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ENTREVISTA “Se tudo correr bem, em 2024, estaremos ao nível de 2019” FORMAÇÃO O que mudou no ensino do Turismo com a pandemia? ABRIL | 2021 | Nº 333 Publicação mensal - Ano XXX - Preço 10 Euros (Iva Incluído) Diretor: Pedro Chenrim | www.ambitur.pt

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entrevista“Se tudo correr bem, em 2024, estaremos ao nível de 2019”

formaçãoO que mudou no ensino do Turismo com a pandemia?

ABRIL | 2021 | nº 333

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Proprietária: Teresa de Jesus Fernandes Elias Chenrim Morada: Av. Infante Santo, 343 R/C Esq. 1350-177 Lisboa nIF: 103378324 Diretor/Editor: Pedro Chenrim (Av. Infan-te Santo, 343 R/C Esq. 1350-177 Lisboa) Tiragem: 5.500 exemplares Periodicidade: Mensal Redação: Inês Gromicho, Cristiana Macedo Fotografia: Raquel Wise; Arquivo; Sede, Administração, Redação Av.Infante Santo, 343 - r/c esq. 1350 - 177 Lisboa Tel.: +351 213 954 110 Email Redação: [email protected] Publicidade: ATM Edições e Publicidade, Lda. (NIF: 502453559) Av. Infante Santo, 343 - r/c esq. 1350 - 177 Lisboa Tel.: +351 213 954 110 Email comercial: [email protected] Impressão: MX3 - Artes Gráficas, Lda (Parque Industrial Alto da Bela Vista, Pavilhão 50 – Sulim Parque 2735-340 Cacém) Distribuição: A.T.M. - Edições e Publicidade, Lda. Estatuto editorial: publicado online em www.ambitur.pt Inscrição na Direção de Comunicação Social sob o nº 114713 com dep. legal 21471290 - ISn 0872-2714

Medalha de OurO de MéritO turísticO ouTuBRo/novEMBRo 2020 | nº 332

O futuroEDIToRIAL

Pedro ChenrimdiretOr

Os próximos meses marcarão seguramente a retoma da atividade turística, existindo vários cenários em cima da mesa. O atual desconfinamento, o clima e a vacinação de forma a debelar a pandemia Covid-19 são as premissas fundamentais para a nova realidade.Olhando para um passado recente, o da última intervenção da “troika” em Portugal, seriam poucos os que acreditavam na evolução da atividade turística em Portugal, para índices de crescimento a dois dígitos durante anos consecutivos, como se veio a verificar, na última década. Não parece descabido que este poderá ser o cenário que se pode projetar para os próximos anos, até pelas quebras registadas no último ano e meio.Se durante este passado recente os resultados advieram em particular do esforço do tecido empresarial turístico nacional, assim o será nos próximos meses. Portugal conta hoje com mais-valias de que não dispunha há dez anos, por exemplo ao nível da estruturação e qualificação do produto turístico. Será no entanto necessário perceber qual a capacidade e estratégia da TAP nesta nova equação.A retoma do turismo nacional e em concreto da hotelaria em Portugal são pois temas abordados nesta edição, na grande entrevista, assim como num dossier de hotelaria. Por outro lado, o destaque é dado ao novo posicionamento da formação turística em Portugal, vetor essencial para o futuro desta atividade económica.

Ambitur esteve à conversa com Raul Martins, que preside à AHP - Asso-ciação da Hotelaria de Portugal e ao Conselho de Administração do Grupo Altis para conhecer melhor a realidade do setor hoteleiro numa altura tão desafiante.

O impacto da pandemia da Covid-19 no turismo é transver-sal a todas as atividades e a formação não é exceção.

entrevista

“Se tudo correr bem, em 2024, estaremos ao nível de 2019”

Formação: O que mudou no ensino do Turismo com a pandemia?

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Ambitur falou com alguns grupos hoteleiros que explicam de que forma têm ultrapassado este ano de pandemia e como esperam voltar a trabalhar em pleno.

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Hotelaria preparada para trabalhar a 100%22pági

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figurasdo mês

cristina siza vieiraPresidente executiva da AHP "Temos que estar aptos a imediatamente captar mercados que já estão, quer pelo grau de vacinação, quer pelas próprias companhias aéreas, aptos a viajar para Portugal." In Ambitur

pedro Machado

João Fernandes

Francisco pita

Presidente Turismo Centro de Portugal

Presidente Turismo do Algarve

CCO da ANA – Aeroportos de Portugal

“Seria importante sentar à mesma mesa, para ac-ertar agulhas, o Min. da Economia, a Secr. de Estado, as Entidades Regionais, as Agências de Promoção e as Comunidades Intermunicipais, por um lado, e os principais representantes do setor”. In Ambitur

“Temos de recuperar a perceção de destino seguro nos mercados externos, assegurar ligações aéreas e comu-nicar a disponibilidade e as condições para acolher turistas”. In Ambitur

" Temos de passar da abordagem de risco global e encerramento global para uma abordagem de abertura com avaliação do risco individual. Sem isto não será possível retomar o transporte aéreo." In Ambitur

Eduardo Jesus

Madeira tem nova marca e imagem

"Madeira. Tão Tua" é a nova assinatura que, em conjunto com o novo logo, dão vida

à nova identidade apresentada este mês de abril pela Associação de Promoção da Madeira. Nascida de um estudo profundo, que visou a identificação dos maiores atributos do território, a conclusão foi clara: a Madeira é um lugar de pertença, um lugar onde todos sentem que fazem parte. A estratégia da marca contou com a colaboração da Bloom Consulting e a nova identidade partiu do trabalho da agência criativa BAR, e estará presente em todos os materiais de comunicação da Região Autónoma da Madeira, dentro e fora de fronteiras.Eduardo Jesus, presidente da direção da Associação de Promoção da Madeira (APM) e secretário regional de Turismo e Cultura da Madeira, não hesitou em afirmar que este momento marcou o início "de um novo tempo" para aquele que é o destino turístico mais antigo de Portugal. E lembrou que se tratou de um processo que envolveu muitas entidades e que resultou no reforço do posicionamento do arquipélago como destino seguro, resiliente e capaz de tomar a dianteira.O novo posicionamento é um “compromisso de identidade, do passado com o presente, dos costumes com a modernidade”, lembrou o responsável. E vem traduzir a arte de bem receber e a capacidade de inclusão tão características desta ilha. “É um compromisso duradouro que espelha o que é genuinamente nosso”, frisa o responsável, “e que nos permite

afirmar-nos no mundo como destino de excelência”.Para Nuno Vale, diretor executivo da APM, a nova marca Madeira pretende despoletar um sentimento único: Fazer com que cada pessoa sinta que é aqui que pertence. “Este sentimento de pertença…transcrito na expressão “Belong”, na língua inglesa, é a razão por que a marca existe. É muito mais do que os benefícios ou as características unificadoras de uma região. O propósito da marca é um norte, capaz de unificar as nossas gentes e quem nos visita em torno de uma perceção comum e daquilo que nos propomos ser e fazer”.Com mais de 600 anos de história, a região funde o clima ameno e a natureza exuberante, a um legado histórico e cultural rico e único, devido às inúmeras influências das culturas dos muitos países que, durante séculos, tornaram a Madeira ponto de paragem. Um destino seguro, com um conjunto imenso de experiências para todos, desde a natureza ao mar. Com um povo alegre, dedicado e apaixonado pelas suas ilhas, pronto a receber quem chega. Este é o ponto de partida para uma identidade renovada.Miguel Albuquerque, presidente do Governo Regional da Madeira, esteve também presente no lançamento e fez questão de frisar que “a nova marca Madeira é atual e visa a sua difusão em todos os espaços do mundo, mas também internamente”. O governante afirmou que “estamos prestes a começar um novo ciclo, com o regresso dos fluxos turísticos tradicionais” e que “vamos voltar a ter um ciclo positivo no nosso turismo”.

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Anthony CapuanoAnthony Capuano é o novo CEO da Marriott International, em substituição do falecido Arne Sorenson. O responsável, com mais de 25 anos no grupo, foi presidente do Desenvolvimento, Design e Operações da cadeia.

Didier AnièsDidier Aniès é o novo Chef Executivo do Glion Institute of Higher Education. Eleito como “Meilleur Ouvrier de France” em 2000, Didier Aniès iniciou a sua carreira em cozinha internacional na Alemanha e na Áustria.

Mario ZanettiA Costa Cruzeiros nomeou Mario Zanetti como presidente da companhia. No seu novo cargo, vai supervisionar a Costa como marca em todo o mundo.

Ricardo NascimentoA Savoy Signature nomeou Ricardo Nascimento como Chief Operating Officer (CCO). O profissional está no grupo desde 2016.

Luís Pedro Martins

“O Governo tem que ter uma atenção muito especial para com o setor do turismo”

Esta foi uma das conclusões retira-das por Luís Pedro Martins, presi-dente do Turismo do Porto e Norte,

num webinar recente promovido pelo 4º Fórum de Turismo Visit Braga, subordi-nado ao tema “Turismo Interno” e que contou ainda com a participação de Rod-rigo Pinto Barros, presidente da APHORT – Associação Portuguesa de Hotelaria, Restauração e Turismo, e de Gonçalo Regalado, diretor coordenador de Mar-keting do Millennium bcp para as áreas de Corporate e PME’s. A iniciativa debruçou-se sobre em questões como os apoios que a banca na-cional tem concedido ao setor do turismo e as dificuldades das empresas deste setor, perante o desafio da pandemia da Covid-19. Para Luís Pedro Martins, “o Governo tem que ter uma atenção muito especial para com o setor do turismo, até porque as empresas têm mostrado resiliência e mantido postos de trabalho, apesar das “muitas dificuldades”, mas “é preciso que as empresas existam e sau-dáveis”. O responsável não compreende por isso o facto de o PRR não contemplar este setor, quando, por exemplo, em Espanha, os apoios atingem os 10 mil milhões de euros e em Itália os oito mil milhões de euros, só para o turismo. Já o representante do Millennium bcp recorda que Portugal vai receber, em 10 anos, 61 mil milhões de euros de in-centivos para a retoma económica, que obrigam a 100 mil milhões de euros de investimento, porque a taxa de incen-tivo média dos fundos europeus ronda os 60%. “Estamos a falar de 50% do PIB

em 10 anos, vamos ter que investir 10 mil milhões de euros por ano, um valor ab-solutamente incomparável com o que já tivemos”. Portanto, defende, “temos que ser muito rigorosos, muito criteriosos e muito justos na aplicação destes fun-dos”, e explica que se formos “céleres e ágeis e muito justos na atribuição dos fundos, e se dermos aos bancos a opor-tunidade e a possibilidade de acelerar estes projetos com liquidez, teremos uma boa solução para sairmos rapida-mente desta crise”. Algo com que Luís Pedro Martins concorda em absoluto mas não deixa de questionar: “será fun-damental saber quem vai fazer a gestão, por exemplo, do PRR”. E explicita: “Se for uma gestão centralizada, vai correr de uma forma; se for uma gestão region-alizada poderá correr, na minha opinião, melhor”.Por sua vez, o presidente da APHORT, lembrou que as empresas turísticas, e sobretudo a hotelaria, “precisam de tempo para se reequilibrar, reestruturar e readaptar às novas tendências que já se desenham no setor”. Rodrigo Pinto Bar-ros reconhece o apoio da parte financeira mas lamenta que a linha de exportação às empresas exportadoras não tenha che-gado efetivamente ao turismo Além disso, aponta o dedo à lentidão dos processos e burocracia no que diz respeito à chegada dos apoios aos empresários. Quanto às moratórias, é perentório: “o setor precisa de moratórias a dois ou três anos”, e o Governo, diz, tem de olhar “para o setor de forma diferenciada, criando apoios exclusivos e específicos”.

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07atualidade

nOtícias dO MundORio Grande do Sul MaldivasEuropa Tóquio

A cidade de Encantado, no Rio Grande do Sul, vai ter uma estátua de Cristo com 43 metros de altura, incluindo o pedestal, maior do que o Cristo Redentor (que tem 38 metros) do Rio de Janeiro, e o terceiro maior do mundo. O Cristo de Encantado está a nascer no Morro das Antenas e deverá estar concluído no final deste ano.

O país do Oceano Índico vai oferecer a vacina da Covid-19 aos turistas que escolherem aí passar as suas férias como parte do plano para reativar o turismo. O lema é “visit, vaccinate and vacation” para atrair o turismo internacional.

A Disneyland Paris celebra este ano o seu 29º aniversário e, apesar de ainda não ter reaberto, já está a preparar novidades para esse momento. Novas experiências, novos locais para tirar selfies e mais personagens a passear no parque é a promessa para a grande comemoração.

O Comitê Olímpico Internacional, em consulta com o governo do Japão e os organizadores locais de Tóquio, decidiu que os turistas não poderão comparecer aos Jogos Olímpicos de 2021 por conta da pandemia. Mais de meio milhão de bilhetes já tinham sido vendidos fora do Japão.

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Pensamos que 2022 vai ser um ano já positivo, pode ser algo como 50% a 60% de 2019. A partir daí poderemos ter lucros, que permitirão solver os compromissos desta pandemia.

A Ambitur esteve à conversa com Raul Martins, que preside à AHP - Associação da Hotelaria de Portugal e ao Conselho de Administração do Grupo Altis para conhecer melhor a realidade do setor hoteleiro numa altura tão desafiante. O empresário alerta que o principal problema das empresas é a tesouraria e que a hotelaria merece um apoio específico, pelo que a AHP apresentou, já este ano, ao Governo, o Plano SOS Hotelaria para permitir a sobrevivência das empresas hoteleiras.

“Se tudo correr bem, em 2024, estaremos ao nível de 2019”

Raúl Martinsentrevista a

Como descreveria a situação das em-presas hoteleiras nacionais? É homo-génea?

No verão passado, houve algumas zonas que tiveram mais procura do que outras, con-cretamente o Algarve que, apesar de ter tido uma quebra grande, teve mais ocupação do que Lisboa ou Porto, e as zonas do interior, onde as pessoas puderam ter opções de férias com menos aglomerações. Há hotéis peque-nos e no interior, fora dos grandes centros, que melhoraram a sua operação, apesar de, segundo as estatísticas do INE, o número de noites dos turistas residentes ter queb-rado 35%. Mas acabaram por representar uma percentagem maior, embora em valor absoluto tenham reduzido devido às várias situações que tivemos de não nos podermos deslocar. No caso dos hotéis, inicialmente quem tivesse reserva num hotel poderia deslocar-se entre concelhos, mas isso acabou por ser anulado, o que prejudicou bastante a situação. Os hotéis reabriram em julho e agosto, em Lisboa, e voltaram a fechar em

novembro e dezembro. E outros fecharam a partir de janeiro. Portanto, houve hotéis que terão até aumentado a sua ocupação, os mais pequenos e no interior, enquanto que nos grandes centros, reduziram substancial-mente as operações.

Quais os problemas que o setor enfrenta de maior gravidade?

São os problemas de tesouraria. Os apoios que existiram no princípio da pandemia foram bem desenhados. As empresas de hotelaria ficaram bem apoiadas. Se bem que se pensava que a retoma iria ocorrer passa-dos três meses. Depois disso, para a hotel-aria, não veio a ser aprovado pelo Governo nenhum apoio específico. Ou seja, para o turismo foram definidas várias situações mas nenhuma delas tinha em atenção a ter-ceira vaga, pois ainda não tinha chegado. As medidas apresentadas em 18 de janeiro deste ano foram definidas sem se saber que viria aí uma terceira vaga, para uma retoma pro-gressiva. Em Lisboa, no final de dezembro,

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09entrevista

os hotéis tinham reservas para os meses de fevereiro, março ou abril e, de um momento para o outro, deixaram de ter. A situação das empresas, sobretudo das grandes e médias - que são a maior parte da hotelaria, já que as micro e pequenas têm tido apoios razoáveis - caracteriza-se por só terem tido apoios para manter o emprego. Foi por isso que a AHP apresentou ao Governo, em fevereiro, o Plano SOS Hotelaria que propõe dois eixos imprescindíveis à sobrevivência das empre-sas hoteleiras: um fiscal e outro financeiro. Entre outras medidas, estão a isenção da TSU e a criação de linhas de crédito específicas para a hotelaria. Posteriormente o Governo apresentou novas medidas de apoio, mas que apesar de serem bem-vindas são insufi-cientes e ainda não estão disponíveis

O Governo quer agradar aos seus parceiros e temos a economia de mercado completa-mente distorcida. As grandes e médias em-presas, que mais contribuem para o PIB, são aquelas que não são apoiadas. E as empresas, a partir do momento que não faturam, não têm capacidade para pagar os seus custos fixos. Não estamos a falar apenas da TSU ou do IRS, mas da água, eletricidade, seguros… Tudo isso é quase tanto como os ordenados de uma empresa. E esta situação está a criar imensas dificuldades às empresas que, de um momento para o outro, vão deixar de conseguir cumprir os seus compromissos. Já há empresas hoteleiras com ordenados em atraso por força desta circunstância. E o aumento dos despedimentos em janeiro disparou.

