DIREITO E NOVAS TECNOLOGIAS - editoraclassica.com.breditoraclassica.com.br/novo/ebooksconteudo/Dir e...

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2014 Curitiba Coleção CONPEDI/UNICURITIBA Organizadores PROF. DR. ORIDES MEZZAROBA PROF. DR. RAYMUNDO JULIANO REGO FEITOSA PROF. DR. VLADMIR OLIVEIRA DA SILVEIRA PROFª. DRª. VIVIANE COÊLHO DE SÉLLOS-KNOERR Vol. 12 DIREITO E NOVAS TECNOLOGIAS Coordenadores PROF. DR. AIRES JOSÉ ROVER PROF. DR. ADALBERTO SIMÃO FILHO PROFª. DRª. ROSALICE FIDALGO PINHEIRO 2014 Curitiba

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  • 2014 Curitiba

    Coleo CONPEDI/UNICURITIBA

    Organizadores

    Prof. Dr. oriDes MezzarobaProf. Dr. rayMunDo Juliano rego feitosa

    Prof. Dr. VlaDMir oliVeira Da silVeiraProf. Dr. ViViane Colho De sllos-Knoerr

    Vol. 12

    DIREITO E NOVAS TECNOLOGIAS

    Coordenadores

    Prof. Dr. aires Jos roverProf. Dr. aDalBerto siMo filho

    Prof. Dr. rosalice fiDalgo Pinheiro

    2014 Curitiba

  • Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)

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    Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)

    CIP-BRASIL. CATALOGAO-NA-FONTE

    Equipe Editorial

    EDITORA CLSSICA

    Allessandra Neves FerreiraAlexandre Walmott Borges Daniel Ferreira Elizabeth Accioly Everton Gonalves Fernando Knoerr Francisco Cardozo de Oliveira Francisval Mendes Ilton Garcia da Costa Ivan Motta Ivo Dantas Jonathan Barros VitaJos Edmilson Lima Juliana Cristina Busnardo de Araujo Lafayete PozzoliLeonardo Rabelo Lvia Gaigher Bsio Campello Lucimeiry Galvo

    Luiz Eduardo GuntherLuisa Moura Mara Darcanchy Massako Shirai Mateus Eduardo Nunes Bertoncini Nilson Arajo de Souza Norma Padilha Paulo Ricardo Opuszka Roberto Genofre Salim Reis Valesca Raizer Borges Moschen Vanessa Caporlingua Viviane Coelho de Sllos-Knoerr Vladmir Silveira Wagner Ginotti Wagner Menezes Willians Franklin Lira dos Santos

    Conselho Editorial

    D597Direito e novas tecnologias

    Coleo Conpedi/Unicuritiba.Organizadores : Orides Mezzaroba / Raymundo Juliano Rego Feitosa / Vladmir Oliveira da Silveira / Viviane Colho Sllos-Knoerr.Coordenadores : Aires Jos Rover / Adalberto Simo Filho / Rosalice Fidalgo Pinheiro.Ttulo independente - Curitiba - PR . : vol.12 - 1 ed. Clssica Editora, 2014.526p. :

    ISBN 978-85-8433-000-3

    1. Direito. 2. Comunicabilidade web.I. Ttulo. CDD 341.88

    Editora Responsvel: Vernica GottgtroyCapa: Editora Clssica

    Editora Responsvel: Vernica GottgtroyCapa: Editora Clssica

  • MEMBROS DA DIRETORIA Vladmir Oliveira da Silveira

    Presidente Cesar Augusto de Castro Fiuza

    Vice-Presidente Aires Jos Rover

    Secretrio Executivo Gina Vidal Marclio Pompeu

    Secretrio-Adjunto

    Conselho Fiscal Valesca Borges Raizer Moschen

    Maria Luiza Pereira de Alencar Mayer Feitosa Joo Marcelo Assafim

    Antonio Carlos Diniz Murta (suplente) Felipe Chiarello de Souza Pinto (suplente)

    Representante Discente Ilton Norberto Robl Filho (titular)

    Pablo Malheiros da Cunha Frota (suplente)

    Colaboradores

    Elisangela Pruencio Graduanda em Administrao - Faculdade Deciso

    Maria Eduarda Basilio de Araujo Oliveira Graduada em Administrao - UFSC

    Rafaela Goulart de Andrade Graduanda em Cincias da Computao UFSC

    DiagramadorMarcus Souza Rodrigues

    XXII ENCONTRO NACIONAL DO CONPEDI/ UNICURITIBACentro Universitrio Curitiba / Curitiba PR

  • Sumrio

    APRESENTAO ........................................................................................................................................

    A ACESSIBILIDADE NOS SITES DA ADMINISTRAO PBLICA: A POTENCIALIZAO DO ACESSO E A EFETIVAO DO EXERCCIO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS DOS CIDADOS (Gislaine Ferreira Oliveira e Priscila Valduga Dinarte) .............................................................................................................

    INTRODUO ............................................................................................................................................

    A ACESSIBILIDADE E AS CARTILHAS DO PODER EXECUTIVO FEDERAL: O ACESSO COMO PROMOTOR DO EXERCCIO DA CIDADANIA NOS SITES GOVERNAMENTAIS ............................................................

    ANLISE DAS FERRAMENTAS QUE PERMITEM MAIOR ACESSIBILIDADE NAS PGINAS E PORTAIS GOVERNAMENTAIS: COTEJO ENTRE OS DOCUMENTOS EXARADOS PELO PODER PBLICO FEDERAL E A REALIDADE DE ALGUNS SITES ...........................................................................................................

    CONCLUSO ..............................................................................................................................................

    REFERNCIAS ............................................................................................................................................

    NOVOS HORIZONTES DEMOCRTICOS ABERTOS PELA INTERNET: DADOS E ANLISE SOBRE A COMUNICABILIDADE DOS SITES DO GOVERNO ELETRNICO BRASILEIRO (Anna Clara Lehmann Martins e Lahis Pasquali Kurtz) ..................................................................................................................

    INTRODUO ............................................................................................................................................

    A ABERTURA DE NOVOS HORIZONTES COMUNICACIONAIS PARA O GOVERNO DEMOCRTICO COM O ADVENTO DA INTERNET ..............................................................................................................

    POTENCIAL COMUNICATIVO NA PRTICA: A FERRAMENTA FALE CONOSCO E A PRESENA DE REDES SOCIAIS NOS SITES GOVERNAMENTAIS BRASILEIROS ..............................................................

    CONSIDERAES FINAIS ..........................................................................................................................

    REFERNCIAS ............................................................................................................................................

    BLOG DA HIDRELTRICA DE BELO MONTE: A POSSIBILIDADE DA EXPRESSO DE POSICIONA-MENTOS MINORITRIOS NA INTERNET (Francieli Puntel Raminelli) ....................................................

    INTRODUO ............................................................................................................................................

    PROTEO CONSTITUCIONAL DO MEIO AMBIENTE .............................................................................

    MOVIMENTOS AMBIENTALISTAS E A INTERNET ....................................................................................

    USINA HIDRELTRICA DE BELO MONTE: EXPRESSES MULTIFACETADAS ACERCA DO PROJETO ......

    CONCLUSO ..............................................................................................................................................

    REFERNCIAS ............................................................................................................................................

    A LEI DE ACESSO INFORMAO NO PODER LEGISLATIVO BRASILEIRO DENTRO DO CONTEXTO DA SOCIEDADE INFORMACIONAL: PERSPECTIVAS PARA A DEMOCRACIA (Letcia Almeida de la Rue)

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    INTRODUO ............................................................................................................................................

    DEMOCRACIA E NOVAS TECNOLOGIAS ..................................................................................................

    LEI DE ACESSO INFORMAO: CONTRIBUIES PARA A DEMOCRACIA .........................................

    PODER LEGISLATIVO, DEMOCRACIA E LEI DE ACESSO INFORMAO .............................................

    CONSIDERAES FINAIS ..........................................................................................................................

    REFERNCIAS ............................................................................................................................................

    AS POTENCIALIDADES DE PARTICIPAO POPULAR NA INTERNET: ANLISE DO PORTAL DA CMARA DOS DEPUTADOS (Letcia Bodanese Rodegheri e Rafael Santos de Oliveira) ..........................

    INTRODUO ...........................................................................................................................................

    A EVOLUO DO PROCESSO DEMOCRTICO BRASILEIRO ....................................................................

    A DEMOCRACIA NA SOCIEDADE INFORMACIONAL ...............................................................................

    O PORTAL DA CMARA DOS DEPUTADOS E A POSSIBILIDADE DE PARTICIPAO POPULAR ONLINE

    CONCLUSO ..............................................................................................................................................

    REFERNCIAS ............................................................................................................................................

    DIREITO PRIVACIDADE NA INTERNET: O COMPARTILHAMENTO DE DADOS ENTRE WEBSITES E A VIOLAO PRIVACIDADE (Leonardo Melo Matos) ...........................................................................

    INTRODUO ...........................................................................................................................................

    A INFORMAO ENQUANTO BEM JURDICO: A INTERNET E A SOCIEDADE INFORMACIONAL ........

    MANUEL CASTELLS E O PARADIGMA DA SOCIEDADE EM REDE ...........................................................

    DA INFORMTICA TELEMTICA: CONCEITOS BSICOS DE INFORMTICA E INTERNET .................

    O DIREITO PRIVACIDADE NA INTERNET E O CRUZAMENTO DE DADOS ...........................................

    CONCLUSO ..............................................................................................................................................

    BIBLIOGRAFIA ...........................................................................................................................................

    PRIVACIDADE NA SOCIEDADE DA INFORMAO E O DIREITO INVISIBILIDADE NOS ESPAOS PBLICOS (Maria Cristina Cereser Pezzella e Silvano Ghisi) ......................................................................

    INTRODUO ............................................................................................................................................

    PRIVACIDADE COMO DIREITO FUNDAMENTAL .....................................................................................

    SOCIEDADE DA INFORMAO .................................................................................................................

    ESPAOS PBLICOS E ESPAOS PRIVADOS .............................................................................................

    DIREITO INVISIBILIDADE NOS ESPAOS PBLICOS ........................................................................

    CONSIDERAES FINAIS ..........................................................................................................................

    REFERNCIAS ............................................................................................................................................

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    A PROTEO JURDICA DE DADOS PESSOAIS NA INTERNET: ANLISE COMPARADA DO TRATAMEN-TO JURDICO DO TEMA NA UNIO EUROPEIA E NO BRASIL (Letcia Brum da Silva e Rosane Leal da Silva)

    INTRODUO ............................................................................................................................................

    OS DADOS PESSOAIS COMO UMA NOVA CATEGORIA DE DIREITOS FUNDAMENTAIS ........................

    A PROTEO JURDICA DOS DADOS PESSOAIS NA UNIO EUROPEIA: O EXEMPLO DOS PASES INTEGRADOS NA SOCIEDADE INFORMACIONAL ...................................................................................

    A PROTEO DOS DADOS PESSOAIS NO BRASIL: DESAFIOS E PERSPECTIVAS ...................................

    CONSIDERAES FINAIS ..........................................................................................................................

    REFERNCIAS ............................................................................................................................................

    DIVULGAO DE CONTEDO DE INTERCEPTAO TELEFNICA ILEGAL E A CONDENAO DO ESTADO BRASILEIRO PELA CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS NO DENOMINADO CASO ESCHER (Marlus H. Arns de Oliveira) ............................................................................................

    INTRODUO ............................................................................................................................................

    DA LEGISLAO APLICVEL AOS CASOS DE INTERCEPTAO TELEFNICA EM MBITO NACIONAL E INTERNACIONAL ....................................................................................................................................

    DA CONVENO AMERICANA DE DIREITOS HUMANOS .......................................................................

    DAS 5 (CINCO) CONDENAES DO ESTADO BRASILEIRO PELA CORTE INTERAMERICANA DE DIREI-TOS HUMANOS .........................................................................................................................................

    DO RELEVO FTICO DO CASO ESCHER FRENTE AS INTERCEPTAES TELEFNICAS ILEGAIS E SUAINDEVIDA DIVULGAO ...........................................................................................................................

    DA NECESSRIA INDIVIDUALIZAO DAS VTIMAS DA INTERCEPTAO TELEFNICA ILEGAL ........

    DA ILEGALIDADE DA INTERCEPTAO TELEFNICA E DE SUA INDEVIDA DIVULGAO ...................

    DA APLICAO DA LEGISLAO AO CASO CONCRETO .........................................................................

    DA ANLISE DE LEGITIMIDADE DA INTERCEPTAO TELEFNICA REALIZADA NO PRESENTE CASOCONCRETO ................................................................................................................................................

    DA VIOLAO DAS GARANTIAS JUDICIAIS QUANTO A PROTEO JUDICIAL .......................................

    DA EFETIVA CONDENAO DO ESTADO BRASILEIRO A REPARAO DOS DANOS IMATERIAIS E OUTRAS FORMAS DE REPARAO ..........................................................................................................

    CONCLUSO ..............................................................................................................................................

    REFERNCIAS ............................................................................................................................................

    DIREITOS FUNDAMENTAIS E SURVEILLANCE: AS ANTIDEMOCRTICAS E ASSIMTRICAS RELA-ES DE VISIBILIDADE POSSIBILITADAS PELA TECNOLOGIA DA INFORMAO (Elias Jacob de Menezes Neto e Jose Luis Bolzan de Morais) .............................................................................................

    INTRODUO ............................................................................................................................................

    SURVEILLANCE E DIREITOS FUNDAMENTAIS: O ESTADO DA ARTE ........................................................

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    QUESTIONAMENTOS NECESSRIOS .......................................................................................................

    AS LIMITAES DO MODELO ESTATAL VIGENTE FRENTE S NOVAS TCNICAS DE SURVEILLANCE ...

    SNTESE CONCLUSIVA ...............................................................................................................................

    REFERNCIAS ............................................................................................................................................

    INTELIGNCIA ARTIFICIAL NOS PROCESSOS JUDICIAIS ELETRNICOS - ARTIFICIAL INTELLIGENCE IN ELECTRONIC LAWSUITS (Jos Renato Gaziero Cella e Paola Bianchi Wojciechowski) ........................

    INTRODUO ............................................................................................................................................

    ARGUMENTAO JURDICA ....................................................................................................................

    TESE DA UNIDADE DA SOLUO JUSTA E TCNICA DO AUTO-PRECEDENTE ......................................

    LGICA DENTICA PARACONSISTENTE E SISTEMAS ESPECIALISTAS LEGAIS .....................................

    CONCLUSES ............................................................................................................................................

    REFERNCIAS ............................................................................................................................................

    A INFORMTICA JURDICA E PROCESSO DE EXECUO: A CONDIO DE POSSIBILIDADE PARA A EFETIVIDADE E A DURAO RAZOVEL DO PROCESSO EXECUTIVO (Ariane Langner e Jaqueline Lucca Santos) ..............................................................................................................................................

    INTRODUO ............................................................................................................................................

    AS NOVAS TECNOLOGIAS INTRODUZIDAS EM PROL DO PROCESSO DE EXECUO ..........................

    A (NECESSRIA) RELEITURA DO PROCESSO DE EXECUO SOB A TICA CONSTITUCIONAL ...........

    CONSIDERAES FINAIS ..........................................................................................................................

    REFERNCIAS ............................................................................................................................................

    DECIFRANDO DIREITOS DA PERSONALIDADE PARA AVATARES (Nilson Tadeu Reis Campos Silva) ......

    INTRODUO ............................................................................................................................................

    DA TUTELA DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE ...................................................................................

    DO AVATAR E OS DIREITOS DA PERSONALIDADE ..................................................................................

    DA IDENTIDADE DIGITAL ..........................................................................................................................

    CONCLUSO ..............................................................................................................................................

    REFERNCIAS ............................................................................................................................................

    A RESPONSABILIDADE CIVIL DOS PROVEDORES DE CONTEDO NA INTERNET E PELA PRODUO DE DANOS DIGITAIS PESSOA HUMANA: REFLEXES (Pastora do Socorro Leal e Amadeu dos Anjos Vidonho Junior) ..........................................................................................................................................

    INTRODUO ............................................................................................................................................

    A RESPONSABILIDADE DOS PROVEDORES DE CONTEDO PELOS DANOS PESSOA HUMANA .......

    A AUTORREGULAMENTAO PRIVADA NA INTERNET E A RESPONSABILIDADE CIVIL .......................

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    CONCLUSO ..............................................................................................................................................

    BIBLIOGRAFIA ...........................................................................................................................................

    DE ERIC DREXLER A ERIK JAYME - AS RESPOSTAS QUE O DIREITO (AINDA NO) TEM PARA A QUESTO DAS NANOTECNOLOGIAS (Raquel von Hohendorff e Wilson Engelmann) ...........................

    INTRODUO ............................................................................................................................................

    APRESENTANDO AS NANOTECNOLOGIAS E ERIC DREXLER ..................................................................

    O QUE SE SABE, O QUE SE EST FAZENDO E O QUE SE FAR COM OS RISCOS DAS NANOTECNOLOGIAS?

    O PANORAMA ATUAL DAS NANOTECNOLOGIAS NO BRASIL. E O DIREITO, COMO VEM LIDANDO COM ESSA QUESTO? (CONTRIBUIES DE ERIK JAYME) .....................................................................

    CONSIDERAES FINAIS ..........................................................................................................................

    REFERNCIAS ............................................................................................................................................

    LIBERAO DO MILHO TRANSGNICO E O POSICIONAMENTO DA JURISPRUDNCIA (Ms. Narliane Alves de SOUZA e SOUSA Dr. Nivaldo dos Santos) ......................................................................................

    INTRODUO ............................................................................................................................................

    FUNDAMENTO JURDICO E LIBERAO MILHO TRANSGNICO ...........................................................

    POSICIONAMENTO JURDICO DO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4 REGIO ..............................

    CONSIDERAES FINAIS ..........................................................................................................................

    REFERNCIAS ............................................................................................................................................

    A REGULAO ESTATAL NA REA DE ENERGIAS RENOVVEIS : O EXEMPLO DO BIODIESEL NO BRASIL E EM PORTUGAL (Grazielly dos Anjos Fontes) ............................................................................

    INTRODUO ............................................................................................................................................

    BIODIESEL NO BRASIL...............................................................................................................................

    O BIODIESEL EM PORTUGAL ...................................................................................................................

    OS DESAFIOS DA INSERO DO BIODIESEL NA MATRIZ ENERGTICA EM PORTUGAL E NO BRASIL ..

    CONCLUSO ..............................................................................................................................................

    REFERNCIAS ............................................................................................................................................

    CONSTITUCIONALISMO.COM E OS ESTADOS NACIONAIS: NA BUSCA PELA CONSTRUO DA CYBERPAZ (Aline Trein e Valria Ribas do Nascimento) ............................................................................

    INTRODUO ............................................................................................................................................

    O NEOCONSTITUCIONALISMO E O CONSTITUCIONALISMO.COM: A RESSIGNIFICAO DA CONCEPO ESTATAL ...............................................................................................................................

    CYBERPUNKS: A LIBERDADE E O FUTURO DA INTERNET NA PERCEPO DE JULIAN ASSANGE .......

    CONCLUSO ..............................................................................................................................................

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    IDENTIDADE E INOVAO: UMA ANLISE DOS ACORDOS DE PARCERIA EM PESQUISA CIENTFICA E EM DESENVOLVIMENTO TECNOLGICO (Marcos Vincio Chein Feres e Victor Freitas Lopes Nunes)

    INTRODUO ............................................................................................................................................

    INTEGRIDADE E MORALIDADE: O PROCESSO DE FORMAO DA IDENTIDADE ..................................

    INOVAO E DESENVOLVIMENTO ..........................................................................................................

    INOVAO E TRABALHO ..........................................................................................................................

    IDENTIDADE E ESTMULO AO PROFESSOR-PESQUISADOR ..................................................................

    CONCLUSO ..............................................................................................................................................

    REFERNCIAS ............................................................................................................................................

    O USO DE PROGRAMAS DE EDIO DE IMAGENS EM PUBLICIDADE E PROPAGANDA E A GARANTIA CONSTITUCIONAL DA DEFESA SADE DO CONSUMIDOR (Alexandre Gazetta Simes e Celso Jefferson Messias Paganelli) ...........................................................................................................

    INTRODUO ............................................................................................................................................

    A APLICAO DO TEXTO CONSTITUCIONAL EST INTRINSECAMENTE LIGADA REALIDADE DO COTIDIANO ................................................................................................................................................

    BREVES CONSIDERAES SOBRE A CARACTERIZAO DOS ELEMENTOS OBJETIVOS E SUBJETIVOS DA RELAO DE CONSUMO .....................................................................................................................

    CONCISA DIFERENCIAO ENTRE PUBLICIDADE E PROPAGANDA .......................................................

    O USO DE PROGRAMAS DE EDIO DE IMAGENS EM PUBLICIDADE E PROPAGANDA E A DEFESA SADE NA CONSTITUIO FEDERAL E O CDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR .............................

    CONCLUSO ..............................................................................................................................................

    REFERNCIAS ............................................................................................................................................

    TUTELA PROCESSUAL DAS VTIMAS DE CYBERBULLYING: EM BUSCA DE UMA PRESTAO JURISDICIONAL EFICIENTE (Danielli Gadenz) ..........................................................................................

    INTRODUO ............................................................................................................................................

    O DINAMISMO DA INTERNET, O CYBERBULLYING E OS REFLEXOS NA PRESTAO JURISDICIONAL ..

    A PROBLEMTICA TUTELA PROCESSUAL: DEBATE ENTRE PROCEDIMENTOS DE URGNCIA E EFETIVIDADE .............................................................................................................................................

    A POSSIBILIDADE DAS SENTENAS LIMINARES DE MRITO COMO ALTERNATIVA S MEDIDAS MERAMENTE PROCESSUAIS ...................................................................................................................

    CONCLUSO ..............................................................................................................................................

    REFERNCIAS ............................................................................................................................................

  • Carssimo(a) Associado(a),

    Apresento o livro do Grupo de Trabalho Direito e Novas Tecnologias, do XXII

    Encontro Nacional do Conselho Nacional de Pesquisa e Ps-graduao em Direito

    (CONPEDI), realizado no Centro Universitrio Curitiba (UNICURUTIBA/PR), entre os dias

    29 de maio e 1 de junho de 2013.

    O evento props uma anlise da atual Constituio brasileira e ocorreu num ambiente

    de balano dos programas, dada a iminncia da trienal CAPES-MEC. Passados quase 25 anos

    da promulgao da Carta Magna de 1988, a chamada Constituio Cidad necessita uma

    reavaliao. Desde seus objetivos e desafios at novos mecanismos e concepes do direito,

    nossa Constituio demanda reflexes. Se o acesso Justia foi conquistado por parcela

    tradicionalmente excluda da cidadania, esses e outros brasileiros exigem hoje o ponto final do

    processo. Para tanto, basta observar as recorrentes emendas e consequentes novos

    parcelamentos das dvidas dos entes federativos, bem como o julgamento da chamada ADIN

    do calote dos precatrios. Cito apenas um dentre inmeros casos que expem os limites da

    Constituio de 1988. Sem dvida, muitos debates e mesas realizados no XXII Encontro

    Nacional j antecipavam demandas que semanas mais tarde levariam milhes s ruas.

    Com relao ao CONPEDI, consolidamos a marca de mais de 1.500 artigos submetidos,

    tanto nos encontros como em nossos congressos. Nesse sentido evidente o aumento da

    produo na rea, comprovvel inclusive por outros indicadores. Vale salientar que apenas no

    mbito desse encontro sero publicados 36 livros, num total de 784 artigos. Definimos a

    mudana dos Anais do CONPEDI para os atuais livros dos GTs o que tem contribudo no

    apenas para o propsito de aumentar a pontuao dos programas, mas de reforar as

    especificidades de nossa rea, conforme amplamente debatido nos eventos.

    Por outro lado, com o crescimento do nmero de artigos, surgem novos desafios a

    enfrentar, como o de (1) estudar novos modelos de apresentao dos trabalhos e o de (2)

    aumentar o nmero de avaliadores, comprometidos e pontuais. Nesse passo, quero agradecer a

    todos os 186 avaliadores que participaram deste processo e que, com competncia, permitiram-

    nos entregar no prazo a avaliao aos associados. Tambm gostaria de parabenizar os autores

    COLEO CONPEDI/UNICURITIBA - Vol. 12 - Direito e Novas Tecnologias

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  • selecionados para apresentar seus trabalhos nos 36 GTs, pois a cada evento a escolha tem sido

    mais difcil.

    Nosso PUBLICA DIREITO uma ferramenta importante que vem sendo aperfeioada

    em pleno funcionamento, haja vista os raros momentos de que dispomos, ao longo do ano, para

    seu desenvolvimento. No obstante, j est em fase de testes uma nova verso, melhorada, e

    que possibilitar sua utilizao por nossos associados institucionais, tanto para revistas quanto

    para eventos.

    O INDEXA outra soluo que ser muito til no futuro, na medida em que nosso

    comit de rea na CAPES/MEC j sinaliza a relevncia do impacto nos critrios da trienal de

    2016, assim como do Qualis 2013/2015. Sendo assim, seus benefcios para os programas sero

    sentidos j nesta avaliao, uma vez que implicar maior pontuao aos programas que

    inserirem seus dados.

    Futuramente, o INDEXA permitir estudos prprios e comparativos entre os

    programas, garantindo maior transparncia e previsibilidade em resumo, uma melhor

    fotografia da rea do Direito. Destarte, tenho certeza de que ser compensador o amplo esforo

    no preenchimento dos dados dos ltimos trs anos principalmente dos grandes programas ,

    mesmo porque as falhas j foram catalogadas e sua correo ser fundamental na elaborao da

    segunda verso, disponvel em 2014.

    Com relao ao segundo balano, aps inmeras viagens e visitas a dezenas de

    programas neste trinio, estou convicto de que o expressivo resultado alcanado trar

    importantes conquistas. Dentre elas pode-se citar o aumento de programas com nota 04 e 05,

    alm da grande possibilidade dos primeiros programas com nota 07. Em que pese as

    dificuldades, no possvel imaginar outro cenrio que no o da valorizao dos programas do

    Direito. Nesse sentido, importa registrar a grande liderana do professor Martnio, que soube

    conduzir a rea com grande competncia, dilogo, presena e honestidade. Com tal conjunto de

    elementos, j podemos comparar nossos nmeros e critrios aos das demais reas, o que ser

    fundamental para a avaliao dos programas 06 e 07.

    COLEO CONPEDI/UNICURITIBA - Vol. 12 - Direito e Novas Tecnologias

    11

  • Com relao ao IPEA, cumpre ainda ressaltar que participamos, em Braslia, da III

    Conferncia do Desenvolvimento (CODE), na qual o CONPEDI promoveu uma Mesa sobre o

    estado da arte do Direito e Desenvolvimento, alm da apresentao de artigos de pesquisadores

    do Direito, criteriosamente selecionados. Sendo assim, em So Paulo lanaremos um novo

    livro com o resultado deste projeto, alm de prosseguir o dilogo com o IPEA para futuras

    parcerias e editais para a rea do Direito.

    No poderia concluir sem destacar o grande esforo da professora Viviane Colho de

    Sllos Knoerr e da equipe de organizao do programa de Mestrado em Direito do

    UNICURITIBA, que por mais de um ano planejaram e executaram um grandioso encontro.

    No foram poucos os desafios enfrentados e vencidos para a realizao de um evento que

    agregou tantas pessoas em um cenrio de to elevado padro de qualidade e sofisticada

    logstica e isso tudo sempre com enorme simpatia e procurando avanar ainda mais.

    Curitiba, inverno de 2013.

    Vladmir Oliveira da Silveira

    Presidente do CONPEDI

    COLEO CONPEDI/UNICURITIBA - Vol. 12 - Direito e Novas Tecnologias

    12

  • Apresentao

    com alegria que apresentamos o livro decorrente das apresentaes de artigos realizadas no

    Grupo de Trabalho Direito e Novas Tecnologias do XXII Encontro Nacional do

    CONPEDI/UNICURITIBA. O GT tem sido bastante estvel nos ltimos anos e mantido uma

    contnua interlocuo entre pesquisadores deste campo. Foram apresentados 21 artigos que

    foram divididos em blocos temticos, como a prtica em congressos cientficos. O debate foi

    realizado pelos coordenadores e pela audincia, que era composta dos pesquisadores-

    expositores e de alguns interessados nos temas em discusso.

    O primeiro bloco temtico rene artigos relacionados a e-democracia, paginas web e governo

    eletrnico. Tratou-se da acessibilidade nos sites da administrao pblica e sua conexo com

    os direitos fundamentais dos cidados; da possibilidade de uma nova democracia a partir da

    comunicabilidade dos sites do governo eletrnico brasileiro; da anlise do blog da hidreltrica

    de belo monte e sua possibilidade de expresso de posicionamentos minoritrios; da lei de

    acesso informao no poder legislativo brasileiro e sua perspectiva de avano para a

    democracia; e das potencialidades de participao popular no portal da cmara dos deputados.

    Sem dvida foi o bloco mais significativo do gt em termos de nmero de artigos bem como da

    importncia das temticas, to atuais e questionadoras.

    O segundo bloco de artigos conta com trabalhos que enfocaram a privacidade e temas

    correlatos. Tratou do direito privacidade na internet a partir do compartilhamento de dados

    entre websites; do direito invisibilidade nos espaos pblicos; da proteo jurdica de dados

    pessoais na internet na Unio Europeia e no Brasil; da divulgao de contedo de interceptao

    telefnica ilegal no caso escher; e finalmente dos direitos fundamentais e surveillance e as

    relaes de visibilidade possibilitadas pela tecnologia da informao. Este tambm um tema

    muito sensvel e sempre presente em todas as edies deste GT.

    Seguem dois artigos que tratam da vanguarda da utilizao da tecnologia da informao no

    mundo jurdico, em especial no Judicirio. So os temas de inteligncia artificial nos processos

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    13

  • judiciais eletrnicos e a efetividade e durao razovel do processo executivo com o uso

    daquelas tecnologias. Certamente, deixam a marca neste livro de tema to relevante.

    Outro bloco temtico envolve questes relativas ao direito civil e personalidade. Foram

    discutidas questes como: os direitos da personalidade para avatares, a responsabilidade civil

    dos provedores de contedo na internet pela produo de danos digitais pessoa humana.

    Foram apenas dois artigos o que no diminui a importncia do tema em tempos de muitos

    conflitos na utilizao da rede internet, com suas inovaes sempre constantes.

    A biotecnologia outro tema bastante relevante, mas nem sempre presente neste gt. Nesta

    ocasio, ao contrrio, teve boa representatividade na discusso. Foram tratados desde a

    avanada tecnologia das nanotecnologias e como o direito pode regula-las, at a questo da

    liberao do milho transgnico no posicionamento da jurisprudncia e a regulao estatal do

    biodiesel no Brasil e em Portugal.

    Fechando o livro e as apresentaes realizadas no evento, esto artigos com temas diversos

    como: o constitucionalismo, os estados nacionais e a construo da cyberpaz; a inovao em

    acordos de parceria em pesquisa cientfica e em desenvolvimento tecnolgico; a garantia

    constitucional da defesa sade do consumidor e o uso de programas de edio de imagens em

    publicidade e propaganda; e finalmente, a tutela processual das vtimas de cyberbullying. Nota-

    se a diversidade de questes aqui tratadas, o que mostra quo frtil e cheio de possibilidades

    a pesquisa nessa grande rea envolvendo direito e tecnologia.

    Em sntese, o Grupo de Trabalho sobre Novas Tecnologias e Direito apresentou um

    interessante apanhado de trabalhos no seu dia de debates no XXII Congresso Nacional do

    CONPEDI. Esperamos que a leitura deste livro seja interessante e que ela permita motivar

    novas pesquisas que avancem os estudos nesta rea do direito que est em constante

    modificao.

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    14

  • Coordenadoras do Grupo de Trabalho

    Professor Doutor Aires Jos Rover CONPEDI

    Professor Doutor Adalberto Simo Filho FMU

    Professora Doutora Rosalice Fidalgo Pinheiro UNIBRASIL

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    15

  • A ACESSIBILIDADE NOS SITES DA ADMINISTRAO PBLICA: a

    potencializao do acesso e a efetivao do exerccio dos direitos

    fundamentais dos cidados.

    LA ACCESIBILIDAD EN LOS SITES DE LA ADMINISTRACIN PBLICA: la

    potencializacin del acceso y la efectivacin del ejercicio de los derechos

    fundamentales de los ciudadanos.

    Gislaine Ferreira Oliveira1

    Priscila Valduga Dinarte2

    RESUMO: Aps a insero da administrao pblica na sociedade informacional surge

    a necessidade da criao de ferramentas e mecanismos que permitam o acesso a todos,

    considerando a diversidade cultural, econmica e capacidades fsico-motoras dos

    usurios. Essa nova forma de interao entre o governo e os cidados facilita a

    participao na gesto pblica e proporciona uma nova forma de exerccio da cidadania.

    Nesse sentido, o presente artigo tem como escopo analisar a acessibilidade dos portais

    governamentais online que ofertam informaes e servios aos cidados. Este trabalho

    aborda especificamente as ferramentas que tm por objetivo auxiliar o acesso,

    independentemente de qualquer necessidade, como as de redimensionamento da fonte,

    de contraste, do mapa do site, as teclas de atalho para ir para pgina inicial e de busca, a

    disponibilizao de vdeos, udios e imagens como contedo alternativo e a poltica de

    acessibilidade. O enfrentamento do tema foi feito a partir da pesquisa bibliogrfica

    coligada observao direta, sistemtica e no-participativa nas pginas e portais

    governamentais do Poder Executivo Federal, com a finalidade de verificar se as

    disposies dos documentos e orientaes exaradas pelo Poder Pblico Federal esto de

    acordo com a realidade das pginas online que os cidados tm acesso. Deste modo, foi

    possvel perceber que, embora as Cartilhas tenham recomendaes de quais ferramentas

    devem ser ofertadas e os locais correspondentes, muitos portais ainda no seguem tais

    disposies, negligenciando o papel fundamental que a acessibilidade tem no contexto

    democrtico e de exerccio da cidadania. Portanto, ainda h um longo caminho a ser

    percorrido nos sites governamentais no tocante s polticas de acessibilidade, uma vez

    que acaba por ser descurada na maioria dos portais analisados.

    PALAVRAS-CHAVE: Acessibilidade, Administrao Pblica, Cidadania, Governo

    Eletrnico.

    1 Acadmica do Curso de Direito da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Integrante do Ncleo

    de Direito Informacional (NUDI). Integrante do Projeto de Pesquisa: A Gesto Pblica na sociedade

    informacional, financiado pelo CNPq, coordenado pela Prof Dr Rosane Leal da Silva. E-mail para

    contato: [email protected]. 2 Acadmica do Curso de Direito da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Integrante do Ncleo

    de Direito Informacional (NUDI). Integrante do Projeto de Pesquisa: A Gesto Pblica na sociedade

    informacional, financiado pelo CNPq, coordenado pela Prof Dr Rosane Leal da Silva. E-mail para

    contato: [email protected].

    COLEO CONPEDI/UNICURITIBA - Vol. 12 - Direito e Novas Tecnologias

    16

  • RESUMEN: Despus de la insercin de la administracin pblica en la sociedad

    informacional surgi la necesidad de la criacin de herramientas y mecanismos que

    permitan el acceso a todos, considerando la diversidad cultural, econmica y

    capacidades fsico-motoras de los usuarios. Esa nueva forma de interacin entre

    gobierno y los ciudadanos facilita la participacin en la gestin pblica y proporciona

    una nueva forma de ejercicio de la ciudadana. En ese sentido, el presente artculo tiene

    como objetivo analisar la accesibilidad de los portales governamentales online que

    ofertan informaciones y servicios a los ciudadanos. En este trabajo aborda

    especficamente las herramientas que tienen como objetivo auxiliar el acceso,

    independentemiente de cualquiera necesidad, como las de redimensionamento de la

    fuente, de contraste, del mapa del site, las teclas de atajo para ir para la pgina inicial y

    de busca, la disponibilizacin de vdeos, udios y imagenes como contenido alternativo

    y la poltica de accesibilidad. El enfrentamiento del tema fue hecho a partir de la

    pesquisa bibliogrfica coligada a la observacin directa, sistemtica y no-participativa

    en las pginas y portales governamentales del Poder Ejecutivo Federal, com la finalidad

    de verificar si las disposiciones de los documentos y orientaciones hechas por el Poder

    Pblico Federal estn de acuerdo con la realidad de las pginas online que los

    ciudadanos tienen acceso. Deste modo, fue posible percebir que, no obstante las cartillas

    tengam recomendaciones de quales herramientas debem ser ofertadas y los locales

    correspondientes, muchos portales an no sigan tales disposiciones, negligenciando el

    papel fundamental que la accesibilidad tiene en el contexto democrtico y de ejercicio

    de la cuidadana. Por tanto, an haya un largo camino a ser trillado en los sites

    governamentales en lo tocante a las polticas de accesibilidad, una vez que acaba por ser

    descuidada en la mayora de los portales analisados.

    PALABRAS CLAVE: Accesibilidade, Administracin Pblica, Ciudadana, Gobierno

    Electrnico.

    INTRODUO

    As tecnologias de informao e comunicao (TICs) transformaram o mundo

    em que vivemos. Quando consideramos o impacto da internet em nossa vida, notamos a

    revoluo que esta causou em diversos setores do cotidiano das pessoas, empresas e

    governos. Agora temos a oportunidade de realizar compras em um simples click de

    mouse e sem sair de casa, tem-se, convenientemente disposio diversas fontes de

    informao, bem como, surgem novas formas de interao com a administrao pblica,

    sendo esses simples exemplos do impacto que este meio online proporciona. Nesse

    diapaso, a possibilidade de acesso a notcias e servios governamentais uma maneira

    de aproximao entre cidados e governo, tal iniciativa que se convencionou chamar de

    Governo Eletrnico (E-Gov) importante para reforar a democracia, possibilitar a

    transparncia e conferir publicidade aos atos pblicos.

    Nesse sentido, a insero da administrao pblica na sociedade informacional

    proporcionou mais vias de contato com os cidados, as quais permitiram uma maior

    COLEO CONPEDI/UNICURITIBA - Vol. 12 - Direito e Novas Tecnologias

    17

  • participao dos mesmos na gesto da coisa pblica, a partir da disponibilizao de

    informaes e ferramentas que permitem o contato direto dos internautas com a

    administrao, por meio da discusso, envio de sugestes, crticas e dvidas. Ainda, a

    possibilidade de utilizao de sites e portais do governo para o acesso de servios uma

    inegvel vantagem, j que o usurio pode resolver sua demanda atravs de um

    computador com acesso internet, sem a necessidade de intermediao de terceiros.

    Como dito, os portais governamentais adquiriram um importante papel no que

    diz respeito a facilitar a comunicao com o cidado. Desse modo, o acesso dos

    usurios que necessitam de algum auxlio, tenham alguma dificuldade fsica ou

    mobilidade reduzida tambm tema relevante, j que um dos objetivos buscados pelo

    governo na criao de seus sites que as pginas sejam acessveis e permitam o acesso

    a todos.

    O presente trabalho busca analisar como o tema da acessibilidade tratado nos

    documentos oficiais do Poder Executivo Federal e verificar se as diretrizes

    convencionadas nestas cartilhas so seguidas na realizao e desenvolvimento dos

    portais e pginas online. Para alcanar tal objetivo, utilizou-se o mtodo bibliogrfico de

    maneira a apreender o que os doutrinadores discorrem sobre o assunto, bem como, a

    observao direta, sistemtica e no participativa de cento e vinte e dois (122) sites e

    portais governamentais, realizada no ms de julho de 2012. As pginas foram eleitas a

    partir de uma lista de duzentos (200) sites que integraram o estudo quantitativo,

    publicado no ms de agosto de 2011 pela Secretaria de Logstica e Tecnologia da

    Informao do Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto (BRASIL, 2011a). A

    seleo para a anlise priorizou os sites dos servios considerados de maior interesse,

    uma vez que so mais acessados pelos cidados. Com tais observaes pretende-se

    verificar e expor criticamente a situao das pginas governamentais no que concerne a

    polticas de acessibilidade e, tambm, usabilidade, uma vez que os dois conceitos se

    entrelaam.

    Dessa forma, sem o intuito de esgotar o assunto, dividiu-se o artigo em duas

    partes. Na primeira, h explanao e consideraes sobre os principais conceitos e

    construes tericas sobre a problemtica em que se assenta o presente trabalho, o qual

    engloba a internet, a existncia do Governo Eletrnico, o exerccio de cidadania. Na

    segunda parte, realiza-se a anlise dos portais online do governo, examinando-se as

    ferramentas que proporcionam maior acessibilidade e usabilidade. Assim, observaram-

    se as ferramentas de redimensionamento da fonte, de contraste, do mapa do site, as

    COLEO CONPEDI/UNICURITIBA - Vol. 12 - Direito e Novas Tecnologias

    18

  • teclas de atalho para ir para pgina inicial e de busca, a disponibilizao de vdeos,

    udios e imagens como contedo alternativo e a poltica de acessibilidade, cotejando o

    encontrado com as orientaes existentes na esfera federal.

    1 A ACESSIBILIDADE E AS CARTILHAS DO PODER EXECUTIVO

    FEDERAL: o acesso como promotor do exerccio da cidadania nos sites

    governamentais.

    Com o advento das tecnologias de informao e comunicao (TICs)

    comunicar tornou-se um verbo recorrente no vocabulrio globalizado, uma vez que

    ficou mais fcil obter uma srie de informaes, possibilitando que se construa um

    conhecimento a partir de uma pluralidade de fontes. Segundo Manuel Castells (2003, p.

    40):

    [...] um novo sistema de comunicao que fala cada vez mais uma

    lngua universal digital tanto est promovendo a integrao global da

    produo de palavras, sons e imagens de nossa cultura como personalizando-

    os ao gosto das identidades e humores dos indivduos. As redes interativas de

    computadores esto crescendo exponencialmente, criando novas formas e

    canais de comunicao, moldando a vida e, ao mesmo tempo, sendo

    moldadas por ela.

    Nesse sentido, percebe-se que a internet teve o condo de diminuir fronteiras,

    aproximar realidades, interligar o mundo, conforme nos ensina Lvy (2010, p.51) [...]

    o ciberespao encoraja um estilo de relacionamento quase independente de lugares

    geogrficos (telecomunicao, telepresena) e da coincidncia dos tempos

    (comunicao assncrona). Porm, essa revoluo tecnolgica que aproxima, une,

    tambm exclui aqueles que no se adaptam.

    Verifica-se que e Era Digital em que vivemos e responsvel pela alterao do

    cotidiano de milhares de pessoas apresenta vantagens e desvantagens. imperativo que

    se trata de uma nova realidade e, como todos os setores da sociedade, o governo

    tambm busca inserir-se nela. Assim, chega-se ao conceito de Governo Eletrnico (E-

    Gov), o qual se caracteriza pela disposio de sites e portais governamentais aos

    cidados, com vistas a facilitar a comunicao destes com a administrao pblica, seja

    atravs da busca de informaes, seja por acesso a servios oferecidos online, segundo

    definio de Rover (2006, p.99):

    Governo eletrnico uma infra-estrutura nica de comunicao

    compartilhada por diferentes rgos pblicos a partir da qual a tecnologia da

    COLEO CONPEDI/UNICURITIBA - Vol. 12 - Direito e Novas Tecnologias

    19

  • informao e da comunicao usada de forma intensiva para melhorar a

    gesto pblica e o atendimento ao cidado. Assim, o seu objetivo colocar o

    governo ao alcance de todos, ampliando a transparncias das suas aes e

    incrementando a participao cidad.

    Desta forma, evidente que um dos objetivos do E-Gov oportunizar a todos o

    acesso administrao pblica. uma diretriz que, sem exceo, todos os cidados

    possam navegar pelos sites governamentais, em igualdade de condies. Com isso,

    percebe-se a importncia que a acessibilidade atinge nessa seara, orientao exposta na

    Cartilha do e-MAG verso 3.0 produzida pelo governo, a qual dispe que a

    acessibilidade Web refere-se a garantir acesso facilitado a qualquer pessoa,

    independente das condies fsicas, dos meios tcnicos ou dispositivos utilizados

    (BRASIL, 2011b, p. 11).

    Por isso, observa-se que os portais governamentais precisam abranger as

    necessidades relacionadas diversidade de cidados que iro navegar pelo site, muitos

    dos quais podem apresentar alguma dificuldade. Tendo em mente que:

    [...] um stio desenvolvido considerando a acessibilidade deve

    englobar diferentes nveis de escolaridade, faixa etria e pouca experincia na

    utilizao do computador, bem como ser compatvel com as diversas

    tecnologias utilizadas para acessar uma pgina da Web. (BRASIL, 2011b, p.

    7-8).

    Constata-se que, atravs do Governo Eletrnico, busca-se abreviar a distncia

    entre cidados e a administrao pblica, concedendo aos primeiros acesso a

    informaes e servios, com vistas a dar maior transparncia aos atos pblicos. Para

    tanto preciso adequar uma srie de mecanismos e proporcionar alternativas que

    supram as diversas necessidades dos usurios das pginas. Conforme Canotilho (2003, p

    427) preciso delinear os contornos do princpio da igualdade em sentido material, ou

    seja, no caso das pginas governamentais, devem-se ser observadas as particularidades

    de seus usurios, sendo necessria a oferta de ferramentas que facilitem e oportunizem a

    navegao, contemplando, assim, a acessibilidade nos sites.

    Ento, tal preocupao em oportunizar a participao de todos na busca por

    dados e servios pblicos tema de vital importncia, uma vez que est diretamente

    ligada com o exerccio da cidadania por parte desses cidados. Assim, percebe-se que a

    acessibilidade dos sites e o conceito de cidadania se entrelaam, pois a cidadania na

    sociedade em rede depende tambm do domnio dos instrumentos que nos permitem

    lidar com a mdia como mais uma linguagem natural, o desenvolvimento de uma

    habilidade alm da sua definio mais tradicional (CARDOSO, 2007, p. 313).

    COLEO CONPEDI/UNICURITIBA - Vol. 12 - Direito e Novas Tecnologias

    20

  • Nesse contexto, a definio de cidadania assume lugar de destaque, na qual

    conforme Nicola (2007, p.14) [..] a cidadania expressa um conjunto de direitos que

    concede ao indivduo uma possibilidade de agir ativamente como partcipe das escolhas

    da vida do povo e do governo. Dessa forma, como poder algum participar de forma

    ativa nas decises relacionadas administrao pblica, se nem ao menos tem acesso ao

    contedo disponibilizado pelas pginas governamentais, se no consegue navegar em

    tais portais em vista de suas dificuldades. Este posicionamento est em consonncia

    com o entendimento de Pereira e Morigi (2011, p.258):

    [...] a Internet vem como resposta ao amplo acesso informao,

    comunicao e participao, que se constituem em direito de cidadania e

    maior condio para seu exerccio. Contudo, para conseguir usar informao

    e ampliar o exerccio da cidadania, necessrio que se sejam desenvolvidas

    competncias que possibilitem a apropriao das TICs e da informao, de

    forma que estas passem a fazer parte da vida das pessoas.

    Percebe-se que o cidado tem o direito de acessar informaes pblicas, de

    modo que possa questionar, apoiar, reivindicar e influenciar as decises em sociedade

    com postura crtica, embasada, em pleno exerccio de sua cidadania. Com isso, podemos

    considerar que houve um reforo ao direito fundamental informao assegurado no

    art. 5, inciso XIV, da Constituio Federal de 19883. Nesse sentido, o surgimento do

    Governo Eletrnico e a participao dos cidados nos sites e portais acompanhando as

    notcias e utilizando os servios ofertados redimensionou e ampliou o acesso s

    informaes governamentais.

    No entanto, para que todos tenham condies de utilizar pginas e portais

    governamentais, a administrao pblica federal tem empreendido vrias aes com

    vistas ao acesso pleno. Dentre os procedimentos, destaca-se o resultado do Projeto

    Padres Web em Governo Eletrnico e-PWG, do Programa de Governo Eletrnico do

    Governo Federal, a partir do qual foram emitidos documentos que oferecem diretrizes

    para a construo e desenvolvimento dos sites, sendo a acessibilidade um dos tpicos

    dessas orientaes, uma vez que permite a difuso das informaes e servios, tornando

    transparente a administrao pblica, cumprindo, dessa maneira, um dos objetivos do E-

    Gov.

    Para a realizao desse intento o governo entende que so necessrios padres

    mnimos, considerando imprescindvel que os portais governamentais sejam acessveis

    3 Art. 5, XIV, Constituio Federal de 1988: assegurado a todos o acesso informao e

    resguardado o sigilo da fonte, quando necessrio ao exerccio profissional. [grifo nosso]

    (BRASIL, 1988).

    COLEO CONPEDI/UNICURITIBA - Vol. 12 - Direito e Novas Tecnologias

    21

  • e funcionais, parmetros que esto contidos nas Cartilhas exaradas pelo Poder

    Executivo. A anlise desses documentos se reveste de grande importncia, mas antes

    necessrio que se faa a distino entre dois conceitos utilizados ao longo do trabalho,

    quais sejam o de usabilidade e acessibilidade, sendo que:

    Acessibilidade trata do acesso a locais, produtos, servios ou

    informaes efetivamente disponveis ao maior nmero e variedade possvel

    de pessoas independente de suas capacidades fsico-motoras e perceptivas,

    culturais e sociais, j a usabilidade trata da facilidade de uso. Um stio pode

    ser acessvel, mas difcil de ser utilizado ou; ser fcil de ser utilizado, mas

    inacessvel a parte da populao. (BRASIL, 2010, p. 9).

    Feita a devida diferenciao, cabe agora pontuar que essa preocupao da

    administrao pblica em buscar a padronizao dos sites e portais, para ampliar a

    efetividade no acesso e comunicao com a sociedade resultou em vrias cartilhas,

    destacando-se a Cartilhas de Usabilidade emitida em abril de 2010 e o Modelo de

    Acessibilidade em Governo Eletrnico e-MAG verso 3.0, exarada em agosto de 2011,

    importantes para o presente artigo.

    Primeiramente, a Cartilha de Usabilidade fornece recomendaes de boas

    prticas para aperfeioar o contato, o fornecimento de informaes e servios prestados

    por meios eletrnicos pelos rgos do Governo Federal. Neste documento a usabilidade

    definida como:

    [...] o estudo ou a aplicao de tcnicas que proporcionem a facilidade de uso

    de um dado objeto, no caso, um stio. A usabilidade busca assegurar que

    qualquer pessoa consiga usar o stio e que este funcione da forma esperada

    pela pessoa. Em resumo, usabilidade tem como objetivos a:

    - facilidade de uso;

    - facilidade de aprendizado;

    - facilidade de memorizao de tarefas;

    - produtividade na execuo de tarefas;

    - preveno, visando a reduo de erros;

    - satisfao do indivduo. (BRASIL, 2010, p. 7).

    essencial que os sites e portais governamentais ao serem construdos, tenham

    a preocupao em criar uma pgina que atenda aos mais diversos cidados, antecipando

    as diversas dificuldades e obstculos que podem se deparar. As pessoas, ao utilizarem

    os portais do Governo Eletrnico, buscam facilidade de acesso, procuram uma via

    direta, mais rpida e simples para encontrar o que desejam, mas para isso as barreiras

    devem ser eliminadas, tornando a experincia positiva e segura, o que as far

    retornarem quele site.

    Destarte, tendo como protagonista o cidado e as suas necessidades, com foco

    na facilidade de uso, na preveno, na reduo de erros e na satisfao do usurio, a

    COLEO CONPEDI/UNICURITIBA - Vol. 12 - Direito e Novas Tecnologias

    22

  • Cartilha de Usabilidade fornece diversas recomendaes. conveniente ressaltar

    algumas, tais como: 1) oferecer uma pgina inicial clara, onde o usurio possa

    identificar facilmente a que rgo pertence o stio, quais as informaes e servios

    disponveis; 2) a ferramenta de busca deve estar presente em todas as pginas; 3) o stio

    deve fazer uso de tutoriais e auxlios navegao, como um mapa do stio ou ndice de

    palavras de A a Z; 4) deve-se criar meios para facilitar a navegao do stio; 5)

    necessrio planejar a estrutura do portal de acordo com o contexto das tarefas realizadas

    pelos cidados;

    Aliado Cartilha de Usabilidade, o Modelo de Acessibilidade em Governo

    Eletrnico e-MAG verso 3.0, prope-se a permitir o acesso aos sites e portais por todos

    os cidados, para que possam contatar a administrao pblica, obter informaes e

    servios. Com isso, proporciona o auxlio na criao ou na modificao das ferramentas

    e pginas online para que possam ser utilizadas por um maior nmero de usurios,

    inclusive pessoas com deficincia.

    Esse documento passou por modificaes considerveis, que demonstram a

    preocupao do Governo Eletrnico em evoluir nesse sentido, bem como, tornar ampla

    e eficaz suas aes e servios. Desta forma, com o escopo de tornar acessvel o

    contedo da administrao pblica disponibilizado online, o documento sobre

    acessibilidade j se encontra em sua terceira verso:

    O governo brasileiro, comprometido com a incluso, buscou,

    atravs da elaborao do modelo de acessibilidade do governo eletrnico,

    facilitar o acesso para todas as pessoas s informaes e servios

    disponibilizados nos stios e portais do governo.

    [...] o e-MAG 3.0 foi desenvolvido e pensado para as necessidades locais,

    visando atender as prioridades brasileiras e mantendo-se alinhado ao que

    existe de mais atual neste segmento. (BRASIL, 2011b, p. 5-6).

    Observa-se que essa verso procura oferecer recursos tanto para as pessoas

    com deficincia visual e auditiva, como para pessoas com dificuldades no controle de

    movimentos, paralisia ou aquelas com falta membros superiores. Tambm, buscou

    desenvolver recursos para as pessoas que apresentam outras limitaes relacionadas

    memria, resoluo de problemas dficit de ateno, dificuldade de leitura e

    compreenso verbal, matemtica e visual. Ainda, um site criado considerando as

    recomendaes de acessibilidade deve atender os diferentes nveis de escolaridade4,

    4 Considerando o fator da escolaridade, de acordo com a TIC Domiclios e TIC Empresas de 2011: Em

    2009, a proporo de usurios entre a populao com nvel superior entrevistada era de 87%, contra 9%

    de analfabetos e pessoas com educao infantil, citando apenas os dois extremos. A pesquisa TIC

    COLEO CONPEDI/UNICURITIBA - Vol. 12 - Direito e Novas Tecnologias

    23

  • faixa etria5 e pouca experincia na utilizao do computador, bem como ser compatvel

    com as diversas tecnologias utilizadas para acessar uma pgina online.

    Constata-se que o nmero de pessoas no Brasil com acesso internet nas

    residncias chegou a 67,8 milhes no segundo trimestre de 2012 (IBOPE, 2012), sendo

    que a tendncia expandir cada vez mais. Nesse sentido, percebe-se que esse

    exponencial aumento deve estar em consonncia com pginas acessveis a todos para

    que se tenha qualidade e efetividade nas buscas efetuadas pelos cidados, com

    ferramentas que facilitem a navegao. Alm disso, importante que:

    [...] os grupos que tenham algum risco de excluso devem ser especialmente

    integrados na sociedade da informao, prestando uma especial ateno a

    suas concretas necessidades, pois como se tem evidenciado na prtica, as TIC

    podem contribuir substancialmente para a melhora da qualidade de vida e

    para a autonomia de numerosas pessoas que tm problemas de acesso a

    determinados servios ou dificuldades para custear suas necessidades

    empregando os mtodos tradicionais. (BRAVO, 2010, p.31).

    Entre as variadas recomendaes apresentadas no documento, destacam-se

    algumas, como: 1) identificar o principal idioma utilizado nos documentos6; 2) fornecer

    um mecanismo que permita ao usurio orientar-se dentro de um conjunto de pginas,

    para que o usurio possa localizar-se dentro do site7; 3) disponibilizar documentos em

    formatos acessveis8; 4) oferecer contraste mnimo entre plano de fundo e primeiro

    plano9; 5) permitir redimensionamento de texto sem perda de funcionalidade

    10; 6)

    Domiclios 2010 mostra um aumento no nmero de pessoas analfabetas, apenas com educao infantil ou

    com nvel fundamental, que fizeram uso da Internet respectivamente com 4% e 7% a mais que no ano

    anterior, o que, no entanto, ainda se mostra inexpressivo em relao aos outros nveis educacionais.

    interessante olhar essa varivel de outro ngulo, ou seja, agrupando os que nunca acessaram a Internet.

    Os dados de 2009 indicam que 91% entre os analfabetos e 13% entre aqueles com nvel superior nunca

    acessaram a rede, reforando a hiptese de que, quanto maior o nvel de instruo, maior o uso da

    Internet. (BARBOSA; SEXTON, 2011, p. 76). 5 Tambm analisando a importante pesquisa da TIC Domiclios e TIC Empresas de 2011, percebe-se que

    quando a varivel faixa etria, os dados de 2010 mostram outra alterao no cenrio nacional, com um

    aumento no nmero de usurios nas faixas dos 35 aos 44 anos (de 29% para 33%) e dos 45 aos 59 anos

    (de 16% para 20%). Aos poucos, indivduos na faixa populacional acima dos 35 anos comeam a ocupar

    espaos na rede, mas ainda em meio a uma maioria de usurios jovens. (BARBOSA; SEXTON, 2011, p.

    77) 6 O idioma principal deve ser indicado nos documentos, tambm se possvel deve-se fornecer alternativas

    para outras lnguas alm da ptria. 7 O usurio deve ter a autonomia de orientar-se durante a navegao de um conjunto de pginas, por isso

    necessrio uma ferramenta que possibilite que ele se situe facilmente. Muito utilizado nas pginas o

    sistema de migalha de po (breadcrumbs), que so links navegveis em forma de lista hierrquica e

    permitem que o usurio saiba qual o caminho percorrido at chegar pgina em que se encontra no

    momento. 8 A orientao que, preferencialmente, os documentos devem ser disponibilizados em HTML.

    9 Quanto ao contraste verifica-se que as cores do plano de fundo e do primeiro plano devero ser

    suficientemente contrastantes para que possam ser visualizadas.

    COLEO CONPEDI/UNICURITIBA - Vol. 12 - Direito e Novas Tecnologias

    24

  • fornecer alternativa para vdeo, para udio11

    ; 6) oferecer audiodescrio para vdeo pr-

    gravado12

    .

    Essas diretivas simples propostas no Modelo de Acessibilidade ao serem

    colocadas em prticas ampliam o acesso dos mais diversos cidados, permitindo que

    geralmente pessoas excludas do processo decisrio possam participar ativamente e ter

    voz na administrao pblica. Esse documento demonstra a preocupao do Poder

    Executivo Federal em incluir os cidados, levando em considerao as diferenas entre

    os usurios das pginas governamentais, bem como, as dificuldades que possam

    apresentar na navegao, medida que deve ser aplaudida e que pode servir de exemplo

    para outros pases que tambm esto em processo de implantao do Governo

    Eletrnico.

    Ainda, de suma relevncia, o Modelo de Acessibilidade (BRASIL, 2011b, p.

