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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO MATO GROSSO DEPARTAMENTO DE ZOOTECNIA

PROFILAXIA E SANIDADE NO TRATAMENTO DA PODODERMATITE EM OVINOS

Autor: Diego Araujo da Silva Orientadora: Prof. Ma. Dilma Alves da Silva

Trabalho de Concluso de Curso de graduao em Zootecnia, apresentado ao Departamento de Zootecnia da Universidade do Estado de Mato Grosso Campus Universitrio de Pontes e Lacerda, como parte das exigncias para obteno do ttulo de BACHAREL EM ZOOTECNIA.

PONTES E LACERDA JUNHO/2012

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSSO DEPARTAMENTO DE ZOOTECNIA

PROFILAXIA E SANIDADE NO TRATAMENTO DA PODODERMATITE EM OVINOS

Autor: Diego Araujo da Silva

__________________________________________ Orientadora: Profa. Ma. Dilma Alves da Silva

__________________________________________ Membro: Me. Lourival Souza e Silva Junior

______________________________________________ Membro: Profa. Ma. Giselde Marques Angreves Silva

PONTES E LACERDA JUNHO/2012

minha famlia, principalmente minha me, meu pai e meus irmos, alicerce da minha formao.

AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeo a Deus, por estar presente em todos os momentos da minha vida, me amparando nos momentos mais difceis. Universidade do Estado de Mato Grosso, por ter possibilitado a realizao da minha graduao. minha orientadora professora Ma. Dilma Alves da Silva por te contribudo para minha formao acadmica, me orientando e auxiliando. Ao Departamento de Zootecnia e a todos os professores que fizeram parte da minha vida acadmica. Aos meus pais, Jose Luiz da Silva e Maria Gorete Sousa Araujo, sem os quais jamais teria chegado at aqui, pois sem o total apoio deles no seria capaz de encarar os diversos desafios que encontramos em nossas vidas. As minhas irms, Rozilene Araujo lima, Rozilany Araujo Lima, Jackeline Araujo da Silva, Dandara Cristina Araujo da Silva e meu irmo Jose Luiz da Silva Junior, por estarem diretamente ligados a minha vida, em todas as brigas e discusses, mesmo que por motivos insignificantes. E a todos meus familiares que sempre me deram foras. A minha esposa Andressa Joana Rosa Brando e minha filha Anna Clara Brando Silva, que esto comigo diariamente me dizendo para sempre seguir em frente. Aos meus amigos de faculdade, Bruno Samartino Gonalves, Renan Lenzi, Carolina Fourgiotis, Marciano Pereira Bermudes, Camilo Calazans, Rogrio Sampaio, Rodrigo Pacheco, Elissandra Basilio (ZUZU), Elizandra Boz, Reginaldo Meira Fernandes, Cleverson de Oliveira Santos e Marcus Vinicius Monge e a todos os outros que participaram direta e indiretamente da minha vida acadmica. Aos meus amigos de longas datas, Nairo Cesar, David Pierre, Macelmo Pereira Bermudes, Diego Gilberto, Gustavo Jaques, Joo Felipe Albuquerque, Jucyenne Anglica e Wanessa Mendes por todos os momentos felizes que passamos juntos.

Os homens fariam maiores coisas, se no julgassem tantas coisas impossveis. (Malesherbes)

RESUMO

Com a intensificao da produo de ovinos, algumas enfermidades de etiologia virtica, parasitria e bacteriana tornaram-se um entrave para os diversos sistemas de criao. A pododermatite umas das principais doenas que acometem os ovinos, ela uma enfermidade crnica causada pela associao de duas bactrias Fusobacterium necrophorum e Dichelobacter nodosus. Este trabalho tem por objetivo revisar os aspectos relacionados pododermatite infecciosa (Footrot) em ovinos, ressaltando as caractersticas da epidemiologia, tratamento, controle, erradicao da enfermidade e os principais prejuzos que esta doena causa em todo o sistema de produo dos pequenos ruminantes. Proporcionando embasamento tcnico cientfico sobre a importncia do controle sanitrio da pododermatite nos rebanhos ovinos. Palavras-Chave: Cascos, footrot, leso, pequenos ruminantes.

ABSTRACT

With the intensification of sheep production, some diseases with etiology viral, parasitic and bacterial have becomean obstacle for the various systems of rearing. The pododermatitis is one of the main diseases that affect sheep, it is achronic disease caused by the association of two bacteria Fusobacterium necrophorum and Dichelobacter nodosus.This paper aims to review the aspects related to infectious pododermatitis (Footrot) in sheep, highlighting the featuresof the epidemiology, treatment, control, eradication of the disease and the major losses that this disease causes the entire system of production of small ruminants. Providing technical and scientific basis of the importance of sanitary control of foot pad dermatitis in sheep flocks. Keywords: Hooves, footrot, injury, small ruminants.

