Dimensionamento Cabos Bt
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DIMENSIONAMENTO DE RAMAIS ALIMENTADORES EM BAIXA TENSÃO (V <= 1,0 kV)
PARA CARGAS MOTORAS
1 OBJETIVO
Esta memorial de cálculo tem por objetivo apresentar os critérios utilizados no dimensionamento de
ramais alimentadores em baixa tensão (Vn ≤ 1,0kV em corrente alternada) utilizando cabos isolados.
2 PREMISSAS ADOTADAS
1.1 NORMAS APLICÁVEIS
- NBR-5410/2004 - Instalações Elétricas de Baixa Tensão
1.2 CARACTERÍSTICAS DOS CABOS ELÉTRICOS
1.2.1 Construção
Cabos para circuitos de baixa tensão:
- isolação : PVC/ EPR / XLPE
- cobertura : PVC / PE
1.2.2 Temperaturas Máximas Admitidas nos Cabos
Em regime:
- PVC: 70 0C
- EPR / XLPE:90 0C
Em curto-circuito:
- PVC: 160 0C para cabos até 300 mm² e 1400C para cabos maiores que 300 mm²
- EPR / XLPE:250 0C
1.2.3 Formação dos Circuitos Alimentadores:
Os cabos podem ser unipolares ou multipolares.
1.3 CARACTERÍSTICAS DA INSTALAÇÃO
Os métodos de referência são os métodos de instalação, indicados na IEC 60364-5-52, para os
quais a capacidade de condução de corrente foi determinada por ensaio ou por cálculo. São eles:
A1: condutores isolados em eletroduto de seção circular embutido em parede termicamente
isolante;
A2: cabo multipolar em eletroduto de seção circular embutido em parede termicamente
isolante;
B1: condutores isolados em eletroduto de seção circular sobre parede de madeira;
B2: cabo multipolar em eletroduto de seção circular sobre parede de madeira;
C: cabos unipolares ou cabo multipolar sobre parede de madeira;
D: cabo multipolar em eletroduto enterrado no solo;
E: cabo multipolar ao ar livre;
F: cabos unipolares justapostos (na horizontal, na vertical ou em trifólio) ao ar livre;
G: cabos unipolares espaçados ao ar livre.
NOTAS
1 Nos métodos A1 e A2, a parede é formada por uma face externa estanque, isolação térmica e uma
face interna em madeira ou material análogo com condutância térmica de no mínimo 10 W/m2.K. O
eletroduto, metálico ou de plástico, é fixado junto à face interna (não necessariamente em contato
físico com ela).
2 Nos métodos B1 e B2, o eletroduto, metálico ou de plástico, é montado sobre uma parede de
madeira, sendo a distância entre o eletroduto e a superfície da parede inferior a 0,3 vez o diâmetro
do eletroduto.
3 No método C, a distância entre o cabo multipolar, ou qualquer cabo unipolar, e a parede de
madeira é inferior a 0,3 vez o diâmetro do cabo.
4 No método D, o cabo é instalado em eletroduto (seja metálico, de plástico ou de barro) enterrado
em solo com resistividade térmica de 2,5 K.m/W, a uma profundidade de 0,7 m.
5 Nos métodos E, F e G, a distância entre o cabo multipolar ou qualquer cabo unipolar e qualquer
superfície adjacente é de no mínimo 0,3 vez o diâmetro externo do cabo, para o cabo multipolar, ou
no mínimo uma vez o diâmetro do cabo, para os cabos unipolares.
6 No método G, o espaçamento entre os cabos unipolares é de no mínimo uma vez o diâmetro
externo do cabo.
A seleção e a instalação de linhas elétricas são definidas pela Norma NBR-5410/04. As
maneiras de instalar são referidas na tabela 33 da NBR-5410.
