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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA DIETA DE MORCEGOS INSETÍVOROS URBANOS SOB UMA ABORDAGEM DNA METABARCODING IGOR DANIEL BUENO ROCHA BRASÍLIA, DF 2019

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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA

INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA

DIETA DE MORCEGOS INSETÍVOROS URBANOS SOB UMA

ABORDAGEM DNA METABARCODING

IGOR DANIEL BUENO ROCHA

BRASÍLIA, DF

2019

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DIETA DE MORCEGOS INSETÍVOROS URBANOS SOB UMA

ABORDAGEM DNA METABARCODING

IGOR DANIEL BUENO ROCHA

Orientadora: Prof. Dr. Ludmilla M. S. Aguiar

Dissertação apresentada ao programa de

Pós-Graduação em Ecologia do Instituto de

Ciências Biológicas da Universidade de

Brasília como requisito parcial à obtenção

do título de Mestre em Ecologia.

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IGOR DANIEL BUENO ROCHA

DIETA DE MORCEGOS INSETÍVOROS URBANOS SOB UMA

ABORDAGEM DNA METABARCODING

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________

Ludmilla Moura de Souza Aguiar

(Presidente)

_________________________________________

Guilherme Corrêa de Oliveira

(1º Titular)

________________________________________

Pedro Henrique Brum Togni

(2ª Titular)

___________________________________

Marina Regina Frizzas

(Suplente)

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“Não é sobre chegar no topo do mundo e saber que venceu

É sobre escalar e sentir que o caminho te fortaleceu [...]

É saber se sentir infinito

Num universo tão vasto e bonito

É saber sonhar.”

Ana Vilela

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AGRADECIMENTOS

A minha eterna gratidão a todos que contribuíram para a conclusão de mais essa

etapa da minha vida. Não foi fácil, mas foi de profundo aprendizado em todos os aspectos.

Agradeço a minha maravilhosa orientadora, Profa. Dra. Ludmilla M. S. Aguiar,

pela orientação, compreensão, ensinamentos e paciência. Pelo voto de confiança e por ter

acreditado que eu seria capaz de concluir esse trabalho. Sua entrega pelo trabalho que

desempenha me inspira e tê-la como orientadora foi uma bat-honra.

Ao CNPq pela bolsa de mestrado que pagou meus RU’s e passagens de ônibus

quando meu passe estudantil acabava e que, de quebra, ainda ajudou a completar a grana

que faltava para o aluguel.

Ao PPG-Ecologia, à Universidade de Brasília que amo tanto e ao Departamento

de Zoologia.

Aos meus colegas de trabalho do Laboratório de Biologia e Conservação de

Morcegos, que me vejo na obrigação de agradecer nominalmente: Camila, Priscilla,

Carla, Thiago, Daniel, Ugo, Lucas Damásio, Lucas Lauretto, Laís, Taís, Renato e

Claysson. Podem ter a total certeza de que em algum momento dessa trajetória você

contribuiu fortemente para que eu não desistisse. Agradeço pelas trocas de ideia, pelos

momentos de descontração e pela valorosa ajuda em campo ou laboratório que me deram.

Ao Instituto Tecnológico Vale, em especial Eder, Santelmo e Guilherme que me

receberam de braços abertos para a análise e sequenciamente das minhas amostras.

A Júlia Batalini, que durante o primeiro ano de mestrado foi a metade de mim, me

dando força para continuar e doando seu tempo e esforço de todo o coração, obrigado.

A todos os colegas malucos que me acompanharam em campo e viraram noite

comigo. É muito bom saber que posso contar com vocês. Foram noites inesquecíveis!

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Aos donos de residência que se tornaram pontos de coleta que abriram suas casas

com toda a confiança e bom grado para que a ciência acontecesse. Em especial a dona

Maria, que além de tudo me alimentou e ao meu primo Lipe e meu tio Gilvan que me

abrigaram em suas casas durante os campos.

Ao Ugo Diniz, novamente, pelo cálculo das métricas de redes e pelo sorriso terno

que me transmite paz, serenidade e uma alegria maior do mundo.

Ao Maurício Silveira, por me ajudar com a parte estatística de maneira tão

paciente.

Aos serviços de transporte da UnB, secretaria (em especial Lu e Renato) e a

direção do Restaurante Universitário que agilizaram as burocracias da universidade,

dentro de suas possibilidades.

A minha mãe, Sandra, e irmãos, Ingrid e Íkaro, que são o alicerce do meu ser, tudo

isso não seria possível sem vocês.

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SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS ................................................................................................................................ 1

LISTA DE TABELAS ................................................................................................................................ 4

ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS ............................................................................................ 5

RESUMO .................................................................................................................................................... 6

ABSTRACT ................................................................................................................................................ 7

INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................... 9

RESUMO .................................................................................................................................................. 17

INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................ 18

MATERIAL E MÉTODOS ..................................................................................................................... 21

Área de estudo ................................................................................................................................... 21

Coleta de morcegos e fezes ................................................................................................................ 22

Análise em Laboratório ..................................................................................................................... 24

Bioinformática ................................................................................................................................... 27

Análises de Redes de Interação ......................................................................................................... 29

Análises Estatística ............................................................................................................................ 30

RESULTADOS ......................................................................................................................................... 31

DISCUSSÃO ............................................................................................................................................. 40

REFERÊNCIAS ....................................................................................................................................... 46

APÊNDICES ............................................................................................................................................. 65

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LISTA DE FIGURAS 1

Figura 1. Mapa do Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal (PDOT) que 2

zoneia a região em área urbana (amarelo), área rural (cinza) e área de preservação 3

(verde). As estrelas marcam as colônias: 1- Nyctinomops laticaudatus; 2- Cynomops 4

planirostris e Molossus molossus; 3- Eumops perotis; 4- Histiotus 5

diaphanopterus....................................................................................................... 22 6

Figura 2. Pontos de coleta com colônias de morcegos insetívoros em área urbana e suas 7

peculiaridades na forma de coleta. As setas apontam as entradas das colônias. A e B 8

mostram as colônias de N. laticaudatus e M. molossus, respectivamente, na dilatação 9

de prédios da quadra comercial da 405 Sul, Brasília. C mostra os prédios do 10

residencial Cidade Jardins, em Valparaíso, entorno do DF. Nesta colônia os 11

morcegos da espécie E. perotis vivem no sótão dos prédios, mostrado em D e são 12

capturados com um puçá (representado na imagem). Repare na quantidade de fezes 13

depositada no chão. E e F mostram a entrada da colônia de N. laticaudatus nas 14

dilatações do Restaurante Universitário (RU) da Universidade de Brasília. Nas 15

colônias do RU e na 405 Sul, os morcegos foram capturados com uma rede de neblina 16

presa a um aro (bambolê), a figura G mostra os morcegos presos a esta armadilha e 17

em A vemos a armadilha montada. Finalmente, H mostra o 1º andar de uma casa em 18

reforma onde a espécie H. diaphanopterus reside. Redes de neblina foram montadas 19

em torno de toda o andar, de forma a interceptar a saída e entrada dos morcegos, 20

como mostra a imagem. Imagens do autor, com exceção da figura C, pertencente a 21

Alberto Brandão. .................................................................................................... 23 22

Figura 3. Esquema do passo-a-passo da análise por metabarcoding desde a coleta da amostra 23

ambiental até a comparação das sequências com o banco de dados de referência, os 24

comandos utilizados na bioinformática pertencem ao programa OBITools. 25

................................................................................................................................. 25 26

Figura 4. Comparação do BCI da saída (cinza escuro) e volta (cinza claro) dos indivíduos das 27

colônias em cada uma das estações (chuva e seca) nas populações de N. laticaudatus 28

(A) e H. diaphanopterus (B). BCI entre estações para N. laticaudatus (b = 0.020287; 29

R² = 0.1689; P = 0.00811) e H. diaphanopterus (b = 0.037696; R² = 0.2396; P = 30

0.00135). Não houve diferença significativa entre o BCI dos indivíduos de ambas as 31

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espécies entre a saída e retorno à colônia (N. laticaudatus: b = 0.008353, R² = 0.1689, 32

P = 0.31966; H. diaphanopterus: b = 0.018721, R² = 0.2396, P = 0.10467). .......... 32 33

Figura 5. Comparação do peso dos indivíduos entre ida ou volta do forrageio. Não houve valor 34

significativas entre as variáveis em nenhuma das espécies. Nyctinomops laticaudatus 35

(A) (t = -1.4595; df = 9; P = 0.1784) e Histiotus diaphanopterus (B) (t = -2.9124; df 36

= 10; P = 0.0155). ................................................................................................... 33 37

Figura 6. Curvas de acumulação de presas ao nível de família presentes na dieta de 38

morcegos.................................................................................................................. 33 39

Figura 7. Abundância relativa das ordens de inseto presente na dieta das espécies de morcegos 40

em área urbana. As abundâncias refletem o número de leituras de cada MOTU 41

associada a ordem a cada 10000 leituras. Há variação significativa da composição da 42

dieta entre as espécies de morcego (R² = 0.21092, P = 0.001), porém não entre 43

estações (R² = 0.03472, P = 0.101). ......................................................................... 34 44

Figura 8. Redes de interação entre morcegos insetívoros e suas presas em área urbana em 45

período de chuva (A) e seca (B). Esferas pretas representam morcegos e esferas 46

vermelhas representam famílias de insetos. A espessura da linha indica a força da 47

interação morcego-inseto. As famílias de insetos comuns em períodos de seca e 48

chuva: 7-Carabidae, 13-Crambidae, 14-Culicidae, 16-Delphacidae, 17-49

Drosophilidae, 20-Formicidae, 25-Gyrinidae, 29-Liturgusidae, 30-Lycaenidae, 31-50

Lygaeidae, 32-Mantidae, 38-Noctuidae, 40-Nymphalidae, 42-Papilionidae, 50-51

Scarabaeidae, 54-Syrphidae, 56-Tephritidae, 59-Vespidae. As famílias encontradas 52

apenas no período de seca: 1-Alydidae, 2-Aphididae, 4-Batrachedridae, 5-53

Braconidae, 9-Cercopidae, 10-Chironomidae, 12-Chrysopidae, 19-Eucharitidae, 21-54

Gelechiidae, 22-Geometridae, 23-Geotrupidae, 26-Hesperiidae, 27-Hymenopodidae, 55

28-Limoniidae, 33-Mantispidae, 35-Miridae, 37-Nabidae, 44-Plutellidae, 45-56

Pyralidae, 46-Pyrrhocoridae, 47-Rhaphidophoridae, 48-Rhinotermitidae, 49-57

Sarcophagidae, 51-Sesiidae, 52-Staphylinidae, 57-Termitidae. As famílias 58

encontradas apenas no período de chuva: 3-Apidae, 6-Calliphoridae, 8-59

Cecidomyiidae, 11-Chrysomelidae, 15-Curculionidae, 18-Dytiscidae, 24-60

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Gracillariidae, 34-Membracidae, 36-Mycetophilidae, 39-Nolidae, 41-Oecophoridae, 61

43-Pentatomidae, 55-Tenebrionidae, 58-Tettigoniidae. ......................................... 36 62

Figura 9. Rede de interação bipartida relacionando morcegos insetívoros e suas presas em área 63

urbana em período de chuva. A espessura das barras cinzas corresponde à frequência 64

que cada família de inseto ocorre como item alimentar das espécies de morcego. 3-65

Apidae, 6-Calliphoridae, 7-Carabidae, 8-Cecidomyiidae, 11-Chrysomelidae, 13-66

Crambidae, 14-Culicidae, 15-Curculionidae, 16-Delphacidae, 17-Drosophilidae, 18-67

Dytiscidae, 20-Formicidae, 24-Gracillariidae, 25-Gyrinidae, 29-Liturgusidae, 30-68

Lycaenidae, 31-Lygaeidae, 32-Mantidae, 34-Membracidae, 36-Mycetophilidae, 38-69

Noctuidae, 39-Nolidae, 40-Nymphalidae, 41-Oecophoridae, 42-Papilionidae, 43-70

Pentatomidae, 50-Scarabaeidae, 54-Syrphidae, 55-Tenebrionidae, 56-Tephritidae, 71

58-Tettigoniidae, 59-Vespidae................................................................................ 37 72

Figura 10. Rede de interação bipartida relacionando morcegos insetívoros e suas presas em 73

área urbana em período de chuva. A espessura das barras cinzas corresponde à 74

frequência que cada família de inseto ocorre como item alimentar das espécies de 75

morcego. 1-Alydidae, 2-Aphididae, 4-Batrachedridae, 5-Braconidae, 7-Carabidae, 9-76

Cercopidae, 10-Chironomidae, 12-Chrysopidae, 13-Crambidae, 14-Culicidae, 16-77

Delphacidae, 17-Drosophilidae, 19-Eucharitidae, 20-Formicidae, 21-Gelechiidae, 78

22-Geometridae, 23-Geotrupidae, 25-Gyrinidae, 26-Hesperiidae, 27-79

Hymenopodidae, 28-Limoniidae, 29-Liturgusidae, 30-Lycaenidae, 31-Lygaeidae, 80

32-Mantidae, 33-Mantispidae, 35-Miridae, 37-Nabidae, 38-Noctuidae, 40-81

Nymphalidae, 42-Papilionidae, 44-Plutellidae, 45-Pyralidae, 46-Pyrrhocoridae, 47-82

