DIgestão e Absorção

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TEXTO COMPLEMENTAR DIGESTÃO E ABSORÇÃO DOS COMPONENTES DA DIETA Além da água a alimentação deve fornecer combustíveis metabólicos (principalmente carboidratos e lipídeos), proteínas (para crescimento e reciclagem de proteínas teciduais), fibras, minerais (elementos com funções metabólicas específicas), vitaminas e ácidos graxos essenciais (compostos orgânicos necessários em pequenas quantidades para funções metabólicas e fisiológicas essenciais). Os alimentos com alto teor de fibra são benéficos para a função intestinal. A fibra alimentar reduz o tempo que o alimento leva para ser digerido e eliminado e, por essa razão, previne a constipação e possivelmente são fatores de proteção contra doenças diverticulares e contra o câncer do cólon. As funções dos carboidratos são: 1- Armazenamento energético – o amido e o glicogênio são os carboidratos responsáveis pelo armazenamento de energia dos animais e vegetais. 2- Produção de energia – os carboidratos são as principais fontes de energia. 3. Estruturais – todos os componentes celulares são formados por um carboidrato, e eles formam bases necessárias para a estruturação das células. Os lipídios são fornecedores de calorias (energia) e de ácidos graxos, substâncias muito importantes em nosso organismo, quando consumidas na quantidade certa e sem exageros. Eles auxiliam na absorção de vitaminas A, D, E, K. Porém há os ácidos graxos benéficos, que são os monoinsaturados (ômega 9) e os poliinsaturados (ômega 3 e 6); e os ácidos graxos prejudiciais (gordura trans e ácidos graxos saturados). A palavra proteína vem do vocábulo grego “protos”, e significa primeiro elemento. As proteínas são elementos essenciais para o crescimento e reparação, funcionamento e

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Resumo sobre a digestão e absorção dos componentes da dieta

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TEXTO COMPLEMENTARDIGESTO E ABSORO DOS COMPONENTES DA DIETAAlm da gua a alimentao deve fornecer combustveis metablicos (principalmente carboidratos e lipdeos), protenas (para crescimento e reciclagem de protenas teciduais), fibras, minerais (elementos com funes metablicas especficas), vitaminas e cidos graxos essenciais (compostos orgnicos necessrios em pequenas quantidades para funes metablicas e fisiolgicas essenciais).Os alimentos com alto teor de fibra so benficos para a funo intestinal. A fibra alimentar reduz o tempo que o alimento leva para ser digerido e eliminado e, por essa razo, previne a constipao e possivelmente so fatores de proteo contra doenas diverticulares e contra o cncer do clon. As funes dos carboidratos so:1- Armazenamento energtico o amido e o glicognio so os carboidratos responsveis pelo armazenamento de energia dos animais e vegetais.2- Produo de energia os carboidratos so as principais fontes de energia.3. Estruturais todos os componentes celulares so formados por um carboidrato, e eles formam bases necessrias para a estruturao das clulas.Os lipdios so fornecedores de calorias (energia) e de cidos graxos, substncias muito importantes em nosso organismo, quando consumidas na quantidade certa e sem exageros. Eles auxiliam na absoro de vitaminas A, D, E, K.Porm h os cidos graxos benficos, que so os monoinsaturados (mega 9) e os poliinsaturados (mega 3 e 6); e os cidos graxos prejudiciais (gordura trans e cidos graxos saturados).A palavra protena vem do vocbulo grego protos, e significa primeiro elemento. As protenas so elementos essenciais para o crescimento e reparao, funcionamento e estrutura de todas as clulas vivas. Hormonais, como a insulina, que controlam o acar sanguneo; enzimas, como as amilases, lipases e proteaes que so cruciais na digesto dos alimentos; anticorpos, que nos ajudam a combater as infeces, protenas musculares, que nos permitem a contrao, etc. Assim, as protenas so efetivamente essenciais vida! Elas tambm so essenciais em dietas para perder gordura e em exerccios fsicos.O sistema digestrio transforma protenas, lipdeos e carboidratos em molculas menores, a fim de permitir a entrada desses alimentos nas clulas. Esse processo chamado de digesto e realizado com auxlio de enzimas digestivas.

