sendo sua ocupação objeto de critérios e normas específicas. Em termos gerais, é a região costeira, beira-mar (ACIESP, 1980). (3) Extensão no fundo do mar ou lago até a profundidade alcançada pela ação da luz e das ondas. No mar, é a zona geralmente entre o nível da maré alta e os duzentos metros, aproximadamente, o limite da plataforma conti-nental. Nos lagos, alcança próximo de uma profundidade de dez metros (CARVALHO, 1981).

Litosfera. Crosta da Terra; parte da viosfera que consiste na camada superior de rochas que interagem com a hidrosfera e a atmosfera.

Livro Vermelho. Designação dada às listas de espécies ameaçadas de extinção.

Lixão. (1) Local onde o lixo é simplesmente despejado no solo, sem qualquer tratamento, cau-sando poluição do solo, do ar e da água. (2) Área em que está localizado um depósito de lixo sem qualquer cuidado com o meio ambiente e com a saúde pública. (3) Forma inadequada de disposi-ção final de resíduos sólidos, que consiste na descarga do material no solo sem qualquer técnica ou medida de controle. Este acúmulo de lixo traz problemas como a proliferação de vetores de doenças (ratos, baratas, moscas, mosquitos, etc.), a geração de odores desagradáveis e a con-taminação do solo e das águas superficiais e subterrâneas pelo chorume. Além disso, a falta de controle possibilita o despejo indiscriminado de resíduos perigosos, favorecendo a atividade de catação e a presença de animais domésticos que se alimentam dos restos ali dispostos.

Lixívia. Solução ou suspensão de materiais residuais de um processo industrial; por exemplo: lixívia negra ou licor negro é o resíduo que resulta do cozimento e da lavagem da celulose na in-dústria de papel.

Lixiviação. (1) Processo físico de lavagem das rochas e solos pelas águas das fortes chuvas (en-xurradas) decompondo as rochas e carregando os sedimentos para outras áreas, extraindo, dessa forma, nutrientes e tornando o solo mais pobre. (2) Processo que sofrem as rochas e solos, ao serem lavados pelas águas das chuvas. Nas abundantes regiões equatoriais, e nas áreas de clima úmido, com abundantes precipitações sazonais, verificam-se, com maior facilidade, os efeitos da lixiviação. (3) Lavagem do solo pela chuva, que provoca carreamento de minerais solúveis, como fósforo, cálcio, nitrogênio, etc. (4) Remoção pela água percolante de materiais presentes no solo. Nem sempre se verifica penetração dos micronutrientes nas camadas imediatas do solo, porquan-to a lixiviação é processo superficial. A lixiviação ocorre particularmente em solos despidos de cobertura vegetal, por ação das águas pluviais e fluviais. É considerada como fator empobrecedor do solo.

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Lixo. (1) Resíduos sólidos produzidos e descartados, individual ou coletivamente, pela ação hu-mana, animal ou por fenômenos naturais, nocivos à saúde, ao meio ambiente e ao bem-estar da população. (2) Todo tipo de sobra de víveres e resíduos resultantes da faxinas e trabalhos rotinei-ros nos navios, portos organizados, instalações portuárias, plataformas e suas instalações de a-poio (Lei 9966/00).

Lixo atômico. (1) Nome que se dá aos resíduos industriais de origem radioativa ou química que oferecem riscos ao meio ambiente. Também é chamado de lixo tóxico. (2) Resíduos radioativos e químicos de difícil estocagem e/ou inativação que constituem um dos maiores problemas das so-ciedades industrializadas.

Lixo orgânico. Restos de vegetais, animais e outros materiais que podem ser usados como adu-bo quando decompostos.

Lixo radiativo. Refugo com presença de material radiativo (resíduo).

Lixo reciclável. Materiais como vidro, plástico, papel, etc., que podem ser reaproveitados para fabricação de novos produtos.

Lixo tóxico. Que contém materiais nocivos à saúde de seres vivos.

Local de interesse turístico - LIT. São trechos do território nacional, compreendidos ou não em áreas especiais, destinados por sua adequação ao desenvolvimento de atividades turísticas, e à realização de projetos específicos, e que compreendam: (a) bens não sujeitos a regime especí-fico de proteção; (b) os respectivos entornos de proteção e ambientação (Lei nº 6.513/77).

Loco. Local no cromossomo onde se localiza um determinado gene.

Lodge. Meios de hospedagem ambiental e ecológico que estejam localizados em áreas de selva ou de outras belezas naturais preservadas; que estejam integrados à paisagem local, sem qual-quer interferência ao meio; que situem-se em locais fora dos centros urbanos e que ofereçam a seus usuários instalações, equipamentos e serviços simplificados, próprios ou contratados, desti-nados ao transporte para o local, hospedagem, alimentação, e programas voltados à integração com o meio ambiente e o aproveitamento turístico (EMBRATUR).

Lodo. (1) Sólidos acumulados e separados dos líquidos durante um processo de tratamento, ou depositados no fundo dos rios ou outros corpos de água. (2) Sólidos acumulados e separados dos líquidos, de água ou água residuária durante um processo de tratamento ou depositados no fundo dos rios ou outros corpos d’água (ACIESP, 1980).

Lodo ativado. (1) Processo de tratamento de esgotos que utiliza equipamentos mecânicos para insuflar oxigênio na massa líquida e promover a formação de colônias de bactérias aeróbicas, com vistas ao aumento da eficiência do tratamento em áreas de pequena extensão. (2) Lodo que foi aerado e sujeito à ação de bactérias, usado para remover matéria orgânica do esgoto (The World Bank, 1978). (3) Floco de lodo produzido em água residuária bruta ou sedimentada, formado pelo crescimento de bactérias do tipo zoogléa e outros organismos, na presença de oxigênio dissolvi-do. O lodo é mantido em concentração suficiente pela circulação de flocos previamente formados (ABNT, 1973).

Lodo de esgoto. Material sólido separado dos líquidos e da água residuária durante o processo de tratamento dos esgotos.

Longitude. (1) Ângulo medido entre o plano do meridiano de referência, Greenwich, e o plano meridiano que passa por um ponto qualquer sobre uma superfície elipsoidal de referência, vari-ando de 0° a 180° no sentido positivo para Leste e negativo para Oeste do meridiano origem. (2) Consiste na distância medida em graus da sede do município em relação ao meridiano inicial de Greenwich (IPARDES).

Lopólito. Corpo magmático intrusivo de grandes dimensões, lenticular concordante, deprimido na parte central, freqüente nos fundos de geossinclinais.

Luz. Forma semelhante de energia radiante, como os raios ultravioleta, que não afeta a retina.

Luz ultravioleta (UV). Radiação que pode causar reações químicas nocivas; na natureza, os raios UV do SOl são bloqueadaos pela camada de ozônio na atmosfera, daí a importância de sua proteção.

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M Maar. Lago de cratera vulcânica, porém cratera rasa de um vulcão que só explodiu uma vez sem derramamento de lava (Glossário Libreria, 2003).

Macega. Erva daninha, infestante das searas. Campo natural, cujo capim, muito amadurecido, está grosso e fibroso. Macega-brava: erva graminácea (Erianthus saccharoides), também chama-da cana-brava. Macega-mansa: gramínea alta e rígida, com folhas cortantes (Andropogon spathi-florus); também chamada capim-taquarizinho.

Maciço. Bloco da crosta terrestre limitado por falhas ou flexões e soerguido como uma unidade, sem modificação interna.

Maciço Residual. Relevo serrano oriundo do trabalho de erosão diferencial em função da exis-tência de rochas mais resistentes.

Macroalgas. Espécies de algas visíveis a olho nu.

Macrobiótica. Dieta vegetariana que consiste principalmente de cereais integrais.

Macrofanerófitos. São plantas de alto porte, variando entre 30 a 50 m de altura, ocorrendo preferencialmente na Amazônia e no sul do Brasil.

Macronutrientes primários. Nitrogênio, fósforo e potássio, expressos nas formas de nitrogênio (N), pentóxido de fósforo (P2O5) e óxido de potássio (K2O) (Decreto 86.955/82).

Macronutrientes secundários. O cálcio, magnésio e enxofre, expressos nas formas de cálcio (Ca), magnésio (Mg) e enxofre (S) (Decreto 86.955/82).

Madeira de lei. Espécies de valor comercial, as quais são utilizadas principalmente em indústrias tais como serrarias, fábrica de móveis, compensados, laminados, etc. (Portaria Normativa IBDF 302/84).

Máfico. Mineral ferromagnesiano das rochas ígneas. Por exemplo: mica, piroxênio e anfibólio. Os minerais máficos são de cor escura.

Magma. Material em estado de fusão que, quando consolidado, dá origem a rochas ígneas. Subs-tâncias pouco voláteis constituem a maior parte do magma e têm ponto de fusão e tensão de vapor elevados: SiO2, Al2O3, etc. As leis ordinárias da termodinâmica regem a segregação dos minerais constituintes da rocha sólida.

Magmática. Rocha proveniente da consolidação do magma. Seus minerais formam-se segundo as leis da cristalização de soluções mistas. Caracteriza-se, assim, pela cristalização dos seus componentes mineralógicos em ordem sucessiva - excluindo os termos vítreos. De acordo com o local da consolidação do magma, as rochas podem ser classificadas em plutônicas (consolidação em profundidade), vulcânica (consolidação em superfície) e hipoabissal (intermediária).

Magnetismo terrestre. Campo magnético da Terra, funcionando como um grande e homogêneo ímã. A intensidade total é dividida em dois componentes: intensidade vertical e intensidade hori-zontal. O magnetismo terrestre pode induzir campos secundários nas diferentes rochas, depen-dendo principalmente da susceptibilidade magnética de certos minerais (magnetita).

Magrém. Denominação dada pelo sertanejo nordestino à estação seca, estio prolongado, quando o gado emagrece (Glossário Libreria, 2003).

Malation. Inseticida organofosforado, solúvel na água até uma concentração de 145 mg/l a 25º C. Sua toxicidade, quando comparada ao Paration, é 100 vezes inferior para os mamíferos e de 2 a 4 vezes inferior para os insetos.

Mamelão. Cume de forma arredondada (Glossário Libreria, 2003).

Mameluco. Descendente (filho) de índio com branco.

Mamífero. Classe do subfilo dos vertebrados cujos representantes têm glândulas mamárias e pêlos corporais.

Manancial. (1) Qualquer corpo d’água, superficial ou subterrâneo, utilizado para abastecimento humano, animal ou irrigação. Conceitua-se a fonte de abastecimento de água que pode ser, por exemplo, um rio, um lago, uma nascente ou poço, proveniente do lençol freático ou do lençol profundo (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental). (2) Qualquer extensão d’água, superficial ou subterrânea, utilizada para abastecimento humano, industrial, animal ou irrigação. (3) É todo corpo d'água utilizado para o abastecimento público de água para consumo humano.

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Nesta acepção, o termo é usado em saneamento e em Engenharia Ambiental. Pela etimologia, manancial refere-se a fontes e nascentes. Compreende também as cabeceiras de cursos.

Manancial subterrâneo. Corpo de água que se encontra abaixo da superfície, podendo compre-ender lençóis freáticos e confinados, sendo sua captação feita através de poços e galerias de infil-tração ou pelo aproveitamento de nascentes.

Manancial superficial. Corpo de água que se encontra totalmente sobre a superfície terrestre, compreendendo cursos de água, lagos e reservatórios artificiais.

Manejo. (1) É o ato de intervir ou não no meio natural com base em conhecimentos científicos e técnicos, com o propósito de promover e garantir a conservação da natureza. Medidas de prote-ção aos recursos, sem atos de interferência direta nestes, também fazem parte do manejo (AR-RUDA et alii, 2001). (2) Aplicação de programas de utilização dos ecossistemas, naturais ou arti-ficiais, baseada em princípios ecológicos, de modo que mantenha da melhor forma possível as comunidades vegetais e/ou animais como fontes úteis de produtos biológicos para os humanos e também como fontes de conhecimento científico e de lazer. (3) Todo e qualquer procedimento que vise assegurar a conservação da diversidade biológica e dos ecossistemas (Lei n.º 9.985/2000, art. 2.º, VIII). (4) Programa de utilização dos ecossistemas, naturais ou artificiais, baseado em teorias ecológicas que contemplem a manutenção da biodiversidade e o aumento da produção de insumos necessários à vida na região (produção agrícola, energética, pecuária), a-lém de propiciar o conhecimento científico e atividades de lazer. O planejamento, a manipulação, o consumo e o controle de um determinado recurso (Glossário Ibama, 2003).

Manejo ambiental. (1) Conjunto de atividades e práticas que, harmonicamente executadas, permitem o desenvolvimento sócio-econômico e a conservação ambiental. (2) Programa de utili-zação dos ecossistemas, naturais ou artificiais, baseado em teorias ecológicas que contemplam a manutenção da biodiversidade e o aumento da produção de insumos necessários à vida na região (produção agrícola, energética, pecuária), além de propiciarem o conhecimento científico e ativi-dades de lazer.

Manejo de áreas silvestres. Estratégia de intervenção em determinados sistemas, contemplan-do o desenvolvimento integral dos recursos existentes na área, proporcionando os produtos e serviços de acordo com as necessidades econômicas, sociais e culturais do povo, com o mínimo de alterações no ecossistema, garantindo-se a produtividade biológica original.

Manejo de unidades de conservação. É o conjunto de ações e atividades necessárias ao al-cance dos objetivos de conservação de áreas protegidas, incluindo as atividades fins, tais como proteção, recreação, educação, pesquisa e manejo dos recursos, bem como as atividades de ad-ministração ou gerenciamento. O termo gestão de uma unidade de conservação pode ser consi-derado sinônimo de manejo da mesma (ARRUDA et alii, 2001).

Manejo de recursos ambientais. É o ato de intervir, ou não, no meio natural com base em conhecimentos científicos e técnicos, com o propósito de promover e garantir a conservação da natureza. Medidas de proteção aos recursos, sem atos de interferência direta nestes, também fazem parte do manejo (ARRUDA et alii, 2001).

Manejo do solo. Soma total de todas as operações de cultivo, práticas culturais, fertilização, correção e outros tratamentos, conduzidos ou aplicados a um solo, que visam à produção de plantas.

Manejo florestal. (1) Administração da unidade de manejo florestal para obtenção de produtos, serviços e benefícios econômicos e sociais, respeitando-se os mecanismos para sua sustentação ambiental. (2) Prática pela qual o homem interfere em formações florestais com o objetivo de promover mais rapidamente sua regeneração ou de atingir de maneira mais eficiente a produção de bens florestais do seu interesse. (3) Aplicação de métodos econômicos e princípios técnicos da dasonomia (ciência e prática de toda constituição e manejo da floresta e da utilização de seus produtos) na operação de uma empresa florestal. No campo prático abrange as atividades de or-denar (planejar) e controlar a empresa florestal pela gerência. No campo científico o manejo flo-restal elabora técnicas e métodos de planejamento e controle da empresa florestal. (4) Conjunto de atividades de planejamento e controle da produção de uma floresta ou povoamento (Portaria Normativa IBDF 302/84).

Manejo florestal sustentável de uso múltiplo. Administração da floresta para a obtenção de benefícios econômicos, sociais e ambientais, respeitando-se os mecanismos de sustentação do ecossistema objeto do manejo, e considerando-se, cumulativa ou alternativamente, a utilização de múltiplas espécies madeireiras, de múltiplos produtos e subprodutos não madeireiros, bem como a utilização de outros bens e serviços de natureza florestal (Dec. 2.788, de 28.09.1998).

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Manejo integrado de pragas. Sistema integrado para controlar pragas na agricultura, que in-clui rotação de lavouras e controle biológico com predadores naturais.

Manejo integrado de solos. Sistema de uso do solo, dentro de sua vocação ambiental, inte-grando as atividades agrossilvipastoris, de forma a promover sua conservação.

Manejo sustentado. Sistema de exploração que respeita a capacidade de reposição dos recur-sos ambientais.

Mangue. (1) Vegetação típica de zona costeiro-estuarina, adaptada à água salobra e ao movi-mento das marés; é o berçário onde se desenvolve grande parte das espécies marinhas; depen-dem do mangue 80% a 90% das espécies comerciais de pescado. (2) Terreno plano, baixo, junto à costa e sujeito a inundação pela marés e extremamente importante na manutenção e reprodu-ção principalmente de espécies aquáticas.

Manguezal. (1) Sistema ecológico costeiro tropical, dominado por espécies vegetais típicas (mangues), às quais se associam outros organismos vegetais e animais. Os mangues são periodi-camente inundados pelas marés e constituem um dos ecossistemas mais produtivos do planeta. (2) São ecossistemas litorâneos, que ocorrem em terrenos baixos sujeitos à ação da maré, e lo-calizados em áreas relativamente abrigadas, como baías, estuários e lagunas. São normalmente constituídos de vasas lodosas recentes, às quais se associa tipo particular de flora e fauna (FEE-MA, proposta de Decreto de regulamentação da Lei n° 690/84). (3) É o conjunto de comunidades vegetais que se estendem pelo litoral tropical, situadas em reentrâncias da costa, próximas à de-sembocadura de cursos d’água e sempre sujeitas à influência das marés (Del. CECA n° 063, de 28.02.80). (4) Vegetação halófita tropical de mata (ou, raramente, escrube) de algumas poucas espécies especializadas que crescem na vasa marítima da costa ou no estuário dos rios (às vezes chamado mangue, mas esta palavra propriamente pertence às plantas e não à comunidade) (A-CIESP, 1980). (5) Terreno baixo, junto à costa marítima, sujeito a inundação da maré, na quase totalidade constituído de vasas ou lamas de depósitos recentes. Os mangues constituem impor-tantes bases da cadeia alimentar. (6) Ecossistema situado em áreas costeiras tropicais, como estuários e lagunas, regularmente inundado por água salobra (ARRUDA et alii, 2001). (7) Vegeta-ção com influência flúvio-marinha, típica de solos limosos de regiões estuarinas e dispersão des-contínua ao longo da costa brasileira, entre os Estados do Amapá e Santa Catarina. Nesse ambi-ente halófito, desenvolveu-se uma flora especializada, ora dominada por gramíneas (Spartina) e amarilidáceas (Crinum), que lhe confere uma fisionomia herbácea, ora dominada por espécies arbóreas dos gêneros Rhizophora, Laguncularia e Avicenia. De acordo com dominância de cada gênero, o manguezal pode ser classificado em mangue vermelho (Rhizophora), mangue branco (Laguncularia) e mangue siriúba (Avicenia) os dois primeiros colonizando os locais mais baixos e o terceiro os locais mais altos e afastados da influência das marés. Quando o mangue penetra em locais arenosos denomina-se mangue seco (Resolução CONAMA 010/93).

Mapa. (1) Representação plana e reduzida de um setor da superfície terrestre. Carta geográfica ou celeste. Lista, catálogo, relação, quadro sinóptico. Mapa corográfico: o que representa apenas determinado país ou região. (2) Representação geralmente em uma superfície plana, de feições naturais ou artificiais existentes na superfície de um corpo, em uma escala estabelecida de ante-mão.

Mapa genético. (1) Representação da distância genética que separa locos com genes não alelos em uma estrutura de ligação. (2) Idiograma representando a posição relativa dos genes ao longo dos cromossomos. Nestes mapas, as distâncias entre dois genes correspondem à freqüência de recombinação entre eles.

Mapa-múndi. Mapa que representa o globo terrestre dividido em dois hemisférios. A execução do mapa-múndi consiste em figurar numa superfície plana as singularidades da superfície terres-tre, que é esférica. Os primeiros mapas-múndi eram imperfeitos e os seus traçados cheios de deformações. Os mais conhecidos são o mapa-múndi do Comentário do Apocalipse (séc. X), o mapa-múndi de Hereford (séc. X), o de Fra Mauro (séc. XIV). A partir do século XVI adotaram-se projeções de construção matemática, que obedeciam a pontos de vista diferentes e a que corres-pondem diversas vantagens: projeção de Mercator, projeção estereográfica (Glossário Libreria, 2003).

Mar. (1) Grande massa e extensão de água salgada que cobre a maior parte da superfície do globo terrestre e que constitui um dos bens do domínio de cada nação, dentro dos limites do ter-ritório flutuante. (2) Grande volume de água salgada que cobre perto de 75% da superfície ter-restre.

Maré. (1) Elevação e abaixamento periódico das águas nos oceanos e grandes lagos, resultantes da ação gravitacional da lua e do sol sobre a terra a girar (DNAEE, 1976). (2) É o fluxo e refluxo periódico das águas do mar que, duas vezes por dia, sobem (preamar) e descem (baixamar) al-

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ternativamente (GUERRA, 1978). (3) Movimento oscilatório periódico das águas do mar, pelo qual elas se elevam ou se abaixam em relação a uma referência fixa no solo. É produzido pela ação conjunta da Lua e do Sol e, em muito menor escala, dos planetas. Ocorre também em lagos, em-bora imperceptível.

Maré negra. Termo usado pelos ecologistas para designar as grandes manchas de óleo proveni-entes de desastres com terminais de óleo e navios petroleiros, e que, por vezes, poluem grandes extensões da superfície dos oceanos (CARVALHO, 1981).

Mar territorial brasileiro. Faixa de doze milhas marítimas de largura, medidas a partir da linha de baixa-mar do litoral continental e insular brasileiro, tal como indicada nas cartas náuticas de grande escala, reconhecidas oficialmente no Brasil (Lei 8.617/93).

Maré vermelha. É uma floração. É uma antibiose ou um amensalismo onde o fator biológico de base é a seleção biológica, resultante da dominância de uma só espécie. A floração surge quando os organismos responsáveis estão no próprio plâncton, como acontece com os dinoflagelados, que impedem a fotossíntese das diatomáceas, sobrepondo-se a elas, além de destruí-las com suas toxinas (CARVALHO, 1981).

Maricultura. Cultivo de espécies em águas salobras ou salgadas.

Marnéis. São pré-concentrados de sal, podendo se constituir em valas de infiltração abertas pa-ralelamente a lagunas ou enseadas ou em braços de água barrados com diques. Ou valas de infil-tração, são braço de lagoa de pouca profundidade, barradas pelos salineiros com diques de terra, munidos de comportas para dar entrada às águas ou esgotá-las depois das chuvas.

Marpol 73/78. Convenção Internacional para a Prevenção da Poluição causada por Navios, con-cluída em Londres, em 02 de novembro de 1973, alterada pelo Protocolo de 1978, concluído em Londres, em 17 de fevereiro de 1978, e emendas posteriores, ratificadas pelo Brasil (Lei 9966/00).

Massa de ar. Uma porção da atmosfera que carrega consigo as características de temperatura e umidade das áreas onde ela se forma.

Massapé. Nome popular usado no norte do Brasil para solos pretos argilosos, calcíferos. Em São Paulo, designam-se assim os solos argilosos, provenientes da decomposição de xistos metamórfi-cos.

Matacão. Fragmento de rocha destacado de diâmetro superior a 25 cm, comumente arredonda-do. As origens são várias: por intemperismo, formando-se in situ os chamados matacões de esfo-liação; por atividade glacial (matacões glaciais); por trabalho e transporte fluvial; por ação das vagas no litoral.

Mata Atlântica. Formações florestais (Floresta Ombrófila Densa Atlântica, Floresta Ombrófila Mista, Floresta Ombrófila Aberta, Floresta Estacional Semi-decidual, Floresta Estacional Decidual) e ecossistemas associados inseridos no domínio Mata Atlântica (Manguezais, Restingas, Campos de Altitude, Brejos Interioranos e Encraves Florestais no Nordeste), com as respectivas delimita-ções estabelecidas pelo Mapa de Vegetação do Brasil, IBGE 1988 (Decreto 750/93).

Mata de galeria. Floresta que margeia um ou os dois lados de um curso d’água, em regiões on-de a vegetação característica não é florestal (cerrados, campo limpo, caatinga, etc.). O mesmo que Floresta de Galeria.

Matas ciliares. (1) Vegetação arbórea que se desenvolve ao longo das margens dos rios, benefi-ciando-se da umidade ali existente. (2) É a mata das margens dos rios, lagos, represas, córregos e nascentes, é a chamada faixa de preservação.

Mata natural regenerada. Vegetação que surge pela supressão de floresta autóctone, por cau-sas naturais ou por atividades antrópicas, e pode apresentar-se em diversos estágios de desen-volvimento; é vulgarmente chamada de carrascal, capoeirinha, capoeira, capoeirão, etc., confor-me o estágio em que se encontre.

Mata secundária. É a mata que já foi explorada pelo homem.

Mata virgem/nativa/primária. É a mata que nunca foi mexida pelo homem.

Matéria orgânica. (1) Composto natural de resíduos animais e vegetais que são passíveis ou sofreram decomposição. (2) Material constituinte dos animais ou vegetais. Portanto é passível de decomposição.

Matéria-prima. Substância destinada à obtenção direta do produto técnico por processo quími-co, físico e biológico (Decreto 98.816/90).

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Matéria-prima florestal. Substância florestal (advinda da floresta ou originária desta), bruta, principal e essencial com que é fabricado algum produto (Portaria Normativa IBDF 302/84).

Matéria-prima lenhosa. Madeira usada com o qual se obtém lenha para combustível, cavacos (chips) para transformação em polpa, etc. (Portaria Normativa IBDF 302/84).

Material genético. Significa todo material de origem vegetal, animal, microbiana ou outra que contenha unidades funcionais de hereditariedade (Convenção sobre diversidade biológica, art. 2°).

Material nuclear. (1) Elementos nucleares ou seus subprodutos (elementos transurânios), (U-233) em qualquer forma de associação (i.e. metal, liga ou combinação química) (Lei 4.118/62 modif. para Lei 6.189/74). (2) Combustível nuclear e os produtos ou rejeitos radioativos (Lei 6.453/77).

Matriz de interação. Método de avaliação de impacto ambiental que consiste na elaboração de matrizes que dispõem, em um dos eixos, os fatores ambientais e, no outro, as diversas ações realizadas para a implantação de um projeto. Nas quadrículas definidas pela intercessão das li-nhas e colunas, assinalam-se os prováveis impactos diretos de cada ação, sobre cada fator ambi-ental, identificando-se o conjunto de impactos diretos a serem gerados e destacando-se tanto os múltiplos efeitos de cada ação como a soma das ações que se combinam para afetar um determi-nado fator ambiental (FEEMA, 1997).

Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL). Também conhecido como CDM (Clean Deve-lopment Mechanism) foi incorporado ao Protocolo de Kyoto a partir de uma proposta brasileira. O MDL consiste no financiamento de projetos que possam gerar reduções certificadas de emissão, que serão creditadas ao país investidor que, por conseguinte, estaria cumprindo parte de suas obrigações mediante a concretização deste investimento.

Mediação. Processo pelo qual uma terceira pessoa (física ou jurídica) coordena, orienta, conduz ou regula a negociação de conflitos. É uma das maneiras de negociar a solução de problemas e conflitos de interesse quanto ao uso e a proteção dos recursos ambientais. Também é usada para promover a participação social e melhorar a eficácia do processo de avaliação de impacto ambi-ental, quando existem interesses antagônicos entre os grupos sociais afetados pelo projeto e seu proponente, com o objetivo de facilitar acordos e evitar ações judiciais (ARRUDA et alii, 2001).

Medidas compensatórias. Medidas tomadas pelos responsáveis pela execução de um projeto, destinadas a compensar impactos ambientais negativos, notadamente alguns custos sociais que não podem ser evitados ou uso de recursos ambientais não renováveis (ARRUDA et alii, 2001).

Medidas corretivas. Ações para a recuperação de impactos ambientais causados por qualquer empreendimento ou causa natural. Significam todas as medidas tomadas para proceder à remo-ção do poluente do meio ambiente, bem como restaurar o ambiente que sofreu degradação resul-tante destas medidas (ARRUDA et alii, 2001).

Medidas mitigadoras. São aquelas destinadas a prevenir impactos negativos ou reduzir sua magnitude. É preferível usar a expressão "medida mitigadora" em vez de "medida corretiva", uma vez que a maioria dos danos ao meio ambiente, quando não pode ser evitada, pode apenas ser mitigada ou compensada (ARRUDA et alii, 2001).

Medidas preventivas. Medidas destinadas a prevenir a degradação de um componente do meio ou de um sistema ambiental (ARRUDA et allii, 2001).

Meia vida. Tempo necessário para a atividade de uma substância radiativa decair para a metade, ou seja, para que metade dos átomos dessa substância se desintegrem; indica a persistência do produto no ambiente.

Meio ambiente. (1) Apresentam-se, para meio ambiente, definições acadêmicas e legais, algu-mas de escopo limitado, abrangendo apenas os comportamentos naturais, outras refletindo a concepção mais recente, que considera o meio ambiente um sistema no qual interagem fatores de ordem física, biológica e sócio-econômica. (2) O conjunto, em um dado momento, dos agentes físicos, químicos, biológicos e dos fatores sociais susceptíveis de terem um efeito direto ou indire-to, imediato ou o termo, sobre os seres vivos e as atividades humanas (POUTREL & WASSERMAN, 1977). (3) A soma das condições extremas e influência que afetam a vida, o desenvolvimento e, em última análise, a sobrevivência de um organismo (The World Bank, 1978). (4) O conjunto do sistema externo físico e biológico, no qual vivem o homem e os outros organismos (PNUMA apud SAHOP, 1978). (5) Meio-ambiente - o conjunto de condições, leis, influências e interações de or-dem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas (Lei 6.938 de 31.08.81 - Brasil). (6) Condições, influências ou forças que envolvem e influem ou mo-dificam: o complexo de fatores climáticos, edáficos e bióticos que atuam sobre um organismo

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vivo ou uma comunidade ecológica e acaba por determinar sua forma e sua sobrevivência; a a-gregação das condições sociais e culturais (costumes, leis, idiomas, religião e organização política e econômica) que influenciam a vida de um indivíduo ou de uma comunidade (FEEMA, 1997). (7) Conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas (Lei n.° 6.938, de 31 de agosto de 1981) (FEEMA, 1997). (8) Tudo aquilo que cerca ou envolve os seres vivos e as coisas, incluindo o meio social-cultural e sua relação com os modelos de desenvolvimento adotados pelo homem (Glosário Ibama, 2003).

Meio Estável. Área de estabilidade natural antiga em função do equilíbrio entre os fatores abióti-cos e bióticos das unidades geoambientais (geossistemas e geofácies) (Glossário Ibama, 2003).

Meio Instável. Área de equilíbrio ambiental muito frágil em face da vulnerabilidade à erosão (Glossário Ibama, 2003).

Meiose. Processo de divisão celular responsável pela formação dos gametas. Caracteriza-se por promover a redução do número de cromossomos da espécie pela metade.

Melhoramento genético. (1) Alterações provocadas na constituição genética de um organismo vivo, com o objetivo de se produzir uma variedade superior dentro da espécie. (2) Disciplina ocu-pada com o cruzamento de plantas através de autofertilização, fertilização cruzada ou hibridação e que tem como propósito a produção de progênies melhoradas. Os objetivos mais importantes em programas de melhoramento são o aumento do rendimento da cultura, a seleção para resis-tência a pragas e doenças, o encontro de tolerância a estresses ambientais e a busca de caracte-rísticas qualitativas (ex.: aumento do teor de amido em culturas tuberosas).

Meridianos. Círculos que cortam a esfera terrestre, passando por ambos os pólos.

Meristema. (1) Região do domo apical constituída de células meristemáticas. Meristemas são encontrados em regiões de crescimento, como a ponta de raiz, axila de folhas e primórdios cauli-nares. Quando cultivados in vitro, em condições ideais, apresentam a capacidade de se diferenci-arem e regenerarem o indivíduo semelhante àquele que lhe deu origem.. (2) Tecido caracterizado pela ativa divisão de seus elementos que produz as novas células necessárias ao crescimetno da planta.

Meristema apical. Meristema das extremidades em crescimetno dos caules, ramos e raízes.

Mesofanerófitos. São plantas de porte médio, variando entre 20 e 30 m de altura, ocorrendo preferencialmente nas áreas extra amazônicas.

Mesoclima. Estudo climático de pequenas áreas.

Mesófila. Vegetação adaptada a viver em ambiente com mediana disponibilidade de água no solo e na atmosfera (Resolução CONAMA 012/94).

Mesozóica. Era geológica intermediária entre a era Paleozóica, mais antiga, e a era Cenozóica, mais recente. Inclui três períodos geológicos, a saber: Triássico, Jurássico e Cretáceo.

Metabolismo. Conjunto de todos os processos físicos e químicos pelos quais os organismos vivos produzem as substâncias e a energia indispensáveis às suas atividades. Compreende elaboração de energia, destruição de matérias vivas para liberação de energia da constituição química da matéria viva.

Metáfase. Uma das fases da divisão celular quando os cromossomos ficam alinhados na posição equatorial da célula e preso às fibras do fuso.

Metais pesados. (1) Metais como o cobre, zinco, cádmio, níquel e chumbo que, se presentes na água ou no ar em elevadas concentrações, podem retardar ou inibir os processos biológicos ou se tornarem tóxicos aos organismos vivos. (2) Grupo de elementos minerais que agem como polu-entes de ecossistemas e que são geralmente muito tóxicos. Os metais pesados são o mercúrio, cádmio, chumbo, zinco, cromo, níquel, selênio, cobre, a platina e o arsênio. Eles se acumulam no organismo das plantas e animais e, através da cadeia alimentar, podem chegar ao homem. (3) Metais que podem ser precipitados por gás sulfídrico em solução ácida; por exemplo: chumbo, prata, ouro, mercúrio, bismuto, zinco e cobre (ABNT, 1973). (4) São metais recalcitrantes, como o cobre e o mercúrio - naturalmente não biodegradáveis - que fazem parte da composição de muitos pesticidas e se acumulam progressivamente na cadeia trófica (CARVALHO, 1981). (5) Me-tais, como o cobre, zinco, cádmio, níquel e chumbo, os quais são comumente utilizados na indús-tria e que podem, se presentes, em elevadas concentrações, retardar ou inibir o processo biológi-co aeróbio ou anaeróbio e ser tóxico aos organismos vivos.