SUMRIO

1 INTRODUO ..................................................................................................................... 9 2 REVISO BIBLIOGRFICA ........................................................................................... 11 2.1 Histrico da pododermatite ............................................................................................. 11 2.2 Caractersticas gerais ....................................................................................................... 11 2.3 Formas e sinais clnicos .................................................................................................... 13 2.3.1 Forma benigna ................................................................................................................. 14 2.3.2 Forma virulenta ............................................................................................................... 15 2.4 Diagnstico ........................................................................................................................ 15 2.5 Tratamento ........................................................................................................................ 16 2.5.1 Tratamento tpico ............................................................................................................ 17 2.5.2 Tratamento parenteral ...................................................................................................... 19 2.5.3 Vacinao teraputica ...................................................................................................... 20 2.6 Controle e erradicao ..................................................................................................... 21 2.6.1 Tratamento tpico via pedilvo ....................................................................................... 26 3 CONSIDERAES FINAIS .............................................................................................. 28 REFERNCIAS ..................................................................................................................... 29

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1 INTRODUO

Com a intensificao da produo de ovinos, algumas enfermidades de etiologia virtica, parasitria e bacteriana tornaram-se um entrave para os diversos sistemas de criao. Dentre estas enfermidades, as afeces podais como Laminite, Dermatite Interdigital, Fibroma Interdigital e Pododermatite Infecciosa afetam negativamente a produtividade dos ovinos por causar dor e desconforto aos animais (KALER e GREEN, 2008). Uma criao de ovinos e caprinos, como qualquer outra, necessita de cuidados especficos para uma boa produtividade. Entre as aes sanitrias necessrias nos rebanhos, a que envolve a sade dos cascos uma das mais importantes, pois se um animal est com os cascos saudveis, bem cortados e aprumados, ele realiza melhor todas as suas atividades, como alimentao, vida reprodutiva e desenvolvimento geral (RIBEIRO, 2001). A pododermatite infecciosa uma enfermidade crnica de pequenos ruminantes, limitada ao tecido epidrmico do espao interdigital na pele e no casco (BONINO et al., 2001). Tambm chamada de footrot, trata-se da infeco da pele do interdgito e da lmina sensitiva do casco, causando claudicao severa e prolongada (ABBOTT e EGERTON, 2003). Na espcie ovina os animais com pododermatite infecciosa apresentam menor desenvolvimento corpreo e elevada taxa de mortalidade (SMITH, 2006). No Brasil, ela um dos maiores problemas sanitrios da ovinocultura, sendo superado em importncia apenas econmica pela verminose gastrointestinal (CARVALHO, 2010). A footrot causada atravs da associao sinrgica de duas principais bactrias, Dichelobacter nodosus e Fusobacterium necrophorum. F. necrophorum um residente normal do ambiente no qual os ovinos convivem, mas a infeco depende da presena do D. nodosus, que no sobrevive por muitos dias no solo ou nos pastos (AIELLO, 2001). D. nodosus um parasito obrigatrio do dgito de ruminantes, a exposio por longos perodos a ambiente e pastagens midas, em condies adversas do solo predispem infeco e a transmisso entre os animais (RIBEIRO, 2001). Inicialmente os animais acometidos apresentam tumefao e avermelhamento da regio interdigital e com o agravamento do quadro pode haver separao entre a parede do casco e o epitlio basal e derme (EAST, 2002;). As etiologias das doenas podais dos pequenos ruminantes podem variar, embora muitas vezes tenham fatores epidemiolgicos comuns, a apresentao clnica pode variar. Muitas leses podais so encontradas em bovinos, no entanto nesta espcie j esto mais bem

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caracterizadas e com a nomenclatura bem definida e difundida, situao inversa da apresentada pelos pequenos ruminantes. A carncia de informaes referente caracterizao das leses podais nos pequenos ruminantes induz a erros no diagnstico destas, leva a condutas teraputicas inadequadas diante de surtos e dificulta o sucesso dos tratamentos utilizados (AGUIAR, 2011 ). O presente trabalho tem por objetivo revisar os aspectos relacionados pododermatite infecciosa (Footrot) em pequenos ruminantes, ressaltando as caractersticas da epidemiologia, tratamento, controle, erradicao da enfermidade e os principais prejuzos que esta enfermidade causa em todo o sistema de produo dos pequenos ruminantes.

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2 REVISO BIBLIOGRFICA

2.1 Histrico da pododermatite

A pododermatite infecciosa uma das mais antigas doenas conhecidas dos pequenos ruminantes. Foi descrita na Frana em 1971, na Itlia em 1808, o estudo mais detalhado da doena foi realizado nos Estados Unidos em 1904. Na Austrlia foi largamente estudado em 1933 (MARSH, 1960) Somente em 1941 a bactria causadora da doena foi isolada e devidamente estudada, denominada inicialmente de Fusifomis Nodosus, hoje denominada de Dichelobacter nodosus, em estudos mais detalhados observaram que a D. nodosus atuava em associao com outra bactria denominada de Fusobacterium necrophorum (RIBEIRO, 2001).

