Dificuldades em Serviço: Resumo do Primeiro Semestre de...
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Dificuldades em Serviço: Resumo do Primeiro
Semestre de 2013 e os novos requisitos para
Organizações de Manutenção de Produto
Aeronáutico.
Rogério Possi Junior – Especialista em Regulação de Aviação Civil
Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC)
Palavras Chave: Aeronavegabilidade, Dificuldades em Serviço, Organizações de Manutenção de Produto
Aeronáutico.
BIOGRAFIA
Rogério Possi Junior – Engenheiro Mecânico-Aeronáutico
pela Universidade de São Paulo (USP), Especialista em
Segurança de Aviação e Aeronavegabilidade Continuada
pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA).
Engenheiro de Aeronavegabilidade Continuada,
Superintendência de Aeronavegabilidade (SAR) da
Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).
RESUMO
Este trabalho apresenta os requisitos relativos à
comunicação dos eventos de dificuldades em serviço. Além
dos requisitos constantes nos regulamentos para
certificação de produtos aeronáuticos e nos regulamentos
operacionais para empresas aéreas, são mostrados os novos
requisitos para este processo referente a organizações de
manutenção de produtos aeronáuticos.
Mostra-se a evolução da comunicação dos relatórios de
dificuldades em serviço no ano corrente por meio da coleta
de dados do sistema de submissão online. Também são
apresentados dados qualitativos e quantitativos destes
relatórios ao longo de alguns anos, onde nota-se uma
grande deficiência na comunicação de dados por
organizações de manutenção de produto aeronáutico.
INTRODUÇÃO
De acordo com o Part M da European Aviation Safety
Agency (EASA), (EASA, 2013) define-se
aeronavegabilidade continuada como sendo o conjunto de
processos que asseguram a qualquer tempo, durante sua
vida operacional, que a aeronave cumpre com os requisitos
mandatórios de aeronavegabilidade e está em condição de
operação segura.
Outra definição é aquela apresentada pelo Doc. 9760
(ICAO, 2007), que define aeronavegbilidade continuada
como o processo que requer que todas as aeronaves
cumpram com os requisitos de aeronavegabilidade
estabelecidos em sua base de certificação de tipo ou com os
requisitos impostos pelo Estado de registro destas aeronaves e
estejam em condições de operação segura durante toda sua
vida operacional.
Conforme o Anexo 6 (ICAO, 2007a) e o Anexo 8 (ICAO,
2005) da Organização de Aviação Civil Internacional (OACI),
parte integrante deste conjunto de processos consiste no
sistema de Dificuldades em Serviço. Entende-se o Sistema de
Dificuldades em Serviço como sendo aquele responsável pela
coleta e processamento de dados relativos a falhas, defeitos,
mau-funcionamento, incidentes e acidentes de produtos
aeronáuticos. Também é responsabilidade deste sistema o
estabelecimento de ações que garantam a aeronavegabilidade
continuada destes produtos, inclusive com a emissão de ações
mandatórias, conforme o estabelecido pelo Regulamento
Brasileiro de Aviação Civil (RBAC) 21 (ANAC, 2011) de
acordo com o RBAC 39 (ANAC, 2011a).
SISTEMA DE DIFICULDADES EM SERVIÇO
As seções 21.3 do RBAC 21 (ANAC, 2011), 135.415 do
RBAC 135 (ANAC, 2013b), seção 121.703 do RBAC 121
(ANAC, 2013a) e a seção 145.221 do RBAC 145 (ANAC,
2013c), conforme aplicável, estabelecem requisitos para o
envio dos Relatórios de Dificuldades em Serviço (RDS) à
Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) por fabricantes de
produtos aeronáuticos, operadores ou por organizações de
manutenção de produto aeronáutico.
Conforme preconizado no Anexo 6 (ICAO, 2007a) e no Anexo
8 (ICAO, 2005) da OACI, tais relatórios devem conter
necessariamente a data do evento, marcas de nacionalidade e
matrícula da aeronave, código da Air Transport Association
(ATA) associado ao evento, fabricante do modelo da aeronave,
número de série da mesma e uma descrição detalhada do
evento.
A Figura 1 ilustra como estes eventos são recebidos pela
ANAC após sua submissão por operadores, organizações de
manutenção e fabricantes de produto aeronáutico.