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Metalímnio. (termoclina) A camada de água em um lago, situada entre o epilímnio e o hipolím-nio, em que a temperatura exibe a maior diferença na direção vertical. O mesmo que temoclina e camada de descontinuidade (ACIESP,1980).

Metamórfica. Um dos três grandes grupos de rochas. As rochas metamórficas originam-se de rochas magmáticas ou sedimentares por processos especiais de transformação. Devido a esses processos, formam-se minerais novos e texturas novas. Apresentam, freqüentemente, estruturas paralelas, que lembram a estratificação das rochas sedimentares. Tal estrutura (foliação) é devi-da à orientação dos minerais. Em certas rochas metamórficas, como as provenientes de meta-morfismo de contato, pode não ocorrer foliação. Metamórficas, nos planos de falhas, orientação de grãos e fósseis em sedimentos.

Metanol. Derivado do carvão e da madeira, é um combustível de alta performance e emite bai-xos níveis de poluentes tóxicos. Metanol é utilizado como combustível em veículos de corrida de-vido às suas características e aspectos de segurança.

Meteorito. Corpo de origem celeste que resiste ao atrito com a atmosfera e atinge a superfície da Terra. Quando no espaço são chamados de meteoróides. A luz que produzem ao interagir com a atmosfera chamada de meteoro. (O Estado de S. Paulo, de 31.12.1995, p. D-18).

Meteorização. (1) Conjunto de forças exteriores que atuam sobre uma rocha, provocando modi-ficações mecânicas e químicas. (2) Comunicação das rochas pela ação da atmosfera. É a parte inicial do processo de intemperismo. Em resumo, é um processo de desintegração física e química de rochas e minerais, muito complexo e que varia com a profundidade (CARVALHO, 1981). (3) Conjunto de fatores ecodinâmicos que intervêm sobre uma rocha acarretando modificações de ordem mecânica e química. Na geomorfologia, consideramos de modo mais amplo, englobando os fenômenos de desagregação mecânica, decomposição química, dissolução, hidratação, etc. É o complexo de fatores que vai ocasionar a alteração das rochas. Na ciência dos solos, alguns pedó-logos encaram a meteorização como a transformação das rochas decompostas em solos (edafiza-ção). Para o geólogo e o geomorfólogo, a decomposição é causada pela atuação dos diversos a-gentes exodinâmicos que transformam a rocha inicial numa rocha alterada ou decomposta (GUERRA, 1978).

Meteorologia. (1) Estudo dos movimentos e fenômenos da atmosfera terrestre nas suas rela-ções com o tempo e o clima, com o fim de efetuar a previsão dotempo, por medições de tempe-ratura, precipitação, pressão atmosférica, velocidade e direção do vento. (2) É a ciência que es-tuda os fenômenos atmosféricos e as leis que os regem. A meteorologia desenvolveu-se com o processo da aviação; o avião é usado para observações sendo um dos mais exigentes usuários da meteorologia. Para a coleta de dados existem as estações meteorologicas. Sua função é fazer observações meteorológicas, coletar e distribuir dados. Provavelmente, a mais importante função de um centro meteorológico, sob o ponto de vista das tripulações, é fazer previsões de tempo (Glossário Libreria, 2003).

Método de Avaliação de Impacto Ambiental (Métodos de AIA). (1) Mecanismo estruturado para coletar, analisar, comparar e organizar informações e dados sobre os impactos ambientais de uma proposta, incluindo os meios para apresentação escrita e visual dessas informações ao público e aos responsáveis pela tomada de decisão. (2) Sequência de passos recomendados para colecionar e analisar os efeitos de uma ação sobre a qualidade ambiental e a produtividade do sistema natural, e avaliar seus impactos nos receptores natural, socioeconômico e humano.

Metrópoles. Núcleos urbanos onde há a concentração de pessoas, recursos econômicos, cultu-rais, sociais e políticos, além de setor terciário especializado.

Metropolização. Formação de metrópoles.

Micaxisto. Tipo de mineral encontrado na natureza em camadas.

Microbacia. Espaço físico delimitado de uma área drenada por um curso d'água, formada em geral por rios de até 2a. ordem e com até 3 mil hectares.

Microclima. (1) Variação local de parâmetros climáticos, considerando-se pequenas áreas. O microclima é muito sensível a fatores como desmatamento, presença de barragens; é particular-mente sensível às grandes aglomerações urbanas. (2) Condições climáticas existentes numa área delimitada, às vezes criadas artificialmente.

Microcosmo. Sistema pequeno e simplificado, quase sempre criado e mantido em laboratório, que contém as características essenciais de um sistema natural maior.

Microfanerófitos. são plantas de baixo porte, variando entre 5 e 20 m de altura, ocorrendo pre-ferencialmente nas áreas nordestinas e no Centro-oeste.

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Micronutrientes. (1) Nome dado a vários elementos químicos (como zinco, cobre, cobalto, manganês, iodo e flúor) encontrados em quantidades minúsculas nos tecidos de plantas e ani-mais. (2) O boro, cloro, cobre, ferro, manganês, molibdênio, zinco e cobalto, expressos nas for-mas de B, Cl, Cu, Fe, Mn, Mo, Zn e Co, respectivamente (Decreto 86.955/82).

Microorganismo. Organismo microscópico ou ultramicroscópico, incluindo bactérias, cianofíceas, fungos, protistas e vírus.

Migmatito. Rocha gnáissica mista, constituída de material sedimentar e magmático, formado por uma espécie de injeção. Atualmente, segundo o conceito de Eskola, rocha mista, gnáissica, origi-nada por mobilização magmática, parcial ou total, de uma rocha prévia na tecnosfera.

Migração. Movimento de deslocação coletivo dos indivíduos de uma espécie ou de uma popula-ção de um local para outro, afastado, em busca de melhores condições ambientais ou de vida. As migrações costumam ser periódicas e reversíveis.

Milonito. Rocha finamente triturada por movimentos e forças tectônicas e posteriormente solidi-ficada. Muito freqüente em regiões falhadas.

Mimetismo. Capacidade de certas espécies de tornarem a cor, a textura e a configuração de objetos do meio em que vivem ou de outras espécies, como forma de defesa contra predadores; em sentido figurado é usado como mudança conforme o meio.

Minerais garimpáveis. O ouro, o diamante, a cassiterita, a columbita, a tantalita e wolframita, nas formas aluvionar, eluvionar e coluvial; a sheelita, as demais gemas, o rutilo, o quartzo, o berílio, a muscovita, o espodumênio, a lepidolita, o feldspato, a mica e outros, em tipos de ocor-rência que vierem a ser indicados, a critério do Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM (Lei 7.805/89 e Decreto 98.812/90).

Mineral. Elemento ou composto químico, via de regra resultante de processos inorgânicos, de composição química geralmente definida e encontrado naturalmente na crosta terrestre. Os mine-rais, em geral, são sólidos. Apenas a água e o mercúrio apresentam-se no estado líquido, à tem-peratura normal.

Minério nuclear. Toda concentração natural de mineral nuclear na qual o elemento ou elemen-tos nucleares ocorrem em proporção e condições tais que permitam sua exploração econômica (Lei 4.118/62 modif. para Lei 6.189/74).

Mineralização. Processo pelo qual elementos combinados em forma orgânica, provenientes de organismos vivos ou mortos, ou ainda sintéticos, são reconvertidos em formas inorgânicas, para serem úteis ao crescimento das plantas. A mineralização de compostos orgânicos ocorre através da oxidação e metabolização por animais vivos, predominantemente microscópicos (ABNT, 1973).

Minifúndio. (1) Imóvel rural de área e possibilidades inferiores às da propriedade familiar (Lei 4.504/64). (2) Imóvel rural com dimensão inferior a um módulo fiscal, calculado na forma do artigo 5° do Decreto 84.685/80 (Decreto 84.685/80).

Mistura oleosa. Mistura de água e óleo, em qualquer proporção (Lei 9966/00).

Mitose. Processo de divisão celular responsável pelo aumento do número de células nos tecidos somáticos. Caracteriza-se pela produção de células filhas idênticas à célula mãe.

Moléculas de ADN/ARN recombinantes. (1) Moléculas manipuladas fora das células vivas, mediante a modificação de segmentos de ADN/ARN natural ou sintético que possam multiplicar-se em uma célula viva, ou ainda, as moléculas de ADN/ARN resultantes dessa multiplicação. Con-sideram-se, ainda, os segmentos de ADN/ARN sintéticos equivalentes aos de ADN/ARN natural (Lei 8.974/95).

Molibdênio. Elemento metálico polivalente, dificilmente fusível, que se parece com o cromo e o tungstênio em muitas propriedades. É obtido como pó cinza-escuro ou como metal duro branco-prateado do seu principal minério, a molibdenita, por ustulação e redução do trióxido de molibdê-nio. É usado principalmente para reforçar e temperar o aço e como elemento traçador no meta-bolismo de plantas e animais. Símbolo Mo, número atômico 42, massa atômica 95,95.

Molusco. Animal triblástico, celomado, não segmentado, aquático ou terrestre, com ou sem con-cha.

Monitoramento. (1) Medição repetitiva, discreta ou contínua, ou observação sistemática da qua-lidade ambiental - água, ar ou solo. (2) Observação e avaliação contínua de certos parâmetros ambientais ou populacionais, indicadores do funcionamento e da dinâmica de um ecossistema.

Monitoramento ambiental. (1) Acompanhamento, através de análises qualitativas e quantitati-vas, de um recurso natural, com vista ao conhecimento das suas condições ao longo do tempo. É

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um instrumento básico no controle e preservação ambiental. (2) Determinação contínua e perió-dica da quantidade de poluentes ou de contaminação radioativa presente no meio ambiente (The World Bank,1978). (3) Coleta, para um propósito predeterminado, de medições ou observações sistemáticas e intercomparáveis, em uma série espaço-temporal, de qualquer variável ou atributo ambiental, que forneça uma visão sinóptica ou uma amostra representativa do meio ambiente (ARRUDA et alii, 2001).

Monitoramento de impacto ambiental. (1) O processo de observações e medições repetidas, de um ou mais elementos ou indicadores da qualidade ambiental, de acordo com programas pré-estabelecidos, no tempo e no espaço, para testar postulados sobre o impacto das ações do ho-mem no meio ambiente (BISSET, 1982). (2) No contexto de uma avaliação de impacto ambien-tal, refere-se à medição das variáveis ambientais após o início da implantação de um projeto (os dados básicos constituindo as medições anteriores ao início da atividade) para documentar as alterações, basicamente com o objetivo de testar as hipóteses e previsões dos impactos e as me-didas mitigadoras (BEANLANDS, 1983).

Monitorar. Observar freqüente ou continuamente um fenômeno, natural ou artificial, visando à obtenção de dados quantitativos ou qualitativos para um maior conhecimento sobre a sua essên-cia e comportamento. Observar cientificamente com o intuito de controlar ou regular.

Monóclina. Espécie que apresenta flores hermafroditas. Do grego, mono = um; clinos = leito; ou seja, ambos os sexos contidos no mesmo receptáculo floral.

Monocultura. (1) Cultivo de uma única espécie vegetal em determinada área. Esta prática pro-voca desequilíbrios ecossistêmicos e, em conseqüência, o aparecimento de "pragas" , isto é, a concentração em grande escala de determinada espécie animal ou vegetal que podem devastar uma lavoura inteira se não forem erradicadas logo. (2) Sistemas de uma só espécie de colheita, essencialmente instável, porque, ao se submeterem a pressões, são vulneráveis à competição, às enfermidades, ao parasitismo, à depredação e a outras ações recíprocas negativas (ODUM 1972). (3) São ecossistemas agrícolas tão simplificados que produzem somente um tipo de colheita. São muito instáveis, pois, submetidos a pressões, são totalmente vulneráveis por sua homogeneidade (CARVALHO, 1981).

Monóica. Espécie díclina que apresenta flores masculinas e femininas no mesmo indivíduo (ex.: mandioca, seringueira).

Monóxido de carbono. Composto que surge em combustões e que contém um átomo de oxigê-nio e um de carbono. É uma substância muito tóxica porque se combina com a hemoglobina (pigmento do glóbulo vermelho do sangue), evitando que esta fixe oxigênio.

Monóxido de carbono. (1) Gás incolor, inodoro e venenoso produzido pela combustão incom-pleta de madeira, carvão, óleo e gasolina. Carros e caminhões emitem monóxido de carbono. Respirar muito monóxido de carbono pode tornar a pessoa doente. (2) Símbolo químico CO; gás produzido pela queima incompleta de hidrocabonetos, como na queima de combustíveis fósseis (emissões de veículos movido a gasolina ou diesel) ou pela decomposição parcialmente anaeróbi-ca de matéria orgânica; altamente tóxico, um dos principais poluentes do ar.

Montanha. (1) Monte elevado e de base extensa. (2) Grande elevação do terreno, com cota em relação a base superior a 300 metros e freqüentemente formada por agrupamentos de morros (Resolução CONAMA nº 303/2002).

Montanhismo. Excursões em montes e montanhas, ricos em belezas paisagísticas, alpinismo. Trata-se de escalada técnica em que os adeptos carregam, em geral, os apetrechos necessários (cordas, ferramentas, etc.). Alguns consideram alpinismo excursões em montanhas, sobretudo as escarpas, em que seus adeptos, mesmo sensíveis à apreciação das belezas paisagísticas das altu-ras preferem antes de tudo vencer as dificuldades de ascensão e escalada.

Montano. (1) Relativo a ambientes que ocupam a faixa de altitude geralmente situada entre 500 e 1500 m. (2) Ambientes que ocupam a faixa de altitude geralmente situada entre 500 a 1.500 metros (Resolução CONAMA 012/94).

Montante. (1) Ponto que se localiza em posição anterior a outro ponto situado no sentido da corrente fluvial (contrário de jusante). (2) Rio acima.

Monte ou morro. (1) Grande elevação de terreno acima do solo circunjacente. (2) Elevação do terreno com cota do topo em relação à base entre 50 a 300 metros e encosta com declividade superior a 30% (aproximadamente 17°) na linha de maior declividade; o termo monte se aplica, de ordinário, à elevações isoladas da paisagem (Resolução CONAMA nº004/85).

Monumentos arqueológicos ou pré-históricos. Jazidas de qualquer natureza, origem ou fina-lidade que apresentem testemunhos da cultura dos paleoameríndios do Brasil, tais como samba-

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quis, montes artificiais ou tesos, poços sepulcrais, jazigos, aterrados, estearias e quaisquer outras não especificadas aqui, mas de significado idêntico, a juízo da autoridade competente (Lei nº 3.924 de 26.07.61).

Monumentos naturais. (1) As regiões, os objetos, ou as espécies vivas de animais ou plantas, de interesse estético ou valor histórico ou científico, aos quais é dada proteção absoluta, com o fim de conservar um objeto específico ou uma espécie determinada de flora ou fauna, declarando uma região, um objeto, ou uma espécie isolada, monumento natural inviolável, exceto para a realização de investigações científicas devidamente autorizadas, ou inspeções oficiais (Decreto legislativo nº 03, de 13.02.48). (2) Formações de caráter excepcional cuja preservação é de inte-resse público (por exemplo: uma árvore, fontes, rochas, afloramentos geológicos, cavernas, mon-tanhas, serras).

Moratória. Prorrogação do pagamento de uma dívida.

Morena. Depósito em forma de lombadas ou de forma irregular, transportado e sedimentado pelo gelo, associado ou com geleira do tipo alpino ou com geleira do tipo continental. O material constituinte das morenas é de natureza conglomerática ou tilítica.

Morfologia. Estudo da forma e seu desenvolvimento.

Morfológico. Relativo à morfologia. Estudo das formas de relevo. Situa-se entre a Geologia e a Geografia.

Mortalidade. Relação entre o número de mortes (em um ano) e o número total de habitantes. Mede-se em número de mortes para cada 1.000 habitantes. É também conhecida como taxa de mortalidade (CARVALHO, 1981).

Mortalidade geral. É o número de óbitos, por 1.000 habitantes, havidos durante um ano, numa determinada população (SAVOY).

Mortalidade infantil. É o número de óbitos em indivíduos de até um ano de idade, referidos a 1.000, durante um ano (SAVOY).

Mosaico. No sistema de plantações florestais, é o conjunto formado por sub-áreas (conhecidas como talhões, quadras ou lotes) presentes em determinada unidade da paisagem e que apresen-tem entre si diversidade quanto à composição de gêneros, espécies, procedências, clones e/ou estágios silviculturais. Considera-se que quanto mais intensa for essa diversidade, mais favoreci-dos serão os aspectos relacionados à segurança biológica das plantações e manutenções dos ci-clos naturais.

Mounds. Monumentos em forma de colinas, que serviam de túmulos, templos e locais para mo-radia.

Movimento ecológico. Movimentos de ação social que, a partir da formação de grupos integra-dos, pretende estimular uma atitude fundamental de defesa do equilíbrio e de uma melhor quali-dade de vida. São gerados e organizados por grupos sociais os mais diversos, como associações de bairro, conservacionistas, profissionais, clubes, igrejas e outros, e podem constituir grupos de pressão junto aos poderes públicos e as organizações privadas (Assessoria de Comunicação, FE-EMA, informação pessoal, 1986).

Mucilagem. Designação comum aos compostos viscosos produzidos por plantas.

Muco. Secreção constituída por água e uma proteína, a mucina.

Muda. Planta jovem oriunda de propagação generativa e vegetativa destinda a produção de ár-vores.

Mudanças climáticas. Termo genérico que engloba vários assuntos, como o efeito estufa, as causas da intensificação deste fenômeno natural, as conseqüências do aquecimento global, as medidas necessárias para prevenir ou minimizar este aquecimento, e também as prováveis medi-das que a humanidade deverá adotar para se adaptar a esta mudança; a mudança climática vem se tornando uma área de conhecimento transdisciplinar, envolvendo várias ciências: física, quími-ca, geologia, oceanografia, meteorologia, geografia, biologia, ecologia, economia, sociologia e engenharia.

Multiplicação. Reprodução de um acesso para atender à demanda. No caso de intercâmbio, dá-se através da seleção de uma amostra do acesso que é germinada (ou repicada) sob condições ambientais supervisionadas, de modo a minimizar os efeitos da seleção sobre mudanças em fre-qüências gênicas. O tamanho da amostra a ser multiplicada vai variar e depender dos objetivos da demanda (ex.: caracterização ou avaliação de uma coleção para experimento científico). Para

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acessos incorporados à coleção base, a multiplicação é feita quando o número de sementes está reduzido. A reprodução dos acessos relaciona-se ao seu fator quantitativo.

M1, M2, M3... Símbolos utilizados para designar a primeira, segunda, terceira, etc. gerações a-pós o tratamento com agente mutagênico.

Município. Circunscrição territorial administrada nos seus próprios interesses por um prefeito, que executa as leis emanadas do corpo de vereadores eleitos pelo povo.

Mutação. (1) Alteração física ou química do material genético. (2) Variação herdável imprevista em um gene ou no número e estrutura cromossômica. As mudanças no material genético divi-dem-se em duas categorias: mutação cromossômica e mutação gênica. (3) Qualquer mudança no genótipo de um organismo que ocorra no nível do gene, cromossomo ou genoma; normalmente aplicada às mudanças no gene para novas formas alélicas. (4) Alteração no interior de um gene ou cromossomo em animais ou em plantas que resulta numa variação de elementos hereditários; a mutação espontânea ocorre em toda a natureza, mas também pode ser induzida.

Mutação cromossômica. Mutação do tipo aberração cromossômica, que afeta a estrutura e o número de cromossomos ou o número dos genes num cromossomo. Exemplos de mutação cro-mossômica são a deleção, a duplicação, a inversão, a translocação, a aneuplodia e a euploidia.

Mutação gênica. Processo responsável pela produção de novos alelos através da alteração na seqüência de bases do ADN.

Mutirão ambiental. Recurso administrativo estabelecido pela resolução n.° 003/89 do CONAMA, que permite a fiscalização de unidades de conservação e áreas protegidas pela sociedade civil; o mutirão ambiental é formado por um grupo de, no mínimo, três pessoas credenciadas por órgão ambiental competente; a autorização também se estende para reservas ecológicas de caráter privado.

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N Nação. Conjunto dos indivíduos, geralmente da mesma raça, que habitam o mesmo território, falam a mesma língua, têm os mesmos costumes e obedecem à mesma lei (sentido restrito).

Não-biodegradável. Substância que não se degrada por processos naturais, permanecendo em sua forma original por muito tempo; alguns plásticos e alguns tipos de pesticidas estão nesta ca-tegoria.

Nascente. (1) Fonte de água que aparece em terreno rochoso. (2) Local onde se verifica o apa-recimento de água por afloramento do lençol freático (Resolução CONAMA 004/85). (3) Local on-de o lençol freático aflora, superfície do solo onde o relevo facilita o escoamento contínuo da á-gua. (4) Local onde o rio nasce (Glossário Libreria, 2003).

Nativo. (1) Denominação utilizada para indicar espécies vegetais ou animais de ocorrência natu-ral em dada região. Ex.: mata nativa, animais nativos. (2) Diz-se do animal ou da planta que é natural de uma região. (3) Espécie vegetal ou animal originária de um determinado ecossistema ou área geográfica.

Natureza. (1) Em ciências ambientais, tudo o que existe, exceto as obras humanas, mas incluin-do os humanos. (2) Designação genérica para os organismos vivos e seu ambiente; o mundo na-tural.

Navio. Embarcação de qualquer tipo que opere no ambiente aquático, inclusive hidrofólios, veícu-los a colchão de ar, submersíveis e outros engenhos flutuantes (Lei 9966/00).

Neblina (Fog). Condensação de vapor de água em gotículas formando massas semelhantes a nuvens próximo ao solo.

Neck. Massa de rocha eruptiva maciça ou fragmentária, de forma cilíndrica preenchendo uma antiga chaminé vulcânica.

Nécton. Conjunto de organismos aquáticos que flutuam apenas graças aos próprios movimentos: peixes, moluscos, cetáceos (LEMAIRE & LEMAIRE, 1975).

Nematóides. Classe muito importante do ramo dos nematelmintos, pois nela se incluem os mais comuns parasitas do intestino humano, tais como a lombriga, os ancilóstomos, as filárias, além de espécies destruídas de plantas úteis.

Neocolonialismo. Continuidade da dependência de uma nação em relação a outra. Essa depen-dência se dá na área econômica.

Neoliberalismo. Doutrina político-econômica que representa uma tentativa de adaptar os princí-pios do liberalismo econômico às condições do capitalismo moderno. Defende a idéia de que a vida econômica é regida por uma ordem natural formada a partir das livres decisões individuais. Mas acham que há necessidade de disciplinar da economia de mercado na medida suficiente para garantir a sobrevivência deste modelo. Alguns adeptos do Neoliberalismo pregam a defesa da pequena empresa e o combate aos grandes monopólios na linha antitruste dos Estados Unidos. No plano social, o Neoliberalismo defende a limitação da herança e das grandes fortunas e o es-tabelecimento de condições de igualdade que possibilitem a concorrência (Glossário Libreria, 2003).

Nerítico. (1) Zona de água do mar que cobre a plataforma continental (ODUM, 1972). (2) Região nerítica é aquela que se estende desde a zona entre as marés até a isóbata de 200 metros. Se-dimentação nerítica é o material relativamente grosseiro, terrígeno, que se acumula junto à costa (GUERRA, 1978).

Neves eternas. Neve que se acumula sobre o solo acima da linha de neve, inclusive no verão, devido às precipitações superarem a fusão.

Nevoeiro. Nuvem estratificada que repousa sobre a superfície do globo quase sempre calma e formada de gotículas de água líquida. Existe nevoeiro quando a visibilidade é inferior a 1 km; quando excede a 1 km há cerração (Glossário Libreria, 2003).

Nicho. (1) O papel desempenhado por uma espécie particular no seu ecossistema. (2) Localiza-ção ecológica de uma espécie em uma comunidade ou ecossistema. Por exemplo: posição na ca-deia trófica; o limite do nicho é ditado pela presença de espécies competidoras.

Nicho ecológico. (1) Conjunto de diversas variáveis ambientais relacionado a uma determinada espécie. (2) Micro hábitat típico de uma espécie em um ambiente. Por exemplo, bromeliáceas epífitas vivem no dossel de matas e certas formas marinhas escolhem formações rochosas no leito de oceanos como seu lar. (3) Parte do hábitat onde vive uma espécie. Trata-se de uma in-

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formação importante porque revela a relação desta espécie com as demais: o que ela ingere, quem são seus predadores, onde e quando se reproduz, etc. Duas espécies bem próximas, que tenham exatamente as mesmas exigências, não podem dividir o mesmo nicho e uma delas será eliminada. (4) Inclui não apenas o espaço físico ocupado por um organismo, mas também seu papel funcional na comunidade (como, por exemplo, sua posição na cadeia trófica) e a sua posi-ção nos gradientes ambientais de temperatura, umidade, pH, solo e outras condições de existên-cia. O núcleo ecológico de um organismo depende não só de onde vive, mas também do que faz (como transforma energia, como se comporta e reage ao meio físico e biótico e como o transfor-ma) e de como é coagido por outras espécies (ODUM, 1972). (5) O lugar de uma espécie na co-munidade, em relação às outras espécies, o papel que desempenha um organismo no funciona-mento de um sistema natural (GOODLAND, 1975). (6) Baseada no princípio de Gause ou princípio de exclusão competitiva, a noção de nicho ecológico foi desenvolvida pela primeira vez por Elton, em 1927. De acordo com uma imagem figurativa de Odum (1988, p. 254/258) “o habitat de uma espécie corresponde ao seu endereço, enquanto o seu nicho ecológico corresponde à sua profis-são, no conjunto de espécies de que faz parte”. O conhecimento do nicho ecológico permite res-ponder às seguintes questões: como, onde e as expensas de quem uma espécie se alimenta, por quem é comida, como e onde e quando descansa e se reproduz? No limite, pode-se admitir que duas espécies que possuem exatamente as mesmas necessidades, não podem coabitar ou ocupar o mesmo habitat, uma delas sendo forçosamente eliminada ao fim de um certo tempo (Glossário Ibama, 2003). (7) Refere-se ao ambiente que rodeia um organismo ou grupo de organismos nu-ma área reduzida (comparar como habitat). O habitat é espacialmente mais abrangente que o nicho ecológico. Este último, além do espaço físico, compreende funções e relações tróficas na comunidade ecossistêmica.

Nidificação. Ato das aves que consiste em fazer ninho; o mesmo que aninhar ou ninhar.

Nitrificação. (1) Conversão de amônia em nitratos, por bactérias aeróbias, passando por nitritos como etapa intermediária (ABNT, 1973). (2) Oxidação do nitrogênio orgânico e amoniacal (nitro-gênio Kjeldahl) presente nas águas poluídas, em nitrito por bactérias nitrosomas e, em seguida, em nitratos por nitrobactérias (LEMAIRE & LEMAIRE, 1975).

Nitrobactéria. Bactéria autotrófica e quimiossintetizante, que oxida nitrito a nitrato, para obten-ção da energia necessária à síntese de alimento orgânico (CARVALHO, 1981).

Nitrogênio. Principal gás que existe na atmosfera, o nitrogênio intervém na biosfera através de um complexo ciclo que envolve trocas entre atmosfera, solo e seres vivos. A bactéria Rhizobium, que cresce nas raízes das plantas leguminosas (feijão, soja), fixa o nitrogênio do ar, transfor-mando-o em nitrato, um nutriente fundamental para as plantas.

Nível dinâmico. Nível no qual a água se estabiliza durante o bombeamento de um poço.

Nível estático. Nível hidrostático de um poço em repouso, isto é, antes do início do bombea-mento. Nos aqüíferos livres, o nível estático coincide com o nível do lençol freático, e nos artesia-nos com o relevo piezométrico.

Nível mais alto. Nível alcançado por ocasião da cheia sazonal do curso d'água perene ou inter-mitente (Resolução CONAMA 303/2002,art. 2°, I).

Nível trófico. (1) Cada nível alimentar em uma cadeia alimentar. (2) Número de etapas que se-param um organismo dos vegetais clorofilianos na cadeia alimentar (DAJOZ, 1973). (3) Etapas, mais ou menos marcadas e estratificadas no espaço e no tempo, através das quais os processos de ciclagem transformam os recursos de um estado para outro (por exemplo, do mineral ao ve-getal e depois ao animal) (DANSEREAU, 1978).

Nome científico. Diferente do popular ou vulgar, é formado por dois ou três nomes em latim e designa o gênero e a espécie. Em alguns casos, é também acrescentada a subespécies. Escreve-se o gênero com inicial maiúscula e a espécie e subespécie em minúscula. É sempre grafado em itálico ou grifado.

Norma. (1) Regra, modelo, paradigma, forma ou tudo que se estabeleça em lei ou regulamento para servir de pauta ou padrão na maneira de agir (SILVA, 1975). (2) São instrumentos que es-tabelecem critérios e diretrizes, através de parâmetros quantitativos e qualitativos, e regulam as ações de pessoas e instituições no desempenho de suas funções (SAHOP, 1978).

Normalização. (1) Segundo a ABNT, processo de estabelecer e aplicar regras a fim de abordar ordenadamente uma atividade específica, para o benefício e com a participação de todos os inte-ressados e, em particular, de promover a otimização da economia, levando em consideração as condições funcionais e as exigências de segurança. (2) Aplicar normas, regras ou regulamentos referentes a determinada área às atividades ou organizações atuantes naquela área. (3) Criar

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normas, regras ou regulamentos com o objetivo de regular as atividades relacionadas a determi-nada área produtiva.

NPK. Abraviatura de Nitrogênio, Fósforo e Potássio, os três principais nutrientes usados nos ferti-lizantes.

Nuclear. Fenômeno ou aparelho em que se processam reações de fissão ou cisão do núcleo atô-mico, produzindo energia; como a reação ocorre no núcleo do átomo, não é correto usar como sinônimo o termo atômico, que designa outra forma de processamento.

Nutrientes. (1) Qualquer substância do meio ambiente utilizada pelos seres vivos, seja macro ou micronutriente, por exemplo, nitrato e fosfato do solo. Os plânctons (fitoplâncton ou geoplâncton) incluem-se entre os nutrientes. (GOODLAND, 1975). (2) Elementos ou compostos essenciais co-mo matéria-prima para o crescimento e desenvolvimento de organismos, como, por exemplo, o carbono, o oxigênio, o nitrogênio e o fósforo (The World Bank, 1978). (3) São os compostos de NH3 e PO4 indispensáveis para o desenvolvimento de microorganismos, como algas e sistema secundário de tratamento e suas descargas nos rios e lagos (CARVALHO, 1981). (4) Que fornece nutrição; elementos minerais ou compostos orgânicos requeridos para as funções vitais de ani-mais e vegetais.

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O Oceano. (1) Extensão de água salgada que rodeia os continentes e cobre a maior parte da Terra. (2) Enorme extensão de água salgada que preenche as depressões da superfície da Terra e se comunica com outros, caso do Atlântico, Pacífico e Índico, além dos oceanos glaciais Ártico e An-tártico.

Oceanografia. Estudo dos oceanos com integração de todo conhecimento relativo a seus limites físicos, além da química e física da água. Cobre também a biologia marinha e a geologia das margens e dos assoalhos oceânicos.

Ocidental. Situado para o lado do Ocidente. Relativo ao Ocidente. Habitante das regiões do Oci-dente.

Ocupação do solo. (1) Utilização dos espaços com fins produtivos (agricultura, pecuária, indús-tria, comércio). A ocupação do solo admite graus muito diversos de intensidade e de formas. O ordenamento de espaço feito pelos planificadores urbanos constitui um modelo concreto de ocu-pação do solo. (2) Ação ou efeito de ocupar o solo, tomando posse física do mesmo, para desen-volver uma determinada atividade produtiva ou de qualquer índole, relacionada com a existência concreta de um grupo social, no tempo e no espaço geográfico (SAHOP, 1978).

OD. Oxigênio dissolvido em água, água residuária ou outro líquido, expresso em miligramas por litro.

Oleagem. Formação das ondas no mar e em grandes lagos.

Óleo. Qualquer forma de hidrocarboneto (petróleo e seus derivados), incluindo óleo cru, combus-tível, borra, resíduos de petróleo e produtos refinados (Lei 9966/00).

Óleos e graxas. (1) Grupo de substâncias, incluindo gorduras, graxas, ácidos graxos livres, ó-leos minerais e outros materiais graxos (CARVALHO, 1981). (2) São substâncias compostas, pri-mordialmente, de substâncias gordurosas originárias dos despejos das cozinhas, de indústrias como matadouros e frigoríficos, extração em autoclaves, lavagem de lã, processamento do óleo, comestíveis e hidrocarbonetos de indústria de petróleo (BRAILE, 1983).

Oleossolúvel. Substância solúvel em solventes orgânicos.

Olho d’água. (1) Local onde se verifica o aparecimento de água por afloramento do lençol freáti-co (Resolução CONAMA nº 04 de 18.09.85). (2) Designação dada aos locais onde se verifica o aparecimento de uma fonte ou mina d’água. As áreas onde aparecem olhos-d’água são, geral-mente, planas e brejosas (GUERRA, 1978).