Rhaphidophoridae, 48-Rhinotermitidae, 49-Sarcophagidae, 50-Scarabaeidae, 51-83

Sesiidae, 52-Staphylinidae, 54-Syrphidae, 56-Tephritidae, 57-Termitidae, 59-84

Vespidae.................................................................................................................. 38 85

86

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LISTA DE TABELAS 87

Tabela 1. Informações dos primers utilizados. Os símbolos usados no primer UEA6 designam 88

bases ambíguas nas sequências: R = A / G; W = A / T; N = A / C / G / T. As letras A 89

e B na primeira coluna representam primers que foram utilizados em par (forward e 90

reverse). Adaptado de Zhang & Hewitt (1997). ...................................................... 26 91

Tabela 2. Quantidade de indivíduos amostrados por espécie nas estações de seca e chuva, na 92

saída e volta do forrageio. ....................................................................................... 31 93

Tabela 3. Grau de especialização para cada espécie de morcego nas duas estações. ............. 35 94

Tabela 4. Métricas de rede da comunidade trófica. S = tamanho da rede; C = conectância; H2’ 95

= grau de especialização da comunidade; Mq = modularidade da rede.................. 35 96

Tabela 5. Relação de espécies-praga de insetos presente na dieta de morcegos insetívoros, suas 97

abundâncias relativas nas fezes e potenciais culturas afetadas. Cp = C. planirostris, 98

Ep = E. perotis, Hd = H. diaphanopterus, Mm = M. molossus, Nl = N. 99

laticaudatus.............................................................................................................. 39 100

Tabela S1. Relação de artrópodes presentes na dieta de Cynomops Planirostris (n=8). ........ 65 101

Tabela S2. Relação de artrópodes presentes na dieta de Histiotus diaphnopterus (n=12). .... 66 102

Tabela S3. Relação de artrópodes presentes na dieta de Nyctinomops laticaudatus (n=17). .. 67 103

Tabela S4. Relação de artrópodes presentes na dieta de Molossus molossus (n=6). .............. 69 104

Tabela S5. Relação de artrópodes presentes na dieta de Eumops perotis (n=6). .................... 70 105

Tabela S6. Importância específica das famílias de insetos como itens alimentars nas redes do 106

período de seca e chuva. ......................................................................................... 71 107

108

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ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS 109

BCI = Índice de Condição Corporal 110

C = Conectância 111

COI = Citocromo C Oxidase I 112

DF = Distrito Federal 113

DNA = Ácido Desoxirribonucleico 114

dNTP = Desoxirribonucleotídeos Fosfatados 115

H0 = Hipótese nula 116

H2’ = Grau de especialização da comunidade 117

Iij = Importância específica 118

ITV = Instituto Tecnológico Vale 119

LM = Modelo linear 120

MgCl2 = Cloreto de magnésio 121

Mq = Molaridade da rede 122

OTU = Unidade Taxonômica Operacional 123

pb = pares de base 124

PCR = Reação em Cadeia da Polimerase 125

PDOT = Plano Diretor de Ordenamento Territorial 126

RU = Restaurante Universitário 127

S = tamanho da rede 128

TBT = reagente aditivo formado por Trehalose, soro bovino de albumina (BSA) e 129

polisorbato-20 (Tween-20). 130

UnB = Universidade de Brasília 131

V = volts 132

µl = microlitro 133

ºC = graus Celsius 134

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RESUMO 135

Diversos vertebrados são afetados negativamente pela fragmentação e perda de habitat 136

resultante da urbanização, contudo algumas espécies toleram e até se beneficiam em hábitats 137

urbanos. Os morcegos são o grupo de mamíferos mais sinurbanos, sobretudo os insetívoros que 138

utilizam os espaços abertos consequentes da urbanização como habitat de forrageamento, 139

utilizando edificações como abrigos e se aproveitando da luz dos postes, que atraem insetos, 140

para forragear. Contudo, na região neotropical há uma lacuna no conhecimento da dieta de 141

morcegos insetívoros de área urbana. Por isso, este trabalho objetivou identificar a diversidade 142

de insetos presentes nas fezes de cinco espécies de morcegos insetívoros utilizando a técnica de 143

DNA metabarcoding. Avaliou também a diferença na diversidade e composição da dieta entre 144

períodos de seca e chuva e analisou a contribuição mínima do forrageio no peso dos indivíduos 145

por noite, refletindo na quantidade de dieta consumida. Foi realizada coleta individual das fezes 146

dos morcegos em campo e análises DNA metabarcoding em laboratório, a fim de comparar as 147

sequências obtidas com banco de dados genético. O índice de condição corporal dos indivíduos 148

é maior no período de seca. Há menor variação de famílias de insetos na dieta no período de 149

chuva em Nyctinomops planirostris, Molossus molossus e Histiotus diaphanopterus, indicando 150

maior seletividade de itens que na seca, determinado pela menor disponibilidade de recursos, 151

contudo, ao nível de ordem esta diferença não é observada, o que sugere que níveis superiores 152

de identificação taxonômica de insetos podem camuflar uma ampliação na composição da dieta, 153

que pode ser observada em níveis taxonômicos mais baixos. A espécie Cynomops planirostris, 154

ao contrário das demais espécies, ampliou sua dieta no período de chuva. Os morcegos urbanos 155

têm dieta variada composta principalmente de Lepidoptera, Diptera e Hemiptera com diferença 156

na composição entre as espécies. Há vários itens alimentares que são potenciais pragas 157

agrícolas, que sugerem que esses morcegos complementam suas dietas fora da área urbana ou 158

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que estas pragas agrícolas não encontram na área urbana um limitante para a sua distribuição. 159

Este é o primeiro estudo que avalia a dieta de morcegos insetívoros em área urbana com 160

abordagem DNA metabarcoding na região neotropical e o primeiro a descrever a dieta de 161

Histiotus diaphanopterus, Cynomops planirostris e Nyctinomops laticaudatus. Este tipo de 162

estudo é de suma importância em regiões inseridas em hotspots de biodiversidade que possuem 163

uma expansão rápida das cidades, uma vez que há um grande impacto dessas mudanças para 164

fauna silvestre. 165

Palavras-chave: metabarcoding; morcegos insetívoros; neotrópico; sazonalidade; 166

urbanização. 167

168

ABSTRACT 169

Several vertebrates are negatively affected by fragmentation and habitat loss resulting from 170

urbanization, but some species tolerate and even benefit from urban habitats. Bats are the group 171

of most sinurban mammals, especially insectivores that use the open spaces resulting from 172

urbanization as a foraging habitat, using buildings as shelters and taking advantage of the light 173

of the poles that attract insects to forage. However, in the neotropical region there is a gap in 174

the knowledge of the diet of urban insectivorous bats. Therefore, this study aimed to identify 175

the diversity of insects present in the feces of five species of insectivorous bats using the DNA 176

metabarcoding technique. It also evaluated the difference in diet diversity and composition 177

between periods of drought and rain and analyzed the minimum contribution of forage in the 178

weight of individuals per night, reflecting on the amount of diet consumed. Individual bat feces 179

were collected in the field and DNA metabarcoding analyzes were performed in the laboratory 180

in order to compare the sequences obtained with a genetic database. The Body Condition Index 181

(BCI) of individuals is higher during the dry season. There is less variation of insect families in 182

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the rainy season diet in Nyctinomops planirostris, Molossus molossus and Histiotus 183

diaphanopterus, indicating higher item selectivity than in drought, determined by the lower 184

availability of resources, however, at the level of order this difference is not observed. This 185

suggests that higher levels of insect taxonomic identification may camouflage an increase in 186

diet composition that can be observed at lower taxonomic levels. The species Cynomops 187

planirostris, unlike the other species, expanded its diet in the rainy season. Urban bats have a 188

varied diet composed mainly of Lepidoptera, Diptera and Hemiptera with difference in 189

composition between species. There are several food items that are potential agricultural pests, 190

which suggest that these bats supplement their diets outside the urban area or that these 191

agricultural pests do not find a limit to their distribution in the urban area. This is the first study 192

to evaluate the diet of insectivorous bats in urban areas with DNA metabarcoding approach in 193

the neotropical region and the first to describe the diet of Histiotus diaphanopterus, Cynomops 194

planirostris and Nyctinomops laticaudatus. This type of study is of paramount importance in 195

regions within biodiversity hotspots that have a rapid expansion of cities, as there is a large 196

impact of these changes on wildlife. 197

Keywords: metabarcoding; insectivorous bats; neotropic; seasonality; urbanization. 198

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INTRODUÇÃO 199

A urbanização é uma das principais formas de mudança no uso da terra e vem se 200

expandindo, especialmente no último século, com o aumento acelerado da população humana 201

(Miller & Hobbs, 2002). A população urbana mundial aumentou de 751 milhões em 1950 para 202

4,2 bilhões de pessoas em 2018 (UNPD, 2018). Esse aumento é impulsionado pelo crescimento 203

geral da população e pelo deslocamento daqueles que migram de regiões rurais (Grimm et al., 204

2008). Juntos, esses dois fatores projetam um acréscimo de 2,5 bilhões indivíduos na população 205

urbana mundial até 2050, com quase 90% deste crescimento ocorrendo na Ásia e na África 206

(Montgomery, 2008). Hoje, as regiões mais urbanizadas incluem a América do Norte (82%), 207

América Latina e Caribe (81%) e Europa (74%) (UNPD, 2018) e muitos desses ambientes com 208

crescente aumento da urbanização concentram hotspots de biodiversidade (Seto et al., 2012). 209

Essa modificação do ambiente caracterizada por grandes áreas de superfícies impermeáveis 210

(McKinney, 2002), alteram características que impactam a paisagem (Grimm et al., 2008), bem 211

como regiões rurais e áreas protegidas próximas (Pereira et al., 2010), o que resulta em uma 212

diminuição de área disponível para as espécies silvestres, que consequentemente contribui para 213

a redução da biodiversidade e uma homogeneização biótica (McKinney & Lockwood, 1999). 214

A urbanização pode suprimir algumas pressões seletivas como as variações temporais 215

de alimento, água e risco de predação (Shochat et al., 2006). Contudo, traz novos estressores 216

como barulho, toxinas e doenças associadas, que podem selecionar espécies ou alterar o 217

comportamento, a morfologia e a estrutura genética das populações (Shochat et al., 2006) 218

agindo como novas pressões seletivas. As espécies resistentes à tais pressões são espécies 219

tolerantes a áreas urbanas ou sinurbanas (Francis & Chadwick, 2012). As comunidades 220

formadas por essas espécies apresentam um padrão com alta dominância de indivíduos de 221

poucas espécies, gerando uma homogeneização biótica (McKinney, 2006). 222

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Historicamente, o maior número de estudos da presença de vida selvagem em área 223

urbana se concentra na Europa e nos Estados Unidos (EUA), provavelmente pelo fato dos 224

principais programas e atividades de monitoramento da vida selvagem urbana estarem presentes 225

nesses locais (Adams, 2005). Muitos desses estudos são com invertebrados, em especial os 226

artrópodes, bem estudados em áreas urbanas, e indicados como excelentes bioindicadores 227

(Jones & Leather, 2013). Entre os vertebrados, excetuando animais domésticos, uma variedade 228

de répteis, aves e mamíferos são visualizados em área urbana como os pombos, esquilos, 229

lagartos, pardais, corujas, guaxinins, periquitos, lagartixas, beija-flor, ratos, raposas, gambás, 230

saguis e morcegos (Adams, 1994). No entanto, muitos animais não conseguem persistir nas 231

áreas urbanas pois dependem de características de habitat que não existem nas cidades 232

(McKinney, 2002; Luniak, 2004). Fatores como o isolamento do habitat, concorrência de 233

espécies invasoras (McDonald et al., 2013), poluição (Isaksson, 2010), aumento das taxas de 234

infecção e parasitismo (Giraudeau et al., 2014) e redução no sucesso reprodutivo (Chamberlain 235

et al., 2009) contribuem para o declínio da diversidade da fauna nas cidades. Mudanças no 236

comportamento são observadas nas espécies persistentes (Ditchkoff et al., 2006) como por 237

exemplo, a alteração no tom do canto das aves em função da poluição sonora (Slabbekoorn & 238

Peet, 2003). 239

Os morcegos e os roedores são os grupos mais diversificados de mamíferos que 240

conseguem se adaptar a área urbana (Baker & Harris, 2007; Jung & Kalko, 2011). Na ordem 241

Chiroptera as espécies respondem diferentemente à urbanização, sendo algumas afetadas pela 242

perda ou fragmentação do habitat natural, ou pela poluição associada à urbanização, enquanto 243

outras toleram o habitat urbano, ou ainda são favorecidas pela diversidade de locais de 244

empoleiramento ou forrageamento (Russo & Ancilloto, 2015). Características como distância 245

de áreas verdes, padrões de voo, tipo e intensidade da iluminação pública (Gaisler et al., 1998; 246

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Jung & Kalko, 2011) resultam em um padrão de baixa riqueza de espécies e alta abundância de 247

espécies de morcegos tolerantes ou favorecidos pela urbanização (Krauel & LeBuhn, 2016). 248

A maioria dos estudos com morcegos em ambientes urbanos ocorrem em regiões 249

temperadas da Europa e América do Norte (Jung & Threlfall, 2016) e tratam da resposta 250

comportamental dos morcegos à urbanização (Gaisler et al., 1998; Dixon, 2012; Pearce & 251

Walters, 2012). São muitos estudos comparando a presença de morcegos em áreas iluminadas 252

e não iluminadas (Bartonicka & Zukal, 2003), em áreas industriais (Gaisler et al., 1998), ou 253

sobre o efeito dos parques urbanos nos morcegos (Kurta & Teramino, 1992; Fabianek et al., 254

