Digestão no Porco

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Digestão no Porco

Trata-se de um omnívoro monogástrico que consome

alimentos de origem animal e vegetal. A anatomia e

fisiologia do seu aparelho digestivo é próxima da do

homem: é considerado aqui como o animal de referência a

partir do qual serão analisadas as particularidades dos

ruminantes, cavalos, coelhos e aves.

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Aparelho Digestivo É constituído pelo tubo digestivo e glândulas anexas.

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1. Tubo digestivo

A cavidade bocal está esta delimitada por dois

fortes maxilares nos quais esta implementada uma

dentadura completa (3/3i, 1/1c, 4/4pm, 3/3m). As

glândulas salivares estão muito desenvolvidas.

Esófago;

Estômago;

Intestino delgado – compreende o duodeno que

recebe as secreções do fígado e do pâncreas.

Intestino grosso – constituído pelo ceco e pelo

cólon. Caracteriza-se pela ausência de viscosidades

e por actividade microbiana importante.

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2. Glândulas anexas

As glândulas anexas são a origem das secreções digestivas. Essas glândulas podem estar bem individualizadas (glândulas salivares, fígado, pâncreas) ou disseminadas na parede do tubo digestivo (glândulas gástricas, glândulas intestinais).

As secreções digestivas são constituídas em parte por enzimas digestivas e por outra por substâncias não enzimáticas: ácido clorídrico do estômago, bílis do fígado, muco produzido em diferentes locais do tubo digestivo (estômago, intestino delgado, cólon).

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Digestão nas diferentes partes do tubo

digestivo

Na cavidade bocal a digestão é sobretudo mecânica. A mastigação permite a fragmentação dos alimentos e em saliva (um porco adulto produz à volta de 15 litros por dia).

No estômago os alimentos focam cerca de 7 horas, entrando em acção o suco gástrico e sendo evacuados progressivamente e fraccionadamente através da abertura periódica do piloro. As glândulas gástricas, situadas na mucosa, secretam o suco gástrico constituído por mucos, ácido clorídrico e por uma enzima proteolítica (pepsina).

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a digestão química é devido à acção da pepsina

associada ao ácido clorídrico que mantém um pH

baixo (2 a 4) óptimo para a actividade da enzima.

o ácido clorídrico serve igualmente para

desinfectar o conteúdo do estômago e destruir os

micróbios trazidos pelos alimentos e pela saliva.

o muco produzido no estômago tem o papel de

lubrificar e de proteger a mucosa contra a pepsina

e o ácido clorídrico.

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O intestino delgado secreta um suco relativamente

complexo constituído por muco numerosas enzimas:

enzimas glicolíticas (maltase, lactase, sacarase,

isomaltase), enzimas proteolíticas (peptidases) e uma

lipase. Recebe também as secreções digestivas do fígado

e do pâncreas:

A bílis proveniente do fígado, armazenada na

vesícula biliar, tem basicamente duas acções

digestivas: neutralização do conteúdo ácido

proveniente do estômago e emulsão dos lipídos

por acção tensioactiva dos sais biliares (a

emulsão é necessária à acção da lipase

pancreática).

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As secreções digestivas do pâncreas exótico

contém as enzimas proteolíticas (peptidases,

tripsina e quimotripsina, e ma amilase e uma

lipase).

No intestino grosso, caracterizado pela ausência de

secreções enzimáticas mas rico em glândulas e mucos,

têm lugar a absorção de água e dos minerais em

solução e a putrefacção das matérias azotadas residuais.

A existência de uma população microbiana de

bactérias e de protozoários, activas nos glúcidos

parietais dos alimentos de origem vegetal e sobre o

amido residual, vai levar à formação de ácidos gordos.

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Particularidades da digestão dos

ruminantes

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Aparelho digestivo 1. Tubo digestivo

A cavidade bocal assegura a preensão dos alimentos e

a ruminação, tendo uma língua longa e muito móvel. A

formula dentária é 0/4i, 0/0c, 3/3pm, 3/3m;

Esófago;

O rúmen (ou pança) é de longe o mais volumoso dos

reservatórios uma vez que contem ¾ do conteúdo

digestivo total. Apresenta uma mucosa não secretora;

O reticulo (ou barrete);

O folhoso (ou omaso) apresenta uma mucosa não

secretora;

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2. Reticulo - rúmen

É todos os dias enchido com uma massa alimentar

fibrosa contendo geralmente 85% de água e

representa ¾ do conteúdo digestivo total;

Degradação química através da acção da

população microbiana;

Mistura e preensão permanente através da acção

da motricidade do reticulo-rúmen;

Trituração através da ruminação;

Transito selectivo em direcção ao folhoso.

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3. Transito do bolo alimentar após o reticulo-rúmen

Na sua maioria, as partículas presentes no retículo

não tem mais que 1 mm;

No omaso o bolo alimentar é parcialmente

desidratado, havendo uma importante absorção de

água e sais minerais, sobretudo o sódio e o

potássio;

No abomaso é impregnado de suco gástrico;

A eliminação pelas fezes das partículas não

digeridas é à volta de 3 dias após a ingestão.

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Fenómenos fermentativos no reticulo-

rúmen 1. O meio ruminal

O meio ruminal representa um meio de fermentação

particularmente favorável ao desenvolvimento de uma

população de microrganismos extremamente densa e

extremamente activa graças aos seguintes factores:

Um meio aquoso em que a água provem da água

bebida pelo animal, da água contida nos alimentos

e ainda de uma salivação abundante e continua;

Uma temperatura mais ou menos constante (38

a 42 ºC);

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Um teor em oxigénio muito baixo mantendo uma

anaerobiose permanente;

Um fluxo regular de substrato;

Redução das partículas pelo corte através da

mastigação;

Um pH mantido num valor sem grande

variação (6,2 a 6,5);

Uma mistura e preensão permanente;

O coagulador (ou abomaso) corresponde ao

estômago dos monogástricos e a sua mucosa é

secretiva;

O intestino que se divide em duas partes: intestino

delgado e intestino grosso que compreende o ceco,

o cólon e o recto;

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2. Glândulas anexas

As glândulas salivares estão muito

desenvolvidas, segregam de 100 a 200 l/dia e têm

um papel essencial na humificação do bolo

alimentar. A secreção é contínua mas aumenta

fortemente com a mastigação;

A saliva não contém a ptialina;

A bílis não tem um papel importante nos

ruminantes que ingerem pouca quantidade de

lípidos;

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Fenómenos mecânicos da digestão 1. Ingestão de alimentos

O tempo de ingestão é de 5 a 8 horas por dia,

fraccionado em uma dezena de refeições;

A mastigação é rápida: 70 a 80

movimentos/minutos nos bovinos e 120 a 150 nos

pequenos ruminantes.

2. Degradação dos glucidos

A hidrolise mais ou menos completa e rápida em

oses (hexoses ou pentoses);

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Fermentação das oses formando-se:

Ácidos gordos voláteis (AGV),

essencialmente ácido acético (C2), ácido

propiónico (C3) e ácido butírico (C4);

Gases, gás carbónico e metano

principalmente, que são rejeitados por

eructação. A libertação de metano

representa uma perda energética.

3. Degradação das matérias azotadas

Degradação mais ou menos intensa e rápido em

que o amoníaco (NH3) é o produto final de maior

importância;

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Esta degradação microbiana é rápida e total para os

constituintes não proteicos (ureia, amido…) e para

os constituintes proteitos simples (aminoácidos

livres, péptidos, polipeptidos).

4. Degradação dos lípidos

Encontram-se presentes em pequenas quantidades

(2 a 6 % da MS).