Oligoceno. Grupo de terrenos do terciário. Esse período foi caracterizado pelo desenvolvimento de todos os vertebrados, expansão dos moluscos gastrópodos e extinção das numulites. A riqueza da sua flora é muito grande e muitas das espécies atuais já existiam, fornecendo a prova de uma diferenciação climática. No final do oligoceno acentuou- se o levantamento dos Alpes, o primeiro dos dois grandes movimentos orogenéticos ocorridos na região (Glossário Libreria, 2003).

Oligotrófico. (1) Ambiente em que há pouca quantidade de compostos de elementos nutritivos de plantas e animais. Especialmente usado para corpos d’água em que há pequeno suprimento de nutrientes e daí uma pequena produção orgânica (ACIESP, 1980). (2) Diz-se dos lagos que pos-suem um baixo teor de substâncias nutrientes básicas para vegetais e onde falta uma estratifica-ção nítida no que diz respeito ao oxigênio dissolvido, no verão e no inverno (CARVALHO, 1981).

Ombrófila. Espécie vegetal cujo desenvolvimento depende de regime de águas pluviais abun-dantes e constantes.

ONG. (1) Organização não governamental; expressão difundida a partir dos Estados Unidos (em inglês non governmental organization/NGO) para designar grupos de ação independente, sem vinculação com a administração pública; usado para designar as associações ambientalistas. (2) Organizações Não Governamentais, grupos de pressão social, de caráter diverso (ambientalistas, étnicos, profissionais etc) que não tenham relação com o Estado(Glossário Ibama, 2003).

Onívora. Que se alimenta de vegetais e animais.

Ordem. Categoria taxonômica situada entre classe e família. As classes contêm uma ou mais ordens e estas , por sua vez, podem ser constituídas de uma ou mais famílias.

Ordenamento Ambiental. Também chamado de ordenamento ecológico, é o conjunto de me-tas, diretrizes, ações e disposições coordenadas, destinado a organizar, em certo território, o uso dos recursos ambientais e as atividades econômicas, de modo a atender a objetivos políticos

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(ambientais, de desenvolvimento urbano e econômico, etc.). Está relacionado a planejamento ambiental.

Ordenamento territorial. Disciplinamento do uso e a ocupação humana de uma determinada área, respeitando a vocação natural determinada por zoneamento ecológico; instrumento de pla-nejamento que deve anteceder a ocupação.

Organismo. (1) Corpo organizado que tem existência autônoma. Disposição dos órgãos nos se-res vivos. Constituição orgânica, temperamento, compleição. (2) Entidade biológica capaz de re-produzir e/ou de transferir material genético, incluindo vírus, prions e outras classes que venham a ser conhecidas (Lei 8.974/95). (3) Qualquer ser vivo, unicelular ou multicelular, cujos compo-nentes funcionam organicamente para realizar suas funções vitais.

Organismo geneticamente modificado - OGM. Organismo cujo material genético (ADN/ARN) tenha sido modificado por qualquer técnica de engenharia genética (Lei 8.974/95).

Organismo xilófago marinho. Moluscos e crustáceos que atacam madeira que está em contato com água do mar.

Organismos patogênicos. Microorganismos que podem produzir doenças.

Organoclorados. Inseticidas orgânicos sintéticos que contém, na sua molécula, átomos de cloro, carbono e hidrogênio. Exemplos: DDT, Aldrin e Dieldrin.

Organofosforados. Pesticidas orgânicos sintéticos, contendo, na sua molécula, átomos de car-bono, hidrogênio e fósforo. Exemplos: Paration e Malation.

Órgão ambiental ou órgão de meio ambiente. Órgão ou poder executivo federal, estadual ou municipal, integrante do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA), responsável pela fiscali-zação, controle e proteção ao meio ambiente no âmbito de suas competências (Lei 9966/00).

Órgão regulador da indústria do petróleo. Órgão do poder executivo federal, responsável pela regulação, contratação e fiscalização das atividades econômicas da indústria do petróleo, sendo tais atribuições exercidas pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) (Lei 9966/00).

Oriental. Relativo ao Oriente. Que está do lado do Oriente. Próprio do Oriente. Quem é ou foi do Oriente ou da Ásia.

Orla. Borda, beira, margem. São as linhas traçadas em planta, definidoras das margens de um curso d’água ou lagoa e das respectivas faixas marginais de servidão, determinadas nos Projetos de Alinhamento de Rio (PAR), Projetos de Alinhamento de Lagoa (PAL) e Faixas Marginais de Pro-teção (FMP) (Portaria SERLA nº 67 de 26.07.77).

Orogenia. Conjunto de fenômenos responsáveis pela criação do relevo terrestre (montanhas, cadeias montanhosas, etc.).

Orografia. Tratado ou descrição das montanhas.

Oscilação genética. (1) Mudanças aleatórias nas freqüências alélicas, que geralmente ocorrem em populações pequenas, em conseqüência de erro amostral. Pode ser causada por efeito de a-funilamento, que é a drástica redução do tamanho da amostra. (2) Efeito fundador, que acontece quando a amostra original é feita a partir de pequeno número de indivíduos. (3) Efeito do peque-no tamanho da amostra, que ocorre quando o tamanho do acesso permanece pequeno ao longo de várias gerações.

OSCIP. Organização Social de Interesse Público, criada pela Lei n.° 9.790, de 23 de março de 1999; formada por pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, com a finalidade de: promoção da assistência social; promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio históri-co e artístico; promoção da educação, promoção gratuita da saúde, da segurança alimentar e nutricional; defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimen-to sustentável; promoção do desenvolvimetno econômico e social e combate à pobreza; experi-mentação de novos modelos socioprodutivos e de sistemas alternativos de produção, comércio, emprego e crédito; promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos e assessoria jurídica gratuita de interesse suplementar; promoção da ética, da paz, da cidadania e de outros valores universais; estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos que digam respeito às ativida-des acima mencionadas.

Ostricultura. Csultivo de ostras; ostreicultura.

Outono. Estação do ano que sucede e verão e antecede o inverno. Inicia-se, no hemisfério sul, no equinócio de março e finda no solstício de junho. No hemisfério norte começa no equinócio de setembro e finda no solstício de dezembro (Glossário Libreria, 2003).

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Outorga. Ato administrativo pelo qual o poder público permite, por tempo determinado, o uso de recursos hídricos, visando ao controle, à conservação e proteção desses recursos, com o objetivo de assegurar à atual e às futuras gerações a necessária disponibilidade de água em padrões ade-quados; no Paraná, estão sujeitos a outorga: a derivação ou captação de água superficial ou ex-tração de água subterrânea para consumo final, incluindo o abastecimento público ou atividades industriais; o lançamento de esgotos e demais resíduos; o aproveitamento de potenciais hidrelé-tricos: obras de macrodrenagem urbana, canalização ou barramento; obras e serviços que utili-zem recursos hídricos ou causem alteração temporária ou permanente do regime, da quantidade ou da qualidade da água superficial ou subterrânea ou que produzam alteração no leito ou nas margens do corpo d'água.

Overlanding. Viagens de furgão ou outro veículo motorizado a fim de apreciar a paisagem e a cultura da área. Usualmente o acampamento (camping) é incluído podendo também serem utili-zados hotéis-pousadas. Em alguns casos outros tipos de transporte poderão ser utilizados duran-te o trajeto, ex.: trens, canoas e caminhadas.

Ovovíparo. Animal cujo desenvolvimento embrionário se inicia dentro do corpo materno.

Oxidação. (1) Oxidação biológica ou bioquímica. Processo pelo qual bactérias e outros microor-ganismos se alimentam de matéria orgânica e a decompõem. Dependem desse princípio a auto-purificação dos cursos d’água e os processos de tratamento por lodo ativado e por filtro biológico (The World Bank, 1978). (2) Processo em que organismos vivos, em presença ou não de oxigê-nio, através da respiração aeróbia ou anaeróbia, convertem matéria orgânica contida na água residuária em substâncias mais simples ou de forma mineral (CARVALHO, 1981).

Oxidação total. É um processo de tratamento de águas residuárias no qual os lodos biológicos produzidos são transformados por auto-oxidação (CARVALHO, 1981).

Oxigênio. Gás incolor e inodoro de fórmula química O2. É essencial à vida. O oxigênio é um ele-mento natural e ocorre em 21% em volume no ar que respiramos. O corpo humano utiliza o ar para o metabolismo.

Oxigênio consumido. Quantidade de oxigênio necessário para oxidar a matéria orgânica e inor-gânica numa determinada amostra (ACIESP, 1980).

Oxigênio dissolvido - OD. (1) Oxigênio dissolvido em água, água residuária ou outro líquido, geralmente expresso em miligramas por litro, partes por milhão ou percentagem de saturação (ACIESP, 1980). (2) É, tradicionalmente, considerado o oxigênio molecular (em estado livre), proveniente da dissolução do oxigênio atmosférico, somado ao oxigênio da fotossíntese. Inclui-se também o oxigênio puro eventualmente empregado para reoxigenação artificial de uma seção de um corpo de água desoxigenado (técnica ainda em estágio experimental). Não se deve confundir com o oxigênio que, combinado com o hidrogênio, entra na composição da molécula de água, na proporção de um para dois átomos.

Ozônio. (1) Gás azulado, muito oxidante e reativo. Estima-se que 90% do ozônio disponível es-teja concentrado na camada que protege o planeta dos raios ultravioletas. (2) Gás com odor ca-racterístico, incolor. O Ozônio é bom e mau. Nas camadas elevadas da atmosfera, é importante porque filtra os raios ultravioletas. Ao nível do solo, é perigoso porque forma poluentes tóxicos, reagindo com outros gases da atmosfera poluída. (3) Gás de odor picante, cuja molécula consiste de três átomos de oxigênio, constituindo um oxidante fotoquímico. Ocorre na Natureza em relati-va alta concentração, numa faixa da atmosfera por isso chamada de camada de ozônio; esta ca-mada protege a biosfera do excesso de radiação ultravioleta. Por outro lado, o ozônio em concen-trações acima do normal na baixa atmosfera torna-se um veneno à vida. Estas duas alterações ambientais observadas atualmente na sua concentração (diminuição na camada de ozônio e au-mento na baixa atmosfera) são atribuídas a atividades humanas. (4) (O3) Composto formado quando o gás de oxigênio é exposto à radiação ultravioleta; na atmosfera externa (estratosfera), o ozônio protege a Terra contra a radiação excessiva; na atmosfera inferior (troposfera), forma-se a partir de gases de combustão e, em grandes concentrações, torna-se um poluente atmosfé-rico. (5) Gás formado por moléculas constituídas por três átomos de oxigênio ao invés de dois (como é o oxigênio comum que respiramos) (Glossário Libreria, 2003).

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P P1, P2, P3... Gerações primeira, segunda, terceira ... de um progenitor. Usa-se para designar os diferentes progenitores utilizados para a criação de um híbrido ou de uma série de híbridos.

Padrão. Em sentido restrito, padrão é o nível ou grau de qualidade de um elemento (substância ou produto), que é próprio ou adequado a um determinado propósito. Os padrões são estabeleci-dos pelas autoridades, como regra para medidas de quantidade, peso, extensão ou valor dos e-lementos. Nas ciências ambientais, são de uso corrente os padrões de qualidade ambiental e dos componentes do meio ambiente, bem como os padrões de lançamento de poluentes. Assim, a DZ 302 - Usos Benéficos da Água - Definições e Conceitos Gerais (PRONOL/FEEMA) define padrões como limites quantitativos e qualitativos oficiais, regularmente estabelecidos.

Padrões ambientais. Estabelece o nível ou grau de qualidade exigido pela legislação ambiental para parâmetros de um determinado componente ambiental. Em sentido restrito, padrão é o nível ou grau de qualidade de um elemento (substância, produto ou serviço) que é próprio ou adequa-do a um determinado propósito. Os padrões são estabelecidos pelas autoridades como regra para medidas de quantidade, peso, extensão ou valor dos elementos. Na gestão ambiental, são de uso corrente os padrões de qualidade ambiental e dos componentes do meio ambiente, bem como os padrões (ARRUDA et alii, 2001).

Padrões de balneabilidade. Condições limitantes estabelecidas para a qualidade das águas doces, salobras e salinas destinadas à recreação de contato primário (banho público).

Padrões de qualidade ambiental. Condições limitantes da qualidade ambiental, muitas vezes expressas em termos numéricos, usualmente estabelecidos por lei e sob jurisdição específica, para a proteção da saúde e do bem-estar dos homens (MUNN, 1979).

Padrões de qualidade do ar. (1) Os níveis de poluentes prescritos para o ar exterior, que por lei não podem ser excedidos em um termo e uma área geográfica determinados (The World Bank, 1978). (2) É o limite do nível de poluentes do ar atmosférico que legalmente não pode ser exce-dido, durante um tempo específico, em uma área geográfica específica (BRAILE, 1983). (3) Limi-tes de concentrações de poluentes atmosféricos que, ultrapassados, poderão afetar a saúde, a segurança e o bem-estar da população, bem como ocasionar danos à flora e à fauna, aos materi-ais e ao meio ambiente em geral (Resolução CONAMA 003/90).

Padrões da qualidade da água. Plano para o controle da qualidade da água, contemplando quatro elementos principais: o uso da água (recreação, abastecimento, preservação dos peixes e dos animais selvagens, industrial, agrícola); os critérios para a proteção desses usos; os planos de tratamento (para o necessário melhoramento dos sistemas de esgotamento urbano e industri-al); e a legislação antipoluição para proteger a água de boa qualidade existente (The World Bank, 1978). Conjunto de parâmetros e respectivos limites, em relação aos quais os resultados dos e-xames de uma amostra de água são comparados para se aglutinar sua qualidade para determi-nado fim (CARVALHO, 1981).

Padrões de potabilidade. São as quantidades limites que, com relação aos diversos elementos, podem ser tolerados nas águas de abastecimento, quantidades essas fixadas, em geral, por leis, decretos ou regulamentos regionais (ABNT, 1973). Os padrões de potabilidade foram estabeleci-dos pela Portaria nº 56/Bsb de 14.03.77, baixada pelo Ministério da Saúde, em cumprimento ao Decreto nº 78367 de 09.03.77.

Padrões de efluentes (líquido). Padrões a serem obedecidos pelos lançamentos diretos e indi-retos de efluentes líquidos, provenientes de atividades poluidoras, em águas interiores ou costei-ras, superficiais ou subterrâneas (PRONOL/FEEMA NT 202).

Padrões de emissão. Maior quantidade de um determinado poluente que pode ser legalmente lançado de uma única fonte ao ar. No Brasil, os padrões de emissão são estabelecidos pelo Ibama ou pelos Órgãos Estaduais de Controle.

País. Região, terra. A nação em que se nasceu, a pátria. Território habitado por um grande con-junto de famílias, que constituem determinada nação.

Paisagem. Parte do espaço apreendida visualmente; resultado da combinação dinâmica de ele-mentos físico-químicos, biológicos e antropológicos que, em mútua dependência, geram um con-junto único e indissociável em permanente evolução.

Paisagem natural. Um mosaico composto de ecossistemas interativos resultado da influência de interações geológicas, topográficas, edáficas (solo), climáticas, bióticas e humanas em uma dada área.

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Paisagismo. Representação de paisagens pela pintura ou pelo desenho.

Paisagístico. Relativo à paisagem.

Palafita. Construções lacustres sobre estacas. Esse tipo de habitação já era usado no neolítico. Foram observados primeiramente na Suíça e atualmente ainda são encontradas em povoações lacustres, principalmente na Melanésia (Glossário Libreria, 2003).

Paleobotânica. Parte da Paleontologia que estuda os vegetais fósseis.

Paleontologia. Ciência que trata dos fósseis.

Palinogênese. Processo ultrametamórfico em que há nova fusão e mistura de rochas preexisten-tes.

Palustre. Ambiente de sedimentação próprio de pântanos.

Pampa. Bioma de tipo, semelhante a estepe, com predominância de gramíneas, localizado na Região Sul do Brasil.

Panmixia. Cruzamentos ao acaso, sem qualquer impedimento.

Pantanal. (1) Denominação dada a uma unidade geomorfológica do Estado do Mato Grosso (atu-almente, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul). Abrange esta unidade uma área de 388.995 km2. Geomorfologicamente, o Pantanal pode ser definido por uma extensa planície de sedimentos ho-locênicos, onde se encontram alguns blocos falhados (GUERRA, 1978). (2) É o conjunto de vege-tação que se desenvolve na região do pantanal, no oeste de Mato Grosso, a uma altitude de 100 a 200 metros, nas proximidades dos rios da bacia do Rio Paraguai. As enchentes destes rios, de outubro a março, cobrem vastas regiões que podem se mostrar secas de abril a setembro. Estes fenômenos propiciam ali uma grande quantidade de pontos dotados de condições ecológicas as mais diferentes (CARVALHO, 1981).

Pântano. (1) Terreno plano, constituindo baixadas inundadas, junto aos rios (GUERRA, 1978). (2) Terras baixas, inundadas na estação chuvosa e, em geral, constantemente encharcadas (DNAEE, 1976). (3) Em estudos de vegetação, área com solo permanentemente coberto de al-guns centímetros de água ou com lençol freático dentro de alguns centímetros abaixo da superfí-cie e o solo encharcado, e que sustenta plantas lenhosas (fisionomia de savana, escrube, arvore-do ou floresta) (ACIESP, 1980).

Papel. Substância obtida mediante o emprego de polpa ou pasta de madeira e outros componen-tes, destinada à confecção de jornais, material de embalagem, livros, sacaria, etc. (Instrução Normativa IBDF 1/80).

Papelão. Produto encorporado e forte, liso ou enrugado, obtido mediante moagem ou desfibra-ção de madeira em processo semelhante ao observado na produção de polpa ou pasta de madei-ra, ou através da industrialização da própria polpa ou pasta (Instrução Normativa IBDF 1/80).

Paquíteno. Uma das subdivisões da prófase I, quando os cromossomos homólogos encontram-se completamente pareados formando os bivalentes. Acredita-se que nessa fase ocorra a permuta genética.

Para-sail. É um pára-quedas, mas que não se utiliza de avião. Basta uma lancha ou carro para rebocar. O pouso é automático, assim que cesse o deslocamento. Serve para divertimento, para relaxar e admirar a beleza do local.

Paragênese. Associação de minerais formados pelo mesmo processo genético. Também definida como ordem pela qual os minerais que ocorrem juntos nas rochas se desenvolvem associadamen-te.

Paralelos. Círculos paralelos ao equador.

Parálico. Depósito formado próximo à costa marinha, possuindo freqüentemente intercalações marinhas.

Paration. Inseticida organofosforado, de coloração amarela, muito solúvel no álcool e hidrocar-boneto aromático, insolúvel na água e no querosene. Os efeitos que provoca pela intoxicação a-guda são grandes, embora as informações disponíveis, quanto aos efeitos crônicos da intoxicação para os organismos aquáticos, ainda sejam poucas.

Parélio. Fenômeno luminoso que, como o do halo, é produzido pela refração da luz solar nos pequenos cristais de gelo que se acham em suspensão na atmosfera (nuvens) (Glossário Libreria, 2003).

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Parente silvestre. Parente de uma espécie cultivada que vive em estado selvagem e que não é utilizada na agricultura.

Parque. Tem como objetivo básico a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecologica e beleza cênica possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico (IPARDES).

Parques de caça. Áreas onde o exercício da caça é permitido, abertas total ou parcialmente ao público, em caráter temporário ou permanente, com finalidades recreativas, educativas e turísti-cas.

Parque Nacional. (1) Áreas geográficas extensas e delimitadas, dotadas de atributos naturais excepcionais, objeto de preservação permanente, submetidas à condição de inalienabilidade e indisponibilidade de todos. Os parques nacionais destinam-se a fins científicos, culturais, educati-vos e recreativos, e criados e administrados pelo Governo Federal constituem-se bens da união destinados ao uso comum do povo, cabendo às autoridades motivadas pelas razões de sua cria-ção preservá-los e mantê-los intocáveis. (Decreto Federal 84 017/79, artigo 1o). No Brasil, atu-almente existem 45 Parques Nacionais. (2) São áreas geográficas extensas e delimitadas, dota-das de atributos naturais excepcionais, objeto de preservação permanente, submetidas à condi-ção de inalienabilidade e indisponibilidade de seu todo (ARRUDA et alii, 2001). (3) PARNA - Tem como objetivo básico a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de ativida-des de educação e Interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turis-mo ecológico (ARRUDA et alii, 2001). (4) Unidade de Conservação criada pelo Poder Público Fe-deral com a finalidade de resguardar atributos excepcionais da natureza, conciliando a proteção integral da flora, da fauna e das belezas naturais, com a utilização para objetivos educacionais, recreativos e científicos. Ressalvada a cobrança de ingresso a visitantes, cuja receita deve ser destinada em pelo menos 50% ao custeio da manutenção e fiscalização, bem como de obras de melhoramento em cada unidade, é proibida qualquer forma de exploração dos recursos naturais nos parques.

Parques estaduais. Áreas delimitadas e pertencentes ao poder público com o objetivo de prote-ger unidades representativas de um ou mais ecossistemas naturais, visando à conservação de seus recursos genéticos, à investigação científica e possibilitando a visitação pública com fins e-ducativos, culturais e recreativos.

Parques zoológicos. Instituições em que se mantêm em cativeiro, sob condições adequadas, animais de diferentes espécies, visando à educação, cultura e entretenimento popular, bem como ao estudo da biologia animal, buscando o conhecimento de seus costumes e necessidades com vista às diretrizes seguras para sua conservação e proteção.

Partenocarpia. Formação de fruto sem que ocorra a polinização/fecundação; as sementes não se desenvolvem ou são abortadas. Fenômeno que acontece naturalmente e em algumas culturas como bananas e abacaxis.

Partenogênese. Desenvolvimento de um organismo a partir de um óvulo não fecundado ou de um gameta masculino. Algumas espécies de besouros, mariposas, camarões, peixes, lagartos e salamandras são partenogenéticos, consistindo apenas de indivíduos do sexo feminino.

Passivo ambiental. (1) Custos e responsabilidades civis geradoras de dispêndios referentes às atividades de adequação de um empreendimento aos requisitos da legislação ambiental e à com-pensação de danos ambientais (FEEMA, 1997). (2) Valor monetário, composto basicamente de três conjuntos de ítens: o primeiro, composto das multas, dívidas, ações jurídicas (existentes ou possíveis), taxas e impostos pagos devido à inobservância de requisitos legais; o segundo, com-posto dos custos de implantação de procedimentos e tecnologias que possibilitem o atendimento às não-conformidades; o terceiro, dos dispêndios necessários à recuperação de área degradada e indenização à população afetada. Importante notar que este conceito embute os custos citados anteriormente mesmo que eles não sejam ainda conhecidos, e pesquisadores estudam como in-cluir no passivo ambiental os riscos existentes, isto é, não apenas o que já ocorreu, mas também o que poderá ocorrer.

Patente. Uma forma de proteção da propriedade industrial. É o privilégio concedido ao dono de uma invenção que lhe dá exclusividade comercial (monopólio) sobre o produto ou processo pa-tenteado durante um período que varia de 15 a 20 anos. O patenteamento de plantas tem sido possível em alguns países.

Patógeno. Organismo capaz de causar doenças numa planta hospedeira. Geralmente são pató-genos cepas deletérias de bactérias, vírus ou fungos.

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Patrimônio cultural brasileiro. Os bens de natureza material e imaterial, tombados individual-mente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos da sociedade brasileira, nos quais se incluem os conjuntos urbanos e sítios de valor histó-rico, paisagístico, arqueológico, paleontológico e científico (Constituição Brasileira, 1988).

Patrimônio da Humanidade. Instrumento criado em 1972 pela Convenção do Patrimônio Mun-dial da UNESCO, para incentivar a preservação de bens culturais e naturais considerados signifi-cativos para a humanidade; os países signatários dessa Convenção podem indicar bens culturais a serem inscritos na Lista do Patrimônio Mundial: as informações sobre cada candidatura são ava-liadas por comissões técnicas e a aprovação final é feita anualmente pelo Comitê do Patrimônio Mundial, integrado por representantes de 21 países; a proteção e conservação dos bens declara-dos Patrimônio da Humanidade é compromisso do país onde se localizam. Ao todo, são 571 mo-numentos inscritos. O Brasil possui 16 bens inscritos na Lista do Patrimônio Mundial, entre os quais estão alguns monumentos naturais:

1986 - Parque Nacional do Iguaçu

1991 - Parque Nacional da Serra da Capivara

1999 - Mata Atlântica - Reservas do Sudeste

1999 - Costa do Descobrimento - Reservas da Floresta Atlântica

2000 - Complexo de Conservação do Pantanal

2000 - Parque Nacional de Jaú

2001 - Ilhas Atlânticas brasileiras: Reservas de Fernando de Noronha e Atol das Rocas

2001 - Áreas protegidas do Cerrado: parques nacionais da Chapada dos Veadeiros e das Emas.

Patrimônio espeleológico. (1) Conjunto de elementos bióticos e abióticos, sócio-econômicos e histórico-culturais, subterrâneos ou superficiais, representado pelas cavidades naturais subterrâ-neas ou a estas associados (Decreto 99/556/90). (2) Conjunto de elementos bióticos e abióticos, sócio-econômicos e histórico-culturais, superficiais e/ou subterrâneos, representados ou associa-dos às cavidades naturais subterrâneas (Portaria IBAMA 887/90).

PCHs. Pequenas Centrais Hidroelétricas.

Pecuária extensiva. Aquela que é desenvolvida em grandes extensões de terra, com gado solto, geralmente sem grandes aplicação de recursos tecnológicos, investimentos financeiros e recursos veterinários importantes.

Pecuária intensiva. Aquela que é praticada utilizando-se recursos tecnológicos avançados, tais como: gado confinado, reprodução através de inseminação artificial e controle via satélite.

Peculiaridades ambientais. A expressão envolve os sistemas ambientais, alterados ou não, destacando os componentes bióticos e abióticos, seus fatores, seus processos naturais, seus atri-butos (qualidade, valor sociocultural), os patrimônios culturais, cênicos, da biodiversidade que se destacam pela raridade, potencialidade ou fragilidade. Envolvem também a tipologia e a qualifica-ção dos recursos naturais (ARRUDA et alii, 2001).

Pedimento. Superfície de erosão que parte do sopé de um relevo montanhoso e tem caimento topográfico suave no sentido dos fundos de vales (Glossário Ibama, 2003).

Pedogênico. Criação dos solos e sua evolução.

Pedologia. (1) Ciência que estuda os solos. Estudo da origem e desenvolvimento dos diversos tipos de solos. (2) Ciência que estuda a composição, aspecto, formação e propriedades do solo. Relaciona-se com a geologia e a agronomia. (3) Ciência que estuda os solos e a sua classificação. Formou-se como ramo da Geologia Aplicada. Trata da formação, da constituição química, das propriedades físicas de um solo, das suas características microbiológicas, das influências do cli-ma, dos diversos processos de transformação etc. Distingue-se da Edafologia, que também trata dos solos.

Pegmatito. Rocha intrusiva, da mesma composição do granito.

Pelágico. (1) Região oceânica situada fora da zona litorânea. (2) Termo que se utiliza, de modo geral, para incluir o plâncton, o nécton e o nêuston, ou o conjunto da vida em alto-mar (ODUM, 1972). (3) Depósito marinho, formado em grandes profundidades oceânicas e, conseqüentemen-te, a grande distância das bordas continentais; esses depósitos são constituídos de argilas finas e carapaças de organismos que foram transportadas pelas correntes marinhas (GUERRA, 1978). (4) Diz-se dos organismos próprios do alto-mar, que não se encontram fixados ao fundo e que pos-

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suem meios próprios de locomoção que lhes permitem realizar deslocações voluntárias (CARVA-LHO, 1981).

Pele. Revestimento cutâneo do corpo, formado por tecido epitelial (epiderme) e tecido conjuntivo (derme).

Pelotização. Processo que consiste em submeter um minério a um tratamento visando aglome-rá-lo, tornando operações metalúrgicas subseqüentes.

Peneplanície. Superfície quase plana formada pela erosão.

Penetrância. Freqüência com que um gene produz um efeito distinguível nos indivíduos que o carregam.

Peninérvea. Folha que tem a distribuição das nervuras lembrando a organização das barbas de uma pena.

Península. Região cercada de água por todos os lados, exceto por um, pelo qual se liga a um continente. As penínsulas mais importantes são: na Europa, a península Escandinava, a Balcâni-ca, a Itálica, a Jutlândia e a Ibérica; na Ásia, a Industânica, a Arábica e a da Coréia; no continen-te americano, a do Labrador, a da Flórida, a da Califórnia e a de Yucatan (Glossário Libreria, 2003).

Percolação. (1) Movimento de penetração da água, no solo e subsolo. Este movimento geral-mente é lento e vai dar origem ao lençol freático (GUERRA, 1978). (2) Movimento da água atra-vés de interstícios de uma substância, como através do solo (CARVALHO, 1981). (3) Movimento de água através dos poros ou fissuras de um solo ou rocha, sob pressão hidrodinâmica, exceto quando o movimento ocorre através de aberturas amplas, tais como covas (ACIESP, 1980). (4) Movimento descendente de água através do perfil do solo, por ação da gravidade, especialmente em solo saturado ou próximo à saturação, com gradientes hidráulicos da ordem de 1,0 ou menos. Graças ao lento movimento de penetração da água, nas camadas do solo forma-se o lençol freáti-co. Mas a percolação transporta também elementos nocivos, como os poluentes das águas e dos solos.

Perene. Planta cujo ciclo de vida dura mais de dois anos.

Perfil de solo. Sucessão dos horizontes do solo.

Permuta genética. Mecanismo que possibilita a recombinação de genes ligados através da troca de partes entre cromátides não irmãs de cromossomos homólogos.

Pesca. Ato tendente a capturar ou extrair elementos animais ou vegetais que tenham na água seu normal ou mais freqüente meio de vida podendo efetuar-se com fins, desportivos ou científi-cos (Decreto-Lei 221/67).

Pesca amadora. Aquela praticada por brasileiros ou estrangeiros com a finalidade de lazer ou desporto, sem finalidade comercial (Portaria IBAMA 1.583/89).

Pesca científica. Pesca exercida unicamente com fins de pesquisas por instituições ou pessoas devidamente habilitadas para esse fim (Decreto-Lei 221/89).

Pesca comercial. Pesca que tem por finalidade realizar atos de comércio na forma da legislação em vigor (Decreto-Lei 221/647.

Pesca desportiva. Pesca que se pratica com linha de mão, por meio de aparelhos de mergulho ou quaisquer outros permitidos pela autoridade competente, e que em nenhuma hipótese venha a importar em atividade comercial (Decreto-Lei 221/67).

Pesque-pague. Pessoa física ou jurídica que mantém estabelecimento constituído de tanques ou viveiros com peixes para exploração comercial da pesca amadora (Portaria IBAMA 136/98).

pH. (1) Em química, a medida quantitativa da acidez ou basicidade (alcalinidade) de uma solução líquida. A medida da acidez ou alcalinidade de um material líquido ou sólido. É representado em uma escala de zero a 14 com o valor 7 representando o estado neutro, o valor zero o mais ácido e o valor 14 o mais alcalino (The Work Bank, 1978). (2) É o logaritmo do inverso da concentração hidrogênica e por este motivo o índice de ácido-alcalinidade da água ou de outro líquido, ou até mesmo dos solos. As águas chamadas duras têm pH alto (maior que 7) e as brandas, baixa (me-nor que 7) (CARVALHO, 1981). (3) Medida da acidez ou alcalinidade de um material líquido ou sólido; importante parâmetro para avaliação de águas naturais ou servidas, pois a existência de grande parte da vida biológica só é possível dentro de estreitos limites dessa variação. Numa es-cala de 0 a 14, o valor 7 representa o estado neutro; o valor 0, o mais ácido e o valor 14, o mais alcalino; uma substância com pH alto á alcalina e com pH baixo é ácida; a água servida com pH

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alterado deve ser corrigida antes de ser lançada em águas naturais; grafia correta: p minúsculo e H maiúsculo.

PIB (Produto Interno Bruto). (1) Soma de todas as riquezas produzidas dentro do território econômico do País, independente de sua origem. (2) O total de bens e serviços gerados por uma região, Estado ou país no período de um ano, calculado a preços deflacionados e convertidos em dólares americanos como padrão de comparação (Glossário Ibama, 2003).

Pico. Cimo agudo de um monte.

Píer. Embarcadouro.

Piracema. (1) Processo de subida dos cardumes de peixes até a nascente dos rios, com a finali-dade de se reproduzirem. (2) Migração anual de grandes cardumes de peixes rio acima na época da desova, ou com as primeiras chuvas; cardume ambulante de peixe.

Pirita. Tipo de mineral formado por sulfeto de ferro.

Pirólise. É um processo que tem como principal aplicação o tratamento e a destinação final do lixo, sendo energéticamente auto-sustentável não necessitando de energia externa, o que des-perta uma grande atenção e a faz tão fascinante do ponto de vista científico e prático. O processo de pirólise pode ser genericamente definido como sendo o de decomposição química por calor na ausência de oxigênio, saliento ainda que o seu balanço energético é positivo, ou seja produz mais energia do que consome. Os resíduos que alimentam o reator pirolítico podem ser provenientes do lixo doméstico, do processamento de plásticos e industriais. O processo consiste da trituração destes resíduos que deverão ser previamente selecionados, após esta etapa serão destinados ao reator pirolítico onde através de uma reação endotérmica ocorrerão as separações dos subprodu-tos em cada etapa do processo .

