Diretrizes ambientais

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PREFEITURA MUNICIPAL DO SALVADOR

SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO E CULTURA – SMEC

DIRETRIZES CURRICULARES

DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA

AS ESCOLAS DA REDE MUNICIPAL

DE ENSINO DE SALVADOR

SALVADOR2006

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DIRETRIZES CURRICULARES

DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA

AS ESCOLAS DA REDE MUNICIPAL

DE ENSINO DE SALVADOR

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S182 Salvador (BA). Secretaria Municipal da Educação e Cultura.Diretrizes Curriculares de Educação Ambiental: as escolas da Rede

Municipal de Ensino de Salvador / Concepção e elaboração: Jamile Trindade Freire, Maria de Fátima Falcão Nascimento, Sueli Almuiña Holmer Silva. Salvador: SMEC, 2006.

164 p.: il.

ISBN

1. Educação ambiental - Currículos. 2. Currículos - Planejamento. 3. Currículos - Mudança. I. Freire, Jamile Trindade. II. Nascimento, Maria de Fátima Falcão. III. Silva, Sueli Almuiña Holmer. IV. Título.

CDD - 304.4CDU - 37:504

Biblioteca Central Reitor Macêdo Costa - UFBA

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PREFEITURA MUNICIPAL DOSALVADOR – PMS João Henrique Carneiro – Prefeito

SECRETARIA MUNICIPAL DAEDUCAÇÃO E CULTURA – SMECNey Campello – Secretário

FICHA TÉCNICA

Concepção e elaboração:Jamile Trindade Freire Pedagoga, Especialista em EducaçãoAmbiental, Chefe do Setor de FomentoEducação Ambiental Formal da SMA –Superintendência de Meio Ambiente doMunicípio de Salvador.

Maria de Fátima Falcão Nascimento Bióloga, Especialista em GestãoAmbiental, Gerente de EducaçãoAmbiental e Formação de ConsciênciaEcológica da SMA - Superintendência deMeio Ambiente do Município deSalvador.

Sueli Almuiña Holmer Silva: Bióloga, Doutora em Educação, Professora Adjunta –Universidade Federal da Bahia.

Projeto GráficoRônia Design

Editoração EletrônicaAlan Alves

Arte-finalizaçãoLeiaute Propaganda

IlustraçõesJoão Adami

Produção GráficaGráfica Santa Marta

FotosYvan Freitas da CunhaSMA – GEACEJota C. Freitas – páginas: 41, 45,84, 95, 115,126, 153, 160.CONDER – páginas: 27, 101, 135.Sem Autor: páginas: 14, 54, 80, 111, 144.

RevisãoManoela Cadidé

CRÉDITOS

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3.1 - Inserção do tema transversal Meio Ambiente

na Educação Infantil

3.2 - Inserção do tema transversalMeio Ambiente no Ensino

Fundamental – 1ª à 4ª série

3.3 - Inserção do tema transversalMeio Ambiente no Ensino

Fundamental – 5ª à 8ª série

4 - PEDAGOGIA DE PROJETOS –UM PASSO PARA ACONSTRUÇÃO DO

PENSAMENTO SISTÊMICO NAESCOLA, A PARTIR DA

EDUCAÇÃO AMBIENTAL

5 – REFERÊNCIAS

APRESENTAÇÃO

1 - INTRODUÇÃO

2 - SUBSÍDIOS TEÓRICOS-METODOLÓGICOS PARA A PRÁTICA DA

EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA EDUCAÇÃOINFANTIL E NO ENSINO FUNDAMENTAL

2.1 - Marco histórico e conceitual daquestão ambiental e da

Educação Ambiental

2.2 - Meio ambiente no ensino formal

2.3 - Transversalidade da questão ambientalnas diversas áreas do conhecimento

3 - ORIENTAÇÕES PARA INSERÇÃO DOTEMA TRANSVERSAL MEIO AMBIENTE, DA

EDUCAÇÃO INFANTIL À 8ª SÉRIE DOENSINO FUNDAMENTAL

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SUMÁRIO

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Em consonância com os novosmarcos de participação popular daatual gestão do município, aSecretaria Municipal da Educação eCultura – SMEC, tem com a cidadede Salvador o compromisso comuma educação responsável einclusiva, buscando a equidade, aformação integral, ética e cidadã dealunos e alunas.

A SMEC acredita que estaeducação deve incidir sobre todosos atores do processo educativo, empermanente articulação com acomunidade e com a realidade localcircundante, envolvendo agenteseducadores de diferentes segmentossociais e áreas de conhecimento.

Em 2005, a Prefeitura deParticipação Popular inaugura umapróspera etapa e um novo olhar ao

meio ambiente de Salvador, onde uma dasmetas é a implementação de uma sólida eeficaz política ambiental, que somente seconcretizará a partir de um processo educativode qualidade, que considere os diferentesaspectos e dimensões das diversas formas devida, buscando a mudança de atitudes nasrelações da sociedade com a natureza.

Atendendo a essa necessidade, estedocumento apresenta a concepção de meioambiente e os princípios que devem nortear aprática pedagógica das escolas da RedeMunicipal de Ensino em Educação Ambiental,pautados na Lei Federal nº. 9795/1999 e noDecreto nº. 4281/2002. As DiretrizesCurriculares de Educação Ambientalrepresentam o compromisso da SecretariaMunicipal da Educação e Cultura de formarcomo cidadãos e cidadãs, os meninos emeninas, homens e mulheres da cidade deSalvador, atendidos em nossas escolas, paraque tenham a compreensão da sua realidade

APRESENTAÇÃO

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Os conteúdos aqui tratados têmcomo significado maior ofortalecimento da EducaçãoAmbiental, devendo, portanto, serincorporados nas várias disciplinascurriculares e no cotidiano escolarde forma inter e multidisciplinar,contextualizando o processo deensino e de aprendizagem, criandooportunidade de engajamento dasescolas nas questões ambientais doseu entorno, da cidade, do país e doplaneta, superando a maneirareducionista e fragmentada comovem sendo tratada a temáticaambiental nas escolas.

O presente documento é compostode considerações teórico-metodológicas com abordagensacerca da transversalidade,embasando as propostas efundamentações delineadas na áreade Educação Infantil e EnsinoFundamental, nas séries iniciais efinais. Como suporte à sua

nas dimensões sociocultural, étnica, política eeconômica.

Na perspectiva do exercício da cidadaniaambiental, é necessário o conhecimento dosdireitos e responsabilidades em relação à vidapessoal e coletiva, gerando respeito àdiversidade planetária e compromisso com opatrimônio da natureza, sem lesar os direitosdas gerações atuais e futuras, para que todospossam ter as suas necessidades atendidas epara que herdem um planeta sadio e com seusecossistemas preservados.

Assim, o tema da Educação Ambiental éabordado numa perspectiva de visão demundo, que evidencia as inter-relações einterdependências dos diversos elementos naconstituição e manutenção da vida,contribuindo para um trabalho educativovinculado aos princípios da dignidade do serhumano, da participação, da co-responsabilidade, da solidariedade e daequidade.

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operacionalização, agregamossugestões de recursos e atividadescomo contribuições, que servirão deponto de partida e referência paranovas criações e produções, nasunidades escolares.

Cientes da nossa responsabilidade edesafio com esta proposta,esperamos que o presenteinstrumento de trabalho contribuasignificativamente para queeducadores e educandosdesenvolvam uma compreensãoglobal das questões ambientais, apartir da reflexão e interação com acomunidade local, assumindo adimensão política e a perspectiva dabusca de soluções de seusproblemas.

Dessa forma, buscamos novaspossibilidades de avanço no trabalhopedagógico com os alunos e alunasda rede, contribuindo para aefetivação dos novos rumos traçados

para a educação no município, nestequadriênio.

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outra forma de educar as novas ge-rações, em formação de valores,princípios e atitudes.

A Educação Ambiental é uma dasprincipais ferramentas a incentivar areflexão sobre a complexidade dessaquestão. Ela é uma modalidade doprocesso educativo voltada para aparticipação de seus atores, educan-dos e educadores, na construção deum novo paradigma a ser incorpora-do, trazendo toda uma discussãosobre as questões ambientais e asnecessárias transformações éticas,de valores, comportamentos e ati-tudes diante de uma nova realidadea ser construída.

Baseada na cidadania, a EducaçãoAmbiental indica vários caminhospossíveis para a transformação daestrutura escolar, quer seja através

Atualmente, a questão ambiental encontra-seem evidência como tema de discussão entreos vários segmentos da sociedade, reflexoprovavelmente do poder da mídia que vemapresentando, muitas vezes de forma superfi-cial, os processos de poluição e escassez daágua, a problemática do lixo, das queimadas edesmatamentos das florestas, entre outros,atingindo de forma direta ou indireta asociedade e conseqüentemente as institui-ções educacionais.

Diante desses problemas e preocupações,observa-se que vários setores da sociedadeapresentam o desejo de que as instituiçõeseducacionais sensibilizem as crianças e osjovens a mudarem seus comportamentos emrelação ao meio ambiente, tendo como pers-pectiva que, no futuro, isso possa representaruma possibilidade de reverter parte do atualquadro de degradação ambiental. A partir dagravidade da situação em todo o mundo,torna-se indiscutível a implementação de uma

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1. INTRODUÇÃO

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de uma nova forma de se relacionarcom o conhecimento, quer seja narelação da escola com o conjunto deinstituições presentes na sociedade.

Dessa forma, não se trata apenas deensinar sobre o meio ambiente, masde educar para e com o meio ambi-ente, na busca de compreensão e deuma conseqüente ação ante osgrandes problemas das relações dohomem com o planeta; trata-se istosim, de ensinar sobre o papel do serhumano na biosfera, para a com-preensão das complexas relaçõesentre a sociedade e a natureza, e dosprocessos históricos que condicionamos modelos de desenvolvimento ado-tados pelos diferentes grupos sociais.Portanto, a Educação Ambiental – EA,representa a incorporação de critériossocioambientais, ecológicos, éticos,culturais e estéticos nos objetivosdidáticos da educação.

Embora o tema Meio Ambiente seja

proposto pelos Parâmetros CurricularesNacionais como tema transversal, o que sevê, na prática, são alguns de seus conteúdossendo trabalhados em Ciências, Geografia oumais especificamente em Biologia. Por sualigação com a Ecologia, o trabalho deEducação Ambiental acaba sendo confundidocom conteúdos dessa área do conhecimento.E a questão ambiental é muito mais ampla. Aecologia é apenas um dos vários aspectosque ela possui.

Quando se propõe um trabalho com a abor-dagem voltada para a problemática ambiental,na maioria das vezes ele acaba ocorrendo demodo superficial ou mesmo fragmentado. Sãocomuns as ações pontuais como as oficinas de“reciclagem”, ou ainda o plantio de árvores noDia Mundial do Meio Ambiente. É como se aTemática Ambiental se resumisse a eventos emdatas comemorativas, sem nenhuma posturacrítica, por exemplo, em relação aos modelosde consumo vivenciados pelas sociedades eque geram cada vez mais lixo, ou no que dizrespeito à análise do modo de relação domi-nadora do ser humano sobre a natureza, com

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BIOSFERA - Espaçodo globo terrestreocupado pelos seresvivos. Portanto, refere-se à toda superfícieterrestre (litosfera), aságuas e sedimentosde ambientesaquáticos (hidrosfera)e à porção daatmosfera habitadapelos organismos quevoam ou que flutuam.

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Como qualquer outra área do co-nhecimento, a Educação Ambientalpossui especificidades conceituaisque devem ser compreendidas comclareza para tornar mais adequada aprática pedagógica. A EducaçãoAmbiental é um campo de conheci-mento em formação, permeado porcontradições e com um histórico quetorna mais complexo o seu processode assimilação.

Neste documento, a EducaçãoAmbiental é compreendida comouma modalidade da educação emgeral, que se apresenta como umaalternativa viável para tornar oprocesso educacional mais perti-nente a cada realidade específica.Entende-se portanto, aqui, aEducação Ambiental como:

"... processo que consiste empropiciar às pessoas uma com-preensão crítica e global do ambi-ente, para elucidar valores e

alto valor antropocêntrico, gerando por sua vezos tão falados desmatamentos e queimadas.

A realidade do trabalho da EducaçãoAmbiental no município é bastante diversifica-da. Além de projetos desenvolvidos por inicia-tiva das escolas, existem os projetos de par-ceiros que atuam na área. Esses projetosapresentam variadas concepções de meioambiente. Assim, alguns questionamentosserviram como base para a construção dasdiretrizes ora apresentadas: que tipo de visãode meio ambiente queremos construir comnossos alunos?

Queremos apenas que cada área do co-nhecimento enxergue as possibilidades deum trabalho transversal com o tema MeioAmbiente? Ou queremos que além dessetrabalho transversal (que é fundamental!)também possamos enxergar outras possibi-lidades? E que possibilidades seriamessas? Seria a possibilidade de um trabalhomais sistêmico? E como esse trabalho sedaria? Seria a tão falada interdisciplinari-dade? E como colocá-la em prática?

ANTROPOCÊNTRICO- pensamento queconsidera o homemcomo o ser maisimportante douniverso,interpretando tudo emfunção de suaexistência.

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desenvolver atitudes que lhes per-mitam adotar uma posição cons-ciente e participativa a respeitodas questões relacionadas com aconservação e adequada utiliza-ção dos recursos naturais, para amelhoria da qualidade de vida e aeliminação da pobreza extrema edo consumismo desenfreado. AEducação Ambiental visa à cons-trução de relações sociais,econômicas e culturais capazesde respeitar e incorporar as dife-renças, (minorias étnicas, popu-lações tradicionais), a perspecti-va da mulher, e a liberdade paradecidir caminhos alternativos dedesenvolvimento sustentávelrespeitando os limites dos ecos-sistemas, substrato de nossaprópria possibilidade de sobre-vivência como espécie."(Medina,1998).

A prática da Educação Ambientalnum país imenso e rico em diversi-

dade como o Brasil aponta para a seguinteconstatação: não há receitas. Por isso, o enga-jamento dos profissionais do ensino básicoconstitui princípio fundamental para a imple-mentação dessa perspectiva na escola.

Assim, este documento tem como objetivoestabelecer Diretrizes Curriculares para aprática da Educação Ambiental na RedeMunicipal de Ensino da Cidade de Salvadorde modo a fornecer embasamento teórico-prático que subsidie a práxis pedagógica dosprofissionais da Educação Infantil ao EnsinoFundamental, possibilitando a efetiva inte-gração da Educação Ambiental nas açõeseducativas baseadas no contexto de cadaunidade escolar.

Princípios norteadores desta proposta:O ambiente inclui as dimensões: natural,social, política, ecológica, econômica, cul-tural, estética, emocional e ética;A EA deve ser um processo permanenteno contexto escolar e em seu entorno.O estudo do ambiente deve envolver epressupor uma perspectiva interdiscipli-

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DESENVOLVIMENTOSUSTENTÁVEL -melhoria da qualidadede vida humana,dentro da capacidadede suporte dosecossistemas. Ouseja, desenvolvimentosocioeconômico ,respeitando eprocurando manter ascaracterísticas danatureza, sendoportanto baseado emprincípios ecológicos,para a exploração deseus recursos.

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tradições culturais e a elaboração deprojetos que permitam a integraçãoda escola com a comunidade.

Nesse sentido, a SecretariaMunicipal da Educação e Cultura –SMEC, vem procurando trabalharcom uma ampla rede de parceiros,buscando, sobretudo, beneficiar oensino municipal a partir do engaja-mento de todos, instituições gover-namentais e não-governamentais, nodesenvolvimento de projetos especi-ais que contemplam temas diversos,contextualizados na realidade deSalvador. Assim, foi criado o Fórumde Parceiros da Educação PúblicaMunicipal de Salvador, em ato públi-co, no dia 25 de julho de 2000, coma finalidade de “promover a articu-lação interinstitucional permanente,garantindo espaço para discussão edecisões coletivas, no apoio à exe-cução das políticas e direitos educa-cionais da Rede Municipal deEnsino de Salvador, para a formação

nar, a partir de uma compreensão doslimites da natureza e da necessidade depensar nas gerações futuras e uma visãosistêmica do mundo e do ser humanocomo parte integrante dele; A EA deve contemplar a abordagem dequestões relevantes no âmbito da escola,da comunidade, da cidade, da região, dopaís e do mundo;A EA deve buscar a participação e cons-trução coletiva em ações que visem asolução dos problemas ambientais locais.

Essa perspectiva se baseia no desafio de mudara prática educativa, estimulando mudanças deatitudes, incentivando a pesquisa, participação,aprofundamento de conteúdos, maior diálogocom os alunos e com a comunidade.

Fazem-se necessárias a valorização das trocasde experiências, o levantamento dos contextosregionais, a utilização de ampla gama de recur-sos pedagógicos (exposições, vídeos, vivên-cias, trabalhos de campo, discussões emgrupo, produção de textos, imagens, dramatiza-ções, músicas), o resgate das manifestações e

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de cidadãos comprometidos com asexigências do mundo contemporâ-neo.” (Regimento do Fórum, 2000)

Este Fórum tem por objetivo “con-cretizar o estabelecimento de canaisamplos e qualificados de coope-ração educacional mediante con-vênios, acordos e contratos, viabi-lizando o intercâmbio permanentesobre os avanços e tendências dapolítica educacional.” (Regimento doFórum, 2000)

Os projetos desenvolvidos em parce-ria são classificados em nove cate-gorias, definidas a partir do eixotemático que abordam:COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM;TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS;SAÚDE ESCOLAR; EDUCAÇÃOAMBIENTAL; AÇÕES EDUCATIVASPARA A CIDADANIA;VALORIZAÇÃO DO PATRIMÔNIOPÚBLICO; GESTÃODEMOCRÁTICA E AUTONOMIA

DA ESCOLA; ARTE-EDUCAÇÃO E CUL-TURA; e EDUCAÇÃO EM ATENÇÃO ÀDIVERSIDADE.

No que se refere à categoria EDUCAÇÃOAMBIENTAL, os projetos desenvolvidos bus-cam discutir os problemas ambientais demaneira genérica ou localizada, apresentandouma diversidade de temas que vão desde apesca proibida com explosivos, segurança notrânsito, áreas de risco na cidade, consumo deágua e energia, segurança nas praias, adoçãode árvores, preservação e manutenção predialdas escolas da rede, até os mais gerais como ofestival de música sobre meio ambiente e o cur-rículo alternativo da EA.

Nesse contexto, cabe à unidade escolar, ocompromisso de buscar as parcerias que pos-sibilitem atender as suas necessidades, garan-tindo apoio técnico no desenvolvimento de seuprojeto pedagógico.

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O homem primitivo caracterizava-secomo um “ser ecológico” (Esteves; A-breu, 1993), encontrando-se intei-ramente integrado ao ecossistema,pois retirava do meio quase que só onecessário para sua sobrevivência,vivendo basicamente do consumo dosrecursos renováveis. A coleta de fru-tos, a caça e a lavoura em pequenaescala deixavam intactas as bases dofuncionamento do ecossistema.

Os recursos naturais, após seuuso, podem ser renováveis, istoé, voltarem a ser disponíveis, ounão-renováveis, isto é, nuncamais ficarem disponíveis.

A flora (vegetais) e a fauna (ani-mais) são exemplos de recursos

2.1 MARCO HISTÓRICO E CONCEITUAL DAQUESTÃO AMBIENTAL E DA EDUCAÇÃOAMBIENTAL

O impacto sobre o meio ambiente resulta doprocesso histórico de produção da existên-cia humana onde, mediante sua própriaação, o homem modifica de forma útil parasua própria vida, a matéria-prima fornecidapela natureza, exercendo assim uma ação dedominação que revela um processo de inte-ração homem/natureza, baseado numarelação desigual. Condições históricasespecíficas moldam a forma como o homemse relaciona com o meio natural, transfor-mando-o sucessivamente, artificializando-oem grande medida. A evolução dahumanidade esteve sempre estreitamenterelacionada com as formas de apropriaçãoda natureza.

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2 - SUBSÍDIOS TEÓRICOS-METODOLÓGICOS PARA APRÁTICA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA EDUCAÇÃOINFANTIL E NO ENSINO FUNDAMENTAL

ECOSSISTEMA -Conjunto decomunidades vegetais,animais, de micro-organismos e seumeio inorgânico queinteragem entre si.

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naturais renováveis: uma plantaou animal podem ser reproduzi-dos ,"teoricamente", de formainfinita, a partir de seus "pais".

Os minerais, como por exemploo minério de ferro, estão classifi-cados de recursos naturais nãorenováveis, outro exemplo é opetróleo e, se são não-renováveisé porque, após seu uso, um dia,irão se esgotar no planeta.

O uso do fogo constituiu-se em umdos primeiros passos decisivos nodomínio sobre a natureza, na medidaem que possibilitou a ampliação donúmero de produtos utilizados na ali-mentação e da forma de consumi-los.

O advento da agricultura foi uma fan-tástica revolução tecnológica, per-mitindo o surgimento de todas astécnicas básicas de uso do solo paraa produção. A partir da fixação dohomem em um certo lugar, estabele-

ceu-se uma comunidade e um maior conheci-mento do meio ambiente que o cercava. Comoa economia era ruralizada, o impacto destrutivoda ação humana não avançou em demasia,mantendo-se em nível suportável.

O surgimento do capitalismo industrial repre-sentou um momento revolucionário na históriada humanidade e o surgimento de uma novaforma de organização social e de apropriaçãoda natureza. Centrada no espaço urbano ebaseada numa tecnologia altamente consumi-dora de energia e matérias-primas, essa econo-mia industrial supõe um mercado em perma-nente expansão, onde produzir cada vez maispassa a ser uma necessidade inerente aopróprio sistema, no sentido de garantir oprocesso de acumulação de capital, no interiordo capitalismo. Isso significou um impactodestrutivo sobre a natureza, com a dilapidaçãocrescente dos recursos naturais, a ponto deameaçar a própria sobrevivência do planeta.

Ao lado dos benefícios reais carreados para avida humana, a Revolução Industrial e odesenvolvimento de novas tecnologias deixam

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A REVOLUÇÃOINDUSTRIAL foiresponsável pelaintensificação daexploração e uso dosrecursos naturais pelohomem com impactosprofundos sobre oambiente. Em funçãoda pressão dasociedade e dalegislação ambiental,atualmente, asempresa, buscamutilizar alternativastecnológicas queprevinam ou gerem omenor impactoambiental possível.

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Até então, conforme Saito (2002), aEducação Ambiental era desenvolvi-da a partir de um enfoque naturalista,com a inserção de tópicos ambien-tais no ensino de Ciências, buscan-do, em alguns casos, uma integraçãocom a Geografia e a EducaçãoArtística, utilizando-se da Psicologiapara consolidar a concepção sobre aimportância de promover a sensibi-lização das pessoas para asquestões ambientais.

Nesse contexto, o meio ambiente eradefinido como aquele que rodeia osorganismos e com o qual elesentram em contato: o solo, a neve, ocalor, o frio, o vento, os inimigos eparasitas, os amigos e os seressemelhantes. (Diozhkin, 1983)

Essa concepção pouco abrangente,apresentada pela Ecologia clássica,reduz o conceito de meio ambienteaos seus aspectos naturais, não per-mitindo apreender as interdependên-

como subprodutos: a expansão dos contin-gentes populacionais do planeta, a degradaçãodo solo, das águas, do ar e o esgotamento derecursos naturais.

A capacidade, cada vez maior, de intervençãona natureza, levou o homem a assumir uma pos-tura antropocêntrica que tende a considerarapenas a sua integridade, valorizando-se emdetrimento das outras espécies. O antropocen-trismo “... levou o homem a um tipo de compor-tamento predatório, consumista e irracional, quenão somente coloca em risco ‘sua casa’ e tudoo que ela contém, mas também a sua própriasobrevivência”. (Seara Filho, 1987, p. 40)

Como se pode perceber, os problemas ambien-tais não são recentes e o que temos hoje é oagravamento dos mesmos, gerado pelahumanidade, ao longo do processo civilizatório.

O debate acerca desses problemas tambémnão é recente. Nos anos 60, por exemplo, tí-nhamos como bandeira de luta do movimentocontracultural, a espiritualidade, a paz, o femi-nismo e a ecologia.

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cias, nem a contribuição das CiênciasSociais à compreensão do mesmo.(Dias, 1992)

No âmbito do nosso País, nasdécadas de 60/70, o Regime Militarcoibia o debate político e as açõescoletivas. A temática social não faziaparte da pauta educacional. O ambi-entalismo, de certa forma, represen-tava um obstáculo à consolidação danova “ideologia nacional”, baseadana busca desmedida do desenvolvi-mento econômico. Dessa forma, aEducação Ambiental, nesse período,desenvolvia-se sob os marcos donaturalismo, desprovido de debatepolítico que articulasse as questõesambientais às socioeconômicas.

Nessa mesma época, a nível global,discutia-se nos meios intelectuais aação do homem sobre o meioambiente e, pela primeira vez, afir-mava-se que a natureza passava aimpor limites à sociedade. Isto

significava que o padrão de desenvolvimentosocial e econômico implementado pelassociedades modernas, ou seja, pela nossasociedade produtora de mercadorias e deconsumo, começava a colocar em risco asobrevivência do planeta.

O primeiro registro deste alerta contra o usopredatório dos recursos naturais foi o relatóriopublicado pelo Clube de Roma (1972), o qualdemonstrava a inviabilidade do modelo dedesenvolvimento adotado pelos países capita-listas mais ricos, em face do esgotamento pre-visível de recursos e fontes de energia.Considerava que a incessante busca de cresci-mento da sociedade, a meta de tornar-se cadavez maior, mais rica e poderosa, sem levar emconta o seu custo final, era um grande proble-ma que levaria a humanidade aos limites decrescimento e ao colapso.

Nas últimas décadas do século XX, a ação pre-datória do homem resultou no aquecimento daterra, na destruição da camada de ozônio, nocomprometimento da qualidade das águas e daatmosfera, na destruição das florestas e dos

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Clube de Roma -grupo de intelectuaisque se reuniu eelaborou em 1972, orelatório "Os Limitesdo Crescimento" (TheLimits of Growth), noqual afirmava quecaso a humanidadecontinuasse aconsumir os recursosnaturais no mesmoritmo de então, emmenos de cem anoso sistema entrariaem crise.

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Qual a solução apresentada peloClube de Roma a estes problemas?O fim do crescimento. Entretanto,essa solução não podia ser conside-rada satisfatória, principalmentepelos países considerados comonão-desenvolvidos ou em fase decrescimento. Evidenciava-se, dessaforma, a necessidade de colocar adiscussão em outros termos, ou seja,não se tratava de simplesmentenegar a possibilidade de desen-volvimento, mas de questionar otipo de desenvolvimento existente econstruir um outro tipo de desen-volvimento econômico e social.

Em conseqüência da repercussãointernacional do Relatório do Clubede Roma, foi realizada, neste mesmoano, a Conferência da ONU sobreo Ambiente Humano, emEstocolmo, reunindo representantesde 113 países. Essa conferênciaalertou o mundo para a gravidade dadestruição ambiental o que, fatal-

solos, dos combustíveis renováveis e não-reno-váveis, além da produção de substâncias noci-vas à vida e à biodiversidade, colocando emrisco a existência do homem e do próprio pla-neta. E hoje, com o séc. XXI em curso, o quese vê cada vez mais é a produção de mais mer-cadorias que duram cada vez menos. Emerge,dessa forma, o problema da escassez e é aisto que o mundo moderno começou a chamarde problemática ou questão ambiental.

Para que se tenha uma noção mais precisa dagravidade da problemática ambiental, pode-sefazer a seguinte comparação: caso pudésse-mos comprimir a história da Terra de quatro emeio bilhões de anos em apenas um ano,poderíamos afirmar que o homem teria surgidono último dia do ano, faltando menos de quatrohoras para o seu fim. Por outro lado, foramnecessários quinhentos mil anos para formar afloresta tropical; quinhentos milhões de anospara formar os combustíveis fósseis; dois bi-lhões de anos para formar a camada de ozônio.E, no entanto, em apenas algumas décadas, aação do homem ameaça destruir o que anatureza levou bilhões de anos para construir.

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Conferência deEstocolmo - primeiravez na história dahumanidade em queo tema ambiental e anecessidade decompatibilizarcrescimentoeconômico com omanejo sustentávelde recursos naturaisforam incorporadosna agenda políticainternacional.

BIODIVERSIDADE -variedade de vida noplaneta Terra. Termoque se refere àvariedade degenótipos, espécies,populações,comunidades,ecossistemas eprocessos ecológicosexistentes em umadeterminada região.

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mente, conduziria a catástrofesinevitáveis como conseqüência daestratégia de crescimento a qualquerpreço, presente nas relações deapropriação mundial dos recursos ena utilização de sistemas tecnológi-cos altamente agressivos à naturezae à população.

Outro resultado deste evento mundi-al foi a criação do Programa dasNações Unidas para o MeioAmbiente (PNUMA), que foi instala-do no mesmo ano, com sede emNairobi (Quênia). Além disso, foirecomendada a criação doPrograma Internacional deEducação Ambiental (PIEA), desti-nado a promover nos países mem-bros a reflexão, a ação e a coope-ração internacional no enfrentamentoda ameaça de crise ambiental noplaneta.

Em 1974, foi realizado o Semináriosobre Educação Ambiental, em

Jammi, pela Comissão Nacional Finlandesa paraUNESCO (Organização para a Educação, aCiência e a Cultura das Nações Unidas), no qualforam estabelecidos os “Princípios da EducaçãoAmbiental”. Segundo esses princípios, aEducação Ambiental deve ser abordada a partirdos conhecimentos de várias disciplinas edepende da participação ativa de todos oscidadãos e instituições nacionais e internacionais.