2011; Park et al., 2012). A maioria desses estudos relata maior atividade e riqueza de espécies 255

de morcegos em áreas urbanizadas com vegetação remanescente ou grandes parques que 256

aumentam a complexidade da paisagem, habitats de forrageio e potenciais locais de abrigos 257

(Avila-Flores & Fenton, 2005). 258

Recentemente foi demonstrado que o uso do habitat por morcegos diminui nas áreas 259

urbanas quando comparadas as áreas naturais e que quanto maior o grau de urbanização, menor 260

é o uso do habitat (Jung & Threlfall 2016). A relação filogenética e a ecologia funcional dos 261

morcegos sozinhas não explicam a persistência das espécies em ambientes urbanos. Contudo, 262

verifica-se diferenças na resposta de morcegos ao processo de urbanização ao nível de família. 263

Enquanto as famílias Rhinolophidae e Mormoopidae tem uma resposta global negativa para a 264

urbanização, a resposta de todas as outras famílias é heterogênea, sendo Emballonuridae e 265

Vespertilionidae as famílias que demonstram maior adaptabilidade às áreas urbanas (Jung & 266

Threlfall, 2016). Na região neotropical a presença da família Molossidae é comum nos 267

ambientes urbanos (Avila-Flores & Fenton, 2005; Pacheco et al., 2010; Jung & Kalko, 2011) e 268

esses morcegos utilizam as edificações como abrigo, aproveitando os pontos de postes com luz 269

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para se alimentarem (Pacheco et al., 2010) e piscinas das residências para beber água (Nystrom 270

& Bennett, 2019). 271

Globalmente diversas ordens de insetos já foram observadas como presas de morcegos 272

nas áreas urbanas. Molossidae predam principalmente espécies de Lepidoptera (mariposas e 273

borboletas), Coleoptera (besouros), Hemiptera (percevejos, cigarras e cigarrinhas) e 274

Hymenoptera (formigas, abelhas e vespas) havendo presença considerável de Orthoptera na 275

dieta de algumas espécies (Freeman, 1979; Avila-Flores et al., 2002; Aspetsberger et al., 2003). 276

Vespertilionideos predam Diptera (mosquitos e moscas), Lepidoptera e Coleoptera (Sample & 277

Whitmo, 1993; Feldhamer et al., 1995; Vaughan, 1997). A maioria dos estudos com morcegos 278

insetívoros em área urbana tratam da identificação dos morcegos e seus padrões acústicos de 279

forrageio através da gravação de sua atividade utilizando bioacústica (por exemplo Avila-Flores 280

& Fenton, 2005; Rhodes & Catterall, 2008; Naidoo et al., 2011), poucos são os estudos que 281

avaliaram a dieta verificando seus itens alimentares. Para Molossidae de áreas urbanas já foi 282

verificada a dieta de Molossus ater, (Fenton et al., 1998), Mops leucostigma, Mormopterus 283

jugularis e Chaerephon pumilus (Andrianaivoarivelo et al., 2006). Para Vespertilionidae, 284

estudos com Myotis sodalis (Tuttle et al., 2006), Epitesicus fuscus, Lasiurus borealis 285

(Whittaker, 1972) e Nyctalus noctula (Kaňuch et al., 2005) avaliaram a dieta em áreas urbanas 286

do hemisfério norte. Para ambas as famílias de morcegos, os itens alimentares encontrados em 287

ambiente urbano, sempre ao nível de ordem, são os mesmos encontrados em outras áreas. No 288

sul da Bélgica, um estudo com o morcego vespertilionideo Eptesicus serotinus, observou, a 289

partir de análise visual das fezes, que não há diferença de dieta comparando-se áreas urbanas e 290

rurais, sendo verificada, assim como os demais estudos citados, a presença predominante de 291

Coleoptera, Diptera e Lepidoptera, dentre os quais, algumas pragas agrícolas sincronizadas com 292

o tempo das culturas, que diminuía a amplitude da dieta do morcegos (Kervyn & Libois, 2008). 293

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De fato, morcegos insetívoros podem atuar como controladores populacionais de pragas 294

agrícolas em ambientes rurais (Gándara et al., 2006; Aguiar & Antonini, 2008; Aizpurua et al., 295

2018), bem como controladores de vetores epidemiológicos em ambientes urbanos 296

(Ducummon, 2000; Reiskind & Wund, 2009), podendo assim prestar importantes serviços 297

ecossistêmicos relacionados ao controle de pragas e vetores de doenças (Aguiar et al., 2008; 298

Kunz et al., 2011). 299

Morcegos insetívoros possuem especializações para diferentes tipos de dieta, incluindo 300

adaptações no crânio (Freeman, 1979), na aerodinâmica do voo (Norberg & Rayner, 1987) e na 301

ecolocalização (Fenton et al., 1999). Esses morcegos gastam muito tempo na busca de alimento 302

e um tempo relativamente curto no manuseio da presa (Bell, 1982), maximizando o sucesso de 303

forrageio e ampliando sua dieta. No contexto geral, a amplitude do nicho trófico aumenta com 304

o tamanho do corpo para a maioria dos predadores (Rosenzweig, 1968; Hespenheide, 1971; 305

Werner, 1974). Isso ocorre porque predadores pequenos não conseguem consumir presas 306

grandes. Porém, o contrário é verdadeiro, o que possibilita a ampliação do nicho de animais 307

maiores. No entanto, essa argumentação não se sustenta para morcegos, pois o sistema de 308

detecção de presas de insetívoros aéreos torna presas pequenas indisponíveis para morcegos 309

maiores (Barclay & Brigham, 1991). 310

Uma forma interessante de apresentar as relações das presas e predadores (por exemplo, 311

diversidade de presas, especialização dos predadores e sobreposição de nicho trófico) é por 312

meio das redes de interação ecológica que também são empregadas em análises de interações 313

mutualísticas (como polinização e dispersão de sementes) e relações parasita-hospedeiro (Ings 314

et al., 2009). Proulx et al. (2005) define redes ecológicas como qualquer conjunto de unidades 315

(nós) potencialmente interagindo como um sistema (através de links) com outras unidades. As 316

diversas métricas que acompanham os estudos com redes de interação revelam propriedades da 317

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relação predador-presa, como o grau de especialização dos predadores e de sobreposição do 318

nicho trófico, e a importância de cada táxon de presa na dieta do predador (Mello et al, 2016), 319

podendo revelar no ambiente urbano, por exemplo, aumento de competição por sobreposição 320

de dieta. 321

Há, contudo, certa dificuldade em estudar morcegos insetívoros, principalmente quando 322

é necessário a captura dos indivíduos. Essa dificuldade ocorre pela utilização do método 323

tradicional de captura de morcegos com a utilização de redes de neblina. Como esses morcegos 324

voam alto e rápido, e têm facilidade de detectar a rede por ecolocalização (Kalko et al., 1996; 325

Fabian & Gregorin, 2007) é difícil a captura deles com redes geralmente dispostas em baixas 326

alturas. Uma forma de contornar essa limitação é a captura desses morcegos diretamente nos 327

abrigos, abrindo-se as redes de neblina logo à frente dos acessos, pois quando os morcegos 328

emergem dos refúgios, apresentam baixa mobilidade de voo, facilitando sua captura (Peters et 329

al. 2012). 330

Assim como a captura de morcegos pelo método tradicional não é fácil, avaliar a dieta 331

de morcegos também sempre foi bastante complexo. Estudos mais antigos utilizavam métodos 332

de identificação do conteúdo estomacal desses morcegos (Ross, 1967; Pine, 1969; Kunz, 1974, 333

Vestjens & Hall, 1977), mas devido às claras desvantagens desse método, incluindo a 334

necessidade de sacrificar o morcego, ele deixou de ser usado, não tendo sido encontrado 335

nenhum artigo após o ano 2000 contendo esse tipo de método. Outra forma de relacionar os 336

insetos presentes na dieta de morcegos é a análise fecal por identificação morfológica do 337

exoesqueleto das presas (Anthony & Kunz, 1977; Swift et al., 1985; Brigham & Fenton, 1991; 338

Aguiar & Antonini, 2008) ou ainda examinando restos de insetos descartados e encontrados 339

abaixo dos pousos de alimentação e no solo das colônias (Vestjens & Hall, 1977; LaVal & 340

LaVal, 1980; Jones, 1990). Contudo, esses métodos fornecem uma lista incompleta de insetos 341

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presentes na dieta desses morcegos, seja porque uma parcela desses insetos ingeridos é 342

eliminada em voo (Jones, 1990), seja pelo viés dos resultados para insetos de exoesqueleto 343

rígido, em detrimento dos insetos de corpo mole que são facilmente digeridos e dificilmente 344

identificados através das fezes (Robinson & Stebbings, 1993). Além disso, os métodos descritos 345

acima não podem ser utilizados eficazmente como avaliadores quantitativos de presas, apenas 346

qualitativos (Robinson & Stebbings, 1993). 347

Avanços das técnicas moleculares possibilitaram utilizar essa abordagem na 348

identificação de presas nas fezes em estudos de ecologia de morcegos insetívoros (Symondson, 349

2002; Claire et al., 2009). Duas dessas técnicas se destacam na identificação de táxons em 350

amostras ambientais: a metagenômica e o metabarcoding (Srivathsan et al., 2015). A 351

metagenômica possui um escopo mais amplo que trabalha com genomas inteiros ou grandes 352

porções genômicas, utilizada principalmente em estudos com procariotos (Chroneos, 2010), 353

enquanto o metabarcoding, é mais restrito, pois utiliza fragmentos selecionados de genes 354

marcadores que permitem a identificação da composição taxonômica das amostras. (Galhardo 355

et al., 2018). Este último é um método direcionado a fragmentos específicos, que geralmente 356

usa amplificação por Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) unida a sequenciamento de alto 357

rendimento de uma ou mais sequências marcadoras de DNA (barcoding) e assim permite que 358

as diferentes espécies em uma amostra sejam geneticamente diferenciadas (Epp et al., 2012). 359

Com morcegos insetívoros (Wickramasinghe et al., 2004; Galan et al., 2018) e hematófagos 360

(Bohmann et al., 2018), estas técnicas têm sido empregadas na avaliação da dieta (Bohmann et 361

al., 2011), criando uma relação de trechos de DNA que podem ser comparados com genomas 362

em bancos de dados (Zeale et al., 2011). 363

Dentro deste contexto, esta dissertação visa descrever a dieta de cinco espécies de 364

morcegos insetívoros, Histiotus diaphanopterus, Molossus molossus, Nyctinomops 365

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laticaudatus, Cynomops planirostris e Eumops perotis encontrados nas cidades de Brasília e 366

entorno e que utilizam edificações urbanas para se abrigar, para responder se: 367

1. A diferença entre o peso dos indivíduos antes e depois do forrageio seria maior em época de 368

chuva, em comparação com a seca? Logo, quanto mais alimento disponível, mais o morcego 369

comerá? Uma vez que no período de chuva várias espécies de insetos estão em seu período 370

reprodutivo e de revoada, aumentando em abundância essa oferta de alimento para os morcegos 371

(Araújo, 2013). 372

2. Por causa dessa maior abundância de insetos no período de chuva, haverá menor diversidade 373

de insetos nas fezes dos morcegos em comparação ao período de seca? Uma vez que na seca, 374

por ter menor oferta de alimentos, os insetos seriam predados com menos seletividade pelos 375

morcegos, que comem aquilo que está disponível (Akasaka et al., 2009; Anthony & Kunz, 376

1977; Fenton & Thomas, 1980; Hayes, 1997). 377

3. Será que no período de seca, seria esperado que os morcegos tivessem maior sobreposição 378

na dieta entre espécies em comparação com o período de chuva? Tendo em vista que em 379

períodos de chuva, devido a maior abundância de insetos, os morcegos poderão escolher as 380

presas, sendo mais seletivos (Akasaka et al., 2009; Anthony & Kunz, 1977; Fenton & Thomas, 381

1980; Hayes, 1997). 382

4. Será que os morcegos terão em sua alimentação, insetos de interesse epidemiológico, vetores 383

de doença e pragas agrícolas, desempenhando potencialmente serviço ecossistêmico para o ser 384

humano? 385

386

387

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Dieta de morcegos insetívoros urbanos sob uma abordagem DNA 388

metabarcoding 389

390

Resumo 391

A urbanização é uma das principais formas de mudança no uso da terra e vem se expandindo 392

com o aumento acelerado da população humana. No Cerrado, hotspot de biodiversidade, esta 393

expansão ocorre principalmente com a mudança da capital do país para o centro-oeste. Vários 394

animais toleram e até se beneficiam com áreas urbanizadas, como ocorre com alguns 395

morcegos insetívoros que utilizam os espaços abertos consequentes da urbanização como 396

habitat de forrageamento. Contudo, no neotrópico, região com maior diversidade de morcegos 397

e com crescente urbanização, há uma lacuna no conhecimento da dieta de morcegos 398

insetívoros em área urbana. Por isso, este trabalho teve como objetivo identificar os insetos 399

presentes nas fezes de cinco espécies de morcegos insetívoros utilizando DNA 400

metabarcoding. Foi realizada coleta individual das fezes dos morcegos em campo e análises 401