Piscicultura. Arte de criar e multiplicar peixes. Criação e reprodução de peixes; cultivo de pei-xes.

Planalto. Extensão da superfície do terreno, elevada sobre o nível do mar, quase sem acidentes, contrastando com os terrenos acidentados que lhe ficam adjacentes.

Plâncton. (1) Conjunto de pequenos seres. Conjunto de seres vivos (vegetais e animais) que flutuam passivamente na superfície de lagos ou oceanos. As espécies vegetais são chamadas de fitoplâncton e as animais recebem o nome de zooplâncton. O plâncton constitui a base das cadei-as alimentares dos oceanos. (2) Organismos comumente microscópicos: os vegetais (fitoplânc-ton, por exemplo, algas e bactérias) ou animais (zooplâncton, por exemplo, Crustáceos, Rotató-rios) que flutuam na zona superficial iluminada da água marinha ou lacustre, fonte principal de alimento dos animais marinhos (GOODLAND, 1975). (3) Conjunto de organismos que vivem na água e que, apesar de possuírem movimentos próprios, são incapazes de vencer correntezas, sendo arrastados passivamente (ACIESP, 1980). (4) Conjunto de organismos e diminutos seres vivos (algas unicelulares, protozoários, larvas e outros), que vivem na água e que, apesar de possuírem movimentos próprios, são incapazes de vencer correntezas, sendo arrastados passi-vamente. Há os fitoplâncton (vegetais) e zooplâncton (animais). (5) Conjunto de pequenos ani-mais (zooplâncton) e vegetais (fitoplâncton) que vivem em suspensão na água. O fitoplâncton que, por sua vez, é importante fonte de alimentação de numerosos animais aquáticos.

Planície. Extensão de terreno, mais ou menos considerável, de aspecto plano ou de poucos aci-dentes. Planície fluvial: zona plana nas bacias dos cursos de água, próxima dos respectivos leitos.

Planície aluvial. (1) Planície formada pela deposição de material aluvial erodido em áreas mais elevadas (DNAEE, 1976). (2) São aquelas justapostas ao fluxo fluvial, têm formas alongadas (quando de nível de base local) e são produzidas pelos depósitos deixados pelos rios (GUERRA, 1978). 2) Área plana resultante da acumulação fluvial de sedimentos aluviais (Glossário Ibama, 2003).

Planície de inundação. Terras planas, próximas ao fundo do vale de um rio, inundadas quando o escoamento do curso d’água excede a capacidade normal do canal (DNAEE, 1976).

Planejamento Ambiental. (1) Identificação de objetivos adequados ao ambiente físico a que se destinam, incluindo objetivos sociais e econômicos, e a criação de procedimentos e programas administrativos para atingir aqueles objetivos. (2) Identificação de objetivos adequados ao ambi-ente físico a que se destinam, incluindo objetivos sociais e econômicos, e a criação de procedi-mentos e programas administrativos para atingir aqueles objetivos.

Plano de contingência. Connunto de procedimentos e ações que visam à integração dos diver-sos planos de amergência setoriais, bem como a definição dos recursos humanos, materiais e

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equipamentos complementares para a prevenção, controle e combate da poluição das águas (Lei 9966/00).

Plano de controle ambiental (PCA). Documento técnico que contém os projetos executivos de minimização dos impactos ambientais identificados na fase de avaliação da viabilidade ambiental de um empreendimento. Nos termos da Resolução CONAMA 10/90, o PCA é requisito à obtenção da licença de instalação de empreedimentos de exploração de minérios destinados à construção civil.

Plano de emergência. Conjunto de medidas que determinam e estabelecem as responsabilida-des setoriais e as ações a serem desencadeadas imediatamente após um incidente, bem como definem os recursos humanos, materiais e equipamentos adeuqados à prevenção, controle e combate à poluição das águas (Lei 9966/00).

Plano de gestão. Conjunto de ações pactuadas entre os atores sociais interessados na conser-vação e/ou preservação ambiental de uma determinada área, constituindo projetos setoriais e integrados contendo as medidas necessárias à gestão do território (ARRUDA et alii, 2001).

Plano de manejo. (1) Documento técnico mediante o qual, com fundamento nos objetivos ge-rais de uma unidade de conservação, se estabelece o seu zoneamento e as normas que devem presidir o uso da área e o manejo dos recursos naturais, incluindo a implantação das estruturas físicas necessárias à gestão da Unidade, segundo o Roteiro Metodológico (ARRUDA et alii, 2001). (2) Projeto dinâmico que, utilizando técnicas de planejamento ecológico, determine o zoneamento de um Parque Nacional, caracterizando cada uma das suas zonas e propondo seu desenvolvimen-to físico, de acordo com suas finalidades (Decreto 84.017/79). (3) Documento técnico que esta-belece o zoneamento e as normas de uso de uma unidade de conservação, segundo os objetivos para os quais foi criada; define o manejo dos recursos naturais, inclusive a implantação das es-truturas físicas necessárias à gestão da unidade.

Plano de manejo florestal e plano operacional anual. O plano de manejo florestal e os pla-nos operacionais são documentos escritos baseados em critérios técnicos adequados, em confor-midade com a legislação ambiental e outras leis nacionais disponíveis. O plano de manejo se refe-re ao ordenamento das atividades florestais na unidade de manejo como um todo e o plano ope-racional anual se refere às atividades específicas naquele ano.

Plano de proteção ao solo e de combate à erosão. Conjunto de medidas que visa a promover a racionalização do uso do solo e o emprego de tecnologia adequada, objetivando a recuperação de sua capacidade produtiva e a sua preservação (Decreto 77.775/76).

Plano de recuperação de área degradada. Operações que têm por objetivo o retorno do sítio degradado a uma forma de utilização, de acordo com um plano pré-estabelecido para o uso do solo, visando a obtenção de uma estabilidade do meio ambiente (Decreto 97.632/89).

Planos diretores ambientais. Conjunto de diretrizes, etapas de realização, restrições e permis-sões, idealizados com base em diagnósticos prévios, para disciplinar o desenvolvimento de proje-tos e atividades em uma determinada área, com vista ao alcance de objetivos e metas de recupe-ração e conservação ambiental.

Planta bianual. Espécie vegetal que completa seu ciclo biológico desde a germinação até a pro-dução de sementes, em 24 meses.

Plantação florestal. Áreas com cobertura arbórea que carece da maior parte das principais ca-racterísticas e elementos chaves de ecossistemas naturais conforme definições dos padrões na-cionais e regionais de manejo florestal aprovados pelo FSC. Estas áreas são resultantes de ativi-dades humanas tanto de plantio, semeadura ou tratamento silviculturais intensos.

Planta perene. Espécie vegetal que tem o ciclo biológico superior a dois anos.

Plantas invasoras. Plantas com capacidade de colonizar espontaneamente novos ambientes através de seus mecanismos de regeneração natural.

Plantation. Propriedade de grande extensão onde é executada monocultura voltada à exporta-ção, utilizando-se de mão-de-obra barata.

Planta transgênica. Planta cujo ADN hereditário foi transformado por meio da adição de ADN de uma fonte diferente do germoplasma paternal, com o uso de técnicas de ADN recombinante.

Plântula. Planta jovem ou recém germinada (Resolução CONAMA 012/94).

Plasticidade. Mudanças morfológicas e/ou fisiológicas em um organismo, resultantes da influên-cia de fatores ambientais sobre a expressão do genótipo deste indivíduo.

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Plasticidade fenotípica. Mudança morfológica em um organismo, quando sujeito a distintos estímulos ambientais. Um exemplo comum é aquele provido por plantas aquáticas, cujas folhas submersas apresentam morfologia diferente daquelas sobre a água. Outra situação, freqüente-mente encontrada entre plantas daninhas e plantas invasoras, é a profusão de morfologia foliar presente entre os indivíduos da população. Estas formas são definidas como morfótipos, capaci-dade mostrada pelo genótipo de assumir fenótipos diferentes. Toda plasticidade fenotípica é ge-neticamente determinada.

Plastoma. Genoma dos cloroplastos.

Plataforma.Instalação ou estrutura, fixa ou móvel, localizada em águas sob urisdição nacional, destinada a atividade direta ou indiretamente relacionada com a pesquisa e a lavra de recursos minerais oriundos do leito das águas interiores ou de seu subsolo, ou do mar, da plataforma con-tinental ou de seu subsolo (Lei 9966/00).

Plataforma Continental do Brasil. Leito e o subsolo das áreas submarinas que se estendem do seu mar territorial, em toda a extensão do prolongamento natural de seu território terrestre, até o bordo exterior da margem continental, ou até uma distância de duzentas milhas marítimas das linhas de base, a partir das quais se mede a largura do mar territorial, nos casos em que o bordo exterior da margem continental será fixado de conformidade com os critérios estabelecidos no art. 76 da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, celebrada em Montego Bay, em 10 de dezembro de 1982 (Lei 8.617/93).

Plebiscito. Tipo de consulta à população sobre um determinado assunto.

Pleiotropia. Fenômeno pelo qual um gene afeta várias características. Influência de um gene alelo na expressão fenotípica de mais de um caráter.

Pluvial. Relativo à chuva. Proveniente da chuva.

Pluviógrafo. Instrumento que contém um dispositivo para registrar continuamente as alturas de chuvas durante um período (DNAEE, 1976).

Pluviometria. Ciência que estuda a quantidade de chuva.

Pluviômetro. Aparelho que mede a quantidade de chuva, expressa em milímetros de altura.

PNB per capita. Soma de todos as riquezas produzidas num país no período de 01 ano dividida pela população total.

PNMA. Programa Nacional do Meio Ambiente, conduzido pelo Ministério do Meio Ambiente. Ge-rencia recursos financeiros oriundos de arrecadação interna e ajuda externa.

PNUMA. Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. Estabelecido pela ONU em 1972, a partir de acordos discutidos durante a Conferência de Estocolmo de 1972 sobre Ambiente Huma-no. O PNUMA é uma unidade das Nações Unidas, e não uma de suas agências especializadas, portanto é mantido por doações voluntárias e não pelas contribuições dos diversos governos. O PNUMA se reporta diretamente à Assembleia Geral através do Conselho Econômico e Social da ONU (UNEP).

Poda. Técnica de jardinagem e agricultura que consiste em eliminar as gemas apicais dos ramos, quebrando a inibição que elas exercem sobre as gemas laterais, o resultado é a ramificação da planta.

Poder de neutralização. Conteúdo de neutralizantes contidos em corretivo de acidez, expresso em equivalente de carbonato de cálcio (CaCO3).

Podzol. Grupo zonal de solos que ocorrem nas regiões de florestas temperadas.

Pôlder. Terreno baixo recuperado de um corpo d’água, às vezes o mar, pela construção de di-ques mais ou menos paralelos à margem ou à costa, seguido da drenagem da área entre os di-ques e as terras secas.

Poliembrionia. Ocorrência de vários embriões na mesma semente. A emergência de duas ou mais plântulas de uma semente é um forte indicador da existência de apomixia, mas não se cons-titui evidência definitiva, pois há poliembrionia zigótica (sexuada). A poliembrionia, portanto, po-de ser de origem assexuada (embrionia adventícia) ou sexuada (apomixia gametofítica) ou uma combinação de ambas. A poliembrionia é bastante comum em fruteiras temperadas e tropicais, citando-se, como exemplo, os citros em geral, a manga, o mangostão e mirtáceas, como a pitan-ga.

Poligenes. Genes com pequeno efeito em um caráter particular que podem suplementar uns aos outros provocando alterações quantitativas mensuráveis.

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Polígono das secas. Área que abrange 1.880.000 km², existente no Nordeste do Brasil, sujeita a secas prolongadas. Recebe o nome de polígono, pois, quando foi realizado o mapeamento das áreas ou municípios que se encontram na zona semi-árida, unindo entre si tais áreas ou municí-pios, obteve-se a figura de um polígono.

Polimorfismo. Ocorrência regular e simultânea na mesma população heterozigota de dois ou mais tipos distintos de formas. Em genética, é a manutenção de duas ou mais formas de um ge-ne no mesmo loco em freqüências mais altas que aquelas esperadas pela ação da mutação e imi-gração sozinhas. É a ocorrência de mais de um alelo, no mesmo loco, em uma população (série alélica). Em botânica e zoologia, é a apresentação de diferentes formas de órgãos em um mesmo indivíduo. Polimorfismos podem se dar ao nível de estruturas da espécie considerada (ex.: frutos dimórficos de uma planta) até duas formas fixas dentro da mesma espécie como no caso de ecó-tipos em plantas e para certos grupos de pássaros no reino animal.

Polinização. Ato de transportar o pólen de uma antera (parte em que ele é produzido) até o es-tigma. Há dois tipos básicos de polinização: a autopolinização e a polinização cruzada. Os agentes naturais (vetores) da polinização são tanto elementos abióticos (ex.: vento e água) quanto agen-tes bióticos (ex.: insetos, pássaros e morcegos). Em angiospermas, o pólen é geralmente trans-portado por insetos, aves ou morcegos, enquanto em gimnospermas o vento encarrega-se desta missão.

Polinização cruzada. Transporte do grão de pólen de um indivíduo ao estigma da flor de outro indivíduo.

Poliplóide. Organismo com um número de conjuntos de cromossomos distinto do conjunto bási-co.

Pólos. Cada uma das duas extremidades do eixo imaginário da Terra.

Poluente atmosférico. Qualquer forma de matéria ou energia com intensidade e em quantida-de, concentração, tempo ou características em desacordo com os níveis estabelecidos, e que to-mem ou possam tornar o ar impróprio, nocivo ou ofensivo à saúde; inconveniente ao bem-estar público; danoso aos materiais, à fauna e à flora; prejudicial à segurança, ao uso e gozo da pro-priedade e às atividades normais da comunidade (Portaria Normativa IBDF 348/90 e Resolução CONAMA 003/90).

Poluentes. (1) Detritos sólidos, líquidos ou gasosos nocivos à saúde, de origem natural ou indus-trializados, que são lançados no ar, na água ou no solo. (2) Substância, meio ou agente que pro-voque, direta ou indiretamente, qualquer forma de poluição. (3) Qualquer substância líquida, só-lida ou gasosa, introduzida em um recurso natural e que o torne impróprio para uma finalidade específica (The World Bank, 1978). (4) Partícula que contamina o ar. Sinônimo de contaminante. (5) Qualquer substância ou energia que, lançada para o meio, interfere com o funcionamento de parte ou de todo ecossistema. Os poluentes podem afetar a estrutura e as funções dos ecossis-temas. (6) Qualquer substância ou energia que, lançada para o meio, interfira de modo nocivo no funcionamento de parte ou de todo o ecossistema; a intensidade da ação de um poluente pode variar segundo o ambiente.

Poluente biodegradável. São em geral refugos de natureza orgânica, como o esgoto sanitário, que se decompõem com rapidez por meio de processos naturais ou controlados, estabilizando-se por fim (CARVALHO, 1981).

Poluente não-biodegradável. São os metais pesados, como o cobre, os sais de mercúrio, subs-tâncias químicas fenólicas, entre outros, e que comumente produzem magnificação biológica (CARVALHO, 1981).

Poluentes qualitativos. São substâncias sintéticas - as produzidas e liberadas exclusivamente pelo homem (EHRLICH & EHRLICH, 1974).

Poluentes quantitativos. São substâncias que estão presentes de forma natural no ambiente, mas que são liberadas pelo homem em quantidades adicionais significativas (EHRLICH & EHRLI-CH, 1974).

Poluição. (1) Qualquer interferência prejudicial aos usos preponderantes das águas, do ar e do solo, previamente estabelecidos. (2) Qualquer alteração das propriedades físicas, químicas ou biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam a saúde, a segurança e o bem-estar da população, as atividades sociais e econômicas, a biota, as condições estéticas e sanitária do meio ambiente e a qualidade dos recursos ambientais (ARRUDA et alii, 2001). (3) Degradação da qua-lidade ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente; prejudiquem a saúde, a segurança e o bem estar da população; criem condições adversas às atividades sociais e econô-

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micas; afetem desfavoravelmente a biota; afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos (Lei 6.938/81). (4) É a adição ou o lançamento de qualquer substância, matéria ou forma de e-nergia (luz, calor, som) ao meio ambiente em quantidades que resultem em concentrações maio-res que as naturalmente encontradas. Os tipos de poluição são, em geral, classificados em rela-ção ao componente ambiental afetado (poluição do ar, da água, do solo), pela natureza do polu-ente lançado (poluição química, térmica, sonora, radioativa, etc.) ou pelo tipo de atividade polui-dora (poluição industrial, agrícola, etc.). A degradação da qualidade ambiental resultante de ati-vidades que direta ou indiretamente: a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da po-pulação; b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; c) afetem desfavora-velmente a biota; d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; e) lancem materiais ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos (Lei nº 6.938/81, art. 3º, III). Constitui um dos grandes problemas ecológicos e ambientais para a espécie humana e o planeta Terra. É multiforme e generalizada, profundamente associada ao crescimento econô-mico, à produção e ao consumo. (5) Mudança indesejável no ambiente; introdução de concentra-ções exageradamente altas de substâncias prejudiciais ou perigosas, calor ou ruído; geralmente decorre de atividades humanas.

Poluição ambiental. (1) Qualquer alteração do meio ambiente prejudicial aos seres vivos. Nesse caso, incluem-se a poluição atmosférica, provocada pelas nuvens de fumaça e vapor de instala-ções industriais e dos escapamentos de veículos; a poluição sonora, causada pelo barulho de má-quinas, buzinas de veículos, sons de rádio, aparelhos de som e tevê muito altos; e a poluição vi-sual, decorrente do grande número de cartazes, faixas e luminosos espalhados pelas ruas das cidades. (2) É a adição, tanto por fonte natural ou humana, de qualquer substância estranha ao ar, à água ou ao solo, em tais quantidades que tornem esse recurso impróprio para uso específico ou estabelecido. Presença de matéria ou energia, cuja natureza, localização e quantidade produ-zam efeitos ambientais indesejados (The World Bank, 1978). (3) A degradação ambiental resul-tante de atividades que direta ou indiretamente: a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população; b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; c) afetem desfavoravelmente a biota; d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; e) lancem materiais estabelecidos (Lei nº 6.938 de 30.08.81 - Brasil). (4) A introdução, pelo ho-mem, direta ou indiretamente, de substâncias ou energia no meio ambiente, que resultem em efeitos deletérios de tal natureza que ponham em risco a saúde humana, afetem os recursos bió-ticos e os ecossistemas, ou interfiram com usos legítimos do meio ambiente (Dec-Ece-Convention Pollution, 1983)

Poluição da água. É o lançamento nas águas dos mares, dos rios, dos lagos e demais corpos d’água, superficiais ou subterrâneos, de substâncias químicas, físicas ou biológicas que afetem diretamente as características naturais das águas e a vida ou que venham a lhes causar efeitos adversos secundários.

Poluição do ar. Ou poluição atmosférica. É a acumulação de qualquer substância ou forma de energia no ar, em concentrações suficientes para produzir efeitos mensuráveis no homem, nos animais, nas plantas ou em qualquer equipamento ou material, em forma de particulados, gases, gotículas ou qualquer de suas combinações.

Poluição do solo. Contaminação do solo por qualquer um dos inúmeros poluentes derivados da agricultura, da mineração, das atividades urbanas e industriais, dos dejetos animais, do uso de herbicidas ou dos processos de erosão.

Poluidor. Pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou indireta-mente, por atividades causadora de degradação ambiental (Lei 6.938/81).

Polycross. Polinização aberta entre os integrantes de um grupo de genótipos seletos, isolados espacialmente de outros genótipos compatíveis para evitar o fluxo gênico, de forma que os cru-zamentos para a produção de sementes se dão ao acaso.

Pontal. Língua de areia e seixos de baixa altura, disposta de modo paralelo, oblíquo ou mesmo perpendicular à costa e que se prolonga, algumas vezes, sob as águas, em forma de banco. No primeiro caso, pode ser considerado uma restinga (GUERRA, 1978).

População. (1) Em ecologia, o termo população, cunhado inicialmente para designar um grupo de pessoas, ampliou-se para incluir grupos de indivíduos de qualquer classe de organismos (O-DUM, 1972). (2) Conjunto de organismos da mesma espécie que habita um determinado espaço (Glossário Ibama, 2003).

População tradicional. Grupo humano distinto da sociedade nacional por suas condições soci-ais, culturais e econômicas, que se organiza total ou parcialmente por seus próprios costumes ou

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tradições ou por uma legislação especial e que, qualquer que seja sua situação jurídica, conserva seus próprios costumes ou tradições instituições sociais, econômicas, culturais ou por parte delas.

População viável mínima. Menor grupo de intercruzamento, capaz de assegurar a reprodução de uma espécie determinada através do tempo.

Poríferos. (1) Filo que reúne animais muito simples, sésseis e aquáticos, como as esponjas do mar. (2) São esponjas - animais metazoários sedentários, habitantes dos mares com algumas formas de água doce (Família Espongilidae).

Pororoca. (1) Grande onda de maré alta que, com ruído estrondoso, sobe impetuosamente rio acima, principalmente no Amazonas, apresentando uma frente abrupta de considerável altura, perigosa à navegação, e que depois de sua passagem forma ondas menores, os banzeiros, que se quebram violentamente nas praias; macaréu. (2) O mesmo que macaréu, fenômeno que se ma-nifesta na foz de certos rios, pela resistência que as suas águas opõem ao fluxo da maré. A poro-roca manifesta-se num grande número de rios (Amazonas, Ganges e outros) (Glossário Libreria, 2003). (3) É o fenômeno natural que conjuga beleza e violência no encontro das águas do mar com as águas do rio Araguari.

Porto Organizado. Porto construído e aparelhado para atender às necessidades da navegação e da movimentação e armazenagem de mercadorias, concedido ou explorado pela União, cujo trá-fego e operações portuárias estejam sob a jurisdição de uma autoridade portuária (Lei 9966/00).

Posse. Acordo socialmente definido por indivíduos ou grupos, reconhecido por estatuto legal ou costumes relativos ao conjunto de direitos e obrigações sobre o acesso e/ou de uma unidade de áreas específicas ou de seus recursos associados, como árvores individuais, espécies de plantas, recursos hídricos ou minerais.

Posseiro. Agricultor que se utiliza de terra que aparentemente não tem dono.

Possessão. Submissão de um país ou província ao controle de outra.

Pouso das aves. Local onde as aves se alimentam, ou se reproduzem, ou pernoitam, ou descan-sam (Resolução CONAMA nº 004/85).

Povos da floresta. Grupos sociais que vivem nas florestas num modo de vida não-industrializado, e cujas atividades geralmente são auto-sustentáveis (por exemplo: os índios e os seringueiros).

Povoamento florestal. Conjunto de todas as árvores e demais vegetações lenhosas, que ocu-pam determinada área (Portaria Normativa IBDF 302/84).

Povos indígenas. Coletividades que se distinguem no conjunto da sociedade nacional por reco-nhecerem seus vínculos históricos com populações ameríndias antecessoras ao processo de colo-nização européia.

Praga. Patógeno estritamente associado ao grupo de insetos e ácaros fitófagos; peste.

Pragas e doenças. Organismos vivos (em geral, insetos, fungos, bactérias e vírus) que, ao utili-zarem as plantas como fonte de alimento ou como hospedeiras, alteram o seu ritmo normal de crescimento e desenvolvimento em grau suficiente, causando danos econômicos às plantações florestais.

Praia. (1) Zona à beira mar ou ao longo de vasta extensão de água constituída por sedimentos não consolidados, areias movediças ou diversos materiais trazidos pelas vagas (ACIESP, 1980). (2) Faixa da região litorânea coberta por sedimentos arenosos ou rudáceos, compreendida desde a linha de baixa-mar até o local em que se configura uma mudança fisiográfica (MENDES, 1984). (3) Área coberta e descoberta periodicamente pelas águas, acrescida da faixa subseqüente de material detrítico, tais como areias, cascalhos, seixos e pedregulhos até o limite onde se inicie a vegetação natural, ou, em sua ausência, onde comece um outro ecossistema (Lei 7.661/88). (4) Área onde ocorre a ação direta das águas oceânicas sobre areias, segundo os fluxos e refluxos das marés, os ventos e as correntes marinhas (Portaria Normativa IBAMA 31-N/91).

Pré-dunas. Áreas que surgem a partir dos sedimentos areno-quartzosos depositados pelo mar na faixa de praia e que através dos ventos dominantes (SE e NE) são transportados e deposita-dos num processo contínuo (Portaria IBAMA 31-N/91).

Predação. Relação alimentar entre organismos de espécies diferentes, benéfica para um deles (o predador) às custas da morte do outro (presa).

Predador. Um animal (raramente uma planta) que mata e come animais.

Predatismo. Relação ecológica em que animais comem outros animais.

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Preservação. (1) Sistema de proteção conferido a determinada área quando se deseja garantir sua intocabilidade. (2) Ação de proteger, contra a destruição e qualquer forma de dano ou degra-dação, um ecossistema, uma área geográfica defina ou espécies animais e vegetais ameaçados de extinção, adotando-se as medidas preventivas legalmente necessárias e as medidas de vigi-lância adequadas. Prevenção de ações futuras que possam afetar um ecossistema (USDT, 1980). (3) É a proteção rigorosa de determinadas áreas e de seus recursos naturais, considerados de grande valor como patrimônio ambiental, sem qualquer intervenção humana. (4) Conjunto de métodos, procedimentos e políticas que visam a proteção a longo prazo das espécies, habitats e ecossistemas, além da manutenção dos processos ecológicos, prevenindo a simplificação dos sis-temas naturais (ARRUDA et alii, 2001). (5) São as práticas de conservação da natureza que asse-guram a proteção integral dos atributos naturais (ARRUDA et alii, 2001). (6) Cuidar da sobrevi-vência das espécies de organismos vivos, animais e vegetais (Glossário Ibama, 2003).

Pressurizar. Injetar ar na água e mantê-la sobre alta pressão. Seu objetivo é formar microbo-lhas de ar para carregar as partículas que se deseja separar da água.

Princípio ativo (de agrotóxicos). Substância, o produto ou o agente resultante de processos de natureza química, física ou biológica, empregados para conferir eficácia aos agrotóxicos e afins (Decreto 98.816/90).

Princípio de responsabilização. Ou princípio poluidor-pagador; válido para produtores e con-sumidores em qualquer tipo de relação com o meio; estabelece que todo aquele que contribuir para deteriorar o ambiente, em qualquer modo, deve arcar com os custos da descontaminação e da recomposição do estado original.

Procarioto. Organismo celular em que o material genético não se encontra localizado dentro de um núcleo delimitado pela sua membrana.

Procedência. Local específico de onde se procede, origina um indivíduo ou uma população.

Processo alotrófico. Processo que envolve o influxo de matéria orgânica em um determinado sistema. Assim, há quatro tipos de lago: distrófico, que tem grande quantidade de matéria orgâ-nica relativa à produção autotrófica; oligotrófico e mixotrófico, caracterizados por pequenas e médias quantidades de produção e influxo de matéria orgânica total, respectivamente; eutrófico, caracterizado por grandes quantidades de produção de material orgânico (WARNER & PRESTON, 1974).

Processo ecológico. Caminho que a dinâmica ecológica segue e que é regulado pela interação entre energia, força e resistência da natureza, ou seja, é uma relação sistemática em que a bios-fera é produzida por fenômenos naturais, como luz, água e nutrientes.

Processo local. Primeira transformação da matéria-prima florestal no local em que esta foi reco-lhida dentro da unidade de manejo florestal.

Procuradoria. Conjunto de advogados que defendem principalmente os interesses da adminis-tração pública, no âmbito municipal, estadual ou federal. Como os bens naturais são classificados como patrimônio público, a procuradoria pode ser acionada em casos de atos lesivos ao meio ambiente, à Procuradoria Geral da República; à Procuradoria Geral do Estado, no caso em que tais bens estejam sob proteção estadual.

Produtividade do ecossistema. Taxa de acumulação de biomassa em uma dada área em um dado período de tempo. Geralmente é medida em toneladas por hectare.

Produto. Mesmo que cultura.

Produto florestal. Aquele que se encontra, no seu estado bruto ou in natura , numa das seguin-tes formas: madeira em toras; toretes; postes não imunizados; escoramentos; palanques roliços; dormentes nas fases de extração/fornecimento; mourões ou moirões; achas e lascas; pranchões desdobrados com moto-serra; lenha; palmito; xaxim; óleos essenciais; bloco ou filó, tora em formato poligonal, obtida a partir da retirada de costaneiras. Considera-se, ainda produto flores-tal, as plantas ornamentais, mediciais e aromáticas, bem como as mudas, raízes, bulbos, cipó e folhas de origem nativa (Portaria IBAMA 44-N/93).

Produto Nacional Bruto (PNB). Valor total de mercado dos bens e serviços produzidos pela economia de um país, em geral durante um ano, computado antes que se desconte a depreciação do capital usado no processo de produção. Usado como indicador do nível econômico do país. É a soma dos valores monetários líquidos, calculados a preços do mercado, dos bens e serviços pro-duzidos em uma sociedade, durante determinado tempo, geralmente um ano (SAHOP, 1978).

Produtores. Organismos autótrofos, na maioria vegetais verdes, que são capazes de fabricar o alimento, a partir das substâncias inorgânicas simples.

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Produtos fitossanitários. Substâncias ou preparações, de natureza química ou biológica, e os organismos vivos quando destinados ao emprego na prevenção, repelência e destruição de inse-tos, fungos, ervas daninhas, nematódios, ácaros, roedores e outras formas de vida animal ou vegetal e outros agentes que afetam as plantas e os produtos agrícolas (Lei 4.785/65).

Produtos florestais não-madeireiros. Todos os produtos de origem vegetal ou animal, obtidos da floresta exceto madeira.

Prófase. Primeira fase da divisão celular que se caracteriza, entre outros fatos, pela condensação dos cromossomos.

Progênie. Descendência, geração, prole.

Progenitor. Indivíduo envolvido na produção de uma descendência.

Projeção cartográfica. Método utilizado para representar, sobre uma superfície plana, os fenô-menos que ocorrem na superfície da Terra através de processos de transformações geométricas e analíticas. A correspondência entre os pontos da superfície terrestre e a sua representação consti-tui o problema fundamental da cartografia, pois impossibilita uma solução perfeita, ou seja, uma projeção livre de deformações. Tentando minimizar as distorções, diferentes técnicas de repre-sentação são aplicadas para se alcançar resultados que possuam propriedades favoráveis para um propósito específico.

Promotoria. Setor do Ministério Público que atua nas ações públicas; o promotor é o defensor dos interesses da sociedade e fiscaliza a execução da lei; em muitos estados brasileiros já exis-tem promotororias especializadas na área de meio ambiente, algumas vezes chamadas de cura-dorias de meio ambiente.

Propagação. Reprodução e a multiplicação de uma cultivar, ou a concomitância dessas ações (Lei 9.456/97).

Propagação vegetativa. Multiplicação somática do indivíduo. A multiplicação pode se dar, entre outras formas, por bulbilhos, colmos, estolões, rizomas e estacas.

Propano. Um componente do GLP, Gás Liquefeito de Petróleo, que é o combustível. É utilizado nos fogões. Existem também veículos movidos a GLP que geram poluição menor que os veículos movidos a gasolina.

Prospecção. Atividade que antecede o processo de coleta de germoplasma propriamente dito. Visa à efetuação de um estudo preliminar de um local, para assegurar o sucesso da expedição de coleta.

Protandria. Maturação das anteras antes do pistilo em uma planta.

Proteção. (1) Salvaguarda dos atributos ou amostras de um ecossistema com vistas a objetivos específicos definidos (ARRUDA et alii, 2001). (2) Regulamentação da atividade humana para que os ecossistemas e espécies não sofram grandes impactos; preservação e conservação são duas formas distintas de proteção.

Proteção integral. Manutenção dos ecossistemas livres de alterações causadas por interferência humana, admitindo apenas o uso indireto dos seus atributos naturais (Lei 9.985/2000, art. 2, VI).

Proteína. Classe de compostos orgânicos de carbono, nitrogênio e hidrogênio que constitui o principal componente dos organismos vivos.

Protocolo de Kyoto. Instrumento legal para obrigar os países signatários da Convenção sobre Mudanças Climáticas a reduzir os níveis de emissão de gases de efeito estufa, que continuaram crescendo após a assinatura da convenção, em 1992; o protocolo estipula a criação de um fundo anual de quase US$500 milhões, abastecido pelos países industrializados, para facilitar a adapta-ção das nações pobres às exigências do protocolo; também determina regras para a compra e venda de créditos obtidos por cortes nas emissões de dióxido de carbono, apontado como o gran-de vilão do efeito estufa.

Protogenia. Maturação do pistilo antes das anteras da flor de uma planta.

Protoplasto. Célula sem a parede celular.

Prumo de mão. Instrumento de navegação. Era uma sonda que servia para medir a altura da água por debaixo da quilha, o que era essencial para se navegar sem encalhar. Foi também utili-zando este tipo de sondas que os cartógrafos conseguiram desenhar as cartas como relevo sub-marino (Glossário Libreria, 2003).

Pseudogamia. Desencadeamento da formação de semente apomítica através da polinização e fertilização do endosperma primário.

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Psicrômetro. Aparelho destinado a medir indiretamente a umidade relativa do ar.

Pteridófita. (1) Plantas sem flores que se reproduzem por esporos. Ex.: samambaias, xaxins e avencas (Resolução CONAMA 012/94). (2) Espécie vegetal que forma esporângios, nas folhas ou em folhas modificadas, procedentes dos esporos formados pela planta mãe.