    56) dispe sobre as caractersticas comuns que devem estar presentes nas pginas do

    governo federal, para garantir a acessibilidade, so eles:

    Os elementos a serem padronizados, que devem estar presentes em todas as

    pginas do Governo Federal so:

    1. Pgina com a descrio dos recursos de acessibilidade;

    2. Teclas de atalho;

    3. Barra de acessibilidade;

    4. Apresentao do mapa do sitio;

    5. Apresentao de formulrio;

    6. Contedo alternativo para imagens;

    7. Apresentao de documentos.

    Esses elementos mencionados acima proporcionaram a seleo dos critrios de

    anlise da segunda parte do presente artigo. Desta forma, a partir das recomendaes

    percebidas nos documentos citados, ser possvel analisar se os sites e portais do Poder

    Executivo Federal esto ou no de acordo com o que rezam as Cartilhas referentes aos

    temas de acessibilidade e usabilidade. O presente trabalho reveste-se de suma

    importncia no momento em que se aprecia o cenrio em que esto inseridos os sites e

    portais governamentais, no que diz respeito ao acesso de pessoas com necessidades

    especiais, seja na utilizao do contraste, seja no uso de contedos em udio, etc. Logo,

    10

    A pgina deve permanecer legvel e funcional quando redimensionada para at 200%. De tal modo,

    preciso garantir que, quando a pgina for redimensionada, no ocorram sobreposies de texto nem o

    aparecimento de uma barra horizontal. No pode desconfigurar a pgina visualizada pelo usurio. 11

    Aqueles vdeos que no possuem udio devem oferecer a alternativa sonora ou textual. J o udio

    gravado deve possuir uma transcrio descritiva, pois fundamental para pessoas com deficincia

    auditiva e para os cidados que no possuem equipamento de som, que desejam apenas realizar a leitura

    do material ou no dispem de tempo para ouvir um arquivo multimdia. 12

    Constata-se que a audiodescrio refere-se descrio clara e objetiva de todas as informaes

    apresentadas de forma visual e que no fazem parte dos dilogos.

    COLEO CONPEDI/UNICURITIBA - Vol. 12 - Direito e Novas Tecnologias

    25

  • perceber se o governo segue as recomendaes das Cartilhas, com vistas a facilitar o

    acesso a todos verificar at que ponto se tem apenas documentos de meras intenes

    ou se, de fato, busca-se proporcionar efetivo exerccio de cidadania e democracia

    atravs do Governo Eletrnico.

    2 ANLISE DAS FERRAMENTAS QUE PERMITEM MAIOR

    ACESSIBILIDADE NAS PGINAS E PORTAIS GOVERNAMENTAIS: cotejo

    entre os documentos exarados pelo Poder Pblico Federal e a realidade de alguns

    sites.

    Conforme foi tratado na primeira parte do artigo, o Governo Eletrnico

    proporcionou uma via direta de contato entre a administrao pblica e os cidados

    atravs dos sites e portais governamentais. No entanto, para que o exerccio da

    cidadania seja efetivo atravs da participao, envio de opinies, reclamaes,

    sugestes, busca de informaes, utilizaes de servios imprescindvel que as

    pginas sejam acessveis a todos e disponibilizem diversas ferramentas que facilitem a

    navegao e supram eventuais necessidades dos usurios.

    Com o objetivo de manter um padro e auxiliar a criao e manuteno dos

    sites governamentais o governo confeccionou Cartilhas que dispem de indicaes e

    sugestes de mtodos e mecanismos para que torne o acesso dos cidados uma

    experincia positiva. Nesse diapaso, na segunda parte do presente trabalho passa-se

    exposio dos resultados das observaes feitas em tais sites visando cotejar o que foi

    encontrado com as indicaes dos documentos que disciplinam o tema da

    acessibilidade.

    Deste modo, no ms de julho de 2012, foram analisados cento e vinte e dois

    (122) pginas e portais do Poder Executivo Federal, utilizando-se a tcnica de

    observao direta, sistemtica e no participativa. Os sites escolhidos fazem parte de

    uma lista de duzentos (200) stios que integraram o estudo quantitativo, publicado no

    ms de agosto de 2011 pela Secretaria de Logstica e Tecnologia da Informao do

    Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto (BRASIL, 2011a). Optou-se pelas

    pginas e portais dos rgos e servios considerados de maior interesse por serem os

    mais acessados pelos cidados. Tambm foi feita uma observao das Cartilhas de

    Acessibilidade e Usabilidade exaradas pelo Poder Executivo Federal, as quais dispem

    de recomendaes de boas prticas para auxiliar a disponibilizao de informaes e

    COLEO CONPEDI/UNICURITIBA - Vol. 12 - Direito e Novas Tecnologias

    26

  • servios online pelo governo. Por todos esses meios, verificaram-se as disposies

    referentes s ferramentas pesquisadas e se houve ou no aplicao nas pginas

    selecionadas.

    Desta forma, foram analisadas os dispositivos que tm como funo propiciar

    que qualquer pessoa tenha acesso s informaes e servios nos portais governamentais,

    independente de deficincia ou de mobilidade reduzida e quaisquer outras dificuldades

    que possam surgir. Assim, observou-se que os mecanismos que visam facilitar a

    navegao, como aquelas de redimensionamento da fonte, de contraste, do mapa do site,

    das teclas de atalho para ir para pgina inicial e de busca, da disponibilizao de vdeos,

    udios e imagens como contedo alternativo e da poltica de acessibilidade.

    Quanto ferramenta de redimensionamento da fonte, constata-se que esta

    permite aumentar ou diminuir o tamanho da letra na pgina de acordo com a

    necessidade do usurio. Entre os portais analisados, cinquenta e cinco (55)13

    no

    apresentam a possibilidade de alterao da fonte. Ainda, verifica-se que onze (11)14

    pginas no a apresentam na pgina inicial, mas disponibilizam na maioria de suas

    pginas da segunda camada. evidente que ao no possibilitar a alternativa de aumentar

    ou diminuir o tamanho da fonte impossibilita o acesso daqueles cidados que

    necessitam, por exemplo, de letras maiores para fazer a leitura do contedo do site.

    Alm disso, quando a ferramenta s ofertada na segunda camada inviabiliza

    a navegao do usurio, pois uma vez que, sem poder ler nem ao menos a pgina inicial

    no ter como partir para outras sees que possa ter interesse. Dessa feita, tal medida

    ineficaz, fazendo com que o cidado, alm de ter dificuldades na leitura da pgina de

    rosto, tenha que procur-la nas demais. Tal situao no est de acordo com o que

    dispe a Cartilha de Usabilidade (BRASIL, 2010), a qual pontua que:

    A usabilidade uma disciplina indispensvel para que as

    informaes e servios prestados pela Administrao Pblica Federal sejam

    desenvolvidos e mantidos de acordo com as expectativas e necessidades do

    13

    Dentre esses que no possuem a ferramenta destacamos: Ministrio da Cultura; Ministrio do

    Desenvolvimento Social e Combate Fome; Ministrio da Fazenda; Ministrio da Justia; Ministrio da

    Pesca e Aquicultura; Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto; Ministrio das Relaes

    Exteriores; Secretaria de Assuntos Estratgicos; Controladoria-Geral da Unio; Tribunal de Contas da

    Unio; Portal da Transparncia; Domnio Pblico; Portal de Convnios; Stio do Servidor; Compras NET. 14

    As onze (11) pginas que apresentam a ferramenta em segunda camada so: Ministrio do

    Desenvolvimento Agrrio; Ministrio da Integrao Nacional; Ministrio da Previdncia Social;

    Advocacia-Geral da Unio; Agncia Nacional de Energia Eltrica ANEEL; Agncia Nacional de

    Petrleo, Gs Natural e Biocombustvel ANP; Fundao Nacional de Artes FUNARTE; Fundao

    Jorge Duprat Figueiredo de Segurana e Medicina do Trabalho FUNDACENTRO; Superintendncia da

    Zona Franca de Manaus SUFRAMA; Ministrio do Meio Ambiente; Receita Federal.

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    27

  • cidado e para que este se utilize das informaes e servios de forma

    plena e satisfatria. [grifo nosso]

    Nesse sentido, como poder o cidado utilizar informaes e servios dos sites

    do Governo Eletrnico de forma plena e satisfatria como disciplina o documento

    governamental se nem ao menos consegue fazer a leitura das notcias ou encontrar os

    servios requeridos, em vista de o stio apresentar letra diminuta e, tampouco

    possibilitar que a fonte seja aumentada. Essa situao em que os portais governamentais

    acabam dificultando o acesso dos usurios acarretam o aumento das demandas nas

    reparties pblicas onde esto tambm disponibilizados os mesmos servios15

    ,

    deixando as pginas governamentais sem cumprirem um de seus objetivos que o de

    abreviar e facilitar o contato entre a administrao pblica e os cidados.

    Na anlise da ferramenta de contraste, percebe-se que na Cartilha e-MAG

    Modelo de Acessibilidade em Governo Eletrnico, h a recomendao especfica sobre

    a necessidade da utilizao de uma combinao de cores que proporcionem um bom

    contraste entre o texto e o fundo da pgina, sendo que as cores do plano de fundo e do

    primeiro plano devero ser suficientemente contrastantes para que possam ser

    visualizadas, (...) por pessoas com baixa viso, com cromodeficincias ou que utilizam

    monitores de vdeo monocromtico (BRASIL, 2011b, p. 38). No entanto, constatou-se

    que noventa e sete (97)16

    sites no apresentaram esse recurso, essa situao, longe do

    trazido no documento, apresenta o mesmo problema aos usurios que a ferramenta de

    redimensionamento da fonte, uma vez que, logo na primeira interface da pgina, o

    cidado encontra dificuldades para compreender o contedo disponibilizado por causa

    do baixo contraste utilizado e do no oferecimento de mudana do mesmo. O nmero

    expressivo de noventa e sete portais governamentais sem a ferramenta em anlise reflete

    que em algumas situaes ainda incipiente a preocupao dos gestores com relao

    acessibilidade dos usurios.