DNA metabarcoding em laboratório, a fim de comparar as sequências obtidas com banco de 402

dados genético. Dessa forma foi possível avaliar a diferença na diversidade de espécies e 403

composição da dieta dos morcegos comparando entre os períodos de seca e chuva. Foi 404

analisada a contribuição mínima do forrageio no peso dos indivíduos por noite, refletindo na 405

quantidade de alimento consumida. O índice de condição corporal dos indivíduos foi maior no 406

período de seca. Houve menor sobreposição e maior especialização na dieta dos morcegos 407

durante o período de chuva, indicando que os morcegos têm maior seletividade nos insetos 408

predados na chuva em comparação à seca. Contudo, esta diferença não é observada ao nível 409

de ordem. A dieta dos morcegos urbanos é diversificada e este estudo traz um maior 410

refinamento taxonômico dos itens alimentares ao nível de família e, quando possível, espécie, 411

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compreendidas principalmente dentro das ordens de insetos Lepidoptera, Diptera e 412

Hemiptera, com diferença na composição da dieta entre os morcegos. Este refinamento 413

permite a observação de padrões não percebidos em estudos que avaliam a dieta à níveis 414

taxonômicos maiores. Vários insetos predados são potenciais pragas agrícolas, que sugerem 415

ou que esses morcegos complementam suas dietas fora da área urbana, ou que a área urbana 416

não é barreira para esses insetos. A conservação de morcegos insetívoros em área urbana 417

garante o controle populacional de uma grande diversidade de insetos, descrevemos pela 418

primeira vez a dieta dos molossídeos Nyctinomops laticaudatus e Cynomops planirostris e do 419

vespertilionídeo Histiotus diphanopterus. 420

421

Palavras-chave: urbanização; neotrópico; morcegos insetívoros; sazonalidade; 422

metabarcoding. 423

424

Introdução 425

A expansão da urbanização no Cerrado vem ocorrendo desde a década de 1960 426

quando se mudou a capital do país para o centro-oeste (Chaveiro, 2010). No hemisfério norte, 427

o processo de urbanização afeta a distribuição e atividade dos morcegos (Jung & Threlfall, 428

2016), padrão que também é observado no neotrópico (Avila-Flores & Fenton, 2005; Siles et 429

al., 2005; Pacheco et al., 2010; Jung & Kalko, 2011), beneficiando, em especial, a atividade 430

dos morcegos insetívoros aéreos que utilizam os espaços abertos consequentes da urbanização 431

como habitat de forrageamento (Estrada-Villegas et al., 2010). 432

Alguns morcegos insetívoros neotropicais parecem tolerar e potencialmente se 433

beneficiam em grandes ambientes urbanos (Bredt & Uieda, 1996; Avila-Flores & Fenton, 434

2005), utilizando edificações como abrigo, aproveitando a luz dos postes para se alimentar 435

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(Pacheco et al., 2010) e piscinas residenciais para beber água (Nystrom & Bennet, 2019). 436

Destes, a família que mais se beneficia em áreas altamente urbanizadas no Neotrópico são os 437

Molossidae (Jung & Kalko, 2011; Avila-Flores & Fenton, 2005), diferente do padrão do 438

hemisfério norte, a qual as principais famílias encontradas em meio urbano são 439

Vespertilionidae e Emballonuridae (Jung & Threlfall, 2016). 440

No contexto global, já foi observada a presença de diversas ordens de insetos na dieta 441

de morcegos. Por exemplo, as espécies de Molossideae predam principalmente Lepidoptera 442

(mariposas e borboletas), Coleoptera (besouros), Hemiptera (percevejos, cigarras e 443

cigarrinhas) e Hymenoptera (formigas, abelhas e vespas) havendo, também, presença 444

considerável de Orthoptera na dieta de algumas espécies (Freeman, 1979; Avila-Flores et al., 445

2002; Aspetsberger et al., 2003). Já para Vespertilionidae, foram relatadas a presença de 446

Diptera (mosquitos e moscas), Lepidoptera e Coleoptera na dieta das espécies da família 447

(Sample & Whitmo, 1993; Feldhamer et al., 1995; Vaughan, 1997). Este mesmo padrão de 448

dieta foi encontrado em área urbana para Vespertilionidae (Tuttle et al., 2006; Kervyn & 449

Libois, 2008) e Mollosidae (Andrianaivoarivelo et al., 2006), sempre restringindo-se ao nível 450

de ordem. Em recente revisão Jung & Threlfall (2016) relacionam morcegos e áreas urbanas 451

(grande parte no hemisfério norte), contudo, poucos estudos avaliam os itens alimentares 452

presentes na dieta dos morcegos, restringindo-se a avaliar o padrão de forrageamento através 453

do método de bioacústica (por exemplo Avila-Flores & Fenton, 2005; Rhodes & Catterall, 454

2008; Naidoo et al., 2011) e não a dieta das espécies. 455

Embora a região neotropical apresente a maior riqueza de espécies de morcegos do 456

mundo (Nowak et al., 1994) poucos são os estudos que avaliam a dieta das espécies de 457

morcegos com ocorrência nas áreas urbanas nesta região (Fenton et al., 2006). E nenhum 458

utilizou técnicas moleculares como o DNA metabarcoding, que pode gerar listas mais 459

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completas de itens alimentares de morcegos (Wickramasinghe et al., 2004; Galan et al., 460

2018). É importante entender como a crescente urbanização afeta a atividade das espécies e o 461

quão bem as espécies silvestres toleram ou se beneficiam desses ambientes. A fim de 462

preencher a lacuna no conhecimento da dieta de morcegos insetívoros neotropicais de área 463

urbana, este trabalho procurou identificar a diversidade de insetos presentes nas fezes desses 464

morcegos, avaliar a diferença dessa diversidade e composição das famílias de insetos 465

presentes nas fezes entre períodos de seca e chuva e analisar a contribuição mínima do 466

forrageio no peso dos indivíduos por noite, refletindo na quantidade de dieta consumida. 467

Nesse estudo iremos descrever a dieta dos morcegos insetívoros Nyctinomops laticaudatus, 468

Cynomops planirostris, Molossus molossus e Eumops perotis (Mollosidae) e Histiotus 469

diaphanopterus (Vespertilionidae) que ocorrem na cidade de Brasília e nas cidades do entorno 470

Padre Bernardo e Valparaíso. Estas são regiões urbanas recentes que abrigam colônias 471

localizadas em construções com menos de 60 anos. Essas cidades são circundadas por 472

fragmentos de cerrado e áreas de agricultura, com clima bem demarcado com uma estação 473

seca e outra chuvosa (Eiten, 1972). 474

A fim de alcançar este objetivo e responder à pergunta “o que os morcegos insetívoros 475

comem nas áreas urbanas e qual o padrão sazonal de suas dietas na região neotropical?”, 476

testarei as seguintes hipóteses: 477

1. A diferença entre o peso dos indivíduos antes e depois do forrageio seria maior em época 478

de chuva, em comparação com a seca, já que no período de chuva, várias espécies de insetos 479

estão em seu período reprodutivo e em período de revoada, aumentando em abundância essa 480

oferta de alimento para os morcegos (Araújo, 2013). Logo, quanto mais alimento disponível, 481

mais o morcego comerá. 482

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2. No período de chuva seria esperado ter uma menor diversidade de insetos nas fezes dos 483

morcegos em comparação ao período de seca, pois haveria maior especialização dos 484

morcegos determinada pela ampla disponibilidade de recursos (Akasaka et al., 2009; Anthony 485

& Kunz, 1977; Fenton & Thomas, 1980; Hayes, 1997). 486

3. No período de seca, seria esperado que os morcegos tivessem maior sobreposição na dieta 487

entre espécies em comparação com o período de chuva, uma vez que em períodos de chuva, 488

devido a maior abundância de insetos, os morcegos poderão escolher as presas sendo mais 489

seletivos (Akasaka et al., 2009; Anthony & Kunz, 1977; Fenton & Thomas, 1980; Hayes, 490

1997). 491

4. Os morcegos terão, em sua alimentação, insetos de interesse epidemiológico, vetores de 492

doença e potenciais pragas agrícolas, portanto, desempenham serviços ecossistêmicos de 493

controle desses insetos, fundamental para o ser humano. 494

495

Material e Métodos 496

Área de estudo 497

Foram amostrados morcegos de cinco colônias encontradas na área urbana do Distrito 498

Federal e entorno, nas cidades de Brasília, Padre Bernardo e Valparaíso. O mapa do Plano 499

Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal – PDOT (Figura 1) foi utilizado para 500

determinar as áreas urbanas e dentro dessas, colônias de morcegos insetívoros foram 501

amostradas. A colônia de Nyctinomops laticaudatus estava abrigada no Restaurante 502

Universitário da Universidade de Brasília (15°45'51.6"S, 47°52'13.1"O); as colônias de 503

Cynomops planirostris e Molossus molossus ocorrem na quadra comercial 405 Sul, Brasília 504

(15°48'51.9"S, 47°53'23.4"O); Eumops perotis está situado na Cidade Jardins, Valparaíso-GO 505

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(16°03'18.4"S, 47°58'41.6"O); e a colônia de Histiotus diaphanopterus está abrigada no 506

Residencial Vendinha, Padre Bernardo-GO (15°37'12.9"S, 48°12'06.5"O). 507

Figura 1. Mapa do Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal (PDOT) que zoneia a 508

região em área urbana (amarelo), área rural (cinza) e área de preservação (verde). As estrelas marcam 509

as colônias: 1- Nyctinomops laticaudatus; 2- Cynomops planirostris e Molossus molossus; 3- Eumops 510

perotis; 4- Histiotus diaphanopterus. 511

512

Coleta de morcegos e fezes 513

Os morcegos e as fezes dos morcegos foram coletados durante três noites por colônia, 514

nos meses de março (período de chuva) e julho (período de seca) do ano de 2018. Redes de 515

neblina foram abertas na saída da colônia as 17h, a fim de capturar os morcegos saindo para 516

forragear. Em cada colônia as redes foram abertas de forma a aumentar as chances de captura 517

(Figura 2). Os locais de coleta durante as duas estações foram os mesmos. As coletas foram 518

feitas evitando a lua cheia (Ciechanowski et al., 2007), com o mesmo tipo de rede e esforço 519

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amostral entre as estações. Apenas na colônia de Eumops perotis a coleta ocorreu com puçá 520

(Figura 2-C e D) pela impossibilidade de utilizar as redes de neblina nos altos prédios. 521

522

523

Figura 2. Pontos de coleta com colônias de morcegos insetívoros em área urbana e suas peculiaridades 524

na forma de coleta. As setas apontam as entradas das colônias. A e B mostram as colônias de N. 525

laticaudatus e M. molossus, respectivamente, na dilatação de prédios da quadra comercial da 405 Sul, 526

Brasília. C mostra os prédios do residencial Cidade Jardins, em Valparaíso, entorno do DF. Nesta 527

colônia os morcegos da espécie E. perotis vivem no sótão dos prédios, mostrado em D e são capturados 528

com um puçá (representado na imagem). Repare na quantidade de fezes depositada no chão. E e F 529

mostram a entrada da colônia de N. laticaudatus nas dilatações do Restaurante Universitário (RU) da 530

Universidade de Brasília. Nas colônias do RU e na 405 Sul, os morcegos foram capturados com uma 531

rede de neblina presa a um aro (bambolê), a figura G mostra os morcegos presos a esta armadilha e em 532

A vemos a armadilha montada. Finalmente, H mostra o 1º andar de uma casa em reforma onde a espécie 533

H. diaphanopterus reside. Redes de neblina foram montadas em torno de toda o andar, de forma a 534

interceptar a saída e entrada dos morcegos, como mostra a imagem. Imagens do autor, com exceção da 535

figura C, pertencente a Alberto Brandão. 536

537

Todos os indivíduos capturados ao sair da colônia foram pesados e anilhados, a fim de 538

estabelecer a massa dos indivíduos antes do forrageio para posterior comparação com o 539

retorno. Os morcegos tiveram seus antebraços medidos para o cálculo do Índice de Condição 540

Corporal (BCI), uma forma de utilizar o peso balanceado pelo tamanho de cada indivíduo nas 541

análises. Após, os indivíduos foram soltos no local para forragear. No retorno para a colônia, 542

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houve nova captura dos indivíduos que foram pesados novamente após o forrageio e 543

acondicionados de 20 a 30 minutos para que pudesse defecar no saco de coleta antes de serem 544

soltos novamente. As fezes foram recolhidas e colocadas em tubos Eppendorf devidamente 545

etiquetados, com o cuidado necessário para não haver contaminação ou mistura da amostra de 546

um indivíduo para o outro, incluindo a esterilização da pinça com álcool e fogo de uma 547

amostra para outra. Foram anotados horário, dia, local, clima, espécie, número de anilha, sexo 548

e estado reprodutivo, bem como as medidas de antebraço, cabeça-corpo, tarso, cauda e orelha. 549

A massa corporal foi medida com Pesola e anotada, observando o lado da rede que o 550

indivíduo caiu para distinguir os que estavam saindo e entrando da colônia. Indivíduos 551

recapturados foram pesados para o registro das alterações de peso antes e depois do forrageio. 552

As fezes coletadas foram pesadas em balança de precisão, acondicionadas novamente nos 553

tubos e guardadas em freezer a -20 ºC (Figura 3). 554

555

Análise em Laboratório 556

Extração do DNA 557

A extração do DNA de insetos nas fezes coletadas foi realizada no laboratório de DNA 558

do Departamento de Zoologia - UnB. Uma vez que a coleta das fezes foi individual, foi 559

necessária a utilização de todo o material para extração que, para cada amostra, variou de 560