2.2 Caractersticas gerais

A pododermatite ou footrot est entre uma das principais enfermidades dos pequenos ruminantes, causando enormes prejuzos a esses rebanhos, principalmente em locais onde h uma variao climtica intensa, conseqentemente essa inconstncia climtica que facilita ainda mais o desenvolvimento da doena (OLIVEIRA, 1999). Com isso ocorre uma grande perda de peso dos animais, devido dificuldade de locomoo tanto na hora do pastejo quanto na da hora cobertura (OLIVEIRA, 1995). So conhecidas trs formas da doena: footrot benigno (FRB), footrot intermedirio (FRI) e footrot virulenta (FRV). A FRV a mais nociva, causadora das maiores perdas econmicas nos rebanhos de ovinos e caprinos (EGERTON, 1997). A pododermatite contagiosa se espalha rapidamente quando animais sadios so colocados em pastos contaminados ou em contato com animais infectados. A qual apresenta desenvolvimento que tende cronificao, iniciando-se por uma inflamao no espao interdigital, aguda e dolorosa, levando o animal claudicao, comumente chamada de manqueira. A comercializao de animais contaminados tambm responsvel pela rpida disseminao da infeco (CARVALHO, 2010).

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A doena causada pela associao do Dichelobacter nodosus que o agente etiolgico, com outro agente predisponente que em geral e o Fusobacterium necrophorum, que faz parte da flora intestinal dos ovinos. uma bactria longa, cilndrica nas extremidades, medindo de 2 a 10 micra de comprimento por 0,6 a 1,2 mcron de largura (Figura 1). gram negativa, imvel e no esporulada. Anaerbica estrita, melhorando seu crescimento quando incubada na atmosfera, com 5% a 10% de CO. Apresenta tambm um desenvolvimento adequado na temperaura de 37, atualmente o principal meio de isolamento e manuteno do D. nodosus preparado com 1,5% de p d casco de ovino, para meio slido, e 0,5% deste material para caldo nutriente (OLIVEIRA; 1999).

Figura 1: Dichelobacter nodosus Apesar de ser uma infeco comum aos ovinos e caprinos, tm sido relatado casos em bovinos, equinos e sunos (WANI e SAMANTA, 2006). Dentre os pequenos ruminantes menos prevalente e severa em caprinos do que nos ovinos (REILLY et al., 2004). Os caprinos podem servir como reservatrio da pododermatite ovina j que pesquisas demonstram que existem cepas do D. nodosus que podem ser transmitidas naturalmente entre estas espcies (CARVALHO, 2010). A pododermatite ocorre em qualquer faixa etria, porm a gravidade da doena geralmente aumenta com a idade. Alguns animais no se infectam ou apenas manifestam sinais clnicos brandos, suspeitando-se de resistncia de base gentica (OGILVIE, 2000). Em ovinos diversos fatores predispem como: precipitaes contnuas ou pastagens irrigadas com alta densidade, gramneas altas, pedras, piso irregular ou terreno duro, camas

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midas, fratura e trauma, inflamao de estruturas anatmicas e glndulas, ausncia de casqueamento, solas perfuradas, cascos rachados ou com fissuras, crescimento ou desgaste excessivo (AGUIAR, 2011).

2.3 Formas e sinais clnicos

So descritas duas formas clnicas principais: a benigna e a virulenta ou agressiva. Na forma benigna as leses no so progressivas, esto limitadas aos tecidos moles do casco e h uma regresso natural como aumento do c1ima quente. A forma virulenta ou agressiva (Figura 2) se caracteriza por intensa destruio dos tecidos podais.

Figura 2: Casco com pododermatite contagiosa na forma agressiva. Fonte: EMBRAPA Geralmente os animais acometidos pela pododermatite infecciosa apresentam claudicao. A leso podal apresenta-se inicialmente como uma dermatite da pele interdigital. Quando a cepa em questo benigna, ou o incio da forma maligna, a leso restringe-se ao espao interdigital. A regio fica com sangue, com aparncia amarelada, alopecia e odor ftido caracterstico da proliferao de bactrias anaerbicas. (GREEN e GEORGE, 2008). Inmeras variveis esto envolvidas nas manifestaes clnicas da pododermatite em ovinos, provocando desde leses benignas at formas de alta severidade, causando conseguncias ruins para animas afetados. Na inteno de facilitar os procedimentos diagnstico, foram desenvolvidas sistemas para mensurar a gravidade das leses causada pela

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pododermatite. A Figura 3 mostra o sistema desenvolvido por Egerton e Roberts (1971), que o mais utilizado para classificar as leses que so observadas a campo.

Escore0 1 2 3 4 Casco normal.

LesoInflamao ou necrose no especfica da epiderme interdigital. Inflamao mais severa da epiderme interdigital, devida a infeco por Dichelobacter nodosus. Qualquer leso em qualquer pata que resulte em deslocamento da parte macia do casco ou da sola. Qualquer leso que cause deslocamento da parte dura do casco

Figura 3: Classificao das leses do footroot conforme sua gravidade (EGERTON e ROBERTS, 1971).