Pupunha. Tipo de palmeira de onde, entre outros, extrai-se o palmito.

Putrefação. (1) Processo de oxidação natural que ocorre em virtude da ação de bactérias e fun-gos. (2) Decomposição biológica de matéria orgânica, com formação de cheiro desagradável, as-sociada a condições anaeróbias (ABNT, 1973).

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Q Quadrante. Instrumento utilizado em astronomia e náutica para medir os ângulos (Glossário Libreria, 2003).

Quadriculado UTM. Sistema de quadriculado cartográfico, baseado na projeção transversa de Mercator, destinado às cartas da superfície terrestre até as latitudes de 84º N e 80º S (Glossário Libreria, 2003).

Qualidade ambiental. (1) O estado do meio ambiente, como objetivamente percebido, em ter-mos de medição de seus componentes, ou subjetivamente, em termos de atributos tais como beleza e valor (MUNN, 1979). (2) É o estado do ar, da água, do solo e dos ecossistemas, em re-lação aos efeitos da ação humana (HORBERRY, 1984). (3) Estado das principais variáveis do am-biente que afetam o bem-estar dos organismos, particularmente dos humanos. Termo empregado para caracterizar as condições do ambiente segundo um conjunto de normas e padrões ambien-tais pré-estabelecidos. A qualidade ambiental é utilizada como valor referencial para o processo de controle ambiental. (4) Resultado dos processos dinâmicos e interativos dos elementos do sis-tema ambiental, define-se como o estado do meio ambiente, numa determinada área ou região, conforme é percebido objetivamente, em função da medição da qualidade de alguns de seus componentes, ou mesmo subjetivamente, em relação a determinados atributos, como a beleza, o conforto, o bem-estar (FEEMA, 1997).

Qualidade da água. Características químicas, físicas e biológicas, relacionadas com o seu uso para um determinado fim. A mesma água pode ser de boa qualidade para um determinado fim e de má qualidade para outro, dependendo de suas características e das exigências requeridas pelo uso específico. A qualidade da água está em relação com os usos múltiplos dos recursos hídricos.

Qualidade de vida. (1) Conceito que avalia as condições da existência do ser humano em rela-ção ao ambiente que o cerca. A qualidade de vida representa algo mais que um nível de vida par-ticular mais elevado, pois pressupõe uma infra-estrutura social pública capaz de atuar em benefí-cio do bem comum e manter limpo o meio-ambiente. (2) Resultado da máxima disponibilidade da infra-estrutura social pública para atuar em benefício do bem comum (condições gerais de habi-tação, saúde, educação, cultura, alimentação, lazer, etc.) e para manter o meio adequado à re-produção e desenvolvimento da sociedade, respeitando a capacidade de reposição dos recursos naturais; meio ambiente ecologicamente equilibrado é essencial à sadia qualidade de vida; nesse caso não se refere ao nível de vida privado.

Quarentena. Confinamento e inspeção de plantas ou suas partes até que sejam cumpridas nor-mas de segurança pertinentes à legislação fitossanitária. Mais especificamente, a quarentena visa identificar precocemente a presença de patógenos ou pragas acompanhando as amostras de germoplasma e, assim, poder erradicar o problema antes que aconteça a dispersão dos agentes patogênicos pelas áreas plantadas com a cultura em questão.

Quartzito. Tipo de rocha metamórfica derivada da consolidação de certos tipos de arenitos.

Queimada. (1) Prática agropastoril ou florestal, em que o fogo é utilizado de forma controlada, atuando como um fator de produção. (2) Prática agrícola rudimentar, proibida pelo artigo 27 do Código Florestal, que consiste na queima da vegetação natural, quase sempre matas, com o fim de preparar o terreno para semear ou plantar ; essa prática prejudica a fertilidade do solo pela liberação dos sais minerais. Queima de mato, principalmente para utilização do solo na agricultu-ra (CARVALHO, 1981). (3) Método primitivo de preparo do solo para o plantio ou pastagem e a forma mais barata e também a mais nociva de executar essa tarefa, empobrecendo o solo e con-sumindo seus nutrientes; fumaça da queimada causa danos à saúde e contribui para o aqueci-mento global; as queimadas e a derrubada de florestas são responsáveis por 70% das emissões de gases estufa no Brasil; o Ministério do Meio Ambiente calcula que 300 mil queimadas aconte-cem por ano em todo o território nacional; a atividade necessita de autorização prévia do Ibama ou do órgão ambiental estadual; fazer queimada sem autorização é infração ambiental punível com multa.

Queimada controlada. Emprego do fogo como fator de produção e manejo em atividades agro-pastoris ou florestais, e para fins de pesquisa científica e tecnológica, em áreas com limites físicos previamente definidos (Decreto 2.661/98).

Quiasma. Pontos de contato entre cromátides não irmãs, que representam os locais onde ocor-reu a permuta genética.

Químicos sintéticos. Compostos produzidos em laboratório e não a partir de organismos vivos; mesmo os compostos orgânicos podem ser sintetizados.

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Quimiossíntese. Síntese de matéria orgânica realizada por bactérias sem aproveitamento da luz solar, mas utilizando a energia de alguma reação exotérmica.

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R Raça. (1) Conjunto dos ascendentes e descendentes de uma mesma família ou de um mesmo povo. Cada uma das grandes famílias em que se costuma dividir a espécie humana. O tronco co-mum em que têm origem as várias classes de animais. Grupo de seres caracterizados por quali-dades análogas. Categoria, classe ou grupo de pessoas com certas e determinadas qualidades ou predicados. (2) Termo genérico, aproximadamente equivalente a subespécie, que designa popu-lações de organismos de uma determinada espécie, não-isoladas geograficamente, com caracte-rísticas distintas, reconhecíveis geração a geração .

Raça ecológica. População ou conjunto de populações com distribuição restrita e que está estri-tamente adaptada às condições de um habitat local. Na prática, pode ser difícil caracterizar uma população como ecótipo ou raça ecológica, especialmente na ausência de testes de cultivo expe-rimental.

Raça edáfica. População adaptada para as condições físicas e químicas do solo local. Raças edá-ficas são uma modalidade de raça ecológica e geralmente seus indivíduos apresentam caracterís-ticas morfológicas peculiares. A especiação edáfica é vista hoje como preeminente no grupo das angiospermas.

Raça geográfica. População ou populações de uma espécie que ocorre(m) numa determinada região geográfica da distribuição da espécie. Geralmente, são populações.

Raça local. Forma antiga e primitiva de um cultivo agrícola, cultivada em sistemas agrícolas tra-dicionais por agricultores, indígenas e populações rurais, e cuja evolução é principalmente dire-cionada pela seleção artificial que o homem lhe impõe.

Radambrasil. Projeto que efetivou o conhecimento do relevo e seus recursos minerais. Foram utilizadas fotografias aéreas e imagens de satélites.

Radiação. (1) As radiações emitidas podem ser naturais ou artificiais. Os raios do sol, p.ex., ou os materiais radiativos naturais das jazidas estão entre as radiações naturais do planeta. Dejetos nucleares de centrais ou bombas de cobalto utilizadas em hospitais estão entre as fontes de radi-ação produzidas artificialmente. (2) Emissão e propagação de energia através do espaço de um meio material sob a forma de ondas eletromagnéticas, sonoras, etc. (ACIESP, 1980). (3) Emissão de partículas atômicas rápidas ou raios pelo núcleo de um átomo (BRAILE, 1983). (4) Energia emitida ou que se desloca na forma de ondas eletromagnéticas, fótons, ondas acústicas ou partí-culas subatômicas; forma de transferência de calor.

Radiação ionizante. Emissão de partículas alfa, beta, nêutrons, íons acelerados ou raios X ou gama, capazes de provocar a formação de íons no tecido humano (Lei 6.453/77).

Radiação nuclear. Energia resultante da desintegração atômica.

Radioatividade. (1) Fenômeno em que alguns núcleos atômicos emitem partículas ou raios co-mo beta (elétron) e alfa (núcleo do átomo de hélio) ou ondas eletromagnéticas chamadas raios-gama ou radiação-gama. Certos núcleos sofrem processos espontâneos de desintegração liberan-do energia e emitindo um ou mais tipos de radiação. Pode haver também radiações artificiais, cujos efeitos são preocupantes. A medida de radiação é o rem, que acusa a quantidade e os efei-tos biológicos de radiação. (2) Propriedade de algumas substâncias de emitir partículas ou radia-ção em substâncias que sofrem decomposição radiativa; o mesmo que radiatividade.

Radiativo. (1) Referente a transformações em que há emissão de radiações. (2) Que tem radioa-tividade; o mesmo que radiativo.

Radiologia. Disciplina da radiologia que estuda os efeitos das radiações ionizantes sobre os sis-temas ecológicos. Uma parte importante da radiologia referente ao ambiente causada pelos sub-produtos das centrais nucleares e suas conseqüências ecológicas. Esse estudo se concentra nos efeitos de bioampliação e bioacumulação nas cadeias alimentares, principalmente nos alimentos consumidos pelo homem.

Radiológico. Que permite radiação apenas quando conectado à corrente elétrica; usado em di-agnóstico de tratamentos médicos.

Rafting. (1) Esporte praticado em rios de longas e contínuas corredeiras com botes de borrachas por serem leves e de fácil manobra. (2) Deslocamento em rios com fortes correntezas, em em-barcações infláveis, sem motor, com capacidade para várias pessoas.

Rapel. Técnica de descida por uma corda usando uma cadeirinha especial e alguns acessórios, tais como mosquetão, dresler e oito.

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Rastejamento. Movimento lento do horizonte superior do solo, no sentido descendente da en-costa. Identifica-se, além da observação direta do próprio movimento, pela ocorrência de trincas ou fissuras, inclinação da vegetação de maior porte e arqueamento das estruturas do maciço. As deformações são de caráter plástico, sem o desenvolvimento de superfícies definidas de ruptura.

Ravina. (1) Escavação no solo causada pelas águas da chuva. Curso de água que cai de lugar elevado. (2) Do francês ravine, que também significa enxurrada, barroca.

Ravinamento. (1) Sulcos formados pela erosão proveniente das ravinas. (2) Tipo de erosão do solo causada pela ação da concentração de água de escoamento superficial, criando pequenas fissuras na superfície do solo. (3) Sulcos produzidos nos terrenos, devido ao trabalho erosivo das águas de escoamento. Pequenas incisões feitas na superfície do solo quando a água de escoa-mento superficial passa a se concentrar e a fazer pequenos regos.

Reboleira. Parte mais densa de um bosque ou serra, onde há menos claros.

Reator nuclear. Aparelho para obter uma reação em cadeia controlada; usado para fins milita-res, científicos, medicinais e para a produção de energia.

Reciclagem. (1) Obtenção de materiais a partir de resíduos, introduzindo-os de novo no ciclo da reutilização com a finalidade de reduzir o lixo industrial e doméstico. Reaproveitamento de algum material. (2) Reutilização de recursos através da recuperação de detritos, reconcentração e re-processamento para o uso industrial. (3) Ato de tornar útil e disponível novamente, eventualmen-te através de um processo de transformação físico-química, material que já foi utilizado anterior-mente dentro de um sistema. Materiais que seriam descartados como lixo tornam-se novamente matéria-prima para a manufatura de bens, reduzindo a extração de recursos naturais. (4) Proces-so de transformação de materiais descartados, que envolve a alteração das propriedades físicas e fisico-químicas dos mesmos, tornando-os insumos destinados a processos produtivos, tratamento de resíduos, ou de material usado, de forma a possibilitar sua reutilização; processamento de materiais, rejeitos ou sobras; processo que utiliza rejeitos do processo produtivo como matéria-prima; a reciclagem de rejeitos industriais diminui o volume de resíduos que necessitam de dis-posição final e, conseqüentemente, os custos do processo de produção; diferente de reutilização ou reaproveitamento.

Reciclagem do lixo. Reaproveitamento de matérias como vidro, plástico e papel, para fabrica-ção de novos produtos.

Recombinação gênica. Formação de novas combinações de genes através dos mecanismos de troca de partes e segregação durante a meiose no ciclo sexual de organismos. O fenômeno de segregação dos cromossomos, com sua inclusão nos gametas masculino e feminino, é o respon-sável por tornar esta variação genética disponível para a fase posterior de fecundação. É a reor-ganização do seqüenciamento de genes e partes de cromossomos como resultado do sobrecru-zamento ocorrido na meiose.

Recomposição. Restauração natural do ambiente, sem interferência do homem.

Recomposição florestal. Ação visando recompor a área objeto de exploração florestal adotan-do-se para tal, técnicas de regeneração natural ou induzida aplicável a cada tipologia (manejo florestal) (Portaria Normativa IBDF 302/84).

Reconhecimento geológico (por métodos de prospecção aérea). A tomada de fotografias aéreas, nocas, em escala adequada ao objetivo visado; a utilização de equipamento geofísico, ou de sensores remotos, adequados aos diversos métodos de prospecção aérea; e a interpretação foto-geológica e geofísica, para identificação de indícios de mineralização da área permissionada (Decreto 62.934/68).

Recuperação. (1) Conjunto de ações, planejadas e executadas por especialistas de diferentes áreas de conhecimento humano, que visam proporcionar o restabelecimento da auto-sustentabilidade e do equilíbrio paisagístico semelhante aos anteriormente existentes em um sis-tema natural que perdeu essas características. (2) Restituição de um ecossistema ou de uma po-pulação silvestre degradada a uma condição não degradada, que pode ser diferente de sua condi-ção original (Lei n.º 9.985/2000, art. 2º, XIII).

Recuperação de área degradada. Atividade que tem por objetivo o retorno do sítio degradado a uma forma de utilização, de acordo com um plano pré-estabelecido para o uso do solo, visando a obtenção de uma estabilidade do meio ambiente (Decreto 97.632/89).

Recurso ambiental. (1) Recurso natural constituído pela atmosfera, águas interiores, superfici-ais e subterrâneas, estuários, mar territorial, solo, subsolo, elementos da biosfera, como fauna e flora. (2) A atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas e os estuários, o mar terri-torial, o solo, o subsolo e os elementos da biosfera, a fauna e a flora (Lei nº 6.938 de 31.08.81).

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(3) Os elementos naturais bióticos e abióticos de que dispõe o homem, para satisfazer suas ne-cessidades econômicas, sociais e culturais (Lei nº 33 de 27.12.80 - República de Cuba).

Recurso biológico. Conjunto dos organismos vivos existentes na natureza.

Recursos hídricos. (1) As águas superficiais ou subterrâneas disponíveis para qualquer uso em uma determinada região. (2) Numa determinada região ou bacia, a quantidade de águas superfi-ciais ou subterrâneas, disponíveis para qualquer uso (DNAEE, 1976).

Recurso genético. Variabilidade de espécies de plantas, animais e microrganismos integrantes da biodiversidade, de interesse sócio-econômico atual e potencial para utilização em programas de melhoramento genético, biotecnologia e outras ciências afins.

Recursos minerais. Qualquer recurso natural que seja de origem mineral.

Recursos naturais. (1) Denominação que se dá à totalidade das riquezas materiais que se en-contram em estado natural, como florestas e reservas minerais. (2) São os mais variados meios de subsistência que as pessoas obtêm diretamente na natureza (SAHOP, 1978). (3) O patrimônio nacional nas suas várias partes, tanto os recursos não-renováveis, como jazidas minerais, e os renováveis, como florestas e meio de produção (CARVALHO, 1981). (4) Fontes de riquezas mate-riais que existem em estado natural; tais como florestas, reservas minerais, etc.; a exploração ilimitada dos recursos naturais pode levá-la à exaustão ou à extinção. (5) Recursos ambientais obtidos diretamente da natureza, podendo classificar-se em renováveis e inexauríveis ou não-renováveis; renováveis quando, uma vez aproveitados em um determinado lugar e por um dado período, são suscetíveis de continuar a ser aproveitados neste mesmo lugar, ao cabo de um perí-odo de tempo relativamente curto; exauríveis quando qualquer exploração traz consigo, inevita-velmente, sua irreversível diminuição (FEEMA, 1997).

Recursos naturais do mar. Recursos minerais e outros recursos não-vivos do leito do mar e subsolo, bem como os organismos vivos pertencentes às espécies sedentárias, isto é, aquelas que no período de captura estão imóveis no leito do mar ou no seu subsolo, ou que só podem mover-se em constante contato físico com esse leito ou subsolo (Lei 8.617/93).

Recursos não-renováveis. (1) Recursos provenientes da decomposição da matéria orgânica acumulada há milhões de anos e que se encontram no interior das rochas e do subsolo. Ex.: pe-tróleo, carvão fóssil. (2) Qualquer recurso natural finito que, em escala de tempo humana, uma vez consumido, não possa ser renovado.

Recursos renováveis. (1) Recursos que podem ser utilizados pelo homem e que podem ser re-colocados na natureza (ex.: árvores, animais) ou já existem à disposição sem que seja necessária a reposição (ex.: energia solar, ventos, água). (2) Qualquer bem, que, teoricamente, não possa ser totalmente consumido em função de sua capacidade de se reproduzir ou se regenerar. Podem ser recursos de fontes inesgotáveis (energia solar), provenientes de ciclos físicos (ciclo hidrológi-co) ou de sistemas biológicos (plantas e animais que se replicam). Recentemente, a ação antrópi-ca tem deplecionado drasticamente alguns recursos antes considerados renováveis; isto decorre da exploração dos recursos num ritmo mais rápido do que eles são capazes de se renovar. (3) Recursos que existem em quantidades fixas e que somente se renovam por processos geológicos, químicos e físicos de milhões de anos; petróleo e carvão são recursos não-renováveis. (4) Que potencialmente podem durar indefinidamente porque são substituídos por processos naturais, desde que respeitadas suas características; alguns recursos naturais renováveis, como a água doce, própria para consumo, podem ter sua capacidade de reposição afetada por alterações ex-ternas; a poluição das fontes naturais de abastecimento torna a água potável um produto cada vez mais raro.

Recursos pesqueiros. Fauna e flora de origem aquática (Lei Delegada 10/62).

Rede alimentar ou trófica, teia alimentar. É o conjunto formado por várias cadeias tróficas que, por força de suas estruturas, naturezas e disposições no ecossistema, se sobrepõem e se interligam parcialmente, apresentando-se como uma trama sem início nem fim, em razão de sua complicada aparência, imposta pelas relações entre seus níveis tróficos (CARVALHO, 1981).

Rede de drenagem. Disposição dos cursos de água de uma determinada região. Distinguem-se vários tipos de rede de drenagem: dendrítica, retangular, em grade, radial e anular. A rede de drenagem dendrítica caracteriza-se pelo fato de os rios correrem em todas as direções, como os ramos de uma árvore; a retangular é o tipo de drenagem que apresenta rios fortemente angula-res, ajustados aos sistemas de juntas e falhas; a rede de drenagem em grade é própria das regi-ões intensamente dobradas, a radial é típica das regiões de domos e vulcões; a anular é própria das regiões de domos maturos, é aquela em que se estabelecem redes circulares.

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Rede de interação. Método de avaliação de impacto ambiental que estabelece as seqüências de impactos indiretos desencadeados a partir de cada ação de um projeto e suas interações, por meio de gráficos ou diagramas, permitindo retraçar, a partir de um impacto, o conjunto de ações que o causaram, direta ou indiretamente (FEEMA, 1997).

Refletância. Relação entre o fluxo de luz incidente sobre uma superfície e sua reflexão sobre ela; fator de reflexão.

Reflorestamento. (1) Replantio de árvores em lugar onde foi derrubada floresta virgem. (2) Atividade dedicada a recompor a cobertura florestal de uma determinada área. O reflorestamento pode ser realizado com objetivos de recuperação do ecossistema original, através da plantação de espécies nativas ou exóticas, obedecendo-se às características ecológicas da área (reflorestamen-to ecológico), ou com objetivos econômicos, através da introdução de espécies de rápido cresci-mento e qualidade adequada, para abate e comercialização posterior (reflorestamento econômi-co). Há também o reflorestamento de interesse social, quando se destina à população de baixa renda ou para a contenção de encosta (Celso Bredariol, informação pessoal, 1986). (3) Ato de reflorestar, de plantar árvore para formar vegetação nas derrubadas, para conservação do solo e atenuação climática (GOODLAND, 1975). (4) Em rigor, o reflorestamento se aplica ao repovoa-mento vegetal com essências nativas; só impropriamente é estendido ao plantio de florestas in-dustriais. O reflorestamento com espécies nativas contribui para restabelecer a biodiversidade e a riqueza da floresta original, devendo ser preferido sempre que possível. (5) Repovoamento da floresta derrubada anteriormente, com espécies nativas e exóticas; restauração da cobertura ve-getal arbórea de uma área deflorestada, utilizando várias espécies nativas e visando fins ecológi-cos; o plantio de monoculturas com espécies exóticas ou nativas deve ser entendido como ativi-dade agrícola ou de cultivo (silvicultura). (6) Ação de reflorestar, plantar árvores em terrenos onde foi derrubada uma floresta virgem (Glossário Libreria, 2003).

Reflorestar. Ato de promover a cobertura vegetal com espécies arbóreas onde a ação do homem ou agentes naturais (doenças, pragas, etc.) tenham promovido a supressão de uma floresta ante-riormente existente.

Reforma agrária. (1) Conjunto de medidas que visem promover melhor a distribuição da terra, mediante modificações no regime de sua posse e uso, a fim de atender aos princípios de justiça social e ao aumento de produtividade (Lei 4.504/64). (2) Operação que visa uma melhor distribu-ição da terra e o estabelecimento de um sistema de relações entre o homem, a propriedade rural e o uso da terra, que atendam aos princípios da justiça social e ao aumento da produtividade, garantindo o progresso e o bem-estar do trabalhador rural e o desenvolvimento do País, com a gradual extinção do minifúndio e do latifúndio (Decreto 55.891/65).

Refúgio. Área protegida, visando à proteção da biota.

Refúgio de vida silvestre. Unidade de conservação de proteção integral, podendo ser implanta-da em áreas particulares; tem como objetivo proteger ambientes naturais onde se asseguram condições para a existência ou reprodução de espécies ou comunidades da flora local e da fauna residente ou migratória.

Regeneração. Reprodução de um acesso para manutenção de sua integridade genética. Na cole-ção base e na coleção ativa, é feita no campo quando as sementes armazenadas perdem a viabi-lidade para cerca de 80% do poder germinativo inicial. Na conservação in vitro, refere-se à trans-ferência para casa de vegetação e/ou campo das plântulas competentes do acesso com a finali-dade de permitir o revigoramento delas. O intervalo de tempo entre uma regeneração e outra deve ser determinado experimentalmente para cada espécie. A época adequada para realizar a primeira regeneração deve ser definida considerando-se o tempo transcorrido desde o início da conservação in vitro, o número de subculturas sofridas pelo acesso e o aspecto das plântulas ob-servado nas monitorações da coleção. Na criopreservação, refere-se à obtenção de plantas a par-tir de meristemas, ápices caulinares, embriões e células armazenadas. Em cultura de tecidos, refere-se à formação de brotações ou embriões somáticos a partir do explante cultivado, possibi-litando a obtenção de plantas inteiras.

Regeneração artificial. Também conhecida como induzida e visa promover o repovoamento, usando-se processos artificiais para interferir na regeneração (Portaria Normativa IBDF 302/84).

Regeneração natural. Recuperação da cobertura florestal de determinada área, sem a interfe-rência do homem visando sua reconstituição (Portaria Normativa IBDF 302/84).

Região. Porção de território contínua e homogênea em relação a determinados critérios, pelos quais se distingue das regiões vizinhas. As regiões têm seus limites estabelecidos pela coerência e homogeneidade de determinados fatores, enquanto uma área tem limites arbitrados de acordo com as conveniências.

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Região árida. Aquela onde a precipitação é escassa ou nula. Também se diz das zonas onde a evaporação é superior às precipitações (GUERRA, 1976).

Região estuariana. Área costeira na qual a água doce se mistura com a salgada (Resolução CONAMA 012/94).

Região metropolitana. (1) Área que compreende os diversos municípios que formam a metró-pole principal. (2) Conjunto de municípios contínuos e integrados sócio-economicamente a uma cidade central, com serviços públicos de infra-estrutura comuns.

Regressão. Recuo das águas do mar ou de um lago, que se deve à variação de nível que se tra-duz por um recobrimento dos sedimentos previamente depositados por novos sedimentos, sem quebra da continuidade da deposição. Assim, quando o mar recua, sua sedimentação em marcha também recua, de modo que os depósitos mais grosseiros das vizinhanças da costa passam a recobrir progressivamente os sedimentos previamente depositados à maior distância do litoral. O mesmo se dá na regressão dos lagos.

Reintrodução (aqüicultura). Importação de exemplares de espécies já encontradas em corpos d’água inseridos na área de abrangência da bacia hidrográfica brasileira onde serão cultivados. No caso de águas marinhas e estuarinas, as duas unidades de referência a serem consideradas serão os litorais Norte/Nordeste e Sudeste/Sul do Brasil (Portaria IBAMA 119/97).

Reintrodução de espécies. Essa operação, quando feita com recursos técnicos e científicos, requer um estudo do comportamento da espécie para que a readaptação seja bem sucedida.

Rejuvenescimento. Recuperação do poder erosivo de um rio, graças ao abaixamento do seu nível de base, originando-se novo ciclo de erosão.

Relatório Ambiental Preliminar (RAP). Instrumento utilizado nos preâmbulos do procedimen-to licenciatório, com um conteúdo similar ao do EIA, porém menos aprofundado e detalhado. O RAP possibilita uma identificação preliminar dos potenciais impactos ambientais e possíveis medi-das mitigadoras associadas a um empreendimento ou atividade em processo de licenciamento.

Relatório de Impacto Ambiental (RIMA). O relatório de impacto ambiental é o documento que apresenta os resultados técnicos e científicos de avaliação de impacto ambiental. Constitui um documento do processo de avaliação de impacto ambiental e deve esclarecer todos os ele-mentos da proposta em estudo, de modo que possam ser divulgados e apreciados pelos grupos sociais interessados e por todas as instituições envolvidas na tomada de decisão. O RIMA tornou-se documento essencial para exame dos Conselhos de Meio Ambiente, assim como para a tomada de decisão das autoridades ambientais.

Relatório de qualidade ambiental. Relatório instituído como um dos instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente (Lei n.° 6.938, de 31 de agosto de 1981, modificada pela Lei n.° 7.804, de 18 d ejulho de 1989, a ser divulgado anualmetne pelo Ibama (FEEMA, 1997).

Relevo. Designação dos vários acidentes de terreno. Distinção, evidência, realce. Ação ou efeito de relevar. Aresta, saliência, ressalto. Trabalho arquitetônico ou lavor que sobressai. Obra de es-cultura ou pintura, em que os objetos ressaltam da superfície da construção ou da tela.

Relevo inverso. Designação dada ao relevo cuja configuração corresponde ao inverso da sua estrutura geológica. Assim, por exemplo, os vales correspondem às anticlinais e às elevações.

Relevo residual. Forma de relevo desigual, resultante da ação diferenciada da erosão.

Relicto. Fragmento de comunidade de fauna ou flora, em áreas ou habitats isolados, remanes-centes de populações maiores.

Relógio biológico. Mecanismo interno de marcação do tempo que governa o ritmo biológico na-tural de um organismo.

Remanescente ou fragmento florestal. Manchas de vegetação nativa primária ou secundária do domínio da Mata Atlântica (Resolução CONAMA 012/94). (2) São fragmentos florestais, flores-ta, em qualquer estágio de vegetação, que restou após severo desmatamento ocorrido na região circunvizinha.

Remediador. Produto, constituído ou não por microrganismos, destinado à recuperação de am-bientes e ecossistemas contaminados, tratamento de efluentes e resíduos, desobstrução e limpe-za de dutos e equipamentos atuando como agente de processo físico, químico, biológico ou com-binados entre si.

Renda per capita. Renda individual (por pessoa). É um dos parâmetros utilizados para medir o grau de desenvolvimento de um país.

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Rendimento sustentado. Situação alcançada em uma floresta submetida a práticas de manejo, onde se tenta obter o equilíbrio entre a produção de matéria-prima e o corte (Portaria Normativa IBDF 302/84).

Renque. Alinhamento.

Represa. Grande depósito formado artificialmente fechando um vale mediante diques ou barra-gens e no qual se armazenam as águas de um rio com o objetivo de as utilizar na regularização de caudais, na irrigação, no abastecimento de água, na produção de energia elétrica, etc.

Reprodução. Procriação de seres com as mesmas características de seus progenitores.

Reprodução assexuada. Aquela que ocorre sem a participação de gametas, isto é, não aconte-ce o fenômeno de fertilização entre os gametas masculino e feminino. A reprodução assexuada compreende dois tipos básicos: apomixia e propagação vegetativa.

Répteis. Classe do subfilo dos vertebrados, cujos representantes apresentam pele coberta de escamas ou placas ósseas.

Reserva biológica estadual. É uma área de domínio público, compreendida na categoria de Áreas Naturais Protegidas, criada com a finalidade de preservar ecossistemas naturais que abri-guem exemplares da flora e fauna indígenas (FEEMA/PRONOL NT 1106).

Reserva biológica. (1) Áreas de tamanhos variáveis que se caracterizam por conter ecossiste-mas ou comunidades frágeis, de importância biológica, em terras de domínio público e fechadas a visitação pública. (2) Unidade de conservação e proteção integral implantada em terras públicas; tem como objetivo a preservação integral da biota e demais atributos naturais existentes em seus limites, sem interferência humana direta ou modificações ambientais, excetuando-se as medidas de recuperação e preservar o equilíbrio natural, a diversidade biológica e os processos ecológicos naturais.

Reserva da biosfera. (1) São áreas de importância internacionalmente reconhecida para a con-servação do ambiente, o conhecimento científico e a manutenção de valores humanos e do co-nhecimento tradicional, na busca de modelos de desenvolvimento sustentável. (2) Instrumento de conservação criado pela UNESCO em 1972; estão espalhadas por 110 países e fazem parte do programa "O Homem da Biosfera" (MAB) da UNESCO, desenvolvido com o PNMA - Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, com a UICN - União Internacional para a Conservação da Natureza e com agências de desenvolvimento.

Reserva de Desenvolvimento Sustentável. Unidade de conservação de uso sustentável; área natural de domínio público, que abriga populações tradicionais, cuja existência baseia-se em sis-temas sustentáveis de exploração dos recursos naturais, desenvolvidos ao longo de gerações e adaptados às condições ecológicas locais e que desempenham um papel fundamental na proteção da natureza e na manutenção da diversidade biológica.

Reserva ecológica. Floresta e as demais formas de vegetação natural de preservação perma-nente relacionadas no art. 2° do Código Florestal; o pouso das aves de arribação protegidas por convênios, acordos ou tratados assinados pelo Brasil com outras nações; a que for estabelecida por ato do Poder Público. Executa-se a área na qual o Poder Público estabeleça estação ecológica, na forma do disposto nas Leis n.°s 6.938, de 31 de agosto de 1981 e 6.902, de 27 de abril de 1981; a reserva ecológica pode ser pública ou particular, de acordo com a sua situação dominal (Decreto 89.336/84).

Reserva extrativista. (1) Área de domínio público, na qual os recursos vegetais podem ser ex-plorados racionalmente, sem que o ecossistema seja alterado. A criação de reserva extrativista foi incluída no conjunto de instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente, pela Lei nº 7804 de 18.07.89. (2) Espaços territoriais destinados à exploração auto-sustentável e conservação dos recursos naturais renováveis, por população extrativista (Decreto nº 98.897/90). (3) Unidade de conservação de uso sustentável, de domínio público; área utilizada por populações extrativistas tradicionais, cuja subsistência baseia-se no extrativismo e, complementarmente, na agricultura de subsistência e na criação de animais de pequeno porte; tem como objetivos básicos proteger os meios de vida e a cultura dessas populações, e assegurar o uso sustentável dos recursos natu-rais da unidade.

Reserva de fauna. Unidade de conservação de uso sustentável; área natural de domínio público, com populações animais de espécies nativas, terrestres ou aquáticas, residentes ou migratórias, adequadas para estudos técnico-científicos sobre o manejo econômico sustentável de recursos faunísticos.

Reserva florestal. Áreas de grande extensão territorial, não habitadas, de difícil acesso e ainda em estado natural.

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Reserva florestal legal. Área da propriedade rural onde não é permitido o corte raso, prevista no Código Florestal Legal varia segundo a região; na região amazônica corresponde a 50% da área total da propriedade; na região Sul, 20%; não é o mesmo que reserva florestal, termo que costuma ser usado apenas para designar áreas voluntariamente reservadas pelos proprietários, com finalidades ecológicas ou econômicas.

Reserva genética. Unidade dinâmica de conservação da variabilidade genética de populações de determinadas espécies para uso presente e potencial. Tem a finalidade de proteger em caráter permanente as espécies ou comunidades ameaçadas de extinção, dispor de material genético para pesquisa e determinar a necessidade de manejo das espécies-alvo, dentre outras.

Reserva legal. Área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, excetuada a de preservação permanente, necessária ao uso sustentável dos recursos naturais, à conservação e reabilitação dos processos ecológicos, à conservação da biodiversidade e ao abrigo de proteção de fauna e flora nativas (Lei n.º 4.7714/65, art. 1º, § 2º, III, com redação determinada pela Me-dida Provisória 2.166-67/2001).

Reserva particular de fauna e flora. Área dentro dos limites de uma propriedade particular, em que são mantidas condições naturais primitivas, semi-primitivas ou recuperadas, destinadas à manutenção, parcial ou integral, do ciclo biológico de espécies da fauna e flora nativas do Brasil ou migratórias, devidamente registrada com base nesta Portaria (Portaria IBAMA 217/88).