A Carta de Belgrado, documento resultantedo Seminário Internacional de EducaçãoAmbiental, realizado em Belgrado(Iugoslávia), em 1975, partia do pressupos-to de que o desenvolvimento da EducaçãoAmbiental é um dos elementos vitais para asolução da crise do meio ambiente mundial.Preconizava a necessidade de uma novaética global, capaz de promover a erradi-cação da pobreza, da fome, do analfa-betismo, da poluição, da exploração e dadominação humana e censurava o desenvolvi-mento de uma nação às custas de outra,acentuando a premência de formas dedesenvolvimento que beneficiassem toda ahumanidade. (Sguarezzi, 1997)

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prudente dos recursos naturaispara satisfazer as necessidadesda humanidade.

A Educação Ambiental devefavorecer em todos os níveis,uma participação responsável eeficaz da população, na con-cepção e aplicação das decisõesque põem em jogo a qualidadedo meio natural, social e cultural.

Os aspectos biológicos e físi-cos constituem a base naturaldo meio ambiente; as dimen-sões socioculturais e econômi-cas definem as orientações eos instrumentos conceituais etécnicos com os quais ohomem poderá compreender eutilizar melhor os recursos danatureza, para satisfazer assuas necessidades.

São características da EducaçãoAmbiental: o enfoque educativo

Em 1977, ocorreu a I ConferênciaIntergovernamental sobre EducaçãoAmbiental, promovida pela UNESCO, emTbilisi, Geórgia. Esta Conferência é considera-da o grande marco das discussões sobreEducação Ambiental no mundo, tendo con-tribuído para preservar a natureza da mesma,definindo seus princípios, objetivos e carac-terísticas, formulando recomendações eestratégias pertinentes ao plano regional,nacional e internacional.

O documento final desse evento indicava ospressupostos para o desenvolvimento da EA nomundo, dos quais se destacam os seguintespontos:

Um dos principais objetivos da EA consisteem permitir que o ser humano compreendaa natureza complexa do meio ambiente,resultante das interações dos seus aspec-tos biológicos, físicos, sociais e culturais;ela deve facilitar os meios de interpretaçãoda interdependência desses diversos ele-mentos, no espaço e no tempo, a fim depromover uma utilização mais reflexiva e

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interdisciplinar e orientado para aresolução de problemas; a inte-gração com a comunidade; serpermanente e orientada para ofuturo.

As finalidades da EducaçãoAmbiental devem adaptar-se àrealidade sociocultural, econômi-ca e ecológica de cadasociedade e de cada região, eparticularmente aos objetivos doseu desenvolvimento.

A Educação Ambiental deveafastar-se da pedagogia exclusi-vamente informativa.

A característica mais importanteda Educação Ambiental é queela aponta para a resolução deproblemas concretos. Que osindivíduos, de qualquer grupo ounível, percebam claramente osproblemas que afetam o bem-estar individual ou coletivo, eluci-

dem suas causas e determinem os meiospara resolvê-los.

A Educação Ambiental adota essencial-mente uma pedagogia da ação e pela ação.A Educação Ambiental não-formal deveráinspirar a todos os membros de uma comu-nidade, atitudes próprias à participação e àcolaboração coletivas, e suscitar responsa-bilidades em matérias de administração,proteção e ordenamento do meio ambiente.

Nesse contexto, o ambiente passa a ser conce-bido como:

“O lugar determinado ou percebido onde oselementos naturais e sociais estão em relaçõesdinâmicas e em interação. Essas relações impli-cam processos de criação natural e tecnológi-ca, e processos históricos e sociais de transfor-mação do meio natural e construído”. (Reigota, 1991, p. 37)

Como se pode perceber, o meio ambiente é oespaço construído historicamente e tecido nasrelações sociais cotidianas, permeadas por ativi-

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de experiências concretizadas desdea Conferência de Tbilisi, e explicitavaos elementos de uma estratégiainternacional de ação para a décadade 90. Além disso, reafirmava aimportância das orientações deTbilisi e enfatizava o papel das uni-versidades na formação de recursoshumanos como fundamental para oavanço das práticas da EducaçãoAmbiental.

Na América Latina, a EducaçãoAmbiental foi introduzida nas uni-versidades através da realização do1º Seminário sobre Universidadee Meio Ambiente na AméricaLatina e no Caribe, realizado emBogotá – Colômbia, em 1985.Entre outras recomendações, esseSeminário preconizava a elaboraçãode um plano de ação regional deinclusão da temática ambiental noensino superior latino-americano ea necessidade de uma discussãoepistemológica para a definição de

dades econômicas, políticas e culturais. Issosignifica que ele inclui o mundo natural, mas nãocomo realidade autônoma, independente, semsujeito social. O homem produz sua existêncianum espaço e tempo através do trabalho, dolúdico, das relações sociais produzidas, da con-vivência, do consumo, da transformação edestruição da natureza. A dimensão cultural re-fere-se à vinculação dos processos naturais nadinâmica reprodutiva do capital, resgatandosaberes, significados e práticas que certos gru-pos apresentam no manejo do ambiente.

Dez anos depois de Tbilisi, foi realizado emMoscou, o Congresso Internacional sobreEducação e Formação Relativa ao MeioAmbiente, promovido pela UNESCO e peloPNUMA, com o objetivo de analisar os progres-sos obtidos desde Tbilisi, estabelecendo orien-tações para a década de 90. Desse evento,resultou o documento Estratégia Internacionalde Ação em Matéria de Educação eFormação Ambiental para o Decênio de 90.O referido documento apresentava as necessi-dades e prioridades no desenvolvimento daeducação e formação ambientais, resultantes

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paradigmas científicos quesuperassem a leitura fragmentadada realidade.

No Brasil, a Educação Ambientalcomeçou a ser discutida nosSeminários Nacionais sobreUniversidade e Meio Ambiente,ocorridos no período de 1986 a1990, os quais constituíram momen-tos de reflexões sobre o papel dauniversidade com relação à questãoambiental.

Com preocupações desse tipo, édivulgado, em abril de 1987, o docu-mento Nosso Futuro Comum, umrelatório da Comissão Mundial sobreMeio Ambiente e Desenvolvimentoou Comissão Brundtland, criada pelaONU, com o objetivo de examinar osprincipais problemas ambientais e dodesenvolvimento, no âmbito planetário,e formular propostas de modo a viabi-lizar a implementação de um modelode desenvolvimento sustentável, que

atenda as necessidades atuais sem comprometeras gerações futuras.

O conceito de desenvolvimento sustentávelemerge no contexto da noção de que são ilimi-tadas e infinitas as possibilidades de desen-volvimento, como também de questionamentoda concepção de desenvolvimento vigente nomundo no final do século passado. Nessa pers-pectiva, o conceito de problemática socioambi-ental passa a referir-se aos conflitos denatureza ecológica, econômica, social e políticaresultantes das formas pelas quais a sociedadese apropria do meio ambiente.

Assim, já não se nega mais a possibilidade dedesenvolvimento, mas passa-se a defender aconstrução de um tipo de desenvolvimento quenão destrua a natureza e que distribua deforma mais igualitária e democrática os frutosdo desenvolvimento, incorporando noçõescomo equidade social e uso não-predatóriodos recursos naturais. É neste contexto quesurge e se consolida a noção de desenvolvi-mento sustentável.

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A ComissãoBrundtland, atravésdo relatório NossoFuturo Comum(1987), formuloupropostas de modo aviabilizar aimplementação de ummodelo dedesenvolvimentosustentável, queatendesse àsnecessidades atuaissem comprometer asgerações futuras.

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tentabilidade é vista sob a ótica dospaíses em desenvolvimento. Essedocumento é concebido no contextoda “crise” de modelos e do “esgota-mento de um estilo de desenvolvi-mento que se mostrou ecologica-mente predatório, socialmente per-verso e politicamente injusto”.(Salvador, 1998)

As sugestões relativas à mudançasubstancial nas formas de organiza-ção social e na interação com anatureza (que poderiam revertertanto a escassez como o não-acessoaos recursos), embora tenham comopressuposto a participação e con-trole social do desenvolvimento são,nesse documento, genericamenteatribuídas às “instituições sociais epolíticas” e ao Estado que deve“repartir responsabilidades com osetor privado, organizações não-go-vernamentais e com a sociedade emgeral.” (CIMA, 1991:24)

O conceito de sustentabilidade formulado emNosso Futuro Comum coloca questões novasem relação à problemática socioambiental. Emprimeiro lugar, ele se reporta não apenas aoslimites impostos pelo caráter finito danatureza, mas à noção de necessidade básica,particularmente, às “necessidades essenciaisdos pobres do mundo”. Assim formulado, oconceito de sustentabilidade passa a ter umadimensão social peculiar.

Pensa-se não apenas no futuro da humanidade,mas no presente e suas mazelas.(Salvador,1998) Resumindo, o “desenvolvimen-to supõe uma transformação progressiva daeconomia e da sociedade” de forma a alcançara “harmonia entre os seres humanos e entre ahumanidade e a natureza. O importante é queesses objetivos sejam buscados com sinceri-dade e que os eventuais desvios sejam corrigi-dos com eficiência”. (CIMA, 1991:70/71)

Buscando refletir sobre as especificidades dosproblemas ambientais em países como o Brasil,em 1991, é publicado o Desafio doDesenvolvimento Sustentável, no qual a sus-

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O DESENVOLVIMENTOSUSTENTÁVELconsiste em criar ummodelo econômicocapaz de gerar riquezae bem-estar enquantopromove a coesãosocial e impede adestruição da natureza, colocando na berlinda omodelo de produção econsumo ocidentais,que ameaçam oequilíbrio do planeta.Além de se preocuparcom os problemas alongo prazo, enquantoo atual modelo dedesenvolvimentofundado em uma lógicapuramente econômicase centra no "aqui eagora".

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O conceito de sustentabilidadeentão formulado passa a ter oseguinte conteúdo básico:

a preocupação com as ge-rações futuras; a satisfação das necessidadesbásicas (justiça social); a possibilidade da tecnologiacontribuir para a solução dosproblemas socioambientais(através de novos recursos,usos e procedimentos); a mudança no padrão de con-sumo;a democratização.

A sustentabilidade, não resta dúvida,é um conceito amplo (podendo con-ter diversas compreensões acercade necessidade básica, justiça sociale democracia), porém valioso porexplicitar o fato de que uma propostade sociedade sustentável tem, sobre-tudo, uma dimensão política e ética.

O desenvolvimento deve atender a

cinco dimensões da sustentabilidade: aeconômica, a social, a cultural, a política e aambiental.

É importante ter claro, contudo, que a sus-tentabilidade se refere à vida humana e ascondições das quais ela depende e, conse-qüentemente, está estreitamente vinculadaa como os seres humanos atuam, rela-cionam-se entre si e com o sistema natural.(Bifani, 1998)

O elemento cultural implica o reconheci-mento das diferentes culturas, com dife-rentes valores, uma história e uma formade conduta própria de cada local, queconferem a identidade de cada povo,região ou país.

Da mesma forma, as sociedades encontram-se, espacial e geograficamente, situadas emdiferentes ecossistemas, os quais influencia-ram na evolução cultural, institucional eeconômica dos vários povos; assim, há umainfluência mútua entre a diversidade cultural ea ambiental.

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Buscando concretizar a proposta dedesenvolvimento sustentável e avaliaros avanços e dificuldades em relação àquestão ambiental no mundo, realizou-se na cidade do Rio de Janeiro, de 03a 14 de junho de 1992, a Conferênciadas Nações Unidas sobre MeioAmbiente e Desenvolvimento (CNU-MAD), conhecida também como Rio92 ou ECO 92.

A ECO 92 reuniu o maior númerode chefes de Estado, até então,sendo por isto denominada de"Conferência de Cúpula da Terra",contando com a presença de 172países, com os seguintes objetivos:

examinar a situação ambiental domundo e as mudanças ocorridasdepois da Conferência deEstocolmo;identificar estratégias regionais eglobais para ações apropriadasreferentes às principais questõesambientais;

A dimensão política refere-se aos sistemasde valores e conceitos (ideologia) derivadosdo mundo cultural e da forma como osdiferentes povos se organizaram social eeconomicamente, adaptando-se e transfor-mando o seu entorno.

A componente econômica se traduz noestilo de desenvolvimento adotado porcada povo na dependência de seu entorno,sua cultura, suas capacidades científicas etecnológicas, suas escalas de valores e suaparticular situação econômica, em cadamomento histórico.

Isso significa que não é possível definir um únicomodelo de desenvolvimento sustentável; a diversi-dade inerente às cinco dimensões supõem dife-rentes formas de entender e buscar a sustentabili-dade. A construção de uma sociedade sustentávelrequer mudanças na forma de apropriação do sis-tema natural e sua distribuição, na avaliação de va-lores políticos, culturais e econômicos e nainstitucionalidade que determina o uso do sistemanatural.

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A ECO 92 reuniu maisde 30 mil pessoas,num acontecimentoque foi um marco nahistória dahumanidade, pela suacontribuição para amudança do estilo dedesenvolvimento dasgerações futuras.

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recomendar medidas a seremtomadas a níveis nacional e inter-nacional referentes à proteçãoambiental através de política dedesenvolvimento sustentado;promover o aperfeiçoamento dalegislação ambiental interna-cional;examinar estratégias de pro-moção de desenvolvimento sus-tentado e de eliminação dapobreza nos países em desen-volvimento, entre outros.

Paralelamente à Conferência dasNações, ocorreu também o FórumGlobal, envolvendo setores indepen-dentes como as organizações não-governamentais ambientais, e aque-las ligadas a outros setores dodesenvolvimento, às indústrias, aospovos tradicionais, às mulheres.

Documentos resultantes doFórum Global:

Declaração do Rio de Janeiro sobre MeioAmbiente e Desenvolvimento ou Cartada Terra, com o objetivo do estabelecimen-to de uma nova e justa parceria global, comnovos níveis de cooperação entre osEstados e os setores da sociedade;

Declaração sobre Florestas, a qualgarante aos países em desenvolvimento aautonomia para a exploração sustentável deseus recursos florestais, bem como a elimi-nação de entraves comerciais para os pro-dutos florestais explorados nessas bases;

Convenção sobre Diversidade Biológica,visando à conservação da diversidadebiológica, o uso sustentável de seus com-ponentes e a justa e eqüitativa divisão dosbenefícios alcançados pela utilização derecursos genéticos;

Convenção Quadro de MudançasClimáticas, com o objetivo de estabilizaçãoda concentração dos "gases estufa" em umnível que previna as interferências antro-pogênicas nos sistemas climáticos;

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Nesse mesmo ano, o CongressoMundial de Educação eComunicação sobre MeioAmbiente e Desenvolvimento, emToronto (Canadá), constituiu oprimeiro evento internacional sobreEducação Ambiental depois da Rio92 e estimulou a formação de redes(ecolinks) de suporte tecnológico eentre as pessoas que trabalham coma Educação Ambiental, de modo apossibilitar a melhoria da qualidadeda educação e da comunicação rela-tivas ao meio ambiente e desenvolvi-mento sustentável.

No Brasil, apesar de todos os lobbiespara inviabilizar sua aprovação, a Leide Crimes Ambientais é assinada em1998, representando um grandepasso na Política Ambiental do País.

Cinco anos após o Rio 92, ocorreu aConferência Internacional sobreMeio Ambiente e Sociedade –Educação e Consciência Pública

Agenda 21, um plano de ação para ahumanidade que nomeia o desenvolvimentosustentável como uma estratégia de sobre-vivência e a Educação Ambiental como uminstrumento crítico para sua promoção.

A Agenda 21 é considerada o documento maisimportante desse encontro. Aborda os proble-mas prementes de hoje e tem o objetivo depreparar o mundo para os desafios deste século.Reflete um consenso mundial e um compromissopolítico no nível mais alto, no que diz respeito adesenvolvimento e cooperação ambiental.

Buscou-se na ECO 92 ressaltar que o con-ceito de sustentabilidade só ganha concre-tude quando referido a lugar e tempo especí-ficos aos sujeitos sociais, aos atores eagentes, cuja razão social seria a implemen-tação de um padrão de sociedade onde omercado e a produção de mercadoria nãosejam os elementos norteadores na relaçõesentre homens e destes com a natureza. Aconstrução de uma sociedade sustentável é,portanto, um desafio, uma luta na busca porum mundo melhor.

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Agenda 21 - Plano deação, aprovado na Rio92, no qual estãodefinidos oscompromissos que179 países assinarame assumiram deconstruir um novomodelo dedesenvolvimento queresulte em melhorqualidade de vidapara a humanidade eque seja econômica,social eambientalmentesustentável.

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para a Sustentabilidade, emThessaloniki, onde houve o reco-nhecimento de que, entre a Rio 92 eesta conferência, o desenvolvimentoda Educação Ambiental não atendeuàs expectativas. O Brasil apresentouo documento Declaração de Brasíliapara a Educação Ambiental, consoli-dado após a I Conferência Nacionalde Educação Ambiental.

Após três anos de elaboração par-ticipativa, envolvendo vários espe-cialistas brasileiros de diferentessetores da sociedade, é lançado em2000, o documento Base para aDiscussão da Agenda 21 Brasileira,organizado em temas que sub-sidiarão os debates setoriais, asaber: Redução das DesigualdadesSociais, Gestão dos RecursosNaturais, Ciência e Tecnologia parao Desenvolvimento Sustentável,Infra-Estrutura e IntegraçãoRegional, Agricultura Sustentável eCidades Sustentáveis.

A Rio+10 foi um encontro promovido pela ONUem Johannesburgo, África do Sul, em 2002,denominado Cúpula Mundial doDesenvolvimento Sustentável. Representantesde 193 países estiveram presentes, além de 8 milONGs e aproximadamente 40 mil pessoas paraavaliar as mudanças globais ocorridas a partir daRio 92, resultando na elaboração da Agenda Rio+10, enfocando ações para viabilizar a mudançaambiental nos próximos anos.

As cinco prioridades estabelecidas naAgenda Rio +10:ÁGUA/SANEAMENTO, BIODIVERSIDADE,ENERGIA, SAÚDE E AGRICULTURA.

Principais metas delineadas:reduzir à metade, até 2015, o número depessoas sem acesso a serviços básicos; reduzir significativamente as perdas embiodiversidade até 2010; aumentar o uso de energias de fontesrenováveis, entre outras.

A Rio+10 reconheceu a crescente desigual-dade social como uma tendência perturbadora

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A Rio +10 foi osegundo encontro daONU para discutir ouso dos recursosnaturais sem ferir oambiente, bem comoavaliar o progressofeito na décadatranscorrida desde aECO 92, no Rio deJaneiro.

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o futuro do nosso planeta. Em sín-tese, é um processo de aprendiza-gem permanente, visando “... a con-solidação de uma nova racionalidadeambiental e civilizatória”. (Medina, 1996, p. 18)

No Brasil, a educação para e com omeio ambiente começou a ser discu-tida na esfera governamental a partirda década de 70, quando aSecretaria Especial do MeioAmbiente (SEMA) constituiu umgrupo de trabalho para a elaboraçãode um documento sobre EducaçãoAmbiental, com o objetivo de definirseu papel no contexto da realidadesocioeconômico-educacionalbrasileira. Nesse mesmo período, adisciplina Ciências Ambientais pas-sou a ser obrigatória nos cursos deEngenharia, nas universidades doPaís. (Dias, 2001)

A partir da década de 80, ocorreramgrandes debates em torno das

e estabeleceu cerca de 280 parcerias entregovernos, ONGs, comunidade empresarial eoutros segmentos da sociedade, em prol dasustentabilidade humana. (Dias, 2004, p.34)

2.2 - MEIO AMBIENTE NO ENSINO FORMAL

Conforme analisado no capítulo anterior, aEducação Ambiental, a partir da Conferênciade Tbilisi, pode ser concebida como:

“... uma dimensão dada ao conteúdo e à práticada educação, orientada para a resolução dosproblemas concretos do meio ambiente atravésde enfoques interdisciplinares, e de uma partici-pação ativa e responsável de cada indivíduo eda coletividade”. (Dias, 1992, p. 31)

Entendida dessa forma, a Educação Ambientalconstitui-se o principal instrumento para a cons-cientização do ser humano, para maioraquisição de conhecimentos e o desenvolvi-mento de atitudes e habilidades que lhe permi-ta atuar como cidadão e participar ativa eresponsavelmente na tomada de decisão sobre

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A EducaçãoAmbiental constituium processopermanente ondeindivíduos tomamconsciência de seumeio e adquirem osconhecimentos, osvalores, ascompetências, aexperiência e tambéma capacidade de fazê-los atuar, individual ecoletivamente, pararesolver os problemasatuais e futuros domeio ambiente.

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estratégias para ampliar e consolidaros espaços institucionais em favorda Educação Ambiental, surgindo aía idéia de sua inserção como disci-plina no currículo escolar do EnsinoFundamental (na época chamado deensino de 1º grau).

Com o início do processo de rede-mocratização, nessa década, ocor-reram mudanças sociopolíticas nopaís. Tal processo teve seu momentomaior com a promulgação da novaConstituição Federal, em 1988. Odebate em torno das questões ambi-entais avançou no cenário nacional,e a nova Carta Magna trouxe consi-go indícios desse fortalecimento,mencionando explicitamente aimportância do meio ambiente para anação, dedicando o Capítulo VI aoMeio Ambiente e no art. 225, incisoVI, determinando ao “... PoderPúblico, promover a EducaçãoAmbiental em todos os níveis deensino...”.

Em 1991, foi assinada a Portaria 678/91 doMEC, determinando que a educação escolardeveria contemplar a Educação Ambiental, per-meando todo o currículo nos diferentes níveis emodalidades de ensino, enfatizando a necessi-dade de investir na capacitação de profes-sores. Ainda nesse ano, foi criado um Grupo deTrabalho da EA com o objetivo de definir comas Secretarias Estaduais da Educação, asmetas e estratégias para a implantação da EAno País e elaborar proposta de atuação doMEC na área da educação formal e não-formala ser apresentada na Conferência da ONUsobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento.Ocorreu também nesse ano, o EncontroNacional de Políticas e Metodologias para aEducação Ambiental, promovido pelo MEC eSEMA, com apoio da UNESCO/Embaixada doCanadá em Brasília, com a finalidade de discu-tir diretrizes para definição da Política da EA.

Em 1992, durante a Conferência da ONUsobre Meio Ambiente e Desenvolvimento –ECO 92, o MEC promoveu um workshop como objetivo de socializar os resultados dasexperiências nacionais e internacionais da EA,

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A ConstituiçãoFederal Brasileira(1988), estabeleceque "Todos têmdireito ao meioambienteecologicamenteequilibrado, bem deuso comum do povo eessencial à sadiaqualidade de vida,impondo-se ao PoderPúblico e àcoletividade o deverde defendê-lo epreservá-lo para aspresentes e futurasgerações." (art. 225,Capítulo VI - DOMEIO AMBIENTE)

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das Secretarias Estaduais daEducação, Delegacias Regionais daEducação do MEC e algumasUniversidades Federais, para atuaremno processo de inserção da EducaçãoAmbiental no currículo escolar.

Um avanço significativo no âmbito daeducação formal foi a criação dosPCN — Parâmetros CurricularesNacionais, definidos pelo MEC coma colaboração de especialistas, insti-tuições e entidades de estudos epesquisas educacionais, em 1998.Esse conjunto de documentos apon-ta a necessidade da construção decurrículos mais adequados às pecu-liaridades culturais de cada regiãodo País e a inclusão de temas queenvolvam questões sociais para areflexão dos alunos.

Os PCN não constituem um currícu-lo, mas um referencial orientador paraapoiar a escola na elaboração do seuprograma curricular. Além disso, esta-

discutir metodologias e currículos. Do encon-tro resultou a Carta Brasileira para aEducação Ambiental.

Em 1993, o MEC instituiu um Grupo deTrabalho para EA, com o objetivo de coordenar,apoiar, acompanhar, avaliar e orientar as ações,metas e estratégias para a implementação daEA nos sistemas de ensino em todos os níveise modalidades – concretizando as recomen-dações aprovadas na ECO 92.

Em 1994, foi aprovada a Proposta doPrograma Nacional da Educação Ambiental– PRONEA, elaborada pelos Ministérios daEducação, Meio Ambiente, Cultura e Ciências eTecnologia, com o objetivo de capacitar osprofissionais dos sistemas de educação formale não-formal, supletivo e profissionalizante, emseus diversos níveis e modalidades.

Em 1996, a Coordenação de EducaçãoAmbiental do MEC, promoveu três cursos deCapacitação de Multiplicadores em EducaçãoAmbiental, a partir do AcordoBRASIL/UNESCO, a fim de preparar técnicos

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Carta Brasileira para aEducação Ambiental:documento produzidono Workshopcoordenado peloMEC, durante a Rio92, destacou, entreoutros, que devehaver umcompromisso real dopoder público federal,estadual e municipal,para se cumprir alegislação brasileira,visando à introduçãoda EducaçãoAmbiental em todosos níveis de ensino.

O Programa Nacionalde EducaçãoAmbiental tem, entreoutros, o objetivo dedifundir a educaçãoambiental em todosos espaçospedagógicos e no dia-a-dia das instituiçõese organizações,integrando projetos eatividades bem-sucedidas.

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belecem os temas transversais, osquais são temas de abrangêncianacional que permeiam todas asáreas do conhecimento, assegurandoà escola cumprir seu papel de forta-lecimento da cidadania. Isto significaque os temas transversais estão pre-sentes em todos os momentos dofazer pedagógico, desde a definiçãode objetivos e conteúdos até a avali-ação. São cinco os temas transver-sais, a saber: Meio Ambiente,Saúde, Ética, Pluralidade Cultural eOrientação Sexual.

O meio ambiente enquantotema transversal é abordadonos PCN, com as seguintesindicações:

Deve ser trabalhado nãosomente em Ciências e/ouGeografia, mas em todas asdisciplinas, promovendo umavisão ampla que envolva, alémdos elementos naturais, os ele-mentos construídos e todos os

aspectos sociais envolvidos na questãoambiental;Os professores devem selecionar conteú-dos de Meio Ambiente, adequados àsfaixas etárias e que proporcionem aosalunos construírem uma consciência glo-bal das questões ambientais, de forma ase comprometerem com a vida, com obem-estar de cada um e da sociedade, anível local e global;Os conteúdos devem considerar o con-texto social, econômico e cultural no qualse insere a escola, bem como os elemen-tos da cultura local, sua história e seuscostumes;O processo educativo deve centrar-se,além do domínio cognitivo, nas dimen-sões afetiva, ética e estética do aluno;A abordagem interdisciplinar constituia metodologia indicada para possibili-tar a compreensão da intrincadadinâmica de interações que ocorremnos ecossistemas;A ampla participação, de formademocrática, nos processos de tomadasde decisões coletivas, deve ser buscada

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Políticas Públicas da EducaçãoAmbiental, com a participação de diri-gentes e técnicos das áreas de meioambiente e de educação das trêsesferas de governo, ampliando a inte-gração entre o setor educacional eambiental em torno da gestão públicada EA no Brasil.

Esse encontro teve por objetivo, aelaboração de propostas para articular,fortalecer e enraizar a EducaçãoAmbiental, sendo considerado ummarco histórico da EducaçãoAmbiental no País. Nele foi aprovado odocumento Compromisso de Goiânia,que estabelece uma plataforma deação conjunta entre as áreas ambientale educacional das três esferas de go-verno, para a consolidação daEducação Ambiental no País.

Na Bahia, como resultado desseencontro, foi assinado o Decreto nº9.083, de 28 de Abril de 2004, queinstituiu a Comissão

como um fundamento essencial doprocesso educativo.

Além disso, em 1999, o MEC criou o ProgramaPCN em Ação atendendo às solicitações dosEstados, no sentido de fornecer embasamentoteórico-prático que desse suporte à prática narede formal de ensino. A Coordenação deEducação Ambiental do MEC promoveu emBrasília (2000), o Seminário Nacional deEducação Ambiental, reunindo as Secretariasda Educação e instituições que trabalhavamcom Educação Ambiental nas escolas. Esteseminário teve como objetivo discutir as dire-trizes políticas da EA, no MEC, e apresentar osParâmetros em Ação de Meio Ambiente, umguia instrucional com atividades que contem-plam a EA como um componente do currículo,de forma transversal.

Ainda no ano de 1999, foi promulgada a Lei nº9.795, que instituiu a Política Nacional deEducação Ambiental.

Em abril de 2004, foi realizado o primeiroEncontro Governamental Nacional sobre

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A Lei nº 9.795 instituia Política Nacional deEducação Ambientalque legaliza aobrigatoriedade detrabalhar o temaambiental de formatransversal, conformefoi proposto pelosParâmetros eDiretrizes CurricularesNacionais. Essa leiinstitucionaliza aEducação Ambiental,legaliza seusprincípios, atransforma em objetode políticas públicas,além de fornecer àsociedade uminstrumento decobrança para a suapromoção.

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Interinstitucional da EducaçãoAmbiental – CIEA/BA, com a finali-dade de elaborar o ProgramaEstadual da Educação Ambiental econtribuir para a definição de dire-trizes e prioridades a serem incorpo-radas no Programa Nacional daEducação Ambiental.

Segundo essas premissas erecomendações, a EA na rede formalde ensino deve estruturar um modelopedagógico baseado: “ ...na investigação educando-edu-cador, no método científico a serconstruído a partir das motivaçõesdos educandos, dos seus contextossocioambiental e cultural e daapreensão do conhecimento, levandoem conta portanto as necessidades,atitudes, e suas aspirações historica-mente definidas; as suas estruturasessenciais cognitivas e afetivas; e osconteúdos fundamentais das dife-rentes disciplinas e suas inter-relações. (Medina, 1994, p. 41)

No Ensino Fundamental, a EducaçãoAmbiental deverá voltar-se à sensibilizaçãodos alunos em relação aos problemas ambi-entais, trabalhando a percepção do ambi-ente em suas dimensões, num processo depreparação do pensamento crítico.