0,002-0,330 g de fezes. Os pellets foram cortados e macerados com auxílio de um bisturi 561

previamente esterilizado em etanol a 96% e fogo. Metade das extrações foram realizadas 562

utilizando o QIAamp DNA Stool Mini Kit de acordo com as instruções do fabricante, com as 563

modificações que Zeale et al. (2011) sugerem. A outra metade das extrações foram feitas com 564

a atualização do fabricante deste mesmo produto: QIAamp Fast DNA Stool Mini Kit, 565

seguindo o protocolo do fabricante. 566

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567

Figura 3. Esquema do passo-a-passo da análise por metabarcoding desde a coleta da amostra 568 ambiental até a comparação das sequências com o banco de dados de referência, os comandos 569 utilizados na bioinformática pertencem ao programa OBITools. 570

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Primers e Protocolo de PCR 571

As etapas de amplificação e purificação das amostras e preparação da biblioteca foram 572

realizadas no Instituto Tecnológico Vale (ITV), em Belém-PA. A amplificação do DNA das 573

fezes foi obtida utilizando dois pares de primers genéricos da região mitocondrial citocromo c 574

oxidase, subunidade I (COI): UEA3 e UEA4 que produzem uma amplificação de cerca de 575

370 pares de base (pb) e UEA5 e UEA6 que produzem uma amplificação de cerca de 350 pb 576

(Zhang & Hewitt, 1997) (Tabela 1). A PCR utilizou reações de 25 µl, onde cada reação 577

contou com 8 µl de amostra com DNA extraído, 5 µl de tampão (5x MyTaq™ Reaction 578

Buffer Colorless), 2 µl de MgCl2, 2 µl de cada primer, 0,125 µl de Taq Polimerase, 0,375 µl 579

de água ultrapura; 2 µl de dNTP e 5 µl do aditivo TBT . 580

581

Tabela 1. Informações dos primers utilizados. Os símbolos usados no primer UEA6 designam bases ambíguas nas

sequências: R = A / G; W = A / T; N = A / C / G / T. As letras A e B na primeira coluna representam primers que

foram utilizados em par (forward e reverse). Adaptado de Zhang & Hewitt (1997).

Sentido Nome

Comum

Nome

padrão

Tamanho

(bases) Sequência (5’ para 3’)

A

Forward UEA3 C1-J-1763 24 TATAGCATTCCCACGAATAAATAA

Reverse

UEA4

C1-N-2087

24

AATTTCGGTCAGTTAATAATATAG

B Forward UEA5 C1-J-2090 24 AGTTTTAGCAGGAGCAATTACTAT

Reverse UEA6 C1-N-2395d 29 TTAATWCCWGTWGGNACNGCAATRATTAT

582

A ciclização seguiu com o seguinte programa de ciclos: Desnaturação inicial a 95ºC por 583

5 minutos seguido por 35 ciclos de 95ºC por um minuto, 48ºC por um minuto e 72ºC por um 584

minuto e 30 segundos, seguido por uma extensão final de 7 minutos a 72ºC, estabilizando em 585

4ºC (Jardelino, 2019). Dois µl dos produtos da PCR foram visualizados através de corrida a 586

120 V durante 30 minutos em gel de agarose e corados com o uso do Sybr Safe® para 587

constatar o aparecimento das bandas amplificadas. As amostras no qual as bandas não foram 588

evidentes na eletroforese não seguiram para os próximos passos da análise. Finalmente, todas 589

as amostras foram duplamente purificadas com uma etapa de PCR curta entre elas, usando 590

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tags de oito bases acopladas as extremidades dos primers para individualizar cada amostra 591

em um modelo de biblioteca multiplexada, seguindo o protocolo 16S Metagenomic 592

sequencing library preparation (Illumina, 2013), recomendado para preparação de amostras 593

que serão sequenciadas em MiSeq. Em todas as etapas, uma amostra controle foi gerada para 594

visualizar possíveis efeitos de contaminação nas amplificações, este controle também passou 595

pela fase de multiplexação. 596

597

Sequenciamento 598

Uma verificação de qualidade de todos os amplicons foi realizada através de uma 599

quantificação da concentração de DNA nas amostras utilizando o Qubit® e quantificação do 600

tamanho do fragmento pelo TapeStation®. Após, os produtos de PCR marcados com as tags 601

foram agrupados em um pool de amostras. Os controles negativos, também marcados, foram 602

incluídos no pool quando detectado algum DNA pelo Qubit®. 603

O sequenciamento dos amplicons foi realizado pela plataforma Illumina MiSeq® do 604

Laboratório de Genética Humana e Médica, pertencente ao Instituto de Ciências Biológicas da 605

Universidade Federal do Pará. 606

607

Bioinformática 608

As análises bioinformáticas foram realizadas utilizando o pacote de software OBITools 609

(Boyer et al., 2016) utilizado em plataforma de sistema aberto. Após o download das 610

sequências e antes da utilização do pacote, foi necessária uma correção para devolver as tags 611

de identificação às extremidades das sequências (que retornaram no download separadas por 612

amostra), correção necessária para que as análises com o OBITools ocorressem, para isso foi 613

utilizado um script simples desenvolvido pela equipe do ITV. O comando illuminapairedend 614

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foi executado para emparelhar os pares de leitura (forward e reverse) em um fragmento 615

completo sobrepondo suas extremidades de leitura 3’. A Desmultiplexação e remoção de 616

primer foram feitos utilizando o comando ngsfilter. O comando obiuniq desreplicou as 617

leituras e atribui quantas repetições de cada leitura foram encontradas por amostra. Destas 618

sequências únicas, somente aquelas que aparecem com abundância mínima de dez repetições 619

foram mantidas, seguindo Shehzad et al. (2012) no seu estudo com leopardos e sendo um 620

pouco mais conservador que De Barba et al. (2014) em seu estudo com urso pardo e Kemp et 621

al. (2019) com morcegos, que utilizaram as repetições com abundância mínima de quatro e 622

cinco repetições, respectivamente. Esse filtro foi realizado com a função obigrep e teve como 623

objetivo eliminar singletons (sequências com uma repetição) e possíveis erros de PCR e/ou 624

sequenciamento. Esta mesma função auxilia na remoção de sequencias muito pequenas, uma 625

vez que o esperado são fragmentos de aproximadamente 350 e 370 pb. Um passo final e 626

refinado do pacote OBITools é o comando obiclean, que prima por corrigir erros pontuais em 627

produtos de PCR: substituição, inserção ou supressão de nucleotídeos através de comparação 628

dos fragmentos, gerando sequências mais abundantes que as consideradas errôneos. 629

Utilizando a fórmula R=Ae/Ao (onde Ae é a abundância da sequência errada e Ao, a 630

abundância da sequência original), qualquer sequência cujo R for menor que 0.5 foi 631

eliminada. A atribuição taxonômica foi dada a cada leitura a partir do algoritmo ecotag, 632

utilizando o banco de dados de referência do repositório EMBL, que inclui sequências de 633

diversos outros bancos de dados (Kulikova et al., 2004). A ecotag usa uma abordagem de 634

estrutura filogenética para atribuir unidades monofiléticas mais confiáveis às sequências, 635

otimizado para garantir o retorno de Unidades Taxonômica Operacional Moleculares (da sigla 636

em inglês MOTU’s). A maioria dos estudos de análise de dieta usa um limite de similaridade 637

de 97% para o agrupamento em MOTU’s, que é, de fato, o valor padrão da maioria dos 638

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algoritmos de agrupamento (Alberdi, 2018). Esse limiar é utilizado porque, em média, a 639

dissimilaridade mínima entre espécies para a maioria dos marcadores alvo de primers 640

metabarcoding, incluindo o COI, é de cerca de 3% (Hebert et al., 2003). 641

642

Análises de Redes de Interação 643

Uma análise de redes de interação foi feita relacionando os morcegos (predadores) e 644

famílias de insetos (presas). Uma matriz foi montada em planilha Excel, predadores 645

formavam a primeira linha e presas a primeira coluna. A porcentagem do número de 646

ocorrências de cada família de inseto em amostras de fezes para cada espécie de morcego foi 647

colocada nas células da matriz correspondente. Os gráficos de redes foram montados 648

utilizando o pacote bipartite no programa R e o programa Pajek. As métricas de redes 649

utilizadas neste estudo foram a conectância, o aninhamento, o grau de especialização e a 650

modularidade das redes, comparando-as entre estações. A conectância de uma rede é a 651

proporção de interações ocorridas em relação ao número de interações que seriam possíveis. 652

Redes bem conectadas são aquelas com a maior quantidade de caminhos possíveis entre seus 653

vértices. O aninhamento responde o quanto os morcegos com dieta mais restrita se alimentam 654

de um subconjunto dos insetos consumidos pelos morcegos com dieta mais ampla. O grau de 655

especialização de um morcego em uma rede ecológica bipartida é dado pela combinação entre 656

a frequência com que ele interage com diferentes insetos em relação à frequência de interação 657

desses insetos com outros morcegos. A modularidade indica se dentro da rede há 658

subconjuntos coesos de interações formando módulos (Mello et al., 2016). 659

660

661

662

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Análises Estatísticas 663

Foi gerada uma lista de itens presentes na dieta de cada espécie de morcego estudada, 664

respeitando a compatibilidade do índice de identidade retornado pelo algoritmo ecotag ao 665

maior nível taxonômico possível de ser estimado, sendo o mínimo de 97% para espécie, 95% 666

para gênero, 90% para família e 85% para ordem (Elbrecht et al., 2017). As curvas de 667

acumulação de presas ao nível de família foram construídas utilizando a função “specaccum” 668

do pacote vegan no programa R. O Índice de Condição Corporal (Body Condition Index) é o 669

cálculo da massa corporal (g) dividida pelo comprimento do antebraço (mm), que indica a 670

quantidade de reservas metabólicas de cada indivíduo (Green, 2001; Amaral et al., 2016). O 671

valor deste índice propõe que diferentes indivíduos com tamanho do antebraço idênticos, 672

terão suas massas representando diferentes níveis de reserva energética entre eles (Speakman 673

& Racey, 1986). Para avaliar quanto o morcego absorveu do alimento mais o que está no trato 674

digestório, quando comparado indivíduos saindo e retornando às colônias foi utilizado o BCI 675

(Green, 2001). Para cada espécie, o BCI foi comparado entre estações e entre saída e volta do 676

forrageio para testar o ganho de peso dos indivíduos da população. Foram utilizados modelos 677

lineares (LM) para verificar se a condição corporal diferiu entre as estações, entre a direção 678

do indivíduo (saída ou entrada da colônia) e entre os sexos. Um teste T com amostras 679

pareadas verificou se houve diferença no valor da massa corporal dos morcegos entre a ida e 680

volta do forrageio para os indivíduos que foram recapturados na mesma noite. 681

A diversidade na dieta foi calculada pelo índice de Shannon e a comparação das 682

diversidades entre estações para cada espécie foi realizado por um modelo linear (LM) em 683

plataforma R. A comparação da composição da dieta ao nível de família e ordem, entre 684

estações e entre espécies de morcego, foi realizada pela função adonis do pacote vegan em 685

plataforma R. 686

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Resultados 687

Foram capturados 175 morcegos nas colônias amostradas (Tabela 2). Foi verificada a 688

diferença entre o peso antes e depois do forrageio dos indivíduos das espécies Histiotus 689

diaphanopterus e Nyctinomops laticaudatus. Não foi constatada correlação significativa do 690

BCI com o sexo dos indivíduos em nenhuma espécie. Com o modelo linear foi observada 691

correlação significativa do BCI entre estações para H. diaphanopterus (b = 0.037696; R² = 692

0.2396; P = 0.00135) e N. laticaudatus (b = 0.020287; R² = 0.1689; P = 0.00811), mostrando 693

que na seca há um maior ganho significativo de peso para ambas as espécies (Figura 4). Não 694

houve diferença significativa entre o BCI dos indivíduos saindo e voltando da colônia (H. 695

diaphanopterus: b = 0.018721, R² = 0.2396, P = 0.10467; N. laticaudatus: b = 0.008353, R² = 696

0.1689, P = 0.31966). As comparações de peso dos indivíduos antes e depois do forrageio 697

para as espécies N. laticaudatus (t = -1.4595; df = 9; P = 0.1784) e H. diaphanopterus (t = -698

2.9124; df = 10; P = 0.0155) não apresentaram valor significativo (Figura 5). 699

700 Tabela 2. Quantidade de indivíduos amostrados por espécie nas estações de seca e chuva, na saída e volta do

forrageio.

Espécie Seca Chuva Total de

captura Saída Volta % recaptura Saída Volta % recaptura

Nyctinomops laticaudatus 21 16 28.57 22 13 19.05 72

Histiotus diaphanopterus 12 8 25.00 16 10 50.00 46

Cynomops planirostris 4 6 0.00 13 5 23.07 28

Eumops perotis 1 1 0.00 7 5 14.28 14

Molossus molossus 5 0 0.00 3 7 10.00 15

701

Nas explorações dos dados de BCI foi observado um outlier, retirado por se 702

desvencilhar muito da distribuição, podendo se tratar de um erro. Dos indivíduos coletados, 703

amostras de fezes de 78 indivíduos variaram de um a nove pellets por eppendorf. Destas, 38 704

amostras foram sequenciadas para os primers UEA3 e UEA4, e 45 para os primers UEA5 e 705

UEA6. Esses resultaram em relações dos táxons encontrados nas fezes destes morcegos para 706

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cada espécie (Apêndices: Tabelas S1 a S5). As curvas de acumulação de presas ao nível de 707

família (Figura 6) não chegam à assíntota para nenhuma das espécies de morcego. 708

709

710

Figura 4. Comparação do BCI da saída (cinza escuro) e volta (cinza claro) dos indivíduos das colônias 711

em cada uma das estações (chuva e seca) nas populações de N. laticaudatus (A) e H. diaphanopterus 712

(B). BCI entre estações para N. laticaudatus (b = 0.020287; R² = 0.1689; P = 0.00811) e H. 713

diaphanopterus (b = 0.037696; R² = 0.2396; P = 0.00135). Não houve diferença significativa entre o 714

BCI dos indivíduos de ambas as espécies entre a saída e retorno à colônia (N. laticaudatus: b = 0.008353, 715

R² = 0.1689, P = 0.31966; H. diaphanopterus: b = 0.018721, R² = 0.2396, P = 0.10467). 716

717

Para as análises comparativas de dieta entre estações, a espécie E. perotis foi retirada, 718

pois o único espécime capturado em época de chuva não defecou quando coletado. 719

Comparando a diversidade (ao nível de família dos insetos) da dieta de cada umas das 720

espécies de morcegos entre estações, não houve diferença significativa (H. diaphanopterus: b 721

= 0.1181, R² = 0.01935, P = 0.6834; C. planirostris: b = -0.3648, R² = 0.1713, P = 0.30806; 722

N. laticaudatus: b = -0.1109, R² = 0.01061, P = 0.6940; M. molossus: b = 0.08595, R² = 723

0.008127, P = 0.865). No entanto, a composição da dieta entre espécies de morcegos (R² = 724

0.16345, df = 4, P = 0.001) e entre estações (R² = 0.04159, df = 1, P = 0.001) variou 725

A

B

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33

significativamente ao nível de família de insetos. Já quando comparamos a composição da 726

dieta ao nível de ordem (Figura 7), há variação entre as espécies de morcego (R² = 0.21092, df 727

= 3, P = 0.001), porém não é encontrado diferença significativa entre estações (R² = 0.03472, 728

df = 1, P = 0.101). 729

730

N. laticaudatus H. diaphanopterus 731

A B 732

733

734

735

Figura 5. Comparação do peso dos indivíduos entre ida ou volta do forrageio. Não houve valor 736

significativas entre as variáveis em nenhuma das espécies. Nyctinomops laticaudatus (A) (t = -1.4595; 737

df = 9; P = 0.1784) e Histiotus diaphanopterus (B) (t = -2.9124; df = 10; P = 0.0155). 738

739

740

Figura 6. Curvas de acumulação de presas ao nível de família presentes na dieta de morcegos. 741

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34

A espécie de mariposa Spodoptera frugiperda (lagarta-do-cartucho), principal praga 742

agrícola em cultura de milho e presente em outras diversas culturas agrícolas (Sparks, 1979; 743

Buntin, 1986; Busato et al., 2002; Cruz, 2002; Yu et al., 2003; Farias et al., 2014) esteve 744

presente nas fezes de todos os morcegos. Essa e outras pragas agrícolas encontradas como 745

presas na dieta dos morcegos estão compiladas na Tabela 5. Na dieta de Molossus molossus 746

foi encontrado a espécie de mosquito Culex declarator, conhecido como vetor epidemiológico 747

de encefalite e dirofilariose, sobretudo na Amazônia (Vasconcelos et al., 1991; Labarthe et 748

al., 1998). 749

750

Figura 7. Abundância relativa das ordens de inseto presente na dieta das espécies de morcegos em 751

área urbana. As abundâncias refletem o número de leituras de cada MOTU associada a ordem a cada 752

10000 leituras. Há variação significativa da composição da dieta entre as espécies de morcego (R² = 753

0.21092, P = 0.001), porém não entre estações (R² = 0.03472, P = 0.101). 754

755

Na análise das redes de interação entre predadores e suas presas, observamos que no 756

período de seca, as espécies de morcego tendem a ampliar o número de famílias de insetos 757

presentes na dieta, com exceção de C. planirostris que possui um padrão contrário, ampliando 758

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35

o número de famílias de insetos presentes na dieta no período de chuva (Figuras 10). Por 759

consequência, a métrica de especialização da rede mostra que as espécies representadas na 760

rede no período de chuva são significativamente mais especializadas que as espécies no 761

período de seca (Tabela 4). No período de chuva, a espécie mais especializada é H. 762

diaphanopterus, enquanto no período de seca é C. planirostris, que apresenta um padrão de 763

especialização diferente das demais espécies, sendo pouco especializada na chuva (Tabela 3; 764

Figura 8). 765

766

Tabela 3. Grau de especialização para cada espécie de morcego nas duas estações.

H. diaphanopterus N. laticaudatus M. molossus C. planirostris

Seca 0.679 0.319 0.503 0.818

Chuva 0.789 0.425 0.619 0.742

767

A maior rede, mais conectada e com maior grau médio se apresenta no período de seca 768

(Tabela 4). As redes, nas duas estações, apresentam baixa modularidade, com diferença não 769

significativa. Na época de seca, as famílias de insetos com maior importância específica 770

dentro da rede são Noctuidae, pertencente a ordem Lepidoptera (Iij = 0.503) e Alydidae, 771

pertencente a ordem Hemiptera (Iij = 0.455). Já em época de chuva, as famílias mais 772

importantes são Lygaeidae, ordem Hemiptera (Iij = 0.411) e Culicidae, ordem Diptera (Iij = 773

0.371). Uma lista com a importância específica de cada presa na dieta dos morcegos nas duas 774

estações é apresentada nos Apêndices (Tabela S6). 775

776

Tabela 4. Métricas de rede da comunidade trófica. S = tamanho da rede; C = conectância;

H2’ = grau de especialização da comunidade; Mq = modularidade da rede.

Grau médio S C H2’ Mq

Seca 2.19 48 0.293 0.58 0.45

Chuva 1.45 36 0.194 0.64 0.47

P - - - 0.001 0.595

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36

777

778

Figura 8. Redes de interação entre morcegos insetívoros e suas presas em área urbana em período de 779 chuva (A) e seca (B). Esferas pretas representam morcegos e esferas vermelhas representam famílias 780 de insetos. A espessura da linha indica a força da interação morcego-inseto. As famílias de insetos 781 comuns em períodos de seca e chuva: 7-Carabidae, 13-Crambidae, 14-Culicidae, 16-Delphacidae, 17-782 Drosophilidae, 20-Formicidae, 25-Gyrinidae, 29-Liturgusidae, 30-Lycaenidae, 31-Lygaeidae, 32-783 Mantidae, 38-Noctuidae, 40-Nymphalidae, 42-Papilionidae, 50-Scarabaeidae, 54-Syrphidae, 56-784 Tephritidae, 59-Vespidae. As famílias encontradas apenas no período de seca: 1-Alydidae, 2-785 Aphididae, 4-Batrachedridae, 5-Braconidae, 9-Cercopidae, 10-Chironomidae, 12-Chrysopidae, 19-786 Eucharitidae, 21-Gelechiidae, 22-Geometridae, 23-Geotrupidae, 26-Hesperiidae, 27-Hymenopodidae, 787

A

B

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37

28-Limoniidae, 33-Mantispidae, 35-Miridae, 37-Nabidae, 44-Plutellidae, 45-Pyralidae, 46-788 Pyrrhocoridae, 47-Rhaphidophoridae, 48-Rhinotermitidae, 49-Sarcophagidae, 51-Sesiidae, 52-789 Staphylinidae, 57-Termitidae. As famílias encontradas apenas no período de chuva: 3-Apidae, 6-790 Calliphoridae, 8-Cecidomyiidae, 11-Chrysomelidae, 15-Curculionidae, 18-Dytiscidae, 24-791 Gracillariidae, 34-Membracidae, 36-Mycetophilidae, 39-Nolidae, 41-Oecophoridae, 43-Pentatomidae, 792 55-Tenebrionidae, 58-Tettigoniidae. 793 794

795

Figura 9. Rede de interação bipartida relacionando morcegos insetívoros e suas presas em área urbana 796

em período de chuva. A espessura das barras cinzas corresponde à frequência que cada família de inseto 797

ocorre como item alimentar das espécies de morcego. 3-Apidae, 6-Calliphoridae, 7-Carabidae, 8-798

Cecidomyiidae, 11-Chrysomelidae, 13-Crambidae, 14-Culicidae, 15-Curculionidae, 16-Delphacidae, 799

17-Drosophilidae, 18-Dytiscidae, 20-Formicidae, 24-Gracillariidae, 25-Gyrinidae, 29-Liturgusidae, 30-800

Lycaenidae, 31-Lygaeidae, 32-Mantidae, 34-Membracidae, 36-Mycetophilidae, 38-Noctuidae, 39-801

Nolidae, 40-Nymphalidae, 41-Oecophoridae, 42-Papilionidae, 43-Pentatomidae, 50-Scarabaeidae, 54-802

Syrphidae, 55-Tenebrionidae, 56-Tephritidae, 58-Tettigoniidae, 59-Vespidae. 803

804

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38

805

Figura 10. Rede de interação bipartida relacionando morcegos insetívoros e suas presas em área urbana 806

em período de seca. A espessura das barras cinzas corresponde à frequência que cada família de inseto 807

ocorre como item alimentar das espécies de morcego. 1-Alydidae, 2-Aphididae, 4-Batrachedridae, 5-808

Braconidae, 7-Carabidae, 9-Cercopidae, 10-Chironomidae, 12-Chrysopidae, 13-Crambidae, 14-809

Culicidae, 16-Delphacidae, 17-Drosophilidae, 19-Eucharitidae, 20-Formicidae, 21-Gelechiidae, 22-810

Geometridae, 23-Geotrupidae, 25-Gyrinidae, 26-Hesperiidae, 27-Hymenopodidae, 28-Limoniidae, 29-811

Liturgusidae, 30-Lycaenidae, 31-Lygaeidae, 32-Mantidae, 33-Mantispidae, 35-Miridae, 37-Nabidae, 812

38-Noctuidae, 40-Nymphalidae, 42-Papilionidae, 44-Plutellidae, 45-Pyralidae, 46-Pyrrhocoridae, 47-813

Rhaphidophoridae, 48-Rhinotermitidae, 49-Sarcophagidae, 50-Scarabaeidae, 51-Sesiidae, 52-814

Staphylinidae, 54-Syrphidae, 56-Tephritidae, 57-Termitidae, 59-Vespidae 815

816

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Tabela 5. Relação de espécies-praga de insetos presente na dieta de morcegos insetívoros, suas

abundâncias relativas nas fezes e potenciais culturas afetadas. Cp = C. planirostris, Ep = E. perotis,

Hd = H. diaphanopterus, Mm = M. molossus, Nl = N. laticaudatus.

Espécie praga Predador

(abundância%*)

Culturas

afetadas Referência

Hemiptera

Neomegalotomus parvus

Mm (2.87)

Cp (0.18)

Nl (3.26)

Feijão; soja;

arroz

Ventura et al., 2000;

Ventura & Panizzi, 2003.

Rhopalosiphum padi Nl (0.04) Aveia; trigo. Ronquim et al., 2004.

Lepidoptera

Diatraea saccharalis Hd (0.01) Cana-de-açúcar;

milho. Botelho, 1992; Cruz, 2007;

Elasmopalpus lignosellus Nl (5.88)

Trigo; feijão-de-

corda; soja;

milho; arroz.

Gassen, 1984; Viana &

Costa, 1995; Hoffmann-

Campo et al., 2000; Martins

et al., 2009.

Elaphria agrotina Mm (9.10)

Hd (1.06) Soja; milho.

Specht et al., 2014; Specht

et al., 2019.

Feltia jaculifera Hd (0.25) Soja.

Muredzi, 2013.

Helicoverpa zea Hd (0.05)

Ep (0.23) Milho. Matrangolo et al., 1998.

Pyrausta panopealis Nl (0.05) Hortelã;

manjericão. Cochagne & Eusebio, 2017.

Spodoptera eridania Mm (0.12) Soja; algodão;

alfafa.

Hichings & Rabinovich

1974; Michereff‐Filho et

al., 2008; Santos et al.,

2010; Bortolotto et al.,

2014; Montezano et al.,

2014.

Spodoptera frugiperda

Mm (16.20)

Hd (12.40)

Nl (3.48)

Ep (0.22)

Cp (0.05)

Soja; milho;

algodão; arroz;

amendoim;

sorgo; feijão-

fradinho.

Sparks, 1979; Buntin, 1986;

Busato et al., 2002; Cruz,

2002; Yu et al., 2003;

Farias et al., 2014;

Plutella xylostella Nl (0.50)

Repolho; couve-

flor; brócolis;

canola.

Zalucki et al., 2012.