2.3.1 Forma benigna

Manifesta-se atravs de dermatite interdigital. H grau brando a moderado de laminite. A claudicao comum, porm menos grave do que na pododermatite virulenta. A pele interdigital pode estar coberta por uma fina camada de material necrtico (REILLY et al., 2004). Segundo Egerton (2007), dos ovinos afetados pela forma benigna da doena somente 1 a 2% teriam a separao do tecido crneo, pois a maioria das infeces fica restrita a pele interdigital. De acordo com Reilly et al. (2004) no caso de pododermatite benigna normalmente apenas um ou poucos animais do rebanho so acometidos. difcil distinguir entre uma infeco estabelecida de pododermatite benigna e os primeiros estgios da pododermatite virulenta. Clinicamente ela semelhante dermatite interdigital ovina, mas envolve Dichelobacter nodosus (BENDIGO, 2007). Radostits et al. (2007) apontam que um grande nmero de ovelhas deve ser examinado para se tentar diferenciar a forma benigna da virulenta e mesmo assim tornasse necessrio reexaminar o rebanho aps um perodo para determinar se a doena evoluiu para a forma virulenta.

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2.3.2 Forma virulenta

O estgio inicial compreende uma infeco interdigital com hiperemia, edema, umidade e perda de plos da pele interdigital. A margem axial do casco comea a se separar da pele, sob a forma de uma fina e irregular faixa branca de 2-3 mm. Segue a separao e eroso do tecido crneo da regio do talo na parede axial estendendo-se pela sola at atingir a parede abaxial do casco causando necrose dos tecidos moles e duros (AGUIAR, 2011). A margem axial da sola assume uma aparncia folhada (vrias camadas), malevel e de consistncia amolecida. A sola pode ser desprendida ou levantada expondo o corium subjacente que se apresenta avermelhado e granular sangrando facilmente. A infeco pode se estender pela parede abaxial destruindo toda a muralha. Comumente ambas as unhas esto acometidas, mas no necessariamente na mesma extenso. Durante o exame, percebe-se um exsudato acinzentado de odor ptrido caracterstico. Neste estgio a ovelha tem claudicao severa e pode nem estar apoiando o p no cho. A laminite grave e quando instalada em dois ou mais membros causa decbito prolongado e complicaes como miase, infeces secundrias e morte por emaciao (SCOTT, 2007). Em infeces crnicas da pele interdigital, especialmente na pododermatite virulenta, projees verrucosas nicas ou mltiplas podem ocorrer como uma resposta aberrante a inflamao. Similarmente, leses granulomatosas podem acontecer nos ps de ovelha onde o tecido drmico/corium foi lesionado por casqueamento excessivo ou contato com formalina (EGERTON, 2007).

2.4 Diagnstico

O diagnstico pode ser clnico e laboratorial. O diagnstico clnico realizado pela observao das caractersticas da leso, pelo aparecimento de surtos associados a pocas midas e quentes do ano e pelo carter crnico e recorrente da doena (CARVALHO, 2010). Atravs da inspeo do casco dos animais acometidos possvel determinar a gravidade das leses (benigna ou patognica) alm de auxiliar na escolha do tratamento adequado (RIBEIRO, 2007).

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Em pases com ovino caprinocultura pouco tecnificada a identificao de D. nodosus, na maioria dos laboratrios realizada pela sua observao em esfregaos corados pela tcnica de Gram (AIELO, 2001). O isolamento do D. nodosus um processo difcil e demorado, parcialmente devido natureza exigente deste anaerbio estrito, mas tambm devido ao grande nmero de diferentes bactrias presentes na microflora das leses podais (BELLOY et al., 2007). A colorao da amostra do exudato interdigital pelo mtodo de Gram pode revelar a presena de grandes bastonetes curvos, gram negativos e em forma de barra, caractersticas do D. nodosus. Entretanto, tais microorganismos nem sempre so isolados por causa da exigncia de meio especial para seu crescimento (RODRIGUES, 2001). Os testes sorolgicos podem auxiliar na identificao dos animais portadores, porm possuem valor limitado, pois o teor de anticorpos se eleva apenas durante um curto perodo e a vacinao pode confundir sua interpretao (REILLY et al., 2004). Ultimamente tm sido pesquisados meios diagnsticos como, por exemplo, testes imunolgicos, PCR e anlise de DNA do D. nodosus para se determinar a virulncia da cepa e identificar qual o sorogrupo envolvido, facilitando desta maneira o tratamento e preveno (SOBRINHO, 2001). Para o diagnstico diferencial deve-se investigar outras possveis enfermidades que cursem com claudicao. Entre elas pode-se citar a dermatite digital ovina, abscessos de sola, laminite, traumatismos, corpo estranho entre os dgitos, lngua azul e febre aftosa (RELLY, et al., 2001).

2.5 Tratamento

A estratgia de tratamento da pododermatite para cada rebanho deve basear-se na relao custo-benefcio e ser elaborada adequadamente pelo responsvel tcnico da propriedade juntamente com o proprietrio (RODRIGUES et al., 2001). A eficcia do tratamento influenciada por fatores como severidade da infeco, temperatura e umidade, idade e raa dos animais acometidos (PINHEIRO, 2000). O primeiro passo para se controlar a disseminao e instituir o tratamento adequado separar os animais acometidos (HOISE, 2004). O tratamento baseia-se no casqueamento, pedilvio, vacinao e descarte dos ovinos cronicamente afetados (AGUIAR, 2011).

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O amplo, porm cauteloso, casqueamento com remoo de todo tecido acometido procedimento valioso, pois permite melhor contato com as solues anti-spticas alm de expor o microorganismo ao ar (CARVALHO, 2010). Grande parte dos estudos voltados ao tratamento da pododermatite direcionada a ovinos, entretanto as medidas podem ser utilizadas com sucesso tambm em caprinos (PINHEIRO, 2000). O casqueamento, a passagem em pedilvios com solues de desinfetantes qumicos, o tratamento parenteral e tpico, a vacinao de animais cronicamente infectados so tcnicas que podem ser empregadas. A aplicabilidade dessas medidas depender do nmero de animais acometidos, do valor destes e da severidade das leses apresentadas (AGUIAR, 2011).

2.5.1 Tratamento tpico

A aplicao de drogas antimicrobianas individualmente em pequenos ruminantes muito demorada e deve ser reservada para aquelas ocasies em que a apara dos cascos necessria, e cada ovino ser manipulado para tal finalidade. Em geral, o uso de antimicrobianos em pedilvio o modo mais rpido para tratar um grande nmero de animais e facilita a repetio dos tratamentos (figura 4) (STEWART, 1989). Tradicionalmente, os tratamentos curativos envolvem um desgaste cuidadoso do casco, para que todo tecido afetado seja removido para uma melhor eficincia do tratamento, expondo assim, o tecido necrosado como tambm aplicando produtos qumicos no pedilvio. As solues mais utilizadas so formalina 5 a 10%, sulfato de cobre 5 a 10% e sulfato de zinco 10 a 20%. Outros produtos feitos exclusivamente para o tratamento da footrot em ovino incluem uma soluo de sulfato de zinco/lauril sulfato de sdio e uma soluo de trihidrato de de cobre/cloridrato de cobre. Existem no mercado de produtos veterinrios, solues bactericidas prontas para uso, para aplicao por aerossol, que so no tratamento de um nmero de animais menor (RIBEIRO, 2007).

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Figura 4. Tratamento de animais em pedilvio. Fonte: EMBRAPA tabuleiros A formalina, formol ou formaldedo, soluo a 37%, um composto lquido claro, com variadas aplicaes, sendo utilizado como preservativo, desinfetante e anti-sptico. A formalina utilizada no pedilvio em concentraes que variam de 2,5 a 10%, o produto deve ser diludo levando em considerao sua concentrao, ou seja, para preparar uma soluo de 10% devemos colocar uma parte de formalina para nove partes de gua. A utilizao de formalina desagradvel devido a um odor caracterstico muito forte, onde pode ocasionar algumas injrias oculares nos animais ou alguma reao alrgica e tambm podem ocasionar problemas nos humanos, pois considerada carcinognica (ABOOT e LEWIS, 2005). E ovinos, tratamento continuo com a formalina no pedilvio, em concentraes acima de 10% causam uma severa queratinizao da pele do espao interdigital, podendo levar as infeces e claudicao. A formalina de ao bacteriana, muito eficaz no tratamento da footrot, mostrando grande eficcia quando h presena de matria orgnica como fezes e urina (STEWART 1954). J a utilizao do cobre no tratamento da footrot varia na concentrao de 5 a 10%, mas esse mtodo tem algumas restries no seu uso, pois ele deixa manchas nas ls, por isso no muito recomendado para produtores de l, tambm possui um poder corrosivo muito forte, podendo causar intoxicao nos animais se usado de forma errnea e no sendo eficaz na presena de materiais orgnicos.

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J a utilizao do sulfato de zinco no tratamento da footrot em ovinos tem mostrado grande eficcia, nas concentraes de 10 a 20% vem se destacando em relao aos tratamentos j citados, essa diferena se d devido ao incremento de uma soluo surfactante como sulfato de sdio a 1%, que aumenta a penetrao do sulfato de zinco no tecido crneo do casco. Alguns estudos realizados demonstram que o tempo de exposio dos ovinos nos tratamentos muito importante, observando o tempo em que os ovinos devem permanecer no pedilvio pra que o tratamento seja efetivo contra os agentes causadores da footrot. Foram observadas vrias recomendaes como a permanncia de dois minutos at uma hora, mas segundo EGERTON (2007) o tempo de 2 minutos mostra ser muito eficiente, principalmente pela facilidade de manejo dos animais podendo ser ministrado de 2 a 3 vezes ao dia. Conforme EGERTON (2007) em pedilvio com comprimento entre seis a doze metros, quando os ovinos entram em contato com a soluo do banho, a qual possui medicamento antimicrobiano o tratamento ser mais efetivo, e logo aps esse procedimento recomenda-se que os animais permaneam em local de piso seco por um tempo mnimo de duas (2) horas. A repetio do tratamento necessria durante todo o perodo de transmisso da doena, onde a quantidade de tratamentos no pedilvio diferente de acordo com o grupo de animais infectados e no infectados. O intervalo entre os tratamentos pode ser de cinco dias e no mximo de 14 dias (HOSIE, 2004).

2.5.2 Tratamento parenteral

A utilizao de drogas antimicrobianas de uso parenteral, quimioterpicos e antibiticos mais utilizada em animais que estejam com a doena numa fase muito aguda ou em animais que possuem um alto valor comercial, pois na maioria das vezes o tratamento ser torna caro (AQUIAR, 2010). Atualmente no mercado existem inmeros medicamentos que se mostram efetivos no combate a footrot, aps uma nica aplicao intramuscular (I.M.). Na figura 5 esto identificados alguns antibiticos para uso na terapia da footrot.

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AntibiticoPenicilina G procana + diidroestreptomicina Oxitetraciclina L/A Licomicina + espectinomicina

Dose70.000 UI/kg + 70 mg/kg 20 mg/kg 5 mg/kg +10 mg/kg

Carncia28 dias 42 dias 28 dias

Figura 5 Antibiticos parenterais em dose nica para tratamento do footrot (EGERTON; 2007). Vrios trabalhos demonstraram a importncia de manter os animais tratados com antimicrobianos parenterais, segundo EGERTON, (2007) os animais devem ficar em ambiente seco por um perodo mnimo de 24 horas aps a aplicao. Nesse experimento os animais foram tratados com penicilina G + diidroestreptomicina, os animais receberam uma leve apara nos cascos e passaram em pedilvio com formalina a 5%, obtiveram taxa de cura acima de 92% em relao aos animais que no ficaram em ambiente seco por 24 horas que tiveram somente 70% de cura. J RENDELL e CALLINAN, (1997) obtiveram resultados acima de 97% de cura utilizando sulfato de zinco a 10% no pedilvio associado oxitetraciclina. RIBEIRO et al., (2008) em seus experimentos obtiveram mais de 90% de cura utilizando sulfato de zinco a 10% no pedilvio por 20 minutos, a cada 2 dias, durante 2 semanas juntamente com a oxitetraciclina sendo aplicada 1 vez ao dia, durante 5 dias. J utilizando florfenicol com 2 aplicaes com intervalo de 48 horas, mantendo os animais a pasto foi obtido um percentual de cura de 78.6%. Outros antimicrobianos podem ser utilizados no tratamento dos animais desde que estejam dentro das indicaes do antibiograma (EGERTON, 2007).

2.5.3 Vacinao teraputica

A vacinao teraputica uma alternativa a antibioticoterapia parental e pode ser usada durante um surto da doena. A vacinao aconselhvel durante o perodo de transmisso da doena (chuva e calor) se uma alta proporo do rebanho estiver infectada e houver um histrico de insucesso com os tratamentos convencionais nessas mesmas condies. Uma

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nica dose tem uma taxa de 20% de recuperao, e j duas doses com um intervalo de trs a seis semanas pode atingir cerca de 80%. A resposta clnica comea a agir aps trs dias da vacinao (HOSIE, 2004).

2.6 Controle e erradicao

Segundo Sobrinho (2001), evidncias de novas prticas de manejo e higiene, alm de profundas aes na imunoprofilaxia e quimioterapia, aumentam s chances de controle e de erradicao da pododermatite contagiosa e de outros problemas inflamatrios dos cascos de ovinos e caprinos. Para um programa de grande envergadura devem ser observadas algumas situaes diretamente ligadas s doenas do casco: Grande parte das doenas podais, especialmente a pododermatite contagiosa, tem um carter infeccioso crnico e varivel extremamente complexo. Assim, o seu controle deve se estender por longos perodos de tempo; imprescindvel um conhecimento substancial do problema na regio e um rigoroso controle no intercmbio de animais; Embora exista uma correlao dos problemas de casco com as condies climticas, no se pode descuidar dos mltiplos fatores prprios das doenas infecciosas; A delegao de atribuies deve ser cuidadosamente planejada, levando-se em conta os conhecimentos e habilidades existentes para se atingir o problema de forma contnua e intensa. Na implantao de um programa de controle, algumas variveis importantes devem ser cuidadosamente observadas. Assim, podem-se destacar: Adaptao das atividades do programa ao manejo da propriedade; Condies satisfatrias para o manejo preventivo e curativo do rebanho; Preparao do pessoal necessrio ao programa; Implantao de atividades preventivas para todo o ano. Estabelecidas tais prioridades, o incio do programa deve ocorrer quando os detalhes de seu funcionamento estiverem todos adequados, incluindo-se instalaes e materiais necessrios (DONATO, 2010).