    15

    De acordo com a pesquisa da TIC Domiclios e TIC Empresas de 2011, dentre os usurios de e-Gov

    no Brasil, a pesquisa 2010 indica que os servios mais procurados so: consulta ao CPF (41%), inscrio

    em concurso pblico (37%) e busca por informaes sobre servios pblicos de educao (34%),

    reforando o cenrio dos anos anteriores ao demonstrar uma maior demanda mecnica nas interaes de

    governo eletrnico. J servios que atendem a uma demanda mais orgnica continuam sendo pouco

    utilizados, a exemplo da participao em fruns, chats, votaes, etc. relacionadas ao governo, que na

    pesquisa 2010 aparece com o baixo ndice de 7%, em uma reduo se comparado ao ano anterior, que foi

    de 9% (BARBOSA; SEXTON, 2011, p. 79). 16

    Dentre os noventa e sete (97) portais que no possuem a ferramenta referida, alguns deles so: Portal

    Federativo; Blog do Planalto; Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento; Ministrio das

    Cidades; Ministrio das Comunicaes; Ministrio da Cultura; Ministrio do Desenvolvimento Social e

    Combate Fome; Ministrio da Fazenda; Receita Federal; Ministrio da Integrao Nacional; Ministrio

    da Justia; Ministrio da Pesca e Aquicultura; Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto.

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    28

  • A ferramenta do mapa do site tem como objetivo orientar os usurios das

    pginas governamentais, informando sobre a estrutura do portal. A recomendao

    exarada que dever ser fornecido um mapa do stio para stios que contenham

    pginas internas que no esto presentes no menu, (...) deve ser disponibilizado em

    forma de lista, podendo conter quantos nveis forem necessrios (BRASIL, 2011b, p.

    59). Percebe-se na anlise que cinquenta e quatro (54) 17

    portais no contaram com essa

    ferramenta, enquanto vinte (20) 18

    pginas ofereceram esta opo apenas no final da

    pgina. Constata-se que esta ferramenta deve estar disposta em um local evidente, logo

    que abre a pgina, no qual o usurio no tenha necessidade de procur-la. Deve ser

    localizada de modo a facilitar a navegao e no conduzir a buscas desnecessrias.

    Quanto s teclas de atalho, observa-se que estas servem para situar a

    localizao dos cidados durante a navegao. Dentre elas, h a opo de ir para a

    pgina inicial, no qual permite que os usurios das pginas ou portais ao clicar sobre o

    nome do rgo ou sobre o logotipo, retorne pgina principal. Verificou-se que noventa

    e nove (99) dos cento e vinte e dois (122) sites atendiam a esta especificao.

    Em outros sites foram disponibilizadas ferramentas distintas para facilitar o

    retorno do cidado pgina inicial: quatro (4) portais19

    dispuseram a indicao de

    17

    Destacam-se os seguintes sites: Blog do Planalto, Ministrio das Cidades, Ministrio das

    Comunicaes, Ministrio da Cultura, Ministrio da Defesa, Ministrio do Desenvolvimento Social e

    Combate Fome, Ministrio da Educao, Ministrio da Fazenda, Receita Federal, Ministrio de Minas e

    Energia, Ministrio da Pesca e Aquicultura, Ministrio dos Transportes, Secretaria de Assuntos

    Estratgicos, Advocacia Geral da Unio, Domnio Pblico, Portal de Convnios, ComprasNET, Agncia

    Nacional de guas, Arquivo Nacional, Cultura Digital, Agncia Espacial Brasileira, Comisso Nacional

    de Energia Nuclear, Fundo Nacional de Desenvolvimento de Educao, Sistemas Interativos ANATEL,

    Fundao Biblioteca Nacional, Superintendncia da Zona Franca de Manaus, Biblioteca Digital Acessvel

    (ADA), Agncia para o Desenvolvimento do Nordeste, Superintendncia para o Desenvolvimento do

    Nordeste, Departamento Nacional de Obras contra as Secas, Fundao Nacional do ndio, Instituto

    Nacional do Meio Ambiente, Fundao Alexandre Gusmo, FUNDACENTRO, EMBRATUR, Escola

    Nacional de Administrao Pblica, Instituto de Pesquisa Econmica Aplicada, Conselho de

    Desenvolvimento Econmico e Social, Departamento Nacional de Trnsito, Portal Dataprev,

    Acompanhamento de Processos na Educao Superior, Sistemas de Consulta a Matrcula do Censo

    Escolar, Sistema de Informao Integrado da Educao Superior, Sistema de Seleo Unificada, ENEM,

    Painel de Controle do Ministrio da Educao, Plataforma Lattes, Sade Legis, Combata a Dengue, Portal

    do Trabalho e Emprego, Portal FGTS, Matriz da Informao Social, Portal da Incluso Digital, Fome

    Zero. 18

    Como o caso do Ministrio da Justia, Ministrio das Relaes Exteriores, Ministrio do Turismo,

    Casa Civil, Gabinete de Segurana Institucional, da Secretaria de Comunicao Social, Secretaria de

    Relaes Institucionais, Secretaria Geral da Presidncia, Secretaria Especial de Polticas para Mulheres,

    Secretaria Especial de Promoo da Igualdade Racial,Secretaria Especial de Direitos Humanos,ANATEL,

    Agncia Nacional de Transportes Terrestres, Agncia Nacional de Sade Suplementar, Fundao

    Nacional de Artes, Fundao Casa de Rui Barbosa, Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel

    Superior (CAPES), Conselho Nacional da Juventude, Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico

    e Tecnolgico (CNPq), Portal da Imprensa Nacional. 19

    A exemplo do que ocorre no Blog do Planalto, Ministrio de Minas e Energia, Portal da Imprensa

    Nacional e Biblioteca Digital Acessvel (ADA).

    COLEO CONPEDI/UNICURITIBA - Vol. 12 - Direito e Novas Tecnologias

    29

  • pgina inicial no canto superior, o que cumpre a mesma finalidade; outros quatro (4)

    casos20

    empregaram a palavra principal, enquanto em outros utilizaram a expresso

    voltar para indicar esta funcionalidade21

    . A opo incio foi encontrada nos portais

    do Ministrio da Defesa e do Ministrio da Fazenda. Ainda verificou-se que o site do

    Ministrio da Cultura empregou o termo home, e os Portais ComprasNet e Combata a

    Dengue aproveitaram a figura de uma casa como atalho para retornar pgina inicial.

    A utilizao de links com denominaes diversas das recomendadas pelas

    normas governamentais nesse sentido, por mais que cumpram a funo de retorno

    pgina inicial, esto em desacordo com a busca por uma identidade visual entre os sites

    da administrao pblica, facilitando o acesso do cidado, j que as ferramentas

    estariam sempre em locais semelhantes. Essa falta de padronizao nas denominaes

    do mecanismo em questo e das pginas em gerais forma uma barreira ao acesso dos

    cidados, principalmente para aqueles com baixo grau de instruo e poder aquisitivo22

    .

    No que diz respeito ferramenta de busca, que tem por escopo proporcionar

    facilidade ao usurio em relao ao acesso imediato a informaes e servios, sem que

    necessite procurar entre as diversas abas das pginas ou absorver todas as informaes

    que o site apresenta, ele no se encontrou visvel ao usurio em vinte e um (21) sites23

    ,

    sendo que em muitos deles possvel que sequer exista. A maioria dos portais

    contemplou essa ferramenta localizada no canto superior direito, representada pelas

    palavras busca, pesquisa ou pelo smbolo de uma lupa. Percebe-se tambm que

    alguns portais dispuseram desse mecanismo em local pouco visvel, como na parte

    inferior da pgina24

    ou dentro do manual de navegao25

    , o que tambm no o mais

    20

    Como ocorre no portal da Biblioteca Nacional, na Fundao Nacional do ndio, Instituto Nacional de

    Tecnologia da Informao, Comisso Nacional de Energia Nuclear. 21

    Como ocorre no Portal Saudelegis e no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados. 22

    Conforme a pesquisa da TIC Domiclios e TIC Empresas de 2011, os dados de 2010 demonstram que a busca por esse tipo de servio se concentra em camadas da populao com maior grau de instruo

    (66% dos usurios possuem nvel superior) e poder aquisitivo (64% tm renda superior a dez salrios

    mnimos), e mais jovem (38% dos usurios esto na faixa entre os 25 e 34 anos). Observando o perfil a

    partir do indicador geogrfico, as regies Centro-Oeste e Sudeste so atualmente aquelas com maior

    nmero de usurios de governo eletrnico, ambas com 27% dos entrevistados. A regio Nordeste obteve

    o menor ndice, com 17% de populao usuria, muito possivelmente reflexo de seus baixos ndices

    sociais. (BARBOSA; SEXTON, 2011, p. 79). 23

    Tais como: Portal Federativo, Portal de Convnios, ComprasNET, Agncia Espacial Brasileira,

    Comisso Nacional de Energia Nuclear, Superintendncia da Zona Franca de Manaus, Agncia para o

    Desenvolvimento do Nordeste, Departamento Nacional de Obras Contra a Seca, Conselho Administrativo

    de Defesa Econmica, Fundao Nacional do ndio, EMBRATUR, Departamento Nacional de Trnsito,

    Acompanhamento de Processos na Educao Superior, Sistema de Consulta a Matrcula do Censo

    Escolar, Sistema de Informao Integrado da Educao Superior, Sistema de Seleo Unificada SISU,

    Exame Nacional de Ensino Mdio -ENEM, Sade Legis, Combata a dengue, Portal do Trabalho e

    Emprego e Portal do FGTS. 24

    A exemplo do que ocorre no Sitio do Servidor e do Portal do Software Pblico.

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    30

  • indicado, pois impe ao usurio percorrer a pgina para encontrar o boto que lhe

    permitiria otimizar sua pesquisa. Ou seja, a ferramenta que deveria oportunizar

    facilidade de acesso acaba por si s sendo de difcil manejo, uma vez que se encontra

    em locais que no so visveis, ou que demandam uma verdadeira investigao do

    usurio para poder encontr-la em outros pontos dos portais, alm de no serem os

    locais recomendados pelos documentos exarados pelo prprio Poder Pblico.

    Na anlise da disponibilizao de vdeos, udios e imagens como contedo

    alternativo, nota-se que a maior parte dos portais no atende as recomendaes de

    oferecer tais opes. Percebe-se que predominou os contedos em texto, sendo que as

    imagens e vdeos usualmente apresentados somente teriam finalidade de complementar

    as informaes.

    A oferta de vdeo