Reserva particular do patrimônio natural - RPPN. (1) Áreas que, por destinação do seu pro-prietário, e em caráter perpétuo, nas quais sejam identificadas condições naturais primitivas, se-mi-primitivas, recuperadas, cujas características justifiquem ações de recuperação, pelo seu as-pecto paisagístico, ou para a preservação do ciclo biológico de espécies da fauna ou flora do Bra-sil (Decreto nº98.914/90). (2) Área de domínio privado a ser especialmente protegida, por inicia-tiva de seu proprietário, mediante reconhecimento do Poder Público, por ser considerada de rele-vante importância pela sua biodiversidade, ou pelo seu aspecto paisagístico, ou ainda por suas características ambientais que justifiquem ações de recuperação (Decreto 1.922/96). (3) Uma área privada, gravada com perpetuidade com o objetivo de conservar a diversidade biológica; as atividades permitidas são as de pesquisa científica, visitação com objetivos turísticos, recreativos e educacionais e a extração de recursos naturais, exceto madeira, que não coloque em risco as espécies ou os ecossistemas que justificaram a criação da unidade.

Reservas de regiões virgens. Uma região administrada pelos poderes públicos, onde existem condições primitivas naturais de flora, fauna, habitação e transporte, com ausência de caminhos para o tráfico de veículos e onde é proibida toda exploração comercial (Decreto 58.054/66).

Reservas Nacionais. As regiões estabelecidas para a conservação e utilização, sob a vigilância, das riquezas naturais, nas quais se protegerá a flora e a fauna tanto quanto compatível com os fins para os quais estas reservas são criadas (Decreto 58.054/66).

Reservatório. (1) Rocha que apresenta grande quantidade de poros, fendas, vesículas, etc., permitindo a acumulação de grandes quantidades de petróleo, gás e água. (2) Lugar onde a água é acumulada para servir às múltiplas necessidades humanas, em geral formado pela construção de barragens nos rios ou pela diversão da água para depressões no terreno, ou construído como parte de sistemas de abastecimento de água, antes ou depois de estações de tratamento. Massa d’água, natural ou artificial, usada para armazenar, regular e controlar os recursos hídricos (DNAEE, 1976).

Reservatório gênico. Totalidade dos genes presentes em uma determinada população de um organismo de reprodução sexuada, em um determinado momento. Geralmente, o conceito se aplica aos membros de populações de uma mesma espécie com fertilidade comum maior devido ao relacionamento filogenético, mas situações desviantes podem ocorrer com a fertilidade comum atingindo outras espécies e até mesmo gêneros. O reservatório gênico de uma espécie cultivada é composto por três níveis de trocas gênicas possíveis entre os participantes. O reservatório gênico primário (GP1) compreende os estoques domesticados da cultura e as formas parentais silvestres que lhe deram origem ou influenciaram sua formação. O reservatório gênico secundário (GP2) compreende as espécies silvestres que cruzam com a cultura principal e produzem prole, embora geralmente o processo se dê com alguma dificuldade e os níveis de fertilidade sejam relativamen-te baixos. O reservatório gênico terciário (GP3) compreende as espécies silvestres que só cruzam com a cultura principal mediante tratamentos especiais, como fusão de protoplastos. Aqui, o rela-cionamento genético é baixo e a progênie F1 é geralmente estéril.

Resíduo. (1) Substância ou mistura de substâncias remanescentes ou existentes em alimentos ou no meio ambiente, decorrente do uso ou não de agrotóxicos e afins, inclusive qualquer deriva-do específico, tais como produtos de conversão e de degradação, metabólicos, produtos de rea-ção e impurezas, considerados toxicológica e ambientalmente importantes (Decreto 98.816/90).

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(2) Material descartado, individual ou coletivamente, pela ação humana, animal ou por fenôme-nos naturais, nocivo à saúde, ao meio ambiente e ao bem-estar da população.

Resíduos florestais. Sobras de material, que não o objeto prioritário da atividade, resultante da alteração sofrida pela matéria-prima florestal quando submetida à ação exterior através de pro-cessos mecânicos, físicos e/ou químicos. Exemplo: galhos, tocos, raiz, aparas de madeira, serra-gem, etc. (Portaria Normativa IBDF 302/84).

Resíduos sólidos. (1) Todos os resíduos sólidos ou semi-sólidos que não têm utilidade, nem valor funcional ou estético para o gerador e são originados em residências, indústrias, comércio, instituições, hospitais e logradouros públicos. (2) Material inútil, indesejado ou descartado, cuja composição ou quantidade de líquido não permite que se escoe livremente.

Resina. Substância vegetal amorfa, inflamável, segregada por certas árvores e outras plantas, produzida pela oxidação ou polimerização dos terpenos (Instrução Normativa IBDF 1/80).

Resinagem. Extração da resina, que é a secreção viscosa que exsuda do caule/tronco de certas plantas (ex.: Pinus).

Resistência. Em ecologia, esse termo é usado em dois contextos diversos. Um ecossistema pode apresentar vários fatores que opõem resistência ao crescimento de uma população, ocorrendo a resistência do meio, que pode ser medida e representada graficamente. Essa palavra também pode ser empregada à resistência desenvolvida por uma população por um agressor químico.

Resistência completa. Resistência de plantas a doenças que não proporciona nenhum nível de reprodução do patógeno. Não é permanente, pois pode ser quebrada.

Resistência horizontal. Resistência de plantas a doenças geralmente poligênica, não diferencial e muito influenciada pelo meio ambiente, sendo as raças do patógeno denominadas de agressi-vas.

Resistência vertical. Resistência de plantas a doenças geralmente oligogênicas, diferencial e pouco influenciada pelo meio ambiente, sendo as raças do patógeno denominadas ¨virulentas¨.

Responsável pela unidade do manejo florestal. O responsável legal pela gestão da unidade de manejo florestal.

Ressurgência. Fenômeno oceanográfico em que águas profundas afloram à camada superficial devido à correnteza ascensional.

Ressuspensão. Movimento ascendente de águas profundas causado por fenômenos atmosféricos e/ou oceanográficos, que promove o soerguimento de nutrientes para as camadas mais superfici-ais do oceano, ou seja, para a zona fótica.

Restauração. (1) Restituição de um ecossistema ou de uma população silvestre degradada o mais próximo possível da sua condição original (Lei n.º 9.985/2000, art. 2º XIV). (2) Ação que interfere no processo de recuperação quando os mecanismos de regeneração natural de um ecos-sistema ou de uma espécie não são suficientes para assegurar sua sobrevivência. É diferente de recuperação.

Resteva. Mesmo que restolho.

Restinga. (1) Depósito de areia emerso, baixo, em forma de língua, que fecha ou tende a fechar uma reentrância da costa. (2) Faixa ou língua de areia depositada paralelamente ao litoral, fe-chando ou tendendo a fechar uma reentrância mais ou menos extensa da costa. As restingas são características do litoral brasileiro e sustentam comunidades vegetais próprias. Restingas em al-to-mar são associadas a recifes de coral. (3) São acumulações arenosas litorâneas, de forma ge-ralmente alongada e paralelas à linha da costa, produzidas pelo empilhamento de sedimentos transportados pelo mar. Ocasionalmente, por acumulação eólica, podem ter maior altura - (Pro-posta de decreto de regulamentação da Lei nº 690 de 01.12.1983, FEEMA, 1984). (4) Acumula-ção arenosa litorânea, paralela à linha da costa, de forma geralmente alongada, produzida por sedimentos transportados pelo mar, onde se encontram associações vegetais mistas característi-cas, comumente conhecidas como vegetação de restinga (Resolução CONAMA Nº004 de 18.09.85). (5) Banco de areia ou de rocha no alto mar; baixio, escolho, recife. Pequeno matagal à margem de um ribeiro, em terreno fértil. (6) Vegetação que recebe influência marinha, presen-te ao longo do litoral brasileiro, também considerada comunidade edáfica, por depender mais da natureza do solo do que do clima. Ocorre em mosaico e encontra-se em praias, cordões arenosos, dunas e depressões, apresentando de acordo com o estágio sucessional, estrato herbáceo, arbus-tivo e arbóreo, este último mais interiorizado (Resolução CONAMA 010/93). (7) Faixa formada pela deposição de areia e sedimentos paralelamente ao litoral, onde serão localizadas lagoas e dunas; mata de restinga: floresta de zona costeira, resistente à salinidade, caracteriza-se por

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associações vegetais mistas, com grande presença de plantas tropicais como as bromélias. (8) A ação associada de ondas e correntes marinhas, pode originar, na entrada de golfos, ou próximo à costa, depósito de areia em cordões, caso haja um conjunto de ilhas paralelas à mesma: são as restingas (Glossário LIbreria, 2003).

Restolho. Parte inferior dos talos, unida à raiz, que fica no solo depois de se cortar os cereais e leguminosas. Seu aproveitamento é importante para a alimentação do gado e também para a manutenção das qualidades nutritivas do solo e do húmus.

Retrocruzamento. Cruzamento de um híbrido com qualquer uma das formas paternais.

Reutilização. Aproveitamento do resíduo sem submetê-lo a processamento industrial, assegu-rando o tratamento destinado ao cumprimento dos padrões de saúde pública e de proteção ao meio ambiente.

Reversão de uso. Mudança das atividades humanas desenvolvidas em uma determinada área.

Ria. Braço de um rio, que geralmente presta à navegação.

Rio. Corrente contínua de água, mais ou menos caudalosa, que deságua noutra, no mar ou num lago.

Rio-92. Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (em inglês UN-CED) realizada no Rio de Janeiro, em 1992. A primeira conferência desta natureza, realizada em 1972, também recebeu o nome da cidade onde se realizou, Estocolmo.

RIMA. Relatório de Impacto Ambiental; documento que apresenta os resultados dos estudos téc-nicos e científicos de avaliação de impacto ambiental; resume o Estudo Prévio de Impacto (EIA) e deve esclarecer todos os elementos do projeto em estudo, de modo compreensível aos leigos, para que possam ser divulgados e apreciados pelos grupos sociais interessados e por todas as instituições envolvidas na tomada de decisão; a sigla RIMA apareceu pela primeira vez no Estado do Rio de Janeiro, em 1977, para designar o Relatório de Influência no Meio Ambiente; a regula-mentação da Lei n.° 6.938, de 31/08/81, denomina Relatório de Impacto Ambiental - RIMA o documento que será constituído pelo estudo de impacto ambiental, a ser exigido para fins de li-cenciamento das atividades modificadoras do meio ambiente.

Risco Ambiental. (1) Potencial do dano que um impacto pode causar sobre o meio ambiente (Glossário Libreria, 2003). (2) Relação existente entre a probabilidade de que uma ameaça de evento adverso ou acidente determinado se concretize, com o grau de vulnerabilidade do sistema receptor e seus efeitos. O gerenciamento de riscos ambientais é processo complexo e sua implan-tação torna-se exigência crescente, assim como a comunicação de riscos, que é um ítem indis-pensável ao processo de gestão ambiental.

Rizicultura. Cultura de arroz.

Rizoma. Caule subterrâneo mais ou menos horizontal.

Rocha. (1) Agregado natural, formado de um ou mais minerais, que constitui parte essencial da crosta terrestre. Massa de pedra muito dura. Penedo, penhasco, rochedo. Coisa firme inabalável. R. abissal: rocha ígnea que se consolidou nas partes profundas da litosfera. R. ácida: a que é rica em sílica. As rochas são formadas por diversas espécies de minerais simples e combinados. A maioria dos minerais são formas de silicatos. Certas rochas minerais se formam em condições muito especiais e são raríssimas de se encontrar - por isso mesmo são chamadas pedras precio-sas. Quando os minerais apresentam uma certa quantidade de metal em seu interior, são chama-dos de minérios; isso acontece com o ferro, o mercúrio ou o cobre. (2) Agregado natural formado de um ou vários minerais, incluindo vidro e matéria orgânica. As rochas são partes constituintes essenciais da crosta terrestre. De acordo com a origem podem ser de natureza magmática, sedi-mentar ou metamórfica.

Rocha matriz. (1) É aquela em que os elementos originais ou primitivos não sofreram transfor-mações motivadas pela meteorização (GUERRA, 1978). (2) Rocha inalterada, não decomposta, o último perfil do horizonte do solo, o horizonte C, que dá origem aos solos (CARVALHO, 1981).

Rotação de corte florestal. O intervalo de tempo existente entre a remoção completa de parte ou do total da plantação florestal, em uma área definida, e o próximo período de corte estipulado nesta mesma área, de acordo com o manejo silvicultural da área, considerando o objetivo da plantação florestal.

Royalty. Valor monetário pago ao detentor dos direitos de exploração de um determinado produ-to ou serviço.

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RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural). Categoria de manejo em que o proprietá-rio não perde o direito de posse da área e a conservação dela tem a sua perpetuidade assegurada através de averbação do registro de propriedade em cartório, aprovada pelo órgão ambiental competente.

Ruderal. Diz-se da vegetação que cresce sobre escombros. Planta com grande capacidade de adaptação, que vive nas cercanias de locais e construções humanas, como ruas, terrenos baldios, ruínas, etc. (sic) (CARVALHO, 1981).

Rupestre. (1) Gravado, traçado ou desenvolvido sobre rocha. Em biologia, diz-se do vegetal que cresce sobre rochedos (FERRI et alii, 1981). (2) Que cresce e se desenvolve em paredes, roche-dos ou afloramentos rochosos.

Rusticidade. (1) Qualidade, que tem uma planta, de não sofrer com as intempéries das esta-ções. (2) Descortesia, falta de polidez, grosseria, indelicadeza, rudeza.

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S S1, S2, S3... Símbolos para denominar a primeira, segunda, terceira, etc, gerações de autofe-cundação a partir de uma planta original (S0).

Saibro. Rocha proveniente da decomposição química incompleta de rochas feldspáticas leucogra-níticas (granitos e gnaisses), conservando vestígios da estrutura original. O saibro comum é mui-to poroso e permeável e é desmontável mecanicamente (enxada). Quando é mais resistente, só é desmontável com picareta e resulta num produto conhecido como saibrão.

Sais biogênicos. Os mais dissolvidos, essenciais para a vida.

Sal-gema. Tipo de mineral encontrado no subsolo alagoano.

Salina. Terreno onde se faz entrar a água do mar para retirar, por evaporação, o sal marinho que ela contém. Mina de sal-gema (Glossário Libreria, 2003).

Salinidade. (1) Teor de substâncias salinas em um líquido. (2) Medida de concentração de sais minerais dissolvidos na água (CARVALHO, 1981).

Salinização. (1) Aumento do teor de substâncias salinas no solo, que resulta geralmente da má aplicação das tecnologias de irrigação. (2) Conseqüência da irrigação em zonas áridas e semi-áridas. As águas das chuvas contêm sempre sais minerais dissolvidos, que se depositam no solo quando ele evapora. A drenagem deficiente das culturas aliada à elevação do lençol freático no nível do solo também pode gerar a salinização dos terrenos, tornando-os impróprios para agricul-tura.

Salobra. Ecossistemas em que se misturam as águas doces e salgadas, em quantidades variá-veis. Influem na taxa de salinidade as chuvas, as marés ou a afluência dos rios. De uma hora para outra, a água salobra pode ficar hipersalgada com relação aos oceanos. Esse fenômeno pode matar algumas espécies e causar pululação (proliferação excessiva) de outras mais adaptadas. Um pequeno crustáceo reage singularmente a esse processo: diminui a sua superfície corporal. Outro entra em hibernação nos períodos de alta salinidade.

Sambaquis. (1) Palavra da língua tupi, usada no Brasil para designar os amontoados de conchas ou concheiros, muitos deles com interesse arqueológico. (2) Designação dada a antiqüíssimos depósitos situados ora na costa, ora em lagos ou rios do litoral, e formados de montões de con-chas, restos de cozinha e esqueletos amontoados por tribos selvagens que habitaram o litoral americano em época pré-histórica. Sinônimos: no Pará, cerambi, mina; em São Paulo e Santa Catarina - casqueira, concheira ou ostreira; em outros pontos do País - sambaqui, berbigueira, caieira, caldeira ou ilha de casca. (3) São monumentos arqueológicos compostos de acúmulo de moluscos marinhos, fluviais ou terrestres, feitos pelos índios. Nesses jazidos de conchas se en-contram, correntemente, ossos humanos, objetos líticos e peças de cerâmica. Os sambaquis são objetos de especial proteção, dado o seu múltiplo significado.

Saneamento. (1) Conjunto de medidas adotadas em relação ao meio, com a finalidade de criar condições favoráveis à manutenção do meio e da saúde das populações. (2) O controle de todos os fatores do meio físico do homem que exercem efeito deletério sobre seu bem-estar físico, mental ou social (Organização Mundial de Saúde, apud ACIESP, 1980). (3) Ação ou efeito de tor-nar são, isto é, favorável à vida e à saúde, um elemento qualquer. Em gestão ambiental, aplica-se principalmente aos recursos naturais que servem de corpos receptores dos impactos produzi-dos pela ação do homem, a saber: ar, água e solo.

Saneamento ambiental. (1) Conjunto de ações que tendem a conservar e melhorar as condi-ções do meio ambiente em benefício da saúde (SAHOP, 1978). (2) É a aplicação dos princípios da Engenharia, da Medicina, da Biologia e da Física no controle do ambiente, com aquelas modifica-ções originárias da proteção e das medidas porventura desejáveis ou necessárias para instituir as condições ótimas de saúde e bem-estar (CARVALHO, 1981).

Saneamento básico. (1) É a solução dos probelmas relacionados estritamente com o abasteci-mento de água e disposição dos esgotos de uma comunidade. Há quem defenda a inclusão do lixo e outros problemas que terminarão por tornar sem sentido o vocábulo 'básico' do título do verbe-te (CARVALHO, 1981). (2) Conjunto de instalações e operações destinadas a garantir água potá-vel de boa qualidade, a coleta e tratamento dos esgotos, a drenagem da água pluvial e a coleta e disposição final do lixo.

Sapropel. Sedimento depositado em lago, estuário ou mar, consistindo principalmente em restos orgânicos derivados de plantas ou animais aquáticos. Forma-se pela ausência de decomposição intensa e por destilação a seco de matéria graxosa, sob pressão e temperatura elevadas. Por dia-gênese, o sapropel passa a sapropelito.

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Saturnismo. Termo usado para designar os sintomas de envenenamento por chumbo.

Savana. As savanas são grandes planícies cobertas de vegetação, limitadas em geral pela zona das florestas equatoriais, de clima mais seco e caracterizado pela alternância da estação seca e da úmida. Em geral a seca que tem a duração de 5 a 6 meses, exclui das savanas as formas ar-bóreas da vegetação. Esta se reduz então a grandes ervas, geralmente gramíneas de desenvol-vimento rápido, que constituem por vezes espessas moitas. Essas formas de vegetação existem no Sudão, ao norte do México e ao sul da floresta Amazônica (aqui conhecida como cerrados ou campos sujos) (Glossário Libreria, 2003).

Sazonal. Relativo à estação do ano, à sazonalidade.

Sebes. Tapume de ramos ou varas para vedar terrenos.

Seca Contingente ou Contingencial. É a seca eventual, duvidosa, incerta, que pode ou não ocorrer durante o período normalmente chuvoso. Constitui um sério risco para a agropecuária devido a sua imprevisibilidade. É resultante da irregularidade e da variabilidade espacial e tempo-ral das precipitações pluviométricas durante a estação normalmente chuvosa. Ocorre quando o suprimento de umidade das precipitações é insuficiente para atender às necessidades hídricas das plantas (Glossário Ibama, 2003).

Seca Sazonal. Período do ano no qual não ocorrem, normalmente precipitações pluviométricas significativas. As chuvas desse período dificilmente ultrapassam 10 % do total de precipitações registrada durante todo o ano. É previsível e bem definida quanto ao período de ocorrência natu-ral, com duração aproximada de seis meses, podendo chegar até oito meses em algumas áreas. Ocorre em áreas com estações seca e úmida bem definidas, como na maior parte dos trópicos (Glossário Ibama, 2003).

Sedimentar. Da natureza do sedimento.

Sedimentação. Em Geologia. Processo pelo qual se verifica a deposição de sedimentos ou de substâncias que poderão vir a ser mineralizados. Os depósitos sedimentares são resultantes da desagregação ou mesmo da decomposição de rochas primitivas. Esses depósitos podem ser de origem fluvial, marinha, glaciária, eólica, lacustre, etc. (GUERRA, 1978). Em Engenharia Sanitá-ria. (1) Em tratamento de despejos líquidos, a deposição de sólidos pela ação da gravidade (The World Bank, 1978). (2) Processo de deposição, pela ação da gravidade, de material suspenso, levado pela água, água residuária ou outros líquidos. É obtido normalmente pela redução da velo-cidade do líquido abaixo do ponto a partir do qual pode transportar o material suspenso. Também chamada decantação ou clarificação (CARVALHO, 1981).

Sedimento. Termo genérico para qualquer material particulado depositado por agente natural de transporte, como vento ou água.

Segregação. Separação dos cromossomos parentais na meiose.

Segregação transgressiva. Aparecimento de indivíduos em gerações segregantes, com fenóti-pos diferentes dos progenitores com relação a um ou mais caracteres.

Seixo rolado. Partículas ou pedras desgastadas pela água, com forma arredondada, que se a-cumulam no leito ou em margens de rios.

Seleção. Em genética, é a contribuição diferenciada de descendentes, por genótipos distintos da mesma população, para a próxima geração.

Seleção natural. (1) Conjunto de fatores ambientais capazes de interferir na capacidade de so-brevivência e de reprodução de seres vivos. (2) Fundamento da teoria darwiniana para explicar a evolução; os caracteres que persistem em uma população são os mais bem adaptados ao ambi-ente porque os organismos que dispõem de tais caracteres estão mais aptos a sobreviver e se reproduzir.

Seleção natural. Seleção (pressão seletiva) exercida pelo conjunto de fatores ambientais bióti-cos e abióticos sobre o indivíduo. A seleção natural atua sobre o fenótipo, de maneira discrimina-tiva. Há três tipos principais de seleção natural: 1) seleção estabilizadora; 2) seleção direcional; e 3) seleção disruptiva.

Selvagem. Qualquer espécie não-doméstica.

Semente. Toda e qualquer estrutura vegetal utilizada na propagação de uma cultivar (Lei 9.456/97).

Semente básica. Aquela resultante da multiplicação da semente genética ou básica, realizada de forma a garantir sua identidade e pureza genética, sob a responsabilidade da entidade que a cri-ou ou a introduziu.

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Semente botânica. Unidade de reprodução sexuada desenvolvida a partir de um óvulo fertiliza-do.

Semente certificada. Aquela resultante da multiplicação de semente básica, registrada ou certi-ficada, produzida em campo específico, de acordo com as normas estabelecidas pela entidade certificadora.

Semente genética. Aquela produzida sob a responsabilidade e o controle direto do melhorista e que preserva suas características de pureza genética.

Semente recalcitrante. Aquela que não sofre a desidratação durante a maturação. Quando é liberada da planta mãe, apresenta altos níveis de teor de umidade. É sensível ao dessecamento e morre se o conteúdo de umidade for reduzido abaixo do ponto crítico, usualmente um valor rela-tivamente alto. Essa categoria é também sensível à baixas temperaturas.

Senescência. Processo natural de envelhecimetno; período próximo ao fim do ciclo de vida de um organismo.

Sensoriamento. Observação das condições climáticas e geológicas da Terra, por meio de satéli-tes sensores, com o fim de levantar, mapear ou controlar acidentes geológicos.

Sensoriamento remoto. (1) Coleta e análise de dados relativos a fenômenos ocorridos sobre a superfície terrestre, acima ou abaixo dela, e ainda nos oceanos; os dados são transmitidos na forma de imagens, que podem ser obtidas através de fotografias aéreas, radares ou satélites. (2) Análise das condições geológicas, climáticas e ambientais da Terra com utilização de sensores à distância; o termo é mais usado para os satélites ambientais, mas existem outras formas de sen-soriamento remoto, como as fotos aéreas ou as imagens de radar.

Separação na fonte. Separação dos diferentes componentes do lixo urbano no local onde é pro-duzido, permitindo sua reutilização ou reciclagem.

Seqüestro de carbono. (1) É todo o carbono capturado e mantido pela vegetação durante o processo respiratório e fotossíntese. O conceito foi consagrado pela Conferência de Kioto, em 1997, com a finalidade de conter e reverter o acúmulo de CO² na atmosfera, visando a diminui-ção do efeito estufa. (2) É a capacidade de as plantas absorverem o carbono atmosférico, presen-te principalmente na forma de dióxido de carbono (CO²) e convertê-lo em substâncias úteis ao seu metabolismo e crescimento. (3) Captura de CO² da atmosfera pela fotossíntese, também chamada fixação de carbono; a expressão Carbon offset projects designa projetos de compensa-ção de carbono.

Serra. Vocábulo usado de maneira ampla para terrenos acidentados com fortes desníveis, fre-qüentemente aplicados a escarpas assimétricas, possuindo uma vertente abrupta e outra menos inclinada (Resolução CONAMA nº004/85).

Serra do mar. Conjunto de montanhas costeiras que se estende desde o Espírito Santo até San-ta Catarina.

Serrapilheira. Camadas de folhas, galhos e matéria orgânica morta que cobre o solo das matas (Resolução Conama 012/94, art. 1º).

Serviços ambientais. (1) Conjunto de benefícios gerados por ecossistemas naturais ou cultiva-dos que, freqüentemente, não tem valor de mercado. São também conhecidos como externalida-des ambientais. (2) Funções executadas pela natureza, imprescindíveis aos seres humanos: regu-lação hídrica, de gases, climática e de distúrbios físicos, abastecimento d'água, controle de erosão e retenção de sedimentos, formação de solos, ciclos de nutrientes, tratamento de detritos, polini-zação, controle biológico, refúgio de fauna, produção de alimentos, matéria-prima, recursos ge-néticos, recreação e cultura, entre outras; esses serviços estão sendo usados como base para cálculo do valor da natureza.

Servidão florestal. Direito dos habitantes de uma comunidade de se abastecer de lenha numa floresta. Antigamente, eram concedidos pelos monarcas verdadeiros privilégios ou direitos de servidão em certas florestas, como retirada de lenha, de árvores mortas, pastoreiro, etc., os quais ainda hoje são observados em determinadas regiões. O direito de servidão existe nas ferro-vias, com relação ao eixo das faixas laterais, nas linhas de transmissão de energia elétrica em alta tensão, nos oleodutos, aqueodutos, etc.

Sextante. Instrumento de reflexão em que existe um limbo granulado, o qual é a sexta parte do círculo e serve para medir ângulos, a altura dos astros, bem como as suas distâncias angulares. É muito usado para determinar a posição do navio sobre a superfície do mar (Glossário LIbreria, 2003).

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Sial. Camada externa da crosta terrestre de até 50 km de espessura, constituída principalmente de silício e alumínio, representada pelas rochas de constituição granítica. Sua densidade é de 2,7. A profundidade do seu contato com o sima subjacente varia entre 50 km, sob os continentes, e praticamente zero, sob o oceano Pacífico.

Siderito. Meteorito constituído essencialmente de ferro e níquel sem silicatos.

Sienito. Tipo de mineral magmático com composição química apresentando semelhanças com o granito.

SIG. Sistemas de Informação Geográfica; em inglês a sigla é GIS; tecnologias de Geoprocessa-mento que lidam com informação geográfica na forma de dados geográficos; permitem que se conheça a estrutura geométrica de objetos, sua posição no espaço geográfico e seus atributos; alguns SIG possuem ainda a capacidade de manipular relacionamentos espaciais, como proximi-dade e adjacências.

Silte. (1) Pequeníssima partícula de minerais diversos. (2) Grãos que entram na formação de um solo ou de uma rocha sedimentar, cujos diâmetros variam entre 0,02 mm e 0,002 mm. Outros consideram os seguintes diâmetros: 0,05 mm a 0,005 mm (GUERRA, 1978). (3) Limo, matéria telúrica fina, transportada pela água e depositada na forma de um sedimento (CARVALHO, 1981).

Silvestre. Que está relacionado com a floresta; que é próprio da floresta.

Silvícola. Que nasce ou vive nas selvas.

Silvicultura. (1) Arte de cultivar e manter uma floresta através de manipulações no estabeleci-mento, composição e crescimento da vegetação para melhor atender aos objetivos de seu propri-etário. Isso pode incluir ou não a produção de madeira. (2) Plantio de árvores para lenha ou para fins comerciais. (3) Exploração orientada de recursos florestais. Cultivo de monoculturas com es-pécies arbóreas para fins de exploração. Ciência que tem por finalidade o estudo e a exploração de essências florestais.

Sima. Camada inferida subjacente ao sial, a cerca de 50 km de profundidade, no domínio das massas continentais. Deve também existir nas partes profundas dos oceanos (Pacífico). Prova-velmente é de composição basáltica com densidade entre 2,9 e 3.

Simpatria. Ocorrência de duas ou mais espécies em uma determinada área geográfica, com su-perposição parcial ou total de suas distribuições.

Sinantropia. Capacidade dos animais utilizarem condições ecológicas favoráveis criadas pelo homem.

Síndrome da China. Termo popular para qualificar o risco potencial de um acidente nuclear: imagina-se que o combustível de um reator nuclear seria tão quente que poderia atravessar o globo terrestre, dos Estados Unidos da América até a China.

Sinecologia. (1) Estudo de grupos de organismo que estão associados entre si como uma unida-de. (2) Estudo das relações de uma comunidade com o ambiente e das relações das populações entre si.

Sinergia. (1) É o efeito ou força ou ação resultante da conjunção simultânea de dois ou mais fatores, de forma que o resultado é superior à ação dos fatores individualmente, sob as mesmas condições. Em outros termos, a associação de tais fatores não somente potencializa a sua ação como, ainda, pode produzir um efeito distinto. Por exemplo, a radiação solar, com sua luz e calor, pode alterar a composição química de certos gases e poluentes da atmosfera, os quais, por sua vez, unindo-se ao ciclo hidrológico, podem causar chuva ácida. A sinergia manifesta ainda aspec-tos da cadeia sistêmica que existe entre os elementos da natureza; sob este ponto de vista, não se pode falar livremente em "elementos inertes", porquanto também eles estão sujeitos a altera-ções que podem desencadear resultados inesperados. (2) Interação entre dois fatores resultando num efeito maior do que a soma dos efeitos postos isoladamente em cada um dos fatores. (3) Fenônemo químico no qual o efeito obtido pela ação combinada de duas substâncias químicas é diferente ou combinada de duas substâncias químicas é diferente ou maior do que a soma dos efeitos individuais dessas mesmas substâncias. Este fenômeno pode ser observado nos efeitos do lançamento de diferentes poluentes num mesmo corpo d'água (FEEMA, 1997).

Sismologia. Ciência que estuda os terremotos.

Sistema. Conjunto de componentes que interagem para desempenhar uma dada função. Um sistema é configurado por objetos, partes ou elementos componentes. Esses objetos têm proprie-dades e afinidades entre si que unem todo o sistema. As relações entre elementos podem ser estáticas ou dinâmicas, o que implica na idéia de mudança, que é a principal característica de todos os sistemas.

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Sistema ambiental. (1) Nos estudos ambientais, a tendência mais recente é analisar o meio ambiente como um sistema, o sistema ambiental, definido como os processos e interações do conjunto de elementos e fatores que o compõem, incluindo-se, além dos elementos físicos, bioló-gicos e sócio-econômicos, os fatores políticos e institucionais. Os sistemas ambientais incluem os ecossistemas, porém, não se confundem com eles. (2) Conjunto dos processos e interações dos elementos que compõem o meio ambiente, incluindo, além dos fatores físicos e bióticos, os de natureza antrópica (socioeconômica, política, institucional e ética) (FEEMA, 1997).

Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA). Instituído pela Lei nº 6.938, de 31.08.81, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, o SISNAMA reúne os órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, que estejam envolvi-dos com o uso dos recursos ambientais ou que sejam responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental. Constituem o SISNAMA: o Conselho Nacional do Meio Ambiente, denomina-do Órgão Superior, com a função de assistir o Presidente da República na formulação das diretri-zes da Política Nacional do Meio Ambiente; a SEMA, Órgão Central, encarregada de promover, disciplinar e avaliar a implementação dessa Política; os órgãos, entidades e fundações da Admi-nistração Pública Federal, chamados Órgãos Setoriais cujas atividades estejam associadas ao uso dos recursos ambientais ou à preservação da qualidade ambiental; os órgãos, entidades e funda-ções estaduais, Órgãos Seccionais responsáveis pelo planejamento e execução das ações de con-trole ambiental; os órgãos e entidades municipais, Órgãos Locais, responsáveis, em suas áreas de jurisdição, pelo controle e fiscalização das atividades modificadoras do meio ambiente.

Sistema de informação georeferenciada - SIG. Método gráfico para organizar, mapear e pro-cessar, em geral com o auxílio de programa de computador, a informação sobre o meio ambiente de uma área, e prepará-la para a análise das interações das variáveis bióticas, abióticas, sociais e econômicas (FEEMA, 1997).

Sistemática. Estudos dos tipos e da diversidade de organismos, sua distribuição, classificação e evolução.

Sítio arqueológico estadual. (1) Áreas onde são encontrados testemunhos ou vestígios de o-cupações humanas históricas ou pré-históricas. (2) Área de domínio público estadual, destinada a proteger vestígios de ocupação pré-histórica humana, contra quaisquer alterações e onde as ati-vidades são disciplinadas e controladas de modo a não prejudicar os valores a serem preservados (FEEMA/PRONOL NT 1107).