Quando fala em tesouraria está a abranger os encargos fixos…

Não há fornecedores de produtos, porque não há consumo. Até a situação da restauração dentro dos hotéis foi anulada nestes meses. Os hotéis que estão abertos têm uma situação mais ou menos equilibrada. Mas o que me preocupa mais são os custos fixos, como a TSU, IRS, seguro multirriscos, água, eletrici-dade, que têm sempre as taxas.

E as autarquias também poderiam ter feito mais em relação a “taxas e taxinhas”?

Ao longo deste tempo enviámos várias propostas às autarquias e à Associação Nacional de Municípios. Pensamos que a situação do IMI referente a 2020 seria mais do que óbvio não ser pago em 2021 nos hotéis que estão fechados. Mas não temos, até à data, reflexo nenhum dessa situação. Temos uma primeira Câmara que tomou iniciativas próprias, e bem, a de Fátima, que subsidia uma noite a quem estiver mais de três noites; consoante for 3, 4 ou 5 estrelas, o hotel tem apoios. Pensamos que Lisboa e Porto deveriam fazer algo similar. Outros países fazem o mesmo. No recomeço, Lisboa e Porto vão ficar em segunda escolha. Quem vem de férias, até a situação da pandemia estar ultrapassada, praticamente todo este ano, na melhor das hipóteses até setembro,

os turistas não vão escolher Lisboa e Porto, as cidades vão ficar para trás. O Algarve, na altura de férias será preferido, mas também novamente todo o interior e as zonas menos massificadas. Portanto Lisboa e Porto ou têm alguma iniciativa de incentivar a escolha, ou então vão ficar para trás.

O que esperam, a curto prazo, que possa ser implementado para apoiar este setor de atividade?

O que queremos é que as nossas propos-tas sejam consideradas. O pacote de novas medidas de apoio à economia e ao emprego anunciado a meio de março não contempla linhas de crédito específicas para a hotelaria e a linha de 300 milhões de euros, do Programa APOIAR, pode não ser suficiente para salvar o Turismo, que se encontra numa situação dramática. A título de exemplo, a linha criada para as empresas exportadoras - e que, à última hora, a CTP conseguiu que fosse aberta a porta para o turismo, e bem, porque o turismo é exportador na sua grande parte - só tem garantia de 20% do Estado. Ou seja, um banco empresta 100% mas só 20% estão garantidos. Quando os bancos estão a escol-her preferem escolher uma atividade com uma redução de 20% ou 30%, enquanto que o turismo tem 70% a 80%. E o banco prefere assim emprestar a outro setor, deixando o turismo para trás. Por isso é que insistimos em que houvesse uma linha fechada para o turismo. É também essencial o prolonga-mento da linha de apoio à retoma progressiva até 30 de junho de 2022.

Outra questão são as moratórias que estão em vigor até setembro, mas o Governo tem de encontrar uma solução para que sejam prolongadas.. Este ano, na hotelaria, de uma forma geral, se for um ano que dê zero, é bom. O ano passado deu um prejuízo enorme e, este ano, a nossa expectativa é que dê zero. E se assim for, não temos meios libertos para pagar empréstimos. As linhas de Covid têm de ficar para ser pagas em 2022 e 2023. E em 2024 então começar a pagar o longo prazo. Houve muitos hotéis que abriram nestes últi-mos cinco anos, têm endividamento elevado, e não vão ter capacidade para passar a pagar. Se tudo correr bem, em 2024, estaremos ao nível de 2019.

Também, na parte fiscal, gostaríamos que houvesse uma medida de incentivo ao turismo interno, em que as despesas dos residentes em Portugal pudessem ser des-contadas no seu IRS, pelo menos o IVA.

Estas são as medidas de curto prazo. Depois temos uma série de medidas de estímulo ao turismo e à economia do turismo.

Isto significa que só em 2023/24 as empre-sas turísticas entrarão no seu “normal”…

Em Portugal, no final de setembro poder-emos ter a imunidade de grupo. Pensamos que 2022 vai ser um ano já positivo, pode ser algo como 50% a 60% de 2019. A partir daí poderemos ter lucros, que permitirão solver os compromissos desta pandemia. Depois de 2023, devemos estar próximos dos níveis de 2019. A parte das viagens de negócios, o MICE, que tinha um peso importante em Portugal, em 2021 não vai praticamente existir. Esse será o segmento que mais se irá atrasar, e só deverá retomar a partir de 2024. Em 2023 estaremos talvez a 80% de 2019. E acredito que em 2024 estaremos ao nível de 2019. Pensava-se que este ano a retoma começava mais cedo, por força da terceira vaga isso não foi possível, vai retomar mais tarde, mas julgamos que possa ser mais ro-busta do que aquilo que estava previsto e que 2022 será um bom ano .

Será uma retoma homogénea a nível eu-

O Governo quer agradar aos seus parceiros e temos a economia de mercado completamente distorcida.

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No recomeço, Lisboa e Porto vão ficar em segunda escolha. (...) Portanto ou têm alguma iniciativa de incentivar a escolha, ou então vão ficar para trás.

ropeu?

Nesta primeira fase, sabemos que os eu-ropeus vão preferir a Europa, porque fora da Europa o risco é maior. Os analistas dizem que Espanha, Portugal e Grécia serão os países com maior incremento de turismo. Esta situação irá criar um fluxo este ano interessante.

Quais deverão ser os pilares assegurados pelo Governo e União Europeia a nível da retoma do turismo?

Há uma situação que é essencial para a reto-ma das viagens: o Certificado Verde Digital. Quando viajamos para alguns países da África ou Ásia, por exemplo, também temos de ter a caderneta de vacinação em dia. A Comissão Europeia já apresentou a proposta legislativa e aguardamos a sua concretização.

Por outro lado, não sendo da União Europa, o Reino Unido conta muito e aquilo que aí se passar impacta muito no turismo, nomeada-mente em Portugal. Para Portugal é muito importante o regresso das viagens inter-nacionais de e para o Reino Unido, que está previsto para o dia 17 de maio. Entretanto, também os turistas dos Estados Unidos da América e do Canadá começarão a viajar.

Está hoje o tecido empresarial hoteleiro português preparado para esta retoma? Quais as principais debilidades para encarar o futuro?

Vamo-nos preparar. Acreditamos que o próximo verão já será melhor do que o anterior. Sabemos que 30% dos hotéis que

estão encerrados ainda não sabem se irão reabrir até ao final do ano. Mas não são hotéis grandes, são unidades mais pequenas. A capacidade hoteleira em Portugal vai ser reduzida por força das dificuldades de alguns hotéis que não vão conseguir reabrir. Mas pensamos que é uma pequena percentagem.

Esta é uma altura crítica para a hotelaria na-cional, em que muitas unidades hoteleiras, e até mesmo grupos, poderão ser adquiridos por empresas internacionais? É um cenário que poderá alterar o panorama da hotelaria portuguesa nos próximos meses?

A situação das moratórias foi muito útil para isso não acontecer. Na última crise os bancos estavam numa situação complicada, de ex-cesso de crédito e com rácios de solvabilidade desadequados, e empurravam as empre-sas para venderem os seus ativos. Hoje, os bancos têm uma estrutura de solvabilidade muito mais sólida e, portanto, esta situação

das moratórias permite dar fôlego aos grupos nacionais para se manterem na posse dos seus ativos. Pode ser que numa ou outra situ-ação isso venha a acontecer, fusões ou grupos portugueses que se fundam… Mas não temos conhecimento de nenhuma situação concreta de venda de ativos.

O que espera deste desconfinamento?

Os hotéis são locais seguros, demos provas disso na primeira fase do desconfinamento. Não merecíamos esta exclusão de não poder servir as refeições nos locais próprios, o que fez com que os hotéis tivessem mais uma quebra de receitas porque, por um lado, os hóspedes não querem ir para um hotel para ficarem no quarto e, por outro, porque muitos não tinham capacidade para servir os pequenos-almoços ou almoços nos quartos.

A AHP pediu ao Governo que o plano de desconfinamento fosse claro e objetivo e que permitisse às empresas trabalhar a médio prazo e é o que está a acontecer, no entanto para a hotelaria o impacto só se começou a sentir a partir de dia 5 de abril com o levan-tamento da proibição de circulação entre concelhos; a abertura das esplanadas; dos ginásios; e das piscinas. Esta terceira fase trará a abertura dos espaços interiores dos restaurantes dos hotéis. O nosso inverno foi um desastre.

Seria importante, através da SET, haver um plano para a retoma progressiva da ativi-dade turística em Portugal?

A promoção está nas mãos do Turismo de Portugal. Penso que o Turismo de Portugal o está a fazer e as regiões de turismo também. Foi preparada uma campanha, em conjunto com a AHP, em que o Turismo de Portugal contribuía com uma parte do desconto: os hotéis têm um preço e fazem um desconto; metade desse desconto é pago pelo Turismo de Portugal. Esse plano estava para sair no final de 2020, mas foi adiado devido ao novo confinamento. Essa campanha de promoção é muito importante e tem de ser lançada a tempo. Cabe ao Turismo de Portugal fazer o relançamento de Portugal. Entretanto, também demos nota à Senhora Secretária de Estado do Turismo da nossa intenção em participar ativamente no plano de retoma que esta governante anunciou estar a ser preparado e esperamos, a benefício de todos, que este nosso envolvimento seja efetivado.

Poderá antever-se uma luta feroz por vários destinos nossos concorrentes no sentido de captar o mesmo mercado de turistas que Portugal procura? Como poderemos diferenciar-nos neste contexto?

Temos recebido vários prémios que nos diferenciam, para lá de todo o reconheci-mento que temos tido na imprensa inter-nacional. Esses prémios continuam a ser válidos. A reputação de Portugal no aspeto de qualidade turística não está nada beliscada. Somos o melhor destino da Europa.

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Esta informação não dispensa a consulta do portal de acesso ao Ensino Superior: www.dges.mec.pt/guias/inddist.asp?dist=08

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Opin

iãO

Um ano de Pandemia. Exactamente há um ano atrás, julgava-se que a situação

poderia durar três ou seis meses. Não só dura há um ano, como não há horizonte para terminar. O lugar-comum do aprender com a Pandemia, é apenas e só isso mesmo, um chavão. A palavra reinventar, resumiu-se a produzir alcool gel, mascaras e acrílicos de protecção. Como sempre, e em economia, o mal de uns é o bem de outros, e neste último, para toda a indústria da saúde e transporte de mercadorias. Não haverá com certeza, nem mesmo na aviação, um sector tão atingido como o da Hotelaria, e para as empresas que à volta dela orbitam. Não apenas pelas restrições implementadas à livre circulação da população mundial, como inclusive, a nível interno no caso de Portugal. Dentro da hotelaria, o conceito de Hostel, poderá levar anos a voltar a existir.

A dinâmica que Portugal ganhou na última década, deveu-se, em exclusivo ao sector exportador, onde se inclui a Hotelaria. E é nesta perspectiva que se torna inconcebível não existir uma única referência directa ao sector no PRR do Governo. Pelo contrário, o Estado pretende fazer a vez do privado, ao querer ser ele próprio a criar alojamentos temporários para pessoal do Estado e alojamentos para estudantes. Partindo do pressuposto que esse mercado de facto existe, o Estado não tem que o fazer ele próprio, mas sim criar condições e incentivar o privado a fazê-lo. Na inexistência de privados dispostos a tal, o motivo seria sempre simples de encontrar: não é viável.

As acções de carácter e inclusão social do Estado, não se discutem ou não se deveriam discutir no ambito do PRR, visto que isso é uma obrigação permanente do Estado, e não deveria

depender de apoios da União Europeia.Objectivamente, é inexplicável e até insultuoso, o Governo de um país, esquecer o sector mais afectado pela Pandemia, mas ao mesmo tempo, aquele que de facto pode, porque já o fez, potenciar o crescimento, criar postos de trabalho, criar riqueza e portanto impostos, para que o Estado possa então fazer aquilo que lhe compete de base: cuidar dos seus cidadãos.

Luís Deus

"a bazuca (Prr) está mal apontada…para não variar…"

Não haverá com certeza, nem mesmo na aviação, um sector tão atingido como o da Hotelaria, e para as empresas que à volta dela orbitam.

Luís Deus, Business Development Manager ASSA ABLOY Global Solutions

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13OpiniãO

A Covid-19 continua a afetar as ativ-idades económicas e, em particu-lar, o sector do Turismo e Viagens.

O impacto no nosso sector é enorme, mas o Avis Budget Group está a fazer todos os possíveis para se adaptar ao novo contexto e responder às necessi-dades dos clientes ao disponibilizar uma solução de transporte segura, flexível e conveniente. Como sabemos, o aluguer de veículos está numa posição única pois disponibiliza uma solução para viagens segura e privada e é uma alternativa popular a outros meios de transporte nos quais o cliente não consegue con-trolar o ambiente. Para cumprir este propósito e, simulta-neamente, melhorar a saúde e a segu-rança de colaboradores e clientes, o Avis Budget Group lançou o “Compromisso de Segurança da Avis” e a “Promessa Zero Preocupações” da Budget bem como uma parceria com a RB, fabri-cante do Lysol e Dettol em Portugal, para melhorar todos os procedimentos de limpeza e higienização. Mais re-centemente, foi lançado o Digital Check In, um serviço online que permite aos clientes ficar menos tempo no balcão e personalizar o seu aluguer ao levantar um veículo em qualquer estação da Avis ou da Budget em toda a Europa. Esta é umas das várias opções que disponi-bilizamos aos nossos clientes para lhes proporcionar uma experiência de aluguer cada vez mais contactless. Paralelamente, e para lidar o melhor possível com as incertezas atuais, temos vindo a oferecer diversos pacotes como o Avis Inclusive, que combina o aluguer de viatura, a cobertura mais abrangente e o Roadside Assistance Plus, o que significa que os clientes pagam um preço único, sem se preocupar com mais nada. Para os clientes corporativos, a Avis Free Move é a solução criada para dar respos-ta às novas necessidades nos alugueres de médio e longo prazo das empresas. Também com possibilidade de frota híbrida, esta solução integra os novos serviços de mobilidade para dar res-

posta às novas exigências ecológicas dos clientes corporativos, com um serviço fácil, imediato e sem grandes compro-missos financeiros ou administrativos. É inegável que a pandemia Covid-19 mudou a forma como as pessoas viajam, e provavelmente vai continuar a ter im-pacto no futuro. O relatório ‘Road Ahead: The Future of Mobility’ do Avis Budget Group, lançado em 2019, demonstra uma mudança no comportamento do consumidor, que passa de um modelo de viatura própria para um modelo de serviço de aluguer mais flexível. Seg-undo o relatório, 56% dos inquiridos portugueses considerariam renunciar a veículos próprios a favor de soluções de aluguer de viaturas mais flexíveis. A pandemia Covid-19 acabou por acelerar esta tendência, uma vez que os serviços de aluguer flexíveis são agora mais im-portantes do que nunca. Apesar das adversidades causadas pela Covid-19, estamos otimistas em relação ao futuro da indústria de aluguer de veículos que apresenta oportunidades no setor das viagens de negócios e de lazer. Seguindo a tendência de antes da pandemia, acreditamos que os clientes vão continuar a procurar uma experiên-cia de utilizador melhorada através da digitalização, opções de aluguer de veículos mais ecológicos, e o conceito de conduzir o veículo com total autonomia e privacidade. A Avis Portugal também desenvolveu a sua Estratégia de Mobili-dade para tornar as cidades mais adap-tadas e acessíveis, respondendo às novas necessidades dos cidadãos e contribuir para uma mobilidade cada vez mais inteligente e sustentável. Estamos or-gulhosos do trabalho árduo dos nossos colaboradores para garantir um serviço de excelência e à medida das expectati-vas dos nossos clientes.

Francisco Farras

"a avis free move é a solução criada para dar resposta às novas necessidades nos alugueres"

Estamos otimistas em relação ao futuro da indústria de aluguer de veículos que apresenta oportunidades no setor das viagens de negócios e de lazer.

Por Francisco Farras, diretor-geral para a Iberia do Avis Budget Group

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O impacto da pandemia da Covid-19 no turismo é transversal a todas as atividades e a formação não é exceção. Universidades, institutos e escolas superiores que lecionam cursos ligados ao setor do Turismo também se adaptaram a esta nova realidade, reorganizando-se internamente e apostando em ferramentas digitais como meio para chegar a um fim. Ambitur falou com alguns destes estabelecimentos para perceber como têm vivido estas modificações e que tendências acreditam ser o futuro.

Formação

o que mudou no ensino do Turismo com a pandemia?

Na Universidade Portucalense, houve a noção de que era necessário alargar novos horizontes, oferecer ou desenvolver

novos serviços e implementar novas estratégias de funcionamento que permitissem a flexibilidade da gestão, a mudança fácil e o sucesso e adaptação rápida a novas situações. Isso mesmo explica Isabel Freitas, diretora do Departamento de Turismo, Património e Cultura desta instituição, que frisa que a formação nos dias de hoje passará por "pensar competências como a resiliência, a flexibilidade, a criatividade, a inovação, o empreendedorismo, e especializar profissionais em gestão de crises no âmbito do setor".A docente indica ainda que é vital a formação e mais quadros qualificados a nível superior e mais especializados nas áreas do turismo. "É muito importante acompanhar as tendências e as ferramentas mais atualizadas para que a adaptação à mudança se operacionalize nos serviços com mais facilidade", adianta. Neste momento, a saúde passou para a primeira linha no turismo e é pois essencial que as instituições saibam oferecer segurança nas questões de saúde e higiene, defende. Além destas preocupações, Isabel Freitas vê na sustentabilidade outra matéria de futuro,

Mas a assunção de que não haverá alterações estruturais nos sistemas turísticos, e de que ainda "não estamos numa fase de pensar numa realização e êxtase turísticos virtuais", Sérgio Araújo considera contudo necessário "estudar novos modelos de negociação turística, assentes em mercados de proximidade e de turismo alternativo, capazes de superar a massificação, a concentração e a sazonalidade". O Turismo de Aldeia, o Eco Turismo ou o turismo em espaços de paisagens protegidas, por exemplo, serão ofertas de pequena dimensão com uma predominância de valores autóctones que poderão contribuir para que os territórios e as suas gentes sejam bases culturais atrativas de desenvolvimento.