No Ensino Médio, buscará a compreensão,a percepção e a análise do ambiente nassuas dimensões ecológicas, sociais, políti-cas, econômicas, culturais, de forma aexercitar o pensamento crítico.

A Universidade deverá propiciar a inte-gração da temática ambiental nas diversasáreas do conhecimento, de forma a garantira capacitação técnica necessária noprocesso de gestão regional.

As atividades da Educação Ambiental, desen-volvidas nas escolas podem ser classificadassegundo duas grandes vertentes de abor-dagem: a ecológico-preservacionista e asocioambiental. (Medina 1994)

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Esta vertente critica a educação for-mal tradicional e ressalta aimportância do uso de recursosexternos à escola como pano defundo para a inclusão dos conteú-dos de ecologia, os quais cons-tituem o objeto fundamental doensino em Educação Ambiental, nosentido de levar o indivíduo à com-preensão, valorização e, em conse-qüência, à preservação da natureza.A Educação Ambiental, nessa pers-pectiva, confunde-se com o ensinode Biologia, numa abordagemreducionista, analisando asociedade, através de métodosextraídos dessa disciplina.

A concepção de mundoexpressa nessa vertente supõeuma separação entre o mundoconstruído e o mundo natural,não atentando para a complexi-dade das inter-relações dialéti-cas entre ambos, excluindo ohomem e suas realizações socio-

Na vertente ecológico-preservacionista, aEducação Ambiental é voltada somentepara preservação e conservação danatureza, sem uma análise das causaseconômicas e sociais dos problemas ambi-entais. A Educação Ambiental, nessa pers-pectiva, tem como objetivo a formação e odesenvolvimento individual de atitudes éti-cas e a aquisição de valores em relação ànatureza que conduzirão a mudanças decomportamento.

Nesse sentido, a ênfase é na aquisição de va-lores, de caráter essencialmente moral, numprocesso de sacralização da natureza, percebidabasicamente pelos seus aspectos biológicos eestéticos de contemplação e pelo respeito àdiversidade das formas de vida natural. O centrode desarmonia homem/natureza reside namaneira do homem relacionar-se, individualmente,com o ambiente. Por conseguinte, a EducaçãoAmbiental deve centrar-se nas mudanças decomportamento individual do homem, transfor-mando a relação homem/natureza e solucionan-do, assim, os problemas ambientais.

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históricas da natureza. Dessaforma, a natureza é identificadacom o que está fora das realiza-ções humanas.

Ao desconsiderar o processo históri-co de apropriação da natureza,camufla os conflitos derivados dasmodalidades de uso dos recursosnaturais, determinadas pelo modelode desenvolvimento dominante,negando à grande maioria da popu-lação o acesso aos recursosnecessários para a sua subsistênciae desenvolvimento de suas poten-cialidades. Em conseqüência desseposicionamento, defende a parali-sação do desenvolvimento, o queimplica a manutenção do status quoe uma visão catastrófica do futuroda humanidade e dos problemasambientais.

Para a solução dos problemas dedegradação ambiental e a melhoriada qualidade de vida das popu-

lações do mundo, seria suficiente a produçãode mudanças éticas e individuais nos sereshumanos como base para uma aliança entreestes e destes com a natureza. Nessa pers-pectiva, a saída para a sociedade de con-sumo é voltar a viver em contato com anatureza, como as comunidades naturais eprimitivas, num modo de vida pré-capitalista,numa visão mistificada dessas comunidades enuma negação dos próprios processoshistóricos, como se esta atitude resolvesse oscomplexos problemas que a sociedadeenfrenta hoje.

A abordagem socioambiental defende umaeducação de caráter permanente, preocupa-da não só com o aqui e agora, mas tambémcom o futuro. Preocupa-se, também, emelaborar valores éticos, centrando-se nosconhecimentos historicamente produzidospela humanidade.

Tal como na vertente ecológico-preservacionista,propõe uma educação para a preservação e aconservação da natureza, acrescentando osaspectos socioeconômicos e históricos, fazendo

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Os problemas socioambientais nãosão catástrofes inevitáveis, masdesafios ao conhecimento científi-co e limites ao próprio homem, àmedida que ameaça a sua sobre-vivência como espécie. Assimsendo, essa vertente da EducaçãoAmbiental analisa os problemasprocurando uma compreensãoabrangente dos mesmos, suagênese e possíveis soluções (nãosó os efeitos provocados), confian-do na potencialidade real dassociedades humanas para construirsoluções criativas baseadas noesforço coletivo.

Em sua análise histórica, consideraque o modelo econômico dominanteproduz o esgotamento dos recursosnaturais e a exploração do serhumano pelo ser humano e diantedisso, preconiza a construção denovas formas sociais de aproveita-mento dos recursos naturais (desen-volvimento sustentável) e o esta-

uma análise das inter-relações entre sociedade enatureza a partir do conceito de estilo de desen-volvimento. Concebe a educação como umprocesso dialético de incorporação e recriaçãodo conhecimento historicamente acumulado,partindo das situações concretas, para a cons-trução de diversos níveis de abstração. Dessaforma, a ênfase está nos problemas ambientais,analisados histórica e socialmente, levando emconta as alternativas de solução. Oportuniza umaeducação científica que forneça instrumentos deanálises para a compreensão e resolução dosproblemas ambientais.

Compreende o ambiente como processohistórico de relações mútuas entre associedades humanas e os ecossistemasnaturais. Opõe-se aos processos de homo-geneização cultural, valorizando a plurali-dade cultural nas sociedades.

Sociedade e cultura, nessa vertente, sãocategorias inseparáveis, isto é, tanto a cul-tura como as modalidades de organizaçãosocial são produtos da evolução histórica dahumanidade, em relação aos processos deapropriação – transformação da natureza.

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belecimento de novas relações soci-ais entre os seres humanos.

Através de um enfoque crítico e inte-gral da educação, possibilitará aemergência de um novo estilo dedesenvolvimento, baseado naracionalidade ambiental, permitindoao ser humano posicionar-se cons-cientemente na realidade histórico-social, convertendo-se no serhumano pleno de amanhã.

Nesse sentido, o fazerpedagógico em EducaçãoAmbiental se caracteriza por:

tomar como referência básicaa comunidade, seu mundo,suas experiências e seussaberes, pois as leituras ereleituras que as pessoasfazem do ambiente, constituemo ponto de partida para oexame dos condicionantes dosproblemas ambientais em seusaspectos políticos, econômi-

cos, ecológicos, sociais, culturais e edu-cacionais;propiciar a apropriação de instrumentostécnicos e metodológicos que capacitemos sujeitos da ação educativa a atuaremcomo cidadãos e participarem ativa eresponsavelmente na tomada de decisãosobre o futuro do planeta;reconhecer a pluralidade e diversidadecultural, articulando aportes de diferentessaberes e fazeres no sentido de promovera compreensão individual e coletiva daproblemática ambiental em toda a suacomplexidade;estabelecer a dialogicidade como aessência da práxis educativa, entendendoo educador e o educando como sujeitosde um processo em que ambos crescemmediatizados pelo mundo;proceder a leitura da complexidade dosproblemas ambientais dentro de uma pers-pectiva interdisciplinar, a partir de ummarco referencial comum, onde vão se inte-grar as contribuições das diversas disci-plinas, de modo a superar a compartimen-talização do ato de conhecer, provocada

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enquanto possibilidades metodológi-cas que buscam dar conta darelação entre parte e todo no proces-so pedagógico.

A multidisciplinaridade implicaa contribuição de diferentes dis-ciplinas na análise de um objeto,que, no entanto, mantêm seuponto de vista, seus métodos,seus objetos, sua autonomia, ouseja, limita-se à justaposição dasciências ou à colaboração deespecialistas de diferentes disci-plinas e uma integração derecortes selecionados da reali-dade. É o que se observa quan-do a escola trabalha um temaúnico sem, contudo, haver umaintegração dos conhecimentosdas diferentes disciplinas.

Como exemplifica Nogueira (2001),ao trabalhar o tema – Copa doMundo – o professor de Matemáticarealiza com seus alunos a medição

pela especialização do trabalho científico;Favorecer a participação, em todas as eta-pas, dos sujeitos da ação educativa, opor-tunizando o envolvimento ativo no proces-so de tomada de decisões coletivas;Adotar uma metodologia da ação e pelaação, voltada para a análise e solução deproblemas ambientais concretos dacomunidade;Buscar o desenvolvimento de novos va-lores e de relações no campo da afetivi-dade e de uma nova ética reguladora dainteração ser humano/ambiente.

2.3 - A TRANSVERSALIDADE DA QUESTÃOAMBIENTAL NAS DIVERSAS ÁREAS DOCONHECIMENTO

Considerando que a prática pedagógica, naperspectiva da Educação Ambiental, deve pos-sibilitar o desenvolvimento de uma consciênciacrítica da realidade, onde os fenômenos com-plexos possam ser observados, entendidos edescritos no confronto de olhares plurais, torna-se importante discutir a multidisciplinaridade, ainterdisciplinaridade, e a transdisciplinaridade,

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das bandeiras dos países partici-pantes da Copa e estabelece arelação entre estas medidas; o pro-fessor de Geografia solicita umapesquisa sobre algumas capitais dospaíses participantes; o professor dePortuguês, uma redação sobre aCopa; o de Ciências, uma pesquisasobre qual é o país mais poluído.Como não há a integração entre osconhecimentos, as bandeiras traba-lhadas em Matemática não corres-pondem aos países tratados emGeografia, a redação falará sobre ocachê dos jogadores e a poluiçãoabordada em Ciências não serásobre nenhum dos países trabalha-dos nas outras disciplinas. Ou seja, aabordagem fragmentada do tema,dificultou aos alunos a percepçãodas relações existentes entre asdiferentes áreas do conhecimento.

A interdisciplinaridade é umprocesso de conhecimento quebusca a cooperação ativa entre

áreas do saber, permitindo o intercâmbio eo enriquecimento na compreensão e expli-cação do universo a ser pesquisado.Supõe, portanto, a decisão intencional dese estabelecerem nexos e vínculos exis-tentes entre as várias disciplinas de modo aprivilegiar todos os aspectos: históricos,políticos, econômicos, socioculturais, nacompreensão da dinâmica serhumano/ambiente, concretizada no diálo-go/confronto entre os diversos saberes,científicos ou populares, de forma que pos-sam emergir novas formas de interpretar arealidade.

A abordagem interdisciplinar das questõesambientais pode ser exemplificada com a rea-lização de um projeto abordando o tema – Aproblemática do lixo – com o objetivo de traba-lhar não apenas conteúdos conceituais, mastambém os procedimentais e atitudinais. O pro-fessor de Ciências discutirá com seus alunosos problemas causados pelo lixo, as possíveisformas de minimizá-los e realizará, entre outrasatividades, a reciclagem de papel. O professorde Matemática utilizará os conceitos da disci-

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INTERDISCIPLINARIDADEé o processo deintegração recíproca entreas disciplinas e camposde conhecimento capaz deromper as estruturas decada uma delas em buscade uma visão unitária ecomum do saber,construído em parceria.

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Na transdisciplinaridade, asrelações vão além da integraçãodas diferentes disciplinas, propondoum sistema sem fronteiras, tornan-do-se impossível distinguir ondecomeça e onde termina uma disci-plina. Os projetos transdisciplinaresdeverão articular escola esociedade, respondendo a deman-das da localidade, da região ou doEstado; contemplando temas, comopor exemplo, violência no trânsito,preservação ambiental, distribuiçãoda terra, saúde coletiva, desem-prego. Deverão atender, portanto, auma demanda dos alunos (e nãodas disciplinas), os quais se organi-zarão com os professores de dife-rentes áreas para coletar dados,entrevistar a comunidade, sistemati-zar informações, elaborar relatórios,produzir material para divulgação,divulgar resultados e realizar açõescom a comunidade. A partir desseprocesso, o aluno poderá confrontaro conhecimento do senso comum

plina para calcular o número de árvoresnecessárias para suprir o consumo individualde papel de cada aluno, de toda a turma, e dis-cutirá possíveis maneiras de reduzir o con-sumo/impacto negativo ao ambiente.(NOGUEIRA, 2001)

A transdisciplinaridade pode ser analisadasob dois aspectos: enquanto estratégia deprodução de conhecimento e enquantoestratégia de construção de significadospelo aluno, através dos processospedagógicos escolares. No primeiro caso,implica a construção de um novo objeto,com metodologia peculiar, a partir da inte-gração de diferentes disciplinas, que sedescaracterizam como tais, perdem seuspontos de vista particulares e sua autono-mia para constituir um novo campo do co-nhecimento. A segunda abordagem refere-se ao aprendizado do caminho metodológi-co que permite apreender as relações entreparte e totalidade, sujeito e objeto, lógico ehistórico, concreto e abstrato, individual ecoletivo, ou seja, pré-condição para a pro-dução de conhecimentos.

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A TRANSDISCIPLINARIDADEtransgride as fronteiras entreas disciplinas, objetivando acompreensão do mundopresente, mediante aunidade do conhecimento.Diz respeito àquilo que está,ao mesmo tempo, "entre" asdisciplinas, "através" dasdiferentes disciplinas e"além" de qualquerdisciplina.

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com o conhecimento científico,estabelecendo relações entre eles econstruindo respostas criativas paraproblemas práticos a partir dadescoberta das conexões entre osdiversos campos do conhecimento.

Considerando-se que uma determi-nada escola desejasse discutir apreservação do espaço escolar, otrabalho pedagógico poderia serestruturado a partir de um diagnósti-co da situação atual, com vistas acaracterizar a realidade escolar eidentificar possíveis soluções/estraté-gias de intervenção com relação aosproblemas detectados.

Atividades que podem serincluídas no diagnóstico:

Vistoria das instalações hidráulicas,sanitárias e elétricas; Análise do consumo de água,energia e papel nos últimosmeses;

Avaliação da merenda escolar, con-siderando a qualidade nutricional,condições de higiene durante o preparo econsumo dos alimentos, e desperdício damesma;Limpeza da escola; Descarte e destinação dos resíduos;Situação predial e do mobiliário; Condições de ventilação e iluminação; infra-estrutura (biblioteca, salas de vídeo,Laboratórios de Informática e Ciências);Áreas verdes e de lazer;Ocorrência de poluição sonora e visual.

Assim, a escola, de ambiente rigidamente regula-mentado, passa a ser “espaço educativo”, esti-mulante, prazeroso, onde valha a pena estar,para além do tempo obrigatório. Passa a serentão, um espaço de articulação com asociedade.

Além de discutir as possibilidadesmetodológicas para se trabalhar a EducaçãoAmbiental, esse capítulo também tem comoobjetivo explicitar as relações existentesentre o tema transversal meio ambiente e os

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Na escola, o ensino de História temcomo pressuposto que o aluno deveaprender a realidade na sua diversi-dade e nas suas múltiplas dimensõestemporais (PCN). Espera-se assim,que durante o Ensino Fundamentalos alunos possam ampliar a com-preensão de sua realidade atravésdo confronto e da relação com ou-tras realidades, visto que, a dis-cussão sobre a inserção de cada umneste mundo é um exercício funda-mental para a construção da cidada-nia. Espera-se ainda que, a partir dosobjetivos do ensino de História econtemplando a percepção datemática ambiental, que os alunospossam conhecer e respeitar omodo de vida de diferentes grupos,em diferentes tempos e espaços, va-lorizando o direito de cidadania dosindivíduos, mantendo o respeito àsdiferenças e às lutas contra asdesigualdades, e que possam tam-bém, questionar sua própria reali-dade, identificando problemas e pos-síveis soluções.

conteúdos das diferentes áreas do conheci-mento, proporcionando ao professor umapercepção integradora das questões ambien-tais no desenvolvimento de sua disciplina,conforme apresentado nos itens que seseguem.

1 - Área das Ciências Sociais

Acreditando que o objetivo geral da área dasCiências Sociais é propiciar que o aluno com-preenda melhor o mundo em que vive e consi-ga nele atuar, posicionando-se diante do queacontece ao seu redor, os profissionais da edu-cação devem partir das experiências sociaisdas crianças e jovens para que eles possamelaborar o pensar e o fazer histórico e geográfi-co, através da análise crítica da ação dohomem no mundo, identificando, nessa ação,os elementos para a compreensão de suadinâmica social.

1.1. HISTÓRIAHistória é a ciência que estuda a trajetória doshomens nas sociedades através das suasações, valores, costumes e instituições cons-truídas.

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No ensino de História, o tematransversal meio ambiente podeter uma ênfase especial se o edu-cador estiver sensível e aberto àsquestões ambientais, enxergando omeio ambiente no sentido maisamplo que o termo possui. Assim,reflexões históricas sobre a relaçãoser humano-natureza, devem levarem conta as dimensões culturais,econômicas, sociais, ecológicas, éti-cas, estéticas e políticas de cadasociedade, no tempo e no espaçopor elas vivenciado.

Essa compreensão histórica podemelhorar o entendimento do inter-relacionamento entre práticas cultu-rais e ambiente. O estudo de dife-rentes aspectos do desenvolvimentocultural como arte, política, religião,tecnologia e práticas econômicas,influenciadas que são pelas carac-terísticas dos ecossistemas locaisaos quais estão vinculados, podemproduzir narrativas biorregionais,

nas quais, o passado, incluindo o presente dacrise ambiental poderia ser reconhecido comoum produto histórico-cultural. (Grun, 1996)

Dessa forma, o ensino de História do Brasil, porexemplo, pode ser trabalhado sob a óptica daEducação Ambiental, a partir, por exemplo, daanálise dos ciclos – cana-de-açúcar, ouro e dia-mantes, café, etc., que oferecem oportunidadesincomensuráveis de explorar os aspectos éticosdas relações entre natureza e sociedade.(Pádua, 1988)

Entretanto, esta é uma abordagem quase sem-pre desconhecida, não só pelos professores deHistória, mas pelos profissionais da educação,aí incluídos: coordenadores pedagógicos,autores de livros didáticos, entre outros.

É necessário construir um novo olhar do serhumano sobre o ambiente, como fruto de umprocesso histórico, na tentativa de que sepossa edificar uma verdadeira consciênciaambiental.

Essa proposta torna-se desafiadora, na medi-

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o espaço geográfico o qual é umproduto de forças econômicas e defatores históricos, sociais e sobretu-do culturais de uma sociedade, aGeografia busca contribuir para queos alunos possam realizar uma leituraintegrada e por conseqüência não-fragmentada da realidade, a partir daidentificação e da reflexão sobre osdiferentes aspectos dessa realidade.

É fundamental que o aluno percebaa Geografia no seu cotidiano e issopode se dar através da análise darelação sociedade/meio ambiente noespaço por ele vivido, estabelecen-do-se, no entanto, a relação com ocontexto global. Sempre existe umareciprocidade na forma como o con-texto local e o global interagem, e arelevância de uma ou de outra escalavai depender do tema e do interesseque ele possa despertar.

No que diz respeito à inserção daEducação Ambiental no ensino

da em que questiona a formação dos edu-cadores, assim como grande parte do traba-lho desenvolvido na área da EA. Sobre apesquisa documental, associada aos váriosperíodos da história mundial e nacional,repousaria a responsabilidade de trazer à luzesse novo olhar do ser humano sobre asrelações entre sociedade e ambiente, assimcomo novas propostas educacionais para otratamento dos problemas ambientais. Sobreo educador repousaria a responsabilidade deconstruir novas narrativas históricas, locais,regionais, nacionais e globais, de modo apropiciar ao estudante o domínio de ferra-mentas para analisar a crise ambiental mo-derna como um fruto de uma história da qualnão há como fugir, mas cuja análise podeconter pistas, respostas ou, até mesmo,soluções para os problemas tão graves quenos afligem.

1.2. GEOGRAFIA

Os PCN definem a Geografia como uma áreado conhecimento comprometida em tornar omundo compreensível, explicável e passível detransformações. Tendo como objeto de estudo

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desta área do conhecimento,observa-se a existência denumerosos e variados temas ambien-tais de tal modo que, reafirmando osPCN, podemos dizer que “quasetodos os conteúdos previstos no roldo documento de Meio Ambientepodem ser abordados pelo olhar daGeografia”. As grandes questõesambientais – limites do crescimento,explosão demográfica, formas depoluição e degradação, desperdíciode recursos naturais, consumo,pobreza, fome, biodiversidade,preservação de ecossistemas,desenvolvimento sustentável, entreoutros, encontram terreno fértil paradiscussão e aprofundamento naGeografia. Assim, a integração entreo estudo da Geografia e do MeioAmbiente é clara, cabendo ao pro-fessor expressá-la de forma contínuae criativa, seja através de conteúdosconceituais, atitudinais e procedi-mentais, seja através de atividadesou projetos interdisciplinares.

2 - Área de Conhecimentos Lingüísticos

A linguagem é conhecimento social e tambémprodução individual. Está portanto presente emtodas as áreas do conhecimento humano,sendo por conseguinte, contemplada nas ativi-dades das diversas áreas, seja através da fala,dos desenhos, das representações, da escrita.

A aprendizagem da linguagem oral e escrita éum dos elementos fundamentais para que oindivíduo amplie suas possibilidades deinserção e de participação nas diversas práti-cas sociais. Em função disso, o trabalho com alinguagem se constitui um dos eixos básicos naeducação, devido à sua importância para a for-mação do sujeito, mediando a interação com asoutras pessoas, a orientação das suas ações, aconstrução de conceitos e o desenvolvimentodo pensamento.

Aprender uma língua não é apenas aprender aspalavras, mas também os seus significados cul-turais, e com eles, os modos pelos quais aspessoas do seu meio sóciocultural interpretame representam a realidade.

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reconhecimento da realidade ambi-ental e na conseqüente discussãosobre as possibilidades de sua trans-formação.

Um dos objetivos do ensino daLíngua Portuguesa no EnsinoFundamental, que merece destaque,é “analisar criticamente os diferentesdiscursos, inclusive o próprio, desen-volvendo a capacidade de avaliaçãode textos”. Ao analisar um texto, porexemplo, o aluno desenvolve o pen-samento crítico, pois ele pensa, duvi-da, pergunta, questiona, inquieta-se,busca saber mais, discorda, concor-da, muda de opinião, forma opiniãoprópria, define os próprios critérios,começa a gostar de um autor, de umgênero, de uma idéia, de um assun-to. Através da leitura, o aluno analisa,discute, opina, construindo dessaforma a sua identidade de forma críti-ca e criativa.

Ao desenvolver a capacidade de

A linguagem oral e escrita, possibilita comu-nicar idéias, pensamentos e intenções de diver-sas naturezas, influenciar o outro e estabelecerrelações interpessoais e o seu aprendizadoocorre dentro de um contexto. Assim sendo, aspalavras só têm sentido em enunciados e textosque significam e são significativos.

A construção do discurso oral, tanto quanto ado discurso escrito, está diretamente relaciona-da ao processo de letramento, o que representaum conjunto de práticas socialmente construí-das, gerado por processos sociais amplos,responsáveis por reforçar ou questionar valores,tradições e a forma de distribuição de poderpresentes nos conteúdos sociais, ou seja, capazde usar a leitura e a escrita como um meio detomar consciência da realidade e de transformá-la. E esse é um dos objetivos do ensino da lín-gua que se adeqüa plenamente aos propósitosda Educação Ambiental.

2.1. LÍNGUA PORTUGUESA

O processo de ensino-aprendizagem em LínguaPortuguesa, pode ser um poderoso aliado no

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analisar criticamente o discurso, osalunos estarão aptos a repensar osseus juízos de valor e refletir sobreas posições ideológicas que estãoembutidos nos textos, orais eescritos, sobre a sociedade em queestá inserido e, em conseqüência,sobre a problemática ambiental.

2.2. LÍNGUA ESTRANGEIRA

Assim como a Língua Portuguesa, oestudo de línguas estrangeiras podetornar-se uma importante ferramentana formação da consciência ambiental.

Ao aprender uma língua estrangeira,é possibilitado ao aluno entrar emcontato com outras culturas, valorese diferentes formas de interpretar einteragir com o mundo, contribuindopara desenvolver a percepção daprópria cultura por meio da com-preensão de outras culturas,ampliando dessa forma a sua auto-percepção como ser humano e

cidadão do mundo. Nesse sentido, a aprendiza-gem de uma ou mais línguas estrangeiras deveestimular o engajamento discursivo do aluno naconstrução do conhecimento sistêmico da reali-dade, desenvolvendo a consciência crítica doaprendiz no que se refere a como a língua éusada no mundo social, como reflexo de va-lores, princípios e ideologias.

Ao aprender uma língua estrangeira, o alunopassa a ter acesso à forma como certasquestões, a exemplo das ambientais, sãoapresentadas e tratadas em outras culturas,ampliando assim, o conhecimento de mundo,bem como o fortalecimento do processo deletramento na língua materna. Esse resultado sóserá possível se o ensino da língua estrangeiracompreender o ensino da linguagem comoprática social, ou seja, oportunidade para atroca de opiniões, aquisição de informações,expressão de sentimentos e valores, tanto oral-mente quanto por escrito, de modo a fazer sen-tido para o aluno.

Nesse processo, torna-se fundamental o trabalhocom leitura e interpretação de textos, principal-

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restringe aos fatos observáveis, masàs teorias sobre os fatos observados.O professor deve atuar de forma acriar situações de aprendizagem emque os alunos possam pensar sobreos fatos que observam; propor ativi-dades onde os alunos possam, jun-tos e observando determinado fenô-meno, levantar hipóteses, criar teo-rias explicativas e tirar conclusões ounão, sobre suas próprias obser-vações e as dos colegas.

Dessa forma, para que os alunospossam realmente avançar qualitati-vamente, pensar sobre suas hipóte-ses e “teorias” espontâneas, e perce-ber a necessidade de reformulá-las,precisam entrar em contato com“crenças”, explicações sobre o fun-cionamento do mundo formuladaspor outras crianças, pelo professor,por outros adultos ou por cientistasdiversos. A diversidade de versões einformações é importante para que oaluno possa fazer comparações com

mente aqueles que apresentem temas significa-tivos e atuais para o aluno, como artigos de jor-nais, revistas, periódicos, de forma a propiciar aosalunos a percepção de como determinadostemas são tratados em culturas diferentes. Umdos exemplos, é a exploração da FlorestaAmazônica, que é um tema muito polêmico e comdiferentes pontos de vista, principalmente entre osnorte-americanos, os europeus e os brasileiros.

3 - Área das Ciências Naturais

3.1. CIÊNCIAS

O ensino das Ciências Naturais tem o papel fun-damental de ajudar os alunos na construção eapropriação do conhecimento científico historica-mente acumulado, colocando-os em contatocom os princípios das Ciências e suas ativi-dades, com o objetivo de facilitar-lhes a interpre-tação do mundo em que vivem.

Aprender Ciências é antes de mais nada,desenvolver a capacidade de pensar con-ceitualmente. O conteúdo de Ciências não se

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as suas próprias hipóteses e conse-qüentemente repensar suas “teorias”.Ao construir uma nova teoria, umnovo conhecimento, o aluno utiliza-sede conhecimentos já acumulados eda sua capacidade de pensar, poistoda e qualquer teoria é construída apartir do pensamento. Além disso,para se construir novos conhecimen-tos, é necessário ir além do que osolhos vêem, é preciso desconfiar doobservável. Quanto mais ousamos,mais desenvolvemos o nosso pensa-mento. E é sempre bom lembrar queo nosso pensamento tem possibili-dades ilimitadas, é só desafiá-lo.

Os diversos aspectos que envolvemo processo de aprendizagem emgeral, e os conteúdos relativos àsciências em particular, objetivando odesenvolvimento do pensamentocrítico sobre as questões ambien-tais, deverão estar relacionados a ummodo de ver o mundo em que se evi-denciam as inter-relações e a interde-

pendência dos diversos elementos que entramna constituição da vida no nosso planeta.

As conexões entre Meio Ambiente e CiênciasNaturais são muitas. Os PCN apontam asCiências Naturais como promotoras daEducação Ambiental em todos os seus eixostemáticos e indica que essa área do conheci-mento reconhece o ser humano como parteintegrante da natureza, relacionando sua açãoàs alterações dos recursos e ciclos naturais,abordando os limites desses recursos e asalterações nos ecossistemas, e apontandopara a necessidade de planejamento a longoprazo. Indica também a relação existente entreos impactos ambientais e as questõeseconômicas, políticas e sociais. As CiênciasNaturais fornecem subsídios para a discussãosobre a sustentabilidade planetária, a partir deuma análise das possíveis soluções para asquestões da agricultura, do manejo florestal,da problemática do lixo, do saneamento bási-co e da poluição. Vale ressaltar que, emboraos PCN apontem para uma visão de meioambiente onde os aspectos sociais, culturaise políticos são considerados, na prática,

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A palavra Matemática significa umaforma de dar significado e de repre-sentar o mundo, ou ainda, uma formade conhecer o mundo, por despertarno indivíduo a curiosidade, desen-volver a capacidade de generalizar,projetar, prever e abstrair, favorecen-do a estruturação do pensamento e odesenvolvimento do raciocínio lógico.

A vida em sociedade exige do indiví-duo conhecimentos que são cons-truídos pela interação. Os conheci-mentos matemáticos tornam-se, por-tanto, poderosos instrumentos paraque o indivíduo possa atender àsnecessidades sociais de participar,compreender e transformar a suarealidade a partir dos conhecimen-tos, competências e habilidadesadquiridos.

Quanto mais instrumentalizado esti-ver, melhores condições terá paracompreender o mundo a sua volta,utilizando o pensamento lógico para

muitas vezes, se observa-se uma tendência areduzir a questão ambiental ao aspecto mera-mente ecológico, tanto por parte de algunsautores de livros didáticos, como por parte dealguns professores.

Assim, o aprendizado aqui proposto deve propi-ciar aos alunos o desenvolvimento de uma com-preensão do mundo e da questão ambiental apartir de um processo contínuo de colher eprocessar informações, avaliar situações, tomardecisões e ter uma postura crítica em relaçãoao seu meio sóciocultural-ambiental. Para queisso possa ocorrer, é necessário o desenvolvi-mento de atitudes e valores tanto quanto oaprendizado de conceitos e procedimentos.

Espera-se que ao estudar Ciências os alunospossam compreender melhor o mundo e suastransformações, agindo de forma responsávelem relação ao meio ambiente e aos seussemelhantes.

4 - Área das Ciências Exatas

4.1. MATEMÁTICA

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comprovar e formular hipóteses,realizar inferências e deduções, orga-nizar, interpretar, dar informações,estabelecer relações, elaborarestratégias para resolver problemas,adquirir flexibilidade do pensamentode forma crítica e criativa, levando,conseqüentemente, à autonomiamoral e cognitiva.

Os conteúdos da Matemática devemproporcionar a construção de con-ceitos para que o aluno possa domi-ná-los e aplicá-los com habilidade ecompetência no seu cotidiano,podendo dessa forma, atuar nomundo com autonomia. Tais conteú-dos devem ser trabalhados atravésde problemas relacionados à reali-dade do grupo, tendo em vista que,o conhecimento da Matemática sedá em função das necessidades desua utilização sociocultural, em umcontexto específico.

Assim sendo, a escola deverá articu-

lar os conteúdos com a realidade prática dosalunos, para que eles possam construir efetiva-mente o conhecimento mediante a sua utiliza-ção, uma vez que, tal processo de produção doconhecimento ocorre de forma gradual e con-tínua através da ação do indivíduo que vai esta-belecendo relações, construindo significados eatribuindo sentidos na medida em que interagecom o meio.

O estudo da Matemática na escola, dentro deuma perspectiva ambiental, deverá ser feitoatravés da problematização de situações docotidiano e da contextualização dasquestões ambientais, e para isso, podemoscitar como exemplo a quantificação de diversosaspectos dos problemas ambientais. Os con-ceitos matemáticos como área, volume, tama-nho, proporcionalidade, aliados aos procedi-mentos de coletar, organizar, interpretar dados,formular hipóteses, realizar cálculos, e outros,são também caminhos para se entender ediscutir meio ambiente através, por exemplo,dos grandes temas como desmatamento,poluição, uso dos recursos naturais, desperdí-cio, consumo, pobreza. Além disso, podem ser

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onde se podem desenvolverraciocínios, destrezas, habilidades ecompetências inúmeras. Através doseu exercício pleno, os jovensdesenvolvem múltiplas inteligências.A articulação entre as artes, as ciên-cias e a tecnologia, torna possívelcompreender e produzir significadoscom os quais se constrói a identi-dade e se representa o mundo.

Através da estética, elemento indis-pensável em todas as formas demanifestação artística, o alunopoderá perceber esteticamente oambiente onde vive e a partirdesta percepção, analisar critica-mente esse espaço e nele interferirde forma responsável, exercendosua cidadania ambiental.

5.1. MÚSICA

Dentre as diversas formas deexpressão humana, a música é umadas mais importantes e com maior

realizados jogos didáticos que tenham comotema contextualizador o meio ambiente, a exem-plo de: jogo da memória, dominó, dado, blocoslógicos, quebra-cabeça, jogo da semente, tri-lha, baralho, bingo, jogo da soma, entre outros.

Sendo assim, o estudo da Matemática na esco-la deverá ser planejado com o objetivo dedesafiar os alunos a estabelecerem relaçõesentre o conteúdo abordado e a sua realidade,dando significado à aprendizagem.

5 - Área da Educação Artística

Através da produção artística, o indivíduoexpressa sentimentos e valores, e através doconhecimento da produção de outras culturas,o indivíduo compreende a diversidade de va-lores que orientam os modos de pensar e agirdas sociedades. Desse modo, as artes possi-bilitam à pessoa se comunicar, expressar eperceber sua realidade mais vivamente, atribuin-do à mesma um maior sentido.

A Educação Artística é um campo específico

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poder de sensibilização. Ela desen-volve as habilidades auditivas, peloaspecto sonoro; cognitivas, con-siderando a letra-texto; emocionais,pelas sensações que provoca; ecinestésicas, em função do ritmo,podendo ainda ser associada àimagem.

A música pode ser utilizada em diver-sas atividades multi ou interdiscipli-nares, para tratar de algum temaespecífico ou não, sensibilizando,despertando o interesse, levantandoquestionamentos, possibilitando aanálise, interpretação e compreensãodas mesmas. Além disso, pode aju-dar a desenvolver habilidades comoler, ouvir, falar e refletir, pois a músicafaz com que adotemos uma posturacrítica, fazendo perguntas quepartem de nossas necessidades eque respondam e apontem soluçõespara os problemas e desafios que seapresentam na vida individual e cole-tiva de todos nós.

“O ambiente ao redor, enquanto se escreve, éuma paisagem sonora. Através da janela aber-ta, é possível perceber o amável murmúrio dovento a roçar as folhas da palmeira sob umcaloroso sol de primavera;....o grave e contínuoronco de um ônibus em contraponto à maisaguda partida de uma moto;....” . Essasreflexões de uma “paisagem sonora” no docu-mento “Escola, Arte e Alegria” (1999), mostrama necessidade de ampliar a consciência sobreos sons do ambiente, buscando interpretaçõese significados. Nesse contexto, também deveser trabalhada a problemática da poluiçãosonora e sua relação com o bem-estar físico emental dos indivíduos.

Além disso, a Educação Musical deve sebasear nos conhecimentos e experiências docotidiano das pessoas e no seu meio sociocul-tural, integrando-se como atividade transfor-madora do ambiente.

5.2. DANÇA

A identidade cultural da Bahia, como um todo, ede Salvador, em particular, está extremamente vin-

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realidade, estabelece-se relações como meio ambiente. Através da dança épossível analisar e expressar essasrelações. O tema meio ambiente possi-bilita reflexões, através das expressõescorporais, sobre as relações harmôni-cas do ser humano com o seuambiente natural ou sobre asrelações desarmônicas que o serhumano estabelece com o planeta.

5.3. ARTES CÊNICAS

O teatro reflete as potencialidadeshumanas de representar o mundo perce-bido através da utilização do corpo, davoz e dos gestos. Na escola, o teatroapresenta-se como importante elo entreas áreas do conhecimento. Ele possibili-ta aos alunos exercitarem a sua capaci-dade de criação e representação domundo, através da tradução dasrelações dos indivíduos com a realidade.

O teatro permite o compartilhar deidéias, atitudes e sentimentos, através

culada à música e à dança. A dança é uma mani-festação artística e, como toda arte, é baseada naemoção, na criatividade e na capacidade decomunicação. No ambiente escolar, a aprendiza-gem da dança envolve conhecimento, habilidade etécnica como caminho para criar e interpretar.Através do corpo são construídos significadospara as criações dentro de um contexto cultural,social, econômico, político e conseqüentementeambiental. É nas relações com o corpo que cadasociedade mostra os significados das suas repre-sentações e convenções sociais. E a dança é umadas formas de expressar essas relações.

No caso específico de Salvador, a dança assumeuma dimensão especial, visto que está presentenas diversas manifestações culturais de nossopovo. E a escola não poderia permanecer desvin-culada dessa realidade. A dança engloba con-ceitos, procedimentos e atitudes e precisa serabordada em toda a sua dimensão. E dentrodessa dimensão, as questões sociais se fazempresentes e, por conseguinte, os temas transver-sais. Permitir a transversalização desses temas épossibilitar uma sintonia com o contexto sociocul-tural local. E quando se está sintonizado com a

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da relação do indivíduo com o grupo,desenvolvendo assim a socialização. Odiálogo e a negociação deverão estarsempre presentes na construçãodessa linguagem. No espaço escolar, oteatro deve buscar a interpretação defatos e de situações da realidade local.A questão ambiental, em função dasua amplitude, contempla uma série detemas como possibilidade de seremutilizados como “gancho” para criaçãode textos a serem dramatizados. Essestextos poderão ser desenvolvidos den-tro do contexto de um projeto interdis-cipinar ou como coadjuvante no traba-lho de outras disciplinas.

5.4. ARTES VISUAIS

As características sociais, culturais ehistóricas da realidade devem constituira base para a compreensão crítica dacultura visual. O campo da cultura visu-al, como campo de saberes, deve fun-cionar como um elo que permita aconexão e a relação para compreender

o universo visual existente fora da escola atravésda aprendizagem de estratégias de decodificação,re-interpretação e transformação.

Quando o aluno desenha, rabisca, utiliza materiaispara construir algo, pinta objetos, ele está se uti-lizando das artes visuais para expressar experiên-cias sensíveis. As artes visuais expressam, comu-nicam e atribuem sentido e sensações, sentimen-tos e pensamentos. O desenvolvimento da imagi-nação criadora, da expressão, da sensibilidade eda capacidade estética dos alunos poderão ocor-rer no fazer artístico, assim como no contato coma produção de arte presente na comunidade. Odesenvolvimento da capacidade artística estáapoiado também, na prática reflexiva dos alunos,articulando a ação, a percepção, a sensibilidade àcognição e a imaginação.

A aprendizagem artística favorece a constantetransformação do ser humano e, conseqüente-mente, do seu ambiente. As possibilidades deabordagem das questões ambientais nas artesvisuais são inúmeras, indo desde a reutilização ereciclagem de materiais, passando pela reflexãoda estética dos ambientes, chegando às diversas

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mais prazerosa para as crianças.(Tubino, 1992)

Aplicando essa concepção à escola edefendendo a prática de umaEducação Física escolar democratiza-da, considera-se como direito de todoaluno praticar Educação Física e teracesso ao brinquedo e ao jogo escolar.Atividades realizadas, com materiaisadequados, podem desenvolverfascínio nos alunos, integrando-osentre si, e com seus professores.

Os alunos devem ser estimulados aomáximo em sua capacidade de criaçãoe, por isso, as aulas de EducaçãoFísica na escola devem basear-se noatendimento aos diversos aspectosnaturais da vida ao ar livre e na liber-dade de movimentos, ou seja, expan-são de atividades espontâneas e criati-vas.

Essa dimensão social ampliada daatividade física deve nortear novas pos-

criações artísticas que reflitam a realidade local eas suas possibilidades de transformação.

6 - Área da Educação Física

Educação Física é um segmento da educaçãoque utiliza as atividades físicas, orientadas porprocessos didáticos e pedagógicos, com a finali-dade do desenvolvimento integral do ser humano,consciente de si mesmo e do mundo que o cerca.

A Educação Física deverá ser direcionada para arealidade das escolas e para os interesses e asnecessidades dos alunos. A atividade física naescola pode ser concebida com base na nova visãode esporte proposta por Tubino (1992), que desta-ca sua dimensão social e a associa a outras áreasdo conhecimento, à participação e ao desempenho.

As modificações nas concepções referentes aoesporte possibilitam, na Educação Física escolar,mudanças de conceito e de concepção quanto asrelações sociais na escola, permitindo assim, quese pense em formas alternativas de desenvolvi-mento da disciplina, que a tornem menos formal e

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sibilidades para a prática da EducaçãoFísica escolar, possibilitando o acessodo aluno à cultura corporal e a com-preensão de sua realidade. Somenteassim será possível uma EducaçãoFísica voltada para a transformação epara a educação integradora.

A Educação Física escolar deve incluiralém do desenvolvimento da motrici-dade, outros aspectos tais como a for-mação de conceitos, vivência cotidianada cidadania, construção do conheci-mento por trabalhos integrados entreprofessores e alunos, atividades inter-disciplinares, conquista progressiva daautonomia, características vinculadasao contexto histórico-social dasociedade.

Dessa forma, pode-se sugerir aos pro-fessores da área, o desenvolvimentode uma metodologia que estimule oaluno em todas as dimensões do com-portamento humano (motora, cognitiva,afetiva e social) e não somente a moto-ra, como observa-se atualmente.

Outra questão importante é a relação daEducação Física com saúde e qualidade de vida.É necessário verificar como crianças e jovens rela-cionam elementos da cultura corporal aprendidosem atividades físicas com um conceito maisamplo, de qualidade de vida. E qualidade de vidaestá diretamente relacionado com a questão ambi-ental. É necessário analisar hábitos, posturas, ati-tudes diárias e relacioná-las com o meio ambienteonde o indivíduo está inserido. Além disso, deve-se discutir a idéia de saúde pessoal como parteda saúde integral, ou seja, o cuidar de si comoparte da natureza, através de uma boa alimen-tação e de hábitos saudáveis.

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É importante ressaltar que o proces-so ensino aprendizagem deve possi-bilitar a expressão das múltiplasinteligências, e, nesse sentido, devepriorizar a utilização de atividadeslúdicas na abordagem dos conteú-dos listados.

Para a elaboração deste capítulo foram consi-derados os conteúdos propostos nos Marcosde Aprendizagem da SMEC, nos PCN, bemcomo em alguns livros didáticos utilizados naRede Municipal de Ensino. Não se pretendeapresentar um receituário, pois, como afirmadoanteriormente, não existem fórmulas prontasque garantam o alcance dos objetivos daEducação Ambiental. Tampouco se intencionaesgotar as possibilidades de abordagem destetema na prática educativa, mas, a partir daanálise dos conteúdos das disciplinas, sugeriralternativas que possibilitem transversalizar otema meio ambiente em sala de aula, seja naforma de orientações específicas que possi-bilitem essa inserção, seja na forma de su-gestões de atividades práticas1, contribuindopara o desenvolvimento da EducaçãoAmbiental na práxis pedagógica.

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3 - ORIENTAÇÕES PARA A INSERÇÃO DO TEMATRANSVERSAL MEIO AMBIENTE, DA EDUCAÇÃO INFANTILÀ 8ª SÉRIE DO ENSINO FUNDAMENTAL

1 - Consultar Módulo II para obter outras sugestões

de atividades para trabalhar os conteúdos analisados

neste capítulo.

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3.1 - INSERÇÃO DO TEMATRANSVERSAL MEIO AMBIENTENA EDUCAÇÃO INFANTIL

A Educação em geral, e, em especial,a Educação Infantil, é um processoque deve levar a criança à curiosi-dade, ao encantamento, à criatividade,ao questionamento, a querer mergu-lhar na própria realidade até descobriras suas relações constitutivas, isto é,repensar a ação, onde se busque aatualização constante para uma açãocompetente num mundo em cons-tantes transformações.

A Educação Ambiental procura trataras questões ambientais de formaarticulada com a realidade, estabele-cendo relações diversas, buscandosuas causas e conseqüênciasatravés da problematização dasquestões levantadas. Dessa forma,quanto mais desafios as criançastiverem numa situação problemati-zadora, mais participarão, por com-

preender o desafio como uma situação rela-cionada com outras situações, numa perspecti-va de totalidade e não como algo fragmentado,tornando a compreensão da questão cada vezmais crítica. (Freire, 2003)

A Educação Ambiental busca nos seusprincípios básicos, a interligação entreética, educação, trabalho e práticas sociais(Lei 9.795/99, art. 4º, inciso IV), de modoque haja não apenas um compromisso coma transformação social, mas a vivência efeti-va de ações transformadoras. Além disso,inclui no artigo 5º, inciso IV, como objetivosfundamentais da EA, a participação indivi-dual e coletiva, sendo a defesa da quali-dade ambiental "um valor inseparável doexercício da cidadania".

Deve-se, portanto, estimular já na criança, orelacionamento autônomo, que significa lutarpara alcançar um objetivo comum, enquantocoordenam-se os sentimentos e perspectivaspróprios com a consciência dos sentimentos eperspectivas dos outros. O motivo para a coo-peração começa com um sentimento de mútua

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favorecer a realização de atividadesdesafiadoras que provoquem dese-quilíbrios e reequilibrações sucessi-vas, promovendo assim, a descober-ta e a construção de conhecimen-tos, levando-se em consideração, osesquemas de assimilação da cri-ança. Nesse processo de cons-trução, as hipóteses elaboradaspelas crianças combinam-se àsinformações vindas do meio, “namedida em que o conhecimento nãoé concebido apenas como espon-taneamente descoberto pela cri-ança, nem como transmitidomecanicamente pelo meio exteriorou pelo adulto, mas como resultadodessa interação onde o sujeito ésempre ativo”. (Kramer, 1999, p.30)

Nessa perspectiva, a EducaçãoAmbiental tem como principais obje-tivos a formação de sujeitos criativos,críticos, ativos, autônomos e éticos,tendo a interdisciplinaridade comoponto de partida.

afeição e confiança que vai se transformandoem sentimentos de simpatia e consciência dasintenções de si mesmo e dos outros. Para J.Piaget, a cooperação fornece a base para odesenvolvimento do julgamento moral na cri-ança, o que vai influenciar significativamente naformação ética de cada um. A postura ética éjustamente um dos princípios básicos nasquestões ambientais.

A Educação Ambiental, ao propor o exercíciodo pensar reflexivo, desde a Educação Infantil,aposta na re-humanização das relações serhumano/mundo, através da educação para opensar, enquanto investigação e exame decritérios que sustentem novos valores, hábitos,idéias e atitudes. O aprendizado, conformeVygotsky, possibilita o despertar de processosinternos do indivíduo, ligando o desenvolvimen-to do mesmo, à sua relação com o ambientesociocultural em que vive.

A escola tem a função de fazer a criançaavançar em sua compreensão do mundo, apartir de seu desenvolvimento já consolidado,tendo como meta o alcance de etapas posteri-ores, ainda não atingidas. Deve, portanto,

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Quanto à prática pedagógica naEducação Infantil, pode-se perceber aimportância da utilização de algunsprincípios básicos, como por exemplo:a importância da criança interagir como objeto de seu conhecimento, anecessidade da representação, o tra-balho em grupo, a organização atravésde atividades dirigidas, o estímulo aosdesafios, além do desenvolvimentodas diversas áreas do conhecimentode forma interdisciplinar, transforman-do a criança e o educador em sujeitosativos, cooperativos e responsáveis,favorecendo a mudança do contextosocioambiental. (Freire, 2000, p.75)

A proposta pedagógica daEducação Ambiental na EducaçãoInfantil está comprometida com oconhecimento e as mudanças de va-lores, atitudes e comportamentos enão apenas com a aprendizagem. Éum educar para o “vir-a-ser”, privile-giando a ação reflexiva do sujeito, aocontrário do educar para o “vir-a-ter”,

bastante propagado pelo sistema capitalista emque vivemos.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação e osReferenciais Curriculares da Educação Infantil edo Ensino Fundamental apontam como cami-nho para a preparação básica para a cidadania,o aprimoramento como pessoa humana, incluin-do a formação ética e o desenvolvimento daautonomia intelectual e do pensamento crítico.A aprendizagem contínua e permanente eaquisição das habilidades fundamentais devemlevar em conta a criatividade e a capacidade desolucionar problemas. A fragmentação do co-nhecimento cede lugar à articulação do mesmo,ao saber pensar. A orientação é para uma for-mação geral associada aos ideais humanistas,tornando o indivíduo um ser humano completo.

Nesse sentido, a educação deve ser vistacomo um processo de construção de identi-dade. A ética deve ser um princípio educativo,não como princípio moral, mas para criarcondições para que as identidades se constitu-am pelo desenvolvimento da sensibilidade epelo reconhecimento do direito à igualdade.

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gativas; como por exemplo: umapessoa que joga o lixo no chão; querisca a parede, deixa a torneira aber-ta, a luz acesa sem necessidade,que prende bichinhos na gaiola.

Os sistemas funcionais de um adul-to, portanto, são essencialmente for-mados a partir de suas experiênciasenquanto criança, tendo em vistaque a cada estágio de seu desen-volvimento, ela vai adquirindo osmeios necessários para intervir noseu mundo e em si mesma.

Assim, a promoção do desenvolvi-mento saudável da criança, deve con-templar a execução de procedimentose formação de atitudes que atendamàs suas necessidades de afeto, ali-mentação, segurança e integridadecorporal e psíquica. Assim, torna-senecessário que ela aprenda procedi-mentos que valorizem seu bem-estar,como: alimentação variada, cuidadoscom os dentes, higiene pessoal e

Sendo a identidade autônoma, ela deve estarancorada em competências intelectuais quedêem sustentação à análise e busca desolução de problemas, à capacidade de tomardecisões e as adaptações a novas situações.(Freire, 2000, p. 43)

Para tanto, urge uma pedagogia que privilegie osfatores sociais e culturais no processo educativo,que reconheça e valorize as diferenças exis-tentes entre as crianças, beneficiando a todas noque se refere ao seu desenvolvimento e à cons-trução dos seus conhecimentos, para que ela seinsira na sociedade de forma crítica e criativa.

A educação é, portanto, condição necessáriaao desenvolvimento do ser humano. Este porsua vez, não iria adquirir suas estruturas men-tais essenciais sem a intervenção do exterior(meio), condição indispensável para alcançar aautonomia intelectual e moral.

Nesse processo, é fundamental que o adultoapresente valores, atitudes, ações e comporta-mentos positivos; aponte e critique situaçõesinadequadas; solicite das crianças comentáriosa respeito de fatos e situações positivas e ne-

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cuidados com a aparência, contribuin-do para a construção da auto-estima.

Um outro aspecto importante naconstrução da identidade é aaquisição da consciência dos limitesdo próprio corpo em relação aooutro, e a exploração de atividadesque envolvam essa relação, na con-sideração de que o corpo é o nossoprimeiro ambiente.

Essas atividades podem ser sele-cionadas do próprio repertório cul-tural da comunidade, como jogos ebrincadeiras, associando-as sempreque possível às questões ambientaisrelativas tanto às habilidades corpo-rais, quanto às condições dosespaços de convivência da criança(casa, escola, rua, bairro).

Esse processo deve ocorrer, dentrodo contexto do tema trabalhado emsala de aula, relacionando o tempo,espaço, diferenças, comparando,

classificando, identificando, enfim, relacionandoo objeto de estudo com todas as áreas do co-nhecimento. Acompanhando é claro, o nível dedesenvolvimento cognitivo, a participação e ointeresse do grupo.

Dessa forma, o objetivo maior da escola é pro-porcionar o fortalecimento do pensamento deforma crítica e criativa, possibilitando às crian-ças estabelecerem as relações existentes narealidade e representá-las na consciência, per-mitindo compreender os significados e sentidospresentes no mundo. É estabelecendo relaçõesque o sujeito torna-se capaz de analisar, enten-der e explicar os acontecimentos, fatos e fenô-menos passados e presentes, podendo assim,projetar, prever e simular o futuro, sendo esseum dos propósitos da Educação Ambiental.

Para desenvolver o trabalho neste sentido, éfundamental pensar o conhecimento como umaampla rede de significações e a escola comoum espaço de construção coletiva, não apenasde transmissão do saber. Para isso, é funda-mental adotar uma proposta curricular interdis-ciplinar, para resgatar a totalidade do ser e do

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pedagógicas à realidade sociocultu-ral das crianças, ao desenvolvimentoinfantil, aos interesses manifestadospor elas, bem como aos conheci-mentos construídos historicamentepela humanidade, ampliando assim,os horizontes de investigação eaprendizagem, explorando os fatoresculturais e socioambientais envolvi-dos. Além disso, deve promoverainda o trabalho em conjunto e acooperação, na medida em que osconhecimentos são coletivamenteconstruídos, ao mesmo tempo emque devem ser respeitados os inte-resses individuais e os diversos rit-mos. É fundamental a integração dasáreas de conhecimento, superando afragmentação e a justaposição deinformações e sentidos, trabalhandoo conhecimento de forma viva edinâmica, em constante movimento etransformação.

Após definição do tema a ser traba-lhado, realiza-se o planejamento; ini-

saber, assim como o trabalho coletivo, estimu-lando nas crianças a auto-expressão, a auto-valorização, a co-responsabilidade, a curiosi-dade, a autonomia na construção do conheci-mento e uma postura crítica e ética diante darealidade.

Para a efetivação prática dessa proposta, su-gere-se a pedagogia de projetos, por possibili-tar a integração do conteúdo da vida real àsdiversas áreas do conhecimento e estimular ainiciativa, a criatividade, o espírito de investi-gação e pesquisa, a cooperação e a autonomiados sujeitos envolvidos.

Áreas de Conhecimento e Projetos

O tema do projeto deve ser definido com baseno interesse e necessidades das crianças,detectado pelo(a) professor (a) a partir de obser-vações durante as conversas, quando falam deassuntos da sua realidade e/ou questões divul-gadas pelos meios de comunicação.

Dessa forma, o tema a ser desenvolvido, deveproporcionar a articulação das atividades

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cialmente, buscando identificar aexistência de materiais para pesquisados referidos temas como: livros,revistas, gravuras, enciclopédias,filmes, documentários, músicas,histórias, entre outros, bem comolocais para visitas e passeios quepossibilitem às crianças observareme vivenciarem as situações perti-nentes aos temas.

A partir do tema escolhido, sãodefinidos os objetivos conceituais,atitudinais e procedimentais a serematingidos com o projeto, bem comoas atividades a serem desenvolvidas,articulando as diversas áreas do co-nhecimento, favorecendo a am-pliação daquilo que as crianças jáconhecem em relação à comuni-cação e expressão, à Matemática, àsCiências Sociais e Naturais, deforma integrada e contextualizada. Ascrianças, dessa forma, constroem oconhecimento com entusiasmo epelo prazer de aprender, conhecer e

descobrir, pois o (a) professor (a) provoca nasmesmas a curiosidade, a inquietação, o desejode saber mais.

Área das Ciências Sociais

O eixo de trabalho denominado pelosParâmetros Curriculares Nacional – PCN,como Natureza e Sociedade, reúne num sóbloco os temas referentes ao mundo social enatural, facilitando o desenvolvimento de ativi-dades integradas, que respeitem as especifi-cidades das fontes, abordagens e enfoquesadvindos dos diferentes campos dos conheci-mentos, específicos da pluralidade de fenô-menos e acontecimentos físicos, biológicos,históricos e culturais.

Propõe-se que a área das Ciências Sociais,na Educação Infantil seja trabalhada a partirde noções como: semelhança/diferença; per-manência/mudança; tempo/espaço;natureza/cultura; relações sociais e diferentesformas de se viver; para que as crianças pos-sam perceber-se como sujeitos históricos,inseridos em uma determinada realidade, bus-

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costumes, quando da “chegada”dos europeus com culturas, inte-resses e sentimentos diferentes.

Associado a isso, as crianças tam-bém podem se interessar pelavinda dos negros africanos para oBrasil, como escravos, podendo, apartir daí, gerar um outro projeto oua ampliação do mesmo.

Durante o projeto sobre os Índios,podem ser abordadas, também,questões sobre os alimentos, aeducação e as brincadeiras doscurumins; a religião, o respeito eamor à natureza; a redução das ter-ras habitadas pelos índios; etc.Nesse processo, as criançascomeçarão a ter noção da inter-relação entre práticas culturais emeio ambiente.

cando a compreensão de sua dinâmica, alémde perceberem o espaço como produto dasdiferentes relações estabelecidas pelos gru-pos sociais, na transformação histórica danatureza.

O tema índios do Brasil é muito rico e podeser desenvolvido com o intuito de possibilitaras crianças conhecerem um pouco maissobre a vida e a história dos índiosbrasileiros. Nesse processo, as criançaspoderão valorizar a influência da cultura indí-gena na formação da sociedade brasileira,bem como relacionar o processo de transfor-mação/degradação dessa cultura com ainfluência do “homem branco”, assim comoperceber a valorização, o respeito e a conser-vação do meio ambiente (recursos naturais)pelos índios.

Além disso, pode-se estimular o interesse dascrianças, pelo “Descobrimento do Brasil” apartir do questionamento sobre o assunto aoouvirem a história da chegada dos portugue-ses e outros povos ao “Brasil”; terra na qualos índios viviam livres, com seus hábitos e

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Área de ConhecimentosLingüísticos

Aprender uma língua não é apenasaprender as palavras, mas tambémos seus significados culturais e,com eles, os modos pelos quais aspessoas de determinado meio soci-ocultural interpretam, representame interagem no seu ambiente.

Dessa forma, na Educação Infantildeve-se promover experiências sig-nificativas de aprendizagem da lín-gua, através de um trabalho com alinguagem oral e escrita, constituin-do-se em um espaço de ampliaçãodas capacidades de comunicação eexpressão e de acesso ao mundoletrado. Tal ampliação relaciona-seao desenvolvimento gradativo dascapacidades associadas às quatrocompetências lingüísticas básicas:falar, escutar, ler e escrever. Estascompetências podem ser estimu-ladas através de recursos que abor-

dem temas ambientais.

Quanto mais oportunidades a criança tiverpara falar, dialogar, contar histórias, relatar umfato, ou fenômeno ocorrido no meio ambiente,dar um recado, explicar um jogo, descrever umobjeto, mais estará desenvolvendo sua capaci-dade comunicativa de maneira significativa.

Em função disso, deve-se realizar na esco-la atividades que contemplem sempre quepossível as questões ambientais, como:

roda da novidade, onde as criançaspossam fazer comentários sobre fatosocorridos dentro ou fora da escola ouno final de semana, cabendo ao profes-sor(a) levá-los a uma reflexão sobre ascondições ambientais dos locais visita-dos (o estado de conservação dessesambientes, presença ou não de equipa-mentos e/ou serviços públicos como li-xeiras, telefones, bancos, iluminação,praças); comparando ambientes comcaracterísticas distintas, a exemplo:rural e urbano, uma praça bem-cuidadae uma depredada, uma rua, praia ou

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Paralelamente, devem ser desenvolvi-das atividades de escrita tais como:bingo de palavras, caça-palavras, dita-do mudo, elaboração de listas diver-sas, escritas e reescritas, produçõestextuais diversas, entre outras, utilizan-do-se dos temas ambientais.

Para aprender a ler e a escrever, acriança precisa construir um co-nhecimento de natureza conceitual,precisa compreender não só o que aescrita representa, mas também deque forma ela representa grafica-mente a linguagem. Dessa forma, aalfabetização não é o desenvolvi-mento de capacidades relacionadasà percepção, memorização e treinode um conjunto de habilidades sen-sório-motoras. É sim, um processono qual as crianças precisamresolver problemas de natureza lógi-ca até chegar a compreender deque forma a escrita alfabética repre-senta a linguagem, e assim poderemescrever e ler por si mesmas.

praça limpa e uma suja;caixa de surpresa: uma das criançasda turma leva a caixa para casa e no diaseguinte traz alguma coisa dentro paraque as demais descubram através dealgumas dicas sobre o objeto (utilidade,tamanho, cor, forma, textura, etc.);roda do conhecimento: diariamentedevem ocorrer uma ou duas rodas ondeserão trabalhados os projetos, fatosocorridos no cotidiano e questões dasdiversas áreas. Nesse momento, devemser apresentadas e discutidaspesquisas, levantadas hipóteses, ques-tionamentos, dúvidas, inquietações etc.;leituras, pseudoleituras, releituras,recontos de estórias, represen-tações, interpretações e compara-ções entre os diversos portadorestextuais: parlendas, trava-línguas, poe-sias, letras de músicas, contos de fada,fábulas, lendas, reportagens, receitas,textos científicos, rótulos e bilhetes,entre outros.

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Portanto, para aprender a ler e aescrever a criança precisa passar porum longo processo de participaçãoem práticas sociais de leitura e escri-ta. Nesse sentido, a escola deve pro-mover tais práticas, mediante a rea-lização de projetos interdisciplinares,fazendo emergir as questões ambien-tais neles presentes.

Alguns recursos muito interessantese bastante significativos, que podemser trabalhados como projetos sãoos contos, lendas, histórias, cançõesinfantis, parlendas, fábulas, históriasem quadrinhos, poemas, trava-lín-guas, entre outros. Desenvolvendo aoralidade, promovendo o apreço pelaleitura, despertando a necessidadede ler além das imagens, em funçãodo deleite pelo contato com a fanta-sia apresentado nesses recursos.

Através de um projeto, como porexemplo, os contos de origem

étnica, as crianças podem:elaborar hipóteses sobre os contos;selecionar e listar os contos a serem tra-balhados;pesquisar diversas versões dos contos;realizar leituras, pseudo-leituras, releituras,reescritas, leitura semiótica, interpretações,dramatizações;relacionar entre si os ambientes dos con-tos diversos;situar no tempo e espaço os contos;comparar os ambientes: florestas, rios,bosques, das histórias com os da suarealidade;inferir sobre as características dos ambientes(conservado, destruído, poluído, entre outros)descritos nas histórias narradas;expor opiniões, idéias e hipóteses sobre aspersonagens e paisagens;sistematizar e relacionar informações diver-sas sobre os contos, histórias e fábulas;recriar as versões dos contos, fábulas ehistórias diversas;confeccionar painéis e maquetes, sobre osambientes das histórias trabalhadas, entreoutros.

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com diversas fontes de infor-mações sobre os temas trabalha-dos.

Normalmente, as crianças demons-tram interesse sobre os elementosda natureza. Cabe ao (à) professor(a) fazer com que elas percebam aimportância dos elementos danatureza no equilíbrio do planeta,levando-as a perceber a necessidadeda preservação dos mesmos, para amanutenção da qualidade de vidapara todos os seres vivos, no pre-sente e para as futuras gerações.

Através de um projeto abordan-do este tema, as criançaspodem:

elaborar hipóteses, buscarinformações sobre os fenô-menos naturais e confrontá-las;realizar experiências com oselementos da natureza;recorrer a documentários sobre

Área das Ciências Naturais

O ensino das Ciências Naturais tem o papelfundamental de ajudar as crianças na elabo-ração e apropriação do conhecimento científi-co acumulado, colocando-as em contato comos princípios da Ciência e suas atividades,com o objetivo de facilitar a interpretação domundo em que vivem.

Como se pode perceber, as conexões entreMeio Ambiente e as Ciências Naturais sãomuitas. Considerando os diversos aspectosque envolvem o desenvolvimento da apren-dizagem em geral e dos conteúdos relaciona-dos às Ciências Naturais em particular, paraa construção do pensamento, é que se su-gere desenvolver na Educação Infantil, ativi-dades diárias que dêem espaço para odesenvolvimento da curiosidade e da capaci-dade de observação das crianças do ambi-ente que as rodeiam, considerando ashipóteses que formulam para explicar osfatos observados, registrando as “teorias”espontâneas que aparecem nas conversas,jogos e brincadeiras, fazendo-as pensarsobre esses fatos e colocando-as em contato

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o tema;realizar pesquisas e socializá-las;ouvir, ler e interpretar músicascomo: Xote Ecológico, de LuizGonzaga; Planeta Água, deGuilherme Arantes; CadaCoisa em Seu Lugar, de Sandye Júnior; Sal da Terra, de BetoGuedes; entre outras;reconhecer a importância doselementos da natureza;confeccionar painéis e car-tazes;tirar conclusões sobre qual dasespécies animais conhecidas écapaz de destruir o ambienteem que vive;valorizar e praticar atos depreservação da natureza;construir textos coletivos;realizar leitura semiótica;realizar dramatização, entreoutros.

Além desse, podem ser desenvolvidos projetoscom outros temas como: animais da cidade,animais silvestres e sua captura indevida peloser humano; animais em extinção; insetos esaúde humana; importância da água e a neces-sidade da preservação; o ar das cidades e apoluição; o lixo e seus problemas, formas ade-quadas de tratar essa questão; a importânciados vegetais; higiene corporal e ambiental; ali-mentação e saúde; publicidade e consumo;entre outros, procurando relacionar sempre quepossível, diferentes épocas e culturas,pesquisando sobre formas de alimentação,habitat, costumes, etc.

Área da Matemática

Os conteúdos da Matemática, assim como osdas outras áreas, devem ser articulados à reali-dade prática das crianças para que estas possamconstruir efetivamente o conhecimento mediantea sua utilização. Tal construção deve ocorrer numprocesso gradual e contínuo, através da ação doindivíduo, que vai estabelecendo relações, cons-truindo significados e atribuindo sentidos namedida em que interage com o meio.

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criadas de forma interdisciplinar, emfunção dos temas desenvolvidos nosprojetos, basta ficar atento(a) para àsoportunidades. Além disso, podemser realizadas receitas culinárias;contagem de objetos; adicionando;subtraindo; comparando; seriando;classificando; quantificando; agru-pando; medindo; pesando; enfim,implementando atividades que pro-movam a construção do raciocíniológico na criança. Devem tambémser realizados jogos didáticos como:jogo da memória, dominó, dado, blo-cos lógicos, quebra-cabeça de for-mas geométricas, jogo da semente,trilha, baralho, bingo, jogo da soma esubtração, entre outros.

Nesse sentido, o estudo daMatemática deve ser planejado como objetivo de desafiar as crianças acolocarem todos os tipos de coisasem todas as espécies de relações, apensar sobre o número e quantidadede objetos de forma significativa,comparando logicamente os conjun-

Sabendo que a construção do conceito denúmero na criança, ocorre através da com-preensão dos conceitos de classificação e seri-ação que, por sua vez, são construídos em eta-pas que evoluem a partir das experiências pro-porcionadas pelas interações com o meio, éque o estudo da Matemática na escola deveser realizado através da problematização desituações do cotidiano ou de assuntos queestejam sendo abordados como, por exemplo:a distribuição/divisão do material (papel, lápis,sucata) em sala de aula; análise do calendário;organização das atividades diárias; votação;observação do quadro de chamada.

Ao trabalhar um projeto sobre índios, por exem-plo, propor atividades que levem a criança arealizar operações matemáticas como: ao cole-tar alimentos para a tribo, um índio encontroutrês raízes, duas frutas e quatro ovos de pato.Quantos alimentos ele encontrou? Ou ainda,cinco índios colheram dez frutas. Com quantasfrutas cada um ficará?

Essas e outras situações problemas podem ser

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tos, proporcionando a interaçãosocial com os colegas e professores,estimulando a troca de idéias e ainteração com o meio.

Área das Artes

As atividades das Artes devem sercontempladas nos diversos projetos,nos quais as crianças possam mani-festar a criatividade manipulandomateriais variados, pois a estruturamental e a sensibilidade de cada cri-ança, individualmente, daptam-se aesta ou aquela atividade, que atendaa sua urgência expressiva. Brincarcom tinta, lápis de cor, massa demodelar, colagem e sucatas, emgeral, representa uma forma decanalizar impulsos ao tempo em quefaz do simbólico um espaço emo-cional. Através da produção artística,a criança expressa e elabora valores,trazendo para perto ou levando paralonge, objetos dotados de afeto,segundo Wallon.

As artes possibilitam à criança comunicar,expressar e atribuir sentido à realidade pormeio da organização de formas, linhas e pon-tos; das atividades com cor, espaço, volume,textura; da pintura; do desenho; dos brinque-dos, assim como, da exploração dos espaçosbidimensionais e tridimensionais como asmaquetes, mapas, entre outros.

Assim, o (a) professor (a) poderia confeccionarcom a turma uma maquete da escola, de umapraça ou outra área que reflita a temática ambi-ental em discussão naquele momento.

Outro exemplo é a reutilização de objetos plás-ticos para confeccionar brinquedos com aturma, fazendo a articulação com a política dostrês “Rs”: reduzir, reaproveitar e reciclar.

A Música

A música é uma das mais importantes formasde expressão humana tendo um grande poderde sensibilizar. Possibilita o desenvolvimentodas habilidades auditivas, pelo aspecto sonoro;cognitivas, considerando a letra-texto; emo-

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“Atirei o pau no gato”, onde o (a)professor (a) poderia levá-los (as) arefletir sobre a violência contra osanimais.

Recreação dirigida

A recreação dirigida tem por objetivodesenvolver atividades recreativas,pedagogicamente planejadas, bus-cando valorizar o movimento nassuas dimensões expressivas, instru-mentais e culturais, conforme orientaa teoria walloniana. Tais atividadesdevem ser realizadas através de brin-cadeiras, músicas e jogos, enfatizan-do o desenvolvimento de habilidadesque envolvam resolução de proble-mas, tais como: amarelinha, lá vai abola, dança das cadeiras, morto-vivo,corrida do limão, boca de forno,mímicas, dramatizações, proporcio-nando o desenvolvimento cognitivo esocioafetivo das crianças.

Algumas dessas formas derecreação, poderão ser adaptadas

cionais, pelas sensações que provoca; ecinestésicas, em função do ritmo, podendoainda, ser associada à imagem.

Por conta disso, na Educação Infantil, eladeve ser utilizada em diversas atividadescomo: relaxamento, aulas de artes com músi-cas clássicas e outros gêneros, durante arecreação, com músicas infantis, e em algunsprojetos, através da leitura e interpretação deletras, relacionadas à questão ambiental, porexemplo.

A música pode ser utilizada também paratratar algum tema específico, sensibilizando,despertando o interesse das crianças, levan-tando questionamentos, possibilitando aanálise, interpretação e compreensão dasmesmas. Além de desenvolver habilidadescomo ler, ouvir, falar e refletir, pois a músicafaz com que se adote uma postura crítica,fazendo perguntas que partem de necessi-dades e que respondam e apontem soluçõespara os problemas e desafios que se apresen-tam na vida individual e coletiva de todos nós.

Um exemplo seria a discussão sobre a música

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à abordagem de questões ambien-tais discutidas nos projetos, comopor exemplo: dramatizações, mími-cas, etc.

Jogos

Piaget, enfatizava a importância dainteração social promovida pelosjogos, sem a qual a criança nãoconstrói sua lógica nem seus valo-res sociais e morais. Ele afirmavaque os jogos, por consistirem ematividades naturais e prazerosas,acabam estimulando além da inte-ração social, também a ação cons-trutiva e o confronto de diferentespontos de vista, bem como desen-volvem a inteligência e estimulam ocrescimento da capacidade decooperação entre as crianças. Paratrabalhar em grupos, elas precisamacompanhar o raciocínio de seuscolegas e desenvolver estratégiaspara permanecerem no jogo ouvencer.

Dessa forma, a cooperação e a reflexão sobreas diferentes opiniões possibilitam à criançaavançar em seu próprio pensamento.

Segundo Kamii, os jogos são uma maneiraimportante de desenvolver a autonomia e ashabilidades centradas na resolução de proble-mas, ao mesmo tempo em que tornam as cri-anças menos egocêntricas.

Além disso, os jogos desafiam e prendem ointeresse das crianças, que também aprendema julgar suas possibilidades físicas e mentais.

Exemplos de alguns jogos preferidos pelas cri-anças: memória de figuras, número-quantidade,palavra-gravura, dominó de palavra-gravura,bingo, palavras e números, dado, entre outros.Todos esses jogos, podem ser adaptados para aabordagem da temática ambiental, como porexemplo, dominó de animais em extinção, jogoda memória com gravuras de ações positivas emrelação ao meio ambiente, dando oportunidade àcriança não só de jogar, mas de falar e discutirsobre o assunto.

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do porquê e do porquê não.Brincando com os outros, aprendemque existem regras de sorte eregras de probabilidade, e regras deconduta que devem ser cumpridas,se quisermos que os outros brin-quem conosco. Talvez, a lição maiorque as crianças podem aprenderbrincando seja que quando perdem,o mundo não acaba. Se a criançaperde o jogo, pode ganhar no próxi-mo ou no seguinte.” (Bethelheim, 1988, p.141)

Assim sendo, a brincadeira, conformeVygotsky, é um espaço de aprendiza-gem onde a criança age além do seucomportamento cotidiano e do das cri-anças de sua idade. Na brincadeira,ela age como se fosse mais madurado que é na realidade, realizando sim-bolicamente o que mais tarde realizarána vida real. Embora aparente fazerapenas o que mais gosta, a criançaquando brinca, aprende a se subordi-nar às regras impostas pela situação

Brincadeiras

Durante todo o processo de construção doconhecimento na criança, ela se utiliza deinstrumentos diferentes e adequados às suasestruturas de pensamento, sendo a imaginaçãoum dos mais importantes na infância, por pos-sibilitar relacionar seus interesses e suasnecessidades com a realidade de um mundoque conhece muito pouco. É a imaginação quepossibilita a interação com o mundo dos adul-tos e que, só aos poucos, passará a conhecer.

A brincadeira representa um aspecto do cotidi-ano infantil, que ocorre em função da imagina-ção. Através da brincadeira, a criança demons-tra a forma como pensa, ordena, desordena,destrói e reconstrói o mundo à sua volta, expres-sando sentimentos e os conhecimentos que vaiconstruindo a partir das suas experiências.

A brincadeira funciona como uma ponte para arealidade, através da qual as crianças:“ ...começam a entender como as coisas fun-cionam, o que pode e o que não pode serfeito com os objetos e como, e os rudimentos

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imaginária, que é uma das fontes deprazer do brinquedo.

Além de ser um espaço de conhe-cimento sobre o mundo externo, éna atividade lúdica que a criançatambém pode conviver com osdiferentes sentimentos que fazemparte da sua realidade interior.

À medida que as criançascrescem, suas condições de pensa-mento se desenvolvem, e intensifi-ca-se também seu processo desocialização. Algumas brincadeiras,como o “faz-de-conta”, abremespaço para os jogos de regras,que serão as atividades lúdicas, porexcelência, das crianças a partirdos 7 anos.

Como se pode perceber, apesardas crianças só investirem poucashoras do seu dia nas brincadeirasde “faz-de-conta”, essa atividadedesempenha importante papel nodesenvolvimento das estruturas do

seu pensamento; em função disso, é que sedeve reservar, diariamente, na rotina da esco-la, um horário exclusivo para o brincar.

3.2 - Inserção do tema transversal MeioAmbiente no Ensino Fundamental – 1ª à 4ª série

LÍNGUA PORTUGUESAConteúdos/Orientações

1. Linguagem oralA utilização da linguagem oral em diversassituações possibilita a realização de jogos,brincadeiras, pesquisas, declamação de poe-mas, narração de acontecimentos e fatos;dramatização de lendas e fábulas; leitura decontos, artigos de revistas e jornais, textosdiversos, histórias e revistas infantis; realiza-ção de entrevistas, noticiários de classe,debates, palestras, composição e interpre-tação de músicas populares/folclóricas abor-dando temáticas ambientais como: água, ar,solo, hábitos de higiene, alimentação, lixo,poluição, atitudes corretas em relação aomeio ambiente.

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MATEMÁTICAConteúdos/Orientações

1. Números e operaçõesA partir da contextualização datemática ambiental, identificar ereconhecer a utilidade dosnúmeros naturais e racionais, bemcomo os números decimais;Resolver problemas utilizandonúmeros decimais e frações, con-textualizados no ambiente local eenvolvendo as quatro operações;Ler e interpretar frações, a partirde situações que possibilitem evi-denciar a relação parte/todo noque se refere ao meio ambiente, aexemplo de: quantidade de águano planeta x água doce; quanti-dade de árvores de uma determi-nada área x árvores derrubadas;quantidade de animais num ecos-sistema x animais em extinção;Resolver problemas envolvendoas quatro operações, a partir dautilização de jogos e brincadeiras

2. Linguagem escrita A partir de temas ambientais pesquisados emjornais, revistas, cartilhas, livros, enciclopédias,estimular a produção de textos e/ou a criaçãode paródias; reescrita de contos e histórias dacultura popular, enfocando os possíveis temasambientais que a história/conto possibilitemabordar. Exemplos: a reescrita da história doCurupira; a transgressão da história deChapeuzinho Vermelho para ChapeuzinhoVerde; a análise dos ambientes descritos nasdiversas histórias infantis, comparando-os comos ambientes atualmente existentes na cidade,pesquisando e discutindo as diferenças esemelhanças identificadas.

3. Análise lingüística/Concordância nominale verbal

Conteúdos de gramática, pertinentes àsséries iniciais, especialmente à 3ª e 4ª série,a exemplo de pontuação e acentuação, bemcomo os de concordância nominal e verbal,poderão ser trabalhados através de textos,poemas, letras de música, histórias, artigosde jornais e revistas e outros recursos instru-cionais que abordem a temática ambiental.

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contextualizados na realidadeambiental da escola e do bairroem que está inserida.

2. Grandezas e medidasIntroduzir as noções de peso, volu-me, comprimento e tempo, a partirde questões do cotidiano local, aexemplo da comparação da quanti-dade de lixo produzido em cadasala de aula (peso e volume);dimensões de uma cidade, de umafloresta ou de um jardim, horta ouárea verde da escola; diâmetro deárvores; medida do consumo deágua e energia; distância da escolaaté a casa ou a outro ponto dereferência.

3. Espaço e formaIdentificar pontos ambientais comoreferência (árvores, rios, riachos,córregos, jardins, praças, pontos deacúmulo de lixo ou coletores delixo) que permitam à criança situar-se e deslocar-se no espaço,

descrevendo e representando percursos e tra-jetos; Representar caminhos e espaços locais uti-lizando figuras, desenhos, fotos e mapas;Construir maquetes e painéis que reflitam ascaracterísticas ambientais dos espaços locais;Representar figuras geométricas, a partir dautilização de sucatas, ressaltando a necessi-dade de reutilização e reciclagem do lixo,bem como informações sobre consumo/des-perdício.

4. Tratamento da informaçãoDescrever e interpretar a realidade, através daprodução de pequenos textos, produzidos a par-tir da análise de tabelas e gráficos contendodados ambientais, a exemplo de: gráfico de con-sumo de água e luz da casa ou da escola, des-perdício de água, desmatamento, extinção deespécies, doenças relacionadas à falta de sanea-mento básico, produção de lixo; Sugerir criação de texto, onde a criança possaidentificar a sua forma de perceber as infor-mações contidas nos gráficos e/ou tabelas esua contribuição para modificar a situaçãopercebida;

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2. Relação ser humano/naturezaComparar o ser humano com ou-tros animais, considerando osaspectos anatômicos, fisiológicose comportamentais, em relação aoambiente físico;Observar e identificar o modocomo o ser humano se relacionacom os fatores físicos do meioambiente (com o ar, a água, o solo,energia, o subsolo);Observar e identificar o modocomo o ser humano se relacionacom os outros seres vivos (agricul-tura, pecuária, exploraçãomadeireira, exploração de outrosanimais e do próprio ser humano,animais domésticos);Observar, identificar e analisar astransformações ambientais provo-cadas pelo ser humano, enfatizan-do a necessidade de preservaçãodos recursos naturais.

Discutir e analisar formas de contribuir para mo-dificar problemas ambientais, identificados a par-tir de informações apresentadas em gráficos.

CIÊNCIASConteúdos/Orientações

1. Descobrindo o ambiente/Característicasdo ambiente/Seres vivos

Observar o ambiente de casa, da escola e dobairro, identificando as diferenças entre osseres vivos e não-vivos, o estado de conser-vação desses ambientes, presença ou não deequipamentos e/ou serviços públicos para amanutenção dessas áreas (lixeiras, telefones,bancos, iluminação, praças);Comparar ambientes com características dis-tintas, como por exemplo: rural e urbano; umapraça bem-cuidada e uma depredada; umarua limpa e uma suja;Comparar hábitos e modos de vida dos dife-rentes seres vivos encontrados no ambientelocal.

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3. Higiene pessoal e saúdeIdentificar os cuidados básicos aserem tomados com o corpo, pro-piciando ao aluno a percepção doseu corpo como o ambiente maispróximo e que deve ser preserva-do;Relacionar ambiente saudável,saúde e qualidade de vida;Identificar as principais doençasrelacionadas com a problemáticado saneamento básico.

4. A água: troca de calor xmudanças de estado físico/Cicloda água/Composição

Observar os diferentes estadosfísicos da água presentes no ambi-ente, enfatizando a importância doseu ciclo para a manutenção davida na Terra;Debater a possibilidade dedescongelamento das calotaspolares em função do aquecimentodo planeta;

Discutir a influência das chuvas na ocorrênciade enchentes ou secas;Relacionar as inundações aos maus hábitosque provocam o entupimento das redes dedrenagem;Discutir a poluição/contaminação da água,suas causas, conseqüências e possíveissoluções;Caracterizar os processos de captação,armazenamento e tratamento da água, enfati-zando a necessidade de purificação comoforma de manutenção da saúde.Analisar gráficos e tabelas referentes à dis-tribuição de água no planeta, com posteriordiscussão sobre a quantidade de água docedisponível e a relação com o desperdício;Relacionar saneamento básico, água edoenças de transmissão hídrica.

5. O solo nos diferentes ambientesComparar o solo urbano com o solo rural, nosaspectos relacionados à utilização, poluição,contaminação, conservação, degradação;Analisar como se dá o manejo do solo rural,ressaltando os cuidados que devemos tercom o mesmo (adubação, irrigação,drenagem, etc.);

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síveis áreas erodidas, contami-nadas e/ou poluídas;Analisar a atuação do ser humanoem relação à erosão, destacando oquanto os seres humanos con-tribuem para o processo erosivo.

6. O ar e os seres vivosPesquisar, analisar e discutir apoluição do ar, suas causas, con-seqüências e possíveis soluções.

7. Seres vivos e o ambienteCaracterizar a distribuição dosseres vivos nas diversas regiõesdo planeta e as adaptações para asua sobrevivência;Analisar a qualidade de vida do serhumano nos diferentes espaçospor ele ocupados;Analisar a utilização dos recursosnaturais pelo ser humano e suarelação com os dejetos lançadosno ambiente.

Observar a atividade das minhocas no solo,identificando sua importância na agricultura;Caracterizar a relação solo x alimento(agrotóxicos, fertilizantes);Pesquisar as diferentes formas de poluição dosolo e como evitá-las, incluindo os agentespatogênicos nele presentes;Discutir a relação entre solo e lixo;Identificar as principais técnicas de tratamentodo solo, destacando aquelas ecologicamentecorretas como a adubação orgânica e verde,e o papel fundamental das minhocas na agri-cultura;Analisar a dependência dos seres vivos emrelação ao solo, aproveitando a ocasião paraanalisar a interdependência entre os seresvivos e, entre esses e o ambiente físico;Analisar a importância dos decompositores(fungos e bactérias) presentes no solo;Relacionar solo e saúde, incentivando hábitosde higiene e conservação do mesmo; Identificar as doenças relacionadas ao solocontaminado, associando esta questão àimportância do saneamento básico;Identificar, a partir do meio ambiente local, for-mas de utilização do solo, destacando pos-

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8. Tecnologia e desenvolvimentocientífico

Utilizar textos e vídeos atualizadossobre as relações entre o serhumano, o ambiente e os recursostecnológicos, visando propiciarmelhor compreensão do assunto.Observar o ambiente em que vive,identificando a existência de fenô-menos da natureza e sua relaçãocom os recursos tecnológicos;Pesquisar a história da tecnologia,estabelecendo comparações entreo ontem e o hoje em relação aosavanços tecnológicos na áreaambiental;Relacionar os diferentes equipa-mentos utilizados pelo ser humanoe as fontes de energia para o seufuncionamento, destacando a pos-sibilidade de uso de fontes alterna-tivas de energia (eólica, solar) emsubstituição àquelas que poluemou que provocam alterações ambi-entais, ou que são provenientes decombustíveis fósseis (recursosnão-renováveis).

9. Ser humano e saúdeDiscutir/analisar a ação do ser humano nomeio natural e as possíveis conseqüênciassobre a saúde humana, identificando, nosdiferentes sistemas do corpo humano, osefeitos relativos, por exemplo, à poluição doar/sistema respiratório, o uso de agrotóxicose fertilizantes no solo, aditivos e conservantesquímicos nos alimentos/sistema digestório.

GEOGRAFIAConteúdos/Orientações

1. Noções de tempo e espaço, enquantofenômeno geográfico em suas dinâmicas einterações: ocupação, organização, produçãoda sociedade, representação

Observar, através de livros, revistas, jor-nais, fotos, gravuras, pinturas, mapas, do-cumentos e outros recursos, as transfor-mações ocorridas em diferentes espaçosexistentes, analisando os processos demodificação do ambiente a partir de aspec-tos sociais, culturais, econômicos, físicos,históricos, geográficos, estéticos, entreoutros;

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Pesquisar sobre essas possíveiscausas, identificando os respon-sáveis pelas mesmas e avaliando oquanto essas mudanças con-tribuiram para o desenvolvimentoda sociedade, bem como as con-seqüências para o ambiente. Ex.1:construção de redes de saneamen-to básico, melhorando a qualidadede vida das pessoas. Ex.2: utiliza-ção de uma área de floresta para aagricultura, gerando desmatamen-tos, morte de rios, deslocamentosou extinção de animais, etc.

3. Natureza – sua relação com aação da sociedade na construçãodo espaço físico. As transfor-mações causadas por atividadeseconômicas, hábitos culturais,questões políticas e a interaçãodestes fatores entre si.

Representar as transformaçõesocorridas nos espaços geográficosatravés da construção de cartazes,textos individuais e coletivos e con-fecção de maquetes.

Observar o ambiente local, identificando oscomponentes da paisagem (rios, açudes,mares, montanhas, campos, florestas, cons-truções), bem como as mudanças nelaocorridas em função da forma de ocu-pação, das atividades econômicas desen-volvidas, da cultura do grupo que a ocupa,enfim, da forma como o ser humano serelaciona com a natureza;Identificar as mudanças ocorridas no local,utilizando fotos, relatos e outros registros;Comparar a paisagem local com a de ou-tros ambientes, através de fotografias,cartões-postais, pinturas e outras imagens;Construir maquetes, plantas de ruas,mapas, croquis e outros recursos, nosquais se possam observar as mudançasambientais ocorridas numa área.

2. O ser humano como sujeito construtor doespaço geográfico: um ser humano social ecultural

Levantar, com os alunos, hipóteses sobre aspossíveis causas de transformação dos ambi-entes;

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4. O lugar e a paisagem – o senti-mento de pertencer a uma reali-dade, sentir-se responsável ecomprometido historicamente

Buscar informações sobre o bairro(Como era o bairro há anos atrás?O que existia? Como as pessoasse comportavam? Quais as brin-cadeiras das crianças?) a partir deentrevista com moradores antigos.

5. O ambiente e a qualidade devida – proteção e preservação doambiente.

Descrever o bairro, identificandoseus principais problemas e discutircoletivamente as possíveis formasde solucionar/minimizar esses pro-blemas;Organizar campanhas de preser-vação da escola, da rua e do bairro;Construir uma lista de atitudes pes-soais e coletivas que devem ser cul-tivadas para a melhoria da quali-dade de vida.

6. Avanços tecnológicos e transformaçõessocioculturais

Pesquisar sobre os benefícios socioculturaisresultantes da utilização de tecnologias, bemcomo as conseqüências negativas advindasdas transformações tecnológicas a partir daleitura de artigos de jornais e revistas, queabordem a questão.

7. Valorização do patrimônio sociocultural eo respeito à sociodiversidade.

Discutir a importância dos pontos históricos daCidade, a partir de visitas ao Centro Histórico,a museus e outras áreas de relevante interessehistórico-cultural;Analisar a importância social dos grupos cul-turais existentes no bairro, na cidade e no país.

8. Leitura da paisagem do seu EstadoObservar e analisar paisagens, identificandoseus componentes (rios, matas, lagos,açudes, morros, montanhas, pastagens, tiposde construção, mar, áreas agrícolas, fauna,flora), bem como as mudanças ocorridas emfunção da forma de ocupação, das atividadeseconômicas desenvolvidas, da cultura do

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tros. Ex.: consumo desenfreado deprodutos descartáveis, gerandomuito lixo nos centros urbanos;Caracterizar e comparar as diferen-tes atividades produtivas desen-volvidas no campo e na cidade esuas conseqüências para o meioambiente. Ex.: nos centrosurbanos:indústrias, fábricas, geran-do poluição do ar, das águas, dosolo, sonora, entre outros proble-mas. Na zona rural: agricultura,pecuária, extrativismo, ocorrendo,em muitos casos, o uso inadequa-do dos agrotóxicos, de outros pro-dutos químicos, gerando poluiçãodos rios, do solo, do ar, bem comodesmatamentos ilegais, provocan-do a erosão do solo e a morte derios, entre outros problemas.

9. Paisagens urbanas e rurais dediferentes regiões do Brasil

Comparar as diferentes regiõesbrasileiras, em relação ao processode preservação ou depredação de

grupo que a ocupa, enfim, da forma como oser humano se relaciona com a natureza;Comparar a paisagem local em relação aoambiente urbano e rural, através defotografias, pinturas, gravuras, cartões-postais;Identificar os processos de organização econstrução das paisagens urbanas e ruraisao longo do tempo, ressaltando as mudançasambientais (desmatamentos, erosão,poluição, alteração da flora e fauna) e a inter-ferência do ser humano nesse processo;Pesquisar, analisar, comparar os tipos deconstruções existentes na zona rural e nazona urbana, discutindo aspectos, como porexemplo, a ocorrência de enchentes duranteas chuvas em conseqüência da impermeabi-lização de grandes áreas nas cidades;Discutir o processo de urbanização de algu-mas áreas conhecidas, destacando as trans-formações ambientais ocorridas e suas con-seqüências;Comparar a cultura (hábitos) dos habitantesdo campo e da cidade, e o reflexo disso nomeio ambiente, a partir da utilização de jor-nais, revistas, documentos, filmes, dentre ou-

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seus recursos naturais;Analisar a interdependência entreas áreas urbanas e as áreas rurais;Comparar as atividades econômi-cas, sociais e culturais das regiões,relacionando-as com a questãoambiental. Ex.: atividades extrativis-tas na Região Norte e atividadesindustriais no Sul e Sudeste –avaliando o impacto que essas ativi-dades provocam no meio ambiente.

10. Os Recursos Naturais doEstado

Identificar os recursos naturais re-nováveis do Estado, alertando parao problema referente às áreas des-matadas ou degradadas (mataatlântica, manguezais) e a necessi-dade de reflorestamento/recupe-ração das mesmas.

11. Técnicas e Tecnologias natransformação do Ambiente

Refletir sobre a influência da tec-nologia na preservação e conser-

vação do meio ambiente e na qualidade devida;Pesquisar as principais causas e conseqüên-cias da seca na Região Nordeste e a relaçãodesta com o meio ambiente, identificandopossíveis soluções para minimizar a pro-blemática da seca e melhorar a qualidade devida dos nordestinos;Analisar o processo de industrialização doEstado da Bahia e do país, considerando osaspectos positivos e negativos, relacionadosà questão ambiental.

12. Noção de RepresentaçãoAnalisar as modificações ocorridas ao longo dotempo na vegetação do Estado através da uti-lização ou construção de mapas;Analisar mapas evolutivos das atividadeseconômicas do Estado, registrando a ocupaçãode áreas com a agricultura, pecuária e indústria;Construir maquetes e plantas da área daescola e do entorno, destacando elementosrelacionados às questões ambientais comoáreas verdes, praças, parques, rios e espe-lhos d’água, esgotos, pontos de lixo;

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Valorizar o patrimônio cultural dopróprio grupo, despertando o inte-resse em conhecer outras formasde vida e de se relacionar com omeio natural.

2. Histórias relacionadas ao localem que o aluno vive, dimensiona-das em diferentes tempos

Pesquisar sobre o passado dobairro, sua história, os primeirosmoradores, as manifestações cul-turais, o comércio local, os elemen-tos naturais presentes, como: rios,córregos, fauna e flora, praças,jardins, as áreas de lazer e áreasconstruídas, a partir de entrevistascom moradores antigos, fotos,relatos, documentos e outrosrecursos;Convidar moradores antigos paracontar histórias do bairro, descre-ver como era o mesmo, as escolas,as áreas de lazer, as brincadeiras,o comércio, a cultura local, enfim,tudo que permita ao aluno com-

Comparar fotografias antigas e recentes deuma mesma área (de preferência, uma árealocal ou conhecida), observando as modifi-cações ocorridas na mesma;Entrevistar moradores antigos da região comvistas ao relato de possíveis modificações napaisagem local;

HISTÓRIAConteúdos/Orientações

1. A localidade e o cotidianoAnalisar o papel do ser humano, enquantoagente transformador, relacionando a interfe-rência de grupos sociais na dinâmica do meioambiente ao modo de ser, viver e trabalhardesses grupos, no passado e no presente;Realizar leitura de histórias e lendas, realiza-ção de jogos e brincadeiras, composição einterpretação de canções, projeção de filmese documentários, que possibilitem compararo modo de ser e viver de vários grupos soci-ais no seu contexto cultural como, por exem-plo, o modo dos indígenas se relacionaremcom a natureza, o respeito a todos os seres eaos recursos naturais;

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parar o presente com o passado,tanto no que ser refere aos aspec-tos físicos, quanto aos políticos,econômicos e socioculturais dobairro;Analisar e comparar as informaçõesobtidas na pesquisa anterior com arealidade do bairro, no presente,considerando as manifestações cul-turais, o comércio local, os aspec-tos físicos, entre outros;Discutir sobre as mudanças ocorri-das, identificando suas causas e asconseqüências positivas e negati-vas dessas transformações.

3. Transformação e manutençãodos costumes das famílias e dasinstituições escolares

Pesquisar e analisar as mudançasrelacionadas aos costumes ali-mentares, ao vestuário, ao tipo demoradia, aos meios de comuni-cação e transporte, entre outros, eas mudanças ocorridas na relaçãodo ser humano com a natureza.

4. Modificações no ambiente Pesquisar, analisar e discutir as modificaçõesrealizadas na natureza para a construção depontes, estradas, viadutos, pastagens, áreaspara a agricultura, a pecuária, etc;Relacionar o aumento da produção industriale o aumento da utilização dos recursos natu-rais ao aumento da produção de lixo.

5. Comunidades indígenasPesquisar as áreas ocupadas por comu-nidades indígenas no início da colonizaçãodo Brasil e as áreas reservadas para osíndios na atualidade em livros, revistas emapas;Pesquisar e comparar a forma como osíndios interagem com a natureza em relaçãoa nossa sociedade;Pesquisar e comparar com a nossasociedade, a organização familiar, a divisãodo trabalho, o tipo de alimentação, o ves-tuário, os hábitos de higiene e a religião dosíndios;Pesquisar e analisar as transformações ocor-ridas nas comunidades indígenas, em funçãodo contato com outros povos.

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monumentos, áreas verdes.

8. Organização Histórica eTemporal

Identificar as principais transfor-mações, positivas e negativas, emtermos ambientais, ocorridas aolongo do tempo, a partir da históriada cidade;Identificar os momentos significa-tivos ocorridos na história da lutapela preservação ambiental nacidade e sua relação com a pro-blemática ambiental nacional.

9. Orientação política deAdministração Urbana

Refletir sobre a importância dosaneamento básico nos espaçosurbanos e rurais;Discutir a importância de uma políti-ca ambiental eficaz que busque apreservação dos espaços públicoscomo praças, parques, monumen-tos, áreas verdes;Identificar as transformações ocor-ridas em Salvador, destacando as

6. História das organizações popula-cionais/Deslocamentos populacionais

Associar a chegada dos portugueses aoBrasil e a exploração do pau-brasil aos des-matamentos ocorridos em função disso, com-parando a maneira predatória de apropriaçãodos recursos naturais utilizada por estes, coma forma adotada pelas sociedades indígenas,seu tipo de vida, a harmonia com o meioambiente e o respeito aos recursos naturais;Relacionar o deslocamento de populaçõesafricanas para a América, à exploração do serhumano pelo ser humano, caracterizando omodo de vida desse povo, inclusive a relaçãode respeito para com o ambiente, refletida atéhoje na religião (Candomblé);Identificar e analisar a relação de vários gru-pos de imigrantes com a terra, as técnicas deplantio utilizadas, etc.

7. Organização Política de AdministraçãoUrbana

Refletir sobre a importância do saneamentobásico nos espaços urbanos e rurais;Discutir a importância de uma política ambi-ental eficaz que busque a preservação dosespaços públicos como praças, parques,

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questões ambientais relacionadasàs mesmas (transformaçõessofridas pelas praias urbanas, oprocesso de poluição por esgotose a busca de reversão destequadro com o Bahia Azul; a requa-lificação do Centro Histórico; adegradação e a atual reestrutu-ração de alguns parques urbanos,como o de Pituaçu, da Cidade, doAbaeté e de algumas praças eáreas verdes como o CampoGrande, Praça da Piedade, etc.),comparando esse processo, emSalvador, com o ocorrido em ou-tras capitais brasileiras, como Riode Janeiro e Brasília.

10. Organização e lutas de grupossociais e étnicos

Discutir o papel de grupos ambien-talistas, ONGs e grupos indígenasna luta de grupos sociais e étnicosem prol da preservação ambiental.Ex: pelas áreas de preservação,por espécies em extinção, pelamata atlântica.

3.3. Inserção do tema transversal MeioAmbiente no Ensino Fundamental – 5ª à 8ªsérie

LÍNGUA PORTUGUESAConteúdos/Orientações

1. Linguagem Oral/LeituraComo a linguagem oral é utilizada emdiversas situações, sugerimos a realizaçãode jogos, pesquisas, declamação de poe-mas, narração de acontecimentos e fatos,leitura, interpretação e dramatização dehistórias e letras de músicas, entrevistas,noticiários de classe, debates, palestras,todos com a utilização das diversas temáti-cas ambientais como água, lixo, ar, solo,poluição, hábitos de higiene, alimentação,atitudes corretas em relação ao meio ambi-ente, etc.;Além disso, sugere-se a leitura de poemas,contos, notícias, artigos de revistas e jor-nais, textos diversos, inclusive dos livrosdidáticos das outras disciplinas e revistasinfanto-juvenis, também baseados naquestão ambiental.

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1.1. Números naturais/Númerosinteiros/Números racionais1.2. Múltiplos, divisores enúmeros primos1.3. Sistema de numeraçãodecimal1.4. Sistema fracionário1.5. Multiplicação e divisãoenvolvendo números naturais edecimais

Buscar contextos na área ambi-ental para identificar e reco-nhecer a utilidade dos númerosnaturais, inteiros e racionais, bemcomo para representar osnúmeros decimais e fracionários;Leitura e interpretação defrações, em situações em queesteja implícita a relaçãoparte/todo no contexto do meioambiente, a exemplo de: quanti-dade total de água no planeta Xágua doce; quantidade deárvores de uma determinada áreaX árvores derrubadas; quanti-dade de animais X animais em

2. Linguagem EscritaEstimular a produção de textos, criação depoesias, histórias, contos, crônicas e paródiasa partir de temas ambientais pesquisados emjornais, revistas, cartilhas, livros, músicas,enciclopédias; reescrita, adaptação e trans-formação de contos e histórias conhecidasdirecionando para os possíveis temas ambi-entais que a história/conto possa despertar.

3. Análise LingüísticaAs questões tradicionais de gramática, perti-nentes às quatro séries (5ª à 8ª), a exemplode ortografia e acentuação (fonética), classee estrutura dos vocábulos (morfologia),oração, período, concordância, regência (sin-taxe) e estilos literários (semântica), poderãoser trabalhados através de textos, poemas,letras de música, histórias, artigos de jornaise revistas e outros recursos instrucionais queabordem a temática ambiental.

MATEMÁTICAConteúdos/Orientações

1. NÚMEROS E OPERAÇÕES

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extinção, etc.; Resolver problemas envolvendonº decimais e frações, a partir dacontextualização da questãoambiental;Propor problemas contextualiza-dos no ambiente local envolven-do as operações de multipli-cação e divisão;Utilizar jogos e brincadeiras decunho ambiental, que possibiliteao aluno resolver problemasenvolvendo as operações acimamencionadas;Propor problemas contextualiza-dos na realidade ambiental,envolvendo múltiplos, divisores enúmeros primos.

1.6. Potenciação1.7. Raiz quadrada e cúbica1.8. Proporcionalidade1.9. Noção de variável eexpressão algébrica1.10. Números irracionais1.11. Operações com números

naturais, inteiros, racionais e irracionais1.12. Grandezas diretamente e inversa-mente proporcionais1.13. Regra de três1.14. Juros simples e compostos1.15. Equações e inequações de 1º grau1.16. Expressões algébricas1.17. Fatoração

Propor problemas contextualizados na reali-dade ambiental, envolvendo os conteúdosacima mencionados.

2. ESPAÇO E FORMA2.1. Coordenadas cartesianas2.2. Direção, sentido, ângulos, paralelismo,perpendicularismo

Localizar no mapa, uma floresta, umacidade, um rio, uma APA (Área de ProteçãoAmbiental), etc., a partir de coordenadascartesianas;Identificar pontos de referência ambientais(árvores, rios, riachos, córregos, jardins,praças, pontos de lixo ou coletores de lixo,etc.) que permitam ao aluno situar-se edeslocar-se no espaço, descrevendo e re-presentando percursos e trajetos;

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local, a exemplo da comparaçãoda quantidade de lixo produzidoem cada sala de aula (peso evolume); dimensões de umacidade, de uma floresta ou deum jardim, horta ou área verdeda escola (comprimento, área eperímetro); diâmetro de árvores;medida do consumo de água eenergia; distância da escola atéa casa ou a outro ponto de refe-rência.

4. TRATAMENTO DAINFORMAÇÃO

4.1. Fluxogramas, tabelas e gráfi-cos/ gráficos de colunas, his-togramas e polígonos de fre-qüência4.2. Média aritmética4.3. Probabilidade4.4. Média, moda e mediana

Descrever e interpretar a reali-dade através da produção depequenos textos produzidos apartir de fluxogramas, tabelas e

Construir maquetes e painéis que reflitamos espaços locais e suas característicasambientais.

2.3. Figuras geométricas espaciais eplanas2.4. Figuras bidimensionais e tridimensionais2.5. Mediatriz e bissetriz2.6. Propriedades de triângulos equadriláteros

Representar figuras geométricas, através dautilização de sucatas, ressaltando a neces-sidade de reutilização e reciclagem do lixo,bem como informações sobreconsumo/desperdício.

3. GRANDEZAS E MEDIDAS3.1. Principais unidades de medidas3.2. Cálculo de área de figuras planas3.3. Conversões de medidas3.4. Conversões de unidades de medidas3.5. Cálculo de área e perímetros3.6. Cálculo de volume

As noções de peso volume, comprimento,tempo, área e perímetro, poderão ser tra-balhadas a partir de questões do cotidiano

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gráficos sobre situações ambien-tais, a exemplo de: gráfico deconsumo de água e energia dacasa ou da escola, desperdíciode água, desmatamento, extinçãode espécies, doenças rela-cionadas a saneamento básico,produção de lixo, etc.; Sugerir criação de texto onde acriança possa identificar a suaforma de perceber as infor-mações veiculadas nos gráficose sua maneira de contribuir paramodificar a situação exposta.

CIÊNCIASConteúdos/Orientações

1. TERRA E UNIVERSO1.1. Sistema Solar1.2. Origem do planeta Terra1.3. As invenções: lunetas,telescópios, naves, satélites, etc.1.4. Formas de vida em dife-rentes épocas geológicas

Ao trabalhar Sistema Solar e a

origem do nosso planeta, destacar ascondições que propiciaram a vida na Terra,condições essas que inviabilizaram a vidanos outros planetas do Sistema Solar;Ressaltar a importância dos satélites nomapeamento de várias questões ambien-tais, como as queimadas e os desmatamen-tos na Floresta Amazônica;Ao trabalhar as formas de vida em dife-rentes épocas geológicas, discutir aquestão da extinção dos dinossauros e falarde outras formas de vida já extintas ou emvias de extinção.

1.5. Composição da atmosfera e a posiçãodos continentes na superfície terrestre1.6. Aquecimento do planeta

Trabalhar a problemática do aquecimentoda Terra, evidenciando as causas e conse-qüências do efeito estufa;Ressaltar a importância do gás ozônio naproteção do planeta contra os efeitosdanosos da radiação ultravioleta do Sol.

1.7. O papel da tecnologia no desenvolvi-mento do conhecimento

Diretrizes Curriculares de Educação Ambiental para as Escolas da Rede Municipal de Ensino de Salvador - 105

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manutenção dessas áreas (li-xeiras, telefones, bancos, ilumi-nação, praças, etc.);Comparar ambientes com carac-terísticas distintas, como porexemplo: rural e urbano; umapraça bem-cuidada e umadepredada; uma rua limpa e umasuja; Identificar as modificações ocor-ridas em um ambiente, emépocas diferentes, a partir daobservação de figuras e fotos;Observar o modo como o serhumano se relaciona com a partefísica do meio ambiente (com oar, a água, o solo, energia, o sub-solo, etc.);Observar o modo como o serhumano se relaciona com os ou-tros seres vivos (agricultura,pecuária, exploração madeireira,exploração de outros animais edo próprio ser humano, animaisdomésticos);Observar e identificar as transfor-

1.8. Limites para o uso dos recursos natu-rais e tecnológicos1.9. As contribuições de Copérnico, Galileue Newton1.10. As idéias de Einstein1.11. Os fenômenos do universo

Discutir a importância do uso de tecnolo-gias limpas para a preservação ambiental;Refletir sobre a finitude dos recursos natu-rais, com ênfase na problemática dos recur-sos não-renováveis;Avaliar a contribuição dos filósofos e pen-sadores para o desenvolvimento das ciên-cias, da história da humanidade e para aanálise da questão ambiental.

2. VIDA E AMBIENTE2.1. Relações entre ambientes, seres vivose seus componentes2.2. Caracterização dos ambientes

Estimular a observação do ambiente decasa, da escola e do bairro, identificandoas diferenças entre os seres vivos e não-vivos, o estado de conservação dessesambientes, presença ou não de equipamen-tos e/ou serviços públicos para a

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mações ambientais provocadaspelo ser humano, enfatizando anecessidade de preservação dosrecursos naturais.

2.3. Classificação dos seresvivos de acordo com seu papelna cadeia alimentar2.4. Cadeias alimentares

Analisar diferentes cadeias ali-mentares, ressaltando a importân-cia da fotossíntese e a interde-pendência entre os seres vivos; Analisar a importância dosdecompositores (fungos e bac-térias) no ciclo da matéria viva.

2.5. Fauna e flora do planeta2.6. Morfologia e fisiologia dosseres vivos2.7. Hábitos, tipo de alimentação,reprodução, habitat, etc.

Comparar hábitos e modos devida dos diferentes seres vivosencontrados no ambiente local;Comparar o ser humano com

outros animais, considerando os aspectosanatômicos, fisiológicos e comportamen-tais, em relação ao ambiente físico; Caracterizar a distribuição dos seres vivosnas diversas regiões do planeta e as adap-tações para a sua sobrevivência.

2.8. Os vegetais: descrição e comparaçãoAnalisar os processos de devastação denossas matas;Discutir a importância de pesquisas a cercados remédios e produtos fitoterápicos,como alternativa viável para a cura demuitas doenças, relacionando-as à questãoda preservação da flora;Discutir a legislação brasileira em relação abiopirataria da nossa flora, ressaltando osfreqüentes casos de patenteamento deespécies para a fabricação de medicamen-tos e vacinas a partir dos produtosbrasileiros.

2.9. Ecossistemas brasileiros2.10. Funções vitais e os comportamentosdaqueles que habitam diferentes ecossis-temas

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mento básico;Avaliar as condições de sanea-mento básico da casa, rua, esco-la e do bairro onde vive;Analisar as diversas formas depoluição, dando ênfase àquelastipicamente urbanas – ar, sonora,solo (lixo), radiativa, visual, entreoutras.

2.14. As transformações dosestados físicos da água2.15. A problemática da água noplaneta2.16. A diminuição dos manan-ciais de água potável

Observar os diferentes estadosfísicos da água presentes noambiente; Discutir sobre a água (dis-tribuição no planeta, noção deescassez X desperdício,poluição, tratamento e utilização,higiene), sobre o solo (poluição,solo X agricultura), sobre o ar(importância dos gases,

Analisar os principais problemas ambientaisdos grandes ecossistemas brasileiros (bio-mas), como a devastação da mata atlântica eda Amazônia, destruição do cerrado, caatin-ga, pantanal e manguezais, entre outros.

2.11. Fenômenos que participam do fluxode energia na terra e dos ciclos biogeo-químicos

Analisar os ciclos biogeoquímicos,ressaltando a importância dos mesmoscomo fonte de circulação dos elementosnecessários à manutenção, renovação ereprodução da vida.

2.12. A degradação ambiental/as diversasformas de poluição2.13. As queimadas e o lixo atômico

Observar e identificar as transformaçõesambientais provocadas pelo ser humano,enfatizando a necessidade de preservaçãodos recursos naturais;Relacionar ambiente saudável, saúde equalidade de vida;Identificar as principais doenças rela-cionadas com a problemática do sanea-

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poluição), sobre o lixo (consumis-mo, acondicionamento, coleta,destinação, reaproveitamento ereciclagem); Analisar gráficos e tabelas refe-rentes à distribuição de água noplaneta, com posterior discussãosobre a quantidade de águadoce disponível e a relação como desperdício;Observar os diferentes estadosfísicos da água presentes noambiente, enfatizando aimportância do seu ciclo para amanutenção da vida na Terra;Debater sobre as possíveis con-seqüências do descongelamentodas calotas polares em funçãodo aquecimento do planeta;Discutir a influência das chuvasna ocorrência de enchentes ousecas;Relacionar as inundações aosmaus hábitos que provocam oentupimento das redes dedrenagem;

Discutir sobre a poluição/contaminação daágua, suas causas, conseqüências e pos-síveis soluções;Caracterizar os processos de captação,armazenamento e tratamento da água, enfa-tizando a necessidade de purificação comoforma de manutenção da saúde;Relacionar saneamento básico, água edoenças de transmissão hídrica.

2.17. As questões relacionadas com o ar2.18. O buraco da camada de ozônio

Pesquisar e discutir sobre a poluição do ar,suas causas, conseqüências e possíveissoluções;Relacionar o aumento no buraco da cama-da de ozônio à utilização excessiva deCFC, pelo ser humano.

2.19. Transformação do solo para o cultivo2.20. Combate a erosão2.21. Controle de pragas

Analisar a atuação do ser humano emrelação à erosão, destacando o quanto osseres humanos contribuem para o processoerosivo;

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de higiene e conservação domesmo; Identificar as doenças rela-cionadas ao solo contaminado,associando esta questão àimportância do saneamento bási-co;Comparar o solo urbano com osolo rural, nos aspectos relaciona-dos à utilização, poluição, contami-nação, conservação, degradação.

2.23. O solo urbano e seus pro-blemas

Identificar, a partir do meio ambi-ente local, formas de utilizaçãodo solo, destacando possíveisáreas erodidas, contaminadase/ou poluídas;Pesquisar as diferentes formasde poluição do solo e comoevitá-las, incluindo os agentespatogênicos nele presentes;Analisar a qualidade de vida doser humano nos diferentesespaços por ele ocupados;

Identificar as principais técnicas de trata-mento do solo, destacando aquelas eco-logicamente corretas como a adubaçãoorgânica e verde, e o papel fundamentaldas minhocas na agricultura;Relacionar a contaminação do solo, do ar,da água, dos alimentos e do ser humano àutilização de agrotóxicos no combate àspragas, ressaltando a importância da utiliza-ção de técnicas de controle biológico;Analisar a dependência dos seres vivos emrelação ao solo, aproveitando a ocasiãopara analisar a interdependência entre osseres vivos e, entre esses, e o ambiente físi-co;Analisar como se dá o manejo do solo rural,ressaltando os cuidados que devemos tercom o mesmo (adubação, irrigação,drenagem, etc.);Observar a atividade das minhocas no solo,identificando sua importância na agricultura;Caracterizar a relação solo x alimento(agrotóxicos, fertilizantes).

2.22. Relação solo e saúdeRelacionar solo e saúde, incentivando hábitos

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Analisar a utilização dos recursosnaturais pelo ser humano e suarelação com os dejetos lançadosno ambiente;A problemática do lixo;Ressaltar que a disposição ina-dequada do lixo pode provocar apoluição e a contaminação dosolo;Analisar os padrões de consumoda sociedade;Alertar para necessidade deconscientização acerca dos três“Rs” — redução, reutilização ereciclagem;Incentivar a prática de reutilização ereciclagem do lixo, através de ofici-nas de papel reciclado, de ces-tarias, de brinquedos e de móveis.

3. SER HUMANO E SAÚDE

3.1. Corpo integrado pelasdimensões orgânica, ambiental,psíquica e sociocultural3.2. A célula

3.3. Higiene pessoal e dos ambientesIdentificar os cuidados básicos de higienecorporal, propiciando ao aluno a percepçãodo seu corpo como o ambiente mais próxi-mo e que deve ser preservado.

3.4. Produção e oferta de alimento3.5. Conservação, higienização e aproveita-mento de alimentos3.6. Alimento e doenças resultantes decarência nutricional3.7. Hábitos alimentares x cultura3.8. Alimentos industrializados3.9. Reciclagem de resíduos3.10. Direitos e deveres do consumidor

Ao trabalhar o tema “alimentos”, ressaltar aimportância de evitar o desperdício e bus-car receitas alternativas, utilizando cascas,caroços e talos de vegetais, para suprir acarência nutricional, em especial, de pes-soas mais carentes;Discutir a utilização da medicina popular notratamento de doenças;Destacar o conhecimento/sabedoria dospovos indígenas em relação à utilização devegetais no tratamento e cura de diversas

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poluição da água/sistemasdigestório, circulatório eexcretor;contaminação por produtosquímicos, via cadeia alimen-tar/sistema digestório (cami-nho do alimento), sistemareprodutor (contaminação dobebê via leite materno) e sis-tema nervoso (alterações neu-rológicas).

3.15. Sexualidade e adolescência3.16. Problemas relacionadoscom a adolescência – álcool, dro-gas, gravidez, DSTs, contracepção,violência, prostituição, etc.3.17. A importância do aleitamen-to materno

Abordar a sexualidade, a repro-dução e os problemas relaciona-dos à adolescência, a partir deuma “leitura” do corpo como oambiente mais próximo, mais ínti-mo e que, portanto, deve sermantido sempre saudável.

doenças;Discutir a questão da biopirataria emrelação aos conhecimentos dos povos dafloresta;Discutir a importância da agricultura orgâni-ca como forma de se evitar a contaminação,via cadeia alimentar, por agrotóxicos;Destacar a importância da compostagemcomo forma de reciclar o lixo orgânico,proveniente, principalmente, de sobras erejeitos de alimentos.

3.11. A nutrição, respiração, circulação eexcreção3.12. Sistema nervoso e glandular3.13. A locomoção3.14. Sistema reprodutor

Discutir/analisar a ação do ser humano nomeio natural e as possíveis conseqüênciassobre a saúde humana, identificando, nosdiferentes sistemas do corpo humano, osefeitos relativos, por exemplo a:

poluição do ar/sistema respiratório; uso de agrotóxicos e fertilizantes nosolo, aditivos e conservantes químicosnos alimentos/sistema digestório;

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3.18. Vida saudável — importân-cia da prática de esportesRessaltar a importância da práticade atividades físicas, de preferên-cia em locais abertos, arejados,como praias e parques.

4. TECNOLOGIA E SOCIEDADE

4.1. Evolução do conhecimentotécnico-científico4.2. Invenções utilizadas naobservação do espaço

Pesquisar a história da tecnolo-gia, estabelecendo comparaçõesentre o ontem e o hoje emrelação aos avanços tecnológi-cos na área ambiental;Destacar a problemática dabiopirataria em nossos biomas,em especial na Amazônia.

4.3. Transformação de matéria eenergia4.4. Fontes de energia4.5. Água e tecnologia

Relacionar os diferentes equipamentos uti-lizados pelo ser humano e as fontes deenergia para o seu funcionamento, desta-cando a possibilidade de uso de fontesalternativas de energia (eólica, solar) emsubstituição àquelas que poluem ou queprovocam alterações ambientais, ou que sãoprovenientes de combustíveis fósseis (recur-sos não-renováveis);Destacar a necessidade do uso de tecnolo-gias limpas, em especial, aquelas desti-nadas a reciclar materiais – lixo, água e ou-tros.

4.6. Limpeza do ambiente/Biodegradação 4.7. A tecnologia usada na reciclagem demateriais4.8. A interferência do ser humano emciclos naturais4.9. Limites quanto à extração e transfor-mação dos recursos naturais

Alertar para a problemática do uso dosrecursos naturais, em especial os não-re-nováveis;Relacionar fenômenos da natureza aosrecursos tecnológicos a partir da obser-

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HISTÓRIAConteúdos/Orientações

1. Concepções de espaço etempo em diferentes culturas

2. O ser humano e suasrelações sociais, culturais e detrabalho em diferentes reali-dades

Assistir filmes e documentáriosque possibilitem comparar omodo de ser e viver de váriosgrupos sociais no seu contextocultural como, por exemplo, omodo dos indígenas se rela-cionarem com a natureza, orespeito a todos os seres e aosrecursos naturais. Analisar o papel do serhumano, enquanto agente trans-formador, relacionando a inter-ferência de grupos sociais nadinâmica do meio ambiente emrelação ao modo de ser, viver etrabalhar desses grupos, no

vação do ambiente em que vive;Analisar a relação serhumano/ambiente/recursos tecnológicos apartir da leitura de textos e exposição devídeos atualizados sobre a questão.