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O casqueamento, a passagem em pedilvios com solues de desinfetantes qumicos, o tratamento tpico, a vacinao e a identificao e descarte de animais cronicamente infectados so tcnicas que podem ser empregadas. A aplicabilidade dessas medidas depender do nmero de animais acometidos, do valor destes e da severidade das leses apresentadas (RIBEIRO, 2009). De acordo com Sobrinho (2001), o casqueamento empregado com a finalidade de remover o tecido doente, resultante do crescimento anormal do casco ou descolamento do tecido crneo. Esse corte do casco pode expor o D. nodosus ao oxignio e a ao de substncias bactericidas, alm de promover uma boa conformao do casco (Figura 6 e 7) (Abbott & Lewis 2005).

Figura 6: Crescimento excessivo e formao de dobras no casco. Fonte: Hoof Trimming

Figura 7: Aspecto do casco do animal da Figura 6 aps o casqueamento. Fonte: Hoof Trimming

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Deve existir cautela na prtica do casqueamento dos animais. Estudos mostram que o dano fsico provocado pelo casqueamento inadequado, a exemplo do sangramento, pode retardar a cura de leses prolongando o tempo de claudicao dos animais (DONATO, 2010). Algumas condies durante a realizao do casqueamento, como alta densidade de animais doentes junto aos saudveis e no desinfeco do material utilizado pode favorecer a disseminao do agente entre os mesmos, passando a ser recomendado somente em casos de extrema necessidade (RODRIGUES, 2001). O emprego de pedilvios com solues bactericidas a medida de eleio para o controle da pododermatite infecciosa (HOISE 2004). Diversos produtos so comumente utilizados nos pedilvios, como formalina, sulfato de cobre e sulfato de zinco e as formas de aplicao destes produtos tambm so variveis, devendo ser adequadas realidade de cada propriedade. H esquemas de utilizao onde os dgitos precisam ficar imersos em soluo por cinco minutos, como a formalina e o sulfato de cobre, j outros necessitam ficar imersos por at uma hora, como o sulfato de zinco (RIBEIRO, 2009). Como alternativas, existe a possibilidade de utilizar pedilvios de passagem que devem apresentar em mdia 6 metros de comprimento e permitir que a soluo alcance 75 a 80 milmetros de profundidade. Geralmente a reduo no tempo compensada pelo aumento na frequncia nas passagens em pedilvio para que haja o sucesso desta medida (ABBOTT E EGERTON, 2005). Para ambos os modos de uso do pedilvio faz-se necessrio sempre um local de lavaps, que deve ser construdo antes do pedilvio onde a gua promove a retirada do excesso de sujidades do casco (Figura 8), e tambm uma rea aps a passagem no pedilvio, que dever ser um local cimentado e seco onde os animais possam permanecer em mdia 20 minutos antes de retornar ao campo proporcionando a melhor ao do agente bactericida (Figura 9).

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Figura 8: local destinado retirada do excesso de sujidades do casco com gua. Fonte: (EMBRAPA)

Figura 9: Local seco e cimentado. Fonte: (EMBRAPA) Para melhorar os resultados do uso de pedilvio, aps a passagem, os animais saudveis devem ser direcionados a piquetes que no tenha transitado animais doentes por no mnimo duas semanas (DONATO, 2010).