Repensar e adaptar modelos educativos

José Alexandre Martins, diretor da Escola Superior de Turismo e Hotelaria (ESTH) do Politécnico da Guarda, admite que foram muitas as instituições de ensino a nível mundial a incorporar no processo de ensino e aprendizagem cada vez mais ferramentas digitais nas atividades letivas diárias, tendo o "aumento da digitalização sido completamente

não apenas devido à pandemia mas também pelo grande desafio das questões climáticas. Por outro lado, aponta: "é importante que o turismo não esqueça o público interno. No verão passado, o turismo foi, em grande parte, sustentado com os movimentos de turistas internos. Não podemos esquecer os turistas nacionais e apostar em ofertas com grande significado".

"Em turismo, continuará a ser o emocional a sobrepor-se ao

racional"Já Sérgio Araújo, subdiretor da Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar, não vê que o atual contexto provoque uma mudança estrutural na atividade turística sublinhando que "o paradigma do turismo continuará a ser marcado pela capacidade de diferenciação do intangível". Para o professor, "em turismo, continuará a ser o emocional a sobrepor-se ao racional". E não tem dúvidas de que apesar de não haver garantias relativamente à superação definitiva da pandemia, "esta crise pandémica corresponderá a um marco conjuntural que será absorvido pelo sistema, vislumbrando-se uma recuperação relativamente rápida do setor".

Isabel Freitas, Universidade Portucalense Sérgio Araújo, Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar

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acelerado devido à pandemia". O responsável é apologista de que as instituições deverão ser capazes de compreender e antecipar as necessidades dos estudantes e mobilizar

recursos para lhes dar resposta. Pelo que, neste contexto, os estabelecimentos de ensino "têm agora a oportunidade de repensar e adaptar os seus modelos educativos fruto da alteração para soluções de formação à distância de forma acelerada". Para José Alexandre Martins, esta "transformação educativa" deverá permitir o desenvolvimento de novas abordagens de ensino, promovendo atividades colaborativas entre alunos e professores, com mais flexibilidade para os primeiros e a possibilidade de acederem a gravações para repetição, e uma "tendência reforçada da assunção dos professores com um papel cada vez mais de mentores". O responsável não nega que a oferta formativa, hoje e no futuro, deverá integrar mais a aplicação de tecnologias, "que estão a tornar-se uma parte vital da indústria do turismo" e preparar e capacitar

os estudantes "para encararem a inovação e a sustentabilidade no seu advir profissional".Numa tentativa de antecipar o futuro do desenvolvimento da atividade turística,

É muito importante acompanhar as tendências e as ferramentas mais atualizadas.

Isabel Freitas

José Alexandre Martins, Politécnico da Guarda Ricardo Guerra, Politécnico da Guarda

(temos uma) necessidade urgente de reiniciar o turismo com segurança e de forma sustentável.

Ricardo Guerra

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Ricardo Guerra, subdiretor da ESTH do Politécnico da Guarda, não tem dúvidas da "necessidade urgente de reiniciar o turismo com segurança e de forma sustentável". É certo que "os académicos não possuem uma bola de cristal", mas o responsável defende que neste processo dinâmico em que nos encontramos, há espaço para a "reflexão e reorientação estratégica", e aqui a "aquisição de novas e diversificadas competências pode também ser uma oportunidade para uma restruturada e orientada redefinição dos modelos de desenvolvimento turístico". Assumindo como missão das instituições de ensino superior, além do ensino e da pesquisa, "serem atores ativos do desenvolvimento por via da geração de conhecimento científico, tecnológico e inovação", Ricardo Guerra sublinha que este trabalho deve ser feito com as empresas e organizações do setor do turismo para se encontrar, em conjunto "soluções e caminhos para a recuperação sustentada e desejada".

"A transição digital confirmou ser o caminho"

O facto de o turismo ser um dos setores mais afetados pela pandemia veio pois colocar novos desafios às instituições de ensino mas também, assegura António Lopes de Almeida, professor do ISAG - European Business School e coordenador da equipa de investigação de turismo do CICET-FCVC, "um enorme potencial de melhoria". E, continua, "a transição digital confirmou ser o caminho - não que houvesse dúvidas - e isso implicou uma profunda adaptação de todos os negócios". Revelando-se as grandes fragilidades do setor em Portugal nesta matéria, as escolas foram convocadas a dar uma resposta rápida e eficaz, e os métodos de ensino foram revistos, desenvolvendo-se cursos exclusivamente online ou em formatos híbridos (b-learning). Estes últimos assumem, de acordo com o docente, uma particular relevância pois " garantem a flexibilidade que os estudantes procuram, mas também a vertente prática essencial à grande maioria destas formações". Além disso, o responsável esclarece que "estamos também a fomentar iniciativas ligadas ao empreendedorismo" já que a pandemia veio reanimar alguns nichos de mercado ainda em desenvolvimento. É o

caso de oportunidades ligadas ao turismo de natureza e de aventura; à criação de novos produtos turísticos alternativos que respondam às necessidades do novo perfil de viajante, o qual procura experiências exclusivas, seguras e confortáveis; ou ainda à vaga de nómadas digitais que viram no trabalho remoto uma oportunidade para conhecer o mundo, explica.António Lopes de Almeida considera prematuro avançar com cenários mas prevê uma retoma lenta e que somente no verão de 2022 se possa entrar numa fase de real recuperação. Mas lembra que não basta apenas retomar a atividade, "importa garantir que o setor estará fortalecido na recuperação, para competir com destino de todo o mundo, em pé de igualdade". E reforça, aqui, o papel "indispensável" das instituições de ensino que " deverão garantir formação adaptada às reais necessidades do mercado, com elevada qualidade e visão global".

"Adquirir novas competências é fundamental para se manter

«empregável»"No Grupo Sommet Education, com a pandemia desenvolveu-se uma abordagem de aprendizagem flexível e, desde final de julho de 2020, implementou-se o método de ensino Hyflex, que permite que os alunos estudem online quando for mais adequado, ou de forma combinada. O grupo desenvolveu, por exemplo, uma nova solução de estudo combinada de última geração - Glion Connect e Les Roches Connect - para alunos de licenciatura do primeiro semestre em International Hospitality Business na Glion e em Global Hospitality

Management na Les Roches, respetivamente. Trata-se de uma "abordagem «phygital» que permite que os novos alunos que não podem viajar para o campus comecem o primeiro semestre remotamente e continuem os seus estudos no campus", explica Benôit-Etienne Domenget, diretor geral do Grupo Sommet Education.O responsável não tem dúvidas de que com a tecnologia a renovar permanentemente o local de trabalho e mais colaboradores em situação de transição profissional, "adquirir novas competências é fundamental para se manter «empregável»" e as instituições de ensino são assim levadas a oferecer uma ampla gama de cursos para atender às necessidades diversificadas dos alunos.Com três escolas - Glion Institute of Higher Education, Les Roches e École Ducasse - nove campus, e uma ampla rede de profissionais influentes no setor através de 28 mil ex-alunos, o grupo Sommet desenvolveu programas específicos nesse sentido. É o caso do mestrado em Estratégia de Hotelaria e Transformação Digital na Les Roches antes da crise, reconhecendo já na época que o negócio da hotelaria estaria a meio de uma transformação digital, admite Benôit-Etienne Domenget. "Num setor muito tradicional, onde a procura por fornecer um serviço excelente, limpeza e eficiência tem sido a mesma para muitas gerações, termos como distribuição online, gestão de canal, análise de dados, chatbots e machine learning tornaram-se o novo desafio de aprendizagem", frisa, destacando que este programa de mestrado fornece aos alunos as chaves para desbloquear a nova fronteira da hotelaria.

Benôit-Etienne Domenget, Sommet Education António Lopes de Almeida, ISAG

termos como distribuição online, gestão de canal, análise de dados, chatbots e machine learning tornaram-se o novo desafio de aprendizagem

Benôit-Etienne Domenget

a transição digital confirmou ser o caminho - não que houvesse dúvidas - e isso implicou uma profunda adaptação de todos os negócios

António Lopes de Almeida

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A oferta formativa da ESGHT é diversa e estruturada em torno de dois campi – Faro e Portimão -

incluindo diferentes níveis de formação, entre os quais, as quatro licenciaturas em: Gestão, Gestão Hoteleira, Turismo e Marketing. Oferecemos também quatro cursos de mestrado (Direção e Gestão Hoteleira, Fiscalidade, Turismo e Gestão de Recursos Humanos em conjunto com a Faculdade de Ciências Humanas e Sociais) e quatro cursos Técnicos Superiores Profissionais (TeSP) em Contabilidade, Gestão de Animação Turística, Secretariado Executivo e, Sistemas e Tecnologias de Informação. Um novo Mestrado em Gestão de PME iniciará em 2021/2022 em Portimão. A Escola Superior de Gestão, Hotelaria e Turismo, adiante designada por ESGHT, é uma unidade orgânica da Universidade do Algarve vocacionada para o ensino superior e para a investigação aplicada. Tem hoje 1880 alunos, perto de uma centena de colegas docentes, e cerca de 20 colegas não docentes. Somos a Unidade Orgânica com maior número de alunos da Universidade do Algarve. Anualmente colocamos perto de 300 alunos de todas as licenciaturas em estágio curricular, dentro e fora da região. A taxa de empregabilidade apresenta dados muito positivos em todas as áreas de formação (com registos acima dos 90% em todas as Licenciaturas).O corpo docente tem vindo a doutorar-se e a especializar-se, possuindo um número expressivo de doutores, sendo quase 20% doutorados em Turismo. Na procura de inovação e resposta aos tempos atuais iniciamos no próximo ano duas novas ofertas formativas. O Mestrado em Gestão das PME é um programa projetado para explorar e compreender as características e desafios específicos das PME de modo a permitir o desenvolvimento de uma gestão mais eficaz e eficiente num ambiente de negócios cada vez mais complexo. A decorrer no Campus de Portimão da Universidade do Algarve, o mestrado em Gestão de PME visa proporcionar uma formação distintiva, que privilegie o estudo das mais recentes

tendências das ciências empresariais, com recurso a ferramentas digitais e sempre numa perspetiva de aplicação prática dos conceitos às pequenas e médias empresas.O tecido empresarial da região do Algarve é caracterizado por pequenas e micro empresas, assim, torna-se indispensável que os técnicos a admitir nestas empresas tenham uma formação transversal que lhes permita adquirir competências simultaneamente abrangentes e especializadas, para fazer face às necessidades sentidas pelas estruturas empresariais. Neste contexto, o CTeSP em Marketing Digital visa formar profissionais com competências para planear, gerir, executar, monitorizar e avaliar no âmbito das organizações, as operações de marketing digital e de comércio eletrónico, nomeadamente, campanhas online, conteúdos em redes sociais e em outras plataformas digitais. Assim, o plano curricular do CTeSP em Marketing Digital foi concebido para dar resposta à crescente exigência das necessidades de recursos humanos das entidades empregadoras e dos atuais ou futuros profissionais da área do marketing digital. Os conteúdos programáticos de várias unidades curriculares incluem a utilização de plataformas de marketing digital. O plano foi concebido com o apoio de profissionais do setor, nomeadamente Diretores de Marketing de diferentes organizações. Assumimos a procura da contínua afirmação da Escola Superior de Gestão, Hotelaria e Turismo como uma referência maior do ensino nas suas áreas principais. Esta dinâmica tem de prosseguir com determinação, resiliência e inovação, pela Escola e pelas Pessoas, contamos assim com cada de um vós. A ESGHT espera-vos!

Alexandra Rodrigues Gonçalves

escola superior de gestão, Hotelaria e turismo (esgHt) - inovar em tempo de Pandemia no algarve

Alexandra Rodrigues GonçalvesDiretora da ESGHT

Na procura de inovação e resposta aos tempos atuais iniciamos no próximo ano duas novas ofertas

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O Glion Institute of Higher Education e a Les Roches são duas das institu-ições mais reconhecidas no ensino

de Hospitality Management e Tourism em todo o mundo e encontram-se no Top 3 mundial na formação a nível global. O Glion Institute of Higher Education é uma das instituições mais prestigiadas na área da Hotelaria, Lazer e Luxo e ocupa o segundo lugar ao nível da reputação junto dos empregadores em todo o mundo. Este selo de garantia ao nível da formação e da empregabilidade tem levado ano após ano mais alunos portugueses aos Campus da Suiça e de Londres para iniciar ou dar con-tinuidade aos seus estudos superiores.São várias as licenciaturas e Masters disponíveis na Glion, nomeadamente a Licenciatura em International Hospitality Business e Masters em Science in Interna-tional Hospitality Business; Empreende-dorismo e Inovação; Finanças, Imobiliário e Desenvolvimento Hoteleiro e ainda Master em Luxo e Guest Experience. Todas as formações têm lugar nos Campus da Suiça e no Campus de Londres. Atualmente com o estado pandémico a nível mundial e as restrições de viagens entre países, a Glion apresenta soluções de ensino à distância até ser possível a formação presencial dos alunos em ambos os Campus. Integrar uma instituição de ensino que está no Top 3 ao nível da empregabilidade dos seus alunos – 98% têm uma a três ofertas de emprego antes de concluírem a formação – é uma das melhores garantias para um futuro de sucesso. Este momento do ano marca mais uma integração de alu-nos nesta escola e é o timing perfeito para

os que pretendem formação nas áreas de Hospitality management e do luxo, ou para os que pretendem mudar de carreira. A Les Roches, uma das escolas de Hotelaria e turismo com uma posição de liderança a nível global, apresenta no portfolio das suas formações, Licenciatura em Gestão Ho-teleira Global (3 anos e meio) e em Gestão Hoteleira Internacional (dois anos e meio). Ao nível de pós-graduações integra um MBA em Gestão Hoteleira Global e Pós-Graduação em Gestão Hoteleira Internac-ional, Mestrados em Marketing e Gestão em Turismo de Luxo, em Gestão Hoteleira Internacional e Gestão Hoteleira e Trans-formação Digital.Neste momento, os diplomas de pós-grad-uação, mestrado e MBA são mais acessíveis

mestrados e Pós-graduações glion e les rocHes:

a vanguarda ao serviço da formação

e flexíveis do que nunca dadas às restrições provocadas pela Covid-19. Os alunos que estão no campus e os alunos que optaram pelo ensino à distância experienciam as mesmas aulas com recurso a tecnologia inovadora. O compromisso da Les Roches com uma formação personalizada man-tém-se e as aulas integram até 35 alunos (sejam aulas presenciais ou por ensino à distância). Os alunos à distância recebem orientação individual online, sessões com orientadores dos programas e professores, integram grupos de trabalho que misturam alunos online com alunos que estão no Campus e vários recursos digitais foram desenvolvidos especialmente para acom-panhar e desenvolver todas as competên-cias dos alunos.A Les Roches foi fundada em 1954 e é uma instituição de ensino privada que tem por base o modelo suíço de educação através de uma transmissão de conhecimento que privilegia a experiência e oferece vários tipos de graus no campo da hotelaria, turismo e gestão de eventos. A Les Roches promove o empreendedorismo e licenciaturas inova-doras através de uma rede global de campus na Suíça, Espanha e China. Esta instituição de ensino, tal como a Glion, integra o Grupo Sommet Education e é acreditada pela New England Commission of Higher Education (NECHE). Les Roches encontra-se no top do ranking das mel-hores escolas de hotelaria e gestão de lazer do mundo e número três a nível global ao nível da reputação junto dos empregadores - QS World University Rankings by Subject 2020.