- - - - - - - - - - Anais do 6º Simpósio de Segurança de Voo (SSV 2013) – Direitos Reservados - Página 941 de 1014 - - - - - - - - - -
Figura 1. Página dos relatórios de Dificuldades em Serviço
(ANAC, 2013).
O Sistema de Dificuldades em Serviço (SDS) é aquele
responsável pela coleta e processamento dos relatórios de
falhas, mau funcionamento e defeitos recebidos pela ANAC
de acordo com o preconizado pelos Anexos 6 (ICAO,
2007a) e 8 (ICAO, 2005) da OACI. Vale lembrar que
quando determinados processos de aeronavegabilidade
continuada necessitam de ações mandatórias, o processo
segue o fluxo da Figura 2. Tais processos são chamados de
Diretrizes de Aeronavegabilidade (DA).
Figura 2 – Fluxo para emissão de uma DA (POSSI J., R. et
al., 2010).
Conforme ilustrado pela Figura 3, o modelo proposto
consiste de um conjunto de boas práticas de engenharia que
permeiam um sistema de comunicação de ocorrências de
dificuldades em serviço (POSSI et al., 2010). Observa-se
que tal modelo segue o preconizado pelos Anexos 6 (ICAO,
2007a) e 8 (ICAO, 2005) da OACI, atendidos pelos
regulamentação vigente e complementado pela Instrução
Suplementar (IS) N0 00-001A da ANAC (ANAC, 2012).
Figura 3 – Ilustração do fluxo de dados entre as diferentes
organizações (POSSI, J., R. et al., 2010) e (ANAC, 2012).
ORGANIZAÇÕES DE MANUTENÇÃO DE
PRODUTO AERONÁUTICO
Atualmente, tem-se 607 organizações de manutenção de
produto aeronáutico com seus Certificados de Organização de
Manutenção (COM), antigos Certificados de Homologação de
Empresa (CHE) válidos (certificação conferida pelo antigo
RBHA 145) (DAC, 2005). Do total de certificados, 506
pertencem a bases situadas em território nacional e 99 a bases
estrangeiras (ANAC, 2013d).
A seção 145.221 do RBAC 145 (ANAC, 2013c) requer que
cada organização de manutenção de produto aeronáutico
certificada deve relatar à ANAC e ao detentor do projeto de
tipo, projeto suplementar de tipo ou atestado de produto
aeronáutico aprovado, conforme aplicável, qualquer evento
sério de falha, mau funcionamento, defeito e outros eventos
definidos pela ANAC, em até 96 (noventa e seis) horas após a
sua descoberta. Observa-se aqui que o formato aceitável para o
envio destes relatórios a ANAC é a própria inserção dos dados
no sistema online de relatórios de dificuldades em serviço.
A IS 00-001A, (ANAC, 2012) define os meios aceitáveis para
a sistematização e envio dos relatórios de dificuldades em
serviço, assim como apresentar critérios auxiliares para a
classificação dos eventos reportáveis a ANAC.
Especificamente, para os casos de manutenção e reparo de
aeronaves, os seguintes eventos são passíveis de comunicação
(ANAC, 2012):
(1) Montagem incorreta de partes ou de componentes de
aeronaves encontradas durante inspeções ou
procedimentos de testes não realizados com aquele
propósito.
(2) Vazamento de ar quente sangrado resultando em
danos estruturais.
(3) Qualquer defeito em componentes com vida
controlada ocasionando sua troca antes de completar
sua vida em serviço.
(4) Qualquer dano ou deterioração como fraturas, trincas,
corrosão, delaminação e descolamentos; resultante de
qualquer causa como flutter, perda de rigidez ou falha
estrutural nos seguintes elementos:
(i) Estrutura primária ou um elemento estrutural
principal (Principal Structure Element –
PSE), conforme definido no manual de
reparos do fabricante, onde este dano ou
deterioração exceder os limites estabelecidos
- - - - - - - - - - Anais do 6º Simpósio de Segurança de Voo (SSV 2013) – Direitos Reservados - Página 942 de 1014 - - - - - - - - - -
no manual de reparos aprovado do
fabricante que requeira um reparo,
substituição parcial ou completa.
(ii) Estrutura secundária que possa colocar
em risco a segurança de voo.
(iii) Motores, hélices ou o sistema de rotores
de uma aeronave de asas rotativas.
(5) Qualquer falha, defeito ou mau funcionamento de
qualquer sistema ou equipamento, ou dano ou
deterioração encontrados durante o cumprimento
de diretrizes de aeronavegabilidade ou qualquer
outra instrução mandatória emitida pela autoridade
de aviação civil nas seguintes situações:
(i) Quando for detectada pela primeira vez
por uma organização executando seu
cumprimento.
(ii) Quando for detectada em cumprimentos
subsequentes, esta falha, defeito ou mau
funcionamento, exceder os limites
estabelecidos em suas instruções ou nos
casos em que os procedimentos de
manutenção ou de reparo não estão
disponíveis.
(6) Falha de funcionamento de qualquer equipamento
ou sistema de emergência, incluindo todas as
portas de saída e iluminação, inclusive aqueles
usados pela manutenção ou para propósitos de
testes.
(7) Erros de cumprimento ou não cumprimento de
procedimentos de manutenção requeridos.
(8) Produtos, partes e equipamentos de origem
suspeita ou desconhecida.
(9) Procedimentos ou dados de manutenção
insuficientes, incorretos ou duvidosos; que possam
ocasionar erros de manutenção.
(10) Qualquer falha, defeito ou mau funcionamento de
equipamentos de solo usados para testes ou
verificações de sistemas e equipamentos das
aeronaves requeridos durante inspeções de rotina e
procedimentos de testes que não identificarem
com exatidão o problema e que possa resultar em
situações perigosas.
DADOS GERAIS
Apresentam-se na Figura 4 os relatórios de dificuldades em
serviço comunicados desde o ano de 2000.
435
767
1486
959
1078
1218 1198
753
363
502
695
572
481
335
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
Nú
mer
o d
e o
corr
ênci
as
Ano
Número de ocorrências por ano
Figura 4 – Relatórios enviados ao longo dos anos (ANAC,
2013).
A seguir, apresentam-se os dados quantitativos referentes aos
relatórios enviados desde o ano de 2005 de acordo com o tipo
de certificação da empresa (Figura 5). A Figura 6 apresenta o
número exato de relatórios enviados de acordo com a
certificação da empresa.
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
Nú
mer
o d
e o
corr
ênci
as
Ano
RDS submetidos
Não Informado
Operação RBHA 91
Certificação RBAC 135
Certificação RBAC 121
Certificação RBAC 145
Certificação RBAC 21
Figura 5 – Relatórios enviados desde 2005 (ANAC, 2013).
2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
Não Informado 452 35 2 4 3 1 0 0 0
Operação RBHA 91 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Certificação RBAC 135 13 122 146 88 150 191 52 78 56
Certificação RBAC 121 220 309 266 143 341 396 359 242 131
Certificação RBAC 145 18 3 0 3 7 3 1 0 0
Certificação RBAC 21 515 729 339 125 180 120 160 161 85
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
Nú
mer
o d
e o
corr
ênci
as
RDS submetidos
Figura 6 – Relatórios enviados desde 2005 (ANAC, 2013).
Com relação aos relatórios recebidos das empresas certificadas
para o ano corrente tem-se os dados apresentados nas Figuras 7
e 8.
- - - - - - - - - - Anais do 6º Simpósio de Segurança de Voo (SSV 2013) – Direitos Reservados - Página 943 de 1014 - - - - - - - - - -
53
66
59
52
41
05
10152025303540455055606570
Janeiro Favereiro Março Abril Maio
Nú
mer
o d
e oco
rrên
cias
Mês
Ocorrências X Certificação
RBAC 21
RBAC 121
RBAC 135
Total RDS
Figura 7 – Relatórios enviados por certificação em 2013
(dados totais) (ANAC, 2013).
31%
48%
21%
Ocorrências X Certificação
RBAC 21
RBAC 121
RBAC 135
Figura 8 – Relatórios enviados por certificação em 2013
(dados percentuais) (ANAC, 2013).