4.10. Conservação de alimentosSalientar os avanços tecnológicos na áreade fabricação de remédios, vacinas e con-servação de alimentos, destacando,porém, os perigos que os aditivos e con-servantes utilizados nos alimentos repre-sentam para a saúde.

4.11. Fabricação de vacinas e remédiosObtenção de materiais como ferro, aço,carvão mineral, petróleo, etc.;Ressaltar que esses materiais são recursosnão-renováveis e, portanto, seu uso/explo-ração deveria ser controlado;Alertar para a depredação ambiental prove-niente dos processos de obtenção/trans-formação desses recursos;Destacar os grandes desastres ambientaisocorridos nos mares por derramamento depetróleo.

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passado e no presente;Pesquisar e analisar asmudanças relacionadas aoscostumes alimentares, ao ves-tuário, ao tipo de moradia, aosmeios de comunicação e trans-porte, entre outros, e asmudanças ocorridas na relaçãodo ser humano com a natureza.

3. Sociedades dos caçadores ecoletores de alimentos

Caracterizar a relação harmôni-ca ser humano/natureza, nesseperíodo, em função do seumodo de vida (utilização dosrecursos naturais exclusiva-mente para a subsistência);Analisar a importância dadescoberta do fogo no proces-so de emancipação do serhumano em relação à natureza.

4. Sociedades dos produtoresde alimentos

Registrar as primeiras interfe-

rências do ser humano sobre a natureza,a partir da utilização de técnicas agrícolase da prática do pastoreio com vistas àprodução de alimento;Destacar a ameaça à biodiversidade, namedida em que o ser humano interfere naseleção natural através do domínio dareprodução de espécies vegetais e ani-mais pela agricultura e pecuária;Relacionar os processos de sedentariza-ção e de desnaturalização dos espaçosnaturais à degradação do solo pelas ativi-dades agrícolas.

5. O ser humano como produtor de cul-tura e trabalho/As primeiras civilizações

Ao caracterizar as primeiras civilizações,ressaltar o grande desenvolvimento daagricultura devido ao uso da água comobjetivos produtivos, através da irrigação,a qual garantia a fertilidade das terras;Registrar a intensificação do processo deapropriação dos recursos naturais pelo serhumano, nesse período, destacando-se autilização do cobre, estanho, ferro e bronzepara confecção de suas ferramentas;

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dutos que distribuíam água fres-ca para as fontes públicas, osbanhos públicos e lares dosricos cidadãos, e a criação deum sistema de esgoto paraescoamento das valas das ruas.

6. O ser humano como produtorde cultura e trabalho/IdadeMédia

Relacionar a riqueza do ImpérioBizantino à agricultura e àdestruição da fauna e floralocais;Destacar as lutas sangrentasdos povos árabes pela possede poços e/ou oásis para asobrevivência numa regiãodesértica;Relacionar o desenvolvimentocientífico da civilização árabe àincorporação e reelaboração dopatrimônio cultural dos povosbizantinos, persas, hindus e chi-neses, possibilitando, entre ou-tras, a descoberta de que a

Ainda em relação às primeiras civilizações– Mesopotâmia, Egito, Índia e China,identificar as condições ambientais (valesdos rios Tigre, Eufrates, Nilo, Ganges eAmarelo) como determinantes para odesenvolvimento desses povos;Relacionar a apropriação dos recursosnaturais aos conflitos entre povos, desdea Antiguidade, a exemplo das lutas pelaposse de áreas férteis para o cultivo agrí-cola e para a pecuária;Identificar as grandes transformações domeio natural na Mesopotâmia e no Egito,como a construção de diques e barragenspara conter as enchentes, além de canaisde irrigação para levar a água dos riospara locais mais secos;Relacionar a fixação de grupos humanosem regiões desérticas do Egito aoaproveitamento das condições naturaisque o Rio Nilo oferecia, a exemplo dodepósito de rica camada de húmus nassuas margens, durante as cheias, tornan-do as terras férteis para a agricultura; Caracterizar o uso produtivo da águapelos romanos, como a criação de aque-

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água e o solo são meios detransmissão de doenças;Registrar a preocupação deCarlos Magno (ImpérioCarolíngio) com a higiene doambiente e com a diversidadede plantas a serem cultivadaspara fins paisagísticos;Discutir a importância da pro-priedade da terra, consideradabem produtivo, símbolo depoder e riqueza na sociedadefeudal;Falar da peste negra que dizi-mou aproximadamente 13 mi-lhões de pessoas da Europamedieval, devido à proliferaçãode ratos pela falta de higiene esaneamento público desseperíodo, constituindo um fatordecisivo para a queda do feu-dalismo;Relacionar as condições sa-nitárias das cidades medievais(ausência de sistema de esgotoou coleta de lixo) à proliferação

de doenças e epidemias, como o caso dapeste negra.

7. O ser humano como produtor de cul-tura e trabalho/Idade Moderna

No período da “Renascença” (séc.XIV àXVI), destacar a visão antropocêntrica domundo (valorização do ser humano comocentro da natureza); Caracterizar as técnicas de agricultura(terraços e canais de irrigação) utilizadaspelos Incas, Maias e Astecas na Américaantes da colonização;Relacionar as grandes navegações à con-quista de novas terras e obtenção demetais preciosos como forma de ampli-ação do poder.

8. Constituição do território, nação eEstado na América, especialmente noBrasil

Analisar a degradação ambiental dascolônias como resultado da exploraçãodos recursos naturais e humanos pelospaíses colonizadores;Identificar o incremento do comércio

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Pesquisar e comparar com anossa sociedade, a organizaçãofamiliar, a divisão do trabalho, otipo de alimentação, o ves-tuário, os hábitos de higiene e areligião dos índios;Pesquisar e analisar as transfor-mações ocorridas nas comu-nidades indígenas, em funçãodo contato com outros povos;Também em relação ao desco-brimento, abordar a destruiçãodas matas brasileiras, atravésda exploração predatória, espe-cialmente do pau-brasil, noperíodo de 1500 a 1530;Salientar o processo de devas-tação das matas brasileiras, emdecorrência da ocupação por-tuguesa no litoral, com o objeti-vo de cultivar cana-de-açúcar;Registrar também a devastaçãodas matas, ocorrida em funçãodas Capitanias Hereditárias,bem como dos grandes latifún-dios improdutivos surgidos a

como impulsionador do impacto destruti-vo das metrópoles sobre as colônias.

9. O ser humano, o trabalho e a história:o trabalho nos diferentes momentos daHistória do Brasil/O trabalhadorbrasileiro: índios, negros, imigrantes,mulheres

Ao trabalhar o descobrimento do Brasil,discutir a problemática dos índios hoje,comparando o seu modo de vida naquelaépoca e agora, e a maneira predatória deapropriação dos recursos naturais, utiliza-da pelos portugueses, com a forma adota-da pelas sociedades indígenas, seu tipode vida, a harmonia com o meio ambientee o respeito aos recursos naturais;Enfatizar o processo de dizimação ocorri-do ao longo destes quinhentos anos e ainterferência do “homem branco” nas cul-turas indígenas;Pesquisar em livros, revistas, Internet emapas as áreas ocupadas por comu-nidades indígenas no início da coloniza-ção do Brasil e as áreas reservadas paraos índios na atualidade;

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partir das capitanias. Ainda emrelação a esse tema, falar dogrande latifúndio que foi aFazenda Garcia D’Ávila, nolitoral norte do nosso estado;Abordar ainda a devastaçãodas matas interiores, ocorridaem função das Entradas eBandeiras, destacando nesseprocesso, a forma cruel de cap-tura e escravização dos índios enegros;Relacionar a degradação provo-cada pelos garimpos aos ciclosdo ouro e do diamante;Abordar o processo de devas-tação das matas para a trans-formação das terras em pasta-gens, no período de expansãoda pecuária para o interior;No período colonial, salientar aquase inexistência de esgota-mento sanitário nas cidades,inclusive em Salvador, capitaldo Brasil nesse período;Registrar, durante os períodos

Colonial e Imperial, a carência de serviçosde limpeza, esgotamento sanitário e dis-tribuição de água nas cidades, onde ocor-ria o lançamento dos dejetos na própriarua, pelos escravos negros, que recolhiamos vasos com as “necessidades” de seussenhores (cena muito comum noscasarões do Pelourinho); Ao falar dos deslocamentos das popu-lações africanas para a América, ressaltara exploração do ser humano pelo serhumano, caracterizando o modo de vidadesses povos, inclusive a relação derespeito para com o ambiente, refletidaaté hoje no Candomblé.

10. O ser humano como produtor de cul-tura e trabalho/Idade Contemporânea

Analisar as conseqüências mais imediatasda Revolução Industrial – poluição do ar edas águas, e ocorrência de doenças res-piratórias e intestinais;Salientar a permanência da relação deexploração do ser humano pelo serhumano;Caracterizar também, as péssimas

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Nesse mesmo período, noNordeste, as monoculturas dacana-de-açúcar, algodão ecacau também provocaram de-vastações e desgaste dos solos.Mencionar que, dessas cul-turas, a que menos devastaçãoprovoca é o cacau, em funçãodo cacaueiro necessitar dasombra de uma outra árvorepara se desenvolver;Analisar as conseqüênciasambientais do processo deindustrialização do Brasil, ocor-rido durante as primeirasdécadas do século XX;Caracterizar o processo defavelização, ocorrido no iníciodo século XX, em decorrênciada reurbanização da capital doPaís (Rio de Janeiro), o queafastou a pobreza do centro dacidade (demolição de cortiços,alargamento de ruas, etc.),levando a população mais ca-rente a ocupar os morros;

condições de trabalho nas indústriasinglesas na época, refletindo-se na saúdedo trabalhador.

11. A República Brasileira e o espaço dopovo nesta forma de governo12. Movimentos sociais – as lutas e con-quistas políticas travadas pelas classes13. Relações de trabalho em nossasociedade14. Os movimentos sociais dos traba-lhadores: ligas, sindicatos, associações,etc.15. Emprego, subemprego e desemprego

Em relação à História do Brasil, analisar oprocesso de crescimento das cidades,ocorrido na maioria dos casos sem plane-jamento, desde o II Império até os diasatuais;Relacionar a monocultura do café, à con-seqüente devastação das matas e aoesgotamento dos solos, no períodorepublicano (a partir de 1889);Caracterizar a relação de vários gruposde imigrantes com a terra, as técnicas deplantio utilizadas, etc.;

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Caracterizar também o proces-so de modernização ocorridoem outras capitais, como SãoPaulo, onde a ausência de mor-ros deslocou os pobres paraáreas mais distantes;Analisar as conseqüênciasambientais do processo de ver-ticalização das cidades e deexpansão das indústrias, ocorri-da durante a ditadura Vargas;No período da Ditadura Militar,destacar o processo de devas-tação ambiental devido à rea-lização de grandes obras emega-projetos como aTransamazônica e o Projeto Jarí,bem como a política de incen-tivos fiscais, implementada pelogoverno, para atrair multina-cionais poluidoras para o Brasil;Destacar que nesse períodohouve um declínio da atividadedos seringueiros e o governoestimulou a ocupação daAmazônia por meio da

agropecuária e da mineração, gerandomais desmatamentos e queimadas;Destacar a Transamazônica como umadas maiores agressões à floresta e rela-cionar o seu fracasso à falta de investi-mentos, aos solos pouco férteis e a faltade conservação da rodovia;Ressaltar o grande empenho do governomilitar em facilitar a instalação de grandesempresas mineradoras na região amazôni-ca, dando ênfase à degradação ambientalprovocada pelo garimpo de Serra Pelada;Discutir a importância do sancionamentoda Lei 6.938/81, que dispunha sobre aPolítica Nacional do Meio Ambiente, seusfins e mecanismos de formulação e apli-cação, no governo Figueiredo;Discutir as conseqüências ambientais doacidente envolvendo a Indústria UnionCarbide, onde um vazamento do gásvenenoso methyl isocyanate, causou amorte de 2 mil pessoas e feriu cerca de200mil, em 1984;Ao discutir sobre o uso da energianuclear, analisar o acidente na usina deChernobyl, na União Soviética em 1986;

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no Alasca, e suas conseqüên-cias na fauna marinha;Situar a Rio 92 como encontrointernacional sobre o meioambiente e desenvolvimentomais importante desde que oser humano se organizou emsociedades;Em relação a Salvador, identi-ficar as principais transfor-mações, positivas e negativasem termos ambientais, ocorri-das ao longo do tempo, a partirda história da cidade, compa-rando-as com a história doEstado e do País;Identificar os momentos signi-ficativos na história da luta pelapreservação ambiental nacidade e sua relação com aproblemática ambientalnacional; Discutir o papel de gruposambientalistas, ONGs e gruposindígenas na luta de grupossociais e étnicos em prol da

Refletir sobre o acidente com uma cápsu-la de Césio 137, em Goiânia (1987), esuas conseqüências;Avaliar a necessidade de mudança domodelo de desenvolvimento adotadointernacionalmente, considerando adegradação social e ambiental, provo-cadas pela mesma;Destacar a promulgação da ConstituiçãoBrasileira, em 1988, contendo um capítu-lo sobre o meio ambiente;Salientar o reconhecimento internacionalao líder sindical Chico Mendes, na lutapela preservação da Floresta Amazônica eseu assassinato em 1988;Destacar que, a partir de 1988 houveuma preocupação maior dos governosfederal, estaduais e municipais, emrelação à legislação ambiental do País,como a criação da Lei de CrimesAmbientais, a Política Nacional deRecursos Hídricos, a Política Nacional deEducação Ambiental, entre outras;Avaliar a magnitude do acidente causadopelo vazamento de 42.000 toneladas deóleo do petroleiro Exxon Valdez, em 1989,

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preservação ambiental. Ex:pelas áreas de preservação, porespécies em extinção, pelamata atlântica;Refletir sobre a importância dosaneamento básico nosespaços urbanos e rurais;Discutir a importância de umapolítica ambiental eficaz quebusque a preservação dosespaços públicos como praças,parques, monumentos, áreasverdes;Refletir sobre o valor dopatrimônio cultural do própriogrupo, buscando despertar ointeresse em conhecer outrasculturas e suas formas de serelacionar com o meio natural;Pesquisar sobre o passado dobairro, sua história, os primeirosmoradores, as manifestaçõesculturais, o comércio local, oselementos naturais presentes,como: rios, córregos, fauna eflora, praças, jardins, as áreas

de lazer e áreas construídas, a partir deentrevistas com moradores antigos, fotos,relatos, documentos e outros recursos; Convidar moradores antigos para contarhistórias do bairro a partir da descriçãode como era o mesmo, considerando asescolas, as áreas de lazer, as brin-cadeiras, o comércio, a cultura local,enfim, tudo que permita ao aluno com-parar o presente através do passado,tanto no que se refere aos aspectos físi-cos, quanto aos políticos, econômicos esócioculturais do bairro;Analisar e comparar as informações obti-das na pesquisa anterior com a realidadedo bairro, no presente, considerando asmanifestações culturais, o comércio local,os aspectos físicos, entre outros;Discutir sobre as mudanças ocorridas, iden-tificando as causas e conseqüências positi-vas e negativas dessas transformações.

16. América – diferenças culturais, étni-cas e religiosas17. África – diferenças culturais, étnicas ereligiosas

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dominação do capitalismo nomundo20. Sociedade capitalista XCidadania

Analisar o consumismo enquan-to estratégia de dominação,fundamental para a manutençãodo capitalismo;Discutir como as sociedadescapitalistas dos países desen-volvidos dilapidaram seus recur-sos naturais e como agora ten-tam impor limites de crescimen-to aos países em desenvolvi-mento.

21. As guerras e seu impactosobre as populações

Ao abordar a II Guerra Mundial,identificar as conseqüênciassocioambientais (danos genéti-cos, surgimento de diversostipos de câncer, contaminaçãodo solo, ar, água, flora e fauna,entre outros) do lançamentodas bombas atômicas sobre as

18. Independência e identidade culturaldos povos americanos, africanos e asiáti-cosDiscutir a política de segregação racial(apartheid) na África do Sul, considerando adefesa universal dos direitos humanos;Refletir criticamente sobre a discriminaçãoracial, em contraposição ao reconhecimentoe valorização da diversidade cultural dospovos;Analisar criticamente a luta pelo reconheci-mento dos direitos dos quilombolas;Discutir a relação entre cidadania e inte-gração racial na sociedade contemporânea;Debater sobre o processo de globalização,considerando as conseqüências desseprocesso na sociedade contemporânea;Debater a relação entre cidadania, exclusãosocial e concentração de renda;Refletir sobre os valores que norteiam asociedade de consumo;Reconhecer e valorizar a cultura popular;Pesquisar e analisar o processo de consti-tuição da estrutura fundiária brasileira.

19. Processo de formação, expansão e

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cidades japonesas deHiroshima e Nagasaki, pelosEstados Unidos; Ainda em relação a estaquestão, ressaltar que osefeitos dos impactos ambien-tais, em especial os queenvolvem a radioatividade, trans-cendem os limites geopolíticosde um país/estado/cidade;Discutir a utilização de armasquímicas e biológicas, com altopoder de destruição ambiental,a exemplo das usadas naGuerra do Vietnã, pelosEstados Unidos;Analisar os prejuízos eimpactos ambientais resultantesda Guerra do Golfo Pérsico, aexemplo do derramamento de 7milhões de barris de petróleono mar e da queima de 590poços do Kwait, produzindonuvens negras de fumaça quese alastraram por vários paísesda região.

22. O papel dos Estados Unidos nomundo atual

Desafios do mundo atual: neoliberalismo,globalização, Mercosul, conflitos étnicos ereligiosos, ecologia, etc.;O Oriente Médio e seus conflitos;Analisar o distanciamento do homemurbano do meio natural, considerando ascidades como consumidoras especiali-zadas dos recursos naturais, originários,principalmente, do meio rural;Analisar o processo de acumulação decapital, enfatizando a apropriação privadados recursos naturais e do trabalhohumano e a divisão social dos custosambientais;Refletir sobre o processo de homo-geneização do consumo como estratégiautilizada pelas multinacionais visando aampliação do mercado consumidor;Relacionar o modelo de desenvolvimentoadotado aos impactos globais sobre oambiente;Relacionar a deterioração ambiental aocrescente aumento da pobreza nos paísesperiféricos;

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1.1. O trabalho e a apropriaçãoda natureza na construção doterritório

Analisar como o ser humano,nos diversos tipos desociedade, apropria-se danatureza através do trabalho eproduz seu espaço/território,afetando a dinâmica das leisnaturais e desequilibrando osecossistemas.

1.2. Os ritmos da natureza noprocesso de produção dascondições materiais e da orga-nização social da vida nocampo e na cidade

Relacionar a utilização de recur-sos naturais como matéria-prima na industria e o processode decomposição dos produtosgerados por essa atividade,alertando para a existência deritmos distintos, tanto nanatureza, quanto nassociedades, a partir de exem-

Analisar os conflitos pela apropriação derecursos naturais, considerando o podereconômico, ambiental e social de países,a exemplo da guerra pelo petróleo e pelaágua no Oriente Médio, principalmente noRio Jordão; Discutir a falta de investimentos para apesquisa de fontes alternativas de energia,bem como de políticas públicas que possi-bilitem viabilizar a disseminação de seu uso; Pesquisar, analisar e discutir as modifi-cações realizadas na natureza para a cons-trução de pontes, estradas, viadutos, pasta-gens, áreas para a agricultura, a pecuária,etc.Relacionar o aumento da produção indus-trial e o aumento da utilização dos recur-sos naturais ao aumento da produção delixo pela sociedade.

GEOGRAFIAConteúdos/Orientações

1. A GEOGRAFIA COMO UMA POSSIBILI-DADE DE LEITURA E COMPREENSÃO DEMUNDO.

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plos, como: enquanto umaindústria leva uma hora paratransformar areia e outrasmatérias-primas em vidro, anatureza leva centenas de anospara realizar o processo dedecomposição do mesmo;Discutir os impactos positivos enegativos da tecnologia sobre oambiente, enfatizando o desres-peito ao ritmo da natureza emnome do crescimento tecnológi-co, como ocorre quando o serhumano, através da tecnologia,destrói em meses ou dias umafloresta, que a natureza leva mi-lhões de anos para formar.

1.3. O lugar como experiênciavivida dos homens com o ter-ritório, a paisagem e comoespaço de integração com omundo

Caracterizar a forma do serhumano perceber e interagircom a natureza, a cultura, a

economia, etc., relacionando à localizaçãogeográfica de diferentes sociedades(país, estado e cidade) a partir da análisede paisagens;Observar o ambiente local, identificandoos componentes da paisagem (rios,açudes, mares, montanhas, campos, flo-restas, construções), bem como asmudanças nele ocorridas em função daforma de ocupação, das atividadeseconômicas desenvolvidas, da cultura dogrupo que a ocupa, e da forma como oser humano se relaciona com a natureza;Observar, através de livros, revistas, jor-nais, fotos, gravuras, pinturas, mapas,documentos e outros recursos, as trans-formações ocorridas em diferentesespaços existentes, analisando os proces-sos de modificação do ambiente a partirde aspectos sociais, culturais, econômi-cos, físicos, históricos, geográficos,estéticos, entre outros;Pesquisar sobre as modificações da pai-sagem local através de entrevistas commoradores antigos da região;

Estabelecer relações entre o ambiente do

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cipais problemas e discutir coleti-vamente as possíveis formas desolucionar/minimizar esses proble-mas;

Estimular a organização de cam-panhas de preservação da escola,da rua e do bairro;

Construir uma lista de atitudespessoais e coletivas que devemser cultivadas para a melhoria daqualidade de vida pessoal e coleti-va.

1.5. O drama do imigrante naruptura com o lugar de origemtanto do campo como da cidade

Analisar as histórias, sentimen-tos, dificuldades, vantagens edesvantagens, em relação à vidano campo e na cidade, a partirdas. entrevistas com pessoas quenasceram no campo e residemhoje nos centros urbanos.

campo e da cidade a partir da análise com-parada destes espaços.

1.4. A cidadania com a consciência de per-tencer, interagir e sentir-se integrado compessoas e os lugares

Esclarecer que o processo de apropriaçãoda natureza pelo ser humano, ocorre demaneira distinta, variando de sociedade parasociedade. Ex.: as sociedades indígenasprocuram preservar ao máximo o meio natu-ral, enquanto as sociedades industrializadasalteram, destroem seus espaços desmatan-do, poluindo, produzindo resíduos que anatureza não é capaz de decompor a médioe curto prazo;

Discutir o sentimento de “pertencimento”como forma do ser humano interagir com oseu espaço, ressaltando a necessidade deconhecer para preservar;

Buscar informações sobre o bairro (Comoera o bairro há anos atrás? O que existia?Como as pessoas se comportavam? Quaisas brincadeiras das crianças?) a partir deentrevista com moradores antigos;

Descrever o bairro, identificando seus prin-

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2. O ESTUDO DA NATUREZA ESUA IMPORTÂNCIA PARA OSER HUMANO

2.1. Conhecer a natureza erespeitar suas leis próprias: pro-duzir sem degradar

Pesquisar e socializar o significa-do das palavras manutenção epreservação utilizando jogos, letrasde músicas, textos, filmes, docu-mentários e outros recursos instru-cionais que despertem para essesvalores.

2.2. As florestas, as reservasextrativistas e o desenvolvimen-to sustentável

Relacionar o desenvolvimentosustentável com a preservação dasflorestas e reservas extrativistas.

2.3. Os diferentes tipos de rele-vo, as águas, o clima

Analisar a influência dos fatorescomo relevo, as águas e o clima,

sobre as características da fauna e flora dosdiferentes espaços geográficos.

2.4. Erosão e desertificação: a morte dossolos

Identificar as causas e conseqüênciasambientais dos processos de erosão edesertificação do solo.

2.5. Os biomas brasileirosPesquisar os diversos biomas brasileiros,

identificando seus componentes (rios, matas,lagos, açudes, morros, montanhas, pasta-gens, tipos de construção, mar, áreas agríco-las, fauna, flora, etc.).

3. A CARTOGRAFIA COMO INSTRUMEN-TO NA APROXIMAÇÃO DOS LUGARES EDO MUNDO

3.1. Os conceitos de escalas e suas dife-renciações e importância para as análisesespaciais nos estudos de geografia

3.2. Coordenadas geográficas: uso de car-tas para orientar trajetos no cotidiano

Diretrizes Curriculares de Educação Ambiental para as Escolas da Rede Municipal de Ensino de Salvador - 129

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4.1. As diferenças entre o campoe a cidade no que se refere àsrelações sociais e de trabalho,aos costumes, às paisagens, aosritmos da natureza no processode produção dos bens materiaise a expansão dos meios detransporte

Pesquisar os processos de ocu-pação dos espaços e de transfor-mação das paisagens urbanas erurais ao longo do tempo,ressaltando as mudanças ambien-tais (desmatamentos, erosão,poluição, alteração da flora efauna) e a interferência do serhumano nesse processo;

Pesquisar, analisar e compararos tipos de construções existentesna zona rural e na zona urbana,discutindo aspectos, como porexemplo, a ocorrência deenchentes durante as chuvas emconseqüência da impermeabiliza-ção de grandes áreas nas cidades;

Caracterizar e comparar as dife-

3.3. Análise de mapas temáticos dascidades, dos estados e do Brasil

Analisar e comparar as modificações ocor-ridas ao longo do tempo com relação à flora,utilizando ou construindo mapas da vege-tação do Estado e/ou nacional;

Analisar mapas evolutivos das atividadeseconômicas do Estado e/ou nacional, enfati-zando a ocupação de áreas utilizadas para aagricultura, pecuária e indústria;

Construir maquetes e plantas da área daescola e/ou do entorno, destacando elemen-tos relacionados às questões ambientaiscomo áreas verdes, praças, parques, rios eespelhos d’água, esgotos, pontos de acúmu-lo de lixo;

Comparar fotografias antigas e recentes deuma mesma área (de preferência, uma árealocal ou conhecida), observando as modifi-cações ocorridas na mesma;

Observar as mudanças ambientais ocorri-das numa área a partir da construção deplantas de ruas, mapas, maquetes.

4. O CAMPO E A CIDADE COMOFORMAÇÕES SOCIOESPACIAIS

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rentes atividades produtivas desen-volvidas no campo e na cidade esuas conseqüências para o meioambiente. Ex.: Nos centrosurbanos: indústrias, fábricas,gerando poluição do ar, das águas,do solo, sonora, entre outros pro-blemas. Na zona rural: agricultura,pecuária, extrativismo, ocorrendo,em muitos casos, o uso inadequa-do dos agrotóxicos, de outros pro-dutos químicos, gerando poluiçãodos rios, do solo, do ar, bem comodesmatamentos ilegais, provocan-do a erosão do solo e a morte derios, entre outros problemas;

Analisar a interdependênciaentre as áreas urbanas e as áreasrurais;

Comparar o ambiente urbano erural da paisagem local através defotografias, pinturas, gravuras,cartões-postais.

4.2. Modernização e desempregono campo e na cidade

4.3. A mídia e o imaginário social e osmovimentos migratórios do campo para acidade

4.4. A mecanização, a automação e a con-centração de propriedade e o problemados sem-terra

4.5. Os sem-teto nas metrópoles e suasrelações com processo de modernizaçãocapitalista

Discutir o processo de urbanização dealgumas áreas conhecidas, destacando astransformações sociais ocorridas e suas con-seqüências, em livros, jornais e revistas;

Comparar a cultura (hábitos) dos habi-tantes do campo e da cidade, e o reflexodisso no meio ambiente, a partir da utilizaçãode jornais, revistas, documentos, filmes, den-tre outros. Ex.: consumo desenfreado de pro-dutos descartáveis, gerando muito lixo noscentos urbanos;

Estabelecer relação entre modernização,movimentos migratórios, desemprego,pobreza e meio ambiente.

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e da biodiversidade brasileira, bemcomo as questões ligadas à dis-tribuição de renda, etc.

5. A EVOLUÇÃO DAS TECNOLO-GIAS E AS NOVAS TERRITORI-ALIDADES EM REDES

5.1. As expressões culturais deorigem européia, africana, indí-gena, asiática e outras nas pai-sagens brasileiras

Refletir sobre a diversidade cultu-ral e como ela pode contribuir para amelhoria da qualidade de vida detodos. Ex.: utilização de plantas me-dicinais, uso de pesticidas naturais,utilização dos recursos naturais deforma ecologicamente correta, entreoutras.

5.2. A evolução das técnicas notransporte ferroviário e a inte-gração dos mercados

5.3. As políticas de transportes

4.6. A diversidade dos conjuntosarquitetônicos urbanos, de monumentoshistóricos diferentes e os traçados dasvias públicas como referências de com-preensão de evolução das formas e estru-turas urbanas

4.7. As cidades históricas: barrocosbrasileiros, paisagens preservadas eimportância para a indústria do turismo

Pesquisar sobre o estado de conservaçãodo patrimônio histórico-arquitetônico dacidade, sua história e significado;

Refletir sobre a importância da preser-vação e conservação do patrimônio cultural,enquanto bem coletivo, a partir de visita aoCentro Histórico, museus e outros pontoshistóricos da cidade.

4.8. As políticas neoliberais, o Estadobrasileiro e as atuais perspectivas dedesenvolvimento para a sociedadebrasileira

Discutir sobre as políticas neoliberais esuas diretrizes no que se refere à preser-vação e conservação da Floresta Amazônica

132 - Diretrizes Curriculares de Educação Ambiental para as Escolas da Rede Municipal de Ensino de Salvador

Page 134: Diretrizes ambientais

metropolitanos: os transportescoletivos, o metrô e o automóvel

5.4. A Internet, a comunicaçãoinstantânea e simultânea e aaproximação dos lugares

5.5. A nova divisão internacionaldo trabalho e as redes decidades mundiais

Pesquisar sobre os benefíciossócioculturais e ambientais resul-tantes da utilização de tecnologias,bem como as conseqüências ne-gativas advindas das transfor-mações tecnológicas a partir daleitura de artigos de jornais e revis-tas, Internet e livros que abordema questão;

Analisar a influência da tecnolo-gia na preservação e conservaçãodo meio ambiente e na qualidadede vida.