Sítios palentológicos. Áreas, geralmente cortes-de-estrada e barrancas de rios, onde são en-contrados os fósseis, nas rochas das épocas em que eles viveram.

Sizígia. Conjunção ou oposição de um planeta, especialmente a Lua com o Sol (que se observa na lua cheia e na lua nova).

Smog. (1) Termo que combina as palavras inglesas "smoke" e "fog" ( fumaça e neblina). O smog ocorre quando a poluição acontece em combinação com gotículas de vapor de água. O smog é prejudicial para a saúde. (2) Neologismo surgido na década de 60, para designar o fenômeno de poluição atmosférica, no qual os contaminantes se misturam à névoa, dificultando a dispersão. Usa-se também a expressão smog fotoquímico. (3) É a mistura de névoa com fumaça - fumaça (smoke) mais névoa (fog) (EHRLICH & EHRLICH, 1974). (4) Em geral, usado como um equivalen-te à poluição do ar, particularmente associado a oxidantes (The World Bank, 1978).

Sobrepesca. Tipo de pesca predatória.

Sociobiologia. (1) O estudo das bases biológicas do comportamento social. (2) Estudo das bases biológicas do comportamento social de uma espécie e de sua evolução.

Sólidos decantáveis. São os sólidos separáveis em um dispositivo para decantação denominado cone de Imhoff, durante o prazo de 60 ou 120 minutos (Amarílio Pereira de Souza, informação pessoal, 1986).

Sólidos dissolvidos. Quantidade total de substâncias dissolvidas em água e efluentes, incluindo matéria orgânica, minerais e outras substâncias inorgânicas; a água que contém níveis elevados de sólidos dissolvidos é imprópria para o uso industrial e considerada de qualidade inferior para consumo humano.

Sólidos filtráveis. Ou matéria sólida dissolvida, são aqueles que atravessam um filtro que possa reter sólidos de diâmetro maior ou igual a 1 mícron (Amarílio Pereira de Souza, informação pes-soal, 1986).

Sólidos fixos. São os não voláteis (Amarílio Pereira de Souza, informação pessoal, 1986).

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Sólidos flutuantes. Ou matéria flutuante. Gorduras, sólidos, líquidos e escuma removíveis da superfície de um líquido (ABNT, 1973).

Sólidos suspensos. Sólidos em suspensão. Pequenas partículas de poluentes sólidos nos despe-jos, que contribuem para a turbidez e que resistem à separação por meios convencionais (The World Bank, 1978).

Sólidos totais. Analiticamente, os sólidos totais contidos nos esgotos são definidos como a ma-téria que permanece como resíduo depois da evaporação à temperatura compreendida entre 103°C e 105°C (Amarílio Pereira de Souza, informação pessoal, 1986).

Sólidos voláteis. São aqueles que se volatilizam a uma temperatura de 600°C (Amarílio Pereira de Souza, informação pessoal, 1986).

Solo. (1) Formação natural superficial, de pequena rigidez e espessura variável. Compõe-se de elementos minerais (silte, areia e argila), húmus, nutrientes (como cálcio e potássio), água, ar e seres vivos, como as minhocas. (2) Terreno sobre o qual se constrói ou se anda; chão, pavimen-to.(3) Terra considerada nas suas qualidades produtivas.Porção de superfície de terra. S. ativo: parte fértil do solo arável. S. inerte: parte do solo arável, entre o solo ativo e o subsolo. (4) Em pedologia e ecologia solo é: o material terrestre alterado por agentes físicos, químicos e biológi-cos e que serve de base para as raízes das plantas (DNAEE, 1976). (5) Ou a camada superficial de terra arável, possuidora de vida microbiana (GUERRA, 1978). (6) A camada da superfície da crosta terrestre capaz de abrigar raízes de plantas, representando, pois, o substrato para a vege-tação terrestre (MARGALEF, 1980). (7) O resultado líquido da ação do clima e dos organismos, especialmente da vegetação, sobre o material original da superfície da terra, se compõe de um material originário do substrato geológico ou mineral subjacente e de um incremento orgânico em que os organismos e seus produtos se entremisturam com as partículas finamente divididas desse material (ODUM, 1972). (8) Combinação de materiais orgânicos e minerais com água e ar; distri-buída sobre a superfície da Terra; elemento que sustenta a vida na Terra.

Solo de brejo. Solo assentado sobre camadas de argila e ardósia impermeáveis, que possui ro-chas perto da superfície. Nos brejos chove bem mais do que nas regiões de cerrados, e a camada superior do solo está permanentemente úmida. Partículas de material orgânico de plantas mortas formam uma camada estreita e ácida.

Solo de cerrado. Solo arenoso e ligeiramente seco. Sua fina camada de restos vegetais é quase sempre ácida. Minhocas e micróbios não toleram bem essas condições e por isso a decomposição é lenta, o que torna esse solo pobre em nutrientes.

Solo de jardim e horta. Tipo de solo geralmente muito fértil, bem drenado e arejado, pois na maioria das vezes recebe adubação orgânica. Costuma apresentar uma grande população de mi-nhocas.

Solos aluviais. Solos resultantes do transporte e acumulação de sedimentos pelos rios.

Solos eluviais. Solos formados no próprio local a partir da desagregação e decomposição.

Solvente. Líquido no qual uma ou mais substâncias se dissolvem para formar uma solução (De-creto 98.816/90).

Sombra de Chuva. Os ventos oceânicos carregados de umidade depositam a maior parte desta umidade nas vertentes da serra orientadas para o oceano, ou seja, nas encostas a barlavento; a “sombra de chuva “ resultante produz um deserto do outro lado da serra, na encosta a sotavento. Superfície de cimeira. Níveis mais elevados dos maciços residuais (Glossário Ibama, 2003).

Sopé. Parte inferior de uma encosta.

Subespécie. Subdivisão taxonômica primária de uma espécie. É comum usar-se o termo varie-dade como equivalente a subespécie. Pode ser divididas em variedades.

Sub-bosque. Estratos inferiores de uma floresta. Vegetação que cresce sob as árvores (Resolu-ção Conama 012/94, art. 1º).

Subproduto. Qualquer material ou produto resultante de um processo concebido primeiramente para produzir outro produto. O custo concebido primeiramente para produzir outro produto. O custo de um subproduto é virtualmente zero. Há, entretanto, incentivo para encontrar usos ou mercados para os subprodutos, por exemplo, escória de alto-forno, usada na construção de es-tradas. Se tal uso não existe, o subproduto torna-se um resíduo (BANNOCK et alii, 1977).

Subsidiária. Empresa subordinada a outra que mantém o controle acionário.

Subsídio. Incentivo monetário dado a um produtor visando tornar seu produto mais barato e conseqüentemente de mais fácil colocação no mercado.

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Subsolo. Camada de solo, imediatamente inferior à que se vê ou se pode arar.Construção abaixo do rés-do-chão.

Substância Nociva ou Perigosa. Qualquer substância que, se descarregada nas águas, é capaz de gerar riscos ou causar danos à saúde humana, ao ecossitema aquático ou prejudicar o uso da água e de seu entorno (Lei 9966/00).

Substâncias abióticas. Compostos básicos inorgânicos e orgânicos do meio.

Subtropical. Região, clima ou vegetação das áreas limítrofes aos trópicos; zonas temperadas mais próximas do Equador.

Sucessão. (1) Em ecologia, é a progressão ordenada de mudanças na composição da comunida-de, que ocorre durante o desenvolvimento da vegetação em qualquer área, desde a colonização inicial até o desenvolvimento do clímax típico de uma dada área geográfica. (2) Substituição pro-gressiva de uma comunidade por outra, em determinada área ou biótopo; compreende todas as etapas, desde a colonização de etapas pioneiras até o clímax.

Sumidouro. (1) Em hidrologia. Cavidade, em forma de funil, na superfície do solo, que se comu-nica com o sistema de drenagem subterrânea, em regiões calcárias, causada pela dissolução da rocha (DNAEE, 1976). Em engenharia sanitária. Poço destinado a receber o efluente da fossa sép-tica e a permitir sua infiltração subterrânea (ACIESP, 1980). (2) (sinks) Quaisquer processos, atividades ou mecanismos, incluindo a biomassa e, em especial, florestas e oceanos, que têm a propriedade de remover um gás de feito estufa, aerossóis ou precursores de gases de efeito estu-fa da atmosfera; podem constituir-se também de outros ecossistemas terrestres, costeiros e ma-rinhos.(3) Curso subterrâneo de um rio, através de rochas calcárias (Glossário Libreria, 2003).

Superorganismo. Uma associação de indivíduos na qual o funcionamento de cada um promove o bem-estar do sistema inteiro.

Superposição de cartas. Métodos de avaliação de impacto ambiental, originalmente desenvol-vido para estudos de planejamento urbano e regional, perfeitamente adaptável à análise e diag-nóstico ambiental, que consiste na confecção de uma série de cartas temáticas de uma mesma área geogáfica, uma para cada fator ambiental que se quer considerar, onde se representam os danos organizados em categorias. Essas cartas são superpostas para produzir a síntese da situa-ção ambiental da área, podendo ser elaboradas de acordo com os conceitos de fragilidade ou po-tencialidade de uso dos recursos ambientais, segundo se desejem obter cartas de restrição ou aptidão de uso. As cartas também podem ser processadas em computador caso o número de fa-tores ambientais considerados assim o determine (FEEMA, 1997).

Surfactantes. São substâncias tensoativas, compostas de moléculas grandes, ligeiramente solú-veis na água. Costumam causar espuma nos corpos de água onde são lançadas, tendendo a man-ter-se na interface ar-água. Até 1965 os surfactantes presentes nos detergentes sintéticos eram não-biodegradáveis. Depois dessa data, começaram a ser usados detergentes biodegradáveis, reduzindo-se bastante o problema das espumas. A determinação de surfactantes é realizada pela mudança de cor de uma solução padronizada de azul de metileno. Um outro nome para surfac-tantes é, substâncias ativas ao azul de metileno (Amarílio Pereira de Souza, informação pessoal, 1986).

Sustentabilidade. Qualidade, característica ou requisito do que é sustentável. Num processo ou num sistema, a sustentabilidade pressupõe o equilíbrio entre 'entradas' e 'saídas', de modo que uma dada realidade possa manter-se continuadamente com suas características essenciais. Na abordagem ambiental, a sustentabilidade é um requisito para que os ecossistemas permaneçam iguais a si mesmos, assim como os recursos podem ser utilizados somente com reposição e/ou substituição, evitando-se a sua depleção, de maneira a manter o equilíbrio ecológico, uma relação adequada entre recursos e produção, e entre produção e consumo.

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T T1, T2, T3... Símbolos utilizados para designar a primeira, segunda, terceira, etc., gerações de uma planta ancestral transformada geneticamente (T0) no processo de obtenção de planta trans-gênica.

T-90. É o tempo que leva a água do mar para reduzir p 90% o número de bactérias do esgoto (CARVALHO, 1981).

Tabatinga. Argila branca ou amarela encontrada nos cerrados e caatingas caracterizadas pela pouca fertilidade (Glossário Libreria, 2003).

Tabuleiro ou Chapada. Formas topográficas que se assemelham a planaltos, com declividade inferior a 10% (aproximadamente 6°) e a extensão superior a 10 hectares, terminadas de forma abrupta; a chapada se caracteriza por grandes superfícies a mais de 600 metros de altitude (Re-solução CONAMA nº 004/85).

Taiga. Tipo de floresta pobre e rala.

Talossocrático. Pertencente à predominância ou alongamento de áreas oceânicas em relação a áreas continentais. Opõe-se a geocrático.

Talude. (1) Plano que imita lateralmente tanto um aterro como uma escavação. (2) Superfície inclinada do terreno na base de um morro ou de uma encosta do vale, onde se encontra um de-pósito de detritos (GUERRA, 1978).

Talude continental. Declividade frontal da plataforma continental.

Tálus. Depósito de sopé de escarpas, originado principalmente por efeito da gravidade sobre fragmentos soltos. Seus constituintes são angulosos e dispõem-se sem acamamento regular.

Talvegue. (1) Linha que passa pela parte mais profunda de um vale. (2) Linha de maior profun-didade no leito fluvial. Resulta da intersecção dos planos das vertentes com dois sistemas de de-clives convergentes; é o oposto de crista. O termo significa caminho do vale (GUERRA, 1978) (3) Linha que se segue a parte mais baixa do leito de um rio, de um canal ou de um vale (DNAEE, 1976). (4) Linha de maior declive de um vale, segundo a qual se dirigem as águas correntes (Glossário Libreria, 2003).

Tamanho efetivo da população. Número de indivíduos que contribuem igualmente para formar a próxima geração.

Tanino. Substância complexa, solúvel em água e adstringente, contida em certos vegetais, que se caracteriza pela propriedade de coagular as albuminas e transformar a pele em couro (Instru-ção Normativa IBDF 1/80).

Tanque de Resíduos. Qualquer tanque destinado especificamente a depósto provisório dos lí-quidos de drenagem a lavagem de tanques e outras misturas e resíduos (Lei 9966/00).

Táxon. (1) Conjunto de organismos que apresenta uma ou mais características comuns e, por-tanto, unificadoras, cujas características os distinguem de outros grupos relacionados, e que se repetem entre as populações, ao longo de sua distribuição. Plural: taxa. (2) Termo geral para qualquer uma das categorias taxonômicas, tais como espécie, classe, ordem ou divisão. (3) Gru-po de organismos em qualquer nível, com alguma identidade formal.

Taxonomia. (1) Ciência da classificação, especialmente, dos organismos. (2) Ciência da classifi-cação dos organismos; teoria e prática da descriação, nomenclatura e classificação; o mesmo que taxionomia ou taxinomia.

Técnicas de previsão de impacto. Mecanismos técnicos formais ou informais destinados a pre-ver a magnitude dos impactos ambientais, isto é, a medir as futuras condições de qualidade de fatores ambientais específicos afetados por uma ação.

Tecnologia da madeira. Aprimoramento da produção e da qualidade do produto nas indústrias madeireira, moveleira, de papel e celulose e de resinas e óleos essenciais, de forma a reduzir o consumo de matéria-prima.

Tectogênese. Processo de dobramento e falhamento na formação de montanhas e que é com-pletado pela morfogênese.

Tectonismo. Forças oriundas do interior da Terra que atuam sobre a crosta terrestre, podendo originar dobramentos ou enrugamentos do relevo e também falhamentos, fossas, etc.

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Tectônica. Ramo da geologia que estuda as estruturas, principalmente os dobramentos e os fa-lhamentos. Também chamada geotectônica.

Telófase. Última fase da divisão celular caracterizada, entre outros fatores, pela descondensação dos cromossomos e reaparecimento da membrana nuclear.

Teratogênese. Formação de um feto anormal, monstruoso.

Teratogênico. Teratôgeno; agentes físico, mecânico ou químico que, aplicados sobre as células germinais (ovo e embrião), provocam o aparecimento de formas monstruosas. Por exemplo: in-toxicações, radiações, doenças infecciosas ou agentes químicos.

Terebintina. Nome genérico das resinas líquidas que se obtém por exsudação e incisões de árvo-res coníferas e terebintáceas.

Termoclima. A camada de água na qual a temperatura muda rapidamente entre a camada de água quente superior (eplímnio) e a camada de água fria inferior (hipolímnio).

Termodinâmica. Relativo ao calor e ao movimento; parte da Física que investiga a transforma-ção da energia, particularmente dos processos que envolvem energia térmica.

Termoelétrica. Usinas que produzem eletricidade a partir da queima de combustível como o carvão, o óleo e a lenha.

Termômetro. Qualquer instrumento destinado a medir temperaturas.

Termoscópio. Qualquer dispositivo capaz de acusar uma variação de temperatura.

Terófita. Designação em comum às espécies vegetais que têm ciclo de vida anual.

Terraço. (1) Superfície horizontal ou levemente inclinada, constituída por depósito sedimentar ou superfície topográfica modelada pela erosão fluvial, marinha ou lacustre e limitada por dois decli-ves do mesmo sentido. É por conseguinte uma banqueta ou patamar interrompendo um declive contínuo (GUERRA, 1978). (2) Planície, em regra estreita, que margeia um rio, um lago ou o mar. Os rios, por vezes, são marginados por terraços de vários níveis. (3) Faixa de terra sobrelevada, mais ou menos horizontal, usualmente construída segundo ou próximo das curvas de nível, sus-tentada do lado inferior, por muros de pedras ou outras barreiras semelhantes e projetada para tornar o terreno apropriado para a cultura e para evitar a erosão acelerada (ACIESP, 1980).

Terraços fluviais. Regiões planas, mais ou menos estreitas, margeando o vale fluvial, que po-dem originar-se de duas formas: um rio, sofrendo um súbito rejuvenescimento, passa a erodir novamente me profundidade, modificando o caráter de seu vale, deixando no alto os dois terra-ços testemunhando o antigo leito do rio; e por ocasião das enchentes, as águas erodem a porção superior de suas margens, escavando estreitas porções planas, ladeando o rio, que emergem quando as águas descem e serão reativadas na época das grandes chuvas (Glossário Libreria, 2003).

Terraço litorâneo. Superfície modelada pela erosão marinha que se apresenta horizontal ou com pequena inclinação que é formada por sedimentos.

Terras devolutas. (1) Terras sujeitas à devolução aos governos municipal, estadual ou federal. São bens públicos dominiais inafetados. (2) As que, incluídas no domínio público, não receberam qualquer uso público, Nacional, Estadual ou Municipal.

Terras e territórios indígenas. Terras tradicionalmente ocupadas pelos índios. Dividem-se em quatro grupos: (1) as habitadas em caráter permanente; (2) as utilizadas para as atividades pro-dutivas; (3) as imprescindíveis à preservação dos recursos ambientais necessários a seu bem-estar; e (4) as necessárias a sua reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes e tra-dições.

Terra úmida. (1) Área inundada por água subterrânea ou de superfície com uma freqüência sufi-ciente para sustentar vida vegetal ou aquática que requeira condições da saturação do solo (EPA, 1979). (2) Áreas de pântano, brejo, turfeira ou água, natural ou artificial, permanente ou tempo-rária, parada ou corrente, doce, salobra ou salgada, incluindo as águas do mar, cuja profundidade na maré baixa não excede seis metros (Informação pessoal de Norma Crud, baseada na Confe-rência de Ramsar, 1971).

Terremoto. Vibração ou tremor da crosta terrestre. Pode ser registrado por meio de aparelhos denominados sismógrafos. Quando a vibração é relativamente intensa, faz-se perceptível direta-mente pelos sentidos. As vibrações fracas, apenas registráveis com instrumentos sensíveis, de-nominam-se microssismos.

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Terrenos de marinha. (1) Todos os que, banhados pelas águas do mar ou dos rios navegáveis, vão até 33 metros para a parte da terra, contatos desde o ponto a que chega a preamar média. Este ponto refere-se ao estado do lugar no tempo da execução do artigo 51, 14 da Lei de 15 de novembro de 1831 (Decreto 24.643/34). (2) São terrenos, em uma profundidade de 33 metros, medidos horizontalmente, para a parte da terra, da posição da linha do preamar médio de 1831, que estejam situados no continente, na costa marítima e nas margens dos rios e lagoas até onde se faça sentir a influência das marés ou estejam contornando as ilhas situadas em zona onde se faça sentir a influência das marés; a influência das marés é caracterizada pela oscilação periódica de 5 centímetros, pelo menos, do nível das águas, que ocorra em qualquer época do ano (Decre-to-Lei 9.760/46).

Terrígeno. Depósito formado por material de destruição, erosão, etc., da superfície da terra fir-me e sedimentada, tanto no continente como no fundo dos mares.

Território. (1) Terreno mais ou menos extenso. Porção da superfície terrestre pertencente a um país, estado, município, distrito. Região sob a jurisdição de uma autoridade. (2) Região um tanto populosa, mas sem habitantes em número suficiente para constituir um Estado, sendo pois admi-nistrada pela União. (3) Área certa da superfície de terra que contém a nação, dentro de cujas fronteiras o Estado exerce a sua soberania, e que compreende o solo, rios, lagos, mares interio-res, águas adjacentes, golfos, baías e portos.

Textura. Aspecto menor inerente à rocha, que depende do tamanho, da forma, do arranjo e da distribuição dos seus componentes. Por exemplo: textura equigranular, textura porfirítica. Em madeira, refere-se ao diâmetro relativo e à variação em diâmetro dos elementos nas camadas de crescimento.

Tolerância. (1) Em resistência de plantas a doenças, refere-se à comparação entre quantidade de doença e efeito no rendimento. (2) Nos estudos ambientais, tolerância é a capacidade de um sistema ambiental absorver determinados impactos de duração e intensidade tais que sua quali-dade e sua estabilidade não sejam afetadas a ponto de torná-lo impróprio aos usos a que se des-tina. (3) Em estudos ecológicos e geográficos, é a amplitude de condições físico-químicas em que um determinado ecótipo, espécie, gênero, família, etc., de plantas ou animais pode crescer natu-ralmente, na ausência de competição (ACIESP, 1980).

Tomada d’água. Estrutura ou local cuja finalidade é controlar, regular, derivar e receber água, diretamente da fonte por uma entrada d’água construída a montante (DNAEE, 1976).

Tombamento. (1) Forma de intervenção do Estado na propriedade privada, limitada de exercício de direito de utilização, gratuita, permanente e inelegável, destinada à preservação, sob regime especial de cuidados, dos bens de valor histórico, arqueológico, artístico ou paisagístico. Os bens tomados, móveis ou imóveis, permanecem sob domínio e posse particulares, mas sua utilização passa a ser disciplinada (MOREIRA NETO, 1976). (2) É uma medida administrativa de proteção aos bens de valor artístico, cultural ou natural. (3) Uma das primeiras formas administrativas de proteção ao patrimônio histórico, artístico, cultural ou natural.

Topo de morro, monte, montanha, serra ou cume. (1) Diz-se da parte mais elevada de um morro ou de uma elevação. Usa-se, algumas vezes, como sinônimo de cume (GUERRA, 1978). (2) Parte mais alta do morro, monte, montanha ou serra (Resolução CONAMA nº 04 de 18.09.85).

Topografia. Descrição ou delineação minuciosa de uma localidade. Configuração do relevo de um terreno com a posição de seus acidentes naturais ou artificiais. Descrição anatômica e minuciosa de qualquer parte do organismo humano.

Topologia. Relações espaciais existentes entre as entidades: conectividade, contiguidade, pro-ximidade.

Tora. Parte do tronco de uma árvore, livre de ramificação, suscetível de ser industrializada, sob qualquer forma (Portaria Normativa IBDF 302/84).

Toxafeno. Mistura complexa de derivados do canfeno clorado, contendo cerca de 68% de cloro. Insolúvel na água, mas altamente solúvel nos solventes orgânicos e óleos, sendo empregado lar-gamente no controle de insetos. Possui uma elevada persistência no ambiente e é altamente tóxi-co para os peixes.

Tóxico. (1) Venenoso; substância ou agente venenoso. (2) Substância química ou biológica ca-paz de provocar envenenamento.

Toxidez. Ou toxicidade. (1) Capacidade de uma toxina ou substância venenosa produzir dano a um organismo animal. (2) A qualidade ou grau de ser venenoso ou danoso à vida animal ou ve-getal (The World Bank, 1978).

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Toxicidade aguda. Qualquer efeito venenoso produzido dentro de um certo período de tempo, usualmente de 24-96 horas, que resulte em dano biológico severo e, às vezes, em morte (The World Bank, 1978).

Toxicidade oral. Capacidade de uma substância química ou biológica de provocar dano quando ingerida pela boca (ACIESP, 1980).

Traçador. (1) Substância química (fluoresceína) ou radioativa (sodium 24, tritium) mistura à água para que se estude seu caminhamento (LEMAIRE & LEMAIRE, 1975). (2) Substância facil-mente detectável, que pode ser adicionada em pequenas quantidades a correntes de águas su-perficiais ou subterrâneas para evidenciar as trajetórias de partículas ou para medir diversas ca-racterísticas do escoamento, como velocidade, tempo de percurso, diluição, etc. (DNAEE, 1976).

Transgênicos. Os transgênicos resultam de experimentos de engenharia genética nos quais o material genético é movido de um organismo a outro, visando a obtenção de características espe-cíficas. Em programas tradicionais de cruzamentos, espécies diferentes não se cruzam entre si. Com essas técnicas transgênicas, materiais gênicos de espécies divergentes podem ser incorpo-rados por uma outra espécie de modo eficaz.

Transgressão. Fenômeno de avanço progressivo do mar sobre as áreas continentais, levando à submersão, em conseqüência da subida do nível do mar, da subsidência do continente ou pelo movimento vertical de ambos. A transgressão, assim como a regressão, tem-se alternando atra-vés dos tempos geológicos, constiuindo-se inclusive em critério para classificações estratigráficas.

Tratamento. Processo artificial de depuração e remoção das impurezas, substâncias e compos-tos químicos de água captada dos cursos naturais, de modo a torná-la própria ao consumo hu-mano, ou de qualquer tipo de efluente líquido, de modo a adequar sua qualidade para a disposi-ção final.

Tratamento aeróbio. O mesmo que tratamento por oxidação biológica, em presença de oxigê-nio (CARVALHO, 1981).

Tratamento biológico. Forma de tratamento de água residuária na qual a ação de microorga-nismos é intensificada para estabilizar e oxidar a matéria orgânica (ACIESP, 1980).

Tratamento completo. No sentido genérico, o processamento da água residuária de origem doméstica ou industrial, por meio de um tratamento primário, secundário e terciário. Pode incluir outros tipos especiais de tratamento e desinfecção. Envolve a remoção de uma alta percentagem de matéria suspensa coloidal e matéria orgânica dissolvida (ACIESP, 1980).

Tratamento da água. (1) Conjunto de procedimentos para converter água impura em água po-tável ou utilizável pela indústria ou agricultura. As instalações destinadas para tratamento são denominadas depuradoras ou purificadoras, e recebem o nome de dessalinizadoras quando tra-tam a água do mar. (2) É o conjunto de ações destinadas a alterar as características físicas e/ou químicas e/ou biológicas da água, de modo a satisfazer o Padrão de Potabilidade (ACIESP, 1980).

Tratamento de lixo. Conjunto de procedimentos destinados à redução e eliminação ou ao rea-proveitamento dos resíduos procedentes da indústria, comércio ou das residências. Em geral, o lixo é separado, comprimido, triturado e incinerado. Os detritos radioativos, por sua vez, são en-terrados em áreas especiais.

Trekking. (1) Passeios ou caminhadas por trilhas em montanhas ou florestas. (2) Caminhadas longas com duração média de dois a cinco dias, utilizando-se de estruturas rústicas durante o percurso.

Trick. Uma asa-delta motorizada, que vem equipada com rodas para facilitar decolagens e pou-sos, mas também pode ser acoplada a flutuadores. Tem capacidade para duas pessoas.

Tropical. (1) Pertencente ou referente aos trópicos. Situado entre os trópicos. Que vive nos tró-picos. Relativo aos trópicos ou às regiões da zona tórrida. Relativo ao clima dessas regiões. Abra-sador (calor). (2) Região, clima ou vegetação das áreas entre os trópicos; na Linha do Equador.

Trópico. Cada um dos dois círculos menores da Terra, paralelos ao Equador (paralelos terres-tres), o do Hemisfério Norte denominado de Câncer e o do Hemisfério Sul, Capricórnio.

Tropismo. Movimento orientado das plantas em resposta a certos estímulos ambientais, como a luz e a força gravitacional.

Tsunami. (1) Ondas de grande período e pequenas amplitudes, produzidas por terremoto ou erupção vulcânica submarina, que podem viajar milhares de quilômetros. Essas ondas, embora tenham comprimentos de onda de 160 a 200km, possuem amplitudes inferiores a 1m e o seu efeito destruidor advém da grande velocidade de propagação que, em mares profundos, pode

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atingir 700 a 900 km/h. (2) De origem japonesa tsunami designa ondas oceânicas de grande al-tura. Embora sejam erroneamente denominadas de ondas de marés, as tsunamis não são causa-das por influência das forças de maré (forças astronômicas de atração do Sol e da Lua). (3) Tssu-namis são ondas de grande energia geradas por abalos sísmicos. Têm sua origem em maremo-tos, erupções vulcânicas e nos diversos tipos de movimentos das placas do fundo submarino.

Tundra. Região ao redor dos pólos terrestres desprovida de árvores. É bem desenvolvida no He-misfério Norte e muito freqüente ao norte do Círculo Polar Ártico.

Turbidez. Medida da transparência de uma amostra ou corpo d’água, em termos da redução de penetração da luz, devido à presença de matéria em suspensão ou substâncias coloidais. Mede a não propagação da luz na água. É o resultado da maior ou menor presença de substâncias coloi-dais na água (Amarílio Pereira de Souza, informação pessoal, 1986).

Turbidito. Depósito sedimentar formado por correntes de turbidez. Na maioria dos casos, os tur-biditos são marinhos e formam-se na região de sopé do talude continental, mas há também tur-biditos lacustres. É um depósito característico de fácies flysch de seqüências sedimentares geos-sinclinais.

Turfa. (1) Resíduo carbonoso castanho escuro ou preto produzido por decomposição parcial de plantas em áreas pantanosas. Em geral, os fragmentos de plantas vasculares das turfas conser-vam ainda as estruturas que permitem identificar as plantas que lhes deram origem. Corresponde à primeira etapa de incarbonização (processo de perda de voláteis como O, H e N enriquecendo-se relativamente em C, levando-se através de fases sucessivas de maturação à formação do carvão ou hulha. (2) Depósito recente de carvões, formado principalmente em regiões de clima frio ou temperado, onde os vegetais antes do apodrecimento são carbonizados. Estas transformações exigem que a água seja límpida e o local não muito profundo. A turfa é uma matéria lenhosa, que perdeu parte de seu oxigênio por ocasião de carbonização, assim transfomando-se em carvão, cujo valor econômico como combustível é, no entanto, pequeno (GUERRA, 1978). (3) Solo alta-mente orgânico, mais de 50% combustível, de restos vegetais pouco decompostos, cujas estrutu-ras são ainda bem reconhecíveis, devido às condições anaeróbias, frias, ácidas, embebidas de água.

Turismo cultural. Tipo de turismo que não é só de visitas a museus, lugares históricos, feiras de artesanato, ou espetáculos determinados. Põe em relevo também formas especiais de relação entre o visitante e o visitado, entre o turista e o meio ambiente a que chega, permitindo-lhe uma visão de seu presente e uma síntese de seu passado histórico. É o turismo que concorre para a valorização de lugares e monumentos históricos, à salvaguarda de obras de arte, à conservação dos santuários naturais, à manutenção de formas tradicionais de artesanato e de folclore autênti-cos dos povos.

Turismo de aventura. Turismo que pressupõe uma programação de atividades de participação, onde o turista passa a ser protagonista, necessita de instalações, equipamentos, serviços auxilia-res e guias especializados. Viagens em que predomina a busca do desconhecido, as aventuras românticas, de caça, de conquista, de acidentes geomorfológicos e assemelhados.

Turismo natural. Viagens para áreas naturais, com o objetivo de vivenciar o contato com a na-tureza..

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U Ultrabásica. Rocha que contém um teor em sílica inferior a 45%, caracterizando-se, assim, pela pobreza ou pela ausência de feldspato.

Ultravioleta. Radiação eletromagnética de comprimento de onda compreendido entre 100 e 400 nm (nanômetro) produzida por descargas elétricas em tubos de gás. Cerca de 5% da energia irradiada pelo Sol consiste nessa radiação, mas a maior parte da que incide sobre a Terra é infil-trada pelo oxigênio e, principalmente, pela camada de ozônio da atmosfera terrestre, evitando danos consideráveis aos seres vivos.

Umbeliforme. Em forma de guarda-chuva.

Umbrófila. Planta adaptada ao crescimento em ambiente sombreados.

Umbrófita. Planta adaptada a locais sombreados.

Umidade relativa. Para uma dada temperatura e pressão, a relação percentual entre o vapor d’água contido no ar e o vapor que o mesmo ar poderia conter se estivesse saturado, a idênticas temperatura e pressão (WMO apu DNAEE, 1976).

Unidade de Conservação. (1) Espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção (Lei 9.985/2000, art. 2º., I). (2) Porções de territó-rio estadual de domínio público ou de propriedade privada, legalmente instituídas pelo poder pú-blico, com características naturais de relevante valor, constituindo-se em patrimônio natural da comunidade e destinadas à proteção dos ecossistemas, à educação ambiental, à pesquisa científi-ca e à recreação em contato com a natureza. (3) Denomina-se coletivamente Unidades de Con-servação as áreas naturais protegidas e Sítios Ecológicos de Relevância Cultural, criadas pelo Po-der Público: Parques, Florestas, Parques de Caça, Reservas Biológicas, Estações Ecológicas, Áreas de Proteção Ambiental, Reservas Ecológicas e Áreas de Relevante Interesse Ecológico, nacionais, estaduais ou municipais, os Monumentos Naturais, os Jardins Botânicos, os Jardins Zoológicos, os Hortos Florestais (Resolução CONAMA nº 011, de 03.12.87). (4) São as Reservas Biológicas, Re-servas Ecológicas, Estações Ecológicas, Parques Nacionais, Estaduais e Municipais, Florestas Na-cionais, Estaduais e Municipais, Áreas de Proteção Ambiental, Áreas de relevante interesse ecoló-gico e Reservas extrativistas ou outras a serem criadas pelo Poder Público (Lei 9.605/98).