A seguir mostra-se a evolução da frota brasileira de
aeronaves registradas. Enquanto a Figura 9 mostra a frota
total de aeronaves registradas e Figura 10 ilustra as
aeronaves registradas por empresas certificadas segundo os
requisitos dos RBAC 135 (ANAC, 2013b) e 121 (ANAC,
2013a) nas categorias de táxi aéreo (TPX) e de transporte
aéreo regular (TPR), respectivamente. Em ambos os
gráficos, também são apresentados o total de relatórios de
dificuldades em serviço em cada ano.
- - - - - - - - - - Anais do 6º Simpósio de Segurança de Voo (SSV 2013) – Direitos Reservados - Página 944 de 1014 - - - - - - - - - -
11758 12083 12421 12774 13137 13508 12326 12702 13381 14183 15178 16478 17512
1535 1514 1464 1399 1366 1357
13561410
14771515
1536
1566
1578
419 443 440 408 397 416
432464
524571
621
666
679
435
767
1486
959
1078
1218 1198
753
363
502
695
572481
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
14000
16000
18000
20000
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
Nú
mero
de o
co
rrên
cia
s -
DS
Nú
mero
de a
ero
na
ves
Ano
Evolução da frota brasileira x RDS submetidos
Demais categorias Quantidade de aeronaves TPX Quantidade de aeronaves TPR Número de Ocorrências
Figura 9 – Evolução da frota brasileira contra dados de dificuldades em serviço (adaptado de (ANAC, 2013) e (ANAC, 2013e)).
1535 1514 1464 1399 1366 1357 1356 1410 1477 1515 1536 1566 1578
419 443440
408 397 416 432464
524571 621
666 679
435
767
1486
959
10781218 1198
753
363
502
695
572481
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
0
400
800
1200
1600
2000
2400
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
Nú
mero
de o
co
rrên
cia
s -
DS
Nú
mero
de a
ero
na
ves
Ano
Evolução da frota brasileira x RDS submetidos
Quantidade de aeronaves TPX Quantidade de aeronaves TPR Número de Ocorrências
Figura 10 – Evolução da frota de aeronaves TPX e TPR contra dados de dificuldades em serviço (adaptado de (ANAC, 2013) e (ANAC, 2013e)).
- - - - - - - - - - Anais do 6º Simpósio de Segurança de Voo (SSV 2013) – Direitos Reservados - Página 945 de 1014 - - - - - - - - - -
RELATÓRIOS POR CÓDIGO AIR TRANSPORTATION ASSOCIATION (ATA) 2200.
Apresentam-se na Figura 11 os dados dos relatórios submetidos e classificados segundo o código ATA 2200.
0 5 10 15 20 25 30
05. TIME LIMITS/MAINTENANCE CHECKS
12. SERVICING
18. HELICOPTER VIBRATION
21. AIR CONDITIONING
22. AUTO FLIGHT
24. ELECTRICAL POWER
25. EQUIPAMENT/FURNISHINGS
26. FIRE PROTECTION
27. FLIGHT CONTROLS
28. FUEL
29. HYDRAULIC POWER
30. ICE AND RAIN PROTECTION
31. INDICATING/RECORDING SYSTEMS
32. LANDING GEAR
33. LIGHTS
34. NAVIGATION
35. OXYGEN
36. PNEUMATIC
38. WATER/WASTE
49. AIRBORNE AUXILIARY POWER
52. DOORS
53. FUSELAGE
56. WINDOWS
61. PROPELLERS
62. MAIN ROTOR
63. ROTOR DRIVERS
64. TAIL ROTOR
71. POWER PLANT
72. ENGINE TURBINE
73. ENGINE FUEL AND CONTROL
74. IGNITION
76. ENGINE CONTROLS
77. ENGINE INDICATING
78. EXHAUST
79. OIL
Número de ocorrências
Cód
igo
AT
A
Número de ocorrências X código ATA
Figura 11 – Relatórios enviados por código ATA (ANAC, 2013).
- - - - - - - - - - Anais do 6º Simpósio de Segurança de Voo (SSV 2013) – Direitos Reservados - Página 946 de 1014 - - - - - - - - - -
A Figura 12 ilustra o total de relatórios submetidos e
classificados por código ATA referentes a sistemas
diversos.
6%
3%1%
7%
5%
6%
1%3%
16%
3%3%
1%
4%
14%
10%
8%
4% 4%
1% 1%
Sistemas diversos05. TIME LIMITS/MAINTENANCE CHECKS
12. SERVICING
18. HELICOPTER VIBRATION
21. AIR CONDITIONING
22. AUTO FLIGHT
24. ELECTRICAL POWER
25. EQUIPAMENT/FURNISHINGS
26. FIRE PROTECTION
27. FLIGHT CONTROLS
28. FUEL
29. HYDRAULIC POWER
30. ICE AND RAIN PROTECTION
31. INDICATING/RECORDING SYSTEMS
32. LANDING GEAR
33. LIGHTS
34. NAVIGATION
35. OXYGEN
36. PNEUMATIC
38. WATER/WASTE
49. AIRBORNE AUXILIARY POWER
Figura 12 – Relatórios de Sistemas Diversos (ANAC,
2013).
A seguir (Figura 13) apresentam-se os dados gerais
referentes aos itens de estruturas.
50%
30%
20%
Estrutura
52. DOORS
53. FUSELAGE
56. WINDOWS
Figura 13 – Relatórios de sistemas estruturais (ANAC,
2013).
Para os sistemas relativos ao conjunto motopropulsor tem-
se os dados a seguir (Figura 14).
9%
27%
18%
2%1%
18%
1%
24%
Sistema propulsivo71. POWER PLANT
72. ENGINE TURBINE
73. ENGINE FUEL AND
CONTROL
74. IGNITION
76. ENGINE CONTROLS
77. ENGINE
INDICATING
78. EXHAUST
79. OIL
Figura 14 – Relatórios de Sistemas Motopropulsores
(ANAC, 2013).
Por fim, apresenta-se o percentual de relatórios recebidos
relativos aos sistemas de hélices e rotores (Figura 15).
27%
33%
33%
7%
Hélices e rotores
61. PROPELLERS
62. MAIN ROTOR
63. ROTOR DRIVERS
64. TAIL ROTOR
Figura 15 – Relatórios de Hélices e Rotores (ANAC, 2013).
AS CINCO ATAs COM MAIOR INCIDÊNCIA
A seguir são apresentados os dados dos relatórios de
dificuldades em serviço dos sistemas mais significativos que
foram reportados em 2010.
1. ATA 27 - Sistema de Comandos de Voo.
64%
4%
4%
8%
4% 16%
Ocorrências ATA 27
FLIGHT CONTROL
SYSTEM
STABILIZER POSITION
INDICATING SYSTEM
TE FLAP CONTROL
SYSTEM
TE FLAP POSITION
INDICATING SYSTEM
DRAG CONTROL
ACTUATOR
LE FLAP POSITION IND
SYSTEM
Figura 16 – Eventos do sistema de comandos de voo (ANAC,
2013).
2. ATA 32 - Sistema de Trem de Pouso.
45%
14%
14%
4%
9%
4%5%
5%
Ocorrências ATA 32LANDING GEAR
SYSTEM
MAIN LANDING GEAR
NOSE/TAIL LANDING
GEAR
NOSE/TAIL GEAR
ATTACH SECTION
BRAKE
TUBE
WHEEL/SKI/FLOAT
LG POSITION AND
WARNING
Figura 17 – Eventos do sistema de trem de pouso (ANAC,
2013).
3. ATA 33 - Sistema de Iluminação.
- - - - - - - - - - Anais do 6º Simpósio de Segurança de Voo (SSV 2013) – Direitos Reservados - Página 947 de 1014 - - - - - - - - - -
6%13%
81%
Ocorrências ATA 33
FLIGHT
COMPARTMENT
LIGHTING
LIGHTING SYSTEM
EMERGENCY
LIGHTING
Figura 18 – Eventos do sistema de iluminação (ANAC,
2013).