*Abundância relativa média de leituras por 10000 leituras. 817

818

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40

Discussão 819

Embora não tenha havido diferença significativa entre o peso dos indivíduos na saída e 820

no retorno do forrageio, foi observado que os indivíduos das colônias de H. diaphanopterus e 821

N. laticaudatus estão com BCI maior em período de seca, em comparação ao período de 822

chuva, o que reflete também uma maior massa corporal dos indivíduos nesta estação, que é o 823

contrário do esperado para a primeira hipótese. Talvez isso ocorra porque no período de seca 824

há a necessidade de acumular mais reserva energética do que no período de chuva, uma vez 825

que na chuva há maior probabilidade de encontrar presas portanto, é possível forragear sem a 826

necessidade de estocar reservas. 827

A diferença não significativa entre o peso dos indivíduos que saem e chegam das 828

colônias provavelmente se deu pela característica peculiar da digestão e liberação de fezes 829

desse grupo. Ao voltar para a colônia, o morcego não porta em seu trato digestório todos os 830

alimentos consumidos durante a noite. Esses animais possuem a digestão muito rápida 831

(Buchler, 1975; Staliński, 1994), o que gera fezes que são liberadas em pleno voo ou em 832

momentos de pouso, ou seja, apenas a parte absorvida e o alimento recém consumido 833

permanecem no organismo dos morcegos no retorno à colônia, o que gera qualquer estimativa 834

quantitativa de consumo de insetos subestimada. 835

A literatura identifica vários fatores que podem explicar os diferentes padrões de 836

abundância e diversidade observados nas dietas dos quirópteros insetívoros. Alguns sugerem 837

acreditam que os morcegos possuem uma preferência alimentar determinada pela 838

disponibilidade e abundância dos insetos presentes no ambiente, ou seja, quanto mais 839

abundante (ou em períodos mais abundantes) maior será a seletividade e/ou especialização na 840

dieta (Agosta et al. 2003; Akasaka et al. 2009; Anthony & Kunz 1977; Fenton & Thomas 841

1980; Hayes 1997). Um outro ponto de vista, não excludente, diz que há um esforço temporal 842

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ou espacial associado à estrutura morfológica dos morcegos para evitar sobreposição de 843

forrageio com outras espécies de morcegos (Aldridge & Rautenbach, 1987; Kunz, 1973; 844

Militão, 2017). Há estudos, ainda, que correlacionam uma dieta mais especializada ao estado 845

crítico do estado de conservação da espécie de morcego (Boyles & Storm, 2007). Nas áreas 846

urbanas, a iluminação pública age positivamente para o forrageio dos morcegos insetívoros, 847

pois permite maior concentração dos insetos próximos aos postes de luz (Blake et al., 1994; 848

Rydell & Racey, 1995), o que pode, também, interferir na dieta. 849

Neste estudo, observamos que no período de seca, a dieta dos morcegos ampliou em 850

número de famílias de insetos predados em comparação ao período de chuva, com exceção de 851

C. planirostris. Esse padrão observado pode ser explicado pela maior seleção de presas por 852

morcegos das espécies H. diaphanopterus, N. laticaudatus e M. molossus em período de 853

chuva, guiado pela disponibilidade de recursos, o que corrobora a segunda hipótese. Embora 854

não observemos diferença significativa da diversidade da dieta entre estações, observamos 855

diferença na composição ao nível de família, mostrando que entre as estações, há uma 856

diferença dos itens alimentares presentes na dieta. Essa diferença não é observada quando 857

comparado a dieta entre estações ao nível de ordem, o que sugere que níveis superiores de 858

identificação taxonômica de insetos podem camuflar uma ampliação na composição da dieta, 859

que só pode ser observada em níveis taxonômicos mais baixos, portanto, é recomendado a 860

utilização de técnicas que tragam maior refinamento à análise de dietas animais, como o DNA 861

metabarcoding, a fim de observar padrões que poderiam não ser observados analisando 862

exoesqueletos de fezes ou outra técnica de análise visual. 863

Para C. planirostris, a ampliação da dieta em número de famílias de insetos ocorreu no 864

período de chuva, enquanto a especialização foi observada na seca, o que pode estar associado 865

a um comportamento de forrageio diferenciado nessa espécie. No momento da coleta dos 866

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indivíduos foi observado que o tempo entre a saída e o retorno do forrageio foi muito curto 867

(cerca de uma hora) para esta espécie, o que sugere que C. planirostris não voa longas 868

distâncias para forragear. Para as demais espécies, o retorno ao abrigo só ocorria no fim da 869

madrugada. Esse comportamento pode refletir nos itens alimentares de C. planirostris que são 870

diferentes daqueles observados nas demais espécies (Figura 7). Vieses amostrais também 871

podem ter influenciado nesse padrão, pois no período de seca, houve um baixo número de 872

amostras de fezes destes indivíduos (n=2). É possível que, com o aumento amostral, 873

encontrássemos um maior número de insetos na dieta semelhante ao encontrado para as 874

demais espécies. 875

Mesmo em período de chuva, momento que a dieta é mais especializada, foi observada 876

uma diversidade muito maior de táxons encontrados nas fezes dos morcegos insetívoros 877

utilizando metabarcoding, em comparação àqueles estudos que analisam visualmente os 878

restos de exoesqueleto. Isso pode se dar por um viés que existe na amostragem visual da dieta, 879

sendo encontrada mais facilmente regiões duras e seus táxons associados, em contraponto a 880

insetos com um teor maior de regiões moles. Portanto, recomenda-se que estudos de dieta, 881

inclusive para outros predadores, sejam realizados utilizando métodos de sequenciamento de 882

próxima geração para resultados mais completos. Coleoptera, por exemplo, que é 883

classicamente um dos itens alimentares predominantes na dieta desses morcegos, teve uma 884

baixa abundância neste estudo e em outros que utilizam metabarcoding (Aizpurua et al., 885

2018; Galan et al., 2018). Esta baixa abundância também pode estar associada a alta 886

variabilidade da região amplificada (COI) em Coleopteros, que pode mascarar sinais 887

filogenéticos, sobretudo em níveis taxonômicos superiores (Howland & Hewitt, 1995; Zhang 888

& Hewitt, 1997). 889

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Em nenhuma das espécies de morcegos vimos uma assíntota na curva de acumulação de 890

famílias de insetos associadas às fezes (Figura 6). Logo, qualquer relação de insetos pode 891

ainda ser considerada uma subamostra do real potencial de composição da dieta desses 892

morcegos. 893

Nas redes de interação representando o período de seca, mais famílias de presas estão 894

presentes no centro da rede, ou seja, diferentes morcegos estão sobrepondo insetos 895

consumidos tornando a rede mais conectada. Isso está associado a menor disponibilidade de 896

insetos nessa estação (Silva et al., 2011) e, também por causa disso, mais links são feitos entre 897

predador e presas, tendo os morcegos que ampliar o número de famílias de insetos presentes 898

na dieta, tornando a rede maior e mais conectada. Já no período de chuva, há um menor 899

número de links e uma menor sobreposição de dieta, uma vez que os morcegos tendem a 900

selecionar melhor suas presas. Essa observação corrobora a terceira hipótese que previa 901

menos sobreposição da dieta dos morcegos no período de seca e maior especialização no 902

período de chuva, o que pode diminuir a competição por um mesmo recurso entre as espécies 903

de morcegos na estação chuvosa. 904

É interessante observar que as famílias de insetos estatisticamente mais importantes 905

para as redes em ambas estações, são aquelas que possuem um maior número de links com 906

diferentes espécies de morcegos, aparecendo no centro da rede. Possivelmente refletindo nas 907

famílias de insetos mais abundantes nos locais de forrageio, nas respectivas estações. No 908

período de seca, por exemplo, a família de insetos mais importante para a rede foi a 909

Noctuidae, conhecida por possuir espécies-praga de algumas plantações. A abundância das 910

espécies dessa família está sincronizada com a época de plantio de algumas culturas (Barros 911

et al., 2010), aumentando sua disponibilidade como alimento para os morcegos. 912

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Não conseguimos observar um padrão de modularidade nas redes, contudo, quando 913

comparamos os itens presentes na dieta entre as espécies de morcegos, seja ao nível de família 914

(Figuras 9 e 10) ou ordem (Figura 7) vemos a existência de complementariedade na dieta 915

desses morcegos, provavelmente devido a estratégia de segregação de nicho alimentar, 916

evidenciando a inexistência de espécie-chave para a supressão de insetos de maneira 917

generalizada, necessitando de uma maior diversidade de morcegos para abranger o controle 918

populacional de mais táxons de insetos. 919

Também é interessante o registro do aparecimento de insetos de interesse agrícola na 920

dieta dos morcegos, ainda que na área urbana, o que surpreendeu, uma vez que era esperado 921

um maior número de insetos de interesse epidemiológico nesse tipo de habitat, pois em áreas 922

urbanas esses insetos são abundantes (Robinson, 1996; Zurek & Gorham, 2008), tendo sido 923

encontrado apenas Culex declarator na dieta de M. molossus, inseto vetor de encefalite e 924

dirofilariose. A presença destas potenciais pragas de uma série de culturas (Tabela 5) pode 925

levantar o questionamento de até onde os morcegos se deslocam para forragear. Próximo às 926

cidades estudadas é possível encontrar culturas agrícolas em meio à uma extensa zona rural e 927

áreas de conservação (Figura 1), onde estes morcegos podem estar forrageando. Ou ainda é 928

possível que a área urbana não aja como barreira para esses insetos, permitindo sua presença 929

nas cidades. 930

De maneira geral, estes insetos-praga aparecem de forma esporádica na dieta dos 931

morcegos avaliados, com baixa abundância. Porém, a mariposa da espécie Spodoptera 932

frugiperda chegou a compor 16.2% da dieta total de M. molossus e 12.4% da dieta de H. 933

diaphanopterus. Esta espécie de mariposa é conhecida como praga agrícola de culturas como 934

soja, milho, algodão, arroz, e possui uma tendência de expansão de sua distribuição tendo sido 935

registrada no continente africano pela primeira vez por Goergen et al. (2016). Além disso, 936

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Elaphria agrotina, praga de soja e milho, compôs 9.1% da dieta de M. mollosus. Isso 937

corrobora a quarta hipótese, mostrando que os morcegos urbanos são potenciais provedores 938

de serviços ecossistêmicos, trabalhando para um gargalo populacional das populações desses 939

insetos praga e abre um leque para que futuros estudos sejam implementados na valoração 940

desses serviços. Observou-se também, que há certa complementariedade ecológica nos 941

serviços prestados pelos morcegos, mostrando que a adição de morcegos prestadores de 942

serviços adicionará também serviços prestados. 943

Este é o primeiro estudo que avalia a dieta de morcegos insetívoros em área urbana com 944

abordagem DNA metabarcoding na região neotropical e o primeiro a descrever a dieta de 945

Histiotus diaphanopterus, que particularmente possui uma dieta muito diferente do conhecido 946

para os demais Vespertilionidae, onde as principais ordens presentes em sua dieta foram 947

Lepidoptera, Mantodea, Hymenoptera e Orthoptera. 948

Este tipo de estudo é de suma importância em regiões inseridas em hotspots de 949

biodiversidade que possuem uma expansão rápida das cidades, pois pouco se conhece o 950

impacto dessas mudanças na fauna silvestre (Nunes et al., 2017). E morcegos são excelentes 951

modelos bioindicadores (Jones et al., 2009), pois apesar de sua característica sinantrópica, 952

resilientes às condições ecológicas criadas pela atividade humana e, por vezes, sinurbanas, 953

beneficiando-se com os ambientes urbanos, alterações em suas atividades podem alertar sobre 954

graves consequências da urbanização na vida silvestre. Conhecer o quanto esses morcegos são 955

importantes na regulação de insetos também nas cidades, pode sensibilizar os tomadores de 956

decisões para uma administração e criação de habitats que sejam compatíveis às populações 957

de animais selvagens dentro das cidades, numa ‘reconciliação urbana’ (Rosenzweig, 2003; 958

Gallo et al., 2018) permitindo que esses animais permaneçam resilientes e evitando a perda de 959

biodiversidade nas cidades. 960

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65

Apêndices 1396

Tabela S1. Relação de artrópodes presentes na dieta de Cynomops Planirostris (n=8).

Identificação por barcoding (% identidade)

Frequência (n) Nº de leituras**

Presença

Ordem

(85%-100%)

Família

(90%-100%)

Espécie*

(97%-100%) Seca Chuva

Coleoptera 75.00% (6) 395.85 X X

Carabidae 37.50% (3) 578.72 x

Lecanomerus sp. 12.5% (1) 447.60 x

Chrysomelidae 12.5% (1) 2.35 x

Dytiscidae 12.5% (1) 26.15 x

Geotrupidae 12.5% (1) 132.01 x

Gyrinidae 25.00% (2) 22.77 x

Porrorhynchus sp. 25.00% (2) 6.51 x

Tenebrionidae 12.5% (1) 3.70 x

Diptera 62.50% (5) 3695.49 X X

Cecidomyiidae 12.5% (1) 57.12 x

Calliphoridae 12.5% (1) 4.96 x

Chrysomya megacephala 12.5% (1) 4.96 x

Syrphidae 12.5% (1) 6739.70 x

Ocyptamus sp. 12.5% (1) 88.01 x

Tephritidae 25.00% (2) 4653.32 x x

Eurosta sp. 12.5% (1) 9300.93 x

Hemiptera 100.00% (8) 848.44 X X

Alydidae 25.00% (2) 71.91 x

Neomegalotomus parvus 12.5% (1) 142.16 x

Delphacidae 12.5% (1) 38.13 x

Chionomus sp. 12.5% (1) 38.13 x

Lygaeidae 100.00% (8) 609.55 x x

Membracidae 12.5% (1) 4.49 x

Pentatomidae 50.00% (4) 101.18 x

Hymenoptera 37.50% (3) 667.03 X X

Apidae 12.5% (1) 41.16 x

Eucera sp. 12.5% (1) 41.16 x

Formicidae 12.5% (1) 292.45 x

Vespidae 12.5% (1) 1667.49 x

Agelaia pallipes 12.5% (1) 1667.49 x

Lepidoptera 87.50% (7) 139.80 X X

Lycaenidae 12.5% (1) 7.18 x

Noctuidae 25.00% (2) 125.54 x

Spodoptera frugiperda 25.00% (2) 14.24 x

Nymphalidae 12.5% (1) 6.54 x

Não identificados 6162.43

*Ao nível de gênero, uma porcentagem de identidade mínima de 95% foi adotada. 1397 **Abundância relativa média de leituras de MOTUs a cada 10000 leituras por número amostral. 1398

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66

Tabela S2. Relação de artrópodes presentes na dieta de Histiotus diaphnopterus (n=12).