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A pandemia não trouxe só coisas más, embora à primeira vista isso

possa parecer assim. Mas, na verdade, e no que se refere ao ensino, mais concretamente o ensino superior, foram introduzidos métodos novos durante o confinamento que, segundo Isabel Freitas, diretora do Departamento de Turismo, Património e Cultura da Universidade Portucalense, “são ideais para criar novas sinergias com os estudantes e motivar a aprendizagem”. Por esta razão, a docente admite ter “muito receio que se procure a «velha normali-dade»” e adianta que “seria uma agradável surpresa se as políticas do ensino superior se abrissem mais às novas tec-nologias”. A responsável não hesita em dizer que “o ensino presencial tem de continuar a contar com os novos apoios de contacto rápido e person-alizado que foram introduzi-dos com os meios digitais e a distância”. Isabel Freitas explica ainda que o contacto via digital per-mitiu desenvolver a criativi-dade ao nível de metodologias de ensino-aprendizagem que procuravam compensar a ausência do presencial. “E conseguimos criar ambientes de trabalho muito interes-santes, muito comunicativos, dinâmicos, inovadores e em-preendedores”, frisa.A professora da Universidade Portucalense reconhece que a presença física não pode ser dispensada e que, na área do turismo e da hotelaria, o con-tacto é sempre imprescind-ível. Mas o facto é que com a pandemia os estudantes entenderam a necessidade da procura dos conteúdos e de boas práticas disponíveis on-line como forte complemento à aprendizagem. “Os dois

campos, digital e presencial, podem e devem continuar a coexistir pois têm objetivos de uso diferenciados”, sub-linha. Nesta instituição de ensino, a aposta foi na inovação dos do-centes e os resultados foram “profundamente positivos”, garante Isabel Freitas. “Pensar um restaurante a funcionar pela via online, unir na mesma plataforma dois chefs um português outro americano, Renato Cunha e Christian Ives, e levar a gastronomia portu-guesa diretamente à sala de aula da Universidade Estadual de Nova York ou realizar pro-

universidade Portucalense: “seria uma agradável surPresa se as Políticas do ensino suPerior se

abrissem mais às novas tecnologias”

vas vínicas formativas pela via digital, como aconteceu, são sempre excelentes desa-fios e abrem novas perspe-tivas de trabalho aos nossos estudantes”, reconhece. Os seminários ganharam um novo sucesso com o alarga-mento do leque de profission-ais disponíveis para falar com a universidade, e para mostrar as tarefas que desenvolvem no âmbito do turismo e da hotelaria. Por esta razão, a docente não tem dúvidas de que esta foi uma oportunidade única para refletir em torno de soluções eficazes em épocas de crise.

“Estes estudantes viveram uma crise real”, diz, e “estão preparados para se adap-tarem a crises e a refletirem sobre como poderão opera-cionalizar as mudanças”. Ou seja, “ Os nossos estudantes passaram, nestes dois anos letivos, por momentos únicos na vida e estarão bem pre-parados para uma outra crise no futuro”, esclarece Isabel Freitas.Além disso, a responsável pelo Departamento de Tu-rismo, Património e Cultura da Universidade Portucalense reconhece que os alunos compreenderam a importân-cia da virtualidade e dos seus conteúdos na preparação das experiências presenciais. E afirma que se mostraram satisfeitos com a orientação de investigação, de estudos de casos e de projetos pela via digital. “Referiram ser mais eficaz uma orientação em formato virtual por garantir a proximidade necessária com o orientador que se torna mais criativo, mais dinâmico e mais inovador nas metodologias de investigação e de projeto”, conclui.

Isabel Freitas

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A Universidade Lusíada, fundada em 1986, é uma das mais antigas

universidades privadas portu-guesas e constitui uma refer-ência histórica no movimento que impulsionou, consolidou e valorizou o ensino pri-vado no sistema universitário português. Desde muito cedo ganhou dimensão nacional e internacional, tendo em funcionamento centros uni-versitários nas duas principais cidades portuguesas (Lisboa e Porto) e, ainda, na cidade nortenha de Vila Nova de Famalicão, onde instalou um pólo universitário essencial-mente tecnológico.Presentemente, as Universi-dades Lusíada são frequen-tadas por cerca de seis mil estudantes nos três ciclos de estudos e contam com um corpo significativo de mais

de 500 professores altamente qualificados.Todos os cursos de licen-ciatura, mestrado e dou-toramento foram objeto de rigorosos e exigentes proces-sos de avaliação pela Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES), encontrando-se devidamente acreditados.A Universidade Lusíada é membro da European Uni-versity Association (EUA), organização que reúne as principais universidades, públicas e privadas, dos países da União Europeia.A dimensão da investigação científica vem sendo val-orizada de modo crescente nos últimos anos, pelo que funcionam e estão acredi-tados pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) as seguintes unidades de in-

universidades lusíada lisboa e norte: uma referência Histórica

no ensino universitário

vestigação: Centro de Estu-dos Jurídicos, Económicos e Ambientais (CEJEA), Centro de Investigação em Organizações, Mercados e Gestão Industrial (COMEGI), Centro de Investi-gação em Psicologia para o De-senvolvimento (CIPD), Centro

de Investigação em Território, Arquitetura e Design (CITAD), Centro Lusíada de Investigação em Política Internacional e Segurança (CLIPIS) e Centro Lusíada de Investigação em Serviço Social e Intervenção Social (CLISSIS).

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Uma parceria entre a Nova School of Business Economics e o West-

mont Hospitality Group, um dos maiores grupos internac-ionais de propriedade e gestão de unidades hoteleiras, levou à criação, em 2019, do West-mont Institute of Tourism & Hospitality (WiTH). O obje-tivo é simples: permear toda a oferta educativa da Nova SBE nas áreas de hospitality e turismo. O projeto visa, mais concretamente, apoiar o de-senvolvimento e a atualização das competências e conheci-mentos de gestão dos atuais e futuros líderes dos setores de hotelaria, turismo e serviços, inspirando-se no conceito de hospitality como uma abord-agem focada na experiência do cliente, na criatividade e no impacto social. Numa primeira dimensão, nasce no mestrado de gestão da Nova SBE a área de es-pecialidade em hospitality e service management, com um foco na inovação e na customer experience, contando com um corpo docente internacional e uma forte ligação a empresas relevantes neste domínio. A partir de Maio, o WiTH lança o seu portefolio de progra-mas executivos a pensar nos profissionais, com foco em varias áreas de gestão e ino-vação. Por fim, numa terceira dimensão, o objetivo é apoiar o desenvolvimento turístico sustentável em África através da formação de executivos e da constituição, na Nova SBE, de um Centro de Dados sobre o turismo neste continente.

Oferta formativaJá a decorrer está o primeiro ano do mestrado internacional de gestão com a especiali-dade em Hospitality & Service Management, com vários

módulos focados na liderança como Customer Experience & Service Excellence, Revenue Management, Hospitality Operations e International Events Management. Os alunos farão parte de uma comunidade internacional com diferentes formações e experiências profissionais, tendo acesso a professores internacionais e atuais líderes do setor a nível nacional e in-ternacional. Adicionalmente, e a pensar nos alunos desta especialidade, o WiTH criou um programa de empreende-dorismo e inovação - Hospi-tality Experience Innovation Lab - que visa reforçar as competências de empreende-dorismo e criatividade. As candidaturas para o ano letivo 2021/22 decorrem até 31 de maio e o interesse tem sido muito elevado, com várias candidaturas aprovadas logo no primeiro mês.Já em Maio deste ano, será lançado um programa es-

WitH – Westmont institute of tourism & HosPitality:

uma oferta de excelência na Hotelaria, turismo e gestão de serviços

pecífico de formação para executivos, dirigido a líderes e decisores nos setores da hotelaria e turismo. O objetivo é capacitar e apoiar os partici-pantes na análise crítica sobre as suas estratégias de negócio atuais e futuras, e no processo de tomada de decisão. Como resultado da aposta numa formação atualizada aos desafios de gestão dos execu-tivos, o WiTH criou o Certi-ficado Avançado em Lider-ança na Hotelaria e Turismo, constituído por vários módu-los com duração entre dois e quatro dias, espaçados ao longo do ano. O certificado é composto por quatro módulos obrigatórios - Estratégia em tempo de disrupção no turis-mo; Liderar a transformação digital na hotelaria e turismo; Applied Business Intelligence & Analytics for Hospitality & Tourism e Inovação para a sustentabilidade na hotel-aria e turismo. Os formandos deverão ainda optar por um

módulo dentro das seguintes temáticas: Creating Service Excellence, Revenue Manage-ment Integrado, Estratégia de Digital Marketing em Hotel-aria e Turismo; Liderança na Gestão de Equipas em Hote-laria e Turismo e Real Estate em Hospitality & Tourism. Os módulos serão dados em português e inglês, consoante os participantes e profes-sores envolvidos. Os primeiros módulos serão já lançados em Maio, nomeadamente, Estra-tégia em tempos de disrupção no Turismo, em parceria com a PWC e Singularity Universi-ty, e “Creating Service Excel-lence” com a colaboração do diretor de criatividade e ino-vação da EHL (École Hôtelière de Lausanne).Contactos:Candidaturas ao Mestrado de Gestão: [email protected]/ +351 213 801 699Formação de Executivos - Marta Sousa Pires - [email protected]

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A pandemia provocou uma paragem forçada da atividade hoteleira que, vendo-se sem clientes, por motivos de restrições à mobilidade (nacional e internacional), optou por se manter em funcionamento com os serviços e as equipas reduzidas ao mínimo ou preferiu mesmo fechar portas à espera de melhores dias. Mas isso não significa que os hotéis nacionais tenham deixado de investir na sua requalificação e procurado reinventar-se para responder à altura assim que a retoma se confirmar. Ambitur falou com alguns grupos hoteleiros que explicam de que forma têm ultrapassado este ano de pandemia e como esperam voltar a trabalhar em pleno.

Hotelaria preparada para trabalhar a 100%

Na DHM, a aposta na constante melhoria dos seus ativos para assegurar a excelência dos

equipamentos já faz parte do ADN do grupo. O investimento de 21 milhões de euros na requalificação de algumas unidades tinha começado ainda no final de 2019 e estendeu-se durante todo o ano de 2020. Francisco Moser, managing director da DHM, destaca as intervenções no Palácio da Lousã Boutique Hotel, onde as áreas comuns, quartos e jardins foram totalmente renovados; no Monte Real Hotel, Termas & Spa, com remodelação de áreas comuns, salas de reunião e quartos; no Eden Resort, através da criação do Aqua Fun Park, a pensar nos mais pequenos, e de uma melhoria dos restaurantes, bares, receção, lobby e minimercado; no Praia Verde Boutique Hotel, que renovou os 40 quartos; ou

têm revisto algumas infraestruturas e a realizar trabalhos de manutenção, tudo para "estar melhor preparados para a retoma gradual da atividade". Por outro lado, e conscientes de que a maximização da interação digital com os serviços do hotel veio para ficar, a Hoti Hoteis avançou com uma Webapp que integra um vasto conjunto de serviços internos dos hotéis, juntando ainda a inventariação de pontos de interesse da região circundante, tudo para "incentivarmos a interação dos clientes com os ativos relevantes a conhecer nas regiões onde se encontram os hotéis", explica Miguel Proença.Também nos hotéis Moov, que pertencem ao Grupo Endutex, a aposta foi dirigida ao hardware: "apostámos numa migração tecnológica dos serviços de atendimento e, durante o primeiro confinamento,

ainda no Vila Monte Farm House, que passou a oferecer a Villa Indigo, uma moradia com três suites e piscina, capaz de conferir a tão desejada privacidade que os clientes procuram.Mas as novidades não se ficam por aqui e a DHM irá abrir, ainda no primeiro semestre deste ano, inserido na categoria Design Collection, o Évora Farm Hotel & Spa, a segunda unidade no Alentejo, com 57 quartos num espaço com 11 hectares, e cinco vilas V3, ideais para famílias numerosas ou grupos de amigos. Já na categoria Hotels & Resorts, o grupo inaugurará o The Patio Suite Hotel, próximo da praia da Falésia, no Algarve. Na Hoti Hoteis, a melhoria mais visível é a remodelação do atual TrypOriente com vista à mudança de marca para Meliá mas Miguel Caldeira Proença, CEO do grupo, confirma que os restantes hotéis também

Francisco Moser

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desenvolvemos um sistema tecnológico de apoio às reservas e check-in que torna o processo mais autónomo e seguro", garante André Ferreira, administrador do grupo espanhol. Com a nova App Moov Hotels o cliente pode contactar o hotel sem necessidade de interação pessoal, incluindo recomendações sobre o que fazer e visitar na cidade, e acesso exclusivo a campanhas e ofertas. Já ao nível das infraestruturas, o grupo não sentiu necessidade de fazer remodelações já que as unidades são ainda bastante modernas e recentes. Algo que se verifica igualmente no Jupiter Hotel Group, cujo portfólio é "muito recente e moderno", e composto por "unidades novas que foram lançadas no mercado nos últimos anos e/ou profundamente requalificadas nos anos mais recentes". Mas Maribel Sequeira, administradora deste grupo, recorda que o grupo adotou uma política de "melhoria contínua que nos faz reinvestir todos os anos algo como 8% dos meios libertos operacionais do ano" no sentido de "garantir que os padrões de qualidade oferecidos pela nossa cadeia são estáveis e elevados, de forma consistente". A Vila Galé, por sua vez, ao longo do período pandémico, não só investiu em renovações como também na abertura de unidades. Foi o caso dos novos

hotéis Vila Galé Serra da Estrela, Vila Galé Collection Alter Real e Vila Galé Paulista (Brasil), ou da expansão do Vila Galé Douro Vineyards. A paragem foi aproveitada para efetuar algumas melhorias em hotéis, explica Gonçalo Rebelo de Almeida, administrador do grupo. O Vila Galé Ericeira ganhou um novo espaço lounge e piscina interior; o Vila Galé Ópera tem um novo rooftop; os hotéis Vila Galé Cascais e Vila Galé Évora passaram a ter clubes NEP para crianças; o Vila Galé Náutico conta já com quartos temáticos dedicados ao NEP e com uma nova pizzaria Massa Fina; e os mais pequenos passaram a poder desfrutar de um novo espaço com piscina e escorregas aquáticos no Vila Galé Collection Palácio dos Arcos. Por outro lado, relembra o empresário, a cadeia portuguesa investiu nos recursos humanos, intensificando a formação em línguas e outras áreas operacionais, e acelerando os processos de digitalização a nível interno.

A reinvenção que se tornou uma oportunidade

Com a pandemia, os hotéis foram obrigados a limitar o uso de alguns serviços. Gonçalo Rebelo de Almeida acredita que "para funcionar bem e corresponder às expectativas dos clientes, os hotéis precisam de ter todos esses serviços em pleno funcionamento". Perante o contexto pandémico, a Vila Galé procurou reinventar-se, de alguma forma, investindo em novas ofertas de serviços como os serviços de take away e delivery de refeições, serviços esses que poderão manter-se ultrapassada esta questão sanitária. O grupo lançou também uma loja online para comercializar produtos iguais aos que tem nos hotéis, como colchões, almofadas, mobiliário ou aparelhos de ginástica, a qual irá igualmente continuar a funcionar.Por outro lado, foram várias as unidades

hoteleiras que passaram a oferecer produtos que permitissem o uso dos quartos para trabalho. A Vila Galé também agarrou esta oportunidade e lançou uma proposta por um valor de 59 euros por dia, que inclui a utilização entre as 8H00 e as 18H00 do quarto preparado para trabalhar e com internet wi-fi de alta velocidade, pequeno-almoço e almoço executivo servidos no quarto, garagem e ainda 20% de desconto em massagens e tratamentos nos Satsnaga Spa & Wellness. Há packs de cinco dias ,cujo preço diário desce para 57€, e para quem opte pelo pack de 10 dias o valor é de 55€.A reinvenção também fez parte do vocabulário da DHM durante estes tempos difíceis. "Se é verdade que foram impostas condições para a operação dos Spa, restaurantes, piscinas e centros de reuniões, também é verdade que os hotéis puderam olhar mais aprofundadamente para a sua oferta de atividades", admite Francisco Moser. O grupo decidiu investir fortemente nas experiências que envolvem atividades ao ar livre, desde passeios por trilhos na natureza, piqueniques na praia, ioga ou meditação nos jardins, ou ainda visitas e workshops relacionados com as hortas dos hotéis. "A oportunidade para aliarmos o lazer ao bem-estar, principalmente numa época em que a saúde é o destaque, ajudou a que nos

...também é verdade que os hotéis puderam olhar mais aprofundadamente para a sua oferta de atividades.

Francisco Moser

Faz sentido que o tempo mude o tipo de facilidades que os hóspedes valorizam.

Miguel Proença

Miguel Proença

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pudéssemos destacar e continuar a atrair clientes", assegura o responsável. A DHM também apostou no chamado "coworking". O Villa C Boutique Hotel, em Vila do Conde, dispõe mesmo de uma sala para este efeito, com pacotes diários, semanais e mensais, adaptados às necessidades dos hóspedes e clientes exteriores. No Azor Hotel, em Ponta Delgada, o grupo está a planear o reaproveitamento das salas de reunião de que dispõe, seja para efeitos de "coworking" ou para eventos de natureza cultural.Miguel Proença, da Hoti Hoteis, reconhece que as restrições aplicadas a vários serviços dos hotéis complicam a vida dos mesmos. "Faz sentido que o tempo mude o tipo de facilidades que os hóspedes valorizam mas não temos dúvidas sobre a insuficiência da nossa prestação de serviços se parte relevante das nossas facilidades não estiverem em operação, principalmente quando falamos de clientes de lazer", admite. No grupo, a pandemia fez surgir novos produtos, preparando os hotéis para estadias longas ou providenciando serviço de takeaway através das estruturas existentes de F&B. Mas o empresário diz que os resultados "são marginais para a hotelaria generalista e de maior capacidade, onde o peso do alojamento se impõe de forma

evidente na composição da receita total".Também nos Hotéis Moov, do Grupo Endutex, a pandemia permitiu identificar novas oportunidades de mercado, pelo aumento da tendência do "slow tourism" (estadias mais prolongadas, maioritariamente de lazer, mas também de trabalho). André Ferreira afirma que estão, por isso, a desenvolver um novo produto associado ao conceito de aparthotel, no Porto. "Poderemos reforçar a nossa resposta às novas exigências dos nossos clientes, que procuram as facilidades e benefícios da hospedagem em hotel, mas com maior conforto, privacidade, segurança e autonomia", garante.

Procura nacional no comandoÀ medida que as restrições de mobilidade vão sendo levantadas, a hotelaria prepara-se para mais uma fase de trabalho que, espera, ser melhor do que depois do primeiro confinamento em 2020. Miguel Caldeira Proença acredita que, este ano, "será o movimento de lazer a despontar mais rapidamente e de forma mais visível" e que, mais uma vez, será "a procura nacional a comandar a procura de lazer". O CEO da Hoti Hotéis também prevê que a distribuição do produto seja muito similar a 2020, com predomínio das reservas de última hora, do online e direto, não se esperando grupos ou eventos, nem movimentação e grandes contas ou GDS. Também no Jupiter Hotel Group tudo aponta para que, no curto espaço, haja um aumento do online já que os operadores internacionais apenas começarão as suas operações com algum relevo a partir de junho. Maribel Sequeira, não prevê grandes alterações de atividade nos meses de abril e maio, aumentando as expectativas a partir de junho, e esperando que os meses de agosto, setembro e outubro atinjam "níveis de procura interna e externa bastante mais satisfatórios".

A administradora crê que os mercados de proximidade serão determinantes e está otimista quanto a alguma "ajuda internacional" a partir de junho. Também na Vila Galé a esperança de que "de forma muito gradual e lenta" a procura internacional possa ressurgir a partir do segundo semestre do ano, apontando para que o mercado nacional comece a retomar em maio/junho. Gonçalo Rebelo de Almeida admite que a tendência pré-pandémica do aumento das reservas diretas e da distribuição online veio intensificar-se com o atual contexto.Já a DHM confirma que mantém os parceiros habituais de distribuição, apesar de assistir a um crescimento de vendas através dos motores de reservas, que resulta da aposta do grupo neste canal. Francisco Moser está expectante de que abril e maio marquem já o início da retoma, dependendo da evolução da pandemia. "Sabemos que as pessoas estão a fazer a marcação das suas reservas com menor antecedência e, por isso, o real impacto só será sentido mais para a frente", lembra o managing director do grupo. E admite que o mercado nacional possa continuar a ser aquele que mais negócio gerará, acrescentando contudo que, se o processo de vacinação nos países europeus se verificar mais acelerado, poderemos assistir a um aumento da

...os padrões de qualidade oferecidos pela nossa cadeia são estáveis e elevados, de forma consistente

Maribel Sequeira

...apostámos numa migração tecnológica dos serviços de atendimento.

André Ferreira

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André Ferreira Maribel Sequeira

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procura externa ainda este ano. Finalmente, o Grupo Endutex já está a sentir os primeiros sinais positivos da retoma da atividade económica. André Ferreira destaca que no que diz respeito ao target dos Hotéis Moov, o turismo de negócios, já se sentem algumas alterações nos comportamentos e hábitos dos clientes e há a perceção de que "ainda que as viagens a trabalho se mantenham, percebemos que são cada vez mais feitas individualmente e que o preço já não é o fator determinante no momento de reserva". O administrador acredita

que o turismo doméstico continuará a dominar as preferências dos portugueses e o grupo que dirige está preparado para "um fluxo muito instável de reservas, seja por cancelamentos ou por chegadas last minute". Os Hotéis Moov vão aderir ao GDS, por enquanto apenas no Moov Oeiras, e estão otimistas de que tal "irá reforçar o reconhecimento mundial da marca, além de permitir identificar novos segmentos de mercado-alvo que podem estar interessados no nosso estabelecimento hoteleiro", conclui André Ferreira.

...para funcionar bem e corresponder às expectativas dos clientes, os hotéis precisam de ter todos esses serviços

Gonçalo Rebelo de Almeida

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Gonçalo Rebelo de Almeida

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A GROHE está presente no merca-do português desde 1996, com a unidade fabril de Albergaria-

a-Velha, que hoje exporta cerca de 160 milhões de euros por ano. Na vertente comercial, e após crescimentos robust-os, uma crise pelo meio e nova recuper-ação desde 2014, a marca teve em 2020 o seu melhor ano de sempre em vendas em Portugal. O segmento da hotelaria foi sempre im-portante para a GROHE, representando cerca de 20% do volume de vendas, tendo em conta projetos de construção nova e renovações. Após algum abran-damento devido à pandemia do Cov-id-19, a marca acredita que a recuperação da atividade de renovação se inicie a partir de outubro, após a época alta.

“Melhorar os lares de todos em todo o lado”

Este é o lema da GROHE – “melhorar os lares de todos em todo o lado”. Filosofia que foi reforçada com a integração na LIXIL, grupo japonês de presença mun-dial. As sinergias que resultaram deste processo têm permitido proporcionar ao mercado europeu um conjunto de soluções técnicas mais diversificadas, nomeadamente nos produtos ligados à construção e à água. Na GROHE, os produtos relacionados com a água assentam em quatro pilares: tecnologia, performance, design e sus-tentabilidade. Em termos tecnológicos, destaque para a sanita inteligente Sen-sia Arena, que dispensa a utilização de papel higiénico – um excelente exemplo

da influência japonesa na higiene. Já na vertente da performance a marca dis-ponibiliza variantes de baixo consumo de água Ecojoy em lavatório e duche. No design, de referir que, nos últimos dez anos, a GROHE ganhou mais de 490 prémios. E, na vertente da sustentabi-lidade, desde 2020 que está a produzir com impacto neutro de CO2, sendo que tem como meta retirar o plástico de to-das as embalagens até final de 2021. Com um portefólio muito abrangente, a empresa tem produtos core como as torneiras de casa de banho, as soluções de duche, as misturadoras de cozinha e as estruturas de encastrar para loiça sanitária suspensa. E já tem novidades “na calha”, como a renovação da gama mais icónica da marca, a EuroSmart; o lançamento de novos modelos de duche

groHe – soluções de design diversificadas e sustentáveis

de maior conforto; e o lançamento a 16 de março do hub GROHE X (www.grohe-x.com), a plataforma de conteú-dos multimédia da GROHE – pioneira a nível mundial –, onde serão partilhadas todas as novidades sobre a insígnia e o setor, e que funcionará como local de interação entre o utilizador e a equipa da empresa (desde os profissionais aos parceiros de negócio, passando pelo consumidor final).Especificamente a pensar na hotelaria, e dada a tendência observada neste segmento no sentido de encurtar os ciclos de renovação das suas unidades, e da consequente redução dos orçamen-tos disponíveis, a GROHE tem apostado em gamas de produto mais económicas e com design cosmopolita, mantendo as valências de redução de consumo de água. Quanto ao segmento da res-tauração, o último ano foi de upgrade para soluções touchless, em linha com a sensibilização para os novos requisitos de hábitos de higiene. Neste sentido, os produtos eletrónicos vieram para ficar, sendo que a marca irá disponibilizar cada vez mais soluções sem toque, so-bretudo a pensar nos espaços públicos.O portefólio da empresa fala por si no que diz respeito à qualidade, durabili-dade e inovação, sendo que a mais-valia da GROHE resulta também do serviço pós-venda, no qual conta com parcerias de há muitos anos com os quatro cen-tros de assistência técnica que cobrem o país. Com a GROHE, 90% dos pedidos de assistência são contactados no mesmo dia. De destacar também o reconheci-mento internacional da GROHE, um referencial qualitativo inegável..

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Em 2015, Mário Teixeira, Nuno Mal-hadas e Luís Isidro uniram esforços e decidiram fundar uma nova em-

presa, a Blackinox. Contando com a ex-periência individual de cada sócio e com uma base de clientes que optaram por continuar a trabalhar com os três parcei-ros no novo projeto, desde logo a Black-inox ganhou novos clientes e o primeiro ano de atividade superou todas as expec-tativas dos fundadores. Dois anos depois, a empresa ganhou um novo sócio, David Henriques, que é hoje responsável pela equipa técnica e que permitiu cimentar e fortalecer este serviço para os clientes. A Blackinox é, desde então, uma empresa certificada para intervenções na área do equipamento hoteleiro. Conta-nos Mário Teixeira que “sempre com os pés bem assentes no chão, e de uma forma sus-tentada, fomos crescendo e ganhando notoriedade” e, neste momento, “temos já um nome bem presente no mercado nacional”, assegura.Atualmente, a Blackinox comercializa eq-uipamentos de hotelaria, presta serviços de assistência e aconselhamento técnico, elabora projetos, remodela espaços para hotelaria e participa na construção de

raiz de empreendimentos. Mário Teixeira não hesita em afirmar que o turismo é um setor importantíssimo para a empresa, que tem no setor da restauração e da ho-telaria a grande maioria dos seus clientes. E, por esta razão, consciente de que os tempos não têm sido fáceis, deixa uma palavra de apoio e esperança aos parcei-ros, clientes e fornecedores, e a todos os que trabalham no setor, mostrando-se otimista de que a situação vai melhorar e que a Blackinox continuará a estar no mercado com a qualidade que já todos reconhecem.E o responsável sublinha que a empresa conta com “uma equipa jovem, motivada

blackinox: “temos já um nome bem Presente no mercado nacional”

e dinâmica, onde o importante é garantir a melhor solução para o nosso cliente, quer seja para abrir um espaço novo, remodelar um existente ou, apenas, for-necer equipamentos soltos”. O serviço de assistência técnica é outra mais-valia da Blackinox, que tem a garantia de equipas prontas a intervir em qualquer situação.E para acompanhar a inovação que este setor do turismo requer, a empresa lan-çou, o ano passado, a loja online e tem vindo a aprimorar todos os procedimen-tos por esta via, assim como a oferta de gamas de equipamentos, “sempre com a intenção de garantir o melhor negócio ao nosso cliente”, frisa Mário Teixeira.

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Qual a importância do setor do turismo para a Wonder Wall? A importância do setor de turismo

é transversal a praticamente todas as atividades em Portugal e a Wonder Wall não é exceção. Temos projetos desenvolvidos na área da restauração, hotelaria, alojamento local e imobiliário. Tem algum peso na nossa atividade mas de uma forma equilibrada com os restantes setores.

Como têm vivido este momento de crise do setor em Portugal na sequência da pandemia da Covid-19? Foram afetados pela quebra generalizada?Felizmente não fomos muito afetados, não crescemos o que tínhamos perspetivado, mas também não reduzimos o volume de negócios. Perante o cenário global da economia, podemos dizer que estamos entre as exceções que se mantiveram ativas.

Que estratégia procuraram seguir para ultrapassar as dificuldades? Houve alterações?Houve seguramente alterações

pois esta situação levou-nos a todos (quer individualmente quer organizacionalmente) a mudanças profundas. Uma das alterações foi o passar a discutir a maior parte do projetos em reuniões à distância, o que nos obrigou a preparar mais protótipos para facilitarmos a visualização dos projetos. A nível de organização de trabalho tivemos que reajustar horários de trabalho nas instalações para podermos continuar a nossa atividade sem nos cruzarmos com outras equipas durante as instalações.A nível de comunicação privilegiamos as redes sociais, os sites e as publicações específicas de comunicação com as diferentes áreas, como é o caso da Ambitur.

Que mais-valias procuram oferecer aos vossos clientes, sobretudo num momento tão difícil?O que oferecemos aos nosso clientes não mudou muito, apenas evoluiu para um acréscimo do nosso portfólio de produtos (que já estava programado antes da situação pandémica). O que oferecemos são produtos e projetos de qualidade superior que permitem criar ambientes

A Wonder Wall dedica-se desde 2015 à comercialização e instalação de Plantas Artificiais e Jardins Verticais Artificiais. O fundador, João Salgueiro, explica que a pandemia não trouxe uma diminuição da atividade mas sim um reforço do portfólio de produtos. E deixa uma mensagem de esperança ao setor do turismo.

João Salgueiro, fundador e CEO da Wonder Wall

“oferecemos Produtos de qualidade suPerior que Permitem criar

ambientes únicos e diferenciadores”

únicos e diferenciadores.

Acreditam numa retoma mais rápida do que se antevê?Infelizmente não há grandes certezas neste ponto, não estamos excessivamente otimistas (não vai ser tão rápido quanto queríamos), mas também não traçamos um cenário negro. Tudo dependerá de fatores que não dominamos, nomeadamente ao nível da vacinação e da evolução das novas estirpes. Uma coisa creio que é clara para todos nós, o mundo mudou e não vai voltar a ser o que foi, há que aproveitar para mudar para melhor.

De que forma terão as empresas do setor de se adaptar para responder a uma nova realidade no setor e que mudanças antecipa?Na minha perspetiva, os clientes irão valorizar mais alguns aspetos no alojamento, como o espaço exterior e as dimensões dos espaços comuns. Quem tem capacidade está já a aproveitar para rever e intervir no sentido de tornar os espaços atrativos e que os tornem experiências únicas, tendo em conta as preocupações atuais.

João Salgueiro

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No mercado desde 2010, a Keepshining é uma empresa certificada que

tem vindo a destacar-se ao longo dos anos num acréscimo de clientes e desenvolvimento do setor hoteleiro em Portugal, e prova disso são algumas das maiores cadeias hoteleiras como clientes. Proporciona um serviço de limpeza em outsourcing como grande missão desta empresa que assume como principal vetor de vendas "o passa palavra dos nossos clientes, satisfeitos ao longo dos anos", sublinha Hugo Grosso, um dos responsáveis da Keepshining. E acrescenta que o cliente apenas terá de preocupar-se em comercializar o seu hotel, deixando tudo o resto nas mãos da Keepshining.A empresa disponibiliza atualmente todo o serviço de "housekeeping" necessário ao bom funcionamento de qualquer unidade hoteleira,

nomeadamente limpeza de quartos, serviço de governanta, disponibilização de produtos químicos adequados para a limpeza de quartos e outras áreas, todos estes serviços poderão ser solicitados a medida da necessidade do cliente, evitando assim picos de tesouraria no cliente", esclarece Hugo Grosso. Com sede em Lisboa e filiais em Setúbal e Porto, a Keepshining dispõe de um corpo técnico qualificado e aposta na formação dos seus colaboradores, bem como na inovação de técnicas e equipamentos. Além disso, conta com um sistema rígido de avaliação de todos os trabalhadores, auditando periodicamente o seu serviço. Conta ainda com uma equipa de supervisores atentos e disponíveis para responder a qualquer necessidade do cliente.

Um serviço VIP de limpeza com a Keepshining

Somos uma empresa outsourcing que se dedica à prestação de serviços de limpeza, solidamente implantada no mercado há mais de 6 anos, oferecemos nas nossas áreas de actividade, um conjunto de serviços com rigorosos padrões de qualidade.Através de uma estrututura orientada para a obtenção de um contato regular com os nossos clientes mantemos presentes os requisitos necessários para o desenvolvimento de uma realidade operacional capaz de responder a qualquer nível de exigência que nos seja solicitado. Por estes motivos desempenhamos um papel fundamental na qualidade das instituições para as quais temos o privilégio de prestar os nossos serviços.

Principal Áreade Intervenção:HotelariaOutras áreas de intervenção:Armazéns e FábricasEscritóriosFarmáciasInstituições Bancárias

Serviços de housekeepingServiços gerais, tratamento de pavimentos diversosLimpeza e manutenção devidros e estoresLimpezas de final de obraLimpeza e lavagem de alcatifas e carpetesVitrificaçãoPolimentosEnceramentos

Serviços

Rua José dos Santos Pereira nº 16 B - 1500-380 LisboaTelefone – 211332783 | Telemóvel – [email protected] | www.keepshining.pt

As três unidades InterContinental em Portugal - Lisbon,

Cascais-Estoril e Porto- Palácio das Cardosas - estão mais uma vez nomeadas na 28ª edição dos World Travel Awards. O InterContinental Lisbon está nomeado nas categorias de melhor hotel de conferências e de negócios de Portugal e o InterContinental Cascais-Estoril para melhor hotel boutique e de luxo de Portugal. Os hotéis de cinco estrelas encontram-se, mais uma vez, na corrida pelos prestigiados prémios da área do turismo. Recorde-se que, no ano passado, o InterContinental Lisbon e o InterContinental Cascais-Estoril foram congratulados como vencedores nas categorias de “Melhor Hotel de Conferências de Portugal” e “Melhor Hotel de Luxo de Portugal”, respetivamente. Já o InterContinental Porto-

Palácio das Cardosas está na “corrida” na categoria de “Melhor Hotel de Cidade na Europa”. E está a competir com unidades de vários países como a Alemanha, Grécia, Suíça, Rússia, França, Turquia e Países Baixos.As votações, para eleger os vencedores nas diferentes áreas do turismo, estão abertas ao público até 14 de julho de 2021, no site dos World Travel Awards. Os vencedores serão anunciados na gala que se realizará no dia 15 de setembro de 2021 na Rússia.