4. ATA 72 – Turbinas - Motores.
89%
5%
6%
Ocorrências ATA 7272.00 ENGINE TURBINE/ TURBO PROP DUCTED FAN/UNDUCTED FAN ENGINE
(TURBINE/TURBOPROP) TURBO PROP DUCTED FAN/UNDUCTED FAN ENGINE
(TURBINE/TURBOPROP)
72.10 ENGINE TURBINE/ TURBO PROP DUCTED FAN/UNDUCTED FAN REDUCTION GEAR AND
SHAFT TURBO PROP DUCTED FAN/UNDUCTED FAN REDUCTION GEAR AND SHAFT
72.61 ENGINE TURBINE/ TURBO PROP DUCTED FAN/UNDUCTED FAN OIL SYSTEM TURBO PROP
DUCTED FAN/UNDUCTED FAN OIL SYSTEM
Figura 19 – Eventos relacionados a turbinas dos motores
(ANAC, 2013).
5. ATA 79 - Sistema de Óleo.
56%
6%
6%
19%
13%
Ocorrências ATA 79
OIL SYSTEM
OIL STORAGE
OIL DIST
OIL INDICATING
SYSTEM
OIL PRESSURE
Figura 20 – Eventos do sistema de óleo dos motores
(ANAC, 2013).
FASE DE VOO
A seguir são descritos os relatórios recebidos em função da
fase de voo associada. A Figura 21 descreve o quantitativo
dos relatórios, enquanto que a Figura 22 ilustra o percentual
relativo de cada fase de voo.
Figura 21 – Eventos reportados por fase de voo (ANAC, 2013).
9%
26%
12%30%
5% 8% 10%
Ocorrências recebidas por fase de voo
Taxi
Takeoff
Climb
Cruise
Descent
Approach
Landing
Figura 22 - Eventos reportados por fase de voo (percentual)
(ANAC, 2013).
OPERAÇÕES
Pode-se verificar que o maior percentual dos relatórios
recebidos foram comunicados durante as operações de voo,
conforme ilustrado na Figura 23.
12%
88%
Ocorrências recebidas por operação
Manutenção
Operação
Figura 23 – Percentual de relatórios por operação (ANAC,
2013).
Observa-se que os relatórios recebidos durante a condução de
operações de manutenção foram enviados por operadores
executando ações de manutenção, uma vez que pelas Figuras 5
e 6 foi exposto que não houve relatórios submetidos por
organizações de manutenção de produto aeronáutico no ano
corrente. A Figura 24 ilustra a distribuição de ocorrências de
manutenção distribuídas por código ATA.
- - - - - - - - - - Anais do 6º Simpósio de Segurança de Voo (SSV 2013) – Direitos Reservados - Página 948 de 1014 - - - - - - - - - -
3% 3%7%
3%3%
3%
35%
19%
3%
3%
3%3%
3%6%
3%
Ocorrências de manutenção
05.50 TIME LIMITS/MAINTENANCE CHECKS
UNSCHEDULED MAINTENANCE CHECKS
25.60 EQUIPAMENT/FURNISHINGS
EMERGENCY EQUIPMENT
26.12 FIRE PROTECTION FIRE, DETECTION
27.00 FLIGHT CONTROLS FLIGHT CONTROL
SYSTEM
28.00 FUEL FUEL SYSTEM
30.40 ICE AND RAIN PROTECTION
WINDOWS/WINDSHIELDS & DOORS
33.50 LIGHTS EMERGENCY LIGHTING
35.10 OXYGEN CREW OXYGEN SYSTEM
49.00 AIRBORNE AUXILIARY POWER
AIRBORNE APU SYSTEM
53.30 FUSELAGE PLATES/SKINS (AUX
FUSELAGE)
53.50 FUSELAGE AERODYNAMIC FAIRINGS
STRUCTURE
62.00 ROTORS MAIN ROTOR SYSTEM
62.10 ROTORS MAIN ROTOR BLADE SYSTEM
63.10 ROTOR DRIVERS
ENGINE/TRANSMISSION COUPLING
71.10 POWER PLANT ENGINE COWLING
SYSTEM
Figura 24 – Ocorrências de manutenção por código ATA
(ANAC, 2013).
PROGRAMAS
A seguir são mostradas as distribuições dos relatórios
recebidos por fabricantes de produtos aeronáuticos. A
Figura 25 mostra os relatórios recebidos em números totais
enquanto a Figura 26 ilustra os dados percentuais destes
relatórios.