CRITÉRIOS UTILIZADOS DO DIMENSIONAMENTO DE CIRCUITOS
A NBR-5410 trata dos critérios que devem ser adotados para dimensionamento de circuitos:
Com relação a queda de tensão, para o caso de cargas motoras, temos:
- Queda de tensão na partida
- Queda de tensão em regime
1.4 CORRENTE NOMINAL:
Para o cálculo da corrente nominal em alimentadores contendo motores de indução trifásicos,
será utilizada a seguinte fórmula:
* FS eq.[ 1 ]
Onde:
P = Potência da motor em kW
VN = Tensão nominal do circuito alimentador(kV)
cos Ø = Fator de potência do motor
η = Rendimento do motor
FS = Fator de serviço
1.4.1 Fatores de Correção:
Temperatura:
Segundo a tabela 40 da NBR 5410/04 – Fatores de correção para temperaturas, aplica-se:
Temperatura de referência para linhas subterrâneas : 20° C
Temperatura de referência para linhas não subterrâneas: 30 °C
Agrupamento:
Fatores de correção conforme tabelas 42 a 45 da NBR 5410/04 – Fatores de correção para
agrupamentos, em função da maneira de instalar e da quantidade de circuitos:
1.5 QUEDA DE TENSÃO
A queda de tensão nos circuitos é calculada pela seguinte fórmula:
eq.[ 2 ]
Onde:
ΔV = queda de tensão em Volt
Rca = resistência do cabo em Ω/km
Xl = reatância do cabo em Ω/km
i = corrente nominal do circuito em A (para queda de tensão em regime) ou corrente de
partida (para queda de tensão na partida)
L = comprimento do circuito em km
= fator de potência (“+” para FP indutivo e “–“ para FP capacitivo)
1.6 CURTO CIRCUITO
As bitolas dos cabos serão dimensionadas de modo a suportar as correntes de curto-circuito
previstas. A seção mínima será calculada de acordo com a equação abaixo:
S I x t Eq. [ 3 ]
K
Onde:
I = corrente de curto-circuito (A)
S = seção transversal (mm²)
t = tempo de duração do curto (s)
K = constante em função do tipo de isolação, cobertura protetora e material do cabo. Para cabos
EPR com cobertura em PVC em cobre o valor é 143 (tabela 30 da NBR 5410/04).
3 EXEMPLO DE DIMENSIONAMENTO
Alimentador de um motor indução trifásico para uma bomba centrífuga:
Dados:
PN = 100 cv (Fator de serviço 1)
cos Ø = 0,85 regime
η=0,92
método de instalação - Cabos multipolares em eletroduto embutido no piso, considerar que além
deste ramal alimentador serão instalados mais cinco circuitos (cada circuito em eletroduto
exclusivo – espaçamento nulo entre eletrodutos). Utilizar cabos com isolação em EPR.
Temperatura no solo = 30°C
Distância: 300m
cos Ø = 0,15 partida
Tensão alimentação: 380 V
Método de partida = soft starter (Ip= 3 x In)
Corrente curto-circuito no condutor: 32 kA
Tempo de atuação da proteção: 100 ms
a) Dimensionamento pela IN
Aplicando a equação eq.[ 1 ], temos:
IN = 143 A
Fator de correção de temperatura = 0,93
Fator de correção de agrupamento = 0,60
Escolha pela capacidade de corrente:
Cabo de cobre isolação EPR 0,6/1 kV, seção de 150mm2 (conforme tabela 37 da NBR
5410/04 – cabo 150 mm2 EPR tem capacidade de condução de 271A no modo de instalar D).
b)- Cálculo da suportabilidade do cabo em relação ao curto circuito
S I x t_
K
I = 32000 (A) – valor de Icc do painel que alimenta o motor
T = 0,1 (s) – considerado atuação do disjuntor em 100 ms
K = 143
S 70,76 mm2
Escolha pelo curto circuito: A seção mínima calculada para o nível de curto circuito é 95
mm2 .
c)- Cálculo da queda de tensão na partida (considerando o cabo de 150 mm2)
Onde:
ΔV = queda de tensão em Volt
Rca = 0,1612 Ω/km
Xl = 0,084 Ω/km
ip = 3 x In = 429 A (Considerando corrente de partida 3 vezes a corrente nominal através de
soft starter)
L = 0,3 km
= 0,15
ΔV = 23,90V
A queda de tensão percentual calculada na partida é de 6,3 %, ficando abaixo dos 10%
recomendados para o soft starter.
d)- Cálculo da queda de tensão em regime (considerando o cabo de 150 mm2)
Onde:
ΔV = queda de tensão em Volt
Rca = 0,1612 Ω/km
Xl = 0,084 Ω/km
in = 143 A
L = 0,3 km
= 0,85
ΔV = 13,5V
A queda de tensão percentual calculada em regime é de 3,55 %. Aqui deve ser verificado a
queda de tensão total desde o secundário do transformador até a carga final (valor deve ser
menor que 7%). Considerando uma queda de 2% entre secundário do transformador e CCM,
então os 3,55% atendem (3,55 + 2 = 5,55%).
4 CABOS DEFINIDOS
Cabo de cobre isolação EPR 0,6/1 kV, seção #150mm2, tipo multipolar, classe 5 de
encordoamento. Cabo terra #70mm2 PVC 750V.
Com relação à seção mínima a NBR-5410 cita:
Com relação à sobrecarga a NBR-5410 cita:
Com relação à proteção por seccionamento automático da alimentação a NBR-5410 cita: