Dificuldades Apontadas Pelos Professores Para a Contextualização Social e Política no Ensino da...
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XVIII Encontro de Química da Região Sul Curitiba, 11 a 13 de novembro de 2010
Dificuldades Apontadas Pelos Professores Para a Contextualização
Social e Política no Ensino da Química.
Ana Paula dos Santos Oliveira1 (IC)*, Marilei Casturina Mendes1 (PQ). [email protected]
1Universidade Estadual do Centro-Oeste/Setor de Ciências Exatas e de Tecnologia/Departamento de Química
Palavras Chave: ensino médio, química, contextualização social e política.
Introdução
As diretrizes curriculares do estado (DCE) enfatizam
que o ensino contextualizado, onde se visa o
aprendizado englobado com situações sociais e
políticas, é algo que realmente pode deixar a
disciplina de Química no Ensino Médio muito mais
atrativa causando um maior interesse nos alunos.1
Fazer com que os alunos busquem entender onde a
Química está no cotidiano e associá-la com
acontecimentos diários é um modo de trazer essa
contextualização para as escolas.2 Assim, a fim de
identificar se a contextualização social e política é
praticada no ensino da Química para o Ensino
Médio, foram realizadas entrevistas com
professores dessa disciplina, que apontaram as
principais barreiras para trabalhar sob esse enfoque.
Resultados e Discussão
Para a analise referente a abordagem social epolítica de conteúdos químicos no Ensino Médio,foram realizadas entrevistas gravadas em áudiocom sete professores da rede pública estadual, paraavaliar se os professores conseguem trabalharesses aspectos e qual o reflexo desse trabalho naaprendizagem dos alunos. As entrevistas foramtranscritas na íntegra e analisadas qualitativamente.A fim de preservar a identidade dos professoresentrevistados, foram atribuidas letras de A a G paradistinguí-los. Com base nos dados coletados foipossível identificar algumas dificuldadesencontradas pelos professores para promover umensino capaz de integrar a disciplina de Químicacom problemas atuais. Todos os professoresentrevistados trabalham em mais de um colégio eenfatizam que uma das dificuldades de trabalharassuntos sociais e políticos da Química é devido auma pequena carga horária da disciplina, queconsiste em duas horas-aula semanais namodalidade de ensino anual ou quatro horas-aula namodalidade de blocos (semestral), como ressalta aprofessora A: ''trabalho em três colégios, e devido auma pequena carga horária da disciplina tenhodificuldades para trabalhar questões sociais epolíticas, mas quando trabalho o resultado ésatisfatório, pois os alunos demonstram um grandeinteresse.”Também afirmam que embora o planejamento da
disciplina seja elaborado segundo as orientações
das DCE, trabalham de maneira a preparar os
alunos para o vestibular e, portanto, julgam
necessário vencer o conteúdo listado. Assim,
afirmam que fazem a contextualização na medida
do possível, como relata o professor E: ''trabalho
em seis colégios e mesmo com carga horária
pequena, consigo trabalhar com os alunos o
conteúdo do planejamento e assuntos atuais que
envolvem a Química”, mas insistem que se
trabalhassem com essa prioridade ficaria uma
grande parte do conteúdo sem ser contemplado,
prejudicando os alunos na hora de prestarem
exames para o ingresso em uma universidade,
como ilustra a fala do professor C: “eu dou aula em
dois colégios, e trabalho de maneira a preparar os
alunos para o vestibular, sendo assim não enfoco
nas questões sociais e política, pois se eu trabalhar
assim eu não vou vencer o conteúdo do
planejamento.”
Conclusões
Com base nos depoimentos coletados, pode-se
concluir que os professores demonstram interesse
em trabalhar a disciplina de Química integrando
assuntos sociais e políticos como sugere as DCE, e
até o fazem na medida do possível, geralmente com
bons resultados. No entanto, alguns fatores como a
carga horária reduzida para o ensino da disciplina, e
o caráter conteudista dos vestibulares faz com que
acabem priorizando vencer o planejamento
proposto, dificultando uma abordagem
contextualizada. Isso por sua vez, torna o ensino de
Química desvinculado de problemas atuais e
distante de uma formação voltada para o exercício
da cidadania.
Agradecimentos
Aos professores da rede estadual de ensino que
gentilmente aceitaram participar dessa pesquisa.
____________________1SEED, Diretrizes Curriculares da Educação Básica. Química. Paraná
2008. Disponível em:http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/diadia/arquivos/File/diret
rizes_2009/out_2009/quimica.pdf?
PHPSESSID=2f2a97f9066656e8e620b49894fa6837. Acesso em 30 de
outubro de 2010.2Maldaner, O. A. A formação Inicial e Continua de professores de
Química – Professor/Pesquisador. 2003, 286,296.
Sociedade Brasileira de Química (SBQ) Secretarias Regionais PR, SC e RS