2
2314
1
73
105
1 1
51
0102030405060708090
100110120
Nú
mero
de o
co
rrên
cia
s
Fabricantes
Ocorrências X Fabricantes
Figura 25 – Total de relatórios recebidos por fabricantes
(ANAC, 2013).
1%
9%
5%
0%
27%
39%
0%
0%
19%
Ocorrências X Fabricantes
AGUSTA
AIRBUS
ATR
BELL
BOEING
EMBRAER
LET
MIL
SIKORSKY
Figura 26 – Percentual de relatórios recebidos por
fabricantes (ANAC, 2013).
OS RELATÓRIOS DE DIFICULDADES EM
SERVIÇO E AS TAXAS DE ACIDENTES
AERONÁUTICOS.
A seguir mostram-se os dados relativos às ocorrências de
acidentes aeronáuticos, incluindo-se os aqueles com
fatalidades e com perda total (CENIPA, 2013). Na Figura
27 também são ilustrados o quantitativo de relatórios de
dificuldades em serviço desde 2000 para comparações (ANAC,
2013).
- - - - - - - - - - Anais do 6º Simpósio de Segurança de Voo (SSV 2013) – Direitos Reservados - Página 949 de 1014 - - - - - - - - - -
5773 62 70 63 58 69
102 108 110 109
159178
58
25
3426
2823
2021
32 23 18 21
30
34
12
63
78
6967 80
36
210
271
52 6439
9074
27
29
46
3738
22
22
25
46
28 20
28
3436
11
435
767
1486
959
1078
1218
1198
753
363
502
695
572
481
272
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
500
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
Nú
mer
o d
e oco
rrên
cias
-D
S
Nú
mer
o d
e aci
den
tes
e fa
talid
ad
es
Número de acidentes aeronáuticos X RDS submetidos
Acidentes Acidentes Fatais Fatalidades Acidentes com perda total Ocorrências - DS
Figura 27 – Dados de acidentes contra dados de dificuldades em serviço (adaptado de (ANAC, 2013) e (CENIPA, 2013)).
- - - - - - - - - - Anais do 6º Simpósio de Segurança de Voo (SSV 2013) – Direitos Reservados - Página 950 de 1014 - - - - - - - - - -
O SISTEMA DE GERENCIAMENTO DA
SEGURANÇA OPERACIONAL (SGSO) EM
ORGANIZAÇÕES DE MANUTENÇÃO DE
PRODUTO AERONÁUTICO.
Conforme previsto na seção 145.214-I do RBAC 145, as
organizações de manutenção de produto aeronáutico
deverão adequar-se aos processos que norteiam um SGSO
(ANAC, 2013c). Entre os processos de supervisão
permanente e avaliação contínua das operações destas
organizações tem-se o sistema de dificuldades em serviço,
que embora seja encarado como um sistema reativo (ICAO,
2009), pode gerar tendências em determinada frota e
direcionar de forma estratégica as ações da alta
administração destas organizações.
CONCLUSÕES
Nota-se uma quase estagnação no processo de submissão
dos relatórios de dificuldades em serviço por organizações
de manutenção de produto aeronáutico, fato este que
contrasta com a quantidade de organizações certificadas
pelo RBAC 145 (antigo RBHA 145) (DAC, 2005).
Faz-se necessário uma maior divulgação deste sistema entre
as organizações de manutenção de produto aeronáutico,
visto que tal sistema compõe um sistema mais abrangente e
complexo, que é o SGSO.
De forma análoga, para as empresas aéreas, também se faz
necessário uma ampla divulgação entre os regulados, face
aos números de relatórios submetidos ao longo dos últimos
anos, o que contrasta com o crescimento da frota brasileira.
Por fim, como sugestão, pode-se trabalhar em teorias que
possam relacionar a quantidade de relatórios submetidos
com a quantidade de acidentes aeronáuticos, pesquisa esta
que possui como fato inibidor a dificuldade de acesso as
diversas bases de dados.
AGRADECIMENTOS
A Agência Nacional de Aviação Civil pela oportunidade de
aprimoramento contínuo.
REFERÊNCIAS
BRASIL. ANAC. Sistema Integrado de Informações da
Aviação Civil (SINTAC). Disponível em <
https://sistemas.anac.gov.br/rds/ConsultarRDS/Cadastrar/A
caoInicializarFprmCadastrar.do?init=true >. Acessado em
01 de julho de 2013.