Hotéis InterContinental nomeados nos WTA

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A preocupação em que a nossa pegada ecológica seja

o mais “leve” possível é cada vez mais transversal a todas as atividades económicas. E as empresas de turismo não são alheias à importância de investir em soluções que lhes permitam, por um lado, poupar ao nível dos seus consumos e, por outro lado, ser mais “eco-friendly” e transmitir essa mensagem aos clientes. E é isso mesmo que a Environmental Waves propõe ao mercado. Criada há cerca de seis anos, com o objetivo de oferecer soluções inovadoras e não apenas de ser mais uma empresa de ambiente a replicar o que outros já faziam no mercado, a Environmental

Waves tem vindo a crescer e a alargar o seu portfólio de cli-entes. Se, ao início, conforme nos explica Emanuel Santos Silva, diretor geral da empresa, os par-

environmental Waves: soluções inovadoras e naturais

à medida de cada cliente

ticulares e os municípios foram a grande aposta, hoje a ambição é chegar ao setor da hotelaria. Neste momento, trabalhar com eco resorts foi um primeiro passo lógico, já que se trata de em-preendimentos que contam já, no seu ADN, com preocupações ambientais e que procuram, ativamente, soluções que os ajudem a cumprir essas metas. Mas o responsável adianta que também os hotéis de cidade podem ganhar com as soluções da Environmental Waves, e que cada vez mais têm consciência disso mesmo. É aliás aqui que vemos que os hotéis têm maior possibilidade de se diferenciar”, realça. É pois um setor que, apesar dos constrangimentos que tem vivido devido à crise pandémica, tem muito para crescer como parceiro desta empresa ambi-ental. E a pensar neste setor,

precisamente, a Environmental Waves conta com duas soluções inovadoras. A O3Waves faz o reaproveitamento das águas cinzentas (águas dos banhos), que são tratadas com ozono e podem ser usadas na rega ou lavagem de pavimentos. Trata-se de uma solução automática, que funciona sozinha depois de instalada e que permitirá que o cliente possa poupar até 60% do consumo da água, dependendo sempre da necessidade da água reaproveitada. Outro produto é o Cork Nature-Waves, que se destina mais a empreendimentos localizados fora dos centros urbanos. É uma Solução Baseada na Natureza que proporciona a descontami-nação da água com um pro-cesso passivo, natural, de baixa manutenção e de operação muito simples. As águas residuais são tratadas através de um sistema flutuante com plantas, sem qualquer consumo energético.A aposta para o futuro passa pelo desenvolvimento deste tipo de soluções naturais onde se imita a Natureza para tratar o eflu-ente e se proporcionam opções de poupança e de manutenção simples para os clientes, explica Emanuel Santos Silva. E sempre com a vantagem competitiva de a Environmental Waves es-tudar o cliente e tentar ajustar a melhor solução possível à sua realidade, não oferecendo uma solução igual para todos.

Emanuel Santos Silva

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A história da Andros começa no sudoeste francês, numa

região frutícola onde os rios Cère e Dordogne convergem. Inicia-se em 1910 com um pequeno negócio de frutas que se vai desenvolvendo e dá origem às marcas, de recon-hecida qualidade como Bonne Maman e Andros. A marca Bonne Maman nasce em 1917, pelas mãos do fun-dador Jean Gervoson, que lhe dá este nome numa alusão às mulheres da família e que encaixa perfeitamente no posicionamento da marca: um doce tão bom como se tivesse sido feito em casa pelas nos-sas mães. A embalagem é já um ícone da marca, com o seu frasco de vidro facetado e a tampa vichy. Andros é líder europeu no processamento de frutas e pauta-se por desenvolver sempre produtos de elevada qualidade e que estejam o mais próximo do sabor da fruta.A Andros Portugal nasce em

2003 dentro da estratégia de internacionalização do grupo, permitindo um entendimento profundo e uma proximidade ao consumidor português que, de outro modo, não seria possível. Traz para Portugal as marcas e os produtos de valor acrescentado que melhor se adequam aos hábitos de con-sumo dos portugueses.Trabalha maioritariamente com o setor hoteleiro, onde sabe que o pequeno-almoço é um critério importante na escolha de um hotel. 75% dos clientes profissionais e

andros: o doce sabor da fruta

72% dos clientes turísticos declaram que a qualidade do pequeno-almoço servido é essencial na hora de escolher o hotel onde ficar. Sabemos que as pessoas gostam de encontrar produtos de quali-dade e em que confiam e aí Bonne Maman tem um papel preponderante, trazendo valor acrescentado aos seus clientes.Está presente com os doces Bonne Maman - formatos 370g e 30g e com os Sumos 100% fruta. No contexto atual os formatos individuais (30g)

têm um valor acrescentado uma vez que não há manipu-lação de produto.A marca tem vários mod-elos de negócio, de forma a adaptar-se aos seus clientes, quer através da entrega direta, quer através dos seus dis-tribuidores, proporcionando um atendimento ao cliente capilar e dedicado. Apesar do contexto atual não ser favorável ao setor ho-teleiro, a Andros continua a investir no setor, preparando as equipas e planeando novos lançamentos.

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Sendo o propósito “algo genuíno, a essência de uma marca, uma carac-

terística de dentro para fora”, Bárbara Magalhães, admin-istradora e diretora comercial da empresa BDR - Bandeiras e Mastros, não hesita em frisar que “comunicar o propósito passou a ser uma missão do marketing nas marcas”. E adianta que “não podemos esquecer que as marcas são verdadeiras influenciado-ras de comportamentos na sociedade e catalisadoras de mudanças”. Sendo assim, e enquanto marca, a BDR tem como propósito “servir o mercado com soluções de comunicação sustentáveis, que agreguem valor ao cliente e à sociedade e que sejam acessíveis a to-

dos”, isto para que também os clientes “possam transmitir o seu propósito, em qualquer circunstância”.Como empresa 100% portu-guesa, a BDR tem aderido a diversas iniciativas sociais, procurando fazer a diferença, ajudando a defender o que de melhor se promove em Por-tugal e a consciencializar os portugueses de que “o que é nacional é bom, e recomenda-se”, diz Bárbara Magalhães. A responsável acredita que os portugueses estão hoje mais sensibilizados para com-prar produtos portugueses. E quanto à BDR, orgulha-se atualmente de reunir todas as condições necessárias para poder reduzir os preços das suas bandeiras, o seu produto core e o mais vendido, e Bár-

bdr: “o nosso ProPósito é servir o mercado com soluções de comunicação sustentáveis”

bara garante não ter sido “uma jogada comercial”: “decidimos que era o tim-ing perfeito para o fazer, ajudando assim as empre-sas a não deixar de comu-nicar, com custos mais baixos e continuarem assim as marcas também elas na luta pelo seu propósito”. A BDR assume privilegiar materiais certificados, leves e mais resistentes, que no final do seu tempo útil de vida, podem ser reciclados, e exigem meios de transporte mais pequenos e com diversas aplicações. Está, deste modo, a reduzir custos de transporte e, indireta-mente, a contribuir para uma menor emissão de CO2.O seu elemento diferenciador, ao longo dos 14 anos de ex-istência, é “a nossa essência”, sublinha Bárbara Magalhães: “Somos uma marca simples e genuína, em evolução, com valores próprios, sentimentos e atitudes, no que faz, comu-nica e defende. Que arregaça as mangas lado a lado com os seus clientes, sempre pronta a superar os desafios que são

colchoes de molascolchoes de latex

colchoes de sojacolchoes de espuma

base para colchoessummiers

almofadasespumas

propostos”. E não duvida de que, nestes tempos de crise, a gestão das marcas não é fácil, sendo fundamental construir ou reforçar relações com um propósito muito claro. “Mas todas as marcas que lutaram e se colocaram ao lado dos seus clientes, ganharam não só credibilidade, como con-quistaram a sua confiança ou reforçaram-na. E com isso uma relação mais forte”, adianta. É por isso altura de abandonar uma postura mais comercial, aponta, e “adaptar estratégias de marketing para dialogar e criar relações com os clientes”.

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Com um historial longo que começou em maio de 1936,

numa alfaiataria na Rua dos Fanqueiros, em Lisboa, a Casa das Bandeiras orgulha-se de ter sido a primeira empresa a trabalhar no ramo das bandei-ras em Portugal. Nos anos 70 mudou-se para a Rua da Prata e aí esteve até 2005, quando comprou instalações em Alvalade, onde ainda hoje per-manece. A produção divide-se pelas instalações de Alvalade e pelo centro empresarial da Moita.Bandeiras estampadas e con-fecionadas, bandeiras em im-pressão digital, estandartes, guiões e galhardetes, mastros para bandeiras em alumínio e fibra de vidro (seis a 18 metros de altura), bases e hastes para gabinetes, bandeiras de

casa das bandeiras: uma marca de qualidade e atendimento

Personalizado

bombeiros e ranchos folclóri-cos, pins, emblemas e medal-has, são os exemplos do que pode encontrar na Casa das Bandeiras. José Almeida Rod-rigues, diretor da empresa, revela que o serviço “bandeira na hora”, no qual o cliente en-trega a imagem pretendida de manhã, e levanta a bandeira já impressa e acabada à tarde, tem sido uma mais-valia. Mas a grande novidade este ano é a Alitecno, uma nova linha de tecidos produzida a partir de plástico reciclado e de poliéster que já foi usado e rejeitado. Os fios são de qualidade com característi-cas iguais aos produzidos a partir de matérias-primas virgens. Com este novo tecido reciclado, a Casa das Bandei-ras transmite o conceito de “respeito pelo ambiente” nos seus produtos, sem sacrifi-car a qualidade dos mesmos, garante o responsável.A Casa das Bandeiras tem pois sabido acompanhar a evolução dos tempos, procurando atu-alizar-se com novos serviços e produtos, mas há algo que marca o início desta marca:

“a qualidade dos seus produ-tos e o atendimento person-alizado”, frisa José Almeida Rodrigues. E explica que quer na parte comercial, quer no departamento de execução das encomendas e de apoio ao cliente, a empresa conta com equipas de grande qualidade. Não é pois surpresa saber que a empresa foi escolhida para fornecer as Bandeiras da Presidência da União Euro-peia (PPUE 2021) “por termos tecidos que cumprem com o Compromisso Lisboa-QUAR 2021”, conclui.

/Casa-Das-Bandeiras

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34 AMBITuR ABrIL 2021

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35dOssier

A HOTELIS é já, há mui-tos anos desta parte, uma referência da

Hotelaria Nacional.Dos seus clientes tem obtido uma fidelização que é sinón-imo do seu bom desempenho e da eficácia em encontrar soluções adequadas a cada projeto. É no desenrolar da operação prática de cada Cozinha ou Lavandaria que se prova que as escolhas foram as corretas.O facto de representar em Portugal as melhores mar-cas do mercado, tem como consequência uma maior satisfação dos seus clientes em cada negócio, assim como um pós-venda muito facili-tado devido à qualidade dos equipamentos que instala.Acompanha a evolução das tendências, para sugerir aos seus clientes as mais re-centes novidades o que, num mercado tão competitivo, fará seguramente a difer-

ença.Também os recentes con-tratempos que a Hotelaria em todo o mundo vem sofrendo, recomenda que se olhe para a distribuição alimentar com

Hotelis – uma referência no mundo da Hotelaria

especial cuidado, na forma como se deve operar a nível de salubridade, higiene ali-mentar e segurança de todos os utilizadores.Por todas estas razões é que a

HOTELIS, juntamente com o seu mais recente parceiro de negócios tiaHORECA, querem estar ao seu lado nesta nova etapa difícil, mas certamente positiva.

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36 AMBITuR ABrIL 2021

Desde que nasceu, em 1992, que a POM-POM BRANCO LA-

VANDARIA Lda. procura pautar a sua atividade pelo rigor e profissionalismo em cada trabalho que se propõe realizar. Fundada pela garra e determinação de três empreendedoras, que decidiram criar a primeira unidade da empresa em Ferreiros (Amares), esta empresa familiar foi cre-scendo ao longo dos anos e, de uma lavandaria com atendimento ao público, depressa entra na vertente industrial. Isso acontece em 1996, altura em que a POM-POM BRANCO LAVANDARIA Lda. prossegue o seu per-curso de crescimento com a vontade de fazer sempre mais e melhor, tendo como lema “a nossa prioridade é a satisfação do cliente”, refere Nuno Abreu, respon-sável da empresa.Para conseguir acompanhar as tendências do mercado de tratamento de roupa, a empresa garante estar constantemente a inve-stir, tentando antecipar as exigências dos clientes. E é assim que a nova unidade industrial está já totalmente operacional, num edifício construído de raiz para uma lavandaria industrial o que, explica o responsável, “nos permitiu criar um espaço

totalmente adaptado às ne-cessidades de uma lavandaria industrial” e permitirá “acompanhar o constante crescimento que o setor ho-teleiro tem”.A POMPOM BRANCO LA-VANDARIA Lda. conseguiu também, ao longo deste ano, e apesar de toda a conjuntura difícil criada pela pandemia da Covid-19, integrar novos parceiros, conhecendo “uma procura muito boa”. Nuno Abreu destaca que esta in-tegração “nos deixa extre-mamente satisfeitos, não só pelo volume de trabalho, mas também porque ficamos com uma «carteira de parceiros», que nos dá muita confiança para o futuro”. A empresa quer continuar a investir de uma forma eficaz pois acredita que “todos juntos conseguiremos dar a volta a esta situação que ainda hoje

PomPom branco lavandaria: ao serviço da Hotelaria com

qualidade e eficiência

enfrentamos”. E acredita que será possível superar os ob-stáculos nascidos desta pan-demia e retomar, em breve, uma realidade mais próxima da vivida em 2019.O ano de 2020 já mar-cou a entrada da POMPOM BRANCO LAVANDARIA Lda. em novos mercados mas a empresa continua a estudar novas oportunidades “que nos permitam acrescentar valor à nossa marca”, frisa o responsável. Sempre focada no presente, para melhor poder pensar o futuro e honrar o pas-sado, a POMPOM BRANCO LAVANDARIA Lda. encara os seus clientes - alguns fiéis desde a fundação da em-presa até aos dias de hoje - como parceiros de negócio. Isto porque “não queremos clientes para algumas vezes, mas sim parceiros para anos

de trabalho”, frisa o re-sponsável. Desde hotéis de três, quatro ou cinco estre-las, a restaurantes, motéis e quintas vocacionadas para eventos, a todos procura dar resposta, proporcionando qualidade e prontidão. Nuno Abreu não hesita em explicar que a POMPOM BRANCO LAVANDARIA Lda. consegue dar resposta a todas as necessidades dos hotéis a nível de roupa nor-mal a roupa de restauração, fardas de colaboradores ou peças decorativas como cortinas, blackouts, carpetes, entre outros. “As nossas uni-dades dão-nos a polivalência necessária para dizermos que somos uma lavandaria que consegue dar resposta a tudo o que os hotéis precisem de lavar e, assim, não têm que se preocupar em arranjar diferentes lavandarias para cada «especialidade»”. O que se traduz em poupanças significativas de tempo e de desgaste físico e psicológico, e lhes permite usar este tempo e energia em algo que lhes seja mais produtivo. “Apostamos sempre na eficiência e cooperação mútua na resolução dos problemas do dia-a-dia, visto querermos ser sempre a solução de problemas que apareçam no tratamento de roupa dos nossos clientes”, resume Nuno Abreu.

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À descoberta: Tomar, Vagos, Oliveira do Bairro, Figueira da Foz, Moita, Lagoa, Barcelos, S. João da Pesqueira, Loulé, Vila Flor e Arraiolos.

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02 AMBITuR TRAvEL & LIFE STyLE 2021

“Vamos criar uma oferta muito atrativa para fixar as pessoas durante vários dias nas

unidades hoteleiras do concelho”, diz a vereadora, “que passará pela oferta de vouchers de experiências a quem faça reservas de pelo menos duas noites”. Assim, quem pernoite por esse período mínimo terá direito a um voucher de 20 €, que chegará aos 40 € para os que durmam no concelho quatro ou mais noites.“Estas experiências podem ser passeios, visitas, mas também refeições em restaurantes locais ou compras de doçaria tomarense”, esclarece Filipa Fernandes, que explica que o objetivo do Município passa por apoiar a hotelaria e agentes turísticos do concelho, mas também os restaurantes e as pastelarias, setores que sofreram especialmente com o impacto da pandemia num território em que o turismo é um dos grandes motores da economia.Tomar Convida a Ficar é o nome desta campanha que promete surpreender os portugueses. O Município aproveitou estes longos meses de confinamentos

para algumas obras relevantes, que permitem que quem chega à cidade se depare agora com uma sala de visitas muito mais atrativa, com mais espaço para as pessoas fruírem as suas belezas.E quanto a estas, são tantas que é difícil enumerá-las. Diz Filipa Fernandes que “temos desde logo o Convento de Cristo que, juntamente com o Castelo Templário, forma um dos primeiros conjuntos arquitetónicos portugueses classificados como Património Mundial pela UNESCO. Só para ficar a conhecer bem todo aquele espaço e o encanto da Mata Nacional dos Sete Montes, que o ladeia e a que agora se pode aceder diretamente, é preciso um dia inteiro”.Depois, há o centro histórico, já considerado um dos mais belos do país. A vereadora salienta que “aí temos a Sinagoga mais antiga da península construída de raiz, temos várias igrejas monumentais, as ruas e os seus edifícios, por onde perpassa história; mas temos também o rio Nabão, no centro da cidade, ladeado de jardins e, ancorado no rio, aquele que é uma das nossas mais recentes apostas turísticas: o Complexo

tomar: camPanHa turística vai oferecer voucHers de exPeriências

a quem durma no concelHo Tal como aconteceu em 2020, Tomar vai ser um destino de eleição para os portugueses no próximo Verão. É nisso que acredita Filipa Fernandes, vereadora do Turismo e Cultura do Município nabantino, não por mero otimismo mas porque a autarquia está a apostar verdadeiramente em assumir esse papel após o desconfinamento.