DIGESTO E ABSORO DE CARBOIDRATOS:As principais caractersticas so: Reao de hidrlise: quebra de componentes maiores em menores; Oligossacardeos, mono e dissacardeos; Os Oligossacardeos possuem vrias cadeias monossacardicas, unidas por ligaes glicosdicas; Os Monossacardeos (Galactose, frutose e glicose=absoro direta); Dissacardeos (Maltose, Sacarose e lactose=necessitam de enzimas especficas), j os Polissacardeos necessitam da amilase pancretica e outras enzimas. As hidrlises do amido pela amilase salivar e pancretica catalisam hidrlise aleatria de ligaes glicosdicas alfa 1-4, resultando em dextrinas e a seguir em uma mistura de glicose, maltose e isomaltose (a partir dos pontos de ramificao da amilopectina).

Digesto e absoro de carboidratos no Intestino DelgadoAs funes do intestino delgado incluem: completar a digesto, absoro e secreo. O duodeno a primeira poro, proximal, do intestino delgado, que se estende do piloro (gastroduodenal) ao jejuno. Nessa parte realiza-se a digesto do quimo (transformao do bolo alimentar no estmago) pela ao do suco entrico que contm enzimas, como a enteroquinase, hormnios como a secretina, estimulando a secreo de suco pancretico e bile. Estas substncias vo processar quimicamente as protenas, lipdeos, carboidratos, vitaminas e todas as substncias ingeridas e necessrias ao metabolismo energtico. Pela ao do suco entrico e dos movimentos peristlticos, o quimo transformado em quilo.Alm das enzimas faladas, existem outras como: Oligossacaridases, Dissacaridases (Maltase, Sacarase, Isomaltose e lactose). Essas enzimas encontram-se localizadas na bordadura em escova das clulas da mucosa intestinal, onde os monossacardeos resultantes e outros originados da alimentao so absorvidos.Glicose e galactose so absorvidas por um processo de sdio-dependente. Elas so carreadas pela mesma protena transportadora (SGLT1) e competem, uma com a outra, em relao absoro intestinal. Outros monossacardeos so absorvidos por difuso mediada por um carregador. Como no so transportados ativamente, frutose e acares alcois so apenas absorvidos a favor de seu gradiente de concentrao e, aps uma ingesto moderadamente elevada, alguns permanecem no lmen intestinal, atuando como substrato para fermentao bacteriana a partir do final do leo. Assim existem 2 mecanismos separados para absoro de monossacardeos no intestino delgado.O papel do GLTUT2 facilitar a sada de monossacardeos da clula para os compartimentos intersticial e capilar, completando assim o processo de absoro.A captao de monossacardeos do lmen para a clula intestinal efetuada por dois mecanismos: Transporte passivo (difuso facilitada): O movimento da glicose est a favor do gradiente de concentrao (de um compartimento de maior concentrao de glicose para um compartimento de menor concentrao). A difuso facilitada mediada por um sistema de transporte de monossacardeos do tipo Na+ independente.

Transporte ativo: A glicose captada do lmen para a clula epitelial do intestino por um co transportador Na+monossacardeo (SGLT). um processo ativo indireto cujo mecanismo envolve a (Na+K+)ATPase (bomba de (Na+K+), que remove o Na+ da clula, em troca de K+, com a hidrlise concomitante de ATP. O mecanismo tem alta especificidade por D-glicose e D-galactose.

Aps a absoro, a glicose no sangue aumenta e as clulas das ilhotas pancreticas secretam insulina que estimula a captao de glicose principalmente pelo tecido adiposo e muscular. O fgado, o crebro e os eritrcitos, no necessitam de insulina para captao de glicose por suas clulas (tecidos insulinoindependentes). Outros hormnios e enzimas, alm de vrios mecanismos de controle, so importantes na regulao da glicemia.A frutose e a galactose somente so convertidas em glicose no fgado.Obs: O transporte da frutose (atravs do GLUT 5) no muito eficiente, no permitindo sua total absoro. Sendo assim, uma grande quantidade de frutose na dieta pode causar diarria. DEGRADAO ANORMAL DE DISSACARDEOSCausas: Doenas intestinais, m-nutrio, drogas que danificam a mucosa intestinal, idade deficincia de enzimas digestivas. Intolerncia lactose deficincia de lactase (75% de adultos no mundo, principalmente descendentes de africanos e asiticos). Deficincia de sacarase (10% dos esquims).

DIGESTO E ABSORO DE LIPDEOS:Os principais lipdios da dieta so os triacilgliceris, e em uma menor extenso, os fosfolipdeos. Tratam-se de molculas hidrofbicas e devem ser hidrolisadas e emulsificadas em gotculas bem pequenas (micelas), antes que possam ser absorvidas.A digesto comea no estmago, catalisada pela lpase estvel em meio cido que degradam os triacilglicerdeos da dieta. Essas lpases cidas desempenham um papel importante em neonatos (recm nascidos), para os quais a gordura do leite a principal fonte de calorias.A pouca solubilidade em gua dos lipdeos traz problemas para a digesto por que os substratos no ficam facilmente acessveis s enzimas digestivas da fase aquosa. Alm disso, a maioria dos produtos da digesto de lipdeos so tambm lipdeos com pouca solubilidade em gua, de forma que tendem a formar agregados, que dificultam a absoro eficiente.Estes problemas so resolvidos por 1) gerao/secreo de molculas surfactantes, que aumentam a rea de interface entre as fases aquosa e lipdica; 2) Solubilizao de lipdeos com detergentes. Portanto mudanas no estado fsico de lipdeos esto intimamente ligadas a mudanas qumicas durante a digesto e absoro.

FASES DA DIGESTO DE LIPDEOS:Pelo menos 5 fases da digesto de lipdeos podem ser diferenciadas: 1) Hidrlise de triacilgliceris e cidos graxos livres e monoacilgliceris no lmen do trato gastrointestinal; 2) dolubilizao de lipdeos por detergentes (cidos biliares) e transporte do lmen intestinal para a superfcie das clulas do epitlio de revestimento; 3) Captao de cidos graxos livres e monoacilgliceris pela clula epitelial e sntese de triacilgliceris; 4) acondicionamento de triacilgliceris recm-sintetizados em glbulos especiais ricos em lipdeos, chamados quilomcrons; 5) Exocitose dos quilomcrons das clulas epiteliais intestinais na linfa.A hidrlise de triacilgliceris iniciada no estmago por lipases lingual e gstrica. Digesto gstrica pode ser responsvel por at 30% da hidrlise total de triacilgliceris. Todavia a velocidade de hidrlise baixa, pq os triacilgliceris ingeridos formam gotculas de lipdeos, com uma rea de interface limitada, a qual lipases podem adsorver. Entretanto algumas molculas de lipases adsorvem e hidrolisam triacilgliceris em cidos graxos e diacilgliceris, o que converte um composto imiscvel em gua em produtos com grupos polares e apolares. Estes produtos superfcie-ativos adsorvem espontaneamente a interface gua-lipdeo e confere uma superfcie hidroflica s gotculas lipdicas, fornecendo assim um aumento na rea de interface. Qualquer aumento na rea de interface produz disperso da fase lipdica em gotculas menores (emulsificao) e fornece mais pontos para adsoro de molculas de lipase. A disperso de lipdeos em gotculas menores tb ajudada pelos movimentos peristlticos e de mistura do estmago. O quimo gstrico liberado no duodeno geralmente contm apenas gotculas de gordura de 2mm de dimetro.DIGESTO POR LIPASES PANCRETICAS:Trs enzimas hidrolticas so encontradas no suco pancretico secretado no duodeno: lipasepancretica, colesterolesterase e fosfolipase A2. A lipasepancretica catalisa a hidrlise dos triacilgliceris com a formao de 2monoglicerol e 2 cidos graxos:O suco pancretico contm um lipdeo esterase inespecfica (colesterol esterase) que age sobre colestreil steres, monoacilgliceris ou outros steres de lipdeos, como steres de vitamina A com cidos carboxlicos. Em contraste com a triacilglicerol lipase, esta esterase requer cidos biliares para sua atividade.Fosfolipdeos so hidrolisados por fosfolipases especficas. O suco pancretico rico em pr-fosfolipase A2. Como outras pr-enzimas pancreticas so ativadas por tripsina. Fosfolipase A2 requer cidos biliares para sua atividade.A colipase, um co-fator protico tambm produzido pelo pncreas, essencial na estabilizao da lipase, no permitindo sua desnaturao ou inibio pelos sais biliares.Os steres de colesteril ingeridos na dieta so emulsificados pelos sais biliares e, ento, hidrolisados pela colesterolesterase a colesterol e cidos graxos livres:ster de colesteril + H2O esteraseColesterolcolesterol + cido graxoA fosfolipase A2, secretada na forma de pr-enzima e ativada pela tripsina, catalisa a hidrlise dos resduos de cidos graxos presentesO sulco pancretico contm outras esterases menos especficas que atuam sobre monoacigliceris e outros steres lipdicos, como os de vitamina A com cidos carboxlicos.