BRASIL. Agência Nacional de Aviação Civil, Resolução nº
266, de 5 de março de 2013, publicada no Diário Oficial da
União Nº 46, S/1, p. 7, de 08/03/2013, Requisitos
operacionais: operações domésticas, de bandeira e
suplementares, Regulamento Brasileiro de Aviação Civil
(RBAC) N0 121, Emd. 02, 2013a.
BRASIL. ANAC, Resolução Nº 262 de 29 de janeiro de
2013, publicada no Diário Oficial da União S/l, p. 11 de 31
de janeiro de 2013, Requisitos Operacionais: Operações
Complementares e por Demanda, Regulamento
Brasileiro de Aviação Civil (RBAC) N0 135, Emd. 01, 2013b.
BRASIL. ANAC, Resolução Nº 267, de 05 de março de 2013,
publicada no Diário Oficial da União de 08 de março de 2013,
seção 1, p.7, Organizações de Manutenção de Produto
Aeronáutico, Regulamento Brasileiro de Aviação Civil
(RBAC) N0 145, Emd. 00, 2013c.
BRASIL, ANAC, Superintendência de Aeronavegabilidade.
Disponível em < http://www2.anac.gov.br/certificacao/AvGeral/AIR145Process
os.asp >. Acessado em 01 de julho de 2013, 2013 d.
BRASIL, ANAC, Disponível em <
http://www2.anac.gov.br/rab/servicos/certidao_inteiro.asp >
acessado em 01 de julho de 2013, 2013e.
BRASIL, ANAC, Portaria N0 2133/SAR, de 10 de outubro de
2012, publicada no Diário Oficial da União de 11 de outubro
de 2012, seção 1, p.3, Sistema de Dificuldades em Serviço,
Instrução Suplementar (IS) N0 00-001, Rev. A, 2012.
BRASIL. ANAC. Resolução nº 210, de 29 de novembro de
2011, publicada no Diário Oficial da União N° 230, Seção 1, p.
28, de 01 de dezembro de 2011, Certificação de Produto
Aeronáutico, Regulamento Brasileiro de Aviação Civil
(RBAC) N0 21, Emd. 01, 2011.
BRASIL. ANAC. Resolução Nº 185, de 1º de março de 2011,
publicada no Diário Oficial da União Nº 43, Seção 1, página 6,
de 2 de março de 2011, Diretrizes de Aeronavegabilidade,
Regulamento Brasileiro de Aviação Civil (RBAC) N0 39,
2011a.
BRASIL, CENIPA, Estatísticas. Disponível em <
http://www.cenipa.aer.mil.br/cenipa/index.php/estatisticas/estat
isticas/aviacao-civil-brasileira > acessado em 01 de julho de
2013.
BRASIL. Departamento de Aviação Civil (DAC), Portaria Nº
142/DGAC de 09 de abril de 1990, publicada no Diário Oficial
da União Nº 79, de 25 de abril de 1990, Resolução N° 74, de
03 de março de 2009; Resolução N° 97, de 11 de maio de
2009, Empresas de Manutenção de Aeronaves, Regulamento
Brasileiro de Homologação Aeronáutica (RBHA) N0 145,
Emd. 145-04, 2005.
EUROPEAN AVIATION SAFETY AGENCY (EASA),
Continuing Airworthiness requirements – Part M.
Disponível em < http://www.easa.europa.eu/rulemaking/technical-
publications.php>. Acessado em 01 de Julho de 2013.
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(ICAO), Safety Management Manual, Doc. 9859, Second
Edition, 2009.
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(ICAO), Operation of Aircraft, Annex 6 to the Convention on
International Civil Aviation, 2007a.
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(ICAO), Airworthiness, Annex 8 to the Convention on
International Civil Aviation, 2005.
POSSI, J. R., CRUCELLO, P., R., OLIVEIRA, F., O. Um
Novo Modelo para Submissão de Ocorrências
Aeronáuticas, In: 30 SIMPÓSIO DE SEGURANÇA DE
VOO, 2010, São José dos Campos. Anais, São José dos
Campos: DCTA: GEEV, 2010.
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