Cultural da Levada, onde pode ser vista com os equipamentos originais uma das primeiras centrais elétricas do país, moagens de vários períodos e em breve uma antiga fundição e serralharia, também cheia de memórias”.Plena de memórias templárias, da Ordem de Cristo e do Infante D. Henrique que ali começou a gizar os Descobrimentos, Tomar é um manancial de reminiscências ainda mais antigas, com vestígios nítidos da presença dos romanos, mas também dos árabes. E não se esgota na cidade, muito pelo contrário. As margens do rio Nabão, que atravessam o concelho de uma ponta à outra, trazem trilhos de serenidade ou de aventura, que conduzem a paisagens deslumbrantes. A albufeira do Castelo do Bode banha também parte significativa do território e apresenta propostas que vão do simples descanso e contemplação à adrenalina de desportos como o wakeboard. E há ainda as adegas e quintas para visitar, os restaurantes imperdíveis, as aldeias onde se constroem eventos inesperados como o Festival Bons Sons.Com tanta oferta, Tomar Convida mesmo a Ficar.

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03destinOs

A cerca de seis Km de Beja, numa herdade agrícola de 300 hectares que, em tempos, alojou 15 famílias

cujo único sustento era trabalhar a terra, funciona hoje uma unidade de agrotur-ismo. O objetivo era evitar que este fosse apenas mais um monte abandonado no Alentejo e por isso, em 1990, após algu-mas remodelações, nasceram oito quartos

na Herdade da Diabrória que, 10 anos depois, foram remodelados e melhora-dos, e em 2012, ampliados para um total de 13 quartos, incluindo um apartamento e suites. Os hóspedes podem desfrutar do jardim, do campo de ténis e de uma piscina exterior, em pleno contacto com a Natureza e as tradições locais. Ali perto não deixe de aproveitar o Grande Lago

Herdade da diabrória: um ambiente rural com o cHarme alentejano

Alqueva, podendo observar aves, andar de barco ou pescar. Nos últimos anos, a Herdade da Diabrória tem também apostado na organização de eventos, uma atividade em crescimento que, para além do espaço, disponibiliza alguns serviços que completam a oferta.

Reservas: http://www.diabroria.com/

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04 AMBITuR TRAvEL & LIFE STyLE 2021

Na Beira Litoral, entre o mar, a floresta e a ria, encontra praias espaçosas e amplas para estender

as toalhas, artes de pesca ancestrais, pinhais convidativos que esperam pelos seus piqueniques e zonas protegidas, ideais para passear e observar espécies únicas. Junte a este contacto permanente com a natureza, os seus moinhos e azen-has, as suas casas agrícolas, os passeios de fim de tarde pelos passadiços das praias e da Quinta do Ega e tem todos os ingredientes para marcar um alojamento local e viver uns dias revigorantes e inspiradores. Vagos é até onde quer ir, quer venha a dois, com filhos pequenos ou adolescentes, ou mesmo em busca de aventura..

Até onde vai para encontrar o que procura?

Vagos é um excelente destino para descansar de forma ativa. Aqui, pode caminhar ao longo de 5 km de passadiços de madeira sobre o cordão dunar ou per-correr rotas pedestres com pontos de ob-servação excelentes para ficar a conhecer as espécies de flora e fauna que ocupam estas zonas. Se é mais aventureiro, Vagos oferece diversas atividades náuticas

que pode experimentar. Encontra ainda uma oferta muito heterogénea de bares e restaurantes, com vários ambientes e frequências, que ajudam a dar uma nota mais alegre aos seus dias e às suas noites. Vagos é também um espaço de peregri-nação e devoção, ao qual milhares de pessoas acedem todos os anos. Das mais modestas capelas, às mais antigas igrejas matrizes, na vila de Vagos e na vizinha Soza, há muitas lendas, imagens e históri-as para descobrir. As igrejas matrizes e as capelas têm arte sacra do século XVII à sua espera e, ao longo do ano, as freguesias celebram as suas festas religiosas com eventos culturais. Marque um passeio até à vila durante o festival de folclore e não perca o espetáculo da pesca com Arte Xávega na praia da Vagueira.É também em Vagos que encontra o Museu do Brincar, que o leva numa viagem no tempo para ficar a saber como se brincava, e com o quê, em várias fases da história. Não deixe ainda de conhecer a casa museu gandaresa, uma das melhores formas de ficar a conhecer os hábitos e o estilo de vida dos habitantes de Vagos ao longo dos séculos XVII, XVIII e XIX.

viva vagos ao seu ritmo

Até onde vai para encontrar o sabor mais genuíno?

Vagos tem um excelente acesso aos melhores produtos para preparar as suas especialidades gastronómicas de eleição. O prato mais famoso é, sem dúvida, a mag-nífica caldeirada de enguias, preparada de forma diferente das regiões em volta. Com uma cor e um sabor únicos, é um prato que tem de provar. Mas há́ muito mais para degustar em Vagos. Os mariscos da ria, as papas de abóbora, o leitão – uma iguaria tão adorada que faz parte da tradição servi-la em dias de casamento - a chanfa-na, as sainhas e as favadas à gandaresa... E, como não podia deixar de ser, o peixe fresco, capturado todos os dias em que o mar permite. Aqui, até pode ajudar a puxar as redes cheias de robalos, douradas, cavalas e outros, antes de os ver, grelhados e frescos, no seu prato.Inserida na região da Bairrada, aqui pode ainda provar excelentes vinhos espuman-tes de casta Arinto, Maria Gomes ou Bical, encorpados e aromáticos vinhos tintos, com a Baga DOC certificada e os delica-dos brancos, com predominância da casta Fernão Pinto. Venha prová-los em Vagos, onde ainda sabem melhor.

Arte XávegaMar e ria

Vagos é um dos novos destinos turísticos no centro de Portugal.

Surf Praia do LabregoObservação de Aves

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??hOtelaria

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06 AMBITuR TRAvEL & LIFE STyLE 2021

Radiolândia – Museu do RádioTelefone: 234 732 138E-mail: [email protected]: http://mmolb.cm-olb.ptRua Jacinto dos Louros, n.º 10 3770-013 Bustos - Oliveira do Bairro

Museu de Etnomúsica da Bairrada Telefone: 234 757 005E-mail: [email protected] Site: http://mmolb.cm-olb.ptRua Jaime Pato3770 - 410 Troviscal - Oliveira do Bairro

A Rede de Museus de Oliveira do Bairro, da responsabilidade e gestão do Município, engloba atualmente a Radiolândia – Mu-

seu do Rádio, sedeado na vila de Bustos, focado na temática do rádio, e o Museu de Etnomúsica da Bairrada, localizado na vila do Troviscal, que se dedica à preservação do património cultural bairradino produzido na área musical.Os dois museus distam entre si cerca de 5 km e podem ser visitados com o mesmo bilhete, no valor de 2,50€. A compra do bilhete, que pode ser adquirido em qualquer um dos dois espaços museológicos, dá assim direito a visitar os dois museus. Essas visitas, com um único bilhete sem data limite de validade, podem ser feitas em dias distintos, em qualquer altura do ano, durante o período de funcionamento de cada museu.As crianças com menos de 12 anos têm en-trada gratuita, tal como utentes e alunos provenientes, respetivamente, das IPSS e esta-belecimentos de ensino do Concelho de Oliveira do Bairro. A Radiolândia – Museu do Rádio e o Museu de Etnomúsica da Bairrada foram recente-mente reconhecidos com o selo Clean & Safe Património Cultural, do Turismo de Portugal.Com esta distinção, estes equipamentos da Rede de Museus de Oliveira do Bairro assumem o compromisso de cumprir os requisitos de segurança e higiene definidos pela Autoridade Nacional de Turismo, segundo as orientações da Direção-Geral de Saúde, no âmbito do combate à pandemia da COVID-19.O horário de funcionamento dos dois equi-pamentos museológicos foi alterado devido à situação de pandemia, passando agora a ser de segunda a sexta-feira, entre as 14h00 e as 19h00, sendo obrigatório a medição da temper-

atura corporal dos visitantes, o uso de máscara de proteção e a higienização das mãos à entrada e saída dos edifícios.Outras medidas de proteção implementadas nos dois museus passam pelo distanciamento social de dois metros e a permanência, em simultâneo, de apenas cinco visitantes, com circulação con-dicionada. A duração máxima das visitas é agora de 15 minutos. Os equipamentos interativos e multimédia estão temporariamente indisponíveis e, entre cada visita, será respeitado um intervalo de 15 minu-tos para limpeza e higienização dos espaços.

Sobre a Radiolândia – Museu do Rádio

Inaugurado em 2017, a Radiolândia – Museu do Rádio está instalada junto à antiga Escola Primária da vila de Bustos.Este equipamento surgiu da vontade do Municí-pio de Oliveira do Bairro em criar um espaço para albergar e musealizar um rico e vasto conjunto patrimonial, que serve de base a um local total-mente dedicado à temática do rádio, pensado para servir a comunidade, promovendo a cultura e a educação junto de todos os que o visitem.O museu tem como base a riquíssima coleção privada de Manuel Silva, natural de Bustos, que reúne alguns dos rádios mais raros e impor-tantes do passado século XX, num vasto acervo que engloba também muitos outros aparelhos oriundos de diversas proveniências e diferentes doadores, construindo um espólio absoluta-mente único e de reconhecimento internacional.O espaço herdou o nome de Radiolândia, des-ignação da antiga loja de comércio de rádios, propriedade de Manuel Silva, perpetuando a memória de um local que faz parte da história do concelho de Oliveira do Bairro, que tanto contribuiu para o desenvolvimento de Bustos e que nos dias de hoje volta a ganhar vida.A Radiolândia - Museu do Rádio é um espaço considerado de extrema importância para a promoção cultural e essencial na salvaguarda e valorização do património e história locais, que integra, para além de uma moderna área expositiva, zona de reservas museológicas visi-táveis e diversas áreas técnicas.Em 2018, a Radiolândia – Museu do Rádio foi um dos cinco nomeados para o prémio “Museu do Ano”, da Associação Portuguesa de Museolo-gia, e recebeu uma Menção Honrosa na catego-ria “Colecionador”, premiando, em particular, a

oliveira do bairro: conHeça a rede de museus do concelHo

extraordinária coleção privada de Manuel Silva. No ano seguinte, em 2019, venceu o prémio Globo Mundial, na categoria Cultura, atribuído pela rádio Mundial FM.Sobre o Museu de Etnomúsica da BairradaInaugurado em 2005, o Museu de Etnomúsica da Bairrada é também um projeto municipal, que tem por objetivo preservar o património cultural produzido na área musical, construído e vivido ao longo de gerações por toda a comuni-dade bairradina. Este equipamento museológico leva a efeito, durante todo o ano, uma série de iniciativas dirigida a vários segmentos de público, desde as crianças a adultos e população sénior, não só do Concelho de Oliveira do Bairro, mas também de toda a região bairradina, contribuindo para um crescente conhecimento da música e das raízes culturais deste território, eternizando as suas tradições, história e identidade. O Museu de Etnomúsica da Bairrada é um espaço moderno, dotado de todos os serviços essenciais ao cumprimento das suas funções museológicas, como sejam a Oficina de Res-tauro, Limpeza e Tratamento de Peças, Centro de Investigação Documental e Zona de Reservas, áreas que podem ser visitadas. Dispõe igual-mente de uma sala para a realização de confer-ências, palestras e outros eventos, bem como de uma área reservada a atividades educativas, vocacionada para o público infantil.Composto por dois espaços expositivos distin-tos, este equipamento museológico alberga im-portantes coleções divididas em Instrumentos Musicais, Documentos Manuscritos (partituras, diários, publicações periódicas e monografias, entre outros), Registos de Imagem, Depoimen-tos de História Oral, Têxteis (destacando-se o núcleo do traje regional), Equipamento de Gravação, Reprodução, Emissão e Tratamento de Som (gravadores de bobines, gira-discos, grafonolas, gramofones, vitrolas, recetores de rádio, entre outros) e Mobiliário de Armaze-namento de Documentação Sonora, todas elas provenientes dos cinco concelhos bairradinos (Águeda, Anadia, Cantanhede, Mealhada e Oliveira do Bairro).

Radiolândia

Museu de Etnomúsica da Bairrada

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43entrevista

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08 AMBITuR TRAvEL & LIFE STyLE 2021

Este é o epíteto pelo qual a Figueira da Foz cedo ficou conhecida: "Rainha das Praias de Portugal". Sendo uma

das estâncias balneares mais antigas da Região Centro de Portugal, este é sem dúvida um concelho abençoado pela multiplicidade de belezas naturais que contrastam entre si e reclamam o olhar de quem o visita. Por isso mesmo, a autarquia não duvida que a Figueira da Foz é para todos e que, este ano, continuará a sê-lo. Quer a sua opção seja uma viagem de fim-de-semana, um passeio de um dia ou de apenas uma tarde, a garantia será sempre a mesma: aqui será recebido por gentes hospitaleiras e, a cada minuto, surpreendido pelas profundas raízes históricas e culturais deste município.O convite a passeios à descoberta da serra, mar, praia, rio, salinas, arrozais, lagoas e do Cabo Mondego é a "desculpa" perfeita para se aventurar numa diversidade de habitats de reconhecida riqueza ecológica e histórica. Na Figueira da Foz as ligações ao mar e à pesca são evidentes e manifestam-se com todo o seu esplendor na gastronomia local. Pode experimentar a Raia de Pitaú, a Caldeira, a Feijoada de Sames, o Arroz de Marisco ou a sardinha assada, iguarias que certamente lhe deixarão "água na boca". Mas também a doçaria chama por si, com o Arroz Doce feito com o arroz carolino dos campos do Baixo

Mondego, ou ainda o Bolo das Alhadas e as Brisas da Figueira. E já de "barriga aconchegada", poderá explorar a cidade a pé ou de bicicleta, conhecendo de perto a sua Arte Urbana.

figueira da foz: um território que surPreende a cada descoberta

A Figueira da Foz é para todos e, este ano, continuará a sê-lo.

Pode também, se preferir o contacto direto com a Natureza, percorrer as rotas e os percursos cicláveis deste município. Aproveite a Figas (bicicleta elétrica patilhada) e, tendo como ponto de partida

a estação de caminho-de-ferro, logo à entrada da cidade, acompanhe a linha de costa até à pitoresca Vila de Buarcos, suba depois à Serra da Boa Viagem e tire um momento para admirar a paisagem no Miradouro da Bandeira.Também os desportistas têm várias opções, no rio Mondego ou no Oceano Atlântico. As praias "Surf no Crowd" (Murtinheira, Quiaios, Buarcos, Cova Gala, Leirosa) são aconselhadas para quem gosta de fugir às multidões. Se se sentir mais aventureiro, tente "apanhar" a onda direita mais comprida da Europa, na praia de Buarcos.Comece já a planear a sua próxima viagem à Figueira da Foz. Pode contar com a simpatia e a arte de bem receber dos figueirenses. O município está já preparado para o acolher, com todos os cuidados que o atual momento exige, abrindo-lhe as portas de inúmeros espaços culturais como o Museu Municipal Santos Rocha, os Núcleos Museológicos do Mar e do Sal, a Casa do Paço, o Centro de Artes e Espectáculos e o Núcleo de Arte Contemporânea Laranjeira Santos. Faça as malas e rume à história e tradição de um concelho cheio de emoções surpreendentes.

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Com 20km de margens, da Baixa da Banheira a Sarilhos Pequenos, o concelho da Moita nasceu e desen-

volveu-se em estreita relação com o rio Tejo. Com uma paisagem diversa, desde zonas verdes tratadas, sapais e anti-gas salinas, cais, estaleiro naval e praia fluvial, o rio é o elemento comum e a requalificação das suas margens tem sido um chamariz para munícipes e para quem nos visita. As nossas zonas ribeirinhas convidam à prática desportiva, ao lazer, ao convívio ou, simplesmente, à contem-plação do rio.Com as cores alegres e garridas das em-barcações típicas do Tejo, como canoas, catraios ou o varino “O Boa Viagem”, o Cais da Moita é já um cartão-de-visita do nosso concelho. Com vista à proteção deste património, o projeto municipal “Moita Património do Tejo” tem como referência a preservação das técnicas de construção tradicional de embarcações em madeira empregues no Estaleiro Naval de Sarilhos Pequenos.Um local muito aprazível é também a Praia Fluvial do Rosário, com uma agradável zona de praia, espaços verdes, parque infantil e uma vista deslumbrante para Lisboa.O Parque José Afonso, na Baixa da Ban-heira, dispõe de 25 hectares de zonas

verdes criadas para reaproximar esta vila ao seu rio. Este parque ribeirinho acom-panha o recorte natural das margens do Tejo e dispõe de restaurante, piscinas, ciclovias, circuito de manutenção, áreas de lazer, polidesportivos, parques infan-tis e miradouro. Estas e outras zonas de lazer em todas as freguesias do concelho, bem como a riqueza do património religioso e civil e a atividade cultural, nos vários espaços municipais, fazem com que valha a pena uma visita mais demorada ao Município Concelho da Moita. Terra de marítimos e fragateiros, a gas-tronomia do concelho da Moita está es-treitamente ligada ao Rio Tejo. Nos vários

moita: bem-estar à beira tejo

restaurantes podem ser provadas iguarias que fazem parte da gastronomia local, como a Caldeirada à Fragateiro, a Mass-inha da Caldeirada, Ensopado de Enguias, Arroz de Marisco, Choco Frito, Massa de Peixe, Massinha de Sapateira e, a seguir, o Arroz Doce Caramelo ou a nossa “Fer-radura”.Além de conhecerem as gentes, as tradições, o rio, o património e a gas-tronomia, entre os meses de abril e no-vembro, os munícipes e visitantes não podem perder os passeios pelo rio Tejo no varino municipal, “O Boa Viagem” e, em setembro, as nossas famosas Festas em Honra de Nossa Srª da Moita Viagem.