BILE:* Lquido espesso, viscoso, amarelo-dourado ou esverdeado.* pH levemente alcalino. * Sintetizado pelo fgado.* Armazenado e concentrado na vescula biliar.* Meio de excreo de colesterol, pigmentos biliares, toxinas e drogas lipossolveis.

EMULSIFICAO PELOS CIDOS BILIARES:Emulsificao aumenta rea de ao da lipase pancretica

ABSORO DE LIPDEOS:Micelas mistas entercitos (membrana com borda em escova) os lipdeos penetram nas clulas.cidos graxos de cadeia curta e mdia no necessitam de micelas para serem absorvidos.ABSORO UM QUILOMCRON:TAG + apolipoprotenas B-48 e fosfolipdios quilomcrons complexo de Golgi vesculas exocitose vasos linfticos. TAG no interior, mais que 80% da massa total. Colesterol na superfcie. steres de colesterol no interior.

DIGESTO E ABSORO DE PROTENAS:O estmago secreta o suco gstrico, que contm o cido clordrico e a pro-enzima pepsinognio: o cido desnatura protenas da dieta e ativa o pepsinognio, formando pepsina.O HCl est muito diludo(pH= 2 a 3) para hidrolisar protenas. Desnatura as protenas tornando-as mais susceptveis hidrlise.J no pncreas: O suco pancretico rico em pr-enzimas que so ativadas depois de chegarem ao lmen do intestino delgado.Enteropeptidase (ou enteroquinase), uma protease produzida por clulas epiteliais do duodeno ativa tripsinognio pancretico em tripsina por ciso de um hexapeptdeo da extreminade NH2 terminal. Polipeptdeos produzidos no estmago pela ao da pepsina.Bicarbonato de sdio.As enzimas pancreticas assim como a pepsina so sintetizadas e secretadas na forma de zimognio inativo.A liberao e ativao do zimognio pancretico

ABSORO INTESTINAL DOS AMINOCIDOS:Sistema de transporte secundrio para aas livres dependente de Na+. Os di e tripeptdeos so captados por um sistema de transporte ligado ao H+ e depois hidrolisado no citosol, antes de serem liberados ao sistema porta. Os aas de cadeia ramificada so exemplos importantes de aas que no so metabolizados pelo fgado; em vez disso eles so enviados pelo fgado para a circulao.