Unidade de manejo florestal. Área contínua ou não, definida e submetida ao manejo florestal, pelo responsável pela unidade de manejo, correspondendo ou não à área total da propriedade ou posse, que inclui áreas de produção, manutenção, colheita e de preservação.

Unidade geográfica referencial (UGR). Área abrangida por uma bacia hidrográfica ou no caso de águas marinhas e estuarinas, faixas de águas litorâneas compreendidas entre dois pontos da costa brasileira (Portaria IBAMA 145-N/98).

Unidade litoestratigráfica. De acordo com o Código Brasileiro de Nomenclatura Estratigráfica, uma unidade litoestratigráfica é um conjunto de rochas distinguido e delimitado com base em seus caracteres litológicos, independentemente da história geológica ou de conceitos de tempo. As categorias de unidades formais são: Supergrupo, Grupo, Subgrupo, Formação, Camada, Com-plexo, Suíte e Corpo. Destas, a Formação é a unidade fundamental, que, além de outros requisi-tos, exige sua mapeabilidade na escala 1:25.000.

Unidades de Conservação de Proteção Integral. Aquelas destinadas à manutenção dos ecos-sistemas livres de alterações causadas por interferência humana, admitido apenas o uso indireto dos seus atributos naturais.

Unidades de Conservação de Uso Sustentável. Aquelas onde a exploração do ambiente é permitida de maneira a garantir a perenidade dos recursos ambientais renováveis e dos proces-sos ecológicos mantendo a biodiversidade e os demais atributos ecológicos, de forma socialmente justa e economicamente viável.

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Uracila. Base nitrogenada pirimídica que ocorre no RNA e pareia-se com a adenina nos segmen-tos de fita dupla.

Urbanização. (1) Ato ou efeito de urbanizar. Arte ou ciência de edificar cidades; urbanística. (2) (a) Concentração de população em cidades e a conseqüente mudança sócio-cultural dessas popu-lações, ou ainda, aumento da população urbana em detrimento da rural; (b) aplicação dos conhe-cimentos e técnicas do planejamento urbano a uma determinada área; (c) migração de idéias e gênero de vida da cidade (status urbano) para o campo; através dos meios de comunicação de massa, rádio, televisão, os campos vão adquirindo modo de vida urbano (FERRARI, 1979).

Urbanização. Processo resultante do crescimento da população das cidades. Em geral, a urbani-zação exige melhorias na infra-estrutura.

Usina de reciclagem. Processo de separação de materiais que podem ser reaproveitados do lixo.

Usos da água, Usos benéficos da água. (1) Segundo a DZ 302 - Usos benéficos da água - Definições e Conceitos Gerais, Usos da Água são os múltiplos fins a que a água serve; Usos Bené-ficos da Água são os que promovem benefícios econômicos e o bem-estar à saúde da população. Os usos benéficos permitidos para um determinado corpo d’água são chamados usos legítimos de corpos da água. Os usos benéficos da água são: Abastecimento Público - usos da água para um sistema que sirva a, pelo menos, 15 ligações domiciliares ou a, pelo menos, 25 pessoas, em con-dições regulares; Uso Estético - uso da água que contribui de modo agradável e harmonioso para compor as paisagens naturais ou resultantes da criação humana; Recreação - uso da água que representa uma atividade física exercida pelo homem na água, como diversão; Preservação da Flora e Fauna - uso da água destinado a manter a biota natural nos ecossistemas aquáticos; Ati-vidades Agropastoris - uso da água para irrigação de culturas e dessedentação e criação de ani-mais; Abastecimento Industrial - uso da água para fins industriais, inclusive geração de energia.

Uso direto. Aquele que envolve coleta e uso, comercial ou não, dos recursos naturais (Lei 9.985/2000, art. 2º, X).

Uso indireto. Aquele que não envolve consumo, coleta, dano ou destruição dos recursos naturais (Lei 9.985/2000, art. 2º, IX).

Uso múltiplo. Princípio de manejo de áreas visando a sua utilização simultânea para diversas finalidades. Por exemplo: uso de um reservatório de hidrelétrica para abastecimento público e recreação.

Uso e ocupação da terra. Refere-se não só ao modo de usar a terra, em termos de tecnologia aplicada, como também a forma como é feita a ocupação espacial da propriedade, em função de fatores topográficos, pedológicos, ambientais, ou de preservação dos recursos naturais de água, flora e fauna.

Uso sustentável. Exploração do ambiente de maneira a garantir a perenidade dos recursos am-bientais renováveis e dos processos ecológicos, mantendo a biodiversidade e os demais atributos ecológicos, de forma socialmente justa e economicamente viável (Lei 9.985/2000, art. 2, XI).

UV (Ultravioleta). Energia eletromagnética na qual os comprimentos de onda da radiação situ-am-se entre os da luz visível (violeta) e os raios X; raios nocivos à saúde.

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V Vale. (1) Depressão topográfica alongada, aberta, inclinada numa direção em toda sua extensão. Pode ser ocupada ou não por água. São vários os tipos de vales, entre os quais: vale fluvial, vale glacial, vale suspenso, vale de falha. (2) Depressão, planície entre montes ou no sopé de um monte (Glossário Libreria, 2003).

Valor da natureza. Proposta que estabelece um valor monetário para os serviços prestados gra-tuitamente pela natureza, estimulada por instrumentos legais e administrativos como a cobrança pelo uso da água ou o comércio de emissões; uma equipe de treze pesquisadores da Universida-de de Maryland (EUA) estimou o valor econômico de 17 serviços que o meio ambiente pode pro-porcionar em US$ 33 trilhões ao ano.

Valor original das florestas. Importância efetivamente aplicada, em cada ano, na elaboração do projeto técnico, no preparo de terras, na aquisição de sementes, no plantio, na proteção, na vigilância, na administração de viveiros e flores e na abertura e conservação de caminhos de ser-viços (Decreto-Lei 1.483/76).

Valores da diversidade biológica. Os valores intrínsecos ecológicos, genéticos, sociais, econô-micos, científicos, educacionais, culturais, recreacionais e estéticos da diversidade biológica e seus componentes.

Vaporização. Processo de passagem do estado líquido para o estado de vapo (Glossário Libreria, 2003).

Variabilidade. Estado de ser variável, em qualquer categoria considerada. Em genética, há uma tendência de associar variabilidade com o nível micro, molecular, como, por exemplo, no caso da variabilidade genética de organismos.

Variabilidade genética. Amplitude (extensão) da variação genética existente para uma deter-minada espécie. Uma vez que a espécie é composta por populações locais (demes) ou taxa, a variabilidade genética funde-se naturalmente com o conceito de reservatório gênico. A variabili-dade genética estrutura-se sob várias formas (ex.: polimorfismos, séries alélicas, poligenes, etc.) e, para o caso de plantas entomófilas, a direcionalidade do fluxo gênico determinado pelo trans-porte do grão de pólen é bastante dependente do comportamento do inseto polinizador frente à flor. A ocorrência de diferenças entre indivíduos é devida às diferenças existentes na sua variabi-lidade genética. A variabilidade causada pelo ambiente manifesta-se geralmente como plasticida-de, mas toda plasticidade fenotípica resulta de processos moleculares acontecendo no núcleo e citoplasma e esta é, portanto, genotipicamente controlada. A variabilidade genética em uma po-pulação é principalmente regulada por três conjuntos de fatores: 1) a adição de novo material genético através de mutação, migração (fluxo gênico) e recombinação; 2) a erosão desta variabi-lidade através da seleção e erros de amostragem (deriva genética); e 3) a proteção da variabili-dade armazenada através de mecanismos citofisiológicos e de fatores ambientais (ex.: oferta de diferentes habitats). A literatura de língua inglesa usa preferencialmente variação genética e me-nos freqüentemente variabilidade genética em seus textos. Em português ocorre o contrário e daí a sugestão da adoção de variabilidade genética.

Variação contínua. Ocorrência de variabilidade caracterizada pela presença de indivíduos que apresentam uma(s) determinada(s) característica(s) sob a forma de um contínuo, isto é, com tipos intermediários conectando os extremos. Expressão típica da variabilidade intraespecífica.

Variação descontínua. Ocorrência de variabilidade em fenótipos, de tal dimensão e padrões, que enseja o delineamento de grupos taxonômicos. Expressão típica da variabilidade interespecí-fica.

Variação epigenética. Também chamada de transitória, no caso é a variação fenotípica de plan-tas regeneradas de culturas de tecidos, com caracteres não herdáveis, causada por condições de estresse fisiológico.

Variação genética. Mesmo que variabilidade genética.

Várzea. (1) Planície de grande fertilidade. (2) Planícies cultivadas em vale. Nem sempre são fér-teis e cultiváveis, especialmente se sofrem alagamentos periódicos ou estão formadas sobre solo arenoso ou pedregoso. (3) Formação florística dos vales ou lugares baixos, parcialmente alaga-dos.

Vasa. (1) Espécie de lama, fina e inconsistente, característica de certos fundos oceânicos. É for-mada por carapaças microscópicas de animais ou minerais. (2) Depósito argiloso, de partículas muito finas, de coloração cinza-escuro ou mesmo esverdeada, muito pegajoso, escorregadio e com acentuado odor fétido, devido ao gás sulfúrico que contém. Os bancos de vasa aparecem nas

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orlas costeiras e na foz dos rios, devido ao efeito de floculação e da gravidade, por ocasião das marés cheias (GUERRA, 1978). (3) Assumem aspecto de limo ou lodo. Pode ser também sedi-mento orgânico marinho abissal.

Vazadouro. (1) Lugar onde se despejam detritos ou onde se dispõe qualquer tipo de resíduo sólido. (2) Sítio ou terreno onde se dispõem resíduos sólidos, sem que se adotem medidas de proteção ao meio ambiente (The Wolrd Bank, 1978).

Vazão. (1) Quantidade de água que jorra de uma fonte por unidade de tempo. No rio, é a quan-tidade de água que passa numa secção transversal ao leito por unidade de tempo (2) Volume fluido que passa, na unidade de tempo, através de uma superfície (como exemplo, a seção trans-versal de um curso d’água) (DNAEE, 1976).

Vegetação. (1) Conjunto de vegetais que ocupam uma determinada área; tipo da cobertura ve-getal; as comunidades das plantas do lugar; termo quantitativo caracterizado pelas plantas a-bundantes (GOODLAND, 1975). (2) Quantidade total de plantas e partes vegetais como folhas, caules e frutos que integram a cobertura da superfície de um solo. Algumas vezes o termo é utili-zado de modo mais restrito para designar o conjunto de plantas que vivem em determinada área (CARVALHO, 1981). (3) Conjunto de plantas e associações vegetais.

Vegetação de excepcional valor paisagístico. Vegetação existente nos sítios considerados de excepcional valor paisagístico em legislação do Poder Público Federal, Estadual ou Municipal (Re-solução CONAMA 010/93).

Vegetação em regeneração. O mesmo que vegetação secundária (Resolução CONAMA 010/93).

Vegetação nativa no estágio avançado de regeneração. Formação denominada capoeirão, onde a composição florística dominante é composta por uma mistura dos gêneros Meliaceae, Bombacaceae, Tiliaceae, entre outras, que apresentam idade em torno de 20 a 50 anos, altura variando entre 20 a 30 metros, sendo que algumas alcançam 50 metros, formando um dossel heterogêneo, incluindo coroas bastante largas e um estrato relativamente escasso, incluindo es-pécies tolerantes onde o número de espécies e o tempo de vida dominante, inicialmente é de 40 a 100 anos ou mais (Portaria Normativa IBAMA 84/91).

Vegetação nativa no estágio inicial. Formação pioneira onde a composição florística dominan-te é composta pelos gêneros Cecropia, Trema, entre outras, que apresentam a idade em torno de 1 a 3 anos, altura variando entre 5 a 8 metros, formando um dossel denso, homogêneo e um estrato baixo emaranhado com poucas espécies arbóreas onde o número oscila entre 1 e 5 espé-cies, tendo um tempo de vida das espécies dominantes muito curto, menos de 10 anos (Portaria Normativa IBAMA 84/91).

Vegetação nativa no estágio médio de regeneração. Formação denominada capoeira, onde a composição florística dominante é composta pelos gêneros Cecropia, Trema, Heliocarpus, entre outras, que apresenta idade de 5 a 15 anos, altura variando entre 15 a 20 metros, formando um dossel com ramificação vertical, com coroa horizontal e um estrato baixo e denso, com freqüência variável de espécies herbáceas, onde o número de espécies arbóreas é pouca, variando de 1 a 10 espécies, e o tempo de vida das dominantes é curto, de 10 a 25 anos (Portaria Normativa IBAMA 84/91).

Vegetação natural. Floresta ou outra formação florística com espécies predominantemente au-tóctones, em clímax ou em processo de sucessão ecológica natural (Resolução CONAMA nº 04 de 18.09.85).

Vegetação primária. (1) Vegetação de máxima expressão local, com grande diversidade bioló-gica, sendo os efeitos das ações antrópicas mínimas, a ponto de não afetar significativamente suas características originais de estrutura e espécies (Resolução CONAMA 010/93). (2) Vegetação que evolui sob as condições ambientais reinantes do renascimento de plantas após a destruição ou retirada total ou parcial da vegetação primária ou original.

Vegetação remanescente de Mata Atlântica. Totalidade de vegetação primária e secundária em estágio inicial, médio e avançado de regeneração (Resolução CONAMA 003/96).

Vegetação secundária ou em regeneração. Vegetação resultante de processos naturais de sucessão, após supressão total ou parcial da vegetação primária por ações antrópicas ou causas naturais, podendo ocorrer árvores remanescentes da vegetação primária (Resolução CONAMA 010/93).

Vegetais intermediários. Cormófitos. Não desenvolvem sementes nem apresentam flores.

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Vegetais superiores. Vegetais que formam sementes e apresentam flores, que são órgãos de reprodução.

Ventos alísios. Ventos regulares que sopram durante todo o ano nas regiões tropicais, vindos do Nordeste no hemisfério boreal e do Sudeste no hemisfério austral.

Vênus. Segundo dos planetas que gravitam em volta do Sol. É depois de Mercúrio, o segundo e último planeta inferior, isto é, menos afastado do Sol que a Terra. É por isso que acompanha sempre o Sol, muito de perto. Vênus gasta 224 dias e 7 horas para realizar a sua revolução em torno do Sol, e o seu diâmetro real é sensivelmente igual ao da Terra, ou seja, cerca de 12400 km. A distância média do Sol é de cerca de 108 milhões de km. Vênus tem fases como a Lua e apresenta-se sob diversas formas de crescente. Em 1963, com o lançamento do foguete espacial Mariner II, foi registrado para Vênus uma temperatura de mais de 400ºC, sendo confirmado ain-da que o planeta está envolto em espessa camada de nuvens, chegando a temperatura no interi-or dessa camada a atingir 34ºC abaixo de zero (Glossário Libreria, 2003).

Vereda. (1) Nome dado no Brasil Central para caracterizar todo o espaço brejoso ou encharcado que contém nascentes ou cabeceiras de cursos d’água de rede de drenagem, onde há ocorrência de solos hidromórficos com renques de buritis ou formas de vegetação típica (Resolução CONAMA nº 004/850). (2) Local onde o lençol freático aflora na superfície do solo onde o relevo dificulta o escoamento da água.

Vertente. Planos de declives variados que divergem das cristas ou dos interflúvios, enquadrando o vale. Nas zonas de planície, muitas vezes, as vertentes podem ser abruptas e formarem gar-gantas (GUERRA, 1978).

Vetor. Em biologia. (1) Portador, usualmente artrópode, que é capaz de transmitir um agente patogênico de um organismo para o outro (The World Bank, 1978). (2) Artrópode ou outro ani-mal que transmite um parasita de um vertebrado hospedeiro para outro (USAID, 1980). (3) Ani-mal que transmite um organismo patogênico a outros organismos; portador de doença.

Vetor biológico. (1) Vetor no qual um parasita se desenvolve ou multiplica (USAID, 1980). (2) É aquele que toma parte essencial, participando do ciclo evolutivo do parasita, como o caramujo da esquistossomose (CARVALHO, 1981).

Vetor mecânico. Vetor que transmite parasita, sem desenvolvimento ou multiplicação nele do parasita (USAID, 1980).

Vida silvestre. Conjunto de animais e vegetais autóctones que vivem livres em seu ambiente natural.

Vida útil. Relacionado com o tempo de produtividade de uma mercadoria.

Vinhoto. (1) Resíduo nocivo produzido pelas usinas de álcool. (2) Líquido residual das destilarias de álcool de cana-de-açúcar, também conhecido como vinhaça, restilo ou caldas de destilaria. O lançamento direto ou indireto do vinhoto nos rios é proibido por lei.

Vírus. Organismos microscópicos que podem causar inúmeras doenças aos animais e às plantas.

Viscosidade. Resistência interna que as partículas de uma substância oferecem ao escorrega-mento de uma sobre as outras.

Viveiro. Local construído para nele se proceder a procriação de animais ou o cultivo de plantas. Em zootecnia, os viveiros são utilizados para a criação de peixes, rãs, ostras, além de animais próprios para a obtenção de material utilizado na preparação de vacinas e soros (cobras, ara-nhas, escorpiões). Na agricultura, destinam-se à obtenção de mudas e cultivo de plantas raras e/ou exóticas.

Voçoroca. (1) Erosão causada por ação de escoamento superficial. (2) Escavação ou sulco que se formam no solo em conseqüência da erosão superficial das águas. (3) Escavação profunda originada pela erosão superficial e subterrânea, geralmente em terreno arenoso; às vezes, atinge centenas de metros de extensão e dezenas de profundidade (GOODLAND, 1974). (4) Escavação ou rasgão do solo ou de rocha decomposta, ocasionada pela erosão do lençol de escoamento su-perficial (GUERRA, 1978). (5) Processo erosivo semi-superficial de massa, face ao fenômeno glo-bal da erosão superficial e ao desmonte de maciços de solo dos taludes, ao longo dos fundos de vale ou de sulcos realizados no terreno (MENDES, 1984).

Vulcânica. Rocha eruptiva originada da consolidação de material magmático extravasado à su-perfície terrestre.

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Vulcanismo. (1) Atividade pela qual o material magmático é expulso do interior da terra para sua superfície. O material pode ser gasoso, líquido ou sólido. (2) Conjunto de processos que le-vam à saída de material magmático em estado sólido, líquido ou gasoso à superfície terrestre.

Vulnerabilidade genética. Situação em que cultivares seletas podem apresentar queda subs-tancial no rendimento da lavoura devido à sua grande uniformidade genética (baixa variabilidade genética), extensa área plantada e predisposição a fatores condicionantes bióticos e abióticos.

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X X1, X2, X3... Símbolos que denotam a primeira, segunda, terceira, etc. Gerações produzidas a partir de uma planta ancestral irradiada (X0).

Xenogamia. Fecundação cruzada entre dois genótipos (indivíduos). A xenogamia é obrigatória para espécies dióicas (a menos que também se reproduzam por agamospermia), para flores au-to-incompatíveis e para espécies com flores hermafroditas que apresentem o fenômeno de hete-rostilia (estames e estiletes situados em alturas diferentes dentro da flor), como é comum em algumas espécies do gênero Primula.

Xenólito. Fragmento de rocha preexistente, incluso numa rocha magmática. Por exemplo: frag-mentos de arenito inclusos em basaltos no sul do Brasil. Não confundir com inclusão.

Xerófilo. Vegetal que vive em lugares secos.

Xerófita. (1) Planta adaptada a ambientes secos (Resolução CONAMA 012/94). (2) Espécie vege-tal cujos indivíduos têm uma estrutura especial, com reforço nas paredes celulares devido à a-bundância de tecidos mecânicos, o que lhe protege contra a carência de água do ambiente onde vive. (3) Vegetal eficiente em reter água que pode crescer nos desertos ou em ambientes com altas concentrações de sal.

Xenofobia. Sentimento de repulsa de uma população ou indivíduos em relação a estrangeiros (Glossário Libreria, 2003).

Xeromórfica. (1) Planta semelhante às xerófitas. (2) Espécie vegetal com morfologia semelhan-te às xerófitas e, por isso, não sofre com a escassez de água no ambiente onde vegeta (como é o caso da vegetação de cerrado, por exemplo).

Xisto. (1) Designação dada a um grupo de rochas metamórficas, com xistosidade nítida. Minera-logicamente caracterizado pela ausência ou pela raridade de feldspato. O xisto pode ser proveni-ente de rocha sedimentar ou magmática. Exemplo: biotitaxisto, coritaxisto. Aplica-se ainda este termo a qualquer rocha metamórfica que revele xistosidade, mesmo insipiente. (2) Tipo de rocha de composição química variável, de largo uso industrial.

Xistosa. Característica de minerais metamórficos que consiste na disposição em camadas nas rochas.

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Z Zigóteno. Uma das subdivisões da prófase I da meiose, caracterizada pelo início do pareamento dos cromossomos homólogos.

Zigoto. Célula formada pela união de dois gametas e o indivíduo formado a partir desta célula.

Zona. (1) Compreende como as faixas da terra delimitadas pelos trópicos e pelos círculos pola-res. (2) Conjunto de imóveis de uma determinada região, ou de parte de um território, que apre-senta características físicas, econômicas ou sociais homogêneas ou similares. Compreende uma área de menor abrangência se comparada ao conceito de região. (3) Divisão do espaço, quer se trata de espaço geográfico amplo, em nível planetário, quer espaço regional ou urbano. (4) Cada um das cinco grandes regiões da superfície terrestre, delimitadas pelos trópicos e círculos pola-res.

Zona contígua brasileira. Faixa que se estende das doze às vinte e quatro milhas marítimas, contadas a partir das linhas de base que servem para medir a largura do mar territorial (Lei 8.617/93).

Zona costeira. O espaço geográfico de interação do ar,mar e terra, incluindo seus recursos re-nováveis ou não, abrangendo uma faixa marítima e outra terrestre (Lei nº 7.661/88).

Zona de aeração. Zona situada acima do nível hidrostático, no qual os interstícios das rochas são alternadamente ocupados por ar e por água vadosa. A zona de aeração é de interesse para o geólogo, por corresponder à zona em que ocorrem as ações principais de intemperismo.

Zona de amortecimento. (1) O entorno de uma unidade de conservação, onde as atividades humanas estão sujeitas a normas e restrições específicas, com o propósito de minimizar os im-pactos negativos sobre a unidade (Lei 9.985/2000, art. 2º, XVIII). (2) Zona de transição; o en-torno de uma unidade de conservação, onde as atividades humanas estão sujeitas as normas e restrições específicas, com o propósito de minimizar os impactos negativos sobre a unidade; a Resolução CONAMA n.° 13, de 06/12/1990, estabelece no entorno das unidades de conservação (UC) um raio de 10 km para sua proteção especial e determina que caberá ao órgão responsável pelas UC, juntamente com os órgãos licenciadores e do meio ambiente, definir as atividades nes-sa zona, que devem ser obrigatoriamente licenciadas pelo órgão ambiental competente.

Zona de Conservação da Vida Silvestre (ZCVS). (1) Áreas nas quais poderá ser admitido um uso moderado e auto-sustentado da biota, regulado de modo a assegurar a manutenção dos e-cossistemas naturais (Resolução CONAMA 010/88). (2) Área onde a proteção é essencial, tanto para a sobrevivência das espécies da fauna, flora e biota regional consideradas vulneráveis, en-dêmicas ou ameaçadas de extinção, bem como para biótopos raros de significado regional, nacio-nal às partes do platô de chapadas revestidas pelos cerrados conservados e/ou pouco degrada-dos. (3) Corresponde também às áreas de interflúvios tabulares da depressão subseqüente onde os cerrados estão relativamente bem conservados e/ou pouco degradados. Trata-se de zona que apresenta ecossistemas parcialmente alterados em sua organização funcional primitiva e tem limitações para a regeneração natural. Por tais condições a zona deve ser submetida ao uso con-trolado. A área presta-se as atividades conservacionistas como as agroflorestais e pecuária ex-tensiva. As metas ambientais para a zona devem contemplar a recuperação natural e o controle rigoroso da erosão além de propugnar por planos de manejo integrado dos recursos naturais (Instrução Normativa IBAMA 4/98).

Zona entremarés (mesolitoral). Faixa da costa banhada pelo mar entre a linha de maré baixa e a de maré alta, isto é, fica alternadamente emersa e submersa.

Zona de Preservação da Vida Silvestre (ZPVS). (1) Corresponde aos setores de planícies flu-viais recobertas por matas ciliares de buritizais em bom estado de conservação (veredas) e os setores de entorno das nascentes fluviais que representam ressurgências nas formações sedi-mentares. Trata-se de zona com ecossistemas funcionalmente íntegros e em equilíbrio ambiental. Contém, em geral, baixos efeitos impactantes da antropização. Por sua importância em relação aos recursos hídricos e a preservação da fauna, além de certos recursos naturais renováveis, a zona se enquadra como área de proteção máxima. Os usos permitidos devem se restringir a pre-servação, pesquisa científica e as práticas do ecoturismo controlado. As principais metas ambien-tais são manutenção da Biodiversidade, atividades educativas e monitoramento dos recursos hí-dricos (Instrução Normativa IBAMA 4/98).

Zona de Preservação da Vida Silvestre e Recuperação Ambiental (ZPVSRA). Abrange os rebordos das chapadas e setores de veredas degradadas que expõem marcas muito nítidas de erosão linear através de ravinas e voçorocas. Excluindo esses setores de veredas degradadas e fortemente descaracterizadas, os rebordos das chapadas tem ecossistemas primários pouco alte-

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rados em sua organização funcional primitiva. A dinâmica ambiental é progressiva e tende a al-cançar condições do ambiente original. Tratando-se de área vulnerável e com equilíbrio ambiental muito frágil, a zona deve ter uso disciplinado e sob controle permanente. Os usos permitidos de-vem se limitar a preservação/conservação, pesquisa científica, ecoturismo controlado, manuten-ção dos remanescentes florísticos e reflorestamento com espécies nativas. As principais metas ambientais devem estar subordinadas ao manejo ecológico da flora e fauna, as atividades de e-ducação ambiental, recuperação ambiental e controle rigoroso das ações erosivas (Instrução Normativa IBAMA 4/98).

Zona de Recuperação (de Parque Nacional). Áreas consideravelmente alteradas pelo homem. Zona provisória, uma vez restaurada, será incorporada novamente a uma das zonas permanen-tes. As espécies introduzidas deverão ser removidas e a restauração deverá ser natural ou natu-ralmente agilizada. O objetivo geral de manejo é deter a degradação dos recursos ou restaurar a área (Decreto 84.017/79).

Zona de Uso Especial (de Parque Nacional). Local constituído, em sua maior parte, por áreas naturais podendo apresentar alguma alteração humana. Caracteriza-se como uma Zona de Uso Intensivo. O objetivo do manejo é a manutenção de um ambiente natural com mínimo impacto humano, apesar de oferecer acesso e facilidade públicos para fins educativos e recreativos (De-creto 84.017/79).

Zona de Uso Intensivo (de Parque Nacional). Áreas naturais ou alteradas pelo homem. O ambiente é mantido o mais próximo possível do natural, devendo conter: centro de visitantes, museus, outras facilidades e serviços. O objetivo geral do manejo é o de facilitar a recreação in-tensiva e educação ambiental em harmonia com o meio (Decreto 84.017/79).

Zona dos Cocais. Região da flora extra-amazônica, constituída por grandes áreas nos Estados do Maranhão e Piauí, cobertas de babaçu, carnaúbas, buritis, etc.

Zona Econômica Exclusiva Brasileira. Faixa que se estende das doze às duzentas milhas ma-rítimas, contadas a partir das linhas de base que servem para medir a largura do mar territorial, onde o Brasil tem direitos de soberania para fins de exploração e aproveitamento, conservação e gestão dos recursos naturais, vivos ou não-vivos, das águas sobrejacentes ao leito do mar e seu subsolo, e no que se refere a outras atividades com vistas à exploração e ao aproveitamento da zona para fins econômicos e o direito exclusivo de regulamentar a investigação científica marinha, a proteção e preservação do meio marinho, bem como a construção, operação e uso de todos os tipos de ilhas artificiais, instalações e estruturas (Lei 8.617/93).

Zona Histórico-Cultural (de Parque Nacional). Locais onde são encontradas manifestações históricas e culturais ou arqueológicas, que serão preservadas, estudadas, restauradas e interpre-tadas para o público, servindo à pesquisa, educação e uso científico. O objetivo geral do manejo é o de proteger sítios históricos ou arqueológicos, em harmonia com o meio ambiente (Decreto 84.017/79).

Zona Intangível (de Parque Nacional). Local onde a primitividade da natureza permanece intacta, não se tolerando quaisquer alterações humanas, representando o mais alto grau de pre-servação. Funciona como matriz de repovoamento de outras zonas onde já são permitidas ativi-dades humanas regulamentadas. Esta zona é dedicada à proteção integral de ecossistemas, dos recursos genéticos e ao monitoramento ambiental. O objetivo básico do manejo é a preservação garantindo a evolução natural (Decreto 84.017/79).

Zona intertidal. (1) É a zona compreendida entre o nível da maré baixa e da ação das ondas na maré alta. Pode ser dividida em zona intertidal maior (backshore) e zona intertidal menor (fore-shore) (GUERRA, 1978). (2) Zona intertidal maior. A faixa que se estende acima do nível normal da maré alta, só sendo atingida pelas marés excepcionais ou pelas grandes ondas no período de tempestade (GUERRA, 1978). (3) Zona intertidal menor. É a faixa de terra litorânea exposta du-rante a maré baixa e submersa durante a maré alta (GUERRA, 1978).

Zona Primitiva (de Parque Nacional). Local onde tenha ocorrido pequena ou mínima interven-ção humana, contendo espécies da flora e da fauna ou fenômenos naturais de grande valor cien-tífico. Deve possuir as características de zona de transição entre a Zona Intangível e a Zona de Uso Exclusivo. O objetivo geral do manejo é a preservação do ambiente natural e ao mesmo tempo facilitar as atividades de pesquisa científica, educação ambiental e proporcionar formas primitivas de recreação (Decreto 84.017/79).

Zoneamento. (1) A destinação, factual ou jurídica, da terra a diversas modalidades de uso hu-mano. Como instituto jurídico, o conceito se restringe à destinação administrativa fixada ou reco-nhecida (MOREIRA NETO, 1976). (2) É o instrumento legal que regula o uso do solo no interesse do bem-estar coletivo, protegendo o investimento de cada indivíduo no desenvolvimento da co-

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munidade urbana (GALLION apud FERRARI, 1979). (3) É o instrumento legal de que dispõe o Poder Público para controlar o uso da terra, as densidades de população, a localização, a dimen-são, o volume dos edifícios e seus usos específicos, em prol do bem-estar social (Carta dos An-des, apud FERRARI, 1979). (4) É a destinação factual ou jurídica da terra a diversas modalidades de uso humano. Como instituto jurídico, o conceito se restringe à destinação administrativa fixa-da ou reconhecida. (5) Definição de setores ou zonas em uma unidade de conservação com vistas a proporcionar os meios e as condições para que todos os objetivos da unidade sejam alcançados de forma harmônica e eficaz.

Zoneamento ambiental. (1) É o planejamento racional, técnico, econômico, social e ambiental do uso do solo. (2) É o planejamento do uso do solo baseado na gerência dos interesses e das necessidades sociais e econômicas em consonância com a preservação ambiental e com as carac-terísticas naturais do local. (3) É uma delimitação ao direito de propriedade, já que se restringe diretamente ao seu uso, gozo e fruição, e ao mesmo tempo, é um forte instrumento de interven-ção do estado na ordem econômica, social e ambiental. (4) O zoneamento ambiental foi declara-do como um dos instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente (inciso II, artigo 9°, Lei nº 6.938 de 31.08.81). Em trabalho realizado pelo corpo técnico da FEEMA, como contribuição à regulamentação dessa lei, o zoneamento ambiental é definido como a integração sistemática e interdisciplinar da análise ambiental ao planejamento do uso do solo, com o objetivo de definir a melhor gestão dos recursos ambientais identificados. (5) Trata-se da integração harmônica de um conjunto de zonas ambientais com seu respectivo corpo normativo. Possui objetivos de manejo e normas específicas, com o propósito de proporcionar os meios e as condições para que todos os objetivos da Unidade possam ser alcançados. É instrumento normativo do Plano de Gestão Ambi-ental, tendo como pressuposto um cenário formulado a partir de peculiaridades ambientais diante dos processos sociais, culturais, econômicos e políticos vigentes e prognosticados para a APA e sua região.

Zoneamento Ecológico-Econômico. (1) Delimitação de determinadas áreas levando-se em consideração os preceitos ecológicos e a economicidade da atividade (Portaria Normativa IBDF 302/84). (2) Zoneamento que estabelece normas de uso de uma região, de acordo com as condi-ções locais bióticas, geológicas, urbanísticas, culturais e outras (Resolução CONAMA 010/88). (3) Recurso do planejamento para disciplinar o uso e ocupação humana de uma área ou região, de acordo com a capacidade de suporte; zoneamento agroecológico, variação para áreas agrícolas; base técnica para o ordenamento territorial.

Zoogléa. Substância gelatinosa desenvolvida por bactérias. Constitui uma grande parte de flocos do lodo ativado e do limo do filtro biológico (ACIESP, 1980).

Zooplâncton. (1) Conjunto de animais do plâncton. (2) É o conjunto de animais suspensos ou que nadam na coluna de água, incapazes de sobrepujar o transporte pelas correntes, devido ao seu pequeno tamanho ou à sua pequena capacidade de locomoção. Fazem parte do conjunto maior de plâncton.