6. UM SÓ MUNDO E MUITOS CENÁRIOSGEOGRÁFICOS.6.1. Identidade histórica da colonizaçãoibero-americana e dependência econômi-ca dos seus países com a Europa

Identificar, em toda a história da coloniza-ção, as diversas formas de exploração edegradação ambiental das colônias, a exem-plo da extração do pau-brasil, da devastaçãodas florestas para cultivo de cana-de-açúcar,café e criação de gado, exploração dospovos indígenas e negros africanos, entreoutros.

6.2. Os interesses econômicos da políticados Estados na construção do Mercosul eo papel das Multinacionais, a integraçãolatino-americana

6.3. Mobilização das fronteiras e conflitosinternacionais

6.4. Os espaços das minorias nacionais,étnicas e culturais

Diretrizes Curriculares de Educação Ambiental para as Escolas da Rede Municipal de Ensino de Salvador - 133

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7.3. Identificar os recursos natu-rais renováveis, alertando para oproblema referente às áreas des-matadas ou degradadas (mataatlântica, manguezais) e anecessidade de reflorestamen-to/recuperação das mesmas

Comparar as diferentes regiõesbrasileiras em relação ao processode preservação ou depredação deseus recursos naturais;

Pesquisar alternativas susten-táveis de utilização dos recursosnaturais.

7.4. Problemas ambientais queatingem todo o planeta

Identificar os principais proble-mas ambientais do planeta, ana-lisando suas causas, conseqüên-cias e discutir as possíveissoluções.

7.5. Áreas protegidas e espaçoslivres urbanos

Pesquisar as áreas protegidas e

6.5. As mudanças atuais nas relaçõespolíticas internacionais e a atual ordemmundial: a busca de novas hegemonias ea formação dos blocos econômicosregionais

6.6. Pobreza e exclusão social nos paísesdesenvolvidos e subdesenvolvidos

Pesquisar as políticas propostas para omeio ambiente, com a criação dos blocoseconômicos regionais, especificamente, emrelação ao Mercosul.

7. MODERNIZAÇÃO, MODOS DE VIDA E APROBLEMÁTICA AMBIENTAL

7.1. Processos técnico-científicos median-do as relações Sociedade/Natureza o con-sumo de energia e outros recursos natu-rais e seus impactos no ambiente

Pesquisar as inovações científicas, a exem-plo das fontes alternativas de energia, procu-rando identificar os impactos e benefíciospara o meio ambiente.

7.2. Recursos naturais – esgotabilidade ereversibilidade: usar e recuperar

134 - Diretrizes Curriculares de Educação Ambiental para as Escolas da Rede Municipal de Ensino de Salvador

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os espaços naturais livres, emSalvador, procurando identificar asformas de utilização dos mesmos.

7.6. Políticas e estratégias inter-nacionais para o desenvolvimen-to sustentável

Pesquisar as principais políticase estratégias internacionais para odesenvolvimento sustentável, dis-cutindo a viabilidade das mesmas,utilizando a Internet, jornais, revis-tas e livros.

7.7. Pluralidade cultural brasileirae ambientalismo

Identificar e valorizar a importân-cia da pluralidade cultural brasileirano desenvolvimento da ciência,principalmente no que se refereaos conhecimentos popularessobre o uso medicinal da nossaflora e fauna;Registrar que a atual preocu-pação/recomendação com o usosustentável dos recursos naturais

sempre constituiu uma prática comum nascomunidades indígenas.

7.8. Industrialização, mecanização da agri-cultura e concentração populacional nascidades/ocupação de áreas de risco: ala-gadiços, encostas, etc.

Relacionar o processo de industrializaçãoe mecanização da agricultura a problemasambientais como: desmatamento e acúmulode lixo nas encostas; esgotos a céu aberto;poluição e contaminação de córregos, rios elagos por falta de um sistema de saneamentobásico para uma melhor qualidade de vida.

7.9. Saneamento básico: água, esgoto equalidade ambiental urbana

Analisar a importância do sistema desaneamento básico para a qualidade de vidada população.

7.10. As cidades como centro de consumode energia/As fontes de energia limpa

Pesquisar sobre os benefícios das fontesde energia limpa para o meio ambiente;

Construir uma relação de atitudes individu-

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Comparar a quantidade de lixomensal/anual produzida emSalvador com a de outras capitaisdo Brasil e do mundo;

Alertar para a questão de que aquantidade e os tipos de lixo gera-do estão relacionados ao poderaquisitivo e à cultura local;

Discutir a importância de umaterro sanitário no processo degestão de resíduos sólidos de umacidade;

Analisar a política dos três “Rs”(reduzir, reaproveitar e reciclar)como alternativa para minimizar aproblemática do lixo no mundo;

Propor a coleta seletiva de lixocomo mecanismo apropriado paraa reciclagem do lixo;

Salientar que o lixo tem sidouma alternativa de sobrevivênciapara muitas famílias, seja dos cata-dores nos lixões, seja nas coopera-tivas de reciclagem.

ais e coletivas que possibilitem a economiade energia.

7.11. Impacto da impermeabilização dosolo nas cidades e os efeitos nadrenagem

Pesquisar as conseqüências socioambien-tais da impermeabilização do solo nascidades.

7.12. Políticas públicas urbanasPesquisar as políticas públicas rela-

cionadas ao meio ambiente, na cidade deSalvador.

7.13. Moradia urbana: habitações e confor-to urbano

Pesquisar e classificar o nível da qualidadede vida dos habitantes do município deSalvador.

7.14. Poluição ambiental urbana e industrialPesquisar os tipos e as conseqüências da

poluição urbana em Salvador.

7.15. O lixo nas cidades: do consumismo àpoluição tratamento e destino do lixo

136 - Diretrizes Curriculares de Educação Ambiental para as Escolas da Rede Municipal de Ensino de Salvador

Page 138: Diretrizes ambientais

7.16. Industrialização,degradação do ambiente e modode vida

Analisar criticamente osimpactos da industrialização sobreo ambiente e a qualidade de vida.

7.17. Desmatamentos equeimadas como práticaseconômicas

Discutir as conseqüências dosdesmatamentos e queimadassobre o meio natural;

Ressaltar a importância dossatélites no mapeamento de váriasquestões ambientais, como asqueimadas e os desmatamentos naFloresta Amazônica.

7.18. Garimpo: prática perversade economia periférica: traba-lhadores excluídos e degradaçãoambiental

Analisar as conseqüênciassocioambientais da atividade demineração (contaminação dos rios

e solos por mercúrio, contaminaçãocrustáceos/peixes/ser humano via cadeia ali-mentar) e as condições de vida dos traba-lhadores no garimpo.

7.19. Modo de vida e conservaçãoambiental

Relacionar o modo de vida de diferentessociedades/culturas à conservação ambien-tal. Ex.: a forma adotada pelas sociedadesindígenas, seu tipo de vida, a harmonia como meio ambiente e o respeito aos recursosnaturais;

Discutir o padrão de consumo nassociedades contemporâneas, com vistas àredução da exploração dos recursos naturais.

7.20. Impactos das grandes barragens eaçudes

Pesquisar os aspectos positivos e nega-tivos das construções de grandes barragense açudes para o meio ambiente;

Discutir as políticas públicas que incluem aconstrução de barragens e açudes, comoestratégia para minimizar os efeitos da secano Nordeste.

Diretrizes Curriculares de Educação Ambiental para as Escolas da Rede Municipal de Ensino de Salvador - 137

Page 139: Diretrizes ambientais

entes industriais em mananciais,etc.

7.24. Os grandes domínios devegetação e os diferentes usos

Comparar as atividades extra-tivistas realizadas nas regiõesbrasileiras, relacionando-as com aquestão ambiental;

Levantar, com os alunos, hipóte-ses sobre as possíveis causas demodificação da cobertura vegetal;

Pesquisar sobre essas possíveiscausas, identificando os respon-sáveis pelas mesmas e avaliando oquanto essas mudanças con-tribuíram para o desenvolvimentoda sociedade, bem como as con-seqüências para o ambiente. Ex:utilização de uma área de florestapara a agricultura, gerando des-matamentos, morte de rios, deslo-camentos ou extinção de animais,etc.;

7.21. Indústria do turismo e degradaçãoambiental

Discutir os impactos provocados pela ativi-dade de turismo em áreas naturais;

Relacionar a prática do ecoturismo com odesenvolvimento sustentável;

Discutir a importância de políticas públicasde incentivo ao turismo, considerando a va-lorização e preservação dos espaços públi-cos como praças, parques, monumentos,áreas verdes e do patrimônio cultural dascomunidades visitadas.

7.22. Pluralidade cultural e conservação danatureza

Pesquisar e comparar a forma como os dife-rentes grupos culturais interagem com o meionatural.

7.23. Legislação ambiental brasileiraPesquisar as principais leis ambientais do

município, estado e país, analisando a suaaplicação em diferentes contextos, a exemploda prática de pesca proibida com explosivos;tráfico de animais silvestres; despejo de eflu-

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EDUCAÇÃO FÍSICAConteúdos/Orientações

1. Importância dos jogos naescola/Jogos e as valências psi-comotoras/Construção do co-nhecimento e os jogos/Jogos eo processo de socialização/Interação escola comunidadeatravés dos jogos

Identificar temáticas ambientais,utilizando como foco o ambientelocal, enquanto fonte geradora desituações para análise, e posteriorcriação de jogos ambientais quepossibilitem trabalhar a importânciados jogos na construção do co-nhecimento e no processo desocialização, bem como suasvalências psicomotoras.

2. Resgate dos jogos popu-lares/Manifestações folclóricasna escola

Resgatar as manifestações fol-clóricas de cunho ambiental, a par-tir de histórias e lendas como:

Curupira (proteção das matas), Iara (pro-teção das águas), etc.

3. Iniciação esportiva/Drogas e esporte/Esporte como promoção de saúde/Esporte e mídia/Ética e esporte/Esporte eviolência

Analisar a importância da realização deatividades físicas para a manutenção do meioambiente interno (organismo) equilibrado;

Destacar a necessidade de ambientessaudáveis, arejados e, de preferência, ao arlivre, para a prática de atividades desporti-vas;

Discutir a incompatibilidade entre o uso dedrogas e a manutenção de um meio ambi-ente interno equilibrado.

4. A competição na escola (esportes,jogos)

5. Prática esportiva na escola/Esporte e aconstrução da cidadania

Enfatizar a importância da cooperação nosjogos, o respeito às regras, como forma dedesenvolver a atitude de respeitar as normase leis vigentes, inclusive as ambientais.

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ARTESConteúdos/Orientações

1. ARTES VISUAIS

1.1. Formas: tridimensionais,bidimensionais, simétricas eassimétricas

1.2. Volume

1.3. Cor: primária, secundária eterciária

1.4. Textura

1.5. História da Arte

1.6. As Artes Visuais como pro-dução Cultural e Histórica

1.7. Maquetes

1.8. PainéisAnalisar a produção artística

visual de diferentes culturas, incen-tivando a valorização e respeito às

6. Lazer no Brasil: conceito, origem e con-cepções/Lazer e trabalho

Analisar a importância do lazer para amanutenção do bem estar físico, social eambiental;

Refletir sobre a importância da preser-vação das áreas e espaços coletivos destina-dos ao lazer, como os parques, praças, prai-as, jardins, etc.

LÍNGUA ESTRANGEIRAOrientações

Analisar a temática ambiental na abor-dagem dos conteúdos, utilizando pequenashistórias, quadrinhas, histórias em quadri-nhos, trava-línguas, anedotas, anúncios,pequenos diálogos, rótulos de embalagens,cartazes, canções, pequenas notícias e ou-tros recursos instrucionais;

A partir da contextualização da temáticaambiental realizar entrevistas; encenar pro-gramas de TV, elaborar textos publicitários,cartas, reportagem, classificados, poemas,editoriais de jornal, artigos jornalísticos, etc.

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manifestações artísticas de ho-mens e mulheres, jovens e idososdas diversas culturas, utilizandodiferentes modalidades de artesvisuais, desde as formas tradi-cionais (pintura, escultura, de-senho, gravura, arquitetura, objetoscerâmica, cestaria, entalhe), até aslinguagens visuais da contempo-raneidade (fotografia, moda, artesgráficas, cinema, televisão, vídeo,computação, performance, holo-grafia, desenho industrial, arte emcomputador);

Pesquisar sobre artistas que uti-lizam/utilizavam a questão ambien-tal como tema em suas obras deartes, em diferentes contextoshistórico-sociais;

Analisar criticamente o significa-do e o valor simbólico da questãoambiental veiculados, nas manifes-tações artísticas visuais a partir daobservação de obras artísticas emfilmes, livros, revistas, e em visitasa museus, mostras, galerias, feiras;

Analisar os elementos que contextualizama questão ambiental, presentes em obras deartes visuais, produzidas por artistas dacomunidade escolar e do entorno da escola;

Discutir a contribuição das artes visuaispara a preservação e conservação do meioambiente e a melhoria da qualidade de vida;

Estimular a expressão da temática ambien-tal na arte visual produzida pelos alunos, emsala de aula, individual e/ou coletivamente;

Realizar mostras, feiras, coletâneas de tra-balhos artísticos, desenvolvidos pelos alunos,que abordam a questão ambiental.

2. DANÇA

2.1. Jogos de Autoconfiança

2.2. Espaço

2.3. Regiões do Espaço: alta, média ebaixa

2.4. Direções Espaciais

2.5. Ritmo

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comunidade escolar e do entornoda escola;

Discutir a contribuição da dançapara a preservação e conservaçãodo meio ambiente e a melhoria daqualidade de vida;

Estimular a expressão da temáti-ca ambiental nas diferentes formasde dança produzidas pelos alunos,em sala de aula, individual e/oucoletivamente;

Realizar mostras, feiras, apresen-tações das formas de dança,desenvolvidas pelos alunos, queabordam a questão ambiental.

3. MÚSICA

3.1. Elementos da linguagemsonora: ritmo, harmonia e melo-dia

3.2. História da Música

2.6. Forma: simétrica e assimétrica

2.7. Jogos de Imitação

2.8. História da Dança

2.9. Elementos CoreográficosAnalisar a expressão da dança em diferentes

culturas, incentivando a valorização erespeito à manifestação artística de homense mulheres, jovens e idosos das diversas cul-turas, a partir de pesquisa em livros, enci-clopédias, revistas, jornais, filmes, fotografiase Internet;

Pesquisar sobre dançarinos e coreógrafosque utilizam/utilizavam a arte da dança emdefesa da questão ambiental, em diferentescontextos histórico-sociais;

Analisar criticamente o significado e ovalor simbólico da questão ambiental, veicu-lados nas manifestações de dança, a partirda observação de coreografias em filmes eem visitas a teatros, mostras e feiras;

Analisar os elementos que contextualizama questão ambiental, presente em core-ografias e danças, produzidas e/ou apresen-tadas por dançarinos e coreógrafos da

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3.3. Banda RítmicaAnalisar a produção artística

musical de diferentes culturas,incentivando a valorização erespeito à manifestação artísticade homens e mulheres, jovens eidosos das diversas culturas, a par-tir de pesquisa em livros, enci-clopédias, revistas, jornais, filmes,Internet;

Discutir o papel da música popu-lar brasileira no processo de lutapela instituição da democracia noPaís;

Pesquisar sobre músicos eespetáculos musicais cuja pro-dução está relacionada à questãoambiental, em diferentes contextoshistórico-sociais;

Analisar criticamente o significa-do e o valor simbólico da questãoambiental veiculados, nas manifes-tações artísticas musicais a partirda audição de músicas em sala deaula e em shows, concertos,espetáculos, mostras, festivais,feiras;

Analisar os elementos que contextualizama questão ambiental, presente em musicas,compostas e/ou interpretadas por artistas dacomunidade escolar e do entorno da escola;

Discutir a contribuição da música para apreservação e conservação do meio ambi-ente e a melhoria da qualidade de vida;

Analisar as causas e conseqüências dapoluição sonora para o organismo humano,discutindo a necessidade de modificaçãodos hábitos no processo de prevenção dosproblemas de saúde relacionados a estaforma de poluição;

Estimular a expressão da temática ambien-tal na música produzida pelos alunos, emsala de aula, individual e/ou coletivamente;

Realizar mostras, festivais, apresentações,feiras de músicas, produzidas pelos alunos,que abordam a questão ambiental.

Diretrizes Curriculares de Educação Ambiental para as Escolas da Rede Municipal de Ensino de Salvador - 143

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Analisar criticamente o significa-do e o valor simbólico da questãoambiental veiculados, nas peçasteatrais, a partir de visitas a casasde espetáculos, mostras, teatros;

Analisar os elementos que con-textualizam a questão ambiental,presentes em obras de teatro, eproduzidas por artistas da comu-nidade escolar e do entorno daescola;

Discutir a contribuição do teatropara a preservação e conservaçãodo meio ambiente e na qualidadede vida;

Estimular a expressão da temáti-ca ambiental na construção deroteiros/cenas pelos alunos, emsala de aula, individual e/ou coleti-vamente, a partir da adaptação dehistórias, notícias, contos, fatoshistóricos, mitos, narrativas popu-lares;

Realizar mostras, apresentaçõesdos trabalhos artísticos, desen-volvidos pelos alunos, que abor-dam a questão ambiental.

4. TEATRO

4.1. Elementos do Teatro

4.2. Improvisação

4.3. Jogos de Improvisação

4.4. Jogos dramáticos: percepções e uti-lizações dos elementos das diversas lin-guagens

4.5. Produção de Texto

4.6. História do TeatroAnalisar a produção artística visual de

diferentes culturas, incentivando a valoriza-ção e respeito à manifestação artística dehomens e mulheres, jovens e idosos dasdiversas culturas, a partir de pesquisa emlivros, enciclopédias, revistas, jornais, filmes,fotos, Internet;

Pesquisar sobre autores de teatro que uti-lizam/utilizavam a questão ambiental comotema em suas obras de artes, em diferentescontextos histórico-sociais;

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Essa técnica proporciona aosalunos condições para organizarem,sistematizarem e transformarem emconhecimento científico, as expe-riências vividas de maneira intuitiva,através da construção de conceitos.

A realização de projetos requer pen-sar o saber como algo que estásempre em construção e que tem aver com o presente, não menosprezandoa teoria e o conhecimento já pro-duzidos, mas buscando valorizar earticular o trabalho com os múltiplossaberes produzidos na experiênciacotidiana, tanto na escola quantoem outras dimensões da sociedade.

A construção de um novo mundo, mais justoe equilibrado, impõe a necessidade doengajamento pessoal e coletivo de edu-cadores e educandos no processo de trans-formação social. Neste sentido, aPedagogia de Projetos poderá contribuirpara uma visão de mundo mais complexa,possibilitando a construção do pensamentosistêmico na escola, tendo a EA comopotencializadora.

A Pedagogia de Projetos é uma técnicamuito ativa que possibilita a integração doconteúdo da vida real às diversas áreas doconhecimento. Por sua natureza dinâmica,esta prática conduz o aluno à ação, estimu-lando o desenvolvimento da iniciativa, dacriatividade, do espírito de investigação epesquisa, da cooperação e a autonomia,proporcionando a socialização dos diversossaberes.

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4 - PEDAGOGIA DE PROJETOS: um passo paraa construção do pensamento sistêmico naescola, a partir da Educação Ambiental

A Pedagogia deProjetos visa à re-significação doespaço escolar,transformando-o emum espaço vivo deinterações, aberto aoreal e às suasmúltiplas dimensões.Aprender deixa de serum simples ato dememorização, eensinar não significamais repassarconteúdos prontos. Oconhecimento éconstruído emestreita relação com ocontexto em que éutilizado.

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Afinal, a construção de conhecimen-tos significa pensar o ensinoenquanto processo permanente deinvestigação e descobertas individu-ais e coletivas.

O trabalho com projetos propicia aeducação para a cidadania, portratar-se de uma metodologiademocrática, que parte dos sujeitose é planejada, construída e avaliadapelos próprios atores do processode ensino, alunos e professores,despertando nos mesmos o gosto, acuriosidade, a imaginação e a com-preensão das ações do ser humanode forma crítica e criativa.

Os projetos podem ter dimensõesdiferentes dentro de uma mesmaescola, dependendo das caracterís-ticas e necessidades de cadagrupo. Assim, podem existir projetospara uma única turma ou uma únicasérie, ou ainda, para várias séries ouaté mesmo para toda a escola. Pode

ainda ser desenvolvido em apenas uma disci-plina (o que não é o ideal), pode envolver duasou três disciplinas ou até mesmo abrangertodas as disciplinas do currículo (o que seriaideal).

Para a execução da proposta é imprescindíveluma equipe de trabalho consciente e compro-metida, visto que o trabalho pedagógico não éresponsabilidade só do professor ou do coor-denador e, não é somente a sala de aula oespaço de aprendizagem. É importante a par-ticipação de toda a comunidade escolar,incluindo a família e a comunidade do entorno,para que o trabalho flua com qualidade, prazere satisfação. Além disso, é necessário umapostura democrática na instituição, da direçãoaos demais funcionários, principalmente osprofessores, sem os quais será impossívelimplementar um trabalho baseado na medi-ação. (Freire, 2000, p. 78)

O aluno assume um outro papel no processode ensino/aprendizagem: deixa de ser submis-so e passivo, passando a exercer um papelativo. Ele constrói o conhecimento, desenvol-

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guntador. Uma prática baseadaneste espírito, além de proporcionara aprendizagem dos conteúdos,ensina a educador e educandos afazerem perguntas, vez que, a me-lhor forma de aprender a fazer per-guntas é estar fazendo perguntasjunto com os outros, onde uns vãocomplementando e até questionan-do as perguntas uns dos outros,num clima de liberdade, tolerância,respeito e cooperação. Numa práti-ca problematizadora, os educandosvão ampliando o seu poder de cap-tação e de compreensão do mundoem suas relações, passando apercebê-lo como uma realidade emtransformação, pensando sobre simesmo e sobre o mundo, sem sepa-rar o pensar do agir.

Percebe-se, portanto, que o pensa-mento crítico não surge automatica-mente, ele se origina da curiosidadeenquanto inquietação, como incli-nação ao “desvelamento” de algo,

vendo atividades, discutindo, buscando infor-mações, conduzindo o trabalho na busca derespostas aos problemas levantados. A assimi-lação se processa de forma contínua, ativa equestionadora. Mais do que adquirir conheci-mentos, o aluno também questiona. O profes-sor, por sua vez, é o mediador, não apenasensina: questiona, estimula, organiza, orienta esistematiza, propiciando uma relação dialógicana qual “... o educador já não é o que apenaseduca, mas o que, enquanto educa, é educa-do, em diálogo com o educando que, ao sereducado, também educa.”(Freire, 1975, p. 79)

O diálogo, nessa perspectiva, constitui instru-mento de comunicação e reflexão para a toma-da de consciência, o que resulta no aprofunda-mento da apreensão das relações explicativas.Ao compreender tais relações, pode-se querermodificá-las e, conseqüentemente, modificar aprópria realidade.

Para tanto, é fundamental a problematizaçãoda realidade e o envolvimento das pessoasnela e com ela relacionadas, mantendo sempreuma conversa, um diálogo com espírito per-

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como busca de esclarecimento. Elese constrói e reconstrói historica-mente e socialmente, a partir deuma prática educativa que estimulea passagem da curiosidade ingênuapara a curiosidade crítica, ou ainda,como prefere Freire (1975), para a“curiosidade epistemológica”.

Os temas devem ser definidos deacordo com o interesse e as neces-sidades do grupo, a partir dos quaisserão planejados e desenvolvidos osprojetos, consideradas as especifici-dades do nível de desenvolvimentocognitivo dos alunos, assim como aadequação das informações à com-preensão das mesmas. Os temasescolhidos devem ser desenvolvi-dos, proporcionando a articulaçãodas atividades pedagógicas à reali-dade sociocultural dos educandos,ao desenvolvimento, interesses ma-nifestados, bem como aos conheci-mentos construídos historicamentepela humanidade, ampliando assim,

os horizontes de investigação e aprendizagemdos mesmos. A abordagem dos temas deveprivilegiar o trabalho em conjunto e a coope-ração, na medida em que os conhecimentossão coletivamente construídos, ao mesmotempo em que devem ser respeitados os inte-resses individuais e os diversos ritmos. Alémdisso, deve favorecer a integração das áreasdo conhecimento, superando a fragmentação ea justaposição de informações e sentidos, tra-balhando o conhecimento de forma viva edinâmica, em constante movimento e transfor-mação.

Após a definição dos temas a serem trabalha-dos, deve-se realizar o planejamento, inicial-mente buscando identificar a existência demateriais de pesquisa sobre os mesmos, aexemplo de: livros, revistas, gravuras, enci-clopédias, filmes, documentários, músicas,histórias, entre outros, bem como locais paravisitas e passeios que possibilitem aos alunosobservarem e vivenciarem as situações perti-nentes aos referidos temas.

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A EPISTEMOLOGIA éessencialmente oestudo crítico dosprincípios, das hipóte-ses e dos resultadosdas diversas ciências,destinado a determi-nar a sua origem lógi-ca, o seu valor e suaobjetividade.

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A partir dos temas são definidos os objetivosconceituais, atitudinais e procedimentais aserem atingidos com o projeto, bem como asatividades a serem desenvolvidas, articulandoas diversas áreas do conhecimento, favorecen-do a ampliação daquilo que os alunos já co-nhecem em relação à Comunicação eExpressão, à Matemática, às Ciências Sociaise Naturais, de forma integrada e contextualiza-da. Os alunos, dessa forma, constroem o co-nhecimento com entusiasmo e pelo prazer deaprender, conhecer e descobrir, pois o profes-sor provoca neles a curiosidade, a inquietaçãoe o desejo de saber mais.

Durante a execução do projeto é importanteproporcionar ao grupo a busca e o contatocom fontes diversas, democratizando o acessoe a crítica, ampliando as possibilidades temáti-cas e a compreensão do mundo, chamando aatenção dos alunos para questões como: ética,meio ambiente, pluralidade cultural, saúde, tra-balho e consumo.

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levar a uma aproximação da com-plexidade e a uma articulação daação local com o pensamento glo-bal, no sentido da identificação eestudo das diversas maneiras deatuar em face dos problemas, combase na ação e na busca desoluções alternativas. (Díaz, 2002)

No que diz respeito a atitudes ecomportamentos, é preciso enfatizaras relações entre atitudes e valoresque devem sustentar a escolha dasações, devendo ser avaliados: odesenvolvimento do espírito crítico;o desenvolvimento das capacidadesdinâmicas (responsabilidade, iniciati-va, autonomia, entre outros); odesenvolvimento de uma nova éticaadequada à gestão dos recursos e àresponsabilidade diante das ge-rações futuras (valores de soli-dariedade, tolerância, cooperação).

A avaliação, nesse processo, deverá basear-senas propostas de mudanças de comportamen-to explicitadas no projeto e na análise do graude internalização de determinados valores eatitudes pelos educandos, em seu processoformativo. Para tanto, deve ter um enfoquequalitativo, processual e formativo, preocupadoem avançar no sentido de uma visão maissistêmica e complexa da realidade. Isto signifi-ca que, ao invés de centrar-se na consecuçãodos objetivos terminais do projeto, valorizar-se-á tanto os processos quanto os resultados,colaborando no estabelecimento de uma con-tínua interação entre o que se pretende, o quese está realizando e a reflexão sobre o proces-so, permitindo aos educandos entendê-los me-lhor para aperfeiçoá-los, considerando a totali-dade dos elementos que fazem parte da práti-ca educativa.

A avaliação de projetos abordando a temáticaambiental deve contemplar as dimensões cog-nitivas, metodológicas e éticas. No que se re-fere aos saberes pertinentes, estes devem

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5. REFERÊNCIAS

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O processo de avaliação pensadonesta direção demanda uma obser-vação sistemática de situações deaprendizagem, nas quais as atitudesse manifestam de forma mais evi-dente, como os trabalhos em grupo,os debates, as dramatizações, bemcomo atividades que possibilitem adiscussão de conflitos morais ou odebate sobre valores e questões éticas.

Além da observação, podem ser uti-lizados instrumentos de auto-avali-ação dos alunos e co-avaliação, osquais favorecem o desenvolvimentoda reflexão sobre a própria apren-dizagem, a autonomia, a auto-estimae a formação de uma imagem equili-brada de si próprio, dentre outrascapacidades.

Assim, a avaliação, seja na EA ouem qualquer outra forma de edu-cação, deve contemplar ao mesmotempo educadores, educandos e opróprio projeto e sua dinâmica.

BETTELHEIM, Philippe. Uma vida para seufilho: pais bons o bastante. Rio de Janeiro:Campus, 1988.

BIFANI, Paolo. Globalização,Desenvolvimento Sustentável e MeioAmbiente. México: UniversidadePedagógica Nacional do México, 1998.(mimeografado).

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BRASIL. Secretaria da EducaçãoFundamental. Parâmetros CurricularesNacionais: 1ª à 4ª série. Brasília:MEC/SEF, 1997.

BRASIL. Secretaria da EducaçãoFundamental. Parâmetros CurricularesNacionais: 5ª à 8ª série. Brasília:MEC/SEF, 1998.

BRASIL. Secretaria da EducaçãoFundamental. Referencial CurricularNacional para a Educação Infantil :.Brasília: MEC/SEF, 1998.

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CARNEIRO, Moacir A. LDB Fácil: leituracrítico-compreensiva artigo a artigo.Petrópolis: Vozes, 1998.

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