Identificação por barcoding (% identidade)

Frequência (n) Nº de leituras**

Presença

Ordem

(85%-100%)

Família

(90%-100%)

Espécie*

(97%-100%) Seca Chuva

Blattodea 8.33% (1) 1.61 X Rhinotermitidae 8.33% (1) 1.61 x Coleoptera 16.67% (2) 76.35 X X

Diptera 33.33% (4) 6.02 X X

Culicidae 8.33% (1) 0.80 x

Drosophilidae 8.33% (1) 0.97 x

Drosophila nasuta 8.33% (1) 0.97 x

Syrphidae 8.33% (1) 0.81 x

Hemiptera 25.00% (3) 19.96 X X

Cercopidae 8.33% (1) 6.92 x

Mahanarva sp. 8.33% (1) 6.92 x Hymenoptera 58.33% (7) 1465.80 X X

Apidae 8.33% (1) 0.52 x

Apis melífera 8.33% (1) 0.52 x

Braconidae 8.33% (1) 19.8 x

Notiospathius sp. 8.33% (1) 19.8 x

Eucharitidae 8.33% (1) 28.03 x

Formicidae 41.67% (5) 2037.35 x

Lepidoptera 83.33% (10) 5281.14 X X

Batrachedridae 8.33% (1) 0.81 x

Batrachedra sp. 8.33% (1) 0.81 x

Crambidae 16.67% (2) 4.23 x x

Diatraea saccharalis 8.33% (1) 7.24 x

Gelechiidae 8.33% (1) 6.19 x

Hesperiidae 16.67% (2) 186.25 x

Noctuidae 66.67% (8) 2214.74 x x

Elaphria agrotina 8.33% (1) 1268.72 x Feltia jaculifera 8.33% (1) 303.86 x Helicoverpa zea 8.33% (1) 64.12 x Spodoptera frugiperda 66.67% (8) 1853.66 x x

Nymphalidae 16.67% (2) 2941.18 x Mantodea 41.67% (5) 5130.01 X X

Hymenopodidae 8.33% (1) 70.55 x

Liturgusidae 33.33% (4) 1226.23 x x

Mantidae 33.33% (4) 365.60 x x

Neuroptera 8.33% (1) 3.26 X Chrysopidae 8.33% (1) 3.26 x Orthoptera 8.33% (1) 4733.83 X

Tettigoniidae 8.33% (1) 4604.12 x

Não identificados 2191.54

*Ao nível de gênero, uma porcentagem de identidade mínima de 95% foi adotada. 1399 **Abundância relativa média de leituras de MOTUs a cada 10000 leituras por número amostral. 1400

1401

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67

Tabela S3. Relação de artrópodes presentes na dieta de Nyctinomops laticaudatus (n=17).

Identificação por barcoding (% identidade)

Frequência (n) Nº de leituras**

Presença

Ordem

(85%-100%)

Família

(90%-100%)

Espécie*

(97%-100%) Seca Chuva

Coleoptera 41.18% (7) 396.38 X X

Carabidae 17.65% (3) 58.71 x x

Curculionidae 5.88% (1) 20.68 x

Gyrinidae 5.88% (1) 1.43 x

Scarabaeidae 23.53% (4) 505.64 x x Staphylinidae 5.88% (1) 9.01 x

Diptera

64.71% (11) 2790.33 X X

Chironomidae 5.88% (1) 6.70 x

Culicidae 23.53% (4) 2345.06 x x

Drosophilidae

17.65% (3) 3409.20 x x

Drosophila sp. 5.88% (1) 1.24 x

Drosophila nasuta 5.88% (1) 258.26 x

Sarcophagidae 5.88% (1) 168.85 x

Amobia sp. 5.88% (1) 168.85 x Syrphidae 5.88% (1) 5.05 x

Tephritidae 5.88% (1) 10.15 x

Hemiptera

64.71% (11) 1837.32 X X

Alydidae 23.53% (4) 1385.99 x

Neomegalotomus parvus 23.53% (4) 870.02 x

Aphididae 5.88% (1) 59.76 x

Rhopalosiphum padi 5.88% (1) 59.76 x

Delphacidae 5.88% (1) 290.22 x

Chionomus sp. 5.88% (1) 290.22 x

Lygaeidae

17.65% (3) 396.22 x x

Miridae 17.65% (3) 340.98 x

Campylomma sp. 5.88% (1) 1010.10 x

Nabidae

17.65% (3) 1400.14 x Pyrrhocoridae 11.76% (2) 1819.52 x

Dysdercus sp. 11.76% (2) 1819.52 x

Hymenoptera

23.53% (4) 155.38 X

Formicidae

17.65% (3) 32.26 x Vespidae 5.88% (1) 0.88 x

Agelaia pallipes 5.88% (1) 0.88 x

Lepidoptera

94.12% (16) 4675.47 X

Crambidae

23.53% (4) 2949.32 x x

Pyrausta panopealis 5.88% (1) 77.08 x

Spoladea recurvalis 11.76% (2) 28.35 x

Geometridae 5.88% (1) 1515.15 x

Cyclophora sp. 5.88% (1) 1515.15 x

Gracillariidae 5.88% (1) 6.48 x

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68

*Ao nível de gênero, uma porcentagem de identidade mínima de 95% foi adotada. 1402

**Abundância relativa média de leituras de MOTUs a cada 10000 leituras por número amostral. 1403 1404

Lycaenidae

5.88% (1) 4.98 x

Noctuidae 29.41% (5) 1629.14 x x

Spodoptera frugiperda 11.76% (2) 2956.48 x

Nolidae 5.88% (1) 106.43 x

Gabala sp. 5.88% (1) 77.28 x

Nymphalidae 41.18% (7) 598.18 x x

Junonia sp. 11.76% (2) 35.64 x x

Oecophoridae

5.88% (1) 4.41 x

Papilionidae 17.65% (3) 153.83 x

Archon sp. 17.65% (3) 153.83 x

Plutellidae 11.76% (2) 428.47 x

Plutella xylostella 11.76% (2) 428.47 x Pyralidae 5.88% (1) 10000.00 x

Elasmopalpus lignosellus 5.88% (1) 10000.00 x

Mantodea

5.88% (1) 188.59 X Liturgusidae 5.88% (1) 41.81 x

Mantidae 5.88% (1) 7.52 x

Neuroptera

17.64 (3) 950.41 X

Chrysopidae 11.76% (2) 101.12 x Chrysoperla externa 5.88% (1) 202.02 x

Mantispidae 11.76% (2) 1317.57 x

Orthoptera 5.88% (1) 2.28 X

Rhaphidophoridae 5.88% (1) 2.28 x

Não identificados 2522.73

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69

Tabela S4. Relação de artrópodes presentes na dieta de Molossus molossus (n=6).

Identificação por barcoding (% identidade)

Frequência (n) Nº de leituras**

Presença

Ordem

(85%-

100%)

Família

(90%-100%)

Espécie*

(97%-100%) Seca Chuva

Blattodea 16.67% (1) 727.27 X

Termitidae 16.67% (1) 363.64 x

Coleoptera

33.33% (2) 4137.30 X X

Carabidae 16.67% (1) 4.05 x Gyrinidae 16.67% (1) 6.23 x

Scarabaeidae 16.67% (1) 42.63 x

Diptera

83.33% (5) 1175.28 X X

Chironomidae

16.67% (1) 2.63 x

Culicidae 33.33% (2) 23.37 x x

Culex declarator 16.67% (1) 0.89 x

Drosophilidae

16.67% (1) 19.54 x

Drosophila sp. 16.67% (1) 15.25 x

Drosophila nasuta 16.67% (1) 4.29 x

Limoniidae 16.67% (1) 4705.88 x

Rhipidia domestica 16.67% (1) 4706.88 x Mycetophilidae 16.67% (1) 1.63

x

Syrphidae 16.67% (1) 1090.91 x

Hemiptera

50.00% (3) 718.77 X X

Alydidae 33.33% (2) 861.36 x

Neomegalotomus parvus 33.33% (2) 838.07 x

Lygaeidae 16.67% (1) 276.50 x Miridae 16.67% (1) 13.53 x

Nabidae 16.67% (1) 55.99 x

Lepidoptera

100.00% (6) 4276.48 X X

Crambidae 16.67% (1) 149.56 x

Geometridae

16.67% (1) 190.64 x

Noctuidae

66.67% (4) 3825.56 x

Elaphria agrotina 16.67% (1) 5459.27 x

Spodoptera eridania 16.67% (1) 69.32 x

Spodoptera frugiperda 50.00% (3) 3239.84 x

Nymphalidae

33.33% (2) 44.82 x

Papilionidae 33.33% (2) 275.91 x x

Archon sp. 33.33% (2) 275.91 x x

Sesiidae 16.67% (1) 985.65 x

Não identificados 4326.63

*Ao nível de gênero, uma porcentagem de identidade mínima de 95% foi adotada. 1405

**Abundância relativa média de leituras de MOTUs a cada 10000 leituras por número amostral. 1406 1407

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70

Tabela S5. Relação de artrópodes presentes na dieta de Eumops perotis (n=6) no período

de chuva.

Identificação por barcoding (% identidade)

Frequência (n) Nº de leituras** Ordem

(85%-100%)

Família

(90%-100%)

Espécie*

(97%-100%)

ARACHNIDA

Trombidiformes 16.67% (1) 5.95 Tetranychidae 16.67% (1) 5.95

Tetranychus ludeni 16.67% (1) 5.95

INSECTA

Coleoptera 33.33% (2) 90.43

Diptera

16.67% (1) 1.86

Hemiptera

33.33% (2) 8.12

Cicadidae

16.67% (1) 0.45

Nabidae

16.67% (1) 15.80

Lepidoptera

100.00% (6) 7793.76

Hesperiidae

33.33% (2) 36.95

Noctuidae 83.33% (5) 1084.46

Eudocima sp. 83.33% (5) 1067.44

Helicoverpa zea 16.67% (1) 3.12

Heliothis sp. 16.67% (1) 78.19

Spodoptera frugiperda 16.67% (1) 2.90

Nymphalidae 83.33% (5) 236.23

Parthenos sp. 66.67% (4) 228.42

Papilionidae 50.00% (3) 129.34

Protesilaus sp. 50.00% (3) 129.34

Sesiidae 16.67% (1) 49.65

Sphingidae 16.67% (1) 1.93

Não identificados 2172.09

*Ao nível de gênero, uma porcentagem de identidade mínima de 95% foi adotada. 1408 **Abundância relativa média de leituras de MOTUs a cada 10000 leituras por número amostral. 1409

1410

1411

Page 78: DIETA DE MORCEGOS INSETÍVOROS URBANOS SOB UMA … · 2020. 5. 7. · 1 LISTA DE FIGURAS1 2 Figura 1. Mapa do Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal (PDOT) que

71

Tabela S6. Importância específica das famílias de insetos como itens alimentars

nas redes do período de seca e chuva.

Ordem Família Importância Específica (Iij)

Seca Chuva

Blattodea Rhinotermitidae 0.041 - Termitidae 0.048 -

Coleoptera Carabidae 0.086 0.145

Chrysomelidae - 0.034

Curculionidae - 0.045

Dytiscidae - 0.034

Geotrupidae 0.143 -

Gyrinidae 0.066 0.065

Scarabaeidae 0.038 0.258

Staphylinidae 0.018 -

Tenebrionidae - 0.034

Diptera Calliphoridae - 0.034

Cecidomyiidae - 0.034

Chironomidae 0.066 -

Culicidae 0.066 0.371

Drosophilidae 0.059 0.258

Limoniidae 0.048 -

Mycetophilidae - 0.167

Sarcophagidae 0.018 -

Syrphidae 0.106 0.034

Tephritidae 0.161 0.034

Hemiptera Alydidae 0.455 -

Aphididae 0.018 -

Cercopidae 0.041 -

Delphacidae 0.018 0.034

Lygaeidae 0.324 0.411

Membracidae - 0.034

Miridae 0.104 -

Nabidae 0.104 -

Pentatomidae - 0.133

Pyrrhocoridae 0.038 -

Hymenoptera Apidae - 0.102

Braconidae 0.041 -

Eucharitidae 0.041 -

Formicidae 0.199 0.332

Vespidae 0.018 0.034

Lepidoptera Batrachedridae 0.041 -

Crambidae 0.126 0.159

Gelechiidae 0.041 -

Geometridae 0.066 -

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72

Gracillariidae - 0.045

Hesperiidae 0.079 -

Lycaenidae 0.018 0.034

Noctuidae 0.503 0.243

Nolidae - 0.045

Nymphalidae 0.248 0.170

Oecophoridae - 0.045

Papilionidae 0.048 0.303

Plutellidae 0.038 -

Pyralidae 0.018 -

Sesiidae 0.048 -

Mantodea Hymenopodidae 0.041 -

Liturgusidae 0.097 0.132

Mantidae 0.097 0.132

Neuroptera Chrysopidae 0.079 - Mantispidae 0.038 -

Orthoptera Rhaphidophoridae 0.018 - Tettigoniidae - 0.068

1412