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Solues a base de formalina so eficientes para o tratamento e controle das enfermidades podais, sendo recomendados em concentraes de 5 a 10% (EMBRAPA TABULEIROS, 1999). Trabalhos associando o uso da formalina a 10% aps o casqueamento mostraram-se efetivo no controle da forma benigna da pododermatite em caprinos (AGUIAR, 2011). O sulfato de cobre efetivo no tratamento da pododermatite infecciosa. Possui efeito adstringente precipitando protenas, proporcionando a formao de uma camada protetora superficial, ocasionando um endurecimento da pele lesada diminuindo as secrees e agindo tambm como antisptico. Entretanto, h uma reduo no efeito quando a substncia fica em contato com matria orgnica, a exemplo de fezes. Geralmente as solues de sulfato de cobre utilizadas tm de 5 a 10% (RIBEIRO, 2001). Outra opo de substncia que pode ser utilizada em pedilvio o sulfato de zinco, embora o seu modo de ao no seja determinado, estudos mostram a sua eficcia no combate dermatite interdigital e a pododermatite infecciosa em ovinos, reduzindo o nmero de ps afetados e a severidade das leses entre os animais acometidos (ABBOTT E EGERTON, 2005). O sulfato de zinco apresenta bom efeito em leses severas de pododermatite infecciosa, mostrando-se superior formalina nestas situaes. Outra vantagem do sulfato de zinco a maior tolerncia dos animais sujeitos a imerso dos dgitos na soluo e das pessoas que o manipulam, o seu tempo de exposio altamente varivel de dois minutos uma hora (RIET-CORREA 1987). O tratamento parenteral com antibiticos pode ser utilizado com sucesso. A economia no tempo e a possibilidade de iniciar o tratamento dos animais antes do casqueamento so atrativas a essa prtica. Um estudo comparando o tratamento parenteral frente ao tratamento com antibitico tpico mais casqueamento mostrou maior eficcia do primeiro tratamento, devido maior rapidez na interveno dos animais doentes, havendo uma reduo na prevalncia e na incidncia da doena em ovinos (CARVALHO, 2010). A erradicao da pododermatite infecciosa nos rebanhos est fundamentada no conhecimento das condies climticas da regio, na inspeo do rebanho e no descarte dos animais acometidos. As medidas para a erradicao esto baseadas na no persistncia do D. nodosus no meio ambiente por longos perodos (EGERTON 2007). Para confirmar se o rebanho esta livre da doena deve haver uma re-inspeo dos animais sadios, duas vezes no intervalo de 3-4 semanas (AGUIAR, 2011) e, se possvel, submetidos a passagem em pedilvio (RIET-CORREA 1986). Os animais tratados e curados devem ser separados e retornar ao rebanho dos saudveis somente aps um perodo de

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transmisso sem apresentar recidivas. Os no responsivos ao tratamento devem ser removidos do rebanho. Em casos de propriedades com alta prevalncia, pode haver necessidade de trs vistorias em intervalos semanais (EGERTON, 2002). A atuao durante o perodo desfavorvel disseminao do agente e transmisso da doena entre os animais fundamental para o sucesso do programa de erradicao (EGERTON e ABBOTT, 2003). Em propriedades de aquisio e venda constante de animais deve-se atentar a correta inspeo dos dgitos dos animais recm adquiridos e evitar a compra de animais com leses podais, assim como a introduo de animais provenientes de rebanhos que tenham histrico da doena (RODRIGUES; 2001).

2.6.1 Tratamento tpico via pedilvio

O uso de drogas no pedilvio j foi citado acima no texto, quando falamos sobre o tratamento tpico. Este tipo de tratamento tem um papel muito importante nos programas de controle, pois ele inibe o desenvolvimento das leses e reduz a contaminao do rebanho e ambiente. Ao dar inicio em um programa de controle deve-se ficar atento a pequenos detalhes que so fundamentais papa que o processo seja eficiente. Examinar cuidadosamente as patas de todos os ovinos, realizando o casqueamento quando se fazer necessrio, Separar os animais em dois grupos, animais sadios e animas infectados, O grupo no-infectado passar pelo pedilvio com a droga escolhida, permanecendo algumas horas em piso seco, O grupo infectado sofrer o mesmo processo, com a diferena que passar pelo pedilvio quatro vezes com intervalo de uma semana entre cada tratamento, ser colocado sempre em locais livres de animais no mnimo de uma semana. Os ovinos considerados intratveis, crnicos, sero enviados ao abate

O grupo de animais infectados ser incorporado a grupo de animais sadios ao final do tratamento, se forem considerados curadores, ps exame dos cascos (RIBEIRO, 2007)

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A formalina de 5% e o sulfato de zinco 10% proporcionam um perodo de proteo muito curto (1-2 dias) aps o pedilvio, porm uma hora no pedilvio contendo sulfato de zinco/lauril sulfato de sdio proporciona proteo contra reinfeco acima de duas semanas (MARSHALL et al., 1991).

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3 CONSIDERAES FINAIS

A sanidade animal, numa viso ampliada, envolve questes relacionadas a enfermidades dos animais, sade pblica, controle dos riscos em toda a cadeia alimentar, assegurando a oferta de alimentos seguros e bem estar animal. Para assegurar a sade animal, necessria a existncia de profissionais estruturados, capacitados e aptos para deteco e adoo precoce das medidas de controle e erradicao das doenas. A sanidade animal sempre foi importante e estratgica para qualquer pas, principalmente para aqueles que, como o Brasil, so lderes na produo de alimentos. Com a intensificao da produo de ovinos, algumas enfermidades de etiologia virtica, parasitria e bacteriana tornaram-se um entrave para os diversos sistemas de criao. A pododermatite infecciosa ainda permanece como um dos problemas sanitrios mais comuns em rebanhos ovinos, pois esta enfermidade ocorre em animais de qualquer faixa etria, porm a gravidade da doena geralmente aumenta com a idade. Existe uma grande necessidade de disseminar informaes a respeito das medidas de controle das doenas podais, alm de estudos que enfatizem a adoo de prticas aplicveis ao controle considerando como ponto positivo a realizao deste, pois quando realizado por longo perodo ir desfavorecer a proliferao do agente e disseminao da doena.

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