Parque Municipal José Afonso

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O Turismo de Natureza, é um dos setores turísticos com maior potencial de crescimento nos

últimos anos. O pedestrianismo é assim um modo privilegiado de conhecer os territórios atravessados pelos percursos de descoberta da natureza. Natureza, cultura e desporto, congregam-se numa forma de turismo alternativo e sustentável, assente em princípios de valorização e proteção do território e valores naturais.É nesta leitura da gestão do território que o Município de Lagoa aposta numa rede de percursos litorâneos em que a História Natural e o Património são peças fundamentais.O Litoral do Concelho de Lagoa tem já três percursos pedestres costeiros instituídos, são eles o “Caminho dos Promontórios” (Ferragudo – Carvoeiro), o “Caminho do Algar Seco” (Forte de N. S. da Encarnação e Algar Seco, a nascente da Praia do Carvoeiro) e o “Percurso dos 7 Vales Suspensos” (Vale Centeanes - Marinha). Mais de metade da orla costeira do Concelho pode assim ser descoberta e compreendida pelos caminhantes.Numa paisagem onde os elementos dominantes são as arribas, o Caminho dos Promontórios distingue-se pela sucessão de pontais ou pequenos promontórios que, a par da Ponta do Altar, moldam um

relevo de singular beleza. Este aspeto distintivo e peculiar da paisagem costeira de Lagoa, determinou a designação do percurso. Acrescem outros valores de reconhecido interesse para a observação e que fundamentam a implementação de sinalética interpretativa do ambiente costeiro, numa caminhada de 6,5 km. O “Caminho do Algar Seco” complementa este percurso pedonal, mas desta vez num troço acessível a pessoas com mobilidade condicionada, sobre um passadiço de madeira com 600 m de extensão. O Percurso dos 7 Vales Suspensos, distinguido como um dos melhores destinos de caminhadas da europa, encontra-se implantado, no sector central da faixa costeira de Lagoa

lagoa esPera Por sipermitindo percorrer pouco mais de 5,5Km à descoberta do singular ambiente desta região do Algarve. Destacam-se ali as alcantiladas arribas calcárias, caracterizadas pelo intricado recorte da linha de costa e por curiosas formações rochosas, como os leixões, os algares e, claro, os vales suspensos.As arribas são apenas a face visível de uma estrutura geológica mais vasta, moldada pela ação da água da chuva, do mar, do vento e de outros elementos erosivos. Todo o maciço é atravessado por cavernas, fendas e cavidades de todas as formas, que constituem abrigo para uma diversidade de seres vivos que constituem um património precioso para a biodiversidade da região.O mundo da superfície, mais perto de nós, revela também tesouros naturais, por entre a vegetação mediterrânica que cobre a crista das arribas, já de si de grande interesse. Destacam-se as pequenas, mas fabulosas orquídeas mediterrânicas como a Erva-abelha-pequena-dos-calcários.Ao longo do ano é possível observar aves, residentes e migratórias que não deixarão indiferentes os ornitólogos. Uns binóculos, um guia de aves e um pouco de paciência deverão ser suficientes para descobrir a avifauna da região.Lagoa espera por si.

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Barcelos é a terra-mãe do símbolo de Portugal no mundo - o Galo de Barcelos. Uma cidade feliz, criativa,

segura e de clima temperado, localizada no Norte litoral de Portugal, entre as cidades de Braga e do Porto. Lembra um jardim entre o mar e a serra. É banhada pelo rio Cávado e atravessada pelo Caminho Português de Santiago.Visitar Barcelos é sentir a hospitalidade singular das suas gentes, percorrer experiências num território vivo e dinâmico, descansar em alojamentos de excelência, degustar a gastronomia e os vinhos verdes, é usufruir de um turismo de experiências e de qualidade personalizados.Barcelos diferencia-se muito especialmente no artesanato, na feira, na gastronomia, no turismo de experiências e no turismo criativo. Cidade Criativa da UNESCO, na categoria do Artesanato e Arte Popular, desde 2017, é um território em que a criatividade é um argumento de desenvolvimento sustentável, facto que em 2019 lhe valeu o Prémio Europeu de Destino de Turismo Cultural Sustentável, promovido pela ECTN – European Cultural Tourism Network . É também distinguida como Creative Friendly Destination, no âmbito da Creative Tourism Network. Um território de

emoções criativas da natureza à arte popular. Uma terra viva e intensa.É neste quadro que convidamos a conhecer Barcelos, uma cidade-monumento com mais de 850 anos de história documentada, onde se escreveram páginas da História de Portugal, a descobrir uma das lendas mais conhecidas dos Caminhos de Santiago na Europa, e a envolver-se em experiências que ficam para a vida!Os 7 Prazeres da Gastronomia são motivo forte para justificar a viagem até Barcelos, mas aqui a experiência completa-se, naturalmente, com o extenso património histórico e cultural, com o turismo de natureza, o

barcelos: destino de turismo cultural sustentável e Polo de turismo criativo de referência

ecoturismo, e o envolvimento com as tradições, o folclore e as festas, as feiras e romarias deste território.Uma experiência com tradição, história, saberes e sabores que as nossas gentes partilham com aqueles que se sentam à mesma mesa! Um encontro de estórias da nossa história.No artesanato e na arte popular, os atrativos espalham-se por todo o concelho com as rotas de artesanato a abrir as portas da comunidade criativa nos domínios da Olaria, do Figurado, do Bordado de Crivo, da Cestaria, do Ferro, da Madeira, do Artesanato Contemporâneo, num convite para experienciar a tradição.

É daqui que sai, das mais experientes mãos dos artesãos, um mundo criativo habitado não só pelo Galo de Barcelos, mas pelas mais enigmáticas figuras como: mochos, diabos, santos, gigantonas, o mundo maravilhoso. O artesanato de Barcelos é um polo criativo de excelência. É desta terra que pode levar o Galo e as demais peças do artesanato autêntico e certificado.Muito mais que um destino! Um mundo de criatividade a descobrir!

Para mais informações contacte o 253 811 882 ou através do e-mail [email protected].

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14 AMBITuR TRAvEL & LIFE STyLE 2021

Em S. João da Pesqueira, nasceu um Mu-seu para honrar a principal herança da região. O Museu do Vinho tem vindo a

cativar nacionais e estrangeiros que, no final de cada visita, erguem cálices de vinho do Porto como quem agradece por estar ali.O Museu do Vinho pode ser apresentado como mais miradouro – entre os tantos que mapeiam o concelho que se apresenta como o Coração do Douro –, mas o espaço pode ser ainda metaforicamente descrito como uma ponte entre o passado e o futuro de uma região.O Museu do Vinho, que abriu portas há seis anos, simbolicamente no dia em que se comemora o aniversário da classificação do Alto Douro Vinhateiro como Património Mundial pela UNESCO, nasceu da centrali-dade e relevância do concelho de S. João da Pesqueira na Região Demarcada do Douro. Este Museu só poderia ter nascido em S. João da Pesqueira, concelho que é o maior produ-tor de vinho do Porto e que detém cerca de 20% da área de vinha classificada como Património Mundial. O imponente e premiado edifício foi desen-hado numa arquitetura moderna, cruzando

o betão cru, a madeira e a luz vinda da cobertura. A par dos três núcleos dedicados à exposição permanente, o Museu do Vinho apresenta um espaço destinado ao Serviço Educativo, uma sala de provas e um wine-bar para apurar os cinco sentidos de todos os que o visitam.França, Espanha e Brasil são os países que se destacam na lista de visitantes estrangeiros, sendo que os nacionais continuam a domi-nar entre os mais de 5.000 que, a cada ano,

museu do vinHo de s. joão da Pesqueira: o mais bonito brinde ao douro

se deslumbram com o espaço.Já no espaço adjacente, que frequentemente alberga exposições temporárias, pode explorar-se um armazém original com os seus lagares centenários. Depois de permitida a reabertura destes es-paços culturais, a equipa do Museu do Vinho está a reagendar as suas atividades com a certeza de que este possa continuar a ser um ponto de paragem obrigatória para todos os que pretendem desvelar as belezas inigua-láveis do Douro.

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15destinOs

Loulé transporta os visitantes a épocas remotas, preservadas nos monumen-tos da sua Zona Histórica, dos quais

se destacam o Castelo medieval, a Ermida da Senhora da Conceição, a Igreja Matriz de São Clemente e a sua torre sineira e, sobretudo, o famoso Mercado Municipal com a sua traça neo-árabe.À porta da cidade, ergue-se a capela da Nossa Senhora da Piedade, padroeira dos louletanos, cuja imagem, todos os anos na Páscoa, desce em procissão até ao centro urbano, num ambiente de fervor religioso. Passados 15 dias acontece o momento alto da Festa da Mãe Soberana, com a subida da Imagem de regresso à sua capela, atraindo milhares de pessoas à cidade.No interior do concelho aproveite a tran-quilidade da serra do Caldeirão, dos seus 600 metros vislumbra-se amplas pers-petivas ao virar de cada curva, de vez em quando surgem as “naves” onde crescem pomares de sequeiro e hortícolas, tudo o resto são extensões de sobreiros, medron-heiros, estevas, urzes e rosmaninho onde o ar é mais puro e de cheiros silvestres.Descubra ainda as suas aldeias pitores-cas, como o Ameixial na mítica estrada

N2, Alte e as suas fontes de água límpida, Salir, Benafim, Tôr e Querença, onde a gastronomia, o folclore, o artesanato, as construções típicas, as festas religiosas e, caracterizam a genuinidade das gentes serranas.Junto ao litoral para além das praias de areia fina, o antigo alia-se ao moderno, na freguesia de Quarteira as ruinas romanas do Cerro da Vila ao lado da cosmopolita Marina Internacional de Vilamoura e em Almancil a espetacular igreja de S. Louren-ço perto de alguns dos melhores campos

loulé: uma viagem Pela História, tradição e natureza

de golfe de toda a Europa.A riqueza ambiental do concelho de Loulé estende-se por três áreas protegidas, Parque Natural da Ria Formosa, paisagem protegida local da Rocha da Pena e Bené-mola. Em curso a candidatura do aspirante a Geoparque Algarvensis a Geoparque Mundial da Unesco. Estes cenários pais-agísticos de incomparável beleza constit-uem um valioso património arqueológico e natural, sendo habitat de preciosas espécies autóctones e endémicas, que nos convidam a infindáveis passeios pelos seus trilhos.

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16 AMBITuR TRAvEL & LIFE STyLE 2020

Vila Flor localiza-se no coração da Terra Quente transmontana e tem boas acessibilidades para que possa

visitar mais localidades da região. Em Vila Flor, a tranquilidade encontra os prazeres da gastronomia e a beleza das paisagens naturais, em constante mutação com as estações do ano, que o convidam a enveredar em passeios pelos trilhos certificados junto a um rio que dá alma a um dos Vales localizado no território do Concelho – o Tua. Na outra extremidade do território, o Vale da Vilariça insurge-se na paisagem em que a fertilidade dos solos salta à vista, como salta a vista a beleza da flor dos pessegueiros na Primavera. A cultura faz parte de muitas localidades do Concelho, onde poderá visitar museus,

o Centro interpretativo do Cabeço da Mina, poderá encontrar monumentos históricos, como a Forca de Freixiel, pelourinhos e cruzeiros, igrejas recuperadas ou um Santuário Mariano com um miradouro natural fantástico, em que as montanhas ondeiam no horizonte em que o sol se põe com uma beleza ímpar. A juntar à cultura poderá encontrar o lazer que, sobretudo na estação estival,

enche de gente as piscinas descobertas e o Parque de Campismo do Complexo Turístico do Peneireiro, bem como nas muitas festas e romarias que se realizam pelas localidades do concelho.Vila Flor tem novas infraestruturas: uma Praça em que as pessoas podem passear, foi construída uma ciclovia para os amantes da BTT e as piscinas descobertas foram requalificadas e ampliadas. Além disso, foram

vila flor: no coração da terra quente transmontana

Os vilaflorenses fazem uso da arte de bem-receber, motivo pelo qual a maioria dos turistas regressa. Se escolher Vila Flor como destino de férias, decerto ficará rendido a esta terra de “encantos e paixões”.

criados circuitos pedestres certificados e um Centro Interpretativo, na linha da promoção do Turismo da Natureza e está a ser construído um Centro de Artes no centro da Vila. Além disso, os turistas serão auxiliados por uma Porta de Entrada do Parque Natural do Vale do Tua, onde serão auxiliados e terão acesso a informações e a acesso a equipamento digital interativo sobre a região. A oferta de alojamento está a ser expandida, mas poderá encontrar estadia em locais diversificados e para todos os bolsos, que vão desde o hotel a alojamentos locais ou habitações de agroturismo e turismo rural. O Concelho tem uma oferta turística diversificada. Um território onde pode encontrar diversos tipos de experiências, que vão desde o turismo da natureza à cultura e ao património histórico, sem esquecer a gastronomia e o lazer proporcionado pelo Complexo Turístico do Peneireiro. Os vilaflorenses fazem uso da arte de bem-receber, motivo pelo qual a maioria dos turistas regressam. Se escolher Vila Flor como destino de férias, decerto que ficará rendido a esta terra de “encantos e paixões”.

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Vila Flor é um concelho único. um pedaço de terra, quente e Fria, agreste e aVeludada. um recanto batizado pela beleza que desponta do mais puro e natural e se dá a conhecer atraVés

da simplicidade das suas gentes.

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18 AMBITuR TRAvEL & LIFE STyLE OuTuBrO/NOVEMBrO 2020

A Câmara Municipal de Arraiolos, no primeiro ano do Século XXI homena-geou as “tapeteiras” do nosso concelho,

com um monumento erigido no Largo Simão Dordio Gomes, na vila de Arraiolos, com toda a importância histórica que releva do artesanato a que Arraiolos deu o seu próprio nome.A mais antiga referência a “hum tapete da tera novo avalliado em dois mill Reis”, tapete feito na vila e referenciado no inventário de Catarina Rodrigues, mulher de João Lourenço, lavrador e morador na herdade de Bolelos – 1598 (Dr. Jorge Fonseca – Inventário Munici-pal).Foram as tapeteiras que “pacientemente dominaram os motivos de pássaros, flores, medalhões, palmetas e barras geométricas, desenvolvendo uma arte decorativa por excelência, que se instalou no quotidiano das populações. Os tapetes estão intimamente ligados ao modo de vida e à sociabilidade de Arraiolos proporcionando momentos únicos de familiaridade: é ver os grupos de mulheres sentadas à sombra das casas e dos muros, nos dias longos e luminosos, bordando paciente-mente os tapetes que depois se instalam no interior das habitações. As tapeteiras são, ain-da hoje, o alicerce de um circuito cultural que liga a casa à rua, Arraiolos e o resto do mundo. Homenage-à-las através de um monumento com estas características, corresponde a um

acto que só pode reforçar a identidade desta terra e dos seu valores mais expressivos.”(1)Para melhor conhecer o mais genuíno ar-tesanato de Arraiolos pode visitar o Centro Interpretativo do Tapete de Arraiolos.O edifício reabilitado é datado do século XV. A intervenção combina a modernidade com a tradição e história do Tapete Tapete de Arraio-los, parte da identidade e memória coletiva deste concelho e fonte de dinâmicas económi-cas, sociais e culturais.O acompanhamento arqueológico, deixou descobrir, particularidades do edifício, tais como sejam Frescos (pormenores de pintura mural na Capela) e fossas escavadas no subsolo geológico pertencentes a um enorme complexo de tingimento de lãs, de caraterís-

arraiolos – terra de taPetes

ticas islâmicas, ativo entre o séc XIII e meados do séc XV, parcialmente visíveis ao público.A obra é um contributo para o desenvolvi-mento sócio-cultural e uma afirmação do Tapete de Arraiolos, atividade artesanal feita tradição pelas mãos das Tapeteiras de Arraio-los em “séculos de história bordados à mão”.Ao valor sócio-económico e cultural do nosso artesanato mais genuíno, o Tapete de Arraio-los, junta-se o valioso património edificado, que queremos reabilitar e qualificar, de forma a potenciar o turismo de qualidade, elemento importante na estratégia de desenvolvimento do concelho.

(1)Memória descritiva do Monumento da autoria de Armando Alves.

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